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TECNOLOGIA CEPERJ avanços da qualidade ambiental no estado do Rio de Janeiro

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O ICMS Ecológico comoPolítica Pública Ambientalpara os Municípios doestado do Rio de Janeiro

TECNOLOGIA CEPERJ

avanços da qualidadeambiental no estadodo Rio de Janeiro

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Governo do Estado do Rio de janeiro

Governador do Estado do Rio de janeiroWilson José Witzel

Vice-GovernadorCláudio Bomfim de Castro e Silva

Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação

Secretário de Ciência, Tecnologia e InovaçãoLeonardo Rodrigues

Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade - SEAS

Secretário de Estado do Ambiente e SustentabilidadeAltineu Côrtes Freitas Coutinho

Subsecretário de Conservação da Biodiversidade e Mudanças do Clima – SUBCON – SEASAntonio Marcos Barreto

Superintendência de Conservação Ambiental – SUPCON -SEASArcenio Jubim da Silva Júnior

Instituto Estadual do Ambiente - INEA

PresidênciaCarlos Henrique Netto Vaz

Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro - CEPERJ

PresidênciaReinaldo Lopes

Centro de Estatísticas Estudos e Pesquisas – CEEP

DiretoraLuciana Souza da Silveira

Coordenação de Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais

CoordenadorYuri Guedes Maia

Equipe TecnicaClaudia Jakeline Barbosa e Silva Daniel Viggiano Lago Maria Zélia Maia Mariano Matheus Augusto dos Santos Yuri Guedes Maia

O ICMS Ecológico em 10 anos: avanços da qualidade ambiental no estado do Rio de Janeiro

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O ICMS Ecológico comoPolítica Pública Ambientalpara os Municípios doestado do Rio de Janeiro

1ª edição

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Sumário

Introdução

Breve Histórico

As Políticas Ambientais no Brasil

Incentivo Financeiro e Sustentabilidade

ICMS Ecológico no Brasil

ICMS Ecológico no estado do Rio de Janeiro

Histórico da Legislação

Conclusão

Referências Bibliográficas

567

121314152728

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IntroduçãoA Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro

(CEPERJ) atua como órgão de excelência na capacitação de servidores públicos e profissionais de empresas privadas, assim como na organização de concursos públicos de pequeno, médio e grande porte. Dentro de suas diversas áreas, o Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas (CEEP) é responsável por atuar na coleta e análise de dados com objetivo de subsidiar gestores e estudiosos na percepção da realidade do estado e no aperfeiçoamento das políticas públicas.

Nesse contexto, a Fundação CEPERJ participa ativamente no desenvolvimento e consolidação do ICMS Ecológico no estado do Rio de Janeiro através da Coordenadoria de Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (COPRUA) que tem como dever, fazer análises complementares, revisão e consolidação dos dados para o cálculo e publicação do Índice Final de Conservação Ambiental (IFCA). Além disso, a equipe técnica da COPRUA, em conjunto com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), realiza e divulga estudos nas áreas temáticas do ICMS Ecológico, visando fornecer dados para orientar o planejamento da gestão ambiental nos municípios.

Em 2019 o ICMS Ecológico marcou 10 anos de implementação no estado do Rio de Janeiro e, com os dados levantados nesse período, foi possível realizar análises, considerando os critérios deste índice, e observar sua contribuição para o estado e municípios. Com isso, a Fundação pretende divulgar boletins mostrando a participação dos municípios na conservação ambiental do estado, e sua evolução ao longo do tempo. Este é o primeiro documento, dessa série, a ser divulgado.

Esse texto tem o caráter comemorativo e agradece a todas as pessoas envolvidas ou que já contribuíram com o ICMS Ecológico no estado do Rio de Janeiro.

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Breve HistóricoNo mundo, cerca de 6,3 bilhões de habitantes vivem em cidades e regiões metropolitanas, o que gera uma

grande pressão antrópica sobre o meio ambiente. O aumento da produção de resíduos sólidos, emissão de gases poluentes, contaminação dos recursos hídricos, expansão urbana desordenada, desmatamento de áreas verdes, consumo crescente de energia e água, entre outros, formam um complexo conjunto de problemas e se apresentam como um desafio para os gestores públicos.

Na década de 70, essa preocupação com a degradação ambiental levou a realização da primeira conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo. Em 1972 foram criados o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, e a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento com o objetivo de proteger os ecossistemas e promover o desenvolvimento sustentável.

Na segunda conferência, em 1992, no Rio de Janeiro, a ECO 92, a pauta novamente foi abordada: enfatizando a necessidade de maior integração entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico. A partir desse ponto, tornou-se evidente a necessidade de encontrar instrumentos para solução desses problemas, entre fontes alternativas de energia e redução de consumo e poluição de recursos naturais, para redução dos impactos antrópicos sobre os ecossistemas, e seus efeitos nas mudanças climáticas.

A gestão ambiental usa instrumentos de comando e controle, envolvendo restrições quantitativa e gerenciais ao uso de bens e serviços ambientais no Brasil e no mundo. Estas restrições são vistas em tentativas de diminuir as emissões de carbono, aumentando o controle de ocupação do solo através de zoneamentos, criação de Unidades de Conservação para controle de recursos naturais, licenciamento ambiental com a utilização de estudos de impacto e penalidades representado por multas.

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As Políticas Ambientais no BrasilNo Brasil do período colonial, as atividades econômicas eram voltadas, primeiramente, para o extrativismo

dos recursos naturais e minerais, como o pau-brasil e os metais preciosos, o que somado às devastações para as implantações das monoculturas para os cultivos da cana de açúcar e do café, resultou na degradação ambiental de grande parte do bioma Mata Atlântica. No início do século XIX, surgiram os primeiros apontamentos para o conservacionismo no Brasil, a partir do desequilíbrio ambiental agravado pela expansão das culturas no território ocupado pelas florestas, assim como as primeiras leis que criminalizaram o desmatamento e queimadas ilegais.

Somente na década de 1930 que a política ambiental no país começou a ser estruturada, em função da regulamentação do uso dos recursos naturais e da preservação, o que culminou na criação dos Parques Nacionais do Itatiaia (1937), Iguaçu e Serra dos Órgãos (1939). Até então, a questão da proteção ambiental resumia-se na administração dos recursos naturais pelos órgãos públicos, além das normas direcionadas ao controle da poluição pelos efluentes e gases resultantes das atividades de indústrias.

Na década de 1980, a partir da disseminação dos conceitos de desenvolvimento sustentável, incorporados na Constituição Brasileira (1988) e utilizados como base para a criação da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) – Lei n° 6.938/1981; o meio ambiente foi considerado como patrimônio público a ser protegido, dando também autonomia aos Estados e Municípios para a formulação de suas políticas e planejamentos na área ambiental.

A partir da década de 1990, a política ambiental no país, nos Estados e nos Municípios passa a estar relacionada a uma agenda ambiental local/global, o que envolve o interesse da população em participar das decisões sobre os temas ambientais junto ao poder público.

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As Políticas Ambientais no BrasilDessa forma, coube ao Estado organizar a política ambiental através da estruturação dos órgãos ambientais

e da criação das leis que fundamentam as ações do poder público municipal, estadual e federal; principalmente com relação aos temas de saneamento, licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras e da preservação das florestas e recursos hídricos (Quadro 1).

TEMA

Meio Ambiente

Licenciamentoambiental

Federal

Federal

Política Nacional de Meio Ambiente – Lei 6938/81

Resolução CONAMA n° 237/1997

Lei de crimes – 9605/98

Tem por objetivo a preservação, melhoria, e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental.

Define critérios para o licenciamento ambiental para construções, e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, que dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

Estabelece crimes contra fauna e flora. Entre eles: abuso, maus-tratos, caça, violência, e tráfico de animais silvestres e domésticos; emissão indevida de poluentes nocivos a fauna aquática, exploração de invertebrados aquáticos sem licença; pesca em locais indevidos ou utilizando métodos impactantes a biodiversidade; desmatamento florestal a áreas protegidas e Unidades de Conservação; poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana; entre outros.

ESFERA LEGISLAÇÃO DESCRIÇÃO

Quadro 1 – Principais leis e políticas ambientais no Brasil e no estado do Rio de Janeiro

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As Políticas Ambientais no BrasilTEMA

SaneamentoBásico

Resíduos Sólidos

Unidades deConservação

Federal

Federal

Federal

Estadual

Política Nacional de Saneamento Bási-co – Lei Federal nº 11445/07

Política Nacional de Resíduos Sóli-dos – Lei Federal nº 12305/10 e Decreto Federal nº 7404/10

Sistema Nacional de Unidades de Conservação - Lei nº 9.985/00

Código Florestal de 2012 (Lei n° 12.561/12) - al-terada pela Lei 12.727/12

Política Estadual de Resíduos Sólidos – 4191/03

Esta Lei estabeleceu diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico.

Estabeleceu normas para execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e responsabilidades dos geradores de resíduos sólidos e do poder público. Que inclui normas para coleta seletiva, gestão adequada dos resíduos sólidos, e até mesmo educação ambiental referente aos resíduos.

Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Tem objetivos como: contribuir para a manutenção da diversidade biológica; proteger as espécies ameaçadas de extinção; restaurar ecossistemas degradados; proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais; entre outros.

Estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

Ficam estabelecidos princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no estado do Rio de Janeiro, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais.

ESFERA LEGISLAÇÃO DESCRIÇÃO

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As Políticas Ambientais no BrasilTEMA

Unidades deConservação

Recursos Hídricos

MudançasClimáticas

Federal

Federal

Federal

Estadual

Lei do Bioma Mata Atlântica - Lei nº 11.428/06

Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei nº 9.433/97

Política Nacional sobre Mudança do Clima - Lei nº 12.187/09.

Política Estadual de Recursos Hídri-cos (PERH) – Lei Nº 3.239/99

Tem por objetivo a conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional. Consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Com objetivos de: assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água; a utilização racional e integrada dos recursos hídricos; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais; incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.

A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) oficializa o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020.

Institui a política estadual de recursos hídricos e cria o sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos. Define a água como um recurso essencial à vida, de disponibilidade limitada, dotada de valores econômico, social e ecológico, que, como bem de domínio público. Tem por objetivo promover a harmonização entre os múltiplos e competitivos usos da água, e a limitada e aleatória disponibilidade, temporal e espacial.

ESFERA LEGISLAÇÃO DESCRIÇÃO

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As Políticas Ambientais no Brasil

TEMA

Zoneamentoambiental

Federal Decreto nº 4.297/02, complementado pelo Decreto nº

Atribuiu ao Poder Público a competência para desenvolver os Zoneamentos Ecológicos Econômicos (ZEEs) nos três níveis de governo. Define o ZEE, como instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas.

ESFERA LEGISLAÇÃO DESCRIÇÃO

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Incentivo Financeiro e SustentabilidadeOs instrumentos econômicos de incentivo às políticas públicas voltadas para sustentabilidade têm como

objetivo promover a gestão ambiental municipal e o cumprimento das leis estaduais e federais, além de serem capazes de estimular uma mudança de comportamento dos gestores públicos em prol da proteção ambiental e da saúde da população. Dentre esses mecanismos de suporte à gestão pública, temos os incentivos fiscais, como isenções ou créditos, assim como os instrumentos de compensação devido às medidas de proteção ambiental adotados pelos municípios, a exemplo do ICMS Ecológico.

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ICMS Ecológico no BrasilA Constituição Brasileira ordenou juridicamente a possibilidade de se implementarem taxas redistributivas

dos serviços públicos, que correspondem à fiscalização, à recuperação ambiental e à cobrança pelo uso dos bens públicos. Por meio do art. 158 inciso IV, estabeleceu-se que do valor total arrecadado pelo estado de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), 25% sejam repassados aos municípios e ¼ desse total poderá ser repassado aos municípios conforme a legislação estadual.

O Estado do Paraná através da Lei Estadual Complementar nº 59 / 1991, utilizou desta prerrogativa para criar a primeira norma legal relacionada ao ICMS Ecológico a partir do conceito de “compensação ambiental”: uma forma de pagamento por manutenção dos serviços ambientais aos municípios que possuíssem restrições legais ao uso do solo em seus territórios, grandes áreas ou áreas estratégicas para a conservação dos ecossistemas e dos mananciais. Desta forma, o município que desejasse possuir maiores áreas de pasto e plantações e/ou outras atividades econômicas tradicionais, como a implantação de indústrias, estaria em parte impedido pela obrigatoriedade de manutenção da floresta.

A partir da experiência do Paraná, a discussão em nível nacional evoluiu e a lei migrou de um conceito exclusivo de compensação para a aplicação de um incentivo econômico. Este modelo foi baseado no princípio do protetor-recebedor, que compensa financeiramente aqueles municípios que desempenham gestão ambientalmente adequada de seus bens naturais, promovendo a sustentabilidade. Após a iniciativa do Paraná, outros 16 Estados desenvolveram legislação própria para o ICMS Ecológico.

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14

ICMS Ecológico no estado do Rio de JaneiroNo estado do Rio de Janeiro, a distribuição da parcela do ICMS destinada aos municípios, conforme determinado

na Constituição Brasileira, foi definida através da Lei n° 2.664/1996. A partir da Lei Estadual n° 5.100/2007, foram acrescentados aos critérios estabelecidos para o repasse da parcela do ICMS aos municípios, a conservação ambiental.

Dessa forma, os valores distribuídos aos municípios passaram a respeitar os seguintes critérios:

I - População;

II - Área Geográfica;

III - Receita Própria;

IV - Cota Mínima;

V - Ajuste Econômico;

VI – Conservação Ambiental.

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Histórico da LegislaçãoPara o estado do Rio de Janeiro, o critério de conservação ambiental considerava a área e a efetiva implantação

das unidades de conservação existentes no território municipal, observadas as disposições do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Além disso, foram incorporados na composição do ICMS Ecológico os critérios: tratamento de esgoto, a qualidade ambiental dos recursos hídricos, bem como a coleta e disposição final adequada dos resíduos sólidos. O percentual a ser distribuído aos municípios, em função do critério de conservação ambiental acrescido, será de 2,5% (dois vírgula cinco pontos percentuais) subtraídos da parcela total distribuída aos municípios e será implantado de forma sucessiva anual e progressiva, conforme os seguintes percentuais:

I – 1% (um por cento) para o exercício fiscal de 2009; II – 1,8% (um vírgula oito por cento) para o exercício fiscal de 2010;III – 2,5% (dois vírgula cinco por cento) para o exercício fiscal de 2011.

15

2,5%22,5%

75%

Parcela do ICMS arrecadado quedeve ser repassado aos municípios

Parcela do ICMS relacionada aos critériosdo ICMS Ecológico do estado do Rio de Janeiro

Parcela do ICMS arrecadado quefica com o estado do Rio de Janeiro

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Histórico da LegislaçãoEssa lei incumbiu a extinta Fundação CIDE, hoje incorporada pela Fundação CEPERJ, que é a responsável pelo

cálculo e publicação do Índice Final de Conservação Ambiental (IFCA), que define o ICMS Ecológico para todos os municípios do estado do Rio de Janeiro.

A divisão dos percentuais por sub-índices ficou definido dessa forma:

I – área e efetiva implantação das unidades de conservação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN, conforme definidas no SNUC, e Áreas de Preservação Permanente – APP, 45% (quarenta e cinco por cento), sendo que desse percentual 20% (vinte por cento) serão computados para áreas criadas pelos municípios;

II – índice de qualidade ambiental dos recursos hídricos, 30% (trinta por cento);III – coleta e disposição adequada dos resíduos sólidos, 25% (vinte e cinco por cento).

Os municípios deverão apresentar comprovantes de seu Sistema Municipal de Meio Ambiente, composto no mínimo por:

I - Conselho Municipal do Meio Ambiente;II - Fundo Municipal do Meio Ambiente;III - Órgão administrativo executor da política ambiental municipal;IV – Guarda Municipal ambiental.

O ICMS Ecológico é um instrumento da política pública aberto a novas discussões e transformações no intuito de trazer mais comprometimento da gestão municipal para o meio ambiente, portanto, seus conceitos e critérios não são fixos, podendo ser alterados conforme novos debates, relevâncias da área ambiental e opiniões técnicas sobre os temas. Fazendo o ICMS Ecológico ser um instrumento mutável.

16

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Histórico da LegislaçãoConforme é possível observar no quadro a seguir (Quadro 2), onde foram listadas todas as transformações e

ajustes de base legal deste incentivo no estado do Rio de Janeiro:

17

LEGISLAÇÃO

Lei

Lei

Decreto

Decreto

Decreto

Decreto

Decreto

Decreto

2.664/96

5.100/07

41.287/08

41.884/09

43.284/11

43.700/12

44.252/13

44.543/13

Dispõe sobre a distribuição aos municípios de parcela de 25% do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativos à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte e comunicação.

Altera a Lei 2.664/96, que trata da repartição aos municípios da parcela de 25% do produto da arrecadação do ICMS, incluindo o critério de conservação ambiental, e dá outras providências.

Concede um prazo de um ano para que os municípios implantem e/ou consolidem seus próprios sistemas de meio ambiente para fins de repartição dos recursos do ICMS Ecológico.

Estabelece definições técnicas para a alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico.

Estabelece os requisitos para o atendimento ao artigo 3º, inciso IV, da Lei nº 5.100/07, que inclui a Guarda Ambiental Municipal como um dos requisitos básicos do Sistema Municipal de Meio Ambiente para efeito da repartição do ICMS Ecológico e altera o Anexo III do Decreto 41.844/09, que dispõe sobreo cálculo dos índices relativos à gestão de resíduos sólidos.

Concede prazo aos municípios para promoverem a implementação de Guarda Municipal Ambiental para fins de repartição dos recursos do ICMS Ecológico.

Concede prazo aos municípios para promoverem a implementação de Guarda Municipal Ambiental para fins de repartição dos recursos do ICMS Ecológico.

Altera o anexo II do Decreto 41.844/09 que dispõe sobre cálculo dos índices relativos à gestão dos resíduos sólidos e revoga o Artigo 2º do Decreto 43.284/11.

NÚMERO DESCRIÇÃO

Quadro 2 – Histórico da legislação do ICMS Ecológico no estado do Rio de Janeiro

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Histórico da Legislação

Entre a legislação supracitada, é preciso destacar alguns decretos que marcaram a trajetória do ICMS Ecológico.

A. Decreto 41.844/09Regulamenta a lei do ICMS Ecológico, definindo os critérios para análise e cálculo, traz definições e conceitos

para os temas. Trata-se do primeiro marco legal que abre caminho para o incentivo fiscal para fins de conservação ambiental nos municípios fluminenses.

B. Decreto 43.284/11B.1. Estabelece que as guardas municipais ambientais poderão ser constituídas por contingentes oriundo da

guarda Municipal convencional. No entanto, define alguns requisitos:• Contingente compatível com as necessidades do município e formalmente à disposição do órgão

administrativo responsável pela política ambiental municipal;• Guardas comprovadamente treinados e equipados para o desempenho das atividades de fiscalização

ambiental; 18

LEGISLAÇÃO

Decreto

Decreto

Decreto

44.956/14

46.645/19

46.884/19

Concede prazo aos municípios para promoverem a implementação de Guarda Municipal Ambiental para fins de repartição dos recursos do ICMS Ecológico.

Estabelece definições técnicas para a alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico revogado.

Estabelece definições técnicas para a alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico.

NÚMERO DESCRIÇÃO

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Histórico da LegislaçãoB.2. Foram incluídos novos critérios para o cálculo do índice referente aos resíduos sólidos urbanos, entrando

“coprocessamento ou incineração em usinas de geração de energia”.

19

Tipo de Destinação

Vazadouro/ LixãoAterro Controlado com tratamento percoladoAterro Controlado com tratamento percolado e captação e queima de gasesAterro Sanitário LicenciadoCoprocessamento ou Incineração em usina de geração de energia

Fator Base de Avalição (TD) 2009

01

1,5

3-

Fator Base de Avalição (TD) 2011

01

1,5

35

Tabela 1 – Tipos de destinação final do Lixo (TD

Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários

Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários

Vida Útil do aterro superior a 5 anosMunicípio é sede do consórcio intermunicipal de lixoTratamento avançado de percoladoCaptação e queima de gasesGeração de energia

Tratamento avançado de percoladoGeração de energia/ biogásAté 30% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosEntre 30% e 60% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosEntre 60% e 80% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosMais de 80% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípios

Fator de Incremento (FA) 2009

Fator de Incremento (FA) 2011

+1+1+1+1+1

+1+1+1+2+3+4

Tabela 2 – Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários (FA)

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Histórico da Legislação

Nota-se, também, que novos fatores foram incorporados ao cálculo.

Índice de Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos – IDL

Equação 2009: IDLi = (TD + FA) + RECEquação 2011: IDLi = (TD + FA) + (CS + Dom + Sol) + CO

Onde i varia de 1 até o número total de município do estado do Rio de Janeiro (92).

TD = Destinação final do lixo.FA = Somatório dos Fatores Adicionais de Gestão de Aterros SanitáriosCS = Fator de eficiência em coleta seletivaDom = Caso no município ocorra coleta seletiva porta a portaSol = Caso o município disponha de programa municipal de Coleta Seletiva Solidaria consolidadoCO = Caso o município seja signatário de consorcio intermunicipal para gestão de resíduos sólidos urbanos.

C. Decreto 44.543/13C.1. Resíduos sólidos Altera os pesos de avaliação dos critérios e traz o fator de coleta de óleo vegetal comestível. Na equação o

fator de eficiência em coleta seletiva (CS) vira Fator de Reciclagem (FR).

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Histórico da LegislaçãoB.2. Foram incluídos novos critérios para o cálculo do índice referente aos resíduos sólidos urbanos, entrando

“coprocessamento ou incineração em usinas de geração de energia”.

21

Tipo de Destinação

Tipo de Destinação

Vazadouro/ LixãoAterro Controlado com tratamento percoladoAterro Controlado com tratamento percolado e captação e queima de gasesAterro Sanitário LicenciadoCoprocessamento ou Incineração em usina de geração de energia

Vazadouro/ LixãoVazadouro em Remediação com Operação Concomitante LicenciadoVazadouro em Remediação com Operação Concomitante Licenciado, com captação e queima de gasesAterro Sanitário LicenciadoCoprocessamento ou Incineração em usina de geração de energia

Fator Base de Avalição (TD) 2011

Fator Base de Avalição (TD) 2013

01

1,535

023

67

Tabela 3 – Tipos de destinação final do Lixo (TD)

Tabela 4 – Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários (FA)

Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários

Tratamento avançado de percoladoGeração de energia/ biogásAté 30% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosEntre 30% e 60% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosEntre 60% e 80% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípiosMais de 80% da capacidade do aterro é utilizada por outros municípios

Fator de Incremento(FA) 2011

Fator de Incremento(FA) 2013

+2+2+2+3+4+5

+1+1+1+2+3+4

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Índice de Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos – IDL

Equação 2011: IDLi = (TD + FA) + (CS + Dom + Sol) + COEquação 2013: IDLi = (TD + FA) + (FR + Dom + Sol) + Co + OV

Onde i varia de 1 até o número total de município do estado do Rio de Janeiro.

TD = Destinação final do lixo.FA = Somatório dos Fatores Adicionais de Gestão de Aterros Sanitários FR = Fator de Reciclagem - indicador relativo aos resíduos domiciliares urbanos encaminhados anualmente

para reciclagem, por meio da coleta seletiva porta a porta.Dom = Fator de Abrangência - indicador do percentual dos domicílios localizados na área do município

atendidos por coleta seletiva domiciliar porta a porta.Sol = Caso o município disponha de programa municipal de Coleta Seletiva Solidaria consolidadoCO = Caso o município seja signatário de consorcio intermunicipal para gestão de resíduos sólidos urbanos.OV = Fator de coleta de óleo vegetal comestível - indicador do percentual do total do óleo vegetal comestível

que seria descartado pelo município, recolhido e encaminhado para reciclagem.

D. Decreto 46.884/19No ano de comemoração dos 10 anos do ICMS Ecológico, o novo decreto criou o importante: Índice de

Qualidade do Sistema Municipal de Meio Ambiente (IQSMMA), que destinará uma parcela de bonificação em todos os indicadores que compõem os cálculos dos relativos utilizados para a composição do Índice Final de Conservação Ambiental (IFCA), do município habilitado.

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Histórico da Legislação

Assim, os de instrumentos de gestão ambiental que o município precisa comprovar são:

• Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos• Planos Municipais da Mata Atlântica• Plano Municipal de Saneamento Básico• Programa Municipal Ambiental de Impacto local• Programa Municipal de Educação Ambiental• Lei de Repasse do Fundo Municipal de Meio Ambiente

Para habilitar o IQSMMA, o município deverá apresentar resultado parcialmente implementado ou totalmente implementado nos indicadores que compõem os instrumentos de política ambiental municipal para Avaliação Qualitativa da Política Municipal de Meio Ambiente.

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Instrumentos de Gestão Ambiental Comprovado

Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos SólidosPlanos Municipais de Mata AtlânticaPlano Municipal de Saneamento BásicoPrograma Municipal de Educação AmbientalPrograma Municipal Ambiental de Impacto LocalLei de Repasse do Fundo Municipal de Meio Ambiente

Total do VA IQSMMA (%)

Parcialmente Implementado Totalmente Implementado

2%1%1%1%2%3%

0-10%

1%0,5%0,5%0,5%1%

1,50%

0-5%

Tabela 5 – Planos e Leis necessárias para o IQSMMA

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Outras mudanças implementadas pelo Decreto 46.884/19 referem-se às áreas protegidas. O Fator de Importância (FI) sofreu alterações, conforme tabela abaixo:

Pode-se observar que a Reserva Particular Patrimônio Natural foi mais valorizada passando de 3 para 4 pontos e a Área de Proteção Ambiental diminuiu de 2 para 1 devido o fator de importância.

Além disso, o Grau de Implementação (GI) agora pode ser zerado, na categoria “Não Implementada”. Também ocorreu ampliação dos instrumentos de Gestão das UCs, na composição do GI (A partir de agora serão contabilizados programas e projetos desenvolvidos nas Unidades de Conservação, de forma a estimular o uso público das UCs e ampliação da produção científica).

Em relação à Destinação de Resíduos Sólidos, destacam-se algumas alterações, descriminadas na tabela abaixo:

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Categorias

Reserva Biológica, Estação EcológicaParque, Reserva Particular P. NaturalMonumento Natural, Refúgio de Vida SilvestreÁrea de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva Desenvolvimento SustentávelÁrea de Proteção Ambiental

FI FI 46.884/19

5332

2

5432

1

Tabela 6 – Alterações no Fator de Importância relativo às categorias previstas no SNUC

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Diante dessa tabela, observa-se as alterações nos valores, principalmente, em relação ao “Aterro Sanitário Licenciado” e a inclusão de um novo tipo de destinação na avaliação “Unidade de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos” com valor significativo.

Ainda houve mudança em relação à Remediação dos Vazadouros (RV), em que ocorreu a remoção do estágio “remediado, com captação e queima de gases”, sendo agora o estágio “remediado” o de maior pontuação, de acordo com a tabela abaixo:

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Tabela 7 – Alterações nos fatores de tipo de destinação

Tipo de Destinação

Vazadouro/LixãoVazadouro em Remediação com Operação Concomitante licenciado, com tratamento de percolado e/ou com captação e queima de gasesAterro Sanitário LicenciadoCoprocessamentoUnidade de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos

Fator Base de Avaliação43.284/11

Fator Base de Avaliação(TD) 46.884/19

01

1,55-

03

859

(*) Ao fator base de avaliação de Aterro Sanitário, e somente para municípios que dispõem seu resíduo em aterros sanitários, deve-se consi-derar os Fatores Adicionais de Gestão de Aterros e sanitários (FA) existentes, de acordo com essa tabela.

*

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Para os Fatores Adicionais de Gestão de Aterro Sanitário (FA), o Tratamento de Percolado foi dividido em três níveis com pontuações distintas. Sendo eles: tratamento primário (+2); tratamento secundário (+3); tratamento terciário (+7). No Decreto 44.543/13, o Tratamento de Percolado pontuava apenas “+2”, independentemente do nível.

A única modificação para o IrTE, foi a criação do Relatório de Eficiência (RE), que consiste no percentual de carga orgânica removida pela Estação de Tratamento de Esgoto, conforme o percentual de eficiência da ETE. O valor do RE refere-se à pontuação final (Tabela 9) obtida para cada nível de tratamento (primário, secundário, emissário e terciário) e deverá ser calculado através da média das eficiências das Estações de Tratamento de cada nível. Para os emissários submarinos e as ETEs com emissário submarino o índice RE possuirá o valor de 10.

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Estágio de Remediaçãodos Vazadouros

Não remediadoEm remediação com licença ambientalRemediadoRemediado, com captação e queima de gases

Fator de AvaliaçãoLei nº 5.100/2007

Fator de AvaliaçãoDecreto 46.884/199

0123

013-

Percentual de Eficiência da ETE (ER)

Menor que 80%Maior que 80% e menor que 90%Maior que 90% e menor de 100%

Relatório de Eficiência (RE)

08

10

Tabela 8 – Alterações relativas ao estágio de remediação dos vazadouros

Tabela 9 – Pontuações do Relatório de Eficiência (RE)

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ConclusãoDessa forma, esta configuração permite ao estado impulsionar as prefeituras a promoverem uma melhoria

contínua na gestão ambiental, na destinação resíduos sólidos urbanos, na coleta e tratamento de esgoto, na qualidade ambiental dos recursos hídricos, e na criação e implementação de áreas protegidas. Assim, os municípios poderão promover a conservação ambiental, impactando diretamente na qualidade de vida da sua população, e consequentemente, melhores resultados nos indicadores avaliados pelo ICMS Ecológico.

Nestes 10 anos de vigência o ICMS Ecológico, se consolida como uma política pública extremamente exitosa e que trouxe para o estado do Rio de Janeiro um banco de dados excepcional para auxiliar a tomada de decisão dos gestores públicos, além de proporcionar dar cada vez mais transparência e previsibilidade sobre as ações municipais, para a sociedade civil e organizações. Os desafios são enormes, e o ICMS Ecológico se apresenta cada vez mais como um parceiro estratégico das administrações públicas municipais, rumo ao desenvolvimento sustentável (SEAS, 2020).

A Fundação CEPERJ, tendo sob sua responsabilidade o provimento de dados e informações sobre a realidade do estado nas áreas física, econômica, social, demográfica e ambiental, alimenta órgãos do governo estadual, prefeituras fluminenses, empresas, organizações não-governamentais, universidades, imprensa e, sobretudo, a população fluminense ajudando na aferição de resultados e trabalhando incansavelmente no aprimoramento de políticas públicas para o estado do Rio de Janeiro.

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Referências BibliográficasBRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7404.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

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BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm>. Acesso em: 27 de maio 2020.

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Referências Bibliográficas

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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução CONAMA Nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf>. Acesso em: 27 de maio 2020.

RIO DE JANEIRO. Lei nº 4191, de 30 de setembro de 2003. Dispõe sobre a Política Estadual De Resíduos Sólidos e dá outras providências. Disponível em: < http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/cf0ea9e43f8af64e83256db300647e83?OpenDocument>. Acesso em: 27 de maio 2020.

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RIO DE JANEIRO. 1996. Lei Estadual nº 2.664, de 27 de Dezembro de 1996. Dispõe sobre a distribuição aos municípios de parcela de 25% do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação- ICMS. Disponível em: <http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/f25edae7e64db53b032564fe005262ef/d59484fb516c0f13032564fb005eec2f?OpenDocument>. Acesso em: 27 de maio 2020.

RIO DE JANEIRO. Lei Estadual nº 5.100, de 4 de Outubro de 2007. Altera a lei que trata da repartição aos municípios da parcela de 25% do produto da arrecadação do ICMS, incluindo o critério de conservação ambiental. Disponível em: < http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/0/edd5f699377a00078325736b006d4012?OpenDocument> . Acesso em: 27 de maio 2020.

RIO DE JANEIRO. Decreto Estadual nº 41.844, de 4 de Maio de 2009. Estabelece definições técnicas para a alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico. Disponível em: < https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=325669>. Acesso em: 27 de maio 2020.

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RIO DE JANEIRO. Decreto nº 43.284 de 10 de novembro de 2011. Estabelece os requisitos para atendimento o art. 3º, inciso IV, da lei nº 5.100/2007, que inclui a guarda ambiental municipal como um dos requisitos básicos do sistema municipal de meio ambiente para efeito de repartição do ICMS Ecológico e altera o anexo III do decreto 41.844/2009, que dispõe sobre o cálculo dos índices relativos à gestão dos resíduos sólidos. Disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/diarios/32231761/doerj-poder-executivo-11-11-2011-pg-1>. Acesso em: 27 de maio 2020.

RIO DE JANEIRO. Decreto Estadual nº. 44.543, de 27 de dezembro de 2013. Altera o Anexo III do Decreto 41.844/2009 que dispõe sobre cálculo dos índices relativos à Gestão dos Resíduos Sólidos se revoga o artigo 2º do Decreto nº. 43.284, de 10 de novembro de 2011. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 46.645 de 26 de abril de 2019. Estabelece definições técnicas para alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico. Disponível em: <http://w w w . f a z e n d a . r j . g o v . b r / s e f a z / f a c e s / o r a c l e / w e b c e n t e r / p o r t a l a p p / p a g e s / n a v i g a t i o n - r e n d e r e r . j s p x ? _afrLoop=9095139643762330&datasource=UCMServer%23dDocName%3AWCC33481473000&_adf.ctrl-state=l1lmdakaj_9>. Acesso em: 27 de maio 2020.

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 46.884 de 19 de dezembro de 2019. Estabelece definições técnicas para alocação do percentual a ser distribuído aos municípios em função do ICMS Ecológico. Disponível em:< http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/content/conn/UCMServer/path/Contribution%20Folders/site_fazenda/legislacao/tributaria/decretos/2019/DECRETO%20N%C2%BA%2046884%20DE%2019%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202019.htm>. Acesso em: 29 de maio de 2019.

SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE - SEAS. 2020. Nota técnica – ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro 2020.106 p.

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Referências Bibliográficas

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