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DRAFT 1 ------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- -------------------------------------Mandato 2017-2021 ------------------------------------------ ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA DEZASSEIS DE JUNHO DE DOIS MIL E VINTE. ------------------------------------------------------------ -----------------------------ATA NÚMERO CENTO E DEZ --------------------------------- ----- Aos dezasseis dias do mês de junho de dois mil e vinte, em cumprimento da respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo oitavo e trigésimo do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sétimo do seu Regimento, reuniu a Assembleia Municipal de Lisboa, por Videoconferência, em Sessão Extraordinária, sob a presidência do seu Presidente efetivo, Excelentíssimo Senhor José Maximiano Albuquerque Almeida Leitão, coadjuvado pelo Excelentíssimo Senhor António Miguel Silva Avelãs e pela Excelentíssima Senhora Maria Virgínia Martins Laranjeira Estorninho, Primeiro Secretário e Segunda Secretária, respetivamente. -------------------- . ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da Assembleia, os seguintes Deputados Municipais.---------------------------------------------- ----- Aline Gallash Hall de Beuvink, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Margarida Mota Vieira da Silva Morais, Ana Maria de Campo Pedroso Mateus, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias Figueiredo, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel Pimenta Prôa, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Augusto Miguel da Gama Antunes de Albuquerque, Carla Cristina Ferreira Madeira, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Davide Miguel Santos Amado, Diogo Feijóo Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando Garcia Lopes Correia, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Francisco Américo Maurício Domingues, Gabriel Maria Simplício Baptista Fernandes, Graciela Lopes Valente Simões, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Miguel Mateus Gaspar, Isabel Cristina Rua Pires, Joana Margarida Durão Ferreira Alegre Duarte, João Diogo Santos Moura, João Luís Valente Pires, João Maria Correa Monteiro Macieira Condeixa, Jorge Manuel Jacinto Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Barbosa Borges, José António Cardoso Alves, José Inácio da Silva Ramos Antunes Faria, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues Moreno, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Isabel Paulino Bentes Penedo, Maria Alexandra Almeida da Cunha Cordeiro da Mota Torres, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Teresa Craveiro Pereira, Mário Jorge Paulino de Oliveira de Almeida Patrício, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Patrícia Carla Serrano Gonçalves, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues Vale César, Paulo Jorge Velez Muacho, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Raúl Jorge Gouveia da Silva Santos, Ricardo de Sant’Ana Godinho

DRAFT · 2020. 10. 29. · DRAFT 5 que Interpretou ao longo da sua carreira, como - Shakespeare, Dostoievsky, Turgeniev, Tchekhov, Eugene O'Neill, Paula Vogel, Casona, fez quase todo

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  • DRAFT

    1

    ------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------

    -------------------------------------Mandato 2017-2021 ------------------------------------------

    ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA DEZASSEIS DE

    JUNHO DE DOIS MIL E VINTE. ------------------------------------------------------------ -----------------------------ATA NÚMERO CENTO E DEZ ---------------------------------

    ----- Aos dezasseis dias do mês de junho de dois mil e vinte, em cumprimento da

    respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo oitavo e trigésimo

    do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e

    nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sétimo do seu Regimento, reuniu a

    Assembleia Municipal de Lisboa, por Videoconferência, em Sessão Extraordinária,

    sob a presidência do seu Presidente efetivo, Excelentíssimo Senhor José Maximiano

    Albuquerque Almeida Leitão, coadjuvado pelo Excelentíssimo Senhor António

    Miguel Silva Avelãs e pela Excelentíssima Senhora Maria Virgínia Martins Laranjeira

    Estorninho, Primeiro Secretário e Segunda Secretária, respetivamente. -------------------- .

    ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da

    Assembleia, os seguintes Deputados Municipais. ----------------------------------------------

    ----- Aline Gallash Hall de Beuvink, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana

    Margarida Mota Vieira da Silva Morais, Ana Maria de Campo Pedroso Mateus, Ana

    Maria Gaspar Marques, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias Figueiredo, André

    Nunes de Almeida Couto, António Manuel Pimenta Prôa, Artur Miguel Claro da

    Fonseca Mora Coelho, Augusto Miguel da Gama Antunes de Albuquerque, Carla

    Cristina Ferreira Madeira, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Davide

    Miguel Santos Amado, Diogo Feijóo Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de

    Sousa, Fernando Garcia Lopes Correia, Fernando Manuel Moreno D’Eça

    Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Francisco Américo Maurício

    Domingues, Gabriel Maria Simplício Baptista Fernandes, Graciela Lopes Valente

    Simões, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Miguel Mateus Gaspar, Isabel Cristina

    Rua Pires, Joana Margarida Durão Ferreira Alegre Duarte, João Diogo Santos Moura,

    João Luís Valente Pires, João Maria Correa Monteiro Macieira Condeixa, Jorge

    Manuel Jacinto Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Barbosa Borges,

    José António Cardoso Alves, José Inácio da Silva Ramos Antunes Faria, José Luís

    Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues Moreno, Luís Pedro Alves Caetano Newton

    Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento

    Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Isabel Paulino Bentes Penedo,

    Maria Alexandra Almeida da Cunha Cordeiro da Mota Torres, Maria da Graça

    Resende Pinto Ferreira, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim,

    Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Teresa Craveiro

    Pereira, Mário Jorge Paulino de Oliveira de Almeida Patrício, Miguel Alexandre

    Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno

    Ferreira da Costa Santos, Patrícia Carla Serrano Gonçalves, Patrocínia da Conceição

    Alves Rodrigues Vale César, Paulo Jorge Velez Muacho, Pedro Filipe Mota Delgado

    Simões Alves, Raúl Jorge Gouveia da Silva Santos, Ricardo de Sant’Ana Godinho

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    2

    Moreira, Ricardo João de Oliveira Marques, Rodrigo Maria Santos de Mello

    Gonçalves, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rui Pedro Costa Lopes, Silvino

    Esteves Correia, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Pedro Miguel Tadeu

    Costa, Tiago Maria Sousa Alvim Ivo Cruz, Ana Carvalho Neto, Gonçalo Maria

    Vassalo Moita, Susana Maria da Costa Guimarães, Luís Duarte de Albuquerque

    Carreira, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista e Natacha Amaro. ----------------

    ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------

    ----- Carlos de Alpoim Vieira Barbosa e Afonso Dias. ----------------------------------------

    ----- Fizeram-se substituir, ao abrigo do disposto no artigo 78.º da Lei n.º 169/99, de

    18 de Setembro, com a redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, o qual se

    mantém em vigor por força do disposto, a contrario sensu, na alínea d), do n.º 1, do

    artigo 3.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, e do artigo 8.º do Regimento da

    Assembleia Municipal de Lisboa, os seguintes Deputados Municipais: --------------------

    ----- José António Nunes do Deserto Videira (PS), Presidente da Junta de Freguesia de

    Marvila, por um dia, tendo sido substituído pelo substituto legal Deputada Municipal

    Susana Maria da Costa Guimarães. --------------------------------------------------------------

    ----- Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho (PS), Presidente da Junta de

    Freguesia de Campo de Ourique, por um dia, tendo sido substituído pelo substituto

    legal Deputado Municipal Pedro Miguel Tadeu Costa. ---------------------------------------

    ----- Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus (PS), Presidente da Junta de Freguesia de

    Olivais, por um dia, tendo sido substituída pelo substituto legal Deputado Municipal

    Luís Duarte de Albuquerque Carreira. -----------------------------------------------------------

    ----- Natalina Tavares de Moura (PS), Presidente da Junta de Freguesia de São

    Vicente, por um dia, tendo sido substituída pelo substituto legal Deputado Municipal

    Afonso Dias. -----------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Maria Cristina Castel Branco Alarcão Júdice (CDS-PP), por um dia, tendo sido

    substituída pelo Deputado Municipal Gonçalo Maria Vassalo Moita. ----------------------

    ----- Ana Margarida de Carvalho (PCP), por um dia, tendo sido substituída pela

    Deputada Municipal Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista. ------------------------

    ----- António Modesto Navarro (PCP), por um dia, tendo sido substituído pela

    Deputada Municipal Natacha Amaro. -----------------------------------------------------------

    ----- Rita Calvário (BE), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal

    Tiago Maria Sousa Alvim Ivo Cruz. -------------------------------------------------------------

    ----- Inês Sousa Real (PAN), por um dia, tendo sido substituída pela Deputada

    Municipal Ana Carvalho Neto. -------------------------------------------------------------------

    ----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Vice-Presidente João Paulo Saraiva e

    pelos Senhores Vereadores: Miguel Gaspar e Catarina Vaz Pinto. --------------------------

    ----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: João Pedro

    Gonçalves Pereira, Nuno Correia da Silva, Nuno da Rocha Correia, João Pedro Abreu

    Costa e Ana Rita Costenla. ------------------------------------------------------------------------

    ----- Às quinze horas e sete minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor

    Presidente da Assembleia Municipal declarou aberta a reunião. --------------------------

    ------------------------- PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA ------------------------

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    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Vamos iniciar a sessão pelos votos de pesar, e peço à Senhora Segunda

    Secretária para ler os votos, tal como estava combinado.”-----------------------------------

    ----- VOTO DE PESAR N.º 110/02 (PPM) – (SUBSCRITO PELO GRUPOS

    MUNICIPAIS DO PPM, CDS-PP E DO MPT) VOTO DE PESAR “VOTO DE

    PESAR ALMIRANTE NUNO GONÇALO VIEIRA MATIAS”;----------------------

    ----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, procedeu à leitura do

    Voto de Pesar n.º 110/02 (PPM):--------------------------------------------------------------

    ----- “Vítima de dolorosa e prolongada doença, faleceu no passado dia 13 de Junho o

    Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias, notável oficial que, com grande distinção,

    serviu Portugal na Marinha.---------------------------------------------------------------------

    ----- Natural de Porto de Mós, onde nasceu em 1939, o Almirante Vieira Matias

    enveredou pela carreira naval. Tendo terminado a licenciatura na Escola Naval em

    1961, especializou-se em Artilharia e posteriormente em Fuzileiro Especial. -----------

    ----- De 1961 a 1963 prestou uma comissão de serviço em Angola, embarcando como

    oficial subalterno na fragata “Vasco da Gama”. Entre 1968 e 1970, comandando o

    Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 13, combateu na guerra que assolava a

    então Província Ultramarina da Guiné, deixando bem patente a coragem em ação e o

    patriotismo com que sempre norteou a sua atitude.------------------------------------------

    ----- Exerceu funções como professor na Escola Naval, dirigiu o Laboratório de

    Explosivos, comandou a Força de Fuzileiros do Continente e foi capitão dos portos

    de Portimão e Lagos.------------------------------------------------------------------------------

    ------ Comandou ainda a fragata “João Belo”, após o que desempenhou o cargo de

    Chefe de Divisão do Estado-Maior da Armada e foi professor no Instituto Superior

    Naval de Guerra.----------------------------------------------------------------------------------

    ----- Como Oficial General exerceu sucessivamente as funções de Subchefe do

    Estado-Maior da Armada, Superintendente dos Serviços do Material, Comandante

    Naval e chefe da área Ibero-Atlântica da OTAN.---------------------------------------------

    ----- Terminaria a carreira militar em 2002, ocupando o lugar de Chefe do Estado-

    Maior da Armada, o mais alto cargo dentro da corporação.-------------------------------

    ----- Após afastar-se do serviço ativo, o seu entusiasmo pela Marinha, pela História e

    pelas Ciências, aliado a uma enorme capacidade de trabalho, não o deixaram

    descansar. A verticalidade de que sempre dera mostras, a integridade que durante

    toda a vida patenteara e a afabilidade no trato, granjeando-lhe a consideração e o

    respeito de todos quanto com ele privaram, levaram-no a ocupar diversas funções,

    não só de membro de organismos da União Europeia, mas também como presidente

    da Academia de Marinha, vice-presidente da Direção da Sociedade de Geografia de

    Lisboa, membro emérito da Academia das Ciências de Lisboa, membro de mérito da

    Academia Portuguesa de História e do Conselho de Honra do ISCSP, Presidente do

    Conselho Supremo da Liga dos Combatentes, vogal do Conselho das Ordens

  • DRAFT

    4

    Honorificas Portuguesas, membro do Conselho Nacional de Educação, membro do

    Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e professor

    convidado do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.----

    ----- Foi ainda autor de diversos trabalhos versando a estratégia marítima, a

    segurança nacional e a economia do mar.-----------------------------------------------------

    ----- Ao longo de uma brilhante carreira ao serviço de Portugal, viu os seus méritos

    serem reconhecidos com a atribuição de dezasseis condecorações nacionais e dez

    estrangeiras.----------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Assim o Grupo Municipal do PPM-Partido Popular Monárquico propõe que a

    Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em sessão plenária no dia 16 de junho de

    2020, manifeste o seu mais profundo pesar, guardando um minuto de silêncio e dando

    conhecimento à família.”-------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Vamos votar já este voto de pesar”.------------------------------------------------------

    ----- Vamos passar à votação do Voto de Pesar 110/02 (PPM). Não há votos contra,

    nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV, MPT,

    PPM, dos Deputado (as) Municipais Independentes: António Avelãs, Ana Gaspar,

    José Alberto Franco, Joana Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Paulo Muacho,

    Raul Santos, Rodrigo Mello Gonçalves, Rui Costa e Teresa Craveiro O Voto de

    Pesar 110/02 (PPM) foi aprovado por unanimidade.”-------------------------------------

    ----- VOTO DE PESAR N.º 110/03 (PSD) – (SUBSCRITO PELO GRUPO

    MUNICIPAL DO PSD) VOTO DE PESAR “VOTO DE PESAR MARIA JOSÉ

    DE BASTOS”-------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Vamos passar à leitura do segundo voto de pesar, peço à Senhora Segunda

    Secretária para fazer a leitura, por favor”------------------------------------------------------

    ----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, procedeu à leitura do

    Voto de Pesar n.º 110/03 (PSD):---------------------------------------------------------------

    ----- “A atriz Maria José de Basto contava com uma carreira que se estendia por mais

    de 80 anos de palcos de teatro, revista, teatro infantil, drama, comédia, cinema e

    televisão. Nascida em Lisboa em 1927, faleceu esta semana passada aos 92 anos. ----

    ----- Com um percurso absolutamente invejável estreou-se no Teatro Variedades em

    1933, na peça de Revista - "Pernas ao Léu". Começa-se a afirmar na década de 1940

    quando frequentava o Conservatório Nacional, tendo passado por mais de 20

    companhias de teatro, das quais destacamos: a Companhia Rey Colaço-Robles

    Monteiro, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro do Gerifalto, o Teatro do Povo, o

    Teatro Estúdio de Lisboa, o Teatro Nacional Popular, o Teatro Ádóque, o Teatro da

    Malaposta, a Comuna – o Teatro de Pesquisa, o Teatro da Cornucópia, Empresa

    Vasco Morgado, Escola de Mulheres ou ainda o Teatro Experimental de Cascais.-----

    ----- Maria José de Bastos foi uma atriz impar, com a uma versatilidade e uma

    capacidade de interpretação únicas e disso são exemplo, os mais variados autores

  • DRAFT

    5

    que Interpretou ao longo da sua carreira, como - Shakespeare, Dostoievsky,

    Turgeniev, Tchekhov, Eugene O'Neill, Paula Vogel, Casona, fez quase todo o teatro

    de Gil Vicente, deu corpo a personagens de Agustina Bessa-Luís, Henrique Galvão,

    João Gaspar Simões, André Brun, Raul Brandão, Teixeira de Pascoaes, Norberto

    Barroca, Manuel de Figueiredo, entre muitas outras.----------------------------------------

    ----- Também na televisão não deixou os créditos por mãos alheias, participou em

    ‘Giras e Pirosas’, ‘Roseira Brava’, ‘Na Paz dos Anjos’ e, mais recentemente, nas

    novelas ‘Meu Amor’ e ‘Doida por Ti’. No cinema, entrou em ‘Chá Forte com Limão’,

    de António de Macedo.----------------------------------------------------------------------------

    ----- Maria José de Bastos foi casada com Artur Semedo, com quem teve um filho,

    António Semedo e mais tarde com Curado Ribeiro, pai de Rita Ribeiro.------------------

    ----- Em 1986 recebeu o Prémio de Imprensa pelo desempenho em - "Bem-Vindo

    Senhor Sloane", de Joe Orton, com o Grupo Teatro Hoje e em 2006 foi

    condecorada com a Medalha de Mérito Cultural.--------------------------------------------

    ----- “A Hora Da Partida-------------------------------------------------------------------------

    ----- A hora da partida soa quando-------------------------------------------------------------

    ----- Escurece o jardim e o vento passa,--------------------------------------------------------

    ----- Estala o chão e as portas batem, quando-------------------------------------------------

    ----- A noite cada nó em si deslaça.-------------------------------------------------------------

    ----- A hora da partida soa quando-------------------------------------------------------------

    ----- as árvores parecem inspiradas-------------------------------------------------------------

    ----- Como se tudo nelas germinasse.-----------------------------------------------------------

    ----- Soa quando no fundo dos espelhos--------------------------------------------------------

    ----- Me é estranha e longínqua a minha face-------------------------------------------------

    ----- E de mim se desprende a minha vida.”----------------------------------------------------

    ----- Sophia de Mello Breyener Andresen------------------------------------------------------

    ----- Neste sentido, o Grupo Municipal do PSD, propõe à Assembleia Municipal de

    Lisboa, que delibere na sua sessão Ordinária de 16 de Junho de 2020:-------------------

    ----- Prestar homenagem a Maria José de Bastos guardando um minuto de silêncio

    em sua memória;-----------------------------------------------------------------------------------

    ----- Este Voto deverá ser enviado à sua Família.”-------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Vamos votar já este voto de pesar”.------------------------------------------------------

    ----- Vamos passar à votação do Voto de Pesar 110/03 (PSD). Não há votos contra,

    nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV, MPT,

    PPM, dos Deputado (as) Municipais Independentes: António Avelãs, Ana Gaspar,

    José Alberto Franco, Joana Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Paulo Muacho,

    Raul Santos, Rodrigo Mello Gonçalves, Rui Costa e Teresa Craveiro O Voto de

    Pesar 110/03 (PSD) foi aprovado por unanimidade.---------------------------------------

    ----- VOTO DE PESAR N.º 110/04 (PS) – (SUBSCRITO PELO GRUPO

    MUNICIPAL DO PS, PSD, CDS-PP, BE, MPT, PPM E PELOS DEPUTADOS

    MUNICIPAIS INDEPENDENTES ANTÓNIO AVELÃS, ANA GASPAR, JOSÉ

  • DRAFT

    6

    ALBERTO FRANCO, JOANA ALEGRE, MIGUEL GRAÇA, PATRÍCIA

    GONÇALVES, PAULO MUACHO, RAUL SANTOS, RODRIGO MELLO

    GONÇALVES, RUI COSTA E TERESA CRAVEIRO) VOTO DE PESAR

    “VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ÁLVARO JOSÉ FERREIRA

    AMORIM;”----------------------------------------------------------------------------------------

    ------ O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Há um terceiro voto de pesar, relativamente, a um trabalhador da Câmara

    falecido, chegou-me mais tarde, eu peço, ao António Avelãs, que o leia e diga quem o

    subscreve.”------------------------------------------------------------------------------------------

    ------ O Senhor Primeiro Secretário, António Avelãs, procedeu à leitura do Voto de

    Pesar n.º 110/04 (PS):----------------------------------------------------------------------------

    ----- “Álvaro José Ferreira Amorim de 48 anos, cantoneiro de limpeza na Direção

    Municipal de Higiene Urbana, faleceu esta madrugada, durante o período de

    trabalho, no circuito de remoção a que estava afeto, pela 1h 30m na Praça D. Luís I.-

    ----- Álvaro José Ferreira Amorim apesar de ter entrado recentemente para o mapa

    de pessoal demonstrou sempre grande empenho e dedicação ao serviço da higiene

    urbana da Cidade de Lisboa.--------------------------------------------------------------------

    ----- Neste momento queremos, igualmente, relevar as funções desenvolvidas pelos

    trabalhadores da higiene urbana assegurando um importante e essencial serviço aos

    que vivem, trabalham e visitam a Cidade, estando sempre presentes em todos os seus

    momentos com grande entrega e sentido de serviço público.-------------------------------

    ----- Assim, o Grupo Municipal do Partido Socialista propõe que a Assembleia

    Municipal de Lisboa, reunida a 16 de junho de 2020 preste a sua sentida homenagem

    a Álvaro José Ferreira Amorim, manifestando o seu mais profundo pesar pelo seu

    falecimento, e expressando à sua família, amigos e companheiros de trabalho as mais

    sentidas condolências, guardando um minuto de silêncio.----------------------------------

    ----- Lisboa, 16 de junho de 2020.---------------------------------------------------------------

    ----- Pelo Grupo Municipal do Partido Socialista.--------------------------------------------

    ----- Manuel Portugal Lage.”--------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Vamos votar este voto de pesar”.---------------------------------------------------------

    ----- Vamos passar à votação do Voto de Pesar 110/04 (PS). Não há votos contra,

    nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV, MPT,

    PPM, dos Deputado (as) Municipais Independentes: António Avelãs, Ana Gaspar,

    José Alberto Franco, Joana Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Paulo Muacho,

    Raul Santos, Rodrigo Mello Gonçalves, Rui Costa e Teresa Craveiro O Voto de

    Pesar 110/04 (PS) foi aprovado por unanimidade.-----------------------------------------

    ------ O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Obrigada, foi aprovado por unanimidade, e aprovado com várias subscrições,

  • DRAFT

    7

    agora vamos fazer um minuto de silêncio, relativamente, a todos os votos que

    acabámos de aprovar.”----------------------------------------------------------------------------

    ----- (Neste momento, foi feito um minuto silêncio pelo falecimento do Almirante

    Nuno Gonçalo Vieira Matias, Maria José Bastos e Álvaro José Ferreira Amorim) -----

    ----- VOTO Nº 110/01 (PPM) – (RETIFICADO) – (SUBSCRITO PELOS

    GRUPOS MUNICIPAIS DO PPM, PSD, CDS-PP, MPT E DOS DEPUTADOS

    MUNICIPAIS INDEPENDENTES: RAUL SANTOS E RODRIGO MELLO

    GONÇALVES) – “VOTO DE PROTESTO – REPÚDIO PELA

    VANDALIZAÇÃO DA ESTÁTUA DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA”---------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito obrigado, Senhores Deputados. --------------------------------------------------

    ----- Bem, antes de passarmos ao voto de condenação apresentado pelo PPM, que foi

    admitido pela Mesa, eu dou a palavra à Senhora Deputada Natacha Amaro, que tinha

    pedido a palavra, e eu penso que é um momento para exercer do uso da palavra.”------

    ----- A Senhora Deputada Municipal Natacha Amaro (PCP), no uso da palavra fez

    a seguinte interpelação à Mesa:------------------------------------------------------------------

    ----- “Obrigada, Senhor Presidente.-------------------------------------------------------------

    ----- A razão da nossa interpelação à Mesa, tem naturalmente, a ver com o facto, da

    decisão que foi comunicada hoje de manhã, sobre a não-aceitação do nosso voto de

    protesto para discussão hoje aqui na Assembleia.---------------------------------------------

    ----- Nós, queríamos deixar bastante claro, que os critérios que foram invocados para a

    não-aceitação deste documento, tanto por parte da Mesa, como da sua resposta, como

    da parte de outras forças políticas que hostilizaram essa aceitação, nós consideramos

    que não colhem, nem a questão do prazo de entrega, que como toda a gente sabe, e até

    o CDS relembrou, até às 16 horas da véspera, e o nosso voto foi enviado ontem às

    14h30, portanto, cumpre o critério.--------------------------------------------------------------

    ----- A questão de só serem aceites votos de pesar, que era uma questão que está

    consensualizada, desde o início deste funcionamento, em modo virtual, e portanto,

    que um voto de protesto, sairia desse consenso, mas nós sabemos que, ao longo destes

    dois meses e meio de funcionamento, houve várias coisas que tinham sido

    consensualizadas, e que paulatinamente foram sendo deixadas cair, abandonadas ou

    alteradas, e poderia dar aqui vários exemplos, mas os Senhores Deputados todos

    sabem, as Comissões, a participação do público, as urgências nas matérias agendadas,

    etc, portanto, cremos que esse critério já é um pouco frágil, mas que fica

    completamente, caí por terra, completamente, quando, na sexta-feira passada, há uma

    outra força política que foi o PPM, que apresentou também um voto de protesto, que

    foi prontamente aceite, e no dia útil seguinte na segunda-feira, o PCP apresentou um

    documento, um voto de protesto, e já não é aceite, porque não é um voto de pesar,

    portanto, consideramos, que é um critério que não pode de forma alguma, ser usado

    para retirar o nosso voto de protesto de votação hoje.----------------------------------------

    ----- Por último, e talvez mais importante a referência que foi feita ao facto desta

    proposta do PCP, tentar poupar os trabalhos da Assembleia Municipal, tendo em

  • DRAFT

    8

    conta o agendamento de uma Comissão, da 6ª Comissão, sobre esta matéria. -----------

    ------ Nós consideramos,...(impercetível) contra os trabalhos da Assembleia é procurar

    impedir que uma força politica, apresente as suas propostas aqui na sessão,

    principalmente, quando essa força política cumpre todos os critérios, todos os

    preceitos que os outros cumpriram e os seus documentos foram aprovados para

    discussão, o nosso não, e poderíamos ainda especificar um pouco esta questão da 6º

    Comissão.-------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Nós respeitamos profundamente os trabalhos das Comissões, mas também

    respeitamos, e talvez ainda mais os trabalhos da sessão da própria Assembleia

    Plenária, nós estamos na sessão e consideramos que não aceitar o documento do PCP,

    é um desrespeito pelos direitos de iniciativa política dos Grupos Municipais, aqui. ----

    ----- A 6º Comissão tem todo o direito de agendar reuniões, é importante que o faça, e

    ainda bem que quer ouvir o Senhor Vereador sobre esta matéria, e que nós

    consideramos de tal urgência, que trazemos um voto de protesto hoje, sobre essa

    matéria, claro que, só houve pressa em agendar depois de aparecer a proposta do PCP

    de discutir isto hoje.-------------------------------------------------------------------------------

    ----- Estamos a falar de um acontecimento que já foi há uma semana, para uma

    reunião que está agendada para quinta-feira da próxima semana, mas,

    independentemente disso, o que está ao critério da Comissão, e que nós respeitamos

    profundamente, pensamos que dada a gravidade do assunto, e estando aqui toda a

    gente reunida hoje em sessão, é importante que o voto do PCP possa ser discutido,

    que as forças políticas possam expressar, independentemente, dos trabalhos de uma

    Comissão, que nós sabemos todos que foi marcada, recebemos a convocatória, quase

    quatro horas depois da entrega do nosso documento, portanto, é uma urgência,

    digamos que surgiu muito em cima do acontecimento, para nós o que é fundamental, e

    que tem a maior pertinência é que haja aceitação deste documento para discussão

    hoje, é só.-------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Obrigada.”------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito bem, eu respondo já claramente à questão suscitada, efetivamente, não

    estava previsto discutir na sessão de hoje votos de protesto, mas sim votos de pesar.---

    ----- A Senhora Deputada do PPM, logo após os acontecimentos que ocorreram

    semana passada apresentou um voto de condenação, contudo, os partidos

    representados nesta Assembleia tinham manifestado publicamente a condenação do

    ato, e efetivamente, na dúvida, e como é um ato que efetivamente não estava previsto,

    foi comunicado aos Senhores Representantes dos Grupos para dizerem se opunham,

    não seria aceite, seria aceite se não houvesse oposição dos Grupos representados na

    Assembleia. ----------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Só hoje é que foi aceite, porque hoje constatámos que até hoje não havia

    oposição dos Grupos representados na Assembleia, e sem inclusive debate, porque

    efetivamente, não é normal a admissão de um voto de condenação que não estava

    previsto previamente.-----------------------------------------------------------------------------

  • DRAFT

    9

    ----- Relativamente, a esta matéria, portanto, para alterar a ordem de trabalhos é

    preciso que não haja oposição, pelo menos de uma maioria qualificada desta

    Assembleia, e neste caso era a introdução de novos votos de pesar. Quer o Senhor

    Deputado Rui Costa, quer o PS, quer o CDS manifestaram-se contra a admissão dos

    restantes votos, para além do voto apresentado no início pela Senhora Deputada do

    PPM, assim sendo a Mesa não podia alterar a ordem de trabalhos, havendo

    manifestamente, uma oposição muito significativa na Assembleia, não havendo

    consenso contra essa alteração desses pontos.-------------------------------------------------

    ----- A questão é muito simples, a Senhor Deputada se quiser recorre para o Plenário e

    votamos, é a única questão que eu posso fazer, porque, efetivamente, fora disso, eu

    não posso passar por cima de oposição dos partidos.”---------------------------------------

    ----- O Senhor Primeiro Secretário, António Avelãs, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, o Senhor Deputado Paulo Muacho, também, pretende

    interpelar a Mesa.”---------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Se faz favor, Senhor Deputado.”---------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Deputado Municipal Paulo Muacho (IND), no uso da palavra fez a

    seguinte interpelação à Mesa:--------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, muito boa tarde.------------------------------------------------------

    ----- Boa tarde a todos.----------------------------------------------------------------------------

    ----- É também sobre esta matéria, tendo em conta que eu e a Deputada Municipal

    Patrícia Gonçalves, também apresentámos um voto de condenação, no caso de

    condenação pela vandalização com mensagens racistas de escolas na região de Lisboa

    e do Centro de Acolhimento de Refugiados na Bobadela, e no essencial, também

    subscrevo aquilo que foi a argumentação da Deputada do PCP.----------------------------

    ----- Estamos em desacordo com esta decisão da Mesa, a partir do momento em que

    foi aceite um voto, e no nosso entender bem, do PPM sobre esta matéria, porque é

    uma questão, sobre a matéria da vandalização da estátua do Padre António Vieira, que

    é uma questão importante para esta Assembleia, se posicionar e tomar uma posição,

    também entendemos, que deve ser dever da Mesa também pugnar por alguma

    equidade, na maneira como geriu a situação e igualdade entre as várias iniciativas que

    surgiram, porque agora temos o caso para em que a iniciativa do PPM foi aceite, mas

    outras iniciativas não foram aceites exatamente na mesma situação.-----------------------

    ----- Compreendemos os argumentos da necessidade da consensualização desta

    questão pelos Representantes, mas também, a Mesa não pode permitir que entremos

    no domínio da discricionariedade, em que basta um Representante se opor àquilo que

    são propostas apresentadas pelo grupo x, y ou z, e essa proposta não é aceite, ou são

    todas ou não é nenhuma e, portanto, também tive oportunidade de falar com alguns

    dos Representantes que manifestaram esse desacordo, mantém essa posição e,

    portanto, também não iremos pedir o recurso para o Plenário dessa decisão, mas não

    queria em todo o caso de deixar de manifestar aqui a nossa discordância com aquilo

  • DRAFT

    10

    que foi a decisão da Mesa, aceitando.-----------------------------------------------------------

    ----- Obrigado.”------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito obrigado.-----------------------------------------------------------------------------

    ----- Portanto, no que diz respeito ao Senhor Deputado Paulo Muacho, aduziu as suas

    razões, mas não recorre para o Plenário, relativamente ao PCP, pergunto se quer

    recorrer da decisão da Mesa, para o plenário?-------------------------------------------------

    ----- O Senhor Primeiro Secretário, António Avelãs, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, eu peço desculpa, o Senhor Deputado Manuel Laje, pretende

    intervir para defesa da honra da bancada.”-----------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Então, se faz favor, Senhor Deputado.”-------------------------------------------------

    ----- O Senhor Deputado Municipal Manuel Lage (PS) no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção em defesa da honra:------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente.--------------------------------------------------------------------------

    ----- Obrigado, Senhor Primeiro Secretário.---------------------------------------------------

    ----- Senhor Presidente, é só porque o PCP na sua intervenção, teceu algumas

    considerações acerca não só da oposição do PS, bem como àquilo que foi requerido

    pelo PS, é que a regra que existe nesta Assembleia, como o PCP bem sabe, é uma

    regra do consenso e, portanto, como é direito do PCP apresentar um requerimento

    para que seja discutido em Plenário, desta matéria, também sabe que tem que haver

    um consenso, e o PS não deu o consenso, e não deu por uma razão muito simples,

    porque como a Senhora Deputada disse, e muito bem, há uma semana atrás, enquanto

    o PCP fazia outra coisa qualquer, o PS pediu, não esteve a ver o que é que se passava,

    não esteve à espera dos acordos semelhante, o PS aquilo que fez, pediu a audição do

    Senhor Vereador, e pediu publicamente, e anunciou publicamente que estava a fazê-

    lo.----------------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Portanto, Senhora Deputada, não foi uma coisa feita depois do PCP, nada, não,

    Senhora Deputada! O PCP aliás, não fez nada, a não ser vir boicotar os trabalhos da

    Assembleia Municipal de Lisboa, que como sabe não ouve o Vereador do “pé para a

    mão”, o Vereador tem de ser ouvido com regras, e portanto, o PS, pediu para que o

    Vereador Manuel Grilo, fosse ouvido há uma semana, o que acontece é que os

    Senhores Vereadores “não estão de perna cruzada” à espera para serem chamados, e,

    por isso, foi agendada ontem, quando for possível mediante a agenda dada pela

    Comissão, pelo Senhor Presidente da Comissão e do Senhor Vereador e, portanto, foi

    agendada ontem, em função das datas disponíveis e concertadas entre a Assembleia e

    a Vereação, e, portanto, o PCP vir pedir na véspera da Assembleia, para se discutir um

    assunto, que já tinha sido agendado e já tinha sido pedida há uma semana, de um

    assunto que efetivamente, se passou há uma semana é acordar um bocadinho tarde, e

    vir dizer que isso não é boicotar os trabalhos da Assembleia!-------------------------------

  • DRAFT

    11

    ----- Senhor Presidente, não é aceitável que o PCP, um Partido com a experiência e

    com a responsabilidade que tem, vir dizer isso, e, portanto, naturalmente, que o PS

    tem que se opor, e opem-se vivamente a que este assunto, seja debatido aqui e

    esvaziado da 6ª Comissão onde o assunto deve ser discutido, onde o PCP se quiser

    vai, dá trabalho, mas tem que lá ir.--------------------------------------------------------------

    ----- Muito obrigado, Senhor Presidente.”------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Bem vamos acabar esta questão, e antes de passarmos à leitura e à votação do

    voto que foi admitido, pergunto apenas ao PCP se quer recorrer da decisão da Mesa,

    para procedermos à votação”---------------------------------------------------------------------

    ----- A Senhora Deputada Municipal Natacha Amaro (PCP) no uso da palavra fez

    o seguinte protesto:--------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, de facto, é lamentável, eu estava a ouvir o Senhor Deputado

    Manuel Lage, e acho que falar de responsabilidade do PCP quando nos acusam de

    boicotar, é de facto lamentável. -----------------------------------------------------------------

    ----- Mas sobre a questão, a matéria presente, nós não vamos solicitar que a

    Assembleia vote se aceita ou não, acho que estão bastante claras as posições, é bom

    que o PS tenha vindo dizer o que fez ou o que não fez, e que pretenda determinar que

    o PCP nada fez sobre esta matéria, não é verdade, mas isso é desconhecimento do

    próprio Senhor Deputado ao qual nós somos alheios, era natural que conhecesse o

    requerimento que o PCP apresentou prontamente à Câmara Municipal, e outras

    tomadas de posição, mas não essa a questão aqui, quem faz mais ou menos nesta

    matéria. ---------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Aquilo que nós queríamos deixar muito claro, e até sobre a forma de protesto, é

    que de facto, esta decisão do nosso ponto de vista, é inaceitável, por uma questão

    clara, é que há aqui uma discriminação, não há um critério formal e aceitável, para

    que uma coisa seja aceite e outra não. Esta foi uma forma do nosso ponto de vista

    política de afastar a intervenção do PCP, numa matéria urgente, mas que a maioria

    entendeu que não queria, não queria discutir hoje, e esta é uma discriminação do

    nosso ponto de vista intolerável e configura uma dualidade de critérios na aceitação

    daquilo que são ou não são matérias passíveis de serem discutidas aqui.------------------

    ----- O Senhor Deputado, preferiu chamar-lhe boicote, nós entendemos que é nosso

    direito como força política, e como Grupo Municipal apresentámos as matérias que

    entendemos serem urgentes, cadentes para a cidade, que devam ser discutidas por

    todos, é lamentável de facto, fica aqui o nosso protesto, e não pretendemos que seja

    votada a aceitação ou não do nosso documento para discussão.”---------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito obrigado, Senhora Deputada.-----------------------------------------------------

    ----- Eu já dou a palavra ao Senhor Deputado Rui Costa, quero apenas dizer, que,

    independentemente, do que decidimos hoje, naturalmente que teremos oportunidade

    na próxima semana, vai haver uma Conferência de Representantes, com tempo, e

  • DRAFT

    12

    haverá oportunidades de discutir estas questões e de aperfeiçoarmos, naturalmente, a

    forma de funcionamento, para que todos se sintam confortáveis nesta matéria.----------

    ----- Senhor Deputado Rui Costa, se faz favor.”-----------------------------------------------

    ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Costa (IND), no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, queria só através da Mesa esclarecer o Plenário que me opus

    à votação, ao agendamento dos demais votos que não o do PPM, e fi-lo por uma razão

    simples.----------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O voto do PPM foi apresentado junto ao momento dos acontecimentos, por

    exemplo, a que alude o voto do PCP já foram na segunda-feira anterior até poderiam

    ter agendado em termos tempestivos da iniciativa que fizeram, e eu julgo que as

    iniciativas do PCP, como também, do Senhor Deputado Paulo Muacho, merecem

    outro tipo de análise, e portanto, na medida em que não estão reunidas as condições

    para que haja um debate, e em relação ao voto do PPM não é que o debate seja

    dispensável julgo que é amplamente consensual, entendi opor-me à votação dos

    restantes, tem que haver contraditório sempre e, portanto, também não se pode criar

    aqui a ideia na Assembleia Municipal, que se não se opõe à apresentação de um voto

    para a seguir se vir apresentar outro, isso é desvalorizar a nossa atividade política, é

    dar com uma mão para estar sempre à espera de receber com a outra, em prejuízo do

    debate, atempado e profundo matérias tão importantes, como a questão do racismo,

    como a questão, que se passou na segunda-feira passada de ocupação de um imóvel, e

    era só para esclarecer através da Mesa a Assembleia das razões para este meu não

    assentimento.”--------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito bem, está inscrito o Senhor Deputado José Faria, pedia aos Senhores

    Deputados que se moderasse nestas intervenções, na medida em que, como já disse,

    esta questão poderá ser de uma forma mais completa discutida na próxima

    Conferência de Representantes, mas de qualquer forma e, portanto, esperando que

    seja a última intervenção sobre esta matéria, daria a palavra, ao Senhor Deputado José

    Faria.”-----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------ O Senhor Deputado Municipal José Faria (MPT), no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhor Presidente, isto já foi tudo falado, eu penso que já foi bastante bem

    explicado, porque é que não devem ser aceites, mas seja como for e a bem da

    democracia, talvez o Senhor Presidente pudesse pôr agora à disposição, dos vários

    grupos políticos o consenso de aceitarem ou não a subida destes dois votos.-------------

    ----- Senhor Presidente, mas eu termino já e digo-lhe é simples, no caso do Partido da

    Terra, o Partido da Terra, opõem-se exceto a do PPM, aos outros opõem-se, e,

    portanto, acho que está tudo resolvido, mas se caso para descanso do Deputado

    Muacho e da Deputada do PCP, ponha à votação e vai ver que no final.------------------

    ----- Muito obrigado.”-----------------------------------------------------------------------------

  • DRAFT

    13

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Senhores Deputados, muito obrigado, mas o assunto está encerrado, os Senhores

    Deputados, intervieram, disseram o que pensavam no seu direito legítimo de

    expressão e de opinião, mas não recorreram para o Plenário, portanto, assim, sendo

    vamos passar à leitura e à votação do único voto admitido que foi o voto apresentado

    pela Senhora Deputada do PPM, e pedia ao Senhor Secretário António Avelãs, que o

    lesse, antes de procedermos à votação.”--------------------------------------------------------

    ------ O Senhor Primeiro Secretário, António Avelãs, procedeu à leitura do Voto do

    Protesto n.º 110/01 (PPM):---------------------------------------------------------------------

    ----- “Voto de Protesto----------------------------------------------------------------------------

    ----- Deputada Municipal do PPM Aline Gallasch-Hall de Beuvink-----------------------

    ----- Repúdio pela vandalização da Estátua de Padre António Vieira---------------------

    ----- Lisboa, 12 de junho 2020-------------------------------------------------------------------

    ----- Foi vandalizada por desconhecidos, nesta quinta-feira, dia 11 de Junho, a

    Estátua de Padre António Vieira, que viveu entre 1608 e 1697, instalada no Largo

    Trindade Coelho, em frente à Igreja de São Roque, em Lisboa.----------------------------

    ----- Estes desconhecidos pintaram na base da estátua a palavra “descoloniza” e,

    não satisfeitos, acrescentaram corações vermelhos no peito das três crianças

    indígenas, bem como pintaram o rosto do jesuíta do século XVII.-------------------------

    ----- A instalação da estátua de Padre António Vieira foi realizada em Junho de 2017,

    tratando-se de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da

    Misericórdia.---------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Com este ato de vandalismo estamos perante um atentado gratuito à memória de

    um dos mais brilhantes pensadores portugueses, como fez, aliás, questão de afirmar

    na cerimónia de inauguração o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,

    Fernando Medina, que disse tratar-se de uma homenagem fundamental a “uma das

    maiores personalidades do pensamento” português até agora sem “a devida

    expressão de reconhecimento” na cidade onde nasceu.-------------------------------------

    ----- Foi este reconhecimento público de Lisboa que foi barbaramente atacado por

    desconhecidos.-------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Foi uma iniciativa da autarquia que foi desrespeitada e vandalizada. Contudo,

    mais do que isso, foi o nome e a história de Portugal que foram desrespeitados e

    pintados a vermelho, por um puro ato de vandalismo que por todos nós nesta

    Assembleia Municipal deve ser condenado.---------------------------------------------------

    ----- Estes atos não são apenas desrespeito pela arte pública ou pelo património

    público, são atentados ao nome de Portugal, de Lisboa e da nossa História comum.

    Representam um opróbrio e desconhecimento da própria História Portuguesa e,

    acima de tudo, do que representou Padre António Vieira e do seu papel histórico:

    para além do seu pensamento, a sua denúncia e defesa dos direitos dos povos

    indígenas contra a sua exploração e também na forma como os escravos negros eram

    tratados no Brasil no século XVII.--------------------------------------------------------------

    ------ Na altura, o Padre da Companhia de Jesus não foi capaz de se manter

  • DRAFT

    14

    indiferente à brutalidade e expôs a situação junto da corte portuguesa, tendo até

    enfrentado a Inquisição.--------------------------------------------------------------------------

    ----- Foi o pregador e defensor dos oprimidos que foi o alvo da ignorância e de um

    autêntico atentado ao património público de Lisboa, que deve ser condenado,

    denunciado e investigado para que não fique impune. Relembrando Padre António

    Vieira e o seu justo discernimento, condenando a violência e respeitando a memória

    do homem que sempre lutou pela justiça:------------------------------------------------------

    ----- “É possível, Senhor, que para se castigar qualquer delinquente, posto que

    notoriamente o seja, e para se condenar alguém (...) não podem as justiças e não

    costuma Vossa Alteza dar sentença, nem tomar resolução, sem ouvir ou sem citar as

    partes ambas; e agora se castigam tantos milhares de pessoas na perda da honra, da

    pátria, dos ofícios e da fazenda, sem os ouvir, e sem lhes mandar que respondam?

    Sirva-se Vossa Alteza de considerar que quando se procede contra partes não

    ouvidas, ainda que se pronuncie o que é justiça, sempre se procede sem justiça.--------

    ----- Padre António Vieira, “Escritos sobre os Judeus e a Inquisição”--------------------

    ----- Face ao exposto, e segundo o Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa,

    conforme previsto na alínea b) do número 1 do Artigo 48º, a Deputada Municipal de

    Lisboa do PPM vem apresentar o seguinte voto de Protesto:-------------------------------

    ----- Ponto 1. A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida na sua 69ª Sessão

    Extraordinária, 110ª Reunião, do dia 16 de Junho de 2020, repudia a vandalização

    da estátua de Padre António Vieira realizada por desconhecidos que, desta forma,

    atentaram contra o património público, contra a história de Lisboa e de Portugal.----

    ----- Ponto 2. A Assembleia Municipal de Lisboa insta a Câmara Municipal de Lisboa

    a que tome medidas de proteção não apenas à estátua de Padre António Vieira, mas a

    todas as outras que pela cidade enaltecem e evocam, mantendo vivas na nossa

    memória coletiva, momentos e personalidades da História de Lisboa e de Portugal.---

    ----- Lisboa, 12 de junho de 2020.”-------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito obrigado.-----------------------------------------------------------------------------

    ----- Eu penso que o texto da Senhora Deputada Aline, tem uma pequena correção, se

    não me engano e, portanto, eu perguntava, se este texto que penso, que foi

    ligeiramente alterado, mas eu pergunto à Senhora Deputada se isso é real e quais são

    os termos da alteração.”---------------------------------------------------------------------------

    ----- A Senhora Deputada Municipal Aline Beuvink (PPM) no uso da palavra fez o

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Sim, Senhor Presidente, foi pedido pela bancada do PS, que retirasse uma

    expressão que eu até escrevi na caixa da reunião de conversa, e é apenas para retirar

    essa expressão.”------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “A expressão em causa é relativamente, a?”---------------------------------------------

    ----- A Senhora Deputada Municipal Aline Beuvink (PPM) no uso da palavra fez o

  • DRAFT

    15

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “É apenas “manto de contestação mundial.”---------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “É retirar essa alusão, desse enquadramento, muito bem.”-----------------------------

    ----- A Senhora Deputada Municipal Aline Beuvink (PPM) no uso da palavra fez o

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Apesar de nós cremos que Padre António Vieira é uma figura internacional e,

    obviamente, e do outro lado do Atlântico, houve realmente posições de espanto,

    perante a vandalização da estátua, eu, com certeza, não vejo inconveniente em retirar

    essa expressão”.------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito bem, então com esta com esta clarificação, vamos passar à votação.”------

    ----- Vamos passar à votação do Voto de Protesto n.º 110/01 (PPM). Não à votos

    contra, abstenção: PCP, BE e dos Deputados Municipais Independentes: Joana

    Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves e Paulo Muacho, votos a favor: PS, PSD,

    CDS-PP, PAN, PEV, MPT, PPM e dos Deputados(as) Municipais Independentes:

    António Avelãs, Ana Gaspar, José Alberto Franco, Teresa Craveiro, Raul Santos,

    Rodrigo Mello Gonçalves e Rui Costa. O Voto de Protesto n.º 110/01 foi aprovado

    por maioria. ---------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito bem, agora vamos dar a palavra as declarações de voto oral, primeiro a

    do PCP, se não me engano, se faz favor o PCP, para fazer a declaração de voto.”-------

    ----- O Grupo Municipal do PCP apresentou, oralmente, a seguinte Declaração de

    Voto referente ao Voto de Protesto n.º 110/01:---------------------------------------------

    ----- “Muito boa tarde.----------------------------------------------------------------------------

    ----- A vandalização do Monumento ao Padre António Vieira, exige a condenação do

    ato em si, assim como da sua utilização para exacerbar sentimentos e conflitos que só

    servem objetivos reacionários.-------------------------------------------------------------------

    ----- Importa não permitir que este ato sirva para animar e inculcar na sociedade

    portuguesa um clima de conflitualidade racial sem sentido, iludindo o que o

    colonialismo representou sobre o ponto de vista económico e de classe em toda a sua

    dimensão.-------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Impõe-se hoje como no passado, combater os fenómenos racistas e xenófobos e

    não alimentar atitudes que invocando combatê-los, só contribuem para os promover,

    impõem-se na sociedade portuguesa garantir os direitos económicos e sociais para

    todas, independentemente da sua etnia ou nacionalidade. Esta é uma luta dos

    trabalhadores e do povo, que exige unidade e convergência e não elementos de

    divisão e conflitualidade que só contribuem a enfraquecer.---------------------------------

    ----- Portanto, estes foram os motivos pelos quais o PCP se abstém e, obviamente, que

    condenando como disse logo de início,

  • DRAFT

    16

    a vandalização deste Monumento e, obviamente, sem pôr em causa rigorosamente

    nada, a figura do Padre António Vieira.--------------------------------------------------------

    ------ Obrigada.”-----------------------------------------------------------------------------------

    ------ O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Muito obrigado.-----------------------------------------------------------------------------

    ----- Eu penso que há mais dois Partidos que anunciaram fazerem declarações de voto

    orais, que é o PEV e o PPM, se não me engano, portanto eu dava a palavra ao PEV.”--

    ----- O Grupo Municipal do PEV apresentou, oralmente, a seguinte Declaração de

    Voto referente ao Voto de Protesto n.º 110/01:---------------------------------------------

    ----- Boa tarde, obrigada a todos.----------------------------------------------------------------

    ----- Sobre o voto de repúdio pela vandalização da estátua de Padre António Vieira,

    “Os Verdes” pretendem apenas fazer umas breves observações justificando o nosso

    voto favorável.-------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Falamos de um ato de vandalismo, que não foi o único, e qualquer ato dessa

    natureza, para nós é inaceitável, e também, consideramos que não é desta forma que

    combatemos o racismo.---------------------------------------------------------------------------

    ----- Estes atos, ou similares, não podem servir para encorajar outros atos igualmente

    errado e importa também valorizar o movimento antirracista e pela igualdade, em vez

    de o descredibilizar através destas ou outras atitudes.----------------------------------------

    ----- Não podemos, nem devemos, negar que há discriminação e que as minorias

    étnico-raciais têm mais dificuldade no acesso aos seus direitos em Portugal.-------------

    ----- A verdade é que cada país tem o seu passado histórico, é preciso aprender com os

    erros do passado, não os repetir e não permitir que a história possa, em momento

    algum, justificar qualquer tipo de violência ou de limitação nos direitos, liberdades e

    garantias dos cidadãos.----------------------------------------------------------------------------

    ----- Queremos, por isso, reforçar que a vandalização deve ser repudiada e devemos

    rejeitar qualquer aproveitamento que procure alimentar discursos de ódio e de

    intolerância e objetivos reacionários, racistas, xenófobos e discriminatórios, como se

    tem visto, infelizmente nos últimos tempos.---------------------------------------------------

    ----- Entendemos, também, que estas situações, que devem ser combatidas, não podem

    deixar nenhum democrata indiferente, independentemente da categoria política a que

    pertençam e devem servir para corrigir algumas fragilidades e insuficiências das

    políticas públicas em defesa da igualdade e do respeito pelos direitos humanos,

    porque é disso mesmo que se trata, e ninguém pode negar que essas fragilidades,

    infelizmente existem ainda nos dias de hoje.--------------------------------------------------

    ----- Por fim, da parte de “Os Verdes” continuaremos o caminho feito até aqui de

    defesa da igualdade e dos direitos para todos, sem exceção e é isso que pretendemos

    deixar expresso nesta declaração de voto.------------------------------------------------------

    ----- Obrigado.”------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

    seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

  • DRAFT

    17

    ----- Muito obrigado, penso que em declarações de voto orais, falta apenas o PPM, a

    Senhora Deputada Aline, se faz favor.”--------------------------------------------------------

    ----- O Grupo Municipal do PPM apresentou, oralmente, a seguinte Declaração de

    Voto referente ao Voto de Protesto n.º 110/01: --------------------------------------------

    ----- “Muito obrigada pela palavra, Senhor Presidente.--------------------------------------

    ----- O que eu tenho a dizer é que, já dizia Cícero, “que não saber o que aconteceu

    antes do nascimento, será a mesma coisa do que permanecer criança para sempre”---

    ----- Nas palavras do nosso Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, os atos

    de vandalismo verificados, resumem-se a demonstrações de ignorância e

    imbecilidade, e permitam-me acrescentar, falta de civismo e respeito pelo património

    público, para além do património histórico.----------------------------------------------------

    ----- A luta contra o racismo é uma causa nobre e deve ser feita, mas não à custa da

    destruição de património ou vandalização do mesmo, nem de património privado, nem

    de património público, e a História também é património, imitar comportamentos

    negativos que se tem visto por todo o mundo na sequência dos protestos antirracistas

    faz perder a força de qualquer luta, principalmente quando envoltos de ignorância.-----

    ----- Os protestos que têm vindo a ser verificados em que se mutilam, vandalizam ou

    se destroem estátuas de figuras históricas, não são só uma ação de contra factual

    histórico e uma tentativa de reescrever a História, é a expressão mais idiota da falácia

    de Parménides, e a demonstração da profunda ignorância que grassa algumas franjas

    da sociedade, talvez alguma coisa esteja errada no ensino, para estes agirem sem

    qualquer conhecimento de História ou de cidadania.-----------------------------------------

    ----- Mas há certamente maldade nestas ações, e igualmente cobardia, porque fazem

    isto, sem dar a cara e se escondem como vândalos repugnantes.---------------------------

    ----- Quando alguém luta por uma causa dá a cara, porque acredita nela, porque quer

    fazer ouvir a sua voz, não é destruindo património de forma sub-reptícia ou tentando

    apagar o rescrever da História.-------------------------------------------------------------------

    ----- O movimento antirracismo perdeu aqui uma boa oportunidade de arranjar um

    verdadeiro símbolo para a sua causa, Padre António Vieira não foi um colonizador

    nem um esclavagista, pelo contrário, é bastante conhecido o seu trabalho na defesa

    dos índios que o chamavam “Payassu”, que quer dizer na língua indígena tupi

    “Grande Pai”, era contrário à escravatura e à distinção entre cristãos-novos e cristãos

    velhos, era na terminologia atual uma pessoa extremamente humanista e tolerante.-----

    ----- Chegou a ser preso pela Inquisição, afrontando-a, mantendo as suas ideias

    divulgando-as por escrito num dos seus famosos sermões.----------------------------------

    ----- Ele próprio um mestiço, de avó negra e mãe judia, conforme se acreditava à

    época, poderia servir como um símbolo desta luta antirracista, mas não! A ignorância

    tem infelizmente, um peso maior nessa parte da população do que o discernimento e o

    bom senso.------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O bom senso e agilidade, teve o Presidente da Câmara de Lisboa Fernando

    Medina, ao mandar limpar a estátua imediatamente, devolvendo-lhe a dignidade,

    esteve muitíssimo bem, e honra lhe seja feita, mas estes sinais são reveladores de algo

    para além de uma profunda incultura e incivilidade, é revelador de uma nova luta de

  • DRAFT

    18

    uma franja extremista da sociedade que vê agora na luta de raças e no reescrever da

    História a luta de classes que antes suplementavam, é um dominar do passado quase

    que tentando obrigar-nos a pedir desculpa por atos que os nossos antepassado

    cometeram, é quase que George Orwell escrevia nas suas obras, “abomino o racismo

    como abomino o preconceito, como abomino a intolerância, mas também abomino a

    estupidez a violência a falta de respeito pela História e pelo património”, e acho que

    todos nós que aqui estamos, e que temos o dever de lutar pelo respeito ao património

    da Cidade de Lisboa e pelos direitos dos cidadãos, devemos repudiar atitudes desta

    natureza, porque a mais válida luta quando envolve ilegalidades e más condutas, falta

    de civismo e de respeito pela integridade da propriedade e património, e pela História,

    não só é uma luta que perde força como pior, perde a sua razão, porque se afasta do

    seu foco, e nunca em momento algum eu irei deixar que alguém me obrigue a ter

    vergonha ou não respeitar a História de Portugal e daqueles que a construíram.---------

    ----- Disse!”-----------------------------------------------------------------------------------------

    ------ O Grupo Municipal Bloco de Esquerda apresentou a seguinte Declaração de

    Voto escrita referente ao Voto de Protesto nº 110/01:------------------------------------

    ----- “As deputadas e os deputados municipais eleitos pelo Bloco de Esquerda

    declaram votar abstenção na apreciação do Voto 110/01 (PPM/CDS/MPT e DM IND

    Rodrigo Mello Gonçalves) - Repúdio pela vandalização da Estátua de Padre António

    Vieira pelos seguintes motivos:------------------------------------------------------------------

    ------ a) O Bloco de Esquerda teve já oportunidade de se demarcar de atos de

    pichagem da estátua de Padre António Vieira, através de declarações públicas da sua

    porta voz, Catarina Martins: https://www.esquerda.net/artigo/pichagem-na-estatua-

    do-padre-antonio-vieira-visou-descredibilizar-movimento-anti-racista;-------------------

    ----- b) O Bloco de Esquerda revê-se nos milhares de jovens que saíram à rua para

    combater a discriminação étnico-racial, exigindo políticas públicas de combate ao

    racismo e á xenofobia, pelos milhões que em todo o mundo querem justiça e

    igualdade.-------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- c) O debate anti-racista em Portugal tem tido uma importante evolução,

    nomeadamente, em Lisboa, através da proposta vencedora do Orçamento

    Participativo de 2017 de criação de um Memorial de Homenagem às Pessoas

    Escravizadas, apresentada pela Djass – Associação de Afrodescendentes

    (https://www.publico.pt/2018/05/16/culturaipsilon/opiniao/por-um-memorial-de-------

    -homenagem-as-pessoas-escravizadas-1829390) ou da evocação dos 25 anos do

    assassinato de Alcindo Monteiro por neonazis

    (https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-

    plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------

    monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSG

    gXLEiS2dLUbEIgI)-------------------------------------------------------------------------------

    ----- d) Não sendo os únicos passos a tomar, são importantes para o aprofundar de

    um debate que promova uma reflexão crítica sobre os legados da história e

    construção da memória assim como das suas consequências estruturais para a

    sociedade portuguesa; ----------------------------------------------------------------------------

    https://www.am-lisboa.pt/303000/1/014257,000434/index.htmhttps://www.am-lisboa.pt/303000/1/014257,000434/index.htmhttps://www.esquerda.net/artigo/pichagem-na-estatua-do-padre-antonio-vieira-visou-descredibilizar-movimento-anti-racista;------------------------https://www.esquerda.net/artigo/pichagem-na-estatua-do-padre-antonio-vieira-visou-descredibilizar-movimento-anti-racista;------------------------https://www.esquerda.net/artigo/pichagem-na-estatua-do-padre-antonio-vieira-visou-descredibilizar-movimento-anti-racista;------------------------https://www.publico.pt/2018/05/16/culturaipsilon/opiniao/por-um-memorial-de--------homenagem-as-pessoas-escravizadas-1829390https://www.publico.pt/2018/05/16/culturaipsilon/opiniao/por-um-memorial-de--------homenagem-as-pessoas-escravizadas-1829390https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSGgXLEiS2dLUbEIgI)------------------------------------------------------------------------------------https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSGgXLEiS2dLUbEIgI)------------------------------------------------------------------------------------https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSGgXLEiS2dLUbEIgI)------------------------------------------------------------------------------------https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSGgXLEiS2dLUbEIgI)------------------------------------------------------------------------------------https://tvi24.iol.pt/sociedade/caboverdiano/lisboa-assinala-luta-contra-racismo-com-plana-no-local-onde-foi-assassinado-alcindo--------------------------------------------------monteiro?fbclid=IwAR1_aOdRjiW8XZeLF_UNzVKcfHuQuKXHMl2WoMaNpVSGgXLEiS2dLUbEIgI)------------------------------------------------------------------------------------

  • DRAFT

    19

    ----- e) Igualmente, importa referir que, nos dias seguintes ao ato referido no voto,

    ocorreram atos de vandalismo e intimidação contra pessoas negras, imigrantes e

    refugiados, realizados através da pichagem de mensagens de ódio racista e xenófobo

    em vários locais da área metropolitana de Lisboa, nomeadamente em escolas do

    nosso concelho, os quais repudiamos igualmente.--------------------------------------------

    ----- Pelo acima exposto, o Grupo Municipal do Bloco de Esquerda votou abstenção

    na apreciação do Voto 110/01 (PPM/CDS/MPT e DM IND Rodrigo Mello

    Gonçalves) - Repúdio pela vandalização da Estátua de Padre António Vieira Lisboa,

    18 de junho de 2020-------------------------------------------------------------------------------

    ----- As Deputadas e os Deputados Municipais, eleitos pelo Bloco de Esquerda,--------

    ----- Isabel Pires-----------------------------------------------------------------------------------

    ----- Ricardo Moreira-----------------------------------------------------------------------------

    ----- Tiago Ivo Cruz”------------------------------------------------------------------------------

    ----- O Grupo Municipal MPT apresentou a seguinte Declaração de Voto escrita

    referente ao Voto de Protesto nº 110/01:----------------------------------------------------

    ----- “O Grupo Municipal do Partido da Terra – MPT, eleito para a Assembleia

    Municipal de Lisboa, vem, nos termos e para os efeitos previstos no nº 1 do artigo 57º

    do Regimento da AML, fazer constar da Acta da Reunião realizada no dia 16 de

    Junho de 2020 a sua declaração de voto relativa ao Voto de Protesto 110/01 (PPM)

    – Repúdio pela vandalização da Estátua de Padre António Vieira.------------------------

    ------ Este voto de protesto mereceu o Voto a Favor deste Grupo Municipal,

    entendendo o MPT na Assembleia Municipal de Lisboa o seguinte:-----------------------

    ----- O património, mais do que algo material, é identidade e memória que revela a

    identidade de uma época;-------------------------------------------------------------------------

    ----- A vida e obra do missionário jesuíta e diplomata Padre António Vieira,

    considerado por Fernando Pessoa como "o imperador da língua portuguesa",

    deixou-nos um legado de coragem e liberdade no que pregou e no que escreveu;-------

    ----- O ideal evangélico, plasmado nos seus sermões, constituiu um eco de revolta e

    de crítica às condições laborais do trabalho escravo, uma tribuna de pregação

    altamente crítica dos poderes instituídos, a defesa dos cristãos-novos em Portugal e a

    crítica à forma de actuar dos dominicanos do Santo Ofício, que lhe valeram quer a

    animosidade por parte dos colonos portugueses no Brasil, quer acusações de heresia

    por parte da Inquisição;--------------------------------------------------------------------------

    ----- O MPT considera que o reflexo do tempo e da História nas estátuas, nos

    monumentos, na literatura ou no cinema deve servir para preservar a memória

    colectiva dos povos e constituir um meio de aprendizagem dos erros do passado,

    através da educação e do fomento de uma cultura de respeito pelo outro e pela

    liberdade;-------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- O MPT condena os actos de vandalismos contra o património colectivo da

    cidade ligado ao colonialismo e à escravatura, considerando que, à semelhança do

    que foi feito nos últimos séculos por republicanos, corporativistas, fascistas e

    comunistas, eles representam uma inaceitável tentativa de censura, manipulação e

    revisão selectiva da História;--------------------------------------------------------------------

    https://www.am-lisboa.pt/303000/1/014257,000434/index.htmhttps://www.am-lisboa.pt/303000/1/014257,000434/index.htm

  • DRAFT

    20

    ----- O MPT condena todas as formas de xenofobia e discriminação racial,

    entendendo que o combate ao segregacionismo existente na nossa sociedade não deve

    encontrar na vandalização de estatuária e de património histórico e cultural um meio

    para atingir os seus fins.--------------------------------------------------------------------------

    ----- Lisboa, 16 de Junho de 2020---------------------------------------------------------------

    ----- Pelo Grupo Municipal do Partido da Terra – MPT,------------------------------------

    ----- O Deputado Municipal, José Inácio Faria.”---------------------------------------------

    ----- O Movimento Cidadãos por Lisboa apresentou, a seguinte Declaração de

    Voto escrita, referente ao Voto de Protesto n.º 110/01:-----------------------------------

    ---- “Voto 110/01 (PPM/CDS/MPT e DM IND Rodrigo Mello Gonçalves) - Repúdio

    pela vandalização da Estátua de Padre António Vieira.-------------------------------------

    ----- Erigir ou demolir uma estátua ou um monumento é uma decisão política, com

    envolvimento cultural, que exige uma análise dos valores que com esse edificado se

    pretendem sublinhar (ou contestar, em caso de remoção). É, portanto, uma decisão

    que compete a órgãos democraticamente eleitos, nela envolvendo todos os

    interessados.----------------------------------------------------------------------------------------

    ----- A estátua em causa, dedicada ao padre António Vieira, foi erigida por decisão

    da Câmara Municipal de Lisboa e pela Santa Casa da Misericórdia, em 2017. A sua

    remoção - que não defendemos - exigiria um amplo e público debate, num ato de

    cidadania participativa que a justificasse. Nunca poderia depender de uma ação de

    um grupo desconhecido.--------------------------------------------------------------------------

    ----- Por estes motivos aceitámos abstermo-nos ou votar a favor o texto apresentado

    pelo PPM que, na parte deliberativa, propõe “que a Assembleia Municipal de Lisboa

    (…) repudia a vandalização da estátua do Padre António Vieira realizada por

    desconhecidos....”----------------------------------------------------------------------------------

    ----- Não acompanhamos, porém, a filosofia ideologicamente enviesada e truncada

    que subjaz aos considerandos do texto apresentado pelo PPM. Por um lado, no que

    se refere ao Padre António Vieiro, aos elogios justificados ao seu humanismo que o

    levou, com perigos, à “denúncia e defesa dos direitos dos povos indígenas contra a

    sua exploração e também na forma como os escravos negros eram tratados no Brasil

    do século XVII”, deve acrescentar-se que não se encontra na sua obra (cuja

    excelência literária é inquestionável) a condenação explícita ou implícita da

    escravatura.----------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Refere o texto do PPM que com esta vandalização (que, insistimos, condenamos

    inequivocamente), se desrespeita o nome e a história de Portugal, de Lisboa e da”

    nossa História comum”. Mas a história de Portugal, de Lisboa, e a nossa História

    Comum também é desrespeitada enquanto não reconhecermos publicamente que ela

    se construiu com os muitos milhares de africanos e índios que aprisionámos,

    matámos, escravizámos, e tornámos bestas de trabalho com que alimentámos a nossa

    economia na dita metrópole e nas ditas colónias. E não apenas nos longínquos

    séculos XVI e XVII, mas sempre até ao século XX, nas condições indignas de trabalho

    impostas aos indígenas africanos, que mais não eram do que uma forma, talvez mais

    ligeira, de escravatura, na decisão simbólica de encerrar o campo de concentração

    https://www.am-lisboa.pt/303000/1/014257,000434/index.htm

  • DRAFT

    21

    do Tarrafal para os presos políticos do “continente” mas de o manter aberto para os

    presos políticos africanos, enfim, na manutenção de uma infamante guerra colonial.

    E que persiste em pleno século XXI, não formalmente como escravatura, mas nas

    condições indignas de vida a que sujeitamos boa parte das comunidades africanas e

    afro portuguesas entre nós, nomeadamente na exploração laboral de que são

    permanentes vítimas, em atos de violência policial e de discriminações de índole

    racista.----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------ A Igreja Católica portuguesa teve a dignidade de reconhecer os seus crimes

    contra os judeus em Lisboa, integrando num Memorial sobre a Paz, erigido no Largo

    de São Domingos, perto do local onde massacrou e queimou alguns milhares deles,

    uma placa pedindo perdão. (Infelizmente também este memorial tem sido sujeito a

    várias vandalizações). A nação portuguesa ainda não teve a dignidade de reconhecer

    o crime que foi a escravatura, crime do qual se aproveitou. Urge, pois, dar

    cumprimento ao Memorial da Escravatura anunciado pelo presidente da CML,

    Fernando Medina. Também ele contribuirá para o prestígio e o bom nome de

    Portugal, de Lisboa, e da nossa história comum.---------------------------------------------

    ----- Até lá, assumimos o nosso dever de denunciar todas as tentativas de fingir que a

    escravatura entre nós não existiu; assumimos a luta contra todas as formas de

    racismo.---------------------------------------------------------------------------------------------

    ----- Para essas lutas a vandalização de estátuas é não só inútil como prejudicial,

    porque desloca a discussão para o marginal de modo a obscurecer o essencial.--------

    ----- Os Deputados Municipais Independentes do Movimento Cidadãos Por Lisboa.---

    ----- António Avelãs-----------------------------------------------------------------------------

    ----- Joana Duarte---------------------------------------------------------------------------------

    ----- Maria Teresa Craveiro----------------------------------------------------------------------

    ----- Ana Gaspar.”---------------------------------------------------------------------------------

    ----------------------------- PERÍODO DA ORDEM DO DIA--------------------------------

    ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ----- “Bem, eu penso que estão e terminadas as declarações de voto orais, há várias

    declarações escritas que foram anunciados, que serão juntas à ata como é normal,

    vamos então avançar.------------------------------------------------------------------------------

    ----- Houve abertura para intervenção do público, infelizmente, não houve inscrições,

    penso que deve ter havido os feriados, deve ter complicado um pouco a situação, mas

    as coisas estão montadas para que o público se inscreva e participe, de acordo com as

    sugestões que foram feitas oportunamente pela Conferência de Representantes.---------

    ----- PONTO 1 – APROVAÇÃO DA ATA N.º 96 DE 21.01.2020 E DA ATA N.º

    98 DE 04.02.2020;-------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a seguinte intervenção:------------------------------------------------------------------------------

    ------ Antes de entrarmos propriamente nas propostas, temos aqui duas atas, a ata n.º

    96 e a ata n.º 98., que eu ia sujeitar à votação, quando naturalmente, que se considera

    que não participa na votação os Deputados que não estiverem nessas reuniões.”--------

  • DRAFT

    22

    ----- Vou pôr à votação Ata n.º 96 do dia 21 de janeiro de 2020. Não há votos

    contra, nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV,

    MPT, PPM, dos Deputado (as) Municipais Independentes: António Avelãs, Ana

    Gaspar, José Alberto Franco, Joana Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Paulo

    Muacho, Raul Santos, Rodrigo Mello Gonçalves, Rui Costa e Teresa Craveiro. A Ata

    n.º 96 foi aprovada por unanimidade, não tendo participado na votação os Senhores

    Deputados que estiveram ausentes na Reunião.-----------------------------------------------

    ----- Vou pôr à votação Ata n.º 98 do dia 4 de fevereiro de 2020. Não há votos

    contra, nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV,

    MPT, PPM, dos Deputado (as) Municipais Independentes: António Avelãs, Ana

    Gaspar, José Alberto Franco, Joana Alegre, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Paulo

    Muacho, Raul Santos, Rodrigo Mello Gonçalves, Rui Costa e Teresa Craveiro. A Ata

    n.º 98 foi aprovada por unanimidade, não tendo participado na votação os Senhores

    Deputados que estiveram ausentes na Reunião.-----------------------------------------------

    ---- De forma a dar cumprimento ao disposto no DL. n. º 4/2015, de 07 de Janeiro, que

    aprova o novo Código de Procedimento Administrativo, mais precisamente no n.º 3

    do seu artigo 34.º, não participaram na votação das Atas 96 e 98, os Senhores

    Deputados Municipais que abaixo se referenciam, em virtude de não terem estado

    presentes na reunião a que a mesma respeita. --------------------------------------------------

    ----- Ata n.º 96 Sessão Extraordinária, realizada em vinte e um de janeiro de dois mil

    e vinte, não estiveram presentes os segu