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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: JULIO MARQUETI 1 www.pontodosconcursos.com.br CONTEÚDO PROGRMÁTICO DA AULA 8 14. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 14.1. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL. 14.1.1. DO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 14.1.2. DO CRIME DE PECULATO. 14.1.2.1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO PECULATO. 14.1.3. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM. 14.1.4. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES. 14.1.5 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES. 14.1.6. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO. 14.1.7. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS. 14.1.8. CONCUSSÃO. 14.1.9. EXCESSO DE EXAÇÃO. 11.1.10. CORRUPÇÃO PASSIVA. 14.1.11. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO. 14.1.12. PREVARICAÇÃO. 14.1.13. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA 14.1.14. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 14.1.15. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA 14.1.16. ABANDONO DE FUNÇÃO 14.1.17. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO 14.1.18. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL 14.1.19. VIOLAÇÃO DE PROPOSTA DE CONCORRENCIA. 14.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL. 14.2.1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 14.2.2. RESISTÊNCIA 14.2.3. DESOBEDIÊNCIA 14.2.4. DESACATO 14.2.5. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 14.2.6. CORRUPÇÃO ATIVA 14.2.7. CONTRABANDO OU DESCAMINHO 14.2.8. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO 14.2.9 SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 14.2.9.1 DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 14.2.9.2 – Da extinção da punibilidade do artigo 9º da Lei 10.684/2003.

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CONTEÚDO PROGRMÁTICO DA AULA 8

14. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 14.1. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL.

14.1.1. DO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 14.1.2. DO CRIME DE PECULATO.

14.1.2.1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO PECULATO. 14.1.3. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM. 14.1.4. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES. 14.1.5 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES. 14.1.6. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO. 14.1.7. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS. 14.1.8. CONCUSSÃO. 14.1.9. EXCESSO DE EXAÇÃO. 11.1.10. CORRUPÇÃO PASSIVA. 14.1.11. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO. 14.1.12. PREVARICAÇÃO. 14.1.13. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

14.1.14. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 14.1.15. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA 14.1.16. ABANDONO DE FUNÇÃO 14.1.17. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO 14.1.18. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL 14.1.19. VIOLAÇÃO DE PROPOSTA DE CONCORRENCIA.

14.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL.

14.2.1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 14.2.2. RESISTÊNCIA 14.2.3. DESOBEDIÊNCIA 14.2.4. DESACATO 14.2.5. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 14.2.6. CORRUPÇÃO ATIVA 14.2.7. CONTRABANDO OU DESCAMINHO 14.2.8. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO 14.2.9 SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

14.2.9.1 DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 14.2.9.2 – Da extinção da punibilidade do artigo 9º da Lei 10.684/2003.

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Os crimes funcionais contra a ordem tributária também serão tratados nessa aula. Ressalto que vamos vê-los em confronto com os dispositivos

do CP.

14. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Os crimes contra a Administração Pública estão previstos no Titulo XI (DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) da Parte Especial do Código Penal. Tal título vem subdividido em cinco capítulos. São eles:

Capítulo I – Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração geral (artigos 312 a 327).

Capitulo II – Dos crimes praticados por particular contra a administração geral (artigos 328 a 337-A).

Capítulo II-A – Dos crimes praticados por particular contra a administração pública estrangeira.

Capítulo III – dos crimes contra a administração da justiça.

Capítulo IV – dos crimes contra as finanças públicas.

Procurarei, o quanto mais, obedecer à ordem legal. Assim, iniciaremos pelos crimes contra administração praticados por funcionários públicos.

No entanto, já antecipo que não nos interessarão os crimes praticados contra a administração pública estrangeira. Dos demais, daremos atenção àqueles que, de regra, estatisticamente, nos interessam.

14.1. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL.

Aqui, vamos tratar dos chamados crimes funcionais. São crimes próprios, pois exigem do sujeito ativo uma qualidade especial: ser funcionário público. Assim, antes de qualquer coisa, é necessário que conceituemos funcionário público para efeito penal.

14.1.1. DO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO.

Todos os crimes que analisaremos neste item trazem em si uma norma penal dependente de complementação. Para compreendê-los, necessitamos de

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conhecer o conceito de funcionário público, o qual não está inserto em cada tipo penal.

Estamos, então, diante de normais penais em branco1, dependentes do complemento que conceitua funcionário público. O complemento conceitual está inserto no artigo 327 “caput” e parágrafo 1º, do CP, cuja letra segue abaixo.

Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública2.

Primeira coisa que aqui nos chama a atenção é a amplitude do conceito. Segundo dispõe o artigo 327, “caput”, considera-se funcionário público, PARA EFEITOS PENAIS, quem exerce, transitoriamente ou não, remuneradamente ou não, cargo, emprego ou função pública.

Precisamos, então, conceituar cargo, emprego e função pública. Já sabemos, entretanto, mesmo o exercício transitório, não remunerado, de função pública, dá ao sujeito a condição de, para efeito penal, funcionário público.

CARGO PÚBLICO: Segundo a doutrina, cargo público é a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente. Todavia, há conceito legal de cargo público. O artigo 3º da lei 8112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União) define cargo público como sendo o conjuntode atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

1 Sobre normas penais em branco, vide o item 0.2.8 da aula 0. 2 Informativo 339 do STF – Decisão da Primeira Turma - Equiparação a Funcionário Público A Turma deferiu habeas corpus impetrado em favor de médicos, para restabelecer acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que implicara o trancamento da ação penal contra eles instaurada, pela suposta prática dos crimes de concussão e corrupção passiva, consistentes na cobrança indevida de adicionais nos atendimentos prestados em hospital particular credenciado pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Considerou-se, na espécie, o fato de que os delitosforam praticados antes da vigência da nova redação dada pela Lei 9.983/2000 ao art. 327, § 1º, do CP, a partir da qual se tornou possível a equiparação de quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública a funcionários públicos. HC 83830/RS, rel. Min. Marco Aurélio, 9.3.2004. (HC-83830)

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EMPREGO PÚBLICO: De acordo com a doutrina dominante, emprego público tem, substancialmente, a mesma conceituação de cargo público, o que os diferencia é que no emprego a relação jurídica estabelecida entre seu titular e a administração não é regida pela lei 8112/90, ou seja, pelo Estatuto, mas sim pela CLT ou outro regime jurídico não especial.

FUNÇÃO PÚBLICA: de forma residual, conceituamos função pública como a atribuição desempenhada por um agente que não se caracteriza como cargo ou emprego público. Assim, considera-se funcionário aquele que, sem ter cargo ou emprego público, desempenha função pública extraordinária (contratado extraordinariamente).

Portanto, não é necessário um atuar remunerado e permanente, pois também é funcionário público aquele que atua sem remuneração e de forma transitória. Assim, considera-se funcionário público, desde outros, o jurado e aqueles que desempenham a função de mesário ou escrutinador no pleito eleitoral.

Necessário que aquele que exerce função pública, faço-o tutelando (protegendo, defendendo) interesse público. Com isso, aqueles que exercem múnus público sem, contudo, defender interesse público não são, para efeito penal, considerados funcionário público. É o caso do inventariante, do síndico da massa falida, do curador, do tutor etc...

No parágrafo 1º do artigo 327, o legislador trata do funcionário público por extensão ou equiparação. Assim, considera-se, também, funcionário publico aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

Portanto, devemos estabelecer o conceito de entidade paraestatal e de empresa prestadora de serviço contratada para execução de atividade típica da Administração Pública. Os seus funcionários são, para efeitos penais, considerados funcionários públicos.

ENTIDADE PARESTATAL: Aqui, nos valeremos do conceito legal estabelecido no artigo 84 da lei 8666/93. Segundo a lei, considera-se entidade paraestatal, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

Assim, em síntese, consideram-se entidades paraestatais as empresa públicas (Ex:Caixa Econômica Federal, a Empresa de Correio e Telégrafos), as sociedades de economia mista (ex:Banco do Brasil) e os serviços sociais autônomos (Ex:

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SESC, SESI, SENAC, SEST, SENAI, SENAR E SEBRAE). Não podemos nos esquecer, todavia, das autarquias (Banco Central, por exemplo).

EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO: É aquela que é contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração pública. (ex: hospital conveniado ao SUS – Sistema Único de Saúde).

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

O parágrafo 2º do artigo 327 traz a figura de uma qualificadora que se aplica aos crimes que veremos adiante. Assim, se o crime é praticado por quem tem cargo em comissão ou função de confiança, a pena será aumentada de até a terça parte.

A condição de funcionário público do agente se comunicará àquele que, apesar de não ser funcionário público, colabora de qualquer modo para o desiderato ilícito sabendo que seu comparsa é funcionário público (vide item 1.2.4.8.3 – aula 2). Observe o que dispõe o artigo 30 do CP.

Participação nos crimes próprios.

Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

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Questões sobre o tema:

1.(CESPE/OAB/CARDENO A/2007/adaptada) 59- julgue o item acerca do direito penal. 1. O médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão.

2.(CESPE/OAB/TO/AGOSTO/2007) 44- julgue o item acerca do direito penal. 1 O advogado que, por força de convênio celebrado com o poder público, atua de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da justiça pública não se enquadra no conceito de funcionário público para fins penais.

14.1.2. DO CRIME DE PECULATO.

Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito

Administração Pública: 1- Direta. 2- Indireta.

Paraestatais: São os entes de colaboração. (ex: SESI, SESC, SENAI)

Empresas prestadoras de serviços (contratadas ou conveniadas) – atividade típica da administração.

Funcionário público:

Aquele que exerce: Cargo, emprego ou função:

Com ou sem remuneração.

Permanentemente ou de forma transitória.

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próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Aqui, nosso trabalho deve ser feito de forma fracionada. Em um primeiro momento, vamos tratar do “caput” e, posteriormente, dos parágrafos.

No “caput”, o legislador prevê como criminosas as condutas de Apropriar-se e desviar. Daí, a doutrina chamar tais crimes de, respectivamente, peculato-apropriação e peculato-desvio.

Condutas: Apropriar-se (ter a coisa como própria ou assenhorar-se) e desviar(dar destino equivocado).

Sujeito ativo: O crime é praticado por quem é funcionário público. Portanto, trata-se de crime próprio. O autor (aquele que executa a conduta descrita no tipo), deve ser funcionário público.

O crime admite a participação. Assim, terceiro pode concorrer para que o crime se realize. Quando a colaboração é efetivada sem a realização do núcleo do tipo, temos a participação. Esta é uma das modalidades de concurso de agentes (artigo 29 do CP).

É, entretanto, necessário que o partícipe, para que responda pelo mesmo crime, tenha conhecimento da condição de funcionário público do autor. Caso contrário, isto é, caso não conheça a condição de funcionário público, responderá por outro crime, como, por exemplo, por furto.

O certo é que não conhecendo a condição de funcionário público do autor do crime, a ele não se estenderá tal conceito. É o que está preceituado no artigo 30 do CP3. Sobre o assunto, remeto o leitor ao tema “participação em crimes próprios” vide item 1.2.4.8.3 – aula 2).

3 Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

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Sujeito passivo: A administração pública diretamente e, quando particular a coisa, o prejudicado.

Objeto jurídico: a norma tutela o bom andamento da máquina administrativa.

Objeto material: a conduta do agente deve necessariamente recair sobre: 1- dinheiro; 2- valor (é qualquer título que pode ser convertido em dinheiro); 3- qualquer bem móvel. Não há peculato de o bem for imóvel. O objeto material pode ser público ou particular.

Atenção: Para caracterizar o peculato-apropriação ou peculato-desvio, o agente tem que ter a posse do objeto material em razão do cargo. Portanto, necessário o vínculo (posse em razão do cargo) entre a coisa e o agente. Se não houver posse, não há possibilidade de haver apropriação ou desvio. Ao passo que, havendo a posse, esta deve ser motivada pelo cargo. Caso contrário, poderá haver o crime de apropriação indébita4, mas não o crime de peculato.

Assim, se o agente tem, em razão do cargo, a posse de bem móvel particular e dele se apropria, responderá pelo crime de peculato-apropriação. Exemplo: É o caso do policial que apreende determinado veículo particular e, de posse do bem, resolve se apropriar do aparelho de som que o equipa.

Elemento subjetivo: Dolo. Vontade de apropriar-se ou de desviar. É necessário, ademais, que o sujeito o faça com o fim de assenhoramento, ou seja, com a finalidade de tê-la como sua.

Caso ausente o “animus furandi” ou “animus rem sib habendi”, não há o crime de peculato, já que o peculato uso não constitui figura típica prevista no CP. Com isso, podemos afirmar que a apropriação ou desvio com o fim de restituir a coisa, desde que infungível, não constitui crime.

Assim, nos dizeres de Greco5

4 Apropriação indébita Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

5 Greco – Rogério – Curso de Direito Penal – Parte Especial – Volume IV – Editora Impetus.

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“Tal como ocorre com os delitos de apropriação indébita e furto, não se pune o chamado peculato de uso, podendo, no entanto, ser o agente responsabilizado por um ilícito de natureza administrativa”.

Não há o crime quando o bem, especialmente dinheiro, é empregado na própria administração pública6.

Consumação: O crime é material. Consuma-se, então, com o resultado danoso, isto, com a retirada da coisa da esfera de disponibilidade da Administração Pública.

Agora, vamos tratar do crime definido no parágrafo 1º do artigo 312 do CP. É ele conhecido como peculato-furto. Observe a letra da lei.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

6 Informativo 367 – Decisão do Plenário - Ação Penal. Peculato. Desvio de Verba em Proveito do Ente Público. Atipicidade O Tribunal julgou ação penal movida contra Deputado Federal e outro, denunciados pela suposta prática do crime previsto no art. 312 do CP (“Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:”). Na espécie, o Deputado Federal, à época dos fatos Prefeito de Aracaju, celebrara contrato de empreitada com sociedade, da qual o co-réu era representante, para execução de obra de recuperação de pavimentação de uma rua do referido Município. Segundo a denúncia, em decorrência de inspeções realizadas nessa rua, teriam sido detectadas diferenças de quantitativos entre os serviços executados e os contratados, estando pago, integralmente, o preço da obra. Salientou-se, inicialmente, que as diferenças de quantitativos apuradas teriam resultado da realização de serviços de pavimentação em rua diversa daquela constante do contrato entabulado, tendo sido observado que a soma da pavimentação das duas ruas totalizava o valor contratado. Entendeu-se que, apesar de não ter sido formalizado termo aditivo ao contrato para isso, o desvio de verbas públicas verificado, por se reverterem estas em favor do próprio ente público, não se enquadraria no fato típico descrito no art. 312 do CP nem no previsto no inciso I do art. 1º do Decreto-lei 201/67, o qual, considerado o princípio da especialidade, teria a definição mais adequada à espécie (DL 201/67, art. 1º, I: “Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;”). Ressaltou-se, também, que referida conduta poderia caracterizar, ainda, o crime do art. 315 do CP (“Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:”), se a destinação fosse prevista em lei, o que não se dera no caso. Quanto ao co-réu, apontou-se vício da sua citação por edital, porquanto não teria sido levada em conta a circunstância de se ter ato de oficial de justiça certificando o novo endereço do acusado, no qual o mesmo fora encontrado para efeito de notificação. Diante da dúvida quanto à boa formação da relação processual, concluiu-se que não seria caso de absolvição no julgamento da ação penal e que, atendendo aos princípios da celeridade e da economia processuais, não se justificaria o desmembramento e a remessa do feito para Justiça Comum de Sergipe, tal como recomendado pelo órgão ministerial, quando evidente o único desfecho para o julgamento em face da identidade de fatos e da conclusão acerca da conduta do parlamentar co-réu. Com isso, julgou-se improcedente o pedido contra o Deputado Federal, por atipicidade, absolvendo-o, com base no disposto no inciso III do art. 386 do CPP, e, em relação ao co-réu, concedeu habeas corpus de ofício para trancar a ação penal por falta de justa causa. AP 375/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 27.10.2004.

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Tudo que dispusemos sobre o “caput” (peculatos apropriação e desvio) se aplica ao peculato-furto (parágrafo 1º). A distinção reside em dois pontos absolutamente interessantes: a conduta e a facilidade que possui o agente.

Condutas: Subtrair (retirar, tirar às escondidas)7 ou concorrer para subtração (colabora de algum modo para que outrem subtraia) de dinheiro,valor ou bem, dos quais não tem a posse.

Observe que o nome doutrinário (peculato-furto) decorre de o verbo (subtrair) ser o mesmo do crime de furto (artigo 155 do CP). Para que ocorra a subtração, necessário que o agente não tenha a posse da coisa. Subtração não coaduna com posse. São coisas que se repelem. Quando se fala em subtração, pressupõe-se que o agente não tem a posse do bem subtraído.

No entanto, aqui, o agente subtrai ou concorre para a subtração de bem que, apesar de não ter a posse, tem facilidade outra decorrente do cargopúblico. É a facilidade da qual se vale o agente (funcionário) que distingue o peculato do crime de furto.

Em ambos há a subtração de coisa alheia móvel. Todavia, no peculato, diferentemente do que ocorre no furto, o agente se vale de uma facilidade (qualquer facilidade que não seja a posse, pois se for a posse não há subtração) que possui em razão do cargo.

Exemplo: O funcionário A, sabedor de onde o seu colega, B, guarda o numerário (dinheiro) recebido diariamente na repartição pública, se vale de tal conhecimento e, na ausência daquele, subtrai tal valor.

Observe que, no exemplo, “A” não tinha a posse do bem. Todavia, tinha conhecimento, decorrente do seu cargo, de onde seu colega de trabalho guardava tal numerário.

Imaginemos, agora, que “A” não tivesse subtraído o bem. Mas, passou a “C”, particular (não funcionário), a facilidade que possuía; e este, agora se valendo da facilidade, subtraiu a coisa (numerário). Neste caso, “A” responderá por peculato, pois concorreu para que outrem viesse a subtrair o bem. Necessário, todavia, que a colaboração seja exatamente passar àquele a facilidade que detinha em razão do cargo.

QUESTÃO INTERESSANTE: Pergunto: Quando “A” concorreu para que outrem subtraísse praticou ele crime de peculato como seu autor ou partícipe? Respondo: Autor é aquele que pratica a conduta descrita no verbo do tipo penal (ex: matar, no homicídio; e subtrair, no

7 Prado – Luiz Régis Prado (Comentários ao Código Penal – Editora RT – página 637 – 2ª edição).

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furto.). Partícipe, por sua vez, é aquele que concorre, colabora, sem realizar a conduta descrita no tipo penal, para a efetivação do crime. No caso em tela, “A” é autor, já que o verbo descrito no tipo penal é concorrer para a subtração.

Nas próximas linhas, dispensaremos atenção ao denominado peculato culposo. Ele está previsto no parágrafo 2º do artigo 312 do CP. Note sua literalidade.

Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Conduta: o funcionário, culposamente (imprudência, negligência ou imperícia), concorre para o crime de outrem.

É o que ocorre quando o agente deixa, por exemplo, no balcão da repartição pública, determinado bem (público ou particular) de cuja posse dispunha em razão do cargo. Assim agindo, permitiu que outrem subtraísse o bem.

Observe, no entanto, que não houve por parte do agente vontade de colaborar para a subtração. No caso, ele concorreu CULPOSAMENTE para o crime de outrem. O crime praticado por outrem pode ser o furto, a apropriação ou o desvio.

O funcionário que, por descuido, promoveu a possibilidade de outrem praticar o crime, responderá por crime de peculato culposo, cuja pena menor e de qualidade menos severa do que aquela prevista para o crime de peculato doloso.

Consumação: O crime se consuma com o resultado danoso, ou seja, com a pratica do crime de apropriação, subtração ou desvio perpetrado por terceiro. Há necessidade então de dano ao erário. Não admite a tentativa, já que culposo.

No parágrafo 3º está inserta uma benesse legal que só ao peculato culposo se aplica. Alerto, desde de já, que são poucas as provas objetivas de direito penal que não tratam do assunto mencionado no referido dispositivo. No peculato culposo, e só nele, a reparação do dano causado ou a restituição da coisa, poderá levar à extinção da punibilidade ou à redução da pena pela metade.

Assim, no peculato culposo, determinado evento (reparação do dano ou restituição da coisa) poderá levar à extinção da punibilidade ou à redução da pena pela metade.

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Se o evento (reparação do dano ou restituição da coisa) ocorre até a sentença penal irrecorrível há a extinção da punibilidade. Se, no entanto, lhe é posterior, há a redução da pena pela metade.

Necessitamos, então, estabelecer alguns conceitos, para, só assim, compreendermos o que nos interessa. Conceituaremos, a seguir, punibilidade e extinção da punibilidade, além de sentença irrecorrível.

Punibilidade é a conseqüência jurídica que decorre da prática de um ilícito, oportunidade em que o agente fica sujeito ao direito de punir do Estado.

Em determinadas situações, a punibilidade deixa de existir. Assim, apesar de praticada a infração penal, o Estado abre mão de seu direito de punir, ocasião em que o agente não mais estará sujeito a ele. Dá-se, então, a extinção da punibilidade.

Sentença penal irrecorrível é aquela que não pode mais ser objeto de recurso. Houve, no caso, o denominado transito em julgado da sentença. Disso decorre sua imutabilidade, ou seja, a coisa julgada.

Com isso, fica impossível no peculato culposo o arrependimento posterior (artigo 16 do CP).

Questões sobre o tema:

3.(CESPE/AGENTE/ESCRIVÃO/PB/2009) 61- Paulino, que é servidor público, e seu vizinho Silvestre, que não tem vínculo funcional com a administração pública, subtraíram o computador e a impressora utilizados por Paulino na sua unidade de lotação, apropriando-se dos equipamentos. Silvestre tem conhecimento da profissão de Paulino. Nessa hipótese, Paulino e Silvestre devem responder pelo(s) crime(s) de peculato e furto, respectivamente.

4.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Policial civil que ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculato desvio.

5.(CESPE/ES/AGENTE/PENITENCIÁRIO/2009) Acerca dos institutos relativos à parte especial do Código Penal, julgue os itens de 78 a 84. 80 Tendo em vista que o peculato constitui crime em que a lei penal exige sujeito ativo qualificado, ou seja, qualidade de funcionário público, não se admite em tal delito o concurso de pessoas que não detenham a mesma posição jurídica do agente.

6.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura.

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40 Marcos, fiscal de receitas do município de Caracaraí – RR, atuando em razão do cargo, apropriou-se de dinheiro recebido de contribuinte para pagamento de tributos e taxas. Nessa situação, Marcos cometeu o crime de peculato.

7.(CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 71 O servidor público que se apropria, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o crime de peculato.

8.(CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) Acerca da legislação penal e processual penal, julgue os itens a seguir. 68 No crime de peculato culposo, a reparação do dano pelo agente, desde que se dê antes da sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade.

9.(CESPE/OABSP/135/2008/ADAPTADA) 55- Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. No que se refere à reparação do dano no Código Penal, julgue o item. D Eduardo, funcionário público, praticou peculato culposo. Nessa situação, a reparação do dano, caso preceda à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.

10.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 98 No crime de peculato culposo, se o sujeito ativo reparar o dano até a data da sentença irrecorrível, sua punibilidade será extinta.

11.(CESPE/DELEGADO/TO/2008) 114 Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, funcionário público, concorreu culposamente para o crime de peculato praticado por outrem. Processado criminalmente, foi condenado a cumprir pena de seis meses de detenção. Todavia, após a sentença condenatória de primeiro grau, no curso da apelação, reparou o dano causado. Nessa situação, não se opera a extinção da punibilidade, pois a reparação do dano por Márcio ocorreu após a sentença condenatória.

14.1.2.1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO PECULATO.

Segundo o princípio da insignificância, as condutas que, apesar de se ajustarem à norma penal, não levarem a ofensa ao bem juridicamente protegido, não constituem fato típico.

Observe o furto de um palito de fósforo. A rigor, a conduta tem tipicidade formal, já que se ajusta ao tipo penal que define o crime de furto (artigo 155 do CP). No entanto, a conduta não denota lesão ao patrimônio.

No caso do peculato, independentemente do valor do objeto material (dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel), a conduta do sujeito levará à ofensa do bem protegido, ou seja, à Administração Pública.

Para Capez8, no entanto, é perfeitamente aplicável ao peculato o princípio da insignificância. A jurisprudência, especialmente do STJ, tem, todavia, adotado entendimento contrário. 8 Capez – Fernando – Curso de Direito Penal – Parte Especial – Volume 3 – Editora Saraiva.

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Como o bem protegido pela norma inserta no artigo 312 do CP, não se pode dizer que o valor ínfimo da coisa levará à aplicação do princípio da insignificância.

Conforme reiteradamente decidido pelo STJ9

“É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública, ainda que o valor da lesão possa ser considerado ínfimo, porque a norma busca resguardar não somente o aspecto patrimonial, mas a moral administrativa, o que torna inviável a afirmação do desinteresse estatal à sua repressão”.

Em outra oportunidade, o STJ10 decidiu que

“A missão do Direito Penal moderno consiste em tutelar os bens jurídicos mais relevantes. Em decorrência disso, a intervenção penal deve ter o caráter fragmentário, protegendo apenas os bens jurídicos mais importantes e em casos de lesões de maior gravidade. O princípio da insignificância, como derivação necessária do princípio da intervenção mínima do Direito Penal, busca afastar de sua seara as condutas que, embora típicas, não produzam efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal incriminadora. Trata-se, na hipótese, de crime em que o bem jurídico tutelado é a Administração Pública, tornando irrelevante considerar a apreensão de 70 bilhetes de metrô, com vista a desqualificar a conduta, pois o valor do resultado não se mostra desprezível, porquanto a norma busca resguardar não somente o aspecto patrimonial, mas moral da Administração”.

O Superior Tribunal de Justiça firmou posição no sentido de que é inaplicável ao crime de peculato o princípio da insignificância, haja vista a natureza do bem jurídico tutelado pela norma penal (STJ – RESP 1060082/PR – 17/06/2010).

Portanto, de acordo com o STJ, é inaplicável ao crime de peculato o princípio da insignificância.

Questões sobre o tema:

12.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/JUD/2009/ADAPTADA) Quanto aos crimes contra a administração pública, julgue o item.

9 STJ – RESP 655946/DF – Relatora: Ministra Laurita Vaz 5ª Turma – Data do julgamento: 27/02/2007. 10 STJ – HC 50863/PE – Relator: Ministro Hélio Quaglia Barbosa – 6ª Turma – Data do julgamento: 04/04/2006.

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1. É inadmissível a aplicação do princípio da insignificância os delitos praticados contra a administração pública.

13. (CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem. 108 Considere a seguinte situação hipotética. João, empregado público do Metrô, apropriou-se indevidamente, em proveito próprio, de setenta bilhetes integração ônibus/metrô no valor total de R$ 35,00, dos quais tinha a posse em razão do cargo (assistente de estação) que ocupava nessa empresa pública. Nessa situação, de acordo com o entendimento do STJ, em face do princípio da insignificância, não ficou configurado o crime de peculato.

14.1.3. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM.

Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Conduta: Apropriar-se (vide conduta no peculato – artigo 312 do CP)

Sujeito ativo: funcionário público.

Sujeito passivo: imediato: O Estado; mediato: o prejudicado.

Objeto material: dinheiro ou qualquer utilidade (bem móvel ou valor).

Elemento subjetivo: Dolo. Aqui, não há a figura do peculato culposo. Além da vontade de se apropriar, o funcionário deve saber que recebeu o objeto mediante erro.

Atenção: Não pode o funcionário provocar o erro. Caso provoque, responderá por estelionato (artigo 171 do CP).

Consumação: O crime se consuma não no momento em que o funcionário recebe a coisa, mas no momento em que, tendo sua posse, dela se apropria. A tentativa é possível.

Exemplo: , funcionário público, recebeu, por equívoco da administração pública, como vencimento o dobro da quantia que lhe cabia. Notificado a devolver, não o fez.

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Doutrinariamente este crime é conhecido como peculato-estelionato. Uma vez que o estelionato contempla conduta de manter a vitima em erro para obter vantagem.

14.1.4. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES.

Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Conduta: Inserir (lançar, colocar) ou facilitar a inserção (permitir de qualquer modo a inserção) de dados falsos; ou alterar (modificar) ou excluir (retirar), indevidamente, dados corretos.

DICA IMPORTANTE: Observe que o nome do crime é “Inserção de dados falsos em sistema de informações”. No entanto, de acordo com as condutas descritas no tipo, cometerá o crime aquele que exclui dados corretosindevidamente com o fim de ....

Sujeito ativo: funcionário público. Mas, não qualquer funcionário público. Aqui, para que o crime exista o funcionário deve estar autorizado a fazer as modificações necessárias no banco de dados.

Sujeito passivo: imediato: O Estado; mediato: o prejudicado.

Elemento subjetivo: Dolo. O crime, todavia, além da vontade de praticar as condutas descritas no tipo, exige, para sua existência, uma vontade especial, um fim especial, que é o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.

A finalidade especial exigida reside o dolo específico ou elemento subjetivo do injusto. Observe, todavia, que a finalidade especial deve existir em que pese não ser necessário que o agente consiga realizá-la.

Atenção: se o fato social ( a prática da conduta) não traz em si o fim especial, a conduta não caracterizará o crime em tela, pois não se amoldará à lei (fato abstrato). Não haverá tipicidade.

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Objeto material: dados falsos ou verdadeiros dos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública.

Consumação: O crime se consuma com as condutas (inserir, facilitar a inserção, exclui ou alterar), independentemente de se alcança o fim objetivado (obter vantagem indevida ou causar dano). Portanto, o crime é formal. Em tese, a tentativa é possível, bastando, para tanto, que a conduta seja fracionável no tempo.

Questões sobre o tema:

14.(Abin / Oficial Técnico de Inteligência – área Direito – 17ov/2010 CESPE) O funcionário que inserir ou facilitar, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano está sujeito a pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, devendo, ainda, as penas ser aumentadas de um terço até a metade se a modificação ou alteração resultar em dano para a administração pública ou para o administrado.

15.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 97 Pratica crime de prevaricação o funcionário público autorizado que insere dados falsos nos sistemas informatizados ou banco de dados da administração pública, com o fim de causar dano a outrem.

16.(CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem. 109 A inserção de dados falsos em sistema de informação é crime próprio no tocante ao sujeito ativo, sendo indispensável a qualificação de funcionário público autorizado e possível o concurso de agentes.

14.1.5 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Conduta: Modificar (alteração substancial, radical) ou alterar (mudança que não chega a desnaturar substancialmente o sistema ou o programa) sistema de

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informação (conjunto de informação organizado e que dá à administração operatividade) ou programa de informática, sem autorização ou solicitação de autoridade competente.

Observe, então, que, se houver autorização ou solicitação da autoridade competente, a conduta é atípica, pois não se ajusta ao tipo penal.

Sujeito ativo: funcionário público que não tem autorização ou solicitação de autoridade competente.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto material: sistema de informação ou programa de informática.

Elemento subjetivo: Aqui, não há necessidade de qualquer objetivo especial. Assim, basta o dolo dirigido à consecução das condutas prevista no tipo penal.

Portanto, até mesmo a alteração ou modificação por pessoa não autorizada com o fim de dar mais agilidade ao sistema configurará o crime. A conduta culposa não configura o crime.

Consumação: O crime se consuma com as condutas (modificar ou alterar), independentemente de qualquer resultado danoso. Assim, o crime é de mera conduta. Admite, em tese, a tentativa, desde que fracionável a conduta.

Forma qualificada: O parágrafo único prevê o aumento de pena de 1/3 até a metade se das condutas decorre dano para a administração pública ou para o administrado.

Observe que o dano, seja para a Administração Pública, seja para o particular (administrado), não necessita ser objetivado pelo agente. Mas, apesar de não buscado, havendo o resultado danoso, a pena será aumentada. Trata-se, então, de uma circunstância que fará com que a pena seja aplicada com maior severidade.

14.1.6. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

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Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Condutas: Extraviar (dar destino equivocado), sonegar (não restituir quando solicitado) e inutilizar (tornar imprestável para o fim ao qual servia). A inutilização pode ser parcial ou total.

Sujeito ativo: O funcionário público que tem a guarda do objeto material em razão do cargo.

Objeto material: livro oficial (são livros afetos à administração pública) ou qualquer documento.

Observe que, depois de uma hipótese casuística, o legislador usa de expressão absolutamente ampla: “QUALQUER DOCUMENTO”. Assim, também os livros particulares são considerados objeto material, já que são documentos. Necessário, todavia, que estejam na guarda do sujeito ativo em razão do cargo.

Elemento subjetivo: Dolo. Não há crime se a conduta for culposa, oportunidade em que o funcionário público poderá ser, administrativamente, responsabilizado.

Consumação: O crime se consuma no momento em que é praticada a conduta. Em tese é possível a tentativa.

Crime subsidiário: O legislador, no preceito secundário (onde está prevista a pena) afirma que será ela aplicada se o fato não constituir crime mais grave. Assim, quando a inutilização, sonegação ou extravio for meio para crime mais grave, como o estelionato, por exemplo, o agente não responderá pelo crime do artigo 314 do CP, mas sim pelo mais grave.

Norma penal em branco: Depende de complemento para sua compreensão, ou seja, depende de se conhecer os conceitos de livro oficial e documento, além do conceito de funcionário público. É conhecido como tipo penal anormal, onde há elementos dependentes de juízo de valor para sua compreensão.

Observe, com muita atenção, os confrontos abaixo:

CONFRONTO.

Lei 8137/90 – Capítulo I – DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. Seção II – PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO.

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Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social.

Note que as mesmas condutas podem configurar o crime contra a ordem tributária praticado por funcionário público. Analisemos os elementos do crime contra a ordem tributária e, ao final, faremos o efetivo confronto.

Sujeito ativo: Funcionário Público, que tem a guarda do objeto material em razão do cargo.

Condutas: Extravia, sonegar ou inutilizar. Objeto material: livro oficial, processo fiscal (autos de processo administrativo fiscal) ou qualquer documento.

Elemento subjetivo: Dolo. Não se admite o crime na modalidade culposa. Não há necessidade de o agente querer ou buscar (dolo específico) causar pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social.

Consumação: Aqui, a diferença. Em que pese não ser necessária a busca pelo resultado (pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social), mister que o resultado ocorra, para que haja o crime em tela. Assim, o crime se consuma com o resultado danoso. É, então, material. Quando o resultado não ocorre, há o crime do artigo 314 do CP, já que, apesar de não ter ocorrido o resultado, houve extravio, sonegação ou inutilização de livro oficial ou qualquer documento.

Crime subsidiário: O legislador, no preceito secundário (onde está prevista a pena) afirma que será ela aplicada se o fato não constituir crime mais grave.

Conclusão do confronto: A diferença reside em que no crime do artigo 314 do CP, não há resultado, ao passo em que no crime

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contra a ordem tributária, necessário o resultado danoso (pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social), mesmo não querido pelo agente.

14.1.7. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Condutas: Dar aplicação diversa da estabelecida em lei. Aqui, o agente emprega na própria administração pública, de forma irregular, verbas ou rendas.

Sujeito ativo: Funcionário público que tem competência para dispor de verbas e rendas públicas.

Sujeito passivo: O Estado.

Elemento subjetivo: Dolo. Não admite modalidade culposa.

Objeto material: Verbas (numerário predeterminado para paramento de despesas) ou rendas (numerário auferido, arrecadado, pelo Estado) públicas.

Consumação: consuma-se com o emprego efetivo de forma irregular. Admite a tentativa.

CONFRONTO: Caso o agente desvie ou se aproprie de verbas ou rendas, há crime de peculato e não o crime em tela.

No crime do artigo 315 do CP, o emprego irregular é dentro da própria administração pública. É, por exemplo, o caso daquele que tendo verba para empregar na construção de um hospital, emprega-a na construção de escolas. Afrontando a lei, cometeu o crime.

Questões sobre o tema:

17.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Para que se configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de contas

14.1.8. CONCUSSÃO.

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Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Devemos, agora, dispensa especial atenção, já que as provas objetivas, constantemente perguntam sobre este crime.

Conduta: Exigir (impor, cobrar de forma impositiva) vantagem indevida. Observe as anotações sobre o momento, modo e motivo da conduta.

Momento da conduta: 1- no exercício da função; 2- fora dela (em férias, afastado, em licença) e 3- até mesmo antes de assumi-la (nomeado, mas ainda não tomada posse, ou tendo tomado posse, ainda não iniciou o exercício).

Modo da conduta: Diretamente ou indiretamente (por meio de interposta pessoa).

Motivo da conduta: em razão da função pública. Sempre em razão da função. Caso contrário, não há o crime. Poderá haver, então, a extorsão o constrangimento ilegal, mas não a concussão.

Sujeito ativo: Funcionário Público.

Elemento subjetivo: Dolo. Não há o crime na modalidade culposa. No entanto, a lei não exige outro elemento subjetivo, como, por exemplo, uma finalidade especial.

Assim, para que o crime exista não é necessário que o agente exija a vantagem indevida para trabalhar bem ou mal. Basta que exija em razão de ser funcionário público. Portanto, no crime de concussão não há finalidade como elemento do tipo.

Objeto material: vantagem indevida. Necessário que seja indevida. Caso devida, poderá haver constrangimento ilegal ou extorsão ou exercício arbitrário das próprias razões. Mas, jamais concussão.

Consumação: consuma-se com a exigência. Não é necessária a obtenção da vantagem exigida. Assim, o crime é de consumação antecipada, consumando-se com a conduta EXIGIR. A obtenção da vantagem é o pos-factum impunível ou exaurimento do crime. O crime é classificado, então, como formal.

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Exemplo: O agente da policia federal, nomeado, para o cargo, dirige-se ao narcotraficante, seu conhecido, e exige vantagem indevida para não importuná-lo.

CONFRONTO:

Na lei 8137/90 há crime funcional absolutamente parecido com o crime de concussão, observe o confronto abaixo.

Lei 8137/90 – Capítulo I – DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. Seção II – PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO.

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Conduta: EXIGIR.

Sujeito ativo: funcionário público.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto material: vantagem indevida.

Elemento subjetivo: Dolo. Além, todavia, da vontade de praticar o núcleo do verbo (exigir), o agente deve agir em busca de um fim especial, ir além, isto é, deve seu dolo abranger o elemento subjetivo do injusto (dolo específico) representado pela finalidade de deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social ou cobrá-los parcialmente.

Assim, diferentemente da concussão, aqui é necessário que o agente atue imbuído por uma finalidade especial, que é trabalhar mal.

Consumação: o crime se consuma antecipadamente. Não exige ele o resultado para se aperfeiçoar. Basta a conduta exigir com a

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finalidade de deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social ou cobrá-los parcialmente.

Conclusão do confronto: Caso, no fato social, não haja a finalidade especial, o agente responderá pelo crime de concussão e não pelo crime contra a ordem tributária. Assim, por exemplo, o auditor do fisco exige do empresário determinada quantia em dinheiro para não cobrar o tributo. Caso ausente a finalidade especial (de não autuá-lo), haverá concussão e não crime contra a ordem tributária.

Questões sobre o tema:

18. (CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Comete o crime de concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro para viabilizar o atendimento pelo SUS.

19. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 74- A respeito dos crimes contra o patrimônio, julgue o item. 1 Uma das distinções entre o crime de concussão e o de extorsão é que, no primeiro tipo penal, o funcionário público deve exigir a indevida vantagem sem o uso de violência ou de grave ameaça, que são elementos do segundo tipo penal referido.

14.1.9. EXCESSO DE EXAÇÃO.

No excesso de exação, apesar de crime autônomo, está previsto no parágrafo 1º do artigo 316 do CP. Não tem ele qualquer relação com o crime de concussão.

Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Observação: A exação, que é a cobrança pontual e regular de tributo ou contribuição social, não é crime, pois é atividade típica do Estado para auferir recursos para sua subsistência. O crime é o EXCESSO de exação.

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Condutas: Exigir (cobrar, demanda, reclama com imperatividade) tributo ou contribuição social que sabe ou devia saber indevido; ou, sendo devido o tributo ou contribuição social, emprega (se utiliza), na cobrança, meio vexatório (humilhante) ou gravoso (que causa maior prejuízo ao contribuinte) não admitido em lei.

Necessário para que exista o crime que, em primeiro lugar, haja a cobrança de tributo ou contribuição social indevido (indevido, porque a cobrança é inoportuna ou porque o valor da cobrança excede o valor devido) e, em segundo lugar, que, apesar de devido, o meio empregado é contra a lei, além de vexatório ou gravoso.

Aqui, na segunda modalidade, temos: meio não admitido em lei + gravoso = excesso de exação; ou meio não admitido em lei + vexatório = excesso de exação.

Sujeito ativo: Funcionário Público.

Sujeito passivo: O Estado imediatamente e o prejudicado de forma mediata.

Objeto material: Tributo ou contribuição social.

Elemento subjetivo: Dolo direto (sabe indevido) ou indireto (devia saber indevido). Não há o crime na modalidade culposa. No caso da exigência do indevido, o agente deve saber que é indevido ou não sabendo, a lei presume que deveria sabê-lo. Na segunda modalidade, o agente deve saber que está agindo (empregando meio vexatório ou gravoso) de forma não admitida em lei. Para a existência do crime não é necessário um fim especial.

Consumação: O crime se consuma com a exigência ou com o emprego do meio vexatório ou gravoso não admitido em lei. No primeiro caso (exigir o indevido), o crime é formal, pois independe da obtenção do indevido. Basta a exigência. Na segunda hipótese (emprega meio vexatório ou gravoso), por sua vez, o crime é de mera conduta. Será admitida a tentativa, caso fracionável a conduta.

Para a existência do crime é indiferente que o agente tenha recebido o indevido e o tenha recolhido aos cofres públicos. A conduta reprovável não é receber o indevido. Reprovável é exigir o indevido.

Figura qualificada: O parágrafo 2º prevê a hipótese de excesso de exação qualificado. A circunstância de o funcionário desviar em proveito próprio ou de outrem que recebeu indevidamente, leva à aplicação de pena maior.

Questão interessante:

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Pergunto: Quando o funcionário público recebe o que cobrara devidamente e desvia-o em proveito próprio ou alheio, houve crime de excesso de exação? Respondo: Não houve excesso de exação, já que cobrara o devido. No caso do desvio do bem, houve crime de peculato.

Questões sobre o tema:

20. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 95 Pratica crime de excesso de exação o funcionário público que pratica violência no exercício de função ou a pretexto de exercê-la.

21. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 122 O fiscal que exige tributo que sabe ser indevido ou que emprega na cobrança do tributo devido meio vexatório pratica crime de excesso de exação.

11.1.10. CORRUPÇÃO PASSIVA.

Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Condutas: Solicitar (pedir) ou receber (obter) ou aceitar promessa (pode ser tácita a aceitação: prática de ato que indique a aceitação). Como é crime que pode ser praticado por meio de várias condutas, diz-se na doutrina ser de conteúdo variado.

Momento da conduta: 1- no exercício da função; 2- fora dela (em férias, afastado, em licença) e 3- até mesmo antes de assumi-la (nomeado, mas ainda não tomada posse, ou tendo tomado posse, ainda não iniciou o exercício).

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Modo da conduta: Diretamente ou indiretamente (por meio de interposta pessoa). Motivo da conduta: em razão da função pública. Sempre em razão da função. Caso contrário, não há o crime. Poderá haver, então, a extorsão o constrangimento ilegal, mas não a concussão.

Sujeito ativo: funcionário público. O crime é próprio. Mas, no caso de participação de terceiro, não funcionário, a elementar se comunica caso ele conheça tal condição pessoal.

Sujeito passivo: O Estado de forma imediata e o prejudicado, mediatamente.

Objeto material: vantagem indevida. Necessário que seja indevida. Caso devida, não há corrupção passiva.

Elemento subjetivo: Dolo. Não admite a modalidade culposa. No entanto, não se exige uma finalidade especial, como por exemplo: para trabalhar mal ou bem. Basta que solicite em razão de ser funcionário público.

Consumação: Na modalidade solicitar, o crime é formal, e, com isso, consuma-se com a ação (solicitação), independentemente do resultado (obtenção da vantagem indevida). Na modalidade receber, o crime se aperfeiçoa com a efetiva obtenção da vantagem. Portanto, o crime é material. Na modalidade aceitar promessa de tal vantagem, o crime é formal, pois não necessita ser recebida a vantagem. Basta que o agente exteriorize a aceitação. Assim, o crime se consuma com a simples aceitação da promessa de tal vantagem, independentemente de sua obtenção.

Tentativa: Em que pese alguns autores não admitirem a tentativa, não vejo como absolutamente impossível. Assim, comungo do entendimento da maioria, onde a tentativa é possível, bastando, para tanto, que a conduta seja fracionável (crime plurissubsistente).

Questão interessante: Pergunto: O receber, como conduta descrita no tipo, é o receber que decorre de eventual solicitação feita pelo funcionário público? Respondo: Não. Quando o funcionário público solicita, o crime já se consumou, sendo que o recebimento (obtenção) posterior à solicitação é o exaurimento do crime, ou pos factum impunível. O receber, como conduta típica, é aquele que não decorre de solicitação. Se não há solicitação, houve uma oferta. Assim, o receber descrito no tipo penal é aquele que decorre de uma oferta feita ao funcionário e não aquele que decorre de sua solicitação. Causa de aumento de pena: O parágrafo 1º prevê uma causa especial de aumento de pena no crime de corrupção passiva. De acordo com tal dispositivo, se o agente trabalha mal, ou seja, se o funcionário retarda ou deixa de

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praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional, em razão da vantagem indevida, sua pena será aumentada de 1/3.

Observe que o que faz aumentar a pena não é a existência de a finalidade: trabalhar mal. O aumento da pena surge quando o agente efetivamente trabalha mal em razão da vantagem ou da promessa de tal vantagem.

Portanto, quando o funcionário solicita a vantagem indevida para deixar de praticar o ato de ofício (o fez com finalidade), mas não deixa de praticar o ato de ofício, sua pena não será aumentada, apesar de, quando da solicitação, ter agido com o fim de trabalhar mal.

Figura privilegiada: De acordo com o parágrafo 2º, a pena será menor, mas não deixa de ser corrupção passiva se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.

Observe que aqui, as condutas são PRATICAR, DEIXAR DE PRATICAR ou RETARDAR ATO DE OFICIO. As condutas não são de solicita, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida. Aqui, não se fala em vantagem indevida. Há, como eu digo, o corrupto filantrópico. Pratica filantropia (obviamente em sentido pejorativo). Cede ele a pedido o influência de outrem.

É o que ocorre quando o funcionário, atendendo a pedido de conhecido, pratica ato infringindo dever funcional. Há corrupção passiva.

DICA IMPORTANTE: CORRUPÇÃO PASSIVA é crime próprio, praticado por funcionário público. CORRUPÇÃO ATIVA11, por sua vez, é crime contra a administração, mas pode ser praticado por qualquer pessoa. Para distingui-los

pense sempre em “P” de Passiva para “P” de funcionário Público.

CONFRONTO:

11 Crimes contra administração pública – praticados por qualquer pessoa. Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

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Há crime contra a ordem tributária praticado por funcionário público, absolutamente semelhante à corrupção passiva. Precisamos estabelecer as distinções.

Lei 8137/90 – Capítulo I – DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. Seção II – PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO.

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Condutas: são as mesmas da corrupção passiva, ou seja, solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida.

Sujeito ativo: funcionário público.

Sujeito passivo: O Estado de forma imediata e o prejudicado, mediatamente.

Objeto material: vantagem indevida. Necessário que seja indevida. Caso devida, não há o crime contra a ordem tributária.

Elemento subjetivo: Dolo. Não há o crime na modalidade culposa. Além, todavia, da vontade de praticar o núcleo do verbo (solicitar, receber ou aceitar promessa), o agente deve agir em busca de um fim especial, isto é, deve seu dolo abranger o elemento subjetivo do injusto (dolo específico) representado pela finalidade de deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social ou cobrá-los parcialmente.

Assim, diferentemente da corrupção passiva, aqui, é necessário que o agente atue imbuído por uma finalidade especial, que é trabalhar mal.

Consumação: o crime se consuma antecipadamente. Não exige ele o resultado para se aperfeiçoar. Basta a conduta com a finalidade de deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social ou cobrá-los parcialmente.

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Conclusão do confronto: Caso, no fato social, não haja a finalidade especial, o agente responderá pelo crime de corrupção passiva e não pelo crime contra a ordem tributária. Assim, por exemplo, o auditor do fisco solicita do empresário determinada quantia em dinheiro para não autuá-lo. Caso ausente a finalidade especial (para não de não autuá-lo), haveria corrupção passiva.

Questões sobre o tema:

22. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes.

76 O agente que solicita, em razão da função que exerce, vantagem indevida pratica o crime de corrupção passiva, o qual se processa por ação penal pública incondicionada.

23. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, julgue o item. 1 A corrupção é crime necessariamente bilateral, de forma que a configuração da corrupção passiva dependerá da existência do crime de corrupção ativa.

24- (CESPE/TC/GOIAS/MP/2007) 50- Julgue os itens subseqüentes, relativos aos crimes praticados por particular contra a administração em geral. 1.O crime de corrupção é bilateral, segundo entendimento do STJ, já que a existência do crime de corrupção passiva pressupõe necessariamente o de corrupção ativa.

14.1.11. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO.

Facilitação de contrabando ou descaminho

318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Condutas: Facilitar (tornar fácil, auxiliar, afastar dificuldades) a prática do crime de contrabando ou descaminho. Necessário que aja com infração a dever funcional.

Sujeito ativo: funcionário público. Não basta ser funcionário público. É necessário que o sujeito tenha, como dever funcional, a obrigação de impedir a realização do contrabando ou descaminho.

Aquele que colabora para a facilitação, sem, contudo, ser funcionário público, ou sendo-o, sem descumprimento do dever funcional, colabora

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para prática do contrabando ou descaminho, não pratica o crime em tela, mas sim colaboração para o próprio crime de contrabando ou descaminho (Artigo 337 do CP).

Atenção: Observe que, se não tem dever funcional de fiscalizar (inibir a pratica do contrabando ou descaminho), o funcionário responderá como partícipe do crime de contrabando ou descaminho.

Sujeito passivo: Somente o Estado, não havendo a possibilidade de ser atingido por terceira pessoa.

Objeto jurídico: A administração pública. A norma em questão visa proteger o bom andamento da Administração Pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o qual deverá abranger a vontade de descumprir dever funcional, ou seja, o agente deve conhecer o fato de estar, com a facilitação, descumprindo dever funcional.

Atenção: Caso no fato concreto (fato social) não aja com a consciência de que descumpre dever funcional, será responsabilizado como partícipe no crime de contrabando ou descaminho.

Consumação: O crime se aperfeiçoa com a conduta (facilitar). Não é necessário que o resultado seja alcançado, ou seja, que o contrabando ou descaminho realmente se realize. Mesmo que, apesar da facilitação, o crime de contrabando ou descaminho não vem a se realizar, haverá o crime em tela.

Portanto, o crime é formal, ou seja, de consumação antecipada. A tentativa é admitida. Todavia, não será possível a tentativa quando o crime vier a ser praticado por meio de omissão.

Trata-se de norma penal em branco, já que para sua existência depende de se conhecer o que é contrabando ou descaminho. Este elemento está inserto no artigo 334 do CP, cuja literalidade segue abaixo.

Contrabando ou descaminho Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 1º - Incorre na mesma pena quem: a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;

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c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo.

14.1.12. PREVARICAÇÃO.

Prevaricação 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Condutas: O tipo penal contempla três condutas. São elas:

a) Retardar (não praticar no momento oportuno) indevidamente ato de ofício. b) Deixar de praticar (omitir), indevidamente, ato de ofício. c) Praticá-lo contra disposição expressa em lei, havendo a prática do ato, a despeito de expressa determinação legal em sentido contrário. Aqui, a conduta é comissiva.

Sujeito ativo: só o funcionário público com competência e dever de ofício de realizar o ato no momento oportuno e em respeito à expressa disposição legal.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: O bom andamento da Administração Pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente do agente em praticar o crime, no caso, de prevaricar.

Todavia, não basta a vontade de retardar, deixar de praticar ou praticar infringindo expressa disposição legal. Necessário que o agente aja com

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uma finalidade específica (dolo específico ou elemento subjetivo do injusto), consistente no intuito de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Interesse pessoal: qualquer interesse, até mesmo qualquer vantagem, devida ou indevida. Necessário que o interesse seja íntimo e não tenha se exteriorizado através de: solicitação, exigência, pedido, oferta de outrem.

Assim, se o funcionário tem interesse de, com a omissão do ato de oficio, auferir vantagem indevida que houvera solicitado, que lhe fora prometida, há crime de corrupção passiva e não prevaricação. Caso, todavia, pretenda vantagem (interesse pessoal) que acredita futuramente lhe será oferecida, prometida, há prevaricação. Notamos, então, que a prevaricação é a autocorrupção.

Sentimento pessoal: é qualquer sentimento pessoal (por exemplo: raiva, dó, tolerância entre outros).

Consumação: Com o efetivo retardo, a omissão ou a prática do ato de ofício, admitindo-se a tentativa na forma comissiva.

CONFRONTO: Para que exista o crime de prevaricação o agente deve afrontar dever funcional, praticando, deixando de praticar ou retardando ato de oficio. Caso, inexista dever funcional e o funcionário deixa de praticar ato em respeito a ordem legal dada por outro funcionário público, poderá haver crime de desobediência (artigo 330)12.

CONFRONTO: Para que exista o crime de prevaricação o agente deve afrontar dever funcional atendendo sentimento ou interesse pessoa. Se, todavia, atende a pedido de outrem ou solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida para retardar, praticar ou deixar de praticar ato de oficio, haver crime de corrupção passiva (Privilegiada = atendendo a pedido ou influência de outrem; ou típica = solicitar, receber, ou aceitar promessa de vantagem

12 Desobediência Art. Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

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indevida em razão de ser funcionário público) (artigo 317)13.

Por meio da Lei 11.466/2007, criou-se o crime previsto no artigo 319-A do CP. Em verdade, trata-se de uma prevaricação especial. É de se notar que nem mesmo nome foi dado ao tipo penal

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pena - detenção, de três meses a um ano.

O artigo 319-A prevê espécie de prevaricação, tanto assim que o dispositivo foi lançado imediatamente abaixo daquele que possui a rubrica de “PREVARICAÇÃO”.

Condutas: Deixar de cumprir o dever de vedar (conduta omissiva) o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar.

Sujeito ativo: Diretor de Penitenciário ou agente público.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: a administração pública.

Objeto material: o dever funcional de vedar. Não se pode dizer que o objeto material seja o aparelho telefônico, o radio ou outro similar

Elemento subjetivo: dolo, consistente na vontade de não cumprir o dever funcional.

Questões sobre o tema:

25.(CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008/ADAPTADA) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item

13 Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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1 Adão, diretor de penitenciária federal, deixou de cumprir seu dever de vedar aos presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. Nessa situação, Adão cometeu, em tese, o delito de condescendência criminosa.

26.(CESPE/PERITO/TO/2008/ADAPTADA) Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem. 84 Considere que um perito oficial encarregado do exame pericial de determinado local de crime, por negligência, ao deixar de produzir o laudo pericial em tempo hábil, provoque a absolvição do réu, em face da ausência de prova material do delito. Nessa situação, a negligência do perito caracteriza crime de prevaricação.

14.1.13. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

Condescendência criminosa 320- Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

A condescendência criminosa, não podemos nos esquecer, é uma prevaricação com alguns elementos especiais.

Observe que o superior hierárquico que deixa de responsabilizar ou de comunicar falta funcional de seu subordinado tendo em conta indulgência está, na realidade, deixando de praticar um ato de ofício atendendo sentimento pessoal.

Condutas: são duas as condutas previstas no tipo. Ambas omissivas. Portanto, o crime é omissivo próprio. Com isso, não admite tentativa. São elas as condutas típicas:

a) Deixar de responsabilizar o subordinado que cometeu infração no exercício do cargo; e

b) Não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, quando, para responsabilização, lhe falte competência.

Sujeito ativo: só o funcionário público, na condição de superior hierárquico.

Sujeito passivo: Somente o Estado, não havendo a possibilidade de ser atingido por terceira pessoa.

Objeto jurídico: O bom andamento da Administração Pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente do omitir, de deixar de fazer. Todavia, a lei exige um elemento subjetivo especial: a

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indulgência, uma espécie de sentimento pessoal. Ela, indulgência, significa tolerância, benevolência, complacência. Portanto, não basta a vontade deixar de fazer. Necessário, além disso, que o agente atue com indulgência. Consumação: Com a omissão, apenas, sendo inadmissível a tentativa. Portanto, como vimos, o crime é omissivo próprio.

Questão interessante: Pergunto: Que crime comete aquele que deixa de responsabilizar subordinado por falta cometida para satisfazer interesse pessoal? Respondo: Não responderá por condescendência criminosa, pois não está presente a indulgência. Responderá por crime de prevaricação, pois deixa de praticar um ato de ofício (deixou de responsabilizar) atendendo interesse pessoal.

Note, então, que à condescendência criminosa se aplicam as observações feitas quando da análise do crime de prevaricação, especialmente no que respeita ao confronto com o crime de corrupção passiva.

Atenção:

Para que haja a condescendência criminosa o subordinado deve ter praticado infração funcional no exercício do cargo. Caso contrário, não há o crime. Portanto, mesmo que o fato constitua infração funcional, mas foi praticado fora do exercício do cargo, não há que se falar em condescendência criminosa quando o superior deixa de tomar as providencias cabíveis.

É o que se dá, por exemplo, quando o servidor público que, tomando conhecimento da incontinência pública e escandalosa de subordinado hierárquico que também seja viciado em jogos proibidos, deixa, por complacência, de instaurar procedimento disciplinar para apurar suposta falta funcional.

Diante do disposto na Lei 8.112/90 (artigo 132, V14), a incontinência pública constitui infração funcional passível de demissão. No entanto, quando praticada fora do exercício do cargo, em que pese no meu sentir ainda constituir infração funcional (artigo 132, V, da Lei 8.112/90), não dá motivo para que o superior hierárquico seja responsabilizado por condescendência criminosa.

Questões sobre o tema:

14 Lei 8.112/90 Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

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27 (CESPE/ESCRIVÃO/TOCANTINS/2008) Acerca dos temas de direito penal, julgue os próximos itens. 87 Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, funcionário público, por indulgência, deixou de responsabilizar subordinado que cometera infração administrativa no exercício do cargo, não levando o fato ao conhecimento da autoridade competente. Nessa situação, Lúcio praticou, em tese, o crime descrito como condescendência criminosa.

14.1.14. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA

Advocacia Administrativa 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Figura qualificada Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Condutas: patrocinar (advogar, defender, tutelar) interesse privado15, próprio ou de outrem, perante A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, valendo-se da condição de funcionário público. O patrocínio deve ser praticado valendo-se o sujeito de sua condição de servidor público.

Sujeito ativo: o funcionário público. Ressalta-se que, em que pese a descrição do tipo, o sujeito ativo não precisa ser advogado.

Sujeito passivo: Somente o Estado, não havendo a possibilidade de ser atingido por terceira pessoa.

15 TRT 2ª REGIÃO ANALISTA ADM 2004. 56- Vereador que procura a autoridade judiciária para solicitar o retardamento da ordem de desocupação de imóvel ocupado por dezenas de invasores e familiares: a- comete crime de advocacia administrativa por patrocinar interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de agente público. b- comete delito de prevaricação, por pretender retardar a pratica do ato de oficio por parte da autoridade judiciária. c- pratica crime de advocacia administrativa qualifica, por que interesse privado patrocinado é ilegítimo. d- Não comete crime de advocacia administrativa por atuar em nome próprio, com o intuito de resolver problemas sociais. e- Pratica o delito de condescendência criminosa, por procurar proteger, ainda que por indulgência, autores de crime contra o patrimônio .

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Objeto jurídico: O bom andamento da Administração Pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de patrocinar, tutelar, defender o interesse privada, sabendo-se que o faz prevalecendo de sua condição de funcionário público. Consumação: Com a prática do ato que demonstre apadrinhamento, patrocínio, sendo irrelevante o resultado. Não é necessário que o interesse seja realmente reconhecido com certo pela administração. Portanto, mesmo o patrocínio mal sucedido leva ao crime. Mesmo que legítimo o interesse patrocinado, há o crime.

Forma qualificada: Caso, ilegítimo ou ilegal o interesse tutelado pelo funcionário, a sua pena será aumentada. No entanto, para que ocorra o aumento, necessário que o agente conheça a ilegitimidade do interesse por ele tutelado.

Atenção:

1- A lei 8.137/90 prevê como crime contra a ordem tributária, praticado por funcionário público, o ato de patrocinar o servidor público interesse privado perante a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FAZENDÁRIA valendo-se da condição de funcionário público.

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Nota-se, então, que se o interesse é patrocinado perante a administração geral, o crime é de advocacia administrativa (artigo 321 do CP). No entanto, se o interesse é patrocinado perante a administração pública fazendária, o crime é contra a ordem tributária.

2- A lei 8.666/93 (Licitação e Contratos) em seu artigo 91 prevê crime assemelhado à advocacia administrativa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

A diferença reside no fato de que, para a lei especial, só haverá o crime se, do patrocínio, advier a instauração de licitação ou celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário.

Ademais, da dicção do artigo 91 da Lei 8.666/93 não se pode afirmar que o crime só pode ser praticado por funcionário público.

Questões sobre o tema:

28. (CESPE/TC/AC/ANALISTA/CONTROLE/DIREITO/2009) 73.Acerca dos crimes contra a administração pública e contra as finanças públicas previstos no Código Penal, julgue o item. 1 Suponha que Fábio, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, valendo-se do seu cargo, patrocinou interesse privado perante a administração fazendária. Nesse caso, Fábio praticou o delito de advocacia administrativa previsto no Código Penal.

29. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 94 Pratica crime de advocacia administrativa quem patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, sendo que, se o interesse for ilegítimo, a pena será mais grave. Trata-se de crime de mão própria, isto é, que somente pode ser praticado por advogado ou bacharel em direito.

14.1.15. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA

Violência arbitrária 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

A revogação ou não do dispositivo pela lei 4.898/65 (Abuso de autoridade) é objeto de grande celeuma, sendo certo que parte da doutrina entende pela revogação, no que não é acompanhada pela jurisprudência do STF. Diante da postura da Corte Suprema, corroborado pelo fato de que também entendo que o dispositivo não foi revogado, passaremos a estudá-lo.

Conduta: praticar (exercer) violência de forma arbitrária. Portanto, fora dos casos admitidos em lei. O crime pode ser praticado fora do exercício funcional, desde que a conduta venha a ser praticada a pretexto de exercer a função pública.

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Sujeito ativo: o funcionário público.

Sujeito passivo: Imediatamente o Estado e mediatamente o prejudicado.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de praticar a violência. No caso de o funcionário estar no exercício da função pública quando da prática da violência é necessário que saiba estar agindo arbitrariamente. Consumação: Trata-se de crime material e, portanto, consuma-se com a prática da violência.

Crime cumulativo: De acordo com o legislador o autor responderá pelo crime de violência arbitrária, independentemente do crime que advenha da violência. Assim, responderá pelo crime de violência arbitrária juntamente com eventual crime de lesão corporal.

14.1.16. ABANDONO DE FUNÇÃO

Abandono de função 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Figuras qualificadas: § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Conduta: abandonar (deixar) cargo público, fora dos casos admitidos em lei.

Prado16, trazendo à colação os ensinamentos de Hungria, assinala que:

“Pressuposto do delito é que, com o abandono, o cargo fique acéfalo, ou seja, sem nenhum agente que dê prosseguimento à atividade funcional abandonada, de forma que, estando presente o substituto do agente, não se configura o presente crime”.

Sujeito ativo: só o funcionário público que esteja no exercício das atribuições do cargo público.

Sujeito passivo: O Estado.

16 Prado – Luiz Regis – Comentários ao Código Penal – Editora RT.

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Objeto jurídico: O bom desenvolvimento da máquina pública.

Objeto material: cargo público.

É de se ressaltar que, se o funcionário público, fora dos casos admitidos em lei, abandona função pública e não cargo público, não há o crime. Assim, em que pese o crime ser chamado de “ABANDONO DE FUNÇÃO” não ocorre com o abandono da função, mas sim do cargo público.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de abandonar o cargo, fora dos casos permitidos em lei. Consumação: O crime se aperfeiçoa com o deixar por tempo relevante o cargo público. Não há que se confundir com a infração funcional de abandono de cargo prevista nos estatutos funcionais. Portanto, para a existência do crime não é necessário que fique concretizada a infração funcional. O crime é de mera conduta, não sendo necessário qualquer resultado naturalístico.

Qualificadora pelo prejuízo: se do fato resulta prejuízo, que pode ser considerado como prejuízo social ou coletivo e o prejuízo que afeta os serviços públicos ou interesse da coletividade.

Qualificadora pelo lugar da fronteira: se o fato é cometido em lugar compreendido na faixa de fronteira a pena será aumentada tendo em conta a maior exposição da segurança nacional. Faixa de fronteira é aquele que se estende ao longo da fronteira e que, partindo do extremo, ingressa no interior de nosso Estado por 150 km.

Questões sobre o tema:

30. Julgue o item Só o ocupante de cargo público, criado por lei, com denominação própria, número certo e pago pelos cofres públicos, ainda que em entidades paraestatais, pode cometer o crime de abandono de função.

14.1.17. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

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Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Conduta: O tipo penal prevê duas modalidades de conduta. São elas:

a) entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais; hipótese de exercício antecipado; e

b) continuar a exercer função pública, depois de saber oficialmente ter sido exonerado, removido, substituído ou suspenso, havendo prolongação do exercício.

Sujeito ativo: só o funcionário público.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: O bom andamento da máquina administrativa.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de antecipar o exercício da função, sabendo não preencher os requisitos legais necessários; ou nela permanecer, a despeito de oficialmente (comunicação deve ser oficial) comunicado de que fora exonerado, removido, substituído ou suspenso. Observe que o tipo penal não fala da demissão.

Consumação: O crime se aperfeiçoa com a prática de ato inequívoco de exercício funcional, ou seja, com a pratica de ato que denote o exercício prolongado ou antecipado. Não há necessidade de qualquer resultado lesivo.

Atenção: Se, no exercício prolongado, o agente está acobertado por uma decisão administrativa ou judicial que suspenda (definitiva ou liminarmente) a decisão que o suspendeu, exonerou, removeu ou substituiu, não haverá o crime, pois estaremos diante do exercício regular de direito ou estrito cumprimento do dever legal, excludentes da ilicitude.

14.1.18. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Aqui, nosso trabalho vai ser feito em duas partes. Primeiramente, vamos tratar do “caput” e, posteiormente, dos parágrafos.

Conduta: Revelar (propalar, quebrar o sigilo) ou facilitar a revelação (praticar ato que torne facilitada a revelação).

Sujeito ativo: Funcionário Público que teve ciência do fato em razão do cargo.

Sujeito passivo: O Estado e o interessado lesado com a revelação.

Objeto jurídico: o bom andamento da máquina administrativa.

Objeto material: fato sigiloso de cujo conhecimento teve o funcionário em razão do cargo. Portanto, para que o crime ocorra é necessário que o fato revelado seja daqueles que se imponha segredo e que tenha chegado ao conhecimento do funcionário em razão do cargo.

Elemento subjetivo: Dolo consistente em revelar ou facilitar a revelação. Consumação: O crime é de mera conduta. A consumação se dá com a revelação ou com a facilitação da revelação.

No caso do parágrafo primeiro, temos duas condutas distintas:

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

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I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;

Aqui, comete o crime aquele que possui a senha ou outro meio de acesso a sistema de informação ou bando de dados da administração pública, que, por exigirem senha ou outro meio para se acessar, são sigilosos, e, com isso, fornece-a ou a empresta a pessoa não autorizada.

Portanto o crime é praticado por quem tem o acesso através de senha ou outro meio (chaves de armários, por exemplo).

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

Já no inciso II, o crime é cometido por aquele que, não sendo autorizado, se vale do acesso restrito de forma indevida. Ele toma conhecimento dos assuntos sigilosos e com isso se vale do acesso de forma indevida.

FIGURA QUALIFICA: De acordo com o parágrafo 2º, a pena passará a ser de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa se o agente, com o seu agir, causa dano à administração ou a outrem, o administrado, por exemplo, que teve informações suas reveladas.

Questões sobre o tema:

31. (CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 70 O agente que facilita a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa mas que deveria permanecer em segredo não pratica crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração disciplinar.

32. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 123 Caracteriza crime a conduta do agente que permite, mediante fornecimento de senha, o acesso de pessoas não autorizadas a sistema de informações ou banco de dados da administração pública.

33. (CESPE/OABSP/135/2008) 57- Ernesto, funcionário público, após se aposentar, permitiu o fornecimento de sua senha de acesso aos bancos de dados da administração pública a Vinícius, que, por acaso, acabou perdendo a senha. Na situação narrada, a conduta de Ernesto é típica e consiste em violação de sigilo funcional através de sistema informatizado.

14.1.19. VIOLAÇÃO DE PROPOSTA DE CONCORRENCIA.

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Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

A este crime não dispensarei atenção tendo em conta o fato de que foi revogado pela Lei 8666/93 (Licitações e contratos).

14.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO GERAL.

Agora, iniciaremos o trabalho direcionado aos crimes praticados contra a administração pública geral, mas que não exigem a qualidade especial “FUNCIONÁRIO PÚBLICO” de seu agente. Portanto, são crimes comuns, isto é, que podem ser praticados por qualquer pessoa.

14.2.1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA

Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Figura qualificada: Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Conduta: usurpar função pública é exercê-la indevidamente, apoderando-se dela.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, via de regra o particular. Pode também o funcionário público ser agente na medida em que usurpa de função que absolutamente não tem.

Segundo o STJ17

“O crime de usurpação de função pública, em não se tratando de crime próprio, pode ser praticado por funcionário público, desde que usurpe função estranha à sua”.

"Sujeito ativo do crime, na conformidade da epígrafe do capítulo em que figura o art. 328, há de ser o particular (extraneus); mas é bem verdade que a este se equipara quem, embora sendo funcionário

17 STJ – APN 329/PB – Relator: Ministro Hamilton Carvalhido – Corte Especial – Data do julgamento: 20/09/2006.

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público, não está investido na função de que se trate. Como justamente adverte Sabatine (ob. cit., pág. 403), o funcionário que usurpa função estranha à sua 'agisce come um qualsiasi privato, anche se indirettamente si possa prevalere della qualittà di pubblico ufficiale per commettere il delitto'." (Nelson Hungria, Comentários ao Código Penal, vol. IX, 2ª edição, Forense, Rio de Janeiro, 1959, pág. 409).

Ainda, para o STJ18

“Comete o delito previsto no art. 328 do Código Penal (usurpação de função pública) aquele que pratica função própria da administração indevidamente, ou seja, sem estar legitimamente investido na função de que se trate. Não bastando, portanto, que o agente se arrogue na função, sendo imprescindível que este pratique atos de ofício como se legitimado fosse, com o ânimo de usurpar, consistente na vontade deliberada de praticá-lo (Precedente)”.

“O crime de usurpação de função pública, muito embora previsto no capítulo destinado aos crimes praticados por particular contra a Administração Pública, pode ser praticado por funcionário público, porquanto, quando o Código Penal se refere a particular é por que indica que os delitos ali (capítulo II do Título XI), ao contrário do capítulo I, são crimes comuns e não especiais (próprios)”.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: O bom desempenho da administração pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de usurpar, apoderar-se da função.

Consumação: Com a efetiva prática de algum ato de ofício, independentemente da produção de resultado. Admite-se, em tese, a tentativa.

Figura qualificada: (parágrafo único), se o agente, ao usurpar da função pública, aufere ou recebe alguma vantagem material ou moral, a pena passa a ser de reclusão de 02 a 05 anos e multa.

14.2.2. RESISTÊNCIA

18 STJ – RHC 20818/AC – Relator: Ministro Felix Fischer – 5ª Turma – Data do julgamento: 22/05/2007.

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Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. Figura qualificada: § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Conduta: Opor-se à execução (criar obstáculo) à execução de ato legal. No entanto, não é qualquer oposição que leva ao crime. Necessário que seja mediante violência ou ameaça dirigida ao funcionário ou a quem o auxilia.

Então, a oposição passiva não leva ao crime, podendo, se for o caso, caracterizar o crime de desobediência (artigo 330 do CP).

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar, e, em segundo plano, a pessoa contra quem está sendo dirigida a oposição.

Objeto jurídico: O bom andamento da administração pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de praticar violência ou ameaça contra executor de ato legal, com a consciência, ainda, da legalidade do ato a ser executado.

Se, todavia, o acusado crê, equivocadamente, que o funcionário público objetiva a execução de um ato ilegal, ocorrerá erro de tipo e não erro de proibição ou uma hipótese de excludente de ilicitude.

Consumação: Com a efetiva prática de violência ou ameaça, independentemente da produção de resultado, ou seja, do impedimento da prática do ato.

Figura qualificada: qualifica-se o delito pelo resultado, ou seja, a pena é de reclusão, de um a três anos, se em razão da resistência o ato não se executa.

14.2.3. DESOBEDIÊNCIA

Desobediência Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

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Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Conduta: Desobedecer a ordem legal de funcionário público. Em verdade, o desobedecer significar deixa de cumprir, fazendo ou deixando de fazer algo em oposição à ordem emanada de funcionário público.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, inclusive funcionário público que, neste caso, não deve estar no exercício de sua função ou, estando, descumpre ordem que não guarde relação com seu dever de ofício. Caso contrário, poderá estar configurado o crime de prevaricação.

Sujeito passivo: O Estado, apenas e tão somente.

Objeto jurídico: A Administração pública, especialmente os interesses patrimoniais e morais do Poder Público.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de desobedecer, de contrariar ordem alheia, infringindo-a, violando-a. Não existe a modalidade culposa, de modo que o engano exclui o dolo e, por conseqüência, o próprio crime.

Se, todavia, o acusado crê, equivocadamente, que a ordem dada pelo funcionário público é ilegal, ocorrerá erro de tipo e não erro de proibição ou uma hipótese de excludente de ilicitude.

Consumação: Quando houver desobediência, independentemente do prejuízo material efetivo para a administração. O crime é de mera conduta.

Quando a ordem legal impõe um dever de agir (um fazer), o crime se aperfeiçoa com o não fazer (abstenção). De outra banda, quando o dever é de não agir (um não fazer) o crime se aperfeiçoa com o fazer, o agir.

Atenção:

Não haverá o crime quando o descumprimento da ordem, de acordo com a lei, acarretar ao agente outra conseqüência jurídica sem que preveja expressamente a possibilidade de incidir em crime de desobediência.

É o caso daquele que deixa de apresentar a documentação do seu veículo à autoridade policial. Sofrerá o desobediente as conseqüências administrativas previstas em lei. Não responderá por crime de desobediência19 20 21.

19 Informativo 425 do STF – Decisão Segunda Turma- Crime de Desobediência e Atipicidade.

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Portanto, quando a lei prevê ao desobediente uma sanção administrativa, admitir-se-á a responsabilidade pelo crime de desobediência, caso esta conste expressamente do dispositivo legal. É o que se dá, por exemplo, com a testemunha faltosa, quando, no CPP (artigo 219)22, o legislador permite a aplicação da sanção prevista no artigo 453 do mesmo diploma legal, além da responsabilidade pelo crime de desobediência.

Questão interessante: Pergunto: Quando a autoridade judicial requisita ao Delegado de Polícia a instauração de inquérito policial para apurar determinada infração penal e este não cumpre a ordem legal, cometeu crime de desobediência? Respondo: Não, pois instaurar o inquérito é ato de ofício inerente ao cargo de Delegado de Polícia. Diante disso, pode ter cometido crime de prevaricação, mas não de desobediência.

Observe abaixo que o crime de desobediência muito se assemelha ao crime de desobediência a decisão judicial sobre a perda ou suspensão de direito.

Não há crime de desobediência (CP, art. 330), no plano da tipicidade penal, se a inexecução da ordem, emanada de servidor público, revelar-se passível de sanção administrativa prevista em lei, que não ressalva a dupla penalidade. Com base nesse entendimento, a Turma deferiu habeas corpus para anular condenação imposta ao paciente, que se recusara a exibir, a policial militar encarregado de vistoria de trânsito, seus documentos e os do veículo automotor que dirigia. Considerou-se que a conduta do paciente já está sujeita à sanção prevista no art. 238 do Código de Trânsito Brasileiro. Precedente citado: HC 86254/RS (DJU de 10.3.2006). HC 88452/RS, rel. Min. Eros Grau, 2.5.2006. (HC-88452)

20 Informativo 402 do STF – Decisão da Primeira turma - Efeitos do Descumprimento de Transação Penal O descumprimento da transação penal prevista na Lei 9.099/95 gera a submissão do processo em seu estado anterior, oportunizando-se ao Ministério Público a propositura da ação penal e ao Juízo o recebimento da peça acusatória, não havendo que se cogitar, portanto, na propositura de nova ação criminal por crime do art. 330 do CP (“Desobedecer a ordem legal de funcionário público”). Com base nesse entendimento, a Turma, por falta de justa causa, deferiu habeas corpus a paciente para determinar o trancamento de ação penal contra ele instaurada pelo não cumprimento de transação penal estabelecida em processo anterior, por lesão corporal leve. HC 84976/SP, rel. Min. Carlos Britto, 20.9.2005. (HC-84976)

21 Informativo 407 STF – Decisão da Segunda Turma - Crime de Desobediência e Atipicidade Por atipicidade da conduta, a Turma deferiu habeas corpus para trancar ação penal instaurada contra acusado pela suposta prática do delito de desobediência (CP, art. 330). No caso, o paciente teria descumprido ordem judicial, emanada de Juizado Especial Cível, que determinara, em sede cautelar, à empresa de energia da qual ele era preposto, que não efetuasse o corte de energia na residência de determinada pessoa, sob pena de multa diária. Considerou-se que, para a configuração do delito de desobediência, salvo se a lei ressalvar expressamente a possibilidade de cumulação da sanção de natureza civil ou administrativa com a de natureza penal, não basta apenas o não cumprimento de ordem legal, sendo indispensável que, além de legal a ordem, não haja sanção determinada em lei específica no caso de descumprimento. HC 86254/RS, rel. Min. Celso de Mello, 25.10.2005. (HC-86254)

22 Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência.

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No entanto, o crime do artigo 359 do CP é um crime contra a administração da justiça e não contra a administração geral.

Observe que no artigo 359 do CP, a desobediência é exteriorizada por meio de ato preciso, ou seja, por meio de execução de função, atividade, direito, autoridade ou múnus de que foi suspenso ou privado por decisão judicial.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Não podemos confundir também com o crime previsto no artigo 205 do CP. Em tal dispositivo está definida conduta que, a rigor, sintetiza um crime de desobediência com elementos especiais.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Questões sobre o tema:

34.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. 41 Maria, vítima do crime de roubo, foi intimada para depor em juízo, mas não compareceu. Acusação e defesa insistiram na sua oitiva e, mais uma vez intimada, ela deixou de comparecer. Nessa situação, Maria cometeu crime de desobediência.

14.2.4. DESACATO

Desacato Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Não podemos nos esquecer que o desacato é uma espécie de injúria. Todavia, não é crime contra a honra, mas sim contra a administração geral.

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Conduta: Desacatar (desprezar, menosprezar, humilhar), funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Vale ressaltar que, de acordo com a doutrina, o desacato só ocorrerá se a ofensa for na presença do funcionário público. Caso contrário haverá crime contra a honra.

A conduta, portanto, pode ser praticada contra o funcionário no exercício da função, oportunidade em que a ofensa a ele dirigida pode ser de qualquer natureza. Assim, neste caso, não se exige que a ofensa tenha alguma relação com a condição de funcionário público.

No entanto, quando não está no exercício da função, por estar em férias, por exemplo, a ofensa deve ser a ele dirigida em razão de sua condição de funcionário público. É necessário, então, haver nexo entre a ofensa e a condição de funcionário público.

Segundo decisões reiteradas do STJ23

“No crime de desacato, para a perfeita subsunção da conduta ao tipo, o que se perquire é se a agressão, ofensiva à honra e/ou dignidade do agente público, foi a ele dirigida em razão da função pública exercida, ou seja, busca-se a motivação, a causa da conduta reprovável, estabelecendo-se o nexo causal. Apesar de o objeto jurídico tutelado ser a Administração Pública, esta se materializa na pessoa de seu agente que a representa.”.

Ainda, de acordo com o STJ24

“o crime de desacato (art. 331 CP) configura-se ainda que o funcionário público não esteja no regular exercício de suas funções, mas é ofendido em razão delas”.

Sobre a inexistência de crime de desacato quando a ofensa é pessoal e dirigida ao funcionário público fora do exercício funcional, asseverou o STJ25 que

“não houve desacato ao Magistrado em razão da função jurisdicional, tendo sido as ofensas a ele dirigidas em caráter pessoal, decorrentes de sua atitude como passageiro de companhia aérea, inexistindo, portanto, a subsunção da conduta descrita ao tipo insculpido no art. 331 do Código Penal, o que, evidentemente, não autoriza a persecução criminal”.

23 STJ – HC 19352 – Relator: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma – Data do julgamento: 20/02/2003. 24 STJ – RESP 253139/PA – Relator: Ministro Arnaldo da Fonseca – 5ª Turma – Data do julgamento: 27/11/2001. 25 STJ – HC 21228/PI – Relatora: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma – Data do julgamento: 20/02/2003.

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O STF, por sua vez, outro entendimento não possui. Para a Corte Suprema, o desacato existirá, mesmo que o funcionário não esteja no exercício de suas funções quando ofendido, bastando, neste caso, que a ofensa seja a ele dirigida em razão de seu ofício.

Em julgamento do HC 70687/SP, a 1ª Turma do STF decidiu não ter havido crime de desacato, pois o agente não estava no exercício de suas funções quando ofendido e nem mesmo a ofensa lhe foi dirigida em razão de seus misteres.

Assim se manifestou o STF26

“Não esta no exercício de suas funções o policial militar que - não sendo o autor da prisão, nem o condutor, nem sequer testemunha do fato - assistia por mera curiosidade a lavratura do auto de flagrante, quando das ofensas que lhe dirigiu o agente; por outro lado, não se relacionando as ofensas ao exercício de suas funções, não há desacato, o que induz a inadmissibilidade da ação penal pública”.

Portanto, conforme entendimento do STF e do STJ, o crime de desacato configura-se ainda que o funcionário público não esteja no regular exercício de suas funções, mas seja ofendido em razão delas.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar, e, em segundo plano o funcionário desacatado.

Objeto jurídico: A Administração pública, especialmente os interesses patrimoniais e morais do Poder Público.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de manifestar desrespeito, humilhação ou menosprezo ao funcionário público no exercício da sua função. Ademais, apesar de entendimento em sentido contrário, não se exige o ânimo calmo e refletido, pois em regra a ofensa ocorre quando há exaltação.

Consumação: Quando houver desacato, independentemente de prejuízo material efetivo para a Administração. Pode haver tentativa, na forma plurissubsistente do crime.

Da ação Penal: O crime deverá ser apurado por meio de ação penal pública incondicionada. No entanto, de acordo com o STF o funcionário ofendido também poderá propor a ação penal privada. Assim, de acordo com a jurisprudência há 26 STF – HC 70687/SP – Relator: Ministro Sepúlveda Pertence – 1ª Turma – Data do julgamento: 08/03/1994.

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legitimação concorrente entre o Ministério Público e o funcionário público ofendido.

Questões sobre o tema:

35.(CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, assinale a opção correta. 1. Pratica crime contra a honra e não desacato o sujeito ativo que manda uma carta para a residência de um PRF, afirmando que este é o "maior apropriador do dinheiro público".

14.2.5. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Tráfico de influência Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

O crime conhecido é conhecido como “A VENDA DA FUMAÇA”. Aqui, o particular vende a administração pública. Ele usa da administração como pretexto para auferir vantagem.

O crime é cometido além da administração. Esta, ou seu servidor, é utilizada como pretexto para a obtenção de vantagem por parte do particular que alega ter influência sobre o Poder Público.

Conduta: solicitar (pedir), exigir, cobrar, ou obter par si para outrem vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, inclusive o funcionário público.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: A Administração pública, especialmente os interesses patrimoniais e morais do Poder Público.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de exigir, solicitar, cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem.

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Consumação: Consuma-se com a mera solicitação, exigência, cobrança de vantagem ou promessa de vantagem, para influir em funcionário público, independentemente de prejuízo material.

Causa de aumento: A pena é aumentada pela metade se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. Atenção: No crime de exploração de prestígio (artigo 357) o mesmo evento leva ao aumento de um terço e não de metade.

Exemplo: é o caso do advogado que solicita, para si próprio, de seu cliente dinheiro para influenciar (interferir) em servidor público (exemplo: delegado de polícia).

Note que este crime é absolutamente assemelhado ao crime de exploração de prestígio (artigo 357) que é crime contra a administração da justiça.

Questões sobre o tema:

36. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 75 O agente que solicita vantagem a pretexto de influir em ato que será praticado por membro do Ministério Público pratica crime de tráfico de influência, do qual o sujeito ativo pode ser tanto o funcionário público quanto qualquer pessoa.

37. (CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item. 1 João, advogado regularmente inscrito na OAB/RN, solicitou a seu cliente, Pedro, determinada quantia em dinheiro, a pretexto de influenciar o perito do juízo onde a ação de Pedro tramitava. Nessa situação, João cometeu, em tese, crime de tráfico de influência.

14.2.6. CORRUPÇÃO ATIVA

Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

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Conduta: oferecer, propor ou apresentar para que seja aceito, ou prometer vantagem indevida a funcionário público para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: A Administração pública.

Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de oferecer ou prometer vantagem indevida. No entanto, exige um elemento subjetivo específico que é a finalidade de determinar que pratique, omita ou retarde o funcionário público ato de ofício.

Observe, então, que aquele que oferece um presente a um funcionário público, em razão de sê-lo, mas sem qualquer finalidade específica, não cometeu o crime de corrupção ativa. Para que exista o crime, o agente deve agir com o intuito de determinar que funcionário faça, deixe de fazer ou retarde ato de ofício.

Consumação: Consuma-se quando do oferecimento ou da promessa de vantagem indevida, independentemente de seu recebimento ou aceitação pelo funcionário, bem como de eventual prejuízo efetivo para a Administração.

Trata-se de crime formal, já que não necessita ser alcançado o objetivo buscado que é conseguir determinar que funcionário faça ou deixe de fazer algo.

Causa de aumento: A pena é aumentada de um terço se em razão da vantagem ou promessa o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. A causa de aumento de pena leva em conta a maior lesividade da conduta frente à administração pública.

14.2.7. CONTRABANDO OU DESCAMINHO

Contrabando ou descaminho Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 1º - Incorre na mesma pena quem: a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;

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c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo.

Conduta: o tipo penal é de conteúdo variado. Aqui, só nos interessa estabelecer a distinção entre descaminho e contrabando.

Contrabando é importar ou exportar mercadoria proibida.

Descaminho: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.

No parágrafo 1º temos as condutas que se equiparam a descaminho. São elas: a- praticar navegação de cabotabem que é navegação realizada entre

portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores, fora dos casos permitidos em lei.

b- praticar fato assimilado; c- vende, expõe à venda, mantém em depósito, utiliza mercadoria que

introduziu clandestinamente; d- adquire, recebe ou oculta em proveito próprio mercadoria de

procedência estrangeira desacompanhada de documentação legal.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: O Estado.

Objeto jurídico: A Administração pública. Atenção, em regra, não se trata de crime contra a ordem tributária. No entanto, o próprio legislador (Lei 8137 de

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1990) admite, no artigo 3º27 de referida lei, admite a existência de crimes contra a ordem tributária praticados por funcionários públicos no Código Penal.

Podem até caracterizar crime contra a ordem tributária, mas são considerados crimes contra a administração pública, tendo em conta o tratamento legislativo a eles dispensado.

Elemento subjetivo: Dolo, nas formas vender, expor à venda, manter em depósito ou utilizar em proveito próprio ou alheio mercadoria estrangeira que sabe ser produto de introdução clandestina ou importação fraudulenta. Consumação: Consuma-se quando houver prática da conduta prevista no tipo, podendo inexistir resultado naturalístico ou concretizar-se efetivo prejuízo.

Figura qualificada: A pena é em dobro se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo

Atenção: O crime é praticado por qualquer pessoa. Admite, inclusive, participação. No entanto, se funcionário público com infração a dever funcional colabora para a concreção de qualquer das condutas acima, será ele responsabilizado por crime de FACILITAÇÃO A CONTRABANDO OU DESCAMINHO. Observar as notas lançadas quando tratamos do crime previsto no artigo 318 do CP.

Questões sobre o tema:

38.(CESPE/ANALISTA/EXEC/STF/2008) Acerca do tratamento dado ao princípio da insignificância e seus consectários pela jurisprudência mais recente do STF, julgue os seguintes itens. 112 É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de trancamento de ação penal em que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho.

14.2.8. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO 27 Seção II Dos crimes praticados por funcionários públicos Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Subtração ou inutilização de livro ou documento Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Conduta: subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente livro oficial, processo ou documento entregue em confiança a funcionário público ou a particular em serviço público.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar e, em segundo, pode ser incluída a pessoa prejudicada pela subtração ou inutilização.

Objeto jurídico: O livro oficial, o processo ou o documento.

Elemento subjetivo: Dolo, consistente na vontade livre e consciente de subtrair ou inutilizar. Não se exige um elemento subjetivo especial, basta a vontade de praticar as condutas descritas nos verbos do tipo. Não se admite a modalidade culposa. Consumação: Consuma-se no momento da prática de quaisquer das condutas previstas no tipo.

O crime do artigo 337 é absolutamente assemelhado com o crime do artigo 314, ambos do CP. As peculiaridades são: 1- o crime do art.314 é praticado por funcionário público, o que não ocorre com o crime do artigo 337. 2- No crime do artigo 314 do CP, o autor, além de ser funcionário público, deve ter a guarda do documento em razão de sê-lo. Já no crime do artigo 337, o autor do crime não tem a posse do livro ou documento. Quem desfruta da posse é o funcionário público ou o particular em serviço público.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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14.2.9 SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I - (VETADO) II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.

CONDUTAS: SUPRIMIR (deixar de satisfazer completamente o crédito tributário, deixar de pagar) ou REDUZIR (satisfação parcial do crédito tributário, deixar de pagar parcialmente contribuição social previdenciária).

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No entanto, o crime só existirá se o agente se valer dos atos mencionados nos incisos I a V. Caso consiga suprimir ou reduzir por outro meio, a conduta não caracteriza o crime.

Diante disso concluímos que os atos arrolados nos incisos I a III não são exemplificativos, mas sim exaustivos. Caso pratique a conduta de suprimir ou reduzir por outro meio não cometerá o agente o crime em tela.

Note que nos incisos I a III os atos são de falsidade ideológica, ou seja, ou falso recai sobre a idéia lançada no documento (declaração falsa ou omissão do que devia constar). Portanto, havendo o falso + supressão ou redução = crime de sonegação previdenciária. O falso é crime meio.

SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa que deva satisfazer a obrigação tributária previdenciária.

SUJEITO PASSIVO: O Estado.

OBJETO MATERIAL: Contribuição social previdenciária. Trata-se de norma penal em branco, já que necessita, para sua compreensão, de conceitos estabelecidos em leis previdenciárias e tributárias. Elas é que definirão o que se considera contribuição social previdenciária.

ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO. Não se admite a modalidade culposa. A lei não exige dolo específico, ou seja, elemento subjetivo especial. Basta vontade de SUPRIMIR ou REDUZIR tributo ou contribuição social através dos atos mencionados nos incisos I a III.

CONSUMAÇÃO: O crime, por ser material, se consuma no momento em que o resultado naturalístico ocorre, isto é, no momento em que há a REDUÇÃO ou a SUPRESSÃO.

Em certas oportunidades, em que pese a falsidade, não posso considerar que já tenha havido a redução ou supressão, já que o contribuinte antes de exigível o pagamento (antes do prazo) pode sanar a mácula. Neste caso, não ocorreu o crime, já que ele não pode ser considerado como inadimplente. Trata-se de crime material, de conteúdo variado e comum.

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Do Perdão judicial: pode o Juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário, de bons antecedentes e desde que o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social como sendo o mínimo para ajuizamento de execução fiscal.

Observe que o perdão judicial pressupõe: 1- agente primário; 2- bons antecedentes; 3- valor pequeno do devido (igual ou inferior àquele estabelecido pela

previdência social como sendo o mínimo para ajuizamento de execução fiscal).

Conseqüências:

1- deixa de aplicar a pena; 2- ou aplica somente a pena de multa.

Causa de diminuição de pena: Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa o valor especificado nos parágrafos 3º e 4º, o Juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar multa.

14.2.9.1 DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

De acordo com o disposto no parágrafo 1º, do artigo 337 – A, do CP, ocorrerá a extinção da punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, ANTES DO INICIO DA AÇÃO FISCAL.

Portanto, para que haja a extinção da punibilidade é necessário que o agente, espontaneamente:

o Declare e confesse as contribuições, importância ou valores o Preste as informações devidas o Antes do início da ação fiscal

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Observe você que aqui não se exige o PAGAMENTO para que se tenha a extinção da punibilidade, basta que espontaneamente declare, confesse o devido e preste as informações necessárias ANTES DO INICIO DA AÇÃO FISCAL. Esta se inicia com a notificação do sujeito para a defesa no processo administrativo fiscal.

Questão interessante surge, sobre a possibilidade de extinção da punibilidade após o início da ação fiscal.

Em que pese divergência doutrinária, entendo que, à luz do disposto no artigo 34 da Lei 9.249/95 - que revigorou nos casos se sonegação fiscal (Lei 8.137/90) a possibilidade de extinção da punibilidade com o pagamento antes do recebimento da denúncia -, ser possível que a mesma conseqüência jurídica se dê nos casos de sonegação previdenciária (artigo 337-A do CP).

Assim, se o sujeito, apesar de não se ter valido do benefício contido no artigo 337-A, parágrafo 1º, do CP, efetua o pagamento de todo o devido antes do recebimento da denúncia, nada mais justo que, com fulcro na analogia in bonam partem, se dê a extinção da punibilidade, máxime pelo fato de, caso o pagamento se dê ao depois do recebimento da denúncia, de acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, haverá a extinção da punibilidade com base no disposto no artigo 9º da Lei 10.684/90.

DAS QUESTÕES TRATADA EM AULA

1.(CESPE/OAB/CARDENO A/2007/adaptada) 59- julgue o item acerca do direito penal. 1. O médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão.

2.(CESPE/OAB/TO/AGOSTO/2007) 44- julgue o item acerca do direito penal. 1 O advogado que, por força de convênio celebrado com o poder público, atua de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da justiça pública não se enquadra no conceito de funcionário público para fins penais.

3.(CESPE/AGENTE/ESCRIVÃO/PB/2009) 61- Paulino, que é servidor público, e seu vizinho Silvestre, que não tem vínculo funcional com a administração pública, subtraíram o computador e a impressora utilizados por Paulino na sua unidade de lotação, apropriando-se dos equipamentos. Silvestre tem conhecimento da profissão de Paulino. Nessa hipótese, Paulino e Silvestre devem responder pelo(s) crime(s) de peculato e furto, respectivamente.

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4.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Policial civil que ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculato desvio.

5.(CESPE/ES/AGENTE/PENITENCIÁRIO/2009) Acerca dos institutos relativos à parte especial do Código Penal, julgue os itens de 78 a 84. 80 Tendo em vista que o peculato constitui crime em que a lei penal exige sujeito ativo qualificado, ou seja, qualidade de funcionário público, não se admite em tal delito o concurso de pessoas que não detenham a mesma posição jurídica do agente.

6.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. 40 Marcos, fiscal de receitas do município de Caracaraí – RR, atuando em razão do cargo, apropriou-se de dinheiro recebido de contribuinte para pagamento de tributos e taxas. Nessa situação, Marcos cometeu o crime de peculato.

7.(CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 71 O servidor público que se apropria, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o crime de peculato.

8.(CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) Acerca da legislação penal e processual penal, julgue os itens a seguir. 68 No crime de peculato culposo, a reparação do dano pelo agente, desde que se dê antes da sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade.

9.(CESPE/OABSP/135/2008/ADAPTADA) 55- Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. No que se refere à reparação do dano no Código Penal, julgue o item. D Eduardo, funcionário público, praticou peculato culposo. Nessa situação, a reparação do dano, caso preceda à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.

10.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 98 No crime de peculato culposo, se o sujeito ativo reparar o dano até a data da sentença irrecorrível, sua punibilidade será extinta.

11.(CESPE/DELEGADO/TO/2008) 114 Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, funcionário público, concorreu culposamente para o crime de peculato praticado por outrem. Processado criminalmente, foi condenado a cumprir pena de seis meses de detenção. Todavia, após a sentença condenatória de primeiro grau, no curso da apelação, reparou o dano causado. Nessa situação, não se opera a extinção da punibilidade, pois a reparação do dano por Márcio ocorreu após a sentença condenatória.

12.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/JUD/2009/ADAPTADA) Quanto aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1. É inadmissível a aplicação do princípio da insignificância os delitos praticados contra a administração pública.

13. (CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem.

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108 Considere a seguinte situação hipotética. João, empregado público do Metrô, apropriou-se indevidamente, em proveito próprio, de setenta bilhetes integração ônibus/metrô no valor total de R$ 35,00, dos quais tinha a posse em razão do cargo (assistente de estação) que ocupava nessa empresa pública. Nessa situação, de acordo com o entendimento do STJ, em face do princípio da insignificância, não ficou configurado o crime de peculato.

14.(Abin / Oficial Técnico de Inteligência – área Direito – 64ov/2010 CESPE) O funcionário que inserir ou facilitar, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano está sujeito a pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, devendo, ainda, as penas ser aumentadas de um terço até a metade se a modificação ou alteração resultar em dano para a administração pública ou para o administrado.

15.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 97 Pratica crime de prevaricação o funcionário público autorizado que insere dados falsos nos sistemas informatizados ou banco de dados da administração pública, com o fim de causar dano a outrem.

16.(CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem. 109 A inserção de dados falsos em sistema de informação é crime próprio no tocante ao sujeito ativo, sendo indispensável a qualificação de funcionário público autorizado e possível o concurso de agentes.

17.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Para que se configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de contas

18. (CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Comete o crime de concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro para viabilizar o atendimento pelo SUS.

19. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 74- A respeito dos crimes contra o patrimônio, julgue o item. 1 Uma das distinções entre o crime de concussão e o de extorsão é que, no primeiro tipo penal, o funcionário público deve exigir a indevida vantagem sem o uso de violência ou de grave ameaça, que são elementos do segundo tipo penal referido.

20. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 95 Pratica crime de excesso de exação o funcionário público que pratica violência no exercício de função ou a pretexto de exercê-la.

21. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 122 O fiscal que exige tributo que sabe ser indevido ou que emprega na cobrança do tributo devido meio vexatório pratica crime de excesso de exação.

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22. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes.

76 O agente que solicita, em razão da função que exerce, vantagem indevida pratica o crime de corrupção passiva, o qual se processa por ação penal pública incondicionada.

23. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, julgue o item. 1 A corrupção é crime necessariamente bilateral, de forma que a configuração da corrupção passiva dependerá da existência do crime de corrupção ativa.

24- (CESPE/TC/GOIAS/MP/2007) 50- Julgue os itens subseqüentes, relativos aos crimes praticados por particular contra a administração em geral. 1.O crime de corrupção é bilateral, segundo entendimento do STJ, já que a existência do crime de corrupção passiva pressupõe necessariamente o de corrupção ativa.

25.(CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008/ADAPTADA) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item 1 Adão, diretor de penitenciária federal, deixou de cumprir seu dever de vedar aos presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. Nessa situação, Adão cometeu, em tese, o delito de condescendência criminosa.

26.(CESPE/PERITO/TO/2008/ADAPTADA) Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem. 84 Considere que um perito oficial encarregado do exame pericial de determinado local de crime, por negligência, ao deixar de produzir o laudo pericial em tempo hábil, provoque a absolvição do réu, em face da ausência de prova material do delito. Nessa situação, a negligência do perito caracteriza crime de prevaricação.

27 (CESPE/ESCRIVÃO/TOCANTINS/2008) Acerca dos temas de direito penal, julgue os próximos itens. 87 Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, funcionário público, por indulgência, deixou de responsabilizar subordinado que cometera infração administrativa no exercício do cargo, não levando o fato ao conhecimento da autoridade competente. Nessa situação, Lúcio praticou, em tese, o crime descrito como condescendência criminosa.

28. (CESPE/TC/AC/ANALISTA/CONTROLE/DIREITO/2009) 73.Acerca dos crimes contra a administração pública e contra as finanças públicas previstos no Código Penal, julgue o item. 1 Suponha que Fábio, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, valendo-se do seu cargo, patrocinou interesse privado perante a administração fazendária. Nesse caso, Fábio praticou o delito de advocacia administrativa previsto no Código Penal.

29. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 94 Pratica crime de advocacia administrativa quem patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, sendo que, se o interesse for ilegítimo, a pena será mais grave. Trata-se de crime de mão própria, isto é, que somente pode ser praticado por advogado ou bacharel em direito.

30. Julgue o item

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Só o ocupante de cargo público, criado por lei, com denominação própria, número certo e pago pelos cofres públicos, ainda que em entidades paraestatais, pode cometer o crime de abandono de função.

31. (CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 70 O agente que facilita a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa mas que deveria permanecer em segredo não pratica crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração disciplinar.

32. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 123 Caracteriza crime a conduta do agente que permite, mediante fornecimento de senha, o acesso de pessoas não autorizadas a sistema de informações ou banco de dados da administração pública.

33. (CESPE/OABSP/135/2008) 57- Ernesto, funcionário público, após se aposentar, permitiu o fornecimento de sua senha de acesso aos bancos de dados da administração pública a Vinícius, que, por acaso, acabou perdendo a senha. Na situação narrada, a conduta de Ernesto é típica e consiste em violação de sigilo funcional através de sistema informatizado.

34.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. 41 Maria, vítima do crime de roubo, foi intimada para depor em juízo, mas não compareceu. Acusação e defesa insistiram na sua oitiva e, mais uma vez intimada, ela deixou de comparecer. Nessa situação, Maria cometeu crime de desobediência.

35.(CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, assinale a opção correta. 1. Pratica crime contra a honra e não desacato o sujeito ativo que manda uma carta para a residência de um PRF, afirmando que este é o "maior apropriador do dinheiro público".

36. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 75 O agente que solicita vantagem a pretexto de influir em ato que será praticado por membro do Ministério Público pratica crime de tráfico de influência, do qual o sujeito ativo pode ser tanto o funcionário público quanto qualquer pessoa.

37. (CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item. 1 João, advogado regularmente inscrito na OAB/RN, solicitou a seu cliente, Pedro, determinada quantia em dinheiro, a pretexto de influenciar o perito do juízo onde a ação de Pedro tramitava. Nessa situação, João cometeu, em tese, crime de tráfico de influência.

38.(CESPE/ANALISTA/EXEC/STF/2008) Acerca do tratamento dado ao princípio da insignificância e seus consectários pela jurisprudência mais recente do STF, julgue os seguintes itens. 112 É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de trancamento de ação penal em que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho.

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DO GABARITO DAS QUESTÕES TRATADA EM AULA

1- CERTA 2- CERTA 3- ERRADA 4- ERRADA 5- ERRADA 6- CERTA 7- CERTA 8- ERRADA 9- CERTA

10- CERTA 11- ERRADA 12- ERRADA 13- ERRADA 14- ERRADA 15- ERRADA 16- CERTA 17- CERTA 18- CERT 19- CERTA 20- ERRADA 21- ERRADA 22- CERTA 23- ERRADA 24- ERRADA 25- ERRADA 26- ERRADA 27- CERTA 28- ERRADA 29- ERRADA 30- CERTA 31- ERRADA 32- CERTA 33- CERTA 34- CERTA 35- CERTA 36- ERRADA 37- ERRADA 38- CERTA

DA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES TRATADA EM AULA

1.(CESPE/OAB/CARDENO A/2007/adaptada) 59- julgue o item acerca do direito penal.

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1. O médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEER RTTA A..

O O mmé éddi ic co o d dee hho ossp piit ta al l ccr reed deen ncci iaad do o a ao o SSU US S é é, , p paar ra a e effe eiit to o ppeen naal l, , c coon nssi iddeerra ad do o ffu unnc ciio onná áriori o p púúb blli ic co o ((AAr rtti ig go o 332 277, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , d do o CCP P) ) - - § § 1 1º º - - E Eqqu uiip paraar a--s se e a a ffu unnc ciio onná árri io o ppúúb blli ic co o qqu ueem m e exxe errc ce e c caar rggo o, , e emmp prre eg go o o ou u ffu unnç çã ão o e em m een ntti idda ad dee ppa arra aees stta atalta l, , e e qqu ue em m ttr raabbaal lh ha a ppa ar ra a eem mppr resaes a p prre essttaad door ra a d de e s seer rvvi iç ço o cco onnt trra atta ad da a o ou u cco onnv veen niia ad da a ppa ar ra a a a e exxe eccu uççã ão o d de e a ativti vi idda ad dee típtí pi ic ca a dda a A Addm miin niis sttr raaç çã ão o PPú úbbl licaic a. . AAs ssimsi m, , p pood deer rá á s se er r ssu ujje eiit to o a atti iv vo o d do o ccr riim me e d de e c coon nccu usss sã ão o ((a arrt tiig go o 33116 6 d doo C CPP))..

2.(CESPE/OAB/TO/AGOSTO/2007) 44- julgue o item acerca do direito penal. 1 O advogado que, por força de convênio celebrado com o poder público, atua de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da justiça pública não se enquadra no conceito de funcionário público para fins penais.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTAA..

D De e a acco orrd do o c co om m a a d doou uttr rinain a, , o o aad dvvo ogga ad do o ccr reed deen ncci iaad do o ppaar ra a a atte ennd diim meen nt to o ddo os s h hiip poos sssu uficfi ci ieen nteste s n nã ão o é é c coon nssi iddeerra ad do o ffu unnc ciio onná árri io o ppúúb blli ic co o ppa ar ra a eeffeei itto os s p peen naisai s. . É É c ceer rt to o qqu ue e h há á e ennt teen nddi imme ennt to o e emm s seen ntti id do o ooppoos stto o, , m ma as s nnã ão o pprre evva alle ece.ce .

3.(CESPE/AGENTE/ESCRIVÃO/PB/2009) 61- Paulino, que é servidor público, e seu vizinho Silvestre, que não tem vínculo funcional com a administração pública, subtraíram o computador e a impressora utilizados por Paulino na sua unidade de lotação, apropriando-se dos equipamentos. Silvestre tem conhecimento da profissão de Paulino. Nessa hipótese, Paulino e Silvestre devem responder pelo(s) crime(s) de peculato e furto, respectivamente.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDAA..

O O ccr riim me e d de e p peec cuul laat to o é é ccr riim me e p prró óppr ri io o – – f fuun ncci ioon naal l. . A A q quua alli idda ad dee ees sppe ecci ia al l eex xiig giid da a d doo s sujeuj ei it to o aat tivoiv o – – sse er r f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o – – c coom muun niic caa--s se e o o ppa artírt íc ciip pe e q qu ue e nnã ão o a a ppo osss suui i. . AAs ssimsi m, , à à llu uz z d doo

d diis sppo osstto o n no o a arrt tiig go o 330 0 d do o CCPP, , a ammb bo os s rre essp poon nddeerrã ão o ppeel lo o c crri im me e d dee ppe eccu ulla atto o..

4.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Policial civil que ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculato desvio.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDAA..

O O PPo olli icci ia al l cco omme ette eu u o o ccr riim me e d de e p peec cuul latoat o. . N No o een ntta annt too, , a a cco onnd duut ta a p po or r eleel e c coon nccr reet tiiz zaad da a é é d dee ppe eccu ulla atto o--f fuur rt to o ((s suub bttr rairai r) ) – – a arrt tiig go o 331122, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , d do o CCP P e e n nã ão o d do o ppe eccu ulla atto o--d dees sviovi o..

5.(CESPE/ES/AGENTE/PENITENCIÁRIO/2009) Acerca dos institutos relativos à parte especial do Código Penal, julgue os itens de 78 a 84.

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80 Tendo em vista que o peculato constitui crime em que a lei penal exige sujeito ativo qualificado, ou seja, qualidade de funcionário público, não se admite em tal delito o concurso de pessoas que não detenham a mesma posição jurídica do agente.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDA A..

O O ccr riim me e d de e p peec cuul latoat o, , a appe essa ar r d dee s se er r u um m ccr riim me e p prró óppr riio o, , a addm miit te e o o cco onnc cuur rs so o ddee a agge ennt tees s. . AAs ssimsi m, , a at té é mme essm mo o o o ppa arrt tiic cuul la ar r ppo oddeer rá á rre essp poon nddeer r p peel lo o c crri im me e ddee p peec cuul latoat o. . É É o o qqu ue e o occo orrr re e q quua annd do o o o ppa arrt tiic cuul la ar r qqu ue e c cool laabboor ra a p paar ra a o o ccr riim me e s saabbe e d daa c coon nddi iççã ão o e essp peec ciia al l d do o s suuj jeei it to o aat tivoiv o. . A A e elle emme ennt ta ar r – – f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o - - , , e ennt tãão o, , s see c coom muun niic caar rá á a ao o ppaar rttí ícci ippe e, , d dees sd dee qqu ue e e esstte e a a cco onnh heeç ça a ((a arrt tiig go o 330 0 d do o CCPP))..

6.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. 40 Marcos, fiscal de receitas do município de Caracaraí – RR, atuando em razão do cargo, apropriou-se de dinheiro recebido de contribuinte para pagamento de tributos e taxas. Nessa situação, Marcos cometeu o crime de peculato.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTAA..

M Maar rcco os s a ao o s se e a appr roopprri ia ar r d dee ddi innh heei ir ro o d dee qqu ue e t teen nh ha a a a p poos ss se e e em m rra azzã ão o d da a c coon nddi iççã ãoo d de e ffuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o c coom meet te e c crri im me e d dee ppe eccu ulla at to o ((a arrt tiig goo 33112 2 d do o CCPP)). . SSe eriari a e exxc cees ss so o d dee eex xaaç çã ão o ((a arrt tiig go o 331166, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , d do o CCPP) ) s se e a a cco onnd duut ta a d de e MMa arrc coos s f foos ss se e eex xiig gi ir r ttr riib buut to o o ou u c coon nttr riib buui iççã ão o s sooc ciia al l q qu ue e ssa ab be e o ou u ddeevve erri ia a s saabbe er r iin nddeevvi iddo o..

7.(CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 71 O servidor público que se apropria, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o crime de peculato.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTAA..

A A cco onnd duut ta a n naar rrra ad da a n na a qqu uees sttã ão o s see a ajju usstta a p peer rffe eiit taam meen nt te e a ao o ccr riim me e d de e p peec cuul laat to o n naa m mood daal liid daad de e a appr roopprri iaaç çãão o..

8.(CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) Acerca da legislação penal e processual penal, julgue os itens a seguir. 68 No crime de peculato culposo, a reparação do dano pelo agente, desde que se dê antes da sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDAA..

A A eex xtti innç çã ão o d da a ppu unni ibbi illi idda addee, , n noo ppeec cuul laat to o c cuul lppo osso o, , o occo orrr reer rá á m mees sm mo o qqu ue e a a rre eppa arra aççã ãoo d do o d daan no o o occo orrr ra a a appó ós s a a sse ennt teen nçça a. . É É i immp prre essc ciin nddí ívve ell, , n no o e ennt taan ntto o, , q qu ue e a a s seen ntte ennç çaa n nã ão o tte ennh ha a p paas sssa ad do o e em m jju ullg gaad doo. . AAs ssimsi m, , s se e a a rre eppa arra aççã ão o d do o d daan no o o occo orrr re e a appó ós s a a s seen ntte ennç ça a i irrr reec coor rrrí ívve el l n nã ão o hha avve er rá á a a e exxt tiin nççã ão o d da a p puun niib biil liid daad dee, , m ma as s ssi im m a a rre eddu uççã ãoo d da a p peen na a p peel la a m meet taad dee..

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9.(CESPE/OABSP/135/2008/ADAPTADA) 55- Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. No que se refere à reparação do dano no Código Penal, julgue o item. 1 Eduardo, funcionário público, praticou peculato culposo. Nessa situação, a reparação do dano, caso preceda à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEER RTTA A..

N No o ppeec cuul laat to o c cuul lppo osso o, , s se e a a rre eppa arra aççã ão o d do o d daan no o pprre ecce ed dee a a s seen ntte ennç ça a i irrr reec coor rrrí ívve ell h haav veer rá á a a eex xtti innç çã ão o d da a ppu unni ibbi illi idda ad dee ((a arrt tiig go o 331 122, , p paar ráág grra affo o 3 3º º d do o CCP P)). .

10.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 98 No crime de peculato culposo, se o sujeito ativo reparar o dano até a data da sentença irrecorrível, sua punibilidade será extinta.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTAA..

N No o ppeec cuul laat to o c cuul lppo osso o, , s se e a a rre eppa arra aççã ão o d do o d daan no o pprre ecce ed dee a a s seen ntte ennç ça a i irrr reec coor rrrí ívve ell h haav veer rá á a a eex xtti innç çã ão o d da a ppu unni ibbi illi idda ad dee ((a arrt tiig go o 331122, , p paar ráág grra affo o 3 3º º d do o CCPP))..

11.(CESPE/DELEGADO/TO/2008) 114 Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, funcionário público, concorreu culposamente para o crime de peculato praticado por outrem. Processado criminalmente, foi condenado a cumprir pena de seis meses de detenção. Todavia, após a sentença condenatória de primeiro grau, no curso da apelação, reparou o dano causado. Nessa situação, não se opera a extinção da punibilidade, pois a reparação do dano por Márcio ocorreu após a sentença condenatória.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDAA..

A A eex xtti innç çã ão o d da a ppu unni ibbi illi idda addee, , n no o ppeec cuul laat to o c cuul lppo osso o, , s se e a a rre eppa arra aççã ão o d do o d daan no o o occo orrarr a a appó ós s a a sse ennt teen nçça a. . É É i immp prre essc ciin nddí ívve ell, , n no o e ennt taan ntto o, , q quue e a a s seen ntte ennç ça a n nã ão o tte ennh ha a p paas sssa addo o e em m j juul lgga addo o. . AAs ssimsi m, , s se e a a rre eppa arra aççã ão o d do o d daan no o o occo orrr re e a appó ós s a a sse ennt teen nç ça a iir rrre ecco orrr ríív veel l n nã ão o hha avve er rá á a a e exxt tiin nççã ão o d da a p puun niib biil liid daad dee, , m ma as s ssi im m a a rre eddu uççã ão o d da a p peen na a p peel la a m meet taad dee.. N No o c caas so o a appr rees seen ntta annd doo, , a a sse ennt teen nç ça a aai innd da a n nã ão o ttr raan nssi itto ou u e em m j juul lgga addo o. . EEn ntãotã o, , à à luzlu z d do o d diis sppo osstto o n no o a arrt tiig go o 331122, , p paar ráág grra af fo o 33º º, , d do o CCPP, , é é cca as so o d dee eex xtti innç çã ão o dda a p puun niib biil liid daad dee..

12.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/JUD/2009/ADAPTADA) Quanto aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1. É inadmissível a aplicação do princípio da insignificância os delitos praticados contra a administração pública.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDAA..

J Já á s saabbeem mo os s qqu ue e a a qqu uees sttã ão o é é cco onnt trro ovve errt tidaid a. . PPa ar ra a a a j juur riis sppr ruud dêên ncci ia a d do o SSTTJ J n nã ão o s se e a addm miit te e a a iin nssi iggn niif fiic câân ncci ia a n no os s ccr riim me es s cco onnt tr ra a a a a addm miin niis sttr raaç çãão o. . N No o een ntta annt too, , n nã ão o sse e

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p pood de e a affi irrm ma ar r qqu ue e i isss so o é é aabbsso ollu utta amme ennt te e i inna addm miis sssí ívve ell. . A A d doou uttr riin na a t te em m aad dmmi itti id do o aa a appl liic caaç çã ão o d do o ppr riin nccí íppi io o d da a i inns siig gnni iffi iccâ ânnc ci ia a n noo cca as so o d dee ppe eccu ulla ato.to .

13. (CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem. 108 Considere a seguinte situação hipotética. João, empregado público do Metrô, apropriou-se indevidamente, em proveito próprio, de setenta bilhetes integração ônibus/metrô no valor total de R$ 35,00, dos quais tinha a posse em razão do cargo (assistente de estação) que ocupava nessa empresa pública. Nessa situação, de acordo com o entendimento do STJ, em face do princípio da insignificância, não ficou configurado o crime de peculato.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

C Coon nffo orrm me e r reei itte erra adda amme ennt te e d deec ciid diid do o ppeel lo o SST TJJ2288

“ “É É i inna appl liic cááv ve el l o o pprri innc cííp pi io o d da a iin nssi iggn niif fiic câân ncci ia a n no os s ccr riim me es s cco onnt tr ra a aa A Addm miin niis sttr raaç çã ão o PPú úbbl licaic a, , a aiin nd da a qqu ue e o o vva allo or r d da a l lees sã ão o ppo osss sa a s se er r cco onns siid deer raad doo í ínnf fiim moo, , p poor rqqu ue e a a nnoorrm ma a bbuus sc ca a rre essg guua arrd da ar r nnã ão o s soom meen nt te e o o a assp peec ctto o p paat trri immo onni iaal l, , m ma as s a a m moor ra al l aad dmmi inni issttrra atti ivva a, , o o qqu ue e t toor rn na a iin nvvi iááv ve el l aa a affi irrm maaç çã ão o d do o ddeessi innt teer rees ss se e ees stta atta al l à à ssu ua a r reep prre esss sãão o””. .

E Em m o ouut tr ra a ooppoor rttuunni idda addee, , o o SST TJ J2299 d deec ciid di iu u qqu uee

“ “A A m miis sssã ão o d do o DDi irre eiit to o PPe enna al l mmood deer rn noo cco onns siis st te e e em m ttuutte ella ar r o os s b been nss j juur rííd diic co os s mma ai is s rre elle evva annt tees s. . E Em m ddeecco orrr rêên ncci ia a d diis ssso o, , a a iin ntte errv veen nççã ão o ppeen naal l d deev ve e t te er r o o c caar ráát te er r ffr raag gmme ennt táár riio o, , p prro otte egge ennd do o a appe enna as s o os s b been ns s j juur rííd diic coos s m maai is s i immp poor rtta annt te es s e e e em m c caas so os s d dee lle essõ õees s d dee mma aiio or r g grra avvi idda addee. . O O p prri innc cííp piio o d da a i inns siig gnni iffi iccâ ânnc ciia a, , c coom mo o d deer riiv vaaç çã ão o nne ecce esss sáár ri ia a d do o ppr riin nccí íppi io o d daa i innt teer rvve ennç çã ão o mmí ínni im ma a d do o DDi irre eiit to o PPe enna all, , b buus sc ca a aaf faas stta ar r d de e s su ua a sse eaar ra a a ass c coon nddu utta as s q quue e, , e emmb boor ra a t tííp piic caas s, , n nã ão o ppr rood duuz za am m eeffeet tiiv va a l lees sã ão o aao o b be em m jju urrí íddi ic co o ppr root teeg giid do o ppeel la a n noor rm ma a ppe enna al l i innc crri immi inna addo orra a. . TTr raat taa-se-s e,, n na a h hiip póót tees see, , d de e c crri im me e e em m qqu ue e o o bbe em m j juur rííd diic co o t tuut teel laad do o é é aa A Addm miin niis sttr raaç çã ão o PPú úbbl licaic a, , t toor rnna annd do o i irrr reel leev vaan nt te e cco onns siid deer ra ar r aa a appr reee enns sã ão o d dee 770 0 b biil lhhe ette es s d de e m meet trrô ô, , c co om m vvi isstta a a a ddeessq quua alli iffi icca ar r a a c coon nddu utta a, , p pooi is s o o vva allo or r d do o r rees suul ltta ad do o nnã ão o s see m moos sttr ra a d dees sppr reez zíív vel,el , p poor rqqu uaan nt to o a a n noor rm ma a bbu ussc ca a r rees sggu uaar rdda ar r n nã ão o sso omme ennt te e o o aas sppe ecct too p paat trri immo onni iaal l, , m ma as s mmo orra al l d da a AAd dmmi inni issttrra aççã ãoo””..

O O SSu uppe erri io or r TTr riib buun na al l d dee JJu ussttiiç ça a f fiir rmmo ou u p poos siiç çã ão o n noo sse ennt tiid do o d de e q qu ue e é é i inna appl liic cááv ve el l aao o c crri im me e d dee ppe eccu ulla at to o o o pprri innc cííp pi io o d da a iin nssi iggn niif fiic câân nciaci a, , h haaj ja a v viis st ta a a a n naat tuur reez za a d do o b beem m j juur rííd diic co o t tuut teel laad do o ppeel laa n noor rm ma a ppe enna al l ((SSTTJ J – – R REESSP P 11006600008822//PPR R – – 1177//0066//22001100) )..

28 STJ – RESP 655946/DF – Relatora: Ministra Laurita Vaz 5ª Turma – Data do julgamento: 27/02/2007. 29 STJ – HC 50863/PE – Relator: Ministro Hélio Quaglia Barbosa – 6ª Turma – Data do julgamento: 04/04/2006.

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P Poor rtta annt too, , d de e a acco orrd do o c co om m o o SST TJJ, , é é iin naap plli iccá ávve el l a ao o c crri im me e d dee ppe eccu ulla at to o o o pprri innc cííp pi io o dda a i inns siig gnni iffi iccâ ânnc cia.ia .

14.(Abin / Oficial Técnico de Inteligência – área Direito – 72ov/2010 CESPE) O funcionário que inserir ou facilitar, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano está sujeito a pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, devendo, ainda, as penas ser aumentadas de um terço até a metade se a modificação ou alteração resultar em dano para a administração pública ou para o administrado.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ppe errf feei itta amme ennt te e a ao o c crri im me e d do o aar rtti ig go o 331133--AA d do o CCPP. . É É v veer rdda addeeiroir o, , a aiin ndda a, , a affi irrm ma ar r qqu ue e o o aag geen nt te e qqu ue e p prra atti ic ca a a a c coon nddu ut ta a ees stta a s suuj jeei it to o à à p peen na a d de e 002 2 a a 112 2 a annoos s d de e r reec cllu ussã ão o e e mmu ultalt a. . N No o een ntta annt too, , n nã ão o é é v veer rdda addeeiroir o a affi irrm ma ar r qqu ue e a as s p peen na as s sse errã ão o a auum meen ntta adda as s d de e 11//3 3 a at té é ½ ½ s se e d da a m mood diif fiic caaç çã ão o oou u a allt teer raaç çã ão o o o r rees suul ltta ar r d daan no o ppaar ra a a a aad dmmi inni issttrra aççã ão o o ou u p paar ra a o o aad dmmi inni issttrra addo o. . EEs stta a c caau us sa a d dee aau umme ennt to o d de e p peen na a e essttá á p prre evvi isstta a n no o c crri im me e d do o aar rtti ig go o 331133--B B d do o CCP P e e nnã ão o n noo a arrt tiig go o 331133--A A d do o CCPP. .

15.(CESPE/TJDF/ANALISTA/EXECUTANTE/2008) Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a administração pública. 97 Pratica crime de prevaricação o funcionário público autorizado que insere dados falsos nos sistemas informatizados ou banco de dados da administração pública, com o fim de causar dano a outrem.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDOO..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ppe errf feei itta amme ennt te e a ao o c crri im me e d do o aar rtti ig go o 331133--AA d doo CCPP. . AAs ssimsi m, , n nã ão o h há á qqu ue e s se e ffaal la ar r e em m ppr reev vaar riic caaç çã ão o ((a arrt tiig go o 33119 9 d do o CCPP)), , m ma as s simsi m e em m i inns seer rççã ão o d de e d daad do os s ffa alls so os s e em m ssi isstteem ma a d de e i innf foor rmma aççã ão o ((a arrt tiig go o 331133--A A d do o CCPP))..

16.(CESPE/TCU/AUDITOR/2007) Acerca dos crimes contra a administração pública, do sujeito ativo dos crimes, do concurso de agentes, da tentativa e do crime consumado, julgue os itens que se seguem. 109 A inserção de dados falsos em sistema de informação é crime próprio no tocante ao sujeito ativo, sendo indispensável a qualificação de funcionário público autorizado e possível o concurso de agentes.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

O O ccr riim me e d de e i inns seer rççã ão o d de e d daad do os s ffa alls so os s n noo ssi isstteem ma a d de e i innf foor rmma aççã ão o ((a arrt tiig go o 331133--A A d doo C CPP) ) é é ccr riim me e p prró óppr riio o, , e exxi iggi innd doo--s se e q qu ue e o o s suuj jeei it to o aat tiiv vo o s seej ja a f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl licoic o

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a auut toor riiz zaad doo. . AAd deem maisai s, , a addm miteit e--s se e o o cco onnc cuur rs so o d dee aag geen ntte es s ((a arrt tiig go os s 229 9 e e 330 0 d do o CCP P)), , s seen nd do o cce errt to o q qu ue e aat té é m mees sm mo o o o f fuun ncci ioon náár ri io o nnã ão o a auut toor riiz zaad do o o ou u o o ppa arrt tiic cuul la ar r rre essp poon ndda a p peel lo o c crri im me e cco om m p paar rttí ícci ippe e. .

17.(CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Para que se configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de contas

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

O O tti ip po o ppe enna al l n nã ão o eex xigeig e, , p paar ra a e exxi issttêên ncci ia a d do o c crri im me e ppr reev viis st to o n noo aar rtti ig go o 33115 5 d do o CCPP,, q qu ue e a as s cco onnt ta as s d do o aad dmmi inni issttrra addo or r p púúb blli ic co o nnã ão o s seej ja am m aap prro ovva adda as s p peel lo o t trri ibbu unna al l d dee c coon nttr raas s. . AAs ssimsi m, , m mees sm mo o qqu ue e a as s c coon ntta as s n nã ão o sse ejja am m r reej jeei itta adda ass, , p pood deer rá á e exxi isstti ir r oo c crri imme e..

18. (CESPE/TER/AM/ANALISTA/ADM/2009/ADAPTADA) Com relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item. 1 Comete o crime de concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro para viabilizar o atendimento pelo SUS.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

O O mmé éddi ic co o d dee hho ossp piit ta al l ccr reed deen ncci iaad do o a ao o SSUUS S é é, , p paar ra a e effe eiit to o ppeen naal l, , c coon nssi iddeerra addo o f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o ((AAr rtti ig go o 332277, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , d do o CCPP) ) - - § § 1 1º º - - E Eqqu uiip paar raa--s se e a a f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o q quue em m e exxe errc ce e c caar rggo o, , e emmp prre eg go o o ou u ffu unnç çã ão o e em m een ntti idda addee p paar raae essttaat taal l, , e e qqu ue em m ttr raabbaal lh ha a ppa ar ra a eem mppr rees sa a p prre essttaad door ra a d de e s seer rvvi iç ço o cco onnt trra atta ad da a oou u c coon nvve enni iaad da a p paar ra a a a eex xeec cuuç çã ão o d dee aat tiiv viid daad de e t tííp piic ca a d da a AAd dmmi inni issttrra aççã ão o PPú úbbl licaic a. . AAs ssimsi m,, p pood deer rá á s se er r ssu ujje eiit to o a atti iv vo o d do o ccr riim me e d de e c coon nccu usss sã ão o ((a arrt tiig go o 33116 6 d do o CCPP)). . PPo orrt taan ntto o, , a aoo e exxi iggi ir r v vaan ntta agge em m p paar ra a a atte ennd diim meen nt to o d do o ppa acci ieen nt te e cco omme et te e rre effe erri id do o ccr riim mee..

19. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 74- A respeito dos crimes contra o patrimônio, julgue o item. 1 Uma das distinções entre o crime de concussão e o de extorsão é que, no primeiro tipo penal, o funcionário público deve exigir a indevida vantagem sem o uso de violência ou de grave ameaça, que são elementos do segundo tipo penal referido.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

O O ccr riim me e d de e e exxt toor rssã ão o e essttá á p prre evvi isstto o n no o a arrt tiig go o 11558 8 d do o CCP P e e ooc coor rr re e qqu uaan nd do o o o s suuj jeei ito,to , c co om m o o e emmp prre eg go o d da a vvi iool lêên ncci ia a o ou u g grra av ve e aam meea açça a, , c coon nssttrra anng ge e o ouut trre emm, , c co om m o o f fi im m ddee o obbt te er r vva annt taag ge em m eec coon nôôm miic ca a i innd deev viid da a a a ffa azze err, , t tool leer ra ar r qqu ue e s se e ffaaç ça a o ou u d deei ixxa ar r d dee f faaz ze er r aal lggu um ma a cco oisais a. . É É c ceer rt to o qqu ue e o o ffu unnc ciio onná árri io o q qu ue e ppr raat tiic ca a t ta al l cco onnd duut ta a ((e exxi igirgi r,, m meed diia annt te e v viio ollê ênnc ci ia a oou u ggr raav ve e a amme eaaç çaa) ) c coom meet te e o o ccr riim me e d de e e exxt toor rssã ão o e e nnã ão o d dee c coon nccu usss sãão o. . EEn ntãotã o, , p pood deem mo os s aaf fiir rmma ar r q qu ue e a a c coon nccu usss sã ão o s só ó ooc coor rrre er rá á s se e a a e exxi iggê ênnc ciia a s se e d de er r ppo or r m meei io o d de e c coon nddu ut ta a nnã ão o c caar raac ctte erri izza ad da a ppe el la a vvi iool lêên ncci ia a o ou u g grra av ve e aam meea açça a. .

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20. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 95 Pratica crime de excesso de exação o funcionário público que pratica violência no exercício de função ou a pretexto de exercê-la.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

O O ffu unnc ciio onná árri io o ppúúb blli ic co o qqu ue e p prra atti ic ca a vvi iool lêên ncci ia a n no o e exxe errc cííc ci io o d da a ffu unnç çã ão o o ou u a a p prre ette extoxt o d de e e exxe errc cêê--l la a c coom meet te e c crri im me e d dee vvi iool lêên ncci ia a a arrb biit trrá árri ia a ((a arrt tiig go o 332 22 2 d do o CCP P) ) e e nnã ãoo c coon nccu usss sã ão o ((a arrt tiig go o 33116 6 d do o CCPP) ) o ou u e exxc cees ss so o d dee eex xaaç çã ão o ((a arrt tiig go o 331166, , p paar ráág grra af fo o 11º º,, d doo C CPP))..

21. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 122 O fiscal que exige tributo que sabe ser indevido ou que emprega na cobrança do tributo devido meio vexatório pratica crime de excesso de exação.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDOO..

A A cco onnd duut ta a s se e a ajju usstta a p peer rffe eiit taam meen nt te e a ao o ccr riim me e d de e e exxc cees ss so o d dee eex xaaç çã ão o ((a arrt tiig go o 331166,, p paar ráág grra af fo o 11º º, , d do o CCPP)). . VVe ej ja a o o d diis sppo ossi itti iv vo o lle egga all::

§ § 1 1º º - - S Se e o o funfu nc ciio onná árri io o e exxi ig ge e ttr ribuib ut to o o ou u c coon nttr ribuib ui iççã ão o s sooc ciia al l q qu ue e ssa ab be e o ou u ddeevve erri ia a s saabbe er r iin nddeevidvi do o, ou, o u,, q quua annd do o d deev vidoid o, , e emmp prre eg ga a n na a cco obbr raan nç ça a mme ei io o vve exxa atórtó ri io o o ou u g grra avvo osso o, , q qu ue e a a l le ei i nnã ão o a autout or rizaiz aPPe en na a -- r reec cllu usãosã o, , d de e t trrê ês s a a ooi it to o aan noos s, , e e mmu ul talt a..

22. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 76 O agente que solicita, em razão da função que exerce, vantagem indevida pratica o crime de corrupção passiva, o qual se processa por ação penal pública incondicionada.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

A A cco onnd duut ta a s se e a ajju usstta a p peer rffe eiit taam meen nt te e a ao o ccr riim me e d de e c coor rrru uppç çã ão o ppa asss siiv va a ((a arrt tiig go o 33117 7 d doo C CPP)). . EEs st te e s se e ppr rooc cees ss sa a mme eddi iaan nt te e aaç çã ão o ppe enna al l p púúb blli ic ca a iin ncco onnd diic ciio onna adda a..

23. (CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, julgue o item. 1 A corrupção é crime necessariamente bilateral, de forma que a configuração da corrupção passiva dependerá da existência do crime de corrupção ativa.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDOO..

O Os s c crri imme es s d de e c coor rrru uppç çã ão o ppa asss siiv vaa ((a arrt tiig go o 33117 7 d do o CCPP) ) e e aat tiiv va a ((a arrt tiig go o 33333 3 d do o CCPP) ) s sãão o i innd deep peen nddeennt tees s, , i isstto o é é, , p pood deer rã ão o eex xiis stti ir r sse em m qqu ue e u umma a o ou u oou uttr ra a e exxi issttaa. . PPo orrt taan nto,to , n nã ão o s se e ppo oddee--s se e a affi irrm ma ar r qqu ue e s seej ja am m bbi illa atte erra ai is s o ou u ccr riim me es s d dee cco onnc cuur rs so o nne ecce esss sáár riio o..

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24- (CESPE/TC/GOIAS/MP/2007) 50- Julgue os itens subseqüentes, relativos aos crimes praticados por particular contra a administração em geral. 1.O crime de corrupção é bilateral, segundo entendimento do STJ, já que a existência do crime de corrupção passiva pressupõe necessariamente o de corrupção ativa.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

O Os s c crri imme es s d de e c coor rrru uppç çã ão o ppa asss siiv vaa ((a arrt tiig go o 331 17 7 d do o CCP P) ) e e aat tiiv va a ((a arrt tiig go o 333 32 2 d do o CCP P) ) s sãão o i innd deep peen nddeennt tees s, , i isstto o é é, , p pood deer rã ão o eex xiis stti ir r sse em m qqu ue e u umma a o ou u oou uttr ra a e exxi issttaa. . PPo orrt taan nto,to , n nã ão o s se e ppo oddee--s se e a affi irrm ma ar r qqu ue e s seej ja am m bbi illa atte erra ai is s o ou u ccr riim me es s d dee cco onnc cuur rs so o nne ecce esss sáár riio o..

25.(CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008/ADAPTADA) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item 1 Adão, diretor de penitenciária federal, deixou de cumprir seu dever de vedar aos presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. Nessa situação, Adão cometeu, em tese, o delito de condescendência criminosa.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ààq quue el la a ttr raat taad da a n no o a arrt tiig go o 331 199--A A d do o CCP P,, c cuuj ja a l liit teer raal liid daad de e s seeg gu ue e aabbaai ixxo o, , e e nnã ão o PPo orrt taan ntto o, , n nã ão o h há á ccr riim me e d de e c coon nddeessc ceen nddê ênnc ciia a c crri immi innoos sa a ((a arrt tiig go o 332 20 0 d do o CCP P)). .

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

26.(CESPE/PERITO/TO/2008/ADAPTADA) Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem. 84 Considere que um perito oficial encarregado do exame pericial de determinado local de crime, por negligência, ao deixar de produzir o laudo pericial em tempo hábil, provoque a absolvição do réu, em face da ausência de prova material do delito. Nessa situação, a negligência do perito caracteriza crime de prevaricação.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

O O ccr riim me e d de e p prre evva arri icca aççã ão o ((a arrt tiig go o 331 19 9 d do o CCP P) ) é é ccr riim me e d dool loos soo. . NNo otta a--s se e q qu ue e nna a q quue essttãão o a a c coon nddu ut ta a ffo oi i p prra atti icca ad da a ppo or r m meei io o d de e n neeg glli iggê ênnc ciia a. . AAs ssimsi m, , h hoou uv ve e uum maa c coon nddu ut ta a ccu ullp poos saa. . CCo om mo o o o c crri im me e d dee ppr reev vaar riic caaç çã ão o nnã ão o a addm miit te e a a mmo odda alli idda addee c cuul lppo ossa a, , d deev veem mo os s aaf fiir rmma ar r q qu ue e o o i itte em m e essttá á e errr raad doo. .

27 (CESPE/ESCRIVÃO/TOCANTINS/2008) Acerca dos temas de direito penal, julgue os próximos itens.

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87 Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, funcionário público, por indulgência, deixou de responsabilizar subordinado que cometera infração administrativa no exercício do cargo, não levando o fato ao conhecimento da autoridade competente. Nessa situação, Lúcio praticou, em tese, o crime descrito como condescendência criminosa.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEER RTTO O..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ppe errf feei itta amme ennt te e a ao o c crri im me e ddee c coon nddeessc ceen nddê ênnc ci ia a ccr riim miin noos sa a p prre evvi isstto o n no o a arrt tiig go o 332 20 0 d do o CCP P..

Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

28. (CESPE/TC/AC/ANALISTA/CONTROLE/DIREITO/2009) 73.Acerca dos crimes contra a administração pública e contra as finanças públicas previstos no Código Penal, julgue o item. 1 Suponha que Fábio, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, valendo-se do seu cargo, patrocinou interesse privado perante a administração fazendária. Nesse caso, Fábio praticou o delito de advocacia administrativa previsto no Código Penal.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ppe errf feei itta amme ennt te e a ao o c crri im me e ppr reev viis st to o n noo aar rtti iggo o 3 3ºº, , IIIIII, , d da a l le ei i 88. .113 377/ /990 0. . CCo om mo o o o ppaat trro occí ínni io o o occo orrr re eu u ppe erra annt te e a a aad dmmi inni issttrra aççã ãoo f faaz zeen nddá áriari a, , n nã ão o h há á o o c crri im me e d dee aad dvvo occa acci ia a a addm miin niis sttr raat tiiv va a ((a arrt tiig go o 332 21 1 d do o CCP P)), , m maas s s siim m, , a appl liic caan nddo o--s se e o o ppr riin nccí íppi io o d da a e essp peec ciia alli idda addee, , o o ccr riim me e ffuun ncci ioon na al l cco onnt tr ra a oor rddeemm t trri ibbu uttá árri ia a c cuuj jo o d diis sppo ossi itti iv vo o lle egga al l s seeg gu ue e aabbaai ixxo o::

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

29. (CESPE/TJDF/ANALISTA/JUDICIÁRIA/2008) A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue os itens seguintes. 94 Pratica crime de advocacia administrativa quem patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, sendo que, se o interesse for ilegítimo, a pena será mais grave. Trata-se de crime de mão própria, isto é, que somente pode ser praticado por advogado ou bacharel em direito.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

O O ccr riim me e d de e a addv vooc caac ci ia a aad dmmi inni issttrra atti iv va a ppo od dee sse er r p prra atti icca ad do o ppo or r q quua allq quue er r f fuun ncci ioon náár riio o p púúb blli icco o. . NNã ão o s se e e exxi ig ge e qqu ue e s seej ja a a addv voog gaad do o o ou u b baac chha arre ell e em m d diir reei itto o. . N Na a vve errd daad dee, , a a

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d deen noom miin naaç çã ão o ““a addv vooc caac ci ia a aad dmmi inni issttrra atti ivva a” ” d deec coor rr re e d da a cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n no o t tipoip o.. Q Quue em m p paat trro occi inna a, , a addv voog gaa. .

30. Julgue o item Só o ocupante de cargo público, criado por lei, com denominação própria, número certo e pago pelos cofres públicos, ainda que em entidades paraestatais, pode cometer o crime de abandono de função.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEER RTTO O..

A A qqu uees sttã ão o é é mmu uiit to o i innt teer rees sssa annt tee.. O O c crri im me e d do o aar rtti ig go o 33223 3 d do o CCPP. . PPo orrq qu ue e éé i innt teer rees sssa annt tee? ? VVe ej ja a vvo oc cê ê qqu ue e o o nnoom me e d do o ccr riim me e é é ““a abba annd doon no o d de e ffuun nççã ãoo””. . NNo o e ennt taan ntto o, , a a cco onnd duut ta a é é aabbaan nddo onna ar r c caar rg go o ppú úbbl licoic o. . PPo orrt taan ntto o, , d deev veem mo os s aaf fiir rmma ar r q qu ue e ssó ó p prra atti ic ca a o o c crri im me e aaq quue el le e qqu ue e é é tti ittuulla ar r d de e c caar rg go o ppú úbbl licoic o. . O O f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o q quue e n nã ão o tti ittuulla arri iz za a cca arrg go o ppúúb blli icco o, , m ma as s s só ó eex xeer rc ce e uum ma a f fuun nççã ãoo, , n nã ão o ppo od dee sse er r a auut to or r ddo o c crri im me e e em m tte ela.la .

Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

31. (CESPE/MP/ASSISTENTE/ADM/RORAIMA/2008) Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 70 O agente que facilita a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa mas que deveria permanecer em segredo não pratica crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração disciplinar.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDOO..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o s se e aaj juus st ta a ppe errf feei itta amme ennt te e a ao o d dees sccr riit to o n no o a arrt tiig go o 332255 d do o CCPP. . PPo orrt taan ntto o, , n nã ão o s se e ppo od dee aaf fiir rmma ar r q qu ue e cco onns stti ittuua a s soom meen nt te e iin nffr raaç çã ão o ddi issc ciip plli inna arr.. D De e ffatoat o, , h há á v viio olla aççã ão o d de e s siig giil lo o f fuun ncci ioon nal.al .

Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

32. (CESPE/AUDITOR/TERESINA/2008) Acerca dos crimes contra a fé e a administração pública, julgue os itens seguintes. 123 Caracteriza crime a conduta do agente que permite, mediante fornecimento de senha, o acesso de pessoas não autorizadas a sistema de informações ou banco de dados da administração pública.

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R Rees sool luuç çãão o: : CCEER RTTO O..

A Aqqu ueel le e q qu ue e ppe errm miteit e, , m meed diia annt te e ffoor rnne ecci imme ennt to o d de e s seen nhha a, , o o aac cees ss so o d dee ppe esss sooa as s n nãão o a auut toor riiz zaad da as s a a s siis stte em ma a d dee iin nffo orrm maaç çõõe es s o ou u b baan nc co o d dee dda addo os s d da a a addm miin niis sttr raaç çãão o p púúb blli icca a, , c coom meet te e o o ccr riim me e p prre evvi isstto o n no o a arrt tiig go o 332255, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , II, , d do o CCPP. . PPo orrt taan nto,to , o o iit te em m ees st tá á cco orrr retoet o. . VVe ej ja a o o d diis sppo ossi itti iv vo o lle egga all::

§ § 1 1oo NNa as s m mees smma as s p peen na as s ddeesstte e a arrt tiig go o i innc coor rr re e qqu ueem m: : I I - - p permer mi it te e o ou u facfa ci ilitli ta a, , m meed diania nt te e a attr ribuib ui içãoçã o, , f foor rnne ecci imme ennt to o e e eem mppr réés stti im mo o d dee sse ennh ha a o ou u q quua allq quue er r o ouut trra a f foor rmma a, , o o aac cees ss so o d dee ppe esss sooa as s n nã ão o aau utorto ri izza adda as s a a sissi stteem ma as s d dee iin nffo orrm maaç çõõe es s o ou u b baan nc co o d dee dda addo os s d daa A Addm miniin is sttr raaç çã ão o PPú úbbl licaic a; ;

33. (CESPE/OABSP/135/2008) 57- Ernesto, funcionário público, após se aposentar, permitiu o fornecimento de sua senha de acesso aos bancos de dados da administração pública a Vinícius, que, por acaso, acabou perdendo a senha. Na situação narrada, a conduta de Ernesto é típica e consiste em violação de sigilo funcional através de sistema informatizado.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO.

.

A A cco onnd duut ta a d de e EEr rnne esstto o s se e a ajju usstta a a ao o d diis sppo osstto o n no o a arrt tiig go o 332255, , p paar ráág grra af fo o 11º º, , II, , d do o CCPP.. V Vaal le e r rees sssa allt ta ar r qqu uee,, p paar ra a e exxi issttêên ncci ia a d do o c crri imme e, , n nã ão o s se e eex xiig ge e q qu ue e aaq quue el le e qqu ue e t teen nhha a r reec ceeb biid do o s seen nh ha a aac cees ss se e eeffeet tiiv vaam meen nt te e o o s siis stte emma a. . EEr rnne esstto o r rees sppo onnd deer rá á p po or r terte r f faac ciil liit taad do o o o aac cees ss so o e e n nã ão o ppe el lo o ffa at to o d dee tte errc ceei ir ro o tte er r a acce esss saad doo. . AAd deem maai iss, , o o ffa at to o ddee E Errn nees st to o ees stta ar r a appo osse ennt taad do o n nã ão o iin niib be e s su ua a rre essp poon nssa abbi illi idda addee. . D De e aac coor rd do o cco om m a a d doou uttr riin na a m maaj joor ritáit ár riia a, , p peel lo o c crri im me e rre essp poon nddeer rá á tta annt to o o o ffu unnc ciio onná árri io o d da a a atti iv va a cco om mo o oo a appo osse ennt taad do o o ou u e em m d diis sppo onni ibbi illi idda addee..

§ § 1 1oo NNa as s m mees smma as s p peen na as s ddeesstte e a arrt tiig go o i innc coor rr re e qqu ueem m: : I I - - p permer mi it te e o ou u facfa ci ilitli ta a, , m meed diania nt te e a attr ribuib ui içãoçã o, , f foor rnne ecci imme ennt to o e e eem mppr réés stti im mo o d dee sse ennh ha a o ou u q quua allq quue er r o ouut trra a f foor rmma a, , o o aac cees ss so o d dee ppe esss sooa as s n nã ão o aau utorto ri izza adda as s a a sissi stteem ma as s d dee iin nffo orrm maaç çõõe es s o ou u b baan nc co o d dee dda addo os s d daa A Addm miniin is sttr raaç çã ão o PPú úbbl licaic a; ;

34.(CESPE/PROMOTOR/RORAIMA/2008) Em cada um dos itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. 41 Maria, vítima do crime de roubo, foi intimada para depor em juízo, mas não compareceu. Acusação e defesa insistiram na sua oitiva e, mais uma vez intimada, ela deixou de comparecer. Nessa situação, Maria cometeu crime de desobediência.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

N Nã ão o hha avve er rá á o o c crri im me e d dee ddeesso obbe eddi iêên ncci ia a q quua annd do o o o ddeessc cuum mppr riim meen nt to o d da a oor rddeemm, , d dee a acco orrd do o c co om m a a l leei i, , a acca arrr reet ta ar r a ao o aag geen nt te e oou uttr ra a c coon nsse eqqü üêên ncci ia a j juur rííd diic ca a ((e exx::m muul ltta a) ) s seem m q qu ue e ppr reev veej ja a e exxp prre esss saam meen nt te e a a p poos ssibsi bi illi idda ad dee d dee iin ncci iddi ir r e em m c crri im me e d dee ddeesso obbe eddi iêên nciaci a. .

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O O CCó óddi ig go o d dee PPr rooc cees ss so o PPe enna all, , d de e a acco orrd do o c co om m o o d diis sppo osstto o n no o a arrt tiig go o 221 19 9 d do o CCP PPP, , p prre ev vê ê qqu ue e o o jju ui iz z ppo oddeer rá á aap plli icca ar r à à tte esstteem muun nh ha a ffa allt toos sa a a a mmu ullt ta a p prre evvi isstta a n no o a arrt t. . 445533,, s se em m ppr reej juuí íz zo o d do o ppr rooc cees ss so o ppe enna al l p po or r ccr riim me e d de e d dees soob beed diiê ênnc ciia a, , e e cco onnd deen náá--l la a a aoo p paag gaam meen nt to o dda as s c cuus stta as s d da a d diil liig gêên nciaci a. . PPo orrt taan ntto o, , p prre ev vê ê mmu ullt ta a e e tta ammb bé ém m aa p poos ssibsi bi illi idda ad dee d dee ccr riim me e d de e d dees soob beed diiê ênnc ciia a. . AAs ssimsi m, , e em m c caas so o d de e a auus sêên ncci ia a i innj juus stti iffi icca adda a h haav veer rá á c crri im me e d dee ddeesso obbe eddi iêên ncci iaa. .

35.(CESPE/PRF/2008/ADAPTADA) 73 - Acerca dos crimes contra a administração pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito de entorpecentes e da competência, assinale a opção correta. 1. Pratica crime contra a honra e não desacato o sujeito ativo que manda uma carta para a residência de um PRF, afirmando que este é o "maior apropriador do dinheiro público".

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

C Coon nssttiit tu ui i ddeessa acca at to o a a c coon nddu ut ta a d dee ddeessa acca atta ar r ((d dees sppr reez zaar r, , m meen noos sppr reez zaar r, , h huum miil lhha arr)),, f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl liic co o n no o e exxe errc cííc ci io o d da a ffu unnç çã ão o o ou u e em m rra azzã ão o d delael a. . VVa al le e rre esss saal ltta ar r q quue e,, d de e a acco orrd do o c co om m a a d doou uttr rinain a, , o o ddeessa acca at to o s só ó ooc coor rrre er rá á s se e a a o offe enns sa a f fo or r n na a ppr rees seen nç ça a ddo o f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl licoic o. . CCa as so o cco onnt trrá árri io o h haav veer rá á c crri im me e cco onnt tr ra a a a h hoon nrra a. . N No o cca asso o a appr rees seen ntta ad do o n na a qqu uees stãotã o, , n nã ão o h há á ddeessa acca atto o, , m ma as s ssi im m c crri im me e cco onnt tr ra a a a h hoon nrra a, , j já á q quue e a a cco onnd duut ta a n nã ão o s se e ddeeu u n na a p prre esse ennç ça a d do o f fuun ncci ioon náár ri io o ppú úbbl licoic o..

36. (CESPE/OFICIAL/MP/RORAIMA/2008) No que concerne aos crimes contra a administração pública, julgue os itens subseqüentes. 75 O agente que solicita vantagem a pretexto de influir em ato que será praticado por membro do Ministério Público pratica crime de tráfico de influência, do qual o sujeito ativo pode ser tanto o funcionário público quanto qualquer pessoa.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDOO..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o mmu uiit to o s se e a asss seem meel lh ha a a ao o ttr rááf fiic co o d de e i innf fllu uêên ncci ia a ((a arrt tigoig o 3 3332 2 d do o CCPP)). . N No o een ntta annt too, , s se e a ajju usstta a p peer rffe eiit taam meen nt te e aao o ccr riim me e d de e e exxp pllo orra aççã ão o d dee p prre essttííg gi io o ((a arrt tiig go o 33557 7 d do o CCPP)). . VVe ej ja a aabbaai ix xo o o os s ddi issp poos siit tiiv vo os s lle egga ais:is :

Tráfico de Influência Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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37. (CESPE/PREF/NATAL/PROCURADOR/2008) 31 - Acerca dos crimes contra a administração pública, cada uma das opções abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue o item. 1 João, advogado regularmente inscrito na OAB/RN, solicitou a seu cliente, Pedro, determinada quantia em dinheiro, a pretexto de influenciar o perito do juízo onde a ação de Pedro tramitava. Nessa situação, João cometeu, em tese, crime de tráfico de influência.

R Rees sool luuç çãão o: : EERRRRAADDO O..

A A cco onnd duut ta a d dees sccr riit ta a n na a q quue essttã ão o mmu uiit to o s se e a asss seem meel lh ha a a ao o ttr rááf fiic co o d de e i innf fllu uêên ncci ia a ((a arrt tigoig o 3 3332 2 d do o CCP P)). . N No o een ntta annt too, , s se e a ajju usstta a p peer rffe eiit taam meen nt te e aao o ccr riim me e d de e e exxp pllo orra aççã ão o d dee p prre essttííg gi io o ((a arrt tiig go o 33557 7 d do o CCPP)). . VVe ej ja a aabbaai ix xo o o os s ddi issp poos siit tiiv vo os s lle egga ais:is :

Tráfico de Influência Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

38.(CESPE/ANALISTA/EXEC/STF/2008) Acerca do tratamento dado ao princípio da insignificância e seus consectários pela jurisprudência mais recente do STF, julgue os seguintes itens. 112 É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de trancamento de ação penal em que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho.

R Rees sool luuç çãão o: : CCEERRTTOO..

S STTF F t te em m aad dmmi itti id do o a a a appl liic caaç çã ão o d do o ppr riin nccí íppi io o d da a i inns siig gnni iffi iccâ ânnc ci ia a ee, , c co om m iis ssso o, , o o t trra annc caam meen nt to o d da a aaç çã ão o ppe enna al l p po or r ccr riim me e d de e d dees scca ammi innh hoo. . VVe ej ja a aabbaai ix xo o ttr reec ch ho o ddee d deec ciis sã ão o d do o SSTTFF::

P Prri innc cííp pi io o d da a iin nssi iggn niif fiic câân nciaci a. . PPo osss siib biil liid daad dee. . PPr reec ceed deen nteste s. . OOr rddeem m c coon ncce eddi idda a. . 1 1. . NNo oss t teer rmmo os s d da a j juur riis sppr ruud dêên ncci ia a c coon nsso olli idda ad da a nne esstta a SSu uppr reem ma a CCo orrt tee, , o o ppr riin nccí íppi io o d daa i inns siig gnni iffi iccâ ânnc ci ia a ddeev ve e sse er r a appl liic caad do o n no o d deel liit to o d de e d dees scca ammi innh ho o q quua annd do o o o vva alorlo r s soon neeg gaad do o f fo or r iin nffe erri io or r a ao o mmo onnt taan nt te e mmí ínni im mo o d dee RR$ $ 1100. .000000,,000 0 ((d de ez z mmi il l r reea ais)is ) l leeg gaal lmme ennt te e p prre evvi isstto o n no o a arrt t. . 220 0 d da a LLe ei i n n° ° 1100. .552222//0022, , c co om m a a r reed daaç çã ão o dda ad da a ppe el la a LLe eii n nº º 1111. .003333//004 4. . ((SSTTF F – – H HC C 110022993355//RRS S – – 2288//0099//2200110 0) )