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ESTUDO LITERÁRIO 1 Secretaria de Cultura do Amazonas Biblioteca Virtual do Amazonas Autor da obra: Mário Andrade Autor do Estudo: João Batista Gomes MACUNAIMA Nota biográfica Paulistano da Rua Aurora Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo, na Rua Aurora, no dia 9 de outubro de 1893. Seus pais: Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa Leite de Morais Andrade. Primeiros estudos Fez o curso primário no Grupo Escolar da Alameda Triunfo. Em 1905, ingressou no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, ali completando o então chamado bacharelado em Ciências e Letras. Escola de Comércio Mário de Andrade, depois da formatura em Ciências e letras, chegou a freqüentar a Escola de Comércio Álvares Penteado, mas não progrediu. Depois de um conflito com alguns professores, desistiu definitivamente. Conservatório dramático Em 1911, entrou para o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, diplomando-se como professor de piano em 1917. Primeira obra Em 1917, estreou na literatura com Há uma gota de sangue em cada poema, um livro de poesias parnasianas inspirado na Primeira Guerra Mundial. Preparativos para o Modernismo A partir da primeira obra, Mário de Andrade não deixou mais o palco das atividades literárias e artísticas, destacando-se, nos anos que se seguiram, como o principal animador do movimento que marcaria a história cultural do Brasil – a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922.

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ESTUDO LITERÁRIO

1

Secretaria de Cultura do Amazonas Biblioteca Virtual do Amazonas

Autor da obra: Mário Andrade Autor do Estudo: João Batista Gomes

MACUNAIMA Nota biográfica

Paulistano da Rua Aurora

Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo, na Rua Aurora, no dia 9 de outubro de 1893. Seus pais: Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa Leite de Morais Andrade.

Primeiros estudos

Fez o curso primário no Grupo Escolar da Alameda Triunfo. Em 1905, ingressou no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, ali completando o então chamado bacharelado em Ciências e Letras.

Escola de Comércio

Mário de Andrade, depois da formatura em Ciências e letras, chegou a freqüentar a Escola de Comércio Álvares Penteado, mas não progrediu. Depois de um conflito com alguns professores, desistiu definitivamente.

Conservatório dramático

Em 1911, entrou para o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, diplomando-se como professor de piano em 1917.

Primeira obra

Em 1917, estreou na literatura com Há uma gota de sangue em cada poema, um livro de poesias parnasianas inspirado na Primeira Guerra Mundial.

Preparativos para o Modernismo

A partir da primeira obra, Mário de Andrade não deixou mais o palco das atividades literárias e artísticas, destacando-se, nos anos que se seguiram, como o principal animador do movimento que marcaria a história cultural do Brasil – a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922.

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Primeira obra do Modernismo

No mesmo ano da Semana (1922), Mário publicou Paulicéia Desvairada, livro de poemas logo acatado como marco do Modernismo brasileiro. A parte mais importante da obra chama-se Prefácio Interessantíssimo em que o autor declara a fundação do Desvairismo.

Professor de História da Música

Ainda em 1922, foi nomeado para a cátedra de História da Música e da Estética, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Não abandonou, porém, a literatura, participando ativamente da efervescência artística, ideológica e até política daqueles anos. Ensaio de teoria poética

Em 1925, publica a obra A escrava que não é Isaura, verdadeira súmula da teoria poética modernista.

Fim da fase radical

Em 1926, Mário de Andrade publica os livros Losango cáqui (poesias) e Primeiro andar (contos), encerrando, segundo os estudiosos de sua obra, a fase mais radical e experimentalista.

Obras mais importantes

Em 1927, Mário de Andrade publicou Amar, verbo intransitivo, marcando a sua estréia no romance.

Em 1928, publicou sua obra mais lida e admirada, Macunaíma. Os dois livros são considerados os mais importantes de sua produção literária.

Criação literária e música

Mário de Andrade soube conjugar uma vida de intensa criação literária com o estudo apaixonado da música, das artes plásticas e do folclore brasileiro.

Diretor de cultura

De 1934 a 1937, Mário de Andrade dirigiu o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, fundou a Discoteca Pública, promoveu o I Congresso da Língua Nacional Cantada e dinamizou a excelente Revista do Arquivo Municipal.

"Eu sou trezentos"

Deduz-se dessa frase que Mário de Andrade foi um autor de múltiplas atividades intelectuais. Foi grande poeta, ensaísta, folclorista, crítico de arte e de literatura, ficcionista.

ESTUDO LITERÁRIO

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Primeira obra do Modernismo

No mesmo ano da Semana (1922), Mário publicou Paulicéia Desvairada, livro de poemas logo acatado como marco do Modernismo brasileiro. A parte mais importante da obra chama-se Prefácio Interessantíssimo em que o autor declara a fundação do Desvairismo.

Professor de História da Música

Ainda em 1922, foi nomeado para a cátedra de História da Música e da Estética, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Não abandonou, porém, a literatura, participando ativamente da efervescência artística, ideológica e até política daqueles anos. Ensaio de teoria poética

Em 1925, publica a obra A escrava que não é Isaura, verdadeira súmula da teoria poética modernista.

Fim da fase radical

Em 1926, Mário de Andrade publica os livros Losango cáqui (poesias) e Primeiro andar (contos), encerrando, segundo os estudiosos de sua obra, a fase mais radical e experimentalista.

Obras mais importantes

Em 1927, Mário de Andrade publicou Amar, verbo intransitivo, marcando a sua estréia no romance.

Em 1928, publicou sua obra mais lida e admirada, Macunaíma. Os dois livros são considerados os mais importantes de sua produção literária.

Criação literária e música

Mário de Andrade soube conjugar uma vida de intensa criação literária com o estudo apaixonado da música, das artes plásticas e do folclore brasileiro.

Diretor de cultura

De 1934 a 1937, Mário de Andrade dirigiu o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, fundou a Discoteca Pública, promoveu o I Congresso da Língua Nacional Cantada e dinamizou a excelente Revista do Arquivo Municipal.

"Eu sou trezentos"

Deduz-se dessa frase que Mário de Andrade foi um autor de múltiplas atividades intelectuais. Foi grande poeta, ensaísta, folclorista, crítico de arte e de literatura, ficcionista.

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Morte aos 51 Mário de Andrade faleceu na sua cidade natal, em 25 de fevereiro de 1945, aos 51

anos de idade.

CRONOLOGIA POESIA 1. Há uma gota de sangue em cada poema – 1917 2. Paulicéia Desvairada – 1922 3. Losango Cáqui – 1926 4. Clã do Jabuti – 1927 5. Remate dos Males – 1930 6. Lira Paulistana (póstuma) – 1947 7. O Carro da Miséria (póstuma) – 1947 PROSA 1. Primeiro andar (contos) – 1926 2. Amar, verbo intransitivo (romance) – 1927 3. Macunaíma (rapsódia) – 1928

Cronologia Biográfica de MÁRIO DE ANDRADE

1893 – 9 de outubro - Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo, na

Rua Aurora. Seus pais: Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa Leite de Morais Andrade.

1905 – Ingressou no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, ali completando o então chamado bacharelado em Ciências e Letras.

1905 – Entrou para o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, diplomando-se como professor de piano em 1917.

1905 – Publicou o primeiro livro: Há uma gota de sangue em cada poema, poesia parnasiana inspirada na I Guerra Mundial. Na obra, adotava o pseudônimo de Mário Sobral.

1921 – Oswald de Andrade publicou o artigo Meu Poeta Futurista, no Jornal do Comércio de São Paulo, sobre a poesia de Mário de Andrade.

1922 – Tornou-se professor de História da Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

1922 – Participou das atividades da célebre Semana de Arte Moderna, em São Paulo.

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Morte aos 51 Mário de Andrade faleceu na sua cidade natal, em 25 de fevereiro de 1945, aos 51

anos de idade.

CRONOLOGIA POESIA 1. Há uma gota de sangue em cada poema – 1917 2. Paulicéia Desvairada – 1922 3. Losango Cáqui – 1926 4. Clã do Jabuti – 1927 5. Remate dos Males – 1930 6. Lira Paulistana (póstuma) – 1947 7. O Carro da Miséria (póstuma) – 1947 PROSA 1. Primeiro andar (contos) – 1926 2. Amar, verbo intransitivo (romance) – 1927 3. Macunaíma (rapsódia) – 1928

Cronologia Biográfica de MÁRIO DE ANDRADE

1893 – 9 de outubro - Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo, na

Rua Aurora. Seus pais: Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa Leite de Morais Andrade.

1905 – Ingressou no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, ali completando o então chamado bacharelado em Ciências e Letras.

1905 – Entrou para o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, diplomando-se como professor de piano em 1917.

1905 – Publicou o primeiro livro: Há uma gota de sangue em cada poema, poesia parnasiana inspirada na I Guerra Mundial. Na obra, adotava o pseudônimo de Mário Sobral.

1921 – Oswald de Andrade publicou o artigo Meu Poeta Futurista, no Jornal do Comércio de São Paulo, sobre a poesia de Mário de Andrade.

1922 – Tornou-se professor de História da Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

1922 – Participou das atividades da célebre Semana de Arte Moderna, em São Paulo.

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1922 – Publicou o livro Paulicéia Desvairada, inaugurando, oficialmente, o Modernismo brasileiro.

1925 – Publicou A escrava que não é Isaura, ensaio de poética em que o autor retoma as idéias do Prefácio Interessantíssimo (de Paulicéia Desvairada).

1926 – Publicou o primeiro livro de contos, Primeiro andar. 1926 – Publicou Losango cáqui, livro de poemas. 1927 – Estreou no romance com a obra Amar, verbo intransitivo. 1927 – Publicou Clã do jabuti, livro de poemas. 1928 – Publicou sua obra máxima, Macunaíma, classificada pelo próprio autor de

rapsódia. 1928 – Publicou Ensaio sobre a Música Brasileira. 1929 – Publicou Compêndio de História da Música, livro didático escrito em estilo até

então desconhecido em obras do gênero. A partir de 1942, o livro passa a se chamar Pequena História da Música.

1930 – Publicou Remate dos males, livro de poesias. O título foi tirado de um lugarejo à margem do rio Amazonas.

1933 – Publicou Música, Doce Música, volume de crítica e folclore. 1934 – Publicou Belasartes, volume de contos. O título faz paródia à obra Malasarte, de

Graça Aranha. 1935 – Organizou e passou a dirigir o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. 1935 – Publicou O Aleijadinho e Álvares de Azevedo. 1935 – Criou a Discoteca Pública de São Paulo. 1935 – Promoveu o I Congresso de Língua Nacional Cantada. 1938 – Tornou-se Diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal (Rio de

Janeiro). 1939 – Publicou Namoros com a Medicina, volume de folclore. 1942 – Publicou a célebre conferência O Movimento Modernista, síntese crítica desse

movimento literário no Brasil. 1943 – Publicou Aspectos da Literatura Brasileira, livro de crítica literária. 1943 – Publicou Os Filhos de Candinha, coletânea de crônicas. 1945 – Morreu, em São Paulo, aos 51 anos, Mário de Andrade.

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1922 – Publicou o livro Paulicéia Desvairada, inaugurando, oficialmente, o Modernismo brasileiro.

1925 – Publicou A escrava que não é Isaura, ensaio de poética em que o autor retoma as idéias do Prefácio Interessantíssimo (de Paulicéia Desvairada).

1926 – Publicou o primeiro livro de contos, Primeiro andar. 1926 – Publicou Losango cáqui, livro de poemas. 1927 – Estreou no romance com a obra Amar, verbo intransitivo. 1927 – Publicou Clã do jabuti, livro de poemas. 1928 – Publicou sua obra máxima, Macunaíma, classificada pelo próprio autor de

rapsódia. 1928 – Publicou Ensaio sobre a Música Brasileira. 1929 – Publicou Compêndio de História da Música, livro didático escrito em estilo até

então desconhecido em obras do gênero. A partir de 1942, o livro passa a se chamar Pequena História da Música.

1930 – Publicou Remate dos males, livro de poesias. O título foi tirado de um lugarejo à margem do rio Amazonas.

1933 – Publicou Música, Doce Música, volume de crítica e folclore. 1934 – Publicou Belasartes, volume de contos. O título faz paródia à obra Malasarte, de

Graça Aranha. 1935 – Organizou e passou a dirigir o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. 1935 – Publicou O Aleijadinho e Álvares de Azevedo. 1935 – Criou a Discoteca Pública de São Paulo. 1935 – Promoveu o I Congresso de Língua Nacional Cantada. 1938 – Tornou-se Diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal (Rio de

Janeiro). 1939 – Publicou Namoros com a Medicina, volume de folclore. 1942 – Publicou a célebre conferência O Movimento Modernista, síntese crítica desse

movimento literário no Brasil. 1943 – Publicou Aspectos da Literatura Brasileira, livro de crítica literária. 1943 – Publicou Os Filhos de Candinha, coletânea de crônicas. 1945 – Morreu, em São Paulo, aos 51 anos, Mário de Andrade.

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DADOS TÉCNICOS GÊNERO

RAPSÓDIA – O próprio autor classificou o livro de rapsódia, fugindo, assim, à denominação comum de romance. Com essa classificação, o autor sugere que a obra é uma narrativa poética das aventuras de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Por conta da classificação, a história permeia-se de lendas, crendices, provérbios, enfim, elementos do nosso folclore.

TRÊS ESTILOS – Há, em Macunaíma, três estilos bem nítidos: a) de lenda (épico-lírico, solene);

b) de crônica (cômico, despachado, solto); c) de paródia (nos traços da criança feia, do anti-herói, dos aspectos negativos do

protagonista). NÚMERO DE CAPÍTULOS

17 CAPÍTULOS – Macunaíma é composto de 17 capítulos, numerados em algarismos romanos, e um epílogo. Todos os capítulos têm numeração e título TÍTULO

BRASILIDADE – O título do livro é o nome do próprio herói, um índio sem nenhum caráter. Hoje, na Literatura Brasileira, Macunaíma virou sinônimo de brasilidade, simbologia de lendas, crendices, costumes, qualidades e defeitos do povo brasileiro. CLASSIFICAÇÃO DO LIVRO

OBRA NACIONALISTA – Macunaíma é uma obra nacionalista. O herói, ao pé da letra, não é de nenhuma região específica do Brasil, embora tenha nascido no Amazonas. A intenção do autor foi construir um livro enfeixando influências diversas de um mesmo país. FOCO NARRATIVO

TERCEIRA PESSOA – Macunaíma é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente, que não participa da história). Um homem (provavelmente o próprio autor) chega às margens do rio Uraricoera, já desertas, e encontra apenas um papagaio falador que, antes de voar para Lisboa, conta-lhe a saga de Macunaíma. Essa história contada pelo papagaio é o livro Macunaíma. TIPO DE LINGUAGEM

SIMPLES, ORAL, DESCONTRAÍDA – A linguagem de Mário de Andrade, em Macunaíma, é simples, oral, descontraída. O autor transpôs para o livro a maneira de falar do brasileiro, em sua vida diária.

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DADOS TÉCNICOS GÊNERO

RAPSÓDIA – O próprio autor classificou o livro de rapsódia, fugindo, assim, à denominação comum de romance. Com essa classificação, o autor sugere que a obra é uma narrativa poética das aventuras de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Por conta da classificação, a história permeia-se de lendas, crendices, provérbios, enfim, elementos do nosso folclore.

TRÊS ESTILOS – Há, em Macunaíma, três estilos bem nítidos: a) de lenda (épico-lírico, solene);

b) de crônica (cômico, despachado, solto); c) de paródia (nos traços da criança feia, do anti-herói, dos aspectos negativos do

protagonista). NÚMERO DE CAPÍTULOS

17 CAPÍTULOS – Macunaíma é composto de 17 capítulos, numerados em algarismos romanos, e um epílogo. Todos os capítulos têm numeração e título TÍTULO

BRASILIDADE – O título do livro é o nome do próprio herói, um índio sem nenhum caráter. Hoje, na Literatura Brasileira, Macunaíma virou sinônimo de brasilidade, simbologia de lendas, crendices, costumes, qualidades e defeitos do povo brasileiro. CLASSIFICAÇÃO DO LIVRO

OBRA NACIONALISTA – Macunaíma é uma obra nacionalista. O herói, ao pé da letra, não é de nenhuma região específica do Brasil, embora tenha nascido no Amazonas. A intenção do autor foi construir um livro enfeixando influências diversas de um mesmo país. FOCO NARRATIVO

TERCEIRA PESSOA – Macunaíma é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente, que não participa da história). Um homem (provavelmente o próprio autor) chega às margens do rio Uraricoera, já desertas, e encontra apenas um papagaio falador que, antes de voar para Lisboa, conta-lhe a saga de Macunaíma. Essa história contada pelo papagaio é o livro Macunaíma. TIPO DE LINGUAGEM

SIMPLES, ORAL, DESCONTRAÍDA – A linguagem de Mário de Andrade, em Macunaíma, é simples, oral, descontraída. O autor transpôs para o livro a maneira de falar do brasileiro, em sua vida diária.

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FALA INDÍGENA – A construção das frases reflete ora o modo de falar dos índios, ora a fala popular dos brasileiros. São comuns, em todo o livro, as seguintes formas: si, pra, dandava, de-noite, de primeiro. Elas estão no lugar de se, para, andava, à noite, primeiramente.

ERROS GRAMATICAIS – A narrativa de Macunaíma inclui todos os erros gramaticais que o brasileiro comum comete no ato da fala. Queria o autor, com isso, provar que é possível fazer arte sem alterar substancialmente a linguagem coloquial. TEMPO

SÉCULO XX – Não se pode negar a vinculação da história narrada às primeiras décadas do século XX. Mas isso numa análise superficial, pois fábulas e lendas não estão presas às normas de verossimilhança do tempo ou do espaço. Macunaíma é, ao mesmo tempo, criança e adulto num piscar de olhos, capaz que é de se metamorfosear de acordo com a própria conveniência. CENÁRIO

SELVA AMAZÔNICA – Macunaíma nasceu no fundo do mato virgem. Com isso, o autor indeterminou o local exato de nascimento do herói, mas sugeriu-lhe a origem natural: interior da selva amazônica. Alencar, em Iracema, fez algo parecido. A heroína nasceu “além, muito além daquele serra que ainda azula no horizonte”.

SÃO PAULO – O herói, de origem indígena e negra, vai para São Paulo. Antes de chegar à cidade grande, fica branco, recebendo a influência européia dos imigrantes que vieram para o Brasil.

ESPAÇO MÍTICO – Macunaíma movimenta-se no espaço com uma velocidade espantosa. Antes de embarcar para São Paulo, vai à foz do rio Negro (como se fosse bem pertinho) e deixa lá a sua consciência. Numa outra passagem, diz que vai caçar “bem ali” e atravessa as matas de Pernambuco e do Pará para, logo depois, estar de volta à região de origem. Com se vê, tempo e espaço assumem caráter mítico. ESCOLA LITERÁRIA

MODERNISMO – Mário de Andrade valoriza as raízes naturais, primitivas dos brasileiros. É a tendência primitivista, nacionalista faz parte do ideário modernista.

OBRA NACIONALISTA – Mário Andrade personifica, em Macunaíma, o brasileiro com suas qualidades e defeitos. O herói é negro, branco, preguiçoso, mulherengo, mentiroso...

ESTUDO LITERÁRIO

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FALA INDÍGENA – A construção das frases reflete ora o modo de falar dos índios, ora a fala popular dos brasileiros. São comuns, em todo o livro, as seguintes formas: si, pra, dandava, de-noite, de primeiro. Elas estão no lugar de se, para, andava, à noite, primeiramente.

ERROS GRAMATICAIS – A narrativa de Macunaíma inclui todos os erros gramaticais que o brasileiro comum comete no ato da fala. Queria o autor, com isso, provar que é possível fazer arte sem alterar substancialmente a linguagem coloquial. TEMPO

SÉCULO XX – Não se pode negar a vinculação da história narrada às primeiras décadas do século XX. Mas isso numa análise superficial, pois fábulas e lendas não estão presas às normas de verossimilhança do tempo ou do espaço. Macunaíma é, ao mesmo tempo, criança e adulto num piscar de olhos, capaz que é de se metamorfosear de acordo com a própria conveniência. CENÁRIO

SELVA AMAZÔNICA – Macunaíma nasceu no fundo do mato virgem. Com isso, o autor indeterminou o local exato de nascimento do herói, mas sugeriu-lhe a origem natural: interior da selva amazônica. Alencar, em Iracema, fez algo parecido. A heroína nasceu “além, muito além daquele serra que ainda azula no horizonte”.

SÃO PAULO – O herói, de origem indígena e negra, vai para São Paulo. Antes de chegar à cidade grande, fica branco, recebendo a influência européia dos imigrantes que vieram para o Brasil.

ESPAÇO MÍTICO – Macunaíma movimenta-se no espaço com uma velocidade espantosa. Antes de embarcar para São Paulo, vai à foz do rio Negro (como se fosse bem pertinho) e deixa lá a sua consciência. Numa outra passagem, diz que vai caçar “bem ali” e atravessa as matas de Pernambuco e do Pará para, logo depois, estar de volta à região de origem. Com se vê, tempo e espaço assumem caráter mítico. ESCOLA LITERÁRIA

MODERNISMO – Mário de Andrade valoriza as raízes naturais, primitivas dos brasileiros. É a tendência primitivista, nacionalista faz parte do ideário modernista.

OBRA NACIONALISTA – Mário Andrade personifica, em Macunaíma, o brasileiro com suas qualidades e defeitos. O herói é negro, branco, preguiçoso, mulherengo, mentiroso...

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ANTIPARNASIANA – Macunaíma revela-se antiparnasiana ao subverter a forma e ao desobedecer às normas ditadas pela gramática. ENREDO PRINCIPAL

SEQÜÊNCIA NÃO LINEAR – À semelhança de relatos épicos ditos populares, Macunaíma é uma longa seqüência de lendas variadas e justapostas, com numerosas ações, quase todas praticadas pelo herói que dá título à obra. O fluxo dos acontecimentos é, às vezes, caótico, impossibilitando uma seqüência lógica para os fatos narrados. O enredo principal de Macunaíma é a aventura do herói e de seus irmãos rumo à cidade de São Paulo. PERSONAGENS

FUGA DO TRADICIONAL – As personagens criadas por Mário de Andrade fogem a qualquer classificação tradicional. O herói, de origem indígena e negra, fica branco num passe de mágico. Ci, a Mãe do mato morre e vai para o céu por um cipó. Sem contar que o herói mata a própria mãe e não fica traumatizado.

MACUNAÍMA

É o herói sem nenhum caráter. Com isso, o autor insinua que Macunaíma não tem

características próprias, não tem identidade definida. Nasceu índio, preto retinto e feio. Passou mais de seis anos sem falar; motivo: preguiça. Ainda criança, o herói odiava homens, fazia tudo por mulheres e respeitava os mais velhos. Durante a aventura, o herói morreu duas vezes. Na primeira, foi vítima do Gigante Piaimã; na segunda, o próprio Macunaíma matou-se quando tentou quebrar os testículos com uma pedra. O herói, no final da aventura, fica sem uma perna e vai para o céu por um cipó. O Pai do Mutum transformou-o na constelação de Ursa Maior.

TAPANHUMAS Índia, mãe de Macunaíma, Maanape e Jiguê. Certa vez, abandonou o herói (ainda

criança) no mato, com intenção de se livrar do filho. Foi morta pelo herói que a confundiu com uma veada parida.

CI, A MÃE DO MATO Companheira de Macunaíma, deu à luz um filho vermelho. Depois da morte do

filho, foi para o céu por um cipó e virou a estrela Beta do Centauro. MAANAPE É o irmão mais velho de Macunaíma. Era velhinho e feiticeiro, capaz de transformar

tudo em tudo. No final, é devorado pela sombra do irmão Jiguê. JIGUÊ

ESTUDO LITERÁRIO

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ANTIPARNASIANA – Macunaíma revela-se antiparnasiana ao subverter a forma e ao desobedecer às normas ditadas pela gramática. ENREDO PRINCIPAL

SEQÜÊNCIA NÃO LINEAR – À semelhança de relatos épicos ditos populares, Macunaíma é uma longa seqüência de lendas variadas e justapostas, com numerosas ações, quase todas praticadas pelo herói que dá título à obra. O fluxo dos acontecimentos é, às vezes, caótico, impossibilitando uma seqüência lógica para os fatos narrados. O enredo principal de Macunaíma é a aventura do herói e de seus irmãos rumo à cidade de São Paulo. PERSONAGENS

FUGA DO TRADICIONAL – As personagens criadas por Mário de Andrade fogem a qualquer classificação tradicional. O herói, de origem indígena e negra, fica branco num passe de mágico. Ci, a Mãe do mato morre e vai para o céu por um cipó. Sem contar que o herói mata a própria mãe e não fica traumatizado.

MACUNAÍMA

É o herói sem nenhum caráter. Com isso, o autor insinua que Macunaíma não tem

características próprias, não tem identidade definida. Nasceu índio, preto retinto e feio. Passou mais de seis anos sem falar; motivo: preguiça. Ainda criança, o herói odiava homens, fazia tudo por mulheres e respeitava os mais velhos. Durante a aventura, o herói morreu duas vezes. Na primeira, foi vítima do Gigante Piaimã; na segunda, o próprio Macunaíma matou-se quando tentou quebrar os testículos com uma pedra. O herói, no final da aventura, fica sem uma perna e vai para o céu por um cipó. O Pai do Mutum transformou-o na constelação de Ursa Maior.

TAPANHUMAS Índia, mãe de Macunaíma, Maanape e Jiguê. Certa vez, abandonou o herói (ainda

criança) no mato, com intenção de se livrar do filho. Foi morta pelo herói que a confundiu com uma veada parida.

CI, A MÃE DO MATO Companheira de Macunaíma, deu à luz um filho vermelho. Depois da morte do

filho, foi para o céu por um cipó e virou a estrela Beta do Centauro. MAANAPE É o irmão mais velho de Macunaíma. Era velhinho e feiticeiro, capaz de transformar

tudo em tudo. No final, é devorado pela sombra do irmão Jiguê. JIGUÊ

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Irmão mais novo de Macunaíma. Arranjou, durante a aventura, três mulheres: Sofará, Iriqui e Suzi. Todas o traíram com o herói. Uma ferida provoca por dente de sucuri devorou-o aos poucos, restando dele apenas a sombra.

SOFARÁ Primeira companheira de Jiguê. Levou Macunaíma para passear no mato e teve uma

surpresa: o herói virou um príncipe lindo e possuiu-a. Por causa da traição amorosa, Jiguê devolveu-a para os pais.

IRIQUI Segunda companheira de Jiguê. Era jovem e vaidosa, vivia pintando o corpo e os

lábios. Trazia um rato escondido nos cabelos. Mesmo depois de saber que ela brincou com Macunaíma, Jiguê não a mandou embora. Quando os irmãos voltavam de São Paulo, Macunaíma foi buscá-la em um bambuzal.

SUZI Mulher que Jiguê arranjou na cidade de São Paulo. Também traiu o companheiro

com Macunaíma. VENCESLAU PIETRO PIETRA (Gigante Piaimã) É o nome completo do gigante Piaimã, o maior inimigo de Macunaíma. Morreu

dentro de um tacho cheio de macarrão fervendo. Quem o matou foi o herói. VELHA CEIUCI Companheira do gigante Piaimã, também perseguia o herói. Tinha duas filhas;

Macunaíma brincou com a mais nova. Por isso, a moça foi expulsa de casa. CURUPIRA Tentou devorar Macunaíma, quando o herói era criança, no meio da selva, mas não

conseguiu. VÓ COTIA Usando água envenenada da mandioca, fez que o herói ficasse com corpo de homem

e cabeça de menino. COBRA PRETA Chupou o único peito vivo de Ci, envenenando-lhe o leite. Quando o filho de Ci e

do herói mamou o leite envenenado, morreu. MIANIQUÊ-TEIBÊ

ESTUDO LITERÁRIO

8

Irmão mais novo de Macunaíma. Arranjou, durante a aventura, três mulheres: Sofará, Iriqui e Suzi. Todas o traíram com o herói. Uma ferida provoca por dente de sucuri devorou-o aos poucos, restando dele apenas a sombra.

SOFARÁ Primeira companheira de Jiguê. Levou Macunaíma para passear no mato e teve uma

surpresa: o herói virou um príncipe lindo e possuiu-a. Por causa da traição amorosa, Jiguê devolveu-a para os pais.

IRIQUI Segunda companheira de Jiguê. Era jovem e vaidosa, vivia pintando o corpo e os

lábios. Trazia um rato escondido nos cabelos. Mesmo depois de saber que ela brincou com Macunaíma, Jiguê não a mandou embora. Quando os irmãos voltavam de São Paulo, Macunaíma foi buscá-la em um bambuzal.

SUZI Mulher que Jiguê arranjou na cidade de São Paulo. Também traiu o companheiro

com Macunaíma. VENCESLAU PIETRO PIETRA (Gigante Piaimã) É o nome completo do gigante Piaimã, o maior inimigo de Macunaíma. Morreu

dentro de um tacho cheio de macarrão fervendo. Quem o matou foi o herói. VELHA CEIUCI Companheira do gigante Piaimã, também perseguia o herói. Tinha duas filhas;

Macunaíma brincou com a mais nova. Por isso, a moça foi expulsa de casa. CURUPIRA Tentou devorar Macunaíma, quando o herói era criança, no meio da selva, mas não

conseguiu. VÓ COTIA Usando água envenenada da mandioca, fez que o herói ficasse com corpo de homem

e cabeça de menino. COBRA PRETA Chupou o único peito vivo de Ci, envenenando-lhe o leite. Quando o filho de Ci e

do herói mamou o leite envenenado, morreu. MIANIQUÊ-TEIBÊ

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ESTUDO LITERÁRIO

9

Assombração medonha que tentou engolir o herói. “Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas”.

OIBÊ Minhocão temível, monstro que perseguiu Macunaíma. Transformou-se em

cachorro-do-mato. TZALÓ O feiticeiro Tzaló andava numa perna só e tinha uma cabaça mágica: bastava

mergulhá-la na água do rio e despejá-la na praia que um montão de peixe aparecia misteriosamente.

CAICÃE O feiticeiro Caicãe nunca teve mãe. Tinha uma viola mágica: bastava tocá-la e

muitas caças apareciam. MAPINGUARI Macaco-homem que anda no mato fazendo mal para as moças. O monstro agarrou

Macunaíma, pensando tratar-se de uma mulher, porém o herói mostrou-lhe o pênis. O monstro riu e deixou Macunaíma passar.

RESUMO

CAPÍTULO I Macunaíma

PRETO E FEIO – Macunaíma nasceu no fundo do mato virgem. "Era preto,

retinto e filho do medo da noite". Na meninice, fez coisas de espantar.

PREGUIÇOSO – Passou mais de seis anos sem falar; motivo: preguiça. Era interesseiro: não podia ver dinheiro. Quando a família ia tomar banho no rio, todos nus, o herói ficava esperto. Mergulhava e pegava na parte das mulheres.

AVERSÃO A HOMENS – Não gostava de homens. "Nos machos cuspia na cara".

SONHOS IMORAIS – O herói dormia num berço alto, com a rede da mãe por baixo. De noite, mijava sobre a velha e espantava os mosquitos. "Adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar".

ESTUDO LITERÁRIO

9

Assombração medonha que tentou engolir o herói. “Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas”.

OIBÊ Minhocão temível, monstro que perseguiu Macunaíma. Transformou-se em

cachorro-do-mato. TZALÓ O feiticeiro Tzaló andava numa perna só e tinha uma cabaça mágica: bastava

mergulhá-la na água do rio e despejá-la na praia que um montão de peixe aparecia misteriosamente.

CAICÃE O feiticeiro Caicãe nunca teve mãe. Tinha uma viola mágica: bastava tocá-la e

muitas caças apareciam. MAPINGUARI Macaco-homem que anda no mato fazendo mal para as moças. O monstro agarrou

Macunaíma, pensando tratar-se de uma mulher, porém o herói mostrou-lhe o pênis. O monstro riu e deixou Macunaíma passar.

RESUMO

CAPÍTULO I Macunaíma

PRETO E FEIO – Macunaíma nasceu no fundo do mato virgem. "Era preto,

retinto e filho do medo da noite". Na meninice, fez coisas de espantar.

PREGUIÇOSO – Passou mais de seis anos sem falar; motivo: preguiça. Era interesseiro: não podia ver dinheiro. Quando a família ia tomar banho no rio, todos nus, o herói ficava esperto. Mergulhava e pegava na parte das mulheres.

AVERSÃO A HOMENS – Não gostava de homens. "Nos machos cuspia na cara".

SONHOS IMORAIS – O herói dormia num berço alto, com a rede da mãe por baixo. De noite, mijava sobre a velha e espantava os mosquitos. "Adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar".

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ESTUDO LITERÁRIO

10

REI NAGÔ – Numa pajelança, Rei Nagô fez um discurso e avisou que Macunaíma era inteligente.

SEIS ANOS – Quando completou seis anos, deram-lhe água em um chocalho, e o herói passou a falar com desembaraço.

SOFARÁ – A mãe de Macunaíma pediu à nora, Sofará, para levar Macunaíma para um passeio pelo mato. Lá, o herói virou um príncipe lindo e brincou com a cunhada. Agora, quando Macunaíma chorava, querendo passear no mato, Sofará logo se oferecia para levar o menino.

ARMADILHA – Macunaíma fez, às escondidas, armadilha para pegar uma anta e conseguiu laçar o anima antes do seu irmão Jiguê. Na hora de repartir o animal, Jiguê deu somente as tripas para o herói. Ele ficou zangado e prometeu vingança.

BRINCADEIRAS COM SOFARÁ – No outro dia, Macunaíma e Sofará foram para o mato logo cedo, passaram o dia brincando e só retornaram à noite. Jiguê seguiu os dois, viu a transformação e "pegou num rabo-de-tatu e chegou-o com vontade na bunda do herói. O berreiro foi tão intenso que encurtou o tamanhão da noite e muitos pássaros caíram de susto no chão e se transformaram em pedra." Jiguê, depois de surrar o herói, devolveu Sofará para os pais dela. TEXTO PARA LEITURA

Já a estrela Papacéia brilhava no céu quando a moça voltou parecendo muito fatigada de tanto carregar piá nas costas. Porém Jiguê desconfiado seguira os dois no mato, enxergara a transformação e o resto. Jiguê era muito bobo. Teve raiva. Pegou num rabo-de-tatu e chegou-o com vontade na bunda do herói. O berreiro foi tão imenso que encurtou o tamanho da noite e muitos pássaros caíram de susto no chão e se transformaram em pedra.

“Quando Jiguê não pôde mais surrar, Macunaíma correu até a capoeira, mastigou raiz de cardeiro e voltou são. Jiguê levou Sofará pro pai dela e dormiu folgado na rede. MOMENTO GRAMATICAL 1

O acento gráfico em “pôde”: a) é indevido. b) é diferencial de timbre. c) é diferencial morfológico. d) é diferencial de tonicidade. e) é normal: indica que a palavra é forma verbal.

ESTUDO LITERÁRIO

10

REI NAGÔ – Numa pajelança, Rei Nagô fez um discurso e avisou que Macunaíma era inteligente.

SEIS ANOS – Quando completou seis anos, deram-lhe água em um chocalho, e o herói passou a falar com desembaraço.

SOFARÁ – A mãe de Macunaíma pediu à nora, Sofará, para levar Macunaíma para um passeio pelo mato. Lá, o herói virou um príncipe lindo e brincou com a cunhada. Agora, quando Macunaíma chorava, querendo passear no mato, Sofará logo se oferecia para levar o menino.

ARMADILHA – Macunaíma fez, às escondidas, armadilha para pegar uma anta e conseguiu laçar o anima antes do seu irmão Jiguê. Na hora de repartir o animal, Jiguê deu somente as tripas para o herói. Ele ficou zangado e prometeu vingança.

BRINCADEIRAS COM SOFARÁ – No outro dia, Macunaíma e Sofará foram para o mato logo cedo, passaram o dia brincando e só retornaram à noite. Jiguê seguiu os dois, viu a transformação e "pegou num rabo-de-tatu e chegou-o com vontade na bunda do herói. O berreiro foi tão intenso que encurtou o tamanhão da noite e muitos pássaros caíram de susto no chão e se transformaram em pedra." Jiguê, depois de surrar o herói, devolveu Sofará para os pais dela. TEXTO PARA LEITURA

Já a estrela Papacéia brilhava no céu quando a moça voltou parecendo muito fatigada de tanto carregar piá nas costas. Porém Jiguê desconfiado seguira os dois no mato, enxergara a transformação e o resto. Jiguê era muito bobo. Teve raiva. Pegou num rabo-de-tatu e chegou-o com vontade na bunda do herói. O berreiro foi tão imenso que encurtou o tamanho da noite e muitos pássaros caíram de susto no chão e se transformaram em pedra.

“Quando Jiguê não pôde mais surrar, Macunaíma correu até a capoeira, mastigou raiz de cardeiro e voltou são. Jiguê levou Sofará pro pai dela e dormiu folgado na rede. MOMENTO GRAMATICAL 1

O acento gráfico em “pôde”: a) é indevido. b) é diferencial de timbre. c) é diferencial morfológico. d) é diferencial de tonicidade. e) é normal: indica que a palavra é forma verbal.

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11

CAPÍTULO II Maioridade

IRIQUI – Logo depois de se livrar de Sofará, Jiguê arranjou uma cunhã nova.

Chamava-se Iriqui. Trazia sempre um rato escondido nos cabelos.

FOME – Depois que a carne de anta acabou, a tribo começou a passar fome. Maanape matou um boto, e Maraguigana, pai do boto, ficou zangado e mandou uma enchente, e o milharal apodreceu.

ENGANANDO A MÃE – Macunaíma pediu que velha Tapanhumas fechasse os olhos. A mãe do herói obedeceu e, quando o filho pediu que ela olhasse, estavam do outro lado do rio, cercados de fartura: caça, peixe, bananeiras dando. De repente, a velha começou a juntar comida com intenção de levá-la para aliviar a fome de Maanape, de Jiguê e de Iriqui. O herói ficou zangado, pediu que ela fechasse os olhos de novo e, quando os abriu, estavam de volta na maloca antiga, todos com fome.

CURUPIRA – A mãe de Macunaíma colocou-o nas costas e entrou na mata até não poder mais. Depois, abandonou o filho e voltou para a maloca. O herói ameaçou chorar, criou coragem e botou o pé na estrada. Perdido, depois de vagar por uma semana, topou com o Curupira. O monstro deu-lhe para comer um pedaço da própria perna. Depois, montado num veado, correu atrás do herói, gritando: "Carne de minha perna! carne de minha perna!" E a carne respondia dentro da barriga de Macunaíma: "Que foi?" O herói só escapou porque bebeu lama e vomitou o pedaço de carne.

VÓ COTIA – Depois de enganar o Curupira, Macunaíma foi sair na casa da vó Cotia que estava fazendo farinha. A vó deu-lhe comida, ouviu-lhe a história do Curupira e jogou caldo envenenado de aipim no corpo do herói para fazê-lo crescer. O líquido molhou todo o corpo do herói, menos a cabeça. De repente, ele ficou com corpo de homem, mas a cabeça era de menino.

BRINCANDO COM IRIQUI – Macunaíma voltou para a tribo tapanhumas. Os manos foram caçar e pescar, e a velha foi ao roçado. Macunaíma ficou sozinho com Iriqui e brincou com ela. Jiguê, quando voltou, percebeu, mas Maanape disse ao irmão que Macunaíma agora era homem troncudo. Jiguê aceitou a traição sem fazer barulho.

CAÇANDO A PRÓPRIA MÃE – Macunaíma foi caçar. "Atravessou o reino encantado da Pedra Bonita em Pernambuco e quando estava chegando na cidade de Santarém topou com uma viada parida." O herói flechou a veada e, quando foi olhar de perto, tinha matado a própria mãe. Quando voltou do desmaio, foi avisar os manos. Os três

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CAPÍTULO II Maioridade

IRIQUI – Logo depois de se livrar de Sofará, Jiguê arranjou uma cunhã nova.

Chamava-se Iriqui. Trazia sempre um rato escondido nos cabelos.

FOME – Depois que a carne de anta acabou, a tribo começou a passar fome. Maanape matou um boto, e Maraguigana, pai do boto, ficou zangado e mandou uma enchente, e o milharal apodreceu.

ENGANANDO A MÃE – Macunaíma pediu que velha Tapanhumas fechasse os olhos. A mãe do herói obedeceu e, quando o filho pediu que ela olhasse, estavam do outro lado do rio, cercados de fartura: caça, peixe, bananeiras dando. De repente, a velha começou a juntar comida com intenção de levá-la para aliviar a fome de Maanape, de Jiguê e de Iriqui. O herói ficou zangado, pediu que ela fechasse os olhos de novo e, quando os abriu, estavam de volta na maloca antiga, todos com fome.

CURUPIRA – A mãe de Macunaíma colocou-o nas costas e entrou na mata até não poder mais. Depois, abandonou o filho e voltou para a maloca. O herói ameaçou chorar, criou coragem e botou o pé na estrada. Perdido, depois de vagar por uma semana, topou com o Curupira. O monstro deu-lhe para comer um pedaço da própria perna. Depois, montado num veado, correu atrás do herói, gritando: "Carne de minha perna! carne de minha perna!" E a carne respondia dentro da barriga de Macunaíma: "Que foi?" O herói só escapou porque bebeu lama e vomitou o pedaço de carne.

VÓ COTIA – Depois de enganar o Curupira, Macunaíma foi sair na casa da vó Cotia que estava fazendo farinha. A vó deu-lhe comida, ouviu-lhe a história do Curupira e jogou caldo envenenado de aipim no corpo do herói para fazê-lo crescer. O líquido molhou todo o corpo do herói, menos a cabeça. De repente, ele ficou com corpo de homem, mas a cabeça era de menino.

BRINCANDO COM IRIQUI – Macunaíma voltou para a tribo tapanhumas. Os manos foram caçar e pescar, e a velha foi ao roçado. Macunaíma ficou sozinho com Iriqui e brincou com ela. Jiguê, quando voltou, percebeu, mas Maanape disse ao irmão que Macunaíma agora era homem troncudo. Jiguê aceitou a traição sem fazer barulho.

CAÇANDO A PRÓPRIA MÃE – Macunaíma foi caçar. "Atravessou o reino encantado da Pedra Bonita em Pernambuco e quando estava chegando na cidade de Santarém topou com uma viada parida." O herói flechou a veada e, quando foi olhar de perto, tinha matado a própria mãe. Quando voltou do desmaio, foi avisar os manos. Os três

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ESTUDO LITERÁRIO

12

choraram muito e passaram a noite bebendo cachaça e comendo peixe com farinha. Depositaram o corpo da velha debaixo de uma pedra no lugar chamado Pai da Tocandeira. "A barriga da morta foi inchando foi inchando e no fim das chuvas tinha virado num cêrro macio".

PARTIDA – Depois da morte da índia tapanhumas, "Macunaíma deu a mão pra Iriqui, Iriqui deu a mão pra Maanape, Maanape deu a mão pra Jiguê e os quatro partiram por êsse mundo." MOMENTO LITERÁRIO 1

O herói matou a própria mãe porque a) confundiu-a com uma caça por causa da escuridão. b) queria vingar-se dela por tê-lo abandonado no mato. c) queria ficar livre, sem ninguém que nele mandasse. d) os dois irmãos pediram que ele praticasse o crime. e) pensou que a mãe era ma veada – mágica feita por Maanape.

CAPÍTULO III Ci, Mãe do mato

O ENCONTRO – Os quatro (Macunaíma, Maanape, Jiguê e Iriqui) estavam

caminhando no mato penando muita sede. Macunaíma encontrou Ci, a Mãe do Mato. A cunhã estava dormindo. O herói saltou sobre ela, querendo brincar. A icamiaba acordou e lutou com Macunaíma. Depois de muito apanhar, o herói pediu ajuda aos irmãos. A icamiaba, depois de levar uma porrada na cabeça, desmaiou. E foi assim que Macunaíma a possuiu. "Vieram então muitas jandaias, muitas araras vermelhas tuins coricas periquitos, muitos papagaios saudar Macunaíma, o novo Imperador do Mato-Virgem.

EXCESSO DE BRINCADEIRA – A vida estava tranqüila para Macunaíma e para os manos. O herói não conseguia satisfazer os desejos da Mãe do Mato. Ela queria brincar a noite inteira. Chegava a preparar remédios para aumentar a resistência do herói.

FILHO VERMELHO – Antes de seis meses, a Mãe do Mato pariu um filho encarnado. Macunaíma, com o nascimento do filho, ficou de repouso um mês inteiro, mas recusou-se a jejuar. A criança tinha cabeça chata, "e Macunaíma inda a achatava mais batendo nela todos os dias".

COBRA PRETA – Macunaíma bebeu demais e dormiu a noite inteira, deixando de vigiar a Mãe do mato. Então, veio a Cobra Preta e mamou no único peito vivo de Ci. O curumim chupou o peito da mãe no outro dia, deu um suspiro envenenado e morreu.

ESTUDO LITERÁRIO

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choraram muito e passaram a noite bebendo cachaça e comendo peixe com farinha. Depositaram o corpo da velha debaixo de uma pedra no lugar chamado Pai da Tocandeira. "A barriga da morta foi inchando foi inchando e no fim das chuvas tinha virado num cêrro macio".

PARTIDA – Depois da morte da índia tapanhumas, "Macunaíma deu a mão pra Iriqui, Iriqui deu a mão pra Maanape, Maanape deu a mão pra Jiguê e os quatro partiram por êsse mundo." MOMENTO LITERÁRIO 1

O herói matou a própria mãe porque a) confundiu-a com uma caça por causa da escuridão. b) queria vingar-se dela por tê-lo abandonado no mato. c) queria ficar livre, sem ninguém que nele mandasse. d) os dois irmãos pediram que ele praticasse o crime. e) pensou que a mãe era ma veada – mágica feita por Maanape.

CAPÍTULO III Ci, Mãe do mato

O ENCONTRO – Os quatro (Macunaíma, Maanape, Jiguê e Iriqui) estavam

caminhando no mato penando muita sede. Macunaíma encontrou Ci, a Mãe do Mato. A cunhã estava dormindo. O herói saltou sobre ela, querendo brincar. A icamiaba acordou e lutou com Macunaíma. Depois de muito apanhar, o herói pediu ajuda aos irmãos. A icamiaba, depois de levar uma porrada na cabeça, desmaiou. E foi assim que Macunaíma a possuiu. "Vieram então muitas jandaias, muitas araras vermelhas tuins coricas periquitos, muitos papagaios saudar Macunaíma, o novo Imperador do Mato-Virgem.

EXCESSO DE BRINCADEIRA – A vida estava tranqüila para Macunaíma e para os manos. O herói não conseguia satisfazer os desejos da Mãe do Mato. Ela queria brincar a noite inteira. Chegava a preparar remédios para aumentar a resistência do herói.

FILHO VERMELHO – Antes de seis meses, a Mãe do Mato pariu um filho encarnado. Macunaíma, com o nascimento do filho, ficou de repouso um mês inteiro, mas recusou-se a jejuar. A criança tinha cabeça chata, "e Macunaíma inda a achatava mais batendo nela todos os dias".

COBRA PRETA – Macunaíma bebeu demais e dormiu a noite inteira, deixando de vigiar a Mãe do mato. Então, veio a Cobra Preta e mamou no único peito vivo de Ci. O curumim chupou o peito da mãe no outro dia, deu um suspiro envenenado e morreu.

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ESTUDO LITERÁRIO

13

MUIRAQUITÃ – Depois do enterro do filho, a Mãe do mato tirou do colar uma muiraquitã famosa, deu-a para Macunaíma e subiu para o céu por um cipó. Virou uma estrela: é a Beta do Centauro. No outro dia, quando o herói foi visitar o túmulo do filho, do corpo dele nascera uma plantinha: era o guaraná.

CAPÍTULO IV

Boiúna Luna

PARTIDA – No outro dia, sentindo que ia chorar com saudades de Ci, Macunaíma chamou os manos e partiu, levando a muiraquitã no beiço furado.

BOIÚNA – Continuando a caminhada, Macunaíma e os irmãos enfrentaram a boiúna Capei (cobra-grande), que morava debaixo de uma pedra que, outrora, fora uma moça. O herói venceu a cobra, mas foi perseguido pela cabeça dela por muito tempo. Os três esconderam-se em um rancho e fecharam a porta. Só então Macunaíma notou que perdera a muiraquitã. A cabeça de Capei não queria fazer nenhum mal ao herói; perseguia-o porque ficara escrava dele.

BOIÚNA NO CÉU – Ajudada pelas caranguejeiras, a cabeça da boiúna Capei subiu para o céu comendo teias. Estava gorducha de tanto fio comido e pálida do esforço. Lá no campo vasto do céu, é a cabeça da Lua.

PARADEIRO DA MUIRAQUITÃ – Foi o uirapuru, com seu canto, que informou a Macunaíma o paradeiro da muiraquitã. A pedra foi engolida por uma tartaruga. O pescador que apanhou a tartaruga vendeu a jóia para um regatão peruano chamado Venceslau Pietro Pietra. O dono do talismã ficara muito rico, virara fazendeiro e morava em São Paulo. Macunaíma conta aos irmãos o que ouviu do pássaro, e os manos resolveram seguir o herói porque ele precisava de proteção. MOMENTO LITERÁRIO 2

O filho do herói com Ci:

a) nasceu branco porque puxou à mãe. b) nasceu preto porque puxou ao pai. c) morreu porque a Cobra Preta o picou. d) morreu porque bebeu o leite envenenado da mãe. e) morreu e foi para o céu por um cipó.

ESTUDO LITERÁRIO

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MUIRAQUITÃ – Depois do enterro do filho, a Mãe do mato tirou do colar uma muiraquitã famosa, deu-a para Macunaíma e subiu para o céu por um cipó. Virou uma estrela: é a Beta do Centauro. No outro dia, quando o herói foi visitar o túmulo do filho, do corpo dele nascera uma plantinha: era o guaraná.

CAPÍTULO IV

Boiúna Luna

PARTIDA – No outro dia, sentindo que ia chorar com saudades de Ci, Macunaíma chamou os manos e partiu, levando a muiraquitã no beiço furado.

BOIÚNA – Continuando a caminhada, Macunaíma e os irmãos enfrentaram a boiúna Capei (cobra-grande), que morava debaixo de uma pedra que, outrora, fora uma moça. O herói venceu a cobra, mas foi perseguido pela cabeça dela por muito tempo. Os três esconderam-se em um rancho e fecharam a porta. Só então Macunaíma notou que perdera a muiraquitã. A cabeça de Capei não queria fazer nenhum mal ao herói; perseguia-o porque ficara escrava dele.

BOIÚNA NO CÉU – Ajudada pelas caranguejeiras, a cabeça da boiúna Capei subiu para o céu comendo teias. Estava gorducha de tanto fio comido e pálida do esforço. Lá no campo vasto do céu, é a cabeça da Lua.

PARADEIRO DA MUIRAQUITÃ – Foi o uirapuru, com seu canto, que informou a Macunaíma o paradeiro da muiraquitã. A pedra foi engolida por uma tartaruga. O pescador que apanhou a tartaruga vendeu a jóia para um regatão peruano chamado Venceslau Pietro Pietra. O dono do talismã ficara muito rico, virara fazendeiro e morava em São Paulo. Macunaíma conta aos irmãos o que ouviu do pássaro, e os manos resolveram seguir o herói porque ele precisava de proteção. MOMENTO LITERÁRIO 2

O filho do herói com Ci:

a) nasceu branco porque puxou à mãe. b) nasceu preto porque puxou ao pai. c) morreu porque a Cobra Preta o picou. d) morreu porque bebeu o leite envenenado da mãe. e) morreu e foi para o céu por um cipó.

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14

CAPÍTULO V Piaimã

SEM CONSCIÊNCIA – No dia seguinte, Macunaíma deu uma chegada, de

canoa, até a foz do rio Negro para deixar a consciência na ilha de Marapatá. Pendurou-a na ponta de um mandacaru de dez metros para não ser devorada pelas saúvas.

ÁGUA MÁGICA – Os manos seguiam para São Paulo pelo rio Araguaia remando canoa. O herói, coberto de suor, lembrou-se de tomar banho. Mas no rio era impossível por causa das piranhas. De repente, bem no meio do rio, Macunaíma viu uma piscina no feitio da marca de um pé gigante (pé de São Tomé). O herói entrou na água e lavou-se inteirinho. A água era mágica e lavou a cor do herói; ao sair, estava branco, louro e de olhos azuizinhos. Jiguê, vendo que o mano mudara de cor, atirou-se também no líquido mágico. Porém a água já estava suja da negrura do herói, e por mais que Jiguê esfregasse o corpo, só conseguiu ficar da cor de bronze novo. Quando Maanape foi lavar-se, já existia pouca água no fundo da piscina, ele conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos.

RIO TIETÊ – Quando chegaram ao rio Tietê, os caroços de cacau não valiam mais como dinheiro. O herói ficou com medo de ter que trabalhar.

CHEGADA A SÃO PAULO – Quando chegaram à cidade de São Paulo, a papagaiada imperial fez uma grande gritaria e despediu-se do herói, voltando para os matos do norte. Na primeira noite na cidade grande, Macunaíma dormiu com três cunhãs brancas.

INTELIGÊNCIA PERTURBADA – Ao acordar, no outro dia, o herói ficou perturbado. Confundia as máquinas da cidade e seus barulhos com bichos da selva. As cunhãs tentaram explicar as coisas da cidade para Macunaíma, mas ele não queria acreditar em tudo aquilo.

MÁQUINAS – Os três irmãos foram morar em uma pensão. O herói já tinha sapinhos na boca por causa da noite de amor com as cunhãs paulistanas. Macunaíma demorou uma semana para se acostumar às máquinas da cidade. Jiguê foi transformado em telefone, e o herói ligou para os cabarés, encomendando lagosta e francesas.

GIGANTE PIAIMÃ – No primeiro encontro entre o herói e Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, o gigante matou o herói com uma flechada, cortou-o em pedaços pequenos e transformou-o em torresmos. Maanape, ajudado por uma formiga e por um carrapato, juntou todos os pedaços, deixou esfriar, embrulhou em folhas de bananeira e levou para a pensão. Soprou fumo, e Macunaíma ressuscitou. Depois de tomar guaraná, ficou taludo outra vez.

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CAPÍTULO V Piaimã

SEM CONSCIÊNCIA – No dia seguinte, Macunaíma deu uma chegada, de

canoa, até a foz do rio Negro para deixar a consciência na ilha de Marapatá. Pendurou-a na ponta de um mandacaru de dez metros para não ser devorada pelas saúvas.

ÁGUA MÁGICA – Os manos seguiam para São Paulo pelo rio Araguaia remando canoa. O herói, coberto de suor, lembrou-se de tomar banho. Mas no rio era impossível por causa das piranhas. De repente, bem no meio do rio, Macunaíma viu uma piscina no feitio da marca de um pé gigante (pé de São Tomé). O herói entrou na água e lavou-se inteirinho. A água era mágica e lavou a cor do herói; ao sair, estava branco, louro e de olhos azuizinhos. Jiguê, vendo que o mano mudara de cor, atirou-se também no líquido mágico. Porém a água já estava suja da negrura do herói, e por mais que Jiguê esfregasse o corpo, só conseguiu ficar da cor de bronze novo. Quando Maanape foi lavar-se, já existia pouca água no fundo da piscina, ele conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos.

RIO TIETÊ – Quando chegaram ao rio Tietê, os caroços de cacau não valiam mais como dinheiro. O herói ficou com medo de ter que trabalhar.

CHEGADA A SÃO PAULO – Quando chegaram à cidade de São Paulo, a papagaiada imperial fez uma grande gritaria e despediu-se do herói, voltando para os matos do norte. Na primeira noite na cidade grande, Macunaíma dormiu com três cunhãs brancas.

INTELIGÊNCIA PERTURBADA – Ao acordar, no outro dia, o herói ficou perturbado. Confundia as máquinas da cidade e seus barulhos com bichos da selva. As cunhãs tentaram explicar as coisas da cidade para Macunaíma, mas ele não queria acreditar em tudo aquilo.

MÁQUINAS – Os três irmãos foram morar em uma pensão. O herói já tinha sapinhos na boca por causa da noite de amor com as cunhãs paulistanas. Macunaíma demorou uma semana para se acostumar às máquinas da cidade. Jiguê foi transformado em telefone, e o herói ligou para os cabarés, encomendando lagosta e francesas.

GIGANTE PIAIMÃ – No primeiro encontro entre o herói e Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, o gigante matou o herói com uma flechada, cortou-o em pedaços pequenos e transformou-o em torresmos. Maanape, ajudado por uma formiga e por um carrapato, juntou todos os pedaços, deixou esfriar, embrulhou em folhas de bananeira e levou para a pensão. Soprou fumo, e Macunaíma ressuscitou. Depois de tomar guaraná, ficou taludo outra vez.

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ESTUDO LITERÁRIO

15

OFENSA AO GIGANTE – Macunaíma conseguiu uma arma, muitas balas e uísque. Estava-se preparando para enfrentar o gigante. Jiguê foi novamente transformado em telefone, e Macunaíma ligou para o gigante e xingou-lhe a mãe. MOMENTO LITERÁRIO 3

O herói ficou branco:

a) ao beber a água mágica do rio Araguaia. b) ao passar por baixo de um arco-íris. c) ao tomar suco de guaraná. d) ao tomar banho na piscina da marca do pé de São Tomé. e) ao ter o corpo esfregado pelos irmãos.

MOMENTO LITERÁRIO 4

O herói, antes de empreender viagem para São Paulo:

a) foi até o céu, despedir-se de Ci. b) foi à foz do rio Negro para deixar a consciência. c) vendeu a muiraquitã para financiar a aventura. d) despediu-se dos irmãos, que não quiseram acompanhá-lo. e) vendeu a consciência ao Gigante Piaimã.

CAPÍTULO VI

A francesa e o gigante

PERSEGUIÇÃO – Depois de várias desavenças com os irmãos durante a construção de um rancho, Macunaíma telefonou a Piaimã e, fazendo-se passar por uma francesa, marcou um encontro com ele. Ajudado pela dona da pensão, o herói fantasiou-se de mulher e foi ao palácio de Venceslau Pietro Pietra. O gigante começa a seduzir a francesa, e ela insiste em ver a muiraquitã. Então Piaimã mostrou-lhe a pedra e muitas outras, confessou à francesa que comprara a jóia da imperatriz das icamiabas. Quando o gigante quis brincar com a francesa, Macunaíma correu pelo jardim. O gigante correu atrás. O herói caiu numa armadilha de Piaimã e foi colocado dentro de um cesto. Conseguiu escapar do cesto e foi perseguido por Xeréu, um cão do gigante. Na carreira, passou por Guajará Mirim, Itamaracá, Barbacena, atravessou o Paraná e foi parar na ilha do Bananal. O herói enfiou-se num formigueiro, e o cão Xeréu acuou-o. O gigante veio e fez várias tentativas de tirar Macunaíma do formigueiro. Por fim, ameaçou pôr no buraco uma cobra jararaca. Para ganhar tempo, o herói foi pondo na boca do buraco os peitos, o vestido, o sapato... Quando não tinha mais nada para pôr, colocou o próprio pênis para o gigante

ESTUDO LITERÁRIO

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OFENSA AO GIGANTE – Macunaíma conseguiu uma arma, muitas balas e uísque. Estava-se preparando para enfrentar o gigante. Jiguê foi novamente transformado em telefone, e Macunaíma ligou para o gigante e xingou-lhe a mãe. MOMENTO LITERÁRIO 3

O herói ficou branco:

a) ao beber a água mágica do rio Araguaia. b) ao passar por baixo de um arco-íris. c) ao tomar suco de guaraná. d) ao tomar banho na piscina da marca do pé de São Tomé. e) ao ter o corpo esfregado pelos irmãos.

MOMENTO LITERÁRIO 4

O herói, antes de empreender viagem para São Paulo:

a) foi até o céu, despedir-se de Ci. b) foi à foz do rio Negro para deixar a consciência. c) vendeu a muiraquitã para financiar a aventura. d) despediu-se dos irmãos, que não quiseram acompanhá-lo. e) vendeu a consciência ao Gigante Piaimã.

CAPÍTULO VI

A francesa e o gigante

PERSEGUIÇÃO – Depois de várias desavenças com os irmãos durante a construção de um rancho, Macunaíma telefonou a Piaimã e, fazendo-se passar por uma francesa, marcou um encontro com ele. Ajudado pela dona da pensão, o herói fantasiou-se de mulher e foi ao palácio de Venceslau Pietro Pietra. O gigante começa a seduzir a francesa, e ela insiste em ver a muiraquitã. Então Piaimã mostrou-lhe a pedra e muitas outras, confessou à francesa que comprara a jóia da imperatriz das icamiabas. Quando o gigante quis brincar com a francesa, Macunaíma correu pelo jardim. O gigante correu atrás. O herói caiu numa armadilha de Piaimã e foi colocado dentro de um cesto. Conseguiu escapar do cesto e foi perseguido por Xeréu, um cão do gigante. Na carreira, passou por Guajará Mirim, Itamaracá, Barbacena, atravessou o Paraná e foi parar na ilha do Bananal. O herói enfiou-se num formigueiro, e o cão Xeréu acuou-o. O gigante veio e fez várias tentativas de tirar Macunaíma do formigueiro. Por fim, ameaçou pôr no buraco uma cobra jararaca. Para ganhar tempo, o herói foi pondo na boca do buraco os peitos, o vestido, o sapato... Quando não tinha mais nada para pôr, colocou o próprio pênis para o gigante

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ESTUDO LITERÁRIO

16

pegar. Piaimã pegou e atirou o pênis com herói e tudo légua e meia adiante. Só assim, o herói livrou-se do gigante e voltou para São Paulo. MOMENTO LITERÁRIO 5

Depois de se livrar do gigante, o herói dedicou-se a colecionar:

a) pedras preciosas: queria concorrer com o gigante. b) frases bíblicas. c) palavrões. d) objetos indígenas que tinham valor de decoração na cidade. e) roupas íntimas de mulheres.

CAPÍTULO VII

Macumba

PROTEÇÃO DE EXU – Macunaíma vai, de trem, ao Rio de Janeiro pedir proteção de Exu. O terreiro de macumba ficava no Mangue, onde tia Ciata, uma negra velha com um século de sofrimento, é mãe-de-santo. Uma polaca entra em transe, e o herói é consagrado filho de Exu. Os presentes, um a um, vão fazendo pedidos a Exu. Macunaíma pede vingança contra o gigante Piaimã. Exu promete ajudar o herói e, ato contínuo, o gigante sofre, no corpo da polaca, uma série de torturas que Macunaíma vai solicitando. Ao mesmo tempo, em São Paulo, Piaimã vai sendo massacrado: surra, chifrada de touro, coice de potro. Quando a sessão de macumba termina, os macumbeiros saem pela madrugada. Entre eles, Manu Bandeira, Raul Bopp, Ascenso Ferreira e outros. MOMENTO LITERÁRIO 6

Entre os macumbeiros, o autor cita Manuel Bandeira. Qual das obras seguintes não lhe pertence?

a) Libertinagem b) Vou-me embora pra Pasárgada c) Carnaval d) Cobra Norato e) Ritmo Dissoluto

MOMENTO LITERÁRIO 7

Mário de Andrade estreou na literatura em 1917, com a obra

a) Amar Verbo Intransitivo b) Paulicéia Desvairada

ESTUDO LITERÁRIO

16

pegar. Piaimã pegou e atirou o pênis com herói e tudo légua e meia adiante. Só assim, o herói livrou-se do gigante e voltou para São Paulo. MOMENTO LITERÁRIO 5

Depois de se livrar do gigante, o herói dedicou-se a colecionar:

a) pedras preciosas: queria concorrer com o gigante. b) frases bíblicas. c) palavrões. d) objetos indígenas que tinham valor de decoração na cidade. e) roupas íntimas de mulheres.

CAPÍTULO VII

Macumba

PROTEÇÃO DE EXU – Macunaíma vai, de trem, ao Rio de Janeiro pedir proteção de Exu. O terreiro de macumba ficava no Mangue, onde tia Ciata, uma negra velha com um século de sofrimento, é mãe-de-santo. Uma polaca entra em transe, e o herói é consagrado filho de Exu. Os presentes, um a um, vão fazendo pedidos a Exu. Macunaíma pede vingança contra o gigante Piaimã. Exu promete ajudar o herói e, ato contínuo, o gigante sofre, no corpo da polaca, uma série de torturas que Macunaíma vai solicitando. Ao mesmo tempo, em São Paulo, Piaimã vai sendo massacrado: surra, chifrada de touro, coice de potro. Quando a sessão de macumba termina, os macumbeiros saem pela madrugada. Entre eles, Manu Bandeira, Raul Bopp, Ascenso Ferreira e outros. MOMENTO LITERÁRIO 6

Entre os macumbeiros, o autor cita Manuel Bandeira. Qual das obras seguintes não lhe pertence?

a) Libertinagem b) Vou-me embora pra Pasárgada c) Carnaval d) Cobra Norato e) Ritmo Dissoluto

MOMENTO LITERÁRIO 7

Mário de Andrade estreou na literatura em 1917, com a obra

a) Amar Verbo Intransitivo b) Paulicéia Desvairada

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ESTUDO LITERÁRIO

17

c) Lira Paulistana d) A escrava que não é Isaura e) Há uma gota de sangue em cada poema

CAPÍTULO VIII

Vei, a Sol

CASTIGO DA ÁRVORE – Macunaíma, depois da macumba, topou com a árvore Volumã. Pediu-lhe frutos, mas ela não quis dar. Então, o herói falou uma frase mágica e todos os frutos caíram. A árvore pegou o herói pelos pés e atirou-o para além da Baía de Guanabara, em uma pequena ilha deserta. Ali ele adormeceu, e um urubu fez cocô sobre o herói.

VEI, A SOL – Vei, a Sol, com suas três filhas, chegou e fez que as meninas limpassem o herói, catassem os carrapatos e examinassem-lhe as unhas. Vei queria que o herói se casasse com uma de suas filhas. O dote seria a Europa, a França e a Bahia. Mas havia uma condição: o herói tinha que ser fiel, não podia brincar com outras mulheres. Macunaíma aceitou e jurou pela memória da mãe dele. Vei com as três filhas foram embora, e o herói já estava com vontade de brincar com as cunhãs. De repente, veio-lhe esta frase: "pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são!" E foi logo brincar com uma cunhã com cheiro de peixe. Quando Vei descobriu a traição, avisou ao herói que ele agora ia ficar igual a qualquer pessoa: ia envelhecer com o tempo. Se se cassasse com uma das suas filhas, ganharia a fonte da juventude.

MIANIQUÊ-TEIBÊ – Macunaíma foi dormir em um banco do Flamengo com uma cunhã. De noite, chegou uma assombração medonha: era Mianiquê-Teibê que vinha para engolir o herói. "Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas". O herói fugiu para São Paulo, e a assombração comeu a cunhã.

CAPÍTULO IX

Carta pras icamiabas

ESTILO CLÁSSICO – Novamente em São Paulo, Macunaíma escreve, em estilo clássico, uma carta para as icamiabas, contando sobre os costumes dos habitantes da cidade e pedindo-lhes dinheiro (bagos de cacau), pois gastara todo o que trouxera, principalmente com as donas paulistanas, que cobram caríssimo por seus carinhos. Informa, ainda, que está para recuperar a muiraquitã.

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c) Lira Paulistana d) A escrava que não é Isaura e) Há uma gota de sangue em cada poema

CAPÍTULO VIII

Vei, a Sol

CASTIGO DA ÁRVORE – Macunaíma, depois da macumba, topou com a árvore Volumã. Pediu-lhe frutos, mas ela não quis dar. Então, o herói falou uma frase mágica e todos os frutos caíram. A árvore pegou o herói pelos pés e atirou-o para além da Baía de Guanabara, em uma pequena ilha deserta. Ali ele adormeceu, e um urubu fez cocô sobre o herói.

VEI, A SOL – Vei, a Sol, com suas três filhas, chegou e fez que as meninas limpassem o herói, catassem os carrapatos e examinassem-lhe as unhas. Vei queria que o herói se casasse com uma de suas filhas. O dote seria a Europa, a França e a Bahia. Mas havia uma condição: o herói tinha que ser fiel, não podia brincar com outras mulheres. Macunaíma aceitou e jurou pela memória da mãe dele. Vei com as três filhas foram embora, e o herói já estava com vontade de brincar com as cunhãs. De repente, veio-lhe esta frase: "pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são!" E foi logo brincar com uma cunhã com cheiro de peixe. Quando Vei descobriu a traição, avisou ao herói que ele agora ia ficar igual a qualquer pessoa: ia envelhecer com o tempo. Se se cassasse com uma das suas filhas, ganharia a fonte da juventude.

MIANIQUÊ-TEIBÊ – Macunaíma foi dormir em um banco do Flamengo com uma cunhã. De noite, chegou uma assombração medonha: era Mianiquê-Teibê que vinha para engolir o herói. "Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas". O herói fugiu para São Paulo, e a assombração comeu a cunhã.

CAPÍTULO IX

Carta pras icamiabas

ESTILO CLÁSSICO – Novamente em São Paulo, Macunaíma escreve, em estilo clássico, uma carta para as icamiabas, contando sobre os costumes dos habitantes da cidade e pedindo-lhes dinheiro (bagos de cacau), pois gastara todo o que trouxera, principalmente com as donas paulistanas, que cobram caríssimo por seus carinhos. Informa, ainda, que está para recuperar a muiraquitã.

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ESTUDO LITERÁRIO

18

CAPÍTULO X Pauí-Pódole

PROTEÇÃO – O gigante Piaimã (Venceslau Pietro Pietra) está-se recuperando da

surra, das chifradas e dos coices resultantes da macumba. Para proteger a muiraquitã, Piaimã deita-se em cima dela.

PAI DO MUTUM – Em suas andanças pela cidade de São Paulo, Macunaíma interrompe a cerimônia do Dia do Cruzeiro e faz um discurso contando para o público paulistano a lenda indígena do Pai do Mutum (ou Pauí-Pódole), que é o verdadeiro Cruzeiro do Sul. MOMENTO LITERÁRIO 8

Entre as mulheres que o herói amou, uma quase o matou, arracando-lhe dedos, nariz, perna.

a) Sofará b) Iriqui c) Suzi d) Ci, a Mãe do Mato e) Uiara

CAPÍTULO XI A velha Ceiuci

CAÇADA – Uns oito dias depois, o herói convidou os manos para caçar, e foram

para o bosque da Saúde. Dispôs os manos nas esperas, botou fogo no bosque e ficou amoitado esperando que saísse algum animal para que ele o caçasse. Saíram apenas dois ratos chamuscados. O herói comeu-os e voltou para a pensão.

MENTIRA – Depois do fracasso da caçada, o herói reuniu as pessoas na porta da pensão e contou-lhes que matara dois veados catingueiros na feira do Arouche e comera-os com os irmãos. Quando os manos voltaram, confirmaram que o herói estava mentindo. As pessoas foram ao quarto de Macunaíma para saber a verdade. Ele, com a cara mais limpa, confessou que havia mentido.

TUMULTO – O herói tentou envolver os irmãos numa brincadeira, em plena rua, e terminou metido numa grande confusão. O herói terminou preso, mas conseguiu fugir antes de chegar à cadeia. Pegou um bonde e foi visitar o gigante Piaimã. Ele estava na porta da frente com toda a família e não se recolheu com os palavrões de Macunaíma. Só entrou quando veio um chuvisco.

ESTUDO LITERÁRIO

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CAPÍTULO X Pauí-Pódole

PROTEÇÃO – O gigante Piaimã (Venceslau Pietro Pietra) está-se recuperando da

surra, das chifradas e dos coices resultantes da macumba. Para proteger a muiraquitã, Piaimã deita-se em cima dela.

PAI DO MUTUM – Em suas andanças pela cidade de São Paulo, Macunaíma interrompe a cerimônia do Dia do Cruzeiro e faz um discurso contando para o público paulistano a lenda indígena do Pai do Mutum (ou Pauí-Pódole), que é o verdadeiro Cruzeiro do Sul. MOMENTO LITERÁRIO 8

Entre as mulheres que o herói amou, uma quase o matou, arracando-lhe dedos, nariz, perna.

a) Sofará b) Iriqui c) Suzi d) Ci, a Mãe do Mato e) Uiara

CAPÍTULO XI A velha Ceiuci

CAÇADA – Uns oito dias depois, o herói convidou os manos para caçar, e foram

para o bosque da Saúde. Dispôs os manos nas esperas, botou fogo no bosque e ficou amoitado esperando que saísse algum animal para que ele o caçasse. Saíram apenas dois ratos chamuscados. O herói comeu-os e voltou para a pensão.

MENTIRA – Depois do fracasso da caçada, o herói reuniu as pessoas na porta da pensão e contou-lhes que matara dois veados catingueiros na feira do Arouche e comera-os com os irmãos. Quando os manos voltaram, confirmaram que o herói estava mentindo. As pessoas foram ao quarto de Macunaíma para saber a verdade. Ele, com a cara mais limpa, confessou que havia mentido.

TUMULTO – O herói tentou envolver os irmãos numa brincadeira, em plena rua, e terminou metido numa grande confusão. O herói terminou preso, mas conseguiu fugir antes de chegar à cadeia. Pegou um bonde e foi visitar o gigante Piaimã. Ele estava na porta da frente com toda a família e não se recolheu com os palavrões de Macunaíma. Só entrou quando veio um chuvisco.

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ESTUDO LITERÁRIO

19

NAS MALHAS DE CEIUCI – Macunaíma foi pescar no igarapé Tietê e caiu na tarrafa da velha Ceiuci, mulher do gigante Piaimã. O herói foi levado para a sala, e a velha chamou as filhas para comerem o pato que ela caçara. Enquanto Ceiuci foi preparar o fogo, a filha mais nova desenrolou a tarrafa, encontrou Macunaíma, levou-o para o quarto, e os dois brincaram.

FUGINDO DE CEIUCI – Macunaíma teve que fugir da velha Ceiuci. Montou no "cavalo cardão-pedrez pra carreira Deus o fez" e partiu em louca disparada. Já perto de Manaus, o cavalo tropeçou, e o herói caiu dentro de um buraco. Depois, no mesmo cavalo, chegou perto de Mendoza, na Argentina, e pediu esconderijo aos padres.O herói, fugindo da velha Ceiuci, passou pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Pernambuco. Teve que pedir esconderijo à cobra surucucu. Macunaíma, depois de muitas peripécias, pediu ajuda ao pescador tuiuiú que se transformou em avião e, depois de sobrevoar várias regiões brasileiras, pousou na porta da pensão, em São Paulo. TEXTO PARA LEITURA

Então a moça bondosa abriu a janela dando pro Pacaembu deserto e falou: – Vou dizer três adivinhas, si você descobre, te deixo fugir. O que é o que é: É

comprido roliço e perfurado, entra duro e sai mole, satisfaz o gosto da gente e não é palavra indecente?

– Ah! isso é indecência sim! – Bôbo! é macarrão! – Ahn... é mesmo!... Engraçado, não? – Agora o que é o que é: Qual o lugar onde as mulheres têm cabelo mais

crespinho? – Óh, que bom! isso eu sei! é aí! – Cachorro! É na África, sabe! – Me mostra, por favor! – Agora é a última vez. Diga o quê que é: Mano, vamos fazer Aquilo que Deus consente: Ajuntar pêlo com pêlo, Deixar o pelado dentro. E Macunaíma: – Ara! Também quem não sabe! Mas cá pra nós que ninguém nos ouça, você é

bem senvergonha, dona! – Descobriu! Não é dormir ajuntando os pêlos das pestanas e deixando o ôlho

pelado dentro que você está imaginando?

ESTUDO LITERÁRIO

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NAS MALHAS DE CEIUCI – Macunaíma foi pescar no igarapé Tietê e caiu na tarrafa da velha Ceiuci, mulher do gigante Piaimã. O herói foi levado para a sala, e a velha chamou as filhas para comerem o pato que ela caçara. Enquanto Ceiuci foi preparar o fogo, a filha mais nova desenrolou a tarrafa, encontrou Macunaíma, levou-o para o quarto, e os dois brincaram.

FUGINDO DE CEIUCI – Macunaíma teve que fugir da velha Ceiuci. Montou no "cavalo cardão-pedrez pra carreira Deus o fez" e partiu em louca disparada. Já perto de Manaus, o cavalo tropeçou, e o herói caiu dentro de um buraco. Depois, no mesmo cavalo, chegou perto de Mendoza, na Argentina, e pediu esconderijo aos padres.O herói, fugindo da velha Ceiuci, passou pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Pernambuco. Teve que pedir esconderijo à cobra surucucu. Macunaíma, depois de muitas peripécias, pediu ajuda ao pescador tuiuiú que se transformou em avião e, depois de sobrevoar várias regiões brasileiras, pousou na porta da pensão, em São Paulo. TEXTO PARA LEITURA

Então a moça bondosa abriu a janela dando pro Pacaembu deserto e falou: – Vou dizer três adivinhas, si você descobre, te deixo fugir. O que é o que é: É

comprido roliço e perfurado, entra duro e sai mole, satisfaz o gosto da gente e não é palavra indecente?

– Ah! isso é indecência sim! – Bôbo! é macarrão! – Ahn... é mesmo!... Engraçado, não? – Agora o que é o que é: Qual o lugar onde as mulheres têm cabelo mais

crespinho? – Óh, que bom! isso eu sei! é aí! – Cachorro! É na África, sabe! – Me mostra, por favor! – Agora é a última vez. Diga o quê que é: Mano, vamos fazer Aquilo que Deus consente: Ajuntar pêlo com pêlo, Deixar o pelado dentro. E Macunaíma: – Ara! Também quem não sabe! Mas cá pra nós que ninguém nos ouça, você é

bem senvergonha, dona! – Descobriu! Não é dormir ajuntando os pêlos das pestanas e deixando o ôlho

pelado dentro que você está imaginando?

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20

CAPÍTULO XII Tequeteque, chupinzão e a injustiça dos homens

SARAMPÃO – O herói pegou sarampão. Maanape foi buscar o famoso Bento

curandeiro em Beberibe, e Macunaíma, às custa de água do pote e de rezas, ficou curado. Piaimã e toda a família tinham ido para a Europa passear.

TEQUETEQUE – Macunaíma caiu no conto do tequeteque (mascate): comprou um gambá que defecava dinheiro por quarenta contos. Quando o animal fez sujeira no bolso do herói e ele entendeu o logro, correu gritando para a pensão e brincou com a patroa.

TESOURO ENTERRADO – Sem dinheiro, os manos vararam o Brasil todo à procura de algum tesouro enterrado, mas não acharam nada.

CHUPINZÃO – Numa praça, o herói presenciou uma cena de injustiça: um tico-tico bem pequeno esforçava-se para alimentar um chupinzão. O pequeno não comia nada porque o chupinzão não deixava, pedindo comida o tempo todo. Macunaíma pegou um cacete e matou o tico-tico. Quando foi embora, o chupinzão foi atrás do herói pedindo comida. Para se livrar do pássaro, Macunaíma deu-lhe o cocô de gambá que trazia guardado no bolso. Chupinzão comeu e virou um pássaro preto bem grande.

MORTE E RESSURREIÇÃO – Uma macaco que quebrava coco entre as pernas disse ao herói que ele podia quebrar os próprios cocos e comer. O herói acreditou, pegou uma pedra e tentou quebrar os testículos. Morreu. O corpo foi levado para a pensão. Maanape, que era feiticeiro, fez o herói ressuscitar. Deram-lhe guaraná, ele voltou a ficar forte. Para resolver o problema de dinheiro, Maanape arranjava um número, o herói jogava no bicho, e ganhavam sempre.

CAPÍTULO XIII

A piolhenta do Jiguê

ERISIPELA – Macunaíma pegou erisipela, e os manos trataram dele com remédios que todos os brasileiros aconselhavam. Jiguê arranjou uma nova cunhatã. Chamava-se Suzi. Logo Macunaíma se tornou namorado de Suzi, deixando Jiguê desconfiado. De noite, Suzi inventava que estava doente para não brincar com Jiguê. O ciúme terminou em surra: Jiguê flagrou os dois de mãos dadas no Jardim da Luz e bateu em ambos. Passou a trancar a companheira no quarto por causa de Macunaíma. Ela matava o tempo contando os piolhos. Na primeira oportunidade, Suzi e o herói brincaram de novo e de novo apanharam de Jiguê. Tudo terminou em separação. Suzi foi para o céu e virou a estrela que pula.

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CAPÍTULO XII Tequeteque, chupinzão e a injustiça dos homens

SARAMPÃO – O herói pegou sarampão. Maanape foi buscar o famoso Bento

curandeiro em Beberibe, e Macunaíma, às custa de água do pote e de rezas, ficou curado. Piaimã e toda a família tinham ido para a Europa passear.

TEQUETEQUE – Macunaíma caiu no conto do tequeteque (mascate): comprou um gambá que defecava dinheiro por quarenta contos. Quando o animal fez sujeira no bolso do herói e ele entendeu o logro, correu gritando para a pensão e brincou com a patroa.

TESOURO ENTERRADO – Sem dinheiro, os manos vararam o Brasil todo à procura de algum tesouro enterrado, mas não acharam nada.

CHUPINZÃO – Numa praça, o herói presenciou uma cena de injustiça: um tico-tico bem pequeno esforçava-se para alimentar um chupinzão. O pequeno não comia nada porque o chupinzão não deixava, pedindo comida o tempo todo. Macunaíma pegou um cacete e matou o tico-tico. Quando foi embora, o chupinzão foi atrás do herói pedindo comida. Para se livrar do pássaro, Macunaíma deu-lhe o cocô de gambá que trazia guardado no bolso. Chupinzão comeu e virou um pássaro preto bem grande.

MORTE E RESSURREIÇÃO – Uma macaco que quebrava coco entre as pernas disse ao herói que ele podia quebrar os próprios cocos e comer. O herói acreditou, pegou uma pedra e tentou quebrar os testículos. Morreu. O corpo foi levado para a pensão. Maanape, que era feiticeiro, fez o herói ressuscitar. Deram-lhe guaraná, ele voltou a ficar forte. Para resolver o problema de dinheiro, Maanape arranjava um número, o herói jogava no bicho, e ganhavam sempre.

CAPÍTULO XIII

A piolhenta do Jiguê

ERISIPELA – Macunaíma pegou erisipela, e os manos trataram dele com remédios que todos os brasileiros aconselhavam. Jiguê arranjou uma nova cunhatã. Chamava-se Suzi. Logo Macunaíma se tornou namorado de Suzi, deixando Jiguê desconfiado. De noite, Suzi inventava que estava doente para não brincar com Jiguê. O ciúme terminou em surra: Jiguê flagrou os dois de mãos dadas no Jardim da Luz e bateu em ambos. Passou a trancar a companheira no quarto por causa de Macunaíma. Ela matava o tempo contando os piolhos. Na primeira oportunidade, Suzi e o herói brincaram de novo e de novo apanharam de Jiguê. Tudo terminou em separação. Suzi foi para o céu e virou a estrela que pula.

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21

CAPÍTULO XIV Muiraquitã

A VOLTA DE PIAIMÃ – Venceslau Pietro Pietra, o gigante, voltou da Europa. A

partir de então, Macunaíma ficou observando de longe a casa dele. O gigante, certa vez, agarrou o chofer do carro em que Macunaíma chegara e jogou-o, depois de torturá-lo, em um tacho de macarrão fervendo. Percebendo que seu destino seria o mesmo, o herói resolveu enfrentar o gigante e terminou enganando-o: em vez de cair no tacho, derruba o gigante dentro dele. O cheiro forte de couro cozido fez o herói desmaiar. Quando acordou, o gigante estava morto. O herói, então, recuperou a muiraquitã e voltou de bonde para a pensão. MOMENTO LITERÁRIO 9

Há uma classificação errada para a obra Macunaíma:

a) romance b) rapsódia c) obra de ficção d) obra em prosa e) peça teatral

CAPÍTULO XV

A pacuera de Oibê

CAMINHO DE VOLTA – Os três irmãos empreenderam a viagem de volta. O herói estava muito contente. Já nas águas do rio Araguaia, o séquito de pássaros voltou a acompanhar o herói, que voltava a ser o Imperador do Mato-Virgem. Em determinado ponto, Macunaíma entrou em um bambuzal e foi buscar a linda Iriqui, ex-companheira de Jiguê e, agora, companheira do herói.

MAPINGUARI – O herói, no caminho de volta, topou com o monstro Mapinguari, macaco-homem que anda no mato fazendo mal para as moças. O monstro agarrou Macunaíma, pensando tratar-se de uma mulher, porém o herói mostrou-lhe o pênis. O monstro riu e deixou Macunaíma passar.

OIBÊ – O monstro Oibê era um minhocão temível. O herói foi pedir pousada no rancho da fera. Oibê recebeu-o gentilmente, mas na hora da comida, negou a pacuera que estava assando na brasa. O herói terminou enganando o minhocão e comendo-lhe a pacuera. Começou, então, uma perseguição. Oibê queria a pacuera e corria atrás do herói. A aventura acabou quando Macunaíma, já na companhia de uma princesa, reencontro os

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CAPÍTULO XIV Muiraquitã

A VOLTA DE PIAIMÃ – Venceslau Pietro Pietra, o gigante, voltou da Europa. A

partir de então, Macunaíma ficou observando de longe a casa dele. O gigante, certa vez, agarrou o chofer do carro em que Macunaíma chegara e jogou-o, depois de torturá-lo, em um tacho de macarrão fervendo. Percebendo que seu destino seria o mesmo, o herói resolveu enfrentar o gigante e terminou enganando-o: em vez de cair no tacho, derruba o gigante dentro dele. O cheiro forte de couro cozido fez o herói desmaiar. Quando acordou, o gigante estava morto. O herói, então, recuperou a muiraquitã e voltou de bonde para a pensão. MOMENTO LITERÁRIO 9

Há uma classificação errada para a obra Macunaíma:

a) romance b) rapsódia c) obra de ficção d) obra em prosa e) peça teatral

CAPÍTULO XV

A pacuera de Oibê

CAMINHO DE VOLTA – Os três irmãos empreenderam a viagem de volta. O herói estava muito contente. Já nas águas do rio Araguaia, o séquito de pássaros voltou a acompanhar o herói, que voltava a ser o Imperador do Mato-Virgem. Em determinado ponto, Macunaíma entrou em um bambuzal e foi buscar a linda Iriqui, ex-companheira de Jiguê e, agora, companheira do herói.

MAPINGUARI – O herói, no caminho de volta, topou com o monstro Mapinguari, macaco-homem que anda no mato fazendo mal para as moças. O monstro agarrou Macunaíma, pensando tratar-se de uma mulher, porém o herói mostrou-lhe o pênis. O monstro riu e deixou Macunaíma passar.

OIBÊ – O monstro Oibê era um minhocão temível. O herói foi pedir pousada no rancho da fera. Oibê recebeu-o gentilmente, mas na hora da comida, negou a pacuera que estava assando na brasa. O herói terminou enganando o minhocão e comendo-lhe a pacuera. Começou, então, uma perseguição. Oibê queria a pacuera e corria atrás do herói. A aventura acabou quando Macunaíma, já na companhia de uma princesa, reencontro os

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ESTUDO LITERÁRIO

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manos e a linda Iriqui que o esperavam na beira de um rio. O herói fugiu pelas águas, e Oibê, que também era lobisomem, virou cachorro-do-mato. Iriqui, enciumada, começou a chorar, mas Macunaíma só queria brincar com a princesa. Então, a linda Iriqui chamou seis araras canindés e subiu com elas para o céu. Todas viraram estrelas. MOMENTO LITERÁRIO 10

Há um erro na correlação personagem-característica:

a) Sofará: primeira companheira de Jiguê. b) Iriqui: segunda companheira de Jiguê. c) Suzi: terceira companheira de Jiguê. d) Vó Cotia: fez o herói transformar-se em homem. e) Mãe do Mato: traiu o herói com Jiguê.

CAPÍTULO XVI

Uraricoera

TERRA NATAL – Finalmente, chegaram ao rio Uraricoera e, logo depois, à cabana primitiva. Macunaíma estava com malária. Todos foram trabalhar, menos o herói que deu uma chegadinha à foz do rio Negro para buscar a consciência deixada na ilha de Marapatá. Não a encontrando, Macunaíma aproveitou a consciência de um hispano-americano e ficou bem.

TZALÓ – O feiticeiro Tzaló andava numa perna só e tinha uma cabaça mágica: bastava mergulhá-la na água do rio e despejá-la na praia que um montão de peixe aparecia misteriosamente. Jiguê roubou a cabaça de Tzaló e deixou os manos encabulados. Era só querer, e voltava do rio com muitos peixes. Macunaíma descobriu o truque do irmão e, às escondidas, fez o mesmo com a cabaça mágica. Empolgado com os peixes, deixou a cabaça afundar no rio.

FEITICEIRO CAICÃE – O feiticeiro Caicãe nunca teve mãe. Tinha uma viola mágica: bastava tocá-la e muitas caças apareciam. Jiguê roubou a viola de Caicãe. Macunaíma apossou-se da viola, fez a mágica das caças e, com medo de tanta bicharada, correu. Na carreira, quebrou a viola mágica.

MORTE DE JIGUÊ – Macunaíma enfeitiçou um anzol com dente de sucuri. Quando Jiguê foi pegar o instrumento de pesca, o dente de sucuri entrou-lhe na pele da mão, despejando ali todo o veneno. Apesar de muitas tentativas, a ferida foi devorando Jiguê aos poucos, até deixar-lhe apenas a sombra.

ESTUDO LITERÁRIO

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manos e a linda Iriqui que o esperavam na beira de um rio. O herói fugiu pelas águas, e Oibê, que também era lobisomem, virou cachorro-do-mato. Iriqui, enciumada, começou a chorar, mas Macunaíma só queria brincar com a princesa. Então, a linda Iriqui chamou seis araras canindés e subiu com elas para o céu. Todas viraram estrelas. MOMENTO LITERÁRIO 10

Há um erro na correlação personagem-característica:

a) Sofará: primeira companheira de Jiguê. b) Iriqui: segunda companheira de Jiguê. c) Suzi: terceira companheira de Jiguê. d) Vó Cotia: fez o herói transformar-se em homem. e) Mãe do Mato: traiu o herói com Jiguê.

CAPÍTULO XVI

Uraricoera

TERRA NATAL – Finalmente, chegaram ao rio Uraricoera e, logo depois, à cabana primitiva. Macunaíma estava com malária. Todos foram trabalhar, menos o herói que deu uma chegadinha à foz do rio Negro para buscar a consciência deixada na ilha de Marapatá. Não a encontrando, Macunaíma aproveitou a consciência de um hispano-americano e ficou bem.

TZALÓ – O feiticeiro Tzaló andava numa perna só e tinha uma cabaça mágica: bastava mergulhá-la na água do rio e despejá-la na praia que um montão de peixe aparecia misteriosamente. Jiguê roubou a cabaça de Tzaló e deixou os manos encabulados. Era só querer, e voltava do rio com muitos peixes. Macunaíma descobriu o truque do irmão e, às escondidas, fez o mesmo com a cabaça mágica. Empolgado com os peixes, deixou a cabaça afundar no rio.

FEITICEIRO CAICÃE – O feiticeiro Caicãe nunca teve mãe. Tinha uma viola mágica: bastava tocá-la e muitas caças apareciam. Jiguê roubou a viola de Caicãe. Macunaíma apossou-se da viola, fez a mágica das caças e, com medo de tanta bicharada, correu. Na carreira, quebrou a viola mágica.

MORTE DE JIGUÊ – Macunaíma enfeitiçou um anzol com dente de sucuri. Quando Jiguê foi pegar o instrumento de pesca, o dente de sucuri entrou-lhe na pele da mão, despejando ali todo o veneno. Apesar de muitas tentativas, a ferida foi devorando Jiguê aos poucos, até deixar-lhe apenas a sombra.

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ESTUDO LITERÁRIO

23

MORTE DE MAANAPE – A sombra de Jiguê, por vingança, começou a devorar tudo. O alvo número um era Macunaíma. O herói escapou, mas Maanape foi engolido pela sombra de Jiguê.

CAPÍTULO XVII

Ursa maior

SOLIDÃO – O herói, volta à cabana primitiva, estava sozinho. Todos se foram. Nem cunhã havia para brincar. Até os papagaios, que sempre seguiam o herói, sumiram. Só ficou um, o aruaí, para quem Macunaíma ia contando, dia a dia, as suas aventuras. Depois, até o papagaio falador abandonou o herói. Para amenizar a solidão, Macunaíma brincou com a Uiara dentro de um lagoão. As perdas, porém, foram muitas: ficou todo mordido, perdeu uma perna, os dois dedões, as orelhas, o nariz e a muiraquitã. Depois, colocou tudo de volta, mas não encontrou a perna nem a muiraquitã.

FUGA PARA O CÉU – O herói, agora capenga, resolveu ir para o céu por um cipó. Da terra, só levava a gaiola com o casal de galinhas legornes que trouxera de São Paulo. Macunaíma chegou à Lua, pediu abrigo, mas foi rejeitado. Zangado, deu várias bofetadas na cara da Lua. Foi ter com a estrela-da-manhã, mas ela não o aceitou. O herói foi bater na casa de Pauí-Pódole, o Pai do Mutum que, apesar de gostar de Macunaíma, também o rejeitou. Com dó do herói, o Pai do Mutum fez uma feitiçaria e transformou o herói com gaiola, galo, galinha, relógio e revólver na constelação de Ursa Maior.

Epílogo

A terra do Uraricoera ficara deserta, Certa ocasião, um homem chega até lá e ouve

uma voz. Era o aruaí falador, papagaio para quem Macunaíma contou as suas aventuras. O pássaro contou ao homem toda a saga do herói e, em seguida, voou para Lisboa. O homem era o autor do livro, Mário de Andrade.

TESTES

01. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes

de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) A narrativa na primeira pessoa faz do livro uma espécie de diário íntimo do

próprio herói. 2. ( ) Há, no livro, três estilos diferentes: de lenda, de crônica e de paródia. 3. ( ) A obra é uma narrativa poética das aventuras de Macunaíma, o herói sem

nenhum caráter.

ESTUDO LITERÁRIO

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MORTE DE MAANAPE – A sombra de Jiguê, por vingança, começou a devorar tudo. O alvo número um era Macunaíma. O herói escapou, mas Maanape foi engolido pela sombra de Jiguê.

CAPÍTULO XVII

Ursa maior

SOLIDÃO – O herói, volta à cabana primitiva, estava sozinho. Todos se foram. Nem cunhã havia para brincar. Até os papagaios, que sempre seguiam o herói, sumiram. Só ficou um, o aruaí, para quem Macunaíma ia contando, dia a dia, as suas aventuras. Depois, até o papagaio falador abandonou o herói. Para amenizar a solidão, Macunaíma brincou com a Uiara dentro de um lagoão. As perdas, porém, foram muitas: ficou todo mordido, perdeu uma perna, os dois dedões, as orelhas, o nariz e a muiraquitã. Depois, colocou tudo de volta, mas não encontrou a perna nem a muiraquitã.

FUGA PARA O CÉU – O herói, agora capenga, resolveu ir para o céu por um cipó. Da terra, só levava a gaiola com o casal de galinhas legornes que trouxera de São Paulo. Macunaíma chegou à Lua, pediu abrigo, mas foi rejeitado. Zangado, deu várias bofetadas na cara da Lua. Foi ter com a estrela-da-manhã, mas ela não o aceitou. O herói foi bater na casa de Pauí-Pódole, o Pai do Mutum que, apesar de gostar de Macunaíma, também o rejeitou. Com dó do herói, o Pai do Mutum fez uma feitiçaria e transformou o herói com gaiola, galo, galinha, relógio e revólver na constelação de Ursa Maior.

Epílogo

A terra do Uraricoera ficara deserta, Certa ocasião, um homem chega até lá e ouve

uma voz. Era o aruaí falador, papagaio para quem Macunaíma contou as suas aventuras. O pássaro contou ao homem toda a saga do herói e, em seguida, voou para Lisboa. O homem era o autor do livro, Mário de Andrade.

TESTES

01. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes

de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) A narrativa na primeira pessoa faz do livro uma espécie de diário íntimo do

próprio herói. 2. ( ) Há, no livro, três estilos diferentes: de lenda, de crônica e de paródia. 3. ( ) A obra é uma narrativa poética das aventuras de Macunaíma, o herói sem

nenhum caráter.

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ESTUDO LITERÁRIO

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4. ( ) A história permeia-se de lendas, crendices, provérbios, enfim, elementos do nosso folclore.

02. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) Há um capítulo do livro em que o autor usa linguagem formal, dando

mostra de que domina o estilo clássico. 2. ( ) A linguagem é extremamente coloquial. O autor incorpora dados da

fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão. 3. ( ) O vocábulo Macunaíma virou sinônimo de brasilidade, simbologia de

lendas, crendices, costumes, qualidades e defeitos do povo brasileiro. 4. ( ) A intenção do autor foi construir um livro enfeixando influências

diversas de um mesmo país. 03. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes

de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro das

personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) é o que predomina no livro.

2. ( ) O livro mistura cenário urbano com cenário rural. 3. ( ) A construção das frases reflete ora o modo de falar dos índios, ora a fala

popular dos brasileiros. 4. ( ) A narrativa de Macunaíma inclui todos os erros gramaticais que o

brasileiro comum comete no ato da fala. 04. Classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas.

1. ( ) Há pontos em comum entre Macunaíma, de Mário de Andrade, e Iracema, de José de Alencar.

2. ( ) Macunaíma e A Bagaceira são obras publicadas no mesmo ano. 3. ( ) Mário de Andrade valoriza as raízes naturais, primitivas dos

brasileiros. E a tendência primitivista, nacionalista faz parte do ideário modernista.

4. ( ) Mário Andrade personifica, em Macunaíma, o brasileiro com suas qualidades e defeitos. O herói é negro, branco, preguiçoso, mulherengo, mentiroso...

5. ( ) A obra Macunaíma revela-se antiparnasiana ao subverter a forma e ao desobedecer às normas ditadas pela gramática.

05. Escolha a afirmativa incoerente sobre o herói Macunaíma. a) O autor insinua que Macunaíma não tem características próprias, não tem

identidade definida. b) Nasceu índio, preto retinto e feio. Passou mais de seis anos sem falar; motivo:

preguiça.

ESTUDO LITERÁRIO

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4. ( ) A história permeia-se de lendas, crendices, provérbios, enfim, elementos do nosso folclore.

02. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) Há um capítulo do livro em que o autor usa linguagem formal, dando

mostra de que domina o estilo clássico. 2. ( ) A linguagem é extremamente coloquial. O autor incorpora dados da

fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão. 3. ( ) O vocábulo Macunaíma virou sinônimo de brasilidade, simbologia de

lendas, crendices, costumes, qualidades e defeitos do povo brasileiro. 4. ( ) A intenção do autor foi construir um livro enfeixando influências

diversas de um mesmo país. 03. Com base na leitura e análise do livro Macunaíma, classifique as afirmações seguintes

de verdadeiras ou falsas. 1. ( ) O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro das

personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) é o que predomina no livro.

2. ( ) O livro mistura cenário urbano com cenário rural. 3. ( ) A construção das frases reflete ora o modo de falar dos índios, ora a fala

popular dos brasileiros. 4. ( ) A narrativa de Macunaíma inclui todos os erros gramaticais que o

brasileiro comum comete no ato da fala. 04. Classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas.

1. ( ) Há pontos em comum entre Macunaíma, de Mário de Andrade, e Iracema, de José de Alencar.

2. ( ) Macunaíma e A Bagaceira são obras publicadas no mesmo ano. 3. ( ) Mário de Andrade valoriza as raízes naturais, primitivas dos

brasileiros. E a tendência primitivista, nacionalista faz parte do ideário modernista.

4. ( ) Mário Andrade personifica, em Macunaíma, o brasileiro com suas qualidades e defeitos. O herói é negro, branco, preguiçoso, mulherengo, mentiroso...

5. ( ) A obra Macunaíma revela-se antiparnasiana ao subverter a forma e ao desobedecer às normas ditadas pela gramática.

05. Escolha a afirmativa incoerente sobre o herói Macunaíma. a) O autor insinua que Macunaíma não tem características próprias, não tem

identidade definida. b) Nasceu índio, preto retinto e feio. Passou mais de seis anos sem falar; motivo:

preguiça.

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c) Durante a aventura, o herói morreu duas vezes. Na primeira, foi vítima do Gigante Piaimã; na segunda, o próprio Macunaíma matou-se quando tentou quebrar os testículos com uma pedra.

d) O herói, no final da aventura, fica sem uma perna e vai para o céu por um cipó. e) Quando criança, Macunaíma apanhava de Jiguê; depois de adulto, os papéis

inverteram-se. 06. Classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:

1. ( ) Certa vez, a mãe de Macunaíma abandonou-o no mato, com intenção de se livrar do filho.

2. ( ) O irmão mais velho de Macunaíma era velhinho e feiticeiro, capaz de transformar tudo em tudo.

3. ( ) O irmão mais novo de Macunaíma arranjou, durante a aventura, três mulheres: Sofará, Iriqui e Suzi. Todas o traíram com o herói, menos Suzi.

4. ( ) Curupira tentou devorar Macunaíma, quando o herói era criança, no meio da selva, mas não conseguiu.

5. ( ) Curupira chegou a comer um pedaço de carne da perna de Macunaíma. 07. Usando água envenenada da mandioca, fez que o herói ficasse com corpo de homem e

cabeça de menino. a) Cobra Preta b) Velha Ceiuci c) Vó Cotia d) Tapanhumas e) Oibê

08. Opte pela afirmativa incoerente sobre Macunaíma, de Mário de Andrade. a) Do corpo do filho de Macunaíma nasceu a planta do guaraná. b) Quando Macunaíma voltou da aventura, recuperou a consciência que havia deixado

na foz do rio Negro. c) Nas duas vezes em que o herói morreu, voltou a ficar forte graças à ingestão de

guaraná. d) Xeréu é o nome do cão que o gigante Piaimã usou para perseguir Macunaíma por

várias partes do Brasil. e) Para vencer o gigante Piaimã, Macunaíma recorreu até à macumba.

09. "Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas". Trata-se de: a) Vei, a Sol b) Mianiquê-Teibê c) Curupira d) Mapinguari e) Ceiuci

10. No final da história:

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c) Durante a aventura, o herói morreu duas vezes. Na primeira, foi vítima do Gigante Piaimã; na segunda, o próprio Macunaíma matou-se quando tentou quebrar os testículos com uma pedra.

d) O herói, no final da aventura, fica sem uma perna e vai para o céu por um cipó. e) Quando criança, Macunaíma apanhava de Jiguê; depois de adulto, os papéis

inverteram-se. 06. Classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:

1. ( ) Certa vez, a mãe de Macunaíma abandonou-o no mato, com intenção de se livrar do filho.

2. ( ) O irmão mais velho de Macunaíma era velhinho e feiticeiro, capaz de transformar tudo em tudo.

3. ( ) O irmão mais novo de Macunaíma arranjou, durante a aventura, três mulheres: Sofará, Iriqui e Suzi. Todas o traíram com o herói, menos Suzi.

4. ( ) Curupira tentou devorar Macunaíma, quando o herói era criança, no meio da selva, mas não conseguiu.

5. ( ) Curupira chegou a comer um pedaço de carne da perna de Macunaíma. 07. Usando água envenenada da mandioca, fez que o herói ficasse com corpo de homem e

cabeça de menino. a) Cobra Preta b) Velha Ceiuci c) Vó Cotia d) Tapanhumas e) Oibê

08. Opte pela afirmativa incoerente sobre Macunaíma, de Mário de Andrade. a) Do corpo do filho de Macunaíma nasceu a planta do guaraná. b) Quando Macunaíma voltou da aventura, recuperou a consciência que havia deixado

na foz do rio Negro. c) Nas duas vezes em que o herói morreu, voltou a ficar forte graças à ingestão de

guaraná. d) Xeréu é o nome do cão que o gigante Piaimã usou para perseguir Macunaíma por

várias partes do Brasil. e) Para vencer o gigante Piaimã, Macunaíma recorreu até à macumba.

09. "Respirava com os dedos, escutava pelo umbigo e tinha os olhos no lugar das mamicas". Trata-se de: a) Vei, a Sol b) Mianiquê-Teibê c) Curupira d) Mapinguari e) Ceiuci

10. No final da história:

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a) Macunaíma morreu, e sua alma foi para o céu por um cipó. b) Macunaíma foi para o céu por um cipó e encontrou abrigo na Lua. c) Macunaíma, não encontrando abrigo no céu, foi para o inferno. d) Macunaíma foi para o céu por um cipó; o Pai do Mutum transformou-o na

constelação de Ursa Maior. e) Macunaíma foi para o céu por um cipó, encontrando abrigo na estrela Beta do

Centauro, ao lado de Ci. 11. Ci, a Mãe do Mato:

a) Depois da morte do filho, ela também morreu, vítima do veneno da Cobra Preta, e foi para o céu por um cipó. Virou a estrela Beta do Centauro.

b) Era branca, tinha um único seio; perseguiu Macunaíma pela floresta e seduziu-o. c) Entregou-se ao herói Macunaíma no instante em que o viu; queria ter um filho com

ele. d) Era fogosa: queria brincar a todo instante com o herói Macunaíma. e) Deu à luz um filho vermelho; por não poder amamentá-lo, arranjaram uma ama-de-

leite para o menino. 12. As perdas, conseqüência de uns momentos de amor, foram muitas: o herói ficou todo

mordido, perdeu uma perna, os dois dedões, as orelhas, o nariz e a muiraquitã. Depois, colocou tudo de volta, mas não encontrou a perna nem a muiraquitã.

O texto alude: a) ao caso de amor entre Macunaíma e uma princesa desconhecida. b) ao caso de amor entre Macunaíma e Uiara, a Mãe-Dágua. c) ao caso de amor entre Macunaíma e Suzi. d) ao caso de amor entre Macunaíma e Mapinguari. e) ao caso de amor entre Macunaíma e Ci, a Mãe do Mato.

13. Um macaco que quebrava coco entre as pernas disse ao herói que ele podia quebrar os próprios cocos e comer. A cena que vem a seguir é: a) O herói acreditou, pegou uma pedra e tentou quebrar os testículos. Morreu. O

corpo foi levado para a pensão. Maanape, que era feiticeiro, fez o herói ressuscitar. b) O herói, ao dar a primeira pedrada nos testículos, desmaiou. c) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos do macaco, matando-o. d) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos de Jiguê, matando-o.

Maanape, que era feiticeiro, fez o mano ressuscitar. e) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos do gigante Piaimã,

matando-o. Pôde, assim, recuperar a muiraquitã. 14. Sobre as mortes (ou transformações) que ocorrem em Macunaíma, julgue os itens

seguintes. 1. ( ) Maanape foi engolido pela sombra de Jiguê. 2. ( ) Jiguê teve o corpo devorado por uma doença e ficou apenas sombra.

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a) Macunaíma morreu, e sua alma foi para o céu por um cipó. b) Macunaíma foi para o céu por um cipó e encontrou abrigo na Lua. c) Macunaíma, não encontrando abrigo no céu, foi para o inferno. d) Macunaíma foi para o céu por um cipó; o Pai do Mutum transformou-o na

constelação de Ursa Maior. e) Macunaíma foi para o céu por um cipó, encontrando abrigo na estrela Beta do

Centauro, ao lado de Ci. 11. Ci, a Mãe do Mato:

a) Depois da morte do filho, ela também morreu, vítima do veneno da Cobra Preta, e foi para o céu por um cipó. Virou a estrela Beta do Centauro.

b) Era branca, tinha um único seio; perseguiu Macunaíma pela floresta e seduziu-o. c) Entregou-se ao herói Macunaíma no instante em que o viu; queria ter um filho com

ele. d) Era fogosa: queria brincar a todo instante com o herói Macunaíma. e) Deu à luz um filho vermelho; por não poder amamentá-lo, arranjaram uma ama-de-

leite para o menino. 12. As perdas, conseqüência de uns momentos de amor, foram muitas: o herói ficou todo

mordido, perdeu uma perna, os dois dedões, as orelhas, o nariz e a muiraquitã. Depois, colocou tudo de volta, mas não encontrou a perna nem a muiraquitã.

O texto alude: a) ao caso de amor entre Macunaíma e uma princesa desconhecida. b) ao caso de amor entre Macunaíma e Uiara, a Mãe-Dágua. c) ao caso de amor entre Macunaíma e Suzi. d) ao caso de amor entre Macunaíma e Mapinguari. e) ao caso de amor entre Macunaíma e Ci, a Mãe do Mato.

13. Um macaco que quebrava coco entre as pernas disse ao herói que ele podia quebrar os próprios cocos e comer. A cena que vem a seguir é: a) O herói acreditou, pegou uma pedra e tentou quebrar os testículos. Morreu. O

corpo foi levado para a pensão. Maanape, que era feiticeiro, fez o herói ressuscitar. b) O herói, ao dar a primeira pedrada nos testículos, desmaiou. c) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos do macaco, matando-o. d) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos de Jiguê, matando-o.

Maanape, que era feiticeiro, fez o mano ressuscitar. e) O herói, que era inteligente, aplicou a receita nos testículos do gigante Piaimã,

matando-o. Pôde, assim, recuperar a muiraquitã. 14. Sobre as mortes (ou transformações) que ocorrem em Macunaíma, julgue os itens

seguintes. 1. ( ) Maanape foi engolido pela sombra de Jiguê. 2. ( ) Jiguê teve o corpo devorado por uma doença e ficou apenas sombra.

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ESTUDO LITERÁRIO

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3. ( ) A sombra de Jiguê, depois de perseguir sem sucesso o herói, pousou no ombro do urubu-ruxama (que é o Pai do Urubu); o urubu voou para o céu com sombra e tudo.

4. ( ) A princesa, companheira que Macunaíma trouxe da cidade, foi engolida pela sombra de Jiguê.

5. ( ) Macunaíma foi devorada pela Uiara; a alma dele foi para o céu e virou a constelação Ursa Maior.

15. Sobre as rivalidades constantes no livro Macunaíma, julgue os itens seguintes. 1. ( ) O arqui-rival de Macunaíma é o gigante Piaimã. 2. ( ) Além do gigante Piaimã, Macunaíma teve de lutar contra Venceslau

Pietro Pietra. 3. ( ) A rixa entre Macunaíma e Jiguê tinha como causa as traições

amorosas. 4. ( ) A princesa, companheira de Macunaíma, traiu o herói: entregou-se a

Jiguê. 5. ( ) Ci, a Mãe do Mato foi fiel ao herói.

RESPOSTAS

01. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

02. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

03. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V ) 4. (V)

04. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (V)

05. Resposta: E 06. Respostas:

1. (V) 2. (V) 3. (F) 4. (V) 5. (F) 07. Resposta: C 08. Resposta: B 09. Resposta: B 10. Resposta: D 11. Resposta: D 12. Resposta: B 13. Resposta: A 14. Respostas:

1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (F) 15. Respostas: 1. (V) 2. (F) 3. (V) 4. (V) 5. (F)

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3. ( ) A sombra de Jiguê, depois de perseguir sem sucesso o herói, pousou no ombro do urubu-ruxama (que é o Pai do Urubu); o urubu voou para o céu com sombra e tudo.

4. ( ) A princesa, companheira que Macunaíma trouxe da cidade, foi engolida pela sombra de Jiguê.

5. ( ) Macunaíma foi devorada pela Uiara; a alma dele foi para o céu e virou a constelação Ursa Maior.

15. Sobre as rivalidades constantes no livro Macunaíma, julgue os itens seguintes. 1. ( ) O arqui-rival de Macunaíma é o gigante Piaimã. 2. ( ) Além do gigante Piaimã, Macunaíma teve de lutar contra Venceslau

Pietro Pietra. 3. ( ) A rixa entre Macunaíma e Jiguê tinha como causa as traições

amorosas. 4. ( ) A princesa, companheira de Macunaíma, traiu o herói: entregou-se a

Jiguê. 5. ( ) Ci, a Mãe do Mato foi fiel ao herói.

RESPOSTAS

01. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

02. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

03. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V ) 4. (V)

04. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (V)

05. Resposta: E 06. Respostas:

1. (V) 2. (V) 3. (F) 4. (V) 5. (F) 07. Resposta: C 08. Resposta: B 09. Resposta: B 10. Resposta: D 11. Resposta: D 12. Resposta: B 13. Resposta: A 14. Respostas:

1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (F) 15. Respostas: 1. (V) 2. (F) 3. (V) 4. (V) 5. (F)