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Lição 08 26 de Maio de 2013 Deus procura os verdadeiros adoradores Texto Áureo “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem”. Jo 4.23 Verdade Aplicada Através da adoração pública doméstica e individual, demonstramos o quanto é importante reconhecer o Deus cristão. Objetivos da Lição Definir a verdadeira adoração; Conscientizar de que a verdadeira adoração não é somente nos cultos, com o louvor que sai da boca, mas com a própria vida no dia a dia diante de Deus e das pessoas, Enfatizar a exclusividade na adoração. Textos de Referência Jo 4.20 Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Jo 4.21 Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Jo 4.22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Jo 4.23 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Jo 4.24 Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jesus e a Mulher Samaritana (Jo 4:1-42) A transição se iniciara em 3:22, prosseguindo em 4:1-4. Jesus parte de Jerusalém, indo para o interior da Judéia e, daí, para a Galileia, via Samaria. O material aí apresentado (3:23-36) capacita o leitor a entender a introdução embaraçante do capítulo 4. Que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João (v. 1) já fomos devidamente informados em 3:26. Porque os fariseus observaram esse fato, depreende-se daí que os discípulos do Batista aparentemente foram lembrados disso por “um judeu” (3:25). O que ainda não se mencionou é a reação de Jesus a tais evoluções. O propósito dos vv. 1-3 é explicar as ações de Jesus segundo seu conhecimento. O comentário entre parênteses relembra outros exemplos em que o narrador atribui declarações ou ações a Jesus, baseadas em seu

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Lição 08

26 de Maio de 2013

Deus procura os verdadeiros adoradores

Texto Áureo

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem”. Jo 4.23

Verdade Aplicada

Através da adoração pública doméstica e individual, demonstramos o quanto é importante reconhecer o Deus cristão. Objetivos da Lição

► Definir a verdadeira adoração; ► Conscientizar de que a verdadeira adoração não é somente nos cultos, com o louvor que sai da boca, mas com a própria vida no dia a dia diante de Deus e das pessoas, ► Enfatizar a exclusividade na adoração. Textos de Referência

Jo 4.20 Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Jo 4.21 Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Jo 4.22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Jo 4.23 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Jo 4.24 Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

Jesus e a Mulher Samaritana (Jo 4:1-42) A transição se iniciara em 3:22, prosseguindo em 4:1-4. Jesus parte de Jerusalém, indo para o interior da Judéia e, daí, para a Galileia, via Samaria. O material aí apresentado (3:23-36) capacita o leitor a entender a introdução embaraçante do capítulo 4. Que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João (v. 1) já fomos devidamente informados em 3:26. Porque os fariseus observaram esse fato, depreende-se daí que os discípulos do Batista aparentemente foram lembrados disso por “um judeu” (3:25). O que ainda não se mencionou é a reação de Jesus a tais evoluções. O propósito dos vv. 1-3 é explicar as ações de Jesus segundo seu conhecimento. O comentário entre parênteses relembra outros exemplos em que o narrador atribui declarações ou ações a Jesus, baseadas em seu

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conhecimento sobrenatural (cf., 2:24-25; 6:6, 64; 13:1, 3, 11; 18:4). No caso presente, todavia, Jesus ficou sabendo das coisas por vias normais. Quando Jesus percebeu que os fariseus começavam a encará-lo, e ao Batista, como rivais, o Senhor saiu do lugar (v. 3). O autor do Evangelho abre um hiato rápido a fim de corrigir uma impressão falsa que talvez tenha surgido entre 3:22 e 4:1 (bem como em 3:26). Jesus não batizava pessoalmente. Ocorriam batismos na Judéia como resultado de seu ministério, e sob sua jurisdição, mas quem batizava realmente eram seus discípulos. O objetivo é assegurar o leitor de que a impressão dos fariseus era errada. Jesus e o Batista não eram rivais, nem poderiam ser, visto que seus papéis eram diferenciados, e ambos se movimentavam em esferas diferentes (cf. 3:27-36). Teologicamente, a noção de que Jesus, que se supunha batizar com o Espírito Santo (1:33), também batizava com água, como João Batista fazia, é fato surpreendente, não tendo paralelo nos demais evangelhos. Para o autor deste Evangelho, parece que esse fato derivou de uma tradição estabelecida com firmeza, que ele foi obrigado a reconhecer, e sobre a qual ele acrescenta seu próprio comentário pessoal, esclarecedor. Quase constrangido, o autor apresenta fortes evidências de que Jesus, durante algum tempo, supervisionou um ministério que incluía o batismo com água, na Judéia, que provocou a comparação com o ministério do Batista; o resultado é que ficou parecendo, pelo menos para alguns, que havia competição. O relato do itinerário de Jesus provê razões para quase cada um de seus passos. Se os vv. 1-3 nos informam por que Jesus regressou à Galileia, o versículo 4 acrescenta: era-lhe necessário passar por Samaria, o que introduz o incidente entre Jesus e a mulher samaritana. A necessidade de Jesus passar pela Samaria não era geográfica, mas teológica. Havia trabalho a ser feito ali. Samaria era campo missionário —maduro para a ceifa (v. 35), sendo a intenção de Jesus fazer a vontade daquele que o enviou, e realizar a sua obra (v. 34). As ações de Jesus são determinadas não pelas circunstâncias, mas pela sua vocação divina. A visita de Jesus a Samaria tem duas partes: primeira, sua entrevista à mulher samaritana, junto ao poço de Jacó (vv. 5-26) e, segunda, uma série de relances alternados de Jesus e seus discípulos, por um lado, e da mulher mais o povo da cidade samaritana, do outro (vv. 27-42). A conversa de Jesus com a mulher samaritana centraliza-se no tema dos lugares sagrados, de modo especial um campo e um poço tradicionalmente associados a Jacó (vv. 5-15), e o templo samaritano do monte Gerizim (vv. 19-26). Jesus promete à mulher o Espírito Santo, que transcende esses lugares sagrados e torna obsoleta a devoção a eles (vv. 13-14, 23-24). Entre a discussão sobre o poço e a do monte sagrado há um vislumbre abrupto da história pessoal da mulher (vv. 16-18), que provê a base para o testemunho dela de que Jesus lhe disse tudo o que ela fez (vv. 29, 39). De que forma esses segmentos da entrevista de Jesus com a mulher samaritana se relacionam entre si? A mulher serve para representar três “grupos oprimidos” pelos quais Jesus demonstrou excepcional interesse, segundo os sinóticos. O simples fato de ela ser mulher suscita surpresa da parte de seus discípulos: como poderia o Senhor falar-lhe? (v. 27). Conquanto não seja uma prostituta, é imoral quanto ao sexo (v. 18). Pela raça e pela religião que professa, ela é uma intrusa, uma odiada samaritana, do ponto de vista judeu. Judeus e samaritanos, explica-nos o autor, nem sequer tocam nos mesmos utensílios (v. 9). Ao buscá-la, Jesus se mostra, nesta narrativa, reconhecidamente como o Jesus dos

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sinóticos (cf., Marcos 7:24-30; Lucas 7:36-50; 10:25-37), o que veio a fim de evidenciar misericórdia aos publicanos, às prostitutas e a todos os marginais da sociedade judaica. O encontro se inicia de modo surpreendente, não com Jesus concedendo misericórdia à mulher, mas, ao contrário, o Senhor é quem pede misericórdia a ela. Ele se coloca na curiosa posição de precisar de ajuda (um gole de água, cf. Marcos 9:41) de alguém que, segundo a cultura a que Jesus pertencia, seria objeto de seu ódio. Entretanto, a sede dele propicia ocasião para que o Senhor reverta os papéis, e ei-lo oferecendo água viva (v. 10) à mulher. Não ficamos sabendo se ela acabou dando água a Jesus, ou não, antes da evolução destes acontecimentos. Todavia, se o início foi Jesus pedindo água à mulher (v. 7), a conclusão foi a mulher pedindo a Jesus o suprimento infinito da água que ele afirmava poder conceder-lhe (v. 15). A inversão de papéis só foi possível por causa do uso que Jesus fez da água como metáfora do Espírito Santo (vv. 10, 13-14). O que ele prometeu nada mais foi do que o batismo do Espírito Santo (cf.1:33). Não ficou explícita aqui a identificação da água viva com o Espírito, como está bem explícita em 7:38-39, mas apesar disso é válida. O “dom de Deus” (v. 10) é uma expressão usada para o Espírito (num ambiente samaritano) em Atos 8:20 (cf. Atos 2:38; 10:45; 11:17), e o Espírito se torna inequivocamente o tema da última parte da auto revelação de Jesus à mulher (vv.21-24). A outra única possibilidade é que a água represente a vida eterna (v. 14), mas o cerne da declaração de Jesus é que esta água proporciona ou sustenta a vida eterna (assim como a água física sustenta a vida física), não que a água mesma seja a metáfora para vida. “O Espírito é que vivifica” (6:63; cf. 1 Coríntios 15:45). O batismo com o Espírito é a concessão da vida, o começo da nova criação (20:22; cf. Gênesis 2:7). O ministério de Jesus é mais do que mera continuação do de João. Qualquer atividade de batismo realizada por Jesus na Judéia é de importância secundária e ficou para trás. Sua obra efetiva não é batizar com água mas fazer o que João predissera que ele faria: batizar com o Espírito Santo. A metáfora da água é usada aqui não no sentido de lavar ou ser imerso, mas de beber (cf. Paulo em 1 Coríntios 12:13: “Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só corpo... e a todos nós foi dado de beber de um só Espírito”). O Espírito sacia a sede, não no sentido de eliminar o desejo de alguém da presença de Deus, mas no sentido de satisfazer continuamente esse desejo. O Espírito Santo será como uma fonte inesgotável dentro do crente “que jorre para a vida eterna” (v. 14). A mulher samaritana toma a metáfora de modo literal. A única água vivificante que ela conhece é a água do poço, que já lhe pertence e a seu

povo (vv. 11-12). A promessa de Jesus, do Espírito e da vida eterna, apenas significa que ela não terá mais de vir ao poço para tirar água! (v. 15). Este diálogo termina em incompreensão; todavia, o comentário da mulher é curiosamente correto, porque quando vier o Espírito, lugares sagrados tais como o poço de Jacó perderão seu significado. Identidades religiosas ou étnicas baseadas no controle de tais lugares serão substituídas por uma nova identidade no Espírito (cf. vv. 21,23). A resposta de Jesus à mulher samaritana assinala uma mudança na narrativa. Em vez de corrigir seu equívoco, ele lhe diz que ela deve voltar ao poço pelo menos uma vez, com seu marido (v. 16). Parece que a missão de Jesus na Samaria se iniciará com a conversão de uma família inteira. Isso acontece no livro de Atos (16:15, 33-34; 18:8; cf. 11:14) e ao final desta mesma viagem, no Evangelho de João, quando Jesus chega à Galileia (4:53), mas em

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Samaria não irá acontecer. Talvez na esperança de receber a água viva de imediato, a mulher diz a Jesus que não tem marido. Ironicamente, Jesus a elogia por dizer a verdade (vv. 17, 18) e, assim, expõe seu adultério (cf. Marcos 10:12). A mudança de assunto não é tão abrupta quanto parece. A narrativa presume uma estreita relação entre o batismo com o Espírito e o perdão de pecados (cf. Marcos 1:4-8; Atos 2:38). Jesus, que batizará com o Espírito, é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (1:29). —Quando o Espírito for concedido (20:22), Jesus dirá a seus discípulos: “Aqueles aos quais perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (20:23). O pecado, para ser perdoado, deve primeiramente ser exposto, e foi, mas o adultério da mulher não é o centro do interesse neste capítulo. O rumo da narrativa não segue da mulher para seu atual marido (ou amante)mas da mulher diretamente para o resto do povo da cidade (vv. 28-30). Quaisquer sentimentos de culpa que ela possa ter tido não são mencionados. Em vez de culpa, sua reação à introspecção sobrenatural de Jesus em sua vida é de espanto (vv. 29, 39). Conclui instantaneamente que ele é um profeta (v. 19). Como ele é judeu e profeta, ela aproveita a oportunidade para iniciar uma conversa sobre as respectivas vindicações de judeus e samaritanos quanto aos lugares de adoração - o monte do templo em Jerusalém e o monte Gerizim, perto de Sicar (v. 20), sendo o último provavelmente visível de onde se encontravam. É inútil especular se ela estava ou não tentando distrair a atenção de sua condição moral. Para o autor do Evangelho, pelo menos, sua observação não é um desvio mas leva adiante o impulso principal da história. Diz-lhe Jesus que a questão mais importante não é onde mas como adorar a Deus. Logo as alternativas Jerusalém ou monte Gerizim perderam sua importância. Os verdadeiros adoradores (i.e., os cristãos) adorarão o Pai em espírito e em verdade (v. 23) como resultado do prometido batismo. Segundo autores cristãos ulteriores, eles são uma “nova raça” (Epístola a Diogneto I) ou uma “terceira raça”. “No que respeita aos gregos e judeus é antigo. Mas nós somos cristãos, e como uma terceira raça o adoramos de uma nova maneira”; (Pregação a Pedro, citado em Clemente de Alexandria,Stromateis VI, 5.39-41, traduzido na obra de Henneck-Schneemelcher, Apócrifos do Novo Testamento, [Filadélfia: Westminster, 164], vol. 2, pág. 100). Aproveitando-se a referência da mulher a seus pais, ou aos ancestrais samaritanos que adoraram em Gerizim (v. 20), Jesus de modo sutil introduz o termo Pai, em conexão com a adoração a Deus (vv. 21,23), ressaltando que somente no Espírito (i.e., na nova comunidade cristã) é possível adorar a Deus como Pai (cf. Paulo aos Romanos 8:15-16; Gálatas 4:6). Porque ele é Pai, assim deseja ser adorado, e os cristãos são o tipo de adoradores que ele procura (v. 23). No versículo 22 Jesus fala como judeu, pois é como a um judeu que a mulher samaritana se lhe dirigiu. Entretanto, ele não fala em nome de todos os judeus, mas pela pequena comunidade de fé que se formou ao seu redor (cf. 3:11). Quando seus opositores judeus, numa confrontação posterior (8:41), afirmam conhecer a Deus como Pai, Jesus contesta sua pretensão (8:42). A única vantagem dos judeus sobre os samaritanos é que a salvação vem dos judeus (v. 22b), isto é, o próprio Jesus surgiu dentre os judeus, trazendo “graça e verdade” e o conhecimento de Deus para todo o mundo (cf. 1:17-18). Este conhecimento permite que, primeiramente, os discípulos judeus de Jesus e depois os samaritanos e gentios, conheçam quem eles adoram (v. 22), ou que adorem o Pai como ele é realmente (vv. 23-24). Se Deus é Espírito (v. 24), então só a vinda do Espírito permite conhecer sua verdadeira natureza.

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A mulher replica aos ensinamentos de Jesus pela única forma que conhece: a expectativa dos samaritanos de um Messias que virá e nos explicará tudo (v. 25). O autor do Evangelho usou o vocábulo judeu Messias (i.e., “o Ungido”) para designar a figura de quem a mulher fala. A palavra usada pelos samaritanos era “Taheb” (ou “Restaurador”). O Taheb, cujas funções correspondem em linhas gerais às do Messias judaico, era uma figura modelada segundo Moisés, delineado segundo as expectativas bíblicas de um profeta parecido com Moisés, que viria e revelaria ao povo tudo o que Deus ordenasse (Deuteronômio 18:18). Essa expectativa era intensa também no judaísmo (cf. 1:21), porém destacava-se mais entre os samaritanos. Significativamente, é aqui no contexto samaritano, e só aqui, que Jesus admite ser o Messias, e de modo claro, decidido, sem vacilações (v. 26). Seis capítulos adiante, o povo de Jerusalém ainda está perguntando: “Até quando nos manterás em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o abertamente” (10:24). Entretanto, muito tempo antes, no pequeno povoado samaritano, o segredo já se revelara! A aceitação por Jesus, da versão da mulher sobre o messias, explica-se provavelmente pelo papel profético e magisterial que ela atribui ao seu Messias. A declaração de que quando ele vier, nos explicará tudo (v. 25) antecipa a linguagem de Jesus ao prometer a vinda do Espírito aos seus discípulos, no sermão de despedida (cf. 16:13-16). A obra do Espírito é uma extensão da obra de Jesus. É uma obra de revelação, e quando a mulher samaritana pensa em revelação, pensa no Taheb. Indo além do reconhecimento que ela faz de Jesus como profeta (v. 19), o Senhor finalmente se lhe dá a conhecer como o Profeta-Messias a quem ela e seu povo estavam esperando (v. 26). Torna-se clara a razão pela qual ele disse: a hora vem (v. 21), tendo acrescentado, em seguida: vem a hora, e já chegou (v. 23). O encontro de Jesus com a mulher (vv. 5-26) atingiu seu objetivo. Aconteceu uma revelação e a esperança da mulher tornou-se realidade. Os discípulos, que foram mencionados como que entre parênteses no versículo 8, se aproximam neste momento (v. 27). Surpresos de que ele pudesse sequer falar a uma mulher (ainda mais mulher samaritana!), por um instante parecem espantados demais diante de Jesus, para perguntar por quê. Muito embora os discípulos não estivessem presentes quando ele se revelou à mulher, ficam sem fala (cf. a hesitação deles em fazer-lhe perguntas em 16:5, 19 e 21:12). Assim que os discípulos chegam da cidade, a mulher volta para lá, e a narrativa se divide em duas cenas centralizadas em dois grupos de personagens: a mulher e o povo da cidade (vv. 28-30, 39-42), e os discípulos e Jesus (vv. 31-38). Quando os discípulos oferecem a Jesus a comida que compraram em Sicar (veja v. 8), Jesus lhes fala de um alimento que possui, o qual vós não conheceis (v. 32). Por enquanto, estes verdadeiros adoradores, que um dia suplantarão tanto os judeus como os samaritanos, são tão ignorantes como a mulher samaritana (cf. v. 22). Ainda não se acham preparados para adorar a Deus em Espírito. O Espírito se encontra em Jesus, e só nele (cf. 3:34). A comida de que ele fala é a obediência a Deus (cf. Mateus 4:4) e a conclusão da obra daquele que o enviou (v. 34). Em última análise, esta obra abrange a totalidade do quarto Evangelho (cf. 17:4; 19:30) mas é definida no cenário seguinte (com troca da metáfora) como ceifa (i. e., uma colheita de novos crentes) entre os samaritanos. Podemos contrastar esta circunstância com a descrita em Mateus 9:36-10:6, em que a “ceifa” inclui apenas “as ovelhas perdidas da casa de Israel” e exclui especificamente qualquer “cidade de samaritanos”. Os horizontes de

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Jesus são mais amplos (ou pelo menos se alargam mais cedo) no Evangelho de João do que nos sinóticos. Aquele “que tira o pecado do mundo” (1:29) está prestes a ser reconhecido por um povo estrangeiro como o Salvador do mundo (v. 42). Não é uma ceifa comum. Para demonstrar sua singularidade, Jesus utiliza dois provérbios conhecidos (vv. 35,37): (1) Ainda há quatro meses até a ceifa. Costumeiramente se estabeleceram quatro meses entre o plantio e a colheita (v. 35), mas Jesus fala de abundância messiânica igual à prevista pelo profeta Amós, na qual “o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente” (Amós 9:13; cf. a abundância de vinho nas bodas de Caná). Os vv. 35-36 repetem em linguagem metafórica a afirmação de Jesus à mulher samaritana de que vem a hora e já chegou (v. 23). Uma colheita abundante de vida eterna (cf. v. 14) está para começar. Tanto para o semeador como para o ceifeiro, é um momento de regozijo (v. 36). (2) Um é o semeador, e outro o ceifeiro. Jesus transforma um ditado tradicional sobre a desigualdade e futilidade da vida humana (cf. Eclesiastes 2:18-21) numa palavra de promessa a seus discípulos: Eles irão beneficiar-se do trabalho de outros porque são enviados para colher frutos que não plantaram (v. 38). Mas, na aplicação que Jesus faz destes provérbios, quem é o semeador e quem é o ceifeiro? E quem são os outros mencionados no v. 38?

O v. 34 sugere que Deus é o semeador, porque a tarefa de Jesus é realizar sua obra. Nos vv. 39-42 é Jesus sozinho quem realmente realiza a ceifa entre o povo samaritano. Todavia, no v. 35 ele convoca seus discípulos para os campos maduros, e são eles que no v. 38 devem colher os frutos pelos quais outros trabalharam. Os papéis neste drama não estão determinados. Jesus não está falando por alegorias nem enigmas, mas usa uma metáfora passível de várias aplicações. Uma mudança de posições pode ser observada no v. 37. Se a ideia dominante dos vv. 34-36 era “como o Pai me enviou”, nos vv. 37-38 é “eu vos envio” (cf. 20:21; também 17:18). Mas o fato dos discípulos não participarem de nenhum modo da missão a ser encetada entre os samaritanos, sugere que o propósito dos vv. 37-38 é permitir uma visão momentânea da situação imediata à da própria época do narrador. Aqueles que proclamam a mensagem cristã, seja para os samaritanos (e.g., Atos 8:4-25), seja para o mundo todo (cf. 20:21), não devem desanimar, mas lembrar-se de que Jesus e outros (como a mulher e os convertidos de Sicar) já estiveram ali para preparar o caminho. Embora Samaria estivesse fora de “seu caminho usual” (cf. Mateus 10:5), Jesus havia passado por lá ocasionalmente (cf. Lucas 9:51-56) e realizado uma obra de ensino em pelo menos uma cidade samaritana. A distinção entre semear e ceifar se observa talvez em dois estágios da fé dos samaritanos, nos vv. 39-42. Sua fé havia-se iniciado com o testemunho hesitante da mulher sobre o que Jesus lhe dissera (vv. 29, 39), mas quando eles se encontraram com Jesus e ouviram por si mesmos sua mensagem, muitos outros creram. Sua fé de “segunda mão” (como eles a consideravam) havia dado lugar a um conhecimento pessoal e a uma profunda convicção de que Jesus era verdadeiramente o Salvador do mundo (v. 42). Estas palavras esclarecem finalmente que, para o autor do Evangelho, os samaritanos se colocam como representantes de todos os povos do mundo. Ao passar, por divina necessidade, por uma cidade samaritana e conversar com uma mulher pecadora, Jesus tanto colhe frutos como antecipa uma colheita maior ainda, vindoura: a missão da igreja aos gentios.

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Bibliografia J. R. Michaels

Jesus e a Mulher Samaritana Jo 4.4-30

Jesus deixou Jerusalém porque seus milagres estavam atraindo as pessoas do tipo errado - espectadores curiosos que tinham do Reino um conceito errado. Foi, portanto, para os distritos rurais, onde o povo tinha mais simplicidade e seriedade de coração. Ali ganhou muitos, que se converteram a Ele e aceitaram o batismo. Mais uma vez, porém, seu próprio sucesso fez periclitar o propósito do seu ministério. Os fariseus, ouvindo a notícia de que grandes multidões acorriam ao seu batismo, ficaram com inveja e alimentaram uma discussão entre os discípulos de Jesus e os de João Batista (cf. Jo 3.25; 4.1,2). Jesus, desejando evitar uma contenda com os fariseus, deixou a Judéia. Não havia finalidade em que ele se revelasse como Messias diante dos fariseus, porque, com suas mentes cheias de ideias preconcebidas, teriam entendido os seus ensinos de maneira errada. Era diante de pessoas de mente sincera e coração faminto como a mulher samaritana que Jesus se sentia livre para revelar-se, em vez de entrar em controvérsias teológicas com os fariseus. Este trecho, são exemplos dos ensinamentos de Cristo sobre o poder regenerador do Espírito Santo. No capítulo anterior, ouvimos Jesus instruindo Nicodemos com respeito ao novo nascimento; agora, estudaremos a sua entrevista com uma mulher samaritana. Ele era um membro da sociedade que desfrutava de grande respeito; ela, uma mulher proscrita. Ele, era um homem da mais severa moralidade; ela, uma mulher vivendo no pecado. Ele era um culto ensinador de Israel; ela, uma analfabeta das classes inferiores. Ambos têm a mesma necessidade - a transformação espiritual para entrar no Reino de Deus. Este trecho descreve os passos mediante os quais o supremo Conquistador de almas conseguiu a conversão da mulher samaritana. Conseguindo a Atenção (Jo 4.5-9) “Foi pois a uma cidade, de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase a hora sexta”. Esta menção do cansaço de Jesus é a evidência de que, quando compartilhou da natureza humana, o fez com toda seriedade: realmente tomou sobre si nossa natureza, e experimentou todas as limitações e fraquezas a que a carne humana está sujeita (menos as que são fruto direto do nosso pecado). “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28) foi dito por aquEle que sabia como é a dor de músculos cansados e latejantes. “Veio uma mulher de Samaria tirar água; disse-lhe Jesus: Dá-me de beber”. O propósito do Senhor era levar a mulher necessitada à água espiritual que satisfaz a sede da alma; assim, fez seu primeiro contato com ela ao pedir água. Ele de que tomar a iniciativa, porque a mulher, de si mesma, não teria falado com Ele primeiro. Existiam quatro barreiras que impediriam semelhante conversação, e que o Senhor primeiramente teria de romper. 1) A barreira do sexo. Os próprios discípulos ficaram atônitos ao ver Cristo agir contrariamente às bem conhecidas atitudes de sua época, falando assim a uma mulher em público (v. 27). Geralmente, os preconceitos dos rabinos proibiam que as mulheres

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recebessem educação superior. 2) A barreira da nacionalidade. Não havia comunicação entre os judeus e os samaritanos. 3) A barreira do caráter moral. A mulher samaritana sabia que nenhum rabino judeu chegaria perto de uma pecadora como ela. 4) A barreira da ignorância. No decurso da conversação, foram rompidas todas as barreiras. A mulher recebeu novos horizontes para a sua vida, seu caráter foi transformado, e sua alma, iluminada. Note a habilidade do Senhor em abrir caminho para esta conversação. Pediu um favor da parte dela, fazendo-a sentir-se, por um momento, em condições de superioridade. Mediante um apelo à simpatia da mulher, criou ambiente apropriado para conversar sobre assuntos espirituais. Foi uma grande surpresa para a mulher quando a pessoa junto à fonte - que ela reconheceu como sendo um judeu - , fez um pedido a uma mulher samaritana de sua condição. “Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)”. Embora Jesus, como Messias, viesse da tribo de Judá, nunca se chamou “Filho de Israel”; sempre é chamado de “Filho do homem”, da humanidade inteira. Não havia lugar em sua mente e em seu coração para o preconceito. Despertando o Interesse (Jo 4.10-14) 1. O desafio surpreendente. A mulher samaritana aproveitou para se rir um pouco daquele judeu que, segundo pensava, fora forçado a mostrar franqueza e amabilidade por causa da intensa sede que sentia, e de não ter condições de conseguir água. Surpreendeu-se, no entanto, por Ele não se mostrar embaraçado; pelo contrário, suas palavras é que a deixaram intrigada: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” “Se tu conheceras”. Há pessoas que não percebem quantos poderes e oportunidades jazem escondidos ao nosso redor. Por não reconhecermos quantas bênçãos se nos oferecem, perdemos milhares delas! “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6). A mulher samaritana estava falando face a face com aquEle que satisfaria a todos os seus anseios de paz e de vida - e não o sabia. Há muitas pessoas que passam pela vida bem perto daquilo que poderia revolucionar sua existência, e ficam alheias à verdadeira bem-aventurança por falta de saber e de considerar. Em dois assuntos, especificamente, faltava conhecimento à mulher. 1.1 Não conhecia o dom de Deus, aquilo que Deus queria graciosamente dar a ela. A pobre mulher nem esperava bênçãos da parte de Deus. Desiludida, esgotada, sem caráter, sem alegria, praticava a enfadonha rotina dos serviços diários. Ouvira falar sobre Deus, mas nem sequer sonhava que Ele estivesse disposto a entrar na sua vida, fazendo com que sua existência valesse a pena. A água “viva” é a que flui ou que jorra de uma fonte - a água em movimento, em contraste com a água parada (cf. Gn 26.19; Zc 14.8). Simboliza a vida divina que flui mediante o contato com Deus (Jr 2.13; Ap 7.17; 21.6; 22.1). Assim como a água natural satisfaz a sede física, o Espírito Santo satisfaz a alma que anseia por Deus (cf. Sl 42.1,2).

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1.2 A mulher não conhecia a identidade daquele que disse: “Dá-me de beber”. A vinda do Messias era a esperança dos samaritanos, e não somente dos judeus, e ambas as nações tiraram encorajamento e forças desta promessa: suportavam os males do presente, sustentados pela visão do futuro, que se centralizava ao redor da Pessoa do Messias. Agora, o Messias estava falando com esta mulher sem que ela o percebesse. Muitos são os que têm familiaridade com as palavras de Jesus, ouvindo-as como se escutassem uma canção. Não são transformados, porém, porque não se apercebem realmente de que as palavras que ouvem não são as de um mestre humano, e sim as do próprio Filho de Deus. Oxalá soubessem quem é o que lhes fala! 2. A pergunta feita com surpresa. Refutando a sugestão de ela ser ignorante quanto ao dom de Deus, a mulher responde: “Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água da vida?” A resposta a esta pergunta se encontra nos versículos 13 e 14. Quanto a ser acusada de ignorância sobre a Pessoa que fala com ela, a mulher responde: “És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?” Os versículos 25 e 26 respondem à objeção da mulher. Como Nicodemos, objeta: “Como pode suceder isto?” Quando se trata das coisas de Deus, os que possuem boa educação não têm vantagem sobre os iletrados. Todos, igualmente, precisam do “Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gra-tuitamente por Deus” (1 Co 2.12). 3. A comparação que ilumina. Jesus lança mão de uma comparação para esclarecer o significado das suas palavras: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna”. A água natural é mencionada aqui como símbolo das fontes de prazer que há aqui na terra, e que só proporcionam satisfação momentânea. A totalidade da vida humana se compõe de desejos intermitentes que recebem apenas parcial satisfação: anseios e saciedade, enfado e novos desejos fortes se seguem num círculo vicioso. Realmente, nunca houve verdadeira satisfação para os desejos humanos; a alma humana nunca se aquieta, senão em Deus. As fontes da terra podem oferecer satisfação temporária, mas é somente depois de o homem ter achado a Deus que ele pode declarar ter satisfação completa e eterna. Jesus ensina à mulher que a água no poço de Jacó jaz sem vida ou movimento nas profundidades, enquanto a água celestial que ele oferece, embora fique nas profundezas da personalidade humana, não fica parada ali; vem brotando à superfície, revelando sua presença aos outros, fluindo com mais e mais força até que, na vida do porvir, o indivíduo recebe a plenitude desta bênção. A fonte fica no indivíduo. O prazer do mundano depende das coisas externas; a Fonte da satisfação do cristão está dentro dele, independe das circunstâncias. A vida eterna, no Evangelho de João, é vinculada à fé em Jesus (Jo 3); provém da ação de comer da sua carne e beber do seu sangue (Jo 6); é dádiva direta da parte dEle (Jo 10; 17). Neste capítulo, é considerada como resultado da vida do Espírito no homem, o fruto da vida espiritual, que é diferente da vida humana em qualidade, permanência e maturidade. A Consciência da Necessidade (Jo 4.15-18) 1. O pedido urgente. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.” A mulher ainda não havia percebido o âmago do

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ensino de Jesus. Nem sequer sonhava que Ele, falando sobre “água”, queria dizer algo diferente daquilo que ela carregava no seu cântaro. Ela ainda não percebera nada além dos seus desejos físicos e de suas necessidades diárias. Começou a sentir a convicção de que aquele estranho talvez a pudesse livrar da sua vida exaustiva de ter de caminhar até o poço com seu cântaro pesado. Seria um alívio ter a água bem à mão! Embora não tivesse compreendido o inteiro significado do dom prometido, entendeu, pelo menos, que se lhe oferecia uma grande vantagem - e seu desejo foi despertado. Uma declaração perscrutadora. Agora, Jesus leva a mulher a dar um passo adiante, despertando seu sentimento de necessidade espiritual. Faz com que ela se recorde de sua vergonhosa vida de pecados para que, esquecendo-se da água do poço de Jacó, tenha sede daquilo que a aliviaria da sua vergonha e miséria. “Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”. Jesus trata do assunto do pecado a fim de que a mulher veja a causa da sua infelicidade. A nova vida deve começar com base na veracidade e na honestidade. O passado tem que ser enfrentado, por mais desagradável que seja, e o lixo da vida anterior deve ser varrido para longe. Cristo Revela a Si Mesmo (Jo 4.19-29) 1. A expressão de perplexidade. A mulher, atônita diante do discernimento de Jesus, exclama: “Senhor, vejo que és profeta”, e passa a levantar um problema religioso, da controvérsia entre os samaritanos e judeus: “Nossos pais adoravam neste monte [Gerizim] e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.” A pergunta surgiu não somente do desejo de desviar o problema do pecado dela para o campo de generalidades teológicas, como também de um real desejo de saber como procurar comunhão com Deus e se erguer acima da sua baixa situação moral. Aproveitou a presença de um profeta para esclarecer suas dúvidas. Jesus, em resposta, mostrou que a verdadeira adoração é matéria de atitudes certas, e não do lugar certo; não se trata de onde, e sim de como. 2. Cristo revelado. Cheia de alegria pelas verdades que ouve, a mulher se lembra do que se lhe contou acerca de um grande Mestre que haveria de vir, enviado da parte de Deus: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”. Jesus não podia se revelar abertamente aos fariseus porque estes não percebiam as próprias carências espirituais. No entanto, sempre estava disposto a se fazer conhecido a todos aqueles que sentissem necessidade dEle (cf. Mt 11.25-27). Cristo sempre se revela àqueles que amam a sua vinda. Foi assim que revelou-se aos primeiros discípulos (Jo 1), e a Nicodemos (Jo 3.13; 9.35-38). 3. Começa o serviço cristão. A mulher imediatamente tornou-se missionária do Profeta e Messias que acabara de descobrir. “Deixou pois a mulher o seu cântaro” - mostrando que, na alegria de descobrir a Água Viva, esquecera-se da sua procura pela água natural _ “e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura não é este o Cristo?” (cf. Jo 1.41). Nada mais natural do que alguém que recebeu a Água Viva para beber levar outros à mesma Fonte.

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Ensinamentos Práticos

1. Fontes escondidas. A mulher samaritana não sabia que falava ao Messias, e que a poucos passos dela estava a Fonte de Água Viva; mas sua ignorância não alterava a realidade dos fatos. As águas do Rio Amazonas entram oceano adentro com tanta força que ainda há água doce a grande distância da praia. Certo navio não tinha mais água potável a bordo, e os tripulantes, longe da terra firme, fizeram sinal a outro navio, pedindo água. Demoraram muito tempo para acreditarem na resposta: “Desçam os baldes no oceano, porque é de água doce”. Finalmente experimentaram fazer isto e descobriram que realmente estavam cercados por água doce. Nós também estamos cercados em todos os lados por Deus, sustentados por Ele e vivendo nEle, e tantas vezes não tomamos conhecimento deste fato, deixando de lançar nossos baldes para recebermos a plenitude da sua graça. O Senhor Jesus abriu os olhos da mulher samaritana para que ela enxergasse a fonte das águas vivas, e fará o mesmo por nós. No cansaço, Ele nos mostrará uma fonte de refrigério; na tristeza, uma fonte de consolação; na enfermidade, uma fonte de cura; no desencorajamento, uma fonte de esperança (cf. Gn 21.16- 19; Ex 17.1-6; Nm 20.9-11; Is 43.19). 2. Sede da alma. “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede”. Se nos colocássemos de vigia numa esquina, examinando o rosto de cada um dos inúmeros transeuntes, veríamos escrito nos semblantes da maioria desassossego, descontentamento insatisfação. A maioria das pessoas segundo parece, sofre a dor das ânsias não satisfeitas. Procurando a satisfação que seus corações tantoreclamam, uns vão ao cinema, outros procuram as drogas, outros procuram se esquecer dos problemas mediante vários tipos de atividades febris. Se realmente soubessem ler seu próprio coração, diriam, juntamente com o salmista: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42.2). O Espírito Santo é a Água Viva que satisfaz a alma, e Jesus Cristo veio a este mundo para nos levar “para as fontes das águas da vida” (Ap 7.17). 3. O Espírito que habita em nós. Spurgeon escreveu: “O poder do Espírito Santo que habita em nós é superior a todos os reveses, como um rio que não pode ser forçado a ficar debaixo da terra, por mais que procuremos represá-lo... Quando o Senhor dá de beber a nossas almas, das fontes que brotam da grande profundidade do seu próprio amor eterno, quando nos dá a bênção de possuirmos em nosso íntimo um princípio vital de graça, nosso ermo se regozija, e desabrocha em flores como a roseira, e o deserto ao nosso redor não pode murchar o nosso crescimento verdejante; nossa alma fica sendo um oásis, mesmo quando tudo ao nosso redor é secura infrutífera.

CIDADE DE SAMARIA

No grego, Samáreia. No hebraico, o nome significa «vigia». Era a capital do reino do norte, Israel, após a divisão em Israel e Judá. 1. Localização. A cidade de Samaria estava localizada em excelente local, no alto de uma colina, cerca de sessenta e cinco quilômetros ao norte de Jerusalém, e cerca de quarenta quilômetros das margens do mar Mediterrâneo. Durante a primavera, quando surgem as

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flores, o local fica realmente lindo. O rei de Israel podia ver ao longe o mar Mediterrâneo, contemplando a paisagem, das janelas de seu palácio, olhando na direção oeste. A vista dava para o fértil «vale da cevada», daí para a planície de Sarom e, então, para o mar. Samaria ficava localizada na principal estrada da Palestina, que acompanhava o espinhaço montanhoso norte-sul, quase diretamente a oeste da elevação montanhosa onde ficava a capital anterior, Tirza. Ficava cerca de dez quilômetros e meio a noroeste de Siquém, a primeira capital do reino. A cidade ficava sobre um platô oval, com cerca de 90 m de altura, isolada das colinas ao redor, excetuando pelo lado leste, onde havia uma ligação com o espinhaço norte-sul. Embora mais baixa que algumas das colinas em derredor, esse platô ficava fora de alcance das catapultas que ali fossem postas. Por essa razão, Samaria resistiu a diversos assédios dos sírios, tendo mesmo resistido a um cerco assírio durante três anos, antes de cair (II Rs 17:5). Isso reveste-se de interesse especial em face do fato de que a fonte da cidade ficava a um quilômetro e meio de distância, e os habitantes da cidade tiveram de depender de cisternas, durante o assédio. Quando Herodes, o Grande, reconstruiu Samaria, deu-lhe o novo nome de Sebaste, em honra a seu imperador, Augusto, pois Sebaste é o nome grego correspondente a Augusto. A atual vila árabe, na extremidade leste do local, até hoje exibe o nome herodiano, Segastiyeh. A população da cidade, nos dias do Antigo Testamento, pode ser apenas conjecturada; mas sabe-se que Sargão deportou nada menos de 27.290 de seus habitantes. A população máxima, nos dias do Novo Testamento, provavelmente não ultrapassava quarenta mil pessoas. A área do platô, naturalmente, determinava as dimensões da cidade, ou seja, cerca de vinte acres, ou 81.000 m(2). 2. História Israelita. A cidade de Samaria aparece por mais de cem vezes nas páginas do Antigo Testamento, embora só tenha sido construída cerca de cinquenta anos após a morte de Salomão. Foi fundada em 875 A.C., por Onri. «De Semer comprou ele o monte de Samaria, por dois talentos de prata, e o fortificou; à cidade que edificou sobre o monte chamou-lhe Samaria, nome oriundo deSemer, dono do monte» (I Rs 16:24). Mas Onri faleceu antes de completar a construção da cidade, que foi terminada por seu filho, Acabe. A nova capital era um melhoramento em relação à capital anterior, Tirza, em todos os aspectos. A arqueologia descobriu que o alto da colina vinha sendo ocupado desde a Primeira Idade do Bronze; mas, ao que parece, o terreno voltou a ser área cultivada, até que Onri o comprou. Os arqueólogos viram que a porção construída por Onri e seu filho fora bem projetada e muito bem construída, provavelmente por construtores fenícios, pois obras iguais têm sido descobertas em Tiro. Israel e a Fenícia eram aliados. A esposa de Acabe era Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios (I Rs 16:31). O palácio real, provavelmente, seguia o mesmo plano de um edifício de dois pisos, de onde Acazias, filho de Acabe, em uma queda de uma janela do segundo piso, foi fatalmente ferido (II Rs 1:2-17). A construção foi feita em redor de pátios abertos. Em um deles foi encontrado um reservatório raso de água, com cerca de 10,2 m por 5,2 m. Talvez nesse lugar tenha sido lavado o sangue do carro de guerra de Acabe (I Rs 22:38). A área total do palácio parece ter sido de cerca de 178 m por 89 m = 6.942 m(2).

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Esse palácio foi chamado de casa de marfim (I Rs 22:39; Am 3:15). Há várias interpretações acerca do sentido dessas palavras; a mais provável é aquela que diz que o nome se devia à mobília marchetada de marfim. Mais de quinhentas placas ou fragmentos de marfim têm sido encontrados nas imediações. Um dos pontos de interesse é que entre os objetos de adorno foram encontradas placas representando divindades egípcias. Também foram encontrados muitos selos de argila, com que os rolos de papiro eram fechados e oficializados, tornando-se documentos do governo. Esses selos foram encontrados juntos, em um só lugar, provavelmente onde eram manuseados os documentos oficiais. A área do palácio ficava na extremidade ocidental e mais alta da colina. O povo comum vivia na cidade baixa, isto é, no extremo oriental da cidade. A cidade era fortificada com uma muralha externa e outra interna. A muralha externa, do tipo casamata, tinha torres e bastiões, com cerca de 6 m de espessura. A muralha interior, com cerca de 1,5m de espessura, era feita de pedras sólidas, ao passo que a exterior tinha paredes externa e interna, recheadas de terra. A porta principal da cidade ficava na extremidade oriental da cidade, onde a colina estava ligada à massa rochosa. Essa pode ter sido a porta onde Acabe e Josafá se sentaram em seus tronos e ouviram os profetas predizerem o resultado da batalha contra os sírios, em Ramote-Gileade (II Cr 18:9). Talvez também tenha sido a porta onde os leprosos dialogavam sobre o tipo de morte preferível, quando a cidade era assediada por Bem-Hadade, e onde também o capitão do rei foi pisoteado e morto pela turba que foi saquear os alimentos deixados pelas tropas sírias, que haviam levantado o cerco (II Rs 7:1-20). O santuário de Baal, que Acabe erigiu em Samaria (I Rs 16:32,33), ainda não foi identificado pela arqueologia, mas menos de um terço do palácio real tem sido escavado, e apenas um pequeno segmento da cidade baixa tem sido explorado pelos arqueólogos. As múltiplas reedificações de Samaria dificultam as explorações arqueológicas, quanto aos principais edifícios encontrados, pertencentes à época posterior a Onri e Acabe. Samaria foi cercada por Ben-Hadade, da Síria; mas Israel fez um contra-ataque maciço e os sírios foram derrotados. Ben-Hadade estava embriagado por ocasião da batalha (I Rs 20:1-22). Acabe derrotou Ben-Hadade pela segunda vez, na primavera seguinte, e o rei sírio se entregou. Posteriormente, os sírios atacaram Israel por uma terceira vez, e Acabe foi mortalmente ferido em Ramote-Gileade, e morreu antes de conseguir voltar a Samaria. Seu carro ensanguentado foi lavado em um dos açudes de Samaria (I Rs 22:1-38). Acazias, filho de Acabe reinou somente por dois anos. Morreu de uma queda acidental de uma janela de segundo andar do palácio real de Samaria (II Rs 1:2-17). Jeorão, seu irmão, foi seu sucessor, e reinou por oito anos. Foi ferido em batalha, em Ramote-Gileade (II Rs 8:28), e conseguiu escapar com vida, somente para ser assassinado pouco depois por Jeú, um dos líderes militares daquela batalha (II Rs 9:24). Quando, em seguida, os oficiais da corte decapitaram todos os parentes masculinos de Acabe, por ordem de Jeú (II Rs 10:1-11), chegou ao fim a dinastia de Onri, famosa até mesmo nos anais assírios. Cerca de 842 A.C. A dinastia de Jeú prolongou-se por mais quatro gerações, envolvendo nomes como Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão (o mais importante dos reis de Samaria, que governou por

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quarenta e um anos; I Rs14:23), e Zacarias, até que este foi assassinado por Salum (II Rs 15:13). Isso concordou com certa predição da parte do Senhor a Jeú: «Teus filhos, até à quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel» (II Rs 15:12). Cerca de 762 A.C. Salum reinou somente por um mês (II Rs 15:13). Então, foi a vez de Menaem reinar em Samaria. Ele, seu filho, Pecaías, e seu neto, Peca, representaram uma dinastia que perdurou por trinta e dois anos, até cerca de 730 A.C. Peca foi assassinado por Oséias, que reinou por sete anos, até que Salmaneser, rei da Assíria, forçou-o a pagar tributo. O irmão de Salmaneser, Sargão II, levou avante o cerco de Samaria, iniciado por seu antecessor, e pôs fim ao reino de Israel, transportando 27.290 dos habitantes de Samaria para a Mesopotâmia, em 722 ou 721 A.C. As escavações demonstram que pelo menos uma parte da cidade foi incendiada pelos assírios, na ocasião. Mas isso foi o fim de Samaria. (Ver II Rs 18:9-12). Sargão II deixou registrado que reconstruiu Samaria, tornando-a maior do que fora no tempo dos monarcas israelitas. Samaria (ou a região ou a capital, não se sabe precisar), foi repovoada com refugiados vindos de outras regiões conquistadas pelos assírios (II Rs 17:24). Mais deportados vieram no tempo dos reinados de Esar-Hadom (Ed 4:2) e de Assurbanipal (Ed 4:9,10). A despeito disso, leais adoradores de Yahweh continuaram subindo de Samaria a Jerusalém, até mesmo após a conquista de Jerusalém e do seu templo, por Nabucodonosor, rei da Babilônia, em 598 A.C. (II Rs 24—25). Quando os babilônios se tornaram o poder dominante, após a hegemonia assíria, Samaria continuou sendo a capital da província de Samaria, que então passou a chamar-se Samerina. Na época da hegemonia persa, Samaria continuou sendo a capital da província de Samerina. Nos livros históricos do Antigo Testamento, a última menção a Samaria aparece em Ne 4:2, quando o horonitaSambalá, falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria, dizendo: «Que fazem estes fracos judeus?» (cerca de 445 A.C., nos dias de Artaxerxes Longimanus, rei da Pérsia). Muitos pensam que o adjetivo pátrio «horonita», aponta para Horonaim, em Moabe. 3. Período Intertestamentário. Na época de Alexandre, o Grande, a cidade de Samaria assumiu um novo caráter, tornando-se a cidade grega mais importante da Palestina central. Mas sua importância religiosa diminuiu, porquanto a construção de um templo em Siquém, no vizinho monte Gerizim, deu um novo impulso à religião samaritana. (Ver Samaritanos na ajuda 3 emebdareiabranca). Todavia, Samaria foi reforçada com muralhas e torres muito bem construídas. Mas as tropas de João Hircano capturaram a cidade, em 107 A.C., tendo conseguido fazer uma brecha nas suas muralhas, com cerca de 4 m de espessura. Os objetos encontrados nas casas pertencentes a esse período mostram que Samaria era uma típica cidade helenista, com boa prosperidade econômica e um nível cultural tão elevado como o de qualquer outra cidade judaica ou romana. A despeito de tropas auxiliares, enviadas pelos Selêucidas e Ptolomeus, os judeus derrotaram os samaritanos. A destruição de Samaria foi tão completa que a cidade simplesmente desapareceu, no dizer de Josefo. Porém, os arqueólogos têm notado que essa declaração é exagerada. Aquilo que restou da destruição continuou sendo ocupado, até que Pompeu conquistou a Palestina, adicionando Samaria ao império romano, em 63 A.C. Posteriormente, Samaria foi anexada à província da Síria.

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Foi o pro cônsul romano Gabinius (57-55 A.C.) quem ordenou a restauração de Samaria. As brechas nas muralhas foram reparadas, e novas ruas, que se cortavam em ângulos retos, foram traçadas. No entanto, de acorda com os antigos padrões, essas ruas eram muito estreitas, entre 2,5 m e 3 m de largura apenas. Herodes, o Grande, o mesmo que adornou o templo de Jerusalém, foi o grande construtor em Samaria, tendo-a rebatizado com o nome de Sebaste. Tal como Alexandre, o Grande, Herodes transferiu parte de seus veteranos militares para Samaria. Josefo (Anti. xv. 8,5) informa-nos também que essas tropas compunham-se de gálatas, trácios e germânicos. Isso posto, Samaria tornou-se uma cidade cosmopolita, com judeus, samaritanos, gregos, macedônios e romanos, além de mercenários estrangeiros. Herodes, o Grande, deixou Samaria como herança a seu filho, Arquelau. Todavia, este era um administrador tão ineficiente que os romanos o removeram do trono. E, então, Samaria foi posta sob a jurisdição do procurador romano sediado em Cesaréia. 4. Período Neotestamentário. A cidade herodiana foi justamente a Samaria aludida nas páginas do Novo Testamento. Ela não é mencionada por nome nos evangelhos. Os trechos de Lc 17:11; Jo 4:4-9falam em Samaria, mas a alusão é à província, e não à cidade. A primeira menção à «cidade de Samaria» fica em Atos 8:5: «Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo». Isso é reiterado no vs. 14 desse mesmo capítulo, quando ali chegaram Pedro e João. Quando os judeus se revoltaram contra Roma, Samaria foi uma das primeiras cidades a sofrer as consequências. Os judeus capturaram-na e saquearam-na em 66 D.C., durante os seus primeiros meses de revolta. Mas, parece que a cidade recuperou-se, pois há uma inscrição fragmentada de Vespasiano que dá essa impressão. Nem registros escritos e nem dados arqueológicos lançam grande luz sobre Samaria, nos dias finais do Novo Testamento. O período mais brilhante da cidade foi 180-230 D.C. Quase todas as ruínas romanas na cidade, visíveis hoje em dia, pertencem a esse período. Bibliografia J. M. Bentes

SAMARITANOS

Esse termo, geralmente, aplica-se a uma seita israelita cujos seguidores habitavam no território de Samaria, tendo no monte Gerizim o seu santuário central. Esboço:

1 História

2 Teologia

3 O Gnosticismo e os Manuscritos do Mar Morto

4 Obras Pós-Bíblicas

5 O Pentateuco Samaritano

6 Os Samaritanos Atuais

1. História. Os samaritanos eram israelitas que viviam no reino do norte, Israel, embora só haja uma menção a eles no Antigo Testamento, isto é, em II Rs 17:29. A

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palavra samaritano, quando é usada nas páginas do Novo Testamento, refere-se a uma seita israelita cujo santuário central ficava no monte Gerizim, nos tempos intertestamentários. Esses samaritanos são melhor conhecidos devido à menção que a eles se faz nos evangelhos. É impossível escrever uma história acurada dos samaritanos, visto que os registros históricos sobre eles são tão escassos, além de contraditórios. A história deles começa após a captura da cidade de Samaria pelos assírios, em 721 A.C., quando foram deportados 27.290 israelitas do norte. Essas cifras alicerçam-se sobre o registro da Sargão II sobre a conquista. As tradições atuais dos samaritanos (não autenticadas pelos documentos dos tempos bíblicos) retrocedem até Adão. O principal rompimento histórico com a tradição israelita ocorreu na época dessa conquista assíria da Palestina. Os samaritanos creem que Josué erigiu um santuário no monte Gerizim, centro de toda a antiga adoração israelita. Mas eles datam o rompimento religioso com os judeus na época de Eli, a quem eles acusam de haver erigido um santuário rival em Silo. Por breve período, teria havido um duplo santuário, em dois locais diferentes. Os filisteus não demoraram a destruir o santuário de Silo, e Saul teria perseguido as tribos descendentes de José, privando-as de seu santuário no monte Gerizim. Às tradições deles afirmam que, por algum tempo, eles fugiram para Basã. Os samaritanos pouco registram sobre o declínio da cidade de Samaria, dando a entender que foi mais uma perda política do que religiosa. Siquém, e não Samaria, teria sido e continuaria sempre a ser a cidade santa dos samaritanos. Eles modificaram a narrativa da praga dos leões (II Rs 17:24-33), adicionando que o rei assírio também lhes permitiu reinaugurar a adoração deles no monte Gerizim. De acordo com as fontes Informativas judaicas, os samaritanos descenderiam de colonos que os assírios implantaram no reino do norte, que se amalgamaram com os israelitas que os assírios haviam deixado na terra. Porém, se houve miscigenação, então os filhos tornaram-se puros israelitas, pois a teologia samaritana não demonstra sinal de influência pagã. Outrossim, pouco após a conquista de Samaria pelos assírios, homens das tribos de Manassés, Zebulom e Aser vieram à grande páscoa de Jerusalém na época do rei Ezequias (II Cr 30:10,11). A cidade de Samaria ficava localizada no território da tribo de Manassés. Nos dias do rei Josias, Manassés e Efraim contribuíram para os reparos do templo de Jerusalém (II Cr 34:9). Essas duas tribos tornaram-se o âmago da população samaritana posterior. Tanto Jeremias quanto Ezequiel trataram as tribos do norte como porções integrantes de Israel. Ezequiel afirma mesmo que eles misturar-se-ão com Judá como um povo restaurado e compactuado com o Senhor. Quando Zorobabel estava edificando o novo templo, os descendentes de estrangeiros, trazidos por Esar-Hadom, ofereceram-se como cooperadores, afirmando-se autênticos adoradores de Yahweh (Ed 4:2). mas foram repelidos. Em seguida, muitos estrangeiros chegaram a protestar diante de Artaxerxes contra os judeus; mas nada é dito acerca dos samaritanos, porquanto não estiveram envolvidos no episódio. A objeção foi levantada por estrangeiros. Quando Neemias chegou a Jerusalém, como representante especial da coroa persa, sofreu a oposição de Sambalate, governador da subprovíncia persa de Samaria (Ne 2:10—6:14;

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13:28). Quando Jerusalém foi capturada por Nabucodonosor, ele parece tê-la adicionado à província de Samaria. Sambalate reconheceu que Neemias estava criando uma nova unidade política, em redor da cidade de Jerusalém, e que esse território seria tirado de sob as ordens de Sambalate. Tanto Sambalate quanto seu aliado, Tobias, eram adoradores de Yahweh. Isso posto, todo o episódio envolve muito mais uma luta política do que um conflito religioso. No entanto, tudo pode haver resultado em um cisma religioso, se seguirmos o raciocínio dos historiadores, que dizem que o cisma samaritano teve origem nessa inimizade. A divisão real entre os descendentes dos grupos religiosos que haviam constituído os reinos de Israel e de Judá ocorreu quando os «samaritanos» edificaram seu próprio templo, no monte Gerizim. Não se sabe a data exata desse acontecimento. Josefo (Anti. xi. 8,1-4) narra a construção desse templo, mas a narrativa é tão confusa que diferentes eruditos, com base nas evidências, têm datado a construção desse templo em qualquer época desde Neemias até Alexandre, o Grande. Esse templo foi destruído por João Hircano, em 128 A.C. Alguns estudiosos pensam que suas ruínas acham-se por baixo do templo que o imperador Adriano mandou construir, no monte Gerizim. Durante o período intertestamentário, os samaritanos eram, geralmente, rejeitados pelos judeus. O livro apócrifo de Eclesiástico (50:25,26), refere-se aos samaritanos como «não nação» e como «o povo insensato que vive em Siquém». O Testamento de Levi, outra obra não canônica, também chama Siquém de «cidade de insensatos». Esse desprezo mostra-se relevante no texto de João 8:48, pois os judeus chamaram Jesus de samaritano. Os samaritanos são mencionados nos evangelhos em conexão com o ministério de Jesus. Ele passou por Samaria e ministrou à mulher samaritana, à beira do poço de Sicar. E ficou em Sicar por dois dias (Jo 4:1-42). Sua entrevista com a mulher samaritana fez vir à tona a antipatia entre judeus e samaritanos, devido à disputa acerca do local exato para a adoração a Deus. Por que Cristo teria ministrado aos samaritanos, se viera somente «Às ovelhas perdidas da casa de Israel»? (ver Mt 15:24). Não seria pelo motivo de que reconhecia que os samaritanos faziam parte do povo de Israel, posto que miscigenado com certos estrangeiros do Oriente?

Apesar de Lucas indicar que Jesus foi rejeitado em uma aldeia de samaritanos (Lc 9:52,53), o terceiro, evangelho mostra que havia boas qualidades neles. — Foi um leproso samaritano que voltou para agradecer a Cristo por sua purificação (Lc 17:11-19), e uma das parábolas mais conhecidas do Senhor Jesus imortalizou o «bom samaritano» (Lc 10:29-37). Apesar de Jesus haver instruído seus discípulos, em certa ocasião para evitarem os gentios e os samaritanos (Mt 10:5-7), por ocasião de sua ascensão, na Grande Comissão, Jesus ordenou que sua Igreja iniciasse a pregação em Jerusalém e na Judéia, então em Samaria e, em seguida, no mundo inteiro (At 1:8). Isso significa que Samaria era por ele considerada uma unidade especial. E o trecho de Atos 8:1-25 registra essa fase da missão cristã, entre os samaritanos. Certo escritor moderno disse: «Sumariando o testemunho do Novo Testamento: os samaritanos parecem ser israelitas, embora sua religião se encontrasse em estado de ignorância, e cujas instituições eram irregulares». No entanto, os samaritanos só foram realmente excluídos pelos judeus em 300 D.C.

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Embora os samaritanos tenham sido perseguidos pelos imperadores romanos posteriores, sofreram mais ainda sob os cristãos. O imperador Constantino concedeu-lhes liberdade religiosa, mas não demorou muito a perseguição cristã começar contra eles. Tornou-se tão intensa que eles, finalmente, revoltaram-se, em 484 D.C., tendo massacrado os cristãos que viviam nas proximidades e tendo até mesmo atacado Cesaréia. A grande revolta final dos samaritanos, que se ampliou desde Citópolis até Cesaréia, ocorreu em 529 D.C. O imperador Justiniano decretou a ilegalidade da seita samaritana e destruiu suas sinagogas, que não mais foram reconstruídas. Em autodefesa, muitos samaritanos tornaram-se cristãos, pelo menos nominalmente. Posteriormente, o edito do imperador foi afrouxado, mas desde então o infortúnio dos samaritanos tem sido grande. Não obstante, dentre as muitas religiões praticadas na época do império romano, a religião dos samaritanos é uma das poucas que sobrevivem até os nossos próprios dias. 2. Teologia. O que se sabe acerca disso baseia-se principalmente sobre a obra de seus teólogos, que escreveram no século IV D.C., durante o reavivamento encabeçado por Baba Rabba. Os registros rabínicos dos judeus, de modo geral, não se mostram anti-samaritanos. Os judeus só excluíram os samaritanos no ano 300 D.C. No século II D.C., alguns rabinos chegaram a elogiar abertamente os samaritanos. Os samaritanos podem ser comparados aos saduceus. Os dois negavam a ressurreição do corpo e ambos objetavam à ênfase dada pelos fariseus às tradições dos anciãos. A principal acusação dos judeus aos samaritanos prende-se à insistência destes últimos de que o monte Gerizim é o verdadeiro lugar de adoração, e não Jerusalém. Oxalá judeus e samaritanos tivessem dado ouvidos a Jesus! «Mulher, podes crer-me, que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai... vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores» (Jo 4:21,23). Não obstante, Jesus ajuntou: «...nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus» (Jo 4:22; cf. «...pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes», em Hb 7:14). Até onde é possível respigar dos escassos informes a respeito, parece que a teologia dos samaritanos assemelhava-se muito à dos judeus, segundo se vê nos seguintes pontos: 1. Ambos os grupos consideravam-se autênticos adoradores de Yahweh. 2. Ambos davam ênfase suprema ao Pentateuco. Os samaritanos rejeitavam o restante do cânon judaico; mas, ao que se sabe, os judeus nunca condenaram especificamente os samaritanos por causa dessa heresia. Talvez os outros livros do Antigo Testamento tenham sido rejeitados pelos samaritanos por enfatizarem a importância de Jerusalém como o centro da adoração. Mas os samaritanos, tanto quanto os judeus, aguardam pelo Messias, conforme se vê na referência a ele, feita pela mulher samaritana (Jo 4:25). 3. Os samaritanos insistem que o monte Gerizim é o único verdadeiro santuário central de todo Israel. O texto de Dt 27:4, no Pentateuco Samaritano, foi alterado para dizer monte Gerizim, e não monte Ebal, conforme se vê no texto massorético. Outros trechos do livro de Gênesis que destacam Jerusalém como o lugar onde Abraão ofereceu Isaque, ou o episódio acerca de Melquisedeque, não constituem problemas para os samaritanos. Tais interpretações samaritanas talvez datem depois do início da era cristã. Os samaritanos também adicionaram um décimo primeiro mandamento, aos Dez Mandamentos de Êxodo e de Deuteronômio, requerendo a ereção de um altar no monte Gerizim e a celebração de holocaustos nesse monte. 4. Os samaritanos dos dias do Antigo Testamento, provavelmente, defendiam os mesmos pontos de vista acerca de Moisés que aqueles defendidos pelos judeus; mas, quando os

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samaritanos desenvolveram sua teologia separada, após o ano de 400 D.C., eles exaltaram demasiadamente a Moisés, conferindo-lhe títulos que os cristãos reservam unicamente a Cristo. 5. Tal como os judeus, os samaritanos esperam o juízo final, quando o Messias haverá de recompensar ou punir. Tanto os judeus quanto os samaritanos enfatizam a necessidade da circuncisão, o sábado e a lei a respeito do sangue. Isso posto, Jesus não estranhou ao ficar por dois dias entre os samaritanos, comendo dos alimentos deles e bebendo água do poço de Jacó (Jo 4:1-42). 3. O Gnosticismo e os Manuscritos do Mar Morto. O gnosticismo desempenha um papel importante na teologia dos samaritanos. Alguns eruditos atribuem isso à poderosa influência exercida por Simão, o Mago, em Samaria (At 8:9-24), nos dias iniciais dessa heresia. Também há importantes ligações entre os samaritanos e os essênios, no campo das ideias escatológicas, o que é comprovado por alguns dos manuscritos do mar Morto. 4. Obras Pós-Bíblicas. Para a religião samaritana, o século IV D.C. é o período mais importante, porquanto então foi escrita a obra básica sobre a religião samaritana e sobre seus costumes sociais, soba direção de Baba Rabba. O Targum samaritano sobre o Pentateuco foi escrito no século V ou VI D.C. 5. O Pentateuco Samaritano. Os eruditos vinham debatendo o valor do texto do Pentateuco Samaritano quanto ao estudo crítico do Antigo Testamento. E os manuscritos de Qumran têm dado solução ao problema, em nossos dias. As variantes no texto, a forma da escrita e a ortografia datam de não antes do começo da segunda geração dos Macabeus. Por um lado, assemelha-se muito ao textoprotomassorético, mas há grande número de textos que concorda com a LXX. Mas também há muitas variantes inferiores, com expansões, transposições, inserções de textos paralelos, etc. Finalmente, chegou-se à conclusão de que o uso do Pentateuco Samaritano em pouco ajuda na recuperação da forma mais primitiva do texto hebraico do Antigo Testamento. Os textos que melhor se prestam para estudos comparativos são os de Êxodo e de Números. 6. Os Samaritanos Atuais. Um pequeno grupo de samaritanos continua residindo em Nablus e em Jafa, que, atualmente, é um subúrbio de Tel-Aviv. Em 1972, havia cerca de 230 deles em Holon, perto de Tel-Aviv, onde uma sinagoga foi construída para eles; e mais 250 em Nablus (Siquém), onde vive o sumo sacerdote samaritano. O monte Gerizim continua sendo sua montanha sagrada, e eles observam serviços pascais no local tradicional de sacrifícios. Porém, o Dia da Expiação é o seu dia santo por excelência, a cada ano, tal como no caso dos judeus. O sábado é rigidamente observado. Eles formam uma comunidade distintamente religiosa. Seu sumo sacerdote também atua como oficial representante no relacionamento com qualquer governo palestino que esteja no mando da nação de Israel. Bibliografia J. M. Bentes

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O CULTO E A ADORAÇÃO QUE DEUS ALMEJA

Introdução

Não é raro ouvir que a joia que falta na coroa do Cristianismo evangélico dos nossos dias é adoração. Sem dúvida, nós os crentes, passamos horas sentados nos bancos das casas de oração, mas, estaríamos por isso, cultuando? Poucos têm parado para perguntar "Qual seria o objetivo principal das reuniões na igreja? Adorar ou evangelizar e aprender? Creio que muitos pensam que tudo o que acontece nos cultos é ato de cultuar, de modo que não há necessidade de nos preocuparmos a respeito da adoração. Uma criança, ao ver um grande anúncio à entrada de uma cidade, convidando as pessoas a cultuarem na igreja de sua escolha, perguntou ao seu pai: "O que significa cultuar?" O pai respondeu-lhe:"Significa ir à igreja e escutar o sermão do pregado'. Provavelmente a maioria dos membros das nossas igrejas responderia de modo semelhante. Jesus disse que Deus procura "verdadeiros adoradores que adoram o Pai em espírito e em verdade" (Jo 4.23). Quem são os verdadeiros adoradores? Paulo afirmou que a verdadeira adoração é aquela que se oferece a Deus pelo Espírito, não confiando na carne mas gloriando-se em Cristo Jesus (Fp 3.3). Tanto as palavras de Jesus como as de Paulo, contrastam a verdadeira adoração com o culto judaico ou samaritano, envolvendo sacrifícios e ritos religiosos tradicionais. Em certa ocasião os fariseus e escribas acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem a tradição dos anciãos. Jesus então respondeu-lhes citando Isaías 29.13, que menciona que os judeus religiosos ofereciam ao Senhor culto que não O agradava! "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mc 7.6,7). Percebe-se então que adorar a Deus requer que, aquele que se aproxima do Senhor para adorá-lo, guarde-se de uma vida pecaminosa, indiferente aos Seus mandamentos, porquanto sua adoração será sem sentido; será uma falsa adoração, mesmo que os atos sejam perfeitos. Se Deus quer verdadeiros adoradores, Ele só Se alegrará com aqueles que correspondem às Suas exigências. Ele rejeita a liturgia dos "anciãos" ou a da denominação à qual pertencemos se esta não for bíblica. De modo semelhante aos romanos, se o ventre for o nosso Deus (Fp 3.19), o culto que oferecermos será abominação e insulto a Deus, três vezes Santo (Is 6.3). Além disso, devemos lembrar sempre que o contato real e permanente com Deus não deixa de ter seus reflexos na vida daquele que cultua. Em nosso mundo evangélico, repleto de reuniões, estudos bíblicos, bons livros, música sacra, mensagens, conferências, retiros, deveria se esperar que os cristãos refletissem o efeito destas atividades em vidas caracterizadas pela santidade. Mas, talvez, ao olharmos para nós mesmos, admitiremos o que G. Verwer, diretor-fundador da Operação Mobilização, chamou de "esquizofrenia espiritual". Dividimos nossas vidas em dois compartimentos. Um, envolvendo nossas atividades religiosas, exemplificadas pelo nosso cantar, orar, falar e testemunhar outro, envolvendo todas as atividades não religiosas: nossa conversa, sociabilidade, tempo de trabalho e lazer, sentados à mesa, ou atentos aos programas de televisão. Uma dicotomia notável caracteriza a vida daqueles que reivindicam comunhão com Deus, afirmando ser residência do Seu Espírito.

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Quando nos comparamos aos cristãos em geral, é fácil concluir que a nossa saúde espiritual está em ótimo estado. Mas os judeus religiosos, contemporâneos de Jesus, também atribuíram a simesmos alto nível de espiritualidade. Foi o Filho de Deus que estourou o balão de pretensões, espiritualmente oco, dos escribas e fariseus. Quando ocorre a espiritualidade genuína e agradável a Deus, é arrancada a máscara da hipocrisia. A adoração em espírito e em verdade exige o temor de Deus, o qual deve se fazer acompanhar de religiosidade externa. "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Co 7.1). "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (Sl 111.10). Sabedoria e santidade de vida unem-se na carta de Tiago, onde se afirma que essa sabedoria tem sua origem no "alto", isto é, na pessoa de Deus. Por isso, ela é "pura... plena... de bons frutos... sem fingimento" (Tg 3.17). Dr. Samuel Kamaleson, conferencista indiano de renome, vice-presidente da Visão Mundial, suscita estranheza nas mentes dos pastores, que assistem aos, congressos, onde ele inicia cada conferência tirando os sapatos. Na Índia, tal ato significa respeito na presença da Santidade divina. No Brasil, significaria evitar algum desconforto criado pelos sapatos e ter a "santa" liberdade de não se preocupar com o que o auditório pensa' Somente Deus e o adorador realmente conhecem o pensamento interior que motiva tais atos religiosos. Se um culto realizado não tem o objetivo fundamental de tornar Deus real e pessoal, é costume incluir-se "feno e palha" que não edificam os participantes e nem exaltam ao Senhor. A maneira como uma igreja adora reflete a teologia da comunidade. Os teólogos de Westminster que compuseram a famosa confissão e catecismo no Século XVII criam que o principal alvo do homem era glorificar a Deus e alegrar-se nEle eternamente. Para essa finalidade fomos criados. Para isso Jesus morreu e ressuscitou. À medida que o culto concentra-se no homem, em vez de Deus, suscita-se a noção falsa de que Deus é um simples espectador que acompanha nossa atividade, como um avô que se diverte com as brincadeiras de seus netos. Mas a verdade é bem outra. Deus é perfeito em santidade (Mt 5.48), Criador e Juiz do universo (Tg 4.12). Devemos-Lhe tudo o que exalta a Sua dignidade. No céu, onde o pecado não existe e a influência da rebelião do homem não se aproxima, os seres viventes dão incessante "glória, honra e ações de graças" (Ap 4.9). Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante dAquele que se encontra assentado no trono. Adorarão ao que vive... proclamando: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder..." (Ap 4.11). Se nossa adoração não incentiva os membros da comunidade cristã a reconhecerem a dignidade de Deus e do Cordeiro (Ap 5.9,12), ela falha em principio. Jesus Cristo é digno de receber o "poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória e louvor" (v.12). Expressões de Adoração

Definir um termo como "cultuar" ou "adorar" não deixa de ser um desafio a todos que se preocupam com uma verdadeira adoração. Por um lado, num sentido mais restrito, significa uma atribuição de honra e glória a quem ou ao que o adorador considera de valor

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supremo. Seria veneração ou devoção expressa a Deus em público ou pessoalmente. Por outro lado, pensa-se, popularmente, que adoração requer uma expressão visível, a prática de ritos religiosos que identificam a sua forma Vejamos algumas formas variadas. 1. O culto carismático caracteriza-se por manifestações emocionais, sonoras, visíveis, mostrando a atitude dos adoradores em relação a Deus. A forma do culto se distingue pelo levantamento dos braços, exuberantes gritos de "aleluia", movimentos corporais e "cânticos espirituais", manifestando entusiasmo na maneira de glorificar a Deus. A comunicação cognitiva tem menos importância em comparação com a livre participação daqueles que cultuam. 2. O culto didático e pedagógico concentra a atenção dos participantes na centralidade da Palavra de Deus. Pela pregação, ensino e exortação, espera-se que os assistentes ouçam a voz de Deus pelo recado recebido e sejam convencidos de que devem oferecer a Deus, como Senhor, tudo que Ele exige e merece. As igrejas batistas e presbiterianas exemplificam principalmente a adoração didática

3. O culto eucarístico valoriza o culto por meio da Ceia do Senhor. A Eucaristia representa o cerne da aproximação entre Deus e o cultuante. Por meio da participação nesse "sacramento" memorial, a mística do material unido ao espiritual toma a sua forma concreta para quem celebra a dramatização da morte sacrificial de Jesus Cristo. Espera-se a criação dum espírito de gratidão e devoção nos participantes. As igrejas luteranas, anglicanas, e católicas apresentam um só quadro na importância que atribuem ao culto eucarístico. 4. O culto kerugmático (vem do vocábulo grego kerugma, que significa "proclamação") focaliza a atenção sobre a evangelização dos não-convertidos. As diversas partes do culto são escolhidas e preparadas para levar os espiritualmente perdidos a se entregarem a Jesus Cristo. Cultos evangelísticos são valorizados pelos evangélicos que concebem como a principal responsabilidade da igreja cumprir a missão que Jesus deu aos Seus discípulos (Mt 28.19), uma missão que deve ser levada a efeito dentro e fora do recinto de culto. 5. Outros cristãos modernos concentram a sua comunhão uns com os outros. Torna-se popular a descrição deste culto como "corpo vivo" (body-life), porque procura-se a participação mútua de todos. A. Neely, professor de missões no Seminário de Wake Forest, E.U.A., sugere o termo koinoniático (do grego koinonia, "comunhão", "participação") para indicar essa qualidade central no culto. Como o corpo humano necessita dar e receber a contribuição de suas diversas partes constituintes, assim muitas igrejas estão recuperando a ênfase primitiva apresentada no Novo Testamento sobre a mutualidade (ex. At 2.42). 6. O culto diakonal. Segundo este conceito, Deus é visto somente no irmão necessitado, sem nos preocuparmos se ele é realmente membro da família do Senhor. Baseia-se nas palavras de Jesus: "...vinde, benditos do meu Pai!... Porque tive fome e me destes de comer... Então perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." (Mt 25.24-40). Assim, boas obras, caridade, atos de compaixão em favor dos que sofrem e dos oprimidos, passam a ser expressão de culto ao Senhor. Outros, que

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seguem uma linha mais radical, como os adeptos da Teologia da Libertação", vão mais longe. Apóiam movimentos anti-imperialistas e identificam as estruturas direitistas como inimigas. Cultuar, para eles, pode até envolver a luta política contra a injustiça de uma sociedade denominada "reacionária" e "decadente". Todos estes modelos característicos de culto, formados por séculos de tradição, ou então por modernas reações contra um formalismo herdado do passado ou importado de terras alheias, têm um fator comum. Expressões de adoração como as aqui mencionadas caracterizam as formas de cultuar, e não medem a realidade ou grau de espiritualidade do adorador. Qualquer que seja a expressão do culto ou rito como veículo de adoração, a sua forma é externa, mas a atitude do coração é interna, muitas vezes oculta da própria percepção do adorador. Deus preocupa-se mais com o coração do que com a forma, ainda que as Escrituras não admitam uma dicotomia entre corpo e espírito. É o próprio Deus quem toma a iniciativa na busca de verdadeiros adoradores. Ele deu Seu Filho para revelá-LO (Jo 1.18), para sacrificar-se em oferta expiatória, assim rasgando o véu que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (Mt 27.51; Mc 15.38 e Lc 23.45). Jesus deixou o caminho livre para os pecadores se aproximarem do Pai santíssimo (Jo 14.6). Deus cumpriu a promessa proclamada pelos profetas, de derramar Seu Espírito sobre Seus filhos (Ez 36.27). Somente por meio do Espírito é possível oferecer culto verdadeiro a Deus (Jo 4.24; Fp 3.3). Este fator central da adoração é invisível. A forma correta de adorar não garante que estejamos adorando "pelo Espírito" (o termo pneumati [Fp 3.3], em grego, está no dativo instrumental, "por meio do Espírito"). Assim, Deus tem de revelar-se no Filho, perdoar os pecados que nos separam dEle e dar-nos o Espírito para que pela Sua assistência possamos responder-Lhe. Deus se aproxima de nós no Filho, e nós nos aproximamos dEle no Espírito. Nenhuma dessas realidades pode ser demonstrada por uma expressão externa de culto. Atos religiosos, tais como falar "as línguas dos homens e dos anjos", ou "distribuir todos os bens entre os pobres", ou ainda entregar "o próprio corpo para ser queimado" (1 Co 13.1-3), não expressam necessariamente um amor real. O mesmo acontece com a adoração; os atos externos mais notáveis podem facilmente enganar. Desde seu começo, o culto cristão tem sido ameaçado por dois perigos: 1) Um formalismo que sacramenta o modo de adorar a Deus, enquanto anula o poder de um contato vital com Deus (cf. 2 Tm 3.5) e 2) Uma espontaneidade que encoraja desprendimento e liberdade, desprezando toda e qualquer forma, mas que cria confusão e desordem. Ambas as formas de culto são condenadas pela falta de amor. O formalismo busca o amor pelo Pai celeste enquanto o informalismo desordeiro desvaloriza os filhos da Sua "família". A igreja de Éfeso, possivelmente, ilustra o primeiro perigo, tendo abandonado seu primeiro amor (Ap 2.2-5). Preocupava-se com a forma e em manter boas aparências, mas esquecia-se do principal - o amor. Pode-se verificar o segundo perigo na vida espiritual da igreja de Corinto. A liberdade teve ascendência, reinando com supremacia, enquanto a verdadeira adoração sofreu um eclipse por causa das divisões. A desordem caracterizou a Ceia do Senhor. Nas reuniões da igreja, um irmão qualquer tomava a palavra sem se dar conta de que outros profetas também tinham mensagens para comunicar (1 Co 14.29-30). Paulo abre nossos olhos para o fator sociocultural. Quando a igreja trata um irmão escravo como o mundo romano o tratava, Deus rejeita terminantemente o culto dessa comunidade, por ser falso. O apóstolo declara: "Nisto... não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para

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melhor e sim, para pior" (1 Co 11.17). O relacionamento entre os irmãos da família de Deus interfere, inevitavelmente, no relacionamento com Deus. Quanto a isto, Jesus ensinou: "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e então, voltando, faze a tua oferta" (Mt 5.23,24). As atitudes que os membros da igreja acalentam uns pelos outros, não podem ser detectadas naqueles que querem guardá-las em sigilo, porém, a Deus não se engana (Gl 6.7). Mesmo que seja oferecida a Deus uma oferta sacrificial, ela não será aceita. Ele não se impressiona com a aparência externa, pelo contrário, olha para o coração do ofertante. A Significância da Forma Contextualizada

A forma do culto deve ser o veículo mais adequado para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. Admite-se que, segundo a cultura e natureza das pessoas, o discernimento individual subjetivo e algumas expressões recomendáveis para uma igreja ou indivíduo serão prejudiciais a outros. Não se trata de modos certos ou errados em si mesmos, mas que todos busquem descobrir como agradar ao Pai Eterno e ainda ouvir a Sua voz com espírito atencioso. Tanto igrejas locais como denominações inteiras variam muito nas suas maneiras de oferecer culto a Deus. Algumas aprimoram-se na solenidade. O silêncio parece ser essencial na adoração. A maneira de vestir, a decoração do templo, a música tocada ou cantada e a linguagem da mensagem, tudo comunica uma verdade: Deus é sério, distante e majestoso. "Deus está no seu santo templo. Cale-se diante dele toda a terra", é o texto que prevalece. Outros grupos eclesiásticos não impõem reverência, nem exigem silêncio. Deus não suscita temor neles, nem parece desejar que se mantenha distância. Bebês choram, crianças se levantam para esticar os braços e correr; os jovens conversam, a música tem ritmo acelerado, assemelhando-se à música profana. Também, batem palmas, falam em voz alta e o auditório reage a qualquer afirmação com um forte "amém" ou "aleluia". Num culto na Guatemala realizado há 28 anos atrás, num povoado de índios Chuj, lembro a reação de um membro da congregação ao descobrir que um porco aproximava-se do púlpito. Aquele irmão levantou-se sem qualquer cerimônia, deu um pontapé na barriga do animal, que imediatamente soltou gritos característicos, enquanto abandonou depressa o local. O culto continuou normalmente sem qualquer outro escândalo. Entre estes dois "estilos" de cultuar a Deus, que refletem mais a cultura do que a sinceridade, haveria um certo e outro errado? Creio que não. Uma maneira solene de adorar pinta um quadro de Deus baseado no contexto de reis e cortes, onde os súditos aproximam-se do "chefão" com temor e terror. Contudo, isto não passa de hipocrisia, se os adoradores não conhecem a Deus e não têm uma ideia realista da Sua santidade, amor e poder. Também, um culto que atrai pelo espírito descontraído, quase leviano, representa sutilmente uma cena de piquenique e brincadeiras. Divertimento não deve ser confundido com adoração, a não ser que Deus seja o personagem central, dominante e transformador. A maneira de adorar deve coadunar-se ao máximo com a verdade revelada sobre a pessoa de Deus. Há, no entanto, fortes tendências de comunicar a realidade de sua paternidade,

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eliminando, porém, a verdade importantíssima de Sua realeza. Igrejas que deixam de reconhecer que Deus é juiz enquanto os homens são réus, sofrerão prejuízo eterno (Tg 4.12). Nas próximas páginas convidamos o prezado leitor a pensar sobre a realidade da adoração. O ideal será juntar perfeitamente a forma com a devida expressão interna do coração. Com este intuito, queremos dirigir nosso pensamento em direção às Escrituras. A Velha Aliança, apresentada ao Povo Eleito pela mediação de Moisés, frisou o temor de Deus (cf. Hb 12,18-21). A Nova Aliança não anula o princípio de reverência (cf. 2 Co 7.1; 1 Pe 1.17). Aliás, o livro de Hebreus coloca em relevo o perigo de negligenciar a salvação oferecida por Jesus Cristo, que implica em julgamento ainda mais estarrecedor (2.2,3). Mesmo assim, creio que a ênfase maior recai sobre o amor (2 Co 5.14). O Que Significa Adorar?

Adorar e cultuar, juntamente com palavras como fé e amor, pertencentes aos mais profundos níveis da verdade cristã, não se enquadram facilmente dentro de definições nítidas. Mais susceptível à descrição e experiência do que às limitações de uma definição verbal, qualquer tentativa de definir adoração será falha. Assim fala um sábio desejoso de expressar com palavras o que seria realmente a adoração: "O transbordar de um coração grato, impulsionado pelo sentimento do favor divino". No contexto em que Jesus instrui a mulher de Samaria, acerca da verdadeira adoração, Ele declara que a água que Ele daria ao sedento, "seria nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14). A fonte se abre no novo nascimento (Jo 3.5), jorra em adoração (4.14) e flui em rios de água viva em serviço obediente (7.37,39). O salmista aproximou-se do cerne da adoração genuína quando disse: 'Tu és o meu Senhor, outro bem não possuo, senão a ti somente" (16.2). Adoração, tal como a palavra inglesa, "worship" (worthship, "valor reconhecido") exprime a riqueza que Deus representa para o adorador. Quem se assenta num banco da igreja aparenta ser adorador, mas, muitas vezes não o é. Quantas refeições suculentas têm sido planejadas na hora solene do culto, ao contrário do que ocorreu com Maria, sentada "aos pés de Cristo" (Lc 10.39). Quantos negócios têm sido planejados, rascunhados e contratos fechados nas mentes daqueles que lotam os bancos da casa de Deus! Contudo, um ato de adoração reconhece a preciosidade de um encontro vital com Deus e tem para quem busca ao Senhor a vantagem incomparável de conquistar a pérola de grande valor (Mt 13.45). Fundamentalmente, adoração pode ser definida como "a resposta de celebração a tudo que Deus tem feito, está fazendo e promete fazer". Para o verdadeiro adorador, a pessoa de Deus é tão preciosa quanto um copo de água fresca, puríssima, num dia de calor. "O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice" (Sl 16.5). Adorar implica em peneirar nossos valores. Comunhão com Deus é ou não nosso alvo? Ele, ou nossos interesses, oferecem a maior atração? Cultuar, portanto, é pôr em ordem bíblica as nossas prioridades. Procuramos conhecer a Deus, e vamos conhecendo-O cada vez melhor, de modo a exaltá-Lo: "Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no Senhor a minha alma Engrandecei ao Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome" (Sl 34.1-3). Bibliografia R. P. Shedd

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Lição 08

Texto Áureo

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4:23 RC) “Mas a hora vem e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23 TB) “Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem.” (João 4:23 NTLH) “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23 RA) “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4:23 DO) Texto de Referência

RC

“20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:20-24 RC) NTLH

“20 Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo. 21 Jesus disse: —Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém. 22 Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. 24 Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.” (João 4:20-24 NTLH) GREGO

20 οι πατερες ηµων εν τουτω τω ορει προσεκυνησαν και υµεις λεγετε οτι εν ιεροσολυµοις εστιν ο τοπος οπου δει προσκυνειν

21 λεγει αυτη ο ιησους γυναι πιστευσον µοι οτι ερχεται ωρα οτε ουτε εν τω ορει τουτω ουτε εν ιεροσολυµοις προσκυνησετε τω πατρι

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22 υµεις προσκυνειτε ο ουκ οιδατε ηµεις προσκυνουµεν ο οιδαµεν οτι η σωτηρια εκ των ιουδαιων εστιν

23 αλλ ερχεται ωρα και νυν εστιν οτε οι αληθινοι προσκυνηται προσκυνησουσιν τω πατρι εν πνευµατι και αληθεια και γαρ ο πατηρ τοιουτους ζητει τους προσκυνουντας αυτον

24 πνευµα ο θεος και τους προσκυνουντας αυτον εν πνευµατι και αληθεια δει προσκυνειν Novo Testamento Grego: Textus Receptus (1550/1894). Sociedade Bíblica do Brasil, 1550; 2007, S. Jo4:20-24

Leituras Complementares

“Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra.” (Salmos 96:9 RC) “1 ¶ Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra. 2 Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto. 3 Sabei que o SENHOR [é] Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto. 4 Entrai pelas portas dele com louvor [e] em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome. 5 Porque o SENHOR [é] bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração.” (Salmos 100:1-5 RC) “Uma [coisa] pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR e aprender no seu templo.” (Salmos 27:4 RC) “1 ¶ Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim [bendiga] o seu santo nome. 2 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.” (Salmos 103:1-2 RC) “Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15 RC) “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” (1 Coríntios 14:15 RC) Introdução

1. 1.1

“Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.” (1 Coríntios 12:27 RC) “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós [sois] um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28 RC)

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“onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo [é] tudo em todos.” (Colossenses 3:11 RC) “2 E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim e retendes os preceitos como vo-los entreguei. 3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo. 4 Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. 5 Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 6 Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. 7 O varão, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão. 8 Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher, do varão. 9 Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher, por causa do varão. 10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça [sinal de] poderio, por causa dos anjos. 11 Todavia, nem o varão [é] sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor. 12 Porque, como a mulher [provém] do varão, assim também o varão [provém] da mulher, mas tudo vem de Deus. 13 Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? 14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido? 15 Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. 16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.” (1 Coríntios 11:2-16 RC) “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;” (Atos 2:17 RC) “28 ¶ E há de ser [que,] depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. 29 E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito. 30 E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. 31 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. 32 E há de ser [que] todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar.” (Joel 2:28-32 RC) 1.2

“26 por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança. 27 Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção. 28 Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com a tua face me encherás de júbilo. 29 Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. 30 Sendo, pois, ele profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para [o] assentar sobre o seu trono, 31 nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. 32 Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. 33 De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. 34 Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao

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meu Senhor: Assenta-te à minha direita, 35 até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 36 Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. 37 ¶ Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? 38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. 40 E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. 42 ¶ E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43 Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (Atos 2:26-47 RC) 1.3

“1 ¶ Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, [que é] o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual [seja] a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 3 Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:1-3 RC) 1Co 12-14

“e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o [dom] de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.” (1 Coríntios 12:10 RC) “Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós [o faz] pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3:5 RC) 2. 2.1

“Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas [que são] preceitos dos homens.” (Mateus 15:9 RC) “1 ¶ Vinde, cantemos ao SENHOR! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação! 2 Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo com salmos. 3 Porque o SENHOR [é] Deus grande e Rei grande acima de todos os deuses. 4 Nas suas mãos [estão] as profundezas da terra, e as alturas dos montes [são] suas. 5 Seu é o mar,

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pois ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. 6 Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou.” (Salmos 95:1-6 RC) 2.2

“8 Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas [que são] preceitos dos homens.” (Mateus 15:8-9 RC) “20 Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? 21 E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” (1 João 4:20-21 RC) “Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.” (Mateus 15:13 RC) “Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.” (1 Timóteo 3:7 RC) “Procura apresentar-te a Deus aprovado, [como] obreiro que não tem [de que] se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15 RC) 2.3

“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” (Romanos 6:4 RC) 3. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4:23 RC) “E o segundo, semelhante a este, [é:] Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:31 RC) “Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.” (Mateus 4:10 RC) 3.1

“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!” (1 João 5:21 RC) 3.2

3.3

“15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais seguirão

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aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.” (Marcos 16:15-18 RC) “Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os [outros] presos os escutavam.” (Atos 16:25 RC) “14 ¶ E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, [da parte] do SENHOR. 15 Então, os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito mau, [da parte] do Senhor, te assombra. 16 Diga, pois, nosso senhor a seus servos, [que estão] em tua presença, [que] busquem [um] homem que saiba tocar harpa; e será que, quando o espírito mau, [da parte] do SENHOR, vier sobre ti, então, ele tocará com a sua mão, e te acharás melhor. 17 Então, disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, [um] homem que toque bem e trazei-mo. 18 Então, respondeu um dos jovens e disse: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e [é] valente, e animoso, e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil presença; o SENHOR [é] com ele. 19 E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que [está] com as ovelhas. 20 Então, tomou Jessé um jumento [carregado] de pão, e um odre de vinho, e um cabrito e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu filho. 21 Assim, Davi veio a Saul, e esteve perante ele, e o amou muito; e foi seu pajem de armas. 22 Então, Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar Davi perante mim, pois achou graça a meus olhos. 23 E sucedia que, quando o espírito [mau, da parte] de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e [a] tocava com a sua mão; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele.” (1 Samuel 16:14-23 RC) Conclusão

“Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.” (João 7:18 RC)

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É muito mais confortável discutir religião do que encarar os próprios pecados! Mas Jesus confrontou-a, mais uma vez, com sua ignorância espiritual: ela não sabia a quem adorar, onde adorar nem como adorar! Deixou claro que nem todas as religiões são iguais e aceitáveis aos olhos de Deus e que a adoração de alguns é fruto de ignorância e de incredulidade. A única fé que Deus aceita é aquela dada ao mundo por meio dos judeus. A Bíblia tem origens judaicas, e o Salvador era judeu, como também o eram os primeiros cristãos. Somente os que têm o Espírito Santo habitando dentro de si e que obedecem à verdade podem adorar a Deus de modo aceitável. Dizer que a adoração não se limitava mais ao templo dos judeus era uma declaração arrasadora, a qual pode ser ligada a João 2:19-21 e também às palavras de Estêvão em Atos 7:48-50. O Evangelho de João revela claramente que existe um novo sacrifício (Jo 1:29), um novo templo (Jo 2:19-21; 4:20- 24), um novo nascimento (Jo 3:1-7) e uma nova água (Jo 4:11 ). Os judeus que lessem este Evangelho veriam que Deus havia

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estabelecido em Jesus Cristo um sistema totalmente novo. A lei da antiga aliança havia sido cumprida e colocada de lado.

Introdução

Há basicamente dois pilares principais históricos que determinam a adoração cristã na igreja primitiva do ponto de vista de seu contexto litúrgico: o primeiro, é que Jesus Cristo era adorado como um ser divino juntamente com o Deus Pai; o segundo, qualquer possibilidade de adoração a qualquer outra divindade era veementemente rejeitada. Para a comunidade gentílica da época neotestamentária grande estranheza. O cristianismo primitivo herdou uma adoração monoteísta exclusivista que exigia de seus adoradores a renúncia prestada a outros deuses.

1. O que é a adoração cristã?

O ajoelhar-se, inclinar a cabeça e prostrar-se são atitudes que revelam o estado da alma, diante do poder inigualável de Deus. É assim que encontramos os personagens bíblicos em suas histórias. Através da adoração pública, doméstica e individual esses homens e mulheres ensinaram o quanto é importante reconhecer o Deus cristão como único e singular Senhor, entre todos os outros. No entanto, a palavra adoração traz conotações mais íntimas e afetivas, que apontam para expressões de amor (ágape). Ela não se materializa em liturgia, embora esteja na gênese do louvor e da liturgia.

ADORAÇÃO - [Do lat. adorationem, orar para alguém] Veneração elevada que se presta a Deus, reconhecendo-lhe a soberania sobre o Universo, o governo moral e a força de seus decretos. Em hebraico temos a palavra sãhâ; e, em grego, proskyneo. Ambos os termos enfatizam o ato de prostração e reverência. A adoração não precisa estar associada necessariamente à liturgia. Os judeus do tempo de Isaías não sabiam fazer tal distinção, por isso foram repreendidos com severidade: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? Diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados, e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiro, nem de bodes” (Is 1.11 ). A verdadeira adoração está associada ao amor que devotamos ao Senhor. É um ato permanente na vida do filho de Deus; não pode ser, sob hipótese alguma, uma atitude episódica. Em tudo o que fizermos, há de ser ressaltada nossa atitude de adoração. Até as nossas atividades materiais têm de mostrar ao mundo que somos uma comunidade de adoradores. Adoração não é contemplação; é, acima de tudo, serviço que se presta ao Reino de Deus.

1.1. A intimidade e a participação do adorador

Nascemos para relacionar-nos uns com os outros e para vivermos em comunidade com a raça humana. Percebemos essa verdade na linguagem do discurso cristão primitivo, enfatizado na maneira como eles se relacionavam na adoração coletiva. Eles se referiam uns aos outros como irmãos e irmãs, adorador de um mesmo Deus, e consideravam-se membros de um mesmo corpo (ICo 12.27 Ora, vós sois o corpo de Cristo e, individualmente, membros desse corpo.). Não importava o status social, características econômicas ou até mesmo o sexo (G1 3.28 Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.; Cl 3.11 Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita (Aquele que nasceu em Cítia, povo rude, bárbaro, não civilizado), escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.). Todos tinham a oportunidade de participar da adoração coletiva (ICo

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11.2-16). A profecia de Joel é citada como explicação dessa intimidade e participação da igreja do Novo Testamento (At 2.17; Jl 2.28-32).

1.2. A chama na adoração

A repetição com que a palavra alegria (gr. chara) e as referências a “regozijo” (Gr. agalliaomaí) são frequentes no Novo Testamento é uma amostragem do júbilo avivado e experimentado especialmente na adoração dos cristãos primitivos. Essa chama estava relacionada à ideia de um contato direto com Deus na pessoa do Espírito Santo que havia sido derramado. Para os cristãos, Deus se comunicava diretamente com eles através daquele acontecimento (At 2.26-47). Os dons do Espírito Santo e o sucesso na proclamação do evangelho retratavam o fervor na adoração da igreja. Eles haviam experimentado o dom celestial e estavam participando do Espírito Santo, que promovia neles uma alegria constante e um fervor em suas vidas.

Desde a primeira entrega da mensagem divina foi visto que nele havia poder divino; milhares foram levados à obediência da fé. Porém, nem as palavras de Pedro nem o milagre presenciado puderam produzir tais efeitos se não tivesse sido entregue o Espírito Santo. Quando os olhos dos pecadores são abertos, não podem sentir senão contrição de coração pelo pecado, não podem menos que sentir uma inquietude interior. O apóstolo os exorta a arrepender-se de seus pecados e confessar abertamente sua fé em Jesus como o Messias, e a serem batizados em seu nome. Assim, pois, professando sua fé nEle, receberiam a remissão de seus pecados, e participariam dos dons e graças do Espírito Santo. Separar-se da gente ímpia é a única maneira de salvar-nos deles. Os que se arrependem de seus pecados e se entregam a Jesus Cristo, devem provar sua sinceridade desembaraçando-se dos ímpios. Devemos salvar-nos deles, o qual supõe evitá-los com horror e santo temor. Pela graça de Deus, três mil pessoas aceitaram o convite do evangelho. Não pode existir dúvida de que o dom do Espírito Santo, que todos receberam, e do qual nenhum crente verdadeiro tem sido jamais excetuado, era esse Espírito de adoção, essa graça que converte, guia e santifica, a qual se dá a todos os membros da família de nosso Pai celestial. O arrependimento e a remissão dos pecados ainda se pregam aos principais dos pecadores em nome do Redentor; o Espírito Santo ainda sela a bênção no coração do crente; as promessas alentadoras ainda são para nós e para nossos filhos; e ainda se oferecem as bênçãos a todos os que estão longe.

1.3. A relevância e o poder da adoração

É indispensável para um cristão levar uma vida de adoração. Tendo em vista que os crentes do Novo Testamento foram discipulados a pensar sobre si mesmos a partir de um modo de ver coletivo, ou seja, abrangendo todos no Reino, por isso, que o culto cristão deve ser repleto de significado e de plena relevância. Naquela época não havia templos majestosos, nem uma liturgia pirotécnica, mas um grupo de cristãos reunidos como sacrifício vivo apresentado a Deus (Rm 12.1-3 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Porque, pela graça que me é dada,

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digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.). A vida deles e suas reuniões de cultos, não eram apenas um exercício religioso, mas uma oportunidade para reafirmar o que eles acreditavam. Era uma ocasião para a manifestação dos poderes divinos (ICo 12-14Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem.). “Além do poder divino expresso no discurso profético, há também referência a “milagres” entre os primeiros grupos cristãos. O termo grego comumente traduzido por “milagre” é dynameis, plural do equivalente grego para “poder”. Portanto a conotação original dizia respeito a fenômenos considerados especiais, manifestações diretas do poder de Deus, “fato obras poderosas magníficos”. Em ICo 12.10, Paulo faz referência à “realização de milagres” (energemata dynameon) como uma das várias coisas que Deus faz na reuniões da igreja. Em Gl 3.5, ele diz aos cristãos da Galácia que a distribuição divina do Espírito e a operação de milagres entre eles são prova da validade da sua religião.

2. A adoração verdadeira

A verdadeira adoração é prestada somente por aquelas pessoas que nasceram do Espírito Santo. Tem sua forma auxiliada pelas Escrituras e centralizada em Deus. É fruto da convivência que o novo cristão tem com Deus, pois requer preparação prévia. Toda adoração verdadeira tem a perspectiva de que Deus é grande, e que, Ele merece louvor e honras por parte da humanidade.

2.1. Os verdadeiros adoradores

Adorar é agir em sinceridade de coração, autenticidade e não só de lábios, da boca para fora, pois em vão adoram os que assim procedem (Mt 15.9 Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens.). Chega de hipocrisia! A falsa adoração é abominável ao Senhor. Deus não Se deixa enganar. A convocação do salmista ecoa até os nossos dias dizendo: “Vinde, cantemos ao Senhor! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação! Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo com salmos. Porque o Senhor é Deus grande e Rei grande acima de todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Sl 95.1-6).

O Salmista diz como louvar a Deus e por que louvá-lo. Trata de um louvor em comunidade, não individual, apesar de ambos serem importantes. Nosso louvor deve ser cheio de alegria e entusiasmo, em algumas versões, a injunção é para fazê-lo em alta voz, e inteiramente voltado ao Senhor. "Sair ao encontro", "sair para encontrar-se com Deus face a face, estar em sua presença". Os cristãos fazem isso por meio de Jesus Cristo (Hb 10:19-25). Devemos ser gratos em nosso louvor ao exaltarmos o Senhor por suas grandes misericórdias. Por que devemos louvá-lo? Porque ele é grande e está acima dos falsos deuses deste mundo. Depois de sua ascensão, Jesus Cristo foi entronizado e "exaltado sobremaneira" (At 2:33; Ef 1:19-23; Fp 2:9-11; Cl 1:15-18) e nada pode nos separar do seu amor (Rm 8:37-39). Ele é nosso "Grande Deus e Salvador" (Tt 2:13) e devemos ter prazer em louvá-lo. Porém, nosso Deus também é o Criador do Universo e controla todas as coisas. As profundezas do mar e da Terra e os cumes dos montes pertencem todos ao Senhor,

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e ele sabe o que se passa tanto nas águas quanto na terra. As nações pagãs tinham deuses e deusas para as diferentes partes da criação - os mares, a terra, os picos das montanhas, o Sol, a Lua e as estrelas, as tempestades, as colheitas, mas nosso Deus é Rei sobre todas essas coisas. Não é de se admirar que o louvemos!

2.2. A espiritualidade verdadeira

A nossa adoração de fachada não move o coração de Deus! Precisamos estar alicerçado na Palavra, nos princípios e nas leis espirituais e não em doutrinas que são preceitos de homens (Mt 15.8-9 Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.). É preciso tirar a máscara da mentira, da falta de união, da murmuração; não adianta adorar a Deus não tendo comunhão com os irmãos (lJo 4.20,21 Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.; Mt 15.13 Ele respondeu: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pelas raízes.), mostrando espiritualidade só nos cultos diante do pastor, em casa ser um inferno e na sociedade não ter testemunho de crente (lTm 3.7 Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do Diabo.). O cristão não pode ter do que se envergonhar (2Tm 2.15 Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.).

2.3. Sacrifício vivo e agradável a Deus

Oferecer sacrifício vivo e agradável a Deus é entregar a vida a Ele. Dormir, comer, trabalhar, passear, tudo como se fosse uma oferta a Ele. E nunca se ajustando às culturas demonizadas, a ponto de não poderem pensar mais com razoabilidade. Na verdade, quando o apóstolo pede para que ofereçam sacrifício vivo a Deus, é uma contraposição aos sacrifícios de animais mortos praticados no Antigo Testamento, pois a vida cristã é a nova vida no Espírito Santo (Rm 6.4 Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.). É um culto com a participação da mente, do coração e da vontade no serviço obediente ao Senhor Jesus. Não se iluda! Deus tem poder para conhecer quando o cantor afinado, o pregador eloquente ou a apresentação que nos deixa de água na boca é uma adoração de fato ou somente fruto de talento. Não adianta ser afinado no louvor e esconder uma vida desafinada diante de Deus. A nossa grande adoração é fazer o que se fala, viver o que se prega.

3. Adoração exclusiva a Deus

Adoração exclusiva a Deus é a essência da adoração, e uma exigência divina (Jo 4.23 No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.). Das coisas nós gostamos; as pessoas nós amamos (Mc 12.31 O segundo é este: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. Não existe mandamento maior do que estes.), mas só a Deus adoramos (Mt 4.10 Então Jesus lhe disse: Vai-te, Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.). Não devemos falar nem

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por brincadeira que adoramos alguma coisa ou pessoa, a não ser Deus! Não mude a sua adoração e não adore pessoas nem coisas. Faça tudo em Nome do Senhor Jesus dando a Ele toda a honra e toda a glória. Não devemos atrair para nós atenção em nossas celebrações, roubando de Deus a honra que lhe é devida.

3.1. Os ídolos estão dentro das igrejas

Certas pessoas são verdadeiras vedetes (Atriz de teatro de revista; corista) nas igrejas: procuram ser reconhecidas, buscam fama e brilho, apresentam-se como salvadoras do Evangelho, gostam de passar imagens de super-crentes e que nelas se possam confiar. Porém chegam somente para cantar ou pregar depois saem, não assistem aos cultos completos; passam vários minutos falando das suas realizações e fazendo marketing dos seus produtos. Filhinhos, guardai-vos desses ídolos (lJo 5.21). Hoje muitos vão à igreja, porque o cantor ou o pregador são ídolos do seguimento cristão; cobram fortunas das igrejas que para atender as expectativas dos idolatras não medem esforços para trazê-los.

3.2. Os paparazzos causam vergonha dentro das igrejas

Preparam suas máquinas fotográficas ou seus celulares e ficam tirando fotos ou filmando cenas sem respeito à casa de Deus e ao pastor. Eles vivem à caça de ídolos ocupando a frente do púlpito e atrapalhando a liturgia do culto. A reunião já não parece mais ser de adoração a Deus e, sim, de reverência às celebridades. Sem submissão alguma e sem espiritualidade, procuram saber primeiro quem é que vai cantar ou pregar naquele dia para sair de casa, se não for um dos seus ídolos nem lá vão.

3.3. Verdadeiros palcos são montados dentro das igrejas

Para receber mais público, com o fim de realizar shows, montam estruturas gigantescas dentro dos templos descaracterizando o lugar de adoração. O altar fica em constante mudança para se adaptar a tais apresentações, uma verdadeira falta de respeito ao lugar que biblicamente deveria ser chamado casa de oração. Fora os estragos deixados nos bens e utensílios. Esses palcos e teatros dentro dos templos descaracterizam e profanam a casa de Deus, pois não atraem adoradores, mas plateias para aplaudir os Pops Stars; não adoram a Deus, mas personalidades que se apresentam. A igreja do Senhor Jesus deve atrair as pessoas pelo testemunho dos fiéis, vida exemplar do pastor, pregação do autêntico Evangelho e pelos sinais que devem acompanhar (Mc 16.15-18). O cântico quando é de verdadeiro adorador tem força para abrir prisões miraculosamente (At 16.25). Paulo e Silas perto da meia-noite cantavam e as cadeias foram ao chão. A música sacra, quando é de verdadeiro adorador tem força para expulsar espíritos maus (ISm 16.14-23). Davi, ao dedilhar sua harpa, espantava os espíritos que atormentavam o rei Saul.

Conclusão

Adorar a Deus, além de exigir uma vida santa de fé, fidelidade e submissão a Ele, é também oferecer algo capaz de mexer com o coração do Todo-Poderoso, sem mistura, contaminação nem para aparecer e receber glória e aplausos dos homens (Jo 7.18). A adoração deve ter exclusividade, ser total e nunca dividida ou parcial.

QUESTIONÁRIO

PARTE 1

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1. O que é adoração?

R: A palavra adoração traz conotações mais íntimas e afetivas, que apontam para expressões de amor (ágape). 2. A que se relaciona o fervor da Igreja primitiva?

R: Estava relacionada à ideia de um contato direto com Deus na pessoa do Espírito Santo que havia sido derramado.

PARTE 2

3. De onde parte a verdadeira adoração?

R: Do interior do cristão.

PARTE 3

4. A quem devemos adorar?

R: Somente a Deus. 5. Qual é a maior adoração a Deus?

R: O nosso testemunho pessoal de verdadeiro cristão.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2013, ano 23 nº 87 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Pontos salientes da nossa fé, doutrinas essenciais para a prática de uma vida cristã sadia e equilibrada. Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe

O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin

Comentário Esperança - Novo Testamento Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento

Comentário Bíblico - F. B. Meyer Bíblia – THOMPSON (Digital)

Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)

Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

http://www.revistaebd.com