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REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE MINISTÉRIO DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
INSTITUTO NACIONAL DAS ESTRADAS
ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL
RELATÓRIO FINAL
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e
Estudos de Impacte Ambiental e Social
Estrada Nacional EN1 – São Tomé – Guadalupe –
Neves (27km)
SETEMBRO 2018
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)”
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MINISTÉRIO DAS INFRAESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E
AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de
Impacte Ambiental e Social
Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL
RELATÓRIO FINAL – Rev.03
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)”
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ÍNDICE
EXECUTIVE SUMMARY ............................................................................................................... 15
SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................ 27
1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 39
2 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL e JURÍDICO ............................................................. 41
Enquadramento institucional ........................................................................................................... 41
Enquadramento Jurídico ................................................................................................................. 43
2.2.1 Adesão a convenções e protocolos internacionais e regionais ................................................................. 43
2.2.2 Políticas e instrumentos jurídicos internos ............................................................................................... 45
2.2.3 Políticas e Salvaguardas do Banco Mundial .............................................................................................. 61
2.2.4 Comparação do quadro jurídico nacional com as políticas de salvaguarda do Banco Mundial ............... 69
3 ENQUADRAMENTO DO PROJETO ..................................................................................... 73
Localização ..................................................................................................................................... 73
Situação atual ................................................................................................................................. 74
Segmentação da Área do Projeto ................................................................................................... 77
3.3.1 Secção 1 - entre o PK 0+000 (São Tomé) e o PK 13+275 (Guadalupe) ...................................................... 78
3.3.2 Secção 2 – entre o PK 13+275 (saída de Guadalupe) e PK 27+215 (Neves) .............................................. 83
4 APRESENTAÇÃO SUMÁRIA E DESCRIÇÃO DO PROJETO ............................................... 91
Enquadramento ambiental .............................................................................................................. 92
Área de Influência do Empreendimento .......................................................................................... 93
Incidências ambientais e sociais ..................................................................................................... 94
5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL RECETOR ................................................. 99
Disposições gerais .......................................................................................................................... 99
Meio físico ..................................................................................................................................... 100
5.2.1 Geologia .................................................................................................................................................. 100
5.2.2 Relevo ...................................................................................................................................................... 102
5.2.3 Clima ........................................................................................................................................................ 104
5.2.4 Solos ........................................................................................................................................................ 107
5.2.5 Hidrologia ................................................................................................................................................ 107
Meio biótico ................................................................................................................................... 110
5.3.1 Flora ........................................................................................................................................................ 111
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5.3.2 Fauna ....................................................................................................................................................... 117
O Parque Natural Obô de São Tomé ............................................................................................ 123
6 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL RECETOR .................................................. 127
Disposições gerais ........................................................................................................................ 127
Demografia .................................................................................................................................... 128
6.2.1 População ................................................................................................................................................ 128
6.2.2 Estatísticas vitais e mortalidade .............................................................................................................. 129
6.2.3 Densidade populacional e grau de urbanismo ........................................................................................ 130
Infraestrutura de abastecimento de água e saneamento ............................................................. 131
Educação ...................................................................................................................................... 131
Saúde ............................................................................................................................................ 132
Indicadores económicos ............................................................................................................... 133
6.6.1 Produto Interno Bruto per capita ............................................................................................................ 134
6.6.2 Emprego .................................................................................................................................................. 136
Localidades servidas pela EN1 ..................................................................................................... 136
6.7.1 Santo Amaro ............................................................................................................................................ 138
6.7.2 Ilhéu......................................................................................................................................................... 139
6.7.3 Conde ...................................................................................................................................................... 139
6.7.4 Cidade de Guadalupe .............................................................................................................................. 140
6.7.5 Ribeira Funda .......................................................................................................................................... 141
6.7.6 Cidade de Neves ...................................................................................................................................... 141
Pontos atrativos e locais de interesse ao longo da EN1 .............................................................. 142
Questões de género ...................................................................................................................... 143
Grupos ou associações de cidadãos ............................................................................................ 145
6.10.1 GIME ................................................................................................................................................... 145
6.10.2 Pescadores .......................................................................................................................................... 147
6.10.3 Palaiês ................................................................................................................................................. 148
6.10.4 Carvoeiros dos distritos de Lobata e Lembá....................................................................................... 148
6.10.5 Venda de cacau na via EN1 ................................................................................................................. 149
7 CENÁRIOS DE INTERVENÇÃO PROPOSTOS .................................................................. 150
Disposições gerais ........................................................................................................................ 150
Cenários de intervenção ............................................................................................................... 150
7.2.1 Cenário 2 ................................................................................................................................................. 151
7.2.2 Cenário 1A ............................................................................................................................................... 152
7.2.3 Cenário 1B ............................................................................................................................................... 153
7.2.4 Cenário 0 ................................................................................................................................................. 154
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7.2.5 Perfis transversais tipo ............................................................................................................................ 154
8 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ......................................................... 157
Análise económica ........................................................................................................................ 158
Análise de impacte ambiental ....................................................................................................... 159
Análise de impacte social .............................................................................................................. 161
8.3.1 Áreas de expropriação previstas ............................................................................................................. 162
8.3.2 Habitações confinantes com a via ........................................................................................................... 162
8.3.3 Atividades comerciais ao longo da via .................................................................................................... 162
8.3.4 Circulação rodoviária durante a fase de execução.................................................................................. 165
8.3.5 Melhoria da acessibilidade ...................................................................................................................... 166
8.3.6 Relevância nacional da EN1..................................................................................................................... 166
Cenário de intervenção a adotar ................................................................................................... 167
9 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTES AMBIENTAIS E SOCIAIS E
RESPETIVAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E DE POTENCIAÇÃO .............................................. 169
Metodologia utilizada na avaliação e análise de impactes do projeto .......................................... 169
Potenciais Impactes sobre o Ambiente Físico .............................................................................. 172
9.2.1 Alterações climáticas e qualidade do ar .................................................................................................. 172
9.2.2 Erosão dos solos e sedimentação ........................................................................................................... 177
9.2.3 Poluição dos solos e água ........................................................................................................................ 178
9.2.4 Produção de resíduos .............................................................................................................................. 181
9.2.5 Topografia e paisagem natural ................................................................................................................ 183
Potenciais Impactes sobre o Ambiente Biológico ......................................................................... 185
9.3.1 Perda de habitat natural ......................................................................................................................... 186
9.3.2 Interferência com a migração dos animais ............................................................................................. 188
9.3.3 Aumento da caça ilegal de animais ......................................................................................................... 188
9.3.4 Perturbação da fauna e flora aquática e marinhas ................................................................................. 189
9.3.5 Uso dos recursos ..................................................................................................................................... 190
Potenciais Impactes sobre o Ambiente Socioeconómico ............................................................. 191
9.4.1 Criação de emprego ................................................................................................................................ 191
9.4.2 Aumento da segurança ........................................................................................................................... 193
9.4.3 Aumento da produção e comercialização agropecuária e florestal ........................................................ 194
9.4.4 Atracão de investimentos ....................................................................................................................... 195
9.4.5 Aumento das receitas fiscais para o Estado ............................................................................................ 196
9.4.6 Redução dos custos de transporte .......................................................................................................... 196
9.4.7 Inclusão social e participação comunitária ............................................................................................. 197
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9.4.8 Melhor acesso aos serviços sociais ......................................................................................................... 198
9.4.9 Potenciais impactes sobre o género ....................................................................................................... 199
9.4.10 Expectativas de solução a curto prazo dos problemas de via de acesso e da falta de emprego ....... 200
9.4.11 Conflitos entre trabalhadores e a população local na área do projeto .............................................. 201
9.4.12 Destruição ou perda de bens (destruição parcial ou total de casas, bancas, vedações, terra agrícola ou
árvores de fruta) .................................................................................................................................................... 202
9.4.13 Perturbação das atividades quotidianas e trânsito de pessoas e veículos ......................................... 203
Saúde e Segurança Operacionais ................................................................................................ 205
9.5.1 Consumo de água imprópria ................................................................................................................... 206
9.5.2 Ferimentos ou fatalidades devidas à movimentação manual de cargas ................................................ 206
9.5.3 Quedas, escorregões e tropeções ........................................................................................................... 207
9.5.4 Quedas em altura .................................................................................................................................... 208
9.5.5 Projeção/queda de objetos ..................................................................................................................... 209
9.5.6 Ferimentos ou fatalidades devido a máquinas e veículos em movimento ............................................. 210
9.5.7 Emissão de poeira ................................................................................................................................... 212
9.5.8 Exposição a químicos, materiais perigosos e inflamáveis ....................................................................... 212
9.5.9 Choque elétrico ....................................................................................................................................... 213
9.5.10 Exposição ao Ruído e Vibrações ......................................................................................................... 214
9.5.11 Aumento da incidência de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo HIV/SIDA ...................... 218
9.5.12 Risco de infeção por Malária .............................................................................................................. 219
9.5.13 Acidentes de viação ............................................................................................................................ 220
9.5.14 Risco de destruição de recursos histórico-culturais ........................................................................... 222
10 REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO ............................................................................... 223
Disposições gerais ........................................................................................................................ 223
Recenseamento das habitações, ativos e atividades comerciais potencialmente afetadas ........ 225
Locais de reassentamento ............................................................................................................ 227
10.3.1 Situações A e B - PK 0+075 – São Tomé .............................................................................................. 227
10.3.2 Situação C - Neves .............................................................................................................................. 229
Compensações e assistências ..................................................................................................... 233
10.4.1 Elegibilidade ....................................................................................................................................... 233
10.4.2 Direito à perda de estruturas comerciais ........................................................................................... 234
10.4.3 Direito à perda de receita ................................................................................................................... 237
Consultas das pessoas deslocadas sobre alternativas aceitáveis ............................................... 238
10.5.1 Compensações e custos associados à implementação do par ........................................................... 240
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11 MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS E SOCIAIS
241
12 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL .................................................................... 249
Disposições gerais ........................................................................................................................ 249
Matriz de Identificação de Impactes, Medidas de Mitigação, Responsabilidades e Custos
Associados ................................................................................................................................................. 251
12.2.1 Plano de gestão ambiental e social – matriz de identificação e avaliação de impactes ambientais,
medidas de potenciação, responsabilidades e custos associados ........................................................................ 251
12.2.2 Plano de gestão ambiental e social – matriz de identificação e avaliação de impactes sociais, medidas
de potenciação, responsabilidades e custos associados ....................................................................................... 256
Plano de monitorização ................................................................................................................. 261
12.3.1 Âmbito e aplicação dos planos de monitorização .............................................................................. 261
12.3.2 – Programa de Monitorização ............................................................................................................ 277
Apoio às Pessoas Afetadas pelo Projeto (APAP) ......................................................................... 281
12.4.1 Medidas de Prevenção ....................................................................................................................... 281
12.4.2 Mecanismos de receção de queixas ................................................................................................... 281
12.4.3 Mecanismos de resposta a queixas e conflitos .................................................................................. 283
13 RECOLHA DE DADOS, DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA PARTICIPATIVA............ 287
Consultas informais - Recolha de dados para elaboração do EIAS ............................................. 288
Conculta pública participativa - Opiniões e comentários recebidos ............................................. 290
14 ESTIMATIVA DE CUSTOS .................................................................................................. 295
Estimativa de custos de construção ............................................................................................. 295
Estimativa de custos acessórios ................................................................................................... 296
15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 297
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 301
ANEXOS Anexo 1 – Flora Existente
Anexo 2 – Plano Padrão do Plano de Gestão Ambiental e Social
Anexo 3 – Plano Padrão do Relatório de Monitorização e Controlo
Anexo 4 – Plano Padrão do Relatório de Monitorização – Empreiteiro
Anexo 5 – Código de conduta – Geral
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Anexo 6 – Código de Conduta – Reduzido
Anexo 7 – Consulta Pública
Anexo 8 – Recenseamento – Secção 2
Anexo 9 – Recenseamento – Secção 2
ÍNDICE DE FIGURAS Figura 3.1 - Localização de São Tomé e Príncipe ......................................................................... 73
Figura 3.2 - Localização da EN1 e destaque da zona a intervencionar ......................................... 74
Figura 3.3 – Distritos ..................................................................................................................... 74
Figura 3.4 - Identificação das secções a intervencionar ................................................................ 78
Figura 3.5 – Secção 1 – vista aérea .............................................................................................. 79
Figura 3.6 - Desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 1 (exagero vertical 10x)................... 79
Figura 3.7 – Situação atual Secção 2 ............................................................................................ 82
Figura 3.8 – Ponte sobre o Rio Melo – PK 4+275 .......................................................................... 82
Figura 3.9 – Ponte sobre Água Sebastião – PK 7+134 .................................................................. 83
Figura 3.10 – Ponte sobre o Rio do Ouro PK 9+478...................................................................... 83
Figura 3.11 – Secção 2 ................................................................................................................. 84
Figura 3.12 - Desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 2 (exagero vertical 10x)................. 84
Figura 3.13 – Situação atual – entre PK 13+275 e 16+000 ........................................................... 85
Figura 3.14 – Situação atual – entre PK 16+000 e 23+100 ........................................................... 86
Figura 3.15 – Modelação 3D da zona costeira (I) .......................................................................... 87
Figura 3.16 – Modelação 3D da zona costeira (II) ......................................................................... 87
Figura 3.17 – Situação atual – Ribeira Funda ................................................................................ 88
Figura 3.18 - Enquadramento nos limites do PNOST .................................................................... 89
Figura 4.1 - Localização da zona a intervencionar ......................................................................... 91
Figura 4.2 - Áreas de influência ..................................................................................................... 93
Figura 5.1 - Área do projeto ........................................................................................................... 99
Figura 5.2 – Enquadramento geográfico de São Tomé e Príncipe .............................................. 101
Figura 5.3 - Enquadramento geológico de São Tomé e Príncipe no contexto geológico regional 101
Figura 5.4 - Caracterização das principais unidades vulcano-estratigráficas da ilha de S. Tomé,
Golfo da Guiné. ........................................................................................................................... 101
Figura 5.5 – Mapa topográfico ..................................................................................................... 102
Figura 5.6 - Planícies e planaltos ................................................................................................ 103
Figura 5.7 - Precipitação e temperaturas observadas no Arquipélago de São Tome e Príncipe .. 105
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Figura 5.8 - Mapa das precipitações totais anuais em mm (média 1961-1990) ........................... 106
Figura 5.9 - Principais cursos de água ........................................................................................ 107
Figura 5.10 - Rio Ribeira Funda .................................................................................................. 109
Figura 5.11 - Rio Provaz .............................................................................................................. 110
Figura 5.12 - Afluente do Rio d´Ouro ........................................................................................... 110
Figura 5.13 - Zona de mangais .................................................................................................... 116
Figura 5.14 - Zona de vegetação ................................................................................................. 116
Figura 5.15 - Relevo na zona costeira ......................................................................................... 116
Figura 5.16 - Zona de savana...................................................................................................... 117
Figura 6.1 - Pirâmide etária segregada por género (2017) .......................................................... 128
Figura 6.2 – Registos e projeções – População total [hab.] ......................................................... 129
Figura 10.1 – Ponto de venda fixo – Abrigo em madeira ............................................................. 225
Figura 10.2 – Ponto de venda fixo – edifício em alvenaria ........................................................... 225
Figura 10.3 – Pontos de venda móveis – bancas de madeira ..................................................... 226
Figura 10.4 - Pontos de venda móveis – alguidar ........................................................................ 226
Figura 10.5 – Pontos de venda móveis – produtos expostos no chão ......................................... 226
Figura 10.6 – Vendedoras ambulantes de fruta ........................................................................... 227
Figura 10.7 – Estabelecimento de refeições ................................................................................ 227
Figura 10.8 – Fotografia da zona a intervencionar ....................................................................... 228
Figura 10.9 – Planta da zona a intervencionar ............................................................................ 228
Figura 10.10 – Planta – Localização inicial e localização proposta .............................................. 229
Figura 10.11 – Vendas ambulantes em Neves ............................................................................ 230
Figura 10.12 - Planta – Localização inicial e localização proposta .............................................. 231
Figura 10.13 – Expositor móvel apropriado a ambiente exterior .................................................. 235
Figura 10.14 – Abrigos em madeira apropriados à prática comercial .......................................... 236
Figura 10.15 - Expositor apropriado a ambiente interior .............................................................. 236
ÍNDICE DE TABELAS Tabela 2.1 - Políticas de Salvaguarda acionadas pelo projeto....................................................... 61
Tabela 2.2 - As dez políticas operacionais de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial
...................................................................................................................................................... 65
Tabela 6.1 – Evolução do PIB per Capita (PPC) para os horizontes de projeto ........................... 135
Tabela 6.2 – GIME com atuação na EN1 .................................................................................... 146
Tabela 7.1 – Percentagem alinhamento sujeito a realinhamento - Cenário 2 .............................. 151
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Tabela 7.2 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 2 .................................................................. 152
Tabela 7.3 – Percentagem alinhamento sujeito a realinhamento - Cenário 1A ............................ 152
Tabela 7.4 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 1A ................................................................ 153
Tabela 7.5 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 1B ................................................................ 154
Tabela 7.6 – Perfis transversais tipo a usar em ZONAS URBANAS ............................................ 155
Tabela 7.7 – Perfis transversais tipo a usar em ZONAS RURAIS ............................................... 156
Tabela 8.1 - Estimativa de custos de construção – Secção 1 ...................................................... 158
Tabela 8.2 - Estimativa de custos de construção – Secção 2 ...................................................... 158
Tabela 8.3 – Materiais a aproveitar por cenário, em cada secção ............................................... 160
Tabela 8.4 - Expropriações previstas em cada cenário, por secção ............................................ 162
Tabela 9.1 - Valores limiares recomendados pela OMS para ruídos em ambientes específicos . 214
Tabela 9.2 - Nível de ruído provocado por equipamentos de construção antes e depois da aplicação
de medidas de mitigação ............................................................................................................. 215
Tabela 10.1 – Compensações máximas previstas ....................................................................... 240
Tabela 10.2 – Custos estimados para implementação do PAR ................................................... 240
Tabela 14.1 - Estimativa de custos de construção – Secção 1 .................................................... 295
Tabela 14.2 - Estimativa de custos de construção – Secção 2 .................................................... 295
Tabela 14.3 - Estimativa de custos acessórios – Secção 1 ......................................................... 296
Tabela 14.4 - Estimativa de custos acessórios – Secção 2 ......................................................... 296
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AFAP Agência Fiduciária de Administração de Projectos
AIA Avaliação de Impacte Ambiental
AIAS Avaliação de Impacte Ambiental e Social
APAP Apoio às Pessoas Afetadas pelo Projeto
BM Banco Mundial
CI Corredor de Intervenção
CR Comité de Reassentamento
EIAS Estudo de Impacte Ambiental e Social
EPE Estudos Preliminares de Engenharia
EPI Equipamento de proteção individual
ESAS Especialista em Salvaguardas Ambientais e Sociais
GoSTP Governo de São Tomé e Príncipe (GoSTP)
IBA Important Bird Area – Área importante para aves
INAE Instituto Nacional de Estradas
M&A Monitorização e Avaliação
MIRNA Ministério das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente
PAP Pessoas Afetadas pelo Projeto
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PAR Plano de Ação de Reassentamento
PDSTPC/TPC Projeto de Desenvolvimento do Sector de Transportes e de Proteção Costeira/Transport Sector Development and Coastal Protection Project
PGA Plano de Gestão Ambiental
PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social
PIB Produto Interno Bruto
PNOST Parque Natural Obô de São Tomé
QGAS Quadro de Gestão Ambiental e Social
QPR Quadro de Política de Reassentamento
RDSTP República Democrática de São Tomé e Príncipe
SIDA/VIH Síndroma da Imunodeficiência Adquirida/Vírus de imunodeficiência
STP São Tomé e Príncipe
UIP Unidade de Implementação do Projeto
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ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL E
SOCIAL
RELATÓRIO FINAL – Rev.03
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EXECUTIVE SUMMARY
• Introduction
The overall objective of this contract is to improve the state of the national road network, particularly
regarding the traffic conditions and road safety on National Road 1, between Sao Tome and Neves,
providing it with features that are in line with the essential function of a road structure, ensuring a
rolling surface that allows all road users to ride comfortably and safely during the design lifetime of
the road infrastructure, and under the climatic conditions that may occur.
The present Final Report of the Environment and Social Impact Assessment (ESIA) comprises the
synthesis of environmental and social studies and the evaluation of positive and negative impacts, as
well as the proposal of mitigation and potentiation measures for the implementation of a study for the
rehabilitation, slope improvement and protection of National Road 1, between PK 0+000 and PK
27+000.
This ESIA is structured in a language that is accessible to the public to allow a clear understanding of
the project and the impact of its implementation in the region, considering that the number of people
interested in environmental issues has increased considerably, being important to know the essence
and the dimension of the implementation of any project of this nature, particularly for people who use
National Road 1, more specifically between Sao Tome and the city of Neves.
• Overview of the Legal and Institutional Framework
Indication of the legislation applicable to the project in environmental and social terms, highlighting
the Sao Tome legislation and World Bank policies applicable. This includes an overview on the actual
Ministry of Infrastructures, Natural Resources and Environment (MRNEA) practice, as well as on the
internal policies, laws and regulations adopted by the Sao Tome and Principe Government. A
comparison between this legal framework and the World Bank guidelines in this regard was also
undertaken.
• Project Background
The present study lies within the scope of the project for the implementation of National Road 1, from
the city of Sao Tome to Neves, between PK0+000 and PK27+000, and aims to improve the state of
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the national road network, in particular in regard of its conditions of movement and road safety on the
road under analysis.
The Democratic Republic of Sao Tome and Principe (DRSTP), located in the Gulf of Guinea about
300 km off the west coast of Africa, on the equator latitude and approximately 6°W in longitude, is an
island state. The main island, Sao Tome, along with the second island, Prince, and several islets, total
an area of 1001 km2, with about 200 thousand inhabitants.
The natural and social environment regarding N1 can be subdivided into two major regions, namely;
(i) the interior region, which extends from Sao Tome to Guadeloupe (13.28 km long approximately)
and (ii) the coastal region from Guadalupe to Neves (16.72 km long approximately).
Having as main objective the launching of two distinct projects, the N1 rehabilitation project between
Sao Tome and Neves was divided as follows:
• Section 1 – from PK 0+000 (Sao Tome) to PK 13+275 (Guadalupe);
• Section 2 – from PK 13+275 to PK 27+000 (Neves).
Section 1 consists of the stretch between PK 0+000 (Sao Tome) and PK 13+275 (Guadalupe),
passing through the city of Sao Tome, Santo Amaro, Ilheu, Conde and Guadalupe. Throughout the
length of Section 1, the road crosses several localities without an adequate cross profile to the road
environment that crosses. It is a densely populated area, and about 53% of the cross section of the
road should have urban characteristics.
On the other side, Section 2 consists of the stretch between PK 13+275 (after Guadalupe) and PK
27+215 (Neves), passing through the village of Ribeira Funda. From PK 16+000 the N1 is essentially
a coastal road, being flanked by slopes on the left side and the sea on the right side.
Both sections of the N1 are of extreme importance to Sao Tome's economy, by linking the three
largest agglomerates, namely Sao Tome (70,000 inhabitants), Guadalupe (20,000 inhabitants) and
Neves (15,000 inhabitants), the National Road 1 is the most active in the whole country. It serves
about 60% of the country's population and it extends over a distance of 27 km. Built still in the period
of Portuguese colonial domination, the paved road is 5-7 meters wide with a dangerous horizontal
and vertical alignment. In the most recent years, it has been in poor condition and in critical need of
rehabilitation and, eventually, coupled with a series of adjustments in its geometric design and
features.
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• Characterization of the Receiving Natural Environment
Both physical and biological environments in the context of the project area are described in detail.
This description comprises a detailed characterization regarding geology, elevation, climate, soils,
hydrology, flora and fauna aspects, giving special attention to the Obô National Park of Sao Tome
(ONPST). For the environmental diagnosis, data from different research institutions that have
knowledge about the region was carefully used. Field data was also collected for the knowledge of
relevant physical aspects.
In general terms, the project is located on the north side of Sao Tome Island and covers both ends of
the island, east and west. It is the most populated area of the archipelago in absolute terms and in
terms of density. In the North, the districts of Agua Grande, Lobata and Lemba and the inhabited
areas surround the elevated area formed by the conical system defined by the Peak of Sao Tome
and are of relatively low altitude and intense vegetation although not as exuberant as the one that
prevails at the top and on the slopes of Peak of Sao Tome. Sao Tome and Principe is an archipelago,
where most of its economic and social infrastructure is located at the coastal zone, which translates
into a strong pressure on this area.
Geology
The Sao Tome Island has an elongated configuration of NE-SW direction, with 46 km of main axis
and 34 km of the minor axis, aligned with the approximate orientation of the "Cameroon Volcanic
Line". Geology is characterized by volcanic rocks that represent four major Vulcan-stratigraphic units,
according to the letter recently published in the 1:25 000 scale. The Sao Tome Island is located in the
Gulf of Guinea, in the oceanic section of the volcanic alignment of the Cameroon, which extends for
1600 km from the interior of the African continent to the Island of Pagalu.
Topography
The relief on Sao Tome Island presents very irregular forms. The western half of the island, in the NW
and SW quadrants, through which the districts of the project area (Água Grande, Lobata de Lembá)
extends, is characterized by an uneven relief until near the coast. The highest points are above 1,800-
2,000 m and the intermediate between 1,000-1,800 m and the lowest, closest to the coast, between
0 and 800 m. In the eastern half in the NE and SE quadrants, the relief forms are softer, being
noticeably flattened a little inclined towards the Ocean, mainly in the area of Water Izé to Plancas
bounded by the line of the Coast and by the curve of 300-400 meters of altitude. In the SE quadrant
and in the South, flat lands are observed in the areas of Ribeira Peixe and Porto Alegre.
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Climate
The islands of Sao Tome and Principe are located along the line of the Equator (which crosses the
Islet of Rolas) and about 300 km off the west coast of Africa. The entire archipelago is embedded in
the tectonic depression of the Cameroon volcanic line.
Sao Tome and Principe has an equatorial climate, warm and humid, with average annual
temperatures ranging from 22º C to 31º C. It is a country with a multiplicity of microclimates, defined
mainly by rainfall, temperature and location. The temperature varies according to altitude and relief.
Soils
The relief is mountainous, with deep valleys, being the highest point in the Island of Sao Tome located
at 2,024 m altitude and 948 m in Island of Principe, based on soils of volcanic origin, clayey and
generally rich in organic matter (Jesus, 1998) and with high potential for retention of humidity and
therefore very favorable for agriculture and the growth of a diversity of plants.
The country's soils are considerably fertile, according to the MSI (Mauritius Implementation Strategy).
The types of soils found in the country are pear-fersialitic, fersialitic, alluvial soil and black mud.
Hydrology
The hydrographic network of Sao Tome Island presents a radial arrangement with an abrupt slope
toward the sea. Given the climatic characteristics of the country, the zone of intervention has a very
dense hydrography containing rivers, its tributaries and sub-tributaries, from short course to the
mouth, with bed installed in the deep valley and with a very abundant flow fed by the rain during
almost every year.
Flora and Fauna
The Sao Tome Island presents natural characteristics that allow the appearance and development of
a great variety of vegetal species, constituting true relics at the level of the flora.
The tropical climate and the nature of the soils favor the development of very dense vegetation cover,
generating herbaceous formations constituted by dispersed trees and shrubs, being that the soil
originating from igneous rocks is fertile and of extreme importance for the development of agricultural
activities in the islands.
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Sao Tome is a volcanic island that has the richest flora, with many endemic plant species. Considering
the occurrences in the PNOST, which can be considered as the most representative area of the
natural scenery of the Sao Tome Island, it is highlighted that the levels of endemism are high in all
groups of terrestrial vertebrates. In general, and except for birds, Sao Tome is relatively poorly
endowed in terms of the absolute number of indigenous species compared to areas (mainly protected)
of equivalent extension in the continental region. This should be a result of the island nature of Sao
Tome and the prolonged separation of the island from the African continent and seen from the
perspective of conservation, constitutes an increased challenge for the authorities of the country and
all other agents interested in the natural heritage of the country.
• Characterization of the Receiving Social Environment
It should be noted that the islands of Sao Tome and Principe were uninhabited until 1470, when the
Portuguese navigators João de Santarém and Pedro Escobar discovered them. From the fifteenth
century until its independence on July 12, 1975, STP was a Portuguese colony.
The EN1 section, between the city of Sao Tome and the city of Neves, crosses several urban centers,
with special emphasis on the first section of the road between PK 0+000 (Sao Tome) and PK 13+275
(Guadalupe), which corresponds to an urban area of about 53% of its extension. Whereas in the
second stretch this ratio corresponds only to 12% in terms of urban extension.
Considering the location of EN1, the orographic characteristics of Sao Tome and Principe and the
scarcity of roads with good traffic conditions, it is considered that the improvement of the road
conditions will increase the number of users of the road and will approach the populations with low
level of services in larger urban areas. Migratory flows are expected to become more significant
because of the ease of movement.
The improvement of road conditions will, in the first instance, lead to a reduction in travel times, an
increase in the comfort of the trip, which will lead to a decentralization of the urban cluster of the city
of Sao Tome, and a dispersion of the population across the different locations throughout the country
(qualitatively quantifiable factors).
Population
According to the projections and studies consulted, it is estimated that by the end of 2018 the total
population will reach 211,000 inhabitants in the archipelago, with approximately 202,500 (± 96%) of
the inhabitants living on the Sao Tome Island and 8,500 (± 4%) in Príncipe Island.
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In terms of gender, the female population has a higher representation, reaching 50.5%, while the male
population represents 49.5%. According to data provided by the National Statistical Institute of the
RDSTP, it is expected that this proportion of gender will remain stable throughout the project horizon.
Demographic rate and urbanism
The population density of the archipelago, above 156 inhabitants per km², is already relatively high
when compared to the standards of Sub-Saharan Africa and this is mainly determined by what is
happening in the Sao Tome Island. The population as a whole grows at a rate of about 1.84%, which,
in turn, is relatively low when compared to the rest of Africa.
The level of urbanization of the population is also relatively high at around 65%, despite the fact that
it translates into population concentrations in small urban areas and mainly developed horizontally
(there are few buildings in height in Sao Tome). The exception is the capital Sao Tome, characterized
by having a small consolidated urban area (center) and another relatively dispersed and mixing
several economic activities throughout the district of Água Grande. Guadalupe is more similar to the
second area of Sao Tome, while Neves is a combination of small consolidated areas and many with
more precarious housing conditions but with high density. Migration from rural areas was strongly
fueled by the disarticulation of the cocoa industry soon after independence.
Education
In the education sector of Sao Tome, there is a division between school education and out-of-school
education. School education comprises the basic cycle, the secondary and the upper cycle and
integrates special modalities. Out-of-school education comprises the cycle of literacy, initiation,
retraining and professional development, stemming from formal or informal initiatives.
Education is compulsory up to the 6th grade, and the extension of this requirement until the 9th grade
is in the approval phase. This measure has encountered some setbacks in its application because
the number of secondary schools is very small and are located in larger urban centers, but it is
expected to be implemented in 2018.
Health
Health in Sao Tome and Principe faces serious structural problems, aggravated by a context of
widespread poverty, lack of basic sanitation facilities and clean water. The same system replicates at
its level and in the various instances the lack of human resources with management skills, the
deficiencies of political governance, which determines the frequent change of governments and
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ministers, and ends up aggravating the situation, making it impossible to constitute a patrimony of
system memory that prevents the repetition of errors.
At the district level, the health system in Sao Tome and Principe is organized into three distinct types
of care units: Health Centers, Health Centers and Community Health Centers.
Employment
The level of unemployment is officially estimated at 14%, with a workforce of around 65,000 people.
More than 63% of the population of Sao Tome and Principe is between 0 and 24 years of age, which
is a sign of a lot of youth and of significant growth and employment needs. In addition to those who
do not have regular means of subsistence, the cases of street vendors, fishermen, charcoalers,
among others, who carry out their professions without paying taxes, stand out in this field.
• Proposed Intervention Scenarios and Analysis of Alternatives
Due to the discrepancy of the initially considered intervention scenarios, the present study was
developed considering 4 different scenarios (0, 1B, 1A and 2) of analysis. The analysis of the
intervention alternatives is made through the results of the economic analysis, the analysis of
environmental impacts, the analysis of social impacts and consideration of the indirect benefits. In this
chapter, the main factors to be considered in each of these analyses are highlighted and the most
likely scenario of intervention is indicated. It should be noted that at the level of environmental and
social impacts, the intervention scenarios present few differences when compared to each other
because they are based on an already existing route. The biggest difference lies in terms of
engineering solutions. More robust solutions (Scenario 2) are naturally more expensive, and
considering that the cost is one of the factors that most condition this intervention, a balance between
the ideal and the possible has been attempted, guaranteeing nonetheless quality and reliability in the
presented solutions.
Essentially, the differences between scenarios are based on the following points: cross-sectional type
and locations of application; correction of the layout (in plan and longitudinal profile); floor structure;
type of intervention to be performed on existing bridges; type of intervention to be performed on
existing walls as well as the type of intervention to be performed on slopes.
• Identification and Evaluation of Potential Environmental and Social Impacts and
Corresponding Mitigation and Potentiation Measures
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Considering the characterization of the project and the Environmental Diagnosis of the area of
influence, an Environmental Impact Analysis was undertaken, where the impacts on the physical,
biotic and socioeconomic environments were identified for the different phases of the project:
planning, implementation and operation, in accordance with Decree No. 37/99.
Therefore, a focus was given on the potential impacts resulting from the project, both negative and
positive, on an environment as well as social level. It is initially described the methodology used for
the evaluation process, including the evaluation of impacts on a time scale (planning, implementation
and operation).
Considering the local orography as well as the characteristics of the road, there are no
alternatives to the current National Road 1 route (either an intervention at a more superficial
level, or an integral intervention).
The intensity of these modifications, however, is smaller the more altered are the environmental
conditions of the area of influence. In the present case, which is the case of an intervention in an
already existing road, in which the environment no longer has its primitive characteristics, these
changes will not be more intense and impacting than those occurred in the installation of the first
route, several decades ago. Moreover, the disturbances caused by the introduction of the new stretch
will be minimal due to the existing road network.
In the case of non-execution of the project, the several environmental liabilities resulting from the
construction of the existing road would remain unchanged, with emphasis on the urbanization
processes adjacent to the main roadway, and the succession of accesses and intersections that
increase the risk of accidents and decrease considerably the average speed (increase of travel time).
Plus, in these places of greater urbanization there are accidents with pedestrians, interferences with
the flow of vehicles, environmental discomfort to the residents and segregation of urban areas.
Therefore, the non-execution of the project would effectively remove the possibility of improving
access to the existing urban settlements along the stretch, thus remaining the problems related to the
traffic capacity of the highway and, mainly, to the risks of traffic accidents and road safety.
Still in this point and for each impact, it is proposed a set of mitigation/potentiation measures to adopt
along the different stages of the project. In this regard, a Basic Roadmap Table was developed for
the evaluation of such impacts and mitigation/potentiation measures. For a better understanding of
the nature as well as area of action of such impacts, they were subdivided into physical, biological
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and socioeconomic environments, including also a subchapter for operational health and safety and
another for Involuntary Resettlement.
In terms of physical environment, the results of vulnerability and adaptation studies in the field of
climate change have confirmed a great vulnerability of Sao Tome and Principe to environmental
issues in a general way, and to climate change in particular. These results suggest that mitigation and
adaptation measures need to be urgently taken by national authorities as a way to prevent potential
threats and mitigate the effects that are already being felt in order to project sustainable development
for the future.
Regarding the biological environment, and with an area already modified by human action and
vegetation cover composed of non native species, the studies allowed to conclude that the changes
in the natural vegetation that will be provoked by the implantation of this project in the National Road
1, will not have significant reflection.
Considering the sensible character associated with involuntary resettlement actions, maximum
attention and effort will be devoted to the design and monitoring phases of project activities to avoid
impacts on population, land and property, including the access of the inhabitants to natural and other
economic resources, as far as possible. However, given the project design, resettlement of the
population will be inevitable during the construction period, as well as changes in the places of sale
(removal of some stalls selling products).
• Cost Estimation
The cost estimation presented is based on two main indicators: construction costs and ancillary costs.
Construction costs are divided into specialties (projects) such as mobilization, earthworks, paving,
drainage, signaling and security, replacement of affected services and fiber optic installation. The
estimation of construction costs is therefore based on the specificities of each mentioned project,
considering the predicted road conditions for each scenario and traffic forecasts.
Construction costs estimation – Section 1
SCENARIO 2 SCENARIO 1A SCENARIO 1B
Mobilization 930 000,00 € 795 000,00 € 720 000,00 €
Earthworks 2 087 500,00 € 1 605 000,00 € 1 605 000,00 €
Paving 10 032 500,00 € 7 740 000,00 € 7 580 000,00 €
Drainage 3 520 000,00 € 3 170 000,00 € 2 530 000,00 €
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Signaling and safety equipment 349 750,00 € 628 250,00 € 555 000,00 €
Miscellaneous 1 442 500,00 € 565 000,00 € 155 000,00 €
Re-establishment of affected services 1 312 500,00 € 1 312 500,00 € 1 312 500,00 €
Optical Fiber 507 500,00 € 507 500,00 € 507 500,00 €
SUBTOTAL 20 182 250,00 € 16 323 250,00 € 14 965 000,00 €
CONTINGENCIES – 10% 2 018 225,00 € 1 632 325,00 € 1 496 500,00 €
TOTAL 22 200 475,00 € 17 955 575,00 € 16 461 500,00 €
$ 25 974 555,75 $ 21 008 022,75 $ 19 259 955,00
Construction costs estimation – Section 2
SCENARIO 2 SCENARIO 1A SCENARIO 1B
Mobilization 1 935 000,00 € 1 205 000,00 € 1 010 000,00 €
Earthworks 6 662 000,00 € 1 572 000,00 € 1 572 000,00 €
Paving 10 097 500,00 € 7 237 500,00 € 7 202 500,00 €
Drainage 2 685 000,00 € 2 185 000,00 € 2 040 000,00 €
Signaling and safety equipment 956 250,00 € 856 250,00 € 831 750,00 €
Miscellaneous 2 955 000,00 € 2 100 000,00 € 320 000,00 €
Re-establishment of affected services 412 500,00 € 412 500,00 € 412 500,00 €
Optical Fiber 12 295 000,00 € 6 825 000,00 € 5 425 000,00 €
SUBTOTAL 40 480 000,00 € 24 695 000,00 € 21 115 500,00 €
CONTINGENCIES – 10% 4 048 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
TOTAL 44 528 000,00 € 27 164 500,00 € 23 227 050,00 €
$ 52 097 760,00 $ 31 782 465,00 $ 27 175 648,50
Ancillary costs include engineering and supervision costs, expropriations and compensations,
unplanned work and price revision. In engineering and supervision work, the cost associated with
mitigation and monitoring measures is highlighted.
Ancillary costs estimation – Section 1
SCENARIO 2 SCENARIO 1A SCENARIO 1B
Engineering and monitoring 3 638 225,00 € 3 627 759,75 € 3 625 310,00 €
Studies and projects 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Management costs 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitoring and mitigation actions 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Inspection 2 018 225,00 € 2 007 759,75 € 2 005 310,00 €
Additional works 3 027 337,50 € 2 448 487,50 € 2 244 750,00 €
Price revision 1 009 112,50 € 816 162,50 € 748 250,00 €
TOTAL 7 674 675,00 € 6 892 409,75 € 6 618 310,00 €
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$8 979 369,75 $8 064 119,41 $7 743 422,70
Ancillary costs estimation – Section 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Engineering and monitoring 4 656 000,00 € 4 089 500,00 € 3 731 550,00 €
Studies and projects 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Management costs 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitoring and mitigation actions 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Inspection 3 036 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
Additional works 6 072 000,00 € 3 704 250,00 € 3 167 325,00 €
Price revision 2 024 000,00 € 1 234 750,00 € 1 055 775,00 €
TOTAL 12 752 000,00 € 9 028 500,00 € 7 954 650,00 €
$ 14 919 840,00 $ 10 563 345,00 $9 306 940,50
*1 – value to be determined with the RAP development
• Final Considerations
Relating the most important natural components and the main design features, both for the
construction phase and for the exploration phase, it was possible to make a qualitative survey of the
whole environment, and it was possible to conclude that, given the project actions, no significant
negative environmental impacts are expected to occur throughout the intervention area.
In terms of risk analysis associated with the project, it is verified that, in addition to a marked
improvement in accessibility associated with a relevant reduction in travel times, the rehabilitation of
the road will increase an evident increase in terms of convenience, safety and user well-being and,
consequently, a reduction of the risk associated with road traffic. In general, it is noted that, with the
improvement of this road, the profiles and scenarios of car safety will be improved overall. At sites,
where the platform approaches housing estates, particularly in the form of a landfill, all safety
measures and standards will be met.
• Recommendation
The set of aspects studied in the Environmental Impacts assessment points to the existence of
favorable conditions for the implementation of the Rehabilitation, Layout Improvement and Slope
Protection of the National Road 1 in this region, which has been proven both for implementation and
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for the operation stages of the development. Plus, based on the study presented, no impact was
identified that, in the opinion of the team that developed the current ESIA, questioned the
environmental viability of the project, under normal operating conditions, considering the
implementation of the proposed mitigating measures. Positive Impacts remain throughout the
operation period of the venture.
Therefore, and in view of the above, it is concluded that the National Road 1 Rehabilitation, Layout
Improvement and Slope Protection Project will have a positive social and environmental balance if
the mitigation, compensation and environmental control measures foreseen in this study are duly
applied, and if the social commitments assumed by the entrepreneur are fulfilled.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
• Introdução
O presente estudo visa a melhoria do estado da rede rodoviária nacional, nomeadamente, no que
diz respeito às suas condições de circulação e segurança rodoviária na EN1, entre São Tomé e a
cidade de Neves, dotando a EN1 com características que se coadunem com a função essencial de
uma estrutura rodoviária, assegurando uma superfície de rolamento que permita a circulação de
todos os utilizadores da via com comodidade e segurança, durante o período de vida útil da
infraestrutura, nas condições climáticas que ocorram.
O presente Estudo Final de Impacte Ambiental e Social (EIAS) engloba a síntese dos estudos
ambientais e sociais e a avaliação dos Impactes, bem como a proposta de medidas mitigadoras para
implementação de um estudo para a reabilitação, melhoria do traçado e a proteção do talude da
Estrada Nacional nº 1, entre o PK 0+000 e o PK 27+000.
O presente EIAS está estruturado com linguagem acessível ao público, para permitir o claro
entendimento sobre o projeto e o Impacte da sua implementação para a região, considerando que o
número de pessoas interessadas nas questões ambientais tem crescido consideravelmente, sendo
importante conhecer a essência e a dimensão da implementação de qualquer projeto desta natureza,
particularmente, para as pessoas que usam a Estrada Nacional nº1, mais concretamente entre São
Tomé e a cidade de Neves.
• Enquadramento Institucional e Jurídico
Indicação da legislação aplicável ao projecto em termos ambientais e sociais, destacando a
legislação de São Tomé e as políticas do Banco Mundial aplicáveis. Isto inclui uma visão geral sobre
a atual prática do Ministério das Infra-estruturas, Recursos Naturais e Ambiente (MRNEA), bem como
sobre as políticas internas, leis e regulamentos adoptados pelo Governo de São Tomé e Príncipe.
Uma comparação entre este enquadramento legal e as diretrizes do Banco Mundial a esse respeito
foi também realizada.
• Enquadramento e Descrição do Projeto
O presente Estudo enquadra-se no âmbito do Projeto de Execução do Traçado da Estrada Nacional
n.º 1, entre a cidade de São Tomé e a cidade de Neves, entre os PK0+000 e PK27+000, e visa a
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melhoria do estado da rede rodoviária nacional, nomeadamente, no que diz respeito às suas
condições de circulação e segurança rodoviária na Estrada em apreço.
A República Democrática de São Tomé e Príncipe (RDSTP), localizada no Golfo da Guiné a cerca
de 300 km da costa ocidental da África, sobre a latitude do equador e em aproximadamente 6°O em
longitude, é um estado insular. A ilha principal, São Tomé, junto com a segunda ilha, Príncipe e várias
ilhotas, totalizam uma área de 1001 km2, com cerca de 200 mil habitantes.
O ambiente natural e social na EN1 pode ser subdividido em duas grandes regiões, nomeadamente;
(i) a região interior, que se estende de São Tomé a Guadalupe (13,28 km) e (ii) a região costeira de
Guadalupe a Neves (16,72 km).
Tendo como principal objetivo o lançamento de duas empreitadas distintas, o projeto de reabilitação
da EN1 entre São Tomé e Neves foi dividido da seguinte forma:
• Secção 1 – PK 0+000 (São Tomé) a PK 13+275 (Guadalupe)
• Secção 2 – PK 13+275 a PK 27+000 (Neves)
A Secção 1 consiste no troço compreendido entre o PK 0+000 (São Tomé) e o PK 13+275
(Guadalupe), passando pelas localidades de São Tomé, Santo Amaro, Ilhéu, Conde e Guadalupe.
Ao longo da extensão de toda a Secção 1 a via atravessa várias localidades sem que o seu perfil
transversal se adeque ao ambiente rodoviário a atravessar. É uma área densamente povoada, sendo
que cerca de 53% do perfil transversal da estrada deveria apresentar características urbanas.
Por outro lado, a Secção 2 consiste no troço compreendido entre o PK 13+275 (saída de Guadalupe)
e o PK 27+215 (Neves), passando pela localidade de Ribeira Funda. A partir do PK 16+000 a EN1 é
uma estrada costeira, sendo ladeada por taludes no lado esquerdo e o mar no lado direito.
Ambas as secções acima descritas são de extrema importância para a economia de São Tomé, ao
ligar os três grandes aglomerados populacionais, nomeadamente, S. Tomé (70.000 habitantes),
Guadalupe (20.000 habitantes) e Neves (15.000 habitantes), a Estrada Nacional n.º 1, e sobretudo o
troço referido, é a mais ativa de todo o país. Ela serve cerca de 60% da população do país e estende-
se por uma distância de 27 km. Construída ainda no período da dominação colonial portuguesa a
estrada pavimentada tem 5-7 metros de largura com um alinhamento horizontal e vertical perigoso.
Nos últimos anos tem estado em más condições e a precisar de reabilitação e eventualmente de uma
série de ajustamentos no seu desenho geométrico e características.
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• Caracterização do Ambiente Natural Recetor
Ambos os ambientes, físico e biológico, são aqui, no contexto da área do projeto, descritos em
detalhe. Esta descrição compreende uma caracterização detalhada sobre os aspetos geológicos,
altitude, clima, solos, hidrologia, flora e fauna, dando especial atenção ao Parque Nacional Obô de
São Tomé (PNOST). Para o diagnóstico ambiental, dados de diferentes instituições de pesquisa que
possuem conhecimento sobre a região foram cuidadosamente utilizados. Dados de campo foram
também coletados para o conhecimento de aspetos físicos relevantes.
Em termos gerais, o projeto localiza-se na zona norte da Ilha de São Tomé e cobre os dois extremos
desta, a leste e oeste. Trata-se da zona mais povoada do arquipélago em termos absolutos e de
densidade. No Norte, os distritos de Água Grande, Lobata e Lembá e as áreas habitadas circundam
a área elevada formada pelo sistema cónico definido pelo Pico de São Tomé e são de altitude
relativamente baixa e intensa vegetação ainda que não tão exuberante como a que predomina no
cume e nas encostas do Pico. São Tomé e Príncipe é um arquipélago, em que a maioria das
infraestruturas económicas e sociais encontra-se situada na zona costeira, o que se traduz numa
forte pressão sobre esta zona
Geologia
A ilha de São Tomé exibe uma configuração alongada de direção NE-SW, com 46 km de eixo
principal e 34 km do eixo menor, alinhado com a orientação aproximada da “Linha Vulcânica dos
Camarões” (Henriques & Neto, 2015). A geologia caracteriza-se por rochas vulcânicas que
representam quatro principais unidades Vulcano-estratigráfica, conforme a carta recentemente
publicada na escala 1:25 000. A ilha de São Tomé encontra-se localizada no Golfo da Guiné, no
troço oceânico do alinhamento vulcânico dos Camarões, que se estende por 1600 Km do interior do
continente africano até à ilha de Pagalu.
Topografia
O relevo na Ilha de S Tomé apresenta formas muito irregulares. A metade ocidental da ilha, nos
quadrantes NW e SW, pelos quais se estendem os distritos da área do projeto ( Água Grande, Lobata
de Lembá), o relevo é acidentado até às proximidades da Costa. Os pontos mais elevados situam-
se acima dos 1,800-2,000 m e os intermédios entre os 1,000-1,800 m e os mais baixos, mais perto
da costa, entre 0 e 800 m. Na metade oriental nos quadrantes NE e SE, as formas de relevo são
mais suaves, notando-se vastas assentadas um pouco inclinadas para o Oceano, principalmente na
faixa de Água Izé a Plancas limitada pela linha da Costa e pela curva de 300-400 metros de altitude.
No quadrante SE e no Sul observam-se terras planas nas áreas de Ribeira Peixe e Porto Alegre.
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Clima
As ilhas de São Tomé e Príncipe ficam situadas junto à linha do Equador (que atravessa o Ilhéu das
Rolas) e a cerca de 300 km da costa Ocidental de África. Todo o arquipélago está inserido na
depressão tectónica da linha vulcânica dos Camarões.
São Tomé e Príncipe, tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias
anuais que variam entre os 22º C e os 31º C. É um país com uma multiplicidade de microclimas,
definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A
temperatura varia em função da altitude e do relevo.
Solos
O relevo é montanhoso, com vales profundos, sendo o ponto mais alto na Ilha de São Tomé situado
a 2,024 m de altitude e a 948 m na Ilha de Príncipe, com base em solos de origem vulcânica, do tipo
argiloso e em geral ricos em matéria orgânica (Jesus, 1998) e com elevado potencial de retenção de
humidade e por isso muito propícios para a agricultura e o crescimento de uma diversidade de
plantas.
Os solos do país são consideravelmente férteis, segundo dados do MSI (Estratégia de
Implementação das Maurícias). Os tipos de solos encontrados no país são pera-fersialíticos,
fersialíticos, aluvio solos e barros pretos.
Hidrologia
A rede hidrográfica da Ilha de São Tomé apresenta uma disposição radial com uma declividade
abrupta em direção ao mar. Dadas as características climáticas do país, a zona de intervenção possui
uma hidrografia muito densa contendo rios, seus afluentes e subafluentes, de percurso curto até a
foz, com leito instalado no vale profundo e com um caudal muito abundante alimentado pela chuva
durante quase todo ano.
Flora e Fauna
A ilha de São Tomé apresenta características naturais que permitem o aparecimento e
desenvolvimento de grande variedade de espécies vegetais, constituindo verdadeiras relíquias ao
nível da flora.
O clima tropical e a natureza dos solos favorecem o desenvolvimento de coberturas vegetais muito
densa, gerando formações herbáceas constituídas por árvores e arbustos dispersos (Cardoso &
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Garcia, 1962), sendo que o solo originário de rochas ígneas é fértil e de extrema importância para o
desenvolvimento das atividades agrícolas nas ilhas.
São Tomé é uma ilha vulcânica que possui a maior riqueza na flora, com muitas espécies vegetais
endémicas. A avaliar pelas ocorrências no PNOST, que se pode considerar como sendo a área mais
representativa do cenário natural da Ilha de S. Tomé, destaca-se que os níveis de endemismo são
elevados em todos os grupos de vertebrados terrestres. Em geral e à exceção das aves S Tomé é
relativamente pouco dotado em termos de número absoluto de espécies indígenas, em comparação
com áreas (principalmente as protegidas) de equivalente extensão na região continental. Isto deve
ser resultado do caráter insular de São Tomé e da prolongada separação da ilha do continente
africano e visto sob a perspetiva da conservação, constitui-se num desafio acrescido para as
autoridades do país e todos os demais agentes interessados no património natural do país. Em traços
muito gerais apresentam-se abaixo as caraterísticas gerais das espécies faunísticas em S. Tomé e
Príncipe, S. Tomé e particularmente dentro e nos arredores do PNOST.
• Caracterização do Ambiente Social Recetor
De destacar que as ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os
navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. A partir do século XV
até à sua independência em 12 de julho de 1975, STP foi colónia portuguesa
O troço da EN1, entre a cidade de São Tomé e a cidade de Neves, atravessa diversos centros
urbanos, com especial incidência para o primeiro troço da estrada entre o PK0+000 (São Tomé) e o
PK13+275 (Guadalupe), ao qual corresponde uma área urbana de cerca de 53% da sua extensão.
Enquanto que no segundo troço esta relação corresponde apenas a 12% em termos de extensão
urbana.
Tendo em conta a localização da EN1, as características orográficas de São Tomé e Príncipe e a
escassez de estradas com boas condições de circulação, considera-se que a melhoria das condições
da via aumentará o número de utilizadores da mesma e aproximará as populações com baixo nível
de serviços dos meios urbanos de maiores dimensões. É expectável que os fluxos migratórios se
tornem mais significativos devido à facilidade de deslocação.
A melhoria das condições rodoviárias permitirá, em primeira instância, uma redução dos tempos de
deslocação, um aumento no conforto da viagem, o que potencializará uma descentralização do
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aglomerado urbano da cidade de são Tomé, e uma dispersão da população pelas diversas
localidades ao longo do troço, fatores estes quantificáveis apenas de forma qualitativa.
População
Segundo as projeções e estudos consultados, estima-se que no final de 2018 a população total atinja
os 211.000 habitantes no arquipélago, sendo que cerca de 202.500 (±96%) habitantes vivem na Ilha
de S. Tomé e 8.500 (±4%) na Ilha do Príncipe.
Em termos de género, a população feminina encontra-se mais representada, atingindo os 50.5%,
enquanto que a população masculina representa 49,5%. Segundo os dados disponibilizados pelo
Instituto Nacional de Estatística da RDSTP, é expectável que esta proporção de género se mantenha
estável durante todo o horizonte de projeto.
Densidade populacional e grau de urbanismo
A densidade populacional do arquipélago, acima de 156 habitantes por km², é já relativamente
elevada quando comparada com os padrões da África Subsaariana e isso é principalmente
determinado pelo que se passa na ilha de S. Tomé. O conjunto da população cresce a uma taxa de
cerca de 1.84%, o que, por sua vez, é relativamente baixo quando comparado com o resto de África.
O grau de urbanização da população é igualmente relativamente elevado ao se situar em cerca de
65%, apesar de isso de traduzir em concentrações de populações em pequenas áreas urbanas e
sobretudo desenvolvidos na horizontal (existem poucos edifícios em altura em S. Tomé). A exceção
prende-se com a capital S. Tomé, caracterizada por ter uma pequena área urbana consolidada
(centro) e outra disposta de forma relativamente dispersa e misturando várias atividades económicas
ao longo do distrito de Água Grande. Já Guadalupe assemelha-se mais à segunda área de S. Tome,
e Neves é uma combinação de pequenas áreas consolidadas e muitas com habitações mais
precárias, mas com elevada densidade. A migração das zonas rurais foi fortemente fomentada pela
desarticulação da indústria do cacau logo após a independência.
Educação
No setor de educação, o ensino está dividido em educação escolar e educação extraescolar. A
educação escolar compreende o ciclo básico, o secundário e o superior e integra modalidades
especiais. A educação extraescolar compreende o ciclo de alfabetização, iniciação, reconversão e
aperfeiçoamento profissional, advindas de iniciativas formais ou informais.
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O ensino é obrigatório até à 6ª classe, encontrando-se em fase de aprovação a extensão desta
obrigatoriedade até ao 9º ano. Esta medida tem encontrado alguns contratempos na sua aplicação
porque a número de escolas secundárias é muito reduzido e encontram-se localizadas nos centros
urbanos de maior dimensão, mas espera-se que seja implementada ainda em 2018.
Saúde
A saúde em São Tomé e Príncipe enfrenta sérios problemas de natureza estrutural, agravados por
um contexto de pobreza generalizada, carência de estruturas básicas de saneamento e água potável.
O mesmo sistema replica ao seu nível e nas diversas instâncias a carência de recursos humanos
com competências de gestão, as deficiências de governabilidade política, que determina a mudança
frequente dos governos e ministros, e acaba por agravar a situação, impossibilitando a constituição
de um património de memória do sistema que impeça a repetição de erros.
A nível distrital o sistema de saúde em São Tomé e Príncipe está organizado em três tipos de unidade
de cuidados distintas: Centros de Saúde, Postos de Saúde e Postos de Saúde Comunitários.
Emprego
O nível de desemprego está oficialmente calculado em 14% havendo uma força laboral que conta
com cerca de 65,000 pessoas. Mais de 63% da população de S. Tomé e Príncipe tem entre 0 e 24
anos de idade, o que é revelador de muita juventude e de necessidades de crescimento e sobretudo
de emprego significativas. Estes dados devem ser olhados com muita cautela e o cenário real poderá
ser muito mais pessimista porque muitos habitantes encontram os seus próprios meios de
subsistência (muitas vezes irregular) e não estão incluídos nas estatísticas. Além daqueles que não
possuem meios de subsistência regulares, destacam-se neste campo os casos das vendedoras
ambulantes, pescadores, carvoeiros, entre outros, que exercem as suas profissões sem pagar
impostos.
• Cenários de Intervenção Propostos e Análise de Alternativas
Devido à discrepância entre os cenários de intervenção inicialmente considerados, o presente estudo
foi desenvolvido tendo em consideração 4 diferentes cenários (0, 1B, 1A e 2) de análise. A alternativa
selecionada para a intervenção a realizar teve em conta vários fatores, nomeadamente a análise
económica, a análise de impacte ambiental, a análise de impacte social e os benefícios indiretos.
Aqui, os principais fatores a serem considerados em cada uma dessas análises são destacados e o
cenário mais provável de intervenção é indicado. Deve-se notar que, a nível de impactes ambientais
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e sociais, os cenários de intervenção apresentam poucas diferenças entre si, uma vez que são
baseados em numa estrada já existente. A diferença mais significativa encontra-se nas soluções de
engenharia. Soluções mais robustas (Cenário 2) são naturalmente mais caras e, considerando que
o custo é um dos fatores que mais condicionam essa intervenção, procurou-se um equilíbrio entre o
ideal e o possível, sem, no entanto, comprometer a qualidade e confiabilidade nas soluções
apresentadas.
Essencialmente, as diferenças entre cenários baseiam-se nos seguintes pontos: Perfil transversal
tipo e locais de aplicação do mesmo; Correção do traçado (em planta e perfil longitudinal); Estrutura
de pavimento; Tipo de intervenção a realizar nas pontes existentes; Tipo de intervenção a realizar
nos muros existentes, bem como no tipo de intervenção a realizar nos taludes.
• Identificação e Avaliação dos Potenciais Impactes Ambientais e Sociais e Respetivas
Medidas de Mitigação e de Potenciação
Considerando a caracterização do empreendimento e o Diagnóstico Ambiental da área de influência,
iniciou-se a avaliação dos Impactes Ambientais gerados pela execução do mesmo, sendo
identificados os impactes sobre os meios físico, biótico e socioeconómico para as diferentes fases
do empreendimento: planeamento, implantação e operação, de acordo com a Decreto nº 37/99.
Por conseguinte, foi dada particular atenção aos potenciais impactos resultantes do projeto,
negativos e positivos, tanto a nível ambiental como social. É inicialmente descrita a metodologia
utilizada para o processo de avaliação, incluindo a avaliação de impactos em uma escala de tempo
(planeamento, implementação e operação).
Tendo em consideração a orografia local, bem como as características da via, não existem
alternativas ao traçado atual da Estrada Nacional 1 (quer seja realizada uma intervenção a um
nível mais superficial, que seja uma intervenção integral).
A intensidade dessas modificações, entretanto, é tanto menor quanto mais alteradas forem as
condições ambientais da área de influência. No caso em estudo, tratando-se de uma intervenção
numa via já existente, em que o ambiente há muito não possui mais suas características primitivas,
essas alterações não serão mais intensas e impactantes do que aquelas ocorridas na instalação da
primeira via, fato ocorrido há várias décadas. Mais ainda, as perturbações causadas pela implantação
do novo trecho serão mínimas em função da malha rodoviária já existente.
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No caso da não execução do projeto, permaneceriam sem alteração os vários passivos ambientais
decorrentes da construção da rodovia existente, com destaque para os processos de urbanização
contíguos à faixa de domínio e a sucessão de acessos e interseções que aumenta o risco de
acidentes e diminui consideravelmente a velocidade média de deslocamento.
Além disso, nesses locais de maior urbanização registram-se acidentes com pedestres,
interferências com o fluxo de veículos, desconforto ambiental aos moradores e segregação de áreas
urbanas. Portanto, a não-execução do projeto retiraria efetivamente a possibilidade de melhorias dos
acessos aos aglomerados urbanos existentes ao longo do troço, permanecendo, dessa forma, os
problemas relacionados à capacidade de tráfego da rodovia e, principalmente, aos riscos de
acidentes de trânsito e segurança rodoviária.
Ainda neste tópico e para cada impacte, é proposto um conjunto de medidas de
mitigação/potenciação associadas às diferentes fases do empreendimento consideradas. Foi
desenvolvida, neste âmbito, uma Tabela do Roteiro básico para a avaliação de potenciais impactes
ambientais e respetivas medidas mitigadoras. Para uma melhor compreensão da natureza e da área
de ação de tais impactes, estes foram subdivididos em ambientes físico, biológico e socioeconómico,
incluindo ainda um subcapítulo relacionado com saúde e segurança operacional e outro com a
questão do Reassentamento Involuntário.
Os resultados dos estudos de vulnerabilidade e adaptação no âmbito das mudanças climáticas
vieram confirmar a grande vulnerabilidade de São Tomé e Príncipe face às questões ambientais de
um modo em geral e às Alterações Climáticas em particular. Tais resultados dão indícios de que
medidas de atenuação e de adaptação devam ser tomadas urgentemente pelas autoridades
nacionais, como forma de prevenir potenciais ameaças e mitigar os efeitos que já se fazem sentir,
de forma a projetar um desenvolvimento sustentável para o futuro.
Relativamente ao ambiente biológico, e com uma área já modificada pela ação humana e cobertura
vegetal composta por espécies não nativas, os estudos permitiram concluir que as alterações na
vegetação natural que serão provocadas pela implantação deste empreendimento na Estrada
Nacional 1, não terão reflexo significativo.
Tendo em conta o caráter sensível associado às Ações de Reassentamento Involuntário, será
dedicada a máxima atenção e esforço nas fases de concepção e monitorização das atividades do
projeto visando evitar impactes sobre a população, terreno e propriedade, incluindo ainda o acesso
dos habitantes a recursos económicos naturais e outros, até onde possível. Todavia, e tendo em
conta o desenho de projeto, o reassentamento da população será inevitável durante o período de
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construção, assim como alterações nos locais de venda (remoção de algumas barracas de venda de
produtos).
• Estimativa de Custos
A estimativa de custos apresentada baseia-se em dois indicadores principais: custos de construção
e custos acessórios. Os custos de construção são divididos por especialidades (projetos), como
mobilização, terraplanagem, pavimentação, drenagem, sinalização e segurança, restabelecimento
de serviços afetados e instalação de fibra ótica. A estimativa dos custos de construção é, portanto,
baseada nas especificidades de cada projeto mencionado, considerando as condições da estrada
previstas para cada cenário, bem como as previsões de tráfego.
Estimativa de Custos de Construção – Secção 1
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Mobilização 930 000,00 € 795 000,00 € 720 000,00 €
Movimentos de terras 2 087 500,00 € 1 605 000,00 € 1 605 000,00 €
Pavimentação 10 032 500,00 € 7 740 000,00 € 7 580 000,00 €
Rede de drenagem 3 520 000,00 € 3 170 000,00 € 2 530 000,00 €
Equip. de sinalização e segurança 349 750,00 € 628 250,00 € 555 000,00 €
Diversos 1 442 500,00 € 565 000,00 € 155 000,00 €
Reposição de serviços afetados 1 312 500,00 € 1 312 500,00 € 1 312 500,00 €
Fibra ótica 507 500,00 € 507 500,00 € 507 500,00 €
SUBTOTAL 20 182 250,00 € 16 323 250,00 € 14 965 000,00 €
CONTINGÊNCIAS – 10% 2 018 225,00 € 1 632 325,00 € 1 496 500,00 €
TOTAL 22 200 475,00 € 17 955 575,00 € 16 461 500,00 €
$ 25 974 555,75 $ 21 008 022,75 $ 19 259 955,00
Estimativa de Custos de Construção – Secção 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Mobilização 1 935 000,00 € 1 205 000,00 € 1 010 000,00 €
Movimentos de terras 6 662 000,00 € 1 572 000,00 € 1 572 000,00 €
Pavimentação 10 097 500,00 € 7 237 500,00 € 7 202 500,00 €
Rede de drenagem 2 685 000,00 € 2 185 000,00 € 2 040 000,00 €
Equip. de sinalização e segurança 956 250,00 € 856 250,00 € 831 750,00 €
Diversos 2 955 000,00 € 2 100 000,00 € 320 000,00 €
Reposição de serviços afetados 412 500,00 € 412 500,00 € 412 500,00 €
Fibra ótica 12 295 000,00 € 6 825 000,00 € 5 425 000,00 €
SUBTOTAL 40 480 000,00 € 24 695 000,00 € 21 115 500,00 €
CONTINGÊNCIAS – 10% 4 048 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
TOTAL 44 528 000,00 € 27 164 500,00 € 23 227 050,00 €
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Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)”
$ 52 097 760,00 $ 31 782 465,00 $ 27 175 648,50
Os custos acessórios, por sua vez, incluem custos de engenharia e supervisão, expropriações e
compensações, trabalhos não previstos e revisão de preços. No trabalho de engenharia e
supervisão, o custo associado às medidas de mitigação e monitorização é destacado.
Estimativa de Custos Acessórios– Secção 1
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Engenharia e supervisão 3 638 225,00 € 3 627 759,75 € 3 625 310,00 €
Estudos e projetos 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Custos de gestão 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitorização e medidas de mitigação 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Fiscalização 2 018 225,00 € 2 007 759,75 € 2 005 310,00 €
Trabalhos não previstos 3 027 337,50 € 2 448 487,50 € 2 244 750,00 €
Revisão de preços 1 009 112,50 € 816 162,50 € 748 250,00 €
TOTAL 7 674 675,00 € 6 892 409,75 € 6 618 310,00 €
$8 979 369,75 $8 064 119,41 $7 743 422,70
Estimativa de Custos Acessórios– Secção 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Engenharia e supervisão 4 656 000,00 € 4 089 500,00 € 3 731 550,00 €
Estudos e projetos 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Custos de gestão 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitorização e medidas de mitigação 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Fiscalização 3 036 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
Trabalhos não previstos 6 072 000,00 € 3 704 250,00 € 3 167 325,00 €
Revisão de preços 2 024 000,00 € 1 234 750,00 € 1 055 775,00 €
TOTAL 12 752 000,00 € 9 028 500,00 € 7 954 650,00 €
$ 14 919 840,00 $ 10 563 345,00 $9 306 940,50
*1 – valor a calcular aquando aa elaboração do RAP
• Considerações Finais
Relacionando as componentes naturais mais importantes e as principais características de projeto,
quer para a fase de construção, quer para a fase de exploração, foi possível fazer o levantamento
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qualitativo de toda a envolvente, tendo sido possível concluir que, dadas as ações de projeto, não se
prevê a ocorrência de impactes ambientais negativos significativos em toda a área de intervenção.
Em termos de análise de risco associado ao projeto, verifica-se que, para além de uma melhoria
acentuada em termos de acessibilidade associada a uma redução relevante dos tempos de percurso,
a reabilitação da via potenciará um evidente acréscimo em termos de comodidade, segurança e bem-
estar dos utentes e, consequentemente uma redução do risco associado à circulação rodoviária. De
um modo geral, observa-se que, com a beneficiação deste trecho rodoviário, os perfis e cenários de
segurança automóvel serão globalmente melhorados. Nos locais, onde a plataforma se aproxima de
aglomerados habitacionais, nomeadamente sob a forma de aterro, todas as medidas e normas de
segurança serão cumpridas.
• Recomendação
O conjunto dos aspetos estudados na avaliação de Impactes ambientais aponta a existência de
condições favoráveis para a implantação do projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção
do Talude da Estrada Nacional Nº1 nesta região, o que foi comprovado tanto para implantação como
para a operação do empreendimento.
Complementarmente, com base no estudo apresentado, não foi identificado nenhum Impacte que,
na opinião da equipa que elaborou este EIAS, questione a viabilidade ambiental do empreendimento,
em condições normais de operação, considerando a implantação das medidas mitigadoras
propostas. Os Impactes positivos permanecem durante todo o período de operação do
empreendimento.
Posto isto, conclui-se que a projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção do Talude da
Estrada Nacional Nº1 terá um balanço socio- ambiental positivo se forem aplicadas as medidas de
mitigação, compensação e de controlo ambiental previstas no presente EIAS bem como, se forem
cumpridos os compromissos sociais assumidos pelo empreendedor.
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1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DO ESTUDO
Ao ligar os três grandes aglomerados populacionais, nomeadamente, S Tomé (70.000 habitantes),
Guadalupe (20.000 habitantes) e Neves (15.000 habitantes), a Estrada Nacional n.º 1, e sobretudo o
troço referido, é a mais ativa de todo o país. Ela serve cerca de 60% da população do país e estende-
se por uma distância de 27 km. Construída ainda no período da dominação colonial portuguesa a
estrada pavimentada tem 5-7 metros de largura com um alinhamento horizontal e vertical perigoso.
Nos últimos anos tem estado em más condições e a precisar de reabilitação e eventualmente de uma
série de ajustamentos no seu desenho geométrico e características.
A Estrada Nacional n.º 1 regista um tráfego superior a 76.000 veículos por semana, a maioria das
quais viaturas ligeiras (47,7%) e motorizadas (47,4%), seguidas de autocarros (3,4%), camiões
(1,3%) e tratores (0,1%). O período de pico verifica-se entre as 11:00 e as 16:00 horas (37,8%),
seguido do período da 06:00 às 11:00 horas (32,4%) e por último o período das 16:00 às 20:00 horas
(29,7%). Das 20:00 em diante praticamente não se nota qualquer tráfego ou este é muito diminuto.
A estrada pavimentada tem 5-7 metros de largura com um perigoso alinhamento horizontal e vertical.
A plataforma encontra-se em más condições e precisa de ser reabilitada. Estes dois fatores em
simultâneo tornam a circulação na EN1 bastante incómoda e com risco associado.
Além do tráfego intenso de veículos e motorizadas, a estrada também é usada por camiões de
transporte de combustível e cerveja, provenientes da cidade de Neves e distribuídos para o resto do
país. A Secção 1, entre São Tomé e Guadalupe, tem cerca de 13,3 km e pode ser considerada como
região interior, compreendendo cerca de 7 km de áreas urbanas e as restantes rurais. A Secção 2,
entre Guadalupe e Neves, tem aproximadamente 14 Km e trata-se de estrada costeira com taludes
com declives bastante acentuados do lado esquerdo da via e com o mar à direita. A reabilitação
desta secção da estrada também inclui a estabilização das encostas rochosas, para eliminar/diminuir
o risco de derrocadas de pedras.
O presente Estudo FINAL de Impacte Ambiental e Social (EIAS) engloba a síntese dos estudos
ambientais e sociais e a avaliação dos Impactes, bem como a proposta de medidas mitigadoras para
implementação de um estudo para a reabilitação, melhoria do traçado e a proteção do talude da
Estrada Nacional nº 1, entre o PK 0+000 e o PK 27+000.
O presente EIAS tem como objetivo principal mostrar a viabilidade ambiental do empreendimento,
através de uma caracterização do projeto, conhecimento e análise da situação atual do ambiente
circundante e as possíveis modificações que poderão acontecer com a implantação e operação do
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empreendimento – as denominadas áreas de influência – culminando com um estudo comparativo
entre situação de referência e futura. O EIAS foi desenvolvido nas seguintes fases: Caracterização,
Diagnóstico Ambiental e Análise do Impacte Ambiental.
Para o Diagnóstico Ambiental utilizaram-se os dados existentes em diferentes instituições de
pesquisa que detêm o conhecimento sobre a região. Foram também levantados dados de campo
para o conhecimento dos aspetos físicos.
O presente EIAS está estruturado com linguagem acessível ao público, para permitir o claro
entendimento sobre o projeto e o Impacte da sua implementação para a região, considerando que o
número de pessoas interessadas nas questões ambientais tem crescido consideravelmente, sendo
importante conhecer a essência e a dimensão da implementação de qualquer projeto desta natureza,
particularmente, para as pessoas que usam a Estrada Nacional nº1, mais concretamente entre São
Tomé e a cidade de Neves.
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2 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E JURÍDICO
ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL
Desde os anos 1990 o RDSTP tem tido no quadro institucional da sua governação uma entidade
central (ministério) responsável pelas questões ambientais, o que se constitui em mais uma
demonstração da posição elevada que se pretende conferir a este setor particular do
desenvolvimento. Os diferentes governos têm feito diferentes combinações do setor do ambiente
com outros o que tem influenciado as designações e eventualmente outras pequenas questões
internas. No âmbito do governo atualmente em vigor o setor do ambiente está integrado no Ministério
das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente (MRNEA).
O MRNEA e/ou seus predecessores têm estado a aprofundar a sua abordagem para lidar com a
gestão ambiental, adotando estratégias e políticas de médio a longo prazo.
As principais áreas de intervenção incluem a formulação de políticas, promoção geral, planificação,
pesquisa/tecnologias, o investimento em infraestruturas e outras áreas relevantes, regulação,
fiscalização, desenvolvimento de ações de extensão/educação/consciencialização, etc.
O entendimento do meio ambiente como um tema transversal coordenado pelo MRNEA tem levado
à definição dos ministérios de linha ambiental para integrar outros ministérios/sectores que lidam
diretamente com as principais componentes ambientais, ou seja, solo e subsolo, água, ar e
componentes bióticas (flora e fauna). Para facilidade de análise, em geral, estas componentes
também podem subdividir-se em duas grandes categorias:
As que, dependem diretamente dos recursos naturais como a sua principal fonte de matérias-primas
(inputs) compreendem:
• Agricultura (terras e florestas) – que não momento estão sob responsabilidade direta do
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
• Pescas (recursos pesqueiros) – também sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura
e Desenvolvimento Rural;
• Minas (recursos minerais) – sob responsabilidade do Ministério das Infraestruturas, Recursos
Naturais e Ambiente, embora seja um fato que STP praticamente não conta com uma
atividade mineira de peso, à exceção do que diz respeito à exploração petrolífera já referida
na parte inicial deste documento, que presentemente se encontra dormente;
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• Obras Públicas (infraestruturas) e Habitação (água e terra) – essencialmente sob
responsabilidade do Ministério das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente e governos
locais.
Aquelas componentes cujos resultados dependem em grande parte da oferta de serviços ambientais
incluem:
• Energia (água, recursos minerais, elementos bióticos para os biocombustíveis, etc.) - sob
responsabilidade dos Ministérios das Infraestruturas, Recursos Naturais e
Ambiente/Agricultura e Desenvolvimento Rural
• Turismo (paisagem e vida selvagem) - sob responsabilidade dos Ministérios das
Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente/Economia e da Cooperação
Internacional/Agricultura e Desenvolvimento Rural (Parques)
• Saúde (água e infraestruturas) – sob responsabilidade do Ministério da Saúde
Atualmente, a lista dos ministérios de cariz ambiental inclui, mas não está limitado a:
• Agricultura: produção vegetal e animal, florestas e fauna bravia, terra e cadastro, irrigação
agrícola e pesquisa e extensão agrícola, áreas de conservação, gestão e fiscalização das
pescas, pesquisa e tecnologias de pescas;
• Saúde: saúde, incluindo a saúde ambiental como parte da saúde pública;
• Recursos Minerais/Mineração: geologia, minas e combustíveis fósseis;
• Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente: água, edifícios, estradas e pontes, habitação
e urbanização; produção e distribuição de energia (energia elétrica, combustíveis e energias
renováveis);
• Economia e da Cooperação Internacional: turismo e respetiva indústria hoteleira, bem como
intervenção nas áreas de conservação relacionadas com o turismo.
O MRNEA apresenta-se na prática como um “superministério” que engloba sob o seu pelouro uma
variedade de sectores e subsectores. Nota-se que ao estar no topo dos principais subsectores de
infraestruturas ao mesmo tempo que gere a gestão ambiental, coloca-se na posição de jogar e árbitro
nos casos em que os subsectores que enquadra realizam atividades que requerem licenciamento
ambiental. Sem ser necessariamente uma contradição fatal deve ser tratada com o devido cuidado.
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ENQUADRAMENTO JURÍDICO
À semelhança do que aconteceu com a maior parte dos países em muitas partes do mundo, depois
da Conferência do Rio sobre Desenvolvimento Sustentável, em 1992; S. Tomé e Príncipe iniciou uma
significativa reforma legal e institucional para integrar as noções de desenvolvimento sustentável nos
seus modelos de planificação e atuação. A reforma tem estado a ocorrer, destacando-se as principais
medidas tomadas:
• adesão e adoção de uma série de convenções e protocolos internacionais e regionais de
proteção ambiental e de conservação;
• a aprovação de um conjunto significativo de legislação com implicações diretas e indiretas
sobre a proteção do ambiente;
• criação de instituições públicas específicas ou fortalecimento das instituições existentes
dedicadas à gestão ambiental e social.
2.2.1 ADESÃO A CONVENÇÕES E PROTOCOLOS INTERNACIONAIS E REGIONAIS
STP é signatário de uma série de protocolos convenções internacionais e regionais relacionadas com
o uso e gestão sustentável dos fatores do ambiente. Subsequentemente o país tem estado a
desenvolver políticas, estratégias e planos nacionais para responder aos ditames da sua adesão e
com valor para o desenvolvimento nacional. Estes instrumentos tornam-se automaticamente parte
do ordenamento jurídico interno assim que sejam ratificados por órgãos estatais apropriados. Para o
caso deste projeto destacam-se:
• A Convenção da ONU sobre Biodiversidade
• Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)
• Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas
2.2.1.1 A Convenção da ONU sobre Biodiversidade
Por esta Convenção o GSTP reconhece que os recursos biológicos são uma fonte de potencial de
renda que podem trazer benefícios significativos para as pessoas, se eles forem geridos de forma
sustentável.
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Apesar dos esforços que têm sido feitos pelas autoridades nacionais e da comunidade internacional
para a proteção da diversidade biológica, a degradação e a perda de muitas espécies continua tanto
em São Tomé e Princípio como no mundo em geral,
O documento sobre “O Plano Nacional de Estratégia e Acão para a Conservação da Biodiversidade”
tenta estender a mão para o futuro do meio ambiente em geral, e a biodiversidade de São Tomé e
Príncipe, especialmente.
A estratégia e as ações propostas por este Plano assentam em quatro ecossistemas definidos para
o país, incluindo o Ecossistema Costeiro e Marinho, Ecossistemas das Águas Interiores, Ecossistema
Florestal e Plano de Ecossistema Agrícola. Eles contêm medidas que serão implementadas a curto,
médio e longo prazo, a nível nacional, com o apoio da comunidade internacional. Principalmente com
base em in sitio e ex. sitio de proteção da conservação dos recursos biológicos e genéticos, que vai
contribuir para a melhoria da qualidade da Diversidade Biológica em São Tomé e Príncipe para
melhorar a sua gestão e repartição justa e equitativa dos benefícios que podem proporcionar
distribuição acessória.
2.2.1.2 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)
A ratificação desta Convenção pelo GSTP fundamenta-se no fato de se reconhecer que ao longo dos
anos, a poluição ambiental de forma geral e a poluição causada pela utilização de produtos químicos
na natureza, têm assumido proporções alarmantes com consequências desastrosas para o futuro do
desenvolvimento socioeconómico.
Os Poluentes Orgânicos Persistentes, com o principal destaque para os PCB, Dioxinas e Furraneos,
e os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), têm ocupado um lugar importante na área de
poluição química com graves consequência para a saúde da população e para a atmosfera.
A República Democrática de S. Tomé e Príncipe assim como muitos outros países do Globo, também
utilizou POPs, na luta contra os vetores causadores de doenças, com particular incidência sobre os
mosquitos que transmitem o paludismo.
Conscientes hoje dos danos que os referidos produtos causam ao ambiente, as autoridades
nacionais decidiram unir os seus esforços, aos da comunidade internacional, no sentido de dar um
tratamento adequado aos referidos poluentes, de modo a minimizar os seus efeitos negativos sobre
a natureza.
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É assim, que após a assinatura em 3 de Abril de 2002 da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes, S. Tomé e Príncipe iniciou a aplicação do artigo 7 da mesma, que consistiu
em elaborar a Estratégia e o Plano de Acão com vista à gestão sustentável dos referidos produtos
no território nacional.
Com a elaboração da Estratégia e do Plano de Acão sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, STP
está consciente de que a comunidade internacional irá ajudar S. Tomé e Príncipe a implementar as
ações prioritárias definidas no referido Plano, o que irá conduzir a uma gestão sustentável dos
produtos químicos no país, e contribuir para um ambiente mais saudável.
2.2.1.3 Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas
São Tomé e Príncipe aderiu à e ratificou, em 30 de Maio de 1998, à Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas, tornando-se assim membro de pleno direito da Conferência das
Partes. Desta forma assumiu implicitamente o compromisso de periodicamente elaborar, atualizar,
publicar e colocar à disposição da Conferência das Partes, inventários nacionais de emissões
antropogénicas por fontes e das remoções por sumidouros de todos os gases com efeito de estufa
não controlados pelo Protocolo de Montreal, além de fornecer uma descrição geral de medidas
conducentes à mitigação da mudança do clima e propor medidas para facilitar a adaptação adequada
a essa mudança.
Sobre esta temática é ainda de destacar que STP participou e ratificou os acordos de princípio sobre
este fenómeno recentemente (Novembro/Dezembro de 2015) em Paris, COP 21.
A temática das mudanças climáticas é de certo interesse particular para o projeto em consideração
neste documento na medida em que o mesmo visa contribuir para estancar parte dos efeitos deste
fenómeno, sobretudo os que se relacionam com a subida do nível das águas do mar e a zona
costeira.
2.2.2 POLÍTICAS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS INTERNOS
O país tem estado igualmente a aprovar e promulgar um conjunto variado de políticas, leis e
regulamentos com vista a tornar STP num país mais limpo e utilizador sustentável dos seus recursos
naturais e sociais.
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O enquadramento ambiental em São Tomé e Príncipe rege-se pela "Lei Base do Ambiente " (Lei do
Enquadramento Ambiental), Lei Nº 10/1999, formulada pela Direção Geral do Ambiente dentro do
"Ministério dos Recursos Naturais", em colaboração com o PNUD.
Por outro lado, o quadro das salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial, desencadeadas
pelo projeto de desenvolvimento e proteção do sector costeiro de São Tomé e Príncipe, incluem a
Avaliação Ambiental da OP / BP, Habitats Naturais, Recursos Culturais e Físicos, reassentamento
involuntário e desenvolvimento das questões de género.
Este documento enquadra-se na legislação ambiental em vigor relativamente ao Processo de
Avaliação do Impacte Ambiental em São Tomé e Príncipe.
A Avaliação do Impacte Ambiental encontra-se legalmente enquadrada pela Lei Base do Ambiente
(Lei nº 10/99) e pelo Decreto-lei nº 37/99 de 20 de Novembro, referente ao Regulamento sobre o
Processo de Avaliação de Impacte Ambiental. Ao abrigo do Decreto nº 37/99, de 3 de Agosto de
1999, sobre o Regulamento do Processo de Estudo de Impacte Ambiental no seu artigo 1, linha e),
o Estudo de Impacte Ambiental é uma componente principal do processo de avaliação do Impacte
ambiental, que consiste na elaboração da análise técnica e científica das consequências da
realização de determinadas atividades proposta sobre o ambiente, designadamente, dos riscos e
benefícios a curto, médio e longo prazo, face às opções possíveis para a atividade e para a zona em
que se pretende implementar.
Tendo em conta que todos os “Programas e projetos que possam direta ou indiretamente afetar áreas
sensíveis, tais como: barreiras de corais, zonas de erosão eminente (encostas de montanhas, dunas
da orla marítima)” constam da lista de atividades que devem obrigatoriamente ser passíveis de
apresentação de um estudo de Impacte ambiental e, obedecendo a todas as normas constantes do
Decreto acima mencionado, este relatório de avaliação tem como objetivo proceder legalmente ao
processo de licenciamento do projeto em estudo.
Sendo o Estudo do Impacte Ambiental (EIA), um instrumento de execução da política da gestão
ambiental, de carácter eminentemente preventivo, e que deverá ser elaborado numa fase preliminar
do planeamento de determinadas atividades, sendo capaz de modificar e potenciar a decisão quanto
à escolha da solução mais sustentável, entre as possíveis alternativas do projeto.
Porém, pretende-se com a elaboração deste documento dar a conhecer às autoridades nacionais e
às restantes partes interessadas nomeadamente (população em geral, grupo ambientais, grupos
económicos, entre outros), os princípios/características básicas do projeto em estudo, os Impactes
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ambientais associados, negativos e positivos, decorrentes da sua construção e exploração e, a
metodologia proposta para a sua análise e avaliação. Será igualmente efetuada uma avaliação prévia
dos principais potenciais Impactes, definindo-se a metodologia para a identificação das medidas de
mitigação e dos planos de monitorização a implementar.
A implementação dos princípios gerais do EIAS é promulgada de acordo com vários diplomas legais,
tais como:
2.2.2.1 A Constituição
A Constituição é a lei suprema de S. Tomé e Príncipe. As seções da Constituição mais diretamente
relacionadas com a gestão ambiental e social incluem, mas não se limitam a:
Artigo 47° - Propriedade privada. O Artigo 47° garante a todos o direito de possuir propriedade
privada e de a transferir em vida e após a morte; a requisição e expropriação dessa propriedade para
fins públicos apenas pode ser efetuada com base na lei.
O Código Civil, no seu Artigo 1308°, também estipula que ninguém pode ser privado do seu direito à
propriedade, na totalidade ou em parte, exceto nos casos definidos pela lei. Sempre que se verificar
a expropriação no interesse público, dever pagar-se uma indemnização adequada ao (s) proprietário
(s).
Artigo 49° – Habitação e meio ambiente. O Artigo 49° prevê que todos têm direito à habitação e a
um ambiente humano, garantindo também a todos o direito e o dever de defender estes direitos.
No esprito da Constituição, todas as leis ambientais permitem que os cidadãos tenham acesso aos
recursos naturais e os utilizem para o desenvolvimento económico e social sustentável, contribuindo
para a aquisição de meios financeiros dirigidos à luta contra a pobreza, conservação da
biodiversidade e proteção dos recursos biológicos.
Artigo 43° – Direitos dos trabalhadores. O Artigo 43° garante a todos os trabalhadores o direito a
remuneração justa e a trabalharem num ambiente saudável e seguro.
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• Decreto n.º 37 / 1999, Avaliação de Impacte Ambiental (Avaliação do Impacte Ambiental). O
Artigo 5º deste diploma legal requer uma avaliação inicial do meio ambiente. O Anexo 1 do
mesmo fornece um resumo do tipo de projetos para os quais é necessária uma avaliação
ambiental adicional. O mesmo é aplicável para a exploração de materiais de construção
(rocha, areia).
• Decreto n.º 35 / 1999, Lei Sobre a Extração de Inertes. A exploração de sólidos, como material
de construção, requer uma licença, a ser obtida do Ministério da Defesa. Esta portaria é
especificamente orientada para a exploração de material das áreas costeiras e rios.
• Decreto n.º 36/1999, Decreto Sobre Resíduos. Legislação referente aos resíduos sólidos.
Seguidamente apresentam-se outras leis inerentes à área de ambiente:
• Lei n.º 9/2001, Lei das Pescas e Recursos Haliêutico. Lei sobre as pescas e os recursos da
pesca.
• Lei n.º 11/1999, Lei da conservação da Fauna, Flora e das Áreas Protegidas. Fauna, Flora e
Lei de Conservação de Áreas Protegidas.
• Lei n.º 5/2001, Lei de florestas.
• Lei n.º 6/2006, Lei do Parque Natural Obô de São Tomé.
Ao nível da Política e Procedimentos de Salvaguardas Ambientais do Banco Mundial esta
desencadeia as seguintes medidas operacionais:
• Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01);
• Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12) e,
• Habitats Naturais (OP/BP 4.04).
A Direcção-Geral do Ambiente é a instituição responsável pela gestão e proteção ambiental. Outras
instituições que desempenham um papel neste projeto incluem a Direção Geral das Pescas e o
Ministério da Defesa, também responsável pelo encaminhamento dos resíduos municipais e, por fim,
as Câmaras Distritais (Câmara) são responsáveis pelo encaminhamento de resíduos sólidos e outros
resíduos. Eles também têm um papel no planeamento espacial.
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2.2.2.2 Lei n.º 10/1999 - Lei de Base do Ambiente
A Lei de Base do Ambiente cria o quadro jurídico/legal da gestão do ambiente na República
Democrática de S. Tomé e Príncipe e reveste-se de capital importância por ser nela onde se definem
as bases da política de ambiente para o desenvolvimento sustentável e se estabelece os princípios
que orientam a República Democrática de S. Tomé e Príncipe, no quadro da Constituição Política e
da Declaração do Rio de Janeiro, sobre Ambiente e Desenvolvimento.
Esta lei oferece uma ideia geral dos diversos mecanismos e instrumentos necessários para o
desenvolvimento sustentável, tais como a avaliação preliminar de impactos, limites das atividades
poluentes, planos estratégicos para desenvolvimento e/ou proteção de recursos naturais importantes
em termos económicos ou de conservação, etc.
O meio ambiente é definido como composto pelos elementos físicos, químicos, biológicos e a relação
entre eles e as condições económicas, sociais e culturais que, direta ou indiretamente, afetam a
qualidade da vida humana.
Tendo como organismo responsável pela sua aplicação o Ministério tutelar do Ambiente, esta lei está
estruturada em 67 artigos distribuídos por 11 capítulos, resumindo-se as suas disposições:
o PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Reconhece os direitos e deveres dos cidadãos
relativos ao ambiente, bem como o papel do Estado na promoção e proteção desses
direitos, protegidos pelas normas constitucionais.
o PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS: Consagra os princípios diretamente aplicáveis à
salvaguarda do ambiente, destacando os Princípios do Utilizador - Pagador, em que
os utentes dos meios e recursos naturais devem pagar, pela utilização, um preço justo
independentemente de causarem ou não deterioração dos referidos meios e recursos
e, do Poluidor - Pagador, em que todo aquele que, lícita ou ilicitamente, de forma direta
ou indireta, voluntária ou involuntariamente, provoque danos no ambiente, deve ser
obrigado a assumir o custo da reposição da situação anterior, não sendo isento de
cumprimento de outras normas ou sanções que eventualmente lhe sejam aplicáveis.
o OBJETIVOS E MEDIDAS: Descrimina determinados objetivos visando a garantia do
mínimo impacto ambiental das atividades e a utilização da melhor tecnologia
disponível na minimização dos impactos nocivos ao ambiente, salvaguardando as
relações privilegiadas do homem com o ambiente, consubstanciadas na saúde e bem-
estar das pessoas, face ao seu desenvolvimento social e cultural, bem como a
melhoria da qualidade de vida.
o INSTRUMENTOS E MECANISMOS DA POLÍTICA AMBIENTAL: Define os
instrumentos e mecanismos da política de ambiente para o desenvolvimento
sustentável, realçando a obrigatoriedade do cumprimento do Regulamento sobre a
Avaliação do Impacto Ambiental publicado através do Decreto n.º 37/99.
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o ORGANISMOS RESPONSÁVEIS: Indica os demais órgãos responsáveis pela
fiscalização, aplicação e controlo da Lei tais como: Ministério Público, Tribunais,
Ministério tutelar do Ambiente, outros Ministérios, Câmaras Distritais e/ou Poder Local,
Comissão Nacional do Ambiente (CNA) Comissão Técnica Nacional do Ambiente
(CTNA) e Direções e Serviços do Estado.
o DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS E DAS ORGANIZAÇÕES NÃO
GOVERNAMENTAIS:
▪ Direitos e deveres dos cidadãos: é dever dos cidadãos em geral, colaborar
na criação de um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, com vista a
promoção de um desenvolvimento sustentável. Por isso todos diretamente
lesados ou ameaçados no seu direito ao ambiente e ao desenvolvimento
sustentável, podem exigir nos termos gerais de direito, para que se ponha
termo às situações de violação registadas e a respetiva indemnização.
▪ Organizações não governamentais legalmente constituídas e que tenham
por objetivo principal, a defesa do ambiente em geral, têm designadamente os
seguintes direitos: Consulta e informação junto dos órgãos da administração
pública, participação nos processos de tomada de decisão, apoio e assistência
técnica do Estado na prossecução de atividades destinadas à realização dos
seus fins, apresentação de proposta de ações destinadas à proteção e
preservação do ambiente e assistência judiciária, na modalidade de isenção
de preparos e custas, pela sua intervenção em processos judiciais
relacionados com o ambiente e ordenamento do território.
o OFENSAS ECOLÓGICAS: Considera ofensa ecológica, todo o ato ou facto humano,
culposo ou não, que tenha como resultado a produção de um dano nos componentes
ambientais, designadamente: a poluição hídrica, a danificação do solo ou do subsolo,
a danificação da flora, a danificação da fauna, a danificação das zonas costeiras e dos
recursos marinhos, a poluição química, a ofensa da paisagem, a poluição atmosférica,
a poluição sonora.
Remete a tipificação dos crimes e transgressões contra o ambiente e a determinação
das sanções aplicáveis, para a legislação especial e correspondente à cada Sector.
O Artigo 7° desta lei define o princípio da participação, segundo o qual os cidadãos e vários grupos
sociais devem envolver-se e participar nos processos decisórios, enquanto o Artigo 8° garante a
todos o direito ao acesso adequado à informação sobre o ambiente.
O parágrafo 4 do Artigo 8° exige que o Estado facilite e estimule a sensibilização e participação
públicas disponibilizando a informação exigida.
O parágrafo 1 do Artigo 45° refere que os planos, projetos, atividades e ações que tenham um
impacto no ambiente, no território, ou na qualidade de vida das populações devem satisfazer
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as normas ambientais e ser acompanhados por um estudo de impacto ambiental. Isto reveste-
se de particular importância para o projeto e é válido para o mesmo independentemente da opção
que for adotada. Se são esperados impactos, a avaliação deve ser feita.
O Artigo 45° apresenta ainda o conteúdo de um estudo de impacto ambiental e estabelece que a
aprovação da avaliação do impacto ambiental por parte do Ministério do Ambiente constitui-se num
pré-requisito para autorizar as obras. Os aspetos de ordem prática relacionados com este dispositivo
legal são melhor desenvolvidos no Regulamento sobre o processo de avaliação do impacto ambiental
(Decreto-Lei n.° 37/99), melhor tratado mais abaixo e que vai nortear as ações de licenciamento
ambiental do projeto em consideração, no que respeita ao cumprimento das exigências são-
tomenses.
2.2.2.3 Lei n.º 11/1999 – Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas
Adota o quadro jurídico-legal da conservação e proteção da fauna, flora e das áreas protegidas no
território da RDSTP.
A Lei da Conservação da Fauna, Flora e das Áreas Protegidas ocupa um lugar de destaque no direito
positivo são-tomense, já que visa essencialmente, a conservação das espécies animais, vegetais e
da diversidade biológica, e deve ser entendida como um conjunto de medidas técnico-legais que
permitem o desenvolvimento natural do estado genético das populações animais, vegetais e
comunidade biótica, enquanto património nacional e da humanidade, bem assim, a sua utilização
social e económica durável.
Tendo como organismo responsável pela sua aplicação o Ministério tutelar do Ambiente, esta lei está
estruturada em 47 artigos distribuídos por 6 capítulos, resumindo-se as suas disposições:
• DISPOSIÇÕES GERAIS: Determina que a conservação da fauna e flora selvagens e da
diversidade biológica se inscreve como dever do Estado de São Tomé e Príncipe por tratar-
se de valores que se sobrepõem a quaisquer outros, tendo em conta o interesse coletivo que
os caracteriza. Por outro lado, considera a conservação, dos ecossistemas, a fauna e a flora
neles existentes, com vista a salvaguardar a diversidade biológica como um património
nacional e da humanidade.
• ESPÉCIES E MEIOS DE CONSERVAÇÃO: Definem-se como espécies ameaçadas todas
aquelas em vias de extinção ou todas aquelas que não estando atualmente ameaçadas desse
facto, poderão estar se a sua colheita, caça, ou danificação do seu habitat, não for
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devidamente regulada a fim de permitir que as suas populações mantenham níveis desejados
de reprodução. Ainda neste capítulo introduz-se um sistema provisório de classificação em
espécies proibidas, espécies protegidas, espécies críticas, espécies em perigo e espécies
vulneráveis, prevendo a título excecional a emissão de autorizações específicas de captura
para efeitos de pesquisa científica e criação em cativeiro de espécies para permitir o
incremento dos níveis de reprodução e sobrevivência, bem como a proibição da exportação
das mesmas espécies.
• CONSELHO DE CONSERVAÇÃO DA FAUNA, FLORA E DAS ÁREAS PROTEGIDAS: É
instituído o Conselho de Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas, abreviadamente
designado CONFFAP, pessoa coletiva de direito público, dotado de personalidade jurídica e
de autonomia administrativa, financeira e patrimonial de composição multissectorial, com
competência para, dentre outras, propor a classificação e desclassificação de espécies,
propor políticas de gestão das áreas protegidas, coordenar o conjunto das áreas protegidas,
analisar as propostas de classificação das zonas cinegéticas fora das áreas protegidas.
• ÁREAS PROTEGIDAS: É instituído o corpo de guardas e técnicos dos parques que serão
colocados a disposição das áreas protegidas, sob a responsabilidade direta dos órgãos da
administração de cada área protegida e sob a coordenação do CONFFAP. Do mesmo modo
procede-se a classificação das áreas protegidas em Parques Naturais, Reservas Naturais,
Monumentos Naturais e Reservas Especiais. É igualmente tratado o processo de
classificação e desclassificação dos parques, desde a elaboração do relatório preliminar, o
estudo de impacto ambiental e a respetiva avaliação, a nota justificativa da necessidade de
classificação e finalmente a fixação dos limites da área protegida.
• CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO: São definidas as competências de fiscalização dos
órgãos de gestão das áreas protegidas e são atribuídas prerrogativas similares a entidades
externas às áreas tais como à Polícia Nacional, ao Corpo de Guardas Florestais, a Guarda
Costeira e demais indivíduos para tal autorizados.
• DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS: Uma atenção especial é dedicada ao papel da
Direção das Florestas do Ministério tutelar da Agricultura durante o período que precede a
entrada em vigor do CONFFAP, relativamente ao cumprimento da legislação e a criação de
mecanismos institucionais e a elaboração de instrumentos jurídicos necessários e
indispensáveis para o funcionamento do CONFFAP.
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2.2.2.4 Lei n.º 5/2001 – Lei de Florestas
A importância da Lei de Florestas reside no facto da permitir organizar a Administração Florestal do
País, dotando-a de mecanismos de controlo, fiscalização do processo de produção, exploração,
transporte e consumo de madeira para diversas finalidades, prevenindo por sua vez, a ação
devastadora dos que utilizam de forma irracional os recursos florestais com o objetivo de se reduzir
os excessos verificados no processo de exploração e aproveitamento da madeira e outros recursos
florestais em São Tomé e Príncipe.
Tendo como organismo responsável pela sua aplicação a Direção de Florestas, esta lei está
estruturada em 76 artigos distribuídos por 14 capítulos, resumindo-se as suas disposições:
• DISPOSIÇÕES GERAIS: Determina que as florestas e as demais formas de vegetação
existentes no território nacional constituem no seu conjunto, bem comum de interesse geral
e amplo para o bem-estar social, económico e cultural do povo e para a qualidade de vida do
cidadão.
• FUNDO DE FOMENTO FLORESTAL: Dá especial atenção a constituição do Fundo de
Fomento Florestal, como entidade de direito público com personalidade e capacidade jurídica
próprias, dotada de autonomia administrativa e financeira, podendo arrecadar receitas
próprias, provenientes de multas, taxas, transações comerciais, doações e outras,
independentemente das dotações orçamentais a ela destinadas.
Uma atenção particular é dado a aplicação dessas receitas, sendo que serão destinadas ao
pagamento de despesas não cobertas pelos meios postos à sua disposição pelo orçamento
geral do Estado, tais como a preparação e manutenção de viveiros, a restauração da
cobertura vegetal, os tratamentos silviculturas, pesquisas e outras. O Fundo de Fomento
Florestal terá regulamentação própria.
• FISCALIZAÇÃO FLORESTAL: Destaca a criação do corpo de Guarda-florestal subordinado
à Direção de Florestas, com competências, dentre outras, para: orientar a população
relativamente ao cumprimento das disposições da Lei de Florestas e seus regulamentos,
lavrar autos de transgressão e instruir os processos administrativos correspondentes,
apreender os instrumentos e produtos de transgressão, determinar a paralisação das
atividades conduzidas em desacordo com a presente Lei e sua regulamentação, vistoriar e
fiscalizar as áreas de corte e abate, vistoriar e fiscalizar estabelecimentos dedicados à
serração de madeira e fabrico de carvão vegetal e outros produtos florestais, fiscalizar a
comercialização de produtos florestais incluindo sementes e mudas, vistoriar e fiscalizar a
execução do repovoamento, proceder às investigações e diligências que se tornarem
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necessárias para o apuramento das transgressões, proibir a caça e a pesca aquática das
espécies endémicas com finalidade de se evitar o processo de extinção gradual das referidas
espécies bem como sua comercialização e proibir a caça e a pesca aquática das espécies
endémicas assim como a comercialização e proibir a caça e a pesca aquática das demais
espécies, observando o período da sua reprodução.
Enfatiza o dever de informar à Direção de Florestas, sobre todos os expedientes relacionados
com a exploração florestal.
• TRANSGRESSÕES E PENALIDADES: Classifica as infrações passíveis de penalização,
como se segue:
o Graves: Incêndio doloso, Corte e destruição intencional de árvores ou retirada de
vegetação em áreas submetidas ao regime florestal de preservação permanente,
destruição intencional de viveiros de produção de mudas, destruição intencional de
repovoamentos florestais, uso ilegal de motosserras, equipamentos e acessórios de
exploração florestal, corte de árvores ou retirada da vegetação submetidas ao regime
florestal de proteção parcial ou de proteção produtiva, sem autorização do organismo
competente, ou em desacordo com a autorização concedida;
o Menos Graves: Incêndio culposo, dano intencional nas árvores ou vegetação em áreas
submetidas ao regime de preservação permanente ou de proteção não produtiva,
obstrução de caminhos, obstrução ou poluição de cursos de água, nascentes e olhos de
água, com toros, material lenhoso, abandono de toros ou material lenhoso no local do
corte ou abate, não execução ou execução incompleta de repovoamentos à qual se esteja
obrigado e aquisição culposa de toros, material lenhoso ou qualquer vegetação
proveniente de corte, sem autorização da Direção de Florestas.
o Leves: Falta de registos de motosserras, equipamentos e acessórios necessários ao
sistema de exploração florestal, exigidos nesta Lei e na sua regulamentação e outras que
vierem a ser definidas em regulamentação própria, no âmbito desta Lei.
2.2.2.5 Lei n.º 9/2001 - Lei de pescas e recurso haliêutico
A Lei de Pesca e Recurso Haliêutico procede a definição dos princípios gerais da política de
conservação, exploração e gestão dos recursos haliêuticos e ambiente aquático sob a soberania e
jurisdição de S. Tomé e Príncipe.
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Tendo como organismo responsável pela sua aplicação a Direção das Pescas, esta lei está
estruturada em 86 artigos distribuídos por 8 capítulos, resumindo-se as suas disposições:
• CONSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E GESTÃO DE OUTROS RECURSOS AQUÁTICOS
VIVOS: Salvaguarda-se de acordo com o artigo 9.º do presente diploma, o princípio de que
nenhuma atividade humana, seja de que natureza for, ainda que desenvolvida ao abrigo de
uma autorização legal, poderá comprometer, direta ou indiretamente o equilíbrio dos
ecossistemas ou causar a morte das espécies biológicas, provocar a degradação ou a
poluição das zonas costeiras ou do meio marinho, dos rios e lagos, ou a contaminação
imediata ou progressiva das espécies haliêuticas e humanas.
Identifica os danos cometidos por aquele que dentre outras:
o Deitar ou lavar equipamentos com produtos químicos tóxicos nas águas do mar, dos rios
e lagoas.
o Derramar, voluntária ou involuntariamente, combustíveis ou outros produtos tóxicos e
perigosos na zona económica exclusiva, nas zonas costeiras, nos rios e lagoas.
o Transbordar ou fazer passar embarcações com quaisquer materiais ou produtos tóxicos
e perigosos ou radioativos na zona económica exclusiva ou nas águas sob jurisdição
nacional.
o Instalar indústrias e efetuar descargas de efluentes industriais para o meio marinho ou
costeiro sem autorização e tratamento prévios adequados, tendo em vista reduzir ou evitar
qualquer contaminação desses meios.
o Abandonar no mar, nos rios e lagoas quaisquer velharias, carcaças de embarcações ou
de veículos e ainda quaisquer outros materiais sólidos, suscetíveis de causar danos
nesses ecossistemas, nomeadamente no que respeita ao equilíbrio biológico das
espécies, ou ainda que impeça a normal e fácil utilização desses ecossistemas,
designadamente para a circulação de embarcações.
o Pescar ou capturar espécies com artes de pesca proibidas nos termos do presente
diploma, e nomeadamente com explosivos, granadas, produtos tóxicos ou bombas de
sucção.
As infrações classificam-se em:
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o Muito graves - aquelas capazes de causar degradação dos habitats e ou dos
ecossistemas e/ou morte de espécies biológicas, poluição do meio marinho ou costeiro,
dos rios e lagoas, assim como a contaminar de forma progressiva as espécies haliêuticas
e humanas.
o Graves - aquelas cujos danos não sejam irreversíveis, nomeadamente, morte das
espécies biológicas, poluição do meio marinho ou costeiro, dos rios e lagoas, ou
degradação dos habitats e/ou dos ecossistemas, quando praticados ao abrigo duma
autorização legal.
• DISPOSIÇÕES RELATIVAS AS ATIVIDADES DE PESCA: Estipula a obrigatoriedade das
embarcações de pesca estrangeiras autorizadas a operar no espaço marítimo de S. Tomé e
Príncipe, de declararem às autoridades competente, o momento da sua entrada e saída do
referido espaço, assim como declarar em intervalos regulares, a sua posição dentro do
mesmo, bem como da obrigatoriedade de todas as embarcações de pesca declararem as
capturas definidas por via regulamentar.
Determina que as operações de apoios logísticos ou de transbordo de capturas, no espaço
marítimo de S. Tomé e Príncipe só poderão ser realizadas quaisquer que sejam as
embarcações, mediante a autorização do Ministério encarregue do sector das pescas.
Aprovisiona a proibição de utilização ou detenção à bordo, no exercício da pesca, de materiais
explosivos ou substâncias tóxicas suscetíveis de enfraquecer, atordoar, excitar ou matar
espécies, bem como a utilização de aparelho de pesca por sucção.
• CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO DE PESCA: Procede a identificação dos agentes de
fiscalização, atribuindo-lhes os poderes necessários ao exercício das suas funções,
designadamente: visitar qualquer embarcação de pesca ou instalação de tratamento ou
comercialização de produtos de pesca, ordenar a exibição de livros de bordo e outra
documentação exigida para o exercício da pesca ou atividades ligadas à esta, solicitar
quaisquer outros elementos ou informações pertinentes, reter embarcações intervenientes na
prática de infração de pesca e bem como os respetivos apetrechos de pesca, assim como
dar quaisquer ordens que sejam necessárias à observância do presente diploma, sendo por
outro lado, responsabilizados disciplinar, civil e penalmente, pelos atos praticados no
exercícios das suas funções, nos termos do presente diploma.
Realça-se a responsabilidade individual e solidária dos capitães ou mestres de embarcações
de pesca, pelas infrações previstas no presente diploma, seus regulamentos e demais
legislações aplicáveis.
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Define que a violação da presente Lei e aos seus regulamentos, é punida com multa e com
penas acessórias tais como: perda à favor do Estado, do pescado, arte e embarcações de
pesca ou do valor equivalente a estes últimos, suspensão e revogação da licença de pesca
e suspensão provisória ou definitiva do patrocínio do Estado a operações de pesca em águas
de terceiros Estados.
Estabelece a punição com multa em valores monetários equivalentes em dobras a dólares,
para o exercício ilegal da Pesca Industrial, quer por embarcações nacionais como
estrangeiras, incluindo a perda dos artefactos de pesca, em caso de reincidência.
Determina o destino a dar aos valores das multas e indemnizações aplicadas, sendo 40 %
para o Tesouro Publico, 20% para o Fundo de Desenvolvimento das Pescas, 20% para o
Fundo do Ambiente e 20% para Capitania dos Portos.
2.2.2.6 Lei n.º 3/91 - Lei da Gestão da Terra
A Lei da Gestão da Propriedade Fundiária do Estado (Lei n.° 3/91) define o enquadramento de
questões relacionadas com terras pertencentes ao Estado e dos princípios básicos de criação de
reserva da terra. Trata da propriedade, identificando propriedade pública e privada do Estado, e
define também a base do arrendamento privado e a utilização das terras estatais, particularmente ao
nível da distribuição para fins de investimento. Entre outros a lei especifica que “Os terrenos
ocupados por estradas ou caminhos públicos, bem como os ocupados por aeroportos, aeródromos
de interesse público, pertencem ao domínio do estado (alínea e), Capítulo I, Secção I, artigo 1.°
(Terras do Domínio Público). Cabem ainda nesta mesma categoria “os terrenos correspondentes aos
leitos dos rios e das águas marítimas (alínea a), do mesmo Capítulo e Secção).
Em certo sentido a Lei n.° 3/91 constitui-se numa das tentativas de correção dos problemas de terras
em STP na sequência dos processos iniciados no período pós-independência que foram fortemente
marcadas pela "nacionalização" agrícola, processo que levou à nacionalização e distribuição das
terras pela população. Este passo continua a ser visto por muitos como estando na origem da maioria
dos problemas no sector fundiário que São Tomé e Príncipe enfrenta ainda hoje.
As nacionalizações converteram mais de 90% de terras que antes tinham pertencido aos ocupantes
coloniais em propriedade do estado e logo a seguir em grandes empresas agrícolas geridas
diretamente pelo Estado, com uma parte de parcelas a ser mantidas privadas nas mãos de cidadãos
nacionais que os têm passado por herança na família. O processo de privatização que teve lugar em
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1990, depois de se reconhecer o falhanço das empresas estatais foi marcado por problemas, que a
Lei n.° 3/91 tenta corrigir.
Mesmo assim sob a Lei n.° 3/91 em última análise em STP todas as terras cujos proprietários não
sejam entidades privadas pertencem ao estado sob domínio público ou privado.
A lei também especifica que as reservas de terra são criadas ou levantadas por decreto lei do governo
(artigo 11.°).
Ao abrigo desta lei STP formalmente não possui um mercado de terras. Os cidadãos e outras
entidades nacionais ou estrangeiras adquirem direitos sobre os terrenos (direito de uso e
aproveitamento). A propriedade privada de terra está prevista para as “glebas (feudos)” e “terrenos
rústicos ou urbanos que não tenham sido objeto de nacionalização”, mencionados acima. Mas nota-
se que quer os aspetos técnicos (demarcações) quer os que definem os processos a ser seguidos
para criar reservas, adquirir direitos de uso, concessões, trespasses, etc. previstos na lei. não têm
estado a seguir um caminho linear o que estabelece um ambiente de relativa desregulação na esfera
fundiária. Por ex. aspetos concretos sobre áreas de reserva das estradas destacam-se pelas
omissões de definições (distâncias a ser consideradas como exclusivamente reservadas aos
interesses de funcionamento e desenvolvimento das estradas) e de adaptações no terreno (há um
relativo caos no ordenamento dos assentamos ao longo das estradas).
O Capítulo 4 deste documento delineou o regime de ocupação das terras no país em geral e na área
do projeto e este deve ser tomado em consideração nas fases subsequentes de finalização,
implementação e funcionamento do projeto. A verdade é que a Constituição de STP garante a todos
os cidadãos o Direito à propriedade privada, à habitação e meio ambiente assim como o dever de
defender estes direitos (artigos 47° e 49°).
2.2.2.7 Decreto n.º 37/1999 - Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental
Adota o quadro jurídico-legal, que rege o processo de avaliação do impacto ambiental no território
da RDSTP. O regulamento constitui uma inovação total na ordem jurídica são-tomense ao introduzir
nela de forma clara e inequívoca novos conceitos e regulando uma matéria até então, quase
desconhecida.
Tendo como organismo responsável pela sua aplicação o Ministério Tutelar do Ambiente, este
diploma está estruturado em 20 artigos distribuídos por 5 capítulos e 3 anexos.
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Em resumo, exige que todas as atividades que, devido à sua natureza, dimensão ou localização,
possam causar impactos significativos sobre o ambiente, devem apresentar uma avaliação de
impacto ambiental antes da respetiva execução. Diferentemente das Diretrizes do BM sobre a
avaliação de impacto ambiental o regulamento são-tomense não categoriza os diferentes projetos à
exceção de indicar se precisam ou não de realizar um estudo, em função de uma determinação a
ser feita pelas autoridades com base na apresentação da informação básica e avaliação ambiental
preliminar por parte dos proponentes de um projeto. Os planos de gestão ambiental e social ou a
necessidade a sua elaboração no âmbito da AIAS apesar de se poderem inferir a partir do
Regulamento também não são referidos de forma específica.
O regulamento prevê um mecanismo de pré-avaliação segundo o qual o proponente apresenta uma
descrição do projeto à autoridade governamental, determinando-se depois que nível de avaliação é
necessária. Os termos de referência e a intenção de realizar a avaliação são então tornados públicos.
Consoante a dimensão e a escala do desenvolvimento proposto, a autoridade governamental pode
conceder uma dispensa de realização de estudos de impacto ambiental adicionais ou exigir que
sejam realizados. O regulamento estabelece os requisitos e o conteúdo dos relatórios de avaliação
de impacto.
Depois de estar concluída a avaliação, ela é apresentada à autoridade governamental para análise
e, após a sua aceitação, é emitida uma autorização ambiental. As outras licenças relacionadas com
o desenvolvimento proposto só poderão ser emitidas depois de se obter a licença ambiental.
O processo de consultas públicas encontra-se delineado em pormenor, exigindo o envolvimento dos
intervenientes e descrevendo o processo seguido, assim como as preocupações levantadas e as
respostas dadas.
A autoridade governamental dever efetuar, com regularidade, inspeções e supervisão das atividades
de monitorização levadas a cabo pelo proponente com vista a garantir que as questões ambientais
sejam levadas em consideração.
A figura abaixo resume o fluxo de ações e responsabilidades na condução dos processos de
licenciamento ambiental e social em STP.
O Artigo 15° do Regulamento exige que os consultores ambientais estejam registados em S. Tomé
e Príncipe antes de serem autorizados a elaborar estudos de impacto ambiental.
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O Anexo 1 do Regulamento enumera o tipo de atividades para as quais são necessárias avaliações
de impacto, ou, pelo menos, relatórios de pré-avaliação. Para o TCP revestem-se de importância as
referências às seguintes intervenções, que devem apresentar uma avaliação preliminar para efeitos
de determinação do tipo de avaliação de impacto ambiental e/ou de licenciamento ambiental
requerido:
• Desbravamento, parcelamento a exploração da cobertura vegetal nativa com áreas,
individuais ou cumulativas, superiores a 7 hectares;
• Exploração de recursos hídricos ou obras hidráulicas … desvio de cursos de água, sistemas
de drenagem, …, abertura de barras, embocaduras ou diques;
o Programas ou projetos que possam direta ou indiretamente afetar áreas sensíveis,
tais como:
o barreiras de corais;
o mangais;
o florestas nativas;
o zonas de erosão eminente (encostas de montanhas, dunas da orla marítima)
o zonas expostas a desertificação;
o zonas ou áreas de conservação ou proteção;
o pântanos;
o zonas de habitats e ecossistemas em extinção;
o zonas do cenário único;
o zonas de valor arqueológico, histórico ou cultural a preservar;
o zonas onde se situam espólios, vegetais ou animais em extinção.
O regulamento não é claro sobre a dicotomia entre reabilitação/novo desenvolvimento, mas de
acordo com a Lei n.° 10/99, o importante é saber se, em relação à ação proposta, das intervenções
a ser levadas a cabo se espera que haja impactos ou não.
O Regulamento também especifica que até que sejam adotados padrões nacionais específicos,
deverão ser observados os padrões estabelecidos pelos organismos internacionais ou em
convenções internacionais ratificadas por São Tomé o Príncipe.
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2.2.3 POLÍTICAS E SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL
Com base na sua experiência de mais de seis décadas de apoio ao desenvolvimento o BM
desenvolveu e tem estado a colocar em prática uma série de instrumentos de políticas de
salvaguarda ambiental e social que aplica aos projetos em que intervém em todo o mundo. Nos
parágrafos que se seguem destacam-se os aspetos mais relevantes para este projeto.
O projeto de reabilitação foi classificado na Categoria B, de acordo com a OP 4.01, e o presente
documento promove a avaliação ambiental necessária ao atendimento da política de salvaguardas
do Banco Mundial.
Os resultados dos estudos técnicos e de engenharia, conjuntamente com as inspeções de campo
realizadas nas áreas a serem beneficiadas pelo projeto, confirmam que, devido às características
ambientais e sociais destas áreas, as salvaguardas acionadas pelo projeto são as salientadas na
Tabela 2.1. Por causa do seu enfoque em obras de engenharia de estradas e infraestruturas de
proteção costeira e ainda devido ao caráter de baixa magnitude, extensão e intensidade das
atividades previstas, avalia-se que o Projeto vai despoletar três das Políticas Operacionais das
Salvaguardas do Banco Mundial, ou seja, a Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01), Habitats Naturais
(OP/BP 4.04), e Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12).
Tabela 2.1 - Políticas de Salvaguarda acionadas pelo projeto
Políticas de Salvaguarda Acionadas Sim Não
Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01) X
Habitats Naturais (OP/BP 4.04) X
Florestas (OP/BP 4.36) X
Maneio de Pragas (OP 4.09) X
Recursos Culturais Físicos (OP/BP 4.11)
X
Populações Indígenas (OP/BP 4.10) X
Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12) X
Segurança de Barragens (OP/BP 4.37) X
Projetos em Águas Internacionais (OP/BP 7.50) X
Projetos em Áreas Controversas (OP/BP 7.60) X
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2.2.3.1 OP-4.01 - Avaliação Ambiental
Esta política de salvaguarda prevê que sejam realizadas análises prévias dos impactos potenciais
das intervenções do Projeto (incluindo-se impactos diretos, indiretos e cumulativos), comparando-se
com as alternativas “com e sem” intervenção. Também prevê a definição de medidas mitigadoras
para prevenir, mitigar, minimizar ou compensar os efeitos negativos, avaliando os instrumentos mais
apropriados para essa atividade. Inclui a necessidade de preparação de Planos de Gestão Ambiental,
avaliando a capacidade institucional dos executores para a gestão do conjunto de medidas propostas
nos programas do PGA. Além disso, as salvaguardas ambientais da OP 4.01 estabelecem a
necessidade de consulta pública (neste caso, para os projetos nas categorias A e B).
O ESIA avalia os potenciais riscos ambientais das tipologias a serem apoiadas pelo projeto e
estabelece procedimentos para a conceção dos projetos considerando a análise de alternativas em
cada projeto; a seleção, localização, planejamento, conceção e execução do projeto, a conceção de
medidas para evitar, minimizar, mitigar ou compensar os efeitos ambientais adversos; realce nos
seus impactos positivos; e inclusão de processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais
adversos durante a execução do projeto.
2.2.3.2 OP 4.04 – Habitats Naturais
A principal diretriz dessa política de salvaguarda é de não financiar projetos que degradem os habitats
naturais críticos, apoiando projetos que afetem tais habitats somente no caso de não haver
alternativas disponíveis e se existirem medidas de mitigação. Há necessidade de consultas à
comunidade local sobre planejamento, conceção e monitoramento dos projetos.
A conservação de habitats naturais, como outras medidas que protegem e melhoram o ambiente, é
essencial para o desenvolvimento sustentável a longo prazo. Consequentemente, o Banco apoia a
proteção, manutenção e reabilitação dos habitats naturais e as suas funções nos seus estudos
econômicos e setoriais. O Banco apoia e espera que os mutuários tratem cuidadosamente a gestão
dos recursos naturais, a fim de assegurar oportunidades para o desenvolvimento ambientalmente
sustentável. A Política de Salvaguardas do Banco Mundial considera como habitat natural crítico
aquele: protegidos legalmente; propostos oficialmente para serem protegidos; e desprotegidos, mas
com alto valor ambiental.
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2.2.3.3 OP 4.12 Reassentamento Involuntário
Serão realizados esforços significativos na fase de conceção e de monitorização das atividades do
projeto para evitar impactos em pessoas, terra, propriedade, inclusive o acesso das pessoas a
recursos económicos naturais e outros, até onde possível.
Todavia, a aquisição de terra, compensação e repovoamento das pessoas podem ser inevitáveis
durante a implantação de obras de drenagem e de controle de erosão marítima. Este assunto social
é uma preocupação crucial para o Governo São-Tomense e para o Banco Mundial devido ao seu
impacto na pobreza.
Assim, um quadro de política de reassentamento involuntário vai ser preparado a par dos estudos de
engenharia, conforme a OP 4.12 e consta em documento separado a ser utilizado conjuntamente
com o presente Estudo de Impacte Ambiental e Social. Este quadro estabelecerá as diretrizes para
os planos de reassentamento que terão de estar preparados para qualquer atividade que
desencadeie esta política. Os planos de reinstalação terão que ser submetidos ao governo local para
aprovação, mas também terão que ser aprovados pelo Banco antes da atividade ser lançada.
Esta política será ativada quando uma atividade causar tomada involuntária de terra e outros ativos
que resultem em: (a) recolocação ou perda de abrigo, (b) perda de ativos ou acesso a ativos (c) perda
de fontes de renda ou meios de sustento, se as pessoas afetadas tenham ou não que se mover para
outro local.
A política de reassentamento aplica-se a todas as pessoas deslocadas, independentemente do
número total afetado, a severidade do impacto e se ou têm ou não título fundiário legal. Deve ser
prestada atenção particular às necessidades dos grupos vulneráveis entre esses deslocados.
A política também requer que a implementação dos planos de reassentamento seja um pré-requisito
para a implementação dos subprojectos e assegure que aquela deslocação ou restrição de acesso
não aconteça antes das medidas necessárias de restabelecimento e compensação estarem em
operação. Para as atividades que envolvem aquisição de terra, exige-se mais adiante que estas
medidas incluam provisão de compensação e outra ajuda requerida para recolocação, antes da
deslocação, preparação e provisão de locais de restabelecimento com instalações adequadas onde
necessário. Em particular, a tomada de terra e ativos relacionados pode acontecer após a
compensação ser liquidada e, quando aplicável, forem providos locais de restabelecimento, casas
novas, infraestruturas relacionadas e subsídios de mudança para pessoas deslocadas. Para a
atividade que requer a recolocação ou perda de abrigo, a política requer que as medidas para ajudar
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as pessoas deslocadas sejam implementadas conforme o plano de restabelecimento da ação. A
política aponta que ter a perceção de pessoas deslocadas seja o processo justo e transparente.
Na Tabela 5 2, abaixo, estas Políticas de Salvaguardas são brevemente analisadas e avaliadas do
ponto de vista da aplicabilidade para o projeto.
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Tabela 2.2 - As dez políticas operacionais de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial
Políticas de salvaguarda Objetivo principal Aplicabilidade Aplicabilidade em Relação ao Projeto
Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01)
Usada no Banco Mundial para efeitos de identificar, evitar e mitigar os potenciais impactos ambientais negativos associados às operações de empréstimo do Banco. Esta política é considerada como a política mãe (“umbrela”) em relação às demais políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco.
O propósito da avaliação ambiental é o de melhorar a tomada de decisões, para assegurar que as opções do projeto em causa sejam sólidas e sustentáveis, e que as pessoas potencialmente afetadas sejam devidamente consultadas.
Aplicável. Porque o projeto no seu todo terá de gozar de licenciamento ambiental pelas autoridades são-tomenses numa medida que seja aceitável pelo Banco para poder beneficiar de financiamento e ser continuado para as fases posteriores.
Habitats Naturais (OP/BP 4.04)
Esta política visa garantir que os projetos de desenvolvimento de infraestrutura e outros processuais apoiados pelo Banco Mundial tenham em conta a conservação da biodiversidade, bem como os numerosos serviços e produtos ambientais que os habitats naturais proporcionam à sociedade humana. A política proíbe que o Banco apoie projetos que possam levar à perda ou degradação significativa crítica de qualquer Habitat Natural, cuja definição inclui habitats naturais que sejam: (i) legalmente protegidos; (ii) propostos oficialmente para efeitos de proteção; ou (iii) não protegidos, mas com valor de conservação elevada que seja conhecido. Nos outros habitats naturais (não-críticos), o Banco apoia projetos que possam causar perda ou degradação significativa apenas quando (i) não existem alternativas viáveis para se alcançar benefícios líquidos globais substanciais do projeto; e (ii) medidas de mitigação aceitáveis, tais como áreas protegidas compensatórias, estejam incluídas dentro do projeto.
Ela política limita estritamente as circunstâncias em que qualquer projeto apoiado pelo Banco Mundial pode danificar habitats naturais (áreas de terra e água incluindo ambiente marinho e costeiro, onde a maioria das espécies vegetais e animais nativas ainda estejam presentes).
Aplicável. Principalmente dada a componente de proteção costeira e ao facto de todo o projeto praticamente se desenvolver na área costeira reconhecida como encerrando habitats naturais sensíveis e que precisam de ser preservados. No âmbito deste EIAS foram especificadas provisões para garantir que os estudos de viabilidade do projeto e seu desenho final otimizem a contribuição que o projeto deve oferecer para a boa gestão dos recursos naturais e particularmente os recursos marinhos e costeiros.
Florestas (OP/BP 4.36)
Com o objetivo de reduzir o desmatamento, aumentar a contribuição ambiental das áreas
Redução do desmatamento e uso de florestas para promover o desenvolvimento económico.
Não aplicável. Apesar de partes do projeto terem áreas de interseção co, áreas de certa riqueza florestal, o mesmo
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Políticas de salvaguarda Objetivo principal Aplicabilidade Aplicabilidade em Relação ao Projeto
florestais, promover a florestação, reduzir a pobreza e estimular o desenvolvimento económico. A política está a ser revista para torná-la ainda mais eficaz e em reconhecimento ao fato de que as florestas desempenham um papel cada vez mais importante na redução da pobreza, o desenvolvimento económico e para a prestação serviços ambientais locais e globais, incluindo a reversão dos efeitos das mudanças climáticas.
não vai interferir com os fatores que informam a qualidade dos recursos florestais. No âmbito deste EIAS foram especificadas provisões para garantir que os estudos de viabilidade do projeto e seu desenho final tratem dos recursos florestais de forma que otimize a sua qualidade e sustentabilidade.
Gestão de Pragas (OP 4.09)
Destinada a apoiar projetos de desenvolvimento e do sector da saúde rurais para evitar o uso de pesticidas nocivos e incentivar o uso das técnicas de Gestão Integrada de Pragas (GIP) no conjunto dos sectores em causa.
Onde os pesticidas têm de ser utilizados para a proteção das culturas ou na luta contra doenças transmitidas por vetores, o projeto financiado pelo Banco deve incluir um Plano de Gestão (Integrado) de Pragas (PGIP), preparado pelo mutuário, como um documento autónomo ou como parte de uma Avaliação Ambiental.
Não Aplicável. O presente projeto não vai fazer uso de pesticidas nem tem relações diretas com o eventual fomento do uso desse tipo de produtos.
Recursos Culturais Físicos (OP/BP 4.11)
O objetivo desta política é o de contribuir para evitar, ou minimizar, os impactos negativos sobre os recursos culturais dos projetos de desenvolvimento que sejam financiados pelo Banco Mundial. O pressuposto é o de que os recursos culturais são importantes como fontes de informação histórica e científica valiosa, como ativos para o desenvolvimento económico e social, e como parte integrante da identidade e práticas culturais de um povo. A perda de tais recursos é irreversível, mas, felizmente, é muitas vezes evitável.
O mutuário deve identificar os recursos culturais físicos suscetíveis de serem afetados pelo projeto e avaliar potenciais impactos do projeto sobre esses recursos como parte integrante do processo de EIAS, de acordo com os requisitos da AIAS do Banco.
Não Aplicável. No troço da EN1 alvo de intervenção não se conhecem recursos culturais suscetíveis de serem afetados pelo projeto.
Povos Indígenas (OP/BP 4.10)
A política sublinha a necessidade de os mutuários e funcionários do Banco identificarem povos indígenas, consultá-los, certificar-se de que eles participam, e beneficiam das operações
Integração dos povos indígenas no desenvolvimento e benefícios do projeto.
Não aplicável. STP não é reconhecido como tendo povos indígenas. Aquando da descoberta das ilhas no século XV o arquipélago nem tinha habitantes. Todos
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Políticas de salvaguarda Objetivo principal Aplicabilidade Aplicabilidade em Relação ao Projeto
financiadas pelo Banco de forma culturalmente adequada - e que os impactos adversos sobre eles sejam evitados ou, quando não possível, minimizados ou mitigados.
os seus habitantes foram trazidos e/ou vieram de outros pontos de África e do mundo.
Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12)
A política visa evitar o reassentamento involuntário na medida do possível, ou para minimizar e mitigar os seus impactos sociais e económicos adversos. Ela também se destina a promover a participação das pessoas deslocadas na planificação e implementação do reassentamento. O seu objetivo económico fundamental é o de ajudar as pessoas deslocadas nos seus esforços para melhorar ou pelo menos restaurar os seus rendimentos e padrões de vida após o deslocamento. A política prevê compensação e outras medidas de restauração dos modos de vida para atingir os seus objetivos e exige que os mutuários preparem instrumentos de planificação do reassentamento adequadas antes da avaliação dos projetos propostos pelo Banco.
A política é desencadeada em situações que envolvem expropriação involuntária de terra e restrições involuntárias de acesso a parques e áreas protegidas legalmente designados.
Aplicável. Ainda que à partida se reconheça que existe oportunidade para evitar consideravelmente expropriações para dar lugar às ações de reabilitação/proteção, devido aos assentamentos desfasados e relativamente desordenados o risco de pequenas perturbações sobre ativos, modos de vida das pessoas e suas comunidades de forma temporária ou permanente parecem estar presentes. Sempre que o projeto provocar expropriação ou restrição de acesso a recursos que fazem parte do dia a dia das pessoas, comunidades e outras entidades públicas e privadas os dispositivos desta política terão que ser seguido de forma consistente e sistemática.
Segurança de Barragens (OP/BP 4.37)
Destinada a garantir que profissionais experientes e competentes sejam engajados na conceção e supervisão da construção de barragens financiadas pelo banco, e que o mutuário adote e implemente medidas de segurança de barragens ao longo do ciclo do projeto. A política também se aplica a barragens existentes onde elas influenciam o desempenho de um projeto. Neste caso, deve ser realizada uma avaliação sobre a segurança das barragens e ser implementadas as necessárias medidas adicionais de segurança das barragens.
Trata de certificar-se que todas as medidas de precaução necessárias para reforçar os quadros institucionais, legislativos e regulamentares referentes a programas de segurança de barragens sejam acionados onde houver barragens financiadas pelo banco (ou das quais os projetos do Banco dependam).
Não aplicável. O projeto não inclui a construção e operação de barragens.
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Políticas de salvaguarda Objetivo principal Aplicabilidade Aplicabilidade em Relação ao Projeto
Projetos em Rios Internacionais Navegáveis (OP/BP 7.50)
Destinado a apoiar estados atravessados por rios internacionais a fazer acordos adequados ou arranjos em relação a todo o curso dos rios, ou suas partes, onde os projetos financiados pelo Banco envolvem rios internacionais. Ela exige que procedimentos detalhados adequados para a notificação entre estados sejam seguidos por países ribeirinhos
Onde a área do projeto se estende ao longo de cursos de água que cobrem mais do que um estado
Não aplicável. STP não partilha fronteira com mais nenhum estado. Todos os seus rios confinam-se ao seu território e como se viu no Capítulo 4, são de pequena extensão
Projetos em áreas controversas/de disputas
(OP/BP 7.60)
Que visa garantir que o Banco apenas financie projetos em áreas disputadas quando não há objeção de outro pretendente à área em disputa, quer quando as circunstâncias especiais do financiamento do Banco apoiem o caso em disputa, não obstante a oposição. A política detalha essas circunstâncias especiais.
Onde houver áreas em disputa o Banco quer ter certeza de não estar a fazer qualquer julgamento sobre o estatuto jurídico ou outro dos territórios em causa e de não prejudicar a determinação final das reivindicações das partes.
Não aplicável. Não se conhecem disputas de terras em STP e na área do projeto
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2.2.4 COMPARAÇÃO DO QUADRO JURÍDICO NACIONAL COM AS POLÍTICAS DE
SALVAGUARDA DO BANCO MUNDIAL
A planificação, implementação, monitorização e avaliação do TCP já está e irá continuar a beneficiar
substancialmente do arranjo institucional e do quadro legal e regulatório acima descrito para a gestão
sustentável dos seus fatores ambientais e sociais. O arranjo legal, regulatório e institucional vigente
também se destina a assegurar que todos os sectores, instituições e entidades públicas e privadas
relevantes tenham voz em todas as fases importantes do desenvolvimento de qualquer projeto no
que respeita às suas implicações ambientais e sociais.
Nota-se que tem havido significativo progresso em termos de definições e adaptação no terreno para
melhorar a gestão ambiental e social, mas certas lacunas permanecem mesmo em termos de
definições e reconhecem-se ser ainda maiores em termos de implementação e tradução dos
dispositivos em vigor em ações de valor prático no dia-a-dia.
Por exemplo as tradições de preparação, condução, implementação e acompanhamento efetivos das
ações de avaliação de impacto ambiental e social e particularmente dos planos de gestão ambiental
e social assim como de planos de ação de reassentamento permanecem fracas. Com destaque para
estas últimas. Os consultores ambientais e respetivas empresas ainda não são comuns em STP e
dificilmente se pode afirmar que exista no país um mercado e/ou constelação de instituições e
práticas em volta dos processos das AIAS, PGAS e PAR ou ainda as suas versões mais estratégicas,
por ex. Planos de Uso da Terra.
Consta que nos cerca de 20 anos de vigência do Regulamento 37/99 sobre Avaliação de Impacto
Ambiental devem não se ter sido realizado mais do que 30-50 estudos deste tipo no país. Isto afigura-
se pouco e certo modo indicador de falta de rotinas. Análises complementares indicam que isto
parece estar justificado por dois principais fatores: (i) reduzidos investimentos que o país tem estado
a receber desde a aprovação do dispositivo legal citado; (ii) fraqueza institucional para fazer cumprir
os dispositivos em vigor; (iii) perceções locais sobre a importância/relevância de acionar os
instrumentos existentes.
O quadro abaixo destaca as principais semelhanças e diferenças entre as leis e regulamentos são-
tomenses e as diretrizes do Banco Mundial.
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Questões Legislação são-tomense Exigências de salvaguardas do BM Diferenças/Conflitos
Categorização de projetos
A AIA é exigida pelo Regulamento 37/99, mas, para além de indicar que depois da avaliação preliminar se determina se um projeto deve ou não preparar uma AIA, esse regulamento não apresenta uma categorização específica dos projetos em função dos seus impactos esperados. E na prática dos despachos escritos do MRNEA e/ou sua DGA nem sempre se fazem para confirmar a categorização
Ao abrigo do OP 4.01 do BM os projetos são classificados em três categorias consoante a seriedade esperada dos seus impactos ambientais e sociais em que os de Categoria A são os que estão associados a impactos mais severos e carecem de uma AIA completa, B os de impactos mais reduzidos de modo que para além da avaliação preliminar um PGAS simplificado pode ser suficiente e C os que não têm impactos significativos esperados e por isso podem dispensar a condução de uma AIA mesmo tendo que seguir as diretrizes sobre boas práticas. O BM tem ainda uma categoria F1 que se refere a investimentos de fundos do Banco por intermédio de um intermediário financeiro.
No capítulo da Categorização dos projetos existe uma significativa diferença entre as regras de STP e as do Banco. As desta última terão de ser aplicadas nesta matéria
Preparação de Planos de Gestão Ambiental e
Social
Embora a partir do texto do Regulamento 37/99 se possa subentender que para os projetos para os quais se exige que devem conduzir uma AIAS devem ter um PGAS que corresponda à gestão dos impactos identificados e medidos, o mesmo Regulamento não é explícito quanto a isso.
Ao abrigo do OP 4.01 os projetos que têm de ser sujeitos a uma AIAS devem culminar com a preparação de PGAS que se destina a mostrar como as diferentes partes envolvidas e interessadas no projeto irão lidar com cada um dos impactos identificados e medidos
Embora seja apenas uma diferença entre omissão e explicitação, a necessidade de preparar PGAS deve ser explícita para os projetos das Categorias A e B, que têm que levar a cabo AIAS. As regras do Banco terão de ser aplicadas
A autoridade ambiental deve emitir uma licença
ambiental antes de qualquer outra avaliação
de um projeto
O Regulamento 37/99 explicita que a licença ambiental precede quaisquer outras licenças.
A OP 4.01 exige a aprovação e divulgação das AIASs pelas autoridades governamentais relevantes.
Nos dois casos a divulgação precede a aprovação de modo que quaisquer preocupações sejam levantadas e tratadas antes de se aprovar o projeto
Regulamentação das questões de
STP não tem um dispositivo legal que regule de forma direta as questões de reassentamento involuntário decorrentes do desenvolvimento de
O Banco tem definições gerais e específicas claras sobre como lidar com as pessoas e outras entidades quando estas e/ou os seus ativos são afetados pelo desenvolvimento de projetos. Dependendo dos
Tanto em termos de definição como da prática no terreno existem profundas diferenças entre as duas realidades, i.e., a de STP e a do BM. As diretrizes e tradições
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Questões Legislação são-tomense Exigências de salvaguardas do BM Diferenças/Conflitos
reassentamento involuntário
projetos. A Lei da Gestão da Propriedade Fundiária do Estado (Lei n.° 3/91) e outras leis apresentam aspetos parciais que podem ser utilizados para ajuizar sobre restauração, compensação, etc. em caso de um projeto interferir com os modos de vida das pessoas e outras entidades e seus ativos, mas estes não estão organizados num quadro coeso utilizável para nortear um plano de ação. O país também não tem tradição de ações de reassentamento
casos, uma ação de reassentamento pode incluir (i) a perda de terra ou de estruturas físicas sobre a terra, incluindo negócios; (ii) o movimento físico, e (iii) a reabilitação económica das pessoas afetadas pelo projeto (PAPs), deslocamento económico, a fim de melhorar (ou pelo menos restaurar) os níveis de renda ou meios de subsistência existente antes que a ação causadora do reassentamento tenha tomado lugar”. A política aplica-se em relação à pessoa que tem ou não que se mover da área. E tem regras claras cobre como tratar de cada uma das questões de compensação e restauração dos modos de vida que possam surgir e recomenda a sua estruturação num plano de ação coeso.
do BM irão prevalecer na orientação e condução das ações de reassentamento que possam vir a ser suscitadas pelo projeto
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3 ENQUADRAMENTO DO PROJETO
LOCALIZAÇÃO
A República Democrática de São Tomé e Príncipe (RDSTP), localizada no Golfo da Guiné a cerca
de 300 km da costa ocidental da África, sobre a latitude do equador e em aproximadamente 6°O em
longitude (RUR 2.1), é um estado insular. A ilha principal, São Tomé, junto com a segunda ilha,
Príncipe e várias ilhotas, totalizam uma área de 1001 km2, com cerca de 200 mil habitantes.
Figura 3.1 - Localização de São Tomé e Príncipe
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Figura 3.2 - Localização da EN1 e destaque da zona
a intervencionar
Figura 3.3 – Distritos
A EN1 atravessa, ao longo da sua extensão, os distritos de Água Grande, Lobata e Lembá.
SITUAÇÃO ATUAL
A caraterização efetuada ao traçado da Estrada Nacional n.º 1 entre a cidade de São Tomé
(PK0+000) e a cidade de Neves (PK27+215), permite-nos constatar que estamos presente um
traçado com um desenvolvimento, quer em planta, quer em perfil longitudinal com uma sinuosidade
elevada, embora salvo algumas exceções não apresente troços com grandes inclinações.
Desenvolvimento em planta e perfil longitudinal
A sucessão de curvas e contracurvas que apresenta, intercaladas com transições em pequenos
troços retos, associadas a um perfil longitudinal com grandes variações ao nível da inclinação dos
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traineis, originando um grande número de pontos de concordâncias côncavas e convexas, criando
ao condutor em muitos dos casos verificados, uma dificuldade acrescida na interpretação do
desenvolvimento da via e a capacidade de tomar decisões em tempo útil, impossibilitando a
manutenção de uma velocidade de circulação constante, dentro dos critérios de segurança exigidos.
Perfil transversal
Ao nível do perfil transversal da estrada, a mesma é caraterizada de um modo geral por uma faixa
de rodagem com uma largura total de cerca 5,00m, constituída por duas vias de circulação, uma em
cada sentido. A faixa de rodagem é ladeada por uma berma em calçada de pedras grada ou por uma
valeta também em calçada de pedra grada.
Dentro das localidades existe por vezes uma alteração a este tipo de perfil, não existindo, no entanto,
um perfil adequado a uma zona urbana. Nestes locais, o que se verifica é a existência por vezes de
alguns passeios intercalados com zonas de berma ou valeta em calçada, de uma forma desordenada
e de forma irregular. Não existem zonas de circulação para peões dentro das localidades, de forma
organizada e continua, situação que obriga a circulação dos peões na faixa de rodagem.
Pavimento
Ao nível das condições do pavimento, constata-se que o mesmo se encontra num elevado grau de
deterioração. No troço compreendido entre o PK0+000 e o PK16+350, o pavimento encontra-se
bastante desgastado, a camada de desgaste não oferece as condições de aderência necessárias, a
superfície do pavimento apresenta-se bastante irregular e com diversos buracos. Sendo visível que
o mesmo já foi sujeito a diversas reparações. As condições do pavimento são agravadas a partir do
PK16+350 até ao final do troço, onde se constata um grau de deterioração ainda mais elevado,
inexistência em determinadas zonas da camada de desgaste, e a existência de mais buracos no
pavimento e com dimensões superiores.
Regista-se, igualmente, a existência de depressões no pavimento causadas quer pelo colapso de
estruturas de aquedutos, quer pela erosão da base do pavimento e consequente arrastamento de
partículas finas. Nas zonas de localidade, e em particular os pequenos troços de passeios existentes,
estes apresentam igualmente um avançado estado de degradação, assim como os lancis que os
delimitam.
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Sinalização e segurança
Ao longo da Estrada Nacional N1 verifica-se praticamente a inexistência de sinalização horizontal ou
vertical. Em toda a sua extensão apenas se verificou a existência de sinalização horizontal na
interseção ao PK 0+000, sinalização esta com um grau de desgaste bastante elevado, o que torna a
sua visibilidade limitada ou praticamente existente. A escassa sinalização vertical existente encontra-
se em mau estado de conservação, pouco visível e incompleta, situação que por vezes poderá dar
uma informação errada ao condutor.
A falta de sinalização contribui de forma exponencial para uma anarquia na condução e desrespeito
pelas regras de condução e segurança rodoviária. Não existem igualmente quaisquer medidas de
balizamento ou proteção em zonas em zonas mais sensíveis e com maior risco de despiste.
Drenagem
Relativamente ao sistema de drenagem, o que se constata é a existência de um modo geral de um
sistema baseado no escoamento superficial das águas, com encaminhamento para valetas ao longo
da estrada, as quais descarregam nas linhas de água existentes ao longo da via. Constata-se,
igualmente, que todo este sistema se encontra a funcionar de uma forma deficiente, devido às más
condições em que se encontram os seus órgãos de drenagem, nomeadamente a deterioração das
valetas ou sua obstrução, deterioração de aquedutos ou sua obstrução. As linhas de água
apresentam um estado de assoreamento ou uma densidade de vegetação extremamente elevado, o
que impede o livre escoamento das águas.
Nas zonas de localidades, constata-se a existência por vezes de sistemas de drenagem com recolha
das águas através de sumidouros, e encaminhamento para o sistema de escoamento entubado.
Estes sistemas encontram-se fora de funcionamento, devido à completa obstrução dos seus órgãos
de drenagem. Todo este deficiente funcionamento do sistema de drenagem contribui de forma
exponencial para a degradação acelerada do pavimento e sua base, além de ser um fator de risco
acrescido ao nível da segurança rodoviária reduzindo as condições de aderência à via.
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Taludes
Foram caraterizadas como situações especiais as características do traçado entre o PK16+500 e o
PK25+800 devido a existência em quase toda a sua extensão, no lado esquerdo da estrada de
taludes com alturas superiores a 5,00m e com um estado de alteração da rocha bastante acentuado.
Esta situação constitui um perigo iminente para os utilizadores da via, potenciador de acidentes,
pondo em causa a sua segurança. A queda de rochas e derrocadas ocorre na zona da faixa de
rodagem, as quais caem diretamente na faixa ou na sua berma, estilhaçando e sendo projetadas
para a berma contrária.
Concomitantemente, esta situação origina a deterioração e obstrução dos sistemas de drenagem
adjacentes à via, nomeadamente as valetas existentes, contribuindo deste modo para a ineficácia do
sistema de drenagem e deterioração do pavimento. Regista-se igualmente a destruição de muros de
proteção no lado da estrada oposto aos taludes, através da queda dos blocos rochosos e sua
projeção para o lado oposto.
Vegetação
Todo o traçado da EN1 é caraterizado pela existência de uma grande densidade de árvores e
vegetação ao longo da via. Esta vegetação de elevada densidade, dimensão e proximidade à estrada
contribui para uma deficiente leitura do desenvolvimento da estrada.
Conforme referido anteriormente, contribui igualmente para a desestabilização dos taludes existentes
ao longo da estrada.
SEGMENTAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO
O ambiente natural e social na EN1 pode ser subdividido em duas grandes regiões, nomeadamente;
(i) a região interior, que se estende de São Tomé a Guadalupe (13,28 km) e (ii) a região costeira de
Guadalupe a Neves (16,72 km).
Tendo como principal objetivo o lançamento de duas empreitadas distintas, o projeto de reabilitação
da EN1 entre São Tomé e Neves foi dividido da seguinte forma:
• Secção 1 – PK 0+000 (São Tomé) a PK 13+275 (Guadalupe)
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• Secção 2 – PK 13+275 a PK 27+000 (Neves)
___ - Secção 1 ___ - Secção 2
Figura 3.4 - Identificação das secções a intervencionar
3.3.1 SECÇÃO 1 - ENTRE O PK 0+000 (SÃO TOMÉ) E O PK 13+275 (GUADALUPE)
A Secção 1 consiste no troço compreendido entre o PK 0+000 (São Tomé) e o PK 13+275
(Guadalupe), passando pelas localidades de São Tomé, Santo Amaro, Ilhéu, Conde e Guadalupe.
Ao longo da extensão de toda a Secção 1 a via atravessa várias localidades sem que o seu perfil
transversal se adeque ao ambiente rodoviário a atravessar. É uma área densamente povoada, sendo
que cerca de 53% do perfil transversal da estrada deveria apresentar características urbanas.
Este facto implica insegurança rodoviária no atravessamento ao longo de Iocalidades, tornando mais
vulneráveis os utentes pedonais.
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Figura 3.5 – Secção 1 – vista aérea
A caraterização feita à atual EN1 na Secção 1 permite-nos constatar que estamos presente um
traçado com um desenvolvimento, quer em planta, quer em perfil longitudinal com uma sinuosidade
elevada, embora, salvo algumas exceções, não apresente troços com grandes inclinações.
A sucessão de curvas e contracurvas que apresenta, intercaladas com transições em pequenos
troços retos, e associadas a perfil longitudinal com grandes variações ao nível da inclinação dos
traineis, originando um grande número de pontos de concordâncias côncavas e convexas, cria ao
condutor em muitos dos casos verificados, uma dificuldade acrescida na interpretação do
desenvolvimento da via e a capacidade de tomar decisões em tempo útil, impossibilitando a
manutenção de uma velocidade de circulação constante, dentro dos critérios de segurança exigidos.
Ao nível do desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 1, este apresenta um traçado bastante
ondulado. A variação altimétrica é significativa e situa-se entre 2m e 150m, atingindo os extremos
aproximadamente ao PK 0+000 e PK 11+600, respetivamente.
Figura 3.6 - Desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 1 (exagero vertical 10x)
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Ao nível do perfil transversal da estrada, a mesma é caraterizada de um modo geral por uma faixa
de rodagem com uma largura total de cerca 5,00m, constituída por duas vias de circulação, uma em
cada sentido. A faixa de rodagem é ladeada por uma berma em calçada de pedras grada ou por uma
valeta também em calçada de pedra grada.
Dentro das localidades existe por vezes uma alteração a este tipo de perfil, não existindo, no entanto,
um perfil adequado a uma zona urbana. Nestes locais, o que se verificou foi a existência por vezes
de alguns passeios intercalados com zonas de berma ou valeta em calçada, de uma forma
desordenada e de forma irregular. Não existem zonas de circulação para peões dentro das
localidades, de forma organizada e continua, situação que origina a circulação dos peões na faixa de
rodagem.
Ao nível das condições do pavimento, constata-se que o mesmo se encontra num elevado grau de
deterioração. Ao longo de toda a Secção 1 o pavimento encontra-se bastante desgastado, a camada
de desgaste não oferece as condições de aderência necessárias, a superfície do pavimento
apresenta-se bastante irregular e com diversos buracos, sendo visível que o mesmo já foi sujeito a
diversas reparações.
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Figura 3.7 – Situação atual Secção 2
O troço de estrada a retificar é atualmente atravessado por diversas linhas de água, incluindo
pequenas linhas de águas normalmente secas, ribeiras, rios de maior dimensão, e passagens
hidráulicas.
Destas, destacam-se pela sua importância as seguintes linhas de água, cujo atravessamento sob a
Estrada Nacional EN1 é assegurado por pontes:
• Rio Melo ou Água Palito -- PK 4+275
• Água Sebastião ou Clé - PK 7+134
• Rio do Ouro - PK 9+478
Figura 3.8 – Ponte sobre o Rio Melo – PK 4+275
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Figura 3.9 – Ponte sobre Água Sebastião – PK 7+134
Figura 3.10 – Ponte sobre o Rio do Ouro PK 9+478
Destacam-se também as pontes sobre linhas de água de menor importância:
• PK 10+552
• PK 12+595
Ao nível das estruturas de contenção, existe na Secção 1 um muro de contenção ao PK 5+959, em
pedra argamassada, com cerca de 90m de comprimento, que se prevê manter em funcionamento.
3.3.2 SECÇÃO 2 – ENTRE O PK 13+275 (SAÍDA DE GUADALUPE) E PK 27+215
(NEVES)
A Secção 2 consiste no troço compreendido entre o PK 13+275 (saída de Guadalupe) e o PK 27+215
(Neves), passando pela localidade de Ribeira Funda. A partir do PK 16+000 a EN1 é uma estrada
costeira, sendo ladeada por taludes no lado esquerdo e o mar no lado direito. Embora até à entrada
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de Neves se considere como sendo uma área com baixa densidade populacional e tráfego reduzido,
esta secção da EN1 é de extrema importância para a economia de São Tomé.
Figura 3.11 – Secção 2
A cidade de Neves é a zona considerada como a zona industrial do país, dista da cidade capital cerca
de 27,0 km, com uma população de cerca de 15.370 habitantes, e é nela que se localizam os
reservatórios de combustível que abastecem todo o país, incluindo as centrais de produção de
energia elétrica, e a fábrica de cerveja Rosema.
Ao nível do desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 2, este apresenta-se menos ondulado
quando comparado com a Secção 1, mas bastante sinuoso. A variação altimétrica situa-se entre 130
m e 2,5 m, atingindo os extremos aproximadamente ao PK 13+400 e PK 23+375, respetivamente.
Figura 3.12 - Desenvolvimento altimétrico da EN1 na Secção 2 (exagero vertical 10x)
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Figura 3.13 – Situação atual – entre PK 13+275 e 16+000
A partir do PK 16+500, aproximadamente, o troço é caraterizado pela existência de taludes elevados
no lado esquerdo da via, interrompidos apenas em pequenas zonas de passagem de linhas de água.
Estes taludes são resultantes, maioritariamente, do corte de escavação efetuado para a implantação
da estrada, apresentando um perfil vertical relativamente ao plano da estrada, e à exceção de
pequenos troços apresenta-se normalmente paralelo à faixa de rodagem. Estes taludes são
igualmente caraterizados pelo seu elevado desenvolvimento vertical, e pelo seu prolongamento para
o interior com inclinações bastante acentuadas. A densa e diversa vegetação que cobre estes taludes
e o seu topo impossibilita uma aferição pormenorizada da sua altura em diversos locais.
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Figura 3.14 – Situação atual – entre PK 16+000 e 23+100
Estes taludes são constituídos de modo geral por material rochoso de características diversas,
resultado de diversos episódios vulcânicos em diferentes fases temporais ao longo dos anos e
diferentes características. Apresentam um grau de alteração muito elevado, fissuração diversa e
desprendimento de rochas, resultado de diversos fatores, tais como causas naturais (descompressão
natural da rocha), e agentes erosivos (infiltração e percolação da água nas zonas de junção das
camadas rochosas, ação da vegetação, que através das suas raízes percorrem as fissuras existentes
na rocha e contribuem para o aumento destas). Estes fatores contribuem para a instabilidade
verificada nos taludes, provocando o desprendimento e queda de pedras de dimensões variadas.
Nalgumas zonas e por características diferentes do material é possível observar também
deslizamentos de terra.
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Figura 3.15 – Modelação 3D da zona costeira (I)
Figura 3.16 – Modelação 3D da zona costeira (II)
A localidade de Ribeira Funda encontra-se entre o PK23+100 e PK23+250, localizada num vale,
entre duas pontes com degradação bastante significativa.
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Figura 3.17 – Situação atual – Ribeira Funda
O troço de estrada a retificar é atualmente atravessado por diversas linhas de água, incluindo
pequenas linhas de águas normalmente secas, ribeiras, rios de maior dimensão, e passagens
hidráulicas.
Destas, destacam-se pela sua importância as seguintes linhas de água, cujo atravessamento sob a
Estrada Nacional EN1 é assegurado por pontes:
• Água Gato - PK 25+762
• Rio Provaz - PK 26+799 (em boas condições de conservação, não se prevê necessidade de
intervenção de reabilitação)
Destacam-se também as pontes sobre linhas de água de menor importância:
• PK 14+015
• PK 14+522
• PK 15+180
• PK 17+875
• PK 18+563
• PK 21+462
• PK 23+047
• PK 23+187
• PK 23+898
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Na Secção 2 existem atualmente 39 muros de suporte à estrutura da estrada, e que servem também
como proteção da orla costeira, sendo constituídos por betão armado (BA), betão ciclópico (BC),
pedra argamassada (P) ou gabiões (G). Tendo em conta o estado em que se encontram, e salvo se
em obra se verificar o contrário, está previsto que se mantenham 37 destas estruturas.
No que à ecologia terrestre diz respeito, considera-se de extrema importância referir que uma
pequena parte da Secção 2 atravessa uma zona integrante do Parque Natural do Obô (PNOST).
Pelas suas características singulares, embora seja uma Zona de Proteção Parcial do Tipo II, dar-se-
á especial atenção a este tema no capítulo 6 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL
RECETOR.
Figura 3.18 - Enquadramento nos limites do PNOST
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4 APRESENTAÇÃO SUMÁRIA E DESCRIÇÃO DO PROJETO
O presente Estudo enquadra-se no âmbito do Projeto de Execução do Traçado da Estrada Nacional
n.º 1, entre a cidade de São Tomé e a cidade de Neves, entre os PK0+000 e PK27+000, e visa a
melhoria do estado da rede rodoviária nacional, nomeadamente, no que diz respeito às suas
condições de circulação e segurança rodoviária na Estrada em apreço.
A iniciativa financiada pelo Banco Europeu de Investimento, Acordo Bilateral entre a Holanda e São
Tomé e Príncipe, Banco Mundial e Governo de São Tomé e Príncipe, tem como principal objetivo
elaboração do Estudo de Viabilidade e Estudos de Impacte Ambiental e Social que suportam um
Projeto de Execução, otimizado para a melhoria das condições de segurança rodoviária, reabilitação
da estrutura do pavimento, melhoria do traçado, do perfil longitudinal, aumento da capacidade de
carga, implementação de sistemas de drenagem eficientes e obras de arte (pontes), estabilização e
proteção de taludes da Estrada Nacional N.º1 entre São Tomé e Cidade de Neves.
Figura 4.1 - Localização da zona a intervencionar
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ENQUADRAMENTO AMBIENTAL
O progressivo crescimento das cidades e a necessidade de alcançar longas distâncias em curtos
espaços de tempo é indissociável da necessidade de construção de uma densa rede de vias de
comunicação, que responda eficazmente às exigências dos seus utilizadores. A construção de
infraestruturas de transporte produz melhorias a vários níveis e desde logo, o aumento da
acessibilidade, com o consequente aumento da facilidade de circulação de pessoas e melhorias no
escoamento de produtos, o que poderá promover a instalação de novas atividades, a redução dos
tempos de viagem e dos custos de combustível, poupança de materiais e maior segurança na
circulação.
No entanto, a introdução e consequente reabilitação de novas vias de comunicação no meio que nos
rodeia tem inevitavelmente, consequências positivas e negativas. Estas construções trazem
reconhecidos benefícios, mas também prejuízos, sobretudo os de natureza ambiental. Assim, a
complexidade que caracteriza todo o processo de implementação destes empreendimentos, requer
o envolvimento das demais partes afetadas, no sentido de responder de modo sustentável e
harmonioso aos desafios postos à execução destas obras.
Cada projeto de reabilitação de vias é único naquilo que diz respeito às suas características
ambientais. É, portanto, essencial identificar desde o início do lançamento do projeto, quais os
impactes ambientais que irão ser afetados e quais os problemas que irão levantar no que se refere
aos objetivos do mesmo.
O conceito básico de um projeto de vias de comunicação implica, por si só, um impacte ambiental
fundamental – é no fim de contas, desencadeado por uma utilização dos recursos naturais. Na fase
de planeamento é importante identificar os objetivos ambientais que se pretendem atingir, isto é, a
mitigação dos impactes na qualidade do ar, ruído, uso dos solos, qualidade das águas e melhoria
das condições hidrológicas e geomorfológicas da área de intervenção.
Durante a fase de construção, o impacte é geralmente de natureza temporária, ainda que impactes
definitivos possam ser introduzidos se não houver cuidados com alguns aspetos.
Todos os esforços razoáveis devem ser empregues para minimizar estes efeitos através da
especificação dos métodos construtivos que deverão ser usados (controlo sustentável dos recursos
utilizados na sua execução) e dos meios que envolvem a sua execução, como por exemplo, a
colocação do estaleiro de obra em zonas onde a interferência com a vegetação característica
envolvente seja mínima.
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ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
As áreas de influência compreendem:
• Área Diretamente Afetada (ADA) - área que sofre diretamente as intervenções de
implantação e operação da atividade, considerando alterações físicas, biológicas,
socioeconómicas e das particularidades da atividade, área onde efetivamente se
desenvolverá o traçado da Estrada.
• Área de Influência Direta (AID) - área sujeita aos Impactes diretos do empreendimento. A
delimitação desta área é em função das características físicas e biológicas dos ecossistemas
a serem estudados e das características da atividade. Área definida pelo alcance das
emissões atmosféricas significativas, sendo neste caso definida em 3km; incluindo as
comunidades de Cidades de São Tomé, vila de Santo Amaro, vila de Conde, cidade de
Guadalupe e de Neves.
• Área de Influência Indireta (AII) - área real ou potencialmente ameaçada pelos Impactes
indiretos do empreendimento, abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconómico que
podem ser impactados por alterações ocorridas na área de influência.
Figura 4.2 - Áreas de influência
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INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS E SOCIAIS
Tratando-se de uma intervenção (projeto) sobre uma infraestrutura rodoviária já existente e em
exploração, a análise de identificação e avaliação de impactes/incidências ambientais incidiu de
forma mais concreta nas características biofísicas e sociais do meio envolvente e, ao longo de toda
a extensão do trecho objeto de intervenção.
A especificidade das ações de projeto a preconizar, pressupõe uma intervenção espacial reduzida
ao atual corredor da Estrada Nacional n.º1, ao longo dos cerca de 27 Km, situação essa que leva a
minimizar, à partida, as ocorrências impactantes mais significativas, prevendo-se que será a fase de
construção aquela que acarreta a necessidade de medidas cautelares mais significativas,
essencialmente em termos de planeamento de ocupação de solos, afetação de linhas de água e
gestão de resíduos.
A construção das infraestruturas projetadas envolve ações geradoras de impactes ambientais
positivos e/ou negativos na fase de execução em especial nas atividades a seguir descritas:
▪ Instalação de estaleiro(s) de obra;
▪ Escavação e aterros para execução de trabalhos de terraplenagem, drenagem, etc.;
▪ Remoção e transporte a depósito de resíduos e material sobrante;
▪ Transporte e operação de máquinas e equipamentos;
▪ Execução de infraestruturas de limpeza e proteção de estabilização de taludes e reabilitação
de passagens hidráulicas;
▪ Execução de reforço nas medidas de proteção costeira.
Estas ações poderão ter repercussões no ambiente, variando a respetiva intensidade consoante os
diversos fatores, dos quais se destaca o tipo de zona a desenvolver (rural, urbana, protegida, etc.) e
a sua magnitude.
As incidências ambientais ao nível climático poderão ser significativas, embora apenas a uma
escala local, não se fazendo sentir numa escala a nível regional ou global. Tendo em conta a natureza
das operações, não se perspetiva que as mesmas possam implicar qualquer alteração climática, nem
mesmo em termos microclimáticos, não havendo assim impactes significativos sobre este descritor.
De uma forma geral consideram-se que os impactes negativos no meio geológico são
fundamentalmente resultantes da fase de construção, associados às obras de escavação e aterro a
efetuar na beneficiação da via, propiciando a diminuição da área de impermeabilização, alteração
das condições de drenagem natural devido à compactação dos terrenos e suspensão de poeiras.
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Por outro, os trabalhos de proteção aos taludes: limpeza, desmatação e desmonte de pedras e blocos
instáveis salientes e revestimento também originam impactes ao nível geomorfológico contudo, a
intervenção permitirá efetuar melhorias face à situação existente, através da execução de
melhoramentos na drenagem, modificação da morfologia do talude ou no reforço da sua estabilidade,
minimizando os impactes associados a fenómenos de erosão, originados pelo deficiente escoamento
das águas superficiais.
Relativamente ao uso do solo os impactes serão sentidos essencialmente na fase de construção,
através da utilização de terrenos para a instalação do(s) estaleiro(s) de obra e durante a fase de
movimentação de terras, em que poderá ocorrer a contaminação superficial e a ação de fenómenos
de erosão, originando também a suspensão de poeiras, sobretudo em zonas de maior declive. Em
fase de utilização, os locais afetados pelo acréscimo e/ou alargamento das faixas de rodagem
poderão possuir impactes significativos aos proprietários das habitações e terrenos afetos. Contudo,
as áreas afetas correspondem a áreas marginais da estrada nacional já existente, pelo que não
condicionarão a viabilidade das áreas sobrantes.
Um impacte a ter em conta na fase de construção para o descritor recursos hídricos é a obstrução
e/ou desvio das linhas de água das passagens hidráulicas e obras de arte, que podem provocar
inundações. Quando as linhas de água se apresentam perpendicularmente à via, em períodos de
escorrência superficial, poderão surgir constrangimentos no escoamento das águas pluviais. Os
trabalhos de movimentação de terras, construção e aterros, escavações e compactação de solos,
intervenção em passagens hidráulicas, obras de arte e proteção nas zonas costeiras, poderão
provocar impactes negativos pela obstrução parcial ou total de algumas linhas de água.
A existência de hidrocarbonetos, óleos e partículas suspensas e outros poluentes provenientes da
maquinaria a utilizar e das operações de demolição a desenvolver, poderá ser responsável pela
contaminação das águas subterrâneas e superficiais. Na fase de construção, caso ocorram derrames
acidentais no solo, devido ao facto deste não se encontrar devidamente impermeabilizado, provocará
um aumento de carga poluente sobre os efluentes pluviais, já que a drenagem das águas pluviais
ainda não se encontra executada.
Durante a fase de utilização da via intervencionada, as condições de drenagem natural sofrem
alterações devido ao aumento da velocidade de escorrência superficial, em consequência da
concentração ou aumento de caudais em pontos localizados e que constituem as passagens
hidráulicas.
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Relativamente à paisagem espera-se que o projeto não altere significativamente o panorama local
e regional, já que a intervenção irá reabilitar e melhorar a via rodoviária já existente. Por outro, o
projeto apresenta características bastante semelhantes ao atualmente existente, já enquadradas no
panorama urbano/rural.
Relativamente aos impactes associados às atividades de construção para o descritor ecologia,
nomeadamente: as resultantes do ruído gerado pelo trânsito e máquinas existentes em obra; da
emissão de partículas e gases de combustão para a atmosfera, julga-se que o arrastamento das
partículas e a eventual propagação do som poderá originar impactes com alguma significância, pelo
que deverão ser adotadas medidas de minimização ao impacte associado.
No que diz respeito à fauna e flora, considera-se que para além da perda temporária de habitat,
eventualmente utilizada como área de alimentação, o aumento dos níveis de perturbação em
resultado da utilização da área poderá gerar impactes negativos na fauna de vertebrados superiores.
Poderá ainda ocorrer um aumento da frequência de atropelo, constituindo um impacte indireto
resultante do aumento de utilização da área.
Deste modo, devem ser implementadas todas as medidas de minimização propostas de modo a não
se verificar perturbações nos habitats das espécies existentes nas áreas incluídas na região. De
realçar no entanto, que grande parte das espécies detetadas ou de ocorrência potencial adaptaram-
se já a algum grau de perturbação dada a atual existência da via rodoviária, sendo que a limpeza
regular e a reabilitação das passagens hidráulicas poderá permitir a deslocação das espécies para
os diversos habitats.
Durante a fase de construção irá verificar-se uma diminuição da qualidade do ar derivada da
afluência de camiões à obra, à elevada movimentação de terras e funcionamento de maquinaria e o
acréscimo de tráfego de veículos de obra. A circulação de camiões vai contribuir para o aumento de
poluentes atmosféricos, bem como a libertação de poeiras. Em termos de poluentes, e tendo em
conta o tipo e combustível dos veículos e maquinaria, é expectável a ocorrência dos seguintes
poluentes: monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx) e partículas
em suspensão. Realça-se que os impactes decorrentes da fase de construção, com uma duração
prevista superior a 12 meses, serão assim mais acentuados mas, com carácter temporário e
irreversível.
Prevê-se que com a conclusão do projeto ocorra um aumento de afluência automóvel, originando
uma eventual diminuição da qualidade do ar. Contudo, a alteração não será tão significativa
provocada pela alteração do tráfego no que concerne à qualidade do ar, comparativamente com a
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circulação já existente. No entanto o seu impacte é significativo tendo em conta as emissões de
gases de combustão previstos.
Durante a fase de montagem do estaleiro, movimentação de terras, execução de limpeza, tratamento
e estabilização de taludes e pavimentação, registar-se-á um aumento dos níveis sonoros contínuos
e pontuais na zona de obra e envolvente próxima, assim como nos acessos utilizados. Os níveis de
ruído serão, em geral, mais elevados do que na fase de utilização, embora ocorram em tempo de
duração limitado.
Estes efeitos poderão ser atenuados através da ativação de medidas minimizadoras que diminuem
e/ou eliminam as fontes de ruído, em especial na fase de execução da obra.
A gestão de resíduos gerados na fase de construção, transporte e deposição de terras sobrantes
são denominados Resíduos de Construção de Demolição (RCD). A gestão de resíduos é um dos
aspetos mais relevantes na perspetiva dos seus potenciais impactes negativos.
Durante a fase de construção verificar-se-á a movimentação de terras provenientes das escavações
e movimentação de veículos de transporte de materiais.
As terras sobrantes consideradas resíduos por se tratarem de inertes gerados em fase de obra
poderão incutir impactes negativos significativos, caso estes resíduos não sejam conduzidos a um
destino final adequado.
Por outro, resultante das restantes atividades de execução da obra serão gerados resíduos não
perigosos e perigosos. Poderão gerar impactes significativos se os resíduos não forem conduzidos
devidamente ao seu destino adequado, prevendo uma gestão adequada do consumo de materiais
em obra, evitando o excedente de materiais. Estes deverão ter um armazenamento adequado,
devidamente acondicionados (dependendo da sua perigosidade) para evitar fugas ou perdas e
possíveis contaminações de materiais.
De realçar que uma das atividades previstas em fase de execução é a remoção dos RSU existentes
ao longo das bermas, com origem na sua deposição incorreta pelos automobilistas e transeuntes.
Como tal, podemos concluir que a execução do projeto nesta vertente originará impactes positivos
significativos.
Na fase de construção serão criados postos de trabalho temporários, pelo que os impactes
socioeconómicos decorrentes da construção do projeto fazem sentir-se principalmente a nível de
emprego local, uma vez que é gerado emprego direto e indireto, e da dinamização das atividades
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económicas a nível local e regional. Ainda nesta fase, as acessibilidades poderão sofrer alterações
consideráveis, na medida em que o aumento de tráfego nos veículos de transporte de materiais e
terras provenientes da movimentação de terras e veículos dos trabalhadores irá alterar o
funcionamento dos acessos da região e, poderá gerar alguns constrangimentos ao normal
funcionamento da circulação automóvel da zona.
Por outro, é na vertente socioeconómica que a realização do projeto a longo prazo possui uma
significância positiva de destaque, incidindo maioritariamente na melhoria das condições de
acessibilidade, bem como no aumento do nível de serviço e segurança na Estrada Nacional n.º1, do
ponto de vista do utente, que em muito será beneficiado pelos percursos mais longos. O aumento da
acessibilidade está diretamente relacionado com a melhoria de serviço, com benefícios evidentes ao
nível da diminuição da distância-tempo e, com consequências importantes na segurança pedonal e
rodoviária dos utentes.
A mão-de-obra necessária para a implantação e operacionalização do empreendimento é estimada
em aproximadamente 300 trabalhadores nacionais temporários. Este processo poderá favorecer a
mão-de-obra local não qualificada, também as mulheres que poderão desempenhar o papel de uma
mão-de-obra nos trabalhos de menor risco.
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5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL RECETOR
DISPOSIÇÕES GERAIS
Conforme ilustrado na Figura 5.1 o projeto localiza-se na zona norte da Ilha de S. Tomé e cobre os
dois extremos desta, a leste e oeste. Trata-se da zona mais povoada do arquipélago em termos
absolutos e de densidade. No Norte, os distritos de Água Grande, Lobata e Lembá e as áreas
habitadas circundam a área elevada formada pelo sistema cónico definido pelo Pico de S Tomé e
são de altitude relativamente baixa e intensa vegetação ainda que não tão exuberante como a que
predomina no cume e nas encostas do Pico.
Figura 5.1 - Área do projeto
A região centro-sudoeste, que corresponde aproximadamente a 2/3 do território nacional, por ser de
muito difícil acesso, incluindo locais mesmo impossíveis de se aceder, ficou conhecida como centro
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oro-hidrográfico, por ser também dali que partem os principais rios e cursos de água que depois
correm radialmente em todas direções para o mar. 1
S. Tomé e Príncipe é um arquipélago, em que a maioria das infraestruturas económicas e sociais
encontra-se situada na zona costeira, o que se traduz numa forte pressão sobre esta zona
MEIO FÍSICO
5.2.1 GEOLOGIA
A ilha de São Tomé exibe uma configuração alongada (Figura 5.4) de direção NE-SW, com 46 km
de eixo principal e 34 km do eixo menor, alinhado com a orientação aproximada da “Linha Vulcânica
dos Camarões” (Henriques & Neto, 2015). A geologia caracteriza-se por rochas vulcânicas que
representam quatro principais unidades Vulcano-estratigráfica, conforme a carta recentemente
publicada na escala 1:25 000. A ilha de São Tomé encontra-se localizada no Golfo da Guiné, no
troço oceânico do alinhamento vulcânico dos Camarões, que se estende por 1600 Km do interior do
continente africano até à ilha de Pagalu.
Na Carta Geológica da ilha de São Tomé, encontram-se representados os quatro complexos
vulcânicos que constituem a ilha de São Tomé; nomeadamente, a Formação Vulcânica do Ilhéu das
Cabras (13 Ma) constituída por duas chaminés de traquito quártzico, que representa o vulcanismo
mais antigo; o Complexo Vulcânico de Mizambú (6-8 Ma) que inclui chaminés fonolíticas e derrames
tefríticos, basálticos e basaníticos, localmente com fácies submarina ou com intercalações de lahar,
cortados por filões tefríticos a traquíticos; o Complexo Vulcânico de Ribeira Afonso (5-2.5 Ma) que
constitui a área SE da ilha e é representado por vulcões centrais onde se destacam chaminés
fonolíticas descarnadas e escoadas basálticas, traquíticas e fonolíticas e finalmente; o Complexo
Vulcânico de S. Tomé (< 1.5 Ma) que forma a metade norte e o extremo sul da ilha, o qual é composto
por derrames e piroclastos subaéreos, basálticos a traquifonolíticos, intercalados com depósitos de
vertente e de lahar.
Salienta-se desta forma, que o designado Complexo Vulcânico de S. Tomé corresponde à formação
ocorrente ao longo do traçado da Estrada Nacional nº 1.
1 Fonte: QGAS (2018)
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Figura 5.2 – Enquadramento geográfico de São
Tomé e Príncipe
Figura 5.3 - Enquadramento geológico de São
Tomé e Príncipe no contexto geológico regional
Figura 5.4 - Caracterização das principais unidades vulcano-estratigráficas da ilha de S. Tomé,
Golfo da Guiné.
A atividade mineira não desempenha um papel significativo na economia de São Tomé e Príncipe. A
produção mineral é limitada a argila e rochas vulcânicas. Existe potencial para o desenvolvimento da
indústria de petróleo no país. Todas as outras necessidades em produtos minerais são satisfeitas
com base em importações (Bermúdez-Lugo, O. (2014)).
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5.2.2 RELEVO
As ilhas de S. Tomé e do Príncipe são de origem vulcânica, apresentando maciços montanhosos de
imponente aspeto que, aliados à exuberância do seu revestimento vegetal e à abundância de cursos
de água, dão às ilhas o singular encantamento que atrai todos os seus visitantes.
Percorrendo a ilha e embrenhando numa vegetação exuberante entrecortada por numerosos cursos
de água e riachos, observa-se um relevo acidentado de altitude diferenciada, onde se destacam os
principais relevos residuais, como a Lagoa Amélia, uma superfície estrutural, o pico de São Tomé
com uma elevação maciça rochosa descarnada com 2024 metros de altitude, bem como a existência
dos Ilhéus das Cabras e Santana, correspondente à Região Setentrional.
O relevo na Ilha de S Tomé apresenta formas muito irregulares. A metade ocidental da ilha, nos
quadrantes NW e SW, pelos quais se estendem os distritos da área do projeto ( Água Grande, Lobata
de Lembá), o relevo é acidentado até às proximidades da Costa. Os pontos mais elevados situam-
se acima dos 1,800-2,000 m e os intermédios entre os 1,000-1,800 m e os mais baixos, mais perto
da costa, entre 0 e 800 m. Na metade oriental nos quadrantes NE e SE, as formas de relevo são
mais suaves, notando-se vastas assentadas um pouco inclinadas para o Oceano, principalmente na
faixa de Água Izé a Plancas limitada pela linha da Costa e pela curva de 300-400 metros de altitude.
No quadrante SE e no Sul observam-se terras planas nas áreas de Ribeira Peixe e Porto Alegre.
Figura 5.5 – Mapa topográfico
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A principal linha de elevações de S. Tomé está orientada no sentido aproximado de N-S, em curva
alongada com alguma saliência e reentrância, e é formada, entre outros, pelo Pico de S. Tomé, com
2,024 m de altitude e que se situa nas proximidades da área do projeto. Erguem-se ainda os picos
de Cão Grande, Cão Pequeno, Maria Fernandes e, na região Autónoma do Príncipe os picos de
Príncipe e do Papagaio.
A ilha de S. Tomé é extremamente montanhosa, culminando com uma aguda escarpa que começa
na cratera de um extinto vulcão a 1,480 m (Lagoa Amélia) até ao Pico de S. Tomé (2,024 m) e alguns
fonólitos escarpados, como o Cão Grande (663 m) e o Cão Pequeno (390 m), de muito difícil acesso.
Na região norte destacam-se algumas zonas mais planas, de onde emergem várias colinas ou
morros isolados, quase sempre em forma de cones vulcânicos, como é visível na Figura 5.6.
Figura 5.6 - Planícies e planaltos
A ilha, no seu geral, apresenta um litoral muito recortado, com várias baías, das quais se destacam
a de Ana Chaves, Fernão Dias, Exprainhas, Santo António. O distrito de Lobata, atravessado pela
EN1, é caracterizado pelos inúmeros ilhéus de pequenas dimensões, dos quais se destacam lhéu
Gabado; Ilhéu São Miguel; Ilhéu Formoso; Ilhéu Corra-Corra; Ilhéu CoCo; Ilhéu Barro Preto; Ilhéu
Calê-Calê e Ilhéu Porto Branco.
As zonas mais baixas são as que albergam as maiores concentrações de assentamentos humanos
e respetivas atividades, daí as elevadas densidades populacionais nos três distritos e respetivos
centros urbanos na área do projeto, i.e., S. Tomé, Guadalupe e Neves. Estas densidades vão
diminuindo conforme a altitude aumenta até serem quase nulas nos pontos mais elevados. É este
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estado quase desabitado e livre da atividade humana que determinou o estabelecimento em 2006
do PNOST, nas zonas de elevação intermédia e elevada onde se situam as zonas tampão e central
do Parque.
No essencial os três distritos e áreas urbanas da área do projeto situam-se na zona costeira e de
elevação entre os 0-800 m, embora seja um facto que o troço da estrada S. Tomé-Guadalupe esteja
numa área mais interior do que o troço Guadalupe-Neves e a orla costeira da cidade de S. Tomé que
também se tem em vista reabilitar.
5.2.3 CLIMA
As ilhas de São Tomé e Príncipe ficam situadas junto à linha do Equador (que atravessa o Ilhéu das
Rolas) e a cerca de 300 km da costa Ocidental de África. Todo o arquipélago está inserido na
depressão tectónica da linha vulcânica dos Camarões.
São Tomé e Príncipe, tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias
anuais que variam entre os 22º C e os 31º C. É um país com uma multiplicidade de microclimas,
definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A
temperatura varia em função da altitude e do relevo.
Do ponto de vista da pluviometria existem quatro principais estações do ano em S Tomé e Príncipe,
nomeadamente:
a) A “Gravana” que é a grande estação seca que se estende de meados do mês de Junho a
meados de Setembro. Durante esta estação, as precipitações são muito diminutas e o caudal
dos cursos de água atinge o seu mínimo anual (estiagem).
b) Uma estação de chuvas, que se estende de meados de Setembro a fim de Dezembro,
caracterizada por violentos temporais, que dão origem a cheias muito fortes e rápidas.
c) Uma pequena estação seca (“Gravanita”), entre Janeiro e Fevereiro, nitidamente menos
intensa que a Gravana propriamente dita. Durante esta estação o caudal dos cursos de água
diminui tenuemente, sem, no entanto, atingir os níveis mais baixos observados na Gravana
em si.
d) A segunda estação de chuvas, estende-se de Março a meados de Junho, caraterizada por
violentas tempestades originando cheias extremamente fortes e rápidas.
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Durante as estações das chuvas o mar chega a atingir temperaturas na ordem dos 28º C. enquanto
que durante as Gravana e Gravanita, quando o tempo é mais seco, de menor pluviosidade, menos
calor e humidade, a temperatura do mar desce um pouco, mas mantém-se na ordem dos 24ºC.
A precipitações aumenta substancialmente com a altitude. As massas de ar oceânico húmido que se
esbatem contra as montanhas elevam-se na altitude, arrefecem, e causam fortes chuvas. De modo
que quanto mais alto mais chuvoso.
A influência dos ventos dominantes é também muito marcante. As precipitações são mais fortes nas
encostas Sul e Oeste tanto na ilha de São Tomé como na do Príncipe (3,000 a 5,000 e até 7,000
mm/ano) e apresentam-se menos elevadas nas encostas Norte e Leste (1,000 a 2,000 mm/ano).
A Figura 5.7 apresenta detalhes de precipitação e temperaturas observadas no Arquipélago de São
Tome e Príncipe ao longo de um ano.
Figura 5.7 - Precipitação e temperaturas observadas no Arquipélago de São Tome e Príncipe
Influência da altitude
A precipitação aumenta substancialmente com a altitude. As massas de ar oceânico húmido que
batem contra as montanhas elevam-se em altitude, arrefecem, e causam fortes chuvas. A relação
entre a altitude e o nível da chuva é perfeitamente evidenciada no mapa pluviométrico.
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Influência dos ventos dominantes
A influência dos ventos dominantes é muito marcada. As precipitações são muito fortes nas encostas
Sul e Oeste tanto na ilha de São Tomé (3000 a 5000 mm/ano) e claramente menos elevadas nas
encostas Norte e Leste (1000 a 2000 mm/ano).
Consequentemente, as necessidades de irrigação são particularmente importantes no Norte e no
Leste das ilhas, nas zonas localizadas abaixo de 500 m de altitude. Tal corresponde principalmente
aos Distritos de Água Grande e Lobata, zona de influência do projeto em estudo.
Intensidade da Gravana
A Gravana é particularmente forte no Norte e no Sul da ilha de São Tomé, nas altitudes baixas. Todas
as zonas onde o nível das precipitações é inferior a 50 mm/mês durante a Gravana estão localizadas
no Norte da ilha de São Tomé, nos distritos de Água Grande e Lobata, zona principal de influência
do projeto em estudo.
Figura 5.8 - Mapa das precipitações totais anuais em mm (média 1961-1990)
(Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia)
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5.2.4 SOLOS
O relevo é montanhoso, com vales profundos, sendo o ponto mais alto na Ilha de São Tomé situado
a 2,024 m de altitude e a 948 m na Ilha de Príncipe, com base em solos de origem vulcânica, do tipo
argiloso e em geral ricos em matéria orgânica (Jesus, 1998) e com elevado potencial de retenção de
humidade e por isso muito propícios para a agricultura e o crescimento de uma diversidade de
plantas.
Os solos do país são consideravelmente férteis, segundo dados do MSI (Estratégia de
Implementação das Maurícias). Os tipos de solos encontrados no país são pera-fersialíticos,
fersialíticos, aluvio solos e barros pretos.
5.2.5 HIDROLOGIA
As condições climáticas das ilhas de São Tomé e Príncipe caracterizam os seus recursos hídricos
por excelentes, embora não devidamente aproveitados. O regime dos cursos de água é irregular o
que está relacionado com a distribuição das chuvas conforme as zonas e as estações do ano. Os
cursos de água, no país, recebem na sua superfície total cerca de 2,1 milhões de m³ de
água/km²/ano, equivalente a cerca de 10,000 m³ anuais/habitante. A quantidade de água disponível
por habitante é relativamente superior quando comparada com as outras regiões do mundo,
principalmente com o resto da África Subsaariana (Aguiar, 2000).
Figura 5.9 - Principais cursos de água
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A rede hidrográfica da Ilha de São Tomé apresenta uma disposição radial com uma declividade
abrupta em direção ao mar. Dadas as características climáticas do país, a zona de intervenção possui
uma hidrografia muito densa contendo rios, seus afluentes e subafluentes, de percurso curto até a
foz, com leito instalado no vale profundo e com um caudal muito abundante alimentado pela chuva
durante quase todo ano.
As águas que são controladas pelo caprichoso relevo das ilhas, em especial em S. Tomé e no Pico
do mesmo nome, formam, por vezes, belíssimas cascatas de pitoresco admirável. Muitos rios e
ribeiras que correm nas ilhas são designados de “águas” pelos habitantes. Tal é o caso de Água
Grande, Água-lzé, Água Abade, entre outras. A rede hidrográfica de S. Tomé e Príncipe é formada
por mais de 50 cursos de água com comprimento entre 5 e 27km (Bomfim, 2002). Mais de 60% do
caudal desses rios encontra-se localizada na parte sudoeste da ilha de São Tomé. Quase todos os
rios de São Tomé nascem no interior do Parque Nacional Obô de S. Tomé PNOST (criado em 2006
pela Lei 6/2006) e a maioria dos seus traços médios e altos desenvolvem-se no Parque.
Os principais cursos de água que se encontram em S. Tomé são: o Rio Iô Grande, cuja nascente se
localiza, no monte Calvário distrito de Caué, indo desaguar na praia Iô-Grande aos 24 km de
percurso; o Rio Abade, também, com origem no monte Calvário, com um percurso de 22km, alberga
uma cascata que oferece boas possibilidades para a produção de energia elétrica; o Rio Manuel
Jorge, que nasce na lagoa Amélia e depois de percorrer 21 km vai desaguar na localidade de Praia
Melão; o Rio do Ouro, igualmente originado na lagoa Amélia, que devido aos desníveis que encontra
durante o seu curso de 19 km se despenha em várias cascatas, merecendo especial menção a da
Boa Esperança. O Rio Água Grande que, pelo seu caudal, é dos mais importantes cursos de água
do país sendo que este rio atravessa a cidade de S. Tomé e forma, alguns quilómetros antes desta,
a conhecida e linda cascata Blu-Blú, localizada na zona de Madre de Deus; e ainda o Rio Contador.
Os cursos de água regulares que atravessam a EN1 na extensão em estudo são os seguintes:
Principais:
• Rio Lembá
• Rio Provaz
• Rio D`Ouro
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Secundários:
• Ribeira Funda • Água Sebastião
• Ribeira Palma • Água Clêclê
• Água Gato • Água Cristal
• Água Pequena • Água Guadalupe
• Água Palito • Água Casada
• Água Telha
A maior concentração de usuários utiliza a água destes rios para a irrigação, lavagem de roupas,
para consumo e higiene pessoal. Nas imagens seguintes apresentam-se alguns cursos de água
atravessados pela EN1.
Figura 5.10 - Rio Ribeira Funda
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Figura 5.11 - Rio Provaz
Figura 5.12 - Afluente do Rio d´Ouro
MEIO BIÓTICO
Ainda que de tamanho relativamente pequeno devido, São Tomé e Príncipe é rico em diversidade
de ecossistemas sob a forma de florestas, florestas de mangal, águas interiores, e ecossistemas
costeiros e marinhos, muitos dos quais ainda no seu estado tipicamente pristino. A mão humana tem
contribuído desde a ocupação portuguesa no século XV para emprestar à paisagem natural
modificações substanciais que resultaram em florestas secundárias e velhas plantações
(principalmente de cacau, café, banana, etc.), florestas de sombra, savanas e florestas secas.
Os ecossistemas florestais na ilha desempenham um papel importante na biodiversidade e nos meios
de subsistência dos habitantes das ilhas. Tanto em STP como no resto do mundo as florestas
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tropicais são de importância vital para a biodiversidade e conservação e desempenham papéis
importantes no controlo das alterações climáticas.
As duas ilhas fazem parte da sub-região da África Ocidental relacionada com a bacia fluvial do
Congo, que encerra elevados índices de endemismo. As duas principais ilhas do arquipélago
caracterizam-se por um índice de endemismo situado nos 14%, que é o mais elevado no Golfo da
Guiné, o que faz de S. Tomé e Príncipe um dos países mais ricos em matéria de capital natural.
5.3.1 FLORA
A ilha de São Tomé apresenta características naturais que permitem o aparecimento e
desenvolvimento de grande variedade de espécies vegetais, constituindo verdadeiras relíquias ao
nível da flora.
O arquipélago de São Tomé e Príncipe possui florestas húmidas primitivas, denominada de Obô,
entrecortada por vários cursos de água, notáveis pelos altos níveis de endemicidade tanto na flora
quanto na fauna, que advêm da sua longa evolução sem contacto com o continente africano (Jones
et al., 1991).
O clima tropical e a natureza dos solos favorecem o desenvolvimento de coberturas vegetais muito
densa, gerando formações herbáceas constituídas por árvores e arbustos dispersos (Cardoso &
Garcia, 1962), sendo que o solo originário de rochas ígneas é fértil e de extrema importância para o
desenvolvimento das atividades agrícolas nas ilhas.
São Tomé é uma ilha vulcânica que possui a maior riqueza na flora, com muitas espécies vegetais
endémicas, verifica-se cerca de 100 espécies vegetais endémicas na ilha.
Do ponto de vista biótico e sobretudo da flora toda a área do projeto situa-se principalmente no
substrato da Floresta de baixa altitude (≤ 0 – 800 m), que se situa entre a costa e 800m de altitude
e é de facto a zona mais cultivada ou “secundarizada”. É nela que abundam as Savanas arbustivo-
arbórea e herbácea, a Floresta seca, e ao longo da costa, sobretudo em Neves a floresta do
Mangal.
Apesar de ainda manterem significativa exuberância de plantações, as áreas urbanizadas de S.
Tomé, Guadalupe e Neves, por apresentarem forte presença humana, exibem uma considerável
alteração das condições naturais que ainda se encontram no trecho mais desabitado entre a saída
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de Guadalupe e a entrada de Neves. Enquanto uma (a urbana) é uma zona mais domesticada tanto
em termos de plantas e animais a outra (a rural) é a mais selvagem e exibe uma paisagem mais
natural.
Por outro lado, enquanto S. Tomé e Guadalupe (capitais dos distritos em que se enquadram)
caracterizam-se, à exceção da área central de S. Tomé em si, por uma biologia rica que em geral faz
uma combinação relativamente equilibrada de infraestruturas, plantações e plantas naturais e logo
encerram uma diversidade de animais (pequenos mamíferos, aves, répteis, etc.); a cidade de Neves,
que se confina a uma pequena faixa de terra entre as montanhas e o mar apresenta-se
congestionada e com visíveis problemas de insalubridade que não são muito favoráveis a muitas
outras formas de vida que não a humana e mesmo esta se apresenta com claras perturbações e
muitos vetores, como é o caso de roedores e uma variedade de insetos.
Cada um dos três tipos de ambiente acima descritos impõe tratamentos diferenciados em caso de
intervenções como as das estradas e proteção costeira que têm potencial de interferir com o equilíbrio
do ambiente recetor.
Floresta de baixa altitude (≤ 0 – 800 m) – é a que predomina ao longo da EN1 (especialmente nas
zonas consideradas como rurais). Nas zonas de intervenção existe forte intervenção humana e a
flora existente nas proximidades da via consiste, essencialmente, em árvores de fruto. Destacam-se
as seguintes espécies:
Esta região florestal ocupava toda a área da ilha que vai desde o nível do mar até aos 800m de
altitude. Actualmente esta região florestal foi quase totalmente cultivada estando grande parte da sua
área, sobretudo no norte de São Tomé, ocupada com a plantação de cacau, café, banana, coco e
outras frutas tropicais. Destacam-se as seguintes espécies:
• Theobroma cacao (cacaueiro)
• Cocos nucífera (coqueiro)
• Artocarpus heterophyllus (jaqueira)
• Magnifera indica (mangueira)
• Musa sp (bananeira)
• Carica papaya (mamoeiros)
• Artocarpus altilis (fruteira fruta-pão)
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Savanas arbustivo-arbórea e herbácea
Estes ambientes, devem ser provavelmente o resultado das devastações da vegetação originária
efetuadas para o estabelecimento de plantações durante a fase de plantio da cana-de-açúcar nos
primórdios da colonização portuguesa. A vegetação caracteriza-se por uma escassa riqueza florística
e por o alto número de espécies introduzidas. Esta formação edafo-climática, ocupa uma faixa que
circunda a costa marítima de São Tomé e estende-se por largura variável desde o aeroporto até à
Roça de Praia das Conchas e Lagoa Azul, englobando as regiões nos arredores de Conde, e entre
as margens de Água Castelo e Água Guadalupe e moro Mutamba. Importante parte desta área
territorial está incluída no interior dos limites do PNOST na área de Praia das Conchas. Trata-se de
zonas de clima de semiárido, ou árido, com precipitações inferiores aos 700mm/ano, atingindo
mesmo os 500mm/ano e uma temperatura média que ronda os 26° C. Os recursos hídricos são
relativamente escassos, existindo apenas algumas linhas de água. Os solos são de terras escuras
ou negras, de camada arável pouco rico, por vezes com afloramentos pedregosos e de subsolo
compacto.
Com base nestas considerações, Rollet destaca a relevância do fator antropogénico na génese
destas savanas. De acordo com Oliveira (2002), as espécies arbóreas e arbustivas dominantes nesta
formação são:
• Adansonia digitata (micondó)
• Borassus aethiopum (ulua)
• Erythroxyllum emariginatumo (libo)
• Psidium guajava (guéva)
• Tamarindus indica (tamanha)
• Vernonia amygdalina (mucambú)
• Ximenia americana (limonplé)
• Ziziphus abissinica (zimbrão)
A vegetação herbácea é dominada por:
• Heteropogon contortus
• Panicum maximum
• Rottboellia exaltata
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O panorama florístico contempla também espécies botânicas:
• Avicennia germinans
• Rhizophora racemosa
• Dalbergia ecastaphyllum
• Erythroxyllum emarginatum
• Hibiscus tiliaceus
Floresta seca
Constitui-se numa formação vegetal que ocupa as regiões limítrofes de Guadalupe, englobando as
margens de Água Castelo, Água de Guadalupe, Rio de Ouro e concentra-se sobre zonas com
pluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500mm por ano, com um período seco bem definido
(Oliveira, 2002). Algumas áreas marginais desta tipologia vegetacional estão incluídas na
componente setentrional do PNOST (área de Praia das Conchas). A camada mais alta desta
formação é constituída por árvores de folha caduca tais como:
• Ficus mucuso
• Milicia excelsa
• Spondias microcarpa
No sub-bosque encontram-se arbustos (ameaçados pelos incêndios, comuns nesta área) tais como:
• Oncoba spinosa (malimboque)
• Ophiobotrys zenkeri (stala-stala)
Mangal
Desenvolve-se nas costas baixas ou em áreas lagunares tais como as fozes dos rios perto de Praia
das Conchas. Os Mangais são geralmente influenciados pelas contínuas oscilações de salinidade
provocadas pela evaporação e pelas chuvas tropicais e têm uma função importante na proteção dos
peixes nas primeiras fases do seu desenvolvimento e no controlo da erosão costeira.
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Esta vegetação é dominada por duas espécies, nomeadamente: Avicennia germinans e Rhizophora
mangle. A segunda concentra-se sobre os depósitos de turfa e domina as partes mais baixas da
zona inter-marés não só graças às suas raízes, mas também porque as plantinhas desta espécie
resistem melhor as condições de um ambiente adverso para a maioria das espécies. A Avicennia
germinans é dominante nas zonas de água pouco baixa e nas áreas com fundos fangosos que se
formam devido ao movimento das marés. Esta espécie apresenta uma maior tolerância ao sal que a
R. mangle.
A vegetação caracteriza-se também pela abundância de Acrostichum aureum e por algumas
cyperaceaes (Sleria depressa) (SECA, 1999). A riqueza biológica do mangal suscita preocupações
para o risco que a biodiversidade deste delicado ambiente venha a ver perdida por causa da ação
humana. A recuperação de um mangal tende a ser difícil se não mesmo impossível. O abate de
arbustos pode induzir mudanças irreversíveis na estrutura do ecossistema. Pode acontecer que o
corte de Avicenias favoreça a expansão de espécies arbustivas e herbáceas que tolerem a elevada
salinidade, reduzindo assim o espaço disponível para as mesmas Avicenias cuja reprodução é muito
lenta. Por outro lado, o corte de Rizhophora, pode facilitar a erosão do solo turfoso provocada pelas
marés e pelo vento, o que pode dificultar a germinação de novas plantas de mangais. O abate das
árvores dos mangais é também prejudicial devido ao facto de as sementes e as plantinhas
germinarem e crescerem melhor à sombra do que na presença da luz (Oliveira, 2002). O mangal é
um ecossistema extremamente delicado, merecedor de atenções específicas para a sua
conservação.
Apesar das regiões a baixa altitude terem sofrido uma forte degradação da vegetação original, devido
sobretudo às culturas de cana do açúcar, café e cacau, as áreas acima dos 800 metros encontram-
se ainda bastante conservadas, resultado da dificuldade de acesso.
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Figura 5.13 - Zona de mangais
Figura 5.14 - Zona de vegetação
Figura 5.15 - Relevo na zona costeira
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Figura 5.16 - Zona de savana
Para o estudo que esta a ser realizado que liga a cidade de São Tomé a cidade de Neves, podemos
encontrar ao longo da extensão de 27,0 km as espécies de flora constantes do ANEXO 1.
5.3.2 FAUNA
A avaliar pelas ocorrências no PNOST, que se pode considerar como sendo a área mais
representativa do cenário natural da Ilha de S. Tomé, destaca-se que os níveis de endemismo são
elevados em todos os grupos de vertebrados terrestres. Em geral e à exceção das aves S Tomé é
relativamente pouco dotado em termos de número absoluto de espécies indígenas, em comparação
com áreas (principalmente as protegidas) de equivalente extensão na região continental. Isto deve
ser resultado do caráter insular de São Tomé e da prolongada separação da ilha do continente
africano e visto sob a perspetiva da conservação, constitui-se num desafio acrescido para as
autoridades do país e todos os demais agentes interessados no património natural do país. Em traços
muito gerais apresentam-se abaixo as caraterísticas gerais das espécies faunísticas em S. Tomé e
Príncipe, S. Tomé e particularmente dentro e nos arredores do PNOST.
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Mamíferos
Em São Tomé e Príncipe existem 10 espécies nativas de mamíferos terrestres, 6 espécies
introduzidas e 8 espécies domésticas. Dutton (1994) afirma que algumas das espécies das últimas
duas tipologias podem representar uma ameaça para a fauna nativa das ilhas, nomeadamente:
porcos, cabras, bovinos, ovelhas, mas sobretudo gatos e cães.
Tudo indica que aquando da descoberta das ilhas no século XV não havia populações de mamíferos
de tamanho maior e estas tiveram que ser importadas, ou introduzidas, em diferentes períodos (Exell
1956) e de diferentes pontos. Hoje, o território do PNOST alberga populações estáveis de espécies
de mamíferos introduzidas. Uma das espécies mais conhecida e comum é o primata Cercopithecus
mona que possui populações distribuídas por todo o País. Em S. Tomé também existem populações
de gatos e porcos selvagens, de ratos (Rattus rattus e R. norvegicus), ratos domésticos (Mus
musculus) (Bocage, 1903; 1904; Frade, 1958) e de carnívoros como a civeta africana Civettictis
civetta e a grande doninha de raça ibérica Mustela nivalis numidica, as duas introduzidas
provavelmente para combater os roedores nas áreas agrícolas (Bocage, 1903; Frade, 1958).
A fauna autóctone de mamíferos da ilha de São Tomé constituía-se somente para espécies de
morcegos e de insectívoros.
Tudo indica que aquando da descoberta das ilhas no século XV não havia populações de mamíferos
de tamanho maior e estas tiveram que ser importadas, ou introduzidas, em diferentes períodos (Exell
1956) e de diferentes pontos. Hoje, o território do PNOST alberga populações estáveis de espécies
de mamíferos introduzidas. Uma das espécies mais conhecida e comum é o primata Cercopithecus
mona que possui populações distribuídas por todo o País. Em S. Tomé também existem populações
de gatos e porcos selvagens, de ratos (Rattus rattus e R. norvegicus), ratos domésticos (Mus
musculus) (Bocage, 1903; 1904; Frade, 1958) e de carnívoros como a civeta africana Civettictis
civetta e a grande doninha de raça ibérica Mustela nivalis numidica, as duas introduzidas
provavelmente para combater os roedores nas áreas agrícolas (Bocage, 1903; Frade, 1958).
Aves
De toda a fauna São-Tomense, a das aves constitui-se no grupo animal cuja ecologia e estado de
conservação são os mais conhecidos. Os estudos remontam dos séculos XVII, XVIII e XIX e
estendem-se aos tempos mais recentes envolvendo instituições e especialistas de diversas partes
do mundo, em expedições bem identificadas.
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A importância das florestas de São Tomé e Príncipe para a conservação da biodiversidade das aves
no contexto internacional foi claramente sublinhada pelo trabalho de Collar & Stuart (1985). Os
referidos autores classificaram as florestas pluviais do Arquipélago como as segundas mais
importantes entre as 75 florestas do continente africano consideradas.
São Tomé e Príncipe possui também cinco IBAs (Important Bird Areas) no sistema de classificação
adotado pela BirdLife International (BirdLife International, 2008), sendo que uma das quais coincide
com a Zona Parcial de Proteção II do PNOST.
Répteis
Excluindo as tartarugas marinhas, São Tomé alberga catorze espécies de répteis. Estas espécies
têm uma sobreposição entre a sua área de distribuição e o território do PNOST, ou a sua Zona
Tampão. Sete destas espécies são endémicas de São Tomé e Príncipe (uma espécie encontra-se
também em Annobón).
Na zona norte da ilha destacam-se a Lepydochelys olivácea, mais conhecida por “tartaruga bastarda”
ou “tatô”, predominante nas águas do país e utiliza as praias do norte da ilha de São Tomé para
desovar (incluídas as praias no interior do PNOST). A sua carapaça não é utilizada, mas os seus
ovos são muito apreciados pela população. É objeto de um acentuado declínio populacional quando
comparada com outras espécies, devido ao fato de ter menores dimensões e, por isso, ser mais
facilmente transportável por caçadores furtivos, Chelonia mydas, que é mais conhecida por “tartaruga
mão branca”, muito comum nas praias de São Tomé. Os seus ovos e a carne são muito apreciados.
Atualmente deve ser mais abundante que a espécie anterior, Caretta caretta, que é mais conhecida
por “tartaruga de cabeça grande”, em relação à qual não existem registos recentes de nidificação no
Arquipélago.
Anfíbios
Reconhecem-se cinco espécies para a ilha de São Tomé (Loumont, 1992; Nussbaum & Pfrender,
1998), três das quais são endémicas de São Tomé, nomeadamente: Ptychadena newtoni,
Schistometopum thomense e Hyperolius thomensis anteriormente classificada num género endémico
(Nesionixalus), mas que recentemente recebeu uma redefinição do seu estatuto sistemático (Drewes
& Wilkinson, 2004). As outras duas espécies são endémicas compartidas com a ilha do Príncipe, i.e.
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Hyperolius molleri (também esta anteriormente classificada no género Nesionixalus) e
Phrynobatrachus díspar. O entendimento do modelo de dispersão destas espécies de anfíbios
permanece pouco claro dado tratar-se de animais intolerantes à água salgada o que explica que não
poderiam ter colonizado a ilha através duma passagem nas águas oceânicas. No que respeita ao
Schistometopum gimnofionide thomense trata-se do único caso conhecido no mundo de dispersão
duma espécie deste grupo através de uma barreira marinha. Um estudo recente (Measey, 2003)
mostrou como esta espécie não é afetada pelas catividades agrícolas, mas antes pelo contrário,
parece trazer uma vantagem para as mesmas, dado o escasso uso de agroquímicos em muitas áreas
agrícolas em S. Tomé. Duas das espécies citadas encontram-se incluídas na Lista Vermelha da
IUCN (2008), nomeadamente: Hyperolius thomensis e Ptychadena newtoni, sendo que as duas se
encontram classificadas “Em Perigo”.
Peixes
Nas águas doces e salobras predominam pequenos peixes, podendo encontrar-se, de entre outros,
Eleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini (ENPAB, 2002).
Estudos realizados entre 1993 e 1996, identificaram cerca de 105 espécies inerentes às águas de S.
Tomé e Príncipe; destas, 88 tinham valor comercial. As famílias Carangidae, Serranidae, Sparidae,
Scmobridae com 11, 9, 8, e 7 espécies utilizadas, que são as mais pescadas. Afonso et al. (1999)
estabeleceram em 185 o número de espécies de peixes marinhos costeiros de São Tomé e Príncipe,
distribuídas em 67 famílias. 156 destas espécies são consideradas de interesse comercial. Um
estudo mais recente (Wirtz et al., 2007) aumentou para 244 este número, das quais 28 são espécies
endémicas do Golfo de Guiné (12% de taxa de endemismo). Dada a forte tradição de captura de
peixe do mar associada à sua abundância e acessibilidade (todos os são-tomenses situam-se mais
ou menos perto do mar) o que contrasta com os pouco conhecidos e significativamente menos
abundantes e de difícil acesso peixes das águas doces, a pesca do último recurso é quase inexistente
em STP. Na área do projeto pode-se praticamente afirmar que não existe.
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Artrópodes
Estudos sobre a fauna invertebrada do PNOST e da ilha de S. Tomé, são mais necessários do que
para qualquer outro grupo animal ou vegetal, de modo a haver maior conhecimento sobre a sua
ocorrência e comportamento.
Em 1995, Gascogine preparou uma Lista Vermelha de espécies animais ameaçadas de São Tomé
e Príncipe. A mesma consta de quatro espécies/subespécies de Lepidopteros presentes em São
Tomé que já devem estar “Extintas”, mas não se tem a certeza: Epamera bellina maris e Charaxes
defulvata; “Ameaçadas”: Graphium leonidas thomasius; “Vulneráveis”: Coeliades bocagii. Na área da
Praia das Conchas, encontram-se Graphium leonidas thomasius e Coelides bocagii (Oliveira, 2002).
A borboleta endémica do género Defulvata que foi vista pela última vez em 1926 e é atualmente
considerada extinta, é normalmente citada de modo especial. Outras espécies de borboleta (não
ameaçadas) assinaladas são Dixeia piscicollis e Neptis eltringhami. Todas estas espécies estão sob
risco, devido a incêndios provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras
para cultivo como por fogos espontâneos na época seca. As abelhas do género Apis são melíferas
e jogam um papel muito importante na polinização, fecundação das plantas com flor, contribuindo,
consequentemente, para a conservação das áreas florestais. Também pertencem à fauna do PNOST
algumas espécies protegidas de “centopeias” como os Globanus diplopodas integer e Blobunus
marginescaber (Oliveira, 2002).
Moluscos
O búzio endémico gigante Archachatina bicarinata constitui-se na espécie mais representativa deste
grupo animal. Localmente designa-se por “búzio preto”, ou “búzio de terra”. É muito utilizado na
alimentação local pelas populações e goza de elevada apreciação. Os seus efetivos têm estado a
registar diminuição progressiva e a espécie está classificada na Lista Vermelha da IUCN (2008) com
o estatuto de “Vulnerável”. Para além desta espécie, Gascogine (1995), classificou na Lista
Vermelha de espécies animais ameaçadas de São Tomé e Príncipe, também a Thyrophorella
thomensis (“Em Perigo”). Entre os outros moluscos terrestres e de água doce é também de se
destacar a presença de moluscos, tais como Bulinus forskalii e Neritina afra (caramuso).
Destacam-se na tabela seguinte alguns dos animais mencionados pela população como observados
recentemente nas imediações da EN1.
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Espécie Nome Vulgar Fotografia
Ucides cordatus Caranguejo
Columber Constrictor Pequenas serpentes
Cercopithecus mona Macacos
Falcão peregrino Falcão
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Pseudalopex vetulus Raposa do Campo
(Lagaia)
Ardea alba Garças
O PARQUE NATURAL OBÔ DE SÃO TOMÉ
O parque Natural Obô de São Tomé, abrange 3 áreas geograficamente distintas de Conservação e
a EN1 passa pela zona de Proteção Parcial do Tipo II, conforme se consta na figura Figura 3.1.
Figura 4.1 - mapa do Parque Natural do Obô de São Tomé
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A Zona de Proteção Parcial do Tipo II abrange a Zona Ecológica da Praia das Conchas/Lagoa Azul,
e incide sobre formações vegetais dos vales aluvionares, savana arbórea e herbácea, e uma zona
de mangal/paul, na foz da ribeira de Água Castelo, rica em avifauna, mas com um relevante papel a
desempenhar em termos de Educação Ambiental, para além do seu valor em termos de visitação e
estância balnear.
Zona de exploração Controlada
Categoria Características Atividades permitidas
Zona de Proteção
Parcial de
Tipo II
Alguns dos ecossistemas que foram ou
atualmente são utilizados pelas
comunidades em atividades conflituantes
com a defesa da Biodiversidade, mas cuja
recuperação é fundamental para os objetivos
de gestão das Áreas mais importantes do
Parque.
• Aproveitamento controlado de
espécies medicinais
• Animação Ambiental, excursionismo
com guias credenciados ou
autorizados pelo Parque
• Construção de pequenas estruturas
de apoio à visitação
Trata-se de zona de clima de semiárido, ou árido, com precipitações inferiores aos 700mm/ano,
atingindo mesmo aos 500mm/ano e uma temperatura média que ronda os 26°C. Os recursos hídricos
são relativamente escassos, existindo apenas algumas linhas de água. Os solos são de terras
escuras ou negras, de camada arável pouco rico, por vezes com afloramentos pedregosos e de
subsolo compacto. As espécies arbóreas e arbustivas que concorrem na caracterização desta
formação como: Adansonia digitata (micondó), Borassus aethiopum (ulua), Erythroxyllum
emariginatumo (libo), Psidium guajava (guéva), Tamarindus indica (tamanha), Vernonia amygdalina
(mucambú), Ximenia americana (limonplé) e Ziziphus abissinica (zimbrão) (Oliveira, 2002). A
vegetação herbácea é dominada por Heteropogon contortus, Panicum maximum e Rottboellia
exaltata, mas o panorama florístico contempla também espécies botânicas que fazem parte de
agrupamentos halófilos de Avicennia germinans e Rhizophora racemosa. Nas zonas em que o grau
de salinidade é menos acentuado, encontram-se Dalbergia ecastaphyllum, Erythroxyllum
emarginatum e Hibiscus tiliaceus (Oliveira, 2002).
De fácil acesso, pode albergar percursos interpretativos e ações de educação ambiental. É um
território facilmente valorizável para a prática de observação de pássaros, e desenvolvimento de
áreas de negócio associadas. Pela sua proximidade à cidade capital, torna-se um destino facilitado
para o ecoturismo.
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O seu perímetro não corresponde a aspetos geomorfológicos ou estruturas físicas no terreno, pelo
que a sua vigilância e fiscalização não se encontram garantidas. Corresponde a uma área com forte
procura (para a realidade nacional) para segunda habitação ou turismo de habitação, do segmento
superior. O turismo de praia ou a frequência balnear pelos habitantes da cidade de São Tomé
representam uma carga humana que, sem controlo ou consciencialização dos valores a proteger,
irão contribuir para a degradação deste núcleo do Parque Natural.
Alguns investimentos propostos para a área tais como a construção de um porto de águas profundas
na zona do Morro Carregado, o estabelecimento da Zona Franca na área da Praia das Conchas, e
construção dum grande complexo turístico entre Lagoa Azul e Praia das Conchas ocuparia uma parte
consistente de vegetação de savana e das reminiscências de floresta seca de São Tomé. A zona da
Praia das Conchas constitui o único resto da vegetação original que cobria o norte do País e ela
estende-se até às Praias das Plancas. A instalação da Zona Franca na referida área, originaria a
destruição total dessa floresta e com ela o desaparecimento das espécies endémicas presentes. A
importância da área é ainda maior se se consideram os corais da Lagoa Azul. Esse ecossistema
alberga no seu seio espécies de grande importância científica, algumas das quais se encontram
ameaçadas. Embora os recifes não sejam incluídos no interior do PNOST, são um recurso em termos
de biodiversidade para que se deve ter o máximo cuidado na sua conservação. Este investimento
misto de empresas são-tomenses e sul-africanas poderá trazer consequências ambientais
desastrosas se medidas adequadas para reduzir os seus impactos não forem tomadas. Apesar das
vantagens económicas que traria para o País o porto de águas profundas, o mesmo poderá trazer
como resultado a destruição total dos ecossistemas marinhos ao longo de toda a costa, através de
efeitos imediatos e nocivos do processo de construção, e a poluição marinha.
No que à Reabilitação da EN1 diz respeito, não se preveem impactos significativos permanentes na
área protegida, uma vez que o traçado manter-se-á igual ao existente. Os possíveis impactos durante
a fase de construção serão mitigados pelas medidas constantes do capítulo 9 - Identificação e
avaliação dos potenciais impactes ambientais e sociais e respetivas medidas de mitigação e de
potenciação.
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6 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL RECETOR
DISPOSIÇÕES GERAIS
Este subcapítulo trata da situação socioeconómica geral de STP e particularmente a da ilha de S.
Tomé e da área do projeto, com destaque para o regime de ocupação do solo e outros fatores que
podem ter peso na planificação, construção e funcionamento das obras das estradas e da orla
costeira a ser reabilitadas, incluindo com a eventual necessidade de reassentamento.
De destacar que as ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os
navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. A partir do século XV
até à sua independência em 12 de julho de 1975, STP foi colónia portuguesa
Os indicadores socioeconómicos apresentados nas secções seguintes são provenientes do
Frederick S. Pardee Center for International Futures. As projeções têm em consideração os dados
disponibilizados pelo Banco Mundial, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional, OCDE,
Nações Unidas, entre outros.
Atualmente, cerca de 96% da população do arquipélago de S. Tomé e Príncipe vive na ilha de
S. Tomé, o que deixa apenas menos de 4% a viver na ilha do Príncipe e de S. Tomé ser a
principal área de concentração de atividades humanas, com todas as consequências benéficas e
menos benéficas que disso advêm.
As principais indústrias e setores de ocupação da mão-de-obra são constituídos pela agricultura
dominada pelo cacau, coco, café e baunilha e pela indústria propriamente dita com as principais
áreas de ocupação a serem constituídas por construção ligeira, têxteis, processamento de peixe,
madeiras, fabrico de sabões e de bebidas, principalmente cerveja. Com esta última a ocorrer em
Neves, capital do Distrito de Lembá e é única fábrica de cerveja que o país possui.
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DEMOGRAFIA
6.2.1 POPULAÇÃO
Segundo as projeções e estudos consultados, estima-se que no final de 2018 a população total atinja
os 211.000 habitantes no arquipélago, sendo que cerca de 202.500 (±96%) habitantes vivem na Ilha
de S. Tomé e 8.500 (±4%) na Ilha do Príncipe.
Em termos de género, a população feminina encontra-se mais representada, atingindo os 50.5%,
enquanto que a população masculina representa 49,5%. Segundo os dados disponibilizados pelo
Instituto Nacional de Estatística da RDSTP, é expectável que esta proporção de género se mantenha
estável durante todo o horizonte de projeto.
Figura 6.1 - Pirâmide etária segregada por género (2017)
População por faixa etária:
0 – 4 anos: 15,1%
5 – 14 anos: 27,0%
15 – 24 anos: 19,5%
25 – 49 anos: 28,5%
50 – 64 anos: 6,5%
+ 65 anos: 3,4%
A distribuição por faixa etária e por género indica que nascem mais bebés do género masculino do
que feminino ( razão do sexo de 98,9), encontrando-se estes em maior número até à faixa etária dos
20 – 24 anos, sendo que até aos 45- 49 anos a proporção dos géneros masculino e feminino se
encontram sensivelmente em igualdade, e a partir dos 50 anos o género feminino encontra-se em
maior número.
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A idade média da população é de 20 anos, e espera-se que o final do horizonte de projeto seja de
27 anos.
A população de São Tomé e Príncipe apresenta uma taxa de crescimento constante, e as projeções
seguem a mesma tendência, variando anualmente entre os 1,9% (2036, 2038) e 2,8% (2020), Figura
6.2.
Figura 6.2 – Registos e projeções – População total [hab.]
6.2.2 ESTATÍSTICAS VITAIS E MORTALIDADE
As taxas de natalidade e mortalidade em 2018 são de 33,5‰ e 6,4‰, respetivamente, esperando-
se que no horizonte de projeto atinjam 24,4‰ e 4,8‰. Desta forma, a manter-se as taxas atuais a
população duplicaria em 34,6 anos, e se forem tidas em consideração as projeções para 2038, a
população duplicará a cada 38,0 anos. É importante referir que enquanto a taxa de natalidade se
aproxima da média do continente africano, a taxa de mortalidade é bastante inferior.
A esperança média de vida total em 2018 situa-se nos 67,7 anos, sendo a esperança média de vida
feminina 70,8 anos e masculina 64,5 anos. No horizonte de projeto, em 2038, espera-se que se
atinjam os 75,1 anos, 78,3 anos e 72,0 anos para a esperança média de vida total, feminina e
masculina, respetivamente. A esperança média de vida total é superior em cerca de 7% à verificada
no continente africano.
2018; 211000
2028; 270000
2038; 332571
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035
Hab
itan
tes
1980 - 2018 Projeção 2019-2028 Projeção 2029-2038
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As taxas de mortalidade infantil e juvenil têm atualmente valores muito elevados, 32,5‰ e 40,4‰,
respetivamente. Com a melhoria das condições de vida, e essencialmente devido a melhorias no
sistema de saúde, espera-se que estes valores diminuam de forma significativa e em 2038 sejam de
15,1‰ e 17,4‰. Embora sejam valores considerados elevados, encontram-se abaixo do restante
continente africano.
Em termos de fecundidade, em 2018, a média é de 4,3 filhos por mulher, sendo expectável que em
2038 seja de 3,0, valores ligeiramente abaixo da referência africana.
6.2.3 DENSIDADE POPULACIONAL E GRAU DE URBANISMO
A densidade populacional do arquipélago, acima de 156 habitantes por km², é já relativamente
elevada quando comparada com os padrões da África Subsaariana e isso é principalmente
determinado pelo que se passa na ilha de S. Tomé. O conjunto da população cresce a uma taxa de
cerca de 1.84%, o que, por sua vez, é relativamente baixo quando comparado com o resto de África.
O grau de urbanização da população é igualmente relativamente elevado ao se situar em cerca de
65%, apesar de isso de traduzir em concentrações de populações em pequenas áreas urbanas e
sobretudo desenvolvidos na horizontal (existem poucos edifícios em altura em S. Tomé). A exceção
prende-se com a capital S. Tomé, caracterizada por ter uma pequena área urbana consolidada
(centro) e outra disposta de forma relativamente dispersa e misturando várias atividades económicas
ao longo do distrito de Água Grande. Já Guadalupe assemelha-se mais à segunda área de S. Tome,
e Neves é uma combinação de pequenas áreas consolidadas e muitas com habitações mais
precárias, mas com elevada densidade. A migração das zonas rurais foi fortemente fomentada pela
desarticulação da indústria do cacau logo após a independência.
A crescente urbanização significa, entre outros, maiores necessidades de transporte, energia e
pressão sobre os recursos naturais. O uso de combustível lenhoso e da madeira para energia e para
a habitação são notáveis, o que representa uma significativa ameaça à sustentabilidade das florestas
sobretudo quando, como frequentemente parece acontecer, a sua exploração nem sempre é
regulada e raras vezes segue diretrizes sobre boas práticas.
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INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO
O acesso a água potável é de cerca de 90% e nas áreas urbanas, em particular, a situar-se perto
dos 99%, o que é igualmente de nível consideravelmente elevado quando comparado com os
padrões da África Subsaariana. Já as coberturas de saneamento (com base em serviços
melhorados) são baixas, situadas numa média de 35% para o conjunto da população e em cerca de
41% para os meios urbanos. A restante população utiliza serviços não recomendados. As
deficiências nos serviços de saneamento do meio são igualmente visíveis e sensíveis nos centros
urbanos em S. Tomé sob a forma de concentrações de resíduos sólidos urbanos não recolhidos
de forma regular e que se espalham desordenadamente nos espaços, fecalismo a céu aberto
sobretudo nas praias que circundam as cidades à beira-mar e outras práticas nocivas que se
traduzem em maus cheiros, proliferação de vetores, etc.
EDUCAÇÃO
No setor de educação, o ensino está dividido em educação escolar e educação extraescolar. A
educação escolar compreende o ciclo básico, o secundário e o superior e integra modalidades
especiais. A educação extraescolar compreende o ciclo de alfabetização, iniciação, reconversão e
aperfeiçoamento profissional, advindas de iniciativas formais ou informais.
Organização do sistema educativo são-tomense:
• Ciclo infantil, dos 3 aos 5 anos
• Primário - 1ª à 4ª classe
• Básico - 5ª e 6ª classe
• Secundário - 7º ao 10º ano
• Pré-universitário - 11º ano e 12º ano
• Universitário (há apenas 1 universidade no país)
O ensino é obrigatório até à 6ª classe, encontrando-se em fase de aprovação a extensão desta
obrigatoriedade até ao 9º ano. Esta medida tem encontrado alguns contratempos na sua aplicação
porque a número de escolas secundárias é muito reduzido e encontram-se localizadas nos centros
urbanos de maior dimensão, mas espera-se que seja implementada ainda em 2018.
A taxa de analfabetismo atinge cerca de 6,3% da população adulta (com mais de 15 anos), tendo
vindo esta taxa a diminuir significativamente nos últimos anos, resultado das políticas de educação
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implementadas. Comparativamente com o restante continente africano, em que cerca de 32% dos
adultos são analfabetos, a RDSTP apresenta resultados muito favoráveis ao desenvolvimento.
Relativamente ao ensino primário, 92,7% das crianças em idade adequada frequentam a escola. A
percentagem de adultos que frequentou e concluiu o ensino primário situa-se, atualmente, nos
67,7%, diminuindo significativamente estes valores quando analisada a frequência e conclusão do
ensino secundário (28,2%). A média para o continente africano para a frequência do ensino primário,
percentagem de adultos que concluíram o ensino primário e secundário é de, respetivamente, 71,2%;
67,75%; e 22,1%, tendo a RDSTP resultados mais favoráveis no que à Educação diz respeito.
A situação inverte-se quando se analisa a taxa de adultos que frequentou e concluiu o ensino
superior, estando esta nos 2,1%, enquanto que no continente africano se atingem os 3,2%. Esta
situação poder-se-á dever ao facto de apenas existir uma Universidade no país, localizada na capital.
Um dos fatores que influencia a variação do volume de tráfego na EN1, como referido nos Estudos
de Tráfego, está relacionado com a procura de serviços no que diz respeito, em parte, à educação.
Como tal, e dada a inexistência de escolas de ensino secundário (10 º - 12º classes) em Guadalupe
e em Neves, a população que aqui reside vê-se obrigada a deslocar-se até à capital, São Tomé para
ter acesso às mesmas.
Destaca-se construção do Liceu de Conde, junto da EN1, com capacidade para acolher turmas até
ao 12º ano e que vai servir aos alunos de toda a zona norte da ilha de S. Tomé. Espera-se que entre
em funcionamento no ano letivo 2018/2019, e tem como objetivo a redução de número de alunos por
turma, bem como o descongestionamento do Liceu nacional na capital de São-Tomé, como forma
de se melhorar a qualidade de ensino no País. É expectável que a entrada em funcionamento do
Liceu conduza a um aumento significativo de tráfego na EN1, nas imediações de Conde.
SAÚDE
A saúde em São Tomé e Príncipe enfrenta sérios problemas de natureza estrutural, agravados por
um contexto de pobreza generalizada, carência de estruturas básicas de saneamento e água potável.
O mesmo sistema replica ao seu nível e nas diversas instâncias a carência de recursos humanos
com competências de gestão, as deficiências de governabilidade política, que determina a mudança
frequente dos governos e ministros, e acaba por agravar a situação, impossibilitando a constituição
de um património de memória do sistema que impeça a repetição de erros.
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A nível distrital o sistema de saúde em São Tomé e Príncipe está organizado em três tipos de unidade
de cuidados distintas: Centros de Saúde, Postos de Saúde e Postos de Saúde Comunitários.
Os Centros de Saúde constituem a estrutura fundamental do sistema de saúde e estão localizados
na sede dos distritos. Estão vocacionados para prestar cuidados integrados de atenção primária e
dispõem de equipas de saúde constituídas por um médico clínico geral, um enfermeiro, um técnico
de farmácia, um técnico de epidemiologia, um técnico social e pessoal auxiliar.
Os Postos de Saúde são definidos na Política Nacional de Saúde como instituições de saúde do
nível de atenção primária, considerados extensões dos centros de saúde, dotados de uma equipa
residente com, obrigatoriamente, um enfermeiro geral com responsabilidade para atender uma
determinada população, quer pela equipa residente quer pela equipa do centro de saúde que ai se
desloca com a periodicidade necessária e regular, em função das exigências.
Os Postos de saúde Comunitários, têm como vocação servir aglomerados até 1000 habitantes. As
suas funções são as de atendimento e triagem de situações agudas, realização de curativos,
aconselhamento e prevenção, nomeadamente em relação aos doentes crónicos, á vacinação,
educação nutricional e sanitária e saúde reprodutiva. Previa-se ainda a sua ligação às parteiras
tradicionais e a socorristas, dado a fragilidade da formação e competências nestas áreas do único
técnico de saúde que assegurava o funcionamento destas unidades. Estes postos têm vindo a ficar
inoperacionais ou desertos por falta desses técnicos.
São Tomé e Príncipe dispõe de uma estrutura de Serviço Nacional de Saúde que teoricamente cobre
todo o território nacional, como se referiu. Contudo, a maior parte das suas unidades funciona em
condições muito precárias, devido á má qualidade das instalações, falta de equipamentos essenciais
e de medicamentos, carência de recursos humanos com as competências essenciais ao
desempenho das suas funções. Com Hospital Central Postos de Saúde Centros de Saúde Postos
Comunitários de Saúde alguma frequência há jovens que emigram para obter formação no
estrangeiro, tendo-se verificado que muitos deles acabam por ficar no país da formação.
INDICADORES ECONÓMICOS
Apesar de ser umas das economias mais pequenas de África e do mundo, S. Tomé e Príncipe tem
estado a testemunhar taxas de crescimento do PIB anual médio favoráveis e constitui-se numa das
economias de crescimento um pouco acima da média em África e no mundo, com uma inflação
reduzida, graças a uma boa política de gestão macroeconómica, recuperação dos sectores
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tradicionais da sua economia como é o caso da produção e exportação do cacau, café, baunilha e
pimenta assim como exploração de novas áreas da economia tais como o turismo.
Houve um curto período em que se esteve a entreter a inclusão do petróleo como um dos motores
de desenvolvimento depois de ter havido descoberta de extensas reservas deste recurso, mas não
levou muito tempo para se entrar em incertezas quanto a essa aposta o que recolocou e recoloca os
sectores tradicionais da economia (agricultura, pescas e turismo) em posição de destaque.
A expansão e desenvolvimento do turismo, como uma das principais fontes de captação de divisas,
tem estado no centro das atenções, sendo que a atividade pesqueira continua a ser uma das
principais atividades económicas do país o que é também reforçado pela recuperação da agricultura
incluindo a produção do cacau. Os outros produtos agrários do país são coco/copra, palma, café,
diversas frutas (banana, papaia, etc.) e feijões sendo que na criação de animais se destacam as aves
e outros animais de pequeno porte (ovelhas, cabitos, porcos) e o gado bovino se apresenta pouco
expressivo.
6.6.1 PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA
A variação do PIB per capita, calculado com base na Paridade do Poder de Compra, reflete um
aumento estável na ordem dos 2% anuais nos últimos anos, com exceção dos anos de 2010 e 2014
em que o aumento face ao ano anterior foi de cerca de 4%.
O PIB per capita calculado com base da Paridade do Poder de Compra, tem comportamento irregular,
mas apresenta taxas de evolução positivas desde o ano 2000, prevendo-se crescimento entre os
1,8% (2023) a 3,6% (2019) para o período em análise.
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Tabela 6.1 – Evolução do PIB per Capita (PPC) para os horizontes de projeto
Ano PIB per capita (PPC)
2018 3.146$
2028 3.974$
2038 4.987$
O desenvolvimento socioeconómico é refletido não só a nível de educação, mas também ao nível
dos sectores da agricultura, de comércio/serviços e industrial, onde este último em particular
representa, para São Tomé e Príncipe, um fator de elevada importância.
Enquanto que São Tomé é a cidade capital, Neves pode ser considerada como a cidade industrial,
uma vez que é nesta onde se encontra a fábrica de produção de cerveja, bem como os reservatórios
de combustível.
Neste tópico, importa referir que o processo de produção de energia elétrica em São Tomé e Príncipe
é essencialmente realizado através de geradores que necessitam de gasóleo para o seu
funcionamento, gasóleo esse que se encontra armazenado em reservatórios, em Neves. Por
consequência, a localização destas instalações origina um volume de tráfego de veículos pesados
entre São Tomé e Neves. Apesar de, em termos de volume de tráfego diário, não representar uma
parcela significativa quando comparado a volumes de tráfego entre Guadalupe e São Tomé, Neves
representa um ponto vital em termos industriais e económicos para o país.
A desagregação do PIB por categorias demonstra uma estabilidade recorrente, tendo a produção
devida à indústria vindo a diminuir ligeiramente (17,4%), a devida à agricultura tem-se mantido
2018; 3146
2028; 3974
2038; 4987
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035
PIB
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cap
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(PP
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estável (12,1%) e a ligada aos serviços tem vindo a aumentar de forma muito ligeira (rondando os
70,5%).
6.6.2 EMPREGO
Ao nível do emprego, a divisão da população ativa pelos setores principais de atividade ocorre da
seguinte forma:
• agricultura (19%)
• indústria (16%)
• serviços (65%)
O nível de desemprego está oficialmente calculado em 14% havendo uma força laboral que conta
com cerca de 65,000 pessoas. Mais de 63% da população de S. Tomé e Príncipe tem entre 0 e 24
anos de idade, o que é revelador de muita juventude e de necessidades de crescimento e sobretudo
de emprego significativas. Além daqueles que não possuem meios de subsistência regulares,
destacam-se neste campo os casos das vendedoras ambulantes, pescadores, carvoeiros, entre
outros, que exercem as suas profissões sem pagar impostos.
LOCALIDADES SERVIDAS PELA EN1
O diagnóstico socioeconómico das localidades atravessadas pela EN1 tem por objetivo descrever as
características d os aspetos associados às questões económicas e socioambientais presentes na
área de influência do projeto da Estrada Nacional n.º 1.
O troço da EN1, entre a cidade de São Tomé e a cidade de Neves, atravessa diversos centros
urbanos, com especial incidência para o primeiro troço da estrada entre o PK0+000 (São Tomé) e o
PK13+275 (Guadalupe), ao qual corresponde uma área urbana de cerca de 53% da sua extensão.
Enquanto que no segundo troço esta relação corresponde apenas a 12% em termos de extensão
urbana.
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No primeiro troço a EN1 atravessa as seguintes localidades:
Secção 1 Secção 2
• São Tomé
• Santo Amaro
• Ilhéu
• Conde
• Guadalupe
• Ribeira Funda
• Neves
Qualquer das localidades atravessadas pela EN1 dispõe de água potável (exceto Ribeira Funda) e
energia elétrica. Apesar da disponibilidade de água potável esta não chega à maioria das habitações.
A população é obrigada a deslocar-se aos chafarizes públicos existentes em diversos pontos das
localidades. Existem também diversas lavandarias onde a população pode lavar a roupa.
Nenhuma das localidades dispõe de saneamento básico, não existe um sistema de recolha de água
residuais domésticas, e a recolha de resíduos sólidos urbanos é praticamente inexistente ou
deficiente.
Destacam-se de igual modo outras localidades, que apesar de não se encontrarem na área de
abrangência direta da EN1, utilizam esta via como único acesso á cidade de São Tomé,
nomeadamente Gongá, Ferreira Governo, Quinta Verde, Bela Vista, Bateló, Água Casada, Micoló,
Gleba, Canavial, Agostinho Neto, Santa Luzia, Morro Peixe, Praia das Conchas Roça e Praia das
Conchas Praia, assim como Plancas I e Plancas II, representando estas localidades um universo
significativo de habitantes.
À exceção da cidade capital – São Tomé – as restantes localidades atravessadas ou servidas pela
EN1 são caraterizadas por um baixo nível de serviços.
Tendo em conta a localização da EN1, as características orográficas de São Tomé e Príncipe e a
escassez de estradas com boas condições de circulação, considera-se que a melhoria das condições
da via aumentará o número de utilizadores da mesma e aproximará as populações com baixo nível
de serviços dos meios urbanos de maiores dimensões. É expectável que os fluxos migratórios se
tornem mais significativos devido à facilidade de deslocação.
A melhoria das condições rodoviárias permitirá, em primeira instância, uma redução dos tempos de
deslocação, um aumento no conforto da viagem, o que potencializará uma descentralização do
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aglomerado urbano da cidade de são Tomé, e uma dispersão da população pelas diversas
localidades ao longo do troço, fatores estes quantificáveis apenas de forma qualitativa.
Analisando a organização administrativa por distritos, é visível na Figura 3.3 que os distritos de Água
Grande, Lobata e Lembá são os maiores potenciadores do tráfego na EN1. Tendo em consideração
a malha viária existente e as vias rodoviárias alternativas, estima-se que 20% dos habitantes de Água
Grande, 80% dos habitantes de Lobata e 100% dos habitantes de Lembá possam vir a ser
utilizadores frequentes da EN1. Estas contribuições foram estimadas considerando o seguinte:
• O distrito de Água Grande é caracterizado por um elevado número de serviços à disposição
dos habitantes, além de uma malha viária densa, pelo que não é expectável que a maioria da
população recorra frequentemente à EN1;
• Existem alguns aglomerados populacionais no distrito de Lobata que são caracterizados por
um nível de serviços intermédio, mas a malha viária é pouco densa, tendo os habitantes que
recorrer frequentemente à EN1 para chegar a essas localidades, ou para se deslocarem à
capital;
• A malha viária no distrito de Lembá é muito escassa, e praticamente todas as estradas de
menor importância convergem na EN1. Desta forma, considera-se que a totalidade dos
habitantes deste distrito recorrerá com frequência à EN1.
Desta forma, estima-se que em 2028 o número de habitantes que recorrerá com alguma frequência
à EN1 será de cerca de 44.000 pessoas, podendo atingir cerca de 56.000 em 2038.
Nas secções seguintes faz-se uma síntese dos serviços e infraestruturas existentes nas localidades
atravessadas pela EN1.
6.7.1 SANTO AMARO
A oferta de serviços públicos nesta localidade está limitada em termos de Saúde a um posto
de atendimento com um horário limitado das 07h00 às 18h00. Não dispõe de um quadro
médico permanente nem diário, sendo o atendimento feito apenas 3 vezes por semana. Este
posto médico tem capacidade apenas para pequenos tratamentos primários, não dispõe de
quartos para internamento.
O transporte de doentes é feito através da ambulância distrital, sediada na capital do distrito.
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Esta infraestrutura apresenta algumas carências ao nível das suas condições funcionamento,
nomeadamente no que se refere á manutenção do edifício.
A nível de Educação, esta localidade está limitada ao 1.º ciclo do ensino básico (4.º ano),
sendo que após este ano de escolaridade os alunos são obrigados a frequentar a escola de
Desejada ou São Tomé. Não existem infraestruturas escolares ao nível do ensino pré-escolar.
A infraestrutura escolar existente apresenta-se em relativo bom estado de conservação.
A estrutura comercial de Santo Amaro é caraterizada de uma forma geral por atividades
relacionados com serviço de transportes (táxis e moto-táxis), construção civil, pequeno
comercio, agricultura, produção de carvão, empregos ligados à função publica, entre outros.
6.7.2 ILHÉU
A localidade de Ilhéu não dispõe de qualquer tipo de serviços públicos para a população. As
atividades comerciais estão maioritariamente ligadas à alimentação e bebidas, através de
pequenos estabelecimentos e bancas de venda de produtos alimentares de forma familiar,
produtos estes resultantes de pequenas plantações produções nos seus quintais.
6.7.3 CONDE
Em termos de serviços públicos de Saúde, esta localidade dispõe de um pequeno posto de
saúde com atendimento médico limitados a 2 vezes por semana. Este posto só tem condições
para fornecer serviços menores de assistência médica. O transporte de doentes tem que ser
feito através de ambulância sediada em Guadalupe, capital de distrito.
Ao nível de infraestruturas, o edifício apresenta-se num estado de conservação debilitado,
carecendo de intervenção a diversos níveis.
Conde dispõe a nível de Educação de estabelecimentos de ensino até ao 1.º Ciclo do Ensino
Secundário, apenas até ao 7.º ano. Os anos letivos seguintes são lecionados em Guadalupe.
Encontra-se em curso a construção de um estabelecimento escolar, localizado entre Conde
e Guadalupe, o qual irá receber os alunos destas localidades ao nível do ensino secundário.
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Esta escola localiza-se ao PK10+200 da EN1, distando cerca de 2kms dos centros de cada
uma destas localidades. A Estrada Nacional n.º 1, a partir de Outubro do presente ano,
registará um aumento de tráfego pedonal dado ao aumento de afluência da população
escolar.
Os atuais edifícios escolares não oferecem condições aos alunos quer em termos de
qualidade das instalações, quer em termos dimensão das mesmas face às necessidades. As
turmas têm de um modo geral mais de 40 alunos, os quais têm que partilhar as mesas e
cadeiras uma vez que não existem em quantidade suficiente para as necessidades.
As condições higieno-sanitárias são uma preocupação acrescida dada as condições precárias
em que os edifícios se encontram.
Estas escolas recebem muitos alunos carenciados e vários com problemas de saúde. O
abandono escolar é outro dos fatores marcantes desta localidade, associado à falta de
condições da escola, à necessidade de deslocação e falta de transportes para outras e
escolas, e diversos casos de raparigas que abandonam os estudos devido a gravidezes
precoces.
A nível económico e comercial a população de Conde centra a sua atividade em áreas
relacionadas com o serviço de transportes (táxis e moto-táxis), construção civil, pequeno
comercio, agricultura, produção de carvão, empregos ligados à função publica, entre outros.
Existe um mercado o qual não é utilizado, encontrando-se abandonado.
Destaca-se a existência na localidade de Conde e confinada com a EN1 de uma árvore de
grande porte e imponência, denominada árvore de Ocá (Ceiba pentandra/Bombax
pentandrum L.), que segundo a população local terá mais de 100 anos de vida. Esta árvore
é um ponto de atração turística e considerada pela população como valor patrimonial.
6.7.4 CIDADE DE GUADALUPE
A cidade de Guadalupe, como capital do distrito de Lobata dispõe de melhores condições ao
nível de serviços, quando comparadas com as anteriores localidades, nomeadamente um
centro de saúde, ensino escolar desde a ensino pré-escolar ao secundário, delegação de
educação, comissão eleitoral, centro de polícia distrital.
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A nível de Saúde, a cidade de Guadalupe conta com um Centro de Saúde com um serviço
de atendimento permanente, com valências tais como pediatria, maternidade e serviços de
urgência. Possui igualmente capacidade para internamento de doentes. Casos mais graves
de saúde são transportados através da ambulância distrital, sediada em Guadalupe, para o
Hospital central Dr. Aires de Menezes localizado em São Tomé.
A infraestrutura apresenta-se em relativo bom estado de conservação.
As infraestruturas disponíveis relativamente à Educação abrangem desde o pré-ensino ao
ensino secundário, atualmente até ao 11.º ano de escolaridade. Para a frequência do 12.º
ano, os alunos eram obrigados a deslocar-se para são Tomé ou Trindade.
A partir do próximo ano letivo (2018/2019), com a construção da escola secundária na zona
de Canavial, estes alunos passarão a frequentar esta escola.
As atuais infraestruturas escolares apresentam-se em relativo bom estado de conservação.
A atividade comercial de Guadalupe é semelhante à das registadas nas localidades
anteriores, associada ao serviço de táxis, pequeno comercio ao nível da alimentação
principalmente (venda de produtos agrícolas, refeições e bebidas), entre outros pequenos
negócios (carpintarias, cabeleireiros, reparação de pneus, etc..). Guadalupe dispõe de um
mercado em funcionamento, destinado essencialmente à venda de produtos agrícolas e
frutas, a venda de peixe é feita preferencialmente no passeio em frente ao mercado.
6.7.5 RIBEIRA FUNDA
À semelhança de Ilhéu, nesta localidade não existem quaisquer infraestruturas de apoio à
população.
6.7.6 CIDADE DE NEVES
A cidade de Neves apresenta caraterísticas ligeiramente diferentes das anteriores por ser
considerada como a cidade industrial do país. Esta denominação resulta do facto de ser em
Neves que se localizam os reservatórios de combustível que abastecem todo o país, quer a
nível de transportes, quer a nível de produção de energia elétrica uma vez que praticamente
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toda a produção elétrica é feita através de derivados do petróleo. É também em Neves que
se localiza uma das principais unidades industriais do país, a fabrica de cerveja Rosema.
À semelhança de Guadalupe, esta cidade é também capital de distrito – Lembá –
apresentando um número mínimo de infraestruturas de apoio tais como um centro de saúde,
ensino desde o pré-escolar até ao secundário, delegação de educação, comissão eleitoral,
centro de polícia distrital e tribunal distrital.
O centro de saúde oferece um serviço permanente de atendimento, com valências também
na área de pediatria, maternidade e urgências, além de serviço de internamento. De qualquer
modo, situações mais graves obrigam ao transporte dos doentes para o hospital central em
São Tomé, com acesso apenas através da EN1. Este transporte é feito pela ambulância
destacada ao distrito e sediada em Neves.
Ao nível da Educação as infraestruturas existentes abrangem desde o pré-ensino ao ensino
secundário, atualmente até ao 10.º ano de escolaridade. Para a frequência após o 10.º ano,
os alunos eram obrigados a deslocar-se para são Tomé ou Trindade.
Regista-se nesta localidade um elevado número de abandono escolar, relacionado com as
condições escolares, obrigatoriedade de grandes deslocações para frequência das aulas a
partir do 11.º ano de escolaridade, dificuldades financeiras familiares, bem como elevados
casos de gravidezes precoces.
Relativamente às atividades económicas e comerciais em Neves, além do tipo de atividades
semelhantes às anteriores localidades, há a registar os dois grandes polos industriais (fabrica
de cerveja e armazenamento de combustíveis), e principalmente a atividade piscatória desta
comunidade.
Os dois mercados existentes de um modo geral não funcionam, as vendedoras optam
preferencialmente por vender os seus produtos fora destes espaços, alegando maior
facilidade na venda dos produtos.
PONTOS ATRATIVOS E LOCAIS DE INTERESSE AO LONGO DA EN1
Ao longo do traçado da EN1 há que destacar os principais pontos atrativos, quer ao nível de
indústria como comércio:
- Areeiro de Fernão Dias;
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- Pontos de recolha de cacau (Ilhéu e Conde)
- Praia do Governador;
- Praia do Tamarindos;
- Praia de Morro Peixe;
- Roça Agostinho Neto;
- Praia 15, Plancas e Ribeira Palma – pescadores;
- Lagoa Azul;
- Pedreira Samulin, Lda
- Fabrica de cerveja Rosema;
- Depósitos de combustível – ENCO;
Além de outros projetos em curso tais como:
- Porto de águas profundas em Fernão Dias;
- Depósitos de combustível em Esprainha;
- Ligação entre o aeroporto e São Tomé através de Santo Amaro;
QUESTÕES DE GÉNERO
Igualdade de género
As questões de género recebem, com frequência, destaque nos documentos políticos que são
preparados e circulados no país, desde a independência nacional. Porém, nota-se que as
correspondentes medidas políticas concretas se apresentam ainda raras.
Formalmente a legislação em vigor no país promove a igualdade de direitos entre homens e
mulheres, o que se estende aos direitos de propriedade, reconhecimento judicial, casamento e
acesso a atividades e oportunidades económicas. Contudo, na prática, as normas sociais
discriminatórias baseadas na identidade de género ainda prevalecem e continua a ser necessário
trabalhar-se para reduzir ainda mais as disparidades de género, especialmente no que diz respeito
à capacitação económica das mulheres e acesso ao mercado de trabalho.
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Violência
Num país com baixo índice de violência urbana e criminalidade, é no âmbito doméstico que ocorre a
maior parte das agressões, sendo a mulher a sua principal vítima. Estudos recentes apontam para
que 30% das mulheres sejam vítimas frequentes de violência doméstica por parte dos maridos ou
companheiros. As estatísticas são escassas, muitas mulheres ainda não se queixam, por medo, ou
por acreditar ser normal visto que a mãe, a sogra, sofriam do mesmo problema”
Para o contexto de São Tomé e Príncipe convém ainda frisar que socialmente, em alguns casos,
existe como que aceitação cultural e aprovação da violência entre o marido e a mulher. Muitas vezes
a violência doméstica acaba por ser um reflexo de padrões de comportamentos vivenciados. Muitos
dos maridos que perpetram violência doméstica contra as mulheres, fazem-no porque viveram a
mesma situação quando eram crianças. O governo são-tomense, sensível ao crescendo da violência
domestica no país, criou a Lei 11/2008 de 29 de Outubro, transformando a violência doméstica num
crime público, como forma de contornar os maus hábitos costumeiros e tradicionais que existiam de
encarar este assunto como sendo de foro íntimo da relação familiar e doméstica, onde o Estado e os
terceiros fora da relação familiar ou doméstica não tinham que se meter.
Educação
Na educação e na governação estão a ocorrer desenvolvimentos mais promissores, na medida em
que o país está perto de alcançar a paridade de género no ensino primário e a representação das
mulheres no Parlamento tem estado a crescer. A taxa de analfabetismo das mulheres é de 15%
enquanto que as dos homens é de 5,1%, cerca de um terço. A diferença de género é diminuta no
ensino básico, mas alarga-se no secundário e superior, muito por causa da gravidez na adolescência,
que ainda é de 11%.
Emprego
De acordo com o Recenseamento Nacional da População e Habitação de 2012, o desemprego das
mulheres é duas vezes superior ao dos homens (19,7 e 9,3 por cento, respetivamente), e de uma
maneira geral as mulheres são as que mais trabalham em setores informais e/ou precários da
economia e sociedade.
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Por outro lado, os agregados familiares chefiados por mulheres solteiras têm rendimentos mais
baixos do que os que são chefiados por homens. Os censos de 2012 apontavam para 41,2% chefes
de família do sexo feminino, mais 9% do que em 2001. Isso terá que ver com a entrada das mulheres
no mercado de trabalho, com o aumento da escolaridade, a emancipação, mas também com a
tendência crescente de não-assunção de responsabilidades paternais.
O facto de não haver uma rede de creches e jardins de infância com suficiente cobertura para dar
resposta às necessidades da população, e o facto de o número de filhos por mulher ser elevado
(média 4,3 filhos por mulher) faz com as mulheres não consigam ter um emprego estável enquanto
têm filhos pequenos. Não será por acaso que quase metade das mulheres ativas faz trabalho
informal.
O uso do veículo dos Grupos de Interesse de Manutenção de Estradas (descritos em maior pormenor
na secção 6.10.1) para oferecer maiores oportunidades de emprego e obtenção de rendimentos,
ainda que seja de caráter sazonal, pode constituir-se numa contribuição significativa para um gradual
equilíbrio do género. Trata-se de um traço positivo do projeto que deve ser estimulado e na medida
do possível complementado por outras medidas durante a construção e funcionamento do projeto.
Tanto a FENAME e suas federações associadas e GIME têm estado a provar ser uma abordagem
válida na manutenção de estradas e outras infraestruturas relacionadas a baixo custo cujo
envolvimento no Setor dos Transportes se recomenda que seja perseguido. Esta poderá ser uma
das formas privilegiadas de contribuir para o aumento de oportunidades de geração de rendimentos
por parte das mulheres ao mesmo tempo que se baixam os custos do projeto nas fases de construção
e manutenção.
GRUPOS OU ASSOCIAÇÕES DE CIDADÃOS
6.10.1 GIME
Os Grupos de Interesse de Manutenção de Estradas (GIME) nasceram em 2005, no enquadramento
do projeto da União Europeia de apoio ao setor rodoviário em São Tomé e Príncipe. A totalidade dos
1 100 km de rede viária identificada está sujeita à manutenção corrente pelos GIME, sendo 859km
de estradas rurais e 233km de estradas com pavimento betuminoso.
Antes da intervenção da sociedade civil organizada em GIME, o sector rodoviário enfrentava diversos
problemas, nomeadamente com a manutenção corrente e periódica por falta de financiamento.
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No sector rodoviário, o Governo decidiu em 2005 adotar uma nova filosofia de intervenção,
priorizando a manutenção e a implicação da sociedade civil como um fator fundamental e decisivo.
Depois de uma experiência piloto, a ideia se estendeu por todo o país.
Os GIME surgiram de associações que integram residentes das zonas onde atuam. Cada um, tem
uma área de cobertura (território e estradas de competência) e funcionam na base de um
regulamento interno. Cada GIME tem um presidente ou gestor, um secretário, um tesoureiro, um
presidente fiscal, um vogal e brigadas; cada uma com um chefe e vários cantoneiros. Em função das
intervenções podem ser agregados operadores de máquina, trabalhadores especializados em
asfalto, macadame e calçada, bem como carpinteiros e pedreiros.
O seu trabalho incide essencialmente nas margens das estradas e faixas de rodagem: limpeza do
capim, construção e reparação dos sistemas de drenagem. Têm feito intervenções em pequenas
pontes e aplicado técnicas para a contenção da erosão. A ação dos GIME permitiu igualmente a
reabertura de estradas rurais que estiveram abandonadas durante vários anos.
Existem trinta e dois GIME em todo o território nacional (vinte e oito em São Tomé e quatro no
Príncipe) que prestam serviço. São cerca de 1700 pessoas envolvidas, representando 239
localidades que recebem um complemento para o seu rendimento. Numa boa parte dos casos, é a
primeira fonte de recursos. O programa tem contribuído para reduzir a pobreza.
Os resultados indiretos são também positivos, porque ajudou a romper o isolamento das
comunidades rurais, permitindo o acesso de produtos agrícolas adicionais aos mercados urbanos, o
surgimento de novos lotes de produção, o acesso aos serviços sociais básicos como escolas e
centros de saúde, de transportes ligeiros, assim como a multiplicação do pequeno comércio rural.
A EN1, entre São Tomé-Guadalupe- Neves, está subdivida por vários GIME, como se
espelha na Tabela 6.2.
Tabela 6.2 – GIME com atuação na EN1
Identificação GIME
Localidade Extensão
(km) Número de operacionais
Masc. Fem. Total
27 Cruzamento de São João a Roça
Ferreira Governo 3,00 22 20 42
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Identificação GIME
Localidade Extensão
(km) Número de operacionais
Masc. Fem. Total
1 Roça Ferreira Governo a Santo
Amaro 2,20 9 46 55
2 Santo Amaro a Ponte do Rio de
Ouro (Conde) 4,35 25 14 39
9 Ponte do Rio de Ouro (Conde) a
Linha Ferroviária (antes de
Guadalupe)
1,60 18 26 44
4 Praia das Conchas Roça a início
do Distrito de Lembá 7,85 22 13 35
5 Início do Distrito de Lembá a
entrada de Neves 4,90 28 11 39
Tendo em conta, a experiência acumulada na área, a empresa responsável pela fase de construção
deve subcontratar os serviços de GIME para realização de pequenas obras e todos os trabalhos que
se enquadrem nas suas competências.
Das 1310 pessoas envolvidas atualmente nas atividades dos GIME, cerca de 70% são mulheres,
correspondendo aproximadamente a 900.
O envolvimento das mulheres é uma das prioridades do projeto. É o segmento populacional mais
vulnerável em São Tomé e Príncipe. Uma grande parte delas é chefe de família e toda a
responsabilidade com a sobrevivência e a educação dos filhos recai sobre os seus ombros, porque
regra geral o progenitor está ausente. Em todo este contexto, a pobreza em São Tomé e Príncipe
tem igualmente rosto feminino. O rendimento face às responsabilidades com a família tem sido um
dos critérios para o recrutamento dos membros dos GIME.
Desde o surgimento dos GIME, o número de mulheres tem vindo a aumentar. Em contrapartida, não
são muitas que ocupam cargos de responsabilidade nas estruturas dos Grupos de Interesse para a
Manutenção das Estradas. De acordo com os dados estatísticos, 29,4% são chefes de brigada, 70
de 238 e antes da última remodelação dos GIME apenas duas ocupavam a função de gestoras.
6.10.2 PESCADORES
A pesca é a principal fonte de rendimento desta população. O peixe que é apanhado diariamente, é
vendido diretamente pelos Pescadores às palaiês (vendedoras), este é pago muitas vezes no dia
seguinte. Com o rendimento da pesca, os Pescadores sustentam a família dentro do possível.
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Destaca-se a comunidade de pescadores da Praia XV, situada no distrito de Lobata, a cerca de
1.5km de Guadalupe. Nela existe uma comunidade de cerca de 35 pescadores que pratica a pesca
artesanal. Os pescadores estão organizados numa pequena comissão que coordena as suas
atividades e defendem os interesses do grupo. O peixe capturado é vendido para as palaiês que
transportam para o mercado da capital São Tomé para ser vendido no mercado.
6.10.3 PALAIÊS
As palaiês são as vendedoras ambulantes (quase sempre mulheres) que compram os bens
diretamente aos produtores e pescadores e os vendem em diversos locais. É um mercado paralelo,
de subsistência.
As palaiês de peixe recolhem o pescado diretamente aos pescadores e a maior parte vai vender o
peixe noutras localidades do país, nomeadamente a pequenas empresas ou nos mercados de outros
distritos.
As palaiês de hortaliças, por norma, compram os seus produtos no Mercado de São Tomé, os quais
são posteriormente revendidos no mercado local e na rua. Relativamente às palaiês de banana, fruta-
pão, matabala, normalmente compram os seus produtos para revenda nos agricultores da região.
É muito frequente encontrá-las a pé a transportar os seus produtos, e a vendê-los na beira da estrada.
A falta de segurança rodoviária na EN1 representa graves perigos à sua segurança, sendo a falta de
visibilidade e de bermas os principais fatores de perigo.
6.10.4 CARVOEIROS DOS DISTRITOS DE LOBATA E LEMBÁ.
Infelizmente, nos últimos anos, a queima de carvão é feita de maneira desordenada, não respeitando
os equilíbrios entre o clima, vegetação e solo. Este fenómeno é particularmente evidente nalgumas
zonas do PNOST, sobretudo na área de Praia das Conchas. As grandes queimadas na costa norte
da ilha de São Tomé, fundamentalmente no Distrito de Lobata e parte do Distrito de Lembá, que
durante a gravana destroem componentes importantes dos habitats naturais da zona, estão
relacionadas, na sua maioria, com o processo de preparação do carvão. As queimadas, se efetuadas
sem controlo (área, época, localização), são também um fator de degradação dos habitats a proteger.
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Os carvoeiros destes dois distritos não são organizados, cada um se defende as suas causas
pessoais, exercendo esta atividade para atender as suas necessidades diárias.
As arvores mais utilizadas na exploração de carvão são: Pau flôr, Côlima e Viro. Alegam que as
outras árvores se encontram em locais mais distantes com pouco acesso e dificuldades para
transportar. Os carvoeiros reconhecem que a exploração tem sido intensa e as árvores estão a se
escassear. O produto das queimadas é vendido em sacos de 50Kg às palaiês, que depois revendem
no mercado de São Tomé e, também, aos hotéis, restaurantes e bares.
Todos carvoeiros inquiridos alegam que se tivessem outra alternativa de emprego, abandonariam
esta prática. Apresentaram como exemplo, a construção dos muros de proteção costeira (projeto
financiado pela EU) em que foram recrutados para a construção civil e abandonaram,
momentaneamente, a exploração do carvão.
Aconselha-se, por isso, que a entidade responsável pela realização das obras de reabilitação da EN1
recorra à contratação, sempre que possível, das populações nas imediações da obra.
6.10.5 VENDA DE CACAU NA VIA EN1
Ao longo do corredor da EN1, concretamente na zona de Conde, encontra-se uma comunidade de
pequenos agricultores de venda de cacau para empresa SATOCAU. Com o resultado da venda os
pequenos agricultores aumentam as suas receitas das famílias.
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7 CENÁRIOS DE INTERVENÇÃO PROPOSTOS
DISPOSIÇÕES GERAIS
O presente estudo foi desenvolvido tendo em consideração 4 cenários de análise. Essencialmente,
as diferenças entre cenários baseiam-se nos seguintes pontos:
• Perfil transversal tipo e locais de aplicação do mesmo;
• Correção do traçado (em planta e perfil longitudinal);
• Estrutura de pavimento;
• Tipo de intervenção a realizar nas pontes existentes;
• Tipo de intervenção a realizar nos muros existentes;
• Tipo de intervenção a realizar nos taludes.
CENÁRIOS DE INTERVENÇÃO
Sem prejuízo do exposto adiante, e de forma simplificada, os cenários de reabilitação em análise
podem ser descritos da seguinte forma:
• Cenário 2 – Cenário com correção significativa de traçado, perfil transversal tipo urbano em
toda a extensão das localidades, estrutura de pavimento com duas camadas granulares e
duas betuminosas, geometria dos taludes com ângulo de corte de 60º, substituição das
pontes e das passagens hidráulicas
• Cenário 1A – Cenário com reabilitação do pavimento e correção ligeira do traçado, perfil
transversal tipo urbano em toda a extensão das localidades, estrutura de pavimento com uma
camada granular e duas betuminosas, geometria dos taludes com ângulo de corte de 80º,
reabilitação das pontes e substituição das passagens hidráulicas
• Cenário 1B – Cenário com reabilitação do pavimento sem alteração de traçado, perfil
transversal tipo urbano apenas na extensão com maior densidade populacional, estrutura de
pavimento com uma camada granular e duas betuminosas, geometria dos taludes com ângulo
de corte de 80º, sem tratamentos ou proteções adicionais, reabilitação das pontes e
substituição das passagens hidráulicas.
• Cenário 0 – cenário em que apenas se contempla a manutenção corrente.
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Os Cenários 1A e 1B consideram o alargamento da largura da estrada para 6,00 metros na maior
parte de sua extensão, enquanto que o Cenário 2 considera um alargamento da largura média da
estrada para 6,50-7,00 metros. Os Cenários 1A e 1B mantêm o perfil longitudinal da estrada atual,
enquanto que o Cenário 2 também melhora esse aspeto. Todos os cenários de reabilitação incluem
um tipo de pavimento “Mistura Asfáltica sobre Base Granular”.
7.2.1 CENÁRIO 2
Este cenário configura o cenário mais robusto de intervenção na Estrada Nacional EN1, prevendo
uma revisão geral ao nível do traçado da Estrada, quer ao nível de planimetria, quer ao nível de
altimetria, sem, no entanto, desrespeitar o traçado existente, minimizando a intervenção e a
ocupação de solos fora da área de implantação do traçado existente. Estima-se, nesta fase, que as
correções do traçado atinjam os seguintes valores:
Tabela 7.1 – Percentagem alinhamento sujeito a realinhamento - Cenário 2
Zona Zonas urbanas Zonas
Rurais/Costeiras
Secção 1 25% 80%
Secção 2
Este cenário prevê o reforço e estabilização da camada estrutural do pavimento e adequação às
cargas de trânsito existentes, pavimentação integral de toda a zona de pavimento, com a aplicação
de pavimento betuminoso. As zonas urbanas serão dotadas de um perfil urbano adequado às
necessidades, com zonas de circulação pedonal e zonas destinadas a estacionamento.
Ao nível de sistemas de drenagem prevê-se a revisão geral de todos os órgãos de drenagem
existentes e órgão novos a construir, tais como valetas, aquedutos, construção de pontes, limpeza e
reperfilamento de linhas de águas nas zonas de influência a montante e jusante de pontes e
aquedutos.
A sinalização rodoviária será devidamente dimensionada e adequada às necessidades da via.
Ao nível de intervenção em taludes, além da limpeza geral e remoção de elementos soltos ou em
risco de queda, será dada especial atenção a soluções que minimizem futuras intervenções, adoção
de sistemas de drenagem na crista dos taludes e em banquetas, assim como a estabilização de
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zonas instáveis através de eventuais sistemas de rede e pregagens. Em zonas mais problemáticas
equaciona-se a possibilidade de instalação de barreiras de proteção. Salvo situações devidamente
justificadas, prevê-se, nesta fase, que os taludes instáveis sejam modelados a 60º para evitar
deslizamentos e queda de materiais e diminuir os custos de manutenção a médio/longo prazo.
Tabela 7.2 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 2
Zona Ângulo de corte dos
taludes
Secção 1 60º
Secção 2
A zona de proteção costeira será objeto de intervenção em zonas de maior perigo de derrocada ou
erosão, que coloque em risco a estabilidade da Estrada.
Em qualquer dos cenários, será dada especial atenção às zonas urbanas, de modo a manter o
alinhamento e altimetria da via, de modo a minimizar e evitar ao máximo a intervenção e incomodo
em terrenos particulares e edificações existentes, tais como muros e vedações.
7.2.2 CENÁRIO 1A
Esta opção consiste na reabilitação da Estrada, com ligeiras correções de traçado, quer em termos
de alinhamento planimétrico ou altimétrico. Está incluído neste cenário, a remodelação dos sistemas
de drenagem, tais como aquedutos e valetas de drenagem. Estabilização e reforço da caixa de
pavimento, pavimentação integral do troço em pavimento betuminoso. As pontes existentes serão
reabilitadas. As zonas urbanas serão dotadas de um perfil urbano adequado às necessidades, com
zonas de circulação pedonal e zonas destinadas a estacionamento.
Estima-se, nesta fase, que as correções do traçado atinjam os seguintes valores:
Tabela 7.3 – Percentagem alinhamento sujeito a realinhamento - Cenário 1A
Zona Zonas urbanas Zonas
Rurais/Costeiras
Secção 1 10% 30%
Secção 2
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Toda a sinalização rodoviária será reforçada, quer a nível de sinalização horizontal, quer a nível de
sinalização vertical, e guardas metálicas de proteção em zonas de maior risco.
A intervenção ao nível de taludes será mais reduzida, quando comparada com o preconizado no
cenário 2, mas que implicará a implementação de medidas adicionais de estabilização dos taludes.
Salvo situações devidamente justificadas, prevê-se, nesta fase, que os taludes instáveis da zona
costeira sejam modelados a 80º para evitar deslizamentos e queda de materiais.
Tabela 7.4 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 1A
Zona Ângulo de corte dos
taludes
Secção 1 80º
Secção 2
Prevê igualmente a proteção da Estrada em zonas costeiras de maior risco, de modo a evitar a
erosão provocada pela ação do mar, recorrendo-se para o efeito a muros de proteção e contenção
em betão armado, posteriormente protegidos com material rochoso sobrante dos processos de
escavação.
7.2.3 CENÁRIO 1B
Esta opção consiste na reabilitação da Estrada, sem qualquer tipo de alteração ao seu traçado, quer
em termos de alinhamento planimétrico ou altimétrico. Está incluído neste cenário, a remodelação
dos sistemas de drenagem, tais como aquedutos e valetas de drenagem. Estabilização e reforço da
caixa de pavimento, pavimentação integral do troço em pavimento betuminoso. As pontes existentes
serão reabilitadas. O perfil de Estrada com caraterísticas de via urbana (faixa de rodagem, passeios
e zonas de estacionamento) será adotado apenas nas zonas de maior concentração habitacional.
Toda a sinalização rodoviária será reforçada, quer a nível de sinalização horizontal, quer a nível de
sinalização vertical, e guardas metálicas de proteção em zonas de maior risco.
À semelhança do exposto no Cenário 1A, a intervenção ao nível de taludes será mais reduzida,
quando comparada com o preconizado no cenário 2, mas que implicará a implementação de medidas
adicionais de estabilização dos taludes. Salvo situações devidamente justificadas, prevê-se, nesta
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fase, que os taludes instáveis da zona costeira sejam modelados a 80º para evitar deslizamentos e
queda de materiais.
Tabela 7.5 –Ângulo de corte dos taludes - Cenário 1B
Zona Ângulo de corte dos
taludes
Secção 1 80º
Secção 2 80º
Prevê-se, igualmente, a proteção da Estrada em zonas costeiras de maior risco, de modo a evitar a
erosão provocada pela ação do mar, recorrendo-se para o efeito a muros de proteção e contenção
em betão armado, posteriormente protegidos com material rochoso sobrante dos processos de
escavação.
7.2.4 CENÁRIO 0
Neste cenário inclui-se a ausência de qualquer intervenção de fundo na Estrada Nacional EN1,
mantendo-se as condições da via nos mesmos moldes em que atualmente se encontra, com risco
de degradação exponencial das condições da via, contribuindo assim para um aumento das
deficientes condições de segurança rodoviária e desconforto de utilização da via. Neste cenário
prevê-se a manutenção das operações corretivas superficiais que têm acontecido nos últimos anos.
7.2.5 PERFIS TRANSVERSAIS TIPO
Nas tabelas seguintes apresenta-se a configuração dos perfis transversais tipo associados aos
cenários de intervenção em estudo, aplicados a cada secção.
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Tabela 7.6 – Perfis transversais tipo a usar em ZONAS URBANAS
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
- Faixa de rodagem – 2x3,0m;
- Passeio em ambos os lados;
- Zonas de estacionamento definidas;
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 25%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm;
Sub-base - 25cm.
- Faixa de rodagem – 2x3,0m;
- Passeio em ambos os lados;
- Zonas de estacionamento definidas;
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 10%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm;
- Faixa de rodagem – 2x3,0m;
-Passeios em ambos os lados apenas em zonas com
maior densidade populacional (+- 65%). Nas restantes,
berma de betão em ambos os lados para conter a
estrutura de pavimento (+-35%);
- Zonas de estacionamento definidas apenas em zonas
com maior densidade populacional (+- 65%);
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 0%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm.
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Tabela 7.7 – Perfis transversais tipo a usar em ZONAS RURAIS
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
- Faixa de rodagem – 2x3,5m;
- Berma rígida – 2x0,50m;
-Valeta triangular em betão (quando necessária) ou
berma não pavimentada – 2x1,00m;
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 80%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm;
Sub-base - 25cm.
- Faixa de rodagem – 2x3,0m;
- Berma rígida – 2x0,50m;
-Valeta triangular em betão ou berma não
pavimentada – 2x1,00m;
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 30%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm.
- Faixa de rodagem – 2x3,0m;
- Berma rígida – 2x0,50m;
-Valeta triangular em betão ou berma não
pavimentada – 2x1,00m;
- Realinhamento planimétrico e altimétrico – 0%;
- Estrutura de pavimento:
Camada de desgaste – 5 cm;
Camada de regularização – 7 cm;
Base - 25cm.
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8 ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO
A alternativa selecionada para a intervenção a realizar teve em conta vários fatores, nomeadamente:
• Análise económica
• Análise de impacte ambiental
• Análise de impacte social
• Benefícios indiretos
Nos parágrafos seguintes sintetizam-se algumas das considerações tidas em conta na avaliação dos
cenários alternativos de intervenção. Além da análise económica, apresenta-se uma descrição de um
conjunto de impactes indiretos que, pela dificuldade em monetizar os seus efeitos e assim introduzi-los
na avaliação económica, não foram considerados no cálculo e dos indicadores económicos do projeto.
Os impactes ambientais e sociais abordados de forma ligeira neste capítulo, são desenvolvidos e
abordados com maior grau de pormenor no Capítulo 9 - Identificação e avaliação dos potenciais
impactes ambientais e sociais e respetivas medidas de mitigação e de potenciação. De notar que na
Análise do impacto social e ambiental, e uma vez que os impactos são semelhantes para os cenários 2,
1A e 1B, a análise faz-se em comparação com o Cenário 0.
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ANÁLISE ECONÓMICA
Os custos de reabilitação foram estimados com base nas especificidades de cada projeto, considerando
as condições da estrada previstas para cada cenário e as previsões de tráfego, estando sintetizados nas
Tabela 8.1 e * Não apurado
Tabela 8.2.
Tabela 8.1 - Estimativa de custos de construção – Secção 1
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Construção 20 182 250,00 € 16 323 250,00 € 14 965 000,00 €
Engenharia e supervisão 3 638 225,00 € 3 627 759,75 € 3 625 310,00 €
Expropriações e compensações*
Trabalhos não previstos 3 027 337,50 € 2 448 487,50 € 2 244 750,00 €
Revisão de preços 1 009 112,50 € 816 162,50 € 748 250,00 €
TOTAL 27 856 925,00 € 23 215 659,75 € 21 583 310,00 €
$32 592 602,25 $27 162 321,91 $25 252 472,70
* Não apurado
Tabela 8.2 - Estimativa de custos de construção – Secção 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Construção 40 480 000,00 € 24 695 000,00 € 21 115 500,00 €
Engenharia e supervisão 4 656 000,00 € 4 089 500,00 € 3 731 550,00 €
Expropriações e compensações*
Trabalhos não previstos 6 072 000,00 € 3 704 250,00 € 3 167 325,00 €
Revisão de preços 2 024 000,00 € 1 234 750,00 € 1 055 775,00 €
TOTAL 53 232 000,00 € 33 723 500,00 € 29 070 150,00 €
$62 281 440,00 $39 456 495,00 $34 012 075,50
* Não apurado
Os resultados obtidos no Estudo de Viabilidade Económica (EVE) demonstram que a Secção 1 está
acima do limiar de viabilidade em todos os cenários de reabilitação, com o Cenário 1B a apresentara um
VAL superior e o Cenário 2 com um VAL mais baixo. O Cenário 2 é aquele onde os benefícios globais
para a sociedade são maiores, mas também aquele com maiores custos para o gestor da rodovia. O
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Cenário 1A tem um impacte mais positivo para a sociedade que o Cenário 1B, mas devido aos maiores
custos necessários para a suam implementação apresenta um valor do VAL inferior. Em todos os
cenários a redução dos custos operacionais dos veículos (COV) é o benefício mais relevante para os
utilizadores da estrada.
Os resultados obtidos apontam ainda que a Secção 2 apresenta indicadores abaixo do limiar de
viabilidade em todos os cenários de reabilitação considerados. Os menores volumes de tráfego nesta
Secção (em comparação com a Secção 1) resultam num menor volume global de benefícios gerados
pelos investimentos, abaixo dos custos necessários para a reabilitação e manutenção da estrada. Uma
vez mais, a redução dos COV é o impacte mais relevante para os utilizadores da estrada na Secção2.
Com a reabilitação da EN1, as 3 estradas nacionais que compõem a rede viária principal de São Tomé
ficam devidamente pavimentadas e estruturadas. Isto permitirá ao governo e a investidores uma aposta
em diversos sectores tais como a criação de serviços de transporte publico, controlo da qualidade e
condições do parque automóvel (criação de postos de inspeção periódica, controlo da idade das viaturas
que entram no pais, etc..).
A reabilitação e melhoria da EN1 também beneficiará e facilitará a implementação de diversos projetos
de relevância nacional. Um porto de águas profundas está planeado em Fernão Dias e a suas operações
beneficiarão com a melhoria das acessibilidades rodoviárias. A implementação de reservatórios de
combustível na Esprainha também estão planeados para o curto prazo.
ANÁLISE DE IMPACTE AMBIENTAL
Tendo em consideração a orografia local, bem como as características da via, não existem alternativas
ao traçado atual da Estrada Nacional 1 (quer seja realizada uma intervenção a um nível mais superficial,
que seja uma intervenção integral).
A intensidade dessas modificações, entretanto, é tanto menor quanto mais alteradas forem as condições
ambientais da área de influência. No caso em estudo, tratando-se de uma intervenção numa via já
existente, em que o ambiente há muito não possui mais suas características primitivas, essas alterações
não serão mais intensas e impactantes do que aquelas ocorridas na instalação da primeira via, fato
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ocorrido há várias décadas. Mais ainda, as perturbações causadas pela implantação do novo trecho
serão mínimas em função da malha rodoviária já existente.
No caso da não execução do projeto, permaneceriam sem alteração os vários passivos ambientais
decorrentes da construção da rodovia existente, com destaque para os processos de urbanização
contíguos à faixa de domínio e a sucessão de acessos e interseções que aumenta o risco de acidentes
e diminui consideravelmente a velocidade média de deslocamento.
Nesses locais de maior urbanização registram-se acidentes com pedestres, interferências com o fluxo
de veículos, desconforto ambiental aos moradores e segregação de áreas urbanas. Portanto, a não-
execução do projeto retiraria efetivamente a possibilidade de melhorias dos acessos aos aglomerados
urbanos existentes ao longo do troço, permanecendo, dessa forma, os problemas relacionados à
capacidade de tráfego da rodovia e, principalmente, aos riscos de acidentes de trânsito e segurança
rodoviária.
Os materiais que atualmente revestem a EN1 poderão ser reutilizados e aproveitados pelo INAE (Gestor
da Infraestrutura rodoviária de São Tomé) para a melhoria da restante rede de estradas nacional, em
particular da rede de estreadas rural melhorando significativamente a acessibilidade das populações
mais remotamente localizadas. Com base em cálculos preliminares, o valor de mercado destes materiais
que poderá ser reaproveitado na melhoria da restante rede rodoviária poderá ser entre 4,1 milhões de
Euros (Cenários 1A e 1B) e 9,5 milhões de Euros (Cenário 2). As quantidades de material a aproveitar
encontram-se sintetizadas na Tabela 8.3
Tabela 8.3 – Materiais a aproveitar por cenário, em cada secção
Materiais a reutilizar SECÇÃO 1 SECÇÃO 2
Cen. 2 Cen. 1A Cen. 1B Cen. 2 Cen. 1A Cen. 1B
Calçada m2 19.912 20.910
Pav. existente m3 9.956 4.978 6.273 3.136
Material rochoso m3 0 370.500 156.600
Relativamente à flora existente dentro dos limites de intervenção de cada cenário, destacam-se as
árvores de fruto a abater em cada cenário e que são fonte de alimentação ou de rendimento das famílias.
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ÁRVORES DE PRODUÇÃO A ABATER CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
SE
CÇ
ÃO
1
Identificadas cerca de 3.000 árvores a abater.
97,5% correspondem a árvores de fruto,
destacando-se:
• 56% bananeiras;
• 40% cacaueiros;
• 1% mangueiras, fruteiras, jaqueiras,
mamoeiros;
• 2% outras árvores
Não se prevê o abate de árvores de produção com rendimentos familiares.
SE
CÇ
ÃO
2
Identificadas cerca de 150 árvores a abater.
95% correspondem a árvores de fruto,
destacando-se:
• 92% bananeiras;
• 3% mangueiras, fruteiras, jaqueiras,
mamoeiros;
5% outras árvores
Não se prevê o abate de árvores de produção com rendimentos familiares.
ANÁLISE DE IMPACTE SOCIAL
A avaliação económica dos cenários de melhoria da EN1 focou-se, principalmente, na comparação entre
os custos necessários para a sua reabilitação e manutenção em boas condições de circulação e os
benefícios gerados para os seus utilizadores, medidos em termos de veículos operacionais dos veículos,
redução de tempos de viagem, e redução do número de acidentes rodoviários. Embora esta metodologia
seja internacionalmente aceite como a metodologia mais adequada para medir e comparar os impactes
económicos associados a ações de reabilitação de infraestruturas rodoviárias, é limitada pelo facto de
não considerar impactes indiretos associados a estas intervenções que em países em desenvolvimento
poderão ser tão relevantes como os impactes gerados para os utilizadores na rede viária.
Nos parágrafos seguintes faz-se uma pequena descrição dos impactos indiretos do projeto, e que, à
exceção das áreas de expropriação, são comuns a todos os cenários de intervenção (2, 1A e 1B).
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8.3.1 ÁREAS DE EXPROPRIAÇÃO PREVISTAS
O alargamento da via e correção do traçado podem, em alguns locais, originar necessidade de
expropriações.
Tabela 8.4 - Expropriações previstas em cada cenário, por secção
ÁREAS DE EXPROPRIAÇÃO PREVISTAS CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
SECÇÃO 1 25.000 a 30.000m2 s/ expropriações previstas
SECÇÃO 2 1.800 a 2.500m2 s/ expropriações previstas
8.3.2 HABITAÇÕES CONFINANTES COM A VIA
Foram identificadas ao longo da via cerca de 550 habitações confinantes com a mesma. Destas, 400
localizam-se na Secção 1 e 150 na Secção 2. É importante referir que na Secção 2 cerca de 80% das
habitações mencionadas se localiza em Neves, 14% nos limites urbanos de Guadalupe e 6% em Ribeira
funda, ou seja, praticamente apenas nas zonas tidas como urbanas.
Nenhuma das habitações interfere com o traçado da estrada, não existindo assim necessidades de
realojamento, mesmo que temporário. Contudo, serão tomadas medidas para mitigar, tanto quanto
possível, o impacto das obras na vida quotidiana.
8.3.3 ATIVIDADES COMERCIAIS AO LONGO DA VIA
Na Secção 1, foram identificadas ao longo do troço cerca de 365 atividades comerciais confinantes
com o traçado da estrada, os quais incluem não só os estabelecimentos comerciais, como também
pequenas bancadas de venda, de produtos provenientes de pequenas produções familiares tais como
frutas, produtos hortícolas e vegetais, vinho de palma, óleo de palma.
As atividades comerciais identificadas encontram-se distribuídas por:
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a) 49% relacionados com alimentação e bebidas (mercearias, venda de fruta, hortaliças e vegetais,
peixe, bebidas, venda de refeições, restaurantes)
b) 24% atividades diversas, maioritariamente de serviços táxi (motas), cabeleireiros, lavagem de
viaturas, produção de blocos de betão);
c) 9% atividades relacionadas com venda de combustível, armazéns, carpintarias, venda de recargas
de telemóvel, venda de peças para automóveis e motos, escritórios;
d) 8% dos estabelecimentos com atividade não identificada. Estes estabelecimentos encontravam-
se encerrados durante todos os dias de levantamento. Vários, segundo informações recolhidas já
se encontram encerrados há muito tempo;
e) 5% relacionados com oficinas de mecânica de automóveis, motos ou reparação de pneus;
f) Foram também incluídos neste levantamento 2% correspondendo a associações, igrejas e
escolas;
Em termos de distribuição as atividades comerciais identificadas, centralizam-se nos 3 principais centros
urbanos, Guadalupe (38%), Conde (23%), São Tomé (21%), e os restantes em Santo Amaro (9%), Ilhéu
(5%), entre as localidades esta atividade representa apenas 3%.
De um modo geral todas as atividades comerciais identificadas encontram-se fora dos limites de
intervenção a obra, não havendo assim necessidades excecionais de realojamentos.
Foram identificadas apenas necessidades de eventuais deslocamentos temporários de pequenas
bancadas amovíveis por questões, quer de segurança durante a execução dos trabalhos, quer por
facilidade no acesso aos pontos de venda. Estas atividades estão relacionadas com venda de frutas,
refeições e bebidas. Estes deslocamentos não deverão exceder os 25m em relação aos pontos originais
de venda. Regista-se igualmente que a maioria destes pontos de venda são de gestão familiar não
organizada ou licenciada, funcionam de forma irregular, sendo que os produtos vendidos resultam de
produções familiares para consumo próprio, vendendo algum excedente à porta das suas propriedades.
Foi igualmente identificada a necessidade de deslocamento definitivo num caso concreto ao PK0+075.
Nesta zona foram identificadas 8 bancadas de venda de fruta e refeições (pequeno almoço), assim como
uma pequena estrutura em madeira para venda de gelados e bebidas. Atualmente estes pontos de
venda originam um congestionamento do transito, uma vez que os automobilistas tem por hábito
estacionar as viaturas na via publica junto a estes pontos de venda para adquirirem os seus produtos.
Deverá ser equacionada a possibilidade de deslocação destes pontos de venda, de forma permanente
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para a zona do PK0+000, junto a uma zona de estacionamento, situação esta que originará melhores
condições de trabalho, e uma melhoria nas condições de segurança rodoviária. Existe igualmente um
placar publicitário que terá de ser reposicionado.
Na Secção 2 foram identificadas ao longo do troço cerca de 245 atividades comerciais confinantes
com o traçado da estrada, os quais incluem não só os estabelecimentos comerciais, como também um
grande número de bancadas de venda, de produtos provenientes de pequenas produções familiares tais
como frutas, produtos hortícolas e vegetais, vinho de palma, óleo de palma, e venda de refeições
(banana assada, peixe grelhado, búzios, bolos).
As atividades comerciais identificadas encontram-se distribuídas por:
a) 49% relacionados com alimentação e bebidas (mercearias, venda de fruta, hortaliças e vegetais,
peixe, bebidas, venda de refeições, restaurantes)
b) 24% atividades diversas, maioritariamente pescadores (51%), de serviços táxi (motas) (25%),
cabeleireiros, drogarias, venda de roupa);
c) 6% atividades relacionadas com venda de combustível, armazéns, carpintarias, venda de recargas
de telemóvel, escritórios;
d) 6% dos estabelecimentos com atividade não identificada. Estes estabelecimentos encontravam-
se encerrados durante todos os dias de levantamento. Vários, segundo informações recolhidas já
se encontram encerrados há muito tempo;
e) 2% relacionados com oficinas de mecânica de automóveis, motos ou reparação de pneus;
f) Foram também incluídos neste levantamento 2% correspondendo a associações, igrejas e
escolas;
Em termos de distribuição as atividades comerciais identificadas, 83% encontram-se na cidade de
Neves, a restante percentagem corresponde a atividades exercidas por pescadores e á pedreira
localizada na zona da Lagoa Azul.
De um modo geral todas as atividades comerciais identificadas encontram-se fora dos limites de
intervenção a obra, não havendo assim necessidades excecionais de realojamentos. Foram
identificadas apenas necessidades de eventuais deslocamentos temporários de pequenas bancadas
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amovíveis por questões, quer de segurança durante a execução dos trabalhos, quer por facilidade no
acesso aos pontos de venda nos últimos 150m da cidade de Neves. Estas atividades estão relacionadas
com venda de frutas, refeições e bebidas. Estes deslocamentos não deverão exceder os 150m em
relação aos pontos originais de venda. Regista-se igualmente que a maioria destes pontos de venda são
de gestão familiar não organizada ou licenciada, funcionam de forma irregular, sendo que os produtos
vendidos resultam de produções familiares para consumo próprio, vendendo algum excedente à porta
das suas propriedades.
Tanto na Secção 1, como Secção 2, estima-se durante a fase de execução das obras uma ligeira
dinamização da economia local, em particular nas atividades relacionadas com alimentação e bebidas,
motivada quer pelo aumento de trabalhadores nas zonas de intervenção, quer indiretamente pelo facto
de as intervenções obrigarem inevitavelmente a paragens momentâneas do transito na passagem pelas
frentes de trabalho e a tempos de espera dos passageiros em zonas de atividades comerciais. A
inexistência de criação de caminhos alternativos obrigará a que os trabalhos se desenvolvam, mantendo
a circulação rodoviária normal, situação esta que evitará alterações nas rotinas quer dos habitantes,
quer de quem normalmente utiliza a EN1 nas suas deslocações.
8.3.4 CIRCULAÇÃO RODOVIÁRIA DURANTE A FASE DE EXECUÇÃO
Considerando o volume de tráfego atual do troço em intervenção, estima-se que durante o prazo de
execução das obras sejam afetadas diariamente cerca de 5.000 a 15.000 pessoas na Secção1, e entre
500 a 2.000 na Secção 2 utilizam esta estrada nas suas deslocações normais.
Os incómodos identificados aos condutores e passageiros estão relacionados com o aumento dos
tempos de deslocação no trajeto, devido ao congestionamento de uma das faixas de rodagem em
determinadas alturas da execução dos trabalhos.
A inexistência de criação de caminhos alternativos, obrigará a que o transito circule na zona das frentes
de trabalho, com as consequentes limitações ao nível de velocidade, e em determinadas alturas a
necessidade de paragens para alternância da circulação em cada um dos sentidos de circulação.
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8.3.5 MELHORIA DA ACESSIBILIDADE
A reabilitação e melhoria da rede rodoviária permitirá melhorar os níveis de acessibilidade globais de
toda a população a infraestruturas sociais básicas como por exemplo hospitais, instituições de ensino e
instituições governamentais. O impacte desta melhoria no desenvolvimento económico é intangível, com
base na informação disponível, mas claramente positivo.
Melhor acesso a instituições de ensino e de educação permitirão melhoras a qualidade da educação no
curto, médio e longo prazo e, consequentemente, para uma melhor preparação das pessoas para
potenciar a sua produtividade e eficiência económica.
Melhor e mais fiável acesso a infraestruturas de cuidados de saúde irá melhor as condições de saúde
globais da população e assim aumentar os anos médios de esperança de vida e o potencial económico
de todo o país.
A melhoria da acessibilidade também aumentará a capacidade dos trabalhadores de aceder a novas
oportunidades de emprego (aumentando sua produtividade e rendimento), o acesso a mais mercados e
o acesso a oportunidades recreativas e culturais, aumentando seu bem-estar.
A rede rodoviária reabilitada também contribuirá para a melhoria da acessibilidade a zonas turísticas –
ex. zona de praias entre Micoló e Lagoa Azul – com potencial de desenvolvimento. Se devidamente
exploradas, estas zonas turísticas poderão criar novas oportunidades de emprego para as populações
locais e potenciar a valor económico gerados por estas atividades com repercussões positivas para a
riqueza global de São Tomé e, consequentemente, da sua população.
Estre projeto irá ainda potenciar os efeitos do programa de melhoria do sector agrícola que tem vindo a
ser realizado nos últimos anos. A estrada reabilitada facilitará o escoamento e transporte dos produtos
agrícolas para mercados e centros de consumo relevantes.
8.3.6 RELEVÂNCIA NACIONAL DA EN1
A estrada EN1 é de grande relevância para toda a ilha de São Tomé uma vez que é a principal
infraestrutura rodoviária no transporte e fornecimento de combustível e eletricidade. Assim, não só os
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seus utilizadores – cujos benefícios foram estimados na análise económica – mas também as restantes
populações beneficiarão da melhoria das condições de circulação que poderão ser traduzidas num
excedente do produtor (menores custos de produção) que mais tarde poderá ser transferido para a
população através da redução dos preços de consumo.
Ao longo da EN1 encontram-se instaladas outras indústrias que também beneficiarão com os trabalhos
de reabilitação previstos. Destas relevam-se a fábrica de Cerveja Rosema, a pedreira Samulin, e o
Areeiro de Fernão Dias, o único fornecedor de areia para toda a ilha.
CENÁRIO DE INTERVENÇÃO A ADOTAR
Com base nos resultados da análise económica e no cálculo dos indicadores económicos. demonstrou-
se que os investimentos previstos para a reabilitação da Secção 1 da EN1, entre o km 0+000 e o km
13+275, irão gerar benefícios sociais, em particular ao nível da redução dos custos operacionais dos
veículos. Dos 3 cenários de reabilitação desta Secção, os Cenário 1B e 1A foram aqueles onde os
impactes económicos são mais evidentes aquando da comparação entre benefícios gerados para os
utilizadores da estrada e os custos para o gestor da infraestrutura rodoviária. Destes dois, o 1A é que o
apresenta maiores benefícios sociais.
Para os cenários de reabilitação considerados para a Secção 2, entre o km 13+275 e o km 27+215, a
análise económica apresentou indicadores económicos abaixo do limiar de viabilidade. Estas conclusões
resultam do facto de esta ser uma secção com menor volume de tráfego que a Secção 1, e que por isso
gera menos benefícios globais, mas com necessidades de maiores custos de reabilitação da estrada.
Assim sendo, e após ponderadas todas as alternativas, está prevista a adoção do cenário de intervenção
1A na Secção 1. A intervenção nesta secção será financiada pelo Banco Mundial, Banco Europeu de
Investimento e Fundo Holandês.
O Governo São-tomense está a desenvolver esforços para financiar a reabilitação da secção 2, pelo que
o cenário de intervenção na Secção 2 ainda não foi definido, mas tudo indica que será também o 1A.
Importa recordar que a análise económica realizada se focou nos benefícios gerados para os utilizadores
da estrada, que naturalmente poderão ser posteriormente transferidos para outros setores da sociedade
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e criar um efeito multiplicativo. No entanto, foi demonstrado que um conjunto de benefícios indiretos
adicionais poderão ser gerados num cenário de execução das obras de reabilitação na EN1.
A monetização dos benefícios indiretos não foi possível, com base na informação disponível, mas a
natureza qualitativa dos seus impactes é evidente. Existe a possibilidade de, em termos económicos,
parte destes benefícios indiretos estarem já considerados na quantificação dos impactes diretos
considerados na análise económica. No entanto, e reconhecendo que a dupla contabilização de efeitos
pode ocorrer, considera-se que os benefícios indiretos identificados e descritos neste documento irão
primordialmente acrescentar valor económico à análise realizada uma vez que a maior parte destes
benefícios impacta os não-utilizadores da estrada e desenvolvimento económico futuro não previsto
neste estudo.
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9 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTES AMBIENTAIS E
SOCIAIS E RESPETIVAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E DE POTENCIAÇÃO
Metodologia utilizada na avaliação e análise de impactes do projeto
Considerando a caracterização do empreendimento e o Diagnóstico Ambiental da área de influência,
iniciou-se a avaliação dos Impactes Ambientais gerados pela execução do mesmo, sendo identificados
os impactes sobre os meios físico, biótico e socioeconómico para as diferentes fases do
empreendimento: planeamento, implantação e operação, de acordo com a Decreto nº 37/99.
Para se identificar as ações de projeto, foi feita uma avaliação do mesmo em diversas etapas:
planeamento, implantação, desmobilização de todo o equipamento associado à obra e operação.
Em cada uma destas etapas poderá existir modificações no meio ambiente, que devem ser devidamente
registadas e avaliadas.
Para a identificação dos impactes, foram considerados os fatores ambientais estudados no diagnóstico
ambiental, abaixo relacionados. A confrontação das ações provocadas ao longo da implantação do
empreendimento, com os fatores ambientais listados foi realizada por diferentes técnicos, de acordo com
as suas especialidades, permitindo a identificação dos processos decorrentes e dos potenciais impactes,
sendo avaliadas as características das alterações potenciais.
Ao identificar os impactes com base no relacionamento das atividades geradoras dos mesmos com os
aspetos ambientais afetados pelo empreendimento, a avaliação considerou, de forma sistemática, as
diversas interferências encontradas, estabelecendo-se desse modo uma caracterização para os
impactes significativos.
A metodologia da avaliação de impactes pressupõe escalas temporais e espaciais das áreas de
influência. Neste estudo, empregaram-se como escala temporal as fases previstas para o
empreendimento: planeamento, implantação, desmobilização das obras e operação. A avaliação foi
consolidada através de discussão entre a equipe técnica multidisciplinar.
Para a análise de impactes, optou-se pela realização da avaliação de todos dos mesmos,
independentemente de sua classificação como primário, secundário ou terciário, visando o
aprofundamento da análise de todos eles.
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Procedeu-se assim, à avaliação dos impactes para todas as fases do empreendimento, qualificando-os
em função de suas especificidades e indicando a sua magnitude (mensuração qualitativa) e grau de
relevância.
Nessa metodologia, as medidas mitigadoras (no caso dos impactes negativos), ou potencializadoras
(dos impactes positivos) já são previstas e relacionadas no Quadro de Avaliação, sendo avaliado o seu
grau de resolução (alto, médio ou baixo). A partir da mensuração do impacte e resolução da medida
proposta será possível definir o grau de relevância do mesmo, tendo em conta a situação ambiental
anterior à implantação do projeto.
No caso de impactes positivos (benéficos), devem ser adotadas medidas que visem aproveitar ao
máximo os benefícios; denominadas por medidas potencializadoras.
Foi desenvolvida uma Tabela do Roteiro básico para a avaliação de potenciais impactes ambientais e
respetivas medidas mitigadoras.
Qualquer alteração ao meio ambiente, resultado de ações humanas e que possam afetar a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, bem como a fauna, a flora e a qualidade dos recursos naturais,
pode ser considerada como um Impacte Ambiental - negativo ou positivo.
Neste capítulo, estão descritos os possíveis impactes resultantes da implantação do investimento e as
consequentes medidas ambientais sugeridas que visam prevenir, reduzir, controlar ou potencializar
estes impactes na região de implantação do empreendimento.
Para identificar, medir e avaliar os impactes ambientais que o projeto poderá gerar durante a sua
construção (fases de planeamento e implantação) e também quando já estiver em funcionamento (fase
de operação), a equipa técnica composta por diversos profissionais, seguindo uma metodologia
específica, levantou todos os aspetos do empreendimento que poderão interferir com os recursos
naturais e socioeconómicos da região. Com as informações sobre os possíveis impactes levantados na
Avaliação de Impacte Ambiental, foi apresentado um programa e sugeridas medidas para evitar,
minimizar ou eliminar qualquer potencial impacte adverso e também para potencializar os impactes
positivos que a implantação do projeto vai gerar.
A responsabilidade por colocar em prática esta medida deverá ser da empresa de construção, sob a
monitorização da equipa da Agência Fundiária de gestão de projetos e da Fiscalização da obra.
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A equipa técnica responsável pela realização da avaliação ambiental analisou os principais aspetos
técnicos do projeto e os métodos de construção previstos para a obra. Foram identificadas as atividades
do empreendimento e o seu tempo de incidência (curto, médio e longo prazo) nas várias fases de
implantação e desenvolveu-se um conjunto de medidas ambientais com objetivo de mitigar os efeitos
ambientais negativos. Após a observação in situ, identificação e avaliação dos potenciais impactes
ambientais decorrentes da implantação e operação do empreendimento, a foram propostas ações que
objetivam à redução ou eliminação dos impactes negativos (medidas mitigadoras) bem como ações que
visam a maximização dos impactes positivos (medidas potencializadoras), priorizando a contratação de
mão-de-obra local. A análise de tais impactes conduziu à proposição de medidas mitigadoras que
atenuarão consideravelmente os seus efeitos adversos ao meio ambiente, podendo mesmo eliminá-los
em alguns casos.
As medidas mitigadoras propostas foram baseadas na previsão de atividades impactantes sobre os
processos/elementos dos meios destacados, tendo por objetivo a eliminação ou atenuação de tais
atividades. As medidas potencializadoras propostas, conforme citado anteriormente, visam otimizar as
condições de instalação e operacionalização do empreendimento, através da maximização dos efeitos
positivos.
As caraterísticas da área a ser ocupada pelo empreendimento exigem alguns cuidados especiais dos
executores do projeto. Por este motivo, foram descritas as principais ações mitigadoras que deverão ser
praticadas pelo empreendedor para minimizar e/ou anular os impactes negativos decorrentes das
atividades inerentes ao empreendimento, as quais possuem a potencialidade de geração de impactes
sobre as variáveis ambientais. Considerando a importância da compatibilização das fases de
implantação e operação do empreendimento com o meio ambiente, faz-se o necessário controlo e
monitorização ambiental rigoroso. Dessa forma, é possível garantir a implantação das medidas
mitigadoras, visando reduzir suas magnitudes.
Como toda e qualquer ação humana tende a causar potencial alteração ao meio ambiente, na utilização
de recursos naturais para suas atividades, devem ser analisados todos os impactes decorrentes
individualmente; tanto da área diretamente afetada, bem como da comunidade que aloja ao redor da
área de implantação do empreendimento.
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O principal objetivo desta avaliação de impactes ambientais consiste em identificar e avaliar os impactes
negativos do empreendimento, visando à adoção de medidas mitigadoras, com o propósito de os evitar
ou minimizar.
Os impactes positivos que poderão ser causados pela implantação do presente empreendimento são de
teor socioeconómico, permitindo o desenvolvimento económico local e regional, bem como a geração
de emprego, direto e indireto, a melhoria de condições de circulação de viaturas com o aumento da
demanda de mão-de-obra local e regional, incluindo um aumento de conhecimentos técnicos e de
arrecadação tributária.
Os impactes negativos passam pela alteração da paisagem durante o processo de limpeza da área para
o alargamento da estrada, pela geração de resíduos sólidos, pela possibilidade de alteração na
qualidade das águas, impermeabilização e contaminação do solo e também pela geração de ruídos.
Relativamente à fase de execução, o impacte ambiental encontra-se associado à operação do estaleiro
de obras bem como às áreas de apoio, abrangendo as etapas de execução das obras de construção da
estrada, e o seu impacte direto sobre os solos.
POTENCIAIS IMPACTES SOBRE O AMBIENTE FÍSICO
9.2.1 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E QUALIDADE DO AR
Os resultados dos estudos de vulnerabilidade e adaptação no âmbito das mudanças climáticas vieram
confirmar a grande vulnerabilidade de São Tomé e Príncipe face às questões ambientais de um modo
em geral e às Alterações Climáticas em particular. Tais resultados dão indícios de que medidas de
atenuação e de adaptação devam ser tomadas urgentemente pelas autoridades nacionais, como forma
de prevenir potenciais ameaças e mitigar os efeitos que já se fazem sentir, de forma a projetar um
desenvolvimento sustentável para o futuro.
O objetivo da análise de vulnerabilidade e adaptação dos diferentes sectores de desenvolvimento em
São Tomé e Príncipe, prende-se com a necessidade de identificar os impactes e proceder à avaliação
das sensibilidades dos mesmos, face ao ambiente e às alterações climáticas e também com a promoção
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de ações tendentes a despertar as autoridades nacionais sobre a necessidade de incluir questões
ambientais como um dos principais fatores do quotidiano da população, orientada por políticas públicas.
De acordo com as piores previsões do modelo IPCC (Cenário RCP 8.5), o nível da água do mar pode
subir cerca de 0,70 m até o ano 2100. Os resultados da modelação mostram que, sob condições de
tempestades, a altura das ondas pode aumentar em cerca de 0,20 m. Isto implica que, até o ano 2100,
a linha de costa pode incidentemente enfrentar níveis de água do mar que são 0,90 m mais altos do que
atualmente.
Outro fenómeno associado a alterações climáticas está relacionado com o aumento da intensidade das
tempestades, causando maiores caudais nos ribeiros que drenam a zona interior que poderá ter efeito
sobre o pavimento nas áreas mais próximas da zona costeira, conduzindo a inundações mais severas,
especialmente quando tais inundações coincidem com períodos de maré alta no mar.
Face aos impactes ambientais e climáticos identificados, com destaque para o aumento da temperatura
e a diminuição da precipitação, foram identificados diferentes efeitos adversos em vários setores sociais
e económicos nacionais, com relevantes repercussões sobre o futuro da agricultura, da pecuária, dos
recursos hídricos e das zonas costeiras.
No que diz respeito à precipitação, a tendência foi de um decréscimo entre os anos 1951 e 2010. A
precipitação diminuiu para uma taxa anual média de 1,7 mm por ano. A projeção efetuada para o período
até ao ano 2060, também demonstra uma tendência à diminuição ainda que com alguns fenómenos
extremos, isto é, chuvas severas nalguns meses e, por outro lado, períodos de seca noutros.
Esta projeção coincide com os estudos feitos nesta matéria pelo PNUD, através de peritos da
Universidade de Oxford, que reportaram eventos extremos e uma tendência de diminuição da
precipitação em São Tomé e Príncipe.
Um dos riscos apontado em São Tomé e Príncipe está relacionado com o deslizamento de terras, cheias
e erosão costeira. As características geomorfológicas de algumas encostas ao longo da EN1 apresentam
fortes declives e elevada instabilidade. Este fator, aliado às condições meteorológicas dominantes,
favorecem as movimentações de massa em forma de deslizamento, quedas de blocos e fluxos de terra
ou de lama.
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Serão realizadas periodicamente monitorizações e medidas de controlo da emissão de poluentes para
garantir a qualidade do ar no ambiente.
A medida proposta para o empreendimento contempla ações que minimizarão os impactes ambientais
e, principalmente, os efeitos negativos na saúde de todos os envolvidos, tanto os trabalhadores quanto
aos utilizadores da zona durante a fase de construção. Durante todo o período de construção, deverão
ser implementadas atividades de controlo rigoroso de todos os pontos de emissão de poluentes
considerados críticos. O principal objetivo deste programa ambiental é, com a implantação de uma série
de medidas de controlo, não só reduzir as emissões de gases e poeiras, como também diminuir seu
impacte nas comunidades da área afetada. Além disso, deverá considerar todos os critérios legais e as
normas técnicas vigentes, visando garantir um ar saudável na área afetada diretamente pelo
empreendimento.
Potencial Impacte
Qualidade do ar:
Algumas atividades do projeto poderão contribuir para a poluição do ar e mudanças climáticas. Durante
a fase de construção, as fontes de poluição do ar incluem fumos dos escapes dos veículos e maquinaria
de construção, queima de resíduos, substâncias voláteis como combustíveis e solventes, fumos do
asfalto, poeiras das obras civis, explosões nas pedreiras e operações nos areeiros. Os poluentes
primários destas atividades incluem: óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogénio (NOx), monóxido de
carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), compostos orgânicos voláteis (VOC), partículas suspensas,
clorofluorcarbonetos (CFC), amoníaco (NH3), odores, furanos e difuranos, poluentes radioativos. Os
principais poluentes secundários incluem: partículas suspensas formadas pelos poluentes primários e
compostos formados a partir de reação fotoquímica dos poluentes como dióxido de nitrogénio; ozono
formado pela reação entre NOx e VOC.
Durante a fase de exploração, as emissões dos veículos e equipamentos agrícolas irão aumentar
substancialmente. São Tomé e Príncipe ainda está a importar combustível à base de enxofre e não
existe limite de idade dos veículos importados. Veículos mais velhos tendem a libertar mais gases de
efeito estufa do que os mais recentes. O aumento significativo do tráfego ao longo da estrada irá, por
conseguinte, contribuir significativamente para as mudanças climáticas a longo prazo, mesmo
esperando que os mesmos transitem a uma velocidade mais eficiente com a melhoria das condições de
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transitabilidade. Há que realçar que haverá uma diminuição para praticamente zero em relação às
partículas suspensas o que, atualmente, é grave.
Apesar de se esperar um aumento da poluição do ar e consequente efeito sobre as mudanças climáticas,
o projeto irá permitir uma boa circulação e dispersão dos gases libertados pelos automóveis. Se medidas
como manutenção dos veículos e manutenção da vegetação forem tomadas, este impacte poderá ser
mitigado para níveis de significância baixa.
Ruído:
As principais fontes de ruído serão originárias das máquinas retroescavadoras e camiões. Relativamente
à geração de ruídos na fase de construção, é importante estabelecer os níveis máximos aceitáveis, a
fim de possibilitar os ajustes nos horários de operação de modo a minimizar os efeitos negativos. A
geração de ruídos resulta da realização de serviços de terraplanagem, construção do estaleiro,
montagem e instalação de equipamentos, bem como da construção de infraestruturas e sistemas de
serviço (rede de drenagem, rede de esgoto e abastecimento de água, rede de energia, etc.).
Impactes Indiretos e Cumulativos
A qualidade do ar ao longo da EN1 será dependente de vários fatores, como aumento esperado do
tráfego, as medidas de controlo do estado dos veículos que circulam como inspeções periódicas,
mudanças regionais da qualidade do ar e alterações climáticas. É de esperar que a reabilitação da EN1
influencie o desenvolvimento de outros projetos similares na região. Desse modo, os impactes
cumulativos do projeto poderão ser significativos.
Medidas de Mitigação (Fase de Construção)
Qualidade do Ar:
• As zonas de deposição e acondicionamento de inertes e de materiais pulverulentos devem ser
cobertas e/ou corretamente acondicionadas de modo a evitar o arrastamento de partículas por
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ação do vento. A zona de circulação de máquinas deve ser regularmente humedecida ou
revestida com uma cobertura rígida (pavimentada) de modo a impedir a suspensão de partículas
por ação do vento.
• O transporte de terras e outros materiais de construção deve ser feito em camiões de caixa
fechada com cobertura, de modo a reduzir as emissões de partículas. Os rodados dos camiões
devem ser regularmente limpos, de modo a não degradar as vias de acesso à obra e a segurança
rodoviária.
• Proibir a queima a céu aberto de qualquer tipo de resíduos urbanos, industriais e tóxicos ou
perigosos, bem como de todo o tipo de material, designado correntemente por sucata.
• Manutenção de máquinas e equipamentos utilizados na fase de funcionamento e manutenção
da instalação, de modo a prevenir um aumento substancial das emissões de CO, NO2, SO2 e
partículas em suspensão.
• Evitar o transporte durante as horas de ponta;
• Respeito pelos limites de velocidade e todas as regras de trânsito;
• Nenhuma operação durante a noite em zonas urbanas ou residenciais;
• Uso de veículos seguros e bem mantidos, conduzidos por motoristas habilitados e experientes.
Ruído:
• Nas atividades que impliquem elevados níveis de ruído, como na execução da proteção aos
taludes, movimentação de terras e pavimentação, que implicam a utilização de um elevado
número de equipamentos e máquinas geradoras de ruído, estas devem ser convenientemente
programadas e geridas, tendo em conta a proximidade dos locais mais sensíveis e os horários
de ocorrência.
• Sombrear os geradores de obra, assim como garantir que os equipamentos mais ruidosos, caso
não seja possível garantir a satisfação dos níveis de ruído regulamentares, sejam colocados
dentro de compartimentos adequados e/ou devidamente isolados.
• Garantir que os camiões contratados para os transportes dos materiais asseguram a
manutenção, revisão e inspeção periódica.
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9.2.2 EROSÃO DOS SOLOS E SEDIMENTAÇÃO
Potencial Impacte
A erosão pode ser esperada em áreas onde o solo é perturbado e exposto, sujeito a precipitação intensa.
A limpeza da vegetação em troços de melhoramento geométrico ou alargamento da via, reabilitação de
pontes, aquedutos, extração de areia nos areeiros irá expor o solo à erosão durante a época chuvosa e
pode resultar num incremento da erosão e sedimentação dos cursos de água. O aumento da erosão
durante a construção e operação pode levar à turvação dos rios e poluição do mar.
O projeto pode envolver tanto escavação superficial como profunda. Estes trabalhos resultarão na
erosão dos solos especialmente em secções inclinadas.
Outras áreas associadas à estrada podem contribuir para a erosão dos solos, incluindo áreas de obras,
desvios temporários, bermas e áreas de parqueamento.
Impactes Indiretos e Cumulativos
A erosão tem impactes sobre o empobrecimento dos solos e o depósito de partículas nos cursos de
água afeta a qualidade da mesma, com impacte sobre a fauna e flora aquáticas e marinhas. Os impactes
cumulativos da erosão sobre a qualidade de água são temporários e particularmente localizados nos
cursos de água ao longo da área do projeto. Assim, as medidas de mitigação abaixo deverão ser
implementadas para evitar que ocorram fenómenos de erosão.
Medidas de Mitigação
• Restringir, sempre que possível, as atividades de construção na época seca para reduzir o risco
de erosão hídrica;
• Minimizar os trabalhos dentro ou ao longo dos rios, tal como retirada de areia ou captação de
água destes rios para os trabalhos de construção;
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• Uso de máquinas com pneus de borracha em vez de tapetes metálicos, particularmente as que
vão trabalhar na zona das pontes para permitir menor perturbação do solo e da vegetação;
• Estabilização das encostas ao longo dos troços inclinados e nas obras hidráulicas, se possível
fazer uso de gabiões para evitar erosão;
• Uso de cobertura vegetal nativa nas zonas perturbadas para permitir a rápida recuperação da
estabilidade dos solos;
• Construir estruturas de drenagem, particularmente em troços ou zonas com declives elevados;
• Restaurar e repor a cobertura vegetal nos areeiros.
9.2.3 POLUIÇÃO DOS SOLOS E ÁGUA
Avaliar e acompanhar as possíveis interferências nos cursos de águas localizados na área de influência
do empreendimento, procurando proteger e preservar mananciais e linhas de água, estão entre os
principais objetivos do Programa.
Um dos principais aspetos que devem ser controlados com rigor é a qualidade das águas, fator
determinante para a qualidade ambiental de uma região, já que a água é um recurso estratégico, com
importância ecológica, económica e social.
É imperativa a verificação eficaz da gestão de resíduos sólidos e efluentes líquidos, a monitorização
periódica da qualidade de água, avaliando-se os mesmos parâmetros do diagnóstico ambiental. Sugere-
se ainda que medidas de segurança contra vazamentos de combustíveis, lubrificantes e outras
substâncias nocivas ao ambiente sejam adotadas.
Por falta de informação disponível, o estudo realizado não permite avaliar a existência de reservatórios
de água subterrânea. No entanto, foi possível observar que nas proximidades da área atribuída à
implantação do empreendimento existem pequenos cursos de água. A poluição da água tem impactos
diretos sobre a flora e fauna aquáticas e marinhas.
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Potencial Impacte
Na fase de implantação do empreendimento, as máquinas e os equipamentos empregues nas
atividades de movimentação de terras, implantação de estradas e construção de edificações,
representam uma fonte de potencial contaminação do solo. Os incidentes, se ocorrerem, normalmente
são pontuais e decorrentes de derramamentos de combustíveis, lubrificantes e fluidos hidráulicos. A
manutenção mecânica e limpeza das máquinas e equipamentos também podem gerar efluentes líquidos
contaminados com óleos e combustíveis.
Quase todos resíduos gerados durante a fase de construção, exceto os gases, são eventualmente
depositados no solo. As maiores fontes de poluentes incluem os acampamentos, zonas de
armazenamento e obras civis. Efluentes e escoamento superficial proveniente de acampamentos e
áreas de armazenamento podem conter níveis altos de poluentes incluindo resíduos sólidos humanos,
compostos libertados do asfalto, poluentes orgânicos persistentes, combustíveis e óleos, partículas de
betume e cimento, detergentes, metais pesados e substâncias corrosivas de baterias velhas e
substâncias antissépticas, sais e outros elementos. Estes poluentes podem aumentar a DBO, DQO,
coliformes fecais, STD e nutrientes quando alcançam os cursos de água após escoamento superficial.
Os acampamentos podem, por conseguinte, ser uma fonte muito importante de poluentes para os cursos
de água e até mesmo para o mar.
A construção de pavimentos e edificações no local irá provocar o aumento da superfície impermeável,
com efeitos indiretos nas vazões de escoamento superficial das águas pluviais. As formas de ocorrência
deste impacte na fase de construção dos trabalhos de substituição do pavimento são consideradas
diretas sobre o solo. De qualquer modo, mesmo no cenário de ocupação plena do empreendimento,
será de baixa magnitude e restrito ao terreno.
As obras civis resultam em movimentação de solos que podem ser transportados pela chuva para os
cursos de água próximos aumentando a turbidez, nutrientes e STD, e assim reduzir a qualidade da água.
A magnitude com que os rios serão afetados pelos poluentes depende da localização dos
acampamentos e das obras civis.
Outras fontes de poluição dos rios são as fábricas de asfalto, pedreiras e areeiros. Em áreas onde haverá
a usina de asfalto, a poluição tanto da água superficial como subterrânea pode ocorrer a partir do
derrame ou fuga de substâncias usadas na produção de asfalto e/ou do armazenamento impróprio de
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outros lubrificantes e materiais de construção. Nas proximidades dos areeiros e pedreiras, existe a
possibilidade de se intercetar o lençol freático devido à escavação.
Durante a desmobilização, os resíduos sólidos como entulhos e materiais obsoletos ou danificados,
bem como águas residuais podem ser lavados para os cursos de água e afetar negativamente a sua
qualidade.
Os impactes durante a fase de exploração da estrada sobre a qualidade da água são esporádicos, e
expectáveis apenas em caso de acidentes de viação. Os veículos acidentados podem libertar
combustíveis e óleos após um acidente, que pode ser lavado ou escorrer em direção aos cursos de
água. A probabilidade de ocorrência é relativamente baixa e depende da localização do acidente, da
magnitude do acidente e do tipo de veículos envolvidos.
Medidas de Mitigação
• Implementar as medidas de mitigação da erosão;
• Tratamento adequado dos resíduos sólidos, incluindo a sua deposição em locais próprios e
designados pelas autoridades municipais para o efeito;
• Armazenamento e manuseamento adequado de combustíveis, óleos, lubrificantes, tintas,
alcatrão e de outras substâncias para evitar derrames e fugas;
• Manutenção regular das máquinas e veículos para evitar fugas de óleos e combustíveis dos seus
sistemas;
• Tratamento adequado das águas residuais nos estaleiros, pedreiras e areeiros;
• Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames;
• Localização adequada dos estaleiros, areeiros, pedreiras e das plantas de asfalto para evitar
escoamento para os cursos de água.
• A intervenção nas passagens hidráulicas (onde se inclui o desvio provisório de caudais) deve ser
efetuada, sempre que possível no período cuja ocorrência de precipitação seja inferior,
despendendo-se o mínimo de tempo possível e, tentando alterar o mínimo possível o curso
natural das linhas de água. Pretende-se assim, evitar a derivação de caudais e o surgimento de
situações de dificuldade e obstrução ao normal escoamento, e consequentes inundações de
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terrenos adjacentes. Após a cessação dos trabalhos dever-se-á repor com prontidão, a situação
inicial.
• Após a finalização dos trabalhos num determinado local deverão ser limpas todas as linhas de
água e órgãos de drenagem que possam ter resíduos resultantes da obra, evitando problemas
ao nível da obstrução e alagamento.
• Empregar tecnologias que minimizem os Impactes ocasionados pelas obras nas margens da
praia e no fundo do mar.
9.2.4 PRODUÇÃO DE RESÍDUOS
São comuns os resíduos sólidos e líquidos originários de processos de construção civil. Assim, medidas
de gestão destes resíduos incluem o modo como estes devem ser acautelados, promovendo a
destinação final adequada. Prever que em todos os segmentos operacionais sejam escolhidas
alternativas tecnicamente corretas para o meio ambiente e para a saúde da população, com base na
prevenção da poluição, atuando com foco na melhoria contínua e na melhoria do desempenho ambiental
do empreendimento. Os responsáveis pela execução da obra devem priorizar a regularização do
empreendimento perante as exigências ambientais, no que diz respeito aos resíduos sólidos e efluentes
líquidos.
Dentro da conceção de desenvolvimento sustentável, procura-se reduzir os resíduos e subprodutos,
insistindo na necessidade de diminuir o volume de entulho gerado, minimizando o uso de áreas para a
sua disposição. Dever-se-á promover uma reutilização benéfica deste entulho, reutilizando-o no ciclo
produtivo e diminuindo o consumo de energia e de recursos naturais sem comprometer a qualidade e
segurança do empreendimento.
A atividade de construção de uma estrada e de proteção costeira gera uma enorme quantidade de
resíduos sólidos que devem ser geridos de forma adequada para evitar a poluição de uma forma geral.
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Potencial Impacte
O impacte relativo durante a fase de implantação do empreendimento pode ser causado por problemas
na geração de resíduos sólidos no tratamento de efluentes líquidos no estaleiro de obras e na
terraplanagem do empreendimento. O estaleiro de obra e a sua respetiva área de apoio produzem
efluentes químicos e biológicos oriundos do funcionamento do próprio espaço, incluindo escritórios,
refeitórios (entre outros), além dos resíduos de possível lavagem e abastecimento de máquinas e
veículos da obra. É de referir que todo o resíduo sólido gerado no empreendimento deve ser da
responsabilidade do empreendedor, tendo em consideração que este tipo de impacte ocorrerá durante
toda a vida útil do empreendimento, isto é, na fase de execução e operação da estrada.
Outra potencial fonte de contaminação do solo diz respeito à produção e armazenamento inadequado
dos resíduos sólidos.
Medidas de Mitigação
• É expressamente proibida a queima de resíduos perigosos e não perigosos no local;
• Definir e implementar um Plano de Gestão de Resíduos suscetíveis de serem produzidos na obra
(incluindo RSU´s, entulhos, materiais excedentes, produtos químicos diversos, óleos usados,
águas residuais, etc.), prevendo a criação de evidências que comprovem a adequação das
soluções implementadas;
• Verificar a tipologia e classificação dos resíduos a produzir e prever a sua segregação,
adequando às necessidades, quantidades e características dos meios de contentorização a
colocar no estaleiro para seu depósito temporário. As frações passíveis de serem valorizadas,
tais como paletes de madeira, metais e elementos de ferro deverão ser segregados desse fluxo
de materiais e enviadas para outras empreitadas e/ou locais para o seu reaproveitamento;
• Providenciar dispositivos de recolha, armazenamento e tratamento das águas de lavagens (por
ex. águas de lavagens das autobetoneiras e betoneiras) e de escorrências diversas, de terras
contaminadas com substâncias perigosas provenientes de derrames no solo e produzidas no
estaleiro e dar-lhes um destino final adequado;
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• Durante a fase de construção de obras, os camiões autobetoneiras após o descarregamento do
betão, serão submetidos à limpeza para remoção dos resíduos de betão das betoneiras. A
disposição desses resíduos será feita no estaleiro, em local apropriado e destinado para o efeito.
Ao nível da Gestão do Estaleiro, deverão ser tomadas as seguintes medidas:
• O Estaleiro deverá localizar-se afastado das linhas de água, de modo a não impermeabilizar
áreas com características naturais de infiltração e, em zonas que minimizem o impacte ambiental
causado pela sua instalação.
• Não deverá ser efetuada manutenção de veículos ou máquinas afetos à obra fora dos locais
previstos no estaleiro.
• Deverá existir um controlo rigoroso na manutenção e/ou reparação de veículos e máquinas de
trabalho, de modo a evitar derrames de óleos e combustíveis no solo, devendo assegurar-se que
aquelas operações se realizam em locais apropriados para o efeito, preferencialmente
localizados no estaleiro de obra, devidamente apetrechados e impermeabilizados.
• Deverá ser assegurada a existência de fossas sépticas de tratamento às águas residuais
domésticas geradas no estaleiro, evitando a descarga direta no meio hídrico natural. Esta
infraestrutura deverá ser alvo de manutenção periódica e adequada ao sistema de tratamento
das águas, de forma a garantir a sua limpeza e evitar obstruções.
• Implementar alojamentos provisórios e suficientes para todo o período de obra;
• Implementar mecanismos de transporte de trabalhadores entre os distritos envolvidos e
localização do empreendimento
• Após a conclusão da obra, o Empreiteiro deverá ser responsável pela desativação do estaleiro,
áreas de circulação e áreas de deposição temporária de materiais e resíduos.
9.2.5 TOPOGRAFIA E PAISAGEM NATURAL
De modo geral, ocorrerá uma alteração da paisagem e do perfil topográfico do terreno atuais, devido à
remoção da cobertura vegetal e do solo. Os impactes negativos relativos ao meio ambiente deverão ser
controlados, do mesmo modo que deverão ser adotadas formas de compensação dos impactes
causados.
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Os trabalhos de terraplanagem deverão ser realizados com métodos topográficos e deverão ser
previstas medidas de retenção de sedimentos e de controlo dos processos erosivos topográfico, bem
como de retenção de sedimentos e de controlo dos processos erosivos.
Potencial Impacte
Sob ponto de vista da paisagem, pode-se considerar que a estrada vai trazer uma melhor aparência ao
local do que no estado atual.
Um dos maiores impactos da reabilitação da estrada poderá ser o impacte sobre a topografia causado
pelas operações das pedreiras e areeiros tanto durante a fase de construção como na fase de
exploração. Medidas devem ser adotadas para restaurar a vegetação na área e torná-la mais atraente.
Medidas de Mitigação
O objetivo central desta medida será preservar, conservar a história e a memória do património
paisagístico da região onde o empreendimento será instalado é o foco destas medidas de mitigação. A
recuperação das áreas afetadas, tanto no seu aspeto paisagístico como ecológico, minimizando os
efeitos da implantação do empreendimento será promovida através de:
• Apenas areeiros e pedreiras licenciados deverão ser usados para o projeto; caso não existam
areeiros e pedreiras licenciadas, o Empreiteiro ou Subempreiteiro deverão estabelecer o que
satisfizer as suas necessidades mediante uma licença ambiental separada;
• Cumprimento do plano de gestão dos areeiros e pedreiras;
• Recomposição do relevo, quando possível;
• Recolocação de solo e reposição da cobertura vegetal;
• Recuperação da vegetação das áreas afetadas, através de parceria com o programa de
monitorização arqueológico. Deverão ser firmadas parcerias com instituições de pesquisas
especializadas, com os gestores do Projeto da Orla e com Programa Nacional de Gestão
Costeiro para o desenvolvimento de ações específicas no âmbito da preservação paisagística e
ecológica da área.
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POTENCIAIS IMPACTES SOBRE O AMBIENTE BIOLÓGICO
Com uma área já modificada pela ação humana e cobertura vegetal composta por espécies não nativas,
os estudos permitiram concluir que as alterações na vegetação natural que serão provocadas pela
implantação deste empreendimento na Estrada Nacional 1, não terão reflexo significativo.
O objetivo central desta medida será recuperar as áreas afetadas, tanto no seu aspeto paisagístico como
ecológico, minimizando os efeitos da implantação do empreendimento. Para tal, atividades como a
recomposição do relevo, recolocação de solo, implantação de drenagens e a própria recuperação da
vegetação das áreas, quando possível, irão compor o conjunto das medidas de recuperação ambiental.
Medidas específicas devem ser tomadas, procurando a reabilitação e paisagística das áreas afetadas,
de tal forma que não destruam a paisagem ao redor do empreendimento e se aproximem do ambiente
original ou de patamares esperados.
Subdividindo a faina em fauna aquática e fauna terrestre, o programa pretende elevar o conhecimento
sobre possíveis alterações decorrentes da implantação do empreendimento, bem como evitar ao
máximo possíveis impactes. De forma adicional, pretende-se também proporcionar condições para o
aumento da fauna no futuro, após a conclusão das obras (fase de exploração).
As ações desenvolvidas neste programa serão continuadas entre as fases de implantação e
construção. Durante a fase construtiva do empreendimento, será realizada a monitorização da fauna
aquática para verificar se as medidas de controlo ambiental propostas neste relatório se mostram
suficientes para não perturbar os animais que vivem no ambiente marinho.
Uma das subdivisões do programa destina-se à monitorização da fauna aquática, que deve observar as
possíveis alterações das espécies da fauna aquática e de seus padrões de distribuição ao longo do
tempo. A correlação das informações obtidas, com os fatores de impacte, permitirá avaliar se as medidas
propostas são de facto eficazes.
Por se tratar de uma região costeira (particularmente a Secção 2), a maior parte das espécies animais
da área circundante ao empreendimento constituem espécies marinhas ou dependentes do mar, sendo,
portanto, pertinente uma atenção especial para este ecossistema. As alterações na qualidade e
circulação da água são os principais impactes para o ambiente aquático e, consequentemente, para as
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espécies que vivem neste habitat. Relativamente à biota terrestre – nomeadamente à fauna – a
movimentação das máquinas e equipamentos durante a fase construtiva do empreendimento não
deverá ser um elemento totalmente destrutivo do ecossistema, já que existe pouca vegetação nativa no
local.
A medida de monitorização da fauna deve intentar maximizar o conhecimento sobre as alterações nas
populações e comunidades da fauna local, que poderá estar ameaçada em decorrência dos impactes
advindos da implantação do empreendimento. De forma semelhante, deve também monitorar as
espécies animais nas áreas de influência do projeto. É também importante envolver a comunidade mais
próxima nas ações de proteção à fauna por meio da consciencialização sobre sua importância e do
compartilhamento de responsabilidades.
9.3.1 PERDA DE HABITAT NATURAL
Potencial Impacte
Durante a fase de construção poderá existir a necessidade de abate de árvores e destruir vegetação
em alguns troços onde possam existir novos alinhamentos, alargamento da estrada e desvios para
facilitar as obras. Adicionalmente, nas áreas dedicadas à construção dos estaleiros, poderá também
ocorrer a extração de inertes (areia e pedra). De destacar que as câmaras de empréstimo atualmente
em uso para a manutenção da estrada são pequenas e terão de ser alargadas, o que consequentemente
terá um forte impacte no habitat natural.
Também é expectável a destruição do habitat natural durante a fase de exploração, devido ao potencial
afluxo de pessoas e outras atividades nas proximidades da estrada, implicando a desflorestação para
vários fins (por exemplo: construção de novas casas, abertura de novos campos de cultivo e procura de
combustível lenhoso). O acesso facilitado pela estrada pode incentivar o abate ilegal de árvores, mais
fabrico de carvão para venda, apesar do perigo destas atividades afetarem a área de conservação de
do PNOST. Trata-se de um impacte de longo prazo durante a exploração e pode ser reversível. Será
necessária uma certa coordenação entre as os setores da agricultura e do ambiente para controlar a
desflorestação durante a fase de exploração.
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A desflorestação tem impactes diretos sobre a erosão e empobrecimento dos solos, bem como sobre o
habitat da fauna selvagem. A perda de habitat tem impactes relativos a diversidade florística e faunística
local, que por sua vez poderá afetar os objetivos de conservação. Assim, se as medidas de mitigação
abaixo mencionadas não forem tomadas, o projeto terá impactes cumulativos significativos.
Com uma área já modificada pela ação humana e cobertura vegetal composta por espécies não nativas,
os estudos permitiram concluir que as alterações na vegetação natural que serão provocadas pela
implantação deste empreendimento na Estrada Nacional 1, não terão reflexo significativo.
Medidas de Mitigação
• Envolver e reforçar a coordenação entre instituições públicas responsáveis pela área da
agricultura e ambiente para monitorizar o desflorestamento durante a fase de operação;
• Desenvolver campanhas de sensibilização sobre a conservação ambiental junto das
comunidades;
• Reforçar o controlo para banir qualquer abate ilegal de árvores e monitorizar o cumprimento dos
planos de gestão das concessões florestais, particularmente os cortes anuais admissíveis;
• Em parceria com ONGs, agricultura e as concessões florestais existentes, desenvolver e/ou
reforçar projetos de reflorestamento junto das comunidades;
• Promover alternativas de subsistência para a comunidade que reduzam o uso de floresta, como
por exemplo, a produção de mel;
• Providenciar fontes alternativas de energia para confeção dos alimentos e aquecimento nos
estaleiros;
• Proibir o uso de combustível lenhoso por parte dos trabalhadores durante a fase de construção;
• Maior fiscalização das licenças florestais e do abate de árvores. Melhorar o controlo de uso de
recursos no PNOST;
• O Empreiteiro deverá providenciar estes produtos básicos aos seus trabalhadores e não permitir
qualquer forma de utilização de recursos naturais.
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9.3.2 INTERFERÊNCIA COM A MIGRAÇÃO DOS ANIMAIS
Potencial Impacte
Apesar de ao longo de maior parte da estrada já existir um movimento insignificante de animais, durante
a fase de construção o grande movimento de veículos e de máquinas pode estar associado ao risco
de perturbação da fauna que pode ser acrescido, particularmente nos corredores migratórios de animais
com destaque para o que se refere às aves e áreas de nidificação. A presença constante de
trabalhadores e máquinas pode impedir ou dificultar a presença e a migração de animais. No entanto,
este impacte pode ser minimizado através da limitação da construção dos estaleiros próximos dos
corredores migratórios de animais.
Medidas de Mitigação
• Identificar as rotas de migração de animais;
• Construir os estaleiros distantes dos corredores migratórios;
• Proibir qualquer forma de caça de animais por parte dos trabalhadores;
• Sinalizar os corredores migratórios de animais;
• Colocar bandas sonoras e lombas para reduzir a velocidade dos automobilistas em zonas de
atravessamento de animais.
9.3.3 AUMENTO DA CAÇA ILEGAL DE ANIMAIS
Potencial Impacte
Este impacte é particularmente importante durante a fase da exploração devido ao acesso facilitado
por parte dos caçadores furtivos e de compradores de carne/animais selvagem que se espera com a
estrada já reabilitada. Durante a fase de construção, este impacte poderá ser contornado através de
medidas de proibição de caça por parte dos trabalhadores.
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Medidas de Mitigação
• Proibir qualquer forma de caça por parte dos trabalhadores das obras;
• Promover campanhas de sensibilização sobre a proteção dos animais e da natureza junto dos
trabalhadores e das comunidades;
• Promover fontes alternativas de proteínas para as comunidades locais;
• Promover parcerias com investidores privados para desenvolver projetos que aliem a
conservação e o turismo;
• Reforçar a fiscalização contra a caça furtiva, principalmente em colaboração com as
comunidades locais.
9.3.4 PERTURBAÇÃO DA FAUNA E FLORA AQUÁTICA E MARINHAS
Potencial Impacte
Os impactes durante a fase de construção podem ser causados pela sedimentação resultante dos
trabalhos a serem realizados nos leitos dos rios (extração da areia e captação de água) e no mar, erosão
nas áreas de construção, poluição por óleos, combustível e de outros químicos. Grandes quantidades
de sedimentos erodidos nos rios (durante a reabilitação de pontes e dos aquedutos) e das barreiras de
proteção costeira podem diretamente afetar os peixes e outras formas de vida aquática através de danos
ou acumulação nas suas guelras, conduzindo à sua morte ou a efeitos sub-letais. Sedimentos podem
indiretamente afetar os peixes e outras formas de vida aquática por intermédio da modificação dos
habitats ou redução da produção primária e, por conseguinte, a quantidade de pescado. Os derrames
de combustível e químicos podem afetar diretamente a fauna aquática e marinha ou a disponibilidade
de produtos pesqueiros para os humanos. Adicionalmente, as atividades de captação da água dos rios
podem perturbar a fauna aquática ou afetar a sua integridade, dependendo da quantidade a ser captada
e da fonte utilizada.
Durante a fase de exploração e trabalhos de manutenção da estrada e das obras de proteção costeira,
a água superficial poderá ser poluída por veículos que utilizam a estrada. Pequenos derrames de óleos
e combustíveis de veículos em estado deficitário, bem como compostos do asfalto podem ser lavados
para os cursos de água. Este impacte é menor e de curto prazo. Assim, pode-se considerar que a
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exploração e manutenção da estrada e das obras de proteção costeira terão impactes pouco
significativos sobre os recursos hídricos e marinhos.
A desmobilização de estruturas localizadas proximamente ou sobre os cursos de água podem ter algum
impacte menor sobre a qualidade da água e ecologia dos rios e dos mares. No entanto, medidas gerais
de mitigação deverão ser aplicadas no caso de se verificar o risco desta contaminação, procurando
reduzir o seu impacte para o mínimo possível.
Impactes Indiretos e Cumulativos
O assoreamento dos cursos de água e do fundo do mar bem como o potencial derrame de substâncias
perigosas podem afetar a sobrevivência da fauna aquática e marinha. A substituição dos aquedutos ou
pontes poderão ter impactes significativos sobre as planícies de inundação ao longo do troço. Deste
modo, se não forem tomadas as devidas medidas de mitigação abaixo mencionadas, os impactes
cumulativos sobre a qualidade da água poderão ser significativos.
Medidas de Mitigação
• Cumprimento das medidas de controlo da erosão;
• Manutenção regular das máquinas e veículos para evitar fugas de óleos e combustíveis;
• Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames;
• Localização adequada dos estaleiros para evitar escoamento para os cursos de água.
9.3.5 USO DOS RECURSOS
Potencial Impacte
Em termos de recursos, é possível afirmar que os trabalhadores das obras de construção da estrada e
da proteção costeira irão aumentar a procura de energia, madeira, areia, combustível, alimentos e água.
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O acesso aos alimentos pode ser garantido através de fornecedores distribuídos pelas vilas e cidades
da área do projeto sem prejuízo na disponibilidade de alimentos ao nível local. Existem também bombas
de combustível para o abastecimento ao projeto, desde que seja aprovisionado com antecedência,
evitando qualquer prejuízo do abastecimento local.
Um recurso que é particularmente importante na construção de estradas e obras de proteção costeira
é água que dificilmente se poderá obter de outras fontes se não localmente. Grandes quantidades de
água serão necessárias para os trabalhos de compactação da sub-base, redução da poeira durante os
trabalhos, os trabalhos de betonagem das estruturas hidráulicas, e abastecimento aos estaleiros,
areeiros e pedreiras. Apesar de ser temporário, dependendo da quantidade e da fonte a ser extraída
pode causar impactes na disponibilidade hídrica para as populações circundantes e afetar a fauna
aquática da fonte. Não deverá ser necessário qualquer realinhamento de curso de água no projeto.
Deste modo, as atividades de construção terão impactes significativos sobre a alteração do regime
hidrológico dos cursos de água a curto prazo.
Medidas de Mitigação
• O Empreiteiro deverá providenciar estes produtos básicos aos seus trabalhadores e não permitir
qualquer forma de utilização de recursos naturais;
• Pedir licenças necessárias às instituições de tutela para exploração de recursos locais;
• As aquisições de produtos devem preferencialmente feitas junto dos comerciantes locais e evitar
grandes aprovisionamentos nos estaleiros que não estejam justificados, até como mais uma
medida de partilha de benefícios.
POTENCIAIS IMPACTES SOBRE O AMBIENTE SOCIOECONÓMICO
9.4.1 CRIAÇÃO DE EMPREGO
Potencial Impacte
Durante a fase de construção, um dos impactes positivos diretos do projeto será o da criação de
oportunidades de emprego para as comunidades e entidades locais, incluindo o envolvimento de uma
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série de entidades na oferta de bens e serviços. O Empreiteiro irá empregar trabalhadores qualificados
e não-qualificados para a execução da empreitada, como socio economistas, engenheiros, técnicos
profissionais, segurança, trabalhadores casuais, cozinheiros, pessoal de limpeza para o estaleiro, entre
outros. O emprego para a execução das obras pode aumentar o rendimento para a população local
melhorando a sua condição atual. Ainda durante a fase construtiva, existe oportunidade de emprego
indireto através de outros serviços locais como pequenos negócios e serviços a prestar para os
trabalhadores das obras e estaleiros no geral. Entre os pequenos vendedores, incluem-se as mulheres,
idosos e entre eles uma série de pessoas e grupos considerados pobres e vulneráveis. No âmbito deste
projeto existe um interesse intrínseco em deliberadamente envolver os GIME e trabalho intensivo sempre
que isso for aplicável como uma das formas de baixar os custos e aumentar as possibilidades de partilha
de benefícios. Tal deverá ser devidamente considerado no desenho do projeto.
A exploração da estrada implica um maior tráfego e, por consequência, um maior número de
utilizadores. Este facto poderá criar oportunidades de autoemprego para pequenos negociantes para a
venda de produtos locais e não só para os viajantes. Adicionalmente, pequenos negócios (ex.: transporte
de passageiros) poderão empregar mais pessoas. Entre os pequenos vendedores incluem-se as
mulheres, idosos e, entre eles, uma série de pessoas e grupos considerados pobres e vulneráveis.
As atividades de manutenção da estrada criam também oportunidades de trabalho para empresas e
organizações nacionais e também para a população local pobre e sem instrução formal. Entre as
empresas incluem-se as pequenas/médias empresas de construção civil para reparações e manutenção
de estradas.
Uma importante organização local é constituída pelos GIME, que reúnem no seu meio um pouco acima
de 40% de membros que são do sexo feminino. O seu recomendado envolvimento nas obras de
manutenção (e, onde for possível, também nas de construção) trará um aumento de rendimentos às
comunidades locais e uma possível melhoria da sua condição de vida, com destaque para as mulheres
que de outro modo poderiam não ter qualquer outra oportunidade.
Todas as atividades relacionadas com a desmobilização, como por exemplo a desmontagem dos
estaleiros, restauração das áreas danificadas podem igualmente criar oportunidade de emprego para
pequenas empresas e a comunidade local, incluindo os GIME.
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Medidas de Potenciação
• Assegurar o envolvimento da estrutura local e das comunidades que vivem ao longo do troço
para que seja beneficiada diretamente pelas oportunidades de emprego necessárias para
execução das obras;
• De forma particular envolver os GIME que reúnem pessoas já com experiência em ações de
construção e manutenção de infraestruturas. Com um nível reduzido de orientação, os membros
dos GIME podem facilitar de muitas maneiras as ações de construção e de operação e
manutenção a baixo custo, ao mesmo tempo que garantem que o projeto partilhe benefícios com
particular destaque para as mulheres;
• O envolvimento dos GIME deve fazer parte do desenho do projeto;
• As oportunidades de emprego devem ser explicadas de forma clara e realista para não originar
falsas ou expectativas demasiado altas;
• O Empreiteiro deverá preparar uma lista do tipo mão-de-obra não qualificada necessária, com
indicação clara do número de postos, duração, as condições de trabalho e remuneração;
• Criar oportunidade para que pequenos comerciantes e fornecedores de bens e serviços locais
possam servir ao Empreiteiro durante a execução das obras;
• O impacto positivo sobre a condição de vida das mulheres pode ser incentivado ainda mais se o
Empreiteiro tiver uma orientação específica para dar oportunidade às mulheres no ato da
contratação da mão-de-obra e neste caso destaca-se particularmente o envolvimento dos GIME.
9.4.2 AUMENTO DA SEGURANÇA
Potencial Impacte
A instalação de iluminação pública está fortemente relacionada com a diminuição da insegurança, e
diminuição da criminalidade, especialmente crimes relacionados com a violência sobre género.
Medida de potenciação
Implementação de um sistema de iluminação pública nas zonas urbanas.
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9.4.3 AUMENTO DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA E FLORESTAL
Potencial Impacte
Os trabalhadores das obras de construção da estrada irão aumentar a procura de produtos
agropecuários e florestais (madeira, combustível lenhoso, alimentos e outros), que podem incentivar a
produção local.
O estado precário das vias de acesso é um dos principais constrangimentos à comercialização agrária
em STP, e mesmo a área de influência direta e indireta do projeto oferece exemplos desta situação.
Durante a operação, é expectável uma maior e melhor exploração das concessões florestais, aumento
das áreas de produção agrícola e maior comercialização. Este aumento será resultante da melhoria
das condições de transitabilidade que facilitarão a colocação dos seus produtos no mercado.
Adicionalmente, pode estar relacionado com a maior disponibilidade de insumos agrícolas quer através
dos programas públicos quer das ONGs ou vendedores privados, incentivados pela procura por estes
bens e serviços por parte dos produtores. Isto resultará numa maior renda familiar dos agregados
familiares e das empresas agropecuárias que operam no troço e outros troços relacionados.
Impactes Indiretos e Cumulativos
Neste contexto, o impacte positivo da reabilitação da Estrada Nacional 1 consiste no aumento da
produção agrária e incentivar a pequena indústria agropecuária local e de novos investimentos (por ex.
turismo), já que os custos de manutenção, bem como o consumo de combustível serão menores, e o
tempo necessário para disponibilizar os produtos no mercado será reduzido. Os impactes negativos
indiretos e cumulativos esperados são a abertura de novos campos de cultivo e a exploração
insustentável de recursos naturais, particularmente a madeira para fins de produção de carvão;
causando perda de habitat com consequências negativas sobre a conservação da flora e da fauna
selvagem, que se pode estender ao PNOST. As medidas de mitigação aqui apresentadas devem ser
implementadas para mitigar os impactes cumulativos que sejam negativos.
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Medidas de Potenciação
• Incrementar o acesso aos serviços de extensão aos produtores locais;
• Disponibilizar mais insumos agrícolas para incentivar a produção local;
• Implementar as medidas de mitigação para evitar destruição do habitat natural (11.2.1) e para
evitar a caça ilegal de animais (11.2.3), principalmente no PNOST e áreas adjacentes.
9.4.4 ATRACÃO DE INVESTIMENTOS
Potencial Impacte
As obras de construção da estrada e da proteção costeira têm o potencial de atrair empresas e
investidores tanto durante a fase de construção como na fase de exploração. Com a melhoria das
condições de mobilidade espera-se impulsionar ou atrair investimentos que atualmente ocorrem de
forma limitada ou não se desencadeiam por causa dos custos operacionais ligados principalmente ao
estado precário das vias. De entre os as áreas de investimento que podem ser atraídos pelas boas
condições da estrada são: agricultura, turismo, indústria madeireira e transportes.
Novos investimentos significam mais empregos e, consequentemente, uma melhoria das condições de
vida das comunidades locais.
Medidas de Potenciação
• Melhor fiscalização das concessões florestais;
• Envolvimento das instituições de promoção da agricultura, turismo, madeira, transportes, etc.
para atrair investimentos na área de influência do projeto.
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9.4.5 AUMENTO DAS RECEITAS FISCAIS PARA O ESTADO
Potencial Impacte
Durante a fase de construção da estrada será necessário importar alguns materiais, que geram receitas
para o Estado. Adicionalmente, a criação de postos de trabalho diretos e indiretos durante a construção
aumenta a base tributária local com efeitos diretos sobre a receita fiscal.
Pode-se então concluir que indiretamente, o projeto poderá contribuir para as receitas do Estado
utilizadas para investir em outras infraestruturas sociais por todo o país, incluindo a garantia de ações
de operação e manutenção, que muitas vezes se colocam na posição de reféns de insuficiência de
fundos.
Medidas de Potenciação
• Melhorar o sistema de arrecadação de receitas por parte das autoridade tributária e afetação
criteriosa dos recursos de modo a garantir um fluxo de fundos adequado para as ações de
operação e manutenção das estradas e infraestruturas públicas, incluindo os municipais.
9.4.6 REDUÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE
Distâncias relativamente longas, elevados custos de transporte, condições precárias da estrada e falta
de transporte constituem um grande desafio para as comunidades pobres e grupos vulneráveis
(mulheres, crianças e idosos) poderem ter acesso aos mercados, serviços financeiros, centros de saúde
e escolas. O custo de transporte pode ser insuportável para as comunidades vivendo ao longo da
estrada, praticamente proibitivo, dificultando o acesso a todo o serviço básico.
Potencial Impacte
A melhoria das condições da estrada irá permitir que os atuais e novos operadores interessados na área
de transportes possam introduzir autocarros com capacidade de transportar mais pessoas e a um custo
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unitário inferior ao atual. Tal melhoria, aliada a uma possível redução dos custos de manutenção devida
às melhores condições de transitabilidade, os custos de transporte no geral têm potencial para serem
reduzidos.
Cumulativamente e indiretamente, a redução dos custos de transporte irá incentivar a um maior fluxo de
pessoas e bens, maior produção e comercialização agrárias, melhor acesso aos serviços básicos, etc.,
com impacte direto sobre as condições de vida da população mais pobre e vulnerável.
Medidas de Potenciação
• Assegurar o envolvimento das associações locais de transportadores para que participem na
exploração do troço para transporte de bens e serviços;
• Juntamente com as instituições de tutela, estabelecer tarifas adequadas para o transporte de
bens e pessoas;
• Criar condições de parqueamento com segurança e comodidade nos principais destinos.
9.4.7 INCLUSÃO SOCIAL E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
As comunidades que vivem ao longo da EN1 têm mobilidade limitada devido à sua dependência
económica, social ou física. As mulheres, particularmente as pobres e que possuem filhos, tendem a ser
economicamente dependentes dos maridos; os jovens e crianças dependentes dos pais e os deficientes
físicos dependentes dos seus familiares. O isolamento espacial, a pobreza e a exclusão social impedem
que as pessoas saiam das condições precárias em que vivem.
Potencial Impacte
Assim, melhorar o acesso e a mobilidade é crucial para reduzir tanto o isolamento como a referida
dependência das mulheres, jovens, idosos e pessoas portadoras de deficiência, facilitando a sua
participação no processo económico, social e político.
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Nesse sentido, a facilidade de transitabilidade permitirá uma maior frequência de visitas entre as
comunidades residentes e seus familiares, fortalecendo os seus laços.
Medidas de Potenciação
• Reforço das iniciativas públicas, privadas e das ONG’s nas áreas de treinamento, serviços
sociais, sensibilização para educação e saúde, etc., principalmente para os mais desfavorecidos
(idosos, crianças, deficientes, associações de luta contra pobreza, etc.).
9.4.8 MELHOR ACESSO AOS SERVIÇOS SOCIAIS
Potencial Impacte
A melhoria da estrada irá contribuir para uma melhoria de mobilidade e, por conseguinte, no acesso
aos serviços sociais incluindo educação, saúde, segurança, etc. O acesso aos serviços de saúde é
particularmente essencial para o tratamento de doenças crónicas como tuberculose, tratamento
antirretroviral e outros tratamentos preventivos e/ou de imunização (ex.: programa de vacinação) entre
as comunidades localizadas em zonas mais remotas e isoladas com acesso limitado de transporte.
Adicionalmente, outros serviços (registo de nascimento, como exemplo) estarão mais próximos do
cidadão. Além de facilitar o trabalho da polícia, espera-se que a administração pública local esteja mais
próxima às comunidades relativamente isoladas devido às difíceis condições de transitabilidade de via.
Medidas de Potenciação
• Disponibilização dos serviços sociais básicos para a comunidade local.
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9.4.9 POTENCIAIS IMPACTES SOBRE O GÉNERO
Potencial Impacte
Os trabalhadores da construção civil são predominantemente homens mais jovens. Aqueles que estão
fora de casa no trabalho de construção são tipicamente separados de sua família e agem fora de sua
esfera normal de controle social. Isso pode levar a comportamentos inadequados e criminosos, como o
assédio sexual de mulheres e meninas, a exploração de relações sexuais e relações sexuais ilícitas com
menores da comunidade local. Um grande afluxo de mão-de-obra masculina pode também levar a um
aumento nas relações sexuais exploradoras e no tráfico de seres humanos, através do qual mulheres e
meninas são forçadas ao trabalho sexual
Um dos potenciais impactes negativos da construção do projeto é a promoção/incentivo da prostituição
e violência sobre as mulheres. Se, por um lado, a prostituição e a violência praticada sobre as mulheres
por parte de outros que não os maridos/companheiros não são muito frequentes em São Tomé, por
outro, o influxo de trabalhadores pode potenciar estas situações. São apresentadas medidas mitigadoras
que visam a não proliferação deste fenómeno.
Por outro lado, os impactes positivos do projeto como as oportunidades de emprego, geração de
rendimentos, potencial para aumento da produção local, atracão de investimentos, aumento da receita
fiscal, maior acesso aos serviços públicos têm um impacte significativo sobre as mulheres. As mulheres
estão diretamente envolvidas na atividade de produção agrária e aos pequenos negócios que podem
florir ao longo da estada.
Medidas de Mitigação
• Ações de sensibilização aos trabalhadores para as problemáticas relacionadas com o respeito
pelas comunidades locais e, particularmente, para as questões da violência de género.
• Existência de um Código de Conduta a que estarão sujeitos todos os trabalhadores da obra, cujo
teor inclui o comportamento em relação à comunidade local, cujo desrespeito acarretará medidas
punitivas, além dos mecanismos da legislação penal ordinária.
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Medidas de Potenciação
• Através de políticas internas próprias, estabelecer uma cota mínima de participação direta da
mulher na implantação do projeto. O envolvimento do GIME tem um potencial de aumento de
sucesso neste sentido;
• Incentivar os trabalhadores a adquirirem os seus bens essenciais às palaiês e comerciantes que
normalmente vendem os seus produtos ao longo da EN1.
9.4.10 EXPECTATIVAS DE SOLUÇÃO A CURTO PRAZO DOS PROBLEMAS DE VIA DE ACESSO E DA
FALTA DE EMPREGO
Potencial Impacte
Dada a importância do problema de transitabilidade e de consequente pobreza ao longo da estrada, a
sua reabilitação cria expectativas elevadas na área do projeto e particularmente nas comunidades que
residem ao longo desta estrada como solução imediata para muitos problemas. Todavia, existem passos
a serem seguidos para materialização do projeto e consequente aproveitamento dos benefícios desta
importante infraestrutura. Para além da própria melhoria de acesso, existe uma enorme expectativa de
empregabilidade resultante do projeto.
Medidas de Mitigação
• Disseminação pelas comunidades locais do alcance das medidas que serão tomadas a curto
prazo, para prevenir falsas expectativas e assegurar a credibilidade do projeto entre as
comunidades;
• Coordenar com as autoridades locais, líderes locais e tradicionais o processo de revelação do
calendário e das metas da implantação do projeto.
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9.4.11 CONFLITOS ENTRE TRABALHADORES E A POPULAÇÃO LOCAL NA ÁREA DO PROJETO
Potencial Impacte (fase de execução)
Os projetos que envolvem obras de considerável significância geram frequentemente conflitos sociais
entre os trabalhadores que permanecem temporariamente no local e os residentes da comunidade.
Estes atos estão geralmente relacionados com comportamentos socialmente inaceitáveis de acordo com
os padrões sociais locais e podem ser observados, por exemplo, casos de embriaguez e
desconsideração ou falta de respeito perante os costumes locais. Apesar de parte da mão-de-obra ser
recrutada localmente, este impacte deve ser considerado, não só por causa de outros trabalhadores de
outras zonas, mas também pelo facto dos próprios trabalhadores locais poderem gerar distúrbios sociais
na comunidade, assim que sentirem que o emprego ou outras condições lhes confere estatuto diferente.
Medidas de Mitigação
• Reforçar a importância de se manter um bom relacionamento com as comunidades locais nos
diálogos sobre saúde e segurança com os trabalhadores;
• Entre os trabalhadores locais deve haver um grupo de ligação com a comunidade responsável
pelo estabelecimento de comunicação entre o pessoal do projeto e a comunidade, o qual será
particularmente importante em casos de conflito. Este grupo deverá estar familiarizado com o
projeto em geral e ser capaz de eliminar devidamente quaisquer dificuldades ou passar adiante
quaisquer queixas/reclamações;
• Deve ser estabelecido e implementado um conjunto de regras (ou um Código de Conduta) a
vigorar no local de trabalho. Os padrões devem incluir, entre outros, a proibição de entrada de
pessoas estranhas ou não autorizadas ao serviço e a proibição da prostituição nos estaleiros e
áreas afins (ex.: áreas de armazenamento).
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9.4.12 DESTRUIÇÃO OU PERDA DE BENS (DESTRUIÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE CASAS, BANCAS,
VEDAÇÕES, TERRA AGRÍCOLA OU ÁRVORES DE FRUTA)
Este é o principal potencial impacte que justifica a formulação do Plano de Política de Reassentamento
(PPR), que deve ser utilizado conjuntamente com este EIAS para orientar as melhores formas de lidar
com o Reassentamento Involuntário, definido no seu sentido amplo, conforme explicitado no capítulo
sobre quadro legal e institucional do projeto.
Potencial Impacte
Ao longo do troço existe uma série de ativos de pessoas singulares e coletivas que poderão se afetados
pelas ações de reabilitação. Trata-se, mas não se limita a partes de edifícios para vários fins, passeios,
escadarias, campos cultivados, árvores para vários fins, postes de transporte de energia, iluminação,
telecomunicações, etc. À primeira vista, parece ser difícil embarcar num ajustamento do desenho
geométrico e outras características (permitir que as máquinas trabalhem em condições de segurança e
se façam alguns melhoramentos localizados do alinhamento) sem interferir diretamente com os ativos
citados.
Tendo em conta as características do projeto e a atual condição da estrada (descrita no Capítulo 3), o
potencial de reassentamento pode ser relativamente baixo e eventualmente um plano simplificado com
indicações claras dos procedimentos de compensação poderá ser suficiente.
Os detalhes só poderão ser conhecidos nas fases mais avançadas de estudo de viabilidade e de
desenho final do projeto, mas caso não se consiga evitar o reassentamento, independentemente da
magnitude, será necessário seguir rigorosamente os dispositivos do Banco Mundial (política de
reassentamento involuntário (OP 4.12)) para lidar com as consequências do projeto neste contexto.
Medidas de Mitigação
• Em conformidade com o presente documento, um plano de reassentamento e compensação
pelas infraestruturas e outros ativos deverá ser preparado e implementado antes do início das
obras (fase de implantação);
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• Em fase de construção, nas situações em que o Empreiteiro acidentalmente interferir com as
estruturas e bens das populações, deve proceder à devida compensação em coordenação com
as autoridades locais e proponente do projeto;
• Quando o Empreiteiro necessitar de realizar atividades à volta das casas e terrenos agrícolas,
deve ser dada preferência ao uso de meios manuais;
• Os locais para instalação dos estaleiros e armazéns ao longo da estrada devem ser selecionados
com cuidado e, sempre que possível, em campos já abertos para evitar necessidades acrescidas
de deslocar pessoas e bens, compensações e destruição do ambiente natural. Os locais
selecionados deverão ser aprovados pelo Dono de Obra.
9.4.13 PERTURBAÇÃO DAS ATIVIDADES QUOTIDIANAS E TRÂNSITO DE PESSOAS E VEÍCULOS
Potencial Impacte
É importante frisar, devido à importância da EN1 no contexto da economia local, que será dada especial
atenção à sinalização e equipamentos temporários, para que a execução das obras de beneficiação se
faça em perfeita segurança, tanto para os utentes da via como para os trabalhadores nela envolvidos.
Existe uma enorme variabilidade no que diz respeito aos possíveis impactos derivados dos trabalhos de
construção na Estrada Nacional 1, desde atrasos no transporte como perturbações aos utentes que se
poderão refletir num impacto na economia nacional, bem como na imagem do Departamento de Vias de
Comunicação.
Contudo, é expectável que o maior impacto neste contexto estará relacionado com o movimento do
tráfego ao longo do corredor da Estrada Nacional 1, tanto para a Secção 1, como para a Secção 2.
Tendo em consideração de que se trata de uma faixa de rodagem com apenas 2 vias, uma em cada
sentido, e tendo conhecimento do volume de veículos pesados que nela circulam, um plano de
sinalização temporária para uma eficaz gestão de tráfego será primordial.
Um plano de sinalização temporária visa essencialmente:
• Minimizar o transtorno a todos os utilizadores das estradas e passeios em causa;
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• Proporcionar escoamento adequado de transito a todos os veículos, possibilitando a circulação
dos mesmos por circuitos alternativos, nos casos em que tal se revele necessário;
• Possibilitar o normal funcionamento dos trabalhos, sem colocar em risco quer a equipa
responsável pala sua execução, quer qualquer veículo que circule nas vias abrangidas pelo
presente documento.
As obras de construção irão aumentar o tráfego de veículos pesados e equipamentos ao nível local. Isto
irá perturbar os padrões de acesso e circulação, envolvendo desvios de tráfego e dificuldades de acesso,
com a possibilidade de criar congestionamento;
O transporte de bens ou produtos destas unidades de produção para os mercados podem ser
negativamente afetados durante a fase de construção. Uma planificação inadequada das atividades
pode reduzir o tráfego normal, criando condições de congestionamento e aumentando o consumo de
combustível e o tempo de entrega dos produtos.
O transporte de bens e produtos assenta principalmente em viaturas ligeiras e pesadas, autocarros e
tratores, incluindo o transporte de cerveja e combustíveis. Deste modo, os impactes do projeto durante
a fase de construção e desmobilização serão pouco significativos sobre a cadeia agropecuária e
piscícola atual.
Medidas de Mitigação
• Informar sobre as restrições de tráfego, sempre que estas estiverem previstas;
• Instalar uma sinalização adequada nas áreas de trabalho, indicando rotas alternativas, restrições
de velocidade e desvios na estrada enquanto as obras ocorrem. Após análise dos elementos
contantes do processo de concurso, e face à importância e nível de tráfego da EN1, recomenda-
se um reforço de sinalização que minimize, tanto quanto possível, os constrangimentos gerados
pela execução da obra. Neste sentido, encontra-se no Anexo 6 uma proposta de esquema de
sinalização que consideramos dar resposta à regulamentação em vigor e maximizar a segurança
de todos os utentes da via, assim como do pessoal associado à obra.
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• Programar a execução dos trabalhos por trechos de via com uma extensão aproximada de 300
metros, não se permitindo que dois trechos contíguos tenham o mesmo tipo de trabalhos, nem
se permitindo a passagem para o terceiro trecho sem que o primeiro esteja concluído. Esta
medida permite potenciar a circulação alternada, minimizar o transtorno causado às atividades
comerciais ao longo da via, e evita a realização de desvios temporários (incluído no Plano de
Reassentamento Involuntário).
• Contratar e treinar sinaleiros para orientar os motoristas e pedestres em áreas de alto tráfego;
• Construir uma passagem segura sobre as valas que serão abertas, a fim de minimizar o
incómodo para a população local.
SAÚDE E SEGURANÇA OPERACIONAIS
Existe um potencial para ocorrência de acidentes durante as atividades de construção, operação e
manutenção da estrada e obras de proteção costeira. A segurança pode ser vista do lado comunitário,
mas também internamente. A primeira relaciona-se com o perigo que as atividades possam causar às
comunidades locais e aos condutores nas vias. Neste último caso, refere-se à insegurança entre os
trabalhadores nas obras.
Os riscos associados à saúde e segurança operacional são:
• Consumo de água imprópria;
• Ferimentos ou fatalidades devidos a movimentação de cargas;
• Quedas, escorregões e tropeções;
• Quedas em altura;
• Queda e projeção de objetos;
• Ferimentos e fatalidades devido a máquinas e veículos em movimento;
• Questões de saúde relacionados com a emissão de gases e poeiras;
• Exposição a químicos, substâncias perigosas e inflamáveis;
• Choque elétrico;
• Questões de saúde relacionados com a exposição ao ruído.
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Relativamente às comunidades, há que destacar os seguintes riscos:
• Acidentes e ferimentos envolvendo pessoas da comunidade;
• Exposição ao ruído e vibrações;
• Exposição a gases e poeira.
9.5.1 CONSUMO DE ÁGUA IMPRÓPRIA
Potencial Impacte
Água suja ou potável não cumprindo com requisitos de saúde pode resultar em doenças aos
trabalhadores, terminando em fatalidade. Visto que os trabalhos serão executados em linha e em locais
sem acesso à água potável, existe um risco de contaminação por consumo de água imprópria durante
a construção. Dependendo da localização das áreas de obras como estaleiros, pedreiras, areeiros, este
risco pode ser substancial.
Medidas de Mitigação
• A água potável a ser fornecida pelo Empreiteiro deve cumprir com as recomendações e diretrizes
nacionais e da OMS aplicáveis;
• A água deve ser armazenada em local fresco e à sombra.
9.5.2 FERIMENTOS OU FATALIDADES DEVIDAS À MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS
Potencial Impacte
A incorreta movimentação manual de cargas durante a construção pode resultar em doenças ou lesões
músculo-esqueletais em diferentes partes do corpo (costas, pescoço, ombros, braços, mãos e outros)
tais como entorses, distensões a lesões musculares. Outras lesões incluem cortes, contusões,
lacerações e fraturas.
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Medidas de Mitigação
• O Plano de Gestão em Saúde e Segurança deverá incluir procedimentos para evitar
movimentos repetitivos e movimentação manual de cargas de forma incorreta;
• Utilizar equipamentos de levantamento de cargas;
• Organizar as tarefas de movimentação manual de forma segura, dividindo as cargas em cargas
menores;
• Providenciar informação e formação aos trabalhadores nas tarefas, no uso dos equipamentos e
nas devidas técnicas de manuseamento de cargas;
• Os trabalhos manuais devem ser realizados por trabalhadores que tenham condições físicas para
realizar tais tarefas sem trazer riscos para a sua saúde;
• Devem ser implementadas e organizadas pausas suficientes para garantir que haja um
descanso, especialmente em condições de muito calor. Os arranjos das pausas devem ser
comunicados a todos os trabalhadores afetados;
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI) comprovados e adequados devem ser fornecidos a
cada trabalhador sem qualquer custo.
9.5.3 QUEDAS, ESCORREGÕES E TROPEÇÕES
Potencial Impacte
Durante a fase de construção, existe o risco constante de quedas por tropeções e escorregões. A
limpeza e arrumação incorretas podem ser a causa de vários acidentes como: tropeçar em objetos soltos
no chão, escadas e plataformas; escorregar em superfícies húmidas ou oleosas; chocar contra materiais
mal empilhados e fora do lugar. Este tipo de acidentes podem causar lesões leves, como também lesões
graves.
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Medidas de Mitigação
• O Plano de Gestão em Saúde e Segurança deve incluir procedimentos para evitar escorregões
e quedas, bem como para garantir a manutenção dos locais das obras;
• Boas práticas de limpezas e arrumação incluem:
o Cobrir cabos e cordas no chão e a cruzarem os caminhos para prevenir quedas (e danos
aos próprios cabos elétricos);
o Remover obstáculos dos caminhos/passadeiras;
o Varrer ou esfregar restos de material no chão;
o Manter as áreas de trabalho e as passadeiras bem iluminados;
o Tornar os tapetes e carpetes mais seguros (prender ao chão, criar aderência, etc.);
o Fechar armários de arquivos e gavetas;
• Instruções de trabalho devem ser implementadas para evitar a presença de restos de lixo, de
materiais de construção e de derramamento de líquidos fora das respetivas áreas designadas;
• Sinalização apropriada deve ser colocada em caso de situação de risco de queda, ainda que
temporariamente;
• Todos os trabalhadores deverão ser vigilantes para situações que causam perigo, comunicando
sempre ao respetivo supervisor;
• Fornecer EPI apropriados (ex.: botas).
9.5.4 QUEDAS EM ALTURA
Potencial Impacte
Alguns trabalhos em altura como nas pontes podem colocar em risco os trabalhadores durante a fase
de construção e desmobilização. Quedas de níveis elevados associadas ao trabalho em escadas e
andaimes ou trabalhos nas bordas ou próximo de escavações (ex. areeiros) são fontes significativas de
lesões incapacitantes permanentes e fatalidades.
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Medidas de Mitigação
• Andaimes e escadas:
o Devem ser inspecionados por uma pessoa competente previamente à sua utilização. Só
podem ser usados em chão nivelado e têm de estar em boas condições – sem danos ou
partes em falta – que possam afetar a segurança da escada ou andaime;
o Andaimes só podem ser montados por pessoas competentes;
o Antes de usar uma escada ou andaime, os trabalhadores nomeados deverão estar
familiarizados com os resultados das avaliações e riscos;
• Valas e escavações:
o Devem estar protegidas contra a queda de trabalhadores para o seu interior;
o As valas devem permitir que o trabalhador saia caso tenha caído (ex. ter uma inclinação);
• Uso de dispositivos de prevenção de quedas:
o Cintos de segurança e talabartes com tirante limitador para permitir acesso à área com
perigo de queda;
o Dispositivos de proteção contra queda, tais como armadura de segurança usados em
conjunto com talabartes de absorção de choque presos a um ponto de ancoragem fixos
ou linhas-de-vida horizontais;
• Instalação de barras guarda-costas, incluindo rodapés de segurança na borda de qualquer área
de perigo de queda;
• Treinamento adequado na utilização, manutenção, e integridade dos EPI necessários;
• Inclusão de planos de resgate e/ou recuperação, e equipamento para acudir trabalhadores após
uma queda.
9.5.5 PROJEÇÃO/QUEDA DE OBJETOS
Potencial Impacte
Atividades de construção e demolição podem trazer perigos significativos relacionados com o potencial
de queda de materiais e ferramentas. Ser atingido por um objeto pode causar tanto ferimentos leves
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(como pequenos cortes), como ferimentos e lesões sérias (tais como uma amputação, cegueira ou
morte).
Medidas de Mitigação
• Materiais de construção devem estar protegidos contra quedas se estiverem a ser usados em
níveis elevados. As medidas apropriadas dependem da altura do trabalho executado e incluem:
o Uso de redes de segurança, plataformas de segurança ou toldos para reter ou desviar
um objeto a cair;
o Uso de rodapés de segurança, telas, ou barras guarda-costas nos andaimes, para
prevenir a queda de objetos;
• A equipa de saúde e segurança ocupacional deve apresentar aos trabalhadores, nas reuniões
de saúde e segurança, o risco de ser atingido por objetos;
• Ferramentas elétricas só devem ser utilizadas por trabalhadores treinados e competentes;
• Equipamento protetivo deve ser utilizado (especialmente proteção dos olhos e capacetes);
• Sempre que houver trabalhos em altura, essa área deve ser barricada e sinalização de segurança
apropriada deve ser erguida indicando a mesma como área de perigo;
• As passadeiras devem ser demarcadas, de modo a evitar que se ande e/ou trabalhe por baixo
de cargas em movimento/cargas suspensas.
9.5.6 FERIMENTOS OU FATALIDADES DEVIDO A MÁQUINAS E VEÍCULOS EM MOVIMENTO
Potencial Impacte
A circulação de viaturas e máquinas num local de construção pode representar perigos temporários,
como contacto físico, derramamentos, poeiras, emissão de gases e ruídos. Como resultado, as
seguintes situações poderão ocorrer:
• Pessoas atropeladas por veículos;
• Queda de pessoa do veículo industrial;
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• Capotamento do veículo.
Medidas de Mitigação
• Estabelecer um plano de tráfego para o local da construção: estabelecimento de prioridades
(direito de passagem), limites de velocidade, requisitos de inspeção de viaturas, normas e
procedimentos de operação (ex. empilhadeiras sempre com os garfos para baixo) e controlo dos
padrões e direções do tráfego dentro e na área circundante ao local de construção;
• Assegurar que todos os motoristas e visitantes sejam reportados à administração da obra antes
de entrarem no local de construção;
• Garantir a segregação de veículos e pedestres (fornecer uma barreira física para efetuar essa
segregação onde possível);
• Garantir a existência de passadeiras adequadas nas rotas dos veículos;
• Instalação de lombas e sinais de aviso. Estes sinais deverão ser implementados com o objetivo
de alertar sobre os possíveis riscos de máquinas em movimento;
• Devem existir auxiliares de trânsito e operações disponíveis para ajudar os motoristas e
operadores no que for necessário;
• Os veículos de construção deverão ter dispositivos de alerta audíveis (ex. camiões em marcha-
atrás), faróis e luzes intermitentes (para aumentar a visibilidade dos veículos);
• Devem ser claramente demarcadas áreas de acesso restrito ao público e outros trabalhadores;
• A circulação de veículos privados e veículos de entrega deve ser restringida às áreas e rotas
definidas;
• Planificação antecipada por parte dos arquitetos e gestores de obras para reduzir o risco de
acidentes com veículos;
• Os operadores de veículos industriais devem estar treinados e habilitados na operação segura
de veículos especializados, tais como empilhadeiras, bulldozers, cilindros de compactação,
raspadores, etc.
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9.5.7 EMISSÃO DE POEIRA
Potencial Impacte
As fontes de poeira durante a fase de construção incluem essencialmente: a circulação de veículos e
máquinas; as operações nos areeiros e pedreiras; e os trabalhos de movimentação de terra e
terraplanagem. A inalação de poeira pode causar irritações, desconforto e possíveis doenças
respiratórias aos trabalhadores e membros da comunidade.
Medidas de Mitigação
• Onde não seja possível evitar, métodos de controlo deverão ser iniciados, tais como:
o Uso de suspensão molhada (as pistas sujas e a terra tirada das escavações devem ser
regadas regularmente para prevenir a formação de poeira);
o Uso de aspiradores ao invés de vassouras;
• Uso de Equipamento Protetivo pode ser vital, mas deverá ser último recurso de proteção. O
Equipamento Protetivo não deve substituir o controlo da poeira e só dever ser usado onde os
métodos de controlo de poeiras ainda não forem efetivos ou forem inadequados.
9.5.8 EXPOSIÇÃO A QUÍMICOS, MATERIAIS PERIGOSOS E INFLAMÁVEIS
Potencial Impacte
As substâncias químicas como combustíveis, óleos, lubrificantes, asfalto (entre outros) utilizados durante
a construção, representam um risco de doenças ou lesões, seja por única exposição aguda ou pela
exposição crónica repetitiva, particularmente os químicos com propriedade corrosiva, tóxica ou oxidante.
Estes também trazem risco de reações descontroladas, incluindo o risco de fogo e explosão, se químicos
incompatíveis forem misturados inadvertidamente.
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Medidas de Mitigação
• Os depósitos de combustível devem estar em menor volume praticável. Derramamentos devem
ser prevenidos e evitados e, se ocorrerem, removidos imediatamente;
• As áreas de armazenamento de combustíveis devem estar protegidas de danos e colisão de
veículos;
• Deverá ser fornecida ventilação adequada em lugares fechados;
• Números de emergência devem estar disponíveis e visíveis;
• Os trabalhadores deverão ser treinados e capacitados para manejar materiais químicos e
perigosos ou produtos inflamáveis;
• Os trabalhadores devem ser instruídos a seguir o plano de risco de emergência, particularmente
para casos de contaminação e risco de incêndio;
• Disponibilizar extintores e instruir os trabalhadores à sua utilização.
9.5.9 CHOQUE ELÉTRICO
Potencial Impacte
O incorreto manuseamento ou má manutenção de ferramentas elétricas, cabos e fios, podem ser fontes
de choque elétrico. De forma semelhante, o não ou incorreto isolamento dos cabos e fios podem causar
choque elétrico e resultar numa fatalidade.
A gravidade das lesões do choque depende da voltagem da corrente, da quantidade de corrente, da
resistência do corpo à corrente, bem como do período que o corpo ficou em contacto com a corrente. A
combinação destes fatores pode dar origem a consequências de um leve formigamento à morte
instantânea.
Medidas de Mitigação
• Ferramentas elétricas devem ser inspecionadas regularmente (cabos desgastados ou expostos)
de modo a garantir que estejam em condições seguras de uso;
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• Todos os dispositivos elétricos energizados devem ser marcados com sinalização de aviso ou
perigo;
• Cabos e extensões devem ser protegidos de danos das áreas de tráfego, através do seu
revestimento ou suspensão;
• Deve ser fixada a identificação de “perigo elétrico” nas salas de controlo com equipamento de
alta voltagem ou em locais onde a entrada é proibida ou controlada;
• Deve-se realizar a identificação detalhada e a indicação de toda a fiação elétrica enterrada, antes
de iniciar qualquer trabalho de escavação.
9.5.10 EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E VIBRAÇÕES
Potencial Impacte
Durante a construção, os níveis de ruido ao longo do corredor serão maiores devido ao uso de
equipamento pesado estacionários ou em movimento. A Tabela 9.1apresenta os níveis máximos de
ruído recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que devem ser seguidos pelo projeto.
Tabela 9.1 - Valores limiares recomendados pela OMS para ruídos em ambientes específicos
Ambiente Efeitos à saúde Leq
[dB(A)]a
Tempo de exposição
(horas)
Lmax (dB)b
Área de estar ao ar livre
Irritação séria, dia e noite
Irritação moderada, dia e noite
55
50
16
16
-
-
Casa, interior
Dentro do quarto
Inteligibilidade da fala, irritação moderada, dia e noite
Distúrbio do sono, noite
35
30
16
8
45
Fora do quarto Distúrbio de sono, janela aberta 45 8 60
Salas de aula, interior
Inteligibilidade de fala, distúrbio de retenção de informação
35 Durante as aulas -
Escola, pátio Irritação 55 Hora do recreio -
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Ambiente Efeitos à saúde Leq
[dB(A)]a
Tempo de exposição
(horas)
Lmax (dB)b
Áreas industriais, comerciais, de
tráfego, interior e exterior
Deficiência auditiva 70 24 110
Áreas públicas, interior e exterior
Deficiência auditiva 85 1 110
Parques externos e áreas de
conservação Intranquilidade e
Fonte: http://www.who.int/docstore/peh/noise/guidelines2.html (acedido em 17/08/2015)
Legenda:
a. Leq é a média ou nível de som constante num período que tenha a mesma energia. b. Lmax é o nível máximo de ruído que é medido durante um período.
• mais baixo possível c. Medido a 100mm do ouvido
As áreas tranquilas externas devem ser preservadas e a introdução de ruídos aos ambientes naturais
devem ser mantidos a um nível mínimo.
Como se pode ver na Tabela 9.2, os equipamentos de construção usados na reabilitação de estradas
geralmente excedem os níveis recomendados pala OMS para recetores próximos de 15m. Por causa da
relativa proximidade das casas ao longo da Estrada Nacional 1 e o facto de o tráfego ser mantido
durante a construção, espera-se que as populações ao longo das aldeias sejam sujeitas a níveis de
ruído superiores aos máximos estipulados pela OMS. Os impactos dos ruídos podem e serão mitigados
pelo Empreiteiro, mas irão permanecer significativos mesmo depois da aplicação de medidas de
mitigação.
Tabela 9.2 - Nível de ruído provocado por equipamentos de construção antes e depois da aplicação de
medidas de mitigação
Equipamento de construção
Nível de ruído a 15m (dBA)
Sem controlo de ruído
Com controlo de
ruído
Equ
ipa
mento
alim
ent
ado p
or
moto
r
de
com
bus
tão
inte
rna
Terr
apla
nage
ns
Pás escavadoras frontais 79 75
Retroescavadoras 85 75
Bulldozer 80 75
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Tratores 80 75
Raspadores 88 80
Niveladoras 85 75
Camiões 91 75
Pavimentadoras 89 80
Manuseamento de materiais
Betoneiras 85 75
Bombas de betonagem 82 75
Gruas 83
Estacionários
Bombas 76 75
Geradores 78 75
Compressores 81 75
Equipamento de Impacto
Chaves pneumáticas 86 80
Martelos pneumáticos 88 75
Empilhadeiras 101 95
Outro
Vibrador 76 75
Serras 78 75
Plantas de asfalto 81
Fonte: EPA, U.S. Environmental Protection Agency, 1971, Noise From Construction Equipment and Operations, Building Equipment, and Home Appliances
As vibrações são um parâmetro importante, e são influenciadas pela distância entre a Estrada e as
habitações, pelas condições do pavimento e pelo tipo de veículo que as origina. Durante a construção
prevê-se a utilização de equipamento pesado e de compactação do solo que pode provocar vibrações
consideráveis. O risco é relativamente menor se estas atividades forem realizadas dentro do tempo
necessário e durante o dia.
Durante a fase de exploração, a principal fonte de ruído serão os carros em circulação. A fonte de ruído
de um veículo em movimento é principalmente gerada pelo motor e pela fricção entre o pneu e o asfalto.
Fatores como a velocidade, número e tipo de veículos, bem como a topografia e barreiras entre o emissor
e recetor do ruído, influenciam no impacte do ruído sobre o recetor.
A melhoria das condições da estrada, irá permitir que camiões de grande tonelagem possam transitar
para transportar produtos, possivelmente durante 24h. O atravessamento de camiões pode provocar
vibrações e consequente perturbação do sono das pessoas.
Durante os trabalhos de desmobilização, poderão ocorrer ruídos para as pessoas que vivem nas
proximidades do estaleiro. O Empreiteiro pode e deve, quanto possível, considerar a possibilidade de
colocar o estaleiro distante das zonas habitadas.
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A exposição dos trabalhadores a altos níveis de ruído pode resultar em lesões, acidentes e fatalidades.
Consequências de curto-prazo da exposição ao ruído incluem dores de cabeça, nervosismo e
incapacidade de concentração. Pode levar anos até os danos tornarem-se aparentes.
A perda auditiva induzida pelo ruído geralmente é gradual, mas também ela pode ser causada
imediatamente por um ruído repentino e extremamente alto. A perda auditiva é irreversível.
Impactes Indiretos e Cumulativos
Nos troços em que a estrada passa por zonas urbanas, é de esperar que o projeto influencie outras
fontes de ruído na sua zona de influência. Deste modo, os impactes cumulativos do ruido resultante do
projeto podem ser significativos.
Medidas de Mitigação
• Selecionar equipamentos menos ruidosos;
• Instalar silenciadores em alguns equipamentos, quando possível;
• Instalar barreiras sonoras, particularmente no atravessamento de zonas de grande concentração
populacional como escolas, igrejas, etc. As barreiras devem ser localizadas o mais próximo
possível da fonte ou do recetor, aumentando a sua eficiência;
• Limitar as horas de trabalho para determinadas máquinas móveis, particularmente nos
aglomerados populacionais;
• Localizar as fontes de ruído para zonas menos sensíveis para aproveitar a vantagem da distância
e barreiras naturais;
• Opção por áreas de construção (plantas de betão, usinas de alcatrão, pedreiras, etc.) e estaleiro
distantes das comunidades, sempre que possível;
• Usar a topografia como vantagem para reduzir naturalmente o efeito do ruído durante a
construção dos estaleiros;
• Desenvolver mecanismo para registar e dar resposta a reclamações;
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• Alertas aos efeitos na saúde, com formação e treinamento dos funcionários para evitar a geração
de ruído desnecessário;
• Programar as tarefas mais ruidosas para horários onde menos trabalhadores estejam presentes;
• Vigilância dos locais onde a exposição ao ruído é significativa;
• Reduzir o nível do ruido ao menor nível possível. Os níveis de ruído devem ser mantidos abaixo
de 80 dB (A) sempre que possível;
• Concentrar todas as atividades durante o período diurno irá diminuir a incidência dos efeitos;
• Nenhuma atividade de construção deve ser realizada quando o ruído for superior a 45 dB(A)
durante o período noturno (22h00 às 7h00) perto de áreas residenciais, institucionais ou
educacionais;
• Os veículos e equipamentos devem ser inspecionados regularmente para garantir o seu bom
funcionamento e minimizar a emissão de ruído;
• Evitar obras em dias de ventos fortes, a fim de controlar a incidência deste impacte;
• Se possível, reduzir o impacto do ruído na fonte através de dispositivos silenciadores de ruído a
serem acoplados nos equipamentos;
• Fornecer equipamento de proteção auricular do tipo inserção ao pessoal que irá trabalhar
diretamente com as máquinas de geração de ruído, incluindo a sua curta estadia em áreas onde
o ruído é excessivo;
• O transporte de materiais deve ser feito dentro dos limites do equipamento de carga e de
velocidade. Em estradas não pavimentadas deve ser limitada a 20 km/h.
9.5.11 AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, INCLUINDO
HIV/SIDA
Potencial Impacte
Existe um potencial para o aumento da incidência das doenças de transmissão sexual (DTS) e HIV/SIDA
devido ao projeto. Durante a construção e manutenção, prende-se com a possibilidade dos
trabalhadores locais e os de fora que passam a ter uma maior possibilidade financeira o que pode atrair
mais mulheres (tanto locais como as trabalhadoras de sexo) para ter relações sexuais. Para os
trabalhadores de fora acresce-se o facto de os mesmos estarem a trabalhar durante algum tempo
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distante das suas famílias. Adicionalmente pode-se atrair ou incentivar trabalhadoras de sexo no local
do projeto. Durante a fase de exploração, particularmente por se tratar de um corredor de importância
nacional, existe a possibilidade do aumento de doenças de transmissão sexual devido aos ajudantes e
motoristas dos camiões que são muitas vezes associados com comportamentos sexuais irresponsáveis.
Este risco pode ser grande. A sensibilização deve continuar principalmente nos centros de comércio
bem como nos centros de acomodação dos camionistas.
Medidas de Mitigação
• Realizar campanhas de consciencialização dos trabalhadores sobre as formas de transmissão
das DTS e do HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco;
• Realizar ou recrutar uma organização especializada para providenciar serviços de sensibilização
aos trabalhadores comunitária sobre prevenção de DST e do HIV/SIDA. Deverá ser dada
especial atenção a trabalhadores e mulheres locais;
• Providenciar preservativos gratuitos na área do projeto;
• Encorajar os trabalhadores e a comunidade a fazerem o teste de HIV junto das unidades
sanitárias existentes;
• Encorajar os trabalhadores a submeterem-se ao tratamento de DTS e HIV na fase inicial da
infeção/diagnóstico.
9.5.12 RISCO DE INFEÇÃO POR MALÁRIA
Potencial Impacte
Apesar da diminuição significativa dos índices de incidência, a malária é ainda uma das principais causas
de mortes por infeção a nível nacional, pelo que medidas preventivas deverão ser tomadas para evitar
infeções aos trabalhadores e à comunidade na área do projeto.
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Medidas de Mitigação
• Enfoque deverá ser dado à prevenção de ocorrência do vetor (mosquito), isto é, ao aparecimento
de corpos de água permanentes e/ou ao seu aumento (em número e área superficial) que sirva
de local de reprodução de mosquitos;
• Redução periódica dos mosquitos através da fumigação dos dormitórios e do estaleiro no geral;
• Todos locais de obra deverão ser mantidos limpos para evitar formação de criadouros de
mosquitos.
9.5.13 ACIDENTES DE VIAÇÃO
Potencial Impacte
Durante a construção, haverá movimentação de veículos e máquinas com grande intensidade, tanto
nos areeiros, pedreiras e estaleiros, como ao longo dos troços em processo de reabilitação. O transporte
de materiais e as movimentações durante a terraplanagem elevam o risco de acidentes de viação tanto
para os trabalhadores, como para as comunidades e animais ao longo do troço.
Os desvios durante a construção serão necessários em algumas secções, mas de uma forma geral o
tráfego irá fluir de forma condicionada ao longo dos troços atuais. Estes desvios serão idealmente
mantidos na reserva da estrada, que no caso da EN1 é diminuta e será informada por muitas limitações.
Em secções onde não seja possível, o tráfego deverá ser desviado temporariamente (na EN1 tal
constituirá um grande desafio). A circulação de veículos em situação condicionada, como nos desvios,
incremente o risco de acidentes de viação.
Atualmente a EN1 é insegura, tanto para os motoristas como para a maioria dos peões, ciclistas e
motociclistas. Na fase de exploração, com a melhoria das condições da estrada, tornar-se-á possível,
por um lado, que as populações sejam transportadas em melhores condições de segurança, ou seja,
em autocarros ou minibuses. Por outro lado, o projeto deverá prever uma sinalização apropriada
incluindo bandas sonoras, lombas, sinalização vertical.
Por outro lado, a melhoria das condições de transitabilidade da estrada permitirá que os condutores
circulem a uma velocidade mais elevada do que a velocidade que a atual condição da estrada permite
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(com risco para os pedestres, ciclistas, motociclistas e animais domésticos). Este risco também é
considerável para a Estrada Nacional 1 em particular.
Medidas de Mitigação
• Providenciar instruções de segurança para os operadores de veículos e máquinas em todos
aspetos da operação do projeto, com a finalidade de prevenir acidentes e minimizar lesões aos
funcionários e ao público. As instruções de trabalho devem incluir:
o Habilitação dos motoristas e operadores de máquinas;
o Treinamento dos motoristas e operadores de máquinas para melhorar as suas
habilidades, se necessário;
o Adoção de limites de duração das jornadas e planeamento dos horários e escalas dos
motoristas, para evitar a sua fadiga;
• Providenciar sinalização temporária adequada e controladores de tráfego ao longo dos troços
em construção para prevenir acidentes e reduzir o congestionamento;
• Assegurar sinalização apropriada em todos atravessamentos de aglomerados populacionais
para alertar condições perigosas;
• Fazer manutenção regular dos veículos e uso de peças originais do fabricante para minimizar
potenciais acidentes que possam ser causados por falhas ou mau funcionamento do
equipamento;
• Colaborar com as comunidades locais na educação sobre segurança rodoviária, particularmente
nas escolas ou outros locais de concentração de pedestres (particularmente crianças);
• Coordenar com a equipa de emergência para garantir que em caso de acidente, os primeiros
socorros sejam sempre oferecidos aos afetados;
• Localizar os dormitórios e outras facilidades próximas ao local de construção e providenciar
transporte aos trabalhadores, de modo a minimizar o tráfego externo;
• Áreas de acesso restrito ao público devem ser implementadas e claramente demarcadas;
• O Empreiteiro deverá sinalizar e possivelmente regular o tráfego nos desvios.
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9.5.14 RISCO DE DESTRUIÇÃO DE RECURSOS HISTÓRICO-CULTURAIS
Potencial Impacte
Sobretudo durante a construção e com destaque para a orla costeira que se estende pela EN1, a ser
objeto de medidas de proteção, existe uma série de ativos de valor histórico-cultural para STP e que
poderão vir a ser reconhecidos como também tendo valor além-fronteiras. As ações de estabilização e
de proteção da orla costeira não são dirigidas aos monumentos em si e, onde houver interseção entre
as ações que serão levadas a cabo e esses ativos, será necessário tomar todas a precauções
necessárias.
Medidas de Mitigação
• Evitar agir sobre qualquer ativo de valor cultural histórico;
• Qualquer intervenção que tenha relações diretas com objetos de valor histórico-cultural deverá
ter a aprovação das autoridades de património histórico-cultural de STP;
• Demarcação e proteção (por ex. vedação) da área/objeto;
• Caso seja acidentalmente acho algum objeto de valor:
o Parar imediatamente todas as atividades na área do achado e envolvente próxima;
o Assegurar o controlo de acesso e segurança da área/objeto, de modo a impedir danos,
furtos ou qualquer outra perturbação, até que as autoridades competentes tomem conta
e controlo da situação;
o Notificar as autoridades competentes locais e/ou nacionais num prazo máximo de 24
horas após o achado;
o Notificar e informar todos os trabalhadores das medidas de proteção em vigor;
o No caso de ter havido recolha de objetos/achados, inventariar e proceder à respetiva
entrega às entidades competentes;
o Desde o momento do achado, registar todas as ações ou eventos e reportar às
autoridades competentes.
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10 REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO
DISPOSIÇÕES GERAIS
O Reassentamento Involuntário é um dos impactes do projeto, que poderá ser mitigado e ter saldo final
positivo se forem tomadas as medidas referenciadas no PAR. O objetivo do Plano de Ação de
Reassentamento (PAR), desenvolvido a par dos Estudos de Engenharia, é assegurar que, ao avaliar
onde o reassentamento involuntário e a compensação pelas perdas da população local são inevitáveis,
as atividades serão projetadas e executadas de maneira socialmente sustentável. Isso requer o
fornecimento de recursos adequados para atender às necessidades das Pessoas Afetadas pelo Projeto
(PAP), sejam elas afetadas física ou economicamente pelas atividades do projeto. Também requer
consulta adequada, significativa e participativa com as PAP para garantir que elas compreendam
plenamente os seus direitos. Essa consulta pública participativa deve incluir e prestar atenção às
mulheres, aos grupos de pessoas pobres e mais vulneráveis das comunidades afetadas e anfitriãs.
O reassentamento involuntário tem o potencial de causar graves adversidades a longo prazo,
empobrecimento e danos ambientais, a menos que medidas apropriadas sejam cuidadosamente
planificadas e executadas. O PAR é consistente com os princípios e diretrizes de salvaguardas da OP
4.12 do Banco para os Reassentamento Involuntário.
A política exige que todas as atividades financiadas pelo banco sejam avaliadas quanto a eventuais
impactos, e que o reassentamento e compensação do que se seguir seja levado a cabo com base nos
resultados do recenseamento. O trabalho considera as disposições da legislação da RDSTP e os
objetivos políticos do Banco Mundial sobre o reassentamento involuntário, que podem ser resumidos da
seguinte forma:
1. O reassentamento deve ser evitado sempre que possível, ou deve ser minimizado, explorando
todos os aspetos alternativos viáveis de desenho do projeto.
2. Quando não for viável evitar o reassentamento, as suas atividades devem ser concebidas e
executadas como programas de desenvolvimento sustentável, fornecendo recursos de
investimento suficientes para permitir que as pessoas deslocadas pelo projeto compartilhem os
benefícios do projeto;
3. As pessoas deslocadas devem ser consultadas de forma significativa e ter oportunidades de
participar na planificação e implementação de programas de reassentamento;
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4. As pessoas afetadas terão de ser totalmente compensadas antes da expropriação e início das
obras civis;
5. As pessoas deslocadas devem ser auxiliadas nos seus esforços para melhorar os seus meios
de subsistência e padrões de vida ou pelo menos restaurá-los, em termos reais, aos níveis
anteriores ao deslocamento ou aos níveis prevalentes antes do início da implementação do
projeto, dependendo do que for maior ou melhor.
As PAP têm direito a diversas formas de compensação pelas suas perdas com o objetivo de melhorar
ou, pelo menos, restaurar os padrões de vida que tinham antes de a necessidade de reassentamento
se tornar uma realidade.
Com base na avaliação preliminar do ambiente socioeconómico recetor, do levantamento de todas as
condicionantes existentes no corredor de intervenção (CI), bem como na experiência com projetos
semelhantes, foram determinados e avaliados os ativos com maior probabilidade de serem afetados
pelo Projeto de Reabilitação da EN1. De acordo com as políticas e regulamentos da RDSTP e do BM,
cada categoria de ativos será compensada de uma determinada maneira.
Os Estudos de Impacte Ambiental e Social (EIAS), assim como os Estudos de Viabilidade Económica
(EVE) e Estudos Preliminares de Engenharia (EPE) incidiram sobre três possíveis cenários de
intervenção, e um cenário de não intervenção, cada um deles com diferentes impactes e necessidades
de reassentamento. No Capítulo Erro! A origem da referência não foi encontrada. é feita a análise
dos ativos afetados pelo projeto, em cada cenário de intervenção estudado.
A planificação, implementação, monitorização e avaliação do PAR serão realizadas de forma
participativa para minimizar os impactos negativos e garantir que os benefícios do projeto sejam gerados
para as pessoas afetadas, particularmente as mulheres, as pessoas pobres e mais vulneráveis (por ex.
agregados familiares chefiados por mulheres, crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência). A
monitorização das ações de reassentamento também será incentivada para garantir que as pessoas
afetadas não fiquem em piores condições económicas do que estavam antes da implementação do
projeto.
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RECENSEAMENTO DAS HABITAÇÕES, ATIVOS E ATIVIDADES COMERCIAIS
POTENCIALMENTE AFETADAS
O recenseamento das habitações, ativos e atividades comerciais confinantes com a via foi efetuado
durante 14 dias consecutivos, entre 2 e 15 de Julho de 2018. Além das atividades comerciais fixas (com
abrigo) foi também feito o reconhecimento dos pontos de venda móveis, que podem consistir apenas
em produtos expostos no chão, pequenas bancas em madeira ou alguidares.
O recenseamento foi extensivo e preparado para qualquer que fosse o cenário de intervenção definido
para a implementação do projeto, tendo sido feito um registo fotográfico de todas as estruturas (formais
ou informais) encontradas no CI. Nas imagens seguintes apresentam-se alguns exemplos das atividades
comerciais encontradas.
Figura 10.1 – Ponto de venda fixo – Abrigo em
madeira
Figura 10.2 – Ponto de venda fixo – edifício em
alvenaria
A maioria dos pontos de venda móveis é de gestão familiar não organizada ou licenciada, e funciona de
forma irregular. Com vista à obtenção de um recenseamento abrangente e garantir que todos os pontos
de venda em funcionamento eram tidos em consideração, o processo de levantamento durou 14 dias
consecutivos. Diariamente, os técnicos percorreram toda a extensão de intervenção e registaram os
pontos de venda que, entretanto, foram surgindo e não tinham sido referenciados.
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Figura 10.3 – Pontos de venda móveis – bancas
de madeira
Figura 10.4 - Pontos de venda móveis – alguidar
Figura 10.5 – Pontos de venda móveis – produtos expostos no chão
No que diz respeito aos ativos potencialmente afetados pela implementação do projeto, destacam-se as
árvores fruteiras. As famílias mais vulneráveis e sem alternativas de sustento colhem os frutos das
árvores nas imediações das suas habitações e vendem-nos, normalmente junto das suas casas, aos
condutores da EN1. Foi também feito o levantamento das árvores geradoras de rendimentos e culturas
confinantes com a via e que possam, de alguma forma, ser afetadas pela implementação do projeto
Todas as habitações, ativos e atividades comerciais (fixas ou móveis) encontradas no CI encontram-se
sintetizadas nos Anexos 8 e 9.
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LOCAIS DE REASSENTAMENTO
Após definição do cenário de intervenção a levar a cabo, fez-se o levantamento das situações em que
se espera que hajam ações de reassentamento. Foram contabilizadas três situações, que afetarão 19
pessoas/famílias. Em qualquer das situações a ação de reassentamento prevista melhorará as
condições de vida das PAP.
10.3.1 SITUAÇÕES A E B - PK 0+075 – SÃO TOMÉ
Sendo que de uma forma geral em todo o mundo, os maiores focos de sinistralidade são as interseções,
foi necessário reformular algumas delas para se atingirem os objetivos relativos à melhoria da segurança
rodoviária.
Logo no início da intervenção existe uma interseção em Y geradora de acidentes, e que será resolvida
por meio de implementação de uma rotunda. Acontece que na área necessária à implementação da
nova interseção se encontram alguns pontos de venda móveis (Situação A - Figura 10.6) e um
estabelecimento de refeições (Situação B - Figura 10.7) que terão que ser deslocadas definitivamente.
Figura 10.6 – Vendedoras ambulantes de fruta
Figura 10.7 – Estabelecimento de refeições
Na Figura 10.8 encontra-se destacada a localização atual das atividades comerciais a deslocar, assim
como a localização proposta para o reassentamento.
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Figura 10.8 – Fotografia da zona a intervencionar
Figura 10.9 – Planta da zona a intervencionar
Localização
atual
Localização
futura
Localização
atual
Localização
futura
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Figura 10.10 – Planta – Localização inicial e localização proposta
A interseção giratória a implementar ocupará parte da área atualmente usada por um estabelecimento
de refeições e 8 vendedoras ambulantes de fruta e legumes. Por outro lado, a reorganização da
interseção aumentará a área destinada a passeio e está prevista uma zona destinada ao estacionamento
das viaturas dos potenciais clientes, pelo que o impacte terá um saldo positivo. A mobilização destes
comerciantes terá carácter definitivo.
10.3.2 SITUAÇÃO C - NEVES
Nos últimos 150m da cidade de Neves foi identificada a necessidade de eventuais deslocamentos
temporários de pequenas bancadas amovíveis por questões, quer de segurança durante a execução
dos trabalhos, quer por facilidade no acesso aos pontos de venda. Estas atividades estão relacionadas
com venda de frutas, refeições e bebidas.
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Figura 10.11 – Vendas ambulantes em Neves
As vendas ambulantes em Neves decorrem, essencialmente, na berma da EN1. Tendo em conta a
necessidade de espaço para se levarem a cabo os trabalhos em segurança, e com as devidas condições
de salubridade, recomenda-se que as vendas ambulantes sejam deslocadas, apenas durante a
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execução dos trabalhos, para o mercado municipal existente. O ponto de venda que atualmente se
encontra mais distante do mercado será deslocado numa distância máxima de 100/125m.
Na Figura 10.12 encontra-se representada a localização atual das vendedoras ambulantes, assim como
o mercado municipal para onde seriam deslocadas.
Figura 10.12 - Planta – Localização inicial e localização proposta
Localização
atual
Localização
futura
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COMPENSAÇÕES E ASSISTÊNCIAS
Relativamente às situações referenciadas no Capítulo 10.3 e que terão que ser deslocadas, a
OP/BP 4.12 exige uma indenização pela perda (mesmo que temporária) de rendimentos
associados a estes, bem como às próprias estruturas a custo total de substituição e quaisquer
outros custos de perturbação, sem deduções por depreciação ou recuperação permitida de
materiais.
Neste capítulo, encontram-se descritas as propostas de compensação para cada situação
referenciada anteriormente.
10.4.1 ELEGIBILIDADE
As Pessoas Afetadas pelo Projeto (PAP) têm direito a diversas formas de compensação pelas
suas perdas com o objetivo de melhorar ou, pelo menos, restaurar os padrões de vida que tinham
antes de a necessidade de reassentamento se tornar uma realidade.
Após adjudicação das empreitadas, e apenas quando haja conhecimento da data de início dos
trabalhos (com pelo menos 2 meses de antecedência), o PAR será atualizado e serão realizados
novos censos para determinação das PAP com necessidades de reassentamento. Os resultados
do censo e inventários de ativos e respetiva verificação serão usados para comunicar à população
local que qualquer ocupação de terra dentro do Corredor de Impacto (CI) que for feita após a data
limite (a data do início do censo, inventário de ativos e verificação/confirmação) não serão
elegíveis para consideração no âmbito do PAR do Projeto.
As autoridades locais irão monitorizar a aplicação deste princípio e assegurar que aqueles que o
desconsideram estejam plenamente cientes das implicações. Assim, a data de conclusão dos
levantamentos socioeconómicos/inventários de ativos será considerada como a data limite para
o PAR do Projeto.
Nas seções seguintes faz-se uma pré-avaliação das situações de reassentamento existentes
atualmente e avaliadas em recenseamento realizado em Julho de 2018. A realidade é bastante
dinâmica, pelo que novo recenseamento deverá ser levado a cabo após adjudicação das
empreitadas de construção, e apenas quando haja conhecimento da data provável para início
dos trabalhos em cada zona.
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10.4.2 DIREITO À PERDA DE ESTRUTURAS COMERCIAIS
No que diz respeito à compensação por perda de estruturas comerciais está prevista recomenda-
se:
1) Substituição da estrutura ou compensação em dinheiro ao valor total de substituição
para todas as estruturas que possam ser perdidas - valor total de substituição para cobrir
todos os materiais, mão de obra e custos de transporte de materiais associados.
2) Preparação da nova área de mercado - com incentivos fornecidos (por exemplo, isenção
de aluguer ou taxas).
3) Assistência, apoio e monitorização direcionados a serem fornecidos às famílias
vulneráveis - conforme necessário, assegurando que a sua vulnerabilidade não seja
aumentada.
Situação A
Como referenciado na Secção 10.3.1, a deslocação será pouco significativa (cerca de 15/20m),
e as novas condições serão mais favoráveis à prática comercial, encontrando-se projetada uma
zona mais ampla em passeio, com zona de estacionamento destinada aos potenciais clientes.
No que diz respeito aos 8 pontos de venda classificados como Situação A, a solução proposta
para substituição da estrutura artesanal em madeira atualmente existente, e que se encontra
bastante degradada, consiste num expositor que deverá ser revestido em madeira, mais
apropriado para a prática comercial, e que terá uma cobertura destinada a sombreamento e
proteção à chuva. Apresenta-se na Figura 10.14 uma proposta de estrutura para substituição das
bancadas em madeira atualmente existentes.
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Figura 10.13 – Expositor móvel apropriado a ambiente exterior
Situação B
À semelhança da Situação A, e uma vez que se encontram atualmente no mesmo local e
partilharão da nova localização proposta, com as vantagens associadas já referidas, recomenda-
se substituição da estrutura existente.
No que diz respeito à Situação B, a solução proposta para substituição da estrutura de madeira
atualmente existente e que se encontra bastante degradada, consiste num abrigo em madeira,
apropriado para a prática comercial, e que deverá ser equipado com infraestruturas básicas
(abastecimento de água e eletricidade). Apresentam-se na Figura 10.14 duas estruturas de abrigo
que se consideram apropriadas para o efeito.
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Figura 10.14 – Abrigos em madeira apropriados à prática comercial
Situação C
No caso da Situação C, e uma vez que a estrutura do mercado já existe e se encontra em boas
condições, recomenda-se o fornecimento de expositores alimentares mais apropriados do que os
que atualmente são utilizados (estruturas artesanais, produtos expostos no chão ou alguidares).
Na Figura 10.15 encontra-se um exemplo de um expositor de bens alimentares, apropriado a
ambientes cobertos, e cuja estrutura poderá ser integralmente construída em madeira.
Figura 10.15 - Expositor apropriado a ambiente interior
A utilização do espaço do Mercado implica, atualmente, o pagamento de uma taxa diária à
Câmara Distrital, pelo que a sua utilização é reduzida. No sentido de se tornar uma alternativa de
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deslocação viável e apetecível para as comerciantes, recomenda-se que durante a mobilização
temporária (apenas durante o período de obras) haja isenção da taxa de aluguer para as
pessoas referenciadas no recenseamento.
10.4.3 DIREITO À PERDA DE RECEITA
Assumindo que o processo de compensação social envolverá a remoção de negócios, a
substituição da infraestrutura física e relocalização, a perda de receita poderá estar associada ao
tempo de ajuste à nova realidade. Embora não sejam expectáveis perdas de rendimentos e até,
pelo contrário, sejam expectáveis aumentos nas vendas, existindo essa possibilidade, ela deve
ser considerada e incluída no PAR. A possibilidade de perda de receita existe apenas na
Situação C, em que a deslocação é ligeiramente maior, e as condições de venda serão alteradas,
saindo as comerciantes de um espaço ao ar livre para um espaço coberto. Nas situações A e B
existirá uma clara melhoria das condições atuais, e a distância de relocalização é insignificante,
garantindo-se que não existe perda de rendimento devido ao reassentamento.
Não se conhecem estatísticas oficiais sobre o salário médio em São Tomé e Príncipe, mas foi
possível inferir, a partir de fontes não oficiais, que o salário médio será cerca de 90 € por mês.
Nos casos em que haja perda de receita devida à ação de reassentamento, recomenda-se que o
período de compensação seja de 3 meses.
Embora a RDSTP não tenha experiência significativa em ações de reassentamento, e como tal
não existam dados de suporte, é comum noutros países que existam muitos oportunismos
associados a este tipo de ações. Será preferível, no caso do presente projeto, que as
compensações sejam feitas ao nível da substituição das estruturas de apoio às vendas, de forma
a melhorar as condições de vida das PAP a curto/médio prazo, e não da compensação monetária.
Contudo, e no caso de haver realmente uma perda de rendimentos associada à implementação
do projeto, as PAP terão que ser recompensadas de acordo com o estabelecido na OP 4.12. Esta
compensação deverá ser dada em resultado da apresentação de uma Queixa e consequente
resolução, e não de forma antecipada à implementação do projeto.
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CONSULTAS DAS PESSOAS DESLOCADAS SOBRE ALTERNATIVAS ACEITÁVEIS
Existe uma necessidade de envolver as pessoas e comunidades locais, assim como os seus
representantes, na tomada de decisão relacionada com as intervenções de um projeto num
determinado local.
As diretrizes especificam que a consulta e a participação da comunidade devem estar no centro
de todo o processo, como uma forma de proporcionar uma oportunidade para que todos os
interessados relevantes, e particularmente as famílias e comunidades afetadas, se informem
sobre o projeto. O processo também é desenhado para incutir um sentido de propriedade em
relação ao projeto e fornecer uma oportunidade para todas as partes interessadas apresentarem
os seus pontos de vista e interesses e expandir as opções para lidar com assuntos delicados.
O PAR elaborado no âmbito do Projeto beneficiará grandemente do processo de participação
pública, uma vez que se espera que muitos intervenientes sugiram formas úteis de abordar os
vários problemas que podem surgir durante os processos de implementação.
A realidade é bastante dinâmica, pelo que novo recenseamento deverá ser levado a cabo após
adjudicação das empreitadas de construção, e apenas quando haja conhecimento da data
provável para início dos trabalhos em cada zona. Essa será também uma ocasião privilegiada
para manter as PAP informadas e obter as suas opiniões relativas à ação de reassentamento.
Os Consultores responsáveis pela atualização do PAR, em colaboração com os Proponentes e
as Autoridades Distritais/Municipais, devem ter a responsabilidade de contactar todas as
autoridades relevantes do bairro e vizinhança no projeto, e particularmente a área do projeto para
fornecer informações gerais sobre o Projeto, aspetos específicos e preparar os agregados
familiares e outras entidades e fazer com que as partes interessadas colaborem com o projeto
Em conformidade com as diretrizes do Banco Mundial, previamente à sua implementação o RAP
deve ser disponibilizado para revisão pública num lugar de fácil acesso para as comunidades
beneficiárias.
O processo de participação pública é uma componente intrínseca do processo e tem os seguintes
objetivos principais:
• Manter as partes interessadas e afetadas pelo Projeto informadas sobre as principais
questões e resultados de cada etapa do PAR e do desenho do projeto;
• Recolher preocupações e interesses expressos pelas PAP;
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• Obter contribuições/opiniões das partes interessadas em termos de evitar/minimizar
possíveis impactos negativos e maximizar os impactos positivos do projeto.
• Por fim, apoiar o diálogo social e identificar, desde o início, perceções e expectativas das
partes interessadas, o que pode contribuir para a planificação de ações e uma
comunicação eficaz, a fim de minimizar os impactos do projeto. O processo também
permite a repensar os aspetos técnicos do projeto.
É fundamental que o projeto não contribua de forma alguma ou esteja na origem de quaisquer
conflitos. Projetos como este, têm como objetivos a criação de empregos (sobretudo em fase de
construção), bem como a construção/melhoria de infraestruturas num determinado local. Porém,
se este não for devidamente planeado e desenvolvido, poderá conduzir a efeitos negativos não
só no meio ambiente, mas também em termos sociais, efeitos esses a ser evitados.
É importante incluir as comunidades afetadas como parte integrante do plano de reassentamento.
As comunidades devem ter seus os próprios representantes (representantes masculinos e
femininos), que farão parte dos Comités de Reassentamento de Distrito/Município (CR) em
representação de todos os grupos relevantes de PAP. Os líderes comunitários devem envolver-
se no processo de reassentamento para integrar os desejos da comunidade e os arranjos
institucionais para chegar a acordos.
Os órgãos de gestão da comunidade serão responsáveis por:
a. Participar na monitorização do reassentamento/compensação
b. Receber e dar conselhos sobre queixas e desempenhar um papel ativo na
reparação de injustiças
c. Ajudar as famílias que serão afetadas e reconstruir os seus bens perdidos:
Cada Comité deve ser organizado e todos os contatos com as famílias afetadas devem ser
principalmente feitos através dessas estruturas organizacionais.
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10.5.1 COMPENSAÇÕES E CUSTOS ASSOCIADOS À IMPLEMENTAÇÃO DO PAR
Tendo em conta o exposto, apresentam-se na Tabela 10.1 as compensações máximas previstas.
No custo unitário da substituição das estruturas de suporte às vendas está incluída toda a
assistência de reassentamento/mudança.
Tabela 10.1 – Compensações máximas previstas
Casos de reassentamento
Custo Unitário Custo
por cada PAP
Nº de PAP
Custo Total Direito à perda de
estrutura comercial
Direito à perda de rendimentos
(mensal)
Situação A 540 € - 540€ 8 4.320€
Situação B 4.000€ - 4.000€ 1 4.000€
Situação C 230€ 90€ 500€ 10 5.000€
13.320€
Como forma de dinamização da economia local, recomenda-se o recurso a empresas e mão-de-
obra locais para a construção do abrigo e das estruturas de suporte às vendas. Os materiais
utilizados deverão ser originários de fontes sustentáveis.
Na Tabela 10.2 encontram-se sintetizados os itens a serem considerados na estimativa
orçamental para a implementação do PAR, incluindo a sua preparação, implementação,
monitorização e avaliação.
Tabela 10.2 – Custos estimados para implementação do PAR
Nr. Item Montante
Total [€]
1 Atualização do PAR, incluindo o recenseamento 15.000€
2 Ações de disseminação das informações relevantes para o projeto, incluindo os instrumentos documentais de suporte ao mesmo (EIAS, PGAS, PAR, entre outros)
5.000
3 Implementação das ações de reassentamento
3.1 - Substituição de estruturas comerciais, incluindo apoio na mobilização para o
novo local 10.620 €
3.2 - Compensação pela perda de receita 2.700 €
4 Supervisão da implementação do PAR (1 missão trimestral durante 3 anos – 5.000€ x 4 trimestres x 3 anos)
60.000€
5 Monitorização e avaliação externas 10.000€
6 Auditoria final do PAR 10.000€
Total 113.320€
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11 MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS E
SOCIAIS
Adotou-se uma metodologia de avaliação qualitativa para identificação das incidências
ambientais inerentes ao projeto, tendo em conta as principais atividades e aspetos ambientais
considerados para a fase de execução/obra e de exploração. Deste modo, procurou-se atribuir
um conjunto de parâmetros descritivos das suas características, ou seja:
• Natureza: avaliada como positiva ou negativa, consoante o efeito da ação se repercute
na qualidade ambiental.
• Significância: Muito significativo, Significativo ou Pouco significativo.
• Magnitude: traduz a extensão da área afetada (Reduzida, Média, Elevada).
• Incidência: Direta – Impacte diretamente associado à execução do projeto; Indireta –
Impacte associado às atividades relacionadas com a execução do projeto, fora do
ambiente da sua responsabilidade, mas sobre as quais pode exercer influência.
• Reversibilidade: Irreversíveis – Os efeitos decorrentes do impacte permanecem ao longo
do tempo; Reversível – Os efeitos decorrentes do impacte anulam-se, a médio ou a longo
prazo, designadamente quando cessar a respetiva causa.
• Duração: Temporário – O impacte apenas ocorre durante um determinado período;
Permanente – O impacte ocorre sempre ao longo do tempo.
• Dimensão da Temporalidade: Imediato – O impacte manifesta-se imediatamente; Médio
prazo – O impacto manifesta-se a médio prazo; Longo prazo – O impacto manifesta-se a
longo prazo.
• Dimensão espacial: Local, Regional ou Nacional.
• Probabilidade: considera o grau de certeza do impacte sendo determinada com base no
conhecimento das caraterísticas de cada uma das ações e da sua frequência (Certo,
Provável, Incerto).
A Matriz de Identificação e Avaliação de Incidências Ambientais e Sociais apresenta-se no Anexo
2, considerando a metodologia acima descrita.
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Matriz de Identificação e Avaliação de Impactes Ambientais e Medidas de Mitigação
N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais
Critérios de Avaliação2
Medidas de Mitigação
Nat
urez
a
Sig
nific
ânci
a
Mag
nitu
de
Inci
dênc
ia
Rev
ersi
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ade
Dur
ação
Dim
ensã
o
Tem
pora
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e
Dim
ensã
o
Esp
acia
l
Pro
babi
lidad
e
1 Clima e
qualidade do ar
Construção
Carga e descarga, circulação de veículos e movimentação terras
Emissões difusas de poeiras N S R D R T I L C [1] As zonas de deposição e acondicionamento de inertes e de materiais pulverulentos devem ser cobertas e/ou corretamente acondicionadas de modo a evitar o arrastamento de partículas por ação do vento. A zona de circulação de máquinas deve ser regularmente humedecida ou revestida com uma cobertura rígida (pavimentada) de modo a impedir a suspensão de partículas por ação do vento. [2] O transporte de terras e outros materiais de construção deve ser feito em camiões de caixa fechada com cobertura, de modo a reduzir as emissões de partículas. Os rodados dos camiões devem ser regularmente limpos, de modo a não degradar as vias de acesso à obra e a segurança rodoviária [3] Proibir a queima a céu aberto de qualquer tipo de resíduos urbanos, industriais e tóxicos ou perigosos, bem como de todo o tipo de material, designado correntemente por sucata. [4] Manutenção de máquinas e equipamentos utilizados na fase de funcionamento e manutenção da via, de modo a prevenir um aumento substancial das emissões de CO, NO2, SO2 e partículas em suspensão. [5] Evitar o transporte durante as horas de ponta; [6] Respeito pelos limites de velocidade e todas as regras de trânsito; [7] Nenhuma operação durante a noite em zonas urbanas ou residenciais; [8] Uso de veículos seguros e bem mantidos, conduzidos por motoristas habilitados e experientes; [9] Utilização de máscaras de proteção de poeiras pelos trabalhadores.
Diminuição do fenómeno de fotossíntese na vegetação envolvente
N PS R D R T MP R I
Funcionamento de máquinas, equipamentos e veículos pesados
Emissões atmosféricas móveis, devido aos gases de combustão: monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxido nitroso (NO) e metano (CH4) - Alteração climática
N S R D R T I L C
Exploração
Circulação de veículos – aumento do tráfego rodoviário local
Aumento das emissões atmosféricas móveis (monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxido de azoto (NOx) e partículas em suspensão - Alteração climática
N PS R D R T MP R C Medidas [3] a [8].
Circulação de veículos – carga e descarga
Emissão de partículas em suspensão P S R D R P MP R C
2 Ruído
Construção
Montagem do estaleiro, movimentação de terras, execução de limpeza, tratamento e estabilização de taludes e pavimentação
Aumento dos níveis sonoros contínuos e pontuais
N S M D R T I L C
[10] Nas atividades que impliquem elevados níveis de ruído, como na execução da proteção aos taludes, movimentação de terras e pavimentação, e que originam a utilização de um elevado número de equipamentos e máquinas geradoras de ruído, estas devem ser convenientemente programadas e geridas, tendo em conta a proximidade dos locais mais sensíveis e os horários de ocorrência (período diurno). [11] Canopiar os geradores de obra, assim como garantir que os equipamentos mais ruidosos, caso não seja possível garantir a satisfação dos níveis de ruído regulamentares, sejam colocados dentro de compartimentos adequados e/ou devidamente isolados. [12] Garantir que os camiões contratados para os transportes dos materiais asseguram a manutenção, revisão e inspeção periódica. [13] Utilização de equipamentos de proteção auricular pelos trabalhadores
Utilização de maquinaria pesada e o tráfego originado pelo transporte de materiais
N S M D R T I L C
Exploração Circulação de tráfego rodoviário Aumento dos níveis sonoros contínuos N PS R D I P I R C [14] Garantir que os veículos asseguram a manutenção, revisão e inspeção periódica. [15] Consulta das partes interessadas e implementação das medidas em acordo com as comunidades locais
3 Solos e usos
dos solos Construção
Limpeza da vegetação em troços de melhoramento e alargamento da via Erosão dos solos e sedimentação N S R D R T I L P
[16] Restringir, sempre que possível, as atividades de construção na época seca para reduzir o risco de erosão hídrica; [17] Minimizar os trabalhos dentro ou ao longo dos rios, tal como retirada de areia ou captação de água destes rios para os trabalhos de construção; [18] Uso de máquinas com pneus de borracha em vez de tapetes metálicos, particularmente as que vão trabalhar na zona das pontes para permitir menor perturbação do solo e da vegetação; [19] Estabilização das encostas ao longo dos troços inclinados e nas obras hidráulicas, se possível fazer uso de gabiões para evitar erosão; [20] Uso de cobertura vegetal nativa nas zonas perturbadas para permitir a rápida recuperação da estabilidade dos solos; [21] Construir estruturas de drenagem, particularmente em troços ou zonas com declives elevados;
Movimentação de terras
Reabilitação de pontes e aquedutos Qualidade da água nas linhas de água N S M D I T I R C
Extração de areias Poluição do mar N S M I R T I R P
Ocupação da área reservada a estaleiros Compactação de terrenos; fenómenos erosivos
N PS R D R T I L I
Circulação de viaturas pesadas no transporte de terras e materiais para estaleiro e frentes de obra
Compactação de solos; diminuição da impermeabilização e escoamento superficial; aumento tráfego
N PS R D R T I L P
2 LEGENDA:
Natureza: P = Positiva; N = Negativa. Significância: MS = Muito Significativo; S = Significativo; PS = Pouco Significativo. Magnitude: R = Reduzida; M = Média; E = Elevada. Incidência: D = Direta; I = Indireta. Reversibilidade: I = Irreversíveis; R = Reversíveis.
Duração: T = Temporário; P = Permanente. Dimensão Espacial: L = Local; R = Regional; N = Nacional. Dimensão da Temporalidade: I = Imediato; MP = Médio Prazo; LP = Longo Prazo. Probabilidade: C = Certo; P = Provável; I = Incerto
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N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais
Critérios de Avaliação2
Medidas de Mitigação
Nat
urez
a
Sig
nific
ânci
a
Mag
nitu
de
Inci
dênc
ia
Rev
ersi
bilid
ade
Dur
ação
Dim
ensã
o
Tem
pora
lidad
e
Dim
ensã
o
Esp
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l
Pro
babi
lidad
e
Derrames de combustíveis ou outros produtos perigosos na utilização de máquinas e viaturas de obra
Alteração da composição dos solos por substâncias hidrocarbonadas ou outros produtos químicos
N S R D R T I L P
[22] Restaurar e repor a cobertura vegetal nos areeiros. [23] Armazenamento e manuseamento adequado de combustíveis, óleos, lubrificantes, tintas, alcatrão e de outras substâncias para evitar derrames e fugas;
Exploração Deposição não controlada de resíduos urbanos gerados na exploração e manutenção da via
Contaminação de solos por lixiviados N S R D R P MP L I [24] Gestão de resíduos urbanos eficiente com a colocação de contentores de recolha diferenciada e indiferenciada ao longo da via, em especial nas localidades
4 Recursos hídricos
Construção
Movimentação de terras
Alteração dos níveis freáticos; redução da qualidade das águas superficiais e subterrâneas (turvação, SST)
N PS R D R T MP L I
[25] Implementar as medidas de mitigação da erosão; [26] Tratamento adequado dos resíduos sólidos, incluindo a sua deposição em locais próprios e designados pelas autoridades municipais para o efeito; [27] Armazenamento e manuseamento adequado de combustíveis, óleos, lubrificantes, tintas, alcatrão e de outras substâncias para evitar derrames e fugas; [28] Manutenção regular das máquinas e veículos para evitar fugas de óleos e combustíveis dos seus sistemas; [29] Tratamento adequado das águas residuais nos estaleiros, pedreiras e areeiros; [30] Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames; [31] Localização adequada dos estaleiros, areeiros, pedreiras e das plantas de asfalto para evitar escoamento para os cursos de água; [32] As áreas de armazenamento de combustíveis devem ser protegidas contra as intempéries e os recipientes devem ser colocados em bacias de retenção. A área deverá estar afastada dos cursos de água. [33] Os abastecimentos e manutenções das máquinas e equipamentos no local de trabalho (em caso de avaria) devem ser realizadas sobre telas impermeabilizantes e/ou bacias de retenção, para evitar o derrame de substâncias perigosas no solo e cursos de água; [34] Todos os recipientes contendo combustíveis ou óleos devem ser identificados, evitando contaminações acidentais; [35] Existência de instalações sanitárias adequadas aos trabalhadores em estaleiro e nas frentes de obra. [36] O Empreiteiro deverá construir, manter, remover e reinstalar, conforme necessário, as obras de drenagem temporária e tomar todas as outras precauções necessárias para evitar danos a propriedades e terrenos por inundações e sedimentos das obras. [37] As obras que possam interferir com o fluxo das águas de irrigação devem ser realizadas nos momentos que causem o mínimo de perturbação às operações de irrigação das populações; [38] Repor todas as infraestruturas de drenagem e irrigação existentes danificadas pela construção, imediatamente após a notificação da ocorrência; [39] Monitorização das infraestruturas de drenagem adjacentes à obra, garantindo a sua desobstrução; [40] A intervenção nas passagens hidráulicas (onde se inclui o desvio provisório de caudais) deve ser efetuada, sempre que possível no período cuja ocorrência de precipitação seja inferior, despendendo-se o mínimo de tempo possível e, tentando alterar o mínimo possível o curso natural das linhas de água. Pretende-se assim, evitar a derivação de caudais e o surgimento de situações de dificuldade e obstrução ao normal escoamento, e consequentes inundações de terrenos adjacentes. Após a cessação dos trabalhos dever-se-á repor com prontidão, a situação inicial.
Obstrução total ou parcial das linhas de água que intersetam o projeto
N S M D R T I R P
Aumento do escoamento superficial e da velocidade de escoamento, potenciado pela diminuição da infiltração e pela compactação do terreno.
N S R D I T MP L C
Derrames de combustíveis ou outros produtos perigosos na utilização de máquinas e viaturas de obra
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por partículas em suspensão, hidrocarbonetos e outros produtos perigosos
N S M D R P MP R P
Derrames de águas residuais domésticas em estaleiro
Contaminação bacteriológica das águas subterrâneas
N PS R I R T MP L I
Descarga de efluentes das águas de lavagem das betoneiras e autobetoneiras
Alterações das características químicas das águas subterrâneas (ecotoxicidade)
N PS R D R T MP L P
Pavimentação impermeabilizante
Diminuição da área de infiltração das águas pluviais, alterando o escoamento superficial
N S M I I P LP R C
Contaminação das águas superficiais por poluentes arrastados para o sistema de drenagem pluvial
N S M D R P MP R P
Desvios de caudais das linhas de água para intervenção nas PH e OA
Problemas no escoamento das águas pluviais; ocorrência de inundações
N MS M D R T I L P
Produção de betuminosos e inertes Poluição das águas superficiais (derrames/fugas de substâncias perigosas)
N S R I R T I R P
Produção de resíduos sólidos provenientes da construção
Produção de resíduos perigosos N MS R I I T I R C [41] Após a finalização dos trabalhos num determinado local deverão ser limpas todas as linhas de água e órgãos de drenagem que possam ter resíduos resultantes da obra, evitando problemas ao nível da obstrução e alagamento.
Produção de resíduos não perigosos (RCD) N PS R I I T I R C
Produção de águas residuais contaminadas
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais bacteriológica, por hidrocarbonetos e outros produtos perigosos
N S M D R P MP R P
Exploração
Implementação de medidas de proteção aos taludes e proteção costeira
Manutenção das infraestruturas de proteção contra a erosão
P S M I I P LP R C [42] Manter em boas condições todos os revestimentos vegetais dos taludes e revestimento da orla costeira que vierem a ser executados como forma de proteção à erosão. [43] Deverá ser garantida com uma periodicidade mínima anual, a limpeza e desobstrução de todos os órgãos de drenagem transversal e longitudinal existentes ao longo da via, por forma a garantir as boas condições de funcionalidade.
Utilização dos sistemas de drenagem de águas pluviais e domésticas
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por hidrocarbonetos e matéria orgânica por mau funcionamento dos sistemas de drenagem instalados
N PS R D I P I R P
Derrame/fuga nos sistemas de drenagem pluvial e doméstica
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por hidrocarbonetos e matéria orgânica
N MS M D I P I R I
5 Gestão de resíduos
Construção Atividades de construção civil e execução de estruturas de betão armado e de estabilização de taludes; pavimentação
Produção de resíduos não perigosos N S M I I T I R C [44] É expressamente proibida a queima de resíduos perigosos e não perigosos no local; [45] Definir e implementar um Plano de Gestão de Resíduos suscetíveis de serem produzidos na obra (incluindo RSU´s, entulhos, materiais excedentes, produtos químicos diversos, óleos usados, águas
Remoção de RSU ao longo das bermas na área de intervenção
P S M D I T I R C
Produção de resíduos perigosos N PS R I I T I L P
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N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais
Critérios de Avaliação2
Medidas de Mitigação
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Produção de RSU N PS R I I T I R C
residuais, etc.), prevendo a criação de evidências que comprovem a adequação das soluções implementadas; [46] Verificar a tipologia e classificação dos resíduos a produzir e prever a sua segregação, adequando às necessidades, quantidades e características dos meios de contentorização a colocar no estaleiro para seu depósito temporário. As frações passíveis de serem valorizadas, tais como paletes de madeira, metais e elementos de ferro deverão ser segregados desse fluxo de materiais e enviadas para outras empreitadas e/ou locais para o seu reaproveitamento; [47] Providenciar dispositivos de recolha, armazenamento e tratamento das águas de lavagens (por ex. águas de lavagens das autobetoneiras e betoneiras) e de escorrências diversas, de terras contaminadas com substâncias perigosas provenientes de derrames no solo e produzidas no estaleiro e dar-lhes um destino final adequado; [48] Durante a fase de construção de obras, os camiões autobetoneiras após o descarregamento do betão, serão submetidos à limpeza para remoção dos resíduos de betão das betoneiras. A disposição desses resíduos será feita no estaleiro, em local apropriado e destinado para o efeito.
• Gestão de Estaleiro: [49] O Estaleiro deverá localizar-se afastado das linhas de água, de modo a não impermeabilizar áreas com características naturais de infiltração e, em zonas que minimizem o impacte ambiental causado pela sua instalação. [50] Não deverá ser efetuada manutenção de veículos ou máquinas afetos à obra fora dos locais previstos no estaleiro. [51] Deverá existir um controlo rigoroso na manutenção e/ou reparação de veículos e máquinas de trabalho, de modo a evitar derrames de óleos e combustíveis no solo, devendo assegurar-se que aquelas operações se realizam em locais apropriados para o efeito, preferencialmente localizados no estaleiro de obra, devidamente apetrechados e impermeabilizados. [52] Deverá ser assegurada a existência de fossas sépticas de tratamento às águas residuais domésticas geradas no estaleiro, evitando a descarga direta no meio hídrico natural. Esta infraestrutura deverá ser alvo de manutenção periódica e adequada ao sistema de tratamento das águas, de forma a garantir a sua limpeza e evitar obstruções. [53] Implementar alojamentos provisórios e suficientes para todo o período de obra; [54] Implementar mecanismos de transporte de trabalhadores entre os distritos envolvidos e localização do empreendimento. [55] Após a conclusão da obra, o Empreiteiro deverá ser responsável pela desativação do estaleiro, áreas de circulação e áreas de deposição temporária de materiais e resíduos.
Exploração Utilização da infraestrutura viária Resíduos Não Perigosos N PS R I R P MP R P [56] Implementação da medida de mitigação [24] Resíduos Perigosos (óleos, combustíveis, lubrificantes)
N PS M D I P MP R P
6 Paisagem Construção
Implantação do estaleiro e sua utilização Desorganização do espaço e aspeto inacabado; impacte visual
N PS R D R T I L P [57] Apenas areeiros e pedreiras licenciados deverão ser usados para o projeto; caso não existam areeiros e pedreiras licenciadas, o Empreiteiro ou Subempreiteiro deverão estabelecer o que satisfizer as suas necessidades mediante uma licença ambiental separada; [58] Cumprimento do Plano de Gestão dos Areeiros e Pedreiras; [59] Recomposição do relevo, quando possível; [60] Recolocação de solo e reposição da cobertura vegetal; [61] Recuperação da vegetação das áreas afetadas, através de parceria com um programa de monitorização paisagística. Deverão ser firmadas parcerias com instituições de pesquisas especializadas, com os gestores do Projeto da Orla e com Programa Nacional de Gestão Costeiro para o desenvolvimento de ações específicas no âmbito da preservação paisagística e ecológica da área. [62] Minimização da afetação dos solos envolvente através da elaboração de um plano de desvios temporários que considere uma afetação mínima e englobe esse condicionalismo no faseamento de execução do projeto [63] Abate controlado de espécies restringindo-se apenas ao Projeto de Execução; [64] Os estaleiros de obra devem estar afastados, no mínimo de 2 km das áreas protegidas (Parque Natural do Obô); [65] Proibir o uso de combustível lenhoso por parte dos trabalhadores durante a fase de construção; [66] Maior fiscalização das licenças florestais e do abate de árvores. Melhorar o controlo de uso de recursos no PNOST; [67] Apresentação de Plano de estaleiro que minimize a afetação dos habitat e reposição das condições iniciais após a conclusão da obra [68] Minimização da área afeta ao depósito temporário de inertes [69] Providenciar fontes alternativas de energia para confeção dos alimentos e aquecimento nos estaleiros.
Áreas de depósito e empréstimo N S M D R T I R P
Movimentação de terras/Terraplenagem Alterações na topografia do terreno N S R D I P I R C
Desmatação, limpeza e abate de árvores Impacte visual N PS R D I P LP R C
Execução trabalhos de limpeza, tratamento e estabilização de taludes
Impacte visual N PS M D I P I R C
7 Ecologia/
Ecossistemas Construção
Movimentação de máquinas e equipamentos
Perda do habitat natural
N PS M D R T I L C
Abate de árvores e destruição de vegetação
N PS R I I P MP L P
Desvios temporários rodoviários N S M D R T I R C
Construção de estaleiros N PS M D R T I L C
Extração de inertes e depósitos temporários
N S R I R T I R P
Aumento do ruído ambiental N S M D R T I L C [70] Campanha de monitorização do ruído.
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N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais
Critérios de Avaliação2
Medidas de Mitigação
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Presença/movimento, de veículos, máquinas e pessoas
Interferência com a migração dos animais N PS R D R T I L P [71] Identificar as rotas de migração de animais; [72] Construir os estaleiros distantes dos corredores migratórios; [73] Sinalizar os corredores migratórios de animais;
Acesso facilitado aos caçadores furtivos (trabalhadores)
Aumento da caça ilegal de animais N S R D R T I L P [74] Proibir qualquer forma de caça por parte dos trabalhadores das obras; [75] Promover campanhas de sensibilização sobre a proteção dos animais e da natureza junto dos trabalhadores e das comunidades.
Captação da água dos rios
Perturbação da fauna e flora aquática e marinha
N S R D R T I R C [76] Monitorização da fauna aquática (observação das espécies vulneráveis e os seus padrões de distribuição ao longo do tempo); [77] Cumprimento das medidas de controlo da erosão.
Extração da areia e captação de água N S R D R T I R C
Reabilitação de pontes e dos aquedutos N PS R D R T I L C
Execução de barreiras de proteção costeira
N PS R D I P I L C
Derrames de combustível e químicos N M M D R T I R C [78] Localização adequada dos estaleiros para evitar escoamento para os cursos de água. Medida [28]
Procura de energia, madeira, areia, combustível, alimentos e água
Diminuição da disponibilidade dos recursos naturais
N S R D R T I L P
[79] O Empreiteiro deverá providenciar estes produtos básicos aos seus trabalhadores e não permitir qualquer forma de utilização de recursos naturais; [80] Pedir licenças necessárias às instituições de tutela para exploração de recursos locais; [81] As aquisições de produtos devem preferencialmente ser feitas junto dos comerciantes locais e evitar grandes aprovisionamentos nos estaleiros que não estejam justificados, até como mais uma medida de partilha de benefícios.
Exploração
Aumento do fluxo de pessoas e atividades na proximidade da via
Perda do habitat natural
N S M D R P LP R C [82] Envolver e reforçar a coordenação entre instituições públicas responsáveis pela área da agricultura e ambiente para monitorizar o desflorestamento durante a fase de operação [83] Desenvolver campanhas de sensibilização sobre a conservação ambiental junto das comunidades; [84] Reforçar o controlo para banir qualquer abate ilegal de árvores e monitorizar o cumprimento dos planos de gestão das concessões florestais, particularmente os cortes anuais admissíveis; [85] Em parceria com ONG, agricultura e as concessões florestais existentes, desenvolver e/ou reforçar projetos de reflorestamento junto das comunidades; [86] Promover alternativas de subsistência para a comunidade que reduzam o uso de floresta, como por exemplo, a produção de mel;
Desflorestação para construção de novas habitações, campos de cultivo e procura de material lenhoso
N S M I R P LP R P
Abate ilegal de árvores N PS R I R P LP L I
Utilização da via Interferência com a migração dos animais N PS R I I P MP L P [87] Colocar bandas sonoras e lombas para reduzir a velocidade dos automobilistas em zonas de atravessamento de animais.
Derrames de combustível e químicos Perturbação da fauna e flora aquática e marinha
N S R I R T MP L I [88] Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames
Acesso facilitado aos caçadores furtivos Aumento da caça ilegal de animais N S M I R P MP R P
[89] Promover fontes alternativas de proteínas para as comunidades locais; [90] Promover parcerias com investidores privados para desenvolver projetos que aliem a conservação e o turismo; [91] Reforçar a fiscalização contra a caça furtiva, principalmente em colaboração com as comunidades locais.
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Matriz de Identificação e Avaliação de Impactes Sociais e Medidas de Potenciação
N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Socioeconómicas
Critérios de Avaliação3
Medidas de Potenciação
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8 Socioeconomia
Implantação Interferência do projeto nas comunidades locais
Expectativas de solução a curto prazo dos problemas de via de acesso e da falta de emprego N S M D R T I R P
[92] Disseminação pelas comunidades locais do alcance das medidas que serão tomadas a curto prazo, para prevenir falsas expectativas e assegurar a credibilidade do projeto entre as comunidades; [93] Coordenar com as autoridades locais, líderes locais e tradicionais o processo de revelação do calendário e das metas da implantação do projeto.
Destruição ou perda de bens (destruição parcial ou total de casas, bancas, vedações, terra agrícola ou árvores de fruta)
N MS E D I P I R C [94] Elaboração do plano de reassentamento e compensação pelas infraestruturas e outros ativos.
Construção
Afetação direta de pessoas singulares e coletivas
Destruição ou perda de bens (destruição parcial ou total de casas, bancas, vedações, terra agrícola ou árvores de fruta)
N S M D R T I L P
[95] Em situações em que o Empreiteiro acidentalmente interferir com as estruturas e bens das populações, este deve proceder à devida compensação em coordenação com as autoridades locais e proponente do projeto; [96] Nas atividades a desenvolver nas imediações das casas e terrenos agrícolas, deverá ser dada preferência ao uso de meios humanos e métodos construtivos manuais; [97] A localização de estaleiros e armazéns nas imediações das povoações deve ser selecionada com cuidado e, sempre que possível, em campos já abertos para evitar necessidades acrescidas de deslocar pessoas e bens, compensações e destruição do ambiente natural. Os locais selecionados deverão ser aprovados pelo Dono de Obra.
Aquisição meios humanos e materiais para a execução da empreitada
Criação de postos de trabalho para as comunidades e entidades locais (diretos e indiretos)
P S M D R T I R C
[98] Assegurar o envolvimento da estrutura local e das comunidades que vivem ao longo do troço para que seja beneficiada diretamente pelas oportunidades de emprego necessárias para execução das obras; [97] Envolver os GIME que reúnem pessoas já com experiência em ações de construção de infraestruturas. [99] O envolvimento dos GIME deve fazer parte do desenho do projeto; [100] As oportunidades de emprego devem ser explicadas de forma clara e realista para não originar falsas ou expectativas demasiado altas; [101] O Empreiteiro deverá preparar uma lista do tipo mão-de-obra não qualificada necessária, com indicação clara do número de postos, duração, as condições de trabalho e remuneração; [102] O impacto positivo sobre a condição de vida das mulheres pode ser incentivado ainda mais se o Empreiteiro tiver uma orientação específica para dar oportunidade às mulheres no ato da contratação da mão-de-obra e neste caso destaca-se particularmente o envolvimento dos GIME.
Aumento das receitas fiscais (importação de materiais e criação de postos de trabalho)
P S M I R T I R C [103] Melhorar o sistema de arrecadação de receitas por parte das autoridades tributárias e afetação criteriosa dos recursos, de modo a garantir um fluxo de fundos adequado para as ações de operação e manutenção das estradas e infraestruturas públicas, incluindo os municipais.
Procura de bens e serviços pelos trabalhadores na área de intervenção do projeto
Aumento de afluxo no sector de restauração, comércio e alojamento
P S E D R T I R C [104] Criar oportunidade para que pequenos comerciantes e fornecedores de bens e serviços locais possam servir ao Empreiteiro durante a execução das obras.
Aumento da produção e comercialização agropecuária e florestal
P S E I R T MP R C [105] Incrementar o acesso aos serviços de extensão aos produtores locais; [106] Disponibilizar mais insumos agrícolas para incentivar a produção local;
Perda de habitat devido à abertura de novos campos de cultivo e exploração não sustentável dos recursos naturais
N S M I R T MP R P [107] Implementar as medidas de mitigação para evitar destruição do habitat natural e para evitar a caça ilegal de animais, principalmente no PNOST e áreas adjacentes.
Conflitos entre trabalhadores e população (incluindo violência baseada no género)
N S M I R T MP R P
[108] Reforçar a importância de se manter um bom relacionamento com as comunidades locais nos diálogos sobre saúde e segurança com os trabalhadores; [109] Entre os trabalhadores locais deve haver um grupo de ligação com a comunidade responsável pelo estabelecimento de comunicação entre o pessoal do projeto e a comunidade, o qual será particularmente importante em casos de conflito. Este grupo deverá estar familiarizado com o projeto em geral e ser capaz de eliminar devidamente quaisquer dificuldades ou passar adiante quaisquer queixas/reclamações;
3LEGENDA:
Natureza: P = Positiva; N = Negativa. Significância: MS = Muito Significativo; S = Significativo; PS = Pouco Significativo. Magnitude: R = Reduzida; M = Média; E = Elevada. Incidência: D = Direta; I = Indireta. Reversibilidade: I = Irreversíveis; R = Reversíveis.
Duração: T = Temporário; P = Permanente. Dimensão Espacial: L = Local; R = Regional; N = Nacional. Dimensão da Temporalidade: I = Imediato; MP = Médio Prazo; LP = Longo Prazo. Probabilidade: C = Certo; P = Provável; I = Incerto
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N.º Descritores Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Socioeconómicas
Critérios de Avaliação3
Medidas de Potenciação
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[110] Deve ser estabelecido e implementado um conjunto de regras (ou um Código de Conduta) a vigorar no local de trabalho. Os padrões devem incluir, entre outros, a proibição de entrada de pessoas estranhas ou não autorizadas ao serviço e a proibição da prostituição nos estaleiros e áreas afins (ex.: áreas de armazenamento). [111] Assegurar que o projeto e a sua implantação reconheçam que os homens e as mulheres têm necessidades e constrangimentos de transporte diferentes e são afetados de maneira diferente por projetos desta natureza; [112] Através de políticas internas próprias, estabelecer uma cota mínima de participação direta da mulher na implantação do projeto. O envolvimento do GIME tem um potencial de aumento de sucesso neste sentido.
Melhoria das condições de mobilidade
Atração de Investimentos P S E I R T MP R P [113] Melhor fiscalização das concessões florestais; [114] Envolvimento das instituições de promoção da agricultura, turismo, madeira, transportes, etc. para atrair investimentos na área de influência do projeto.
Aumento do tráfego de veículos pesados e equipamentos ao nível local Perturbação do trânsito de pessoas e
veículos
[115] Informar sobre as restrições de tráfego, sempre que estas estiverem previstas; [116] Instalar uma sinalização adequada nas áreas de trabalho, indicando rotas alternativas, restrições de velocidade e desvios na estrada enquanto as obras ocorrem; [117] Potenciar a circulação alternada e evita a realização de desvios temporários [118] Contratar e treinar sinaleiros para orientar os motoristas e pedestres em áreas de alto tráfego; [119] Construir uma passagem segura sobre as valas que serão abertas, a fim de minimizar o incómodo para a população local.
Planificação inadequada das atividades
Exploração
Maior tráfego Aumento de postos de trabalho derivado aos novos utilizadores
P S E I I P LP R P [120] Envolver os GIME que reúnem pessoas já com experiência em ações de manutenção das infraestruturas.
Atividades de manutenção da via Aumento das oportunidades de emprego P S M I I P LP R P
Melhoria das condições de acesso e mobilidade
Atração de Investimentos P S M I R P LP R P [121] Medida [113] e [114]
Redução dos custos de transporte P S M I R P LP R P
[122] Assegurar o envolvimento das associações locais de transportadores para que participem na exploração do troço para transporte de bens e serviços; [123] Juntamente com as instituições de tutela, estabelecer tarifas adequadas para o transporte de bens e pessoas; [124] Criar condições de parqueamento com segurança e comodidade nos principais destinos.
Aumento da inclusão social e participação comunitária
P S M I R P LP R P [125] Reforço das iniciativas públicas, privadas e das ONG nas áreas de treinamento, serviços sociais, sensibilização para educação e saúde, etc., principalmente para os mais desfavorecidos (mulheres, crianças e jovens, idosos, deficientes, associações de luta contra pobreza, etc.).
Melhor acesso aos serviços sociais (educação, saúde e segurança)
P S M I R P LP R P [126] Disponibilização dos serviços sociais básicos para a comunidade local.
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12 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL
DISPOSIÇÕES GERAIS
Os impactos identificados e as medidas específicas de mitigação propostas para resolvê-los
foram consolidados no Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) apresentado nas Tabelas
seguintes, que incluem responsabilidades e custos associados ao longo das várias fases do
projeto. O Programa de Monitorização (PM) que seguidamente se descreve encontra-se
sintetizado na Secção 10.3.2, que descreve as atividades, frequências de monitorização,
responsabilidades e custos englobados no programa de monitorização.
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MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTES, MEDIDAS DE MITIGAÇÃO, RESPONSABILIDADES E CUSTOS ASSOCIADOS
12.2.1 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL – MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS, MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO, RESPONSABILIDADES E CUSTOS ASSOCIADOS
N.º Descritores Ambientais
Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais Medidas de Mitigação Responsabilidade Período de
Implementação Indicadores Ambientais
Estimativa de Custos (€)
1 Clima e
qualidade do ar
Construção
Carga e descarga, circulação de veículos e movimentação terras
Emissões difusas de poeiras
[1] As zonas de deposição e acondicionamento de inertes e de materiais pulverulentos devem ser cobertas e/ou corretamente acondicionadas de modo a evitar o arrastamento de partículas por ação do vento. A zona de circulação de máquinas deve ser regularmente humedecida ou revestida com uma cobertura rígida (pavimentada) de modo a impedir a suspensão de partículas por ação do vento. [2] O transporte de terras e outros materiais de construção deve ser feito em camiões de caixa fechada com cobertura, de modo a reduzir as emissões de partículas. Os rodados dos camiões devem ser regularmente limpos, de modo a não degradar as vias de acesso à obra e a segurança rodoviária [3] Proibir a queima a céu aberto de qualquer tipo de resíduos urbanos, industriais e tóxicos ou perigosos, bem como de todo o tipo de material, designado correntemente por sucata. [4] Manutenção de máquinas e equipamentos utilizados na fase de funcionamento e manutenção da via, de modo a prevenir um aumento substancial das emissões de CO, NO2, SO2 e partículas em suspensão. [5] Evitar o transporte durante as horas de ponta; [6] Respeito pelos limites de velocidade e todas as regras de trânsito; [7] Nenhuma operação durante a noite em zonas urbanas ou residenciais; [8] Uso de veículos seguros e bem mantidos, conduzidos por motoristas habilitados e experientes. [9] Utilização de máscaras de proteção de poeiras pelos trabalhadores
Entidade Empreiteira Fiscalização
Diário (fase de construção)
Registos de manutenção de máquinas e equipamentos; Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Registos de ações de formação/sensibilização aos trabalhadores Registos de entrega de equipamentos de proteção aos trabalhadores (máscaras de proteção)
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Diminuição do fenómeno de fotossíntese na vegetação envolvente
Funcionamento de máquinas, equipamentos e veículos pesados
Emissões atmosféricas móveis, devido aos gases de combustão: monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxido nitroso (NO) e metano (CH4) - Alteração climática
Exploração
Circulação de veículos – aumento do tráfego rodoviário local
Aumento das emissões atmosféricas móveis (monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), óxido de azoto (NOx) e partículas em suspensão - Alteração climática
Medidas [3] a [8].
Entidade Concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura (Governo) Administração local Polícia local Líderes da comunidade
N/A (a definir)
Programas de sensibilização das comunidades afetas Registos de consulta às populações Relatórios de progresso
Monitorização – fase de exploração – 78.000€/ano Circulação de veículos – carga e
descarga Emissão de partículas em suspensão
2 Ruído e
Vibrações
Construção
Montagem do estaleiro, movimentação de terras, execução de limpeza, tratamento e estabilização de taludes e pavimentação
Aumento dos níveis sonoros contínuos e pontuais
[10] Nas atividades que impliquem elevados níveis de ruído, como na execução da proteção aos taludes, movimentação de terras e pavimentação, e que originam a utilização de um elevado número de equipamentos e máquinas geradoras de ruído, estas devem ser convenientemente programadas e geridas, tendo em conta a proximidade dos locais mais sensíveis e os horários de ocorrência (período diurno). [11] Canopiar os geradores de obra, assim como garantir que os equipamentos mais ruidosos, caso não seja possível garantir a satisfação dos níveis de ruído regulamentares, sejam colocados dentro de compartimentos adequados e/ou devidamente isolados. [12] Garantir que os camiões contratados para os transportes dos materiais asseguram a manutenção, revisão e inspeção periódica. [13] Utilização de equipamentos de proteção auricular pelos trabalhadores
Entidade Empreiteira Fiscalização
Diário (fase de construção) Período definido no Plano de Monitorização do Ruído
Registos de manutenção de máquinas e equipamentos; Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Monitorização do ruído Elaboração de plano de trabalhos para a minimizar o impacte do ruído nas zonas sensíveis (imediações das localidades) Registos de ações de formação/sensibilização aos trabalhadores Registos de entrega de equipamentos de proteção aos trabalhadores (máscaras de proteção)
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Utilização de maquinaria pesada e o tráfego originado pelo transporte de materiais
Exploração Circulação de tráfego rodoviário Aumento dos níveis sonoros contínuos nas áreas residenciais
[14] Garantir que os veículos asseguram a manutenção, revisão e inspeção periódica. [15] Consulta das partes interessadas e implementação das medidas em acordo com as comunidades locais
Entidade Concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura (Governo) Administração local Polícia local
N/A (a definir)
Programas de sensibilização aos condutores de veículos monitorizados Registos de consulta às populações Relatórios de progresso
Monitorização – fase de exploração – 78.000€/ano
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N.º Descritores Ambientais
Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais Medidas de Mitigação Responsabilidade Período de
Implementação Indicadores Ambientais
Estimativa de Custos (€)
Líderes da comunidade local
3 Solos e usos
dos solos
Construção
Limpeza da vegetação em troços de melhoramento e alargamento da via
Erosão dos solos e sedimentação
[16] Restringir, sempre que possível, as atividades de construção na época seca para reduzir o risco de erosão hídrica; [17] Minimizar os trabalhos dentro ou ao longo dos rios, tal como retirada de areia ou captação de água destes rios para os trabalhos de construção; [18] Uso de máquinas com pneus de borracha em vez de tapetes metálicos, particularmente as que vão trabalhar na zona das pontes para permitir menor perturbação do solo e da vegetação; [19] Estabilização das encostas ao longo dos troços inclinados e nas obras hidráulicas, se possível fazer uso de gabiões para evitar erosão; [20] Uso de cobertura vegetal nativa nas zonas perturbadas para permitir a rápida recuperação da estabilidade dos solos; [21] Construir estruturas de drenagem, particularmente em troços ou zonas com declives elevados; [22] Restaurar e repor a cobertura vegetal nos areeiros. [23] Armazenamento e manuseamento adequado de combustíveis, óleos, lubrificantes, tintas, alcatrão e de outras substâncias para evitar derrames e fugas;
Entidade Empreiteira Fiscalização Projetistas (Medidas [19] a [20])
Elaboração da fase de projeto Diário (fase de construção) Período definido no Plano de Monitorização da Qualidade da água
Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Elaboração de plano de trabalhos para reduzir os impactes associados Monitorização da qualidade da água
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira – Incluídos nos custos de construção (6.950.000€)
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Movimentação de terras
Reabilitação de pontes e aquedutos
Qualidade da água nas linhas de água
Extração de areias Poluição do mar
Ocupação da área reservada a estaleiros
Compactação de terrenos; fenómenos erosivos
Circulação de viaturas pesadas no transporte de terras e materiais para estaleiro e frentes de obra
Compactação de solos; diminuição da impermeabilização e escoamento superficial; aumento tráfego
Derrames de combustíveis ou outros produtos perigosos na utilização de máquinas e viaturas de obra
Alteração da composição dos solos por substâncias hidrocarbonadas ou outros produtos químicos
Exploração Deposição não controlada de resíduos urbanos gerados na exploração e manutenção da via
Contaminação de solos por lixiviados [24] Gestão de resíduos urbanos eficiente com a colocação de contentores de recolha diferenciada e indiferenciada ao longo da via, em especial nas localidades
Entidade concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura (Governo) Entidade responsável pela recolha de transporte de resíduos urbanos
N/A (a definir)
Presença de contentores de armazenamento temporário de RSU em número suficiente ao longo da via Programas de sensibilização ambiental às populações envolventes
1.200.000€/ano
4 Recursos hídricos
Construção
Movimentação de terras
Alteração dos níveis freáticos; redução da qualidade das águas superficiais e subterrâneas (turvação, SST)
[25] Implementar as medidas de mitigação da erosão; [26] Tratamento adequado dos resíduos sólidos, incluindo a sua deposição em locais próprios e designados pelas autoridades municipais para o efeito; [27] Armazenamento e manuseamento adequado de combustíveis, óleos, lubrificantes, tintas, alcatrão e de outras substâncias para evitar derrames e fugas; [28] Manutenção regular das máquinas e veículos para evitar fugas de óleos e combustíveis dos seus sistemas; [29] Tratamento adequado das águas residuais nos estaleiros, pedreiras e areeiros; [30] Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames; [31] Localização adequada dos estaleiros, areeiros, pedreiras e das plantas de asfalto para evitar escoamento para os cursos de água; [32] As áreas de armazenamento de combustíveis devem ser protegidas contra as intempéries e os recipientes devem ser colocados em bacias de retenção. A área deverá estar afastada dos cursos de água. [33] Os abastecimentos e manutenções das máquinas e equipamentos no local de trabalho (em caso de avaria) devem ser realizadas sobre telas impermeabilizantes e/ou bacias de retenção, para evitar o derrame de substâncias perigosas no solo e cursos de água; [34] Todos os recipientes contendo combustíveis ou óleos devem ser identificados, evitando contaminações acidentais; [35] Existência de instalações sanitárias adequadas aos trabalhadores em estaleiro e nas frentes de obra. [36] O Empreiteiro deverá construir, manter, remover e reinstalar, conforme necessário, as obras de drenagem temporária e tomar todas as outras precauções necessárias para evitar danos a propriedades e terrenos por inundações e sedimentos das obras. [37] As obras que possam interferir com o fluxo das águas de irrigação devem ser realizadas nos momentos que causem o mínimo de perturbação às operações de irrigação das populações; [38] Repor todas as infraestruturas de drenagem e irrigação existentes danificadas pela construção, imediatamente após a notificação da ocorrência; [39] Monitorização das infraestruturas de drenagem adjacentes à obra, garantindo a sua desobstrução; [40] A intervenção nas passagens hidráulicas (onde se inclui o desvio provisório de caudais) deve ser efetuada, sempre que possível no período cuja ocorrência de precipitação seja inferior, despendendo-se o mínimo de tempo possível e, tentando alterar o mínimo possível o curso natural das linhas de água. Pretende-se assim, evitar a derivação de caudais e o surgimento de situações de dificuldade e obstrução ao normal escoamento, e consequentes inundações de terrenos adjacentes. Após a cessação dos trabalhos dever-se-á repor com prontidão, a situação inicial.
Entidade Empreiteira Fiscalização
Semanal e/ou após ocorrência de precipitação elevada (inspeção dos sistemas de drenagem) Diário Período definido no Plano de Monitorização da Qualidade da água
Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Plano de estaleiro Registos de ações de formação/sensibilização aos trabalhadores; Registos de manutenção de máquinas e equipamentos; Monitorização da qualidade da água
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Obstrução total ou parcial das linhas de água que intersetam o projeto
Aumento do escoamento superficial e da velocidade de escoamento, potenciado pela diminuição da infiltração e pela compactação do terreno.
Derrames de combustíveis ou outros produtos perigosos na utilização de máquinas e viaturas de obra
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por partículas em suspensão, hidrocarbonetos e outros produtos perigosos
Derrames de águas residuais domésticas em estaleiro
Contaminação bacteriológica das águas subterrâneas
Descarga de efluentes das águas de lavagem das betoneiras e autobetoneiras
Alterações das características químicas das águas subterrâneas (ecotoxicidade)
Pavimentação impermeabilizante
Diminuição da área de infiltração das águas pluviais, alterando o escoamento superficial
Contaminação das águas superficiais por poluentes arrastados para o sistema de drenagem pluvial
Desvios de caudais das linhas de água para intervenção nas PH e OA
Problemas no escoamento das águas pluviais; ocorrência de inundações
Produção de betuminosos e inertes
Poluição das águas superficiais (derrames/fugas de substâncias perigosas)
Produção de resíduos sólidos provenientes da construção
Produção de resíduos perigosos
Produção de resíduos não perigosos (RCD)
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N.º Descritores Ambientais
Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais Medidas de Mitigação Responsabilidade Período de
Implementação Indicadores Ambientais
Estimativa de Custos (€)
Produção de águas residuais contaminadas
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais bacteriológica, por hidrocarbonetos e outros produtos perigosos
[41] Após a finalização dos trabalhos num determinado local deverão ser limpas todas as linhas de água e órgãos de drenagem que possam ter resíduos resultantes da obra, evitando problemas ao nível da obstrução e alagamento.
Exploração
Implementação de medidas de proteção aos taludes e proteção costeira
Manutenção das infraestruturas de proteção contra a erosão
[42] Manter em boas condições todos os revestimentos vegetais dos taludes e revestimento da orla costeira que vierem a ser executados como forma de proteção à erosão. [43] Deverá ser garantida com uma periodicidade mínima anual, a limpeza e desobstrução de todos os órgãos de drenagem transversal e longitudinal existentes ao longo da via, por forma a garantir as boas condições de funcionalidade.
Entidade concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura após o período de garantia da Entidade Empreiteira (Governo) Entidade Empreiteira (no período de garantia)
Anual Registos de ocorrências 180.000€/ano
Utilização dos sistemas de drenagem de águas pluviais e domésticas
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por hidrocarbonetos e matéria orgânica por mau funcionamento dos sistemas de drenagem instalados
Derrame/fuga nos sistemas de drenagem pluvial e doméstica
Contaminação das águas subterrâneas e superficiais por hidrocarbonetos e matéria orgânica
5 Gestão de resíduos
Construção
Atividades de construção civil e execução de estruturas de betão armado e de estabilização de taludes; pavimentação
Produção de resíduos não perigosos [44] É expressamente proibida a queima de resíduos perigosos e não perigosos no local; [45] Definir e implementar um Plano de Gestão de Resíduos suscetíveis de serem produzidos na obra (incluindo RSU´s, entulhos, materiais excedentes, produtos químicos diversos, óleos usados, águas residuais, etc.), prevendo a criação de evidências que comprovem a adequação das soluções implementadas; [46] Verificar a tipologia e classificação dos resíduos a produzir e prever a sua segregação, adequando às necessidades, quantidades e características dos meios de contentorização a colocar no estaleiro para seu depósito temporário. As frações passíveis de serem valorizadas, tais como paletes de madeira, metais e elementos de ferro deverão ser segregados desse fluxo de materiais e enviadas para outras empreitadas e/ou locais para o seu reaproveitamento; [47] Providenciar dispositivos de recolha, armazenamento e tratamento das águas de lavagens (por ex. águas de lavagens das autobetoneiras e betoneiras) e de escorrências diversas, de terras contaminadas com substâncias perigosas provenientes de derrames no solo e produzidas no estaleiro e dar-lhes um destino final adequado; [48] Durante a fase de construção de obras, os camiões autobetoneiras após o descarregamento do betão, serão submetidos à limpeza para remoção dos resíduos de betão das betoneiras. A disposição desses resíduos será feita no estaleiro, em local apropriado e destinado para o efeito.
• Gestão de Estaleiro: [49] O Estaleiro deverá localizar-se afastado das linhas de água, de modo a não impermeabilizar áreas com características naturais de infiltração e, em zonas que minimizem o impacte ambiental causado pela sua instalação. [50] Não deverá ser efetuada manutenção de veículos ou máquinas afetos à obra fora dos locais previstos no estaleiro. [51] Deverá existir um controlo rigoroso na manutenção e/ou reparação de veículos e máquinas de trabalho, de modo a evitar derrames de óleos e combustíveis no solo, devendo assegurar-se que aquelas operações se realizam em locais apropriados para o efeito, preferencialmente localizados no estaleiro de obra, devidamente apetrechados e impermeabilizados. [52] Deverá ser assegurada a existência de fossas sépticas de tratamento às águas residuais domésticas geradas no estaleiro, evitando a descarga direta no meio hídrico natural. Esta infraestrutura deverá ser alvo de manutenção periódica e adequada ao sistema de tratamento das águas, de forma a garantir a sua limpeza e evitar obstruções. [53] Implementar alojamentos provisórios e suficientes para todo o período de obra; [54] Implementar mecanismos de transporte de trabalhadores entre os distritos envolvidos e localização do empreendimento. [55] Após a conclusão da obra, o Empreiteiro deverá ser responsável pela desativação do estaleiro, áreas de circulação e áreas de deposição temporária de materiais e resíduos.
Entidade Empreiteira Fiscalização Empresa de recolha de resíduos perigosos e não perigosos qualificada
Diário (fase de construção)
Plano de Gestão de Resíduos Plano de estaleiro Registos de verificação da implementação do Plano de Gestão de Resíduos; Registos de ações de formação/sensibilização aos trabalhadores;
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Remoção de RSU ao longo das bermas na área de intervenção
Produção de resíduos perigosos
Produção de RSU
Exploração Utilização da infraestrutura viária
Resíduos Não Perigosos [56] Implementação da medida de mitigação [24] Entidade concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura Entidade responsável pela recolha de transporte de resíduos urbanos
N/A (a definir)
Presença de contentores de armazenamento temporário de RSU em número suficiente ao longo da via Programas de sensibilização ambiental às populações envolventes
1.200.000€/ano
Resíduos Perigosos (óleos, combustíveis, lubrificantes,..)
6 Paisagem Construção
Implantação do estaleiro e sua utilização
Desorganização do espaço e aspeto inacabado; impacte visual
[57] Apenas areeiros e pedreiras licenciados deverão ser usados para o projeto; caso não existam areeiros e pedreiras licenciadas, o Empreiteiro ou Subempreiteiro deverão estabelecer o que satisfizer as suas necessidades mediante uma licença ambiental separada; [58] Cumprimento do Plano de Gestão dos Areeiros e Pedreiras; [59] Recomposição do relevo, quando possível; [60] Recolocação de solo e reposição da cobertura vegetal;
Entidade Empreiteira Fiscalização Autoridade reguladora de monitorização do abate de
Diário (fase de construção)
Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Plano de gestão de pedreiras/areeiros Plano de estaleiro
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-
Áreas de depósito e empréstimo
Movimentação de terras/Terraplenagem
Alterações na tipologia do terreno
Desmatação, limpeza e abate de árvores
Impacte visual
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N.º Descritores Ambientais
Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais Medidas de Mitigação Responsabilidade Período de
Implementação Indicadores Ambientais
Estimativa de Custos (€)
Execução trabalhos de limpeza, tratamento e estabilização de taludes
Impacte visual
[61] Recuperação da vegetação das áreas afetadas, através de parceria com um programa de monitorização paisagística. Deverão ser firmadas parcerias com instituições de pesquisas especializadas, com os gestores do Projeto da Orla e com Programa Nacional de Gestão Costeiro para o desenvolvimento de ações específicas no âmbito da preservação paisagística e ecológica da área. [62] Minimização da afetação dos solos envolvente através da elaboração de um plano de desvios temporários que considere uma afetação mínima e englobe esse condicionalismo no faseamento de execução do projeto [63] Abate controlado de espécies restringindo-se apenas ao Projeto de Execução; [64] Os estaleiros de obra devem estar afastados, no mínimo de 2 km das áreas protegidas (Parque Natural do Obô); [65] Proibir o uso de combustível lenhoso por parte dos trabalhadores durante a fase de construção; [66] Maior fiscalização das licenças florestais e do abate de árvores. Melhorar o controlo de uso de recursos no PNOST; [67] Apresentação de Plano de estaleiro que minimize a afetação dos habitat e reposição das condições iniciais após a conclusão da obra [68] Minimização da área afeta ao depósito temporário de inertes [69] Providenciar fontes alternativas de energia para confeção dos alimentos e aquecimento nos estaleiros.
árvores (Direção das Florestas) Consultores ambientais especialistas
Plano de sinalização e desvios temporário
exploração – 78.000€/ano Custo medida [61] – 55.000€/ano
7 Ecologia/
Ecossistemas
Construção
Movimentação de máquinas e equipamentos
Perda do habitat natural
Abate de árvores e destruição de vegetação
Desvios temporários rodoviários
Construção de estaleiros
Extração de inertes e depósitos temporários
Presença/movimento, de veículos, máquinas e pessoas
Aumento do ruído ambiental [70] Campanha de monitorização do ruído Entidade Empreiteira Fiscalização Consultores ambientais especialistas Entidade concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura (Governo)
Período definido no Plano de Monitorização do Ruído e Fauna Mensal
Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Programa de monitorização fauna e ruído Registos de ações de formação/sensibilização aos trabalhadores; Programas de sensibilização ambiental às populações envolventes
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Interferência com a migração dos animais [71] Identificar as rotas de migração de animais; [72] Construir os estaleiros distantes dos corredores migratórios; [73] Sinalizar os corredores migratórios de animais;
Acesso facilitado aos caçadores furtivos (trabalhadores)
Aumento da caça ilegal de animais
[74] Proibir qualquer forma de caça por parte dos trabalhadores das obras; [75] Promover campanhas de sensibilização sobre a proteção dos animais e da natureza junto dos trabalhadores e das comunidades.
Captação da água dos rios
Perturbação da fauna e flora aquática e marinha
[76] Monitorização da fauna aquática (observação das espécies vulneráveis e os seus padrões de distribuição ao longo do tempo) [77] Cumprimento das medidas de controlo da erosão
Período definido no Plano de Monitorização da Fauna
Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Plano de estaleiro Programa de monitorização da fauna
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Extração da areia e captação de água
Reabilitação de pontes e dos aquedutos
Execução de barreiras de proteção costeira
Derrames de combustível e químicos
[78] Localização adequada dos estaleiros para evitar escoamento para os cursos de água. Medida [28]
Procura de energia, madeira, areia, combustível, alimentos e água
Diminuição da disponibilidade dos recursos naturais
[79] O Empreiteiro deverá providenciar estes produtos básicos aos seus trabalhadores e não permitir qualquer forma de utilização de recursos naturais; [80] Pedir licenças necessárias às instituições de tutela para exploração de recursos locais; [81] As aquisições de produtos devem preferencialmente ser feitas junto dos comerciantes locais e evitar grandes aprovisionamentos nos estaleiros que não estejam justificados, até como mais uma medida de partilha de benefícios.
Entidade Empreiteira Fiscalização
Diário Registos de verificação da implementação das medidas de mitigação; Registos de pedidos/autorização às autoridades competentes Plano de estaleiro
Incluídos nos custos contratuais da Entidade Empreiteira
Fiscalização e acompanhamento – fase de pré-exploração – 78.000€/ano
Exploração
Aumento do fluxo de pessoas e atividades na proximidade da via
Perda do habitat natural
[82] Envolver e reforçar a coordenação entre instituições públicas responsáveis pela área da agricultura e ambiente para monitorizar o desflorestamento durante a fase de operação [83] Desenvolver campanhas de sensibilização sobre a conservação ambiental junto das comunidades; [84] Reforçar o controlo para banir qualquer abate ilegal de árvores e monitorizar o cumprimento dos planos de gestão das concessões florestais, particularmente os cortes anuais admissíveis; [85] Em parceria com ONG, agricultura e as concessões florestais existentes, desenvolver e/ou reforçar projetos de reflorestamento junto das comunidades; [86] Promover alternativas de subsistência para a comunidade que reduzam o uso de floresta, como por exemplo, a produção de mel;
Entidade Concessionária responsável pela manutenção da Infraestrutura (Governo) Direção Geral do Ambiente (CONFFAP) Administração local Líderes da comunidade local
Permanente
Programas de sensibilização ambiental Registos de consulta às populações Relatórios de progresso
Monitorização – fase de exploração – 78.000€/ano
Desflorestação para construção de novas habitações, campos de cultivo e procura de material lenhoso
Abate ilegal de árvores
Utilização da via Interferência com a migração dos animais [87] Colocar bandas sonoras e lombas para reduzir a velocidade dos automobilistas em zonas de atravessamento de animais.
Derrames de combustível e químicos
Perturbação da fauna e flora aquática e marinha [88] Melhor sinalização das pontes e locais íngremes para reduzir o risco de acidentes e derrames
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N.º Descritores Ambientais
Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Ambientais Medidas de Mitigação Responsabilidade Período de
Implementação Indicadores Ambientais
Estimativa de Custos (€)
Acesso facilitado aos caçadores furtivos
Aumento da caça ilegal de animais
[89] Promover fontes alternativas de proteínas para as comunidades locais; [90] Promover parcerias com investidores privados para desenvolver projetos que aliem a conservação e o turismo; [91] Reforçar a fiscalização contra a caça furtiva, principalmente em colaboração com as comunidades locais.
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12.2.2 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL – MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES SOCIAIS, MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO, RESPONSABILIDADES E CUSTOS ASSOCIADOS
N.º Descritores
Ambientais Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Medidas de Potenciação Responsabilidade
Período de
Implementação Indicadores
Estimativa de Custos
(€)
8 Socioeconomia
Implantação Interferência do projeto nas
comunidades locais
Expectativas de solução a curto
prazo dos problemas de via de
acesso e da falta de emprego
[92] Disseminação pelas comunidades locais do alcance das medidas que serão tomadas a curto prazo, para prevenir
falsas expectativas e assegurar a credibilidade do projeto entre as comunidades;
[93] Coordenar com as autoridades locais, líderes locais e tradicionais o processo de revelação do calendário e das
metas da implantação do projeto.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Projetistas
Fase Pré-construção
Informações de feedback
Formulários da
comunidade da área do
projeto
100.000€
Destruição ou perda de bens
(destruição parcial ou total de casas,
bancas, vedações, terra agrícola ou
árvores de fruta)
[94] Elaboração do Plano de reassentamento e compensação pelas infraestruturas e outros ativos. Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Consultores especialistas
Fase Pré-construção
Plano de Reassentamento
Involuntário
Incluídos nos custos do
Relatório de
Reassentamento
Involuntário
Construção
Afetação direta de pessoas
singulares e coletivas
Destruição ou perda de bens
(destruição parcial ou total de casas,
bancas, vedações, terra agrícola ou
árvores de fruta)
[95] Em situações em que o Empreiteiro acidentalmente interferir com as estruturas e bens das populações, este deve
proceder à devida compensação em coordenação com as autoridades locais e proponente do projeto;
[96] Nas atividades a desenvolver nas imediações das casas e terrenos agrícolas, deverá ser dada preferência ao uso
de meios humanos e métodos construtivos manuais;
[97] A localização de estaleiros e armazéns nas imediações das povoações deve ser selecionada com cuidado e, sempre
que possível, em campos já abertos para evitar necessidades acrescidas de deslocar pessoas e bens, compensações
e destruição do ambiente natural. Os locais selecionados deverão ser aprovados pelo Dono de Obra.
Entidade Empreiteira
Fiscalização
Diário (fase de
construção)
Registos de verificação da
implementação das
medidas de mitigação;
Plano de Estaleiro
Registos de Ocorrências
Incluídos nos custos
contratuais da Entidade
Empreiteira
Fiscalização e
acompanhamento –
fase de pré-exploração
– 78.000€/ano
Aquisição meios humanos e
materiais para a execução da
empreitada
Criação de postos de trabalho para
as comunidades e entidades locais
(diretos e indiretos)
[98] Assegurar o envolvimento da estrutura local e das comunidades que vivem ao longo do troço para que seja
beneficiada diretamente pelas oportunidades de emprego necessárias para execução das obras;
[97] Envolver os GIME que reúnem pessoas já com experiência em ações de construção de infraestruturas.
[99] O envolvimento dos GIME deve fazer parte do desenho do projeto;
[100] As oportunidades de emprego devem ser explicadas de forma clara e realista para não originar falsas ou
expectativas demasiado altas;
[101] O Empreiteiro deverá preparar uma lista do tipo mão-de-obra não qualificada necessária, com indicação clara do
número de postos, duração, as condições de trabalho e remuneração;
[102] O impacto positivo sobre a condição de vida das mulheres pode ser incentivado ainda mais se o Empreiteiro tiver
uma orientação específica para dar oportunidade às mulheres no ato da contratação da mão-de-obra e neste caso
destaca-se particularmente o envolvimento dos GIME.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Entidade Empreiteira
Fiscalização
Mensal Registos de verificação da
implementação das
medidas de mitigação;
Registo de empresas e
trabalhadores (mão-de-
obra) incluindo os GIME
Incluídos nos custos
contratuais da Entidade
Empreiteira
Fiscalização e
acompanhamento –
fase de pré-exploração
– 78.000€/ano
Custos medida 98 e 100
– 50.000€
Procura de bens e serviços
pelos trabalhadores na área de
intervenção do projeto
Aumento de afluxo no sector de
restauração, comércio e alojamento
[104] Criar oportunidade para que pequenos comerciantes e fornecedores de bens e serviços locais possam servir ao
Empreiteiro durante a execução das obras.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Entidade Empreiteira
Permanente Registos de contratos de
subcontratação/fornecedor
es
Incluídos nos custos
contratuais da Entidade
Empreiteira
Aumento da produção e
comercialização agropecuária e
florestal
[105] Incrementar o acesso aos serviços de extensão aos produtores locais;
[106] Disponibilizar mais insumos agrícolas para incentivar a produção local;
Entidade Concessionária
responsável pela
Permanente
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N.º Descritores
Ambientais Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Medidas de Potenciação Responsabilidade
Período de
Implementação Indicadores
Estimativa de Custos
(€)
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Perda de habitat devido à abertura
de novos campos de cultivo e
exploração não sustentável dos
recursos naturais
[107] Implementar as medidas de mitigação para evitar destruição do habitat natural e para evitar a caça ilegal de
animais, principalmente no PNOST e áreas adjacentes.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Direção Geral do Ambiente
(CONFFAP)
Administração local
Líderes da comunidade
local
Permanente
Programas de
sensibilização ambiental
Registos de consulta às
populações
Relatórios de progresso
20.000€/ano
Conflitos entre trabalhadores e
população (incluindo violência
baseada no género)
[108] Reforçar a importância de se manter um bom relacionamento com as comunidades locais nos diálogos sobre
saúde e segurança com os trabalhadores;
[109] Entre os trabalhadores locais deve haver um grupo de ligação com a comunidade responsável pelo
estabelecimento de comunicação entre o pessoal do projeto e a comunidade, o qual será particularmente importante
em casos de conflito. Este grupo deverá estar familiarizado com o projeto em geral e ser capaz de eliminar devidamente
quaisquer dificuldades ou passar adiante quaisquer queixas/reclamações;
[110] Deve ser estabelecido e implementado um conjunto de regras (ou um Código de Conduta) a vigorar no local de
trabalho. Os padrões devem incluir, entre outros, a proibição de entrada de pessoas estranhas ou não autorizadas ao
serviço e a proibição da prostituição nos estaleiros e áreas afins (ex.: áreas de armazenamento).
[111] Assegurar que o projeto e a sua implantação reconheçam que os homens e as mulheres têm necessidades e
constrangimentos de transporte diferentes e são afetados de maneira diferente por projetos desta natureza;
[112] Através de políticas internas próprias, estabelecer uma cota mínima de participação direta da mulher na
implantação do projeto. O envolvimento do GIME tem um potencial de aumento de sucesso neste sentido.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Entidade Empreiteira
Fiscalização
Administração local
Polícia local
Líderes da comunidade
local
Bimestral (e sempre que
necessário)
Registos de Ocorrências
(policiais ou GRM)
Registos de reuniões com
a comunidade/GIME
Código de Conduta
– 1.500€ / reunião
Melhoria das condições de
mobilidade Atração de Investimentos
[113] Melhor fiscalização das concessões florestais;
[114] Envolvimento das instituições de promoção da agricultura, turismo, madeira, transportes, etc. para atrair
investimentos na área de influência do projeto.
Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Autoridade reguladora de
monitorização florestal
(Direção das Florestas)
Administração local e
regional
Permanente
Registos oficiais da
instituição reguladora
Programas de cooperação,
desenvolvimento e apoio
às empresas e
trabalhadores da área do
projeto
70.000€/ano
Aumento do tráfego de veículos
pesados e equipamentos ao
nível local
Perturbação do trânsito de pessoas
e veículos
[115] Informar sobre as restrições de tráfego, sempre que estas estiverem previstas;
[116] Instalar uma sinalização adequada nas áreas de trabalho, indicando rotas alternativas, restrições de velocidade e
desvios na estrada enquanto as obras ocorrem;
Entidade Empreiteira
Fiscalização
Diário (fase de
construção)
Registos de verificação da
implementação das
medidas de mitigação
Incluídos nos custos
contratuais da Entidade
Empreiteira
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N.º Descritores
Ambientais Fases Ações que Induzem Impactes Incidências Medidas de Potenciação Responsabilidade
Período de
Implementação Indicadores
Estimativa de Custos
(€)
Planificação inadequada das
atividades
[117] Programar a execução dos trabalhos por trechos de via com uma extensão aproximada de 300 metros, não se
permitindo que dois trechos contíguos tenham o mesmo tipo de trabalhos, nem se permitindo a passagem para o terceiro
trecho sem que o primeiro esteja concluído. Esta medida permite potenciar a circulação alternada e evita a realização
de desvios temporários
[118] Contratar e treinar sinaleiros para orientar os motoristas e pedestres em áreas de alto tráfego;
[119] Construir uma passagem segura sobre as valas que serão abertas, a fim de minimizar o incómodo para a
população local.
Plano de sinalização e
desvios temporário
Plano de Trabalhos
Plano de Estaleiro
Plano de Segurança e
Saúde
Exploração
Maior tráfego Aumento de postos de trabalho
derivado aos novos utilizadores
[120] Envolver os GIME que reúnem pessoas já com experiência em ações de manutenção das infraestruturas. Entidade Concessionária
responsável pela
manutenção da
Infraestrutura (Governo)
Direção Geral do Ambiente
Ministério dos Transportes
Ministério da Saúde e
Educação
N/A (a definir)
15.000€/ano
Atividades de manutenção da
via
Aumento das oportunidades de
emprego
Melhoria das condições de
acesso e mobilidade
Atração de Investimentos [121] Medida [113] e [114]
Redução dos custos de transporte
[122] Assegurar o envolvimento das associações locais de transportadores para que participem na exploração do troço
para transporte de bens e serviços;
[123] Juntamente com as instituições de tutela, estabelecer tarifas adequadas para o transporte de bens e pessoas;
[124] Criar condições de parqueamento com segurança e comodidade nos principais destinos.
Aumento da inclusão social e
participação comunitária
[125] Reforço das iniciativas públicas, privadas e das ONG nas áreas de treinamento, serviços sociais, sensibilização
para educação e saúde, etc., principalmente para os mais desfavorecidos (mulheres, crianças e jovens, idosos,
deficientes, associações de luta contra pobreza, etc.).
Melhor acesso aos serviços sociais
(educação, saúde e segurança)
[126] Disponibilização dos serviços sociais básicos para a comunidade local.
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PLANO DE MONITORIZAÇÃO
12.3.1 ÂMBITO E APLICAÇÃO DOS PLANOS DE MONITORIZAÇÃO
Em resultado da avaliação dos impactes ambientais associados à implementação do projeto e a
respetiva identificação de medidas de minimização dos mesmos, foi identificada a necessidade
de implementar Programas de Monitorização, no âmbito de alguns descritores ambientais.
Propõe-se, assim, no âmbito do presente ESIA, um conjunto de programas de monitorização
ambiental específicos de alguns descritores ambientais, onde são definidos os principais objetivos
e ações a implementar no âmbito do necessário acompanhamento ambiental da exploração do
projeto em estudo, sendo focada nos seguintes descritores:
• Recursos Hídricos Superficiais - Qualidade da Água;
• Ruído e Vibrações;
• Qualidade ao Ar;
• Sistemas Biológicos e Biodiversidade.
O principal objetivo dos programas de Monitorização passa, assim, por identificar e avaliar os
impactes residuais que irão emergir durante a fase de construção e de exploração do projeto, e
controlar os impactes já previstos, bem como atualizar a informação base, validar as prospetivas
e ainda avaliar a eficácia das medidas mitigadoras propostas. Este programa deverá ir ao
encontro das leis de STP e das Políticas Operacionais do Banco Mundial
12.3.1.1 Recursos hídricos superficiais – qualidade da água
12.3.1.1.1 Objetivos
Tendo em conta que na fase de Projeto de Execução se definirão os detalhes inerentes ao plano
de monitorização dos recursos hídricos superficiais, pode desde já definir-se a sua necessidade
imediatamente antes da fase de construção e durante a mesma.
Neste sentido, de acordo com os impactes expectáveis identificados e com as características da
região em estudo, prevê-se a necessidade de estabelecer um plano de monitorização para os
recursos hídricos superficiais, nomeadamente, para a qualidade das águas superficiais.
Importa definir que a monitorização da qualidade das águas superficiais terá início antes da fase
de construção, prolongando-se para a fase de exploração.
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12.3.1.1.2 Locais de Amostragem e Frequência das Campanhas
A definição dos pontos de amostragem, que deverá ter lugar nas fases subsequentes do projeto,
deverá ter em consideração a existência de situações mais críticas de proximidade a linhas de
água. No entanto, estas situações deverão ser entendidas como situações tipo, a acompanhar
no âmbito do programa de monitorização a definir, não constituindo todas elas, necessariamente,
locais a monitorizar, devendo ser verificadas caso a caso, de forma a proceder-se a uma
identificação rigorosa desses locais.
Consideram-se as zonas de aterros e escavações, estaleiros, acessos e depósitos temporários
de materiais e os locais onde ocorram desvios de linhas de água, como os critérios de seleção
dos locais de amostragem da qualidade das águas superficiais.
A equipa responsável pela monitorização deverá identificar os locais Segundo o critério
estabelecido, recomenda-se, no mínimo, a monitorização das seguintes linhas de água:
• Água Casada
• Rio Provaz
• Rio D´Ouro
A monitorização de cada linha de água deverá ser efetuada sempre que o caudal o permita, a
montante, a jusante e no local de atravessamento do traçado com a linha de água, sendo que as
medições devem incluir, simultaneamente, medições de caudal e de concentração de forma a
permitir o cálculo das cargas afluentes.
Relativamente ao início e periodicidade das campanhas de monitorização, deverá respeitar-se a
seguinte cronologia:
• Antes da fase de construção (pré-construção) - campanha de amostragem que deverá
garantir uma correta caracterização da situação atual;
• Durante a fase de construção - monitorização a realizar trimestralmente;
• Durante a fase de exploração - nos primeiros dois anos, as campanhas de monitorização
deverão realizar-se semestralmente. Após esse período, a periodicidade das campanhas
deverá ser reequacionada até ao ano horizonte de projeto, em função dos resultados
obtidos.
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12.3.1.1.3 Parâmetros a Analisar
No que diz respeito aos parâmetros a analisar, estes deverão ser definidos de acordo com os
impactes potenciais resultantes das atividades da fase de construção, bem como de acordo com
os usos associados a cada linha de água.
Sem prejuízo de outros parâmetros que se venham a revelar como necessários monitorizar para
as fases definidas anteriormente, nomeadamente, antes da construção, construção e exploração,
deverão ser analisados os seguintes parâmetros:
• Caudal;
• pH;
• Temperatura (ºC);
• Sólidos Suspensos Totais (mg/l);
• Hidrocarbonetos totais (mg/l);
• Óleos e Gorduras (mg/l);
• Carência Bioquímica de Oxigénio (mg/l);
• Carência Química de Oxigénio (mg/l);
• Nitratos (mg/l);
• Fosfatos (mg/l);
• Metais pesados: Cádmio (mg/l), Chumbo (mg/l), Crómio (mg/l), Zinco (mg/l) e Ferro (mg/l);
• Turbidez.
A seleção destes parâmetros teve em consideração os parâmetros contemplados na legislação
nacional e internacional em vigor, em matéria de qualidade da água, nomeadamente aqueles
definidos para a para avaliação da qualidade da água. Os resultados das monitorizações
efetuadas deverão ser comparados com os valores estabelecidos na legislação associada.
Sempre que os resultados da monitorização obtidos excedam os limites legais, serão definidas
medidas de gestão ambiental aplicáveis, caso a caso.
Os trabalhos de terraplenagens, desmatação, execução das obras de arte e o de desvio das
linhas de água, são as intervenções que maior influência poderão vir a ter sobre os parâmetros a
analisar.
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12.3.1.1.4 Técnicas e Métodos de Análise ou Registo de Dados e Equipamentos Necessários
As técnicas, métodos e equipamentos de recolha e análise devem assegurar o cumprimento das
normas técnicas definidas na legislação vigente nestes domínios e a validade dos resultados
obtidos. Na ausência de especificações devem ser respeitadas as normas de boa prática e os
métodos standard, devendo ser registadas as condições da monitorização para um correto
enquadramento e interpretação dos resultados.
Considera-se ser suficiente a recolha de 1-2 litros de amostra para os objetivos pretendidos,
sendo que todas as amostras devem ser catalogadas com a designação do ponto de amostragem
e profundidade da recolha.
12.3.1.1.5 Relação entre Fatores Ambientais a Monitorizar
Como relação entre os fatores ambientais a monitorizar, destaca-se para a fase de construção, a
possibilidade de ocorrência de um aumento significativo de sólidos suspensos nas linhas de água,
conduzindo, ainda que de forma temporária, à degradação da qualidade da água. Tal situação
poderá ser originada pelas operações de movimentação de terras – decapagens e
terraplanagens, circulação de maquinaria e veículos, transporte de terras e outros materiais e
instalação de estaleiros afetos à obra.
A ocorrência de contaminações acidentais é outro fator a ter em consideração, que poderá ocorrer
na fase construção devido a movimentações de veículos afetos à obra, funcionamento dos
estaleiros e operação de maquinaria (lavagens) e, na fase de exploração, devido às operações
de manutenção da via. Os óleos usados e os hidrocarbonetos são os poluentes mais relevantes
gerados por estas atividades.
Por último, refere-se a afetação das linhas de água e respetiva alteração do padrão de drenagem,
resultado da possível contaminação a partir da construção de aterros e trabalhos de escavação.
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12.3.1.1.6 Análise de resultados e medidas de gestão ambiental a adotar
Os resultados da monitoração instrumental devem ser comparados com as normas nacionais e
as normas do WBG. A não conformidade deve ser medida em relação aos padrões nacionais e
do WBG.
Com a implementação do presente programa de monitorização espera-se obter como principal
resultado a deteção atempada de problemas ao nível da qualidade das massas de águas
monitorizadas.
No tocante às massas de água artificiais ou fortemente modificadas, a classificação do potencial
ecológico de cada massa de água será representada pelo menor dos valores dos resultados da
monitorização biológica e físico-química dos elementos de qualidade pertinentes.
Na eventualidade dos resultados obtidos indiciarem a ocorrência de impactes negativos
significativos na qualidade das águas superficiais como consequência das ações geradas pela
implementação do projeto, devem ser executadas medidas durante a fase de construção que
possibilitem a mitigação dos efeitos adversos, sendo a profundidade das ações baseada na
gravidade dos problemas detetados.
12.3.1.1.7 Periodicidade dos Relatórios de Monitorização
Após a realização da campanha de monitorização deverá ser elaborado um Relatório de
Monitorização (RM) onde constem os pontos de recolha utilizados, a metodologia, as condições
de amostragem e a apresentação e discussão de resultados obtidos. Ainda no âmbito do relatório,
deverá ser efetuada uma avaliação global da situação em termos de impacte ambiental e eficácia
das medidas propostas.
Com base nos resultados obtidos, deverá ser possível a caracterização do desempenho das
medidas de mitigação propostas e, caso a análise conclua pela necessidade de reforço de
algumas medidas ambientais propostas, deverá agir-se em conformidade, procedendo-se à
revisão do programa de monitorização inicialmente proposto.
Para a fase de construção, os RM a produzir serão os correspondentes a cada campanha. Para
a fase de exploração deve ser produzido um relatório anual, com a avaliação dos dados
recolhidos e tratados nesse ano.
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12.3.1.2 Ruído e vibrações
12.3.1.2.1 Objetivos
Dadas as incertezas da modelação, a inexistência de classificação acústica oficial para muitos
dos recetores sensíveis identificados, e a inexistência de requisitos legais para a vibração
ambiente continuada, recomenda-se a monitorização dos níveis sonoros e das velocidades de
vibração e o controlo, ao longo do tempo, da eventual publicação de diploma legal, ou outro
documento vinculativo, relativamente a limites de vibração ambiente continuada.
No presente Plano de Monitorização (ESMP), nas componentes Ruído e Vibrações, são indicados
os pontos de monitorização, os parâmetros a serem monitorizados, a periodicidade da
monitorização, as condições a que deverão obedecer as medições e indicação da metodologia
de análise e tratamento dos resultados das medições, tendo em conta as Diretrizes aplicáveis.
O ESMP que se propõe, tem como objetivo informar sobre os níveis sonoros e as velocidades de
vibração em pontos julgados pertinentes – numa lógica de proporcionalidade com as dimensões
e características do projeto – de forma a verificar se são cumpridos os requisitos legais, ou outros,
se são necessárias medidas de minimização, qual a eficácia das medidas implementadas, se é
necessário complementar essas medidas e qual o grau de incerteza inerente às técnicas de
predição.
12.3.1.2.2 Identificação dos Parâmetros a Monitorizar
Os parâmetros essenciais a monitorizar são os seguintes:
• Ruído:
o Fase de construção:
▪ Nível sonoro contínuo equivalente, LAeq (NP ISO 1996: 2011)
representativo do valor diário máximo, dado que o limite acústico legal
aplica-se a cada dia.
o Fase de exploração:
▪ Nível sonoro contínuo equivalente, LAeq (NP ISO 1996: 2011)
representativo da média anual (dia, entardecer, noite e Lden), dado que o
limite acústico legal aplica-se à média anual e é dependente da
classificação acústica (necessidade de controlo da classificação acústica
oficial ao longo da monitorização).
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• Vibrações4: Valor máximo da velocidade eficaz de vibração de segundo a segundo,
vef,max,1s (Critérios LNEC)
Uma vez que um dos objetivos fundamentais do Plano de Monitorização é o conhecimento dos
efeitos reais do projeto na população, deverão também, sempre que possível, efetuar-se
auscultações às pessoas que residam ou permaneçam em locais suscetíveis de serem afetados
acusticamente.
12.3.1.2.3 Locais e Frequência de Amostragem
Para a fase de construção deverão ser monitorizados os níveis sonoros e as velocidades de
vibração em pelo menos um Recetor sensível por cada um dos seguintes locais/Situações da
área de intervenção do projeto:
• Recetores sensíveis das localidades (incluem zonas ecológicas, habitacionais, escolas e
centros de saúde):
• São Tomé
• Santo Amaro
• Ilhéu
• Conde
• Guadalupe
• Lagoa Azul (zona de proteção ecológica)
• Neves
Consideram-se as seguintes frequências de amostragem:
• Uma campanha (Ruído e Vibrações) com o início da fase de pré-construção, nos períodos
de referência (dia, entardecer e noite; para a componente vibração, dado o interesse de
valores máximos, poderá justificar-se a caraterização apenas em um dos 3 períodos
referidos) em que ocorrer atividade construtiva, em períodos/dias de previsível maior
produção de ruído/vibração.
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• Em função dos resultados da primeira campanha da fase de construção, será
definida a periodicidade das campanhas seguintes, apontando-se à partida para
campanhas mínimas trimestrais.
• Uma campanha (Ruído e Vibrações) com o início da fase de pré-exploração, nos períodos
de referência (dia, entardecer e noite; para a componente vibração, dado o interesse de
valores máximos, poderá justificar-se a caraterização apenas em um dos três períodos
referidos).
• Em função dos resultados da primeira campanha da fase de pré-exploração, será definida
a periodicidade das campanhas seguintes, apontando-se à partida para campanhas
anuais nos primeiros três anos e campanhas quinquenais nos anos seguintes.
As periodicidades referidas deverão ser ajustadas em função dos resultados e informação obtidos
ao longo da monitorização, e direcionar-se para os períodos, fases e pontos com maior
probabilidade de afetação acústica, tendo também em conta o seguinte:
• Caso a emissão sonora/vibrátil seja significativamente superior ao previsto e ocorra
incumprimento dos limites acústicos legais ou dos limites dos Critérios de vibração, deverá
ser equacionada a implementação de Medidas de Minimização de Ruído/Vibração e a
revisão do plano de monitorização incluindo a realização de novas campanhas após a
concretização das medidas.
• Caso ocorram modificações significativas das características de emissão, propagação ou
receção sonora/vibrátil, ou da classificação acústica oficial ou dos requisitos de vibração,
deverá ser revisto o plano de monitorização.
• Caso ocorra manutenção continuada da emissão sonora/vibrátil, poderá ser equacionada
uma periodicidade mais alargada ou mesmo a desnecessidade de novas campanhas.
• Caso existam reclamações devido ao ruído/vibração provenientes do traçado ferroviário
em apreço, ou de restabelecimentos associados, deverão ser efetuadas medições junto
aos recetores reclamantes.
12.3.1.2.4 Métodos de Amostragem e Equipamentos Necessários
A obtenção dos parâmetros referidos atrás deverá ser efetuada mediante os seguintes
equipamentos principais:
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• Ruído: Sonómetro integrador de Classe 1, de modelo aprovado por
entidade credenciada e objeto de verificação periódica em laboratório acreditado para o
efeito, e/ou mediante os equipamentos complementares necessários ao cabal
cumprimento do estabelecido na normalização, legislação e guias aplicáveis.
• Vibrações: Vibrómetro capaz de caraterizar a velocidade de pico e/ou a velocidade
eficaz de segundo a segundo, e/ou mediante os equipamentos complementares
necessários ao cabal cumprimento do estabelecido na normalização, legislação e guias
aplicáveis.
O programa de medições e os períodos de amostragens, em cada campanha, e outros aspetos,
deverão ser os suficientes ao cumprimento inequívoco do estabelecido na normalização e
legislação aplicáveis.
12.3.1.2.5 Relatórios e Discussão de Resultados
Os resultados das medições acústicas (ruído e vibrações) in situ deverão ser analisados no
sentido do cumprimento ou incumprimento dos requisitos legais, ou de boa prática aplicáveis.
Caso exista incumprimento deverão ser equacionadas Medidas de Minimização de Ruído e/ou
Vibrações, e deverá ser revisto o Plano de Monitorização (ESMP), incluindo, se necessário, a
obtenção de valores de emissão/propagação sonora/vibrátil adequados a uma simulação mais
rigorosa e um dimensionamento de medidas mais otimizado.
Uma vez que os requisitos legais dependem da classificação acústica oficial dos locais, deverá
ser analisada ao longo do tempo a classificação acústica oficial dos Recetores Sensíveis afetados
e ajustado o Plano de Monitorização em conformidade.
Uma vez que não existem limites legais de Vibração Ambiente continuada, deverá ser analisada
ao longo do tempo a eventual publicação de limites vinculativos de vibração ambiente continuada
e ajustado o Plano de Monitorização em conformidade.
O tratamento dos dados deverá ser efetuado de forma rigorosa e explícita – tendo por base a
normalização/guias aplicáveis – para que se obtenham resultados credíveis e correlacionáveis
com as características intrínsecas e extrínsecas que se pretendem observar. Para além do
referido, o tratamento dos dados deverá permitir tirar conclusões sustentadas e despoletar,
fundamentadamente e se necessário, procedimentos corretivos e/ou complementares
adequados. Nestas circunstâncias, as medições e o tratamento dos dados, assim como as
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eventuais revisões do Plano de Monitorização, deverão ser efetuados por técnicos de
acústica habilitados para o efeito.
Deverá ser elaborado um Relatório de Monitorização por Campanha de Monitorização. Os
Relatórios de Monitorização a elaborar, deverão estar em conformidade com o estabelecido, e
deverão dar conta das eventuais evoluções técnicas que possam ocorrer ao longo da
monitorização – não só no que concerne aos equipamentos de medição e metodologias de
análise, como também no que concerne às Medidas de Minimização – e dos benefícios que
possam daí advir, para a população vizinha do empreendimento, assim como se adaptar às
possíveis modificações dos requisitos a analisar, quer devido a alterações legislativas, quer
devido a alterações vinculativas de outra natureza.
12.3.1.3 Qualidade do ar
12.3.1.3.1 Objetivos
O objetivo principal a que se propõe dar resposta o presente Programa de Monitorização da
Qualidade do Ar Ambiente consiste no controlo da evolução das concentrações de poluentes na
atmosfera, nas imediações da via em apreço, por forma a poder atuar em conformidade, caso se
registe ou perspetive a violação do quadro legal vigente, ou seja, se ultrapassem os limites de
concentrações estabelecidos para os poluentes atmosféricos, em resultado das emissões
provenientes da circulação dos veículos automóveis na EN1 durante a fase de construção e
exploração.
12.3.1.3.2 Identificação dos Parâmetros a Monitorizar
Os parâmetros a analisar no programa de campanhas de medição preconizado são aqueles
considerados como os mais representativos das emissões geradas pelo tráfego automóvel,
máquinas e equipamentos. Atendendo ao novo quadro legal, serão igualmente consideradas as
partículas em suspensão, dado ser cada vez mais importante a sua avaliação tendo em vista não
só as atuais preocupações quanto a este poluente, como também a sua representatividade como
indicador da qualidade do ar, relativamente a emissões automóveis.
Tendo em conta estes pressupostos, apresentam-se de seguida os parâmetros que deverão ser
analisados no Programa de Monitorização da Qualidade do Ar:
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• Monóxido de carbono (CO);
• Dióxido de Azoto (NO2) e Óxidos de Azoto (NOX);
• Partículas em suspensão com diâmetro inferior a 10 µm e 2,5 µm (PM10 e PM2,5);
• Benzeno.
É necessário monitorizar, simultaneamente alguns parâmetros meteorológicos, nomeadamente
temperatura do ar, quantidade de precipitação e direção e velocidade do vento.
12.3.1.3.3 Locais e Frequência de Amostragem
A escolha dos locais de amostragem deve ter como preocupação fundamental a análise das
condições atmosféricas existentes ao longo do traçado em estudo, assim como das zonas
consideradas como mais sensíveis à poluição atmosférica, ou seja, onde a estrada se aproxima
de recetores sensíveis e onde poderá, por isso, provocar impactes negativos, quer se trate de
situações isoladas, quer de aglomerados urbanos.
Por outro, a localização dos pontos de amostragem em relação ao projeto, deve ser definida
tendo em conta a frequência da direção do vento, para o período em que se realiza a amostragem.
Deve, ainda, ser tido em linha de conta a topografia e ocupação da área, de modo a selecionar
um local de amostragem sem presença de obstáculos à dispersão de poluentes.
Nesta perspetiva, e avaliada a situação relativa à Reabilitação da EN1, considera-se como local
de amostragem representativo para efetuar as campanhas de medição o seguinte:
• Recetores sensíveis das localidades (incluem zonas ecológicas e habitacionais orientadas
para a proteção da saúde humana e preservação dos sistemas ecológicos protegidos):
• São Tomé
• Santo Amaro
• Ilhéu
• Conde
• Guadalupe
• Lagoa Azul (zona de proteção ecológica)
• Neves
Quanto à frequência de amostragem, prevêem-se os seguintes cenários:
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• A primeira campanha de monitorização deverá ser realizada de modo a garantir
uma correta caracterização do ambiente atual, e ser realizada na fase de pré-construção
e na fase de pré-exploração da empreitada.
• Realização de uma campanha semestral na fase de construção, composta por medições
a efetuar na estação de chuvas e na estação seca (Gravana). A duração da monitorização
da qualidade do ar, deve permitir uma caracterização representativa das concentrações
de poluentes atmosféricos nas áreas em estudo, recomendando-se a duração de uma
semana para cada monitorização.
• Na fase de exploração, no primeiro ano, a realização de uma campanha (composta por
medições estação de chuvas e na estação seca) e, nos anos seguintes, com uma
frequência de 5 em 5 anos, para aferir possíveis desvios relativamente às previsões
efetuada e verificar, a violação ou não dos limites estabelecidos na legislação
relativamente aos poluentes medidos.
Caso se verifiquem a ultrapassagem dos valores limites de concentrações estabelecidas no
quadro legal vigente, as campanhas deverão passar a ter uma frequência anual (com as mesmas
medições estação de chuvas e na estação seca), atuando-se em conformidade até que sejam
repostos os valores que não violem os limites estabelecidos (quando esta situação for reposta, a
frequência das campanhas poderá passar novamente a quinquenal).
12.3.1.3.4 Métodos de Análise e Equipamentos Necessários
Os métodos de referência de amostragem e analise utilizados nas monitorizações da qualidade
do ar, devem ser os estipulados de acordo com a legislação vigente.
Os equipamentos de monitorização utilizados deverão ser devidamente calibrados e submetidos
a controlo metrológico segundo e ser compatíveis com os métodos a utilizar para cada poluente.
A monitorização deve ser efetuada par uma entidade acreditada para o efeito.
Os resultados obtidos nas monitorizações da qualidade do ar, deverão ser comparados com os
valores limite legislados e os modelos de dispersão de poluentes atmosféricos previamente
definidos.
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12.3.1.3.5 Relação entre Fatores Ambientais a Monitorizar
Na fase de construção, os impactes na qualidade do ar resultam da emissão de partículas em
suspensão e de poluentes gasosos, associados a execução das obras e dos aspetos a elas
associados e do consequente aumento da concentração destes poluentes, junto aos recetores
sensíveis identificados.
A significância destes impactes será consideravelmente reduzida com a implementação das
medidas de mitigação previstas existindo, contudo, a necessidade de identificar a sua eficácia.
Os impactes na qualidade do ar durante a fase de exploração, como referido anteriormente,
resultam das emissões de poluentes atmosféricos, pelos veículos motorizados que utilizarão a
EN1.
12.3.1.3.6 Relatórios e Discussão de Resultados
Os Relatórios de Monitorização deverão ter a periodicidade idêntica à das campanhas de
amostragem preconizadas neste programa de monitorização, integrando os dados, o seu
tratamento, avaliação e as conclusões que se poderão estabelecer nas campanhas de medição
consequentes (integrando as medições efetuada estação de chuvas e na estação seca).
A revisão do programa de monitorização deverá ser avaliada em cada relatório, consoante as
condições verificadas e as conclusões extraídas, propondo, caso se considere necessário, a
alteração dos seus critérios, por forma a adequar-se melhor na resposta aos objetivos propostos.
12.3.1.4 Sistemas biológicos e biodiversidade
12.3.1.4.1 Objetivos
O presente Plano de Monitorização tem como objetivo principal estimar a mortalidade da avifauna
e fauna aquática (espécies protegidas) resultante do projeto em estudo e avaliar a eficácia das
medidas de minimização/correção dirigida às espécies a definir e identificar a existência de zonas
críticas que necessitem de medidas de minimização adicionais.
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12.3.1.4.2 Parâmetros a analisar
A integração de todos os dados recolhidos ao longo da monitorização deverá permitir determinar
o impacte que esta infraestrutura tem sobre a avifauna e fauna aquática existente nas áreas
ecológicas protegidas (zona Ecológica da Praia das Conchas/Lagoa Azul que interfere com a
EN1.
Os parâmetros a monitorizar são:
• Taxa de mortalidade de vertebrados voadores por colisão
• Taxa de mortalidade da fauna aquática
• Fatores de correção à taxa de mortalidade
Neste contexto inclui-se a observação das espécies vulneráveis e verificação do padrão de
distribuição ao longo do tempo da fase de construção.
12.3.1.4.3 Locais e frequência de amostragem
Tendo em consideração as características e a distribuição das espécies potencialmente afetadas
a monitorização deverá incidir nos locais onde o risco de afetação das espécies vulneráveis é
suscetível de ser maior.
Os troços da EN1 selecionados nas imediações da zona Ecológica da Praia das Conchas/Lagoa
Azul deverão ser sujeitos a uma validação no terreno por parte da equipa que irá realizar a
monitorização.
Taxa de Mortalidade
Os trabalhos para a estimativa da taxa de mortalidade deverão ser realizados por técnicos com
experiência neste tipo de trabalhos e ter uma duração mínima de três anos, após a conclusão
dos trabalhos de requalificação e a entrada em pleno funcionamento da via.
As amostragens deverão ser realizadas num mínimo de duas visitas por época, com um intervalo
de 7 dias, nas seguintes épocas:
• Reprodução
• Dispersão pós-reprodutora
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• Migração
Fatores de correção à taxa de mortalidade
Os testes de detetabilidade deverão ser efetuados durante o primeiro ano de exploração após a
conclusão dos trabalhos de requalificação e numa única visita de campo.
Os testes de decomposição/remoção de cadáveres de aves e eventuais outras espécies deverão
ser efetuados no primeiro ano de exploração, em cada época do ano.
Para cada época do ano, a verificação dos cadáveres deverá ser efetuada diariamente durante
um período de 7 dias.
12.3.1.4.4 Técnicas de amostragem
As técnicas de amostragem que determinarão a taxa de mortalidade, testes de detetabilidade e
remoção deverão ser determinadas por técnicos qualificados que posteriormente realizarão a
vigilância e prospeção.
12.3.1.4.5 Relação dos dados com o projeto
Os resultados obtidos deverão permitir estimar o impacte do projeto na avifauna e fauna aquática
ao nível da mortalidade e respetivas causas e, a eficácia da medida de mitigação/corretiva
associada.
Para a estimativa do valor da taxa de mortalidade real deverão ser consideradas várias fórmulas
de cálculo, devendo ser analisados e discutidos os resultados obtidos com cada um, cuja
correção se baseará nos seguintes parâmetros:
• mortalidade observada na área prospetada;
• taxa de detetabilidade;
• taxa de decomposição / remoção.
A análise dos dados obtidos deverá permitir verificar o grau de adequação das medidas de
minimização implementadas e decidir acerca da necessidade da sua melhoria ou substituição por
outras mais eficazes.
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12.3.1.4.6 Relatórios e Discussão de Resultados
Serão elaborados relatórios de campanha, a entregar após a conclusão dos trabalhos no terreno.
No final de cada ano de monitorização será elaborado um relatório anual, que incluirá uma análise
preliminar dos dados recolhidos até esse momento, e no final do período de monitorização será
elaborado um relatório final, que incluirá toda a informação recolhida ao longo dos 3 anos. Estes
relatórios serão entregues após a conclusão dos trabalhos do ano a que se refere o relatório.
No relatório final será efetuada uma revisão geral de todo o trabalho de monitorização que se
desenvolveu ao longo desse período, avaliando-se então a necessidade de se efetuarem
trabalhos adicionais e de se rever o Plano de monitorização.
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12.3.2 – PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
Descritores Locais de amostragem Parâmetros Periodicidade Responsabilidade Evidências Estimativa de Custos (€)
Recursos
Hídricos -
Qualidade da
água
- Zonas de aterros, escavações, estaleiros, acessos a
depósitos temporários e locais de desvio de linhas de
água.
- No mínimo, nos principais cursos de água que
atravessam a EN1:
Água Casada
Rio Provaz;
Rio D`Ouro.
Em cada linha de água deverá ser efetuada uma
monitorização a montante e a jusante do
atravessamento do traçado da via (EN1).
- outras linhas de água que intersectam a via e
associadas a eventuais reclamações durante a fase
de construção
Caudal
pH
Temperatura
SST
Hidrocarbonetos totais
Óleos e Gorduras
CBO5
CQO
Nitratos
Fosfatos
Metais pesados: Cádmio, Chumbo,
Crómio, Zinco, Ferro
Coliformes Totais
Turbidez
Outros parâmetros (devidamente
justificados)
1 Campanha da situação de referência (fase
pré-construção)
Trimestral (fase construção)
1 Campanha da situação de referência (fase
pré-exploração)
Semestral (primeiros 2 anos da fase de
exploração/operação)
Entidade Empreiteira (fase pré-
construção e construção)
Entidade Concessionária
responsável pela manutenção da
infraestrutura - Governo (fase de
exploração)
Relatórios de Monitorização da
qualidade da Água
Incluídos nos custos contratuais
da Entidade Empreiteira (fase pré
construção e construção)
Fiscalização e acompanhamento
– fase de pré-exploração –
78.000€/ano
Monitorização – fase de
exploração – 78.000€/ano
Ruído e Vibrações
- Recetores sensíveis das localidades:
São Tomé
Santo Amaro
Ilhéu
Conde
Guadalupe
Lagoa Azul (zona ecológica)
Neves
Recetores sensíveis: incluem zonas ecológicas,
habitacionais, escolas e centros de saúde
- outras zonas na proximidade da via e associadas a
eventuais reclamações durante a fase de construção
Nível sonoro contínuo equivalente, LAeq
(valor diário máximo, 1h e 24h) – fase
Execução
Nível sonoro contínuo equivalente LAeq
(valor média anual, 24h) – fase
Exploração
Valor máximo da velocidade eficaz de
vibração, V ef,max,1s – fase Execução
1 Campanha (Ruído e Vibrações) da situação
de referência (fases pré-construção e de pré-
exploração)
Em função dos resultados da campanha da
fase de pré-construção e planeamento da
obra, será definida a periodicidade das
campanhas da fase de construção, adotando-
se, à partida:
Trimestral
Em função dos resultados da campanha da
situação de referência, da fase de pré-
exploração, será definida a periodicidade das
campanhas da fase de exploração, adotando-
se, à partida:
Entidade Empreiteira (fase pré-
construção e construção)
Entidade Concessionária
responsável pela manutenção da
infraestrutura - Governo (fase de pré-
exploração e exploração)
Relatórios de Monitorização do
Ruído e Vibrações
Incluídos nos custos contratuais
da Entidade Empreiteira (fase
construção)
Fiscalização e acompanhamento
– fase de pré-exploração –
78.000€/ano
Monitorização – fase de
exploração – 78.000€/ano
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Descritores Locais de amostragem Parâmetros Periodicidade Responsabilidade Evidências Estimativa de Custos (€)
Anual (nos primeiros 3 anos)
Quinquenais (nos anos seguintes)
Qualidade do ar
Recetores sensíveis: incluem zonas ecológicas e
habitacionais orientados para a proteção da saúde
humana:
São Tomé
Santo Amaro
Ilhéu
Conde
Guadalupe
Lagoa Azul (zona ecológica)
Neves
- outras zonas na proximidade da via e associadas a
eventuais reclamações durante a fase de construção
Monóxido de carbono (CO)
Dióxido de azoto (NO2)
Óxidos de Azoto (NOX)
Partículas em suspensão (PM10 e PM2,5)
Benzeno (C6H6)
Temperatura
Pluviosidade
Direção e velocidade do vento
1 Campanha da situação de referência (fase
pré-construção e de pré-exploração)
Em função dos resultados da campanha da
fase de pré-construção e planeamento da
obra, será definida a periodicidade das
campanhas da fase de construção, adotando-
se, à partida:
Semestral (Estação de chuvas e Gravana)
Em função dos resultados da campanha da
situação de referência, da fase de pré-
exploração, será definida a periodicidade das
campanhas da fase de exploração, adotando-
se, à partida:
Semestral (1º Ano - Estação de chuvas e
Gravana)
Quinquenais (se os valores obtidos indicarem
o cumprimento dos valores limite, as medições
poderão ser realizadas)
Entidade Empreiteira (fase pré-
construção e construção)
Entidade Concessionária
responsável pela manutenção da
infraestrutura - Governo (fase de pré-
exploração e exploração)
Relatórios de Monitorização da
Qualidade do Ar
Incluídos nos custos contratuais
da Entidade Empreiteira (fase
construção)
Fiscalização e acompanhamento
– fase de pré-exploração –
78.000€/ano
Monitorização – fase de
exploração – 78.000€/ano
Sistemas
Biológicos e
Biodiversidade
Locais onde o risco de colisão e morte das espécies
potencialmente afetadas para a avifauna e fauna
aquática (espécies protegidas)
Zona Ecológica da Praia das Conchas/Lagoa Azul
que interfere com a EN1
Taxa de mortalidade dos vertebrados
voadores
Taxa de mortalidade da fauna aquática
Fatores de correção às taxas de
mortalidade
Observação das espécies vulneráveis e
padrão de distribuição ao longo do tempo
– fase de construção)
No mínimo 2 visitas por época (na fase de
construção e nos primeiros 3 anos da fase de
exploração):
Reprodução
Dispersão pós-reprodutora
Migração
Entidade Empreiteira (fase de
construção)
Entidade Concessionária
responsável pela manutenção da
infraestrutura - Governo (fase de
exploração)
Relatórios de Monitorização
dos Sistemas Biológicos e
Biodiversidade
Incluídos nos custos contratuais
da Entidade Empreiteira (fase
construção)
Fiscalização e acompanhamento
– fase de pré-exploração –
78.000€/ano
Monitorização – fase de
exploração – 78.000€/ano
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APOIO ÀS PESSOAS AFETADAS PELO PROJETO (APAP)
Conflitos ou queixas podem surgir de situações já existentes, nomeadamente as que possam
envolver diferentes formas de poluição (por ex. ruídos, poeiras, lixos, lamas, desastres, etc.),
restrições de circulação na via pública ou perdas patrimoniais. Os conflitos geralmente surgem a
partir de uma comunicação deficiente, inadequada ou falta de consulta, fluxo inadequado de
informações precisas, ou restrições que podem ser impostas sobre as pessoas, através da
implementação das atividades do projeto sem prévia informação/educação.
12.4.1 MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Para evitar o surgimento e/ou exacerbação dos conflitos serão aplicadas atividades de
sensibilização em todo o ciclo do projeto, a fim de reduzir mal-entendidos e ressentimentos. Ainda
que temporárias, as ações de reabilitação e proteção podem trazer disputas por oportunidades
de emprego e/ou condições de trabalho nas obras do projeto e a posterior formulação de plano
de ação participativa irá identificar potenciais conflitos e envolver as pessoas potencialmente
afetadas. Consultas e negociações serão realizadas com as PAP onde existam indicações de
potenciais conflitos. A formação de equipas técnicas, comités de cogestão e líderes locais em
gestão de conflitos também vai ajudar a minimizar o impacto negativo dos conflitos. Para dar
poder às comunidades elas serão envolvidas na sensibilização e formação sobre os seus direitos
e obrigações, o que pode incluir obter aconselhamento e representação legal, e como buscar
reparação contra o que eles virem como sendo práticas desleais por parte dos vários atores do
projeto.
12.4.2 MECANISMOS DE RECEÇÃO DE QUEIXAS
Um dos objetivos principais dos mecanismos de APAP é que sejam facilmente alcançados por
todas as PAP. Desta forma, foram criados diversos meios de contacto presenciais e não
presenciais, descriminados no diagrama seguinte.
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Sendo que em alguns temas a privacidade e anonimato são questões de vital importância, ainda
mais se as queixas forem motivadas por Violência Baseada no Género, existirão caixas para
deposição dos formulários de queixa, de forma anónima, nas instalações das entidades
referenciadas acima.
O INAE é a entidade responsável pela recolha, tratamento e reencaminhamento de todas as
queixas para os departamentos competentes para a sua resolução. Está a decorrer atualmente
contratação de um Oficial de Monitorização e Avaliação (OMA) que estará ao serviço do INAE e
fará a interlocução de todas as entidades.
Meios de contacto
Presencial
Polícia local
Cada localidade tem uma pessoa designada de polícia
local. Esta pessoa é um cidadão comum que foi nomeado
e será a ponte entre os habitantes e as entidades
competentes para a resolução de queixas e conflitos. Na
maior parte das circunstâncias fará a 1º mediação da
situação.
Câmaras
distritais Água Grande, Lobata e Lembá
Polícia Esquadras locais
AFAP Avenida Kwame N'krumah, Prédio do Afriland First Bank, 2º
Andar, C.P. 1029
Queixa
Polícia
local
Câmara
distrital
Polícia INAE AFAP
Não presencial Presencial
email telefone
OMA - INAE
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INAE Largo das Alfândegas
C.P. - 14 São Tomé
Não
presencial
Email A designar
Telefone A designar
12.4.3 MECANISMOS DE RESPOSTA A QUEIXAS E CONFLITOS
Os mecanismos de reparação de queixas devem envolver os líderes influentes da comunidade
local na prestação de um primeiro nível de escuta e resolução informal. Esses líderes devem ser
representados ou envolvidos nos comités de cogestão e grupos de trabalho e ser envolvidos na
criação de consciência de que eles também podem ser usados para a transmissão de queixas a
estas instâncias de resolução informal. Alguns conflitos podem ser resolvidos pelos líderes
tradicionais e/ou locais. Se eles estiverem para além do seu alcance então podem ser passados
para o tribunal comunitário local, onde este exista.
Se os problemas se relacionam com as relações com as partes interessadas secundárias ou
externas, e/ou estão fora da capacidade das autoridades comunitárias ou locais para resolver,
eles devem ser apresentados aos comités de cogestão para a transmissão ao nível distrital
superior. Se os problemas não são resolvidos a estes níveis, devem ser transmitidos pelas
autoridades locais ao Governo do Distrito para efeitos de reparação ou de mediação.
No caso de queixas, as decisões sobre a reparação e comunicação dos resultados ao queixoso
devem ser pontuais em todos os níveis. Isto irá promover uma maior confiança no sistema de
comunicação e melhorar as atitudes para com o Projeto dentro da comunidade. As informações
devem ser devolvidas normalmente para a comunidade usando os mesmos canais usados na
sua transmissão inicial. Os resultados devem ser comunicados a todos os outros níveis e
estruturas relevantes ao mesmo tempo para fins de coordenação e de consciencialização. Se o
membro/grupo da comunidade que apresentou a queixa não estiver satisfeito com a decisão da
Autoridade do Projeto, em seguida, como um último recurso, ele/ela/eles pode enviá-lo aos
tribunais.
Nos casos em que os conflitos ou reclamações sejam dirigidas contra agências governamentais,
gestores do projeto ou agentes privados (empreiteiros e outros fornecedores de bens e serviços
a ser contratados pelo projeto), sempre que possível, as pessoas e comunidades afetadas pelo
projeto serão incentivadas a resolver os conflitos de forma harmoniosa através da mediação
informal por agências externas, como ONG ou oficiais do governo. Nos casos em que as disputas
não puderem ser resolvidas de maneira informal, mecanismos mais formais serão necessários.
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Sempre que uma ou mais comunidades estejam em conflito com um ator do sector
privado, a questão será levada ao Ministério ou órgão com responsabilidade titular sobre a ação
em consideração, neste caso o MIRNA.
A regra geral é que todas as queixas relacionadas com o não cumprimento dos contratos, níveis
de remuneração, apreensão de bens ou de certas restrições de acesso aos recursos sem
compensação devem ser levadas ao conhecimento dos oficiais relevantes e ser devidamente
tratadas.
A comunicação deve ser feita em línguas relevantes (na comunicação verbal, principalmente,
dado que o material escrito será apenas em Português). Formulários de reclamação gerais a
serem utilizados devem ser preparados pelo Pessoal/equipas das Unidades de Implementação
do Projeto/Salvaguardas Ambientais e Sociais e divulgados e disponibilizados para todos os
usuários potenciais, embora as pessoas também se devam sentir livres para usar os seus
próprios documentos de reclamação se o desejarem.
Ao nível das bases, principalmente bairro e áreas de residência existem estruturas para gerir
questões comuns que afetam as pessoas que lá vivem. Dependendo dos casos específicos, estes
devem ser usados para organizar e representar as famílias durante a implementação do projeto
e, em particular durante a apresentação e na reparação de injustiças. Eles devem por si mesmos
e/ou assistidos por outras pessoas ser capazes de realizar todo o trabalho de secretariado
envolvido no processo, como preparar/escrever as queixas quando necessário, recolha, arquivo,
envio, tradução, etc. Quando as pessoas/famílias/entidades afetadas quiserem lidar com todo o
processo por si mesmos, elas devem ser autorizadas a fazê-lo. A representação pode ser a
melhor abordagem, mas não deve ser imposta.
Onde estes aspetos se apresentarem relevantes para este EIAS elas devem ser adotadas e
resumem-se no seguinte:
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.
Etapa o
•Reclamação da PAP documentada no respetivo formulário a ser entregue pelo Pessoal/equipas das Unidades de Implementação do Projeto/Salvaguardas Ambientais e Sociais; se durante o processo parecer que a PAP não entendeu direito, este pode ser explicado. A Entidade de Implementação do Projeto não deve desencorajar o preenchimento de uma reclamação. A reclamação constará no Registo de Reclamações/Questões do projeto
Etapa 1
•Pessoal/equipas das Unidades de Implementação do Projeto/Salvaguardas Ambientais e Sociais faz uma primeira apreciação para decidir se aceita ou rejeita uma reclamação. Se for aceite, o Comité recomenda uma solução final
Etapa 2
•Se pessoa lesada não ficar satisfeita com a decisão tomada na Etapa 1, pode encaminhar o caso à autoridade do bairro com um relatório preliminar preparado pela Entidade de Implementação do Projeto. O relatório deve conter os detalhes da
reclamação, o dia da reclamação e a decisão tomada pela Comissão de Cogestão do Projeto
Etapa 3
•Se PAP continuar insatisfeita com a decisão tomada depois da Etapa 2, pode levar o caso até à Comissão Técnica de Acompanhamento e Supervisão do PGAS da sua jurisdição (distrito, vila, município, etc.), que se recomenda que se
estabeleça para acompanhar os processos de avaliação ambiental e social e de preparação do plano de ação do reassentamento. A reclamação será encaminhada com todos os detalhes documentados sobre o caso até à data
Etapa 4
•Assume-se que todos os casos serão resolvidos ao nível do Conselho Consultivo do Distrito/Câmara Municipal. No entanto, existem casos que podem continuar por resolver. Para tais casos, a PAP terá a opção de encaminhar o seu caso ao
Administrador do Distrito/Presidente do Conselho Municipal para solução final amigável
Etapa 5
•Caso não se chegue a uma solução amigável na Etapa 4, a PAP poderá interpor recurso aos tribunais Distritais/de Cidade/Vila. Estes tratarão do assunto dentro dos moldes e prazos próprios dos processos judiciais da mesma natureza. Esta é a etapa em que embora deva estar sempre ao dispor, deve ser desencorajada por todos os meios positivos, tais como a comunicação atempada e a negociação aberta
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13 RECOLHA DE DADOS, DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA PARTICIPATIVA
Existe uma necessidade de envolver as pessoas e comunidades locais, assim como os seus
representantes, na tomada de decisão relacionada com as intervenções de um projeto num determinado
local.
É fundamental que o projeto não contribua de forma alguma na origem de quaisquer conflitos. Projetos
como este, têm como objetivos a criação de empregos (sobretudo em fase de construção), bem como a
construção/melhoria de infraestruturas num determinado local. Porém, se este não for devidamente
planeado e desenvolvido, poderá conduzir a efeitos negativos não só no meio ambiente, mas também
em termos sociais, efeitos esses a ser evitados.
Numa fase inicial de recolha de dados para elaboração dos documentos de suporte ao projeto foram
abordadas diversas entidades e população em geral para estabelecimento de uma base ambiental e
robusta.
Em conformidade com o regulamento do Governo de São Tomé e Príncipe e com as diretrizes do Banco
Mundial, previamente à aprovação do projeto, o EIAS foi disponibilizado para revisão pública num lugar
de fácil acesso para as comunidades beneficiárias (AFAP, INAE e Direção Geral de Ambiente), e
elaborado numa linguagem de fácil compreensão. Como parte de um EIAS, a consulta pública e os
processos de participação, são delineados por diretrizes são-tomenses contendo pré-requisitos
semelhantes aos do Banco Mundial, que devem ser rigorosamente seguidos no âmbito deste projeto.
O processo de participação pública (PPP) é uma componente intrínseca do processo do PGAS e teve
os seguintes objetivos principais:
• Manter as partes interessadas e afetadas pelo Projeto informadas sobre as principais questões
e resultados de cada etapa do EIAS e do desenho do projeto;
• Recolher preocupações e interesses expressos pelas várias partes interessadas no projeto;
• Obter contribuições/opiniões das partes interessadas em termos de evitar/minimizar possíveis
impactos negativos e maximizar os impactos positivos do projeto.
• Por fim, apoiar o diálogo social e identificar, desde o início, perceções e expectativas das partes
interessadas, o que pode contribuir para a planificação de ações e uma comunicação eficaz, a
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fim de minimizar os impactos do projeto. O processo também permite a repensar os aspetos
técnicos do projeto.
No presente projeto, cuja intervenção consiste essencialmente na reabilitação da Estrada Nacional Nº
1, o desenvolvimento do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS) foi intimamente baseado no
Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS). Consequentemente, todo o processo de consulta pública
levado a cabo no âmbito deste último também pode ser considerado relevante para o primeiro. Neste
sentido, além das consultas informais já realizadas anteriormente, a formulação do QGAS deu início ao
processo de participação e envolvimento do público com base na reunião de 21 de Junho de 2018, que
apresentou publicamente as 3 componentes do projeto, sendo que aquele a que se refere o presente
EIAS é a Componente 1.
Em 21 de Setembro de 2018 foi levada a cabo a consulta pública referente ao presente EIAS e as suas
particularidades, tendo esta sido acolhida no Auditório do Centro Cultural Brasil, na cidade de S. Tomé.
Estiveram presentes cerca de 100 pessoas, entre particulares e representantes de diversas entidades
públicas e privadas, assim como alguns meios de comunicação social nacionais.
CONSULTAS INFORMAIS - RECOLHA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DO EIAS
As consultas públicas informais, levadas a cabo no âmbito exclusivo da reabilitação da EN1 foram pouco
frutíferas nos assuntos relacionados com as questões ambientais e sociais. De uma forma geral, as
entidades e pessoas consultadas não manifestaram interesse nestes assuntos, cingindo-se às questões
direcionadas à execução dos trabalhos, nomeadamente, data de início das obras, prazo de conclusão e
quais seriam as características da nova estrada.
Nota-se que o projeto já é de alguma forma conhecido, embora isso seja por um número ainda reduzido
de pessoas. Em geral as pessoas têm poucas opiniões acerca do projeto e não estão conscientes das
possíveis implicações sobre o ambiente e o meio social, sobretudo porque, diferentemente do que
acontece em certos países, as ações de reassentamento ainda não são comuns em STP.
Mesmo a temática de oportunidades de emprego só foi referida de forma elaborada pelos representantes
do GIME, que, entretanto, já receberam informações mais sistematizadas acerca do projeto e esperam
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poder ter nele uma fonte acrescida de trabalho, que, em função dos mais recentes desenvolvimentos,
desde que foram estabelecidos em 2005, poderia ser um dos mais significativos trabalhos em alguma
vez estiveram envolvidos. Nota-se nos GIME uma grande expectativa em relação ao projeto que que
deveria não ser defraudada, assim que as condições estiverem prontas.
A lista de entidades e pessoas consultadas no âmbito da recolha dos dados e informações que compõem
este estudo são as seguintes:
Direção de Transportes Terrestres – Dr.º Alcides Cardoso
ENCO – Postos de abastecimento de combustível
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E ECONOMIA AZUL
Direção Geral de Alfandegas – Dr.ª Ester Dias
Unidade de Ajustamento dos Preços dos Produtos Petrolíferos – Dr.º Zeferino Ceita
Recauto, Lda – Sr.º Edmar – comercio de pneus;
CFAO – Sr.º Joel Cravid – comercio de viaturas, pneus e oficina mecânica automóvel;
CEIM – Sr.º Tomy – comercio de viaturas, pneus e oficina mecânica automóvel;
INAE – Instituto Nacional de Estradas;
CONSTEP – Eng.º Hugo Trigueiros – empresa de construção;
Oficina Ponta D´Ouro – Sr.º Alexandre Carvalho – oficina mecânica automóvel;
MOTA ENGIL, Lda – Dr.º Hamilton Barros / Sr.º Abdel Santos - empresa de construção;
EMAE – Empresa de Água e Eletricidade – Dr.º Sérgio Carvalho
VIP Motors – D. Márcia / Sr.º Ricardo Costa - comercio de viaturas, pneus e oficina mecânica automóvel;
CONSTROMÉ – Dr.º Mário Teixeira - empresa de construção;
Moto Vila Maria – Comercio de motos;
Particulares - Diversos
CST – Companhia São-tomense de Telecomunicações – Dr.º Jorge Frazão
SAAR STP – Companhia de Seguros de São Tomé e Principe
NICON – Seguros SA STP
POLíCIA NACIONAL – Unidade Especial de Transito – Comandante Faicon Miguel
Instituto Nacional de Meteorologia – Eng.º José Luis Onofre
Ministério das Finanças – Direção Nacional de Planeamento
Direção Geral de Turismo e Hotelaria
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Ministério da Educação, Cultura, Ciencia e Comunicação – Direção Geral do Planeamento e Inovação
Educativa
Instituto Nacional de Estatistica
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
Direção de Geografia e Cadastro
População em geral
A lista de pessoas que realizou a recolha dos dados e informações que compõem este estudo são as
seguintes:
Consultor São-Tomense – Olívio Diogo e a sua equipa
Eng. Ambiente - Ana Carla Martins
Eng. Recursos Hídricos – Patrícia Santos
Eng. Geólogo – João Simões
Eng. Civil – Jorge Santos
Eng. Civil – Magda Carvalho
Eng. Civil – Sérgio Carapinha
Eng. Civil – Susana Ribeiro
Geógrafa – Inês Azevedo
CONCULTA PÚBLICA PARTICIPATIVA - OPINIÕES E COMENTÁRIOS RECEBIDOS
De uma forma geral, todos os atendentes que se manifestaram consideraram a apresentação bastante
abrangente e elucidativa do projeto. As questões apresentadas foram mais relacionadas com questões
técnicas do projeto do que com questões ambientais e sociais, mas foram todas respondidas e
encontram-se sintetizadas no quadro seguinte. Uma vez que a lista de entidades e pessoas presentes
é muito extensa, a digitalização das folhas de presenças encontra-se no Anexo 7.
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Questões ambientais
Foi solicitado esclarecimento sobre se teriam
sido apresentadas medidas de mitigação para
os impactes ambientais e sociais abordados.
Foi esclarecido que sim, e sugeriu-se consulta do EIAS,
documento este disponível para consulta pública nas
instalações da AFAP, INAE e Direção Geral de Ambiente.
Questões sociais
Foi questionada a cobertura dos utilizadores da
via por seguros de responsabilidade civil da
empreitada.
Foi esclarecido que a empresa responsável pela empreitada
terá que contratar um seguro de responsabilidade civil que
abrangerá eventuais sinistros com os utilizadores da via, e que
sejam decorrentes da empreitada, além dos seguros de obra
e veículos.
Foi sugerida a contratação de técnicos
superiores nacionais, além da mão de obra
local. A palavra foi tomada pelo Diretor do INAE e foi abordada a
possibilidade de existência de parcerias do empreiteiro geral
com empresas locais, tal como tem acontecido com outras
obras. Esta questão será abordada pelo INAE quando for
definido o empreiteiro geral.
Foi colocada a questão de quem seria o
empreiteiro geral (nacional, misto ou
internacional) e sugerida a contratação de
empresas locais para algumas das
empreitadas
Foi questionado/sugerido o aluguer de
máquinas ou viaturas às empresas locais
Foi pedido esclarecimento sobre quem seriam
a PAP
Foi esclarecido que a PAP seria qualquer pessoa/agregado
familiar que de alguma forma fosse afetado pelo projeto.
Outras questões
A empreitada representa cerca de 38% do
orçamento de estado. Foi sugerido que faria
sentido recorrer-se a uma Parceria Público-
Privada.
Foi esclarecido que o projeto seria financiado por donativos do
Banco Mundial e não pelo Orçamento de Estado
Foi sugerida a implementação de uma rotunda
na interseção Bengá-Neves.
Foi esclarecido que não se vê vantagem técnica na
implementação deste tipo de solução neste local, e face à
densidade de construções também não existe área disponível.
Foi sugerido que todos os ensaios laboratoriais
fossem levados a cabo pelo Laboratório
É referido no caderno de encargos da empreitada, o apoio do
LECSTP nos ensaios a realizar no decorrer da obra, situação
esta que deverá ser tida em conta pelo empreiteiro
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Engenharia Civil de São Tomé e Príncipe
(LECSTP)
Foi questionada a capacidade do LECSTP para
levar a cabo os ensaios para acompanhamento
da obra
O Diretor do LECSTP tomou a palavra e esclareceu que o
LECSTP tem capacidade para realização de todo os ensaios
necessários no âmbito deste projeto.
Foi feita referência à circulação de veículos
pesados em alta velocidade na zona urbana de
Neves (acesso às instalações da ENCO) e que
tal situação provoca perigo para os peões.
Foi esclarecido que em zonas críticas, tal como a
referenciada, serão instaladas passadeiras elevadas, com
maior visibilidade e
Foi feita referência ao facto de a EN1 não
terminar em Neves e que o troço entre Neves e
Santa Catarina também carece de intervenção.
O Diretor executivo do INAE esclareceu que o presente
processo referente ao troço da EN1 entre São Tomé e Neves,
é objeto de um financiamento específico do Banco Mundial.
Não obstante o INAE tem conhecimento das condições do
troço da EN1 entre Neves e Santa Catarina, encontrando-se a
diligenciar os devidos esforços no sentido de mobilizar os
meios necessários para intervenção neste troço
Referiu-se que os taxistas circularem com
muita velocidade nas localidades, e foi sugerida
a implementação de lombas.
De modo a minimizar esta situação, foram consideradas no
projeto soluções tecnicamente mais adequadas e eficazes,
nomeadamente, o reforço da sinalização rodoviária, e a
implementação de passadeiras de peões elevadas, as quais
funcionam como elementos redutores de velocidades, com
menores impactos ao nível do conforto de condução e em
termos acústicos
Foi sugerida a implementação de uma
passagem desnivelada na interseção de Conde
- Micoló
A implementação de uma passagem área nesta interseção
não é técnica nem financeira enquadrável, pelo que a solução
de projeto consiste na introdução de uma rotunda neste
cruzamento
Foi solicitado esclarecimento em relação ao
encaminhamento das águas pluviais
provenientes do caminho de acesso ao
cemitério de Conde.
As águas pluviais provenientes da estrada e sua envolvente
são encaminhadas em zonas urbanas para sumidouros ou
caleiras sumidouras, que por sua vez são encaminhadas para
as linhas de água através de tubagem dimensionadas para o
efeito.
Nas zonas rurais a recolha de águas é feita através das
valetas longitudinais, encaminhadas para as linhas de água
mais próximas.
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Foi solicitado esclarecimento relativamente aos
trabalhos incluídos na especialidade de Fibra
Ótica e qual seria o prazo de execução.
Os trabalhos considerados, consistem na construção de uma
infraestrutura enterrada constituída por tubagem em
PVCФ110 e tritubo, intercaladas por caixas tipo NR, ao longo
de todo o troço da estrada.
A execução desta infraestrutura terá lugar durante a execução
da empreitada, sendo o seu planeamento da responsabilidade
do empreiteiro
Foi sugerido que os equipamentos mobilizados
pelo empreiteiro deveriam ser entregues ao
Governo após conclusão da empreitada.
Os equipamentos afetos à execução da obra são pertença e
responsabilidade do empreiteiro, cuja amortização dos
mesmos é feita em função do prazo de vida útil dos mesmos
e do trabalho desenvolvido nesse mesmo período
A solução agora sugerida implicaria a apresentação de um
valor para a aquisição do mesmo, situação esta incomportável
nos valores previstos para execução da obra
Foi questionado o dimensionamento das
rotundas para circulação de veículos pesados
Foi esclarecido que as rotundas foram projetadas com dois
diâmetros diferentes, sendo o maior destinado a veículos
ligeiros e pesados de menores dimensões, em pavimento
idêntico à estrada, e um diâmetro. inferior com um pavimento
diferenciado e ligeiramente elevado em relação à cota da
estrada, de modo a garantir toda a zona de varrimento dos
veículos de maiores dimensões, em particular os camiões
semi-reboque
Foi referida a elevada velocidade de circulação
na zona da localidade de Ilhéu e sugerida a
implementação de lombas.
De modo a minimizar esta situação, foram consideradas no
projeto soluções tecnicamente mais adequadas e eficazes,
nomeadamente o reforço da sinalização rodoviária, e a
implementação de passadeiras de peões sobre elevadas, as
quais funcionam como elementos redutores de velocidades,
com menores impactos ao nível do conforto de condução e em
termos acústicos
Foi também referido o desnível entre a estrada
e a lavandaria de Ilhéu.
Foi esclarecido que modo a salvaguardar esta situação se
encontra previsto a execução de um muro de contenção nesta
zona. Será igualmente garantida a segurança dos peões
através de guardas metálicas de proteção e garantido o
acesso através de escadas.
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14 ESTIMATIVA DE CUSTOS
ESTIMATIVA DE CUSTOS DE CONSTRUÇÃO
Os custos de reabilitação foram estimados com base nas especificidades de cada projeto, considerando
as condições da estrada previstas para cada cenário e as previsões de tráfego.
Tabela 14.1 - Estimativa de custos de construção – Secção 1
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Mobilização 930 000,00 € 795 000,00 € 720 000,00 €
Movimentos de terras 2 087 500,00 € 1 605 000,00 € 1 605 000,00 €
Pavimentação 10 032 500,00 € 7 740 000,00 € 7 580 000,00 €
Rede de drenagem 3 520 000,00 € 3 170 000,00 € 2 530 000,00 €
Equip. de sinalização e segurança 349 750,00 € 628 250,00 € 555 000,00 €
Diversos 1 442 500,00 € 565 000,00 € 155 000,00 €
Reposição de serviços afetados 1 312 500,00 € 1 312 500,00 € 1 312 500,00 €
Fibra ótica 507 500,00 € 507 500,00 € 507 500,00 €
SUBTOTAL 20 182 250,00 € 16 323 250,00 € 14 965 000,00 €
CONTINGÊNCIAS – 10% 2 018 225,00 € 1 632 325,00 € 1 496 500,00 €
TOTAL 22 200 475,00 € 17 955 575,00 € 16 461 500,00 €
$ 25 974 555,75 $ 21 008 022,75 $ 19 259 955,00
Tabela 14.2 - Estimativa de custos de construção – Secção 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Mobilização 1 935 000,00 € 1 205 000,00 € 1 010 000,00 €
Movimentos de terras 6 662 000,00 € 1 572 000,00 € 1 572 000,00 €
Pavimentação 10 097 500,00 € 7 237 500,00 € 7 202 500,00 €
Rede de drenagem 2 685 000,00 € 2 185 000,00 € 2 040 000,00 €
Equip. de sinalização e segurança 956 250,00 € 856 250,00 € 831 750,00 €
Diversos 2 955 000,00 € 2 100 000,00 € 320 000,00 €
Reposição de serviços afetados 412 500,00 € 412 500,00 € 412 500,00 €
Fibra ótica 12 295 000,00 € 6 825 000,00 € 5 425 000,00 €
SUBTOTAL 40 480 000,00 € 24 695 000,00 € 21 115 500,00 €
CONTINGÊNCIAS – 10% 4 048 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
TOTAL 44 528 000,00 € 27 164 500,00 € 23 227 050,00 €
$ 52 097 760,00 $ 31 782 465,00 $ 27 175 648,50
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ESTIMATIVA DE CUSTOS ACESSÓRIOS
Tabela 14.3 - Estimativa de custos acessórios – Secção 1
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Engenharia e supervisão 3 638 225,00 € 3 627 759,75 € 3 625 310,00 €
Estudos e projetos 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Custos de gestão 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitorização e medidas de mitigação 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Fiscalização 2 018 225,00 € 2 007 759,75 € 2 005 310,00 €
Expropriações e compensações
Expropriações
Compensações
Trabalhos não previstos 3 027 337,50 € 2 448 487,50 € 2 244 750,00 €
Revisão de preços 1 009 112,50 € 816 162,50 € 748 250,00 €
TOTAL 7 674 675,00 € 6 892 409,75 € 6 618 310,00 €
$8 979 369,75 $8 064 119,41 $7 743 422,70
Tabela 14.4 - Estimativa de custos acessórios – Secção 2
CENÁRIO 2 CENÁRIO 1A CENÁRIO 1B
Engenharia e supervisão 4 656 000,00 € 4 089 500,00 € 3 731 550,00 €
Estudos e projetos 150 000,00 € 150 000,00 € 150 000,00 €
Custos de gestão 300 000,00 € 300 000,00 € 300 000,00 €
Monitorização e medidas de mitigação 1 170 000,00 € 1 170 000,00 € 1 170 000,00 €
Fiscalização 3 036 000,00 € 2 469 500,00 € 2 111 550,00 €
Expropriações e compensações *1
Expropriações
Compensações
Trabalhos não previstos 6 072 000,00 € 3 704 250,00 € 3 167 325,00 €
Revisão de preços 2 024 000,00 € 1 234 750,00 € 1 055 775,00 €
TOTAL 12 752 000,00 € 9 028 500,00 € 7 954 650,00 €
$ 14 919 840,00 $ 10 563 345,00 $9 306 940,50
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15 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Relacionando as componentes naturais mais importantes e as principais características de projeto, quer
para a fase de construção, quer para a fase de exploração, foi possível fazer o levantamento qualitativo
de toda a envolvente, tendo sido possível concluir que, dadas as ações de projeto, não se prevê a
ocorrência de impactes ambientais negativos significativos em toda a área de intervenção.
Face à tipologia das operações associadas ao projeto, considera-se que a fase que apresenta maior
impacte ambiental na área envolvente diz respeito à fase de construção, no entanto de carácter
temporário. Nesta fase consideraram-se relevantes os fatores ambientais: uso dos solos; qualidade do
ar; ruído; recursos hídricos e resíduos.
Em termos de análise de risco associado ao projeto, verifica-se que, para além de uma melhoria
acentuada em termos de acessibilidade associada a uma redução relevante dos tempos de percurso, a
reabilitação da via potenciará um evidente acréscimo em termos de comodidade, segurança e bem-estar
dos utentes e, consequentemente uma redução do risco associado à circulação rodoviária.
De um modo geral, observa-se que, com a beneficiação deste trecho rodoviário, os perfis e cenários de
segurança automóvel serão globalmente melhorados. Nos locais, onde a plataforma se aproxima de
aglomerados habitacionais, nomeadamente sob a forma de aterro, todas as medidas e normas de
segurança serão cumpridas.
Aliás, face ao perfil de segurança obrigatoriamente associado à via, e que será mantido e melhorado,
este tipo de situação de alargamento não interfere com a variação de maior ou menor risco de acidente
rodoviário.
No caso de derrube de árvores recomenda-se que os responsáveis pelo empreendimento sejam
assessorados por peritos que devem diagnosticar as espécies a serem derrubadas e proceder à
plantação das mesmas espécies para compensar. Este processo deve ser feito recorrendo a unidade
institucional vocacionado na distribuição de viveiros das espécies em São Tomé e Príncipe.
A intensidade dos Impactes ambientais dependerá muito do compromisso da empresa responsável pela
construção em adotar medidas que vão de encontro ao desenvolvimento sustentável e minimizar os
efeitos negativos que podem causar ao meio ambiente e à população mais próxima bem como todos os
utentes da EN1.
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Com base na integração dos diagnósticos sectoriais dos meios físico, biótico e socioeconómicos da área
de influência direta e indireta, foi possível explicitar as relações de dependência e/ou sinergia entre os
fatores ambientais incidentes sobre essas esferas, de modo a se compreender a estrutura e a dinâmica
da região, destacando-se os aspetos mais relevantes e os pontos julgados críticos no contexto
ambiental.
Para o diagnóstico ambiental foram realizados estudos específicos dos meios físico, biótico e antrópico,
definindo-se as atuais sensibilidades e vulnerabilidades ambientais.
Para o meio físico foram contemplados aspetos tais como: clima e condições meteorológicas, geologia,
geomorfologia e pedologia, recursos hídricos, qualidade do ar e níveis de ruído. Dentre os estudos
realizados, destacam-se as simulações para dispersão de efluentes líquidos nos riachos perto da zona
do empreendimento, estudo de análise de riscos e dispersão de emissões atmosféricas.
Os estudos do meio biótico abrangeram a fauna e flora presentes nas áreas de influência do projeto,
tendo sido identificados poucos elementos de destaque no meio ambiente local em termos de cobertura
vegetal.
Quanto aos estudos socioeconómicos foram caracterizadas a dinâmica demográfica, os aspetos
económicos das comunidades mais próximas sob influência do empreendimento, assim como foi feita
uma avaliação do potencial arqueológico do local, de modo a constituir-se uma imagem mais ampla do
contexto em que se insere o empreendimento.
Na avaliação dos Impactes, tendo por base a caracterização do empreendimento e o diagnóstico
ambiental, a consultoria responsável pelo estudo constatou que, a maior parte dos Impactes negativos
identificados concentra-se no meio físico e na etapa de implantação para os quais foram propostas
medidas mitigadoras.
Em contrapartida, todos os Impactes positivos das etapas de implantação e operação aparecem no meio
socioeconómico e estão ligadas, fundamentalmente, ao aumento de empregos diretos e indiretos,
aumento da arrecadação de tributos e aumento de oferta de infraestrutura Estrada com melhor qualidade
na etapa de implantação e a dinamização da economia local, na etapa de operação.
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Para mitigar os Impactes negativos foram propostos programas de mitigação de Impactes nas três fases
previstas para o empreendimento (preparação, construção e exploração), que apresentarão graus de
resolução variáveis.
A necessidade de mão de obra para implantação e funcionamento do projeto de Reabilitação, Melhoria
do Traçado e Proteção do Talude da Estrada Nacional Nº1 será importante fator de geração de
empregos diretos e indiretos. Durante o período de construção implantação e operação, cerca de 500
empregados exercerão diversas atividades no empreendimento, caracterizando um significativo Impacte
socioeconómico na região.
Uma obra do porte da construção do projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção do Talude
da Estrada Nacional Nº1 implicará também grande Impacte no meio antrópico, tendo em vista os
processos de contratação e desmobilização de mão-de-obra após a conclusão das obras.
Durante o período da construção, ocorrerá aumento na arrecadação de receitas para o estado e
potencialização do sector terciário, na área de influência direta do empreendimento. São Impactes
positivos, à exceção da desmobilização de mão-de-obra, os quais poderão ser minimizados em
decorrência da adoção das medidas recomendadas.
Para a fase de exploração do projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção do Talude da
Estrada Nacional Nº1, os Impactes negativos identificados (ambientais, sociais e económicos) são, em
sua maioria, de pequena magnitude e mitigáveis, destacando-se, entre eles, o Impacte sobre a qualidade
do ar. A dinâmica da atmosfera, no local proposto para implantação do empreendimento, apresenta
condições favoráveis à dispersão das emissões atmosféricas.
Em relação aos Impactes sobre a qualidade hídrica, o emissário subaquático será um ponto importante
para o descarte dos efluentes líquidos, sendo que o estudo de dispersão hídrica mostrou que não haverá
alteração da qualidade das águas nos riachos próximos do projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado
e Proteção do Talude da Estrada Nacional Nº1.
Em relação aos Impactes socioeconómicos, os benefícios são vários, podendo-se relacionar aqui a
possibilidade de geração de empregos durante a construção e operação do empreendimento, aumento
da arrecadação de receitas para o Estado e melhoria da qualidade vida da população das comunidades
que vivem na zona abrangida pelo projeto.
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O conjunto dos aspetos estudados na avaliação de Impactes ambientais aponta a existência de
condições favoráveis para a implantação do projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção do
Talude da Estrada Nacional Nº1 nesta região, o que foi comprovado tanto para implantação como para
a operação do empreendimento.
De acordo com as análises efetuadas no decorrer deste Estudo de Impacte Ambiental, o
empreendimento apresenta-se adequado quanto aos aspetos da qualidade do meio ambiente. Os
aspetos identificados como de maior vulnerabilidade são passíveis de mitigação, necessitando para
tanto, que as medidas de controlo ambiental sejam previstas no projeto executivo e corretamente
implementadas.
Com base no estudo apresentado, não foi identificado nenhum Impacte que, na opinião da equipa que
elaborou este EIAS, questione a viabilidade ambiental do empreendimento, em condições normais de
operação, considerando a implantação das medidas mitigadoras propostas. Os Impactes positivos
permanecem durante todo o período de operação do empreendimento.
Conclui-se que a projeto de Reabilitação, Melhoria do Traçado e Proteção do Talude da Estrada Nacional
Nº1 terá um balanço socio- ambiental positivo se forem aplicadas as medidas de mitigação,
compensação e de controlo ambiental previstas no presente EIAS bem como, se forem cumpridos os
compromissos sociais assumidos pelo empreendedor.
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16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. O. (2005) Estudos de caso internacionais do sector de turismo: Espanha. Ministério do
Turismo. 45 p.
CALDEIRA, R.; MADEIRA, J.; MUNHÁ, J.M.; AFONSO, R.S.; MATA, J., TASSINARI, C.C. &
NASCIMENTO, E. (2003). Caracterização das principais unidades Vulcano estratigráficas da ilha de São
Tomé, Golfo da Guiné. Ciências da Terra (Univ. Nova de Lisboa), nºesp. V: A15-A18.
CALDEIRA, R. (2006). Estudo petrológico e geoquímico dos xenólitos e das lavas da ilha de São Tomé
(Arquipélago de São Tomé e Príncipe). Tese de doutoramento, Universidade de Lisboa: 322 pp.
CARUSO JR. Estudo de Impacte Ambiental Residencial Quinta dos Ganchos, Governador Celso
Ramos/SC. 2008.
GUERRA, António José & CUNHA, Sandra Baptista (organizadores). Impactes Ambientais Urbanos do
Brasil – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. 416p.
INE, (2012) Recenseamento Geral da População e Habitação,
JONES, P.J.; BURLISON, J.P.; TYE, A. (1991). Conservação dos ecossistemas florestais na República
Democrática de São Tomé e Príncipe. Programa para as florestas tropicais.
Lopes, J.M.R. (2010). Caraterização Geoquímica Isotópica da Rochas Vulcânicas da Ilha de São Tomé.
Tese de Graduação, Universidade de São Paulo – Brasil.
Lopes, J.M.R.; Caldeira, R.; Cordani U.G.; Munhá J.M. (2011) Isotope Geochemistry of Sao Tome Island
(Cameroon Volcanic Line): Implications for Mantle Source Components. Goldschmidt Conference
Abstracts, 2011, pag. 1355.
MUNHÁ, J.M.; CALDEIRA, R.; MADEIRA, J.; MATA, J.; AFONSO, R. S. (2007). Geologia da Ilha de São
Tomé: Noticia Explicativa da carta Geológica na escala 1: 25000.
TEIXEIRA, C. (1949). Geologia das ilhas de São Tomé e Príncipe e do Território de São João Baptista
de Ajudá, Anais da Junta de Investigação do Ultramar 2(2).
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ANEXOS
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Theobroma
cacao Cacueiros
O cacau é a principal matéria-prima que o país exporta. O mercado francês é um dos principais destinos do produto nacional. Constitui a principal fonte de renda para a família produtora. Utilizado para o fabrico de chocolate, gelados, bolos, cosmético o cacau é muito importante para o crescimento económico do país.
Coffea sp Cafezeiros
Juntamente com o cacau o café constitui uma das principais fontes de rendimento para a família produtora, consumida em todo mundo o mercado europeu é o principal destino para a exportação.
Cocos nucífera Coqueiros
Geradoras de empregos indiretos, os estudos indicam que em 1hectar de coqueiros gera em média 3 empregos diretos. Os cocos são utilizados para fabrico de cosméticos, refrigerantes, bolos; as suas cascas são utilizadas para o fabrico de artesanatos; a árvore é utilizada para o fabrico de materiais de construção.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Terminalia catappa
Carroceiros/ amendoeiras
tropical
Árvore de sombra, confere um porte majestático à cidade, dando uma sombra inigualável e um colorido de vários matrizes. As amendoeiras tropicais são árvores de folha caduca, caso raro numa espécie dos trópicos. A fruta é comestível, tanto a parte carnuda, como o caroço, que lembra o sabor do pinhão. Devido à riqueza da sua composição química, as folhas e a casca têm sido usadas para vários fins medicinais.
Elaeis guineensis
Palmeiras/ dendém
Usada para extração de vinho de palma a palmeira constitui fonte de renda para a família local, os seus frutos (dendém) são utilizados para o fabrico de azeite palma que faz parte da dieta alimentar dos santomenses e não só. As suas folhas são usadas para o fabrico de vassoura, cestos, sacas entre outros. As suas cascas e raízes servem para medicamentos tradicionais.
Artocarpus altilis
Fruteira fruta-pão
Utilizada na dieta alimentar, com grande valor alimentar, medicinal e socioeconómico, a árvore é utilizada como material de construção, as suas folhas de sustento para os animais.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Artocarpus heterophyllus
Jaqueiras
Os seus frutos são utilizados para a sobremesa, refrigerantes entre outros, as árvores são utilizadas para fabrico de materiais de construções.
Psidium guajava
Goiabeiras
Os seus frutos são utilizados para fabrico de refrigerantes, polpas de goiabas (marmelada), sobremesa. As suas folhas são utilizadas na medicina tradicional.
Saccharum Canas-de-
açúcar
Devida à sua múltipla utilidade, podendo ser empregada sob a forma de forragem, para alimentação animal, ou como matéria-prima para a fabricação de rapadura, melado, aguardente, açúcar e álcool. Seus resíduos também têm grande importância económica: o vinhoto é transformado em adubo e o bagaço em combustível.
Zea mays Milhos
Caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria, o uso do milho em grão representa a maior parte do consumo desse cereal, fonte de renda para a família produtora.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Dacryodes edulis
Safueiros
Utilizada para o consumo humano o safú está incluído na dieta alimentar da população local.
Tamarindus indica
Tamarineiras
Utilizada para o consumo humano a tamarina pode ser aproveitada de diversas formas para o fabrico de refrigerantes, gelados entre outros.
Magnifera indica
Mangueiras
A polpa é consumida ao natural chupada em pedaços, em refrescos ou processada em sorvetes, sucos concentrados, geleias, gelatina, compotas, doces, sorvetes, polpas congeladas, purés. O fruto verde presta-se a confeção de molhos.
Musa sp Bananeiras
Fonte de renda para a família produtora. A banana é a segunda fruta mais consumida no planeta, as suas folhas servem de alimentos para alguns animais, perdendo apenas para a laranja.
Milícia excelso Amoreira
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
Cedrela odorata
Cedrela
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Carapa procera Gogo
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
Scytopelatum camerunianum.
Viro
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
Albizia Mulciano
Acácia
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
Ceiba pentandra
Oca
São utilizadas para o fabrico de canoas dos pescadores.
Melícia excelso Amoreira
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Manilkara multineruis
Azeitona
São árvores que produzem madeira de alta qualidade, para construção civil e para construção de mobiliários
Citrus sinensis Laranjeira
O suco é consumido ao natural e chupada em pedaços, em refrescos ou processada em sorvetes, sucos concentrados, geleias, gelatina, compotas, doces, sorvetes, polpas congeladas, as suas folhas servem para medicamento tradicional da população local, uma excelente fonte de vitamina c, vitamina do complexo b.
Citrus limon Limoeiro
O suco é consumido ao natural, em refrescos ou processada em sorvetes, sucos concentrados, geleias, gelatina, compotas, doces, sorvetes, polpas congeladas, as suas folhas servem para medicamento tradicional da população local, uma excelente fonte de vitamina c, vitamina do complexo b.
Carica papaya Mamoeiros
A polpa é consumida ao natural, em refrescos, sucos concentrados, geleias, compotas, doces, polpas congeladas, purés, sumos, rico em vitamina c.
ANEXO 1
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Nomes
científicos
Nomes
vulgares Imagens Importância económica
Pérsea americana
Abacateiro
Abacate é utilizado para a produção de cosméticos, e utilizado na medicina tradicional. São consumidos de forma natural.
Annona muricata
Sape-sapeiro
Utilizados para o consumo humano, fabrico de refrigerantes, gelados. o sapé sapé é um fruto considerado o “manjar dos Deuses”, pelas suas qualidades intrínsecas nutritivas (frutos ricos em vitaminas C e do grupo B, possuindo ainda cálcio, fósforo, ferro e potássio) e medicinais (anticancerígenas, ajudando no combate a células malignas em vários tipos de cancro, nomeadamente do cólon, mama, pâncreas, próstata e pulmão; possui propriedades antibacterianas, ajuda na regulação da hipertensão, antidepressivo e potencial diurético do organismo.
Annona cherimola
Anoneira
Utilizado para o consumo humano, fabrico de sumos caseiros. A anona é um fruto considerado o “manjar dos Deuses”, pelas suas qualidades intrínsecas nutritivas (frutos ricos em vitaminas C e do grupo B, possuindo ainda cálcio, fósforo, ferro e potássio) e medicinais (anticancerígenas, ajudando no combate a células malignas em vários tipos de cancro, nomeadamente do cólon, mama, pâncreas, próstata e pulmão; possui propriedades antibacterianas, ajuda na regulação da hipertensão, antidepressivo e potencial diurético do organismo.
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
PLANO PADRÃO DOS RELATÓRIOS DO PLANO DE GESTÃO
AMBIENTAL E SOCIAL
O plano padrão dos relatórios do Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) será elaborado pelo
Empreiteiro e deverá, no mínimo, seguir a estrutura que se apresenta neste documento.
1 ENQUADRAMENTO
O PGAS tem como principal objetivo garantir a aplicação, de uma forma eficaz e sistematizada, dos
requisitos de carácter ambiental e social e das medidas de minimização referidas no Estudo de
Impacte Ambiental e Social (EIAS), assegurando o acompanhamento ambiental e social das
Empreitadas, a definição de procedimentos e registos relativos às operações que tenham incidências
ambientais e sociais, assim como a posterior avaliação dos resultados obtidos.
Neste capítulo pretende-se uma descrição global do projeto, condicionantes principais e referência
aos documentos que estiveram na base da elaboração do mesmo.
2 ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL
No PGAS é definida a política ambiental adequada ao cumprimento dos objetivos estabelecidos, a
estrutura organizacional na área de ambiente a implementar na Empreitada e as linhas de atuação
que permitirão ao Adjudicatário a implementação e o controlo efetivo das operações e atividades,
desenvolvidas nesta Empreitada, com potenciais impactes ambientais.
Para além dos procedimentos relativos ao património natural, o PGAS abrange também
procedimentos para minimizar eventuais impactes sobre o ambiente social que possam ser gerados
pela realização das diferentes ações associadas ao projeto e as suas potenciais afetações, tanto
diretas como indiretas.
Entre as atividades integradas na Empreitada de construção das infraestruturas associadas que
compõem o Projeto Reabilitação da Estrada Nacional 1 (REN1), passíveis de provocarem impactes
ambientais e sociais, salientam-se, a título de exemplo, as seguintes:
• Gestão das frentes de obra e dos estaleiros;
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
• Gestão de origens de água e efluentes;
• Movimentação de terras;
• Gestão de resíduos;
• Construção e manutenção de acessos;
• Recuperação das áreas afetadas pela Empreitada.
Os requisitos ambientais e sociais, bem como as medidas de minimização definidas no PGAS são
aplicáveis a todos os intervenientes na Empreitada, incluindo os subempreiteiros e prestadores de
serviços.
3 POLÍTICA AMBIENTAL E SOCIAL
A política ambiental e social representa o compromisso do Adjudicatário em assegurar a proteção do
ambiente e populações afetadas pelo projeto, estabelecendo assim as intenções e os princípios que
orientam o seu bom desempenho ambiental.
A política a adotar pelo Adjudicatário deverá basear-se nos seguintes princípios:
• Cumprimento da legislação em vigor nomeadamente em matéria de ambiente, bem como
de outros regulamentos e/ou normas aplicáveis;
• Implementação dos requisitos ambientais e sociais e das medidas de minimização
definidas no EIAS, bem como as medidas resultantes do procedimento de Avaliação de
Impacte Ambiental (AIA), especificamente as listadas na Declaração de Impacte
Ambiental (DIA), e/ou de outras que se venham a revelar necessárias ao longo da
Empreitada;
• Implementação de procedimentos que possam prevenir fenómenos de poluição
decorrentes das atividades desenvolvidas no âmbito da Empreitada;
• Implementação de ações e/ou procedimentos que visem a melhoria contínua, a nível
ambiental, das atividades desenvolvidas na obra, bem como do próprio PGAS.
A política ambiental do Adjudicatário deverá ser aprovada pela Direção do mesmo, ao seu mais alto
nível. Esta deverá ser sujeita à aprovação do Dono da Obra.
A política ambiental deverá ainda ser divulgada de modo a que seja do conhecimento de todos os
intervenientes na Empreitada.
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
4 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO DO PGAS
Após definição das linhas orientadoras do PGAS, bem como dos objetivos ambientais a que este se
propõe, é necessário desenvolver e implementar ferramentas para suporte da gestão ambiental, que
possibilitem uma efetiva proteção do ambiente durante a Empreitada.
Na fase de implementação do PGAS deverá ser definida uma estrutura que permita, durante a
execução da obra:
• Cumprir os objetivos ambientais propostos;
• Garantir a conformidade legal de todas as atividades da Empreitada;
• Assegurar a implementação dos requisitos ambientais e das medidas de minimização
identificadas no decorrer do processo de AIA, bem como outras medidas de prevenção de
impactes ambientais;
• Garantir o controlo operacional das atividades suscetíveis de provocarem impactes
ambientais;
• Identificar e prevenir situações que possam conduzir a desvios do desempenho ambiental
pretendido.
Assim o PGAS deverá incluir as seguintes componentes:
Estrutura e Responsabilidades
Para que a implementação do PGAS seja bem-sucedida e este possa funcionar de forma eficaz, é
necessário que exista um compromisso de todo o pessoal afeto à Empreitada em cumprir este
objetivo. Assim sendo, as funções e responsabilidades de todos os intervenientes na Empreitada
devem ser definidas, documentadas e comunicadas, de forma a promover a eficácia da gestão
ambiental.
A implementação e o controlo do PGAS são da responsabilidade do Adjudicatário. Qualquer
alteração da equipa técnica, apresentada em proposta, terá de ser previamente aprovada pelo DO
com envio dos respetivos CV. O Adjudicatário deverá garantir o acompanhamento da empreitada por
um técnico com formação base em ambiente. Na implementação dos procedimentos estipulados no
PGAS, este técnico de Ambiente será apoiado, de acordo com as indicações estipulas neste
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
documento, por Técnicos especializados nas diferentes áreas de ação do PGAS, como sejam
engenheiros do ambiente, biólogos, ou outros técnicos especialistas que se verifique serem
necessários.
Sensibilização / Informação:
De forma a assegurar a implementação adequada do PGAS, bem como das medidas de minimização
definidas no EIAS e na DIA, é necessário criar condições para que todo o pessoal afeto à Empreitada,
e ligado a atividades suscetíveis de provocar impactes ambientais e patrimoniais, seja sensibilizado
para o correto desempenho ambiental das suas funções.
Para o efeito deverão ser implementados programas de sensibilização, cujas ações terão como
objetivo divulgar os aspetos essenciais do PGAS. Nessas ações deverá ser dada especial relevância
aos procedimentos ambientais e patrimoniais a executar,
sua importância e consequências do não cumprimento dos mesmos. Estes programas deverão ainda
incidir sobre os procedimentos a adotar em caso de incidentes/acidentes ambientais e afetações
patrimoniais.
O programa de sensibilização deverá ter uma abrangência alargada que englobe os diferentes
intervenientes na Empreitada. As ações de sensibilização deverão ser planeadas e promovidas pelo
Responsável Ambiental, em estreita colaboração com o Diretor da Obra.
Para além das referidas ações deverão ser consideradas outras formas de divulgação da informação
sobre temas ambientais relevantes, extensível a todo o pessoal afeto à Empreitada, incluindo os
subempreiteiros. Essa divulgação poderá ser feita através de reuniões, ações demonstrativas,
comunicados internos, afixação de cartazes, distribuição de folhetos, entre outros.
Comunicação:
No âmbito do PGAS deverão ser implementados processos de comunicação entre os diferentes
intervenientes da Empreitada. Estes deverão assegurar a transmissão de informações dentro da
estrutura organizacional da Empreitada, nomeadamente entre o Dono da Obra e o Adjudicatário,
bem como entre os vários colaboradores do Adjudicatário, devendo estes processos ser
bidirecionais. Deverá ainda ser assegurada a comunicação com entidades externas.
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Os processos de comunicação a desenvolver deverão permitir, por um lado a divulgação da política
ambiental e dos procedimentos a implementar e, por outro, a divulgação dos resultados obtidos na
implementação do PGAS, o grau de cumprimento das medidas de minimização, as dificuldades
sentidas no decorrer da obra e outros assuntos que se considerem relevantes para a componente
ambiental. Deverão existir procedimentos de emergência para os incidentes/acidentes, identificados
como tendo potenciais impactes ambientais significativos. Para que estes procedimentos sejam
acionados eficazmente no caso de ocorrência de incidentes/acidentes, deverá ser definida a lista dos
responsáveis a contactar – incluindo substitutos no caso da sua ausência – aos diferentes níveis.
São exemplos de meios de comunicação que poderão ser implementados: as reuniões de obra, os
relatórios periódicos e as comunicações escritas. Para que as informações sejam transmitidas
atempadamente, o sistema de circulação das mesmas deverá ser previamente definido.
Documentação do PGAS e Controlo de Documentos:
A documentação afeta ao PGAS deverá conter os elementos que permitem ao Adjudicatário
demonstrar o cumprimento dos objetivos a que se propôs, incluindo o cumprimento da legislação em
vigor. A documentação deverá estar organizada de forma a facilitar a consulta e a revisão dos
documentos, caso seja necessário. Assim, o sistema de documentação do PGAS deverá
compreender, entre outros, os seguintes documentos:
a) Documentos previstos nos diplomas legais – estes documentos devem permitir ao
Adjudicatário evidenciar perante terceiros o cumprimento da legislação. A título de exemplo,
referem-se:
• Licenças de utilização do domínio hídrico, nomeadamente o atravessamento de
linhas de água, intervenções em áreas do domínio hídrico e descarga de efluentes;
• Licenças/autorizações relativas à deposição e/ou exploração de resíduos inertes
e/ou outras operações de gestão de resíduos;
• Toda a documentação referente aos vários processos de licenciamento, a instruir
junto das respetivas entidades competentes, os quais da responsabilidade do
Adjudicatário, terá de ser previamente entregue ao Dono da Obra e aprovada pelo
mesmo;
• Guias de Acompanhamento de Resíduos;
• Mapa de Registos de Óleos Usados;
• Mapa de Registos de Resíduos Industriais, se aplicável;
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
• Comprovativo das autorizações/licenciamentos das empresas que operam na área
dos resíduos;
• Certificado de acreditação dos laboratórios responsáveis pelas determinações
analíticas realizadas no âmbito das ações de monitorização;
• Outros Certificados, como certificados de níveis de potência sonora dos
equipamentos ou outros relevantes.
b) Documentos associados ao Controlo Operacional – estes são documentos internos da
Empreitada, que permitem evidenciar o cumprimento das medidas/procedimentos
implementados.
c) Cópias e Registos das Comunicações Efetuadas – deve ser mantido um registo das diferentes
comunicações efetuadas entre os diversos intervenientes da Empreitada, nomeadamente das
atas das reuniões.
d) Memorando de visita à obra – o Adjudicatário terá que apresentar ao DO memorandos de
visita à obra com periodicidade a definir pelo DO no início da Empreitada.
e) Relatórios Periódicos – devem ser produzidos relatórios sobre a gestão ambiental, com
periodicidade mensal. Nestes deverão estar contempladas, entre outras, as seguintes
informações:
• Ponto de situação das obras, acompanhado de cartografia/desenhos ilustrativos;
• Ponto de situação dos licenciamentos/autorizações necessários;
• Informação relativa à gestão de resíduos;
• Informação relativa à gestão de efluentes;
• Principais ocorrências ambientais (incidentes/acidentes) a assinalar, medidas e
procedimentos implementados para a respetiva resolução;
• Quantificação e identificação cartográfica dos exemplares arbóreos abatidos;
• Informação relativa ao balanço de terras da empreitada, especificando os volumes
de escavação e aterro e respetiva tipologia (vegetal e não vegetal), assim como os
volumes encaminhados para destino final;
• Resultados das campanhas de monitorização;
• Ações de sensibilização;
• Ponto de situação (check-list) de implementação das medidas da Declaração de
Impacte Ambiental (DIA), acompanhado com evidências claras e inequívocas das
mesmas;
• Identificação e justificação dos eventuais constrangimentos/dificuldades a nível
ambiental;
• Recomendações gerais;
• Ações pendentes.
ANEXO 2
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Todos os documentos relacionados com o PGAS deverão ser organizados e mantidos pelo
Responsável Ambiental, podendo ser consultados, em qualquer altura, pelo Dono da Obra e/ou pelo
seu representante (Fiscalização).
O relatório mensal deverá ser entregue ao Dono da Obra em tempo útil (respeitando as datas
acordadas na 1.ª reunião de obra), por forma a permitir, caso ocorra algum incidente ambiental ou
se verifiquem resultados das monitorizações que ultrapassem os valores legislados, se possam
definir e aplicar medidas que minimizem os impactes no ambiente.
Controlo Operacional
De forma a assegurar o cumprimento dos objetivos a que o PGAS se propõe, deverão ser
implementados procedimentos para as atividades associadas aos aspetos ambientais significativos,
bem como para o seu acompanhamento ambiental. Estes deverão ainda permitir a avaliação do
desempenho ambiental da Empreitada.
Entre as diferentes atividades que serão desenvolvidas ao longo da Empreitada, considera-se que
deverão ser alvo de procedimentos e acompanhamento ambiental de todas atividades associadas à
Empreitada, a título exemplificativo:
• Gestão das frentes de obra e dos estaleiros;
• Gestão de origens de água e efluentes;
• Movimentação de terras;
• Gestão de resíduos;
• Construção e manutenção de acessos;
• Recuperação das áreas afetadas pela Empreitada.
Salienta-se que esta lista de atividades não pretende ser exaustiva e deverá ser atualizada e validada
durante a fase de planeamento da obra, e sempre que se justifique, devendo ser aprovada pelo Dono
da Obra.
Os requisitos ambientais e sociais, bem como as medidas de minimização específicas, devem ser
considerados pelos concorrentes na fase de elaboração de proposta, bem como na fase de
preparação e implementação de procedimentos para a Empreitada. Estes procedimentos devem ser
sujeitos à aprovação do Dono da Obra.
ANEXO 2
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Todos os custos associados à implementação das diversas atividades relacionadas com a
vertente ambiental e social estão incluídos no valor global da adjudicação, pelo que durante
a fase de elaboração de proposta têm que ser tidos em consideração.
Prevenção e Resposta a Incidentes/Acidentes
Com o objetivo de prevenir e minimizar os impactes ambientais e sociais relevantes resultantes da
ocorrência de incidentes/acidentes durante a obra, deverão ser identificados os riscos e as potenciais
situações de emergência associadas às diferentes atividades. Neste contexto deverão ser
desenvolvidos procedimentos de emergência que permitam uma atuação rápida, concertada e eficaz.
Assim, deverão estes procedimentos incluir uma lista de responsáveis (e respetivos substitutos), a
contactar aos diferentes níveis.
Os procedimentos de resposta e emergência a incidentes/acidentes ambientais e sociais deverão
ser do conhecimento de todos os intervenientes na Empreitada, e previamente aprovados pelo Dono
da Obra.
5 ACOMPANHAMENTO E VERIFICAÇÃO
Uma das componentes relevantes do PGAS consiste no acompanhamento e verificação do grau de
implementação dos requisitos ambientais e/ou medidas de minimização definidas no EIAS, bem
como da sua eficácia. Esta verificação permite identificar situações em que ocorram desvios em
relação ao preconizado, adotar as medidas corretivas necessárias e prevenir a ocorrência de
situações de não conformidade, face ao definido como o desempenho ambiental adequado para a
Empreitada.
Deste modo devem ser definidas ferramentas que possibilitem o acompanhamento e a verificação
ambiental das atividades desenvolvidas na Empreitada, bem como do grau de implementação dos
requisitos ambientais definidos.
O Adjudicatário terá que realizar, de acordo com o EIAS e a DIA, Programas de Monitorização para
avaliar os impactes provocados por atividades específicas da obra.
ANEXO 3
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
PLANO PADRÃO DOS RELATÓRIOS DE MONITORIZAÇÃO
Os relatórios de monitorização (RM) a apresentar às entidades competentes para o efeito, serão
executados pela Fiscalização (ou consultores designados para o efeito) e deverão respeitar, com as
necessárias adaptações a cada caso concreto, a seguinte estrutura e conteúdo.
1 INTRODUÇÃO
a) Identificação do projeto e da fase do projeto (pré-construção, construção, exploração ou
desativação) a que se reporta o RM;
b) Identificação e objetivos da monitorização objeto do RM;
c) Âmbito do RM (fatores ambientais considerados e limites espaciais e temporais da monitorização),
incluindo uma breve caracterização geral da área de estudo e período de amostragem;
d) Identificação da equipa responsável pela elaboração do RM.
2 ANTECEDENTES DO PROJECTO
a) Identificação dos procedimentos de avaliação e de verificação da conformidade ambiental do
projeto de execução, da Declaração de Impacte Ambiental (DIA), do programa de
monitorização aprovado (identificando eventuais alterações ao mesmo) e de anteriores RM e
respetivas decisões da autoridade responsável;
b) Identificação das medidas adotadas e previstas para evitar, reduzir ou compensar os impactes
objeto de monitorização;
c) Descrição de eventuais reclamações ou controvérsias relativas aos fatores ambientais objeto de
monitorização e indicação das diligências efetuadas para a respetiva resolução.
ANEXO 3
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
3 DESCRIÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
a) Identificação dos parâmetros monitorizados;
b) Identificação dos locais de amostragem ou registo, com representação cartográfica (em extrato da
carta do projeto), fotográfica e georreferenciada, bem como dos respetivos critérios de seleção e
análise do seu significado estatístico;
c) Indicação do período definido para a prossecução dos objetivos de monitorização e da frequência
das amostragens ou registos, incluindo a análise do seu significado estatístico;
d) Métodos de amostragem e registo de dados, e equipamentos utilizados e limites de quantificação
e erros associados ao equipamento e/ou método;
e) Identificação dos indicadores de atividade do projeto, associados à construção, exploração ou
desativação, ou de fatores exógenos, que tenham relação com os resultados da monitorização;
f) Métodos de tratamento dos dados, incluindo tratamento estatístico;
g) Critérios de avaliação dos dados, e respetiva fundamentação técnica ou legal.
4 RESULTADOS DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
a) Resultados obtidos;
b) Discussão, interpretação e avaliação dos resultados obtidos face aos indicadores de atividade do
projeto, ou de fatores exógenos, e face aos critérios de avaliação;
c) Avaliação da eficácia das medidas adotadas para evitar, reduzir ou compensar os impactes objeto
de monitorização;
d) Comparação com as previsões efetuadas nos procedimentos de avaliação e de verificação da
conformidade ambiental do projeto de execução, incluindo, quando aplicável, a validação e a
calibração de modelos de previsão;
e) Avaliação da eficácia dos métodos de amostragem, propondo a sua alteração caso se considere
necessário;
ANEXO 3
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
f) Comparação dos resultados com os anteriormente obtidos, com apresentação do historial
relevante.
5 CONCLUSÕES
a) Síntese da avaliação dos impactes objeto de monitorização e da eficácia das medidas adotadas;
b) Proposta de novas medidas, bem como proposta de alteração ou suspensão de medidas
adotadas, sempre que se verifique, tendo por base os critérios de avaliação, a existência de impactes
não previstos ou se detetem medidas não eficazes;
c) Proposta de revisão do programa de monitorização ou da periodicidade dos futuros relatórios de
monitorização.
6 BIBLIOGRAFIA
7 ANEXOS
ANEXO 4
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
PLANO PADRÃO DOS RELATÓRIOS MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL E
SOCIAL
O Relatórios de Monitorização Ambiental e Social (RMAS) serão elaborados mensalmente pelo
Empreiteiro e deverão, no mínimo, seguir a estrutura que se apresenta neste documento.
1 ENQUADRAMENTO
O Relatório de Monitorização Ambiental e Social constitui um suporte documental das atividades
desenvolvidas no período em análise no âmbito do cumprimento do Plano de Gestão Ambiental e Social.
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Pretende-se que neste capítulo sejam descriminados os trabalhos e atividades desenvolvidas no período
a que reporta o relatório.
Deve ser dado especial destaque às atividades que de alguma forma estejam relacionadas com:
• Gestão de Resíduos
• Gestão de recursos hídricos e efluentes
• Produção de ruído e vibrações
• Influência na qualidade ao ar
• Sistemas biológicos e biodiversidade
3 IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO AMBIENTAIS E SOCIAS
Neste capítulo devem ser enunciadas e descritas as medidas de mitigação preconizadas nos documentos
de referência (EIAS e DIA) e levadas a cabo na execução das atividades descritas no capítulo anterior.
ANEXO 4
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
4 OCORRÊNCIAS AMBIENTAIS E SOCIAIS (INCIDENTES/ACIDENTES)
No caso de terem havido Incidentes/Acidentes de natureza ambiental e/ou social, estes devem ser
descritos em pormenor, assim como as medidas tomadas na sua resolução. Devem também ser
identificados todos os intervenientes que de alguma forma contribuíram para o incidente/acidente e para a
sua resolução.
5 FORMAÇÃO
Se no período a que faz referência o relatório foi dada formação sobre a temática ambiental e/ou social,
esta deve ser descrita neste capítulo. Deverão ser indicados todos os formandos, assim como os
formadores, objetivos e conteúdo da formação.
6 CAMPANHAS DE MONITORIZAÇÃO
Se no período relevante para a execução do RMAS foram levadas a cabo campanhas de monitorização,
estas devem ser descritas sa seguinte forma:
a) Identificação dos parâmetros monitorizados;
b) Identificação dos locais de amostragem ou registo;
c) Métodos de amostragem e registo de dados, e equipamentos utilizados e limites de
quantificação e erros associados ao equipamento e/ou método;
d) Identificação dos indicadores de atividade do projeto, associados à construção, exploração
ou desativação, ou de fatores exógenos, que tenham relação com os resultados da
monitorização;
e) Resultados obtidos;
f) Discussão, interpretação e avaliação dos resultados obtidos face aos indicadores de
atividade do projeto, ou de fatores exógenos, e face aos critérios de avaliação;
g) Comparação com as previsões efetuadas nos procedimentos de avaliação e de verificação
da conformidade ambiental do projeto de execução, incluindo, quando aplicável, a validação
e a calibração de modelos de previsão;
h) Avaliação da eficácia dos métodos de amostragem, propondo a sua alteração caso se
considere necessário;
ANEXO 4
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
i) Comparação dos resultados com os anteriormente obtidos, com apresentação do historial
relevante.
7 CONSTRANGIMENTOS/DIFICULDADES A NÍVEL AMBIENTAL E SOCIAL
Para registo documental, todos os eventuais constrangimentos/dificuldades encontradas na
implementação do PGAS e respetivas medidas de mitigação, devem ser comunicadas para que se tomem
medidas que visem a sua resolução. Neste sentido, pretende-se que além da comunicação imediata que
deve ser feita ao Dono de Obra e Fiscalização, sejam descritos nos relatórios respeitantes ao período em
que ocorreram.
8 AÇÕES PENDENTES
Se no período comtemplado pelo RMAS não foram tomadas todas as medidas de mitigação que seriam
devidas, dever-se-á fazer a descrição dos motivos pelos quais não foram levadas a cabo, assim como as
entidades notificadas pela não execução das mesmas (Dono de Obra, Fiscalização, etc).
9 PREVISÃO DE ATIVIDADES
Pretende-se que neste capítulo sejam descriminados os trabalhos e atividades cujo desenvolvimento está
previsto no mês seguinte ao do que ao relatório diz respeito.
10 ANEXOS
ANEXO 5
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Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
CÓDIGO DE CONDUTA
ANEXO 5
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Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Índice 1 OBJECTO ................................................................................................................................. 3
2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO ......................................................................................................... 3
3 OBJETIVO ................................................................................................................................ 3
4 MISSÃO .................................................................................................................................... 4
5 RELAÇÕES COM E ENTRE OS COLABORADORES .............................................................. 5
RELAÇÕES INTERPESSOAIS - PRINCÍPIOS DE RESPEITO, INTEGRIDADE, LEALDADE E HONESTIDADE BEM COMO COESÃO E ESPÍRITO
DE EQUIPA.................................................................................................................................................................................. 5
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES, IGUALDADE DE TRATAMENTO E NÃO DISCRIMINAÇÃO .................................................... 5
RECRUTAMENTO ........................................................................................................................................................... 5
PADRÕES GERAIS DE COMPORTAMENTO ........................................................................................................................ 6
FORMAÇÃO................................................................................................................................................................... 6
PAPEL DOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS ....................................................................................................................... 7
SEGURANÇA E HIGIENE ................................................................................................................................................. 7
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................................................................ 7
CONFIDENCIALIDADE E SIGILO PROFISSIONAL ................................................................................................................. 7
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................................................................. 8
INOVAÇÃO .................................................................................................................................................................... 8
6 RELAÇÕES COM TERCEIROS E O MERCADO...................................................................... 8
RELAÇÕES COM CLIENTES ............................................................................................................................................ 8
OFERTAS, PRENDAS E CONVITES .................................................................................................................................. 9
RELAÇÕES COM OS FORNECEDORES E PRESTADORES DE SERVIÇOS ............................................................................... 9
RELAÇÕES COM O GOVERNO E AUTORIDADES ................................................................................................................ 9
CORRUPÇÃO .............................................................................................................................................................. 10
7 RELAÇÕES COM A COMUNIDADE ....................................................................................... 10
DIREITOS HUMANOS ................................................................................................................................................... 10
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................................. 10
8 DIVULGAÇÃO ........................................................................................................................ 11
9 SUPERVISÃO E REVISÃO ..................................................................................................... 11
10 REPORTE DE INFRAÇÕES ................................................................................................... 11
ANEXO 5
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
11 VIGÊNCIA ............................................................................................................................... 12
1 OBJECTO
O presente Código de Conduta (adiante Código) estabelece as linhas de orientação e normas éticas
que, no âmbito geral, devem reger a conduta profissional de todos os colaboradores envolvidos no
desenvolvimento da Reabilitação da Estrada Nacional 1 (REN1), consagrando a Missão, os Valores
e a Visão que integram a respetiva cultura ambiental e social.
2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Este Código é aplicável a:
• Todos os colaboradores envolvidos na REN1, considerando-se como tal todas as empresas
que a integram, independentemente do âmbito de negócio e da localização geográfica,
incluindo as respetivas delegações e sucursais;
• A todos os colaboradores e membros dos órgãos sociais que desempenham funções em
qualquer empresa que preste serviços no âmbito da REN1.
Assim sendo, as normas contidas no presente Código devem evidenciar-se no relacionamento dos
colaboradores internamente bem como com todas as entidades, quer sejam públicas ou privadas.
Este Código deve ainda constituir uma referência para o público e fornecedores, prestadores de
serviços e parceiros, no âmbito das relações externas estabelecidas in casu.
3 OBJETIVO
A ética ambiental e social traduz-se na observância de critérios éticos, na promoção de valores,
cultura e modelo de gestão das organizações envolvidas e pelo respeito pelas pessoas e pelos seus
direitos.
ANEXO 5
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
A REN1 acolhe uma conduta pautada por ações quotidianas que reflitam uma elevada consciência
moral como modelo comportamental coerente com a cultura da RDSTP e agencias fiduciárias
envolvidas.
Nesta linha de pensamento, este Código tem como principais objetivos:
• Clarificar os princípios e normas que orientam as atividades de REN1 e que devem estar na
base do comportamento assumido pelos seus colaboradores, os quais deverão ser
partilhados com parceiros e fornecedores
• Consolidar a adoção dos princípios aqui enunciados na relação entre colaboradores, na
relação dos colaboradores e gestores com a empresa, e na relação da empresa com clientes
e fornecedores e com a sociedade em geral
• Garantir um serviço de excelência ao Cliente final, dotado dos mais elevados padrões de
qualidade, integridade e eficiência
Assim sendo, o presente Código é parte integrante do sistema de normas internas da REN1 e procura
estabelecer normas mínimas de conduta que devem orientar todos os colaboradores e prestadores
de serviços, em matéria de desempenho profissional e respeito pela ética ambiental e social.
4 MISSÃO
• Cooperar para o crescimento e solidificação do mercado nacional, proporcionando serviços
competitivos de elevada qualidade e contribuindo em simultâneo para um desenvolvimento
responsável e sustentável das populações
• Procurar a satisfação dos requisitos técnicos da REN1 com a prestação de serviços
especializados e integração de equipas multidisciplinares
ANEXO 5
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5 RELAÇÕES COM E ENTRE OS COLABORADORES
Relações Interpessoais - Princípios de Respeito, Integridade, Lealdade e Honestidade
bem como Coesão e Espírito de Equipa
A relação entre colaboradores deve basear-se, em todas as situações e diariamente, no respeito
mútuo, lealdade e correção em obediência aos princípios de honestidade, verdade, retidão e de
cooperação, contribuindo para um bom ambiente de trabalho e de equipa.
As relações interpessoais dos colaboradores devem ter como foco a consolidação do sentido de
pertença, respeito pelas diferenças, lealdade e reciprocidade num contexto global e culturalmente
diverso, mantendo o orgulho no passado e reforçando a confiança no futuro bem como reforçar a
consciência coletiva de todos os colaboradores e fomentar uma cultura homogénea e partilhada.
O Código tem como objetivo a garantia de que as metas fixadas, que se pretendem ambiciosas, são
atingidas através do contributo de todos os intervenientes, com a sabedoria e força necessárias à
superação dos novos desafios.
Igualdade de Oportunidades, Igualdade de Tratamento e Não Discriminação
O Código defende o princípio da igualdade de oportunidades e não discriminação em todos os
aspetos da vida laboral, pelo que considera inadmissíveis quaisquer formas de discriminação
incompatíveis com a dignidade da pessoa humana, designadamente baseada em motivos
relacionados com idade, género, origem étnica, nacionalidade, origem social, religião, estado civil,
orientação sexual, aptidão física ou convicções políticas e/ou ideológicas.
Recrutamento
O Código impõe que um processo de recrutamento atende às qualificações e aptidões necessárias
à função a executar, não sendo utilizada nenhuma prática discriminatória.
ANEXO 5
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
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Padrões Gerais de Comportamento
Todos os colaboradores devem fomentar a capacidade de diálogo no trato diário, em respeito pelo
próximo, com todos os colegas e superiores hierárquicos, de forma a assegurar e existência de
relações cordiais e a valorização profissional.
Todos os colaboradores devem demonstrar sensibilidade e respeito mútuo e abster-se de qualquer
comportamento ofensivo.
São inaceitáveis comportamentos que prejudiquem a reputação de Colegas, nomeadamente através
de julgamentos preconceituosos, rumores ou informações não fundamentadas.
São inadmissíveis quaisquer condutas configuradas como de assédio moral ou físico.
São reprováveis comportamentos que desvalorizem o trabalho desempenhado ou formulação de
críticas injustificadas àquele desempenho ou qualquer atitude de abuso de poder.
O direito à reserva da intimidade da vida privada deve ser escrupulosamente respeitado.
Todos os colaboradores, no exercício das suas atividades, devem atuar com zelo e adequado espírito
de cooperação e responsabilidade, preservando os valores de transparência e abertura, no
relacionamento pessoal, independentemente da posição hierárquica ocupada, tendo em vista o
adequado cumprimento dos objetivos do Código.
Assim, é dever de todos:
• Contribuir para a criação e manutenção de um bom clima de trabalho, cimentando a unidade,
a confiança e a excelência, mormente através de colaboração e cooperação mútuas
• Pautar as suas relações recíprocas por um tratamento cordial, respeitoso e profissional, não
obtendo vantagens pessoais à custa de colegas
• Apresentar-se condignamente no seu local de trabalho e desenvolver a sua atividade com
zelo, espírito de iniciativa e integridade
Formação
Todas as empresas intervenientes na REN1 devem procurar, de forma permanente, o
aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos dos seus colaboradores, tendo em vista a
ANEXO 5
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MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
manutenção, o desenvolvimento e a melhoria das suas capacidades, pessoais e técnicas, com vista
a atingir a excelência no desempenho das suas funções, e consequentemente contribuir para a
consolidação dos padrões de excelência perante o Cliente final.
Todos os colaboradores devem participar com diligência e empenho em cursos de formação, com o
objetivo de maximizar as suas competências e capacidades técnicas e bem como intervir
proactivamente numa busca contínua de conhecimento.
Papel dos Superiores Hierárquicos
Aos superiores hierárquicos, pelas suas funções de maior responsabilidade, compete dar o exemplo
através da orientação e apoio das suas equipas para o cumprimento do Código.
Segurança e Higiene
Todos os colaboradores devem cumprir escrupulosamente as regras de segurança ocupacional,
higiene e segurança no local de trabalho, estando adstritos ao dever de cumprimento das leis,
regulamentos e normas internas sobre a matéria, com o objetivo de promover uma cultura
comportamental responsável quanto à segurança e saúde no trabalho e prevenção de riscos no
exercício da atividade.
Utilização de Recursos
Os colaboradores e prestadores de serviços devem proteger os bens da sociedade e assegurar a
respetiva utilização de forma racional, cuidada e sensata.
Confidencialidade e Sigilo Profissional
É absolutamente proibida a divulgação e/ou a utilização (designadamente em benefício próprio ou
de terceiros) de informação a que os Colaboradores tenham acesso no desempenho das suas
funções ou por virtude desse desempenho e que não tenha sido tornada pública ou não esteja
acessível ao público.
ANEXO 5
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Para este efeito, todos os Colaboradores estão obrigados a proteger a confidencialidade da
informação de negócio a que têm acesso, nomeadamente a que respeita à REN1 e aos fornecedores.
As informações pessoais sobre os colaboradores estão sujeitas ao princípio da confidencialidade
apenas podendo ter acesso aos mesmos os próprios ou quem tenha guarda sobre os mesmos e
para fins exclusivamente profissionais.
Todos os recursos e ativos de carácter não público disponibilizados são propriedade do mesmo, pelo
que não poderão ser utilizados pelos colaboradores em seu benefício pessoal ou para uso particular.
Comunicação
Privilegia-se a interação entre as empresas envolvidas na REN1 e o exterior, adotando um conjunto
de meios de comunicação, iniciativas e consultas que facilitam a interlocução com os seus
colaboradores.
Inovação
Promove-se e potencia-se o uso de tecnologia e inovação no desempenho das atividades com o
intuito da maximização da exploração, promovendo e incentivando o surgimento de novas ideias que
acrescentem valor.
6 RELAÇÕES COM TERCEIROS E O MERCADO
Relações com Clientes
Todos os colaboradores devem atuar de forma íntegra, rigorosa e eficaz, prestando um serviço de
qualidade e excelência, contribuindo para manter e reforçar a relação de confiança e a boa imagem
com todos os intervenientes na REN1.
ANEXO 5
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Ofertas, Prendas e Convites
Os colaboradores não devem aceitar ou solicitar quaisquer vantagens ou benefícios de pessoas com
as quais se relacionem por força, e no exercício da sua atividade profissional, que possam afetar a
sua imparcialidade e independência.
O respeito deste princípio implica a recusa de ofertas, pagamentos ou outros benefícios que pelo seu
custo, carácter reiterado ou exclusivo, possam conduzir os envolvidos ou terceiros a presumir que
os deveres de isenção e independência estão ameaçados e excedem os limites considerados
razoáveis pelos usos sociais, devendo, em todo o caso, ser comunicados por escrito à sua chefia.
Relações com os Fornecedores e Prestadores de Serviços
A seleção dos fornecedores ou prestadores de serviços deve processar-se de acordo com as
condições de mercado e os critérios de qualidade e de custo de forma independente e objetiva.
As empresas devem negociar na observância do princípio da boa-fé e honrar os seus compromissos
de acordo com as normas definidas contratualmente.
Relações com o Governo e Autoridades
Em matéria de políticas públicas, os colaboradores não devem tomar, de forma direta nem indireta,
quaisquer posições, nem, por outro lado, proceder a quaisquer contribuições para organizações
políticas.
As empresas envolvidas na REN1 preservam a independência, designadamente em relação a
pressões políticas, no intuito de poder falar e agir livremente, primeiro e sobretudo em defesa dos
interesses da sociedade.
As empresas envolvidas na REN1 estão, naturalmente, obrigadas a cumprir toda a legislação
nacional e internacional aplicáveis e em vigor em qualquer das suas atividades.
ANEXO 5
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Corrupção
Todos os colaboradores devem abster-se de quaisquer práticas que possam pôr em risco a
irrepreensibilidade da sua conduta bem como combater ativamente todas as formas de corrupção,
ativa ou passiva, quer através de atos ou omissões, e estão empenhados em agir, a nível nacional e
internacional, de acordo com as Leis e Convenções anticorrupção.
Deve ser prestada uma especial atenção aos favores e cumplicidades que possam induzir a criação
de vantagens ilícitas, que constituem formas subtis de corrupção, tais como ofertas ou recebimentos
de verbas por parte de utilizadores, fornecedores ou outras entidades (conforme explicitado acima).
Todos os colaboradores devem dar conhecimento aos seus superiores hierárquicos deste tipo de
comportamento, caso tomem dele conhecimento no desempenho das suas funções ou por causa
delas.
7 RELAÇÕES COM A COMUNIDADE
Direitos Humanos
É imperativo o respeito e promoção dos direitos humanos em todos os contextos culturais,
socioeconómicos e geográficos, respeitando as respetivas tradições e culturas e promovendo o apoio
às comunidades locais de acordo com os interesses específicos de cada região.
Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável
A REN1 tem como objetivo contribuir para o progresso e bem-estar das comunidades onde se vai
desenvolver, assumindo os seus intervenientes a responsabilidade social, participando em políticas
de meio ambiente, de resíduos e separação dos lixos, de eficiência energética, cuidando da gestão
de bens escassos e dando preferência à utilização de materiais biodegradáveis/recicláveis.
Neste contexto, os intervenientes na REN1 estão empenhados em reforçar a sua estratégia de
sustentabilidade num compromisso firme com uma gestão ética, social e ambientalmente
responsável, compatibilizando o crescimento económico com a proteção do meio ambiente e, dessa
forma, assegurando simultaneamente a melhoria da qualidade de vida para as gerações atuais e
vindouras.
ANEXO 5
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
8 DIVULGAÇÃO
As empresas intervenientes na REN1 promoverão as ações necessárias para garantir que, de forma
progressiva, o conjunto dos colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços e clientes
venham a aderir aos princípios da ação ética enunciados no presente Código.
O Código será disponibilizado a todos os colaboradores, sendo aconselháveis ações de formação
para esclarecimento e consciencialização da importância do mesmo.
9 SUPERVISÃO E REVISÃO
A correta e integral aplicação do presente Código de Conduta compete a todos os colaboradores e
membros dos órgãos sociais das empresas envolvidas, que deverão, em todas as circunstâncias,
pautar a sua conduta pelos princípios e valores neles contidos.
A supervisão e revisão da aplicação do presente Código é responsabilidade dos empregadores.
10 REPORTE DE INFRAÇÕES
Os colaboradores e prestadores de serviços deverão reportar qualquer situação que se revele
violadora das normas reguladas no presente Código através do endereço eletrónico a criar para o
efeito.
Todas as situações reportadas serão tratadas com total confidencialidade podendo as mesmas, se
justificarem aprofundamento ou avaliação de carácter disciplinar, ou outro, ser remetidas para o
devido tratamento por parte do Departamento de Recursos Humanos, em interação, se necessário,
com o Departamento Jurídico.
ANEXO 5
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
11 VIGÊNCIA
O presente Código de Conduta entra em vigor em simultâneo com o início dos trabalhos,
nomeadamente no momento das assinaturas dos contratos de prestação de serviços, e estará em
vigor durante toda a prestação dos mesmos.
Anexo 6
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves
CODIGO DE ÉTICA OU CONDUTA SOCIAL
1 - OBJECTIVO
Estabelecer um regulamento e/ou normas de comportamento para o pessoal
(trabalhadores) da empresa contratante no local de trabalho, com o objetivo de
evitar ou minimizar os possíveis conflitos com as comunidades e o meio ambiente.
Cada trabalhador, receberá uma cópia deste código de ética, para assim manter um
relacionamento harmonioso com as comunidades com influência direta no projeto
2 - PROIBIÇEOS
2.1 - Restrições sociais
a. É esperado que todos os trabalhadores se comportem sempre
educadamente e que evitem relacionamentos inadequados com a
população local
b. Que por nenhum motivo os trabalhadores do contratante possam
interromper a vida familiar e afetiva da população sem consentimento
prévio da mesma.
c. São proibidos os compromissos verbais ou escritos em nome da empresa
contratante sem autorização prévia da superintendência
d. Toda reunião social na população permitida deverá desenrolar-se sob
respeito mútuo. No caso de um trabalhador do projeto experienciar certa
agressividade deverá retirar-se imediatamente e voltar para o
acampamento.
e. Não criar expectativas junto da comunidade em nome da empresa
f. Fica proibidos os maus tratos físicos ou verbais as outras pessoas
(população local) de qualquer raça, incluindo maltrato por condição social,
cultural ou de qualquer outra natureza.
g. São proibidas as insinuações ou propostas de cariz sexual às pessoas da
população local
h. É obrigatório que todos os trabalhadores da empresa estejam presentes
aquando os eventos informativos e de consciencialização que se realizarão
sobre temática de prevenção contra as doenças VIH e outras sexualmente
transmissíveis,
2.2 - Restrições ambientais
a- Nenhum trabalhador poderá descartar seus resíduos orgânicos e
inorgânicos nas áreas de trabalho nem fora dos espaços especificamente
estabelecidos para esse efeito.
b- É proibida a compra e caça de animais silvestres (macacos, papagaios,
araras, entre outros) bem como compra de cascos de tartaruga.
c- É proibida a realização de fogueiras nas áreas florestais.
d- Nenhum trabalhador poderá ter animais silvestres e realizar atos de
desflorestação das áreas protegidas
2.3 - Restrições de saúde ocupacional
a- Nenhum trabalhador deverá estar no local de trabalho do projeto sem os
seus equipamentos de proteção individual (EPI)
b- Será sancionada toda conduta que prejudique o bem-estar de qualquer
membro das comunidades da área do projeto e/ou povoações onde se
realizam as atividades do projeto será proibida
c- É estritamente proibido o consumo de bebidas alcoólicas durante os dias de
trabalho e dias de descanso com os membros da comunidade.
Anexo 6
d- Nenhum trabalhador deverá usar ou possuir armas a fogo ou objetos
cortantes na povoação onde estiver baseada a empresa, com exceção
daqueles devidamente autorizados por motivos de controle. Tal autorização
deve ser do conhecimento das autoridades locais.
2.4 - Restrições aplicáveis exclusivamente aos trabalhadores deslocados:
a- Não é permitida a realização de atividades de caça e pesca na área do
projeto.
b- O trabalhador deve ostentar uma conduta muito respeitosa aquando a sua
participação em atividades de cariz da comunidade e outras atividades
culturais da população.
c- Respeitar a população na sua generalidade e não se envolver em dinâmicas
de organização política (autoridades locais) ou económica (produção e
festas simbólicas e ou rituais tradicionais)
d- Será sancionado toda conduta que viola o bem-estar de qualquer membro
das comunidades da área do projeto ou dos povoamentos onde se
enquadra o projeto
e- O trabalhador fica proibido de realizar comentários públicos sobre as
decisões assumidas pelas organizações políticas na área do projeto.
f- Os trabalhadores deveram informar de imediato o responsável do local do
projeto de qualquer doença ou sintomas que afetem a sua capacidade de
cumprir adequadamente suas responsabilidades de trabalho.
g- Nenhum trabalhador pode deixar os locais de trabalho durante os turnos de
trabalho sem uma autorização do seu superior imediato.
3 - SANÇÕES
a- A empresa será responsável pela tomada de decisões quanto as sanções
impostas aos trabalhadores que incorrem restrições ou não cumpriram suas
obrigações.
b- Os trabalhadores que encorem as proibições comtempladas no presente
documento serão sancionados progressivamente de acordo com a
gravidade da falta e conforme a ordem seguinte:
• Infração com pena de notificação verbal.
• Infração com pena de notificação escrita
• Infração com pena com notificação pecuniária
• Infração com pena de despedimento
1. Infrações com pena de notificação verbal.
São Consideradas as que não causam dano maior ou prejuízo material ou
moral à empresa e/ou no relacionamento com as comunidades
2. Infrações com pena de notificação escrita
São consideradas as que causam um dano ou prejuízo leve, material ou
moral, à empresa e/ou relacionamento com as comunidades e/ou o meio
ambiente
3. Infrações com pena com notificação pecuniária
São aquelas que reincidirem mais do que duas vezes a sanções notificadas
por escrito. Os valores destas sanções serão fixados pelo contratante e
serão aplicáveis mediantes descontos em dias de pagamento.
4. Infração com pena de despedimento
O despedimento do pessoal será imediato em caso de porte de armas a fogo
(restrições sociais alínea c.) e a compra e caça de animais silvestres
(restrições ambientais alínea b)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
CONSULTA PÚBLICA
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Índice 1 convite ...................................................................................................................................... 3
2 Programa de trabalhos .............................................................................................................. 4
3 Lista de temas abordados ......................................................................................................... 6
4 Lista de convidados e entidades representadas ........................................................................ 7
5 Fotografias da assistência ....................................................................................................... 13
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
1 CONVITE
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
2 PROGRAMA DE TRABALHOS
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
3 LISTA DE TEMAS ABORDADOS
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
4 LISTA DE CONVIDADOS E ENTIDADES REPRESENTADAS
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
5 FOTOGRAFIAS DA ASSISTÊNCIA
ANEXO 7
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MIN. DAS INFRA-ESTRUTURAS, RECURSOS NATURAIS E AMBIENTE
Estudos de Viabilidade, Estudos de Engenharia e Estudos de Impacte Ambiental e Social - Reabilitação da Estrada Nacional N1 – São Tomé – Guadalupe – Neves (27km)
Recenseamento das habitações confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Secção 1
TROÇO PK Esq. Dir.
São Tomé PK0+000 0 0
PK0+000 a PK0+560 15 13
PK0+560 a PK0+600 0 0
PK0+600 a PK1+300 24 7
PK1+300 a PK1+400 0 0
PK1+400 a PK2+725 25 24
Entre São Tomé e Santo Amaro PK2+275 a PK4+600 2
Santo Amaro PK4+600 a 5+150 31
PK5+150 a PK5+200 0
PK5+200 a PK5+575 17
Entre Santo Amaro e Ilhéu PK5+575 a PK6+425 13
Ilhéu PK5+575 a PK6+775 15
Entre Ilhéu e Conde PK6+775 e 7+960 8
Conde PK7+960 a 8+325 20 14
PK8+325 a PK8+525 11
PK8+525 a PK9+100 9 14
Entre Conde e Guadalupe PK9+100 a PK11+200 3
Guadalupe PK11+200 a 12+275 27 18
PK12+275 a PK13+275 21 32
241 122
363
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
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do OBSERVAÇÕES
PK0+000 Loja dos Vinte 1
PK0+000 1
PK0+000 1Armazém de material
eletrico
PK0+000 Gibela, Lda 1Armazém de materiais de
construção
PK0+000 1
PK0+000 Escola 1
PK0+000 Espaços, Lda 1
LADO ESQUERDO
CENTRO DO CRUZAMENTO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+000 7
PK0+000 1Banca de venda de
pequeno almoço
PK0+000 1 Gelados, sumos, cerveja
PK0+000 1 Oleo de Palma
PK0+000 a
PK0+5601
PK0+000 a
PK0+5601 Cerveja Rosema
PK0+000 a
PK0+5601
LADO DIREITO DA MARGINAL
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+000 a
PK0+560VIP MOTORS 1
PK0+000 a
PK0+5601
Recargas telefone,
gelados....
PK0+000 a
PK0+5601 Reparação pneus
PK0+000 a
PK0+560
Manuel &
Silva Gomes1 Reparação de radiadores
PK0+000 a
PK0+560
Petisqueira
Budo Budo1
PK0+000 a
PK0+560Espaços, Lda 1 Tem acesso pela marginal
PK0+000 a
PK0+5601
Stand automóveis, oficina
e rent a car - Tem acesso
pela marginal
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+000 a
PK0+5601
PK0+000 a
PK0+560
Oficina dos
Pequeninos1 Infantário
PK0+000 a
PK0+560SONAPE, Lda 1
PK0+000 a
PK0+560VIP MOTORS 1 Tem acesso pela marginal
PK0+000 a
PK0+560
CENTRO DE
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
1
PK0+000 a
PK0+560
Leitão &
Filhos, Lda1
PK0+000 a
PK0+5601
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
PK NOME FOTOGRAFIA
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fica
do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+000 a
PK0+5601
PK0+000 a
PK0+5601
PK0+560 a
PK0+6001
PK0+560 a
PK0+6001
Motorizadas - tem acesso
à marginal
PK0+560 a
PK0+600OASTEP - MSO 1
Organização das Mulheres
de STP - tem acesso à
marginal
PK0+560 a
PK0+600Vidroarte, Lda 1
Vidraria - tem acesso à
marginal
PK0+560 a
PK0+600
Soares da
Costa, Lda1 Estaleiro social - destivado
LADO ESQUERDO
CRUZAMENTO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+600 a
PK1+3001
PK0+600 a
PK1+3001
PK0+600 a
PK1+300
MINE
ESTANDER1 Reparação de pneus
PK0+600 a
PK1+3002
PK0+600 a
PK1+3001
PK0+600 a
PK1+3001
Cerveja Rosema /
cabeleireiro
PK0+600 a
PK1+3004 Lavagem de viaturas
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK0+600 a
PK1+300RMR, Lda 1
PK0+600 a
PK1+300Ké Morabeza 1
PK1+300 a
PK1+4001 Fabrico de blocos de betão
PK1+300 a
PK1+4001
PK1+300 a
PK1+4001
PK1+300 a
PK1+4001
PK1+300 a
PK1+4001
CRUZAMENTO - MANGA
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
São Tomé
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK1+300 a
PK1+40010 Motoqueiros
PK1+300 a
PK1+4001
PK1+300 a
PK1+4001
PK1+1400 a
PK2+275Só Beleza 1 Cabeleireiro
PK1+1400 a
PK2+2751
PK1+1400 a
PK2+275CAJAF, Lda 1 Material Eletrico
1 1 5 2 1 7 1 1 7 1 19 3 3 2 8 2 3 0 7 74
LADO ESQUERDO
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre São Tomé e Santo Amaro
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK2+275 a
PK4+6001
PK2+275 a
PK4+6001
PK2+275 a
PK4+6001
PK2+275 a
PK4+600
Quiosque Sombra
Mangueira1
PK2+275 a
PK4+6001
PK2+275 a
PK4+6001
PK2+275 a
PK4+6001
0 0 1 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Santo Amaro
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501 Reparação de pneus
PK4+600 a
PK5+1501 Materiais de construção
PK4+600 a
PK5+1501
Roupa / comida /
refeições
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501 Roupas e tecidos
LADO ESQUERDO
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Santo Amaro
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501
PK4+600 a
PK5+1501 Reparação de pneus
PK4+600 a
PK5+1501
PK5+150 a
PK5+2001
PK5+150 a
PK5+200EMI 1 Serralharia
PK5+150 a
PK5+2001
PK5+150 a
PK5+20010 Motoqueiros
CRUZAMENTO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Santo Amaro
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK5+150 a
PK5+2001
PK5+150 a
PK5+2001
PK5+150 a
PK5+2001
PK5+200 a
PK5+575Complexo Santo Amaro 1 1
PK5+200 a
PK5+5751
1 0 0 1 1 2 0 2 0 0 12 2 0 0 3 0 0 2 5 31
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre Santo Amaro e Ilhéu
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OBSERVAÇÕES
PK5+575 a
PK6+4251
Fabrica de pré-
fabricados em
betão
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Ilhéu
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OBSERVAÇÕES
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Ilhéu
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do
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751 Ponto de recolha de cacau
PK5+575 a
PK6+7751
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Ilhéu
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751
PK5+575 a
PK6+7751 Ponto de recolha de cacau
PK5+575 a
PK6+7751 Ponto de recolha de cacau
3 0 2 1 2 3 0 1 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3 18
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre Ilhéu e Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK6+775 a
PK7+9601
PK6+775 a
PK7+9601
PK6+775 a
PK7+9601
1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
LADO ESQUERDO
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
PK7+960 a
PK8+3251 Reparação de pneus
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251 Reparação de pneus
PK7+960 a
PK8+3251
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251 Cabeleireiro
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+3251
PK7+960 a
PK8+325Mana Ju 1 Cabeleireiro
PK7+960 a
PK8+3251
PK8+325 a
PK8+5251
LADO DIREITO
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5252
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+525PEIXE - FALTA FOTO 2
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251 Fotografias
PK8+325 a
PK8+525
Cantinho do
Conde1
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+525MOTOQUEIROS - FALTA FOTO 7 Motoqueiros
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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ação
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fica
do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+525Barbearia Chéu 1 Barbearia
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251
PK8+325 a
PK8+5251 Mercado - fechado
PK8+525 a
PK9+100Rest. Brisa Mar 1
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
PK NOME FOTOGRAFIA
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
Ponto de recolha de
cacau
PK8+525 a
PK9+1001
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Conde
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do OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001 Centro de Saude
PK8+525 a
PK9+100Beleza VIP 1 Cabeleireiro
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001
PK8+525 a
PK9+1001 Serviços de eletricidade
19 0 6 2 7 3 11 0 1 0 0 15 1 0 1 2 1 2 2 5 78
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre Conde e Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK9+100 a
PK11+2001
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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OBSERVAÇÕES
PK11+200 a
PK12+275
Petisqueira
Vida Tê Matxi1
PK11+200 a
PK12+27516 Motoqueiros
PK11+200 a
PK12+2751 Motorizadas
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 Cerveja Rosema
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+275Rest. Celvas 1
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+275Complexo Koleira 1 1 Reprografia
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 Casa das Madres
PK11+200 a
PK12+2751 Alfaiataria
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+275
Salão de Beleza
- Gato1 Cabeleireiro
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+27518 Mercado - 18 bancas
PK11+200 a
PK12+2757 Palaies - 7
PK11+200 a
PK12+275
Armazém
Falcão1 Drogaria
PK11+200 a
PK12+275
Foto Tomé
Gomes1 Fotografia
PK11+200 a
PK12+2751
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+275Canja Quente 1
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+275
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+275
Salão de Beleza
- San Gunda1 Cabeleireiro
PK11+200 a
PK12+275Bar de Boica 1
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 Escola de Condução
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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Não
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fica
do
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+2751 Escritório de Advogado
PK11+200 a
PK12+275
PK11+200 a
PK12+2751 Loja CST - Guadalupe
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 1
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+2755 Motoqueiros
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 Delegação de Educação
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+275
Discoteca
Complexo
Falcão
1 Bar / Discoteca
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+275
Complexo
Falcão1 1
PK11+200 a
PK12+275
Salão de Beleza
- Glavi Muala1 Cabeleireiro
PK11+200 a
PK12+2751 1
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2751 Carpintaria
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+275Doce de Beatriz
PK11+200 a
PK12+2751
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK11+200 a
PK12+2751 Comissão Eleitoral
PK11+200 a
PK12+2751
PK11+200 a
PK12+2752 Motoqueiros
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
LADO ESQUERDO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+275Rest. Pema 1
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
Me
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751 Cabeleireiro
LADO DIREITO
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751
Anexo 1
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Guadalupe
PK NOME FOTOGRAFIA
Me
rce
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Talh
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ação
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Não
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do
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751 Barbearia
PK12+275 a
PK13+2751
PK12+275 a
PK13+2751 Motorizadas
PK12+275 a
PK13+275
26 0 14 4 7 7 21 0 1 1 0 32 1 0 4 3 1 0 4 6 132
60%
79
Anexo 1
Recenseamento das habitações confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Secção 2
TROÇO PK Esq. Dir.
Entre Guadalupe e Ribeira Funda PK13+275 a PK 8 11
Ribeira funda 9
Entre Ribeira Funda e Neves
Neves PK25+715 a PK26+300 41 12
PK26+300 a PK26+800 10 15
PK26+800 a PK27+215 16 17
84 55
139
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre Guadalupe e Ribeira Funda
PK NOME FOTOGRAFIA
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do
OBSERVAÇÕES
PK13+275
a
PK23+040
Praia 15 15 Pescadores
PK13+275
a
PK23+040
Samulin, Lda 1 Pedreira
PK13+275
a
PK23+040
Praia das
Plancas10 Pescadores
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 26 0 0 0 0 0 0 0 0 26
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Ribeira Funda
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK23+040
a 23+210
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Entre Ribeira Funda e Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
PK23+210
a
PK25+715
15 Pescadores
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 0 0 0 15
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001 1
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
LADO ESQUERDO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+3001 Cabeleireiro
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001 1 1 Menores de idade
PK25+715 a
26+3004 Menores de idade
PK25+715 a
26+3002 Menores de idade
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001 Roupa
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3002 Menores de idade
PK25+715 a
26+3006 Motoqueiros
PK25+715 a
26+3002 4
PK25+715 a
26+3001
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+300Roupa, drogaria...
PK25+715 a
26+3001
Delegação Regional de
Educação
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+300
Banco
Energybank1 Banco
PK25+715 a
26+3001 Casa da Cultura
PK25+715 a
26+300Credial, Lda 1
PK25+715 a
26+300ENCO
Depositos de
Combustivel
LADO DIREITO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+3001 Menores de idade
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001 Menores de idade
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001 Menores de idade
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK25+715 a
26+300Rosema Fabrica de cerveja
PK25+715 a
26+300
Escola Básica
de neves1
PK25+715 a
26+3001
PK25+715 a
26+3001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001 Comissão Eleitoral
PK26+300 a
26+8001
LADO ESQUERDO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001 Mercado
PK26+300 a
26+8001 Mercado
PK26+300 a
26+8001 Mercado
PK26+300 a
26+800Pleço Ceto 1
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001 Roupa / Drogaria, etc..
PK26+300 a
26+8001 Sapataria
PK26+300 a
26+800Cruz Vermelha 1
PK26+300 a
26+800ENCO 1
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001 Motorizadas
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+800LJ, Lda 1
PK26+300 a
26+8001 Cabeleireiro
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+800CST Neves 1
LADO DIREITO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+800
Centro de
Saúde de
Lembá
1
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+800
Escola de
Condução Bom
Despacho
1 Escola de Condução
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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Talh
o
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Ref
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Ass
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ação
Esco
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Igre
ja
Não
iden
tifi
cad
o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+300 a
26+8001 Cabeleireiro
PK26+300 a
26+8001 1
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001
PK26+300 a
26+8001 Drogaria
PK26+300 a
26+800
Complexo
Prováz1
LADO ESQUERDO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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Talh
o
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Ref
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Res
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ação
Esco
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Igre
ja
Não
iden
tifi
cad
o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151 Estudio de Gravação
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Fotografia
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+215
Barbearia
Visão da Águia1 Barbearia
PK26+800 a
27+2151 Carregamento TV
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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Talh
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Ref
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ação
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ja
Não
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o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 1
PK26+800 a
27+21513 Motoqueiros
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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Não
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o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+215
Rest. Manga
Zébê1
PK26+800 a
27+2151 Barcos
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2152 4
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Carvão
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+215
Mercado de
Manga Zébé1
PK26+800 a
27+2151
Reparação de aparelhos
eletrónicos
PK26+800 a
27+2151
LADO DIREITO
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Roupas
PK26+800 a
27+2151 Costureira
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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Ref
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o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+215
Carpintaria
Trindade1
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Estudio de Gravação
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+21514
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Fotografia
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 Vulcanização
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
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Ref
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Div
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Ban
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Pe
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Mec
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Escr
itó
rio
s
Ofi
cin
as
Ass
oci
ação
Esco
la
Igre
ja
Não
iden
tifi
cad
o
OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151 1
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151 1
PK26+800 a
27+2151 Reparação de Pneus
Anexo 2
Recenseamento das atividades comerciais confinantes com a EN1 - PK 0+000 - PK 27+215
Neves
PK NOME FOTOGRAFIA
Mer
cear
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Talh
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Ven
da
de
Ref
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Res
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Ven
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OBSERVAÇÕES
LADO ESQUERDO
PK26+800 a
27+2151 Roupa
PK26+800 a
27+2151
PK26+800 a
27+2151
28 0 54 2 10 24 0 3 2 3 40 5 0 2 4 5 1 4 15 202
Anexo 2