44
FÁBIO CHITTERO BOLDRINI DIATERMIA POR ONDAS CURTAS NO MOMENTO MÁXIMO DE FORÇA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL COM CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA E ELETRICAMENTE INDUZIDA EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2010

DIATERMIA POR ONDAS CURTAS NO MOMENTO MÁXIMO …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/pos_graduacao/new/mestrado_fisioterapia/... · 3 fÁbio chittero boldrini diatermia por ondas

  • Upload
    vuhanh

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FÁBIO CHITTERO BOLDRINI

DIATERMIA POR ONDAS CURTAS NO MOMENTO MÁXIMO DE

FORÇA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL COM

CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA E ELETRICAMENTE INDUZIDA EM

INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2010

2

3

FÁBIO CHITTERO BOLDRINI

DIATERMIA POR ONDAS CURTAS NO MOMENTO MÁXIMO DE

FORÇA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL COM

CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA E ELETRICAMENTE INDUZIDA EM

INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2010

Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do Título de Mestre em Fisioterapia, na Universidade Cidade de São Paulo, sob orientação do Prof. Dr. Richard Eloin Liebano.

4

____________________________________

____________________________________

____________________________________

COMISSÃO JULGADORA

5

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha família (meu pai Wilton, minha mãe Sandra e

meu irmão Caio) que de várias formas contribuíram para que eu conseguisse

realizar este mestrado, sabendo que seria um grande diferencial em minha

carreira profissional. Também dedico a minha esposa Karisa por todo apoio

durante esses anos, me aconselhando para que continuasse lutando para

finalizar esta etapa tão difícil, mas ao mesmo tempo tão recompensadora.

6

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por me proporcionar saúde, proteção e

discernimento durante todos estes anos.

Agradeço minha família pelo apoio moral e financeiro a fim que meu sonho

pudesse ser realizado. À minha amada esposa Karisa pelas noites em claro me

auxiliando na execução deste trabalho, por ser paciente, amorosa e sempre me

incentivar nos momentos em que tive dúvida se valeria a pena todo este

trabalho e esforço.

Também agradeço aos amigos Ricardo Ambrosio e Luiz Afini pelo auxílio nos

testes práticos.

Não poderia deixar de agradecer a meu orientador, Prof. Dr. Richard Eloin

Liebano, pela paciência e empenho em me ajudar em todos os momentos que

necessitei. Sinto-me honrado por ser orientado por este profissional tão

competente, e quero seguir os seus passos pois é um exemplo em todos os

sentidos.

7

Sumário

Resumo ............................................................................................................ 8

Abstract ........................................................................................................... 9

1. Introdução ................................................................................................. 10

2. Objetivo ..................................................................................................... 13

3. Materiais e Métodos .................................................................................. 14

3.1 Voluntários/Casuística ........................................................................... 14

3.2 Instrumentos .......................................................................................... 14 3.2.1 Dinamômetro Isocinético ............................................................................... 14 3.2.2 Ondas Curtas ................................................................................................ 15 3.2.3 Estimulador Elétrico ...................................................................................... 15 3.2.5 Escala Analógica Visual ................................................................................ 17

3.3 Procedimento ........................................................................................ 18 3.3.1 Teste 1 - CIVM .............................................................................................. 20 3.3.2 Teste 2 – OC + CIVM .................................................................................... 20 3.3.3 Teste 3 – CR ................................................................................................. 21 3.3.4 Teste 4 – OC + CR ........................................................................................ 22

3.4 Análise dos dados ................................................................................. 22

4. Resultados ................................................................................................. 23

4.1 Análise utilizando a mediana ................................................................. 23 4.1.1 Comparação entre os gêneros utilizando o maior valor das variáveis ........ 23 4.1.2 Comparação entre os gêneros utilizando a média dos 3 valores das variáveis .................................................................................................................. 24 4.1.3 Comparação entre a presença ou não de calor ........................................... 25 4.1.4 Comparação entre a presença ou não de calor no gênero masculino ....... 27 4.1.5 Comparação entre a presença ou não de calor no gênero feminino ........... 27

4.2 Análise utilizando o percentual da CIVM................................................ 28 4.2.1 Comparação em percentual da CIVM entre os gêneros .............................. 29 4.2.2 Comparação em percentual da CIVM segundo a presença ou não do calor ................................................................................................................................ 29 4.2.3 Comparação em percentual da CIVM no gênero masculino ....................... 30 4.2.4 Comparação em percentual da CIVM no gênero feminino .......................... 30

5. Discussão .................................................................................................. 31

6. Conclusão .................................................................................................. 36

7. Referências Bibliográficas ....................................................................... 37

ANEXO ........................................................................................................... 42

Anexo 1 - Termo de Consentimento ............................................................ 42

Anexo 2 – Protocolo Comitê de Ética .......................................................... 44

8

Resumo

Introdução: o calor profundo e a estimulação elétrica são técnicas comumente

utilizadas na prática clínica da fisioterapia e que promovem benefícios

importantes em um programa reabilitação, porém a utilização destes dois

agentes associados é um tema pouco explorado. Objetivo: o presente estudo

tem como objetivo analisar o efeito da diatermia por Ondas Curtas no momento

máximo de força (MMF) do músculo quadríceps femoral com contração

voluntária e eletricamente induzida em indivíduos assintomáticos, além de

avaliar o desconforto gerado pela corrente elétrica. Método: participaram do

estudo 26 voluntários, sendo 13 do gênero masculino e 13 do gênero feminino.

Foi avaliada a capacidade de produção de torque em um dinamômetro

isocinético computadorizado, através da realização de contrações isométricas

voluntárias máximas (CIVM) do quadríceps femoral a 60º de flexão do joelho, e

eletricamente induzida. Os voluntários foram submetidos aleatoriamente a

quatro momentos, mensuração do MMF através de contração voluntária,

mensuração do MMF através de contração voluntária após aplicação do calor,

mensuração do MMF através eletricamente induzido e mensuração do MMF

eletricamente induzido após aplicação do calor. Para mensuração do

desconforto gerado pela corrente elétrica foi utilizada a escala visual analógica

(EVA). Resultados: Como esperado o gênero masculino apresentou um MMF

significantemente maior que o gênero feminino. Além disso, no gênero

masculino o MMF foi maior quando submetido à aplicação da corrente elétrica

associado ao calor. Conclusão: os achados do presente estudo sugerem que

o momento máximo de força não é influenciado pelo calor, porém no gênero

masculino há um aumento no MMF eletricamente induzido quando se associa

ao calor (p=0,033). Em relação ao desconforto causado pela corrente elétrica

foi observado aumento apenas no gênero feminino e quando associado ao

calor.

Palavras chave: torque, estimulação elétrica, diatermia, calor.

9

Abstract

Introduction: the deep heat and electrical stimulation techniques are commonly

used in physical therapy clinical practice and promoting important benefits in a

rehabilitation program, but the use of these two agents is associated with a

relatively unexplored subject. Objective: This study aims to analyze the effect

of short-wave diathermy at the time of maximum force (MMF) of the quadriceps

femoris muscle with voluntary contraction and electrically induced in healthy

individuals, and to evaluate the discomfort caused by electrical current.

Method: the study involved 26 volunteers, 13 males and 13 females. We

evaluated the capacity of torque in an isokinetic computerized by performing

voluntary isometric contractions (MVIC) of the quadriceps at 60 ° of knee

flexion, and electrically induced. The volunteers were randomly assigned to four

times, measuring the MMF by voluntary contraction, MMF by measurement of

voluntary contraction after application of heat, measurement of electrically

induced by MMF and MMF measurement of electrically induced after

application of heat. To measure the discomfort caused by the electric current

was used to visual analogue scale (VAS). Results: As expected the boys

performed a MMF significantly larger than the females. Moreover, in males the

MMF was higher when subjected to the application of electric current

associated with the heat. Conclusion: The findings of this study suggest that

the maximum moment of force is not influenced by heat, but in males there is

an increase in MMF electrically induced when combining heat (p = 0.033). In

relation to the discomfort caused by the electric current increase was observed

only in females and when combined with the heat.

Key-words: torque, electric stimulation, diathermy, heat.

10

1. Introdução

O calor é um agente físico estudado há muitos séculos que apresenta

uma quantidade abundante de efeitos físicos, químicos e fisiológicos. A

aplicação terapêutica do calor é chamada de termoterapia e é utilizada no

controle da dor, na melhora da extensibilidade de tecidos, melhora circulatória

e aceleração da cicatrização (Cameron, 2003; Kitchen 2003; Solomon et al,

2003).

De acordo com Chastain (1978) a variação da temperatura no músculo

tem mostrado efeito em propriedades que contribuem na determinação da força

muscular como fluxo sanguíneo, aporte de oxigênio, aumento na velocidade de

condução nervosa, liberação de cálcio e acetilcolina e atividade metabólica.

O aquecimento provoca aumento do fluxo sanguíneo e creatina fosfato,

da taxa metabólica, e velocidade de condução nervosa (Abramson et al, 1966;

Currier e Nelson, 1969; Edwards, 1972). Alguns autores sugerem que essas

alterações fisiológicas poderiam potencializar a função muscular (Edwards,

1972; Barnes e Larson, 1984).

Por outro lado, no sistema muscular, o aumento da temperatura

promove diminuição na taxa de disparo das fibras aferentes do tipo II e gama

eferentes (Fischer, 1965; Solomon, 2003) e aumento na taxa de disparo das

fibras Ib do órgão tendinoso de golgi (Cameron, 2003; Mense, 1978).

Essas alterações poderiam levar a uma redução na capacidade de gerar

tensão muscular, contrariando a hipótese sugerida pelos pesquisadores citados

anteriormente.

Na utilização do turbilhão com água aquecida em membros inferiores de

atletas de variados esportes como natação, basquetebol e ginastas, houve

redução de força muscular, com recuperação da capacidade contrátil após

duas horas seguintes à aplicação (Wickstrom e Polk, 1961; Edwards, 1972). Já

em ciclistas submetidos à imersão em água quente, foi observado aumento

imediato de 11% no pico de torque (Sargeant, 1987). Com esta mesma forma

de aplicação de calor, porém no músculo tríceps sural, foi relatado melhora da

performance dinâmica em ciclistas e saltadores (Davies e Young, 1983).

11

Resultados semelhantes, como aumento de força, foram observados

quando utilizado a diatermia por ondas curtas no músculo quadríceps femoral,

sendo que após duas horas do término da aplicação a força muscular

aumentava permanecendo acima do nível anterior à aplicação (Chaistain,

1978).

Já em condições normais de temperatura estudos mostram que existe

diferença na produção de força entre os gêneros, sendo que o gênero

masculino é capaz de gerar mais força em relação ao gênero feminino devido

às enzimas musculares ou mesmo alterações estruturais que existem entre os

mesmos (Bell, 1986; Komi, 1971;).

Modalidades físicas como o calor e a estimulação elétrica vêm sendo

muito utilizadas no tratamento fisioterapêutico para fins analgésicos, sendo

observados benefícios na utilização associadas quando comparada com

alguma modalidade individualmente (Solomon, 2003).

A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é utilizada comumente na

reabilitação pelos fisioterapeutas com o objetivo analgésico e também de

melhorar as propriedades musculares relacionadas ao treino como a produção

de torque ou momento máximo de força do músculo quadríceps, fluxo

sanguíneo intramuscular e também de forma preventiva (Lyons, 2005; Bax,

2005; Ward 2004).

Uma das técnicas mais utilizadas para o auxílio do ganho de força

muscular é a estimulação elétrica. A corrente mais popularmente conhecida é a

chamada corrente russa, que se trata de uma corrente alternada de média

freqüência de 2500 Hz modulada em 50 Hz com ciclo de trabalho de 50%,

descrita por Yakov Kots na década de 70, relatando ganho de força em

músculos saudáveis de atletas de elite (Ward, 1998, 2002).

Teoricamente a produção de calor local no músculo poderiam ter efeitos

benéficos à EENM devido às alterações hemodinâmicas e neuromusculares

como aumento do fluxo sanguíneo, melhor aporte de oxigênio, provimento de

ATP, otimização da velocidade de condução nervosa e dos componentes

contráteis, produzindo assim melhores condições para o uso da estimulação

elétrica e consequentemente melhora da performance muscular. Além disso, o

efeito analgésico produzido pelo aquecimento (Cetin, 2008) poderia reduzir o

12

desconforto causado pela estimulação elétrica, fazendo com que ela seja

melhor aceita pelos pacientes.

De acordo com os trabalhos vistos anteriormente os efeitos isolados do

calor em relação à força muscular são escassos e apresentam resultados

contraditórios (Wickstrom e Polk, 1961; Edwards, 1972; Sargeant, 1987; Davies

e Young, 1983; Chaistain, 1978). No entanto, não foram encontrados estudos

associando a estimulação elétrica neuromuscular com agentes térmicos para a

produção de força.

Desta forma estudos sobre a influência do aquecimento na capacidade

de geração de força, bem como a associação do calor com a estimulação

elétrica neuromuscular são de grande importância, pois poderiam contribuir

para a otimização dos programas de ganho de força utilizados na prática clínica

tanto em pacientes com hipotrofia devido ao tempo prolongado de imobilização,

após intervenção cirúrgica e até mesmo de forma preventiva.

13

2. Objetivo

Analisar o efeito da diatermia por ondas curtas no momento máximo de

força (MMF) do músculo quadríceps femoral gerado pela contração voluntária e

eletricamente induzida em indivíduos assintomáticos do gênero masculino e

feminino, e avaliar o desconforto gerado pela corrente elétrica.

14

3. Materiais e Métodos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) da Universidade Cidade de São Paulo sob o protocolo n°. 13323922.

3.1 Voluntários/Casuística

Foram selecionados 28 voluntários saudáveis, (13 do gênero masculino

e 15 do gênero feminino), com idades variando entre 18 e 25 anos, sem

história de intervenção cirúrgica, lesões ou doenças musculoesqueléticas e

neuromusculares no membro inferior dominante a ser analisado, com índice de

massa corpórea (IMC) entre 19 e 25 kg/m². Porém 2 voluntários do gênero

feminino foram excluídos do trabalho por relatarem desconforto quando

aplicado a corrente elétrica, impedindo desta forma a realização dos testes.

Sendo assim participaram do estudo 13 voluntários do gênero masculino e 13

voluntárias do gênero feminino.

Anteriormente à realização do teste, todos os voluntários foram

esclarecidos sobre os procedimentos a serem realizados, e assinaram um

termo de consentimento (Anexo 1), aceitando a participação e utilização dos

resultados obtidos no trabalho.

Todo o procedimento foi realizado na Clínica de Fisioterapia da

Universidade Cidade de São Paulo – Brasil.

3.2 Instrumentos

3.2.1 Dinamômetro Isocinético

Para obtenção do torque foi utilizado um dinamômetro isocinético

computadorizado da marca Cybex®, do modelo Cybex Norm 6000, situado na

Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) (Figura 1).

15

Figura 1. Dinamômetro Isocinético Cybex®, modelo Cybex Norm 6000.

3.2.2 Ondas Curtas

Para aplicação do calor profundo, foi utilizado o aparelho de Ondas

Curtas Diatermax 350P (KLD® Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda)

(Figura 2).

Figura 2. Ondas Curtas, modelo Diatermax 350P (KLD® Biosistemas Equipamentos

Eletrônicos Ltda).

3.2.3 Estimulador Elétrico

Para realização da estimulação elétrica neuromuscular, foi utilizado o

aparelho Endophasys (KLD® Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda)

(Figura 3) com os seguintes parâmetros e materiais:

Tipo de corrente: alternada retangular

Freqüência da corrente portadora: 2500 Hz

Freqüência de modulação: 50 Hz

16

Amplitude: 0 a 150 mA (o máximo tolerável)

Duração da fase: 200 μs

Ciclo de trabalho: 20%

Duração da contração: 9 segundos (rampa de subida de 3 segundos)

Eletrodos auto-adesivos de 7,5 x 13 cm (2 unidades) da marca Axel

Gaard® (Valutrode)

Figura 3. Estimulador elétrico Endophasys (KLD Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda)

3.2.4 Gerador universal de correntes

Para o posicionamento dos eletrodos foi utilizada a técnica de

localização do ponto motor através de uma corrente pulsada monofásica

retangular de baixa freqüência com o aparelho Nemesys941P (Quark®) (Figura

4).

Figura 4. Nemesys941P (Quark®).

17

Figura 5. Eletrodo dispersivo posicionado na região anterior da coxa e eletrodo ativo em forma

de caneta posicionado perpendicularmente ao músculo quadríceps femoral.

Figura 6. Eletrodo dispersivo posicionado na região anterior da coxa e eletrodo ativo em forma

de caneta posicionado perpendicularmente ao músculo vasto medial.

3.2.5 Escala Analógica Visual

Foi utilizada uma escala analógica visual (VAS) para registro do

desconforto sensorial (Figura 7). Essa escala mede 10 cm horizontalmente,

sendo que o valor de 0 foi considerado como “nenhum desconforto” e o 10

como “máximo desconforto”.

Figura 7. Escala Visual Analógica.

Nenhum desconforto Máximo desconforto

18

3.3 Procedimento

Todos os indivíduos foram analisados em 4 momentos, alocados de

forma aleatória através de um sorteio de envelope fechado, em dias diferentes

da semana respeitando um intervalo de 2 a 7 dias entre os testes, sempre

realizado entre as 13 e 18 horas (Figura 8).

Te

Figura 8. Esquematização dos grupos e seus respectivos procedimentos.

Para a determinação do MMF os voluntários foram posicionados na

cadeira do dinamômetro isocinético, previamente calibrado.

As técnicas de posicionamento do voluntário fornecidas pelo fabricante

foram rigorosamente seguidas. Os quadris dos sujeitos foram imobilizados com

um cinto, a 85° de flexão, e a perna não-dominante foi imobilizada com uma

dupla almofada no terço distal da tíbia, 3 cm próximo da articulação do

tornozelo. O tronco também foi estabilizado por meio de cintas, para evitar

possíveis compensações musculares.

O Cybex Norm 6000 foi programado a uma velocidade angular de 0° por

segundo (modo isométrico), e a articulação do joelho da perna dominante foi

Teste 1 CIVM

Teste 2 OC + CIVM

Teste 3 CR

Teste 4 OC + CR

26 voluntários

Teste 1 - CIVM: determinação do MMF (momento máximo de força) através da

contração isométrica voluntária máxima.

Teste 2 - OC + CIVM: determinação do MMF (momento máximo de força) através da

contração isométrica voluntária máxima após aplicação do Ondas Curtas.

Teste 3 - CR: determinação do MMF (momento máximo de força) através de

estimulação elétrica com corrente russa.

Teste 4 - OC + CR: determinação do MMF (momento máximo de força) através de

estimulação elétrica com corrente russa após aplicação do Ondas Curtas.

19

posicionada a 60º de flexão, sendo que o apoio do braço do dinamômetro foi

fixado na região distal da perna do voluntário (permitindo um arco completo de

dorsiflexão). A coxa do sujeito foi também fixada na cadeira através de cintas.

O eixo de rotação do dinamômetro foi alinhado com o eixo de rotação do joelho

avaliado (Figura 9).

Os membros superiores foram apoiados no suporte lateral da cadeira do

dinamômetro.

Figura 9. Posicionamento no dinamômetro isocinético.

Anteriormente ao início dos testes foi determinado que os indivíduos

permanecessem parados e relaxados no dinamômetro isocinético por um

período de 3 (três) minutos, tempo necessário para que fosse posicionado

corretamente.

Durante os testes 1 e 2 os voluntários foram incentivados verbalmente

pelo examinador para que fosse realizada a maior força possível, de modo que

o maior valor dos 3 observados do (MMF) registrado no monitor do

dinamômetro fosse considerado como o melhor valor do MMF.

Para a realização dos testes 3 e 4 foram realizados 5 provas de valores

onde a amplitude da corrente elétrica era aumentada gradualmente até a

máxima suportada pelo indivíduo, de modo que o maior valor foi determinado,

mantido e utilizado em todas as mensurações que utilizaram a estimulação

elétrica neuromuscular, sendo que neste caso o voluntário permaneceu parado

e relaxado para as mensurações.

20

Para todas as repetições (Teste 1,Teste 2,Teste 3 e Teste 4) foi

determinado como melhor valor do MMF o maior observado entre as 3

mensurações, sendo assim também utilizado em percentual da contração

isométrica voluntária máxima (CIVM). Em todos os testes, antes da

mensuração e nos intervalos entre uma mensuração e outra foi determinado

um tempo de 3 minutos que era o necessário para o posicionamento dos

indivíduos e o suficiente para descansar entre uma repetição e outra. Nos

intervalos entre as contrações eletricamente induzidas era mostrada aos

voluntários a escala visual analógica (VAS) para que este identificasse o

desconforto gerado pela corrente elétrica, desta forma foram analisadas 3

medidas em cada teste que era composto por 3 repetições cada.

3.3.1 Teste 1 - CIVM

Anteriormente ao início do teste foi informado ao voluntário que quando

solicitado fosse feita a maior força possível para a determinação do MMF do

músculo quadríceps através da contração isométrica voluntária máxima

(CIVM), realizado 3 vezes, com 9 segundos de contração cada, com intervalo

de 3 minutos de uma mensuração para outra onde o indivíduo permanecia

relaxado, todas no mesmo dia, sendo incentivado verbalmente pelo

examinador durante a realização dos testes.

3.3.2 Teste 2 – OC + CIVM

Anteriormente à avaliação do CIVM o indivíduo foi submetido à aplicação

da diatermia por ondas curtas no modo contínuo, através da técnica coplanar e

dose moderada (dose III) durante um período de 20 minutos com um dos

eletrodos de placas dispostos 3 cm abaixo da espinha ilíaca ântero-superior e o

outro 3 cm acima da base da patela (Figura 10).

Os voluntários foram instruídos a informar ao pesquisador quando a

sensação térmica gerada pelo aparelho de Ondas Curtas fosse um calor

moderado ou caso estivesse muito quente para que fosse diminuída a dose.

21

Figura 10. Posicionamento para aplicação de Ondas Curtas.

Após este procedimento, o indivíduo foi posicionado e informado que

quando solicitado fosse feita a maior força possível para a determinação do

MMF do músculo quadríceps através da contração isométrica voluntária

máxima (CIVM), realizado 3 vezes, com 9 segundos de contração cada, com

intervalo de 3 minutos, todas no mesmo dia, sendo incentivado verbalmente

pelo examinador durante a realização dos testes.

3.3.3 Teste 3 – CR

Anteriormente ao início do teste o indivíduo foi posicionado no

dinamômetro isocinético e para a mensuração foi solicitado ao voluntário que

mantivesse o membro avaliado relaxado com intuito de evitar contrações

voluntárias durante a estimulação elétrica até que fossem completados os 3

minutos de intervalo pré-teste. Os eletrodos do estimulador elétrico foram

posicionados no ponto motor do músculo vasto medial oblíquo e no ponto

motor do nervo femoral. Para a localização destes pontos motores foi utilizado

um gerador universal de correntes (Nemesys941P) sendo que o eletrodo

dispersivo de metal medindo 5,0 x 10 cm foi colocado na região anterior da

coxa, fixado com fita adesiva, utilizando-se uma esponja umedecida para a

condução elétrica e o eletrodo ativo em forma de caneta, foi envolvido por um

chumaço de algodão umedecido em sua extremidade metálica. O eletrodo ativo

foi posicionado perpendicularmente ao músculo quadríceps femoral (Figura 5)

e posteriormente ao músculo vasto medial (Figura 6) com leve pressão

22

utilizando o peso da caneta. Para este procedimento foram utilizados os

seguintes parâmetros:

Duração da fase: 200 ms

Intervalo inter-pulso: 500 ms

Frequência: 1,43 Hz

Amplitude: nível motor

Após determinação dos pontos motores os indivíduos estavam

preparados para iniciar os testes. Cada contração eletricamente induzida teve

duração de nove segundos, com 3 minutos de intervalo, sendo a amplitude

(intensidade) aumentada até o valor previamente determinado.

3.3.4 Teste 4 – OC + CR

Anteriormente ao início do teste o indivíduo foi submetido à aplicação da

diatermia por ondas curtas durante um período de 20 minutos com um dos

eletrodos de placas dispostos 3 cm abaixo da espinha ilíaca ntero-superior e

o outro 3 cm acima da base da patela, da mesma forma já informada no teste

2.

Posteriormente à aplicação do ondas curtas o indivíduo foi posicionado

no dinamômetro isocinético e instruído a manter o membro avaliado relaxado

com intuito de evitar contrações voluntárias durante a estimulação elétrica. Os

eletrodos do estimulador elétrico foram posicionados no ponto motor do

músculo vasto medial oblíquo e no ponto motor do nervo femoral, como já

descrita anteriormente no teste 3. Cada contração eletricamente induzida teve

duração de nove segundos, com 3 minutos de intervalo, sendo a intensidade

aumentada até o valor determinado anteriormente.

3.4 Análise dos dados

A análise dos dados foi feita com o pacote estatístico SPSS (Statistical

Package for Social Sciences) for Windows versão 12 e R: A language and

environment for statistical computing. Todos os testes foram realizados

considerando hipóteses bilaterais e assumindo um nível de significância α=5%.

23

4. Resultados

4.1 Análise utilizando a mediana

Inicialmente foi utilizada a estatística descritiva para avaliar a freqüência,

mediana e intervalo inter-quartílico das variáveis de interesse. Os dados

quantitativos foram apresentados na forma de mediana e intervalo inter-

quartílico. E os dados qualitativos foram representados por meio de

freqüências.

As comparações das medianas das variáveis Maior CIVM, Maior CIVM +

Calor, Maior CR, Maior CR + Calor, Maior desconforto CR, Maior desconforto

CR + calor, Média CIVM, Média CIVM + Calor, Média CR, Média CR + Calor,

Média desconforto CR e Média desconforto CR + calor segundo gênero foram

realizadas por meio do teste de Mann-Whitney. Já as comparações das

medianas das variáveis Maior CIVM, Maior CR, Maior desconforto CR, Média

CIVM, Média CR e Média desconforto segundo a presença ou ausência do

calor foram realizadas por meio do teste dos postos assinalados de Wilcoxon.

Foi utilizado um teste não paramétrico, pois as variáveis em questão não

possuíam distribuição normal, sendo que a normalidade dos dados foi testada

pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.

4.1.1 Comparação entre os gêneros utilizando o maior valor das variáveis

A Tabela 01 apresenta os resultados obtidos para o teste de diferença

das medianas das variáveis Maior CIVM, Maior CIVM + Calor, Maior CR, Maior

CR + Calor, Maior desconforto CR e Maior desconforto CR + calor.

24

Tabela 01: Mediana, intervalo inter-quartílico e p-valor da comparação das

medianas das variáveis de interesse entre os gêneros.

Variáveis

Masculino Feminino

p-valor* Mediana

(IIQ)

Mediana

(IIQ)

Maior CIVM 290,0

(256,5 – 333,5)

148,0

(142,5 – 163,5) <0,001

Maior CIVM + Calor 284,0

(250,5 – 328,5)

161,0

(115,5 – 192,0) <0,001

Maior CR 69,0

(31,0 – 80,0)

40,0

(24,5 – 73,5) 0,243

Maior CR + Calor 73,0

(51,0 – 103,0)

58,0

(21,0 – 107,5) 0,287

Maior desconforto CR 6,2

(4,6 – 7,4)

6,3

(3,9 – 7,7) 0,687

Maior desconforto CR +

Calor

6,3

(2,6 – 7,0)

7,6

(4,1 – 9,2) 0,044

*Teste de Mann-Whitney; IIQ: Intervalo inter-quartílico (1° Quartil – 3° Quartil)

Somente as variáveis “Maior CIVM” (p=0,001), “Maior CIVM + Calor”

(p=0,001) e “Maior Desconforto CR + Calor” (p=0,044) apresentaram diferença

estatisticamente significante na comparação entre os gêneros e utilizando o

maior valor das mensurações. Em ambos os gêneros o valor da variável “Maior

Desconforto CR + Calor” é superior em relação à variável “Maior Desconforto

CR”, porém existe apenas diferença estatística entre os gêneros quando

associado ao calor, sendo que neste caso as mulheres apresentam maior

desconforto em relação aos homens (p=0,044).

4.1.2 Comparação entre os gêneros utilizando a média dos 3 valores das variáveis

A Tabela 02 apresenta os resultados obtidos para o teste de diferença

das medianas das variáveis Média CIVM, Média CIVM + Calor, Média CR,

Maior CR + Calor, Média desconforto CR e Média desconforto CR + calor.

25

Tabela 02: Mediana, intervalo inter-quartílico e p-valor da comparação das

medianas das variáveis de interesse entre os gêneros.

Variáveis

Masculino Feminino

p-valor* Mediana

(IIQ)

Mediana

(IIQ)

Média CIVM 282,3

(248,2 – 324,7)

139,0

(134,8 – 159,6) <0,001

Média CIVM + Calor 273,0

(246,2 – 322,6)

154,0

(112,6 – 184,5) <0,001

Média CR 61,6

(25,3 – 75,7)

31,0

(18,7 – 46,8) 0,081

Média CR + Calor 61,3

(40,5 – 73,5)

34,0

(15,6 – 70,5) 0,153

Média desconforto CR 5,2

(3,9 – 6,0)

4,9

(2,6 – 6,6) 1,000

Média desconforto CR +

Calor

4,8

(2,1 – 6,3)

6,5

(3,3 – 7,5) 0,091

*Teste de Mann-Whitney; IIQ: Intervalo inter-quartílico (1° Quartil – 3° Quartil)

Veja que apenas as variáveis “Média CIVM” (p=0,001) e “Média CIVM +

Calor” (p=0,001) apresentaram diferença estatisticamente significante na

comparação entre os gêneros e utilizando a médias dos valores das

mensurações.

As variáveis “Média CIVM” e “Média CIVM + Calor” tiveram diferença

estatisticamente significante tanto na análise com o maior valor das

mensurações quanto com a média, porém a variável “Desconforto + Calor”

apresentou diferença estatística apenas quando utilizado o maior valor das

mensurações.

4.1.3 Comparação entre a presença ou não de calor

A Tabela 03 apresenta os resultados obtidos para o teste de diferença

das medianas segundo a presença ou não de calor.

26

Tabela 03: Mediana, intervalo inter-quartílico e p-valor da comparação das

medianas das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor.

Variáveis

Sem Calor Com Calor

p-valor* Mediana

(IIQ)

Mediana

(IIQ)

Maior CIVM 198,5

(147,7 – 292,5)

212,0

(152,0 – 290,5) 0,594

Maior CR 60,0

(26,5 – 74,0)

59,5

(40,3 – 102,2) 0,063

Maior desconforto CR 6,2

(4,5 – 7,3)

6,7

(3,8 – 7,6) 0,893

Média CIVM 191,8

(139,0 – 283,4)

206,1

(148,6 –278,5) 0,770

Média CR 42,1

(22,1 – 67,5)

48,9

(28,3 – 69,3) 0,218

Média desconforto CR 5,1

(3,5 – 6,1)

5,7

(2,9 – 7,1) 0,869

*Teste dos postos assinalados de Wilcoxon; IIQ: Intervalo inter-quartílico (1°

Quartil – 3° Quartil)

Note que não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas

nos testes quando avaliados na presença ou na ausência do calor.

27

4.1.4 Comparação entre a presença ou não de calor no gênero masculino

Tabela 04: Mediana, intervalo inter-quartílico e p-valor da comparação das medianas das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor para o sexo masculino.

Variáveis

Sem Calor Com Calor

p-valor* Mediana (IIQ)

Mediana (IIQ)

Maior CIVM 290,0

(256,5 – 333,5) 284,0

(250,5 – 328,5) 0,382

Maior CR 69,0

(31,0 – 80,0) 73,0

(51,0 – 103,0) 0,033

Maior desconforto CR 6,2

(4,6 – 7,5) 6,3

(2,6 – 7,1) 0,124

Média CIVM 282,3

(248,1 – 324,6) 273,3

(246,1 –322,6) 0,600

Média CR 61,6

(25,3 – 75,6) 61,3

(40,5 – 73,5) 0,221

Média desconforto CR 5,2

(3,8 – 5,9) 4,8

(2,0 – 6,3) 0,173

A tabela acima mostra no gênero masculino que a variável “CR”

(p=0,033) utilizando o maior valor das mensurações apresenta diferença

estatisticamente significante, apontando um valor maior para a estimulação

elétrica associada ao calor.

Veja que a mediana do maior valor da “CR” sem calor é menor que a

mediana do maior valor da “CR” com calor.

4.1.5 Comparação entre a presença ou não de calor no gênero feminino

A tabela abaixo apresenta os resultados obtidos para o teste de

diferença das medianas segundo a presença ou não de calor para o sexo

feminino, evidenciando nenhuma diferença estatisticamente significante.

28

Tabela 05: Mediana, intervalo inter-quartílico e p-valor da comparação das

medianas das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor para

o sexo feminino.

Variáveis

Sem Calor Com Calor

p-valor* Mediana

(IIQ)

Mediana

(IIQ)

Maior CIVM 148,0

(142,5 – 163,5)

161,0

(115,5 – 192,0) 0,944

Maior CR 40,0

(24,5 – 73,5)

58,0

(21,0 – 107,5) 0,695

Maior desconforto CR 6,3

(3,9 – 7,7)

7,6

(4,1 – 9,2) 0,117

Média CIVM 139,3

(134,8 – 159,6)

154,0

(112,6 –184,5) 0,944

Média CR 31,0

(18,6 – 46,8)

34,0

(15,6 – 70,6) 0,552

Média desconforto CR 4,9

(2,5 – 6,5)

6,5

(3,3 – 7,5) 0,087

*Teste dos postos assinalados de Wilcoxon; IIQ: Intervalo inter-quartílico (1°

Quartil – 3° Quartil)

4.2 Análise utilizando o percentual da CIVM

As comparações das médias das variáveis proporção do Maior

CR/CIVM, proporção do Maior CR + Calor/CIVM + Calor, proporção da Média

CR/CIVM, proporção da Média CR + Calor/CIVM + Calor foram realizadas por

meio do teste t-student. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de

Kolmogorov-Smirnov.

29

4.2.1 Comparação em percentual da CIVM entre os gêneros

A Tabela 06 apresenta os resultados obtidos para o teste de diferença

das médias das variáveis proporção do Maior CR/CIVM, proporção do Maior

CR + Calor/CIVM + Calor, proporção da Média CR/CIVM, proporção da Média

CR + Calor/CIVM + Calo.

Tabela 06: Média, desvio padrão e p-valor da comparação das médias das variáveis de interesse entre os gêneros.

Variáveis

Masculino Feminino

p-valor* Média (d.p.)

Média (d.p)

Proporção do Maior CR/CIVM

23,54 (11,93)

33,87 (22,29)

0,154

Proporção do Maior CR + Calor/CIVM + Calor

32,66 (20,34)

40,87 (30,59)

0,428

Proporção da Média CR/CIVM

20,32 (10,44)

25,63 (18,88)

0,384

Proporção da Média CR + Calor/CIVM + Calor

25,77 (16,72)

32,09 (29,05)

0,503

*Teste t-student

A Tabela 06 indica que não existe diferença estatisticamente significante entre as médias dos dois grupos para todas as variáveis analisadas.

4.2.2 Comparação em percentual da CIVM segundo a presença ou não do calor

A Tabela 07 apresenta os resultados obtidos para o teste de diferença

das médias das variáveis proporção do Maior CR/CIVM e proporção da Média

CR/CIVM segundo a presença ou não de calor.

Tabela 07: Média, desvio padrão e p-valor da comparação das médias das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor.

Variáveis

Calor

p-valor* Não Sim

Média (d.p.)

Média (d.p)

Proporção do Maior CR/CIVM

28,70 (18,29)

36,76 (25,80)

0,059

Proporção da Média CR/CIVM

22,97 (15,19)

28,93 (23,45)

0,187

*Teste t-student pareado

30

4.2.3 Comparação em percentual da CIVM no gênero masculino

Tabela 08: Média, desvio padrão e p-valor da comparação das médias das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor para o sexo masculino.

Variáveis

Calor

p-valor* Não Sim

Média (d.p.)

Média (d.p)

Proporção do Maior CR/CIVM

23,54 (11,93)

32,66 (20,34)

0,030

Proporção da Média CR/CIVM

20,32 (10,44)

25,77 (16,72)

0,107

*Teste t-student pareado

4.2.4 Comparação em percentual da CIVM no gênero feminino

Tabela 09: Média, desvio padrão e p-valor da comparação das médias das variáveis de interesse segundo a presença ou não de calor para o sexo feminino.

Variáveis

Calor

p-valor* Não Sim

Média (d.p.)

Média (d.p)

Proporção do Maior CR/CIVM

33,87 (22,29)

40,87 (30,59)

0,365

Proporção da Média CR/CIVM

25,63 (18,88)

32,09 (29,05)

0,457

*Teste t-student pareado

Veja que avaliando as variáveis segundo a presença de calor

considerando toda a amostra não foi encontrado diferença estatisticamente

significante, porém foi observado diferença para o gênero masculino utilizando

o maior valor quando submetido ao calor (p=0,030).

31

5. Discussão

Em programas de reabilitação é comum a utilização de recursos como

calor profundo em processos álgicos e para melhora de rigidez articular, e de

estimulação elétrica principalmente em algias e ganho de força muscular.

Em diversos estudos é relatado que o calor promove aumento de fluxo

sanguíneo local, na velocidade de condução nervosa e um maior recrutamento

de fibras musculares, desta forma a utilização de correntes elétricas no sistema

muscular associado ao calor, poderia influenciar positivamente na produção do

torque.

A partir dos relatos de trabalhos disponíveis na literatura (Billeter, 1996;

Barbosa, 2005), foi estabelecido um tempo de contração de 9 segundos e

intervalo de 3 minutos para cada teste realizado, já que estudos mostram a

existência de adenosina-trifosfato (ATP), bem como a possibilidade de

regenerar suficientemente o suprimento dessa molécula, no músculo em CIVM

com 30 segundos de duração.

O posicionamento dos voluntários foi realizado de acordo com os

trabalhos de Mendler (1976), sendo que em seu estudo onde foi testado a força

máxima de extensão isométrica do joelho com diferentes métodos de

estabilização e encontrou que a maior força produzida foi possível quando as

costas estavam bem posicionadas no encosto do equipamento e as mãos

firmemente apoiadas no assento. Assim, uma adequada estabilização dos

sujeitos de pesquisa no equipamento é necessária para proporcionar uma

máxima produção de torque com o mínimo de interferência (Magnusson, 1993).

Em um trabalho realizado por Arnold (1993) foi realizada uma análise

envolvendo o quadríceps femoral, da relação da velocidade de torque ângulo-

específico (avaliação isocinética), com os valores de 30°, 60° e 75° de flexão

do joelho. Foi encontrado que não houve diferença significante entre os valores

de 60° e 75°, sugerindo que estes seriam os melhores posicionamentos.

O ângulo de flexão do joelho foi estabelecido como sendo 60°, já que a

maioria das pesquisas desenvolveu seus protocolos utilizando este parâmetro

de flexão (Brasileiro e col, 2000; Snyder-Mackler, 1989; Mcloda, 2000; Lyons,

2005; Grimby, 1989).

32

Como não há consenso na literatura quanto à realização da análise dos

dados utilizando a média (Laufer, 2001; Chastain, 1978) ou o maior valor

(Thornley, 2003; Stewart, 2003) das três mensurações, no presente estudo foi

estabelecida análise das duas formas.

A colocação dos eletrodos também é muito importante para se obter os

melhores resultados. É mais fácil ativar o músculo pelo estímulo no seu ponto

motor, que é o local onde o músculo pode ser estimulado e contraído

utilizando-se da menor quantidade de energia (Kitchen, 1998). Desta forma, no

presente estudo os eletrodos foram posicionados no ponto motor do músculo

reto femoral e vasto medial, com o auxílio do gerador universal de pulsos

Nemesys 941 da marca Quark.

Em relação ao uso do calor na contração isométrica voluntária máxima

existem poucos estudos disponíveis na literatura, porém quando se associa a

aplicação do calor com a estimulação elétrica para observar a influencia na

força não se encontra na literatura.

Em estudo publicado por Thornley (2003), submeteram indivíduos do

gênero masculino à aplicação de 30 minutos de calor com um pacote de gel à

55°C na região anterior da coxa, sendo que foi mensurado o momento máximo

de força anteriormente e após aplicação de calor.

Estes resultados corroboram com o presente estudo no que diz respeito

à não alteração da contração isométrica voluntária máxima, já que não foi

observado diferença estatística, porém utilizou-se de um recurso de calor e

tempo de aplicação diferente do proposto neste estudo.

Outro estudo que obteve resultados semelhantes, mas também não

utilizou a diatermia por ondas curtas, foi desenvolvido por Wickstrom e Polk

(1961), porém utilizando um turbilhão em membros inferiores de atletas com

temperaturas de 40°C e 43,3°C para avaliar a diferença de força e resistência

comparando as duas temperaturas já citadas. Após utilização de 20 minutos

deste recurso de calor foi realizada a mensuração e relatado que após

aplicação a força diminuiu, sendo que após 2 horas de aplicação é que se

observa uma performance similar ou ligeiramente melhor comparado com o

valor mensurado inicialmente, ou seja, antes da aplicação do calor.

Utilizando um músculo diferente do apresentado neste estudo,

entretanto com resultado similar da pesquisa em questão, Davies e Young

33

(1983) também não observaram benefício muscular, e especificamente no que

diz respeito ao torque muscular de tríceps sural quando submeteu indivíduos à

aplicação de calor ajustado em 46°C, com imersão total do membro inferior na

água aquecida.

Com uma instrumentação idêntica ao presente estudo, Chastain (1978)

utilizou o mesmo recurso de calor, tempo de aplicação e forma de mensuração

de força da mesma forma. Em seu estudo com adultos jovens foi analisado o

pico de torque após aplicação da diatermia por ondas curtas no músculo

quadríceps femoral durante 20 minutos e foi observado que imediatamente

após o termino da aplicação o torque diminui, sendo que 50 minutos depois da

aplicação os níveis de força aumentam e após 2 horas atingiram um valor

maior do que o mensurado inicialmente, antes da aplicação do recurso de

calor.

Desta forma os trabalhos já citados são semelhantes no que diz respeito

a não alteração na contração isométrica voluntária máxima quando submetidos

à aplicação de calor, porém existem diferenças evidentes quanto a técnica de

calor utilizada, tempo de aplicação, gêneros estudados, e metodologia de

forma geral podendo dificultar uma comparação real com a pesquisa em

questão.

No presente estudo foi avaliado o efeito do calor na contração voluntária

e eletricamente induzida, além do desconforto gerado pela corrente elétrica. A

análise foi realizada utilizando os valores em média ou o maior das 3

mensurações, sendo que apenas no gênero masculino foi observado diferença

estatística na geração de torque com a utilização da corrente russa associada

ao calor tendo benefício em relação a não aplicação de calor. Além disso, no

que diz respeito ao desconforto gerado pela corrente elétrica foi evidenciado

diferença estatística utilizando o maior valor apenas no gênero feminino

quando submetidos à aplicação de calor, porém utilizando a média não foi

observado o mesmo.

É conhecido que o torque voluntário produzido pelo homem em geral é

maior que o torque produzido pela mulher, sendo o mesmo observado no

presente estudo. Porém no que diz respeito à contração eletricamente induzida

não foi observada diferença estatística na comparação entre os gêneros

34

quando utilizado o percentual da contração isométrica voluntária máxima

(CIVM).

O ondas curtas capacitivo promove aumento de fluxo sanguíneo na

gordura e tecido cutâneo, sendo que o gênero feminino apresenta uma maior

quantidade de tecido adiposo em relação ao gênero masculino (Petrofsky,

2008).

Além disso, estudos mostram que o acúmulo do tecido adiposo no

gênero feminino ocorre principalmente na região gluteofemoral enquanto que

no gênero masculino o acúmulo está na região abdominal (Navarro, 2001), e o

desconforto gerado pela corrente elétrica é maior no gênero feminino

(Maffiuletti, 2008).

Uma hipótese para o torque no gênero feminino não ter sofrido

interferência durante os testes com corrente elétrica no músculo quadríceps

femoral é que os homens são considerados mais excitáveis eletricamente,

justamente por geralmente apresentarem uma maior quantidade de massa

muscular e menor quantidade de tecido adiposo na região gluteofemoral em

relação às mulheres. Desta forma a corrente elétrica no gênero feminino teria

maior dificuldade de penetração interferindo na passagem e estimulação

elétrica, sabendo-se que o desconforto gerado pela corrente em maior

proporção no gênero feminino é mais um fator considerável para o não

aumento do torque quando associado ao calor (Morrissey, 1988; Lee et al,

2004).

Desta forma o calor aplicado teoricamente teria uma pior penetração, já

que o tecido adiposo dificulta também a dissipação calor, interferindo desta

forma a possível melhora metabólica e neuromuscular local que favoreceria o

aumento do torque eletricamente induzido.

Em contrapartida, uma possível explicação do benefício do torque no

gênero masculino, tanto na análise com mediana quanto em percentual da

CIVM quando submetido ao calor e à aplicação da corrente elétrica pode ser

pelo aumento de metabolismo local, já que mesmo sendo o quadríceps femoral

um músculo fásico e preferencialmente as fibras do tipo II serem ativadas

durante a estimulação elétrica neuromuscular, o estímulo torna-se mais intenso

comparado com a contração voluntária, sendo assim necessária e importante a

maior presença de aporte sanguíneo e creatina fosfato, além do aumento na

35

velocidade de condução nervosa, que não seria necessário para uma

contração voluntária.

A diminuição da eferência teoricamente não interfere na produção de

força quando submetido à aplicação da corrente elétrica, pois o estímulo é

localizado e externo, diferentemente da contração voluntária que depende de

uma ativação central e que é imprescindível a aferência e eferência sem

alterações para que a contração ocorra de forma adequada.

A não alteração do torque durante a contração isométrica voluntária

máxima e associada ao calor pode ser devido à não necessidade de uma

aporte maior de sangue, nutrientes, ATP e oxigênio, já que se trata de uma

contração fásica de forma voluntária em que o intervalo proposto é suficiente

para recuperação total das reservas energéticas (Billeter, 1996; Barbosa 2005).

Uma possível explicação para os achados é que após aquecimento local

existe uma gradual redução da ativação da unidade motora (Morrison, 2004), o

que impediria uma geração de torque voluntário maior em relação a não

aplicação de calor.

De acordo com Mense (1978) o calor também diminui a aferência, isso

teoricamente também explica os achados já que com uma aferência diminuída

por consequência a eferência fica prejudicada, impedindo assim alteração na

geração de torque voluntário.

Os achados do presente estudo, ou seja, a não alteração da geração do

torque voluntário após aplicação do calor, corroboram com as pesquisas

previamente realizadas mesmo sendo de metodologias diferentes (Thornley,

2003; Wickstrom e Polk, 1961; Davies e Young, 1983).

36

6. Conclusão

A diatermia por ondas curtas não influenciou o máximo momento de

força do músculo quadríceps femoral na contração voluntária, porém utilizando

o valor maior das mensurações foi detectado aumento do torque na contração

eletricamente induzida associado ao calor profundo em indivíduos do gênero

masculino. Também foi observado que o calor influenciou no desconforto

gerado pela corrente apenas no gênero feminino.

37

7. Referências Bibliográficas

1. Abramson DI, Chu LS, Tuck S, Lee SW, Richardson G, Levin M. Effect of

tissue temperatures and blood flow on motor nerve conduction velocity.

JAMA. 1966;198(10):1082-1088.

2. Arnold BL, Perrin DH, Hellwig EV. The reliability of three isokinetic knee

extension angle-specific torques. Journal of Athletic Training: 1993;28(3):

227-229.

3. Barbosa F, Gonçalves M. Comparação entre protocolos de exaustão e

de 30 segundos utilizados na avaliação da fadiga eletromiográfica dos

músculos eretores da espinha. Rev Bras Fisioter. 2005;9(1):77-83.

4. Barnes S, Larson MR. Effects of localized hyper and hypothermia on

maximal isometric grip strength. Am J Phys Med.1985;64(6):305-314.

5. Bax L, Staes F, Verhagen A. Does Neuromuscular Electrical Stimulation

Strengthen Quadricesp Femoris. Sports Med. 2005;35(3):191-212.

6. Bell DG, Jacobs I. Electro-mechanical response times and rate of force

development in males e females. Med Sci Sports Exerc. 1986;18(1):31-

36.

7. Billeter R, Hoppeler H. Muscular basis of streght. In: Komi P. Strength

and power in sport. Oxford: Blackwell Scientific Publications; 1996: 39-

63.

8. Brasileiro JS, Castro CES, Parizotto NA, Sandoval MC. Estúdio

Comparativo entre la capacidad de generación de torque y la

incomodidad sensorial producidos por dos formas de estimulación

electrica neuromuscular em sujetos sanos. Ver Iberoam Fisieter Kinesiol

2000; 3 (2): 00-00.

38

9. Cameron HM. Thermal agents. In: Cameron HM. Physical agents in

rehabilitation – from research to practice. W.B. Saunders Company;

2003. p.149-176.

10. Cetin N, Aytar A, Atalay A, Akman MN. Comparing hot pack, short-wave

diathermy, ultrasound, and TENS on isokinetic strength, pain, and

functional status of women with osteoarthritic knees: a single-blind,

randomized, controlled trial. Am J Phys Med Rehabil. 2008;87(6):443-

451.

11. Chastain PB. The effect of deep heat on isometric strenght. Phys Ther.

1978;58:543-546.

12. Currier DP, Nelson RM. Changes in motor conduction velocity induced

by exercise and diathermy. Phys Ther. 1969;49(2):146-152.

13. Davies CT, Young K. Effect of temperature on the contractile properties

and muscle power of triceps surae in humans. J Appl Physiol.

1983;55:191-195.

14. Edwards RHT, Harris RC, Hultman E, Kaijser L, Koh D, Nordesjo L.

Energy metabolism during isometric exercise at different temperature of

m. quadriceps femoris in man. Acta Physiol Scand. 1970;80:17-18.

15. Edwards RHT, Harris RC, Hultman E, Kaijser L, Koh D, Nordesjo L.

Effect of temperature on muscle energy metabolism and endurance

during sucessive isometric contractions, sustained to fatigue, of the

quadriceos muscle in man. J Physio 1972;220:335-352.

16. Fischer E, Solomon S. Physiological responses to heat and cold. In: Licht

S (ed), Therapeutic heat and cold. 2ª ed.Baltimore: Waverly Press; 1965.

p. 126-169.

39

17. Grimby G, Wigerstad-Lossing I. Comparison of High and Low-Frequency

Muscle Stimulators. Arch Phys Med Rehabil. 1989;70:835-838.

18. Kitchen S. Efeitos térmicos. In: Kitchen S. Eletroterapia – prática

baseada em evidências. 2ªed. São Paulo: Manole; 2003. p.89-106.

19. Kitchen S. Agentes condutores. In: Kitchen S. Eletroterapia – prática

baseada em evidências. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2003. p.129-38.

20. Komi PV, Karisson J. Skeletal muscle fibre types, enzyme activities and

physical performance in young males and females. Acta Physiol Scand.

1971;103:210-218.

21. Laufer Y, Ries JD, Leininger PM, Alon G. Quadriceps femoris muscle

torques and fatigue generated by neuromuscular electrical stimulation

with three different waveforms. Phys Ther. 2001;81(7):1307-1316.

22. Lee SJ, Janssen I, Heymsfield SB, Ross R. Relation between whole-

body and regional measures of human skeletal muscle. Am J Clin Nutr.

2004;80:1215-1221.

23. Lyons LC, Robb BJ, Irrgang JJ, Fitzgerald KG. Differences in quadríceps

femoris muscle torque when using a clinical electrical stimulator versus a

portable electrical stimulator. Phys Ther. 2005;85:44-51.

24. Maffiuletti NA, Herrero AJ, Jubeau M, Impellizzeri FM, Bizzini M.

Differences in electrical stimulation thresholds between men and women.

Ann Neurol. 2008;63:507-512.

25. Magnusson SP, Geismar RA, Gleim GW, Nicholas JA. The effect of

stabilization on isokinetic knee extension and flexion torque production.

Journal of Athletic Training 1993; Vol 28 nº 3;221-225.

40

26. Mcloda TA, Carmack JA. Optimal Burst Duration During a Facilitated

Quadriceps Femoris Contraction. Journal of Athletic Training 2000; 35

(2):145-150.

27. Mendler HM. Effect of stabilization on maximum isometric knee extensor

force. Phys Ther 1976; 47:375-379.

28. Mense S. Effects of temperature on the discharges of muscle spindles

and tendon organs. Pflugers Arch 1978;374:159-166.

29. Morrison SA, Sleivert GG, Cheung SS. Passive hyperthermia reduces

voluntary activation and isometric force production. Eur J Appl Physiol.

2004;91(5-6):729-736.

30. Morrissey MC. Electromyostimulation from a clinical perspective. A

review. Sports Med. 1988;6:29-41.

31. Navarro AM, Stedille MS, Unamuno MRDL, Marchini JS. Distribuição da

gordura corporal em pacientes com e sem doenças crônicas: uso da

relação cintura-quadril e do índice de gordura no braço. Rev Nutr.

2001;14(1):37-41.

32. Petrofsky JS, Suh HJ, Gunda S, Prowse M, Batt J. Interrelationships

between body fat and skin blood flow and the current required for

electrical stimulation of human muscle. Medical Engineering & Physics

2008;30:931-936.

33. Sargeant AJ. Effect of muscle temperature on leg extension force and

short-term power output in humans. Eur J Appl Physiol Occup Physiol.

1987;56(6):693-698.

34. Snyder-Mackler L, Garrett M, Roberts M. A comparison of torque

generating capabilities of three different electrical stimulating currentes. J

Orthop Sports Phys Ther. 1989; 10: 297-302.

41

35. Solomon J, Shebshacvich V, Adler R, Vulfsons S, Rosenbach A,

Eisenberg E. The effects of TENS, heat, and cold on the pain thresholds

induced by mechanical pressure in healthy volunteers. Neuromodulation.

2003;6(2):102-107.

36. Stewart D, Macaluso A, Vito GD. The effect of na active warm-up on

surface EMG and muscle performance in healthy humans. Eur J Appl

Physiol. 2003;89:509-513.

37. Thornley LJ, Maxwell NS, Cheung SS. Local tissue temperature effects

on peak torque and muscular endurance during isometric knee

extension. Eur J Appl Physiol. 2003;90:588-594.

38. Ward RA, Robertson JV. Variation in torque production with frequency

using medium frequency alternating current. Arch Phys Med Rehabil.

1998;79:1399-1404.

39. Ward RA, Robertson JV, Ioannou H. The effect of duty cycle and

frequency on muscle torque production using kilohertz frequency range

alternating current. Med Eng Phys. 2004;26:569-579.

40. Ward RA, Shkuratova N. Russian electrical stimulation: The early

experiments. Phys Ther. 2002;82:1019-1030.

41. Wickstrom R, Polk C. Effect of whirlpool on the strength and endurance

of the quadriceps muscle in trained mal adolescents. Am J Phys

Med.1961;40:91-95.

42

ANEXO

Anexo 1 - Termo de Consentimento

Diatermia por Ondas Curtas no Momento Máximo de Força do músculo

quadríceps femoral com contração voluntária e eletricamente induzida em

indivíduos assintomáticos

As informações que seguem estão sendo fornecidas para a sua

participação voluntária nesta pesquisa, cujo objetivo principal é analisar o efeito

do calor profundo no máximo momento de força (MMF) do músculo quadríceps

femoral através da contração eletricamente induzida em indivíduos

assintomáticos.

O presente estudo é orientado pelo Profº Dr. Richard Eloin Liebano, e

realizado pelo aluno de Mestrado em Fisioterapia Fábio Chittero Boldrini.

A metodologia para obtenção de dados nesta pesquisa consiste em

utilizar formulários, cujas respostas serão indicadores que levarão os

pesquisadores ao cumprimento do objetivo principal do estudo em questão.

Os participantes da pesquisa serão selecionados de acordo com os

seguintes critérios: indivíduos do sexo masculino, ter idade compreendida entre

18 e 25 anos, voluntários, com Índice de Massa Corporal (IMC) normal, entre

19 e 25 e sem história de intervenção cirúrgica, lesões ou doenças

musculoesqueléticas e neuromusculares no membro inferior dominante a ser

analisado.

Os pesquisadores garantem que não há riscos de qualquer natureza

para os participantes desta e pretendem beneficiar.

Você também tem a garantia de que, em qualquer etapa do estudo, terá

acesso aos pesquisadores responsáveis para esclarecimento de eventuais

dúvidas. Se desejar, pode entrar em contato com o orientador da pesquisa,

Profº. Dr. Richard Eloin Liebano, que pode ser encontrado no endereço: Rua

Cesário Galeno, 448/475 CEP 03071-000, Fone 2178-1212. É garantida a

liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e de deixar de

participar do estudo. As informações obtidas serão analisadas em conjunto

com as dos demais participantes, não sendo divulgada a identificação dos

43

mesmos. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do

estudo. Também não há compensação financeira relacionada a sua

participação. Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados coletados

somente para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações

que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para

mim quais são os propósitos do estudo, seus desconfortos e riscos, as

garantias de confidencialidade e de esclarecimentos. Concordo

voluntariamente em participar desta pesquisa e poderei retirar o meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante a mesma, sem

penalidades ou prejuízo.

---------------------------------------------------------------------------------

Assinatura do Participante (ou representante legal) da Pesquisa e Data

-----------------------------------------------------------------------------------

Assinatura da Testemunha e Data

(Somente para o responsável do projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste

estudo.

-----------------------------------------------------------------------------------------

Assinatura do responsável pelo estudo e Data

44

Anexo 2 – Protocolo Comitê de Ética