18
Ano 87 - Nº 23.562 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h55 www.dcomercio.com.br São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 5 6 2 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 18º C. AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 17º C. 10 anos de pousos tranquilos na privatização Pressionado pela demanda crescente, o aeroporto internacional de Cabo Frio tornou-se um pioneiro: foi o primeiro a ser privatizado no País, em 2001. Nesse período, recebeu investimentos de R$ 35 milhões. Fernando Gabeira confere esse aeroporto que, de tanto sucesso, já precisa de ampliações. Pág. 18 Capriles une oposição contra Chavez Candidato avisa que lutará sem polarização. Se vencer, buscará apoio no exterior: sua primeira visita será o Brasil. Pág.8 A guerra do Oriente Médio sai de seu território Explosivos em carros diplomáticos de Israel levam terror a Nova Déli, Índia, e a Tbilisi, na Geórgia. O primeiro-ministro Netanyahu põe a culpa no Irã e no "seu cliente" Hezbollah. Pág.8 São Paulo abre alas para os tropicalistas Caetano, Gil e Rita Lee são destaques da Águia de Ouro, escola que vai homenagear o Tropicalismo. Pág.9 Fernado Gabeira/DC The Economic Times/AFP Carlos Garcia Rawlins/Reuters E é um reinado cada vez mais voraz. Nem bem completou R$ 200 bilhões (marca alcançada ontem, nove dias mais cedo do que em 2011), o Leão dos impostos municipais, estaduais e federais cai na folia tributária sem demonstrar a menor piedade pelos foliões, ficando com boa parte de suas fantasias e adereços. Pág. 11 Leão reina no Carnaval O Exército fica na Bahia Página 5 Serpentina 43,83% Confete 43,83% Cerveja 55,60% Buzina 45,59% Agogô 38,74% Fantasia 36,41% Apito 34,48%

DC 14/02/2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Diário do Comércio

Citation preview

Page 1: DC 14/02/2012

Ano 87 - Nº 23.562 Jornal do empreendedorR$ 1,40

Conclusão: 23h55 www.dcomercio.com.br São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23562HOJE

Sol com pancadas de chuvaMáxima 28º C. Mínima 18º C.

AMANHÃParcialmente nublado

Máxima 30º C. Mínima 17º C.

10 anos depousostranquilos naprivatizaçãoPressionado pela demanda crescente,o aeroporto internacional de Cabo Friotornou-se um pioneiro: foi o primeiroa ser privatizado no País, em 2001.Nesse período, recebeu investimentosde R$ 35 milhões. Fernando Gabeiraconfere esse aeroporto que, de tantosucesso, já precisa de ampliações. Pág. 18

Capriles uneoposiçãoc o n t raC h ave zCandidato avisa quelutará sem polarização.Se vencer, buscará apoiono exterior: sua primeiravisita será o Brasil. Pág. 8

A guerra doOriente Médio sai

de seu territórioExplosivos em carros diplomáticos de

Israel levam terror a Nova Déli, Índia, e aTbilisi, na Geórgia. O primeiro-ministro

Netanyahu põe a culpa no Irã e no"seu cliente" Hezbollah. Pág. 8

São Pauloabre alas paraos tropicalistasCaetano, Gil e Rita Lee sãodestaques da Águia de Ouro,escola que vai homenagear oTropicalismo. Pág. 9

Fernado Gabeira/DC

The

Econ

omic

Tim

es/A

FP

Carlos Garcia Rawlins/Reuters

E é um reinado cada vez maisvoraz. Nem bem completouR$ 200 bilhões (marcaalcançada ontem, nove diasmais cedo do que em 2011), oLeão dos impostos municipais,estaduais e federais cai nafolia tributária semdemonstrar a menor piedadepelos foliões, ficando com boaparte de suas fantasias eadereços. Pág. 11

Leãoreina noCarnaval

O Exército

fica na BahiaPágina 5

Serpentina43,83%

Confete 43,83%

Cerveja 55,60%

Buzina45,59%

Agogô38,74%

Fa n t a s i a36,41%

Apito34,48%

Page 2: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Ed i to r - Ch e fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos ([email protected])Editor de Reportagem: José Maria dos Santos ([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann ([email protected]), Carlos deOliveira ([email protected]), chicolelis ([email protected]), Estela Cangerana ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]) Editor deFotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Fernando Porto ([email protected]), Ricardo Ribas([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]) Subeditores: Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David, DarleneDelello, Eliana Haberli e Evelyn Schulke Repórteres Especiais: Fernando Gabeira, Kleber Gutierrez ([email protected]), . Repór teres:Anderson Cavalcante ([email protected]), André de Almeida, Fátima Lourenço, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira, Kety Shapazian,Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cunha, Rafael Nardini, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, SandraManfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e Wladimir Miranda.

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São PauloPABX (011) 3244-3737 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046, (011) 3244-3123

HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL a c s p @ a c s p. co m . b r

Gerente PL Arthur Gebara Jr. ([email protected])Gerente Executiva Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Folhapress, Efe e Reute r s I m p re s s ã o OESP GRÁFICA S/AAs s i n at u ra s Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

FALE CONOSCOE-mail para Cartas: [email protected] E-mail para Pautas: e d i to r @ d co m e rc i o. co m . b r

E-mail para Imagens : d co m e rc i o @ a c s p. co m . b r E-mail para Assinantes: circulac [email protected] Legal: 3244-3175. Fax 3244-3123 E-mail: l e g a l d c @ d co m e rc i o. co m . b r

Publicidade Comercial: 3244-3197, 3244-3983, Fax 3244-3894Central de Relacionamento e Assinaturas: 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355

opiniãoDo lado interno, há a interpretação de que a política fiscal tornou-se contracionista em 2011.

Roberto Fendt

TAXA DE JUROS NEUTRAE A POLÍTICA FISCAL

ROBERTO

FENDT

PAULO

SAAB

PTE PMDB ESTÃO PRONTOS PARA GREVES?O

que aconteceu naBahia e no Rio deJaneiro – e vamos ficar

só nestes dois estados paraefeito de análise do tema, noque diz respeito ao movimentogrevista de policiais militares,entre os quais os bombeiros –revela uma certeza: PT e PMDB,respectivamente nos governosda Bahia e do Rio, estãoprovando do próprio veneno.E fica uma dúvida: estão ospolíticos e governantesdestes partidos preparadospara enfrentar greves?

É verdade, e por aí começaa demonstração do possíveldespreparo para com as grevesinconstitucionais. Militaré proibido pela Carta Magna defazer greve. Inspirados naslideranças mais tradicionais,do tempo em que, no poderfederal, o PT era oposição, oslíderes desses movimentospassaram por cima do textolegal. Afinal, se o ex-presidentepetista da República podiafazer da Constituição letramorta, por que alguns "líderes",promotores mais de badernado que de greve, não

poderiam fazer o mesmo?Na Bahia, o governador

petista Jaques Wagner, num

atestado público deincompetência ou inapetênciapara os ônus do cargo, alegouter sido pego de surpresa e,além de tudo, indeciso, nãofez cumprir a Constituição;permitiu a propagação dagreve e sua exportação paraoutros estados. Ficou evidente– e por isso digo que o PT e suabase aliada, em que está oPMDB, prova do próprio

veneno – que a articulaçãogrevista não era funcional e simpolítica de criação de caos.

O vídeo em que umdos "líderes" diz que nemse o governador aparecesseoferecendo quatro mil reaisde salário a greve nãoacabaria, entre outras absurdasgravações, mostra que aorganização da greve, emvários estados, foi inspirada nas

táticas anteriores do PT,hoje usadas por partidos deesquerda mais radical,perdidos sem causa no mundo.

No Rio de Janeiro, ondefoi feito esse vídeo (semmencionar o teor criminosodas gravações feitas na Bahia,envolvendo parlamentar doRio de Janeiro e organizadoresde um dito movimentogrevista para militares, de

caráter nacional) o governadorSérgio Cabral, do PMDB, foimais ágil. Sem os rançosdemagógicos do petismo,prendeu "lideranças" e nãodeu espaço para o movimentoganhar a força sem sentidoque ganhou na Bahia.

No fundo, o que os "líderes"partidários antipetistas e

antigovernistas (por defenderainda a anacrônica "ditadura doproletariado) queriam era a nãorealização do carnaval nosprincipais pontos turísticos doPaís, o que seria uma provamundial de sua competência eda capacidade de mobilizaçãoenvolvendo militares grevistas.

Alguém armado, semfarda, agindo em grupo, éparte de um bando, e não maismilitar, disse o ex-presidentedo STF, Carlos Veloso.

O governo da Bahia não

tem serviço de inteligênciaou seus integrantes sãomilitares estaduais em greve?E o governo do Rio, com tudoque tem feito para combater ocrime naquele estado, tambémnão tem esse serviço?

Uma coisa é certa: emtodo o País, os salários dos

policiais militares e bombeirossão ridículos pela importânciada função que exercem.

Mais esdrúxulo do quetudo isso, foi o governo federaltentar aparecer de bonzinhono caso da desocupaçãoda invasão conhecida comoPinheirinho. Uma coisa é sergoverno, outra é ser oposição,na visão petista/aliados.

Contradições? O povonem sabe o que é isso...

PAU L Ç O SAAB

É J O R N A L I S TA E E S C R I TO R

Lúcio Távora/Folhapress

Exército em Salvador, para controlar a ação de PMs grevistas: PT prova do seu veneno.

Ataxa de juros "neutra"– a que permite sus-tentar o crescimentosem provocar aumen-

to na inflação – voltou ao centrodas atenções na última semana.Até então julgava-se que o valornominal dessa taxa estaria em tor-no de 9%. Agora, entretanto, acre-dita-se que a taxa neutra possa sermenor, talvez em torno de 8%. Oque teria levado os formuladoresda nossa política econômica aapostar em uma taxa de juros neu-tra ainda menor?

Dois eventos parecem estarpor trás dessa revisão. Do ladoexterno, a mudança de orienta-ção do Banco Central Europeu,injetando liquidez no mercadopara expandir o crédito e reto-mar o crescimento na área do eu-ro; a ela agrega-se a determina-ção do Federal Reserve, o bancocentral dos Estados Unidos, depersistir atuando na mesma di-reção, pelo menos até 2013.

Do lado interno, há uma inter-pretação de que a política fiscaltornou-se contracionista em 2011e que ainda permanece assim. Emrazão disso, a ênfase sobre a taxade juros como praticamente o úni-co instrumento de controle da in-flação, poderia ser atenuada, como BC reduzindo paulatinamente ameta da taxa Selic.

Em apoio à ideia de que a políti-ca fiscal é contracionista são ali-nhados vários argumentos. Pri-meiro, que o setor público cumpriucom folga a meta de superávit pri-mário de 3,1% do Produto InternoBruto (PIB). Segundo – e decorren-te do primeiro – que a dívida líqui-da do setor público caiu de 39,1%do PIB em 2010 para 36,5% do PIB

damentar uma queda na taxa de ju-ros e não precisa a cada momentocontar uma história diferente parajustificá-la. Em agosto do ano pas-sado, o argumento era uma enor-me crise que se avizinhava. Decor-ridos seis meses, esta não deu o arda graça e espera-se que não o faça.Agora, o argumento é a enorme a li-quidez internacional; ocorre quecom ela já convivemos desde 2009.Não há novidade nisso.

Bastaria ao BC argumentarcom o diferencial entre asnossas taxas de juros e as

correspondentes taxas praticadasdo mercado internacional. Essaenorme diferença explica a valori-zação do câmbio, reduz a competi-tividade de nossas exportações e,em parte, explica a perda de dina-mismo do setor industrial.

Do ponto de vista financeiro,tampouco faz sentido manterum diferencial tão grande. Os re-cursos estão vindo liquidamentedo exterior, e não sendo liquida-mente repatriados.

Evidentemente, há limite paraa queda interna dos juros, ditadopela expectativa de desvaloriza-ção cambial e pelo risco país, deum lado, e pela inflação do real,de outro. A queda mais pronun-ciada dos juros deve dar-se mais àfrente, se e quando ficar claro quea inflação realmente está conver-gindo para o centro da meta.

RO B E RTO FENDT É E C O N O M I S TA

em 2011. Seriam claros indicadoresde responsabilidade fiscal.

Quanto ao primeiro argu-mento, é preciso recordarque, se forem excluídos

das receitas os pagamentos de divi-dendos e concessões, o saldo pri-mário cai para somente 2,5% doPIB. Além disso, lembremos que acarga tributária bateu novo recor-de em 2011, situando-se em 36,2%do PIB – dois ponto percentuais amais do que em 2010. Esse resulta-do deveu-se ao fato de a arrecada-ção de tributos federais, em 2011,ter alcançado R$ 969,9 bilhões – umaumento real de 10,1%, desconta-da a inflação de 6,5%. Esse aumen-to real foi superior em mais de trêsvezes o crescimento do PIB.

Apenas a título de comparação,enquanto em 2008 a carga tributá-ria brasileira já estava em 34,4%, nomesmo ano ela era de 17,6% no Ja-pão, 20,4% no México, 23,5% na

Turquia e 26,9% nos Estados Uni-dos. Países com carga tributária su-perior à nossa em 2008, como o Rei-no Unido (35,7%), Alemanha(36,4%) ou Suécia (47,1%), têm saú-de e educação públicas de primeiromundo para toda a população, di-ferentemente do nosso caso.

Quanto ao segundo argumento,é suficiente observar que do pontode vista de equilíbrio fiscal a situa-ção piorou em 2011, quando o setor

público gerou um superávit pri-mário de apenas R$ 128,7 bilhões,enquanto a conta de juros no anofoi de R$ 236,7 bilhões. A diferença,o déficit nominal, foi de R$ 108 bi-lhões. Para cobrir a diferença, a dí-vida bruta aumentou em R$ 232,1bilhões, financiada em parte pelaemissão de títulos públicos, no va-lor de R$ 179,2 bilhões.

Os conceitos de déficit nominal ede dívida bruta, sistematicamente

ignorados nos comunicados ofi-ciais, são os realmente relevantes,já que é o déficit nominal que re-quer emissão de títulos para o seufinanciamento, aumentando a dí-vida; e é sobre a dívida bruta, e nãoa líquida, que incidem juros – pa-gos, em parte, pelo aumento dacarga tributária que incide sobre oscidadãos e em parte pelo aumentoda dívida bruta.

O BC tem argumentos para fun-

Page 3: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião ENTRE OS CONSERVADORES HÁ MESMO QUEM PENSE QUE ROMNEY É ATÉ PIOR QUE OBAMA.

O DECLÍNIO DOS TRABALHADORES BRANCOS

NICHOLAS

D. KRISTOF

A pobreza persistente éum grande desafiomoral dos Estados

Unidos, mas ela é bem mais doque isso. Por uma questãoprática, não conseguiremosresolver os problemaseducacionais, os custos dosistema de saúde, os gastosgovernamentais ou acompetitividade econômicaenquanto uma parte de nossapopulação esteja presa em umasubclasse.

Historicamente, "subclasse"tem sido muitas vezesconsiderada um eufemismo pararaça, mas cada vez mais elatambém inclui elementos daclasse operária branca.

Esse é o pano de fundo para oalvoroço em relação ao últimolivro de Charles Murray, ComingApart ("Quebrando", emportuguês). Murray examinacriticamente a ruptura familiarentre os brancos da classe operáriae o declínio no que ele vê como osvalores tradicionais do esforço.

Os liberais, em grande parte,criticaram o livro. Eu tambémdiscordo com partes importantesdele. Mas Murray está certo emressaltar as dimensões sociais dacrise entre os trabalhadoresbrancos menos qualificados.

Meu critério é minha queridacidade natal, Yamhill, Oregon,com uma população de 925pessoas num bom dia. Nós,norte-americanos, pensamosno interior rural dos EstadosUnidos como um adorávelcenário pastoril, mas atualmentealgumas famílias brancasmarginalmente empregadas emlugares como Yamhill parecemestar repetindo as patologiasque devastaram muitasfamílias afro-americanas nasúltimas duas gerações.

Uma praga tem sido o abusode drogas. Nos Estados Unidosrural, o problema não é a heroína,mas a metanfetamina. Eladestruiu vidas em Yamhill edeixou muitas pessoas com fichacriminal, o que dificultaencontrar bons empregos. Comos pais na cadeia, as crianças sãocriadas sem cuidados.

Assim ocorre o eclipse dospadrões familiares tradicionais.Entre as mulheres norte-americanas brancas que têm

OLAVO DE

CARVALHO

Um novosucesso dof ra c a s s o?

Uma crise está se desenvolvendo naclasse operária branca, efeito colateral

da crescente desigualdade derenda nos EUA. Não há saídas ideais,mas há evidências de que precisamosde mais política social, não de menos.

apenas o ensino médio, 44%dos nascimentos acontecemfora do casamento, acima dos6% de 1970, segundo Murray.

Os liberais às vezesacham que isso é preconceitopara favorecer o casamentotradicional. Ao longo do tempo,minhas reportagens sobrepobreza me levam a discordar:casamentos sólidos têm umimpacto benéfico gigantescona vida dos pobres (mais doque na vida da classe média,que tem mais amortecedoresquando as coisas dão errado).

Um estudo sobre rapazesdelinquentes de baixa

renda, em Boston, descobriu queum dos fatores que tiveram omaior impacto para afastá-los dacriminalidade foi casar com asmulheres que amavam.Como Steven Pinker observa emseu recente livro, The Better Angelsof Our Nature ("Os MelhoresAnjos de Nossa Natureza"):"A ideia de que homens jovenssão civilizados por mulherese pelo casamento pode ser vistacomo tão trivial quantoo Kansas em agosto, mas elase tornou um lugar comum dacriminologia moderna".

Os empregos também sãoimportantes como um caminhopara fora da pobreza, e Murrayestá correto ao observar que éproblemático ter um númerocrescente de homens da classeoperária saindo da força de

trabalho. A proporção dehomens na idade do primeiroemprego que têm apenasensino médio e que dizemque estão "fora da força detrabalho" quadruplicoudesde 1968, atingindo 12%.

Em 1965, Daniel PatrickMoynihan publicou uma

importante reportagemalertando sobre uma crise nasestruturas da família afro-americana – e muitos liberais,na época, o acusaram de algopróximo ao racismo. Emretrospectiva, Moynihan estavacerto ao disparar o alarme.

Atualmente, temo queestejamos vendo uma crise naqual uma parte dos operáriosdos Estados Unidos corre o riscode ser calcificada em umasubclasse, marcada por drogas,desespero, declínio familiar,altos índices de aprisionamentoe um papel decrescente doemprego e da educação comouma escada rolante demobilidade social para cima.

Precisamos de uma discussãonacional sobre essas dimensõesda pobreza e talvez Murraypossa ajudar a dispará-la. Eutemo que os liberais estejamapressados demais ao pensarque injustiça seja basicamenteuma questão de impostos. Sim,nosso sistema tributário éuma desgraça, mas a pobrezaé bem mais profunda ebem mais complexa do que isso.

Onde Murray estáprofundamente errado,

creio eu, é em culpar aspolíticas sociais liberais pelaspatologias que ele examina.Sim, tenho visto programas deajuda encorajarem as pessoas asair da força de trabalho. Mashavia forças bem maioresatuando, como o declínio debons empregos públicosfederais.

Na minha turma de ensinomédio, 80% das pessoas nãoentraram ou desistiram dauniversidade porque costumavaser possível obter um nívelde vida sólido na siderúrgica, nafábrica de luvas ou na serraria.Era isso o que seus pais tinhamfeito. Mas a fábrica de luvasfechou, os empregos paraoperários entraram em colapsoe trabalhadores nãoqualificados se viramcompetindo com imigrantes.

Não há soluções ideais, masalgumas evidências sugeremque precisamos de mais políticasocial, não de menos.

Educação infantil precocepode apoiar crianças que

são criadas por mães ou paissolteiros esforçados. Tratarcriminosos viciados em drogasé bem mais barato do queprendê-los. Um novo estudorevela que um programa deempregos para ex-detentosrecém-saídos da prisãomostrou que eles tinham 22%menos probabilidade de seremcondenados por outro crime.

Essa iniciativa, do Center forEmployment Opportunities(Centro para Oportunidades deEmpregos), mais do que paga asi mesma: cada US$ 1 trouxeUS$ 3,85 em benefícios. Entãovamos cair na real. Uma criseestá se desenvolvendo naclasse operária branca, umefeito colateral da crescentedesigualdade de renda nosEstados Unidos.

As patologias sãodolorosamente verdadeiras. E asolução não é apontar o dedo oudesviar os olhos – mas criaroportunidade.

NICHOLAS D. KR I S TO F É C O L U N I S TA

DO NEW YORK TIMES.TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Embora a popularidadede Barack HusseinObama esteja baixíssima,as perspectivas eleitorais

nos EUA não são as melhorespara os republicanos. Até agora,o candidato preferido naseleições internas é Mitt Romney,mas há tanta resistência contraele nas bases, que,previsivelmente, muitos eleitoresterão preguiça de ir às urnas sópara votar de novo, como em2008, num puro mal menor.

Historicamente, o GOP (GrandOld Party) só tem chance quandoescolhe um candidato com claraimagem de conservador, comoEisenhower ou Reagan, mas se dámuito mal quando aposta emconciliadores e muristas.

Foi precisamente por isso quea grande mídia, obamista atéalém do limite da sanidade,vendo seu ídolo cair naspesquisas, passou ao plano B:promover Romney para dividir oeleitorado republicano,demonizando Gingrich, queameaçava unificá-lo.

Está dando certo. O problemacom Romney é que seueleitorado não é ideológico.Compõe-se essencialmente de"moderados" e indecisos. Oex-governador de Massachusettsmudou de posição tantas vezes,

e em tantos assuntos, queninguém sabe exatamente o queele pensa sobre coisa alguma.

Sua força está na simpatia, nainegável capacidade decomunicação e na fraqueza dosconcorrentes. Estes, emcontrapartida, têm sua base deapoio entre "verdadeiros crentes",que votam por convicção.Resultado: os eleitores deRomney se bandeariamautomaticamente para Gingrich,Santorum ou mesmo Ron Paul,se um destes fosse o escolhido,mas a recíproca não é verdadeira.

Entre os conservadores hámesmo quem pense queRomney é até pior que

Obama, e nada menos de vintepor cento dos republicanos jádeclararam em pesquisas que, nahipótese de um confronto finalentre os dois, darão um novomandato ao atual presidente.

Para complicar as coisas, omegabilionário George Soros,financiador-mor do Occupy WallStreet e da ascensão daFraternidade Islâmica ao poderem vários países do OrienteMédio, falando outro dia a umgrupo de seus co-investidores,declarou em alto e bom som queeles nada têm a se preocupar comas próximas eleições, pois um

governo Romney não será muitodiferente da gestão Obama.

Na boca dele, isso era elogio,mas, entre as bases republicanas,soou como uma confirmação detudo o que pensavam de pior arespeito de Romney. A colunista

Ann Coulter, adepta entusiastade Romney, andou espalhandoo slogan: "Ajude a reeleger Obama:vote em Gingrich".

Hoje sabemos que é ocontrário: o ex-speaker of theHouse teria muito mais chances

contra o atual presidente, atraindopara si boa parte dos torcedores deSantorum, de Ron Paul e dopróprio Romney, enquanto estenão tem igual força unificadora.

Não é impossível, masmuito improvável, que,debilitada a candidatura

Gingrich pelo fiasco nos debatesda Flórida, os conservadores,para se livrar de Romney, cerremfileiras em torno de Santorum.

O problema é que este nãotem dinheiro e entraria emcampo contra a maior verba decampanha que os democratas já

conseguiram juntar ao longode toda a sua história.

Jogando habilmentecom o poder da mídiae explorando as fraquezasinternas do partido adversário,os democratas estão se saindomuito bem na difícil operaçãode transfigurar em candidatoviável um dos presidentesmais impopulares de todos ostempos, sem precisar paraisso nem mesmo melhorara imagem da criatura.

OL AVO DE CA RVA L H O É E N S A Í S TA ,J O R N A L I S TA E P RO F E S S O R DE FI LO S O F I A

Page 4: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 20124 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

CHARGE DO DIA

Inspiração matinal333 Não é sempre que a âncora do Bom dia,Brasil, Renata Vasconcelos, aparece de saia nonoticioso matinal, como no começo desta semana.E não é sempre que, generosamente, possa exibirpernas cruzadas a ponto de provocar enxurradade e-mails à área de jornalismo da Globo, detelespectadores gratos e ainda emocionados. Por

outro lado, as blusas que a nova âncora do Jornal Nacional, PatríciaPoeta, vem desfilando no programa, já inspiram telespectadoras detodo o país que querem saber mais sobre os modelitos. O volumeé quase tão grande quanto o das que querem saber detalhessobre as camisolas de Tereza Cristina (Christiane Torloni).

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 A presidente Dilma Rousseff,vira e mexe, dá demonstraçõesaos mais chegados que jápensa em sua sucessão: nada aver com as eleições presidenci-

ais de 2014, quando tentará se reeleger, mas já de olho em 2018.Ela até lembra que, em seu primeiro mandato, Lula tambémpensava em sua sucessão e já surgiam nomes que se considera-vam candidatos naturais. No segundo mandato, quando AntonioPalocci lhe antecipou os planos de Lula, não acreditou de cara“porque jamais havia pensado nessa probabilidade”. Mais: elanão acredita que Lula queira disputar o Planalto em 2014 e sótem uma preferência para 2018. Gostaria de eleger uma mulher.

Sucessãode Dilma

333 No final da semana passada,nos salões do Hotel Unique, comovem acontecendo nos últimosanos, a revista Vogue promoveuseu Baile de Carnaval que tem

mais a ver com uma noite de fantasias de mulheres conhecidas,produzidas com muito glamour para a festa. O importante é exibiro que pode ser fotografado e ir parar nos sites e nas revistas decelebridades. Da esquerda para a direita: Luiza Possi, CristianaArcangelli, Luciana Gimenez, Brunete Fracarolli, de Mulhe-res Ricas, a modelo Izabel Goulart e Sabrina Sato, fantasia-da de cobra – e realmente sem nada por baixo.

Carnavalà paulista

A noitedeAdele

333 Bruno Mars, Tony Bennett,Foo Fighters e Taylor Swiftestavam entre os ganhadores daedição 2012 do prêmio Grammyaos melhores da música: só que

a grande vencedora foi mesmo a britânica (e roliça) Adele(à esquerda, ao lado de Paul McCartney, usando vestidoGiorgio Armani), que abiscoitou em seis categorias. A noiteda premiação teve um lado triste: a morte de Whitney Houstone lá, entre outros, estavam Rihanna e Katy Perry (centro)e a veteraníssima Diana Ross (direita).

Tom sempre dizia que a música era sua galinha dos ovos de ouro. Eu,apesar de ter sido musa inspiradora, não ganhei nem um pintinho.

IN OUTh

h

Dockside clássico. Dockside em cores.

MAIS: é uma versão maisenxuta de Ágape, que jávendeu 6 milhões deexemplares, registrandonovo recorde no mercado.

MISTURA FINA

Sinal dos tempos333 Quem passar pelo Cemitérioda Consolação, em São Paulo,poucas quadras distante daAvenida Paulista, poderá melhorsentir a que nível chegou apreocupação dos moradores dacidade com roubos e violência.Numa lateral, os muros docemitério já alcançaram oitometros de altura e em cima,passam rolos de aramefarpado que lembram camposde concentração ou prisõesamericanas. No passado, asmais ricas famílias da cidadeconstruíam lá mausoléus,túmulos suntuosos e até mini-capelas sobre a área de seusmortos. Resumo da ópera: osmuros crescem para evitar roubosou abrigar famílias de sem-teto.

DUETS III333 O cantor Tony Bennett,85 anos, que acaba de levaro Grammy 2012 na categoria“melhor pop vocal tradicional”,pelo CD Duets II, já estápreparando o volume deconvidados que ele quer incluirem Duets III. No segundo, entreoutros, participaram LadyGaga, Amy Winehouse, ArethaFranklin, Queen Latifah, NorahJones, Willie Nelson, AndreaBocelli, Natalie Cole e MariahCarey. Na terceira incursão,Bennett já mandou convidarRoberto Carlos, Shakira, AnaCarolina e Vanessa da Mata.

O padre Marcelo Rossié uma máquina de fé edinheiro: agora, querlançar o livro Agapinho -Ágape para Crianças.

Fotos: Paula Lima

Temer no comando333 O vice-presidente MichelTemer quer cuidar, pessoalmente,da candidatura de seu protegidoGabriel Chalita à prefeitura deSão Paulo pelo PMDB. Estánegociando com a cúpula do DEMe o jurista Alexandre de Moraespode ser o vice, emboraRodrigo Garcia, secretário deDesenvolvimento Social dogoverno Geraldo Alckmin tenhalançado sua pré-candidatura.Mais: Temer quer levar Chalita aNova York conhecer, conversare tirar fotografia ao lado deRudolph Giuliani e MichaelBloomberg. Detalhe: o PMDBtem pesquisas que indicam queo maior problema no eleitoradoque Chalita enfrentará é nouniverso masculino.

SAFRA ANTIGA333 OcantorWando,quepoderáganhar uma espécie de museuem sua homenagem em NovaFriburgo, com o acervo de 17mil calcinhas, catalogadaspor período, estilo e cores,integrava uma geração decantoresquesedefendiam,nocomeço de suas carreiras, emboates de São Paulo e Rio deJaneiro. Em São Paulo, numacasa noturna especializada emMPB chamada Catedral doSamba, em certa época, seapresentavam Wando, PeryRibeiro,osOriginaisdoSamba,BenitodiPaulaeoutrostantos.Odono,quemdiria,eraJoãoAlbertoMorad,umdos reisdanoiteepaideLucianaGimenez.

Baixou o nível333 A nova gíria, criada porpublicitários em comercial decerveja, que está sendo assimi-lada rapidamente pelos cari-ocas, é o verbo sapucar, quesignificaria “sair, beijar, cair nocarnaval” e por aí afora. Só quenos bares de lá, dos subúrbiosa Ipanema e Leblon, sapucarcomeça a ganhar variantes,algumas beirando o baixo calãoe outras tantas de uso entregays, nem um pouco pudicas. Acampanha da cerveja já começaa ser programada para sair doar, até porque tem pouco apeloe Jennifer Lopez, atraçãoconvidada, nada tem a ver comcarnaval brasileiro.

O OUTRO LADO333 Na festa de aniversário doPT,quandoGilbertoKassab(elefoinacondiçãodepresidentenacionaldoPSB)virouatração-extra,odiscursodeRuiFalcão,presidentedopartido,falandoem “alianças muitopragmáticas”, ultrapassoulimites de tolerância daprópria Dilma que começoua disparar olhares paraoutros correligionários paraque saíssem em socorro doprefeito. Agora, contudo,Kassab ganha novo fôlego:nas conversas com petistas(inclusive Lula) que queremuma aliança com ele, poderádizer que esse tipo de reaçãodo PT, incluindo-se vaias,são arriscadas.

«

HELÔ PINHEIRO // 66 anos, a eterna Garota de Ipanema, sobre os 50anos da música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Uma nova Graça333 Aconselhada pela presidente Dilma Rousseff, que usouos serviços de Olga Curado em sua campanha, Graça Foster,nova presidente da Petrobrás, também terá a consultoria daprofissional, especialista em media training, gestos, posturae, dependendo, até roupa. Graça sabe que sua exposição namídia será maior, bem como participação em seminários eeventos nacionais e internacionais. Também o cabeleireiroCelso Kamura, autor do novo corte de cabelos de Dilma deveráser convocado, embora com alguma resistência (antecipa-da) de Graça. Ele quer fazer um corte Chanel nela. A propó-sito: nada disso impedirá Graça de sair na União da Ilha,misturada numa ala – e sem problemas de segurança.

333 A SENADORA MartaSuplicy e o ex-presidente doJockey Club de São Paulo,depois de um intervalo, voltarama namorar e passam carnaval emIstambul, com direito a volta porParis porque, afinal ninguém éde ferro. Ela vai se patrulhar àmesa na viagem: por conta desuas brigas com o PT e mesmodevido ao rompimento, ganhoualguns quilos a mais.

333 LOGO depois do carnaval,quem chega ao Brasil é o atorWill Smith: vem para o lançamen-to mundial de Homens de Preto3 (Tommy Lee Jones continua noelenco), o que confirma a novaposição do Brasil no circuitointernacional, por conta docrescimento econômico do pais.

333 ENQUANTO o PT estrila eGilberto Kassab mantém suaestratégia, o PSD flerta naCâmara Federal com o PCdoB:dando certo e acrescentando-seo PSB de Eduardo Campos, obloco formado se transformarána maior bancada com 89deputados, superando PT (85parlamentares) e PMDB (78).

333 EM ABRIL, com showsmarcados no Rio, São Paulo eBelo Horizonte, quem vem é acantora Demi Lovato, que jáavisou que quer conhecer MichelTeló, que também foi convidadopor Shakira para sua festa deaniversário. Demi Lovato é umadas estrelas do segmento teen e,no passado, chegou a dividir umprograma de televisão comSelena Gómez, que esteve hádias no Brasil e que é namoradade Justin Bieber.

333 O BTG Pactual, de AndréEsteves, vai abrir seu capital e aIPO (oferta inicial de ações) deveacontecer no começo de abril.Pelas primeiras estimativas, pertode US$ 1 bilhão. Esteves éveterano de guerra no mercadofinanceiro, já teve altos e baixos,corre risco e confessa – apenasaos chegados – que ainda seespanta com os volumes que vêEike Batista e suas empresascolherem no mercado. Deveestar querendo seguir o mesmocaminho da roça.

Page 5: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

D E S A BA F OGovernador nãopoupou grevistas.A democraciaficou de quatro.

INSISTÊNCIANo Rio de Janeiro,até assembleiade grevistas tembaixa adesão.

política

Na Bahia, depois do trioelétrico, a tropa federal.

O governador Jaques Wagner solicitou aosministérios da Justiça e da Defesa que oshomens do Exército e da Força Nacionalpermaneçam no estado durante o carnaval. Amedida é para apagar a péssima imagem da faltade segurança. Resta saber o que pensa o folião.

Ogovernador da Ba-hia, Jaques Wagner(PT), confirmou on-tem que telefonou

para os ministros José EduardoCardozo e Celso Amorim, res-pectivamente, da Justiça e daDefesa, para pedir a permanên-cia no estado das tropas doExército e da Força Nacional deSegurança durante o carnaval.

O petista, que concedeu suaprimeira entrevista após o fimda greve da Polícia Militar, dis-se que o carnaval, festa queatrai à Bahia milhares de turis-tas, será "normal", como em to-dos os anos, porque o planeja-mento policial será cumprido.Só que, desta vez, haverá refor-ço das tropas federais.

Na página da embaixada dosEstados Unidos na internet, en-tretanto, ainda está mantida a"mensagem de emergência",aconselhando os cidadãos nor-te-americanos a acompanhar onoticiário e considerar adiarviagens não essenciais à Bahiaaté que as condições de segu-rança estejam estabilizadas.

Chantagem – Jaques Wag-ner voltou a criticar os méto-dos dos policiais militares pelaparalisação que durou 12 diase acusou os grevistas de faze-rem parte de um movimentonacional que chantageou asautoridades. "Uma coisa é rei-vindicar salários, outra coisa éestabelecer um clima de terrornuma sociedade para fazer ademocracia ficar de quatro pe-rante armas", afirmou.

Apesar de satisfeito, "por-que terminou", Wagner reafir-mou que "não dá para ficar fe-liz, porque a população sofreu,as pessoas ficaram assusta-das". Durante a entrevista, ogovernador considerou que asolicitação de reforço federal"foi uma decisão acertada".

Liderança presa – Segundoele, até então, nenhum outro es-tado havia enfrentado o proble-ma como a Bahia. "O objetivo eraque o movimento alcançasse oRio de Janeiro, São Paulo e ou-tros estados até chegar a Brasília,

sempre com essa formatação".Lembrou que depois da divul-gação para todo o Brasil das es-cutas telefônicas, nas quais lide-ranças grevistas incitaram a vio-lência, "ficou evidente que o mo-vimento transcendeu, emmuito, a conotação salarial".

Para o governador, essa mes-ma estratégia havia sido utiliza-da no Ceará e no Maranhão. "Adiferença é que eles terminaramcom líderes presos, aqui na Ba-hia e no Rio de Janeiro, e nãoconseguiram prosperar nessametodologia que não tem nadaa ver com a democracia", disse.

Medo das armas – De acor-do com a avaliação de Wagner,sem a solicitação das tropas fe-derais, provavelmente a criseainda não estaria resolvida."Com o apoio das Forças Ar-madas, da Força Nacional, daPolícia Federal e também doMinistério Público e do Judi-ciário, conseguimos imporuma derrota a um método deintimidação à população, quenão pode ser aceita para reivin-dicações salariais", ponderou."Uma coisa é reivindicar, a ou-tra é colocar a população deita-da sob o medo das armas".

O governador explicou ain-da que a melhoria salarial éapenas um dos itens necessá-rios para a prestação de umbom serviço. "Para fazer segu-rança é preciso educação, tec-nologia, armamento, veículo",enumerou Wagner. "O salário éum dos itens", disse.

P un i çã o – Wagner desmen-tiu ainda que não tivesse feitonada em relação aos saláriosdos policiais. "Além da contra-tação de quase dez mil poli-ciais, houve aumento real de30% acima da inflação em cin-co anos e também está assegu-rado reajuste de 6,5% retroati-vo a janeiro deste ano".

Ele garantiu que os militaresque não cometeram atos crimi-nosos ou vandalismo não serãopunidos, mas ressaltou que so-bre o que for apurado, será aber-to inquérito que poderá resultarem expulsão. ( F o l h a p re s s )

Gild

o Lim

a/Fo

lhap

ress

Fábio Motta/AE

Uma comissão demulheres depoliciais presos sereuniu comrepresentantes daOAB e daAssembleiaLegislativa, no Rio.O esforço é parasuspender a falta decomunicação com osmilitares que foramlevados e isoladosdo movimento nopresídio de Bangu.

Uma nova fasepara um velho problema

Oex-ministro da CasaCivil , José Dirceu,postou em seu blog o

comentário de que as grevesnas policias no Brasil entraramnuma nova fase, empurradaspela mudança de comporta-mento das autoridades, compunições estabelecidas pelaJustiça na Bahia, onde o movi-mento esmaeceu, e disciplina-res no Rio deJaneiro, queobteve inex-pressiva ade-são.

José Dirceul e m b r a q u ep ar al is aç õe spoliciais sãoconsideradasmotim e a ten-dência do Ju-diciário é ne-gar o direito degreve às poli-cias civis e mi-litares, já quesão corpos ar-mados do Estado. Pela Consti-tuição, polícias são um efetivopreventivo e de presença os-tensiva organizada como re-serva das Forças Armadas.

No Rio– De acordo com Dir-ceu, no caso da tentativa degreve no Rio, a mudança decomportamento das autorida-des pode ser nitidamente ob-servada, e a decisão já está sen-do colocada em prática. PMsem greve são simplesmentedetidos e respondem a inqué-

rito policial militar, enquadra-dos por cometerem crime mili-tar. Mas para José Dirceu, oproblema não está equaciona-do. Quando muito passou pa-ra uma outra etapa.

Em sua opinião, José Dirceuescreve que daqui por diante,os governos federal e esta-duais têm pela frente a difícilmissão de repensar, reorgani-

zar e redefinira questão poli-cial no Brasil,já que o fracas-so das grevesdas PMs e de-mais policiaisnão significaque o proble-ma está resol-vido. As ques-tões centraiscontinuam naagenda: a po-litização dasentidades, aslideranças po-liciais dispu-

tando cargos legislativos naseleições municipais e se prepa-rando para as próximas, e a ex-ploração dessa situação por es-ses postulantes e por oportu-nistas que usam a greve parafazer política. Isso sem contaroutros pontos importantes, co-mo os baixos salários, a falta deintegração das policias e ascondições de trabalho. E por aivai. Dirceu, aponta que cabeaos governos equacionar to-dos os pontos dessa agenda.

Greve no RJ se arrasta por mais 1 diaA

pesar da baixa adesãoao movimento, líderesda Polícia Militar e dos

bombeiros do Rio de Janeirodecidiram ontem manter a gre-ve pelo menos até nova reu-nião marcada para hoje.

A assembleia de ontem, daqual participaram cerca de 50policiais militares e bombei-ros, virou reunião para discu-tir como negociar a libertaçãodos manifestantes presos. No-ve policiais militares e 11 bom-beiros estão no presídio de se-gurança máxima Bangu 1, ou-tros sete PMs em um quartel dacorporação e 162 bombeirosem detenção administrativa.

A Defensoria Pública do Rioanunciou que vai atuar na de-fesa dos policiais que estão

presos em Bangu 1. O Tribunalde Justiça do Rio disse que al-guns pedidos já foram encami-nhados para parecer do Minis-tério Público. "Ainda não con-seguimos falar com eles, poisestão incomunicáveis", afir-mou Ana Paula Matias, de 29anos, mulher do sargento Ale-xandre Matias, de 32 anos, pre-so em Bangu. Ele é sargento doCorpo de Bombeiros.

O deputado estadual Marce-lo Freixo (PSol), da Comissãode Direitos Humanos da As-sembleia do Rio, afirmou que aprisão dos militares em Bangu1 é "inaceitável" e "arbitrária",mas para o governo estadual évista como uma forma de iso-lar os líderes do movimento e"sufocar" a greve.

A decisão tem como base aConstituição, que não permiteque militares façam greve, e oCódigo Penal Militar (CPM),que aponta como crime o "inci-tamento à greve". Mas o pro-blema é que o Superior Tribu-nal Militar (STM) entende queos militares só devem ficar empresídios comuns ao perder acondição de militar.

Também o Sindicato dos Po-liciais Civis do Estado do Riode Janeiro (Sinpol) anunciouontem a decisão de suspendera greve durante o carnaval, se-guindo o que já havia sido di-vulgado, no sábado, pelo dissi-dente Sindicato dos PoliciaisCivis do Rio (Sindipol). "O mo-vimento perdeu força pelasprisões arbitrárias feitas pelo

governo do estado", disseCláudio Corrêa, assessor deimprensa do Sinpol. De acordocom as lideranças do movi-mento, há mais familiares pre-sos do que grevistas.

As forças de segurança noRio de Janeiro confirmaramque entrariam em greve no dia9. A opção pela paralisação foiratificada em assembleia, naCinelândia, que reuniu pelomenos duas mil pessoas. Doisdias depois, alegando falta deadesão, os policiais civis deixa-vam o movimento.

Os militares foram orienta-dos a permanecer junto nosquartéis e não sair para nenhu-ma ocorrência. Os bombeirosprometeram uma espécie deoperação padrão. (Agências)

Poucos ausentes no trabalhoO

chefe da Comunica-ção Social da PolíciaMilitar do Rio de Ja-

neiro, coronel Frederico Cal-das, avaliou ontem que o nú-mero de policiais que faltaramao serviço no estado "é muitopequeno" e não difere das "au-sências rotineiras". Para ele, asituação não pode ser caracte-rizada como greve, ressaltan-do que não foram registradosepisódios de insubordinação.

No primeiro dia de paralisa-ção parcial, problemas chega-ram a ser registrados em algu-mas cidades do interior, como

Volta Redonda, onde os poli-ciais se recusaram a fazer pa-trulhamento, e Campos, ondeos soldados se negaram a tra-balhar com as viaturas que es-tavam com documentação ir-regular. Mas, depois disso, se-gundo o coronel, não houvenovos problemas.

Greve é exagero – De acordocom o coronel, "não se pode fa-lar em greve quando não te-mos nenhum serviço da PM in-terrompido", afirmou. "Falarem greve é um exagero", disse,acrescentando que os casospontuais foram prontamente e

severamente combatidos".Caldas ressaltou que aque-

les que se recusaram a cumpriro seu trabalho foram presos eautuados. "A vida segue", dis-se o coronel, lembrando quenesta semana "já estamos tra-balhando para fazer o esque-ma de segurança do carnaval".E acrescentou que "os eventosdo final de semana foram to-dos cobertos sem problema".

Segundo o porta-voz da PM,os 129 policiais militares queaderiram à greve em Volta Re-donda, foram autuados e serãotransferidos para outros bata-

lhões. Enquanto novos poli-ciais não chegam, o policia-mento em Volta Redonda é re-forçado com cadetes da Aca-demia de Pol íc ia e com oBatalhão de Choque.

Documentos em ordem – Jáem Campos, o problema foicontornado com o envio de no-vas viaturas, com documenta-ção regularizada. A SecretariaEstadual de Defesa Civil tam-bém informou que a rotina noCorpo de Bombeiros continuanormal. Não houve faltas debombeiros e os serviços não fo-ram afetados. (ABr)

José Dirceu: é preciso repensar.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr – 28/9/2011

O governador Jaques Wagner criticou as lideranças do movimento grevista baiano e avisou que quem cometeu ato criminoso vai ser expulso

Page 6: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 20126 DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMUNICADODELICITAÇÃOPREGÃOPRESENCIALN°050/SVMA/2011PROC.ADM.2011-0.074.755-5OBJETO: Prestação de serviços de segurança e vigilância patrimonial desarmadapara os Parques Municipais do Grupo Sul: Guarapiranga, Santo Dias, Nabuco,Alfredo Volpi, Severo Gomes, Cordeiro e Eucaliptos da Secretaria Municipal doVerde e do Meio Ambiente, de acordo com o Termo de Referência (ANEXO II)doedital.A Comissão Permanente de Licitação - CPL.2 comunica que, em face das alteraçõeslevadas a efeito no Edital, torna público que a sessão de abertura do PregãoPresencial em epígrafe fica redesignada para o dia 05 de MARÇO de 2012,às 09h30, na Rua do Paraíso, 387/389, térreo, Capital, prédio sede daSECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE, quandoas empresas interessadas em participar deverão entregar os documentosreferentes ao Credenciamento, a Declaração de Cumprimento das Condições deHabilitação, os envelopes contendo a Proposta de Preços e os Documentos deHabilitação,diretamenteaoPregoeiro.O novo caderno de licitação, composto de edital e dos anexos,poderá ser obtido sem custo, por meio da Internet pelo sitehttp://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, na legenda “reabertura”, onde osinteressados deverão se cadastrar conforme orientações ou retirado, mediantea entrega de 1 CD-R ou CD-RW sem uso, na Unidade de Licitações, situada naRua do Paraíso, nº 387/389, 9º andar, Paraíso, nesta Capital, das 09:00 às17:00horas, tels.3396-3104/3396-3103e fax3396-3106.

SECRETARIA DO VERDEE DO MEIO AMBIENTE

COMUNICADO DE LICITAÇÃOPREGÃO PRESENCIAL Nº 052/SVMA/2011PROC. ADM. 2011-0.074.759-8OBJETO: Prestação de serviços de segurança e vigilância patrimonial desarmadapara os Parques Municipais do Grupo Leste: Raul Seixas, Santa Amélia, ChicoMendes, Piqueri, Chácara Das Flores, Jardim Primavera, D. Evaristo Arns(Ermelino), Vila Do Rodeio, Ecol. Prof. Lydia Natalizio Diogo e Zilda Arns(Integração) da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, de acordocom o Termo de Referência (ANEXO II) do edital.A Comissão Permanente de Licitação - CPL. 2 comunica que, em face dasalterações levadas a efeito no Edital, torna público que a sessão de abertura doPregão Presencial em epígrafe fica redesignada para o dia 06 de MARÇO de2012, às 09h30, na Rua do Paraíso, 387/389, térreo, Capital, prédio sededa SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE, quando asempresas interessadas em participar deverão entregar os documentosreferentes ao Credenciamento, a Declaração de Cumprimento das Condições deHabilitação, os envelopes contendo a Proposta de Preços e os Documentos deHabilitação, diretamente ao Pregoeiro.O novo caderno de licitação, composto de edital e dos anexos, poderáser obtido sem custo, por meio da Internet pelo sitehttp://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, na legenda “reabertura”, onde osinteressados deverão se cadastrar conforme orientações ou retirado,mediante a entrega de 1 CD-R ou CD-RW sem uso, na Unidade de Licitações,situada na Rua do Paraíso, nº 387/389, 9º andar, Paraíso, nesta Capital, das 09:00às 17:00 horas, tels. 3396-3104/3396-3103 e fax 3396-3106.

SECRETARIA DO VERDEE DO MEIO AMBIENTE

As vítimas são jovens, negras, usuárias de drogas, sem residência fixa, com histórico de furtos e roubos.Arthur Gallas, delegado do DHPP da Bahia.política

Bahia: 25 homicídios cometidos por PMs?É provável que, durante a greve, esse total de crimes tenha sido cometido por policiais militares, mas a própria polícia abafa os casos mais suspeitos.

Balanço preliminar daSecretaria de Segu-rança Pública da Ba-hia aponta que, no pe-

ríodo da greve parcial da Polí-cia Militar no Estado, entre anoite de 31 de janeiro e a noitede sábado, ocorreram 180 ho-micídios na região metropoli-tana de Salvador – 111 na capi-tal e 69 nos municípios.

A média diária de homicí-dios na região, de 15, foi maisque o dobro do que a registra-da nas semanas anteriores àparalisação, de 6,7 por dia, e le-vou o mês a ser o fevereiro maisviolento já registrado na re-gião, apesar de o mês ainda es-tar chegando à metade. Omaior índice para o mês intei-ro, registrado anteriormente,havia sido em2010, com 172a s s a s s in a t o s .No domingo,primeiro diaapós o fim dap a r a l is a ç ã o ,foram regis-trados mais 3homic íd iosn a r e g i ã o –dos quais umna capital.

S e g u n d odados do De-par tame ntod e H o m i c í-dios e Prote-ção à Pessoa(DHPP), há "fortes indícios" deexecução em 45 dos 180 casos.Há suspeita de participação depoliciais ou ex-policiais milita-res em "25 a 30" assassinatos noperíodo, segundo o diretor doórgão, delegado Arthur Gal-las. Os "15 ou 20 restantes" sãoatribuídos a disputas entre tra-ficantes de drogas e cobrançasde dívidas do tráfico.

"Os crimes suspeitos de en-volver policiais são caracte-rísticos desses grupos que fa-zem segurança clandestinaem áreas populares, a pedidode comerciantes", afirma Gal-las. "Em todos esses casos, asvítimas são jovens, negras,usuárias de drogas, sem resi-dência fixa, com histórico defurtos e roubos nas regiõesem que circulavam. Pessoasque prejudicam os negóciosdos comerciantes."

Dif iculd ades – Segundo

Gallas, há "vários PMs suspei-tos" de envolvimentos nos cri-mes e há dificuldades nas in-vestigações – inclusive pelapouca colaboração dos pró-prios integrantes da PM. "Ascorporações têm conhecimen-to de muitos dos casos, maseles são abafados pela própriacultura dos militares."

Possíveis ligações entre osPMs suspeitos de participardas mortes e o comando gre-vista também estão sendo in-vestigadas. "Ainda não temoselementos para atribuir os ho-micídios ao comando da gre-ve, mas há fortes indícios, emalguns casos, da intenção decausar comoção na sociedadepara pressionar o governo",afirma o Secretário de Segu-

rança Públi-ca, MaurícioBarbosa.

"O que no-tamos foi umc re s c im e nt odos índicesde criminali-dade dentroda proporcio-nalidade queera observa-da antes dagreve. Entãotemos de ter oc u i d a d o d eavaliar o quefoi resultanteda paralisa-

ção", diz o secretário. "Com agreve, tivemos um campomais fértil para a criminalida-de. As apurações vão ser feitase vamos instaurar inquéritos."

Segundo Gallas, as dificul-dades para as investigaçõespassam pela própria estruturado DHPP. "O departamento énovo (criado em 2011). Temos,entre delegados, escrivães e in-vestigadores, pouco mais de200 pessoas trabalhando emtodo o estado – o ideal seria pe-lo menos o dobro."

Gallas diz que desde a cria-ção do departamento, o índicede elucidação de homicídiossubiu de cerca de 15% para25%. A meta para 2012 é 40%."Estamos trabalhando em par-ceria com o Ministério Públicoe o Judiciário para que os in-quéritos tramitem mais rapi-damente, para diminuir a sen-sação de impunidade." (AE)

Chr

istia

n Ri

zzi/

Folh

apre

ss

A partir deontem,policiaismilitares ebombeirosfazemvigília noComplexoAmbientalGovernadorManoelRibas, nomunicípio deFoz do Iguaçu.

180homicídios ocorreram

na regiãometropolitana deSalvador – 111 nacapital e 69 nos

municípios – duranteos 12 dias de greve.

PR: policiais militares protestam.P

oliciais militares e bom-beiros fizeram manifes-tações simultâneas em

pelo menos sete cidades do Pa-raná na tarde de ontem paracobrar do governo reposiçãodas perdas salariais acumula-das desde 1998. As manifesta-ções foram pacíficas e reuni-ram policiais que estavam defolga e seus familiares.

Em Cascavel (a 498 km deCuritiba), a manifestação reu-niu aproximadamente 80 pes-soas em frente à catedral NossaSenhora Aparecida, no centro.

Empunhando faixas e ves-tindo camisetas com palavrasde ordem, eles cobraram dogoverno a reposição das per-das. "Queremos deixar a popu-lação ciente de que estamos

mobilizados", disse o cabo Gil-domar Trevisan, um dos líde-res da manifestação.

Em Foz do Iguaçu, na trípli-ce fronteira, o movimento reu-niu cerca de 200 pessoas napraça Naipi. Em Toledo, oestedo estado, a concentração emfrente ao Horto Municipal reu-niu 70 policiais da cidade e mu-nicípios vizinhos.

Londrina, norte do Paraná,teve manifestação comandadapelas mulheres dos policiais eainda houve protestos emUmuarama e Guarapuava.

Os atos ocorreram após ofim da greve de policiais na Ba-hia, que durou 12 dias. Os PMspedem aumentos salariais epressionam pela aprovação daPEC 300. ( F o l h a p re s s )

Depois que a Índia comprou o Rafale, Brasil já tem como estudar sua performance. Amorim e A. K. Antony, ministro da Defesa da Índia.

Divulgação – 13/02/2012 Foto EFE

Brasil deve comprar o caça RafaleO

Brasil "muito prova-velmente" escolherá ocaça militar francês

Rafale para modernizar a For-ça Aérea, disseram fontes dogoverno. A decisão garantiriaum dos contratos de defesamais cobiçados dos mercadosemergentes para um avião cu-jo futuro estava em dúvida háapenas duas semanas.

A presidente Dilma Rous-seff e seus conselheiros acredi-tam que a proposta da Das-sault Aviation para vender aomenos 36 Rafales tem os me-lhores termos das três ofertasfinalistas, disseram fontes sobcondição de anonimato. Asoutras duas fabricantes inte-ressadas na compra brasileirasão a Boeing, com o F-18, e aSaab, com o Gripen.

Dilma estava em dúvida so-

bre o Rafale porque, até a Índiacomprar os jatos, estes nuncaforam comprados fora daFrança. Será que a Dassault te-ria escala necessária para pro-duzir e manter os jatos a umcusto razoável?

O ministro da Defesa do Bra-sil, Celso Amorim, viajou aNova Délhi na semana passa-da para discutir o negócio comautoridades indianas e anali-sar documentos relacionadosà oferta da Dassault.

"O acordo com a Índia mu-dou tudo. Com a decisão da Ín-dia, é muito provável que o Ra-fale seja o vencedor aqui", dis-se a fonte. As ações da Dassaultsubiam 4% em Paris, ontem.

"Estamos promovendo nos-sos melhores esforços e tenhocerteza de que outras compa-nhias estão fazendo isso", dis-

se o vice-presidente de desen-volvimento de negócios daBoeing, Jeff Kohler, na feira deaviação de Cingapura.

O contrato terá um valor ini-cial de cerca de US$ 4 bilhões.Deve valer mais ao longo dotempo, com a adição de servi-ços de manutenção e mais enco-mendas. Segundo a Boeing, avisita de Amorim à Índia podeter posto o Rafale na liderança, oque não significa que o F18 Su-per Hornet está fora da briga.

"O governo dos EstadosUnidos tem sido pró-ativo noapoio ao Super Hornet noBrasil, e eu antecipo que vere-mos discussões bilaterais nosEUA com a presidente Dilma.Teremos o mesmo nível de ne-gociação em termos do SuperHornet", afirmou o vice-pre-sidente da divisão de desen-

volvimento de negócios in-ternacionais da Boeing, MarkK ro n e n b e rg .

Fontes anônimas disseramque desdobramentos inespe-rados, especialmente umaruptura no diálogo da Índiacom a Dassault, podem aindafazer Dilma mudar de ideia.

Segundo elas, a decisão dapresidente provavelmentenão será anunciada antes daeleição francesa entre abril emaio, para evitar que o acordose torne excessivamente politi-zado. A compra dos caças peloBrasil passou por uma série dedesdobramentos ao longo dosanos. O antecessor de Dilma,Luiz Inácio Lula da Silva, tinhadito em 2009 que o Brasil esco-lheria o Rafale, mas ele deixouo governo sem finalizar o ne-gócio. (Reuters)

Pimentel pode ser investigadoA

Comissão de Ética Pú-blica da Presidência daRepública decidiu on-

tem abrir procedimento preli-minar para investigar a suces-são de denúncias envolvendoo ministro do Desenvolvimen-to, Fernando Pimentel. A deci-são acata pedido feito peloPSDB, ressuscita uma crise queo governo já dava como supe-rada e volta a assombrar o mi-nistro, um dos interlocutoresmais próximos da presidenteDilma Rousseff.

A oposição vê semelhançasentre a situação de Pimentel e ado ex-ministro da Casa CivilAntonio Palocci, que caiu dogoverno devido à denúncia deter o patrimônio ampliado em20 vezes, após a prestação deserviços de consultoria. Pi-mentel é alvo de denúncias di-vulgadas pela imprensa deque sua empresa, a P-21 Con-sultoria e Projetos, teria fatura-do mais de R$ 2 milhões comconsultorias entre 2009 e 2010.

O PSDB pediu a abertura do

processo no final do ano passa-do, "em razão da possível prá-tica de ato atentatório contra osprincípios éticos que norteiamas atividades dos órgãos supe-riores da Presidência da Repú-blica e a quebra de decoro porparte do representado".

A comissão designou o con-selheiro Fábio Coutinho paracuidar do caso. "Na próximareunião, o conselheiro deverádefinir pela abertura do pro-cesso ou não, com base na de-núncia", disse o presidente da

Comissão de Ética, SepúlvedaPertence. O próximo encontroda comissão está marcado pa-ra 12 de março.

Conforme informou O Esta-do de S. Paulo em dezembro, oescritório da P-21 foi usado co-mo quartel-general da campa-nha de Pimentel ao Senado em2010. A sede, em um luxuosoprédio do bairro de Lourdes,área nobre de Belo Horizonte,abrigou encontros com aliadose reuniões com o núcleo de suacandidatura. (AE)

Page 7: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Kassab também está muito a fim de fazer aliança conosco. Não é jogo de cena.Edinho Silva, presidente do PT paulista.política

Relator prometeCódigo Florestal

sem anistiaMas a decisão final da Câmara sobre a questão ainda envolverá muita barganha

Orelator do CódigoFlorestal no retor-no do texto à Câ-mara, deputado

Paulo Piau (PMDB-MG), afir-mou que não pretende restau-rar a polêmica emenda queanistiava desmatadores.

Piau foi um dos proponen-tes da chamada emenda 164,aprovada por 410 votos a 63 noplenário da Câmara em maio,que impôs à presidente DilmaRousseff sua primeira derrotano Legislativo. O texto permi-tia a continuação de todas asatividades agropecuárias naschamadas APPs (áreas de pre-servação permanente), inclu-sive desmatamentos futuros.

A emenda foi o principal pon-to de batalha do código no Sena-do. A ministra Izabella Teixeira(Meio Ambiente) se empenhouem mudá-la, o que os relatoresLuiz Henrique (PMDB-SC) eJorge Viana (PT-AC) fizeram. Abancada ruralista na Câmara,porém, nunca aceitou a elimina-ção da emenda 164, e tem amea-çado rejeitar o texto do Senadoem favor da emenda polêmica –que Dilma disse que vetaria.

Segundo Piau, porém, "nãovale a pena" resgatar o texto."Na minha avaliação, íamoschegar no mesmo ponto com a

Haverá áreas deproduçãoconsolidadas e oque forimportante para oambiente nósvamos buscar

PAU LO PI AU , REL ATOR

A decisão final da Câmara so-bre a anistia, porém, ainda seráobjeto de muita barganha polí-tica. "Na última semana antesdo dia 6 [de março, quando o códigodeve começar a ser votado] vamossentar com consultores e gentede fora para tomar uma deci-são", disse o relator.

Amanhã, Piau deve se reunircom os ministros Mendes Ri-beiro (Agricultura), Ideli Sal-vatti (Relações Institucionais) eIzabella Teixeira para apresen-

164 ou com o projeto do Sena-do", afirmou. "Haverá áreas deprodução consolidadas e o quefor importante para o ambientenós vamos buscar", continuou.Ele disse que o texto da emendada Câmara "foi bom, mas não sesustenta tecnicamente".

tar propostas de alteração aoCódigo Florestal do Senado.

O governo não quer mexidasno texto do Senado. Os ruralis-tas querem mexer em tudo.Piau disse que vai "tentar faci-litar a vida da presidente, paranão ter veto", mas já adiantouque recebeu uma centena desugestões de mudança – ou se-ja, o texto será, sim, alterado.

Um dos artigos incluídos pe-los senadores e que deve cairna Câmara é o primeiro, queestabelece os princípios da lei.

O Código de 1965 era uma leiexpressamente ambiental, cujopreâmbulo falava em proteger avegetação natural e impor limi-tes ao exercício do direito depropriedade, ao estabelecer quedonos de imóveis rurais preci-savam manter florestas.

No relatório da reforma docódigo, em 2010, o deputadoAldo Rebelo (PC do B-SP) eli-minou esse objetivo. Em seupreâmbulo, a lei passou ape-nas a dispor sobre "a reserva le-gal e as áreas de preservaçãopermanente". Os princípiosvoltaram ao código no Senado,no texto de Jorge Viana.

Outro item que desagradaaos ruralistas é a exigência doCAR, o Cadastro AmbientalRural. (F o l h a p re s s )

Gustavo Lima/Ag. Câmara – 2/6/2011

O deputado Paulo Piau diz que vai "tentar facilitar a vida da presidente, para não ter veto".

Comissão da Câmaravota projeto de Leida Copa hoje

Oprojeto de Lei Geral daCopa do Mundo de2014 deverá ser vota-

do hoje à tarde pela ComissãoEspecial da Câmara dos Depu-tados. O relator do projeto, de-putado Vicente Cândido (PT-SP), apresentou um substituti-vo que será apreciado pelosdeputados e contém, entre ou-tros assuntos, a permissão pa-ra vender bebidas alcoólicasnos estádios e a venda de 300mil ingressos por R$ 50, paraidosos e outros grupos sociais,substituindo a meia-entradado Estatuto do Idoso.

Sobre a liberação de bebidaalcoólica nos locais dos jogos,ele justifica a medida assim: "Avenda e o consumo de bebidas,alcoólicas serão admitidos,desde que o produto estejaacondicionado em copo de pa-pel, vedado o uso de qualqueroutro tipo de embalagem".

O ministro do Esporte, AldoRebelo, afirmou ontem que estátranquilo quanto ao cumpri-mento do cronograma de obrasna Arena da Baixada, estádio doClube Atlético Paranaense, emCuritiba, que vai receber jogosda Copa do Mundo de 2014."Realizaremos uma excelenteCopa do Mundo". Segundo oministro, a reforma na Arena es-tá dentro do prazo normal.

Aldo Rebelo ainda afirmou

que o principal problema deuma obra é a falta de recursospara realizá-la, coisa que nãoocorre no País, segundo ele. Oministro ainda afirmou que to-dos os empreendimentos têmorçamento previsto – seja fede-ral, estadual ou municipal.Claro que pode ocorrer algumatraso, mas na avaliação dele,atualmente a engenharia temtecnologia capaz de solucionaratraso. (Agências)

Ger

aldo

Bub

niak

/AE

Atraso em obras? Para o ministro Aldo Rebelo, isso não ocorre no País.

Kassab quer aliança. Mesmo.

Opresidente do PT pau-lista, deputado esta-dual Edinho Silva, de-

fendeu ontem a aliança com oPSD e com o prefeito de SãoPaulo, Gilberto Kassab, para aeleição na capital paulista des-te ano, mesmo diante da pres-são de militantes do partidocontrários ao acordo.

"Ele também está muito afim de fazer aliança conosco,Não é jogo de cena", disse Edi-nho, citando conversa comKassab na última sexta-feira,no aniversário de 32 anos doPT, em Brasília.

Lá, Kassab foi vaiado por pe-tistas, quando seu nome foi ci-tado pelo cerimonial. Algunsmilitantes petistas ainda por-tavam adesivos contrários aoacordo com o PSD em torno donome do ex-ministro Fernan-do Haddad (Educação) para asucessão de Kassab na prefei-tura paulistana.

"Agora temos de adminis-trar, aguentar firme essa pres-são interna e ter tranquilida-de", defendeu Edinho.

Uma das principais críticasda aliança com Kassab é a ex-prefeita de São Paulo e atual se-nadora Marta Suplicy (PT).Além de ter seu nome preteri-do na disputa à Prefeitura pau-listana, Marta declarou, sema-na passada, que uma aliançacom Kassab seria um pesade-lo. Ontem, Marta e o prefeitoiriam se encontrar em umevento do Sindicato da Habita-ção do Estado de São Paulo(Secovi), mas a senadora can-celou a ida, assim como fez nafesta de aniversário do PT.

Apesar das conversas, o PTpaulista não tem como avaliar,por meio de pesquisas qualita-tivas ou quantitativas, quais osbenefícios eleitorais que umaaliança com o PSD e com Kas-sab trariam para Haddad.

Segundo Edinho, o períododo ano, com chuvas, aumentode buracos e crescimento demato na cidade "contaminariaa pesquisa" e poderia trazerum resultado negativo irreal.

"Não dá para nortear a deci-são por uma pesquisa como es-sa; vamos ter calma, fazer o de-bate e decidir lá na frente, semdesespero. "Deu, deu. Nãodeu, não deu e ponto final".

Interior – Em grandes cida-des do interior o PT aposta emnomes novos. No domingo, opartido definiu o nome do juizaposentado João Gandini co-mo o nome para a sucessão daprefeita Dárcy Vera em Ribei-rão Preto (SP). Outra novidadedeve ser o economista e presi-dente do Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea),Marcio Pochmann, como can-didato a prefeito de Campinas(SP). Lá, o PT chegou a assumiro poder em 2011. (AE)

Lula: alta só na sexta.

Oex-presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va deve permanecer internado noHospital Sírio-Libanês, na capital

paulista, até a próxima sexta-feira, quandoconcluirá as 33 sessões de radioterapia nocombate a um câncer de laringe. Segundo a as-sessoria do petista, a equipe médica pretendemantê-lo no hospital para poupá-lo do deslo-camento diário entre sua casa em São Bernar-do do Campo e o hospital em São Paulo. A in-ternação permite também o controle do nú-mero diário de visitas e viabiliza mais sessõesde fonoaudiologia – procedimento que ajudana recuperação dos efeitos colaterais do trata-mento. A assessoria de Lula ressalta que essa éa proposta dos médicos, mas que a situação se-rá avaliada diariamente.

O ex-presidente foi internado no sábado, noHospital Sírio-Libanês, com sintomas de infla-mação na garganta e no esôfago, além de fra-queza e tosse forte. O último boletim médico di-vulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, na manhãde ontem, aponta que o ex-presidente está clini-camente bem. O petista recebeu ontem a visitade sua filha, Lurian Cordeiro Lula da Silva, e nodomingo conversou com o ex-ministro da Se-cretaria de Comunicação Social, Luiz Gushi-ken, que está internado no 11º andar do Hospi-tal Sírio-Libanês, o mesmo andar de Lula. (AE)

Martins tira cisto

O governador do Piauí, Wilson NunesMartins, foi internado no Hospital Sí-rio-Libanês, em São Paulo, no último

sábado, quando foi submetido a intervenção ci-rúrgica para remoção de cisto complexo renalesquerdo. Segundo boletim do hospital, "a ci-rurgia transcorreu de forma normal e o gover-nador encontra-se em ótimas condições de re-cuperação pós-operatórias".

Durante a cirurgia, foi comprovado que omesmo problema, que havia atingido o rim di-reito do paciente em passado recente, apresen-tava-se completamente controlado, sem evi-dência de doença residual ou recorrente. A altaestá prevista para o final desta semana e ne-

nhum tratamento adi-cional será necessário

O coordenador deComunicação do esta-do, Fenelon Rocha,disse que a cirurgia foidefinida pelo própriogovernador, que é mé-dico neurocirurgião,para aproveitar o pe-ríodo de recesso carna-valesco e não inter-romper o trabalho dogoverno. (Agências)

Vaccarezza mobiliza deputados

O líder do governo naCâmara, deputadoCândido Vaccarezza

(PT-SP), enviou mensagempor e-mail para o gabinete detodos os deputados da basealiada pedindo a presença detodos em Brasília nesta sema-na para a realização de "vota-ções importantes".

O temor de Vaccarezza é queos deputados fiquem nos seusestados por causa do Carna-val, na semana que vem. O es-forço do governo é para votar,ainda nesta semana, o projetode lei que cria o fundo de pre-vidência complementar doservidor público.

de um apadrinhado seu parauma diretoria do Banco do Bra-sil. Em contrapartida, o gover-no teria oferecido a esse prote-gido de Marco Maia o cargo dediretor do Banco do Brasil emAngola. O presidente da Câma-ra se sentiu desprestigiado e de-cidiu então suspender a vota-ção. Agora, ele quer votá-la sódepois do carnaval.

A discussão sobre o fundode previdência dos servidoresdeve durar mais de um dia,pois não há concordância emtorno de todos os pontos. Há apossibilidade de a votação serterminada apenas depois doCarnaval

Vaccarezza: convocação da base.

Beto Oliveira/Ag. Câmara – 16/6/2011

A ideia era iniciar a votaçãoda proposta na semana passa-da, mas, o presidente da Câma-ra, Marco Maia (PT-RS), deci-diu cancelar a sessão e adiar avotação em represália ao fato denão ter conseguido a nomeação

As baixas dos eleitos em 2008

Pesquisa divulgada on-tem pela Confedera-ção Nacional dos Mu-

nicípios (CNM) demonstrouque dos 5.563 prefeitos elei-tos em 2008, 383 não estãomais no cargo. Desses, 210foram cassados, 48 deles porfraudes na campanha eleito-ral. Em 56 municípios do país,a troca de prefeito ocorreu pormorte do titular; e oito prefei-tos foram assassinados ou sesuicidaram. Vinte e nove saí-ram para concorrer a outrocargo, 18 por doença e 70 poroutros motivos, como renún-cia e acordo entre partidos.

As cassações por infraçãoà lei eleitoral representaram22,8% dos casos de afasta-mento dos prefeitos. Os ca-sos mais comuns incluem atentativa de compra de voto,uso de materiais e serviçoscusteados pelo governo nacampanha e irregularidadena propaganda eleitoral.

Já os atos de improbidadeadministrativa motivaram36,6% das trocas. Além dis-so, 4,76% dos prefeitos dei-xaram seus cargos por cau-sa de crime de responsabili-dade, 17,62% por infraçãopolít ico-administrativa e2,86% por crime comum.

Os estados de Minas Ge-rais e do Piauí apresentam omaior número absoluto de

prefeitos cassados. Em cadaum desses estados, 29 pre-feitos perderam o mandatoapós processo de cassação.Em segundo lugar vem o Pa-raná, onde 14 prefeitos foramcassados. O Ceará, RioGrande do Sul e Santa Cata-rina tiveram 12 prefeitos cas-sados em cada estado.

que levaram às trocas.Perda de forças – A pes-

quisa mostrou também que amaioria dos grandes partidosbrasileiros perdeu forças en-tre as eleições municipais de2008 e 2012. O principal res-ponsável pela redução dosquadros dos concorrentes é oPSD. A sigla fundada em2011 saltou de nenhum para270 prefeitos em menos deum ano. Quem sofreu asmaiores baixas foi o DEM, queconquistou 500 municípios ehoje administra 395. Os da-dos também indicam que dos5.563 prefeitos eleitos, 383não estão mais no cargo.

Além do DEM, sofrerambaixas o PMDB, que passoude 1.199 elei tos para osatuais 1.177 prefeitos; o PP,de 549 para 514; o PPS, de135 para 116; o PR, de 388para 360; o PSDB, de 789 pa-ra 736; o PTB, de 415 para383; o PDT, de 354 para 337,e outros partidos com núme-ros menores. Ao mesmotempo, o PSB aumentou onúmero de suas prefeituras,de 310 para 338, assim comoo PT, de 553 para 564, e o PV,de 78 para 82.

"O PSD, com 270 prefeitos,já se aproxima de forças tradi-cionais", comentou o presi-dente da CNM, Paulo RobertoZiulkoski. (Agências)

210prefeitos eleitos em

2008 – de umtotal de 5.563municípios no

País – perderam ocargo por cassação

do mandato.

A pesquisa foi feita a partirdo cruzamento de dados doTribunal Superior Eleitoral(TSE), das federações regio-nais de municípios e da pró-pria CNM, para detectar ondehouve mudança de prefeitodesde 2009. Depois, os pes-quisadores entraram emcontado com os municípiosonde as mudanças ocorre-ram para saber dos motivos

Marcelo Casal Jr./ABr – 23/3/11

Martins: duas cirurgias.

Page 8: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

IRÃApós quatro dias,internet é liberada,mas sites sãoblo queados.

REINO UNIDOAbu Qatada, mentordos ataques de11 de Setembro,deixa a prisão.nternacional

ISRAEL SOB ATAQUEExplosivos magnéticos em carros diplomáticos lembram método de atentados contra cientistas iranianos. Vingança ou coincidência?

Diplomatas israelen-ses foram alvos deatos terroristas on-tem na Índia e na

Geórgia, em aparente escaladada guerra de bastidores envol-vendo o plano nuclear do Irã.Em Nova Déli, capital da Ín-dia, uma bomba feriu a esposado adido militar de Israel. EmTbilisi, capital da Geórgia, ou-tra bomba foi achada no carrode um diplomata israelenseantes de explodir.

A reação do primeiro-minis-tro israelense, Benjamin Neta-nyahu, foi rápida. Ele culpou oIrã, "o maior exportador de ter-ror do mundo", e "seu cliente", ogrupo xiita libanês Hezbollah.

Segundo Netanyahu, Irã eHezbollah também estão portrás de várias tentativas deatentados contra israelenses ejudeus frustradas nos últimosmeses, em países como Azer-baijão e Tailândia.

No entanto, Teerã negouqualquer envolvimento nosataques e acusou Israel de pôrbombas em suas próprias em-baixadas como parte da "guerrapsicológica contra o Irã". A ini-ciativa também serviria para jo-gar os governos da Geórgia e daÍndia contra os iranianos.

Índia- O ataque em Nova Dé-li foi feito a apenas algumas cen-tenas de metros da residênciado primeiro-ministro da Índia,uma região onde estão embai-xadas e prédios do governo.

A esposa do diplomata israe-lense ia de carro à escola da em-baixada dos Estados Unidos,onde os filhos do casal estudam,buscar as crianças, disse o co-missário de polícia, B.K. Gupta.

Quando o carro de aproxi-mou de um semáforo, ela perce-beu que um motoqueiro exibiuum objeto que parecia ser umacaixa magnetizada e grudou odispositivo no carro. O veículo

foi dirigido apenas por algunsmetros e a bomba explodiu.

"Foi uma explosão forte. Nóspercebemos que o carro haviaexplodido e corremos para oveículo", disse Ravi Singh, umempresário de 50 anos e donode um posto de gasolina pertodo local do ataque.

O Ministério da Defesa de Is-rael identificou a esposa do di-plomata como Tal Yehoshua-Koren e disse que ela sofreu fe-rimentos moderados de esti-lhaços. Ela foi levada a um hos-pital local onde é tratada pormédicos israelenses e não cor-re risco de morrer.

O motorista da família do di-plomata, Manoj Sharma, de 42anos, e duas pessoas que esta-vam em um automóvel ao ladosofreram ferimentos leves, re-velou Gupta.

Se o Irã realmente for o men-tor do ataque em Nova Déli, is-so seria uma violação e um erroestratégico cometido contraum dos seus principais alia-dos, a Índia. O primeiro-minis-tro indiano, Manmohan Singh,tem resistido a todas as pres-sões dos EUA e da União Euro-peia para cortar os laços co-merciais com o Irã por causa do

programa nucelar iraniano.O ministro das Relações Exte-

riores da Índia, S.M. Krishna,disse que o governo indiano co-operará de maneira próximacom Israel para levar os respon-sáveis pelo ataque à Justiça.

Geórgia - Já em Tbilisi, a po-lícia conseguiu evitar o atenta-do. Shota Utiashvilli, porta-voz do Ministério do Interiorda Geórgia, disse que o moto-rista que atende a Embaixadade Israel percebeu que um pa-cote magnético havia sido co-lado ao carro e avisou a polícia,que encontrou uma granadana caixa. O explosivo foi desa-tivado, disse Utiashvilli.

Retaliação? - O método dosatentados lembrou o dos ata-ques contra cientistas nuclea-res iranianos nos últimos anos,sugerindo uma retaliação dogoverno persa.

Em janeiro passado, MostafaRoshan, diretor de uma instala-ção de enriquecimento de urâ-nio iraniana, tornou-se a quintaautoridade envolvida no pro-grama nuclear do país assassi-nada em dois anos. Quase todosforam mortos por explosivoscolados em seus carros. O Irã ju-rou vingança. (Agências)

TERROR

MUY AMIGO – A questão da soberania das ilhas Malvinas ganhoudimensões de Hollywood ontem, depois que o ator norte-americanoSean Penn defendeu a via diplomática para resolver as divergênciasentre a Argentina e o Reino Unido. Em visita a Buenos Aires, Pennreuniu-se com a presidente argentina, Cristina Kirchner. Na ocasião, eleagradeceu a participação argentina nos trabalhos humanitários noHaiti. O ator foi nomeado embaixador itinerante do Haiti em janeiro.

Capriles 'paz e amor'O

jovem governador doEstado de Miranda,Henrique Capriles, foi

confirmado ontem como o no-vo candidato da oposição uni-da da Venezuela, que tentarápôr fim a 13 anos de governosocialista comandado por Hu-go Chávez. Embalado pela vi-tória, Capriles evitou investirna polarização e revelou quebuscará apoio no exterior. Suaprimeira parada: o Brasil.

O político se identifica comoum "progressista" e várias ve-zes citou o ex-presidente LuizInácio Lula da Silva como mo-delo. Ele disse ontem que tempensado em visitar a Américado Sul e a Europa e que está"montando" essa agenda de

contatos, embora tenha ressal-tado que não tem por quetransformar essas viagens emalgo "midiático".

Capriles obteve 62% dos vo-

tos nas primárias celebradas nodomingo na Venezuela, em queparticiparam 2,9 milhões deeleitores, o dobro dos cálculosiniciais, e disse que apostará no

diálogo para enfrentar Chávez."Aspiro a ser o presidente de

todos os venezuelanos, podergovernar para todos", afirmouCapriles, de 39 anos, após aconfirmação dos resultadosdas primárias em Caracas."Hoje o povo falou e ao nos ele-ger a mensagem é muito clara:os venezuelanos estão cansa-dos da confrontação", afir-mou. "A palavra revolução en-canta o governo. Por que nãoabandonamos o 'r' e falamos deevolução?", sugeriu o político.

A declaração foi feita em res-posta a Chávez, de 57 anos, quetem repetido em tom de alertaque o candidato da oposiçãobuscará eliminar os avançosda revolução. (Agências)

Osvenezuelanos

estãocansados da

confrontação.

HENRIQUE CAPRILES

Aalta comissária da Or-ganização das NaçõesUnidas (ONU) para os

direitos humanos, Navi Pillay,disse ontem que a escala daviolência empregada pelo re-gime de Bashar al-Assad contraopositores e civis indica queocorreram e continuam a ocor-rer crimes contra a humanida-de na Síria. Ela culpou o desa-cordo no Conselho de Segu-rança pelo incitamento da vio-lência realizada pelo governosírio e, por isso, pediu ação dacomunidade internacional pa-ra interromper a repressão.

Rússia e China vetaram nodia 4 de fevereiro um esboçode uma resolução que conde-

nava a repressão e apoiava asaída do líder sírio do poder.

"O fracasso do Conselho deSegurança em concordar comuma ação coletiva firme incen-tivou o governo sírio a lançarum ataque total em um esfor-ço para reprimir a dissidênciacom uma força opressiva", dis-se a chefe de direitos humanosna Assembleia Geral da ONU.

"Estou par ticularmenteaterrorizada pelos ataquesviolentos em Homs", afirmouela. "O Exército sírio bombar-deou regiões densamente po-voadas de Homs, no que pare-ce ser um ataque indiscrimina-do a áreas civis."

Segundo dados da ONU,

mais de 5,4 mil pessoas morre-ram nos 11 meses de conflitointerno no país.

Forças de paz - Uma pro-posta da Liga Árabe de enviarà Síria uma missão de paz emconjunto com a ONU foi rejei-tada categoricamente por Da-masco e recebida com reser-vas por Moscou.

Rússia disse que não poderáapoiar uma missão de paz, amenos que ambos os lados ces-sassem a violência antes. "Oproblema é que grupos arma-dos que estão lutando contra oregime sírio não respondem aninguém e não são controladospor ninguém", disse o chance-ler russo, Serguei Lavrov.

Já a China manifestou seuaval à mediação da Liga Árabe,mas sem dar sinais de queapoiaria a proposta de enviarforças de paz à Síria. (Ag ê n c i a s )

Síria à beira daguerra civil

Manifestantes sírios protestam contra o presidente Assad em Hula, perto de Homs.

Divulgação/Reuters

Baz

Ratn

er/R

eute

rs

Divulgação/Reuters

Car

los G

arci

a Ra

wlin

s/Re

uter

s

O israelense Benjamin Netanhyahu culpou o Irã e o grupo Hezbollah

ÍNDIA G E Ó RG I A

Chamas atingem carro de esposa de diplomata, após explosão de bomba magnética em Nova Déli. Em Tbilisi, a polícia conseguiu evitar o atentado após o motorista do veículo suspeitar de pacote.

NDTV/AFP David Mdzinarishvili/Reuters

Page 9: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

CARNAVAL DE ESTRELASCaetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee e Wanderleia são

convidados especiais da escola de Samba Águia deOuro em sua homenagem ao tropicalismo. Na Gaviões

da Fiel, um espera ansiosa pela presença de Lula.cidades

Chacrinha, divulgador do Tropicalismo, terá destaque nas alegorias

Paulo Pampolin/Hype

O carnaval das escolasde samba Águia de

Ouro e Gaviões da Fielpromete celebridades.

A primeira vaihomenagear oTropicalismo,

movimento surgido nofinal dos anos 60 e

liderado por artistascomo Caetano Veloso,Gilberto Gil e Rita Lee.

A Gaviões da Fielespera a participaçãodo ex-presidente Lula,que ainda é dúvida no

sambódromo.

Caetano, Gil e Ritavão pousar no ninho

da Águia de OuroMarici Capitelli

Nunca antes no Car-naval paulistano,uma noite como ado sábado próxi-

mo reunirá tantas estrelas deprimeira grandeza juntas nodesfile do Anhembi. A escolade samba Águia de Ouro será aresponsável pela constelaçãomais numerosa, que entra noSambódromo às 1h45 do do-mingo. Devido ao seu enredo –a história do movimento tropi-calista, que nasceu em SãoPaulo na segunda metade dosanos 60 – seus principais per-sonagens, leia-se Caetano Ve-loso, Gilberto Gil, Rita Lee eoutros poderão ser vistos no al-to dos seus carros alegóricos.

Um pouco mais tarde, às3h55, a Gaviões da Fiel fará asua apresentação trazendo, seos médicos permitirem, o seuprincipal troféu, o ex-presi-dente Lula, cuja biografia serácantada. Este cortejo de cele-bridades está exigindo dasduas escolas uma operação lo-gística semelhante àquelasmontadas para atender aos ca-marins dos grandes espetácu-los musicais, tipo equipes decabeleireiros, maquiadores ecostureiros exclusivos paradar os últimos retoques, prote-gidos, é claro, por fortes cor-dões de isolamento.

Cuidados – A Águia de Ou-ro, naturalmente, está tendomais trabalho. De início, preci-sou contratar o ator e diretorSebah Vieira, de 36 anos, como

“Para evitar tumulto e con-fusão vou levar todos juntos aosambódromo para uma coleti-va de imprensa antes do desfi-le”, explica o diretor artísticoSebah. Já está planejado que asaída da trupe do hotel será pe-la parte de trás para que não se-j a m i n c o m o d a d o s . N oAnhembi, serão encaminha-dos para uma tenda montadaespecialmente dedicada às en-trevista com jornalistas.

Depois das falas e fotos, to-dos voltam ao hotel para to-mar banho e se enfiar nas fan-tasias. Três cabeleireiros e trêsmaquiadores lá estarão a pos-tos com seus pentes e escovas.“Não reservamos comida pa-ra esta fase, porque depoiseles irão para os camarotesonde terão tudo à disposi-ção”, ressalta Sebah.

Trajes – O traje destinado aCaetano é um terno azul de ce-tim com pedrarias. O compa-nheiro Gil optou por uma batatambém cheia de pedras, certa-mente evocando os primeirosdias do Tropicalismo, quandogostava de vestir batas colori-das que tinham ares indianos,conforme a moda da época. Porfalar em pedrarias, elas estarãopor todo o vestido de cotelê

azul de Vanderleia. Já Rita Leeusará uma réplica de um vesti-do usado pela atriz Leila Diniz,em 1966, na novela “O Sheik deAgadir”, que marcou época naTV Globo e que, de algum mo-do, estava ligada ao contextodo País na ocasião. Leila Diniz(1945-1972) era a musa das li-berdades de costumes.

Reis – As paredes do Holi-day Inn ainda serão cenáriopara um casal de reis se apron-tando para exibição de gala: acantora Ângela Maria, 82, ocantor Cauby Peixoto, 81 anos.No enredo da Águia eles serão,literalmente, reis com direito àcoroa. Ângela irá de vestidoazul – ao que tudo indica, e àsemelhança de Roberto Car-los, a cor preferida da escola oudo seu carnavalesco – e Cauby,com um terno claro muito bri-lhante. Devidamente para-mentados, retornam ao Sam-bódromo. No tópico da segu-rança Sebah está tendo umapequena dor de cabeça: a resis-tência de Caetano Veloso,avesso a ser rodeado por 'ar-mários' (seguranças). “Masdesta vez não vai ter jeito. Eleterá pelo menos uns dois por-que o assédio vai ser muitogrande”, desculpa o diretor.

As alegorias da Águia de Ouro estão quase prontas para o desfile

Paul

o Pa

mpo

lin/H

ype

diretor artístico para articulara vinda dos tropicalistas, cui-dar deles e dar-lhes assistên-cia. Na tarde da última quinta-feira, por exemplo, Sebah dei-xou uma lista de recomenda-ções a serem seguidas para quet u d o d e s s ecerto na visitaque Rita Lee eVa n d e r l e i afariam ao es-tilista respon-s á v e l p e l o sseus vestidoscom os quaisvão desfilar enessas preo-cupações nãoestava incluí-do o trânsitocongestionado. “Com as ou-tras convidadas vou fazer omesmo, mas os homens vãoexperimentar a roupa no diado desfile”, contava o diretorartístico, que conseguia con-servar o bom humor. Paraatender a turma da Tropicália,

Sebah tem à sua disposição oi-to automóveis e duas vans. Aprincipal função dessa frota é ade servir a cada um dos artis-tas. Caetano chega na sexta-feira e já avisou que sairá parajantar. Já o Gil somente pisará

em Sampa nodia do desfile.O pessoal fi-cará hospeda-d o e m b o n shotéis distri-buídos pelaCapital. Mas aÁguia de Ou-ro não satis-feita, ainda re-servou quatroq u a r t o s n oHoliday Inn,

que fica em frente ao Anhembi,para garantir privacidade esossego nas horas que antece-dem ao desfile. E, evidente-mente, evitar o stress da equi-pe organizadora para evitarpossíveis atrasos em momen-tos tão cruciais.

Terno azul para Caetano Veloso

Fábio Motta/AE - 02/11/2009

Uma bata com pedras para Gil Para Rita, vestido igual ao de Leila

Wilton Junior/AE - 28/05/2008 Eduardo Nicolau/AE - 05/03/2008

Nas fotosacima e àesquerda, ocarnavalescoCebola, daescola desamba Águiade Ouro,exibe suascriações paraprestarhomenagemaos reis doTropicalismo.

Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Gaviões daFiel: Lula vem,Lula não vem.

Bem antes de se preocu-par com as questões

que estão atribulando o di-retor artístico da Águia deOuro, Sebah Vieira, a Ga-viões da Fiel tem uma dúvi-da mais grave a resolver: seráque o ex-presidente Lulaparticipará de seu desfile?

A resposta somente será,em princípio, conhecida natarde da sexta-feira que an-tecede ao desfile. É que nes-se dia Lula completará as 33sessões de quimioterapiaprescritas pelos médicos pa-ra conter o câncer de laringee apenas Deus sabe do seuestado de espírito e da segu-rança dos médicos para serliberado. Um fato novo veiocomplicar a situação. No úl-timo fim de semana Lula vol-tou a ser internado no Hos-pital Sírio-Libanês com desi-dratação e inflamação naárea do tumor, o que sobre-carregou as apreensões.Mas até ontem, a sexta-feirapermanecia como dia D.

Em todo caso, o esquemapara atendê-lo está instala-do. Lula deverá desfilar noquarto carro alegórico doenredo “Lula: retrato de umanação guerreira e festeira”. Oveículo terá uma coberturade acrílico para protegê-locaso chova. No veículo, alémde dona Marisa Letícia, de-verão estar também o timedo Corinthians, o jogadorRonaldo, parentes e amigosdo ex-presidente. A filha Lu-rian e a neta vão participardo desfile como destaques.

Nos últimos dias, a torcidana Gaviões é para que Lulapossa desfilar. Se sim, o es-quema será blindá-lo. É pos-sível, que fique aguardandono Campo de Marte até serlevado de carro ao veículoalegórico. Todo o trajeto naavenida terá um cordão deisolamento para impedir oacesso direto dos fotógrafose do público.

O ator Fábio Assunção es-tará no carro alegórico dafrente, como o chofer doRolls Royce que levou o pe-tista no dia da sua posse emBrasília. Lula não esteve nosensaios, mas a escola lhemandou CDs para ele se fa-miliarizar com o samba en-redo. (M.C.)

CASO ELOÁ – Começou ontem no Fórum de Santo André o julgamento de LindembergAlves Fernandes, de 25 anos, acusado pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel, em2008. Um dos depoimentos foi o da amiga de Eloá, Nayara Rodrigues da Silva. A previsãoé que o julgamento dure até quatro dias. A mãe de Eloá, Ana Cristina (foto), esteve no local.

Paulo de Souza/AE

NAUFRÁGIO – Uma plataforma de limpeza do Departamento de Águas e EnergiaElétrica (Daee) tombou na madrugada de ontem, no Rio Tietê, perto da Ponte da CasaVerde. O Daee informou que a plataforma se encontrava ancorada, sem tripulação,quando uma das amarrações se rompeu. Ninguém se feriu.

Filipe Araújo/AE

Page 10: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 201210 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

E M C A R T A Z

T ECNOLOGIA

Google testa 'dispositivo secreto'

A RTE

Discos furadosO artista Scott Marr tinha umagrande coleção de antigos LPs

riscados. E decidiu transformá-losem arte esculpindo neles formas

inspiradas no crochê.http://bit.ly/xBsCym

FOTOS

'Escultura doInconsciente' exibe fotosdo artista Tatewaki Niono Complexo Cultural

Funarte São Paulo.Galeria Mario

Schenberg. AlamedaNothmann, 1058, tel.:

3662-5177. Grátis.

U RBANISMO

Mais verde,menos concreto

Steve Wheen é oresponsável por uma série deintervenções urbanas emLondres chamada "Jardinsem miniatura". Ele recriapequenos jardins, emdetalhes, em espaçosinusitados – como umburaco no asfalto ou umpedaço rachado de calçada.

http://bit.ly/zej8ER

Cidade de prataA designer de joias australiana

Christina Elleni, que vem de umafamília de arquitetos, transformouessa arte em anéis e colares deprata que homenageiam edifícios epaisagens de cidades famosas.

http://bit.ly/zwi89R

I NTERNET

Prêmio para blogsabre inscrições

A premiação internacional paraos melhores blogs promovidapela agência Deutsche Welle estácom as inscrições abertas. Osganhadores do Bobs 2012 serãoescolhidos por um júriinternacional especializado etambém por uma votação online,aberta a internautas de todo omundo. São 17 categorias paraos prêmios Bobs. Nas seisprincipais, concorrem candidatoscom páginas em qualquer umdos 11 idiomas, com vencedorescolhido pelo júri e pelo público.As onze restantes correspondema categorias por idioma e osvencedores são escolhidospelos internautas. As categoriassão: Melhor Blog; Melhor Usoda Tecnologia para o BemSocial; Melhor Campanha deAtivismo Social; PrêmioRepórteres Sem Fronteiras -Prêmio Tópico Especial (com otema Direito à Educação);Melhor Canal de Vídeo.

thebobs.com/por tugues/

M ÚSICA

Whitney: homicídio descartadoEm entrevista coletiva

concedida ontem, odetetive Mark Rosen,responsável pela apu-

ração da morte da cantoraWhitney Houston, afirmouque a investigação preliminardo caso foi concluída pela po-lícia de Beverly Hills. A políciadescartou, assim, a hipótese dehomicídio: "Não estamos con-duzindo uma investigação dehomicídio, é uma investigaçãodas causas da morte".

O caso só será fechado de-pois que os exames toxicológi-cos ficarem prontos e o legistadivulgar a causa da morte.Ainda segundo Mark, o casoagora é do departamento mé-dico-legista. A polícia não des-carta a possibilidade de Whit-ney ter sofrido um ataque car-díaco causado por reação ad-versa a medicamentos.

O site especializado em cele-bridades TM Z divulgou on-tem fotos que seriam da suíteem que a cantora Whitney

Houston morreu, no hotel Be-verly Hilton, em Los Angeles,na tarde de sábado. As ima-gens mostram restos de comi-da, uma lata de cerveja, alémde um copo que, segundo o si-te, teria sido usado para servirchampanhe, o que poderia sig-nificar que a cantora consumiuálcool com os medicamentos.Familiares afirmaram suspei-tar que ela tenha misturado ál-cool com remédios.

Reuters

BELEZA DE OURO - Cliente faz um tratamento facial com folhas

de ouro 24 quilates em um salão de beleza em Hanói, no Vietnã.

O tratamento, que custa cerca de US$ 90 ajuda a clarear a pele.

A Google testa um "dispositivode comunicação de nova geração"entre seus funcionários, informaum documento submetido àFederal Communications Comission(FCC). A empresa pede à comissãopermissão para testar o aparelhonas casas de 102 empregados,utilizando redes Wi-Fi e sinais

Bluetooth. O objetivo da empresa éanalisar a estabilidade e efetividadedos protótipos enquanto trabalhamcom redes sem fio domésticas –processo que deve acontecer sobuma licença temporária, válida atéo dia 15 de julho. A própriagigante das buscas é listada comoa fabricante da novidade.

L OTERIAS

Concurso 714 da LOTOFÁCIL

04 06 07 08 09

10 11 12 13 14

15 17 19 21 22

Concurso 2823 da QUINA

02 10 16 23 57

www.dcomercio.com.br

Homenagem – Na noite dedomingo, a 54ª edição dosprêmios Grammy, que trouxeuma homenagem à cantora,foi a segunda mais vista nahistória da cerimônia. Maisde 39 milhões de espectado-res nos EUA acompanharama festa de premiação.

A cantora que recebeu seisGrammys ao longo de sua car-reira, um deles o de melhor in-térprete de Rhythm and Blues

[foto á esquerda] foi lembradaem dois dos shows, o de NickiMinaj e o da cantora JenniferHudson [foto à direita], que in-terpretou o sucesso I WillAlways Love You, de Whitney.

Funeral– O funeral de Whit-ney Houston acontecerá nestasemana em uma igreja batistade sua cidade natal, Newark(Nova Jersey), onde a cantora eatriz americana estreou em umcoro gospel quando criança.

Qual a expectativa decada espécie e qual animaltem a vida mais longa? Oinfográfico ao lado traz asrespostas sobre algumasespécies. Ele é baseado emum gráfico descoberto pelosite Information is Beautiful.A arte orginal foi produzidana década de 1930 parauma enciclopédia da épocae é considerada um dospioneiros da infografia.

http://bit.ly/hcg4CT

Vinc

e Bu

cci/

AFP

Mar

io A

nzuo

ni/R

eute

rs

Quanto tempo vivem os animais?

Page 11: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Isenção para tablets ameaçada em SPA Procuradoria-Geral da República (PGR)

sugeriu ao STF que suspenda normaspaulistas que concederam incentivos

fiscais à produção de tablets no estado.economia

Ligeiro,Leão já

abocanhaR$ 200 bi.

O valor foi arrecadado nove dias antes que em 2011.

Silvia Pimentel

Os brasileiros já pa-garam R$ 200 bi-lhões em impostosdesde o início do

ano. O valor foi registrado on-tem, por volta das 16h30, noImpostômetro da AssociaçãoC o m e r c i a l d e S ã o P a u l o(ACSP), painel eletrônico quemede em tempo real a arreca-dação de tributos pela União,pelos estados e municípios.Em comparação com 2011, omontante entra nos cofres pú-blicos com nove dias de ante-cedência.

De acordo com dados dopainel – que pode ser visuali-zado pela internet –, com o di-nheiro arrecadado até o mo-mento seria possível comprarm a i s d e 1 6 0 m i lnotebooks, cestas básicas paratoda a população durante 623meses, além de 5,6 mil casaspopulares. A ferramenta foidesenvolvida pelo InstitutoBrasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT) e detalha opeso dos impostos sobre itensde consumo, o patrimônio e are n d a .

"Em seis anos, a arrecadaçãode impostos no Brasil dupli-cou, mas o crescimento do Paísnão dobrou. É passada a horade o brasileiro se enxergar co-mo pagador de impostos e nãocomo mero contribuinte. So-

Impostômetro inspira outros medidores

Folião encaraCarnaval tributário

Quem for pular oCarnaval deve estarconsciente de que aressaca tributária do

pós-festa pode ser brava. OLeão não perdoa o folião. Amordida que ele dá em itenscarnavalescos de grandeconsumo é dolorida. Quemcomprar confete e serpentina,por exemplo, do valor totaldesembolsado pelos itens,43,83% seguirão direto paraos caixas do governo. No casodas fantasias feitas em tecido,a mordida é de 36,41%.

Os números são dolevantamento do InstitutoBrasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT). Elesmostram que para algunsprodutos o percentual dosimpostos supera a metade dopreço pago pelo consumidor.Caso das bebidas alcoólicas,que têm pico de consumonessa época do ano. Osimpostos embutidos no preçoda cerveja chegam a 55,60%.No caso da cachaça, a carga de

Atacadistasdo DF pedemdesoneração

O Sindicato doComércio Atacadista

do Distrito Federal(Sindiatacadista-DF) fezuma carreata ontem emprotesto contra a elevadacarga tributária cobradado setor.

O comboio de caminhõese carros saiu doestacionamento do GinásioNilson Nelson, seguiu emdireção à Esplanada dosMinistérios e depoisretornou para o local deinício. A manifestaçãocomeçou por voltadas 8h, causandocongestionamento no EixoMonumental, uma dasprincipais vias da regiãocentral de Brasília.

Fábio de Carvalho,presidente do Sindicato,reivindicou melhorescondições de competir comos outros estados.

De acordo com ele, ovolume de impostos pagosno DF torna a relação comos outros estados umaconcorrência desleal. "Senão tivermos resposta dogoverno, o produto custaráentre 9% e 10% mais",disse.

O setor atacadistaemprega 6 milrepresentantes comerciaise tem uma arrecadação deR$ 800 milhões por ano."Para manter tudo isso,precisamos de um regimeespecial seguro". Ogoverno do DF disse queestuda propostas parabeneficiar o setor. (ABr)

O painel levoumenos de um

mês e meiopara chegar aR$ 200 bi. Em

2005, aarrecadação

do ano todo foide R$ 372,4 bi.

Luiz Prado/ LUZ

tributos bate os 81,87% (vejatabela ao lado).

É válido lembrar que omaior percentual dos tributosbrasileiros recai sobre oconsumo e, portanto, acabasendo um peso maior nascostas da população de menorrenda. Isso ocorre porque,proporcionalmente aos quetêm um rendimento maior, asfamílias de baixa rendadespendem um percentualmaior do salário parac o n s u m i r.

O Leão não trabalha só noCarnaval. Ele morde durante24 horas por dia ao longo doano inteiro. Ontem, oImpostômetro, paineleletrônico que simula aarrecadação das três esferasde governo, mostrou que aarrecadação governamental jáchegou a R$ 200 bilhões. ( Ve j atexto acima). Ao longo de todoo ano passado o montantearrecadado em tributos pelosgovernos chegou aR$ 1,5 trilhão. (RCI)

mente com a consciência de ci-dadãos é que vamos nos mobi-lizar para cobrar uma melhorutilização do dinheiro públi-co", disse o presidente daACSP e da Federação das As-sociações Comerciais do Esta-do de São Paulo (Facesp), Ro-gério Amato. O dirigente res-salta que o movimento das as-sociações comerciais não écontra os impostos, mas paraapontar o que se faz com os re-cordes arrecadados todos osanos.

Não sem razão, a ACSP pre-tende lançar nos próximos me-ses um medidor de gastos pú-blicos nos mesmos moldes dopainel eletrônico que mostra aarrecadação de tributos. Será oG a s t ô m e t ro .

Tr a j e t ó r i a – O Impostôme-tro foi inaugurado no dia 20 deabril de 2005. Naquele ano, en-traram nos cofres públicos R$372,48 bilhões, o que corres-pondeu a expansão de 5,65%na comparação com 2004. De lápra cá, o painel passou por al-terações. Em setembro de 2011foi inaugurado o novo portal

do painel (w w w. i m po s t o m e-t r o . c o m . b r ) . P e l o h o t s i t ewww.hora deagi r.com. br cada ci-dadão pode deixar sua opiniãopor meio de comentários e ví-deos. É possível também pres-sionar os deputado federais

para que coloquem em vota-ção e aprovarem o projeto delei nº 1472/2007. A propostadetermina que o valor dos tri-butos cobrados sobre o consu-mo seja discriminado nas no-tas fiscais.

O Impostômetro é notí-cia na imprensa nacio-nal e internacional,

ponto turístico do centro da ca-pital paulista e fonte de inspira-ção para entidades civis quequerem chamar a atenção parao peso dos tributos no Brasil.Desde a sua criação, em 2005,foram lançados "medidores"inspirados no mais famoso pla-car tributário. Em 2008, por

exemplo, o Instituto AcendeBrasil lançou o Impostômetrodo setor elétrico, que mensuraa quantidade de impostos em-butidos nas contas de luz. Esti-ma-se que mais de 45% do va-lor da fatura é tributo, sendo omaior vilão o Imposto sobreCirculação de Mercadorias eServiços (ICMS), com alíquotade 25%.

No início deste ano, foi a vez

da Associação Brasileira da In-dústria Têxtil e de Confecção(Abit) lançar um sistema seme-lhante para chamar a atençãopara o volume de importaçõesde têxteis e os efeitos negativossobre a criação de empregosno País. O Importômetro medeem tempo real quanto o Paísgasta com importações de pro-dutos têxteis e quantos empre-gos deixam de ser criados no

mercado interno. O painel foiinstalado na sede da entidade epode ser visualizado pelo siteww w. ab it.org. br /em preg ab ra-sil. Pelos cálculos da associação,a cada segundo são importa-dos US$ 214 e um emprego dei-xa de ser gerado.

Já a Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp)se inspirou no Impostômetropara lançar o Jurômetro. O sis-

tema foi desenvolvido paramedir, também em tempo real,quanto se gasta no Brasil com opagamento de juros. Nesteano, pelos cálculos da Fiesp, ogoverno já gastou o total deR$ 28 bilhões. O Jurômetroquer conscientizar a sociedadepara a cobrança exagerada dejuros, um dos principais fantas-mas a assombrar o empresaria-do brasileiro. (SP)

Somente com aconsciência de cidadãosvamos nos mobilizar paracobrar a melhor utilizaçãodo dinheiro público.

ROGÉRIO AM ATO, PRESIDENTE DA AC S P

Paul

o Pa

mpo

lin/

Hyp

e

Page 12: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 201212 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

Page 13: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

Se a Petrobras é possível, o Brasil é possível.Dilma Rousseff, presidente da Repúblicaeconomia

Governo reduz previsão para o PIBMinistério

da Fazenda revêo crescimento do

País de 5%para 4,5% este

ano, mas vêaceleração alongo prazo.

OMinistério da Fa-zenda reduziu asprojeções para ocresc imento do

Produto Interno Bruto (PIB)para 2011, cujos dados aindanão são conhecidos oficial-mente, e também para 2012.Para este ano houve reduçãode 5% para 4,5% e, para o anopassado, a projeção recuou dede 3,8% para 3,2%. Os dadosfazem parte do boletim Econo-mia Brasileira em Perspectiva,divulgado ontem, cujos dadosestão atualizados até o dia 2 defevereiro. Para 2013, a Fazendaprojeta uma expansão da eco-nomia da ordem de 5,5% e, pa-ra 2014, de 6%.

"O ano de 2011 foi impor-tante para consolidar a traje-tória de crescimento de longoprazo em um ambiente inter-

nacional de franca desacele-ração", avaliam os técnicos doMinistério. A projeção da Fa-zenda é a de que, depois daacomodação de 2011, a econo-mia brasileira vai se acelerar."Com investimentos tanto dosetor privado como do setor

público, a média de expansãodo PIB até 2014 deve ser supe-rior à dos quatro anos anterio-res", diz o boletim.

Inflação – O Ministério daFazenda manteve a projeção deque a inflação deste ano ficaráem 4,7%. A estimativa foi feita

com base no relatório de infla-ção do BC de dezembro de 2011.Se confirmada a projeção, o Ín-dice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA) encer-rará 0,2 ponto percentual acimado centro da meta. No ano pas-sado, a inflação fechou no limite

Expectativa daequipeeconômica é deque a inflaçãobrasileira aoconsumidorprossiga emtrajetória dedeclínio.

Apresidente Dilma Rous-seff foi quem fez o maislongo discurso na ceri-

mônia de posse de Maria dasGraças Foster no comando daPetrobras, ontem, na sede dacompanhia, no Centro do Riode Janeiro.

Dilma se disse emocionadacom o fato de Graça ser maisuma mulher em seu governo aatingir posto de relevância noBrasil. "Na condição da primei-ra presidente eleita do País, ve-nho aqui para prestigiar a pri-meira presidente da maior em-presa brasileira", disse Dilma,que reforçou que a indicaçãode Graça foi por "absoluto me-re c i m e nto " .

A presidente agradeceu maisde uma vez a José Sergio Ga-brielli, que deixa a presidênciada estatal para seguir carreirapolítica na Bahia, e afirmou que,

nos últimos oitos anos – seis de-le sob a gestão do executivo –, aPetrobras viveu seu período demaior desenvolvimento. "A Pe-trobras está em boas mãos. Gra-ça saberá dar continuidade eampliar as conquistas da gestãode José Sergio Gabrielli", disse.

Dilma afirmou que a Petro-bras tem a condição de alçar oPaís a outro patamar, mais de-senvolvido socialmente etambém tecnologicamente."Se a Petrobras é possível, oBrasil é possível."

A presidente encerrou seu

discurso garantindo que o go-verno não abrirá mão da deci-são de adquirir cada vez maisequipamentos no Brasil. "A Pe-trobras sabe que este País é suafonte de energia e também seumaior mercado. A Petrobras e oBrasil são dois parceiros."

Graça foi às lágrimas aoagradecer Dilma e lhe garan-tiu total lealdade. Agradeceuem seguida ao ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, aDeus, a seus fi lhos e a suamãe, dona Terezinha. "É emo-cionada que agradeço a con-

fiança em mim."D iretorias – O gerente-exe-

cutivo do E&P Pre-sal, José For-migli, e o atual gerente-execu-tivo de Operações e Participa-ções em Energia, José AlcidesMartins tomam posse hoje emcerimônia interna, sem a parti-cipação da imprensa. Eles as-sumem, respectivamente, asdiretorias de Exploração e Pro-dução e de Gás e Energia. For-migli substitui o diretor Gui-lherme Estrella, que se aposen-ta, e Martins assume a pastaque era de Graça. ( Ag ê n c i a s )

AComissão Sino-Brasi-leira de Alto Nível de

Concertação e Coopera-ção (Cosban) se reuniuontem, em Brasília, paratratar de temas nas áreasde finanças e economia,entre outros. A delegaçãobrasileira foi chefiada pe-lo vice-presidente da Re-pública, Michel Temer, e adelegação chinesa, pelovice-pr imeiro-ministrodo país, Wang Qishan.

A Cosban é um meca-nismo permanente entreos dois países, que no anopassado somaram US$77,1 bilhões, com expor-tações de US$ 44,3 bi-lhões e importações deUS$ 32,8 bilhões. Os em-presários brasileiros têmreclamado de uma altadas importações da Chi-na, o que tem prejudica-do várias empresas brasi-leiras – principalmentedos setores de manufatu-ra d o s. (AB r)

Chinesesdiscutemfinanças

Enfim, saldoc o m e rc i a lpositivo em 2012

Abalança comercialbrasileira registrou um

superávit de US$ 1,155 bilhãona segunda semana defevereiro (6 a 12). Segundodados divulgados ontem peloMinistério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior (MDIC), osaldo é resultado deexportações de US$ 5,087bilhões menos importações deUS$ 3,932 bilhões.

No mês de fevereiro, abalança acumula um superávitde US$ 1,351 bilhão, comexportações de US$ 7,691bilhões e importações deUS$ 6,340 bilhões.

Com o resultado da segundasemana, no ano, o saldo dabalança passou a ser positivo,acumulando superávit deUS$ 59 milhões até o dia 12 defevereiro. Nesse período, asexportações totalizamUS$ 23,832 bilhões, enquantoas importações somamUS$ 23,773 bilhões.

As exportações brasileiras nasegunda semana de fevereiro,tiveram média diária deUS$ 1,071 bilhão, o querepresentou um incremento de17,2% ante a média de US$ 868milhões registrada na primeirasemana do mês. Segundo oMDIC, essa alta foi decorrentedo aumento das exportaçõesdas três categorias deprodutos: básicos,semimanufaturados emanufaturados.

As vendas de produtosbásicos cresceram, no mesmoperíodo de comparação, 37,5%,em razão de petróleo, minériode ferro, café em grão, farelo desoja, carne bovina e fumo emfolhas. Já as vendas demanufaturados tiveram alta de7%, com destaque para asexportações de plataforma deperfuração e exploração depetróleo, óleos combustíveis,aviões e suco de laranja.

As importações tiverammédia diária de US$ 786,4milhões, uma retração de 2%ante a média apurada naprimeira semana do mês(US$ 802,7 milhões). Segundoo MDIC, essa queda éexplicada, principalmente,pela redução nos gastos comcombustíveis e lubrificantes,equipamentos mecânicos,plásticos e obras, instrumentosde ótica e farmacêuticos. (AE)

Argentina querdiminuir déficit

Oembaixador da Ar-gentina no Brasil, LuisMaria Kreckler, disse

ontem que sua principal mis-são é reduzir o déficit comer-cial com o Brasil. "Minha mis-são primordial é reduzir o dé-ficit, sim. Não temos metas,não vamos fazer futurologia",afirmou o embaixador, que sereuniu com o presidente da Fe-deração das Indústrias do Es-tado de São Paulo (Fiesp), Pau-lo Skaf, na sede da entidade, nacapital paulista.

Desde 2005 o Brasil registrasuperávit comercial com a Ar-gentina. No ano passado, o sal-do foi positivo em US$ 5,8 bi-lhões. O embaixador descar-tou a possibilidade de o gover-no argentino rever a aplicaçãoda declaração juramentada,um medida burocrática obri-gatória aos importadores des-de o dia 1º de fevereiro.

Os exportadores brasileirostemem que essa seja mais umamedida para atrasar a liberaçãode produtos nas fronteiras ar-gentinas. "Não vamos falar emdemora quando recém imple-

mentamos isso", desconversou.Segundo ele, a nova medidatem como objetivo monitorar asimportações, e a intenção é queo governo, após um período ini-cial de implementação, passe aliberar as declarações automati-camente. À Fiesp, o governo ar-gentino prometeu liberar a do-cumentação em um prazo decerca de 15 dias.

O presidente da Fiesp, PauloSkaf, deu "mais um voto de con-fiança" à Argentina. "O governoargentino assegurou que o in-tuito da medida não é prejudi-car o comércio com Brasil, va-mos aguardar até o fim do mês",afirmou. Os primeiros pedidosde importação feitos na primei-ra semana de fevereiro devemvencer nesta semana. "Já soubeque boa parte dos pedidos foi li-berada", afirmou.

Skaf defendeu que a busca deum maior equilíbrio comercialentre Brasil e Argentina se dêcom o aumento da compra deprodutos argentinos por partedo País. "O caminho não é o Bra-sil vender menos, mas comprarmais", disse. O embaixador ar-

gentino e o dirigente brasileirodisseram que estão fazendo umlevantamento sobre quais pro-dutos a Argentina tem condi-ções de vender ao Brasil de for-ma competitiva. "Estamos elen-cando todos os produtos quetêm potencial de produção naArgentina e que o Brasil tem po-tencial de compra, mas que nomomento esteja comprando deterceiros países", reiterou Skaf.

O presidente da Fiesp afir-mou também que a entidadefará um evento de promoçãocomercial e de investimentosem Buenos Aires no mês deabril. A intenção é atrair inves-timentos brasileiros para a Ar-gentina. "Hoje é mais baratoproduzir na Argentina que noBrasil, porque o custo de pro-dução no País está muito alto",afirmou. Nos próximos dias,Skaf deve se reunir com diri-gentes da Associação Nacio-nal dos Fabricantes de Veícu-los Automotores (Anfavea) edo setor de autopeças com oobjetivo de identificar possibi-lidade de aumentar investi-mentos no país vizinho. (AE)

G raçaFo s te r

m e re ce u,disse Dilma

Graça Fosterfoi às lágrimasdurante acerimônia aoagradecer apresidenteDilma e lhegarantiu totallealdade

Sérgio Castro/AE

Fabio Morra/AE

do teto da meta, em 6,5%. "De-pois de um período de alta, aspressões de preços observadasno primeiro semestre de 2011começaram a se dissipar, comrecuo da taxa acumulada em 12meses a partir de outubro", afir-ma o documento.

Sobre o resultado do anopassado, a Fazenda destacouque, por sete anos consecuti-vos, a inflação brasileira en-cerrou o ano dentro das metasfixadas pelo Conselho Mone-tário Nacional (CMN). "Aspressões inflacionárias em2011 tiveram causas predomi-nantemente externas, sobre-tudo em decorrência de cho-ques de preço de commoditiesno fim de 2010 e início de2011", diz o boletim.

Na avaliação da equipe eco-nômica, diversos indicadoresmostram que os preços estãomais comportados desde mea-dos do ano passado "A expecta-tiva é de que a inflação brasileiraao consumidor prossiga em tra-jetória de declínio, caminhandoem direção ao centro da metapara 2012". (AE)

Page 14: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 201214 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Os líderes dos principais partidos políticos precisam secomprometer por escrito em conduzir as medidas de austeridade.economia

Grécia, sem paz,deve dar início à

redução de gastos.Apesar da violência, governo grego deve garantir que fará os

cortes. Agência Moody’s reduz notas da Itália, Portugal e Espanha.

AGrécia ainda en-frentará algumasdificuldades pelafrente até que pos-

sa receber seu segundo pacotede socorro, de 130 bilhões deeuros (US$ 171 bilhões), mes-mo após a aprovação pelo Par-lamento grego do pacote deausteridade no domingo. On-tem, o comissário de assuntoseconômicos da União Euro-peia, Olli Rehn, disse que aaprovação do pacote no Parla-mento grego foi "um passo cru-cial em frente", mas o governoda Alemanha, que arcará coma maior parte dos recursos pa-ra o socorro à Grécia, disse quenão aprovará novos desem-bolsos a Atenas até o começode março – quando ficar claroquantos bancos e fundos de in-vestimentos deverão ter per-das com seus bônus gregos e oParlamento da Alemanhaaprovar o resgate.

Também existem algumasdificuldades na Grécia e o go-verno grego declarou ontemque os líderes dos principaispartidos políticos precisam secomprometer por escrito emconduzir as medidas de auste-ridade. Um porta-voz do go-verno da Grécia, Pantelis Kap-sis, disse que essa garantia porescrito precisa ser entregue atéamanhã, antes da reunião dogrupo de ministros de Finan-ças da zona do euro (Eurogru-po), que se encontra em Bruxe-las para decidir sobre a libera-ção do segundo pacote de res-gate para os gregos.

A garantia por escrito foiuma das duas condições paraaprovar o resgate. A outra, jácumprida, era a aprovação do

pacote de austeridade no Par-lamento. As medidas foramaprovadas no domingo, com199 votos a favor e 74 contrá-rios, enquanto 100 mil pessoastomavam as ruas de Atenas emfúria contra o novo pacote. Pe-lo menos 45 edifícios foramqueimados. A taxa de desem-prego na Grécia está em 20,9%da força de trabalho e milharesde lojas e pequenas empresasforam fechadas nos últimosanos por causa da recessão.

Rehn, que elogiou a aprova-ção das medidas, disse que aGrécia precisa do dinheiro até20 de março, quando vencembônus no valor de 14,5 bilhõesde euros (US$ 19,2 bilhões). Oministro de Economia da Ale-manha, Philipp Roesler, man-teve a pressão sobre a Grécia."Tomamos um passo na dire-ção correta, mas ainda estamosdistantes do objetivo", disseRoesler. "A implementaçãodas reformas estruturais é cru-cial". Entre as medidas aprova-das está um corte de mais de20% no salário mínimo do se-

tor privado e a demissão de 15mil servidores públicos.

Riscos – A agência de classi-ficação de risco Moody’s rebai-xou ontem a nota de crédito daItália, Portugal, Espanha, Mal-ta, Eslováquia e Eslovênia e co-locou sob perspectiva negati-va os ratings da França, ReinoUnido e Áustria – o que signi-fica que estes países podem so-frer rebaixamentos.

A medida reflete a suscetibi-lidade destes países "aos cres-centes riscos financeiros e ma-croeconômicos decorrentes dacrise na zona do euro", segun-do agências de notícias. Fran-ça, Reino Unido e Áustria de-tém a nota "Aaa", a mais alta daregião e que indica risco míni-mo aos investidores. A nota decrédito da Itália caiu de A2 pa-ra A3; a da Espanha baixou deA1 para A3 – queda de dois ní-veis, e a de Portugal, em grauespeculativo, passou de Ba2para Ba3. A nota de Malta saiude A2 para A3 e as da Eslová-quia e da Eslovênia recuaramde A1 para A2. (AE)

John Kolesidis/Reuters

A fachada do Banco da Grécia exibe as marcas da violência que explodiu nos últimos dias no país

John Kolesidis/Reuters

Bombeiros apagam incêndio em Atenas: 45 edifícios queimados.

Ibovespa sobe2,65% apósacordo grego

ABM&FBovespa subiu forteontem, em meio ao oti-

mismo após um acordo parla-mentar na Grécia sobre medi-das para garantir um resgate fi-nanceiro e à recuperação par-cial das ações da Petrobras. OIbovespa subiu 2,65 %, a 65.691pontos. O giro financeiro dopregão foi de R$ 13,19 bilhões,impactado pelo vencimento deopções sobre ações, que movi-mentou R$ 6,3 bilhões.

Parlamentares gregos apoia-ram cortes drásticos em salários,aposentadorias e empregos nodomingo, para que o país possater um socorro de 130 bilhões deeuros da União Europeia e doFundo Monetário Internacional(FMI) para evitar um calote de-sordenado que contaminaria to-da a zona do euro.

Segundo o operador RafaelDornaus, da corretora HencorpCommcor, o acordo na Grécia foium dos fatores que mais influen-ciou na alta da sessão, assim co-mo os dados do boletim Focus,que indicou um corte nas esti-mativas do mercado para a taxabásica de juros (Selic) em 2013.

"Teve a Grécia favorecendo,mas também o relatório Focusdando uma animada pela ex-pectativa da Selic. Os setores deconstrução e consumo reagirambem", disse. Ações desses seto-res registraram fortes altas comoRossi, com ganhos de 6,75%,PDG Realty, de 6,53 %, e Hyper-marcas (4,44 %). Dornaus desta-cou o compor tamento dasações da Petrobras, que subiramapós caírem cerca de 8% na sex-ta-feira. Mas a maior do índice foia da Gol, com 9,85 %. (Re u te r s )

Orçamento de Obama busca criaremprego e reduzir o déficit

Opresidente BarackObama apresentouontem seu plano de

orçamento para o ano fiscal de2013, que inclui gastos deUS$ 3,8 trilhões no próximoano, mas visa reduzir emUS$ 4 trilhões o déficit públicoaté 2022. A proposta orçamen-tária ainda prevê destinarUS$ 800 bilhões para criaçãode empregos e investimentosde infraestrutura, além de au-mentar os tributos para a par-cela rica da população, com alí-quotas de até 30% no impostode renda.

Em uma de suas melhoresoportunidades para conven-cer os eleitores americanos queele merece um segundo man-dato antes do pleito de 6 de no-vembro, o democrata prome-teu destinar bilhões de dólarespara estradas, rodovias e esco-las, estendendo reduções deimpostos para estimular a ge-ração de empregos.

"Nós construímos este orça-mento em torno da ideia deque nosso país é sempre me-lhor quando todos têm as mes-mas oportunidades", disseObama. Ele rejeitou o que cha-mou de "economia que levouao aumento crescente das desi-

gualdades entre os america-nos mais ricos e os mais po-bres". O novo orçamento deObama foi imediatamente ata-cado por republicanos comouma recauchutagem de ideiasanteriormente rejeitadas.

A votação do orçamento se-rá um componente importanteda campanha eleitoral desteano. Segundo os republicanoso presidente alcançaria apenasUS$ 1,5 trilhão das reduçõesdo déficit. (F o l h a p re s s )

Jewel Samad/AFP Photo

Desaceleração no Japão

Aeconomia do Japão encolheu muitomais que o esperado no quarto tri-mestre de 2011, com as enchentes

na Tailândia, o iene forte e a demanda fracaprejudicando as exportações e gerando dú-vida de que a atividade possa se recuperarrapidamente.

O primeiro-ministro Yoshihiko Noda ain-da precisa persuadir a população de que aeconomia está firme o bastante para que oimposto sobre vendas seja dobrado semprolongar a estagnação que assombra o paíshá duas décadas.

Mas os dados do Produto Interno Bruto(PIB) divulgados ontem mostraram que aprodução econômica caiu 0,6 % nos últimostrês meses do ano passado. Isso não ajuda acausa defendida pelo premiê e pode signi-ficar pressão política maior para que o ban-

co central use seu poder limitado de políticamonetária para estimular a economia.

"As autoridades estão inclinadas a aumen-tar a pressão sobre o BC para relaxar aindamais a política e elevar a inflação para iradiante com os aumentos do imposto sobrevendas", disse o economista-chefe do No-mura Securities, Takahide Kiuchi.

A queda do PIB no quarto trimestre foi odobro da esperada por analistas e marca aquarta contração dos últimos cinco trimes-tres, encerrando o ano em que o Japão foiabalado por um terremoto, um tsunami e opior acidente de energia nuclear do mundodesde Chernobyl, em 1986. A produção eco-nômica caiu 0,9 % em 2011, na primeira retra-ção anual desde a crise financeira mundial,em 2009. Isso trouxe prejuízos para grandesexportadoras, como a Sony. (Reuters)

Page 15: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 ECONOMIA/LEGAIS - 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

BSP Empreendimentos Imobiliários S.A.CNPJ no 14.312.353/0001-31 - NIRE 35.300.413.245

Ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 29.12.2011Data, Hora, Local: Aos 29 dias do mês de dezembro de 2011, às 17h, na sede social, AvenidaPaulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01311-925. Presenças: Compareceu,identificou-se e assinou o Livro de Presença o representante das acionistas da Sociedade,representando a totalidade do capital social. Constituição da Mesa: Presidente: Samuel Monteirodos Santos Junior; Secretário: Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa. Convocação:Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no ParágrafoQuarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Ordem do dia: Examinar proposta do Conselho deAdministração para aumentar o Capital Social no valor de R$413.332.008,21 (quatrocentos e trezemilhões, trezentos e trinta e dois mil, oito reais e vinte e um centavos), elevando-o deR$445.679.287,00 (quatrocentos e quarenta e cinco milhões, seiscentos e setenta e nove mil,duzentos e oitenta e sete reais) para R$859.011.295,21 (oitocentos e cinquenta e nove milhões,onze mil, duzentos e noventa e cinco reais e vinte e um centavos), mediante a emissão de404.948.619 (quatrocentos e quatro milhões, novecentas e quarenta e oito mil, seiscentas edezenove) novas ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, ao preço deR$1,020702353 cada uma, com integralização à vista, no ato da subscrição, com a consequentealteração do “caput” do Artigo 6o do Estatuto Social. Deliberação: Aprovada, sem qualqueralteração ou ressalva, a proposta do Conselho de Administração, registrada na reunião daqueleÓrgão, de 28.12.2011, a seguir transcrita: “Vimos propor aumentar o Capital Social no valor deR$413.332.008,21 (quatrocentos e treze milhões, trezentos e trinta e dois mil, oito reais e vinte eum centavos), elevando-o de R$445.679.287,00 (quatrocentos e quarenta e cinco milhões,seiscentos e setenta e nove mil, duzentos e oitenta e sete reais) para R$859.011.295,21 (oitocentose cinquenta e nove milhões, onze mil, duzentos e noventa e cinco reais e vinte e um centavos),mediante a emissão de 404.948.619 (quatrocentos e quatro milhões, novecentas e quarenta e oitomil, seiscentas e dezenove) novas ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, aopreço de R$1,020702353 cada uma, com integralização à vista, no ato da subscrição. O preço deemissão foi fixado com base no valor contábil ajustado por ação da Sociedade em 30.11.2011, deconformidade com o disposto o Inciso II do Parágrafo Primeiro do Artigo 170 da Lei no 6.404/76.As ações subscritas no referido aumento de capital terão direito a dividendos e/ou juros sobre ocapital próprio que vierem a ser declarados a partir da data de integralização do referido aumentode capital, fazendo jus também, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demaisações a partir daquela data. Em consequência, a redação do “caput” do Artigo 6o do EstatutoSocial será alterada após completado todo o processo do aumento do capital.”. Dando sequênciaaos trabalhos, disse o senhor Presidente que o Conselho de Administração estava autorizado a darandamento ao processo, na forma exposta, abrindo a subscrição das ações, ocasião em que asacionistas Bradesco Vida e Previdência S.A., Bradesco SegPrev Investimentos Ltda. e BradescoAuto/RE Companhia de Seguros, todas representadas por seu Diretor senhor Haydewaldo RobertoChamberlain da Costa, abriram mão de seus direitos à subscrição das novas ações em favor daacionista Bradesco Seguros S.A., que integralizou o referido aumento mediante a conferência deinvestimentos de sua propriedade, todos descritos e caracterizados no Laudo de Avaliação anexo,que passa a fazer parte integrante do presente Instrumento Particular, representados por: a)46.427.999 (quarenta e seis milhões, quatrocentas e vinte e sete mil, novecentas e noventa e nove)cotas de emissão da Caboquenas Empreendimentos e Participações Ltda., CNPJ no 09.437.113/0001-23, avaliadas pelo valor contábil do investimento, no montante de R$53.264.566,28 (cinquentae três milhões, duzentos e sessenta e quatro mil, quinhentos e sessenta e seis reais e vinte e oitocentavos); b) 66.019.661 (sessenta e seis milhões, dezenove mil, seiscentas e sessenta e uma)cotas de emissão da Everest Holdings Ltda., CNPJ no 07.832.133/0001-73, avaliadas pelo valorcontábil do investimento, no montante de R$111.961.537,80 (cento e onze milhões, novecentos esessenta e um mil, quinhentos e trinta e sete reais e oitenta centavos); c) 66.700.999 (sessenta eseis milhões, setecentas mil, novecentas e noventa e nove) cotas de emissão da MississipiEmpreendimentos e Participações Ltda., CNPJ no 08.977.046/0001-77, avaliadas pelo valorcontábil do investimento, no montante de R$78.581.246,20 (setenta e oito milhões, quinhentos eoitenta e um mil, duzentos e quarenta e seis reais e vinte centavos); d) 40.378.900 (quarentamilhões, trezentas e setenta e oito mil e novecentas) cotas de emissão da Niágara Participações eEmpreendimentos Ltda., CNPJ no 08.977.055/0001-68, avaliadas pelo valor contábil doinvestimento, no montante de R$87.808.668,07 (oitenta e sete milhões, oitocentos e oito mil,seiscentos e sessenta e oito reais e sete centavos); e) 52.840.872 (cinquenta e dois milhões,oitocentas e quarenta mil, oitocentas e setenta e duas) cotas de emissão da PaineiraEmpreendimentos e Participações Ltda., CNPJ no 07.394.192/0001-07, avaliadas pelo valorcontábil do investimento, no montante de R$81.715.989,86 (oitenta e um milhões, setecentos equinze mil, novecentos e oitenta e nove reais e oitenta e seis centavos). Os investimentos utilizadospara integralizar o referido aumento do capital social foram avaliados de conformidade com odisposto no Artigo 8o da Lei no 6.404/76, pelo critério de valor contábil, pela empresa Probus PrimeSoluções Contábeis e Empresariais Ltda., registrada no Conselho Regional de Contabilidade noEstado de São Paulo sob no 2SP025800/O-5, CNPJ no 11.091.208/0001-80, que por seurepresentante, senhor Sidney Pires de Oliveira, Contador, CRC 1SP108883/O-0, CPF893.692.708-68, presente à Assembleia, apresentou o respectivo Laudo de Avaliação elaborado, oqual foi aprovado em sua íntegra, sem qualquer ressalva, em especial quanto aos números nelecontidos, dispensada a sua transcrição, uma vez que, rubricado pelos presentes, ficará arquivadona Sociedade nos termos da alínea “a” do Parágrafo Primeiro do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Emseguida, o senhor Presidente comunicou aos presentes o seguinte: I) ter sido totalmente subscritoe integralizado o aumento de capital no valor de R$413.332.008,21 (quatrocentos e treze milhões,trezentos e trinta e dois mil, oito reais e vinte e um centavos), consistente de 404.948.619(quatrocentos e quatro milhões, novecentas e quarenta e oito mil, seiscentas e dezenove) novasações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal; II) que verificada a subscriçãointegral e a integralização do aumento de capital, o “caput” do Artigo 6o do Estatuto Social passa avigorar com a seguinte redação: “Art. 6o) O Capital Social é de R$859.011.295,21 (oitocentos ecinquenta e nove milhões, onze mil, duzentos e noventa e cinco reais e vinte e um centavos),dividido em 850.627.906 (oitocentos e cinquenta milhões, seiscentas e vinte e sete mil, novecentase seis) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal.”; III) que a acionistasubscritora Bradesco Seguros S.A. declara a inexistência de imposto de renda sobre o valor dosinvestimentos utilizados para integralizar o já mencionado aumento do capital social, em razão doreferido aumento do capital ter sido feito pelo critério de valor contábil. Encerramento: Nada maishavendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para a deliberação tomada o ConselhoFiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período, e encerrou ostrabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos ospresentes, que a subscrevem. aa) Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Junior; Secretário:Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa; Acionistas: Bradesco Seguros S.A., Bradesco Vida ePrevidência S.A., Bradesco SegPrev Investimentos Ltda. e Bradesco Auto/RE Companhia deSeguros, representadas por seu Diretor, senhor Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa;Empresa Avaliadora: Probus Prime Soluções Contábeis e Empresariais Ltda., representada pelosenhor Sidney Pires de Oliveira. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente écópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas neleapostas. BSP Empreendimentos Imobiliários S.A. aa) Ivan Luiz Gontijo Júnior e HaydewaldoRoberto Chamberlain da Costa. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 58.306/12-2, em 1.2.2012. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

T.M. COMÉRCIO DE INFORMÁTICA LTDA. - CNPJ nº 01.995.614/0001-13Comunicado de Extravio de Documentos

A empresa T.M. Comércio de Informática Ltda., inscrita no CNPJ sob nº 01.995.614/0001-13 e comcadastro na Prefeitura de São Paulo sob nº 2.619.421-0, comunica o extravio dos documentos: a)talonários de 001 a 1.000; b) AIDFs para emissão das Notas, incluindo a AIDF nº 691 de 10/2006; c)Livro de Registro de Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de Ocorrências (modelo 57) daPrefeitura de São Paulo; d) Livro de Registro de Notas Fiscais de Serviços Prestados (modelo 51)da Prefeitura de São Paulo; e) Documentos diversos relativos à prefeitura de São Paulo e da ReceitaFederal. São Paulo, 10 de fevereiro de 2012.

A Empresa LOCCITANE DO BRASIL S.A., localizada em Jundiaí , SP, na Rodovia Anhanguera KM 62Bloco1 - Distrito Industrial - Jundiaí - São Paulo, CEP 13.203.055. Com IE 407.267.159.115 e CNPJ03.276.090/0001-36. Comunica o extravio de NFs utilizadas como entrada de produto importados. NFsmodelo 1 Série 2 Numeração NF 83, NF 84, NF 183 e NF 184, emitidas na importação de produtos daL’Occitane Internacional.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:PREGÃO ELETRÔNICO Nº 56/00019/11/05

OBJETO: AQUISIÇÃO DE LICENÇA DE USO DEFINITIVO, NÃO EXCLUSIVO DE SOFTWARE E CONSULTORIA EMSOFTWARES AUTODESK.A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que seacha aberta licitação para Aquisição de licença de uso definitivo, não exclusivo de software e consultoria emsoftwares Autodesk.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 14/02/2012, no endereçoeletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República -CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o editalna íntegra, através da Internet, no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br,no dia 29/02/2012, às 09:30 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designadosnos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente.Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serãoencaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamentode seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de14/02/2011, até o momento anterior ao início da sessão pública.

JOSÉ BERNARDO ORTIZPresidente

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDROAVISO DE LICITAÇÃO

Concorrência Pública nº 003/2012De conformidade com a necessidade desta Prefeitura e para assistência farmacêutica à população desteMunicípio, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura desteMunicípio, o Edital de Concorrência Pública nº 003/2012, que visa o registro de preços demedicamentos para aquisição parcelada, pelo tipo de menor preço unitário, regida pela Lei Federal nº8.666/93, suas alterações e demais dispositivos legais expressos no Edital, com as seguintes alterações.Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamentode Compras e Licitações, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 20de março de 2012. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 20 de março de 2012,na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para participar dapresente licitação as empresas interessadas deverão efetuar garantia prévia correspondente a 0,5% dovalor estimado da licitação, para cada item cotado, conforme modelo de guia de recolhimento constantedo Anexo IV do edital, em uma das modalidades previstas no “caput” e parágrafo 1º do artigo 56, da LeiFederal nº 8.666/93, até o último dia útil anterior a data de abertura dos envelopes. O Edital e seusrespectivos anexos deverão ser retirados no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 12:00 às 17:00 horas, a partir do dia 15 defereveiro de 2012. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pelaImprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação noestado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal.

São Pedro, 10 de fevereiro de 2012.EDUARDO SPERANZA MODESTO

Prefeito Municipal

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo,foram ajuizados no dia 13 de fevereiro de 2012, na Comarca da Capital, os

seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Ninos Del Sol Comércio de Confecções Ltda. ME. Requerido:Ninos Del Sol Comércio de Confecções Ltda. ME. Lgo. do Cambuci, 78 -2ª Vara de Falências.

Com as medidas protecionistas do governo, isso (uma linha de montagem Hyundai-Kia) passa a ser uma tendência aqui.Ary Jorge Ribeiro, executivo da Kia Motors do Brasil.economia

SAC: Procon-SP autua53 empresas por nãocumprirem regras

A multa por desrespeitar o atendimento correto ao consumidor varia de R$ 400 aR$ 6 milhões, além de suspensão temporária da comercialização dos serviços.

AFundação Procon-SP autuou 53 em-presas por descum-primento às regras

do SAC (Serviço de Atendi-mento ao Consumidor). A mul-ta varia de R$ 400 a R$ 6 milhõese as empresas estão sujeitas àsuspensão temporária da co-mercialização dos serviços.

A lista das empresas autua-das pelo Procon pode ser veri-f i c a d a n a p á g i n ah t t p : / / w w w . p r o c o n .s p . g o v . b r / p d f /acs_sac_fev_2012.pdf.

Ao todo, o monitoramentofoi feito em 78 empresas. Os fis-cais do órgão vinculado à Se-cretaria da Justiça e da Defesada Cidadania checaram os ser-viços prestados nos setores aé-reo, bancário, financeiro, ener-gia elétrica, remessa de cargas,correspondências, transporterodoviário, telefonia, TV porassinatura, planos de saúde ede seguros, que devem seguiras normas estabelecidas pelo

decreto 6.523/2008, editadopelo governo federal.

Algumas empresas, porexemplo, destacam no materialde divulgação ou na fatura umnúmero de telefone comum, noqual o consumidor pode fazer

sugestões ou reclamações."Desta forma, se houver negli-gência ou demora no atendi-mento, a empresa não é autua-da, já que o consumidor não estáusando o número do SAC – quemuitas vezes não ganha desta-

que na divulgação", explica o di-retor executivo do Procon-SP,Paulo Arthur Góes.

Segundo o decreto federal, oSAC deve contar com telefonegratuito (0800) e funcionar 24horas por dia, durante sete

dias da semana.Outras irregularidades en-

contradas pelo órgão foram afalta de disponibilização de te-lefone gratuito para o SAC, faltade informações claras paraatendimento a deficientes, con-

dicionamento do acesso inicialao fornecimento de dados porparte do consumidor, falta deopção no primeiro menu eletrô-nico do contato com o atendentee demora no atendimento.

O Procon-SP ressalta que éfundamental que o cidadão quetenha sido lesado pelo SAC dequalquer empresa sujeita às re-gras do decreto faça a reclama-ção em um dos canais de atendi-mento do órgão. ( F o l h a p re s s )

Lucro da TAM cai 36%

Acompanhia aérea TAMencerrou o quarto tri-mestre de 2011 com lu-

cro líquido de R$ 95,5 milhões,uma queda de 36,4% na compa-ração anual, mas reversão deprejuízo sofrido no trimestreimediatamente anterior.

O resultado ficou abaixo damédia das expectativas dosanalistas, que estimava lucrode R$ 203 milhões no período,após lucro um ano antes deR$ 150 milhões e prejuízo deR$ 619,7 milhões no terceirot r i m e s t re .

O desempenho da última li-nha do balanço foi afetado porum aumento das despesas fi-nanceiras , que saíram deR$ 4,4 milhões no quarto tri-mestre de 2010 para R$ 169,5milhões no último trimestredo ano passado, reduzindo olucro líquido da TAM.

Apesar da queda no lucro, oyield da companhia (indicadordo preço das tarifas) mostrouacréscimos de 8,9% quando

comparado ao quarto trimes-tre e de 11,4% ante o terceiro tri-mestre, a R$ 26,1.

A TAM informou que a re-ceita por assento por quilôme-tro, o chamado Rask, mostrouincremento de 7% no quartotrimestre em relação a iguaismeses de 2010 e de 9,3% ante oterceiro trimestre, para R$ 18,1.Já o custo por passageiro( Ca sk ) , registrou aumento de5,2% ante os três últimos mesesde 2010 e de 20,2% ante o tercei-ro trimestre, para R$ 16,6. Po-rém, quando se exclui custoscom combustível, o C as k caiu4,5% na comparação anual esubiu 6,5% sobre o terceiro tri-mestre de 2011.

O Ebitda (sigla em inglês pa-ra lucro antes de juros, impos-tos, depreciação, amortizaçãoe leasing de aeronaves) cresceu20,7% na comparação anual,mas recuou 28,2% na compa-ração trimestral, para R$ 611,9milhões , com margem de17,1%.(Reuters)

Brazil Pharmadeve chegar aquase mil lojascom Sant'ana

A Brazil Pharma anunciouontem um acordo para

comprar – por meio de sua con-trolada Farmais – a totalidadeda rede de farmácias baianaSant'ana, por R$ 347 milhões emdinheiro e posterior emissão deR$ 150 milhões em ações. Issodeve garantir à holding de far-mácias do BTG Pactual distân-cia significativa em relação àssuas rivais em número de lojas.

A aquisição ainda dependede aprovação tanto dos acio-nistas da companhia quantode órgãos regulatórios. Consi-derado o número de lojas, aholding do banco comandadopor André Esteves deve seaproximar de 1 mil unidadesno País. (Reuters)

Hyundai e Kiapodem terprimeira fábricaunificada no País

AKia estuda produzir mo-delos na fábrica que a

Hyundai constrói em Piracica-ba (SP). "Não há nenhuma linhade montagem Hyundai-Kia nomundo, mas com as medidasprotecionistas do governo, issopassa a ser uma tendência aqui",diz Ary Jorge Ribeiro, executivoda Kia Motors do Brasil.

A Hyundai, que investeUS$ 150 milhões em sua primei-ra unidade fabril no País, iráproduzir a partir de 2013 umcompacto "popular". O modeloé baseado no Kia Picanto 1.0,que atualmente é importado e,por isso, sofreu com a alta doImposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI), no fim do anopassado. ( F o l h a p re s s )

24horas por dia, durante

sete dias da semana é

como o decreto federal

determina que o

telefone gratuito do SAC

(0800) deve funcionar.

Page 16: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 201216 DIÁRIO DO COMÉRCIO

n

nformática

GADGETS

Sensores para a casa

OWeMo faz parte da nova linha de produtospara automação residencial da Belkin, e foi

lançado durante a CES, de Las Vegas. É umconjunto de interruptor e sensor de movimentospara controlar produtos eletrônicos domésticos.Além do sistema elétrico existente na casa,o WeMo requer uma rede Wi-Fi e um dispositivomóvel para que o aplicativo seja instalado.O sensor detecta movimentos em tornos dosdispositivos conectados ao interruptor eprograma lâmpadas, televisores, rádios, etc.O WeMo estará disponível em março nos EUA.

ACESSÓRIOS

Facilidades para seu tablet

Teclados flats com capa para iPad e canetas touch para facilitara busca de dados em tablets de diversas marcas são os

acessórios da Integris para maior conforto de usuários daspranchetas eletrônicas. O teclado auxilia quando se temdificuldades para digitar rapidamente na tela touch do iPad. Ele

é slim, acoplado a uma capa preta decouro ecológico que também protegeo gadget, tem comunicação viaBluetooth e carregamento por USB.Por R$ 241. A caneta touch também

é útil para evitar danos à tela dostablets, possui ponta de borracha

condutiva e agiliza o uso deaplicativos, desenhos,escrita. Por R$ 35,50

IMAGEM

Câmera tem super-resolução

Videomakers, cineastas e fotógrafosprofissionais multimídia vão gostar da nova

Nikon HD-SLR D800, cuja resolução está acima dequalquer expectativa: 36.3 MPixels e lentes noformato FX (35.9 x 24mm). É a maior resolução jádesenvolvida pela marca japonesa. Com ela,é possível retratar os menores detalhes, mesmocom pouca luz, com muito mais nitidez, diz afabricante. Entre os inúmeros recursos damáquina, estão gravação de imagens em formatosJPEG e RAW, vídeos em H.264/MPEG-4 por até

29:59 minutos por clipe, eavançado sistema dereconhecimento decena e medição daluminosidade. Pela saídaHDMI, a D800 transmitesinal em alta definiçãodescompac tado

d i re t a m e ntepara outros

disp ositivos.O preço láfora é deUS$ 3 mil(sem a lente).

GADGETS

Lâmpada três-em-um

A Led Desk Lamp é um acessóriomultifuncional que reúne num único

aparelho dockstation, luminária e carregadorpara iPod, iPhone, smartphones e tocadoresde MP3. O produto tem quatromodos decontrole deluminosidade –tradicional, leitura,estudo e de dormir – com corese temperaturas para cada ocasiãoe desliga o abajurautomaticamente pela função timer.Um encaixe serve para carregar abateria e reproduzir o áudio emalto-falantes, com controle devolume. O produto foi certificadopela Apple para uso em iPods eiPhones, mas é compatível comoutros modelos e tem portaUSB e entrada para áudio(semelhante ao de fonesde ouvido) para carregare reproduzir som deoutros aparelhos.Por R$ 599.

Oportunidades natelinha móvelA criação de aplicativos para smartphones éa oportunidade de lucro do momento. Saibacomo ser um desenvolvedor de app.

38bilhões de dólares

é o mercado estimadode aplicativos de

portáteis até 2015

SÉRGIO VINICIUS

Em 2011, foram vendidos mais smartphonesao redor do mundo do que PCs (incluindoaí desktops, notebooks e netbooks). Deacordo com a empresa de análise de merca-

do Canalys (http://www.canalys.com), no ano pas-sado, saíram das prateleiras 487,7 milhões de "telefo-nes inteligentes" contra 414 milhões de computado-res pessoais. O aumento da demanda por esses celu-lares vitaminados criou, por tabela, um mercadoefervescente de aplicativos para portáteis, conheci-dos como apps. Estima-se que até 2015, no planeta,esse nicho movimente algo entre US$ 25 bilhões eUS$ 38 bilhões. Os dados das consultorias Marketsand Markets e Forrester Research dão conta que, em2011, esse mercado girou cerca de US$ 6 bilhões.

"A área de aplicativos tem crescido e deve con-tinuar neste movimento, na mesma proporçãoem que o mercado de smartphones infla e a inter-net móvel fica mais acessível. Tecnologias comogeotagging e realidade aumentada, por exemplo,também devem atrair usuários para os aplicati-vos" aponta Leonardo Gmeiner, CEO da IntuitiveAppz, especializada em desenvolver aplicativospara portáteis. "Para ilustrar, devo informar que,no mundo, hoje há 4 bilhões de celulares. Nesse ce-nário, 1,08 bilhão é smartphone. Outro dado inte-ressante é que o acesso à internet por celulares deveultrapassar a conexão via desktop em 2014."

O programador Anderson Fraga é um dos queaposta em desenvolvimento de apps. Com formaçãosuperior em matemática, o paulista de 27 anos desen-volve aplicações para a web desde 2000. Atualmente,é um profissional autônomo, que presta serviço agrandes instituições digitais. Entretanto, depois decomprar seu primeiro smartphone com Android, re-solveu criar alguns apps e colocar no Android Mar-ket para serem baixados gratuitamente. Gostou doretorno, medido unicamente em centenas de down-loads, já que os programinhas são gratuitos.

Auto didata"Não estudei especificamente como desenvol-

ver para portáteis. Entrei no site do Android, baixeios pacotes de desenvolvimento e comecei a brincar.Em alguns dias, fiz um app que reunia notícias devárias fontes. Depois disso, criei um aplicativo quemostrava o resultado de jogos de futebol", diz Fra-ga. Ambos os programas estão disponíveis emh t t p s : / / m a r k e t . a n d ro i d . c o m / ? h l = p t _ B R .

Um dos reflexos do mercado aquecido são as opor-

tunidades e salários para os quem trabalha com apli-cativos. De acordo com a tabela salarial do site de em-pregos Curriculum.com (www.curriculum.com.br),desenvolvedores podem ganhar até R$ 5.500. Já pro-gramadores, R$ 3,5 mil. Designers, R$ 3,7 mil. Essesnúmeros são voltados para quem trabalha em am-bientes digitais em geral (desde para PCs até para ta-blets e smartphones). Como o mercado de apps aindaé recente, não há um estudo aprofundado dos valo-res. Entretanto, de acordo com analistas entrevista-dos pela reportagem do Diário do Comércio, os sa-lários podem até dobrar caso o profissional seja espe-cializado em ambientes para portáteis.

"Quanto maior a especialização, mais alto é o sa-lário. Como o desenvolvimento de apps ainda é umnicho novo, é impossível precisar qual será a relevân-cia e o salário médio que uma pessoa poderá atingir",aponta o consultor de RH Carlos Monteiro. "De qual-quer forma, ao observar como mercado está crescen-

do, ainda longe do ponto de maturação, eu diria queem alguns anos os salários devem dobrar."

Para desenvolver apps, o interessado deve fazercursos técnicos ou superiores ligados à programaçãoou ao design digital. Depois desse início genérico, elepode especializar-se em desenvolver para ambientesde portáteis, como para Android, Symbian e iOS (sis-tema do iPhone). Há sites desses sistemas para que osdesenvolvedores baixem programas específicos e atépara distribuir seu app na loja de cada plataforma desmartphone. Essa fórmula, entretanto, está longe deser a definitiva. Isso porque o mercado está em ebu-lição e, muitas vezes, é melhor ter uma boa ideia doque ser um craque no design ou na programação.

De acordo com os entrevistados, ao analisar ummercado como o norte-americano (que gerou 500 milempregos na área nos últimos 5 anos), percebe-se queos aplicativos de smartphones realmente fazem par-te das vidas das pessoas, seja para harmonizar um vi-nho, dizer se você dorme bem, indicar um caminhoou medir sua pressão arterial. Isso, sem contar com-partilhar seus feitos com amigos em redes sociais.

"O que percebo é que as funcionalidades – o usopara o dia a dia das pessoas – e a capacidade de ge-rar entretenimento tem sido cada vez mais a dire-triz para o desenvolvimento, pois é a melhor formade criar um relacionamento positivo e de qualida-de com clientes e potenciais clientes", apontaGmeiner. "A grande sacada para alguém que quei-ra desenvolver não é o desenvolvimento em si. Cla-ro que saber programar é fundamental, mas a di-ferença faz quem sabe agregar criatividade parater sempre uma solução inovadora nas mãos."

Quanto maior a especialização, mais alto é o salárioCarlos Monteiro, consultor de RH

The App Date

Desde janeiro, é realizado em São Paulo oThe App Date. Trata-se de um evento

regular – programado para ocorrer toda úl-tima terça-feira de cada mês – , que reúne de-senvolvedores, designers, programadores eempresários ligados ao mundo dos apps.

Em sua primeira edição, as inscrições (200)foram encerradas em 90 minutos. De acordo

com Marcelo Rafaldini, um dos organizado-res do The App Date, a ideia do evento é "fa-zer com os que desenvolvedores ou aspiran-tes a interajam, trocando ideias e criandouma rede positiva de troca de ideias".

O próximo será realizado dia 28 de feverei-ro. Para saber mais, acesse: http://saopau-lo.theappdate.com/author/theappdate

Pa rad e s e nvo l ve r

Confira a lista de linksque podem mostrar ocaminho das pedras para

quem deseja entrar no mundode desenvolvimento deaplicativos para portáteis e já temnoções de programação e design.Tratam-se de páginas oficiais e desuporte para desenvolvedores daNokia, Apple, Google e Android.

SSSEEERRRVVVIIIÇÇÇOOO

A pplehttps://develop er.apple.com/

devcenter/ios/index.ac tionAn d ro i d

http://develop er.android.com/g u i d e / i n d ex . ht m l

G ooglehttp://co de.go o gle.com/intl/pt-

BR/app engine/do cs/Sy m b i a n

http://symbian.nok ia.com/

Page 17: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

nformática

Sergio [email protected] olhar atento

no consumidorNovo software inteligente observa o comportamento dos clientes e ajuda na ampliação de vendas

BARBARA OLIVEIRA

A s novas soluções devarejo que integramhardware e softwaresinteligentes ampliam

as possibilidades de vendas epretendem ser mais interativaspara o consumidor. A Intel estátrabalhando há algum tempoem parceria com redes dentro efora do Brasil visando essasduas vertentes (estabelecimen-to e cliente), especialmente de-pois de ter adquirido a empresaCognovision, em 2010, respon-sável pelo desenvolvimento dosoftware AIM Suite. Com ele, oslojistas combinam as informa-ções de compras online com asvantagens das lojas físicas e pas-sam a conhecer melhor o seuc o n s u m i d o r.

O gerente de produtos paraaplicações embarcadas da IntelAmérica Latina, Irio Bertolini,afirma que a ideia com o AIM Sui-te é "garantir ao varejista mais in-teligência ao negócio, permitin-do mapear o perfil do cliente".Mesmo que ele só visualize pro-moções ou anúncios de algumproduto pelas telas de mídias di-gitais colocadas estrategicamen-te dentro de shoppings, lojas, ae-roportos ou até na rua.

O software AIM Suite (de Au-dience Impression Metric) em-barcado no hardware – uma câ-mera e um PC conectado às telasde sinalização digital, bem co-muns em supermercados, pada-rias, lojas e shoppings – faz a me-dição e segmentação da audiên-cia, de forma anônima, e envia re-

latórios ao varejistas ou a quemestá anunciando ali. "Assim, osanunciantes podem exibir anún-cios dirigidos a essas pessoas queolham para as vitrines virtuaisem quiosques e displays deLCD", explica Bertolini. O siste-ma é capaz de compilar informa-ções também sobre o tempo que ocliente levou para olhar determi-nado anúncio e quantas delas fi-xaram o olhar na tela. Como as in-formações são captadas e proces-sadas em tempo real, e enviadasna forma de relatórios para o va-rejista, é claro que as máquinascontam com chips de segunda ge-ração da Intel. "É um esforço paraexpandir o alcance e interaçãocom os compradores para além

da TV e da Internet".No exterior, algumas aplica-

ções em parceria com a Intel co-meçam a ser testadas pela Ma-cy´s, Kraft Foods e Adidas. E noBrasil em postos de serviço da Pe-trobras. O projeto da Adidas, de-nominado AdiVerse, disponibili-za aos clientes da marca cerca detrês mil modelos virtuais de tênisnuma tela instalada dentro deuma loja em Londres (da OxfordStreet). Todas as fotos foram digi-talizadas e colocadas dentro deum banco de dados. Ao procuraros modelos disponíveis, o clienteé detectado pelo software inteli-gente que indica qual o tênis idealpara sua faixa etária e gênero.

Isso resolve outro problema

para o lojista quenão tem espaçosuficiente paracolocar todos ostrês mil tipos detênis dentro da lo-ja. Esse projeto se-rá colocado emprática duranteos jogos olímpi-cos deste ano, emL o n d re s .

Outra tentativade maior intera-ção com o consu-midor é a do postodo futuro, da Pe-trobras, inaugu-rado no final doano passado naBarra da Tijuca,no Rio de Janeiro,em parceria com aIntel. O local foidotado de siste-

mas computadorizados e câmerasque identificam (por sensoresRFID ligados a painéis de mídia) omotorista que vai abastecer oucomprar algo, permitindo umatendimento mais personalizadoe ofertas de serviços adequados aoseu tipo de consumo. O posto ofe-rece também jogos eletrônicos e apossibilidade de postar fotos emmídias sociais.

A Intel e a Petrobras dizem queos dados dos clientes serão trata-dos de forma segura. "Todos osrecursos visam a ampliar as ven-das do varejo e maior satisfaçãodo consumidor, e a essas tecnolo-gias serão agregadas outras comoa realidade aumentada e realida-de virtual", informa Bertolini.

A ideia com o AIM Suite é garantir ao varejista mais inteligência ao negócioIrio Bertolini, gerente de produtos para aplicações embarcadas da Intel

Desafio ao varejo

Atualmente, o varejo se en-contra em uma encruzilha-da de vários caminhos, e

muitos deles trazem conflitos e de-safios. Nos mercados mais desen-volvidos dos EUA, Europa e Japão,esses desafios se mostram mais ex-tremos e árduos – o que pode gerarexemplos benéficos para econo-mias emergentes como o Brasil.

O choque mais crítico é entre acrise financeira dos países ricos e acrescente sofisticação tecnológicados consumidores médios. O setorde varejo foi severamente afetadopela crise econômica de 2008/09,mas essa crise não desacelerou aevolução de várias tecnologias decomunicação e consumo. O resul-tado dessa disparidade é um con-sumidor muito mais prudente comseus gastos, e ao mesmo tempo ar-mado com ferramentas inéditaspara economizar e buscar as me-lhores vantagens nas compras –tanto nas lojas físicas como nos si-tes de e-commerce.

Patricia Vekich Waldron, analistade negócios de varejo da IBM,exemplifica a situação: uma mu-lher entra em uma loja de roupaspara comprar um par de jeans.Usando um quiosque instalado aolado dos provadores, ela tira fotosdigitais de si mesma vestindo vá-rios modelos de jeans, envia asimagens para sua página no Face-book, e depois pede aos amigosque opinem através do Twitter pa-ra ajudá-la a escolher o melhor mo-delo. Esse não é um cenário hipo-tético; está ocorrendo neste mo-mento em muitas lojas de departa-mentos dos EUA e Europa.

Com o cinto apertado, os consu-midores americanos e europeusestão apelando para a tecnologia

para se tornarem mais conectadose mais exigentes. A internet e os si-tes de relacionamento permitemque os consumidores tenhamacesso instantâneo a um imensovolume de informações sobre aslojas, os produtos e seus preços.

O consumidor de hoje confiatrês vezes mais em seus amigos econhecidos nas redes sciais do quena publicidade dos varejistas, se-gundo avaliação de Patricia Wal-dron. Isso representa uma transi-ção muito relevante na metodolo-gia para influenciar as decisões decompras do consumidor.

Pesquisa – Patricia Waldronmenciona dados de um recente es-tudo da IBM que entrevistou maisde 1.500 CEOs de empresas em 25países. Segundo a pesquisa, 93%dos executivos de empresas de va-rejo disseram que sua maior priori-dade é "entender melhor, anteci-par e oferecer aos consumidoresaquilo que eles realmente dese-jam". O desafio para o setor nestanova década é reinventar a expe-riência de compras, criando um hí-brido entre o mundo real e o virtualpara oferecer os produtos certosno ambiente certo, com promo-ções relevantes que funcionem emtodas as plataformas, com preços econdições atraentes.

O varejo hoje conta com siste-mas inteligentes e serviços que po-dem ajudar as empresas a capitali-zar com esse fluxo bruto de infor-mações dos consumidores, crian-do oportunidades e promoçõesrelevantes. Com os dados certos, osvarejistas podem entender melhoras tendências e inclinações decomportamento dos clientes, eagir com rapidez para promover osprodutos de modo mais eficiente.

Page 18: DC 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 201218 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Na verdade, não existe nenhum milagre e sim muito trabalho. Nos primeiros anos houve prejuízo, mas a construção da nova pista abriu novas perspectivas.Francisco Pinto, especialista em transporteeconomia

A privatizaçãoque deu certo

O aeroporto de Cabo Frio, no litoral fluminense, já tem umahistória de sucesso de dez anos nas mãos da iniciativa

privada. Agora, cada decolagem, inspira o futuro do País.

Eu sou você amanhã,parece dizer o aero-porto internacional deCabo Frio a todos os

outros que estão privatizadosno Brasil. Inaugurado em 1998,foi privatizado em 2001. Cominvestimentos de R$ 35 milhõesao longo desse período, o aero-porto de Cabo Frio, pressionadopelo crescimento da demanda adar um passo maior, é uma his-tória de sucesso.

A localização na Região dosLagos ofereceu ao aeroportodois papéis importantes. O pri-meiro, o de ser um apoio logís-tico às operações de petróleooffshore. O segundo, foi de esta-belecer a rota aérea entre os tu-ristas argentinos e Búzios, umex-distrito de Cabo Frio, que setornou célebre após a visita deBrigitte Bardot, nos anos 1960.

Hoje, embarcam no aeropor-to, nos helicópteros que ser-vem à Petrobras, mil passagei-ros rumo às plataformas. Echegam 10 charters internacio-nais por semana, a maioria de-les argentinos. O saguão e salade embarque já não compor-tam o movimento, como acon-teceu neste sábado, com doisvoos internacionais na mesmamanhã. Muitos passageiros es-peram do lado de fora.

Daí a necessidade de cons-truir um novo terminal de pas-sageiros que ficará, segundo oplano da empresa, mais próxi-mo de Cabo Frio. Duas empre-sas nacionais operam no aero-porto: a Trip e a Azul. A primei-ra com uma linha Campinas-Cabo Frio-Belo Horizonte; aAzul com a linha São Paulo-Cabo Frio.

A dinâmica mais importanteé na logística do petróleo, embo-ra outras áreas também usem oaeroporto para receber suas car-gas. A Petrobras, que já tem ins-talacões no aeroporto, deve pas-sar para um novo espaço, de 7mil metros quadrados. O princi-pal hangar é ocupado pela com-

panhia de helicópteros DHS,que serve ao offshore.

Os maiores levam 19 passa-geiros e têm comissária de bor-do. O aeroporto se beneficiatambém de turistas que che-gam com avião próprio.

Para se tornar um aeroportointernacional foi preciso cons-truir instalações que abrigas-sem a Polícia Federal, fiscais daReceita, Anvisa e vigilânciaagrícola.

A pista é de 2,5 mil metros,com operadores e salas de con-trole onde se veem as imagensde 90 câmeras. O aeroporto de

Cabo Frio tem 400 funcioná-rios. Começou pertencendo àempresa Costa do Sol, que avendeu à Libra.

Alguns dos executivos per-maneceram no Conselho deAdministração e a política decrescimento está mantida, as-sim como o tratamento do lixoproduzido no complexo.

Milagre – "Muitos achamum milagre o que aconteceuaqui", diz o especialista emtransportes Francisco Pinto, li-gado ao projeto do aeroporto.

"Na verdade, não existe ne-nhum milagre e sim muito tra-

balho. Nos primeiros anoshouve prejuízo, mas a constru-ção da nova pista abriu novasperspectivas."

A nova pista foi construídapela Aeronáutica, que tem umfundo próprio para este fim e ogoverno estadual, que entroucom 30%.

O aeroporto de Cabo Frioprepara um novo passo, ao la-do da ampliação de suas insta-lações. Pretende se transfor-mar no primeiro aeroporto quefunciona como um entrepostointernacional para empresasque se instalem em sua área. Is-

to significa que as empresasnão pagam pela importaçãodas peças que complementamos seus produtos, quando elasentram no País. O imposto serápago na saída da produção.

Para Francisco Pinto, o segre-do do aeroporto de Cabo Frio foicombinar a segurança exigidanos aeroportos públicos com aagilidade da iniciativa privada.O que salvou o projeto, após osprimeiros anos no vermelho, foio transporte de carga para ooffshore. Esse item representa66% do faturamento bruto daempresa, que foi de R$ 44,5 mi-lhões em 2011.

O novo terminal de passa-geiros tornará mais confortá-

vel a chegada dos turistas es-trangeiros. Mas a região nãotem uma infraestrutura pararecebê-los, exceto Búzios, umaespécie de nicho do setor. Nes-te verão, Búzios vive um climade ilegalidade urbana seme-lhante às metrópoles. O que re-vela também os seus limites.

A aposta principal deverácontinuar sendo no transportede carga e na intensa movi-mentação para as plataformasda Bacia de Campos.

Os aeroportos privatizadosno Brasil já têm um irmão de 10anos para contar sua história.Apesar da origem comum, ir-mãos podem também ser mui-to diferentes.

Ágio elevadodeve reduzirlucro de estatal

FERNANDO GABEIRATEXTO E FOTOS

A pista e osaguão de

embarque doaeroporto,

localizado naRegião dos

Lagos, revelama dupla

vocação: apoiologístico paraas operações

de petróleooffshore e

porta deentrada dos

turistas rumo aBúzios.

Sucesso no leilão de Guarulhos,Viracopos e Brasília pode resultar emmenor lucratividade para a Infraero

AEmpresa Brasileira deI n f ra e s t ru t u raAeropor tuária

(Infraero) vai bancar,indiretamente, 49% do ágiomédio de 348% pago pelosconsórcios que venceram oleilão dos aeroportos deGuarulhos, Viracopos eBrasília. O governo arrecadaráR$ 24,535 bilhões naconcessão dos três aeroportosà iniciativa privada.

Isso vai ocorrer porque ovalor da outorga será pagopela Sociedade de Propósito

Específico (SPE), formada peloconsórcio vencedor, quedetém 51% do controle, e pelaInfraero, com 49%. O dinheiroserá repassado em parcelasanuais, corrigido pelo ÍndiceNacional de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA), aoFundo Nacional de AviaçãoCivil (FNAC) para financiar aaviação regional do País.

Segundo uma fonteenvolvida no processo, oelevado ágio na concessão dosaeroportos diminui alucratividade e os dividendos

da Infraero. Porém, por outro,a União não perde. Issoporque a SPE terá de repassarum valor maior de outorgapara o FNAC. Além dessacontribuição fixa, osconcessionários tambémrecolherão anualmente umacontribuição variável aosistema, cujo percentual seráde 2% sobre a receita bruta daconcessionária do aeroportode Brasília, 5% de Viracopos e10% de Guarulhos.

S urpresa – A fonteinformou ainda que, apesar da

"surpresa" com o elevado ágiono leilão da concessão dosaeroportos, a concessão seráum bom negócio porque oentendimento é de que ainiciativa privada tem maisagilidade para fazer osinvestimentos necessários."Esse ágio alto mostra opotencial do negócio",afirmou, acrescentando quehá vários serviços quepoderão ser explorados commaior eficiência pela SPE e queajudarão a alavancar asreceitas. (AE)

Um trio pioneiro no País

OAeroporto Internacio-nal de Cabo Frio é um

dos três em operação no Paísadministrados por empresaprivada – os outros são os deJuiz de Fora (MG) e o de PortoSeguro (BA). Em 2011, o go-verno federal fez também oleilão da concessão e daconstrução parcial do Aero-porto Internacional de SãoGonçalo do Amarante, emNatal (RN).

A licitação do aeroportode Cabo Frio foi promovidano governo Fernando Henri-que Cardoso e a vencedora

foi a empresa Costa do Sol,que fez investimentos na pis-ta. O maior avião do mundo,o russo Antonov, já pousouem Cabo Frio trazendo a bor-do um helicóptero destina-do à Bacia de Campos. Em2009, o equivalente a R$ 525milhões em cargas passoupor Cabo Frio, gerando recei-tas tributárias de R$ 157 mi-lhões. A crise argentina redu-ziu o número de turistas, masem 2010 passaram no aero-porto 30 mil passageiros, res-ponsáveis por 2,5% do fatu-ramento de R$ 40 milhões.