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Research – Banco BiG
Lisboa, 8 de Novembro de 2010
Análise sectorial: Energias Renováveis
Índice
o Energias Renováveis
o Subsector Energia Eólica……………………….. Pág.4
o Subsector Energia Eólica – Infra-estruturas… Pág.9
o Subsector Energia Solar………………………… Pág.13
Energias Renováveis
Subsector Energia Eólica
4
João Cabeçana joaocabeç[email protected]
Research – Banco BiG
Iberdrola Renovables EDP Renováveis
EDF Energies Nouvelles
Enquadramento subsector Energia Eólica
A indústria de energia eólica bateu recordes em 2009, com a capacidade de geração da energia eólica a
aumentar cerca de 31%, um aumento de 37,5 GW para os 157,9 GW de capacidade total instalada. A
liderar este crescimento está a Ásia, América do Norte e Europa, sendo que cada região instalou mais
de 10 GW de capacidade de energia eólica em 2009, excedendo o crescimento registado no ano
anterior.
A China foi o maior mercado em 2009, duplicando a sua capacidade eólica, aumentando-a de 13 GM em
2008 para 25,2 GW em 2009. O governo chinês identificou o desenvolvimento da energia eólica como
uma das áreas chave para a recuperação económica e essencial para cumprir os critérios de emissão
de CO2.
Os EUA cresceram a uma taxa saudável em 2009, adicionando cerca de 10 GW de capacidade
instalada e reafirmando a sua posição dominante na energia eólica offshore. A região terminou o ano
com mais de 35 GW de capacidade eólica instalada.
Em termos europeus, o crescimento foi liderado pela Espanha (2459 MW), seguida pela Alemanha
(1917 MW), com a Itália, Reino Unido e França a adicionarem mais de 1 GW cada. Países como
Portugal, Suécia, Dinamarca e Irlanda tiveram uma performance igualmente positiva. No final de 2009, a
capacidade eólica instalada nos 27 países da UE totalizou 74767 MW.
Segundo a associação europeia de energia eólica, pelo segundo ano consecutivo, a UE instalou mais
capacidade eólica que qualquer outra tecnologia de geração de electricidade.
A instalação de energia eólica no resto do mundo continua a crescer, com a Índia, Canada e Austrália a
liderarem essa evolução.
Operadores de energia eólica
O sector de energias renováveis é um sector recente, pouco maduro, em franco desenvolvimento, pelo
que apenas identificámos como empresas chave do sector a Iberdrola Renovables, a EDP Renováveis e
a EDF Energies Nouvelles.
Distribuição geográfica das vendas
Espanha 45,55% Espanha 37,12% Europe 67,93%
EUA 39,13% EUA 33,01% America 32,07%
Resto do mundo 9,11% Portugal 19,01% 100,00%
Reino Unido 6,21% Europa 8,05%
100,00% Resto do mundo 2,82%
100,0%
Iberdrola Renovables EDP Renováveis EDF Energies Nouvelles
Fonte: Bloomberg
Energias Renováveis Subsector Energia Eólica
5
No quadro acima podemos observar que a Iberdrola Renovables é a empresa com maior exposição ao
mercado americano (39,13%), seguida da EDP renováveis e EDF Nouvelles com 33,01% e 32,07%
respectivamente. A Iberdrola Renovables é também aquela que apresenta maior exposição ao mercado
espanhol (45,55%), consideravelmente mais que a EDP Renováveis (37,12%). A Iberdrola Renovables é
a empresa que mais poderá beneficiar com a retoma económica nos EUA, ao mesmo tempo que não
está exposta ao mercado português, não sendo assim afectada pelo risco específico do país.
Resultados Semestrais (1H10)
Cap. Bolsista EUR 10070,17 mn Cap. Bolsista EUR 3576,46 mn Cap. Bolsista EUR 2434,10 mn
Iberdrola Renovables EDP Renováveis EDF Energies Nouvelles
Síntese resultados semestrais
(EUR mn) Observado Estimado Surp.
Resultado Líquido 38,586 30,263 27,5%
EBITDA 171,98 167 3,0%
Vendas 544,981 486,818 11,9%
(EUR mn) Observado Estimado Surp.
Resultado Líquido 42,9 48,046 -10,7%
EBITDA 343 340 0,9%
Vendas 412,9 451,2 -8,5%
(EUR mn) Observado Estimado Surp.
Resultado Líquido 158,117 170,167 -7,1%
EBITDA 706,65 718 -1,6%
Vendas 1132 1100 2,9%
EDF Energies Nouvelles
EDP Renováveis
Iberdrola Renovables
Fonte: Bloomberg
Nos últimos resultados trimestrais, a empresa com a melhor performance foi a EDF Energies Nouvelles,
que superou o consenso dos analistas ao apresentar um Resultado líquido, EBITDA e Vendas acima do
esperado pelo mercado. Já a EDP renováveis apresentou resultados inferiores ao previsto pelo mercado
na generalidade das métricas, assim como a Iberdrola Renovables. No entanto, das 3 empresas, a EDF
é aquela com um menor Capitalização bolsista, EUR 2328,22 mn, seguida da EDPR e Iberdrola
Renovables com EUR 3729,12 mn e EUR 10471,46 mn respectivamente, sendo clara a superior
dimensão da empresa espanholas face aos peers.
Análise de múltiplos
P/E 2010E (IBES) P/E 2011E (IBES) P/BV YTD % Dividend Yield BETA D/E EV/EBITDA 2010 EV/Sales 2010
IBERDROLA RENOVA 22,91 20,07 0,85 -26,87 1,03 0,75 15,07 9,33 6,07
EDF ENERGIES NOU 20,50 16,18 1,75 -17,58 1,28 0,78 265,41 21,39 5,08
EDP RENOVAVEIS S 33,02 23,93 0,71 -35,75 n.d. 0,88 51,21 13,19 11,09
média 25,48 20,06 1,10 -26,73 1,16 0,80 110,56 14,64 7,42 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
6
Em termos fundamentais, a EDF Energies Nouvelles é a empresa com P/E 10E e P/E 11E mais
reduzido, 20,75x e 16,38x respectivamente, seguida da Iberdrola Renovables com 23,65x e 20,52x. Em
termos de P/BV a EDP Renováveis é o título que transacciona com um desconto superior, seguido da
Iberdrola Renovables. Já em termos de EV/EBITDA 10E e EV/SALES 10E a Iberdrola Renovables é a
mais atractiva entre os pares.
Análise de estrutura – Rácios financeiros
CP/Act.
(Estrutura
Financeira)
Pass./Activo
(Endividamento)Div. Liq-/Activo
Div.
Liq./EBITDA
EBITDA/Enc.
Financ.
IBERDROLA RENOVA 53% 47% 0,06 0,96 7,12
EDF ENERGIES NOU 26% 74% 0,49 10,80 1,67
EDP RENOVAVEIS S 47% 53% 0,19 4,02 2,98
média 42% 58% 0,25 5,26 3,93 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos de rácios de dívida, a empresa espanhola apresenta-se como a menos endividada,
registando um rácio de endividamento de 47%, inferior à média do sector de 58%, e um rácio de dívida
líquida/ EBITDA de 0,96x, igualmente inferior aos 4,02x e 10,8x apresentados pela EDP renováveis e
EDF Energies Nouvelles respectivamente.
Indicadores operacionais
Resultado
Líquido (EUR mn)Vendas (EUR mn)
Margem EBITDA
trailing
Resultado
líquido/ vendasROE ROA
IBERDROLA RENOVA 371,08 2035,21 0,64 n.d. 3,31 1,78
EDF ENERGIES NOU 97,95 1173,08 0,27 0,08 7,65 1,84
EDP RENOVAVEIS S 114,35 648,24 0,83 0,18 2,21 1,11
média 194,46 1285,51 0,58 0,13 4,39 1,58 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
A margem EBITDA apresenta-se superior na EDP Renováveis, seguida pela Iberdrola Renovables,
ambas claramente destacadas da empresa francesa. Por fim, os valores do resultado líquido e das
vendas demonstram a maior dimensão da Iberdrola Renovables face aos peers.
Conclusão:
O sector das energias renováveis é um sector em franco crescimento, apesar de sofrer necessariamente
com o abrandamento económico que cria dificuldades em termos de novos investimentos e torna as
energias renováveis menos atractivas quando comparadas com o crude, devido ao recuo do preço da
matéria-prima em tempos de crise. Assim, apesar da crise económica mundial atrasar a expansão das
renováveis, a expectável recuperação económica indicia um novo ciclo de expansão neste sector,
nomeadamente tendo em conta a recente evolução/perspectiva do preço do crude nos mercados
internacionais, com alguns estudos sectoriais a preverem que o preço desta matéria-prima possa atingir
os $100/barril já em 2011. Perante as opções de investimento disponíveis no sector renovável, aquela
sobre a qual recai um view mais positivo é a Iberdrola Renovables. Além de se apresentar como uma
das melhores em termos fundamentais, é a clara líder do sector a nível mundial. Destaque também para
o peso da dívida nos resultados da empresa, que é claramente mais baixo na Iberdrola Renovables face
aos peers, o que faz com que esta tenha uma maior liberdade em termos de capex, essencial para um
sector em claro crescimento/evolução. Assim, parece-nos que o menor leverage, posição de liderança
no segmento e as métricas de avaliação descontadas (fundamentais mais atractivos que os pares),
realça o interesse do investimento no título Iberdrola Renovables. O mix de negócio similar ao da EDP
7
Renováveis e a ausência de risco de Portugal sustentam adicionalmente a nossa preferência pela
empresa espanhola.
Energias Renováveis
Subsector Energia Eólica Infra-estruturas
9
João Cabeçana joaocabeç[email protected]
Research – Banco BiG
Vestas Gamesa
Enquadramento subsector Infra-estruturas
O subsector infra-estruturas foi claramente o mais prejudicado pela conjuntura actual, devido sobretudo
aos elevados níveis de investimento necessários à construção de parques eólicos. Segundo analistas do
sector, apesar do preço das turbinas eólicas estar num nível historicamente baixo não se espera uma
recuperação do preço nos próximos 3 anos, uma vez que o excesso de oferta deverá permanecer.
Assim, não se espera uma recuperação do sector enquanto a economia não mostrar sinais sólidos de
recuperação, sendo que a maior dificuldade de acesso ao crédito agrava as dificuldades que o sector irá
encontrar nos próximos tempos.
Vestas
No segundo trimestre do ano, a empresa apresentou prejuízos de EUR 119 mn, desapontando o
mercado que antecipava um prejuízo de cerca EUR 5,66 mn. As previsões de vendas foram reduzidas
em EUR 7 mil mn, para EUR 6 mil mn, devido ao adiamento de encomendas no mercado americano,
alemão e espanhol. A crise de acesso ao crédito contribuiu para a redução da construção de parques
eólicos. Ao mesmo tempo, a empresa reduziu as suas previsões para 2010, nomeadamente ao nível das
vendas e das margens operacionais. Espera-se a manutenção de um reduzido nível de actividade
enquanto não se observar uma significativa recuperação económica. Já nos últimos resultados
trimestrais, a empresa referiu que a procura de turbinas irá reduzir-se no próximo ano, o que levará a um
corte de 3000 trabalhadores. O resultado líquido caiu para os EUR 126 mn, comparando com EUR 165
mn registados em período homólogo, sendo que os analistas estimavam um resultado de EUR 83,5 mn.
As vendas também recuaram 5,7% para EUR 1,722 mn, ainda assim um pouco acima do estimado pela
média dos analistas. A empresa acrescentou que o nível de incerteza ao nível das infra-estruturas de
energias renováveis é muito grande a curto prazo, tendo o management afirmado que havia conferido
uma visão excessivamente optimista no que respeita a guidance para 2010.
Gamesa
Na apresentação dos resultados relativos ao segundo trimestre do ano, a empresa reduziu as
estimativas para as vendas de turbinas, reportando uma quebra nas receitas para os EUR 22,5 mn, o
que compara com EUR 64,7 mn registados em período homólogo. O resultado líquido ficou-se pelos
EUR 6,46 mn, abaixo do previsto pelos analistas, EUR 15,98 mn. O EPS ficou igualmente abaixo do
previsto pelo mercado, EUR 0,026 vs EUR 0,065. A perspectiva de quebra na venda de turbinas refere-
se não só ao presente ano mas também a 2011. Mais recentemente, a empresa reviu em baixa as
margens das receitas, devido aos custos de desenvolvimento de novo geradores. Uma nota adicional
para o facto da Iberdrola ter vindo a reforçar a sua posição na Gamesa, tendo actualmente 16,14%,
sendo o único accionista com uma posição superior a 5%. Por fim, de acordo com analistas sectoriais,
as empresas fabricantes de turbinas eólicas fazem parte de uma watch list de possíveis M&A, onde a
Gamesa surge em evidência, com rumores do interesse por parte de empresas como Shanghai Electric
group, Dongfang Electric Corp, e Alstom.
Energias Renováveis Subsector Energia Eólica – Infra-estruturas
10
Distribuição geográfica das vendas
Europa 68% Europa 64%
EUA 21% EUA 18%
Ásia/Pacífico 11% China 7%
100% Resto do mundo 11%
100%
Vestas Gamesa
Fonte: Bloomberg
Em temos de distribuição geográfica das vendas, as empresas apresentam-se essencialmente idênticas, com o continente europeu a ocupar a posição mais relevante, seguido dos EUA.
Síntese resultados trimestrais
Cap. Bolsista EUR 4695,42 mn Cap. Bolsista EUR 1227,57 mn
Vestas Gamesa
EUR/DKK = 7,4533
(EUR mn) 2Q Estimado 1Q Estimado
Vendas 1007 1123 755 946,86
Margem EBITDA - - - -
EBITDA - - - -
Resultado líquido -82 18,32 -119 -5,66
(EUR mn) 2Q Estimado 1Q Estimado
Vendas 577,79 562,17 451 496,18
Margem EBITDA - - - -
EBITDA - - - -
Resultado líquido 6,46 15,98 16 8,53
Vestas
Gamesa
Análise comparativa
P/E 2010E (IBES) P/E 2011E (IBES) P/BV YTD % BETA D/E EV/EBITDA 2010 EV/Sales 2010
GAMESA 22,50 17,46 0,75 -58,33 1,20 69,05 5,47 0,68
VESTAS WIND SYST 28,11 12,07 n.d. -46,64 0,99 10,43 n.d. n.d. Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos fundamentais, as duas empresas apresentam genericamente P/E idênticos, tendo a Gamesa
uma pior performance YTD comparando com a Vestas.
11
Análise de estrutura – Rácios financeiros
CP/Act.
(Estrutura
Financeira)
Pass./Activo
(Endividamento)
Div. Liq-
/Activo
Div.
Liq./EBITD
A
EBITDA/Enc.
Financ.
GAMESA 32% 68% 0,06 0,69 0,01
VESTAS WIND SYST 52% 48% -0,02 -0,13 0,08 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos de rácios de dívida, a Gamesa apresenta-se um pouco mais endividada, registando um rácio
de endividamento de 68%, inferior à Vestas que apresenta um rácio de 48%.
Indicadores operacionais
EBITDA marginResultado líquido/
vendasROE ROA
GAMESA 0,13 0,04 7,46 2,37
VESTAS WIND SYST 0,12 0,09 21,77 9,86 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos de rentabilidade, a margem EBITDA apresenta-se ligeiramente superior na Gamesa, 13%
face aos 12% apresentados pela Vestas.
Conclusão:
Dentro do sector das energias renováveis, as empresas de infra-estruturas são das mais penalizadas em
termos de performance YTD, ao mesmo tempo que são aquelas sobre as quais recai um futuro menos
positivo, uma vez que são as mais intensivas em capital, pelo que dependem mais do ciclo económico.
Neste sentido, este subsector é aquele pelo qual nutrimos um view mais negativo. Apesar da pouca
atractividade das empresas em cima referidas, tendo em conta o momento económico actual, a Gamesa
é a empresa com um eventual upside superior, devido ao reforço da posição da Iberdrola na empresa,
assim como os rumores em torno de um possível M&A.
Energias Renováveis
Subsector Energia Solar
13
João Cabeçana joaocabeç[email protected]
Research – Banco BiG
GT Solar SolarWorld First Solar
Enquadramento subsector Energia Solar
Segundo a European PhotoVoltaic Industry Association (EPIA), as regiões com mais sol, lideradas pela
China, Índia e México, poderão comprar 1100 GW em painéis solares durante os próximos 20 anos, o
que representa 50 vezes mais a actual capacidade instalada de energia solar a nível mundial.
Actualmente, 75% desta energia vem da Europa, sendo que os países em vias de desenvolvimento,
nomeadamente os países anteriormente referidos, deverão ultrapassar em termos de capacidade de
produção a Europa. No entanto, este é um negócio claramente recente que ainda procura uma base de
crescimento sustentada. Em alturas de maior aperto em termos económicos, todo o sector das energias
renováveis acaba por ficar um pouco para segundo plano, uma vez que é visto como acessório, não
essencial. Além disso, o sucesso deste tipo de energias verdes está dependente de questões políticas,
extremamente sensíveis e pouco seguras. Apesar de a energia solar ser menos dispendiosa
comparativamente com a energia eólica, esta está ainda menos desenvolvida, dai a maior expressão da
energia eólica a nível mundial. Das empresas em análise, destacamos três que nos parecem mais
sustentadas em termos de resultados operacionais:
Distribuição geográfica das vendas
China 62,6% Alemanha 41,0% Alemanha 64,6%
Europa 17,6% EUA 4,0% França 12,1%
Coreia 12,7% Resto do mundo 55,0% EUA 6,6%
Ásia 5,5% 100,0% Resto do mundo 16,7%
EUA 1,6% 100,0%
100,0%
GT Solar SolarWorld First Solar
Fonte: Bloomberg
Em termos de distribuição geográfica das vendas, a GT Solar é aquela que apresenta maior exposição
aos mercados emergentes, no caso a China. Tal facto pode ser justificado por a empresa ser asiática. A
SolarWorld e a First Solar acabam por ter distribuição geográfica das vendas idêntica, com maior peso
na Alemanha, sendo a maior diferença o peso que a França ocupa nas vendas da First Solar.
GT Solar
A empresa opera na indústria de equipamento de energia solar, tendo uma capitalização bolsista de
USD 1201,14 mn. Recentemente a empresa abriu uma nova sede na Ásia, em Hong Kong e viu um
shareholder abandonar a estrutura accionista, através da venda de 10 mn de acções. A empresa tem
sido alvo de diversos upgrades ao longo do ano, e na última apresentação de resultados,
correspondente ao 1Q11, a empresa aumentou a guidance para o ano fiscal de 2011, registando um
resultado líquido de USD 16,5 mn, 11 cêntimos por acção, face aos USD 7,78 mn, 5 cêntimos por acção,
registados em período homólogo. A empresa beneficiou de um aumento da procura na Ásia, que tem um
Energias Renováveis Subsector Energia Solar
14
peso essencial em termos de vendas. No final de Julho do presente ano, a empresa adquiriu a Crystal
Systems, uma empresa de substratos de safira, por USD 24 mn pagos em cash, USD 5,4 mn em acções
e USD 21 mn sujeitos ao cumprimento de determinadas metas financeiras e técnicas. Esta aquisição
impulsionou a revisão em alta da guidance para 2011, com as vendas estimadas a situarem-se
actualmente entre os USD 700 mn – USD 775 mn, face aos USD 550 mn – USD 600 mn, estimados
anteriormente. Também o resultado líquido estimado aumentou de USD 0,55 – USD 0,60 por acção para
USD 0,90 – USD 1 por acção. O ano fiscal 2010, já encerrado, revelou-se bastante positivo, com o EPS
a situar-se nos USD 0,60 por acção, acima dos USD 0,576 por acção estimados, e o resultado líquido
USD 87,256 mn, acima dos USD 83,36 mn. Também as vendas e o EBITDA se situaram acima do
previsto pelo mercado, USD 544,245 mn vs. USD 537,167 mn e USD 150,832 mn vs. USD 131,225 mn
respectivamente.
SolarWorld
A SolarWorld é uma empresa alemã que desenvolve e produz energia solar, e possui uma capitalização
bolsista de EUR 1128,37 mn. Recentemente a empresa criou um veículo de financiamento de energia
solar, como forma de fazer face à retracção do mercado, em termos de procura de energias alternativas.
As casas de investimento têm tido opiniões mistas acerca do título em termos de recomendações. No
1Q10 a empresa divulgou resultados que ficaram aquém das expectativas dos analistas, com o EPS a
situar-se nos USD 0,05 por acção quando o mercado antecipava USD 0,105, tendo o mesmo acontecido
com o resultado líquido, que se situou nos EUR 5,278 mn, abaixo dos EUR 9,766 previstos pelo
mercado. Seguindo a mesma tendência, também as vendas e o EBITDA ficaram aquém do previsto,
EUR 225,579 mn vs EUR 246,235 mn e EUR 43,956 mn vs EUR 45,325 mn respectivamente. Em
sentido inverso, os últimos resultados apontaram para uma recuperação, com o EPS a atingir os USD
0,27 por acção vs USD 0,133 previstos e o Resultado líquido a situar-se nos EUR 29,53 mn, quando o
consenso dos analistas apontava para EUR 17,81 mn. As vendas também evoluíram favoravelmente,
EUR 382,81 mn vs EUR 331,3 mn, o mesmo aconteceu com o EBITDA que se situou nos EUR 77,79 mn
vs EUR 56,4 mn.
First Solar
A First Solar é uma empresa norte-americana que desenha e produz módulos solares, possuindo a
maior capitalização bolsista das empresas em análise, USD 11798,51 mn. No início do presente ano, o
presidente da empresa comunicou a venda de 40% da sua posição após a quebra nas margens
registada no último trimestre de 2009. Relativamente ao primeiro trimestre do presente ano, a empresa
apresentou resultados positivos, com o EPS a ser superior ao previsto pelo mercado, USD 2 vs USD
1,658, assim como o resultado líquido, USD 172,34 mn vs USD 141,04 mn. As vendas também
superaram o consenso dos analistas, situando-se nos USD 567,96 mn, acima dos USD 542,26 mn
esperados. Depois da divulgação destes resultados, a empresa aumentou a guidance para o presente
ano. No segundo trimestre do ano, a empresa voltou a apresentar resultados sustentados, EPS de USD
1,84 por acção, contra USD 1,622 esperados, sendo que o resultado líquido se situou nos USD 159,04
mn, acima dos USD 139,89 mn previstos pelo consenso de mercado. As venda foram igualmente
positivas, USD 587,85 mn vs USD 545,34 mn. Durante o primeiro semestre do ano, a empresa foi alvo
de sucessivos upgrades por parte de casas de investimento internacionais. O management referiu que
espera praticamente duplicar a capacidade de produção para 2700 MW em 2012. Na última
apresentação de resultados, o EPS situou-se nos USD 2,21 por acção, acima dos USD 1,98 previstos
15
pelo consenso dos analistas. O resultado líquido, situou-se nos USD 176,87 mn, acima dos USD 167,2
mn previstos pelos analistas. As vendas superam igualmente as expectativas, USD 797,9 mn vs USD
776,46. Apesar da evolução positiva dos últimos resultados trimestrais, e apesar da empresa apresentar
o menor custo médio por watt do sector, o aumento do custo de produção penalizará o último trimestre
do ano, tendo o título corrigido fortemente, ao mesmo tempo que diversas casa de investimento
realizaram downgrades à empresa, baseados no aumento do custo de produção.
Síntese resultados trimestrais
Cap. Bolsista USD 1201,14 mn Cap. Bolsista EUR 1128,37 mn Cap. Bolsista USD 11798,51 mn
GT Solar SolarWorld First Solar
(EUR mn) 2Q Estimado 1Q Estimado
Vendas 135,17 71,7 194,68 187,5
Margem EBITDA 26,73% - 27,7% -
EBITDA 28,78 13,11 57,15 42,4
Resultado líquido 16,5 3,68 33,27 28,53
(EUR mn) 2Q Estimado 1Q Estimado
Vendas 587,85 545,34 567,96 542,26
Margem EBITDA 36,45% - 38,2% -
EBITDA 219,13 199,13 230,23 203,33
Resultado líquido 159,04 139,89 172,35 141,04
(EUR mn) 2Q Estimado 1Q Estimado
Vendas 382,81 331,3 225,58 246,24
Margem EBITDA 18,36% - 19,4% -
EBITDA 77,79 56,14 43,96 45,33
Resultado líquido 29,53 17,81 5,28 9,77
GT Solar
First Solar
SolarWorld
Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Análise comparativa
P/E 2010E (IBES) P/E 2011E (IBES) P/BV YTD % Dividend Yield BETA D/E EV/EBITDA 2010 EV/Sales 2010
SUNPOWER CORP-A 9,57 7,68 0,93 -41,26 n.d. 1,96 57,11 10,95 1,17
GT SOLAR INTERNA 9,55 10,15 6,48 58,99 n.d. 1,80 0,00 3,58 0,99
STR HOLDINGS INC 19,01 16,59 3,69 67,35 n.d. n.d. 88,91 13,16 3,53
CANADIAN SOLAR I 13,11 8,03 1,33 -48,82 n.d. 2,29 83,11 30,81 1,32
SOLARWORLD AG 14,86 14,95 1,24 -34,94 1,60 1,32 91,22 6,61 1,41
FIRST SOLAR INC 17,82 16,06 3,54 0,71 n.d. 1,42 6,60 14,86 5,82
média 13,99 12,24 2,87 0,34 1,60 1,76 54,49 13,33 2,37 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos fundamentais, a GT Solar é a empresa com P/E 10E e P/E 11E mais reduzido, 9,55x e
10,15x respectivamente. Em termos de P/BV, entre as empresas assinaladas, a SolarWorld apresenta o
valor mais reduzido. Já em termos de EV/EBITDA 10E e EV/SALES 10E, a First Solar é a mais atractiva
entre os pares. Apesar do valor mais elevado evidenciado pela First Solar, quando comparada com os
16
peers, em termos históricos o valor de P/E estimado para 2010 e 2011 encontra-se claramente longe do
máximo e abaixo da média registada desde o inicio de 2009.
Evolução histórica – métricas First Solar
Desde 2009 P/E P/BV
High 38,43 9,2
Average 21,18 5,09
First Solar
Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Análise de estrutura – Rácios financeiros
CP/Act. (Estrutura
Financeira)
Pass./Activo
(Endividamento)
Div. Liq-
/Activo
Div.
Liq./EBITD
A
EBITDA/Enc.
Financ.
SUNPOWER CORP-A 51% 49% 6% 1,040 0,005
GT SOLAR INTERNA 24% 76% -34% -1,662 0,199
STR HOLDINGS INC 42% 58% 26% 2,403 0,004
CANADIAN SOLAR I 45% 55% 22% 8,400 0,003
SOLARWORLD AG 39% 61% 16% 1,677 0,002
FIRST SOLAR INC 79% 21% -18% -0,754 0,068
média 47% 53% 3% 1,851 0,047 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
Em termos de rácios de dívida, a empresa americana apresenta-se como a menos endividada,
registando um rácio de endividamento de 21%, inferior à média do sector de 53%, ao mesmo tempo que
se apresenta com a mais sólida em termos de estrutura financeira, 79% vs 47% registado pela média
dos pares.
Indicadores operacionais EBITDA margin
trailing
Resultado líquido/
vendasROE ROA
SUNPOWER CORP-A 11% n.d. 2,68 1,39
GT SOLAR INTERNA 27% 16% 66,89 11,88
STR HOLDINGS INC 29% 9% 9,51 3,63
CANADIAN SOLAR I n.d. n.d. 5,68 2,81
SOLARWORLD AG 18% 6% 6,91 2,72
FIRST SOLAR INC 34% n.d. 30,73 23,43
média 24% 10% 20,40 7,64 Fonte: Bloomberg/Banco BiG
A margem EBITDA apresenta-se igualmente superior na First Solar, seguida pela SolarWorld, revelando
a melhor performance operacional evidenciada pela empresa americana.
Conclusão:
O sector das energias renováveis é um sector que tradicionalmente é penalizado em épocas de fraco
crescimento económico, sobretudo devido aos elevados montantes de investimento necessários para a
expansão do sector. No entanto, o subsector de energia solar, apresenta-se menos intensivo em capital
comparativamente com o subsector de energia eólica, pelo que poderá sofrer menos com a conjuntura
económica actual. Apesar de menos intensivo em capital, é um subsector menos maduro que o
subsector de energia eólica, pelo que apresenta um maior risco em termos de sustentabilidade futura da
performance operacional. Assim, e depois de referido o risco que o sector comporta no presente
momento, definimos a First Solar como a empresa mais interessante ao nível de energia solar, não só
pela melhor performance operacional evidenciada pela empresa mas também pela maior solidez em
termos de dimensão, uma vez que a capitalização bolsista é claramente maior que as restantes.
Também em termos de endividamento, a First Solar é que se apresenta melhor posicionada.
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