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1 ESTUDO COMPARATIVO DA TENS BURST E DA MASSAGEM DO TECIDO CONJUNTIVO NO TRATAMENTO DE DISMENORRÉIA PRIMÁRIA Aline Miléo Monteiro 1 [email protected] Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila Resumo Dismenorréia é um dos problemas ginecológicos mais freqüentes responsável por altos índices de falta na escola e no trabalho. A etimologia vem do grego: Dis: dificuldade, men: mês, Rhéia: fluxo. TENS técnica de analgesia aplicada numa variedade de freqüência, intensidade e duração de pulso. Massagem do Tecido Conjuntivo método de massagem criado em 1935, na Alemanha pela Fisioterapeuta Elisabeth Dicke. Tem como objetivo comparar o efeito da TENS Burst com a MTC no tratamento da dismenorréia primária em mulheres que utilizam medicação para o alívio da dor menstrual. A partir dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionadas 15 mulheres, divididas através de sorteio em 3 grupos: Grupo A (TENS Burt); Grupo B (MTC) e Grupo C (controle). Protocolo de Tratamento TENS Burst: Paciente em DV: 3 x na semana; 30 min; 15 dias após a fase menstrual; 3 meses consecutivos; Eletrodos acoplados: técnica cruzada na região lombo – sacra. Protocolo de Tratamento da MTC: Paciente em DV: 3 x na semana; 15 min; 15 dias após a fase menstrual; 3 meses consecutivos. Análise dos dados estatísticos: Software GRAPHPAD PRISM; Teste T pareado paramétrico; Teste T não pareado. Nível de significância p < 0.05; parte da amostra foi analisada de forma descritiva através de percentagem. Resultados encontrados mostram que tanto a TENS Burst como a MTC surtem efeitos no tratamentode tal patologia, sendo que a MTC mostrou melhoras significativas para a amostra em estudo após o tratamento, que puderam ser comprovadas através de dados estatísticos. Palavras-chave: Tratamento; Dismenorréia primária; TENS burst; Massagem do Tecido Conjuntivo. 1 Introdução A dismenorréia, ou menstruação dolorosa, corresponde a uma síndrome caracterizada habitualmente por dor em cólica no abdômen inferior associada ao fluxo menstrual. Ocasionalmente é descrita como dolorimento ou peso no hipogástrio, podendo irradiar-se para a região lombar ou até as coxas (SOUSA in OLIVEIRA & LEMGRUBER, 2001). É a principal responsável pela ausência da mulher ao trabalho, estudos e nas atividades de vida diária (AVD’S) (NOGUEIRA et al, 2006). Westphalen et al, 1999, apud SILVA, 2007 considera tal patologia como um problema de saúde pública, visto que é um dos transtornos ginecológicos mais freqüentes em mulheres jovens, atingindo cerca de 50% da população feminina pós-menarca. Classifica-se em primária ou secundária (decorrentes de causas orgânicas) e pode coexistir com perda sangüínea volumosa. Poderá preceder o período menstrual em vários dias ou simplesmente acompanhar este momento. O seu diagnóstico diferencial se baseia na anamnese e no exame físico, podendo haver necessidade de métodos auxiliares, como ultra- sonografia transvaginal, histeroscopia e laparoscopia. Além da dor pélvica cíclica, outros 1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual

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ESTUDO COMPARATIVO DA TENS BURST E DA MASSAGEM DO TECIDO CONJUNTIVO NO TRATAMENTO DE

DISMENORRÉIA PRIMÁRIA

Aline Miléo Monteiro1 [email protected]

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila

Resumo Dismenorréia é um dos problemas ginecológicos mais freqüentes responsável por altos índices de falta na escola e no trabalho. A etimologia vem do grego: Dis: dificuldade, men: mês, Rhéia: fluxo. TENS técnica de analgesia aplicada numa variedade de freqüência, intensidade e duração de pulso. Massagem do Tecido Conjuntivo método de massagem criado em 1935, na Alemanha pela Fisioterapeuta Elisabeth Dicke. Tem como objetivo comparar o efeito da TENS Burst com a MTC no tratamento da dismenorréia primária em mulheres que utilizam medicação para o alívio da dor menstrual. A partir dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionadas 15 mulheres, divididas através de sorteio em 3 grupos: Grupo A (TENS Burt); Grupo B (MTC) e Grupo C (controle). Protocolo de Tratamento TENS Burst: Paciente em DV: 3 x na semana; 30 min; 15 dias após a fase menstrual; 3 meses consecutivos; Eletrodos acoplados: técnica cruzada na região lombo – sacra. Protocolo de Tratamento da MTC: Paciente em DV: 3 x na semana; 15 min; 15 dias após a fase menstrual; 3 meses consecutivos. Análise dos dados estatísticos: Software GRAPHPAD PRISM; Teste T pareado paramétrico; Teste T não pareado. Nível de significância p < 0.05; parte da amostra foi analisada de forma descritiva através de percentagem. Resultados encontrados mostram que tanto a TENS Burst como a MTC surtem efeitos no tratamentode tal patologia, sendo que a MTC mostrou melhoras significativas para a amostra em estudo após o tratamento, que puderam ser comprovadas através de dados estatísticos. Palavras-chave: Tratamento; Dismenorréia primária; TENS burst; Massagem do Tecido Conjuntivo.

1 Introdução A dismenorréia, ou menstruação dolorosa, corresponde a uma síndrome caracterizada habitualmente por dor em cólica no abdômen inferior associada ao fluxo menstrual. Ocasionalmente é descrita como dolorimento ou peso no hipogástrio, podendo irradiar-se para a região lombar ou até as coxas (SOUSA in OLIVEIRA & LEMGRUBER, 2001). É a principal responsável pela ausência da mulher ao trabalho, estudos e nas atividades de vida diária (AVD’S) (NOGUEIRA et al, 2006). Westphalen et al, 1999, apud SILVA, 2007 considera tal patologia como um problema de saúde pública, visto que é um dos transtornos ginecológicos mais freqüentes em mulheres jovens, atingindo cerca de 50% da população feminina pós-menarca. Classifica-se em primária ou secundária (decorrentes de causas orgânicas) e pode coexistir com perda sangüínea volumosa. Poderá preceder o período menstrual em vários dias ou simplesmente acompanhar este momento. O seu diagnóstico diferencial se baseia na anamnese e no exame físico, podendo haver necessidade de métodos auxiliares, como ultra-sonografia transvaginal, histeroscopia e laparoscopia. Além da dor pélvica cíclica, outros

1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual

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sintomas podem associar-se com a dismenorréia primária, resultando, freqüentemente em alterações psicológicas. Este quadro álgico associa-se à ação de prostaglandinas decorrentes da queda prévia dos níveis de progesterona na fase pré-menstruação (GIRALDO et al, 2008). O tratamento da dismenorréia é direcionado ao alívio dos sintomas. No caso do tratamento clínico medicamentoso os analgésicos e os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) são a primeira linha de manejo da dismenorréia primária (DOTY & ATTARAM, 2006 apud GIRALDO et al, 2008) e agem pela redução da atividade da via da cicloxigenase, inibindo a síntese de prostaglandinas (PROCTOR & FARQUHAR, 2008 apud GIRALDO et al, 2008). Outra forma utilizada para o tratamento é a terapia hormonal que ocorre através da administração de contraceptivos orais (MEDEIROS, 1987; PIATO, 1997 apud REIS, 2005). A TENS é uma técnica de analgesia aplicada em uma variedade de freqüências, intensidades e duração de pulso, classificada como alta freqüência (>50 Hz), baixa freqüência (<10 Hz) e burst (alta e baixa freqüência alternadas) (SANTUZZI et al, 2008). Ele altera a percepção da dor por meio do uso de uma corrente elétrica. Essa corrente tem intensidade suficiente para provocar a despolarização dos nervos sensoriais e motores, fazendo o paciente ter uma sensação de formigamento. Dependendo dos parâmetros utilizados, a TENS pode reduzir a dor ativando o mecanismo de portão de controle (SOUZA, 2005). A Massagem do Tecido Conjuntivo (MTC) é um método de massagem, criado em 1935, na Alemanha, pela fisioterapeuta Elisabeth Dicke. É indicada para tratamento de diversas condições patológicas, inclusive dismenorréia primária. Caracteriza-se pela realização de movimentos manuais do fisioterapeuta, também chamados traços de massagem profunda. Para isso, o terapeuta exerce, com os dedos, tração profunda do tecido massageado, em algumas regiões do dorso da paciente, com o objetivo de diminuir a aderência do tecido cutâneo (REIS, 2005). Objetivando um tratamento alternativo ao medicamentoso, buscou-se na Fisioterapia através do uso da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) Burst e da Massagem do Tecido Conjuntivo uma maneira de amenizar o sofrimento dessas mulheres (REIS, 2005). 2 Fundamentação Teórica 2.1 Fisiologia do Ciclo Menstrual Ciclo menstrual como o próprio nome diz, periódico mensal (ciclo seleniano), com duração típica de 28 dias podendo variar entre os 25 e 30 dias, alternando-se os tipos ovulatórios e anovulatórios, simultaneamente, sendo que na menacma (período reprodutivo feminino que dura em média 35-37 anos), predominam os primeiros, enquanto que os segundos surgem mais na adolescência e ou na pré-menopausa (MOREIRA, 2003). O ciclo menstrual produz alterações nas mamas, útero, pele, ovários e talvez em outros tecidos não identificados. A manutenção do ciclo afeta os aspectos biológicos e sociológicos da vida de uma mulher, como a fertilidade, reprodução, sexualidade e feminilidade. É controlado pela síntese e a liberação rítmicas dos hormônios ovarianos (estrógeno e progesterona) sob controle feedback do hormônio de liberação das gonadotrofinas hipotalâmico e dos hormônios gonadotróficos da hipófise anterior, foliculoestimulante e luteinizante (PORTH, 2004). O hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH), secretado pelo hipotálamo, controla os eventos do ciclo reprodutivo feminino. O hormônio liberador das gonadotrofinas estimula a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), a partir da adeno-hipófise. O hormônio folículo-estimulante, por sua vez, inicia o crescimento folicular e a secreção de estrogênios, pelos folículos ovarianos em crescimento. O hormônio luteinizante estimula ainda mais o desenvolvimento dos folículos e sua secreção total de estrogênios. No meio do ciclo, o hormônio luteinizante provoca a ovulação e, em seguida,

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promove a formação do corpo lúteo (a razão do nome hormônio luteinizante). Estimulado pelo hormônio luteinizante, o corpo lúteo produz e secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina (TORTORA, 2007). 2.2 Dismenorréia Dismenorréia, termo de origem grega que etimologicamente significa: Dis: dificuldade, men: mês, Rhéia: fluxo (PINHO & PIZZANELLI, 1985), caracteriza-se por dor, sob forma de cólica, habitualmente no baixo ventre que pode irradiar-se para a região lombar e para as coxas, ocorrendo durante a menstruação ou algumas horas antes desta, podendo ser acompanhada ou não de sintomas como náuseas, vômitos, fadiga, nervosismo, cefaléia, vertigem, lombalgia e diarréia (BORGES & RAMOS, 2007). A prevalência da dismenorréia, embora de difícil estimativa por falta de definição precisa, é uma das queixas mais freqüentes em consultórios de ginecologia e parece variar de 45% a 95%. Em 10% a 15% das vezes o quadro sintomatológico é intenso, interferindo com a vida social e produtiva da mulher, a ponto de causar grande índice de absenteísmo no trabalho (GIRALDO et al, 2008). A dor pode variar de leve, moderada, severa e muito severa (HERTER in OLIVEIRA & LEMGRUBER, 2001). Pode ser classificada em primária e secundária. A primária também chamada de intrínseca, essencial, idiopática, funcional ou espasmódica caracteriza-se pela ausência de patologia pélvica específica que justifique os sintomas da paciente. Origina-se por volta de seis meses a três anos após a menarca, quando se inicia os ciclos ovulatórios e a função normal do corpo amarelo (SALOMÃO & IKEDA, 1995; BORGES & RAMOS, 2007). A dismenorréia secundária, extrínseca ou adquirida é identificada quando alguma patologia pélvica pode ser a responsável pela dor menstrual, sendo as causas mais freqüentes a endometriose, miomas, pólipos endometriais, estenose cervical, lesões provocadas pelo uso do Dispositivo intra-uterino (DIU), Doença Inflamatória Pélvica, varizes pélvicas, malformações uterinas, tumor anexial, tuberculose genital, compressões vasculares por tumores, retroversão uterina (SALOMÃO & IKEDA, 1995; OLIVEIRA & LEMGRUBER, 2001). Existem várias teorias tentando explicar a origem da dismenorréia primária, sendo ainda motivo de controvérsias os vários fatores evocados, destacando-se o psicogênico, o humoral, o miometrial, o do desequilíbrio hormonal e, mais recentemente e com grande aceitação no meio científico, o papel das prostaglandinas (PG) (PINHO & PIZZANELLI, 1990). As prostaglandinas são hidrocarbonos C-20 com anel ciclopentano, presentes abundantemente em tecidos do organismo humano e produzidas a partir do ácido aracdônico e do ácido eicosanóide (ácidos graxos livres e insaturados), sob controle de enzimas microssomais coletivamente chamadas de prostaglandinas sintetases (ciclooxigenase, isomerase e redutase) (PINHO & PIZZANELLI, 1990; BORGES & RAMOS, 2007). Esta via em que o ácido aracdônico é convertido em prostaglandina é frequentemente referida como via da ciclooxigenase. O ácido aracdônico derivado da hidrólise de fosfolípides pela enzima lisossomal fosfolipase é convertido em endoperóxidos cíclicos pela ação das enzimas ciclooxigenases (COX-1, COX-2 e COX-3) (BORGES & RAMOS, 2007). Entre as diferentes funções da COX-1 pode-se citar a produção das prostaciclinas (PGl 1), com ação antitrombogênica, produção da PGE2 com ação sobre a mucosa gástrica, endotélio vascular, córtex e medula renal etc. Por outro lado a COX-2, também chamada de indutível, seria ativada tanto por estímulos pró-inflamatórios como por alguns estímulos específicos, principalmente no aparelho reprodutor, tais como na ovulação, menstruação e durante o trabalho de parto. Em alguns órgãos, tais como os rins, a ação da COX-2 também se faz presente, controlando a retenção do sódio (DIEGOLI, 2004). O tratamento para a dismenorréia primária tem sido até o momento o uso de analgésicos, antiinflamatórios e antiespasmódico, ou seja, o tratamento através de medicamentos não sendo uma terapia totalmente eficaz, principalmente quando se leva em conta o elevado índice

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e prevalência a dependência mensal do medicamento, o qual a médio e a longo prazo pode trazer problemas as mulheres. É por esse contexto que a fisioterapia tem utilizado algumas modalidades analgésicas como exercícios terapêuticos (cinesioterapia), a eletroterapia e a massagem terapêutica como uma alternativa para o alívio da dor (REIS, 2005). 2.3 Dor Dor é a combinação de sensações subjetivas que acompanham a ativação de nociceptores. Estas sensações variam em termos de qualidade e podem afetar o bem estar físico e emocional do indivíduo. A dor também é uma sensação necessária para o funcionamento normal do corpo; e exerce uma função protetora, ao proporcionar informações quanto à localização e intensidade dos estímulos nocivos e potencialmente lesivos aos tecidos do organismo (SOUZA, 2005). Conforme WOOD (1998) os nociceptores não possuem estruturas acessórias especializadas, e podem ser encontrados em praticamente todos os tipos de tecidos no corpo. Os nociceptores dão origem a dois tipos de fibra nervosa aferente: fibras mielinizadas de pequeno diâmetro (aferentes do tipo I) que comumente estão associadas a sensações dolorosas bem definidas e claramente perceptíveis, a chamada dor aguda ou rápida; e as fibras não-mielinizadas de pequeno diâmetro (aferentes do tipo IV) que estão associadas a sensações de dor de duração muito mais prolongada, de tipo impreciso, latejante, ou de queimação, a chamada dor crônica ou lenta. Segundo Buxton (2001) certas fibras nervosas, os nociceptores, são estimuladas, impulsos dolorosos são enviados até o cérebro para avisar que a integridade do corpo está em risco. O cérebro avalia e interpreta esses sinais como dor e a resposta emocional pode ser expressa por um grito, choro, desmaio ou apenas em pensamento. A ativação de mecanoceptores de baixo limiar (seja por meio elétrico, seja por ação mecânica) poderá inibir a transmissão dos sinais da dor através da célula T, mediante a alteração do equilíbrio entre as informações excitatórias e inibitórias que chegam à célula (WOOD, 1998). De acordo com Wood (1998) o input inibitório causado pela estimulação dos aferentes mecanossensíveis de grande diâmetro “fecha a comporta” para a transmissão da dor através das células T na medula espinhal. A teoria da comporta de controle está associada a substância gelatinosa (SG), que se localiza no corno dorsal da medula espinhal, modula os impulsos do nervo aferente. Isso influencia as primeiras células (T) da transmissão central, que correspondem ao trato neo-espinotalâmico ou paleo-espinotalâmico e ativam o controle central, estimulando os mecanismos responsáveis pela resposta e a percepção da dor. A SG atua como um portão modulador ou um sistema de controle entre as fibras nervosas periféricas e as células centrais, o que permite a passagem de apenas um tipo de impulso nervoso; a mesma ainda monitora a quantidade de atividade que ocorre em ambos os tratos, entretanto em um sistema convergente, abrindo e fechando o portão para permitir a passagem da informação apropriada ao longo da célula T. Os impulsos que caminham nas fibras rápidas, que não transmitem a dor, aumentam a atividade na SG e os impulsos que percorrem as fibras mais lentas da dor exercem uma influência inibitória. Quando a SG está ativada, o portão está na sua posição fechada permitindo que um estímulo não-doloroso passe para a célula T (BUXTON, 2001). Segundo Barr (2003) a teoria das “comportas de dor” de Melzack e Wall é usada para explicar o alívio da dor pelo TENS, especialmente o do modo convencional de baixa amplitude. Um dos princípios fundamentais dessa teoria é que as fibras aferentes A-beta de grande diâmetro excitam interneurônios no corno dorsal da medula espinhal, produzindo a inibição de inputs nociceptivos das fibras de menor diâmetro (A-delta e C). A ativação das fibras nervosas A-delta provoca a inibição pré-sináptica das fibras A-beta e C na substância gelatinosa, bloqueando a transmissão dos impulsos dolorosos para as células T.

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Enfim, o portão é fechado para a transmissão da dor e aberto para a transmissão de informação sensorial (STARKEY, 2001). Conforme Buxton (2001) na teoria da comporta de controle de modulação da dor, a informação sensorial entra no portão espinhal localizado no corno dorsal da medula espinhal por meio de fibras A-beta grandes, rápidas e mielinizadas. Os impulsos dolorosos entram pelo portão, por meio de fibras C e A-delta mais lentas e de pequeno diâmetro. Os interneurônios provenientes de cada um desses tratos se projetam na SG e, afetam a célula T. A atividade ao longo das fibras A-beta rápidas estimula a SG a exercer uma influência inibitória sobre os impulsos dolorosos que são conduzidos no trato da dor (Figura 06). 2.4 – Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) O termo TENS procede das iniciais do termo em inglês “Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation”, e significa “Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea. É um recurso não invasivo de fácil aplicação, que pode ser utilizado em pacientes jovens, adultos e idosos, com possibilidades de induzir analgesia prolongada. Este recurso não provoca efeitos colaterais, tem pouquíssimas contra-indicações e não apresenta custo elevado (SLUKA & WALSH, 2003). É o termo utilizado para descrever uma modalidade eletroterapêutica empregada no controle da dor, implicando assim em uma corrente que, através da pele, possui intensidade suficiente para provocar a despolarização dos nervos sensoriais e motores (STARKEY, 2001). Dependendo dos parâmetros utilizados durante o tratamento, a estimulação elétrica pode reduzir a dor, ou ativando o mecanismo de portão de controle, ou por meio da liberação de opiáceos endógenos (BLACK, 1986). A TENS diminui a percepção da dor pelo paciente, reduzindo a condutividade e a transmissão dos impulsos dolorosos das pequenas fibras de dor (fibras C) para o SNC (STARKEY, 2001). A estimulação elétrica é realizada pelo acoplamento dos eletrodos na pele, por meio de uma fina camada de gel, para permitir uma melhor transmissão dos impulsos elétricos para a região do corpo a ser estimulada. Freqüentemente, a TENS pode ser utilizada em várias freqüências, intensidades e duração do pulso de estimulação (SAMPAIO, 2008). Pode ser classificada como alta freqüência, ou TENS convencional, quando a estimulação é realizada em freqüências iguais ou maiores que 50 Hz; baixa freqüência quando a freqüência é igual ou menor que 10 Hz, ou também denominada TENS do tipo acupuntura. TENS burst ou Trens de pulso, quando ocorre liberação de vários pulsos agregados de alta freqüência, mas de curta duração. A freqüência de base da TENS burst equivale a 100 Hz e as rajadas (repetições de pulso em determinado tempo) são fixas em 2Hz (KHADILKAR et al, 2005). Sluka e cols. propõem que a TENS de alta freqüência ativa as fibras nervosas aferentes de grande diâmetro que se projetam em direção ao corno posterior da medula. Estas projeções aferentes agem sobre os neurônios do corno dorsal causando ativação dos mecanismos da comporta que bloqueiam as vias ascendentes da dor. Chandran e Sluka e também Sluka e Walsh sugerem que tanto a baixa como a alta freqüência da TENS são capazes de induzir a liberação de opióides endógenos (SLUKA et al, 1998). A TENS é indicada no tratamento de dores pós-operatórias; dores cervicais; cervicobraquialgias; dores lombares; ciatalgias; dores de cabeça, face, dentais e de ATM; dores articulares; artrites; bursites; luxações e entorses; dores musculares; contusões; miosites; tendinites; miofaciais e etc. O uso da TENS está restrito em situações que coloquem em risco o paciente ou que dificultem o controle dos parâmetros do equipamento. Não existe até hoje contra-indicações absolutas para o uso da TENS, porém, algumas precauções devem ser tomadas como não aplicar em dores não diagnosticadas, pessoas com marcapasso; nos três primeiros meses de gestação; não aplicar sobre a região anterior do pescoço e não estimular sobre os seios carotídeos (AGNE, 2004). 2. 5 Massagem do Tecido Conjuntivo (MTC)

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Massagem é o ato de tocar com as mãos, provocando alguma reação, seja ela fisiológica, psicológica, química ou mecânica. Segundo Motta (1959), massagem é um complexo de movimentos praticados sobre o corpo com as mãos (massagem manual) ou com aparelhos mecânicos (massagem instrumental) (NESSI, 2003). A massagem terapêutica pode ser definida como o uso de diversas técnicas manuais que objetivam promover o alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizar estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema, prevenir deformidades e promover a independência funcional em um indivíduo que tenha um problema de saúde específico (GUIRRO, 2004). Segundo Fritz (2000), os efeitos fisiológicos da massagem são: facilitação do crescimento; aumento da atenção e do aprendizado, tendo resultados positivos em pessoas com problemas de concentração, hiperatividade ou incapacidade de aprendizado; auxílio no desenvolvimento das atividades sociais; auxílio na superação de vícios como o fumo; atenuação dos sintomas pré-menstruais; diminuição da pressão sanguínea e redução da ansiedade. Está contra-indicada em casos de tumores benignos ou malignos; distúrbios circulatórios (flebite, tromboflebite etc); doenças da pele (eczema, acne, furúnculos etc); hiperestesia da pele; gravidez – para massagens abdominais mais profundas; processos infecciosos e fragilidade capilar (GUIRRO, 2004). A Massagem do Tecido Conjuntivo (MTC) é um método de massagem, testada empiricamente em 1929 e criada em 1935, na Alemanha, pela fisioterapeuta Elisabeth Dicke quando teve, após uma infecção dentária, um quadro de déficit circulatório - endoarterite obliterante - da extremidade inferior direita. É indicada para tratamento de diversas condições patológicas, inclusive dismenorréia primária (REIS, 2005). A MTC é um método que se caracteriza pela realização de movimentos manuais do fisioterapeuta, também chamados traços de massagem profunda. Para isso, o terapeuta exerce, com os dedos, tração profunda do tecido massageado, em algumas regiões do dorso do paciente, com o objetivo de diminuir a aderência do tecido cutâneo. Os traços são realizados em uma seqüência predeterminada, podendo ser aplicados em uma ou mais das três seções criadas por Dicke: Básica, Torácica ou Cervical (Figura 01). A seção a ser massageada é determinada pela disfunção que o paciente apresenta e pela avaliação física do mesmo. No caso da dismenorréia, a seção a ser massageada é a Básica (EBNER, 1962). A massagem produz um estímulo cutâneo que causa tensão do tecido conjuntivo na região aplicada, referida pelo paciente como sensação de “corte, arranhadura ou dor local”. Algumas reações do sistema nervoso autônomo podem ocorrer, de acordo com a área estimulada pela MTC, sendo momentâneas ou perdurando por algumas horas após o tratamento. São elas: aumento do peristaltismo intestinal, da micção, do sono, mudança da temperatura em extremidades, aumento da atividade glandular e alívio dos sintomas viscerais (EBNER, 1962; BISCHOF E ELMINGER, 1973).

Figura 1- Seções da MTC 3 Metodologia

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Esta pesquisa foi realizada na Universidade do Estado do Pará, Campus XII – Núcleo Tapajós, no Laboratório de Recursos Terapêuticos Manuais (RTM), no período de agosto a outubro de 2009, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UEPA/STM sob o protocolo nº 007/09 (Anexo E). Trata-se de um estudo comparativo entre o TENS Burst e a Massagem do Tecido Conjuntivo no tratamento de dismenorréia primária após aprovação do CEP 3.1 Amostra Participaram dessa pesquisa 15 mulheres com idade entre 18 a 30 anos, acadêmicas da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII – Núcleo Tapajós, Santarém - PA. Estas voluntárias foram recrutadas através de um questionário que foi passado em cada turma dos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Medicina. Quem aceitava a participar marcava a opção que havia no questionário e a pesquisadora entrava em contato através do número dos telefones preenchidos na parte de identificação do questionário. A partir desse instrumento de coleta de dados é que foram selecionadas as voluntárias que de fato se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão do referido trabalho. No primeiro dia de execução do projeto as participantes obtiveram conhecimento dos métodos e da aplicação da pesquisa através de uma palestra realizada pela pesquisadora e posteriormente assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que constaram de informações necessárias como os métodos, riscos e benefícios da pesquisa. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Mulheres com idade de 18 a 30 anos; Que estejam utilizando medicação analgésica para redução dos sintomas da dismenorréia primária; Que apresentem os sintomas característicos de dismenorréia primária; Que não estejam fazendo uso de anticoncepcionais orais nos últimos 3 meses. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Idade inferior a 18 anos ou superior a 30 anos; Mulheres que não estejam fazendo uso de medicação para redução dos sintomas da dismenorréia primária; Mulheres que não apresentem os sintomas de dismenorréia primária; Mulheres que estejam utilizando anticoncepcionais orais diariamente. 3.2 Instrumentos Para Coleta de Dados Questionário O questionário que foi aplicado às participantes foi elaborado a partir do trabalho de Conceição Aparecida de Almeida Santos Reis. Era composto de 22 perguntas objetivas, contendo a identificação da paciente, dados relacionados ao ciclo menstrual, a atividade sexual, ao histórico familiar, aos sinais e sintomas da dismenorréia, e ao uso ou não de medicação para o alívio dos sintomas da referida patologia. Ficha de Avaliação Física Conforme o trabalho de REIS, 2005, a ficha de Avaliação Física (Anexo A) conteve a escala analógica visual da dor, sintomas referidos pelas pacientes e mapa da área reflexa, que está baseada na teoria das “Zonas Reflexas de Head”, o qual relaciona a superfície corporal com os órgãos internos através da existência de uma comunicação nervoso-reflexa, via sistema nervoso central e vegetativo, entre órgãos e periferia do corpo. Escala Analógica Visual da Dor (Anexo D) É uma escala de fácil compreensão à paciente. É provida de instruções claras e conceitos simples, permitindo aplicação rápida com intervenção mínima. Consiste em uma régua de dez centímetros de comprimento que contém as palavras “sem dor”, “dor média” e “dor máxima”. A paciente indica a intensidade de sua dor marcando exatamente no local em que considera estar à intensidade de sua dor (ALMEIDA et al, 2005).

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3.3 Estratégias e Coleta de Dados – Protocolo Geral A pesquisa foi realizada de acordo com as Normas e princípios éticos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados obtidos durante a pesquisa serão arquivados de forma sigilosa por 5 anos e ao término do período serão queimados. As voluntárias foram divididas através de sorteio em 3 grupos: Grupo A (5 mulheres) submetidas ao tratamento fisioterapêutico através do recurso eletroanalgésico TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea); Grupo B (5 mulheres) receberam a técnica da Massagem do Tecido Conjuntivo e o Grupo C (5 mulheres) controle que não receberam nenhuma forma de tratamento fisioterapêutico. Este projeto foi constituído de um questionário preenchido pelas voluntárias, avaliações e protocolo de tratamento. As avaliações foram feitas somente no grupo B, de acordo com o protocolo proposto por Reis, 2005, ocorrendo no primeiro dia antes do tratamento, com mais duas avaliações consecutivas após o 15º dia da fase menstrual para verificar se houve melhora na intensidade de dor. As demais participantes do grupo A e C realizaram apenas o preenchimento da escala analógica visual da dor durante a fase menstrual. Ao termino da pesquisa todas as participantes preencheram uma ficha respondendo a questões quanto à intensidade da dor (Escala Analógica Visual da Dor), sinais e sintomas, quando esses sinais sintomas começam e qual o tempo de duração, se tomam medicamento para aliviar a dor e que quantidade. Durante todo o tratamento as voluntárias continuaram o uso da medicação que utilizavam para alívio da dor. O protocolo de aplicação da TENS foi na modalidade BURST com freqüência de base de 100 Hz por um tempo de 30 minutos (AGNE, 2004). Tal modalidade foi escolhida embasada em estudos já realizados comparando o uso do TENS convencional com o TENS burst em mulheres dismenorréicas, obtendo melhores resultados com a utilização do TENS supracitado. O aparelho de TENS que foi utilizado é da marca NEURODYN Portátil com 2 Canais – IBRAMED, os eletrodos utilizados foram de borracha de silicone de 30 x 50 mm, na forma retangular e cabos, sendo um o pólo positivo e o outro pólo negativo. Estes foram acoplados obedecendo a técnica cruzada na região lombo - sacra (L1 – S2), na área paravertebral e com a paciente em decúbito ventral (COSTA & CERQUEIRA, 1997). A aplicação do recurso foi 15 dias após o ciclo menstrual, três (3) vezes na semana durante três (3) meses consecutivos.

Figura 02 – Posição dos eletrodos A técnica da Massagem do Tecido Conjuntivo foi realizada pela mesma pesquisadora. A voluntária ficou deitada sobre a maca em decúbito ventral, tal técnica foi aplicada durante 15 minutos e sempre 15 dias após a fase menstrual, três vezes na semana por três (3) meses consecutivos. A MTC foi aplicada seguindo o protocolo proposto por REIS, 2005 que segue: a) Inspeção, onde se observará alterações no aspecto da pele, como depressões, saliências, coloração; b) Palpação de todo dorso com as duas mãos espalmadas, que trabalham simultaneamente, fazendo pequenos movimentos de deslocamento ântero- posteriores e

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latero-laterais, em diversos sentidos, para testar possíveis áreas de aderência do tecido cutâneo a planos profundos do tecido conjuntivo. c) Deslocamento plano do tecido, feito com um polegar da pesquisadora, que acompanhará a linha da articulação sacro-ilíaca e a da borda superior da crista ilíaca, de acordo com um traçado predeterminado, primeiro do lado direito e depois do esquerdo, para identificar com precisão a existência de áreas de aderência, ou seja, áreas onde o tecido não elevará à frente do polegar (Figura 03).

Figura 03 - Deslocamento Plano

d) Deslocamento tecidual, utilizando três a quatro dedos das duas mãos, simultaneamente, para tentar formar uma prega cutânea entre o polegar e os demais dedos, seguindo o mesmo traçado descrito no passo anterior, primeiro à direita e depois à esquerda (Figura 04).

Figura 04 - Prega cutânea

As alterações encontradas na Avaliação Física foram preenchidas no mapa da Ficha de Avaliação (Figura 05), marcando um “X” para o deslocamento plano e “0” para a prega cutânea de acordo com a área examinada.

Deslocamento Plano (X) Prega Cutânea (o)

Figura 05 - Mapas de deslocamento plano e prega cutânea

Em seguida começou a aplicação da técnica da Massagem do Tecido Conjuntivo utilizando o segundo e terceiro dedos de uma mão (ou o terceiro e quarto para descansar). Os dedos foram colocados em ângulo de mais ou menos 45° em relação ao tecido conjuntivo, e deslocados com um movimento comandado pelo ombro e punho, de forma que a ação foi de tração tecidual e não de pressão (Figura 06).

Figura 06 - Posição da mão e dedos, aplicando o traço curto

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Os traços utilizados na massagem dividem-se em curtos ou longos (Figura 07).

Figura 07 - Traçado curto (direita) e longo (esquerda)

Cada conjunto de traços da seção Básica foi repetido três vezes, primeiro do lado direito e depois do lado esquerdo da região lombo-sacra da mulher, na seqüência proposta por EBNER, que consisti em um conjunto de seis traços diferentes (Figura 08).

Figura 08 - Seqüência de traços da seção básica

Cada grupo de traços foi realizado no sentido caudal-cefálico, de acordo com uma seqüência repetida três vezes, primeiro do lado direito e depois do esquerdo e consiste no seguinte: 1°) Traços curtos, que chegam à região da margem lateral da articulação sacro-ilíaca e à crista ilíaca (desenhados na Figura 08, à direita). 2°) Traço longo, que desce, margeando a articulação sacro-ilíaca (desenhado na Foto 08, à esquerda). 3°) Traços curtos, paralelos à articulação sacro-ilíaca, desembocando na articulação lombo-sacra – L5/S1 (desenhados na Figura 08, à direita). 4°) Três traços longos, que partem todos da margem lateral do sacro, em direção à lateral do tronco são aplicados, o superior contornando a área da crista ilíaca, o inferior da fenda glútea para o grande trocânter e o médio entre os dois primeiros (desenhados na Figura 08, à esquerda). 5°) Cinco traços curtos sobre o eretor da espinha, seguem a direção oblíqua, do processo transverso adjacente para o processo espinhoso das vértebras, de L5 até S1 (desenhados na Figura 08, à direita). 6°) Traço longo, subcostal, que inicia na altura de T12 e vai contornando a última costela (desenhado na Figura 08, à direita). Após a coleta dos dados os mesmos foram tabulados e receberam tratamento estatístico pelo software GRAPHPAD PRISM, com a aplicação dos testes estatísticos Teste T pareado paramétrico para comparar as intensidades de dor nas diversas situações de um mesmo grupo e o Teste T não pareado para comparar as intensidades de dor entre os grupos. Para este estudo científico foi considerado um nível de significância de p < 0.05. 4 Resultados e Discussão Os resultados encontrados relativos a intensidade de dor, uso de medicação e sinais e sintomas encontram-se nas tabelas de 1 a 7. A média de dor nas voluntárias do grupo A antes do tratamento foi de 6,2 e ao final do tratamento a media obtida foi de 3,8. Pôde-se observar que no 3º mês houve uma melhora significativa da dor, com um percentual de 45,16% em relação aos outros períodos do tratamento (Ver Tabela 1). No grupo B a intensidade de dor no 3º mês de tratamento apresentou menor intensidade que na situação pré (p=0.0109), que no 1º mês de

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tratamento (p = 0.0171) e no 2º mês de tratamento (p = 0.0449) (Ver Tabela 2). No 2º mês do grupo C a intensidade de dor foi maior que no pré-controle (p =0.0341) (Ver Tabela 3). Comparando a intensidade de dor entre cada grupo notou-se que no 3º mês do grupo B a intensidade de dor foi menor que a intensidade de dor no 3º mês do grupo C. A tabela a seguir refere-se à intensidade de dor ates, durante e pós – tratamento no Grupo A.

VOLUNTÁRIAS TENS

Pré TENS

1º MÊS

TENS 2º

MÊS

TENS 3º

MÊS

TENS Pós

A 4 3,5 4,5 2 3 B 8 7,5 3,5 0,5 1 C 8 6 4,5 5 6 D 5 6 4,5 4,5 5 E 6 5,5 5 5 4

MÉDIA 6,2 5,7 4,4 3,4 3,8 DP 1,79 1,44 0,55 2,04 1,92 % 100 8,06 29,03 45,16 38,71

Fonte: Autora, 2009 Tabela 1 – Intensidade de dor antes, durante e pós- tratamento no Grupo A

A tabela 2 faz alusão à intensidade de dor antes, durante e pós – tratamento no Grupo B.

VOLUNTÁRIAS MTC Pré

MTC 1º

MÊS

MTC 2º

MÊS

MTC 3º

MÊS

MTC Pós

A 7 5 3 2 7 B 7 6 8 2 4 C 7 7 7 0 5 D 7 9 6 3 0 E 5 5 5 4 2

MÉDIA 6,6 6,4 5,8 2,2 3,6 DP 0,89 1,67 1,92 1,48 2,70 % 100 3,03 12,12 66,67 45,45

Fonte: Autora, 2009 Tabela 2 - Intensidade de Dor antes, durante e pós-tratamento no Grupo B

A tabela 3 menciona a intensidade de dor antes, durante e pós – tratamento da pesquisa no Grupo C.

Voluntárias Controle Pré

Controle 1º Mês

Controle 2º Mês

Controle 3º Mês

Controle Pós

A 5 4 6 2,5 3 B 5 6,5 5,5 5 5 C 8 0 8 4 6 D 7 6 7,5 7 8 E 3 5,5 3,5 4 3

MÉDIA 5,6 4,4 6,1 4,5 5 DP 1,95 2,63 1,78 1,66 2,12 % 100 21,42 8,93 19,64 10,71

Fonte: Autora, 2009 Tabela 3 – Intensidade de Dor antes, durante e após o termino da pesquisa no Grupo C

A tabela a seguir refere-se ao uso de medicação antes e após a pesquisa.

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GRUPO A B C

MEDICAÇÃO ANTES 100% 100% 100%

MEDICAÇÃO APÓS 80% 60% 80%

20% 40% 20%

Fonte: Autora, 2009 Tabela 4 – Utilização de Medicação Antes e Após a Pesquisa nos grupos

Na tabela 5 pode-se analisar o percentual dos sinais e sintomas antes do tratamento nos grupos A, B e C.

SINAIS E SINTOMAS

A B C

Náuseas 40% 80% 40% Vômito 20% 40% 0% Diarréia 20% 60% 0%

Prisão de Ventre 0% 0% 20% Enxaqueca 40% 20% 40%

Irritação Nervosa 100% 80% 80% Dor de Cabeça 40% 40% 40% Dor nas mamas 60% 80% 80%

Depressão 0% 40% 0% Outros 60% 40% 60%

Fonte: Autora,2009 Tabela 5 - Sinais e Sintomas Antes do Tratamento

A tabela que segue faz menção aos sinais e sintomas ao final do tratamento nos grupos A, B e C.

Fonte: Autora,2009 Tabela 6 – Sinais e Sintomas ao final do Tratamento nos Grupos A,B e C

Bischoff e Elminger esclareceram que a estimulação mecânica da pele desperta os reflexos nervosos e promove uma estimulação do sistema nervoso autônomo que, por via reflexa, age interferindo tanto na função motora quanto circulatória dos órgãos internos e segmentos nervosos corporais pertencentes ao mesmo segmento da zona trabalhada, proporcionando a restauração da tensão normal do tecido, da sensibilidade e o alívio da dor, o que condiz com

SINAIS E SINTOMAS A B C Náuseas 20% 0% 40% Vômito 0% 0% 0% Diarréia 0% 20% 0%

Prisão de Ventre 0% 0% 20% Enxaqueca 0% 20% 20%

Irritação Nervosa 80% 40% 80% Dor de Cabeça 0% 20% 40% Dor nas mamas 60% 60% 60%

Depressão 0% 0% 20% Outros 20% 20% 40%

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os achados neste estudo, visto que as voluntárias que receberam como intervenção fisioterapêutica a MTC apresentaram uma redução significativa da dor, como pode ser observado nos gráficos a seguir.

Gráfico 1 - Intensidade da Dor no Grupo A

Gráfico 2 – Intensidade da dor no grupo B

Gráfico 3 - Intensidade da Dor no grupo C

Cardoso e Leme, 2003 relataram no trabalho intitulado A Equivalência da Dança do Ventre à Cinesioterapia na terapêutica da dismenorréia primária os seguintes dados: 86,3 % das participantes possuíam parentes que também apresentaram cólica menstrual; 41,2% das participantes consideraram que a dismenorréia altera o curso normal de suas AVD’s; 41,2% chegaram a procurar um médico para falar dos seus incômodos; 58,8% das participantes fazem uso de medicação direcionada ao desconforto sentido; 64,7% das participantes informaram ser pessoas nervosas, ansiosas ou preocupadas e 47,1% das mulheres participantes realizavam algum tipo de atividade física. Neste trabalho constatou-se que 40%, 100% e 60% das voluntárias relataram ter parentes que sofriam de cólicas menstruais, sendo respectivamente, grupo A, B e grupo C; 60%, 80% e

100% 8,06% 29,03% 45,16% 38,71%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%TENS Pré

TENS ciclo 1

TENS ciclo 2

TENS ciclo 3

TENS Pós

100% 3,03% 12,12% 66,67% 45,45%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MTC Pré

MTC Ciclo 1

MTC Ciclo 2

MTC Ciclo 3

MTC Pós

100% 21,42% 8,93% 19,40% 10,71%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

CONTROLE Pré

CONTROLE Ciclo 1

CONTROLE Ciclo 2

CONTROLE Ciclo 3

CONTROLE Pós

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40% das participantes consideraram que a dismenorréia primária altera o curso normal de suas AVD’s; 60% e 40% relataram ter procurado um médico para falar dos seus incômodos; 100% afirmaram fazer uso de medicação para alívio da dor; 100%, 80% e 60% informaram ser pessoas irritadas e 40%, 80% das participantes do grupo A e B praticam algum tipo de atividade física; 100% das participantes do grupo C não realizam nenhuma atividade física. Observou-se que a idade média das participantes foi de 21 anos. No grupo A, a raça predominante foi parda com 60%, no grupo B 40% são brancas e negras e no grupo C 40% são brancas e pardas Com relação ao uso de medicamento após o tratamento fisioterapêutico notou-se uma redução de 20% no grupo A, 40% no grupo B e 20% no grupo C (VER Gráfico 4). Com relação aos sinais e sintomas houve uma redução de 50% nas náuseas; 100% vômito e diarréia; 100% enxaqueca e dor de cabeça; 20% irritação nervosa e 67% e outros sinais e sintomas no grupo A. Já no grupo B a redução foi de 100% náuseas e vômito; 67% diarréia; 20% enxaqueca; 50% irritação nervosa e dor de cabeça; 25% dor nas mamas e 100% depressão (VER Gráfico 5, 6, 7 e 8). Com relação aos sinais e sintomas houve uma redução de 50% nas náuseas; 100% vômito e diarréia; 100% enxaqueca e dor de cabeça; 20% irritação nervosa e 67% de outros sintomas no grupo A. Já no grupo B a redução foi de 100% náuseas e vômito; 67% diarréia; 20% enxaqueca; 50% irritação nervosa e dor de cabeça; 25% dor nas mamas e 100% depressão (Ver Gráfico 5, 6, 7 e 8). A MTC mostrou-se mais eficaz em relação aos sinais e sintomas náuseas, vômito, irritação nervosa e depressão quando comparado com os dados obtidos no grupo B. De acordo com Nogueira e Firmino, 2006 na literatura existente não há relatos validados sobre alterações na intensidade de dor, alterações de humor, vômitos, sonolência, tonturas e diarréia associados à dismenorréia primária com o uso da MTC, porém, o trabalho realizado mostrou que a MTC apresenta sim, efeitos positivos em relação a esses sinais e sintomas, bem como na melhora da qualidade de vida das mulheres que participaram da pesquisa.

Gráfico 4 – Utilização de Medicamentos Antes e Após a Pesquisa

Gráfico 5 - Sinais e Sintomas no grupo A Pré - Tratamento

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ANTES DEPOIS

Gurpo A

Grupo B

Grupo C

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Náuseas

Vômito

Diarréia

Enxaqueca

Irritação Nervosa

Dor de cabeça

Dor nas mamas

Outros

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Gráfico 6 - Sinais e Sintomas no grupo A Pós – Tratamento

Gráfico 7 - Sinais e Sintomas no grupo B Antes do Tratamento

Gráfico 8 - Sinais e Sintomas no grupo B Pós-Tratamento

5 Conclusão Com o estudo pôde-se observar que a Fisioterapia destaca-se como um recurso promissor no tratamento da dismenorréia primária, uma vez que representa um conjunto de possibilidades terapêuticas, pouco exploradas, na diminuição das cólicas menstruais que representa a maior causa de absenteísmo nas atividades de vida diária. Tanto a TENS Burst quanto a MTC mostraram-se eficazes no tratamento dessa disfunção para a amostra utilizada, entretanto, a Massagem do Tecido Conjuntivo mostrou-se um recurso mais eficiente do que a TENS Burst no controle da dor, na diminuição dos sintomas como náuseas, vômito, diarréia, enxaqueca, irritação nervosa, dor de cabeça, dor nas mamas e na redução do uso de medicamentos associados à disfunção. As alterações observadas no grupo controle não foram estatisticamente significantes em nenhum dos parâmetros avaliados, o que confirma a eficácia da Fisioterapia como uma opção terapêutica no tratamento da dismenorréia primária.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Náuseas

Irri tação Nervosa

Dor nas mam as

Ou tro s

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Náuseas

Vômito

Diarréia

Enxaqueca

Irritação Nervosa

Dor de cabeça

Dor nas mamas

Depressão

Outros

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Diarréia

Enxaqueca

Irritação Nervosa

Dor de cabeça

Dor nas mamas

Outros

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SAMPAIO, Luciana Ribeiro. Efeito da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea na Dor Óssea Metastática Vertebral em Mulheres com Câncer de Mama: Estudo Experimental de Caso Único. 2008. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Reabilitação) – Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em www.eef.ufmg.br/mreab/discert08.htm. Acesso em 12/02/2009. SLUKA, K. A.; WALSH, D. Transcutaneous electrical nerve stimulation: basic science mechanisms and clinical effectiveness. J Pain, v. 4, n.3, p. 109-121, 2003. SLUKA, K. A. et al. Treatment with either high or low frequency TENS reduces the secondary hyperalgesia observed after injection of kaolin and carrageenan into the knee joint. Pain, v. 77, n.1, p. 97-102, 1998. SOUZA, Luciana Silva de. Avaliação dos Efeitos da Eestimulação Elétrica Nervosa Transcutânea durante o trabalho de parto. 2005. 69 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Fisioterapia) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2005. STARKEY, Chad. Recursos terapêuticos em fisioterapia. São Paulo: Manole, 2001. TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana. 10ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2007. WINDMAIEN, Eric P. et al. Fisiologia Humana – Os mecanismos das funções corporais. 9ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2006. WOOD, Leslie. Fisiologia da dor. In: KITCHEN, Sheila; BAZIN, Sarah. Eletroterapia de Clayton. 10. ed. São Paulo. Manole, 1998. ZAGO, L.B.S; WHITE, P.A.S; SANTOS, A.V.T. Tens Burst versus massagem reflexa tratamento da dismenorréia primária. Revista de Fisioterapia SER, Revista Ser, p.85 - 88, 01 de janeiro 2007.

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Anexo A - Ficha de Avaliação Física

FICHA DE AVALIAÇÃO FÍSICA

DATA DO INÍCIO DA MTC: /__/__/ /__/__/ /__/__/ NÚMERO NO ESTUDO ___/___/ 1. Veja a tabela que está em sua mão e pense na intensidade que costuma ter sua cólica menstrual. Dê uma nota, de zero a dez, para sua última dor: Escala Analógica Visual da Dor

SEM DOR DOR MÉDIA DOR MÁXIMA

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2. Você costuma ter outros sintomas, além da cólica, durante a menstruação? ( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO PASSE A I.2 I.1 ENTR: FAÇA A PERGUNTA 3 E ESPERE A ENTREVISTADA RESPONDER ESPONTANEAMENTE. MARQUE TODOS OS SINTOMAS MENCIONADOS COM UM X. FAÇA A PERGUNTA 4 PARA CADA UM DOS SINTOMAS NÃO MENCIONADOS NA P.3.PARA CADA UM DELES MARQUE UM X NA SEGUNDA COLUNA. I. 2 ENTR: FAÇA A PERGUNTA 4 PARA CADA SINTOMA (a – o)

SINTOMAS 3- Quais são esses

sintomas?

4- Já teve...

a) Náusea/Ânsia

b) Vômito

c) Fadiga/ Cansaço

d) Nervosismo/ Irritação

e) Tontura/ Vertigem

f) Dor nas costas

g) Dor de cabeça (Cefaléia)

h) Aumento na freqüência com que

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evacua

i) Palidez/Ficar branca

j) Muito suor/ Sudorese

k) Desmaio/ Síncope

l) Quase desmaio/ Colapso

m) Inchaço

n) Fome/ Aumento do Apetite

o) Outros______________________

3. MAPA DA ÁREA REFLEXA ANTES DA MTC: Deslocamento Plano ( x ) Prega Cutânea ( o )

DATAS DOS TRATAMENTOS: 1º ETAPA A) /_____/_____/_____/ B) /_____/_____/_____/ C) /_____/_____/_____/ D) /_____/_____/_____/ E) /_____/_____/_____/ F) /_____/_____/_____/ G) /_____/_____/_____/ H) /_____/_____/_____/ SINTOMAS PRODUZIDOS PELAS MASSAGENS, REFERIDOS PELAS MULHERES, DURANTE E APÓS AS SESSÕES DESTA ETAPA________________________________________________________________________________________________________________________ 2º ETAPA A) /_____/_____/_____/ B) /_____/_____/_____/ C) /_____/_____/_____/ D) /_____/_____/_____/ E) /_____/_____/_____/ F) /_____/_____/_____/ G) /_____/_____/_____/ H) /_____/_____/_____/

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SINTOMAS DESTA ETAPA________________________________________________________________________________________________________________________ 3º ETAPA A) /_____/_____/_____/ B) /_____/_____/_____/ C) /_____/_____/_____/ D) /_____/_____/_____/ E) /_____/_____/_____/ F) /_____/_____/_____/ G) /_____/_____/_____/ H) /_____/_____/_____/ SINTOMAS DESTA ETAPA________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo B - 1ª Reavaliação (Após 1ª etapa do tratamento)

Data: /__/__/ /__/__/ /__/__/ 1. Inspeção (Área Reflexa): 2. Intensidade da dor durante o tratamento: (ANOTAR O NÚMERO APONTADO NA RÉGUA) |___|___|

3. Você disse a vez passada que tinha tido... (LER AS COM X). Na última menstruação... aumentou, ficou igual, diminuiu ou não teve?

SINTOMAS Aument

(1)

Inalt

(2)

Dimin

(3)

Não teve(8)

a) Náusea/Ânsia

b) Vômito

c) Fadiga/ Cansaço

d) Nervosismo/ Irritação

e) Tontura/ Vertigem

f) Dor nas costas

g) Dor de cabeça (Cefaléia)

h) Aumento na freqüência com que evacua

i) Palidez/Ficar branca

j) Muito suor/ Sudorese

k) Desmaio/ Síncope

l) Quase desmaio/ Colapso

m) Inchaço

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n) Fome/ Aumento do Apetite

o) Outros______________________

4. Teve algum sintoma novo?

( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO

PASSE A 6

5. Qual? (Algum outro?)

TEXTUAL____________________________________________________________________________________________

6. Usou medicação na ultima menstruação?

( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO

7. Quanto a medicação tomou mais, a mesma quantidade ou menos que a vez anterior?

( 1 ) MAIS ( 2 ) MESMA QUANTIDADE ( 3 ) MENOS

(4) NÃO TOMOU

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Anexo C - 2ª Reavaliação

Data: /__/__/ /__/__/ /__/__/ 1. Inspeção (Área Reflexa): 2. Intensidade da dor durante o tratamento: (ANOTAR O NÚMERO APONTADO NA RÉGUA) |___|___|

3. Você disse a vez passada que tinha tido... (LER AS COM X). Na última menstruação... aumentou, ficou igual, diminuiu ou não teve?

SINTOMAS Aument

(1)

Inalt

(2)

Dimin

(3)

Não teve(8)

a) Náusea/Ânsia

b) Vômito

c) Fadiga/ Cansaço

d) Nervosismo/ Irritação

e) Tontura/ Vertigem

f) Dor nas costas

g) Dor de cabeça (Cefaléia)

h) Aumento na freqüência com que evacua

i) Palidez/Ficar branca

j) Muito suor/ Sudorese

k) Desmaio/ Síncope

l) Quase desmaio/ Colapso

m) Inchaço

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n) Fome/ Aumento do Apetite

o) Outros______________________

4. Teve algum sintoma novo?

( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO

PASSE A 6

5. Qual? (Algum outro?)

TEXTUAL____________________________________________________________________________________________

6. Usou medicação na ultima menstruação?

( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO

7. Quanto a medicação tomou mais, a mesma quantidade ou menos que a vez anterior?

( 1 ) MAIS ( 2 ) MESMA QUANTIDADE ( 3 ) MENOS

(4) NÃO TOMOU

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ANEXO D – Escala Analógica Visual da Dor

Escala Analógica Visual da Dor

SEM DOR DOR MÉDIA DOR MÁXIMA

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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ANEXO E – Folha de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa