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ESTADO DO PARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM PODER EXECUTIVO

– PMHIS BELÉM – PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL DE BELÉM

Belém, 2012

ESTADO DO PARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM

DUCIOMAR GOMES DA COSTA Prefeito

ANIVALDO VALE

Vice Prefeito

OSWALDO GONZAGA SANTOS Secretário Municipal de Habitação

APOIO GOVERNO FEDERAL – MINISTÉRIO DAS CIDADES

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CMHIS Mesa Diretora Oswaldo Gonzaga Santos - Presidente Humberto Daniel da Silva - Vice Presidente Anna Carolina Gomes Holanda – 2ª Vice Presidente

Evandro Saulo Fonseca de Abreu - 1° Secretário Maria Olívia Barbosa de Lima – 2ª Secretária Maria do Carmo Campos da Silva – 3ª Secretária Membros do Pleno Oswaldo Gonzaga Santos (Titular), Wilson Guilherme de Moura Abdon (Suplente) – SEHAB, Maria Cristina Barreto da Silva (Titular), Sebastião Borges Guedes (Suplente) – SESAN, Aurelino Sousa dos S. Junior (Titular), Mª do Perpétuo Socorro L. C. Lopes (Suplente) – SEFIN; Herbert George de Almeida (Titular), Davina Bernadete Dias Oliveira (Suplente) – SEGEP; Francisco Damião da Silva Neto (Titular), Otacílio Pinto Soares Filho (Suplente) – SEURB; Maria do Carmo Campos da Silva (Titular), Ana Cristina Kaliff de Oliveira (Suplente) – CODEM; Anna Carolina Gomes Holanda (Titular) e Isabella Monteiro Bastos Bandeira (Suplente) – COHAB; Lélio Costa da Silva (Titular), Márcio da Silva Freitas (Suplente) – SPU; João Cláudio Klautau Guimarães (Titular), João Hugo Barral Miranda (Suplente) – CAIXA; Solange Maria Gayoso da Costa (Titular), Maria Elvira Rocha de Sá (Suplente) – UFPA; João Ricardo Domingues Lobo (Titular), Alex Dias Carvalho (Suplente) – SINDUSCON; Sandro Miguel Carvalho (Titular) e Ailson Carvalho Cunha (Suplente) – STICIMBA; Maria Olívia Barbosa de Lima (Titular), Armando de Nazaré Dias Machado (Suplente) – CREA/PA; Humberto Daniel da Silva (Titular), Alessandra Sueli Silva Ferreira (Suplente) – MNLM; Raimundo Jorge Leal Raiol (Titular), Osvaldino de Nazaré Queiroz (Suplente) – FEMECAM; João Gomes da Silva Neto (Titular), José Guilherme Carvalho da Silva (Suplente) – FASE; Adelcidio Ferreira da Silva (Titular), Williams Gomes da Silva (Suplente) – Fórum Paraense em Defesa da Moradia; Salvador Viana da Silva (Titular), Ozias Lino da Silva (Suplente) – CONGEB-UNA; Evandro Saulo Fonseca de Abreu (Titular), Valdomiro Fonseca Furtado (Suplente) – CMP.

PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DE BELÉM – PMHIS BELÉM

EQUIPE TÉCNICA DA PMB

Coordenação Geral Jocielma de Jesus Silva de Queiroz – Assistente Social, Especialista.

Equipe Técnica de Elaboração do Plano – SEHAB

Jocielma de Jesus Silva de Queiroz – Assistente Social, Especialista. Lena do Socorro de Farias Rocha – Assistente Social, Especialista.

Roselene de Souza Portela – Assistente Social, Doutora.

Técnicos e Colaboradores na Elaboração do PMHIS SEHAB

Alexandre de Almeida Corrêa - Advogado Edílson Evangelista Costa – Engenheiro Civil Edi Magno – Colaborador Jorge Augusto Macedo - Sociólogo Leandro Soares Medeiros – Assistente Social Luciane Ribeiro Saraiva – Assistente Social Mauro Rogério dos Santos Leitão - Economista

CODEM

Ana Cristina Kaliff – Arquiteta e Urbanista Claudia Macêdo – Bacharel em Direito Maria do Carmo C. da Silva – Assistente Social Luis Guilherme C. Brasil Cunha - Advogado

SEGEP

Davina Bernadete Dias Oliveira – Arquiteta e Urbanista Salin Bechara Resque Neto – Economista

SEMMA Maria do Socorro Miranda – Arquiteta e Urbanista Josiane Mateus Furtado – Engenheira Civil Alice da Silva Rodrigues Rosas – Arquiteta e Urbanista

SEURB

Fabiano Clóves Coutinho Jorge - Engenheiro Químico Industrial. Luiz Cesar Brito Souza - Economista Karla Castilho Moreira – Bacharel em Direito Otacílio Pinto Soares Filho – Engenheiro Civil

CTBEL

Eliza Vasconcelos – Assistente Social, Dra.

SESAN Antonio Carlos Gomes – Engenheiro Civil Conceição Paumgartten – Arquiteta e Urbanist

Processo Participativo: Audiências Públicas e Conferência Municipal de Habitação de Interesse Social

Técnicos SEHAB Aline Dinelly – Assistente Social.

Leila Braga – Pedagoga. Leonardo Meneses – Estudante de Tecnologia em Gestão Pública.

Michele Rodrigues – Pedagoga. Thiliane da Silva – Psicóloga.

Assessores e Estagiários. Ana Camila dos Santos – Estudante de Serviço Social/UFPA.

Celso Ribeiro – Assessor, Estudante de Serviço Social/UNIDERP. Eliana Miranda – Estudante de Serviço Social/UFPA.

Thayane Andrade – Estudante de Serviço Social/UFPA. Natalina Nazareth – Assessora.

CONSULTORIA INSTITUTO AMAZÔNICO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA E AMBIENTAL - IAGUA

Coordenação Geral Welson de Souza Cardoso – Estatístico, Mestre.

Equipe Técnica de Elaboração do Plano e atualização do Diagnóstico Habitacional de Belém

Roberta Menezes Rodrigues – Arquiteta e Urbanista, Doutora (Coord. Técnica). Juliano Ximenes – Arquiteto e Urbanista, Doutor. Welson de Souza Cardoso – Estatístico, Mestre.

Lilyan Galvão – Estudante de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFPA Wallace de Miranda Avelar – Estudante de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFPA

Processo Participativo: Audiências Públicas e Conferência Municipal de Habitação de Interesse

Social Gilberto Fernando Lima Garcia Júnior – Arquiteto e Urbanista

Laudelino Batista da Silva – Turismólogo Marcos Vinicius da Costa Lima – Geografo, Msc.

Maria Gorete da Gama e Silva – Assistente Social, Msc. Odália Lima Borges - Assistente Social, Esp.

Regina Claudia de Gusmão Penna – Assistente Social, Esp. Roberta Menezes Rodrigues - Arquiteta e Urbanista, Dra.

Rosa Helena dos Santos – Engenheira Agrônoma Sandra Helena Ribeiro Cruz – Assistente Social, Dra.

Sílvia Melo Batista – Técnica Social Welson de Sousa Cardoso – Estatístico, Msc.

Estagiários

Anne Jaqueline Lobato de Amorim - Estudante de Serviço Social/UFPA Bruno César Barreto Moreira Sarrazin Nogueira - Estudante de Serviço Social/UFPA

Isabelly de Nazaré da Silva Santos - Estudante de Serviço Social/UFPA Jorge Raimundo Miranda - Estudante de Serviço Social/UFPA

Leiliane Santos Cunha - Estudante de Serviço Social/UFPA Márcio André Pompeu Santana - Estudante de Serviço Social/UFPA Nadilson Sandro Santos Souto – Estudante de Serviço Social/UFPA

Rosimeire Rodrigues Pinto - Estudante de Serviço Social/UFPA Sandra Maria Nascimento Alencar - Estudante de Serviço Social/UFPA

Equipe de Apoio

Diana Pascoal Erika Cristina

Joelcy Fernandes Correa Ligia Barbosa

Luiziária dos Santos da Silva Maria Helena da Silva

Silvia Letícia Almeida Formigosa

APRESENTAÇÃO

O Direito à habitação digna é previsto em todos os instrumentos legais que tratam dos Direitos Humanos. A habitação deve ser entendida como algo além da casa, do abrigo, mas na interação desta com a cidade, com o conjunto de seus equipamentos, serviços e espaços públicos.

Nesse sentido, o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social do município de Belém, que visa construir de forma participativa as ações do setor habitacional no município, no período de 2012-2033, é resultado do planejamento habitacional, o qual define estratégias de ação, de curto, médio e longo prazo, explicitando as ações necessárias para que seus objetivos e suas diretrizes sejam alcançados.

Para o governo municipal este Plano representa um marco na política habitacional de Belém, pois resulta dos anseios da sociedade civil que participou ativamente da construção do mesmo. Foram realizadas reuniões da Equipe técnica da Secretaria Municipal de Habitação com os membros do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social, juntamente com o apoio do Instituto IAGUA, tendo-se ampliado esse debate por meio de oficinas com os delegados eleitos em audiências públicas realizadas nos oitos distritos administrativos do município, e que culminaram com a realização da Conferência Municipal de Habitação. Dessa forma, esse processo materializa o conhecimento popular com o conhecimento técnico científico.

É um dos mais importantes instrumentos de gestão da política habitacional de Belém, que orienta as tomadas de decisões, juntamente com o Plano Diretor Municipal, bem como com a Política Nacional de Habitação, o Sistema Nacional de Habitação e o Plano Nacional de Habitação. O PMHIS busca não somente orientar o planejamento e gestão da política habitacional, mas também que seu resultado seja utilizado para o alcance da melhoria das condições de habitabilidade, portanto, melhoria das condições de vida da população belenense.

Além disso, as linhas programáticas articulam um conjunto de ações entre os agentes que atuam no setor habitacional, com destaque para os órgãos públicos relacionados direta e indiretamente à Política Municipal de Habitação de Interesse Social, assim como o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CMHIS e outros conselhos correlatos.

O Plano inscreve-se em uma concepção de democracia que compreende o cidadão como parte ativa da sociedade, reconhecendo o direito de exercer a cidadania em seu caráter integral, ou seja, o poder de deliberar questões que se tornam fundamentais para influir na construção de uma sociedade e cidade sustentável.

Oswaldo Gonzaga Santos Secretário Municipal de Habitação - PMB

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 9 DIAGNÓSTICO HABITACIONAL DE BELÉM .................................................................................................................................10 1. ATUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM PARA O ANO DE 2010 ..................................................................11 1.1 Déficit e Inadequação Habitacional do município de Belém para 2010 ........................................................................................................13 1.1.1 Projeção do Déficit Habitacional para o município de Belém para o ano de 2033 .................................................................................................................................15 1.2 Construção da base estatística e cartográfica do PMHIS/Belém-PA – 2010 ....................................................................................................................................17 1.3 Condição da infraestrutura urbana e dos domicílios no município: resultados do Censo

Demográfico 2010, IBGE ....................................................................................................................................29 1.4 Análise: problema habitacional em Assentamentos Precários (AS) do PMHIS e na escala

municipal, segundo o Censo IBGE 2010 ....................................................................................................................................37 2. PROJETOS DE INTERVENÇÃO EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS E PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL RECENTE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM..................................................................................................................................40 3. LEVANTAMENTO SOBRE O ORÇAMENTO MUNICIPAL – PMB E RECURSOS INVESTIDOS COM A

HABITAÇÃO EM BELÉM....................................................................................................................................45 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................................................................50 5. APÊNDICES ........................................................................................................................................... 51

PLANO DE AÇÃO ....................................................................................................................................64 1. OBJETIVOS DO PMHIS ...........................................................................................................................................65 1.1. Objetivo Geral do PMHIS ....................................................................................................................................65 1.2. Objetivos Específicos do PMHIS ....................................................................................................................................65 2. PRINCÍPIOS ........................................................................................................................................... 66 3. DIRETRIZES ........................................................................................................................................... 67 4. LINHAS PROGRAMÁTICAS, PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS ....................................................................................................................................69 4.1. Integração Urbana de Assentamentos Precários e Irregulares – LP1 ...........................................................................................................................................69 4.1.1. Programa de Urbanização Integrada e Regularização de Assentamentos Precários e Irregulares ...... 69 4.1.1.1. Subprograma de Auxílio Moradia ....................................................................................................................................72 4.1.2. Programa de Regularização Fundiária de Assentamentos Irregulares Consolidados ........................................................................................................................72 4.1.2.1. Subprograma de Regularização de Loteamentos e Conjuntos Habitacionais Públicos

consolidados ...........................................................................................................................................74 4.1.2.2. Subprograma Assistência Técnica - Apoio a Regularização Fundiária ..............................................................................................74 4.2. Produção e Melhoria da Habitação – LP 2 ....................................................................................................................................74 4.2.1. Programa de Produção de novas unidades habitacionais ....................................................................................................................................74 4.2.1.1. Subprograma de Produção de Unidades Habitacionais para Reassentamento de Famílias ocupantes de áreas de risco, proteção ambiental e não consolidáveis e de apoio à urbanização

integrada ....................................................................................................................................76 4.2.1.2. Subprograma de Habitação Produzida pelo Mercado ....................................................................................................................................76 4.2.1.3. Subprograma de Produção Habitacional em Parceria com Movimentos Sociais e Associações

Pró-Moradia ....................................................................................................................................77 4.2.1.4. Subprograma de Locação Social ...........................................................................................................................................78 4.2.1.5. Subprograma de Assistência Técnica – Apoio à Produção Habitacional ....................................................78 4.2.2. Programa de Melhoria Habitacional 78 4.2.2.1. Subprograma de Assistência Técnica – Apoio à Melhoria Habitacional. 79 4.3. Desenvolvimento Institucional – LP3. 80 4.3.1. Programa de Desenvolvimento Institucional dos órgãos relacionados à Política Municipal de Habitação de Interesse Social80 4.3.1.1. Subprograma de Capacitação Continuada e Desenvolvimento de Pessoal 80 4.3.1.2. Sistema de Informações ....................................................................................................................................81

4.3.1.3. Sistema de Cadastro da Demanda / Cadastro Único de Atendidos e Cadastrados para

Atendimento .....................................................................................................................................81 4.3.1.4. Sistema de Monitoramento e Avaliação da Política e do PMHIS ..........................................................................................................................................82 5. METAS ...................................................................................................................................................82 5.1. Metas Institucionais Gerais ....................................................................................................................................82 5.2. Metas Normativas Gerais ...........................................................................................................................................84 5.3. Metas por Linhas Programáticas ............................................................................................................................85 5.3.1. Linha Programática 1 (LP1) - Integração Urbana de Assentamentos Precários e Irregulares .........................................................................................................85 5.3.2. Linha Programática 2 (LP2) - Produção e Melhoria da Habitação ....................................................................................................................................87 5.3.3. Linha Programática 3 (LP3)- Desenvolvimento Institucional – DI ....................................................................................................................................89 5.4. Metas Físico-Financeiras Gerais ...........................................................................................................................................91 5.4.1. Cenário 1 ....................................................................................................................................92 5.4.1.1. Estratégias de ação: atendimento às demandas – Composição 1 ....................................................................................................................................96 5.4.1.2. Estratégias de ação: atendimento às demandas – Composição 2 ....................................................................................................................................99 5.4.1.3. Estratégias de ação: urbanização integrada de assentamentos precários ...........................................................................................................................................103 5.4.2. Cenário 2 ...........................................................................................................................................104 5.4.3. Metas Físicas e Financeiras adotadas ....................................................................................................................................107 6. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ...........................................................................................................................................109 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................................................................114

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Diagnóstico

INTRODUÇÃO

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social - PMHIS de Belém é etapa específica de detalhamento e consolidação da Política Municipal de Habitação de Interesse Social do município, visando a formatação de uma política pública com seus programas, subprogramas, ações e metas, buscando a articulação das diretrizes já existentes e das diferentes instâncias consultivas e deliberativas em seu processo de definição e posterior acompanhamento de sua implementação, monitoramento e revisão no horizonte temporal de 2033.

Trata-se de um planejamento de longo prazo, no qual são reafirmados os princípios da política em questão, a partir do qual se explicitam as ações necessárias para que seus objetivos sejam alcançados. Para tanto, o processo de elaboração do PMHIS de Belém contou com atividades que envolveram a participação de técnicos municipais e da população de Belém, bem como dos representantes da sociedade que compõem o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CMHIS e realizado em parceria com a consultoria do Instituto Amazônico de Planejamento e Gestão Urbana e Ambiental – IAGUA.

Foram reunidas neste texto base as informações, considerações e propostas resultantes desse processo, e sistematizadas na forma de plano de maneira a apoiar tanto a tomada de decisão pública quanto o acompanhamento da Política de Habitação pela sociedade.

O documento dialoga com o Diagnóstico Habitacional de Belém (DHB), no qual a identificação dos Assentamentos Precários de Belém foi sistematizada na forma de um banco de dados composto pelo levantamento realizado em 2008 pelo IAGUA e pelas informações sobre os Aglomerados Subnormais identificados pelo Censo Populacional 2010 do IBGE. Tais informações foram consideradas para a elaboração do PMHIS.

O Plano de Ação efetivamente está estruturado a partir da definição de seus Objetivos, Princípios e Diretrizes resultantes das discussões coletivas realizadas, como referido anteriormente. Em seguida, são apresentadas as Linhas Programáticas (LPs) que estruturam a organização de Programas, Subprogramas e Sistemas a serem implantados baseados na experiência acumulada pelo município e bem como a necessidade de criação de novos.

Posteriormente, são apresentadas as Metas a serem perseguidas no horizonte de vivência do PMHIS, organizadas a partir de: Metas Normativas, Institucionais, de Instrumentos de Planejamento e Gestão e Físico-Financeiras, considerando-se que a operacionalização do PMHIS pressupõe a articulação das metas para sua viabilização. Por fim, são tratados os procedimentos de Monitoramento e Avaliação do plano.

O PMHIS passa, assim, a ser o instrumento de orientação da Política de Habitação de Interesse Social do município, na perspectiva de um planejamento de longo prazo que se propõe ao desafio de alterar a realidade e melhorar as condições de vida e de moradia da maior parte da população de Belém.

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Diagnóstico

DIAGNÓSTICO HABITACIONAL DE BELÉM

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Diagnóstico

DIAGNÓSTICO HABITACIONAL DE BELÉM – 2012

1. ATUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM PARA O ANO DE 2010

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de Belém (PMHIS), em seu conjunto de dados, lida com estatísticas e referências que extrapolam os cálculos do IBGE, mas a caracterização daquele Instituto, que tem caráter oficial e orienta grande quantidade de políticas públicas no país, deve ser incorporado ao planejamento (econômico, territorial, estatal), em alguma escala. O Diagnóstico Habitacional de Belém, finalizado em 2008, produziu subsídios importantes para a elaboração do PMHIS, porém, à medida que os dados do Censo Demográfico 2010 têm sido disponibilizados, cabe a realização de atualizações.

Ainda que nem todos os dados resultantes do Censo 2010 estejam disponibilizados, existe um grupo considerável de informações que proporcionam a atualização em grande medida da realidade habitacional do município de Belém.

No caso da capital, assim como os demais municípios da Região Metropolitana de Belém - RMB1 , apresentou crescimento populacional na última década. Segundo o IBGE, a RMB possuía em 2010 uma população de 2.101.883 habitantes (IBGE, 2012), tendo apresentado uma taxa de crescimento de 14,3% (Tabela 1), sendo que os município de Belém e Ananindeua apresentaram maior crescimento em números absolutos, enquanto que os Municípios de Marituba, Benevides e Santa Bárbara contabilizaram taxas de crescimento acima de 40%. Observa-se, portanto, um processo geral de crescimento populacional, inclusive de população rural, exceto no município de Marituba, onde houve uma considerável perda de população rural.

Tabela 1: População dos municípios da região metropolitana de Belém, 2000 e 2010.

Município População 2000 População 2010

Taxa de Crescimento população Total 2000-

2010 Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Belém 1.280.614 1.272.354 8.260 1.393.399 1.381.475 11.924 8,8% Ananindeua 393.569 392.627 942 471.980 470.819 1.161 19,9% Marituba 74.429 64.884 9.545 108.246 107.123 1.123 45,4% Benevides 35.564 20.912 14.634 51.651 28.912 22.739 45,2% Sta Bárbara do Pará 11.378 4.009 7.369 17.141 5.458 11.683 50,7% Sta Isabel do Pará 43.227 33.078 10.149 59.466 43.000 16.466 37,6%

Total 1.838.781 1.787.864 991.957 2.101.883 2.036.787 65.096 14,3%

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Historicamente, no município de Belém, o crescimento populacional se intensificou a partir da década de 1960, mantendo altos índices até a década de 1990 e um crescimento menos intenso nas duas décadas, mas ainda assim apresentando crescimento populacional como demonstrado no Gráfico 1. Esses momentos de aumento populacional coincidem com os processos de primeiro, adensamento da porção mais central do município, circunscrito à Primeira Légua

1 A Região Metropolitana de Belém, criada em 1973, é composta por seis municípios, Belém, Ananindeua, Marituba,

Benevides, Santa Bárbara, incluindo Santa Isabel do Pará, que passou a integrar a região em abril de 2010.

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Diagnóstico

Patrimonial2, através do adensamento dos bairros mais centrais por meio da verticalização, e do adensamento nos bairro periféricos ao centro através da ocupação de forma precária e irregular das áreas ambientalmente mais frágeis como próximas aos rios urbanos, alagadas ou sujeitas a alagamento, em grande parte caracterizadas como áreas de “baixada”3.

Gráfico 1: Crescimento Populacional do Município de Belém de 1940-2010

Fonte: Censos Populacionais IBGE 1940, 1950, 1960, 1980, 1991, 2000 e 2010.

O número de domicílios particulares permanentes em Belém também aumentou de 2000 para 2010. Em 2000 eram 323.865 domicílios e em 2010 eram 368.889 domicílios, ou seja, 45.024 domicílios a mais em 2010. Os dados de 2010 indicam ainda que a renda domiciliar de uma forma geral é bastante baixa no município, sendo que 85,13% dos domicílios particulares

2 O território do município de Belém foi formado inicialmente através da destinação de terras pela Coroa Portuguesa

em 1627, por meio da doação de uma légua de terra (cerca de 6.600m em linha reta do núcleo de origem da cidade)

através de uma Carta de Doação e Sesmarias em favor do antigo conselho da Câmara. A chamada “Primeira Légua

Patrimonial” de Belém corresponde atualmente à porção mais central e de ocupação mais antiga do município, onde

anteriormente vigia o regime enfitêutico de gestão de tal patrimônio (PMB, 2000). Posteriormente, em 1899 foi doada

pelo governo do estado uma “Segunda Légua Patrimonial”, que nunca foi definitivamente demarcada, e que hoje

correspondem à área de expansão de Belém, atualmente a principal frente de valorização imobiliária no município.

3 O relatório técnico localmente conhecido por Monografia das baixadas de Belém (SUDAM; DNOS; PARÁ, 1976)

consagra o critério das terras alagáveis situadas abaixo da cota altimétrica de 4,0 m (ou 4,50 m, alternativamente) para

caracterizar as áreas de baixadas, na verdade, locais favelizados da atual periferia próxima ao centro do município de

Belém. Este critério eminentemente fisiográfico, já era à época associado ao perfil da população e às estratégias de

sobrevivência e informalidade econômica de seus moradores. Seria, então, uma forma de assentamento precário, na

terminologia oficial atual. O relatório, e por conseqüência o critério altimétrico adotado, dizia respeito às bacias

hidrográficas da Primeira Légua Patrimonial de Belém subdivididas em 5 áreas de estudo (Bacia do Una; Bacia do Armas

e do Reduto; Bacia do Comércio, Tamandaré e São José; Bacia da Estrada Nova; Bacia do Tucunduba). Assim, tal critério

não foi proposto como generalizante de forma que caracterizasse todas as situações de assentamentos precários

próximos aos cursos d’água e sujeitos a alagamento em todo o território de Belém. Porém, tornou-se um termo

utilizado localmente de forma genérica para designar locais com problemas de saneamento, ocupados por população

pobre e não exclusivamente abaixo da cota de 4m.

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Diagnóstico

permanentes em Belém possuíam em 2010 renda mensal de 0 a 3 S.M., ou seja, 314.048 domicílios.

Tabela 2: Número de Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita – Município de Belém, 2010.

Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita

Nº de Domicílios % dos Domicílios

Até 1/4 de salário mínimo 30.205 8,19

Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo 65.530 17,76

Mais de 1/2 a 1 salário mínimo 99.942 27,09

Mais de 1 a 2 salários mínimos 71.375 19,35

Mais de 2 a 3 salários mínimos 27.420 7,43

Mais de 3 a 5 salários mínimos 23.936 6,49

Mais de 5 salários mínimos 30.906 8,38

Sem rendimento 19.576 5,31

Total 368.889 100

Fonte: IBGE, 2011.

Gráfico 2: Porcentagem de Domicílios particulares permanentes por classes de rendimento nominal mensal per capta – Município de Belém, 2010

Fonte: IBGE, 2011.

Esses dados gerais demonstram que a questão da renda tende a estar estritamente relacionada à precariedade habitacional e às situações de inadequação habitacional, sendo que nesse caso, o município de Belém tem apresentado altos índices, de forma que há a necessidade de estratégias e ações consistentes e continuadas no sentido de reverter tal quadro.

1.1. Déficit e Inadequação Habitacional do município de Belém para 2010

Os números apresentados pelo Diagnóstico Habitacional de Belém – DHB, demonstram que o município de Belém concentrava em 2000 69,9% do déficit total calculado para a Região Metropolitana de Belém - RMB, seguido pelo município de Ananindeua, com 22,4% do déficit, conforme a tabela abaixo. Para o ano de 2007 foi estimado o Déficit Habitacional Básico do estado do Pará, bem como da RMB em trabalho realizado por COHAB-PA/IDESP-PA (2009), de modo que os números apresentam uma diminuição em todos os municípios. Tais dados refletem uma diminuição do déficit em função das alterações na metodologia da FJP, e pelo abatimento do número de unidades produzidas pela COHAB naquele período.

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Diagnóstico

Tabela 3: Déficit Habitacional Básico absoluto e relativo segundo a situação de domicílio por município 2000 e 2007*

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI), Déficit Habitacional no Brasil – Municípios Selecionados, 2005; *Segundo COHAB-Pará/IDESP, 2009.

Desta forma, tomando-se como referência a projeção para o ano de 2007 elaborado por COHAB-PA/IDESP-PA (2009), realizou-se nova projeção para o ano de 2010 a partir do Déficit Habitacional Básico do município de Belém como subsídio para o PMHIS. A projeção apontou um total de 69.203 domicílios em situação de déficit habitacional, dados do Censo Demográfico 2010, IBGE, produzindo uma estimativa atualizada dos majoritariamente urbanos, o que representa aproximadamente 19% dos domicílios do município.

Tabela 4: Déficit Habitacional Básico absoluto por domicílio, município de Belém, 2000 e 2010

Municípios Déficit Total 2000* Déficit Total 2010**

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Belém 73.977 73.570 407 69.203 68.822 381

Fonte: IBGE/FJP/IDESP. Elaboração e Cálculo: IDESP/SEPOF. (*) Déficit baseado nos dados da Fundação João Pinheiro. (**) Cálculo da projeção do Déficit Habitacional para 2010 a partir do Cálculo de COHAB-PA/IDESP, 2009 e do Censo Demográfico 2010, IBGE. NOTA: Utilizou-se o total da FJP para os municípios disponíveis e a redistribuição foi realizada com base nos totais de cada microrregião e dados da BME do IBGE / Censo 2000.

Uma vez que o déficit habitacional de Belém se concentra majoritariamente nas áreas urbanas e atinge parcelas significativas de segmentos mais vulneráveis economicamente, as famílias, cuja renda não ultrapassa três salários mínimos, buscam solucionar o problema através da convivência familiar ou se apropriando de cômodos alugados ou cedidos temporariamente, nas áreas urbanas. Tem-se, então, que em 2010, 76,37% do déficit correspondia às situações de famílias conviventes, e 17, 05% a cômodos utilizados como moradias como demonstrado na tabela abaixo.

Tabela 5: Estimativa dos componentes do Déficit Habitacional Básico (1) Belém, 2000, 2007 e 2010.

ESPECIFICAÇÃO FJP 2000

Projeção COHAB/IDESP 2007

Projeção DHB 2010

TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL %

Domicílios Improvisados 629 601 28 573 548 26 588 562 26 0,84 Famílias Conviventes 56.652 56.469 183 51.632 51.465 167 52.996 52.852 171 76,37 Cômodos (2) 12.619 12.484 135 11.501 11.378 123 11.805 11.678 126 17,05

Domicílios Rústicos (3) 4.077 4.016 61 3.716 3.660 56 3.814 3.757 57 5,74

TOTAL 73.977 73.570 407 67.421 67.050 371 69.203 68.822 381 100

Municípios Déficit Total 2000 Déficit Total % Déficit Total 2007* Déficit Total %

Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Ananindeua 23708 23637 71 26 26 35 21607 21542 65 17 17 24

Belém 73977 73570 407 25 25 23 67421 67050 371 17 17 16

Benevides 2227 1315 911 28 28 27 2029 1199 831 19 19 18

Marituba 5303 4726 577 31 32 28 4833 4307 526 19 20 16

Santa Barbara do Pará

730 336 395 31 42 25 666 306 360 20 30 16

Santa Isabel do Para

3559 2851 708 38 37 39 2295 1839 457 18 19 16

15

Diagnóstico

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI), Déficit Habitacional no Brasil – Municípios Selecionados, 2005. NOTAS: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e dos rústicos. (2) Em Belém se considera cômodo, os domicílios que se restringem a apenas um compartimento, podendo ser de madeira ou tijolo e localizam-se predominantemente nas áreas subnormais ou bairros de extrema pobreza. (3) O total de domicílios rústicos das regiões, unidades da Federação, inclui as estimativas inferiores a 50 unidades.

A situação de inadequação dos domicílios é definida pela Fundação João Pinheiro (2006) como algum tipo de inadequação, que não significa, necessariamente, a construção de uma nova unidade habitacional. Os componentes da inadequação habitacional são: carência de infraestrutura, adensamento excessivo de moradores, problemas de natureza fundiária e domicílios sem unidade sanitária domiciliar exclusiva. No entanto, não é possível somar os valores identificados para os componentes da inadequação habitacional, uma vez que um mesmo domicílio pode apresentar mais de uma situação de inadequação, levando a uma múltipla contagem.

No caso de Belém, os domicílios com carência de infraestrutura são os que representam o maior número de casos de inadequação habitacional, como se observa na Tabela abaixo. Segunda a projeção para 2010 seriam 167.195 domicílios nessa situação.

Tabela 6: Estimativa dos componentes da Inadequação Habitacional - Belém, 2010.

ESPECIFICAÇÃO Projeção DHB 2010

TOTAL URBANA RURAL

Densidade Excessiva 45.422 45.138 284

Inadequação fundiária 24.985 24.782 203

Carência de Infraestrutura (1) 167.195 167.195 1.967

Domicílios sem banheiro (2) 4.348 - -

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI), Déficit Habitacional no Brasil - Municípios Selecionados, 2005; COHAB/IDESP, 2009; IBGE, 2012. Notas: (1) Casas e apartamentos que não possuem um ou mais dos serviços de infraestrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica, e coleta de lixo. (2) Segundo dado disponibilizado pelo IBGE como resultado parcial do Censo 2010, sem distinguir ainda urbano e rural.

1.1.1. Projeção do Déficit Habitacional para o município de Belém para o ano de 2033

A metodologia de cálculo do chamado déficit habitacional, bem como das chamadas inadequações habitacionais, no Brasil, se identificam com os cálculos da Fundação João Pinheiro (FJP), do Governo do Estado de Minas Gerais. O Plano Nacional de Habitação (PLANHAB) (MCIDADES, 2009) utiliza esta avaliação de demanda como estratégia de quantificação do problema habitacional brasileiro. O cálculo de déficit e de inadequação aborda o problema da moradia de modo mais complexo e abrangente do que os dados censitários, por exemplo; através do cálculo do déficit e das inadequações torna-se possível entender que o comprometimento excessivo da renda familiar com aluguel faz o domicílio constar da estatística das novas moradias a serem produzidas em uma cidade. Do mesmo modo, o tempo médio de decaimento do parque imobiliário, em paralelo à realidade sócio-econômica das famílias, pode representar fator importante na reposição do estoque de unidades habitacionais disponíveis. A partir da construção destas novas variáveis, e de outras correlatas, é que a metodologia de cálculo do déficit e da inadequação habitacionais torna-se possível e aplicável ao caso da política habitacional brasileira.

Neste estudo aplicou-se metodologia semelhante para a identificação preliminar do quadro do déficit e da inadequação habitacional no município de Belém. A base estatística elaborada em 2008 pelo Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental do Estado do Pará (IDESP-PA), sobre o déficit e a inadequação habitacional nos municípios paraenses (no ano 2000, segundo dados da FJP, e com atualização própria para o ano de 2007) foi utilizada (COHAB-PA, 2009). Esta

16

Diagnóstico

base, por sua vez, foi submetida a um critério de projeção do déficit e das inadequações para o ano de 2010, com base na projeção da demanda futura estabelecida pelo PLANHAB (MCIDADES, 2009).4 Na prática, foi aplicado índice idêntico para a projeção do déficit; do mesmo modo, não é considerada produção de unidades habitacionais ou adequação de domicílios para assentamentos precários, posto que, segundo a metodologia do Plano Nacional, estas demandas seguem como prioritárias e devem ser eliminadas o quanto antes (MCIDADES, op. cit.)

Assim, a projeção da demanda futura e o acumulado do déficit habitacional para o município de Belém, no horizonte temporal compreendido entre os anos de 2010 e 2033 seguem ilustrados na Tabela 19 e 20 e no gráfico 3. Em síntese, usando as taxas de projeção da demanda futura aplicadas no PLANHAB (MCIDADES, 2009), teríamos a projeção do déficit habitacional em Belém com elevação de 30% entre 2020 e 2010 e de 82% entre 2033 e 2010, com déficit em 2010 projetado para 69.203 UHs, déficit em 2020 projetado para 89.821 UHs, déficit em 2033 projetado para 126.070 UHs. No ano de 2010, o déficit projetado equivale a aproximadamente 19% do total de domicílios apurados pelo Censo (IBGE, 2010); um acréscimo em relação aos 17% presentes no déficit calculado para 2007 pelo IDESP-PA (COHAB-PA, 2009).

Tabela 19: Componentes e total do déficit habitacional para o município de Belém-PA, com projeção de

demanda futura, para os anos de 2010 a 2010. Elaboração própria a partir de MCIDADES (2009).

Componente * Belém-PA. Déficit habitacional. Projeção da demanda futura (2010-2020)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Dom. improv. 588 604 620 636 653 670 688 706 725 744 764

Fam. conviv. 52.996 54.396 55.833 57.308 58.823 60.377 61.972 63.609 65.290 67.015 68.786

Com. 11.805 12.116 12.437 12.765 13.102 13.449 13.804 14.169 14.543 14.927 15.322

Dom. rust. 3.814 3.915 4.018 4.124 4.233 4.345 4.460 4.578 4.699 4.823 4.950

Déficit total 69.203 71.031 72.908 74.834 76.811 78.841 80.924 83.062 85.257 87.509 89.821

Elaboração: IAGUA, 2012 a partir de MCIDADES (2009). Nota: * dom. improv. – domicílios improvisados; fam. conviv. – famílias conviventes; com. – cômodos; dom. rust. – domicílios rústicos.

Tabela 20: Componentes e total do déficit habitacional para o município de Belém-PA, com projeção de demanda futura, para os anos de 2021 a 2033.

Compo-nente * Belém-PA. Déficit habitacional. Projeção da demanda futura (2021-2033)

2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033

Dom. improv. 784 805 826 848 870 893 917 941 966 991 1.017 1.044 1.072

Fam. conviv. 70.603 72.468 74.383 76.348 78.366 80.436 82.561 84.743 86.982 89.280 91.639 94.060 96.545

Com. 15.727 16.142 16.569 17.006 17.456 17.917 18.390 18.876 19.375 19.887 20.412 20.952 21.505

Dom. rust. 5.081 5.215 5.353 5.494 5.640 5.789 5.942 6.099 6.260 6.425 6.595 6.769 6.948

Déficit total 92.194 94.630 97.131 99.697 102.331 105.035 107.810 110.658 113.582 116.583 119.663 122.825 126.070

Elaboração: IAGUA, 2012 a partir de MCIDADES (2009). Nota: * dom. improv. – domicílios improvisados; fam. conviv. – famílias conviventes; com. – cômodos; dom. rust. – domicílios rústicos.

4 A projeção de demanda futura não coincide, necessariamente, com uma projeção do próprio déficit habitacional.

Seria um dimensionamento das necessidades de produção habitacional futura diante do quadro atual. Obviamente, é

possível somar a demanda acumulada/atual e a demanda futura, obtendo-se valor estimado da necessidade de

produção habitacional juntando o quantitativo passivo e a produção vindoura.

17

Diagnóstico

Gráfico 3: Variação da projeção de demanda futura do déficit habitacional para Belém-PA (2010-2033).

Elaboração: IAGUA, 2012.

1.2. Construção da base estatística e cartográfica do PMHIS/Belém-PA - 2010

Um diagnóstico habitacional com maior efetividade e aplicabilidade, no caso de um plano local de habitação para uma cidade como Belém-PA, precisaria incorporar as áreas urbanizadas de modo precário, as irregularidades urbanísticas e fundiárias e a informalidade no uso e na ocupação do solo em geral. O cadastro urbanístico de cidades brasileiras é, historicamente, um problema técnico, institucional e mesmo político – pela ausência de áreas precárias no mapeamento oficial das cidades e pela deficiência de informação sobre estas (MARICATO, 2000), o que dificulta adicionalmente seu planejamento e melhorias.

Para a atualização da identificação dos Assentamentos Precários em Belém, optou-se por utilizar como referências o levantamento realizado pelo IAGUA, em 2008, como parte do Diagnóstico Habitacional de Belém (DHB), apresentado no relatório III, bem como as informações relativas aos Aglomerados Subnormais5 definidos pelo IBGE, utilizando-se as informações do Censo Demográfico de 2010. Desta forma, buscou-se utilizar a base construída em 2008, que apresenta um resultado importante, fruto de intenso levantamento de campo a partir de informações secundárias e da própria população, sobrepondo-se a essa base as informações censitárias disponibilizadas pelo IBGE a partir da realização do Censo de 2010, sendo essa a fonte mais atual e completa a ser considerada. Optou-se, portanto, pela construção de uma terceira base de informações, resultante do cruzamento das duas primeiras, constituindo assim a base de informações utilizadas para a elaboração final do PMHIS, de forma a atualizar a estimativa da demanda habitacional e de adequação urbana do município, orientando os Programas e Sub-programas do PMHIS e suas metas.

Diante do caráter aplicável, porém ainda parcial, das bases de dados existentes, procedeu-se a uma condensação de dados e cartografias. Esta condensação tentou eliminar quaisquer sobreposições e contagens em duplicidade, mas objetivou criar um cadastro, a partir de dados secundários, ao mesmo tempo mais atualizados do que o DHB (IAGUA, 2008) e mais abrangente do que a pesquisa sobre Aglomerados Subnormais e o material em geral do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010; SIDRA-IBGE, 2010). A implantação espacial destes dados na cartografia do CTM (CODEM, 2000) foi executada com um procedimento que ocasionou seu

5 Segundo IBGE aglomerado subnormal (favelas e similares) é conjunto constituído por no mínimo 51 unidades habitacionais

(barracos, casas etc.), ocupando – ou tendo ocupado – até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular);

dispostas, em geral, de forma desordenada e densa; e carentes, em sua maioria, de serviços públicos e essenciais.

18

Diagnóstico

deslocamento para coordenadas diferentes daquelas constantes da base cartográfica original. Assim, a sobreposição dos dados do DHB (IAGUA, 2008) com a base oficial do CTM (CODEM, 2000) e mesmo com a base cartográfica de setores censitários do IBGE para o Censo 2010 (IBGE, 2010) exigiu ajustes de geo-processamento.

Adicionalmente, as próprias informações censitárias careciam de complementação. Sabe-se, por exemplo, que dados relativos à situação do imóvel (próprio, cedido, alugado, etc.) não refletem a realidade jurídica da posse de domicílios e terrenos nas cidades brasileiras. A categoria “próprio” abrange grande variedade de situações, desde ocupações irregulares organizadas por loteadores clandestinos que emitem “recibos” inválidos de compra e venda de lotes e/ou casas, até proprietários cuja aquisição foi documentada em cartório, tendo recolhido Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI6) e registrado a transação na Prefeitura Municipal. Em síntese, a variável “próprio” mereceria uma tabela à parte, o que infelizmente parece não ter sido possível nos decênios recentes no país.

Construída a partir dos dados do DHB (IAGUA, 2008) e do censo demográfico 2010 sobre aglomerados subnormais, foi organizada uma estrutura básica de dados dos assentamentos precários componentes da base cartográfica e estatística para o município de Belém, que, pela natureza de condensação das duas bases cartográficas, contém maior número de áreas em situação precária do que a pesquisa do IAGUA (2008) e a do IBGE (2010). Em seguida, será feita comparação entre os dados das áreas precárias do município com as variáveis censitárias equivalentes para o território de Belém em geral. A referida estrutura é composta por: nome do assentamento, bairro do município, assentamento (IAGUA), bairro-assentamento (IAGUA), situação física e ambiental, intervenção física, renda média – bairro.

O método de atualização agrega dados de pesquisa dos dois referidos institutos de maneira a complementar as informações e características em um único banco de dados, contendo, portanto informações comuns às duas pesquisas e as específicas de cada pesquisa objetivando a leitura sobre o território de maneira abrangente, incluindo todas as possíveis áreas em situação de precariedade.

Metodologicamente, o trabalho demandou a criação de uma base cartográfica e de uma planilha de dados estatísticos específicas para a realidade atualizada do município de Belém-PA. Esta nova base de dados espacializados associou informações das seguintes fontes:

• Diagnóstico habitacional de Belém (IAGUA, 2008), editado pela consultoria do IAGUA juntamente com a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura Municipal de Belém-PA. O DHB (sigla do citado documento) propunha uma classificação e diversas poligonais dispostas sobre a cartografia do território de Belém-PA como forma de mapeamento de locais de moradia precária no município. Estas áreas foram chamadas de assentamentos precários.

• Censo demográfico do IBGE e dados divulgados em planilhas eletrônicas e arquivos geo-referenciados da pesquisa sobre Aglomerados Subnormais (IBGE, 2010) e sobre as Características do entorno dos domicílios (SIDRA-IBGE, 2010), contendo informações por setor censitário referentes a pessoas e domicílios;

6 Imposto regulamentado pela administração pública municipal, o ITBI incide sobre a transmissão onerosa de bens

imóveis, com raras exceções (sucessão, fusão de empresas e seus capitais, etc.) É previsto na Constituição de 1988, e

eventualmente é considerado como potencial instrumento de política fundiária.

19

Diagnóstico

• Base estatística, com componentes do déficit e da inadequação habitacional para os anos de 2000 e 2007, usada no Diagnóstico Habitacional do Estado do Pará (COHAB-PA, 2009), elaborada pelo Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental do Estado do Pará (IDESP-PA), no âmbito das atividades do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Estado do Pará (PEHIS-PA);

• Dados em arquivos de formato shapefile, geo-referenciados, para definição de limites municipais, de distritos e setores censitários e de bacias hidrográficas, constantes do Censo demográfico 2010 do IBGE (2010) e de levantamento da Companhia de Saneamento do Estado do Pará (COSANPA, 2008), elaborado por ocasião da expansão do sistema de abastecimento de água potável da Região Metropolitana de Belém-PA.

O total de 192 (cento e noventa e duas) áreas é resultado da intersecção entre as 101 áreas de aglomerados subnormais do IBGE com as 147 áreas de assentamentos precários do IAGUA, de modo que algumas destas são comuns aos respectivos estudos, outras áreas são específicas e algumas são resultados das divisões e subdivisões de algumas áreas dos estudos. As áreas de intersecção que são comuns às duas pesquisas totalizam um número de 132 (cento e trinta e duas) áreas, enquanto que as áreas específicas correspondem a 54 (cinquenta e quatro) mapeadas apenas pela pesquisa do IAGUA e 7 (sete) apenas pela pesquisa do IBGE (Tabela 7).

As áreas de divisão e subdivisão surgiram da necessidade de mapear as áreas de maneira abrangente. Portanto em alguns casos necessitou-se dividir áreas de aglomerados subnormais com vistas a ajustar as informações das áreas comuns com as de assentamento precário, manter uma lógica de interpretação e ainda para que as mesmas permanecessem com dados coerentes quantitativamente; fato este necessário para agrupamento dos dados das duas pesquisas em uma tabela única. Assim sendo situações de aglomerado subnormal do IBGE onde havia correspondência a mais de um assentamento precário convencionou-se a divisão dos quantitativos populacionais e infraestruturais de modo a equacionar entre as áreas correspondentes os assentamentos precários do IAGUA. O método de adequação dos assentamentos precários procedeu-se de modo similar. Essas áreas de divisão correspondem a 19 (dezenove) aglomerados subnormais do IBGE e 15 (quinze) áreas do IAGUA (Tabela 8).

As informações coletadas correspondem aos aspectos infraestruturais, populacionais e características do território, critérios básicos para o planejamento permitindo a caracterização necessária para o desenvolvimento do plano em questão. A tabela apresenta:

• Quantitativo populacional: assentamentos com maior número de moradores, maior média de moradores e maior densidade;

• Quantitativo habitacional: maior número de unidades de domicílios.

• Qualitativo infraestrutural: menor cobertura de abastecimento de água, energia e saneamento.

Esses números são relativo em sua grande maioria ao polígono que determina o aglomerado e/ou assentamento e as informações referentes às áreas específicas do IAGUA considerou-se a posição destas em relação aos seus setores censitários, deste modo assegurou-se a compatibilização das informações.

20

Diagnóstico

Tabela 7: Áreas de Aglomerados subnormais e Assentamentos precários no município de Belém – 2010 (Base atualizada)

(Continua) AGLOMERADOS SUBNORMAIS Bairro IBGE IÁGUA Bairro IAGUA

1 CIDADE VELHA 1 Sem correspondência 1 Cidade Velha

2 CIDADE VELHA 2 Sem correspondência 2 Cidade Velha

3 CIDADE VELHA 3 Sem correspondência 3 Cidade Velha

4 CIDADE VELHA 4 Sem correspondência 4 Cidade Velha

5 CIDADE VELHA 5 Sem correspondência 5 Cidade Velha

6 CIDADE VELHA 6 Sem correspondência 6 Cidade Velha

7 BAIXADAS DA ESTRADA NOVA JURUNAS Jurunas 7 Jurunas

8 BATISTA CAMPOS Batista Campos 8 Batista Campos

9 CREMACAO Cremação 9 Cremação

10 BAIXADAS DA CONDOR Condor 10 Condor

11 VILA DAS COBRAS Guamá 11 Guamá

12 BACIA DO TUCUNDUBA GUAMA Guamá 12 Guamá

13 BAIXADA DE CAMPINA DE ICOARACI 2 Guamá 12 Guamá

14 BAIXADA DA AGULHA Guamá 12 Guamá

15 BAIXADA DO GUAMA Guamá 12 Guamá

16 CANAL DO SAO S Guamá 12 Guamá

17 CARAPARU Guamá 12 Guamá

18 PIQUIA Guamá 12 Guamá

19 RIACHO DOCE Guamá 12 Guamá

20 SURURINA Guamá 12 Guamá

21 BACIA DO TUCUNDUBA CANUDOS Canudos 13 Canudos

22 BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 1 Terra Firme 14 Canudos

23 BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 2 Terra Firme 15 Terra Firme

24 ELETRONORTE Montese (Terra Firme) 15 Terra Firme

25 PARQUE AMAZONIA Montese (Terra Firme) 15 Terra Firme

26 PERIMETRAL Montese (Terra Firme) 15 Terra Firme

27 BAIXADA DO MARCO 3 Marco 16 Marco

28 BACIA DO UNA FATIMA Fátima 17 Fátima

29 BACIA DO UNA PEDREIRA 2 Pedreira 18 Pedreira

30 BAIXADA DO MARCO Marco 19 Marco

31 CRUZEIRINHO Curió-Utinga 20 Curió-utinga

32 LOTEAMENTO POPULAR Curió-Utinga 20 Curió-utinga

33 VINTE E UM Sem correspondência 21 Curió-utinga

34 VINTE E DOIS Sem correspondência 22 Curió-utinga

35 VINTE E TRES Sem correspondência 23 Curió-utinga

36 VINTE E QUATRO Sem correspondência 24 Aurá

37 VINTE E CINCO Sem correspondência 25 Aurá

38 AGUAS LINDAS Águas Lindas 26 Águas Lindas

39 CASTANHEIRA 1 Castanheira 27 Castanheira

40 CASTANHEIRA 2 Castanheira 28 Castanheira

41 VINTE E NOVE Sem correspondência 29 Souza

42 AGUA CRISTAL II Marambaia 30 Marambaia

43 ASSENTAMENTO AGUA CRISTAL Marambaia 30 Marambaia

44 MARAMBAIA Marambaia 30 Marambaia

45 TRINTA E UM Sem correspondência 31 Souza

46 TRINTA E DOIS Sem correspondência 32 Souza

47 AREA DAS MALVINAS Sacramenta 33 Sacramenta

48 BACIA DO UNA SACRAMENTA 2 Sacramenta 34 Sacramenta

21

Diagnóstico

49 NOVA ALIANCA Sacramenta 34 Sacramenta

50 BACIA DO UNA MARCO Marco/Sacramenta 35 Sacramenta

51 BACIA DO UNA SACRAMENTA Sacramenta 35 Sacramenta

52 BACIA DO UNA TELEGRAFO 1.1 Telégrafo 36 Telegráfo

53 BACIA DO UNA TELEGRAFO 3 Telégrafo 37 Telegráfo

54 BACIA DO UNA TELEGRAFO 4 Telégrafo 38 Telégrafo

55 BACIA DO UNA PEDREIRA Pedreira 39 Pedreira

56 BACIA DO UNA TELEGRAFO 1.2 Telégrafo 40 Telégrafo

57 OLINDA Tapanã 40 Telégrafo

58 BACIA DO UNA TELEGRAFO 5 Telégrafo 41 Telégrafo

59 BACIA DO UNO TELEGRAFO 1 Telégrafo 42 Telégrafo

60 BACIA DO UNA TELEGRAFO 2 Telégrafo 43 Telégrafo

61 BACIA DO UNA BARREIRO 1 Barreiro 44 Barreiro

62 BACIA DO UNA BARREIRO 2 Barreiro 45 Barreiro

63 BACIA DO UNA BARREIRO 3 Barreiro 46 Miramar

64 BACIA DO UNA BARREIRO 4 Barreiro 47 Barreiro

65 BACIA DO UNA BARREIRO 5 Barreiro 48 SaCramenta

66 SANTOS DUMONT Maracangalha 49 Maracangalha

67 PRATINHA Val-de-Cães 50 Pratinha

68 PARQUE VITORIA São Clemente 51 Bengui

69 ASSENTAMENTO SIDERAL 1.3 Bengui 52 Bengui

70 ASSENTAMENTO SIDERAL 1.1 Bengui 53 Mangueirão

71 CINQUENTA E QUATRO Sem correspondência 54 Mangueirão

72 CINQUENTA E CINCO Sem correspondência 55 Mangueirão

73 CARMELANDIA Mangueirão 56 Mangueirão

74 UNA 1 Una 57 Una

75 CINQUENTA E OITO Sem correspondência 58 Mangueirão

76 ASSENTAMENTO SIDERAL 1 Bengui 59 Bengui

77 ASSENTAMENTO SIDERAL 1.2 Bengui 60 Bengui

78 INVASAO DUAS IRMAS 2 São Clemente 61 São Clemente

79 COCA COLA Parque Verde 62 Parque Verde

80 COCA-COLA 2 Parque Verde 63 Parque Verde

81 BOM FUTURO Parque Verde 64 Parque Verde

82 CABANAGEM II Parque Verde/ Coqueiro/ Cabanagem

64 Parque Verde

83 CABANAGEM Cabanagem 65 Cabanagem

84 UNA 3 Una 66 Una

85 UNA 2 Una 67 Una

86 UNA 3.1 Una 68 Una

87 UNA 3.2 Una 69 Coqueiro

88 BOA ESPERANCA Cabanagem 70 Cabanagem

89 ASSENTAMENTO SIDERAL 2 Coqueiro 71 Coqueiro

90 ASSENTAMENTO SIDERAL 2.1 Coqueiro 72 Coqueiro

91 ARIRI Coqueiro 73 Coqueiro

92 PARQUE VERDE 2 Parque Verde 73 Coqueiro

93 SIDERAL Parque verde 74 Parque Verde

94 PARQUE VERDE Parque Verde 75 Parque verde

95 RUI BARATA Parque Verde 75 Parque verde

96 CAMPOS ELISEOS Tapanã 76 Tapanã

97 MATA FOME Tapanã 76 Tapanã

98 IRMA DULCE São Clemente 77 São Clemente

99 JOAO ENGELHARD Pratinha 78 Pratinha

100 MATA FOME 2 Tapanã 78 Pratinha

22

Diagnóstico

101 SAMAUMA Pratinha 78 Pratinha

102 VIP Pratinha 78 Pratinha

103 BOM JESUS Tapanã 79 Tapanã

104 NOVA UNIAO Tapanã 79 Tapanã

105 NOVO TAPANA Tapanã 79 Tapanã

106 OLARIA Tapanã 79 Tapanã

107 PARAISO VERDE Pratinha 79 Tapanã

108 PARQUE ARTHUR BERNARDES Tapanã 79 Tapanã

109 TAPANA Tapanã 79 Tapanã

110 OITENTA sem correspondência 80 Tapanã

111 IBIFAM Parque Guajará 81 Coqueiro

112 INVASAO DUAS IRMAS Coqueiro 81 Coqueiro

113 ESTRADA NOVA Coqueiro 82 Coqueiro

114 ESPERANTISTA Coqueiro 83 Coqueiro

115 COSANPA Coqueiro 84 Coqueiro

116 OITENTA E CINCO sem correspondência 85 Coqueiro

117 OITENTA E SEIS sem correspondência 86 Coqueiro

118 TENONE Tenoné 87 Tenoné

119 JARDIM INDEPENDENCIA Tenoné 88 Tenoné

120 JARDIM JATOBA Tenoné 88 Tenoné

121 PARAISO Tenoné 88 Tenoné

122 TENONE 2 Tenoné 88 Tenoné

123 OITENTA E NOVE Tenoné 89 Tenoné

124 NOVENTA sem correspondência 90 Coqueiro

125 NOVENTA E UM sem correspondência 91 Coqueiro

126 NOVENTA E DOIS sem correspondência 92 Coqueiro

127 TOCANTINS I Parque Guajará 93 Parque Gujará

128 TOCANTINS II Parque Guajará 93 Parque Gujará

129 GABRIELE Tenoné 94 Tenoné

130 FE EM DEUS Tenoné 95 Águas Negras

131 PARQUE GUAJARA Parque Guajará 96 Parque Guajará

132 PARQUE GUAJARA 1 Parque Guajará 97 Parque Guajará

133 PARACURI 2 Paracuri 98 Paracuri

134 NOVENTA E NOVE Sem correspondência 99 Paracuri

135 PARACURI Paracuri 100 Paracuri

136 BAIXADA DA EZERIEL Ponta Grossa 101 Paracuri

137 CENTO E DOIS sem correspondência 102 Paracuri

138 BAIXADA DA 25 Agulha 103 Agulha

139 FE EM DEUS 2 Tenoné 104 Águas Negras

140 AGUAS NEGRAS Águas Negras 105 Águas Negras

141 FE EM DEUS 3 Tenoné 105 Águas Negras

142 BAIXADA FLUMINENSE 1 Agulha 106 Ponta Grossa

143 BAIXADA FLUMINENSE 2 Agulha 107 Agulha

144 CENTO E OITO Sem correspondência 108 Cruzeiro

145 TABOQUINHA Cruzeiro 109 Cruzeiro

146 BAIXADA DA PONTA GROSSA Campina de Icoaraci 110 Campina de Icoaraci

147 BAIXADA DE CAMPINA DE ICOARACI Campina de Icoaraci 111 Campina de Icoaraci

148 AMAZONEC Maracacuera 112 Maracacuera

149 AREA DE BRASILIA 1 Maracacuera 112 Maracacuera

150 AREA DE BRASILIA 2 Maracacuera 113 Maracacuera

151 MANGUE Campina de Icoaraci 114 Campina de Icoaraci

152 SANTOS Batista Campos 114 Campina de Icoaraci

(Continuação)

23

Diagnóstico

153 UXITEUA Maracacuera 114 Campina de Icoaraci

154 VILA DOS INOCENTES Campina de Icoaraci 114 Campina de Icoaraci

155 VILA DOS INOCENTES II Campina de Icoaraci 114 Campina de Icoaraci

156 BRASILIA Brasília 115 Brasília

157 SAO JOAO DO OUTEIRO São joão do Outeiro 116 Brasília

158 AGUA BOA Água Boa 119 Água Boa

159 CENTO E VINTE Sem correspondência 120 Vila

160 CENTO E VINTE E UM Sem correspondência 121 Maracajá

161 CENTO E VINTE E DOIS Sem correspondência 122 Mangueiras

162 CENTO E VINTE E TRES Sem correspondência 123 Aeroporto

163 CENTO E VINTE E QUATRO Sem correspondência 124 Farol

164 CENTO E VINTE E CINCO Sem correspondência 125 Chapéu Virado

165 CENTO E VINTE E SEIS Sem correspondência 126 Natal do Murubira

166 CENTO E VINTE E SETE Sem correspondência 127 Ariramba

167 CENTO E VINTE E OITO Sem correspondência 128 Ariramba

168 CENTO E VINTE E NOVE Sem correspondência 129 Ariramba

169 CENTO E TRINTA Sem correspondência 130 Bonfim

170 CENTO E TRINTA E UM Sem correspondência 131 Carananduba

171 CENTO E TRINTA E DOIS Sem correspondência 132 Carananduba

172 CENTO E TRINTA E TRES Sem correspondência 133 Carananduba

173 CENTO E TRINTA E QUATRO Sem correspondência 134 Carananduba

174 CENTO E TRINTA E CINCO Sem correspondência 135 Carananduba

175 CENTO E TRINTA E SEIS Sem correspondência 136 Marahu

176 CENTO E TRINTA E SETE Sem correspondência 137 Caruara

177 CENTO E TRINTA E OITO Sem correspondência 138 Caruara

178 CENTO E TRINTA E NOVE Sem correspondência 139 Caruara

179 CENTO E QUARENTA Sem correspondência 140 Sucurijuguara

180 CENTO E QUARENTA E UM Sem correspondência 141 Sucurijuguara

181 CENTO E QUARENTA E DOIS Sem correspondência 142 Sucurijuguara

182 CENTO E QUARENTA E TRES Sem correspondência 143 Baía do Sol

183 CENTO E QUARENTA E QUATRO Sem correspondência 144 Baía do Sol

184 CENTO E QUARENTA E CINCO Sem correspondência 145 Baía do Sol

185 CENTO E QUARENTA E SEIS Sem correspondência 146 Baía do Sol

186 CENTO E QUARENTA E SETE Sem correspondência 147 Baía do Sol

187 BOA CONQUISTA Tenoné EXCLUSIVO

IBGE

188 ENTORNO DO CONJUNTO EUCLIDES FIGUEIREDO

Mangueirão EXCLUSIVO

IBGE

189 CAFE LIBERAL Parque Guajará EXCLUSIVO

IBGE

190 OCUPACAO CASTRO ALVES Marambaia EXCLUSIVO

IBGE

191 PAULO FONTELES Campina de Icoaraci EXCLUSIVO

IBGE

192 OCUPACAO PARQUE DOS PINHEIROS Mangueirão EXCLUSIVO

IBGE

Elaboração: IAGUA, 2012 Legenda: Assentamentos precários específicos do IAGUA - 2008 Aglomerados subnormais específicos do IBGE - 2010

Tabela 8: Divisões e subdivisões dos aglomerados subnormais do IBGE - 2010

24

Diagnóstico

(Continua)

Nº AGLOMERADOS SUBNORMAIS Bairro IBGE IÁGUA BAIRRO IAGUA

1 AREA DE BRASILIA 1 Maracacuera 112 Maracacuera

AREA DE BRASILIA 2 Maracacuera 113 Maracacuera

2 ASSENTAMENTO SIDERAL 1. 2 Bengui 59 Bengui

ASSENTAMENTO SIDERAL 1.1 Bengui 53 Mangueirão

ASSENTAMENTO SIDERAL 2 Bengui 60 Bengui

ASSENTAMENTO SIDERAL1 Bengui 52 Bengui

ASSENTAMENTO SIDERAL1.3 Coqueiro 71 Coqueiro

ASSENTAMENTO SIDERAL2.1 Coqueiro 72 Coqueiro

3 BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 1 Terra Firme 14 Canudos

BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 2 Terra Firme 15 Terra Firme

4 BACIA DO UNA BARREIRO 1 Barreiro 44 Barreiro

BACIA DO UNA BARREIRO 2 Barreiro 45 Barreiro

BACIA DO UNA BARREIRO 3 Barreiro 46 Miramar

BACIA DO UNA BARREIRO 4 Barreiro 47 Barreiro

BACIA DO UNA BARREIRO 5 Barreiro 48 SaCramenta

5 BACIA DO UNA PEDREIRA Pedreira 39 Pedreira

BACIA DO UNA PEDREIRA 2 Pedreira 18 Pedreira

6 BACIA DO UNA SACRAMENTA Sacramenta 35 Sacramenta

BACIA DO UNA SACRAMENTA 2 Sacramenta 34 Sacramenta

7 BACIA DO UNA TELEGRAFO 1 Telégrafo 36 Telegráfo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 1.1 Telégrafo 40 Telégrafo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 1.2 Telégrafo 43 Telégrafo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 2 Telégrafo 37 Telegráfo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 3 Telégrafo 38 Telégrafo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 4 Telégrafo 41 Telégrafo

BACIA DO UNA TELEGRAFO 5 Telégrafo 42 Telégrafo

8 BAIXADA DE CAMPINA DE ICOARACI Campina de Icoaraci 110 Campina de Icoaraci

BAIXADA DE CAMPINA DE ICOARACI Campina de Icoaraci 111 Campina de Icoaraci

9 BAIXADA DO MARCO Marco 19 Marco

BAIXADA DO MARCO 2 Marco 19 Marco

BAIXADA DO MARCO 3 Marco 16 Marco

10 BAIXADA FLUMINENSE Agulha 106 Ponta Grossa

BAIXADA FLUMINENSE Agulha 107 Agulha

11 CASTANHEIRA Castanheira 27 Castanheira

CASTANHEIRA Castanheira 28 Castanheira

12 COCA COLA Parque Verde 62 Parque Verde

COCA COLA 2 Parque Verde 63 Parque Verde

13 INVASAO DUAS IRMAS Coqueiro 81 Coqueiro

INVASAO DUAS IRMAS 2 São Clemente 61 São Clemente

14 MATA FOME Tapanã 76 Tapanã

MATA FOME 2 Tapanã 78 Pratinha

15 PARACURI Paracuri 100 Paracuri

PARACURI 2 Paracuri 98 Paracuri

16 PARQUE GUAJARA Parque Guajará 96 Parque Guajará

(Conclusão)

25

Diagnóstico

PARQUE GUAJARA Parque Guajará 97 Parque Guajará

17 PARQUE VERDE Parque Verde 75 Parque verde

PARQUE VERDE 2 Parque Verde 73 Coqueiro

18 TENONE 1 Tenoné 88 Tenoné

TENONE 2 Tenoné 87 Tenoné

TENONE 3 Tenoné 89 Tenoné

19 UNA 1 Una 57 Una

UNA 2 Una 67 Una

UNA 3 Una 66 Una

UNA 3 Una 68 Una

UNA 3.2 Una 69 Coqueiro

Elaboração: IAGUA, 2012 Legenda:

Aglomerados Subnormais IBGE - 2010 não subdivididos Aglomerados subnormais IBGE – 2010 subdivididos

Territorialmente, as áreas de compatibilização e coincidência em que houve divisões e subdivisões possuíam praticamente os mesmos limites de polígonos, nas áreas territoriais/espaciais onde ocorreu um desvio de limite da poligonal tomou-se a aproximação a partir dos limites dos setores censitários.

A pesquisa do IBGE para as áreas de aglomerado subnormal não se estende a Mosqueiro e a algumas áreas localizadas esparsamente pela área continental – áreas específicas da pesquisa do IAGUA – todavia as mesmas foram consideradas para o estudo tendo em vista a inclusão de todas as áreas em situação de precariedade utilizando a lógica de aplicação dos setores censitários para a extração das informações.

Como forma de proceder à Hierarquização dos Assentamentos Precários (AS) identificados, foram adotados os critérios que já haviam sido discutidos no processo de elaboração participativa do PMHIS, de forma que a foram considerados as seguintes variáveis:

• Maior grau de risco ambiental e tecnológico, com prioridade para as áreas

alagáveis/alagadas;

• Porte do Assentamento, com prioridade para os de maior númeor de domicílios;

• Quadro sócio-econômico, com prioridade para os assentamentos com menor renda média

familiar por domicílio;

• Características edilícias, urbanísticas e de oferta de infraestrutura e de serviços Públicos,

com prioridade para os com menor cobertura dos serviços;

• Classificação quanto o grau de intervenção física existente, com prioridade para os que já

tenham intervenções realizadas ou em andamento.

Considerando-se essas variáveis e identificando-se as situações de maior vulnerabilidade em cada variável, foi possível identificar as áreas que apresentavam situações desfavoráveis em mais de uma variável, de modo que determinados assentamentos precários apareciam de forma recorrente, sendo, assim, possível identificar pelo menos os 20 assentamentos com maiores índices de precariedade no município.

A hierarquia foi dividida entre os AS na área continental, que guardam características e proporções relativamente diferente dos AS nas áreas das ilhas de Caratateua e Mosqueiro. Os dados para os AS na ilha de Mosqueiro ainda carecem de aprofundamento dada a dificuldade

26

Diagnóstico

gerada em função da não disponibilidade de informações do IBGE sobre os aglomerados subnormais para a ilha. As tabelas 9 e 10 apresentam a hierarquização dos Assentamentos precários de Belém a partir dos critérios apresentados. Foram produzidos mapas temáticos para espacializar os Assentamentos Precários de forma hierarquizada apresentados nas imagens 1 e 2.

Tabela 9: Hieraquização dos Assentamentos Precários em Belém – parte continental SITUAÇÃO FÍSICA MANCHA DE ALAGAMENTO BACIA

1 BAIXADA DA ESTRADA NOVA JURUNAS Urb. Parcialmente Alagável Estrada nova

2 BACIA DO TUCUNDUBA GUAMA Em Urbanização Alagável Tucunduba

3 BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 2 Processo de Reassentamento Alagável Tucunduba

4 BACIA DO TUCUNDUBA TERRA FIRME 1 Em Urbanização Parcialmente alagável Tucunduba

5 BAIXADAS DA CONDOR Urb. Parcialmente Alagável Estrada nova

6 PARACURI Urb. Parcialmente Alagável Paracuri

7 PARACURI 2 Urb. Parcialmente Alagável Paracuri

8 NOVO TAPANA Urb. Parcialmente Alagável Paracuri

9 NOVENTA E NOVE (Paracuri) Urb. Parcialmente Alagável Paracuri

10 PARQUE AMAZONIA Processo de Reassentamento Alagável Tucunduba

11 PRATINHA Urb. Parcialmente Alagável Val-de-Cães

12 BACIA DO UNA BARREIRO 1 Urb. Parcialmente Alagável Una

13 BAIXADA DO GUAMA Em Urbanização Fora da mancha Estrada nova

14 TAPANA Urb. Parcialmente Fora da mancha Caje

15 CABANAGEM II Interv. Pontuais Fora da mancha Arari/ Una

16 CABANAGEM Urb. Parcialmente Fora da mancha Arari/ Una

17 AGUAS LINDAS Interv. Pontuais Fora da mancha Aurá

18 ASSENTAMENTO SIDERAL 2.1 Urb. Parcialmente Fora da mancha Val-de-Cães

19 ASSENTAMENTO SIDERAL 1.2 Urb. Parcialmente Fora da mancha Arari

20 AGUAS NEGRAS Interv. Pontuais Fora da mancha Ananin

ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

Elaboração: IAGUA, 2012.

Tabela 10: Hieraquização dos Assentamentos Precários em Belém – Ilhas de Caratateua e Mosqueiro

Elaboração: IAGUA, 2012.

BAIRRO SITUAÇÃO FÍSICA

1 BRASÍLIA Brasília Urb. Parcialmente

2 SÃO JOÃO DO OUTEIRO São João de Outeiro Urb. Parcialmente

3 ÁGUA BOA Água Boa Urb. Parcialmente

4 CENTO E QUARENTA E SETE Baía do Sol Urb. Parcialmente

5 CENTO E VINTE E SEIS Natal do Murubira Urb. Parcialmente

6 CENTO E QUARENTA E SEIS Baía do Sol Urb. Parcialmente

7 CENTO E VINTE E OITO Ariramba Sem Intervenções

8 CENTO E TRINTA Bonfim Sem Intervenções

9 CENTO E VINTE Vila Urb. Parcialmente

10 CENTO E VINTE E DOIS Mangueiras Urb. Parcialmente

ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

27

Diagnóstico

Imagem 1: Hierarquização dos Assentamentos Precários em Belém – Parte Continental. Elaboração: IAGUA, 2012.

28

Diagnóstico

Imagem 2: Hierarquização dos Assentamentos Precários em Belém – Ilhas de Caratateua e Mosqueiro. Elaboração: IAGUA, 2012.

É necessária, entretanto, uma comparação entre os dados da situação prioritária de atendimento das demandas habitacionais no município (os assentamentos precários, aglomerados

subnormais e sua fusão em uma base unificada) e o contexto geral da população municipal. Como tem sido amplamente discutido no âmbito da política habitacional no Brasil, o atendimento prioritário das demandas habitacionais deve ser direcionado para as populações de renda mais baixa, em geral aquelas situadas nas faixas até três salários mínimos, bem como para as áreas municipais sem provisão de infraestrutura ou com deficiências infraestruturais. Por outro lado, esta definição de prioridades pode incluir as demandas mais abrangentes do município, embora em menor grau de urgência.

A avaliação de dados censitários, feita em paralelo à pesquisa de campo e ao cruzamento com outros dados secundários sobre os chamados assentamentos precários ou aglomerados subnormais, identificou, em linhas gerais, grande representatividade estatística da deficiência de infraestrutura inclusive em domicílios não pertencentes a aglomerados subnormais na classificação do IBGE (IBGE, 2010; SIDRA-IBGE, 2010). Estes dados devem ser, portanto, comparados em seu quantitativo geral com as mesmas variáveis censitárias para a escala do município como um todo, de modo a identificar a extensão e o alcance espacial, quando possível,

29

Diagnóstico

dos problemas de deficiência de infraestrutura e inadequação da moradia em Belém-PA. Na seção a seguir, este diagnóstico aponta parâmetros de comparação e análises a respeito do fenômeno.

1.3. Condição da infraestrutura urbana e dos domicílios no município: resultados do Censo

Demográfico 2010, IBGE.

Dados recentemente divulgados, ainda no âmbito do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atestam baixos índices de cobertura de redes de infraestrutura e de serviços urbanos no município. Do mesmo modo, refletindo o contexto predominante de população de baixa renda, as condições dos domicílios em Belém-PA são caracterizadas oficialmente em termos que, sob a análise da política habitacional, demandariam investimentos em volume significativo.

A pesquisa sobre Características urbanísticas do entorno dos domicílios ilustra estes aspectos com dados acerca das redes de infraestrutura e serviços urbanos convencionais, expostos na escala do município. Posteriormente, desagregamos tais dados de modo a evidenciar sua distribuição diferenciada no território de Belém-PA, mantendo estreita relação com a presença de assentamentos precários e aglomerados subnormais e com áreas residenciais de populações de baixa renda média. Dentre os dados divulgados, são evidenciados pontos historicamente deficientes, como a baixa cobertura de sistema de esgotamento sanitário com rede geral e o alto índice de domicílios expostos a “esgoto a céu aberto” (no caso, canais e igarapés com lançamento de efluentes não-tratados). Outros tópicos evidenciam um quadro de números significativos de domicílios em decaimento e/ou situações de inadequação variadas.

Sobre a disponibilidade de sistemas de infraestrutura de abastecimento de água, nota-se que no município há mais de 85 mil domicílios (o que representa 23,7% do total) sem acesso à água para consumo através de rede geral (ver Tabela 11). Os 72,3% restantes, atendidos por rede de abastecimento, ainda representam média superior à regional; no Norte do Brasil, pouco mais de 66% dos domicílios têm acesso à água por rede geral de infraestrutura de abastecimento. Por outro lado, este dado local revela-se deficiente diante da tendência nacional de universalização (SILVA, 2000) do acesso à água tratada no Brasil, sobretudo em regiões metropolitanas. Tomando, por exemplo, as regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, nota-se que o percentual de cobertura ultrapassa ligeiramente os 90% (ver tabela 12), valor em torno de 20% maior, se considerado em relação à cobertura da Região Norte do país.

Tabela 11: Domicílios particulares permanentes urbanos por forma de abastecimento de água - Belém-PA, 2010

Forma de abastecimento de água N.º de domicílios % do total do município

Total 362.981 100,0%

Rede geral de distribuição 276.847 76,3%

Poço ou nascente na propriedade 73.057 20,1%

Outra 13.077 3,6%

Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010).

30

Diagnóstico

Tabela 12: Tipos de abastecimento de água por Grande Região do Brasil – 2010. Grande Região Forma de abastecimento de água N.º de domicílios % do total da Região

Norte

Total 2.966.952 100,0%

Rede geral de distribuição 1.966.804 66,3%

Poço ou nascente na propriedade 803.323 27,1%

Outra 196.825 6,6%

Nordeste

Total 10.581.885 100,0%

Rede geral de distribuição 9.564.705 90,4%

Poço ou nascente na propriedade 463.237 4,4%

Outra 553.943 5,2%

Sudeste

Total 22.556.560 100,0%

Rede geral de distribuição 21.548.079 95,5%

Poço ou nascente na propriedade 712.186 3,2%

Outra 296.295 1,3%

Sul

Total 7.348.661 100,0%

Rede geral de distribuição 6.993.831 95,2%

Poço ou nascente na propriedade 268.638 3,7%

Outra 86.192 1,2%

Centro-Oeste

Total 3.810.150 100,0%

Rede geral de distribuição 3.436.626 90,2%

Poço ou nascente na propriedade 326.597 8,6%

Outra 46.927 1,2% Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010).

Em termos das soluções de esgotamento sanitário e das instalações domiciliares afins,

os dados do município de Belém caracterizam situação de aprofundamento do problema sanitário na cidade, já apontado no abastecimento de água. No estudo das variáveis tipo de esgotamento

sanitário e existência de banheiro ou sanitário o quadro do município reflete aguda deficiência infraestrutural associada à inadequação de domicílios ou, alternativamente, a algum nível de decaimento. Considerando os altos índices de domicílios em aglomerados subnormais em Belém, os dados do universo do município a respeito do esgotamento e das instalações sanitárias mostram relação entre inadequação sanitária do domicílio e carência de infraestrutura. Em síntese, a falta de cobertura de rede de esgotamento sanitário e o percentual minoritário de tratamento do esgoto seguem, nos extremos da estatística, os casos onde o domicílio não apresenta banheiro ou sanitário (ver Tabela 13). Em outras palavras, as deficiências mais agudas de infraestrutura urbana, especificamente de saneamento básico, são acompanhadas de inadequações domiciliares/habitacionais, segundo os cruzamentos de dados do Censo Demográfico 2010 (Tabela

12). Apesar do nível alto da cobertura da coleta de lixo no município (Tabela 14), as carências de infraestrutura e inadequações habitacionais persistem.

31

Diagnóstico

Tabela 13: Município de Belém, Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010): domicílios por existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário, com características do entorno. Existência de banheiro ou sanitário e

tipo de esgotamento sanitário Características do

entorno Existência de características do

entorno N.º de domicílios

Total

Meio-fio/guia

Total 362.981

Existe 191.590

Não existe 169.352

Sem declaração 2.039

Bueiro/boca de lobo

Total 362.981

Existe 192.096

Não existe 168.846

Sem declaração 2.039

Esgoto a céu aberto

Total 362.981

Existe 160.531

Não existe 200.411

Sem declaração 2.039

Lixo acumulado nos logradouros

Total 362.981

Existe 37.373

Não existe 323.569

Sem declaração 2.039

Tinham banheiro ou sanitário

Meio-fio/guia

Total 358.805

Existe 190.683

Não existe 166.122

Sem declaração 2.000

Bueiro/boca de lobo

Total 358.805

Existe 191.030

Não existe 165.775

Sem declaração 2.000

Esgoto a céu aberto

Total 358.805

Existe 158.157

Não existe 198.648

Sem declaração 2.000

Lixo acumulado nos logradouros

Total 358.805

Existe 36.769

Não existe 320.036

Sem declaração 2.000

Tinham banheiro ou sanitário - rede geral de esgoto ou pluvial

Meio-fio/guia

Total 138.526

Existe 97.495

Não existe 40.428

Sem declaração 603

Bueiro/boca de lobo

Total 138.526

Existe 99.675

Não existe 38.248

Sem declaração 603

Esgoto a céu aberto

Total 138.526

Existe 48.236

Não existe 89.687

Sem declaração 603

Lixo acumulado nos Total 138.526

32

Diagnóstico

logradouros Existe 12.324

Não existe 125.599

Sem declaração 603

Tinham banheiro ou sanitário - fossa séptica

Meio-fio/guia

Total 112.408

Existe 59.699

Não existe 52.059

Sem declaração 650

Bueiro/boca de lobo

Total 112.408

Existe 57.858

Não existe 53.900

Sem declaração 650

Esgoto a céu aberto

Total 112.408

Existe 50.684

Não existe 61.074

Sem declaração 650

Lixo acumulado nos logradouros

Total 112.408

Existe 10.641

Não existe 101.117

Sem declaração 650

Tinham banheiro ou sanitário - outro escoadouro

Meio-fio/guia

Total 107.871

Existe 33.489

Não existe 73.635

Sem declaração 747

Bueiro/boca de lobo

Total 107.871

Existe 33.497

Não existe 73.627

Sem declaração 747

Esgoto a céu aberto

Total 107.871

Existe 59.237

Não existe 47.887

Sem declaração 747

Lixo acumulado nos logradouros

Total 107.871

Existe 13.804

Não existe 93.320

Sem declaração 747

Não tinham banheiro ou sanitário

Meio-fio/guia

Total 4.176

Existe 907

Não existe 3.230

Sem declaração 39

Bueiro/boca de lobo

Total 4.176

Existe 1.066

Não existe 3.071

Sem declaração 39

Esgoto a céu aberto

Total 4.176

Existe 2.374

Não existe 1.763

Sem declaração 39

Lixo acumulado nos logradouros

Total 4.176

Existe 604

33

Diagnóstico

Não existe 3.533

Sem declaração 39

Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010), a partir de SIDRA-IBGE (2010).

Tabela 14: Município de Belém-PA; distribuição de domicílios por destino do lixo – Censo IBGE 2010

Destino do lixo N.º de domicílios %

Total 362.981 100%

Coletado 353.096 97%

Coletado diretamente por serviço de limpeza 331.193 91%

Coletado em caçamba de serviço de limpeza 21.903 6%

Outro 9.885 3%

Fonte: IBGE (2010).

No aspecto das características dos domicílios de Belém-PA a partir dos dados do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010), o levantamento da existência de instalações sanitárias (banheiro ou sanitário) associado à solução (tecnicamente viável ou deficiente) de esgotamento sanitário reflete o quadro de inadequação habitacional do município. Nota-se que, no universo de Belém-PA, mais de 60% dos domicílios que possuíam banheiro ou sanitário em 2010 não possuíam solução de esgotamento por rede (de esgoto ou mesmo por rede de drenagem). Este tipo de inadequação habitacional é, portanto, majoritário no universo de domicílios de Belém-PA, mas também representa aumento das dimensões do problema em termos absolutos. Este aspecto pode ser associado à própria elevação do número total de domicílios em Belém-PA entre 2000 e 2010, da ordem de 25%; de cerca de 290 mil domicílios em 2000 para cerca de 370 mil domicílios em 2010 (IBGE, 2000; 2010). Por outro lado, a variação da população municipal em Belém entre os anos de 2000 e 2010 é de 8,8% (IBGE, 2000; 2010); de cerca de 1,28 milhões de habitantes para cerca de 1,39 milhões de habitantes. De certo modo, a relação entre a expansão dos domicílios e o crescimento populacional em escala menor reflete um alto nível de reprodução da inadequação habitacional inclusive nos domicílios recentes. Este dado pode ser inferido também pela caracterização presente nos dados sobre os aglomerados subnormais nas cidades brasileiras.

Tabela 15: Município de Belém-PA; distribuição do número de domicílios por existência de banheiro/sanitário e tipo de esgotamento sanitário.

Existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário N.º de

domicílios %

Total 362.981 100%

Tinham banheiro ou sanitário 358.805 99%

Tinham banheiro ou sanitário - rede geral de esgoto ou pluvial 138.526 38%

Tinham banheiro ou sanitário - fossa séptica 112.408 31%

Tinham banheiro ou sanitário - outro escoadouro 107.871 30%

Não tinham banheiro ou sanitário 4.176 1%

Fonte: IBGE (2010).

O caso de variáveis dos dados compilados do Censo Demográfico 2010 relacionadas ao conceito de déficit habitacional, por sua vez, mostra 21% dos domicílios do município de Belém em condição de ocupação não-própria (isto é, alugado; cedido; outra), como pode ser visto na . Historicamente, o Censo brasileiro não consegue captar precisamente este dado, pela característica

34

Diagnóstico

de auto-declaração da condição de ocupação, como é sabido. Mas a situação de instabilidade da posse da terra na cidade e a grande sobreposição entre posseiros urbanos não-regulares e terras de domínio institucional e público em Belém nos permitem deduzir que a irregularidade fundiária seja maior do que os dados censitários exibem (ver Tabela 16). Seguindo o mesmo raciocínio, os dados censitários apuram, em 2010, 48% dos domicílios de Belém-PA caracterizados em situação “semi-adequada” e “inadequada” (ver Tabela 17). A expansão do número de domicílios, associada ao conflito fundiário e à significativa incidência de ocupações irregulares e, conseqüentemente, de instabilidade fundiária e pobreza urbana no município de Belém-PA formam um contexto em que as políticas habitacionais locais exigem diversidade de programas e ações, incidentes sobre a infraestrutura, domicílios novos e existentes, além do tratamento jurídico e institucional da terra. Como tem sido, há muito, discutido no Brasil, as variáveis censitárias não refletem com precisão o quantitativo do problema de regularização fundiária urbana, necessitando de complementos e outras metodologias de análise e cálculo.

Tabela 16: Município de Belém-PA: condição de ocupação de domicílios a partir do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010).

Condição de ocupação do domicílio

N.º de domicílios %

Total 362.981 100%

Próprio 286.646 79%

Alugado 59.882 16%

Cedido 14.147 4%

Outra condição 2.306 1%

Fonte: IBGE (2010).

A situação de precariedade, deficiência e inadequação do entorno dos domicílios (da infraestrutura, especificamente, bem como dos equipamentos urbanos e logradouros) e das próprias unidades habitacionais em geral, no caso de Belém, tem nítida correspondência com as médias das rendas domiciliares mensais apuradas nos dados censitários de 2010. Variando, em valores aproximados, entre R$ 9 mil (no antigo bairro industrial do Reduto, entorno do Centro Histórico) e R$ 530 (no bairro do Bonfim, no distrito de Mosqueiro, em área de expansão), com média por bairro em torno de R$ 2.240,477, ou 3,6 salários mínimos vigentes em junho de 2012. Quarenta e quatro bairros oficiais do município de Belém-PA apresentam, em dados censitários de 2010, renda igual ou inferior a três salários mínimos vigentes8, isto é, representam médias de rendimentos considerados baixos no país. São, via de regra, pobres.

7 Este cálculo não foi feito com base em ponderação do número de domicílios contidos nos bairros, com seus

respectivos rendimentos individuais, para que se chegue em uma média mais refinada. Tampouco foi usado qualquer

fator de ajuste dos rendimentos nominais, posto que o próprio IBGE o faz, embutindo no cálculo dos valores eventuais

indexadores que refletem a inflação, quando do cálculo de rendimentos médios e medianos. Neste sentido, houve

apenas o cálculo da média aritmética dos rendimentos nominais de cada bairro de Belém-PA; se este dado não reflete

com precisão a realidade, pode, ainda assim, veicular informação importante sobre a situação generalizada de baixa

renda do município.

8 Salário mínimo vigente de R$ 622,00.

35

Diagnóstico

Tabela 17: Município de Belém-PA: distribuição do número de domicílios do município em relação à adequação da moradia.

Adequação da moradia N.º de domicílios %

Total 362.981 100%

Adequada 190.373 52,44%

Semi-adequada 169.098 46,58%

Inadequada 3.510 0,98%

Fonte: IBGE (2010).

Tabela 18: Município de Belém-PA: valor nominal médio do rendimento mensal dos domicílios, por bairro oficial.

Bairro Valor nominal do rendimento médio mensal (R$)

Batista Campos - Belém - PA 7.546,77

Canudos - Belém - PA 2.765,93

Cidade Velha - Belém - PA 4.345,77

Condor - Belém - PA 1.692,55

Cremação - Belém - PA 3.622,86

Guamá - Belém - PA 1.795,06

Jurunas - Belém - PA 2.196,71

Marambaia - Belém - PA 2.722,02

Marco - Belém - PA 4.248,30

Fátima - Belém - PA 2.378,31

Nazaré - Belém - PA 8.882,84

Pedreira - Belém - PA 3.205,19

Reduto - Belém - PA 9.022,21

Sacramenta - Belém - PA 1.786,45

São Bras - Belém - PA 6.114,28

Souza - Belém - PA 3.910,69

Telégrafo - Belém - PA 2.044,06

Montese (Terra Firme) - Belém - PA 1.370,46

Campina - Belém - PA 5.504,95

Umarizal - Belém - PA 6.315,28

Barreiro - Belém - PA 1.143,84

Maracangalha - Belém - PA 1.823,06

Miramar - Belém - PA 2.264,14

Curió-Utinga - Belém - PA 2.311,07

Val-de-Cães - Belém - PA 5.323,42

Mangueirão - Belém - PA 2.278,07

Universitário - Belém - PA 956,01

Castanheira - Belém - PA 2.361,14

Guanabara - Belém - PA 1.154,50

Águas Lindas - Belém - PA 1.019,44

Aurá - Belém - PA 1.007,50

Bengui - Belém - PA 1.260,99

Cabanagem - Belém - PA 1.133,64

Coqueiro - Belém - PA 2.198,52

36

Diagnóstico

Parque Verde - Belém - PA 2.421,26

Pratinha - Belém - PA 1.616,54

São Clemente - Belém - PA 889,81

Tapanã - Belém - PA 1.523,31

Una - Belém - PA 1.180,31

Águas Negras - Belém - PA 1.481,69

Agulha - Belém - PA 1.487,69

Campina de Icoaraci - Belém - PA 1.602,66

Cruzeiro - Belém - PA 1.950,10

Maracacuera - Belém - PA 1.111,08

Paracuri - Belém - PA 936,78

Parque Guajará - Belém - PA 1.238,04

Ponta Grossa - Belém - PA 1.951,80

Tenoné - Belém - PA 1.420,97

São João do Outeiro - Belém - PA 1.293,58

Itaiteua - Belém - PA 1.292,60

Brasília - Belém - PA 896,95

Água Boa - Belém - PA 1.254,61

Aeroporto - Belém - PA 1.323,13

Arirambá - Belém - PA 910,46

Carananduba - Belém - PA 1.199,23

Caruara - Belém - PA 1.144,49

Farol - Belém - PA 1.644,78

Mangueiras - Belém - PA 1.230,90

Maracajá - Belém - PA 1.440,80

Natal do Murubira - Belém - PA 1.031,20

Porto Arthur - Belém - PA 1.351,72

São Francisco - Belém - PA 1.146,65

Sucurijuquara - Belém - PA 838,83

Vila - Belém - PA 1.843,47

Praia Grande - Belém - PA 2.168,48

Chapéu Virado - Belém - PA 1.530,40

Murubira - Belém - PA 1.247,66

Bonfim - Belém - PA 532,10

Marahú - Belém - PA 2.648,90

Paraíso - Belém - PA 1.330,04

Baía do Sol - Belém - PA 1.254,29

Fonte: SIDRA-IBGE (2010).

Considerando a distribuição de renda entre faixas de rendimento por bairro do

município, fica clara a concentração da renda na maioria dos domicílios; 76% deles em Belém-PA possuem rendimentos médios até 2 salários mínimos (ver Tabela 9). Considerando a cesta básica calculada para o mês de abril de 2012 pelo IDESP-PA (2012), de R$ 214,25, há um comprometimento de 34,45%9 do salário mínimo apenas com os itens básicos da reprodução das

9 O IDESP-PA (2012) calculou uma elevação de 4,24% na cesta básica da Região Metropolitana de Belém entre os meses

de março e abril de 2012, o que mostra tendência de elevação de preços ao longo do ano, na média, e permanência da

cesta básica da RMB como uma das mais caras do Brasil.

37

Diagnóstico

famílias, excluindo outras despesas igualmente imprescindíveis, como vestuário para os moradores do domicílio e transporte. Apenas 15,42% dos domicílios do município tinham renda superior a dois salários mínimos segundo os dados censitários de 2010 (SIDRA-IBGE, 2010). A grande concentração de renda entre os domicílios, considerando a inovação metodológica produzida pelo IBGE, no sentido de calcular a média dos rendimentos domiciliares, e não do chefe de família, é evidenciada tecnicamente por estes dados, de modo consistente.

A massiva concentração de renda entre os domicílios de Belém-PA, juntamente com os fatores de deficiência de infraestrutura e inadequação dos domicílios, demandam políticas de implantação de infraestrutura, produção e melhoria habitacional e regularização fundiária compatíveis, provavelmente com algo grau de subsídios. Medidas e programas baseados em análises de desempenho que dependam da suposta “sustentabilidade” financeira devem ter curta duração e inviabilidade no contexto sócio-econômico de médio prazo do município.

Tabela 19: Município de Belém-PA: número de domicílios por faixa de rendimento nominal médio mensal, em salários mínimos, em dados censitários de 2010 (SIDRA-IBGE, 2010).

Município de Belém-PA: distribuição de domicílios com rendimento nominal médio mensal por salário mínimo vigente (junho de 2012).

Belém – PA

Total 362.981 100,00%

Até 1/4 de salário mínimo 33.711 12,48%

Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo 75.074 23,93%

Mais de 1/2 a 1 salário mínimo 102.189 28,01%

Mais de 1 a 2 salários mínimos 65.778 16,33%

Mais de 2 salários mínimos 69.081 15,42%

Sem rendimento 17.148 3,84%

Sem declaração - -

Fonte: SIDRA-IBGE (2010).

1.4. Análise: problema habitacional em Assentamentos Precários (AS) do PMHIS e na escala

municipal, segundo o Censo IBGE 2010.

Conforme comentários em seção anterior, a comparação entre o perfil do problema habitacional e de infraestrutura nos assentamentos precários identificados na base de dados do PMHIS Belém deve ser feita em relação aos dados mais abrangentes, na escala municipal, fornecidos oficialmente. O IBGE (2010; SIDRA-IBGE, 2010) fornece tais dados como referência.

Na comparação entre dados, nota-se um padrão recorrente: a proporção em torno de 50% medida entre as áreas com disponibilidade de infraestrutura dos Assentamentos Precários (AS) e a mesma disponibilidade medida para toda a escala municipal. Na média dos AS de Belém, notam-se as seguintes proporções: na relação entre AS e Belém, a disponibilidade de água potável através de rede de abastecimento ocorre em -46,3% dos domicílios (isto é, o número de domicílios atendidos por rede de água em AS de Belém é 46,3% menor do que o total de domicílios atendidos por rede de água no município inteiro); quanto à solução de esgotamento sanitário, a razão entre AS e o município de Belém inteiro, em termos do número de domicílios atendidos por rede coletora de esgotamento sanitário, é de -56,4%; quanto à solução de esgotamento sanitário através do uso de fossa séptica, temos índice de -45,9% entre AS e Belém (no caso do tipo de esgotamento, deve ser notada a imprecisão dos dados, uma vez que sabe-se da grande deficiência

38

Diagnóstico

no sistema de esgotamento sanitário em Belém10); a relação entre domicílios cuja coleta de lixo é feita por serviço público específico com uso de caçamba, comparando o universo de domicílios dos AS e os de Belém em geral, totaliza -52,4% (isto é, nesta variável o número total de domicílios com coleta de lixo por caçamba em AS é 52,4% menor do que o total de domicílios do município na mesma condição); por fim, a diferença entre o número de domicílios atendidos por rede de fornecimento de energia em AS e no município de Belém é de 57,6%. Se assumirmos que o quantitativo de domicílios situados em AS em Belém seja 42,5% menor do que o número de domicílios total do município temos que a razão entre domicílios em AS e domicílios do município como um todo resulta em 57,5% - ou seja, o total de domicílios apurados como situados em assentamentos precários equivaleria a 57,5% do total em 2010.

Considerando a disponibilidade de infraestrutura por domicílios em AS, comparada com aquela do município de Belém, tivemos contexto em que os domicílios em AS equivaleram a um quantitativo 50,0% menor do que aquele apurado para o município como um todo, com variações aproximadas entre 42% e 57%. Se no município de Belém temos aproximadamente 57% dos domicílios em situação de AS e se nesta amostra estão situados 50% dos domicílios com infraestrutura urbana razoável, os 43% (ou 42,50%, mais precisamente) domicílios restantes, não situados em AS, concentram aproximadamente 50% do número total de domicílios em situação razoável de infraestrutura urbana da capital. Considerando neste universo que haja concentração

de infraestrutura urbana, dada pela apropriação de 50% da infraestrutura por 42,50% dos domicílios em áreas não-AS e de 50% da infraestrutura pelos 57,50% restantes dos domicílios em áreas do tipo AS, podemos avaliar que esta concentração seja da ordem de 15% - 7,50% a menos

da metade dos domicílios compartilham metade da infraestrutura em áreas não-AS, e 7,50% a mais

da metade dos domicílios compartilham metade da infraestrutura em áreas do tipo AS. Em síntese, existe concentração de infraestrutura nos domicílios de Belém, mas esta concentração ocorre de modo pontual (o que a reforça) e atestando a expressiva carência de infraestrutura do município, mesmo em áreas não sujeitas à caracterização como assentamentos precários.

Quando notamos a relação entre deficiência de infraestrutura em domicílios situados em AS de Belém e a mesma deficiência avaliada na integridade do território municipal, temos relações diferentes (ver tabela 20): uma concentração de cerca de 35%, em média, das deficiências de infraestrutura em domicílios de Belém, na comparação entre áreas de AS e o município como um todo (ver tabela 20). As discrepâncias existentes em variáveis como fornecimento de energia (outros) e abastecimento de água (outros) devem-se à construção da base do PMHIS Belém, que usou a malha digital de setores censitários do Censo Demográfico 2010 do IBGE (2010) e a malha de assentamentos precários produzida no Diagnóstico Habitacional de Belém (IAGUA, 2008). Esta última teve, para sua execução, a realização de visitas de campo, o que expandiu espacialmente a cobertura das áreas onde se podiam identificar situações de precariedade infraestrutural e inadequação habitacional. Assim, as densidades e o quantitativo de domicílios tenderam a ser

10 O sistema de esgotamento sanitário da Região Metropolitana de Belém, e do município de Belém, tem padrão

histórico de descompasso entre planos e projetos e os períodos de execução da obra civil. Algumas propostas foram

apresentadas e encomendadas pelo setor público local e estadual, desde o início do século XX, mas permaneceram

inconclusas e, principalmente, não tiveram suas estruturas principais executadas (PEREIRA, 2007). Os dados censitários,

que dependem da manifestação do morador e da qualidade da resposta, não refletem a falta de cobertura e a

expressiva ausência de sistemas de tratamento de esgotos no município; genericamente responde-se “rede coletora”

ou “fossa séptica” como solução instada no domicílio, quando freqüentemente trata-se de ligação a rede de drenagem

e uso de fossas negras ou fossas sem manutenção. Deste modo, os dados censitários podem ser majorados para que se

tenha uma visão mais realista do quadro do saneamento no município.

39

Diagnóstico

elevados entre os dados oficiais gerais para o município de Belém e os dados apurados a partir da pesquisa de campo realizada no âmbito do Diagnóstico Habitacional do município. Em todo caso, as médias entre as quantidades de domicílios com deficiência de infraestrutura em AS e no município de Belém apontam, como era esperado, para a maior concentração da deficiência infraestrutural nas áreas de AS. Este aspecto direciona o quadro de investimentos das Estratégias de Ação do PMHIS para o município de Belém.

Tabela 20: Município de Belém: comparação entre dados censitários sobre habitação e infraestrutura, entre assentamentos precários identificados no PMHIS e o território municipal na íntegra. Elaboração própria, com dados de IBGE (2010) e SIDRA-IBGE (2010).

Belém-PA. Diagnóstico habitacional (PMHIS). Assentamentos precários. Quantitativo de variáveis censitárias (2010).

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Belém-PA. Diagnóstico habitacional (PMHIS). Município de Belém-PA. Quantitativo de variáveis censitárias (2010).

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Belém-PA. Diagnóstico habitacional (PMHIS). Variação percentual: assentamentos precários/município

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Fonte: IBGE (2010) e SIDRA-IBGE (2010).

40

Diagnóstico

2. PROJETOS DE INTERVENÇÃO EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS E PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL RECENTE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM.

A produção pública de HIS através do município em Belém tem sido viabilizada não somente pela Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), mas também através da Secretaria de Urbanismo – SEURB, além das ações de Regularização Fundiária através da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (CODEM). A produção mais recente é caracterizada principalmente pela construção de unidades habitacionais (UHs) vinculadas a ações de urbanização de assentamentos precários com forte ênfase no saneamento e erradicação de habitações precárias como palafitas, e divididos em diferentes etapas.

Foram entregues recentemente pela SEHAB 126 UHs do empreendimento Residencial Comandante Cabano Antônio Vinagre, além de 17 comércios, sendo que 136 UHs do Empreendimento Vila da Barca em sua primeira etapa já haviam sido entregues anteriormente. O projeto Vila da Barca foi dividido em diferentes etapas e fases de execução, tendo sofrido alterações de projeto na etapa 3 e passando a ser executado com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Outra intervenção a ser executada é a urbanização e produção de UHs na área Chamada CDP 3, composta por 4 fases e a serem executadas a partir de diferentes fontes de recursos em cada fase, estimando a produção de 600 UHs. O empreendimento Neuton Miranda encontra-se em licitação e prevê a construção de 160 UHs e deve ser realizada a partir de recursos do PAC 2 para a execução da infraestrutura urbana e de recursos do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) para a produção das UHs. No total, estão previstas a produção de 1.306 UHs e 44 unidades comerciais conforme detalhado na Tabela 21.

Atualmente, a Secretaria Municipal de Urbanismo (SEURB) é responsável pela execução de 4 empreendimentos habitacionais relacionados às obras de Macrodrenagem (Bacia da Estrada Nova – Sub-Bacia II) e na mesma bacia para a viabilização do projeto “Portal da Amazônia”, além de intervenção da Bacia do Paracurí, em Icoaraci. Ao todo, os 4 empreendimentos prevêem a produção de 1.147 UHs, além de 23 unidades de comércio conforme exposto na Tabela 22.

Tal produção, considerando-se a previsão de UHs pela SEHAB e SEURB totaliza 2.453 UHs e 67 unidades comerciais, que se encontram em diferentes estágios de viabilização, juntamente com as obras de urbanização, devendo, portanto, serem entregues nos próximos anos.

Paralelamente, tem sido desenvolvidas ações de regularização fundiária através do Programa “Chão Legal” em áreas onde a CODEM tem a dominialidade da terra, podendo proceder à regularização jurídica dos lotes. Ao todo são 4.200 imóveis em processo de regularização em diferentes bairros de Belém, sendo que de 2009 até Abril de 2012 já haviam sido regularizados 3.454 imóveis conforme demonstrado da tabela 23.

Tabela 21: Informações sobre os Projetos Habitacionais da SEHAB/PMB – 2012

Objeto Programa Fonte

do recurso

Distrito Valor do repasse

Valor da contrapartida

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Diagnóstico

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42

Diagnóstico

Fonte: SEHAB, PMB, 2012.

Tabela 22: Informações sobre os Projetos Habitacionais desenvolvidos pela SEURB/PMB - 2012

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43

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47

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Fonte: SEURB, PMB, 2012.

44

Diagnóstico

Tabela 23: Programa Municipal de Regularização Fundiária “Chão Legal”. Projetos de Regularização Fundiária de Interesse Social, CODEM/PMB - 2009 a 2012

PROJETOS / BAIRROS

ÁREA TOTAL A SER

REGULARIZADA

Nº DE IMÓVEIS

EM REGULARIZAÇÃO

PERÍODO DE EXECUÇÃO

CUSTO MÉDIO POR

FAMILIA (R$)

CUSTO TOTAL (RS)

Nº DE TÍTULOS ENTREGUES (2009-2012)

RAIMUNDO JINKINGS (TAPANÃ)

54.000 m² 356 Jun a Set/2009 300,00 98.400,00 328

MOR. DE DEUS I E II

(ICOARACI) 150.013,03 m² 711 Ago a Nov /2009 300,00 180.900,00 603

FÁTIMA (2º ETAPA)

194.881 m² 1.200 Ago a Nov /2010 300,00 328.200,00 1.094

UNIDOS VENCEREMOS (PEDREIRA / TELÉGRAFO)

179.699.91 m² 1.350 Nov /2010 a

Jan /2011 300,00 313.500,00 1.045

BENGUI (1º ETAPA)

105.870,59 m² 583 Nov /2011 a Mar /2012

300,00 115.200,00 384

TOTAL 684.465 m² 4.200 - - 1.036.200,00 3.454

Fonte: CODEM, 2012. Obs: informações dizem respeito ao andamento até Abril de 2012.

Tabela 24: Unidades habitacionais por projetos do Programa de Aceleração do Crescimento no município de Belém – Gov. Estado do Pará, 2011.

Localidade Empreendimento UH

Bacia do Paracuri Urbanização de favelas 364

Bacia do Tucunduba Urbanização integrada de favelas 400

Comunidade Fé em Deus Produção e Recuperação de UH 200

Comunidade Pantanal/ Mangueirão Produção e Recuperação de UH 300

Comunidade Pratinha Produção e Recuperação de UH 350

Residencial Liberdade I Construção de UHs e serviços de infraestrutura 276

Residencial Liberdade II Construção de UHs e serviços de infraestrutura 2.060

Residencial Liberdade III Produção de UHs, regularização fundiária e projeto social 336

Riacho Doce e Pantanal Reurbanização da Ocupação - 2ª ETAPA 272

Riacho Doce e Pantanal Urbanização integrada de Favelas - 3ª ETAPA 280

Riacho Doce e Pantanal Urbanização integrada de Favelas - 1ª ETAPA 160

Taboquinha, ocupação Cubatão Urbanização do entorno do igarapé Taboquinha 978

TOTAL 5.976

Fonte: Caixa Econômica Federal, 2011.

Somando-se à estimativa de produção de UHs através da COHAB-PA financiadas pelo PAC e a estimativa de produção de UHs pela Prefeitura de Belém, tem-se um total aproximado de 8.429 UHs. Esse total deve ser levado em consideração para a elaboração do PMHIS quanto às metas de produção, uma vez que são unidades que já tem recursos comprometidos para produção.

45

Diagnóstico

3. LEVANTAMENTO SOBRE O ORÇAMENTO MUNICIPAL – PMB E RECURSOS INVESTIDOS COM A HABITAÇÃO EM BELÉM

Os dados a seguir, mostram uma breve análise da receita total do município e do orçamento com investimentos da Prefeitura Municipal de Belém, em especial dos órgãos municipais que interferem na política de habitação em Belém.

Tabela 25: Evolução da receita municipal 2005/2011 e variação percentual

ANO RECEITA EVOLUÇÃO % VARIAÇÃO %

2005 884.651.373,17 0 0

2006 1.063.450.798,02 20,2 20,2

2007 1.218.796.123,48 37,8 14,6

2008 1.366.932.688,37 54,5 12,2

2009 1.466.430.628,60 65,8 7,3

2010 1.707.517.126,71 93,0 16,4

2011 1.900.867.473,41 114,9 11,3 Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) – 2005-2010. Elaboração: IAGUA, 2012. Obs: Ano-Base: 2005

Entre os anos de 2005 e 2011 a receita municipal saltou de oitocentos e oitenta e quatro milhões de reais para o patamar de um bilhão e novecentos milhões de reais significando uma evolução de 114,9% no período, isto é, mais que o dobro nos últimos sete anos. A variação percentual entre um ano e outro é oscilante devido particular movimento anual de captação de recursos, como convênios, contratos e operações de crédito. A tabela acima, demonstra um crescimento de 20% à receita de 2006 em relação a 2005, o maior no período, que veio caindo sistematicamente para 14,6% em 2007 em relação a 2006, 12,2% 2008 em relação a 2007 e uma queda mais acentuada em 2009 em relação a 2008 que pode ter como um dos fatores determinantes a crise econômica mundial de 2008 teve seus reflexos também nas economias municipais do Brasil.

O gráfico 4 ilustra a evolução da receita municipal nos últimos sete anos em milhares de reais.

Gráfico 4: Evolução da receita municipal (em 1.000,00) 2005 a 2011

Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) 2005-2010. Elaboração: IAGUA, 2012

46

Diagnóstico

A tendência de crescimento é crescente com percentual médio de incremento anual da receita municipal de 13,7%. Tabela 26: Despesas com investimentos e percentual gasto habitação e infraestrutura urbana

ANO RECEITA

MUNICIPAL

INVESTIMENTOS

SEURB % GASTO

COM URBANIZAÇÃO

SESAN % GASTO

COM SANEAMENTO

SEHAB % GASTO

COM HABITAÇÃO

2005 884.651.373,17 4.284.033,12 0,48 22.789.994,69 2,58 2.664.373,00 0,30

2006 1.063.450.798,02 13.914.537,11 1,31 43.021.934,46 4,05 11.021.008,00 1,04

2007 1.218.796.123,48 27.146.534,59 2,23 58.862.303,11 4,83 16.381.950,00 1,34

2008 1.366.932.688,37 35.327.914,22 2,58 76.272.611,92 5,58 5.792.381,00 0,42

2009 1.466.430.628,60 61.970.873,10 4,23 44.457.496,90 3,03 10.563.381,00 0,72

2010 1.707.517.126,71 73.724.116,52 4,32 28.683.280,62 1,68 3.833.699,00 0,22

2011 1.900.867.473,41 172.173.569,07 9,06 25.525.387,02 1,34 6.078.666,00 0,32

Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) 2005-2010. Elaboração: IAGUA, 2012

A tabela 26 apresenta a receita municipal anual e as despesas realizadas com

investimentos pelas secretarias de urbanismo, saneamento e habitação e seus respectivos valores relativos à receita total do município. Verifica-se que a secretaria de urbanismo demonstra um crescimento crescente no período, saltando de 0,48% da receita total em 2005 para 9,06% da receita em 2011. Por outro lado, a secretaria de saneamento tem em seu orçamento um crescimento entre 2005 e 2008 e a partir de 2009 uma queda sistemática de 41,7% de 2009 em relação a 2008, 35,5% de 2010 em relação a 2009 e 11% de 2011 em relação a 2010.

Em particular a Secretaria de Habitação demonstra crescimento do percentual gasto com investimento, em relação à receita total do município, somente entre 2005 e 2007 saltando de 0,3% em 2005 para 1,04% em 2006, significando 313,6%, crescendo 48,6% em 2007 em relação ao ano anterior, pois a participação no orçamento municipal sobe para 1,34%. Nos anos seguintes estes valores de investimentos caem substancialmente, constata-se na tabela 26 que a participação percentual de investimentos em habitação em 2008, fica em 0,48%, significando uma queda de 64,6%, em 2009 percebe-se uma leve recuperação subindo para 0,72%, 2010 nova queda de 63,7% caindo a participação em relação à receita total para 0,22% e 2011 ficando em 0,32%. O percentual médio anual gasto com habitação em relação ao orçamento municipal no período corresponde a 0,62% anual.

Gráfico 5: Despesas com investimentos e percentual gasto habitação e infraestrutura urbana 2005 a 2011

Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) 2005-2010. Elaboração: IAGUA, 2012

47

Diagnóstico

A gráfico 5 ilustra o movimento ascendente de recursos gerenciados pela SEURB, uma curva crescente e depois decrescente representando os recursos investidos por meio da SESAN, e em menor volume, mas em lógica semelhante à SESAN, os recursos investidos pela SEHAB.

Os dados a seguir tratam dos recursos orçamentários gastos exclusivamente com habitação, isto é, investimentos em projetos habitacionais, abrangendo valores utilizados com auxílio moradia, indenizações e construções de unidades habitacionais no período de 2005 a 2011 e Janeiro a março de 2012.

Tabela 27: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SEHAB 2005-2012

ANO AUXÍLIO MORADIA INDENIZAÇÕES UNID HABITAC TOTAL

2005 R$ 49.167,92 R$ 2.605.252,79 R$ 2.654.420,71

2006 R$ 30.300,00 R$ 44.809,30 R$ 9.466.264,63 R$ 9.541.373,93

2007 R$ 362.350,00 R$ 352.006,25 R$ 15.727.109,35 R$ 16.441.465,60

2008 R$ 345.542,94 R$ 163.160,49 R$ 5.332.837,65 R$ 5.841.541,08

2009 R$ 860.550,00 R$ 442.847,49 R$ 6.886.342,34 R$ 8.189.739,83

2010 R$ 1.021.910,00 R$ 152.138,03 R$ 3.426.772,03 R$ 4.600.820,06

2011 R$ 1.068.190,00 R$ 62.660,30 R$ 5.921.729,68 R$ 7.052.579,98

2012* R$ 484.800,00 - - R$ 484.800,00

TOTAL R$ 4.173.642,94 R$ 1.266.789,78 R$ 49.366.308,47 R$ 54.806.741,19 Fonte: SEHAB, 2012 – Elaboração: IAGUA Obs: em 2012 os valores referem-se aos meses de janeiro a março

Na Tabela 27, estão demonstrados valores investidos pela Secretaria Municipal de Habitação com auxílio moradia, indenizações e construção de unidades habitacionais. No que se refere ao auxílio moradia apresenta-se uma série histórica crescente com um recurso despendido em 2005 no valor de R$ 30.300,00 (trinta mil e trezentos reais) em 2005, saltando para R$ 1.068.190,00 (um milhão e sessenta e oito mil cento e noventa reais) em 2011, isto é, um crescimento de 3.425% no período. As indenizações são oscilantes, atingindo os maiores valores em 2007 com R$ 352.006,25 (trezentos e cinqüenta e dois mil e seis reais) em 2007 e R$ 442.847,49 (quatrocentos e quarenta e dois mil oitocentos e quarenta e sete reais) em 2009.

No que tange a construção de habitações pela SEHAB, a tabela 27 demonstra um crescimento no volume de recursos investidos entre os anos de 2005 e 2007 com incremento de 503,6%, e a seguir uma queda brusca em 2008 de 64,5% e depois uma oscilação entre os anos de 2009 e 2011.

Gráfico 6: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SEHAB 2005-2012

Fonte: SEHAB, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012

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Diagnóstico

O gráfico 6 mostra esta oscilação segundo as três rubricas de aplicação com destaque para construção de unidades habitacionais e auxílio moradia.

Tabela 28: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SESAN 2005-2012 ANO INDENIZAÇÕES UNID HABITAC TOTAL

2005 R$ 1.286.254,45 R$ 10.940.739,76 R$ 12.226.994,21

2006 R$ 1.572.108,95 R$ 30.204.234,00 R$ 31.776.342,95

2007 R$ 657.954,42 R$ 47.257.805,76 R$ 47.915.760,18

2008 R$ 441.886,62 R$ 73.172.336,67 R$ 73.614.223,29

2009 - R$ 42.167.196,16 R$ 42.167.196,16

2010 - R$ 27.513.063,10 R$ 27.513.063,10

2011 R$ 1.533.601,10 R$ 15.219.871,53 R$ 16.753.472,63

2012 R$ 6.292.063,74 R$ 16.381.148,45 R$ 22.673.212,19

TOTAL R$ 11.783.869,28 R$ 262.856.395,43 R$ 274.640.264,71

Fonte: SESAN, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

A Tabela 28 exibe o volume de recursos gastos pela Secretaria de Saneamento com o segmento habitacional, enquanto que o auxílio moradia não foi objeto de despesa da secretaria, o volume de indenizações ultrapassou os onze milhões de reais no período em análise. No que se refere aos recursos despendidos com construção de unidades habitacionais, houve valores oscilantes, porém um volume considerável de recursos empregados no período, na ordem de duzentos e setenta e quatro milhões de reais. Gráfico 7: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SESAN 2005-2012

Fonte: SESAN - Elaboração IAGUA

O gráfico 7 ilustra a evolução do orçamento realizado com a área habitacional no município, observando que não houve demanda para auxílio moradia. Tabela 29: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SEURB 2005-2012

ANO AUXÍLIO MORADIA INDENIZAÇÕES UNID HABITAC TOTAL

2008 R$ 98.850,00 R$ 1.883,53 R$ 2.082.038,32 R$ 2.182.771,85

2009 R$ 1.053.500,00 R$ 1.180.719,43 R$ 32.290.327,87 R$ 34.524.547,30

2010 R$ 2.191.950,00 R$ 1.191.966,10 R$ 27.908.875,42 R$ 31.292.791,52

2011 R$ 2.737.350,00 R$ 2.086.106,04 R$ 14.961.680,82 R$ 19.785.136,86

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Diagnóstico

2012 R$ 1.309.150,00 R$ 4.258.268,22 R$ 3.745.799,81 R$ 9.313.218,03

TOTAL R$ 7.390.800,00 R$ 8.718.943,32 R$ 80.988.722,24 R$ 97.098.465,56 Fonte: SEURB - Elaboração IAGUA

A tabela 29 apresenta os valores dos recursos investidos com habitação pela Secretaria de Urbanismo, onde, as rubricas auxílio moradia e indenizações exibem crescimento consecutivo no período de 2008 a 2011, enquanto que, o investimento com construção com unidades habitacionais sofreu queda entre 2009 e 2011 na ordem de 53,7%. Gráfico 8: Recursos gastos com projetos habitacionais pela SEURB 2005-2012

Fonte: SEURB - Elaboração IAGUA

O gráfico 8 ilustra nas colunas verdes o decréscimo nos recursos investidos ao longo dos anos, observando que o ano de 2012 os recursos correspondem a doze meses ao período de janeiro a março de 2012.

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Diagnóstico

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CODEM (Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana de Belém; Prefeitura Municipal de Belém).

Cadastro técnico multifinalitário. Belém: CODEM; PMB, 2000. 7 CD-ROMs. [Cartografia digital, formatos

dwf, dwg. Planilhas eletrônicas, formato xls.]

COHAB-PA (Companhia de Habitação do Estado do Pará). Plano estadual de habitação de interesse social.

Etapa II. Diagnóstico habitacional. Belém: COHAB-PA/SEDURB, 2009. CD-ROM.

COSANPA (Companhia de Saneamento do Estado do Pará). Bacias hidrográficas da Região Metropolitana de

Belém. Mapa eletrônico (arquivo digital, formato shapefile). Belém: COSANPA, 2008. CD-ROM.

IAGUA (Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental). Diagnóstico habitacional de

Belém. Relatório final. 89 f. Belém: IAGUA; Caixa Econômica Federal; Prefeitura Municipal de Belém, dez.

2008. CD-ROM.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo demográfico 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm>. Acesso

em: 10 mai. 2012.

_______. Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm>. Acesso em: 10 mai. 2012.

_______. Censo Demográfico 2010. Aglomerados subnormais: Primeiros resultados. Rio de janeiro: 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/aglomerados_subnormais/agsn2010.pdf. Acesso em: 10 mai. 2012. IDESP-PA (Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental do Estado do Pará). IPC/RMB. Índice

de preços ao consumidor da Região Metropolitana de Belém. 12 f. Belém: IDESP-PA, abr. 2012. Disponível

em: <http://www.idesp.pa.gov.br/pdf/ipc/IPC0412.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2012.

MARICATO, Ermínia. As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias. Planejamento urbano no Brasil. In:

ARANTES, Otília; VAINER, Carlos; MARICATO, Ermínia. A cidade do pensamento único: desmanchando

consensos. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 121-192. (Zero à Esquerda.)

MCIDADES (Ministério das Cidades, Governo Federal). Plano Nacional de Habitação. Versão para debates.

212 f. Brasília: Ministério das Cidades; Secretaria Nacional de Habitação, dez. 2009. Disponível em: <

http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNH/ArquivosPDF/Publicacoes/Publiicacao_PlanHab_Ca

pa.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

SIDRA-IBGE (Sistema IBGE de Recuperação Automática). Censo demográfico 2010. Características

urbanísticas do entorno dos domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <

http://www.sidra.ibge.gov.br/cd/cd2010univentorno.asp>. Acesso em: 04 jun. 2012.

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Diagnóstico

5. APÊNDICES

Mapas Temáticos Produzidos sobre os Assentamentos Precários no Município de Belém

Mapa Temático 1: Aglomerados Subnormais no Município de Belém – IBGE 2010. Fonte: IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 2: Assentamentos Precários no Município de Belém segundo levantamento IAGUA 2008. Fonte: DHB, 2008. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 3: Assentamentos Precários no Município de Belém segundo levantamento IAGUA 2008. Fonte: DHB, 2008. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 4: Renda média domiciliar por bairro – Assentamentos Precários no Município de Belém – IBGE 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 5: Número de domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários no Município de Belém – IBGE 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 6: Número de domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários no Município de Belém – Lixo outro destino - 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 7: Média de moradores em domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários no Município de Belém – 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 8: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários sem banheiro de uso exclusivo dos moradores e sem sanitário - Município de Belém - 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 9: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários sem energia elétrica - Município de Belém - 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 10: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários – Esgotamento sanitário – outro escoamento - Município de Belém - 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 11: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários Esgotamento sanitário – Rede Geral - Município de Belém – 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 12: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários Esgotamento sanitário – Fossa Séptica - Município de Belém – 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 13: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários - Abastecimento de Água - Outros - Município de Belém – 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Diagnóstico

Mapa Temático 14: Domicílios particulares permanentes em Assentamentos Precários -Abastecimento de Água – Rede Geral - Município de Belém – 2010. Fonte: DHB, 2008; IBGE, 2012. Elaboração: IAGUA, 2012.

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Plano de Ação

PLANO DE AÇÃO

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Plano de Ação

PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL – PMHIS MUNICÍPIO DE BELÉM, PA

1. OBJETIVOS DO PMHIS

1.1 Objetivo Geral do PMHIS

Construir de forma participativa as ações do setor habitacional no município para 2012-2033, com avaliação de quatro em quatro anos e revisão geral em 10 anos de modo a indicar as ações necessárias para a viabilização da Política de Habitação de Interesse Social adequadas às necessidades da população do município.

1.2 Objetivos Específicos do PMHIS

Para cumprir o objetivo geral do PMHIS nas condições atuais do município, elenca-se os seguintes objetivos específicos:

- Dimensionar adequadamente as necessidades habitacionais da população residente no município, bem como, os meios necessários para o seu atendimento;

- Priorizar o atendimento de famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos, abrangendo os diversos tipos de necessidades habitacionais, por meio da integração de ações e dos recursos dos três níveis de governo e com a sociedade civil organizada;

• Propor e implementar formas diversificadas de acesso à moradia digna a partir das necessidades habitacionais identificadas no município, com ênfase para:

• A produção de novas unidades habitacionais, diretamente ou em parceria com outras instâncias de governo e com a sociedade civil organizada;

• A viabilização de ações de melhoria habitacional, acompanhadas da prestação de assistência técnica gratuita;

• Ações de urbanização dos assentamentos precários passíveis de regularização fundiária, envolvendo as dimensões jurídicas, urbanística e ambientais;

• A eliminação das situações de risco e de degradação ambiental relacionadas à moradia social;

• A promoção da Regularização Fundiária sustentável de assentamentos irregulares em parceria com as três esferas de governo e com a sociedade civil organizada;

• A prestação de assistência jurídica e social gratuita para famílias de 0 a 3 salários mínimos em processos de regularização fundiária de Interesse Social;

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Plano de Ação

• Ações no sentido de constituir um estoque de terras para a implementação de projetos de Habitação de Interesse Social no município de Belém;

- Estabelecer metas físicas e financeiras para cada Plano Plurianual, visando o enfrentamento dos problemas identificados, bem como, definir prioridades de forma compatível com o perfil do déficit e da demanda futura de habitação e das possibilidades de investimento do município;

- Estabelecer a forma de articulação dos recursos dos três níveis de governo na implementação dos programas e projetos habitacionais;

- Propor e implementar mecanismos de articulação institucional do conjunto de atores públicos, privados e demais agentes sociais afetos ao setor habitacional;

- Propor ações que fortaleçam a gestão democrática da Política de Habitação de Interesse Social do município de Belém;

- Propor ações que contribuam na integração da Política de Habitação de Interesse Social à gestão territorial e às demais políticas sociais da Prefeitura Municipal de Belém;

- Propor ações de controle da expansão da ocupação irregular no território;

- Planejar os meios e instrumentos de aprimoramento da estrutura institucional de gestão da política habitacional e do PMHIS, assegurando a capacidade de planejar, coordenar, implementar, apoiar, fiscalizar e atualizar as ações da referida política.

2. PRINCÍPIOS

Seguindo os princípios estabelecidos pelas Leis Federal nº 11.124/200511, Lei Estadual nº. 7.087/200812, Lei Municipal nº 8.478/200513 e a Lei Municipal nº 8655/200814, o PMHIS de Belém adota como princípios:

I - Direito à moradia, enquanto um direito humano, individual e coletivo, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Brasileira de 1988;

11 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de

Interesse Social - FNHIS e Institui o Conselho Gestor do FNHIS.

12 Institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social e estabelece o Conselho Estadual das Cidades do Pará

como órgão central. 13

Dispõe sobre a constituição do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CMHIS, e a criação do Fundo

Municipal de Habitação e Interesse Social – FMHIS a ele vinculado e dá outras providências.

14 Dispõe sobre o Plano Diretor do Município de Belém.

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Plano de Ação

II - Moradia digna como direito e vetor de inclusão social, garantindo padrão mínimo de habitabilidade, infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais a garantia da segurança da posse e da permanência;

III - Cumprimento da função social da propriedade urbana visando coibir a especulação imobiliária e permitir o acesso à terra urbana e ao pleno desenvolvimento da função social da cidade, na forma da Lei nº. 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade, e da Lei nº 8.655, de 2008;

IV – Conceber a questão habitacional como uma política de Estado, uma vez que o poder público é agente indispensável na regulação urbana e do mercado imobiliário, na provisão da moradia e na regularização de assentamentos precários, devendo ser, ainda, uma política pactuada com a sociedade e que se dê a partir de mecanismos institucionais estáveis, que transcendam as administrações e a constituam como política pública de Estado contínua e permanente;

V - Compatibilidade e integração da política habitacional do município com a política federal e estadual, bem como desta com as demais políticas setoriais de desenvolvimento urbano, ambiental e de inclusão social;

VI - Gestão democrática com participação popular e controle social dos diferentes segmentos da sociedade, possibilitando a transparência nas decisões e procedimentos;

VII - Prioridade para planos, programas e projetos habitacionais para a população de menor renda do município;

VIII - Respeito à diversidade de tipologias, à produção social e cultural das habitações.

IX - Combate à segregação sócio espacial e a apropriação privada dos bens de uso comum (rios, florestas, igarapés, orlas, praias e fontes).

3. DIRETRIZES

O PMHIS de Belém, tomando como referência a Política de Habitação contida no Plano Diretor do Município de Belém, Lei n° 8.655/2008, incorpora as seguintes diretrizes:

I - Articular as ações de implementação dos instrumentos do Estatuto da Cidade, previstos no Plano Diretor do Município de Belém, Lei n° 8.655/2008, de forma que contribuam para a viabilização dos objetivos e das metas do PMHIS;

II - Utilizar prioritariamente terras de propriedade do Poder Público, desde que não sejam de interesse à preservação ambiental, para implantação de projetos habitacionais de interesse social, a partir da aplicação de instrumentos previstos no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor do Município de Belém;

III - Identificar e estimular o uso de imóveis subutilizados e vazios urbanos, como estratégia de ampliação do acesso à terra urbanizada e à moradia digna no âmbito de uma política habitacional de interesse social;

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Plano de Ação

IV - Subsidiar a definição de normas urbanísticas que viabilizem o processo de regularização urbanística e fundiária dos assentamentos precários do município, promovendo o acesso à habitação de interesse social;

V - Criar condições para o desenvolvimento de projetos em parceria com outras instâncias do poder público, a iniciativa privada, associações e/ou cooperativas habitacionais na produção e melhoria de habitação de interesse social;

VI - Valorizar as ações do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social, como órgão de controle social e gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

VII - Propor ações que fortaleçam o funcionamento dos canais de participação da sociedade, na definição e no controle social da política habitacional de interesse social;

VIII - Estruturar o Sistema Municipal de Habitação de Interesse Social, para viabilizar a cooperação entre o Município, o Estado, a União e as entidades associativas para que promovam e executem projetos habitacionais de interesse social, bem como para a produção de informação, acompanhamento, avaliação e monitoramento da Política de Habitação de Interesse Social;

IX - Propor formas de fortalecimento do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social de modo a ampliar a capacidade de acompanhamento e deliberação sobre a Política Municipal de Habitação de Interesse Social e a gerência dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;

X - Incentivar a pesquisa que promova a utilização de tecnologias construtivas e de formas alternativas de produção habitacional, visando o baixo custo e a racionalização da produção de habitação de interesse social;

XI - Estimular parcerias com instituições técnicas para viabilizar assessoramento às comunidades, cooperativas e associações para a melhoria de habitabilidade da moradia em assentamentos atendidos com obras de urbanização;

XII - Articular a política habitacional com as diretrizes estabelecidas nos planos de desenvolvimento urbano;

XIII - Promover a utilização edificações verticais desocupadas ou subutilizadas existentes no Centro Histórico de Belém e seu entorno, bem como de conjuntos habitacionais degradados para habitação de interesse social com vistas a garantir o melhor aproveitamento da infraestrutura instalada, dos equipamentos urbanos e do patrimônio construído;

XIV - Contribuir para a proteção das áreas de preservação ambiental e de proteção aos mananciais, áreas de risco, áreas contaminadas e áreas de bem de uso comum do povo;

XV - Garantir a permanência das famílias em área objeto de intervenções urbanas ou em áreas próximas, por meio de novas unidades habitacionais ou ainda viabilizar indenização que permita a aquisição de um imóvel prioritariamente no bairro ou no limite do distrito;

XVI - Articular as ações da política habitacional a programas dirigidos à inclusão social, através da geração de renda, emprego e capacitação dos grupos excluídos ou vulneráveis;

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Plano de Ação

XVII - Elaborar e atualizar o cadastro das famílias que serão atendidas pelos programas e projetos de habitação de interesse social, atentando para a co-habitação;

XVIII - Aprimorar e desenvolver informações atualizadas sobre a situação habitacional do município, através da atualização permanente do Banco de Dados em habitação e de sua relação com outros sistemas de informação e dados do município (Geoprocessamento).

XIX - Garantir que nos programas e projetos de habitação de interesse social sejam destinados cota a grupos Específicos – Indígenas, Quilombolas, Ribeirinhos, Mulheres mantenedoras do lar, Idosos e Pessoas com Deficiência, nas mesmas condições de subsídios, ou seja, de acordo com a faixa de renda;

XX - Atender prioritariamente as famílias chefiadas por mulheres; famílias em que um dos seus membros seja pessoa com deficiência; famílias que paguem aluguel; famílias com co-habitação familiar – desmembrando em tantos imóveis quantos sejam necessários; famílias cujo sustentáculo seja Idosos Aposentados; e famílias de 0 a 3 salários mínimos, que não tenham sido beneficiadas antes pelo programa, sendo de responsabilidade do Município a manutenção do cadastro unificado das famílias atendidas.

4. LINHAS PROGRAMÁTICAS, PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS

As Linhas Programáticas, Programas e Subprogramas propostos para o PMHIS, considerando as necessidades habitacionais do Município de Belém e os programas e ações em desenvolvimento pela Prefeitura, foram estruturadas em 3 linhas programáticas que são:

1. Integração Urbana de Assentamentos Precários e Informais – LP1 2. Produção e Melhoria da Habitação – LP2 3. Desenvolvimento Institucional – LP3

4.1 Integração Urbana de Assentamentos Precários e Irregulares – LP1.

Esta Linha Programática abrange programas que se destinam ao atendimento das necessidades existentes no universo dos assentamentos precários e irregulares, compreendendo: reparcelamento do solo (quando necessário), implantação de infraestrutura completa, execução de obras de correção de risco, viabilização da regularização fundiária e assistência técnica.

4.1.1 Programa de Urbanização Integrada e Regularização de Assentamentos Precários e Irregulares

Objetivo: Promover de forma articulada a urbanização de assentamentos precários e irregulares compreendendo a abertura e a consolidação de sistema viário, implantação de

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Plano de Ação

infraestrutura urbana completa (rede de água, de esgoto, de drenagem, coleta de lixo, rede de energia, iluminação pública e equipamentos coletivos), construção (quando necessária) de equipamentos sociais, promoção de melhorias habitacionais e a viabilização da regularização fundiária dos mesmos, por meio da articulação institucional, garantindo a participação comunitária em todo o processo.

As Diretrizes Constitutivas do Programa são:

• Não consolidar moradia precária;

• Dotar a área de plena infraestrutura e de cobertura de equipamentos públicos;

• Tratamento da dimensão ambiental nos projetos;

• Eliminar todas as situações de risco dos assentamentos;

• Respeitar os parâmetros específicos dos Planos de Urbanização de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) na elaboração dos projetos de urbanização integrada bem como os dispositivos e parâmetros de infraestrutura básica definidos em lei, buscando o melhor desempenho entre custo de infraestrutura e a morfologia existente;

• Executar o processo de regularização fundiária da unidade habitacional até o final da intervenção urbanística;

• Promover a articulação das intervenções com programas sociais complementares;

• Dar tratamento às áreas desocupadas para evitar novas ocupações;

• Garantir soluções para atendimento das famílias removidas das áreas de projeto;

• Observar as normas da Acessibilidade Universal nos projetos;

• Elaborar Projetos Habitacionais adequados às características locais;

• Constituir Comissões de Acompanhamento e Fiscalização das obras desde o início do processo de intervenção composta por representantes das comunidades beneficiadas;

• Evitar períodos longos do auxilio moradia nos processos de reassentamento;

• Estabelecer procedimentos que respeitem o direito à moradia nos processos de remoção necessários à viabilização dos projetos de urbanização integrada e regularização de assentamentos precários e irregulares, garantindo valores justos de indenização e apoio às famílias removidas.

Prioridades de Intervenção do Programa:

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Plano de Ação

A priorização de intervenção no programa será dada entre os assentamentos levantados pelo Diagnóstico Habitacional de Belém e sua atualização, considerando os seguintes critérios:

• Integração a ações e projetos estratégicos do Governo Municipal;

• Ordem de classificação no Mapeamento de Assentamentos Precários do município, que observa os seguintes critérios:

– Grau de risco ambiental e tecnológico (priorizando os assentamentos de maior risco ambiental);

– Porte do Assentamento (prioridade para os assentamentos maiores);

– Quadro socioeconômico (priorizando os assentamentos com maior vulnerabilidade social – considerando a renda, a escolaridade, etc.);

– Características edilícias, urbanísticas e de oferta de infraestrutura e de serviços Públicos (priorizando os assentamentos mais precários);

– Classificação quanto o grau de intervenção física existente (priorizando os assentamentos em processo de urbanização);

• Priorizar o atendimento de famílias com mulheres chefes de família, idosos e deficientes;

• Nível de organização da comunidade (priorizando os assentamentos com maior organização).

• Imposição Judicial/ Obrigação de Fazer (prioridade para as áreas onde o poder público firmou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou para aquelas que ação judicial determina intervenção);

São Ações Estratégicas do programa:

• Levantar de forma detalhada as intervenções e ações necessárias em cada assentamento precário identificado pelo DHB, cruzando com as intervenções já em andamento e/ou planejadas e recursos já alocados pela PMB e por órgãos de outras esferas de governo (COHAB, COSANPA, SPU, etc.);

• Identificar com precisão as situações de risco existentes no município e que implicam em ações emergenciais;

• Manter o banco de dados dos assentamentos precários em Belém atualizado e aprimorá-lo, considerando as informações produzidas pela própria PMB, dados oficiais como os produzidos pelo IBGE e demais órgãos e instituições afins;

• Identificar as situações de precariedade habitacional localizadas nas ilhas que compõem o município de Belém, por meio de levantamento específico.

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Plano de Ação

4.1.1.1 Subprograma de Auxílio Moradia

Objetivo: Garantir as condições de moradia de forma temporária para as famílias que sofram prejuízos em razão de intervenções da Prefeitura do Município de Belém e/ou em decorrência de situações de calamidade advindas de situações de risco (inundações, incêndios, insalubridade habitacional ou outras condições que impeçam o uso seguro da moradia), garantindo, por um certo período e em condições específicas, o direito de moradia, oferecendo auxílio para o pagamento do aluguel, evitando que fiquem sem teto de forma arbitrária e/ou repentina. Objetiva garantir a um núcleo familiar, ou ainda uma única pessoa, a possibilidade de receber por um período limitado o pagamento de aluguel, em caso de ocorrência de intervenção municipal, garantindo, assim, o direito constitucional de habitação.

Prioridades de atendimento do subprograma:

Pode ter como requisito que a somatória da renda mensal do núcleo familiar, ou único munícipe, não ultrapasse 03 salários mínimos, que não seja(m) proprietário(s) de imóvel em seu(s) nome(s) e que resida(m), no período mínimo de 12 (doze) meses, no endereço da residência onde ocorreu a intervenção municipal.

4.1.2 Programa de Regularização Fundiária de Assentamentos Irregulares Consolidados

Objetivo: Promover a segurança jurídica da posse, por meio do desenvolvimento de ações voltadas para a Regularização Fundiária Sustentável, abrangendo ações de natureza urbanística, ambiental e jurídico-legal, dos assentamentos irregulares consolidados, ocupantes de áreas públicas ou particulares, sendo que, conforme a tipologia dos problemas encontrados em cada um, será aplicada a legislação e definida a dinâmica de participação e parceria a ser estabelecida com a população e órgãos públicos afins.

As Diretrizes Constitutivas do Programa são:

• Tratar de forma integrada as dimensões urbanística, ambiental e jurídico-legal na regularização;

• Buscar a promoção de diversidade de alternativas de regularização adaptadas às situações de dominialidade de cada área;

• Compartilhar com os promotores dos loteamentos clandestinos o ônus da formalização;

• Promover a Assistência Técnica durante todo o processo de regularização urbanística e fundiária, facilitando o acesso à informação e aos procedimentos de regularização à população beneficiária;

• Promover ações de acompanhamento pós-regularização e de educação sanitária e ambiental.

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Plano de Ação

Prioridades de Intervenção do Programa:

A priorização de intervenção do programa será dada entre os assentamentos precários e aos conjuntos habitacionais, considerando os seguintes critérios propostos:

• Integração às ações e projetos estratégicos do Governo Municipal;

• Ordem de classificação dos Assentamentos Precários e ou irregulares do município que deve observar os seguintes critérios:

– Nível de consolidação do assentamento, com prioridade para os menos precários;

– Porte do Assentamento, com prioridade para os de maior porte.

– Titularidade da área, com prioridade para as áreas públicas, onde o poder público é necessariamente o promotor;

– Imposição Judicial/ Obrigação de Fazer, com prioridade para as áreas onde o poder público firmou TAC ou para aquelas que ação judicial determina intervenção;

• Facilidade de intervenção – com prioridade para os assentamentos mais favoráveis a regularização do ponto de vista jurídico fundiário e para aqueles que têm parte das ações de regularização já cumpridas;

• Assentamentos onde os promotores comunitários assumam parte dos custos de levantamentos e providências para cumprimento das etapas da regularização fundiária;

• Tempo de existência do assentamento com prioridade para os mais antigos.

São Ações Estratégicas do programa:

• Pesquisar e organizar as informações sobre a dominialidade nos assentamentos precários de forma a consolidar uma única base de referência a partir de informações patrimoniais das áreas públicas municipais, estaduais e federais e privadas, utilizando os dados existentes na CODEM, nos cartórios de registro de imóveis e outros órgãos como o Serviço de Patrimônio da União - SPU, o que deve contribuir na identificação de sobreposições de dominialidade e definição de estratégias para as ações de regularização fundiária;

• Digitalizar as informações existentes nos bancos de dados da CODEM, e manter a base de informações fundiárias atualizada;

• Elaborar Projeto de Parcelamento de Assentamentos Precários beneficiados por ações de Urbanização Integrada, dando condições para o processo de regularização fundiária;

• Ampliar os recursos do orçamento municipal destinados às ações de regularização fundiária para população de baixa renda, incluindo recursos para os procedimentos de desapropriação.

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Plano de Ação

• Apuração das áreas remanescentes do processo de regularização realizados pela CODEM, principalmente dentro da Primeira Légua Patrimonial;

• Promover a articulação institucional entre órgãos das diferentes esferas para ações de Regularização (CODEM, COHAB, SPU e ITERPA).

4.1.2.1 Subprograma de Regularização de Loteamentos e Conjuntos Habitacionais Públicos consolidados

Objetivo: Sanar a irregularidade fundiária dos loteamentos e conjuntos habitacionais promovidos pelo poder público, mas que não finalizaram o processo de regularização, viabilizando o registro das edificações e unidades e a titulação aos beneficiários finais. Tais situações exigirão procedimentos específicos de regularização para cada caso (Lote, Unidade Habitacional, Fração Ideal).

4.1.2.2 Subprograma Assistência Técnica - Apoio a Regularização Fundiária

Objetivo: Oferecer Assistência Técnica de natureza urbanística, sócio-ambiental e jurídico-legal, para as famílias beneficiárias do Programa de Regularização Fundiária de Assentamentos Irregulares Consolidados, diretamente ou por meio de parcerias, com o intuito de ajudar na viabilização do processo de Regularização Fundiária, incluindo ações de Usucapião Urbanas. Poderão também ser atendidas as associações de moradia de assentamentos irregulares em áreas públicas e/ou privadas que solicitarem a Assistência Técnica à Prefeitura com o intuito de promover a regularização fundiária de suas áreas.

4.2 Produção e Melhoria da Habitação – LP 2

4.2.1 Programa de Produção de novas unidades habitacionais

Objetivo: Produzir e ofertar novas unidades habitacionais no município de Belém por meio de empreendimentos promovidos pelo poder público, pela iniciativa privada ou em parceria com agentes públicos ou movimentos sociais para as famílias com renda até 03 salários mínimos. Destina-se ao atendimento do déficit habitacional quantitativo e qualitativo acumulado, da necessidade de remanejamento e reassentamento em ações de urbanização integrada de assentamentos precários e irregulares, bem como para responder a demanda habitacional futura.

As Diretrizes Constitutivas do Programa são as seguintes:

• Dotar a área de infraestrutura plena;

• Dotar de equipamentos públicos a vizinhança ou bairro;

• Produzir empreendimentos bem inseridos e articulados ao bairro, observando a diversidade de usos urbanos e de faixas de renda;

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Plano de Ação

• Buscar produzir unidades elevando o padrão construtivo estabelecido nas normas técnicas de edificação e nos parâmetros definidos pelas linhas de financiamento existentes;

• Observar as normas da Acessibilidade Universal nos projetos das habitações;

• Produzir unidades adequadas às diferentes necessidades e composições familiares, incluindo projetos com uso misto (habitação e comércio);

• Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas construtivas, materiais alternativos e de projetos inovadores e adequados à região para a produção de habitação de interesse social no município.

Prioridades de Intervenção do Programa:

a) Para unidades habitacionais a serem Remanejadas e Reassentadas:

• Remanejamentos e Reassentamentos vinculados ao Programa de Urbanização Integrada;

• Remanejamentos e Reassentamentos demandados por projetos de outras áreas do Governo Municipal;

• Reassentamentos de unidades habitacionais em situação de risco iminente;

• Reassentamento integral de assentamentos precários, com prioridade para os assentamentos menores, mais fáceis de serem erradicados;

• Imposição Judicial/ Obrigação de Fazer (prioridade para as áreas onde o poder público firmou TAC ou para aquelas que ação judicial determina remoção).

b) Para unidades habitacionais a serem produzidas para a demanda aberta/déficit quantitativo não vinculado ao domicílio em assentamento precário. A Produção de Unidades Habitacionais para o déficit geral será exclusiva para famílias que não tenham habitação ou financiamento habitacional e nunca tenham sido contempladas na política habitacional pública e priorizará o atendimento das seguintes situações:

• Tempo de residência em Belém de no mínimo 02 anos;

• Famílias com renda de 0 a 03 salários mínimos;

• Famílias que moram de aluguel e comprometem mais de 30% de sua renda com aluguel;

• Famílias que moram em situação de coabitação (mais de um núcleo familiar no mesmo domicílio – famílias conviventes) e em situação de adensamento excessivo, em domicílios que tenham mais de 3 moradores por dormitório;

• Famílias chefiadas por mulheres;

• Famílias de que façam parte pessoas com deficiência;

• Famílias cujo sustentáculo seja Idosos Aposentados.

São Ações Estratégicas do programa:

• Organizar o Cadastro Único de Atendidos e Cadastrado para Atendimento Habitacional, considerando as situações tidas como prioritárias para o programa, salvo exceções a serem definidas pela SEHAB;

• Elaborar levantamento de estoque de terra apta à produção de Habitação de Interesse Social (HIS) em Belém de forma conjunta com órgãos municipais, estaduais e federais;

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Plano de Ação

• Estabelecer parcerias com entes públicos, o setor privado e associações pró-moradia para a promoção de HIS;

• Estabelecer parcerias para o desenvolvimento de novas tecnologias, métodos construtivos e de racionalização para a produção de habitação de interesse social.

• Buscar a viabilização do programa Minha Casa Minha Vida para a faixa de 0 a 03 salários mínimos, incluindo a modalidade de reabilitação de imóveis em áreas centrais para a produção de HIS e Habitação de Mercado Popular (HMP).

4.2.1.1 Subprograma de Produção de Unidades Habitacionais para Reassentamento de Famílias ocupantes de áreas de risco, proteção ambiental e não consolidáveis e de apoio à urbanização integrada.

Objetivo: Produzir unidades habitacionais para reassentamento de famílias ocupantes de áreas de risco, proteção ambiental, moradoras em áreas não consolidáveis ou aquelas que compõem os Projetos de Urbanização Integrada Complexa que demandam reassentamento.

4.2.1.2 Subprograma de Habitação Produzida pelo Mercado

Objetivo: Estabelecer mecanismos para estimular os empreendedores privados a produzir moradias para as faixas de demanda de HIS e HMP, potencializando os incentivos e subsídios assegurados por Programas Federais como o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), para a produção de Habitação de Interesse Social no município.

Deverão ser estabelecidas parcerias para essa produção, no qual poder público municipal poderá:

• Complementar o valor das subvenções econômicas com créditos tributários, benefícios fiscais, bens ou serviços economicamente mensuráveis, assistência técnica ou recursos financeiros, prioritariamente para a produção de HIS;

• Definir outros critérios de seleção de beneficiários do PMCMV além da renda familiar, previamente aprovados pelo CMHIS.

O Poder Público deverá:

• Indicar as famílias de 0 a 03 salários mínimos a serem atendidas prioritariamente a partir de cadastro municipal.

• Doar terrenos localizados em área urbana consolidada para implantação de empreendimentos vinculados ao PMCMV;

• Priorizar a implementação dos instrumentos da Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade) e constantes da Lei Municipal nº 8.655/2008 (Plano Diretor), voltados ao controle da retenção das áreas urbanas em ociosidade.

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Plano de Ação

Deve-se buscar ainda viabilizar a produção de unidades habitacionais de interesse social e de mercado popular a partir da reabilitação de imóveis subutilizados ou vazios na área central de Belém (horizontais e verticais, públicos e privados), considerando-se a disponibilidade de recursos do PMCMV para essa modalidade.

4.2.1.3 Subprograma de Produção Habitacional em Parceria com Movimentos Sociais e Associações Pró-Moradia

Objetivo: Incentivar e apoiar a produção de HIS por meio de cooperativas, associações e entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, com atribuições de arregimentar, congregar, organizar e apoiar as famílias no desenvolvimento de cada uma das etapas dos projetos voltados para a solução dos seus problemas habitacionais, sendo a entidade organizadora responsável perante a instituição financiadora pela execução da intervenção, juntamente com os beneficiários e a Comissão de Acompanhamento de Obra.

Considerando-se a perspectiva de produção de unidades habitacionais por intermédio do PMCMV Entidades (Resolução nº 141/2009), deverão ser estabelecidas parcerias para essa produção, no qual o poder público municipal poderá:

• Complementar o valor das subvenções econômicas com créditos tributários, benefícios fiscais, bens ou serviços economicamente mensuráveis, assistência técnica ou recursos financeiros para a produção de HIS nessa modalidade;

• Disponibilizar áreas e/ou imóveis de domínio público adequados ao uso habitacional para a produção de HIS nessa modalidade;

• Disponibilizar assistência técnica para produção de HIS nessa modalidade.

Ainda segundo a Resolução nº 141/2009 as modalidades operacionais são:

• Aquisição de terreno e construção;

• Construção em terreno próprio ou de terceiros;

• Aquisição de imóvel novo produzido no âmbito do PMCMV ou para requalificação.

As alternativas de Regime de Construção, sempre supervisionadas por assistência técnica especializada, sob gestão da Entidade Organizadora em conjunto com os beneficiários, poderão ser:

• Autoconstrução;

• Sistema de auto-ajuda ou mutirão;

• Administração direta e autogestão;

• Empreitada global.

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Plano de Ação

4.2.1.4 Subprograma de Locação Social

Objetivo: Produzir unidades novas ou adquirir e reformar, se necessário, imóveis já existentes constituindo um parque habitacional público com o intuito de garantir o direito à moradia para um público específico em situação de vulnerabilidade social e/ou em função de impedimento de exercer o direito à moradia, seja em função da ação direta da PMB ou em função de situações de risco iminente ou calamidade pública. O benefício se dá a partir do subsídio dado pelo poder público municipal sobre o valor do aluguel do imóvel disponibilizado pelo subprograma, sem que se torne proprietário do mesmo. Os valores arrecadados com os aluguéis deverão retornar para o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social.

Na produção ou reforma de edificações destinadas ao programa de locação social, sempre que possível deverá ser assegurado que a unidade habitacional possua medidores individualizados de água, energia elétrica e gás, bem como espaços coletivos destinados às atividades de convivência.

Prioridade de atendimento do subprograma:

A demanda a ser atendida será selecionada a partir de critérios que priorizem o atendimento de famílias e pessoas com renda de 0 a 03 salários mínimos nas seguintes situações:

• Pessoas acima de 60 anos;

• Pessoas em situação de rua, abrangendo aquelas que se encontram em albergues, abrigos, alojamentos provisórios, hotéis, pensões e moradias transitórias;

• Pessoas com deficiência;

• Moradores em áreas de risco e de insalubridade que precisem ser removidas, compreendendo pessoas provenientes de assentamentos precários e aquelas que estão sendo atendidas pelo Auxílio Moradia.

4.2.1.5 Subprograma de Assistência Técnica – Apoio à Produção Habitacional

Objetivo: Promover a Assistência Técnica pública e gratuita às famílias de baixa renda para a elaboração do projeto e a construção de habitação de interesse social, nos termos da Lei nº 11.888, de 24/12/2008, voltada para as famílias com renda mensal de até 03 (três) salários mínimos. A assistência técnica poderá ser oferecida diretamente às famílias ou às cooperativas, associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem, e devem priorizar as iniciativas a serem implantadas sob regime de mutirão e em zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social.

4.2.2 Programa de Melhoria Habitacional

Objetivo: Incorporar os assentamentos precários à cidade e elevar a qualidade da construção das habitações destas áreas promovendo a melhoria das condições das unidades

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Plano de Ação

habitacionais localizadas prioritariamente em áreas que estejam em processo de urbanização ou tenham recebido urbanização integrada, mas que ainda apresentem situações de precariedade habitacional passível de ser resolvida a partir da promoção de melhoria habitacional. As intervenções deverão ser realizadas a partir da gestão e acompanhamento da SEHAB, e com a participação das famílias a serem atendidas.

O programa deverá ser ampliado gradativamente de forma a atender a demanda difusa por assistência técnica para reforma e autoconstrução no município, podendo:

• Elaborar projetos e fornece orientação técnica para construção, reforma e ampliação de moradias nos assentamentos precários urbanizados ou em urbanização;

• Fornecer projetos de reforma e adaptação de moradias, garantindo as condições desejadas de conforto ambiental (ventilação e iluminação) e a legalidade da construção, para eliminar situações de risco, como para permitir às construções a sua requalificação estética, a proteção contra as intempéries e contra a depreciação (por exemplo, por meio do revestimento e pintura).

Prioridades de Atendimento do Programa:

• Moradias localizadas em áreas que estejam em processo de urbanização ou tenham recebido urbanização integrada, mas que ainda apresentem situações de precariedade habitacional passível de ser resolvida a partir da promoção de melhoria habitacional;

• As ações de melhoria devem priorizar o subsídio para famílias de 0 a 3 salários mínimos.

São Ações Estratégicas do programa:

• Promover o estabelecimento de convênios com assessorias técnicas, cooperativas habitacionais, ONGs, universidades e escritórios de arquitetura e engenharia, de forma a estender e viabilizar a assessoria técnica nos assentamentos;

• Estudar a viabilidade de utilização dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social do Município de Belém – FMHIS para subsidiar o programa, realizado por intermédio de convênio com instituição financeira;

• Verificar a necessidade de adaptação da Lei de criação do FMHIS à execução do Programa;

• Estabelecer convênio com instituições financeiras para viabilizar o financiamento das ações de melhoria habitacional e assistência técnica mediante subsídio oferecido pelo município.

4.2.2.1 Subprograma de Assistência Técnica – Apoio à Melhoria Habitacional.

Objetivo: Prestar assistência técnica às famílias beneficiárias nos programas de urbanização Integrada e Regularização de Assentamentos Precários e Irregulares de forma a orientar a promoção de melhorias e ampliações habitacionais nos padrões de regularidade estabelecidos nos projetos de urbanização em assentamentos já consolidados.

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Plano de Ação

A assistência técnica poderá ser prestada diretamente pela SEHAB ou por entidades/instituições conveniadas com a secretaria, sendo que esta deverá acompanhar as ações e definir as áreas e/ou domicílios a serem atendidos segundo definição de critérios de atendimento e prioridades.

4.3 Desenvolvimento Institucional – LP3.

4.3.1 Programa de Desenvolvimento Institucional dos órgãos relacionados à Política Municipal de Habitação de Interesse Social

Objetivo: Orientar um conjunto de ações de forma que seja ampliada e fortalecida a capacidade institucional, normativa e de gestão da Prefeitura Municipal de Belém, por meio de seus diversos órgãos, para desempenhar as funções e implementar as ações necessárias para a efetivação do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social - PMHIS. Tal programa deverá ter a capacidade de promover a articulação entre os agentes, especialmente públicos, que atuam no setor habitacional, com destaque para órgãos relacionados direta e indiretamente à Política Municipal de Habitação de Interesse Social (atualmente SEHAB, CODEM, SEGEP, SEURB, SESAN e SEFIN), assim como o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CMHIS e outros conselhos correlatos.

São Diretrizes do Programa:

• Disponibilizar informações sobre a gestão municipal relacionadas à Política de Habitação de Interesse Social no município de Belém e demais políticas relacionadas, ampliando as formas de acesso à informação para a população em geral;

• Valorizar e qualificar o trabalho realizado pelos técnicos e funcionários da PMB;

• Articular as ações e informações produzidas pelos órgãos municipais relacionados à Política de Habitação de Interesse Social no município de Belém;

São Ações Estratégicas do programa:

• Organizar e implantar uma sistemática da produção e atualização de dados e informações produzidos pelos diferentes órgãos da PMB relacionados à Política de Habitação de Interesse Social no município de Belém;

• Organizar em cadastros específicos a lista de famílias já atendidas e as que formam a demanda por HIS a ser atendida no município de Belém, de forma a produzir dados consistentes sobre a demanda habitacional do município.

4.3.1.1 Subprograma de Capacitação Continuada e Desenvolvimento de Pessoal

Objetivo: Garantir a capacitação permanente dos agentes públicos, por intermédio de planos de atualização técnica, capacitação, troca de experiência e ciclos de formação.

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Plano de Ação

Suas principais ações necessárias para implementação do Programa são:

• Formular a programação anual dos cursos ou atividades de capacitação baseada nas necessidades definidas pelas secretarias afins à temática habitacional, e elaboradas de forma articulada para potencializar as ações propostas pelo PMHIS;

• Definir recursos nos orçamentos anuais para o programa de Capacitação Continuada e Desenvolvimento de Pessoal;

• Buscar convênios e parcerias para realizar os cursos ou atividades de capacitação.

4.3.1.2 Sistema de Informações

Objetivo: Instituir um Sistema de Informações da Habitação que permita o planejamento, a gestão e a avaliação das ações empreendidas pela SEHAB e órgãos relacionados à política de HIS. As principais ações necessárias para implementação deste Programa são:

• Formular a estrutura do Sistema e definir as informações necessárias ao planejamento e gestão da política;

• Compatibilizar as bases de dados existentes e consolidar uma base única de informações a ser atualizada permanentemente;

• Elaborar e implementar a sistemática de atualização das informações básicas;

• Elaborar estudos complementares sobre questões referentes às diferentes demandas e a implementação da política de habitação de interesse social no município;

• Adquirir equipamentos e instrumentos necessários à produção e atualização do sistema.

4.3.1.3 Sistema de Cadastro da Demanda / Cadastro Único de Atendidos e Cadastrados para Atendimento

Objetivo: Implantar banco de dados para centralizar as informações referentes ao atendimento habitacional do município, com o objetivo de gerenciar as ações relacionadas com esta política, por meio da alimentação permanente de informações, permitindo o monitoramento das atividades, análise e controle da distribuição de benefícios (unidades habitacionais, regularização fundiária e auxilio moradia), proporcionando mais eficiência no planejamento e gestão de suas atividades, impedindo a duplicidade de atendimento habitacional de interesse social no município. O banco de dados deverá contar com as seguintes informações:

• Registro das unidades habitacionais fornecidas pela PMB,

• Cadastro de beneficiários de programas habitacionais;

• Cadastro de pretendentes a programas habitacionais.

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Plano de Ação

São Ações Estratégicas do programa:

• Elaborar e estruturar o Sistema;

• Alimentar de forma permanente o Banco de Dados do Cadastro Único;

• Estabelecer convênios com outros órgãos para acesso e sincronização com outros cadastros existentes.

4.3.1.4 Sistema de Monitoramento e Avaliação da Política e do PMHIS.

Objetivo: Acompanhar os resultados da política habitacional e o cumprimento das metas estabelecidas; a mensuração dos resultados e a análise do impacto da política habitacional na elevação da melhoria de vida das famílias beneficiárias e da sociedade, assim como acompanhar os resultados e o cumprimento das diretrizes e dos objetivos do PMHIS; monitorar a diminuição do déficit e da inadequação habitacional; monitorar as alterações e adequações necessárias na gestão da política habitacional.

As principais ações necessárias para implementação do referido Programa são:

• Elaborar portal de acesso às informações sobre leis, planos, programas, projetos e ações relacionados à política habitacional do município na internet e que permita o acompanhamento da implementação do PMHIS por qualquer cidadão;

• Formular Metodologia e Avaliação em conjunto com a equipe municipal e instâncias de participação como o CMHIS,

• Definir parâmetros de avaliação da política habitacional e do PMHIS;

• Implementar a Sistemática de Monitoramento e Avaliação.

5. METAS

Considerando os objetivos e diretrizes propostos, bem como, os programas e subprogramas a serem implementados no município, definiu-se metas de natureza Institucional, Normativa, de Planejamento e Gestão e Físico-Financeiras, a serem cumpridas no período previsto para a efetivação do PMHIS.

5.1. Metas Institucionais Gerais

São Metas Institucionais Gerais a serem perseguidas pelo PMHIS de Belém, no período previsto para sua efetivação:

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Plano de Ação

• Rever a estrutura administrativa do município no que se refere à competência pelo setor habitacional, avaliando competências, lacunas e sobreposições existentes na estrutura e ações dos órgãos municipais;

• Implantar os Programas e Subprogramas aqui definidos, gradativamente, aperfeiçoando os programas já existentes, ampliando a capacidade de operacionalização municipal e criando as condições para a implantação dos novos. Para tanto, prever a ampliação do quadro administrativo de pessoal e de equipamentos, e capacitação de modo que sejam suficientes para suprir a demanda e às atribuições de competência para efetivação do PMHIS;

• Elaborar portal de acesso às informações sobre leis, diagnóstico, planos, programas, projetos e ações relacionados à política habitacional do município na internet, permitindo o acompanhamento da implementação do PMHIS por qualquer cidadão, conforme orientação da Lei Federal nº 141/2012;

• Detalhar a metodologia de monitoramento e avaliação do PMHIS e da Política Habitacional em conjunto com a equipe técnica municipal e instâncias de participação como o CMHIS;

• Implementar o Sistema de Monitoramento e Avaliação;

• Elaborar e implementar o Plano de Desenvolvimento Institucional da área de Habitação no município de Belém, envolvendo prioritariamente a SEHAB, CODEM, SESAN, SEURB, CINBESA, SEFIN, SEGEP;

• Elaborar e firmar protocolo de gestão e atualização do Cadastro Técnico Multifinalitário - CTM, envolvendo as secretarias municipais, em especial a CODEM, SEURB, SEHAB, SESAN, CINBESA, SEFIN e SEGEP.

Quadro 1: Ações e Metas Institucionais Gerais do PMHIS Ação Objetivo da Ação Meta Temporal Resultado

Rever a estrutura administrativa do município no que se refere à competência pelo setor habitacional

Elaborar proposta de reorganização da estrutura institucional da PMB relacionada à Política Habitacional para ampliar a capacidade institucional e buscar o seu aperfeiçoamento

Dezembro de 2013, podendo ser implementado em etapas

Proposta de reorganização da estrutura institucional da PMB elaborada

Implantar os Programas e Subprogramas do PMHIS

Desencadear o processo de ajuste dos programas já existentes e implementação dos novos programas e sub-programas, ampliando a capacidade de operacionalização municipal

Todos até Dez. de 2014 (conforme programação de implantação de cada linha programática)

Programas e sub-programas implantados

Elaborar portal de acesso à informações sobre a Política Habitacional

Dar acesso às informações sobre leis, diagnósticos, planos, programas, projetos e ações relacionados à política habitacional do município na internet e que permita o acompanhamento da implementação do PMHIS por qualquer cidadão, conforme orientação da Lei Federal nº 141/2012

Dez. de 2013 Portal de acesso à informações funcionando

Detalhar e implementar a metodologia de monitoramento e avaliação do PMHIS e da Política Habitacional

Promover o monitoramento e avaliação do PMHIS e da Política Habitacional de forma participativa e acessível

Agosto de 2013

Sistemática de Monitoramento e Avaliação detalhada e implementada

Elaborar e implementar o Plano de Desenvolvimento Institucional da área de Habitação

Definir e implementar as ações necessárias para o desenvolvimento institucional dos órgãos municipais relacionados à Política de Habitação de Interesse Social como forma de ampliar a capacidade institucional da

Elaboração do Plano de DI da Habitação a partir de Agosto de 2013, podendo ser implantando em

Plano de DI da área de Habitação elaborado e implementado

85

Plano de Ação

PMB etapas

Elaborar e firmar protocolo de gestão e atualização do Cadastro Técnico Multifinalitário - CTM

Estabelecer procedimentos e rotinas de atualização e gestão do CTM por um conjunto de órgãos municipais

Junho de 2013

Protocolo elaborado e firmado, com as ações em andamento

Elaboração: IAGUA, 2012.

5.2. Metas Normativas Gerais

São Metas Normativas Gerais a serem perseguidas pelo PMHIS de Belém, no período previsto para sua efetivação:

• Elaborar minuta de Lei do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social – Município de Belém e encaminhar para análise e aprovação na Câmara Municipal de Belém, conforme definido pelo Plano Diretor de Belém (Lei nº 8.655/2008);

• Elaborar lei de regulamentação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) em Belém, conforme definido pelo Plano Diretor de Belém (Lei nº 8.655/2008), detalhando a classificação das ZEIS por tipo e incluindo novos assentamentos e tipos que não foram identificados, além de orientar a elaboração dos Planos de Urbanização de ZEIS;

• Elaborar Lei Municipal de delimitação das áreas em que incidirá o Direito de Preempção que definirá todas as demais condições para sua aplicação nas Zonas de Ambiente Urbano (ZAU) e nas Zonas de Ambiente Natural (ZAN), conforme o art. 177 do Plano Diretor de Belém (Lei nº 8.655/2008);

• Regulamentar os Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos contidos na Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém) relacionados à Política Habitacional e que a aplicação requer regulamentação específica, quais sejam: Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), Consórcio Imobiliário, Operações Urbanas Consorciadas, Outorga Onerosa do Direito de Construir e Transferência do Direito de Construir;

• Revisar a Lei Complementar de Controle Urbanístico (LCCU), adaptando a lei ao Plano Diretor de Belém (Lei nº 8.655/2008);

• Elaborar o Plano Municipal de Regularização Fundiária, incluindo a elaboração de diagnóstico e levantamento sobre a situação de fundiária no município, e aprová-lo na forma de Lei;

Quadro 2: Ações Normativas Gerais do PMHIS Ação Objetivo da Ação Meta Temporal Resultado

Elaborar minuta de Lei do PMHIS – Município de Belém e encaminhar para a Câmara Municipal de Belém

Criar a Lei do PMHIS como meio de fortalecer a Política Municipal de Habitação

Dez. de 2012 Lei do PMHIS aprovada

Elaborar lei de regulamentação das Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS em Belém

Estabelecer as condições e parâmetros para que as ZEIS sejam instrumentos mais eficazes da Política Habitacional de Belém e para que os Planos de Urbanização de ZEIS sejam elaborados

Dez. de 2013 Lei elaborada e aprovada

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Plano de Ação

Elaborar Lei Municipal de delimitação das áreas em que incidirá o Direito de Preempção

Utilizar o Direito de Preempção como um instrumento de auxílio à viabilização de empreendimentos de HIS em Belém

Dez. de 2013 Lei elaborada e aprovada

Regulamentar os Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos contidos na Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém) relacionados à Política Habitacional

Implementar os instrumentos jurídicos e urbanísticos contidos na Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém) e que contribuam na efetivação da Política Habitacional

Elaborar cronograma específico de regulamentação

Leis de regulamentação elaboradas e aprovadas

Revisar a Lei Complementar de Controle Urbanístico – LCCU

Adequar a LCCU à Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém)

Dez. de 2013 LCCU revisada

Elaborar o Plano Municipal de Regularização Fundiária e aprová-lo como lei

Diagnosticar e planejar as ações necessárias de Regularização Fundiária no município de Belém e aprová-lo na forma de Lei

Dez. de 2013 Plano de Reg. Fundiária elaborado e Lei aprovada

Elaboração: IAGUA, 2012.

5.3. Metas por Linhas Programáticas

5.3.1. Linha Programática 1 (LP1) - Integração Urbana de Assentamentos Precários e Irregulares

a) Metas Institucionais e de Instrumentos de Planejamento e Gestão - LP1

São metas institucionais de instrumentos de planejamento e gestão a serem perseguidas pelo PMHIS de Belém para a viabilização da LP1, no período previsto para sua efetivação:

• Estabelecer protocolo de articulação institucional entre órgãos das diferentes esferas para ações de Regularização Fundiária (CODEM, COHAB, ITERPA, SPU e outros).

• Levantar de forma detalhada as intervenções e ações necessárias em cada assentamento precário identificado pelo DHB, cruzando com as intervenções em andamento e/ou planejadas e recursos alocados pela PMB e por órgãos de outras esferas de governo (COHAB, COSANPA, SPU, etc.);

• Caracterizar e identificar as situações de risco existentes no município e que implicam em ações emergenciais;

• Elaborar e implantar protocolo de atualização do banco de dados dos assentamentos precários em Belém e aprimorá-lo, considerando as informações produzidas pela própria PMB, dados oficiais como os produzidos pelo IBGE e demais órgãos e instituições afins;

• Identificar e caracterizar as situações de precariedade habitacional localizadas nas ilhas que compõem o município de Belém, por meio de diagnóstico específico;

• Pesquisar e organizar as informações sobre a dominialidade nos assentamentos precários de forma a consolidar uma única base de referência a partir de informações patrimoniais das áreas públicas municipais, estaduais, federais e privadas, utilizando os dados existentes na CODEM, nos cartórios de registro de imóveis e outros órgãos como o Serviço de Patrimônio da União - SPU, o que deve contribuir na identificação de sobreposições de dominialidade e definição de estratégias para as ações de regularização fundiária;

• Digitalizar as informações existentes nos bancos de dados da CODEM, e manter a base de informações fundiárias atualizada;

• Apurar as áreas remanescentes do processo de regularização realizados pela CODEM, principalmente dentro da Primeira Légua Patrimonial;

87

Plano de Ação

• Elaborar o plano de implementação dos Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos contidos na Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém) relacionados à Política Habitacional, com destaque para o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC), Direito de Preempção, Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) e Consórcio Imobiliário;

• Identificar e notificar os imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados, localizados na Macrozona de Ambiente Urbano passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios segundo os critérios estabelecidos pelo Plano Diretor de Belém (Lei nº 8.655/2008) a partir de avaliação prévia.

Quadro 3: Ações e Metas Institucionais e de instrumentos de Planejamento e Gestão LP1 (Continua)

Ação Objetivo da Ação Meta Temporal Resultado

Firmar protocolo de articulação institucional entre órgãos das diferentes esferas responsáveis por ações de Regularização Fundiária no município

Articular os órgãos de modo a promover ações conjuntas de Regularização Fundiária e cooperação para a viabilização das mesmas

Dez. de 2013 Protocolo firmado

Levantar de forma detalhada as intervenções e ações necessárias em cada assentamento precário identificado pelo DHB atualizado

Detalhar as informações levantadas sobre os assentamentos precários em Belém de forma a subsidiar os programas e subprogramas propostos pelo PMHIS

Jun. de 2013

Levantamento realizado e informações inseridas no banco de dados sobre os Assentamentos Precários em Belém

Caracterizar e identificar as situações de risco existentes no município

Identificar as situações de risco de forma a subsidiar ações específicas de controle de riscos

Dez. de 2012

Áreas de risco identificadas, caracterizadas e inseridas no banco de dados sobre os Assentamentos Precários em Belém

Elaborar e implantar protocolo de atualização do banco de dados dos assentamentos precários em Belém

Manter o banco de dados dos assentamentos precários em Belém atualizado e aprimorá-lo

Dez. de 2012 Protocolo elaborado e implantando

Identificar as situações de precariedade habitacional localizadas nas ilhas

Realizar diagnóstico e levantamento específico sobre a questão habitacional nas ilhas de forma a alimentar o banco de dados sobre assentamentos precários no município de Belém

Jun. de 2013

Levantamento realizado e informações inseridas no banco de dados sobre os Assentamentos Precários em Belém

Pesquisar e organizar as informações sobre a dominialidade nos assentamentos precários em Belém

Levantar as situações de dominialidade dos assentamentos precários em Belém, organizando um banco de dados para

contribuir na identificação de sobreposições de dominialidade e definição de estratégias para as ações de regularização fundiária no município

Dez. 2013, podendo ser implementado em etapas

Levantamento realizado e informações inseridas no banco de dados sobre os Assentamentos Precários em Belém

Digitalizar as informações existentes nos bancos de

Consolidar banco de dados sobre dominialidade e ações de

Dez. de 2014, podendo ser

Informações digitalizadas e

88

Plano de Ação

dados da CODEM, e manter a base de informações fundiárias atualizada

regularização fundiária a partir das informações existente na CODEM, digitalizando as informações e criando as condições para a sua atualização permanente

definido prioridades

organizadas em Banco de Dados específico

Apurar as áreas remanescentes do processo de regularização realizados pela CODEM

Distinguir as áreas que já foram regularizadas e as áreas que ainda fazem parte do patrimônio da CODEM/PMB

Dez. de 2014 Informações apuradas e organizadas em Banco de Dados específico

Elaborar plano de implementação dos Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos contidos na Lei nº 8.655/2008 (Plano Diretor de Belém) relacionados à Política Habitacional

Utilizar os instrumentos como o PEUC, Direito de Preempção, o EIV e o Consórcio Imobiliário como meios de viabilizar os objetivos da Política Habitacional

Jun. de 2013 Plano de implementação elaborado

Identificar e notificar os imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios a partir de uma avaliação prévia

Buscar a negociação com proprietários de imóveis vazios, subutilizados ou não edificados no município de Belém que sejam estratégicos para a viabilização de HIS

Identificação – Jun. 2014

Identificação realizada Primeiras Notificações expedidas

Início das Notificações – Set. de 2014

Elaboração: IAGUA, 2012.

b) Metas Normativas LP1

Já contempladas pelas Metas Normativas Gerais do PMHIS.

5.3.2. Linha Programática 2 (LP2) - Produção e Melhoria da Habitação.

a) Metas Institucionais e de Instrumentos de Planejamento e Gestão - LP2

• Elaborar critérios e procedimentos para o estabelecimento de parcerias com entes públicos, o setor privado e associações pró-moradia para viabilizar a promoção de HIS;

• Identificar instituições e estabelecer parcerias para o desenvolvimento de novas tecnologias, métodos construtivos e de racionalização para a produção de habitação de interesse social;

• Identificar instituições, elaborar critérios e procedimentos para o estabelecimento de convênios com assessorias técnicas, cooperativas habitacionais, ONGs, universidades e escritórios de arquitetura e engenharia, de forma a viabilizar a produção de HIS, melhoria habitacional e regularização fundiária no município;

• Identificar e estabelecer convênio com instituições financeiras para viabilizar o financiamento das ações de melhoria habitacional e assistência técnica mediante subsídio oferecido pelo município;

• Elaborar o Cadastro Único de Atendidos e Cadastrado para Atendimento Habitacional, considerando as situações consideradas prioritárias para o programa, salvo exceções a serem definidas pela SEHAB;

89

Plano de Ação

• Integrar o Sistema de Cadastro da Demanda e Cadastro Único de Atendidos e Cadastrado para Atendimento ao Sistema de Informações da Habitação - SIH;

• Estabelecer convênios com outros órgãos, além dos municipais, para acesso e sincronização com outros cadastros existentes (Saúde, Educação, etc.).

• Elaborar levantamento de estoque de terra apta à produção de habitação de interesse social (HIS) em Belém de forma conjunta com órgãos municipais, estaduais e federais e estabelecer estratégias de ampliação do estoque e sua utilização;

• Buscar a viabilização do programa Minha Casa Minha Vida para a faixa de 0 a 03 salários mínimos, incluindo a modalidade de reabilitação de imóveis em áreas centrais para a produção de HIS e HMP;

• Estudar a viabilidade de utilização dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social do Município de Belém – FMHIS para subsidiar a LP2, realizado por meio de convênio com instituição financeira;

• Verificar a necessidade de adaptação da Lei de criação do FMHIS à execução da LP2.

Quadro 4: Ações e Metas Institucionais e de instrumentos de Planejamento e Gestão LP2

Ação Objetivo da Ação Meta Temporal Resultado

Elaborar critérios e procedimentos para o estabelecimento de parcerias com entes públicos, o setor privado e associações pró-moradia para a promoção de HIS

Viabilizar parcerias para a produção de HIS no município de Belém

Jun. de 2013

Critérios e procedimentos elaborados e convênios assinados

Identificar instituições e estabelecer parcerias e/ou convênios para o desenvolvimento de novas tecnologias, métodos construtivos e de racionalização para a produção de habitação de interesse social

Estabelecer parcerias para o desenvolvimento de novas tecnologias, métodos construtivos e de racionalização para a produção de habitação de interesse social

Jun. de 2013

Instituições identificadas e parcerias/convênios estabelecidos

Identificar instituições, elaborar critérios e procedimentos para o estabelecimento de convênios com assessorias técnicas, cooperativas habitacionais, ONGs, universidades e escritórios de arquitetura e engenharia, de forma a viabilizar a assessoria técnica para a produção de HIS, melhoria habitacional e regularização fundiária no município

Estabelecer convênios para viabilizar a assessoria técnica para a produção de HIS, melhoria habitacional e regularização fundiária no município

Dez. de 2012

Critérios e procedimentos elaborados e convênios assinados

Identificar e estabelecer convênio com instituições financeiras para viabilizar o financiamento das ações de melhoria habitacional e assistência técnica mediante subsídio oferecido pelo município

Estabelecer convênios para viabilizar o financiamento das ações de melhoria habitacional e assistência técnica

Jun. 2013

Instituições identificadas e convênios estabelecidos

Elaborar o Cadastro Único de Atendidos e Cadastrado para Atendimento Habitacional

Identificar e controlar a demanda Habitacional do município de Belém

Cadastro de Atendidos - Dez. 2012 Cadastros

elaborados Cadastro para Atendimento –

90

Plano de Ação

Elaboração: IAGUA, 2012.

b) Metas Normativas LP2

Já contempladas pelas Metas Normativas Gerais do PMHIS

5.3.3. Linha Programática 3 (LP3)- Desenvolvimento Institucional – DI

a) Metas Institucionais e de instrumentos de Planejamento e Gestão - LP3

• Implantar em etapas o Sistema de Informações da Habitação (SIH), definindo as informações necessárias ao planejamento e gestão da política, compatibilizando as bases de dados existentes e produzidas pelos diferentes órgãos da PMB, consolidando uma base única de informações a ser atualizada permanentemente e definindo a sistemática de atualização das informações básicas de forma a subsidiar o planejamento e a tomada de decisão relacionada à Política de Habitação de Interesse Social no município de Belém;

• Formular a programação anual dos cursos ou atividades de Capacitação dos técnicos envolvidos nas ações relacionadas à temática habitacional baseada nas necessidades definidas pelas secretarias afins à temática habitacional, e elaboradas de forma ampliar a capacidade institucional da PMB de modo a perseguir as metas propostas pelo PMHIS;

• Definir recursos nos orçamentos anuais para o programa de Desenvolvimento Institucional da PMB na área de habitação e desenvolvimento urbano;

• Identificar instituições e firmar convênios e parcerias para realizar os cursos ou atividades de capacitação e DI;

Agosto de 2013

Integrar o Sistema de Cadastro da Demanda e Cadastro Único de Atendidos e Cadastrado para Atendimento ao Sistema de Informações da Habitação - SIH

Integrar os cadastros ao SIH Ago. de 2013 Cadastros Integrados

Estabelecer convênios com outros órgãos além dos municipais para acesso e sincronização com outros cadastros existentes

Integrar os cadastros existentes Até Dez. de 2013

Cadastros Integrados

Elaborar levantamento de estoque de terra apta à produção de habitação de interesse social (HIS) em Belém de forma conjunta com órgãos municipais, estaduais e federais

Identificar o estoque de terra apta e disponível para a produção de HIS no município e estabelecer estratégias de ampliação do estoque e sua utilização

Até Dez. de 2013

Estoque identificado e estratégias de ampliação definidas

Estudar a viabilidade de utilização dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social do Município de Belém – FMHIS para subsidiar a LP2

Analisar a viabilidade de utilização dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social do Município de Belém – FMHIS para subsidiar a LP2

Jun. de 2013 Estudo elaborado

Verificar a necessidade de adaptação da Lei de criação do FMHIS à execução da LP2

Verificar a necessidade de adaptação da Lei de criação do FMHIS à execução da LP2

Dez. de 2012 Proposta de adequação elaborada

91

Plano de Ação

• Adquirir equipamentos, softwares e instrumentos necessários à produção e atualização do SIH;

• Identificar a necessidade e elaborar estudos complementares sobre questões referentes às diferentes demandas e a implementação da política de habitação de interesse social no município.

Quadro 5: Ações e Metas Institucionais e de instrumentos de Planejamento e Gestão LP3 Ação Objetivo da Ação Meta Temporal Resultado

Formular a estrutura do Sistema de Informações da Habitação – SIH e implantar o sistema em etapas

Estruturar a sistemática de produção e alimentação de dados e informações que subsidiem o planejamento e a tomada de decisão relacionada à Política Municipal de Habitação de Interesse Social

Dez. de 2012 (1ª etapa) Agosto de 2013 (2ª etapa) Dez. de 2014 (3ª etapa)

Sistema implantado

Adquirir equipamentos, softwares e instrumentos necessários à produção e atualização do SIH

Dar condições para a implantação do SIH e sua manutenção e atualização sistemática

Dez. 2012 (1ª etapa) Agosto de 2013 (2ª etapa) Dez. 2014 (3ª etapa)

Equipamentos, software e instrumentos adquiridos

Formular e implantar a programação anual dos cursos ou atividades de Capacitação dos técnicos envolvidos nas ações relacionadas à temática habitacional

Promover ações continuadas de capacitação dos quadros técnicos da PMB de forma ampliar a capacidade institucional da PMB

Jun. de 2013 (1ª etapa) e depois anualmente

Plano Anual de Capacitação elaborado e implantado

Identificar instituições e firmar convênios e parcerias para realizar os cursos ou atividades de capacitação e DI

Promover cursos ou atividades de capacitação e DI de forma qualificadas e adequada à necessidades

Jun. de 2013 (1ª etapa) E depois conforme a necessidade

Instituições identificada e Convênios firmados

Definir recursos nos orçamentos anuais para o programa de DI na área de habitação e desenvolvimento urbano

Garantir recursos para a promoção de ações continuadas de DI na área de habitação e desenvolvimento urbano

Anualmente (LOA e LDO) e a cada 4 anos (PPA)

Recursos previstos no PPA, LOA, LDO e nos orçamentos dos órgãos municipais

Identificar a necessidade e elaborar estudos complementares sobre questões referentes às diferentes demandas e a implementação da política de HIS

Elaborar estudos para subsidiar a identificação das diferentes demandas habitacionais no município como um todo

Conforme necessidade identificada ao longo dos períodos de implementação do PMHIS

Necessidade identificada e Estudos elaborados

Elaboração: IAGUA, 2012.

b) Metas Normativas LP3

Já contempladas pelas Metas Normativas Gerais do PMHIS

92

Plano de Ação

5.4. Metas Físico-Financeiras Gerais

Como demonstrado no Diagnóstico Habitacional de Belém, a evolução da receita municipal de Belém, no período de 2005 a 2011, foi de 114,9%, tendo mais que dobrado em função da captação de recursos, como convênios, contratos e operações de crédito. Os dados informam que a tendência de crescimento da receita é contínua, apresentando em média um incremento anual de 13,7%.

Tabela 2: Evolução da receita da Prefeitura Municipal de Belém – 2005 a 2011 ANO RECEITA EVOLUÇÃO % VARIAÇÃO %

2005 884.651.373,17 0 0 2006 1.063.450.798,02 20,2 20,2

2007 1.218.796.123,48 37,8 14,6 2008 1.366.932.688,37 54,5 12,2 2009 1.466.430.628,60 65,8 7,3 2010 1.707.517.126,71 93,0 16,4 2011 1.900.867.473,41 114,9 11,3

Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) – 2005-2011. Elaboração: IAGUA, 2012. Obs: Ano-Base: 2005

Em relação aos investimentos com habitação e infraestrutura urbana de 2005 a 2011, os valores investidos variam bastante no tempo e de uma secretaria para outra. Especificamente quanto à SEHAB, o percentual médio anual investido em relação ao orçamento municipal no período foi de 0,62% anual, sendo que, no entanto, nos anos de 2010 e 2011 essa porcentagem voltou a ser muito baixa, tendo sido de 0,22% e 0, 32% respectivamente, o que, se comparado às outras secretarias como SEURB e SESAN, é bastante reduzido, sendo que somente em 2006 e 2007 que os valores ultrapassaram 1% da receita municipal.

Tabela 2: Receita Municipal da PMB e despesas com investimentos da SEURB, SESAN e SEHAB e percentual gasto com habitação e infraestrutura urbana de 2005 a 2011 – Belém.

Fonte: Balanço geral do Município (Adm. Direta, Indireta, Empresas) – 2005-2011. Elaboração: IAGUA, 2012.

ANO RECEITA

MUNICIPAL

INVESTIMENTOS

SEURB

% GASTO COM

URBANI- ZAÇÃO

SESAN

% GASTO COM

SANEA- MENTO

SEHAB % GASTO

COM HABI- TAÇÃO

2005 884.651.373,17 4.284.033,12 0,48 22.789.994,69 2,58 2.664.373,00 0,30

2006 1.063.450.798,02 13.914.537,11 1,31 43.021.934,46 4,05 11.021.008,00 1,04

2007 1.218.796.123,48 27.146.534,59 2,23 58.862.303,11 4,83 16.381.950,00 1,34

2008 1.366.932.688,37 35.327.914,22 2,58 76.272.611,92 5,58 5.792.381,00 0,42

2009 1.466.430.628,60 61.970.873,10 4,23 44.457.496,90 3,03 10.563.381,00 0,72

2010 1.707.517.126,71 73.724.116,52 4,32 28.683.280,62 1,68 3.833.699,00 0,22

2011 1.900.867.473,41 172.173.569,07 9,06 25.525.387,02 1,34 6.078.666,00 0,32

93

Plano de Ação

Somando-se os valores investidos em 2011 pelas 3 secretarias, tem-se um total de R$ 203.777.622,09, ou 10,72% da Receita Municipal. No entanto, o aumento de recursos captados no ano de 2011 indica uma situação bastante distinta dos anos anteriores, com destaque para a SEURB que aumentou em um ano seus investimentos em R$ 98.449.452,55.

Se por um lado a capacidade de captação de recursos aumentou, a capacidade de execução dos recursos ainda apresenta problemas, sendo que a baixa capacidade de investimento da SEHAB em relação à receita municipal se apresenta também como resultado da baixa capacidade institucional da secretaria para executar os projetos e aplicar os recursos captados. Para tanto, é de extrema necessidade a adequação da estrutura da Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB para que a secretaria tenha condições de desempenhar suas funções e implementar o PMHIS. Por isso a importância da Linha Programática de Desenvolvimento Institucional – DI – LP3.

Para a projeção das metas físico-financeiras do PMHIS é necessário avaliar e definir um cenário de projeção dos investimentos a ser adotado, podendo ser analisado a partir de 2 cenários conforme segue.

5.4.1. Cenário 1

O Cenário 1 pode ser construído com a perspectiva de investimentos definido a partir das necessidades habitacionais apresentadas pelo município conforme os dados sistematizados no Diagnóstico Habitacional de Belém - DHB (IAGUA, 2008) e, como citado anteriormente, na base de dados específica do PMHIS/Belém. Deste modo, o Cenário 1 engloba, em suas ações e previsão de necessidade de aplicação de recursos, o déficit habitacional integral do município, bem como, o atendimento completo das carências e inadequações habitacionais (isto é, infraestrutura e domicílios inadequados que necessitam de eventuais melhorias).

Estima-se, nestas condições, que seriam necessários investimentos da ordem de R$ 5,88 bilhões para vencer o déficit habitacional básico projetado, a partir da base de dados do Plano Estadual de Habitação (COHAB-PA, 2009), para o ano de 2010. O déficit projetado para o ano de 2010, portanto, seria em torno de 69 mil domicílios para o município de Belém (ver Tabela3). Em 2020 é prevista demanda por habitação com acréscimo de cerca de 30% em relação ao ano de 2010, elevando-se para cerca de 89 mil domicílios; em 2033, por fim, a demanda projetada e acumulada estaria em torno de 126 mil domicílios, o que representaria elevação de 82% em relação a 2010 (ver Tabela 3 e Gráfico 1).

O déficit habitacional projetado de 69.203 domicílios equivaleria, em valores do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010), a cerca de 19% do total de domicílios do município de Belém – o município foi recenseado com 362.981 domicílios particulares permanentes em 2010. Este percentual representa elevação em relação aos 17% projetados pelo IDESP-PA (Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Estado do Pará) para o déficit habitacional do ano de 2007, por ocasião da elaboração do Diagnóstico Habitacional do Estado do Pará, parte do Plano Estadual de Habitação (COHAB-PA, 2009).

A composição do déficit municipal, observada na Tabela 3, tem maior representatividade no componente Famílias Conviventes. Este fato é genericamente explicado por dificuldades financeiras inter-geracionais e pela ausência de expansão do emprego entre os mais jovens. Com a população jovem e pouco inserida no mercado de trabalho (embora considerável do ponto de vista da População Economicamente Ativa, porém não ocupada), um fato que ocorre no município de Belém é a formação de novos núcleos familiares que se instalam nos mesmos domicílios de pais e parentes (tios, avós, primos), em geral com altas taxas de dependência – como

94

Plano de Ação

no caso dos aposentados que representam arrimo de família, ou de funcionários públicos em fim de carreira, por exemplo. Esta elevada representatividade do componente Famílias Conviventes demanda políticas sociais e de desenvolvimento econômico específicas, que inclusive fogem ao escopo de um PMHIS, mas que lhe são complementares e indispensáveis. Embora seja possível reduzir o custo de produção, viabilizar novas formas de financiamento e prover assistência técnica e jurídica gratuitas, é necessário que haja o esforço político paralelo no sentido de estabilizar e elevar a renda real da população municipal, atualmente muito baixa, com o expressivo percentual de 76% da população vivendo em domicílios cuja renda média é de até 2 salários mínimos (SIDRA-IBGE, 2010).

Deve ser assinalado que a produção habitacional a ser executada no município foi incorporada aos cálculos, conforme dados fornecidos pelas secretarias municipais e demonstrado no Diagnóstico habitacional parcialmente atualizado, somando-se à estimativa de produção de UHs através da COHAB-PA financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. Este quantitativo, englobando unidades habitacionais concluídas, em execução e em projeto, é estimado em 8.429 UHs. Com previsões de conclusão variadas e, eventualmente, imprecisas (há obras listadas cujo início se deu em 2003, e outras, em 2011), optou-se por considerar sua conclusão escalonada temporalmente. Assim, 20% deste quantitativo foram previsto para ser entregue no ano de 2013, 40% entregues em 2015 e 40% entregues em 2017. Estas UHs foram então subtraídas do déficit projetado associado à demanda futura do respectivo ano, e subtraídas dos anos subseqüentes, de modo a considerar a redução do comportamento da taxa de variação anual do déficit habitacional em correlação com a curva similar sugerida pelo PLANHAB para o Brasil (MCIDADES, 2009).

Os programas de Melhoria Habitacional e de produção de novas unidades, atuariam sobretudo na resolução das demais componentes, de modo a sanar questões como a existência de Domicílios rústicos (isto é, com problemas de acabamento, inadequações construtivas, improvisação) ou de problemas com Cômodos (agregando quantidade inadequada de pessoas pela quantidade de dormitórios ou ambientes na unidade habitacional).

A seguir são expostas duas composições de tipologias e custos estimados para dimensionamento de recursos orçamentários e financeiros e para avaliação temporal da política de habitacional de interesse social no município. São trabalhadas as tipologias de casa térrea, de sobrados com 4 UHs cada, e de prédios de apartamentos, tipologia multifamiliar capaz de abrigar 16 UHs. Todas estas tipologias tiveram custos orçados tecnicamente pela Companhia de Habitação do Estado do Pará (COHAB-PA), no âmbito do Plano de Habitação de Interesse Social do Estado do Pará (PEHIS-PA) (COHAB-PA, 2009). Por se tratar de dados referentes aos meses de abril, maio e junho de 2009, procedeu-se a uma atualização monetária.

Foram aplicadas taxas corretivas referentes ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), índice criado e mantido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) como forma de se estabelecer um indexador capaz de refletir a valorização de títulos pós-fixados, mas que posteriormente foi utilizado no Brasil como indexador dos valores de tarifas e custos de serviços de infraestrutura, muito vinculados à flutuação do dólar, como a energia elétrica, bem como contratos de aluguel.15 Embora reflita melhor a pressão inflacionária, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial, não acompanha as variações em questão. O uso do IGP-M, inclusive, é amplamente recomendado pelo segmento de avaliação de custos de produção de infraestrutura na construção civil (ABIKO et al., 2003).

15 Ver, por exemplo, “Índice geral de preços do mercado, IGP-M, FGV”em http://www.portalbrasil.net/igpm.htm e

http://portal.fgv.br/.

95

Plano de Ação

Deste modo foi possível atualizar valores passados (2007-2012; 2009-2012) e projetá-los futuramente (2010-2033), usando variações das médias históricas no país. Embora haja alguma margem de erro neste procedimento de cálculo (sobretudo na projeção futura da variação do custo de infraestrutura e dos insumos da construção civil), o uso das séries históricas e o atual contexto de relativa estabilidade da economia brasileira, apesar da crise, permitem a aplicação de taxas relativamente moderadas de elevação destes valores. A série histórica recente apurava cerca de +5,09% médios, nos dois últimos anos. Há três anos, contudo, o IGP-M apresentou comportamento oposto (embora não propriamente deflacionário), com taxa negativa em torno de -1,2%. Assim, pelas flutuações e médias de série histórica mais abrangente, trabalhamos com horizonte médio de variação anual de 2,5% do IGP-M.

Tabela 3: Projeção da demanda futura por habitação até 2033, em relação ao déficit habitacional CBelém - componente Dom. improv. Fam. conviv. Com. Dom. rust. Total

Núm

ero

de d

om

icílio

s p

roje

tados p

ara

a d

em

an

da f

utu

ra p

or

habitação

(2010-2

033).

2010 588 52.996 11.805 3.814 69.203

2011 604 54.396 12.116 3.915 71.031

2012 620 55.833 12.437 4.018 72.908

2013 636 57.308 12.765 4.124 74.834

2014 653 58.823 13.102 4.233 76.811

2015 670 60.377 13.449 4.345 78.841

2016 688 61.972 13.804 4.460 80.924

2017 706 63.609 14.169 4.578 83.062

2018 725 65.290 14.543 4.699 85.257

2019 744 67.015 14.927 4.823 87.509

2020 764 68.786 15.322 4.950 89.821

2021 784 70.603 15.727 5.081 92.194

2022 805 72.468 16.142 5.215 94.630

2023 826 74.383 16.569 5.353 97.131

2024 848 76.348 17.006 5.494 99.697

2025 870 78.366 17.456 5.640 102.331

2026 893 80.436 17.917 5.789 105.035

2027 917 82.561 18.390 5.942 107.810

2028 941 84.743 18.876 6.099 110.658

2029 966 86.982 19.375 6.260 113.582

2030 991 89.280 19.887 6.425 116.583

2031 1.017 91.639 20.412 6.595 119.663

2032 1.044 94.060 20.952 6.769 122.825

2033 1.072 96.545 21.505 6.948 126.070

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009). Nota: Dom. improv. – domicílios improvisados; Fam. conviv. – famílias conviventes; Com. – cômodos; Dom. rust. – domicílios rústicos.

96

Plano de Ação

Gráfico 1: Evolução da projeção de demanda habitacional para o município de Belém, conforme parâmetros do Plano Nacional de Habitação (MCIDADES, 2009), por componente do déficit (2010-2033).

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009).

Para o enfrentamento da demanda por habitação são propostas duas composições tipológicas de produção habitacional (ver, ainda, Quadro ):

- Composição 1, com 40% das unidades habitacionais compostas por apartamentos (prédios de 16 UHs), 50% das unidades habitacionais compostas por sobrados (4 UHs) e 10% das unidades habitacionais compostas por casas térreas (1 UH); - Composição 2, com 50% das unidades habitacionais compostas por apartamentos (prédios de 16 UHs), 40% das unidades habitacionais compostas por sobrados (4 UHs) e 10% das unidades habitacionais compostas por casas térreas (1 UH).

Os custos individuais de cada tipologia habitacional a ser considerada, tendo como referência o preço utilizado em 2009 pela COHAB-PA e projetado para 2012 podem ser especificados como no quadro 6.

Quadro 6: Custos individuais, desagregados por tipologia e por custo médio/UHs, por tipologia habitacional sugerida nas Estratégias de Ação. Valores para os anos de 2009 e, com atualização indexada pelo IGP-M médio recente, para o ano de 2012.

Tipologia/detalhamento 2009 (R$) 2012 (R$)

Casa térrea (39 m²) 19.468,41 22.818,92

Casa térrea (39 m², PNE) 21.931,39 25.705,78

Sobrado (2 qtos., 8 Uhs/bloco geminado, 144,80 m²) 119.570,46 140.148,54

Sobrado/UH 14.946,31 17.518,57

Bloco multifamiliar isolado (2 qtos., 16 Uhs/bloco, UH = 57,17 m², 303,60 m²)

613.931,25 719.588,82

Bloco multifamiliar/UH 38.370,70 44.974,30 Elaboração: IAGUA, a partir de COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

97

Plano de Ação

5.4.1.1. Estratégias de ação: atendimento às demandas – Composição 1

Conforme legislação municipal em vigor (BELÉM, 2001), em seu Art. 15, reservou-se a previsão de custo, nas tipologias sobrado, apartamento e casas térreas, para 1% do total produzido conforme projetos acessíveis a portadores de deficiências físicas e portadores de necessidades especiais (PNE) em geral. A maior concentração da produção de unidades acessíveis foi feita na tipologia casa térrea (ver Erro! Fonte de referência não encontrada.).

Na Composição 1 (ver Erro! Fonte de referência não encontrada.; Erro! Fonte de referência não encontrada.), o enfrentamento do déficit habitacional para o ano de 2010 demandaria cerca de R$ 2,01 bilhões. No ano de 2020, esta projeção estimou valor de R$ 2,94 bilhões, e em 2033, aproximadamente R$ 5,88 bilhões para produção habitacional e enfrentamento integral do déficit habitacional. A variação de investimento necessário, entre 2010 e 2033, seria elevada na ordem de 46% na série 2010-2020 e em 193% na série 2010-2033. Assim, aproximadamente metade do investimento necessário para enfrentamento do déficit até o ano de 2010 deveria ser acrescido à demanda anterior para que se possa trabalhar com a projeção de déficit em 2020, e o investimento em produção habitacional deve, praticamente, ter de ser triplicado até o ano de 2033 para enfrentamento quantitativo do problema.

Foi feito, por fim, uma estimativa do estoque de terras necessário a esta produção habitacional futura. Foram estimadas, em hectares, as áreas necessárias para a produção habitacional em conformidade com as tipologias sugeridas (apartamentos, sobrados, casas), segundo os projetos técnicos fornecidos pela COHAB-PA (2009). Esta projeção de áreas foi feita em conformidade com os modelos de ocupação atualmente vigentes no Plano Diretor do Município de Belém (2008) e anexos. Não foram consideradas áreas, neste cálculo inicial, referentes à urbanização mais ampla (espaços públicos, passeios, equipamentos urbanos). Este cálculo, exibido a seguir para o ano de 2010, incorpora 30% médios de área acrescida relativa à urbanização, para atender às diretrizes da legislação federal vigente sobre parcelamento do solo urbano. Do mesmo modo, a tipologia Casa térrea, apesar de prescindir tecnicamente de uma parte da área a ela destinada, foi projetada para ocupar lote de 125 m² (BRASIL, 1979). Assim, as tipologias apresentaram os seguintes resultados iniciais (ver Quadro7):

Quadro 7: Áreas (m²) de ocupação de edificações, modelos de ocupação segundo Plano Diretor vigente e áreas (m²) de lote mínimas para construção das respectivas tipologias habitacionais.

Tipologia habitacional Área (m²) Modelo de ocupação

Área de lote mínima (m²)

Casa térrea 39,0 M0 125,0

Sobrado 144,8 M2 360,0

Vertical multifamiliar 303,6 M6 450,0 Fontes: COHAB-PA (2009); BELÉM (2008).

As áreas estimadas a constituir, por exemplo, o planejamento de uso do Direito de Preempção ou de um Banco de Terras municipal, ou de localização de imóveis públicos ou relacionados à dívida fiscal, são exibidas, em hectares, na Tabela 5 (no caso, com acréscimo de 30% relativo à urbanização). Este dimensionamento de áreas permite a previsão e o planejamento da expansão urbana em função das demandas habitacionais existentes e, portanto, das necessidades de ampliação (abertura de novas frentes) ou reurbanização (aproveitamento de áreas já ocupadas) do solo na cidade. De acordo com os valores do solo urbano em Belém-PA, por bairro ou zona,

98

Plano de Ação

torna-se possível quantificar o investimento público necessário, inclusive, em caso de aquisição ou desapropriação de uma parte deste estoque.

Um aspecto importante de ser notado é o desempenho das diferentes composições de tipologias habitacionais, em termos da ocupação do território, do consumo de solo em superfície e também em termos do impacto sobre as redes e sistemas de infraestrutura urbana, além dos aspectos fundiários. Diferentes tipologias habitacionais tendem a produzir efeitos urbanísticos também diversos. Isto se reflete no nível de apropriação e presença no espaço público, no custo geral de implantação e manutenção da infraestrutura, na acessibilidade espacial (MASCARÓ, 2003). Uma área de cerca de 600 Ha (ver Tabela 5), dimensionada como necessária para abrigar, no arranjo tipológico da Composição 1, cerca de 69 mil domicílios, equivale aproximadamente à área dos bairros do Guamá e da Condor somados. Trata-se de uma parcela representativa do território já urbanizado do município, porém não representa comprometimento das áreas de expansão. Notamos, portanto, que a questão da apropriação das terras (públicas ou privadas) para a política habitacional é um processo de disputa e tensão que acaba necessitando de uma política fundiária efetiva por parte da Prefeitura Municipal.

Tabela 4: Áreas estimadas, em hectare (Ha), destinadas a tipologias habitacionais variadas (casa, sobrado, apartamento), por ano, dimensionadas de acordo com o número de domicílios projetado para a demanda habitacional futura. Composição 1 (40% em apartamentos, 50% em sobrados, 10% em casas térreas).

Tipologia Habitacional Casa térrea Sobrado Vertical

multifamiliar

TOTAL Área (m²) 39 144,8 303,6

Modelo de ocupação M0 M2 M6

Área de lote (m²) 125 360 450

2010 87 311 78 476

2011 89 320 80 488

2012 91 328 82 501

2013 92 330 82 504

2014 94 339 85 517

2015 93 334 83 510

2016 95 343 86 524

2017 94 339 85 518

2018 97 349 87 533

2019 100 359 90 548

2020 103 369 92 564

2021 106 380 95 581

2022 109 391 98 597

2023 112 402 101 615

2024 115 414 103 632

2025 118 426 106 650

2026 122 438 109 669

2027 125 450 113 688

2028 129 463 116 708

2029 132 476 119 728

2030 136 490 122 748

2031 140 504 126 770

2032 144 518 129 791

2033 148 533 133 814

Elaboração: IAGUA, 2012, a partir de BELÉM (2008); COHAB-PA (2009).

99

Plano de Ação

Tabela 5: Áreas estimadas, em hectares (Ha), destinadas a tipologias habitacionais variadas (casa, sobrado, apartamento), dimensionadas de acordo com o número de domicílios projetado para o déficit habitacional do ano de 2010, com fator de acréscimo de área para urbanização da ordem de 30%.

TIPOLOGIA HABITACIONAL Área (Ha)

Casa térrea 87

Sobrado 311

Vertical multifamiliar 78

TOTAL EDIF. 476

30% URB. 618

Elaboração: IAGUA, 2012, a partir de BELÉM (2008); BRASIL (1979); COHAB-PA (2009).

Tabela 6: Composição 1: previsão de número de domicílios projetado com base na demanda futura por habitação para enfrentamento do déficit habitacional do município de Belém (2010-2033) por ano.

TIPOL. Apto. Sobr. Cs. Tr. TOTAL

2010 27.681 34.601 6.920 69.203

2011 28.412 35.516 7.103 71.031

2012 29.163 36.454 7.291 72.908

2013 29.315 36.644 7.329 73.287

2014 30.106 37.632 7.526 75.265

2015 29.680 37.100 7.420 74.201

2016 30.514 38.142 7.628 76.284

2017 30.132 37.664 7.533 75.329

2018 31.009 38.762 7.752 77.524

2019 31.910 39.888 7.978 79.776

2020 32.835 41.044 8.209 82.088

2021 33.785 42.231 8.446 84.461

2022 34.759 43.449 8.690 86.897

2023 35.759 44.699 8.940 89.398

2024 36.786 45.982 9.196 91.964

2025 37.839 47.299 9.460 94.598

2026 38.921 48.651 9.730 97.302

2027 40.031 50.038 10.008 100.077

2028 41.170 51.463 10.293 102.925

2029 42.340 52.925 10.585 105.849

2030 43.540 54.425 10.885 108.850

2031 44.772 55.965 11.193 111.930

2032 46.037 57.546 11.509 115.092

2033 47.335 59.169 11.834 118.337

Elaboração: IAGUA, 2012, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

100

Plano de Ação

Gráfico 2: Demonstração da evolução do déficit habitacional distribuído por tipologias de enfrentamento, conforme Composição 1: 0,4 (40% em UHs de apartamentos); 0,5 (50% em UHs de sobrados); 0,1 (10% em UHs de casas térreas), por ano (2010-2033).

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009).

Para o enfrentamento da demanda por habitação são propostas duas composições tipológicas de produção habitacional (ver, ainda, Quadro ):

- Composição 1, com 40% das unidades habitacionais compostas por apartamentos (prédios de 16 UHs), 50% das unidades habitacionais compostas por sobrados (4 UHs) e 10% das unidades habitacionais compostas por casas térreas (1 UH); - Composição 2, com 50% das unidades habitacionais compostas por apartamentos (prédios de 16 UHs), 40% das unidades habitacionais compostas por sobrados (4 UHs) e 10% das unidades habitacionais compostas por casas térreas (1 UH).

Os custos individuais de cada tipologia habitacional a ser considerada, tendo como referência o preço utilizado em 2009 pela COHAB-PA e projetado para 2012 podem ser especificados como no quadro 6.

Quadro 6: Custos individuais, desagregados por tipologia e por custo médio/UHs, por tipologia habitacional sugerida nas Estratégias de Ação. Valores para os anos de 2009 e, com atualização indexada pelo IGP-M médio recente, para o ano de 2012.

Tipologia/detalhamento 2009 (R$) 2012 (R$)

Casa térrea (39 m²) 19.468,41 22.818,92

Casa térrea (39 m², PNE) 21.931,39 25.705,78

Sobrado (2 qtos., 8 Uhs/bloco geminado, 144,80 m²) 119.570,46 140.148,54

Sobrado/UH 14.946,31 17.518,57

Bloco multifamiliar isolado (2 qtos., 16 Uhs/bloco, UH = 57,17 m², 303,60 m²) 613.931,25 719.588,82

Bloco multifamiliar/UH 38.370,70 44.974,30

Elaboração: IAGUA, a partir de COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

101

Plano de Ação

5.4.1.2. Estratégias de ação: atendimento às demandas – Composição 2

A Composição 2, por sua vez, apresenta como principal diferença em relação à Composição 1 a aplicação maior da tipologia apartamentos como solução proposta para o enfrentamento do déficit habitacional. Neste caso trabalhou-se com uma elevação de 25%. Portanto, a Composição 2 é caracterizada por uma divisão do déficit habitacional em 50% das unidades distribuídas por apartamentos, 40% das unidades distribuídas por sobrados e os 10% restantes das unidades distribuídas em casas térreas. No caso da Composição 2, a redução de área foi estimada, em valores de 2010, em 9% (ver 9; Tabela10).

A diferença de tipologia, como pode ser notado, produz efeitos diversos no consumo de solo e no custo de produção estimado. Por outro lado, outros custos indiretos ou subseqüentes, como aqueles relativos ao desenho urbano, à implantação de infraestrutura e à valorização imobiliária, não estão computados nestes cálculos. O adensamento relativamente maior, como é sabido, pode produzir maior eficiência no consumo de infraestrutura, havendo disponibilidade e qualidade infraestrutural, além de arranjo urbanístico adequado tecnicamente.

Do ponto de vista do custo de produção habitacional e sob o aspecto fundiário, as diferenças tipológicas se sobressaem em seus diferentes resultados (ver Erro! Fonte de referência não encontrada.11; Erro! Fonte de referência não encontrada.). O uso em menor quantidade de solo urbano poderia ser quantificado, monetariamente; a elevação de custo, decorrente da opção por tipologia mais adensada, poderia ser reavaliada, portanto.

As opções de tratamento da questão habitacional dependem, nestes casos, da correlação de forças dos agentes sociais envolvidos (empresários, setor público, movimentos sociais, categorias profissionais), do tipo, valor e localização do solo urbano eventualmente disponível, do padrão tecnológico a ser usado e da natureza essencialmente política e concentração ou distributiva advinda da orientação que a política habitacional pode ter (ver Tabela 9; Tabela 10). Não se trata apenas de uma discussão de caráter técnico, mas de um debate a ser feito com entendimento da natureza econômica da questão: trata-se da divisão do produto social em termos da produção do ambiente construído, e dos direitos de morar e de ocupar espaço para desenvolvimento de atividades intimamente relacionadas à reprodução social.

Tabela 9: Áreas estimadas, em hectare (Ha), destinadas a tipologias habitacionais variadas (casa, sobrado, apartamento), por ano, dimensionadas de acordo com o número de domicílios projetado para a demanda habitacional futura. Composição 2 (50% em apartamentos, 20% em sobrados, 10% em casas térreas).

TIPOLOGIA HABITACIONAL Casa térrea Sobrado Vertical

multifamiliar

TOTAL

Área (m²) 39 144,8 303,6

Modelo de ocupação M0 M2 M6

Área de lote (m²) 125 360 450

2010 87 249 97 433

2011 89 256 100 445

2012 91 262 103 456

2013 92 264 103 459

102

Plano de Ação

2014 94 271 106 471

2015 93 267 104 464

2016 95 275 107 477

2017 94 271 106 471

2018 97 279 109 485

2019 100 287 112 499

2020 103 296 115 514

2021 106 304 119 529

2022 109 313 122 544

2023 112 322 126 560

2024 115 331 129 575

2025 118 341 133 592

2026 122 350 137 609

2027 125 360 141 626

2028 129 371 145 645

2029 132 381 149 662

2030 136 392 153 681

2031 140 403 157 700

2032 144 414 162 720

2033 148 426 166 740

Elaboração: IAGUA, a partir de BELÉM (2008); COHAB-PA (2009).

Tabela 10: Áreas estimadas, em hectares (Ha), destinadas a tipologias habitacionais variadas (casa, sobrado, apartamento), dimensionadas de acordo com o número de domicílios projetado para o déficit habitacional do ano de 2010, com fator de acréscimo de área para urbanização da ordem de 30%.

TIPOLOGIA HABITACIONAL Área (Ha)

Casa térrea 87

Sobrado 249

Vertical multifamiliar 97

TOTAL EDIF. 433

30% URBANIZ. 563 Elaboração: IAGUA, a partir de BELÉM (2008); BRASIL (1979); COHAB-PA (2009).

Tabela 11: Composição 2: previsão de número de domicílios projetado com base na demanda futura por habitação para enfrentamento do déficit habitacional do município de Belém (2010-2033) por ano.

TIPOL. Apto. Sobr. Cs. tr. TOTAL

2010 34.601 27.681 6.920 69.203

2011 35.516 28.412 7.103 71.031

2012 36.454 29.163 7.291 72.908

2013 36.644 29.315 7.329 73.287

2014 37.632 30.106 7.526 75.265

2015 37.100 29.680 7.420 74.201

2016 38.142 30.514 7.628 76.284

2017 37.664 30.132 7.533 75.329

2018 38.762 31.009 7.752 77.524

2019 39.888 31.910 7.978 79.776

2020 41.044 32.835 8.209 82.088

103

Plano de Ação

2021 42.231 33.785 8.446 84.461

2022 43.449 34.759 8.690 86.897

2023 44.699 35.759 8.940 89.398

2024 45.982 36.786 9.196 91.964

2025 47.299 37.839 9.460 94.598

2026 48.651 38.921 9.730 97.302

2027 50.038 40.031 10.008 100.077

2028 51.463 41.170 10.293 102.925

2029 52.925 42.340 10.585 105.849

2030 54.425 43.540 10.885 108.850

2031 55.965 44.772 11.193 111.930

2032 57.546 46.037 11.509 115.092

2033 59.169 47.335 11.834 118.337

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

Gráfico 3: Demonstração da evolução do déficit habitacional distribuído por tipologias de enfrentamento, conforme Composição 2: 0,5 (50% em UHs de apartamentos); 0,4 (40% em UHs de sobrados); 0,1 (10% em UHs de casas térreas), por ano (2010-2033).

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

Tabela 12: Composição 2: previsão de custo estimado para enfrentamento do déficit habitacional do município de Belém (2010-2020), em milhões de reais por ano.

TIPOL. Apto. Sobr. Cs. Tr. TOTAL

2010 1556,17 484,93 158,11 2199,21

2011 1597,29 497,74 162,29 2257,32

2012 1639,49 510,9 166,58 2316,96

2013 1690,71 526,86 171,78 2389,35

2014 1781,29 555,09 180,99 2517,37

2015 1801,6 561,41 183,05 2546,07

2016 1900,15 592,12 193,06 2685,34

2017 1924,96 599,85 195,58 2720,4

2018 2032,35 633,32 206,49 2872,16

2019 2145,57 668,6 218 3032,17

2020 2264,93 705,8 230,13 3200,86

Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

Tabela 33: Composição 2: previsão de custo estimado para enfrentamento do déficit habitacional do município de Belém (2021-2033), em milhões de reais por ano.

104

Plano de Ação

TIPOL. Apto. Sobr. Cs. Tr. TOTAL

2021 2.390,77 745,01 242,91 3.378,69

2022 2.523,43 786,35 256,39 3.566,17

2023 2.663,27 829,93 270,6 3.763,80

2024 2.810,69 875,86 285,58 3.972,12

2025 2.966,07 924,29 301,36 4.191,72

2026 3.129,86 975,33 318,01 4.423,20

2027 3.302,51 1.029,12 335,55 4.667,18

2028 3.484,48 1.085,83 354,04 4.924,34

2029 3.676,27 1.145,60 373,52 5.195,39

2030 3.878,41 1.208,59 394,06 5.481,06

2031 4.091,46 1.274,98 415,71 5.782,14

2032 4.315,99 1.344,95 438,52 6.099,46

2033 4.552,62 1.418,68 462,56 6.433,87 Elaboração: IAGUA, a partir de MCIDADES (2009); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003).

5.4.1.3. Estratégias de ação: urbanização integrada de assentamentos precários

Situada na fronteira da requalificação urbana e da produção habitacional, a urbanização de assentamentos precários tem sido objeto de criação, no Brasil, de tecnologias específicas de tratamento, de estratégias particulares de financiamento e de posturas progressistas de enfrentamento de seus problemas. O termo assentamento precário é usado para designar as ocupações em situação de irregularidade urbanística e/ou fundiária cujas populações combinam baixa renda, perfil etário jovem, poucos anos de escolaridade formal, número significativo de mulheres chefes-de-família e inserção no mercado de trabalho em posições informais ou em estratos menos favorecidos. A principal referência para o assunto é o estudo de Marques et al. (2007), metodologia que é aplicada pelo Ministério das Cidades brasileiro para identificar, quantificar e caracterizar tais assentamentos para pensar políticas de urbanização e planejamento urbano adequados e sensíveis a suas especificidades.

Neste trabalho, a construção de uma base estatística e cartográfica própria, a partir de duas bases pré-existentes (IAGUA, 2008; IBGE, 2010), colaborou para a definição mais apurada de um perfil destes Assentamentos Precários (AS) no município de Belém. Dados do IBGE (2010) haviam noticiado a Região Metropolitana de Belém como a Região Metropolitana brasileira com os piores índices relativos de infraestrutura urbana do Brasil. Este aspecto pode ser visto no decaimento das redes e sistemas instalados, alguns já seculares, como algumas redes de abastecimento de água e parte da drenagem urbana e do parco esgotamento sanitário existente.

O investimento necessário para a urbanização de assentamentos precários em Belém, associado ao custo estimado para melhoria habitacional estritamente contida nestes AS, é da ordem de R$ 1,317 bilhões, como demonstrado na tabela abaixo, o que representa, para efeito de demonstração, aproximadamente 58% do orçamento municipal incluído no Projeto de Lei Orçamentária apresentado pelo Gabinete do Prefeito à Câmara Municipal de Belém para o ano de 2012 (BELÉM, 2011).

105

Plano de Ação

Tabela 14: Estimativa de custos para urbanização de assentamentos precários e melhoria habitacional, PMHIS, Belém-PA. Número de domicílios incluídos, custo unitário por rede/serviço/programa e custo total em reais por rede/serviço/programa.

Programa Número de domicílios Custo unitário (R$) Custo total (R$)

Melhoria habitacional 3.564 6.000,00 21.386.400,00

Auxílio-moradia 6.000 400,00 2.400.000,00

Abastecimento de água 46.917 3.166,55 148.563.225,38

Rede de esgotamento sanitário 199.161 1.804,14 359.314.513,62

Coleta de lixo 7.397 55,00 406.835,00

Rede de energia elétrica 154.040 908,69 139.974.299,52

Sistema viário 95.589 6.755,48 645.749.615,67

TOTAL 1.317.794.889,19

Elaboração: IAGUA, a partir de IAGUA (2008); IBGE (2010); SIDRA-IBGE (2010); COHAB-PA (2009); ABIKO et al. (2003). * Coleta de lixo entendida como serviço contínuo, com custo fixo médio por domicílio urbano.

Considerando a média histórica recente de investimentos em habitação, saneamento e transporte público/sistema viário, podemos constatar valores em torno de R$ 155 milhões, como uma média aritmética do investimento feito em 2010 (cerca de R$ 106,2 milhões) e em 2011 (cerca de R$ 203,7 milhões). Em termos lineares, apenas para efeito de conjectura, com investimento mantido neste patamar (que representa cerca de 6,8% do orçamento proposto para 2012), levaria cerca de 8 anos e meio para que fosse possível implantar a infraestrutura e demais ações necessárias à urbanização adequada de assentamentos precários no município. Isto demonstra a necessidade de ser feito um esforço de arrecadação e, sobretudo, de priorização do investimento com percentuais maiores em habitação e infraestrutura, pela magnitude do problema atual.

Caso o investimento fosse mantido no patamar de R$ 155 milhões exclusivamente na urbanização de assentamentos precários (o que não parece factível na realidade atual, posto que estes gastos incluem manutenção de infraestrutura e produção de unidades, entre outras ações), haveria decaimento das redes e sistemas previamente instalados, o que demandaria custo adicional de manutenção e, portanto, drenaria novos recursos. O enfrentamento deste problema deve, portanto, absorver esta dinâmica, com investimentos correspondentes.

5.4.2. Cenário 2

Se considerarmos como Cenário 2 o orçamento médio inicial total para o PPA 2014-2017 o valor de R$ 2,25 bilhões16, com previsão de crescimento linear médio de 2,5% anuais, podemos conjecturar outro cenário em que o nível de aplicação de recursos esteja mais próximo do factível, embora tenha de refletir as reais demandas da população municipal.

Considerando-se os dados estimados no Diagnóstico Habitacional parcialmente atualizado, que tomaram como referência o ano de 2010, a ordem de grandeza dos investimentos necessários para o enfrentamento do problema habitacional no município a partir das Linhas

16 Considerando-se os orçamentos de 2010 e 2011, pode-se conjecturar uma manutenção do orçamento de 2012, de

cerca de R$ 2,3 bilhões, com receitas externas, como financiamentos, recursos do MCidades, OGU, PAC, etc. Para 2013

estima-se um orçamento de R$ 2,25 bilhões, menor do que o de 2012, porém adota-se aqui esse cenário.

106

Plano de Ação

Programáticas propostas aqui, seriam de aproximadamente R$ 3,4 bilhões distribuídos de acordo com as seguintes variáveis em questão (Erro! Auto-referência de indicador não válida.5) dimensionadas em função das necessidades do município, o que, entretanto, excede sobremaneira a projeção de orçamento futuro para o PPA 2014-2017.

Tabela 15: Demonstrativo de grandeza de investimento necessário para enfrentamento do déficit habitacional e de urbanização de assentamentos precários, investimento por ação e percentual sobre orçamento médio municipal estimado.

Ação Investimento total necessário

(ano-base 2010) % sobre orçamento médio estimado (R$ 2,25 bilhões)

Urbanização integrada de assentamentos precários (2010)

R$ 1.294.008.489,19 57,5%

Melhoria habitacional (2010) R$ 21.386.400,00 1,0%

Regularização fundiária (2010)* R$ 62.571.255,00 2,8%

Produção habitacional (2010)** R$ 2.009.213.525,35 89,3%

Assistência técnica (2010)*** R$ 25.761.374,63 1,1%

Desenvolvimento institucional R$ 12.000.000,00 0,5%

TOTAL R$ 3.424.941.044,17 152,2%

Elaboração: IAGUA, 2012. *Previsão de aplicação exclusiva inicial em áreas classificadas como de assentamentos precários. **Neste caso usou-se a Composição Tipológica 1 para estimativa do investimento total necessário no enfrentamento do déficit habitacional, por se tratar de valor menor. *** Estimativa de 2% sobre os custos de infraestrutura em assentamentos precários.

Considerando, pelos dados fornecidos pela PMB, os investimentos médios em habitação e infraestrutura dos anos de 2010 e 2011, e tomando uma média, chegamos ao valor já citado de R$ 155 milhões. Se concebermos, contudo, o cenário de aplicação de 10% do orçamento médio municipal em habitação e infraestrutura, teríamos um novo patamar de aplicação de recursos, na escala de R$ 225 milhões. Se, contudo, forem usados percentuais proporcionais idênticos àqueles projetados anteriormente, mas dimensionando o investimento total em habitação/infraestrutura em 10% do orçamento médio estimado de R$ 225 milhões por ano, teríamos os seguintes valores (Tabela 16):

Tabela 16: Demonstrativo de grandeza de investimento necessário para enfrentamento do déficit habitacional e de urbanização de assentamentos precários, por ação, investimento por ação e percentual sobre orçamento médio municipal estimado. Conjuntura de investimento total de 10% do orçamento municipal.

Ação Investimento total necessário

(ano-base 2010) % sobre orçamento médio estimado (R$ 2,25 bilhões)

Urbanização integrada de assent. precários (2010) R$ 85.009.320,25 3,78%

Melhoria habitacional (2010) R$ 1.404.970,17 0,06% Regularização fundiária (2010)*** R$ 4.110.591,16 0,18%

Produção habitacional (2010)* R$ 131.994.401,47 5,87% Assistência técnica (2010)** R$ 1.692.382,21 0,08%

Desenvolvimento institucional R$ 788.334,74 0,04%

TOTAL R$ 225.000.000,00 10,0% Elaboração: IAGUA, 2012.

107

Plano de Ação

Neste contexto, em média, seriam necessários 15 anos e dois meses de investimentos regulares, sem previsão de expansão do investimento ou da arrecadação, para atuação efetiva e completa sobre o problema habitacional na realidade dimensionada para o ano de 2010, entretanto, o déficit habitacional e mesmo o número de domicílios situados em áreas de assentamentos precários tendem a aumentar durante este período, o que demanda novo aporte de recursos.

Deste modo, considerando-se a estimativa do crescimento da capacidade de investimento do município com a mesma taxa de crescimento anual de 2,5%. (ver Tabela 16) , o total de investimento previsto entre 2014 e 2033 totalizaria R$ 5.747.547.962,61, valor 68% superior ao total necessário estimado para o enfrentamento do problema no contexto do ano de 2010 na Considerando-se os dados estimados no Diagnóstico Habitacional parcialmente atualizado, que tomaram como referência o ano de 2010, a ordem de grandeza dos investimentos necessários para o enfrentamento do problema habitacional no município a partir das Linhas Programáticas propostas aqui, seriam de aproximadamente R$ 3,4 bilhões distribuídos de acordo com as seguintes variáveis em questão (Erro! Auto-referência de indicador não válida.5) dimensionadas em função das necessidades do município, o que, entretanto, excede sobremaneira a projeção de orçamento futuro para o PPA 2014-2017.

Tabela 15:. Conforme estimativa anteriormente exibida, seriam necessários, aproximadamente, R$ 5.878 bilhões para enfrentar apenas o déficit habitacional projetado até o ano de 2033 no município, que é 2,2% maior do que a somatória dos investimentos médios projetados. Não estariam incluídos neste cálculo, por exemplo, a regularização fundiária ou mesmo a urbanização de assentamentos precários, item prioritário na política habitacional no plano local.

Assim, adotando-se o Cenário 2 como o mais adequado às necessidades que o município apresenta em relação à capacidade de investimento que o município tem apresentado, e definindo-se como meta do PMHIS a aplicação de pelo menos 10% do orçamento do município a partir da estimativa média de arrecadação apresentada anteriormente, pode-se projetar a necessidade de investimento anual conforme demonstrado na Tabela 17. O custo específico de urbanização de assentamentos precários e custos associados necessários por ano até 2033 são apresentados na Tabela 18.

Tabela 17: Valores estimados de investimento do Município de Belém em habitação e infraestrutura urbana (2010-2033), em milhões de reais por ano.

2010 106**

Total= R$ 5.747.547.962,61

2011 205**

2012 155*

2013 225,00***

2014 225

2015 230,63

2016 236,39

2017 242,3

2018 248,36

2019 254,57

2020 260,93

108

Plano de Ação

2021 267,45

2022 274,14

2023 280,99

2024 288,02

2025 295,22

2026 302,6

2027 310,16

2028 317,92

2029 325,87

2030 334,01

2031 342,36

2032 350,92

2033 359,7

Elaboração: IAGUA, 2012. * Média estimada. ** Valores fornecidos por relatórios de planejamento orçamentário da SEGEP. *** 10% do orçamento municipal estipulado para 2012.

Tabela 18: Projeção do custo de urbanização de assentamentos precários e custos associados (2014-2033) para o município de Belém, em milhões de reais por ano.

Ação UUrb. AS MMelhor hab. RReg. fund. TOTAL

2014 85,01 1,4 4,11 90,52

2015 87,13 1,44 4,21 92,79

2016 89,31 1,48 4,32 95,11

2017 91,55 1,51 4,43 97,49

2018 93,83 1,55 4,54 99,92

2019 96,18 1,59 4,65 102,42

2020 98,58 1,63 4,77 104,98

2021 101,05 1,67 4,89 107,61

2022 103,58 1,71 5,01 110,3

2023 106,16 1,75 5,13 113,05

2024 108,82 1,8 5,26 115,88

2025 111,54 1,84 5,39 118,78

2026 114,33 1,89 5,53 121,75

2027 117,19 1,94 5,67 124,79

2028 120,12 1,99 5,81 127,91

2029 123,12 2,03 5,95 131,11

2030 126,2 2,09 6,1 134,38

2031 129,35 2,14 6,25 137,74

2032 132,59 2,19 6,41 141,19

2033 135,9 2,25 6,57 144,72

Elaboração: IAGUA, 2012.

5.4.3. Metas Físicas e Financeiras adotadas

Se for mantida a expectativa de investimentos por PPA proposta na Tabela7, detalhada por valores médios anuais, pode-se estimar a produção de 13.185 UHs ao longo dos 5 PPAs, de forma que a capacidade de produção de UHs e investimento seja ampliada continuamente conforme projetado na Tabela19.

109

Plano de Ação

Tabela 19: Número de unidades habitacionais estimadas para produção por PPA futuro da administração do Município de Belém – Cenário 2 de investimento habitacional.

Variável de produção do

PMHIS 2014-2017 2018-2021 2022-2025 2026-2029 2030-2033

Investimento total projetado

por PPA

R$ 979.518.224,46 R$ 1.081.204.842,76 R$ 1.193.447.842,85 R$ 1.317.343.113,22 R$ 1.454.100.309,75

N.º UHs projetadas por

PPA 2.143 2.366 2.611 2.883 3.182

TOTAL UHs 13.185 Elaboração: IAGUA, 2012.

Considerando-se a produção de 13.185 UHs proposta, isso representaria o enfrentamento aproximado de 10,5% do quantitativo do Déficit Habitacional projetado para 2033, estimado em 126.070 UHs, e crescimento da produção conforme aumento previsto do orçamento municipal; 4% médios no PPA 2014-2017, 5% médios no PPA 2018-2021, 6% médios no PPA 2022-2025, 7% médios no PPA 2026-2029 e 8% médios no PPA 2030-2033. Estimando a regularidade de investimento em torno de 10% do orçamento municipal entre 2014 e 2033, o enfrentamento adequado de mais de 10% do déficit habitacional projetado para 2033 seria acompanhado de investimento em urbanização integrada de assentamentos precários e em regularização fundiária da ordem de, respectivamente, R$ 3,231 bilhões e R$ 422,6 milhões (entre 2014 e 2033). Esses valores deverão ser revistos caso haja a aprovação da PEC nº 285/200817.

Este desenho tem, em paralelo, as concepções de Produção e melhoria habitacional e de Urbanização de assentamentos precários, em universos de, aproximadamente, 69 mil domicílios e 208 mil domicílios no ano de 2010.

Conforme havia sido ponderado, diante do histórico recente do Orçamento Municipal para Belém, e diante do investimento projetado/realizado no setor e em setores correlatos (infraestrutura urbana, transportes), consideramos a proposta envolvida no Cenário 2 de investimentos como aquela que concilia metas realizáveis, factíveis, com padrão de investimentos em habitação ainda arrojados, comprometidos com a realidade local. Neste Cenário 2, portanto, o investimento por PPA seria projetado, tendo em mente variações médias do IGP-M anuais até 2033, conforme Tabela 20.

17 Deve-se considerar ainda a tramitação do Projeto de Emenda Constitucional nº 285/2008 (PEC da Moradia), que

“Acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para dispor sobre a vinculação de recursos orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios aos respectivos Fundos de Habitação de Interesse Social” e que propõe a vinculação de “pelo menos um por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea ‘b’ e § 3º” para os Municípios e o Distrito Federal, e para a União “nunca menos de dois por cento do produto da arrecadação dos impostos, das contribuições de intervenção no domínio econômico, das contribuições sociais, excetuadas as contribuições sociais patronais e dos trabalhadores para o Regime Geral de Previdência Social e a contribuição social para a previdência dos servidores públicos, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos da Constituição”. O projeto prevê a alocação desses recursos no prazo de 30 anos ou até a eliminação do déficit habitacional brasileiro.

110

Plano de Ação

Tabela 20: Cenário 2 de investimentos do PMHIS/Belém. Investimentos por ação/linha do Plano, projetados por PPA (2014-2033). Valores em Reais, considerados para a realidade do ano de 2012, com correção projetada pelo IGP-M médio recente.

AÇÃO PPA 2014-2017 PPA 2018-2021 PPA 2022-2025 PPA 2026-2029 PPA 2030-2033

Urb. AS 525.319.179,79 579.854.082,34 640.050.410,77 706.495.894,06 779.839.275,03

Melh. Hab. 80.818.335,35 89.208.320,36 98.469.293,96 108.691.676,01 119.975.273,08

Reg. Fund. 68.695.585,05 75.827.072,31 83.698.899,87 92.387.924,61 101.978.982,12

Prod. Hab. 62.230.118,22 68.690.406,68 75.821.356,35 83.692.590,53 92.380.960,27

Assist. Téc. 161.636.670,70 178.416.640,72 196.938.587,93 217.383.352,02 239.950.546,16

DI 80.818.335,35 89.208.320,36 98.469.293,96 108.691.676,01 119.975.273,08

TOTAL 979.518.224,46 1.081.204.842,76 1.193.447.842,85 1.317.343.113,22 1.454.100.309,75

Elaboração: IAGUA, 2012.

Em síntese, podemos destacar alguns aspectos da proposta representada pelo Cenário 2 de investimentos:

• O atendimento projetado da totalidade do quantitativo estimado de assentamentos

precários do município até o ano de 2033, dentro das condições atuais, mantendo-se o contexto sem maiores alterações na vigência do Plano. Considerando que a existência de AS em Belém seja expressiva e que esta questão se configura no principal problema habitacional do município, existe aí um dado relevante para a discussão da política habitacional local;

• O enfrentamento de 10,5% do déficit habitacional projetado para o ano de 2033, de aproximadamente 126 mil domicílios, em face de uma produção habitacional projetada para

cerca de 13 mil domicílios. Esta proposta poderia ser financeiramente ampliada, mas em virtude do desaparelhamento das secretarias municipais envolvidas com o tema, sobretudo a Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), foi necessário reajustar o quantitativo de produção habitacional para atendimento da média histórica de produção – ainda assim projetando expressivo aumento;

• As deficiências institucionais refletem a urgência da realização de ações concretas e

sistemáticas de Desenvolvimento Institucional na Prefeitura Municipal de Belém, para as quais são previstos investimentos regulares, iniciando em cerca de R$ 80 milhões, até cerca de R$ 130 milhões, em 2033. Estas ações, embora se resumam em atividades-meio, capacitam o Município para o enfrentamento concreto de suas atribuições, e têm grande importância política.

Conforme citado anteriormente, o investimento total projetado de aproximadamente R$ 6,025 bilhões de reais, entre os PPAs dos anos de 2014 a 2033, incorpora a seus cálculos a necessidade de atualização monetária e financeira de custos de produção habitacional e as demais variações eventualmente incidentes, como o contexto inflacionário, por exemplo. A eventual “sobra” de recursos que poderia ser suposta, em relação aos dados do déficit e da inadequação habitacionais projetados para o ano de 2010 representam recursos de pouca monta diante da necessidade de atualização dos valores a investir.

111

Plano de Ação

6. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

O presente plano tem como característica a definição simultânea de estratégias e de ações a serem implementadas a partir de um Plano de Ação, entendido como ferramenta de planejamento contínuo do município. As estratégias e ações são de curto, médio e longo prazo e devem definir etapas de implementação que alimentarão a elaboração dos Planos Plurianuais – PPAs a cada quatro anos, até o ano de 2033, devendo o plano ser avaliado e eventualmente revisto nesses momentos, considerando as metas alcançadas no período anterior para orientar o próximo período.

Cabe ao monitoramento, enquanto processo de acompanhamento da aplicação do Plano,

apontar subsídios para sua avaliação além de poder identificar possíveis obstáculos para se atingir os resultados pretendidos, possibilitando além da mensuração de qualidade das intervenções, ajustes nos processos desenvolvidos. Assim, o acompanhamento das diretrizes e metas do PMHIS, tem como objetivos:

• Instrumentalizar a gestão da política habitacional e urbana, permitindo que os processos de tomadas de decisão se aportem na mensuração de desempenho e resultado;

• Dimensionar o impacto da política habitacional de interesse social na diminuição do déficit e da inadequação habitacional, além da melhoria das condições de habitabilidade;

• Levantar o nível de atendimento das necessidades habitacionais (déficit e inadequação habitacional

e crescimento da demanda), de aplicação de recursos físicos e financeiros, por meio dos programas, projetos e ações implementadas pelo governo municipal e pelos demais agentes da produção habitacional no município;

• Acompanhar a conjuntura sócio-econômica e o comportamento do mercado imobiliário nos aspectos que impactam a oferta e o acesso à habitação pela população-alvo da política habitacional;

• Avaliar a capacidade da política habitacional, em atender às demandas sociais, no que se refere a diminuir a vulnerabilidade habitacional, a segregação e a desigualdade sócio-espacial.

O Processo de avaliação do PMHIS e da política habitacional deve viabilizar a revisão de forma que possa instrumentalizar a elaboração dos PPAs de cada período, promovendo a publicização dos seus resultados, adequando as metas ao contexto da atualidade dado o longo período de implementação do plano.

O monitoramento e avaliação são instrumentos da Política Municipal de Habitação de Interesse Social, conforme definidos neste Plano. Sua implementação requer constituir uma estrutura organizacional, que permita a utilização dos indicadores de forma sistêmica, e equipe técnica de forma a desempenhar as seguintes atribuições:

• Atualizar e sistematizar informações relativas ao diagnóstico habitacional e às ações em habitação no município;

• Monitorar as variáveis que compõem os cenários, alterando-os conforme a conjuntura;

112

Plano de Ação

• Estabelecer um fluxograma de “alimentação” de informações das variáveis que compõem a política de habitação de interesse social, articulando os dados do conjunto dos órgãos e setores da municipalidade responsáveis pela implementação das ações em habitação;

• Articular-se com outros sistemas de indicadores, observatórios e setores responsáveis pela sistematização de informações existentes na municipalidade;

• Buscar, junto a organismos externos à municipalidade responsáveis pelo fornecimento de informações e pela construção de indicadores, tais como o IBGE, a Fundação João Pinheiro, a padronização dos conceitos e dos indicadores utilizados.

São ações complementares de monitoramento e avaliação do PMHIS:

• Criação de portal de acesso às informações municipais na internet, em cumprimento à Lei Federal de Transparência, para publicização das informações sobre as ações relacionadas à Política Habitação de Interesse Social, sobre os investimentos a serem aplicados por programa e subprograma, do calendário de reuniões e das resoluções do CMHIS, bem como dos relatórios de monitoramento e avaliação do PMHIS à sociedade civil;

• Criação de Comissão Gestora do PMHIS.

a) Indicadores para avaliação e monitoramento

A definição dos indicadores habitacionais considera a importância de estabelecer padrões de referência reconhecidos e que propiciem o acompanhamento das metas físicas e financeiras estabelecidas no PMHIS de Belém.

O déficit habitacional quantitativo e qualitativo é um dos principais indicadores, no momento inicial de aferição. São fontes para a construção do dado:

• O Censo Demográfico do IBGE, as projeções de crescimento e a atualização quando da publicação dos dados do Censo Demográfico do IBGE;

• O Cadastro Técnico Multifinalitário – CTM;

• O Diagnóstico Habitacional de Belém e suas atualizações;

• Estudos e levantamentos específicos.

Os indicadores que permitem avaliações de caráter quantitativo verificam o desempenho das ações (eficácia) e à efetividade sobre a população alvo da política habitacional. Podem ser utilizados como indicadores quantitativos de avaliação:

• Número de áreas (assentamentos precários), domicílios e famílias atendidos por programas de urbanização, regularização fundiária, oferta de novas oportunidades habitacionais, melhorias habitacionais, outros eventuais programas ou ações;

• Famílias não moradoras de núcleos habitacionais atendidos com provisão habitacional, por solução habitacional, por tipologia, por agente da provisão habitacional (PMB, COHAB/PA, mercado imobiliário, cooperativas e associações por moradia, outros);

• Evolução da destinação e do uso de terras para HIS e HMP;

• Acréscimo de áreas públicas constituídas como Banco de Terras;

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• Custos médios (por família ou domicílio) de urbanização, regularização fundiária, oferta de novas oportunidades habitacionais, melhorias habitacionais, aquisição e disponibilização de terras, e de outros eventuais componentes de programas ou ações;

• Grau de melhoria das condições habitacionais, urbanas e sociais das famílias e/ou domicílios atendidos;

• Grau de satisfação das famílias com as mudanças ocorridas, medido por intermédio de pesquisa de opinião;

• Grau de participação da população nas definições das intervenções em assentamentos ou de produção de novos conjuntos.

Entre os indicadores que permitem análises de caráter qualitativo da implementação dos programas e ações do PMHIS, estão aqueles que respondem à qualidade do ambiente construído nas avaliações pós-ocupação. São importantes indicadores dessa natureza: a adequação do projeto às demandas específicas e diferenciadas (ex.: pessoas com deficiência) e capacidade de reversão do processo de segregação sócio-espacial.

São indicadores qualitativos de metas normativas, a aprovação, regulamentação e implementação da legislação prevista e seu impacto sobre a produção habitacional (ex.: a regulamentação e ampliação de números de ZEIS no município).

No caso das metas institucionais definidas no Plano, a avaliação pode requerer estudos qualitativos capazes de analisar o avanço na consolidação e fortalecimento das estruturas organizacionais. Alguns indicadores objetivos podem ser utilizados em relação ao Conselho, como o número de vezes em que foi convocado e a presença dos conselheiros nas reuniões. Outros são os indicadores de evolução dos recursos investidos em habitação de interesse social pelos diversos agentes da política habitacional.

O desempenho do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social pode ser avaliado com indicadores financeiros, como o volume de recursos canalizado, considerando entre esses as fontes dos recursos provenientes da aplicação dos instrumentos do Plano Diretor e outras fontes de recursos possíveis.

Algumas ações apresentam resultados imediatos, enquanto que outras somente manifestam conseqüências mensuráveis depois de transcorrido um período de tempo. Assim, os indicadores de impacto, podem ser considerados como de impacto imediato e de médio ou longo prazo.

Os indicadores de impacto imediato medem as mudanças que a política habitacional gerou nas condições de vida e de moradia da população beneficiada, são, entre outros:

• Domicílios e população residente em assentamentos urbanizados, segundo o grau de intervenção ocorrido;

• Domicílios, famílias e população segundo o grau de regularidade do terreno.

A atualização desses indicadores deve ser anual, mas os dados e informações que o compõem podem ser alterados a partir da intervenção dos programas habitacionais.

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Plano de Ação

Alguns indicadores que permitem levantar as melhorias nas condições de vida da população beneficiada devem ser aferidos antes e depois da intervenção (pela aplicação de pesquisa de campo) de maneira a permitir comparações, entre eles, quanto ao grau de satisfação da população beneficiada.

Devem ser conhecidos, ainda, indicadores de impactos indiretos à política habitacional de interesse social, podendo ser utilizadas informações sobre:

• Mobilidade social da população, verificada por meio das alterações na distribuição dos rendimentos domiciliares por faixas de renda;

• Comportamento dos preços fundiários e imobiliários nas várias regiões da cidade, inclusive considerando os zoneamentos específicos (prioritariamente das ZEIS);

• Dinâmica dos lançamentos imobiliários de mercado popular na cidade;

• Movimento de licenciamento e “habite-se” residencial e de loteamentos de mercado popular e de habitação de interesse social.

b) Momentos de avaliação e revisão

Os indicadores devem ser objetos de contínuo monitoramento e acompanhamento. No entanto, a sistematização dos dados para acompanhamento do desenvolvimento dos programas e metas do PMHIS se dará:

• Anualmente: será elaborado um Relatório de Monitoramento e Avaliação do PMHIS;

• A cada 4 anos: elaboração de Relatório Quadrienal de Monitoramento e Avaliação do PMHIS.

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de Belém estabelece que os momentos de avaliação da Política e do PMHIS devem coincidir com o período de elaboração do Plano Plurianual - PPA, que se dá no primeiro ano de cada gestão de governo. Assim, considerando que o período de vigência do PMHIS será até 2033, prevêem-se como períodos de avaliação e revisão os anos de 2022 e 2033.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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