Ensino Fundamental Anos Iniciais

3o Ano – 3o Bimestre

Sumário Geral3o Ano

P Português ............................................................. 5

M Matemática ..........................................................55

C Ciências ............................................................. 157

H História ............................................................. 209

G Geografia ...........................................................239

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PortuguêsSumário

Capítulo 8 – Um conto de fadas .................................................................................. 8

Capítulo 9 – Uma lenda do Sul ................................................................................. 26

Capítulo 10 – Um conto popular ................................................................................. 46

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7

PortuguêsApresentação

Este caderno foi escrito para você e para todos que gostam de aprender, ler, ouvir e contar boas histórias.

Foi escrito, também, para que você mostre suas opiniões sobre o mundo a sua volta, crie e recrie textos falando e escrevendo, para melhorar sua relação com o mundo. E para isso, você vai usar a língua portuguesa, nos-so maravilhoso idioma que vai ajudá-lo a conhecer a linguagem dos qua-drinhos, das notícias de jornais, dos contos, das fábulas, da poesia... e de muitos outros tipos de texto.

Queremos convidá-lo a ler, participar, divertir-se, opinar e escrever.Enfim, este caderno é para você crescer melhor no mundo em que vive!

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Um conto de fadasPortuguês 8C

apítu

lo

Para começar

Neste capítulo, estudarei frases interrogativas e trabalharei com paródia.

A bela adormecida

Há muitos anos, em um reino distante, um rei e uma rainha desejavam muito ter um filho. Um dia, quando a rainha se banhava no riacho, uma rã-zinha pulou da água e lhe disse:

− Seu desejo será satisfeito. Antes de um ano Vossa Majestade terá uma filhinha.

As palavras da rãzinha tornaram-se realidade. A rainha teve uma linda menina. O rei ficou tão feliz que preparou uma grande festa e convidou to-dos os parentes, amigos, vizinhos e as fadas, como convidadas de honra. Havia treze fadas no reino, mas o rei tinha apenas doze pratos de ouro para servi-las, então uma das fadas não recebeu o convite.

A festa realizou-se com todo o esplendor e, quando chegou ao fim, cada uma das fadas ofereceu um presente mágico à criança. Uma delas lhe deu virtude; outra, beleza; a terceira, riqueza, e assim por diante. Quando onze das fadas já haviam feito suas ofertas, de repente, apareceu a décima terceira fada. Ela desejava mostrar como estava ofendida por não ter sido convidada. Sem cumprimentar nem olhar para ninguém, entrou no salão e gritou para que todos ouvissem:

− Quando a princesa completar quinze anos, picará o dedo com um fuso de tear envenenado e cairá morta. Sem dizer mais nada, retirou-se.

Todos ficaram horrorizados. A décima segunda fada, porém, que ainda não tinha ofertado seu presente, deu um passo à frente. Ela não tinha po-der para cortar o efeito da praga, mas podia modificá-la. Então, disse:

− Sua filha não morrerá, mas dormirá um sono profundo, que durará cem anos.

Imediatamente, o rei ordenou que todos os fusos de tear daquele reino fossem destruídos. À medida que o tempo passava, as promessas das fa-das iam se realizando. A princesa cresceu tão bonita, modesta, amável e inteligente. Todos que a viam ficavam encantados com ela.

9

Mas no dia em que a princesa ia completar quinze anos, o rei e a rainha foram a um torneio de caça. A menina, cansada de ficar sozinha, começou a andar pelos cômodos do castelo. Assim, ela chegou a uma velha torre onde havia uma escada estreita, em caracol. Por ela subiu até uma pe-quena porta, em cuja fechadura havia uma chave enferrujada. Dando-lhe a volta, a porta abriu-se. Num pequeno quarto, estava sentada uma velhinha, muito ocupada com um tear, fiando. Vivia tão isolada na torre, que não to-mara conhecimento da ordem do rei, com relação aos fusos e teares.

− Bom dia, vovozinha, disse a princesa. O que está fazendo? − Estou fiando, respondeu a velhinha.− Que instrumento curioso é esse que gira tão depressa? − perguntou a

princesa, tomando o fuso na mão.Assim que o tocou, picou o dedo e, imediatamente, caiu em sono pro-

fundo. A velhinha desapareceu. O rei e a rainha, que acabavam de che-gar, deram alguns passos e adormeceram também. Os cavalos dormiram nas cocheiras; os cães, no pátio; os pombos, no telhado; as moscas, nas paredes. Até o fogo, na lareira, parou de crepitar. O vento parou, e todos dormiram. À volta do muro, começou a crescer uma cerca viva de arbustos e espinhos. Cada ano ia ficando mais alta, até que não se podia mais ver o castelo.

O tempo passou... A lenda sobre a bela princesa adormecida atraía prínci-pes que tentavam abrir caminho através da cerca de arbustos para entrar no castelo. Mas eles não conseguiam porque ficavam presos nos espinhos.

Após muitos anos, um príncipe muito corajoso veio à cidade e ouviu um velho contar a lenda do castelo em que uma linda princesa dormia havia cem anos. E que muitos morreram tentando entrar lá. O príncipe, então, declarou:

− Não tenho medo. Vou conseguir chegar até a “Bela adormecida”.Os cem anos já haviam passado. Então, quando o príncipe chegou ao

castelo, como por encanto, os arbustos transformaram-se em delicadas flo-res que se afastaram e abriram o caminho. Após sua passagem, fecharam-se novamente. No pátio, ele viu os cães dormindo. No telhado, estavam os pombos, com as cabecinhas escondidas debaixo das asas. Quando entrou no castelo, perto do trono, reconheceu o rei e a rainha, também adorme-cidos.

10

Finalmente chegou à torre, abriu a porta do quarto onde a princesa dor-mia e entrou. Ela era tão bonita que ele não se conteve: abaixou-se e bei-jou-a. Assim que a tocou, o feitiço se desfez. A “Bela adormecida” abriu os olhos e sorriu para ele. O rei, a rainha e os cortesãos acordaram também e entreolharam-se, espantados.

Apaixonado, o príncipe casou-se com a princesa e viveram felizes por muitos e muitos anos.

Adaptação do conto dos irmãos Grimm

Esplendor – brilho, luxoVirtude – hábito de praticar o bem.Fuso – instrumento de fiar, roliço e pontiagudo, em que se enrola o fio

torcido à mão.Tear – máquina destinada a tecer fios.Fiando – reduzir a fio.Crepitar – estalar, produzir um som seco.Cortesãos – pessoas que vivem na Corte.

Para continuar

Conversa sobre o texto

1) Qual era o maior desejo do rei e da rainha?

11

2) Quem anunciou à rainha que ela teria um filho foi:

( ) uma fada boa.

( ) uma rãzinha.

( ) o rei.

3) Para a festa, o rei não convidou uma das treze fadas porque:

( ) ele não gostava de uma delas.

( ) uma delas era má.

( ) só havia doze pratos de ouro para servi-las.

4) A fada que não recebeu o convite compareceu à festa. Que presente ela deu à princesinha? Copie do texto.

5) A décima segunda fada:

( ) cortou o feitiço jogado sobre a princesinha.

( ) modificou o feitiço.

( ) ordenou que destruíssem os fusos de tear.

6) Quando a princesa completasse quinze anos:

( ) ela morreria.

( ) um príncipe a salvaria.

( ) ela cairia em sono profundo.

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7) “− Bom dia, vovozinha, disse a princesa.” Em sua opinião, quem seria a “vovozinha” que estava fiando?

8) Após a princesa picar o dedo no fuso, todos que estavam no castelo adormeceram. Grife no texto essa informação.

9) A princesa dormiu durante cem anos:

( ) na sala do trono.

( ) na torre do castelo.

( ) no pátio.

10) Depois de cem anos, um príncipe corajoso conseguiu entrar no castelo. O que ele fez para quebrar o feitiço?

11) O texto que você leu é um conto de fada. Leia as frases a seguir e co-loque V para verdadeiro e F para falso em relação a esse tipo de história.

( ) Tudo acontece em um tempo muito distante de nós.

( ) A história se passa em um lugar distante.

( ) A história acontece nos dias atuais.

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Para continuar

O texto no contexto

Muitas histórias como contos de fadas ganham novas versões em livros e para o cinema. Algumas delas são imitações engraçadas, ou seja, a história é a mesma mas contada de outra maneira, com humor. Quando isso acontece, dizemos que é uma paródia. Leia agora a história de “A bela desadormecida”, uma paródia do conto “A bela adormecida”.

“Um dia eu nasciE era uma gracinha.Meus pais exclamaram:‘É a nossa Belinha!’

Meus pais, de tão felizesCom o bebê (que era eu),Armaram uma festa:‘Nossa filha nasceu!’

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Na maior animação,Espalharam a notícia:‘De trem, ou de bicicleta,Ou de carro de polícia,

Venham todos festejarA chegada da Belinha!’Só não chamaram a bruxa(Por azar, nossa vizinha).

Mesmo sem ser convidada,A bruxa não se apertou.Chamou seus ratos malucos,Bateu na porta e entrou.

‘Que gracinha de menina!Muito certo, o nome Bela.’Me deu um beijo estalado.‘Trouxe um presente pra ela!’”

MINTERS, Frances. A bela desadormecida. Trad. Laura Lee. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1999.

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Vamos comparar as duas histórias?

1) Leia as afirmações a seguir e coloque (1) para “A bela adormecida” e (2) para “A bela desadormecida”.

( ) Está escrita em versos.

( ) Está escrita em parágrafos.

( ) Apresenta rimas.

( ) Não apresenta rimas.

2) Que presente a fada má deu para a menina em “A bela adormecida”?

3) Qual será o presente que a bruxa trouxe para a Belinha?

4) De qual história você gostou mais? Por quê?

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Para continuar

A língua em contexto

Você deve ter notado que no conto de fadas “A bela adormecida” há muitos acontecimentos que são narrados por meio das ações das perso-nagens. Veja os exemplos:

“— Quando a princesa completar quinze anos, picará o dedo com um fuso de tear envenenado e cairá morta. Sem dizer mais nada, retirou-se.”

As palavras destacadas representam ações da princesa (completar / picará / cairá) e da fada má (dizer / retirou).

1. Circule as palavras que representam ações nas frases.

a) “... cada uma das fadas ofereceu um presente mágico à criança.”

b) “... a porta abriu-se.”

c) “... uma rãzinha pulou da água e disse...”

d) “... quando o príncipe chegou ao castelo...”

2. Complete as frases com as ações do quadro.

VIVERAM PICOU ENTROU

VIU CAIU CHEGOU

a) Assim que a princesa o dedo, imediatamente.

b) Um príncipe muito corajoso à cidade.

c) Quando o príncipe no castelo, o rei e a rainha.

d) O príncipe e a princesa felizes para sempre.

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3. Escreva uma frase para cada uma destas palavras.

a) OUVIU

b) SORRIU

c) DORMIRÁ

d) GRITARAM

4. Leia as frases que você criou para um colega e ouça as dele.

5. Retire do texto “A bela desadormecida” duas palavras que representam ações.

a)

b)

No conto “A bela adormecida” há frases interrogativas.

Frase interrogativa é aquela em que fazemos uma pergunta. Ela sempre termina com um ponto de interrogação (?).

6. Copie as duas frases interrogativas do conto. Leia-as em voz alta.

a)

b)

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7. Invente duas frases interrogativas. Não se esqueça de colocar o ponto de interrogação (?) no final de cada uma delas.

a)

b)

8. Desembaralhe as palavras e forme frases.

a) satisfeito. – desejo – Seu – será

b) morrerá. – filha – Sua – não

c) menina! – de – Que – gracinha

d) nasci – Um – eu – dia

19

Para continuar

Produção de texto

Pinte as cenas da história. Depois, escreva em cada quadro o que está acontecendo.

1

20

2

3

21

4

5

22

6

23

Para casa

1) Ajude o príncipe a chegar ao castelo da Bela adormecida.

24

2) S ou Z?Complete as palavras do texto com S ou Z..

FU O FELI ES

RÃ INHA QUIN E

DO E VOVO INHA

DE EJO A A

PRE ENTE CORAJO O

PRINCE A

3) Escolha uma cena do conto “A bela adormecida” de que você mais gos-tou e faça um desenho bem bonito.

25

Para finalizar

O que aprendi no capítulo 8? Assinalar

Reconheço o texto original de uma paródia.

Identifico frases interrogativas.

Sei criar uma narrativa a partir de cenas.

26

Uma lenda do SulPortuguês 9C

apítu

lo

Para começar

Neste capítulo, estudarei os sons do x e conhecerei expressões regionais.

O Negrinho do pastoreio

Em uma rica fazenda dos pampas gaúchos vivia um fazendeiro de es-cravos, como era comum naquela época. Esse fazendeiro tinha fama de maldoso por ser muito cruel com seus escravos.

Nessa fazenda vivia um menino escravo negro, órfão de pai e mãe. Co-nhecido apenas como “Negrinho”, pois nem nome tinha. Sua tarefa na fa-zenda, desde que o dia apontava, era cuidar dos cavalos.

Certo dia, ao voltar do campo com os cavalos, seu patrão notou que faltava um animal. Não houve nem tempo para explicações, Negrinho foi acusado de ter perdido o cavalo.

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Inconformado, o fazendeiro mandou o menino voltar para procurar o ani-mal. Depois de um longo tempo, sem encontrar o cavalo, o menino só teve como saída voltar à fazenda. Como castigo, o fazendeiro o chicoteou tanto que, depois de muita dor, o menino desmaiou e foi dado como morto. A mando do fazendeiro, seu corpo foi jogado em um formigueiro.

Na manhã seguinte, o fazendeiro e seus peões foram até o formiguei-ro ver como estava o corpo do menino. Para surpresa de todos, o garoto estava sorridente, todo iluminado, sem nenhum ferimento e montado no cavalo que havia perdido.

Conta a lenda que o garoto virou um anjo. A lenda ainda diz que se en-contrar um objeto ou animal perdido, é só acender uma vela e pedir ajuda ao Negrinho do pastoreio.

(Folclore Brasileiro)

Pampa – planície muito extensa, coberta de vegetação rasteira, na re-gião sul da América do Sul. Comprende áreas localizadas no Brasil es-pecialmente no estado do Rio Grande do Sul, na Argentina e no Uruguai.

Para continuar

Conversa sobre o texto

1. O fazendeiro era maldoso porque:

( ) morava numa rica fazenda.

( ) possuía muitos cavalos.

( ) maltratava seus escravos.

2. Qual era a tarefa do menino escravo?

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3. Copie do texto a passagem que mostra que o menino era uma criança abandonada.

4. O fazendeiro castigou Negrinho porque:

( ) um cavalo se perdeu.

( ) o menino não quis procurar o animal.

( ) o menino não achou o cavalo perdido.

5. Pensando que o menino tivesse morrido, o que o maldoso fazendeiro mandou fazer?

6. Na manhã seguinte, por que todos ficaram surpresos?

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7. Relacione as características de cada personagem:

1) Negrinho

2) fazendeiro

( ) cruel

( ) órfão

( ) rico

( ) sem nome

( ) trabalhador

( ) escravo

8. Segundo a lenda, quando perdemos alguma coisa, o que devemos fazer para achá-la? Desenhe a resposta.

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Expressões regionais

A história que você leu é uma lenda do folclore brasileiro e foi recolhida e registrada no Rio Grande do Sul. Você conhece esse estado brasileiro?

0 288

km

OCEANOATLÂNTICO

RIO GRANDEDO SUL

S. CATARINA

Porto Alegre

ARGENTINA

URUGUAI

RIO GRANDE DO SUL

O Rio Grande do Sul faz divisa com apenas um estado do Brasil, Santa Catarina, ao norte. Ao sul, faz fronteira com o Uruguai, e a oeste com a Argentina. A leste, é banhado pelo Oceano Atlântico.

9. De acordo com o mapa, que países são vizinhos do Rio Grande do Sul?

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Leia algumas palavras e expressões utilizadas nessa região:

Bá ou bah – uma das palavras mais usadas entre os gaúchos, em quase todas as situações, representando aprovação ou desaprovação, alegria, tris-teza ou admiração. É uma redução da palavra “barbaridade”.

Bergamota – mexerica, tangerina

Colorado – torcedor do Sport Club Internacional

Coxilhas – grandes extensões onduladas de campinas, típicas da planície sul-rio-grandense, cobertas de pastagem onde se desenvolve a pecuária.

Gauchada – grande quantidade de gaúchos

Lá de fora – lá do campo

Oigalê! – exprime admiração, espanto, alegria.

Pandorga – papagaio de papel, pipa

Piá – menino, guri

Tchê – equivale a tu. Usa-se para chamar alguém: “Como vai, tchê?” ou para chamar a atenção: “Tchê!, que moça bonita!”

10. Converse com seus colegas, pais, vizinhos, professor(a) e anote algumas palavras ou expressões típicas da região onde você mora. Não se esqueça de escrever ao lado o que elas significam.

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Para continuar

O texto no contexto

Vamos, agora, conhecer a história de “Amarelinho”, uma criança sofrida.

Amarelinho

Ele caminhava chutando a terra. Gostava de chutar a terra vermelha igual a sangue, quente por causa do sol, seca, meio estorricada. O caminho para a cidade era longo, ele morava no último barraco, perto da cerca de arame farpado. Casa? Não era nem! Uns paus fincados de qualquer jeito, paredes de latas de óleo abertas, pedaços de papelão; tinha muitos daqueles barracos por ali, na favela. Dentro, um quadrado de chão batido. Ali viviam a mãe dele e mais cinco irmãos. Ele era o segundo, de cima para baixo.

Magro, miúdo e desconjuntado, joelhos que pareciam bolas de tênis, loi-rinho anêmico de olhos azuis descorados — parecia nem ter sangue. Por isso, tinha o apelido de Amarelinho.

Oito anos. Onde tinha nascido? Não sabia. Nem pensava nessas coi-sas. Para ele, cada dia era um dia novo, a mãe sempre gritalhona, batendo nos menorzinhos; existia o irmão mais velho que não queria trabalhar; a irmã estava empregada e morava na cidade. Os meninos saíam assim que amanhecia e comiam onde encontravam comida. Era sempre assim.

O Amarelinho gostava de viver ali. Não tinha quem o obrigasse a fazer coisas, ia aonde quisesse, estava sempre na cidade, rondava os bares (principalmente na hora da fome), parava, ficava olhando comprido, respi-rava fundo o cheiro de fritura até que o dono ficasse com dó e lhe desse o que comer. A vida era desse jeito: café aqui, pão ali, um xingamento adian-te. Quando sentia sede, era só encontrar uma torneira — quase sempre a do jardim público. Abria, enchia a boca, o jato molhava os pés, às vezes to-mava um banho. Era gostoso, principalmente no calor. Quando o jardineiro via, levantava os braços, vinha correndo e esbravejando. Amarelinho caía na risada, fugia deixando a torneira aberta, o jorro prateado cavoucando a terra, lavando os pés do jardineiro… Amarelinho ria de longe, ria que ria, mostrando os dentes enviesados e sujos…

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À medida que caminhava, a favela ia ficando para trás. Uma quadra pela frente começava o asfalto, a cidade. Dali para diante, as casas eram feitas de tijolos, telhas, tinham jardim, flores, e as pessoas vestiam roupa limpa — um outro mundo.

JOSÉ, Ganymédes. Amarelinho. São Paulo: Moderna, 1982.

Vamos comparar as duas histórias?

1. Os dois textos, “Negrinho do pastoreio” e “Amarelinho”, estão escritos em:

( ) versos.

( ) parágrafos.

( ) rimas.

2. As personagens das duas histórias são conhecidas por apelidos. Explique por que os meninos eram chamados de:

Negrinho

Amarelinho

3. Em relação ao lugar onde os meninos moram, há alguma diferença? Qual?

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4. Como o narrador descreve as personagens

a) Negrinho

b) Amarelinho

5. Os dois meninos têm em comum:

( ) o lugar onde moram.

( ) a vida sofrida.

( ) a vida de aventuras.

6. Em relação à família dos meninos, assinale a afirmação correta.

( ) Negrinho era filho do fazendeiro.

( ) Amarelinho era uma criança abandonada, de rua.

( ) Negrinho era órfão e Amarelinho vivia com a mãe e os irmãos.

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7. Desenhe o lugar onde morava cada personagem.

Negrinho

Amarelinho

36

Para continuar

A língua em contexto

Você já conhece a letra X. Vamos estudar, agora, os diferentes sons que ela pode representar. Observe as palavras seguintes e leia com seu professor ou professora. Preste bastante atenção a cada som!

Os sons do X

X com som de S

texto sexta-feira explicação exposição

X com som de SS

máximo auxílio trouxe próximo

X com som de Z

exato exercício exemplo exame

X com som de CH

peixe xícara ameixa baixo

X com som de KS

táxi crucifixo boxe axila

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1. Ligue as palavras ao som do X correspondente.

Explosão

Caixote

Exagero

Exausto

Reflexo

Pirex

Som de CH

Som de Z

Som de KS

Som de S

2. Leia as palavras em voz alta. Circule apenas a que não apresenta som de CH.

xampu exterior

xadrez xarope

abacaxi caixa

México rouxinol

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3. Copie ou recorte palavras que apresentem X e preencha o quadro a seguir.

X (som de CH)

X (som de S)

X (som de SS)

X (som de Z)

X (som de KS)

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4. Leia as palavras seguintes em voz alta, depois desenhe o que cada uma representa.

Saxofone

Peixe

Abacaxi

Lixo

Xarope

40

5. Utilize as palavras do quadro anterior para formar frases.

a) Saxofone

b) Peixe

c) Abacaxi

d) Lixo

e) Xarope

Para continuar

Produção de texto

Coloque as cenas a seguir na sequência correta e reescreva a história. Capriche na letra cursiva! Depois, pinte os desenhos.

( )

41

( )

( )

42

( )

( )

43

Negrinho do pastoreio

44

Para casa

Objetos perdidos

O Negrinho do pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na len-da, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir ao menino que ele ajuda a encontrá-la. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela para ele.

Ajude o Negrinho a encontrar os objetos perdidos. Observe a imagem com atenção e pinte o que encontrar escondido. Em seguida, escreva o nome dos objetos que você achou.

45

Para finalizar

O que aprendi no capítulo 9? Assinalar

Reconheço os sons do x.

Sei ler ilustrações.

Sei o que são expressões regionais.

46

Um conto popularPortuguês 10C

apítu

lo

Para começar

O velho, o menino e o burro

Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade. Como iria retor-nar andando, chamou seu neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.

Passando por um grupo de meninos, escutaram os comentários: “Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!”

Então, o menino disse: “Eu desço e o senhor segue montado”.Prosseguiram...Mais adiante, havia uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa.

Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: “Que absurdo! Explorando a pobre criança, podendo deixá-la em cima do animal.”

Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posições, ou seja, o menino montou, e o velho desceu.

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Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calçada demonstraram seu espanto com o que presenciaram: “Que meni-no preguiçoso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazero-so em cima do animal. Que vergonha!”

Diante disso, o menino desceu e, desta vez, o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro.

Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correta quando passaram na frente de um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gar-galhadas da cena: “São mesmo uns bobos! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte!”

O avô e o neto olharam um para o outro e tiveram uma ideia excelente: ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!

(Conto Popular)

Para continuar

Conversa sobre o texto

1. As principais personagens da história que você leu são:

( ) o velho e o menino.

( ) o velho, as lavadeiras e o burro.

( ) o velho, o menino e o burro.

2. Por que o velho foi à cidade?

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3. O velho convidou o neto para a viagem:

( ) para ajudá-lo a trazer as compras.

( ) para lhe fazer companhia na volta.

( ) para ajudar a levar o burro.

4. O conto “O velho, o menino e o burro” está escrito em:

( ) 10 parágrafos.

( ) 11 parágrafos.

( ) 12 parágrafos.

5. Por que, durante a viagem, avô e neto mudavam de posição em relação ao burro?

6. Numere as ações na sequência em que ocorrem na história.

( ) Avô e neto caminharam puxando o burro.

( ) O menino desceu, e o velho continuou montado no burro.

( ) Um velho resolveu vender seu burro na feira.

( ) O velho e o menino carregaram o burro nas costas.

( ) O menino montou, e o velho desceu.

( ) O velho e o menino montaram no animal.

7. Qual seria a “moral” da história?

( ) Não devemos mudar de opinião.

( ) É impossível agradar a todas as pessoas.

( ) Todos têm o direito de dar palpites na nossa vida.

49

Para continuar

A língua em contexto

Vamos rever alguns sinais de pontuação?

Os sinais de pontuação servem para indicar ao leitor o modo como ele deve ler o texto para que seja compreendido. Esses sinais são úteis quando lemos apenas com os olhos ou quando lemos em voz alta. Veja alguns exemplos.

Aspas “ ”

No texto lido, as aspas indicam as falas das personagens nos diálogos.

“Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!”

Ponto de exclamação !

Indica surpresa, espanto, admiração.

“Que absurdo!”

“Que menino preguiçoso!”

Então, ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!

Ponto de interrogação ?

Indica sempre uma pergunta.

Por que o avô convidou o neto para a viagem?

Ponto final .

Indica pausa maior, encerramento de frases que não sejam exclamativas ou interrogativas.

Um velho resolveu vender seu burro na cidade.

Montaram os dois no animal e seguiram viagem.

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1. Complete os textos com os sinais de pontuação: aspas ou travessão, exclamação, interrogação e ponto final.

a) O garoto chega da escola e logo pergunta ao pai: Papai, papai Você sabe escrever no escuro Não, meu filho Por quê É que eu queria que você assinasse o meu boletim

b) Um gato caminhava por um telhado miando: Miau, miau Nisso se aproxima outro gato repetindo: Au, au Então o primeiro gato lhe diz: Por que você late se você é um gato E o outro lhe responde: Por que não posso aprender idiomas

c) Um peixe pergunta a outro: Que faz seu papai E o outro lhe responde: Nada e o seu Nada também

d) O que disse um pato a outro pato Estamos empatados

e) O que disse uma pulga a outra pulga Vamos a pé, ou esperamos um cachorro

Para continuar

Revisão – dígrafos

Dígrafos são duas letras que representam apenas um som. Veja, no quadro a seguir, a relação dos dígrafos.

NH LH CH RR SS QU GU SC SÇ XC

51

1. Juntamente com seu professor ou professora, procure no texto “O velho, o menino e o burro” palavras que tenham dígrafos e faça uma lista.

NH

LH

CH

RR

SS

QU

GU

SC

SÇ

XC

2. Procure em jornais e revistas 5 palavras que tenham dígrafos e copie-as aqui.

52

Para continuar

Produção de texto

Você vai ouvir um conto popular lido por seu professor ou professora. Preste bastante atenção e, em seguida, escreva a

história com suas palavras. Boa sorte!

Título:

Se quiser, ilustre o seu texto.

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Para casa

Descubra as palavras do quadro no diagrama a seguir. Depois, coloque-as em ordem alfabética.

Velho Desceria Vergonha Burro Pessoas Que Gargalhadas Preguiçoso

P A A Ç D E S C E R I A A S S D E R T U Y R H S A S X X C V

Ç O P I U V E R G O N H A A S C X Z Z E D A S G Y U Q P I

V E L H O O P P L Ç O V E L O I N H M N B A W A S X I W

P O I U R P R E G U I Ç O S O A X C V R T U I M A R Q U I

G A R G A L H A D A S S D F G R E V I S T A R V T I P Ç L O

M N I O J U I N B U R R O Ç P O R Q U I T O M A C A W I

P E S O A S A D L Q U E N D O M U N D O A G O R P Q A

Z A E R R T U P E S S O A S S I N J I H O M N N P Ç W A L

Ordem alfabética

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Para finalizar

O que aprendi no capítulo 10? Assinalar

Reconheço todos os dígrafos.

Sei pontuar um texto curto.

Reescrevo uma história a partir de um relato oral.