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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS CCET Centro de Ciências Exatas e Tecnologia DMEC Departamento de Engenharia Mecânica ENSAIO COM LÍQUIDO PENETRANTE DAS JUNTAS SOLDADAS DO EQUIPAMENTO MANIFOLD EMPREGADO NO SETOR PETROQUÍMICO SORAIA SIMÕES SANDES Trabalho de Conclusão de Curso São Cristovão - SE Janeiro de 2015

Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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Trabalho de conclusão de curso que aborda sobre soldagem TIG e ensaio por líquido penetrante visível e fluorescente.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

CCET – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

DMEC – Departamento de Engenharia Mecânica

ENSAIO COM LÍQUIDO PENETRANTE DAS JUNTAS SOLDADAS DO

EQUIPAMENTO MANIFOLD EMPREGADO NO SETOR

PETROQUÍMICO

SORAIA SIMÕES SANDES

Trabalho de Conclusão de Curso

São Cristovão - SE

Janeiro de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

CCET – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

DMEC – Departamento de Engenharia Mecânica

Trabalho de Conclusão de Curso

ENSAIO COM LÍQUIDO PENETRANTE DAS JUNTAS SOLDADAS DO EQUIPAMENTO MANIFOLD EMPREGADO NO SETOR

PETROQUÍMICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Núcleo de Engenharia Mecânica da Universidade

Federal de Sergipe como requisito parcial para

obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

AUTORA: Soraia Simões Sandes

ORIENTADOR(A): Dra. Alessandra Gois Luciano de Azevedo

São Cristovão - SE

Janeiro de 2015

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ENSAIO COM LÍQUIDO PENETRANTE DAS JUNTAS SOLDADAS DO

EQUIPAMENTO MANIFOLD EMPREGADO NO SETOR

PETROQUÍMICO

SORAIA SIMÕES SANDES

‘Esse documento foi julgado adequado para a obtenção do Título de Engenheiro Mecânico e

aprovado em sua forma final pelo colegiado do Curso de Engenharia Mecânica da

Universidade Federal de Sergipe.’

______________________________________

Alessandra Gois Luciano de Azevedo, Drª.

Coordenadora do Trabalho de Conclusão de Curso

Banca Examinadora: Nota:

______________________________________

Alessandra Gois Luciano de Azevedo, Drª.

Orientadora

______________________________________

Jaqueline Dias Altidis, Drª.

______________________________________

Carlos Otávio Damas Martins, Dr.

Média Final:

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelas inúmeras maravilhas que têm concedido em

minha vida.

Agradeço aos meus pais, Gilson e Meire, e irmãs, Vanessa e Meireane, pelo amor

incondicional, pelo carinho e pelo apoio em todos os momentos da minha vida.

Agradeço a minha filha, Maria Clara, essência da minha vida, pelo seu carinho e amor

verdadeiro que preenche os meus dias.

Agradeço com muito carinho ao meu namorado, Jack, por me proporcionar tantos

momentos maravilhosos e divertidos ao seu lado.

Sou grata a Engepet – Empresa de Engenharia de Petróleo Ltda., pela oportunidade

de estudo em seu equipamento e pela concessão do material utilizado neste trabalho.

Agradeço a minha orientadora, a Drª. Alessandra Gois Luciano Azevedo, pelo

acolhimento, pelo carinho, por sua atenção e por sempre estar disponível, e aos demais

professores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Sergipe

pela contribuição que cada um deixou em minha jornada acadêmica.

Agradeço ao Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de

Sergipe, por ceder seu laboratório de graduação para a realização das análises micrográficas

das amostras.

Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização

deste trabalho.

Muito Obrigada!!

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Resumo

O controle de qualidade das juntas soldadas exerce acentuada importância no desempenho

do produto. Uma falha em uma solda não detectada no processo de controle, pode causar o

comprometimento do equipamento e, em casos mais graves, riscos de acidente, gerando

sérias consequências ao fabricante do equipamento. Este trabalho tem como objeto de estudo

a verificação da qualidade de juntas soldadas do equipamento Manifold, sendo este o

responsável pela distribuição do fluxo de gás em operações de extração de petróleo. O

processo de soldagem empregado na fabricação do equipamento foi a soldagem a Arco com

Proteção por Gás e Eletrodo Não Consumível (TIG), sendo os metais de base os aços ASTM

A 106 Gr A e ASTM A 106 Gr B. Deste modo, foi elaborada uma análise da qualidade das

juntas por meio da realização do ensaio não destrutivo por líquido penetrante visível e

fluorescente, micrografias das regiões soldadas, além de medidas de dureza e microdureza

Vickers. Os resultados obtidos revelaram que o ensaio por líquido penetrante não constatou

nenhuma irregularidade superficial da peça, porém ao ser cortada para a obtenção das

amostras foi detectada falta de penetração em 3 amostras, sendo necessário para a

identificação desse tipo de defeito a realização de ensaios não destrutivos por ultrassom ou

raio-x. As micrografias resultantes tanto do metal de base, da região fundida e da

termicamente afeta, estavam de acordo com o previsto pela literatura. Os ensaios de dureza

apontaram valores de dureza acima do especificado pela norma NACE MR0175/ISSO 15156-

1 para a zona termicamente afetada (ZTA) do ASTM A 160 Gr B.

Palavras-chave: Controle de qualidade, Soldagem TIG, Ensaio não destrutivo, Micrografias,

Dureza Vickers.

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“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do

Senhor.”

Provérbios de Salomão

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 12

1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 14

1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 15

2.1 Soldagem .............................................................................................................. 15

2.1.1 Formação da Junta Solda ........................................................................... 16

2.1.2 Regiões da Junta Solda .............................................................................. 17

2.1.3 Soldagem a Arco com Proteção por Gás e Eletrodo Não Consumível (Gas

Tungsten Arc Welding) – GTAW ................................................................................... 18

2.1.3.1 Seleção do tipo de corrente ........................................................................ 19

2.1.3.2 Eletrodos e Metal de Adição ....................................................................... 21

2.1.3.3 Gás de Proteção ......................................................................................... 23

2.1.3.4 Vantagens e Desvantagens do Processo .................................................... 24

2.1.3.5 Descontinuidades e Defeitos nas juntas soldadas....................................... 24

2.2 Ensaio Não Destrutivo ........................................................................................... 28

2.2.1 Ensaio Visual .............................................................................................. 29

2.2.2 Líquido Penetrante ...................................................................................... 31

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................. 34

3.1 Material .................................................................................................................. 34

3.2 Procedimento de Soldagem ................................................................................... 35

3.3 Inspeção por Líquido Penetrante ........................................................................... 37

3.4 Metalografia ........................................................................................................... 39

3.4.1 Macrografia ................................................................................................. 41

3.4.2 Microdureza Vickers .................................................................................... 42

3.4.3 Dureza Vickers ............................................................................................ 43

4. RESULTADOS E DISCURSÕES .................................................................................. 45

Page 8: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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4.1 Inspeção Visual e Ensaio por Líquido Penetrante .................................................. 45

4.2 Macrografia............................................................................................................ 46

4.3 Micrografias ........................................................................................................... 48

4.4 Microdureza Vickers .............................................................................................. 52

4.5 Dureza Vickers ...................................................................................................... 55

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 57

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 58

Page 9: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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Lista de Figuras

Figura 1 – (a) Em destaque o equipamento Manifold no sistema BPZ e (b) Manifold.

.................................................................................................................................. 12

Figura 2 - Processos de soldagem. A seta aponta para o processo abordado neste

trabalho (FONTE: VVIndústria, 2014). ...................................................................... 16

Figura 3 - Obstáculos existentes na superfície metálica (FONTE: Botelho, 2006). ... 17

Figura 4 - Regiões de uma junta soldada (FONTE: Peres, 2008). ............................ 17

Figura 5 -Típico sistema de soldagem TIG (Fonte: GERDAU, 2014). ....................... 19

Figura 6 - Esquema dos tipos de distribuição de porosidade: (a) distribuída, (b)

agrupada, (c) alinhada (FONTE: Modenesi, 2001) .................................................... 26

Figura 7 - Insuficiência de metal na raiz de solda (FONTE: NERIS, 2011). .............. 27

Figura 8 - Localização da falta de fusão: (a) zona de ligação, (b) entre os passes, (c)

e (d) raiz da solda. (FONTE: NERIS, 2011). ............................................................. 27

Figura 9 - Inclusão de escória (FONTE: Modenesi, 2001). ....................................... 28

Figura 10 - Gabaritos para avaliação das características geométricas de cordões de

solda (FONTE: Marques, 2006). ............................................................................... 30

Figura 11 - Boroscópio e Fibroscópio utilizados na inspeção visual remota (FONTE:

Sampaio, 2009). ........................................................................................................ 30

Figura 12 - Fluxograma das atividades realizadas. ................................................... 34

Figura 13 - Região analisada do equipamento Manifold. .......................................... 35

Figura 14 - Nível utilizado para certificar o alinhamento. ........................................... 36

Figura 15 - Máquina de soldar TIG. ........................................................................... 36

Figura 16 – a) Líquido penetrante utilizado no ensaio; b) Cordões de solda analisados.

.................................................................................................................................. 37

Figura 17 – a) Revelador utilizado durante o ensaio; b) Aspecto da peça após

aplicação do revelador. ............................................................................................. 38

Figura 18 - (a) Líquido Penetrante fluorescente e (b) Aspecto da peça. ................... 38

Figura 19 – Luminária de Luz Ultravioleta. ................................................................ 39

Figura 20 – Regiões onde foram retirados as amostras. ........................................... 39

Figura 21 – Cortadora Metalográfica. ........................................................................ 40

Figura 22 – Politriz utilizada no polimentos das amostras. ........................................ 40

Figura 23 – Microscópio Axio Scope.A1. ................................................................... 41

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Figura 24 - Microscópio Estereoscópico Stemi 200-C. .............................................. 42

Figura 25 – Microdurômetro. ..................................................................................... 43

Figura 26 – Durômetro FV-700. ................................................................................. 43

Figura 27 – Representação esquemáticas dos pontos onde foram medidas as durezas

das amostras A3 e A4 (FONTE: Norma NACE MR0175/ISSO 15156-1). ................. 44

Figura 28 – Aspecto dos cordões de solda utilizando o penetrante visível. .............. 45

Figura 29 – Poros encontrados nos cordões de solda através do ensaio utilizando

líquido penetrante fluorescente. ................................................................................ 46

Figura 30 – Amostras A3, A4 e A5 com falta de penetração. .................................... 46

Figura 31 – Macrografias das amostras com falta de penetração: (a) Amostra A3, (b)

Amostra A4 e (c) Amostra A5. ................................................................................... 47

Figura 32 – Trinca a frio na amostra A3. ................................................................... 48

Figura 33- Regiões onde foram retiradas as micrografias: MB- Metal de base; ZTA-

Zona termicamente afetada; ZF- Zona Fundida. ....................................................... 49

Figura 34 - Micrografias do Niple (ASTM A 160 Gr A) - Sem soldagem. Ataque químico:

nital 5% ..................................................................................................................... 49

Figura 35 – Micrografia do Cotovelo (ASTM A 160 Gr B) – sem soldagem. Ataque

químico: nital 5% ....................................................................................................... 50

Figura 36 – Microestruturas das regiões da ZTA: (a) ZTA do niple e (b) ZTA do cotovelo

.................................................................................................................................. 50

Figura 37 - Microestrutura da ZTA das amostras: (a) Niple e (b) Cotovelo. .............. 51

Figura 38 - Microestrutura da zona fundida. 1- Ferrita Acicular (AF); 2- Ferrita com

Segunda Fase Alinhada (FS(A)); 3- Ferrita de Contorno de Grão (PF(G)).

.................................................................................................................................. 52

Figura 39 – Regiões onde foram medidas as microdurezas das amostras A1 e A4 . 53

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Características dos Tipos de Polaridade. ........................................................... 21

Tabela 2 - Tempos de penetração e de revelação para materiais diversos (Fonte: MARQUES,

2006). .................................................................................................................................. 33

Tabela 3 – Composições químicas do aços ASTM A 106 Gr A e ASTM A 106 Gr B (FONTE:

ASTM Standards). ............................................................................................................... 35

Tabela 4 – Propriedades mecânicas do aço ASTM A 106 Gr B (FONTE: ASTM Standards).

............................................................................................................................................ 35

Tabela 05 – Composição química do metal de adição ER70S-3 (FONTE: Catálogo Böhler,

2014). .................................................................................................................................. 36

Tabela 6 – Valores do ensaio de microdureza Vickers obtidos para a amostra A7 (Niple). .. 53

Tabela 7 - Valores do ensaio de microdureza Vickers obtidos para a amostra A8 (Cotovelo)

............................................................................................................................................ 53

Tabela 8 – Valores obtidos no ensaio de microdureza Vickers para a amostra A1. ............. 54

Tabela 9 - Valores obtidos no ensaio de microdureza Vickers para a amostra A4. .............. 54

Tabela 10 – Valores do ensaio de dureza Vickers para as amostra A3 e A5. ...................... 56

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1. INTRODUÇÃO

Desde o início do seu processo de extração nos Estados Unidos, em 1859, o petróleo

é um recurso natural de elevada importância no setor da economia mundial. A sua descoberta,

acarretou no crescente desenvolvimento de linhas de pesquisa voltadas para áreas

fundamentais tanto da sua extração quanto do seu mapeamento e tratamento. Nesta

perspectiva, o desenvolvimento da área de manufatura é fundamental para construção dos

diferentes componentes existentes nas plataformas e bases terrestres voltadas a extração do

fluido, dentre outras aplicações e, por isso, possui grande relevância para o desenvolvimento

do setor de petróleo (THOMAS et al. 2001).

O Brasil vive um momento de forte expansão no setor da indústria do petróleo. Em

Sergipe, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), de janeiro a julho do ano de 2014 o

estado produziu 9 milhões de barris de petróleo. Desses, 67,2% foram retirados em terra e

32,8% do mar (G1, 2014).

Entre os meios de elevação artificial, destinados a extração do petróleo, encontra-se o

sistema de Bombeio Pneumático Zadson (BPZ). Esse sistema é composto por vários

componentes, sendo um deles o equipamento Manifold, em destaque na Figura 1,

responsável pela distribuição do fluxo de gás nas operações de elevação do petróleo.

(a) (b)

Figura 1 – (a) Em destaque o equipamento Manifold no sistema BPZ e (b) Manifold.

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A obtenção do equipamento Manifold é alcançada através da técnica de soldagem,

sendo essa uma das práticas de maior importância no ramo de fabricação de equipamentos

para a indústria do petróleo. As operações de soldagem empregadas no decorrer da

montagem, reparos e/ou manutenção do Manifold, devem ser exercidas por profissionais

qualificados, a fim de, minimizar ao máximo a ocorrência de soldas inadequadas, que podem

ocasionar danos ou a inutilização do material e em casos mais graves, uma vez que este

equipamento trabalha com elevadas pressões de gás, sérios acidentes. Aliado a qualificação

do soldador está a importância da empresa possuir em seu banco de dados procedimentos

de soldagem, chamados de EPS, que devem atender a códigos e especificações,

encarregados de informar o modo de execução do processo a ser executado. Com isso,

ocorre uma igualdade nos parâmetros do procedimento permitindo que o soldador tenha um

melhor domínio sobre as condições de soldagem para o controle do processo.

Embora todos os cuidados necessários para uma boa soldagem sejam adotados,

condições de trabalho desfavoráveis, assim como também descuidos cometidos por parte do

soldador, podem levar ao surgimento de defeitos, sendo esses indesejáveis na solda, pois

diminuem a resistência da junta soldada, podendo levar a falha do equipamento.

Uma das formas de inspecionar uma junta soldada é realizando ensaios não

destrutivos que atendam aos padrões normativos. São denominados ensaios não destrutivos

qualquer tipo de ensaio realizado em materiais, acabados e/ou semiacabados, para verificar

a existência ou não de descontinuidades, por meio de princípios físicos definidos, sem alterar

as características físicas, químicas, mecânicas, ou dimensionais, e sem interferir em seu uso

posterior (SAMPAIO, 2009). Os ensaios mais solicitados pelas normas de qualidade em

produtos soldados são o de inspeção visual e inspeção por líquido penetrante. As inspeções

devem ser realizadas por profissionais devidamente treinados e qualificados, no segmento do

ensaio a ser realizado, seguindo padrões normativos e consistem em verificar as

características da junta soldada bem como constatar a ocorrência de defeitos como trincas,

porosidade, falta de fusão, falta de penetração, inclusão de escória e mordedura. A qualidade

da inspeção em juntas soldadas reduz os riscos de acidentes, que possam vir a acontecer por

falhas, devido a alguma irregularidade no procedimento de soldagem.

O equipamento Manifold é responsável pela distribuição do fluxo de gás em operações

de extração de petróleo, sendo de fundamental importância a qualidade das soldas realizadas

nas junções. Desta forma, este trabalho tem como objetivo a verificação da qualidade de

juntas soldadas do equipamento Manifold. Para isso as juntas foram inspecionadas por meio

ensaio não destrutivo por líquido penetrante visível e fluorescente. Foram realizadas ainda

micrografias das regiões soldadas, além de medidas de dureza e microdureza Vickers.

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1.1 Objetivo Geral

Avaliar a qualidade de juntas soldadas com o processo TIG (Tungsten Inert Gas) dos

aços ASTM A 160 Gr A e ASTM A 160 Gr B utilizados na fabricação do Manifold, responsável

pela distribuição do fluxo de gás em operações de extração de petróleo.

1.2 Objetivos Específicos

Para alcançar o objetivo geral serão realizadas as seguintes tarefas:

Realizar as técnicas de inspeção visual e por líquido penetrante na região soldada do

Manifold;

Analisar uma possível ocorrência de trincas nas conexões soldadas;

Realizar análise metalográfica dos corpos de prova do aço ASTM A 160 Gr B, na área

do metal de base, na zona termicamente afetada e na zona fundida;

Realizar Ensaio de Dureza nos corpos de prova retirados transversalmente ao cordão

de solda.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Soldagem

Pode-se definir soldagem como o processo de união de dois materiais através da fusão

dos mesmos em íntimo contato, ou seja, no nível atômico; pela fusão de ambos e adição de

outro material fundido; ou pelo contato destes materiais nas fases sólida ou semi-sólida

(MACHADO, 1996).

Dentre os processos de união dos materiais, a soldagem merece destaque por se tratar

de um procedimento amplamente empregado, seja na união de componentes estruturais

metálicas ou de equipamentos para as finalidades mais diversas, encontrando também

grande aplicação em serviços de reparo e manutenção. A soldagem possui diversos campos

de aplicações, incluindo, entre outros, construção naval, estruturas civis, vasos de pressão,

tubulações, equipamentos diversos, usinas hidrelétricas, materiais metro e ferroviários e

componentes nucleares (OKUMURA et al, 1982).

Segundo Machado (1996), conforme a fonte de energia, os processos de soldagem

classificam-se em sete áreas: fase sólida, termoquímica, resistência elétrica, arco não

protegido, arco protegido por fluxo fusível, arco protegido por gás e energia radiante. Além

disso, o processo de soldagem necessita ser correlacionado ao controle da atmosfera que

envolve o local da solda.

Existem aproximadamente cem processos de soldagem e técnicas conexas

reconhecidos pela American Welding Society – AWS, incluindo corte térmico e pulverização

térmica. Esses processos estão organizados em treze grupos: 1) soldagem a arco elétrico; 2)

soldagem em fase sólida; 3) soldagem por oxigás; 4) soldagem por resistência elétrica; 5)

brasagem; 6) solda branda; 7) soldagem com alta densidade de energia; 8) outros processos

de soldagem; 9) pulverização térmica; 10) união por adesivo; 11) corte térmico com oxigênio;

12) corte térmico por arco; 13) outros métodos de corte (MACHADO, 1996).

Dentre os processos de soldagem, será abordado nesse trabalho a Soldagem a Arco

com Proteção por Gás e Eletrodo Não Consumível, em destaque na Figura 2.

Page 16: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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Figura 2 - Processos de soldagem. A seta aponta para o processo abordado neste

trabalho (FONTE: VVIndústria, 2014).

2.1.1 Formação da Junta Solda

Formar uma junta soldada, em materiais metálicos, consiste basicamente em superar

os obstáculos que impedem uma aproximação efetiva das superfícies. Esses obstáculos são

provenientes, da rugosidade existente nas superfícies metálicas, mesmo essas estando

devidamente polidas, assim como também da formação de camadas de óxidos, poeira,

humidade, etc, que impedem um contato real entre as superfícies, exibidos na Figura 3. Essas

camadas se formam rapidamente e resultam da existência de ligações química incompletas

na superfície. As duas maneiras de superar esses obstáculos, dão origem aos dois principais

Page 17: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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grupos de processos de soldagem: soldagem no estado sólido e soldagem por fusão

(MARQUES, 2006).

Figura 3 - Obstáculos existentes na superfície metálica (FONTE: Botelho, 2006).

2.1.2 Regiões da Junta Solda

Segundo Filho (2008), do ponto de vista da metalurgia da soldagem, é constituinte da

junta soldada qualquer região na qual, em decorrência dos efeitos da soldagem, tenham

ocorrido consideráveis alterações em suas condições iniciais. A Figura 4, indica de forma

esquemática as diferentes regiões que constituem uma junta soldada.

Figura 4 - Regiões de uma junta soldada (FONTE: Peres, 2008).

Page 18: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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Os principais aspectos relacionados as regiões indicadas são:

Metal de Base (MB): é a região da junta soldada que não sofre influência do processo

de soldagem, ou seja, suas propriedades, sejam elas físicas, químicas ou metalúrgicas,

permanecem inalteradas.

Zona Termicamente Afetada (ZTA): região onde ocorrem importantes alterações

metalúrgicas no estado sólido, no entanto, sem modificar o estado físico do material envolvido.

Entre as transformações, encontram-se principalmente o crescimento de grãos (aços e

outros), dissolução ou coalescimento de precipitados (ligas de alumínio cobre), e o

recozimento (ligas alumínio magnésio) (FILHO, 2008).

Zona Fundida (ZF): Segundo Peres (2008), essa é a região na qual a temperatura de

processamento é suficiente para fundir os materiais envolvidos, ou seja, parte de metal de

base juntamente com parte do metal de adição passam para a forma líquida formando a

denominada poça de fusão. Nesta região, diversos fenômenos ligados a metalurgia física

manifestam-se simultaneamente, dando origem a uma série de transformações, não só de

origem metalúrgica, como também química e física.

2.1.3 Soldagem a Arco com Proteção por Gás e Eletrodo Não Consumível (Gas

Tungsten Arc Welding) – GTAW

Também conhecido como TIG (Tungsten Inerte Gas), esse é um processo de

soldagem que utiliza um arco entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a poça de

soldagem. O gás de proteção é direcionado para a poça de soldagem através do bocal da

tocha, protegendo o eletrodo e o cordão de solda. No processo, pode-se utilizar metal de

adição ou não (solda autógena), e seu grande desenvolvimento deveu-se à necessidade de

disponibilidade de processos eficientes de soldagem para materiais difíceis, como o alumínio

e magnésio, notadamente na indústria da aviação no começo da Segunda grande guerra

mundial (BRACARENSE, 2000). A Figura 5 indica o típico sistema de soldagem TIG e seus

componentes.

Page 19: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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Figura 5 -Típico sistema de soldagem TIG (Fonte: GERDAU, 2014).

2.1.3.1 Seleção do tipo de corrente

Os tipos de corrente utilizadas no processo TIG incluem as de corrente contínua, com

polaridade direta ou inversa, corrente pulsada e as de corrente alterada (OKUMURA et al,

1982). Por se tratar de três processos que possuem peculiaridades, a escolha adequada da

fonte de energia é impulsionada pelo tipo e espessura do material a ser soldado. As possíveis

polaridades são, portanto:

Soldagem em corrente contínua

No caso da corrente contínua de polaridade direta (eletrodo negativo - CC-), existe um

fluxo de elétrons na direção do metal base e um fluxo de íons positivos na direção do eletrodo.

Como os elétrons incidem no metal de base, este se torna mais aquecido que o eletrodo, isso

gera uma alta penetração no metal de base e um perfil estreito do cordão de solda (GARCIA,

2011). Diferentemente das outras polaridades, esta não provoca ação de limpeza de óxidos

superficiais na poça de fusão (MACHADO, 1996).

Segundo Bracarense (2000), quando for importante o efeito de limpeza, propiciada

pela saída de elétrons da peça, a corrente contínua de polaridade reversa (eletrodo positivo

– CC+) pode ser utilizada. Esta limpeza catódica é particularmente importante na soldagem

de materiais que tem óxidos refratários, como alumínio e magnésio, que são retirados desta

Page 20: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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maneira. Esta forma de operação, entretanto, pode promover instabilidade no arco e

acentuada deterioração do eletrodo de tungstênio pelo calor excessivo gerado no arco.

Soldagem contínua Pulsada

Com a evolução das fontes de soldagem, o TIG com corrente pulsada consagrou-se

como um dos processos mais adequados na soldagem de materiais com pequena espessura,

podendo ser aplicado em espessuras menores que 0,5 mm (JÚNIOR, 2002).

Segundo Cunha (2013), esse processo é caracterizado pela alternância periódica

entre níveis altos e baixos (e bem definidos) da corrente de soldagem numa determinada

frequência. O nível de energia é regulado durante os intervalos de alta corrente (pulso), com

o intuito de promover a formação de uma poça de fusão, enquanto que nos intervalos de baixa

corrente (base), a energia é mantida em níveis baixos, apenas suficientes para garantir que

não ocorra a extinção do arco, permitindo assim, o resfriamento da poça de fusão.

A principal vantagem da corrente pulsada é permitir uma combinação da força, boa

penetração e fusão do pulso, enquanto mantém a área de soldagem relativamente fria. Assim,

é possível obter maiores penetrações do que em corrente contínua constante e trabalhar com

materiais mais sensíveis à aposição de calor com minimização das distorções

(BRACARENSE, 2000).

Soldagem em corrente alternada

A corrente alternada promove a repetição cíclica de fases correspondentes à corrente

contínua com polaridade direta e a corrente contínua com polaridade inversa, de modo que o

efeito final corresponderá a uma espécie de média entre as duas fases em consideração. O

arco se torna ligeiramente instável, permitindo uma penetração média no metal de base

(OKUMURA et al, 1982). Assim, algumas formas de estabilização do arco é a utilização de

fontes de alta tensão em circuito aberto, capacitores para descarga no momento apropriado,

utilização de velas (ignitores) empregando alta frequência e alta tensão em paralelo ao arco

ou a utilização de ondas quadradas. Desde que é mais fácil manter o arco quando o eletrodo

está no polo negativo, a tensão requerida neste momento também é menor. Assim, a

tendência é de se obter correntes desequilibradas entre as fases de eletrodo positivo e

eletrodo negativo (BRACARENSE, 2000).

A Tabela 1 apresenta as características dos tipos de polaridades que podem ser

utilizados na soldagem TIG.

Page 21: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

21

Tabela 1 – Características dos Tipos de Polaridade.

TIPO DE CORRENTE CONTÍNUA ALTERNADA

Características DIRETA CC- INVERSA CC+ CA

Aplicação Aços carbono,

baixa/alta liga,

inoxidáveis, prata e

cobre e ligas,

revestimentos.

Viável para

soldagem de

pequenas

espessuras

Alumínio, magnésio e

suas ligas.

Limpeza de óxidos Não Sim Sim, a cada meio ciclo

Balanço de calor no

arco (aprox.)

70% na peça,

30% no eletrodo

30% na peça,

70% no eletrodo

50% na peça,

50% no eletrodo

Fluxo de elétrons

Fonte: ESAB, 2014.

2.1.3.2 Eletrodos e Metal de Adição

O tungstênio puro é o metal básico para os eletrodos do processo TIG, porém quando

se deseja melhorar as propriedades operacionais, tais como: aumento da emissividade

eletrônica, estabilidade de arco e durabilidade do eletrodo, são adicionados ao tungstênio os

óxidos dos elementos Cério, Lantânio, Tório ou Zircônio (MACHADO, 1996).

Segundo a American Welding Society, norma AWS A5. 12-92, os eletrodos do

processo TIG segue a seguinte estrutura:

“E” símbolo para eletrodo;

“W” símbolo químico do tungstênio;

Número indicando a proporção (% em massa) do óxido adicionado;

Símbolo químico do metal que compõe o óxido adicionado (“Ce”, “La”, “Th” ou

“Zr”), sendo “P” para tungstênio puro.

Page 22: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

22

A Norma citada, descreve os seguintes tipos de eletrodos não consumíveis, com suas

respectivas identificações de cores:

Tungstênio Puro (EWP) – Ponta Verde

Eletrodo considerado o mais “comum” e também é o mais barato. Contém 99,50% de

tungstênio. Esse tipo de eletrodo é utilizado para soldagens de alumínio e magnésio, não

devendo ser utilizado em soldagens TIG CC (eletrodos com Tório ou Cério, oferecem melhor

estabilidade de arco nesta situação) (DBC, 2014).

Tungstênio com Óxido de Cério (EWCe-20) – Ponta Cinza

Contém no mínimo 97,30% de tungstênio e a quantidade de Cério pode variar de 1,80

a 2,20%. Podem soldar tanto em CC como em CA. Utilizado na soldagem de tubos, pequenas

peças, materiais finos e delicados, não sendo recomendável soldagens em altas amperagens.

Nestas situações, o óxido de cério emigra rapidamente para a ponta quente do eletrodo,

removendo o óxido e anulando seus benefícios (DBC, 2014).

Tungstênio com Óxido de Lantânio (EWLa-X) – Ponta Dourada e Ponta Azul

Contém no mínimo 97,8% de tungstênio e entre 1,30 e 1,70% de lantânio. Estes

eletrodos tem uma excelente abertura de arco, estabilidade e re-ignição do arco. São usados

em processos de soldagem tanto AC como CC, mas mostra suas vantagens em soldagem de

aços inoxidáveis, usando fontes pulsadas. Este eletrodo é uma excelente escolha para evitar

de ter estoque de diversos tipos de eletrodos. A cor da ponta, muda de acordo com o

percentual de Lantânio no eletrodo(DBC, 2014).

Tungstênio com Óxido de Tório (EWTh-X) – Ponta Vermelha

Contém no mínimo 97,30% de tungstênio e entre 1,7 e 2,2% de Tório. São

os eletrodos mais utilizados atualmente, preferidos por causa da excelente vida útil e

facilidade de uso. Este tipo de eletrodo opera muito abaixo de sua temperatura de fusão, o

que significa baixo desgaste e baixo risco de c ontaminação. É o eletrodo ideal para soldagem

de aço carbono, aço inoxidável, níquel e titânio (DBC, 2014).

Tungstênio com Óxido de Zircônio (EWZr-X) – Ponta Branca

Contém no mínimo 99,1% de tungstênio e entre 0,15 e 0,40% de Zircônio. É ideal para

soldagens TIG AC, e mantém a ponta com muita resistência à contaminação. Em nenhuma

circunstância, ele é recomendado para soldagens TIG CC. A cor da ponta muda conforme o

percentual de zircônio no eletrodo. Recomendado para soldagem de ferro, aço carbono e aço

inoxidáveis (DBC, 2014).

EWG: Não especificado por uma classificação existente, sendo o fabricante

responsável por informar os constituintes e suas caraterísticas.

Page 23: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

23

O processo TIG pode ser realizado inserindo metais de adição com diferentes teores

de liga. Quando utlizados, os metais de adição devem possuir composição química similar à

do metal de base (GARCIA, 2011).

Os metais de adição são fornecidos na forma de varetas, para a soldagem manual, ou

na forma de arames quando a soldagem for automatizada. O processo de alimentação do

arame pode ser designado como arame frio, quando realizado à temperatura ambiente, e

arame quente, quando ocorre um pré-aquecimento. O arame frio é alimentado no início da

poça, sendo composto pelo mecanismo de alimentação, pelo controle de velocidade e pela

guia de alimentação, enquanto que o arame quente é alimentado mecanicamente no final da

poça ocorrendo um pré-aquecimento por resistência elétrica. Para o controle da oxidação do

arame, este recebe a proteção de um gás auxiliar. O método, entretanto, não é recomendado

para alumínio e cobre pois, devido à sua baixa resistência, estes materiais requerem correntes

elevadas para o aquecimento que, por sua vez, acarretam uma deflexão excessiva do arco.

(BRACARENSE, 2000).

2.1.3.3 Gás de Proteção

O gás básico utilizado é o Argônio (Ar), porém, este gás pode ser misturado com o

Hélio (He), Nitrogênio (N2) e/ou Hidrogênio (H2), garantindo a proteção da poça de fusão e

impedindo a oxidação do eletrodo.

O argônio utilizado em processos de soldagem normalmente possui uma pureza de

99,95%, sendo o mais utilizado principalmente por apresentar um menor custo e maior

disponibilidade, mas também possui as vantagens de proporcionar um arco mais suave e

estável, menor voltagem do arco, menor vazão de gás para uma boa proteção, ação de

limpeza na soldagem de alumínio ou magnésio e maior resistência às correntes de ar. O Ar,

por apresentar menor penetração, é particularmente útil na soldagem de materiais finos ou na

soldagem vertical ou sobre cabeça (NERIS, 2011).

A utilização do Ar puro tem como resultado a perda de N2 através da poça de fusão,

alterando a composição química da zona fundida. Para minimizar essa perda pode ser

adicionado de 2 a 10 % de N2, entretanto, irá provocar um aumento na velocidade de

soldagem, o desgaste acelerado eletrodo de tungstênio e em altas concentrações promove a

desestabilização do arco elétrico (GARCIA, 2011).

Na soldagem de materiais mais espessos ou materiais com alta condutividade térmica

como o cobre, o Hélio é o gás mais adequado por promover uma maior transferência de calor.

Por apresenta densidade menor que a do ar, é utilizado para soldagens sobre cabeça. A

mistura de Hélio e Argônio é bastante utilizada para algumas aplicações de soldagem, sendo

Page 24: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

24

seu uso bem difundido na soldagem TIG das ligas de alumínio, titânio, cobre e aços

inoxidáveis (NERIS, 2011).

A adição de 20% de Hidrogênio ao Argônio produz um arco mais quente, aumento de

50% na velocidade de soldagem, cordão de solda mais estreito e a seção transversal do metal

de solda tende a ser retangular. Adições de 2 a 35% de H2 são aceitáveis em metais que

apresentam persistente porosidade, como Monel e prata em aços inoxidáveis; ligas níquel-

cobre e níquel. O hidrogênio não é recomendado na soldagem dos aços ao carbono e baixa

liga, já que promove efeitos metalúrgicos adversos (trinca, porosidade, etc.). Precações com

relação à segurança também devem ser levadas em consideração, uma vez que, a

combinação do hidrogênio com o oxigênio forma uma mistura explosiva (MACHADO, 1996).

Segundo Bracarense (2000), o gás de proteção também pode ser utilizado como

“back-up”, sendo purgado do lado contrário da solda para o controle da oxidação durante a

soldagem. O nitrogênio pode ser utilizado satisfatoriamente para esse fim na soldagem de

aços inoxidáveis austeníticos, cobre e ligas de cobre. Uma atmosfera relativamente inerte

pode ser obtida através da injeção de cerca de 4 vezes o volume a ser purgado. Uma vez

efetivada a purga, a vazão deste gás deve ser mantida apenas para manter-se uma ligeira

pressão positiva.

2.1.3.4 Vantagens e Desvantagens do Processo

Segundo Passos (2009), a principal vantagem da soldagem TIG é a realização em

quase todos os materiais e ligas soldáveis com elevada qualidade, exceto nas ligas com ponto

de fusão muito baixo. Outra vantagem é que o metal de enchimento pode ser adicionado à

poça fundida independentemente da corrente do arco, por se tratar de um processo com

eletrodo consumível. As soldas realizadas por este processo são limpas (isentas de

respingos), livres de resíduo ou escória, e frequentemente não requerem nenhum tratamento

pós-soldagem, mesmo quando usadas para a deposição de metal de enchimento.

As principais limitações referem-se a baixa taxa de deposição, quando alimentado

manualmente, requer maior habilidade do soldador em soldagens manuais e é, geralmente,

de maior custo quando comparado a outros processos de soldagem a arco, como por

exemplo, a soldagem com eletrodo revestido (GARCIA, 2011).

2.1.3.5 Descontinuidades e Defeitos nas juntas soldadas

Defeito ou descontinuidade é qualquer interrupção da estrutura típica de uma junta

soldada, ou seja, pode-se considerar como descontinuidade a falta de homogeneidade de

Page 25: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

25

características físicas, mecânicas ou metalúrgicas do material ou da solda. Isto não significa

necessariamente que a mesma seja defeituosa. Esta condição depende de aplicação a que

se destina o componente e é em geral caracterizado pela comparação das descontinuidades

observadas ou propriedade medida com níveis estabelecidos em um código, projeto ou

contato pertinente (MODENESI, 2001).

Segundo Benedette (2013), o grande problema normalmente enfrentado deve-se ao

fato do aparecimento inesperado de condições adversas, como um erro de procedimento

durante a operação de soldagem, aparentemente sem influência, porém gerando

descontinuidades. Essas atuam na junta soldada como um entalhe, ou seja, um concentrador

de tensão. A redução das propriedades mecânicas da junta depende efetivamente do quanto

a descontinuidade estrangula o perfil da junta (BOTELHO,2006)

Os tipos de descontinuidades normalmente encontradas em processos de soldagem

TIG são: inclusões de escória, trincas, porosidades, falta de fusão, falta de penetração,

fissuras devido a contrações do material e inclusões de tungstênio.

Porosidade

Porosidades são descontinuidades de origem metalúrgica causadas primariamente

pela retenção gasosa durante a existência da poça de fusão na forma líquida. O principal fator

químico-metalúrgico de influência é o considerável aumento nos níveis de solubilidade gasosa

experimentado pelos metais por ocasião da mudança de estado físico sólido-líquido. Um poro

é formado, quando uma bolha de gás não consegue se desprender do seu ponto de nucleação

antes que o metal solidificado a cerque, ficando assim, aprisionada no metal solidificado.

Porosidade fina e dispersa pode ser tolerada na maioria das aplicações, pois não afeta de

forma significativa a resistência mecânica e a fadiga da solda, porém, as porosidades podem

ser em alguns casos o ponto de partida para a propagação de trincas, com efeitos altamente

danosos à junta soldada (FILHO, 2008).

De acordo com Modenesi (2001), a distribuição da porosidade na região da solda

apresentar-se de três modos: uniformemente distribuída, agrupada (associada, em geral, com

pontos de abertura ou de interrupção do arco) e alinhada (que ocorre, em geral, no passe da

raiz), conforme mostrado na Figura 6.

Page 26: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

26

Figura 6 - Esquema dos tipos de distribuição de porosidade: (a) distribuída, (b)

agrupada, (c) alinhada (FONTE: Modenesi, 2001)

Trincas

As trincas são descontinuidades resultantes da atuação de tensões de tração (tensões

transientes, residuais ou externas) sobre um material incapaz de resistir a elas, em geral,

devido a algum problema de fragilização. Elas podem se formar durante, logo após a

soldagem, em outras operações de fabricação subsequentes à soldagem ou durante o uso do

equipamento ou estrutura soldada. Devido ao fato da trinca ser considerada como o mais

grave defeito de uma solda, deve-se ter uma atenção especial para a sua detecção. A imagem

das trincas, especialmente em filmes de granulação grossa, pode não ser muito clara

(BENEDETTE, 2013).

Falta de Penetração

É uma descontinuidade causada pela insuficiência de metal na raiz de solda, Figura 7.

A falta de penetração é causada por diversos fatores, destacando-se a manipulação incorreta

do eletrodo, um projeto inadequado da junta (ângulo de chanfro ou abertura da raiz pequenos)

ou, alternativamente, a escolha de um eletrodo muito grande para um dado chanfro e o uso

de uma baixa energia de soldagem. Falta de penetração causa uma redução da seção útil da

solda além de ser um concentrador de tensões. Desde que a falta de penetração esteja dentro

dos limites especificados por normas, esta não é considerada um defeito de soldagem

(MODENESI, 2001).

Page 27: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

27

Figura 7 - Insuficiência de metal na raiz de solda (FONTE: NERIS, 2011).

Inclusões de Tungstênio

Segundo Bracarense (2000), esse tipo de inclusão é decorrente das seguintes

situações:

- Quando o eletrodo toca a peça ou a poça de fusão, ocorrendo a transferência de

partículas de tungstênio para a solda;

- No contato do material de adição com a ponta aquecida do eletrodo;

- Na contaminação do eletrodo por respingo da poça;

- Extensão dos eletrodos muito além da pinça ou mandril, resultando em

superaquecimento;

- Eletrodo inadequadamente preso ao mandril;

- Taxas de gás inadequadas ou ventos excessivos;

- Defeitos como rachaduras e trincas;

- Uso de gases não apropriados como misturas Argônio - CO2

Falta de Fusão

Descontinuidades que são geradas devido a fusão incompleta entre a zona fundida e

o metal de base, ou entre passes da zona fundida. A Figura 8, ilustra as regiões que podem

apresentar falta de fusão (NERIS, 2011).

Figura 8 - Localização da falta de fusão: (a) zona de ligação, (b) entre os passes, (c) e

(d) raiz da solda. (FONTE: NERIS, 2011).

Page 28: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

28

Inclusões de Escória

É o aprisionamento, entre os passes de solda ou entre a solda e o metal de base,

conforme ilustrado na Figura 9, de partículas de óxido e outros sólido não-metálicos. A

manipulação inadequada do eletrodo durante a soldagem pode fazer com que parte da

escória, formada durante o processo, escoe à frente da poça de fusão aprisionando-se sob o

cordão de solda. Adicionalmente, na soldagem com vários passes, parte da escória

depositada com um passe pode ser inadequadamente removida e não se refundida pelo

passe seguinte, ficando aprisionada sob este. Diversos fatores podem dificultar a remoção da

escória, incluindo, a formação de um cordão irregular ou o uso de um chanfro muito fechado

(MODENESI, 2001).

Figura 9 - Inclusão de escória (FONTE: Modenesi, 2001).

Mordedura

Mordedura é um baixo relevo das bordas do cordão de solda (entalhe do metal de base

ao longo das bordas do cordão). Esse defeito é causado principalmente por: alta velocidade

da soldagem (a solidificação será extremamente alta e as forças de tensão superficial

arrastarão o metal fundido para o centro do cordão), tensão do arco em níveis excessivos

(que influenciará no comprimento do arco, que deve ser mantido curto para evitar mordeduras,

aumentar a penetração e, consequentemente, garantir a integridade da solda) e correntes de

soldagem excessivas (ÁQUILA, 2012).

2.2 Ensaio Não Destrutivo

Denomina-se ensaio não destrutivo (END ou NDT em inglês- Nondestructive Testing)

a qualquer tipo de ensaio praticado a um material que não altere de forma permanente suas

propriedades físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais, sendo executados nas diversas

etapas de fabricação, construção, montagem e manutenção de vários projetos de peças e

equipamentos (LOURENÇO, 2012).

Page 29: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

29

Os ensaios não destrutivos são largamente utilizados na indústria moderna em todo o

mundo para avaliação da qualidade e detecção de variações na estrutura, pequenas falhas

superficiais, presença de fissuras e outras interrupções físicas, medida de espessura de

materiais e revestimentos e determinação de outras características de materiais e produtos

industriais (SARDOEIRA, 2012).

Um dos avanços tecnológicos mais importantes na engenharia pode ser atribuído aos

ensaios não destrutivos. Esses ensaios estão destinados a assegurar e proteger a vida

daqueles que dependem de alguma forma, do bom funcionamento de máquinas ou

componentes, quer sejam nas indústrias automobilísticas, petróleo e petroquímicas, geração

de energia inclusive nuclear, siderúrgica, naval e aeronáutica (ANDREUCCI, 2003).

Segundo Sampaio (2009), para se obter resultados satisfatórios e válidos, os seguintes

itens devem ser considerados como elementos fundamentais para os resultados destes

ensaios:

Pessoal treinado e qualificado;

Procedimento qualificado para conduzir o ensaio;

Equipamentos devidamente calibrados;

Normas e critérios de aceitação perfeitamente definidos.

Os ensaios não destrutivos incluem métodos que informam os defeitos de um

determinado produto, das características tecnológicas de um material, ou ainda, da

monitoração da degradação em serviço de componentes, equipamentos e estruturas. Um dos

métodos mais utilizados em estruturas soldadas são o ensaio visual e o ensaio por líquido

penetrante (LOURENÇO, 2012).

2.2.1 Ensaio Visual

O ensaio visual dos metais foi o primeiro método de ensaio não destrutivo aplicado

pelo homem. Esse método deve ser o primeiro utilizado quando se deseja avaliar peças ou

componentes que deverão ser submetidos a outros ensaios não destrutivos. Isso se deve ao

fato de que a maior parte dos métodos de ensaios não destrutivos requer, em maior ou menor

grau, uma boa condição de superfície. Com a realização do ensaio visual como primeiro

método de ensaio, qualquer condição da superfície da peça ou componente que possa vir a

inviabilizar a realização de um determinado ensaio posterior será detectada e corrigida,

evitando perdas de tempo e recursos (MARQUES, 2006). Não existe processo industrial em

que a inspeção visual não esteja presente. A simplicidade de realização e baixo custo

Page 30: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

30

operacional são as características deste método, porém a inspeção visual exige inspetores

treinados e especializados, para cada tipo ou família de produtos (SENAI, 2010).

A inspeção visual pode ser classificada de acordo com o tipo de exame executado,

sendo eles: exame direto, exame remoto e translúcidos. O exame visual direto pode ser

realizado quando o acesso é suficiente para que o examinador posicione os olhos a até 600

mm da superfície a ser examinada e a um ângulo não inferior do que 30º. Na realização desse

exame podem ser utilizados espelhos para aumentar o ângulo de visão, como também lentes

de aumento. Para a inspeção de juntas soldadas existem gabaritos, como as apresentadas

na Figura 10, que facilitam a avaliação das características geométricas dos cordões de solda

(MARQUES, 2006).

Figura 10 - Gabaritos para avaliação das características geométricas de cordões de solda (FONTE: Marques, 2006).

O exame visual remoto é aplicado quando os componentes a serem examinados se

apresentam inacessíveis, ou seja, além dos limites previstos no exame visual direto. Para a

sua execução podem ser utilizados os elementos auxiliares, tais como espelhos, boroscópios,

câmeras, fibras óticas ou outros instrumentos adequados, alguns desses elementos são

mostrados na Figura 11 (SAMPAIO, 2009).

Figura 11 - Boroscópio e Fibroscópio utilizados na inspeção visual remota (FONTE: Sampaio, 2009).

Page 31: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

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No exame visual translucido, Sampaio (2009) aborda a necessidade de se ter o auxílio

de uma iluminação artificial, que pode ser incluindo um iluminador que produza luz direcional,

para a realização do exame.

2.2.2 Líquido Penetrante

Esse ensaio é amplamente utilizado para detectar descontinuidades superficiais e que

sejam abertas na superfície, tais como trincas, poros, dobras, etc. Sendo aplicado em todos

os materiais sólidos e que não sejam porosos ou com superfície muito grosseira. Essa

inspeção pode ser utilizada em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio, cerâmica

vitrificada, vidro, plásticos, aços inoxidáveis austeníticos, ligas de titânio, e zircônio, além dos

materiais magnéticos (ANDREUCCI, 2003).

Segundo Marques (2006), esse método de ensaio consiste na aplicação de um líquido,

com características especiais, sobre a superfície da peça ou componente de interesse, de

forma que, após um determinado tempo, este líquido penetre em descontinuidades presentes

no material e que sejam abertas à superfície. Posteriormente o excesso de líquido é removido

e um material chamado revelador é aplicado sobre a superfície. Este material age de forma a

retirar o líquido que penetrou na descontinuidade, formando uma imagem da mesma na

superfície da peça, que será avaliada de acordo com a norma utilizada para a fabricação da

peça ou componente.

A realização do ensaio consiste em seis etapas principais, sendo elas:

Preparação da superfície: previamente deve ser realizada a limpeza da superfície

a ser inspecionada para evitar que contaminante, tais como óleo, poeira, ferrugem, graxas e

outros, interfiram nos resultados do método.

Aplicação do penetrante: consiste na aplicação de um líquido chamado

penetrante, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície e, por ação do fenômeno de

capilaridade, penetre na descontinuidade, fazendo-se necessário esperar um determinado

tempo para que a penetração se complete. O penetrante pode ser visível sob iluminação

comum (Tipo II), geralmente na cor vermelha, ou do tipo fluorescente (Tipo I), só visível com

luz ultravioleta (ANDREUCCI, 2003).

Remoção do excesso de penetrantes: finalizado o tempo de penetração o

penetrante deve ser removido da superfície em exame. A remoção deve ser feita utilizando-

se produtos que variam em função do tipo de penetrante utilizado e é uma das etapas críticas

do ensaio. Uma limpeza mal executada provoca uma redução no contraste penetrante/fundo

branco do revelador, mascaramento de descontinuidades relevantes e surgimento de

indicações falsas (MARQUES, 2006).

Page 32: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

32

Revelação: para revelar as descontinuidades, aplica-se um filme fino e uniforme

de um material revelador, que nada mais é do que um pó extremamente fino branco. Esse pó

pode ser aplicado a seco ou misturado em algum líquido. O revelador atua sugando o

penetrante das descontinuidades e revelando-as. Da mesma forma que na etapa de

penetração, aqui também deve-se prever um tempo para a revelação, em função do tipo da

peça, do tipo de defeito a ser detectado e da temperatura ambiente. Geralmente faz-se uma

inspeção logo no início da secagem do revelador e outra quando a peça está totalmente seca

(SENAI, 2010)

Avaliação e Inspeção: Após a aplicação do revelador, as indicações começam a

serem observadas através da mancha causada pela absorção do penetrante contido nas

aberturas e que serão objetos de avaliação. A inspeção deve ser feita sob boas condições de

luminosidade, se o penetrante é do tipo visível (cor contrastante com o revelador) ou sob luz

ultravioleta, em área escurecida, caso o penetrante seja fluorescente. A interpretação dos

resultados deve ser baseada no Código de Fabricação da peça ou Norma aplicável ou ainda

na especificação técnica do cliente. Ao final da inspeção deve ser emitido um Relatório

Técnico de acordo com os requerimentos do Procedimento do Ensaio (ANDREUCCI, 2003).

Limpeza Final: Após a inspeção da peça ela deve ser devidamente limpa,

removendo- se totalmente os resíduos do ensaio; esses resíduos podem prejudicar uma etapa

posterior no processo de fabricação do produto ou até o seu próprio uso, caso esteja acabado

(SENAI, 2010).

De acordo com Marques (2006), os tempos de penetração e de revelação, indicados

na Tabela 2, são baseados em função do material a ser examinado, o processo de fabricação

pelo qual passou e o tipo de descontinuidade que se espera.

Page 33: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

33

Tabela 2 - Tempos de penetração e de revelação para materiais diversos (Fonte: MARQUES, 2006).

O método de ensaio por Líquido Penetrante pode ser aplicado a componentes de

qualquer forma e tamanho, desde que seja possível executar uma limpeza adequada da

superfície examinada, pode ser aplicado a uma grande diversidade de materiais. É um ensaio

relativamente simples, barato e de fácil interpretação, fazendo com que o tempo necessário

para o treinamento de pessoal para a sua aplicação seja relativamente menor do que para os

demais END. Outras vantagens apresentadas por esse método é a possibilidade de

realização de inspeções de equipamentos em serviços e em peças de geometria complexa

(MARQUES, 2006).

Como limitações à utilização, o ensaio por líquido penetrante só detecta

descontinuidades abertas para a superfície, já que o penetrante tem que entrar na

descontinuidade para ser posteriormente revelado. A superfície do material não pode ser

porosa ou absorvente já que não haveria possibilidade de remover totalmente o excesso de

penetrante, causando mascaramento de resultados. A necessidade de uma limpeza

cuidadosa após o ensaio e de acesso direto do operador ao local a ser examinado também

se apresentam como limitações.

Page 34: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

34

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Neste capítulo serão abordados os materiais e os métodos experimentais, assim como

os equipamentos e produtos, empregados para a avaliação da qualidade das juntas soldadas

da parte do Manifold. O fluxograma representado na Figura 12, mostra a sequências das

atividades realizadas.

Figura 12 - Fluxograma das atividades realizadas.

3.1 Material

Os materiais utilizados, no presente estudo, foram os aços ASTM A 160 Gr A, metal

base do Niple, e o ASTM A 160 Gr B, metal base do cotovelo. Essas regiões estão

representadas na Figura 13. Os corpos de prova foram confeccionados a partir da região do

Manifold cedida pela empresa Engepet possuindo, respectivamente, 2” de diâmetro externo

Schedule 80 e 6,0 mm de espessura. Segundo a ASTM Standards, a composição química e

as propriedades mecânica dos aços em estudo são apresentadas nas Tabelas 3 e 4.

Material Fornecido

Soldagem TIGEND

Penetrante visível

END

Penetrante fluorescente

Corte MetalografiaMacrografia e

Micrografia

Ensaio de Microdureza

Vickers

Ensaio de Dureza Vickers

Análise dos Resultados

Conclusão

Page 35: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

35

Figura 13 - Região analisada do equipamento Manifold.

Tabela 3 – Composições químicas do aços ASTM A 106 Gr A e ASTM A 106 Gr B (FONTE: ASTM Standards).

Composição Química (%)

Norma Aço C Mn P S Si Ni Mo Cu

ASTM A

160

Gr A Máx

0,25

0,27-

0,93

Máx

0,035

Máx

0,035

Mín.

0,10

0,40 0,15 0,40

ASTM A

160

Gr B Máx

0,30

0,29-

1,06

Máx

0,035

Máx

0,035

Mín.

0,10

0,40 0,15 0,40

Tabela 4 – Propriedades mecânicas do aço ASTM A 106 Gr B (FONTE: ASTM Standards).

Propriedades Mecânicas

Norma Aço Limite de escoamento (Mpa) Limite de Resistência (Mpa)

ASTM A 160 Gr A 330 205

ASTM A 160 Gr B 415 240

3.2 Procedimento de Soldagem

A soldagem dos tubos no cotovelo, foi realizada utilizando o processo TIG. Inicialmente

foram realizados quatro pontos de solda e com o auxílio de um nível de base magnética,

conforme mostrado na Figura 14, foi possível verificar se o tubo estava devidamente alinhado

com o cotovelo, e assim, dar continuidade ao processo de soldagem.

Cotovelo

Niple

Page 36: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

36

Figura 14 - Nível utilizado para certificar o alinhamento.

Na realização da solda, foi utilizado o metal de adição ER70S-3 de diâmetro 3,2 mm

do fabricante Böhler, sendo sua marca comercial designada por EML-5. As composições

químicas, de acordo com o fabricante, do metal de adição se encontram na Tabela 5.

Tabela 05 – Composição química do metal de adição ER70S-3 (FONTE: Catálogo Böhler, 2014).

Classificação AWS Porcentagem em peso (%)

A5.18 C Mn Si

ER70S-3 0,1 1,2 0,6

Seguindo as Especificações de Procedimento de Soldagem (EPS) existente na

Engepet, foram empregados corrente contínua de polaridade direta (CC-) com valores

variando de 85 à 135 A e a tensão variou de 11 à 12 V. O gás de proteção utilizado foi o

argônio puro, estabelecendo-se uma vazão de 12 l/min. A máquina de solda da marca ESAB,

modelo LHN 220i Plus, conforme mostrada na Figura 15.

Figura 15 - Máquina de soldar TIG.

Page 37: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

37

3.3 Inspeção por Líquido Penetrante

A inspeção por líquido penetrante teve como objetivo a detecção de descontinuidades

superficiais, tais como trincas, poros, furos, etc. sendo que estas, necessariamente, precisam

estar abertas na superfície, uma vez que, o líquido precisa penetrar na descontinuidade para

que essa seja revelada.

A realização da inspeção consistiu basicamente em quatro etapas:

Limpeza da superfície a ser inspecionada

A limpeza superficial da peça ocorreu lavando-a em água corrente, seguido da sua

aplicação de álcool, após secagem, nas regiões em que seriam aplicado o penetrante. É

importante que essa medida seja adotada para remover impurezas que possam estar

presentes no material, impedindo a entrada do líquido penetrante, tornando o resultado menos

preciso.

Aplicação do líquido penetrante

Essa etapa consistiu na aplicação, por aerossol, do penetrante visível lavável à água

VP-30 nº 2 do fabricante Metal Chek, Figura 16a, na cor vermelha, nas regiões do cordão de

solda do material a serem analisadas, assim como mostra a Figura 16b. O penetrante foi

aplicado sobre toda a superfície em análise, sendo posteriormente, aguardado o tempo de 10

minutos, correspondente ao tempo de penetração.

Figura 16 – a) Líquido penetrante utilizado no ensaio; b) Cordões de solda analisados.

Remoção do excesso do líquido penetrante

Decorrido o tempo de atuação do penetrante, foi removido o excesso do líquido, de

modo que as superfícies em análise ficassem sem vestígios deste. Essa etapa foi realizada

lavando a peça com água, fazendo-se depois o uso de um papel umedecido em álcool para

a completa remoção superficial do líquido.

Revelação

Para a revelação das possíveis descontinuidades foi aplicado o revelador não aquoso

D-70 do fabricante Metal-Chek sob a forma de aerossol, na cor branca (Figura 17a) sobre as

regiões em análise, como indicado na Figura 17b. O revelador atuou absorvendo o líquido

a) b)

Page 38: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

38

penetrante que se encontrava retido, indicando na superfície a localização das

descontinuidades. Assim como na aplicação do penetrante, nessa etapa, também se fez

necessário esperar um determinado tempo para que fosse possível a atuação do revelador,

sendo este de 15 minutos.

Decorrida a revelação, a inspeção do ensaio foi realizada sob luz natural, uma vez

que, o penetrante era visível aos olhos.

Figura 17 – a) Revelador utilizado durante o ensaio; b) Aspecto da peça após

aplicação do revelador.

Estimando-se maximizar a detecção de possíveis descontinuidades nas regiões dos

cordões de solda, foi realizado outro ensaio por líquido penetrante, só que dessa vez, fazendo

o uso do penetrante fluorescente.

As etapas para a realização do ensaio com penetrador fluorescente são iguais as

descritas anteriormente para o processo utilizando o penetrador visível, ocorrendo apenas

algumas particularidades, as quais serão descritas.

Após os cuidados iniciais de limpeza, foi aplicado o penetrante fluorescente lavável à

água FP – 202 (Nível 3) do fabricante SERV-END (Figura 18a), conferindo um aspecto

amarelo-esverdeado à peça conforme mostrado na Figura 18b.

Figura 18 - (a) Líquido Penetrante fluorescente e (b) Aspecto da peça.

a) b)

Page 39: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

39

Transcorrido o tempo necessário de atuação do revelador, foi utilizada uma luminária

de Luz Negra (ultravioleta), Figura 19, do fabricante SERV-END para visualizar as possíveis

descontinuidades presentes nas regiões das juntas.

Figura 19 – Luminária de Luz Ultravioleta.

3.4 Metalografia

Os ensaios de metalografia foram realizados no Laboratório de Ensaios Metalográficos

do Departamento de Engenharia de Materiais.

O corte inicial do material, para a obtenção dos corpos de prova, foi realizado na

metalúrgica ACEJ. A Figura 20 aponta as regiões onde foram realizados os cortes para a

obtenção das 9 amostras, sendo 3 retiradas transversalmente de cada junta soldada e 3 nas

regiões do tubo que não possuía solda.

Figura 20 – Regiões onde foram retirados as amostras.

Page 40: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

40

Devidos as amostras, entregues pela metalúrgica, se encontrarem robustas, foi

utilizada a Cortadora Metalográfica CM 40 do fabricante Teclago, Figura 21, para diminuir

suas dimensões. Essa medida foi adotada para facilitar e reduzir o tempo de preparação das

amostras.

Figura 21 – Cortadora Metalográfica.

As 9 amostras foram lixadas manualmente, utilizando lixas d’água com as

granulometrias: 180, 220, 320, 400, 600, 800 e 1200, realizando, a cada troca de lixa, uma

rotação de 90º na amostra, até desaparecer os traços deixados pela lixa utilizada

anteriormente. Finalizada essa etapa, cada amostra passou por uma limpeza superficial,

utilizando álcool etílico para a remoção de possíveis vestígios provenientes do lixamento. Em

seguida, foram polidas utilizando a Politriz Aropol 2V do fabricante Arotec, Figura 22, sendo

aplicado nos panos de polimento pastas de diamante de 3 µm e 1 µm.

Figura 22 – Politriz utilizada no polimentos das amostras.

Page 41: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

41

Decorrente do fato que as amostras devem estar devidamente limpas e secas, antes

do ataque químico, foi aplicado nas superfícies polidas álcool e em seguida secadas,

utilizando um secador. Por fim, as amostras foram atacadas quimicamente com o objetivo de

revelar as suas fases microestruturais. A realização desse procedimento ocorreu imergindo a

superfície polida da amostra em uma solução de Nital à 5%, durante 4 segundos.

As microestruturas das regiões da junta soldada e do metal de base foram analisadas

utilizando o microscópio polarizador do fabricante Zeiss, modelo Axio Scope.A1, Figura 23.

Figura 23 – Microscópio Axio Scope.A1.

3.4.1 Macrografia

A análise macrográfica foi realizada posicionando as amostras a serem analisadas na

base do microscópio Estereoscópico Stemi 200-C, Figura 24, que proporciona uma ampliação

de até 50 vezes do aspecto superficial das amostras.

Previamente, para uma análise adequada, as amostras passaram pelos processos de

lixamento, polimento, ataque e limpeza. Esse procedimento é necessário para que sejam

revelados detalhes macrográficos da estrutura do material ou da junta soldada ensaiada. Por

meio dessa técnica foi visualizada a distribuição e natureza das falhas encontradas em 3 das

9 amostras.

Page 42: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

42

Figura 24 - Microscópio Estereoscópico Stemi 200-C.

3.4.2 Microdureza Vickers

A microdureza foi realizada em 3 amostras, sendo essas representadas por: A1- solda

localizada na parte inferior da peça, A4- solda localizada na parte superior e A7 metal de base,

conforme identificado na Figura 20. O ensaio de microdureza foi realizado seguindo a Norma

ASTM E384 que aborda sobre o Método de Teste Padrão para Dureza Vickers.

O procedimento consistiu em aplicar verticalmente sobre as amostras, devidamente

polidas e atacadas, um penetrador de diamante de base quadrada, que ao ser removido deixa

a impressão de um losango na amostra, cujas diagonais são medidas por um microscópio que

se encontra acoplado à máquina. Para tal procedimento, foi utilizado o microdurômetro de

bancada HVS-1000, Figura 25, do fabricante TIME, do Laboratório de Ensaios Mecânico do

DMEC, sendo exercida nas amostras uma carga de 1.96 N, equivalente a aproximadamente

200 gf, durante o tempo de 10 segundos. A medição das diagonais, para a obtenção dos

valores de dureza, foi realizada posicionando manualmente, através do microscópio, linhas

pretas projetadas para capturar tais valores. Através dos valores das diagonais, medidos pelo

operador, a máquina fornece em seu visor o valor da dureza Vickers (HV), sendo

desnecessário o seu cálculo.

Page 43: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

43

Figura 25 – Microdurômetro.

Foram realizadas 5 medidas, separadas entre si por uma distância de 0,5 mm, em

cada região, totalizando, assim, 30 medições de microdureza para as amostras A1 e A4, cada.

Na amostra referente ao metal de base, A7, foram realizadas 5 medições, ao longo da sua

extensão.

3.4.3 Dureza Vickers

O ensaio de dureza foi realizada nas amostras A3 e A5, sendo a amostra A3 referente

a solda localizada na parte inferior da peça e a A5 a solda localizada na parte superior,

seguindo a Norma NACE MR0175/ISSO 15156-1.

A medição da dureza, em cada ponto das amostras, foi realizada utilizando o

durômetro de bancada FV-700 da Future-Teck exibido na Figura 26, do Laboratório de

Ensaios Mecânicos do DMEC, aplicando uma carga de 10 kgf durante o tempo de 10

segundos. O procedimento para a obtenção dos valores é o mesmo descrito anteriormente

para a microdureza.

Figura 26 – Durômetro FV-700.

Page 44: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

44

A Figura 27, segundo a Norma NACE MR0175/ISSO 15156-1, apresenta os pontos da

região da junta soldada onde devem ser realizadas as medições de dureza. A presente Norma

especifica o valor máximo de dureza que deve ser encontrado nos pontos analisados.

Figura 27 – Representação esquemáticas dos pontos onde foram medidas as durezas

das amostras A3 e A4 (FONTE: Norma NACE MR0175/ISSO 15156-1).

Page 45: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

45

4. RESULTADOS E DISCURSÕES

Esse capítulo irá abordar sobre os resultados obtidos referentes aos ensaios e análises

realizadas nas amostras de acordo com a metodologia proposta para o desenvolvimento

desse trabalho. Possuindo como ideia principal a análise da qualidade das juntas soldadas.

4.1 Inspeção Visual e Ensaio por Líquido Penetrante

Após a soldagem da peça, foi realizado o ensaio de inspeção visual e por liquido

penetrante visível (LP), assim como também o fluorescente (LPF), com a finalidade de verificar

a existências de possíveis descontinuidades superficiais.

Visualmente, não foram constatadas descontinuidades tais como trincas, poros, falta

de fusão nos cordões de solda, falta de penetração, fissuras ou inclusões, que são, de acordo

com a literatura, as descontinuidades normalmente encontradas em processos de soldagem

TIG.

Foi realizado o ensaio com LP visível empregando o procedimento descrito no item 3.3

deste trabalho. A Figura 28, exibe o aspecto da peça após a aplicação do LP.

Figura 28 – Aspecto dos cordões de solda utilizando o penetrante visível.

Não foi observada nenhuma descontinuidade com a aplicação desse ensaio. Após a

limpeza adequada foi realizado outro procedimento empregando o LPF, seguindo o mesmo

procedimento explicado no item 3.3 já citado. A Figura 29, mostra o resultado do ensaio

quando se utilizou o líquido penetrante fluorescente. Devido ao fato desse tipo de líquido,

maximizar a detecção de possíveis descontinuidades nas regiões dos cordões de solda, foi

observado a existência de poros esféricos, em destaque, ao longo dos cordões de solda.

Page 46: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

46

Figura 29 – Poros encontrados nos cordões de solda através do ensaio utilizando

líquido penetrante fluorescente.

De acordo com os critérios da Norma API 1104, as porosidades isoladas só serão

consideradas inaceitáveis quando o tamanho dos poros individuais excederem 1/8 de

polegada (3 mm) ou quando excederem 25% da menor parte da espessura nominal da parede

do tubo. Para porosidades agrupadas, que ocorre em qualquer passe da junta soldada, exceto

o passe final, deve ser considerada como um defeito, se o diâmetro do conjunto exceder ½

polegada (13 mm).

O tamanho dos poros encontrados ao longo dos cordões não excederam os valores

da Norma e, por isso, não são considerados como defeitos. Portanto, a utilização dos

parâmetros estabelecidos nas Especificações de Procedimento de Soldagem (EPS) adotados

pela Engepet, garantiram superficialmente cordões de solda isentos de defeitos.

4.2 Macrografia

Após os ensaios com líquido penetrante os corpos de prova foram cortados para a

realização da análise metalográfica. As amostras estão representadas na Figura 30.

Figura 30 – Amostras A3, A4 e A5 com falta de penetração.

Page 47: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

47

Apesar do ensaio não ter detectado nenhuma descontinuidade ou defeito visível a olho

nu, após o corte, foi constatado que 3 das 6 amostras, referentes às regiões soldadas,

apresentavam falta de penetração no cordão de solda, como pode ser verificado através da

Figura 30. Esse defeito pode ser explicado devido a uma manipulação inadequada da tocha

TIG pelo soldador, o diâmetro do eletrodo excessivo ou uma baixa energia de soldagem

prejudicando, dessa forma, a fusão na raiz da junta.

As amostras que apresentaram falta de penetração estavam todas localizadas na

região superior da solda e suas respectivas macrografias estão dispostas na Figura 31.

Figura 31 – Macrografias das amostras com falta de penetração: (a) Amostra A3, (b)

Amostra A4 e (c) Amostra A5.

Com base nos critérios de aceitação de defeitos em soldas da norma API 650, seguida

pela Engepet, a falta de penetração, não importando suas dimensões, não são aceitas. Sendo

assim, a região com tal defeito é reprovada e torna-se inutilizada pela empresa.

As soldagens realizada em ambas as regiões da peça seguiram as mesmas

especificações de procedimento de soldagem (EPS) adotados pela Engepet. Devido ao fato

dos defeitos terem sido encontrados apenas na região da solda realizada na parte superior,

as possíveis causas para o surgimento da falta de penetração podem estar associadas a

possíveis descuidos cometidos pelo operador na realização da soldagem. Esse resultado

mostrou que mesmo o ensaio com líquido penetrante sendo o recomendado pelas normas

relacionadas a soldagem desse tipo de equipamento, ainda podem ocorrer defeitos que só

(a) (b)

(c)

Page 48: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

48

seriam possíveis de detectar empregando END mais detalhado, como o ultrassom ou raio-x,

por exemplo.

Ampliando ainda mais a região das amostras com falta de penetração, foi verificado a

ocorrência de trica interna na amostra A3, conforme mostra a Figura 32. Segundo Okumura

(1982), a ocorrência desse tipo de trinca acontece entre alguns minutos até 48 horas após a

soldagem, caracterizando a trinca a frio, sendo causadas pela ação conjunta da estrutura da

zona termicamente afetada, difusão de hidrogênio e tensão.

A ocorrência de trinca interna é um defeito grave em soldagem, concentrando tensões

e sua propagação acarreta na fratura da estrutura que foi soldada. Assim como a falta de

penetração, a detecção de trica interna só pode ser detectada através de ensaios não

destrutivos mais detalhados.

Figura 32 – Trinca interna na amostra A3.

4.3 Micrografias

As micrografias foram realizadas em todas as amostras para verificar se as mesmas

seguiam o padrão de microestrutura esperado para esse tipo de aço quando soldado. As

regiões analisadas estão representadas na Figura 33.

Page 49: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

49

Figura 33- Regiões onde foram retiradas as micrografias: MB- Metal de base; ZTA-

Zona termicamente afetada; ZF- Zona Fundida.

A análise microestrutural foi realizada por microscopia óptica e revelou que os metais

de base são compostos de ferrítica (cor clara) e perlita (cor escura). As micrografias também

revelaram uma diferença na forma como os grãos encontram-se dispostos. Essa diferença

pode ser explicada devido aos processos de fabricação para a obtenção dos dois

componentes, sendo o de laminação para o niple, onde o corte longitudinal realçou a

orientação dos grãos no sentido da laminação, o que justifica as bandas alternadas de ferrita

e perlita, conforme pode ser observado na Figura 34, e o de fundição para o cotovelo (Figura

35) também apresentando ferrita e perlita.

Figura 34 - Micrografias do Niple (ASTM A 160 Gr A) - Sem soldagem. Ataque químico:

nital 5%

MB

MB

(Niple)

(Cotovelo) ZF

ZTA

ZTA

Page 50: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

50

Figura 35 – Micrografia do Cotovelo (ASTM A 160 Gr B) – sem soldagem. Ataque químico: nital 5%

A micrografia dos corpos de prova soldados apresentaram o aspecto esperado tanto

na zona fundida (ZF) como na zona termicamente afetada (ZTA) para o niple e o cotovelo,

como pode ser observado através da Figura 36.

(a) (b)

Figura 36 – Microestruturas das regiões da ZTA: (a) ZTA do niple e (b) ZTA do cotovelo

A extensão maior e o aspecto mais escuro observado na ZTA que faz fronteira com o

cotovelo (Figura 36b) pode ser explicada pela influência das taxas de resfriamento durante o

processo de soldagem. Por apresentar áreas diferentes, sendo menor para o cotovelo (Figura

36b), a taxa de resfriamento em torno da região da solda é mais lenta e a energia proveniente

do processo é sentida com mais intensidade o que promove o aumento da região da ZTA.

ZF ZTA

F

MB (N)

ZF

ZTA

F

MB (C)

Page 51: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

51

Segundo Sobral (2013), a microestrutura bifásica do MB é modificada durante o ciclo

térmico de soldagem. A energia fornecida é suficiente para promover a austenitização e/ou

dissolução de fase, além do crescimento de grão na região da ZTA. Com o resfriamento

subsequente, a austenita formada pode ser transformada em compostos como pertila, bainita

ou martensita, e ferrita de Widmanstätten (FW) o que caracteriza essa região, como pode ser

observado através da Figura 37.

(a)

(b)

Figura 37 - Microestrutura da ZTA das amostras: (a) Niple e (b) Cotovelo.

As micrografias mostradas na Figura 38 apresentam o aspecto típico da microestrutura

observada na região da zona fundida das amostras, constituída principalmente por Ferrita

Page 52: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

52

acicular (AF), Ferrita de Contorno de Grão (PF(G)) e Ferrita com Segunda Fase Alinhada

(FS(A)). Também foi possível a identificação de algumas inclusões não metálicas sobre a

superfície da amostra. A literatura indica que a microestrutura ferrita acicular possui uma ótima

combinação entre resistência mecânica e tenacidade, sendo esta, dentre as fases presentes,

a microestrutura mais desejada no metal de solda, pois não propicia caminhos preferenciais

para propagação de trincas. A microestrutura ferrita acicular (AF) depende da composição e

tamanho das inclusões não metálicas presentes no metal de solda (ARAÚJO, 2006). As

inclusões observadas no metal de solda (circuladas na Figura 38), podem ser justificadas pela

concentração de silício presente no metal de adição pois, segundo Bhadeshia (2001), as

inclusões são formadas no metal de solda líquido pela reação do oxigênio com elementos

desoxidantes como silício, alumínio e titânio.

Figura 38 - Microestrutura da zona fundida. 1- Ferrita Acicular (AF); 2- Ferrita com

Segunda Fase Alinhada (FS(A)); 3- Ferrita de Contorno de Grão (PF(G)).

4.4 Microdureza Vickers

A avaliação da microdureza foi realizada nas amostras A1 e A4 e seguiu a metodologia

apresentada no item 3.4.2 do Capítulo 3 desse trabalho. As medições foram realizadas nas

regiões A, B, C, D, E e F, definidas na Figura 39. Foram realizadas, ainda, 5 (cinco) medições

de microdureza na amostra A7 referente ao metal de base do niple e na amostra A8 referente

ao metal de base do cotovelo, para se obter medidas de referência.

Inclusões

1

2 3

Page 53: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

53

Figura 39 – Regiões onde foram medidas as microdurezas das amostras A1 e A4

A medições realizadas foram registradas nas Tabelas 6, 7 ,8 e 9.

Tabela 6 – Valores do ensaio de microdureza Vickers obtidos para a amostra A7 (Niple).

Pontos Amostra A7

1 175,5

2 189,3

3 168,8

4 175,7

5 179,8

Média 177,9

Tabela 7 - Valores do ensaio de microdureza Vickers obtidos para a amostra A8 (Cotovelo)

Pontos Amostra A7

1 245,7

2 229,4

3 244,8

4 251,7

5 238,8

Média 242,1

Page 54: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

54

Tabela 8 – Valores obtidos no ensaio de microdureza Vickers para a amostra A1.

Amostra A1

Pontos

1 2 3 4 5 Média

A 169,7 164,0 175,8 200,6 185,2 179,1

B 189,5 201,2 192,7 198,9 201,8 196,9

C 196,0 202,4 207,2 215,4 205,2 205,2

D 219,3 207,8 194,8 198,2 207,8 205,6

E 296,4 260,3 234,0 248,6 311,6 270,2

F 249,7 247,0 244,7 223,4 255,2 244,0

Tabela 9 - Valores obtidos no ensaio de microdureza Vickers para a amostra A4.

Amostra A4

Pontos

1 2 3 4 5 Média

A 184,2 178,2 169,8 183,7 180,2 179,2

B 171,6 185,2 195,5 179,7 192,8 185,0

C 245,5 218,0 210,9 234,8 234,0 228,6

D 218,0 234,0 229,0 224,8 215,2 224,2

E 233,3 317,3 331,3 308,3 260,3 290,1

F 256,0 239,3 265,5 246,2 232,6 248,3

A microdureza realizada na região dos metais de base (região A, referente ao niple, e

região F, referente ao cotovelo) apresentou para ambas as amostras, A1 e A4, valores bem

próximos, assim destacados nas Tabelas 8 e 9. Esses valores também estão de acordo com

os valores encontrados nas amostras A7, metal de base do niple sem solda e A8, cotovelo

sem solda. (Tabelas 6 e 7).

Nas regiões B e E, referentes as zonas termicamente afetadas, há um salto nos valores

da microdureza, variando para região do niple de 171,6 HV até 201,8 HV e na região do

cotovelo de 233,3 HV até 331,3 HV. Essa diferença pode ser explicada pela quantidade de

carbono presente no cotovelo que é maior em relação a do niple, o que eleva o valor da sua

dureza, e também pela influência da espessura. Possuindo o cotovelo menor espessura,

como pode ser verificado pela Figura 39, sua capacidade de dissipar o calor fornecido pelo

arco para dentro da peça é menor, tornado essa região mais endurecida devido as

transformações térmicas induzidas pelos ciclos térmicos de soldagem.

Regiões

Regiões

Page 55: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

55

4.5 Dureza Vickers

Na realização desse ensaio foi seguida a Norma NACE MR0175/ISO 15156-1, uma

vez que os aços ASTM A 160 Gr A e ASTM A 160 Gr B, utilizados na construção do Manifold,

estão em contato direto com gás natural. A Norma indica a realização desse ensaio de dureza

para os aços ao carbono, baixa liga e ferros fundidos, quando utilizados em ambientes

contendo H2S (Sulfeto de Hidrogênio). As medidas de dureza foram realizadas seguindo o

esquema representado na Figura 27, para as amostras A3 e A5 e os resultados estão

apresentados na Tabela 10.

A Norma NACE MR0175/ISO indica que o máximo de dureza em cada ponto da junta

não deve exceder o valor de 250 HV. Os resultados de dureza Vickers obtidos na zona

termicamente afetada (ZTA) referente ao niple, apresentaram valores inferiores a 250 HV em

ambas as amostras. Na região do metal base (MB) alusivo ao niple e ao cotovelo, assim como

também na região da zona fundida (ZF) para ambas as amostras, os valores de dureza

encontrados exibiram valores abaixo de 250 HV, estando coniventes com a Norma.

Desta forma, de acordo com a Norma NACE MR0175/ISO tanto o material utilizado

pelo niple como a vareta de adição empregada na soldagem TIG estão de acordo com a

especificação para serem utilizados em ambientes contendo H2S. Porém, os pontos

localizados no cotovelo na região da ZTA (pontos 6, 7 e 12 da Tabela 9) apresentaram valores

de dureza que ultrapassaram os 250 HV previstos pela Norma. Portanto, nas condições desse

trabalho, essa região não está aprovada para ser utilizada em ambientes contendo H2S.

Page 56: Ensaio Com Líquido Penetrante Das Juntas Soldadas Do Equipamento Manifold Empregado No Setor Petroquímico

56

Tabela 10 – Valores do ensaio de dureza Vickers para as amostra A3 e A5.

Amostras

Localização Pontos A3 A5

Metal de base do Niple 1 149,3 140,5

ZTA do Niple 2 164,7 180,9

ZTA do Niple 3 193,3 192,7

Zona Fundida 4 193,8 193,5

Zona Fundida 5 189,1 203,7

ZTA do cotovelo 6 342,8 314,9

ZTA do cotovelo 7 270,8 284,2

Metal de base do cotovelo 8 228,6 220,5

Metal de base do Niple 9 149,2 145,2

ZTA do Niple 10 194,6 182,8

Zona Fundida 11 198,8 189,7

ZTA do cotovelo 12 354,7 303,6

Metal de base do cotovelo 13 224,0 222,0

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5. CONCLUSÃO

Baseado nos resultados das técnicas empregada para a realização deste trabalho, é

possível concluir que:

A análise do material, através da inspeção por líquido penetrante visível não

apresentou nenhuma irregularidade superficial. A inspeção, quando realizada com o

penetrante fluorescente apresentou pequenos poros dispersos ao longo dos cordões de solda,

mas estes de acordo com a Norma API 1104 não são enquadrados como defeitos, tornando

aprovada a inspeção.

A macrografia revelou falta de penetração nas amostras retidas da região

superior da solda, tornando essa região inadequada para uso de acordo com a Norma API

650. Uma vez que a região inferior soldada encontrou-se isenta de tal defeito, este fenômeno

está relacionado a descuidos operacionais no momento da soldagem por parte do operador,

podendo ser citada a manipulação incorreta do eletrodo ou um possível aumento da

velocidade no momento da soldagem. Para contornar a situação, pode ser empregado na raiz

um passe de enchimento.

A análise microestrutural revelou para os metais de base estruturas em

conformidade com o esperado, contendo matriz ferrítica e regiões de perlita. As regiões da

ZTA apresentaram ferritas primárias e secundárias, além da formação de ferrita

Widmanstätten, sendo observado fortemente a presença de martensita na região da ZTA do

cotovelo. Este resultado pode ser explicado devido ao maior teor de carbono encontrado na

composição do aço do cotovelo. Ambas as zonas fundidas apresentaram estruturas contendo

ferrita acicular, ferrita de contorno de grão, ferrita com segunda fase alinhada e algumas

inclusões.

O ensaio de microdureza Vickers revelou um forte aumento nos valores de

dureza encontrados na região da ZTA do cotovelo. Isso pode ser justificado pela maior

quantidade de martensita presente nesse material, uma vez que quanto maior for o teor de

carbono maior também será a dureza apresentada por esse microconstituinte.

O ensaio de dureza Vickers constatou que o aço ASTM A 160 Gr B, segundo a

Norma NACE MR0175/ISSO 15156-1, encontra-se com os valores de dureza na região da

ZTA, alusivo ao cotovelo, acima do especificado pela norma, o que torna sua utilização

inadequada em ambientes contendo H2S. É sugerida a substituição do aço equivalente ao

cotovelo pelo aço ASTM A Gr A que foi aprovado no ensaio, ou por outro aço cujo valor

máximo da dureza se enquadre na especificada pela Norma. Uma outra alternativa seria a

utilização do tratamento térmico de alívio de tensões, que tem como um dos seus resultados

a diminuição da dureza na região da ZTA.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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