132
1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral PPGEM DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM CAMADAS INCLINADAS Mestrando: Alcides Eloy Cano Nunez Orientador: Prof. Dr. Ivo Eyer Cabral Ouro Preto MG Dezembro, 2016

DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

1

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Engenharia de Minas

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM

DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM

CAMADAS INCLINADAS

Mestrando: Alcides Eloy Cano Nunez

Orientador: Prof. Dr. Ivo Eyer Cabral

Ouro Preto – MG

Dezembro, 2016

Page 2: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

2

DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM

CAMADAS INCLINADAS

Mestrando: Alcides Eloy Cano Nunez

Orientador: Prof. Dr. Ivo Eyer Cabral

Co-orientador: Prof. Dr. Rodrigo Pelucci

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação do Departamento de

Engenharia de Minas da Escola de Minas

da Universidade Federal de Ouro Preto,

como parte integrante dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em

Engenharia Mineral.

Área de concentração: Lavra de Minas.

Ouro Preto – MG

Dezembro, 2016

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Engenharia de Minas

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM

Page 3: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

3

Page 4: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

4

Page 5: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

5

Nenhum homem realmente produtivo pensa como

se estivesse escrevendo uma dissertação - “Albert

Einstein”.

“Albert Einstein”

Page 6: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

6

DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho de dissertação à minha mãe,

que com seus conselhos, apoio e exemplo de vida me

soube guiar para aprender a lutar.

A meus irmãos, pelo apoio e paciência.

A meus professores da UFOP, deles aprendi e recebi

seus conhecimentos.

Aos meus amigos, pelo apoio incondicional que me

deram nos momentos mais difíceis.

Page 7: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

7

AGRADECIMENTOS

A Deus, meu eterno mestre

À Universidade Federal de Ouro Preto e seus profissionais, pela formação acadêmica

que me faz credor.

Ao Prof. Rodrigo Peluci de Figueiredo, pelo encaminhamento e direcionamento da

presente dissertação; assim como, também, pelo apoio, compreensão, ensino e

conselhos.

Aos professores Ivo Eyer Cabral e Adilson Curi pela ajuda e amizade.

A meu grande amigo Carlos Arroyo, por sua amizade incondicional.

A Bruno e Vladimir; meus bons colegas e amigos. Com eles aprendi e compartilhei

ensinamentos.

Ao Programa CAPES/DS, pelo suporte financeiro.

Page 8: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

8

RESUMO

Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas

inclinadas, é tornar máxima a sua recuperação, isto é, obter o maior aproveitamento da

jazida. A recuperação é uma função não-linear das dimensões dos pilares e dos vãos das

câmaras. Por outro lado, tanto os pilares quanto os vãos têm suas dimensões restringidas

por questões geomecânicas, pois devem satisfazer a certos limites de resistência. A

maximização da recuperação sujeita às restrições de resistência, caracteriza um

problema de programação matemática não-linear. Neste trabalho, propõe-se tratar o

dimensionamento das câmaras e pilares em camadas inclinadas via técnicas de

programação não-linear, tendo como objetivo maximizar a recuperação.

Por outro lado, os pilares em camadas inclinadas estão sujeitos a momentos, forças

normais e forças cisalhantes antisimétricas. Para contemplar tais carregamentos, será

utilizada a mecânica dos meios contínuos generalizados de Cosserat. Objetiva-se

também avaliar a estabilidade de pilares com planos de descontinuidade por essa mesma

formulação da mecânica do contínuo.

Palavras Chave: meios contínuos generalizados de Cosserat, otimização de recuperação,

programação não linear, área tributária.

Page 9: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

9

ABSTRACT

One of the most important problems in mining by "room and pillars" in inclined seams,

is to maximize the recovery, that is, gets the most use of the deposit. Recovery is a

nonlinear function of the pillar dimensions and spans of the rooms. On the other hand,

the dimensions of pillars and spans of rooms are constrained by geomechanical issues:

the limits of strength must be satisfied. Recovery maximization, subject to the

constraints of strength, is a problem of nonlinear mathematical programming. This work

proposes to address the room and pillars design in inclined beds by means of nonlinear

optimization techniques, aiming at to maximize the recovery. On the other hand, the

pillars on inclined seams are subject to moments, normal and anti-symmetric shear

forces. To address such loads will be used the Cosserat generalized continuum

mechanics. We also intend to evaluate the stability of pillars with discontinuities

according to this same formulation of continuum mechanics.

Key words: Cosserat generalized continua, recovery optimization, nonlinear

programming, tributary area.

Page 10: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

10

SUMARIO

1 CAPÍTULO I 19

1.1 INTRODUÇÃO. 19

1.2 JUSTIFICATIVA. 20

1.3 PERGUNTAS DA PESQUISA. 21

1.4 OBJETIVO DO ESTUDO. 21

1.5 METODOLOGIA DO ESTUDO. 22

2 CAPÍTULO II 23

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 23

2.2 CONSIDERAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO DE UM PILAR. 24

2.2.1 ESTADO DE TENSÕES IN SITU. 24

2.2.2 ÁREA TRIBUTÁRIA. 25

2.2.2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DA ÁREA TRIBUTÁRIA. 25

2.2.3 EFEITO DA FORMA DO PILAR. 28

2.2.4 ANÁLISE BIDIMENSIONAL DO ESTADO DE TENSÕES E TENSÕES-

MOMENTO PARA MEIOS CONTÍNUOS GENERALIZADOS DE COSSERAT. 31

2.2.5 CÍRCULO DE MOHR CLÁSSICO PARA UM ESTADO DE TENSÕES 2D. 33

2.2.5.1 APRESENTAÇÃO NÃO-CLÁSSICA DO ESTADO DE TENSÕES DUM

PILAR NO ESPAÇO DE MOHR

34

2.2.6 OUTRAS PARTICULARIDADES EM UMA AVALIAÇÃO DE PILARES. 38

2.2.6.1 PILARES ALINHADOS COM A FORÇA RESULTANTE. 38

2.2.6.2 PILARES NORMAIS À CAMADA E COM PLANOS DE FRAQUEZA. 42

2.2.7 RESTRIÇÕES NO DIMENSIONAMENTO DE CÂMARAS E PILARES 44

2.2.7.1 FLEXÃO PURA EM VIGAS E LAJES. 44

2.2.7.2 TENSÕES DEVIDO AO PESO PRÓPRIO DA LAJE. 45

2.2.8 CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES DOS PILARES 46

3 CAPÍTULO III 48

3.1 DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE PILARES DE SEÇÃO QUADRADA. 48

3.1.1 ÁREA TRIBUTÁRIA PARA UM PILAR EM CAMADA INCLINADA. 49

3.1.1.1 ESFORÇOS E TENSÕES IN SITU. 49

3.1.1.2 TENSÕES QUE ATUAM NO PILAR. 49

3.1.1.3 TENSÕES SOLICITADAS AO PILAR. 51

3.1.2 EFEITO DA FORMA NO DESENHO DO PILAR. 52

3.1.2.1 FATOR SE SEGURANÇA – ESFORÇO APLICADO E ESFORÇO

ADMISSÍVEL. 53

3.1.2.1.1 RELAÇÃO ENTRE O ESFORÇO DE RESISTÊNCIA DO PILAR E O

ESFORÇO APLICADO

54

3.1.2.1.2 TENSÃO CISALHANTE NO PILAR. 54

3.1.3 ANÁLISES DE MOMENTOS. 55

3.1.3.1 TENSÃO MOMENTO ASSOCIADO À GRADIENTE DE TENSÕES. 55

3.1.3.1.1 CALCULO DO MOMENTO TENSOR GERADO PELA GRADIENTE DO

ESFORÇO VERTICAL. 57

3.1.3.1.2 CALCULO DO MOMENTO TENSOR GERADO PELA GRADIENTE DO

ESFORÇO HORIZONTAL. 58

3.1.3.2 CALCULO DA TENSÃO CISALHANTE ANTISSIMÉTRICA

RESPONSÁVEL POR GERAR TENSÃO MOMENTO. 58

3.1.3.3 TENSÃO MOMENTO ATUANTE NO TOPO DO PILAR. 60

3.1.3.4 MOMENTO CRIADO PELO SISTEMA NO PILAR. 61

Page 11: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

11

3.1.3.4.1 MOMENTO NO CONTATO TETO E TOPO DO PILAR. 62

3.1.3.4.2 MOMENTO RESULTANTE NA METADE DA ALTURA DO PILAR. 62

3.1.4 TENSÕES INDUZIDAS DEVIDO AO MOMENTO RESULTANTE NA METADE

DO PILAR. 63

3.1.4.1 ESFORÇOS DE COMPRESSÃO MÁXIMO E MÍNIMO NA SEÇÃO DE

SUPORTE DO PILAR.

64

3.1.5 RESTRIÇÕES NO DIMENSIONAMENTO DE CÂMARAS E PILARES. 65

3.1.5.1 RESTRIÇÃO POR FLEXÃO DE UMA LAJE SIMPLES. 65

3.1.5.1.1 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO AO MOMENTO

GERADO PELO PESO DA LAJE. 66

3.1.5.1.2 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO A PESO DE UMA

LAJE. 67

3.1.5.1.3 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO AO PESO DE UM

CONJUNTO DE LAJES.

68

3.2 PILARES DE SEÇÃO RETANGULAR. 71

3.2.1 RELAÇÃO ENTRE FATOR DE SEGURANÇA, ESFORÇO DE RESISTÊNCIA E

TENSÃO NORMAL SOLICITADA AO PILAR. 73

3.3 PILARES NÃO PERPENDICULARES À CAMADA MINERAL. 73

3.3.1 MOMENTO ANTISSIMÉTRICO NUM PILAR INCLINADO COM RELAÇÃO À

CAMADA. 74

4 CAPÍTULO 4 75

4.1 AVALIAÇÃO VIA ALGORITMOS DE PROGRAMAÇÃO. 75

4.2 DADOS GERAIS DA ZONA DE ESTUDO. 75

4.2.1 DADOS GERAIS. 75

4.2.2 TEORIAS A SEREM ANALISADAS. 76

4.2.2.1 TEORIA DOS MEIOS CONTÍNUOS COMPARADA COM A MECÂNICA

CLÁSSICA. 77

4.2.3 PROCESSO DE OTIMIZAÇÃO. 78

4.2.3.1 ANÁLISE MECÂNICA DE COSSERAT E MECÂNICA CLÁSSICA. 78

4.2.3.2 RESPOSTAS DE OTIMIZAÇÃO E ALGORITMOS. 79

5 CAPÍTULO 5 80

5.1 CONCLUSÕES E RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS DA PESQUISA 80

Page 12: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

12

LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1. TENSÕES PRINCIPAIS IN SITU (AUTOR). ....................................................... 24

FIGURA 2. ARRANJO SISTEMÁTICO DE CÂMARAS E PILARES DE SEÇÃO

QUADRADA: (A) ADAPTADA DE HOEK & BROWN (1980); (B) CASO DE UMA

ÁREA DE LAVRA LIMITADA. ....................................................................................... 27

FIGURA 3. PILAR NUMA CAMADA INCLINADA SUJEITO A TENSÕES CISALHANTES

ANTISSIMÉTRICAS E TENSÕES-MOMENTO. ............................................................ 28

FIGURA 4. CURVAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO: ANALOGIA ENTRE OS

COMPORTAMENTOS DE CORPO DE PROVA EM COMPRESSÃO UNIAXIAL E

PILARES DE MINA (ADAPTADA DE HUDSON & HARRISON, 1997). ..................... 30

FIGURA 5. ANÁLISE DE UM PONTO SUBMETIDO A TENSÕES MOMENTO, NORMAIS

E CISALHANTES (MODIFICADA DE FIGUEIREDO, 1999, 2011). ............................. 32

FIGURA 6. EFEITO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO NÃO SIMÉTRICAS DE

COSSERAT: ΤS PRODUZ DISTORÇÕES ANGULARES E ΤA PRODUZ ROTAÇÃO

(ADAPTADA DE MINDLIN, 1963).................................................................................. 33

FIGURA 7. CÍRCULO DE MOHR CLÁSSICO (FIGUEIREDO, 2014). ................................. 34

FIGURA 8. PILAR NUMA CAMADA INCLINADA SUBMETIDA A TENSÕES DE

COMPRESSÃO E DE CISALHAMENTO NÃO CONJUGADAS. .................................. 36

FIGURA 9. APRESENTAÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR NÃO-CLÁSSICO PARA

PILARES EM CAMADAS INCLINADAS (MODIFICADO DE PARISEAU, 2007). .... 37

FIGURA 10. PILAR INCLINADO EM RELAÇÃO AO EIXO PERPENDICULAR À

CAMADA. .......................................................................................................................... 39

FIGURA 11. FORÇA RESULTANTE FR E SUAS COMPONENTES ORTOGONAIS FH E

FV (AUTOR). ..................................................................................................................... 40

FIGURA 12. FORÇA RESULTANTE FR E SUAS COMPONENTES ORTOGONAIS

SEGUNDO H’-V’ (AUTOR). ............................................................................................ 41

FIGURA 13. TENSÕES NO PLANO H’-V’ PARA UM PILAR ALINHADO COM A FORÇA

RESULTANTE (AUTOR E FIGUEIREDO). .................................................................... 42

FIGURA 14. PILAR COM PLANO DE FRAQUEZA (AUTOR). ............................................ 42

FIGURA 15. ESTADO DE ANÁLISES DE FLEXÃO PURA (AUTOR). ............................... 44

FIGURA 16. ESFORÇOS DEVIDO AO SEU PRÓPRIO PESO (ADAPTADA DE COATES).

............................................................................................................................................. 45

FIGURA 17. MECANISMO DE COLAPSO DA FUNDAÇÃO DE UM PILAR (BRADY &

BROWN, 2004). ................................................................................................................. 46

FIGURA 18. TENSÕES IN SITU EM EIXOS HV E TENSÕES IN SITU EM UM PLANO

H’V’ (AUTOR). .................................................................................................................. 49

FIGURA 19. SITUAÇÃO DO PILAR SUBMETIDO A ESFORÇOS NUM PLANO HV E

H’V’ (AUTOR E FIGUEIREDO). ..................................................................................... 50

FIGURA 20. CARREGAMENTO SOLICITADO AO PILAR (AUTOR). ............................... 51

FIGURA 21. PILAR SUBMETIDO A UMA TENSÃO MÉDIA E UMA GRADIENTE DE

ESFORÇOS (AUTOR). ...................................................................................................... 56

FIGURA 22. TENSÃO MOMENTO DEVIDO À TENSÃO GRADIENTE VERTICAL “MVZ”

E HORIZONTAL “MHZ” (AUTOR E FIGUEIREDO). ..................................................... 56

FIGURA 23. ESFORÇOS SIMÉTRICOS E ANTISSIMÉTRICOS (AUTOR). ........................ 59

Page 13: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

13

FIGURA 24. ESFORÇOS DE MOMENTO EM RELAÇÃO AO CENTRO O’ (AUTOR). ..... 61

FIGURA 25. ESTADO DOS MOMENTOS QUE AGEM NO PILAR (AUTOR). ................... 63

FIGURA 26. CAMADAS INCLINADAS SUJEITAS À DEFORMAÇÃO POR FLEXÃO

PURA (AUTOR). ................................................................................................................ 66

FIGURA 27. ZONA DA LAJE SUJEITA A ESFORÇOS DE COMPRESSÃO – TRAÇÃO. .. 67

FIGURA 28. GRUPO DE LAJES SEPARADAS DE UM CONJUNTO DE LAJES. ............... 69

FIGURA 29. SEÇÃO DE PLANTA NUM PLANO XY’- CÂMARAS E PILARES. .............. 71

FIGURA 30. PERFIL BB’ E SEÇÃO DE UM PILAR RETANGULAR NO PLANO XY’. .... 72

FIGURA 31. ESTADO DE TENSÕES CISALHANTES E MOMENTOS NUM PILAR COM

INCLINAÇÃO À CAMADA. ............................................................................................ 74

FIGURA 32. APRESENTAÇÃO 3D DE CÂMARAS E PILARES EM CAMADAS

INCLINADAS. ................................................................................................................... 76

FIGURA 33. DISPOSIÇÃO DE PILARES COM RELAÇÃO À CAMADA A SEREM

ANALISADOS. .................................................................................................................. 77

FIGURA 34. CÍRCULO DE MOHR NÃO CONVENCIONAL. ............................................... 88

FIGURA 35. TENSÃO CISALHANTE, SIMÉTRICA E ANTISSIMÉTRICA, QUE ATUAM

EM UM PILAR. .................................................................................................................. 89

FIGURA 36. MOMENTO E ESFORÇOS CISALHANTES QUE ATUAM GERANDO

MOMENTO NUM PILAR. ................................................................................................ 90

FIGURA 37. APRESENTAÇÃO EM 3D DE UM SISTEMA DE CÂMARAS E PILARES

(AUTOR). ........................................................................................................................... 91

FIGURA 38. VIGA EM BALANÇO (ADAPTADA DE BEER ET AL.,2007). ....................... 91

FIGURA 39. FLEXÃO E RAIO DE CURVATURA DE UMA VIGA. .................................... 92

FIGURA 40. FLEXÃO E ÂNGULO DE CURVATURA DE UMA VIGA. ............................. 92

FIGURA 41. ESTADO DE TENSÕES EM UMA VIGA SUBMETIDA À TRAÇÃO E

COMPRESSÃO INDUZIDA PELA FLEXÃO. ................................................................. 93

FIGURA 42. LAJES FLEXIONADAS PELA AÇÃO DO SEU PRÓPRIO PESO (AUTOR). . 97

FIGURA 43. SISTEMA DE UM DIFERENCIAL DE LAJE (AUTOR). .................................. 97

FIGURA 44: SITUAÇÃO DE UMA LAJE COMO APOIOS SIMPLES (AUTOR). ............. 102

FIGURA 45 PILARES DE LARGURA INFINITA. ................................................................ 106

FIGURA 46. ESQUEMA DE UM PILAR RETANGULAR E A CARGA DISTRIBUÍDA... 110

FIGURA 47. VISTA EM PLANO DAS DISTRIBUIÇÕES DE CARGA EM UM PILAR COM

SEÇÃO RETANGULAR.................................................................................................. 110

FIGURA 48. DIFERENCIAÇÃO DE ÁREA E ANÁLISE INTEGRAL DE FORÇAS

(AUTOR). ......................................................................................................................... 114

Page 14: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

14

LISTA DE QUADROS. QUADRO 1. FÓRMULAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE CÂMARAS E PILARES

PELO MÉTODO DA ÁREA TRIBUTÁRIA. .................................................................... 26

QUADRO 2. FÓRMULAS PARA SE DETERMINAR A RESISTÊNCIA DO PILAR,

CONFORME O EFEITO DE FORMA. ............................................................................. 31

QUADRO 3. FÓRMULAS PARA SE DETERMINAR AS TENSÕES E TENSÕES-

MOMENTO NUM DADO PLANO (ADAPTADA DE FIGUEIREDO, 2011) -

EQUAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO. OBS.: VER FIG. 5 PARA SIGNIFICADO DOS

SÍMBOLOS. ....................................................................................................................... 33

Page 15: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

15

LISTA DE TABELAS. TABELA 1. LITOLOGIA E PROPRIEDADES DO MATERIAL ROCHOSO. ....................... 75

TABELA 2. INFORMAÇÃO GERAL PARA OS PILARES E AS CAMADAS. .................... 77

TABELA 3. RESUMO DE DADOS OTIMIZADOS VIA ALGORITMOS COM

APLICAÇÕES DA TEORIA DE COSSERAT E MECÂNICA CLÁSSICA. ................... 78

Page 16: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

16

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A: DEDUÇÃO DAS FÓRMULAS APRESENTADAS NO QUADRO N° 3 .............................................. 85

ANEXO B: ANÁLISE DE TENSÕES E MOMENTOS EM UM PILAR .................................................................. 89

ANEXO C: ANÁLISE DE ESTABILIDADE DAS LAJES. ....................................................................................... 91

ANEXO D: ALGORITMO PARA AVALIAR UM SISTEMA DE LAJES INSTÁVEIS. ....................................... 103

ANEXO E: DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE UM PILAR COM SEÇÃO RETANGULAR,

APARTIR DA EQUAÇÃO DE BENIAWSKI. ............................................................................................... 106

ANEXO F: DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE UM PILAR COM SEÇÃO RETANGULAR,

APARTIR DA EQUAÇÃO DE SALOMON E MUNRO. ............................................................................... 113

ANEXO G: DADOS DE ROCK LAB E ALGORITMOS DE SOLUÇÃO (PARTE 1 E PARTE 2)........................ 118

Page 17: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

17

LISTA DE SIMBOLOS. σV = Esforço vertical. σ1 = Esforço principal maior. σH = Esforço horizontal. σ3 = Esforço principal menor. K = Constante de proporção entre os esforços horizontal e vertical. Z = Profundidade. WP = Comprimento do pilar. WO = Comprimento dos vãos ou distancia entre as laterais de um pilar a outro numa câmara. LO = Largura do vão. LP = Largura do pilar. HP = Altura do pilar. σV’ = Esforço que atua no sentido do eixo V’. σH’ = Esforço que atua no sentido do eixo H’. τH’V’ = Esforço cisalhante no pano H’V’. τV’H’ = Esforço cisalhante no pano V’H’. M = Momento. τa = Esforço antissimétrico. τs = Esforço simétrico. γ = Peso específico. At = Área total correspondente à zona de influência definida pela região de suporte do pilar. AP = Área do pilar. σadm = Esforço admissível ou esforço de resistência máxima. σaplic = Esforço a que é submetido o pilar. Fs = Fator de segurança. R = Fator de recuperação de minério num método de lavra de câmaras e pilares. σr = Esforço de resistência admissível para o pilar em função da forma. = Esforço de resistência à compressão de um bloco de dimensões unitárias. σxx = Esforços atuantes no plano X; e variantes para eixos relativos. σyy = Esforços atuantes no plano Y; e variantes para eixos relativos. τxy = Esforço cisalhante no pano X; e variantes para eixos relativos. τyx = Esforço cisalhante no pano Y; e variantes para eixos relativos. σx’ = Esforços atuantes no plano X’; e variantes para eixos relativos. σy’ = Esforços atuantes no plano Y’; e variantes para eixos relativos. τx’y’ = Esforço cisalhante no pano X’ com sentido a Y’; e variantes para eixos relativos. τy’x’ = Esforço cisalhante no pano Y’ com sentido a X’; e variantes para eixos relativos. σp = Esforço normal atuante na seção de contato do pilar com rocha sobrejacente. τp = Esforço cisalhante na seção de contato do pilar com rocha sobrejacente. A = Denominação do comprimento nas análises de esforços, e ponto em algumas imagens. MX’Z = Momento no eixo X’. MXZ = Momento no eixo X. MYZ = Momento no eixo Y. MVZ = Momento no eixo X. MHZ = Momento no eixo Y. C = Coesão. Φ = Ângulo de atrito. αj = Ângulo que forma o plano a camada inclinada com a descontinuidade do pilar. E = Módulo de Young. ICG = Momento de inércia com relação ao centro da seção. ∆z = Diferença de altura entre dois pontos. ∆σV = Acréscimo de esforço vertical. ∆σH = Acréscimo de esforço horizontal. MO = Momento em relação ao centro de um determinado elemento.

1

C

Page 18: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

18

MP = Momento que atua no topo do pilar. σt = Esforço de resistência à tração. σc = Esforço de resistência à compressão. RB/A = Reação do corpo A em B. RA/B = Reação do corpo B em A.

Page 19: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

19

1 CAPÍTULO I

1.1 INTRODUÇÃO.

O esgotamento dos recursos naturais nas últimas décadas vem sendo um problema para

as sociedades no mundo inteiro; a demanda de minério é cada vez maior e está ligada ao

aumento do consumo. Em decorrência, as empresas dedicadas á indústria mineral

precisam fornecer volumes crescentes destes recursos.

Percebe-se que, nos últimos anos, as jazidas a céu aberto disponíveis, cada vez mais,

foram diminuindo em volume e quantidade. No passado elas forneceram, com relativa

facilidade e rapidez, os recursos minerais necessários, além de um maior retorno

econômico às empresas. Devido à escassez de minério próximo à superfície, os estudos

de pesquisa mineral direcionaram-se para a mineração subterrânea, a qual foi se

tornando de maior relevância. Os estudos de geotecnia, no entanto, não acompanharam

totalmente as necessidades dos projetos de mineração subterrânea. Ainda assim, isto não

foi um entrave à implantação de vários projetos de mineração subterrânea até a

atualidade, não obstante, muitas vezes com baixas recuperações.

Os tipos de corpos de minério, suas formas e distribuição na natureza dependem de

fatores como: solução mineralizante, a disponibilidade da rocha para receber soluções

magmáticas, descontinuidades que facilitem a intrusão etc. Cada rocha é particular e

diferente, mesmo em se tratando de um mesmo litotipo; suas características são

determinadas pela textura, mineralogia, arranjo dos minerais constituintes;

características essas que irão depender muito do posicionamento espacial da rocha. Este

estudo abordará corpos de minério horizontais ou sub-horizontais, cujo método de lavra

é por Câmaras e Pilares.

A finalidade deste estudo é determinar as dimensões ótimas da seção de um pilar, com

base em estudos de Mecânica das Rochas como ferramenta principal de projeto. Isto é

Page 20: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

20

possível, estabelecendo-se funções de recuperação do jazimento, cujas variáveis são

geométricas: dimensões de pilares e câmaras. Tais variáveis, por sua vez, são sujeitas a

restrições geomecânicas (limites de resistência das rochas), as quais devem ser

respeitadas para garantir a estabilidade do arranjo de lavra. A combinação dessas

funções de recuperação e das restrições goemecânicas apropriadas pode ser codificada

em algoritmos de programação matemática1 não linear, cujo objetivo é achar as

respostas ótimas (no caso, o máximo da recuperação).

Atualmente, na mineração subterrânea aplicam-se principalmente técnicas de avaliação

e estimativas determinísticas; conseqüentemente, as análises computacionais utilizadas

costumam se basear em premissas (dados e teorias) tidas como conservadoras. Em

decorrência, os resultados são muitas vezes ruins, levando a problemas geomecânicos

e/ou a ganhos baixos. Estudos estocásticos podem melhorar a situação no que diz

respeito aos dados determinísticos conservadores. Porém, com relação às teorias

conservadoras há que se refiná-las, tornando-as mais realistas, para que se possa obter

uma solução otimizada.

1.2 JUSTIFICATIVA.

É relevante para a indústria dimensionar pilares com seção mínima, maximizando,

assim, a recuperação dos jazimentos. Particularmente, para pilares em camadas

inclinadas, pretende-se demonstrar nesta dissertação que, devido aos esforços

cisalhantes anti-simétricos e aos momentos neles atuantes, a aplicação da teoria dos

meios contínuos generalizados de Cosserat (Cosserat & Cosserat, 1896, 1909 - apud

Figueiredo, 1999), cuja formulação teórica incorpora tais grandezas estáticas, aplica-se

com propriedade ao seu dimensionamento ótimo. Para tanto, serão criados modelos de

programação matemática não-linear, em que o objetivo de maximizar a recuperação

ficará expresso por uma função dependente das variáveis geométricas do arranjo de

1 Far-se-á uso, nesta dissertação, do software MathCad na busca de soluções via programação

matemática não linear.

Page 21: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

21

lavra, sujeito a restrições de resistência de pilares e vãos das câmaras, que dependem

das tensões cisalhantes anti-simétricas e dos momentos incidentes nos pilares.

1.3 PERGUNTAS DA PESQUISA.

Algumas perguntas específicas são focadas nesta pesquisa, a saber:

- É determinante uma análise que considere corretamente todos os esforços atuantes em

pilares de camadas inclinadas (cisalhamento anti-simétrico e momentos)?

- Existe diferença para a recuperação final entre orientar os pilares perpendicularmente à

camada ou alinhá-los com a direção dos esforços in situ?

- Quais são as particularidades do dimensionamento de pilares em camadas inclinadas?

1.4 OBJETIVO DO ESTUDO.

O objetivo principal desta dissertação é dimensionar de maneira ótima pilares e vãos em

camadas inclinadas, maximizando a recuperação resultante, ao mesmo tempo em que

são respeitadas as restrições geotécnicas impostas pela resistência dos pilares e dos

estratos sobrejacentes. Para tanto, será considerada a mecânica do contínuo generalizada

de Cosserat (Cosserat & Cosserat, 1896, 1909 - apud Figueiredo, 1999), com a

existência de carregamentos por cisalhamento anti-simétrico e momentos.

O dimensionamento será colocado na forma de um problema padrão de programação

matemática não linear, no qual a função objetivo é a recuperação e as restrições são

desigualdades nas quais os esforços atuantes devem ser inferiores (menores ou iguais)

às respectivas resistências, afetadas por certa margem de segurança (divididas por um

fator de segurança). Os valores das dimensões ótimas para a seção do pilar e os vãos

fornecem o arranjo de lavra que permitirá extrair a maior quantidade de minério

possível, tornando máxima sua recuperação e, conseqüentemente, obtendo-se o melhor

aproveitamento da jazida.

Page 22: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

22

1.5 METODOLOGIA DO ESTUDO.

Para o desenvolvimento do presente estudo, far-se-á, primeiramente, uma revisão

bibliográfica das teorias associadas ao dimensionamento de pilares. Em seguida, um

estudo dos conceitos de mecânica generalizada de Cosserat (Cosserat & Cosserat, 1896,

1909 - apud Figueiredo, 1999) para aplicá-la na determinação dos esforços que agem no

pilar numa determinada situação. E também, para criar modelos, baseados em conceitos

de mecânica das rochas, que resultem em equações envolvendo a resistência do maciço

rochoso. Finalmente, serão criados, com base nos conceitos acima, modelos de

programação não linear, compreendendo uma função objetivo (recuperação), com as

variáveis geométricas do arranjo de lavra (dimensões de vãos e pilares), e restrições que

dependam das características de resistência da rocha, de maneira a determinar uma

seção ótima para os pilares.

Page 23: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

23

2 CAPÍTULO II

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O dimensionamento de pilares e vãos numa lavra pelo método de câmara e pilares é um

problema que concerne à mecânica das rochas aplicada. Existem alguns métodos

consagrados, com embasamento racional e/ou empírico, que foram formulados

originalmente para camadas sub-horizontais. A aplicação desses métodos ao projeto de

pilares em camadas inclinadas fornece, entretanto, soluções inadequadas, já que a

hipótese adotada para as cargas atuantes não tem abrangência suficiente para o

problema de um pilar numa camada inclinada, na medida em que contemplam apenas a

força axial (ou normal ao plano da camada). Nesse sentido, acredita-se que sejam

requeridas teorias mais apropriadas, nas quais fiquem definidos não só a força axial,

mas todos os esforços, tensões cisalhantes e momentos atuantes.

Como já mencionado no Cap. 1, nesta dissertação o dimensionamento será colocado na

forma de um problema padrão de programação matemática não linear, com vistas a

otimizar a recuperação, respeitando-se, no entanto, as restrições impostas às dimensões

de vãos e pilares pelas resistências dos maciços rochosos envolvidos. Já existem

disponíveis, ferramentas computacionais que permitem colocar (escrever) o problema

diretamente na forma padrão, qual seja: com uma função objetivo a ser maximizada (a

recuperação) e suas restrições, que geralmente são funções limitadas por meio de

inequações. Essas ferramentas computacionais, com seus algoritmos próprios para

solução de problemas de programação matemática não linear, permitem uma interação

de todas as funções participantes no problema conduzindo a uma resposta compatível

com o objetivo de maximizar a recuperação. É importante salientar que essa solução

pode não ser única e por vezes até mesmo inexiste, principalmente, se o problema não

for bem colocado (isto é, se não tiver suas restrições adequadamente formuladas). Neste

capítulo serão apresentados os métodos e/ou teorias a serem utilizados para formular as

funções que entrarão no problema de dimensionamento suprareferido. Serão discutidos

os métodos clássicos de dimensionamento de pilares, bem como, a aplicação da teoria

Page 24: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

24

dos meios contínuos generalizados de Cosserat ao caso de camadas inclinadas, que é o

tema central desta dissertação.

2.2 CONSIDERAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO DE UM PILAR.

2.2.1 ESTADO DE TENSÕES IN SITU.

As tensões in situ são a causa primária das tensões atuantes em um pilar. A escavação

do arranjo de lavra irá apenas concentrar tais tensões. Para estimá-las, faremos uso da

hipótese básica de estimação, qual seja (Brady & Brown, 2004): a tensão vertical, σV, e

a tensão horizontal, σH, são componentes principais; essa hipótese é válida para

topografia plana e/ou profundidades elevadas. Abaixo se definem o valor dessas

componentes principais (ver Fig. 1):

zV (1)

VH KzK (2)

onde é o peso específico médio das rochas sobrejacentes ao ponto considerado (Fig.

1); z a sua profundidade (Fig. 1) e K o valor da razão VH / (se K > 1, H é a tensão

principal maior ( 1 ) e V é a tensão principal menor ( 3 ); se K < 1, V é a tensão

principal maior ( 1 ) e H é a tensão principal menor ( 3 ))

Figura 1. Tensões principais in situ (Autor).

Superfície

z

z

K z

V

HA

Page 25: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

25

z

1

1000

1725.0

O valor de K deve ser estimado ou medido. Por exemplo, de acordo com a teoria de

Sheorey (1994), pode-se estimá-lo como segue:

(3)

onde,

E é o Módulo de Young médio das rochas sobrejacentes em GPa e

z é a profundidade dada em metros.

2.2.2 ÁREA TRIBUTÁRIA.

A teoria da área tributária (Brady & Brown, 2004; Pariseau, 2007 etc.) é um método

simples, que permite determinar as tensões médias atuantes nos pilares com base em

simples considerações de equilíbrio de forças na direção vertical (Brady & Brown,

2004). Para tanto, iguala-se o peso da coluna de rocha sobrejacente à reação vertical

exercida sobre a área de influência (ou "tributária") do pilar (que abrange o próprio pilar

e suas cercanias indo até a metade dos vãos adjacentes). A tensão média assim

determinada é comparada com a resistência do pilar majorada por um fator de

segurança, devendo ser inferior ou igual a essa última. Nos itens seguintes, será

apresentado tal método e as respectivas fórmulas de cálculo que permitem dimensionar

os pilares, sendo ainda tecidas algumas considerações sobre o comportamento dos

mesmos e sobre o fator de segurança a ser adotado.

2.2.2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DA ÁREA TRIBUTÁRIA.

Como mencionado acima, essa metodologia permite estimar uma tensão média à qual o

pilar ficará submetido. Tal tensão é admitida uniforme, isto é, com o mesmo valor em

todos os pontos do pilar. As principais premissas assumidas são as seguintes (Jaeger &

Cook, 1979): a área de lavra é extensa em relação à profundidade; inexiste

redistribuição de carga para os limites da área de lavra (pois, hipoteticamente, tal área é

infinitamente extensa e, portanto, ilimitada) e todos os pilares são igualmente

Page 26: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

26

TENSÕES ATUANTES RECUPERAÇÃO FATOR DE SEGURANÇA

p vAt

Ap

v Z

RAt

At

Ap

R 1L pWp

Wo

RFs

p

p : Tensão média no pilar

v : Tensão vertical in situ

At : Área total (área de influência)

Ap : Área do pilar

R : Recuperação R : Resistência do Pilar

Wp : Largura do pilarL p : Comprimento do pilar

Wo : Largura do vãoLo : Comprimento do vão

: Peso específico

Z : Profundidade da escavação

Wp Lo Lp

carregados (também em decorrência da hipótese de extensão infinita da área de lavra).

Além disso, costuma-se assumir um valor de peso específico médio para as rochas

sobrejacentes e uma profundidade uniforme para a camada lavrada.

O método da área tributária fornece uma tensão média no pilar ( P ) que é função da

tensão vertical in situ ( V , Eq. (1)) e da razão ( pt AA / ) da área de influência (ou

tributária, tA ) pela área da seção resistente do pilar ( pA ), a qual vem a ser a área de

contato com o teto, a saber: ptVP AA / . A expressão resultante considera que o

peso do prisma de rocha sobrejacente à área tributária (= tV A ) é equilibrado pela

reação vertical gerada na seção resistente do pilar (= pP A ). Naturalmente, a

resistência do pilar deverá ser igual ou maior que P (para efeito de projeto, considera-

se, ainda, uma majoração da mesma pelos fatores de segurança). Para um maior

entendimento da questão apresentamos a Fig. 2.

No Quadro 1 apresentam-se as fórmulas de cálculo próprias do método da área

tributária.

Quadro 1. Fórmulas para o dimensionamento de câmaras e pilares pelo método da área tributária.

Editado por: Rodrigo Peluci e Autor

Page 27: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

27

ptlavrada AAA

t

pt

t

lavrada

A

AA

A

A

t

p

t

lavrada

A

AR

A

A 1

Wp

Lp

Wo

Lo

Area Lavrada

Area total

Lo/2

Wo

/2

Area do Pilar

Limite de lavra

Limite

WoWp

Wp

( Wo W )pÁrea do pilar

Área de influência

(tributária)

Wo+

Wp

Wp

Wo+Wp

Wp

Figura 2. Arranjo sistemático de câmaras e pilares de seção quadrada: (a) adaptada de Hoek &

Brown (1980); (b) caso de uma área de lavra limitada.

Da Fig. 2 pode-se concluir o seguinte:

(a)

(b)

(a)

(b)

Page 28: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

28

))((1

PCPO

PP

LWWW

LWR

p

t

P

PO

A

A

RW

WW

1

12

Z

Wo/2

Wp

Wo/2

Wo/2: Metade do vãoWp : Comprimento do pilarHp : Altura do pilar

Hp

Superfície

W

PilarPonto A

Z : Altura da superfície até o ponto A

(4)

onde,

R = recuperação do minério.

Quando WP = LP e WO = LO:

(5)

e

Daí vem que: )1/( RVp (Brady & Brown, 2004; Pariseau, 2007).

No que foi apresentado acima, considerou-se o caso básico da teoria da área tributária,

para camada sub-horizontal, em que apenas atua uma tensão normal à seção resistente

do pilar. Na Fig. 3 pode-se visualizar o caso de uma camada inclinada, em que atuam no

pilar também uma tensão cisalhante anti-simétrica ( 2/''''a HVVH , com 0'' VH )

e um momento (M) por unidade de área (tensão-momento), Cosserat & Cosserat (1896 -

apud Figueiredo, 1999). O efeito do carregamento por essas novas tensões constitui

ponto central do tema desta tese e será abordado mais adiante.

Figura 3. Pilar numa camada inclinada sujeito a tensões cisalhantes antissimétricas e tensões-

momento.

2

2

)(1

PO

P

WW

WR

Ponto A

MRegião de

compressão

Região de

tração

a

p

V'

p

Momento gerado por;

-Esforços anti-simétricos

-Diferenças de altura

H'V'

M :

Pilar

H'

Page 29: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

29

P

PCR

H

W22.078.01

2.2.3 EFEITO DA FORMA DO PILAR.

Para entender o efeito da forma (esbelteza) do pilar sobre a sua resistência é interessante

fazer uma analogia com um corpo de prova de laboratório. Um pilar de mina carregado

pelo peso da rocha sobrejacente, embora de seção resistente quadrada, é submetido a

condições semelhantes àquelas verificadas no carregamento axial aplicado por uma

prensa ao corpo de prova. E se sabe experimentalmente, que a resistência à compressão

uniaxial de um corpo de prova depende da sua razão altura/diâmetro ou esbelteza (Obert

& Duvall, 1967).

Nos contatos pilar-teto e pilar-base existem zonas nas quais ocorre uma restrição à livre

deformação transversal, devido à resistência ao cisalhamento ali disponível; exatamente

como ocorre entre topo e base do corpo de prova e os pratos da prensa. O resultado

dessa restrição é o aparecimento de tensões confinantes nas proximidades dos contatos

pilar-teto e pilar-base, que serão tão mais abrangentes quanto maior for a razão

largura/altura do pilar (= WP/HP) ou, o que dá no mesmo, quanto menos esbelto for o

pilar (Fig. 4). Em decorrência da influência desse confinamento gerado pela resistência

ao cisalhamento, quanto menor for a esbeltez WP/HP, maior será a resistência do pilar

(Fig. 4).

A Eq. (6), abaixo, estabelecida empiricamente por Obert & Duvall (1967), permite

relacionar a resistência de um corpo de prova à sua esbeltez e, em função da analogia

suprareferida, pode ser também aplicada a pilares. A equação de Obert & Duvall que

governa o efeito da forma é:

(6)

onde,

WP é a largura do pilar;

HP é a altura do pilar;

Page 30: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

30

1

C é a resistência à compressão uniaxial para uma razão WP/HP = 1 (ou seja, para um

cubo do maciço rochoso que constitui o pilar) e

é a resistência de um pilar com esbeltez igual a WP/HP.

É oportuno observar que a Eq. (6) tem um embasamento racional, como mostrou

Pariseau (2007), pags. 281 a 284. Esse autor admitiu que a resistência ao cisalhamento

no teto e base do pilar seja governada pelo critério de Mohr-Coulomb. Assumindo, por

outro lado, que a ruptura se dê por um mecanismo de clivagem axial e igualando a

tensão necessária para produzi-la à tensão gerada pela resistência ao cisalhamento no

teto e base, chega-se exatamente a uma expressão com o formato da Eq. (6) de Obert &

Duvall.

A Fig. 4, a seguir, apresenta como o aspecto das curvas tensão x deformação e a

resistência variam com a esbeltez do pilar, analogamente ao que ocorre com corpos de

prova em ensaios de compressão uniaxial. Deduz-se que há uma ruptura frágil com

baixa resistência quando Wp/Hp é menor que 1. Se a relação Wp/Hp for maior que 1, a

resistência aumenta e a ruptura tende a ser dúctil, refletindo uma maior influência do

confinamento nas extremidades.

Wp/Hp

Região de

confinamento

Wp/Hp<1

Wp/Hp>1

Wp/Hp>>1

Figura 4. Curvas tensão x deformação: analogia entre os comportamentos de corpo de prova em

compressão uniaxial e pilares de mina (adaptada de Hudson & Harrison, 1997).

Existem ainda outros tipos de fórmulas para contemplar o efeito da forma do pilar sobre

a sua resistência (ver, p. ex., Figueiredo & Curi, 2004; Brady & Brown, 2004 etc.). A

seguir, um quadro resumo traz exemplos de fórmulas dos dois tipos principais.

R

Page 31: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

31

AUTOR EQUAÇÃO

Obert & Duvall

1967

r 0.778 0.222Wp

Hpc1

TIPO DE PESQUISA

Laboratórioc1

: Resistência à compressão quandoWp:Hp é 1

Salomon & Munro

1967

r : Resistência máxima do pilar

cWp

Hp

0.46

0.66r

r : Resistência máxima do pilar

In situ

Quadro 2. Fórmulas para se determinar a resistência do pilar, conforme o efeito de forma.

2.2.4 ANÁLISE BIDIMENSIONAL DO ESTADO DE TENSÕES E TENSÕES-

MOMENTO PARA MEIOS CONTÍNUOS GENERALIZADOS DE COSSERAT.

Na mecânica clássica, em qualquer plano, atuam tensões normais e cisalhantes (Fig.

5(a)), as quais podem ser determinadas a partir de um tensor de tensões simétrico

(Jaeger & Cook, 1979). Porém, se as tensões cisalhantes não forem conjugadas, isto é,

se não forem iguais em planos perpendiculares entre si (Fig. 5(b)), além do tensor de

tensões simétrico, existirá uma parcela antissimétrica (associada justamente à diferença

entre as tensões cisalhantes) que gera momentos desequilibrados. Tal desequilíbrio é

contrabalançado pelo aparecimento de novas grandezas denominadas tensões-momento

(momentos por área), Fig. 5(b). Isso é justamente o que sucede na mecânica dos meios

contínuos generalizados de Cosserat (Cosserat & Cosserat, 1896 apud Figueiredo,

1999).

Nossa análise irá focalizar um corpo onde atuam tensões normais, tensões cisalhantes e

tensões-momento uniformes (podendo, portanto, ser analisado da mesma maneira que

um único ponto). Para melhor ilustrar essa situação, tem-se as figuras 5 e 6. Na Fig.

5(c)-(d) segue-se a convenção de sinais da mecânica das rochas, que estabelece tensões

normais de compressão como positivas. Por coerência, tensões-momento em sentido

Page 32: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

32

Y

X

yx

xy

yx xy

y

x

(a)

Z

Y

X

yx

xy

yx xy

y

x

(b)

MYZ

MXZ

X

yy

xxx'y'

x'y'xy

yx

Y

X'

Y'

Myz

MxzMx'z

Acos

Asen

A

Ponto O

O'

OO' : Asen cos

X

yy

xx

x'y'

yx

Y

X'

Myz

Mx'z

A

Ponto O

O'

Acos

2

Asen2

Mxz

OO' : Asen cos

Y'

(c) (d)

horário são positivas (Figueiredo, 2011). A análise bidimensional do estado de tensões

permite determinar as tensões num plano qualquer, cujo eixo normal (x') faça um ângulo

α medido em sentido anti-horário a partir do eixo x positivo. Para tanto, basta aplicar ao

ponto as condições de equilíbrio de forças e de momentos (Figueiredo, 1999, 2011).

Para ilustrar o efeito das tensões de cisalhamento não conjugadas na deformação do

ponto citamos a Fig, 6, que mostra a parcela simétrica das tensões cisalhantes

( 2/)( yxxyS ) produzindo as distorções angulares clássicas, enquanto a parcela

antissimétrica ( 2/)(a yxxy ) gera uma rotação. O efeito final é dado pela

superposição de ambas as parcelas.

Figura 5. Análise de um ponto submetido a tensões momento, normais e cisalhantes (modificada de

Figueiredo, 1999, 2011).

Page 33: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

33

TIPO EQUAÇÕES

Tensões 2D

Tensões

Momento 2D

x' xcos2

y sen2

xy senyx cos

y' xsen2

ycos2

xy senyx cos

x'y' cos2

sen2

sen cosxy yx x y

M x'z M xzcos M yzsen Ay sen

2

2

xcos2

2sena cos

Teorí

a d

os m

eio

s c

ontínuos

genera

lizad

os d

e C

ossera

t

O Quadro 3 apresenta um resumo das equações que podem ser deduzidas por equilíbrio

de forças e momentos a partir da Fig. 5(a)-(b). Tais equações são explicadas no

ANEXO A.

XY

YX

Y

X

Y

X

s

Deformação

+

Rotação

Estado inicial Estado final

Z

Y

X

Y

X

MECÂNICA CLÁSSICA TEORÍA DOS MEIOS CONTÍNUOS GENERALIZADOS DE COSSERAT

YX

(a) (b) (c) (d)

YX XY

a

s

a

XY

MYZ

MXZ

Figura 6. Efeito das tensões de cisalhamento não simétricas de Cosserat: τS produz distorções

angulares e τa produz rotação (adaptada de Mindlin, 1963).

Quadro 3. Fórmulas para se determinar as tensões e tensões-momento num dado plano (adaptada

de Figueiredo, 2011) - Equações de Transformação. Obs.: ver Fig. 5 para significado dos símbolos.

2.2.5 CÍRCULO DE MOHR CLÁSSICO PARA UM ESTADO DE TENSÕES 2D.

Como dito acima, na mecânica clássica as tensões num plano qualquer podem ser

determinadas a partir de um tensor de tensões no qual as tensões cisalhantes são

conjugadas. A representação gráfica desse tensor no espaço das tensões de Mohr (,τ)

Page 34: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

34

t

n

nt

3

n1

1

vem a ser um círculo cujo centro fica sobre o eixo das abscissas (). As tensões em

planos perpendiculares entre si ficam representadas pelas coordenadas de pontos

diametralmente opostos do círculo, que têm ordenadas (τ) de mesmo valor. A Fig. 7

ilustra tal círculo, conhecido por Círculo de Mohr (Jaeger & Cook, 1979; Goodman,

1989; Brady & Brown, 2004 etc.), considerando a convenção de sinais da mecânica das

rochas (compressão positiva).

Figura 7. Círculo de Mohr clássico (Figueiredo, 2014).

2.2.5.1 APRESENTAÇÃO NÃO-CLÁSSICA DO ESTADO DE TENSÕES DUM PILAR NO

ESPAÇO DE MOHR

Das equações apresentadas no Quadro 3 para um meio com tensões de cisalhamento não

conjugadas pode-se deduzir a equação de um círculo no espaço de Mohr, análoga

àquela apresentada no item precedente. Para um plano genérico, como X' da Fig. 3(c),

em que, por conveniência, optou-se por denominar as tensões atuantes de α e τα, tem-

se:

2222

2222

XYYXXYYXXYXY

2cos22

3131

n

2sen

2

13 nt

2312231 )2

()2

(

C 1 ( )

n

( )n,N ntnt

0( )3, 3

( ), ntt T

+ 1 3

2

1

3

2AH

H

O2

,01

Page 35: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

35

2a

P

2

PS

2222

2

0

2

0

2

0

2

0

PPPP

2222

2222

PPPP

Pode-se igualmente aplicar a equação acima para um sistema de eixos ortogonais H’V’

associado ao pilar duma camada inclinada, como aquele apresentado nas figuras 3 e 8.

Nesse caso, os valores de σY’ e τY’X’ corresponderiam, respectivamente, a V' e τV'H'.

Essas são as componentes que "carregam" o topo do pilar e, por isso, aqui vamos

denominá-las de “σP” e “τP” uma vez afetadas pela razão “AT/AP” (ver Fig. 8). Já os

valores de σX’ e τX’Y’ correspondem, respectivamente, a H' e τH'V'. O plano H' da face do

pilar, por ser uma superfície livre onde não existe sólido, tem tensões nulas. Assim

sendo, pode-se finalmente reescrever a equação precedente como:

ou

(7)

A Eq. (7) representa uma circunferência no espaço de Mohr, com centro de coordenadas

(σP/2; -τP/2) - ver Fig. 9 -, fora, portanto, do eixo dos , como no caso do círculo

clássico da Fig. 7. Tal círculo ilustra o estado de tensões dum pilar numa camada

inclinada como o da Fig. 8. Tendo em vista as definições para as parcelas simétrica (τS)

e antissimétrica (τa) das tensões cisalhantes (dadas no subitem 2.2.4), tem-se que:

; parcela que provoca distorções angulares.

; parcela que provoca rotações.

O raio do círculo, por sua vez, vale: .

22

22

PP

Page 36: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

36

Figura 8. Pilar numa camada inclinada submetida a tensões de compressão e de cisalhamento não

conjugadas.

Segundo a convenção de sinais da mecânica de rochas, o momento produzido por τa é

positivo quando produz uma rotação no sentido horário. Observamos na Fig. 8 que o

valor da tensão de cisalhamento antissimétrica gerada pelo carregamento do pilar é

negativo, indicando que o pilar gira em sentido anti-horário. Pariseau (1982) (apud

Pariseau, 2007) mostrou que, pela teoria da área tributária (item 2.2.2), duma maneira

análoga ao que acontece com P (Fig. 8), o valor de τP equivaleria a τV’H’(AT/AP).

Pelo acima exposto, fica perceptível que o estado de tensões em pilares de camadas

inclinadas pode ser descrito pela mecânica generalizada de Cosserat (item 2.2.4), uma

vez que neles atuam tensões de cisalhamento não conjugadas.

Na seqüência apresenta-se o respectivo círculo de Mohr não-clássico (dado pela Eq.

(7)), válido para o pilar da Fig. 8, no qual atua a tensão de cisalhamento antissimétrica

(τa) devida a uma τP não conjugada.

V'H'y'x'

y' V' p

p

A t : área tributária

A p : área transversal do pilar

p

x'p

x'y'

V ' = Y'

H ' = X'

H=X

V=Y

A p

A t

Ap

A t

Ap

A t

Ap

A t

ONDE:

V'H'y'x'

y' V' p

p

A t : área tributária

A p : área transversal do pilar

p

x'p

x'y'

V ' = Y'

H ' = X'

H=X

V=Y

A p

A t

Ap

A t

Ap

A t

Ap

A t

ONDE:

Page 37: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

37

( y' y'x')

(x' x'y')

p

p

Ccos

C

R' R'sen

AH

HR'=Rc=raio do círculo grande

Figura 9. Apresentação do Círculo de Mohr não-clássico para pilares em camadas inclinadas

(modificado de Pariseau, 2007).

O círculo da Fig. 9 foi apresentado por Pariseau (2007), embora tal autor não faça

nenhuma referência aos conceitos da mecânica de Cosserat (talvez por desconhecimento

- suas análises não incluem as tensões-momento necessárias para equilibrar o

cisalhamento antissimétrico). Na Fig. 9, está incluída uma envoltória linear definida

pelo critério de resistência de Mohr-Coulomb, cuja equação e parâmetros são (Jaeger &

Cook, 1979): tan c , com c sendo a coesão e o ângulo de atrito da rocha.

Nota-se que com a existência das tensões antissimétricas, o círculo fica centrado fora do

eixo dos e surge uma "nova possibilidade" de que se atinja a condição de ruptura, ou

seja, de que o círculo tangencie a envoltória de resistência. No caso clássico, mantida

fixa a abscissa do centro, apenas um aumento do diâmetro do círculo (equivalendo ao

aumento das tensões de cisalhamento simétricas clássicas) levará o mesmo a tangenciar

a envoltória. Por outro lado, com o círculo não-clássico da Fig. 9 há também a

possibilidade de que apenas a ordenada do centro ( 2/Pa ) se amplie (sem

aumento do diâmetro), e ainda assim o círculo seja levado a tangenciar a envoltória.

Dito de outro modo, apenas é requerido um aumento das tensões antissimétricas. Na

Page 38: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

38

'

''

'

''arctanarctanarctan

V

HV

y

xy

p

p

Fig. 9 está ilustrado um círculo de ruptura, em linha tracejada, para o qual houve tanto

um aumento do diâmetro quanto da ordenada do centro.

Pariseau (2007) realizou a análise dessa possível condição de ruptura, que o levou a

formular uma equação para o Fator de Segurança do pilar, senão vejamos (Fig. 9):

- , raio do círculo pequeno, em linha cheia, que representa

o estado de tensão atuante no pilar;

- , raio do círculo grande, em linha tracejada, que representa o

círculo na condição de ruptura, ou seja, aquele cujo estado de tensão equivale à

resistência;

- o Fs (Fator de Segurança) é então dado pela razão resistência/(tensão atuante), ou seja,

. (8)

Na Eq. (8) corresponde ao ângulo de inclinação da linha onde se situam os centros dos

círculos não-clássicos ilustrados na Fig. 9 e é dado por:

2.2.6 OUTRAS PARTICULARIDADES EM UMA AVALIAÇÃO DE PILARES.

2.2.6.1 PILARES ALINHADOS COM A FORÇA RESULTANTE.

Num pilar inclinado submetido a tensões σV e σH atua uma força resultante cuja direção

não é, em geral, perpendicular ao eixo H’, ou seja, ao topo do pilar. Considerando-se a

Fig. 10, no ponto A, atuam as forças concorrentes FV e FH que estão associadas às

tensões σV e σH, respectivamente. A direção da força resultante “FR” faz um ângulo “β”

com o eixo normal à camada (topo do pilar). Troumbatchev & Mel'nikov (1964),

22

22

pppequenocírculoRaio

sen1

coscRaio grandecírculo

22

22

sen1

cos

pppequenocírculo

grandecírculo

c

Raio

RaioFs

Page 39: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

39

mostraram por meio de modelos fotoelásticos, que, em se alinhando a direção das

paredes do pilar com a direção de FR, são reduzidas as concentrações de tensões e as

mesmas se tornam mais uniformes. Dessa forma, consegue-se aproveitar ao máximo a

capacidade resistente da seção pilar. Para que o pilar fique alinhado com o modulo

dessa força resultante, suas paredes devem ser inclinadas de “β” no sentido horário,

tomando-se como referência o eixo V’ (ver Fig. 10).

FR

FH

FV

Pilar alinhado com a

força resultante

M

D'

A'

B'

D

E

B

C

Pilar normal à camadaWp

Wo

(Wo+Wp)cos

(Wo

+W

p)s

en

A

V

H

H

V

m

n

MB : Hp

MA' : Hp

cosA : Ponto meio de A'B'

MD : Wp

H'

V'

MD' : Wp

cos

FR : Força resultante

Figura 10. Pilar inclinado em relação ao eixo perpendicular à camada.

Uma análise da geometria contemplada na Fig. 10 permite deduzir que a orientação

ótima é dada pela Eq. (9) abaixo:

tan

cos

sen

cos

sentan

POV

POV

POV

POH

V

H

WW

WW

WW

WW

F

F

tantan 1

tantan 1 (8)

Page 40: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

40

A

V

H'

FV

FH

V'

F cosV

F senV H

F cosH F sen

H

FR

Plano da camada

2222222coscos senWWsenWWWWFFF POPOVPOVHVR

sen

sen

cos

cos

onde é o mergulho; K é a razão (tensão horizontal)/(tensão vertical) in situ definida no

item 2.2.1; senPO WW e cosPO WW são as projeções vertical e horizontal,

respectivamente, da área tributária do pilar.

Quando a diferença “-β” for positiva, o valor do ângulo “β” deverá ser medida

segundo o sentido horário a partir do eixo V’; o contrário sucede se “-β” for negativa.

Figura 11. Força resultante FR e suas componentes ortogonais FH e FV (Autor).

Das figs. 10 e 11 têm-se ainda que (Oyangüren et al., 1984):

(9)

onde:

tantan

cos

sen

cos

sen

costancos

cos

sensen

22 costancos POR WWF

cos

costan1costan1cos 222 PO

POPOR

WWWWWWF

(10)

Page 41: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

41

H=x

m

Plano da camada

Ponto A

R

R

RF

F sen

F cos

A'

B'

Pilar inclinado em um ângulo

V' = y'

H' = x'

no sentido horário do eixo V' =y'

A''

Por conseguinte a força resultante pode ser escrita como (Troumbatchev & Mel'nikov,

1964):

Daí, considerando-se a área do pilar e as componentes de FR segundo as direções

normal e paralela ao topo (Fig. 12), pode-se obter, respectivamente, as tensões médias,

normal (P) e cisalhante (τP), que ficam dadas por (note-se que se está considerando

pilares 2D, ou seja, bastante alongados perpendicularmente ao plano de análise):

(11)

(12)

Figura 12. Força resultante FR e suas componentes ortogonais segundo H’-V’ (Autor).

É interessante observar que, diferentemente do que sucedia com os pilares

perpendiculares à camada, discutidos no item 2.2.5 (ver figs. 8 e 9), em pilares

alinhados com a força resultante, as tensões no plano H'V' não são nulas (Fig. 13). Isso,

naturalmente, vai se refletir no círculo de Mohr não-clássico correspondente ao estado

de tensões no pilar (como aquele da Fig. 9), alterando seu raio e a posição do centro.

Conseqüentemente, o seu fator de segurança tenderá a ser mais favorável que aquele

dado pela Eq. (10).

sen

senPOR

WWF

sen

sen

sen

P

POP

W

WW

cos

sen

sen

P

POP

W

WW

Page 42: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

42

m

n

j

ângulo de

atrito: j

Pilar

m

n

X'

Y'

Teto

Chão

p

p

Pilar submetido às tensões médias devidas

ao carregamento da rocha sobrejacente

Tensões no plano de fraqueza ("m")

A'

A''

H'V'V'

A' - A'' H'

H

H'

Pilar inclinado

Mergulho da camada

H'V' Cisalhante no plano H'V' - (diferente de zero)

Seção

K'

K

Figura 13. Tensões no plano H’-V’ para um pilar alinhado com a força resultante (Autor e

Figueiredo).

2.2.6.2 PILARES NORMAIS À CAMADA E COM PLANOS DE FRAQUEZA.

Numa situação real, podem existir planos de fraqueza (descontinuidades) atravessando o pilar.

Em tais condições, deve-se considerar a possibilidade de deslizamento sobre tais planos para

avaliar, de maneira mais realista, a respectiva resistência. Independentemente do sentido de

mergulho do plano de fraqueza, seja no mesmo sentido do mergulho da camada ou inverso, há

uma faixa de valores de mergulho em que poderá ocorrer deslizamento sobre o plano. Nas

nossas análises vamos considerar o critério de resistência de Mohr-Coulomb para o plano. Seja

cj a coesão do plano e j seu ângulo de atrito.

Figura 14. Pilar com plano de fraqueza (Autor).

Page 43: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

43

Segundo as equações de transformação para um meio de Cosserat (Quadro 3), as tensões no

plano de fraqueza são:

(13)

(14)

onde αj é a inclinação do plano em relação ao mergulho α da camada (ver Fig. 14).

Substituindo as componentes acima na expressão do critério de Mohr-Coulomb, a

resistência ao escorregamento no plano “m” pode ser escrita em função das

componentes σp e τp, senão vejamos:

(15)

Se o valor de τnm for maior ou igual a τresistência o pilar rompe por escorregamento no

plano e vice-versa. Isso permite encontrar a faixa de ângulos do plano que instabilizam

o pilar, senão vejamos:

j

jjP

j

jP

j

j

jj

j

jjP

j

jP

j

jjP

jPjjP

jP

c

c

cos

sen

2

)2(sen

cos

sen

2

)2cos(

2

1

cos

cos

cos

cos

2

)2(sen

cos

cos

2

)2cos(

2

1

tan2

)2(sencos

2

)2(sencos 22

Rearranjando a expressão vem que:

jjjPjPjjPjjP c cos2cossen)2cos()2(sen (16)

Conhecidos os valores de τp, σp, cj, αj e j, existe uma faixa de valores de “2αj j”, que

é solução da desigualdade; essa faixa corresponde àqueles ângulos do plano em que

ocorrerá escorregamentos; quando houver igualdade ter-se-á um escorregamento

iminente (equilíbrio-limite). É oportuno observar que a Eq. (16) generaliza os conceitos

apresentados por Pariseau (2007) - pag. 311 (Eq. (6.45)) - que não considerou o efeito

de τP no estado de tensões que induz escorregamento sobre os planos.

2

)2(sencos2 jP

jPn

)2

)2(sencos( 2 jP

jPnm

jjP

jPjaresistênci c

tan2

)2(sencos2

Page 44: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

44

A B

P

d

d

P2

1

Y

X

x dx

ydy

ds

R

2.2.7 RESTRIÇÕES NO DIMENSIONAMENTO DE CÂMARAS E PILARES

No dimensionamento ótimo de câmaras e pilares via técnicas de programação

matemática, como proposto por Figueiredo & Curi (2003, 2204), faz-se necessário

estabelecer o limite máximo dos vãos, bem como, a capacidade de carga das fundações

dos pilares. Essas duas questões limitam a recuperação do jazimento e, portanto, devem

ser consideradas como restrições na formulação do problema de programação

matemática em causa. A colocação dessas questões limitantes na forma de restrições

matemáticas (desigualdades) pode ser feita recorrendo-se a diferentes formulações

analíticas/empíricas para a mecânica dos processos envolvidos. Na seqüência serão

abordadas brevemente as formulações adotadas nesta dissertação.

2.2.7.1 FLEXÃO PURA EM VIGAS E LAJES.

Para limitar os vãos máximos estáveis das câmaras pode-se considerar que os estratos

sobrejacentes à camada lavrada se comportem como lajes ou vigas elásticas sujeitas à

ação do peso próprio (p.ex., ver Obert & Duval, 1967; Jaeger & Cook, 1979; Pariseau,

2007 etc.). Para explicar a flexão que acontece em uma laje, vamos supor um

comportamento de uma viga. Existem equações que governam o estado de equilíbrio de

vigas submetidas a cargas por flexão pura e devido a seu próprio peso. Em uma mina,

existem situações semelhantes, em que, podem ser assumidas as lajes como um arranjo

de vigas; ver a figura 15.

Figura 15. Estado de análises de flexão pura (Autor).

Page 45: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

45

CG

M

R

1

Mdx

yd

2

2

dy

dl

P

y

dyWo

Corpo rochoso de

largura unitária

t

Espessura

Wo-y

(17)

onde:

R : raio de curvatura;

M : momento máximo;

E : módulo de Young;

ICG: momento de inércia com relação ao centro de gravidade da seção.

Assim também a relação de raio de curvatura é equivalente a uma função de momento

que é fornecida pela seguinte equação.

(18)

As equações 17 e 18 são explicadas no ANEXO B.

2.2.7.2 TENSÕES DEVIDO AO PESO PRÓPRIO DA LAJE.

Uma coluna de rocha com seção transversal quadrada está submetida a esforços de

compressão axial devido ao seu próprio peso e, tem uma variação na sua dimensão

inicial (WO) (Coates, 1973). Considerando uma altura dy de magnitudes infinitesimais, a

qual possui uma deformação diferencial dl. Então, a deformação unitária

correspondente é dl/dy. Na figura 16, pode-se perceber que o valor P é o esforço

associado a essa deformação, cujo valor fica definido por γ(WO-y).

Figura 16. Esforços devido ao seu próprio peso (Adaptada de Coates).

Page 46: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

46

yWdy

dlo

dyyWdl o

0

0

W

o dyyWdl

2

2oWl

Pilar

Zona de possível

plastificaçãoWp

Pela lei de Hooke:

. (19)

onde:

l: deformação total no corpo rochoso de altura WO e comprimento t.

2.2.8 CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES DOS PILARES

A capacidade de carga das fundações dos pilares (ou seja, a resistência do piso),

principalmente daqueles pouco esbeltos e, portanto, de alta resistência é um fator

importante na sua estabilidade (Figueiredo & Curi, 2004). Independentemente da

resistência do pilar, a pressão transmitida à sua fundação deverá ser menor que a

respectiva capacidade de carga, evitando, assim, o seu colapso por "puncionamento" do

piso (Fig. 17).

Figura 17. Mecanismo de colapso da fundação de um pilar (Brady & Brown, 2004).

Page 47: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

47

cot124

tantan124

tan2

3

2

1 2tan2tan

ecSSeWQ qPb

Num dimensionamento ótimo, deverá, portanto, ser sempre respeitada a restrição de que

a tensão média atuante no pilar seja menor que a capacidade de carga (Figueiredo &

Curi, 2004). Para cálculo da capacidade de carga da fundação, Brady & Brown (2004)

recomendam utilizar a expressão clássica aplicável a fundações rasas proposta por

Terzaghi, qual seja:

(20)

onde,

Qb é a capacidade de carga da fundação em unidades de força/área;

é o ângulo de atrito da rocha da fundação;

c é a coesão da rocha da fundação;

γ é o peso específico da rocha da fundação;

WP é a largura do pilar;

Sγ = 1.0 0.4(WP/LP) e Sq = 1.0 + sen(WP/LP), com LP sendo o comprimento do pilar;

A restrição fica escrita finalmente como: P < Qb.

Page 48: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

48

3 CAPÍTULO III

3.1 DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE PILARES DE SEÇÃO QUADRADA.

No dimensionamento ótimo de pilares deve-se determinar a seção resistente que permite

maximizar a função recuperação para o jazigo (Eq. 5). A resistência do pilar (Eq. 6)

depende da relação de sua esbelteza enquanto a tensão resultante aplicada ao pilar

depende de várias tensões associadas que atuam conjuntamente, as quais são

expressadas por equações em função de variáveis e parâmetros geomecânicos. Neste

estudo foram desenvolvidos algoritmos que permitem avaliar as equações matemáticas

que representam o estado das tensões que atuam no pilar, lajes e fundações, sendo que;

o objetivo é maximizar a recuperação do jazigo, como já supracitado. Para um

dimensionamento ótimo é necessário aplicar teorias apropriadas, no qual estejam

consideradas todas variáveis que definem o modelo que melhor se ajuste ao problema

real; um pilar disposto de maneira perpendicular à camada inclinada tem a

particularidade de estar submetido a tensões normais, cisalhantes e tensões momento

(Figueiredo, 2011), sendo que, o aparecimento das tensões momento são resposta à

tensão anti-simétrica (τa) que produz rotação no pilar e sua parcela tensão simétrica (τS)

responsável pela deformação conforme definido no item 2.2.4; esta nova condição de

desequilíbrio não poderia ser resolvida pela mecânica clássica, entanto, a tensão-

momento (momento de reação do pilar para equilibrar o sistema) está bem definida na

mecânica de Cosserat e, por tanto, sua aplicação se adapta ao tipo de estudo proposto

nesta dissertação. A seguir, apresentam-se as análises a serem desenvolvidos no pilar.

- Área tributária (fig. 2);

- Efeito da forma (fig. 4);

- Análise das tensões e tensões-momento (fig. 5(c) e 5(d));

- Análises de tensões efetivas (fig. 3 e 8);

- Análise da resistência das fundações;

- Análise da resistência das lajes que conformam o teto.

Page 49: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

49

W

S

Camada de minério

Futuro pilar

S'

TENSÕES A SEREM ENCONTRADAS

H'

V'A

Superfície

H

V'

V'H'H'

S'

TENSÕES IN SITU

H'

V' A

Superfície

HH

V

W

S

Camada de minério

Futuro pilar

(b) (a)

3.1.1 ÁREA TRIBUTÁRIA PARA UM PILAR EM CAMADA INCLINADA.

3.1.1.1 ESFORÇOS E TENSÕES IN SITU.

Conforme já supracitado no item 2.2.1, as tensões in situ “σV” ( x ) e “σH” ( y )

(considerando os eixos H e V como eixos globais X e Y respectivamente) atuam em

planos perpendiculares conforme a Fig. 1 e Fig. 18 (a); por outro lado, a fim de

simplificar o problema pressupõe-se que σV e σH são tensões principais, então,

utilizando-se as equações de transformação (quadro 3) se obtém as tensões “σV’” e “σH’”

(Fig 18 (b)), cujos valores são funções do peso específico médio da rocha sobrejacente

m e da profundidade Z . Na camada inclinada haverá futuramente um pilar disposto

de maneira perpendicular em relação a mesma, necessitando, por isso, determinar os

valores das tensões que atuarão no topo deste pilar.

Figura 18. Tensões in situ em eixos HV e tensões in situ em um plano H’V’ (Autor).

3.1.1.2 TENSÕES QUE ATUAM NO PILAR.

Na figura 19 apresentam-se estágios que correspondem a um pilar durante um processo

de lavra. Em um primeiro estagio, considerando-se um meio sem escavação alguma

Page 50: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

50

22

12

2'' sensenVH

HV

22cos2cos

22' senHVHV

V

(a) (b)

pV'H' p

W

S

S'

Depois da lavra do minério

H'

V'

A

Superfície

H

ESTADO FINAL

MV'Z

M VZ

MHZ

ESTADO INICIAL

H

Superfície

A

V'

H'

S'

S

W

V'

Sem excavação

conforme a Fig. 19 (a), a tensão normal (σV’) e a tensão cisalhante (τV’H’) atuam no topo

do “pre-pilar” (ponto A), estas tensões são apenas magnitudes que são estimadas com as

equações de transformação apresentadas no quadro 3; após escavação (Fig. 19 (b)) , o

pilar ficara carregado num fator “At/Ap” conforme discutido no item 2.2.2.1 . As

figuras 19 (c) e 19 (d) detalham o estado de tensões in situ e tensões que agem na

interface entre a rocha sobrejacente e o topo do futuro pilar respectivamente.

Figura 19. Situação do pilar submetido a esforços num plano HV e H’V’ (Autor e Figueiredo).

Conhecidos σV e σH e considerando-os como tensões principais, pode se encontrar os

valores de σV’ e σH’ da seguinte maneira:

(21)

(22)

V

HA

VH

HV

V

H

HV VH

V'

H'

A

V'H'

H'V'

V'

H'

V

H

H'V' H'V'

Esforços para um estado

in situ

Esforços para um estado

segundo o mergulho da camadaSISTEMA DE EIXOS GLOBAIS

(c) SISTEMA DE EIXOS ROTACIONADOS

(d)

V

HA

VH

HV

V

H

HV VH

V'

H'

A

V'H'

H'V'

V'

H'

V

H

H'V' H'V'

Esforços para um estado

in situ

Esforços para um estado

segundo o mergulho da camadaSISTEMA DE EIXOS GLOBAIS

(c) SISTEMA DE EIXOS ROTACIONADOS

(d)

Page 51: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

51

A T

AP

A T

AP

y'

y'x'

x'

Pilar

Pilar

Ponto A

Wp

Wo/2

Pilar submetido a

tensões devido à pressão

da rocha sobrejacente

Situação do pilar à

solicitação de esforços

X

Z Altura média com

relação a superfície

Y

X

Ação da rocha sobrejacente no pilarReação do pilar ao sistema

Hp

3.1.1.3 TENSÕES SOLICITADAS AO PILAR.

Estas tensões atuam na interface entre a seção do suporte do pilar e a rocha

sobrejacente; nesta interface atuam tensões normais efetivas ( PPTYAA '

) e

cisalhantes efetivas ( PPTYXAA ''

), cujas magnitudes dependem da grandeza da razão

entre a área tributária ( TA ) pela área da seção transversal do pilar ( PA ), Fig. 2(a), além

do fato destas magnitudes serem influenciadas pelo ângulo de mergulho da camada

inclinada.

Figura 20. Carregamento solicitado ao pilar (Autor).

Então, um pilar disposto em uma camada inclinada está submetido a tensões normais e

cisalhantes efetivas (PPilar e

PPilar , tensão normal e tensão cisalhante

respectivamente) como já supracitadas e se assume que estas tensões são valores

médios, isto é: considera-se que as tensões atuantes são uniformes e possuem igual

magnitude em toda a seção de suporte do pilar (Fig 20). Portanto, as tensões efetivas σP

e τP estão determinadas pelas equações 23, 24, 25 e 26.

Da figura 20, pode-se deduzir o seguinte:

Page 52: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

52

Avaliando a tensão normal (σP):

SFV’=0

POPOVV LLWWsenAreaF 22

' cos'

(23)

Quando o valor WP=LP e WO=LO

(24)

Onde:

WP e WO; é comprimento do pilar e do vão, respectivamente.

LP e WC; valores correspondentes às larguras do pilar e do vão, respectivamente.

Avaliando a tensão cisalhante (τP):

SFH’=0

Calculando o esforço cisalhante que atua no pilar:

(25)

Quando o valor WP=LP e WO=LO

(26)

3.1.2 EFEITO DA FORMA NO DESENHO DO PILAR.

A equação empírica estabelecida por Beniawski (1992) condiciona a resistência de um

pilar à relação de esbelteza “largura/altura” (=WP/HP); enquanto essa relação for maior,

PP

POPO

Pilar

V

Pilar

Aplicada

PPLW

LLWWsen

A

F

A

F

22

' cos

22

1''' senLLWWAF POPOTOTALHVH

2

1

1

22

2

1' senR

senLW

LLWW

A

F

PP

POPO

Pilar

HPPILAR

R

sen

W

WWsen

P

POP

1

coscos

222

22

21

1

22

2

12

' senR

senW

WW

A

F

P

PO

Pilar

HPPILAR

Page 53: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

53

1

c

o pilar torna-se mais resistente, e, se a relação de esbelteza for menor, a resistência

diminui. Embora a equação proposta por Beniawski tenha uma concepção empírica, esta

foi demonstrada analiticamente por William Pariseau no seu livro Design Analysis in

Rock Mechanics. A equação proposta por Beniawski (1992) é a seguinte:

Onde:

: resistência de uma mostra de pilar com dimensões unitárias (um cubo de rocha com

arestas de iguais dimensões).

3.1.2.1 FATOR SE SEGURANÇA – ESFORÇO APLICADO E ESFORÇO ADMISSÍVEL.

O pilar de mina é uma estrutura rochosa semelhante a um prisma, a qual possui a

mesma petrografia e composição mineralógica que o minério lavrado; esta massa

rochosa atua como suporte natural e deve garantir a estabilidade com o propósito de

permitir a lavra do bem mineral; no entanto, o pilar não deve ficar submetido a toda sua

capacidade de resistência. Ao se avaliar as dimensões da seção de um pilar, são

considerados fatores de segurança a fim de não produzir fatiga com a carga aplicada. O

fator de segurança (FS) tem como finalidade de garantir que a estrutura esteja sempre

submetida a uma carga menor que a capacidade de máxima resistência (Beer et al.,

2006); por outro lado quanto maior o fator de segurança ( 1Fs ), maior será a

estabilidade do pilar e, em contrapartida, menor será o fator de recuperação de minério

(Eq. (4)); entanto, ao se adotar baixos valores para o fator de segurança ( 1Fs ), há

grande risco de ocorrer um colapso do pilar e, se isso acontecer, a carga do pilar

colapsado será redistribuída nos pilares vizinhos, produzindo assim uma sobrecarga e

ruptura progressiva dos pilares circundantes; o que inevitavelmente produziria um efeito

dominó. Com tudo isso, ao se adotar um fator de segurança deve se considerar um bom

conhecimento do maciço rochoso e possuir experiência que permita analisar

informações geotécnicas para que o julgamento seja certo. A relação de fator de

segurança pode ser escrita da seguinte maneira, Beer et al. (2006):

P

Pcc

H

Wba1

36.0:

64.0:

b

a

Page 54: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

54

P

R

Aplicado

AdmissívelSF

Onde:

R é o esforço de resistência do pilar em MPa e

P é a tensão média total aplicada no pilar dada em MPa (além dos esforços normais

que atuam no topo do pilar, deve ser incluída os esforços devido a tensão momento,

esforços induzidos pela tensão cisalhante, entre outros).

3.1.2.1.1 RELAÇÃO ENTRE O ESFORÇO DE RESISTÊNCIA DO PILAR E O ESFORÇO APLICADO

Como já definido no item 3.1.2.1, o fator de segurança é a razão do esforço admissível

ou esforço de resistência pelo esforço aplicado PR . Por coerência, o valor do

esforço de resistência do pilar (σR) deve ser maior que a tensão aplicada (σP), para

garantir a estabilidade do pilar; a seguir, a equação que expressa a relação do fator de

segurança:

(27)

Para um valor de WO=WC e WP=LP;

(28)

3.1.2.1.2 TENSÃO CISALHANTE NO PILAR.

Um pilar de mina disposto de maneira perpendicular à camada conforme a Fig. 20, além

da tensão perpendicular á seção de suporte, também existe uma tensão cisalhante e atua

tangencialmente à área de contato pilar–rocha sobrejacente; a grandeza de esta tensão

S

C

PP

OPPO

FLW

LLWWsen

22cos

S

C

P

PO

FW

WWsen

2

22cos

PP

OPPO

C

P

CS

LW

LLWWsen

F22cos

Page 55: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

55

cisalhante está associada com o ângulo de mergulho da camada inclinada e das tensões

in situ.

Na mecânica clássica, as tensões cisalhantes que atuam em planos perpendiculares entre

si, são simétricas (Jaeger & Cook, 1979); porém, quando se trata de um pilar de mina,

as tensões cisalhantes que atuam nas paredes do pilar são minimizadas como

decorrência da lavra do minério, gerando, consequentemente, uma nova condição de

equilíbrio que é equilibrada por forças que atuam em resposta a esta nova situação.

3.1.3 ANÁLISES DE MOMENTOS.

Após exaurir o minério sumirão as tensões normais e cisalhantes que atuam nas paredes

do pilar (Fig. 19 (b)) e, perante esta nova condição vai existir forças que instabilizam o

sistema. Tais condições de novo equilíbrio estão explicadas na formulação teórica da

mecânica dos meios contínuos generalizados de Cosserat (Cosserat & Cosserat, 1896

apud Figueiredo, 1999), em cujo postulado se define a existência de uma tensão

cisalhante antissimétrica (item 2.2.4), responsável por criar uma rotação no sistema, o

qual é equilibrado pelo aparecimento de um momento por unidade de área conhecida

como momento tensor. É necessário destacar que, a tensão cisalhante antissimétrica é a

diferencia entre as tensões cisalhantes que atuam em planos perpendiculares.

Por outro lado, devido à disposição inclinada do pilar, existe um gradiente de tensões

responsável por gerar um momento e, por sua vez, vai gerar esforços induzidos cujo

resultado é um alivio de tensões e uma compressão na seção de suporte do pilar.

3.1.3.1 TENSÃO MOMENTO ASSOCIADO À GRADIENTE DE TENSÕES.

Um pilar de mina em uma camada inclinada tem sua seção de suporte submetida a um

gradiente de tensões (Pariseau, 2007); No que refere ao comprimento do vão Fig. 21,

nota-se que os extremos correspondentes aos limites da área tributária encontram-se a

diferentes profundidades com relação à superfície, o extremo esquerdo está em uma

profundidade de “Z+DZ” e que o extremo direito está em uma profundidade de “Z-DZ”.

Page 56: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

56

Z : Altura da superfície até o ponto A

A

Altura média com

1

R

S

Z

RR': (Wo + Wp)cos

1

A'

Z

Z:Wo + Wp

2sen RS

Q

2

MHZM VZ

MV'Z

M

N

M'

N'

Ponto O

S'R'

H'

H

2

relação à superfície

MVZ

MHZ

: Momento tensor no eixo VZ

: Momento tensor no eixo HZ

MV'Z : Momento tensor no eixo V'Z

Figura 21. Pilar submetido a uma tensão média e uma gradiente de esforços (Autor).

Essa diferença de altura ( senWW po ) gera uma gradiente de esforços verticais

(V ) e outro gradiente de esforços horizontais (

H ); os quais produzem um

momento tensor vertical (VZM ) e um momento tensor horizontal (

HZM ), conforme a

Fig. 22.

Figura 22. Tensão momento devido à tensão gradiente vertical “MVZ” e horizontal “MHZ” (Autor).

W

Z : Altura média da superfície até o ponto A

Wo/2

Wp

Wo/2Z

V

MA

MA=Momento gerado pela gradiente de tensões (diferença da

altura)

S

R

Z : Diferença da altura em relação ao ponto A

S'

Superfície

Nivel de isopressão Nivel de isopressão

Nivel de pressão

média no pilar

M'

N'O

Z

A

H

R'

(Wo+Wp)cos

(Wo+Wp)sen

Page 57: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

57

senWW PO

V

2

3

3

cos12

cos2

2PO

POV

PO

WW

WWM

senWW

cos12cos

cos12

22

3

)( senWW

WW

senWW

M PO

PO

PO

VZTENSOR

senWW

Z PO

2

3.1.3.1.1 CALCULO DO MOMENTO TENSOR GERADO PELA GRADIENTE DO ESFORÇO VERTICAL.

Da Fig. 22, deduz-se:

(29)

A Eq. (30) relaciona a tensão, o momento devido à flexão, o momento de inércia e a

distância mais afastada do eixo neutro até as paredes laterais do pilar.

(30)

Onde:

MO: momento máximo submetido por uma força

d: distância do eixo neutro até as paredes laterais do pilar.

ICG: Momento de inércia em relação ao centro de gravidade. Assumindo um

comprimento de uma unidade, correspondente à base.

Quando σMAX =σV

Para avaliar o tensor momento, deve-se dividi-lo pelo comprimento R’S’; assim, tem-se:

(31)

3

3

3

33

. cos12

cos12

112

cos2

POPOGC

PO

WWWWbh

WWd

2

3

cos12

senWW

M PO

VZ

GC

OdM

.

max

Page 58: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

58

GC

OdM

.

max

3.1.3.1.2 CALCULO DO MOMENTO TENSOR GERADO PELA GRADIENTE DO ESFORÇO HORIZONTAL.

Sabendo-se que o valor do esforço horizontal pode ser escrito como função de K e do

esforço vertical, então:

Quando σMAX =σH;

Dividindo a equação anterior pelo comprimento R’S, tem-se o tensor momento no eixo

H.

(32)

3.1.3.2 CALCULO DA TENSÃO CISALHANTE ANTISSIMÉTRICA RESPONSÁVEL POR GERAR

TENSÃO MOMENTO.

A tensão antissimétrica (τa) e a parcela simétrica (τs) são duas componentes de tensão

cisalhante e cuja existência vai produzir rotação e deformação angular respectivamente

(Mindlin, 1963). A tensão momento surge para equilibrar o momento gerado pela

diferença das tensões cisalhantes não conjugadas Fig 6 (a).

senWW PO

VH

2

3

3

12

2

2sen

WW

senWW

M

senWW

PO

PO

HZ

PO

senWW

d PO

2

3

3

12sen

WWM PO

HZ

2

23

3

)(12

12 senWW

senWW

senWW

M PO

PO

PO

HZTENSOR

3

3

3

3

.1212

1 senWW

senWW

I POPOGC

Page 59: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

59

V'

Pilar

Pilar

H

Estado

Inicial

Estado

Final

Futuro Pilar

Minério

Lim

ite

da

re

giã

o d

e in

flu

ência

VV'

H'

Vão

Pilar

ZAltura média com

relação à superfície

A

M

H'V'

H'

H'V'

V'H'

H'

V'H'

a

Figura 23. Esforços simétricos e antissimétricos (Autor).

Na Fig. 23, para um estado inicial em que não existe escavação alguma, pressupõe-se

que o sistema está em equilíbrio. Após um processo de lavra ficarão o pilar e os vãos

(estado final). Como decorrência da escavação surge uma tensão antissimétrica (τa =

(τH’V’-τP)/2), cujo aparecimento está associado à diferença das magnitudes entre as

tensões cisalhantes que atuam no topo e nas paredes do pilar.

A tensão normal σPillar e tensão cisalhante τPillar possuem magnitudes diferentes de zero,

as quais serão apresentadas como “σP” e “τP”. Em suas magnitudes estão consideradas a

razão Atotal2/Apilar

3, por outro lado, em um estado final, a tensão normal (σH’) e a tensão

cisalhante (τH’V’) que atuam nas paredes do pilar são zeradas e consequentemente há um

desequilíbrio de forças, perante isso aparecerá outra grandeza conhecida como tensão

momento (Mτa, momento por unidade área, Fig. 23) que equilibrará o sistema. Os

cálculos e equações para estimar a tensão cisalhante antissimétrica estão detalhados a

seguir:

Pelas equações no quadro 3, tem-se:

2 Área total, correspondente à área tributária, pode-se remitir à Fig. 2.

3 Área do pilar, correspondente à seção de suporte do pilar, pode-se remitir à Fig. 2.

Page 60: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

60

O valor do esforço normal e cisalhante na seção do pilar (esforços concentrados,

segundo o principio da área tributária) fica definido pela relação:

Quando:

WO=LO

WP=LP

Por enquanto, o valor da tensão antissimétrica para pilares perpendiculares à camada,

fica expresso da seguinte maneira:

(33)

3.1.3.3 TENSÃO MOMENTO ATUANTE NO TOPO DO PILAR.

O valor da tensão momento (=MV’Z) é um valor médio, cujo aparecimento se deve ao

gradiente de esforços e à parcela antissimétrica. Por sua vez, a tensão momento (=MV’Z)

atua no eixo V’ ou seja, alinhado com a altura do pilar (Fig. 22). Pelas equações

fornecidas no quadro 3 e considerando o valor do ângulo paras os eixos H’ e V’, pode

ser estimadas as equações de tensão momento, Eq. (34) e (35).

2

2

1'' sen

LW

LLWW

A

AV

PP

POPO

Pillar

TotalHVP

V

PP

POPO

Pillar

TotalVP sen

LW

LLWW

A

A 22

' cos

VV sen 22

' cos

22

1cos1'' sensen VVHV

22

12

'' senW

WW

A

AV

P

PO

Pillar

TotalHVP

V

P

PO

Pillar

TotalVP sen

W

WW

A

A 22

2

' cos

0'' VH

cos2

21

2

cos1

2

22

1

2

2'''' sen

WWK

senKsen PO

V

V

HVVHa

Page 61: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

61

H'V'

H'V' = 0

MP

Zona de tração

Zona de compressão

O'

Altura médiaZ

Coluna de rocha

Hp

Hp : Altura do pilar

pp

aA

AO' : Hp/2

H'

com relação à superfície

H

MP

: Momento no pilar

(34)

-Avaliando a tensão momento atuante no plano H’Z

(35)

O valor de MH’Z torna-se zero depois de lavrar o minério.

3.1.3.4 MOMENTO CRIADO PELO SISTEMA NO PILAR.

A tensão normal (σp), tensão cisalhante (τp), as tensões momento devido à tensão

antissimétrica (Mτa) e a tensão momento devido a uma gradiente de esforços associada

ao mergulho da camada se unirão para gerar outra nova magnitude de tensão momento

ou “tensão momento resultante” e produzirá uma flexão no pilar (Fig. 24).

Figura 24. Esforços de momento em relação ao centro O’ (Autor).

)90cos()90(

2

)90(cos

2

)90()90()90cos(

22

'

sensen

AsenMMM aHV

VZHZZV

cos

22

cos)(cos)(

22

' sensen

AMsenMM aHV

VZHZZV

cos

2

cos

2cos

22

' sensen

AsenMMM aHV

VZHZZH

sensensenWW

M POZV

2222

2

' cos)1(34cos412

Page 62: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

62

0' O

OM

3.1.3.4.1 MOMENTO NO CONTATO TETO E TOPO DO PILAR.

Após se encontrar o momento tensor MV’Z’, pode-se estimar o valor do momento efetivo

“Mp” que atua no ponto médio da área de contato pilar-rocha sobrejacente (ponto A)

(Figueiredo, 2011).

- Calculando o momento concentrado de MP:

. (36)

Quando WP=LP e WO=LO:

(37)

3.1.3.4.2 MOMENTO RESULTANTE NA METADE DA ALTURA DO PILAR.

Entende-se que um pilar de mina é minério deixado para atuar como um suporte natural

em meio de rochas encaixantes, as quais são estéreis – materiais diferentes que estão

solidarizados ao pilar por meio do atrito tanto no topo como na base. Dadas as

condições do pilar, o momento resultante no ponto O’ (metade da altura do pilar) é um

valor máximo por ser o ponto mais afastado do topo e da base; por outro lado, o

momento resultante é a somatória do momento gerado pela tensão cisalhante τp e o

momento tensor MP. Ver o ANEXO B.

(38)

quando WP=LP:

ZV

PP

POPO

PILAR

TOTALZVPILAROCONCENTRADCP M

LW

LLWW

A

AMMM ''

sensensenWW

M POP

2222

4

cos)1(34cos412

sensensenLW

LLWWM

PP

POPOCP

2222

3

cos)1(34cos412

sensensenLLWW

AMM POPOPilarCPP

2222

3

cos)1(34cos412

PP

PPP

O

O

HLW

2

'

Page 63: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

63

(39)

Onde:

APILAR: seção de suporte do pilar;

ATOTAL: área total (área tributária);

τH’V’: esforço cisalhante que atua nas paredes do pilar, cujo valor é zero;

: momento resultante na metade da altura do pilar.

Figura 25. Estado dos momentos que agem no pilar (Autor).

3.1.4 TENSÕES INDUZIDAS DEVIDO AO MOMENTO RESULTANTE NA METADE

DO PILAR.

A magnitude do momento resultante no ponto O’ do pilar ( 'O

OM ) é um valor máximo

e a flexão é produzida pelos momentos que atuam no pilar (Fig. 25). Existem duas

regiões no pilar que estão submetidas a diferentes tensões: a primeira região ou zona de

compressão cuja curvatura interior tende a comprimir com possível esmigalhamento da

rocha e, a segunda região que corresponde à zona com distensão e ruptura por tração

(curvatura máxima) (Beer et al., 2006 apud Figueiredo, 2011).

cM

CG

O

Oaplicado

'

PPPP

PPPPO

O MHWMHW

M 2

2

'

22

'O

OM

zona de

traçãozona de

compressão

O'

Hp

p

p A

tc

EIX

O

X'

Y'

X

p

MpMo

pMo : Momento devido à tensão cisalhante pTensor MpMo : Momento gerado pelo momento tensor

Page 64: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

64

Onde:

: momento resultante no centro do pilar

c: valor correspondente a WP/2

ICG: momento da inércia em relação ao eixo Z’.

(40)

Quando LP=WP:

(41)

A Eq. 40 corresponde a uma tensão de tração-compressão induzida devido à flexão no

pilar produzida pelos momentos atuantes nele, como já visto anteriormente.

3.1.4.1 ESFORÇOS DE COMPRESSÃO MÁXIMO E MÍNIMO QUE ATUAM NA SEÇÃO DE

SUPORTE DO PILAR.

Conforme já supracitado, as tensões de tração-compressão são magnitudes que devem

ser diminuídos ou acrescentados da tensão normal ( p ). A Eq. (41) mensura as

magnitudes de estas tensões (tração e compressão), as quais têm igual módulo; por

outro lado, o máximo valor de tração-compressão ocorre nas proximidades das paredes

do pilar, ver a Fig. 25.

Por outro lado é necessário enfatizar que, a seção esquerda do pilar está submetida a

maior tensão que a seção do lado direito, tal afirmação se justifica devido ao fato da

seção transversal esquerda do pilar está submetida à compressão pura, enquanto, a seção

do lado direito, a tensão normal (σp) é aliviada pelo esforço de tração induzida. A

continuação apresentam-se as equações deduzidas que mensuram o estado das tensões

no pilar. Da Fig. 25, obtém-se:

2

'

3

'' 6

12

2

PP

O

O

PP

PO

O

CG

O

OCompressaoTracao

WL

M

WL

WM

cM

3

'

2

'

3

'' 66

12

2

P

O

O

PP

O

O

PP

PO

O

CG

O

OCompressãoTração

W

M

WL

M

WL

WM

cM

CompressãoTraçãoPmínimaCompressãoimoCompressão /max

'O

OM

Page 65: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

65

(42)

Quando Lp=Wp e Wo=Lo:

(43)

Onde:

σCompressão-máxima: tensão normal de máxima compressão no pilar.

σCompressão-mínima: tensão normal de mínima compressão no pilar.

Segundo os conceitos da mecânica para corpos submetidos à flexão e à validez da teoria

da viga elástica, no eixo longitudinal ou linha neutra do pilar, não existem tração, nem

compressão devido ao momento.

3.1.5 RESTRIÇÕES NO DIMENSIONAMENTO DE CÂMARAS E PILARES.

3.1.5.1 RESTRIÇÃO POR FLEXÃO DE UMA LAJE SIMPLES.

Uma das restrições a serem consideradas no dimensionamento de câmaras e pilares é

garantir a estabilidade das aberturas ou vãos, sendo que o teto pode estar conformado

por estratos de rocha sobrejacentes (lajes) que funcionam como vigas bi engastadas

(Goodman, 1989). Nesta teoria, são adotadas as seguintes premissas (Oyangüren et

al.,1984):

- os esforços de compressão e tração, são equivalentes;

- as lajes têm o mesmo comprimento;

- não existe atrito na união das lajes;

- no eixo da viga não fica submetido a esforços por ser zona de simetria;

- material elástico isotrópico;

- cada seção na viga é perpendicular ao eixo de simetria ainda depois da flexão.

2

22

/max

'

6cosPP

O

O

PP

POPOmínimaCompressãoimoCompressao

WL

M

LW

LLWWsen

3

2

22

/max

'

6cosP

O

O

P

POmínimaCompressãoimoCompressao

W

M

W

WWsen

Page 66: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

66

W

EIX

O C

EN

TR

AL

Wo/2

M1

R1

M2

R2

A

B

E t1 1 1

E t2 2 2

H'

V'

Pilar inferior

Pilar superior

WV'

WH'

A

Pilar

Laje

ESTADO DE TENSÕES NA LAJE

ZONA PILAR INFERIOR

Laje

M1

t

c

H-1

Laje

Pilar

ESTADO DE TENSÕES NA LAJE

ZONA PILAR SUPERIOR

Laje

B

M2

c

t

H-2

3.1.5.1.1 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO AO MOMENTO GERADO PELO PESO DA

LAJE.

O aparecimento de estas tensões de tração e compressão ocorre no contato topo do pilar

e laje; por outro lado, é importante encontrar a magnitude de esta carga, já que, quanto

maior for o dimensionamento do vão maior será as cargas que instabilizam a laje e a dos

estratos sobrejacentes. A laje em questão é flexionada pela ação da carga do seu próprio

peso, por conseguinte, as máximas tensões de tração-compressão induzida dar-se-á na

zona dos engastes como decorrência da flexão à qual fica submetida (Pariseau, 2007). A

Fig. 27 apresenta um conjunto de lajes que conforma o teto; assim também, são

expressos os momentos atuantes nos engastes (MA e MB, pontos A e B respectivamente)

e o momento na metade do comprimento da laje (M(h=Wo/2), eixo central). Considerando

que a laje tem uma espessura de “t1” e um comprimento de “Wo” (correspondente à

dimensão do vão).

Figura 26. Camadas inclinadas sujeitas à deformação por flexão pura (Autor).

Ei

: módulo de Young

i: peso específico

ti

: espessura

i : 1,2,3.... ....n

Page 67: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

67

Estado de tensões no ponto H-1

Ponto H-1

cc

Estado de tensões no ponto H-2

Ponto H-2

t t

(44)

(45)

Por outro lado, o momento atuante na laje bi-engastada produz uma deflexão cujo

máximo valor é “ν´” e esta magnitude ocorre na metade do comprimento e fica definida

pela seguinte equação (Pariseau, 2007):

(46)

Trações e compressões máximas acontecem na zona dos engastes. A partir de um

arranjo da formula da flexão e Euler-Bernoulli (Eq. 18) e considerando a camada

inclinada obtém-se a seguinte equação (Parisseau, 2007); A dedução das equações (44)

e (45) está no ANEXO C.

(47)

3.1.5.1.2 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO A PESO DE UMA LAJE.

Figura 27. Zona da laje sujeita a esforços de compressão – tração.

BOV

A MWW

M 12

2

'

24

2

'

)2

(

OVW

h

WWM

O

Et

W

Et

Wt

EI

WWv OOOV

2

1

24

1

3

1

24

11

24

'

32

cos)1(

12384

cos)1(1

384'

2

1

111

3

1

2

11

2

cos

2

12

112

cos11

t

Wtt

t

Wt OOct

dh'

Wo

Wp

h'

Wo-h'

Laje

Pilar

W

W

W

V'

H'

m

m'Ponto H-1

Ponto H-2

Compressão

Tração

t

H'

V'

1

Page 68: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

68

'dh

dl

)( '

1'hWsen

dh

dlO

Uma laje conforme se detalha na Fig.27 possui um determinado peso (=W ) e cujo

modulo pode ser expresso em seus vetores retangulares (WH’ e WV’, peso no sentido do

eixo H’ e V’ respectivamente); o aparecimento de uma tensão de compressão na região

do engaste inferior (Ponto H-1) e tração no extremo do engaste superior (Ponto H-2)

estão estreitamente ligados à ação do peso da própria laje no eixo do mergulho da

camada (H’). A laje é um corpo rochoso e, quando disposto de maneira inclinada, irão

surgir tensões devido ao seu próprio peso (Fig. 16), consequentemente, existe uma

pressão que produz uma deformação unitária ( LL ), a qual está associada ao

próprio peso da coluna de rocha (Coates, 1973). A lei de Hooke relaciona a carga que

produz deformação e a deformação unitária conforme já supracitado no item 2.2.7.2,

então, as lajes que conformam o teto cujo comprimento é “Wo”, espessura t1 e largura

unitária são similares a um corpo de rocha de forma de um paralelepípedo e, por

conseguinte são analisadas as tensões e deformações produzidas pelo próprio peso. A

partir da lei de Hooke é deduzida a tensão que produz a tração e compressão devido ao

seu próprio peso.

(48)

3.1.5.1.3 TENSÕES DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO DEVIDO AO PESO DE UM CONJUNTO DE LAJES.

Na Fig. 28 se apresenta um conjunto de lajes que conformam o teto (as lajes estão

dispostas acima da camada mineral), cada uma com diferentes propriedades e

Wo

O dhhWsen

dl0

''1 )(

22

11

2

senW

EW

senW

W

l O

O

O

O

2

1

senWOct

21

0

2''1

22O

Wo

O Wsenh

hWsen

l

Page 69: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

69

Laje

s isola

das

(a)

W

EIX

O C

EN

TR

AL

Wo/2

A

B

H'

V'

Pilar

inferior

Pilar

superior

WV'

WH'

(separa

das

do c

onju

nto

)

W

Wsen

Wcos

E

t

11

1E

t

22

2

Laje 1:Laje 2:

E

t

33

3

Laje 3:

A

B

C

E

t

nn

n

Laje n:

(b)

parâmetros geotécnicos (Goodman, 1989; Pariseau, 2007): módulo de elasticidade “E”,

coeficiente de Poisson “n”, resistência à tração, compressão e peso específico “γ”.

Inicialmente, quando não há escavação nenhuma, as lajes estão solidarizadas, porém,

após lavra do minério existe a probabilidade de se desprender uma quantidade de lajes e

por tanto, forma assim um grupo de lajes a maneira de uma viga que vão flexionar; o

número de lajes desprendidas depende da rigidez, espessura, bem como a interação

entre elas (Pariseau, 2007-pag. 247).

Figura 28. Grupo de lajes separadas de um conjunto de lajes.

A

WA

R B/A

B

WB RB/A

Diagrama do

corpo livre para o

Bloco A

Diagrama do

corpo livre para o

Bloco B

(c) (d)

Page 70: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

70

Pariseau (2007)-pag. 249 (Eq.(5.48)) estabelece a análise para determinar a quantidade

de estratos estáveis; para isso, começa analisando a resistência da primeira laje (laje 1)

que conforma o teto e, sucessivamente, acrescenta as lajes superiores (laje 2, laje

3,...laje n). Esta análise pressupõe que, quando não exista força entre camadas, ela é um

indicador que não existe tensão de tração que permite a solidarização da laje (ou lajes)

inferior com a superior e consequentemente ocorre a flexão e dependendo da grandeza

do momento flexor seguidamente acontece a ruptura. Nesta tese, só será avaliada a

resistência inter-lajes; não se considerará a pressão de ar que possa existir entre as lajes.

Avaliando a pressão sobre a laje A– Fig. 28 (c):

Para um sistema conformado pelas lajes A e B:

(49)

Portanto; para “n” lajes:

(50)

Quando σsistema (Eq. (50)) for menor que σlaje-1 (Eq. (49)), há uma diminuição do

esforço; isto indica que a laje superior absorve parte do peso da laje inferior; porém,

quando σsistema for maior, a laje inferior ficará carregando a superior. Pariseau (2007),

Conclui que quando o σsistema for zero ou próximo, então ele indica que não existe tensão

que interatua entre o conjunto (σsistema) e camada imediata superior. Isto faz deduzir que

as lajes que ficam por baixo flexionarão formando um conjunto isolado das que ficam

acima. Este procedimento deve ser realizado com as camadas superiores até encontrar

um valor de tensão zero entre as camadas, com o fim de estabelecer quais as lajes que

flexionarão. O valor do peso especifico para um sistema de lajes que tem a mesma

deflexão é definido pela equação seguinte:

(51)

111 tlaje

3

22

3

11

22113

11tEtE

tttEsistema

33

22

3

11

22112

11

nn

nneequivalent

tEtEtE

ttttE

33

22

3

11

22113

11

nn

nn

sistematEtEtE

ttttE

Page 71: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

71

Limite de Lavra

Área lavrada

X

Y'

Área do PilarÁrea Total

Wo

Lo

Wp

Lp

A A'

BB

'

No ANEXO D está formulada o algoritmo em Math Cad, que avalia o numero de lajes

que vão se desprender de todo um sistema de lajes que conforma o teto; o algoritmo

considera os parâmetros getécnicos já supracitados e o mergulho da camada entre

outros.

3.2 PILARES DE SEÇÃO RETANGULAR.

Uma característica principal destes pilares é que um dos lados da seção transversal

possui maior dimensão; um pilar disposto de maneira perpendicular à camada inclinada

possui uma seção retangular conforme se detalha na Fig. 29. Mark, (1999) fez um

arranjo na equação de Beniawski (1992) para estimar a resistência de um pilar com

seção retangular, no ANEXO E está desenvolvida a equação de Mark; assim também,

no ANEXO F se apresenta um arranjo na equação de Salomon e Munro para estimar a

resistência de pilares com seção retangular (Cano, 2014). Nesta dissertação, irá ser

utilizada a equação proposta por Mark (1999). Na Fig. 29 mostra as dimensões de

comprimento no eixo X e largura no Y’; é dizer que a largura “LP” do pilar fica segundo

o mergulho do plano inclinado. Da mesma maneira, a altura HP no eixo Z’; e é normal

ao plano XY’. Estas especificações ficarão esclarecidas nas figuras a seguir:

Figura 29. Seção de planta num plano XY’- Câmaras e Pilares.

Page 72: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

72

Perfil NN'

Lp

Wp

Y'

X

Z'

Lo/2

Lp

Lo/2A

Altura média com

relação à superfície

PQ

R

S

Z

Perfil BB'

N

N'

Y'

Z'

Y

Figura 30. Perfil BB’ e seção de um pilar retangular no plano XY’.

A Eq. (52) é um arranjo deduzido da equação de Beniawski (1992); a equação deduzida

é função da geometria do pilar e do esforço de resistência ( 1

c ).

(52)

onde:

x: comprimento de pilar, cujo variável é “WP”

y: largura do pilar, definido por “LP”

z: altura do pilar, com variável “HP”.

1

c : esforço de resistência de uma mostra de pilar (cubo) com dimensão das arestas

igual à unidade.

Para uma disposição de pilares em perpendiculares à camada inclinada, as variáveis de

y e z correspondem às dimensões de largura e altura do pilar em um plano Y’ e Z’. Por

enquanto o eixo X fica invariável com relação ao mergulho da camada.

12

18.054.064.0 Cryz

x

z

x

Page 73: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

73

3.2.1 RELAÇÃO ENTRE FATOR DE SEGURANÇA, ESFORÇO DE RESISTÊNCIA E

TENSÃO NORMAL SOLICITADA AO PILAR.

Conhecidas as equações que representa as tensões efetivas solicitadas ao pilar, a

resistência de um espécime cubico de rocha (de dimensões unitárias) correspondente às

características litológicas do pilar e o fator de segurança, são possíveis escrever uma

equação que relacione estas informações para o desenho do pilar ou estrutura de

suporte:

3.3 PILARES NÃO PERPENDICULARES À CAMADA MINERAL.

Conforme a teoria supracitada no item 2.2.6.1, um pilar alinhado com a magnitude da

força resultante consegue aproveitar melhor sua capacidade de resistência. Então, para

pilares inclinados um ângulo “β” com relação ao plano da camada (Fig. 31), as tensões

cisalhantes (τH’V’ e τV’H’) que atuam em planos perpendiculares possuem magnitudes

diferentes de zero.

Por conseguinte, em pilares inclinados com relação ao mergulho da camada mineral, o

valor da tensão cisalhante antissimétrica (τa) tem uma magnitude diferente à do modulo

da tensão cisalhante antissimétrica para um pilar perpendicular ao plano da camada

inclinada. Este valor fica definido pela seguinte expressão:

O valor de τP é maior que τH’V’; isso faz deduzir que o momento resultante associado a

esses esforços será no sentido anti-horário (por ser negativo). Ver Fig. 32.

PP

P

P

PCS

PP

POPO

HL

W

H

WF

LW

LLWWsen2

122

18.054.064.0cos

2

'''' HVVHa

Page 74: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

74

A'

A''

H

H'

V'

m

A' A'' OA''

Plano da camada

H'V'

P

Pilar

M

M : Momento gerado por

PM

MH'V'

P P

M : Momento gerado por H'V'H'V'

M: Momento resultante devido aos esforços antissimétricos

Hp

O

OA' A' A'' cos

O'

A'O' Wp cos

Hp cos

n

Figura 31. Estado de tensões cisalhantes e momentos num pilar com inclinação à camada.

3.3.1 MOMENTO ANTISSIMÉTRICO NUM PILAR INCLINADO COM RELAÇÃO À

CAMADA.

Segundo as avaliações, o valor do momento devido ao esforço antissimétrico fica

definido pela equação seguinte:

(53)

quando: WP=LP e WO=WC

(54)

PPPPVH

PO LWH

22

''

'

2'''

22P

PPVHPO W

H

Page 75: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

75

Disposição Condição Resistência Resistência GSI m E Coesão ∅ Observaç.

Material à Compressão à Tração

MPa MPa MPa MPa

Rocha intacta 65 6,5 65 10 30000 4,179 34,89

Maciço 9,228 0,464 2,865 18951

Rocha intacta 201 10,05 65 20 84760 15,271 40,99

Maciço 67,004 0,718 5,73 53544

Laje 1

Teto

MinérioQuartzo

Xisto

4 CAPÍTULO 4

4.1 AVALIAÇÃO VIA ALGORITMOS DE PROGRAMAÇÃO.

Nesta avaliação são considerados dados reais de um processo de lavra pelo método de

câmaras e pilares em camadas inclinadas, aplicadas por uma mineradora. Os dados

fornecidos proveem da caracterização ao maciço, bem como de resultados do tratamento

de dados via software (Rock Lab). Assim também, foram criados algoritmos com as

equações expressas em livros, teses e outras que foram deduzidas no presente estudo,

tais informações estão inseridas em modelos matemáticos no software Math Cad e são

apresentados nos anexos D e G.

4.2 DADOS GERAIS DA ZONA DE ESTUDO.

4.2.1 DADOS GERAIS.

Basicamente, a ocorrência mineral dá-se em camadas de 2m de espessura com um

mergulho de 20 graus para numa profundidade de 300 – 350 metros. A rocha encaixante

é um xisto cujo peso específico médio é 0.027MN/m3. Deseja-se encontrar as

dimensões ótimas de um pilar cuja seção inicial é de 3x3m2, com câmaras de 7x7m

2,

tendo como finalidade estimar se os pilares deverão ter seção quadrada ou retangular,

para, assim, obter-se a seção mínima que permita uma maior recuperação. Na tabela 1,

estão definidas as características do maciço rochoso e as propriedades para rocha

intacta. Estes dados foram estimados com Rock Lab.

Tabela 1. Litologia e propriedades do material rochoso.

Page 76: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

76

Wo

Lo

Lo Wo

Lp

Wp

X

Y

Z

Ângulo de 90°

A

B

C

DABCD : Plano da camada de minério

Figura 32. Apresentação 3D de câmaras e pilares em camadas inclinadas.

4.2.2 TEORIAS A SEREM ANALISADAS.

Na presente dissertação é estudada duas teorias a fim de utilizá-las para dimensionar

pilares com seção ótima, com o objetivo de encontrar uma seção de suporte adequada

que permita obter maior recuperação de minério, tanto pela posição do pilar em relação

à camada quanto ao tipo da seção do pilar, e para tais fins é aplicada a teoria dos meios

contínuos generalizados e a teoria clássica; uma comparação entre esses métodos

permite encontrar a diferença que existe entre um e outro, independentemente de quem

ofereça maior recuperação.

A importância da teoria dos meios contínuos deve–se ao fato que é um estudo na qual é

considerada a tensão momento, e precisamente um pilar em uma camada inclinada há

um aparecimento de novas tensões como decorrência da sua disposição e cuja

particularidade está definida na mecânica dos meios contínuos; por outro lado, a

mecânica clássica oferece limitações em sua aplicabilidade ao problema em questão. A

seguir, a Tabela 2 com informações gerais de um maciço rochoso de uma mina em

Brasil.

Page 77: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

77

(a) (b)

Pilar perpendicular à camadaPilar não perpendicular à camada

inclinada

90

Tabela 2. Informação geral para os pilares e as camadas.

Para maior referência, ver o ANEXO G – Parte 1

4.2.2.1 TEORIA DOS MEIOS CONTÍNUOS COMPARADA COM A MECÂNICA CLÁSSICA.

A aplicação desta teoria será realizada para pilares que sejam perpendiculares e não

perpendiculares à camada mineral e será comparada com a mecânica clássica.

Figura 33. Disposição de pilares com relação à camada a serem analisados.

DADOS INICIAS

INFORMAÇÃO GERAL Nomenclatura Unid Quant Observações

Comprimento inicial do pilar Wp m 3

Largura inicial do pilar Lp m 3

Comprimento inicial do vão Wo m 7

Largura Inicial do vão Lo m 7

Altura do Pilar - espessura da camada mineral Hp m 2

Peso específico do minério γm MN/m3 0,031

Peso específico da rocha sobrejacente γr MN/m3 0,027

Profundidade média (até o topo do pilar) Z m 350

Resistência à compressão do maciço σc MPa 67,004 (Mohr Coulomb)*

Resistência à tração do maciço σt MPa 0,718 (Hoek & Brown)*

Mergulho das camada mineral Graus Sexag. 20

Característica do material Minério - Quartzo

Espessura da laje1 (teto) t m 1 (Xisto grafitoso)

Resistência à compressão - maciço equivalente σc MPa 9,228 (laje 1)

Resistência à tração - maciço equivalente σt MPa 0,464 (laje 1)

Peso específico do material γlaje MN/m3 0,027

Mergulho das lajes Graus Sexag. 20

Característica do material Estéril -

(*) Dados obtidos do Rock Lab

DA

DO

S P

AR

A

A L

AJE

DA

DO

S

PA

RA

AS

MA

RA

S E

PIL

AR

ES

Page 78: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

78

Tipo de seção : Quadrada Retangular Quadrada Retangular Quadrada Retangular

Nomenclatura Unid

Comprimento ótimo do Pilar Wp m 3,33572 2,93153 3,28452 2,87544 2,99781 2,88572

Largura ótima do Pilar Lp m 3,33572 3,47820 3,28452 3,43930 2,99781 2,90041

Comprimento ótimo do vão Wo m 5,40914 5,40914 5,40914 5,40914 5,40914 5,40914

Largura ótima do vão Lo m 5,23472 5,23472 5,23472 5,23472 5,23472 5,23472

Fator de segurança para o pilar unid. 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30

Fator de segurança para a laje unid. 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25

Fator de segurança para o chão unid. 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00

Mergulho da camada graus sexag. 20 20 20 20 20 20

Recuperação do minério - % 0,85154 0,85969 0,85434 0,86238 0,87015 0,87597

K: 1,25

MECÂNICA DOS MEIOS CONTÍNUOS MECÂNICA CLÁSSICA

NÃO PERPENDICULAR

À CAMADA

PERPENDICULAR NÃO PERPENDICULAR

À CAMADA À CAMADA

4.2.3 PROCESSO DE OTIMIZAÇÃO.

4.2.3.1 ANÁLISE MECÂNICA DE COSSERAT E MECÂNICA CLÁSSICA.

Com os dados das Tabelas 1 e 2 e usando algoritmos programados em Math Cad (anexos D e G), avaliar-se-á a melhor seção do pilar,

assim também, comparar o desenho de pilares com a teoria dos meios contínuos generalizados e da mecânica clássica. Além de

comparar dimensionamentos de pilares usando as duas teorias, também, far-se-á a avaliação da melhor seção de pilar entre quadrada e

retangular. A seguir, na tabela 3, os dados a serem utilizados nessa avaliação.

Tabela 3. Resumo de dados otimizados via algoritmos com aplicações da teoria de Cosserat e Mecânica Clássica.

Page 79: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

79

A Tabela 3 apresenta dados que são solução de otimização; as quatro primeiras filas

correspondem às dimensões ótimas para a seção de pilar e dos vãos. A fila ressaltada

representa a máxima recuperação obtida.

4.2.3.2 RESPOSTAS DE OTIMIZAÇÃO E ALGORITMOS.

A Tabela 3, a partir da quarta coluna; possui dados ótimos correspondentes a larguras e

comprimentos de pilares e vãos, além do item em destaque cujos dados são a máxima

recuperação possível para essas dimensões de seção de pilares. No ANEXO G - Parte 2

apresentam os algoritmos que permitem atingir a soluções ótimas:

a) Algoritmos com embasamento na teoria dos meios contínuos generalizados de

Cosserat para pilares perpendiculares e não perpendiculares à camada:

- Pilares de seção quadrada

- Pilares com seção retangular.

b) Algoritmos com embasamento na mecânica clássica:

- Pilares de seção quadrada.

- Pilares com seção retangular.

Foram estudados pilares perpendiculares e não perpendiculares à camada mineral. É

necessário diferenciar o tipo de pilar a ser construído para estabelecer um modelo físico

matemático, cujas equações fiquem apresentadas em um algoritmo que atinja a uma

solução certa. Assim também; as restrições cujas equações são modelos que

condicionam a solução.

Logo, o algoritmo é uma função que envolve outras, e, restrições a serem satisfeitas,

cuja solução racional depende da coerência dos modelos assumidos para obter uma

resposta desejável.

Page 80: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

80

5 CAPÍTULO 5

5.1 CONCLUSÕES E RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS DA PESQUISA

O presente capítulo será dedicado à avaliação dos resultados analisados e obtidos a

partir dos algoritmos e comparar respostas via modelos aplicados da teoria dos meios

contínuos em relação à mecânica clássica. Também responder as perguntas da pesquisa

que foram planteadas no CAPÍTULO I.

1. A recuperação de minério em pilares com seção quadrada e perpendicular à camada

mineral, considerando a teoria dos meios contínuos de Cosserat é; menor em relação à

teoria Clássica. Esta diferença deve-se particularmente à quantidade de esforço induzido

que gera os momentos que são considerados na mecânica de Cosserat e que não

considera a mecânica clássica. A quantidade de esforço que está definida pela mecânica

de Cosserat e que não avalia a Clássica pode ser expressa pela seguinte equação:

2. Segundo a teoria dos meios contínuos, os pilares com desenho de seção retangular

oferecem maior resistência específica devido à maior área de suporte que possui para a

distribuição dos esforços, permitindo suportar maiores cargas; o que se traduz com

maior recuperação em relação a seus análogos de seção quadrada. Para conferir os

mencionados, pode-se remitir à tabela 3: os pilares com seção quadrada oferecem menor

recuperação de minério em relação a seus análogos de seção retangular.

3. Aplicando a mecânica dos meios contínuos em um pilar de seção quadrada com eixo

perpendicular à camada, os esforços induzidos devido ao momento ( q ) são

diretamente proporcionais ao mergulho da camada ( ). Com os resultados obtidos na

Wo Wp, Lo, Lp, , , ( ) Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos

180

2

4 K sin180

2

3 0 1 K( )Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp sin

180

2

cos180

2

sin180

Lp

2

WpLp

3

12

:

0 0.5, 25..:

Wo Wp, Lo, Lp, , , ( ) Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos

180

2

4 K sin180

2

3 0 1 K( )Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp sin

180

2

cos180

2

sin180

Lp

2

WpLp

3

12

:

0 0.5, 25..:

......

...... +

Page 81: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

81

(Wo,Wp,Lo,Lp, , )q

(Wo,Wp,Lo,Lp, , )r

10 20 30

1

2

3

tabela 3, avalia-se o seguinte gráfico, ficando esclarecido que, quanto maior o ângulo

( ) ter-se-ão maiores esforços de compressão e tração “σq”:

Gráfico 01. Relação de mergulho da camada e esforço induzido no pilar

4. Segundo a mecânica de Cosserat, os pilares com seção retangular ficam submetidos a

maiores esforços induzidos em relação a pilares com seção quadrada; essa diferença está

na faixa de 0.4% - 0.5% maiores para pilares com seção retangular ao considerar a

equação de esforço induzido devido ao momento citado na primeira conclusão e os

valores da Tabela 3 (WO,WP,LO,LP,K,γ). Para ângulos de mergulho que variam de 0 até

25 graus, obtêm-se valores para os esforços de tração (σq) induzidos para seção

quadrada e esforços de tração (σr) induzidos para pilares de seção retangular.

Gráfico 01: Relação mergulho da camada e esforço induzido no pilar com seção quadrada e

retangular

5. Da tabela 3, conclui-se que os pilares não perpendiculares à camada mineral de seção

quadrada ou retangular comparados com seus análogos de eixo perpendicular têm maior

ganho em recuperação mineral; isto está em torno de uma média de 0.32%.

10 20 30

1

2

3

(Wo,Wp,Lo,Lp, , )q

q

0.000

0.035

0.070

0.105

0.140

0.175

0.210

0.000

0.037

0.073

0.110

0.147

0.183

0.220

r

Page 82: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

82

adicional

laje Lo sin( )

2=

restriçãoK sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( )=

6. Das equações correspondentes às restrições dos vãos, a Eq. (47) representa a

quantidade de um esforço ou tensão a mais (esforço adicional) à que fica submetida

todas as lajes que conformam o teto; o aparecimento de este esforço adicional está

vinculado ao mergulho da camada (ver Fig. 27 e Fig. 32) e; é proporcional à dimensão

do vão (LO), do peso específico (γlaje) e do mergulho da camada (α). Conclui-se que, o

esforço adicional corresponde ao componente do vetor peso da laje (WH’) que atua

seguindo o eixo da inclinação da camada (Fig. 28). A equação que define o esforço

adicional (adicional ) é um arranjo da Eq. (47) e fica expressa pela seguinte relação:

7. Os pilares inclinados em relação à camada (Fig. 33(b)), apresentam uma tensão

cisalhante (τH’V’) que atua na zona da parede e é perpendicular à tensão cisalhante que

atua no topo do pilar (Fig. 31); por conseguinte, a tensão cisalhante (τH’V’) possui um

valor diferente de zero conforme já supracitado no item 2.2.6.1, consequentemente o

valor da parcela antissimétrica ( 2''''a HVVH , com 0'' VH , ver Eq. (33)) é

diferente da parcela antissimétrica quando o pilar é disposto perpendicularmente à

camada inclinada ( 2''''a HVVH , com 0'' VH , ver Eq. (33)). Na situação atual,

iremos denomina-lo de “τrestrição” o qual fica definido pela equação seguinte;

Pode-se concluir que, o valor (τrestrição) é uma tensão que ajuda equilibrar o pilar e fazê-

lo estável em comparação com o pilar que tem eixo perpendicular à camada mineral

(Fig. 33(a)). A equação fornecida é função do ângulo do mergulho da camada mineral

(α) e o ângulo de inclinação do pilar em relação à camada mineral (δo).

8. Segundo a teoria da mecânica clássica, o pilar ótimo é aquele cujo eixo fica alinhado

com a força resultante. Esta teoria despreza os momentos atuantes, como também não

considera o momento devido à parcela antissimétrica e nem o momento gerado pela

tensão cisalhante que atua no topo do pilar (τP). Todos os momentos, ao não serem

considerados ( 0' OM , ver Eq.(53)), pressupõem desprezíveis os esforços induzidos, os

quais são uma resultante da flexão.

Da tabela 3 é deduzido que, os pilares com dimensionamento baseando na mecânica

clássica têm um ganho de 1.36% na recuperação de minério, acima dos pilares

dimensionados pela teoria de Cosserat.

Page 83: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

83

BIBLIOGRAFIA.

Beer, F. P. & Russell Johnsons Jr (1995). Resistência dos Materiais. 3a Edição. São

Paulo: Pearson Makron Books.

Brady, B. & Brown, E. (2004). Rock Mechanics for Underground Mining. 3rd ed.,

London: Kluwer Academic Publishers, 628 p.;

Cosserat, E & F. Cosserat (1896). Sur la théorie de l'elasticité. Premier Mémoire.

Annales de la Faculté des Sciences de Toulouse, v X, pp I.1-I.116;

Cosserat, E & F. Cosserat (1909). Théorie des Corps Déformables. Paris: Hermann et

Fils, 226 p.;

Coates, D. F. (1973). Fundamentos de Mecánica de Rocas. 3 a

Edición, España, pp 15-

17;

Figueiredo R. P. de (1999). Modelagem de Maciços Rochosos como Meios Contínuos

Generalizados de Cosserrat. Tese de Doutorado em Enga. Civil, PUC-RJ, 249 p.

Figueiredo, R. P. de & Curi, A. (2003). Otimização de recuperação em lavra por

câmaras e pilares utilizando programação não-linear. 1º Congr. Brasileiro de Túneis

e Estruturas Subterrâneas – International South American Tunnelling, São Paulo,

Agosto/2003 – Artigo n. 44, 6 p.;

Figueiredo, R. P. de & Curi, A. (2004). Dimensionamento ótimo de painéis, câmaras e

pilares com programação não-linear. In Anais do I SIAEM (I Simpósio Ibero

Americano de Engenharia de Minas), São Paulo, 9 a 13 de Agosto de 2004, pp 565-

573;

Figueiredo, R. P. de (2011). Análise de tensões 2D e Círculos de Mohr em meios de

Cosserat. Notas de Aula, Programa de Pós-graduação em Geotecnica, NUGEO -

Escolas de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, 6 p.;

Figueiredo, R. P. de (2014). Análise de tensões 2D e Círculos de Mohr. Notas de Aula,

Programa de Pós-graduação em Geotecnica, NUGEO - Escolas de Minas,

Universidade Federal de Ouro Preto, 12 p.;

Goodman, R. E. (1989). Introduction to Rock Mechanics. 2nd ed., New York: Wiley,

562 p.;

Hoek, E. & Brown, E. T. (1980). Underground Excavations in Rock. London: IMM,

527 p.;

Palma, H. J. (2000). “Exploração Subterrânea de Mármores”. Dissertação para a

Obtenção do Grau de Mestre em Georrecursos – Área de Geotecnia - Universidade

Técnica de Lisboa.

Hudson, J. A. & Harrison, J. P. (1997). Engineering Rock Mechanics - An Introduction

to the Principles. v. 1, Amsterdam: Pergamon, 444 p.;

Jaeger, J. C. & Cook, N. G. W. (1979). Fundamentals of Rock Mechanics. 3rd ed.,

London: Chapman and Hall, 593 p.;

Page 84: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

84

Mindlin, R. D. (1963). Influence of couple-stresses on stress concentrations.

Experimental Mechanics, v 3, n 1, pp 1-7;

Nash, W. A. (1982). Resistência dos Materiais. 2ª. Ed. São Paulo: McGraw-Hill do

Brasil. 521 p.

Obert, L. & Duvall, W. I. (1967). Rock Mechanics and the Design of Structures in

Rock. New York: John Wiley & Sons Inc., 650 p.;

Oyangüren, P. R.; I. de la C. Irizar; R. L. Huerta; E. G. Obeso, (1984). Mecánica de

Rocas Aplicada a la Minería Metálica Subterránea. Madrid: IGME, 362 p.;

Pariseau, W. G. (1982). Shear stability of mine pillars in dipping seams. In Proc. 23rd

U. S. Symp. Rock Mech., SME/AIME, NY, pp. 1077-1090;

Pariseau, W. G. (2007). Design Analysis In Rock Mechanics. London: Taylor &

Francis, 560 p.

Sheorey, P. R. (1994). A theory for in-situ stresses in isotropic and transversely

isotropic rock. Int. J. Rock Mech., v 31, pp 23-34;

Troumbatchev, V. F. & Mel'nikov, E. A. (1964). Répartition des contraintes dans le

piliers entre les chambres pour des gisements moyennement inclinés ou en dressant,

4éme Conf. Int. Contôle des Terrains et la Mécanique des Roches, NY : Columbia

University, pp 337-344;

OTROS.

Figueiredo(2011): ANÁLISES DE TENSÕES DE COSSERAT, Notas e Manuscritos

de Aula.

http://html.rincondelvago.com/ecuaciones-diferenciales-de-segundo-orden-con-

coeficientes-constantes.html

Page 85: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

85

ANEXO A: DEDUÇÃO DAS FÓRMULAS APRESENTADAS NO QUADRO N° 3

TENSÕES NORMAIS E TENSÕES CISALHANTES.

Figura 5(c) – Pagina 15. Tensões normais e cisalhantes atuantes em um corpo.

Tendo um elemento infinitesimal como o apresentado na Figura 5(c) na página 15, irão

se avaliar as tensões que agem para qualquer ponto quando ela faz um ângulo “a” em

sentido anti-horário a partir do eixo horizontal “X”.

Com as tensões (ou esforços)

coscos 22

' sensen YXXYyXX ...........(1.a)

cos)(cos 22

' sensen YXXYyXY ...........(2.a)

cos)(cos 22

'' sensen YXYXXYYX ...........(3.a)

X

yy

xxx'y'

x'y'xy

yx

Y

X'

Y'

Myz

MxzMx'z

Acos

Asen

A

Ponto O

O'

OO' : Asen cos

(c)

Page 86: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

86

DEDUÇÃO DA FÓRMULA PARA A TENSÃO MOMENTO.

Considerando a figura 5(c), é possível identificar as tensões que geram momento em

relação ao ponto O. Segundo a convenção da mecânica de rochas, todas as tensões que

provocam rotação no sentido horário são positivas e negativas para a situação anti-

horária (Figueiredo, 2011).

Figura 5(d) – Página 15. Tensão momento e tensões que geram rotação no sistema.

(4.a)

(5.a)

Somando as equações (4.a) e (5.a), tem-se:

(6.a)

2cos

2

coscos

AsenAsenAsenA

AA yaX

cos

2

cos

2cos

22

' sensen

AsenMMM aXY

YZXZZX

cos' AMAsenMAM XZYZZX

X

yy

xx

x'y'

yx

Y

X'

Myz

Mx'z

A

Ponto O

O'

Acos

2

Asen2

Mxz

OO' : Asen cos

Y'

(d)

Page 87: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

87

;s

;a

22

2cos2

222

YXXYXYYXXY sen

V

H

s

a

V

H

s

a

Deformação

Rotação

Elemento

Deformado e Rotado

Estado inicial Estado final

Somando as equações (1.a) e (2.a), tem se:

....... (7.a)

Se:

2

XYm

..... (8.a)

Tensão cisalhante “simétrico”, responsável pela deformação.

Tensão cisalhante “antissimétrica”, o qual gera a rotação sem deformação.

Figura 6(d) - Página 16. Tensões cisalhantes, simétrico e antissimétrico, que atuam em um corpo.

2

YXXYs

2

YXXYa

2

2

22

2s

YX

am

22

22

2cos22

senXYYXXYXY

2222

2222

XYYXXYYXXYXY

Page 88: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

88

m y x

a

s

x xy

y yx

13

1- xyx

x- 3yx

tan-1

tan-1

12

1 = 2 = + 90°

Figura 34. Círculo de Mohr não convencional.

Page 89: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

89

ANEXO B: ANÁLISE DE TENSÕES E MOMENTOS EM UM PILAR

PILAR PERPENDICULAR À CAMADA INCLINADA.

Figura 35. Tensão cisalhante, simétrica e antissimétrica, que atuam em um pilar.

As tensões e os momentos devem ser analisados em relação à metade da altura do pilar

(ponto O’), já que representa a zona crítica e cujo afastamento dos contatos (topo e piso)

é máximo ( 2pH ); por tanto, existem magnitudes como σP, τP e MP (tensão normal,

tensão cisalhante no topo do pilar e tensão momento respectivamente) que vão criar

fadiga; por outro lado, os valores para as tensões que atuam no plano H’ é zero. Em um

pilar com seção transversal (seção de suporte) quadrada igual “WPLP”, a largura do pilar

“LP” tem as mesmas dimensões que o comprimento “WP”. Percebe-se que, quando se

aplica a equação para encontrar a tensão cisalhante no topo do pilar (plano V’-H’), ele é

negativo, deve ser entendido como valor do momento anti-horário. Para nossa análise

do momento atuante resultante no ponto O’ fica expressa assim:

Onde, a equação do momento do pilar “MP” fica expressa assim:

PPPPP

O

HLW

2

PPPPP

O

HLW

2

Mp Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )= .......

....... Mp Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )=

p

p

p

pHp

Wp

H'

Mp

O'

Mo'

Eixo da Camada

piso

topo

Page 90: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

90

p

p

V'

H'

Mp

O'

Mo'

Eixo da Camada

H'V'

Wp/2

Hp/2

PILAR INCLINADO EM RELAÇÃO AO PLANO DA CAMADA INCLINADA.

Para explicar esta nova situação, iremos fazer uso da Fig. 13 – pag. 25; no plano

correspondente ao eixo H’ possui uma tensão cisalhante, situação diferente se o pilar

estivesse disposto perpendicularmente ao plano da camada mineral.

Figura 36. Momento e esforços cisalhantes que atuam gerando momento num pilar.

A diferença da situação do apresentado na Fig. 35, aqui existe uma tensão cisalhante no

plano do eixo H’, mas não se considera o esforço de compressão (tensão normal à seção

de suporte do pilar) atuante no eixo V’, devido a sua resultante que passa pela linha de

ação onde se pretende avaliar o momento.

0'O

PP

PPPO

HLW

2'

PPPPPO HLW '

A equação do momento do pilar “MP” fica expressa assim:

Mp Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( )=

Mp Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( )= ....

Page 91: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

91

F

M N

Pilar

Área de

influ

ência

Análises de

uma viga

Camada

Área do Pila

r

Superfície

Z

ANEXO C: ANÁLISE DE ESTABILIDADE DAS LAJES.

ANÁLISE DA EQUAÇÃO DE EULER.

EQUAÇÃO DA LINHA ELÁSTICA.

A análise para avaliar a flexão da laje (ou lajes) é realizada seguindo o principio da viga

elástica, a qual considera uma região de laje de toda a laje (ou lajes) inteira; na Fig. 36

há uma região de cor vermelho semelhante à de um paralelepípedo e é considerada

como uma viga (Oyangüren et al., 1984; Pariseau, 2007).

Figura 37. Apresentação em 3D de um sistema de câmaras e pilares (Autor).

1. Considerando uma viga que pertence ao teto que conforma o vão e cuja seção

tem dimensões unitárias (Fig. 37). Então, nesta análise, podemos representar a

viga conforme a Fig. 38.

Figura 38. Viga em balanço (adaptada de Beer et al.,2007).

Viga

Pilar

Page 92: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

92

+d

v+dv

dh

v

h

ds

d

P1

P2

R

M N

V

d

v v+dv

h dh

P1

P2

2. Analisando o comportamento de uma viga quando fica submetida a uma força

externa “F” no ponto P1, a qual lhe que produz flexão e uma força “F+dF” no

ponto P2 que está distanciada infinitesimalmente do ponto P1, conforme se

apresenta na Fig. 39.

Figura 39. Flexão e raio de curvatura de uma viga.

3. Como decorrência da flexão, os pontos P1 e P2 estão afastados uma distância

horizontal infinitesimal “dh”, e uma quantidade infinitesimal “dv” na vertical,

cuja distância real entre os dois é o valor do comprimento do arco “ds” ( Rd );

da mesma maneira a força “F” produz um ângulo de flexão “a” no ponto P1 e

“a+da” no ponto P2 (Beer et al., 2006). Então, tem – se:

Figura 40. Flexão e ângulo de curvatura de uma viga.

Page 93: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

93

dh

dv

dh

dvdvv

)(tan

dh

dv

ds

dv dhds

O O'

Wo

Viga

Wo: Comprimento da viga (amplitude do vão)

ds

R

E

F

d

EF: Ro

M

V

HJ

HJ

V

Na Fig. 41 apresenta-se uma viga fixada nos seus extremos e submetida à flexão devido

a uma carga uniformemente distribuída ao longo de seu comprimento “Wo”; a viga em

questão possui uma tração máxima na metade da viga (Ponto E) nas fibras externas

inferiores (região de maior raio de curvatura), enquanto as fibras internas estão

submetidas à compressão (Beer et al., 2006; Pariseau, 2007).

Figura 41. Estado de tensões em uma viga submetida à tração e compressão induzida pela flexão.

Das figuras 39, 40 e 41 tem se:

....... (1.c)

;

Quando o valor de α tende a zero, o valor tana= sena:

;

Sabendo-se que, para ângulos pequenos o valor do sena=a, ter-se-ão:

Rdds

ds

dvsen

dh

dvsen

Page 94: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

94

Voltando na equação (1.c) e aplicando as condições:

...... (2.c)

A equação anterior (2.c) é uma expressão do raio de curvatura, qual fica assim:

Da Fig. 41 conclui-se que, um corpo infinitesimal que está por debaixo do eixo neutro

(ponto E) está submetido a esforços de tração. Enquanto, na superfície neutra, não

existe tração, nem compressão; por tanto as deformações são nulas. Por conseguinte, se

a viga estiver flexionada ou não, o comprimento do eixo neutro se mantém constante e

pelas mesmas razões, se considerarmos dois pontos pertencentes ao eixo neutro (Ponto

O e O’) os quais estão afastados por uma distância de “Lo”, após flexão, a distância de

separação vai ser a mesma que se não houver flexão nenhuma; então o supracitado pode

ser expresso pela seguinte equação:

para um corpo infinitesimal posicionado uma distância de RO unidades abaixo da linha

neutra (ponto F) o arco gerado é:

Por simples inspeção, pode ser notado que o valor de LF > LO; foi mencionado que, um

elemento infinitesimal posicionado sobre a linha neutra mantém suas dimensões, mas,

se esse mesmo estiver abaixo do eixo, às dimensões finais diferem das iniciais.

(3.c)

2

21

dh

vd

dh

dh

dvd

dh

d

ds

d

R

2

21

dh

vd

R

RdLO

dRRL OF

O

FOH

L

LL

R

R

Rd

dR

Rd

dRRdRd

Rd

dRRRd OOOOH

)(

Page 95: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

95

ER

R HO 21

CG

OMAX

aplicadoI

RMto

Na Fig. 41, avaliando os esforços de flexão pura para uma viga de comprimento “WO”,

e seção unitária, igualmente são validas as suposições de (Pariseau, 2006):

-os esforços que atuam perpendicular ao eixo neutro é o peso e não existe outra força;

-existem restrições na deformação segundo o plano J; por se tratar de um corpo de

dimensões infinitas neste eixo, assumimos uma deformação plana.

Da Lei de Hooke:

onde:

E: módulo de elasticidade para a rocha transversalmente isotrópica.

Aplicando a lei de Hooke:

...... (4.c)

Igualando as equações (3.c) e (4.c).

...... (5.c)

A equação que relaciona o esforço e o momento é a seguinte:

...... (6.c)

HJV

VEE

0 VH

J

JEE

VJ

H

HEE

0 H

J

EE

HJ

0 H

H

HEE

EEE

H

H

H

H

2

2

1

Page 96: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

96

onde:

MtoMAX : momento de gerado pela carga aplicada (Wv’)

RO: valor do afastamento do eixo neutro ate um ponto qualquer seguindo o eixo V

ICG: momento de inércia relacionado ao centro de gravidade.

Relacionando e arranjando as equações (3.c) e (4.c) na (6.c):

...... (7.c)

O sinal negativo é entendido como a quantidade deslocada no sentido negativo do eixo

“V”, ou seja, abaixo do eixo horizontal. Para uma análise de vãos iremos considerar

uma laje, como mostra a Fig. 42, para se ter maiores detalhes.

CG

OMAXO

I

RMto

ER

R 21

CG

MAX

I

Mto

Edh

vd

R

2

2

2 1'1

Page 97: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

97

M

W

R1

h

H'

V'

MA

(h)

ROCHA

Wv': Distribuição lineal de carga

h: O comprimento vai desde 0 no ponto A (engaste) até Wo

(comprimento do vão)

W

v'

h'

A

W

M1

R1

M 2

R2E

IXO

CE

NT

RA

L

Wo/2

H'

V'

A B

WV'

WH'

Ponto S'

VIGA BI ENGASTADA

Ao considerar uma laje bi engastada.

Figura 42. Lajes flexionadas pela ação do seu próprio peso (Autor).

Analisaremos; a seguir, as forças e momentos que agem na referida laje:

Figura 43. Sistema de um diferencial de laje (Autor).

Page 98: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

98

A

r

h MhW

hRM 2

2

1)(

0Mo

0'VF

Analisando as forças que atuam nos pontos de contato laje-pilar na Fig. 42, tem-se:

;

Analisando os momentos, a partir da Fig. 43:

;

...... (8.c)

Relacionando as equações (7.c) e (8.c) tem-se:

...... (9.c)

...... (10.c)

As equações (9.c) e (10.c) fornecem o ângulo de deflexão e o valor de deslocamento “v”

para cada ponto afastado “h” unidades da origem (Ponto A).

A

V MhW

hREIdh

vd

2

1'2

'

1

2

2

2

A

V MhW

hRdh

vdEI

2

'

1

2

'

12

2

2

A

V MhW

hRdh

vdEI

2

'

1

2

'12

2

2

1

3

'

2

1

2

'12 622

'

1ChM

hWhRdhM

hWhR

dh

dvEIA

VA

V

21

24

'

3

1

2 2246'

1ChC

hMhWhRv

EI AV

dhChM

hWhRdv

EIA

V

1

3

'

2

1

2 62'

1

hRhW

MM VAh 1

2

')(

2

OV WWRR '21

Page 99: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

99

Aplicando as condições de contorno para uma laje conforme a Fig. 43:

a) Primeira Condição:

Quando h=0 não existe deslocamento vertical do eixo neutro da viga, então v=0;

igualmente é a deflexão. Isso porque essa região engastada não gera ângulo de giro.

Trabalhando com a equação do ângulo:

e posteriormente a equação da flecha:

b) Segunda Condição:

Além das condições já citadas anteriormente, nesta segunda condição podem ser

analisadas as variáveis de contorno que não foram analisadas na primeira condição em

que h=WO.

Com a equação do ângulo:

...... (11.c)

Com a equação da flecha.

...... (12.c)

0)0(6

)0()

2

0()0(

11

32

12

CM

WR

EIA

r

01 C

21

243

1

2)0(

2

)0(

24

)0(

6

)0()0(

1CC

MWREI Ar

02 C

OAOVO WM

WWWR

620

3

'

2

1

22460

24

'

3

1 OAOVO WMWWWR

Page 100: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

100

Agora multiplicando a Eq. (11.c) pelo valor de “-WO/2” e somando à Eq. (12.c):

Então, a reação do pilar na laje (com engaste) fica assim:

Trocando o valor de R1 na Eq. (12.c), para encontrar o valor de MA:

Para encontrar o momento na metade do vão é preciso que h=WO/2; por tanto o

momento na metade do vão ocorre para o valore de h=WO/2; arranjando a Eq. (8.c) fica

assim:

A flecha máxima ( ' ) acontecerá na metade do vão por ser o ponto de igual afastamento

em relação aos extremos (zonas de engastes). Quando h=WO/2 e trocando o valor de

E/(1+n2) pelo E’:

2620

3

'

2

1 OOA

OVO WWM

WWWR

22460

24

'

3

1 OAOVO WMWWWR

222412640

224

'

4

'

3

1

3

1 OAOAOVOVOO WMWMWWWWWRWR

24120

4

'

3

1 OVO WWWR

2412

4

'

3

1 OVO WWWR

2'

12

RWW

R OV

224120

24

'

4

' OAOVOV WMWWWW

2424122

4

'

4

'

4

'

2

OVOVOVOA WWWWWWWM

BOV

A MWW

M 12

2

'

249638496'

1

4

'

4

'

4

'

4

'

2

OVOVOVOV WWWWWWWWv

EI

2412222

2

'

2

'

2

'

1

'

)2

(

OVOVOVO

OVW

h

WWWWWWW

WWM

O

Page 101: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

101

Por enquanto estabelece-se uma equação que apresente o valor de deslocamento

máximo que tem o ponto médio da laje para um vão qualquer, substituindo os valores

de MA e R1, quando C1 e C2 são zeros, na Eq. (10.c):

O valor deduzido das equações da lei de Hooke para a linha elástica irá ficar

denominado como E’ (Pariseau, 2007). Arranjando a equação (10.c), a flecha para um

ponto qualquer ficaria assim:

3'

4

'

24

'

32

1

384'

t

WWWWv OVOV

222

'

22

'

4

'

3

'21

24

'

3

1

22

242424122246'

1OO

VOVVOVAV WhWhhWhWWhWhWW

ChChMhWhR

vEI

22

'222

'

2 242

24'

1O

VOO

V WhhW

WhWhhW

vEI

21 E

22

'22

''

2424' O

VO

V WhhW

WhhW

IvE

2

'

2

'

24' O

V WhIE

hWv

Page 102: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

102

Vazio

Laje

Pilar

Detalhe

Detalhe

W

R1R2

Wo/2

V'

A B

WV'

WH'

Ponto S'H'

h

M(h') Laje

VIGA COM APOIOS SIMPLES.

Considerando uma viga simplesmente apoiada, da Fig. 44 tem-se:

Figura 44: Situação de uma laje como apoios simples (Autor).

o momento máximo ocorre no ponto S’:

A flecha máxima da Fig. 44 fica definida pela seguinte equação:

Nos pontos A e B, a viga está livre. Esta condição estabelece que poderá girar sem

problema nenhum. Então, o valor do momento no ponto A (MA) e o momento no ponto

B (MB) são zeros. Estas equações podem ser conferidas no livro de William Pariseau

“Design Analysis in Rock Mechanics” no capitulo 5, assim também, no livro de

Ferdinand P. Beer & Russell Johntons Jr “Resistencia dos Materiais”.

8

2

'

)2

(

OVW

h

WWM

O

3'

4

'

32

5'

t

WWv OV

Page 103: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

103

x

"Posicionamento"

"Laje 1"

"Tipo"

"Xisto"

"E(10^6psi)"

5.08

"u"

0.16

"sc(psi)"

1.339 103

"st(psi)"

67.34

"Pe(lb/pê3)"

172

"H(pês)"

3.281

ANEXO D: ALGORITMO PARA AVALIAR UM SISTEMA DE LAJES INSTÁVEIS.

Seja a matriz “x”, onde estão definidas as camadas que conformam um sistema

sedimentar (conjunto de lajes), com a presença de uma camada de minério, cuja

espessura é de 6.7 pés; acima da camada mineral existe uma camada definida

correspondente a xisto grafitoso, a qual possui uma espessura média de 3.28 pés. A

camada mineral possui um mergulho de 25 – 30 graus sexagesimais; o encaixante piso é

também xisto. Na tabela 1, apresenta a disposição das camadas. A zona mineral será

lavrada pelo método de câmaras e pilares. Foi avaliada a estabilidade das lajes mediante

uma sub-rotina em Math Cad, com finalidade dinamizar os cálculos. Usando a equação

50 podem ser analisadas as lajes com instabilidade. As explicações assim como as

definições sobre as condições de lajes instáveis; cujo raciocínio se incluiu para gerar

este algoritmo, estão contidas no livro “Design Analysis in Rock Mechanics” de

William Pariseau, na pagina 249-251.

onde:

E: módulo de elasticidade;

c: esforço à compressão simples;

st : esforço a tração;

Pe: peso específico;

H: espessura da laje.

A matriz “xo” a seguir, apresenta um resumo dos dados a serem utilizados na estimativa

de lajes estáveis.

xo augment x3

x4

, x6

, x7

, x8

, "E(10^6psi)"

5.08

"u"

0.16

"st(psi)"

67.34

"Pe(lb/pê3)"

172

"H(pês)"

3.281

:

A última fila da matriz “xo” corresponde às propriedades da primeira laje que conforma

o teto, por ser uma situação na qual o teto está conformado por uma camada; então, não

existe mais que uma laje. A matriz “solução” contém somente lajes instáveis que foram

parte de um conjunto de lajes que conformam as camas sobrejacentes acima do minério.

Os valores na matriz são funções do módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson,

peso específico e espessura da laje. Uma análise feita à mão levaria um maior tempo de

avaliação; porém uma sub-rotina usando Math Cad permite avaliar todas as camadas

Page 104: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

104

solução c rows xo( )

numerador 0

altura 0

numero 0

incremento_n 0

incremento_d 0

numerador numerador xoi 4,

xoi 5,

denominador denominador

xoi 1,

1 xoi 2,

2

xoi 5,

3

incremento_n incremento_n xoi 4, xo

i 5,

incremento_d incremento_d

xoi 1,

1 xoi 2,

2

xoi 5,

3

altura altura xoc 5,

peincremento_n

incremento_d

xorows xo( ) 1,

1 xorows xo( ) 2,

2

xorows xo( ) cols xo( ),

3

loi

xi 2,

bi

pe

Pequii

numerador

denominadorxo

rows xo( ) 1, xo

rows xo( ) cols xo( ), 2

hoi

altura

M augment lo Pequi, b, ho, ( )

i c 2..for

M

j rows M( )

K 0 0 0 0( )

Mo 0 0 0 0( )

data Mj 2,

Mj 4,

Mo stack submatrix M n, n, 1, cols M( ), ( ) Mo, ( )

Mn 3,

data65%if

continue

n j 1..for

Ma stack K Mo, ( )

Ma1 1,

"Material"

Ma1 2,

"Pesp-equiv./lbs-pie3"

Ma1 3,

"Esf-equiv./lbs-pie2"

Ma1 4,

"Alt-equiv./pie"

"Material"

"Clorita Xisto"

"Xisto Grafitoso"

0

"Pesp-equiv./lbs-pie3"

155.362

167.597

0

"Esf-equiv./lbs-pie2"

522.976

564.16

0

"Alt-equiv./pie"

6.56

3.28

0

:

solução

"Material"

"Xisto"

0

"Pesp-equiv./lbs-pie3"

167.597

0

"Esf-equiv./lbs-pie2"

564.304

0

"Alt-equiv./pie"

3.281

0

contidas na matriz “solução”, com maior eficiência. A seguir se apresentaremos uma

matriz constituída pelas lajes que flexionarão numa eventual escavação.

A sub-rotina, que fornece uma matriz com as lajes que irão flexionar fica expressa

assim:

Page 105: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

105

solução c rows xo( )

numerador 0

altura 0

numero 0

incremento_n 0

incremento_d 0

numerador numerador xoi 4,

xoi 5,

denominador denominador

xoi 1,

1 xoi 2,

2

xoi 5,

3

incremento_n incremento_n xoi 4, xo

i 5,

incremento_d incremento_d

xoi 1,

1 xoi 2,

2

xoi 5,

3

altura altura xoc 5,

peincremento_n

incremento_d

xorows xo( ) 1,

1 xorows xo( ) 2,

2

xorows xo( ) cols xo( ),

3

loi

xi 2,

bi

pe

Pequii

numerador

denominadorxo

rows xo( ) 1, xo

rows xo( ) cols xo( ), 2

hoi

altura

M augment lo Pequi, b, ho, ( )

i c 2..for

M

j rows M( )

K 0 0 0 0( )

Mo 0 0 0 0( )

data Mj 2,

Mj 4,

Mo stack submatrix M n, n, 1, cols M( ), ( ) Mo, ( )

Mn 3,

data65%if

continue

n j 1..for

Ma stack K Mo, ( )

Ma1 1,

"Material"

Ma1 2,

"Pesp-equiv./lbs-pie3"

Ma1 3,

"Esf-equiv./lbs-pie2"

Ma1 4,

"Alt-equiv./pie"

"Material"

"Clorita Xisto"

"Xisto Grafitoso"

0

"Pesp-equiv./lbs-pie3"

155.362

167.597

0

"Esf-equiv./lbs-pie2"

522.976

564.16

0

"Alt-equiv./pie"

6.56

3.28

0

:

Page 106: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

106

ANEXO E: DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE UM PILAR COM SEÇÃO

RETANGULAR, APARTIR DA EQUAÇÃO DE BENIAWSKI.

seção iremos usar a equação de Mark (1999) para deduzir uma nova equação que sirva

para avaliar a resistência de um pilar com seção retangular. Embora a equação de

Beniawski sirva para pilares de secção quadrada, um arranjo dessa equação mediante

uma análise com métodos numéricos fornece uma nova equação que é utilizada para

mensurar a resistência de pilares com secção retangular. A Equação deduzida foi

proposta por Mark (1999) e leva em consideração as características da equação original.

Pela fórmula de Overt & Duvall tem-se:

........ (1.e)

Para essa análise iremos apresentar o seguinte gráfico:

WpWo

Áre

a d

e a

nális

es

Wo/2

Limite de lavra

Limite

X

Y

x

Z

dx

dy

y

1 2

3 4

Y

X

Figura 45 Pilares de largura infinita.

P

PCC

H

W36.064.01

Page 107: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

107

Identificando as variáveis na Fig. 45 e trocando-as na Eq. (1.e). por:

WP=x ; para a largura

e

HP=z ; para a altura

então, a Eq. (1.e) fica expressa assim:

Para explicar o comportamento das forças que atuam em um pilar com seção quadrada,

iremos supor situações especiais. Imaginemos um pilar cujas dimensões da seção são

um comprimento de “y” e uma largura “x”.

A força de resistência do pilar em função das variáveis “x” e “y” é:

O intuito é encontrar uma equação que caracterize a resistência de um pilar com seção

que possua predominância nas dimensões de comprimento, por tanto, irá se avaliar a

equação ( xyyxF c 36.064.01 ) que considere variações no sentido do eixo “y”.

Considerando acréscimos “dy” no eixo y e afixando a largura no sentido do eixo “x”;

por conseguinte, vai corresponder um valor de um acréscimo de área no sentido do eixo

y, essa relação não acrescenta a resistência do pilar, porém, distribuiria a carga de

maneira homogênea (Fig. 45). A equação de Força (F) pode ser expressa em função das

variáveis “y” e “z”:

...... (2.e)

z

xCC 36.064.01

)(36.064.0)( 1 xyz

xxy CC

)(36.064.0)( 1 xyz

xFxy CC

21 36.064.0 yz

yF C

z

yyF C

321 36.064.0

Page 108: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

108

Ao derivar a Eq. (2.e) em função de “y” tem-se:

...... (3.e)

A Eq. (3.e), apresenta o fator 1.08y2/z, este é análogo a 1.08x

2/z, devido a que o efeito

da resistência do pilar é uma função de WP/HP.( zx , com x=Wp e z=Hp). Fazendo um

novo arranjo na equação, ela fica expressa assim.

........ (4.e)

Para um diferencial de esforço ( dF ), corresponde um diferencial de área

( ))(( dydx ). Deve-se entender que o valor diferencial de força está associada a uma

resultante dF, e atua no centro do pilar. Por tanto para encontrar o valor da força total,

deve-se multiplicar por quatro, já que a análise considera desde o centro da seção.

........ (5.e)

Igualando as duas expressões (dF), (4.e) e (5.e):

dy

dy

z

y

dy

dyy

dy

dFC

21 08.1

28.1

dyz

yydF C

21 08.1

28.1

dyz

xydF C

21 08.1

28.1

dxdydF V4

dyz

xydxdy CV

21 08.1

28.14

4

08.128.1

21 dy

z

xy

dxdy

C

V

dyz

xydxdy CV

21 27.0

32.0

2

0

21

2

0

2

0

27.032.0

Y

C

Y X

V dyz

xydydx

2

0

221

2

0

27.0

2

32.0

2

Y

C

Y

V yz

xydy

x

Page 109: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

109

A resistência do pilar está limitada a ser maior com acréscimos de área no sentido do

eixo “y”; por isso iremos integrá-la com relação à variável x.

e trabalhando com a equação ( v ) em função de x e dando formato da equação de

Beniawski:

........ (6.e)

Um pilar retangular é uma particularidade de um pilar quadrado e um pilar de largura

infinita, como se apresenta a seguir na Fig. 46. A combinação dessas particularidades

equivaleria a ter um pilar de seção retangular e finita com um comprimento Lp e, nas

bordas, um pilar de seção quadrada. A resistência última de um pilar fica expressa

como um valor máximo do ápice de um cone. Veja a figura na página seguinte.

2

27.0

22

32.0

2

22

12

0

y

z

xydy

xC

Y

V

y

z

xydy

xC

Y

V

221

2

0

135.004.0

2

y

z

xydx

xC

X

V

221

2

0

135.004.0

2

y

z

xy

xC

X

V

221

2/

0

2 135.004.0

4

y

z

xy

xCV

221

2 135.004.0

16

2

221 16.2

64.0

x

yz

xyC

V

xzx

xz

xx

C

C

V

16.264.0

16.264.0

1

2

221

x

zCV

16.264.01

Page 110: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

110

Seção de pilar

correspondente a um pilar

retangular de uma largura

infinita

Comprimento

Lp

vv

v

Lp>>>Wp

Wp Wp

PILAR RETANGULAR PILAR QUADRADO

v

Wp

Região de pilar semelhante

a um pilar de largura infinita

Região de pilar

com seção quadrada

X

Y

carga não uniforme

x/2

distribuição

uniforme

de carga(y-x)

y

P

Q

S

R

área de distribuição uniforme de cargaPQRS :

UV

área de distribuição de carga para um pilar

de seção quadradaQUVR/U'PSV' :

U' V'

x

Figura 46. Esquema de um pilar retangular e a carga distribuída.

Veja um diagrama em planta do valor da distribuição de carga.

Figura 47. Vista em plano das distribuições de carga em um pilar com seção retangular.

Por outro lado, a variação da resistência de um pilar irá ocorrer conforme acrescenta a

dimensão de largura (x). A zona submetida a uma carga uniformemente distribuída

corresponde à seção do pilar cuja área é de (y-x)x, Fig. 47; a resistência do pilar não

muda com um acréscimo de comprimento. Para uma maior resistência de um pilar com

seção retangular, deve-se acrescentar a área de resistência, para o qual é necessário

adicionar acréscimos na dimensão no sentido do eixo x (largura); para tal sentido,

consideramos um comprimento de “(y-x)”, região de resistência constante e variações

Page 111: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

111

2

1

22

16.2

264.0)(2

x

z

xxyF C

na largura. Mark (1999) deduziu a equação da resistência de um pilar com seção

retangular. Nosso problema, agora será demonstrar e avaliar acréscimos resistência de

um pilar cujas dimensões de seção possuem um comprimento de “(y-x)” e variações

infinitesimais “dx” na largura. Conhecida a equação que governa a resistência do pilar

devido ao efeito da forma, temos:

Percebemos, então, que a dimensão “(y-x)” pertence ao pilar seguindo o sentido do eixo

y; este valor corresponde a um pilar de seção uniforme e infinita, devido a sua

resistência que não varia. Além disso, deseja-se avaliar uma nova região de resistência

sem considerar os efeitos de um pilar de seção quadrada. Região essa, desde a origem

segundo o eixo x, que corresponde a uma metade da seção geral do pilar (Fig. 46).

2/

0

1 16.264.0)(2

X

C dxxz

xydF

........ (7.e)

Então a Eq. (7.e) é para um pilar com distribuição uniforme de carga, sem considerar o

efeito nas bordas próprio de um pilar de largura infinita.

Agora somando as equações (7.e), e a de resistência derivada da equação de Overt &

Duvall, tem-se:

2

0

21

2

16.264.0)(2

X

C

x

zxxyF

154.064.0)( Cz

xxyxF

121 36.064.054.064.0)( CCTotalz

xx

z

xxyxF

x

zdxxydF C

16.264.0)( 1

EsforcoAreaForca

Page 112: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

112

Dividindo a expressão anterior pela área de um pilar retangular (xy), tem-se:

........ (8.e)

1212 36.064.054.064.0)( CCTotalz

xx

z

xxyxF

13

23

22

36.064.054.064.054.064.0 CTotalz

xx

z

xx

z

yxyxF

132

18.054.064.0 CTotalz

x

z

yxyxF

xy

z

x

z

yxyx

xy

FC

Total

132

18.054.064.0

12

18.054.064.0 Cryz

x

z

x

Page 113: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

113

ANEXO F: DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE UM PILAR COM SEÇÃO

RETANGULAR, APARTIR DA EQUAÇÃO DE SALOMON E MUNRO.

Segundo o critério exponencial, precisamos fazer o ajuste para pilares de secção

retangular.

H

Wr ........ (1.f)

A equação irá se expressar em função de sistema XYZ, em que X é o comprimento, Y é

largura e Z a altura do pilar. Multiplicando a expressão pelas dimensões da área de um

pilar retangular, tem-se:

)()( xyz

xxyr

A dimensão ótima de um pilar retangular obtém-se quando não existe acréscimo na

dimensão do pilar, no sentido do eixo x. Isto permite uma maior recuperação do

minério, além de manter a resistência do pilar dependendo das dimensões no eixo Y.

Então, fazendo um arranjo da equação anterior, tem-se:

)()( 2yz

yFxyr

........ (2.f)

dyz

ydF

)1()2(

dy

dy

z

y

dy

dF

)1()2(

z

yF

2

dyz

xdF

)1()2(

Page 114: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

114

dx

dy

Diferencial de área

WpWo

Áre

a d

e a

nális

es

Limite de lavra

x

y

1 2

3 4

da

X

Y

ZX

Y

da : Diferencial de área

A Eq. (2.f), é expressada em função da variável x (dimensões da sua largura no eixo

“x”) e um diferencial de comprimento em “y”, por se tratar de um pilar de área

retangular.

O acréscimo de resistência do pilar para acréscimos na força que exerce a rocha

sobrejacente fica definido por acréscimos de área no sentido “x” e “y”. Para uma área

acrescentada em “dxdy”, também existe um valor de diferencial de esforço. Veja a

figura baixo.

Figura 48. Diferenciação de área e análise integral de forças (Autor).

Page 115: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

115

z

x

z

x

x

x

z

x

y

z

yz

x

yz

dx

yz

dx

dyyz

dxdy

CR

C

C

V

C

V

C

V

C

xx

x

V

C

V

C

V

2

2

2

2

2

2

2

2

22

4

24

24

24

1

1

1

12

0

1

1

dxxyz

xdF c

2

2

2

Da figura anterior, tem-se:

........ (3.f)

Igualando as expressões dF, (2.f) e (3.f):

(4.f)

Um pilar com seção retangular oferece uma melhor resposta à solicitação de esforços, já

que, a carga é uniformemente distribuída na área de suporte, enquanto que nas bordas

do pilar há uma pressão diferente, isto se deve ao fato que já não existe continuidade da

seção, consequentemente a resistência nas bordas é semelhante de um pilar com seção

quadrada (Fig. 48).A figura em questão apresenta um pilar retangular de comprimento

“y” e largura “x”, na área “x(y-x)” a carga fica distribuída de maneira uniforme; essa

região é equivalente a um pilar de comprimento infinito; por outro lado, há uma seção

de pilar equivalente a um pilar de seção quadrada, cujo comprimento é “x/2” e largura

“x” a qual está submetida a uma pressão diferente. A Eq. (5.f) representa a força de

resistência de um pilar no comprimento “y-x”; assim como, a equação

zxF DH

c

)2(1 representa a força de resistência de um pilar com seção quadrada e

que atua nas bordas. A continuação avaliarmos a resistência de um pilar

desconsiderando o efeito das bordas:

dxdydF V4

Page 116: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

116

21

1

2

12

2

xyx

zx

zF cc

y

xxx

z

zy

xxx

z

xy

x

xy

yx

zx

xz

xy

xyxz

xy

xz

xy

F

cR

ccR

c

c

R

cc

1

2

1

2

21

22

2

21

22

1

2

2

1

1

2

2

1

1

2

2

1

1

2

2

1

(5.f)

Pode-se dizer o seguinte: a resistência de um pilar retangular é equivalente a somatória

das parcelas de um pilar de comprimento infinito, correspondente à região central e um

pilar de seção quadrada correspondente às bordas. Ao somar estes efeitos, ter-se-á:

(6.f)

A Eq. (6.f) mensura a força admissível que poderia suportar o pilar com seção

retangular; ao dividir a equação anterior pelo valor da área (xy), ter-se-á:

(7.f)

Onde:

sR : esforço de resistência à compressão de um pilar com seção retangular;

xy

FF

xy

F initouralPilarquadradoPilarTotal infarg

xy

FF initouralPilarquadradoPilar

r

infarg

xy

xyxzz

x cc

r

21

2

2

1

2

2

1

21

1

1

2

0

12

2

22

2

xyxz

F

x

zxyF

dxxz

xydF

c

c

xx

x

c

Page 117: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

117

sC: esforço de resistência à compressão de um bloco unitário (1m3, com aresta de 1m

para cada);

x,y: largura e comprimento do pilar, respectivamente;

a,b: constantes adimensionais.

Pode-se concluir que, quando y=x , a Eq. (7.f), é a mesma para um pilar se seção

quadrada (equação proposta por Salomon e Munro).

1

2

2

1

2

0

01

2

2

1

1

2

2

1

1

2

2

1

D

H

c

c

R

c

R

c

R

c

R

c

R

z

xx

z

xz

xz

xxxz

x

xxx

z

Page 118: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

118

ANEXO G: DADOS DE ROCK LAB E ALGORITMOS DE SOLUÇÃO (Parte 1 e Parte 2)

PARTE – 1

Parâmetros geomecânicos para o maciço rochoso; conforme dados obtidos a partir do Rock Lab.

- Material: XISTO - Material: QUARTZO

Page 119: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

119

SOLUÇÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:

175.28 GPa

Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo Y

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hp

Fsp 1

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo X ( Não existe momentos, restrição de coerência. Mto=0)

PARTE - 2

1. Algoritmo para avaliar as dimensões de um pilar de seção quadrada e perpendicular à camada mineral – usando a teoria dos meios

contínuos generalizados de Cosserat.

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : quadrada K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Número de Lajes : 01 unid Kx = Ky

Profundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mec. dos meios contínuos generalizados de Cosserat

Mergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar perpendicular à camada mineral

Page 120: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

120

SOLUÇÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:

175.28 GPa

Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo Y

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hp

Fsp 1

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo X ( Não existe momentos, restrição de coerência. Mto=0)

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hp

Fsp 1

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo X ( Não existem momentos, restrição de coerência. Mto=0)

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hp

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

1

2 Lp Nr Co Nc

Fsp Limite da resistência da fundação

tatp

Fsp Limite da resistência à tração no pilar

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo YPressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo XPressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Page 121: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

121

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Wp 0

Condição de igualdade, largura do pilar igual ao comprimentoLp 0Wp Lp=

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

3.33572

3.33572

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.851535 Recuperação do Minério

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hp

Fsp 1

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo X ( Não existe momentos, restrição de coerência. Mto=0)

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hp

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

1

2 Lp Nr Co Nc

Fsp Limite da resistência da fundação

tatp

Fsp Limite da resistência à tração no pilar

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo YPressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo XPressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Wp 0

Condição de igualdade, largura do pilar igual ao comprimentoLp 0Wp Lp=

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

3.33572

3.33572

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.851535 Recuperação do Minério

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )[ ] sin( )

2 cos( )

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hp

Fsp 1

Limite de resistência à compressão no pilar - Eixo X ( Não existe momentos, restrição de coerência. Mto=0)

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hp

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

1

2 Lp Nr Co Nc

Fsp Limite da resistência da fundação

tatp

Fsp Limite da resistência à tração no pilar

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo YPressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo XPressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Wp 0

Condição de igualdade, largura do pilar igual ao comprimentoLp 0Wp Lp=

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

3.33572

3.33572

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.851535 Recuperação do Minério

Page 122: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

122

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:

175.28 GPa

Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar - restrição limite de resitência do pilar - no Eixo Y

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp sin( )

2 cos( )

2

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar - restrição de coerêcia para o Eixo X

2. Algoritmo para achar as dimensões de um pilar de seção retangular e perpendicular à camada mineral – usando a teoria dos meios

contínuos generalizados de Cosserat.

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : retangular K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Numero de Lajes : 01 unid Kx = KyProfundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mec. dos meios contínuos generalizados de CosseratMergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar perpendicular à camada mineral

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:

175.28 GPa

Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar - restrição limite de resitência do pilar - no Eixo Y

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp sin( )

2 cos( )

2

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar - restrição de coerêcia para o Eixo X

Page 123: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

123

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

Wo Wp( )Lo Lp( )

3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 0 1 K( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp sin( )

2 cos( )

2

sin( )1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( ) Wp LpHp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar - restrição de coerêcia para o Eixo X

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

1

2 Wp Nr Co Nc

Fsp Limite da resistência da fundação

tatp

Fsp

Limite da resistência à tração no pilar

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo Y

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo XPressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4 Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Page 124: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

124

Wp 0

Lp 0Restrições coerência, para largura e comprimento do pilar

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

2.93153

3.4782

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.85969 Recuperação do Minério

Page 125: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

125

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : quadrada K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Numero de Lajes : 01 unid Kx = KyProfundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mec. dos meios contínuos generalizados de CosseratMergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar não perpendicular à camada mineral

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

75.28:Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo alinhada à força resultante

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar, restrição de resistência admissível no pilar - no eixo Y

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hpo

Fsp 1

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hpo

Fsp 1

3. Algoritmo para achar as dimensões de um pilar de seção quadrada e não perpendicular à camada mineral – usando a teoria dos meios

contínuos generalizados de Cosserat.

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

75.28:Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo alinhada à força resultante

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar, restrição de resistência admissível no pilar - no eixo Y

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hpo

Fsp 1

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hpo

Fsp 1

Page 126: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

126

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.78 0.22Lp

Hpo

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar, r restrição de resistência admissível no pilar - no eixo X (Mto =0)z

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hpo

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

p chao Limite da resistência da fundação

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Wp Lp=Condição de seção quadrada

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.409139

5.234719

3.284521

3.284521

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.85434 Recuperação de Minério

Page 127: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

127

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

75.28:Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo alinhada à força resultante

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar, restrição de resistência admissível no pilar - no eixo Y

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

4. Algoritmo para achar as dimensões de um pilar de seção retangular e não perpendicular à camada mineral – usando a teoria dos meios

contínuos generalizados de Cosserat.

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : retangular K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Numero de Lajes : 01 unid Kx = KyProfundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mec. dos meios contínuos generalizados de CosseratMergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar perpendicular à camada mineral

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

75.28:Esforço de um bloco de volume unitário

Função Objetivo - Pilar com eixo alinhada à força resultante

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar, restrição de resistência admissível no pilar - no eixo Y

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

Page 128: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

128

K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) Wo Wp( )

Lo Lp( )3

12 4 cos( )

2 4 K sin( )

2 3 Lo Lp( ) K sin( )

2 cos( )

2 sin( ) tan o( ) cos 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2cos( ) sin 2 o( ) 1 K( ) sin( )

2 cos( )

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Lp

cos o( )Wp

sin( ) cos( )

sin( ) K zLo Lp

Lp

Wo Wp

Wp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( ) Wp

Lp

cos o( )

Hp

2

Lp

2

WpLp

3

12

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar, r restrição de resistência admissível no pilar - no eixo X (Mto =0)z

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

Limite da resistência ao cisalhamento no eixo Y ( sentido do plano da camada)

1 K

2

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

z sin 2( )

Cp zWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp K sin( )

2 cos( )

2 tan( )

Fsp

p chao Limite da resistência da fundação

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl cop

Wo 4Limite de comprimento de galería e comprimento do pilar

Lo 4

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.409139

5.234719

2.875444

3.4393

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.862379 Recuperação de Minério

Page 129: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

129

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : quadrado K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Numero de Lajes : 01 unid Kx = KyProfundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mecânica ClássicaMergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar não perpendicular à camada mineral

5. Algoritmo para achar as dimensões de um pilar de seção quadrada e não perpendicular à camada mineral – usando a mecânica clássica.

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:Esforço de um bloco de volume unitário

175.28 GPa

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo YK z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( )

0.78 0.22Lp

Hpo

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo Xz

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hpo

Fsp 1

p chao Limite da resistência da fundação

Limite de esforço à cisalhante máxima para a laje

(contato)Fsp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( )

Cp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) tan( )

Page 130: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

130

p chao Limite da resistência da fundação

Limite de esforço à cisalhante máxima para a laje

(contato)Fsp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( )

Cp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) tan( )

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Wo 4 Limite de comprimento mínimo para os vãos

Lo 4

Wp 0

Wp Lp= Condição de seção quadrada

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

2.99781

2.99781

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.870152 Recuperação de Minério

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:Esforço de um bloco de volume unitário

175.28 GPa

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo YK z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( )

0.78 0.22Lp

Hpo

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo Xz

Wo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.78 0.22Wp

Hpo

Fsp 1

p chao Limite da resistência da fundação

Limite de esforço à cisalhante máxima para a laje

(contato)Fsp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( )

Cp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) tan( )

Page 131: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

131

Peso específico γ : 0,027 MN/m3 Comprimento do pilar Wo : 3 m Tipo de seção : retangular K: 1,25

Altura do Pilar Hp : 02 m Largura do pilar Lp : 3 m Numero de Lajes : 01 unid Kx = KyProfundidade z : 300 m Comprimento do vão Wo : 7 m Mecânica ClássicaMergulho da camada mineral : 20 graus Largura do vão Lo : 7 m Pilar não perpendicular à camada mineral

6. Algoritmo para achar as dimensões de um pilar de seção retangular e não perpendicular à camada mineral – usando a mecânica clássica.

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:Esforço de um bloco de volume unitário

175.28 GPa

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo YK z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( )

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo XzWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

p chao Limite da resistência da fundação

Limite de esforço à cisalhante máxima para a laje

(contato)Fsp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( )

Cp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) tan( )

Page 132: DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE CÂMARAS E PILARES EM …‡ÃO... · Um dos problemas mais importantes na mineração por “câmaras e pilares” em camadas inclinadas, é tornar máxima

132

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl at

Limite de esforço de compressão máxima para a laje

seguindo o eixo Y

Pressão cos( )

2

Lo

t

2

laje Lo sin( )

2

Fsl cop

Limite de esforço de tração máxima para a laje seguindo

o eixo X

Pressão cos( )

2

Wo

t

2

Fsl at

Wo 4 Limite de comprimento mínimo para os vãos

Lo 4

Wp 0

Wot Maximize Rec Wo, Lo, Wp, Lp, ( ):

Wot

5.40914

5.23472

2.88572

2.90041

Rec Wot1

Wot2

, Wot3

, Wot4

, 0.875966 Recuperação de Minério

SOLUCÃO:

Esforço corregido seguindo o efeito da forma

1

m

0.78 0.221

2

:Esforço de um bloco de volume unitário

175.28 GPa

Função Objetivo - Pilar com eixo normal à camada

Rec Wo Lo, Wp, Lp, ( ) 1Wp

Wo Wp

Lp

Lo Lp

:% de Minério recuperado

Dado

Restrições

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo YK z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( )

0.64 0.54Lp

Hp 0.18

Lp2

Wp Hp

Fsp 1

Limite da resistência à compressão no pilar,

Restrição de coherencia no eixo XzWo Wp( ) Lo Lp( )

Wp Lp

K sin( )2

cos( )2

0.64 0.54Wp

Hp 0.18

Wp2

Lp Hp

Fsp 1

p chao Limite da resistência da fundação

Limite de esforço à cisalhante máxima para a laje

(contato)Fsp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) sin o( ) cos o( )

sin o( )

Cp K z

Wo Wp

Wp

Lo Lp

Lp

sin( ) cos o( )2

sin o( ) tan( )