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'ottcisM; (xrisas Reportagem Igrejas em diversas regiões do Brasil trabalham na formação de novos crentes através do discipulado Vivendo e aprendendo a viver Artigo baseado na revista de jovens deste trimestre Ano 16 - N° 64 - cpad.com.br - R$ 8,90 Subsidio semanal 0 Começo de Todas as Coisas Suplemento do professor Uma Filosofia de Educação autenticamente Cristã Pr Claudionor de Andrade Entrevista A escritora e educadora norte-americana Michelle Anthony, palestrante do 8 o Congresso Nacional de ED, fale sobre educação e 0 amor da igreja brasileira. Confira! A Escola Dominical da Assembleia de Deus em São Bernardo do Campo (SP) usa maratonas biblicas como estratégias de evangelismo 177 1 5 1 9ll7 1 8 0 0 7 II 0 0 0 6 4

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'ottcisM; ( xrisas

ReportagemIgrejas em diversas regiões do Brasil trabalham na formação de novos crentes através do discipulado

Vivendo e aprendendo a viverArtigo baseado na revista de jovens deste trimestre

Ano 16 - N° 64 - cpad.com.br - R$ 8,90

Subsidio semanal

0 Começo de Todas as Coisas

Suplemento do professor

Uma Filosofia de Educação

autenticamente Cristã Pr Claudionor de

Andrade

EntrevistaA escritora e educadora

norte-americana Michelle Anthony, palestrante do 8o Congresso Nacional de ED, fale sobre

educação e 0 amor da igreja brasileira. Confira!

A Escola Dominical da Assembleia de Deus em São Bernardo do

Campo (SP)usa maratonas biblicas como estratégias de

evangelismo

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CIRO S AN C H ES ZIBO R D I

Do mesmo autor de:EVANGELHOS QUE PAULO JAMAIS PREGARIAERROS OUE ESCATOLÓGICOS QUE OS PREGADORES DEVEM EVITAR ERROS QUE OS PREGADORES DEVEM EVITAR

EM TO D A S AS LI VR AR IA S I 0 8 0 0 0 2 1 7 3 7 3

Ç A O *

PROCURAM-SE PREGADORES COMO PAUUCiro Sanches Zibordi

O autor, dentro de seu estilo leve e bem-humorado, analisa detalhes da vida de Paulo desde o seu nascimento até a sua morte, bem como de sua pregação, para traçar um paralelo com as distorções que tem surgido no ministério da pregação da palavra de Deus nos nossos dias,Cód.: 259447 / i4X2icm / 208 páginas

A N O S

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da REDAÇÃOPo r G il d a

Presidente da Convenção Geral José Wellington Bezerra da Costa

Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Costa Júnior

Diretor-executivoRonaldo Rodrigues de Souza

Editor-chefeSilas Daniel

EditoraGilda Júlio

Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho

Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim

Gerente Comercial Cícero da Silva

Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva

Chefe de Arte Design Wagner de Almeida

Design, diagramação e capa Suzane Barboza

FotosShutterstock

Tratamento de imagem Djalma Cardoso

Central de vendas CPAD0800-021.7373livraria(â>cpad.com.br

Atendimento para assinaturasFones: 21 2406-7416 e [email protected] - Serviço de atendimento ao consumidorFone: 0800-021.7373

[email protected]

Ano 16 - n° 64 - out/novídez de 2015

Núm ero avulso: R$ 8,90 Assinatura bianual: R$ 71,20

Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral, lançada em novembro de 1999, editada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus.

Correspondência para publicação deve ser endereçada ao Departamento de Jornalismo. As remessas de valor (pagamento de assinatura, publicidade etc.) exclusivamente à CPAD. A direção é responsável perante a Lei por toda matéria publicada. Perante a igreja, os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Assegura-se a publicação, apenas, das colaborações solicitadas. 0 mesmo princípio vale para anúncios.

C A SA PUBLICADORA DAS A SSE M B L E IA S DE DEUS

Av. Brasil, 34.401 - Bangu CEP 21852-002 - Rio de Janeiro - RJ Fone 212406-7371 - Fax 212406-7370 [email protected]

mm.

Hora do balanço

Não sei se você é daquele tipo de pessoa que quando se aproxima do fim do ano começa a fazer um balanço das coisas que não realizou e imediatamente inicia uma longa lista para novas realizações. Mas, às vezes, nem tudo se concretiza, talvez por não ser o tem po certo de Deus, uma vez que a Bíblia diz que há tem po para todas as coisas. Po­rém, se porventura você não conseguiu ainda realizar os seus sonhos, não desanime, pois 2016 ainda vai começar e estamos ainda no último trimestre de 2015. Aproveite para renovar as forças, refaça seus planos e tire um tempinho para ler a revista Ensinador. A edição deste último trimestre está bem edificante e com assuntos interessantes.

Com um conteúdo diversificado, ela traz, por exemplo, uma repor­tagem sobre a força e a importância do discipulado e como as igrejas em diversas partes do país usam esse instrumento de trabalho como apoio na vida espiritual de novos crentes.

Você encontrará tam bém uma entrevista com a escritora norte- -americana Michelle Anthony. Ela veio ao Brasil para participar do 8o Congresso Nacional da Escola Dominical promovido pela CPAD e se surpreendeu com a quantidade de voluntários na área da educação cristã.

E não para por aí! Ainda temos uma infinidade de artigos e repor­tagens que abordam estratégias das igrejas no Brasil. É o caso dos irmãos da Assembleia de Deus em Saõ Bernardo do campo (SP), que usam maratonas bíblicas como estratégias de evangelismo.

Tudo isso e muito mais você encontra nesta edição da revista Ensi­nador Cristão. E, voltando ao tema do balanço de final de ano, se todos os seus planos não deram certo, com certeza é porque não é o tem po de Deus. Continue esperando. Deus é fiel e o novo ano ainda nem co­meçou. Ele pode trazer coisas novas! Lebre-se: há tem po determinado para todas as coisas (Ec 3.1-8)

Não desanime. Boas festas!

Que em 2016 o Senhor esteja à frente de todos os seus projetos!

Gilda Júliogilda.julio@ cpad.com.br

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SUMARIO

21 2 4 0 6 -7 4 1 6 / 2 4 0 6 -7 4 1 8SETOR DE ASSINATURAS

ArtigosQualidades de um professor de Escola Dominical: vocação, amor e responsabilidade

Vivendo e aprendendo a v iver

18 Bíblia, um livro atual

A influência da E D na vida do adolescente

Seções

05 Espaço do Leitor

10 ED em Foco

11 Conversa Franca

17 Exemplo de Mestre

22 Reportagem

29 Sala de Leitura

30 0 Professor Responde

31 Boas Ideias

44 Aprendendo com 0 mestre

46 Em Evidência

mm

Qualidades de um professor de ED: vocação, amor e responsabilidade

Vivendo e aprendendo a viver

Bíblia, um livro atual

A influência da ED na vida do adolescente

Reclamação, crítica e/ou sugestão? Ligue:

Atendimento a todos os nossos periódicos

Mensageiro da Paz • Manual do Obreiro GeraçãoJC • Ensinador Cristão

Divulgue as atividades do Departamento de ensino de sua igrejaEntre em contato com

Ensinador CristãoAvenida Brasil, 34.401 • Bangu

Rio de Janeiro • RJ • CEP 21852-002Telefone 21 2406-7371

Fax [email protected]

3 6 SUBSÍDIOS PARAO Começo de Todas as coisas: E s tudo sobre 0 l iv ro de Gênesis

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ESPAÇO do LEITOR

Qualidades fundamentais pari o professor de ED:

Vocação, rèsponsal

Fonte de conhecimento

A revista Ensinador Cristão dá uma visão geral da Escola Dominical e sugere como os professores podem melho­rar as suas aulas, por meio dos conteúdos ricos, cheios de instruções. Como, por exemplo, os cursos maravilho­sos que ajudam o professor a desenvolver suas habili­dades. Vemos que a Palavra de Deus é levada a sério na ED ao analisarmos as Lições Bíblicas e a revista Ensinador, pois somos levados a estudar mais e conhecer mais sobre o Reino de Deus. Isso nos leva a um amadurecimento e ao crescimento espiritual e pedagógico. Sou estudante e sei que faz muita diferença buscar novas fontes de estudo para melhorar a compreen­são dos assuntos estudados. Percebo que esta revista me mantém inteirada de todas as novidades no mundo do ensino cristão. E nada melhor do que buscar mais conheci­mento neste precioso veículo de comunicação.

Por em ailAna Beatriz Melo Cardoso

Reportagemigrejas eift diversas regiões

a viveraprendendo

CO M UNIQUE-SE COM AENSINADOR CRISTÃO

Sua opinião é importante para nós!

^ ExpLanaçaoQuero manifestar mi­

nha sincera gratidão a Deus pela elaboração da Revista Ensinador Cristão, que há muito tem po tem influencia­do positivamente a igreja bra­sileira a crescer na qualidade do ensino. Utilizo os subsídios individuais de cada lição, que me faz sentir mais motivado a estudar o tema abrangido. Dessa forma, posso oferecer à minha congregação uma boa explanação sobre o assunto.

Ricardo Santana, pastor da Assembleia de Deus - CIADSETA, em Araguaína (TO)Por em ail

EstímuloSou coordenador da

Escola Dominical na Assem­bleia de Deus em Vila Ben- fica, Rio Branco (AC). Quero manifestar minha satisfação e prazer em participar do curso sobre como trabalhar na Es­cola Dominical os principais conflitos dos adolescentes. Trabalhei com adolescentes e como foi gratificante apren­der mais e colaborar com a maturidade e vida espiritual deles. Parabenizo à revista por essa riquíssima contri­buição e, a partir de agora, quero participar dos demais cursos.

Valdom iro Alves de Assis Por carta - Rio Branco (AC)

Jus ao nomeQuero me congratu lar

com a direção da revista Ensinador Cristão por todos esses materiais que nos oferece com seus ensina­m entos eficazes. Ela é uma

revista quase com pleta e que faz jus ao seu nome "Ensinador". Esta ferram en­ta de traba lho não pode fa lta r na mesa ou b ib lio teca do professor de ED. Sugiro que na capa seja colocada a data da revista, pois fica mais fácil identificá-la entre as outras.

José Lucas FreitasPor carta - Rio de Janeiro (RJ)

Caro José Lucas, a Paz do Senhor!Agradecemos a sua colabo­ração, e queremos lembrar que a revista Ensinador traz na capa, além do número da edição, uma referência ao trimestre.Deus abençoe!

RetornoEstou m uito satisfeito

pelo atendim ento de vocês. Sem dúvida, a revista Ensi­nador Cristão é indispensá­vel ao professor de Escola Dominical. Eu tenho outros módulos de outros cursos tam bém da revista Ensina­dor Cristão, mas não mandei respostas porque não havia solucionado o problema deste curso que estamos falando agora. Gostaria de saber se posso enviar as respostas dos outros cursos para poder ainda receber o certificado. Gostaria m uito mesmo.

Fernando Batista Souza Por em ail

Prezado irmão Fernando, temos certeza de que a sua solicitação já foi atendida. Somos gratos pela sua parti­cipação.

Por carta: Av. Brasil. 3/4 /401 - Bangu 21852-002 - Rio de Janeiro/RJ

Por fax: 2.12406-7370 Por email: ensinadordpcpad.corrvbr

Departamento de Educação Cristã da CPADExpresse sua opinião e esclareça suas dúvidas sobre as Lições Bíblicas do trimestre

escoladominical(â)cpad.com.br

Devido às lim itações de espaço, as cartas serào selecionadas e transcritas na íntegra ou em trechos considerados mais significativos. Serão publicadas as co rresp on dên c ias assinadas e que contenham nom e e endereço completos e legíveis. No caso de uso de fax ou e-m ail, só serão publicadas as cartas que inform arem também a cidade e 0 Estado onde 0 leitor reside.

Antenada^ A Ensinador tem sido

uma excelente ferramenta de trabalho para professores, alunos e leitores amantes da Escola Dominical. Como pro­fessora da Escola Dominical, tenho um material que serve de subsídio para preparar as minhas aulas e como leitora fico antenada com os acontecimentos no universo cristão.

Silvia M aria Santos Por em ail

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ARTIGO ãe CAPA■IIIMIIIIIIM

Po r D o u g l a s Ba p t is t a

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Quais são as expectativas da igreja em relação às qualidades do professor de Escola Dominical? Que perfil os alunos e irmãos em Cristo anseiam de seu professor da classe de lições bíblicas? Que características são essenciais para a ativida­de docente na Igreja do Senhor? Neste artigo, selecionamos, dentre outras, três qualidades fundamentais para o ministério da docência cristã, as quais são abordadas na seguinte ordem: a vocação, o amor e a responsabilidade.

A primeira qualidade é a vocação. Esta é a indicação da chamada para o ensino. Vocação é a chamada do cristão para toda e qualquer atividade

no Reino de Deus. Não se trata de aptidões ou capacitações meramente humanas.

A chamada é algo divino. Deus é quem escolhe e concede o dom para o que for útil na Sua obra (1 Co 12.7). Cristo ensinou acerca dessa

\ verdade fundamental quando afir- I mou em João 15.16: "Vós não me

P â escolhestes... Mas eu vos escolhia vós...". O Senhor da Igreja é

5 » quem particularmente chama Wmâ H a cada um dos Seus servos

1 11 M como quer (1 Co 12.11).

Uma máxima evangélica, que infere-se da epís­tola de Paulo à igreja em Tessalônica, afirma que "Quando Deu chama, Ele também capacita" (1Ts 5.24). Esta capacitação é concedida pelo Espírito Santo e certamente envolve os "dons espirituais". Portanto, enfatizamos que não se trata de talento natural, nem mesmo de mérito alcançado por esforço humano, e sim de capacitações espirituais livremente distribuídas pelo Espírito (Rm 12; 1Co 12, 13; Gl 5; Ef4).

Esta chamada e capacitação acontecem de modo singular de pessoa para pessoa. Alguns, já no início da caminhada cristã, sentem uma forte convicção de que Deus os quer trabalhando na área do ensino. O desejo de conhecer a Palavra, a sede de se aprofundar nos conhecimentos bí­blicos e a inclinação para examinar as Escrituras são indícios da chamada para o ensino.

Outros, na medida em que se envolvem nas ativ idades da igreja, vão sendo despertados para o ministério de ensinar o corpo de Cristo. O avivamento espiritual, o amor pelas almas e o compromisso com o Reino de Deus são evidências da chamada. Assim, de um modo ou de outro, o Senhor conduzirá Seus escolhidos para o exercício do magistério cristão.

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Na contramão dos que são chamados por Deus, existem os escolhidos pela vontade do homem. Neste caso, por vezes, a chamada acontece apenas pelo grau de parentesco com a liderança. Outros são indicados por conta da posição social e econômica. E ainda nesta lista encontram-se os que são sele­cionados por causa da amizade de interesses espúrios.

Em ambas as situações, a igreja é co-responsável pela in­dicação dos que desempenham a função de ensinar o povo de Deus. A igreja que desconsi­dera os padrões b íb licos no reconhecimento daqueles que são vocacionados comete erro gravíssimo. As conseqüências são desastrosas, e em alguns casos até irreparáveis.

A segunda qua lidade é o amor. Esta é a indicação do re­lacionamento com Deus e o pró­ximo. O amor é a base essencial da comunhão na vida cristã. Sem o amor, não há benefício para o próximo. Sem o amor, não há resultado para quem exerce o dom de ensinar. O amor forma o alicerce para a atividade docente.

A expressão no grego é "agapê" e é usada como uma revelação da própria natureza de Deus. Este é o amor na sua forma mais elevada e bela. O amor fez Deus entregar o Seu Filho Jesus Cristo, e o Filho a entregar-se para a salvação do homem pecador (Jo 3.16; 1Jo 4.11).

Cristo ensinou que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos é o resumo de toda a lei e dos profetas (Mt 22.37-40). No Decálogo, os quatro primeiros mandamentos requerem amor e comunhão do homem para com Deus: "Não terás outros deuses diante de mim, não farás para ti imagem de escultura, não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão e lem bra-te do dia de descanso" (Êx 20.2-8). Trata-se de nosso relacionamento na vertical - o homem com Deus.

Os outros seis mandamentos requerem amor e comunhão para com o próximo: honrar mãe e pai e não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho e não cobiçarás (Êx 20.12-17). Trata-se de nosso relacionamento na horizontal - o homem com o seu próximo. Na prática da comunhão tanto no relacionamento na vertical como na horizontal, temos a síntese do Evangelho: o amor a Deus e o amor ao próximo.

O professor motivado pelo amor a Deus e ao próximo cumpre seus deveres com deleite. Ele desempenha suas tarefas com profundo rego­zijo no coração. O exercício do amor conduz o professor a preocupar-se com a salvação de seus alunos. O docente guiado pelo amor reconhece a necessidade que temos uns dos outros. Aprende

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a tratar com ternura e bondade seus alunos e a buscar o sumo bem de todos.

O amor leva o professor a ter intimidade com Deus e assim a to le ra r a má conduta de seus alunos sem nunca desistir de ensiná-los. Essa virtude direciona o docente para amar de modo prático os que recebem a instrução. Esse amor é reproduzido por meio de ações, atitudes e obras que provocam impactos permanentes e positivos na vida dos aprendizes.

A terceira qualidade é a responsabilidade. Esta é a indicação de com prom etim ento com o Reino de Deus. Trata-se de dever moral em cumprir rigorosamente compromisso assumido. É o resultado prático do amor. A convicção de que os dons não podem ser praticados com negligência ou por motivos equivocados. Dessa forma, o chamado alcança, diante de Deus, grau elevadíssimo de comprometimento, onde não há permissão para recuar.

O Senhor Jesus afirmou: "Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus" (Lc 9.62). Quando Timóteo pensou em titubear, Paulo lhe enviou uma carta com palavras de ânimo e exortação: "Sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza" (1Tm 4.12). Igualmente, o professor da Escola Dominical é chamado para ser exemplo no serviço cristão. Ao receber cargos e incumbências, não pode negligenciar suas responsabilidades.

O professor com prom etido comparece às reuniões, cumpre as diretrizes e os horários pré- -estabelecidos pela liderança. Ele trabalha com

esmero e dedicação. Prepara a lição durante a semana e não na véspera da aula. Acompanha o rendimento de sua classe, faz contato com os alunos faltosos, estimula a oração intercessória, a contribuição e a evangelização.

Quando não pode compare­cer em alguma atividade, comu­nica com antecedência para que o trabalho não sofra prejuízo. Quando acontece algo fora de sua alçada não toma decisões sem antes consultar seus líderes. Quando sua presença é exigida fora da docência, não hesita em contribu ir com os demais departamentos da igreja. Sua conduta e seu caráter servem de exemplo e são imitados por seus alunos.

Ao finalizar, ratificamos que estas qualidades são concedidas pelo Espírito Santo. Os desafios e os conflitos do magistério cris­tão requerem a certeza de que a vocação, a virtude do amor e o comprometimento com o_ensino, nos foram outorgadas por Deus e não pelo homem. Sem estas qualidades, não sobreviveremos às agruras do m in is té rio de docência cristã.

Douglas Roberto de Almeida Baptista é pastor da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, líder do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, graduado em Teologia, Pedagogia e Filosofia, especialista em Docência do Ensino Superior e Mestre e Doutor em Teologia.

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ED em FOCO

Po r D a ie n e C a r d o s o

ED parceira da obra missionária no Amazonas

51 alunos, e as aulas estão sempre lotadas. Com o crescimento, a con­gregação passou a enfrentar mais um desafio ocasionado pela falta de estrutura local. Assim, a sala de aula ficou para a classe dos jovens, os adultos passaram a ter suas au­las no templo e as crianças foram divididas em duas classes, onde as aulas são debaixo de árvores em frente à igreja. Porém, o maior desafio da congregação ainda é a falta de material, pois, com poucos recursos, não é possível distribuir revistas para todos. É comprada apenas uma revista para as crianças e, a partir dela, são tiradas cópias para distribuição. Já na classe dos adultos, há uma revista para cada dois alunos. Apesar das lutas, Deus tem concedido grandes bênçãos . Hoje, a ED possui o total de seis professores e todo fim de trimestre são realizadas gincanas, onde o aluno nota dez é presenteado com certificado, medalha e caixa de bombom. Também são distribuídos para as crianças brinquedos doados pela secretaria de missões de Goiânia.

A congregação foi renovada. Houve muitas reconciliações e decisões. E apesar de muitos irmãos morarem afastados, eles

não deixam de enfrentar lamas e chuvas para chegar até a igre­ja e aprender mais da Palavra. Sem dúvidas, a ED é formada por muito amor e dedicação, e o vice- -superintendente, irmão Raimundo Borges, de 73 anos, expressa seu amor pela ED, ao dizer: "Considero o culto mais importante da igreja, eu amo participar da ED!" &

A Palavra de Deus diz que "tudo tem o seu tempo determina­do" (Ec3.1). Logo, podemos dizer que chegou o tempo de colheita para a Assembleia de Deus con­gregação Betânia. Localizada no interior do Amazonas, na cidade de Tefé, ela é presidida pelo pastor Antônio Pereira da Rocha.

Foi por meio da Escola Domi­nical que o missionário Antônio Adson, enviado pela Assembleia de Deus Missão Cadesgo, em Goi­ânia, plantou a semente que hoje germina na congregação Betânia. Ao chegar à congregação com sua família, o missionário encontrou a igreja fechada por falta de obreiros, e apenas uma irmã se apresentou afirmando ter congregado ali.

Após oração e confirmação do Senhor, o missionário iniciou a obra, com a primeira ED voltada para as crianças da comunidade.

A primeira classe foi formada por 12 crianças, depois esse número aumentou para 23, e assim não parou mais de crescer. Até que a igreja começou a ser chamada de "A igrejinha das crianças". A classe dos adultos foi a que demorou mais a se formar, pois eles tira­vam o domingo para cuidar dos afazeres domésticos ou ir à roça. Porém, o missionário Antônio persistia em ficar na sala, à espera de algum adulto para lecionar. Até que o irmão Antônio Gomes, novo convertido, visitou a ED pela primeira vez e nunca mais parou de participar. A ED passou a ser seu culto predileto, e com o tempo sua esposa também começou a participar da classe. "Para mim, é o melhor culto, porque aprendo muito a Palavra de Deus", afirma.

A ED, com um ano e quatro meses de existência, já conta com

Classe das crianças foi divida em dois grupos: aulas sãoembaixo das árvores

• « j ê k s h e -

e crianças

posam em frente à C ongregação Betânia da Assem­

bleia de Deus

<í.. ^ i ENSINADORJ-U VCRISTÃO

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CONVERSAFranca

Po r G il d a J u l io

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Michelle Anthony é vice-presidente de Curriculum and Family Mi- nistry Architect no David C Cook Ministries, nos EUA. Ela é bacharel em Educação Cristã pela Universidade de Biola; seu mestrado em Educação Cristã, com ênfase em Teologia, se deu no Seminário Teológico Talbot; e seu doutorado em Liderança Educacional, no Southern Seminary. Ela é autora de vários livros em parceria com seu marido, Dr. Michael Anthony. Michelle tem mais de 25 anos de experiência em liderança eclesiástica e no ministério com crianças e famílias. Ela esteve primeira vez no Brasil fazendo parte da equipe de preletores do 8o Congresso Nacional de Escola Dominical promovido pela CPAD em março deste ano. A norte-americana disse que ficou impressionada com o número de participantes no evento. Ela esbanjou simpatia e conhecimento durante as ministrações e não poupou elogios à organização do Con­gresso. Ela disse também que se sentiu amada pelos brasileiros em sua primeira viagem ao país. Como especialista na área de família, ela deixa valiosos conselhos para a igreja brasileira durante a entrevista exclusiva para a revista Ensinador Cristão.

Michelle Anthony: “A Escola Dominical

é um Local de demonstrar amor”

jfE N S IN A D O R ..CRISTÃO J -i- 1 1

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Saiba primeiramente que você é profundamente amado/amada,

saiba que você foi comprado (a) totalmente pelo sacrifício perfeito de Jesus. Que você sinta que o Espírito

Santo de Deus está completando na sua vida aquilo que Ele te chamou a fazer.

Ele tem um projeto na sua vida, Ele está trabalhando e Ele vai concluir este projeto.

Que você seja fiel em ouvir, que você seja fiel em servir, até que Ele te leve para o lar dEle

í p f A senhora esteve no Brasil pela primeira vez pafticipando do Congresso Nacional de* Escola Dominical organizado pela CPAD. Como a senhora avaliou o evento?

Eu fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que partici­param do Congresso. E o compro­misso que eu senti nos participantes em equiparem -se para que que sejam melhores professores também foi marcante. Impressionou-me ter encontrado tanta organização para tantas pessoas. Foi muito bem orga­nizado. Além de toda essa estrutura que o evento ofereceu, fui muito bem recepcionada e me senti amada pelos brasileiros.

A senhora tem experiên­cia ministerial em liderança eclesiástica e nas áreas de crianças e família. Por que a senhora escolheu esses ministérios?

Há vinte anos o meu marido fo i cham ado para pastorear uma igreja, e lá não havia o ministério das crianças e nem alguém que exercitava esse papel de cuidar das crianças. E como havia duas crianças pe­quenas, como esposa do pastor, fui eleita para exercer esse papel. No princípio, fiquei muito assus­tada, mas com o tempo fiquei tão envolvida e entusiasmada que, de

fato, sinto que foi o Senhor quem me conduziu a estar envolvida nesse ministério.

|^§1̂ A senhora trabalha no mi­nistério de família. Que con­selho a senhora deixa para a igreja brasileira e para aqueles que militam nessa área de família?

As famílias dos dias de hoje têm mudado muito. Nós encontramos um cenário diferente das famílias do passado. Com tudo, a metodologia e ferramentas que usamos são em m uitos casos antiquadas. Então, sugeriria para quem está envolvido nesta área de ensino que procure mesmo se aperfeiçoar, assim como a reciclagem no Congresso Nacional. Que os especialistas na área da

educação possam se envolver mais, porque o Inim igo tem atacado as famílias brasileiras. Temos que ter m étodos novos que se adequem à nova rea lidade, desta maneira evitaremos os freqüentes ataques do Adversário.

Qual a importância da r criança na Escola Dominical?

Eu diria que o aspecto mais im­portante na ED é conseguir ensinar uma criança a sentir o amor de Deus. Se sentir apaixonada por Deus, ao invés de coisas técnicas e intelectu­ais. Muitas vezes, as escolas estão preocupadas em ensinar coisas tão técnicas e intelectuais, como gravar um versículo, ou alguma coisa que seja racional simplesmente, de maneira que não há envolvimento para a criança compreender o amor de Deus. E esse aspecto da compreensão do amor de Deus é o mais importante para a ED.

A senhora é autora, indi­vidualmente e em parceria com seu esposo, de vários livros publicados. Quais são os benefícios desse trabalho em conjunto?

Escrever em casal foi muito inte­ressante porque nos dá perspectivas diferentes. Podemos mostrar a visão do hom em e da m ulher sobre o mesmo assunto.

Departamento Infantil na igreja brasileira é tratado ainda por alguns líderes como algo sem muita relevância. Que conselho a senhora deixa para as lideranças que tratam as crianças dessa forma?

Primeiro, diria que esse fenômeno, infelizmente, não é local. É global. Isso também acontece nos EUA. Mas o que eu poderia dizer é que, primeiro, vamos olhar para os dados: a maioria das pessoas que aceitam a Jesus o faz depois dos 30 anos de idade. O segundo aspecto é que em boa parte do nosso tempo como igreja a gente se dedica em corrigir estragos que aconteceram na vida das pessoas. Não seria mais interessante se nós agíssemos na prevenção de tudo isso? Onde antecedemos tudo isso na maioria das vezes é na infância. Por exemplo: nós temos um grupo

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de recuperação de divórcios na igreja, muitas pessoas envolvidas e muito tempo destinado para esse projeto de recuperação de divórcios. E pouco se investe naqueles casais recém-casados. A gente investe pouquíssimo neles, mas se trabalharmos na prevenção dos recém-casados evitaríamos os problemas que viriam depois - no caso, os divórcios. A mesma coisa acontece no ministério das crianças. Então, eu aconselharia os pastores a olharem cuidadosamente e ampliarem a visão sobre em qual local eles têm investido muito de seu tempo e dinheiro. Além disso, se nós observarmos outras culturas, outras religiões, veremos que investem o máximo que podem para trabalhar a cabeça das crianças enquanto elas são pequenas. Então, tem os um campo onde devemos investir. Não podemos permitir que as influências más cheguem até eles.

Como especialista na área da família, a senhora acha que esta medida também é válida para conflitos familiares na igreja?

Eu diria que a coisa mais impor­tante é investir nas famílias, porque uma criança não é alguém isolado do contexto fam iliar em que vive. Temos crianças que vivem em lares que há divórcio, doenças, pessoas com vícios, e a ED tem que enten­der onde a criança está e investir na família, porque é investindo na família que a gente tem a criança.

O tem po que nós temos na ED são duas, três ou quatro horas numa

semana inteira, enquanto, no restante do tempo, a criança está com a família. Daí a importância da família, porque o impacto espiritual que Deus vai produzir na vida dessas crianças vem através das suas famílias. Então lá é o local onde nós, de fato, devemos trabalhar.

Como a igreja deve ver a questão da terceira idade?

O idoso na igreja deveria ser o celeiro de muitas coisas. Ele tem sabedoria, a lgum tem po livre, o desejo de servir e capacidade até de investir nos projetos. Nós p o ­deríamos fazer uso melhor deles. É como se fosse uma fonte de águas que está fechada e a gente tem que cavar mais um pouquinho, porque lá existe um potencial enorme, que está na mão daqueles que estão na terceira idade. Ao invés de utilizá-los em muitas frentes de trabalho na igreja, eles acabam sendo deixados em terceiro plano. E eles se sentem, inclusive, negligenciados. Eles têm um potencial gigantesco que po­deria colaborar: têm experiência, perspectiva de vida mais ampla e sabedoria. Tudo isso deveria ser utilizado pela igreja em vez de se negligenciar a sua contribuição.

vada. Eu volto com esse sentimento de troca de carinho, de como fui recebida e esse aspecto deles serem voluntários. Eu me sinto motivada para equipar voluntários. Nós temos gastado boa parte do nosso tempo equipando e formando pessoas que são profissionais, porque recebem para fazer o trabalho que fazem, e não tantos voluntários assim. Então, o movimento de voluntariado que presenciei no Brasil me impactou.

♦ 0 que você levou para os EUA do evento, nesta troca de experiências no Brasil?

Eu sinto uma renovação em ensi­nar pessoas, ainda mais voluntárias. Por que eu nunca vi tantos voluntários assim, então me sinto muito moti-

Além da Escola Dominical, que outras áreas a senhora percebe que são fundamentais para a igreja, e por quê?

Eu diria que um aspecto crucial e principal da igreja é a missão. Ela é quem traz para o Reino de Deus aqueles que estão perdidos. E algo que a igreja deveria investir mais do seu tem po. Além desse ministério tão precioso, que é de cuidar das crianças e formá-las. Enfim, buscar aqueles que estão perdidos para o Reino de Deus é fundamental. E a Escola Dominical deveria ser o local onde nós formamos as crianças para que elas continuem propagando o Evangelho de Cristo, pregando o Evangelho, trazendo os perdidos. Ela não é uma finalidade em si mesma, do tipo "vou levar meu filho para Escola D om in ica l", como se isso fosse um fim em si mesmo. A Escola Dominical, na verdade, é o meio pelo qual nós formamos as pessoas para que elas tragam outras para dentro do Reino de Deus.

/ e n s i n a d o r '11 rRiÇTÃn

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O pastor e poeta elisabeteano John Donne (1572-1631), a quem o escritor Philip Yancey atribuiu a responsabilidade de ter-lhe mudado a perspectiva sobre a dor, fez doutorado em Divindade em Cambridge e, em 1621, foi escolhido pelo rei James para dirigir a Catedral de São Paulo. Ele notabilizou-se como pregador, erudito e também poeta, e escreveu aquela que é uma das mais belas pérolas da poesia inglesa, que pode ser lida nas "Meditações 17":• Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo;• Todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme.• Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica diminuída,• Como se fosse um promontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio;• A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano,• E por isso não me perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

Embora a última linha dessa estrofe tenha inspirado o escritor norte-americano Ernest Hemingway a escrever, em 1940, a obra "Por Quem os Sinos Dobram", a poesia também é conhecida pelo refrão da primeira linha: "Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo".

Essa magistral poesia lembra que a humanidade é uma comunidade global, formada por pessoas de etnias e culturas diferentes, que participam igualmente de uma solidarie­dade e responsabilidades mútuas.

"Por quem os sinos dobram" é uma referência clara ao sofrimento e à morte. Donne, no enlace com a sepultura, ouviu em seu quarto o som do sino da igreja anunciando um sepultamento, que a princípio julgou ser o dele. Todavia, tratava-se do cortejo fúnebre de um vizinho acometido da mesma peste que o atormentava. Ouviu febril a elegia, acolheu ressabiado o agouro que ecoava próximo à janela de sua dor, e assim compôs as imortais palavras das "Meditações 17".

Embora os sinos tivessem sido tangidos à morte de outra pessoa, eles tocavam-lhe também como participante da mesma humanidade e natureza. Os sinos não dobravam altissonantes pelo morto, mas como um alerta para os vivos! Se a morte de um moribundo atinge a todos os homens, o que dizer da vida e das escolhas dos vivos?

Todo homem traz no íntimo de sua singularidade todo mistério e fatalidade que circunda a vida, muito embora o mundo seja uma grande aldeia global. Diversa, mas singular. As culturas são várias, as línguas muitas, as experiências infinitas, as raças diversas, mas todos os homens são igualmente humanos, na mesma medida do outro. Não há cultura superior à outra; não há dialeto inferior à "coiné" moderna; não há etnia melhor, não há civilização abaixo da outra. Todos são iguais: constituídos do mesmo barro, atingidos pelo mesmo processo - nascer, crescer e morrer. O que acontece a um, como ser humano, atinge a todos os demais. Todos, portanto, receberam do Criador a mesmíssima vida soprada em Adão (Gn 2.7; 5.3; A t 17.25,26), "porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28), quer cristãos, quer não. Todo homem participa da mesmíssima vida originada do mesmíssimo Criador, e nisso somos todos uma grande e fraterna irmandade.

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Esdras Costa Bentho é pedagogo, teólogo, mestre em

Teologia (PUC-RJ) e comentarista das

: Jovens.Lições

Diante do mistério da Santíssima Trindade, todo teólogo deveria manter-se tácito. O único bulício a se ouvir é o do assombro, que se apresenta ao que faz a experiência de Deus como mysteriumtremendum et fascinans, como afirma ansformadorapara a vida (Is 6.1-8; Jo 12.41). A visão de Isaías, por exemplo,não revelou apenas a g ló­ria de Deus (vv.1-4), mas também oseu estado e do povo (v.5), que se traduziu em conversão e responsabilidade missionária (vv.6-9; ver Ex 3.1-15). Assim, ser visto por Deus é ser traspassado pela Santidade Trina (v.3). É uma experiência profunda na qual a pessoa discerni a si mesma a partir dos atributos morais divinos. Não é apenas transformadora, mas também transfigurante (Êx 34.29-35; Mt 17.1-9; 2Co 3.7-18).A visão transcendente sempre se faz acompanharde responsabilidades imanentes (Ex 19; Is 6; A t 2). Quanto mais próximo de Deus, mas humano e solidário são os homens!

A revelação trinitária, portanto, é sempre chamamento para conhecimento e rela­cionamento do indivíduo com Deus, consigo e com o Outro, que lhe é semelhante, mas que se convive com as diferenças (Gn 2.18-25). Pode-se afirmar que a base de toda união, solidariedade e interações humanas saudáveis está na comunhão, unidade e amor vividos pela própria Trindade. Não há qualquer subordinação entre as Bendi­tas Pessoas da Trindade. Todas as Três Pessoas são iguais em tudo. Há, no entanto, um só Deus e um só Senhor (Ef 4.4-6; 1 Co 8.6). O nome de cada Pessoa Santíssima especifica e esclarece que cada uma delas é singular e inconfundível. O Pai é sempre o Pai. O Filho é sempre o Filho e o Espírito Santo é sempre o Espírito Santo. Todavia, o Pai é sempre o Pai do Filho e do Espírito Santo. O Filho é sempre o Filho do Pai

'.jun to com o Espírito Santo. O Espírito Santo é eternamente o Espírito do Filho e do Pai. Assim cada Pessoa é Única e ao mesmo tem po Divina-Comunhão-União. Deus é Trindade de Pessoas, comunhão e união, e consequentemente, o princípio que cria e sustenta toda unidade, comunhão e interação humana, principalmente entre osfiéis (Jo 14; 15; 16; 17). f

rerspectiva divina:0 fundamento trinitário

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Em 1960, como fruto desse chamado, ele ingressou no Curso de Teologia da Faculdade Nazarena Be- tânia em Oklahoma City, onde bacharelou-se em 1964. Já no ano seguinte, ingressou no mestrado, formando-se com uma tese sobre o crescimento da igreja no Brasil, país para onde se sentiu chamado por Deus para fazer missões após ler a obra "N o­vos Padrões de Crescimento na Igreja do Brasil", de William R. Read, que afirmava na obra que "o futuro do evangelismo [no Brasil] pertence às As- sembleias de Deus" (ARAÚJO, Isael de, "Dicionário do Movimento Pentecostal", CPAD, 2007, p. 830).

Após ler "A Cruz e o Punhal", do pastor as- sembleiano David Wilkerson, e ouvir uma série de palestras no Seminário Teológico Nazareno sobre o avivamento pentecostal no Brasil, Stamps não só sentiu a confirmação em seu coração de que deveria fazer missões naquele país como também passou a crer nas doutrinas bíblicas pentecostais. Então, passou a visitar a Assembleia de Deus em Kansas City, onde buscou e recebeu o batismo no Espírito Santo.Po r S il a s Da n ie l

DONALDSTAMPS

Missionário assembleiano, ensinador e autor de uma das maiores Bíblias de estudo do mundo

Donald Carrel Stamps foi um pastor e missionário enviado ao Brasil pelas Assembleias de Deus nos Estados Unidos, notável ensinador bíblico e autor das notas e estudos da "Bíblia de Estudo Pente­costal" (CPAD), uma das mais vendidas Bíblias de estudo no mundo, e a primeira em vendas no Brasil desde o seu lançamento em 1995.

Nascido em 10 de novembro de 1938 em Santo Antônio, Oklahoma City, EUA, Donald teve uma infância e uma adolescência problemáticas, marca­das pela rebeldia. Na adolescência, chegou a fazer parte de uma gangue nos EUA, sendo preso por violência e vandalismo aos 14 anos de idade. Ele foi motivo de muito sofrimento para os pais, até o dia em que entregou sua vida a Jesus na Igreja Batista do Livre-Arbítrio de Capitol Hill, no sul de Oklahoma City. Entretanto, através da influência de dois novos amigos crentes, ele acabou preferindo freqüentar a Igreja do Nazareno nos EUA.

Em 1958, aos 20 anos de idade, Donald sentiu, pela primeira vez, o chamado de Deus para missões.

Casado com Linda Kathleen Sodowsky, com quem teve três filhos (Toby^Todd e Tiffany), Do­nald foi enviado para o Brasil como missionário, pela Igreja do Nazareno, em 1971. Passou ali só14 meses, tendo sido chamado de volta devido à sua defesa das doutrinas bíblicas pentecostais. Em 1978, Linda foi batizada no Espírito Santo também. No mesmo ano, a família Stamps ingressou na Assembleia de Deus e, em 1980, voltou ao Brasil como missionários da AD nos EUA.

Ainda em 1980, Stamps começou a escrever as notas e estudos da "Bíblia de Estudo Pentecostal". Em 1983, seu projeto foi aprovado pela Divisão de Missões Estrangeiras das ADs nos EUA como um projeto mundial para vários idiomas. Em 1992, ela foi lançada nos EUA; em 1993, em espanhol; e em 1995, no Brasil pela CPAD. Hoje, já se encontra em mais de uma dezena de outros idiomas, sendo uma das maiores Bíblias de estudo do mundo, e a mais vendida no Brasil. Stamps faleceu em 7 de novembro de 1991, faltando três dias para completar 53 anos..^

/"E N SIN A D O R '^ C R IS T Ã O J -L /j

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BIBLIA,um Livro atuaí

A palavra "Bíblia" quer dizer coleção de livros. Livros inspirados

por Deus e que têm como tema central o Senhor Jesus Cristo, o'

Espirito Santo - o Seu intérprete - e Deus o Pai como Autor. Encontramos

na própria Bíblia as seguintes expressões se referindo a ela: as Escrituras (Jo 5.39); os

Oráculos de Deus (Rm 3.2); a Palavra de Deus (Ef 6.17); os Testamentos ou as Alianças (Rm 9.4); e a Lei (1Co 14.21). A palavra "B íb lia",

segundo a história, foi aplicada às Escritu- ras pela primeira vez por volta do ano

400, por Crisóstomo. Ela se divide em Antigo Testamento, escrito antes de Cristo, e o Novo Testamento, escrito depois da morte de Cristo. Ele foi divido em capítulos pelo cardeal Hugo, falecido em 1263. A divisão em versículos fo i por Robert

Stevens, em 1551. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no

mundo no ano de 1535. É o livro mais traduzido do mundo; aparece inteira ou em partes, em mais de mil e duzentas línguas, sendo

tam bém o livro mais lido no m undo. A lguém disse

que "esse livro é mais atual do que o jornal que vai para as

bancas no dia seguinte". Esse livro foi escrito por

36 homens, num período de 1.500 anos. Esses homens eram

de várias classes sociais, como reis, agricultores, pastores, pescadores,

um médico e um cobrador de impostos. Mesmo assim, todos

os livros se unem para um único propósito: mostrar o grande amor de Deus pelos homens através do sacrifício vicário de Jesus Cristo.

A Bíblia é o Livro dos livros, tendo sido es­crita para todas as gerações. Ela mostra em seu conteúdo várias ciências, como, por exemplo, a Geografia, mesmo que esse não seja o seu propósito original. A Bíblia fala até da posição da terra no espaço. Em um tem po em que se acreditava que a terra estava situada em cima de um grande animal ou gigante (1.500 A.C.), a Bíblia falou da posição da terra no espaço: "O norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada"(Jó 26). Vemos até um pouco de Física na Bíblia. As Escrituras falam de uma estrutura invisível. Só há pouco tem po atrás a ciência descobriu que tudo que nós vemos é composto de coisas que não conseguimos ver - átomos. Em Hebreus 11.3, escrito há 2.000 anos, a Escritura nos diz que "aqu ilo que se não vê não foi fe ito do que é aparente". Na Bíblia, há até Oceanografia. Mathews Maury (1806-1873) é considerado o pai da oceanografia, também chamada de oceanologia. Ele percebeu a expres­são "veredas dos mares" em Salmos 8.8 (escrito 2.800 anos antes dele) e disse, "Se Deus disse que há veredas no mar, eu vou encontrá-las". Maury então acreditou literalmente no que Deus disse e foi procurar essas veredas, e nós devemos muito à sua descoberta das correntes continentais quentes e frias. O seu livro sobre oceanografia permanece um texto básico sobre o assunto e ainda é usado em universidades. Enfim, quando o tema é este livro tão precioso, teríamos ainda muitas outras maravilhas a comentar que não será possível escrever nesta matéria, mas, acima de tudo, para salvação de sua vida, pelo bemn da vida eterna, ame a Bíblia, fale da Bíblia, faça dela sua regra de fé e conduta!

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Bons Conselhos

“Tira da prata as escórias e sairá vaso

para o fundidor”(Pv 25■ kl

Dário Felipe Vieira do Nascimento é pastor e

I o vice-presidente da Assembleia de Deus no Segundo Distrito de Rio Branco (AC) e

Bacharel em Teologia pela FAETEL.

Quero iniciar este texto falando da importância de bons conselhos na vida de um cristão. Um bom conselho colocado em prática pode mudar nosso futuro. A pa­lavra "Provérbios" vem de uma palavra hebraica: "Mashal", que significa "governar", dando uma conotação de superioridade men­tal, conduta equilibrada nas áreas social, religiosa e profissional. Este livro está dividido em 31 capítulos e 915 versículos, sendo aplicados por muitos servos de Deus.

Os versículos mostram como devemos nos comportar através de nossas palavras e ações diante de Deus e das pessoas que nos cercam. São verdades práticas morais e espirituais na forma de provérbios para todo aquele que considera e acredita que esta Palavra é Deus falando com os homens. Para entender na sua profundide esses provérbios, pre­cisamos do "Temor do Senhor", que é "o princípio da sabedoria".

O provérbio que escolhi para uma reflexão, mecionado no alto desta página, faz parte da nossa vida. Tirar da prata as escórias fala da capacidade que tem a Palavra de Deus de moldar, remover al­gumas imperfeições da vida do ser humano. A palavra prata vem do latim "argentun", conhecido também com argento, que quer dizer prata mesmo. Dessa palavra derivou-se o nome Argentina, pela

abundância do metal na ” ~r,~ ^ região. Por isso o

nome do rio que transporta esse e

vários outros me­tais chama-se "Rio

da Prata". Esse metal era bastante utilizado

nos tem pos bíblicos por sua preciosidade e

durab ilidade. Dos elem entos metálicos, a prata é um dos mais impuros, geralmente encontra­do misturado a outros minerais inferiores. Estudos indicam que o homem começou a separar a prata por volta de 3.000 a. C.

Sendo um metal branco, bri­lhante e maleável, que perde o brilho quando exposto ao ozônio, a parta é também um bom condu­tor de eletricidade. O que atrai o homem para buscar esse minério é a sua forma final, que é o seu brilho. Perdendo o brilho, ele já não tem tanta utilidade. No inicio da civilização, quem possuísse muita prata e ouro era considera­do rico. A escória do minério de prata é composta, geralmente, de ferro, chumbo, carbono e bronze formando uma substância hete­rogênea e de aspecto ruim, sem valor neste estado bruto. Levada a uma temperatura bastante alta, a 962 graus Celsius, ela se torna limpa, brilhante, bem maleável e apropriada ao uso para a confec­ção dos mais diversos objetos.

Antes de ser levada ao fundi­dor, que representa, neste texto, o próprio Deus (o Fundidor de nossas vidas, Aquele que tem o poder de nos moldar, nos fundir conforme aquilo que está no Seu coração), precisamos passar pelo processo de purificação, retirar as impurezas que está em algumas áreas de nossas vidas. Somos levados ao fogo das provações, para remoção das escórias.

Estamos vivendo em meio a uma crise muito grande de iden­tidade, integridade, pureza, santi­dade. Muitos perderam o brilho da glória de Deus e já não têm mais utilidade como vaso para o Senhor. A glória de Deus não pode mais refletir, nem manifestar-se, pois as impurezas do pecado permanecem em suas vidas. Para passar pelo processo de purificação, preci­samos nos submeter à infalível Palavra de Deus. Ela é como um fogo que nos purifica queimando todas as impurezas do pecado em nossas vidas. Provérbios é um fogo que remove as impurezas e nos leva a ter o brilho da glória de Deus. Não apenas leia esse livro, mais faça desses conselhos um guia diário para sua vida e para a vida da sua família. ^

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PERFEITAMENTE I I M P E R F E I T O

DO ANTIGO TESTAMENTO

EM T O D A S AS L IV R A R IA S I 0 8 0 0 0 2 1 7 3 7 3

NOSSASIMPERFEIÇÕES

SÃO APENASDETALHES

p a ra DEUSComo alguém pode ser

Perfeitamente Imperfeito? Não seria uma contradição?

A Bíblia conta histórias de indivíduos com todos os tipos de falhas e imperfeições.

Perfeitamente Imperfeito relata fatos de pessoas do Antigo Testamento, que como nós em muitas maneiras eram: confusos, inseguros e por diversas vezes agiam com muito medo. Apesar de todas esses defeitos comuns a qualquer ser humano, Deus mudou suas vidas, transformando-os em heróis na fé e verdadeiros exemplos para o nosso aprendizado espiritual.

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Em cumprimento aos reclames da Grande Comissão, igrejas de regiões diferentes do Brasil trabalham para formar novos crentes em Cristo

se notabilizam na formação de discípulos

No momento em que o Senhor Jesus Cristo (após a Sua ressurreição) se reuniu com Seus segui­dores na Galileia (norte da Palestina), o Mestre lhes outorgou a intransferível chamada ministerial que mantém a Sua Igreja invicta por mais de 2 mil anos: a Grande Comissão. "Portanto, ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19).

Se os primeiros cristãos eram constituídos apenas por judeus, logo as portas seriam abertas para outros grupos étnicos, como foi o caso da conversão do cen- turião romano Cornélio (At 10). Eles foram imbuídos em repassar a "Doutrina dos Apóstolos" (os ensinos ministrados por Jesus aos Seus 12 seguidores) a fim de contribuir na transformação do caráter dessas pessoas e na perpetuação da doutrina bíblica.

A Igreja Primitiva procurou agregar esses con­vertidos e ensiná-los como servir a Jesus Cristo e cultivar uma conduta digna de um cidadão do Reino (At 2.46,47; 5.42; 6.7; 9.31). O tempo passou, mas os crentes mantêm a sua tradição milenar de fazer discípulos por todo o mundo, conforme a ordem prescrita pelo Senhor no passado. No Brasil, assem- bleianos de diferentes locais se esforçam no sentido de ensinar o conteúdo bíblico para alimentar a fé dos convertidos e resguardá-los de doutrinas heréticas.

A Assembleia de Deus em Uberlândia (MG), liderada pelo pastor Álvaro Alén Sanches, tem

registrado bons resultados com seus convertidos. O êxito veio através do Projeto Filipe: trata-se de um método com fundamentos na trajetória do célebre diácono que obedeceu ao chamado divino e se deslocou para a estrada deserta de Gaza para evangelizar o eunuco etíope, funcionário de Candace, rainha dos etíopes. O evangelista, após "discipular" o homem, o integrou ao Corpo de Cristo atrávés do batismo.

O diretor do projeto de discipulado, pastor Daniel Silva, considera que "a integração é tão importante quanto à evangelização para o cresci­mento da Igreja nos dias atuais. O nosso projeto de evangelismo funciona como uma ferramenta poderosa que contribui para o crescimento da igreja local". Elaboramos cinco fases que o novo conver­tido deve atravessar logo após a sua conversão.

1a. Fase: Aconselhamento após o apelo. O ob­jetivo é firmar a pessoa no início de sua vida cristã.

2a. Fase: Cadastro. A atuação de pessoas treinadas para apurar informações pessoais do novo convertido.

3a. Fase: Visitas de consolidação para oferecer ao novo convertido um tratamento individual e personalizado.

4a. Fase: Discipulado na Escola Bíblica Domini­cal (EBD) para estabelecer um canal de integração entre o professor e seus alunos.

E d u a r d o A r a ú j o

f E N S I N A D O R AV C R I S T Ã O j)

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f * »O pastor Álvaro Alén Sanches apresenta aos demais fieis os novos convertidos que manifestaram o desejo de descer às águas batismais; o discipuíado na cidade mineira tem sido uma ferramenta indispensável na formação de novos crentes

5a. Fase: Batismo em Águas quando o novo convertido aprende as lições essenciais e obri­gatórias que o qualificam como candidato ao batismo.

O superintendente geral de ED, pastor Ales­sandra Augusto Peixoto, discorreu sobre a im­portância da presença do novo convertido na classe de discipuíado para que ele aprenda as verdades bíblicas.

"Como superintendente, eu considero a classe de Discipuíado como uma das mais importantes da Escola Dominical. É nessa classe que cumprimos alguns dos objetivos do departamento, tais como ganhar almas, educar o ser humano na Palavra de Deus e desenvolver o caráter cristão".

A tarefa de discipular na Assembleia de Deus em Farroupilha (RS) também faz parte da agenda local. O departamento começou as suas atividades no primeiro semestre de 2013, concebido pelo líder da igreja pastor José Martins do Amarante. Segundo o idealizador, "o objetivo é a integração do novo convertido para a sua adaptação à fé cristã. Várias pessoas desceram às águas batismais como fruto desse trabalho. Um dos resultados também é o Congresso de Discipuíado realizado neste mês de outubro". Hoje, o Departamento de Discipuíado de Farroupilha tem o apoio da Assembleia de Deus em Joinville (SC), jjjj liderada pelo pastor Sérgio Melfior; ambas as igrejas compartilham da mesma literatura e a equipe da igreja gaúcha participa das : oficinas de formação de discipuladores em eventos agendados pela igreja catarinense.

"O discipuíado é de extrema importância, uma vez que o objetivo é incluir os novos convertidos à igreja e à vida cristã", disse o evangelista Anderson Soares Fonseca, coor­denador do departamento em Farroupilha.

Os novos convertidos são conduzidos ao Curso de Discipuíado Conhecendo o Amor

de Deus. O curso é formado por 12 módulos (aulas) e distribuído da seguinte forma:

1- Quem é Jesus?2- O pecado e o plano de Deus3- O Substituto dos nossos pecados4- A necessidade de escolher a Cristo5- A nova vida6- Jesus Cristo, o Senhor7- A vida abundante8- As promessas de Deus9- O Batismo no Espírito Santo10- O discípulo de Cristo1 1 -0 batismo cristão12- A ceia do Senhor

O discipuíado é responsável pelos testemu­nhos de conversões, reestruturação de famílias e pessoas libertas de vícios. Hoje, o departa­mento conta com uma equipe de cerca de 30 discipuladores que se reúnem bimestralmente para atualizar os cadastros e revisar as estraté­gias. O pastor Amarante afirma que os projetos futuros incluem:

- Dar continuidade ao discipuíado nos lares.- Criar turmas de discipuíado em grupo nos

diferentes setores na cidade de Farroupilha.- Levar o curso de discipuíado aos dois cen­

tros de recuperação de dependentes químicos da cidade de Farroupilha, Desafio Gideões e Fazenda Esperança.

Por sua vez, na cidade rondoniense de Cacoal, o pastor Nelson Luchtemberg, líder da Assembleia de‘Deus na região, revelou que oDepartamento de Discipuíado nas congregações funciona com os mesmos procedimentos da, sede:

- Nas primeiras 48h, o novo convertido recebe um telefonema no qual a equipe de integração o parabeniza por sua decisão em receber Jesus como Salvador pessoal, e na seqüência é agen­dada a primeira visita.

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Em Cacoal, o processo de discipulado é responsável por testemunhos de conversões, reestruturação de famílias e pessoas libertas de vícios; os novos convertidos são encaminhados ao curso Conhecendo o Amor de Deus

- Na primeira visita, o novo convertido receberá orientações para permanecer firme na fé, freqüentar a Escola Bíblica Dominical, participar das reuniões familiares e testemu­nhar de Cristo e da salvação.

- As equipes de visitação estão orga­nizadas para visitar o novo convertido a qualquer hora do dia (segunda à sábado), exceto domingo (só à tarde).

A secretaria de evange lism o da As­sembleia de Deus em Cacoal conta com 10 pessoas que atuam em tem po integral e mais de 1,8 mil pessoas envolvidas na evangelização, integração e discipulado.A Escola Bíblica Dominical possui 1.115 alunos matriculados que se reúnem em salas climati- zadas e professores que recebem orientações didáticas e teo lóg icas nas tardes de sábado para ministrarem no domingo. O departamento funciona da seguinte maneira:

- Foi criada uma secretaria de evangelismo.- Implantação da classe do discipulado em

todas as congregações, usando as lições bíblicas da CPAD, a Novo Viver 1 e 2.

- Criação dos departamentos de evangeliza­ção, integração e discipulado cristão em todo o campo de Cacoal.

- Criação e implantação do SISEVA, um banco de dados em que são processadas todas as ati­vidades evangelizadoras da igreja rondoniense, que fornece todos os relatórios necessários.

Segundo o pastor Luchtemberg, "a média de conversões em nosso campo, isso na área urbana, é de 1.350 a 1,5 mil pessoas. Em 2009, realizamos 1,8 mil reuniões familiares em três dias. Foram computadas mais de 118 conversões e recon­ciliações. Realizamos o batismo no intervalo de três meses e constatamos que, em dezembro de2014, foram batizados 137 pessoas; e em abril de2015, foram batizados 115 novos convertidos".

Na igreja em Cidade Gaúcha (PR), os novos convertidos (revista verde) são alvo de total atenção por parte de seus discipuladores (revista azul)

Na Assembleia de Deus em Cidade Gaúcha (PR), liderada pelo pastor G ilberto Zamboti, as ativ idades em to rno do d isc ipu lado tiveram início através de um convite form alizado pela Assembleia de Deus em Joinville (SC) para re­alizar um congresso de discipulado na cidade catarinense. O encontro rendeu a primeira ofi­cina de discipulado, em janeiro de 2015, com a participação do coordenador do Departamento de Discipulado da igreja catarinense, e coorde­nador de Discipulado do Projeto Eu Ganho +1 da CGADB, pastor Joary Jossué Carlesso; e do advogado, discipulador, presbítero e maestro do grupo Novo Viver (coral dos novos convertidos) Jabes Dansiger.

"Pesa sobre nós a responsabilidade de priori­zarmos o discipulado para que possamos cumprir a tarefa de maneira eficaz, ganhando vidas para Jesus, mas também cuidando bem de cada uma delas, para que possamos obter a permanência das pessoas na igreja. Isso é crescimento em qua­lidade e quantidade", esclarece o pastor Joary.

Com o total apoio de Joinville, o trabalho já funciona na igreja paranaense e atende aos novos convertidos. O departamento também atraiu os fieis que se dispuseram em atuar como discipuladores

e contribuir na transformação de vida dos seus alunos, através do poder de Deus.

"Estamos otimistas com o futuro! Este p ro je to , com certeza está con tribu indo para o cumprimento do 'Ide de Jesus', isto porque deixamos de ser uma Igreja que simplesmente agrega fieis e passamos a ser uma Igreja de discípulos. A existência do projeto inspirou outros campos eclesiásticos 'a agirem da mesma forma, inclusive com a implantação do 'Projeto de D iscipulado', sendo eles Douradina (PR), Guaíra (PR) e Loanda (PR) etc", festeja o pastor G ilberto Zamboti. ^

E N S I N A D O R ^- ^ 4 I C R I S T Ã O

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APLIQUE no seu cotidiano os ensinamentos das ESCRITURAS

PROPAGANDO A VERDADE ATRAVÉS DO ENSINO

Clancy Hayes

Esta obra apresenta oito figuras bíblicas com situações que podem ser aplicadas no seu cotidiano, além de mostrar as verdades de Deus e ensinar como continuar a anunciar os ensinamentos encontrados nas Escrituras.

Em cada capítulo, você obterá informações da vida de cada um dos personagens bíblicos e colherá importantes princípios. Também encontrará aplicações práticas e exemplos de fé que podem ser aplicadas nos dias atuais.

H i S 3 S í i lANOS

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Uma Pedagogia para a Educação CristãCésar Moisés Carvalho

A educação cristã é geralmente exercida por professores leigos, sem uma formação que lhes dê suporte. Porém, a complexidade dos problemas atuais não comporta mais uma prática de ensino do senso comum, restrita à catequese e a reprodução manual.É preciso que haja, ao menos, noções básicas acerca de educação e de sua ciência, a pedagogia.Indo da ética ao ato de educar, do perfil do superintendente à educação cristã como labor teológico, César Moisés oferece uma base científica para pessoas não especializadas, mas completamente dedicadas à educação cristã.

Assista neste link o vídeo da palestra do autor baseada em um dos capítulos do livro http ://youtu. be/QmmM NxH Ph JO

A lic e r c e s p a ra um

E nsino d e Q u a lid a d e

C é s a r M o i s é s C a r v a l h o

U m a p e d a g o g i a

P A R A A

r n i J C A C Ã O C R I S T Ã

da Ciência da Educação

não EspecializadasNoções

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Módulo 2

Uma Filosofia de Educação autenticamente Cristã

I. A FILOSOFIA DA EDUCA­ÇÃO CRISTÃ

Não é difícil definir a Filosofia da Educação Cristã. Afinal, sobre esta refletimos todos os dias, mesmo quando não freqüentamos a ED ou deixamos de assomar o púlpito. Faz-se ela presente em cada uma de nossas devoções, na leitura da Bíblia e no serviço cristão. Vejamos, em primeiro lugar, o que é a Filosofia.

1. O que é a Filosofia. Etimo- logicamente, a palavra Filosofia, oriunda do grego, significa amor pela sabedoria. Logo, o filósofo, como bem o acentuou Pitágoras, não é propriamente um sábio, mas um amigo do saber. A Filosofia, pois, é a ciência que tem por obje­tivo levar o ser humano à reflexão. E isso ocorre todas as vezes que, perplexos diante dos fatos da vida, pomo-nos a desbanalizar o banal, como enfatiza o filósofo brasileiro Paulo Ghiraldelli Jr. E, agora, já conscientes de nossa missão no Universo que Deus nos criou, começamos a problematizar e a meditar sobre os poderosos atos do Criador.

O teólogo e filósofo norte-ame­ricano R. C. Sproul assim discorre acerca da necessidade da Filosofia: "A Filosofia nasceu da antiga busca da realidade última, a realidade que transcende o que é próximo e comum e define e explica os elementos da experiência diária".

2. O que é a F iloso fia da Educação Cristã. Tendo em vista o significado e o propósito da Filosofia, é-nos possível definir a Filosofia da Educação Cristã como o resultado de uma reflexão siste­mática e metódica sobre o ensino e o aprendizado do ser humano

que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta a ação da Igreja quanto à educação de seus mem­bros e da sociedade na qual está inserida, a fim de que o homem de Deus seja perfeito em todos os seus caminhos.

3. Filosofia ou Teologia da Educação Cristã? Secularmente, a orientação ideológica de um siste­ma educacional é conhecida como Filosofia da Educação. No âmbito evangélico, porém, costumamos usar uma outra nomenclatura: Te­ologia da Educação. Para efeitos didáticos e a fim de sermos en­tendidos pela comunidade peda­gógica, usaremos uma designação que, embora já conhecida, ainda não foi totalmente assimilada no ambiente pedagógico evangélico.

II. A NECESSIDADE DA FILO­SOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

Ao discorrer sobre o panorama da educação do mundo ocidental, John D. Redden não é nada otimis­ta: "O pensamento e ação educa­cionais modernos caracterizam-se pela confusão e indecisão".

1. Necessitamos de uma filosofia da educação cristã bem definida, porque a Grande Comissão que nos confiou Jesus contempla, ne­cessariamente, a educação dos povos (Mt 28.19,20).

2. Necessitamos de uma filosofia da educação cristã bem definida porque a Igreja não é somente uma com unidade adoradora e proclamadora. Em sua proclama­ção e adoração, avulta-se ela, de igual modo, como a educadora por excelência do ser humano.

O teólogo suíço Karl Barth afir­ma: "A Igreja deve examinar seu testemunho para assegurar-se de

que ele é fiel. Desde modo, a fé a vida da igreja estão sendo sempre provadas à luz da continua exegese das Escrituras. A Igreja a Palavra de Deus, e, porque escuta, está obri­gada a ser uma igreja que ensina".

A Igreja de Cristo tem de ser vista como uma Igreja Docente.

3. Necessitamos de uma filosofia da educação cristã bem definida, porque um educador cristão não pode prescindir de um embasa­mento filosófico, cujo fundamento acha-se nas Sagradas Escrituras.

4. Necessitamos de uma filosofia da educação cristã bem definida, porque, como Igreja Docente, te ­mos de atuar como luz do mundo e sol da terra para impedir a dege- nerescência de nossa sociedade.

III. OS FUNDAM ENTOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

A Filosofia da Educação Cristã tem como fundamentos:

1. Bíblia Sagrada. A Bíblia Sa­grada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, é o livro de texto por excelência do ser humano. Sociedades e civilizações têm sido educadas e orientadas na doutrina dos profetas hebreus e apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis o que diz Paulo acerca do caráter educativo da Bíblia em 2Tm 3.16,17.

A Bíblia não se limita a instruir o homem; ela transforma-o radical­mente, como salienta o evangelista e teólogo norte-americano William Henry Houghton (1887 - 1947): "M uitos livros foram publicados para nossa informação; a Bíblia, contudo, foi-nos concedida para a nossa transformação".

Não podemos esquecer-nos jamais da importância da Bíblia para

2 CURSO ENSINADOR CRISTÃO

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a Civilização Ocidental. Se hoje des­frutamos de liberdades individuais e sociais, devemo-lo à Bíblia Sagrada. Ao repensar a História, escreveu o jornalista e político americano Horace Greely (1811 — 1872): "É impossível, mental e socialmente, escravizar um povo que lê a Bíblia".

2. Tradição magisterial da Igre­ja. A Igreja de Cristo já nasceu edu­cando e transformando o ser hu­mano. Como resultado do sermão de Pedro no Pentecostes, mais de três mil almas converteram-se ao Senhor Jesus. Nenhum curso foi tão bem-sucedido quanto àquele único e singular pronunciamento. Uma única aula presencial foi sufi­ciente para não somente formar, como também transformar quase três mil almas (At 2.41). Que mestre jamais conseguiu semelhante faça­nha? O Espírito Santo, através da Igreja de Cristo, continua a educar social e espiritualmente o homem.

Que a Igreja de Cristo, pois, seja vista como a escola que prima pela excelência de seu ensino. Ela foi instituída por Deus para educar o ser humano na verdade, a fim de que este tenha um encontro experim ental com o Criador. O pastor Henry W. Beecher(1813-1887) entendeu perfeitamente o caráter magisterial da Igreja: "A igreja não é uma galeria para a exibição de cristãos eminentes, mas uma escola para a educação dos incultos, uma creche para cuidar dos débeis e um hospital para a recuperação e cura dos enfermos espirituais".

3. Necessidade educacional do ser humano. Ao popularizar o culto à natureza, o filósofo suíço Jean-Jaques Rousseau (1772-1778) acabou por criar o famoso bom selvagem. O que existe na verdade é o mau civilizado. Sim, o homem que, apesar de educado e ilustra­do nos mais requintados centros de excelência, ainda conserva, em seu interior, o germe do pecado que o transforma não somente

num selvagem, mas num monstro que, se não controlado, destrói, mata e pratica os mais bárbaros crimes contra a humanidade. So­mente o Evangelho de Cristo pode transformar o bom selvagem e o mau civilizado numa nova criatura.

De conformidade com as Sa­gradas Escrituras, todos pecaram e encontram-se destitu ídos da graça de Deus (Rm 3.23). Ora, se o homem é concebido em pecado e por natureza deleita-se no pecado, isso significa que todos carecemos ser educados no Evangelho de Cristo. Nenhuma outra plataforma educacional, a não ser a mensagem da cruz, será capaz de transformar o homem num membro realmente útil à sociedade e ao Reino de Deus.

IV. OS OBJETIVOS DA FILO­SOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

A educação secular limita-se a fazer do homem uma peça útil à engrenagem social. Não é a sua missão, assim pensa a maioria dos pedagogos, preparar-nos a uma vida de retidão diante de Deus e da sociedade. Aliás, hoje nem mais faz parte do currículo dos ensinos básico e médio a velha e já caduca Educação Moral Social e Cívica. E o resultado não poderia ser pior: acabamos por criar uma geração indiferente à ética e aos mais ele­mentares dos valores morais.

Como resultado desse aleijão que recebe pomposas nomenclatu­ras pedagógicas, não são poucos os criminosos que estão a ostentar os mais elevados títulos acadêmicos, conforme assevera o presidente americano John Calvin Coolidge (1872 — 1933): "O mundo está cheio de delinqüentes educados". Não nos esqueçamos de que alguns dos mais íntimos colaboradores de Hitlereram celebrados acadêmicos.

A Educação Cristã, todavia, tendo como base o Evangelho de Cristo, transforma radicalmente o ser humano, tornando-o útil a Deus,

à sociedade e a si mesmo. Vejamos, pois, quais os principais objetivos da Filosofia da Educação Cristã.

1. Propiciar ao homem um encontro experimental com Deus. O Evangelho de Cristo é o maior projeto educacional já oferecido à humanidade, pois não se limita a informar o homem. Formando e transformando-o, faz dele um cida­dão modelo tanto da terra como dos céus. Somente o Evangelho contempla-o como um todo; os de­mais sistemas educacionais vêem- no apenas como um animal político- um ser meramente utilitário, um fruto de uma escravizante evolução. Herbert Gezork, pastor e teólogo norte-am ericano, reconhece a realidade da educação completa proporcionada pelo Evangelho de Cristo: "Há somente um evangelho. Ele se destina ao homem integral, sua família, sua comunidade, seus vizinhos, sua nação, seu mundo".

O Novo Testamento apresenta o homem como a obra prima de Deus. E como tal deve ser educa­do em sua Palavra, a fim de que alcance a perfeição. E o que nos requer o Todo-Poderoso: "Anda na minha presença e sê perfeito" (Gn 17.1). Tendo em vista essa de­manda, aparentemente impossível de ser atendida por um mortal, a mensagem da cruz proporciona ao ser humano a oportunidade de um encontro experimental com Deus por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somente a partir desse encontro e dessa experiência é que nos pomos a caminhar rumo à perfeição. Se a Bíblia não exigisse de nós, seres imperfeitos, a per­feição, não seria ela a inspirada e inerrante Palavra de Deus. O pastor reformista de origem escocesa An- drew Murray explica porque Deus reivindica de suas criaturas morais uma vida perfeita: "A perfeição não é uma exigência arbitrária; devido à natureza das coisas, Deus não pode pedir menos".

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Em virtude dessa exigênda divina, cabe à Educação Cristã aparelhar-se teológica e pedagogicamente, para oferecer ao ser humano uma formação completa. Somente a Igreja de Cristo pode fazê-lo. Afinal, foi-nos confiado o livro de texto por excelência da huma­nidade. Ao discorrer sobre a educação integral do homem, o evangelista escocês Henry Drummon é categórico: "O evangelho deve apoderar-se da totalidade do homem - corpo, alma e espírito - e dar a cada parte de sua natureza seu exercício e recompensa". Sim, somente o Evangelho de Cristo é capaz de educar integralmente o homem.

2, Levar o homem à prática das boas obras. Já em comunhão pessoal com Deus, o Evangelho de Cristo conduz o homem à per­feição através da observância das Escrituras (2 Tm 3.16,17).

3. Tornar o homem útil à so­ciedade. Se o cristão educa-se por apresentar-se perfeito diante de Deus, certamente mostrar-se-á irrepreensível perante uma socieda­de hipócrita, mentirosa, corrupta e discricionária. A pedagogia cristã é o sal de uma terra insípida e a luz de mundo sepultado em trevas.

Não resta dúvida de que a Igreja de Cristo é a grande pedagoga da humanidade. Ela tem falhas? Como igreja local e visível, sim. Invisível e universalmente, não. Mas até em suas imperfeições, contemplamos a perfeição de Cristo. Pois, consciente daquelas, busca humildemente esta. O evangelista Stanley Jones fala da ação redentora e pedagógica da Igreja: "A Igreja Cristã, com todas as suas faltas, é a melhor instituição de serviço no mundo. Tem muitos críticos, mas não tem rivais na obra da redenção humana".

V. OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FILOSOFIA DA EDUCA­ÇÃO CRISTÃ

Não podemos aceitar passiva­mente o currículo que nos impõe

a escola leiga. A grade curricular que nossas crianças são obrigadas a absorver, com prejuízo da própria fé, busca incutir-lhes uma cosmovisão completamente antagônica aos prin­cípios cristãos. Aliás, não se trata de uma mera grade curricular, mas de uma cadeia, onde são aprisionados, teológica e filosoficamente, nossos filhos e netos. Ali, são forçados a pensar de acordo com o sistema que, sub-repticiamente, vem sendo engendrado por homens que se de­leitam em opor-se ao próprio Deus.

1. A soberania da Bíblia Sagra­da. Embora laico, o Estado não pode arvorar-se acima da Bíblia Sagrada, pois esta é e sempre será a inspirada, inerrante, soberana e completa Palavra de Deus. Ne­nhuma lei, por mais elevada, pode contrariar as Santas Escrituras. O que temos visto é que algumas matérias são criadas com o único propósito de desconsiderar a Bí­blia, taxando-a de retrógrada e até de caduca. Portanto, que nenhum currículo seja criado com o intuito de combater o Livro de Deus.

Se, por um lado, não são poucos os governantes que, menospre­zando a Bíblia, exaltam filosofias imediatistas e moralmente lassas, por outro, ainda é possível encontrar mandatários que desafiam toda essa onda mundana e diabólica, tendo a Palavra de Deus em eleva­da estima. Haja vista o apreço que lhe manifestava o imperador Dom Pedro II do Brasil: "Eu amo a Bíblia. Leio-a todos os dias, e, quanto mais a leio, tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo. Admiro na Bíblia a sua simplicidade, as suas repetições e as reiterações da verdade".

2. O criacionismo. Embora en­sinada como verdade científica, a Teoria da Evolução não passa de uma grosseira suposição. É tão carente de confirmações quanto o Big Bang. Todavia, é ministrada nas escolas como um dogma cien­

tífico. E ai do professor que ousar ensinar o criacionismo bíblico.

A escola atual, arvorando a inverdade de Darwin, aumentou o antagonismo entre a ciência e religião. Um antagonismo, aliás, que jamais deveria existir; a verdadeira ciência não entra em confronto com a Bíblia. Pesquisar e descobrir é uma tarefa que Deus entregou aos filhos de Adão. Eis o mandato cultural e científico que o Criador entregou ao homem: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn 1.26).

O cientista alemão Wernher von Braun, que se notabilizou como cientista da Nasa, afirma que ne­nhuma guerra deve ser travada entre a religião e a ciência. Eis o que ele declara: "A ciência e a religião não são antagonistas, mas irmãs. Ambas procuram a verdade derradeira. A ciência ajuda a revelar, de uma maneira mais acentuada, acerca do Criador, através de sua criação". Por isto, não podemos aceitar arremedos curriculares, que promovam o antagonismo entre a fé tristã e verdadeira ciência.

3. Relativismo moral. Além de os atuais currículos forçarem nossos filhos e netos a aceitarem como verdades científicas algumas teorias que nem como hipóteses deveriam ser aceitas, induzem-nos a trocar os valores bíblicos por uma moral relativista e pecaminosa. As­sim, vão os modernos pedagogos forjando uma geração despojada de parâmetros morais absolutos. Sem estes, como poderá sobre­viver a já enferma e debilitada C ivilização O cidental?Ensinos nocivos e abomináveis: a) opção sexual, b) inexistência de verdades absolutas, c) volação da santidade da vida: aborto, eutanásia e enge-

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Respondanharia genética visando à eugenia,d) desrespeito aos pais sob o pre­texto de leis de proteção à criança e ao adolescente.

VI.O QUE FAZER PARA QUE A IGREJA CUMPRA SUA VO ­CAÇÃO MAGISTERIAL

A educação do Mundo Ocidental deve mais à Igreja Cristã do que ao decadente e corrupto Império Romano. Se o sistema educacional deste prestava-se a formar uma elite para dar continuidade à governa­bilidade de Roma, aquela sempre apresentou-se para informar, formar e transformar a criança nos caminhos do Senhor, a fim de que se torne útil tanto ao Reino de Deus como ao mundo dos homens. O ensino fundamental é fruto do trabalho catequético da Igreja. Quanto às universidades, não há o que se dis­cutir; nasceram elas nos monastérios e conventos que se fizeram centros de excelências educacionais.

Por conseguinte, temos de res­gatar, o mais depressa possível, a vocação magisterial da Igreja de Cristo. Eis o que urge fazermos de imediato:

1. Uma Filosofia educacional. Como educadores e filósofos da educação, estabeleçamos as linhas mestras de uma educação verdadei­ramente cristã, que leve em conta os valores comprovadamente bíblicos.E que esta educação não fique cir­cunscrita ao púlpito nem se limite à Escola Dominical, mas force as igrejas a pensar com mais seriedade na educação de nossas crianças.

A Educação Cristã tem de apre­sentar as linhas mestras de uma Filosofia pedagógica que tanto prepare o homem para o céu, como o habilite a viver na terra como representante do Reino de Deus.

É hora de apresentarmos às auto­ridades constituídas nossas deman­das curriculares, para evitarmos que nossos filhos e netos não tenham a sua formação cristã desconstruída

S M B R ÍS l

1. Qual a definição de filosofia da educação cristã?

2. Como a Igreja pode cumprir a sua vocação magisterial?

3. Qual a função do professor?

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4- 0 que podemos chamar de filosofia educacional?

5. Cite alguns ensinos nocivos e abomináveis de Relativismo moral

CB®

MÓDULO II UMA FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO

AUTENTICAMENTE CRISTÃ

Claudionor de Andrade é pastor, escritor, articulista de Lições Bíblicas e consultor teológico da CPAD.

m

por pedagogos liberais e anticris- tãos. Mas nada poderemos fazer se não tivermos uma Filosofia da Educação Cristã bem definida, clara e que apresente as reivindicações das Sagradas Escrituras.

2. Construção de Escolas que primem pela excelência. Muitos são os nossos seminários, faculda­des teológicas e institutos bíblicos. Poucos, entretanto, são os educan- dários voltados à formação básica e médica de nossas crianças e adolescentes. Por que nós evangé­licos não investimos na educação de base? Como haveremos de ter bons seminários se não nos dedi­camos ao ensino elementar?

Afirmou o romancista francês V ictor Hugo: "Quem abre uma escola, fecha uma prisão".

Todavia, se nos dispusermos a construir escolas, que estas pri­mem pela excelência e não apenas pela quantidade. Se as escolas católicas e adventistas são vistas como centros de excelência no ensino e na formação de crianças, adolescentes, jovens e adultos, não podemos conformar-nos a não ser com a própria excelência.

3. Formação de professores conscientes de sua missão edu­cativa. Num curso como este, não objetivamos apenas a formação de professores de ED. Visamos de igual modo à conscientização de todos os nossos mestres, pedago­gos e filósofos da Educação Cristã, a fim de que proporcionemos uma educação de qualidade aos nossos filhos e netos. É imperativo que façamos triunfar os valores cristãos numa sociedade pós-cristã e ex­plicitamente anticristã. E somente o faremos se começarmos pela educação.Sua missão, professor, não é somente inadiável; é pessoal e intransferível. Forjemos, pois, uma Filosofia da Educação Cristã bíblica que prime pela excelência. Deixo a advertência de Paulo em Romanos 12.7.

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Po r Ro d r ig o C o r r e ia D ia s

Nesta edição, a Ensinador Cristão publicará o p ro je to do quarto finalista do Prêmio Professor de Escola Dominical do Ano de 2013. O traba lho pertence a Rodrigo Correia Dias. Ele é m em bro da Assembleia de Deus em Cabaceiras - Serra Preta (BA), professor do Departam ento Infanto-juvenil da ED local, da classe de jovens, e líder e regente da m ocidade

O trabalho: O projeto em ques­tão foi planejado pensando na urgência dos alunos - como representantes de Cristo na te rra - se conscientizarem de sua responsabilidade missionária deixada por Jesus.

O bje tivo geral Despertar na classe o interesse em fazer dis­cípulos (Mc.16.15).

O bje tivos específicos Des­pertar os alunos acomodados; Incutir neles o ardor missionário; A tra ir novos alunos para ED; Levar a Escola Dominical para as famílias e povoado; Trazer toda a família para a ED.

Justificativa: Os alunos preci­sam conhecer e praticar a nossa missão aqui na terra.

M otivos; M uitos alunos não conhecem a fundo, não en­tendem ou estão acomodados mediante o "Ide" do Mestre.

Conteúdo; O conteúdo traba­lhado foram lições "Juniores estudando a Bíblia" CPAD 3° trimestre de2013 - Tema: Os Reis de Israel, na classe infanto juvenil

"Jardim de Deus". Realizamos o "Trimestre Missionário", com atividades específicas para cada semana do trimestre.

1a Semana: Apresentação do projeto para a classe e monta­gem de uma pasta de ativida­des com material necessário para as atividades do trimestre.

2a Semana; Semana da família, com reunião de pais e alunos e evangelização nas casas com convites confeccionados na ED pelos alunos.3a Semana: Apresentação de peça tea tra l na classe pelos alunos com o tem a: "Vamos compartilhar".4a Semana: ED missionária, com o objetivo de ganhar novos alunos para cristo, com louvores de temas evangelísticos.5a Semana: Semana com o ob­jetivo proposto de evangelizar um colega de classe e trazê-lo para a Escola Dominical.6a Semana: Evangelizar alguém por meio de uma lembrancinha confeccionada na classe da ED. 7a Semana: Semana de oração intercessora. O país escolhido na oportunidade foi o Japão.

8a Semana: Oração missionária pela África, mais precisamente pelo Marrocçs, país do norte do continente.9a Sem ana: Entrega de ca lendá rio semanal de oração para os alunos, com diversos motivos de oração intercessora.10a Semana; Semana comemo­rativa do Dia Nacional de Mis­sões (2° domingo de setembro) com entrega de folhetos de casa em casa pelas ruas do povoado inteiro.11a Semana ED festiva em agradecimento pelo "Dia Nacional da Esco­la Bíblica D om in ica l", com diversas atividades educativas e comemo­rativas.

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12a Semana: Na penúltima semana escolhemos louvo­res com mensagens voltadas para missões infanto juvenis. 13a Semana: Dia de encer­ram ento do trim estre e do

pro je to com festa de agrade­cim ento e louvor a Deus pela o p o rtu n id a d e co n ce d id a e confraternização com todos os alunos, com entrega de lembran­

ças (pelo plano de frequência assiduidade, leitura bíblica e visitantes).

Avaliação: O projeto em pauta foi de grande benefício para a classe, igreja e a comunidade, visto que a classe foi abençoa­da com grande despertamento missionário, assim como a igre­ja e o povoado. Sete crianças se converteram no período.

Autoavaliação: Vivemos mo­mentos inesquecíveis na pre­sença de Deus, os alunos foram motivados e assim motivaram igreja e comunidade, mostrando que estão se levantando como "reis" e "sacerdotes" para cum­prir a missão que nos confiou o mestre, e são verdadeiros "Missionariosinhos".

Qual a sua opinião sobre

a Escola Dominical e as

revistas "Lições Bíblicas”

da CPAD?

A melhor possível, visto que, todo o currículo de Escola Domi­nical da Casa nos leva a conhecer mais a Palavra e a ter intimidade com ela para sermos verdadeiros- discípulos do mestre.

Considerações Preliminares A Palavra do Senhor nos diz no evangelho segundo escreveu Mateus capítulo 16 a partir do verso 15 que o mestre Jesus an­tes de ascender aos céus deu as suas últimas instruções aos seus discípulos, nós a conhecemos como "O Ide do Mestre"pela história da igreja primitiva,pela história da Escola Dominical ao redor do mundo desde o seu início e pela própria história das Assembleias de Deus no Brasil. Ela foi criada com o principal propósito de evangelizar a so­ciedade por meio do estudo

sistemático da Palavra de Deus. No entanto essa é uma realidade que tem sido esquecida por mui­tas igrejas no decorrer do tem­po. Pensando nessa realidade esse projeto nasceu em nossos corações pelo desejo ardente de ensinar ás nossas crianças e adolescentes esse propósito prioritário da igreja e da ED.

Tudo foi a partir do desper­tamento causado em nós pelo Espírito Santo através da re­vista "Ensinador Cristão,"nós não conhecíamos a revista e compramos o primeiro exem­plar quase que por acaso, na realidade foi o agir do Espírito para que vivêssemos um grande despertamento missionário não só na classe, más na igreja.

Através do testemunho das igrejas em diversas regiões do país e dos artigos de conscien­tização da revista começamos a nos despertar para isso. Não só eu, mas todos os auxiliares e as crianças da classe passaram a amar a revista, mais do que isso, passaram a amar a "obra missionária".

A CPAD, também como "A ed ito ra da Escola Dominical, nos desperta constantemente a sem pre rea lizarm os essas atividades com esse ob je tivo em classe. Com essas fe rra ­mentas, então colocamos as mãos à obra.

A igreja passou a se in te ­ressar por essas atividades e conseguim os através destas despertar a família para a ED. A comunidade também se inte­ressou para ver o que era que crianças tão pequenas estavam fazendo em pleno domingo ou, por exemplo, em uma terça-feira quente do verão nordestino, nas ruas de Cabaceiras, Serra Preta (BA),

"Disse Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura'". 0

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SALA de LEITURA

o ú ic c o

BOAS IDEIAS PARA PROFESSORES DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

PREGOS BEM FIXADOSBYRON YAWN

Esta obra é uma narrativa do que o au tor aprendeu com os alguns "mestres" da pregação de nossos dias, tais com o John F. MacArthur, R.C. S p ro u l e John P iper. Mas também é mais que um livro sobre pregação. É uma chance de auxiliar o pregador a encontrar o seu estilo e ser destemido na hora de se deparar com olhares críticos. A Palavra de Deus ainda precisa ser pregada. Trata-se de uma obra necessária para quem deseja comunicar eficazmente a Palavra de Deus às pessoas.

TELMABUENO

Suas aulas a partir de agora podem ser dinâmicas, criativas, divertidas e e s p ir itu a is . N esta obra, você encontrará oitenta atividades que podem ser u tilizad as na Escola Dominical, retiros, acampamentos e pequenos grupos de estudo bíblico. Elas estão divididas por faixas etárias do M aternal a Adultos, mas você poderá adaptar cada uma delas de acordo com as suas necessidades e a faixa etária na qual trabalha.

&oqs kMasJ b PROFESSORES A " Educação CrlsíS

‘Uma mente divagadora é algo terrível de se despedaçar. Algumas das grandes invenções e realizações devem sua origem a um sonho origem a um a sonho, Um dia, uma mente divagou—fantasiando acerca de uma sociedade melhor, um método melhor ou uma aplicação melhor—e voilá! Uma cura foi descoberta".

TRECHO DO LIVRO "Minutos de Motivação para os

professores"Stan Toler- Página 97

"A Bíblia ensina que Enoque e Elias subiram em um corpo literal até um lugar literal, que é tão real como o Havaí, a Suíça, as Ilhas Virgens, ou outro! Muitas pessoas pergun­tam: "Onde está o céu?" As escrituras não nos dizem onde o céu e isso não importa. Será o céu e Cristo estará presente para nos dar as Boas-vindas",

TRECHO DO LIVRO Paz com Deus

Billy Graham- Página 87

"A Epístola aos Romanos é um dos textos mais confirmados do Novo Testamento. A sua canon ic id ade nunca esteve sujeita a dúvidas, por parte da igreja, e esteve notavelmente livre dos ataques do racionalismo, até os dias de hoje. Antes do início do século III, há dezenove testemunhas da canonicidade da carta, incluindo alguns dos pais apostólicos, o Testamento do Doze Patriarcas, Justino Mártir, o Canon Muratoriano, Marcião, irineu, Clemente de Alexandria e Tertuliano, Tanto os amigos do cristianismo como os seus adversários a aceitam como genuína".

TRECHO DO LIVRO Introdução ao Novo Testamento

_______ Louis Berkhof-Página 132_______

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AbimaeL Alves de Oliveira Junior

é Presbítero na Assembleia de

Deus em Curitiba, Coordenador Geral

da Escola Dominical, Mestre em Engeharia

e Doutorando em Engenharia Mecânica

PROFESSOR ■ 0 —T" • • O 9 ' \

•1

RESPONDE M ? 7 ( < U ' 2 kPo r A b im a e l J u n io r

Bem, responder a esta pergunta envolve vários aspectos, porque na verdade não está apenas vinculado com a liderança, mas sim com contextos temporais em que as várias faixas etá­rias se inter-relacionam. Comentarei um pouco a respeito das "várias gerações".

Os estudiosos de Sociologia e áreas afins usu­almente atribuem alguns nomes para identificar

"Veteranos", "Baby-boomers" e "Geração X". Aqueles que pertencem a "X " com certeza tem mais facilidade com o uso de tecnologia porque tiveram acesso a ela.

Além da tecnolog ia, há a questão sobre a educação dos pais e tam bém da escola. Os "Veteranos" e os "Baby-boom ers" receberam uma educação rígida, dura, o aluno não tinha voz ativa e o erro era punido com a nota baixa e inclusive com a exposição no "canto da sala" ou vexames.

Focando apenas no nosso contexto evangéli­co, muitos dos nossos líderes aprenderam sobre a Bíblia e temas teo lóg icos através da Escola Dominical e de programas de rádio. Muitas ve­zes, as vozes de Pr. Lawrence Olson, Pr. Emílio Conde e Pr. José Pimentel de Carvalho(para mencionar apenas alguns) no programa Voz das Assembléias de Deus era a fonte de informação para nossos líderes no passado. Aprenderam e informaram-se com pouca tecnologia, logo há uma dificuldade em compreender os modernos recursos tecnológicos.

Esta dificuldade pode ser sanada com infor­mação. Da mesma forma que a televisão hoje é utilizada como um grande elemento de evan-

Jesus, Mestre por Excelência, utilizou de

recursos disponíveis em sua época

as gerações. Os "Veteranos", nascidos entre 1922 a 1945; "Baby Boomers", nascidos entre 1945 a 1965; "Geração X", nascidos entre 1965 a 1977 e "Geração Y", nascidos entre 1977 a 2000. As datas não devem ser vistas com extrema precisão, mas são apenas referências.

Os denominados "Veteranos" e os "Baby- -Boomers" tiveram pouco contato com tecnologia durante sua juventude, enquanto os denomina­dos "Geração X" e "Geração Y" são o oposto. Para os primeiros, a tecnologia era algo difícil enquanto que para os últimos, estava e está em sua casa como o "aparelho de som p o rtá til" , televisão a cores, computador, vídeo-game e o telefone celular.

Os membros da "liderança", normalmente são pessoas que estão em várias gerações,

gelização e divulgação das atividades, o uso de tecnologias deve ser ampliado e explorado, com a devida informação e cuidado, visando melhoria no aprendizado.

Entendo que os membros de todas as gera­ções podem auxiliar uns aos outros.

Jesus, Mestre por Excelência, u tilizou de recursos disponíveis em sua época. Ele foi ex- positivo, como no Sermão do Monte, e também usou de parábolas. O apóstolo Paulo utilizou-se do discurso, ao falar no Areópago (At. 17:15-34) e para o Governador Felix (At 24).

Então, pode-se aprimorar e buscar a devida informação e conhecimento para utilizar recur­sos tecnológicos disponíveis para o ensino da Palavra do Senhor para qualquer geração, afinal tecnologia é apenas ferramenta. &

( Z r , : E N S I N A D O R ^' y j U l CR I S T Ã O J

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Po r T e l m a B u e n o

Dinâmicas que vão tornar suas aulas mais criativas e participativas

GÊNESIS, 0 LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA

LIÇAO1 J | A CRIAÇÃO DOS

CÉUS E D A TERRA

LIÇAO2

Vamos encerrar o ano estudando o começo. Sim, o começo de tudo, o primeiro livro do Pen- tateuco — Gênesis. Este livro, escrito por Moisés, nos ajuda a entender quem somos e de onde viemos. Por intermédio do estudo deste precioso livro, podemos afirmar que Deus criou todas as coisas, que a criação não é uma obra do acaso ou o resultado da explosão de uma partícula. Deus é o grande Criador, a Causa Primária de tudo! O universo, assim como o ser humano, é obra do mais habilidoso Artesão, o Todo-Poderoso.

Objetivo: Sondar o conhecimento prévio dos alunos a respeito do livro de Gênesis e introduzir a primeira lição do trimestre.

Material: Papel ofício, caneta, folha de papel pardo com o quadro, fita adesiva, quadro branco.

Procedimento: Apresente a nova revista e o tema do trimestre aos alunos. Depois escreva no quadro as seguintes indagações: "Qual o propósito do livro de Gênesis?" , "Quem é o autor deste livro?", "Em que ano foi escrito?" e "Qual o tema principal deste livro?".

Depois, peça que os alunos se reúnam formando quatro grupos. Cada grupo deverá ficar com uma questão para responder. Em seguida, reúna os alunos novamente formando um único grupo. Explique que, para estudar os livros da Bíblia de modo efetivo, precisamos responder a essas questões. Depois, juntamente com os alunos, complete o quadro. Conclua incentivando a leitura do livro de Gênesis.

Autoria Moisés

Propósito

Como ressalta a Bíblia de Aplicação Pessoal, os propósitos são: mostrar os começos do universo e da humanidade, do casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da história da redenção.

Ano em que foi escrito Cerca de 1445-1405 a.C.

Temas principais Os começos do universo e da humanidade, o pecado e a história da redenção.

O universo não surgiu por acaso, também não é resultado de uma grande explosão cósmica como afirma a Teoria do Big Bang. O universo, assim como o ser humano, foi criado pelo Todo- -Poderoso. Deus criou todas as coisas com um propósito específico e, na lição de hoje, seus alunos aprenderão a respeito dos dias da criação.

Objetivo: Conscientizá-los de que Deus criou o universo em um tempo determinado.

Material: Cópias do quadro abaixo e caneta.Procedimento: Reproduza o primeiro quadro

abaixo (sem as respostas) para os alunos de modo que cada um tenha uma cópia. Em seguida, peça que com pletem o quadro sem olhar a Bíblia. Ofereça uma pequena lembrança para quem fizer mais acertos. Conclua enfatizando que Deus criou o universo para revelar a sua glória e torná-lo a habitação da raça humana.

DIA CRIAÇÃO

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Dia 4

Dia 5

Dia 6

Dia 7

Dia 1 A luz

Dia 2 O firmamento

Dia 3 A terra seca

Dia 4 Os luzeiros

Dia 5 Os peixes e as aves

Dia ó Os animais e o homem

Dia 7 Deus descansou

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DEUS CRIOU 0 HOMEM E A MULHER

A QUEDA DA RAÇA HUMANA

Nesta lição, seus alunos irão estudar a res­peito da obra-prima da criação: o homem e a mulher. Deus nos criou! Não somos o resultado da evolução das espécies, como afirmava Charles Darwin. Vivemos de Deus! Ele nos criou, nos ama e nos sustenta.

O b je tivo : Com preender que Deus criou o homem e a mulher.

Material: Massa de modelar, quadro branco ou de giz.

Procedimento: Distribua massa de modelar para os alunos e peça que eles façam o primeiro homem, Adão. Enfatize a dificuldade de se mo­delar um bonequinho. Em seguida, ressalte a grandeza e o poder do criador ao formar o nosso corpo de uma forma tão perfeita. Nosso corpo é a "máquina" mais perfeita que existe. Explique que, ao formar o homem, Deus não disse haja. O homem foi formado diretamente pelas mãos de Deus. Escreva os tópicos abaixo no quadro e mostre o que Deus, ao formar o homem, lhe concedeu:

- Fôlego de vida (Gn 2.7);- A sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27);- O direito de governar a criação como repre­

sentante de Deus (Gn 1.26, 28-30);- A responsabilidade moral de obedecer às

ordens divinas (Gn 2.16,17).Explique que a mulher foi formada de uma

parte do homem (costela), logo a mulher e o homem foram feitos da mesma matéria-prima. Ressalte, como bem coloca o "Guia do Leitor da Bíblia" (CPAD), que "Deus não tirou Eva do pé do Adão para que ele não tentasse dominá-la; ou da cabeça, para que ela se visse acima. Em vez, disso, Deus tirou da costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar lado a lado ao longo da vida".

O capítulo três de Gênesis narra a história mais triste da humanidade, a Queda do homem. Porém, ali, também encontramos a primeira referência ao envio do Salvador (Gn 3.15). Este capítulo mostra a vergonha e a dor do pecado e o amor e a fidelidade de Deus, que não permitiu que o homem ficasse afastado dEle eternamente. Deus promete redimir a humanidade por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo.

Objetivo: Conscientizar os alunos dos passos de Satanás ao tentar o primeiro casal.

Material: Uma maçã bem bonita.Procedimento: Apresente a maçã aos alunos.

Em seguida, faça a seguida pergunta: "O fruto proi­bido que Adão e Eva comeram era uma maçã?". Explique que o fruto que Adão e Eva desejaram e comeram deveria ser um fruto bonito e apetitoso, pois despertou os sentidos físicos deles. Porém, este fruto não estava na macieira, mas na árvore da "ciência do bem e do mal" (Gn 3.17). Satanás tentou o primeiro casal e com isso podemos ver o quanto somos vulneráveis ao pecado. Precisamos estar sempre vigilantes e atentos às tentações do Maligno. Em seguida, escreva no quadro os passos de Satanás ao tentar Adão e Eva. Analise esses passos com seus alunos e diga o quanto precisamos estar atentos, pois Satanás continua a usar essas estratégias para nos levar ao pecado.

PASSOS DO MALIGNO NA TENTAÇÃO:1) Primeiro, Satanás deturpou a Palavra de Deus

(Gn 3.1; cf. 2.16,17);2) Depois, negou-a diretamente (3.4);3) E questionou os motivos de Deus (3.5).

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JOSE, A REALIDADE DE UM SONHO

CONHECENDO O ÚLTIMO JUIZ, O PRIMEIRO REI E O MAIOR REI DE ISRAEL

Na última lição do trimestre, estudaremos a respeito de José, o filho amado e predileto de Jacó. Ele era um filho bondoso e que escolheu fazer o que era certo. Seus sonhos o levaram a uma cova, uma prisão, mas a interpretação de alguns sonhos o conduziu até o palácio, fazendo dele o governador do Egito.

Objetivo: Mostrar os descendentes de Jacó.Material: Cópias do esquema e caneta.Procedimento: Distribua as cópias com os

quadrados sem os nomes. Peça que os alunos, sem olhar na Bíblia ou na revista, escrevam os nomes dos descendentes de Jacó. Explique que as promessas da Aliança divina foram passadas de Abraão para Isaque e deste para Jacó e seus filhos. Em seguida, pergunte aos alunos quais foram os sonhos de José. Explique que Deus nos deu esta capacidade especial: sonhar. Cada pessoa tem seus sonhos, porém os sonhos de José não eram comuns. Eles foram revelações proféticas vindas de Deus.

JACÓ

FILHOS DE FILHOS DELÉIA RAQUEL

RÚBEN SIMEÃO JOSÉ BENJAMIM

LEVl JUDÁ ISSACAR ZEBULOM

DINÁ

Seus alunos vão estudar a respeito da vida de Samuel, Saul e Davi. Samuel foi dedicado ao Senhor e o serviu com fidelidade e amor. Saul, o primeiro rei foi escolhido por um capricho do seu povo. Já que todas as nações em redor tinham um rei, o povo do Senhor também queria um. Saul começou bem sua trajetória, mas desobedeceu ao Senhor e teve um fim triste. Davi foi escolhido para substituí-lo. Ele foi um homem segundo o coração de Deus, todavia em sua vida pessoal co­meteu depois graves erros, porém se arrependeu e pôde contar com a ajuda de Deus, tornando-se um dos maiores reis de Israel.

O b je tivo : Introduzir o trim estre de m odo criativo.

Atividade: Sente-se com os alunos em círculo e apresente o tema do trimestre à turma. Em seguida, faça as perguntas para que os alunos respondam: "Fui presente de Deus para minha mãe Ana. Quem sou eu?" (Samuel); "Fui o últi­mo juiz de Israel. Quem sou eu?" (Samuel); "Fui o primeiro rei de Israel. Quem sou eu?" (Saul); "Quando estava "perturbado, um jovem tocava harpa e me sentia melhor. Quem sou eu?" (Saul); "Certa vez matei um urso e um leão que queriam atacar as ovelhas de meu pai. Quem sou eu?" (Davi); "Enfrentei sozinho um gigante? Quem sou eu?" (Davi).

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JUNIORES

AS HISTÓRIAS DE JESUS

PRE-ADOLESCENTES

RESISTINDO A PRESSÃO DO MUNDO

Professor, neste trimestre, os juniores vão es­tudar a respeito das "Parábolas de Jesus". Quem não gosta de ouvir uma boa história? Jesus, como ninguém, utilizou esse método tão criativo em Seu ministério de ensino para ensinar as verdades fundamentais do Reino de Deus. Além de criativas, as parábolas de Jesus têm ensinos preciosos que contribuem para o nosso crescimento espiritual.

Objetivo: Introduzir, de modo criativo, o tema geral do trimestre.

Material: Folhas de papel pardo, revistas an­tigas, cola, canetinha hidrocor e tesoura.

Atividade: Sente-se com os seus alunos em círculo. Para apresentar o tema do trimestre à turma, faça as seguintes perguntas: "O que é uma parábola?" e "Você tem alguma parábola favorita?". Explique que uma parábola, como bem explica Lawrence Richards, "é uma história ou ob je to colocado ao lado de uma verdade espiritual para esclarecer seu significado ou impor­tância". Em seguida, distribua as revistas antigas, folhas de papel pardo, tesoura e cola. Divida os alunos em grupos e distribua os materiais entre eles. Peça que utilizem as figuras de revistas e as canetinhas para ilustrar uma parábola que será estudada no trimestre. Eles deverão fazer um trabalho de colagem.

Depois, se reúna com os alunos em círculo e peça que cada grupo mostre o seu trabalho. Use os cartazes para enfeitar a classe durante o trimestre.

Os pré-adolescentes estudarão a respeito das várias pressões que o mundo faz sobre nós para que venhamos abandonar a nossa fé e se conformar com o pecado. Vivemos neste mundo, mas não podemos nos acomodar com sua mentalidade, ou seja, com a forma de pensar daqueles que não temem ao Senhor (Rm 12.2).

Objetivo: Introduzir o trimestre.M ateria l: Dez garrafas pets, cola, caneta

hidrocor, fita adesiva, uma bola pequena. Em cinco garrafas, cole um rótulo e escreva a pala­vra "PRESSÃO"; e nas cinco garrafas restantes, escreva a palavra "RESISTÊNCIA".

A tiv idade: Divida a turma em dois grupos: meninos e meninas. Espalhe as garrafas em um canto da sala. Peça que os alunos façam duas filas (meninos e meninas). Cada grupo terá uma chance de jogar a bola em direção às garrafas (como se fosse um boliche). Eles deverão manter certa distância. Caso acertem a garrafa com o rótulo "PRESSÃO", o grupo deverá d izer algo que o mundo, sem Deus, quer nos pressionar a fazer, como, por exemplo, mentir, ser falso, roubar, usar drogas etc. Cada resposta vale um ponto. Caso acertem a garrafa com o rótulo "RESIS­TÊNCIA", eles devem dizer algo que podemos fazer para resistir às pressões do mundo, como, por exemplo, orar, ler a Bíblia, ir à Igreja, louvar a Deus etc. Cada resposta dada também vale um ponto. Conclua a brincadeira explicando que não podemos jamais no conformar com a maneira de pensar desse mundo. Leia Romanos 12.2

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J ADOLESCENTES J

A BÍBLIA 0 MANUAL DO FABRICANTE

JUVENIS

BONS CONSELHOS

O tema da revista de adolescentes é "A Bíblia, o Manual do Fabricante." Você crê que a Bíblia é o manual de Deus para nós? Crê na atualidade da sua mensagem? Então, você vai gostar de todos os temas que serão estudados. Para introduzir o tema, sugerimos uma atividade bem divertida que vai dinamizar a sua aula e fazer com que os alunos manejem bem o "manual do fabricante".

Objetivo: Introduzir o trimestre.Material: Caixa de papelão com os seguintes

objetos: martelo, espelho, uma semente, uma lâmpada, uma espada de brinquedo, um potinho com mel, um pãozinho.

Atividade: Sente-se com os alunos em círculo e faça a seguinte pergunta: "A Bíblia é o nosso manual de fé e conduta?". Ouça-os com atenção. Depois, divida a classe em dois grupos (meninos x meninas). Peça que um componente de cada vez retire, de olhos vendados, um objeto da caixa. O aluno deverá retirar a venda e o grupo terá 1 minuto para encontrar uma referência bíblica que relacione a Bíblia ao objeto escolhido. Vence o grupo que tiver encontrado mais referências. Conclua a atividade lendo, juntamente com os alunos, o texto de 2 Timóteo 3.16.

Os Juvenis vão estudar a respeito do Livro de Provérbios. O objetivo é que eles aprendam preciosos conselhos que vão ajudá-los a viver de maneira mais inteligente.

Objetivo: Compreender que o Livro de Pro­vérbios nos ajuda aplicar a sabedoria de Deus em nosso dia a dia.

Material: Folhas de papel ofício com as ques­tões e caneta.

Atividade: Divida a turma em três grupos e o quadro em três partes. Dê um minuto para cada grupo pensar em ditados populares da nossa cultura, como, por exemplo, "De grão em grão a galinha enche o papo." Ganha o grupo que conseguir relacionar no quadro o maior número de ditados em 1 minuto. Em seguida, pergunte se esses ditos populares podem nos fazer mais sábios. Explique que os provérbios bíblicos podem, sim, nos tornar mais sábios, pois embora sejam conselhos simples, são importantíssimos e preciosos, são a Palavra de Deus. Depois, distribua para cada grupo uma folha como as seguintes questões: "Quem foi o autor do livro de Provérbios?"; "Os provérbios têm a sua ori­gem nos ditos populares?"; "Existem vários formas literárias no Livro de Provérbios?". Dê um tempo para que os grupos respondam. Com essas indagações, você estará chamando a atenção dos alunos para o assunto que será estudado no trimestre. Também será uma oportunidade para saber o que eles já sabem sobre o tema. Observe as respostas a baixo:

1. Salomão não foi o único autor dos provérbios, embora ele tenha escrito uma grande parte (cf. 1.1 ;10.1; 25.1). O próprio Salomão declara: "Tam­bém estes são provérbios dos sábios" (Pv 24.23).

2. Os provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os provérbios bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos para nós. Podemos afirmar que cada pro­vérbio é uma parábola resumida. O livro todo é a Palavra de Deus. É Deus falando por intermédio das circunstâncias da vida.

3. Existem várias formas literárias dentro do livro, como, por exemplo, parábolas, poemas, antíteses e comparações.

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LI.ÇOESBÍBLICAS

0 COMEÇO DE TODAS AS COISAS:Estudos sobre o Livro de Gênesis

Gênesis, o Livro da criação divina

ESBOÇO DO LIVRO DE GÊNESIS

1) A Criação 1.1 -2 .3

2) A Narrativa pré- -patriarcal

a) A história dos céus e da terra (2.4 - 4.26)b) A história de Adão (5.1-6.8)c) A história de Noé (6.9-9.29)d) A história de Sem, Cam e Jafé (10.1-11.9)e) A história de Sem (11.10-26)

3) Os patriarcas na Palestina: a formação do povo de Deus

a) A história de Terá (11.27- 25.11)b) A história de Ismael (25.12-18)c) A história de Isaque (25.19-35.29)d) A história de Esaú (36.1-43)

4) Os patriarcas no Egito: o início de fato da história do povo de Deus

a) A história de Jacó (37.1-50.26)

Como apresentado na tabela acima, o livro de Gênesis se divide em quatro partes principais: (1) a Criação; (2) a narrativa pré-patriarcal; (3) os patriarcas na Palestina; e 4) os patriarcas no Egito. Os 50 capítulos de Gênesis darão conta desse esboço, do desenvol­vimento da história do povo de Deus.

Tecnicamente, pode-se dizer que o gênero literário predom inante no livro de Gênesis é o da narrativa. As narrativas variam entre antes e depois da Era do Patriarcado na Palestina. Esse gênero literário nos permite perceber que as histórias ali narradas foram

elaboradas de maneira a prender a atenção do leitor a ponto de levá-lo ao clímax da história: a saga do povo de Deus rumo à Terra Prometida.

A partir dessa percepção, podemos inferir o pro­pósito do livro de Moisés: contar a maneira e motivo de o Deus de Israel escolher a família de Abraão e fazer uma eterna aliança com ela. Para os cristãos, essa aliança tem uma importância preponderante, pois foi a partir da aliança de Deus com Abraão que Jesus de Nazaré foi fe ito o Messias prometido: o Messias seria judeu, da família de Davi, descendente direto da casa de Abraão. De modo que também a Igreja de Cristo foi pensada sob a aliança estabelecida entre Deus e Abraão. Por isso, o apóstolo Paulo escreve convictamente: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cris­to, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa" (Gl 3.28,29).

Portanto, há razão suficiente para dedicarmo-nos ao estudo do livro de Gênesis. Ele apresenta o início da história da salvação. Em Gênesis, somos convidados a compreender como começou a história do povo de Deus que culminou na revelação de Jesus Cristo, a fim de que hoje fôssemos alcançados pela graça de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor.

- . C E N S I N A D O R H kC R I S T Ã O j!

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A criação dos céus e da terra

E Deus os criou homem e mulher

"Se Deus criou o mundo, então parte de sua sabedoria e de Sua beleza está refletida na ordem da criação. Vemos a glória do Criador na beleza da criação. A ordem criada é de Deus, não nossa. Temos de aprender a respeitá- -la como o lugar onde vivemos e cujo cuidado nos foi confiado" (Alister McGrath, "Criação").

Hoje vivemos um caos no meio ambiente. Um caos que o apóstolo Paulo já havia exposto nestas linhas: "Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, [...] Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8.20,22). Este caos da criação se deve ao pecado, e não só no sentido dos efeitos diretos da Queda na criação, mas também da falta de cuidado que a humanidade caída tem com a criação de Deus.

Deus é o Criador do mundo e nós, os seres hu­manos, somos os responsáveis pela destruição do planeta, seja não honrando a Deus como o Supremo Criador do mundo, seja, em outros casos, usando a fé para legitimar uma prática predatória do meio ambiente. Quando estudamos o livro do Gênesis para reconhecer nEle, Deus, o Criador do mundo e do ser humano, isso deve trazer um sentimento de humildade e temor, pois habitamos um mundo criado por Deus pelo qual fomos nomeados seus mordomos e guardadores. De modo que quando não honramos tal condição, pecamos contra Ele e o próximo.

Martinho Lutero compreendeu bem as implicações de reconhecermos Deus como o Autor da Criação: "Creio que Deus me criou, junto com todas as criaturas. Ele me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todas as outras partes do meu corpo, minha mente e todos os meus sentidos, como também os preserva. Ele me deu as roupas e os sapatos, o alimento e a bebida, a casa e a terra, o cônjuge e os filhos, os campos, os animais e tudo que tenho. Todos os dias, Ele provê abundantemente tudo que preciso para alimentar meu corpo e minha vida. Protege-me contra todos os perigos, serve de escudo e defende-me de todo o mal. Faz tudo isso por causa de Sua bondade e misericórdia puras, paternais e divinas, e não porque conquistei ou mereço isso".

Crer que Deus é o Criador do mundo é aceitar resig- nadamente a Sua vontade e, invariavelmente, assumir que é da Sua vontade que cuidemos da criação, pois é a partir desta que nos alimentamos, vestimos e vivemos: tudo como bênção de Deus para nós.

Cuidar da terra faz parte do propósito de entender o início do Gênesis.

Qual a origem do homem?É a grande pergunta da filosofia, da ciência e da

religião. É a pergunta que nenhum postulado chegou a responder satisfatoriamente esta perguntra, no que diz respeito aos seus mínimos detalhes. A Teologia, a partir dos seus postulados sistemáticos, tenta dar conta da origem da vida em seus detalhes. A filosofia, com suas divagações e argumentações lógicas e comple­xas, realiza uma das mais bem elaboradas respostas, dentro da capacidade humana, para se chegar a bom termo sobre o início da vida humana, mas igualmente insatisfatória. A ciência, com a tecnologia, experiências em laboratórios e grandes postulados de seus teóricos, procura perscrutar ao máximo o mistério da vida.

Entretanto, no fim de todas as coisas, a palavra aos Hebreus é definitiva para quem crê: "Pela fé, enten­demos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3). Imaginemos se fosse possível explicar adequadamente a origem da vida, como se deu e se desenvolveu? Ainda assim, o "start" (início) de todas as coisas ficaria sem explicação para os cientistas, pois a ciência apenas tem a possibilidade de explorar o mundo material; o que é transcendental, e até mesmo o quântico, ela não consegue prescrutar. A fé, como expõe o escritor aos Hebreus, afirma que "os mundos" foram criados por Deus; isto é, tudo - não só a terra, mas o que está completamente fora do alcance do olhar humano - foi criado por Deus.

Por isso, não podemos ter uma posição excludente entre a fé e a ciência. Gênesis não é um livro de ciência, mas de fé. Ali Deus revelou ao ser humano o início de todas as coisas. O que cabe à ciência? Pesquisar e explorar o aspecto material dessa criação divina, e reconhecendo os seus próprios limites, como os primeiros grandes cientistas da humanidade, que foram cristãos e, ao mesmo tempo, grandes cientistas. Caro professor, ao final da aula, com o auxílio da tabela abaixo, realize uma atividade reflexiva, levando em conta as seguintes questões:

FÉ E COMUNICAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

1. A ciência moderna é ou não limitada pelos seus própriosmétodos, técnicas e paradigmas?_____________________________

2. Como a Palavra de Deus pode fazer sentido no século XXI?

3. Você se sente preparado para dialogar com essa sociedade hoje?_____

Procure se informar sobre as atuais discussões entre fé e razão. Há ótimos artigos na internet sobre o tema (cf. CPANEWS, coluna Cesar Moisés Can/alho - Fé e Razão). Desafie o seu aluno a pensar a fé e fazer o diálogo com a ciência. Boa aula!

/ f N I S I N A D O R n -7 \I C R I S T Ã O J Ó I j

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A queda da raça humana

Caim era do maligno

Em sua clássica obra "Conhecendo as Doutrinas da Bíblia", o teó logo pentecostal Myer Pearlman destaca quatro pontos fundamentais que marcam a história espiritual do homem. Veja o esquema abaixo:

ORIGEM DO PECADO

1. A Tentação 2. A Culpa

3. O Juízo 4. A Redenção

O capítulo 3 de Gênesis expõe esses quatros pontos chaves para caracterizar a história espiritual do homem.

Segundo Myer Pearlman, a Tentação, desde o início, destaca ao ser humano que o caminho de obediência a Deus não é fácil. Isso quer dizer que o ser humano terá escolhas a fazer nos termos de Deuteronômio 30.15: "Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal". ATentação está prevista na perspectiva da impossibilidade de conter a ansiedade de entrar em contato com o que foi proibido. Por isso, ela é sutil, pois, pela sua sutileza, a natureza humana será envolvida em seus desejos e vontades: nisto consiste a tentação.

Ao dizer "sim!" para a tentação e colocá-la em prática, se estabelece no ser humano o estado de Pecado. Em seguida, a culpa toma conta da sua consciência, ao ponto de o ser humano viver num estado de cauterização em sua consciência, de modo que ele não mais atende aos apelos do Espírito Santo: nisto consiste o estado da culpa.

Uma vez praticado o pecado, por intermédio da tentação, e estabelecido o sentimento de culpa, instala- -se, na realidade humana, o Juízo.

No Éden, o Juízo se deu sobre a serpente (de formosa e honrada, a um animal degradado e maldito), sobre a mulher (multiplicação das dores de parto) e sobre o ho­mem (comer com o suor do rosto), constituindo, porém, o maior de todos os juízos: a morte física e a morte eterna.

Entretanto, a história da humanidade não seria para sempre condenada à terrível realidade de viver para sem­pre longe de Deus. O Pai, por intermédio do Seu Filho, proveria um escape para redimir a vida do ser humano: "Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos" (Rm 5.17-19).

O capítulo 4 do livro do Gênesis apresenta a consu­mação do pecado e sua história de implicações práticas para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão, Caim, é o símbolo do alcance do mal quando este domina o coração humano. E o conseqüente banimento de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se afasta da presença do Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal.

O caminho de Caim se torna o caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a vingança, o "dar o troco", o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do filtro de Jesus Cristo: ame o vosso inimigo.

Tudo começa bem na vida do ser humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que devotava a vida a Deus, tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de graças: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um presente.

Adulto, Caim tornara-se um agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim cumpria o plano de Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo assim, Caim obedecia a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão, aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras, pelo menos deixa claro quá o Senhor olhava e olha com atenção e justiça para o interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar divino.

Caim não se achou aprovado, muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não significava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor não haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele matou o seu irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de Deus.

O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos fug ir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com retidão.

Qual o caminho que você deseja trilhar: o de Caim ou o de Jesus?

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0 impiedoso mundo de Lameque

A família que sobreviveu ao dilúvio

O relato dos capítulos 5 e 6 se refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete. Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois "Lameques", um no capítulo 4 (w.18,23) e outro no capítulo 5 (w.28-31). Qual a diferença entre esses dois "Lameques"?

O Lameque do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: "E disse Lame­que a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete" (w.23,24). O Lameque do capítulo4 cantava e entoava a impiedade e a violência. A in­tenção de fazer o mal pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.

O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: "E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou" (Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência. Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus.

Enquanto o Lameque do capítulo 4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma gera­ção. Este Lameque é o Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e consolação.

Por intermédio de Lameque, o pai de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.

LAMEQUE FILHO DE CAIM (Gn 4) LAMEQUE, O PAI DE NOE (Gn 5)

* Cantou o ódio, entoou a morte (v.23); * Cantou o amor, entoou a vida (v.28,29);

* Matou homens (v.23); • Gerou vida para o bem da huma­nidade (v.29);

* Só pensava em vingança (v.24). * Só pensava em vida (v.29).

1a CRIAÇÃO (Gn 1) - ADÃO 2a CRIAÇÃO (Gn 6) -NOÉ

A terra sem forma e vazia (1.2) 0 Dilúvio faz a terra novamente ficar sem forma e vazia (7.17-24)

O ciclo das estações (1.14) O restabelecimento do ciclo das estações (8.22)

A ordem para os seres se multiplica­rem (1.27)

Novamente a ordem para se multi­plicarem (9.6)

0 Princípio de tudo (1.1) Um novo começo (9.1)UMA NOTA AMARGA

A PRIMEIRA QUEDA (Gn 3) - ADÃO A SEGUNDA QUEDA (Gn 9) - NOÉ

A queda do primeiro casal, Adão e Eva (3.6,7)

Noé se embebeda e Cam vê a sua nudez e conta para os seus irmãos (9.20-23)

O quadro acima mostra fatos que a narrativa de Noé destaca em relação ao texto de Gênesis de 1 a 3. Em primeiro lugar, a expressão de que "andou Enoque com Deus" (Gn 5.24) e a repetição com a pessoa de Noé - "Noé andava com Deus" (Gn 6.9) - fazem eco para uma vida de justiça e se correlacionam com Adão e Eva, o primeiro casal, que andava com Deus no jardim.

Neste sentido, a narrativa de Noé intensifica uma série de paralelos com a de Adão e Eva:

1) Aterra se torna, de certa forma, novamente sem forma e vazia (Gn 7.17-24), como em Gênesis 1.1;

2) O restabelecimento do ciclo das estações (Gn 8.22), como em Gênesis 1.14;

3) Nova ordem para a multiplicação do gênero humano (Gn 9.6), como em Gênesis 1.27;

4) Houve, então, um novo começo (Gn 9.1), como tudo começou em Gênesis 1.1.

Entretanto, da mesma forma que Gênesis 3 narra a queda do primeiro casal, a narrativa de Noé mostra uma "queda" que envolveu a embriaguês de Noé e a maldição do filho mais novo de Cam, Canaã. Ou seja, a história de Noé repete a história do ser humano: Criação, Queda, mas promessa de Redenção. A narrativa conclui com a bênção sobre Sem, de cuja descendência virá a redenção da humanidade. A história do Dilúvio nos revela a chance que Deus deu para a humanidade, mergulhada em violência e corrupção, arrepender-se do mau caminho. Ela mostra que, para Deus, formar o homem conforme a Sua imagem e semelhança foi bom, apesar de tudo. O relato de Noé aponta para a pessoa bendita de Jesus Cristo, a grande "Arca" que deseja livrar mais uma vez a humanidade do caos existencial, do caos psicológico, espiritual, moral e ético, e de tudo o que força o ser humano a uma natureza que nada tem a ver com o que o Pai deseja a seus filhos. Como aconteceu nos dias de Noé, o caos insiste em aterrorizar nossa vida, mas "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1).

/ e n s i n a d o rl C R I S T Ã O 3 9

Page 48: Ensinador Cristao_64

0 início do governo humano

Bênção e maldiçao na família de Noé

"A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos" - frase atribuída a Winston Churchill. Dizem alguns filósofos que a história da humanidade pode se resumir na luta pelo poder. Ou como disse Karl Marx: "A história de toda a sociedade até aos nossos dias nada mais é do que a história da luta de classes". Se Churchil e Marx estão certos, esta não é a discussão que desejamos levantar aqui - é bom lembrar que Churchil e Marx são cosmovisões completamente distintas uma da outra, conservadorismo x socialismo.

Entretanto, desde Noé e sua descendência, quando se começou a estabelecer um governo humano, até os dias contemporâneos, muita coisa aconteceu. Reinos se levantaram e reinos foram abatidos. Imperadores chegaram ao poder e imperadores foram retirados do poder. Os governos deixaram de ser uma pessoa para ser uma Carta Magna, com o advento das constituições federais. O Estado não é mais o indivíduo, como disse LuisXV da França ("O Estado sou eu").

Tudo isso faz parte do plano de Deus para o governo humano. Nosso Senhor disse: " Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado" (Jo 19.11a). Nosso Senhor deixa claro que todo poder que existe no mundo foi estabelecido por Deus. O apóstolo Paulo escreveu: "Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus" (Rm 13.1).

A ideia bíblica de que a autoridade foi ordenada por Deus para garantir a ordem e o bom funcionamento para a sociedade é apresentada nas Escrituras desde a família de Noé, quando do novo começo da humanida­de, passando pela história de toda civilização humana.

Essa é uma boa oportunidade para refletirmos sobre os governos atuais que flertam com a ditadura, com a falta de interesse de desenvolver a educação da nação e a prioridade de proteger o cidadão com estratégias de segurança pública. São questões atuais e necessárias para serem refletidas. Ainda em Romanos, o apóstolo Paulo diz: "Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela" (13.3). Neste texto, está implícito que o governo, segundo a perspectiva de Deus e das Escrituras, é para fazer o bem, proteger as pessoas de bem e fazer justiça a quem for vítima de um algoz que praticar o mal.

Todo poder estabelecido no mundo provém de Deus e prestará contas a Ele!

O capítulo 9 de Gênesis, infelizmente, e por muito tempo, foi usado para amaldiçoar outros povos e raças. A "maldição contra Cam", mais especificamente em relação a Canaã, seu filho, muitas vezes tem sido relacionada às pessoas de raças não-brancas, especialmente às pessoas negras. Logo, essa interpretação tem sido empregada para apoiar a suposta superioridade da raça branca, bem como a justificativa para a escravidão, que era muito comum entre alguns protestantes do passado na região sul dos EUA, na África do Sul no regime do apartheid e em muitos tipos de discriminação.

É importante ressaltar esse fato, pois, no Brasil, recentemente, um conhecido pastor midiático trouxe à tona essa interpretação, trazendo grandes problemas e contundentes acusações de preconceito para os que pensam segundo essa corrente equivocada de interpretação bíblica.

Por que não se pode usar a "maldição de Canaã" para justificar, por exemplo, a miséria presente num continente como a África? Ora, em primeiro lugar, é difícil definir os "cananeus" como grupo racial específico, e ao que tudo indica, suas origens foram profundamente diversificadas. Segundo os estudiosos, possivelmente, os cananeus rumaram para a Arábia m eridional e central, ao Egito, ao litoral do Mediterrâneo e à costa leste da África. Não se pode falar de um povo cananeu somente, mas de vários povos com cultura específica, língua própria etc: os jebuseus, os amorreus, os girga- seus, os heveus, os arqueus, os sineus, os arvadeus, os zemareus, os hamateus e a diversificação das famílias dos cananeus (Gn 10.15-18; cf. 15.18-21).

Nas Escrituras, o relato de Canaã foi exposto para explicar as implicações da conquista da terra de Israel no livro de Josué. De fato, a terra de Canaã, sua cultura e costumes, confrontavam diretamente a vontade e o plano de Deus. Entretanto, a maldição de Noé em rela­ção a Cam, e especificamente ao seu neto Canaã, nada têm a ver com a África e, muito menos, com um recorte racial. Isso precisa ficar bem claro a seus alunos na classe!

Noé -

i— Arfaxade —— Sala- Elão r- Uz— Assur - Hul— Lude — GeterL- Aram —— Más

— Seba— Havila

r- Cuxe —— Sabtá— Mizraim — Raamá- Pute — Sabtecá— Canaã L— Ninrode

r— Gomer —— Asquenaz— Magogue - Rifa— Madai — Torgama

—— Javã —— Elisá- Tubal — Tarsis— Meseque — Quitim— Tiras — Dodanim

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A origem da diversidade cultural da humanidade

Melquisedeque abençoa abraão

Torre de Babel (Babilônia), a famosa pintura de Pieter Brueghel the Elder, criado em 1563

O capítulo 11 de Gênesis expõe a história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar a série de narrativas das origens, a história de Babel leva o leitor diretamente para a narrativa de Abraão e a conseqüente à formação do povo de Deus. A história de Babel tem como um de seus intuitos apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé, Abraão.

Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quan­do Deus decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração pós-diluviana. O propósito por trás do relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela própria autonomia e usurpar a glória de Deus. O povo de Babel tinha o propósito de transcender às limitações humanas. Que­ria mostrar que não dependia do auxílio de Deus, pois buscava a glória humana, e não a divina. Isso fica claro quando fazemos uma comparação da Torre de Babel com o Dia de Pentecoste (At 2):

GÊNESIS 11 ATOS 2

Babel: uma cidade edificada por homens Jerusalém: a cidade de Deus

Os homens tentam alcançar o céu Deus Espírito Santo desce do céu

Confusão no idioma: os homens não mais se entendem

Um único idioma, entendido por . todos os presentes

O povo foi disperso O povo se uniu de todos os lugares

A Torre de Babel representa a eterna tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono do seu próprio destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser humano porfia por esse caminho, ele entra pelo caminho da morte, da rebelião contra a vontade de Deus. De outro modo, o Dia de Pentecoste representa o ideal de Deus, por intermédio da Igreja, o Corpo de Cristo, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é Deus, por intermédio do Espírito Santo, emancipando o ser humano.

As narrativas sobre como Deus tratou Abraão, Isaque, Jacó e José, os patriarcas ancestrais do povo de Israel estão registras nos capítulos de 12 a 50 de Gênesis. Conhecer as raízes históricas e a formação do povo judeu é simples, a partir da leitura atenta desses capítulos que formam o Gênesis.

A história de Abraão inicia com a narrativa da família do patriarca, a caminho de Canaã (Gn 11.27-32), acrescentada de uma citação especial sobre a esterilidade de Sara, a esposa do pai da fé (Gn 11.30). Mas os momentos principais nas narrativas sobre a vida de Abraão estão em Gênesis 12.1-9, em que Deus chama Abraão para sair da terra de Harã, após a morte do seu pai Terá, e ser enviado a uma terra estranha (v.1), prometendo fazer dele "uma grande nação", e abençoando, assim, por intermédio dele, "todas as famílias da terra" (vv.2,3).

Após viajar para a terra que o Senhor lhe falou, Abraão percorreu obedientemente a terra inteira. Em seguida, recebeu a promessa de Deus: "E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra" (Gn 12.7). Qual foi a reação de Abraão? Ora, edificar um altar ao Senhor e invocar o seu nome (vv.8,9). Ao longo da narrativa sobre o patriarca Abraão, expressões como "terra prometida", "descendência prom etida", "uma grande nação", "bênçãos para as nações" vão ganhando corpo e materialidade. E verbos como "adorar" e "confiar"„em Deus, como único e verdadeiro, vão se constituindo como símbolo para uma adoração e uma fé adequadas ao único Deus do povo de Israel. Abaixo, veja o resumo das grandes promessas de Deus para Abraão:

AS PROMESSAS DE DEUS A ABRAAO

Uma descendência numerosa Gênesis 12.2; 13.16; 15.18

Um homem abençoado Gênesis 12.2

Um homem conhecido no mundo Gênesis 12.2

Abraão seria uma bênção Gênesis 12.2

Quem o abençoar será abençoado por Deus

Gênesis 12.3

Quem o amaldiçoar será amaldiçoa­do por Deus

Gênesis 12.3

Os judeus são abençoados, bem como os gentios

Gênesis 12.3; 22.18; 26.4; (cf. Gl 3.16)

A descendência de Abraão ocuparia a terra de Canaã

Gênesis 15.18; 17.8

A eternidade da promessa Gênesis 13.15; 17.7,8,13,19; 48.4

Reis descenderiam dele Gênesis 17.6,8

Deus seria o Deus de Israel para sempre

Gênesis 17.6,8

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Isaque, o sorriso de uma promessa

José, a realidade de um sonho

.

Suas críticas e sugestões são muito importantes para

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O nascimento de Isaque é a confirmação da pro­messa feita por Deus a Abraão, onde a descendência prometida viria do útero de uma mulher estéril, de sua esposa Sara. Embora a história de Isaque e de Jacó fosse contada simultaneamente, pois o relato de Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19-35.29), as promessas de Deus feitas a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como também para Jacó (28.13-15).

Igualmente, como aconteceu com Sara, o Senhor abriu a madre da mulher de Isaque, Rebeca, conforme está escrito: "E Isaque orou instantemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, conce­beu" (Gn 25.21). Rebeca, não concebeu apenas uma vida, mas duas nações.

No capítulo 26, Isaque repetiu o fracasso de seu pai, Abraão, mentindo sobre a sua esposa (26.6,7), pois ao invés de afirmar ser Rebeca a sua esposa, ele disse a Abimeleque que ela era a sua irmã. Entretanto, Deus interviu na história para proteger a descendência do Seu povo e garantir o cumprimento da promessa feita a Abraão, o seu amigo (Gn 26.11,12).

Isaque era o "bem " mais precioso de Abraão. Foi com esse "bem" que o Senhor provou a fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente obediente ao seu pai, e não questionou o fato de ser a "oferta" para o sacrifício apresentado por seu pai a Deus.

O convívio com Abraão, seu pai, ensinou Isaque a se relacionar com Deus. Sabendo quem é Deus e o quão importante é viver uma vida que o honre, Isaque foi forjado "aos pés de Abraão", pois ele daria pros­seguimento à promessa: conquistar a terra de Canaã.

Perceba que, até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase nômade do povo de Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não tinha raízes. Viver é o grande desafio diário. Entrava numa terra, se estabelecia nela e, logo depois, saía, iniciando esse mesmo ciclo em outro lugar. Mas, em Isaque, esta realidade começa a ser quebrada.

Ele é o filho da promessa. É o filho da livre e não da escrava. Com essa imagem, o apóstolo Paulo fun­damentou a doutrina da Graça de Deus: "Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. [...] Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós; porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz, esforça-te e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque" (Gl 4.22,26-28).

A história de José é uma das histórias mais belas e famosas de toda a Bíblia. É a última história de família da narrativa dos patriarcas de Israel (Gn 37.2-50.26). José é a pessoa que Deus usou para resgatar a nação de Israel da fome intensa daquela época e, assim, preservar a descendência prometida para herdar a terra de Canaã.

Se você lê os capítulos 37.2 a 50.26, perceberá que se trata da narrativa mais longa de todo o livro e, principalmente, do gênero literário narrativo de toda a Bíblia. Nesta grande seção narrativa, é possível verificar três interrupções na história: a história de Judá (Gn 38); a genealogia dos filhos de Israel que foram ao Egito com Jacó (Gn 46.8-27); e a bênção de Jacó (Gn 49). São três interrupções que suspenderam momentaneamente a seqüência da narrativa, o que é um recurso comum no gênero literário narrativo.

Nesta narrativa da vida de José, visando a preservar o povo judeu, chama atenção a ação interventora de Deus: Ele desfaz o mal maquinado pelos irmãos contra José, permitindo que o filho de Jacó ficasse preso por não pecar deliberadamente, mas, logo depois, o salva e o coloca entre os administradores do Egito por inter­médio da habilidade de desvendar sonhos. O capítulo 39, versículos 2, 3, 21 e 23, chama a nossa atenção para a repetição dessa expressão: "O Senhor estava com José".

A história de José tem uma importância enorme quando levamos em conta a história da salvação presente na Bíblia, por interm édio do advento do Senhor Jesus Cristo. Em José, a nação de Israel foi preservada da fome e sobreviveu, garantindo a exis­tência do povo de Deus. O único Deus, o Deus de Israel, guiou a história do Seu povo para preservá-lo de todo o mal, a fim de deixar o caminho livre para o advento do Cristo.

Sobre a conclusão da história de José, podemos constatar que o livro do Gênesis inicia a história bíblica com Deus como o Criador de todas as coisas; os seres humanos como a glória da criação divina, mas caídos por causa do pecado que demonstrou o quanto o mal se internalizou no homem; mas, por meio da eleição de um povo, o Senhor iniciou o Seu projeto de criação redentora que, apesar das falhas do povo, foi adiante e culminou na pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 4.4).

O livro de Gênesis é o início de uma história de todos aqueles que creem no Senhor como o Salvador sonham e anelam em ver a consumação de todas as coisas. Que o Senhor nos permita viver nesta espe­rança até a Sua gloriosa vinda. Amém!

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- A B B B

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Educação Cristã Reflexões e Práticas

Ensinando a Fé Cristã às Crianças

Boas Ideias Para Professores de Educação CristãTelma BuenoSuas aulas a partir de agora podem ser dinâmicas, criativas, d ivertidas e espirituais. Nesta obra você encontrará oitenta atividades que podem ser utilizadas na Escola Dominical, retiros, acampamentos e pequenos grupos de estudo bíblico.Elas estão divididas por faixas etárias, mas você poderá adaptar cada uma delas de acordo com as suas neces­sidades e a faixa etária na qual trabalha.A fina lidade é auxiliar você e mostrar que podem os ensinar a Palavra de Deus utilizando atividades alegres e inovadoras.

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APRENDENDO com o MESTRE

Po r A n t o n io G il b e r t o

0 preparo e desempenho do Drofessor da ED

dras tinha preparado o seu coração para idoSENHORe para a cumprir e para

ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos”

Antonio Gilberto é na Assembleia de

Deus em Cordovil (RJ), consultor doutrinário

e teológico na CPAD, comentarista de Lições

Bíblicas e psicólogo

A. O preparo do professor1 . O professor e sua vida

espiritual:O amor do professor deve ser

devotado e irrestrito ao Senhor, a quem serve (Dt 11.13).

"Esiga-me", Mt 16.24-disse Jesus a Seus discípulos. Ele não disse primeiramente "sirva-me", mas "siga-me".

Em Lucas 15.29,30, o irmão do filho pródigo, queixoso, pri­m eiram ente disse a seu pai: "Sirvo-te há tanto tem po". Ele não disse primeiro "Amo-te há tanto tem po".

Em 2 Timóteo 2, onde temos o perfil do bom obreiro sob diversas e variadas figuras, ele é primeira­mente chamado "filho"(v. 1), e no final é chamado "servo" (V.24).

2. O professor e o Espírito Santo na sua vida:

Ele é habitado e possuído pelo Espírito Santo, a partir da conversão ( Jo 14.17). Idealmen­te, é batizado com Espírito Santo (Lc 24.49; A t 1.5; 2.4).

Ele deve permanecer cheio do Espírito Sanro(1Co 2.4; Ef 5.18);

Ele deve buscar os dons do Espírito Santo, inclusive o de

'nar(1 Co 12.28,29; Rm 12.6,7).

3. O professor e sua auto- disciplina:

a) A autodisciplina da devo­ção pessoal diária (SI 5.3; 55.17; Mc 1.35 [Jesus]; Lc 5.16 [Jesus]).

A oração (At 6.4; Ef 6.18) - Je­sus não ensinou Seus discípulos a pregar, mas ensinou-os a orar, mostrando assim que é pela ora­ção e intercessão perante Deus que a autêntica mensagem da pregação e a do ensino são-nos concedidas por Ele.

O jejum bíblico é um grande aliado da oração. Em Mateus 6.16,17, Jesus disse "Quando jejuardes", e não "se jejuardes".

Devemos também ler e estu­dar devocionalmente a Palavra de Deus (Dt 4.6; SI 19.7; 2 Tm 3.16; Js 1.8) e observarmos a autod iscip lina do tem po ( Ef 5.16; Cl 4.5; 1 Co 7.21b).

b) A autodisciplina do nosso "eu":

São os nossos sentido físicos; instintos; temperamento; caráter; fala; pensamento; sentimentos; afetos; vontade; apetites; es­colhas; decisões etc (Pv 25.28; 16.32; Fp 4.8; 1 Co 2.16- "Mas nós temos a mente de Cristo" -; Gl 5.22 - "temperança").

c) A autodisciplina abrange o nosso corpo (1Co 9.27) - Nosso corpo deve ser sempre nosso servo, mas nunca o nosso patrão.

d) A autodisciplina no lazer - Leia Êxodo 24.11; 1 Crônicas 29.22; João 10.23 (Jesus); Marcos 6.31 (Jesus) e Atos 17.23 (Paulo).

B. O preparo da lição bíblica pelo professor da Escola Dominical

1 . O professor necessita de conhecimento espiritual:

Quanto a conhecimento secular do professor, isso já está implícito, subentendido. Vejamos o conhe­cimento espiritual do professor.

a) O conhecimento de Deus (1Cr 28.9; Os 6.3; 2 Pe 3.18; Jo 14.23).

b) Conhecimento da matéria que o professor ensina - A Bíblia (2Tm 2.15).

Campos prioritários do pro­fessor da Escola Dominical no conhecimento da Bíblia (Biblio- logia), Doutrina, Evangelização e Missões, Ministério, Herme­nêutica e Exegese, Apologética, Antropologia Bíblica, Tipologia Bíblica, História, Geografia e Cronologia Bíblicas.

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c) Também conhecim ento do aluno pelo professor: psico- pedagogia.

d) Conhecimento de m éto­dos e técnicas de ensino (Cf. Is 30.4; A t 18.25 [Apoio]; Mt 28.20 - "Ensinando-as", no grego).

e) Conhecimento e manejo oral e escrito do vernáculo.

f) Conhecimento de matérias e assuntos afins à Bíblia (Cf. At 26.24; 17.18,38; Tt 1.12 [Paulo]).

2. O professor necessita de sabedoria espiritual:

a) Sabedoria pressupõe co­nhecimento, que é, em resumo, um acúmulo de informações; um banco de dados; um estoque de informações.

O verdadeiro conhecimento é a "matéria prima" da sabedo­ria, que é a aplicação sensata, correta e judiciosa do conhe­cimento, nos casos, situações e circunstâncias da vida e suas atividades.

b) Sabedoria é discernimento acurado entre o bem e o mal; entre o que é certo e o que é errado moralmente.

É tirocínio; é maturidade em tudo na vida; é prudência.

É equilíbrio; é bom-senso.É escolher sempre o bem e

rejeitar sempre o mal.c) Onde e como podemos

obter a sabedoria divina, a "sa­bedoria do a lto ", como diz a Bíblia em Tiago 3.13-17?

• Pela Palavra de Deus ( SI 19.7; 119.98).

• Pelo tem or do Senhor (SI 110.10; 1 Rs 3.12; Dn 2.21).

• Pelo Espírito Santo (Is 11.2; Êx 31.3; 35.31; Jo 14.26; 16.13; 1 Co 2.10,13; Ef 1.17).

• Pelos servos de Deus que ensinam a Palavra de Deus (Ef 4.11-14; Rm 12.7; 1 Co 12.8,28,29; 2Tm 2.2).

• Pela companhia dos sábios; isto de várias maneiras (Pv 13.20).

O conhecimento e a sabe­doria tão som ente naturais,

seculares, humanos-, levam ao afastamento de Deus e ao desvio espiritual (Is 47.10; Jr 4.22; Tg 3.13-15; veja os exemplos dos coríntios e dos atenienses).

3. O estudo da lição semanal da EBD pelo professor:

Material de estudo da liçãoa) A Bíblia - Leitura e estudo

da Bíblia. E não somente o texto bíblico da lição, mas também o de todo o seu contexto. E tudo com muita oração.

b) A revista do aluno, e tam­bém a do professor.

c) O estudo da lição minis­trado semanalmente na reunião semanal de professores da EBD. Toda Escola Dominical organiza­da deve semanalmente realizar esse estudo, que é realizado quase sempre aos sábados.

d) Livros diversos, de consulta e referência sobre o assunto da lição. Mas... Bons livros!

e) Apontamentos e notas do próprio professor, feitos ante­riormente.

f) Revistas anteriores da EBD sobre o assunto em estudo.

g) Ilustrações, desenhos, ma­pas, figuras, gráficos, visuais etc, podem lançar muita luz sobre o assunto em estudo.

h) Oração, oração e mais oração; antes, durante e após o trabalho efetuado pelo professor (que não é somente o preparo e o ensino da lição).

C. O desafio do professor da Escola Dominical

Em 2 T im óteo 2.2,3, estão vários desafios relacionados ao trabalho do Senhor:"E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros."

1. O desafio do ensino da Palavra: "O que (= aquilo que)".

• O ensino formativo da pa­lavra (M t 28.19 - "Ide e fazei discípulos").

• O ensino inform ativo da Palavra (Mt 28.20 - "Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu v os tenho mandado").

É o ensino didático, da dou­trina, ao povo.

"Aquilo que de mim ouviste". Vemos aqui a to ta l convicção de Paulo quanto aquilo que ele ensinava. Tens tu esta convicção quando ensinas na Casa de Deus?

• Se ensinarmos a Palavra de Deus, sem dúvida colheremos os seus abençoados frutos ( Is 55.11;SI 126.6- "Sem dúvida").

• Se ensinarmos nossas pró­prias idéias, colheremos somente palha oca e seca, e muita con­fusão, perturbação e frustração.

• 1 Coríntios 4.6 - "Para que em nós aprendais ir além do que está escrito".

• O professor de Escola Domi­nical deve ensinartão bem a lição bíblica do dia, como o professor secular ensina a sua matéria: Português, Matemática, Física, Química, Biologia, Informática etc.

2. O desafio do aprendizado contínuo do professor: "De mim ouvistes" (2Tm 2.2)

• O aprendizado espiritual (e também o secular) do mestre deve ser constante.

• Fontes de aprendizado das Sagradas Escrituras (ver essas fontes nos assuntos anteriores).

• A Casa do Senhor é também uma fon te de aprendizagem para o crente que a fielmente (SI 27.4 - "e aprender no seu templo").

Infelizmente, em certas igre­jas por aí, o crente em lugar de aprender mais coisas de Deus, desaprende o que já sabe de bom, devido ao desmando, a desordem, a irreverência, o se- cularismo dentro do tem plo ; enfim, a falta de temor de Deus e da sua santa presença.

Confira na próxima edição da Ensinador a segunda parte deste artigo.

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Cerca de 1,2 mil participam de evento

“O cLima de renovação

espiritual tomou conta de toda a

igreja durante este evento"

m

u w u uPara os que amam o ensino da

Palavra e valorizam a responsa­bilidade que é ministrar à Igreja do Senhor, a oportunidade de aprofundar conhecim entos e reciclar estratégias de ensino é sempre bem-vinda. Isso pode ser notado no crescente interesse demonstrado por pastores, pro­fessores e superintendentes que compõem o Departamento de Educação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Caxias (MA) - Deieadc. A AD em Ca­xias (MA), liderada pelo pastor Caetano Jorge Soares, realizou, no primeiro semestre de 2015, o 5° Congresso de Escola Domi­nical, com o tema "Todos pela excelência do Ensino na Escola Dominical". O evento foi reali­zado no templo-central e cerca de 1.200 pessoas participaram.

"O clima de renovação espiri­tual tomou conta de toda a igreja, que ficou aqraciada pelo que Deus fez mediante a qualidade do ensino e dos palestrantes, que satisfizeram as expectativas dos participantes", comentou pastor Rozivaldo Cardoso Rodrigues.

O professor da ED e coordena­dor do evento José Ribamar des­tacou a importância do trabalho. "Foi o melhor dos que já participei em toda a minha vida. A equipe organizadora e a igreja estão de parabéns", afirma Ribamar.

Ministraram as plenárias du­rante o dia pastor Elienai Cabral (DF), que abordou o tema "Ele­mentos chaves da educação cris­tã"; a professoara Joane Bentes,

ão na AD em Caxiasu u u o u u u u"a tia Jô " (Curitiba), que falou sobre os temas "O professor e o líder de educação infantil", "O professor e o líder que os adolescentes esperam" e "Ensi­nando a família"; e a professora Suely Lima (MA), que falou sobre "Inclusão e discipulado na EBD".

Os cultos à noite tiveram a preleção do Pr. Elienai Cabral, cujas mensagens impactaram os congressistas. Pastor Caetano Jorge Soares pregou no encer­ramento, deixando uma palavra de edificação para a igreja. Na oportunidade, ele fez os agrade­cimentos. "Pela graça de Deus, temos ouvido testemunhos de que a Escola Dominical na AD em Caxias tem sido exemplo para muitas igrejas no Maranhão e no Brasil, através de suas estratégias inovadoras que são publicadas em nível nacional por intermédio da CPAD", lembrou o líder.

No término do evento, foi ce­lebrada a Santa Ceia com todos os congressistas participantes. O louvor e a adoração foram ento­ados pelo coral da igreja local.

Os congressistas receberam os certificados com carga horá­ria de 40 horas/aulas em forma

ü u u ude b loco representado pelos coordenadores de áreas aos partic ipantes, e agradeceu à CPAD pelo apoio logístico, ao patrocinar todo material gráfico do congresso: pastas, apostilas, crachás e certificado.

Segundo pastor Rozivaldo, a igreja desenvolve varias ativida­des no projeto educacional "EU, VOCÊ E TODA FAMÍLIA NA EBD".

"Destacamos o 'Dia da Escola Dominical', que é realizado em todas as congregações no último domingo de cada trimestre, tendo a seguinte programação: manhã de encerramento do trimestre, com café da manhã e a realização do Simulado Bíblico da EBD; à tarde, programações variadas envolvendo os departamentos da EBD, com entrega de certificados para alunos, professores e classes em destaque no trimestre; apre­sentações feitas pelas classes e a ministração de palavra de incentivo à EBD. Também são realizados anualmente quatro grandes cursos de capacitação por região, envol­vendo todas as áreas de trabalho. Que Deus continue prosperando a EBD em Caxias!", agradece o pastor Rozivaldo.

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u w o oTrabalhar os objetivos da Esco­

la Dominical, visando ao desenvol­vimento da obra de Deus através da participação ativa do aluno nessa agencia de educação cristã, foi um dos motivos pelo qual o Departamento da Escola Domini­cal da congregação Jardim Calux, em São Bernardo Campo (SP), desenvolveu o projeto "Ide do Mestre". Segundo a superinten­dente Kércia Francelino Santos, o projeto surgiu da necessidade de despertar nos alunos o desejo ardente de cumprir o "Ide de Je­sus", pois muitos deles achavam que sua tarefa se resumia apenas a chegar à Escola e ouvir a lição transmitida pelo professor. "Nosso desejo é que nossos alunos sejam assíduos partic ipantes, e não meros expectadores. Os objetivos gerais desse projeto são ganhar almas para Jesus, desenvolver a espiritualidade e o caráter dos alunos, treiná-los para o serviço do mestre, integrar a família à ED com a ideia de uma escala em que a abertura da ED é feita por uma família diferente todos os domingos, cada família tendo15 minutos - das 8h45 às 9h00 - para realizar o louvor sugerido da Harpa Cristã, a leitura bíblica em

u o o u o u u uclasse, texto áureo e logo após retornar para o superintendente para que seja iniciada a aula em suas respectivas classes. Denomi­namos essa etapa do projeto, que deu frutos e é realizada até hoje, como 'Culto devocional com as Famílias'", explica Kércia.

Para o pastor Samuel Freire Costa, presidente desse setor da Assembleia de Deus em São Bernardo do Campo, o trabalho da congregação Jardim Calux trouxe renovação espiritual a toda a igreja. "Através do projeto 'Cumprindo o Ide de Jesus', de­senvolvido na EBD, a congregação está vivendo um despertamento espiritual, cujo resultado tem sido não apenas uma maior integra­ção, união e comunhão entre os irmãos e familiares, mas também um trabalho de ação social que tem resultado em salvação de muitos vidas. Parabenizamos o pastor Cícero Duarte e sua equipe de trabalho, bem como a todos os irmãos da congregação do Jardim Calux", declara pastor Samuel Freire.

O dirigente da referida con­gregação se mostra grato ao Senhor Jesus pela oportunidade de realizar, juntamente com toda

o o o oigreja do Jardim Calux, o Ide de Jesus. "O trabalho, através da EBD, onde todos os departamen­tos da congregação se em pe­nharam, tem nos dado grandes frutos: a frequência de alunos aumentou, vidas foram salvas, lares reconstruídos e famílias da comunidade foram beneficiadas através da EBD na Ação Social", se alegra pastor Cícero.

A gratidão tam bém é uma realidade entre os professores. "Sou grato ao Senhor por fazer parte desta equipe de professores abençoados e dedicados ao ser­viço do Mestre. Sou aluno assíduo da EBD desde o Maternal, passei por todas as salas do Infantil e Adolescente e fui chamado para lecionar na sala de Juvenis, que conta hoje com aproximadamente 20 alunos. A direção da EBD, na pessoa da superintendente, no ano de 2011, realizou uma orga­nização tanto de estrutura física como de didática e metodologia em nossa Escola e, graças ao nosso Senhor Jesus Cristo, veio um avivamento! Nossa ED é uma bênção! Nossos dom ingos já começam super abençoados pela manhã!", comenta Renan Galdino da Silva, professor de Juvenis. &

Grande confraternização com todos os alunos na “ Manhã w com Deus", com consagra ^ ção, louvores, e n treg a de lembranças de acordo com o e m p e n h o e de d ica çã o , exposição das faixas das fa­mílias e dos traba lhos dos w alunos, e finalização com um delicioso almoço fortalecendo os vínculos e formando uma w única equipe interessada em w cum prir o "Ide do Mestre "

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A influência da Escola Dominical na vida do adolescente“A ED precisa ser receptiva, criativa e procurar de forma sábia alcançar o aluno de maneira integral

Po r H é l in e ia MáxiM O

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Imagine o cenário atual em que vivem os ado­lescentes: eles estão em um período de grandes mudanças físicas, emocionais, intelectuais, morais e sociais. Muitas vezes, vivem em famílias desajus­tadas, e estão em uma sociedade relativista. E para completar, recebendo uma educação materialista.

Que situação terrível enfrentam essas vidas, que são jóias preciosas aos olhos de Deus! Como são terríveis os gigantes que elas têm enfrentado a cada momento de suas vidas. Pais, líderes e profes­sores conhecem de fato a realidade desse campo de batalha, no qual vivem nossos adolescentes? Nessa guerra, estão vivenciando com eles suas dores? Seus conflitos internos? Suas angústias? Muitas outras perguntas poderiam ser feitas, mas estas já são de grande valia para nossa reflexão.

Nunca na história da humanidade a família esteve tão ameaçada como nos dias hodiernos. E isso tem causado muitos reflexos negativos, pois a educação familiar é base fundamental para a formação da personalidade e do caráter do ser humano.

Muitos pais transferem grande parte de sua responsabilidade a terceiros, diminuindo assim o diálogo familiar, o tempo com os filhos, a instrução contínua do ensino da Palavra de Deus. Esquecem de Deuteronômio 6. 6-9. E lamentável, mas é no seio dessas famílias que os nossos adolescentes estão passando essa fase tão complexa de suas vidas. Muitos pais, por não compreenderem esse período

marcado por transformações e reações diversas, vivem em extremos, ora rígidos de­mais, ora - no afã de agra- dá-los - concedendo a eles

permissividade excessiva.O que dizer da sociedade onde

estão inseridos, onde o relativismo predomina, afirman­do que nada na vida é absoluto, inclusive o certo e o errado? E a mídia faz apelos persuasivos à prostituição. Como afirma Lin Joshnson, "os adolescentes vivem em uma sociedade em que a mídia usa o sexo para vender tudo e exalta o sexo fora do casamento. [...] Os mesmos são pajeados, entretidos e hipnotizados pala televisão. [...] No entanto, a maioria das coisas que assistem divergem e escarnecem dos preceitos e valores bíblicos. O mesmo cardápio se difunde na indústria dos filmes, livros e revistas" (2003, p. 19). E não podemos deixar de citar as redes sociais, onde muitos, por falta de maturidade, têm se tornado presas fáceis, devido à exposição excessiva e, como resultado, vivem com suas mentes confusas.

D iante da realidade exposta sobre os adolescentes, como a Escola Dominical pode

influenciá-los positivamente? O que fazer para que os mesmos tenham forças para renunciar a tantos apelos deste mundo e seguir a Cristo?

Se a família tem falhado, a educação secular e a sociedade têm tomado rumos diferentes, a Igreja, por sua vez, não pode abrir mão destas vidas. É inadmissível que isso aconteça. É bem verdade que nosso objetivo não é colocar nos ombros da ED toda a responsabilidade, mas enfatizar que a mesma é uma agência transformadora que, através do ensino da Palavra e do Espírito Santo, pode ajudar os adolescentes a resplandecerem como astros no meio de uma geração corrompida e perversa (Fp 2. 15).

Humanamente falando, é muito difícil, grandes são as dificuldades, as barreiras parecem intranspo­níveis, mas servimos ao Deus Todo-Poderoso, que trabalha para aquele que nEle espera (Is 64.4), e sabemos que para Ele, nada é impossível (Lc 1.37). Precisamos acreditar que o Senhor peleja por nós!

Vale ressaltar que a Escola Dominical deve ser prioridade, tendo em mente que não é uma ED rotineira, um simples encontro de uma hora e meia na manhã de domingo que fará diferença na vida do adolescente. Precisamos nos esforçar e termos bom ânimo. Para influenciarmos positiva­mente nossos alunos, a ED precisa tomar algumas atitudes indispensáveis, dentre elas:

N S I N A D OroícTÂh

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1) Precisa ser uma Escola receptiva, atraente, criativa, que procure de forma sábia alcançar o aluno de forma integral.

2) Conhecer e amar o adolescente.Por estar numa fase de transição, o humor do

adolescente oscila muito: ora estão alegres demais, ora ficam tristes com facilidade, e muitos terminam extravasando suas dores através de suas atitudes, enquanto outros trazem consigo um silêncio aflitivo. Daí a grande necessidade de conhecer e amar esse público-alvo, a fim de que eles se sintam aceitos e compreendidos. Mesmo quando agem da forma que não gostaríamos, não podemos desistir de ajudá-los. Não adianta qualquer sacrifício de nossa parte se não tivermos amor ( 1Co 13.1-3).

3) Levá-los a ter uma experiência com Deus.Quem faz a obra é o Espírito Santo, mas o pro­

fessor da ED é o instrumento que pode incentivar op adolescente. Essa é uma tarefa imprescindível, pois ainda temos um número considerável de ado­

lescentes que freqüentam nossas Escolas Dominicais e que ainda não tiveram uma verdadeira experiência

com Deus. E não estou aqui subestimando a espiritualidade dos que já desfrutam de uma

comunhão com Deus.4) Amar a Bíblia.Salmos 119. 9,11 nos diz: "Como purifi­

cará o jovem o seu caminho? Observando- -o conforme a Sua Palavra"; "Escondi a Tua

palavra no meu coração, para não pecar contra Ti". A Palavra de Deus é de vital importância.

Ela não é apenas um livro em que há textos complexos, mas um livro que traz respostas a todas as suas ques­tões. Nossos alunos precisam ser incentivados a tê-la como alimento

diário e fundamental, agindo assim terão os princípios e a verdade cristã internalizados.

5) Necessitamos de professores que: a) Sejam vocacionados;

b) Tenham graça e unção;c) Preparem aulas criativas - Aulas m onó­

tonas, sem novidades, jamais impactarão adolescentes, pois eles amam realizar tarefas

interessantes, que estejam dentro de sua faixa etária. Esses alunos não suportam o excesso

de aulas expositivas, daí a necessidade de variarmos os métodos de ensino;

d) Tenham um ensino de qualidade- Para isso, o professor precisa ter base bíblica e argumentos convincentes,

pois esses alunos não aceitam respos­tas vagas, querem um ensino que vá

direto às suas necessidades e não simplesmente historias bíblicas; querem respostas concretas e reais para seus dilemas. Agindo assim, os alunos terão uma aprendizagem significativa;

e) Saibam ouvi-lo, tenham um ombro amigo e sejam conselheiros confiáveis.

6 ) A ED deve fazer parcerias com outros departamentos da igreja, a fim de envolvê-los em diversas atividades na igreja, canalizando, assim, a força e a energia dos adolescentes na obra de Deus.

7) Promover encontros com os pais para estu­dos sobre adolescência - Esses encontros também são uma oportunidade para o professor conhecer mais sobre cada aluno através dos seus pais.

Em suma, a Escola Dominical que vive de acordo com os itens citados é, sem dúvida, uma Escola que conquistará seus adolescentes, pois a mesma será um ponto de apoio e também uma base de treinamento espiritual, onde nossos alunos serão fortalecidos na fé. ^

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e seu diaNão importa se você é professor, homemou mulher. Estes pequenos mas poderosos livrosdarão um minuto de inspiração e encorajamentopara você! Escritos por Stan Toler - autor de maisde 90 livros, incluindo A Excelência do Ministério,Repense a Vida e Treinador de Líderes - estes livros,parágrafo por parágrafo, frase por frase,vão lhe dar insights que colocarão vocêna posição vencedora. E então,você tem um minuto para você mesmo?

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As Obras de ArmínioJacob Arminio

evangélica brasileira em maioria, se identifica

com a visão arminiana, porém, até a presente data, não havia

em português toda a extensão do pensamento deste importante teólogo

reformado acerca da Predestinação, Providência Divina, o livre-arbítrio, a Graça de Deus, A divindade do filho

de Deus e a justificação do homem, entre diversos outros assuntos.

Esta obra vem preencher esta importante lacuna. Por tudo isso, a

CPAD tem a alegria de poder oferecer à igreja brasileira a oportunidade

de conhecer e se aprofundar no pensamento contido nas obras de

Armínio.

Visite o site do livro E acesse artigos, vídeos

E muito mais.

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