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Dificuldades de Aprendi zagem A área da educação nem sempre é cercada somente por sucessos e aprovações. Muitas vezes, no decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os alunos  paralisados dian te do processo d e aprendizag em, assim são rotula dos pela própria família, professores e colegas. É importante que todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos a essas dificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo. As dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo,  percebendo se estão associadas à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o aprendizado. A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). O aluno com dificuldade de aprendizagem sente-se rejeitado pelos colegas - Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina. - Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao  produzir um texto. - Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enu nciados de pro ble mas, o con seg ue m quantificar ou fazer com par ações, nã o entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.

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Dificuldades de Aprendizagem

A área da educação nem sempre é cercada somente por sucessos e aprovações. Muitasvezes, no decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os alunos

 paralisados diante do processo de aprendizagem, assim são rotulados pela própriafamília, professores e colegas.

É importante que todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos a essasdificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo.

As dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante

que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associadas à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem,dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o aprendizado.

A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é adislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia,discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção eHiperatividade).

O aluno com dificuldade de aprendizagem sente-se rejeitado pelos colegas

- Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, poisfaz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos delinhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos,

mas nada foi comprovado pela medicina.

- Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas einversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, estáassociada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao

 produzir um texto.

- Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadoresnão identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendemenunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, nãoentendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco

conhecido.

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- Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-semais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.

- Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como

consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas,desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.

- TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordemneurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta deconcentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças eadolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porqueapresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir decausas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros

 profissionais capacitados.

Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descobertadesses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos,que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando asaulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidadede descobrir suas potencialidades.

Por Jussara de BarrosGraduada em Pedagogia

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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Maria Salete Corrêa Carvalho

(Professora/psicopedagoga, graduada em Estudos Sociais e História, especialista e commestrado em Psicopedagogia)

Ao abordarmos o tema dificuldades de aprendizagem, podemos tecer uma série dereflexões a partir de diferentes linhas de pesquisa que embasam a teoria e a prática nessaárea de conhecimento.

O termo dificuldade de aprendizagem têm se mostrado um assunto que ainda geradiscussões e dificuldades na sua conceituação.

O National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD), composto por representantes de oito das mais importantes organizações nacionais dos EUA assimdefine dificuldade de aprendizagem: "Dificuldade de Aprendizagem (DA) é um termogeral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por 

dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínioou habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-sedevido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital.Podem existir, junto com as dificuldades de aprendizagem, problema nas condutas deauto-regulação, percepção social e interação social, mas não constituem, por si próprias,uma dificuldade de aprendizagem. Ainda que as dificuldades de aprendizagem possamocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes (por exemplo,deficiência sensorial, retardamento mental, transtornos emocionais graves) ou cominfluências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada ouinsuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências". (NJCLD, 1988, P.1).

Assim sendo, recolhe-se a essência daquilo que podemos entender por dificuldade deaprendizagem, a partir de um enfoque fundamentalmente educativo e para a tomada dedecisões de provisão de serviços de educação especial.

Essa definição foi apoiada pela maioria das organizações de profissionais e científicasimplicadas nos temas de educação especial na América do Norte.

Enfatizam-se vários aspectos que irão se desintrincando ao longo da exposição. Asdificuldades de aprendizagem podem ser um fenômeno que afeta toda a vida das

 pessoas, motivo pelo qual não se pode falar somente de criança com DA, mas também,de adolescentes e adultos com dificuldades de aprendizagem, tornando-se necessárioconsiderar para a provisão de serviços e apoios. Um exemplo disso é a disponibilidadede serviços de atenção às pessoas com dificuldades de aprendizagem em diversasuniversidades.

São muitos os aspectos discutíveis no termo dificuldades de aprendizagem, termo esteque foi e é proposto como mais aceitável do que os específicos de dislexia, disgrafia,discalculia, disfasia, entre outros termos.

Dificuldades de aprendizagem é um estudo abrangente que necessita de pesquisa, estudo

interdisciplinar envolvendo os diferentes especialistas e profissionais da saúde e daeducação, tornando-se um desafio para os estudiosos do referido tema.

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Teorias de Aprendizagem

 Numa perspectiva conducionista, a aprendizagem é concebida como um mecanismo de"estímulo - resposta". Apresenta-se certo material a um aluno e espera-se uma dadacerta resposta. Após esta operação o professor analisa as respostas dadas e fornece a

informação referente aos resultados atingidos. Por último, espera-se que os resultados positivos estimulam o aluno a interiorizar os conteúdos da sessão ou lição, e osresultados negativos o convençam a voltar a pensar. Nesta teoria o aluno é encarado deuma forma passiva, sendo frequentemente reduzido a um mero receptáculo de saberesque lhe são transmitidos independentemente dos seus estados cognitivos. Em síntese,esta teoria faz tábua rasa dos conhecimentos que o aluno já possui antes de iniciar aaprendizagem, ignora também os seus interesses e ritmos de aprendizagem

 Na abordagem construtivista, a aprendizagem é concebida como um processo deacomodação e assimilação em que os alunos modificam as suas estruturas cognitivasinternas nas suas experiências pessoais. Nesta teoria os alunos são encarados como

 participantes, aprendendo de uma forma que depende do seu estado cognitivo concreto.Os conhecimentos prévios, interesses, expectativas, e ritmos de aprendizagem sãolevados em conta nesta aprendizagem. Ela é entendida essencialmente como o processode revisão, modificação e reorganização dos esquemas de conhecimento inicial dosalunos e a construção de outros novos, e o ensino como um processo de ajuda prestado aesta atividade construtiva do aluno. O professor é encarado como um mediador entre osconteúdos e os alunos, cabendo-lhe organizar ambientes de aprendizagem estimulantesque facilitem esta construção cognitiva.

É importante conhecer as diferentes teorias de aprendizagem, mas é imperativo quecompreendamos o modo como as pessoas aprendem e as condições necessárias para aaprendizagem, bem como identificar o papel de um professor nesse processo. Essasteorias são importantes porque possibilitam ao professor adquirir conhecimentos,atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino(FREITAS et al, 2006, p. 3).

Afirma o autor:

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos deensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, etentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A

aprendizagem não seria apenas inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas.

 Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos centrais, para que odesenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o professor e a situação deaprendizagem. As teorias de aprendizagem têm em comum o fato de assumirem queindivíduos são agentes ativos na busca e construção de conhecimento, dentro de umcontexto significativo.

O processo de aprender exige uma integração entre cognição, afetividade e a açãoe, nas pessoas que não apresentam dificuldades, esta integração flui, permitindo a

aprendizagem.

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Já aqueles que por algum motivo apresentam dificuldades, esta integração apareceobstaculizada, desorganizada, o que provoca muita tensão diante das situações deaprender. O não conseguir aprender por repetidas vezes faz com que o aprendiz formede si uma imagem de fracasso e se iniba ou se afaste de novas situações deaprendizagem

Barbosa (1999) assevera que "este afastamento vai impedindo a sua evolução cognitivae inibindo o seu desejo de aprender, o que gera desconforto diante de novasaprendizagens, provocando por certo um novo fracasso"

Uma dificuldade de aprendizagem é um transtorno permanente que afeta a maneira pelaqual, os indivíduos com inteligência normal e acima da média selecionam, retém eexpressam informações. As informações que entram ou que saem podem ficar desordenadas conforme viajam entre os sentidos e o cérebro.

As dificuldades de aprendizagem devem ser consideradas como uma causa possível se

uma criança tem dificuldade em um ou mais dos seguintes aspectos:

* Pensar claramente;

* Escrever legivelmente;

* Soletrar com exatidão;

* Aprender a ler;

* Aprender a calcular;

* Copiar formas;

* Recordar fatos;

* Seguir instruções;

* Colocar coisas em seqüência.

Ou seja, ela frequentemente fica confusa, é impulsiva, hiperativa ou desorientada,

tornando-se frustrada e rebelde, deprimida, retraída ou agressiva.

O professor deve estar preparado para identificar possíveis distúrbios/dificuldades no processo de aprendizagem, enfocando aspectos orgânicos, afetivos e pedagógicos,durante todo o processo.

Para Belleboni (2004), quando há o aparecimento do fracasso escolar, outros profissionais, além do fonoaudiólogo, como psicólogos, pedagogos, psicopedagogos,devem intervir, auxiliando através de indicações adequadas e pertinentes a cada caso.

Considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino-

aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia abordadanas escolas é importante antes de se traçar o enfoque terapêutico, uma vez que a criança

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 pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se adaptar ou nãoconseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo professor, comotambém a carência de estímulos dentro de casa. Por outro lado, muitas crianças podemnão apresentar nenhum fator externo a ela e mesmo assim não conseguir desenvolver 

 plenamente suas habilidades pedagógicas. É o caso das crianças com distúrbio de

aprendizagem, cujas limitações intrínsecas se manifestam através de déficitslingüísticos, alteração no processamento auditivo e outros vários fatores que podem prejudicar significativamente o aprendizado da leitura e da escrita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aluno com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento variado,incluindo: aulas particulares, aconselhamento acadêmico especial, desenvolvimento dehabilidades básicas, assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudoadequadas e/ou atendimento psicopedagógico. Alguns alunos com dificuldades deaprendizagem não exigem o uso extensivo de pessoal técnico, fundos extras ou a ajuda

de professores, mas pode precisar de modificações apropriadas no programa e subsídios para auxiliá-los. Estes incluem leitores, copiadores, anotadores, uma prática que lhesgaranta mais tempo para realizar trabalhos, projetos ou testes e, livros ou conferênciasgravadas.

Para Fonseca (1995), a criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser "classificada" como deficiente. Trata-se de uma criança normal que aprende de umaforma diferente, a qual apresenta uma discrepância entre o potencial atual e o potencialesperado. Não pertence a nenhuma categoria de deficiência, não sendo sequer umadeficiência mental, pois possui um potencial cognitivo que não é realizado em termos deaproveitamento educacional.

As escolas precisam fornecer às pessoas com dificuldades de aprendizagem umaeducação apropriada, incluindo bons sistemas escolares, bons profissionais que sedediquem ao diagnóstico cuidadoso e ao atendimento remediador de qualidade.

BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, L. M. S. O projeto de trabalho: uma forma de atuação psicopedagógica.Curitiba. Ed. Gráfica Arins, 1999.

BELLEBONI, A. B. S. Qual o Papel da Escola Frente às Dificuldades deAprendizagem de Seus Alunos? 2004.

DEUSCHLE, V. P., DONICHT, G. & PAULA, G. R. Artigo: Distúrbios deaprendizagem - conceituação, etiologia e tratamento, 2006.

FONSECA, V. da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1995.

FREITAS, A. C. et al. Teorias da aprendizagem. Universidad Evangélica delParaguay- UEP, Maestria y Doctorado en Ciencias de la Educación, 2006.

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FONTES, C. Teorias de Aprendizagem e Software Educativo.Disponível em:http://educar.no.sapo.pt/teorias.htm Acesso em: 16 de junho de 2009.

 Autor: Maria Salete Corrêa Carvalho

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Problemas de aprendizagem das crianças

Os problemas de aprendizagem afetam 1 em cada 10crianças em idade escolar.

São problemas que podem ser detectados em crianças a partir dos 5 anos de idade econstituem uma grande preocupação para muitos pais, já que afetam o rendimentoescolar e as relações interpessoais dos seus filhos.

Uma criança com problemas de aprendizagem, pode ter um nível normal deinteligência, de acuidade visual e auditiva. É uma criança que se esforça em seguir asinstruções, em concentrar-se, e portar-se bem em sua casa e na escola. Sua dificuldade

está em captar, processar e dominar as tarefas e informações, e logo a desenvolvê-las posteriormente. A criança com esse problema não pode fazer o que outros com omesmo nível de inteligência podem conseguir.

A criança com problemas específicos de aprendizagem tem padrões pouco usuais em perceber as coisas no ambiente externo. Seus padrões neurológicos são diferentes dasoutras crianças da mesma idade. No entanto, têm em comum algum tipo de fracasso naescola ou em sua comunidade.

Como detectar problemas de aprendizagem nas crianças

 Não é nada difícil detectar quando uma criança está tendo problemas para processar asinformações e a formação que recebe. Os pais devem estar atentos e conscientes dossinais mais frequentes que indicam a presença de um problema de aprendizagem,quando a criança:

- Apresenta dificuldade para entender e seguir tarefas e instruções.

- Apresenta dificuldade para relembrar o que alguém acaba de dizer.

- Não domina as destrezas básicas de leitura, soletração, escrita e/ou matemática, peloque fracassa no trabalho escolar.

- Apresenta dificuldade para distinguir entre a direita e a esquerda, para identificar  palavras, etc. Sua tendência é escrever as letras, palavras ou números ao contrário.

- Falta-lhe coordenação ao caminhar, fazer esportes ou completar atividades simples,tais como apontar um lápis ou amarrar o cordão do sapato.

- Apresenta facilidade para perder ou extraviar seu material escolar, como os livros eoutros artigos.

- Tem dificuldade para entender o conceito de tempo, confundindo o “ontem”, com o“hoje” e/ou “amanhã”.

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- Manifesta irritação ou excitação com facilidade.

Características dos problemas de aprendizagem

As crianças que têm problemas de aprendizagem, com frequência apresentam, segundo

a lista obtida do “When Learning is a Problem/LDA (Learning Disabilities Associationof America)”, características e/ou deficiências em:

Leitura (visão) A criança se aproxima muito do livro; diz palavras em voz alta; assina, substitui, omitee inverte as palavras; vê duplicado, pula e lê a mesma linha duas vezes; não lê comfluidez; tem pouca compreensão na leitura oral; omite consoantes finais na leitura oral;

 pestaneja em excesso; fica vesgo ao ler; tende a esfregar os olhos e queixar-se de quecoçam; apresentam problemas de limitação visual, soletração pobre, entre outras.

Escrita

A criança inverte e troca letras maiúsculas; não deixa espaço entre palavras e nãoescreve em cima das linhas; pega o lápis desajeitado e não tem definido se é destro oucanhoto; move e coloca o papel de maneira incorreta; trata de escrever com o dedo; temo pensamento pouco organizado e uma postura pobre, etc.

Auditivo e verbalA criança apresenta apatia, resfriado, alergia e/ou asma com frequência; pronuncia malas palavras; respira pela boca, queixa-se de problemas do ouvido; sente-se enjoado; fica

 branco quando lhe falam; depende de outros visualmente e observa o professor de perto;não pode seguir mais de uma instrução por vez; põe a televisão e o rádio em volumemuito alto, etc.

MatemáticasO aluno inverte os números; tem dificuldade para saber a hora; pobre compreensão ememória dos números; não responde a dados matemáticos, etc.

Social / Emocional Criança hiperativa, com baixa auto-estima e atenção

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O papel do educador diante das dificuldades de aprendizagem

Adriana lima NunesProfessora Graduada em Pedagogia Educação Especial PUCRS; Pós Graduada em Psicopedagogia Clínica e

Institucional do CEPOG – Centro de Ensino de pós Graduação/Capão da Canoa;[email protected] 

Virgínia MachadoProfessora Graduada em Ciências físicas e Biológicas; Pós Graduada em Supervisão Escolar ;[email protected] 

E-mail:  [email protected]

 

Resumo:

Este artigo discute aspectos gerais relacionados ao processo educacional comeducandos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Procurando refletir asconcepções relacionadas ao tema e estabelecer contra pontos entre dificuldadede aprendizagem, falta de alternativas e o papel desempenhado pelo educador.O interesse em discutir esse assunto decorre de vários motivos, todos elesapontados para a necessidade de iniciativas que visam à construção demetodologias que evite que uma dificuldade de aprendizagem resulte em mausresultados no processo de aprendizagem. O educando não deve ser considerado como incapaz, ele deve ser conduzido a vencer barreiras através deestratégias eficazes e cabe aos educadores reavaliarem a sua práticaeducacional. A aprendizagem enquanto processo ocorre diferenciando-se deeducando para educando, assim a metodologia de sala de aula deverá adaptar-

se a necessidade que acontece esses fatores percebendo o conjunto dediferenças do ambiente escolar.

Palavras - chaves:

Dificuldade de Aprendizagem, Educador, Educando e Processo de ensino-aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO:

Refletir sobre a dinâmica ensino-aprendizagem é uma tarefa que deve fazerparte do cotidiano de todos os educadores envolvidos no contexto educacional.A situação embaraçosa em que se encontra a educação precisa ser revista emvários pontos para que o educando tenha uma aprendizagem significativa nasua formação.

A escola infelizmente valoriza apenas o conhecimento verbal e matemático,deixando de fora conhecimentos importantes para a formação pessoal,intelectual e moral dos educandos. Os mesmos precisam ser estimulados, oambiente escolar tem que ser acolhedor, o educando tem que ser aceito comoé, é preciso que ofereça meios para se desenvolverem, respeitando a suasingularidade.

Ensinar é mais do que transmitir conhecimentos, é influenciar paramudanças de comportamento do indivíduo, que é um sujeito cognoscente, cominúmeras possibilidades e desejos. Os educandos não são todos iguais, cada um

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apresenta uma forma para aprender, no qual significa uma maneira pessoalpara aproximar-se do conhecimento e constituir o saber. Cabe aos educadoresconhecer as diferentes formas que o educando aprende.

1.1 EDUCAÇÃO, SISTEMA EDUCACIONAL E DIFICULDADES DEAPRENDIZAGEM

A educação atualmente está numa situação embaraçosa. A educação noPaís não é tratada com prioridade, os educandos concluem a escola sem terbons conhecimentos e sabedoria para encarar a vida fora do estabelecimento deensino. Infelizmente nem todos os educadores conseguem desempenhar comeficácia a sua função, a função formadora de sujeitos críticos, desafiadores eautônomos.

O sistema educacional tenta desenvolver as virtualidades do educando emcontato com a realidade, a fim de levá-lo a atuar de maneira consciente,eficiente e responsável para atender as suas necessidades pessoais e sociais,por isso os educadores buscam auxiliar os educandos de forma que se tornemcidadãos dignos, que desenvolvam as capacidades de pensar os conhecimentose como este se processa em si.

Educar consiste em ensinar, no sentido de mostrar, de estabelecer sinais, demarcar o que pode ser feito. A ênfase na aquisição dos conhecimentos não visao acúmulo de informações, mas uma reelaboração cognitiva que se traduzirá emcomportamentos práticos, numa nova perspectiva de ação sobre o meio em queo educando está inserido, levando efetivamente a passagem do indivíduoindividual ao social.

Assim, a educação só conseguirá atingir bons resultados quando gerarexperiências de aprendizagem, criatividade para construir conhecimentos ehabilidades para acessar as fontes de informações sobre os mais variadosassuntos, tendo em vista que a má qualidade de ensino provoca desestímulo nabusca do conhecimento.

Melhorar a qualidade de educação, implica melhorar os processos de ensino-aprendizagem que ocorrem no contexto escolar, implica introduzir mudançasnaquilo que é ensinado e aprendido nas escolas e, sobretudo na forma como seensina e como se aprende. Paulo Freire (1999) diz que “é pensandocriticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode avaliar a próxima

 prática”. 

É comum o educando com dificuldade de aprendizagem apresentar umdéficit do meio, devido à confusão de estímulos, a falta de ritmo ou a velocidadecom que são brindados ou até mesmo a pobreza e a carência desses, poisaprender é um processo complexo, apresenta-se bloqueios e inibições noseducandos e quando surge um conflito, não o considere como um problema,mas que seja procurado recursos e meios para desbloquear os conflitos noseducandos.

A ideia básica de aprendizagem como processo de construção se dá nainteração permanente do educando com o meio que o cerca. Meio esse expressoinicialmente pela família, depois pela escola, ambos permeados pela sociedadeem que estão. Essa construção se dá sob a forma de estruturas complexas.

O educando só constrói significados cada vez que é capaz de estabelecerrelações entre o que aprende e o que já conhece. Segundo a teoria de Piaget,

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este processo chama-se de assimilação (o sujeito transforma a realidade paraintegrá-la as suas possibilidades de ação) e acomodação (transforma e coordenaseus próprios esquemas ativos para adequá-los as exigências da realidade). Oconteúdo novo que o educando está recebendo, tem que ser significativo, isto é,suscetível para dar lugar à construção de significados, pois o educando é quemmodifica, enriquece e diversifica seus esquemas, nesse momento a ajuda

pedagógica consiste em criar condições adequadas para que essa dinâmicainterna ocorra e para orientá-lo em determinada direção.

Com isso, o educando precisa saber utilizar os conhecimentos adquiridos emsituações rotineiras, quando isso não acontece, não é porque ele não sabe,esqueceu ou não prestou atenção, mas porque ainda não aprendeu. Oaprendizado é reconhecido quando o educando consegue resolver problemas esituações.

 “Somente ao integrar-se ao saber, o conhecimento é aprendido e podeser utilizado”. (FERNÁNDEZ, 1991). Sendo assim, o ensino propicia ao educandodespertar a sua curiosidade, estimular o seu intelecto e criar condições

necessárias para si, formando educandos críticos e desafiadores, por isso o meioescolar sendo um lugar que propicie determinadas condições que facilitam ocrescimento, não deveria proporcionar prejuízo dos contatos com o meio social.

Para que o educando obtenha sucesso, é preciso graduar os níveis dedificuldades conforme o seu desenvolvimento cognitivo, isto é, o educando temque sentir o seu progresso, não pode haver insucesso, pois este causadesmotivação, baixa autoestima e recusa para novas aprendizagens. ConformePain (FERNÁNDEZ, 1991), “o organismo bem estruturado é uma boa base paraa aprendizagem”.

Os educadores, que criando situações de aprendizagem positivas esignificativas, preferencialmente de forma mais concreta possível para que oseducandos se sintam motivados e com predisposições para a aprendizagem,conseguem focalizar a atenção e necessidade dos mesmos. O educador que temconhecimento da forma como ensina, almeja que todos aprendam, da mesmamaneira que, cada educando dá significados diferentes para as implicações dadapelo educador.

Segundo Fernández (1991) todo o indivíduo tem a sua modalidade deaprendizagem, ou seja, meios, condições e limites para conhecer. Cada serhumano é uma criação única, possuem uma série de talentos, capacidades emaneiras de aprender. Cada um apóia em diferentes sentidos para captar eorganizar a informação, para aproximar dos objetos de conhecimento, quando

menciona em objeto refere-se a tudo o que é conhecido como não-eu.

O educador propondo situações desafiadoras, atividades que envolvamum trabalho de desenvolvimento dos esquemas intelectuais, respeitando asetapas necessárias à evolução cognitiva, estando atento quanto ao prazer doeducando quando consegue uma resposta, sendo assim a apropriação doconhecimento implica no domínio do saber. As atividades realizadas ajudarão namaturação do sistema nervoso central e na estruturação psíquica e cognitivapara que funcione de acordo com as exigências do meio.

Na interação entre educando e educador, o educador irá amenizar asdificuldades de aprendizagem que os educandos estão tendo e, o mesmo,poderá organizar situações e estratégias de aprendizagem específicas parasuprir as dificuldades que estão enfrentando, sendo assim, é importante o

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educador conhecer o educando na sua totalidade, entender sua problemáticaespecífica, ajudar a conhecer seus pontos fortes e fraquezas, para buscarestratégias de suporte que lhe permitam ter sucesso na sua aprendizagem.

Segundo FONSECA (1971, p. 71)

“Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupoheterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas naaquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita edo raciocínio matemático”.

Com isso, compreender as dificuldades de aprendizagem é preciso entenderque o processo de aprendizagem por si só é complexo e está propenso avariações internas e externas do educando e que nenhuma dessas dimensõesdeve ser analisada de maneira dividida, favorecendo para um desequilíbrio, semrotular uma dimensão como responsável pela dificuldade de aprendizagem.

A aprendizagem é um processo dinâmico que determina uma mudança, coma particularidade de que o processo supõe um processamento da realidade e deque a mudança no sujeito é um aumento qualitativo na sua possibilidade deatuar sobre ela. Por meio da aprendizagem, o sujeito se incorpora ao mundocultural, com uma participação ativa ao se apropriar de conhecimentos etécnicas, construindo em sua interioridade um universo de representaçõessimbólicas.

Com isso, o processo de ensino-aprendizagem caracteriza-se por ter umcaráter intencional e, esta intencionalidade traduz-se em objetivos educacionaisque vão se caracterizando-o. Esses objetivos de ensino-aprendizagem devemalcançar um nível máximo de coesão em sala de aula, de forma que se possamplanejar as atividades e estratégias concretas para o desenvolvimento doseducandos e avaliar o grau de construção de conhecimento, trabalhando asdificuldades, reconhecendo e incentivando os educadores para que encontre oprazer no ambiente da sala de aula, desta forma as escolas precisam serorganizadas sempre em função da melhoria de ensino dos seus educandos.

Nos dias de hoje, a educação carece ser repensada através do conceito deensinar e aprender, pois precisam ser criados novos programas e estratégias,que sejam capazes de facilitar o ensino. Todos os seres humanos possuemdireito a igualdade, sendo fundamental para a sua constituição enquantosujeitos. A escolarização tem como principal objetivo que os educandosaprendam a aprender, que se deem conta do que sabem e do que não sabem eque saibam como e onde obter as informações necessárias.

Nos estabelecimentos de ensino será necessário que se tenha umarenovação pedagógica e, para isto, é preciso realizar modificações nos objetivos,pois os mesmos determinam os demais elementos da ação educacional e umdesses elementos que necessita de inovação é a metodologia. O como aprenderé tão importante quanto o que se aprende. A maioria das escolas enfatiza maisos produtos do que os processos de ensino. A coerência entre o que o educandoprecisa aprender e como aprendê-lo é, antes de tudo, uma relação decomunicação que se manifesta no processo metodológico. O conceito deaprender determina o de ensinar, pois ambos constituem uma relaçãoinseparável.

O educador necessita refletir sobre a sua prática, analisando as situações emelhorando-as, adaptando os pressupostos teóricos a sua realidade e

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reorientando os mesmos em função dos dados que a realidade lhe oferece. Àmedida que os educadores assumirem o papel dinâmico, de busca constante desoluções, pode-se dizer que a inovação educacional é uma realidade nas salasde aula e não somente uma questão teórica. O educador não é apenas ummero transmissor de informações e conhecimentos, mas sim um colaboradorindispensável no processo de ensino-aprendizagem.

A aprendizagem escolar está diretamente vinculada ao currículo, organizadopara orientar, dentre outros, os diversos níveis de ensino. O currículo éconstituído a partir do projeto pedagógico da escola que viabiliza aoperacionalização, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. Assim, pode ser visto como um guia sugeridosobre o quê, quando e como ensinar; o quê, como e quando avaliar.

Sendo assim, a concepção de currículo inclui desde os aspectos queenvolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até os marcosteóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala deaula. Relacionando princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento

e ação. O currículo é um instrumento útil, uma ferramenta que pode seralterada para beneficiar o desenvolvimento social dos educadores, resultandoem alterações que podem ser maior ou menor expressividade.

Com tudo isso, o processo educativo é um meio para se chegar a algo,sendo esse algo os conteúdos. É por esse caminho que se chega à noção deeducação como uma atividade mediadora no seio da prática global, uma dasmediações do qual o educando, na sua participação ativa e pela intervenção doeducador, passa de uma experiência social inicialmente confusa e fragmentadaa uma visão sintética, mas organizada e unificada. Por isso, o desafio doeducador está em criar formas de trabalho pedagógico, ações concretas, atravésdas quais se efetue a mediação entre o saber escolar e as condições de vida e

de trabalho dos educadores.

O ato pedagógico constitui-se de uma relação entre educando e as matériasde estudo, mediadas pelo educador, a quem cabe garantir os efeitos formativosdesse encontro. Contudo, o ato pedagógico, não se dá ao acaso, ele exige umtrabalho docente sistemático, intencional, planejado, visando introduzir oeducando nas estruturas significativas dos conteúdos, selecionados em termosde finalidade formativa, exige que a assimilação seja ativa, embora nãoespontânea. É preciso não apenas que se valorize o significado humano e socialda cultura, mas o desvelamento das contradições sociais, atribuindo-se umaconotação crítica a transmissão do saber.

Para que o educando tenha uma aprendizagem significativa é importante umbom relacionamento afetivo entre o educador e entre os seus colegas, pois oambiente tem que estar propício para o desenvolvimento afetivo, sendo osaspectos afetivos e cognitivos intimamente associados ao educando, este nãoterá um bom desenvolvimento cognitivo se o desenvolvimento afetivo estivercomprometido, pois ambos estão interligados.

Segundo KAMMI (1980, p.104)

“... se a criança está ansiosa e desencorajada, ou efetivamente perturbada por qualquer razão, o seu desenvolvimento geral em todos os domínios seráentrevado, na medida em que suas preocupações infelizes canalizam as suas

energias”.

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Por isso, existem quatro fatores, segundo Fernández (1991) para que se dêa aprendizagem: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. Todo oprocesso de aprendizagem está envolvido aos quatros níveis e, não poderia falarde aprendizagem excluindo algum deles, nas dificuldades de aprendizagem,necessariamente estão em jogo os quatro níveis em diferente grau decompromisso.

SMITH (2001, p.15), diz

“O termo dificuldade de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, masa uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área dodesempenho acadêmico”.

Os problemas de aprendizagem podem surgir nos fatores orgânicos,cognitivos, emocionais, sociais e pedagógicos. Os problemas acadêmicos sãoaqueles que afetam a percepção visual, o processamento da linguagem, ashabilidades motoras finas e a capacidade para focalizar a atenção.

Sendo assim, o ambiente deverá propiciar aos educandos oportunidadesde incentivação e criação para tornar-se capaz de ter novas ideias para quepossa estruturar as aquisições de conhecimento, os educandos necessitam deum ambiente seguro, estimulante, onde os erros sejam permitidos ereavaliados. É importante ajudar os educandos que apresentam dificuldade deaprendizagem a conhecerem os seus pontos fortes, a compreenderem que suasdificuldades não existem por falta de capacidades.

Conforme LUCKESI (2000, P.57), afirma que

“O erro é a manifestação de um conhecimento não aprendido, mas que precisa

atenção para que possa ocorrer o avanço na aprendizagem do aluno e se o professor compreende este desvio, possibilitará a sua correção eautomaticamente uma boa aprendizagem”.

É com o erro que se aprende o certo. A partir do momento que o educandopercebe onde errou, o mesmo produz uma mudança no seu comportamento etorna-se mais seguro, o educador deve compreender o erro e não punir oeducando mediante esta situação.

A aprendizagem não permite ser vista como mera acumulação deconhecimentos ou aquisições, mas como uma construção ativa e umatransformação das ideias, uma modicabilidade cognitiva estrutural, um

processamento de informação mais diversificado, transcendente e prático,consubstanciando a função de facilitação e de mediatização intencional doeducador.

Os estabelecimentos de ensino possuem o seu projeto político pedagógicoque é um plano global e pode ser entendido como sistematização, nuncadefinitiva, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e seobjetiva na caminhada, definindo claramente o tipo de ação educativa que sequer realizar, a partir de um posicionamento quanto a sua intencionalidade e deuma leitura da realidade.

Um dos grandes desafios da instituição ou do educador é chegar a uma ação

eficaz e inovadora. O planejamento vai ajudar a organizar o processo dereflexão para procurar chegar a uma ação que seja transformadora, mas paraisso precisa ser revista a formação acadêmica, esta tem que ser questionada

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quanto ao tempo de estudo, o comprometimento dos educadores em irem àbusca de mais conhecimentos para tentar amenizar as situações em sala de aulae a sua dedicação entre outros fatores, pois muitos educadores esquecem que asua formação é permanente e contínua.

Sabe-se que existem bons profissionais nas escolas, preocupados com os

educandos, com a sua aprendizagem e com a sua constituição enquantocidadãos, mas infelizmente, percebe-se claramente a falta de compromisso, afalta de paciência para lidar com os educandos, falta de domínio de classe,alguns educadores nem percebem que os educandos apresentam dificuldades deaprendizagem, não os encaminham nem para a coordenação pedagógica e nemcomunicam aos pais.

A coordenação pedagógica deve estar sempre avaliando o profissional dasala de aula, saber se este, está realmente acompanhando o educando noprocesso da aquisição de conhecimentos, é importante os coordenadoresfalarem com os educadores sobre a afetividade, o carinho e dedicação com oeducando, pois este, tem que se sentir acolhido, querido e importante, o

educador tem que recuperar o prazer de aprender no educando e recuperar emsi mesmo o prazer de trabalhar aprendendo e de aprender trabalhando.

Quanto aos educandos que apresentam dificuldades de aprendizagem essestem que serem trabalhados questões afetivas e de valorização, sendo que épreciso considerar que os problemas de aprendizagem não são somente deaprendizagem, mas podem ser de como passar os conhecimentos. Oseducandos podem ter uma dificuldade de aprendizagem, mas os educadorespodem ter problemas em lidar com os conteúdos que devem ser ensinados e atémesmo encontrar dificuldade de relacionamentos com alguns desses educandos,o que acaba interferindo no desenvolvimento do processo de ensino, pois não háreciprocidade entre ambos.

No desenvolvimento dos educandos intervêm fatores vinculados aosocioeconômico, ao educacional, ao emocional, ao intelectual, ao orgânico e aocorporal e tudo isso tem que ser levado em consideração quando o educandoem sala de aula de aula apresenta alguma dificuldade de aprendizagem, e pode-se dizer que o problema de aprendizagem não é outra coisa senão anular ascapacidades e bloquear as possibilidades, às vezes o educador percebe em salade aula, outras vezes não e, não recorre à ajuda.

Sendo assim,

“a dificuldade de aprendizagem é uma situação momentânea na vida do aluno,que não consegue caminhar em seus processos escolares, dentro do currículoesperado pela escola, acarretando comprometimento em termos deaproveitamento e/ou avaliação”. (HASHIMOTO, 1997, p.36).

Contudo, é preciso ver o educando na sua singularidade, evitando aestereotipia e a padronização que servem para afastar os que deveriam estarunidos e mediados pela diferença, no contexto de ensinar e aprender. O ensinodeve levar em conta as possibilidades e capacidades dos educandos semresponsabilizá-los pela dificuldade de aprendizagem.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O objeto de estudo deste artigo é instigar, gerar reflexão sobre a postura deeducador, pois a educação precisa de uma mudança para sair da sua situação

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embaraçosa que se encontra. Mudança esta ligada a evolução do educandoenquanto cidadão, sujeito de processo.

Nos dias de hoje, o educador precisa estar atualizado para que consiga cadavez mais trabalhar com seus sentimentos de forma tranquila e consciente, comdomínios de assuntos e conteúdos programados. Um educador de corpo e alma

presente é fundamental no processo de ensino-aprendizagem.

Diversificar as situações de aprendizagem é adaptá-las as especificidadesdos educandos, é solucionar os problemas didáticos da heterogeneidade dasaprendizagens que muitas são rotuladas de dificuldades.

Sendo assim, uma educação para o amanhã requer práticas que resgatam oque ho0je, em geral, a escola nega aos educadores, isto é, a originalidade, aautencidade no agir, no pensar, no desejo de explorar e conhecer o novo, odifícil, a responsabilidade de enfrentar para satisfazer a fins pessoais e coletivos.

4 REFERÊNCIAS:

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 _____. Psicologia e Currículo. São Paulo: Ática, 2001.

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Médicas, 1995.

FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógicaclínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

FERREIRA, Isabel Neves. Caminhos do Aprender: uma alternativa educacionalpara a criança portadora de deficiência mental. Brasília, 1993, CoordenadoriaNacional para Integração de Pessoa Portadora de Deficiência.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à práticaeducativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

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HASHIMOTO, Cecília. Dificuldades de aprendizagem: concepções quepermeiam a prática de professores e orientadores. Tese de mestrado. PontifíciaUniversidade Católica de São Paulo, 1997.

KAMMI, Constance. A teoria de Piaget e a educação pré-escolar. Lisboa:Sociocultur, 1980.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A pedagogiacrítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1986.

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LUCKESI, Cipriano. A avaliação da Aprendizagem escolar. São Paulo:Cortez, 2000.

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem.Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

SMITH, Corine & STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A a Z: umguia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2001.

VASCONCELOS, Celso S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projetopolítico-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertat, 2002.

WEISS, Mª Lúcia L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dosproblemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 1997. 

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Dificuldades e Transtornos de Aprendizagem na infância eadolescência

Os problemas de aprendizagem afetam negativamente a vida escolar, familiar, social e

 psíquica de muitas crianças e adolescentes, causando sofrimento e perda de autoestima.Sofrem, também, os pais e cuidadores, sentindo-se impotentes frente às dificuldades dofilho.

Entraves no processo de aprendizagem possuem múltiplas causas, incluindometodologia de ensino inadequada às necessidades da criança, fatores de ordememocional e/ou dificuldades de aprendizagem secundárias a outros quadrosdiagnósticos. Entre estes quadros que podem levar a dificuldades de aprendizagem,estão algumas síndromes genéticas, como Síndrome de Down e Síndrome do X Frágil,entre outras, transtornos do espectro autista, transtornos psiquiátricos, deficiênciaintelectual e patologias neurológicas diversas, inclusive Transtorno de Déficit deAtenção e Hiperatividade (TDAH).

Já os Transtornos de Aprendizagem são específicos em leitura (dislexia), escrita(disgrafia e disortografia) ou matemática (discalculia), e possuem base genética,ocorrendo em indivíduos que apresentam inteligência normal ou superior e rendimentoescolar significativamente abaixo do esperado para sua idade, escolaridade e capacidadeintelectual.

Uma avaliação psicopedagógica cautelosa é o primeiro passo para diagnosticar a causado problema de aprendizagem e definir o plano de intervenção para tratamento clínico.

Além de avaliar e intervir clinicamente, o psicopedagogo trabalha em conjunto comoutros profissionais que atendem a criança, como médicos, psicólogos oufonoaudiólogos, conforme o caso. Também atua em parceria com a escola, de modo àmelhor adequar o ensino às necessidades do paciente, levando em conta suasdificuldades e, principalmente, suas potencialidades.

Dúvidas frequentes:

Quando é necessário levar meu filho ao psicopedagogo?

 Normalmente, as crianças ou adolescentes são encaminhadas ao psicopedagogo quando

apresentam dificuldades de aprendizagem, tanto na etapa de alfabetização comoentraves no desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e matemática. No casode crianças com alterações neurológicas, síndromes genéticas, transtornos psiquiátricosou outras patologias que interferem nas aprendizagens, o encaminhamento ao

 psicopedagogo deve ser precoce, de modo a minimizar o impacto destas patologias navida escolar da criança.

Há como prevenir os problemas de aprendizagem?

Sim, o trabalho psicopedagógico preventivo com crianças em idade pré-escolar, demodo a prepará-las para o processo de alfabetização, pode evitar ou minimizar futuros

 problemas de aprendizagem. Com crianças e adolescentes em idade escolar, desenvolve potencialidades e otimiza as aprendizagens.

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Como se dá o trabalho psicopedagógico clínico?

Inicialmente, é realizada a avaliação psicopedagógica, necessária para o psicopedagogodetectar os problemas de aprendizagem apresentados pelo paciente, bem comoidentificar suas causas, considerando os múltiplos fatores envolvidos no processo de

aprendizagem. Elabora-se, então, o laudo psicopedagógico que, quando necessário eautorizado pelos pais, pode ser disponibilizado à escola. Se confirmada a hipótese dedificuldade ou transtorno de aprendizagem, um plano de trabalho para tratamento

 psicopedagógico é elaborado e discutido com os pais.

O psicopedagogo irá à escola onde meu filho estuda? Por quê?

Sim, inicialmente o psicopedagogo entrará em contato com a equipe pedagógica daescola para coletar informações sobre o desempenho escolar da criança/adolescente queajudarão no processo de avaliação. Durante o tratamento, o psicopedagogo fará amediação com a escola, de modo a adaptar o currículo escolar às necessidades do

 paciente.

O psicopedagogo fará contato com os outros profissionais que atendem meu filho?

Sim, o psicopedagogo deve trabalhar em rede com os diversos profissionais queatendem a criança/adolescente, fazendo contato com pediatras, neurologistas,geneticistas, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, professores particulares e outros

 profissionais envolvidos com o paciente. A psicopedagogia é interdisciplinar por natureza.

Como evolui uma criança ou adolescente submetido a tratamento?

A evolução do paciente, bem como o tempo de tratamento, depende da causa e do tipode problema diagnosticado no processo de avaliação. Em geral, as dificuldades deaprendizagem tem um prognóstico melhor do que os transtornos, que exigem umaintervenção mais intensiva e por mais tempo. Seja qual for o caso, a intervenção

 psicopedagógica clínica visa à reabilitação do paciente, de modo que ele atinja o maisalto nível funcional possível, fazendo uso de suas potencialidades para minimizar oimpacto de suas dificuldades e, desta forma, melhorar seu desempenho escolar.

Referências Bibliográficas:

BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2ªed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L; RIESGO, R. S. Transtornos da aprendizagem:abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

WEISS, Maria L. L. Psicopedagogia Clínica – uma visão diagnóstica dos problemasde aprendizagem escolar. 13ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.

Leia Mais: DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM NA

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