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Croniquei... e agora?

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Copyright © 2016 by Silvio Luiz Carrara Copyright © 2016 by Novo Século Editora Ltda.

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São Paulo 2016

CRONIQUEI...E

AGORA?

SILVIO LUIZ CARRARA

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novo século editora ltda.Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – BrasilTel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br | [email protected]

Croniquei... E agora?Copyright © 2016 by Silvio Luiz CarraraCopyright © 2016 by Novo Século Editora Ltda.

produção editorial

SSegovia Editorial

preparação

Lívia First

diagramação

Abreu’s System

revisão

Andrea Bassoto

capa

Odi Gouvea

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)Carrara, SilvioCroniquei – e agora? / Silvio Carrara. – Barueri, SP : Novo Século Editora, 2016.1. Crônicas brasileiras I. Título.

16-02437 CDD-869.8

Índices para catálogo sistemático:1. Crônicas : Literatura brasileira 869.8

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Dedicatória

À minha esposa, Grace, pelo seu amor incondicional. Contradizendo Drummond: “Eu a amo porque a amo. O amor é um estado de graça e com amor se paga”.

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Agradecimentos

Ao Sr. Elias Awad, que gentilmente me honrou com o prefácio do livro.

A Odi Gouveia, pelo incrível presente que é a maravi-lhosa capa.

À minha família, aos mestres, padres e doutores que fi-zeram e fazem a minha trajetória.

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Prefácio

Em nossa vida é muito importante quando conseguimos fa-zer com que as nossas essências se misturem. Com isso, quero registrar a importância da combinação da essência do ser humano e do profissional. Que suas crenças, atos e pala-vras possam convergir sem ter que, obrigatoriamente, criar personagens para cada uma delas!

Pois essas palavras expressam exatamente quem é o fi-lho, o esposo, o pai, o amigo... o médico Silvio Luiz Carrara. Um homem e um médico sensível; um homem e um médico ético, de grande caráter; um homem e um médico compro-metido com o próximo e que tem nas mãos a linda missão de salvar vidas, um privilégio de poucos...

E confesso, aqui, que ao ler sua obra, Croniquei... E ago-ra?, tive uma grata surpresa ao constatar que a convergência de fatores e características entre o homem e o profissional também se estende ao escritor. Como se diz na linguagem do “jornalismo”, Silvio é um autor de “pena fácil”, ou seja, escreve com leveza e sabor... Há passagens divertidas, tristes e reflexivas e que nos fazem relembrar também de situações

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que nós mesmos vivemos. Mesmo em temas mais “amar-gos”, Silvio consegue encontrar o lado “doce”, transmitido através dos ensinamentos adquiridos. Só os melhores atin-gem tal nível de observação e sapiência.

Registro aqui outra curiosidade do livro. Sabe onde ele encontrou esses temas? Na melhor das fontes: no cotidiano. E foi justamente no seu dia a dia como homem da sociedade e médico que nasceu o escritor.

A obra Croniquei... E agora? representa também uma forma de Silvio Luiz Carrara nos transmitir a importância que todos nós temos de compartilhar a nossa vivência.

Ah... Também não é por mero acaso que o doutor Silvio Luiz Carrara formou-se médico e especializou-se em cardiologia.

Além de tratá-lo, dar-lhe vida e sobrevida, ele conhece como poucos aquilo que emociona, agride, alegra, faz “sor-rir” e enche de amor um coração...

O título Croniquei... E agora? encerra-se com uma per-gunta, cuja resposta eu mesmo pretendo dar.

Croniquei... E agora, Silvio Luiz Carrara? Agora, o Silvio precisa continuar a nos presentear com

novas edições do livro. O Croniquei... E agora? de números 2, 3, 4, 10...

Parabéns Silvio Luiz Carrara, e obrigado pela honra que a mim foi dada, de poder escrever este texto!

Elias Awad Biógrafo e palestrante

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Abertura do autor

No cotidiano nos deparamos com o apressar da vida. Todo mundo tem pressa.

Nesses instantes comecei a observar fatos e situações, muitas hilárias, e outras, nem tanto. Resolvi, então, rascu-nhar sobre elas, e o começo foi dif ícil.

A ideia aparece, por vezes, em momentos errados, e quan-do vamos passar para o papel, surge: “Não foi bem isso que pensei naquela hora...”. Não sai... Como diria Lila Zanganeh, escritora franco-iraniana, “Existe também a dificuldade com as palavras”.

É um zoológico com substantivos indóceis, adjetivos sa-rapintados, advérbios rugindo e verbos zurrando os cascos, o que nos leva à ruminação dos detalhes para depois atingir o pensamento lógico.

Estive navegando por mares nunca dantes explorados, tentei atingir a minha “Taprobana”. Não precisava nem ir além como a epopeia lusíada. Não cheguei nem perto...

Essas crônicas foram escritas de maneira leve e alegre. Muitas delas me fizeram sorrir e algumas, meditar. Muitos

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dos grandes escritores e autores são ou foram médicos. Não tenho a menor pretensão.

Quanto ao título das crônicas, pensei: “Já existem tan-tas... São crônicas disso, crônicas daquilo... Então, qual títu-lo colocar? Por que não Croniquei... E agora?”.

Esse neologismo talvez possa fazer parte da nova edição do Aurélio, afinal, a língua portuguesa é como se fosse as ondas do mar: está em constante modificação.

Croniquei... E agora? quer dizer que continuarei a escre-ver crônicas e pequenas histórias, ou seja, cronicarei! É a arte de produzir crônicas, na qual sou apenas um simples aprendiz.

Apesar disso, eu... Croniquei... E agora?Espero que apreciem a leitura!

Silvio Luiz Carrara

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1.

A VIDA POR UM CHOQUE

Vivemos nos enganando, achamos que não vamos mor-rer, daí a expressão desenganada.

Não gostamos de falar sobre morte e tampouco sobre parada cardíaca, que pode ocorrer com qualquer pessoa, de qualquer idade e sexo, em qualquer lugar. As doenças car-diovasculares são a principal causa de morte em nosso meio. Atualmente, costumam afetar os adultos em idade produti-va, na ocasião em que suas famílias e o país mais necessitam deles.

No Brasil, diariamente, cerca de 820 pessoas morrem de doenças do coração, sendo que o infarto é a mais comum. Apenas 49% das pessoas que têm infarto chegam com vida ao hospital. 250 mil pessoas morrem a cada ano e menos de 5% são salvas.

O coração humano apresenta de sessenta a noventa ba-tidas por minuto, mais de 100 mil ao dia. Passamos o dia sem refletir o que acontece dentro do nosso corpo. Não nos damos conta do ritmo constante que controla o coração sa-

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dio até que algo dê errado! O coração perde seu ritmo con-tínuo, transformando-se em um ritmo anormal, tão instável que o coração não contrai e a vítima sofre uma parada car-díaca por fibrilação ventricular.

A ressuscitação pode ajudar por um tempo, mas ela não consegue reverter a fibrilação ventricular. Para se recuperar o ritmo normal, basta um choque elétrico controlado que interrompa o ritmo anormal, transformando-o em um rit-mo normal. A cada minuto sem o choque, as chances de sobrevivência caem 10%. Pode existir vida após uma parada cardíaca.

A invenção dos desfibriladores automáticos externos, operados mesmo por leigos, deu novo alento à parada cardí-aca. Nos Estados Unidos, a experiência nos aeroportos e aviões da sobrevida foi de 40%. Antes era de 2%. Esses apa-relhos são baratos e vendidos em farmácias nos Estados Unidos. Quem imaginaria, há cinquenta anos, comprar um aparelho de pressão ou um glicômetro.

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2.

A VIDA QUE SE LEVA É A QUE SE VIVE

Trabalhando em ambulâncias, fomos remover um senhor de muita idade para um hospital. Só havia vaga na enferma-ria e no outro leito estava uma mulher. O senhor tinha lap-sos de memória e sabíamos que a mulher internada era a esposa dele. Então, dissemos:

— O senhor vai encontrar uma namorada!O acaso do destino fez com que eles se encontrassem.

Ao entrar no quarto, os dois sorriram, e o diálogo a seguir foi:

— Você não morreu!— Não! E nem você!Lá permaneceriam convalescendo, lado a lado.

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3.

ALIMENTOS

Percebi que certos alimentos são sem graça. Se eu os prepa-ro, também são sem graça. Vejam, por exemplo, o milho, que se transforma em pipoca, mas faz uma barulheira dana-da, um estardalhaço. Ainda, na hora de comer, se não puser sal tem gosto de isopor!

Outro alimento que é bom: o leite. Mas no seu preparo pode extrapolar a panela e, aí, para limpar o fogão, só mes-mo as donas de casa para contar!

Alguns alimentos têm uma plástica bonita, mas podem não ter gosto de nada, como maçãs e pêras. Depende se o produtor está ou não com pressa de colher. Em algumas ba-nanas, mesmo maduras, ou maçãs, tive a ingrata surpresa de ver que estavam ruins por dentro. Como falava minha avó: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”!

Acho, também, que a minha definição de alimento é aqui-lo que anda e do que você corre atrás, como vacas, porcos e aves. O que se colhe não dá sustento! Tem poucas calorias.

Alguns alimentos são feios, mas saborosos. Porém, há um que age em silêncio e transforma. Estou falando do fer-

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mento, que, quando adicionado ao trigo – ou a outros ingre-dientes –, faz com que não seja mais trigo, porque ele se transforma em pão, bolo, massas, pizza...

Esse, sim, é o rei dos alimentos!

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