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gtscipulado p e r ig o de o aluno ^ tornar-se mais dependente - do professor do que de Deu; 1 Rodízio ISSN 1519-7182 I st T Ano 5 - n° 18 - [email protected] - R$ 4,90 Entrevista com Gilbert Beers, pastor e educador norte- americano com larga experiência em currículos de ED Pastor Eiiezer de Lira e Siiva trata das ameaças ao convívio familiar Dinâmicas de grupo Subsídios para a Família Crista Pastor Antonio Gilberto e as formas para se adquirir conhecimento

Ensinador Cristão 18

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Page 1: Ensinador Cristão 18

gtscipuladop e r ig o de o aluno ^ tornar-se mais dependente - do professor do que de Deu;

1 Rodízio

ISSN 1519-7182

I st TAno 5 - n° 18 - [email protected] - R$ 4,90

Entrevista com Gilbert Beers,

pastor e educador norte-

americano com larga

experiência em currículos de ED

Pastor Eiiezer de Lira e Siiva trata das ameaças ao convívio familiar

Dinâmicas de grupo

•Subsídios para a

Família Crista •

Pastor Antonio Gilberto e as

formas para se adquirir

conhecimento

Page 2: Ensinador Cristão 18

"Será que tenho as qualidades que um líder precisa?"

9 e d m té f'MS

t f t l M â X iW 1̂ 1

$0/1 da lê eu > w Vn lhe 9eu

Moisés e G id e ã o t iveram esta mesma dúvida.

Desperte o Líder que há em VocêGeorge BarnaSer um líder não é fácil. As expectativas geradas e as responsabilidades da função levam muitos líderes a questionarem suas qualidades, métodos e vocação.Através de 9 estratégias, este livro ajuda a aflorar o dom da liderança que há dentro de nós e descobrir o estilo pessoal de exercê-lo.

Formato: 14,5 x 22,5cm

Autor:George Barna é o fundador e presidente do B arn a R esearch Group nos EUA, uma empresa de pesquisa de marketing.Autor de mais de 30 livros de sucesso, também é preletor em conferências sobre liderança e ministério em todo o mundo.

N as livrarias evan g é licas ou pelo 0 3 0 0 - 7 8 9 - 7 1 7 2 CBO(custo da ligação R$ 0,30 por minuto + impostos) www. cpad. com. br

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0

Page 3: Ensinador Cristão 18

Ano 5 - n° 18 - abr-maio-jun/2QC

S d it o n ú ll

CONHECER PARA NÃO ERRAR0 SEGUNDO TRIMESTRE DE 2004 JÁ CHEGOU... QUEM DIRIA, NÃO É MESMO? ISSO NOS F A l

LEMBRAR QUE O 4o CONGRESSO NACIONAL DE ESCOLA DOMINICAL ESTÁ PRÓXIMO! SIGNIFICA

DIZER QUE EM BREVE A QUALIDADE DO ENSINO MINISTRADO NAS EDS EM TODO PAÍS VAI

MELHORAR AINDA MAIS. NAS PÁGINAS 46 E 47 DESTA EDIÇÃO, VOCÊ PODERÁ CONFERIR

TODOS OS DETALHES DESTA PROGRAMAÇÃO INDISPENSÁVEL PARA O APERFEIÇOAMENTO DO

CORPO DOCENTE DAS IGREJAS.

AO LADO DE GABARITADOS PALESTRANTES NACIONAIS, ESTARÃO NO CONGRESSO OS EDUCADORES

NORTE-AMERICANOS MARLENELEFEVER E GILBERT BEERS, AMBOS COM LARGA EXPERIÊNCIA NA ÁREA

DE EDUCAÇÃO. A ENSINADOR CONVERSOU COM OS DOIS PARA QUEVOCÊPOSSA CONHECÊ-LOS UM

POUCO MAIS ANTES DO EVENTO. A PROFESSORA MARLENELEFEVER, QUE TEM PARTICIPADO DE VÁRIAS

CONFERÊNCIAS PROMOVIDAS PELA CASA, ESTÁ NA SEÇÃO EXEM PLO D E M ESTRE. JÁ, PASTOR GILBERT

BEERS, NA CONVERSA FRANCA. ESSAS ENTREVISTAS, CERTAMENTE, IRÃO EDIFICAR SUA VIDA.

ENQUANTO O CONGRESSO NÃO CHEGA, EXPLORE BEM A SUA ENSINADOR. OS ARTIGOS DESTE

TRIMESTRE VÃO INTERESSAR A TODOS- DESDE DISCIPULADORES ATÉ SUPERINTENDENTES. OS

TEMAS FORAM TRATADOS DE MANEIRA CLARA E PRÁTICA. NÃO PODEMOS DEIXAR DE DESTACAR,

AINDA, A SEÇÃO BOAS ID ÉIAS , COM SEIS DINÂMICAS DE GRUPO NA ÁREA DA FAMÍLIA -

EXCELENTE RECURSO PARA AS CLASSES DE JOVENS E ADULTOS. E O MELHOR: PODEM SER

APLICADAS NAS OUTRAS CLASSES. GUARDANDO-SE, É CLARO. AS DEVIDAS PROPORÇÕES.

QUE SUAS M as DE ABRIL, MAIO E JUNHO SEJAM COBERTAS PELA UNÇÃO DEDEUS, FAZENDO

COM QUE A ESCOLA DOMINICAL DA SUA IGREJA CRESÇA. UM POVO INSTRUÍDO NA PALAVRA

CONSTITUI-SE EM UMA IGREJA FORTE E ENRAIZADA. LEMBREMOS DO ALERTA DEIXADO POR JESUS:

i “ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS", M T22.29.

Andréia D i M are

Presidente do Conselho AdministrativoJosé Wellington Costa Júnior

Gerente FinanceiroWalter Alves de Azevedo

Gerente de ProduçãoRuy Bergsten

Editor-chefeAntônio Pereira de Mesquita

Design & EditoraçãoRafael Paixão

FotosSolmar Garcia

Atendimento a igrejas e livrariasJefferson Freitas, Lucimar Rangel, Marcela Fernandes, Osman

Bernardo, Renata Meirelles e Ricardo Silva

Atendimento para assinaturasFrancis Reni Hurtado e Sebastião Peçanha de Souza

Fones 21-2406.7416 e 2406-7418 assinaturas@ cpad.com .br

SAC - Serviço de atendimento ao consumidorAndréia Célia Dionísio Fone 0800-701.7373

Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral, lançada em novembro de 1999, editada pela Casa Publicadora das Assem­bléias de Deus.Correspondência para publicação deve ser endereçada ao Departamento de Jornalismo. As remessas de valor (paga­mento de assinatura, publicidade etc.) exclusivamente à CPAD. A direção é responsável perante a Lei por toda ma­téria publicada. Perante a igreja, os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a opinião da revista. Assegura-se a pu­blicação, apenas, das colaborações solicitadas. O mesmo princípio vale para anúncios.

Presidente da Convenção GeralJosé Wellington Bezerra da Costa

Diretor»executivoRonaldo Rodrigues de Souza

Gerente de PublicaçõesClaudionor Corrêa de Andrade

Gerente de VendasCícero da Silva

EditoraAndréia Di Mare

Promotor de Vendas de PeriódicosAlian Viana de Aquino, Anselmo Mourão

e Alexander dos Santos Costa

Casa Publicadora das Assembléias de DeusAv. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP 21852-000 -Rio de Janeiro - RJ - Fone 21-2406.7403 - Fax [email protected]

Número avulso:R$ 4,90 Assinatura anual: R$ 19,60 Vendas: 0300-789.7172

Page 4: Ensinador Cristão 18

M tlS V R fc l

S c c m ã r U O '

06 "Estou com a classe de adolescentes! E agora?

14 Quando a estabilidade do lar é ameaçada

27 Ofício de ensinar

30 Rodízio de professores na ED

44 Sutil tendencia

48 A caminho do êxito

Seçoes

05 Espaço do Leitor

10 ED em Foco

11 Conversa Franca

17 Exemplo de Mestre

18 Antonio Gilberto

22 Reportagem

29 Sala de Leitura

33 Boas Idéias

46 Em evidencia

Lições Bíblicas [MM36 Subsídios para a Família Cristã *-■ Tfo

AssinaturaSe v o c ê n ã o

ESTÁ RECEBENDO SUA ASSINATURA

LIGUE

21-2406.7416| 2406.7418

S etor de C irculaçãoA RECLAMAÇÃO VALE PARA QUALQUER UM

DE NOSSOS PERIÓDICOS

Mensageiro da Paz Obreiro • GeracãoJC M ulher, Lar & Família Cristã * Resposta Fiel

Ensinador Cristão

[email protected]í

Divulgue as atividades do Departamento

de Ensino de sua igreja

Entre em contato com Ensinador Cristão

Avenida Brasil, 34.401, Bangu Rio de Janeiro (RJ)

CEP 21852-000

Telefone 21-2406.7403 Fax 2406.7370

[email protected]

Page 5: Ensinador Cristão 18

sábado à noite nunca mais foram os mesmos.Luis Carlos Nascimento França Poremail (PA)

Assinante recomendaSou professora de ED na igreja onde congrego. Quando conheci a Ensinador Cristão não me contive e logo fiz a assinatura. Esta revista tem sido de grande valor espiritual na minha vida. Terei sempre prazer de indicá-la a outros professores. Eunice Maria de Lima Por email, Cachoeirinha (PE)

Antigo TestamentoParabéns pelo trabalho que vocês desenvolvem no Brasil e no mundo no que tange ao ensino da Bíblia. Aproveito para felicitar o pastor Esequias Soares pelo ótimo comen­tário do tema Visão panorâmica do Antigo Testamento, estudado nas classes de Jovens e Adultos do 2o trimestre de 2003.Fernando Souza dos Santos Por email (BA)

Divulgação no congressoParticipei do Io Congresso de Educação e Evangelização Infanto- juvenil e recebi um exemplar da Ensinador Cristão. A revista, de ótima qualidade, é um material indispensável a professores tanto de ED como de Educação Infantil.Rosinei A. R. Oliveira Por email (MG)

ReconhecimentoNão tenho palavras para expressar minha gratidão a Deus pela existência da Ensinador Cristão. A cada edição, sinto mais a presença de Deus. Parabéns à CPAD por editar um material tão edificante. Também parabenizo pelas revistas de ED da classe de Jovens e Adul­tos. Elas têm nos ajudado muito, em especial a orientação didática.José Valcélio de Souza MilIiã (CE)

Material de qualidadeEstou satisfeito pela qualidade material e didática da Ensinador Cristão. (...) As idéias propostas pela revista têm tomado as aulas mais dinâmicas e interessantes.Isaac dos Santos Evangelista Queimadas (BA)

Braço forteFaço menção aos subsídios contidos na Ensinador Cristão, que têm nos ajudado muito na compreensão das lições. As dinâmicas de grupo trazidas na seção Boas Idéias são como braços fortes para ensinarmos a igreja de forma didática e provei­tosa. Espero que os irmãos continu­em nos ajudando a servir o Mestre através de ensinos relevantes em nossa ED.Elói Pereira dos Santos Por email, Mairiporã (SP)

Sou leitora assídua da Ensinador Cristão. Como professora da ED, acho esta revista uma fonte inesgo­tável de conhecimento e estratégias para o desempenho das atividades e construção do saber.Maria da Luz Gomes e Silva Pirapeiims (MA)

Estudos reformuladosQuero felicitá-los pela obra que está sendo realizada de norte a sul do país através da Ensinador, não

d a A e c t & i

MAÇÃO EGRAL DO FE SS O R

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pr0fes*>or:

Comunique-se com a Ensinador CristãoP o r c a rta : Av. Brasil, 34.401, Bangu-21852-000, Rio de Janeiro/RJ

P o r fax : 21-2406.7370 P o r e m a il: [email protected]

Sutz- ofUttião- é úwfiotáaítte etá&!D ev id o às lim ita çõ e s d e es p a ç o , as ca r ta s serão selecionadas e transcritas na íntegra ou em trechos considerados m ais significativos. Serão publicadas as correspondências assinadas e que contenham nom e e endereço com pletos e legíveis. N o caso de uso de fax ou e-m ail, só serão publicadas as cartas que inform a­rem tam bém a cidade e o Estado onde o leitor reside.

Page 6: Ensinador Cristão 18

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Alcançar o coração dos adolescentes significa entender

ecentem ente deparei- me com uma irmã re­clamando que em sua igreja quase não havia

adolescentes. Tal fato se repete em inúmeras igrejas. Fiquei a pensar qual seria o motivo des­sa ausência de adolescentes. É certo que trata-se de uma fase trabalhosa, que se

facilidade sedtizida pelos prazeres do mundo. M as, por outro lado, poucas são as igrejas com professo­res preparados para atuar com ado- lescentes. Muitos se negam a dar aula para esta faixa etária e os superinten­dentes de Escola Dominical, muitas vezes, precisam "laçar qualquer ir­mão" para assumir esta classe.

Será que não estamos negligen­ciando o Ide de Jesus quando não preparamos pessoas para a missão de trabalhar com adolescentes? Os que desejam lidar com esta faixa etária precisam estar convictos da

que estão tomando nas mãos.

Professor nota 10

"Ah, mas meu trabalho toma muito o meu tempo e quase não me resta oportunidade para me dedicar ao estudo da lição! Te­nho tantas coisas para fazer em casa! Eu leio a lição toda para eles, mas adolescente não pres­ta atenção em nada! Nunca tive oportunidade de fazer um cur­so, por isso minha aula não é tão boa quanto poderia ser se eu tivesse um curso" - descul­pas e mais desculpas! E assim que costumamos fugir da nos­sa responsabilidade e maquiar nossas imperfeições.

Conheço muitos professo­res de ED que jamais entraram numa faculdade, mas são os

melhores professores que já vi. Há outros que exer­

cem m uitas outras funções, mas sempre

acham tempo par, preparar uma boa

aula. Acho que a p alav ra-ch av e para este ma

d icad os, que, ao

entrarem em sala

de aula.

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trazem muito mais do que* aquilo que está na revista.

Trazem experiência de vida, complementos e subsídios dou trinários, criatividade nas tare­fas e amor, muito amor pelos.: alunos. —J

Se você almeja ser professor, antes de olhar para seus alu­nos, olhe para dentro de si mes­mo e questione-se:

Sou um p ro fessor eficiente? Você consegue transmitir clara­mente a mensagem que quer passar para seus alunos?

E stou p rep arad o p a ra dar aula? Você conhece bem o as­sunto? Sabe como sair de situ­ações embaraçosas sem trau­matizar ninguém (principal­mente a você mesmo), caso não saiba responder a uma pergun­ta? Seus problemas pessoais não estão atrapalhando sua aula? Está preparado espiritu­almente para guerrear contra o inimigo?

Procuro in form ações a d ic i­onais em outras fon tes que não seja apenas a rev ista de m es­tre? Seus alunos não querem al­guém que lê a revista com eles! Eles querem alguém que traga algo mais.

Em minha classe tenho um d esafio : duas m eninas que sempre compram a revista de mestre, pois são filhas de pas­

tores (uma delas é filha do su­perintendente da ED). Ja­

mais pensei em proibi-las

de usar a revista de mes­tre. Isso significa que elas estão a procura de algo mais para suas vi­das. E isso faz com que eu seja for­çada a buscar outras fontes para en­riquecer a aula.

Tenho a sim patia e a confiança de m eus a lu n os? Sua classe precisa admirá-lo como professor e ver em você a pessoa em quem pode confi­ar seus segredos se um dia precisar. Um professor é um misto de amigo- pai-psicólogo. Temos que ter um om­bro amigo sempre disponível, uma palavra sábia para instruir, uma vi­são capaz de entender o que cada atitude representa nas "entrelinhas".

C onsigo m e a v a lia r co n stan te ­m ente a f im de id en tificar meus p ró ­p r io s erros e bu scar co rr ig i- lo s o m ais d ep ressa p o s s ív e l? Quantas vezes nos pegamos apontando o erro dos adolescentes e nos esquecemos de que também temos nossos própri­os erros que precisam ser corrigidos! Se você fosse seu aluno, gostaria da sua aula?

M inha resp on sab ilid ad e com es ­ses alunos está além da sa la de aula? Não basta ser professor somente no domingo. O bom professor busca saber porque seu aluno não compa­receu no culto à noite, se está bem no colégio e com a família, organiza passeios etc. Aquelas vidas são mui­to importantes e a dedicação deve ser integral. Além do mais, você não é chamado de professor apenas nas manhãs dominicais; isso pressupõe que o seu papel como professor é integral. Lembre-se, você é observa­

do pelo olhar atento e crí­tico de seus alunos o tempo todo.

M as, e tem po para m e de­d icar tan to assim ? E m inha v ida particu lar? É o que você pode estar se perguntando. O tempo que você estiver na igreja já é um bom começo! E, se seu problema é falta de tem­po, a solução é simples: o mes­mo Deus que te confiou esta tarefa, também é o dono do tempo. Ore! Ele vai te dar as oportunidades certas, na hora certa. Creia, oração funciona mesmo!

Características do adolescente

O potencial do adolescente é extrem am ente grande. Se você souber explorar esse po­tencial, terá um grupo aplica­do, cheio de vida e vontade de fazer algo para Deus. Vejamos as principais características dos adolescentes:

São extrem am ente qu estio- nadores. Não basta dizer "isso não pode"; tem que se expli­car o porquê de tudo, com res­postas convincentes e imedia­tas. Do contrário, o adolescen­te pode até perder a confiança no professor. Não diga que eles precisam jejuar; mostre- lhes como jejuar, jejue com eles, jejue por eles. E se você não sabe responder algu-

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1 BSi^' '■ f-

ma pergunta, não se envergonhe! Ninguém é

expert em Teologia. Só o próprio Deus. Seja sincero e diga "não sei, mas vou pro­curar saber para responder a v o cê". E procure mesmo! Seus alunos vão apreciar ter um professor sincero, com imperfeições como qualquer ser humano, mas que busca se superar, do que ter um p rofessor m etido a saber tudo, que na realidade pensa enganar a classe com respos­tas ambíguas e reticentes.

P ossu em tem p eram en to in s táv e l. Numa hora estão alegres e motivados e, de um momento para o outro, po­dem entrar em depressão. É preciso com preender cada momento do adolescente e saber conduzi-los. Além dis­so, é na fase da adolescência que nosso corpo sofre as mu­danças mais radicais num curto espaço de tempo. Isso mexe com a cabeça deles. A

necessidade de aceitação

“Se você quer 1 conquistar o adolescente, tem que aprender a entrar no universo dele e respeitar seus limites”

aflora de forma devastadora, en­quanto o corpo começa a mostrar si­nais de mudanças que podem cau­sar dor, medo, ansiedade, vergonha etc. Os sentimentos parecem surgir em doses extremas (sentimentos psi­cológicos, afetivos, sexuais etc).

N ão se contentam com au las m o­nótonas. O professor de adolescen­tes precisa trazer para os dias de hoje a aplicação do ensinamento. A maio­ria dos adolescentes não quer somen­te saber porque Moisés abriu o Mar Vermelho; eles querem que digamos o que isso tem a ver com o que ele está sentindo ou vivendo hoje.

Possuem uma linguagem própria. O professor precisa saber se comuni­car no "dialeto" do adolescente -não me refiro a gírias, comuns entre eles, mas a uma linguagem própria para a idade deles. Por exemplo: não dá para aconselhar uma adolescente a esperar de Deus um "varão valoro­so". Devemos aconselhá-la a esperar por um "garoto que seja temente a Deus, estudioso, bom filho e dedica­do aos trabalhos da igreja porque, do contrário, ela vai se dar mal, sofrer muito na vida". Precisamos falar cla­ramente, numa linguagem que nos­sos jovenzinhos entendam! Não quei­ra usar palavras d ifíceis para impressioná-los. Isso surte o efeito

contrário . O a d o le sce n te

fica enjoado da aula enunca mais volta!

O universo do adolescente

Muitas vezes queremos que o adolescente saia do universo dele e venha para o nosso, as­sumindo uma postura de adul­to. Precisam os com preender que vivemos em universos psi­cológicos diferentes. Se você quer conquistar o adolescente, tem que aprender a entrar no universo dele e respeitar seus limites.

Lembra como você ou algum am igo seu reclam ava que os adultos não os compreendiam? Isso é normal, são os diferentes universos p sicológicos. Hoje você entende bem mais os por­quês da vida do que quando ti­nha 15 ou 17 anos. Na verdade, o adolescente quer ser compre­endido, ouvido, am ado, mas nem sempre sabe expressar isso de uma forma eficiente.

Tenho um aluno muito fa­lante, com um NA do tamanho do mundo (chamamos de NA a Necessidade de Aparecer). To­dos nós (jovens ou adultos) te­mos NA. U ns p ossu em NA enorme, outros já conseguem controlá-lo. Mas nos adolescen­tes parece que o NA extrapola lim ites. Esse aluno era exata­mente assim. Falava o tempo todo. Atrapalhava a aula. Cria­va inimizades porque se acha­va o melhor e o mais bonito e fazia questão de tentar provar isso aos colegas. Mas todo pro­fessor precisa ter um faro de psicólogo para identificar o que está "escrito" no comportamen­to de cada vida sob sua respon­sabilidade. Procurei saber mais a respeito dele e descobri que vinha para a igreja com um primo. Os pais

Page 9: Ensinador Cristão 18

casa, a atenção era voltada para o irmão mais velho, trata­

do como "o inteligente da famí­lia", enquanto este meu aluno era tratado como o "garoto-pro- blem a". Não era de se admirar que seu com portam ento fosse tão reprovável. Era assim que ele conseguia a atenção das pes­soas.

Um dia, após o térm ino da aula, chamei e abracei esse alu ­no. D isse-lh e que o am ava e que ele era um dos mais in te li­gentes da classe (e era mesmo), mas que o fato de ele falar o tempo todo atrapalhava muito a m inha aula e fazia com que tira s s e a a te n çã o de to d o s. "Você tem um grande potenci­a l" , disse-lhe, "e quero ajudá- lo a desenvolver esse potenci­al para Deus. Sei que esse é o seu jeito de ser e eu não quero fo rçar a m udá-lo con tra sua vontade. Mas se você puder, de vez em quando, dar uma tré­gua para essa professora que te ama m uito, vou me sentir re­co m p en sa d a !" Era um apelo sincero. E o garoto com preen­deu. E claro que ele continua falante, mas sinto que está se esforçando para controlar seu NA. Não posso querer que ele p e rm a n e ça m udo e n q u a n to dou aula. Então, passei a usar seu potencial pedindo-lhe sua opinião sobre vários assuntos relativos à lição . Quando ele opina de forma correta, não me privo de elogiá-lo. Quando fala besteiras, repreendo com cari­nho e peço opinião para outro aluno. Isso tem surtido efeito. Por se achar o melhor, ele vai

querer sempre ter a resposta certa e, para isso, terá que

estudar a Bíblia.

Para fazer com que sua aula seja mais atrativa, deixamos aqui algu­mas dicas:

• D inâmicas de grupo. Com as dinâmicas de grupo, o adolescente aprende na prática a m ensagem que você deseja passar.

» jograis e representações. Colo­que os alunos para representar pas­sagens bíblicas ou situações com as quais, através da representação, eles possam m ostrar as soluções para seus problemas.

• M aterial didático. Use e abuse de quadros, mapas, diagramas, re­portagens de jornais, letras de mú­sicas etc. Ex.: Para falar sobre na­moro, iniciei minha aula distribu­indo uma cópia de uma música do mundo que diz "já sei namorar, já sei beijar... não sou de ninguém ". Calma, não se espante! Minha in­tenção não era ensinar a música para eles! Peguei a letra na Internet e fiquei horrorizada com o que ela dizia. A música fala do namoro per­vertido que ocorre com os adoles­centes do mundo. Sei que meus alunos são constantemente subme­tidos às críticas do mundo e ques­tionados a respeito de seus padrões morais por colegas no colégio ou na rua onde moram. Por isso, m i­nha intenção foi saber qual a opi­nião deles sobre o assunto. Procu­rei ouvir o que eles tinham a falar a respeito. A aula foi participativa, dinâmica e muito proveitosa! Des­cobri que alguns ali não sabiam de­fender sua opinião do ponto de vis­ta bíblico. Mas, o melhor de tudo foi que, aqueles que sabiam, ensi­naram aos demais. Saí da aula sa­tisfeita com eles! Minha dedicação não estava sendo em vão.

• Traga um visitante para ajudar na aula. Alguém que possa dar um testem unho, contar algo interes-

e x p e riê n c ia de vid a. Gosto de convidar o pastor da minha igreja para ser "en­trevistado". Monto um am­biente especial, com micro­fone de repórter e uma im i­tação de câmera (uma caixa de sapatos preparad a em forma de câmera de film a­gem), e os adolescentes fi­cam livres para perguntar o que quiserem sobre questões pessoais ou espirituais. Isso é bom para fazer com que haja uma aproximação m ai­or entre o pastor e suas ove­lhas adolescentes.

Seja criativo. Tento sem­pre fazer alguma coisa dife­rente a cada domingo. Nem sempre consigo, mas tento! Na lição sobre nossa identida­de com Cristo, por exemplo, copiei no computador uma carteira de identidade, tro­quei algumas palavras para torná-la uma "C arteira de Identidade do Céu" e distri­buí para todos. Se não tives­se computador, usaria a má­quina xerox ou desenharia uma a uma. O importante é saber usar aquilo que tenho nas mãos de forma criativa.

A m issão é para todos que desejam depender da graça e da m isericórdia de Deus. Descubra em você o amor por essas almas e não se preocupe. Deus te deu um ta len to . Q uanto você vai granjear?

Page 10: Ensinador Cristão 18

Amazonas recebe pela | Conferência de Escola D

AAD em Manaus, liderada pelo pastor Jonatas Câma­ra, recepcionou a 6o Con­ferência de Escola Domi­nical, promovida pela CPAD. Estive­ram presentes mais de 1,5 mil pesso­as que freqüentaram um ciclo de pa­lestras relacionadas ao ensino na Es­cola Dominical. "Deus agiu de forma gloriosa!", exulta pastor Jonatas ao avaliar o resultado dos quatro dias de conferência. "Foi uma experiência

inédita na Região Norte, e superou todas as nossas expectativas", afirma.

Sob o tema "Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento", Rm 12.2, o evento contou com a presença dos pastores Antonio Gilberto, Claudi- onor de Andrade, Eliezer Morais e Davi

Fotos: Silas Ramos

Ronaldo Rodrigues de Souza, díretor-executivo da CPAD, recepciona em plenário líderes assembleia- nos e palestrantes. Em primeiro plano, da esquerda para a direita, pastores Wellington Júnior, Jonatas Câmara, Orcival Xavier, Sebastião Andrade e João Kolenda Lemos

EH ♦ ♦

Nascimento. Os professores Albertina Malafaia, Helena de Figueiredo, Anita Oyaizu, Débora Ferreira e Marcos Tuler também fizeram parte do grupo de pa­lestrantes da programação.

Participação efetiva

Muitos inscritos tiveram que ven­cer desafios para comparecerem à con­ferência. O coordenador local do even­to, pastor Aurino Bandeira, reconhece que a Região Amazônica possui inú­meras dificuldades. "O povo da nossa região atravessa deficiência com mei­os de transportes, analfabetismo, difi­culdades na área financeira, mas nada disso foi motivo para desanimarmos na organização local do evento. Recebe­

mos irmãos que viajaram dias pelos rios da região. Alguns foram de canoa até um determinado lo­cal, para então entrar em uma embarcação maior que os levasse até Ma­naus", atesta. Pastor Aurino destaca que todo o esforço vale a pena no

Reino de Deus: "Muitos procu­ravam os prele- tores até nas horas de inter­valo para escla­recer suas dú­vidas".

Segundo a professora He­lena de Figuei­

redo, preletora na área dos primários e juniores, nem mesmo o calor de 40 graus desmotivou os conferencistas. "Tivemos a participação efetiva dos ouvintes. Questionavam, ansiavam pela troca de experiências. Foi oportu­no para o grupo descobrir novas me­todologias de aprendizado a partir das diferenças pedagógicas detectadas por essa troca de experiências", analisa, sa­lientando ainda que "não podemos deixar de frisar a preocupação que os professores devem ter em aprofundar seus conhecimentos com um estudo sistemático da Palavra".

Pastor Davi Nascimento, que dis­correu sobre a utilização de recursos audiovisuais no ensino cristão, sentiu a receptividade dos conferencistas ao apresentar alguns cartazes que confec­cionou para a ministração de sua pa­lestra. "Os professores ficaram feljzes de ver exemplos de recursos visuais. A utilização de cartazes, retroprojetor, datashow e outros equipamentos são fundamentais porque auxiliam no pro­cesso de ensino", declara.

Os desafios da pedagogia bíblica foi o assunto desenvolvido pelo pastor Eliezer Morais. "O grande desafio dos professores de Escola Dominical que utilizam a pedagogia bíblica é também utilizar a pedagogia do amor. Este sen­timento ajuda a minimizar as dificul­dades que possam surgir no processo de aprendizagem, além de gerar no professor a compreensão de que seu trabalho na igreja não é um favor dis­pensado ao pastor, mas um ministério concedido por Deus", enfatiza..

Pastor Wellington Júnior fala aos congressistas durante o evento

Page 11: Ensinador Cristão 18

Por Andréia Di Mare com tradução de Carla Ribas

Na perspectiva do ensinoy

r

Gilbert Beers, educador norte-americano que virá

ao 4o Congresso Nacional de Escola Dominical,

fala do desenvolvimento de currículos para a ED e enfatiza a construção do caráter a partir da Bíblia

Em uma pequena fazenda de grãos em Illinois, nos Estados Unidos, pouco depois do período da Gran­de Depressão, crescia Gilbert Beers, um menino que anos mais tarde viria a ser um instrumento nas mãos

do Senhor para estabelecer referenciais no processo de ensino tia Palavra de Deus. Sua história, porém, causa-nos impacto. "Éra­

mos muito pobres, assim como todos os fazendeiros da­quela época. Durante dois anos, nossa família

morou dentro de um vagão de trem, atrás do nosso celeiro de vacas. Mas nossa fa­

mília não faltava a uma Escola Do­minical sequer, em uma pequena igreja de um vilarejo distante cer­ca de 8 km da nossa fazenda", re­corda, afirmando que "foi lá que

aprendi a Bíblia, conheci sobre o Senhor e formei a compreensão

básica que me levou a aceitar Jesus quando adolescente".

Aos 16 anos de idade, Beers começou a dar aulas na ED para a classe mas-

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culina de juniores e, ao longo dos anos, esteve a frente de classes de adultos. Contudo, seu envolvimento maior tem sido na produção de cur­rículos para a Escola Dominical. Sua primeira oportunidade para desen­volver essa tarefa foi há 47 anos, quando assumiu o cargo de editor de Publicações sênior da Cook Communications Ministries. Com sua trajetória ministerial amadurecendo, Beers conquistou a presidência da Scriptnre Press M in istries e da Scripture Press Pnblications.

Ele desenvolveu, ainda, a filoso­fia educacional para Godprints, o cur­rículo contemporâneo da Cook, de onde também foi consultor e conse­lheiro da diretoria. Simultaneamen­te a suas atividades, Beers sempre en­controu tempo para escrever livros - já são mais de 40 publicados na área de Educação Cristã. Entre suas obras está a Bíblia passo a passo para crian­ças - uma publicação da editora Chariot Victor Publishing em co-edição com a Casa Publicadora das Assem­bléias de Deus.

Este ano, a igreja brasileira pode­rá aprender com a experiência de Beers. Ele será um dos preletores do 4o Congresso Nacional de ED, que acontecerá em julho. A Ensinador aproveita esta fase pré-congresso para apresentá-lo a você na Conver­sa Franca.

■ O que não pode faltar em um currículo infanto-juvenil de Escola Dominical?

O coração de qualquer currículo de Escola Dominical é a mudança que ele faz na vida do usuário fin a l. Um bom currículo deve ajudar o usuário a co­nhecer a Bíblia. A experiência do apren­dizado precisa ser com alegria e delei­te. Aceitamos as verdades da Palavra de Deus quando as vemos através das janelas da alegria, não quando elas são impostas a nós. O processo de aprendi­zagem também deve ser apropriado para a idade que se está trabalhando. Com

freqüência, esperamos que a criança veja algum atrativo na Bíblia do adul­to, e isto simplesmente não acontece. O aprendizado bíblico precisa ser apropri­ado para cada nível de idade ou de ma­turidade.

■ Independente das divergências teológicas que há entre tradicionais e pentecostais, o que diferencia os currículos de ED disponíveis no mercado?

“Gosto de desafiar

os pais a passarem com seus filhos, no mínimo,

o mesmo tempo que passam à frente da

tevê”C urrículos de Escola D ominical

tais como o da Cook e da Scripture Press têm sido usados por inúmeras denominações e igrejas independentes. Esses grupos representam um vasto alcance de diferenças doutrinárias. Mas o principal, e o motivo para que tantos grupos divergentes utilizem um currículo, é que estes currículos são designados para o ensino bíblico, não para o ensino das diferenças entre as igrejas. Algumas publicadoras deno- minacionais possuem seu próprio cur­rículo, ao qual adicionam material re­

ferente às distinções teológicas relaci­onadas às suas perspectivas.

Exceto essas diferenças denominaci- onais ou doutrinárias, cada currículo é diferente do outro na form a como abor­da o aprendizado bíblico. E como se al­guém perguntasse: "Quais são as dife­renças entre as várias marcas de auto­móvel?" A reposta é que todos eles pos­suem quatro rodas, um motor, um vo­lante e assentos, mas cada marca possui características únicas que ditam a dife­rença de uma para outra.

■ Há crianças que freqüentam a ED, mas crescem, em seus lares, sob padrões de conduta que não condi­zem com a Palavra de Deus. Nesses casos, como controlar a influência que a família exerce no caráter da criança?

Precisamos enfrentar a realidade que, mesmo dentro de muitos lares cristãos, os pais falham quanto à qualidade do tempo passado com os filhos. Gosto de desafiar os pais a passarem com seus f i ­lhos, no mínimo, o mesmo tempo que passam à frente da tevê. Se cada pai f i ­zesse isso, uma mudança revolucioná­ria ocorreria com as famílias.

I K idbuilders é um programa de li­teratura específica para alcançar cri­anças não-evangelizadas. Como as histórias da vida de Jesus sã*o tra­balhadas para gerar transformação no caráter das crianças?

Kidbuilders é baseado em 50 va­lores bíblicos, as pedras fundam entais do caráter cristão. Cada um deles ê aprendido nas 50 histórias sobre a vida de Jesus usadas neste programa. Por exemplo, aprendemos sobre a honesti­dade na história de Zaqueu. Ele men­tiu, trapaceou, roubou o seu povo e os enganou. Ele fo i um exemplo de pes­soa desonesta. Então, ele encontrou Jesu s, e Jesu s mudou a sua vida. Zaqueu tornou-se uma pessoa hones­ta da cidade. A verdade aprendida é que Jesus pode transformar uma pes­soa desonesta em honesta.

J

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■ O senhor elaborou a B íb lia p a s ­so a p asso , recomendada para cri­anças a partir de quatro anos. O que motivou a idealização dessa Bíblia?

Desenvolvi a Bíblia passo a passo porque a maioria das pessoas, até mes­mo cristãos adultos, não enxerga a Bí­blia numa perspectiva histórica. Uma certa manhã, em uma classe de adultos da ED, o professor pediu aos alunos que listassem as pessoas da Bíblia em uma ordem histórica: Moisés, José, Davi etc. A maioria fracassou no teste.

Idealizamos uma forma de as crian­ças verem como a Bíblia fluiu no curso da história. Por exemplo, os relatos de Ester, Esdras e Neemias dispostos den­tro da cronologia dos fatos.

■ Nas Bíblias infantis raramente estão inseridos todos os relatos da Palavra de Deus. Considerando sua experiência, ao se organizar uma obra para crianças, quais os critéri­os de seleção das histórias que irão integrar essa compilação?

Existem mais de 600 histórias na Bíblia. Quando selecionei as histórias para o livro de histórias bíblicas, consi­derei primeiro quais ensinavam os valo­res essenciais, aqueles que devem ser transmitidos à criança. Busquei relatos que se encaixavam no nível de idade que desejava alcançar. O relacionamento entre Davi e Bate-Seba, por exemplo, não é uma história para ser explorada em ensinos direcionados a uma criança em idade pré-escolar.

M Muitas crianças têm a tendência de aceitar Jesus sempre que escu­tam o convite no culto público. Tra- ta-se de uma reação natural da in­fância ou de algo que deve ser me­lhor trabalhado na ministração do ensino bíblico?

Muita coisa precede a decisão que uma pessoa toma de aceitar um convite durante um culto. Comigo, sendo um garoto de 16 anos, lutei por três meses com a dúvida de aceitar Jesus. Então, vejo que a questão é esta: o que estamos

fazendo para preparar o caminho para que a criança aceite Jesus; seja respon­dendo a um convite na igreja, seja ajoe­lhando-se ao lado da sua cama junto de seus pais? Precisamos ajudar a criança a aprender sobre como se tornar uma pessoa santa em Jesus Cristo, ajudá-la a compreender o significado da vida cris­tã e como viver como um verdadeiro f i ­lho de Deus. O momento da decisão ge­nuína poderá ocorrer em qualquer está­gio desse aprendizado.

■ Como falar da salvação para cri­anças especiais, fazendo com que elas tenham o pleno entendimento do Evangelho?

Há crianças especiais menos capazes e crianças especiais mais capazes. Todas as crianças acham difícil compreender o Evangelho quando muitos adultos ten­tam explicá-lo. Para evangelizar um adulto que tem uma "cesta" cheia de pecados acumulados é certo começar com o tópico sobre o pecado - ajudando-o a ver a si mesmo como pecador necessita­do de arrependimento e, assim, trazê-lo

Fotos: Arquivo pessoal

a Jesus. Mas para uma criança peque­na, embora de natureza pecaminosa, a questão do pecado não é tão óbvia. Gos­to de conversar com uma criancinha so­bre como tornar-se amiga de Jesu s , aprendendo a amá-lo e aceitá-lo porque Ele a ama também.

Podemos focalizar a “amizade eter­na" de Jesus. Então, uma criança per­gunta por que Jesus não pode nos levar para a sua casa como somos? E por que fazemos coisas ruins que são chamadas de pecado e que nos sujam por dentro? Então, explicamos que Jesus não pode levar coisas ou pessoas sujas para o seu Lar Perfeito, ou lá deixaria de ser o Céu. Assim, mostramos para a criança a ne­cessidade de pedir que Jesus limpe os nossos corações e as nossas mentes quando o aceitamos.

H O senhor participou do I o Con­gresso Nacional de ED, promovido pela CPAD em 1998. Qual foi sua impressão da Educação Cristã bra­sileira?

Fiquei muito impressionado pela pro­fundidade e amplitude do interesse e da preocupação com a excelência em Edu­cação Cristã.

■ Passados cinco anos, o senhor volta ao Brasil para participar da quarta edição desse Congresso. Sua palestra C onstruindo o ca rá fer d as cr ian ça s será m inistrada em duas partes. Comente sobre sua trajetória ministerial envolvendo esse tema.

Durante os últimos 47 anos, desde o início do desenvolvimento de currí­culos para o estudo da Palavra de Deus, dediquei-m e à construção do caráter a partir da Bíblia. Elaborei um material em torno do tema com 40 va­lores ou traços característicos, que ser­viu como ponto central de um currí­culo. Com o passar dos anos, tenho escrito mais de 150 livros, a maioria para o público infantil. Muitos deles trabalham o desenvolvimento do cará­ter na criança, .-es®

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/ í n t iy o -iPor Elíezer de Lira e Silva

Quando a es!

Para solidificar a convivência familiar é preciso reorganizar alguns pontos do cotidiano

A maior ameaça que uma família pode enfrentar é não ter Deus como seu centro, mesmo que o co­

nheça. Satanás sempre tentou desvi­ar o homem dos caminhos traçados pelo Senhor, e hoje usa meios cada vez mais sutis para desestruturar a família e, em decorrência, a igreja. Os pais devem estar atentos a tudo que possa am eaçar a m anutenção do bem-estar da família. Ao detectarem algo que comprometa o padrão de qualidade da vida familiar, devem, sem demora, restaurar esse padrão.

Deus deve ser reconhecido como Criador e Senhor, o único ser digno de todo o louvor, e isto deve ser pra­ticado no lar. Nada deve tirar o lu­

gar de Deus

em primeiro lugar em nossas vidas.No entanto, observamos um cer­

to desequilíbrio em pais que negli­genciam o cuidado com sua família por causa dos trabalhos na igreja. Lembremos do que disse o Senhor: "De que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" De que adianta trabalhar por uma igreja in­teira e perder sua própria família? Antes de ser um obreiro, o homem tornou-se sacerdote do seu próprio lar, assim que formou sua família.

A falta do culto doméstico

Em Deuteronômio 6.6-9, Moisés explica que a Lei deve ser, em todo tempo, ensinada no lar. Deus deVe

fazer parte

clusive, prepara os filhos para uma adoração de qualidade na igreja. É também uma forma de o homem de­senvolver o seu sacerdócio, e o seu próprio ministério (caso o tenha). E o momento propício para que os fi­lhos assimilem os conceitos básicos da vida cristã tanto para o presente quanto para o futuro. A Palavra ex­planada de forma sistemática no cul­to doméstico leva a criança à sabe­doria (2Tm 3.15).

Os pais devem tornar-se dignos de honra. Queremos que nossos fi­lhos vivam m uitos dias, felizes. Mais do que os pais, Deus quer. Para tanto, estes filhos devem honrar seus pais (Ex 20.12). Esta honra é devida mereçam os pais ou não, mas é mui­to mais nobre que estes pais façam por merecer a honra. Os primeiros

na vida da família, nem a própria famí­lia. Um marido deve amar a Deus mais que à sua esposa, uma esposa deve amar a Deus mais que ao seu marido. Assim fazendo, eles amar- se-ão com maior força e intensidade; o Senhor estará intermediando este amor. Deus espera que o coloquemos

de todos os m o­mentos da família. E obrigação dos pais apresentá-lo aos filhos sempre que possível. O culto dom éstico mantém a família agregada física, afetiva e espiritualmente. É um pe­ríodo de adoração familiar que, in­

exemplos dos filhos são seus pais. As crianças percebem as atitudes de seus pais (muito mais do que as pa­lavras) diante da vida, e inconscien­temente, muitas vezes, duplicam es­sas atitudes em suas próprias vidas.

m SmiMzdQn.'

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abilidade do

Não só como pais, mas como cris­tãos, deve-se ser exemplo para os fi­lhos. Exemplo de amor, retidão, per­dão, fidelidade, piedade, honestida­de, abnegação, solidariedade. Pais que se mostram exemplos destas vir­tudes são facilmente honrados por seus filhos e verão a recompensa do Senhor em suas vidas.

Ausência no lar

Uma outra am eaça à fam ília m oderna é a falta de tempo dos pais para conviver com os filhos e u su ­fruir momentos agradá­veis com sua fam ília. Es­co n d e n d o -se a trá s da busca pela provisão, os pais m odernos esque cem -se da convivên­cia familiar.

É necessário que os pais convivam com seus filhos para que possam lhes transm itir tanto os valores

Consumismo

A busca desenfreada pelo mate­rial ameaça não só a família como um todo, mas cada membro dela que incorrer neste erro. Na realidade, quando se busca as coisas de modo anômalo, peca-se de diversas for­mas: tira-se a pri- ^ v»- m a -zia de Deus na vida

mais dinheiro ou bens - de qualquer forma não são tratadas como próxi­mos, conforme a Bíblia ensina); a convivência familiar, quando existe, é prejudicada.

O materialismo resulta de um de­senvolvimento anormal do instinto aquisitivo do homem. Quando este não tem um conhecim ento sobre Deus nos padrões bíblicos, apega-se

a coisas de maneira que nunca vai se sentir satisfeito. Este

comportamento defor­ma o ser humano, le-

vando-o a ser uma pessoa

fria e ego- í s t a .

morais quanto os espirituais. Valo­res são passados através de vida em comum, de exemplo, de conversas ocasionais. A convivência dos pais com os filhos é imprescindível para uma vida familiar saudável.

(o deus agora é o dinheiro ou o que ele possa comprar); as pessoas já não são vistas como preciosas aos seus olhos, dignas de respeito (a não ser que sejam meios de se conseguir

sas sao perso­nificadas e as pessoas são reduzidas a

coisas.Essa realidade é

praticada na sociedade em geral e, gradativamen-

te, perm eia a fam ília. Nesse ponto, os familiares já não são va­

lorizados, as coisas e os projetos materiais assumem a prioridade na

m

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“Ao detectarem

algo que comprometa o

padrão de qualidade da vida familiar,

os pais devem, sem demora,

restaurar esse padrão”

vida do homem. Como resultado, o espaço que deveria ser usado com a Palavra do Senhor bem como os referenciais advindos do caráter de Deus são trocados pelos valores materiais do mundo.

A Bíblia é clara ao declarar que a prioridade deve ser o desenvol­vim ento do Reino de Deus (Mt 6.33), e esse Reino é constituído de vidas, não de coisas. É bom ressal­tar que, quando o m a te ria l é gerenciado de forma correta, ou seja, no seu devido lugar na escala de v a lo re s , D eus to rn a -se um partícipe nessa administração. As­sim, os bens constituem -se uma benção para a família e para o Rei­no de Deus.

Capitalismo

O capitalismo é um sistema eco­nômico que provoca na comunida­de a ele submetida uma falsa neces­sidade de se adquirir o supérfluo. Isso tem adquirido tanta força na sociedade a ponto de os próprios governos dos países capitalistas de­penderem do ciclo produção-consu- mo para sobreviverem.

O cristão responsável deve criar e manter uma resistência ao consu­mo desenfreado. Desta maneira, ele terá garantia de não entrar em difi­culdades decorrentes da má admi­

nistração financeira. Quando Jesus diz em Mateus 6.32-33 que "vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; mas buscai pri­meiro o Reino de Deus, e a sua justi­ça...", Ele está expressando um pa­drão de vida centrado em priorida­des. Uma família conduzida por um sacerdote responsável nessa área tem grandes possibilidades de viver num clima de tranqüilidade e segu­rança social.

Liderança em desequilíbrio

Deus criou a família com uma es­trutura bem definida. Paulo evoca essa estrutura quando fala da igre­ja. Cristo é a cabeça da igreja assim como o marido é a cabeça da mu­lher (Ef 5.23). Temos nesse particu­lar duas coisas a destacar: o amor do marido pela esposa e a submis­são desta esposa a seu marido.

A Bíblia é muito clara e não dei­xa espaço para exageros de ambas as partes. A esposa deve ser submis­sa a seu marido como ao Senhor. O marido, por sua vez, deve amá-la como Cristo amou a igreja, entre­gando-se a si mesmo por ela. E um amor sacrificia l. Amar a esposa mais que a própria vida. E tão fácil ser submissa a um marido assim!

Os desajustes nesta estrutura re­percutem na família. Os filhos de­vem ter referência de liderança mas­culina no lar. Quando a esposa é au­toritária e insubmissa, esta referên­cia se perde, causando prejuízos, às vezes, irreparáveis, principalmente para os filhos homens.

Da mesma forma, pais excessiva­mente autoritários tolhem a liberda­de de expressão dos filhos e da es­posa, tornando-os pessoas sem ini­ciativa, que terão dificuldades em se relacionar com o mundo externo à família. Os filhos de um lar dita­torial dificilmente serão bem-suce­didos como líderes, considerando que esse modelo de formação pro­

voca bloqueios nessa área. A estru­tura mostrada na Bíblia representa o equilíbrio que deve reinar no lar.

Lar em reconstrução

O p on to de p a rtid a p ara a reestruturação da família, à luz da Bíblia, é o conhecim ento mútuo tridimensional (espiritual, afetivo e social) entre o marido e a esposa. Assim como Cristo conhece a igre­ja, o marido também deve conhe­cer sua esposa - respeitando as de­vidas proporções.

A cultura que nos é imposta tem levado os cônjuges a uma intensa vida profissional. Esse fator vem sacrificando a vida relacional e, conseqüentem ente, embaraçando esse conhecim ento indispensável no processo da reconstrução fam i­liar.

Deus concedeu ao homem a res­ponsabilidade de ser o mentor es­piritual da sua mulher. Por isso, o conhecimento mútuo torna-se im­prescindível. Isto só pode ser ad­quirido com dedicação, atenção, perícia, m aturidade, paciência e, acima de tudo, conhecim ento da P alavra de D eus. É im p o ssív el uma fam ília chegar a um padrão de excelência no relacionam ento se o casal deixa a desejar nessa área. Uma vez que o casal *esteja ajustado, pode montar um plano de reconstrução com base na Pa­lavra de Deus e na oração, sem abrir mão da disposição para levá- lo a efeito.

Em meio a todos os desajustes familiares, até mesmo em meio ao caos, nada está perdido quando se deseja uma recuperação aos pés do Senhor. "Porque para Deus nada é im possível", Lc 1.37.

Elíezer de Lira e Silva é pastor na AD em Prado Velho, Curitiba (PR), e comentarista das Lições Bíblicas para Jovens e Adultos deste trimestre cujo tema é Família Cristã.

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Sxem fiC o-de 'THeáfoe ; Por Andreia Di Mare com tradução de Carla Ribas

. ... .....

Cinco minutos comMarlene LeFever

Professora norte-americana analisa a globalização, relacionando o comportamento das crianças de hoje com o ensino bíblico

c o m o d e muita gente. Que sin-

tam-se pouco confortáveis, e isso os incentive a criar métodos de ensino.

m

estre em Educação Cris­tã, conferencista e auto­ra dos livros Estilos de aprendizagem e Métodos

criativos de ensino (editados pela CPAD), Marlene LeFever é uma das preletoras internacionais de destaque no 4o Congresso Nacional de ED, a ser realizado entre 29 de julho e 1 de agosto, no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo. A seguir, você acompanha uma entrevista ex­clusiva que esta professora - um exemplo de mestre dos nossos tem­pos - concedeu à Ensinador Cristão.

Em termos culturais, o que pode­m os considerar universal na criança?

Essa é a primeira geração em que as crianças se parecem mais entre si do que com seus pais. Elas vêem os mes­mos filmes, vêem os mesmos progra­mas de televisão, ouvem as mesmas músicas, vestem a mesma roupa. Mui­tas delas têm a mesma atitude quanto à vida: "Eu vou viver para hoje, por­que talvez não tenha o amanhã". Mui­tas têm os mesmos medos - da Aids, morte do planeta, balas perdidas, vio­lência. A maioria delas, especialmente nas nações mais desenvolvidas, se pre­ocupa com o desaparecimento da fa­mília - o pai vai embora, nada é estável.

A g loba lização pode d istanciar as crianças da cultura de seus países?

A globalização é muito óbvia, mas existe o fato de as pessoas estarem indo em outra direção. Algumas nações es­tão percebendo que se não trouxerem as suas crianças de volta para a sua cultura, as perderão. Elas ainda têm as crianças, mas estas serão membros da nação do mundo, não do Japão, não do Iraque, nem mesmo do Canadá, e as­sim por diante.

Então, o p ro fessor de ED tem de estar aten to p ara a qu estão da g lo ­ba lização?

Se eu estivesse ensinando alunos entre as idades de 9 e 25 anos, eu ouvi­ria a música deles, veria os mesmos fil­mes que eles acham importantes, as­sistiria aos programas de televisão que eles assistem. Dessa forma, eu poderia fazer uma relação de tudo com o Jesus que eu ensino na Bíblia. Eu usaria a vida diária deles como lição. Muitas crianças, em muitos países, acham que a igreja é cercada por muros enormes, e o que acontece nela é completamen­te diferente do que acontece com o resto do m u n ­

do. É bem diferente o jeito que eles agem na igreja para o jeito que eles agem na escola e na rua.

Que contribu ição a irm ã espera que seus d o is liv ros la n ça d o s no B rasil traga p ara a E ducação Cris­tã em n osso país?

Espero que os professores leiam o Estilos de aprendizagem e mudem o jeito como ensinam. Nós temos perdido muitas crianças porque temos ensina­do a elas de um jeito ou de outro. Esti­los de aprendizagem não vai resolver tudo, mas vai começar a ganhar alguns de nossos filhos. As crianças não cos­tumam deixar a igreja por causa do Di­abo; elas deixam a igreja por causa dos cristãos, que não as amam, que ensi­nam a elas de uma forma que não en­tendem, que não tem nada relevante para dizer sobre o mundo delas.

Já o Métodos criativos de ensino se tor­na uma ferramenta para ensinar os di­ferentes tipos de aprendizado.Espero que esse li­vro in-

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/4 n t< m àx

Conhecimento emRazão e capacidade sensorial são g |mecanismos básicos à aquisição do saber * 9

Vejamos os meios de aquisição do conhecimento, inclusive o bíblico e es­piritual.

O m eio ou can a l da percepção

É a nossa percepção sensorial mediante os sentidos físicos, que captam as impressões, imagens e mensagens do mundo à nossa volta e transmitem aos centros de processamento da mente. A

Meios de aquisição do conhecimento

fetas da época, alienados do conhe­cimento de Deus, também fizeram o povo errar (Jr 50.6 e Mq 3.5). Esse assunto do conhecimento é realmen­te oportuno no momento, por tratar- se de um dos sinais precursores da volta do Senhor, como está predito em Daniel 12.4.

O conhecimento realmente meri­tório, sacrossanto e de valor e efeito benditos e inestimáveis é o conheci-

jn en to de Deus. "Mas o que se glori­ar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor", Jr 9.24. Já o homem natural, por não conhe­cer a Deus, esforça-se por conhecer ao máximo e com prioridade a si mesmo, como apregoava o famoso filósofo grego Sócrates: "Homem, conhece-te a ti mesmo". O conheci­mento que nos é de fato prioritário e indispensável é o de nosso Senhor Je­sus Cristo, o qual deve ser precedido do nosso crescimento na graça divi­na (2Pd 3.18). Em Cristo estão escon­didos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2.3).

este artigo vamos tratar dos meios de aquisição do conhecimento em geral. Não é primeira­

mente da sabedoria como tal que va­mos tratar, mas do conhecimen­to. Ter alguém sabedoria, pres- supõe-se que ele tem conheci­mento. Daí, até certo ponto, sabedoria é o emprego lógi­co, dosado e oportuno do

conhecimento adqui­rido, tanto o geral como o bíblico. Ve­mos nitidamente em

Romanos 11.33 que sa­bedoria e conhecimen­

to são elementos distin­tos, mas interdependen­

tes. O profeta Oséias falan­do da parte de Deus acerca

dos terríveis males que so­brevieram ao povo de Israel,

declara: "O meu povo foi destruído porque lhe faltou o

conhecimento". Maus pas­tores e falsos pro­

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geral, ,___mo adquin

percepção é um recurso básico e indis­pensável à obtenção de conhecimento. Esse conhecimento que nos chega atra­vés da percepção, tendo os sentidos fí­sicos como canais de aprendizagem, costuma ser chamado de conhecimen­to empírico.

Aí está à nossa volta o mundo da imagem e das impressões mediante as cenas, gravuras, quadros, gráficos, ex­perimentação, observação pela visão, ouvido, olfato, paladar, tato etc. Este meio de conhecimento é limitado de­vido a fragilidade dos nossos sentidos, cuja capacidade, em grande parte dos casos, é menor do que a maioria dos animais. Não era assim no princípio quando Deus criou o homem, mas o efeito deletério do pecado vem redu­zindo desde a queda do homem, essa capacidade.

No campo da nossa percepção através dos sentidos e da empatia, a Criação é um imenso livro aberto, cujas "palavras" são os objetos, as pessoas, o espaço, os astros, campos, rios, bosques, animais, plantas, mon­tanhas, dias, noites, fenômenos e leis da natureza etc. O crente precisa e deve sempre ser um atento observa­dor da natureza. Recomendamos aqui que o leitor examine cuidadosa­mente Jó 12.7-11, Salmos 8.3 e 19.1-4, Provérbios 6.6 e Romanos 1.20. Esta última referência bíblica é de grande peso no contexto aqui enfocado.

Certos fatos, práticas, ocorrências e incidentes da vida humana também podem contribuir para reduzir a capa­cidade sensorial do ser humano, como doenças, enfermidades, atrofias, defor­midades, abusos, vícios, excessos di­versos, acidentes sofridos, idade, e

\ l

maus hábitos no emprego dos sentidos.

Alguns textos da Escri­tura nos ajudam a entender o valor da percepção através dos sentidos físicos na aquisição do conhecimen­to. Em João 20.29, Jesus dirigiu-se a Tomé, um dos seus discípulos, di- zendo-lhe, "Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não vi­ram e creram!". Em 2 Samuel 5.24, Deus instruiu a Davi quando da guerra mo­vida contra Israel pelos filisteus, dizen­do-lhe, "Ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas da amoreiras, en­tão te apressarás, porque o Senhor saiu, então, diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus". Em Atos 2, a percepção dos discípulos quanto aos fenômenos pen- tecostais ocorridos no Dia de Pentecos­tes ficou registrada na Bíblia. "Um som

como de um vento veemente", v2. "E foram vistas por eles lín­guas repartidas como que de fogo", v3, e mais: "cada um os ouvia fa­lar na sua própria língua", v6.

Como está a n o ssa percep-

m

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ção fisiopsíquica do meio ambiente e de tudo mais à nossa vol­ta através dos sentidos físicos?

O conhecim ento através da razão

A razão é a mais alta faculdade psicos­social do ser humano.É um atributo do nos­so raciocínio; da nossa inteligência. A razão devidamente funcionando é o pensa­mento e a reflexão transformados em imagens e projetados na "tela" da men­te. O uso devido e organizado da ra­zão conduz ao discernimento e ao ti­rocínio. Os pensadores gregos são até hoje admirados, estudados e festejados por utilizarem o raciocínio filosófico ao máximo, enquanto hoje é comum os usuários lançarem mão de fontes do­cumentais e de plágios, transcrevendo- os sem criatividade ou originalidade por parte deles ao apresentarem seus trabalhos no mundo das letras e das artes etc.

O uso ordenado da razão no estudo individual ou em grupo é fator primor­dial para o estudioso na aquisição do conhecimento. Além dos processos co­muns e habituais de tal estudo, estão também a inquirição, a investigação, a entrevista, e pesquisa em geral propri­amente dita, conforme a prática que o aluno tenha em metodologia científica.

Na Bíblia temos muitas idéias dis­so. Em Daniel 9.2, o profeta Daniel, que foi homem de estado em Babilônia e também muito culto, afirma, "Eu, Daniel, entendi pelos livros que o nú­mero de anos de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos." Lucas dá idênti­co testemunho no tocante ao seu tra­balho literário para relatar "por sua ordem" os fatos da vida de Cristo, ele (Lucas) informou-se "minuciosamen­te de tudo desde o princípio" (Lc 1.3).

Vemos que Lucas através da facul­dade da razão e sob a inspiração divina aprofun­dou-se no exame minucioso dos fa­tos que ocorreram com Jesus e assim nos legou o Evan­gelho que leva o seu nome como escritor. O versí­culo 4 declara o objetivo cognitivo

de tudo isso: "Para que conheças a cer­teza das coisas de que já estás infor­mado".

A colônia judaica da cidade de Beréia, no sul da Macedônia, ao receber de bom grado a Palavra de Deus minis­trada por Paulo e Silas, fez um meticu­loso uso da razão, pois examinaram "cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (At 17.11). Outro notável emprego da razão na aquisição do co­nhecimento é o que está narrado em Ester 6, a começar do primeiro versícu­lo. O desfecho do drama, de que se ocu­pa o referido livro, que resultou no li­vramento dos judeus de morte certa foi a pesquisa racional ordenada pelo rei, "no livro das memórias das crônicas" do Império Medo-Persa.

Qual é o atual estado, a robustez, a pujança, a amplitude e a qualidade do nosso raciocínio? Dos elementos cognitivos da nossa mente?

O conhecim ento p ela intu ição

Intuição é o conhecimento direto das coisas sem prévia ajuda da razão, nem da percepção. A intuição procede da área psíquica do sentimento da pes­soa; isto é, a pessoa "sente" psiquica­mente.

A mulher é em geral mais intuitiva do que o homem, pelo fato de ser mais suscetível de sentir psiquicamente. O fenômeno dos sonhos, quando normais e naturais, pode estar relacionado à intuição.

“Há pessoas que deixam de aprender mais, inclusive sobre

aquilo que já sabem um pouco, por

acharem que sabem tudo”

A m ed iação humana

Da mediação humana vem o co­nhecim ento m ediativo. Aí está a aprendizagem obtida através dos mestres, dos cursos, dos livros, mas também o exemplo dos outros, mo­tivando a aquisição do conheci­mento. As vezes aprendemos mais com a pessoa do mestre do que com a sua aula formal. Na nossa aqui­sição de conhecimento mediativo é de maior importância a atenção do aluno para com o professor, e do mesmo tempo o interesse do aluno pelo assunto que o professor ensi­na.

Em 2 Timóteo 2.2 vemos algo do conhecimento mediativo. " E o que de mim, entre muitas testemunhas ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os o u tro s." Em Atos 18.26 temos um notável exemplo do que estamos a discorrer, quan­do um casal cristão na cidade de Éfeso, na Ásia Proconsular, levou consigo o celebrado e eloqüente mestre Apoio, de Alexandria, para lhe ensinar com minúcias o cami­nho do Senhor. Apoio certamente já conhecia o geral, mas agora che­gara a vez de conhecer com preci­são o referido assunto. Vemos aqui a humildade do grande Apoio. Há pessoas que deixam de aprender mais, inclusive sobre aquilo que já sabem um pouco, por acharem que sabem tudo. Pode ser pecado de presunção, de altivez, de arrogân­cia. Neste particular, a humildade de espírito é uma bênção em nossa vida. O crente humilde de espírito aprende mais, e aprende mais rá­pido. O orgulho endurece o cora­ção; a humildade abranda-o, o que facilita a gravação do ensino minis­trado.

A com panhe, na próxim a ed ição , a segunda parte deste artigo na qual p asto r A ntonio G ilberto acrescenta m ais in form ações e traz a conclusão do assunto.

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Aprendendo sempre mais para ensinar cada vez melhor

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Page 22: Ensinador Cristão 18

Professores veteranos somam competência com experiência e fazem da sabedoria uma aliada

nas classes de EDO tema envelhecimento ga­nhou crescente interesse da sociedade a partir de es­tatísticas que projetam um

período de 50 anos para que o número de idosos supere a marca do bilhão. No Brasil, de acordo com o último censo demográfico realizado em 2000, o nú­mero de habitantes aproximou-se da marca de 170 milhões. Nos anos 70, projetava-se que em 2000 a população brasileira ultrapassaria os 200 milhões

de habitantes. A diminuição da fecun­didade, no entanto, reduziu o ritmo de crescimento populacional e provocou o envelhecimento dessa população. Como resultado, o Brasil deixou de ser um país predominantemente de jo­vens, passando a ser um país cuja pi­râmide etária apresenta maior concen­tração de pessoas na faixa da meia ida­de.

Outro fator a ser considerado é o aumento do número dos mais idosos (acima de 80 anos), alterando a com­

posição etária dentro do próprio gru­po. Significa dizer que a população considerada idosa também está enve­lhecendo. Estudos recentes indicam que este segmento é o que mais cresce no Brasil, podendo chegar a quase 15% do contingente populacional em 2020.

Enquanto o assunto Envelheci­mento Populacional tem sido ampla­mente discutido em conferências mundiais, nas igrejas a valorização dos idosos é uma realidade: idade avançada é reconhecida como a soma da experiência com o conhecimento. As Assembléias de Deus, por exem­plo, aproveitam essa valiosa mão- de-obra em seus departam entos,

principalm ente na Escola Domi­nical, onde esses veteranos, com idade acima de77 anos, continu­am a exercer o magistério cris­tão. Para eles, que esbanjam vitali­dade nas classes, ensinar faz parte da aprendiza­gem, pois quem ensina, aprende. A maioria assu­miu o ministério

na juventude como auxiliar da ED. Hoje, a idade não é empecilho - eles não pensam em parar. E por isso, par­ticipam de treinamentos, congressos e conferências de ED, buscando recur­sos que os aperfeiçoem mais.

Vigor e disposição

A valorização dos idosos pode ser conferida na AD em Belém (PA), lide­rada pelo pastor Samuel Câmara. Se­gundo o superintendente-geral da ED, pastor Raimundo Corrêa Costa Lima, a igreja conta com mais de 100 profes­sores nesta faixa etária. E o caso de , Alfredo Gansez do Nascimento, 85 anos, que guarda experiências marcan­tes de sua vida cristã. "Sinto-me feliz por ter presenciado no decorrer do meu ministério almas aceitando a Cristo, curas divinas e batismos no Espírito Santo. Muitos dos meus alunos hoje são professores de ED e pastores. Es­ses resultados me motivam a continu­ar com a missão de educador cristão e não penso em parar", ressalta.

Outro professor de ED que faz questão de ser exemplo para a igreja é o pastor Carlos Padilha de Siqueira, líder da AD em Presidente Prudente (SP), I o vice-presidente da Conven­ção Fraternal e Interestadual do Belém (Confradesp) e presidente do

Sttàúuld&l'

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em práticaConselho de Missões da CGADB. Aos78 anos, destes 50 ministrando aulas na Escola Dominical, ele conta que a ED foi a base de sua vida. "Até aos 12 anos acompanhava minha mãe à igreja. Depois, me afastei. O que aprendi na igreja foi o que me fez re­jeitar os vícios. Retornei aos caminhos do Senhor com 18 anos, e assim que passei pelas águas comecei a dar au­las na classe de adultos e estou até hoje".

Pastor Padilha chama a atenção da liderança para a importância da ED e reivindica apoio do líder em re­lação à Escola. "Nos dias atuais te­mos lutado muito para manter a ED, porque nem todo membro é aluno. Mas se o pastor divulgar a ED nos cultos, fará da igreja uma grande Escola. O crescimento da Escola Do­

gue o pasrminical está no incentivotor dá. Há algum tempo iniciamos uma classe de novos casais. Nota­mos a ausência de pessoas recém-ca- sadas e, então, começamos a visitá- las. O resultado foi excelente: a nova classe já conta com mais de 60 alu­nos matriculados", avalia.

Pastor José Pimentel de Carvalho, líder da AD em Curitiba, assegura que a liderança que mantém a assi­duidade na ED garante o seu bom andamento. "Como líder da igreja,

não permito que nenhuma ativida­de atrapalhe o funcionamento da Es­cola. Tenho 87 anos, comecei na ED aos 15, como auxiliar, logo após a minha conversão", recorda.

Incentivador do currículo infan­til, pastor Pim entel não perde a chance de divulgar o ensino bíblico. "Faço questão de ensinar na ED por entender que ela é uma das colunas que sustentam a igreja. A aproxima­ção do aluno com o professor des­perta o interesse pelas aulas. Na clas­se de ED, o aluno tem mais chance de aprender e questionar do que no culto. A Escola Dominical deixa o aluno mais receptivo ao aprendiza­do. E fundamental que os líderes priorizem a Escola e incentivem os seus membros a serem alunos dela, pois a ED é a maior e mais impor­tante Escola do mundo", afirma.

Idade não atrapalha

Nem mesmo a idade impediu irmã Luiza Ivo da Silva, 77 anos, membro da AD em Recife, a cursar o ensino bá­sico de Teologia aos 60 anos. "Há 58 anos sou professora de ED. Atualmen­te melhoramos muito, pois no passa­do não tínhamos as facilidades ofere­cidas hoje. Aprendíamos uns com os outros. Graças a Deus, hoje os profes­sores têm mais recursos disponíveis", analisa. Na |— opinião de­la, a idade avançada não preju­dica o an­d a m e n to das aulas."Eu, por ex em p lo ,

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Com 77 anos de idade, professora Luiza Ivo (de pé) ministra a lição dominical na AD em Recife com o mesmo entusiasmo que há 58 anos, quando assumiu sua primeira classe de ED

quanto mais estudo, mais quero apren­der. Para dar aulas, leio livros, pesquiso e principalmente leio a Palavra de Deus", revela.

Rita de Calda Silva, membro da AD em Recife e aluna da irmã Luiza Ivo, diz que é um privilégio ter a irmã Luiza como professora na ED. "Ela é dinâ­mica, integrada com o assunto, tem co­nhecimento na Palavra e muita expe­riência. A idade dela faz com que te­nha muito a oferecer para o aluno", tes­temunha.

Os professores veteranos são unâ­nimes ao concordarem que a faixa etária deles não prejudica o andamen­to das aulas. "Há pessoas que envelhe­cem cedo, se aposentam e não querem fazer nada na vida; há também pesso­as mais jovens que não têm entusias­mo para fazer nada. O importante é que o espírito seja sempre novo", diz pastor Padilha.

Para esses incansáveis ensinadores, a idade, de fato, não serve de obstáculo. Irmã Judite Holder, membro da AD em Porto Velho (RO), encaixa-se neste per­fil. Ela comemora seus 90 anos e se ale­

gra por dedicar 64 deles na ED. "Dar aulas na ED é prazeroso e quem me sustenta é o Senhor. Vou parar somente quando Jesus mandar. Ainda sinto mui­ta vontade de continuar desen­volvendo o mi-

_________ ______ r ara o qual fui cha­mada", atesta.

Para irmã Judite houve grande pro­gresso na qualidade do ensino da ED e muitas opções surgiram para quem quer se aprimorar."Antes, dispúnha­mos somente da Bí­blia. Hoje temos ao nosso alcance uma variedade de materi­al que nos auxilia, a começar pelas Lições Bíblicas e pelos cur­sos de aperfeiçoa­mento".

Sempre aluno

Escola Dominical também está entre as prioridades do presi­dente da Convenção Geral das Assem­bléias de Deus (CGADB) e líder da AD no Belenzinho (SP), pastor José Wel- lington Bezerra da Costa. Sua coope­ração na ED não é somente como pro­fessor, mas também como aluno. "En­sino na ED desde 1956, e tanto ensino quanto aprendo. A ED é uma das opor­

Na avaliação do pastor José Wellington, a experiência de vida dos professores é uma valiosa contribuição para o ensino bíblico

tunidades que o crente tem de apren­der, de forma mais minuciosa, as dou­trinas bíblicas. Na ED estamos mais perto do aluno e ele tem a chance de tirar suas dúvidas. O aproveitamento é maior", enfatiza. O líder da CGADB concorda que a experiência vivida pe­los professores é uma valiosa contribui­ção para o ensino bíblico, mas recomen­da que o professor atualize-se e bus­que reciclar seus conhecimentos bíbli­co e teológico. "Quem ensina, precisa acompanhar o desenvolvimento da vida para não ficar ultrapassado", aconselha.

Pastor José Wellington observa que a ED tem crescido não somente em nú­

mero de matricula­dos, mas também em qualidade de ensino. "Atualmente temos o privilégio de servir à igreja uma variedade de revistas alcançan­do as diversas faixas etárias. São lições de conteúdo precioso, onde os comentaris­tas são usados por Deus com unção, abordando assuntos relevantes da vida do crente", analisa, acrescentando que "a

CPAD contribui de forma preciosa com a Escola Dominical. A Casa tem criado e inovado principalmente na área infan­til, pois neste mundo terrível do peca­do, as crianças precisam conhecer, na sua mais tenra idade, quem é Jesus. No que se refere à ED, a igreja tem um bom currículo"

Conselhos para os iniciantesNa opinião dos professores veteranos,

os irmãos que desejam abraçar o magis­tério cristão devem fazê-lo com amor, de­dicação, alegria e disposição. “Deve-se considerar que o magistério cristão é an­tes de tudo uma vocação divina. Atarefa é árdua, porém gratificante", avisa professor Alfredo Gansez.

Pastor Carlos Padilha concorda que haja dificuldades peio caminho, por isso aconselha: “Perseverem porque o desâ­nimo vem, e a nossa vida é cheia de ven­tos contrários. Não podemos desanimar por qualquer coisa. O professor de ED tem que ser perseverante. Há 58 anos sou professor de ED e nunca me cansei.

Nossas armas são o jejum e a oração para professores e obreiros, e o resulta­do é maravilhoso”.

Para a irmã Luiza Ivo, a perseverança também é fundamental. “Não parem, conti­nuem avançando e se interessem pela ED”, diz, ressaltando que “para colher é preciso semear, e ninguém pode dar o que não tem”.

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Page 26: Ensinador Cristão 18

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E ntrev ista com G iibert B eers,

p astor e educador norte-

a m e rican o co m iarga

experiência em currículos d e ED

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Page 27: Ensinador Cristão 18

/ ín t iy a y_________________________________«■— |;Por Maria José Costa Lima

j n p i ■Oficio de

A busca pelo conhecimento precisa ser constante na vida do educador cristão

T ornar o aluno um discí­pulo de Cristo, com pro­metido com Deus e sua Palavra, é um dos m aio­

res desafios do professor de Esco­la Dom inical. Como m inistros da Palavra, precisam os repensar al­gumas atitudes que, infelizm ente, ainda perm eiam nossa prática do­cente. É o caso do comodismo pe­dagógico, intelectual e espiritual acrescido de preconceitos contra recursos que, se utilizados com sa­bedoria e para o engrandecim en­to do Reino, podem ser instrumen­tos de bênção.

Olhando para o nosso M estre por excelência, Jesus Cristo, pode­remos aprender as lições do m a­gistério. Ao ensinar, Ele utilizava todos os recursos e métodos dis­poníveis da sua época. Usava ob­jetos, parábolas, histórias, prele- ções, perguntas, discursos etc. Isto porque Jesus tinha como alvo o coração de seus alunos e a trans­formação de suas vidas.

C onscientes dessa verdade, o professor pergunta-se: "Que pro­cesso e ferram entas devo utilizar para atingir o coração das crian­ças, adolescentes, jovens e adul­tos? Até que ponto minhas aulas têm produzido crescimento efeti­vo no meu aluno?"

E sias q u estõ es devem fazer parte do cotidiano do professor, e

sabe ser. É aquele que reflete sua prática e olha sua form ação não como algo acabado e completo, mas em processo de crescimento. Nesse aspecto podemos aprender com o

produto.Mas, ainda há outros

qu estio n am en to s que devem ser fe itos pelo professor: "Com o obje­tivo de cumprir o desa­fio de levar o aluno a Cristo e edificá-lo na Pa­lavra, tenho procu­rado me aperfeiço­ar? Com tantos re­cu rso s d isp o n ív e is como revistas, jornais, vídeos, docum entários, palestras, cursos, internet tevê e experiências pesso ais, tenho motivado m eu alu no a ponto de plan­tar em seu cora­ção o desejo de tam­bém ser um conhece­dor da Palavra?"

Em um conceito moder­no de Educação, o profes­sor com petente é aquele q u e sabe c o - n h e -cer, sabe fazer e

suas respostas farão diferença em sala de aula. O obreiro de ED sabe que a ap ren d iz a g em a co n te ce quando há mudança de com porta­mento, logo a aprendizagem deve ser vista como processo, não como

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“Aaprendizagem

deve ser vista como processo, não como produto”

profeta O séias, que orientava o povo a conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor (Os 6.3).

Limitar-se apenas ao que está na Lição Bíblica do mestre pode até ser mais cômodo, mas não é sinônimo de uma Educação plena. O que se espe­ra do docente hoje é leitura, pesqui­sa e produção de conhecim ento. Quando observamos o que diz a Bí­blia em Lucas 12.48 - a quem muito é dado também será muito exigido - , cabe a nós ter bem definido o grau de exigência que recairá sobre os que fazem a obra do Senhor.

Temos a tarefa de refletir sobre nossas aulas e de contextualizar os ensinamentos a fim de que pro­duzam no cotidiano do aluno mu­dança de vida, conscientes de que a proposta da ED não é apenas form ar para a vida terrena, mas para a eternidade. Não é formar apenas "rep etid o res" de textos bíblicos, mas discípulos de Jesus, que tenham suas próprias experi­ências com Ele.

Comparo o trabalho do profes­sor ao ofício de garim peiro. No preparo da aula, in icia-se o pro­cesso de garim pagem , de escava­ção do terreno do conhecim ento do tema em estudo. Se o assunto é oração, por exem plo, deve-se procurar livros, revistas, artigos, textos, experiências pessoais, to­dos relacionados à oração.

Munido do m aterial garim pa­do (nunca esquecendo de que o li- vro-texto é a Bíblia), o professor, ao chegar na sala de aula, fará um a a n á lise m u ito m aio r e abrangente sobre a necessidade de viverm os em oração, sendo capaz de inserir com entários sobre cada tópico do tema, tornando a aula mais rica e atrativa.

Habilidade sob a unção

Em certa ocasião, conversando com uma professora de ED, co­mentávamos sobre a formação do professor e as críticas que se tor­naram comuns a um termo bas­tante utilizado nas escolas - reci­clagem de professores. Se visto sob a perspectiva pedagógica, o conceito tem avançado e atu al­mente trabalha-se mais com títu­los como capacitação, com petên­cia e aperfeiçoam ento.

P orém , se co n sid e ra rm o s o sim b olism o fe ito por Jerem ias 18.1-6, essa concepção pode ser aplicada ao processo de mudança pelo qual passamos para nos tor­nar úteis nas mãos do Oleiro. Essa mudança, de acordo com Roma­nos 12.2, ocorre em conseqüência do não conformism o com este sé­culo, de uma busca pelo conheci­mento da Palavra, que resultará em renovação da mente e intim i­dade com Deus.

Essa mesma Palavra que tem poder para gerar em nós relacio­namento profundo com o Pai, tem a função de água, que lim pa, tira as im purezas, purifica e m odifica o ser por inteiro. Isto porque o processo de formação docente não é via de mão única, não é apenas m aterial e in telectual, mas tam ­bém e, principalm ente, espiritual. Assim sendo, a Palavra de Deus tem o poder de "reaproveitar" o ser humano, antes morto espiritu­alm ente, agora nascido de novo pela lavagem da Água da Vida.

Em nossas classes, chegarão a lu n o s a tra v essa n d o co n flito s em várias áreas - m aterial, em o­cional, esp iritu al, enfim , neces­sitand o de algo que con fron te seu problem a. Nós, professores, ensinam os m elhor o aluno quan­do nós m esm o s, p o r m eio de constante pesquisa e prática da P alavra, som os ensinados pelo Senhor. Se esta é uma realidade em nossa vida, certam ente fará efeito prático na vida do nosso aluno. O exem plo continua sen­do, ao longo da h istó ria , o m éto­do m ais eficaz na vida de quem ensina.

Diante dos desafios, você pode estar pensando que tudo é teoria e que a prática é bem mais difícil. Hoje, entendem os que não existe prática sem teoria, nem teoria sem prática. No ensino cristão, no en­tanto, temos pelo menos duas for­ças geradoras na práxis do educa­dor:

1) O Espírito Santo, sem o qual nossas forças e esforço nada va­lem e se tornam vãos;

2) A disposição do homem e da mulher em se hum ilhar diante de Deus, colocando-se a serviço do Reino.

D evem os entend er que todo nosso conhecim ento intelectual e habilidades pessoais são de extre- * ma im portância, porém sozinhos não form arem os d isc íp u lo s de Cristo, somente pela unção do Es­pírito Santo. No momento em que m inistram os a aula, a mensagem que Deus nos concedeu tem que estar queimando em nosso cora­ção. É o que estam os ensinando com preparo, ungido pelo Espíri­to Santo, que realm ente causará impacto nas pessoas.

Maria José Costa Lima é pedagoga, bacharel em

Teologia, pós-graduada em M etodologia do Ensino Superior e vice-diretora do Instituto Bíblico da AD no Amazonas.

m Sivlòfuzdo-t-

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.EntreA sp as"É preciso haver conscientiza­ção de que o novo discípulo

não é uma propriedade particular do discipulador,

nem um criado para suprir-lhe caprichos.

O discipulador deve resistir à tentação de vir a assenhorear-

se do seu discípulo quando este mostrar-se agradecido

através de gestos e palavras, porque o verdadeiro discípulo irá procurar servir de alguma maneira aquele que o instrui, como uma espécie de recom­

pensa pelo trabalho de conduzi-lo ao conhecimento

do Senhor.O autoritarismo e a manipula­ção de pessoas não provém de

Deus. É, antes de qualquer coisa, uma tática satânica

usada para escravizar pessoas incautas".

Trecho do livro M anual do D iscipu lador C ristão (CPAD),

página 79.

"O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que

for perfeito será como o seu mestre"

Lucas 6.40

"O filho de pais divorciados pode ser uma criança desiludi­da. Ele talvez não compreenda o que está acontecendo em sua

família. O divórcio tem mais probabilidade de causar

confusão e transtorno do que solução para o problema: Aprender é geralmente a última coisa na mente da

criança cujos pais se divorcia­ram. Na classe, ela pode

passar grande parte do tempo tentando entender as suas

circunstâncias. (...) Ela talvez pense: Quem vai cuidar de

mim, se meus pais não conseguem sequer tomar

conta de si mesmos?"Trecho do iivro M ulheres

a ju dan do M ulheres (CPAD), página 282.

S a ía de

COMENTÁRIO BÍBLICO - SALMOSMYER PEARLMAN

Myer Pearlman é considerado um dos maiores teólogos pentecostais de todos os tempos. Suas obras ajudaram a equipar e a form ar o pensamento de obreiros do Movi­mento Pentecostal em todo o mundo. Entre os clássicos da literatura pentecostal advindos de sua lavra estão os comentários a livros do Novo e do Antigo Testamentos, como é o caso desta obra em especial, que analisa teológi­ca e devocionahnente o livro de Salmos. Nela você encontrará uma abordagem ao coração da mensagem dos salmos escritos por Moisés, Davi, Asafe e outros. Enriquecedor para as classes juvenis, que este trimestre estudam os livros poéticos da Bíblia.

M i ! M í 1 ! S 1 . f

A BÍBLIA ILUSTRADA PARA OS PEQUENINOSKENNETH N. TAYLOR

Esta obra é um clássico da literatura evangélica para crianças. Lançada nos Estados Unidos em 1956, ela tem abençoado famílias em todo o mundo. Seu sucesso pode ser traduzido em parte pelos mlmeros: já são mais de 1,5 milhão de cópias vendidas em cerca de 70 línguas. Seu segredo está na forma como apresenta a Bíblia às crian­ças. Os textos são curtos e escritos em linguagem apro­priada para serem lidos em voz alta. Acompanhando a qualidade da narrativa estão as ilustrações, que cativam o pequeno leitor. Imperdível!

BIBLIAIlustrada

JESUS CRISTO NOSSA GLÓRIASAMUEL NYSTRÒM

Missionário sueco, pregador e ensinador de destaque, o autor é considerado até hoje como um dos maiores nomes da história do pentecostalismo em nosso país. Neste clássico pentecostal brasileiro, pastor Nystrõm fala da restauração da imagem de Deus em nós através da obra de Cristo. Com base em 1 Coríntios 1.30-31, começa distinguindo as glórias ilusórias das eternas para apre­sentar em seguida as quatro faces dessa obra divina de restauração: sabedoria, justiça, santificação e redenção. Trata-se de um edificante estudo que enobrece a obra de Cristo e aumenta a nossa compreensão dela. Indicado para as classes juniores deste trimestre cujo tema de estudo é Quem é Jesus Cristo?

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s 4 n tiy &| Por Euclides Vaz Junior

Rodízio de prolConheça as vantagens deste sistema e veja como

implantá-lo nas classes de Jovens e Adultos

Nos últimos tempos, a igre­ja tem sofrido com a ten­dência de acom odação pela qual atravessa mui­

tos de seus membros. A Escola Do­minical deve contribuir de modo permanente para transformar essa membresia de "passivo auditório" em "equipes que fazem acontecer".

Perseguindo este objetivo ativa- dor dos membros do Corpo de Cris­to, não podemos desperdiçar o imen­so potencial que o Senhor coloca à nossa disposição. Se de um lado o Senhor ainda distribui dons, confor­me 1 Coríntios 12.4-7, por outro lado precisamos estar dispostos a facili­tar suas manifestações.

Com a proposta de rodízio de professores nas classes de ED, pre­tendemos derítonstrar uma estraté­gia viável para o surgimento e de­senvolvimento de vocacionados na tarefa fundamental de ensinar, para

a informação e formação do povo de Deus.

Quanto vale um professor?

E indiscutível o valor que apenas um professor pode representar peran­te o grupo de alunos. O professor é es­sencial para o desenvolvimento de au­tênticos líderes. Para tanto há, no mí­nimo, três razões preponderantes:

A im portân cia de seus alunos. As pessoas para quem ele realiza suas tarefas são moldáveis. São vidas em construção, cujos fundamentos têm importância vital, uma vez que "se a raiz é santa, também os ramos o são", Rm 11.16.

O professor não deve ser mero dis­tribuidor de informação, mas sim um canal para possibilitar o aperfeiçoa­mento de vidas.

A p osição que ocupa. Jesus esco­lheu seus discípulos (que se tornaram

professores) para que estivessem com Ele, antes que os mandasse a pregar. Este princípio de associar antes de co­municar permeou seu ministério. Je­sus sempre se recolhia com seus dis­cípulos em meio às incontáveis tare­fas realizadas.

Os discípulos viram o Senhor em ação, ensinando, curando, debaten­do, servindo. O professor deve ser aquele que faz melhor as coisas que ensina, ao mesmo tempo em que ha­bilita seus alunos a que façam o mes­mo. Jesus ensinava, demonstrava e avaliava o desempenho de seus dis­cípulos.

A m arca que deixa. As marcas que o professor pode imprimir no ser do aluno adquirem certa permanência, seja ele autêntico ou falso, religioso ou não. Contudo, deve-se atentar para o fato de que o isolamento do professor em relação aos seus alunos não permitirá que ele seja observado

nos momentos informais. Desta

Page 31: Ensinador Cristão 18

essores na EDA diversidade de experiências que

cada professor adquiriu ao longo de sua própria vida permite uma contex- tualização diferenciada do assunto pautado em cada lição. Tal varieda­de normalmente é apreciada pelos alunos e os estimula a buscar respos­tas para suas próprias vidas.

Equipe de rodízio

Ao escolher seu corpo docente, Jesus empregou alguns critérios de seleção, para os quais fazemos bem atentar:

O ração. Foram escolhidos com oração (Lc 6.12-13), e por esta ra­zão os considerava dádivas do Pai (Jo 17.9).

A ED não é uma agência secular de Educação. Portanto, deve ter seu quadro de professores formado por clara indicação concedida pelo Es­pírito do Senhor aos responsáveis por sua administração. É im pera­tiva a manutenção deste expedien­te, tendo em vista o alvo a que se propõe.

O professor precisa ser uma pes­soa que vive sua fé e que reflete em sua personalidade o significado das verdades que a Escritura comu­nica com palavras.

C on v ivên cia . Eram indivíduos com características testadas através da convivência intensa e prolonga­da. Fica evidente que é mais fácil co­nhecer as pessoas em grupos peque­nos, onde todos podem ser conheci­dos e ninguém fica perdido. Os grw-

forma, o professor perde a oportuni­dade de causar impacto com seu bom testemunho - o que representaria um despertamento para a mudança de vida de seus alunos, fazendo-os en­tender que a vida cristã não é apenas a conformidade com uma série de re­gulamentos.

Um é bom, dois é melhor, três não é demais

Em seu trabalho, o professor deve criar um ambiente de aprendizagem no qual o aluno seja encorajado e te­nha liberdade de elaborar perguntas relacionadas à vida. O professor efi­ciente equilibra seu ensino entre aná­lise e ação, entre teoria abstrata e prá­tica realista.

Os alunos não estão meramente interessados no que o professor sabe ou no modo como obteve o que aprendeu, mas também em quem ele é e que experiências vivenciou para alcançar a maturidade cristã.

Diante do exposto, o que afirma­mos até aqui corrobora para a ado­ção de um sistema de rodízio de pro­fessores diante de nossas classes.

Para uma Educação Cristã ade­quada é necessário com preender que cada um de nós precisa de mui­tos professores, uma vez que todo crente está em constante cresci­mento tanto na graça quanto no co­nhecimento do Senhor. Somos par­te do Corpo de Cristo e Dele rece­bemos contribuição individual e coletiva para o nosso aperfeiçoa­mento.

A possibilidade de utilização e exposição de um número maior de candidatos ao magistério, com ta­lentos para serem lapidados e ori­entados, resultará na descoberta de novos valores com atributos ade­quados para esta tarefa.

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p o s p e q u e ­

nos in ce n ti­vam a auto-revela-

ção, fazendo transpare­cer as virtudes e as fraque­

zas individuais, além de indicar os graus de confiabilidade, dedica­ção e lealdade de cada candidato po­tencial ao magistério.

Precisamos conhecer bem o pro­fessor, ter acesso aos seus sentimen­tos, seus valores, suas atitudes e suas maneiras de reagir à vida. Precisa­mos estar com o professor fora do ambiente formal de ensino.

D iversidade. A seleção do primei­ro grupo de discípulos de Jesus foi marcada pela diversidade de origem, interesses e personalidades, cujo es­pectro alcançava homens de convi­vência rural e urbana, progressistas e conservadores, politizados ou não, extrovertidos e introvertidos.

Como as principais preocupações da Educação Cristã e da igreja são a salvação e a transformação de vidas, a ED deverá valorizar o que é essen­cial, buscando os pontos comuns ao invés de fazer crescer o sentimento sobre as diferenças, que em último caso promoverá o partidarismo.

Será importante que o adminis­trador da ED perceba o quanto a va­riedade pode oferecer ao ensino bí­blico, sem contudo deixar de "guar­dar a unidade do Espírito, pelo vín­culo da paz", Ef 4.3.

A deficiência do modelo anterior

Em nossa experiência pastoral, percebemos a relevância da ED como agência de evangelização e consoli­dação de novos filhos de Deus. En­tretanto, percebemos que o modelo tradicional de professor titular e su­plente na classe de Jovens e Adul­tos, sem m andato determ inado,

engessava o desenvolvimen­to da Escola, inibindo o surgimen­

to de novos valores.A su b stitu içã o do p ro fesso r

sempre se dava de forma traumá­tica, chegando a provocar, depen­dendo da situação, o afastamento do professor substituído. A situa­ção era ainda mais crítica quando o novo professor não reunia as con­dições mínimas para a realização de sua tarefa, desmotivando os alu­nos matriculados e impedindo no­vas adesões.

Diante deste quadro, ocorreu-nos orientar a superintendência da Esco­la e começamos a buscar novos ta­lentos para compartilhar o ensino das classes.

O novo modelo

Definimos um período de 70 mi­nutos para a mi- nistração da aula, os quais são com­p artilhad os em tempo semelhante de 35 minutos, por dois professores, previamente esca­lados, a cada do­mingo.

Tomamos o cui­dado de sempre reservar o segundo período para o professor reconheci­damente mais experiente, como sal­vaguarda do primeiro. Assim, há oportunidade para as possíveis e ne­cessárias correções de percurso em direção aos objetivos traçados para a pauta do dia.

Estabelecemos o alvo de consti­tuir uma equipe suficiente para aten­der cada dom ingo do m ês, com agenda pré-definida pela superin­tendência, de modo que um profes­sor somente ensinará 35 minutos por mês. Considerando que a ED tem duas classes de Jovens e Adultos e o mês tem quatro domingos, serão oito

“O professor eficiente

equilibra seu ensino entre

análise e ação, entre teoria

abstrata e prática realista”

professores titulares por classe, ao invés de apenas um como no mode­lo anterior. Outra vantagem é que cada um deles usufrui amplo perío­do de pesquisa e preparação da aula.

Resultados do rodízio

Entre os resultados que podemos destacar com a adoção do rodízio de professores, estão os seguintes:

1) A diversidade de experiências, origens e personalidades caracterís­ticas de cada um dos oito professo­res têm contribuído de maneira am­pla aos interesses dos alunos. A fre­qüência e as adesões à ED aumenta­ram.

2) As ausências dos professores que antes criavam séri­as d ificu ldades, hoje podem ser su­pridas com relativa facilidade pela ad­ministração da Es­cola.

3) A desperso- nalização do ensino vai adquirindo gra- dativamente uma nova cultura, onde o foco principal gira em torno da mensagem, e não do m ensageiro.

Compreende-se melhor que "nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimen­to", ICo 3.7.

4) Irmãos percebendo a abertura de oportunidades, começaram a se interessar pelo estudo teológico, cri­ando importante reserva de valores para serem utilizados no futuro pe­rante outras classes.

E assim, por meio da ED, surge na igreja um verdadeiro "círculo vir­tuoso".

Pastor Euclides Vaz Junior é supervisor do Setor Nova Europa, na Assembléia de Deus em Campinas (SP).

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'S o a â <1 d êia&Por Débora Ferreira

E a família, . _como vai?Aplicação de dinâmicas de grupo na ED fazem o aluno refletir e até superar conflitos familiares

RESTA 1No grupo familiar, alguns responsáveis assumem li­

derança autoritária no lar. A comunicação é feita com poucas palavras, sem que se exponha com detalhes o motivo de respostas taxativas. Essa atitude gera sérios desajustes. O líder geralmente fica só; todos o abando­nam veladamente no coração, não existindo diálogo nem amizade.

Objetivo: Reconhecer que o diálogo na família faz grande diferença no comportamento dos seus membros.

Material: Canetas e placas com as seguintes inscri­ções: SIM, NÃO, PODE, NÃO PODE, FAÇA, NÃO FAÇA, PERDÃO, MÁGOA, DESCULPE, NÃÕ QUERO.

Procedimento: Faça uma demonstração da lideran­ça do lar, distribuindo placas para cada aluno. Em se­guida, peça que escrevam duas situações da vida famili­ar em que a resposta seja aquela expressa na placa rece­bida.

Exemplos: Me ajude nas tarefas domésticas? Sim; Pa­pai, posso sair com meus amigos? Não; Estou muito angusti­ada, você me magoou; Desculpe-me pelas palavras agressi­vas.

Quando todos tiverem apresentado suas placas, de­vem formar duplas. Então, cada um vai oferecer ao com­panheiro argumentos que promovam um diálogo na fa­mília para o fato escrito.' W - .

TERMÔMETRO DO AMORObjetivo: Refletir sobre os recursos sentimentais necessá­

rios para que haja alegria e harmonia no lar.Material: Papel e caneta.Procedimento: Distribua papel e caneta para a classe. Ex­

plique que um fato será narrado e cada aluno deverá avaliar e anotar o número de vezes que o realiza em seu cotidiano, con­siderando de uma a cinco vezes.

Fatos:A) Eu abraço muito meu esposo(a). Amo beijá-lo(a) e di­

zer que ele(a) é maravilhoso(a),B) Eu brinco e abraço muito meus filhos. Amo beijá-los e

dizer que eles são maravilhosos.C) Sou calmo(a). Não me apresso. Posso passar horas com

meu esposo(a) e filhos, aproveitando a companhia deles.D) Sou enérgico(a) e estabeleço regras para minha esposa(o)

e filhos. As crianças sabem quando falo sério e quase sempre me obedecem.

E) Sou bem-humorado(a). Em geral, quando ajo com fir­meza não me irrito. Nunca bato nos meus filhos.

F) Presto atenção para ver o quanto meu trabalho interfere na minha vida familiar é afetiva.

Quando todos tiverem anotado seus números, peça que façam a soma e entregue ao professor, sem identificação. O mestre irá misturar bem os papéis e distribui-los novamente para que cada aluno analise e escreva uma sugestão para au­mentar o valor da soma recebida. Se a soma for satisfatória, escreverá uma frase felicitando o colega anônimo.

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VITA M IN A SObjetivo: Refletir sobre valores pessoais, possibilitan­

do crescimento de valores morais e espirituais no lar.Material: Garrafa descartável (refrigerante de 2 litros,

por exemplo), papel cartão branco e lápis.Procedimento: Sabemos que as vitaminas são neces­

sárias para o organismo. Elas são responsáveis pelo cres­cimento e bom desenvolvimento dos órgãos, mas outras vitaminas são de igual importância para a felicidade, ale­gria e bem-estar do corpo e da alma. Então, apresente à classe um vidro de remédio gigante bem bonito (faça com a garrafa: abra abaixo do gargalo e coloque os nomes das vitaminas escritas em papel cartão branco). Esse comple­xo vitamínico favorece o bom relacionamento no lar. Peça que cada aluno retire uma vitamina da garrafa e comen­te sobre o valor dela para a sua família.

VitaminasVitamina A: amor, vitamina B: bondade, vitamina C:

carinho, vitamina D: domínio próprio, vitamina E: esperan­ça, vitamina F; felicidade, vitamina G: graça, vitamina H: humildade, vitamina J: justiça, vitamina L: lazer, vitamina M: misericórdia, vitamina N: nobreza (dignidade, genero­sidade), vitamina O: obediência, vitamina P: paciência, vi­tamina R: realizações, vitamina S: sorriso, vitamina T: tole­rância, vitamina U: unção, vitamina V: verdade, vitamina Z: zelo.

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M INHAS MÃOZINHASMaterial: Folhas coloridas e uma branca, cola, tesoura e

lápis.Objetivo: Promover uma análise sobre os diversos perigos

que os filhos enfrentam no cotidiano.Procedimento: Entregue as folhas coloridas para os alunos

e peça que desenhem mãos coloridas, de acordo com o núme­ro de filhos. Feito isto, devem escrever o nome da criança, a necessidade dela e o tipo de perigo que está enfrentando no momento. Depois, essas mãos serão coladas numa grande mão branca, que simbolizará o cuidado e a proteção de Deus. Os filhos devem ser orientados a confiar no Senhor mesmo que os pais venham a falhar.

Antes de encerrar, peça que cada responsável apresente seu trabalho, fale sobre os perigos e a necessidade de socorro dos filhos.

Tipos de perigos: mídia, indústria alimentícia (consumismo), situação econômica do país, sentimentos como paixão e triste­za, doenças, violência, indústria eletrônica, guerras e conflitos diversos.

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ALFINETESO bjetivo: Perceber a importância do amor na

vida do casal, pois mesmo havendo conflitos e difi­culdades no relacionamento, esse sentimento é ca­paz de triunfar, superando todas as diferenças.

Material: Corações feitos de isopor com algulls alfinetes espetados.

Procedimento: Inicie a dinâmica falando que o amor não é só feito de palavras. Quem ama desper­ta o desejo de não decepcionar, a vontade de retri­buir, a vontade de perdoar, de oferecer um bom con­selho ou uma crítica construtiva na hora certa, de sofrer com o sofrimento do outro. O respeito ao sen­timento do outro é a principal forma de demonstrar amor entre um casal.

A seguir, divida a turma em dupla e distribua corações feitos de isopor com os alfinetes espetados. Imediatamente, peça para unirem os corações sem que nenhum alfinete apareça.

Acabada a tarefa, cada dupla vai apresentar um só coração. Antes eram dois cheios de espinhos, ago­ra estão unidos pelas diferenças e dificuldades. O amor é o agente gerador da compreensão diante das fraquezas, do perdão para as mágoas, do carinho na hora das queixas, da amizade no momento de dor e aflição. Para encerrar, as duplas irão falar qual o sen­timento negativo que o amor (coração) escondeu.

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CULTO DOMÉSTICOObjetivo: Estimular a realização de cultos familiares de forma

criativa e participativa.Material: 1° dia - cacho de uva; 2° dia - caixinha de fósforo; 3°

dia - um alvo e uma bolinha; 4U dia - barbante; 5o dia - pedrinhas e sapatos; 6o dia - borboleta num vidro; 7o dia - peneira.

Procedimento: Oriente seus alunos a realizarem um pequeno culto em casa durante a semana. Para desenvolvê-lo, cantem dois louvores de acordo com o tema escolhido, façam a dinâmica e en­cerrem com uma oração agradecendo a Deus pelo dia e apresentan­do as reais necessidades da família.Dinâmicas para cada dia da semana:

Domingo: Tema Vivendo em unidade (Jo 15). Utilize um belo ca­cho de uva para falar sobre a importância da união. Distribua as uvas e peça que comam e segurem o caroço. Faça uma aplicação, associando o caroço da fruta com as dificuldades do dia-a-dia.

Segunda-feira: Tema O abrigo seguro (SI 91). Reúna a família e.faça uma muralha de caixa de fósforo em torno do desenho de uma casinha. Antes, porém, peça que cada um escreva ou dese­nhe algo que o deixe tranqüilo no lar. Depois, coloque o papel dentro da caixinha, para então o muro ser construído. Termine dizendo que o lar se torna uma fortaleza quando todos colabo­ram com suas virtudes.

Terça-feira: Tema Acertando o alvo (F1 3.14). Faça a brincadeira do Tiro ao alvo, estabelecendo as distâncias de acordo com a idade de cada membro da família. Quando acabarem as tentativas, faça uma aplicação sobre errar o alvo e correr o risco de pecar. O pecado bloqueia o caminhar em direção à meta que Deus nos coloca atra­vés da Bíblia.

Quarta-feira: Tema Embaraços perigosos (Hb 12.1-2). Com um rolo de barbante, amarre um dos filhos com muitas voltas. Ele ficará deitado tentando se soltar. Após a encenação, faça a aplicação sobre as dificuldades e situações diárias que nos impedem de andar como um vencedor.

Quinta-feira: Tema Calçando os pés com a Palavra de Deus (SI 119.105). Distribua pedrinhas pequenas para serem colocadas den­tro dos sapatos. Peça que calce-os e comecem a andar. É claro que haverá grandes dificuldades, mas se forem tiradas, todos andarão sem sofrimentos. A Palavra de Deus é para guiar os passos da famí­lia, eliminando os problemas.

Sexta-feira: Tema A liberdade (G15.13). Aprisionar uma borbole­ta num vidro. Durante a reunião, fale sobre a perda da liberdade, relacionando esse estado com a borboleta presa, que teve limitado o movimento de suas asas - que representa um importante meio de sobrevivência para ela. Depois, solte-a falando que a liberdade é uma conquista significativa, pois se a pessoa tem o coração alegre, feliz e cheio de amor é livre!

Sábado: Tema A Água que limpa 0o 15.3). Fale sobre a importân­cia da leitura da Bíblia. A seguir, apresente uma peneira e peça que os familiares encham a peneira. As muitas tentativas serão em vão. Sendo assim, aplique a ilustração dizendo que a Bíblia simboliza a água e, a penei­ra, a propna pes­soa. Raramente conseguiremos guardar todas as informações das Escrituras no co­ração, mas o há­bito de sempre ler a Bíblia vai deixar o nosso coração bem limpo, tal como a peneira.

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Por Alexandre Coelho

cpad.com.br

Jovens e Adultos

ALUNO.cpad.com.br

Jovens e Aduitos2° trimestre de 2004

Lição 1

A família, obra-prima de DeusA família foi instituída por Deus como parte de seus pla­

nos para a humanidade. Homem e mulher, criados por Deus e postos em um lugar de delícias, deram curso a mais graci­osa forma de convivência: a familiar. A expressão "famili­ar" significa "íntima", e viver em família enseja não apenas amor e auxílio, mas também "o uso e a aplicação de toda a capacidade de viver em conjunto, a bem do perfeito e contí­nuo ajustamento entre os membros da família e destes para com Deus." (E Deus fez a família, CPAD, pág. 30).

O homem como marido e pai. O primeiro ser humano cria­do por Deus teria a prioridade no tocante às tomadas de decisões da família, mas também igual cobrança por elas. O homem deveria amar sua esposa e cuidar para que o lar fosse sustentado. O pai deveria ser respeitado e honrado pelos filhos. Para quem pensa que os pais normalmente eram severos e inflexíveis, vemos nos Evangelhos os exemplos do pai do filho pródigo (Lc 15.11-32), que permitiu que um filho tomasse uma decisão errada, mas o recebeu com ale­gria quando retornou arrependido, e o pai do menino luná­tico (Mc 9.17-27), que recorreu a Jesus para que seu filho fosse curado, sendo este pai recompensado por confiar no Senhor. Uma das obrigações do pai, além do sustento da casa, era passar para os filhos suas convicções religiosas, valores sociais e uma profissão.

A mulher como esposa e mãe. Desde pequena, a mulher hebréia era treinada para ser uma boa esposa e mãe. De acor­do com o pesquisador Willian L. Colemam, "por muito tem­po a realização pessoal da mulher dependeu do seu suces­so no desempenho destas funções. Assim, ela aprendia a cozinhar, a costurar, a cuidar dos filhos e trabalhar nos cam­pos, para que pudesse desempenhar seu papel de esposa da melhor forma possível". A mãe deveria ser honrada pe­los filhos tanto quanto o era o pai. Caso a mulher não pu­desse ter filhos, era tida por maldita, pois cria-se, naqueles tempos, independente de quaisquer circunstâncias, que Deus lhe fechara a madre.

Os filhos. Filhos sempre foram o sinal de que podemos passar para as futuras gerações o nosso legado. E sempre foram bênçãos dadas por Deus. Casais que não tinham fi­lhos eram vistos com suspeitas de estarem sob maldição divina. Nos anos iniciais da vida, a criança ficava completa­mente aos cuidados da mãe. O menino, após crescer um pouco, passava a ser instruído pelo pai para que pudesse aprender uma profissão, ao passo que as meninas, supervi­sionadas pela mãe, aprendiam os afazeres do lar. Honrar os pais não era uma opção, mas um mandamento para os ju­deus, e o primeiro com a promessa de que Deus estenderia os dias do filho na Terra, caso este honrasse seus pais.*

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A família e a igrejaFamília e igreja são partes integrantes do plano de

Deus para a humanidade. Somos chamados d e filhos, te­mos Deus por nosso Pai e devemos tratar uns aos ou­tros por irmãos.

A família pode ser bastante beneficiada pela igreja, pois esta oferece àquela, à luz da Palavra de Deus, a forma cor­reta de viver. Quem despreza a influência da igreja na vida da família despreza também os benefícios desta convivên­cia planejada por Deus. Josué era um homem de oração, mas também de ação, e quando estava na Terra Prometida, disse ao povo que ele e sua casa serviriam ao Senhor. Quer dizer, devotariam suas atenções, fé e confiança no Deus que lhes tirara do Egito e lhes dera a tão sonhada terra. E inten­ção de Deus que todas as famílias sejam abençoadas.

De forma prática, a igreja pode abençoar a família:Orando por ela. O santuário onde nos reunimos para ado­

rar a Deus foi chamado por Jesus de Casa de Oração. Os familiares não podem ser deixados de fora das súplicas do povo de Deus. Não é justo levar nossas famílias para ora­rem na igreja, e não inclui-las em nossas orações. Muitas mães e pais já viram a mão de Deus agindo por seus filhos através da oração na igreja local.

Aconselhando-a. Há famílias em nossas igrejas que se dedicam inteiramente à obra do Senhor, como a de Estéfanas (ICo 16.15) e Priscila e Áquila, que tinham, li­teralmente, uma igreja em sua casa (Rm 16.3-5). Da mes­ma forma que há ministérios trabalhando com evangeli­zação, novos convertidos, crianças e jovens, deve haver na igreja um ministério específico para atuar com as fa­mílias. O aconselhamento cristão para a família certamen­te demonstrará a importância que ela têm aos olhos do Senhor e da congregação, além de auxiliar os crentes acer­ca do padrão exigido por Deus para as relações familia­res. Um conselho dito a seu tempo é muito bom (Pv 15.23). Se com bons conselhos aplacamos uma guerra, o que não pode ser feito se investirmos em nossas famílias?

Marcando reuniões específicas. Nas igrejas há reuniões para crianças, jovens, obreiros e até mesmo para pessoas que se afastaram dos caminhos do Senhor. Tais reuniões não re­presentam sectarismo, mas uma forma de direcionar a men­sagem do Evangelho para grupos específicos. A família pode ser beneficiada pela igreja com reuniões específicas, louvo­res e pregação direcionados às necessidades familiares como relacionamentos entre pais e filhos e entre o casal, sobre fi­nanças e vida doméstica. Diversos assuntos podem ser tra­tados em um culto para famílias, mesmo que este não seja feito no santuário, e sim na casa de algum membro da con­gregação. •

Lição 3

Namoro, noivado e casamentoA constituição da família começa com o casamento.

Entretanto, para que haja o casamento, é importante que os nubentes se conheçam e tenham a convicção de que es­tão se casando debaixo da bênção de Deus. Antes do ma­trimônio há o namoro e o noivado, período em que o casal terá tempo de buscar a vontade de Deus para suas vidas.

Deve-se observar que Deus não tem por "método" o uso de profecias para indicar quem vai casar com quem. Ele nos dotou de sabedoria e bom senso não apenas para buscar a pessoa adequada com quem nos casaremos, mas também para sermos a pessoa adequada para casar.

O noivado nos tempos bíblicos. Diferente de nossos dias, os jovens normalmente não tinham a oportunidade de es­colher com quem iriam se casar. Diz-nos Ralph Gower, pes­quisador dos costumes antigos, que nas sociedades dos tempos bíblicos havia mais "vontade" do que o romance propriamente dito, mas que, de alguma forma, esse hábito costumava produzir um padrão de estabilidade no casa­mento. Aos nossos olhos, pode parecer que na prática dos "casamentos arranjados", os pais talvez não levassem em consideração os sentimentos dos filhos, mas nem sempre havia tal desconsideração (Gn 24.58), e o amor poderia acontecer algumas vezes antes do casamento (Gn 29.20).

"Uma vez feito o arranjo para o casamento, havia um noivado mais exigente do que os noivados da sociedade contemporânea. O homem, assim comprometido com uma mulher, embora não tivesse ainda casado, ficava isento do serviço militar (Dt 20.7). O compromisso do noivado só podia ser dissolvido por uma ação legal (na verdade, um divórcio) e a base para tal cancelamento era o adultério (veja Dt 22.24). O noivado durava cerca de 12 meses, du­rante os quais a casa era preparada pelo noivo e o enxoval preparado pela noiva. A família da noiva fazia os prepara­tivos para a festa de casamento." (Usos e Costumes dos Tem­pos Bíblicos, CPAD, págs. 64-65).

O casamento. Com o casamento nascia realmente uma família, e a cerimônia poderia ser celebrada por sete dias ou mais. Era uma cerimônia não religiosa. Uma parte da cerimônia consistia em um cortejo no fim do dia, quandoo noivo saía de sua casa e se dirigia à casa dos pais da noiva, a fim de buscá-la. Nesse ponto, a noiva usava um véu, e de acordo com os costumes da época, em um deter­minado ponto do cortejo, o véu era retirado e posto no ombro do noivo, e a noiva fazia esta declaração: "O gover­no estará sobre os seus ombros". O cortejo deixava a casa da noiva e seguia para o novo lar onde o casal iria habitar, e a estrada por onde passariam era ilum inada por lamparinas a óleo, levadas pelos convidados. •

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Lição 4 Lição 5

Os cônjuges e suas responsabilidades

Quando se fala das responsabilidades advindas do ma­trimônio, não podemos esquecer de que o casamento tem seus ônus, como também seus bônus. As responsabilidades podem ser encaradas como alvos a serem alcançados e man­tidos por pessoas maduras e comprometidas com os planos de Deus para a família. Homem e mulher são responsáveis para que o casamento seja uma bênção.

O modelo de bom maridoAma sua esposa. O amor do marido não pode ser resumi­

do a gestos públicos de afeição, mas também em demons­trações de respeito e honra no lar. Muito se fala em submis­são feminina, e muito deve ser falado em o marido demons­trar o seu amor por sua esposa. Disse certo pastor que uma das melhores coisas que um pai pode fazer pelos filhos é amar a mãe deles.

Entrega-se por ela. O amor implica entrega. Cristo se entre­gou com amor pela Igreja. Infelizmente, muitos maridos cris­tãos não doam o máximo de si para demonstrar o quanto suas esposas são importantes. Essa entrega pode ser externada em pequenos atos, como lavar a louça nos fins de semana, auxiliar no cuidado com as crianças ou mesmo levá-la para jantar fora, mesmo que a data não seja comemorativa.

Ama a esposa como ama o seu próprio corpo. Só uma pes­soa fora do perfeito juízo flagela o corpo, deixando de alimentá-lo ou sendo desleixado quanto à saúde. Quan­do estamos doentes, vamos ao médico para receber tra­tamento adequado. Quando temos fome, buscamos ali­mento. Quando sentimos frio, buscamos nos agasalhar, e quando cansados, procuramos repouso. Paulo deixa claro que os maridos não devem fazer menos do que isso por suas esposas, pois quem ama seu corpo ama a si mesmo. Se desejo andar bem vestido, o mesmo pode ser desejado para minha esposa. Se desejo estudar, via­jar ou participar de outras atividades, devo estender de forma consciente as mesmas oportunidades à esposa. "É claro que, acima de tudo, a vida e a saúde da mulher, como de qualquer pessoa, dependem de Deus, o autor da vida. Porém, dependem também do trato do marido, especialmente assegurando à esposa um ambiente de paz, tranqüilidade e alegria... A vida e o vigor da mu­lher muito dependem do trato de seu marido através do conforto possível, da tranqüilidade, da alegria e da confiança que provêem da certeza de que é a única pes­soa amada de seu esposo" (E Deus fez a Família, CPAD, págs. 105-106). •

0 principio da autoridade paterna

A autoridade dos pais prepara o futuro dos filhos. Um lar onde os pais não demonstram autoridade transmite aos filhos a idéia de que não há necessidade de autoridade no mundo. A realidade, porém, é diferente. Submetemo-nos à autoridade na escola, no trabalho, na igreja etc. Na família isto não é diferente. Filhos criados em um lar sem autorida­de terão dificuldades para respeitar outras formas de poder estabelecido. No Antigo Testamento, Deus deixou claro que a autoridade dos pais deveria ser respeitada, e isso para o Senhor era tão sério que se o filho permanecesse rebelde após a correção, deveria ser apedrejado, "...e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça e tema", Dt 21 .21 .

A importância da presença paterna no lar. Há homens, e até obreiros, que pouca assistência dão ao lar, e ainda acham correto cobrar de suas esposas que seus filhos sejam educa­dos, amem a Deus e saibam diferençar entre o que se deve ou não fazer. Essa atitude não apenas sobrecarrega os tra­balhos da esposa, como demonstra uma grande falta de compreensão acerca da importância da presença paterna no lar. Se os homens desejam ser bem-sucedidos na vida fami­liar, precisam auxiliar suas famílias com a sua presença.

Jonathan Edwards, um pastor e escritor do século 18, foi professor universitário, filósofo e missionário entre índios, e ainda participou com sua esposa ativamente da educação de seus 11 filhos. Dentre seus descendentes masculinos, sabe- se que 300 deles foram professores de seminários, missio­nários e pastores; 120 foram professores em universidades; 120 tornaram-se promotores de Justiça; 60 foram escritores; 30 foram juizes; 14 presidiram universidades; três foram membros do congresso americano e um foi vice-presidente dos Estados Unidos. Isso porque Jonathan Edwards, apesar de suas inúmeras tarefas, fez da sua participação no lar uma prioridade de vida.

Quando a autoridade paterna não é exercida. É possível um pai ser um homem de Deus, respeitado pelo povo, que se esforce para agir sempre com justiça, e ainda assim ser uma pessoa sem autoridade no lar. Esse foi o caso do sacerdote Eli. Seus filhos foram sacerdotes também, mas não tiveram qualquer temor para com Deus, não respeitaram a honra com a qual foram investidos e eram imorais; roubavam a carne dos sacrifícios e se deitavam com outras mulheres. A Bíblia não diz onde estava o sacerdote durante o processo formativo do caráter de seus filhos, mas diz que Eli honrou mais a eles do que ao Senhor (ISm 2.29), e pagou um alto preço por isso. •

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Lição 7 31 A criança e a família !

As crianças sempre foram observadas com carinho por Deus e tidas por bênçãos dadas pelo Senhor, aos pais, como herança (SI 127.3). Também eram vistas com raiva pelo Ini­migo. Basta ver o ódio com que foram tratadas as crianças hebréias no Egito por ocasião do nascimento de Moisés (Ex1). Faraó, quando confrontado por Moisés, ainda no Egito, no tocante à libertação dos judeus, queria reter as crianças para que estas não fossem com seus pais servir ao Senhor (Ex 10.9-11). Somente após a praga das trevas, Faraó con­cordou em deixar as crianças irem com seus pais. Jeremias acusou o povo de Jerusalém de não apenas rejeitar a Deus e colocar ídolos na Casa do Senhor, mas também por sacrifi­car seus filhos a Moloque, "o que nunca lhes ordenei, nem subiu ao meu coração que fizessem tal abominação" (Jr 32.33-35). Esses textos demonstram a seriedade com que a vida e a educação das crianças devem ser tratadas em casa e na igreja.

As crianças e Jesus. Em seu ministério terreno, Cristo tra­tou as crianças com carinho. Marcos 10.13-16 demonstra o quanto as crianças são importantes para Deus:

Foram trazidas para serem tocadas por Jesus. Se o toque de Jesus curava enfermos, certamente trazia carinho àquelas crianças.

Deus apoia os pais que trazem seus filhos a Ele. Jesus indig­nou-se com seus próprios discípulos porque estes repreen­diam os pais que traziam crianças para serem tocadas. Na visão dos discípulos, o Mestre, que logo iria entrar triunfal­mente em Jerusalém, não deveria ser "retido" por crianci­nhas, mas estas eram tão importantes para Jesus que Ele não apenas repreendeu os discípulos, como também tomou- as em seus braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou. Não podemos crer que um lar cristão será abençoado por com­pleto se as crianças não forem tocadas por Jesus.

Instruindo a criança no caminho em que deve andar. Certos pais recomendam a seus filhos que vão à Escola Dominical, mas se os próprios pais não dão exemplo, estarão ensinan­do a criança "o" caminho, e não "no" caminho. Isso signifi­ca que ensinar "no caminho" exige que o pai ou a mãe este­ja acompanhando a criança e servindo de exemplo para ela. E errado exigir de nossos filhos atitudes que nós mesmos

, não somos capazes de seguir.Os pais podem fazer com que seus filhos adorem ao Se­

nhor no lar. Como as crianças gostam de ouvir histórias e por elas assimilam valores com facilidade. No culto doméstico os pais devem ministrar-lhes com uma literatura apropriada, com pouco texto, ilustrada e colorida. Dessa forma, as crianças aprenderão o valor da Bíblia e o amor a Deus, tomando a de­voção pessoal uma necessidade desde a mais tenra idade. #

A família e a Terceira IdadeDevemos, como Igreja e família, motivar os crentes a

quem Deus permitiu chegar à Terceira Idade. Nessa fase, eles podem ser muito usados por Deus em diversos aspec­tos. Normalmente, quando se chega aos 65 anos de vida, as pessoas estão aposentadas ou em vias de fazê-lo. Muitos optam por continuar trabalhando para complementar suas rendas, ou mesmo dedicam-se a trabalhos na obra de Deus.

Uma das coisas mais comuns nesta faixa etária é o desejo de conversar com os mais novos. Normalmente, nestes diálo­gos, os mais velhos tendem a observar as coisas que aconte­cem hoje com muito saudosismo, expresso em frases do tipo: "No meu tempo não era assim!", ou "Na minha época as coi­sas eram diferentes!" Devemos ter paciência para que tais co­mentários não nos tomem refratários aos mais velhos, nem que desprezemos a sabedoria que eles acumularam com o passar dos anos, pois dela podemos desfrutar bastante. Pedro orienta aos jovens que sejam submissos aos anciãos (lPd 5.5).

De acordo com pastor Antonio Gilberto, "nessa idade, o homem e a mulher necessitam de apoio, simpatia, compre­ensão e paciência. E o início da velhice. São muito observa­dores. Se não tiverem o Espírito de Cristo e uma sólida for-

I mação, tenderão ao pessimismo, à crítica, à murmuração, a | ressentimentos, à maledicência, a maus hábitos." (Manual \ da Escola Dominical, CPAD, pág. 196).

Para quem pensa que Deus só escolhe os jovens para ; realizar seus planos, a Bíblia traz uma lista de pessoas com | idade avançada - para os nossos dias - que foram chama­das pelo Senhor para realizar grandes feitos.

Abraão. Tinha 75 anos quando foi chamado por Deus para dar origem a uma grande nação (Gn 12.4). Numa fase em que as pessoas desejam descansar, ele foi chamado a recons­truir sua vida e a de sua família crendo unicamente em Deus.

Moisés. O grande legislador de Israel tinha 80 anos quan­do foi convocado por Deus para ir ao Egito e libertar o povo de Israel da escravidão. Seu irmão Arão, que o acompanhou nessa chamada, tinha 83 anos (Ex 7.7).

Calebe. Companheiro de Josué, Calebe estava com 85 anos quando recebeu um pedaço de terra em Canaã onde mora­vam gigantes, e ainda tinha disposição para guerrear e se apropriar do que Deus lhe reservara (Js 14.10-13).

João. A tradição da Igreja diz que João foi o único apósto­lo que morreu de forma natural, ou seja, de velhice. Este apóstolo não estava na flor da idade quando foi preso, por amor ao Senhor, e deportado para a Ilha de Patmos. Já era um ancião, mas a este Deus revelou o Apocalipse.

Tais exemplos nos mostram que mesmo quando o homem envelhece, ainda possui para Deus muito valor e pode ser

I um canal de bênçãos para muitas gerações (SI 92.12-15). •

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Lição 8

O amor na famíliaO amor não é apenas um sentimento que une um ho­

mem e uma mulher, ou cria laços entre familiares, mas tam­bém, segundo um escritor, é o "adesivo" que une duas par­tes porosas de forma que não entrem em atrito. Tudo o que for feito na família, desde as coisas mais triviais (como pre­parar uma refeição ou passar roupas) até as mais comple­xas (como a escolha de um local para morar ou um colégio para onde os filhos deverão ir) devem estar alicerçadas no amor.

No que concerne ao amor entre os cônjuges. A Bíblia não apenas nos dá os parâmetros corretos da relação matrimo­nial, como justifica seus próprios motivos. Paulo, orientado pelo Espírito Santo, escreve aos efésios que a mulher deve se sujeitar ao marido (diretriz: Ef 5.22) porque ele é o cabeça da mulher, da mesma forma que Cristo o é para a Igreja (justificativa: Ef 5.23). O marido deve amar sua mulher, de­monstrar o amor que sente por ela, como Cristo amou a Igreja (diretriz: Ef 5.25-28), porque ninguém aborrece sua própria carne, mas a alimenta e por ela tem cuidado (justifi­cativa: Ef 5.29). Para Deus, sempre há uma razão para cada mandamento. Quando fala aos filhos, Deus segue o mesmo padrão - sejam obedientes aos pais no Senhor (diretriz: Ef 6.1) porque isto é justo (justificativa: Ef 6.1).

No que concerne aos laços familiares como um todo. Um dos textos onde a existência do amor na família e a falta deste são melhor apresentados é o da parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32). Vemos nesta história relatada por Jesus:

Um pai sendo desprezado pelo filho mais novo. É sabido que uma herança só pode ser repartida com a morte do testa- dor. Nessa parábola, o pai não havia morrido, mas para o filho mais novo, sim. Foi um duro golpe para aquele pai ouvir de seu filho caçula aquelas palavras.

Um filho que se lembra do amor de seu pai. Após ter desper­diçado as finanças que seu pai adquirira com anos de traba­lho árduo, e de querer se alimentar do mesmo que os por­cos comiam, o filho rebelde almejou ver o seu pai, estar na companhia dele e gozar das prerrogativas daquela convi­vência. O moço percebeu o quanto valia a pena pertencer àquela família.

Um irmão perdido que se ressente quando outro perdido é en­contrado. O filho mais velho estava igualmente perdido, mas dentro de casa. Jesus disse que o pai repartiu "por eles a fa­zenda", mostrando que o mais velho recebeu sua parte tam­bém. Ele poderia ter rejeitado a antecipação da herança, mas não o fez. E quando o mais novo retornou, o mais velho pro­curou censurar o pai por ter recebido uma pessoa tão irres­ponsável. A falta de amor faz com que desprezemos até os laços familiares, e ainda nos achemos justos diante de Deus.#

A família e os meios de comunicação

Os meios de comunicação têm a capacidade de formar opiniões nas esferas social, intelectual, financeira, sexual e educacional. Entretanto, de forma geral, as opiniões emi­tidas costumam ser adulteradas por interesses malignos e tendenciosos, e nem sempre aquilo que se vê ou ouve nos meios de comunicação representa a verdade do aconteci­do. Além disso, produtos são anunciados com a intenção de seduzir pessoas a adquiri-los, fortalecendo o consumis- mo. Esses fatores nos advertem a sermos prudentes quan­to ao uso dos meios de comunicação e à interpretação de suas mensagens.

A tevê. Tem sido utilizada para exibir documentários, programas educativos, jornais e mesmo programas evan- gelísticos, mas também exibe filmes cheios de violência e novelas que motivam aos mais diversos pecados, como roubo, homossexualismo, adultério, desrespeito às auto­ridades e, em maior escala, incita ao ocultismo, à bruxaria, ao satanismo e ao espiritismo. Programas de pouca quali­dade e de baixo custo muitas vezes entram em lares cris­tãos para contaminar a família e tomar o tempo que deve­ria ser dedicado ao culto doméstico, ao estudo da Bíblia e à oração.

O rádio. Tem sido um dos mais eficientes meios de evangelização, e isto ficou comprovado há anos, quando cristãos, baseados em países vizinhos aos Estados comu­nistas, enviavam a mensagem do Evangelho pelas ondas do rádio, alcançando milhões de pessoas que eram proi­bidas de possuir qualquer tipo de literatura cristã. Por usar uma linguagem que atinge os ouvintes sem que es­tes precisem ver alguma coisa, comerciais transmitidos pelo rádio por pessoas sem compromisso com Deus cos­tumam ser objetivos, desprovidos de pureza e cheios de duplo sentido.

A internet. A Rede Mundial de Computadores, também chamada de internet, apesar de sua imensa utilização para fins de comércio, educação, pesquisa e busca de informa­ções, vem sendo largamente utilizada para difundir corrupção, sexo desregrado, perversidades, pedofilia, bru­xaria e ocultismo. Lares têm sido desfeitos, crianças cor­rompidas e mentiras de todo o tipo têm sido divulgadas pelos computadores ligados à internet, e muitas vezes es­sas coisas acontecem em nossos próprios lares. Aqueles que utilizam essa rede mundial precisam estar sempre vi­gilantes.

As comunicações são absolutamente necessárias à exis­tência humana, mas se mal utilizadas serão uma praga para a família cristã e comprometerão a sua espiritualidade.#

Lição 9

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Lição 10 Lição 11 3A ansiedade pelas coisas temporais

Certa vez, quando Jesus estava ministrando a uma multi­dão, um dos presentes solicitou que Jesus fosse juiz entre ele e seu irmão por causa de uma herança. Nesse momento, Je­sus ensina ao povo acerca do perigo da avareza: "Acautelai- vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui", Lc 12.15. A ambição pelo dinheiro rompe até os laços familiares.

O ponto de vista de Deus no que tange a posse de rique­zas é muito diferente daquele apresentado pela sociedade. Enquanto os homens medem o sucesso uns dos outros pelas posses que conquistaram, Jesus adverte que quem se preo­cupa em ajuntar tesouros na Terra não é rico aos olhos de Deus. Como ilustração, Cristo conta à audiência uma pará­bola, onde descreve um homem rico, que não cuidava de sua vida espiritual e que se ensoberbeceu diante do que tinha conquistado. Quando estava no auge de sua prosperidade financeira, Deus lhe chama de louco, e avisa que naquela noite pediriam a sua alma (Lc 12.13-21). No túmulo, nenhum dos bens daquele homem seria capaz de lhe trazer alegria.

Deus não deseja que fixemos nossos alvos no dinheiro e nas coisas que podemos adquirir, pois são passageiras. Um provérbio italiano diz que "ao término do jogo, o rei e o peão vão para a mesma caixa", mostrando que na morte não há ricos ou pobres.

A ansiedade pelas coisas temporais pode nos levar a di­versos problemas, entre eles:

O consumismo. Deus tem compromisso de suprir nossas necessidades, não nossas vaidades. Porque devo ambicionar um carro caríssimo, se não possuo recursos para pagar os de­vidos impostos e a manutenção básica à utilização desse bem? Ter esse veículo me faz glorificar a Deus ou desonrá-lo? Há muitos crentes que não gozam de crédito junto ao mercado porque são inadimplentes; fazem compras e não conseguem saldar suas despesas, trazendo vergonha ao nome do Senhor.

Mau uso das finanças. Deus permite que trabalhemos e se­jamos sustentados pelo nosso trabalho, desde que este seja honesto. Muitos crentes ganham um determinado valor por seu trabalho mensal, mas gastam o dobro porque não sabem gerir suas finanças. Se ganho 500 reais por mês, é ilógico gas­tar nesse mesmo período 750 reais. Aprendamos também a guardar um pouco do que ganhamos para poder realizar so­nhos no futuro.

Dívidas. Compromissos não quitados transformam-se em dívidas. O cristão que usa corretamente seus recursos sabe fazer suas compras sem que seus compromissos se tomem dívidas, manchando sua reputação. •

0 divórcio à luz da BíbliaA dissolução do matrimônio passa por dois caminhos:

a morte (o caminho natural) e o divórcio (a forma hu­mana). O alto número de divórcios demonstra uma fal­ta de compreensão acerca dos votos do matrimônio e a seriedade deste.

O divórcio é detestável aos olhos de Deus (Ml 2.16) porque tem sua origem e conseqüências no pecado. Em última instância, Deus suporta o divórcio decorrente de infidelidade, pois traz uma imensa dor ao cônjuge traído, o que torna o casamento, para alguns, insustentável.

Atitudes para que o divórcio não aconteça. Sem querer es­gotar o assunto e sem ser simplista, veja alguns princípios que serão úteis para qualquer casal:

Oração e bom senso. Antes de haver o casamento, orar é essencial para que os que desejam se casar, o façam debaixo da vontade de Deus. Há pessoas divorciadas hoje que se casaram conscientes de que sua união não teve a aprovação de Deus - como o caso de um crente que casa-se com uma pessoa não crente - , mas perma­neceram rebeldes à voz do Senhor e hoje colhem os fru­tos de desprezar a Palavra de Deus. O bom senso tam­bém deve ser utilizado na escolha do cônjuge, pois Deus não obriga "fulana" a se casar com "beltrano", como se vê em certos meios ditos "proféticos". Se há problemas durante o namoro ou o noivado, tais problemas serão aumentados na convivência do casal, e o bom senso exis­te para que, não havendo o acerto das dificuldades, uma união com propensões ao fracasso não seja realizada.

Comunicação. Não é fácil fazer com que a comunicação do casal seja sempre perfeita, pois o pecado acaba afetan­do nossa maneira de falar e de ouvir. E preciso que os côn­juges aprendam como podem se comunicar melhor, para que haja real compreensão das necessidades de cada um.

E possível saber se seu sistema de comunicação está funcionando. Procure as seguintes características de comu­nicação em seu casamento:

1) Liberdade para se expressar. Você pode exprimir suas idéias de forma espontânea.

2) Sensação de ser compreendido. Você sabe que seu côn­juge e você estão se entendendo.

3) Ausência de brigas. As diferenças poderão ser re­solvidas sem brigas e discussões.

4) Redução do nervosismo. Ressentim entos podem ser resolvidos pelo perdão e a tensão não ficará acu­mulada.

5) Sentimento de segurança de si próprio e na relação. Você pode confiar no seu cônjuge e ser sensível aos sentimen­tos dele. •

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A importância do culto doméstico

Lição 12

O culto doméstico é de enorme valor para a família, pois por meio desse momento diário, a família é fortalecida, ins­pirada e ensinada acerca das verdades espirituais, da vida cristã e da devoção a Deus.

"A experiência de numerosas famílias felizes e vitorio­sas atesta o mérito do culto doméstico. Os que reconhecem o valor do ensino bíblico como oportunidade de encontro com Deus, consideram-no um motivo de prazer, e não uma obrigação enfadonha. Esta é a concepção correta:

Cultos diários, bênçãos diárias - Jesus ensinou seus dis­cípulos a orar: 'o pão nosso de cada dia dá-nos hoje' (Mt6.11). Ninguém questiona sobre a necessidade de alimenta­ção diária; por isso, o culto doméstico deve ser considerado a primeira oportunidade do dia para que a família reunida receba sua primeira refeição espiritual.

"Cabe à família marcar a hora para o culto doméstico... a Bíblia oferece uma boa sugestão: Deuteronômio 11.19 ins­trui: 'Ensinai-as a vossos filhos... deitando-te e levantando- te'. Então, pode ser pela manhã e à noite" (E Deus fez a famí­lia, CPAD, págs. 186 e 190).Por que devemos praticar o culto doméstico?

Por ser uma obra sagrada. E uma obra que envolve os pais e os filhos, contribuindo também para a comunhão destes. Quem não zela tanto física como espiritualmente por sua família não tem capacidade para cuidar bem da obra do Senhor (lTm 3.2-5).

Produz despertamento. Traz estímulos aos filhos para que estes sintam-se também inclinados às atividades cristãs. No culto doméstico, os filhos podem desenvolver talentos mu­sicais, e mesmo a pregação. Muitos pastores foram vocacionados por Deus nesses cultos.

Proporciona melhores condições espirituais. O culto domés­tico pode ser a base de uma educação cristã mais sólida e prática. Os pais, no culto doméstico, são os responsáveis pelo sacerdócio na família.

Produz a certeza de que Deus também está no lar. Há quem pense que Deus só pode ser achado no templo onde con­gregamos. Essa é uma visão deturpada, pois Deus também está presente no lar. Jesus disse que onde houvesse duas ou três pessoas reunidas em seu nome, ali Ele estaria. O culto em casa constitui-se no momento em que toda a família se reúne para estudar a Palavra e orar, sendo, portanto, uma oportunidade para que todos desfrutem da presença do Senhor e recebam sua força. Não apenas isso, mas também incute a necessidade de santidade no lar, pois Deus é. santo e preza pela santidade. •

Lição 13

E serás salvo, tu e a tua casaEsta declaração do apóstolo Paulo ao carcereiro em

Filipos (At 16.31) demonstra a vontade de Deus em salvar não apenas um representante de cada família, mas a família toda. Desde a chamada de Abraão, o plano divino é de aben­çoar "todas as famílias de terra" (Gn 12.3).

Devemos observar que a salvação é individual, e que um pai não pode ser salvo em lugar do filho, nem mesmo um filho pagar pelas culpas de seu pai.

A salvação é estendida a todos na família, desde que crei­am no Senhor Jesus. Alguns exemplos das Escrituras de­monstram claramente que a atitude de um dos membros da família pode salvar ou destruir uma família inteira. Acã causou a morte dos seus quando desobedeceu à ordem de Josué. Eli, por honrar mais seus filhos do que a Deus, mor­reu com eles.

Noé salvou a vida de sua família obedecendo a voz de Deus, construindo a arca que os livraria do dilúvio anunci­ado. José, como governador do Egito, pode preservar a vida de seu pai e irmãos numa época de grande fome. Raabe preservou em vida seus familiares por crer no Deus de Isra­el, ajudar os espias e colocar o fio escarlate na janela (nesta situação específica, se algum parente não estivesse em casa, morreria). Em todos esses casos, as vidas foram preserva­das porque uma pessoa creu em Deus.

No tocante à salvação, a coisa não é tão simples, pois o arrependimento exigido é individual. "A alma que pecar, essa morrerá", Ez 18.20. Uma natureza pecaminosa e indi­vidualista exige um arrependimento individual. Pedro uti­lizara o verbo "arrepender-se" no plural (At 2.38; 3.19), pois a mensagem do Evangelho é para todos, mas a decisão tie segui-lo é individual.

Ganhando a família para Jesus. Deus deseja que sejamos bênção em nosso lar, a fim de que, se não por palavras, mas pelo exemplo possamos evangelizar os que ainda não fo­ram salvos. Uma atitude pode convencer mais do que pala­vras, e na família, ser exemplo não é sempre uma tarefa fá­cil, pois no lar nossos parentes sabem se andamos realmen­te com Deus ou se nosso discurso é vazio. A forma como vivemos pode impedir ou aproximar nossos parentes de Deus. Um familiar ímpio observa o quanto Deus pode abençoá-lo por amor a nós, como o caso de Labão, que viu- se abençoado por Deus por causa de Jacó (Gn 30.27).

Nossa oração é primordial, não apenas para que os corações sejam quebrantados por Deus, mas também para que nos tornemos mensageiros em nossas própri­as casas. É justo que oremos por nossos parentes, não apenas para que sejam salvos, mas abençoados e pre­servados por Deus.#

m S& U tiodar'Suas críticas e sugestões são muito importantes para a equipe de produção de Ensinador Cristão.

Envie sua carta |A v . Brasil, 34.401, Bangu, 21852-000 • Rio de Janeiro (R J)para CPAD |Email: [email protected] • Tel.: 21-2406.7403 • Fax: 21-2406.7370

Page 43: Ensinador Cristão 18

O sucesso do líder cristão depende da comunhão com Deus

d a comunicação com os

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Page 44: Ensinador Cristão 18

Vanda Cristina Rocha Braga Barbosa

O perigo de o £ discipulado tornai

do professor

D esde os tempos bíblicos, quando os apóstolos inicia­ram a obra de discipulado, podemos observar a ten­

dência que tem o discípulo de colocar no discipulador a sua confiança e até mesmo a sua devoção. Em Atos 10.25- 26, verificamos que o apóstolo Pedro não se deixou levar pela vaidade nem permitiu que tal situação tivesse con­tinuidade. Nos dias de hoje, porém, tal é a necessidade do ser humano de ter reconhecido o seu talento e o seu desenvolvimento ministerial que, a cada sinal ou prodígio apresentado pelo Espírito Santo, ao invés de ser este exaltado, o homem é quem rece­be a fama. Inúmeras são as quedas oriundas de tais circunstâncias - cai o discípulo e também o discipu­lador.

O estudo da Psicologia na área cristã aponta tal si­tuação e a denomi­na como Laços en­tre almas, referin- do-se a uma liga­ção emocional en­tre duas pessoas de forma não sau­dável, gerando reflexos espirituais. Esses laços começam com uma admi­ração, que logo é substituída por uma

“A facilidade de o discípulo se espelhar no

seu mestre vem da relação estreita entre

eles”

adoração, que se transforma em de­pendência, levando uma pessoa a de­pender da outra de maneira a colocá- la no lugar de Deus em todos os mo­mentos de sua vida. Neste movimen­to, o discipulador pensa que está con­tribuindo para que o seu discípulo se aproxime mais de Deus, contudo não percebe que o está envolvendo em um caminho de idolatria.

A facilidade de o discípulo se espelhar no seu mestre vem da relação estreita entre eles. O aluno sabe que pode contar com o professor para aju­dar-lhe neste período de mudança de vida. O discipulador quando está em contato direto com o seu discípulo, ao passar-lhe a experiência da vida cristã,

não tem idéia do que está passando na mente do seu aluno. Quão mag­nífica é a experiên­cia relatada, quão magnífica será a admiração causa­da. Podemos per­ceber, então, o ta­manho da respon­sabilidade do mes­tre ao transmitir as verdades divinas aos seus discípu­

los. O que fazer sabendo que além de mestres por palavras, também o somos por atos?

Muitos são os cuidados que o mes­tre deve ter. O procedimento do dis­cipulador somado ao conteúdo do en­sino dominical podem fazer com que o discípulo se aproxime ou se distan­cie da presença de Deus.

Professor passa por provas?

Uma prática nem sempre admiti­da por mestres de discipulado (e até mesmo de outras classes de ED) é a de deixar transparecer naturalmen­te em sua pessoa a fraqueza que exis­te em todo e qualquer ser humano. Pode, às vezes, o mestre estar atra­vessando situações muito difíceis,* mas, por ocupar uma posição de li­derança na igreja e se sentir com a responsabilidade de dar um bom tes­temunho, procura escondê-las e age como se estivesse tudo ótimo.

Tal atitude poderá criar na men­te do discípulo uma imagem de per­feição cristã diferente da real e, consequentemente, quando este se encontrar passando por situações também difíceis, poderá se julgar in­digno do socorro de Deus por se achar "em pecado" ou coisas do tipo. Muitas vezes, em casos como este, o discípulo se recolhe e não procura ajuda, podendo se afastar dos cami­nhos do Senhor, e isso de maneira irreversível.

d

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luno da classe de -se mais dependente do que de Deus

O relato de 2 Coríntios 12.1-10 nos mostra que mesmo tendo em Deus as melhores experiências e os maiores privilégios, não estamos li­vres das provações e dificuldades da vida. "E, para que não me exal­tasse (...), foi-me dado um espinho na carne...", v7. Só que nem sempre reconhecem os os propósitos de Deus quando somos atribulados. Sentimo-nos envergonhados e ten­tamos passar uma imagem diferen­te da realidade, o que também pode nos levar a um distanciamento do Senhor.

E necessário que o discipulador seja antes de tudo um verdadeiro discípulo de Jesus para, após ter experimentado o quanto deve pa­decer pelo nome do Senhor (2Tm 3.12), esteja pronto para form ar novos discípulos.

Deus espera de nós fidelidade e sinceridade também nos momentos difíceis da vida, mesmo quando te­mos a missão de discipular e dar um bom testemunho. Se discipulamos, para o Senhor o fazemos; e se mal­trataram até o próprio Senhor, por que seria diferente conosco? É claro que isso não quer dizer que devemos andar cabisbaixos, somente demons­trando fraqueza, afinal Jesus disse: "no mundo tereis aflições, mas ten­de bom ânimo; eu venci o mundo", Jo 16.33.

Pontos positivos

Há também pontos positivos que permitem ao aluno um crescimento in­dividual. Podemos verificar a autonomia que é proporcionada ao aluno em classe quando lhe é dada a oportunidade de se expressar através de testemunhos, exem­plos de vida relativos ao tema da aula, e até mesmo no momento do Professor do dia. Neste momento, o aluno tem a opor­tunidade de, a partir de um tema indica­do pelo professor, pesquisar em literatu­ra pré-determinada ou não, elaborar sua tese e, em dia previamente marcado, ex­por suas conclusões.

O resultado dessa atividade é que o aluno descobre-se capaz de buscar a sua própria edificação, descobre-se ca­paz de, compartilhando suas conclu­sões, edificar a outros, deixando de de­pender do professor para esclarecer todos os questionamentos que venham a surgir no decorrer de sua vida. O pro­fessor, então, passa a ocupar o lugar de orientador no campo da formação cris­tã, sem ser confundido com algo do tipo "babá espiritual".

Entretanto, nem sempre o professor está disposto a dividir o seu encargo, a se despojar de si mesmo e, humilde­mente, se colocar na posição de "alu­no por um dia", dividindo suas expe­riências como aluno e sendo também edificado. E necessário enquadrar-se linearmente como Igreja.

Ajustes necessários

Já temos sobre os nossos ombros uma boa parcela de responsabilida­de, pois já existem discípulos depen­dentes em nossas classes. E então, o que fazer? Precisamos lembrar que estamos tratando com os filhos do Se­nhor, com almas nascidas de novo, e que por causa de um descuido, até mesmo de nossa parte, estão desen­volvendo uma dependência no alvo errado. *

A situação é delicada. Algo de es­piritual tem de ser feito. Aqui não nos cabe, entretanto, citar exemplos de atitudes a serem tomadas, pois cada caso é um caso específico, e o Espíri­to Santo haverá de dar, na hora certa, a maneira ideal para o mestre agir. Clamemos a ajuda do Senhor e rete­nhamos aquilo que temos aprendido para aplicarmos em tempo oportuno. "Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o co­ração do sábio discernirá o tempo e o modo", Ec 8.5.

Vanda Cristina Rocha Braga Barbosa trabalha com evangelismo, ação social e discipulado.

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O 4° Congresso Nacional de ED promete ser um marco na trajetória de aperfeiçoamento do corpo docente das igrejas

ACPAD traz ao Brasil pela se­gunda vez o pastor norte- americano Gilbert Beers, co­nhecido internacionalmente

por sua literatura e pela vasta experiên­cia na área educacional. Ele estará par­ticipando do 4° Congresso Nacional de Escola Dominical que se realizará no Centro de Convenções do Anhembi/SP, de 29 de julho a 1 de agosto. De acordo com Ronaldo Rodrigues de Souza, di- retor-executivo da Casa, Gilbert Beers e Marlene LeFever (que também fará par­te do corpo docente) estão entre os me­lhores preletores em nível mundial na área de Educação. "Eles estão ministran­do em toda a América Latina, nos Esta­dos Unidos, nos países da Ásia, na Eu­ropa. São pessoas com larga experiên­cia na área de ensino, vocacionadas para este trabalho", atesta o diretor.

Gilbert Beers, além de pastor, é edu­cador e autor de dezenas de livros e da Bíblia passo a passo para crianças, obra publicada pela editora Chariot Victor Publishing em co-edição com a CPAD. Beers vai explanar sobre a importância da Educação Cristã na área infantil, se encarregando de falar sobre o plano di­vino para a vida das crianças. Sua pro­posta tem o sentido de despertar os pro­fessores de ED quanto às maneiras cor­retas de encaminhar os pequeninos às verdades bíblicas, para que cresçam fir­mes na doutrina cristã e estejam capa­citados a assumir uma possível lideran­ça no futuro.

Revelações nacionais

Em âmbito nacional, também há no­vidades no rol de preletores. Pastor Wagner Gaby, diretor da Faculdade de Administração, Ciência, Educação e Letras (Facel), no Paraná, e a psicóloga e escritora Elaine Cruz, do Rio de Ja­neiro, são os novos valores no corpo de palestrantes. No caso do pastor Gaby, as discussões vão permear as te­orias de aprendizagem e sua aplicabi­lidade na Educação Cristã, demons­trando a necessidade de unir a teoria à prática no processo de ensino. Já a psi­cóloga Elaine Cruz, que além de dar palestras em igrejas também lida dire­tamente com pacientes em seu consul­tório, abordará sobre as principais cau­sas de conflitos em sala de aula, apre­sentando aos professores de ED qual deve ser a postura para evitar situações embaraçosas e relacionar-se bem com seus alunos.

Outros palestrantes do evento serão os pastores Antonio Gilberto, Claudi- onor de Andrade, Eliezer Morais, Davi Nascimento e os professores Marcos Tuler, Marlene LeFever e Anita Oyaizu.

Na área de workshops, o congresso contará com as professoras Albertina Malafaia, Helena de Figueiredo, Débo­ra Ferreira e Anita Oyaizu. Os pastores Davi Nascimento e Eliezer Morais tam­bém estarão nessa frente de trabalho.

Para os interessados em alfabetiza­ção de jovens e adultos, a professora Léa

Teixeira conduzirá o tema através do projeto Ler é Viver.

Lília Paz e pastores Victorino Silva e Daniel Regis Cavalcanti entoarão lou­vores a Deus, abrilhantando o evento.

Participação de congressistas em plenário

A CPAD está preparando mais uma novidade para o 4o Congresso. Trata-se de um espaço aberto para os congressistas, que poderão expli­car seus projetos pedagógicos de su­cesso. O objetivo é promover a tro­ca de experiências entre os profes­sores de ED de todo o país.

Para ter direito a essa oportunida­de é necessário ser superintendente de ED e ter adotado um projeto pedagó­gico cuja aplicação esteja dando resul­tados positivos à Escola. Projetos rela­cionados à organização e administra­ção da ED também serão aceitos.

O projeto deve ser encaminhado, até o dia 30 de abril, ao setor de Educa­ção Cristã da CPAD (Av. Brasil, 34.401 Bangu - Rio de Janeiro/RJ - Cep 21852- 000. Escreva do lado de fora do enve­lope: CPAD - Setor de Educação Cris­tã). O material deve estar impresso e, se possível, acompanhado de disquete. Os quatro melhores projetos serão es­colhidos para serem apresentados.

Para esclarecimento de qualquer dúvida, basta entrar em contato com o setor de Educação Cristã através dos telefones 21-2406.7345 / 7363 ou pelo email [email protected].

EL

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Apos promover conferencias por todas as regiões do Brasil, como a realizada em Florianópolis (acima), a CPAD continua investindo na qualidade do ensino bíblico. Este ano, o 4o a

Congresso Nacional de ED, que acontecerá em São Paulo (foto), vem despertando grande interesse de superintenden­tes e professores

A inscrição pode ser feita em qualquer uma das filiais da CPAD no Bra­sil ou pelo site www.cpad.com.br (visite Eventos) ou pelos telefones 11- 6292.1677 (somente para residentes no Estado de São Paulo) e 21-2406.7323/ 7400 (para todas as outras regiões). Ao fazer contato, esteja com identidade e CPF à mão

Procure a caravana mais próxima de você | | |Várias grupos estão se organizando para participarem do congresso. Eles estão formando caravanas, e você pode fazer parte delas. Conheça, a seguir, os nomes dos líderes e os locais-base de algumas caravanas que até a data do fechamento

desta edição já estavam confirmadas. Se você se interessar em integrar-se a algum grupo, basta ligar para os telefones indicados.

Ady Lopes............................................................... 47-Antonio Onofre........................................................ 33-Cicero Barbosa....................................................... 98-Elías da Vitória Santos........................................... 79-Jair A lves.............1.................................................. 91-Jeferson Couto........................................................ 21-Joceli da Fonseca.................................................. 54-José Ribamar F. do Nascimento............................ 89-Lauro Roberto Silva Barreto.................................. 51-Lázaro Meireles....................................................... 71-Mòmca Fernandes.................................................. 84-Neemias - Ass. de Deus de Betim........................ 31-Pedro Farias de Lima............................................. 86-Rubenilso Amaral da S ilva..................................... 98-Samuel Couto........................ ................................. 71-Wilton Alves da Silva.............................................. 21-Jairo Souza.............................................................. 21-Elivan Messias dos Santos.................................... 71-Evaldo Cassuto...................................................... 27-Oriando de Carvalho.............................................. 27-Sebastião Fiorine F ilho.......................................... 19-Natanaeí Cotez........................................................44-

422.3221 ................................................Joinville, SC3331.4581/3341.2150...........................Manhuaçu, MG239.1050/ 239.0523...............................São Luis, MA261.1741 ................................................São Cristóvão, SE238.0271 ................................................Belém, PA2643.3002 ..............................................Teresópolis, RJ3042.0262 ..............................................Farroupilha, RS326.7779 ................................................Timom, MA475.4977 ................................................Canoas, RS376.3405 ................................................Salvador, BA217.8390 ............. ................................. Capim Macio, RN3594.2775 ..............................................Betim. MG220.3454................................................Teresina, PI222,4351 ................................................São Luís. MA480,6709 ................................................Salvador, BA2779.9133/ 2665.8631 ......................... . Queimados, RJ2796.2796..............................................Mesquita, RJ622.1133 ................................................Camaçari. BA3343.4717 ..............................................Cariacica, ES3372.2162 ..............................................Linhares, ES3268.3695 ..............................................Campinas, SP9958.8504 ................................... ..........Campo Mourão, PR

LocalA infra-estrutura do Centro de Con­

venções Anhembi, em São Paulo, local escolhido para a realização do congres­so, é outro fator que promete coroar as atividades. Conhecido por sediar os eventos de maior expressão da cidade, o Anhembi fica localizado próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê, aos aero­portos e ao metrô.

A capital paulista é de fácil acesso para qualquer parte do país, além de apresentar alternativas em relação a transporte, hospedagem e alimentação ao gosto dos congressistas.

InscriçõesAs inscrições estão abertas até

o dia 22 de julho ou enquanto hou­ver vagas. No caso de caravanas, o responsável deve ligar para o setor de E ven tos da CPAD (21- 2406.7323/ 7400), cadastrando-se como líder de caravana. Ele rece­berá o material de divulgação e fi­chas de inscrição especiais para ca­ravanas, que deverão ser devolvi­das devidamente preenchidas via fax ou email até 20 de julho.

O valor da inscrição aumenta à medida que se aproxima a data do evento e pode ser parcelado em cin­co vezes. Inscrições feitas até 30 de maio valem R$ 120,00. Desta data até 29 de julho, os interessados deverão pagar R$ 150,00. No pacote dos con­gressistas estão incluídos pasta, apos­tila, caneta e duas refeições (almoço e lanche) para os dias 30 e 31.

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Márcio Klauber Maia

caminhSe planejar a aula é fundamental para atingir os

Domingo pela manhã. Irmão Francisco é o professor da classe de jovens da Escola Dominical. Ele está ansioso

para chegar logo à igreja e ministrar a aula de hoje. Seu coração bate mais for­te esta manhã porque conseguiu um excelente material e está aguardando o momento para utilizá-lo. Um irmão lhe indicou o endereço de um site no­tável na Internet, de onde extraiu vári­os artigos interessantes; outro lhe in­dicou um livro espetacular e o pastor lhe emprestou um comentário bíblico que será de muita utilidade. Será a melhor aula de sua vida, pensa.

A aula inicia e ele começa falando sobre um dos artigos, o que leva muito tempo. Tenta organizar o material no cavalete, mas percebe que a letra é muito pequena e não dá para visualizar bem. Os alunos estão interessados pelo assunto e começam a fazer perguntas, que acabam dando outro rumo à aula. Irmão Francisco lembra-se, então, de um capítulo do livro que tem um resu­mo interessante e pede que a irmã Ma­ria faça a leitura, quando o superinten­dente toca a sineta avisando que fal­tam 10 minutos para o final da aula. Ele vai para casa triste, frustrado e com uma interrogação: como poderia orga­nizar melhor todo o excelente material que tinha em mãos para dar uma boa aula, no tempo apropriado?

O que o professor vai ensinar?

Para falarmos sobre isto, algumas questões precisam ser analisadas. Sa­bemos que ensinar não é apenas "pas-

m

sar" um conteúdo, mas sim formar ci­dadãos conscientes, com capacidade de absorver, analisar e praticar o que está sendo ensinado. Cabe ao professor cri- ar um ambiente no qual o aluno seia. estimulado a discutir e compreender o assunto, compartilhar experiências, construindo o conhecimento em gru­po, sob sua orientação. Além disto, tem que desafiar os alunos a uma mudan­ça de vida, visando imprimir neles o caráter de Cristo, pela Palavra de Deus.

Quando vamos preparar a aula, ten­do à mão a revista da ED e o material que coletamos durante a semana - li­vros, artigos, recortes de revistas, ma­pas, comentários bíblicos - , precisamos pensar em primeiro lugar sobre o quê pretendemos ensinar.

O tempo disponível para a aula é curto e precisa ser bem aproveitado. Não é possível ensinar tudo a respeito de qualquer que seja o assunto em ape­nas uma aula. Por isso, precisamos identificar qual a idéia principal que deve ser trabalhada, perguntando-se: "Que conteúdo mínimo o meu aluno precisa reter sobre o assunto?"

E importante identificarmos quais os conceitos que o aluno deve domi­nar no assunto a ser ministrado, que valores precisa reter e que foco deve ser dado durante a aula. Isto vai per­mitir que nos concentremos no que é essencial, além de termos a oportuni­dade de identificar a melhor aborda­gem de acordo com a faixa etária, a for­mação e as necessidades específicas do grupo com o qual vamos trabalhar. Pre­cisamos levar em consideração tam­bém o que os alunos já sabem a respei­to do tema, a quantidade de alunos na

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vos da ED, acrescentar criatividade é decisivoclasse, as limitações físicas do local onde a aula será ministrada, o ambi­ente espiritual e socioeconômico do grupo etc. Desta forma, evitamos que a aula seja sem rumo e improdutiva.

O que o aluno vai aprender?

Podemos dar o próximo passo, per­guntando: "O que os alunos vão apren­der? Quais os objetivos específicos para os nossos alunos e como podemos ava­liar se eles absorveram os valores ensi­nados?"

Precisamos determinar o que espe­ramos do nosso aluno e como pode­mos avaliar sua aprendizagem de for­ma específica, por meio de atividades que eles estarão aptos a realizar após a aula. Se o objetivo da aula é que os alunos conheçam melhor o Espírito Santo, podemos ter uma orientação clara sobre o que deve ser trabalhado estabelecendo o seguinte objetivo: após a aula, os alunos deverão citar quatro principais atributos do Espíri­to Santo e explicar, com suas próprias palavras, o que significa cada atribu­to. Assim, podemos direcionar a aula e identificar se houve o êxito almeja­do, projetando antecipadamente o que o aluno poderá realizar e como demonstrará o que aprendeu. Se o as­sunto da aula é uma visão panorâmi­ca das epístolas paulinas, o nosso ob­jetivo pode ser: após a aula, os alu­nos deverão citar cinco livros do Novo Testamento escritos pelo após­tolo Paulo e identificar no mapa os locais para os quais as cartas foram endereçadas.

Que atividades serão realizadas?

Definido o que vamos ensinar e o que o aluno deve aprender, temos uma direção traçada e sabemos o que que­remos e onde desejamos chegar. Pode­mos nos concentrar agora nos aspec­tos práticos da aula - as atividades que o professor e os alunos irão realizar e quais os recursos necessários. E nesta fase que devemos decidir qual a me­lhor forma de apresentarmos o tema, escolhendo as atividades que serão aplicadas em classe. Estes métodos empregados na construção do apren­dizado facilitam a compreensão e fi­xam os valores que precisam ser adqui­ridos pelos alunos.

Importante ressaltar que métodos e atividades são apenas meios para atingirmos um alvo. O produto final da nossa aula é a aprendizagem, e não a metodologia. Esta é apenas a ferramen­ta utilizada e o meio para se atingir*o fim. Devemos também ser cuidadosos no planejamento de atividades para os alunos, sabendo que eles irão absorver muito mais aquilo que fazem, do que apenas aquilo que vêem ou ouvem. É fundamental que planejemos maneiras de tornar a aula participativa. Isto vai aumentar o interesse dos alunos pela ED, fazendo com que se sintam impor­tantes e necessários na classe, além de desenvolver o raciocínio e a intimida­de com o assunto.

Precisamos, ainda, eleger os recur­sos ou materiais que serão utilizados no funcionamento dos métodos e exe­cução das atividades. Tudo precisa ser planejado e providenciado com ante-

m

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cedência para se evitar imprevistos e surpresas de última hora.

Idéias funcionais

Vejamos alguns exemplos de como podemos tornar a nossa aula mais cri­ativa e producente.

Quando o assunto requer um volu­me maior de informações teóricas, po­demos trabalhar fazendo a leitura de um resumo das informações principais. Isso, através de uma dinâmica de lei­tura, de recurso visual, ou assistindo a um filme ou documentário sobre o as­sunto. As informações depois poderão ser trabalhadas em grupo, utilizando- se métodos como o painel integrado, grupo de verbalização e observação ou, ainda, perguntas e respostas. Para tan­to, não podemos esquecer de preparar o texto (pode ser um artigo encontra­do na internet ou em uma revista), pre­parar e treinar antes a dinâmica a ser utilizada, confeccionar os recursos vi­suais (cartazes, álbum seriado, quadro de tiras ou pregas etc.). Se for utilizar um filme, além da fita de vídeo (que já deve estar no ponto certo), o professor deve providenciar o videocassete, a televisão e o local adequado. O mate­rial a ser trabalhado em grupo bem como as perguntas necessárias também devem ser providenciadas com ante­cedência.

Se o assunto é de ordem mais prá­tica, podemos trabalhar com drama­tizações, estudo de um caso, jogos si­mulados ou a utilização de ilustrações, parábolas etc., buscando explorar mais a participação individual com as experiências de cada um. Neste caso, precisamos ter combinado todos os detalhes com os alunos que vão apre­sentar a peça ou jogral, além de pre­parar o material da atividade que será empregada.

Quando o assunto é mais polêmi­co, podemos trazer convidados para um debate, um painel ou uma entre­vista. E também utilizar o método júri simulado ou, ainda, discussão em clas­se. Para a aplicação destes métodos te­

“O tempo disponível para a aula

é curto e precisa ser bem

aproveitado”

mos que fazer os convites antecipa­damente, preparar a classe ao longo da semana com a dis­tribuição de tarefas e pesquisas, a fim de que os alunos es­tejam devidamente preparados para discutir o assunto em questão.

Se a aula faz re­ferência a cidades, rios, países ou ou­tros lugares, podemos utilizar ma­pas. Eles podem ser trabalhados no retroprojetor ou através de colagens ou marcações com um pincel - para isto precisamos cobrir o mapa com um plástico para não danificá-lo. Outra sugestão é o uso de fotografi­as dos locais.

Se o assunto é mais doutrinário, então podemos utilizar dicionários, comentários e chaves bíblicas para os alunos consultarem o que for preciso. Cartazes e esquemas gráficos podem ajudar a condensar a informação e melhor apresentar os conceitos. Pode­mos envolver a turma através de um simpósio ou estudo bíblico indutivo. Nestes casos, os materiais necessários devem ser providenciados com ante­cedência.

Nossa responsabilidade.

Márcio Klauber Maia é pastor na AD em Candelária, Natal (RN).

Os segredos para uma boa aula são o planejamento e a criatividade. As coi­sas não acontecem por acaso e o apren­dizado não se desenvolve sem que haja um trabalho prévio. O professor que apenas lê a lição no sábado à noite ou no domingo pela manhã não terá con­dições de exercer a plenitude do seu ministério, pois sequer planejou e pre­parou a sua aula com o empenho devi­do. Devemos lembrar do que a Bíblia nos adverte em Romanos 12.7: "Se é ensinar, haja dedicação ao ensino".

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Pa r a n a v e g a r e m á g u a s p r o f u n d a s

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orando as Escrituras

Este livro fornece uma visão panorâmica da Palavra de Deus para aqueles que desejam obter base para um estudo mais detalhado de um livro, passagem ou tema da Bíblia. Com o auxílio de introdução, resumo e sumário, o autor analisa cada livro das Sagradas Escrituras e torna-os mais claros ao leitor dos dias atuais. O livro inclui também 35 inapas e tabelas.

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Congresso Nacional de

Escola Dominical29 de julho a 01 de agosto 2004

Centro de Convenções Anhembi - São Paulo

000“0 que aprendestes, isto também praticai’

Pr. José Wellington Bezerra da Costa, SPPresidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil

Pr. José Wellington Costa Jun io r, SP

Presidente do Conselho Adm inis­

trativo d a C P A D

Pr. Wagner Gaby, PR Diretor da FA C E I. (Faculdade de Administração, Ciência, Educaçãoe letras - Ó r g ã o da Convenção do Paraná)

... e mais 10 outros educadores cristãos.

Pr. Gilbert Beers, E U A Educador, Presidente

P r o f . Marlene LeFever, E U A Diretora de Relações Ministeriais d a David C . Cook Church Ministries.

Pr. Antonio Gilberto, R J Consultor D outrinário

P l e n á r ia s

• A linguagem bíblica c'omo recurso de ensino• Perspectivas reais da Educação Cristã no âmbito da Escola Dominical• O desafio da Educação Cristã diante da “Sociedade do Conhecimento”• Construindo o caráter das crianças na Escola Dominical.

S e m i n á r i o s

• Administração dinâmica: paradigma para uma Escola Dominical objetiva e eficiente• Andragogia: um novo sentido para a educação de adultos na igreja• Avaliando teorias contemporâneas de aprendizagem pela perspectiva bíblica• A eficácia da aprendizagem através de métodos criativos• Como superar os desafios de relacionamento professor/aluno• Pedagogia de projetos: uma nova proposta de aprendizagem para a Escola Dominical• A importância da participação dos pais na formação bíblico-cristã dos filhos

Informações e reservas: (21) 2406-7323 / 2406-7400Mobilize sua igreja e região e prepare uma linda caravana!

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