32
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03) (Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação) VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp) Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium Professor de Preparatórios para Concursos Públicos Coordenador do www.conteudojuridico.com.br Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF [email protected] LEI N o 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas Sinarm, define crimes e dá outras providências. 1. Antecedentes sobre Arma de fogo. Lei de Contravenções Penais – Decreto 3.688/41 prevê nos seus arts. 18 e 19, atos contravencionais relacionados ao fabrico e ao porte de arma e munição, incluindo a arma de fogo, que foi derrogado pela Lei n. 9.437/90, vigorando apenas para arma branca. Lei n. 9.437/97 - Instituiu o Sistema Nacional de Armas - SINARM, estabeleceu condições para o registro e para o porte de arma de fogo, definiu crimes e foi revogado pela Lei n. 10.826/2003. Objetivo do Estatuto originariamente: a) diminuir o número de arma de fogo no país, desarmando a população; b) proibir a comercialização de arma de fogo no Brasil (art. 35), cujo resultado do referendo que se deu em 23 de outubro de 2005, foi no sentido de não proibir a comercialização de arma no Brasil. c) recolher e registrar todas as armas de fogo no Brasil. 2. Classificação das armas e conceitos gerais a) Armas próprias: são aquelas fabricadas com potencialidade de ataque e defesa, como é o caso do revólver, espingarda, espada, punhal. b) Armas impróprias: são instrumentos de utilização doméstica, agrícola, industrial ou esportiva que, eventualmente, se prestam a ofender a integridade física de uma pessoa, seja para defesa ou para agressão,

ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 · O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

(Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação)

VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp)

Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium

Professor de Preparatórios para Concursos Públicos Coordenador do www.conteudojuridico.com.br

Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF

Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF

Ex-policial militar do DF [email protected]

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.

1. Antecedentes sobre Arma de fogo.

• Lei de Contravenções Penais – Decreto 3.688/41 prevê nos seus arts. 18 e 19, atos contravencionais relacionados ao fabrico e ao porte de arma e munição, incluindo a arma de fogo, que foi derrogado pela Lei n. 9.437/90, vigorando apenas para arma branca.

• Lei n. 9.437/97 - Instituiu o Sistema Nacional de Armas - SINARM, estabeleceu condições para o registro e para o porte de arma de fogo, definiu crimes e foi revogado pela Lei n. 10.826/2003.

• Objetivo do Estatuto originariamente: a) diminuir o número de arma de fogo no país, desarmando a população; b) proibir a comercialização de arma de fogo no Brasil (art. 35), cujo resultado do referendo que se deu em 23 de outubro de 2005, foi no sentido de não proibir a comercialização de arma no Brasil. c) recolher e registrar todas as armas de fogo no Brasil.

2. Classificação das armas e conceitos gerais

a) Armas próprias: são aquelas fabricadas com potencialidade de ataque e defesa, como é o caso do revólver, espingarda, espada, punhal.

b) Armas impróprias: são instrumentos de utilização doméstica, agrícola, industrial ou esportiva que, eventualmente, se prestam a ofender a integridade física de uma pessoa, seja para defesa ou para agressão,

Page 2: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

ex.: faca de cozinha, foice, machado, bastão de beisebol, pedaço de ferro, chave de roda, etc.

c) Arma de brinquedo: simulacro de arma de fogo era previsto como crime na Lei n. 9.437/97, punido com pena de 1 a 2 anos e multa, conduta equiparada ao porte ilegal de arma de fogo, o que justificava a existência da revogada súmula 174 do STJ, que previa “no crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena”.

d) Arma de fogo: é aquela que arremessa projeteis a partir da força expansiva de gazes que são geradas pela combustão de um propelente confinada em uma câmara.

e) Munição: artefato completo pronto para disparar. f) Acessório: qualquer artefato que melhore o desempenho de uma arma

de fogo, tais como luneta, empunhaduras especiais, miras laser e etc.

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

3. Circunscrição do SINARM

Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

O SINARM foi mantido pelo Estatuto do Desarmamento, que através do seu regulamente, Decreto n.º 5.123/2004 criou o SIGMA – Sistema de Gerenciamento Militar de Armas.

Ambos registram (cadastram) as armas de fogo existente no Brasil, o SINARM registra as armas de fogo dos particulares e as armas civis e vincula-se ao Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal. Já o SIGMA, criado no âmbito do Ministério da Defesa, sob a execução do Comando Militar do Exercito, fica responsável pelo registro das armas de fogo das forças armadas, colecionadores, dos competidores (art. 9º), além das armas obsoletas, cujo registro é facultativo.

4. Competência do SINARM

Art. 2 º Ao SINARM compete: I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro; II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País; III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as

Page 3: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores; V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo; VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade; IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante; XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta. Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

5. Obrigatoriedade do Registro de arma de fogo

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

O Decreto n.º 5.123/2004, em seu art. 11, define como armas de uso restrito aquelas de uso exclusivo das Forças armadas, aquelas utilizadas por instituições de segurança pública, bem como, as de pessoas, físicas ou jurídicas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica, sendo certo que o art. 16, do Decreto n.º 3.665/2000, contempla quais são as armas consideradas de uso restrito (R 105 – Regulamento de produtos controlados, onde vamos achar a lista completa de armas de fogo permitida ou restrita). Art. 16. São de uso restrito ou proibido: III - armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto; IV - armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum; V - armas de fogo automáticas de qualquer calibre;

Page 4: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

XXI - veículos blindados de emprego civil ou militar. Art. 17. São de uso permitido: I - armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto;

6. Aquisição de Arma de Fogo

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. § 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo, após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização. § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm. § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. § 7º O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.

Page 5: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

7. Do Registro de Arma de Fogo

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm. § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo. § 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo pela Lei nº 11.922, 13 abril de 2009) § 4 º Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

8. Proibição e o Porte Funcional de arma de fogo

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

Page 6: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;

Art. 144 CF: (I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares).

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, (deputados e polícia da Câmara) e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;(senadores e polícia do Senado) VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei; IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental. X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

Quanto ao porte funcional, além das pessoas elencadas no art. 6º do Estatuto do Desarmamento, temos como exemplo o porte funcional de magistrados (Lei Complementar n. 35/79, art. 33, V), o porte dos membros do Ministério Público (Lei n. 8.625/93, art. 42) e Lei Complementar n. 75/93, no seu artigo 18, senão vejamos:

Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: [...] V - portar arma de defesa pessoal. Art. 42. Os membros do Ministério Público terão carteira funcional, expedida na forma da Lei Orgânica, valendo em todo o território nacional como cédula de identidade, e porte de arma, independentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização. Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União: I - institucionais: [...] e) o porte de arma, independentemente de autorização;

§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela

Page 7: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) § 1 º - A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) § 2 º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) § 3 º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004). § 4 º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.

§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - documento de identificação pessoal; II - comprovante de residência em área rural; e III - atestado de bons antecedentes.

§ 6 o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Page 8: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.

§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo. § 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm. Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei. Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

9. Porte Particular de arma de fogo

Com o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826) passamos a ter dois tipos de porte de arma de fogo não funcional: a) o porte de arma de fogo de uso permitido, cuja emissão se dá pelo Departamento da Polícia Federal; b) o porte de trânsito de arma de fogo, de competência do Comando do Exército para sua emissão. Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

Page 9: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas. Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos: I – ao registro de arma de fogo; II – à renovação de registro de arma de fogo; III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; V – à renovação de porte de arma de fogo; VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo. § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. § 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) § 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) § 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Page 10: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Objetividade Jurídica: tutela a incolumidade pública (livrar de perigo, a lei quer garantir e preservar o estado de segurança, integridade corporal, vida, saúde e patrimônio da pessoa humana). Crime de perigo abstrato ou presumido: aquele que dispensa a demonstração efetiva de que a vítima ficou exposta a uma situação concreta de risco. Competência para julgamento: Justiça comum, exceto o crime do art. 18 (tráfico internacional de armas), que por envolver o interesse na fiscalização de fronteiras, há interesse da união. Sobre competência, já decidiu o STJ.

STJ - Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Sistema Nacional de Armas. Lei nº 10.826, de 2003. Competência (federal/estadual). 1. O Sistema instituído pela Lei nº 10.826 haveria mesmo de ser de cunho nacional ("circunscrição em todo o território nacional"). 2. Certamente que esse ato legislativo não remeteu à Justiça Federal toda a competência para as questões penais daí oriundas. 3. Quando não há ofensa direta aos bens, serviços e interesses a que se refere o art. 109, IV, da Constituição, não há como atribuir competência à Justiça Federal. 4. Caso de competência estadual. 5. Conflito conhecido e declarado competente o suscitado. (CC 45483/RJ, Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2004, DJ 09/02/2005 p. 183)

Objeto material: arma de fogo, acessórios e munição de uso permitido, restrito ou proibido, bem como artefatos explosivos e incendiários. Armas de uso permitido, restrito ou proibido: a) as armas de uso permitido são aquelas em que pessoas físicas ou jurídicas possam utilizar, nos termos da legislação legal e que estão elencadas no art. 17 do Decreto n.º 3.665/2000 (R. 105), ex.: revolver, pistola, garruchas, etc. b) as armas de uso restrito, são aquelas que somente podem ser usadas pelas forças armadas e alguns instituições de segurança e por pessoas físicas ou jurídicas devidamente habilitadas e autorizadas e encontram-se elencadas no art. 16 do R-105, ex.: metralhadoras, bazucas, granadas, pistolas de grosso calibre etc. c) arma de uso proibido, são aquelas que só podem ser usadas pelas forças armadas, ex.: canhão, tanque de guerra, granadas exclusivas das forças armadas.

POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Page 11: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Conduta: “Possuir” ou “manter”. O crime do art. 12 encontrava-se “adormecido” até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista a previsão de registro da arma previsto no art. 30 da Lei, que sofreu sucessivas alterações, sendo a última delas pela Lei nº 11.922, 2009, em seu art. 20 – Abolitio Criminis Temporalis. • Elemento normativo do tipo: a autorização legal. • Elemento subjetivo do tipo: dolo. • Tentativa: não se admite. • A conduta caracteriza a permanência, ou seja, enquanto na posse de

arma de fogo, o autor estará sujeito à prisão em flagrante, autorizando a polícia a ingressar na sua residência, a qualquer hora do dia ou da noite para prendê-lo.

Tentativa: não é admissível, ou está na posse ou não está. Consumação: crime de mera conduta, de perigo abstrato, que se consuma com a simples posse ou manutenção da guarda do objeto material (arma de fogo, ou acessório ou munição de uso permitido). Norma penal em branco, tendo em vista o que dispõe o art. 23 do Estatuto. Arma restrita: se a posse for de arma restrita o crime é do art. 16 do Estatuto. Sujeito ativo: qualquer pessoa, a primeira parte do artigo e na última parte, o responsável legal ou proprietário da empresa; Sujeito passivo: a coletividade. Ação penal: incondicionada Suspensão Condicional do Processo e Fiança: comportável. Fiança: Art. 322 do CPP, com a redação dada pela Lei n. 12.403/11, dispõe sobre a possibilidade de concessão da fiança pela autoridade policial quando o crime possuir pena privativa de liberdade máxima de até 4 anos.

OMISSÃO DE CAUTELA

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

• Tentativa: não é cabível, por tratar-se de crime omissivo próprio. • Elemento subjetivo do tipo: culpa. Se houver dolo, as condutas

serão as do art. 14 ou 16, conforme a característica da arma. • Consumação: consuma-se com a omissão (negligência), com o

apoderamento da arma. Tem prevalecido o entendimento de ser necessário o apoderamento da arma pelo menor ou deficiente mental, para configurar o resultado culposo do agente (resultado material).

• Tentativa: não admite tentativa.

Page 12: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

• Conduta: omissiva própria. Perigo é presumido, bastando o apoderamento da arma devido a omissão de cautela.

• Sujeito ativo: possuidor ou proprietário da arma de fogo; • Sujeito passivo: a coletividade (crime contra a incolumidade

pública). • Lei n. 9099/95: crime de menor potencial ofensivo.

OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DE EXTRAVIO DE ARMA DE FOGO

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

• Sujeito ativo do § único: proprietário ou diretor responsável pela empresa de segurança e transporte de valores.

• Prazo de 24 horas: não é contado do momento do extravio da arma, mas sim, do conhecimento do extravio pelo proprietário ou diretor.

• Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: não registrar a ocorrência E não comunicar a Polícia

Federal.

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização E em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

• Conduta: são treze verbos, ou seja, trata-se de tipo penal misto alternativo, sendo que a realização de mais de um deles, importa em crime único.

• Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: com a prática de qualquer um dos verbos. • Tentativa: é admissível, embora de difícil configuração, ante a

multiplicidade de condutas incriminadas, ou seja, o inicio de execução de uma conduta poderá já restar consumada outra conduta.

• Elemento normativo: falta de autorização legal. • Porte de Arma de Fogo: É o documento, com validade de até 5

anos, que autoriza o cidadão a portar, transportar e trazer consigo uma arma de fogo, de forma discreta, fora das dependências de sua residência ou local de trabalho. O porte de arma de fogo tem natureza jurídica de autorização, sendo unilateral, precário e

Page 13: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

discricionário. Assim, não basta a apresentação dos documentos previstos em lei se o requerente não demonstrar sua necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física.

• Autonomia do crime de porte ilegal de arma de fogo: apesar de tratar-se de crime autônomo, vem prevalecendo na jurisprudência o princípio da consunção, ou seja, nos casos de roubo ou homicídio, prevalece o delito mais grave (o roubo ou o homicídio). No caso de roubo tentado com a utilização de arma de fogo de uso restrito (art. 16), a consunção se mostra injusta, visto que o crime tentado de roubo certamente terá uma pena inferior à prevista para o crime do artigo 16 do Estatuto do Desarmamento.

• Legítima defesa e porte ilegal de arma de fogo: aquele que repele injusta agressão, atual ou iminente, contra si ou contra terceiro, usando moderadamente de uma arma de fogo, provocando homicídio ou lesões corporais, será beneficiado pela legitima defesa em relação ao resultado, mas em relação ao crime de porte ilegal de arma, não haverá legítima defesa, considerando que a objetividade jurídica é diversa e o momento consumativo também (autonomia dos delitos).

• Porte de mais de uma arma de fogo: crime único. • Posse + Porte ilegal de arma: o porte absorve a posse. • Princípio da insignificância e porte de munição: o STF já

entendeu pela não aplicação do princípio da insignificância no caso de porte de três munições de origem estrangeira (HC 97777/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.10.2010).

• STF - Porte ilegal de arma de fogo e ausência de munição. Em conclusão, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus no qual denunciado pela suposta prática do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido pleiteava o trancamento de ação penal — v. Informativos 601 e 612. Entendeu-se que, após a entrada em vigor da Lei 10.826/2003, a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a referida lei, além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do crime sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da redação do art. 14 daquele diploma legal. Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por entender destituída de tipicidade penal a conduta imputada ao paciente. HC 96759/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa, 28.2.2012. O STF mudou o seu posicionamento visto que no HC 81057/SP, entendeu que arma sem munição não é apta a caracterizar o porte de arma de fogo.

• STJ - Arma de fogo desmuniciada. Tipicidade. A Turma, acompanhando recente assentada, quando do julgamento, por maioria, do REsp 1.193.805-SP, manteve o entendimento de que o porte ilegal de arma de fogo é crime de perigo abstrato, cuja consumação se caracteriza pelo simples ato de alguém levar consigo arma de fogo sem autorização ou em desacordo com determinação legal – sendo irrelevante a demonstração de efetivo caráter ofensivo. Isso porque, nos termos do disposto no art. 16, parágrafo único, IV,

Page 14: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

da Lei n. 10.826/2003, o legislador teve como objetivo proteger a incolumidade pública, transcendendo a mera proteção à incolumidade pessoal, bastando, assim, para a configuração do delito em discussão a probabilidade de dano, e não sua ocorrência. Segundo se observou, a lei antecipa a punição para o ato de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo penal preventivo, que busca minimizar o risco de comportamentos que vêm produzindo efeitos danosos à sociedade, na tentativa de garantir aos cidadãos o exercício do direito à segurança e à própria vida. Conclui-se, assim, ser irrelevante aferir a eficácia da arma para a configuração do tipo penal, que é misto-alternativo, em que se consubstanciam, justamente, as condutas que o legislador entendeu por bem prevenir, seja ela o simples porte de munição ou mesmo o porte de arma desmuniciada. Relativamente ao regime inicial de cumprimento da pena, reputou-se mais adequada ao caso a fixação do semiaberto; pois, apesar da reincidência do paciente, a pena-base foi fixada no mínimo legal – três anos – aplicação direta da Súm. n. 269/STJ. HC 211.823-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/3/2012.

• STJ - Arma desmuniciada. Uso permitido. Atipicidade: Conforme o juízo de primeiro grau, a paciente foi presa em flagrante quando trazia consigo uma arma de fogo calibre 22 desmuniciada que, periciada, demonstrou estar apta a realizar disparos. A Turma [...] absolveu a paciente em relação à acusação que lhe é dirigida por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, por entender que o fato de a arma de fogo estar desmuniciada afasta a tipicidade da conduta, conforme reiterada jurisprudência da Sexta Turma. Precedentes citados do STF: RHC 81.057-SP, DJ 29/4/2005; HC 99.449-MG, DJe 11/2/2010; do STJ: HC 76.998-MS, DJe 22/2/2010, e HC 70.544-RJ, DJe 3/8/2009. HC 124.907-MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 6/9/2011.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. [Inconstitucionalidade deste parágrafo único !!! - (Vide Adin 3112-1)]

Fiança: Art. 322 do CPP, com a redação dada pela Lei n. 12.403/11, dispõe sobre a possibilidade de concessão da fiança pela autoridade policial quando o crime possuir pena privativa de liberdade máxima de até 4 anos.

ADIN 3112 -1 [...] IV - A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" e de "disparo de arma de fogo", mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade. V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão pela

Page 15: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

autoridade judiciária competente.[...] VI - Identificação das armas e munições, de modo a permitir o rastreamento dos respectivos fabricantes e adquirentes, medida que não se mostra irrazoável. VII - A idade mínima para aquisição de arma de fogo pode ser estabelecida por meio de lei ordinária, como se tem admitido em outras hipóteses. IX - Ação julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do artigo 21 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003. (ADI 3112, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 02/05/2007, DJe-131 DIVULG 25-10-2007 PUBLIC 26-10-2007 DJ 26-10-2007 PP-00028 EMENT VOL-02295-03 PP-00386)

DISPARO DE ARMA DE FOGO

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. [Inconstitucionalidade deste parágrafo único !!! - (Vide Adin 3112-1)]

• Crime subsidiário: admitindo expressamente o princípio da absorção. Trata-se de crime de mera conduta e de perigo abstrato (presumido), consumando-se independentemente da comprovação do risco.

• Consumação: com o disparo da arma ou com o acionamento de munição (uso permitido ou restrito).

• Tentativa: não é cabível. • Elemento subjetivo: dolo. • Disparo de arma + lesão leve: segundo a Lei, aplica-se apenas o

crime de lesão leve (crime menos grave?). • Porte de arma de uso permitido + Disparo: o disparo absorve o

porte, ou seja, haverá apenas o crime do art. 15. No caso de arma de uso restrito (art. 16)?

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade, o Estado. • Objeto material: a arma de fogo, a munição. • Elemento subjetivo: dolo genérico. • Fiança: Art. 322 do CPP, com a redação dada pela Lei n. 12.403/11,

dispõe sobre a possibilidade de concessão da fiança pela autoridade policial quando o crime possuir pena privativa de liberdade máxima de até 4 anos.

POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO

Page 16: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

• Condutas: são quatorze verbos, ou seja, trata-se de tipo penal misto alternativo, sendo que a realização de mais de um deles, importa em crime único.

• Elemento subjetivo: dolo. • Elemento normativo: sem autorização E em desacordo com

determinação legal ou regulamentar. • Objeto material: arma, munição ou acessório de uso restrito ou

proibido. • STJ - Crime único. Guarda. Munição: O crime de manter sob a

guarda munição de uso permitido e de uso proibido caracteriza-se como crime único, quando houver unicidade de contexto, porque há uma única ação, com lesão de um único bem jurídico, a segurança coletiva, e não concurso formal, como entendeu o tribunal estadual. Precedente citado: HC 106.233-SP, DJe 3/8/2009. HC 148.349-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/11/2011.

• Fiança: O art. 21 do Estatuto foi declarado inconstitucional ( ADIN 3112-1). No entanto não é cabível fiança na esfera policial, considerando que a pena máxima é superior a 04 anos, mas é cabível fiança judicial.

Page 17: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

FIGURAS EQUIPARADAS

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

• As figuras equiparadas são aplicadas às armas de fogo de uso permitido, restrito ou proibidas.

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização OU em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

• Derrogação do art. 242 do ECA, quando se tratar de arma de fogo, acessório, munição e explosivo.

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

• Condutas: são quatorze verbos, ou seja, trata-se de tipo penal misto alternativo, sendo que a realização de mais de um deles, importa em crime único.

Page 18: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

• Sujeito ativo: crime próprio, praticado por comerciante regular ou não.

• Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. • Elemento normativo: falta de autorização legal. • Causa de aumento de pena: se o comercio for de arma, acessório

ou munição de uso permitido a pena é de 4 a 8 anos, se for de uso restrito ou proibido, a Lei prevê no Art. 19 uma causa de aumento de pena da metade.

• Fiança: O art. 21 do Estatuto foi declarado inconstitucional ( ADIN 3112-1). No entanto não é cabível fiança na esfera policial, considerando que a pena máxima é superior a 04 anos, mas é cabível fiança judicial.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

• Competência é da Justiça Federal. • A qualquer título: para vender, para usar, para presentear, etc. • Consumação: com a entrada ou saída do território nacional. • Contrabando art. 334 do CP e facilitação ao contrabando art. 318

do CP: fica absorvido pelo art. 18 desta Lei. • Causa de aumento de pena: se a importação/exportação/facilitação

for de arma, acessório ou munição de uso permitido a pena é de 4 a 8 anos, se for de uso restrito ou proibido, a Lei prevê no Art. 19 uma causa de aumento de pena da metade.

• Fiança: O art. 21 do Estatuto foi declarado inconstitucional ( ADIN 3112-1). No entanto não é cabível fiança na esfera policial, considerando que a pena máxima é superior a 04 anos, mas é cabível fiança judicial.

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.

• Ex.: policiais, vigilantes, atirador de um clube desportivo.

Page 19: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

• Inconstitucionalidade deste artigo 21 (Vide Adin 3112-1) ADIN 3112 -1 [...] IV - A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" e de "disparo de arma de fogo", mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade. V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade judiciária competente. [...] IX - Ação julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do artigo 21 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003. (ADI 3112, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 02/05/2007, DJe-131 DIVULG 25-10-2007 PUBLIC 26-10-2007 DJ 26-10-2007 PP-00028 EMENT VOL-02295-03 PP-00386)

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Antes da Lei 11.706/2008, as armas apreendidas não poderiam ser doadas, apenas destruídas pelo comando militar do Exercito.

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Page 20: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)

Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo de fabricação nacional, de uso permitido e não registradas, deverão solicitar o seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, apresentando nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário. (Redação dada pela Medida Provisória nº 417, de 2008)

Parágrafo único. Os possuidores e proprietários de armas de fogo de procedência estrangeira, de uso permitido, fabricadas anteriormente ao ano de 1997, poderão solicitar o seu registro no prazo e condições estabelecidos no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 417, de 2008)

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo até 31/12/2009, segundo o art. 20 da Lei nº 11.922, 13 abril de 2009)

Abolitio criminis Temporalis para posse de arma de fogo de uso restrito: período de 23 de dezembro de 2003 a 23 de junho de 2005 (Vide Lei nº 11.118, de 2005), a abolitio criminis temporalis valia para a posse de arma de fogo de uso permitido e também restrito ou proibido.

Abolitio criminis Temporalis para posse de arma de fogo de uso permitido: período de 23 de dezembro de 2003 até 31.12.2009, em face da redação da Lei n. 11.922/09.

Page 21: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

Obs.: no caso de arma de fogo com a numeração suprimida ou raspada, não se aplicava a abolitio criminis temporalis, visto que não eram passiveis de registro, de forma que estava caracterizado o crime do parágrafo único do art. 16.

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

O prazo do art. 32, com a redação dada pela Lei n. 11.706/2008, agora é indeterminado, significando dizer que aquele que após o prazo quiser procurar o DPF, espontaneamente, para entregar eventual arma de fogo de uso restrito ou não, poderá fazê-lo, devendo solicitar autorização para levá-la ao DPF (guia de tráfego), ficando o crime de posse ilegal de arma de fogo, extinto com a entrega da referida arma.

No entanto se a arma for apreendida na residência antes da entrega ao DPF, caracterizar-se-á o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 ou 16, conforme o tipo de arma), não podendo o possuidor ou proprietário alegar que iria entregá-la ao DPF, pois quebra a espontaneidade expressa no art. 32 da Lei.

RHC 18722 / SP – STJ. I. A Lei nº 10.826/03, ao estabelecer o prazo de 180 dias para que os possuidores e proprietários de armas de fogo sem registro regularizassem a situação ou as entregassem à Polícia Federal, criou uma situação peculiar, pois, durante esse período, a conduta de possuir arma de fogo deixou de ser considerada típica. II Não se evidencia o sustentado fenômeno da “vacatio legis” indireta – assim descrita na doutrina – criada pelo legislador em relação ao crime de porte ilegal de arma de fogo, praticado na vigência do atual Estatuto do Desarmamento. III. Sendo improcedente o argumento segundo o qual teria ocorrido “abolitio criminis temporalis” da conduta de portar ilegalmente arma de fogo, praticada

Page 22: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

sob a égide da Lei nº 10.826/03, pois verificado, na hipótese, o princípio da continuidade normativa típica, torna-se inviável a extinção da punibilidade do recorrente por ter incorrido no delito previsto no art. 10 da Lei nº 9.437/97.

STJ - HC 89997 / SP (Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA – 5ª Turma, DJe 01/09/2008). 2007/0209461-4 [...] 2. O prazo concedido nos arts. 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento para que possuidores e proprietários de arma de fogo regularizem a situação, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, por meio do registro ou entrega da arma à Polícia Federal, restringe-se às hipóteses de posse de arma, previstas nos arts. 12 e 16 da Lei 10.826/03, que não se confunde com o porte. Precedentes do STJ.

HC 90263 / RS – STJ 07/02/2008. HABEAS CORPUS. POSSE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO (ART. 16, PARÁG. ÚNICO, IV DA LEI 10.823/03). ATIPICIDADE DA CONDUTA. FLAGRANTE OCORRIDO DURANTE O PERÍODO DA VACATIO LEGIS ESTABELECIDO PELOS ARTS. 30, 31 E 32 DA LEI DE ARMAS, PRORROGADO PELAS LEIS 10.884/04, 11.118/05 11.191/05. ORDEM CONCEDIDA. 1. Merece ser reconhecida a atipicidade momentânea da conduta de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, em razão de ter sido praticada em 03.07.05, durante o período da vacatio legis estabelecida pelos arts. 30, 31 e 32 da Lei 10.826/03, prorrogado pelas Leis 10.884/04, 11.118/05 11.191/05. Precedentes do STJ. 2. Ordem concedida para, com fundamento no art. 386, III, do Código de Processo Penal, absolver o paciente da prática do crime tipificado no art. 16, parág. único, IV da Lei 10.826/03, em consonância com o parecer ministerial.

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei: I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança; II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.

Page 23: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

JURISPRUDENCIAS SOBRE O TEMA

STF - EMENTA: Arma de fogo: porte consigo de arma de fogo, no entanto, desmuniciada e sem que o agente tivesse, nas circunstâncias, a pronta disponibilidade de munição: inteligência do art. 10 da L. 9437/97: atipicidade do fato: 1. Para a teoria moderna - que dá realce primacial aos princípios da necessidade da incriminação e da lesividade do fato criminoso - o cuidar-se de crime de mera conduta - no sentido de não se exigir à sua configuração um resultado material exterior à ação - não implica admitir sua existência independentemente de lesão efetiva ou potencial ao bem jurídico tutelado pela incriminação da hipótese de fato. 2. É raciocínio que se funda em axiomas da moderna teoria geral do Direito Penal; para o seu acolhimento, convém frisar, não é necessário, de logo, acatar a tese mais radical que erige a exigência da ofensividade a limitação de raiz constitucional ao legislador, de forma a proscrever a legitimidade da criação por lei de crimes de perigo abstrato ou presumido: basta, por ora, aceitá-los como princípios gerais contemporâneos da interpretação da lei penal, que hão de prevalecer sempre que a regra incriminadora os comporte. 3. Na figura criminal cogitada, os princípios bastam, de logo, para elidir a incriminação do porte da arma de fogo inidônea para a produção de disparos: aqui, falta à incriminação da conduta o objeto material do tipo. 4. Não importa que a arma verdadeira, mas incapaz de disparar, ou a arma de brinquedo possam servir de instrumento de intimidação para a prática de outros crimes, particularmente, os comissíveis mediante ameaça - pois é certo que, como tal, também se podem utilizar outros objetos - da faca à pedra e ao caco de vidro -, cujo porte não constitui crime autônomo e cuja utilização não se erigiu em causa especial de aumento de pena. 5. No porte de arma de fogo desmuniciada, é preciso distinguir duas situações,

Page 24: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

à luz do princípio de disponibilidade: (1) se o agente traz consigo a arma desmuniciada, mas tem a munição adequada à mão, de modo a viabilizar sem demora significativa o municiamento e, em conseqüência, o eventual disparo, tem-se arma disponível e o fato realiza o tipo; (2) ao contrário, se a munição não existe ou está em lugar inacessível de imediato, não há a imprescindível disponibilidade da arma de fogo, como tal - isto é, como artefato idôneo a produzir disparo - e, por isso, não se realiza a figura típica. (RHC 81057, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 25/05/2004, DJ 29-04-2005 PP-00030 EMENT VOL-02189-02 PP-00257 RTJ VOL-00193-03 PP-00984) STF - EMENTA: HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA COM MUNIÇÕES. INIDONEIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. APTIDÃO PARA PRODUZIR DISPAROS ATESTADA EM PERÍCIA, DE ACORDO COM A SENTENÇA CONDENATÓRIA. ORDEM DENEGADA. 1. O porte de arma municiada com dois cartuchos, com aptidão para produzir disparos, preenche os elementos típicos do art. 14 da Lei n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). 2. O fato de a arma não estar em perfeitas condições de funcionamento não é suficiente para afastar a tipicidade material da conduta, tendo em vista a aptidão para produzir disparos atestada pela perícia. 3. Ordem denegada. (HC 93816, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 06/05/2008, DJe-142 DIVULG 31-07-2008 PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-05 PP-00879)

STJ - HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ATIPICIDADE. ARMA DESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA. 1. O desmuniciamento da arma não conduz à atipicidade da conduta, bastando, como basta, para a caracterização do delito, o porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 2. A objetividade jurídica, in casu, é a segurança, que se desdobra em níveis e comporta lesão. 3. É que, nos tipos mistos alternativos, excluídos os casos de atipicidade absoluta, as ações que o integram não devem ser interpretadas isoladamente, não havendo como exigir-se o municiamento da arma de fogo, se o ilícito se caracteriza só com o porte de munição. 4. Ordem denegada. (HC 95134/RJ, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 27/03/2008, DJe 04/08/2008) _________________________________________________________ STJ - LEI 10.826/03. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. FLAGRANTE OCORRIDO EM 28/2/07. TIPICIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. A segurança coletiva é o objeto jurídico imediato dos tipos penais compreendidos entre os arts. 12 e 18 da Lei 10.826/03, com os quais visa o legislador, mediatamente, proteger a vida, a integridade física, a saúde, o patrimônio, entre outros bem jurídicos fundamentais. 2. Consoante o firme entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, tais crimes são de perigo abstrato, do que se conclui ser

Page 25: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

presumida a ofensividade da conduta ao bem jurídico tutelado. 3. As condutas descritas no art. 16, parágrafo único e incisos, da Lei 10.826/03 (posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, dentre outras) flagradas após 23/10/05 não estão acobertadas pela hipótese de "atipicidade momentânea", razão pela qual o prazo do art. 30 da Lei 10.826/03, com redação dada pela Lei 11.706/08, a elas não se refere. 5. Ordem denegada. (HC 120.957/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 27/04/2009, DJe 25/05/2009)

HABEAS CORPUS. ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS EM CONTINUIDADE DELITIVA E POSSE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. DELITOS AUTÔNOMOS. POSSE DA ARMA. PERÍODO DA VACATIO LEGIS. ATIPICIDADE TEMPORÁRIA DA CONDUTA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. PARECER DO MPF PELA CONCESSÃO DA ORDEM. ORDEM DENEGADA. HC CONCEDIDO, DE OFÍCIO, TÃO-SÓ E APENAS PARA ABSOLVER O PACIENTE TÃO-SÓ DA IMPUTAÇÃO REFERENTE AO CRIME DE POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO, MANTIDO, NO MAIS, O ACÓRDÃO CONDENATÓRIO. 1. O princípio da consunção em relação aos crimes de roubo e de posse de arma somente pode ser aplicado quando este último é utilizado como meio para a prática daquele; todavia, se após a prática do roubo, o agente permanece na posse da arma, sendo preso em outro dia e horário, resta caracterizada a autonomia desta conduta em relação ao roubo, merecendo ser punido por ambos os crimes. 2. Constata-se, todavia, que a prisão do paciente ocorreu durante o período conferido pelo art. 30 da Lei 10.826/03 para que os possuidores ou proprietários de armas de fogo sem registro regularizassem a situação ou as entregassem à Polícia Federal. Nesses casos, firmou-se o entendimento nesta Corte de que a conduta de possuir arma de fogo, pela qual foi o paciente condenado, tornou-se atípica, sendo irrelevante cuidar-se de arma de uso restrito ou com numeração raspada, pois o Estatuto do Desarmamento conferiu ao possuidor da arma a possibilidade de sua regularização ou de entrega à Polícia Federal. 3. Parecer do MPF pela concessão da ordem, para reconhecimento do princípio da consunção. 4. Ordem denegada. HC concedido, de ofício, tão-só e apenas para absolver o paciente da imputação referente ao crime de posse ilegal de arma de fogo, mantido, no mais, o acórdão condenatório. (HC 91.182/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 03/02/2009, DJe 09/03/2009)

STJ - HABEAS CORPUS. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E ROUBO. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. NÃO-INCIDÊNCIA NO CASO EM TELA. CRIMES AUTÔNOMOS. 1. Para aplicação do princípio da consunção pressupõe-se a existência de ilícitos penais que funcionam como fase de preparação ou de execução, ou como condutas, anteriores ou posteriores de outro delito mais grave. 2. A conduta de portar armas ilegalmente não pode ser absorvida pelo crime de roubo, quando resta evidenciada a existência de crimes autônomos,

Page 26: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

sem nexo de dependência entre as condutas ou subordinação, não incidindo, portanto, o princípio da consunção. 3. Ordem denegada. (HC 108232/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/08/2008, DJe 22/09/2008) _____________________________________________________

PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. RESISTÊNCIA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. CONSUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO. TRANCAMENTO. INOCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES QUE AUTORIZAM A MEDIDA. LIBERDADE PROVISÓRIA. VEDAÇÃO NO TEXTO CONSTITUCIONAL. I - Inviável o trancamento da ação quanto ao crime de porte ilegal de arma porquanto não evidenciado, de pronto, que o paciente não teria tido participação no delito. II - Embora seja admissível, não se revela possível, in casu, a aplicação do princípio da consunção, porquanto a conduta de portar a arma de um lado, e a tentativa de homicídio de outro, ao que se tem, decorrem de desígnios autônomos não se verificando a relação de meio-fim que autoriza a absorção de uma figura típica pela outra. III - Inviável, na via eleita, o aprofundado exame do material fático-probatório para verificar a configuração ou não do delito de resistência. IV - A teor da pacífica jurisprudência desta Corte, alinhada à do Pretório Excelso, é vedada a concessão de liberdade provisória aos acusados da prática de crimes hediondos. Ordem denegada. (HC 101.127/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/10/2008, DJe 10/11/2008) _________________________________________________________

STF - E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - PORTE DE ARMA DE FOGO - CONCURSO MATERIAL COM O DELITO DE QUADRILHA ARMADA (CP, ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO) - CRIMES QUE POSSUEM AUTONOMIA JURÍDICA - INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA OU DE SUBORDINAÇÃO ENTRE TAIS ESPÉCIES DELITUOSAS - INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - INOCORRÊNCIA DE CONFLITO APARENTE DE NORMAS - PEDIDO INDEFERIDO. - A prática dos delitos de quadrilha ou bando armado e de porte ilegal de armas faz instaurar típica hipótese caracterizadora de concurso material de crimes, eis que as infrações penais tipificadas no parágrafo único do art. 288 do Código Penal e no art. 10, § 2º, da Lei nº 9.437/97, por se revestirem de autonomia jurídica e por tutelarem bens jurídicos diversos (a paz pública, de um lado, e a incolumidade pública, de outro), impedem a aplicação, a tais ilícitos, do princípio da consunção ("major absorbet minorem"). (RHC 83447, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 17/02/2004, DJ 26-11-2004 PP-00035 EMENT VOL-02174-02 PP-00310 LEXSTF v. 27, n. 314, 2005, p. 321-336 RTJ VOL-00193-03 PP-01006)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Page 27: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

1) JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO - TJTO - 2007 - CESPE (Legislação Especial, questão 47). No que concerne às leis penais especiais, assinale a opção correta. (cód. Q04364)

a) Na hipótese de ação praticada por organização criminosa, o acusado envolvido na ação será apenas civilmente identificado e não deve ser submetido a identificação criminal, de acordo com direito garantido em regra geral da Constituição Federal. b) Nos crimes contra as relações de consumo, previstos na Lei n.º 8.137/1990, não se admite a modalidade culposa. c) Segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança, legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. d) Nos crimes contra a economia popular, a lei não admite a concessão de suspensão da pena quando o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções.

2) ESCRIVÃO DE POLÍCIA SUBSTITUTO - 2008 - PC/RN - CESPE (questão 87). Em relação às disposições da Lei n.º 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), assinale a opção correta. (cód. Q25851)

a) Será aplicada multa à empresa de produção ou comércio de armamentos que realizar publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas. b) Durante o prazo de que a população dispõe para entregá-la à Polícia Federal, o delito de posse de arma de fogo foi claramente abolido pela referida norma. c) É amplamente admissível a consideração da arma desmuniciada como majorante no delito de roubo, porquanto, ainda que desprovida de potencialidade lesiva, sua utilização é capaz de produzir temor maior à vítima. d) A utilização de arma de brinquedo durante um assalto acarreta a majoração, de um terço até metade, da pena eventualmente aplicada ao criminoso. e) É permitido o porte de arma de fogo aos integrantes das guardas municipais dos municípios com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos mil habitantes, mesmo fora de serviço.

3) DEFENSOR PÚBLICO - MS - 2008 - VUNESP (Questão 29). Com relação aos crimes definidos na Lei n.º 10.826/03, não admite a figura do artigo 14, II, do Código Penal, o de: (cód. Q20266)

a) omissão de cautela (art. 13, caput). b) comércio ilegal de arma de fogo (art. 17, caput). c) tráfico internacional de arma de fogo (art. 18). d) produzir munição sem autorização legal (art. 16, parágrafo único, VI). 4) JUIZ DE DIREITO - DF - 2005 - TJDFT - Própria (Penal, questão 74). Tício é flagrado, em via pública, portando uma arma de fogo de uso permitido, sem autorização de porte. A arma, apesar da origem lícita, não é

Page 28: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

registrada. Tício é indiciado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (artigo 14 da Lei nº 10.826/2003), cuja pena é de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além de multa. Está em curso o prazo, prorrogado, dos artigos 30 e 32 da Lei nº 10.826/2003, para o registro da arma de fogo ou sua entrega à autoridade policial. A conduta de Tício: (cód. Q02515) a) encontra tipicidade no artigo 14 da Lei nº 10.826/2003; b) encontra tipicidade, em tese, no artigo 14 da Lei nº 10.826/2003, devendo, contudo, aguardar-se o fim do prazo para o registro ou a entrega da arma à Polícia, para, só então, haver condição de procedibilidade; c) é penalmente atípica, porque ainda em curso o prazo legal para o registro ou a entrega da arma à Polícia; d) é penalmente atípica, por inexistência de lesão à ordem pública ou perigo concreto, já que a arma não estava sendo usada em ação ilícita nem houve qualquer disparo. 5) DELEGADO DE POLÍCIA - PCSC - 2008 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 38). “Caio”, proprietário da empresa de segurança e transporte de valores “Vaisegur”, deixou de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal a perda de uma arma de fogo utilizada na atividade típica da empresa, nas primeiras 24 horas depois de constatado o “sumiço” deste objeto. Considere o enunciado acima e assinale a alternativa correta. (cód. Q09433) a) Se "Caio" agiu culposamente responderá pela modalidade fundamental do crime de omissão de cautela, previsto na Lei n. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). b) "Caio" não cometeu crime algum, pois o fato é penalmente atípico. c) Se "Caio" se omitiu dolosamente, deve responder por modalidade equiparada ao crime de omissão de cautela, prevista na Lei n. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). Se a omissão foi culposa não haverá crime. d) "Caio" somente responderá pelo crime de omissão de cautela se terceiro, que tenha se apoderado da arma de fogo, passar a utilizá-la indevidamente, e desde que ele não tenha nas as primeiras 24 horas depois de constatado o "sumiço" da arma, registrado boletim de ocorrência a respeito. 6) JUIZ AUDITOR MILITAR - TJM/SP - 2007 - PRÓPRIA - (Legislação Especial, questão 74). Decisão da Excelsa Corte, tendo como Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, na ADIN 3112, majoritariamente, além de admitir inconstitucionalidade em dispositivos do Estatuto do Desarmamento, considerou que o artigo 15 do mesmo (Disparo de Arma de Fogo) constitui crime. (cód. Q08749) a) formal. b) material. c) complexo. d) de mera conduta. e) contravenção penal.

Page 29: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

7) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 89). No caso específico de tráfico internacional de arma de fogo, em que a ação se inicie no território nacional e tenda à consumação no território estrangeiro, ou vice-versa, a ação penal correspondente é pública incondicionada e de competência da justiça federal. (cód. Q21630) a) Verdadeiro b) Falso 8) JUIZ SUBSTITUTO - TJSE - 2008 - CESPE (questão 52). Com relação ao Estatuto do Desarmamento, Lei n.º 10.826/2003, assinale a opção correta. (cód. Q14872) a) O agente que perambula de madrugada pelas ruas com uma arma de fogo de uso permitido, sem autorização para portá-la, comete infração penal, independentemente de se comprovar que uma pessoa determinada ficou exposta a uma situação de perigo. b) Na hipótese de porte de arma absolutamente inapta a efetuar disparos, o fato é considerado típico, porque se presume o risco em prol da coletividade, apesar de não haver exposição de alguém a uma situação concreta de perigo. c) O crime de deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse admite tentativa. d) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente. e) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a pena é aumentada se a arma de fogo, acessório ou munição for de uso permitido. 9) PERITO - TO - 2008 - CESPE (questão 87). Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem. 87 Considere a seguinte situação hipotética. Juarez foi abordado em uma blitz, transportando no porta-luvas de seu veículo um revólver de calibre 38, devidamente registrado em seu nome, municiado com dois projéteis; entretanto, Juarez não detinha licença da autoridade competente para o referido porte da arma de fogo. Nessa situação, a conduta de Juarez caracteriza mero ilícito de natureza administrativa, visto ser este detentor do registro referente à arma. (cód. Q24350) a) Verdadeiro b) Falso 10) DELEGADO DE POLÍCIA - PCTO - 2008 - CESPE (Legislação Especial, item 85). Considere a seguinte situação hipotética. Alfredo, imputável, transportava em seu veículo um revólver de calibre 38, quando foi abordado em uma operação policial de trânsito. A diligência policial resultou na localização da arma, desmuniciada, embaixo do banco do motorista. Em um dos bolsos da mochila de Alfredo foram localizados 5 projéteis do mesmo calibre. Indagado a respeito, Alfredo declarou não possuir autorização legal para o porte da arma nem o respectivo certificado de registro. O fato foi apresentado à autoridade policial competente. Nessa situação, caberá à autoridade somente a apreensão da

Page 30: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

arma e das munições e a imediata liberação de Alfredo, visto que, estando o armamento desmuniciado, não se caracteriza o crime de porte ilegal de arma de fogo. (cód. Q07520) a) Verdadeiro b) Falso 11) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/PR -2008 - PRÓPRIA (Penal, Questão 14). Analise a proposição seguinte: Constitui figura equiparada ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e, portanto, com as mesmas penas, a conduta de portar arma de fogo com numeração adulterada, independentemente do agente ter sido, ou não, também o responsável pela mencionada alteração. a) Verdadeiro b) falso 12) DELEGADO DE POLICIA - MS - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 12). - Carlos pretende matar seu desafeto João. Para tanto, passa a percorrer as fases do crime, inicialmente cogitando essa idéia. Avançando nas fases, passa a se preparar, adquirindo uma arma de fogo sem documentação para esse fim. Passa também a seguir João dissimuladamente por vários dias, para conhecer seu caminho, para verificar o melhor local para executar seu nefasto plano. Escolhe o melhor local, uma estrada vicinal escura por onde Carlos caminha todas as noites de retorno para casa. Na data em que resolve matar o inimigo, pega a arma, vai até o local ermo e fica escondido atrás de uma árvore. Vê quando Carlos surge na esquina, caminhando tranqüilamente. Ocorre que antes de sacar a arma, Carlos é abordado por um policial que por ali passava e estranha sua atitude, e a arma é encontrada. A conduta de Carlos: (cód. Q03500) a) Amolda-se ao tipo penal descrito no art. 121 CP - homicídio doloso -, qualificado pelo modo de execução - emboscada c/c art. 14 inciso II - crime tentado. b) Amolda-se ao tipo penal descrito no art. 121 CP - homicídio doloso -, qualificado pelo modo de execução - emboscada. c) É conduta atípica. d) Amolda-se ao tipo penal descrito no art. 14 da Lei 10.826/03 - Estatuto do desarmamento. e) Amolda-se ao tipo penal descrito no art. 12 da Lei 10.826/03 - Estatuto do desarmamento. 13) JUIZ SUBSTITUTO/MG - 2008 - EJEF - Questão 42. Sobre as leis que regulam as armas de fogo no Brasil, é CORRETO afirmar: (cód. Q33941) a) Aquele que deixa de observar as cautelas necessárias e permite que menor de 18 (dezoito) anos se apodere de arma de fogo de sua posse ou propriedade não pode ser punido, eis que os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento só admitem o dolo como elemento subjetivo do tipo.

Page 31: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

b) O agente que mantém em sua residência arma de fogo de uso permitido, sem o devido registro em seu nome, incorre no delito de porte ilegal de arma, previsto no art. 14 da Lei n. 10.826, de 22 dezembro de 2003. c) A fim de verificar a classificação e a definição de armas de fogo, deve-se consultar a parte final do Estatuto do Desarmamento, eis que, em suas Disposições Gerais, consta o rol de armamentos restritos, permitidos e proibidos. d) A lei expressamente consagra a proibição de porte de arma de fogo em todo o território nacional, ressalvadas algumas hipóteses específicas, como os integrantes das Forças Armadas e as empresas de segurança privada e de transporte de valores, os quais poderão portar armas de fogo, desde que obedecidos os requisitos legais e regulamentares. 14) INVESTIGADOR POLICIAL - PCRJ - 2006 - CESGRANRIO (Legislação Especial, questão 39). Relativamente ao Estatuto do Desarmamento (Lei no 10.826/03), é correto afirmar que a conduta de portar arma de brinquedo (simulacro de arma capaz de atemorizar outrem) configura: (cód. Q05320) a) conduta atípica. b) causa de diminuição de pena do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. c) causa de diminuição de pena do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. d) tipo penal autônomo. e) crime equiparado ao de porte ilegal de arma de uso permitido. 15) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 91). Caso um policial civil, durante atividade de investigação levada a efeito em um show realizado em um estádio de futebol, depare-se com um indivíduo portando abaixo da camisa, junto à cintura, um revólver de calibre permitido, e esse indivíduo, indagado a respeito do armamento, apresente ao policial o registro da arma em seu nome e o respectivo porte concedido nos termos da legislação específica, nessa situação, mesmo diante da regularidade do registro e do porte, o policial deverá recolher a arma de fogo e providenciar o seu encaminhamento à autoridade competente, que adotará as medidas legais pertinentes, entre as quais a apreensão da arma e a cassação do porte anteriormente deferido. (cód. Q21632) a) Verdadeiro b) Falso 16) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 88). Suponha que João, imputável, possua em sua residência um revólver calibre 38, sem registro, herdado de um bisavô, e que, aos 2/12/2008, por volta das 16 h, uma equipe de policiais militares, sabedores da existência do armamento, tenha adentrado na casa sem autorização judicial, apreendido o objeto e dado voz de prisão ao seu possuidor. Nessa situação, apresentado o caso à autoridade policial competente, deveria

Page 32: ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10 ·   O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

www.conteudojuridico.com.br O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil

esta determinar a lavratura do auto de prisão em flagrante de João, em face da caracterização da posse irregular de arma de fogo de uso permitido. (cód. Q21629) a) Verdadeiro b) Falso 17) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 90). Os crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e o comércio ilegal de arma de fogo, nos termos da legislação específica, são insuscetíveis de liberdade provisória. (cód. Q21631) a) Verdadeiro b) Falso Gabarito; 1– C, 2 – A, 3 – A, 4 – A, 5 – C, 6 – D, 7 – V, 8 – A, 9 – F, 10 – F, 11 – V, 12 – D, 13 – D, 14 – A, 15 – V, 16 – F, 17 - F REFERÊNCIAS CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Legislação penal especial. 7ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, v. 4. ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. São Paulo: Saraiva, 2011. SILVA, José Geraldo da. Leis Penais Anotadas. Coordenador: Wilson Lavorenti. 12ª Ed. Capinas, SP: Millenium Editora, 2011.