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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA DISCIPLINA: TEORIAS DA EDUCAÇÃO - 2012.2 Aluno: Rogério Mendes Lopes Autor: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Título: Das teorias tradicionais às teorias críticas Palavras-chave Trecho Comentário Página Currículo e Profissionaliza ção “A existência de teorias sobre o currículo está identificada com a emergência do campo do currículo como um campo profissional, de estudos e pesquisas sobre o currículo.” É cada vez mais evidente a importância de se criar, trabalhar e fortalecer a ideia de currículo no campo educacional. Especialmente na formação do professor. É preciso criar novos cursos sobre currículo. Fortalecer aqueles que já existem. E, repensar o currículo atual que rege a educação brasileira. 21 Educação de massas Educação e “Foram talvez as condições associadas com a institucionalização da educação de massas que permitiram que o campo No momento em que a escola passa a agregar cada vez mais pessoas – alunos, professores, corpo técnico – surge a necessidade de uma 22

Fichamento 1 - Das teorias tradicionais às teorias críticas

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Page 1: Fichamento 1 - Das teorias tradicionais às teorias críticas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁMESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

DISCIPLINA: TEORIAS DA EDUCAÇÃO - 2012.2

Aluno: Rogério Mendes Lopes

Autor: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Título: Das teorias tradicionais às teorias críticas

Palavras-chave Trecho Comentário Página

Currículo e Profissionalização

“A existência de teorias sobre o currículo está identificada com a emergência do campo do currículo como um campo profissional, de estudos e pesquisas sobre o currículo.”

É cada vez mais evidente a importância de se criar, trabalhar e fortalecer a ideia de currículo no campo educacional. Especialmente na formação do professor. É preciso criar novos cursos sobre currículo. Fortalecer aqueles que já existem. E, repensar o currículo atual que rege a educação brasileira.

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Educação de massasEducação e Estudo

científico

“Foram talvez as condições associadas com a institucionalização da educação de massas que permitiram que o campo de estudos do currículo surgisse, [...] condições: [...] burocracia estatal encarregada dos negócios ligados à educação; [...] educação como objeto próprio de estudo científico; a extensão da educação escolarizada em níveis cada vez mais altos a segmentos cada vez maiores da população; [...] manutenção de uma identidade nacional, [...] o processo crescente de industrialização e urbanização.”

No momento em que a escola passa a agregar cada vez mais pessoas – alunos, professores, corpo técnico – surge a necessidade de uma maior organização, estruturação do espaço escolar como um todo. Dentro dessa adaptação, o currículo nasce como guia para melhorar o desempenho do professor e dos alunos.

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The curriculumBobbit

“O livro de Bobbit é escrito num momento [...] em que diferentes forças econômicas, políticas e culturais procuravam moldar os objetivos e as formas da educação de massas de acordo com suas diferentes e particulares visões.”

Para Bobbit, o currículo sofria influência das classes sociais. Cada grupo imprimia sua visão de mundo buscando seus interesses.

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Escola e Empresa “Bobbit propunha que a escola funcionasse da mesma forma que qualquer empresa comercial ou industrial. [...] que o sistema educacional fosse capaz de especificar precisamente que resultados pretendia obter. [...] Na proposta de Bobbit, a educação deveria funcionar de acordo com os princípios da administração científica propostos por Taylor.”

A racionalização do currículo buscava resultados específicos e pré- determinados. A construção do currículo deveria obedecer ao planejamento empresarial, administrativo.Os estudantes devem ser moldados como em uma fábrica, objetivando-se um produto final.

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Currículo e Organização

“Na perspectiva de Bobbit, [...] O currículo é simplesmente uma mecânica. [...] Não é por acaso que o conceito central, nessa perspectiva, é ‘desenvolvimento curricular’”.

O currículo é a especificação precisa de objetivos, procedimentos e métodos para a obtenção de resultados que possam ser precisamente medidos.

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Tyler “o currículo é, [...] uma questão técnica.”“A organização e o desenvolvimento do currículo deve buscar responder, [...] quatro questões básicas: ‘1. que objetivos educacionais deve a escola procurar atingir?; 2. que experiências educacionais podem ser oferecidas que tenham probabilidade de alcançar esses propósitos?; 3. como organizar eficientemente essas experiências educacionais?; 4. como podemos ter certeza de que esses objetivos estão sendo alcançados?’”

A evolução curricular se relaciona especificamente com o crescimento dos estudantes a luz dos objetivos desejados.As decisões acerca dos programas deviam estar baseados no encontro entre os objetivos do programa e seus resultados reais.

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Currículo clássico “É interessante observar que tanto os modelos mais tecnocráticos, como os de Bobbit e Tyler, quanto os modelos mais progressistas de currículo, como o de Dewey, [...] constituíam, [...] uma reação ao currículo clássico, humanista, que havia dominado a educação secundária desde sua institucionalização.”

A ideia de surgimento de novas propostas curriculares está baseada diretamente no combate ao currículo clássico.

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Teorias críticas “As teorias críticas desconfiam do status quo, responsabilizando-o pelas desigualdades e injustiças sociais. As teorias tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação. As teorias críticas são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical. Para as teorias críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.

As teorias críticas se baseiam em ideias como:Ideologia, reprodução cultural e social, poder, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação, libertação, currículo oculto, resistência.

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Louis Althusser “Essencialmente, argumenta Althusser, a permanência da sociedade capitalista depende da reprodução de seus componentes propriamente econômicos (força de trabalho, meios de produção) e da reprodução de seus componentes ideológicos.”[...]“A escola constitui-se num aparelho ideológico central [...] atinge praticamente toda a população por um período prolongado de tempo.”

A escola é um dos principais aparelhos ideológicos, busca saber em que a escola contribui para que a sociedade continue capitalista.

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Pierre Bourdieu e jean-Claude Passeron

“[...] o funcionamento da escola e da cultura através de metáforas econômicas. Nessa análise, a cultura não depende da economia: a cultura funciona como uma economia, como demonstra, por exemplo, a utilização do conceito de ‘capital cultural’.”[...]“A cultura que tem prestígio e valor social é justamente a cultura das classes dominantes: seus valores, seus gostos, seus costumes, seus hábitos, seus modos de se comportar, de agir.”

O currículo se baseia na cultura e na linguagem dominante, transmitido através do código cultural.

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Pierre Bourdieu e jean-Claude Passeron

Pedagogia racional

“[...] é que as crianças das classes tenham uma educação que lhes possibilite ter – na escola – a mesma imersão duradoura na cultura dominante que faz parte – na família – da experiência das crianças das classes dominantes.”

A eficácia do trabalho pedagógico é sempre muito menor nas classes mais baixas porque sendo igualmente capazes, são contudo mais resistentes. Isto porque a cultura dominante tende a achar a cultura dominada como algo de arbitrário e de ilegítimo.

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Movimento de reconceptualização

“[...] ‘movimento de reconceptualização’ [...] a compreensão do currículo como uma atividade meramente técnica e administrativa não se enquadrava muito bem com as teorias sociais de origem sobretudo europeia com as quais elas estavam familiarizadas: a fenomenologia, a hermenêutica, o marxismo, a teoria crítica da Escola de Frankfurt.”

Superação da ideia de currículo limitada ao técnico e administrativo.

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Michael Apple “Apple toma como ponto de partida os elementos centrais da crítica marxista da sociedade. A dinâmica da sociedade capitalista gira em torno da dominação de classe, da dominação dos que detêm o controle da propriedade dos recursos materiais sobre aqueles que possuem apenas sua força de trabalho. [...] Há, pois, uma relação estrutural entre economia e educação, entre economia e cultura. [...] há uma clara conexão entre a forma como a economia está organizada e a forma como o currículo está organizado.”

As formas de seleção, organização e distribuição do conhecimento escolar favorecem determinados interesses.

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