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Perspectivas de inserção do Profissional de Nutrição em Restaurantes e Hoteis da Bahia Publicação do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) Ano 5 – nº. 6 – 2013 pág. 18 Sua atuação profissional é responsável? Confira nossa matéria especial pág. 26 Prazo limite para regularização dos Auxiliares de Nutrição é Março de 2014 pág. 14 COPA 2014

CRN-5 em Revista nº5

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Publicação trimestral do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)

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Page 1: CRN-5 em Revista nº5

Perspectivas de inserção doProfissional de Nutrição

em Restaurantes e Hoteisda Bahia

Publicação doConselho Regionalde Nutricionistasda 5ª Região(Bahia e Sergipe)

Ano 5 – nº. 6 – 2013

pág. 18

Sua atuação profissional é responsável? Confira nossa matéria especial

pág. 26

Prazo limite para regularização dos Auxiliares de Nutrição é Março de 2014

pág. 14

COPA2014

Page 2: CRN-5 em Revista nº5

Editorial

Boas Notícias em 2013

Começamos o ano com boas notícias. Com o

apoio do Conselho Federal de Nutricionistas

(CFN), adquirimos a nova sede do CRN-5 em

Salvador, mais ampla e moderna, localizada

no centro econômico fi nanceiro da capital

baiana. Concluímos a reforma da Delegacia

do Conselho em Aracaju, que já está em pleno

funcionamento para atender aos profi ssionais

que atuam no Estado de Sergipe. Estas duas

notícias traduzem nosso anseio de melhor

atender aos Nutricionistas, Técnicos em Nu-

trição e Dietética (TNDs) e Empresas (Pessoas

Jurídicas) da área de alimentação e nutrição

inscritos neste Regional.

Para regularizar a situação dos Auxiliares em Nutrição, que têm até março de 2014 para se torna-

rem TNDs e assim não perderem o seu registro profi ssional, estabelecemos um Termo de Acordo e

Compromisso com Escolas Técnicas, de modo a facilitar a complementação curricular na formação

destes profi ssionais. Sobre este assunto, esta edição da “CRN-5 em Revista” apresenta esclarecimen-

tos detalhados, na seção “Comissão de Formação Profi ssional”.

Além desta, outras seções novas que passarão a ser fi xas nesta publicação são “Comissão de Ética”,

que neste número traz uma interessante entrevista sobre a ética na formação profi ssional do nutri-

cionista; “Comissão de Fiscalização”, que apresenta um balanço das atividades realizadas pela Uni-

dade de Fiscalização do Conselho nos últimos anos, com destaque para as principais irregularidades

verifi cadas pelo Conselho durante as visitas fi scais, e “Comissão de Comunicação”, que apresenta um

resumo das atividades do setor planejadas para este ano.

Outros destaques desta edição são a reportagem sobre atuação profi ssional responsável e a matéria

de capa, que aborda as expectativas e qualifi cação de restaurantes, bares e hotéis para a Copa do

Mundo Fifa 2014, com destaque para a inserção do profi ssional de nutrição neste contexto. Vale

mencionar que, durante a elaboração desta matéria, o CRN-5 se aproximou da Associação Brasileira

de Bares e Restaurantes seccional Bahia (Abrasel Bahia). A partir do estreitamento desta relação, vis-

lumbramos a possibilidade de desenvolvimento de ações conjuntas, que deverão acontecer através

de uma parceria a ser anunciada brevemente.

Por fi m, gostaríamos de compartilhar outra novidade: em breve, os Nutricionistas da Bahia poderão

contar com a instrumentalidade da Associação Científi ca de Nutrição da Bahia (ACNUT-BA), entidade

que está sendo estruturada com o apoio do CRN-5 a fi m de facilitar a qualifi cação dos profi ssionais

por meio da oferta de cursos e eventos específi cos. Saiba mais sobre este assunto na seção “Fique

por Dentro”. Boa leitura!

Valquíria da Conceição Agatte (CRN-5/1830)

Presidente do CRN-5

Page 3: CRN-5 em Revista nº5

Publicação do Conselho Regional de Nu-

tricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)

- Ano 4 – nº. 5 – 2012

Salvador (BA): Rua Dr. José Peroba, 149, 10°

andar, sala 1001, Centro Empresarial Eldo-

rado, Stiep. CEP: 41770-235 – Telefax: (71)

3237-5652.

Aracaju (SE): Praça Tobias Barreto, Centro

Médico Odontológico, Sala 502, São José.

CEP: 49.015-130 - Telefax: (79) 3211-8248.

Conselheiros efetivos: Valquíria da Con-

ceição Agatte (presidente); Rita de Cássia

Ferreira Silva (vice-presidente); Joelma

Claudia Silveira Ribeiro (secretária); Lo-

renna Marques Fracalossi (tesoureira);

Rosemary Lima Barreto; Tamara Cristina

Ferreira Santos; Gilcélio Gonçalves de Al-

meida; Thais Madjalane Queiroz de Olivei-

ra e Karla Vila Nova de Araujo Figueiredo.

Conselheiros Suplentes: Ana Karina de As-

sis Braga; Bárbara Eduarda Panelli Martins;

Lindanor Gomes Santana Neta; Regiane

Assunção Campos; Maíra Patriarcha Leal.

Redação, Edição, Jornalista responsável:

Carla Santana – DRT 2563

Revisão Técnica: Leny Strauch Ferreira

(CRN-5/1580)

Fotos: Arquivo do CRN-5 e sites de

domínio público.

Editoração eletrônica: Pipa Comunicação

Integrada

Nesta Edição Expediente

Interação

04Comissão de Ética

......................................................

08Comissão de Fiscalização

......................................................

14Comissão de Formação Profissional

......................................................

16Comissão de Comunicação

......................................................

18Destaque: Perspectivas do Setor

de Aimentos para a

Copa do Mundo 2014

......................................................

24Saúde em Dia: Suplementos Alimen-

tares podem auxiliar no combate a

doenças

......................................................

26Atuação profissional responsável:

marca do Profissional nota 10

......................................................

32CRN-5 com Você

Alguns links ao longo da revista são in-

terativos, basta clicar para acessá-los.

Caso deseje, é possível fazer o download

da Revista para o seu computador, tablet

ou celular. Para isso, ao abrir o site, logo

acima da descrição, no menu de opções,

clique em

*

Page 4: CRN-5 em Revista nº5

Nutricionista Karine de Oliveira Gomes (CRN-5/3808)

Page 5: CRN-5 em Revista nº5

Ética na formação profissional do Nutricionista. Este é o

tema desta entrevista exclusiva com a Nutricionista Karine

de Oliveira Gomes (CRN-5/3808), professora do curso de

Nutrição do Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus

Anísio Teixeira, Universidade Federal da Bahia (UFBA), loca-

lizado em Vitória da Conquista-BA. Graduada, pós-graduada

e mestre pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e dou-

toranda pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),

a Nutricionista aborda diversas práticas antiéticas, tais como

as críticas pejorativas ao trabalho de colegas, entre outras.

Confira!

CRN-5 em Revista - Frequentemente, a “ética profissional”

não é compreendida em seu significado mais amplo, sendo

encarada estritamente como sinônimo de “cumprimento às

leis”. Em poucas palavras, como a senhora definiria esta ex-

pressão?

Karine Gomes - Essa expressão reduz a ética profissional ao

cumprimento de ações, tais como se inscrever no órgão que

regulamenta a profissão e pagar sua anuidade em dia. Con-

tudo, a ética profissional vai muito além. Essencialmente,

passa pelo exercício pleno da cidadania, pela adoção de um

discurso coerente com a prática e, sobretudo, pelo respeito

à dignidade do outro.

CRN-5 - A adoção de uma postura

ética é fundamental em qualquer

profissão. Para o Nutricionista, em

especial, qual a importância de

considerá-la no dia a dia do seu tra-

balho?

KG - Como a nutrição integra a área

da saúde, a falta de ética por parte

de um nutricionista pode ter como

consequência o prejuízo da saúde

de um indivíduo ou até mesmo de

um grupo, independente da sua

área de atuação. Por isso, a adoção

de uma postura ética na prática pro-

fissional é necessária para garantir a

segurança e o bem-estar daqueles

que estão sob nossos cuidados.

CRN-5 – Cite uma prática que não

condiz com uma postura ética por

parte dos Nutricionistas.

KG - A atuação profissional sem o

devido registro no órgão compe-

tente, no nosso caso o CRN-5, é

uma conduta que, além de consti-

tuir falta de ética, é considerada e-

xercício ilegal da profissão, uma vez

que o item III do Art.º 11 do Código

de Ética do Nutricionista dispõe so-

bre o dever do profissional “manter-

se regularizado junto ao Conselho

Regional de Nutricionistas”. Assim,

antes de assumir uma Responsabi-

lidade Técnica na área de nutrição,

o(a)nutricionista, necessariamente,

deve regularizar sua situação junto

Ética profissional

em foco

05

Comissão de Ética

Page 6: CRN-5 em Revista nº5

06

ao CRN de sua região, mesmo que essa docu-

mentação não seja exigida pelo contratante.

CRN-5 – Por que Nutricionistas que fazem críti-

cas pejorativas ao trabalho de seus colegas ou

de outros profissionais agem de forma antiética?

KG - Quando um nutricionista tem acesso a

uma conduta nutricional inadequada de outro

colega e faz um comentário ou crítica pejorativa

sobre o seu procedimento, ele está agindo com

falta de ética. O inciso VIII do Artº 6 do Código

de Ética coloca como dever do nutricionista “al-

terar a prescrição ou orientação de tratamento

determinada por outro nutricionista quando tal

conduta deva ser adotada em benefício do indi-

víduo”. Desse modo, o nutricionista deverá adap-

tar a prescrição, mas sem denegrir a imagem do

outro profissional, já que o inciso III do Artº 10

adverte que é vedado ao profissional “criticar,

de modo depreciativo, a conduta ou atuação

profissional de outros nutricionistas ou de ou-

tros membros da equipe de trabalho”. Vale des-

tacar que há nutricionistas que se consideram

superiores a outros profissionais por possuírem

formação universitária e/ou por ocuparem car-

gos de chefia, usando tais argumentos para des-

valorizar o papel de colaboradores que apresen-

tam cargos operacionais. Segundo o inciso IV do

Artº 10 do Código de Ética do Nutricionista, é

vedado ao profissional “valer-se da posição ocu-

pada para humilhar, menosprezar, maltratar ou

constranger outrem”. Para ambas as situações,

cabe ao nutricionista seguir as recomendações

do Código de Ética e estabelecer relações cordi-

ais e respeitosas para com os colegas ou demais

profissionais da equipe de trabalho.

CRN-5 – No que diz respeito à Responsabilidade

Técnica do Nutricionista, qual a prática inade-

quada mais frequente?

KG - Um prática considerada falta de ética se-

ria a assunção “figurativa” de Responsabilidade

Técnica em serviços que exigem a presença do

Nutricionista para o seu funcionamento, como

o Programa Nacional de Alimentação do Esco-

lar (PNAE). Essa realidade é muito comum em

municípios de pequeno porte, onde o profis-

sional apenas “assina” para receber o salário e

não executa o acompanhamento necessário à

operacionalização do programa. Conforme o

inciso IV do Artº 7 do Código de Ética do Nutri-

cionista, é vedado ao profissional “praticar atos

danosos aos indivíduos e à coletividade sob

sua responsabilidade profissional, que possam

ser caracterizados como imperícia, imprudên-

cia ou negligência”. Portanto, o nutricionista só

deve assumir a Responsabilidade Técnica de

um trabalho para o qual esteja comprometido e

tenha condições de realmente exercer suas atri-

buições profissionais.

CRN-5 - Como professora de Deontologia,

como a senhora costuma abordar este tema em

sala de aula? Os problemas mais comuns são

analisados do ponto de vista do Código de Ética

profissional?

KG - O conteúdo das aulas é integralmente

baseado nos documentos legais que norteiam

a realização de pesquisas na área da saúde e no

Código de Ética do Nutricionista. Também cos-

tumo dar exemplos da minha experiência pro-

fissional, já que exerci a profissão por seis anos

antes de optar pela docência. Outro diferencial

é que conjugo a metodologia de ensino tradi-

cional com a problematização, que é uma pro-

posta pedagógica baseada na metodologia ativa

de ensino-aprendizagem. Essa metodologia

envolve a discussão de “situações problemas”

e a elaboração de um portfólio, com o objetivo

de incentivar a participação dos alunos, desen-

volver a reflexão crítica sobre os conteúdos, es-

timular a criatividade e promover a associação

do conhecimento discutido em aula com a vida

cotidiana.

CRN-5 - De modo geral, como os alunos enca-

ram suas orientações ligadas ao tema?

Page 7: CRN-5 em Revista nº5

07

KG - Felizmente tenho percebido uma atitude crítica-reflexi-

va por parte dos alunos nas aulas de deontologia. Ao longo

das discussões, sempre escuto depoimentos como “Ah, em

determinada situação não tive uma postura ética, se fosse

hoje faria diferente”. Além disso, ao final do semestre, os alu-

nos manifestam a satisfação com o conteúdo apresentado e

o interesse em cumpri-lo em sua prática profissional.

CRN-5 - No seu ponto de vista, a teoria e a prática da ética

profissional estão distantes uma da outra ou os desvios de

conduta em sua profissão são exceções?

KG - Infelizmente as atitudes antiéticas (prefiro esse termo

ao “desvio de conduta”) ainda estão muito presentes no dia a

dia, mas acho que a maioria das pessoas que apresenta esse

tipo de comportamento age por desconhecimento. Para

mudar essa realidade, é necessário investir numa formação

profissional comprometida com a ética e que valorize a in-

tegração da teoria com a prática. Paulo Freire dizia que “as

qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço

que nos impomos para diminuir a distância entre o que

dizemos e o que fazemos”. Também é importante incentivar

o zelo pela imagem da categoria profissional e aumentar a

fiscalização, tanto pelos conselhos quanto pela sociedade,

empresas, instituições e pelos próprios nutricionistas.

CRN-5 - Facebook, blogs, sites de compras coletivas, entre

outras “novidades” virtuais estão no foco das discussões a

respeito da ética profissional. A que orientações acerca dos

limites éticos dentro desta realidade o Nutricionista precisa

ficar atento?

KG - Em primeiro lugar o profissio-

nal tem que conhecer a fundo o Có-

digo de Ética do Nutricionista para

atuar conforme a lei, atentando-se,

especialmente, aos incisos VIII, IX, X

e XVII do Art.º 7. Do mesmo modo,

deve usar o bom senso para não

empregar indiscriminadamente tais

recursos, pois, na maioria das ve-

zes, a realidade virtual é insuficiente

para o exercício das suas atribuições

profissionais.

CRN-5 – A senhora indica alguma

leitura específica* para quem quer

se aprofundar neste tema?

KG - Recomendo a leitura de três

autores que julgo serem referên-

cias essenciais para o tema da ética:

Paulo Freire, Leonardo Boff e Mario

Sergio Cortella. É claro que existem

vários outros autores importantes,

mas a leitura desses já é um bom

começo.

* O CRN-5 indica a leitura do Có-

digo de Ética do Nutricionista

(Resolução CFN nº 334/2004) e do

Código de Ética dos Técnicos em

Nutrição e Dietética (Resolução

CFN nº 333/2004). Ambos estão

disponíveis nos sites do Regional

(www.crn5.org.br).

O nutricionista só deve as-sumir a Responsabilidade

Técnica de um trabalho para o qual esteja compro-metido e tenha condições de realmente exercer suas

atribuições profissionais.

”Karine de Oliveira Gomes

Page 8: CRN-5 em Revista nº5

Número de visitas fiscais cresceu

132% nos últimos cinco anos

08

Para acompanhar a ampliação do número de

Faculdades de Nutrição e de Escolas Técnicas

de Formação de TNDs por todo o Brasil e o con-

sequente aumento da quantidade de profissio-

nais atuantes nos Estados da Bahia e Sergipe nos

últimos cinco anos, a Unidade de Fiscalização

do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª

Região (Bahia e Sergipe) evoluiu quantitativa e

qualitivamente. O resultado desta “evolução” se

traduz em números: no ano de 2008, as fiscais

do CRN-5 visitaram 709 profissionais. Em 2012,

o número de visitas saltou para 1.646, o que re-

presenta um aumento de 132% em cinco anos.

Além disso, o número de atendimentos feitos

pelo Setor, seja pessoalmente, por telefone ou e-

mail, cresceu 123%, passando de 4.834, em 2008,

para 11.140, em 2012.

Entre os aspectos que colaboraram para este

avanço, destacam-se:

Comissão de Fiscalização

Page 9: CRN-5 em Revista nº5

• Implantação da Política Nacional de Fiscaliza-

ção (PNF), a partir de 2005, pelo Conselho Fe-

deral de Nutricionistas (CFN) – Além de mais a-

gilidade às análises e condução dos processos

de fiscalização, esta Política evidenciou a fisca-

lização dos Conselhos Regionais de Nutricionis-

tas (CRNs), evidenciando o seu caráter orien-

tador. A partir dela, os roteiros de visitas fiscais

foram otimizados e personalizados. Além disso,

foram criadas ou atualizadas importantes Por-

tarias de regulamentação das ações fiscais, as-

sim como formulários, certidões, protocolos e

atestados, de acordo com a legislação e com as

diretrizes da PNF.

• Incentivo ao registro de denúncias sobre ina-

dequações no exercício profissional;

• Criação de ações em parceria com entidades

como Vigilância Sanitária, Sindicato dos Nutri-

cionistas do Estado da Bahia (Sindnut-Bahia),

Ministério Público Federal e Ministérios Públicos

Estaduais (Bahia e Sergipe);

• Elaboração de manuais de orientação a Pre-

feituras, Pessoas Jurídicas (PJs) e Instituições de

Ensino Superior (IES), utilizados durante as visi-

tas fiscais;

• Participação em fóruns de discussão sobre a

atuação profissional e sua fiscalização, tanto em

nível nacional quanto regional;

• Institucionalização da fiscalização de proces-

sos seletivos e concursos públicos, a fim de

exigir, em edital, a apresentação pelo candidato

nomeado, da certidão de regularidade junto ao

Regional;

• Cadastramento e recadastramento de Prefeitu-

ras e intensificação da fiscalização das mesmas;

• Ampliação das fiscalizações itinerantes em

cidades do interior dos Estados da Bahia e de

Sergipe e realização de fóruns regionais nestes

locais;

• Estudo para a inclusão do Técnico em Nutrição

e Dietética (TND) no Quadro Técnico das PJs.

• Elaboração do Projeto “Selo de Presença Pro-

fissional” com o objetivo principal de dar ciên-

cia aos clientes de que as empresas/entidades

inscritas no CRN-5 possuem Nutricionista Res-

ponsável Técnico (RT) que deve prezar pelo ofe-

recimento de uma alimentação e/ou produtos

alimentícios focados na garantia da saúde e da

nutrição, respeitando as legislações vigentes;

• Elaboração de Nota Técnica sobre a prescrição

de exames por nutricionistas, acionamento do

Ministério Público para garantir este direito à

categoria e posterior envio da Nota a planos de

saúde e laboratórios;

• Aumento do quadro de fiscais e colaboradores

e capacitação da equipe – Atualmente, a Fisca-

lização do CRN-5 conta com quatro (4) Nutri-

cionistas Fiscais, além da Nutricionista Coorde-

nadora da Unidade e mais o pessoal de apoio

administrativo.

Para entrar em contato com o setor de fiscaliza-

ção do CRN-5, envie e-mail para fiscalizacao@

crn5.org.br

Page 10: CRN-5 em Revista nº5

10

Durante as visitas fiscais promovidas pela Unidade de Fisca-

lização do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região

(CRN-5), entre as irregularidades mais frequentemente en-

contradas está o porte da inscrição provisória vencida. “A ins-

crição provisória pode ser solicitada por egressos dos cursos

de nutrição que apresentem o atestado de colação de grau

com a data em que colou grau ou por Técnicos em Nutrição

e Dietética que apresentem atestado de conclusão de curso.

Se deferido pela Presidente do Conselho, este registro é vá-

lido por 24 meses, podendo ser renovado, através de solici-

tação formal ao Conselho, por apenas mais 12 meses. Infe-

lizmente, é comum encontrarmos Nutricionistas portando

a inscrição provisória por mais de três anos, prazo máximo

estabelecido na Resolução do CFN nº 466/2010”, explica a

fiscal Diva Moniz (CRN-5/1684).

A Coordenadora da Fiscalização Mariluze Bahia explica

que quando as fiscais se deparam com Nutricionistas nesta

condição, após as devidas orientações, é adotado o seguinte

procedimento: primeiro é emitido um termo de visita com

prazo pré-determinado para que a devida adequação para

que a inscrição definitiva seja providenciada. Se o prazo não

for cumprido, é emitido um termo de notificação, seguido

na mesma circunstância de auto de infração, que é encami-

nhado ao profissional. Encerrado o prazo previsto no auto

de infração, sem regularização o processo é encaminhado

Inscriçãoprovisória vencidaé infração grave

Page 11: CRN-5 em Revista nº5

11

ao Plenário do CRN para abertura de Processo

de Infração e aplicação de multa, dada ciên-

cia à Comissão de ética para registro, além de

denúncia às autoridades públicas competentes,

no caso o Ministério Público Federal (MPF). “Di-

ante desta denúncia, considerada exercício ile-

gal da profissão, o MPF passa a ser o responsável

por adotar as medidas cabíveis”, esclarece Diva

Moniz.

A fiscal aponta que muitos Nutricionistas ale-

gam que não deram entrada na inscrição de-

finitiva por não terem recebido da Faculdade o

diploma dentro do prazo. “Mas acontece que o

Ministério da Educação e Cultura (MEC) dá um

prazo máximo para as Instituições de Ensino

Superior (IES) emitirem o diploma. O não cum-

primento deste prazo representa o pagamento

de multas pelas IES. O prazo de validade da ins-

crição provisória estabelecida pelo Conselho

Federal de Nutricionistas (CFN) é baseado nisso.

Sendo assim, é fundamental que os profissionais

solicitem o diploma formalmente (por escrito)

às IES, logo após a colação de grau, para garan-

tirem o seu direito”, sugere Diva Moniz. No ato

do recebimento da Carteira de Identidade Pro-

fissional Definitiva, o profissional deve restituir a

provisória ao CRN.

Para solicitar ao CRN-5 a inscrição definitiva, o

portador do registro provisório deve compare-

cer à sede do Conselho em Salvador ou à Dele-

gacia em Sergipe, portando o diploma (original e

cópia), a carteira de identidade profissional pro-

visória (original) e duas fotos 3x4, além de com-

provantes de alterações de endereço e estado

civil, se for o caso. Os profissionais que moram

no interior e optarem por enviar os documentos

pelos Correios, deverão enviá-los através de có-

pias autenticadas em cartório, em todas as suas

faces.

Page 12: CRN-5 em Revista nº5

Caso tenha se desligado ou não seja mais Responsável

Técnico (RT) de uma empresa, é preciso atualizar esta

informação junto ao Conselho através do preenchi-

mento de um formulário específico, que pode ser en-

tregue pessoalmente na sede do CRN-5, enviado via

Correios ou escaneado e enviado para o e-mail fisca-

[email protected]. O formulário está disponível no

link:

Por razões diversas, alguns profissionais e

empresas podem estar em situação de ina-

dimplência perante o CRN. Para evitar o

acúmulo de anuidades, taxas ou multas ven-

cidas e suas eventuais consequências, é pos-

sível negociar a dívida. O número de parcelas

depende do valor devido. Caso tenha inte-

resse em saber mais sobre este assunto, en-

tre em contato co-nosco através do e-mail

[email protected].

Não é mais RT? Conte isso ao Conselho!

Parcele seus

débitos!

12

Notas

+

Page 13: CRN-5 em Revista nº5

Se você mudou de endereço, telefone ou e-mail, in-

forme os novos dados ao CRN-5, através do e-mail

[email protected]. Caso tenha seu nome al-

terado (por casamento, divórcio ou outros motivos), é

preciso solicitar uma nova Carteira de Identidade Pro-

fissional. Neste caso, é necessário apresentar o docu-

mento comprobatório ao CRN. Fique atento!

Quanto ao porte obrigatório da Carteira de Iden-

tidade Profissional, ainda são encontrados muitos

nutricionistas sem a identificação obrigatória deter-

minada pela Lei nº 8234/91, Decreto nº 84.444/80

e Resolução CFN º 334/04. “Nas visitas fiscais, os

profissionais são orientados quanto à sua habilita-

ção mediante inscrição no CRN-5, comprovado pelo

porte obrigatório da carteira profissional. Àqueles

que não conhecem o novo modelo, o mesmo é

apresentado”, conta a coordenadora da Unidade de

Fiscalização, Mariluze de Pinho Bahia (CRN-5/2193).

Atualizeseus dados cadastrais!

Porte da Carteira Profissional éobrigatório

13

Page 14: CRN-5 em Revista nº5

Até março de 2014, os Auxiliares em Nutrição precisam

fazer a complementação curricular de modo a se torna-

rem Técnicos em Nutrição e Dietética (TNDs). Após este

prazo, os que não apresentarem o diploma de nível téc-

nico terão seus registros junto ao Conselho Regional de

Nuticionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) cancelados e,

portanto, estarão exercendo ilegalmente a profissão. Isso

significa que o profissional estará sujeito a responder pro-

cesso perante o Ministério Público.

“O CRN-5 vem se empenhando em resolver essa questão

de modo a não desamparar, de modo algum, os profis-

sionais que por mérito concluíram seu curso e desempe-

nham corretamente seu trabalho. Por isso, estabelecemos

um Termo de Acordo e Compromisso com o Colégio Se7e

- Cursos Profissionalizantes e com a Escola Técnica de

Saúde Evangélica - Etsel, de modo a facilitar a equivalência

curricular”, conclui a Coordenadora da Unidade de Fisca-

lização do CRN-5, Mariluze Pinho Bahia (CRN-5/2193).

Cursos de complementação

Na Etsel, as turmas do curso de complementação

começaram no dia 2 de março. A previsão de duração é

de 13 meses (ou seja, até abril de 2014) e a carga horária

é de 820 horas. “As aulas acontecem

aos sábados das 8h às 17h. A novi-

dade é que os alunos contam com

um laboratório novo para aplicar os

conhecimentos na prática”, afirma a

coordenadora do Curso Técnico em

Nutrição da Etsel, Nutricionista Thalita

San Martin (CRN-5/3224).

Segundo a diretora da Etsel, Enfermei-

ra Airisnede Rocha Rossi, “o curso de

complementação curricular voltado

para Auxiliares em Nutrição é impor-

tante não apenas para regularizar a

situação destes profissionais junto

ao Conselho de Nutricionistas, mas

também para permitir a ampliação

do nível de atuação dos profissionais

no mercado de trabalho”, declara. “A

oportunidade de atualização profis-

sional deve ser considerada um ganho

além da adequação para atender as

exigências legais”, acrescentou Agatte

Na Se7te - Cursos Profissionalizantes,

Prazo limitepara regularização dos Auxiliaresem Nutriçãoé março de 2014

14

Comissão de Formação Profissional

Page 15: CRN-5 em Revista nº5

no bairro de Brotas, as aulas oferecidas aos sábados também começaram no dia 2 de março. A carga

horária é um pouco menor, são 795 horas, e por isso o curso será concluído em 12 meses. Em ambas

as Escolas, o histórico escolar do 2º grau e o diploma serão submetidos à avaliação da veracidade.

Qualificação

Para o coordenador do Curso Técnico em Nutrição da Se7e, Nutricionista Vinícius Sampaio Brandão

(CRN-5/3002), a qualificação dos atuais Auxiliares é muito importante na medida em que estes e até

mesmo os Técnicos formados até a década de 1990 ficaram deslocados no mercado de trabalho,

devido à dificuldade de definição do perfil de sua atuação. “Porém, acredito que a partir deste curso

de complementação curricular seja possível preencher esta lacuna e fortalecer a categoria”, afirma.

Segundo a diretora pedagógica da Se7e - Cursos Profissionalizantes, o ponto mais positivo de tudo

isso foi a articulação entre Secretaria de Educação, Conselho de Nutricionistas e Escola Técnica. “O

esforço conjunto para resolver um determinado problema é muito positivo”, declarou. “Aqui os alunos

terão como diferenciais o incentivo a estágios através de parcerias com IEL e CIEE, a oferta de disci-

plinas complementares de base (matemática e português) e a possibilidade de aplicação prática dos

conhecimentos teóricos”, acrescentou.

Além da Se7e e Etsel, outras Escolas Técnicas estão aptas a oferecer o aproveitamento de estudos

para o grau de Técnico em Nutrição e Dietética, lembrando apenas que a carga horária mínima

será de 820 horas, contemplando várias disciplinas específicas para a formação do TND. “O CRN-5

está pronto para prestar todos os esclarecimentos necessários aos profissionais, através de nossas

Unidades Técnica e de Fiscalização Profissional”, declarou a presidente do CRN-5. Informações sobre

este assunto podem ser obtidas pelos interessados através do e-mail [email protected] ou pelo

telefone (71) 3237-5652 (de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h).

15

Nutricionistas Vinícius Sampaio Brandão (CRN-5/3002), Pollyanna Brasil, Thalita San Martin (CRN-5/3224) e a Presidente do CRN-5, Valquíria da Conceição Agatte (CRN-5/1830)

Page 16: CRN-5 em Revista nº5
Page 17: CRN-5 em Revista nº5

Entre as atividades coordenadas pela Comissão de Comunicação do

CRN-5 previstas para este ano, destacam-se a organização de ações

e eventos relacionados à Campanha “Alimentação Fora do Lar”, pro-

movida pelo Sistema CFN/CRNs. “Esperamos que os profissionais ins-

critos no Regional participem conosco desta importante mobilização

em prol da alimentação saudável”, declara a vice-presidente do CRN-5,

Nutricionista Rita Ferreira (CRN-5/1887), conselheira da Comissão de

Comunicação. “Em breve, divulgaremos as ações”, completa.

Outras prioridades planejadas pela Comissão de Comunicação para

este ano são o lançamento do novo site institucional, mais funcional

e interativo; a sinalização interna da nova sede do CRN-5 em Salvador

e da Delegacia do Conselho em Aracaju-SE; a organização (e divulga-

ção) de eventos como o Bem Viver Nutrição 2013 (em comemoração

ao Dia do Nutricionista – 31 de agosto) e a comemoração do Dia do

Técnico em Nutrição e Dietética (27 de junho) e a promoção de chats

(bate papos online) temáticos mensais.

“Também daremos continuidade a ações bem sucedidas, como as

constantes atualizações do nosso site e Página no Facebook; o envio

de Newsletters quinzenais, a publicação de outras edições da Revista

Eletrônica e a Assessoria de Imprensa, ferramenta utilizada para divul-

gar assuntos de interesse na mídia local (espaços gratuitos/editoriais)

e intermediar entrevistas para a imprensa visando a valorização do

Nutricionista”, relata Rita Ferreira.

Para enviar sugestões e/ou comentários relacionados aos textos pu-

blicados em nossos canais de comunicação, os interessados devem

enviar e-mail para [email protected].

Participe da Campanha “Alimentação

Fora do Lar”

17

Comissão de Comunicação

Page 18: CRN-5 em Revista nº5
Page 19: CRN-5 em Revista nº5

O atual plenário do Conselho Regional de Nu-

tricionistas da 5ª Região (CRN-5) acredita que

o fato da Bahia ser uma das sedes da Copa do

Mundo Fifa 2014 pode ampliar as oportunidades

de trabalho para Nutricionistas e Técnicos em

Nutrição e Dietética (TNDs) que atuam no Es-

tado. A partir desta expectativa, o CRN-5 bus-

cou informações sobre como possíveis campos

de atuação profissional – restaurantes, bares e

hoteis – estão se preparando para ampliar suas

fronteiras e se qualificar para atender as de-

mandas geradas a partir da proximidade deste

grande evento internacional. Confira a seguir o

resultado desta “investigação jornalística”, feita

pelo setor de Comunicação do CRN-5.

Bares e Restaurantes

No Brasil, há cerca de um milhão de empresas

entre bares, restaurantes e similares. Na Bahia,

existem aproximadamente 60 mil restaurantes

formalizados como Pessoas Jurídicas. A Associa-

ção Brasileira de Bares e Restaurantes seccional

Bahia (Abrasel-BA) estima que além destes, haja

pelo menos 30 mil atuando na informalidade, o

que significa um total de aproximadamente 100

mil estabelecimentos servindo almoços, janta-

res e outras refeições aos baianos (consumi-

dores locais) e turistas que visitam o estado. E

estes números não param de crescer.

O crescimento do setor revela o hábito cada vez

mais frequente das pessoas comerem fora do lar.

Com o intuito de compreender que aspectos o

consumidor considera na hora de escolher onde

comer, a Abrasel promove o programa “Cami-

nhos dos Sabor”, iniciado com uma pesquisa re-

alizada em diversas capitais brasileiras através de

uma parceria entre a Associação, o Ministério do

Turismo e o SEBRAE.

Segundo a pesquisa realizada em Salvador no

ano de 2009, entre os turistas entrevistados,

85,5% consideram o aspecto “higiene/limpeza”

como o mais importante na hora da escolha, se-

guido pelos itens “preço” e “bom atendimento/

cordialidade”. Já para 62,7% dos consumidores

locais, a opção “higiene/limpeza” foi escolhida

como a principal condição na hora de escolher

onde se alimentar, seguida pelo “bom atendi-

mento/cordialidade” e em terceiro lugar pela

“qualidade dos alimentos”.

Diante da avaliação feita por esta pesquisa

(que pode ser conferida na íntegra através do

link e considerando que o Nutricionista é

Perspectivas do setor de alimentos

para a Copado Mundo 2014

Destaque

19

+

Page 20: CRN-5 em Revista nº5

o profissional habilitado para garantir o cuidado

relacionado aos aspectos higiênicos sanitários,

à qualidade dos alimentos e à variedade dos

cardápios, entre outros itens mencionados na

pesquisa, fica fácil perceber a importância da

inserção deste profissional nos restaurantes e

afins, de modo a agradar tanto o público interno

quanto os turistas.

Contratações

A maioria dos bares e restaurantes não possui um

Nutricionista contratado ou consultor/assessor

terceirizado que lhes dê suporte. No entanto, a

presença destes profissionais nestes estabeleci-

mentos é fundamental. “O Nutricionista é o pro-

fissional tecnicamente habilitado para instruir e

fiscalizar os colaboradores nas boas práticas de

fabricação e manipulação do alimento. Também

é seu papel criar ferramentas de trabalho para

facilitar o controle das boas práticas, padronizar

procedimentos operacionais dentro da empresa

e colocá-los em prática com os colaboradores

de forma eficaz, dentro das possibilidades es-

truturais da empresa”, explica a coordenadora

da Unidade de Fiscalização do CRN-5, Mariluze

Pinho Bahia (CRN-5/2193).

Vale destacar que nos restaurantes, o Nutri-

cionista deve atuar não apenas verificando a

manipulação, mas também controlando custos,

elaborando cardápios, organizando requisições

de compra, elaborando receituário padrão e fi-

cha técnica, controlando sobras, criando ordens

de produção, realizando treinamentos teóricos

e práticos com a equipe e elaborando crono-

gramas para determinar mudanças, principal-

mente aquelas que envolvem custo financeiro.

“Por tudo isso, o nutricionista assume o papel de

modificar e ajustar o ambiente de trabalho de

uma unidade produtora de refeições, não só nas

áreas de higiene e manipulação, mas também

na área de gestão do estabelecimento”, resume

Mariluze.

Apesar de reconhecer que todas estas são fun-

ções que devem ser assumidas pelos Nutri-

cionistas e de acreditar que este profissional

tende a se valorizar cada vez mais no setor gas-

tronômico, inclusive por aumentar a credibili-

dade dos estabelecimentos que o contratam, o

presidente da Abrasel Bahia, Luiz Henrique do

Amaral, aponta que “é um mercado de atuação

relativamente novo para os Nutricionistas, pou-

cos conhecem a fundo a realidade destes esta-

belecimentos. Por isso defendo a ampliação da

oferta de mais estágios para estudantes de nu-

trição nestes locais”, pontua.

“A contratação de Nutricionistas por restauran-

tes é, por si, um indicativo de profissionalização

do estabelecimento. Estes profissionais, por sua

vez, precisam se qualificar para atuar não ape-

nas nos aspectos relacionados à garantia da

qualidade higiênico sanitária na manipulação

e preparação dos alimentos, mas também na

elaboração de cardápios, fichas técnicas, aspec-

tos de gestão do negócio e outros itens que afe-

tam diretamente a lucratividade dos restauran-

tes e bares”, alerta o presidente da Abrasel Bahia.

Segundo Luiz Henrique do Amaral, a discussão

a respeito da tendência mundial de preferência

por uma alimentação mais saudável e equili-

brada nutricionalmente já faz parte dos planos

de negócios dos restaurantes com maior nível

de profissionalização, mas “apesar de já estar na

pauta, a consideração prática deste item ainda

está distante da realidade. Há muito discurso e

pouca efetividade”, completa.

Preparação para a Copa do Mundo

Em relação à Copa do Mundo 2014, Luiz Hen-

rique do Amaral declara que “este é um momen-

to único, estrategicamente importante para o

setor de bares e restaurantes no que diz respeito

à qualificação. “Na Bahia, temos a experiência de

receber um grande número de turistas no Car-

naval. Mas, na Copa, receberemos um público

20

Page 21: CRN-5 em Revista nº5

bem específico, composto, sobretudo, por ho-

mens com mais de 30 anos de idade e com uma

renda de no mínimo R$ 12 mil por mês. Agradar

a este público será um grande desafio”, declara.

Para o empresário, a Copa das Confederações,

que será realizada em junho próximo, servirá

como “ensaio” para a profissionalização que

precisa acontecer nestes estabelecimentos. “É

preciso acabar com a apatia empresarial que

ainda impede que nossos bares e restauran-

tes avancem em termos de gestão. Temos que

aproveitar o fato da gastronomia ser um dos

grandes atrativos turísticos da Bahia e fazer des-

ta área um ótimo cartão de visitas para o nosso

estado. Precisamos vencer dois grandes desafios

do setor: recrutar e qualificar mão de obra espe-

cializada”, diz.

A construção do legado para o setor de Bares e

Restaurantes na Bahia a partir da Copa 2014 é

um dos grandes objetivos da Abrasel Bahia. Para

garantir a excelência nos serviços destes esta-

belecimentos, a Associação está criando Polos

Gastronômicos na capital e no interior do Es-

tado. “Inicialmente, eles serão implantados nos

18 destinos turísticos da Bahia indicados pelo

Ministério do Turismo. Mas a meta é atingir 132

cidades de potencial turístico que existem em

nosso Estado”, explica o presidente da Abrasel

Bahia.

Em Salvador, os Polos serão distribuídos nas

regiões da Ribeira, Rio Vermelho, Pituba, Barra,

Itaigara, Shopping Iguatemi e demais Shoppings.

No interior da Bahia, os polos serão implantados

em Feira de Santana, Santo Antonio de Jesus,

Ilhéus, Teixeira de Freitas, Chapada Diamantina

(Irecê), Jacobina, Juazeiro, Vitória da Conquista

e Barreiras.

Em cada um dos polos, haverá um Centro de

Excelência, voltado para capacitação perma-

nente de todos os setores dos estabelecimen-

tos. O próximo passo é a criação do “Prêmio

21

José Manoel Cambeses Filho, presidente da ABIH-BA

Luiz Henrique do Amaral, presidente da ABRASEL-BA

Page 22: CRN-5 em Revista nº5

22

de Excelência Abrasel”, que avaliará critérios e

verificações técnicas – além de avaliações dos

clientes finais - através de check in e pesquisas

online. “A ideia é formar um ranking no mesmo

modelo de um campeonato de futebol, para

fomentar, inclusive, torcidas do bar, que criem

vínculos dos clientes com o estabelecimento”,

explica o presidente da Abrasel Bahia.

Em junho deste ano, a Abrasel pretende lan-

çar, ainda, o Projeto de Responsabilidade Social

“Papa Óleo”, voltado à reciclagem de óleo de

fritura. E, no dia 16 de outubro (Dia Mundial da

Alimentação), a Associação lançará o projeto

de Responsabilidade Social “Restaurar”, que tem

como objetivo o aproveitamento de alimentos

por entidades filantrópicas.

Hoteis

A cidade de Salvador dispõe de 408 meios de

hospedagem, 15.215 quartos e 34.792 leitos, se-

gundo levantamento da Bahiatursa em março

de 2008. Nas cidades ao longo da Costa dos

Coqueiros, devido à proximidade com a capital,

acrescentam-se mais 15 mil leitos que poderão

ser utilizados para hospedagem durante a Copa

do Mundo. Além disso, se registra a existência de

12 mil leitos em projeto ou construção até 2014.

No geral, portanto, a oferta de leitos na capital

baiana e Região Metropolitana poderá alcançar

um total de 61.792 unidades para 2014. Mais de

26 mil apartamentos hoteleiros estão em plane-

jamento, sendo que parte deles poderá estar

concluída antes da Copa se os investimentos

forem concretizados.

A quantidade de leitos, combinada aos atuais

anúncios de construção de novos ou ampliação

de hoteis já existentes, somada à desvalorização

do turismo no estado devido à falta de investi-

mentos públicos recentes (leia-se problemas de

gestão), preocupam representantes do setor. “Já

existem estudos que apontam para uma super

oferta, o que nos parece preocupante. Espera-

Joelma Cláudia Ribeiro, Conselheira do CRN-5

Page 23: CRN-5 em Revista nº5

mos que com as novas perspectivas, anuncia-

das pelas novas gestões municipais, este quadro

possa se reverter”, declara o presidente da As-

sociação Brasileira da Indústria de Hoteis, sec-

cional Bahia (ABIH-BA), José Manoel Cambeses

Filho.

Segundo ele, a Copa das Confederações, que

acontecerá em junho deste ano, e a Copa do

Mundo de 2014, são eventos de repercussão

mundial que podem tanto fortalecer a imagem

do Estado da Bahia como também o inverso.

Para garantir a melhor entre estas duas opções,

a instituição tem se preocupado em manter os

hoteis associados bem atualizados acerca do

que há de melhor no mercado em serviços,

inovação, infraestrutura e capacitação. “Infeliz-

mente, ainda há muitas deficiências, sobretudo

ligada à mão de obra especializada, rara em nos-

so estado”, pontua.

Na tentativa de melhorar este quadro até a Copa

do Mundo, o Ministério do Turismo oferece para

a linha de frente do setor hoteleiro o Programa

Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em-

prego (Pronatec), desde 2011. “Nós da ABIH tra-

balhamos para que o conteúdo deste cur-

so chegue também ao pequeno e médio

empresários, inclusive do interior, onde há

maior carência de planejamento estratégico,

marketing, gerência de receitas, entre outras”,

destaca José Manoel Cambeses Filho. Com ob-

jetivo de mudar este quadro, a Associação criou

a linha de cursos “Pequenos & Notáveis”, que nos

últimos dois anos foram oferecidos em seis des-

tinos incluindo a capital baiana, com o intuito

de capacitar proprietários de hoteis nas áreas de

Liderança, Sustentabilidade, Marketing e Gestão

Operacional. No Brasil, os pequenos meios de

hospedagem, com até 50 apartamentos, re-

presentam uma fatia de 70% do mercado desse

segmento.

Além dos aspectos relacionados à gestão ho-

teleira, a ABIH Bahia também está atenta à im-

portância de garantir a segurança higiênico-

sanitária nos hoteis e pousadas, inclusive no que

tange aos serviços de alimentação prestados

por estes estabelecimentos. Neste sentido, a As-

sociação tem promovido palestras em parceria

com a vigilância sanitária municipal, “especifica-

mente visando a Saúde Publica nos empreendi-

mentos hoteleiros”, aponta Cambeses Filho. “Os

grandes e médios hoteis mantêm Nutricionistas

em seus quadros e os pequenos, geralmente,

não possuem restaurantes. Existe a consciência

do empresariado em relação à necessidade de

contratar este profissional e a própria legislação

exige sua presença”, destaca o presidente da

ABIH Bahia.

Para a Nutricionista Joelma Cláudia Ribeiro,

Conselheira do CRN-5 que trabalha em um ho-

tel na capital baiana, a presença do nutricionista

nos estabelecimentos hoteleiros é importante

para garantir aos hóspedes um alimento seguro

do ponto de vista higiênico-sanitário, em con-

formidade com a legislação vigente. “A área de

produção de alimentos requer um cuidado es-

pecial por interferir na saúde dos hóspedes. To-

das as etapas que envolvem a produção de re-

feições, sejam elas, cafés da manhã ou almoços

e jantares, devem ter atenção especial, desde a

escolha do fornecedor, passando pela a recep-

ção dos produtos, armazenamento, preparo,

manutenção até a distribuição”, diz.

Joelma sugere que para a Copa do Mundo, o

setor de Alimentos e Bebidas não apenas garan-

ta a presença do Nutricionista nos hoteis e res-

taurantes em geral como também promova pro-

gramas de segurança do alimento, de modo que

os manipuladores sejam qualificados e supervi-

sionados adequadamente. “O controle integrado

de vetores e pragas urbanas, o treinamento e a

capacitação de manipuladores de alimentos,

entre outras ações, precisam começar o quanto

antes e não quando estiverem faltando apenas

alguns poucos dias para o evento internacional”,

conclui.

23

Page 24: CRN-5 em Revista nº5

Quando se fala em suplementos alimentares

hoje, grande parte das pessoas logo pensa em

algum tipo de produto ligado à prática esportiva.

Mas a verdade é que essas substâncias têm sido

utilizadas por usuários para diversas finalidades,

as quais incluem o tratamento de doenças e a

promoção da qualidade de vida. “É inegável que

o uso de suplementos nutricionais para prati-

cantes de exercícios físicos tem se tornado cada

vez mais evidente nos ambientes frequentados

por este público e, por isso, é mais fácil associar

o seu uso à prática de esportes. Mas, há diversas

pesquisas e estudos que demonstram a ação de

suplementos alimentares na prevenção e com-

bate a doenças específicas”, explica o Nutricionis-

ta Vanilson Silva (CRN-5 1464).

Entre os suplementos mais comumente utiliza-

dos para esta finalidade, destacam-se a whey

protein, que ajuda no combate à hipertensão,

gastrite, dislipidemia e sarcopenia, além de ter

ação antioxidante; a albumina, que diminui a

dislipidemia e tem ação imunomoduladora,

sendo anticâncer e antioxidante; a glutamina,

que auxilia no tratamento de desordens intesti-

nais; o BCAA, que ajuda a eliminar hepatopatias

e a hiperglicemia; e os hipercalóricos, que com-

batem a caquexia e a sarcopenia.

Essas doenças/situações são as mais frequen-

temente combatidas com o auxílio de suple-

mentos alimentares, mas um nutricionista

capacitado é capaz de utilizar esses e outros

suplementos de forma ainda mais arrojada e

agregar mais funções dos suplementos em situ-

ações diversas. “Para tratar o AVC, por exemplo,

há uma gama variada de possibilidades de uso

de suplementos que podem ser empregados

no tratamento dessa condição”, afirma Vanilson

Silva, que atua na área.

Comparações

Segundo o Nutricionista, a valorização cres-

cente dos suplementos esportivos deve-se aos

resultados obtidos a partir do uso desses produ-

tos e ao fato de que quase toda a publicidade

relacionada ao assunto está ligada a melhorias

estéticas. “O mercado está aquecido porque as

Suplementos alimentares podem auxiliar no combate a doenças

24

Saúde em Dia

Page 25: CRN-5 em Revista nº5

pessoas se preocupam cada vez mais com esta

questão”, pontua Vanilson Silva.

As oportunidades de negócios para as empre-

sas de suplementos são muitas quando há um

foco na estética. “Já os suplementos voltados

para a nutrição clínica continuam sendo forne-

cidos por uma divisão à parte dos laboratórios

farmacêuticos, segmentando o mercado e pas-

sando a ideia de que os suplementos são re-

médios ao invés de nutrientes, sendo que na

verdade a matéria-prima dos suplementos es-

portivos e da nutrição clínica é a mesma, o que

muda é a embalagem”, esclarece o Nutricionista.

Os suplementos usados na nutrição esportiva

são mais baratos que aqueles utilizados na nu-

trição clínica, com a vantagem de possuírem,

muitas vezes, um sabor melhor e uma com-

posição superior. Comparando o valor de uma

proteína hidrolisada usada na nutrição clínica,

por exemplo, com uma usada na nutrição es-

portiva, o preço pode ser até 2,5 vezes menor

para o suplemento esportivo. “Um exemplo clás-

sico é o suplemento hipercalórico (não esporti-

vo) mais conhecido e vendido nos supermerca-

dos comuns. O preço dele é muito maior do que

os similares, sendo mais caro que suplementos

com uma qualidade superior”, diz.

Oportunidades para Nutricionistas

A indústria de suplementos tem valorizado os

nutricionistas e ampliado as vagas de trabalho

para esses profissionais. Existem diversos tipos

de colocações dentro daquelas empresas, que

vão desde a área de tecnologia de alimentos,

passando por pesquisa, até o marketing em

nutrição. “O uso do suplemento esportivo no

ambiente clínico abriria mais vagas para nutri-

cionistas, devido ao seu conhecimento técnico

específico. Afinal, o suplemento alimentar, se

mal indicado, não fornece o benefício para a-

quilo que se propõe. Só um nutricionista co-

nhece bem os nutrientes contidos no suple-

mento, quais são suas propriedades, como e

quando usar. Todas essas variações podem ser

determinantes no sucesso do tratamento”, des-

taca Vanilson.

Foi-se o tempo em que a nutrição era consi-

derada mera coadjuvante da saúde. Hoje, as

pessoas já sabem que o nutricionista possui um

papel imprescindível no tratamento de diversas

doenças. Com o auxílio deste profissional, o pa-

ciente adere mais facilmente ao planejamento

alimentar proposto, sem uma preocupação tão

grande com o custo dessa alimentação, até

porque o alimento ou suplemento correto pro-

porcionará a economia com outros custos do

tratamento, como o uso de medicamentos e in-

ternações, que são muito mais caros do que a

terapia nutricional.

Melhorias propostas

Para Vanilson Silva, o governo brasileiro deveria

rever a legislação atual, de modo a categorizar

os suplementos alimentares como é feito em

outros países. “No Brasil, existem os alimentos

e os medicamentos. Alguns suplementos ficam

no ‘limbo’ dessa legislação e há muita confusão

por causa disso. Se os suplementos alimenta-

res fizessem parte de uma categoria específica,

os nutricionistas teriam muito mais opções de

produtos, podendo beneficiar seu paciente

através de maior transparência dos fornece-

dores. Além disso, esta mudança diminuiria a

utilização de produtos proibidos pelos pacien-

tes, além de gerar mais impostos e geração de

empregos no país”, declara.

Outra importante mudança sugerida pelo Nutri-

cionista é a entrada de laboratórios tradicionais

da Nutrição Esportiva na Nutrição Clínica. “Isso

aumentaria a concorrência, gerando um círculo

virtuoso, onde todos precisarão se esforçar mais

para estudar as possibilidades de tratamento

de doenças e ainda concorrer por preços mais

baratos, possibilitando novas alternativas na

hora de comprar o produto”, conclui Vanilson.

25

Page 26: CRN-5 em Revista nº5

Independentemente da área de atuação do Nutricionista ou do

Técnico em Nutrição e Dietética (TND), a responsabilidade no

trabalho é o mínimo que se espera daquele que pretende ser

reconhecido e valorizado profissionalmente. Mas, o que significa

uma atuação profissional responsável? Com certeza, mais do

que cumprir a carga horária mínima exigida para cada situação e

assegurar uma boa prestação de serviço à comunidade.

Para a assessora técnica do Conselho Regional de Nutricionistas

da 5ª Região (CRN-5), Leny Strauch (CRN-5/1580), o profissional

responsável é aquele que conhece e segue as normas, código

de ética e demais legislações relacionados à profissão. É tam-

bém o que busca embasamento nas fontes seguras de conhe-

cimento técnico em saúde, como legislações, guias, diretrizes,

consensos, estudos científicos produzidos por entidades idôneas

ou entidades oficiais (Organização Mundial da Saúde, Ministério

da Saúde, ANVISA, Universidades, etc.). “O bom profissional tem

ciência do dever de se manter atualizado no conhecimento téc-

nico científico e nas legislações que concernem à sua área de a-

tuação. Além destas demandas técnicas, não devemos esquecer

a conduta humanística a ser adotada, lembrando sempre que so-

mos pessoas cuidando de outras pessoas”, afirma a Nutricionista.

Atuaçãoresponsável: marca doprofissional nota 10

26

Atuação Profissional

Page 27: CRN-5 em Revista nº5

Nutrição Clínica

Para a Nutricionista Clínica Coordenadora do

Serviço de Nutrição de um grande hospital de

Salvador, Kelly Brasil Adan (CRN-5/0771), “o que

garante a atuação profissional responsável é ter

uma visão global da profissão; é investir em atu-

alização tecnológica e educação continuada; é

usar a criatividade e ser flexível, sem perder de

vista os aspectos éticos, legais e motivacionais”,

declara.

“Além disso, é preciso considerar a composição

de quadro técnico compatível com o perfil as-

sistencial e com a demanda de mercado de tra-

balho; a interação com a equipe multidisciplinar;

a participação em estudos de caso; a prescrição

e evolução de dietas em prontuários e o acom-

panhamento do porcionamento das refeições,

assim como a distribuição, aceitação, desperdí-

cio e participação na elaboração dos indicado-

res nutricionais. Tudo isso garante, a meu ver, a

excelência e a atuação profissional responsável”,

resume Adan.

A Nutricionista reconhece que responder positi-

vamente a tantas responsabilidades não é fácil.

“Para me ajudar, busco manter em meu quadro

técnico profissionais competentes, que se en-

volvem com o serviço, porque não basta ape-

nas sermos Nutricionistas, temos que ter visão

do todo, sendo capaz de buscar sinergia entre

todos os setores envolvidos. Isso faz uma grande

diferença”, pontua. “Tão importante quanto ado-

tar uma postura profissional, cumprir, fazer cum-

prir e avaliar constantemente as ações técnicas

e éticas, saber ouvir, ponderar, passar segurança,

amadurecer com a equipe, retroceder quando

necessário, assumir falhas, não repetir erros e

ter em mente que sempre é possível melhorar, é

ter amor pelo trabalho. Só desta forma podemos

honrar nossa imagem profissional”, completa.

27

Nutricionista Kelly Brasil Adan (CRN-5/0771)

Tão importante quanto adotar uma postura

profissional, é ter amor pelo trabalho. Só desta

forma podemos honrar nossa imagem

profissional

”Kelly Adan

Page 28: CRN-5 em Revista nº5

Alimentação Coletiva

No âmbito da Alimentação Coletiva, o desco-nhecimento de leis, normas regulamentadoras do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assim como o desconhecimento de aspectos relacionados

à gestão são aspectos que costumam comprometer a atuação responsável. Além destes aspectos, “é

preciso considerar a importância da conscientização do Nutricionista de que a mão-de-obra desta

área é carente, com pouca instrução e educação doméstica. Por isso, os colaboradores, normal-

mente, julgam exagerados os cuidados exigidos pelo nutricionista. Por isso, devem ser supervisiona-

dos e monitorados constante e insistentemente, pois eles são o pilar que sustenta a nossa atuação”,

explica a Nutricionista Roberta Helena Mortari (CRN-5/1292), proprietária de uma empresa baiana de

Alimentação Coletiva.

A Nutricionista, que investe no desenvolvi- mento de uma equipe coesa e treinada para aplicar as

boas práticas de acordo com a legislação vigente, afirma que seu objetivo “não é só produzir e for-

necer refeições e alimentos nutritivos, saborosos e seguros como também melhorar a qualidade de

vida das pessoas, respeitando seus hábitos alimentares de acordo com as expectativas financeiras do

serviço de nutrição em questão”.

Isso só é possível se o custo da implantação das Boas Práticas e da educação continuada estiver

inserido no valor final do serviço a ser oferecido. “No entanto, muitas empresas que se propõem a

atuar com refeições coletivas elaboram suas propostas sem incluir estes custos, limitando, assim,

a atuação do Nutricionista. Nós fazemos diferente, pois elaboramos os orçamentos contemplando

todos os custos que garantam ao nutricionista uma atuação plena, embora isto resulte, às vezes, em

perda de competitividade”, diz.

28

Nutricionista Roberta Helena Mortari (CRN-5 1292), ao centro, com sua equipe

Page 29: CRN-5 em Revista nº5

Saúde Coletiva

A atuação responsável no âmbito da Saúde Co-

letiva requer o conhecimento acerca da gestão

de recursos públicos e a prática de leis, normas

regulamentadoras do Ministério do Desenvolvi-

mento Social e Combate à Pobreza (MDS), Minis-

tério da Educação e Cultura (MEC), Ministério da

Saúde e Tribunal de Contas da União (TCU). Mas

é preciso mais do que isso.

Para a Nutricionista Lilian Corbacho Durães

(CRN-5/1337), que atua no 5º Centro de Saúde

de Salvador pela Fundação José Silveira, na área

da saúde coletiva, é importante que o nutri-

cionista esteja ciente de suas responsabilidades

e cumpra seu papel de modo a respeitar cada

membro das equipes multidisplinares. “Como

nutricionista, devo respeitar os limites entre meu

trabalho e o dos médicos, enfermeiros, psicólo-

gos e demais colaboradores”, aponta.

Além disso, Lilian defende que o desenvolvim-

ento da educação nutricional faz parte da res-

ponsabilidade do nutricionista. “Precisamos

compartilhar com os clientes as informações

preciosas que temos visando a promoção da

saúde. Devemos encantá-los, conquistá-los,

para quebrar mitos que ainda existem a respeito

da nossa profissão”, completa.

Docência

Nutricionistas que atuam na área da docência

podem ser considerados responsáveis se, pri-

meiramente, cumprem seu papel de formar ci-

dadãos para atender cidadãos, de forma ética e

responsável, “a fim de desenvolver na sociedade

as melhorias esperadas e viabilizadas aos dis-

centes através da educação”, sugere a professora

e coordenadora do curso de Nutrição oferecido

por uma Faculdade de Nutrição de Salvador,

Lindanor Santana Neta. “É preciso acabar com a

lacuna que existe entre a formação e a atuação,

a qual repercute no mau atendimento à socie-

dade”, completa.

Para o Nutricionista Emerson Ornelas Palmeira

(CRN-5/ 1776), professor universitário e coorde-

nador do curso de Nutrição oferecido por outra

Faculdade sediada na capital baiana, a atuação

profissional responsável requer constantes atu-

alizações (educação continuada) e, principal-

mente, humildade. “Primeiro para reconhecer

que o Nutricionista não é ‘naturalmente’ um

professor, embora seja o único profissional au-

torizado a dar aulas específicas nos cursos de

Nutrição, o que significa que ele deve se pre-

parar, sobretudo através da aquisição de uma

boa base pedagógica. Em segundo lugar, para

entender que um mesmo Nutricionista não

deve dar aulas sobre qualquer disciplina relacio-

nada à nutrição, pois é preciso conhecer muito

bem os conteúdos a serem lecionados”, opina

Emerson. “Eu não dou aulas relacionadas à Nu-

trição Clínica porque esta não é minha especia-

lidade”, completa.

Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela

UFBA, Emerson destaca que a Educação Nutri-

cional é responsabilidade de todo Nutricionista,

porém, “na graduação, temos apenas uma disci-

plina relacionada ao tema, o que é pouco para

quem precisa conhecer a fundo os aspectos

relacionados ao processo de ensino-aprendiza-

gem. No mestrado, a disciplina ‘metodologia do

ensino superior’ nos dá uma base a respeito de

planos de ensino, planos de aula, perfil de egres-

sos, avaliações, etc. Além disso, no mestrado

acadêmico, somos ‘obrigados’ a ministrar uma

disciplina de nutrição para cursos de graduação,

o que nos permite pôr em prática o que apren-

demos na teoria. Isso é importante”, explica.

Nutrição em Esportes

O Nutricionista que atua na área esportiva deve

gostar de esportes e conhecer bem a fisiologia

específica dos atletas das mais diferentes mo-

dalidades e frequentadores de academia. Afinal,

29

Page 30: CRN-5 em Revista nº5

a fisiologia estudada na graduação em Nutrição

não é tão específica e por isso é importante bus-

car conhecimentos mais aprofundados através

de cursos de atualização e aperfeiçoamento

profissional. “Além disso, é preciso considerar

que o alimento é o principal elemento para o

êxito dos atletas, sendo que a suplementação

ou complementação alimentar, desde que per-

mitida pelos órgãos regulamentadores (Anvisa,

Ministério da Saúde), deve ser utilizada como

suporte”, destaca o Nutricionista que atua na

área esportiva em Sergipe, Gilcélio de Almeida

(CRN-5/2087).

Segundo a Nutricionista do Esporte Clube Ba-

hia, Mônica de Paula Seabra (CRN-5/3651), os

Nutricionistas na área esportiva devem exercer

sua profissão de forma a garantir sua plena au-

tonomia nas atribuições que lhe cabem, além de

respeitar o código de ética da profissão durante

o exercício de suas atividades. “O profissional

responsável se pauta nos aspectos técnicos

e científicos, estando sempre atualizado com

relação aos conhecimentos e adequações ne-

cessárias a cada tipo de esporte e códigos que

os regulamentam”, declara.

“No ‘Bahia’, busco contribuir para a melhoria do

desempenho das atividades esportivas dos atle-

tas, garantindo a eles o acesso a alimentos se-

guros, de qualidade nutricional e na quantidade

necessária para suprir suas exigências metabóli-

cas durante a prática de suas atividades esporti-

vas”, conta Mônica, que realiza todos os tipos de

avaliações nutricionais necessárias para deter-

minação do estado nutricional dos jogadores.

30

Nutricionista Emerson Ornelas Palmeira (CRN-5/1776)

Nutricionista Mônica de Paula Seabra (CRN-5/3651)

Além das demandas técnicas, não devemos es-quecer a conduta humanística a ser adotada, lem-brando que somos pessoas cuidando de outras pessoas

” Leny Strauch

Page 31: CRN-5 em Revista nº5

“Só a partir destas informações, posso traçar o

plano alimentar e as necessidades de suplemen-

tação de cada atleta. Esta é prescrita de acordo

com a necessidade de cada um, independente

da marca do produto, sem vínculo com qualquer

empresa, apenas respeitando o regulamento re-

lacionado ao doping das confederações inter-

nacionais e brasileiras de futebol ou órgãos que

regulamentam as demais competições, no que

diz respeito às substâncias proibidas”, comenta.

Mônica conta que, para agir com responsabi-

lidade, tem a obrigação de manter a confiden-

cialidade dos dados pessoais dos atletas, os

quais são compartilhados apenas entre os pro-

fissionais que compõe a equipe multidisciplinar

quando puderem contribuir para um melhor

diagnóstico. “Quaisquer trabalhos de cunho

científico que realizamos é feito através da au-

torização dada pelos atletas e pelo Clube, sendo

encaminhados para um comitê de ética para, a

partir daí, serem executados, respeitando a le-

gislação e sem qualquer fim lucrativo ou ônus

aos participantes”, destaca.

Marketing em Alimentação e Nutrição

Segundo o Nutricionista Gilcélio de Almeida,

conselheiro do CRN-5 que além da área es-

portiva, atua no campo do marketing em nu-

trição em uma distribuidora de produtos de

dietas enterais em Aracaju-SE, “a atuação res-

ponsável nesta área exige um conhecimento

técnico aprofundado não apenas relacionado

aos produtos nutricionais representados pela

empresa, mas também aos similares existentes

no mercado”, diz. No entanto, é importante ha-

ver respeito a representantes de outros produ-

tos. “Precisamos adotar uma postura impessoal

e não podemos falar de forma pejorativa sobre

o produto do concorrente. Onde trabalho, não

citamos o nome de outros produtos durante os

contatos com clientes”, completa.

Vale destacar que o recebimento de benefícios

e propinas que favoreçam uma determinada

marca é condenável. “Oferecer brindes é uma

ação positiva de marketing. No entanto, ofe-

recer este ou outros benefícios ao cliente me-

diante a exigência de exclusividade ou aumento

na prescrição é falta de ética e nada tem a ver

com uma atitude profissional responsável”, de-

clara Gilcélio. O nutricionista explica, ainda, que

a prescrição do Nutricionista é soberana, deve

ser respeitada. “É importante que o Nutricionista

que prescreve produtos nutricionais dê diferen-

tes opções ao cliente quando houver produtos

similares no mercado”, pontua. Em todas as áreas

da Nutrição, o profissional deve atentar para os

aspectos legais, éticos, técnicos e humanos para

garantir uma atuação profissional responsável.

31

Como nutricionista, devo respeitar os limi-tes entre meu trabalho

e o dos médicos, en-fermeiros, psicólogos e demais colaboradores

”Lilian Durões

Quem atua no marke-ting, deve adotar uma

postura impessoal e ja-mais falar de forma pe-jorativa sobre o produ-

to do concorrente

”Gilcélio Almeida

Page 32: CRN-5 em Revista nº5

Desde o dia 4 de março, após reforma de sua es-

trutura física, a Delegacia do CRN-5 em Aracaju re-

tomou o atendimento aos profissionais que atuam

no Estado de Sergipe. O horário de funcionamento

é o mesmo da sede em Salvador: de segunda a

sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. Anote

os contatos:

Endereço: Centro Médico Odontológico de Sergipe

(5º Andar), Praça Tobias Barreto, nº 510, Bairro São

José, Aracaju-SE.

Telefone: (79) 3022-5966

E-mail: [email protected]

Reinauguração

No dia 9 de março, o CRN-5 promoveu a Cerimô-

nia de Reinauguração de sua Delegacia. O evento,

realizado no Auditório do Centro Médico Odon-

tológico de Sergipe (mesmo prédio da Delegacia,

no Bairro São José, em Aracaju), contou com uma

mesa redonda sobre o tema “Atualidades na Nu-

trição em Oncologia e Terapia Intensiva”, facilitada

pelas Nutricionistas convidadas pelo Conselho,

Drªs Miriam Duarte Barros (CRN-4/1723) e Mayara

Canuto (CRN-5/4085).

CRN-5 com Você!

Delegacia do CRN-5

em Aracaju volta a

funcionar

Nutricionistas Rita de Cássia Ferreira (CRN-5/1887) e Gil-célio Gonçalves de Almeida (CRN-5/2087), conselheiros do CRN-5 .

Ao centro, Drªs Miriam Duarte Barros (CRN-4/1723) e Mayara Canuto (CRN-5/4085);

Acima, Diretor do CFN, Fábio Silva Santos, e presidente do CRN-5, Valquíria Agatte;

Page 33: CRN-5 em Revista nº5

Desde o dia 1º de abril, o atendimento do

CRN-5 no horário habitual (de segunda a

sexta-feira das 9h às 12h e das 13h às 16h), já

está sendo feito no novo endereço:

Rua Dr. José Peroba, 149, 10° andar, sala 1001,

Centro Empresarial Eldorado, Stiep (Em fren-

te ao Hotel Matiz Salvador e próximo ao

campus de Pós-Graduação da Unifacs).

CEP: 41.770-235

CRN-5 em novo

endereçona Bahia

33

Page 34: CRN-5 em Revista nº5

O CRN-5 está apoiando a criação da Associação Científica de

Nutrição da Bahia (ACNUT-BA). A ideia da entidade é inves-

tir na qualificação dos Nutricionistas, Técnicos em Nutrição e

Dietética e estudantes que atuam no Estado da Bahia, através

de diferentes ações. Para começar, serão oferecidos cursos de

capacitação na área de Alimentação Escolar, Empreendedoris-

mo e Gestão de Restaurantes. Interessados em participar des-

ta iniciativa, devem entrar em contato com a diretoria através do

e-mail [email protected]

CRN-5 apoia lançamento da ACNUT-BA

34

Page 35: CRN-5 em Revista nº5
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