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FILTRAÇÃO GLOMERULAR 1

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 SUMÁRIO 

INTRODUÇÃO 5 

ETAPAS DE FORMAÇÃO DA URINA 5 

FORMAÇÃO DO ULTRAFILTRADO DO PLASMA 6 

Barreira de filtração glomerular 7 

Pressão de ultrafiltração 8 

TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR 9 

REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR 10 

Resistência dos leitos vasculares 10 

Autorregulação renal 11 

Referências 12 

   

 

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 INTRODUÇÃO 

Dentre as diversas funções que os rins             desempenham no organismo humano, a         remoção de produtos metabólicos e de           toxinas do sangue é a responsável por             atribuir a esses órgãos a qualidade de             filtros. Esse processo de limpeza         sanguínea desempenhado pelos rins é         realizado de forma extremamente       cuidadosa para que substâncias       essenciais ao corpo, como células e           proteínas, não sejam removidas do corpo           pela urina, produto final dos processos de             filtração, reabsorção e secreção renais.   A diminuição da filtração glomerular é           acompanhada, portanto, do acúmulo de         substâncias residuais no organismo que         dependem da excreção renal para sua           eliminação, as quais podem causar lesões           a diversos órgãos e sistemas. Dessa           forma, a manutenção de uma membrana           filtrante adequada e um controle eficaz           de pressão e fluxo renais são essenciais             para um processo de filtração glomerular           fisiológico.  

ETAPAS DE FORMAÇÃO DA       URINA  

O processo de formação da urina envolve             uma série de modificações na composição           do filtrado glomerular ao longo dos           túbulos do néfron. O sangue chega ao             néfron a partir da arteríola aferente, a             

qual se ramifica em capilares         glomerulares, formando o glomérulo       renal. Esses capilares se unem         novamente para formar a arteríola         eferente, a qual possui em seu interior um               sangue com composição distinta do         contido na arteríola aferente, devido ao           processo de filtração que ocorre ao nível             dos glomérulos. O produto da filtração           glomerular encaminha-se, então, do       espaço de Bowman para os túbulos do             néfron, local em que ocorrem reabsorção           e secreção de diversas substâncias,         culminando na formação da urina.   

Movimentos dos solutos através do néfron. Imagem adaptada de Fisiologia Humana,

Silverthorn, 7ª Ed. 

 

Os segmentos tubulares finais de         diversos néfrons desembocam, então, em         ductos coletores, de onde a urina           produzida segue para a papila renal e daí               para outros componentes do sistema         

 

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 urinário para ser armazenada pela bexiga           e, posteriormente, excretada. Importante       lembrar que cada porção específica dos           túbulos renais possui características       morfofuncionais distintas intimamente     relacionadas às funções que       desempenham, como reabsorção de       solutos, concentração da urina e controle           fino da excreção de sódio e água.

FORMAÇÃO DO   ULTRAFILTRADO DO PLASMA 

A filtração glomerular ocorre no         corpúsculo renal, o qual é constituído           pelo glomérulo, pelo espaço de Bowman           e pela cápsula de Bowman. A cápsula de               Bowman consiste em uma estrutura         epitelial que circunda o glomérulo, sendo           composto por uma camada visceral e uma             camada parietal. A camada visceral da           cápsula de Bowman, em contato com os             capilares glomerulares, é representada       pelos podócitos, células epiteliais       modificadas. Esses podócitos emitem       prolongamentos denominados pedicelos     e são um dos componentes da barreira de               filtração glomerular. Já a camada parietal           da cápsula continua-se para formar as           células epiteliais dos túbulos renais. O           espaço entre essas camadas é         denominado espaço de Bowman. Além         disso, células mesangiais contráteis       encontram-se em uma região próxima ao           centro glomerular, amparando os       

capilares glomerulares. Essas células são         importantes na regulação do controle da           taxa de filtração glomerular, pois, ao se             contraírem, provocam fechamento de       capilares, diminuindo a área total         disponível para filtração.   

 

Corpúsculo Renal. Imagem adaptada de Fisiologia, Berne & Levy, 6ª Ed. 

A filtração do plasma sanguíneo pelos           glomérulos renais resulta na formação de           um fluido com composição semelhante a           ele em relação a sais e moléculas             orgânicas, porém sem células, sem         proteínas e sem substâncias de alto peso             molecular. Dessa forma, sob o ponto de             vista qualitativo, a filtração glomerular         não é muito diferente da filtração que             ocorre em outros leitos vasculares. Sob o             ponto de vista quantitativo, entretanto, a           filtração dos glomérulos ocorre em taxas           mais elevadas que nos outros capilares.           

 

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 Isso é consequência das maiores forças           de Starling e da maior permeabilidade           dos capilares glomerulares em relação         aos outros capilares sistêmicos.   Em indivíduos saudáveis, chegam aos rins           aproximadamente 600 ml de plasma por           minuto, dos quais são filtrados pelos           glomérulos apenas 20%. Os 80%         restantes seguem para a arteríola         eferente, de onde serão encaminhados         para a circulação sistêmica. Isso resulta           em aproximadamente 180 litros de         plasma filtrados por dia, compreendendo         uma taxa de filtração glomerular de 125             ml/min. Essa alta taxa de filtração é             necessária para que volumes       consideráveis de sangue sejam       depurados por minuto e, portanto,         substâncias nocivas e/ou residuais sejam         eliminadas rapidamente.  

Barreira de filtração glomerular Para que o processo de filtração ocorra de               forma adequada, é necessária uma         membrana filtrante que impeça a         passagem de elementos sanguíneos que         não devem ser excretados de modo           algum, a exemplo de leucócitos, hemácias           e proteínas. Para garantir a retenção           dessas substâncias no sangue, existe         uma barreira de filtração nos glomérulos           constituída por 3 elementos funcionais:  

● Endotélio dos capilares     glomerulares 

● Membrana basal glomerular ● Podócitos 

 O primeiro constituinte da barreira, os           capilares glomerulares, possui     fenestrações de 70 nm que permitem a             passagem livre de água e pequenos           solutos, mas restringem a passagem de           elementos celulares de grande tamanho,         como hemácias e leucócitos. Além disso,           o endotélio desses capilares possuem         glicocálice, composto por     glicosaminoglicanos carregados   negativamente. Isso ajuda a evitar a           filtração de moléculas carregadas       negativamente por eletrorrepulsão com       os componentes do glicocálice.  

 

Componentes da barreira de fltração glomerular. Imagem adaptada de Fisiologia Humana,

Silverthorn, 7ª Ed. 

O segundo constituinte, a membrana         basal glomerular, localiza-se entre o         

 

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 endotélio e os pedicelos, sendo composto           por três camadas: camada delgada         interna, camada espessa e camada         delgada externa. Além dessas camadas, a           membrana basal glomerular possui       moléculas de heparan sulfato em sua           constituição, proteoglicanas carregadas     negativamente. Dessa forma, além de         restringir a passagem de solutos de           tamanho grande a intermediário, ela         limita a passagem de solutos com carga             elétrica negativa, devido à repulsão         elétrica com os seus componentes.  

 Por fim, entre as interdigitações dos           pedicelos dos podócitos, existem fendas         de filtração conectadas por fendas         diafragmáticas, cujos componentes mais       relevantes são as proteínas neph1,         nefrina e podocina. Existem poros nessas           fendas diafragmáticas de tamanho entre         

4 e 14 nm, restringindo ainda mais o               tamanho das moléculas a serem filtradas.           Além disso, glicoproteínas de carga         negativa cobrem os podócitos, as fendas           de filtração e as fendas diafragmáticas,           limitando a passagem de solutos         eletronegativamente carregados.   Compreende-se, então, que a barreira de           filtração glomerular exerce uma       seletividade de filtração por tamanho e           por carga elétrica dos componentes         sanguíneos, sendo mais fácil a filtração           de substâncias com baixo peso molecular           e carga elétrica neutra, positiva ou           levemente negativa.   Pressão de ultrafiltração A filtração glomerular é resultado das           ações das forças de Starling. Assim como             nos capilares sistêmicos, o movimento         dos fluidos através do endotélio capilar é             determinado pelo balanço entre as         pressões hidrostática e oncótica       transcapilares.   A pressão hidrostática do capilar         glomerular favorece a saída de plasma           dos capilares para a cápsula de Bowman,             enquanto a pressão oncótica dos         capilares glomerulares e a pressão         hidrostática da cápsula de Bowman são           contrárias a isso. A pressão oncótica da             cápsula de Bowman não é considerada, já             

 

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 que não há proteínas em quantidade           significativa na cápsula para gerar         pressão oncótica. A pressão de         ultrafiltração, portanto, é determinada       pela força hidrostática resultante menos a           força oncótica resultante.   

 

Forças de Starling envolvidas na filtração glomerular. Imagem adaptada de Fisiologia, Berne

& Levy, 6ª Ed. 

À medida que ocorre a filtração, a pressão               oncótica do capilar glomerular aumenta,         de modo que as forças que se opõem à                 filtração se igualam às que a favorecem.             Além desse ponto de equilíbrio, portanto,           a pressão de ultrafiltração é zero.   Além da pressão de ultrafiltração, a           filtração glomerular depende do       coeficiente de filtração glomerular. Esse         coeficiente é o produto da condutividade           hidráulica do capilar pela superfície         

efetiva disponível, podendo esta ser         alterada pela contração das células         mesangiais. Essas células respondem a         hormônios sistêmicos, como a       angiotensina II e arginina vasopressina,         envolvidos na regulação da pressão e do             volume circulante.   

TAXA DE FILTRAÇÃO     GLOMERULAR 

Uma substância que fosse livremente         filtrada pelos glomérulos, mas não fosse           secretada, reabsorvida, sintetizada,     degradada ou acumulada pelos túbulos,         seria ideal para medir a taxa de filtração               glomerular (TFG), já que tudo que fosse             filtrado seria excretado de forma         fidedigna na urina. Essa substância ideal           é representada pela inulina, um polímero           da frutose extraído da alcachofra de           Jerusalém. Ela, além dessas       características, é inerte aos rins, não           exercendo nenhuma alteração na função         renal.   A inulina, porém, não é produzida           endogenamente, além de ser uma         substância cara, não sendo, portanto, um           marcador de utilidade clínica para         mensuração da TFG. Por causa disso, na             prática médica utiliza-se a creatinina         como marcador, uma substância       produzida pelo corpo que possui         características semelhantes às da inulina.         

 

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 A creatinina, apesar de ser secretada           pelos rins (o que superestimaria a TFG),             tem sua mensuração sérica também         superestimada, de modo que a depuração           de creatinina calculada se assemelha à de             inulina e, por conseguinte, representa         uma boa estimativa da TFG. A depuração             - ou clearence - de creatinina é calculada               a partir dos valores de creatinina em urina               de 24h e de creatinina em amostra             plasmática.  Como a mensuração da TFG é essencial             para avaliação da função renal, existem           equações utilizadas na prática médica que           estimam a TFG a partir de dados como               idade, creatinina sérica, etnia e sexo, sem             precisar da medida de creatinina obtida           na urina de 24h. São elas:   

● Equação de Cockcroft-Gault ● MDRD ● CKD-EPI 

 Ademais, é importante ressaltar que a           taxa de filtração glomerular varia com a             idade, com o sexo, etnia e superfície             corporal. Indivíduos do sexo feminino         possuem taxa de filtração inferior a de             indivíduos do sexo masculino da mesma           idade e com a mesma superfície corporal.             É fisiológico, ainda, a redução da taxa de               filtração com o avançar da idade, não             

sendo, necessariamente, manifestação de       alguma doença renal.  

REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO     GLOMERULAR 

Resistência dos leitos vasculares 

O fluxo plasmático glomerular, a pressão           hidrostática transcapilar, a pressão       oncótica capilar e o coeficiente de           filtração são parâmetros determinantes       da filtração glomerular. Dessa forma, a           alteração da resistência das arteríolas         aferente e eferente, por modificar a           pressão capilar glomerular, provoca       alterações na taxa de filtração glomerular           e no fluxo plasmático renal.  

Na vigência de uma pressão arteriolar           total constante, o aumento seletivo da           resistência da arteríola aferente provoca         redução da pressão hidrostática capilar e,           consequentemente, redução do fluxo       plasmático renal (FSR) e da taxa de             filtração glomerular (TFG). O aumento         seletivo da resistência da arteríola         eferente, contudo, provoca aumento da         pressão hidrostática capilar, embora       diminua o fluxo plasmático renal. Sendo           assim, nessa situação, a taxa de filtração             está reduzida, divergindo do fluxo         plasmático renal. A partir de determinado           nível pressórico, contudo, a queda do FSR             predomina sobre o aumento da pressão           

 

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 hidrostática capilar, provocando queda na         taxa de filtração glomerular. 

 

Alterações na resistência da microvasculatura renal. Imagem adaptada de Fisiologia, Berne &

Levy, 6ª Ed. 

Autorregulação renal 

Os rins possuem mecanismos próprios e           independentes de regular o fluxo         sanguíneo e a taxa de filtração renais com               vista a proteger os capilares glomerulares           de possíveis danos estruturais. O         aumento na pressão arterial renal         provoca aumento na resistência das         arteríolas aferentes a partir de dois           mecanismos :  

● Resposta miogênica ● Feedback tubuloglomerular 

 A resposta miogênica baseia-se na         abertura de canais não seletivos para           cátions ativados por estiramento nas         células musculares lisas das arteríolas         aferentes. A despolarização resultante       causa influxo de cálcio, levando à           contração das arteríolas aferentes e,         como consequência, à redução do FSR e             da TFG.  O feedback tubuloglomerular também       causa contração da arteríola aferente,         mas por um mecanismo distinto. O           aumento da pressão arterial promove         aumento da TFG e do FPR, fazendo com               que aumente a quantidade dos íons sódio             e cloreto que chega à mácula densa. O               aumento intracelular desses íons leva à           despolarização e à entrada de cálcio na             célula, resultando na liberação de         agentes parácrinos (ATP, adenosina) que         causarão contração da arteríola aferente.         A contração desta, assim como na           resposta miogênica, causa diminuição do         FSR e da TFG, protegendo o rim de               efeitos deletérios do estado de intenso           fluxo e filtração renais.  

 

 

 

 

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 REFERÊNCIAS 

Fisiologia Renal - Processo de Formação de Urina - Filtração Glomerular.                     Daiane da Rocha Janner. Disponível em: <             https://www.jaleko.com.br/sala-de-aula/fisiologia-renal/processo-de-formacao-da-urina/filtracao-glomerular/a-formacao-do-ultrafiltrado >. 

AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4ed.Rio de Janeiro: Guanabara                 Koogan, 2012.  

BORON, Walter F.; BOULPAEP, Emile L. Fisiologia Médica. 2ed. Rio de                     Janeiro: Elsevier, 2015. 

SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana. 7ed. Porto Alegre:               Artmed, 2017. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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