Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    BARROS, J OÃO DE, 1496 - 1570

    DI ALOGO/ DE J OAQUI M DE/ BARROS COM DOUS.

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    DIÁLOGO

    Pay. Antonio filho.

    Caterina filha.

    m

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    »&»  L I ^ Í L O G O DEM «

    müu,

      quam

     rudos e frios os homens apãauam em conheci

    men to de si me/m o, e no fim per a qucj . .im criados, poe ti

    do sua felicidade em cof

      r

    - finitas a tempo terminada

    nam somente com seus

     À

      eceitos lhe quiferam dem oflrar

    que a sua natur

    r

      . ue i nam tinha perfeiçam, V que al

    gwn bem que nellu auia, eram huas pofendaspermeyo das

    quaes podia alcança,

    J

    gum efiando per a

      i f f o

      autos: mas

    ainda teueram tanto ejtudo em o dar d ejtes preceitos, que

    mu itos buficaram artificio com o perpetuam ente lhe ficaffe

    a mem oria efta doutrina de bem uiuer. D onde algum uie

    ram  inuentar'%) compoer os antigos prouerbios: que sam

    huas maximas de moralfdqfofia, a que nós chamam os exent

    pios. Outros com o J/ópo querendo/b chegar a coufas m ate

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    'PRECEITOS M O . ' ^ , «<

    seu fundamento: uendo que as palauras nuas, «aw

    era ajeito tarn efya \ co mo a pintura por ser material a

    '

      ^is

     familiar da memoria, E s

    nU n

    % quanta força tem as

    coufas materiaes (nefta parte) ac rca de nós, que sendo

    Christo nojfo redemptor a me/ma abeao.

     In

      V eloquencia,

    ejcolheo arteficio ma ferial per a nos decla-ar sua doutrina: .

    poendoa em comparações e semelhanças como huas confe-

    quencias palpaues 1) materiaes per a nos leuantar o enten-

    dimen to d efperitualidade que em si continha . (Caterina.)

    Parece que a effe fim de nos ejpertar á contemplaçam V

    mem oria da uirtnde ordenou eftas peças m ateriaes com

    çue eft amo s jogand o. (Pay.) Affi é, porque defejando eu

    imitar os antigos filofofos em \elo: fa\ia efta pintura de

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    ^

      O / w / Í O G O

      D E t H

    me ficarem mais claras. (Pay.) Ajji se fará. V  v. modo d

    jproceder será e/te. Com o em sumh j trataremos das

    uirtudes moraes o  ne

    r/y

    ^

    r

    ario  com que poffas  alcançar

    significaçam V offici que pedes das peças: D no fim as

    reduziremos a  JJJQ  -go, T) será o mais breve que pof-

    jiuel

      for. Porque as pejjbas que am de jugar atite sua al

    ie%a,  por serem u

      r]

    aro sangue: nam terám ajji defocu

    pada  a mem oria, que se queiram dar a copridas regras.

    Áffi que tomada por fundam ento breuidade, o exordio seja

    e/te. Segundo os antigos filofofos, a uida está repartida

    em  ires partes: em deleitofa que é natural dos brutos, em

    moral  própria dos homens D contemplatiua que conuem

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    PRECEITOS M O K ^ Í .

    ée ainade mo ral, pois di\ ser matéria d efte jogo? (Pay.)

    Á dejinçam da t.i. rude em genero ée hua D em efpecia

    cada h ua delias tem a sua. A de fincam em genero dizem

    ser hii habito dalma gerado, das boa s obras

      que

      fademos:

    *

    V nam somente de hua, mas de nnita: efeitos a meudo.

    E porque minha tençam ée per fabrica material dar nos

    doctrina moral per a nos m elhor ficar em a memoria: que

    ro pintar hua aruore em que uejaes a ordem V procejjo

    das uirtudes V dos seus ejtremos, D de

      que

     princípios na

    cem, V finalm ente que fructo se confegue delias. E os no

    mes de todas uam em latim pela mageftade da aruore: IX

    adiante delia as tornam os outra ue\ repetir na mefm a

     ot*

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    ^ B I Ó L O G O  £>£*«

    FOELICITÁS HUMANA

    Felicidade humana

    Exce/fus Deffectus

    Exceffo Deffalecimento

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    SNStf  'PRECEITOS M O R ^ Í .

    prodigalidade

    ditas

    rude\a

    Inflaiio

    preJuncam

    Ambitio

    ambicam

    >

    Ira

    ira

    Arrogantia

    a^rogancia

    Adulado

    liberalidade

    Manificentia,

    magnificência

    6. Magnanimi) as

    magnanimidade

    5. Modeftia

    modeftia

    4. Manfuetudo

    manfidam

    3. Veritas

    verdade

    2. Affabilitas

    avareza.

    Pufillitas

    pouquidade.

    Píiptlanimitas

    pufilanimidade.

    Honoris vacuitas

    sem honra.

    Irce pactmas

    brandura.

    Diffimulaiio

    diffimulaçam,

    Contentio

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    DIALOGO D E m

    J/ées aqui tres ordens defiguras hum anas nefta moral ar

    uore:

      hua per o meyo que fax o toro delia,

      e

     as outras

      duas

    que ficam

     em

     logar de folhas. Ás doçc do meyo que uam por

    logar

      maciço

     V suftancial, sam a s uirtudes de

     que

     auem os de

    tratar, meyos com que

     se alcança

      o summo

     bem:

     e as outr

    duas ordens

     sam

     dons efiremos, os

     quaes

     affieftam

      situados,

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    :PRECEITOS HO R U .

    èheologaes  nam se podem dar preceitos human os, por serem

    iiirtudes infujas que se nam sobmetem a elles, como e/tas

    J

    o%e moraes, que sam hábitos dalma gerados de bem obrar,

    que e/tá em noffo poder, com o adiante uerás. Po/eram /e

    ao pé da Felicidade, a denotar, que em a filofofia chrif'

    t aã sam a forma de no

     ff

     os autos: D não se pode confeguir

    fruito meritorio onde ellas nam concorrem . (Caterina). E

    as c/o?e  de que á de tratar tem em nós proprio logar, pois

    effoutras

     nos

     vem de fora? (Pa/). Si, as potencias dalm1

    éo sojeito delias. (C aterina). Qu aes sam effas potencias.

    (Pay).Segundo a diuifam

     que lhe

     osfilofofos derã,daspoten

    cias dalma huas sam naturaes, outras sevfetiuas. outras ape,

    tetinas, V outras inteleituaes: a natural V senfual

     como

     nam

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    DIALOGO DE m

    priamen te é intèleitual quan to d ejfencia, m as por fa^am

    da matéria acerca de que trata lhe chamam m orai, A ffi

    que o logar das uirtudes sam eftas quatro potencias, V

    nellas eftam repartidas per e/ta ma neira. A prudên cia n o

    intendimen to. Jufticia na non tade, Fortaleza, man fidam.

    ma nificencia, ü ma nanimidade, eni a potencia iracibile.

    Tem perança . Leberalidade, Mo deftia, Uerdade, Afabili

    dade, T) graciofidade em a potencia concupicibile. (Anto

    mo). Tem eftas potencias em o corpo hum anoproprio logar

    com o as outras dos cinco sentidos? (Pay). PI atam, e Guie

    no com os seus se ca ces lhe deram eftes: cerebro a racional,

    o coraçam ã iracibile,1) o fígado á concu picibile.(Anton io).

    Pois ao homem é iam natural coufa ter effes  membrosnel

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    PRECEITOS M O R W . «c

    inftrumen tos. (Caterina). Qiie denotam em e/ta aruore os

    efcriptos per cima dos uicios qne

     di%em,

      exeffus defectus?

    f.?ay). Os extremos d a uirtude por ij]o ouueram e/le nom e,

    porque ou pecam per muyto ou per pouco: V aos primei

    ros cham am uicios per exeffo T) aos segundos per defecto.

    (Caterina). Qu aes deftes uicios sam m áis contrairos á

    uirtude, os per exeffo ou per defecto? (Pa/). Em alguas

    uirtudes mais contrario lhe é o exeffo que o defecto, V em

    outras menos: D ifio u em de duas caufas, hua por pari-

    da natureza das mejmas uirtudes, e outra da no f f a. Du

    parte da uirtude, o que lhe é menos semelhante lhe é m ais

    mtrairo: affi como a intemperança á temperança. Da

    noffapa rte aquelles efiremos sam ma is contrairos á uirtu

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    W DIALOGO DE

    que sam as uirludes ou uicios que ms debuxados. Per o

    principio efpontaneo somos mouidos determinadamente af

    fi per a bem

      como

     per a ma l: quer seja pojjiuel quer impof

    Jiiiel: o qual principio é tam proprio em nós com o em os

    brutos, porque nam se lemita propriamente com eleiçam,

    mas é hum mouimen to impituofo que prefupõem apetite

    T) nam ra\am. O principio da conjultaçam: é hua inquiri

    çã da ra\am que e/tá debaixo de nofjo poder. Per o prin

    cipio da eleiçam somos determinadam ente mouidos pera  ef

    zolher as cou/as: V équa/i hum fim da conjultaçam,. Q prin

    cipio da uontade (nam tomando e/ta uontade per a poten

    cia ajji- nomeada) é hu auto interior a que podemos cha

    mar (a mingoa de uocabulos) querer regulado per cônsul

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    P È SC EITO S M O R w .

    nifío teriajtra acofultaça, &

      tio

     è leger eflegr

      na ou

    iro

     fefegueaeleiçã:

     gr

      acqitar

     todos

     tjles tres autos

     co

    determinar d óbratç o

     derradeiro dos iteriores

     nejledif

    curfo aquecbamamos uoíütario* JD ode por fere liiires

    Cr na forçados, como de quatro elemêtos nace o líure

    arbítrio: como bits fadeflintos dos outros

     ?

     quando

    tíiudares ea Etbicade

     

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    ^ DT^fLOGO DE m

    ãas uirtudes

     cr

     uicios com

     as mais partes

     delia em Ia•

    iim por amagefláde que cmfí tem, poflo que nefla

    prática os tratemos em linguagem.

     r

    Prudençiaç bum

    habito dalma autiuo, qu& encaminha  todalas outras

    moraes uirtudes

     a feus propríos fijs,Trata a cerca das

    coufas

     e

     particular:ca ejle ç

     o feu oficio

     y

    aphcar

     as uni"

    uerfães

     rçrfras aos particulares n.gócios

     7

     &

      de

     mo-

    Jlrar como deuemos feguiro bemfogir  c r  fofrer o

    maU Iufliça ç bum habito per o

     qual

     os

     homêes

      fé

    defpoem a obrar,&  querem cr fazem coufas inflas•

    Trata a

     cerca das coufas queasleyes

      reitamente cott

    jlituê cr

      uçda>

     Fortaleza ç

     hua uirtude

     que faz aqui

    d temiam fer

      temerofodehonefla

     mórte

    ?

    nem feefpan

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    R BC BITO S MO K m

    ralidddeejld em pequenascoifas

      tttagnijicecid em

    as grandes. Magnanimidade

     e bua

     uirtude

     com

     a

    (quando ella fo jfedina de grandes honrras) pode mos

    jofrer ma deram êi e

     honrra ou iniuria

     ?

     boa ai/çrft

    fortunaefta

      ç a matéria em

     que apodem os exerci-

    tdr.ModefliaÇa

      que

     tabe

     chama

     amador

     de

     berra):

    chümeyolouuddo  acercadas bomrastncãas:& efleç

    o (eu oieitoSP or q com o a liberalidade ejld ê dar cr rt

    ceber

     pouca coufa,

     & a

     magnifcêcia

     ê as grades :ajji

    a modejlia efld  eas borras meãas & amagnanimida

    de ê as grades* Ma fida çbüa uirtude que modera, aira

    pojío que imprôpriamête lhe da efe nome amingua de

    qual

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    >w DIALOGO DE. mz

    tudedejla

     noffs aruore atnlgua de

     i/ocabulos

      lhe cba

    mentos Gracioftdáde

    ?

     aq

     JArifloteks

      chama

     Etrapc

    Ua:& diz ferhítmeyo per oquãl

     algue

     fe pode mo*

    jÍrar gradofo

      em

     dizer com graça as coufasde pra~

    Zer^aque chamamos homedepaçofem efcandolo* Ept

    ro que esla feia amatçria cr  oieito acçrca  de que ca-

    da Ima das uirtudes trata: ás de entender que tem  duas

    partes,a

     bua chama

     matqria propinca c r a outra

     ma->

    içria remota,(Cate. ) Sã entendo

     os

     termos; (V ayj

    '"Per os exeplos

     6 entenderas:^ fortaleza trata a

     cçr

    ca de temores oufadias

     >

     como matqria propinca

    £T chegada:porque efles temores cr oufadias fam afei

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    BC EITOS M O R ^ X m

    fçrucm muito ptm apm ticado iogo, (Caterina) Em

    ajilójopa moralnam ã hí ma is uirtudes ípe citas do

    Ze de que trata

    ?((Pay)

    Sy.por que largo modo (jè»

    gundo osfilófofos qual quçr boa. defpofíçãç virtude,

    per o fá eram éflá diferençasse a biías própriamett

    cham aram virtudes como ãprudençía

    ?

    iufliça

    ?

    fortak

    Za

    7

      teperãça*outras miniflras da uitude

    ?

    como co

    'j

      tlictílííct iudicatíua & cetera ? que miniflram ain-

    da a prudência* ^outras comoper(eueranát

    7

      & co

    iinençia

    ?

    preparaçoes perã auirtude, 

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    RECEITOS M QRZ

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    ftlULOGO ÜElmZ :

    quetratam. ('PayJ O niak certo

     caminho

     ç traba-

    lhar cada bü por apartar de í todo

     uícío os afei-

    tos delle, cji ç amatçria propinca gr

     remota de q

      orafa

    Íamos tqfam

     os afeitos

     & obras

     ou os

     dejiíosgr ázos

    P

    j ç

     mais comüt principalmete

     acpielles a q fomos m ais

    incíinados

    ?

    por

     jfogindo

      os

     eílremos a

     [am os

      meios:

    taremos

     tomar

     omeyo

     q çãuirtude^^Antonio) Co

    mo

     poderey

     conhecer

     qual dos uicios

     me ç mais cotraí

    rof(

    r

    Pay)Ia êapintura daãruore

     uiHe

     quaesçraos

    excçjjos

      os defeitos

    9

     &adíãte

     onde declarar

     os fini

    ficados díflaspçcas

     co que iugãestuos

      dírey

     cptál

      dos

    dom eflremos çmaís cotraíro â uirtude.^^quipor n

    Jp o der ao

     que

     te coue

    ?

     tomarás diâ

      regrai

     aquelle id-

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    ^ P R E C E I T O S  MO RUI

    Em a

     mocidade embuant

     o

     na a

     habit

     o de

     pecar,

      (Ca

    terinajPoisahi

      ã

     têpo

    ?

    deueauerlogarfçPay)

      O lo

    gar

     mais coueniente

     ç

     antre os boos uirtuofost

     por

    que

     uas obras nos efyçrtam

     cr

      couidamabetn obrar*

    (Caterina

     J

      ^yinißo modo pois

     tem

     tepoçy logarf

    (Pay) S

     y

    7

    eßguardando

     t

     odalas circußandas dapru

    ãendatpor que como iauiße

    ?

    a uirtude trata

      a

     cerca

    das coufas

     em

     particular. (Antonio

      )

      Logo particu

    lares preceitos deue

     ter t

      (Pay)Muytospreceitosfa

    efcritos de cãda bua

     das

     uirtudes aos quaes

      uos

     reme-

    totpor

      que

     Co

     eßesfracos princípios que{imitam drte,

    fera entrar

     è

     doutrina

    ?

     ã

     poderey es coïtfeguir percuti-

    do daquelles

     que

     bêefcreueram delia + Pero

      por naß-

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    s » D J J I O G O

      BB

    Summopere  uitium odito,

    jSïrtutemcolitOé

    Qfficium exercito%

    Medium teneto*.

    XJepidmmis*

    C ognofce teipjum*

    Virtuti  te natum memento*

    jArtutem laudato*

    cÁuitvjs

     abjlineto*

    WV Trudentia* dK

    Prudent em ducem dígito*

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    RECEÍ^"

    itiam colíio*

    Legibus ohjapdton

    JDemtt timeto*

    ]D cum juper orneia diligiîo *

    Troximosamato *

    'Parentes honoraio

     *

    Benefaãorejlo,

    AÉ^uitatem feruato•

    Iniuflum

      ne

     imitator*.

    Ex  leges] ugitOi.

    Age

      iitflafunU

    Fortitudo• ^

    MO RAI

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    H msr§

    JJ U A u u u- u ^ ^

    Senfuum illecebras reprimito*

    Qio  temperate utiton

    Tottifobrius eilo*

    caßus*

    Candor emßeruato*

    Intemperantíam

     fugita1

    Temperantiam

     exerce-,

    && Liberalität*

    Liberalis eßo*

    i^fliorum   miferefcito,

    jEgetios nißtato,

    Sitientes potato.

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    G/í. p.

    y  P R n c n n  o8 M O R ^ *«

    Sanãa loca injíaurato*

    Deu  temph bonoratov

    Ciarus magnijícus eílo

    jPamfieus nilfacito*

    ^  jMagnanimitat* têÇ,

    Sempiiernís hcereto*

    Caduca contemnito*

    «Profberis nt  extollitorv

    depjcitor aducrjis*

    7  lonorcm tie arrogato*

    Qciofus efjecaueto*

    Js/í? qiia ms de re dokas*

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    ï à B ï U L Q G Q

      DM m

    Beneßcij accepti memento*

    Sdutato ïibenter

    jSFeminem irrideto*

    Incopo fitos rïfus uitato

    tP

     romptior audito*

    Omnibus placeto*

    Doãiorem audito*

    Depoßtum redde*

    J/eritatemfuIîîneto

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    t )

    & -r

      ECEITO

      S MO R U . fiK

    T/ana ambitionem ejte cogitatól

    I^efe honorem dignus recufatQ

    ]NTefy uncparrogato*

    JSeeffiraris gloria*

    Cede magnis*

    JSdortalia cogita*

    JSefístmcjíeílam

    Jylanfuetudo,

    Mitis eflo>

    Iram cobiheto*

    JSdalis indulgere nólitol

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    DI^ÃLOGO

    Qmnis obcotnitas abe/lo,

    Choreas aleafqueftigito*.

    'Turpes facet ias uitato*

    JrliHriones damnato*

    S

     curras damnato«

    J O

     is têdes uiílo afigura da druore moral

    como theórica da uirt ude^pera poderemos

    ientrar dpratica delia t quçreuos debuxar

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    s o r

      *PRBCEITO

      S MOR W*

    ffirtudes* pactos perde feitos.

    ilj, A T T \\ 11

    wWcx*  m oJJ/}

    fãltld.

    Malícia.

    íf

    prudentia

    y

    •Prudência,

    5implícitas

    y

    Simplicidade,

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    ZV

      D I ^ Í L O G O  D B A *

    Inícios

     j

    P

     er excçjÇo. Virtudes. Vicios

     per

     defeito.

    Intmptrantia.

    Intemperança*

    Tcmperantid,

    Temperança,

    ÍINSÊ

    de

    Xnfetijibilitas,

    Infenfíbilidade,

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    ICIOS

    ' ^ P R E C E I T O S M O R ^ f .

    'Perexcçfo* jSlrtüdts* J^icíos perde feito*

    Frefun c-íiiii*

    Mananimidacic.

    'PitfíllanimitdSy

    Puffilanimidade*

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    DE. a*

    Initios 7>erexcçJ?o, plrtudes*

    cArrogantia.,

    Arrogância,

    p^eritas,

    Verdade.

     7

    íáos per defeitos,

    Diffimulatio

      7

    Diílimulacam»

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    7>RECEITOS MQR^f.

    Sta táuoa que c a primeira peça finijica a

    ]

    n6ffaalma.,ca fegüdo Árijiotilésqcõm o

    t

    1

     bua

     tduoa rafa

     [em

     pintura. E

      bem como

    ' íI **

    Jem nójja alma fe  concçbê  todalas nofjas

    operaçoestafjim ejla tau o afe exercitam em modo de

    iogo.^Xqualtãuoa  correfponde ao corpo humanoft

    nijicado pela alma:donde naceo

     a moral

     aruore que

     a

    trãs

     uiJJes.

     Os tres

     circulos

     comfeu mojlrador

     que

     ef-

    iam

     em meyo

     da tduoa

     7

     refpondtm

     is quatro raízes

    jgr princípios da aruore:efpontaneo,de confultaçam

    7

    âeeUiçam

    7

    &' uohm tarioJDos quaes refultao liurt

    arbítrio quejepode entender por todaacompojlura

    circular

    7

    que

     liuremente rôdatbora

     as

     direitas

     obrado

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    ^

      DIALOGO

      DE a*

    debaixo fe êtêdeáuaíia natural,como ualeraprudêáa

    xpjjufliça.x.fortakzajh çrfegudo atras

     uí fie. O nu

    mero

     cf

     cada hüdos uicíostêêcima

    ?

    deiióta cjuato

     ena

    or de

     delles,guardado

     d

     das uirtudes

     a TJãtê

    numero deualia natural como a uirtude por j o uicio ç

    tapouco efy q Ih d na podemos ddr.Os números do cir

    culo fegundo cffe moue

    ?

    faosgrdos aádêtdescflheddo

    ftajjo liure arbítrio,qnado manda qfegüdo o numero

    delles a uirtude ou uicio adep ascafas do tauolcimaos

    ([uaesgrdoschamamosítetifaou remiffãdencjfaso-

    brasyEds cafas dejles eirados chamamos cafas dos au

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    •hp "PRECE ITOS MO R

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    DI,XLOG O DE **

    cometemos em que ctra a

     oufalia.ou fogimos

     delle em

    quefqrue o temor,

     Se

     o mal çperfente,

     tam bete dous

    refpeitos^ou nos moue a uingança em que  eflã a Ira

    ?

    ou dej falecemos da natural ulgança q  próprio da

    man fídanuE

      como

     das paixões je diuçrfíjicã todalas

    c

      obras

    7

    conuem com diligencia enteder em quães nos de

    leitamos

    7

    ouéntrijliçemos

    ?

    quães efperamos

    y

    quáes teme

    mosiporque per a

     a

     pratica

     do iogo

     uay muyto.Epor

    nam tfiardes am bos fazendo difcurfo com o intêdimê

    to  das perdas  & ganhos que tem eflas paixões

     7

    ajji as

    pera bem como pera mal quado ingafes da uir ude ou

    uiáo:ao pç de cada bua per efla letra, b, que ues eferita

    no

     circulo debaixoJimficamos

     be

    7

    &perejla.manaU

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    "PRECEITOS M O R ^ f . at

    de

     Horácio•

     O*

     boos auorreçerapecdr

     con amor da

    mrtude

    7

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    D T ^ J L ü G O

    fr f

     I*podemos

     chamar

     difcurfo da uída

     )

      chegamos

     ás

    tres calas

     que ç o afento

     dafummafelicidade

     ?

     premio

    & galar

     dam das boas obras,

     Eejlas

     tres cãfas das uir

    iudes tbeologdes correfpondè as outras \.,t

     âmoremo

    ralEjU ejh tauokiro

     repartido em

     tres

     terços cada

    *

     #

     ãe.xij.cãfastoprimeiro

     reprefentaaprimeirapar-

    te

     dauida que ç a

     idade da

     puerícia,

     o

     fegundo

      aidade

    iuuenil

     c r

     o terceiro

     a idade da uelhiçeOu per outra

    maneiraÇftgüdo

     ^Ãriflotiles)atribuamos

      efíus

      tres

    partes a tres grãos da

     uirtude*ffxontmençia

    7

    tempem

    ça?&gráo heroico, Ou digamos

     Co os theSlogos

     o pri

    meiro

     feia dos principiantes e

     uirtude

    7

    o fegundo

     dos

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    tw-PRECEITOS M O R U .

    mento ou

     da

     inockía

    y

    em tf entauolamos as  tâuoas, fe

    gíído adíatc uerãs:& daly

     começamos

      mouer nóffos

    autos^merecendo obrando uirtude

    , c r

      defmereçêdo

     o -

    brãdu riçios.E

     as tres cãfas do terço

     deradeiroje

     cha

    maedfas da

     morte ou

     da

     penitêcia:pem da

     ly entrar ê

    a outra uida

    ?

    êque ejld o merecimento dc no f f

     as

     obras

    q/c reprefenta per a fuma felicidade. Us

      tâuoas

     j V

    notam

     os autos

     exteriores fam

      uínte quatro: de que

     as

    xif reprefenta

     as uirtudes,

     cr

      corre podem

     coaletra

    CT números aos autos interiores que ejlam em o mayór

    circião(como  ia ulmos)aqueeUas  obedece. Vorfqua

    âü o Purê arbítrio dem ójlra < f fe tnouaa prudecia em

    nós

    ?

    andamos Co a tãuoa da prudeáatadenotar fpoe

    J

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    D I ^ f L O G O

      £ > £ ^

    efles prícipios mordes q nejlapdrte

     ç hu

     principal futt

    damentomam todalas tauoas polias na ordem que

     ui

    Jlc

     a nojja aruore moral adjiê ellas imita• forjí

     dentro

     y

    dgiota os nomes

     de

     cada buatcífow

    por

     mais façil o poemos êlddm ao

     pç

      expoemos

     ê

    limuagê.E

      a

     letramu

     q

     cada

     hl

     dos uicios tem

    ?

    denóta

    j

      v aquelie uicio mais contrairoa uirtude que o outro*.

    £

      iflo baile quanto a expofíçam

     das

     pçças c/fy

     de eu

    ofciotagóra ueiamos apratica delias ççyem

     que

     ganha

    &pçrdem

    ?

    &primeiramente como

     je

     entauolam;

    \

     

    P

     ratiça

     do

     togo,

      m^

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    P R E C E I T O S MQKZ*.

    ModçJlia

    ?

    Mananimid

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    mcFirothxxiüj.potos? f  ç o mayór  numero jfaíi ejlãt

    dizemos q te.xij grãos

      de

     intêfã por qper tantos pS-

    tos excçde aos.xij.graos q tinha de fua uaíia natural.

    Efe  demojlrar, vLpotos diremos.vigi aos de remijfa

    por  lJper tatoi pontos na chega í  ualia natural E fe

    2:mánHrar.xij.naterãintenja   nem  remi(Ja

    7

    porfer

    igiuA numero

     ao da

     ualia

     natural: cr per

     ejle

     exemplo

    jepódcentêder

      as intêfoes remijjões das

     outras uir

    tudcs.(\^ínto.)Eos

      uiçios

     tê

     efle

     acidente da intenja

    ou remifaf(PayjSy^pera e.fte nojfo iogo tem

    o cotrairo rcjpeito da uirtude:por 5 neíía as intcfJes ç

    ganho &nosuiáospda

    ?

    nellas  as remijfoes ganho

     ?

    em auirtudeperdafpor q quado o uiçionãlçua muy-

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    w D I ^ Í L O G O D E * *

    p.Rqgra toda uirtude pode ter tres monimmtos

    âous naturaes

    7

     

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    W * P R E C  T T C S M ORA **

    giïa cãfa

    P

    acbando nellahua te dom meios

    P

    podeôs  Ian

    car fora; & ganha t atos têtos como  ãbostedegraoî

    de ordë

    ?

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    DIU  LO  GO DE ^

    íía fum ma felicidadefera

     com

     ejlas duas

      calidades

    7

    ui-

    tenfam cr  zelo pera benuE riam tendo ejlas duas cali

    dãdes efperarã em as cafas da penitenciaÇfe o feu m o-

    mmenio â leuar tanto auan tejte uir lanço q lhe de a-

    quelles dous acidentes. B

     entrado cÕellesganha

     tantos

    como tem de nu meros

     7

    afji da ordê como de ua-

    üa naturah.cforfer  co os dous acidentes ç dobrado*

    Ganha mais.XXXPL tentos porrazam  das,  Lca-

    fa s do dífeurfo qpafou:

  • 8/18/2019 Dialogo de Joaquim de Barros Com Dous Filhos Seus

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    tw "PRECEITOS MORU : a*

    Ois uimos as regras perque a uirtude

    S )

      merece

      cr

      defmerece: ueiamos

      açora o

    procejjo dos uíciosimitando regra a rç-

    l B § l l l Í | r f t / ,

    P

     rimeira

     rçgra.Todo uicío

     pode chegar

     co fetis

    mouimentos te as tres cãfas da penitencia cr ma^j$f

    E ejlefó ofício tem emfeu difcurfo, contrariar a uir-

    tude: cr os ganhos que tem

    7

    ç per a mericimento  delia

    CT

     d ua conta e

     affetitam

    P

    pera

     ofin

     do

     iogo,

    r Rçgra

    7

      Todo  uicio  pode ter dous mouimen

    tos h ítwãl^T outro acidental, o natural fam os

    grãos Ja ordem c r

      0

     acidental os grãos  da remi ffam:

    CT tantas cãfas anda adiante quantas ouuçr nelles

    ;

     E

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    g»  DIALOGO

      DE m

    hua cotija

     por

     ouirat&nam anda mais

     q o

     primeiro

    lanço femganhar untos.E  nã tendo intcnfam nêremi

    ffam

    7

    fefor faixam  per a ma%por raz a delia ganha ta

    tos tetos quatosforea mçtadedo numero q tê de arde:

    Crfiforpera be

    ?

    pçrde outro tato^se  ç ganho cê irai

    ro ao

     das uirtudes

     com

     ejles

     acidentes*.

    iivj*R.çgrã*Toda tãuoa de uiáoque entrando em

    algua cdfa^achar nâta hÜauáous uiciosq a face mais

    contraíra a uirtuâe efxpera çima

    7

      Ale entrar com

    a

     menos contraira

    ?

    porraz

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    ^ PRECE ITOS M QR^f.

    ^

      p

    LR çgra.Todo uicio que for mandado iugar te

    do

     ia

     a uirtude ̂ triunfado

     dellefaíba

    ?

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    DIWL^GO DE

    niía

     com mais

     mçritos.E o

     preço delle

      fera per àfua

    pratica

     entendermos

     a guara que anda

     em no

    r ,

    £

    tntre

    a razam cr[enfualidadefPonjueauendo nelíè uião-

    ria de ganhar dinheiro:perdi fe o preço da uirtude, cr

    damos matçria a os

     uicíos.E quando virmos que ejle

    exercido que representaaEtbica

    ?

    confçgue

     ofruito

     de

    nojfa

     tençam: entenderemos o cuidado a

     Econômica

    er ülythicafartes  em que cohfifle toda ajilofofla

    moral

    CJtouuor de deos c da tiírgen Maria\ ^(ca\ }

      0

    Dialogo de? receitas mordes .Imprimido en  :a

    fa dcLuys Rodriguez  liureiro  dei Rey

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