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Departamento de Artes e Design DESIGN DE ESPAÇOS DE ENSINO-APRENDIZADO INCLUSIVOS: CENÁRIOS E PERSPECTIVAS Aluna: Luiza Erthal Antunes Orientadora: Jackeline Lima Fabiarz Introdução Esse trabalho busca reconsiderar aquilo que a sociedade e a cultura propõem como exemplos de sucesso escolar, fazendo com que a inclusão de alunos com necessidades de aprendizados especiais também pertença a esse ideal de modelo de sucesso. Considerando o papel do designer como configurador de sistemas e objetos através do uso da percepção do contexto e dos indivíduos ao seu redor, acreditamos que o seu conhecimento e expertise para a configuração de tarefas de ordem inclusiva em ambientes educacionais possa ser uma ferramenta eficiente para a promoção da mudança do atual estado de práticas e objetos utilizados nos métodos de ensino contemporâneos. Nesse sentido justificamos pesquisas que tenham como objetivo a construção de uma cultura escolar que tenha como foco o pertencimento de indivíduos em seus respectivos contextos, seja através da proposta de novas formas de interação entre os agentes e pacientes educacionais (e no questionamento de seus status quo dentro de sala de aula), seja através da readaptação dos métodos, objetos, espaços e sistemas já existentes nos ambientes escolares. Considerando, por tanto, o designer como produtor e provocador de mudanças na sociedade, podemos justificar a sua contribuição no desenvolvimento de ações, tendo como objetivo a promoção de interações sociais em ambientes educacionais voltados para a inclusão do indivíduo, com o intuito de que esse possa realizar seus objetivos, desejos e necessidades de forma mais abrangente e efetiva em nossa sociedade ainda excludente e despreparada para tal feito. Objetivos O objetivo desse trabalho é pesquisar e entender a atual situação dos cenários de aprendizagem que tenham como foco o ensino com práticas de educação inclusiva em suas propostas sejam eles em esferas nacionais ou globais. Ao refletirmos sobre o modo como as instituições de ensino, as políticas de educação e as principais metodologias de aprendizado inclusivos são pensadas, divulgadas e aplicadas nos ambientes educacionais, que englobam espaços físicos, objetos de aprendizado e propostas de treinamento para profissionais da área, nos torna possível entender a atual conjectura da educação inclusiva na nossa sociedade. Uma vez mapeada as principais características pertencentes a esse modo de ensino, facilita-se o trabalho de traçar e desenvolver oportunidades de projetos e alternativas de solução para o aprimoramento do campo estudado, promovendo assim a mudança do cenário e a maior realização pessoal de indivíduos diretamente ligados à questão estudada por essa pesquisa, gerando benefícios para a sociedade e ampliando o conhecimento da sociedade em relação à importância da educação inclusiva para a sociedade. Metodologia As primeiras etapas de pesquisa envolveram levantar dados sobre o que era considerado, por especialistas nacionais e internacionais, uma educação inclusiva de qualidade, que atendesse as demandas reais da sociedade e do mundo onde vivemos. Para isso, foram coletados dados em instituições não governamentais e em comentários de especialistas em educação inclusiva tanto no Brasil como no mundo. O passo seguinte foi constituído de pesquisas sobre as atuais políticas

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Departamento de Artes e Design

DESIGN DE ESPAÇOS DE ENSINO-APRENDIZADO INCLUSIVOS:

CENÁRIOS E PERSPECTIVAS

Aluna: Luiza Erthal Antunes

Orientadora: Jackeline Lima Fabiarz

Introdução

Esse trabalho busca reconsiderar aquilo que a sociedade e a cultura propõem como exemplos

de sucesso escolar, fazendo com que a inclusão de alunos com necessidades de aprendizados

especiais também pertença a esse ideal de modelo de sucesso. Considerando o papel do designer

como configurador de sistemas e objetos através do uso da percepção do contexto e dos

indivíduos ao seu redor, acreditamos que o seu conhecimento e expertise para a configuração

de tarefas de ordem inclusiva em ambientes educacionais possa ser uma ferramenta eficiente

para a promoção da mudança do atual estado de práticas e objetos utilizados nos métodos de

ensino contemporâneos. Nesse sentido justificamos pesquisas que tenham como objetivo a

construção de uma cultura escolar que tenha como foco o pertencimento de indivíduos em seus

respectivos contextos, seja através da proposta de novas formas de interação entre os agentes e

pacientes educacionais (e no questionamento de seus status quo dentro de sala de aula), seja

através da readaptação dos métodos, objetos, espaços e sistemas já existentes nos ambientes

escolares. Considerando, por tanto, o designer como produtor e provocador de mudanças na

sociedade, podemos justificar a sua contribuição no desenvolvimento de ações, tendo como

objetivo a promoção de interações sociais em ambientes educacionais voltados para a inclusão

do indivíduo, com o intuito de que esse possa realizar seus objetivos, desejos e necessidades de

forma mais abrangente e efetiva em nossa sociedade ainda excludente e despreparada para tal

feito.

Objetivos

O objetivo desse trabalho é pesquisar e entender a atual situação dos cenários de

aprendizagem que tenham como foco o ensino com práticas de educação inclusiva em suas

propostas sejam eles em esferas nacionais ou globais. Ao refletirmos sobre o modo como as

instituições de ensino, as políticas de educação e as principais metodologias de aprendizado

inclusivos são pensadas, divulgadas e aplicadas nos ambientes educacionais, que englobam

espaços físicos, objetos de aprendizado e propostas de treinamento para profissionais da área,

nos torna possível entender a atual conjectura da educação inclusiva na nossa sociedade. Uma

vez mapeada as principais características pertencentes a esse modo de ensino, facilita-se o

trabalho de traçar e desenvolver oportunidades de projetos e alternativas de solução para o

aprimoramento do campo estudado, promovendo assim a mudança do cenário e a maior

realização pessoal de indivíduos diretamente ligados à questão estudada por essa pesquisa,

gerando benefícios para a sociedade e ampliando o conhecimento da sociedade em relação à

importância da educação inclusiva para a sociedade.

Metodologia

As primeiras etapas de pesquisa envolveram levantar dados sobre o que era considerado, por

especialistas nacionais e internacionais, uma educação inclusiva de qualidade, que atendesse as

demandas reais da sociedade e do mundo onde vivemos. Para isso, foram coletados dados em

instituições não governamentais e em comentários de especialistas em educação inclusiva tanto

no Brasil como no mundo. O passo seguinte foi constituído de pesquisas sobre as atuais políticas

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de ensino e aprendizagem nos cenários mundial e nacional. O próximo passo foi levantar dados

sobre os espaços educacionais inclusivos, também em níveis nacionais e internacionais. Em

seguida foram analisados os materiais utilizados por professores e alunos nesses espaços. Por

fim, houve a análise e categorização dos dados coletados ao longo dos meses, tendo sempre em

foco a sustentação de projetos de design focados na inclusão de indivíduos.

Cenário mundial

Ao pesquisar sobre o cenário mundial da educação inclusiva, é possível perceber que o tema

tem um grande destaque em organizações tais como a UNIFEF e a Education Equity Now, que

buscam conscientizar sobre o tema e traçar metas e guias que ajudem a implementação da

educação inclusiva. É possível constatar também que o grande foco dessas instituições se

encontra na ênfase de um sistema de educação que faça com que todas as crianças estejam na

escola nos períodos escolares referentes às suas idades, e que a educação dada a elas seja

inclusiva visando à matrícula de todos os indivíduos de forma a considerar e celebrar a diferença,

ressaltando o crescimento econômico e aumento da qualidade de vida da comunidade. Há

também o destaque de índices como crescimento econômico, diminuição do desemprego e

aumento da mão de obra capacitada como benefícios gerados pela educação inclusiva, o que

demonstra uma visão de interesses voltada, de certa forma, para a sociedade produtiva, e não

apenas para o indivíduo em si.

A principal ferramenta citada nos sites e vídeos dessa pesquisa é o Universal Design for

Learning, uma série de ações e opções de ensino para alcançar uma educação inclusiva de

qualidade:

As ações são divididas em três módulos sendo o primeiro providenciar múltiplos meios e

configurações de representação de conteúdo: não apenas textos, mas formatos digitais e sonoros,

Figura 1: Universal Design for Learning Guidelines.

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evolvendo gráficos, mapas, imagens, músicas etc. que façam link com o contexto cultural do

aluno. O segundo meio se trata de permitir com que o aluno use múltiplos meios para se

expressar e exemplificar o que aprendeu, não somente envolvendo produção escrita ou provas,

mas também através do uso da arte, da performance, produção de filmes etc. O terceiro meio

trata de múltiplas formas de motivar os alunos a aprender, fazendo uso de trabalhos

colaborativos, trabalhos em grupo, jogos, buscando conectar o que foi aprendido em sala da

aula com experiências reais do mundo. Esses três módulos de ensino buscam criar

proativamente o material de estudos, fazendo com que se leve em consideração as necessidades

especiais de cada aluno em sua própria diversidade, reconhecendo a inutilidade e a ineficiência

de se utilizar apenas uma abordagem de aprendizado que privilegia apenas um tipo e aluno ideal

e padronizado. O objetivo é repensar e recriar novos significados sobre aquilo que temos como

garantido no considerado “ponto de vista correto” sobre o mundo e as pessoas e experiências

que nos rodeiam, gerando novos significados e descobertas para todos os envolvidos, tanto

educadores quanto alunos.

O projeto de educação inclusiva, segundo esses órgãos, também busca conscientizar não só

sobre a qualidade e a diversidade da educação recebida pelos indivíduos, mas também no

reforço de políticas públicas que facilitem a permanência de crianças nas escolas, seja com

programas de ajuda econômica que aumentem a qualidade e a saúde da vida dos estudantes em

idade escolar ou com a conscientização sobre trabalho infantil em lugares mais pobres. Vale

lembrar também que a educação inclusiva também está relacionada ao ensino de adultos e o

combate do analfabetismo, que continua sendo um problema a ser combatido em muitos países.

Analisando a abordagem de órgãos voltados para a educação mundial, é possível perceber

também que a educação inclusiva encontra-se atrelada a resolução de questões mais gerais, tais

como conflitos étnicos e em uma política educacional que busque ajudar crianças cujos países

de encontram ou se encontravam até recentemente em situação de guerra.

Figura 2 e 3: Cenas do vídeo campanha da UNICEF e da Education Equity Now!

Outro grande ponto que evidencia a importância e o aumento da atenção com a

implementação da educação inclusiva no cenário mundial está na criação do Tratado de

Salamanca no ano de 1994: organizado pela UNESCO no período de 7 a 10 de junho de 1994,

delegados de 88 governos e 25 organizações se reuniram para reafirmar e proclamar pontos que

ressaltavam a importância da educação inclusiva para crianças, jovens e adultos, reafirmando e

propondo ações em níveis globais, nacionais e locais que busquem como objetivo melhorar a

inclusão de indivíduos que necessitem da educação inclusiva para ter seu direito à escola

garantido com qualidade.

É possível perceber, por tanto, que a educação inclusiva possui uma grande importância no

cenário mundial, e que o tema é reconhecido como de extrema importância por muitos países e

organizações internacionais, que buscam sempre conscientizar e programar ações que

trabalhem com o objetivo de reforçar esses ideais. A educação inclusiva, de forma geral, é vista

como um indicador de uma sociedade mais justa e plural, estando dentro dos princípios do 26º

artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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Cenário internacional

A pesquisa relacionada ao cenário internacional teve como uma de suas bases os exemplos

da escola Kent School District, localizada na cidade de Kent, no estado de Washington, EUA.

A escola busca incluir seus alunos que necessitam de cuidados especiais nas mesmas salas que

alunos que não precisam desses cuidados, dividindo-os em pequenos grupos, fazendo também

com que professores e colaboradores de conteúdo trabalhem juntos na produção de conteúdo

para seus alunos. O maior objetivo dos educadores da escola em não separar os alunos especiais

dos regulares está em fazer com que o aluno com necessidades de estudo especiais não percam

nenhum tipo de experiência escolar tais como fazer amigos e interagir com outras pessoas,

vivenciando a sala de aula e seus elementos humanos e de interação de forma plena e regular,

uma vez que é da mentalidade da escola que todos podem aprender e ensinar com todos, como

foi o caso de colegas de classe ajudando no aprendizado de crianças com mais dificuldades. O

comentário de uma professora do vídeo da escola fala que, no passado, o mais comum era focar

nas dificuldades dos alunos especiais, e não buscar inspiração nas formas de ensinar em cima

das suas habilidades naturais de aprendizado, o que acabava por gerar resultados não positivos.

Vale lembrar que a integração entre os alunos especiais não é feita com um professor só em sala

de aula: assim como na experiência brasileira, há a presença de um profissional exclusivo para

dar atenção aos alunos com necessidades especiais, e mesmo que os professores regulares se

beneficiem na experiência de ter um aluno especial em sala, aparentemente não há uma

preparação didática desse para lidar com esses alunos, evidenciando ainda uma falta de preparo

específico para tal.

Figura 4 e 5: Alunos com necessidades especiais trabalhando juntos ou com o auxilio de

professores na escola de Kent School District.

Porém a mais valiosa fonte de informação sobre o estado da educação inclusiva em países

desenvolvidos como os EUA se encontra nas palestras de cunho educacional feitas nas

conferências TED (Technology, Entertainment and Design). Uma das palestrantes, a professora

Jan Wilson, conta como percebeu as falhas do sistema de educação inclusiva do estado onde

mora que, mesmo previsto por lei em escolas públicas desde 1975, ainda é deficiente para lidar

com novos cenários trazidos pela experiência de se ter alunos com necessidades especiais em

suas salas. Ela conta a história de sua filha Zoe, uma menina de nove anos de idade que foi

diagnosticada com autismo aos cinco anos de idade. Até então, a menina nunca havia percebido

a sua dificuldade de aprendizado, até que foi matriculada em uma escola regular do sistema de

ensino americano perto de onde morava. Os problemas de acomodação para a aluna iam desde

falta de dinheiro para acomodações especiais (segundo o diretor da escola) e falta de preparo

dos professores responsáveis pelo seu aprendizado. A menina começou a ter surtos de violência

e dificuldades de aprendizado, o que a isolou dos seus tutores e colegas. A única solução foi

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coloca-la em uma escola para aprendizados especial não inclusiva (que são raras no distrito

onde morava), onde havia profissionais treinados para lidar com sua situação, o que a fez ser

uma criança mais realizada e saudável. Apesar da menina ter se ajustado na escola, a mãe fala

da sua preferência em matricular a filha em uma escola que seguisse os princípios do Universal

Design for Learning Guidelines. Ela cita como exemplo da mentalidade educacional americana,

um artigo de uma revista de educação de 2012 questionando o porquê de se gastar mais com

estruturas para uma porcentagem de alunos especiais que representam apenas 12% do total de

alunos do país: o espaço seria considerado, por tanto, apenas de alunos ditos regulares, onde os

que precisavam de cuidados especiais seriam aliens e forasteiros, não pertencentes àquele

ambiente. Isso evidencia uma concepção errônea, onde os alunos não são vistos com a

pluralidade que possuem, o que possui reflexo direto com a maneira como estes irão enxergar

o mundo. A falta de uma educação inclusiva e o mito de um aluno padrão que seja neutro e

alheio a todas as diversidades que o mundo possui acaba se refletindo na configuração de salas

de aula do país, que possuem características bem acentuadas de dificuldade de alunos de gênero,

situação sócia, etnia e cultura específicos, o que se repete de forma regular no contexto da

educação americana. Em resumo, a educação americana serve de microcosmos para aquilo que

já ocorre naturalmente em grande escala na sociedade: o que é belo, capaz, padrão é visto como

norma, e qualquer desvio dessas qualidades não é celebrado como diferente, mas sim

desvalorizado, ostracizado e/ou patologizado da comunidade.

Por fim, ela termina a palestra falando nas características e benefícios que o Universal

Design for Learning Guidelines pode trazer para a polução em geral, uma vez que busca fazer

uso das barreiras de aprendizado como inspiração para a produção de conteúdo, experiências e

objetos educativos de forma a tornar o aprendizado de todos mais abrangente e inclusivo.

A outra palestra estudada foi a da doutora Ilene Schwartz, que tem como foco de suas

pesquisas a análise de comportamento e primeira infância de crianças que necessitem de

aprendizados especiais, assim como crianças que possuem autismo e deficiências similares. Ela

começa a palestra definindo o significado de inclusão, que para ela se trata de pertencimento à

uma sociedade, amigos, escola ou comunidade, não apenas se tratando de estar presente em

algum lugar, mas sim estar ativamente participante e aceito em um ambiente. E, segundo a

doutora, a única maneira de alcançar esses objetivos é através da educação, e que ela precisa

ser intencional, planejada, fazendo com que todos tenham mais sucesso. É preciso lembrar que

o ato de ensinar não só faz com que o aluno tenha mais segurança e confiança em si mesmo,

mas também faz com que o professor também passe a ter os mesmo sentimentos de realização

que seus alunos.

Outro ponto importante da palestra é sobre o fato de alunos com deficiência e alunos ditos

regulares não interagirem naturalmente, sendo papel do professor ensiná-los a respeitar e

valorizar o próximo. Uma vez que essa inclusão não vem naturalmente, é ainda mais importante

que o educador esteja ciente dos caminhos e possibilidades educacionais que podem ser

tomados para ajudar na compreensão de algum conteúdo específico. Em resumo, a doutora não

acredita em mau aluno, e sim em professor incapaz de transmitir conteúdo de forma a fazer com

que todos entendam o que está sendo ensinado. O problema estaria relacionado, por tanto, com

uma falta de domínio ou de controle do professor em relação às formas as quais o conteúdo

pode ser ensinado.

Ela conta um caso de estudo seu onde observou um total de 35 crianças recebendo educação

inclusiva, indo desde a pré-escola até o ensino médio, todas com grandes dificuldades de

aprendizado. Conversando com professores, pais, colegas e os próprios alunos, todos

concordaram que as crianças estudadas haviam ganhado um status de pertencimento aquela

sociedade, e que o aprendizado das habilidades envolvidas com o mundo real, fora de sala de

aula, munido do relacionamento com outros alunos fez com que suas habilidades pudessem ser

utilizadas de forma mais produtiva. Ela termina a palestra dizendo que inclusão é a celebração

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da diversidade colocada em ação, e que a prática do professor é a chave para se colocar a

educação inclusiva em execução.

Cenário nacional

No ano de 2008, foi estabelecida pelo ministério da educação do Brasil a Política de

educação especial na perspectiva da educação inclusiva, que a reconhece como instrumento

fundamental para a construção de uma sociedade baseada no direito humano de conjugação de

igualdades e diferenças como quesitos indissociáveis para a construção de valores mais justos

para a sociedade e seus indivíduos.

Segundo a professora Maria Tereza Egler Mantoan, doutora em Educação pela Universidade

Estadual de Campinas, e uma das educadoras envolvidas na elaboração do documento, esse

seria considerado como um dos grandes marcos para se entender o conceito de “escola para

todos”, e que apesar ainda ser entendido e executado com dificuldade em muitas escolas

nacionais, ainda apresenta progressos de modo geral uma vez que o MEC, através do

documento, garante o direito de acesso de pessoas com deficiências de aprendizado às classes

comuns do ensino regular. Porém, segundo a doutora, não basta apenas a inclusão física de

alunos em ambientes regulares, mas sim mudar o modo como educadores trabalham com todos

os elementos da escola, não apenas através do ensino diferenciado, mas ensinando a todos e

realizando todos os seus alunos. Mantoan comenta ainda que ela não presencia nas escolas um

posicionamento correto em relação ao ensino inclusivo devido a ignorância deliberada aos

documentos normativos e de ordem de aplicação de ações sobre a área: o que existe na maioria

das vezes é um currículo e uma avaliação adaptada as suas necessidades, contrariando a política

nacional de um currículo único para todos os alunos brasileiros, sendo por tanto uma adaptação

do aluno às normas da escola, e não uma adaptação do professor e do modo como se ensina às

necessidades diversificadas e heterogêneas de seus alunos. Outro ponto importante do

documento é ressaltar que o atendimento educacional especializado apenas elimina barreiras

para a plena participação dos alunos com necessidades específicas, sendo uma complementação,

e não substituição, à escolarização de alunos com necessidades especiais: cabe também a

instituição de ensino fornecer métodos e treinamento do professor regular com especialistas

para melhor acomodação do aluno do espaço de ensino e aprendizado: o professor regular não

precisa ser um especialista no assunto, mas deve possuir noções básicas e apoio da instituição

de ensino no aprimoramento das suas habilidades em lidar com alunos que necessitem de

educação especial, nunca perdendo o foco na inclusão desses indivíduos com a comunidade de

alunos ditos regulares a sua volta.

O documento da política educacional também faz um diagnóstico da educação especial no

Brasil, que são exemplificados nos seguintes gráficos feitos pelo censo escola de 2006:

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Figura 7: Distribuição de matrículas de alunos com necessidades especiais nas esferas

públicas e privadas segundo o Censo escolar de 2006.

Esses dados evidenciam que há um grande aumento de matrículas de indivíduos com

necessidades especiais tanto na rede privada quanto na pública, ambos não praticantes da

educação inclusiva, sendo a rede pública mais procurada com tal objetivo. A distribuição dos

alunos no ano de 2006 por nível de ensino ficou com 16% na educação infantil, 66,5% no ensino

fundamental, 2% no ensino médio, 8,3% na educação de jovens e adultos, 6,7% na educação

profissional básica e 0,28% no ensino profissional técnico, o que demonstra ainda um grande

déficit na inclusão de indivíduos no mercado de trabalho e na sociedade de forma plena e

funcional. Apenas em 2008 o atendimento na classe comum ultrapassou o atendimento na classe

especial, segundo o censo escolar de 2009.

Quanto às escolas adeptas da educação inclusiva, os exemplos pesquisados são o da rede de

ensino público municipal da cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul e de Maracanaú, Ceará,

ambas premiadas pelo MEC por suas ações de inclusão de alunos com necessidades especiais.

Figura 6 Censo escolar de 2006.

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Ambas as escolas trocaram experiências de ensino e aprendizado no passado através de eventos

educacionais. Também ambas as escolas fazem uso de experiências culturais locais, que acabam

por se diferenciar devido ao grande espaço geográfico separando as duas redes. Essa

experiência complementar foi fundamental para a implementação de novas ideias em ambas as

cidades através do intercâmbio de ideais e métodos promovidos por esses eventos educacionais,

fato citado por todos os profissionais de educação entrevistados em data do evento, mostrando

que muitas vezes o diálogo e a experiência entre os educadores é uma fonte rica e viável de

novas formas de se aplicar a educação inclusiva no cenário extremamente plural do Brasil.

Figura 8: Ambiente escolar de Erechim RS.

Figura 9: Programa de educação de jovens e adultos, Maracanaú, CE.

Experiência Escola da Ponte e Projeto Ancora

A escola da ponte localizada em um distrito pobre da cidade do Porto, em Portugal, e o

projeto Ancora em Cotia, São Paulo, são exemplos inovadores de novos métodos de ensino

baseados em propostas de ensino relevantes para a sociedade complexa e plural na qual vivemos.

Ambas não fazem uso da configuração de sala de aula usual na maior parte do mundo, não

havendo divisão de séries, quadro negro, carteiras enfileiradas ou provas. A divisão é feita por

núcleos, que organizam não só o conteúdo a ser estudado, mas também o cardápio do lanche, a

limpeza do espaço escolar, etc.: as obrigações são encaradas como responsabilidades, e não

fardos.

A organização da escola da Ponte, que vai até o ensino fundamental, é autônoma, com a

criação de dispositivos de aprendizado aproveitados e reconhecidos em diversas partes do

mundo. O professor José Pacheco, um de seus idealizadores, conta que o foco é a relação entre

as pessoas, partindo de seus desejos, sonhos, dificuldades, problemas e necessidades especiais

particulares ou coletivas e locais, fazendo com que as crianças nunca permaneçam passivas

diante do conteúdo ensinado, que requer que tanto alunos quando professores façam a sua parte

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com responsabilidade e proatividade para o aprendizado e a resolução de questões do dia a dia

da escola.

O papel do professor na escola é providenciar mecanismos de pesquisa e selecionar as

informações trazidas pelos alunos envolvidos, valorizando e criticando construtivamente aquilo

que o aluno trás para dentro de sala de aula. O próximo passo é transformar a informação

recebida em conhecimento, e em seguida em ação em transformação social. Já o papel do aluno

é o de gerir o espaço, os recursos e o tempo para realizar as tarefas em sala de aula, sempre

tendo em vista a necessidade e as dificuldades dos outros.

Essa horizontalidade hierárquica dada pela escola é fundamental para fazer com que a figura

do outro seja reconhecida e entendida por todos, o que abre um enorme espaço para a inclusão

social: pode-se dizer que, de certa forma, a escola da ponte é a máxima no quesito educação

inclusiva, uma vez que a forma como o conteúdo é passado, as dificuldades de aprendizado e o

gerenciamento desses por parte dos alunos e professores em conjunto faz com que todos se

sintam pertencentes àquele espaço e entendam que o objetivo é fazer com que todos se sintam

confortáveis com o que vai ser estudado, o que perpassa tanto o modo como isso vai ocorrer

em sala, até o número de horas que cada conteúdo vai ser estudado por cada um.

Já na experiência brasileira no projeto ancora, constituído principalmente de crianças mal

aproveitadas e de contextos sócio culturais violentos o professor José Pacheco, que também é

um dos colaboradores, diz que tem a preferência em fazer um sistema parecido com o da ponte,

mas baseado na experiência e na expertise de muitos educadores e pesquisadores brasileiros na

área de educação, uma vez que esses traduziram para experiência brasileira o que se tem como

referência de pedagogia no mundo. O objetivo é aproveitar o máximo de pessoas possíveis com

aquilo que elas são naturalmente e sua formação sendo, por tanto, fundamental manter a

essência brasileira para manutenção da pluralidade inafetada, pura e autêntica. É preciso

trabalhar naquilo que cada um tem por essencial dentro de si em ordem de se construir uma

experiência educacional coerente com o que todos desejamos em nossa sociedade, e ensinar o

educador a pensar dessa forma tem sido um dos grandes objetivos que o professor José Pacheco

propõe em suas colaborações, tanto no passado na escola da ponte como no presente no projeto

ancora.

Ferramentas e objetos de ensino

Foi pesquisado em grande parte ao longo desse ano objetos de ensino que ajudem no

aprendizado de crianças com graus diversos de autismo. Esses objetos tem por objetivo fazer

com que crianças autistas se relacionem com outros indivíduos, sejam eles pais, professores ou

outras crianças com graus de autismo ou não. Vale lembrar que o que mais importa não é o

Figura 10 e 11: Sala de aula na escola da Ponte e no projeto Ancora, respectivamente.

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brinquedo em si, mas a forma como a brincadeira é estruturada e pensada. Brinquedos de

crianças ditas regulares também podem ser utilizados de forma a provocar a interação e o

crescimento pessoal de crianças com autismo.

Uma dessas experiências está, por exemplo, no uso do brinquedo Lego de forma terapêutica.

Estudos feitos pelo Doutor em educação Daniel Le Goff, com o objetivo de fazer com eu

crianças autistas interajam entre si, mostrou grandes resultados. A dinâmica consiste em dividir

as crianças em grupos de três indivíduos que alternam seus papeis de tempos em tempos: o

engenheiro do projeto, o construtor e o fornecedor de peças. Essas três crianças devem trabalhar

juntas em prol do objetivo de construção, se mantendo dentro dos seus papéis, necessitando do

diálogo para a execução bem feita da tarefa.

Em sua maioria, os objetos projetados para crianças autistas buscam fazer com que a criança

interaja de modo positivo com outras pessoas, necessitando do dialogo e a confraternização

para o domínio da tarefa proposta pelos brinquedos. O Gobug, por exemplo, é um brinquedo

feito para fazer com que até três crianças interajam juntas para a movimentação por controle

remoto do brinquedo.

Figura 13: Movimentação do brinquedo Gobug.

Figura 12: Crianças autistas em terapia com Legos

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Brinquedos que busquem o contato físico prazeroso e o contato dos olhos também possuem

grande relevância para a superação de dificuldades de relacionamento de crianças autistas, uma

vez que permitem a interação focada no próximo, o que costuma ser uma dificuldade para quem

possui esse distúrbio. O brinquedo Joyco, por exemplo, proporciona essa experiência

multissensorial, ajudando no relacionamento na superação de dificuldades.

Outro quesito importante no aprendizado de crianças autistas está no reconhecimento de

emoções, uma das principais dificuldades que se refletem no comportamento e no

relacionamento desses indivíduos com os ditos regulares. Ensinar sentimentos tais como raiva,

tristeza, felicidade, surpresa e os principais sons e posturas corporais associadas a essas

emoções são uma forma viável de ajudar o indivíduo autista a melhor incluído na sociedade

onde vive. O brinquedo Build-a-Robot auxilia justamente nesses pontos.

Figura 14, 15 e 16:Joyco gerando interação fisica e emocional entre os envolvidos.

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Brinquedos voltados para o público dito regular que emule a experiência autista também

possuiem um grande valor para nossa sociedade, uma vez que nos ensinam a entender a

experiência muitas vezes frustrante de se tentar compreender as normas adotadas pelas

sociedade quando se possui algum grau de autismo. Passar por essa experiência, mesmo que de

forma emulada, nos ajuda a ter alteridade em nossas relações, uma das bases fundamentais para

uma educação e uma sociedade inclusiva. Esse é o objetivo do brinquedo Playing with Impulses,

ou na tradução, brincando com impulsos, onde o objetivo é gerar padrões gráficos com uma

limitação de peças.

Figura 17: Build-a-Robot e suas partes que demonstram emoções diversas.

Figura 18: Brinquedo Playing with Impulseses.

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Conclusões

Os dados achados apontam para uma grande oportunidade de intervenção através das práticas

do design, uma vez que foi comprovado que já existe em nossa sociedade a percepção de que a

educação inclusiva é uma questão de grande importância para a melhoria do ensino em nosso

país e no mundo. Contudo, podemos comprovar que apesar da conscientização sobre o tema

pesquisado, ainda existem grandes obstáculos na aplicação de ações inclusivas em nossa

sociedade. Há um grande despreparo de profissionais da educação em relação ao que realmente

se trata de ação inclusiva e como essas devem ser aplicadas em seus ambientes de trabalho,

assim como faltam materiais didáticos de divulgação de metodologias eficientes na área de

inclusão, sejam eles para preparo do professor ou do aluno, de ordem física ou digital. Em

resumo, existe a vontade de mudança, assim como existem métodos de educação inclusivas

eficientes ao redor do mundo. O que falta é um meio efetivo de divulgação e aplicação de tais

ideias, além de maior diálogo entre profissionais da área para que possam trocar experiências e

crescer juntos.

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