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Publicação trimestral do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)
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Perspectivas de inserção doProfissional de Nutrição
em Restaurantes e Hoteisda Bahia
Publicação doConselho Regionalde Nutricionistasda 5ª Região(Bahia e Sergipe)
Ano 5 – nº. 6 – 2013
pág. 18
Sua atuação profissional é responsável? Confira nossa matéria especial
pág. 26
Prazo limite para regularização dos Auxiliares de Nutrição é Março de 2014
pág. 14
COPA2014
Editorial
Boas Notícias em 2013
Começamos o ano com boas notícias. Com o
apoio do Conselho Federal de Nutricionistas
(CFN), adquirimos a nova sede do CRN-5 em
Salvador, mais ampla e moderna, localizada
no centro econômico fi nanceiro da capital
baiana. Concluímos a reforma da Delegacia
do Conselho em Aracaju, que já está em pleno
funcionamento para atender aos profi ssionais
que atuam no Estado de Sergipe. Estas duas
notícias traduzem nosso anseio de melhor
atender aos Nutricionistas, Técnicos em Nu-
trição e Dietética (TNDs) e Empresas (Pessoas
Jurídicas) da área de alimentação e nutrição
inscritos neste Regional.
Para regularizar a situação dos Auxiliares em Nutrição, que têm até março de 2014 para se torna-
rem TNDs e assim não perderem o seu registro profi ssional, estabelecemos um Termo de Acordo e
Compromisso com Escolas Técnicas, de modo a facilitar a complementação curricular na formação
destes profi ssionais. Sobre este assunto, esta edição da “CRN-5 em Revista” apresenta esclarecimen-
tos detalhados, na seção “Comissão de Formação Profi ssional”.
Além desta, outras seções novas que passarão a ser fi xas nesta publicação são “Comissão de Ética”,
que neste número traz uma interessante entrevista sobre a ética na formação profi ssional do nutri-
cionista; “Comissão de Fiscalização”, que apresenta um balanço das atividades realizadas pela Uni-
dade de Fiscalização do Conselho nos últimos anos, com destaque para as principais irregularidades
verifi cadas pelo Conselho durante as visitas fi scais, e “Comissão de Comunicação”, que apresenta um
resumo das atividades do setor planejadas para este ano.
Outros destaques desta edição são a reportagem sobre atuação profi ssional responsável e a matéria
de capa, que aborda as expectativas e qualifi cação de restaurantes, bares e hotéis para a Copa do
Mundo Fifa 2014, com destaque para a inserção do profi ssional de nutrição neste contexto. Vale
mencionar que, durante a elaboração desta matéria, o CRN-5 se aproximou da Associação Brasileira
de Bares e Restaurantes seccional Bahia (Abrasel Bahia). A partir do estreitamento desta relação, vis-
lumbramos a possibilidade de desenvolvimento de ações conjuntas, que deverão acontecer através
de uma parceria a ser anunciada brevemente.
Por fi m, gostaríamos de compartilhar outra novidade: em breve, os Nutricionistas da Bahia poderão
contar com a instrumentalidade da Associação Científi ca de Nutrição da Bahia (ACNUT-BA), entidade
que está sendo estruturada com o apoio do CRN-5 a fi m de facilitar a qualifi cação dos profi ssionais
por meio da oferta de cursos e eventos específi cos. Saiba mais sobre este assunto na seção “Fique
por Dentro”. Boa leitura!
Valquíria da Conceição Agatte (CRN-5/1830)
Presidente do CRN-5
Publicação do Conselho Regional de Nu-
tricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)
- Ano 4 – nº. 5 – 2012
Salvador (BA): Rua Dr. José Peroba, 149, 10°
andar, sala 1001, Centro Empresarial Eldo-
rado, Stiep. CEP: 41770-235 – Telefax: (71)
3237-5652.
Aracaju (SE): Praça Tobias Barreto, Centro
Médico Odontológico, Sala 502, São José.
CEP: 49.015-130 - Telefax: (79) 3211-8248.
Conselheiros efetivos: Valquíria da Con-
ceição Agatte (presidente); Rita de Cássia
Ferreira Silva (vice-presidente); Joelma
Claudia Silveira Ribeiro (secretária); Lo-
renna Marques Fracalossi (tesoureira);
Rosemary Lima Barreto; Tamara Cristina
Ferreira Santos; Gilcélio Gonçalves de Al-
meida; Thais Madjalane Queiroz de Olivei-
ra e Karla Vila Nova de Araujo Figueiredo.
Conselheiros Suplentes: Ana Karina de As-
sis Braga; Bárbara Eduarda Panelli Martins;
Lindanor Gomes Santana Neta; Regiane
Assunção Campos; Maíra Patriarcha Leal.
Redação, Edição, Jornalista responsável:
Carla Santana – DRT 2563
Revisão Técnica: Leny Strauch Ferreira
(CRN-5/1580)
Fotos: Arquivo do CRN-5 e sites de
domínio público.
Editoração eletrônica: Pipa Comunicação
Integrada
Nesta Edição Expediente
Interação
04Comissão de Ética
......................................................
08Comissão de Fiscalização
......................................................
14Comissão de Formação Profissional
......................................................
16Comissão de Comunicação
......................................................
18Destaque: Perspectivas do Setor
de Aimentos para a
Copa do Mundo 2014
......................................................
24Saúde em Dia: Suplementos Alimen-
tares podem auxiliar no combate a
doenças
......................................................
26Atuação profissional responsável:
marca do Profissional nota 10
......................................................
32CRN-5 com Você
Alguns links ao longo da revista são in-
terativos, basta clicar para acessá-los.
Caso deseje, é possível fazer o download
da Revista para o seu computador, tablet
ou celular. Para isso, ao abrir o site, logo
acima da descrição, no menu de opções,
clique em
*
Nutricionista Karine de Oliveira Gomes (CRN-5/3808)
Ética na formação profissional do Nutricionista. Este é o
tema desta entrevista exclusiva com a Nutricionista Karine
de Oliveira Gomes (CRN-5/3808), professora do curso de
Nutrição do Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus
Anísio Teixeira, Universidade Federal da Bahia (UFBA), loca-
lizado em Vitória da Conquista-BA. Graduada, pós-graduada
e mestre pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e dou-
toranda pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
a Nutricionista aborda diversas práticas antiéticas, tais como
as críticas pejorativas ao trabalho de colegas, entre outras.
Confira!
CRN-5 em Revista - Frequentemente, a “ética profissional”
não é compreendida em seu significado mais amplo, sendo
encarada estritamente como sinônimo de “cumprimento às
leis”. Em poucas palavras, como a senhora definiria esta ex-
pressão?
Karine Gomes - Essa expressão reduz a ética profissional ao
cumprimento de ações, tais como se inscrever no órgão que
regulamenta a profissão e pagar sua anuidade em dia. Con-
tudo, a ética profissional vai muito além. Essencialmente,
passa pelo exercício pleno da cidadania, pela adoção de um
discurso coerente com a prática e, sobretudo, pelo respeito
à dignidade do outro.
CRN-5 - A adoção de uma postura
ética é fundamental em qualquer
profissão. Para o Nutricionista, em
especial, qual a importância de
considerá-la no dia a dia do seu tra-
balho?
KG - Como a nutrição integra a área
da saúde, a falta de ética por parte
de um nutricionista pode ter como
consequência o prejuízo da saúde
de um indivíduo ou até mesmo de
um grupo, independente da sua
área de atuação. Por isso, a adoção
de uma postura ética na prática pro-
fissional é necessária para garantir a
segurança e o bem-estar daqueles
que estão sob nossos cuidados.
CRN-5 – Cite uma prática que não
condiz com uma postura ética por
parte dos Nutricionistas.
KG - A atuação profissional sem o
devido registro no órgão compe-
tente, no nosso caso o CRN-5, é
uma conduta que, além de consti-
tuir falta de ética, é considerada e-
xercício ilegal da profissão, uma vez
que o item III do Art.º 11 do Código
de Ética do Nutricionista dispõe so-
bre o dever do profissional “manter-
se regularizado junto ao Conselho
Regional de Nutricionistas”. Assim,
antes de assumir uma Responsabi-
lidade Técnica na área de nutrição,
o(a)nutricionista, necessariamente,
deve regularizar sua situação junto
Ética profissional
em foco
05
Comissão de Ética
06
ao CRN de sua região, mesmo que essa docu-
mentação não seja exigida pelo contratante.
CRN-5 – Por que Nutricionistas que fazem críti-
cas pejorativas ao trabalho de seus colegas ou
de outros profissionais agem de forma antiética?
KG - Quando um nutricionista tem acesso a
uma conduta nutricional inadequada de outro
colega e faz um comentário ou crítica pejorativa
sobre o seu procedimento, ele está agindo com
falta de ética. O inciso VIII do Artº 6 do Código
de Ética coloca como dever do nutricionista “al-
terar a prescrição ou orientação de tratamento
determinada por outro nutricionista quando tal
conduta deva ser adotada em benefício do indi-
víduo”. Desse modo, o nutricionista deverá adap-
tar a prescrição, mas sem denegrir a imagem do
outro profissional, já que o inciso III do Artº 10
adverte que é vedado ao profissional “criticar,
de modo depreciativo, a conduta ou atuação
profissional de outros nutricionistas ou de ou-
tros membros da equipe de trabalho”. Vale des-
tacar que há nutricionistas que se consideram
superiores a outros profissionais por possuírem
formação universitária e/ou por ocuparem car-
gos de chefia, usando tais argumentos para des-
valorizar o papel de colaboradores que apresen-
tam cargos operacionais. Segundo o inciso IV do
Artº 10 do Código de Ética do Nutricionista, é
vedado ao profissional “valer-se da posição ocu-
pada para humilhar, menosprezar, maltratar ou
constranger outrem”. Para ambas as situações,
cabe ao nutricionista seguir as recomendações
do Código de Ética e estabelecer relações cordi-
ais e respeitosas para com os colegas ou demais
profissionais da equipe de trabalho.
CRN-5 – No que diz respeito à Responsabilidade
Técnica do Nutricionista, qual a prática inade-
quada mais frequente?
KG - Um prática considerada falta de ética se-
ria a assunção “figurativa” de Responsabilidade
Técnica em serviços que exigem a presença do
Nutricionista para o seu funcionamento, como
o Programa Nacional de Alimentação do Esco-
lar (PNAE). Essa realidade é muito comum em
municípios de pequeno porte, onde o profis-
sional apenas “assina” para receber o salário e
não executa o acompanhamento necessário à
operacionalização do programa. Conforme o
inciso IV do Artº 7 do Código de Ética do Nutri-
cionista, é vedado ao profissional “praticar atos
danosos aos indivíduos e à coletividade sob
sua responsabilidade profissional, que possam
ser caracterizados como imperícia, imprudên-
cia ou negligência”. Portanto, o nutricionista só
deve assumir a Responsabilidade Técnica de
um trabalho para o qual esteja comprometido e
tenha condições de realmente exercer suas atri-
buições profissionais.
CRN-5 - Como professora de Deontologia,
como a senhora costuma abordar este tema em
sala de aula? Os problemas mais comuns são
analisados do ponto de vista do Código de Ética
profissional?
KG - O conteúdo das aulas é integralmente
baseado nos documentos legais que norteiam
a realização de pesquisas na área da saúde e no
Código de Ética do Nutricionista. Também cos-
tumo dar exemplos da minha experiência pro-
fissional, já que exerci a profissão por seis anos
antes de optar pela docência. Outro diferencial
é que conjugo a metodologia de ensino tradi-
cional com a problematização, que é uma pro-
posta pedagógica baseada na metodologia ativa
de ensino-aprendizagem. Essa metodologia
envolve a discussão de “situações problemas”
e a elaboração de um portfólio, com o objetivo
de incentivar a participação dos alunos, desen-
volver a reflexão crítica sobre os conteúdos, es-
timular a criatividade e promover a associação
do conhecimento discutido em aula com a vida
cotidiana.
CRN-5 - De modo geral, como os alunos enca-
ram suas orientações ligadas ao tema?
07
KG - Felizmente tenho percebido uma atitude crítica-reflexi-
va por parte dos alunos nas aulas de deontologia. Ao longo
das discussões, sempre escuto depoimentos como “Ah, em
determinada situação não tive uma postura ética, se fosse
hoje faria diferente”. Além disso, ao final do semestre, os alu-
nos manifestam a satisfação com o conteúdo apresentado e
o interesse em cumpri-lo em sua prática profissional.
CRN-5 - No seu ponto de vista, a teoria e a prática da ética
profissional estão distantes uma da outra ou os desvios de
conduta em sua profissão são exceções?
KG - Infelizmente as atitudes antiéticas (prefiro esse termo
ao “desvio de conduta”) ainda estão muito presentes no dia a
dia, mas acho que a maioria das pessoas que apresenta esse
tipo de comportamento age por desconhecimento. Para
mudar essa realidade, é necessário investir numa formação
profissional comprometida com a ética e que valorize a in-
tegração da teoria com a prática. Paulo Freire dizia que “as
qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço
que nos impomos para diminuir a distância entre o que
dizemos e o que fazemos”. Também é importante incentivar
o zelo pela imagem da categoria profissional e aumentar a
fiscalização, tanto pelos conselhos quanto pela sociedade,
empresas, instituições e pelos próprios nutricionistas.
CRN-5 - Facebook, blogs, sites de compras coletivas, entre
outras “novidades” virtuais estão no foco das discussões a
respeito da ética profissional. A que orientações acerca dos
limites éticos dentro desta realidade o Nutricionista precisa
ficar atento?
KG - Em primeiro lugar o profissio-
nal tem que conhecer a fundo o Có-
digo de Ética do Nutricionista para
atuar conforme a lei, atentando-se,
especialmente, aos incisos VIII, IX, X
e XVII do Art.º 7. Do mesmo modo,
deve usar o bom senso para não
empregar indiscriminadamente tais
recursos, pois, na maioria das ve-
zes, a realidade virtual é insuficiente
para o exercício das suas atribuições
profissionais.
CRN-5 – A senhora indica alguma
leitura específica* para quem quer
se aprofundar neste tema?
KG - Recomendo a leitura de três
autores que julgo serem referên-
cias essenciais para o tema da ética:
Paulo Freire, Leonardo Boff e Mario
Sergio Cortella. É claro que existem
vários outros autores importantes,
mas a leitura desses já é um bom
começo.
* O CRN-5 indica a leitura do Có-
digo de Ética do Nutricionista
(Resolução CFN nº 334/2004) e do
Código de Ética dos Técnicos em
Nutrição e Dietética (Resolução
CFN nº 333/2004). Ambos estão
disponíveis nos sites do Regional
(www.crn5.org.br).
O nutricionista só deve as-sumir a Responsabilidade
Técnica de um trabalho para o qual esteja compro-metido e tenha condições de realmente exercer suas
atribuições profissionais.
“
”Karine de Oliveira Gomes
Número de visitas fiscais cresceu
132% nos últimos cinco anos
08
Para acompanhar a ampliação do número de
Faculdades de Nutrição e de Escolas Técnicas
de Formação de TNDs por todo o Brasil e o con-
sequente aumento da quantidade de profissio-
nais atuantes nos Estados da Bahia e Sergipe nos
últimos cinco anos, a Unidade de Fiscalização
do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª
Região (Bahia e Sergipe) evoluiu quantitativa e
qualitivamente. O resultado desta “evolução” se
traduz em números: no ano de 2008, as fiscais
do CRN-5 visitaram 709 profissionais. Em 2012,
o número de visitas saltou para 1.646, o que re-
presenta um aumento de 132% em cinco anos.
Além disso, o número de atendimentos feitos
pelo Setor, seja pessoalmente, por telefone ou e-
mail, cresceu 123%, passando de 4.834, em 2008,
para 11.140, em 2012.
Entre os aspectos que colaboraram para este
avanço, destacam-se:
Comissão de Fiscalização
• Implantação da Política Nacional de Fiscaliza-
ção (PNF), a partir de 2005, pelo Conselho Fe-
deral de Nutricionistas (CFN) – Além de mais a-
gilidade às análises e condução dos processos
de fiscalização, esta Política evidenciou a fisca-
lização dos Conselhos Regionais de Nutricionis-
tas (CRNs), evidenciando o seu caráter orien-
tador. A partir dela, os roteiros de visitas fiscais
foram otimizados e personalizados. Além disso,
foram criadas ou atualizadas importantes Por-
tarias de regulamentação das ações fiscais, as-
sim como formulários, certidões, protocolos e
atestados, de acordo com a legislação e com as
diretrizes da PNF.
• Incentivo ao registro de denúncias sobre ina-
dequações no exercício profissional;
• Criação de ações em parceria com entidades
como Vigilância Sanitária, Sindicato dos Nutri-
cionistas do Estado da Bahia (Sindnut-Bahia),
Ministério Público Federal e Ministérios Públicos
Estaduais (Bahia e Sergipe);
• Elaboração de manuais de orientação a Pre-
feituras, Pessoas Jurídicas (PJs) e Instituições de
Ensino Superior (IES), utilizados durante as visi-
tas fiscais;
• Participação em fóruns de discussão sobre a
atuação profissional e sua fiscalização, tanto em
nível nacional quanto regional;
• Institucionalização da fiscalização de proces-
sos seletivos e concursos públicos, a fim de
exigir, em edital, a apresentação pelo candidato
nomeado, da certidão de regularidade junto ao
Regional;
• Cadastramento e recadastramento de Prefeitu-
ras e intensificação da fiscalização das mesmas;
• Ampliação das fiscalizações itinerantes em
cidades do interior dos Estados da Bahia e de
Sergipe e realização de fóruns regionais nestes
locais;
• Estudo para a inclusão do Técnico em Nutrição
e Dietética (TND) no Quadro Técnico das PJs.
• Elaboração do Projeto “Selo de Presença Pro-
fissional” com o objetivo principal de dar ciên-
cia aos clientes de que as empresas/entidades
inscritas no CRN-5 possuem Nutricionista Res-
ponsável Técnico (RT) que deve prezar pelo ofe-
recimento de uma alimentação e/ou produtos
alimentícios focados na garantia da saúde e da
nutrição, respeitando as legislações vigentes;
• Elaboração de Nota Técnica sobre a prescrição
de exames por nutricionistas, acionamento do
Ministério Público para garantir este direito à
categoria e posterior envio da Nota a planos de
saúde e laboratórios;
• Aumento do quadro de fiscais e colaboradores
e capacitação da equipe – Atualmente, a Fisca-
lização do CRN-5 conta com quatro (4) Nutri-
cionistas Fiscais, além da Nutricionista Coorde-
nadora da Unidade e mais o pessoal de apoio
administrativo.
Para entrar em contato com o setor de fiscaliza-
ção do CRN-5, envie e-mail para fiscalizacao@
crn5.org.br
10
Durante as visitas fiscais promovidas pela Unidade de Fisca-
lização do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região
(CRN-5), entre as irregularidades mais frequentemente en-
contradas está o porte da inscrição provisória vencida. “A ins-
crição provisória pode ser solicitada por egressos dos cursos
de nutrição que apresentem o atestado de colação de grau
com a data em que colou grau ou por Técnicos em Nutrição
e Dietética que apresentem atestado de conclusão de curso.
Se deferido pela Presidente do Conselho, este registro é vá-
lido por 24 meses, podendo ser renovado, através de solici-
tação formal ao Conselho, por apenas mais 12 meses. Infe-
lizmente, é comum encontrarmos Nutricionistas portando
a inscrição provisória por mais de três anos, prazo máximo
estabelecido na Resolução do CFN nº 466/2010”, explica a
fiscal Diva Moniz (CRN-5/1684).
A Coordenadora da Fiscalização Mariluze Bahia explica
que quando as fiscais se deparam com Nutricionistas nesta
condição, após as devidas orientações, é adotado o seguinte
procedimento: primeiro é emitido um termo de visita com
prazo pré-determinado para que a devida adequação para
que a inscrição definitiva seja providenciada. Se o prazo não
for cumprido, é emitido um termo de notificação, seguido
na mesma circunstância de auto de infração, que é encami-
nhado ao profissional. Encerrado o prazo previsto no auto
de infração, sem regularização o processo é encaminhado
Inscriçãoprovisória vencidaé infração grave
11
ao Plenário do CRN para abertura de Processo
de Infração e aplicação de multa, dada ciên-
cia à Comissão de ética para registro, além de
denúncia às autoridades públicas competentes,
no caso o Ministério Público Federal (MPF). “Di-
ante desta denúncia, considerada exercício ile-
gal da profissão, o MPF passa a ser o responsável
por adotar as medidas cabíveis”, esclarece Diva
Moniz.
A fiscal aponta que muitos Nutricionistas ale-
gam que não deram entrada na inscrição de-
finitiva por não terem recebido da Faculdade o
diploma dentro do prazo. “Mas acontece que o
Ministério da Educação e Cultura (MEC) dá um
prazo máximo para as Instituições de Ensino
Superior (IES) emitirem o diploma. O não cum-
primento deste prazo representa o pagamento
de multas pelas IES. O prazo de validade da ins-
crição provisória estabelecida pelo Conselho
Federal de Nutricionistas (CFN) é baseado nisso.
Sendo assim, é fundamental que os profissionais
solicitem o diploma formalmente (por escrito)
às IES, logo após a colação de grau, para garan-
tirem o seu direito”, sugere Diva Moniz. No ato
do recebimento da Carteira de Identidade Pro-
fissional Definitiva, o profissional deve restituir a
provisória ao CRN.
Para solicitar ao CRN-5 a inscrição definitiva, o
portador do registro provisório deve compare-
cer à sede do Conselho em Salvador ou à Dele-
gacia em Sergipe, portando o diploma (original e
cópia), a carteira de identidade profissional pro-
visória (original) e duas fotos 3x4, além de com-
provantes de alterações de endereço e estado
civil, se for o caso. Os profissionais que moram
no interior e optarem por enviar os documentos
pelos Correios, deverão enviá-los através de có-
pias autenticadas em cartório, em todas as suas
faces.
Caso tenha se desligado ou não seja mais Responsável
Técnico (RT) de uma empresa, é preciso atualizar esta
informação junto ao Conselho através do preenchi-
mento de um formulário específico, que pode ser en-
tregue pessoalmente na sede do CRN-5, enviado via
Correios ou escaneado e enviado para o e-mail fisca-
[email protected]. O formulário está disponível no
link:
Por razões diversas, alguns profissionais e
empresas podem estar em situação de ina-
dimplência perante o CRN. Para evitar o
acúmulo de anuidades, taxas ou multas ven-
cidas e suas eventuais consequências, é pos-
sível negociar a dívida. O número de parcelas
depende do valor devido. Caso tenha inte-
resse em saber mais sobre este assunto, en-
tre em contato co-nosco através do e-mail
Não é mais RT? Conte isso ao Conselho!
Parcele seus
débitos!
12
Notas
+
Se você mudou de endereço, telefone ou e-mail, in-
forme os novos dados ao CRN-5, através do e-mail
[email protected]. Caso tenha seu nome al-
terado (por casamento, divórcio ou outros motivos), é
preciso solicitar uma nova Carteira de Identidade Pro-
fissional. Neste caso, é necessário apresentar o docu-
mento comprobatório ao CRN. Fique atento!
Quanto ao porte obrigatório da Carteira de Iden-
tidade Profissional, ainda são encontrados muitos
nutricionistas sem a identificação obrigatória deter-
minada pela Lei nº 8234/91, Decreto nº 84.444/80
e Resolução CFN º 334/04. “Nas visitas fiscais, os
profissionais são orientados quanto à sua habilita-
ção mediante inscrição no CRN-5, comprovado pelo
porte obrigatório da carteira profissional. Àqueles
que não conhecem o novo modelo, o mesmo é
apresentado”, conta a coordenadora da Unidade de
Fiscalização, Mariluze de Pinho Bahia (CRN-5/2193).
Atualizeseus dados cadastrais!
Porte da Carteira Profissional éobrigatório
13
Até março de 2014, os Auxiliares em Nutrição precisam
fazer a complementação curricular de modo a se torna-
rem Técnicos em Nutrição e Dietética (TNDs). Após este
prazo, os que não apresentarem o diploma de nível téc-
nico terão seus registros junto ao Conselho Regional de
Nuticionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) cancelados e,
portanto, estarão exercendo ilegalmente a profissão. Isso
significa que o profissional estará sujeito a responder pro-
cesso perante o Ministério Público.
“O CRN-5 vem se empenhando em resolver essa questão
de modo a não desamparar, de modo algum, os profis-
sionais que por mérito concluíram seu curso e desempe-
nham corretamente seu trabalho. Por isso, estabelecemos
um Termo de Acordo e Compromisso com o Colégio Se7e
- Cursos Profissionalizantes e com a Escola Técnica de
Saúde Evangélica - Etsel, de modo a facilitar a equivalência
curricular”, conclui a Coordenadora da Unidade de Fisca-
lização do CRN-5, Mariluze Pinho Bahia (CRN-5/2193).
Cursos de complementação
Na Etsel, as turmas do curso de complementação
começaram no dia 2 de março. A previsão de duração é
de 13 meses (ou seja, até abril de 2014) e a carga horária
é de 820 horas. “As aulas acontecem
aos sábados das 8h às 17h. A novi-
dade é que os alunos contam com
um laboratório novo para aplicar os
conhecimentos na prática”, afirma a
coordenadora do Curso Técnico em
Nutrição da Etsel, Nutricionista Thalita
San Martin (CRN-5/3224).
Segundo a diretora da Etsel, Enfermei-
ra Airisnede Rocha Rossi, “o curso de
complementação curricular voltado
para Auxiliares em Nutrição é impor-
tante não apenas para regularizar a
situação destes profissionais junto
ao Conselho de Nutricionistas, mas
também para permitir a ampliação
do nível de atuação dos profissionais
no mercado de trabalho”, declara. “A
oportunidade de atualização profis-
sional deve ser considerada um ganho
além da adequação para atender as
exigências legais”, acrescentou Agatte
Na Se7te - Cursos Profissionalizantes,
Prazo limitepara regularização dos Auxiliaresem Nutriçãoé março de 2014
14
Comissão de Formação Profissional
no bairro de Brotas, as aulas oferecidas aos sábados também começaram no dia 2 de março. A carga
horária é um pouco menor, são 795 horas, e por isso o curso será concluído em 12 meses. Em ambas
as Escolas, o histórico escolar do 2º grau e o diploma serão submetidos à avaliação da veracidade.
Qualificação
Para o coordenador do Curso Técnico em Nutrição da Se7e, Nutricionista Vinícius Sampaio Brandão
(CRN-5/3002), a qualificação dos atuais Auxiliares é muito importante na medida em que estes e até
mesmo os Técnicos formados até a década de 1990 ficaram deslocados no mercado de trabalho,
devido à dificuldade de definição do perfil de sua atuação. “Porém, acredito que a partir deste curso
de complementação curricular seja possível preencher esta lacuna e fortalecer a categoria”, afirma.
Segundo a diretora pedagógica da Se7e - Cursos Profissionalizantes, o ponto mais positivo de tudo
isso foi a articulação entre Secretaria de Educação, Conselho de Nutricionistas e Escola Técnica. “O
esforço conjunto para resolver um determinado problema é muito positivo”, declarou. “Aqui os alunos
terão como diferenciais o incentivo a estágios através de parcerias com IEL e CIEE, a oferta de disci-
plinas complementares de base (matemática e português) e a possibilidade de aplicação prática dos
conhecimentos teóricos”, acrescentou.
Além da Se7e e Etsel, outras Escolas Técnicas estão aptas a oferecer o aproveitamento de estudos
para o grau de Técnico em Nutrição e Dietética, lembrando apenas que a carga horária mínima
será de 820 horas, contemplando várias disciplinas específicas para a formação do TND. “O CRN-5
está pronto para prestar todos os esclarecimentos necessários aos profissionais, através de nossas
Unidades Técnica e de Fiscalização Profissional”, declarou a presidente do CRN-5. Informações sobre
este assunto podem ser obtidas pelos interessados através do e-mail [email protected] ou pelo
telefone (71) 3237-5652 (de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h).
15
Nutricionistas Vinícius Sampaio Brandão (CRN-5/3002), Pollyanna Brasil, Thalita San Martin (CRN-5/3224) e a Presidente do CRN-5, Valquíria da Conceição Agatte (CRN-5/1830)
Entre as atividades coordenadas pela Comissão de Comunicação do
CRN-5 previstas para este ano, destacam-se a organização de ações
e eventos relacionados à Campanha “Alimentação Fora do Lar”, pro-
movida pelo Sistema CFN/CRNs. “Esperamos que os profissionais ins-
critos no Regional participem conosco desta importante mobilização
em prol da alimentação saudável”, declara a vice-presidente do CRN-5,
Nutricionista Rita Ferreira (CRN-5/1887), conselheira da Comissão de
Comunicação. “Em breve, divulgaremos as ações”, completa.
Outras prioridades planejadas pela Comissão de Comunicação para
este ano são o lançamento do novo site institucional, mais funcional
e interativo; a sinalização interna da nova sede do CRN-5 em Salvador
e da Delegacia do Conselho em Aracaju-SE; a organização (e divulga-
ção) de eventos como o Bem Viver Nutrição 2013 (em comemoração
ao Dia do Nutricionista – 31 de agosto) e a comemoração do Dia do
Técnico em Nutrição e Dietética (27 de junho) e a promoção de chats
(bate papos online) temáticos mensais.
“Também daremos continuidade a ações bem sucedidas, como as
constantes atualizações do nosso site e Página no Facebook; o envio
de Newsletters quinzenais, a publicação de outras edições da Revista
Eletrônica e a Assessoria de Imprensa, ferramenta utilizada para divul-
gar assuntos de interesse na mídia local (espaços gratuitos/editoriais)
e intermediar entrevistas para a imprensa visando a valorização do
Nutricionista”, relata Rita Ferreira.
Para enviar sugestões e/ou comentários relacionados aos textos pu-
blicados em nossos canais de comunicação, os interessados devem
enviar e-mail para [email protected].
Participe da Campanha “Alimentação
Fora do Lar”
17
Comissão de Comunicação
O atual plenário do Conselho Regional de Nu-
tricionistas da 5ª Região (CRN-5) acredita que
o fato da Bahia ser uma das sedes da Copa do
Mundo Fifa 2014 pode ampliar as oportunidades
de trabalho para Nutricionistas e Técnicos em
Nutrição e Dietética (TNDs) que atuam no Es-
tado. A partir desta expectativa, o CRN-5 bus-
cou informações sobre como possíveis campos
de atuação profissional – restaurantes, bares e
hoteis – estão se preparando para ampliar suas
fronteiras e se qualificar para atender as de-
mandas geradas a partir da proximidade deste
grande evento internacional. Confira a seguir o
resultado desta “investigação jornalística”, feita
pelo setor de Comunicação do CRN-5.
Bares e Restaurantes
No Brasil, há cerca de um milhão de empresas
entre bares, restaurantes e similares. Na Bahia,
existem aproximadamente 60 mil restaurantes
formalizados como Pessoas Jurídicas. A Associa-
ção Brasileira de Bares e Restaurantes seccional
Bahia (Abrasel-BA) estima que além destes, haja
pelo menos 30 mil atuando na informalidade, o
que significa um total de aproximadamente 100
mil estabelecimentos servindo almoços, janta-
res e outras refeições aos baianos (consumi-
dores locais) e turistas que visitam o estado. E
estes números não param de crescer.
O crescimento do setor revela o hábito cada vez
mais frequente das pessoas comerem fora do lar.
Com o intuito de compreender que aspectos o
consumidor considera na hora de escolher onde
comer, a Abrasel promove o programa “Cami-
nhos dos Sabor”, iniciado com uma pesquisa re-
alizada em diversas capitais brasileiras através de
uma parceria entre a Associação, o Ministério do
Turismo e o SEBRAE.
Segundo a pesquisa realizada em Salvador no
ano de 2009, entre os turistas entrevistados,
85,5% consideram o aspecto “higiene/limpeza”
como o mais importante na hora da escolha, se-
guido pelos itens “preço” e “bom atendimento/
cordialidade”. Já para 62,7% dos consumidores
locais, a opção “higiene/limpeza” foi escolhida
como a principal condição na hora de escolher
onde se alimentar, seguida pelo “bom atendi-
mento/cordialidade” e em terceiro lugar pela
“qualidade dos alimentos”.
Diante da avaliação feita por esta pesquisa
(que pode ser conferida na íntegra através do
link e considerando que o Nutricionista é
Perspectivas do setor de alimentos
para a Copado Mundo 2014
Destaque
19
+
o profissional habilitado para garantir o cuidado
relacionado aos aspectos higiênicos sanitários,
à qualidade dos alimentos e à variedade dos
cardápios, entre outros itens mencionados na
pesquisa, fica fácil perceber a importância da
inserção deste profissional nos restaurantes e
afins, de modo a agradar tanto o público interno
quanto os turistas.
Contratações
A maioria dos bares e restaurantes não possui um
Nutricionista contratado ou consultor/assessor
terceirizado que lhes dê suporte. No entanto, a
presença destes profissionais nestes estabeleci-
mentos é fundamental. “O Nutricionista é o pro-
fissional tecnicamente habilitado para instruir e
fiscalizar os colaboradores nas boas práticas de
fabricação e manipulação do alimento. Também
é seu papel criar ferramentas de trabalho para
facilitar o controle das boas práticas, padronizar
procedimentos operacionais dentro da empresa
e colocá-los em prática com os colaboradores
de forma eficaz, dentro das possibilidades es-
truturais da empresa”, explica a coordenadora
da Unidade de Fiscalização do CRN-5, Mariluze
Pinho Bahia (CRN-5/2193).
Vale destacar que nos restaurantes, o Nutri-
cionista deve atuar não apenas verificando a
manipulação, mas também controlando custos,
elaborando cardápios, organizando requisições
de compra, elaborando receituário padrão e fi-
cha técnica, controlando sobras, criando ordens
de produção, realizando treinamentos teóricos
e práticos com a equipe e elaborando crono-
gramas para determinar mudanças, principal-
mente aquelas que envolvem custo financeiro.
“Por tudo isso, o nutricionista assume o papel de
modificar e ajustar o ambiente de trabalho de
uma unidade produtora de refeições, não só nas
áreas de higiene e manipulação, mas também
na área de gestão do estabelecimento”, resume
Mariluze.
Apesar de reconhecer que todas estas são fun-
ções que devem ser assumidas pelos Nutri-
cionistas e de acreditar que este profissional
tende a se valorizar cada vez mais no setor gas-
tronômico, inclusive por aumentar a credibili-
dade dos estabelecimentos que o contratam, o
presidente da Abrasel Bahia, Luiz Henrique do
Amaral, aponta que “é um mercado de atuação
relativamente novo para os Nutricionistas, pou-
cos conhecem a fundo a realidade destes esta-
belecimentos. Por isso defendo a ampliação da
oferta de mais estágios para estudantes de nu-
trição nestes locais”, pontua.
“A contratação de Nutricionistas por restauran-
tes é, por si, um indicativo de profissionalização
do estabelecimento. Estes profissionais, por sua
vez, precisam se qualificar para atuar não ape-
nas nos aspectos relacionados à garantia da
qualidade higiênico sanitária na manipulação
e preparação dos alimentos, mas também na
elaboração de cardápios, fichas técnicas, aspec-
tos de gestão do negócio e outros itens que afe-
tam diretamente a lucratividade dos restauran-
tes e bares”, alerta o presidente da Abrasel Bahia.
Segundo Luiz Henrique do Amaral, a discussão
a respeito da tendência mundial de preferência
por uma alimentação mais saudável e equili-
brada nutricionalmente já faz parte dos planos
de negócios dos restaurantes com maior nível
de profissionalização, mas “apesar de já estar na
pauta, a consideração prática deste item ainda
está distante da realidade. Há muito discurso e
pouca efetividade”, completa.
Preparação para a Copa do Mundo
Em relação à Copa do Mundo 2014, Luiz Hen-
rique do Amaral declara que “este é um momen-
to único, estrategicamente importante para o
setor de bares e restaurantes no que diz respeito
à qualificação. “Na Bahia, temos a experiência de
receber um grande número de turistas no Car-
naval. Mas, na Copa, receberemos um público
20
bem específico, composto, sobretudo, por ho-
mens com mais de 30 anos de idade e com uma
renda de no mínimo R$ 12 mil por mês. Agradar
a este público será um grande desafio”, declara.
Para o empresário, a Copa das Confederações,
que será realizada em junho próximo, servirá
como “ensaio” para a profissionalização que
precisa acontecer nestes estabelecimentos. “É
preciso acabar com a apatia empresarial que
ainda impede que nossos bares e restauran-
tes avancem em termos de gestão. Temos que
aproveitar o fato da gastronomia ser um dos
grandes atrativos turísticos da Bahia e fazer des-
ta área um ótimo cartão de visitas para o nosso
estado. Precisamos vencer dois grandes desafios
do setor: recrutar e qualificar mão de obra espe-
cializada”, diz.
A construção do legado para o setor de Bares e
Restaurantes na Bahia a partir da Copa 2014 é
um dos grandes objetivos da Abrasel Bahia. Para
garantir a excelência nos serviços destes esta-
belecimentos, a Associação está criando Polos
Gastronômicos na capital e no interior do Es-
tado. “Inicialmente, eles serão implantados nos
18 destinos turísticos da Bahia indicados pelo
Ministério do Turismo. Mas a meta é atingir 132
cidades de potencial turístico que existem em
nosso Estado”, explica o presidente da Abrasel
Bahia.
Em Salvador, os Polos serão distribuídos nas
regiões da Ribeira, Rio Vermelho, Pituba, Barra,
Itaigara, Shopping Iguatemi e demais Shoppings.
No interior da Bahia, os polos serão implantados
em Feira de Santana, Santo Antonio de Jesus,
Ilhéus, Teixeira de Freitas, Chapada Diamantina
(Irecê), Jacobina, Juazeiro, Vitória da Conquista
e Barreiras.
Em cada um dos polos, haverá um Centro de
Excelência, voltado para capacitação perma-
nente de todos os setores dos estabelecimen-
tos. O próximo passo é a criação do “Prêmio
21
José Manoel Cambeses Filho, presidente da ABIH-BA
Luiz Henrique do Amaral, presidente da ABRASEL-BA
22
de Excelência Abrasel”, que avaliará critérios e
verificações técnicas – além de avaliações dos
clientes finais - através de check in e pesquisas
online. “A ideia é formar um ranking no mesmo
modelo de um campeonato de futebol, para
fomentar, inclusive, torcidas do bar, que criem
vínculos dos clientes com o estabelecimento”,
explica o presidente da Abrasel Bahia.
Em junho deste ano, a Abrasel pretende lan-
çar, ainda, o Projeto de Responsabilidade Social
“Papa Óleo”, voltado à reciclagem de óleo de
fritura. E, no dia 16 de outubro (Dia Mundial da
Alimentação), a Associação lançará o projeto
de Responsabilidade Social “Restaurar”, que tem
como objetivo o aproveitamento de alimentos
por entidades filantrópicas.
Hoteis
A cidade de Salvador dispõe de 408 meios de
hospedagem, 15.215 quartos e 34.792 leitos, se-
gundo levantamento da Bahiatursa em março
de 2008. Nas cidades ao longo da Costa dos
Coqueiros, devido à proximidade com a capital,
acrescentam-se mais 15 mil leitos que poderão
ser utilizados para hospedagem durante a Copa
do Mundo. Além disso, se registra a existência de
12 mil leitos em projeto ou construção até 2014.
No geral, portanto, a oferta de leitos na capital
baiana e Região Metropolitana poderá alcançar
um total de 61.792 unidades para 2014. Mais de
26 mil apartamentos hoteleiros estão em plane-
jamento, sendo que parte deles poderá estar
concluída antes da Copa se os investimentos
forem concretizados.
A quantidade de leitos, combinada aos atuais
anúncios de construção de novos ou ampliação
de hoteis já existentes, somada à desvalorização
do turismo no estado devido à falta de investi-
mentos públicos recentes (leia-se problemas de
gestão), preocupam representantes do setor. “Já
existem estudos que apontam para uma super
oferta, o que nos parece preocupante. Espera-
Joelma Cláudia Ribeiro, Conselheira do CRN-5
mos que com as novas perspectivas, anuncia-
das pelas novas gestões municipais, este quadro
possa se reverter”, declara o presidente da As-
sociação Brasileira da Indústria de Hoteis, sec-
cional Bahia (ABIH-BA), José Manoel Cambeses
Filho.
Segundo ele, a Copa das Confederações, que
acontecerá em junho deste ano, e a Copa do
Mundo de 2014, são eventos de repercussão
mundial que podem tanto fortalecer a imagem
do Estado da Bahia como também o inverso.
Para garantir a melhor entre estas duas opções,
a instituição tem se preocupado em manter os
hoteis associados bem atualizados acerca do
que há de melhor no mercado em serviços,
inovação, infraestrutura e capacitação. “Infeliz-
mente, ainda há muitas deficiências, sobretudo
ligada à mão de obra especializada, rara em nos-
so estado”, pontua.
Na tentativa de melhorar este quadro até a Copa
do Mundo, o Ministério do Turismo oferece para
a linha de frente do setor hoteleiro o Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em-
prego (Pronatec), desde 2011. “Nós da ABIH tra-
balhamos para que o conteúdo deste cur-
so chegue também ao pequeno e médio
empresários, inclusive do interior, onde há
maior carência de planejamento estratégico,
marketing, gerência de receitas, entre outras”,
destaca José Manoel Cambeses Filho. Com ob-
jetivo de mudar este quadro, a Associação criou
a linha de cursos “Pequenos & Notáveis”, que nos
últimos dois anos foram oferecidos em seis des-
tinos incluindo a capital baiana, com o intuito
de capacitar proprietários de hoteis nas áreas de
Liderança, Sustentabilidade, Marketing e Gestão
Operacional. No Brasil, os pequenos meios de
hospedagem, com até 50 apartamentos, re-
presentam uma fatia de 70% do mercado desse
segmento.
Além dos aspectos relacionados à gestão ho-
teleira, a ABIH Bahia também está atenta à im-
portância de garantir a segurança higiênico-
sanitária nos hoteis e pousadas, inclusive no que
tange aos serviços de alimentação prestados
por estes estabelecimentos. Neste sentido, a As-
sociação tem promovido palestras em parceria
com a vigilância sanitária municipal, “especifica-
mente visando a Saúde Publica nos empreendi-
mentos hoteleiros”, aponta Cambeses Filho. “Os
grandes e médios hoteis mantêm Nutricionistas
em seus quadros e os pequenos, geralmente,
não possuem restaurantes. Existe a consciência
do empresariado em relação à necessidade de
contratar este profissional e a própria legislação
exige sua presença”, destaca o presidente da
ABIH Bahia.
Para a Nutricionista Joelma Cláudia Ribeiro,
Conselheira do CRN-5 que trabalha em um ho-
tel na capital baiana, a presença do nutricionista
nos estabelecimentos hoteleiros é importante
para garantir aos hóspedes um alimento seguro
do ponto de vista higiênico-sanitário, em con-
formidade com a legislação vigente. “A área de
produção de alimentos requer um cuidado es-
pecial por interferir na saúde dos hóspedes. To-
das as etapas que envolvem a produção de re-
feições, sejam elas, cafés da manhã ou almoços
e jantares, devem ter atenção especial, desde a
escolha do fornecedor, passando pela a recep-
ção dos produtos, armazenamento, preparo,
manutenção até a distribuição”, diz.
Joelma sugere que para a Copa do Mundo, o
setor de Alimentos e Bebidas não apenas garan-
ta a presença do Nutricionista nos hoteis e res-
taurantes em geral como também promova pro-
gramas de segurança do alimento, de modo que
os manipuladores sejam qualificados e supervi-
sionados adequadamente. “O controle integrado
de vetores e pragas urbanas, o treinamento e a
capacitação de manipuladores de alimentos,
entre outras ações, precisam começar o quanto
antes e não quando estiverem faltando apenas
alguns poucos dias para o evento internacional”,
conclui.
23
Quando se fala em suplementos alimentares
hoje, grande parte das pessoas logo pensa em
algum tipo de produto ligado à prática esportiva.
Mas a verdade é que essas substâncias têm sido
utilizadas por usuários para diversas finalidades,
as quais incluem o tratamento de doenças e a
promoção da qualidade de vida. “É inegável que
o uso de suplementos nutricionais para prati-
cantes de exercícios físicos tem se tornado cada
vez mais evidente nos ambientes frequentados
por este público e, por isso, é mais fácil associar
o seu uso à prática de esportes. Mas, há diversas
pesquisas e estudos que demonstram a ação de
suplementos alimentares na prevenção e com-
bate a doenças específicas”, explica o Nutricionis-
ta Vanilson Silva (CRN-5 1464).
Entre os suplementos mais comumente utiliza-
dos para esta finalidade, destacam-se a whey
protein, que ajuda no combate à hipertensão,
gastrite, dislipidemia e sarcopenia, além de ter
ação antioxidante; a albumina, que diminui a
dislipidemia e tem ação imunomoduladora,
sendo anticâncer e antioxidante; a glutamina,
que auxilia no tratamento de desordens intesti-
nais; o BCAA, que ajuda a eliminar hepatopatias
e a hiperglicemia; e os hipercalóricos, que com-
batem a caquexia e a sarcopenia.
Essas doenças/situações são as mais frequen-
temente combatidas com o auxílio de suple-
mentos alimentares, mas um nutricionista
capacitado é capaz de utilizar esses e outros
suplementos de forma ainda mais arrojada e
agregar mais funções dos suplementos em situ-
ações diversas. “Para tratar o AVC, por exemplo,
há uma gama variada de possibilidades de uso
de suplementos que podem ser empregados
no tratamento dessa condição”, afirma Vanilson
Silva, que atua na área.
Comparações
Segundo o Nutricionista, a valorização cres-
cente dos suplementos esportivos deve-se aos
resultados obtidos a partir do uso desses produ-
tos e ao fato de que quase toda a publicidade
relacionada ao assunto está ligada a melhorias
estéticas. “O mercado está aquecido porque as
Suplementos alimentares podem auxiliar no combate a doenças
24
Saúde em Dia
pessoas se preocupam cada vez mais com esta
questão”, pontua Vanilson Silva.
As oportunidades de negócios para as empre-
sas de suplementos são muitas quando há um
foco na estética. “Já os suplementos voltados
para a nutrição clínica continuam sendo forne-
cidos por uma divisão à parte dos laboratórios
farmacêuticos, segmentando o mercado e pas-
sando a ideia de que os suplementos são re-
médios ao invés de nutrientes, sendo que na
verdade a matéria-prima dos suplementos es-
portivos e da nutrição clínica é a mesma, o que
muda é a embalagem”, esclarece o Nutricionista.
Os suplementos usados na nutrição esportiva
são mais baratos que aqueles utilizados na nu-
trição clínica, com a vantagem de possuírem,
muitas vezes, um sabor melhor e uma com-
posição superior. Comparando o valor de uma
proteína hidrolisada usada na nutrição clínica,
por exemplo, com uma usada na nutrição es-
portiva, o preço pode ser até 2,5 vezes menor
para o suplemento esportivo. “Um exemplo clás-
sico é o suplemento hipercalórico (não esporti-
vo) mais conhecido e vendido nos supermerca-
dos comuns. O preço dele é muito maior do que
os similares, sendo mais caro que suplementos
com uma qualidade superior”, diz.
Oportunidades para Nutricionistas
A indústria de suplementos tem valorizado os
nutricionistas e ampliado as vagas de trabalho
para esses profissionais. Existem diversos tipos
de colocações dentro daquelas empresas, que
vão desde a área de tecnologia de alimentos,
passando por pesquisa, até o marketing em
nutrição. “O uso do suplemento esportivo no
ambiente clínico abriria mais vagas para nutri-
cionistas, devido ao seu conhecimento técnico
específico. Afinal, o suplemento alimentar, se
mal indicado, não fornece o benefício para a-
quilo que se propõe. Só um nutricionista co-
nhece bem os nutrientes contidos no suple-
mento, quais são suas propriedades, como e
quando usar. Todas essas variações podem ser
determinantes no sucesso do tratamento”, des-
taca Vanilson.
Foi-se o tempo em que a nutrição era consi-
derada mera coadjuvante da saúde. Hoje, as
pessoas já sabem que o nutricionista possui um
papel imprescindível no tratamento de diversas
doenças. Com o auxílio deste profissional, o pa-
ciente adere mais facilmente ao planejamento
alimentar proposto, sem uma preocupação tão
grande com o custo dessa alimentação, até
porque o alimento ou suplemento correto pro-
porcionará a economia com outros custos do
tratamento, como o uso de medicamentos e in-
ternações, que são muito mais caros do que a
terapia nutricional.
Melhorias propostas
Para Vanilson Silva, o governo brasileiro deveria
rever a legislação atual, de modo a categorizar
os suplementos alimentares como é feito em
outros países. “No Brasil, existem os alimentos
e os medicamentos. Alguns suplementos ficam
no ‘limbo’ dessa legislação e há muita confusão
por causa disso. Se os suplementos alimenta-
res fizessem parte de uma categoria específica,
os nutricionistas teriam muito mais opções de
produtos, podendo beneficiar seu paciente
através de maior transparência dos fornece-
dores. Além disso, esta mudança diminuiria a
utilização de produtos proibidos pelos pacien-
tes, além de gerar mais impostos e geração de
empregos no país”, declara.
Outra importante mudança sugerida pelo Nutri-
cionista é a entrada de laboratórios tradicionais
da Nutrição Esportiva na Nutrição Clínica. “Isso
aumentaria a concorrência, gerando um círculo
virtuoso, onde todos precisarão se esforçar mais
para estudar as possibilidades de tratamento
de doenças e ainda concorrer por preços mais
baratos, possibilitando novas alternativas na
hora de comprar o produto”, conclui Vanilson.
25
Independentemente da área de atuação do Nutricionista ou do
Técnico em Nutrição e Dietética (TND), a responsabilidade no
trabalho é o mínimo que se espera daquele que pretende ser
reconhecido e valorizado profissionalmente. Mas, o que significa
uma atuação profissional responsável? Com certeza, mais do
que cumprir a carga horária mínima exigida para cada situação e
assegurar uma boa prestação de serviço à comunidade.
Para a assessora técnica do Conselho Regional de Nutricionistas
da 5ª Região (CRN-5), Leny Strauch (CRN-5/1580), o profissional
responsável é aquele que conhece e segue as normas, código
de ética e demais legislações relacionados à profissão. É tam-
bém o que busca embasamento nas fontes seguras de conhe-
cimento técnico em saúde, como legislações, guias, diretrizes,
consensos, estudos científicos produzidos por entidades idôneas
ou entidades oficiais (Organização Mundial da Saúde, Ministério
da Saúde, ANVISA, Universidades, etc.). “O bom profissional tem
ciência do dever de se manter atualizado no conhecimento téc-
nico científico e nas legislações que concernem à sua área de a-
tuação. Além destas demandas técnicas, não devemos esquecer
a conduta humanística a ser adotada, lembrando sempre que so-
mos pessoas cuidando de outras pessoas”, afirma a Nutricionista.
Atuaçãoresponsável: marca doprofissional nota 10
26
Atuação Profissional
Nutrição Clínica
Para a Nutricionista Clínica Coordenadora do
Serviço de Nutrição de um grande hospital de
Salvador, Kelly Brasil Adan (CRN-5/0771), “o que
garante a atuação profissional responsável é ter
uma visão global da profissão; é investir em atu-
alização tecnológica e educação continuada; é
usar a criatividade e ser flexível, sem perder de
vista os aspectos éticos, legais e motivacionais”,
declara.
“Além disso, é preciso considerar a composição
de quadro técnico compatível com o perfil as-
sistencial e com a demanda de mercado de tra-
balho; a interação com a equipe multidisciplinar;
a participação em estudos de caso; a prescrição
e evolução de dietas em prontuários e o acom-
panhamento do porcionamento das refeições,
assim como a distribuição, aceitação, desperdí-
cio e participação na elaboração dos indicado-
res nutricionais. Tudo isso garante, a meu ver, a
excelência e a atuação profissional responsável”,
resume Adan.
A Nutricionista reconhece que responder positi-
vamente a tantas responsabilidades não é fácil.
“Para me ajudar, busco manter em meu quadro
técnico profissionais competentes, que se en-
volvem com o serviço, porque não basta ape-
nas sermos Nutricionistas, temos que ter visão
do todo, sendo capaz de buscar sinergia entre
todos os setores envolvidos. Isso faz uma grande
diferença”, pontua. “Tão importante quanto ado-
tar uma postura profissional, cumprir, fazer cum-
prir e avaliar constantemente as ações técnicas
e éticas, saber ouvir, ponderar, passar segurança,
amadurecer com a equipe, retroceder quando
necessário, assumir falhas, não repetir erros e
ter em mente que sempre é possível melhorar, é
ter amor pelo trabalho. Só desta forma podemos
honrar nossa imagem profissional”, completa.
27
Nutricionista Kelly Brasil Adan (CRN-5/0771)
Tão importante quanto adotar uma postura
profissional, é ter amor pelo trabalho. Só desta
forma podemos honrar nossa imagem
profissional
“
”Kelly Adan
Alimentação Coletiva
No âmbito da Alimentação Coletiva, o desco-nhecimento de leis, normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assim como o desconhecimento de aspectos relacionados
à gestão são aspectos que costumam comprometer a atuação responsável. Além destes aspectos, “é
preciso considerar a importância da conscientização do Nutricionista de que a mão-de-obra desta
área é carente, com pouca instrução e educação doméstica. Por isso, os colaboradores, normal-
mente, julgam exagerados os cuidados exigidos pelo nutricionista. Por isso, devem ser supervisiona-
dos e monitorados constante e insistentemente, pois eles são o pilar que sustenta a nossa atuação”,
explica a Nutricionista Roberta Helena Mortari (CRN-5/1292), proprietária de uma empresa baiana de
Alimentação Coletiva.
A Nutricionista, que investe no desenvolvi- mento de uma equipe coesa e treinada para aplicar as
boas práticas de acordo com a legislação vigente, afirma que seu objetivo “não é só produzir e for-
necer refeições e alimentos nutritivos, saborosos e seguros como também melhorar a qualidade de
vida das pessoas, respeitando seus hábitos alimentares de acordo com as expectativas financeiras do
serviço de nutrição em questão”.
Isso só é possível se o custo da implantação das Boas Práticas e da educação continuada estiver
inserido no valor final do serviço a ser oferecido. “No entanto, muitas empresas que se propõem a
atuar com refeições coletivas elaboram suas propostas sem incluir estes custos, limitando, assim,
a atuação do Nutricionista. Nós fazemos diferente, pois elaboramos os orçamentos contemplando
todos os custos que garantam ao nutricionista uma atuação plena, embora isto resulte, às vezes, em
perda de competitividade”, diz.
28
Nutricionista Roberta Helena Mortari (CRN-5 1292), ao centro, com sua equipe
Saúde Coletiva
A atuação responsável no âmbito da Saúde Co-
letiva requer o conhecimento acerca da gestão
de recursos públicos e a prática de leis, normas
regulamentadoras do Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Pobreza (MDS), Minis-
tério da Educação e Cultura (MEC), Ministério da
Saúde e Tribunal de Contas da União (TCU). Mas
é preciso mais do que isso.
Para a Nutricionista Lilian Corbacho Durães
(CRN-5/1337), que atua no 5º Centro de Saúde
de Salvador pela Fundação José Silveira, na área
da saúde coletiva, é importante que o nutri-
cionista esteja ciente de suas responsabilidades
e cumpra seu papel de modo a respeitar cada
membro das equipes multidisplinares. “Como
nutricionista, devo respeitar os limites entre meu
trabalho e o dos médicos, enfermeiros, psicólo-
gos e demais colaboradores”, aponta.
Além disso, Lilian defende que o desenvolvim-
ento da educação nutricional faz parte da res-
ponsabilidade do nutricionista. “Precisamos
compartilhar com os clientes as informações
preciosas que temos visando a promoção da
saúde. Devemos encantá-los, conquistá-los,
para quebrar mitos que ainda existem a respeito
da nossa profissão”, completa.
Docência
Nutricionistas que atuam na área da docência
podem ser considerados responsáveis se, pri-
meiramente, cumprem seu papel de formar ci-
dadãos para atender cidadãos, de forma ética e
responsável, “a fim de desenvolver na sociedade
as melhorias esperadas e viabilizadas aos dis-
centes através da educação”, sugere a professora
e coordenadora do curso de Nutrição oferecido
por uma Faculdade de Nutrição de Salvador,
Lindanor Santana Neta. “É preciso acabar com a
lacuna que existe entre a formação e a atuação,
a qual repercute no mau atendimento à socie-
dade”, completa.
Para o Nutricionista Emerson Ornelas Palmeira
(CRN-5/ 1776), professor universitário e coorde-
nador do curso de Nutrição oferecido por outra
Faculdade sediada na capital baiana, a atuação
profissional responsável requer constantes atu-
alizações (educação continuada) e, principal-
mente, humildade. “Primeiro para reconhecer
que o Nutricionista não é ‘naturalmente’ um
professor, embora seja o único profissional au-
torizado a dar aulas específicas nos cursos de
Nutrição, o que significa que ele deve se pre-
parar, sobretudo através da aquisição de uma
boa base pedagógica. Em segundo lugar, para
entender que um mesmo Nutricionista não
deve dar aulas sobre qualquer disciplina relacio-
nada à nutrição, pois é preciso conhecer muito
bem os conteúdos a serem lecionados”, opina
Emerson. “Eu não dou aulas relacionadas à Nu-
trição Clínica porque esta não é minha especia-
lidade”, completa.
Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela
UFBA, Emerson destaca que a Educação Nutri-
cional é responsabilidade de todo Nutricionista,
porém, “na graduação, temos apenas uma disci-
plina relacionada ao tema, o que é pouco para
quem precisa conhecer a fundo os aspectos
relacionados ao processo de ensino-aprendiza-
gem. No mestrado, a disciplina ‘metodologia do
ensino superior’ nos dá uma base a respeito de
planos de ensino, planos de aula, perfil de egres-
sos, avaliações, etc. Além disso, no mestrado
acadêmico, somos ‘obrigados’ a ministrar uma
disciplina de nutrição para cursos de graduação,
o que nos permite pôr em prática o que apren-
demos na teoria. Isso é importante”, explica.
Nutrição em Esportes
O Nutricionista que atua na área esportiva deve
gostar de esportes e conhecer bem a fisiologia
específica dos atletas das mais diferentes mo-
dalidades e frequentadores de academia. Afinal,
29
a fisiologia estudada na graduação em Nutrição
não é tão específica e por isso é importante bus-
car conhecimentos mais aprofundados através
de cursos de atualização e aperfeiçoamento
profissional. “Além disso, é preciso considerar
que o alimento é o principal elemento para o
êxito dos atletas, sendo que a suplementação
ou complementação alimentar, desde que per-
mitida pelos órgãos regulamentadores (Anvisa,
Ministério da Saúde), deve ser utilizada como
suporte”, destaca o Nutricionista que atua na
área esportiva em Sergipe, Gilcélio de Almeida
(CRN-5/2087).
Segundo a Nutricionista do Esporte Clube Ba-
hia, Mônica de Paula Seabra (CRN-5/3651), os
Nutricionistas na área esportiva devem exercer
sua profissão de forma a garantir sua plena au-
tonomia nas atribuições que lhe cabem, além de
respeitar o código de ética da profissão durante
o exercício de suas atividades. “O profissional
responsável se pauta nos aspectos técnicos
e científicos, estando sempre atualizado com
relação aos conhecimentos e adequações ne-
cessárias a cada tipo de esporte e códigos que
os regulamentam”, declara.
“No ‘Bahia’, busco contribuir para a melhoria do
desempenho das atividades esportivas dos atle-
tas, garantindo a eles o acesso a alimentos se-
guros, de qualidade nutricional e na quantidade
necessária para suprir suas exigências metabóli-
cas durante a prática de suas atividades esporti-
vas”, conta Mônica, que realiza todos os tipos de
avaliações nutricionais necessárias para deter-
minação do estado nutricional dos jogadores.
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Nutricionista Emerson Ornelas Palmeira (CRN-5/1776)
Nutricionista Mônica de Paula Seabra (CRN-5/3651)
Além das demandas técnicas, não devemos es-quecer a conduta humanística a ser adotada, lem-brando que somos pessoas cuidando de outras pessoas
“
” Leny Strauch
“Só a partir destas informações, posso traçar o
plano alimentar e as necessidades de suplemen-
tação de cada atleta. Esta é prescrita de acordo
com a necessidade de cada um, independente
da marca do produto, sem vínculo com qualquer
empresa, apenas respeitando o regulamento re-
lacionado ao doping das confederações inter-
nacionais e brasileiras de futebol ou órgãos que
regulamentam as demais competições, no que
diz respeito às substâncias proibidas”, comenta.
Mônica conta que, para agir com responsabi-
lidade, tem a obrigação de manter a confiden-
cialidade dos dados pessoais dos atletas, os
quais são compartilhados apenas entre os pro-
fissionais que compõe a equipe multidisciplinar
quando puderem contribuir para um melhor
diagnóstico. “Quaisquer trabalhos de cunho
científico que realizamos é feito através da au-
torização dada pelos atletas e pelo Clube, sendo
encaminhados para um comitê de ética para, a
partir daí, serem executados, respeitando a le-
gislação e sem qualquer fim lucrativo ou ônus
aos participantes”, destaca.
Marketing em Alimentação e Nutrição
Segundo o Nutricionista Gilcélio de Almeida,
conselheiro do CRN-5 que além da área es-
portiva, atua no campo do marketing em nu-
trição em uma distribuidora de produtos de
dietas enterais em Aracaju-SE, “a atuação res-
ponsável nesta área exige um conhecimento
técnico aprofundado não apenas relacionado
aos produtos nutricionais representados pela
empresa, mas também aos similares existentes
no mercado”, diz. No entanto, é importante ha-
ver respeito a representantes de outros produ-
tos. “Precisamos adotar uma postura impessoal
e não podemos falar de forma pejorativa sobre
o produto do concorrente. Onde trabalho, não
citamos o nome de outros produtos durante os
contatos com clientes”, completa.
Vale destacar que o recebimento de benefícios
e propinas que favoreçam uma determinada
marca é condenável. “Oferecer brindes é uma
ação positiva de marketing. No entanto, ofe-
recer este ou outros benefícios ao cliente me-
diante a exigência de exclusividade ou aumento
na prescrição é falta de ética e nada tem a ver
com uma atitude profissional responsável”, de-
clara Gilcélio. O nutricionista explica, ainda, que
a prescrição do Nutricionista é soberana, deve
ser respeitada. “É importante que o Nutricionista
que prescreve produtos nutricionais dê diferen-
tes opções ao cliente quando houver produtos
similares no mercado”, pontua. Em todas as áreas
da Nutrição, o profissional deve atentar para os
aspectos legais, éticos, técnicos e humanos para
garantir uma atuação profissional responsável.
31
Como nutricionista, devo respeitar os limi-tes entre meu trabalho
e o dos médicos, en-fermeiros, psicólogos e demais colaboradores
“
”Lilian Durões
Quem atua no marke-ting, deve adotar uma
postura impessoal e ja-mais falar de forma pe-jorativa sobre o produ-
to do concorrente
“
”Gilcélio Almeida
Desde o dia 4 de março, após reforma de sua es-
trutura física, a Delegacia do CRN-5 em Aracaju re-
tomou o atendimento aos profissionais que atuam
no Estado de Sergipe. O horário de funcionamento
é o mesmo da sede em Salvador: de segunda a
sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. Anote
os contatos:
Endereço: Centro Médico Odontológico de Sergipe
(5º Andar), Praça Tobias Barreto, nº 510, Bairro São
José, Aracaju-SE.
Telefone: (79) 3022-5966
E-mail: [email protected]
Reinauguração
No dia 9 de março, o CRN-5 promoveu a Cerimô-
nia de Reinauguração de sua Delegacia. O evento,
realizado no Auditório do Centro Médico Odon-
tológico de Sergipe (mesmo prédio da Delegacia,
no Bairro São José, em Aracaju), contou com uma
mesa redonda sobre o tema “Atualidades na Nu-
trição em Oncologia e Terapia Intensiva”, facilitada
pelas Nutricionistas convidadas pelo Conselho,
Drªs Miriam Duarte Barros (CRN-4/1723) e Mayara
Canuto (CRN-5/4085).
CRN-5 com Você!
Delegacia do CRN-5
em Aracaju volta a
funcionar
Nutricionistas Rita de Cássia Ferreira (CRN-5/1887) e Gil-célio Gonçalves de Almeida (CRN-5/2087), conselheiros do CRN-5 .
Ao centro, Drªs Miriam Duarte Barros (CRN-4/1723) e Mayara Canuto (CRN-5/4085);
Acima, Diretor do CFN, Fábio Silva Santos, e presidente do CRN-5, Valquíria Agatte;
Desde o dia 1º de abril, o atendimento do
CRN-5 no horário habitual (de segunda a
sexta-feira das 9h às 12h e das 13h às 16h), já
está sendo feito no novo endereço:
Rua Dr. José Peroba, 149, 10° andar, sala 1001,
Centro Empresarial Eldorado, Stiep (Em fren-
te ao Hotel Matiz Salvador e próximo ao
campus de Pós-Graduação da Unifacs).
CEP: 41.770-235
CRN-5 em novo
endereçona Bahia
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O CRN-5 está apoiando a criação da Associação Científica de
Nutrição da Bahia (ACNUT-BA). A ideia da entidade é inves-
tir na qualificação dos Nutricionistas, Técnicos em Nutrição e
Dietética e estudantes que atuam no Estado da Bahia, através
de diferentes ações. Para começar, serão oferecidos cursos de
capacitação na área de Alimentação Escolar, Empreendedoris-
mo e Gestão de Restaurantes. Interessados em participar des-
ta iniciativa, devem entrar em contato com a diretoria através do
e-mail [email protected]
CRN-5 apoia lançamento da ACNUT-BA
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