14
1 Florentino Serranheira Ergonomia Ergonomia Florentino Serranheira Ergonomia Conceptualização: Wojciech (Adalbert) Jastrebowski (1857), naturalista polaco, na sua obra “Ensaios de Ergonomia ou Ciência do Trabalho…”: “ciência do trabalho ou da utilização das forças e das capacidades humanas”. Reinvenção: Keith Frank Hywel Murrell (1949), psicólogo Galês: • “estudo científico das relações entre o Homem e o seu envolvimento de trabalho”. Trabalho Ocupação Leis / Regras Estudo / Conhecimento ERGON NOMOS Florentino Serranheira Síntese: Evolução da Ergonomia O estudo centrava-se sobre a máquina e o seu aperfeiçoamento, à qual o trabalhador se tinha de adaptar (procurava-se seleccionar e formar o operador de acordo com as exigências e características das máquinas); Características humanas – físicas: o estudo passou a centrar-se no Homem (modificação das máquinas e interfaces tendo em consideração as capacidades e limites físicos); Análise do Interface Homem-Sistema. Erro humano – Face aos problemas levantados pelo erro humano, o estudo passou a centrar-se na actividade mental (informação e resolução de problemas) Florentino Serranheira Ergonomia Europeia Anglo-Saxónica/Americana Human Factors Ergonomics centra-se sobre o Homem, considerando-o como um componente do sistema de trabalho. centra-se sobre a actividade humana, considera o Homem como um actor do sistema de trabalho. Florentino Serranheira Ergonomia Foco no sistema em que o homem interage com o envolvimento; Envolvimento é um sistema complexo: Envolvimento físico – as coisas, objetos, utensílios, equipamentos,… Envolvimento organizacional – a forma como as tarefas são organizadas e controladas (ex.: hierarquias, tipos de organização, …) Envolvimento social – as pessoas, as culturas, as sociedades, as políticas,…

Fmd Lmelt 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula de Ergonomia e LMELTFaculdade d Medicina Dentária da Universiade de Lisboa 2015

Citation preview

  • 1

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Ergonomia

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Conceptualizao:

    Wojciech (Adalbert) Jastrebowski (1857), naturalista polaco, na sua obra Ensaios de Ergonomia ou Cincia do Trabalho:

    cincia do trabalho ou da utilizao das foras e das capacidades humanas.

    Reinveno:

    Keith Frank Hywel Murrell (1949), psiclogo Gals:

    estudo cientfico das relaes entre o Homem e o seu envolvimento de trabalho.

    Trabalho

    Ocupao

    Leis / Regras

    Estudo / Conhecimento

    ERGON NOMOS

    Florentino Serranheira

    Sntese: Evoluo da Ergonomia

    O estudo centrava-se sobre a mquina e o seu aperfeioamento, qual o trabalhador se tinha de adaptar (procurava-se seleccionar e formar o operador de acordo com as exigncias e caractersticas das mquinas);

    Caractersticas humanas fsicas: o estudo passou a centrar-se no Homem (modificao das mquinas e interfaces tendo em considerao as capacidades e limites fsicos);

    Anlise do Interface Homem-Sistema.

    Erro humano Face aos problemas levantados pelo erro humano, o estudo passou a centrar-se na actividade mental (informao e resoluo de problemas)

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Europeia

    Anglo-Saxnica/Americana

    Human Factors

    Ergonomics

    centra-se sobre o Homem,

    considerando-o como um

    componente do sistema de

    trabalho.

    centra-se sobre a actividade humana, considera o Homem como um actor do sistema de trabalho.

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Foco no sistema em que o homem interage com o envolvimento;

    Envolvimento um sistema complexo: Envolvimento fsico as coisas, objetos,

    utenslios, equipamentos,

    Envolvimento organizacional a forma como as tarefas so organizadas e controladas (ex.: hierarquias, tipos de organizao, )

    Envolvimento social as pessoas, as culturas, as sociedades, as polticas,

  • 2

    Ergonomia

    analisa os processos mentais, a percepo, a memria, o raciocnio e a resposta motora, que afectam as interaces entre o Homem e outros elementos de um sistema.

    estuda as caractersticas humanas anatmicas,

    antropomtricas, fisiolgicas e biomecnicas

    que se relacionam com a actividade fsica.

    estuda a optimizao de sistemas sociotcnicos (antropotcnicos), incluindo as suas estruturas organizacionais, polticas e processos.

    Ergonomia Fsica

    Ergonomia Organizacional

    Ergonomia Cognitiva

    Florentino Serranheira

    Ergonomia (IEA, 2000)

    Tpicos: carga de trabalho mental, tomada de deciso, interaco homem-computador, fiabilidade humana, stress do trabalho e formao relacionados com a concepo homem-sistema.

    Tpicos: posturas de trabalho, manipulao de materiais, movimentos repetitivos, layout do posto de trabalho, segurana e sade.

    Tpicos: comunicao, gesto de recursos de equipas, concepo do trabalho, organizao do tempo de trabalho, trabalho em equipa, cultura organizacional e gesto da qualidade.

    Ergonomia

    Fsica

    Ergonomia Organizacional

    Ergonomia Cognitiva

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Homem em interao com o sistema (situao em que um conjunto de componentes interdependentes interage como um todo):

    Sistema de servios (homem como utilizador de produtos num envolvimento onde o servio e/ou o produto so utilizados);

    Sistema de trabalho (homem como trabalhador num envolvimento de trabalho).

    Florentino Serranheira Florentino Serranheira

    Ergonomia

    Campos cientficos,

    aplicaes especficas da ergonomia:

    Ergonomia do produto,

    Ergonomia industrial,

    Ergonomia hospitalar,

    Ergonomia escolar,

    Ergonomia dos transportes,

    Ergonomia do trabalho informatizado,

    Ergonomia do software

    ...

    Ergonomia

    Ergonomia a cincia que estuda a actividade do Homem enquanto trabalhador

    e/ou utilizador de produtos, no sentido de

    definir as condies de realizao dessa

    actividade que garantem a segurana, a

    sade, o conforto e a produtividade.

    (Faculdade de Motricidade Humana, 2008)

    Florentino Serranheira

    Ergonomia

    e preveno de Doenas Profissionais (DP)

    Florentino Serranheira

  • 3

    Florentino Serranheira

    TRABALHAR pressupe ATIVIDADE

    MENTAL

    (decises, iniciativas, estratgias, ...)

    FSICA

    (gestos, movimentos, posturas, ...) SOCIAL

    (de relao com outros intervenientes, ...)

    Ergonomia Relao Trabalho / Sade (Doena)

    Florentino Serranheira

    Trabalho

    Doena

    Sade

    Relao Trabalho / Sade

    (Doena) 2,2 milhes de pessoas morrem anualmente em resultado do

    seu trabalho;

    diariamente cerca de 1.000 pessoas vo trabalhar e no regressam a casa por terem sofrido um acidente de trabalho mortal;

    anualmente cerca de 160 milhes de trabalhadores sofrem de doenas de alguma forma associadas ao seu trabalho (doenas ligadas ao trabalho);

    anualmente ocorrem mais de 300 milhes de acidentes de trabalho, dos quais 350.000 so mortais;

    os custos econmicos locais dos acidentes de trabalho e das doenas profissionais representam quase 4% do PIB (produto interno bruto) o que corresponde a cerca de vinte vezes mais do que o que se gasta na sua preveno.

    Florentino Serranheira

    ERGONOMIA

    COMPREENDER O TRABALHO

    ERGONOMIA

    COMPREENDER O TRABALHO

    O QUE SE FAZ O QUE SE FAZ

    Aquilo que o

    CONDICIONA

    Aquilo que da

    RESULTA

    ERGONOMIA

    COMPREENDER O TRABALHO

    ERGONOMIA

    COMPREENDER O TRABALHO

    O QUE SE FAZ O QUE SE FAZ

    Aquilo que o

    CONDICIONA

    Aquilo que da

    RESULTA Florentino Serranheira

    Compreender uma situao de trabalho

    Caractersticas do

    Trabalhador

    Dispositivo

    Tcnico

    Ambiente

    local

    Condies

    Organizacionais

    Efeitos sobre

    o trabalhador Efeitos sobre

    o sistema

    ACTIVIDADE O QUE faz

    COMO o faz

    PORQUE o faz

    QUEM faz

    O que TEM que fazer

    ONDE e COM QU

    O que RESULTA

    Com que custos

    Condies de

    Execuo

    Objectivos

  • 4

    Factor de Risco

    Risco

    Probabilidade de ocorrncia de um efeito adverso

    Elemento susceptvel de gerar um efeito adverso

    Caractersticas do

    Trabalhador

    Dispositivo

    Tcnico

    Ambiente

    local

    Condies

    Organizacionais

    Efeitos sobre

    o trabalhador Efeitos sobre

    o sistema

    ACTIVIDADE

    O QUE faz

    COMO o faz

    PORQUE o faz

    QUEM faz

    O que TEM que fazer

    ONDE e COM QU

    O que RESULTA

    Com que custos

    Condies de

    Execuo

    Objectivos

    Florentino Serranheira

    Compreender uma situao de trabalho

    Florentino Serranheira

    Principais Factores de Risco de

    LMELT (1) Actividade (2) Individuais (3) Organizacionais/psicossociais

    Aplicao de fora Idade Ritmos intensos de trabalho

    Levantamento e

    transporte de cargas Sexo Monotonia das tarefas

    Choques e impactos Peso Presso temporal

    Repetitividade (gestos

    e/ou movimentos)

    Altura Estilo de chefia

    Posturas estticas ou

    repetidas no limite

    articular

    Histria clnica /

    Situao de sade Avaliao do desempenho

    Contacto com

    ferramentas vibratrias Patologias (ex.:

    diabetes) Exigncias de produtividade

    Temperaturas

    extremas - frio Estilos de vida no

    saudveis (ex.:

    tabagismo,

    alcoolismo,..)

    Trabalho por objectivos

    Florentino Serranheira

    Posturas extremas / estticas

    Florentino Serranheira

    Repetitividade

    Florentino Serranheira

    Aplicaes de fora

    +/- 45

    Florentino Serranheira

    Estrutura de uma situao de trabalho - (modelo de referncia (Adapt. de Leplat, 1980)

    Condicionantes

    da

    atividade

    Aspectos a ter em conta no momento da

    interveno

    ergonmica.

    Caractersticas

    individuais do

    trabalhador

    (Observvel

    e

    No-Observvel)

    OBJECTO CENTRAL

    da anlise

    ergonmica

    RESPOSTA DO INDIVDUO

    ao conjunto das

    exigncias colocadas

    pelo trabalho

    Resultados

    da

    Actividade

    Critrios essenciais

    utilizados em Ergonomia

    Efeitos sobre o prprio

    trabalhador

    (sade, segurana, ... )

    Critrios

    Complementares

    Efeitos sobre

    o sistema produtivo

    (eficcia, acidentes,... )

    Caracterizam a tarefa;

    constituem as

    exigncias do trabalho

    OBJECTO

    PRINCIPAL

    da interveno

    ergonmica

    INTERNAS

    EXTERNAS

    Sobre o

    TRABALHADOR

    Sobre o

    SISTEMA

    I

    II

    III

    Actividade

    do

    Trabalhador

  • 5

    Florentino Serranheira

    Leses Msculo-esquelticas Ligadas

    ao Trabalho (LMELT) Florentino Serranheira

    LME so leses ou doenas dos msculos, nervos,

    tendes, ligamentos, articulaes, cartilagens e/ou discos intervertebrais.

    LMELT o conceito doenas ligadas ao trabalho engloba todas

    as situaes em que o trabalho tem interferncia na sade, em termos de efeitos adversos, independentemente da influncia se situar na etiologia, na evoluo, no desfecho ou no agravamento (Uva; Graa, 2004).

    Definies

    Florentino Serranheira

    Designaes

    Pas Designao

    Work-related Musculoskeletal Disorders (WRMSDs) Work Musculoskeletal Disorders (WMSDs)

    EUA Cumulative Trauma Disorders (CTD)

    Canad Reino Unido

    Repetitive Strain Injuries (RSI)

    Austrlia Occupational Overuse Syndrome (OOS)

    Japo Sucia

    Cervicobrachial Syndrome Occupational Cervicobrachial Disorder (OCD)

    Frana Canad

    Troubles Musculosquelettiques (TMS) Lsions Attribuables aux Travaux Rptitifs (LART)

    Brasil Leses por Esforos Repetitivos (LER) Distrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho (DORT)

    Portugal Leses Msculo-Esquelticas Ligadas ao Trabalho (LMELT) Leses Msculo-Esquelticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT)

    Florentino Serranheira

    LMEMSLT

    Uma actividade realizada por um gesto que implique a

    necessidade de posies angulares

    extremas,

    esforos excessivos,

    elevada repetio,

    associado falta de repouso,

    integra os elementos de base para o surgimento destas leses.

    Florentino Serranheira

    LMEMSLT Leses

    Tendinosas

    Leses

    Nervosas

    Leses

    Musculares

    Leses

    Vasculares

    Leses

    Articulares

    Leses

    das

    Bolsas

    Tendinites,

    tendinoses

    peritendinites,

    tenossinovites,

    sinovites

    Epicondilites

    De Quervains

    Dupuytrens

    Dedo em

    gatilho

    Quistos

    ganglionares

    Sndrome

    dos

    canais:

    Crpico

    Cubital

    Guyon

    Radial

    Torcico

    Sndrome

    cervical

    Neurites

    digitais

    Sndrome de

    tenso

    cervical

    Mialgias e

    miosites

    Leses

    musculares

    de tenso,

    fora,

    entorses e

    sem

    diagnstico

    especfico

    Sndrome

    hipotenar do

    martelo

    Sndrome

    de

    Raynauds

    Osteoartites

    Osteoartroses

    Bursites

    (Agncia Europeia para a Segurana e a Sade no Trabalho, 2000). (Agncia Europeia para a Segurana e a Sade no Trabalho, 2000).

    Florentino Serranheira

    Solicitaes Superiores s capacidades funcionais

    tempo de recuperao insuficiente:

    elevada probabilidade de LMELT

    tempo de recuperao suficiente:

    baixa probabilidade de LMELT

    Solicitaes Inferiores ou =

    capacidades funcionais

    baixa probabilidade de

    LMELT

    origem Desequilbrio entre as solicitaes biomecnicas e fisiolgicas e as capacidades funcionais do trabalhador e os intervalos de recuperao.

  • 6

    Florentino Serranheira

    Importncia doenas ligadas ao trabalho

    em 2001 a taxa de prevalncia era de 5.372/100.000 trabalhadores/ano;

    53% so LMELT; 18% stress, depresso e sndromes ansiosos e 8% patologia respiratria;

    350 milhes de dias perdidos por ano;

    European Commission Work and Health in the EU. A statistical portrait (data 1994-2002), 2004.

    Florentino Serranheira

    Imp

    ort

    n

    cia

    d

    oe

    n

    as

    li

    ga

    da

    s a

    o

    tra

    ba

    lho

    Musculoskeletal disorders in

    Europe (EUROGIP, 2006)

    MSD as a proportion of all cases of occupational diseases recognized between:1990 2004 and 2000 2004

    Florentino Serranheira

    Profisses/actividades

    profissionais mais atingidas

    Profisses de maior risco:

    ............................................. msicos; alfaiates/costura; linhas de montagem/cad. impostas; desportistas; construo civil; carregadores; utiliz. de VDUs; ................................................

    Florentino Serranheira

    Em Portugal:

    Processos enviados e doenas msculo-esquelticas reconhecidas (CNPCRP, 2004)

    Dimenso do Problema

    Florentino Serranheira

    Sintomatologia de LMELT em dentistas (LOGES, 2004)

    Dimenso das LMELT em Dentistas

    Dimenso das LMELT em HO

    Elevada prevalncia de sintomas de LMELT

    Florentino Serranheira

  • 7

    Dimenso das LMELT em HO

    Zona anatmica Atividade Classea Sig. Odds Ratio IC (OR) 95%

    Regio cervical

    Higiene oral Muito frequente 0,073 4,361 [0,874-21,754]

    Destartarizao Muito frequente 0,052 4,800 [0,989-23,292]

    Alisamento radicular Muito frequente 0,045* 2,337 [1,021-5,351]

    Polimento Muito frequente 0,043* 8,909 [1,073-73,959]

    Ombros

    Higiene oral Muito frequente 0,448 0,807 [0,464-1,403]

    Destartarizao Muito frequente 0,120 3,500 [0,721-16,982]

    Alisamento radicular Muito frequente 0,022* 2,758 [1,155-6,586]

    Polimento Muito frequente 0,105 5,760 [0,694-47,815]

    Punhos

    Higiene oral Muito frequente 0,091 3,992 [0,800-19,911]

    Destartarizao Muito frequente 0,032* 9,797 [1,214-79,088]

    Alisamento radicular Muito frequente 0,029* 2,527 [1,098-5,820]

    Polimento Muito frequente 0,077 6,764 [0,815-56,135]

    Florentino Serranheira

    a Por comparao com a classe de referncia: ocasional

    * Significativo

    Florentino Serranheira

    Evidncia do Problema

    Verifica-se uma significativa (p=0,001) relao entre os sintomas musculoesquelticos e as posies e posturas predominantes de trabalho dos HO (Duarte; Serranheira, 2015):

    trabalho com os braos acima da altura dos ombros (=0,390),

    inclinao dos ombros (=0,390),

    inclinao do tronco (=0,505),

    rotao do tronco (=0,479),

    repetitividade dos movimentos dos braos (=0,457),

    movimentos repetidos das mos e dedos (=0,428),

    preciso com os dedos (=0,395) e

    aplicao de foras com as mos e dedos (=0,425).

    Florentino Serranheira

    Evidncia do Problema

    A actividade profissional em preveno e tratamento da cavidade oral caracteriza-se pelo carcter repetitivo de gestos e movimentos, frequentemente associados a posturas extremas e aplicao de fora (CARNEIRO,2005).

    Gaspar e Reges (1999), verificaram que a dor na regio dos ombros e a nvel cervical est directamente relacionada com o aumento do tempo de trabalho e associada existncia de posturas extremas durante a clnica dos dentistas.

    Segundo Hamann (2001) a sndrome do tnel crpico neste grupo profissional, superior prevalncia encontrada na populao.

    Florentino Serranheira

    Leses Msculo-Esquelticas do Membro Superior

    Ligadas ao Trabalho (LMEMSLT)

    Florentino Serranheira

    Leses do Sistema Nervoso

    Perifrico Ligadas ao Trabalho

    (Membro Superior):

    Sndromes Canaliculares

    Florentino Serranheira

    Sndrome do Desfiladeiro Torcico

    A SDT neurovascular dolorosa em vrios locais anatmicos, nomeadamente, onde o plexo braquial e os vasos sub-claviculares se juntam na passagem do tronco (regio cervical) para o brao.

    Caracteriza-se por sintomas de dor, fraqueza, perda de sensibilidade, fadiga no ombro, brao e na mo, originadas por compresso dos nervos e/ou dos vasos.

    Causas: Actividades repetitivas com os braos

    acima da altura dos ombros ou em flexo 90;

    Postura com os ombros para baixo, dando origem a aumento da tenso muscular (cervical), comprimindo as artrias e nervos.

  • 8

    Florentino Serranheira

    Preveno do SDT

    Evitar:

    Levantar, puxar ou empurrar cargas;

    Olhar para cima (extenso cervical);

    Elevar os braos acima da altura dos ombros;

    Carregar malas, sacos tiracolo.

    Florentino Serranheira

    Compresso do nervo radial no antebrao, junto ao cotovelo. sintomas de dor intensa na

    rea do extensor/supinador do antebrao;

    sinais dolorosos percusso ou compresso do canal radial;

    dor com o esforo de extenso do dedo mdio;

    sensibilidade mxima 4 dedos abaixo do epicndilo lateral.

    Sndrome do Canal Radial

    Causas: Supinao / pronao frequentes do punho / mo, com ou sem aplicao de fora;

    Extenso frequente dos dedos;

    Puxar ou empurrar objectos;

    Agarrar frequente com a mo ou dedos, com ou sem aplicao de fora.

    Florentino Serranheira

    Preveno da SCR

    Evitar:

    Movimentos de prono-supinao com o punho e o cotovelo em extenso

    tipo de movimento: aparafusar com chave de fendas.

    Aplicar repetidamente fora com a mo/dedos.

    Florentino Serranheira

    Sndrome do Canal Cubital

    Compresso do nervo cubital no antebrao, junto ao cotovelo.

    Caracteriza-se por queixas de formigueiro e/ou entorpecimento nos 4 e 5 dedos e no bordo cubital da mo, com ou sem perda de fora (pode existir dor e sensibilidade no cotovelo com irradiao para a mo; piora de noite).

    Florentino Serranheira

    Sndrome do Canal de Guyon

    Caracteriza-se por entorpecimento ou parestesias no 4 e 5 dedos, podendo existir dor na mo ou no antebrao.

    Pode originar falta de destreza e preciso no ato da beliscadura.

    Florentino Serranheira

    Sndrome do Tnel Crpico (STC)

    A Sndrome do tnel crpico uma neuropatia perifrica, causada pelo encarceramento do nervo mediano por compresso, estiramento, frico ou angulao num espao confinado (tnel crpico), osteo-fibroso, limitado pela goteira crpica formada pelos ossos do carpo e o ligamento anular do carpo, que inextensvel.

  • 9

    Florentino Serranheira

    Sndrome do tnel crpico (STC)

    Florentino Serranheira

    Preveno da STC

    Evitar: Posies articulares extremas e

    movimentos do punho, quer em extenso ou em flexo palmar, prolongadas;

    Apoio crpico repetido e/ou mantido;

    Movimentos repetitivos de flexo/extenso dos dedos;

    Aplicao de fora com os dedos.

    Florentino Serranheira

    Leses tendinosas

    ligadas ao trabalho

    Tendinites e tenossinovites

    (tendinopatias)

    Florentino Serranheira

    Florentino Serranheira

    Leses tendinosas

    Florentino Serranheira

    Tendinite da cintura escapular:

    Tendinite da coifa dos rotadores

    Tendinite bicipital

    Irritao das estruturas no espao subacromial, devido a diminuio da vascularizao e alteraes degenerativas das estruturas localizadas sob o ligamento subacrmio-coracoideu.

  • 10

    Florentino Serranheira

    Tendinite da coifa dos rotadores

    As actividades que exigem: elevao mantida (ou repetida) dos membros

    superiores ao nvel dos ombros ou acima deles;

    movimentos de circundao com os membros superiores elevados;

    contraces estticas dos msculos do ombro,

    provocam um conflito entre a coifa, principalmente do tendo do msculo supra-espinhoso, contra a arcada acrmio-coracoideia, provocando microtraumatismos do tendo e desencadeando um processo inflamatrio com a sua posterior degenerescncia (Pujol, 1993).

    Florentino Serranheira

    TCR

    Florentino Serranheira

    Preveno da TCR

    Evitar:

    Elevao e abduo repetida ou prolongada dos MS ao nvel ou acima dos ombros;

    Movimentos de circundao dos MS;

    Transporte de cargas sobre os ombros.

    Florentino Serranheira

    Epicondilite

    Os sintomas so definidos como uma dor intermitente na face lateral do cotovelo (epicondilite lateral extensores), ou na face mediana (epicondilite mediana ou epitrocleite flexores) acompanhada de um aumento da sensibilidade epicondiliana, ao toque e de dor no antebrao.

    Florentino Serranheira

    Epicondilite

    Caracteriza-se por uma debilidade do gesto de agarrar, por dor ao levantar objectos, durante os movimentos de supinao / pronao e na extenso do cotovelo.

    Florentino Serranheira

    Preveno da epicondilite

    Evitar:

    Esforos estticos de preenso;

    Movimentos ou manuteno do punho em extenso;

    Movimentos de pronao/supinao frequentes.

  • 11

    Florentino Serranheira

    Epitroclete

    Msculos Flexores

    Epitrclea

    Florentino Serranheira

    Preveno da epitroclete

    Evitar:

    Movimentos de pronao forada do antebrao;

    Flexo palmar activa;

    Desvio cubital da mo com os dedos em flexo.

    Florentino Serranheira

    Tenossinovites dos extensores

    dos dedos

    Caracterizam-se por inflamaes ao nvel dos tendes ou das bainhas sinoviais (tendes extensores dos dedos ao nvel do retinculo extensor - regio dorsal do punho).

    Clnica: Dor localizada

    Dor palpao

    Tumefaco e diminuio da amplitude articular na extenso do punho

    Florentino Serranheira

    Tenossinovite de De Quervain

    A dor e a hipersensibilidade ao toque nos tendes so os sinais e os sintomas necessrios para o diagnstico.

    A Doena de De Quervain resulta da inflamao do longo abdutor e do curto extensor do polegar, no 1 compartimento dorsal do punho.

    Florentino Serranheira

    Preveno de De Quervain

    Evitar:

    Movimentos de oposio frequente ou prolongada do polegar;

    Aplicao de fora com o polegar (em oposio aos restantes dedos).

    Florentino Serranheira

    Tendinite dos flexores dos dedos:

    Caracteriza-se por inflamaes ao nvel dos tendes ou das bainhas sinoviais (tendes flexores dos dedos).

  • 12

    Diagnstico e Gesto do Risco

    de LMELT

    ETAPAS

    Florentino Serranheira Florentino Serranheira

    Diagnstico da situao de risco:

    processo global de estimativa da grandeza do risco e de deciso sobre a sua (in)aceitabilidade;

    Gesto do risco: metodologia de interveno

    (objectivos, processos e meios) sobre os factores (profissionais) de risco tendentes ao controlo do risco (reduo ou eliminao).

    Diagnstico e gesto do risco de LMELT -

    passos principais:

    (Uva, 2006)

    Florentino Serranheira

    1. Anlise do trabalho

    Avaliar: Caractersticas dos trabalhadores; Processo produtivo; Condies de trabalho:

    Ambiente

    Tipo de actividade: No repetitiva; Repetitiva:

    Mecnicas Inspeco, qualidade ou observao.

    Exigncias organizacionais: Produtividade Picos de produo,

    Horrios de trabalho: Tempo de trabalho; Durao do ciclo de trabalho; Pausas e a sua repartio;

    Opinio do trabalhador: Trabalho; Sade;

    Modelo hierrquico; Dispositivo tcnico; Posto de trabalho:

    ACTIVIDADE DE TRABALHO

    EFEITOS Homem Sistema produtivo

    Florentino Serranheira

    Sade Oral - Preveno

    Tratamento de Dentisteria

    Operatria ou Restaurao

    Dentria

    Tratamento de Endodontia

    Tratamento de

    Periodontologia

    Implantologia

    Prtese

    Ortodontia

    Higiene Oral

    Medicina Dentria Oral

    Odontopediatria

    Ocluso

    Cirurgia oral

    Medicina Dentria Forense

    Medicina Dentria Esttica

    1. Anlise do trabalho

    Florentino Serranheira

    2. Avaliao do risco de LMEMSLT

    Florentino Serranheira

  • 13

    Florentino Serranheira

    Diagnstico do risco: processo global de estimativa da grandeza do

    risco e de deciso sobre a sua (in)aceitabilidade

    Gesto do risco (preveno): metodologia de interveno (objectivos, processos

    e meios) sobre os factores (profissionais) de risco tendentes ao controlo do risco (reduo ou eliminao).

    Diagnstico e gesto do risco de LMELT -

    passos principais:

    (Uva, 2006)

    Florentino Serranheira

    Gesto do risco

    Estabelecer o contexto (avaliao organizacional)

    Diagnstico (avaliao) do risco de LMELT;

    Avaliao da disposio do posto de trabalho: Caractersticas dimensionais; Ferramentas; .

    Identificao da experincia subjectiva e dos problemas dos trabalhadores

    Avaliao ambiental: Temperatura

    Temperaturas extremas;

    Vibraes Utilizao de ferramentas vibrteis;

    Iluminao

    .

    Modelo da situao de trabalho

    .

    Interveno ergonmica

    Interveno Ergonmica 1. Sistema de trabalho (posto,)

    2. Condicionantes da Actividade

    3. Organizao (horrios, pausas,)

    4. Trabalhador (formao,)

    Florentino Serranheira

    Gesto do risco

    Interveno ergonmica

    Interveno centrada

    na ferramenta/objecto

    Florentino Serranheira

    Gesto do risco

    Interveno ergonmica

    Interveno centrada

    na ferramenta/objecto

    Florentino Serranheira

    Interveno centrada

    no posto

    Gesto do risco

    Interveno ergonmica

    Florentino Serranheira

    Interveno centrada

    na organizao

    Gesto do risco

    Interveno ergonmica

  • 14

    Florentino Serranheira

    Formao e Informao dos

    Trabalhadores

    Leses Msculo-Esquelticas Ligadas ao Trabalho

    Florentino Serranheira

    Gesto do risco

    Interveno ergonmica

    Interveno centrada

    na formao

    do trabalhador

    Florentino Serranheira

    Gesto do risco - Preveno

    Comunicao do risco (risk communication)

    s se previne o que se conhece

    factores de risco; nveis de risco; gesto do risco; ..............................

    Percepo do risco (risk perception)

    Comportamentos de preveno; Aco preventiva, tambm do indivduo

    Formao e Informao dos Trabalhadores

    Florentino Serranheira

    Obrigado [email protected]