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DIOGO NOSES SPINOLA GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA EM SIG APLICADA A UM MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO EM FORMATO VETORIAL E MATRICIAL VIÇOSA, MG BRASIL JUNHO 2010

Diogo Noses Spinola

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GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA EM SIG APLICADA A UM MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO EMFORMATO VETORIAL E MATRICIAL

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  • DIOGO NOSES SPINOLA

    GENERALIZAO CARTOGRFICA EM SIG APLICADA

    A UM MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO EM

    FORMATO VETORIAL E MATRICIAL

    VIOSA, MG BRASIL

    JUNHO 2010

  • 2

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA

    CENTRO DE CINCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

    DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

    GENERALIZAO CARTOGRFICA EM SIG APLICADA

    A UM MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO EM FORMATO

    VETORIAL E MATRICIAL

    Monografia apresentada disciplina GEO

    481 Monografia e seminrio, do curso de

    Geografia da Universidade Federal de

    Viosa, como parte das exigncias para

    obteno do ttulo de Bacharel em

    Geografia.

    Autor: Diogo Noses Spinola

    Orientador: Elpdio Incio Fernandes

    Filho

    Co-Orientadora: Fernanda Ayaviri Matuk

    Viosa, MG Brasil

    Junho de 2010

  • 3

    Monografia defendida e aprovada em 28 de Junho de 2010 pela banca examinadora:

    Elpdio Incio Fernandes Filho

    Orientador

    Departamento de Solos

    UFV

    Fernanda Ayaviri Matuk

    Co-Orientadora

    Departamento de Geografia

    UFV

    Bruno de Carvalho Resck

    Departamento de Solos

    UFV

  • 4

    SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................... 6 2. REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................... 8

    2.1. Generalizao Cartogrfica ..................................................................... 8 2.2. Objetivos da Generalizao .................................................................... 8 2.3. Tipos de Generalizao ........................................................................... 9

    2.3.1. Generalizao do Modelo ou Conceitual .......................................... 11 2.3.2. Generalizao Geomtrica ................................................................ 11 2.4. Estruturas de Dados em Formato Vetorial x Formato Matricial .......... 11 2.4.1. Formato Vetorial ............................................................................... 11

    2.4.2. Formato Matricial .............................................................................. 12 2.5. Operadores em Dados Vetoriais ........................................................... 13 2.5.1. Operadores Conceituais..................................................................... 13

    2.5.2. Operadores Geomtricos ................................................................... 15 2.6. Operadores em Dados Matriciais .......................................................... 24

    2.7. Trabalhos realizados ............................................................................. 26

    3. MATERIAIS E MTODOS ................................................................................. 32 3.1. Caracterizao do mapa a ser generalizado .......................................... 32

    3.2. Mtodo para generalizao em formato vetorial .................................. 33 3.3. Mtodo para generalizao em formato matricial ................................ 38

    3.3.1. 1o Cenrio .......................................................................................... 41

    3.3.2. 2 Cenrio .......................................................................................... 47 3.3.3. 3 Cenrio .......................................................................................... 51

    4. RESULTADOS E DISCUSSO .......................................................................... 52 4.1. Dados vetoriais ..................................................................................... 52 4.1.1. Operadores Classificao/Agregao ................................................ 52 4.1.2. Operador Eliminao......................................................................... 56

    4.1.3. Operador Suavizao......................................................................... 58 4.1.3.1. Variao de rea mdia ................................................................... 58 4.1.3.2. Variao de permetro mdio .......................................................... 59

    4.1.3.3. Variao de Kc mdio ..................................................................... 61 4.1.4. Grau de pureza das classes ................................................................ 62

    4.2. Dados Matriciais ................................................................................... 63 4.2.1. 1o Cenrio .......................................................................................... 63 4.2.1.1. Operador Categorizao.................................................................. 63

    4.2.1.2. Operadores Dilatao/Eroso e Amalgamao ............................... 67 4.2.1.3. Operador Eliminao ...................................................................... 70

    4.2.1.4. Operador Numrico ........................................................................ 72 4.2.1.4.1 Variao de rea mdia ................................................................. 72

    4.2.1.4.2 Variao de permetro mdio ........................................................ 74 4.2.1.4.3 Variao de Kc mdio ................................................................... 75

    4.2.1.5. Grau de pureza das classes .............................................................. 78 4.2.2. 2o Cenrio .......................................................................................... 80 4.2.2.1. Operadores Dilatao/Eroso e Amalgamao ............................... 80

  • 5

    4.2.2.2. Operador Eliminao ...................................................................... 83

    4.2.2.3. Operador Numrico ........................................................................ 85 4.2.2.3.1 Variao de rea mdia ................................................................. 85 4.2.2.3.2 Variao de permetro mdio ........................................................ 86

    4.2.2.3.3 Variao de Kc mdio ................................................................... 88

    4.2.2.4. Grau de pureza das classes .............................................................. 90 4.2.3. 3

    o Cenrio .......................................................................................... 93

    4.2.3.1. Operador Eliminao ...................................................................... 93 4.2.3.2. Operador Numrico ........................................................................ 96

    4.2.3.2.1 Variao de rea mdia ................................................................. 96 4.2.3.2.2 Variao de permetro mdio ........................................................ 97 4.2.3.2.3 Variao de Kc mdio ................................................................... 99

    4.2.3.3. Grau de pureza das classes ............................................................ 101

    5. CONCLUSO ..................................................................................................... 104 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 107 ANEXO 1 Resultado das variveis para dados vetoriais ...................................... 110 ANEXO 2 Grau de pureza para dados vetoriais ................................................... 111 ANEXO 3 Mapas resultantes dos dados vetoriais ................................................. 112 ANEXO 4 Resultado das variveis para dados matriciais - 1 Cenrio .............. 113 ANEXO 5 Grau de pureza para dados matriciais - 1 Cenrio ........................... 115 ANEXO 6 Mapas resultantes dos dados matriciais - 1 Cenrio ......................... 118 ANEXO 7 Resultado das variveis para dados matriciais - 2 Cenrio ............ 120 ANEXO 8 Grau de pureza para dados matriciais - 2 Cenrio ........................... 122 ANEXO 9 Mapas resultantes dos dados matriciais - 2 Cenrio ......................... 125 ANEXO 10 Resultado das variveis para dados matriciais - 3 Cenrio ............ 127 ANEXO 11 Grau de pureza de dados matriciais - 3 Cenrio ............................. 129 ANEXO 12 Mapas resultantes dos dados matriciais 3 Cenrio ...................... 132

  • 6

    1. INTRODUO

    A generalizao cartogrfica em meio digital, hoje uma possibilidade de

    automao de processos antes realizados manualmente, otimizando a relao

    custo/beneficio na produo de mapas multi-escala. A traduo do conhecimento

    cartogrfico para formas digitais assentada no desenvolvimento dos Sistemas de

    Informaes Geogrficas (SIG), o que exige dos profissionais que desenvolvem

    produtos cartogrficos a formalizao e padronizao destes conhecimentos, para desta

    forma, os expressar em forma algortmica, caracterizando a sua automatizao.

    No entanto, muitos autores discutem a problemtica da automao completa de

    mtodos de generalizao cartogrfica. McMaster e Shea (1992) realizaram uma

    perspectiva histrica a respeito do assunto, discutindo a possibilidade de automao.

    Primeiramente, os autores recorrem a um trabalho da Sociedade Americana de

    Cartografia, publicado em 1908 pelo cartgrafo alemo Max Eckert, que discute as

    dificuldades da generalizao e das formas de representao da superfcie terrestre.

    Eckert afirmava que a generalizao cartogrfica parte de uma interpretao subjetiva

    do profissional. Os autores citam ainda o trabalho de J.K Wright, que em 1942,

    considerava o processo de produo de mapas parte da imaginao do profissional, o

    que concorda com a idia de subjetividade de Max Eckert.

    O trabalho escrito por Raisz (1962) ainda mais enftico, quando afirma que

    no existem regras para generalizao cartogrfica, no entanto, devem consistir em

    processos de combinao, omisso e simplificao. O autor julga que para se

    generalizar um mapa de forma coerente, deve-se ter bons conhecimentos geogrficos e

    senso de proporo.

    McMaster e Shea no mesmo trabalho ressaltam que nos ltimos vinte anos,

    acadmicos e a indstria investem em pesquisa para a automao da generalizao,

    porm vem encontrando muitas dificuldades. Imhof (1982) afirmava que computadores

    e a inteligncia artificial nunca tero o poder de julgamento e a sensibilidade grfica e

    esttica para essa finalidade, que os contedos e a criao grfica esto essencialmente

    ligados a um trabalho crtico.

  • 7

    Pode-se observar ento, que a questo da subjetividade da generalizao de

    mapas, possivelmente o maior empecilho para a automatizao, pois a generalizao,

    mesmo realizada de forma manual, no segue a critrios rgidos de execuo.

    Em artigo mais recente Shen e Lin (2005) discutem a respeito da problemtica,

    questionando como descrever e representar informao geogrfica e como converter o

    conhecimento e experincia de profissionais para o meio digital e fazer com que

    computadores sintetizem a subjetividade. Discute-se que o ideal para um sistema

    automtico de generalizao, necessita de qualidade e quantidade de conhecimento

    cartogrfico, o que depende da formalizao da representao dos objetos geogrficos e

    um acordo sobre regras cartogrficas bem definidas.

    A ausncia de uma formalidade padro de como deve ser realizada a

    generalizao proporcionou a produo de diversos trabalhos que abordam a utilizao

    de determinados operadores que tem a mesma finalidade, generalizar um mapa em

    ambiente digital. Entretanto, o reflexo da falta de padro gerou trabalhos com modelos

    de conjunto de operadores divergentes.

    Os conjuntos de operadores propostos pelos autores so, em outras palavras, as

    tcnicas necessrias para se alcanar a generalizao, realizada em etapas. Muitos

    desses operadores esto disponveis em SIGs comerciais em forma de algoritmos, com

    o pressuposto de tornarem automticas as tarefas executadas manualmente.

    Ressalta-se que nenhum desses conjuntos de operadores so processados de

    forma totalmente automtica, pois, requerem que o usurio tenha senso crtico,

    conhecimento da rea e esttica suficientes para interferirem no processo.

    Assim, o objetivo desta pesquisa explorar os operadores para generalizar de

    forma semi-automtica o mapa de uso e cobertura do solo na bacia hidrogrfica do

    Crrego So Joaquim, Araponga MG, em escala original 1:20.000 para 1:50.000 em

    formato vetorial e formato matricial ou raster.

    A escolha da rea foi devido heterogeneidade de classes apresentadas, onde,

    utilizando os operadores para generalizao, pode-se verificar com clareza visual os

    efeitos da generalizao cartogrfica. Alm disso, um dos objetivos da pesquisa

    quantificar a quantidade de informao perdida no processo. A razo da reduo de

    escala procurou obedecer a princpios cartogrficos, onde redues de escala muito

    abruptas no so aconselhadas.

  • 8

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. Generalizao Cartogrfica

    Segundo Lopes (2005) generalizao cartogrfica definida como um processo

    de adequao da base de dados e de sua representao grfica, transformando o uso de

    dados geogrficos a diferentes nveis de abstrao, permitindo o uso da mesma

    informao a diferentes objetivos e usurios.

    De acordo com DAlge (2007) por generalizao cartogrfica se considera um

    processo cartogrfico que capaz de apresentar os dados em diferentes escalas

    (reduzidas), e tambm por transformaes da base de dados, diminuindo desta forma a

    complexidade.

    Para Meng (1997), a generalizao de um mapa um processo cognitivo, que

    deve criar visibilidade e legibilidade adaptveis ao espao de apresentao do mapa, em

    tela ou papel, aumentando sua percepo, o nmero de aplicaes e usurios possveis.

    Pode-se citar mais um sem nmero de conceitos sobre o que generalizao

    cartogrfica, pois, ir notar-se que h uma grande convergncia sobre este conceito. Por

    outro lado, sabe-se tambm que o conceito de generalizao cartogrfica no recente,

    sendo desenvolvido e estudado em paralelo com a cincia cartogrfica.

    O conceito de generalizao digital e sua conseqente automatizao so

    relativamente recentes em relao cartografia em geral. Nos ltimos vinte anos a

    questo vem recebendo destaque e est no bojo das discusses por especialistas da rea

    (McMaster e Shea, 1992). Segundo Meng (1997) esta problemtica foi formulada pela

    primeira vez nos anos 1960, onde recebeu respaldo at o incio dos anos de 1980, onde

    surgiram s contestaes e divergncias at 1990, onde permaneceu estagnado por meia

    dcada, havendo em 1995 uma nova retomada das pesquisas.

    2.2. Objetivos da Generalizao

    Em geral, o maior objetivo da generalizao reduzir a complexidade de base de

    dados e a geometria dos objetos, pressupondo uma visualizao menos poluda do

    contedo geogrfico, preservando as caractersticas e integridade dos dados geogrficos,

    reduzindo o nvel de detalhe na sua representao (ESRI, 1996).

  • 9

    Segundo Lopes (2005) a generalizao cartogrfica possibilita abstrair a

    representao da realidade, apresentando apenas a informao essencial, o que varia do

    grupo de usurios ou a finalidade do mapa, ou seja, realando as informaes relevantes

    de forma legvel para a escala reduzida. Atualmente, um dos objetivos da generalizao

    em relao manuteno, atualizao e distribuio dos dados geogrficos, pois, com

    o aumento de nmero de usurios da internet e SIG a demanda cada vez maior por

    dados geogrficos em diferentes escalas.

    As tcnicas aplicadas em SIGs so capazes de gerar novas informaes a partir

    do cruzamento de mapas, por exemplo, ao se avaliar temporalmente uma srie de mapas

    de uso e cobertura do solo, porm necessrio que os mapas se encontrem na mesma

    escala (Caetano et al, 2001). Sendo assim, um objetivo que vai alm da visualizao dos

    dados.

    Outra questo abordada em relao ao custo/beneficio. Ao realizar um novo

    mapeamento em escala reduzida, demanda-se mais tempo e gastos (Meng, 1997).

    2.3. Tipos de Generalizao

    So reconhecidos na literatura dois tipos bsicos de generalizao, divididos

    entre Generalizao do Modelo e Generalizao Geomtrica.

    O primeiro se trata da reestrurao do banco de dados, da semntica dos objetos

    e suas relaes, adaptando-os a escala reduzida, isto seguindo todos os preceitos de

    generalizao, que depende do usurio e objetivos (Muller, Lagrange & Weibel 1995;

    ESRI, 2000). Um exemplo deste tipo de generalizao a reduo de escala de um

    mapa pedolgico, no qual as classes de solos que possuem informao at o 5 nvel

    categrico, passariam para o 3 nvel categrico.

    Generalizao geomtrica corresponde ao tratamento grfico dos objetos, para

    adequao de sua apresentao em um novo espao grfico devido a redues de escala,

    o que torna o mapa mais legvel, reduzindo os possveis efeitos da reduo de escala,

    como poluio visual (Muller, Lagrange & Weibel 1995; ESRI, 2000) (Erro! Fonte de

    referncia no encontrada.). Um exemplo a reduo das nuances de uma linha

    correspondente a um rio, para uma forma geomtrica mais simples.

    Cabe lembrar que no so completamente independentes, pois, determinadas

    operaes sobre o modelo acarretam em alteraes geomtricas, assim como algumas

    operaes geomtricas alteram os atributos do banco de dados.

  • 10

    Figura 1. Reduo de escala sem e com aplicao de tcnicas de generalizao. (Fonte: Adaptado

    de McMaster e Shea 1992)

    A Figura 2 apresenta a relao entre a Generalizao do modelo e Generalizao

    geomtrica.

    Figura 2. Relao entre generalizao do modelo e generalizao geomtrica (Fonte: Adaptado de

    Lopes, 2005)

  • 11

    2.3.1. Generalizao do Modelo ou Conceitual

    A generalizao do modelo a possibilidade de manipulao da base de dados,

    independente da sua apresentao no mapa. Por vezes, objetos espaciais podem, devido

    a diferentes objetivos e usurios, ter representaes em diversas escalas, o que altera sua

    representao interna, denominada modelo. Um dos motivos para este tipo de operao

    possibilitar o acesso ao banco de dados de forma mais simples, como consultas

    analticas mais especficas (Lopes, 2005; Muller et al 1995).

    2.3.2. Generalizao Geomtrica

    Este tipo de generalizao esta ligado principalmente a seleo de objetos que

    esto apresentados em um mapa com escala grande e selecionar quais objetos so

    essenciais para serem apresentados em um mapa com escala reduzida, assim como a

    reduo de detalhes geomtricos desses objetos, filtrando o excesso de detalhes.

    Considera-se nesse caso a razo de reduo de escala, o propsito do mapa, usurios, o

    tamanho de apresentao dessas informaes, tanto em tela (digital) quando em papel

    (analgico). Porm, para tanto, requisitado do profissional bom senso esttico e

    conhecimento do espao e dos objetos apresentados assim como suas relaes de

    importncia, no momento de operacionalizar esse tipo de generalizao (Davis Junior e

    Laender, 1999).

    2.4. Estruturas de Dados em Formato Vetorial x Formato Matricial

    Antes de abordar os operadores para generalizao cartogrfica, importante

    ressaltar que em SIG trabalha-se com dois formatos de dados, vetorial e matricial.

    Assim, a generalizao pode ser realizada para os dois formatos, utilizando diferentes

    operadores para ambos, devido distino das estruturas.

    2.4.1. Formato Vetorial

    Os dados em formato vetorial correspondem a trs elementos grficos: linhas,

    pontos e polgonos ou rea (Figura 3).

    Um ponto representado por sua coordenada espacial (x,y), alm de dados no-

    espaciais, chamado atributos, que a codificao interna desse ponto, indicando o que

  • 12

    ele representa. As linhas so um conjunto de pontos conectados em cada um de seus

    vrtices, cada um com sua coordenada espacial e tambm tem sua codificao interna,

    indicando o atributo associado a esta linha. Um polgono ou rea definido por arcos e

    ns, delimitando sua regio no plano, onde o ultimo ponto de uma linha idntico ao

    primeiro da prxima, ele se fecha em si mesmo e tambm h um atributo associado a

    cada polgono (Cmara, 2005).

    Figura 3. Representaes de dados vetoriais (Fonte: Adaptado de Cmara, 2005)

    2.4.2. Formato Matricial

    A estrutura de dados em formato matricial representada por uma grade regular

    (Figura 4), onde cada quadrado dessa grade denominado clula ou pixel, que

    representa um ou mais atributos. A cada uma dessas clulas atribudo um cdigo que

    se refere ao atributo ou objeto especifico, da maneira que o SIG reconhea qual

    elemento ou objeto essa clula pertence. Neste tipo de estrutura, o espao representado

    por uma matriz P(m.n) que composta por m colunas e n linhas, e cada clula possui

    uma localizao nessa coluna e linha que recebe um valor correspondente ao atributo

    especfico, alm de conterem um par de coordenadas.

    Este tipo de representao entende que o espao pode ser tratado como uma

    superfcie plana, recortada por essa malha regular, e cada recorte, no caso, a clula

    ou pixel, representa uma poro do terreno. A resoluo espacial, que corresponde ao

  • 13

    tamanho (lado x lado) de cada clula o tamanho em rea que essa clula corresponde a

    uma rea no terreno. Por exemplo, uma clula com resoluo espacial de 20 metros,

    representa uma rea de 400m2 no terreno (Cmara, 2005).

    Uma das formas mais usuais de formatos matriciais so as imagens obtidas por

    sensoriamento remoto, ou dados onde necessitam de representaes em gradientes,

    como nveis de poluio do ar, modelos digitais de altitude, declividade do terreno,

    entre outros.

    Figura 4. Estrutura Matricial (Fonte: Cmara, 2005)

    2.5. Operadores em Dados Vetoriais

    Entende-se por operadores, as tcnicas empregadas com uma finalidade

    especfica que, reunidas alcanam o objetivo, a generalizao.

    Como j foi apresentado, existem dois tipos de generalizao, generalizao do

    modelo e generalizao geomtrica. Assim, os operadores so separados de acordo

    esses dois tipos, um grupo atuando sobre os atributos dos objetos e os outros sobre a

    geometria dos objetos, ressaltando que determinados tipos de operadores podem ao

    mesmo tempo, alterar os atributos e a geometria e vice-versa.

    2.5.1. Operadores Conceituais

    Classificao Classifica objetos que tem caractersticas idnticas ou

    semelhantes passiveis de serem classificadas em uma nica classe mais genrica

    (Robinson e Sale, 1969; McMaster e Shea, 1992; Davis, 1999). Exemplo: Em um mapa

    de solos detalhado originalmente at o 3o

    nvel categrico, agrupam-se as classes com

  • 14

    caractersticas semelhantes at o 1o nvel categrico, os reunindo em uma nova classe

    (Figura 5).

    Figura 5. Operador Classificao

    Agregao: Este operador agrega reas adjacentes que tem o mesmo atributo,

    mas que so consideradas como indivduos, transformando-os em um nico objeto.

    (Lee, 1993; ESRI, 1996). Este operador pode ser considerado tanto do modelo quanto

    geomtrico, atuando tanto nos atributos dos objetos quanto em sua geometria.

    Exemplo: Classes de uso do solo so agrupadas de acordo com caractersticas de

    cultivo semelhantes (Figura 6).

  • 15

    Figura 6. Operador Agregao

    2.5.2. Operadores Geomtricos

    Colapso: Relativo mudana de dimenso do objeto aps a reduo de escala.

    Um objeto polgono de dimenso 2-D, aps a reduo, seria representado por uma linha

    1-D ou ponto 0-D. (McMaster e Shea, 1992; ESRI, 1996; Davis, 1999) Exemplo: Um

    polgono representando uma mancha urbana escala de origem seria representado por um

    ponto na escala reduzida (Figura 7).

  • 16

    Figura 7. Operador Colapso

    Exagero: Objetos importantes, porm, relativamente pequenos, e que na escala

    reduzida ficariam despercebidos e/ou eliminados, tem sua dimenso aumentada

    propositalmente para ganhar maior destaque. (McMaster e Shea, 1992; Davis, 1999).

    Exemplo: Num mapa hidrogrfico, lagoas e/ou lagos que so relativamente pequenos,

    mas de importncia para a finalidade so exagerados para constarem no mapa reduzido

    (Figura 8).

  • 17

    Figura 8. Operador Exagero

    Deslocamento: Muda-se intencionalmente a posio de um objeto, objetivando

    no sobrepor outra feio adjacente. (McMaster e Shea, 1992; Davis, 1999). Exemplo:

    deslocamento da linha de divisa entre bairros para destacar uma rua ou avenida, que so

    limitantes. No entanto, segundo Muller et al (1995) este o operador mais difcil de

    implementar e apesar de algumas solues disponveis, elas no cobrem a gama de

    conflitos possveis.

  • 18

    Figura 9. Operador Deslocamento

    Eliminao: Quando um determinado objeto tem rea inferior rea mnima

    mapevel (AMM) ele eliminado do mapa final (Peng, 2000). Exemplo: Um mapa

    temtico qualquer tem para a escala reduzida rea mnima mapevel de 1 hectare, se

    qualquer polgono estiver abaixo deste valor, eliminado (Figura 10).

  • 19

    Figura 10. Operador Eliminao

    Refinamento: Este operador refere-se manuteno do aspecto geral de um

    grupo de objetos a partir da reduo de sua complexidade, da densidade, como

    conseqncia pode-se eliminar, deslocar ou exagerar os objetos. No entanto, se preserva

    o aspecto geral do grupo (McMaster e Shea, 1992; ESRI, 1996; Davis, 1999). Exemplo:

    Em um mapa hidrogrfico, eliminam-se os cursos dgua menos significativos de uma

    bacia hidrogrfica (Figura 11).

  • 20

    Figura 11. Operador Refinamento

    Simplificao: Retira-se do polgono e/ou linha os vrtices considerados

    redundantes, desnecessrios, e retm os vrtices considerados essenciais, que preservam

    o aspecto caracterstico do objeto. (McMaster e Shea, 1992; ESRI, 1996; Davis, 1999;

    Peng, 2000; Lopes, 2005). Exemplo: Eliminam-se vrtices desnecessrios para

    representao de curvas de nvel (Figura 12).

  • 21

    Figura 12. Operador Simplificao

    Suavizao: Os vrtices so deslocados de forma a reduzir a angularidade dos

    objetos, diminuindo as quinas nas bordas, garantindo uma representao

    esteticamente mais agradvel. Este operador comumente utilizado aps a

    simplificao, pois, aps a eliminao de vrtices comum observar uma maior

    angularidade (McMaster e Shea, 1992; Davis, 1999; Lopes, 2005). Exemplo: Aps

    eliminar os vrtices das curvas de nvel, aplica-se este operador para garantir um

    aspecto mais natural (Figura 13).

  • 22

    Figura 13. Operador Suavizao

    Unificao: Quando duas linhas paralelas, de mesmo atributo, se encontram

    muito prximas, so unidas em uma nica linha. (McMaster e Shea, 1992; Davis, 1999).

    Exemplo: Quando duas rodovias paralelas, de sentidos opostos, so representadas com

    um pequeno espao entre si, na reduo de escala este pequeno espao torna-se

    impossvel de ser representado, assim, as linhas se unem (Figura 14).

  • 23

    Figura 14. Operador Unificao

    Destaque: Altera a maneira de apresentar um objeto, ou seja, o seu smbolo,

    porm, no modifica suas dimenses, apenas o torna mais adequado ao novo espao de

    visualizao, tornando-o mais legvel. (McMaster e Shea, 1992 e Davis, 1999).

    Exemplo: num mapa turstico, os smbolos relativos localizao de restaurantes,

    bancos, postos de gasolina e outros servios so destacados (Figura 15).

  • 24

    Figura 15. Operador Destaque

    2.6. Operadores em Dados Matriciais

    Enquanto a generalizao dos dados vetoriais pode ser dividida no campo de

    atributos e no campo geomtrico, a generalizao de dados em formato matricial

    essencialmente ligada ao campo dos atributos, onde a unidade lgica a clula (ou

    pixel) que atribuda um conjunto de propriedades (Nunes e Barreiro, 2001).

    Um modelo de generalizao matricial foi desenvolvido por McMaster e

    Monmonier em 1989 (Mcmaster e Veregin 1996; Muller 1991), onde propuseram

    quatro operadores bsicos:

    Estrutural: Esta ligada a reestruturao da matriz, diminuindo o nmero de

    pixels e aumentando seu tamanho. Porm, a estrutura mantida. Com o aumento do

    tamanho dos pixels de 20 metros para 50 metros, por exemplo, a rea do terreno

    representada pelo pixel passar de 400 m2

    para 2.500 m2, desta forma, alterando a

  • 25

    representao do terreno. Exemplo: Num mapa de uso e cobertura com tamanho de

    pixel de 20 metros, ou 400m2, este pixel representa uma rea no terreno que corresponde

    a 100m2 de plantio de caf e 300m

    2 de mata, num pixel de 50 metros, abrangendo uma

    rea maior, o pixel corresponde no terreno 200m2 plantio de caf, 2.000 m

    2 de mata e

    300 m2

    plantio de cana.

    Numrica: Tambm denominada filtros espaciais, este tipo de generalizao

    atua principalmente reduo da complexidade da imagem reduzindo as variaes de

    valores da matriz. Este operador causa uma espcie de borramento na imagem,

    diminuindo os contrastes, atravs de uma mscara ou janela que percorre toda a imagem

    tendo um ncleo (pixel) central e alterando seu valor de acordo com os valores vizinhos.

    Exemplo: Aplicao de um filtro majoritrio, ou de maioria, onde o pixel central recebe

    o valor mais frequente dos seus vizinhos, isso varia de acordo com o tamanho da

    mscara aplicada.

    Categorizao: Envolve mtodos de reduo de detalhes atravs do

    agrupamento em classes mais genricas como o agrupamento por temas (uso, tipo de

    solo) ou por intervalos de valor. Exemplo: Em um mapa municipal, ruas, avenidas,

    edificaes, etc, seriam categorizadas como malha urbana.

    Categorizao numrica: Este operador denominado na literatura de

    sensoriamento remoto como classificao de imagens. Ao invs da imagem ter no valor

    do pixel o valor de nvel de cinza, esses valores so classificados em classes,

    transformando a imagem em um mapa temtico, facilitando sua visualizao e

    interpretao. Trs tcnicas so bem conhecidas no campo do Sensoriamento Remoto, o

    algoritmo da Mxima Verossimilhana (MaxVer); Paraleleppedo e Distncia Mnima.

    H ainda outros tipos de operadores, como abordados por Meng (1997):

    Eliminao: Segue o mesmo principio do operador de mesmo nome para dados

    vetoriais, no entanto, aqui se considera o conjunto de pixels que determinam uma rea,

    sendo assim, o conjunto de pixels que no correspondem a AMM so excludos.

    Amalgamao: Pixels de mesmo valor que esto prximos, porm, no esto

    conectados, passam a se conectar. usualmente aplicado a grupo de pixels que tem a

    AMM insuficiente, pois, aps esta operao podem passar a ter rea superior e no

    serem excludos.

    Dilatao: Os agrupamentos de pixels so expandidos de acordo com o limiar

    proposto, em numero de pixels.

    Eroso: Aplica-se este operador aps a dilatao, removendo pixels esprios.

  • 26

    Os operadores propostos por Meng (1997) costumam operar de forma

    seqencial, da seguinte forma: Aplica-se o operador dilatao em agrupamentos de

    pixels com rea mnima mapevel inferior ao exigido, aps, aplica-se o operador eroso

    que retorna com o valor de pixel proposto no operador anterior, os pixels dilatados pelo

    operador dilatao que no se conectaram, so excludos pelo operador eroso, os que

    conectaram foram amalgamados, e por fim, o operador eliminao, onde grupos de

    pixels que no tem rea superior AMM so excludos.

    importante ressaltar que no necessrio o emprego de todos os operadores

    (tanto em vetorial como matricial) para se generalizar um mapa, isto ir depender

    essencialmente das caractersticas dos objetos contidos no mapa.

    2.7. Trabalhos realizados

    Alguns trabalhos chegaram concluso sobre o uso de um conjunto de

    operadores e diferentes algoritmos.

    O trabalho realizado por D Alge (2007) faz uma adaptao do conjunto de

    operadores propostos por McMaster e Shea (1992). realizado aqui a generalizao do

    mapa de vegetao da Amaznia brasileira na escala original 1:250.000 para

    1:1.000.000; 1:5.000.000 e 1:15.000.000 de forma gradativa, sem mudana de escala

    abrupta.

    Seu mtodo baseado em trs etapas: limpeza de dados, onde utiliza o operador

    simplificao; simplificao da base de dados, utilizando o operador classificao e

    agregao e a ultima etapa denominada simplificao cartogrfica, onde faz o uso dos

    operadores de eliminao e novamente simplificao. Porm, neste caso, simplifica-se

    as linhas utilizando diferentes tolerncias baseadas na razo de mudana de escala. Os

    operadores foram utilizados separadamente nas quatro folhas que unidas constituem o

    mapa da rea de estudo

    Para tanto, aplicou-se na ltima etapa de simplificao trs diferentes

    algoritmos: Douglas e Peucker; Razo rea-Permetro e Distncia Acumulada. Os

    softwares utilizados foram TERRAVIEW e SPRING.

    Antes de continuar, cabe explicar o funcionamento dos trs algoritmos.

    Douglas e Peucker (Figura 16): um algoritmo disponvel em quase todos os

    SIGs comerciais. um mtodo de avaliao global, pois a avalia a linha como um

    todo. Este mtodo baseado no uso de distncias perpendiculares entre um segmento de

  • 27

    reta que liga o primeiro e o ultimo ponto da linha e os pontos que constituem essa reta.

    Desta forma, se nenhum ponto da linha encontra-se mais afastado do que certa distncia

    vertical ao segmento de reta que liga os extremos da linha, esse segmento de reta

    ento, suficiente para representar a linha. O valor da distncia vertical a tolerncia

    definida pelo usurio. No entanto, um mtodo que peca por no ter uma relao direta

    entre a tolerncia definida e a razo de mudana de escala pretendida.

    Figura 16. Mtodo de simplificao de linhas de Douglas e Peucker (Fonte: DAlge, 2007).

    Razo rea-Permetro: Utiliza o mesmo procedimento de analise global da

    linha utilizado no mtodo de Douglas-Peucker. No entanto, diferencia-se por adotar a

    razo rea/permetro que calculada a partir da tolerncia definida. O uso deste mtodo

    permite que tringulos formados por trs pontos que tenha um ngulo agudo (>0o

  • 28

    primeira generalizao de 1:250.000 para 1:1.000.000 a tolerncia foi ento de 0,4 mm.

    O autor, subjetivamente, adiciona mais um valor de tolerncia para as duas rotinas, pela

    soma e subtrao de 0,1 mm tolerncia bsica usada para a mudana de escala que se

    pretende fazer.

    Para a rotina de Distncia acumulada, baseou-se na idia de acuidade visual,

    estipulada pelo Padro de Exatido Cartogrfica (PEC) como sendo 0,2 mm. Utilizado

    ento, como a tolerncia mnima, e como nas rotinas anteriores, multiplica-se esse valor

    pela razo de escala pretendida. Novamente, o autor testa o valor de tolerncia definido

    pela soma e subtrao de 0,1 pela tolerncia bsica usada na mudana de escala que se

    pretende fazer.

    A maneira de analisar os dados foi de forma quantitativa, a partir das estatsticas

    geradas de: nmero de polgonos por plano de informao; nmero de linhas por plano

    de informao; nmero de vrtices no total de linhas de um plano de informao.

    Tambm foi analisada de forma qualitativa, comparando visualmente por sobreposio

    os mapas gerados com mapas j publicados com a mesma escala, obtidos no IBGE.

    A primeira etapa de anlise dos resultados foi de acordo com a seqncia de

    operadores utilizados.

    O primeiro, limpeza de dados, utilizando o operador simplificao de linhas,

    com tolerncia padro de 0,1 mm, foi avaliado estatisticamente a partir do nmero de

    vrtices eliminados. Constatou-se que houve reduo de vrtices superior a 20% em

    todos os quatro mapas, com um mnimo de 23,7% e mximo de 40,6%. Esta variao

    normal, pois, a reduo de vrtices considerados redundantes varia de acordo com o

    contedo de cada mapa. Pode-se notar que no houve mudana relevante na esttica dos

    mapas apresentados, o que corrobora a idia da redundncia dos pontos (ou vrtices).

    Na segunda etapa de anlise dos dados, utilizando os operadores classificao e

    agregao. Nesta etapa, segundo o autor, foram definidas algumas regras para classificar

    e agregar as diferentes taxonomias apresentadas em seus mapas, cada uma de acordo

    com a mudana de escala, quanto mais reduzida a escala, mais generalizada,

    conseqentemente, ser a taxonomia adotada. Pode-se perceber que houve uma

    homogeneizao dos mapas, pois, classes taxonomicamente idnticas ou semelhantes

    foram agregadas.

    Na ultima etapa, simplificao cartogrfica, foram utilizados os operadores de e

    eliminao de polgonos e simplificao de linhas de acordo com tolerncia definida

    pela razo de escala. Para eliminar os polgonos, foi adotado um padro proposto pelo

  • 29

    PEC de 0,25 mm na escala do mapa e outro critrio, mais subjetivo, de 1 mm na escala

    do mapa, onde polgonos menores que essas medidas (na escala alvo) so eliminados.

    As quantidades de polgonos eliminados aumentaram numa proporo direta da reduo

    de escala.

    No ultimo operador de simplificao de linhas, onde foram comparadas as

    rotinas para os trs algoritmos verificou-se que se manteve o padro de diminuio de

    vrtices de acordo com o aumento da tolerncia e a diminuio de escala para todos os

    casos.

    A rotina utilizada no algoritmo Douglas e Peucker foi a que eliminou o maior

    nmero de vrtices, seguido da Razo rea-Permetro e Distncia Acumulada.

    Na anlise dos resultados visuais, notou-se que na reduo de escala de

    1:250.000 para 1:1.000.000 foi satisfatrio, mas, a medida que se reduzia a escala,

    foram detectados problemas topolgicos, isto para os trs algoritmos. A rotina para o

    algoritmo Distncia acumulada foi a que apresentou a menor quantidade de problemas

    topolgicos, no entanto, como no analisa a linha em sua totalidade, deixou de

    selecionar vrios pontos considerados crticos pelos dois outros algoritmos.

    No trabalho publicado por Dal Santo e Loch (2008) foram aplicados dois

    algoritmos de simplificao de linhas disponveis no SIG ArcGis para avaliao dos

    resultados.

    Os algoritmos foram Douglas e Peucker e uma adaptao do algoritmo de Wang

    (ESRI, 1996). Este ltimo um algoritmo que trabalha com reconhecimento de arcos,

    analisando suas caractersticas e eliminando os mais insignificantes, porm, preserva a

    forma principal do objeto.

    Neste trabalho no foram utilizados outros operadores, apenas o de

    simplificao. A escolha das tolerncias foi definida de forma subjetiva, trabalhando-se

    com as tolerncias de 10 m e 20 m para ambos os algoritmos.

    Na rotina aplicada sobre o algoritmo Douglas e Peucker observou-se uma grande

    reduo de vrtices, com 94% de reduo para tolerncia de 10 m e 97% para tolerncia

    de 20 m. A rotina aplicada sobre o algoritmo Wang preservou uma quantidade muito

    elevada de vrtices, eliminando 35% com tolerncia de 10 m e 45% com tolerncia de

    20 m.

    Na anlise visual, pode-se perceber que a linha original sofreu grande

    perturbao geomtrica e topolgica utilizando as rotinas do algoritmo Douglas e

    Peucker, e no algoritmo de Wang, as rotinas utilizadas apresentaram menor eliminao

  • 30

    de pontos, assim, a forma da linha original no sofreu grandes modificaes, e

    apresentou melhores resultados visuais e topolgicos.

    O trabalho produzido por Carvalho Junior et al (2005) objetivou generalizar o

    mapa de solos de Minas Gerais na escala original de 1:500.000 para 1:1.000.000. Para

    tanto, utilizou-se de trs operadores, um operador geomtrico, eliminao, e dois

    operadores de generalizao do modelo, classificao e agregao.

    Em princpio, o autor reclassificou as classes de solos do mapa original de

    acordo com a taxonomia do Sistema Brasileiro de Classificao de Solos, proposto pela

    Embrapa em 1999. Nesta fase, as unidades de mapeamento foram ajustadas em relao

    ao primeiro componente de cada unidade de mapeamento, reduzindo de 297 para 114

    unidades.

    O passo seguinte, foi a agregao de polgonos adjacentes com o mesmo valor

    de atributo especifico, diminuindo de 3.067 polgonos para 2.388.

    O operador geomtrico utilizado eliminou polgonos que estivessem abaixo do

    limite estipulado de rea mnima mapevel, reduzindo a quantidade de polgonos para

    1.262.

    O autor considerou que a generalizao empregada apresentou bons resultados,

    pois, manteve a proporo de rea dos solos, no alterando de forma expressiva a

    ocorrncia de cada classe de solo, sendo assim, coerente com o mapa original.

    O Grupo de Deteco Remota (sensoriamento remoto) do Instituto Geogrfico

    Portugus, elaborou uma extenso para ambiente ArcView 3.2 (ESRI) para

    generalizao em formato matricial, denominada RasterGen (Nunes e Caetano, 2006)

    Essa extenso se baseia nos operadores de generalizao numrica e categrica

    definidos por McMaster e Monmonier (1989) em forma seqencial, que tambm utiliza

    operadores descritos por Meng (1997).

    Existem trs mdulos disponveis, Custom Boundary Clean, Gen Min e Gen

    Max, cada um operando de acordo com uma determinada seqncia de operaes. Aqui,

    cabe uma observao importante, nesta extenso, feita uma tabela de prioridade entre

    as classes (isso para todos os trs mdulos), que ajudam cada algoritmo a realizar suas

    operaes, por exemplo, quando tem sobreposio de classes, a que tiver maior

    prioridade prevalece.

    No primeiro mdulo, utilizado o operador de eliminao de grupos de pixels

    com rea inferior AMM determinada. Pode-se ainda aplicar um filtro de maioria,

    aplicando uma janela 3x3 com quatro ou oito vizinhos, onde o pixel central tem seu

  • 31

    valor alterado de acordo com os pixels predominantes na vizinhana. A operao de

    expanso e eroso tambm disponibilizada neste modulo, atuando apenas sobre os

    grupos de pixels com rea inferior a rea mnima mapevel, que no final dessa operao,

    podem obter valores superiores e no serem eliminados.

    No segundo mdulo, Gen Min, tambm adotado o operador eliminao.

    Enquanto o primeiro mdulo atua sobre todo o mapa ou sobre as reas inferiores a

    AMM, o modulo Gen Min atua sobre as reas inferiores AMM at um limiar definido

    pelo usurio. Alm disso, existe uma diferena fundamental em relao ao primeiro

    mdulo, pois, se houve um grupo de pixels de rea inferior a AMM, mas no houver

    pixels prximos pertencentes mesma classe, permitido aproveitar a existncia de

    pixels contguos de outras classes para fazer a generalizao, levando em conta a

    prioridade de uma classe sobre a outra.

    O modulo Gen Max semelhante aos outros dois, no entanto, a diferena

    fundamental que o ponto de partida do algoritmo sobre os grupos de pixels com rea

    igual ou superior AMM. O algoritmo aproveita a existncia de grupos de pixels

    contguos com rea inferior AMM, assim, esses grupos de pixels so agregados

    grupos de reas maiores, eliminando o grupo menor, no entanto, tambm utilizada a

    prioridade de uma classe sobre a outra.

    Podemos observar diante dos trabalhos expostos, que cada autor utiliza de sua

    prpria experincia, subjetividade e induo no momento de escolher e aplicar seus

    operadores, e obtm diferentes resultados. Desta forma, fica explcito que quando se vai

    generalizar um mapa no existe um conjunto correto de operadores e algoritmos, pois,

    depende do objetivo, do contedo do mapa, da razo de mudana de escala e outros

    fatores que implicam nesta deciso.

    H certa carncia de trabalhos que aplicaram os operadores de generalizao em

    seus trabalhos, principalmente em dados matriciais. O trabalho desenvolvido pelo

    Instituto Geogrfico Portugus, descrito anteriormente, elaborou a extenso Raster Gen,

    onde agrupa algoritmos existentes nos SIGs da ESRI em trs mdulos, contribui de

    forma expressiva para padronizar de forma coerente a generalizao, buscando a

    automatizao completa do processo.

  • 32

    3. MATERIAIS E MTODOS

    3.1. Caracterizao do mapa a ser generalizado

    Para a realizao desta pesquisa, foi adquirida uma imagem em formato

    matricial de uso e cobertura do solo da bacia hidrografia do Crrego So Joaquim,

    Araponga Minas Gerais, que foi produto da dissertao de Portes (2010). Esta imagem

    foi classificada automaticamente utilizando o classificador por regies Bhattacharya e

    foram geradas 15 classes.

    Esse produto foi gerado a partir de imagem de satlite IKONOS com resoluo

    espacial de 4 metros em escala 1:20.000. Esta imagem ento, j foi generalizada de

    acordo com o operador categorizao proposto por McMaster e Monmonier (1989),

    pois, cada pixel da imagem original corresponde a um nvel de cinza, que foram

    agrupados nas 15 classes, onde cada uma destas classes correspondiam a um

    determinado intervalo de valor de nvel de cinza.

    Mapas derivados de imagem de satlites com alta resoluo espacial so em

    geral para publicaes em escalas grandes, com contedos mais especficos e

    detalhados, como neste caso, em que Portes (2010) obteve um mapa de classificao do

    uso e cobertura do solo em reas que ocorrem manejo convencional e agroecolgico. No

    sistema agroecolgico encontra-se uma maior variedade de culturas nas propriedades

    rurais do que nos sistemas convencionais, gerando assim, maior heterogeneidade de

    grupos de pixels no resultado da classificao.

    A bacia hidrogrfica est localizada na Zona da Mata mineira, regio dos mares

    de morros, apresentando relevo bastante acidentado (RESENDE, 1996), desta forma,

    condiciona o uso agrcola em pequenas propriedades, sendo assim, mais outro fator que

    contribui para a heterogeneidade da classificao.

    A Tabela 1 apresenta as classes de uso e cobertura do solo, com suas respectivas

    reas totais (hectares) e em relao ao total da rea da bacia.

  • 33

    Tabela 1. rea total e relativa ao total da rea da bacia

    CLASSES rea total (ha) rea relativa (%) Nmero de polgonos Aflor.rochoso 74 6,27 182

    gua 7 0,47 23

    Caf com rvore 59 2,84 244

    Caf solteiro 264 25,80 363

    Cana 14 0,94 38

    Cana queimada 1 0,11 5

    Eucalipto 70 4,61 224

    Eucalipto clonado 11 0,95 29

    Mata 76 6,15 192

    Milho 41 3,55 91

    Pastagem 386 43,45 169

    S/Classificao 13 0,82 44

    Solo exposto 25 1,80 77

    Sombra 12 0,82 42

    Taboa 30 1,42 98

    TOTAL 1.083 100 1.821

    Todo o trabalho foi executado em ambiente ArcGis 9.3 (ESRI, 2007). Este SIG

    disponibiliza uma variada gama dos operadores necessrios para a realizao desta

    pesquisa.

    A metodologia ser descrita em duas partes, onde a primeira sero abordados os

    mtodos e operadores utilizados no formato vetorial e na segunda parte sero descritos

    os mtodos e operadores para o formato matricial.

    3.2. Mtodo para generalizao em formato vetorial

    O incio dos trabalhos no formato vetorial consistiu em transformar a base de

    dados original, que se encontrava em formato matricial, para vetorial. Antes de executar

    esse procedimento, um primeiro operador, que pode ser utilizado para os dois tipos de

    dados, foi executado, o operador classificao (em raster a nomenclatura

    categorizao), onde a tabela de atributos do arquivo original, foi reclassificada de

    forma a diminuir a quantidade de classes originais. Para executar esses passos, utilizou-

    se a caixa de ferramentas Spatial Analyst com a ferramenta Reclassify (Figura 17).

  • 34

    Figura 17. Ferramenta Reclassify.

    A reclassificao das classes objetivou classificar os semelhantes tipos de uso do

    solo em classes mais genricas.

    O prximo passo foi converter o formato de dados, utilizando a caixa de

    ferramentas Spatial Analyst executando a ferramenta Convert Raster to Feature.

    Naturalmente, quando se reclassifica as classes em um grupo maior, em dados

    formato raster, o operador agregao executado, pois, no formato raster, no existe

    limite entre classes como nos arquivos vetoriais, a agregao feita no momento da

    reclassificao, e quando so exportados para vetor, os limites entre classes

    semelhantes, que seriam eliminados, j no existem mais.

    Estes dois operadores, classificao e agregao, so parte dos operadores

    conceituais, que operam sobre a tabela de atributo dos dados.

    O primeiro operador geomtrico utilizado foi eliminao, onde as reas que

    tinham rea inferior AMM foram eliminadas. Para determinar a AMM foi utilizada a

    Lado = escala alvo x acuidade visual (Equao 1:

    Lado = escala alvo x acuidade visual (Equao 1)

    Onde:

  • 35

    rea em m2 = lado x lado/ 100m;

    AMM em hectares = rea/10.000 m.

    Neste caso aplica-se:

    Lado = 50.000 x 0,2 /100 = 100 m;

    rea em m = 100x100 = 10.000 m;

    AMM em hectares = 10.000/10.000 = 1 ha.

    O algoritmo disponvel no SIG utilizado encontra-se na caixa de ferramentas

    Data Management Tools Generalization, na ferramenta Eliminate (Figura 18). Este

    algoritmo elimina a classe com a rea inferior a tolerncia aplicada, AMM, e a substitui

    pela classe vizinha de maior rea.

    Figura 18. Ferramenta Eliminate.

    O prximo operador geomtrico foi suavizao, este operador suaviza as bordas

    rearranjando os vrtices dos polgonos e/ou adicionando novos vrtices. Neste caso,

    como o arquivo foi produto de uma importao de formato raster, verificou-se que os

    polgonos gerados apresentaram muitas quinas, demandando o uso deste operador.

    Foram aplicados dois diferentes algoritmos, disponveis na caixa de ferramentas

    Data Management Tools - Generalization, ferramenta Smooth Polygon (Figura 19). So

    encontrados aqui dois diferentes algoritmos:

  • 36

    Figura 19. Ferramenta Smooth Polygon

    PAEK: sigla para Polynomial Approximation with Exponential Kernel,

    produz polgonos suavizados e podem ser adicionados novos vrtices na linha original,

    a tolerncia especificada determina a localizao de novos vrtices ou deslocamento dos

    existentes. No nosso caso foi especificada uma tolerncia de 30 metros (Figura 20).

    Bezier: Neste algoritmo so geradas curvas entre os vrtices e no necessita

    definir tolerncia (Figura 20).

    Figura 20. Algoritmo PAEK e Bezier

    Para avaliar qual algoritmo produziu melhores resultados, que no nosso

    entendimento significa o que menos alterou as formas dos polgonos, foram adotados

    quatro valores de variao: rea mdia, permetro mdio, coeficiente de compacidade

    (Kc) e o desvio-padro mdio (para cada parmetro) para cada classe. Cada uma destas

    variveis foram extradas do mapa anterior suavizao, ou seja, o mapa aps aplicar o

  • 37

    operador eliminao. Estas variveis extradas foram a base de valores para comparao

    entre os dois algoritmos de suavizao. Desta maneira, foi elaborado um grfico

    comparativo com as variveis: rea mdia, permetro mdio e coeficiente de

    compacidade mdio. O desvio-padro um dado complementar e no foi exposto em

    grfico, apenas em tabela. Entende-se que o algoritmo que menos provocou

    modificaes nas variveis em estudo foi o mais eficaz.

    O parmetro Coeficiente de compacidade (Kc) usualmente utilizado para

    anlise morfomtrica de bacias hidrogrficas. Esta equao permite conhecer o grau de

    irregularidade de um polgono. O valor mais prximo de 1 tende para forma de crculo,

    formas irregulares so superiores este valor (Villela e Matos, 1975) Kc = 0,28 x P/A

    (Equao 2).

    Kc = 0,28 x P/A (Equao 2)

    Onde:

    P = Permetro

    A = rea

    Terminada a utilizao dos operadores, o passo seguinte foi quantificar as reas

    perdidas de cada classe que ao longo do processo de generalizao foram a incorporadas

    em outras classes.

    O arquivo original, em formato raster, foi novamente exportado para vetorial,

    porm, sem reclassificar, ou seja, o arquivo foi exportado com os dados brutos, sem a

    execuo de qualquer tipo de operador.Foi realizada uma tabulao cruzada,

    comparando o mapa original com o final, aps a utilizao de todos os operadores

    descritos e aplicao dos dois algoritmos de suavizao. A ferramenta para executar

    essa operao encontra-se na caixa de ferramentas Spatial Analyst Zonal Tabulate

    rea.

    Por ltimo, foi realizada uma anlise visual dos resultados em escala reduzida,

    comparando o mapa original, com os dois produtos finais, resultantes dos algoritmos

    PAEK e Bezier. O esquema da Figura 21 apresenta a sequncia dos operadores

    utilizados.

  • 38

    Figura 21. Sequncia para formato vetorial.

    3.3. Mtodo para generalizao em formato matricial

    Para generalizao em formato matricial, foram aplicados os operadores:

    categorizao, dilatao e eroso, amalgamao, eliminao e numrica.

    Foram realizados trs cenrios distintos, os dois primeiros alterando a aplicao

    dos operadores dilatao e eroso e o ultimo no utilizando estes operadores. Nesta

    pesquisa, entendeu-se que o operador amalgamao resultado da aplicao destes

    operadores, assim, o ltimo cenrio uma contra-prova, verificando a real necessidade

    do uso de tais operadores, se a amalgamao preservou grupos de pixels que poderiam

    ser eliminado mas, que aps este operador, apresentaram rea superiores AMM.

    Na Figura 22 apresentado um modelo da atuao dos operadores dilatao,

    eroso e amalgamao. Na figura da esquerda, a cor amarela representa os pixels

    dilatados, a figura da direita representa os pixels erodidos e amalgamados.

  • 39

    Figura 22. Atuao dos operadores dilatao e eroso

    O SIG utilizado oferece duas maneiras de utilizar esses operadores. Na caixa de

    ferramentas Spatial Analyst - Generalization, ferramenta Boundary Clean encontra-se

    este algoritmo que utiliza dilatao e eroso consecutivamente, permitindo o operador a

    escolher trs tipos diferentes de rotinas, de acordo com prioridades, por rea ou definida

    pelo usurio.

    No Sort: Aqui a prioridade de uma classe dilatar e erodir sobre a outra definida

    pelo usurio.

    Descend: Nesta rotina a prioridade de reas maiores sobre as menores.

    Ascend: Ao contrrio da ltima, a prioridade de reas menores (independente

    da AMM) sobre as maiores.

    Para esta pesquisa, decidiu-se utilizar a rotina Ascend, pois, o mapeamento

    original na rea de estudo originou uma grande variedade de agrupamentos de pixels

    com reas pequenas, que por vezes, esto prximas, porm, no conectadas.

    A outra maneira de utilizao dos operadores est presente na caixa de

    ferramentas Spatial Analyst - Generalization, ferramenta Expand (expanso ou

    dilatao) e na ferramenta Shrink (eroso), separadamente.

    A diferena fundamental entre o primeiro algoritmo descrito e os dois utilizados

    de forma separada que utilizando as ferramentas Expand e Shrink separadamente, o

    SIG permite que o usurio determine quais agrupamentos de pixels quer aplicar a

    funo e quantos pixels quer dilatar e erodir. Em outras palavras, permite reunir os

    agrupamentos de pixels com AMM inferior a tolerncia estabelecida, expandi-los e

    depois os erodir, de forma que, esses agrupamentos de pixels tero uma oportunidade de

    se amalgamarem a agrupamentos semelhantes que esto prximos e no conectados,

    com a possibilidade da sua rea final ser superior AMM e ento no serem eliminados.

  • 40

    No primeiro cenrio proposto utilizou-se a ferramenta Bounday Clean e o

    segundo cenrio utilizar as ferramentas de dilatao e eroso separadamente. Um

    mtodo de avaliar qual algoritmo de dilatao e eroso foi mais eficaz verificar qual

    deles permitiu menor invaso de uma classe sobre a outra. Pois, quando um grupo de

    pixels expandido e erodido, clulas de diferentes classes podem sobrepor umas s

    outras, acarretando em perda de rea de um grupo para outro.

    Para tanto foi utilizado um mtodo comum em tcnicas de classificao de

    imagens, que o ndice de Exatido Global (total) e ndice Kappa que podem ser

    derivados partir de uma matriz de confuso mxm, onde m so as classes analisadas. As

    linhas da matriz representam as reas derivadas do mapa de referncia enquanto as

    colunas representam as classes aps a aplicao do algoritmo.

    O ndice de Exatido Global ndica o nmero de pixels corretamente

    classificados dividido pelo nmero total de pixels do mapa de referncia. A anlise da

    matriz de confuso apresenta, para cada classe, erros de omisso e de comisso. Os

    erros de omisso podem ser descritos como a omisso no mapa de determinados grupos

    de pixels das classes originais, que so classificados como outra classe. Os erros de

    comisso so determinados pixels que so atribudos uma classe do mapa final ao qual

    no pertence, enquanto deveriam estar em outra classe. Ou seja, enquanto o erro de

    omisso reflete os pixels perdidos para outra classe, o erro de comisso reflete os

    pixels recebidos por outra classe.

    O Indice Kappa (Equao 3) nos revela a exatido do mapa final, em referncia

    ao mapa original, e derivado a partir do ndice de Exatido Total e o valor esperado

    calculado usando as marginais da matriz de confuso.

    De acordo com Congalton (1991) o valor apresentado pelo ndice Kappa

    considerado satisfatrio na preciso de uma classificao temtica, porque considera

    toda a matriz de confuso no seu clculo, incluindo os elementos da diagonal principal

    (concordncia real), utilizado no ndice de Exatido Global, alm dos elementos

    marginais da matriz, os quais representam as discordncias na classificao.

    ndice Kappa (K) = (valor observado valor esperado) (Equao 3)

    1 valor esperado

    Onde:

    Valor observado = ndice de exatido total

  • 41

    Valor esperado = Valor calculado usando as marginais da matriz de erros

    O ndice Kappa dividido por intervalos de valores conforme nvel de

    aceitao, como indicado por SOARES (2001):

    Tabela 2. Intervalo de valores do ndice Kappa

    K 0,2 Pssimo 0,2 K 0,4 Razovel 0,4 K 0,6 Bom 0,6 K 0,8 Muito bom 0,8 K 1,0 Excelente

    No primeiro cenrio, as reas menores tiveram prioridade sobre as reas maiores

    e no segundo, apenas as reas inferiores AMM determinada tiveram prioridade sobre

    as demais, no terceiro no se utilizou estes operadores. Os outros operadores foram

    utilizados da mesma forma para os trs cenrios.

    Para os trs cenrios, foi realizada uma tabulao cruzada entre o mapa original

    e o mapa final, aps todos os processos, para determinar o grau de pureza de cada classe

    final, da mesma maneira que foi feito nos dados vetoriais.

    3.3.1. 1o Cenrio

    O primeiro passo foi classificar as classes originais em classes genricas que

    contenham caractersticas semelhantes, utilizando o operador categorizao,

    diminuindo de 15 para 10 classes de uso e cobertura do solo. Para tanto, foi utilizada a

    ferramenta Reclassify (Figura 17), disponvel na caixa de ferramentas Spatial Analyst.

    Em seguida foi aplicado os operadores dilatao, eroso. Aqui foi utilizada a

    ferramenta Boundary Clean (Figura 23), com a rotina Ascend, priorizando as menores

    reas, ressaltando que aqui independente da AMM, pois agrupamentos de pixels com

    reas superiores AMM, mas, menores que os agrupamentos adjacentes, tiveram

    prioridade.

  • 42

    Figura 23. Ferramenta Boundary Clean

    O operador eliminao foi aplicado em seguida, com o mesmo conceito de

    AMM que foi apresentado para dados vetoriais, porm, neste caso a relao ao nvel

    do pixel. A AMM foi determinada como 1 hectare, que equivalente 625 pixels de

    acordo com a Equao 4.

    Ap

    AMM=AMMp

    (Equao 4)

    Onde:

    AMMp = Nmero de pixels mnimo por regio;

    AMM = rea mnima mapevel;

    Ap = rea do pixel.

    Neste caso aplica-se:

    pixels625=16

    m10000=AMMp

    Para utilizar esse operador no SIG foi seguida a seguinte rotina na ferramenta

    Raster Calculator, da caixa de ferramentas Spatial Analyst:

    regiongroup([arquivo de sada do boundary clean], #, EIGHT, WITHIN)

    (Figura 24)

    A ferramenta region group individualiza com novos identificadores os

    agrupamentos de pixels.

  • 43

    Figura 24. Ferramenta Region Group.

    Select([arquivo de sada do region group ], 'count > 625') (Figura 25)

    Esta ferramenta seleciona os agrupamentos de pixels individualizados pela

    ferramenta anterior que tem nmero de pixels (count) acima do valor determinado. Os

    valores abaixo do determinado receberam um valor nulo.

    Figura 25. Ferramenta Select

    Nibble( [arquivo de sada do boundary clean],[arquivo de sada do select ])

    (Figura 26)

  • 44

    Nesta ferramenta executada uma lgebra de mapas, onde o raster original

    multiplicado com as reas selecionadas no passo anterior. As regies que tinham abaixo

    de 625 pixels foram eliminadas e foram substitudas pelo vizinho mais prximo de

    acordo com o mapa original.

    Figura 26. Ferramenta Nibble.

    Em seguida, com o mapa apresentando apenas as regies com rea apresentvel,

    aplicou-se o operador numrico, um filtro majoritrio, onde a clula central, a partir de

    uma janela de tamanho opcional, que tem uma quantidade de pixels vizinhos, cada um

    com um valor. A partir dos valores predominantes dos vizinhos, o valor do pixel central

    alterado de acordo com esse valor majoritrio. Este operador implica na suavizao

    das bordas, tornando o mapa esteticamente mais agradvel, especialmente quando se

    reduz a escala.

    O algoritmo selecionado para este operador encontrado na caixa de

    ferramentas Spatial Analyst Neighbordhood na ferramenta Focal Statistics (Figura

    27). Utilizou-se duas tcnicas disponveis no algoritmo com trs rotinas para cada uma.

    Na primeira foi aplicada uma janela espacial retangular (Figura 28) de 3x3; 6x6 e 9x9,

    com 9; 36 e 81 pixels vizinhos respectivamente. A seguinte com janela espacial circular

    (Figura 29) de 3x3; 6x6 e 9x9 com 9; 36 e 81 pixels vizinhos respectivamente, para a

    clula central, assim, nestes grupos de vizinhos o valor mais encontrado atribudo

    clula central.

  • 45

    Figura 27. Ferramenta Focal Statistics

  • 46

    Figura 28. Filtro espacial retangular

    Figura 29. Filtro espacial circular

  • 47

    A proposta para a utilizao diferentes tcnicas e rotinas avaliar qual foi a que

    menos modificou as formas dos objetos que compem o mapa, de forma similar

    avaliao realizada sobre os dados vetoriais. Neste caso, levou-se em considerao

    variao da rea mdia, permetro mdio, Kc mdio e desvio-padro mdio, para

    mensurar os resultados dos filtros.

    A Figura 30 demonstra o esquema utilizado na generalizao deste primeiro cenrio

    em ambiente matricial ou raster.

    Figura 30. Esquema para o primeiro cenrio

    3.3.2. 2 Cenrio

    Como foi ressaltado anteriormente, a nica diferena entre os dois cenrios foi

    na escolha do algoritmo utilizado para aplicao dos operadores dilatao, eroso. Neste

    cenrio, ao contrrio do anterior, estes operadores foram aplicados separadamente e

    atuando apenas nas reas inferiores AMM.

    De posse do mapa j classificado, utilizou-se a ferramenta Region Group da

    caixa de ferramentas Spatial Analyst Generalization. Esta ferramenta individualiza os

    grupos de pixels com novos identificadores, porm, na tabela de atributos existe uma

  • 48

    coluna que mostra qual classe estes grupos pertencem.

    No operador dilatao, foi utilizada a ferramenta Expand da caixa de

    ferramentas Spatial Analyst Generalization. Na ferramenta anterior, Region Group,

    todos os grupos de pixels foram individualizados, num total de 1.296 grupos, cada um

    com um identificador diferente. Esta ferramenta necessita saber para operar em

    quantos pixels os grupos sero expandidos e quais destes grupos sero utilizados, ou

    seja, necessrio informar quais os identificadores dos grupos que esto com rea

    inferior AMM. Visto a quantidade de grupos que tem essa especificao, 1.141, o que

    geraria um grande esforo manual e um maior tempo gasto, optou-se utilizar a

    ferramenta Raster Calculator, da caixa de ferramentas Spatial Analyst.

    Foi necessrio ento, a partir da tabela de atributos do arquivo gerado pela

    ferramenta Region Group, selecionar todos os grupos que tem a rea inferior AMM. A

    partir da, exportar estes grupos para formato .DBF, e no Microsoft Office Excel

    transform-los para arquivo texto .TXT.

    Na ferramenta Raster Calculator executa-se a seguinte equao

    ( )RzSO,FILE,np],GroupgionReoutput.([Expand=arqNome (Equao 3):

    )RzSO,FILE,np],GroupgionReoutput.([Expand=arqNome (Equao 3)

    Onde:

    Nome arq = nome do arquivo a ser criado;

    Expand = funo utilizada;

    Output Region Group = arquivo de sada da ferramenta Region Group;

    np = quantidade de pixels;

    RzSO = localizao da pasta no sistema operacional.

    Neste caso, a quantidade de pixels para dilatar foi determinada em 1 (Erro!

    Fonte de referncia no encontrada.).

  • 49

    Figura 31. Ferramenta Expand

    De posse do arquivo de sada, foi aplicado o operador eroso. Da mesma forma

    que o algoritmo anterior, este exige as mesmas especificaes e encontrado na mesma

    caixa de ferramentas, utilizando a ferramenta Shrink. Assim, a mesma equao foi

    utilizada, no entanto, ao invs de expandir, este algoritmo erode a mesma quantidade de

    pixels que foram expandidos (um), mas que no se conectaram

    ( )RzSO,FILE,np],Dilatacaooutput.([Shrink=arqNome (Equao 4 e

    Figura 32). Nota-se que agora, o arquivo de entrada o arquivo de sada do ltimo

    operador.

    )RzSO,FILE,np],Dilatacaooutput.([Shrink=arqNome (Equao 4)

  • 50

    Figura 32. Ferramenta Shrink

    Por fim, aplica-se o operador eliminao e em seguida o operador numrico.

    A Figura 33 apresenta o esquema utilizado neste cenrio.

    Figura 33. Esquema para o segundo cenrio

  • 51

    3.3.3. 3 Cenrio

    A diferena fundamental deste ltimo caso para os demais a no utilizao dos

    operadores dilatao, eroso e amalgamao.

    Entende-se que o objetivo destes operadores preservar determinados objetos

    que tem reas inferiores AMM, que esto prximas, mas no conectadas. Porm, para

    verificar se houve necessidade da aplicao destes operadores neste mapa, eliminou-se

    este passo, reduzindo as etapas do processo.

    A maneira encontrada de averiguar se foi necessrio o uso desses operadores foi

    realizada atravs da quantificao de nmero de grupos de pixels, ou seja, se utilizando

    os operadores citados houve, aps o operador eliminao, uma quantidade maior de

    agrupamentos de pixels, ento esses operadores conseguiram reter mais grupos do que

    se no fossem utilizados, caso contrrio, se houve a mesma quantidade de grupos ou um

    nmero inferior, podemos afirmar que para este caso, no teve a necessidade de se

    dilatar, erodir e amalgamar. Sendo assim, foi seguida a sequncia de operadores:

    categorizao, eliminao, numrica. Utilizando os mesmos algoritmos, rotinas,

    tolerncias e avaliaes.

    A Figura 34 apresenta o esquema utilizado neste cenrio.

  • 52

    Figura 34. Esquema para o terceiro cenrio

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1. Dados vetoriais

    4.1.1. Operadores Classificao/Agregao

    Na converso dos dados originais em formato raster para vetorial utilizou-se o

    operador classificao que reclassificou as classes, o que consequentemente ocasionou a

    agregao das classes.

    A Tabela 3 demonstra numericamente os efeitos da aplicao desses operadores.

    Houve reduo de 15 classes originais para 10 classes mais abrangentes, onde se

    procurou classificar com o mesmo nome as classes que so semelhantes.

  • 53

    Tabela 3. Resultado do operador Classificao.

    CLASSE rea total

    (ha)

    rea

    relativa (%)

    N de

    polgonos Nova classe

    rea total

    (ha)

    rea

    relativa (%)

    N de

    polgonos

    Mata 76 7 192 Mata 76 7 192

    Caf solteiro 264 24,37 363 Caf 323 29.82 312

    Caf c/ rvore 59 5,45 244

    Eucalipto 70 6,46 224 Eucalipto 81 7,46 235

    Eucalipto

    clonado

    11 1 29

    Solo exposto 25 2,33 77 Solo exposto 25 2,33 77

    Milho 41 3,79 91

    Agricultura 56 7,52 123 Cana 14 1,30 38

    Cana queimada 1 0,1 5

    gua 7 0,64 23 gua 7 0,64 23

    Taboa 30 2,77 98 Pastagem 416 42,49 167

    Pastagem 386 35,64 169

    Aflor. rochoso 74 6,85 182 Aflor. rochoso 74 6,85 182

    Sombra 12 1,1 42 Sombra 12 1,1 42

    S/ Classificao 13 1,2 44 S/ Classificao 13 1,2 44

    TOTAL 1.083 100 1.821 TOTAL 1.083 100 1.397

    Nota-se que as classes Caf Solteiro e Caf com rvore, apesar de serem um tipo

    de agricultura no foram classificadas como tal, pois, devido a sua importncia na

    regio e a sua extenso em rea, optou-se por individualizar essas classes como Caf.

    O nmero de polgonos foi reduzido, como era esperado, em aproximadamente

    23%. Com a diminuio de classes, e o conseqente agrupamento, determinados limites

    que dividiam 2 ou mais polgonos que agora so semelhantes, se reduzem a um nico

    polgono.

    A Figura 35 apresenta o mapa original com 15 classes e a Figura 36 apresenta o

    mapa aps aplicar o operador classificao, ambos em escala original, 1:20.000

  • 54

    Figura 35. Mapa original

  • 55

    Figura 36. Mapa resultante do operador classificao.

  • 56

    4.1.2. Operador Eliminao

    O prximo operador utilizado foi eliminao, onde as reas inferiores 1

    hectare foram eliminadas. Este operador, aplicado no material desta pesquisa,

    demonstrou ser o que mais influenciou no mapa original. Como pode ser observado na

    Tabela 4 em termos de valores de rea e numero de polgonos em relao ao mapa

    classificado.

    Tabela 4. Resultado do operador Eliminao.

    CLASSE rea total

    (ha)

    rea

    relativa

    (%)

    N de

    polgonos CLASSE

    rea

    total (ha)

    rea

    relativa

    (%)

    Diferena

    de rea

    (%)

    N de

    polgonos

    Reduo

    de

    polgonos

    Mata 76 7,00 192 Mata 47 4,35 -38,15 14 92,70

    Caf 323 29,82 312 Caf 406 37,50 25,69 30 90,38

    Eucalipto 81 7,46 235 Eucalipto 35 3,23 -56,79 13 94,46

    Solo exposto 25 2,33 77 Solo exposto 12 1,10 -25,00 6 92,20

    Agricultura 56 7,52 123 Agricultura 30 2,80 -46,42 9 92,68

    gua 7 0,64 23 gua 1 0,09 -85,71 1 95,65

    Pastagem 416 42,49 167 Pastagem 496 45,79 19,23 14 91,61

    Aflor.

    rochoso 74 6,85 182

    Aflor.

    rochoso 40 3,69 -45,95 11 93,95

    Sombra 12 1,10 42 Sombra 10 0,90 -16,66 3 92,85

    S/

    classificao 13 1,20 44

    S/

    classificao 6 0,55 -53,8 2 95,45

    TOTAL 1.083 100,00 1.397 1.083 100,00 103 92,62

    De acordo com os valores expostos na Tabela 4, nota-se que apenas a classe

    Caf e Pastagem tiveram acrscimo de rea, justamente as classes com maior rea.

    Deve-se a isto, o fato que o algoritmo utilizado elimina as reas inferiores AMM que

    so substitudas pelo polgono adjacente com maior rea, justificando assim o acrscimo

    de rea dessas classes.

    A Figura 37 apresenta o mapa aps a aplicao deste operador em escala

    original.

  • 57

    Figura 37. Mapa resultante do operador Eliminao.

  • 58

    A radical mudana da aparncia mapa aps eliminar reas menores que 1 hectare

    esta diretamente e indiretamente influenciada pelos fatores fsicos da rea, histricos e

    do mapeamento realizado.

    A regio predominantemente montanhosa, favorece assim uma mudana de

    ambientes em pequeno espao, contribuindo tambm, alm de questes histricas, o

    cultivo em pequenas propriedades, predominantemente familiar, e muitas delas adotam

    o manejo agroecolgico, significando mais tipos de cultivo no espao da propriedade.

    Somando esses fatores particulares da regio, com o material utilizado para o

    mapeamento, uma imagem de satlite de alta resoluo espacial, tem-se ento, uma

    grande diversidade de mapeamento, alm de uma heterogeneidade de classes mapeadas,

    uma grande quantidade de polgonos. Essa grande quantidade de informao por rea

    favoreceu um mapa com muitas reas pequenas, que de acordo com o critrio utilizado,

    foram excludas.

    4.1.3. Operador Suavizao

    O operador suavizao foi aplicado em dois diferentes algoritmos, PAEK e

    Bezier, o primeiro utilizando uma tolerncia de 30 metros e o segundo no exige

    tolerncia.

    A maneira numrica utilizada para mensurar o resultado desses algoritmos foi a

    partir da variao de rea mdia, permetro mdio, coeficiente de compacidade mdio e

    os respectivos valores de variao de desvios-padro para cada classe.

    4.1.3.1. Variao de rea mdia

    A Tabela 11 no Anexo 1 demonstra os valores de variao de rea mdia e

    desvio padro, a Figura 38 apresenta os valores de variao de rea mdia.

  • 59

    1- Afloramento rochoso 2- Agricultura 3- gua 4- Caf 5- Eucalpto 6- Mata 7- Sem classificao 8-

    Pastagem 9- Solo exposto 10- Sombra

    Figura 38. Variao de rea mdia

    Nota-se que no houve expressiva variao de rea mdia e desvio-padro para

    os dois algoritmos, que atuaram nas bordas dos polgonos, reajustando os vrtices e

    retirando os ngulos demasiadamente agudos.

    4.1.3.2. Variao de permetro mdio

    A Tabela 12 no Anexo 1 apresenta a variao do permetro mdio e variao do

    desvio-padro e a Figura 39 apresenta os valores referentes variao do permetro

    mdio.

  • 60

    Figura 39. Variao de permetro mdio

    1- Afloramento rochoso 2- Agricultura 3- gua 4- Caf 5- Eucalpto 6- Mata 7- Sem classificao 8-

    Pastagem 9- Solo exposto 10- Sombra

    Podemos notar que este parmetro sofreu modificaes relevantes utilizando o

    algoritmo PAEK. Exceto a classe sombra, todas as outras tiveram um decrscimo no

    permetro mdio variando entre -13,67% para classe solo exposto a 20,40% para

    classe mata, significando que houve reduo nos ngulos agudos, tendendo a bordas

    mais suaves, esteticamente mais agradveis. No entanto, tende tambm produo de

    informao errnea, pois, no terreno os limites naturais no tendem necessariamente a

    ter bordas arredondadas e os cultivos (agricultura, caf, eucalipto) tambm no.

    A mesma tendncia de decrscimo foi observada no parmetro de desvio-padro

    para o algoritmo PAEK, excetuando a classe sem classificao e gua. Houve neste

    caso uma menor disperso de valores entre os permetros dos polgonos, aproximando-

    se da homogeneidade.

    O algoritmo Bezier no apresentou valores expressivos de variao de permetro

    mdio, variando entre 2,62% para classe solo exposto a 3,43% para classe sombra,

    ao contrrio do algoritmo anterior foram valores positivos, o que no necessariamente

    significa que houve acentuao dos ngulos agudos, pois, valores desta ordem no

    permitem essa concluso. A possvel diferena entre os resultados dos algoritmos deve-

    se que o algoritmo PAEK permite a incluso de novos vrtices, alm de controle da

    tolerncia, o algoritmo Bezier apenas rearranja os vrtices, a flexibilidade neste caso

    menor.

  • 61

    O desvio-padro para o algoritmo Bezier tambm sofreu pequenas modificaes,

    excetuando a classe pastagem.

    4.1.3.3. Variao de Kc mdio

    A Tabela 13 no Anexo 1 apresenta os valores de variao do coeficiente de

    compacidade (Kc) e do desvio-padro e a Figura 40 apresenta os valores de variao de

    Kc.

    Figura 40. Variao de Kc

    1- Afloramento rochoso 2- Agricultura 3- gua 4- Caf 5- Eucalpto 6- Mata 7- Sem classificao 8-

    Pastagem 9- Solo exposto 10- Sombra

    O algoritmo PAEK, como era esperado, de acordo com os resultados da variao

    do permetro mdio, apresentou expressivas variaes negativas de Kc, significando

    uma tendncia ao arredondamento, com valores variando de -13,30% para classe solo

    exposto -20,31% para classe mata. As bordas dos polgonos mais suavizadas pela

    reduo do permetro causam essa tendncia ao arredondamento.

    De maneira similar, o desvio-padro para este algoritmo seguiu a mesma

    tendncia de queda, variando entre 0% para as classes gua e sem classificao -

    29,57% para classe mata. Esta discrepncia de valores das classes citadas, deve-se

    que o valores de Kc dos polgonos para o mapa base eram homogneos para as classes

    com 0% de variao no desvio-padro e apresentaram valores mais discrepantes na

    classe mata. Este algoritmo ento manteve a homogeneidade para as classes com 0%

  • 62

    de variao no desvio-padro e forou uma homogeneizao para o restante dos valores,

    pois, tambm apresentarem valores expressivos.

    O algoritmo Bezier tambm no causou variaes expressivas neste parmetro,

    pois, como o Kc uma razo entre permetro e rea, e essas duas variveis sofreram

    modificaes irrelevantes, era esperado que no houvesse alteraes relevantes no Kc e

    no desvio-padro.

    Algumas classes fogem a tendncia do grupo, natural que haja certas

    discordncias, porque cada polgono apresenta algum tipo de forma geomtrica

    especifica. O algoritmo atua sobre essas formas de maneira idntica, no entanto, os

    resultados produzidos podem ser diferentes.

    4.1.4. Grau de pureza das classes

    Foi realizada uma tabulao cruzada entre o mapa original e o mapa final

    apresentando quanto das classes originais foram perdidas para outras classes e quanto

    foi preservado na classe original ou classe generalizada semelhante.

    Entende-se que este tipo de dado fundamental como resultado no processo de

    generalizao, deixando claro para o usurio quais classes esto contidas naquelas

    representadas no mapa, e quanto isto representa no mapa final.

    A Tabela 14 no Anexo 2 apresenta os resultados finais para o algoritmo PAEK.

    Os valores esto expressos em porcentagem.

    Os nmeros destacados em vermelho significam a porcentagem de rea da classe

    original que foi preservada na classe final.

    A classe final gua manteve o maior grau de pureza com 92,48% do seu

    polgono contendo apenas a classe original gua e a classe sombra foi a que menos

    representa a classe original com 46,68% de pureza, menos da metade desta classe , de

    acordo com o mapeamento original, de fato sombra.

    Em termos prticos, isto significa que em uma determinada classe representada

    no mapa, no existem apenas uma s classe, coexistem diversas outras, como em nosso

    caso.

    A Tabela 15 no Anexo 2 apresenta os dados para o algoritmo Bezier. Os valores

    esto expressos em porcentagem.

    De maneira similar ao primeiro algoritmo, a classe gua se manteve mais

    integra com 91,81% e a classe sombra com menor grau de pureza, 46,67%,

  • 63

    novamente, correspondendo menos da metade da representao da classe com o

    mesmo nome.

    A partir do exposto, podemos notar, excetuando a classe gua, que todas as

    classes tiveram modificaes relevantes a partir do mapa original e nesse aspecto, os

    algoritmos demonstraram pouca variao entre si.

    A Figura 66 no Anexo 3 apresenta o mapa resultante do algoritmo PAEK e o

    mapa resultante do algoritmo Bezier em escala reduzida. A Figura 67 no Anexo 3

    apresenta os mesmos mapas para em escala ampliada.

    Percebe-se que o algoritmo PAEK produziu maior suavizao das bordas,

    eliminando as sinuosidades. O algoritmo Bezier menos agressivo, preservando mais a

    forma original dos objetos.

    4.2. Dados Matriciais

    4.2.1. 1o Cenrio

    4.2.1.1. Operador Categorizao

    O primeiro operador aplicado aqui foi categorizao, diminuindo de 15 classes

    originais para 10. A Tabela 5 apresenta o resultado deste operador.

    Tabela 5. Resultado do operador categorizao

    CLASSE rea

    total (ha)

    rea

    relativa (%)

    Grupos de

    pixels

    Nova classe rea

    total (ha)

    rea

    relativa

    Grupos de

    pixels Mata 76 7 192 Mata 76 7 171

    Caf solteiro 264 24,37 363 Caf 323 29.82 281

    Caf com

    rvore

    59 5,45 244

    Eucalipto 70 6,46 224 Eucalipto 81 7,46 225

    Eucalipto

    clonado

    11 1 29

    Solo exposto 25 2,33 77 Solo exposto 25 2,33 70

    Milho 41 3,79 91 Agricultura 56 7,52 119

    Cana 14 1,30 38

    Cana

    queimada

    1 0,1 5

    gua 7 0,64 23 gua 7 0,64 23

    Taboa 30 2,77 98 Pastagem 416 42,49 155

    Pastagem 386 35,64 169

    Aflor.rochoso 74 6,85 182 Aflor.rochoso 74 6,85 176

    Sombra 12 1,1 42 Sombra 12 1,1 35

    S/Classificao 13 1,2 44 S/Classificao 13 1,2 41

    TOTAL 1.083 100 1.821 TOTAL 1.083 100 1.296

  • 64

    Como apresenta a tabela, os resultados so idnticos aos resultados sobre os

    dados vetoriais.

    A Figura 41 apresenta o mapa original e a Figura 42 apresenta o mapa aps o

    uso deste operador, em escala original.

  • 65

    Figura 41. Mapa original

  • 66

    Figura 42. Mapa resultante do operador categorizao

  • 67

    4.2.1.2. Operadores Dilatao/Eroso e Amalgamao

    O prximo operador foi dilatao e eroso a partir do algoritmo Boundary

    Clean, que aplica os dois operadores consecutivamente. A Tabela 6 apresenta o valor

    relativo ao ndice de Exatido Total atravs da Matriz de Confuso. exposto o ndice

    Kappa, para demonstrar o grau de pureza preservado por este algoritmo.

    Adotou-se aqui o termo, grau de pureza, da mesma forma que na anlise da

    tabulao cruzada, pois, o objetivo de calcular o ndice de Exatido Global e o ndice

    Kappa sobre este algoritmo verificar o quanto de cada classe perdeu ou adquiriu novas

    reas advindas de diferentes classes. O conveniente obter o mnimo de sobreposio

    entre as classes.

    Os valores das classes esto expressos em hectares.

    Tabela 6. Matriz de confuso

    CLASSE Caf Pastage

    m

    Solo

    exposto

    Eucalipt

    o

    Agricultura Mata Aflor.rocho

    so

    Sombr

    a

    S/classe gua Total %

    Corr.

    E.O.

    (%)

    Caf 308,36 3,59 0,22 3,81 0,86 3,69 2,15 0,24 0,15 0,19 323,30 95,38 4,62

    Pastagem 4,14 405,94 0,67 0,86 1,44 0,39 1,57 0,05 0,38 0,09 415,59 97,68 2,32

    Solo exposto 0,32 1,19 22,79 0,03 0,03 0,00 0,11 0,00 0,07 0,01 24,58 92,71 7,29

    Eucalipto 1,76 0,49 0,01 77,71 0,08 0,89 0,36 0,13 0,03 0,00 81,51 95,34 4,66

    Agricultura 0,55 0,81 0,04 0,09 54,12 0,08 0,16 0,01 0,01 0,01 55,92 96,79 3,21

    Mata 2,58 0,15 0,00 1,14 0,05 71,74 0,09 0,43 0,02 0,02 76,27 94,05 5,95

    Aflor.rochos

    o

    1,46 0,94 0,09 0,33 0,23 0,04 71,09 0,01 0,05 0,00 74,29 95,68 4,32

    Sombra 0,12 0,00 0,00 0,13 0,01 0,24 0,00 11,67 0,00 0,08 12,29 94,99 5,01

    S/classifica

    o

    0,09 0,30 0,10 0,01 0,02 0,00 0,07 0,00 12,36 0,00 12,99 95,15 4,85

    gua 0,06 0,05 0,00 0,01 0,02 0,00 0,02 0,04 0,00 7,07 7,30 96,91 3,09

    Total 319,48 413,52 23,95 84,17 56,91 77,10 75,65 12,62 13,11 7,52 1084,08

    E.C. (%) 3,48 1,83 4,86 7,67 4,89 6,96 6,03 7,52 5,73 6,03

    IET (%) 96,20

    Todas as classes apresentaram mais de 90% rea assinalados corretamente aps

    a aplicao do algoritmo, a classe solo exposto com um valor ligeiramente inferior

    aos demais, com 92,71% e a classe pastagem apresentou maior pureza no mapa final

    com 97,68% de preservao da classe. Consecutivamente, a primeira classe apresentou

    maior Erro de Omisso, com 7,29% de sua rea classificada como outra classe e a

    segunda com 2,32% de sua rea classificada como outra classe

    A classe que mais adquiriu reas oriundas de outras classes foi eucalipto com

    7,67% e a classe pastagem foi a que menos adquiriu novas reas, com 1,83% de Erro

    de Comisso. O ndice Kappa calculado para as classes foi de 94,91%.

  • 68

    De acordo com os nveis de aceitao o valor considerado excelente. Alm

    deste valor, a comparao entre os ndices Kappa de cada algoritmo que define qual

    foi mais eficaz.

    A Figura 43 apresenta o mapa aps a aplicao deste operador, em escala

    original.

    O titulo do mapa est operador amalgamao, pois, como j foi dito,

    entendeu-se nesta pesquisa que o operador amalgamao fruto da aplicao dos

    operadores dilatao e eroso.

  • 69

    Figura 43. Mapa resultante do operador amalgamao

  • 70

    4.2.1.3. Operador Eliminao

    O prximo operador analisado eliminao que de acordo com o clculo

    proposto, foi de 1 hectare ou 625 pixels. A Tabela 7 apresenta os resultados aps este

    operador.

    Tabela 7. Resultado do operador eliminao

    CLASSE rea

    total

    (ha)

    rea

    relativa

    (%)

    Grupos

    de pixels

    CLASSE rea

    total

    (ha)

    rea

    relativa

    (%)

    Diferena

    de rea (%)

    Grupos

    de pixels

    Reduo

    de grupos

    de pixels

    Mata 77 7,1 171 Mata 50 4,61 -35,06 16 -90,64

    Caf 319 29.45 281 Caf 400 36,93 25,39 58 -79,35

    Eucalipto 85 7,84 225 Eucalipto 40 3,69 -52,94 15 -93,33

    Solo exposto 25 2,33 70 Solo exposto 12 1,10 -52 6 -91,42

    Agricultura 56 5,17 119 Agricultura 32 2,95 -42,85 10 -91,59

    gua 7 0,64 23 gua 2 0,18 -71,42 1 -95,65

    Pastagem 413 38,15 155 Pastagem 490 45,24 18,64 31 -80,00

    Aflor.rochoso 75 6,92 176 Aflor.rochoso 41 3,78 -45,33 12 -93,18

    Sombra 13 1,2 35 Sombra 10 0,92 -23,07 3 -91,42

    S/Classificao 13 1,2 41 S/classificao 6 0,55 -53,84