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Farmacia 2007

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    ENADE COMENTADO 2007

    Farmcia

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    Chanceler

    Dom Dadeus GringsReitor

    Joaquim ClotetVice-Reitor

    Evilzio Teixeira

    Conselho Editorial

    Ana Maria Lisboa de MelloElaine Turk Fariarico Joo HammesGilberto Keller de AndradeHelenita Rosa FrancoJane Rita Caetano da SilveiraJernimo Carlos Santos BragaJorge Campos da CostaJorge Luis Nicolas Audy PresidenteJos Antnio Poli de FigueiredoJurandir MalerbaLauro Kopper FilhoLuciano KlcknerMaria Lcia Tiellet Nunes

    Marlia Costa MorosiniMarlise Arajo dos SantosRenato Tetelbom SteinRen Ernaini GertzRuth Maria Chitt Gauer

    EDIPUCRS

    Jernimo Carlos Santos Braga DiretorJorge Campos da Costa Editor-chefe

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    Maria Cristina Werlang

    Flavia Vallado Thiesen

    Ana Lgia Bender

    (Organizadores)

    ENADE COMENTADO 2007

    Farmcia

    Porto Alegre2010

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Ficha Catalogrca elaborada pelo Setor de Tratamento da Informao da BC-PUCRS.

    EDIPUCRS Editora Universitria da PUCRS

    Av. Ipiranga, 6681 Prdio 33Caixa Postal 1429 CEP 90619-900Porto Alegre RS BrasilFone/fax: (51) 3320 3711e-mail: [email protected] - www.pucrs.br/edipucrs

    EDIPUCRS, 2010

    CAPARodrigo VallsREVISO DE TEXTORafael SaraivaEDITORAO ELETRNICAGabriela Viale Pereira e Laura Guerra

    Questes retiradas da prova do ENADE 2007 da Farmcia

    E56 ENADE comentado 2007 : farmcia [recurso eletrnico] /

    organizadoras, Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado

    Thiesen, Ana Lgia Bender. Dados eletrnicos. Porto Alegre : EDIPUCRS, 2010.

    88 p.

    Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader

    Modo de Acesso:

    ISBN 978-85-397-0032-5 (on-line)

    1. Ensino Superior Brasil Avaliao. 2. Exame

    Nacional de Desempenho de Estudantes. 3. Farmcia

    Ensino Superior. I. Werlang, Maria Cristina. II. Thiesen,

    Flavia Vallado. III. Bender, Ana Lgia.

    CDD 378.81

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    SUMRIO

    APRESENTAO ..................................................................................................... 7Ana Lgia BenderCOMPONENTE ESPECFICO -QUESTES OBJETIVAS

    QUESTO 11 ........................................................................................................... 10Airton Monza da Silveira e Fernanda Haar

    QUESTO 12 ........................................................................................................... 12Cristina Maria Moriguchi Jeckel e Paula Feltes

    QUESTO 13 ........................................................................................................... 15Virgnia Mingheli Schmitt

    QUESTO 14 ........................................................................................................... 18Flavia V. Thiesen, Aline R. Zimmer e Laura S. Marder

    QUESTO 15 ........................................................................................................... 20Maria Cristina Werlang

    QUESTO 16 ........................................................................................................... 23Bruno Simas da Rocha e Maria Elisa Ribeiro Duarte

    QUESTO 17 ........................................................................................................... 26Airton Monza da Silveira

    QUESTO 18 ........................................................................................................... 28Natan Estivallet

    QUESTO 19 ........................................................................................................... 30Denise Milo e Jos Aparcio Brittes Funck

    QUESTO 20 ........................................................................................................... 33Ana Lgia Bender, Ana Luisa Fianco, Bruna Cappellesso, Patrcia Rodrigues eVernika Reisdorfr

    QUESTO 21 ........................................................................................................... 35Myriam Perrenoud

    QUESTO 22 ........................................................................................................... 37Terezinha Paz Munhoz

    QUESTO 23 ........................................................................................................... 39Maria Cristina Werlang e Natan Estivallet

    QUESTO 24 ........................................................................................................... 41Liamara Andrade

    QUESTO 25 ........................................................................................................... 43Airton Monza da Silveira e Fernanda Haar

    QUESTO 26 ........................................................................................................... 46Maria Cristina Werlang e Fernanda Haar

    QUESTO 27 ........................................................................................................... 48Flvia V. Thiesen, Aline R. Zimmer e Laura S. Marder

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    QUESTO 28 ........................................................................................................... 51Flavia V. Thiesen, Aline R. Zimmer e Laura S. Marder

    QUESTO 29 ........................................................................................................... 54Marlise Arajo dos Santos e Flvia Nathiely Silveira Fachel

    QUESTO 30 ........................................................................................................... 56Natan Estivallet

    QUESTO 31 ........................................................................................................... 58Fernanda B. Morrone e Paula Juliana B. Seadi Pereira

    QUESTO 32 ........................................................................................................... 60Temis Corte

    QUESTO 33 ........................................................................................................... 62Airton Monza da Silveira

    QUESTO 34 ........................................................................................................... 64Marlise Arajo dos Santos e Flvia Nathiely Silveira Fachel

    QUESTO 35 ........................................................................................................... 67Bruno Simas da Rocha

    QUESTO 36 ........................................................................................................... 70Maria Elisa Ribeiro Duarte

    COMPONENTE ESPECFICO -QUESTES DISCURSIVASQUESTO 37 ........................................................................................................... 75

    Denise Milo e Jos Aparcio Brittes FunckQUESTO 38 ........................................................................................................... 78

    Ana Lgia Bender, Ana Luisa Fianco, Bruna Cappellesso, Patrcia Rodrigues eVernika Reisdorfr

    QUESTO 39 ........................................................................................................... 81Fernanda B. Morrone e Paula Juliana B. Seadi Pereira

    QUESTO 40 ........................................................................................................... 84Cristina Maria Moriguchi Jeckel, Denise Milo e Paula Feltes

    LISTADECONTRIBUINTES ................................................................................... 87

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 7

    APRESENTAO

    A formao dos (as) profissionais da Sade, em nvel de Graduao, estamparada pela Lei n 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases, que fundamenta a

    Educao Superior no Brasil, e nas Polticas de Sade vigentes.

    As diretrizes nacionais curriculares para os cursos de Farmcia resoluo

    CNE/CES 2, de 19 de fevereiro de 2002 alinham formao de um profissional

    farmacutico capacitado para o exerccio das atividades referentes ao medicamento

    e produtos farmacuticos, s anlises clnicas e toxicolgicas e ao controle,

    produo e anlise de alimentos. O perfil formativo generalista, humanista, voltado

    para as necessidades da sociedade e para a ateno integral sade, capaz de

    inserir-se em aes de preveno, promoo, diagnstico e tratamento, atuando em

    equipes multidisciplinares, de forma inter e transdisciplinar.

    Em um cenrio em que a sociedade evoca a presena de profissionais e

    cidados comprometidos com os valores ticos sociais e humanos, o Brasil cria o

    Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior SINAES, Lei n

    10.861/2004, que prope parmetros essenciais para a avaliao da Educao

    Superior. O SINAES preconiza uma formao que atenda aos princpios de

    qualidade e relevncia voltados s necessidades de desenvolvimento do pas. A

    avaliao permanente de todos os processos formativos precisa estar incorporada

    ao cotidiano dos agentes envolvidos no processo: alunos, professores, funcionrios

    e instituies de ensino, de modo a aproxim-lo da realidade social. A formao

    farmacutica hoje agrega a necessidade do desenvolvimento de competncias

    fundamentadas na vigilncia em sade e sade coletiva, alinhadas s polticas do

    Sistema nico de Sade.

    O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENADE constitui-se

    em uma das etapas de avaliao do SINAES. Seu propsito avaliar o

    desempenho dos estudantes, identificando se as condies de ensino, o

    conhecimento, as competncias e as habilidades pretendidas, se as metodologias

    utilizadas encontram-se alinhadas aos princpios e orientaes das Diretrizes

    Curriculares do Curso.

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    8 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    O ENADE Comentado, do Curso de Graduao em Farmcia, se prope a

    discutir com a comunidade acadmica, da Faculdade de Farmcia, as questes que

    compuseram o Exame realizado em 2007, promovendo e ampliando debatesrelativos s prticas e ao cenrio da Sade no qual se insere o Farmacutico. Ao

    mesmo tempo como instrumento de avaliao, oportuniza de modo contnuo

    reflexes acerca do processo pedaggico desenvolvido ao longo do Curso.

    A prova do ENADE/2007 para o Curso de Farmcia foi composta por 40

    questes: 10 questes de formao geral, 30 questes de contedo especfico,

    sendo 26 com respostas objetivas e 4 questes discursivas. Tambm integra a

    Prova do ENADE um questionrio no qual o estudante refere sua percepo acercado curso e estrutura do mesmo, no contexto da Universidade.

    Nesta publicao so apresentadas as 30 questes especficas

    farmacuticas discutidas por grupos de professores, alunos e residentes

    farmacuticos do Programa de Residncia Multiprofissional em Sade (PREMUS).

    Ao final da discusso de cada questo so apresentadas referncias nas quais

    possvel ao leitor buscar informaes complementares, ampliando a reflexo das

    temticas abordadas.

    A realizao deste e-books foi possvel pelo envolvimento de professores,

    alunos e residentes que integram a Faculdade de Farmcia da PUCRS.

    Agradecemos a todos que colaboraram, compartilhando seus saberes com

    responsabilidade e competncia na elaborao do presente e-book.

    Nosso agradecimento Prof. Dr. Solange Medina Ketzer, Pr-Reitora de

    Graduao/PUCRS, extensivo sua equipe pelo apoio e estmulos permanentes.

    Esta publicao eletrnica ENADE Comentado 2007: Farmcia FFARM insere-

    -se na coleo da EDIPUCRS. Desejamos que esse e-bookseja um instrumento de

    consulta para estudantes, docentes e profissionais farmacuticos, bem como para

    outras profisses da rea da sade.

    Ana Lgia Bender

    Diretora da Faculdade de Farmcia FFARM

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    COMPONENTE ESPECFICO

    QUESTES OBJETIVAS

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    10 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 11

    O farmacutico Epaminondas trabalha em uma instituio com carga horria de 40

    horas semanais, entretanto, aceitou a responsabilidade tcnica por uma drogaria

    cujo dono lhe comunicou que no precisaria ir l todos os dias, pois ele prprio sabia

    preencher o livro e dar ateno clientela. Os dias se passaram at que a drogaria

    recebeu a fiscalizao do Conselho Regional de Farmcia (CRF) e, como

    Epaminondas no estava presente dentro do horrio declarado ao CRF, a

    fiscalizao preencheu o termo de visita, anotando as irregularidades observadas.

    As ausncias se repetiram e levaram Epaminondas Comisso de tica do CRF.

    Diante do exposto e do conhecimento da Resoluo 417/2004, o artigo que oFarmacutico Epaminondas infringiu foi:

    (A) comunicar s autoridades sanitrias e profissionais, com discrio efundamento, fatos que caracterizaram infringncia ao Cdigo de tica e snormas que regulam o exerccio das atividades farmacuticas.

    (B) comunicar ao CRF e s autoridades sanitrias a recusa ou a demisso decargo, funo ou emprego, motivada pela necessidade de preservar oslegtimos interesses da profisso, da sociedade ou da sade pblica.

    (C) comunicar ao CRF, por escrito, o afastamento de suas atividades profissionais,das quais detm responsabilidade tcnica, quando no houver outroFarmacutico que, legalmente, o substitua.

    (D) comunicar ao CRF o exerccio da profisso em estabelecimento que no estejadevidamente registrado nos rgos de fiscalizao sanitria e do exerccioprofissional.

    (E) prevalecer-se do cargo de chefia ou de empregador para desrespeitar adignidade de subordinados.

    Gabarito: C

    Autores: Prof. Dr. Airton Monza da Silveira, Acad. Fernanda Haar

    Comentrio:

    Essa questo faz meno a Resoluo n 417, de 29 de setembro de 2004 na

    qual aprova o Cdigo de tica da Profisso Farmacutica. As alternativas A e B

    fazem parte do Art. 11 da citada resoluo; A letra A, primeira vista, parece estar

    correta, mas prestando mais ateno, percebemos que o intuito desse item o de

    fazer-se comunicar fatos cometidos por terceiros e que infrinjam ao Cdigo de ticae s normas profissionais, e, nesse caso, a irregularidade cometida por

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 11

    Epaminondas e notificada pelo CRF foi a no justificativa de suas ausncias, no

    estando correta a alternativa.

    A letra B dispe sobre um dever presente na resoluo, mas que, nesse caso,no foi infringido, segundo relato do enunciado, visto que no houve recusa ou

    demisso do cargo pelo farmacutico; que, alm de ter aceitado a proposta feita pelo

    dono da farmcia, no se preocupou em preservar os interesses da profisso, da

    sociedade ou da sade pblica. A letra D refere-se ao disposto no Art. 13, proibido

    ao farmacutico, ento o pargrafo XVI que dispe sobre o exerccio da profisso em

    estabelecimento que no esteja devidamente registrado faz proibio e no menciona

    a comunicao ao CRF; alm disso, em nenhum momento o enunciado faz aluso aalguma irregularidade referente ao registro do estabelecimento.

    A alternativa E cita outra proibio do farmacutico presente no Art. 13

    pargrafo XXI, mas que no se enquadra na presente questo, estando, ento,

    incorreta.

    E por fim, a letra C, se refere ao Art. 12 e descreve sim um dos artigos

    infringidos pelo farmacutico Epaminondas visto que o mesmo no comunicou ao

    CRF seus afastamentos do estabelecimento no qual detm responsabilidade

    tcnica, no havendo farmacutico substituto. Para concluir, podemos acrescentar,

    ainda, outras infringncias cometidas pelo farmacutico Epaminondas, como o

    pargrafo XVIII da mesma resoluo delegar a outros profissionais atos ou

    atribuies exclusivos da profisso farmacutica, pargrafo XX assinar trabalhos

    realizados por outrem, alheios sua execuo, orientao, superviso ou

    fiscalizao, ou ainda assumir responsabilidade por ato farmacutico que no

    praticou ou do qual no participou efetivamente, entre outros.

    Referncia

    1. Brasil. Ministrio da Sade. Resoluo RDC n. 417, de 29 de setembro de 2004.Aprova o Cdigo de tica da Profisso Farmacutica. Dirio Oficial da Unio daRepblica Federativa do Brasil.Braslia, 17 de novembro de 2004.

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    12 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 12

    Pela RDC 67, de 08/10/2007, todas as farmcias com manipulao devem garantir a

    qualidade fsico-qumica e microbiolgica da sua gua potvel. Esta ser o ponto de

    partida para a obteno da gua purificada, a ser utilizada em todas as preparaes

    farmacuticas. Para melhorar a qualidade da gua potvel podem ser realizados

    alguns pr-tratamentos, alm de um tratamento posterior de purificao, de forma a

    se obter a gua purificada. Este mtodo ser escolhido pelo Farmacutico

    responsvel, de acordo com suas necessidades. Uma combinao possvel das

    etapas de pr-tratamento e tratamento, respectivamente, :

    (A) filtrao e abrandamento.

    (B) filtrao e osmose reversa.

    (C) troca inica e destilao.

    (D) destilao e troca inica.

    (E) destilao e osmose reversa.

    Gabarito: B

    Autoras: Prof. Dr. Cristina Maria Moriguchi Jeckel, Acad. Paula Feltes

    Comentrio:

    Segundo a RDC n. 67, de 8/10/2007 a gua purificada para uso farmacutico

    considerada matria-prima produzida na prpria farmcia a partir da gua potvel.

    Existem vrios mtodos comumente utilizados para purificar a gua. Sua efetividade

    est ligada ao tipo de contaminante a ser tratado e o tipo de aplicao para qual a

    gua ser usada. Em preparaes farmacuticas, necessrio remover os

    contaminantes crticos que podem causar problemas e distores nos resultados dos

    procedimentos, como pirgenos, matria orgnica, ons, gases, metais pesados, etc.

    Nenhuma tecnologia de purificao isoladamente poder remover todos os tipos

    de contaminantes nos nveis requeridos para as aplicaes crticas. Justamente por

    isso, necessrio utilizar um sistema de purificao de gua bem projetado, utilizando

    uma combinao de tecnologias que permita atingir os nveis de qualidade de gua

    necessrios. Cada tecnologia de purificao deve ser utilizada em uma sequncia

    apropriada para otimizar a sua capacidade particular de remoo de contaminantes.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 13

    A alternativa A est incorreta, pois o processo de abrandamento um pr-

    -tratamento, utilizado somente para remover a dureza da gua atravs do uso de

    CaO, no removendo contaminantes crticos.A alternativa B a correta, pois indica a combinao de filtrao e osmose

    reversa. A filtrao uma etapa de pr-tratamento e consiste em membranas micro-

    porosas que possuem a propriedade de reter praticamente todos os slidos em

    suspenso, protegendo as etapas subsequentes de entupimento, etapa essencial

    para que possa ser utilizada a osmose reversa. Remove ainda os traos de partculas

    coloidais, fragmentos de resinas, finos de carvo e micro-organismos, mas no

    remove pirognios, slidos ionizados dissolvidos, gases ionizados dissolvidos emateriais orgnicos dissolvidos. A osmose reversa a escolha ideal para tratamento

    da gua, pois tem a capacidade de remover um amplo espectro de contaminantes

    em um nico passo de purificao. As membranas de osmose reversa podem rejeitar

    praticamente todas as partculas como material particulado, pirognios, micro-

    organismos, material orgnico dissolvido, material inorgnico dissolvido e material

    insolvel. A osmose natural ocorre quando solues com diferentes concentraes

    so separadas por uma membrana semipermevel. A presso osmtica direciona a

    gua atravs da membrana para diluir a soluo mais concentrada para obter um

    equilbrio. Se uma presso hidrulica suficiente for aplicada soluo concentrada

    para sobrepujar a presso osmtica, a gua pura ir deixar a soluo concentrada e

    coletada depois da membrana, como gua permeada purificada. A osmose reversa

    tambm envolve um processo de excluso inica; somente o solvente pode passar

    atravs da membrana semipermevel, enquanto virtualmente todas as molculas

    dissolvidas, incluindo sais e acares, so retidas.

    A alternativa C sugere a troca inica como pr-tratamento e destilao como

    tratamento. A troca inica uma reao qumica reversvel atravs de substncias

    polimricas insolveis em gua que tem uma alta capacidade de trocar ons

    dissolvidos na gua. No tratamento da gua pode ser utilizada para remoo da

    dureza somente (abrandamento), remoo da dureza e alcalinidade e

    desmineralizao. A destilao um processo no qual a gua aquecida at

    evaporar e seu vapor recolhido e condensado. Dependendo do projeto do

    equipamento, a gua destilada sair com baixa contaminao microbiolgica,

    quando recm destilada. Contudo, ela se recontamina dependendo da maneira de

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    14 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    armazen-la. Alm disso, impurezas como CO2, slica, amnia e uma variedade de

    compostos orgnicos so carregados para o destilador. Portanto, a combinao dos

    dois tratamentos no ideal. No que se refere a alternativa D, esta idem a C.Na alternativa E a destilao no pode ser utilizada como pr-tratamento, pois

    esta no remove slidos em suspenso. Como j foi falado anteriormente, para

    utilizar a osmose reversa necessrio que haja a remoo dos slidos para que no

    ocorra o entupimento dos cilindros contendo as membranas. Para isso, uma etapa

    de pr-tratamento como a filtrao seria adequada.

    Referncias

    1. Brasil. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n. 67, de 8 deoutubro de 2007. Dirio Oficial da Unio. Seo I, Braslia.

    2. Macedo JNB. guas & guas. 3 ed. Belo Horizonte, 2007.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 15

    QUESTO 13

    As endonucleases de restrio so enzimas que reconhecem uma seqncia

    especfica de nucleotdeos do DNA e o digerem (cortam) num ponto determinado. O

    emprego dessas enzimas no diagnstico de doenas infecciosas, neoplsicas e

    hereditrias vem crescendo dia-a-dia, e est preconizado em alguns programas de

    sade pblica do Governo Federal.

    O esquema abaixo mostra a seqncia de bases reconhecida pela enzima Dde I,

    seu ponto de corte (representado pela seta) e dois fragmentos de DNA a serem

    examinados.

    CT NAG seqncia reconhecida pela Dde I (N= nucleotdeo qualquer)

    Fragmento A= ...ACT CCT GAG GAG ... + Dde I

    Fragmento S= ...ACT CCT GTG GAG ... + Dde I

    Considerando a especificidade da enzima e os fragmentos em estudo, e sabendo

    que o fragmento A o normal e o fragmento S representa uma mutao, qual a

    representao do resultado da corrida eletrofortica dos fragmentos resultantes dadigesto do DNA de um indivduo normal e de um homozigoto doente?

    (A) Normal = 1 banda; doente = 1 banda.

    (B) Normal = 1 banda; doente = 2 bandas.

    (C) Normal = 2 bandas; doente = 1 banda.

    (D) Normal = 2 bandas; doente = 2 bandas.

    (E) No possvel diferenciar a mutao nestes fragmentos.

    Gabarito: C

    Autora: Prof. Dr. Virgnia Mingheli Schmitt

    Comentrio:

    As enzimas de restrio so classificadas como endonucleases porque

    digerem internamente a molcula de DNA, rompendo as ligaes fosfodiester que

    unem os nucleotdeos em um local especfico, o chamado stio de restrio da

    enzima. Essa digesto gera fragmentos de DNA que so sempre menores do que otamanho inicial da molcula, antes da digesto.

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    16 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    Cada enzima de restrio reconhece uma sequncia de nucleotdeos

    especfica, o seu stio de restrio. Se um nico nucleotdeo alterado nessa

    sequncia, esta no mais reconhecida pela enzima, e no mais acontece adigesto do DNA nesse local.

    Atualmente muitos polimorfismos de um nico nucleotdeo (SNP do ingls

    Single Nucleotide Polymorphism) tm sido identificados no genoma humano. SNPs

    so substituies de um nico nucleotdeo em toda a sequncia de um gene,

    caracterizando as variantes allicas do gene. Diversas SNPs tem sido apontadas

    como fatores predisponentes para algumas alteraes fisiolgicas, como problemas

    cardiovasculares, sndrome metablica, ou mesmo doenas graves, como o cncer.No caso de alguns agentes infecciosos, as diferenas entre espcies, tipos ou

    subtipos tambm esto associadas a substituies de um nico nucleotdeo no

    genoma do micro-organismo.

    Nos casos em que as SNPs geram ou destroem o stio de restrio

    reconhecido por uma enzima, possvel amplificar a regio de DNA na qual se

    encontra a SNP atravs da reao em cadeia da polimerase (PCR), seguindo a

    incubao com a enzima de restrio especfica, o que permite identificar a variante

    allica do gene em estudo ou a espcie/tipo/subtipo do agente infeccioso em estudo.

    A questo comenta sobre nucleotdeos do DNA. O mais correto seria falar

    de desoxiribonucleotdeos do DNA, pois esses so os verdadeiros componentes do

    DNA. Os componentes do RNA so os ribonucleotdeos. Mas, de forma genrica,

    desoxiribonucleotdeos e ribonucleotdeos podem ser referidos como nucleotdeos.

    A enzima de restrio apresentada a Dde I, que reconhece o stio de

    restrio CTNAG, em que N representa qualquer nucleotdeo (ou seja, a enzima

    reconhecer a sequncia e digerir quando nessa posio for encontrado um A, C,

    G ou T) e a seta vertical, o ponto em que ser rompida a ligao fosfodiester entre

    os nucleotdeos T e N.

    As sequncias dos fragmentos so:

    Fragmento A: 5 ... ACT CCT GAG GAG ... 3 Normal

    Fragmento S: 5 ... ACT CCT GTG GAG ... 3 Mutao (associado doena)

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 17

    A mutao a substituio de um A (no alelo que gera o fragmento A) por

    um T (no alelo que gera o fragmento S).

    Portanto, a enzima de restrio Dde I ir reconhecer e digerir a varianteallica que corresponde ao fragmento A (normal), pois ali se encontra a sequncia

    referente ao stio de restrio da enzima: 5 ... ACT CCT GAG GAG ... 3, em que N

    aqui uma guanidina (G).

    Quando, aps a digesto com a enzima de restrio, for realizada uma

    eletroforese, para o fragmento S ser observado somente um fragmento (pois no

    ocorreu digesto, uma vez que o stio da enzima no est presente nessa

    sequncia) e para o fragmento A, sero observados dois fragmentos (pois existia ostio de restrio, foi reconhecido pela enzima, e ocorreu digesto).

    Considerando que um indivduo normal seja homozigoto para o fragmento

    A (normal), sero observados dois fragmentos, pois os dois alelos desse

    indivduo originam o fragmento A. No caso do indivduo homozigoto doente, se

    observar somente um fragmento, pois os dois alelos so referentes ao

    fragmento S. No est especificado claramente que a mutao estaria associada

    doena, mas fica subentendido.

    Portanto, a resposta correta seria a letra (C). Entretanto, pode ainda ser feita

    uma considerao sobre a manifestao da doena, se recessiva ou dominante. No

    caso de ser uma doena recessiva, existiria tambm a possibilidade de um indivduo

    heterozigoto normal, ou seja, um alelo geraria o fragmento A e o outro, o fragmento

    S. Assim, aps a eletroforese, seriam observados trs fragmentos: os dois

    fragmentos resultantes da digesto do fragmento A e o fragmento S ntegro (no

    digerido). Como a caracterstica de manifestao da doena no foi especificada no

    enunciado da questo 13, considera-se que o indivduo normal seja homozigoto para

    a variante allica normal, representada somente pelo fragmento A.

    Referncias

    1. Rosseti ML et al. Doenas Infecciosas: diagnstico molecular.Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2006.

    2. Thompson & Thompson. Gentica Mdica. cap. 6. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1993.

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    18 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 14

    Uma indstria detentora da patente de um antiinflamatrio desenvolveu

    recentemente um pr-frmaco a partir da molcula do antiinflamatrio anteriormente

    patenteado. Sabendo que, por definio, um pr-frmaco um composto que requer

    biotransformao metablica depois da administrao, para produzir o composto

    farmacologicamente ativo desejado preciso considerar que

    I - para garantir a inovao e os direitos sobre o produto, a indstria precisarpatentear o desenvolvimento do pr-frmaco;

    II - para fins de registro junto ao Ministrio da Sade a forma farmacuticacontendo o pr-farmaco ter de ser submetida a todas as etapas de registro deum novo medicamento lanado no mercado;

    III - dependendo da velocidade metablica de converso de um pr-frmaco emfrmaco ativo, ela pode ser til para proporcionar liberao prolongada,aumentando a sua atividade teraputica;

    IV - por tratar-se de um pr-frmaco de uma molcula j submetida a registro e naqual foi mantida a mesma forma farmacutica, sero necessrias, para fins deregistro, as avaliaes de liberao, biodisponibilidade, estabilidade etoxicolgicas.

    Esto corretas, apenas, as afirmativas(A) I e III.

    (B) I e V.

    (C) II e III.

    (D) I, II e IV.

    (E) I, III e IV.

    Gabarito: E

    Autoras: Prof. Dr. Flavia V. Thiesen, Prof. Me. Aline R. Zimmer, Acad. Laura S.Marder

    Comentrio:

    Alternativa I: Correta, pois, mesmo sendo um pr-frmaco e o modo de ao

    da molcula anti-inflamatria ser conhecido, houve uma inovao. O fato de ser um

    pr-frmaco, faz com que fatores como solubilidade, biodisponibilidade, toxicidade e

    margem de ao teraputica se modifiquem quando comparados aos fatores dofrmaco j registrado.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 19

    Alternativa II: Para fins de registro junto ao Ministrio da Sade a forma

    farmacutica contendo o pr-frmaco considerada medicamento novo. O termo

    medicamento novo, sem outra adjetivao, , na prtica, utilizado para se referir amedicamentos novos com princpios ativos sintticos e semissintticos, associados

    ou no, que so os avaliados pela GEPEC. Quando se utiliza o termo medicamento

    novo sem outro complemento no se est referindo, portanto, a produtos biolgicos,

    fitoterpicos, homeopticos, medicamentos ditos especficos, medicamentos

    isentos de registro, e nem tampouco a cpias (genricos e similares). (1) No entanto,

    por se tratar de pr-frmaco, a anlise do perfil de eficcia poder ser mais simples,

    ao contrrio da anlise do perfil de segurana e dos ensaios pr-clnicos.Alternativa III: Correta. O incio de ao ir depender da velocidade metablica

    para converso do pr-frmaco em frmaco ativo, pois, se a velocidade de converso

    do pr-frmaco a frmaco ativo for lenta, a disponibilizao do frmaco ativo para o

    organismo ocorrer lentamente. Um pr-frmaco frequentemente desenvolvido de

    forma intencional para superar problemas inerentes ao frmaco ativo, tais como

    absoro oral baixa ou varivel. (2) Os pr-frmacos clssicos promovem a melhoria

    da atividade teraputica por aumento da biodisponibilidade, diminuio da toxicidade,

    prolongamento da ao e/ou aumento da seletividade, mediante a escolha de um

    transportador adequado, geralmente de carter lipoflico. Esses pr-frmacos so

    menos ativos ou inativos quando comparados matriz e devem sofrer reao

    hidroltica para liberar a poro ativa. (3).

    Alternativa IV: Correta. O fato de ser um pr-frmaco deve ter provocado

    alteraes na liberao do princpio ativo, sua biodisponibilidade e estabilidade.

    Tambm necessrio realizar avaliao de toxicidade do pr-frmaco, uma vez que

    se trata de substncia diferente da original.

    Referncias

    1. Chung MC, Ferreira EI. O processo de latenciao no planejamento defrmacos.Qum. Nova, v. 22, n. 1. So Paulo: feb. 1999.

    2. Tozer TN, Rowland M. Introduo Farmacocintica e Farmacodinmica. Asbases quantitativas da terapia farmacolgica. Porto Alegre: Artmed, 2009.

    3. Disponvel em:

    http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/registro_novos.htm.Acessado em20/7/2010.

    http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/especificos.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/registro_novos.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/registro_novos.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/especificos.htm
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    20 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 15

    Um farmacutico hospitalar que acumula a funo de gestor da assistncia

    farmacutica no hospital, tem autonomia para padronizar em conjunto com aComisso de Farmcia e Teraputica do hospital, o medicamento que considerar

    mais eficaz para determinado tratamento. O processo de seleo dos medicamentos

    dever basear-se em estudos cientficos de eficcia clnica e segurana, bem como

    em levantamento epidemiolgicos e econmicos, ponderando sobre o custo final do

    tratamento farmacolgico a ser padronizado e considerando, inclusive, a

    dispensao e a administrao dos medicamentos. Nesse contexto, analise a tabela

    abaixo que apresenta um estudo de seleo de dois antibiticos.

    Item de custo Antibitico A Antibitico B

    Eficcia do tratamento 90% 90%

    Tempo de internao 5 dias 7 dias

    Tempo de tratamento 5 dias 7 dias

    Preo de cada ampola R$ 40,00 R$ 50,00

    Posologia 1 ampola cada 4 horas 1 ampola cada 12 horas

    Custo de internao R$ 100,00/dia R$ 100,00 /dia

    Custos da aplicao R$ 10,00 cada aplicao R$ 10,00 cada aplicao

    Tendo em vista os dados apresentados na tabela acima, pode-se concluir que:

    I - o medicamento a ser padronizado deve ser o antibitico A, pois apresentamenor custo da ampola e menor tempo de tratamento e de internao,proporcionando um custo final inferior quando comparado ao antibitico B;

    II - apesar de o custo da ampola do antibitico B ser maior que o do antibiticoA, o Farmacutico hospitalar pode optar por padroniz-lo, pois elerepresentar, no custo final do tratamento, uma economia de R$ 460,00 porpaciente para o hospital;

    III - embora a opo mais econmica seja a padronizao do antibitico B, parautilizar esse medicamento o paciente deve permanecer internado por sete dias,o que pode ser problemtico num municpio que apresenta problema denmero de leitos, fazendo com que o farmacutico opte corretamente pelapadronizao do antibitico A;

    IV - o antibitico A deveria ser padronizado nesse hospital, pois a eficcia do

    tratamento e o custo do medicamento so semelhantes entre as opesdisponveis, porm o custo unitrio da ampola do antibitico A menor que odo antibitico B.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 21

    Esto corretas, somente, as afirmaes

    (A) I e II.

    (B) I e IV.

    (C) II e III.

    (D) II e IV.

    (E) III e IV.

    Gabarito: C

    Autora: Prof. Dr. Maria Cristina Werlang

    Comentrio:

    Ao analisar as duas opes de antibioticoterapia, o farmacutico ir

    empregar, na sua prtica hospitalar, a farmacoeconomia como instrumento auxiliar

    para a deciso da melhor opo teraputica a ser padronizada. Os elementos-chave

    da farmacoeconomia so os custos (recursos consumidos para produzir e distribuir a

    terapia) e as consequncias negativas (resultados indesejveis como efeitos

    adversos, tempo de internao) e positivas (resultados desejveis) da terapia com

    medicamentos. Assim, a anlise farmacoeconmica implica, necessariamente, oestudo do custo total e da qualidade do tratamento, desse modo, a anlise isolada

    pode levar a concluses enganosas. Para tanto, a farmacoeconomia utiliza quatro

    tipos de anlises: anlise de minimizao de custos (AMC), anlise custo-benefcio

    (ACB), anlise custo-efetividade (ACE), e anlise custo-utilidade (ACU), de acordo

    com o que se pretende comparar.

    Ao comparar as duas opes de antibioticoterapia, A e B, o farmacutico ir

    empregar uma AMC, a qual empregada na comparao de duas ou mais opesteraputicas cujos efeitos so absolutamente semelhantes. Nesse caso, tanto os

    antibiticos A como B, representam 90% de eficcia. Entretanto, h que se levar em

    conta, tanto os custos diretos como os indiretos que possam estar envolvidos com

    determinada opo teraputica.

    A opo pelo antibitico A representa um custo de tratamento de R$ 2.000,00,

    enquanto que ao optar pelo antibitico B o custo do tratamento, de acordo com os

    dados fornecidos, ser de R$ 1.540,00.

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    22 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    A alternativa I sugere que o antibitico A apresenta um custo final inferior, o

    que no se pode afirmar, pois alm dos custos diretos serem superiores, no foram

    apresentados dados para o clculos dos custos indiretos relativos ao maior tempode internao. Portanto, essa alternativa est incorreta.

    A alternativa II est correta, pois de fato, ao optar pelo antibitico B, haver

    uma economia de R$ 460,00 ao ser comparado com o valor do tratamento do

    antibitico A, ou seja, o profissional poder padroniz-lo sim: mesma eficcia com

    menor custo.

    Contudo, a alternativa III tambm est correta, pois embora o antibitico B

    represente um custo de tratamento inferior, incidir num maior tempo de internaohospitalar, dificultando a disponibilidade de leitos para o municpio.

    Por fim, a alternativa IV tambm est incorreta uma vez que leva em conta

    apenas o valor unitrio da ampola, dentre os custos a serem comparados.

    Porm, cabe ressaltar que esta uma questo que suscita crticas, pois ao

    considerar correta a alternativa II, que sugere a opo pelo antibitico B, no esto

    sendo considerados outros custos que iro acarretar o aumento do tempo de

    internao hospitalar pelo paciente, e que envolve gastos ligados s atividades de

    infraestrutura e de apoio, alm dos servios da equipe de sade por mais dois dias

    de internao e tambm do risco que representa ao paciente permanecer por mais

    tempo no hospital. Ou seja, o clculo que refere a economia de R$ 460,00 referente

    a opo pelo antibitico B, no levou em conta todos os custos indiretos referentes

    ao maior tempo de internao hospitalar.

    Referncias

    1. Maia NJ. Farmcia hospitalar: e suas interfaces com a sade. So Paulo: RX.2005. 315 p.

    2. Storpirtis S. Farmcia Clnica e Ateno Farmacutica. 1 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2008.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 23

    QUESTO 16

    A Organizao Mundial da Sade (OMS) publicou um documento em 1998

    avaliando as condies da populao mundial com relao ao acesso e utilizao

    dos medicamentos. Esse documento apresentava as seguintes informaes:

    - 33% da populao no tm acesso aos medicamentos essenciais;

    - nos pases em desenvolvimento, 50% a 90% dos medicamentos dispensados

    so pagos pelo prprio usurio;

    - cerca de 40 milhes de mortes anuais nos pases em desenvolvimento so

    provocadas por pneumonia, malria, tuberculose e outras doenas, contra as

    quais existem vacinas e medicamentos eficazes;- 75% dos antibiticos so prescritos inadequadamente;

    - apenas 50% dos pacientes so aderentes ao tratamento;

    - 10% a 20% dos medicamentos comercializados so reprovados em provas de

    controle de qualidade.

    Analisando as informaes acima, e utilizando seus conhecimentos sobre a poltica

    de acesso a medicamentos nos diversos pases, assinale a afirmativa correta.

    (A) A racionalidade e a gesto de recursos financeiros nos sistemas de sade sopreocupaes predominantes nos pases em desenvolvimento, principalmentena Amrica Latina, pois nesses pases a demanda crescente e os recursosso sempre finitos.

    (B) O desenvolvimento de uma Ateno Farmacutica de qualidade, comprofissionais farmacuticos preparados para o servio pblico de sade, podemelhorar todos os parmetros apresentados acima, melhorando tambm aqualidade de sade de toda a populao mundial.

    (C) A implantao e a implementao dos medicamentos genricos podemcontribuir para a reduo dos preos e favorecer o acesso aos medicamentos,inclusive pela populao de renda familiar baixa, geralmente excluda doSistema de Sade.

    (D) Os pases menos desenvolvidos, alm de aumentar e racionalizar osrecursos, precisam investir em treinamento e reciclagem dos profissionais desade, implementando Polticas Nacionais de Medicamentos que garantamproduo, acesso, seleo, aquisio a preos acessveis e utilizao racionaldos medicamentos.

    (E) Os resultados apresentados demonstram que os pases necessitam aumentaros investimentos em sade, aplicando esses montantes basicamente na

    aquisio de medicamentos de qualidade e segurana comprovadas efavorecendo o acesso da populao a eles.

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    24 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    Gabarito: D

    Autores: Farm. Res. Bruno Simas da Rocha, Farm. Res. Maria Elisa Ribeiro Duarte

    Comentrio:

    A questo 16 trabalha com os temas Polticas de Acesso a Medicamentos

    e como os recursos esto sendo utilizados no setor da Assistncia Farmacutica

    frente aos medicamentos essenciais. O documento da OMS em questo O

    acesso aos medicamentos, disponvel em: http://www.onu-

    brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdf.

    Quanto relao entre as afirmativas do texto, no enunciado da questo e

    as alternativas:

    A alternativa A incorreta, pois atualmente a racionalidade e gesto de recursos

    financeiros no so as preocupaes predominantes nos pases em desenvolvimento,

    pois estes ainda esto implementando as Polticas de Medicamentos e os recursos

    ainda esto direcionados assistncia mdica e hospitalar.

    A alternativa B incorreta, pois segundo o conceito de Ateno Farmacutica,

    essa a interao direta do farmacutico com o paciente na preveno, deteco e

    resoluo de problemas relacionados a medicamentos. Esse modelo uma prtica

    farmacutica desenvolvido no contexto da Assistncia Farmacutica e, por esse

    motivo, o conceito de Ateno Farmacutica pode ser facilmente confundido com o

    de Assistncia Farmacutica, que representa o grupo de atividades relacionadas

    com o medicamento, destinadas a apoiar as aes de sade demandadas por uma

    comunidade, e tem como propsito garantir a necessria segurana, eficcia e

    qualidade desses produtos, a promoo do uso racional e o acesso da populao

    queles considerados. Diversos fatores podem melhorar os parmetros, alm de

    uma melhor Assistncia e Ateno Farmacutica. A qualidade de vida tambm tem

    um conceito amplo, e no pode ser resumida ao acesso de medicamentos e

    melhores servios farmacuticos.

    A alternativa C tambm incorreta, pois a implantao e implementao dos

    medicamentos genricos tm um impacto em toda a populao, no somente na de

    baixa renda e os Sistemas de Sade, principalmente aps a declarao de alma,

    esto sofrendo reformas para seguirem princpios como os de universalidade,equidade e gratuidade.

    http://www.onu-brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdfhttp://www.onu-brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdfhttp://www.onu-brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdfhttp://www.onu-brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdfhttp://www.onu-brasil.org.br/doc/34_O%20acesso%20aos%20medicame.pdf
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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 25

    A alternativa D a correta, pois em pases com menos recursos a serem

    utilizados, devem distribu-los de uma forma racional, seja diretamente nos

    medicamentos (atravs das polticas de medicamentos) e na capacitao dosprofissionais para tal.

    A alternativa E est equivocada quando afirma que os pases necessitam

    aumentar os investimentos em sade somente na aquisio de medicamentos. Na

    verdade os investimentos devem ser aumentados nas diversas reas, evolvendo a

    sade, afinal o medicamento s uma das ferramentas passveis de serem

    utilizadas para tratar as enfermidades. Atualmente os investimentos esto

    aumentando principalmente na ateno primria, na qual ocorre o primeiro contatodos indivduos com os servios de sade.

    Referncias

    1. Brasil. Ministrio da Sade, Conselho Nacional de Sade. Resoluo338/MS/CNS de 6 de maio de 2004 Aprova a Poltica Nacional de AssistnciaFarmacutica. Braslia. Ministrio da Sade. 2004.

    2. Consenso Brasileiro de Ateno Farmacutica: proposta Braslia: OrganizaoPan-Americana da Sade, 2002. 24 p.

    3. Machline C. A assistncia Sade no Brasil. In: Storpirtis S et al. Farmciaclnica e ateno farmacutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

    4. Marin N.(org.) Assistncia Farmacutica para Gestores Municipais de Sade.Rio de Janeiro: Opas/OMS, 2003.

    5. Marques DC, Jeremias SA. Uma carncia do Sistema nico de Sade (SUS): aassistncia farmacutica ntegra. In: Storpirtis S et al. Farmcia clnica e atenofarmacutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

    6. Starfield B. Ateno primria: equilbrio entre necessidades de sade, servios etecnologia. Braslia: Unesco, Ministrio da Sade, 2002. Disponvel em:

    http://unesdoc.unesco.org/ulis/cgi-bin/ulis.pl?catno=130805&set=4BBCA640_1_386&gp=1&mode=e&lin=1&ll=1Acesso: 16/4/2010

    http://unesdoc.unesco.org/ulis/cgi-bin/ulis.pl?catno=130805&set=4BBCA640_1_386&gp=1&mode=e&lin=1&ll=1http://unesdoc.unesco.org/ulis/cgi-bin/ulis.pl?catno=130805&set=4BBCA640_1_386&gp=1&mode=e&lin=1&ll=1http://unesdoc.unesco.org/ulis/cgi-bin/ulis.pl?catno=130805&set=4BBCA640_1_386&gp=1&mode=e&lin=1&ll=1http://unesdoc.unesco.org/ulis/cgi-bin/ulis.pl?catno=130805&set=4BBCA640_1_386&gp=1&mode=e&lin=1&ll=1
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    26 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 17

    cidos cinmicos hidroxilados, como o cido 4-cumrico e o cido ferlico, so

    importantes agentes antioxidantes. Eles podem ser obtidos por degradao

    enzimtica de ligninas de madeira e o curso do processo pode ser monitorado por

    cromatografia lquida de alta eficincia (CLAE), usando coluna de fase reversa

    (octadecilsilano) de forma a garantir a qualidade dos mesmos. Durante o teste de um

    novo processo, visando obteno seletiva de cido ferlico, foi obtido o

    cromatograma 1 aps algumas horas de reao, e as concentraes correspondentes

    aos cidos ferlico e 4-cumrico calculadas a partir da rea de cada um dos picos

    marcados. Em seguida, esta mesma amostra foi co-injetada com uma mistura depadres destes dois cidos nas concentraes de 0,0625 mM (cromatograma 2).

    Observando os cromatogramas e as estruturas dos cidos em questo, considere as

    afirmaes abaixo.

    I - O pico majoritrio, de maior tempo de reteno, corresponde ao cido ferlico,devido sua maior interao com a fase estacionria.

    II - A formao de ligao hidrognio intramolecular leva a uma diminuio dainterao do cido ferlico com a fase estacionria, aumentando seu tempo dereteno.

    III - A concentrao de cido 4-cumrico na amostra injetada de 0,003 mM.

    IV - A co-injeo com padres uma tcnica que assegura a identidade doscompostos nas anlises por CLAE.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 27

    Esto corretas, apenas, as afirmaes

    (A) I e III.

    (B) II e IV.(C) I, II e IV.

    (D) I, III e IV.

    (E) II, III e IV.

    Gabarito:A

    Autor: Prof. Dr. Airton Monza da Silveira

    Comentrio:

    Analisando-se as sentenas de I a IV, pode-se afirmar que:

    O pico majoritrio, de maior tempo de reteno, atribudo substncia que

    sofre maior interao com a fase estacionria (octadecilsilano). As interaes

    predominantes so de natureza hidrofbica devido ao carter apolar da fase

    estacionria, portanto, a molcula com o substituinte -OCH3 possui maior carter

    hidrofbico, interage com maior intensidade, ficando mais tempo retida na coluna.

    Sendo assim, o pico de maior tempo de reteno atribudo ao cido ferlico,

    portanto, est correta a afirmao I.

    A interao intramolecular ocorrida no cido ferlico conduz a uma diminuioda polaridade da substncia, sendo assim a afirmao II est errada, pois h um

    aumento da interao dessa com a fase estacionria.

    A concentrao do cido 4-cumrico realmente de 0,003 mM, pois conforme

    consta no enunciado, ao se realizar a coinjeo dos padres com a amostra obteve-

    -se a concentrao do pico A no valor de 0,0656 mM quando a concentrao do

    padro adicionada foi de 0,0625 mM. Dessa forma, a diferena entre as

    concentraes referente concentrao da substncia, em questo, presente na

    amostra. Portanto, a afirmao III est correta.A coinjeo pode ser uma evidncia da identidade de um produto na amostra,

    entretanto, no definitiva. Apesar de haver a coincidncia dos tempos de reteno

    existe a possibilidade de que no seja a mesma substncia. Sendo assim, a

    afirmao IV no est correta.

    Diante dessas consideraes, est correta a alternativa A, que apresenta as

    afirmaes I e III como corretas.

    Referncia

    1. Collins CH & Braga GL. Introduo a mtodos cromatogrficos. Campinas:Unicamp, 1998. 298p.

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    28 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    QUESTO 18

    Atualmente, um fator que tem dificultado a utilizao racional dos medicamentos no

    pas a questo da judicializao da sade, em que os magistrados obrigam o

    Estado a adquirir medicamentos, essenciais ou no, os quais geralmente no esto

    disponveis em todos os municpios brasileiros. A maioria das aes judiciais

    proveniente de pacientes oriundos do sistema privado de sade. A esse respeito,

    analise as afirmaes a seguir. A sentena judicial, nesses casos, est baseada nos

    princpios da universalidade e integralidade previstos nas Leis Orgnicas do SUS.

    PORQUE

    Segundo os princpios ticos/doutrinrios do SUS e a Constituio Federal de 1988,

    todo cidado brasileiro, ou que est em territrio nacional, tem direito assistncia

    integral sade, inclusive com o fornecimento de medicamentos para a manuteno

    de sua sade ou remisso dos sintomas de uma patologia.

    Analisando as informaes acima, conclui-se que;

    (A) as duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

    (B) as duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda no justifica a primeira.

    (C) a primeira afirmao verdadeira, e a segunda falsa.

    (D) a segunda afirmao verdadeira, e a primeira falsa.

    (E) as duas afirmaes so falsas.

    Gabarito:A

    Autor: Prof. Dr. Natan Estivallet

    Comentrio:

    As sentenas judiciais esto baseadas nos princpios de universalidade (todos

    tm direito sade, independentemente de classe social, de estar ou no vinculado

    ao INSS, cor, crena) e integralidade (a pessoa deve receber no atendimento uma

    ao integrada entre preveno, diagnstico e tratamento para as demandas de sua

    sade). Essas diretrizes esto presentes na Constituio Federal de 1988 (artigo

    196) e na Lei Orgnica do SUS, 8.080/90. E a segunda sentena justifica a primeira

    porque direito de todo o cidado a assistncia integral sua sade, inclusive com

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    o fornecimento de medicamentos para a manuteno de sua sade. Esse aspecto

    est melhor descrito na Portaria 3.916 de 1998 que define a poltica nacional de

    medicamentos. Percebemos que o direito est previsto mesmo para patologias rarascom frmacos caros:

    a) doenas que configuram problemas de sade pblica, queatingem ou pem em risco as coletividades, e cuja estratgia decontrole concentra-se no tratamento de seus portadores; b) doenasconsideradas de carter individual que, a despeito de atingir nmeroreduzido de pessoas, requerem tratamento longo ou at permanente,com o uso de medicamentos de custos elevados; c) doenas cujotratamento envolve o uso de medicamentos no disponveis nomercado.

    As demais alternativas, consequentemente, esto incorretas.

    Referncias

    1. Duncan et al. Medicina Ambulatorial. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

    2. Brasil. Constituio Federal. 1988

    3. Brasil. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispe sobre as condiespara a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e ofuncionamento dos servios correspondentes e d outras providncias. Disponvelemhttp://www.saude.inf.br/legisl/lei8080.htm. Acessado em 17/8/2010

    4. Brasil. Ministrio da Sade. Portaria n 3.916/GM em 30 de outubro de 1998,Dirio Oficial da Unio, n 215-E, Seo 1, p. 18-22, de 10/11/98. Disponvel emhttp://www.crfpa.org.br/legisla/Portarias/001prts06.htm.Acessado em 17/8/2010

    http://www.saude.inf.br/legisl/lei8080.htm.%20Acessado%20emhttp://www.crfpa.org.br/legisla/Portarias/001prts06.htmhttp://www.crfpa.org.br/legisla/Portarias/001prts06.htmhttp://www.saude.inf.br/legisl/lei8080.htm.%20Acessado%20em
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    QUESTO 19

    Os cidos orgnicos presentes em alimentos influenciam o sabor, o odor, a cor, a

    estabilidade e a manuteno da qualidade. A quantificao desses cidos permite,

    por exemplo, verificar o valor nutritivo do alimento, sua deteriorao por bactria, a

    pureza e qualidade de produtos fermentados, etc. Sobre esse tema, considere as

    afirmativas abaixo.

    I - A titulao com indicador a anlise mais comum que determina,quantitativamente, a acidez total por titulao, no sendo eficiente paraamostras coloridas.

    II - A acidez titulvel a quantidade de cido de uma amostra que reage com umabase de concentrao conhecida usando a fenolftalena como indicador.

    III - Titulao com potencimetro usada quando no possvel visualizar o pontode viragem de amostras coloridas com fenolftalena como indicador, como nosuco de uva.

    IV - A reao de NaOH com cido forma on hidroxila, cuja concentrao ser maiorque o on H+ no ponto de equivalncia, logo a soluo resultante ser bsica.

    So corretas as afirmaes

    (A) I e II, apenas.

    (B) I e IV, apenas.

    (C) I, II e III, apenas.

    (D) II, III e IV, apenas.

    (E) I, II, III e IV.

    Gabarito: C

    Autores: Prof. Me. Denise Milo, Prof. Dr. Jos Aparcio Brittes Funck

    Comentrio:

    I comentrio: nas anlises titulomtricas ou titrimtricas o ponto final terico

    ou ponto de equivalncia (ou estequiomtrico) percebido por alguma modificao

    fsica provocada pela prpria soluo padro (por exemplo, uma leve colorao

    rsea quando se titula com permanganato de potssio) ou pela adio de um

    reagente auxiliar que conhecido como indicador. Aps a reao entre a substncia

    que est sendo titulada e o titulante, que a soluo padro, o indicador deve

    provocar uma modificao visual ntida por alterao de cor ou turvao. Logo, a

    titulao com indicador no eficiente para amostras coloridas.

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 31

    II comentrio: a fenolftalena um indicador de neutralizao, ou indicador cido-

    base que muda de cor conforme a concentrao de on hidrognio na soluo.

    utilizada na forma de suas solues alcolicas, e mantm-se incolor em solues cidase torna-se cor-de-rosa em solues bsicas. A fenolftalena o indicador cido-base do

    grupo das ftalenas mais conhecido e sua frmula estrutural dada pela Figura 1.

    O anel quinoide, que confere cor maioria dos compostos orgnicos,

    formado na 2 reao. Em um meio suficientemente bsico a fenolftalena vermelha

    e em um meio neutro ou cido, ela incolor. A fenolftalena um cido fraco e o seu

    valor de pK de 9,6. A sua cor muda a valores de pH entre pH 8,3 e pH 10.

    III comentrio: quando no se dispe de um indicador visual, a percepo do

    ponto de equivalncia pode ser conseguida acompanhando-se o curso da titulaoatravs dos mtodos apresentados a seguir:

    - Titulao potenciontrica: pela medida da diferena de potencial eltrico

    entre um eletrodo indicador e um eletrodo de referncia;

    - Titulao condutimtrica: pela medida da modificao da condutividade

    eltrica da soluo;

    - Titulao amperomtrica: pela medida da corrente que passa pela clula de

    titulao entre um eltrodo indicador e um eletrodo de referncia despolarizado,

    mantido num potencial aplicado;

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    - Titulao espectrofotomtrica: pela medida da variao da absorbncia da

    soluo.

    IV comentrio: a alcalimetria inclui a titulao de cidos livres, ou de cidosformados pela hidrlise de sais de bases fracos por uma base padro. A reao

    envolve a combinao dos ons hidrognio e hidrxido para formar gua. Na

    neutralizao de um cido forte por uma base forte a soluo resultante uma

    soluo de um sal. Nesse caso especfico um sal orgnico.

    Referncias

    1. Vogel AI. Anlise qumica quantitativa. 6 ed.,c2002, LTC, Rio de Janeiro 462 p.

    2. Osawa CC et al. Titulao potenciomtrica aplicada na determinao decidos graxos livres de leos e gorduras comestveis. Qumica Nova, vol.29, n.3, p. 593-599, 2006.

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    QUESTO 20

    O sangue doado sofre um processamento para a obteno dos hemocomponentes.

    Cada um dos hemocomponentes devidamente identificado e permanece em

    quarentena at a concluso dos exames sorolgicos que so obrigatrios e fazem

    parte do processo de controle de qualidade de hemocomponentes preconizado pelo

    Ministrio da Sade.

    Sobre este tema, considere as afirmaes a seguir.

    I - As sorologias para sfilis e Doena de Chagas fazem parte dos testesobrigatrios.

    II - O teste para malria pode ser includo como obrigatrio em reas endmicascom alto risco.

    III - O diagnstico de certeza da Sndrome de Imunodeficincia Adquirida (SIDA) dado pela presena de anticorpos anti-HIV no plasma do doador.

    IV - As sorologias para os vrus HTLV-I/II no fazem parte da rotina sorolgicaobrigatria dos doadores.

    Est certo o que se afirma apenas em

    (A) I e II, somente.

    (B) I e III, somente.

    (C) II e III, somente.

    (D) III e IV, somente.

    (E) I, II, III e IV.

    Gabarito:A

    Autores: Prof. Dr. Ana Lgia Bender, Acad. Ana Luisa Fianco, Acad. Bruna

    Cappellesso, Acad. Patrcia Rodrigues, Acad. Vernika Reisdorfr.

    Comentrio:

    I) As sorologias para sfilis e Doena de Chagas fazem parte dos testes

    obrigatrios.

    So obrigatrios, pois so doenas que podem ser transmitidas atravs do

    sangue contaminado. A doena de Chagas tem o parasita na forma infectante no

    sangue, logo com a transfuso o parasita passa para o sangue do receptor.

    II) O teste para malria pode ser includo como obrigatrio em reasendmicas com alto risco.

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    Em reas endmicas de malria, h alta prevalncia da doena, sendo um

    parasita com ciclo hemtico, h risco de transmisso da malria de forma

    transfusional.III) O diagnstico de certeza da Sndrome de Imunodeficincia Adquirida

    (SIDA) dado pela presena de anticorpos anti-HIV no plasma do doador.

    Errada. A presena de anticorpos anti-HIV indica a probabilidade de contato

    prvio com o vrus HIV e sua confirmao envolvem anlise da presena de

    anticorpos por mtodos diferentes, com confirmao pela tcnica de Western Blot,

    em pelo menos duas amostras sanguneas diferentes. A sndrome da

    imunodeficincia adquirida diagnosticada a partir de indicadores clnicos elaboratoriais como carga viral, nmero de clulas CD4+, entre outros.

    IV)As sorologias para os vrus HTLV-I/II no fazem parte da rotina sorolgica

    obrigatria dos doadores.

    Errada. O teste para vrus HTLV-I/II fazem parte da rotina sorolgica

    obrigatria dos doadores, pois as formas de transmisso desse vrus so atravs de

    transfuso com sangue contaminado, agulhas contaminadas, sexualmente,

    transplacentria, amamentao e canal de parto.

    Referncia

    1. Resoluo - RDC 153 de 14 de junho de 2004. Determina o RegulamentoTcnico para os procedimentos hemoterpicos, incluindo a coleta, o processamento,a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o usohumano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso,do cordoumbilical, da placenta e da medula ssea. Disponvel em http://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662[Acesso em 8 de outubro de 2008 s 14h41min

    ]

    http://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41minhttp://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=11662%20%5bAcesso%20em%208%20de%20outubro%20de%202008%20%C3%A0s%2014h41min
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    QUESTO 21

    O grfico abaixo mostra quatro estgios (A, B, C e D) de um processo ou situao

    estatisticamente controlada por um Farmacutico. Para cada estgio, o nvel de

    qualidade refletido pelo valor mdio X e a variabilidade inerente demonstrada

    pela faixa R do grfico. Considerando as condies ilustradas, pode-se concluir que:

    (A) no estgio A, a variabilidade inerente permanece essencialmente constante,

    mas o nvel de qualidade desvia de tempos em tempos.(B) no estgio B, o processo ocorre sob condio ideal de controle de qualidade.

    (C) no estgio B, ambos os nveis qualidade e variabilidade inerente sofremoscilaes.

    (D) no estgio C, o nvel de qualidade permanece essencialmente constante, mas avariabilidade se altera de tempos em tempos.

    (E) nos estgios C e D, a falta de controle pode ser claramente observado.

    Gabarito:A

    Autora: Prof. Dr. Myriam Perrenoud

    Comentrio:

    Um processo ou uma situao estatisticamente controlada por um

    farmacutico, pressupe que o erro aleatrio e o erro sistemtico se encontram

    dentro dos limites aceitveis para cada processo ou situao que necessite de

    controle estatstico da qualidade. A variabilidade aceitvel que no se considera

    erro, representa os limites de impreciso que fazem parte do mtodo ou processo(inerente a eles). Ao se avaliar cada etapa demonstrada de A a D, deve-se observar

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    a largura da curva (faixa R) que nos mostra o grau de impreciso (variabilidade ou

    reprodutibilidade) do que est sendo analisado (processo ou situao

    estatisticamente controlada) e a distncia entre as mdias das curvas de distribuioem cada estgio, que demonstram se houve perda do nvel da qualidade (presena

    de erro sistemtico).

    A resposta correta A, pois o nvel de qualidade que representa a mdia

    dos valores encontrados no se mantm constante, demonstrando a presena de

    erro sistemtico.

    Resposta B: no estgio B, a mdia de todas as curvas se mantm constante

    (ausncia de erro sistemtico), porm, fica claramente demonstrado pela diferenana largura das curvas, as variaes em relao ao erro aleatrio.

    Resposta C: no estgio B, ocorrem variaes, tanto no erro sistemtico como

    aleatrio, isto , tanto o nvel da qualidade quanto a variabilidade sofrem oscilaes.

    Resposta D: no estgio C, o nvel da qualidade (erro sistemtico) sofre

    oscilaes, demonstrado pela distncia entre as mdias das curvas.

    Resposta E: no estgio C, fica demonstrada a presena de erro aleatrio e

    sistemtico, porm, no estgio D as curvas apresentam uma similaridade na sua

    variabilidade, demonstrando um bom controle do processo.

    Referncias

    1. Motta VT. Gesto da qualidade no laboratrio clnico. 2 ed. Porto Alegre:Mdica Missau, 2001.

    2. Henry JB. Diagnsticos clnicos e tratamento por mtodos laboratoriais. 20ed. So Paulo: Manole, 2008.

    3. Burts T. Fundamentos de qumica clnica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

    2006.

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    QUESTO 22

    A tabela abaixo mostra os resultados da avaliao leucocitria, durante os primeiros

    sete dias de internao, em UTI, de um paciente aps uma grande cirurgia abdominal.

    Aps a avaliao dos resultados e da periodicidade dos exames realizados, qual

    deve ser a recomendao do Farmacutico responsvel pelo laboratrio, como

    participante da equipe multiprofissional de ateno ao paciente?

    (A) No h necessidade de mudar a periodicidade dos exames, pois os resultadosindicam uma diminuio do processo inflamatrio.

    (B) No necessria a realizao de outros exames, pois a diminuio gradativado percentual de linfcitos indica a presena de uma infeco de origem viral.

    (C) No necessria a realizao de outros exames, pois o aumento do nmero deleuccitos corresponde a uma reao de recuperao na qual os neutrfilosestariam envolvidos no processo de cicatrizao.

    (D) Seria recomendvel o exame dirio devido ao aumento do nmero deleuccitos associado ao aumento do percentual de neutrfilos, o que indicauma infeco de origem bacteriana em evoluo.

    (E) Devem ser feitos outros exames, pois os valores apresentados no sosuficientes para qualquer concluso acerca da evoluo do paciente.

    Gabarito: DAutoras: Prof. Dr. Terezinha Paz Munhoz

    Comentrio:a- Os resultados do leucograma so caractersticos de processo infeccioso,

    portanto, no poderia ser considerado como diminuio de um processo

    inflamatrio.

    b- Infeco viral caracterizada pelo aumento de linfcitos.

    c- No ps-operatrio imediato, no primeiro exame, poderia haver um aumento

    reacional dos leuccitos em funo do procedimento cirrgico, portanto,

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    levando a uma resposta inflamatria e consequente aumento de leuccitos

    custa de neutrfilos. Como h exames j no stimo dia, e nmero de

    leuccitos totais e neutrfilos foi crescente, no poderia ser s reacional.d- Resposta Correta. Avaliao diria seria mais indicada para acompanhar a

    evoluo do paciente, uma vez que h um aumento de leuccitos com

    neutrofilia, que caracteriza uma infeco bacteriana.

    No foi descrita a presena de clulas imaturas, que deveriam estar

    presentes com esses nmeros de neutrfilos. Mesmo assim, pelo nmero

    total de leuccitos e a neutrofilia presentes, j pode ser caracterizada a

    infeco bacteriana.e- A resposta anterior j justifica porque essa alternativa est incorreta.

    Referncia

    1. Failace RR. Hemograma. Manual de Interpretao. 4 ed. Porto Alegre: Artmed,2006.

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    QUESTO 23

    Uma das causas mais comuns de diarria em crianas a infeco por Escherichia

    coli, que pode ocorrer em berrios, creches, escolas e instituies de atendimento

    infantil, sendo freqentemente responsvel por surtos endmicos.

    A ateno sade da criana inclui medidas para o diagnstico e a preveno das

    doenas freqentes nessa faixa etria. A(s) recomendao(es) principal(is) para a

    preveno da diarria por Escherichia coli em berrios (so):

    (A) evitar as temperaturas elevadas, se possvel, mantendo o ambiente refrigerado.

    (B) usar a antibioticoterapia em todos os funcionrios que lidam com as crianas.

    (C) usar a antibioticoterapia profiltica em todas as crianas em caso de infeco.

    (D) usar somente leite em p na alimentao das crianas a fim de evitar acontaminao via leite materno.

    (E) lavar rigorosamente as mos e fazer o isolamento dos pacientes com diarria.

    Gabarito: E

    Autores: Prof. Dr. Maria Cristina Werlang e Prof. Dr. Natan Estivallet

    Comentrio:Essa questo contempla contedos importantes da Sade Coletiva e aborda

    conceitos fundamentais sobre antibioticoterapia e profilaxia do contgio de doenas

    infecciosas. Vejamos as alternativas:

    A alternativa A no est correta, pois manter o ambiente refrigerado apenas

    aumentaria a incidncia de patologias respiratrias nos bebs;

    Conforme o que est descrito na alternativa B, que sugere o emprego de

    antimicrobianos em todos os funcionrios que lidam com as crianas, verifica-seuma situao de uso irracional de medicamento, que pode ocasionar o surgimento

    de resistncia bacteriana, pois o emprego dos antimicrobianos prescinde de critrios

    definidos, tanto para tratamento como para situaes profilticas.

    Com relao alternativa C, sabe-se que a profilaxia no caso da Escherichia

    coli reside em evitar-se o contgio, e no usar antibiticos, o que, a exemplo da

    alternativa anterior, poderia ocasionar resistncia bacteriana e alteraes da flora

    dos bebs, tornando-os mais susceptveis a outras infeces.

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    J, a alternativa D, totalmente absurda, segundo as recomendaes da

    Organizao Mundial de Sade. A presena dos anticorpos maternos no leite do

    peito protege o beb (principalmente contra diarreia e pneumonia) e diminui amortalidade infantil, sendo recomendada para todas as mes, exceto aquelas com

    infeco pelo vrus HIV.

    Por fim, a alternativa E est correta. A lavagem de mos a melhor profilaxia

    para as doenas diarreicas e inmeras outras, incluindo as do trato respiratrio

    como a temida gripe A H1N1.

    Referncia

    1. Duncan et al. Medicina Ambulatorial. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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    QUESTO 24

    A linezolida (1) um agente antibacteriano inibidor da biossntese de protenas,

    pertencente classe qumica das oxazolidinonas. A equipe de desenvolvimento de

    frmacos de uma grande empresa farmacutica, visando a desenvolver novos

    anlogos dessa famlia de compostos, props as estruturas 2-4 para

    desenvolvimento. A rota de sntese desses compostos encontra-se descrita abaixo.

    DIPEA: Diisopropiletilamina (base no nucleoflica)

    DMF: Dimetilfomamida (solvente polar aprtico)

    1 (Linezolida): X = C-F, Y = O2: X = C-OCH3, Y = O3: X = C-F, Y = S4: X = N, Y = O

    Com base nessas informaes, pode-se afirmar que so candidatos promissores a

    anlogos da linezolida o composto

    I - 2, j que o grupo metoxila ir mimetizar as propriedades eletrnicas do tomode flor de 1, favorecendo tambm a etapa de sntese de substituionucleoflica aromtica;

    II - 3, sendo que o tomo de enxofre, devido sua maior lipofilicidade, deverproporcionar maior absoro entrica de 3 em relao a 1;

    III - 4, j que o anel piridnico ir mimetizar as propriedades eletrnicas do anelbenznico de 1, favorecendo tambm a etapa de sntese de substituionucleoflica aromtica.

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    Est(o) correta(s), apenas, a(s) afirmao(es)

    (A) I.

    (B) II.(C) III.

    (D) I e II.

    (E) II e III.

    Gabarito: EAutora: Prof. Me. Liamara Andrade

    Comentrio:

    I

    2, j que o grupo metoxila ir mimetizar as propriedades eletrnicas dotomo de flor de 1, favorecendo tambm a etapa de sntese de substituio

    nucleoflica aromtica; Tal afirmao no est correta porque o grupo metoxila, ao

    contrrio do tomo de Flor, ir eliminar a capacidade da molcula de doar eltrons.

    Com isso, no ir favorecer a etapa de sntese de substituio nucleoflica aromtica,

    j que esse tipo de reao precisa de um grupo nuclefilo (grupo doador de eltrons).

    II 3, sendo que o tomo de enxofre, devido sua maior lipofilicidade, dever

    proporcionar maior absoro entrica de 3 em relao a 1; A afirmao II estcorreta, pois o tomo de enxofre ir conferir maior lipofilia ao composto, aumentando

    sua penetrao pelas membranas e consequente, absoro.

    III 4, j que o anel piridnico ir mimetizar as propriedades eletrnicas do anel

    benznico de 1, favorecendo tambm a etapa de sntese de substituio nucleoflica

    aromtica. A afirmao III est correta, pois o anel piridnico, assim como o anel

    benznico ser capaz de doar eltrons, caracterizando ento um nuclefilo, caracterstica

    que se faz necessria para ocorrncia de uma substituio nucleoflica aromtica.

    Diante dessas consideraes, est correta a alternativa E, que apresenta as

    afirmaes II e III, como corretas.

    Referncias

    1. Allinger N. et al. Qumica Orgnica. 2aed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978.

    2. Morrison R. & Boyd R. Qumica Orgnica, 13aed. Lisboa: Fundao CalousteGulbenkian, 1996.

    3. Pinho & Melo TMV. D. Recent Advances on the Synthesis and Reactivity of

    Isaxazoles. Current Organic Chemistry,9,925-958, 2005.4. Solomons TWG. Qumica Orgnica. 6aed., v.1 e 2. Rio de Janeiro: LTC LivrosTcnicos e Cientficos, 1996.

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    QUESTO 25

    Um Farmacutico trabalha numa farmcia comunitria que disponibiliza, para venda

    populao, medicamentos de referncia (inovadores), genricos e similares. Um

    usurio se aproxima do balco, procura o Farmacutico e lhe apresenta uma

    prescrio mdica de maleato de enalapril 10 mg/dia (medicamento de referncia). A

    receita informa que o tratamento foi prescrito por apenas 30 dias, pois, aps esse

    perodo, ser realizada uma nova avaliao clnica. Dessa forma, so oferecidas as

    seguintes opes para o paciente:

    - Medicamento de referncia R$ 38,00 (contendo 30 comprimidos);

    - Medicamento genrico R$ 18,00 (contendo 30 comprimidos).O usurio assusta-se com a diferena de preos entre os dois e questiona sobre a

    qualidade dos medicamentos. Alm disso, fica em dvida se a substituio do

    medicamento legal frente ao Conselho Federal de Farmcia e Agncia Nacional

    de Vigilncia Sanitria (ANVISA). O Farmacutico informa ao usurio que poder

    realizar a intercambialidade do medicamento, atendendo s exigncias legais da

    Resoluo 135 de 29/05/2003, quando, na receita, de prprio punho, o prescritor

    (A) no informar nenhuma restrio substituio desse medicamento dereferncia por um genrico ou similar.

    (B) no informar nenhuma restrio substituio desse medicamento dereferncia por um genrico.

    (C) informar que autoriza a substituio desse medicamento de referncia por umgenrico.

    (D) informar que o medicamento genrico deve ter sido submetido a testes debioequivalncia e biodisponibilidade.

    (E) informar que o medicamento genrico deve ter sido devidamente aprovadopela ANVISA.

    Gabarito: B

    Autores: Prof. Dr. Airton Monza da Silveira, Acad. Fernanda Haar

    Comentrio:

    Essa questo trata de um assunto que suscita dvidas na hora da

    dispensao: que tipo de medicamento pode ser dispensado em substituio quele

    prescrito pelo mdico? Em primeiro lugar, importante conhecer os conceitos

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    44 Maria Cristina Werlang, Flavia Vallado Thiesen, Ana Lgia Bender (Orgs.)

    corretos de alguns termos abordados pela questo. Segundo a ANVISA,

    medicamento genrico

    medicamento similar a um produto de referncia ou inovador, que sepretende ser com este intercambivel, geralmente produzido aps aexpirao ou renncia da proteo patentria ou de outros direitos deexclusividade, comprovada a sua eficcia, segurana e qualidade, edesignado pela DCB ou, na sua ausncia, pela DCI.

    J medicamento de referncia o

    medicamento inovador registrado no rgo federal responsvel pelavigilncia sanitria e comercializado no Pas, cuja eficcia, segurana

    e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao rgofederal competente, por ocasio do registro.

    E, por fim, o medicamento similar

    aquele que contm o mesmo ou os mesmos princpios ativos,apresenta a mesma concentrao, forma farmacutica, via deadministrao, posologia e indicao teraputica, e que equivalenteao medicamento registrado no rgo federal responsvel pelavigilncia sanitria, podendo diferir somente em caractersticasrelativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,

    embalagem, rotulagem, excipientes e veculos, devendo sempre seridentificado por nome comercial ou marca.

    De acordo com a Resoluo RDC n 16, de 02 de maro de 2007 (a qual

    revogou a Resoluo RDC n 135, de 29 de maio de 2003 mencionada no

    enunciado), item 2.1 do inciso VI (anexo I) ser permitida ao profissional

    farmacutico a substituio do medicamento prescrito pelo medicamento genrico

    correspondente, salvo restries expressas pelo profissional prescritor; as restries

    a que se refere o item citado anteriormente deve atender ao disposto no item 1.3 do

    mesmo inciso:

    no caso de o profissional prescritor decidir pela no-intercambialidade de sua prescrio, a manifestao dever serefetuada por item prescrito, de forma clara, legvel e inequvoca,devendo ser feita de prprio punho, no sendo permitidas outrasformas de impresso.

    Ento, analisando as alternativas, a letra A no est correta por referir-se

    substituio do medicamento de referncia por um genrico ou similar e a

    intercambialidade permitida entre os medicamentos genrico e de referncia, no

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 45

    incluindo o medicamento similar. J a alternativa B refere-se ao disposto no item 1.3

    descrito acima, estando correta, visto que o farmacutico poder realizar a

    intercambialidade se o prescritor no informar, na receita, nenhuma restrio.A alternativa C no est prevista em lei, visto que permitida ao farmacutico

    a substituio em questo, no necessitando anuncia do prescritor, caracterizando-

    -a como incorreta.

    A substituio pelo genrico dever pautar-se na relao de medicamentos

    genricos registrados pela ANVISA, e para obteno desse registro, o medicamento

    genrico precisa comprovar sua equivalncia farmacutica e por meio de testes de

    biodisponibilidade e/ou bioequivalncia, garantindo, assim, a intercambialidade, nosendo exigido ao prescritor informar na receita nenhuma dessas informaes,

    caracterizando as alternativas D e E como incorretas.

    Concluindo, faz-se oportuno acrescentar que, segundo o disposto no item 2.4

    do inciso VI (anexo I) da mesma resoluo, dever do profissional farmacutico

    explicar, detalhadamente, a dispensao realizada ao paciente ou usurio, bem

    como fornecer toda a orientao necessria ao consumo racional do medicamento

    genrico, considerando que o medicamento genrico no Pas prioridade da poltica

    de medicamentos do Ministrio da Sade.

    Referncias

    1. Brasil. Ministrio da Sade. Resoluo RDC n. 16, de 02 de maro de 2007.Aprova o Regulamento Tcnico para Medicamentos Genricos, anexo I. Acompanhaesse Regulamento o Anexo II, intitulado "Folha de rosto do processo de registro eps-registro de medicamentos genricos". Dirio Oficial da Unio da RepblicaFederativa do Brasil. Braslia, 05 de maro de 2007.

    2. Brasil. Ministrio da Sade. Resoluo RDC n. 391, de 9 de agosto de 1999 .Aprova o Regulamento Tcnico para Medicamentos Genricos. Dirio Oficial daUnio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, 10 de agosto de 1999.

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    QUESTO 26

    Analise as afirmaes abaixo, sobre a utilizao racional de medicamentos.

    A farmacoepidemiologia, rea do conhecimento composta principalmente por duas

    vertentes que se complementam (farmacovigilncia e estudos de utilizao de

    medicamentos), tendo como objetivo principal analisar e avaliar o impacto dos

    medicamentos sobre as populaes humanas ferramenta fundamental para

    aprimorar a utilizao racional dos medicamentos.

    PORQUE

    O uso racional de medicamentos inclui, entre outros aspectos, a escolha teraputica

    adequada baseada em evidncias clnicas, considerando eficcia, segurana, custo

    e convenincia, alm de dose, administrao, adeso e durao do tratamento

    apropriado ao paciente.

    Analisando as informaes acima, conclui-se que:

    (A) as duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda justifica a primeira;

    (B) as duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda no justifica a primeira;

    (C) a primeira afirmao verdadeira, e a segunda falsa.

    (D) a segunda afirmao verdadeira, e a primeira falsa.(E) as duas afirmaes so falsas.

    Gabarito:A

    Autoras: Prof. Dr. Maria Cristina Werlang, Acad. Fernanda Haar

    Comentrio:

    A farmacoepidemiologia pode ser definida como o estudo da utilizao e dos efeitos

    dos medicamentos em um grande nmero de pessoas. Nesse intuito, utiliza

    conhecimentos da farmacologia e epidemiologia e se organiza em dois grandes

    grupos de aes: a Farmacovigilncia e os Estudos de Utilizao de Medicamentos.

    Tambm denominada ensaios ps-comercializao ou Fase IV, a

    farmacovigilncia a cincia relativa deteco, avaliao, compreenso e preveno

    de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos. Objetiva a

    identificao precoce de reaes adversas, especialmente as desconhecidas ou raras

    no detectadas durante os ensaios clnicos de pr-comercializao devido as suas

    vrias limitaes (nmero restrito de pacientes e excluso dos que apresentam

    contraindicaes como gestantes, idosos, crianas e portadores de outras patologias;

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 47

    dose geralmente fixa e seguimento rigoroso; curta durao; entre outras). Com base

    nessa cincia que a farmacoepidemiologia foi fundada.

    J os estudos de utilizao de medicamentos incluem a comercializao,distribuio, prescrio, dispensao e uso de medicamentos na sociedade, com

    especial destaque sobre as consequncias mdicas, sociais e econmicas. Tais

    estudos, realizados, tanto em pases desenvolvidos como naqueles em

    desenvolvimento, buscam obter informaes com a finalidade de selecionar

    adequadamente os medicamentos para tratamento das doenas prevalentes e

    gastar estritamente o necessrio dos recursos disponveis e promover a adequao

    da prescrio mdica e o uso pelos pacientes com os padres desejados.Resumindo, o objetivo conhecer como os medicamentos esto sendo utilizados

    para aperfeioar o atendimento sade, ou seja, promover o uso racional dos

    medicamentos, com consequente reduo dos gastos. Para esses estudos,

    metodologias especficas foram desenvolvidas.

    Assim, de maneira geral, a farmacoepidemiologia utilizada para garantir a

    vigilncia de drogas na fase de comercializao. Envolve os diversos segmentos

    relacionados comercializao, normatizao e definio de diretrizes para o uso

    racional de medicamentos, estando correta a primeira afirmao.

    A segunda afirmao sintetiza aspectos preconizados pelo uso racional de

    medicamentos que compreende a prescrio apropriada, a disponibilidade oportuna

    e a preos acessveis, a dispensao em condies adequadas e o consumo nas

    doses indicadas, nos intervalos definidos e no perodo de tempo indicado de

    medicamentos eficazes, seguros e de qualidade. O que justifica a primeira

    afirmao, visto que a farmacoepidemiologia fornece subsdios para elaborao de

    estratgias de promoo do uso racional de medicamentos, constituindo uma

    ferramenta importante para tal processo.

    Referncias

    1. Bisson MP. Farmcia Clnica e Ateno Farmacutica. 2 ed. So Paulo:Manole, 2007. 371 p.

    2. Maia Neto J. Farmcia hospitalar: e suas interfaces com a sade. So Paulo:RX, 2005. 315 p.

    3. Storpirtis S. Farmcia Clnica e Ateno Farmacutica. 1 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2008.

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    QUESTO 27

    Segundo a legislao, lingia o produto crneo industrializado obtido de carnes

    de animais de aougue, adicionado ou no de tecidos adiposos, ingredientes,

    embutido em envoltrio natural ou artificial e submetido ao processo tecnolgico

    adequado. Este processo requer adio de sais de cura, recurso que permitir ao

    alimento produzido em escala industrial atingir os parmetros de qualidade sensorial

    sabor, cor, aroma e textura, alm de garantir a preservao do produto. Sais de

    cura, como nitrato e nitrito de sdio e de potssio, so largamente utilizados como

    aditivos alimentares em produtos crneos. Estes sais, alm de conservarem a carne

    contra a deteriorao bacteriana, so fixadores de cor. Devem estar presentes nosalimentos de acordo com as concentraes estabelecidas pelos rgos

    responsveis. Seus efeitos adversos so representados, principalmente, pela

    metamioglobina txica e pela formao de nitrosaminas, de ao carcinognica. Tais

    aditivos devem, portanto, ser submetidos a uma avaliao toxicolgica que:

    (A) possa verificar os efeitos mutagnicos, carcinognicos teratognicos que sode fcil previso, uma vez que geralmente envolvem nveis de exposio muitobaixos por um perodo de tempo curto.

    (B) fornea seu perfil toxicolgico, particularmente com respeito sensibilidadecomparativa entre vrias espcies animais, natureza dos rgos alvos, aometabolismo e capacidade de acmulo no organismo.

    (C) se inicia, normalmente, com a determinao da toxicidade crnica dasubstncia qumica, sendo obtidas informaes preliminares quanto ao nvel dedose que provoca um efeito no animal experimental.

    (D) envolve o estudo de toxicidade aguda, que o efeito produzido pelo aditivo emdoses repetidas, por um longo perodo de tempo, em geral 2/3 da vida daespcie do animal.

    (E) envolve a interpretao dos dados toxicolgicos gerados, identificando-se umadose experimental na qual no tenham sido observados efeitos adversos dasubstncia avaliada sobre a espcie animal mais sensvel.

    Gabarito: B

    Autoras: Prof. Dr. Flvia V. Thiesen, Prof. Me. Aline R. Zimmer, Acad. Laura S.

    Marder

    Comentrio:

    Alternativa A: errada. Testes de carcinogenicidade e teratogenicidade so

    testes demorados e j existem evidncias cientficas suficientes quanto aos efeitos

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    ENADE Comentado 2007: Farmcia 49

    txicos dos nitratos e nitritos, no havendo ento a necessidade de refazer esses

    testes. Um dos motivos de no ser recomendada a repetio de testes de avaliao

    toxicolgica evitar o uso desnecessrio de mais animais de experimentao,devido a questes ticas.

    A avaliao de carcinogenicidade e teratogenicidade envolve grandes

    perod