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PUB FOTO WONG SANG Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4717 • Terça-feira, 17 de Março de 2015 10 PATACAS Pág. 2 Afinal, o que está no ar? Acidente faz duas vítimas junto ao aeroporto Pág. 2 Assinalado centenário de Ruy Cinatti Pág. 8 A criação de uma rede do patrimnio cultural, que parta do Centro Histrico de Macau até às zonas envolventes, é um dos objectivos que constam do ltimo relatrio que foi elaborado pelo Governo local e entregue ao Comité do Patrimnio Mundial da UNESCO. No mesmo docu- mento, o Governo da RAEM promete ainda concluir o plano de salvaguarda e gestão do Centro Histrico no segundo semestre do ano, compremetendo-se ainda a “fortalecer a integridade do Centro Histrico”. “Rede do património” prometida à Unesco Pág. 5 Lionel Leong quer salário mínimo geral em 2018 Pág. 9 “Sound&Image” assume-se como festival de curtas Centrais Dança, música e exposições no regresso do FAM IPM cria curso sobre relações sino-lusófonas Pág. 7 Pág. 3

FOTO WONG SANG Afinal, o que está no ar? - jtm.com.mo · Para reduzir a emissão dos gases po-luentes em Macau, Ho Wai Tim ... critérios da qualidade dos combustíveis e dos veículos

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4717 • Terça-feira, 17 de Março de 2015 10 PATACAS

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Afinal,o que está no ar?

Acidente fazduas vítimas juntoao aeroporto

Pág. 2

Assinaladocentenário de Ruy Cinatti

Pág. 8

A criação de uma rede do patrimonio cultural, que parta do Centro Historico de Macau até às zonas envolventes, é um dos objectivos que constam do ultimo relatorio que foi elaborado pelo Governo local e entregue ao Comité do Patrimonio Mundial da UNESCO. No mesmo docu-

mento, o Governo da RAEM promete ainda concluir o plano de salvaguarda e gestão do Centro Historico no segundo semestre do ano, compremetendo-se ainda a “fortalecer a integridade do Centro Historico”.

“Rede do património”prometida à Unesco

Pág. 5

Lionel Leong quersalário mínimo geral em 2018

Pág. 9

“Sound&Image”assume-se comofestival de curtas

Centrais

Dança, música e exposições no regresso do FAM

IPM cria cursosobre relaçõessino-lusófonas

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02 JTM | LOCAL Terça-feira, 17 de Março de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

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UIVOViviana Chan

DADOS DE ONG CONTRARIAM VALORES DOS SERVIÇOS METEOROLÓGICOS E GEOFÍSICOS

Qualidade do ar com medições divergentesUma organização não governamental do Interior da China tem divulgado medições da qualidade do ar que contrariam os valores poluentes que são apresentados pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. O organismo é ainda acusado de falta de transparência pelo presidente da Sociedade de Ecologia de Macau

Viagens de barco e avião afectadas pelo nevoeiroViagens de barco e de avião foram ontem afectadas devido ao nevoeiro intenso que se registou na RAEM. No total, quatro voos sofreram atrasos na partida, enquanto nos terminais marítimos do Porto Exterior e do Pac On foram aplicadas medidas na entrada e saída das embarcações. Por causa do nevoeiro, a visibilidade era inferior a 100 metros.

Medições da qualidade do ar di-vulgadas pela Air Quality Index China (AQICN), uma organi-

zação não governamental do Continen-te chinês, mostram valores de poluição atmosférica em Macau discrepantes aos que são reportados pela Direcção dos Serviços Metrologicos e Geofísicos de Macau (DSMG). A DSMG diz não saber a origem das medições divulgadas pela or-ganização, enquanto que o presidente da Sociedade de Ecologia de Macau acusa o organismo de falta de transparência em relação aos métodos que utiliza.

Ontem, por exemplo, o índice de qua-lidade do ar (IQA) divulgado pela DSMG oscilou entre os 31 e os 63 pontos, sendo o ar classificado como “bom” ou “mode-rado” em todas as zonas de medição. No entanto, de acordo com o site da AQICN, o índice de qualidade do ar foi classifica-do como “não saudável” nalgumas áreas do territorio, nomeadamente na zona do Parque Central da Taipa onde o IQA re-portado chegou a atingir os 175 pontos (a escala utilizada varia entre zero para o ar menos poluído e valores superiores a 300 pontos para o ar mais poluído).

Frankie Tam, técnico da DSMG, dis-se ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o organismo publico não sabe qual

a origem das medições divulgadas pela AQICN e garante que os Serviços Me-trologicos e Geofísicos não fornecem os dados sobre a qualidade de Macau a nenhuma outra organização. Quanto às disparidades detectadas nos resultados, Frankie Tam referiu que entre o Interior da China, Hong Kong e Macau existem esquemas diferentes para avaliar e comu-nicar com a população a qualidade do ar, salientando que o territorio começou a medir a presença de partículas PM 2.5 desde 2006, mas que, devido a problemas

técnicos, os valores so se tornaram conhe-cidos do publico em 2012.

O presidente da Sociedade de Ecolo-gia de Macau, Ho Wai Tim, defende que o Governo devia ser mais transparente em relação aos critérios utilizados para monitorizar a qualidade do ar, esclare-cendo a população sobre esses dados. Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o ambientalista considerou que a poluição no territorio tem-se agravado nos ultimos tempos. Ho Wai Tim indicou, no entanto, que a vigilância da qualidade do ar é uma tarefa “complexa” e é pos-sível ter resultados “completamente dife-rentes consoante os critérios utilizados”.

Para reduzir a emissão dos gases po-luentes em Macau, Ho Wai Tim defende que o Governo deve proibir a circulação dos veículos com mais de 10 anos de ida-de, considerando que a eliminação dos

carros antigos é uma medida que se pode revelar muito eficaz. Além disso, apela ao Governo para fazer cumprir rigoro-samente os critérios da qualidade dos combustíveis e dos veículos importados para Macau. Considera também urgente o lançamento de medidas para controlar o crescimento rápido da quantidade dos veículos.

Em Dezembro do ano passado, mais de dois terços dos dias registaram ar mui-to poluído. E, segundo notícias recentes publicadas no Interior da China, Macau já está entre as áreas gravemente afecta-das pelo “smog”. Este problema tem me-recido cada vez mais atenção publica na China Continental. A jornalista Chai Jing lançou recentemente uma reportagem sobre o problema do “smog” nas cidades chinesas, alertando para o aumento das pessoas com problemas respiratorios.

Macau registou ontem nevoeiro intenso

Acidente de viação causou dois mortosDois jovens, que seguiam numa mota, morreram ontem num acidente de tráfego junto ao aeroporto de Macau, de acordo com a Polícia de Segurança Pública

O acidente envolvendo uma mota, um táxi e um camião aconteceu por volta das 14:30 horas na Avenida Wai Long, perto do Aeroporto. Os dois

jovens que seguiam na mota não sobreviveram - um era residente de Macau e tinha 23 anos e o outro, de 26 anos, era originário da China Continental e estava no territo-rio com um visto de trabalho.

Uma das vítimas era aluno do 3º ano de um curso do Instituto de Formação Turística (IFT), tendo o Secretário dos Assuntos Sociais e Cultura expressado já os seus pê-sames à família. Salientando que todos os funcionários e alunos “estão profundamente tristes com esta tragédia”, o IFT garantiu, por sua vez, que “vai oferecer apoio à fa-mília durante este período difícil”, bem como “activar o mecanismo de resposta de emergência” e explicar o caso a estudantes e professores, fornecendo-lhes serviços de apoio psicologico caso seja necessário.

De acordo com a Rádio Macau, um dos dois passa-geiros da mota foi transportado para o hospital ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a PSP, os condutores do táxi e do camião estão a ajudar as autoridades a tentar perceber o que se passou. Os dois passaram no teste de alcoolemia.

Este foi o segundo caso fatal em três dias. No sábado à tarde, um motociclista, com mais de 40 anos de idade, também perdeu a vida, apos ter embatido numa barreira ao lado da estrada, num acidente perto do terminal de Pac On.

No Verão de 2012, o Governo criou um corredor ex-clusivo para motociclos na Ponte Sai Van com o fim de reduzir o numero de acidentes, depois de, em Abril des-se ano, uma jovem motociclista ter morrido atropelada por um autocarro de um casino, tendo esse sido o quarto caso fatal no espaço de um ano. JTM com Lusa

Acidente ocorreu perto do Aeroporto

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Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | LOCAL 03

André Jegundo

PLANO DE SALVAGUARDA DEVERÁ SER ENTREGUE NO SEGUNDO SEMESTRE

Governo promete criar rede do património culturalNo último relatório entregue à UNESCO, o Governo da RAEM promete concluir o plano de salvaguarda e gestão do Centro Histórico no segundo semestre do ano. No documento, que foi submetido em Fevereiro deste ano e analisado pelo Comité do Património Mundial, é ainda estabelecido como objectivo a criação de uma rede do património cultural que terá origem no Centro Histórico de Macau mas que se vai estender às zonas envolventes. As autoridades da RAEM prometem ainda “fortalecer a integridade do Centro Histórico”

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A criação de uma rede do patri-monio cultural, que parta do Centro Historico de Macau até

às zonas envolventes, é um dos objec-tivos que constam do ultimo relatorio que foi elaborado pelo Governo local e entregue ao Comité do Patrimonio Mundial da UNESCO. No mesmo do-cumento, o Governo da RAEM promete ainda concluir o plano de salvaguarda e gestão do Centro Historico no segun-do semestre do ano, e que deveria ter sido entregue até Fevereiro.

Em vez do plano de salvaguarda e gestão, o Governo da RAEM elaborou um relatorio intercalar sobre os traba-lhos do plano de salvaguarda e gestão, que foi entregue à Administração Esta-tal de Patrimonio Cultural da China e reencaminhado para a UNESCO. Ape-sar de remeter para o plano de salva-guarda a apresentação de medidas con-cretas, neste documento o Governo da RAEM estabelece como prioridade nas políticas de protecção do Centro Histo-rico a “expansão gradual” dos trabalhos de recuperação dos edifícios historicos da área classificada pela UNESCO e a criação de “ligações espaciais e visuais” entre os vários pontos de interesse pa-trimonial tanto nas áreas classificadas como nas zonas envolventes.

O sumário executivo do relatorio, que foi tornado publico pela UNESCO, fala mesmo na criação de uma “rede do patrimonio cultural” que não se irá cin-gir às zonas classificadas mas que vai “penetrar de forma profunda na comu-nidade”. Formada a partir do nucleo do Centro Historico de Macau, a rede, des-creve o relatorio, “deverá estender-se às áreas envolventes”.

O Governo refere ainda ter reali-zado um levantamento que revelou a existência de muitas formas de patri-monio cultural imaterial que não foram alvo de qualquer classificação apesar

de representarem “valores culturais” que estão “directamente relacionados com o Centro Historico de Macau e com as zonas tampão”. O levantamento feito ao patrimonio imaterial, acrescenta-se, ajudou a “explorar e a enriquecer os valores culturais e a essência do Centro Historico de Macau” e vai permitir “in-tegrar todos os locais historicos e cultu-rais numa rede”.

A criação da Lista do Patrimonio Cultural Imaterial é um dos objectivos apontados pelo Governo que promete “promover e realizar actividades edu-cativas para permitir que o “espírito e a alma do valor universal excepcional do Centro Historico de Macau possa ser mantido vivo transmitido através das

gerações”.Recorde-se que em 2013, a UNESCO

exigiu a apresentação de um novo pla-no de gestão da zona classificada por considerar que o existente é “insuficien-te para a sua protecção eficaz”. Na altu-ra, o Comité do Patrimonio Mundial da UNESCO deu conta de “dois factores que estão a afectar” o patrimonio, refe-rindo “eventuais impactos negativos do desenvolvimento de projectos em áreas circundantes às zonas tampão sobre a integridade visual do patrimonio” e “a aparente inadequação do sistema de gestão”.

O IC tinha alertado, no final do ano passado, que seria difícil entregar o plano final no prazo estabelecido pela

organização com sede em Paris, aten-dendo a que os trabalhos so começaram em Outubro, altura em que foi lançada uma primeira consulta publica, entre-tanto concluída em Dezembro.

Em relação ao planeamento urba-no, o Governo garante que tem usado regras “muito rigorosas” no que diz respeito à autorização de novas cons-truções e às paisagens urbanas, promo-vendo a colaboração entre departamen-tos governamentais.

No relatorio é também sublinhada a importância da Lei de Salvaguarda do Patrimonio Cultural e da Lei do Planea-mento Urbanístico que entraram em vigor em Março de 2014, que deram o “enquadramento legal” necessário para a protecção do patrimonio cultural e para o desenvolvimento sustentável do territorio e que foram ao encontro de recomendações anteriores do Comité do Patrimonio Mundial da UNESCO.

Depois da consulta publica lançada sobre o plano de salvaguarda e gestão do Centro Historico, é referido que o Instituto Cultural está a agora a anali-sar os resultados da consulta publica para completar a elaboração do plano no segundo semestre do ano. No docu-mento, são prometidas medidas de ges-tão “específicas e detalhadas” em rela-ção à preservação do Centro Historico.

A reutilização de alguns edifícios e espaços públicos também é justificada como uma “nova forma de interpretar e apresentar a diversidade cultural” da cidade, mas respeitando os requisitos para a protecção do Patrimonio Mun-dial de Macau. Uma maior compreen-são dos residentes e visitantes sobre o patrimonio de Macau é um dos ob-jectivos apontados pelo Governo, que considera fundamental “melhorar a experiência do Centro Historico” pelo “valor universal excepcional” que tem. Até à hora de fecho não possível obter mais esclarecimentos do Instituto Cul-tural sobre a rede que pretende criar para o patrimonio cultural de Macau.

Depois da consulta pública lançada sobre o plano de salvaguar-da e gestão do Centro Histórico, o relatório refere que o Institu-to Cultural está a agora a analisar os resultados da consulta para completar a elaboração do plano no segundo semestre de 2015

Terça-feira, 17 de Março de 201504 JTM | LOCAL

Se a população sente as ruas apinhadas de turistas, os visitantes também têm moti-vos para se queixar em Macau, embora

os números gerais mostrem que o fizeram com menos frequência em 2014. De acordo com da-dos facultados ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), no ano passado foram reportadas 519 reclamações, na sua maioria relacionadas com transportes, guias turísticos e acomodação ile-gal, ou seja, menos 43 do que em 2013.

Embora se tenha verificado uma descida no total das queixas registadas pela DST, as razões que levaram os turistas a reclamar foram quase as mesmas do ano anterior: autocarros, táxis, guias e hotéis. A DST não disponibilizou nu-meros detalhados, mas de acordo com os dados divulgados no ano passado sobre 2013, os guias turísticos dominavam a lista de reclamações, com 137, seguidos dos transportes, com 74, e dos hotéis, com 71. Em 2013, as queixas foram apresentadas sobretudo pelos turistas do Con-

Fátima Almeida

RÁDIO DIZ QUE DIRECTOR PEDIU PARA SAIR

Wong Wan deve deixar DSATOs Serviços para os Assuntos de Tráfego deverão passar a ter um novo director em Maio, altura em que termina a comissão de serviço de Wong Wan, avançou a Rádio Macau

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UIVOWong Wan está de

saída da liderança dos Serviços para os

Assuntos de Tráfego (DSAT), um lugar que ocupava desde a criação do organismo em 2008, noticiou ontem a Rádio Macau, acrescentando que o actual director já pediu ao Go-verno para não renovar a sua comissão de serviço, que ter-mina em Maio.

Contactada pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a DSAT escusou-se a comentar a notícia.

Na semana passada, em declarações aos jornalistas, o Secretário para os Transportes e Obras Publicas manifestou--se “satisfeito” com o trabalho desenvolvido por Wong Wan, não se pronunciando sobre eventuais mudanças na direc-ção da DSAT. Raimundo do Rosário prometeu apenas que “em breve” seria tomada uma decisão sobre essa matéria.

A Rádio sublinhou ainda que, por enquanto, o Secre-tário para os Transportes e Obras Publicas ainda não es-colheu o substituto de Wong Wang e que por decidir con-tinua também o nome do pro-ximo coordenador-adjunto do Gabinete para as Infra--estruturas de Transportes, cargo que André Ritchie vai

deixar vago no final deste mês, conforme avançou o JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

André Ritchie explicou a este jornal que decidiu solicitar a não renovação da comissão de serviço para abraçar uma oportunidade no sector priva-do. Segundo frisou, a empresa para a qual vai trabalhar, cujo nome preferiu não revelar, não está relacionada com o Metro Ligeiro nem com qualquer em-preitada publica.

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DST REGISTOU 519 RECLAMAÇÕES EM 2014

Transportes e guias lideram queixas de turistasNo ano passado, a DST recebeu 519 queixas de visitantes, o que representa uma diminuição em relação a 2013. Os transportes e guias turísticos continuam a ser os sectores mais criticados

tinente chinês (331), Hong Kong (90) e Taiwan (31).

Apesar dos números não serem significati-vos, uma vez que os turistas podem reclamar por outras vias, como o Conselho de Consu-midores, mostram, contudo, as áreas em que Macau continua a não oferecer as condições desejadas por muitos visitantes.

De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, o “Inquérito aos Comentá-rios dos Visitantes” referente ao quarto trimes-tre de 2014 indicou que apenas 40,4% dos vi-sitantes consideraram que os lugares turísticos eram suficientes e 18,8% sugeriram melhorias nos serviços dos transportes publicos, o que re-presenta uma descida de 6,5 pontos percentuais e uma subida de 1,8 pontos, respectivamente, em comparação com o trimestre anterior.

Por outro lado, 88,2% mostraram-se satis-feitos com os hotéis e 82% com os serviços das lojas.

No ano passado entraram em Macau cerca de 31,5 milhões de turistas, numero que as au-toridades admitem agora já ser excessivo para as condições do territorio.

2ª Vez

Acção Ordiária nº CV1-14-0042-CAO 1º Juízo Cível

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Réus: ARKMACAO LIMITADA, com sede em Macau, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, nº 258, Praça Kin Heng Long, 16º andar L;NORIAKI SUGIMURA, de nacionalidade japonesa, titular do passaporte do Japão, administrador da ARKMACAO LIMITADA,e com domicílio na sede em Macau, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, nº 258, Praça Kin Heng Long, 16º andar L.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível deste Tribunal, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando os dois réus, supra identificados, para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a presente Acção Ordinária, na qual o autor pede em síntese que os Réus sejam condenados a pagar a quantia de MOP$80.955,67 (Oitenta Mil, Novecentas e Cinquenta e Cinco Patacas e Sessenta e Sete Avos), acrescida de juros vencidos e vincendos, à taxa anual de 29,25%, após a propositura da acção e até integral pagamento, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposição do citando, ficando os mesmos advertidos de que é obrigatória a constituição de advogado, caso pretendam contestar (artº 74º do C.P.C.).

Macau, 05 de Março de 2015.

A Juíz,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Principal, Lei Ka Lou

“JTM” - 17 de Março de 2015

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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2ª Vez “JTM” - 17 de Março de 2015

Execução Ordiária nº CV2-14-0132-CEO 2º Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Executados: 1. LAW YAN LOY, titular do Bilhete de Identidade do Residente Permanente de Hong Kong nº AXXX492(1); e2. LEUNG LAI HING CINDY, titular do Bilhete de Identidade do Residente Permanente de Hong Kong nº EXXX331(2).ambos com última residência conhecida em Macau na Rua de Corte Real, nºs 18I-18J, R/C, ora em parte incerta.

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando os exectutados LAW YAN LOY e LEUNG LAI HING CINDY, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagarem ao exequente a quantia de MOP$6,930,003.88 (Seis Milhões, Novecentas e Trinta Mil, Três Patacas e Oitenta e Oito Avos), acrescida de juros de mora, vencidos e vincendos, e despesas, ou no mesmo prazo, deduzirem oposição por embargos ou nomearem bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso sejam opostos embargos ou tenha lugar a qualquer outro procedimento que siga os termos do processo declarativo.

Macau, aos 6 de Março de 2015.

O Juíz,Jerónimo Alberto Gonçalves Santos

A Escrivã Judicial Adjunta, Cheong Lai Lam

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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2ª Vez “JTM” - 17 de Março de 2015

Invêntário nº FM1-13-0010-CIV Juízo de Família e de Menores

Requerente: HOI MEI CHI, titular do BIRM, residente em Macau “林茂海邊大馬路金灣豪庭20樓A座”.Requerido: KUAN IO FU, titular do BIRM, residente em Macau “氹仔布拉干薩街濠景花園第32座19樓A座”.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem a partilhar abaixo referido sobre que tenham garantia real e que é o seguinte:

ImóvelDeonominação: Fracção autónoma designada por “A19”, do 19º andar A.Situação: Em Macau, Rua de Bragança nº 488.Fim: Para habitação.Número de matriz: nº 040813.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22794-VIII, a fls. 170 do Livro B108K.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 11778, a fls. 440 do Livro F40K.

Macau, aos 16 de Fevereiro de 2015.

A Juíz de Direito,Shen Li

A Escrivã Judicial Adjunta, Chan Pui Man

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO DE FAMEÍLIA E DE MENORES

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Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | LOCAL 05

Lionel Leong participou ontem na reunião da Concertação Social

Inês Almeida*

LIONEL LEONG CONTA COM CONCORDÂNCIA DOS SECTORES LABORAL E PATRONAL

Salário mínimo geral em 2018O salário mínimo deverá estender-se a todas as profissões no prazo de três anos, anunciou ontem o Secretário para a Economia e Finanças, sem avançar um valor concreto. Lionel Leong diz que os sectores laboral e patronal estão de acordo com essa meta

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GOVERNO EM POUPANÇA

Despesa pública pesa um quinto da receitaA queda das receitas dos casinos está a afectar os rendimentos da Administração da RAEM que nos primeiros dois meses encaixou menos 25,2% da receita, mas gastou apenas 21,8% do valor arrecadado

Dados provisorios dos Serviços de Finanças de Macau relativos à execução orçamental dos dois

primeiros meses do ano, indicam que as receitas totais foram de 20.157,9 milhões de patacas, menos 25,2% face ao mes-mo período do ano passado e a tradu-zir uma execução de 14,3% do previsto para 2015.

Já as receitas correntes estão a cair 25,5% para 19.980,8 milhões de patacas e executadas em 14,2%.

Nas receitas correntes, os impostos directos valeram 17.684,7 milhões de patacas, ou menos 22,7%, com os im-postos diretos sobre o sector do jogo, no valor de 35% sobre a receita bruta dos concessionários, a descerem 24% para 16.950,9 milhões de patacas.

A execução dos dois primeiros me-ses do ano não traduz, contudo, a forte queda de 48,6% verificada nos casinos em Fevereiro, dado que os impostos pa-gos pelos concessionários de jogo são pagos no mês seguinte ao de referên-

cia. Por isso, a receita de Fevereiro terá apenas impacto nas contas do primeiro trimestre do ano.

Mesmo assim, os impostos sobre o sector do jogo continuam a ter um gran-de peso nas contas de Macau, valendo 84% das receitas totais, 84,8% das recei-tas correntes e 95,85% dos impostos di-rectos cobrados pela Administração.

Já no campo da despesa, Macau gas-tou apenas 4.395,8 milhões de patacas, menos 2,4% do que nos dois primeiros meses de 2014 e a traduzir 4,9% do pre-visto para os 12 meses com as correntes a valerem 4.394,9 milhões de patacas, ou mais 5%.

Entre receitas e despesas, a Admi-nistração mantém um saldo positivo de 15.762,1 milhões de patacas, um valor 29,8% inferior ao apurado nos primei-ros dois meses do ano passado, mas ain-da assim a traduzir já 30,4% do “saldo positivo” previsto para o corrente ano. O saldo positivo corresponde, assim, a 78% da receita total. JTM com Lusa

ALBANO MARTINS DIZ QUE GOVERNO POUCO PODE FAZER

Recessão pode chegaraos dois dígitos em 20152015 será um ano de recessão económica em Macau, prevê Albano Martins, destacando o peso do jogo no PIB

O economista Albano Martins de-fendeu ontem em declarações à agência Lusa que o Produto Inter-

no Bruto (PIB) de Macau vai estar em 2015 em recessão que pode chegar aos dois dígitos. “Tudo indica que as receitas do sector do jogo continuem em forte queda, pelo menos no primeiro semestre. E essa descida vai influenciar negativamente o Produto Interno Bruto de Macau”, expli-cou Albano Martins ao recordar a “eleva-da dependência” da economia local das receitas dos casinos.

O mesmo responsável salientou que a queda do PIB acontecerá “independen-temente da manutenção do investimento (formação bruta de capital fixo) dos casi-nos”, embora esta vá naturalmente “de-sacelerar” de alguma forma.

“Será um ano de recessão para Macau porque o Governo pouco ou nada pode fazer para contrariar a influência negati-va que a queda das receitas dos casinos têm no PIB porque a economia é pequena e a dimensão do sector publico não pos-sui um peso significativo na comparação

com o jogo”, disse.So nos primeiros dois meses do ano,

as receitas dos casinos caíram em termos homologos 35,1% depois de uma descida de 17,4% em Janeiro e de 48,6% em Fe-vereiro.

O PIB caiu 0,4% em 2014, naquela que foi a primeira queda desde a transição em 1999 e num movimento potenciado pela descida, em termos reais, de 17,2% no ul-timo trimestre do ano.

De acordo com dados dos Serviços de Estatística (DSEC), a economia local cres-ceu 13,1% no primeiro trimestre, 8% no segundo e iniciou um período de queda no terceiro trimestre com uma contracção de 2,3%. No ultimo trimestre, o PIB dimi-nuiu 17,2%, atingindo 443,3 mil milhões de patacas e o PIB per capita de 713.514 pa-tacas, o que traduz uma diminuição real de 4,79%.

A DSEC associa a contração do PIB à queda de 7,9% nas exportações de ser-viços de jogo já que a formação bruta de capital fixo aumentou 35,2% ao longo de 2014. JTM com Lusa

O Executivo da RAEM anunciou ontem que o salário mínimo a ser aplicado num futuro proximo

em apenas dois sectores laborais deve ser alargado a todas as áreas num prazo de três anos. A proposta de lei sobre o salário mínimo encontra-se actualmente em discussão na especialidade, sendo que o Governo acredita que que poderá ser votada ainda este ano. Porém, este diploma refere-se apenas aos trabalha-dores da segurança e limpeza de edifí-cios.

“Apos a implementação da lei neste dois sectores, esperamos que dentro de três anos possamos implementar o salá-rio mínimo em todos os sectores de Ma-cau”, disse o Secretário, em declarações à margem de uma reunião do Conselho Permanente de Concertação Social. A mensagem foi transmitida aos represen-tantes do sector laboral e patronal que, segundo Lionel Leong, “compreende-ram” e “concordaram” com a proposta.

Ainda está a ser debatido se a me-dida será aplicada de forma “gradual ou total”, uma decisão que depende de questões “técnicas e jurídicas”, explicou o Secretário.

O Executivo está actualmente a fazer “vários estudos” no sentido de perceber a melhor maneira de estender a diretiva

a todos os sectores de actividade. Uma das hipoteses passa pela criação de “re-gimes complementares” que possam “ajudar à implementação” de um salário mínimo geral.

Não foram, por enquanto, avançados valores para o salário mínimo generali-zado, mas para os trabalhadores da se-gurança e limpeza de edifício foi fixado o montante de 30 patacas por hora, o que perfaz 6.240 patacas mensais, com oito horas de trabalho diário, seis dias por semana.

Cheang Chong Sek, presidente da Federação das Associações dos Operá-rios de Macau, considera que o salário mínimo deve ser aplicado o mais rapi-damente possível. “Não podemos atra-sar mais. Na altura [para os sectores da limpeza e segurança] definimos 30 pata-cas por hora, porque isso é a promessa do Governo. O pedido da entidade labo-ral é que seja aplicado o salário mínimo o mais rapidamente possível”, disse à margem da reunião de ontem.

O representante da entidade patro-nal, Vong Kok Seng, alertou porém para a necessidade de existirem “leis da área de gestão predial” por forma a que o sa-lário mínimo possa ser aplicado “parcial ou totalmente”.

Durante a reunião do Conselho Permanente de Concertação Social foi também oficializado o aumento do montante das prestações do Regime da

Segurança Social, num total de 34 mil milhões de patacas, mais 80 milhões do que no ano passado.

Nesse âmbito foram aumentadas a pensão de idosos, de invalidez e pensão social, tendo os duas primeiras passado de 3.180 para 3.350 patacas por mês e a

ultima de 2.083 para 2.200.Vão verificar-se aumentos semelhan-

tes, entre os 5,21 e os 5,58%, para os sub-sídios de desemprego, doença nascimen-to, casamento e funeral. As actualizações devem entrar em vigor em Julho.

* Com Lusa

Terça-feira, 17 de Março de 201506 JTM | LOCAL

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SUSPEITO LESOU LOJA EM 1.000 DÓLARES DE HONG KONG

Cancelou compra mas levou “troco” Uma loja de um hotel foi enganada por um indivíduo que levou mais do que aquilo que devia, depois de ter cancelado a compra de uma carteira

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ARQ

UIVOA Polícia Judiciária (PJ)

encontra-se à procura de um homem suspeito de

estar envolvido num caso de fur-to a uma loja de um hotel de luxo no domingo.

Segundo o funcionário do es-tabelecimento, o suspeito entrou na loja e mostrou interesse em comprar uma carteira no valor de 340 dolares de Hong Kong, tendo feito o pagamento com uma nota de 1.000 dolares.

Quando estava a receber o troco de 660 dolares, o homem pediu ao funcionário que lhe entregasse uma nota de 500 pa-tacas em vez de dolares de Hong Kong. No entanto, o empregado disse-lhe que não tinha nenhu-ma nota disponível desse valor, explicação que não convenceu o indivíduo que pediu para verifi-car a caixa.

Depois de confirmar que, de facto, não havia nenhuma nota de 500 patacas, o homem retratou-se e pediu a nota de volta, cancelan-do a compra. Posteriormente, e já depois de o suspeito se ter ido embora, o empregado constatou que as contas não batiam certo e que faltava uma nota de mil dolares na caixa, suspeitando-se que o indivíduo terá levado mais do que tinha direito.

Dinheiro e telemóvel “desapareceram” no jetfoil Noutro caso revelado, uma

VÍTIMA FOI LESADA EM 100 MIL DÓLARES

Aposta “fantasma” não enganou “amigo”Um homem que estava a jogar num casino reparou que a mesa ao lado estava a dar muitos prémios e, por isso, pediu a um amigo lhe fazer uma aposta que, no entanto, nunca terá chegado a ser concretizada

mulher da China Continental deu por falta de 3.700 dolares de Hong Kong e 500 renminbis que continha na mala. A vítima disse às autoridades que tinha viaja-do de barco de Hong Kong para Macau, onde posteriormente apa-nhou um “shuttle bus” para um hotel. Quando chegou ao desti-no apercebeu-se que não tinha a carteira que estava na sua mala. Apesar de não ter a certeza onde realmente a perdeu, afirmou que terá sido durante a viagem.

A PJ recebeu ainda uma de-nuncia de uma suspeita de fur-to igualmente numa viagem de “jetfoil”, desta vez por parte de um homem de Hong Kong. O indivíduo, que se deslocou de Hong Kong para o Terminal Marítimo Provisorio da Taipa, afirmou ter chegado ao territó-rio por volta das 11:30. So apos a chegada, constatou que tinha perdido o telemovel no valor de 4.000 patacas. B.M.

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ARQ

UIVO

Eram apenas 11 da manhã de domingo quando a vítima, que

se encontrava num casino a jogar, deu conta das vozes altas que vinham da mesa ao lado. Ao aperceber-se que se tratava de celebra-ções de vitorias e ganhos acumulados, decidiu pedir a um amigo para o ajudar a apostar na mesa do vizi-nho.

Nesse momento, segun-do as autoridades, o indi-víduo entregou ao suspeito 100 mil dolares de Hong Kong em fichas para que este fizesse a aposta. Se-gundo a vítima, quando regressou, o homem, de 52 anos, disse-lhe ter perdido todo o dinheiro. Não acre-ditando na historia, decidiu dirigir-se ao funcionário do casino que confirmou que o “amigo” não tinha feito qualquer tipo de aposta.

A vítima acabou por apresentar queixa às auto-ridades e o suspeito foi de-tido por suspeita de burla qualificada.

“Vou ali levantar dinheiro e já volto”

Noutro caso revelado pelas autoridades, um in-divíduo do Continente en-

contrava-se a jogar num ca-sino quando o homem que estava sentado ao lado lhe disse que tinha “confiança” que ia ganhar mas que, no entanto, não tinha dinheiro consigo.

A vítima acreditou e emprestou ao suspeito 100 mil dolares de Hong Kong que este acabou por perder na mesa de jogo. Posterior-mente, o suspeito, também da China Continental, dis-se que ia levantar dinheiro para pagar o empréstimo, mas nunca mais voltou.

O indivíduo acabou por ser interceptado no dia se-

guinte por um funcionário do casino que comunicou o caso às autoridades.

A polícia foi ainda in-formada, no domingo, por outro funcionário de um casino, sobre o paradeiro de um indivíduo que era pro-curado por suspeita de dois casos semelhantes de furto qualificado. O homem, de 54 anos, é acusado de envol-vimento no furto de 100 mil dolares de Hong Kong. Terá aproveitado para tirar o di-nheiro da mala das vítimas enquanto estas jantavam no casino.

B.M.

Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | LOCAL 07

Novo curso do IPM arranca em Setembro

• • • BREVES

MGM pede desculpa a jornalista barradoO MGM Macau apresentou ontem pu-blicamente um pedido de desculpa a um jornalista que foi interceptado pelos se-guranças do hotel à margem da inaugu-ração da exposição da artista portugue-sa Joana Vasconcelos. Num comunicado pode ler-se que a companhia respeita e apoia a liberdade de imprensa, atribuin-do o incidente a “um problema de co-municação entre as partes”. Assim que se aperceberam que se tratava de um jornalista, os seguranças permitiram a sua passagem, refere ainda a operadora.

Feira do St Regis atraiu200 candidatos a emprego A Feira de Recrutamento do St. Regis Macau, que decorreu no Clube Militar entre sexta-feira e sábado, acolheu 200 candidatos, anunciou a unidade hote-leira. O evento visou mostrar aos poten-ciais empregados o ambiente de traba-lho que se vive no hotel. Os candidatos podiam ainda experimentar alguns ser-viços, incluindo ter um mordomo ao seu dispor durante 24 horas. Rachel Chan, gerente da divisão de recursos humanos do St. Regis, mostrou-se entusiasmada pelo numero de candidatos presentes no evento.

Polícia Judiciária oficializauma dezena de promoçõesDecorreu ontem a cerimonia da tomada de posse dos novos três inspectores e sete sub-inspectores da Polícia Judiciá-ria (PJ). Os 10 elementos empossados possuem mais de 15 anos de experiên-cia policial, tendo demonstrado “boas qualidades” e desempenhado “as suas funções de forma excelente”, lê-se num comunicado da PJ. Para além de terem sido submetidos a um exame rigoroso a uma formação contínua durante mais de seis meses com o objectivo de aprofun-darem os seus conhecimentos, estive-ram no Instituto de Polícia Criminal da China para melhorar técnicas no âmbito da liderança no trabalho policial e da in-vestigação criminal.

Comissão de Talentos debate cooperação internacionalO sub-grupo do Programa de Formação de Elites da Comissão de Desenvolvi-mento de Talentos (SCDT) garantiu que vai continuar a investir em oportunida-des de cooperação com instituições de ensino de renome a nível mundial. Na primeira reunião do ano daquele sub--grupo, foram discutidas as candidatu-ras a apoio financeiro para a frequência do Programa de Líderes Mundiais na Universidade de Cambridge, que con-tou com 70 inscritos, bem como os pro-gressos nas negociações sobre coopera-ção com a UNESCO. Valor das reservas cambiais regista subida residualAs reservas cambiais de Macau aumen-taram 0,4% para 133,9 mil milhões de patacas no final de Fevereiro, compara-tivamente aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram 133,3 mil mi-lhões. De acordo com estimativas pre-liminares da Autoridade Monetária, no final de Fevereiro, as reservas cambiais registavam cerca de 12 vezes em relação à circulação monetária.

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UIVO

AURÉLIA ALMEIDA VAI COORDENAR CURSO

IPM cria licenciaturasobre relações sino-lusófonasO Instituto Politécnico vai passar a oferecer, a partir de Setembro, uma licenciatura em Relações Comerciais China-Países Lusófonos. O curso será coordenado pela professora Aurélia Almeida, apurou o JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Concretizando um projecto anunciado em Junho de 2014 pelo seu presidente, Lei Heong

Iok, o Instituto Politécnico de Macau (IPM), recebeu agora “luz verde” do Governo da RAEM para criar uma licenciatura em Relações Comerciais China-Países Lusofonos. O despa-cho da aprovação do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, ontem publicado no Boletim Oficial, aponta para o início do curso no ano lectivo de 2015/2016.

De acordo com o documento assi-nado por Alexis Tam a nova licencia-tura faz parte da Escola Superior de Administração Publica do IPM e, se-gundo apurou o JORNAL TRIBUNA DE MACAU, será coordenada pela professora Aurélia Almeida. A docen-te é a actual coordenadora do progra-ma de administração publica em por-tuguês.

Para o proximo dia 26, está prevista uma sessão de apresentação oficial do curso, com a presença de Alexis Tam. Por isso, o IPM preferiu não divulgar mais informações, para além das que constam no despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

Leccionada em inglês e em por-tuguês, com uma duração de quatro anos, a licenciatura inclui 145 unida-des de crédito e insere-se na área pro-fissional de “comércio internacional”.

Os dois primeiros anos do cur-so são dedicados exclusivamente à aprendizagem linguística de inglês, num total de 45 horas por semestre, e de português. No caso da língua por-tuguesa serão leccionadas 225 horas

no primeiro semestre e 180 no segun-do. A carga horária de 225 horas será mantida no 2º ano da licenciatura.

No terceiro ano, os horizontes dos alunos serão expandidos com aulas de historia de Portugal e das relações entre a China e os Países Lusofonos; historia, cultura e economia da China; teoria do Direito e dos contratos; ma-temática aplicada às Ciências Sociais e ainda disciplinas de economia interna-cional e negociação.

Para o último ano ficam reservadas cadeiras relacionadas com os sistemas políticos e judiciais dos países de língua portuguesa, logística, direito economi-co internacional, marketing, estudos de mercado e planeamento estratégico.

Em declarações ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU, em Junho de 2014, o presidente do IPM sublinhou que este curso de língua portuguesa

direccionado para o comércio “é uni-co e o primeiro nesta área”. Lei Heong Iok frisou por isso que reveste-se de “grande significado”, servindo especi-ficamente o Fórum para a Cooperação Economica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Segundo afirmou na altura, o curso “tem em consideração o desenvolvi-mento, o aumento e o volume do in-tercâmbio economico e comercial entre a China e os países lusofonos”, sendo aberto a residentes locais, cidadãos do Continente Chinês e também do uni-verso da lusofonia.

Com esta licenciatura, o IPM pas-sa a contar com quatro programas especificamente dedicados à língua portuguesa, uma vez que já oferece actualmente os cursos de tradução de português-chinês e vice-versa e de por-tuguês para a administração publica.

Liane Ferreira

Começou ontem a edição deste ano da Feira das Car-reiras e Estágios da Universidade de Macau (UM), que decorrerá até sexta-feira. Aderiram ao evento

mais de 100 empresas que oferecem a 1.300 finalistas da UM cerca de 5.000 empregos, distribuídos por 20 sectores.

Elvo Sou, director da Secção de Aconselhamento e De-senvolvimento do Gabinete de Assuntos Estudantis da UM, salientou que a feira deste ano é a maior de sempre, dispo-nibilizando várias oportunidades de emprego e estágios. Os jovens podem ainda demonstrar as suas capacidades e ser aconselhados na melhor forma de desenvolverem uma car-reira.

De acordo com um comunicado da UM, o mesmo res-ponsável destacou que a instituição pretende lançar uma sé-rie de programas que têm por objectivo ajudar os estudantes

a abrirem negocios, de forma a fazer face às crescentes ne-cessidades da economia local.

Durante esta semana, as companhias presentes na feira poderão também fazer entrevistas de emprego a potenciais candidatos. A UM vai ainda organizar 35 seminários sobre recrutamento.

Uma das estudantes que já passou pela feira foi Lucia Luo, que frequenta o quarto ano da licenciatura em portu-guês. Segundo a UM, a jovem visitou a expo com o objectivo de saber mais sobre as companhias, para se candidatar a um emprego no ultimo dia do evento.

David Choi, actualmente a frequentar o terceiro ano da licenciatura em economia, também considerou que o evento pode ajudá-lo a fazer melhores escolhas no futuro.

I.A.

Mais de 5.000 empregos na Feira das Carreiras da UMA Universidade de Macau está a promover a Feira das Carreiras e Estágios 2015, à qual aderiram mais de 100 empresas, totalizando cerca de 5.000 possibilidades de emprego para 1.300 finalistas

Terça-feira, 17 de Março de 201508 JTM | LOCAL

Peter Stilwell fez tese de doutoramento sobre Ruy Cinatti

MACAU COMEMORA 100 ANOS DO NASCIMENTO DE CINATTI

Recordar o poeta que se desafiou na fé e ciênciaNo ano do 100º aniversário do nascimento de Ruy Cinatti, o poeta é recordado em Macau, por onde passou e publicou poemas na imprensa. Peter Stilwell, reitor da Universidade de São José (USJ), que tem uma tese de doutoramento sobre a obra e caminhada espiritual de Cinatti, com quem conviveu, revelou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU facetas do escritor e amigo que tinha uma paixão especial por Timor

Fátima Almeida

Foi quando abriu as seis arcas de Ruy Cinat-ti, cheias de documentos, livros, palavras – a ligar dois universos distintos mas indissociá-

veis – que Peter Stilwell decidiu debruçar-se sobre a obra do poeta com quem privou desde a infância. “Fui desmontando essas arcas e preparando a do-cumentação toda para ser entregue na biblioteca da Universidade Catolica e vi que havia uma caminha-da espiritual feita no meio da sua vida profissional e pessoal; estava em luta consigo proprio e com as grandes questões da época: o desenvolvimento, o colonialismo”, explicou o reitor da Universidade de São José (USJ), que hoje falará sobre esta viagem do seu amigo durante um simposio e sessão de poesia que se realizam, respectivamente, às 15:00 na USJ e às 18:30 na Fundação Rui Cunha.

“Poesia e imagem do Oriente” marca o 100º ani-versário do nascimento de Ruy Cinatti, agronomo, que encontrou nas palavras corpo para as suas an-gústias, conflitos, e essencialmente paixões que nu-triu por países a Oriente onde mais do que entender as leis dos humanos interiorizou a lei da sua Natu-reza e crenças. “Faz um discernimento utilizando a linguagem religiosa como fermento e não como alienação da realidade. Ele era um cientista com um sentido de objectividade, por um lado, mas por outro com consciência que essa leitura objectiva da realidade é so uma parte, depois há a dimensão éti-ca”, descreve ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU Peter Stilwell pegando num exemplo dos tempos em que Ruy Cinatti foi Secretário da Agricultura em Timor.

“No caso de Timor, como Secretário da Agricul-tura, Cinatti sabe como se faz a agricultura [a téc-nica] mas depois vê que não basta saber isso, mas que é necessário haver também esta relação ética com a natureza e as população; por que é que os timorenses não cortam as árvores nas montanhas e as veneram e os metropolitanos querem fazê-lo para plantar café? Os timorenses perceberam que se cortarem as árvores quando vier uma enxurrada vai tudo por ali a abaixo. Este desenvolvimento da agricultura sustentável exige um respeito para com as populações locais e os seus mitos”, ilustrou o pa-dre Peter Stilwell,

Ruy Cinatti começou “a olhar mais longe”, o que o fez mudar-se para o ramo da antropologia, se-guindo para Oxford onde lhe propuseram, devido à sua sabedoria, que passasse de imediato a fazer o doutoramento, cujos manuscritos Peter Stilwell diz não terem sido encontrados. Ficaram os poemas, os livros que nos mostram como eleva nas palavras es-sas duas dimensões paralelas.

“Nas suas historias mostra a sabedoria acumu-lada durante séculos que não é científica, no termo ocidental da palavra, mas que parte da experiência e da relação como a realidade mais ampla que é o universo e o sentido da vida humana”, analisa o rei-tor da USJ. “Ligar esses diversos níveis do Univer-so foi um grande desafio. Fala de uma agricultura sustentável em 1956/7 num congresso em Manila e no Japão, muito antes de se falar disso em termos internacionais”, reconhece.

Foi este sentido de fé que despertou Peter Sti-lwell para uma tese de doutoramento, abandonan-do a ideia inicial de fazer uma tese baseada numa discussão na Alemanha entre dois teologos. A marca e experiência do poeta permitiam analisar a visão de um leigo para a Igreja, que antes estava pouco explorada. “A sua fé e portanto este cami-nho espiritual, a maneira como a poesia e a lingua-gem surge como um lugar de decantação das suas

preocupação, de imaginação e de rasgar horizontes, de como interpretar a realidade, levou-me a pensar que talvez pudesse servir para uma tese na minha área, porque há um problema que se coloca na Teo-logia: temos doutrinas trabalhadas pelos teologos, mas como é que depois se faz o interface entre a fé e a vida concreta das pessoas?”, questionou Peter Stilwell.

“A experiência dos leigos é uma coisa a que a Igreja se tornou particularmente atenta em meados do século XX quando começou a valorizar o lugar destas pessoas na Igreja. Até aí entendia-se que a sociedade era toda cristã, portanto quem tinha que pensar nas questões da fé eram os bispos e even-tualmente as freiras, sendo que os leigos so cum-priam aquilo que o clero lhes dizia”.

Marca lírica em Macau

e paixão poética por TimorRuy Cinatti passou por Macau - a caminho das

suas viagens para as Filipinas e Japão - e também aqui, terra onde o seu avo foi director do Porto, deixou uma marca lírica ao publicar poemas, em Dezembro de 1955, no Notícias de Macau. “O avo dele foi director do Porto de Macau, e ainda tem o seu nome numa avenida – Demétrio Cinatti. O Ruy passou por cá a caminho das Filipinas, do Japão, e foi em Macau que fumou opio uma unica vez; vo-mitou, ficou verde e nunca mais lhe tocou”, conta Peter Stilwell.

Dez anos depois da sua passagem por Macau tem “uma experiência espiritual marcante em que está a viver o Natal sozinho e observa o presépio”. “Olha para a criança e vê o boi por trás e no seu poema recorda que, quando ele era criança, um boi também o lambeu por causa do sal que ele tinha – e vem esta questão do sal porque Jesus Cristo diz que somos o sal da Terra. E, de repente, percebe que as-sim como o boi gosta da criança no presépio o boi também gostava dele quando era criança e por isso também pode ser amado pelos outros e por Deus. É uma transformação que se dá”, relata.

A título da sua experiência pessoal, nota que “há um poema muito tocante em que ele tem conflitos

interiores”. “Uma luta com o pai, que nunca o acei-tou como poeta. O pai queria que ele fosse para a Marinha, mas ele não queria. A primeira vez que escreveu um livro de poemas mandou-o para o pai e o pai atirou aquilo para a lareira e escreveu-lhe a dizer que o fez sem o ler. Havia este conflito que se reflecte com o desejar a morte a si próprio e, por isso, a tal questão da morte para dar vidas também aos timorenses, e a referência à cruz de Jesus Cris-to”, exemplifica Peter Stilwell.

Timor marca a vida e obra de Ruy Cinatti com poemas nos quais “identifica o esforço de vivência”, naquele país onde viu o seu povo sofrer. “Há mo-mentos que são de tensão com a Administração que trata os timorenses abaixo de cão. Logo a seguir à II Guerra Mundial, quando está tudo desfeito o gover-nador quer rapidamente desenvolver Timor e criar lugares para os aviões aterrarem em vários pontos e os timorenses são arregimentados e obrigados a tra-balhar como escravos acorrentados uns aos outros”, refere Stilwell vincando a diferença abrupta de tra-tamento. “Os timorenses nunca tinham sido subor-dinados a uma administração portuguesa daquela forma, a não ser apos a II Guerra Mundial. Natural-mente, o Ruy sente-se ferido ao ver a mudança de uma administração portuguesa que exercia poder sobre Timor através das estruturas hierárquicas dos proprios timorenses, dando-lhes títulos, para uma constituída por administrativos treinados em ango-la ou Moçambique e que tratam os timorenses como escravos”.

E cativado pelas simplicidade e beleza das suas gentes Cinatti escreveu: “Timor foi para mim a poe-sia personificada durante os anos que lá permaneci, repare-se que eu pouco escrevi enquanto em Timor. Eu não necessitava de criar poesia porque ela exis-tia ali à mão, oferecendo-se gratuita, generosa e fá-cil, fonte de alegria e consoladora de tristeza, (...) é natural que uma vez ausente de Timor e emerso em ambientes menos poéticos eu recriasse o que para mim fora perene poesia(...) Timor serviu-me poeticamente para um ajuste de contas entre mim e mundo e entre o meu ser autêntico e o de todos os semelhantes”.

Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | LOCAL 09

Liane Ferreira

A grande adesão à edição de 2014 do “Sound & Image Challenge” ditou a transformação de concurso em festival de curtas-metragens. Este ano, para além da duração dos filmes ter sido estendida, também foi incluída uma categoria dedicada a vídeo-clipes, em que todos os realizadores são convidados a fazer vídeos para músicas de artistas locais. Para além disso, também há uma categoria que visa colocar em evidência a identidade cultural de Macau

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JTM

PASSAGEM DE CONCURSO A FESTIVAL REFLECTE ELEVADA ADESÃO

“Sound & Image” deu “passo em frente”

Na sua 6ª edição, o “Sound & Image Challenge” (SIC), or-ganizado pela Creative Ma-

cau, com o apoio da Universidade de São José (USJ) subiu de patamar, ao converter-se em festival no sentido pleno da palavra.

“O SIC está a desenvolver-se em algo grande, principalmente porque no ano passado foi incluído em pla-taformas internacionais para sub-missão de curtas-metragens”, frisou José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau e fundador da Creative, relembrando que esse facto resultou na recepção de mais de 400 candida-turas e na selecção posterior de 397 projectos.

Sublinhando que esse progres-so “encorajou” a organização a “dar o passo em frente” e transformar o SIC num festival cinematográfico, o mesmo responsável explicou que o concurso irá manter-se, no entanto, o festival irá expandir-se para um con-junto de eventos paralelos, envolven-do “algum glamour típico deste tipo de evento”.

João Cordeiro, produtor executivo do festival, explicou que esta mudan-ça também está ligada à consciência daquilo que correu menos bem nas edições anteriores. “Não chegamos à comunidade de Macau como dese-jávamos, por isso criámos o festival para termos mais pessoas a participar, seja como audiência seja como reali-zadores e directores”, afirmou.

Destacando que o primeiro passo para envolver mais a comunidade passava pela inclusão de mais ac-tividades e mais dias, João Cordei-ro revelou que durante a semana de

1 a 6 de Dezembro serão realizados workshops, seminários e mostras de cinema.

“Estamos confiantes que está é a altura certa para se tornar um festi-val e queremos que os locais estejam envolvidos”, salientou José Luís Sales Marques, considerando que o evento “é muito bom para Macau”. Para além disso, recordou que vive-se actual-mente uma fase de grande interesse pelo desenvolvimento das industrias criativas, pelo que a organização do SIC pretende que o festival seja parte desse movimento.

Lucia Lemos, directora do SIC, revelou que este ano a organização pretende atingir pelo menos 400 sub-missões, tal como em 2014, no entan-to, confessou que há possibilidades do numero ser bem maior. “Achamos que com a extensão do tempo de duração e também com o prémio monetário ofe-recido chegaremos às 1.000 submis-sões, mas talvez cheguemos às 4.000, quem sabe”, disse.

Vídeo-clipespara bandas

A edição de 2015 engloba algumas novidades, nomeadamente a introdu-ção da categoria “Volume”. Segundo explicou João Cordeiro, esta secção pretende reunir musicas de bandas locais que não têm um vídeo-clipe, dando a hipotese a realizadores de produzirem um vídeo para a musica que escolherem.

“O objectivo é promover o pano-rama musical local, visto que não há muitos sítios para essas bandas toca-rem e a plataforma de promoção exis-tente também não é suficiente”, des-tacou Miguel Khan, responsável pelo trabalho de recolha de obras musicais.

Nesse sentido, a organização do SIC considera que esta é uma oportu-nidade para novas bandas, mas tam-

bém para artistas com experiência que nunca tiveram a possibilidade de ver as suas musicas acompanhadas por um vídeo-clipe. “É uma boa opor-tunidade para mostrar o que há em Macau”, afirmou Miguel Khan, acres-centando que deste modo também se chama a atenção do exterior para a musica que cá se faz, sejam empresas ou jovens realizadores.

No que diz respeito ao concurso de curtas-metragens, género que está na génese de criação do concurso, uma das novidades é a extensão do tempo de exibição de cada filme para 30 mi-nutos no máximo. Por outro lado, na subcategoria “Melhor Publicidade”, os anuncios podem chegar a ter 15 minu-tos.

Este ano existem ainda duas sub-categorias relacionadas directamen-te com Macau: o “Melhor Local” e a “Identidade Cultural de Macau”, ver-tentes que vão ao encontro do desejo da organização de aproximar o festi-val do publico e artistas locais.

Para o “Melhor Local” serão ape-nas aceites projectos de criativos por-tadores de documentos de identifica-ção de Macau, independentemente de se tratar de Bilhete de Identidade de Residente Permanente, Temporário ou ainda Trabalhador Não-Residente.

Já a subcategoria “Identidade Cul-tural de Macau” destina-se a qualquer pessoa interessada em fazer um filme sobre o territorio. “Tem de ser um pro-jecto que reflicta a identidade cultural de Macau, pode ser comida ou patri-monio, por exemplo”, explicou João Cordeiro.

“Queremos ter mais profissionais, mas também aspirante a profissionais a participar, por isso é que não temos limite de idade”, acrescentou ainda Lucia Lemos.

Quanto ao “Grande Juri” constituí-do por Mário Dorminsky, criador do

festival de cinema português “Fantas-porto”, João Francisco Pinto, director de Informação e Programas dos Ca-nais Portugueses da TDM, e Zhang Zeming, realizador e argumentista de Hong Kong, Lucia Lemos salientou que “são especialistas na organização, na realização e produção e também na transmissão televisiva, por isso, po-dem ser justos com todos os concor-rentes”.

A organização do SIC pretende que os membros do juri do concurso es-tejam envolvidos nas actividades do festival e permaneçam no territorio nesse período de tempo, de modo a poderem partilhar o seu “saber e ex-periência”.

Encontrando-se ainda numa fase de definição do programa definitivo, a organização avançou que o calendário de actividades estará pronto provavel-mente no prazo de três meses. Depois do período de entrega de projectos, que decorrerá entre 16 de Março e 16 de Ju-nho, segue-se um mês de pré-selecção. Na fase seguinte, o painel de juris terá mais um mês para avaliar as produ-ções, sendo depois anunciados os 25 seleccionados para a competição final.

Os prémios monetários do concur-so totalizam 83.000 patacas, sendo que o vencedor da categoria “Melhor do Evento” receberá 20.000 patacas, ver-ba patrocinada pelo BNU. A USJ ofe-rece 10.000 patacas ao filme de “Me-lhor Ficção”, enquanto que a Creative Macau irá premiar as categorias de “Melhor Documentário”, “Melhor Animação”, “Melhor Publicidade” e “Identidade Cultural de Macau” com 10.000 patacas cada. O “Melhor Local” receberá também 10.000 patacas ofere-cidas pela Fundação Oriente. Já a Ma-cau Link oferece 3.000 patacas para o “Melhor do Publico”.

O SIC conta com o apoio do JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

10 JTM | LOCAL Terça-feira, 17 de Março de 2015

EVENTO CONTA COM UM INVESTIMENTO DE 29 MILHÕES DE PATACAS

Festival de Artes preenche Maio com 30 espectáculosO programa do XXVI Festival de Artes de Macau foi ontem apresentado, garantindo ao público 30 programas e exposições de artes durante o mês de Maio. A edição deste ano terá um orçamento de 29 milhões de patacas

Os amantes do teatro, dança, musica e ex-posições preparam-se para ter um mês recheado de eventos com o XXVI Festival

de Artes de Macau (FAM). Entre 1 e 31 de Maio, o territorio irá acolher 30 programas e mais de uma centena de actividades, num investimento de 29 milhões de patacas, mais dois milhões do que a edição anterior.

A edição de 2015 subordina-se ao tema “En-contro”, num evento que procura “transcender as fronteiras da arte para permitir que diferentes tipos de expressão artística se encontram e con-versem”, refere um comunicado da organiza-ção, que procura uma “diversificação” das artes. “Esperamos que, mediante diferentes actuações, mais diversas quanto o possível, transmitir mais mensagens para as pessoas, locais e estrangeiras. Por isso, temos que ter em conta uma audiência mais ‘tradicional’, mas também tentamos procu-rar diferentes tipos de actuações para também enriquecer os espectáculos”, disse o presidente do Instituto Cultural, Ung Vai Meng, na apre-sentação do programa.

“Lied Ballet”, do francês Centre Choréogra-fique National de Tours, vai subir o pano do festival com uma actuação de dança na qual os bailarinos recorrem a vários estilos artísticos. Da mesma forma, “Trust”, uma produção do teatro alemão Schaubuhne am Lehniner Platz, estreia também na Ásia, encerrando a edição do FAM.

De Portugal, a companhia Teatro Praga vai apresentar as artes performativas lusas através da peça “Terceira Idade”, cujo enredo serve de pretexto para explorar a questão “O que é isto de uma terceira idade?”, com espectáculos a 21 e 22 de Maio.

No capítulo da dança, nota ainda para os bel-gas Les Ballets C de la B, que trazem até Macau “Fora de Contexto – para Pina”, uma homena-gem à coreografa Pina Bausch, enquanto que no teatro destaca-se “O Fato”, do Thèatre des Bou-ffes du Nord, de França, peça encenada por Pe-ter Brook.

Para além dos diversos programas com com-

panhias internacionais, o FAM irá também de-dicar-se aos círculos artísticos locais, com par-ticular destaque para o grupo de teatro Doci Papiáçam (ver caixa). O espectáculo de dança “Aerodinâmica”, de Taiwan, faz parte do con-junto de trabalhos pensados de proposito para o festival, bem como a peça de teatro “Decisão Fatídica”, cujo argumento ganhou o primeiro prémio no 10º concurso de literatura de Macau.

A Associação de Artes Workshop Experimen-tal Soda-City irá apresentar “Memory Blueprint II”, havendo também a produção de Roberto Zucco, da Associação Teatro de Soho, e a peça “Cidades Versáteis”, da Associação de Arte Tea-tral Dirks.

O grupo de artes performativas do teatro de Ópera Kun de Jiangsu irá apresentar “1699 – O Leque de Flores de Pessegueiro”, enquanto o grupo juvenil de opera cantonense dos Kaifong e a Associação Geral de Ópera e Arte Musical de

Pedro André Santos

A Lenda do Pipa

JTM | LOCAL 11Terça-feira, 17 de Março de 2015

Dóci Papiáçam leva “talentos” ao FAM

O grupo de teatro Dóci Papiáçam vai voltar a marcar presença no Festival de Artes de Macau desta feita com um espectáculo intitulado “Macau tem talento”. “É uma sátira, no fundo, às situações do dia, e ver até que ponto os talentos são talentosos, e o que é que isto dos talentos, que até agora não sabemos o que é. Só sei que estão registados cerca de seis mil candidatos a talento. Como é que eles são aproveitados e quais os critérios, nós não sabemos e o Governo também não descortina”, lamentou Miguel de Senna Fernandes, à margem da apresentação do programa do Festival de Artes de Macau. O director do grupo e encenador não se quis alongar muito sobre a peça, mas garantiu que vão haver surpresas. “Há estreias, ao longo dos ensaios saberão. Há talentos bastante engraçados, vamos brincar um bocado. Todos os anos experimentamos coisas e este ano vamos colocar música na nossa peça. Este é apenas um projecto, se vai acontecer ou não, não sabemos. Tem condições para ser um espectáculo bastante engraçado”, acrescentou Miguel de Senna Fernandes. O local de ensaios continua a ser um dos grandes desafios do grupo, devendo as peças ser preparadas novamente na Escola Portuguesa. “Macau tem talento” tem duas sessões agendadas, a 23 e a 24 de Maio.

EVENTO CONTA COM UM INVESTIMENTO DE 29 MILHÕES DE PATACAS

Festival de Artes preenche Maio com 30 espectáculosO programa do XXVI Festival de Artes de Macau foi ontem apresentado, garantindo ao público 30 programas e exposições de artes durante o mês de Maio. A edição deste ano terá um orçamento de 29 milhões de patacas

panhias internacionais, o FAM irá também de-dicar-se aos círculos artísticos locais, com par-ticular destaque para o grupo de teatro Doci Papiáçam (ver caixa). O espectáculo de dança “Aerodinâmica”, de Taiwan, faz parte do con-junto de trabalhos pensados de proposito para o festival, bem como a peça de teatro “Decisão Fatídica”, cujo argumento ganhou o primeiro prémio no 10º concurso de literatura de Macau.

A Associação de Artes Workshop Experimen-tal Soda-City irá apresentar “Memory Blueprint II”, havendo também a produção de Roberto Zucco, da Associação Teatro de Soho, e a peça “Cidades Versáteis”, da Associação de Arte Tea-tral Dirks.

O grupo de artes performativas do teatro de Ópera Kun de Jiangsu irá apresentar “1699 – O Leque de Flores de Pessegueiro”, enquanto o grupo juvenil de opera cantonense dos Kaifong e a Associação Geral de Ópera e Arte Musical de

Macau vão exibir “Liu Junging de Pés Atados Conquista Quatro Portas da Cidade” e “A Len-da do Pipa”, respectivamente.

Actuações ao ar livree destaque para as crianças

O jardim de Iao Hon irá ser convertido num cinema ao ar livre com “Cinema à Luz das Es-trelas”, que seleccionou uma série de filmes dos vários cantos do mundo. Pela primeira vez, a mostra de espectáculos ao ar livre irá ser reali-zada no Largo do Pagode da Barra.

À semelhança do que tem vindo a acontecer nos ultimos anos, o FAM irá trazer espectáculos para crianças, como “Savanna, uma Paisagem Possível”, uma produção de Israel e da Suíça. O grupo local Teatro Areia Preta irá apresentar “Aquário”, peça que irá explorar as “maravilhas do mundo marinho”. Por sua vez, o espectáculo de mímica “Cocorico” vira-se para a comédia,

enquanto que a companhia Beau Geste vai tra-zer “Transports Exceptionnels” e “Dot”, pelo Maduixa Teatre, de Espanha.

Os espectáculos vão decorrer em espaços in-tegrados na lista de Patrimonio de Macau, bem como da UNESCO, como o Teatro D. Pedro V, a Igreja de São Domingos, o Largo do Pagode da Barra, conservatorio, edifício do antigo tribunal, Centro Cultural, Torre de Macau, Cinema Ale-gria, Museu de Macau, praça do lago Sai Van ou na galeria do Tap Seac, num misto entre espaços ao ar livre, salas de espetáculos e locais de culto.

À semelhança dos outros anos, no programa estão também integradas palestras, workshops e conversas pos-espectáculos que visam propor-cionar ao publico interagir com os grupos cria-tivos.

Os bilhetes para o XXVI Festival de Artes de Macau serão colocados à venda a partir do pro-ximo domingo, dia 22.

Teatro Praga

Teatro PragaTrust

Terça-feira, 17 de Março de 201512 JTM | LOCAL

Inês Almeida

JOANA VASCONCELOS ENCONTROU-SE COM ALUNOS E DOCENTES

“Não há uma maneira certa de criar arte”Joana Vasconcelos apresentou ontem a peça “Valkyrie Octupus” a estudantes e professores locais ligados às artes. Durante o encontro, a artista portuguesa incentivou os estudantes a seguirem as suas ambições artísticas

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Se quiserem mesmo entrar no mun-do da arte, façam-no. A verdade, é que não há uma maneira certa de

criar arte, não há um lugar concreto em que possam fazê-lo ou nenhum país em particular. Aquilo que vos posso dizer é que, mantendo-se proximos das vossas raízes e daquilo que são, devem conse-guir lá chegar. Cabe-vos acreditar no vos-so trabalho e investir nele”. Foi com este conselho que terminou o encontro de Joa-na Vasconcelos com professores e estu-dantes da Universidade de São José (USJ) e Escola Portuguesa de Macau (EPM).

A artista portuguesa conduziu ontem uma visita guiada durante a qual expli-cou o seu processo criativo e de execução da peça que se encontra na Grande Praça do MGM Macau.

Houve ainda tempo para questões da audiência que se centraram maioritaria-mente na inspiração para a criação dos seus trabalhos, na utilização de materiais do quotidiano doméstico como talheres e panelas, e no papel das mulheres na sua obra.

No final do encontro, Gui Silva, es-tudante de arquitectura na USJ, elogiou a artista por utilizar técnicas e materiais típicos do seu país de origem. “É bom utilizar a arte para apoiar os produtos nacionais como ela faz. Nesta obra uti-lizou não apenas técnicas típicas de Por-tugal como materiais que têm a mesma origem, o que é muito bom para apoiar as empresas do seu país”, disse o aluno, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

O estudante gabou ainda as técnicas de Joana Vasconcelos destacando o facto de esta provar que “nem todos os artis-tas criam projectos sem qualquer tipo de critério, bem pelo contrário”.

No seu entender, no trabalho de Joa-na Vasconcelos “tudo é bem pensado”. O processo criativo da artista foi explicado durante a visita, incluindo a ligação da peça à fachada da Grande Praça, que se assemelha à traça típica de Lisboa.

Destacando que Joana Vasconcelos

tem vários arquitectos entre a sua equipa de trabalho, o jovem referiu que gostava de um dia desenvolver projectos a seu lado por considerar que “podia aprender muito” nomeadamente ao nível da “boa utilização” da inspiração. “Arquitectura não é simplesmente criar quatro pare-des e um tecto. É preciso criatividade. Eu acho que um arquitecto que trabalhasse no atelier da Joana Vasconcelos aprende-ria mais sobre como utilizar bem a inspi-ração”, disse.

Gui Silva interpelou a artista por duas vezes, questionando-a sobre o tempo que demorou a desenvolver a “Valkyrie Oc-tupus” e sobre uma das suas obras “mais controversas” - o candelabro criado a par-tir de tampões.

“Queria saber se tinha criado o projec-to com aquele material por algum motivo para além de chocar as pessoas e ela deu--me uma explicação razoável”, afirmou.

Na plateia que assistiu a pequenos fil-mes de apresentação de várias obras de Joana Vasconcelos, como o candelabro, os sapatos criados a partir de panelas e

tampas, e o coração criado com recurso a talheres de plástico, estava também Sara Vicente, estudante do 11º ano, na área das artes, na EPM.

A jovem já tinha assistido a exposi-ções daquela que considera uma das suas artistas preferidas, porém, foi a primeira vez que teve a oportunidade de conhecer Joana Vasconcelos e de a ouvir explicar as técnicas utilizadas.

Apos a visita, Sara Vicente disse ter aprendido “a utilizar uma maior varie-dade de materiais e técnicas num unico projecto sem que ele fique confuso”. A estudante referiu que gostaria de um dia trabalhar sob a tutela da artista pois assim aprenderia a “melhor utilizar diversas técnicas das artes plásticas, como coser e bordar, por exemplo”, já que na escola apenas aprendem a desenhar, havendo “pouco espaço para outros projectos”.

A artista foi também interpelada por docentes da Universidade de São José que pretendiam compreender a impor-tância das mulheres e do ambiente do-méstico no seu trabalho, pelo facto de

frequentemente recorrer a materiais que podem ser encontrados em casa.

“Tento sempre transformar o ambien-te doméstico e procuro dizer às mulheres que elas podem fazer tudo o que qui-serem com aquilo que têm na cozinha. Inspiram-me os assuntos domésticos. Também me inspiram a política, a eco-nomia e outros temas, claro, mas normal-mente começo pela casa. Olho para cer-tos objectos e penso na melhor forma de transformá-los para criar algo de novo no mundo”, explicou.

Cores de “Valkyrie” ajudam campanha da ORBIS

Por ocasião da exposição da “Valkyrie Octupus”, a Orbis Macau vai lançar uma campanha de angariação de fundos que se prolonga até ao dia 31 de Outubro.

Vivian Lo, representante da institui-ção, destacou que pretende demonstrar a importância da visão através das ar-tes. “Isto é uma plataforma para mostrar aquilo que podem estar a dar alguém caso façam donativos à Orbis: estão a dar a alguém a possibilidade de ver estas co-res. Sem uma visão saudável não se con-segue ver as cores do mundo”, destacou a mesma responsável.

A peça de Joana Vasconcelos foi inte-grada na campanha, devido às cores que foram utilizadas. “Por vezes os artistas trabalham apenas com preto e branco, mas ela não. Ela utiliza imensas cores e é exactamente essa mensagem que que-remos passar. A importância das cores”, destacou Vivian Lo.

Esta é a primeira vez que a Orbis co-labora com a artista portuguesa, porém, a representante da instituição em Macau espera que “existam mais oportunida-des”.

Para demonstrar a importância das cores vão ser utilizados ainda bolos cria-dos por dois “chefs” de pastelaria do MGM que exibem os mesmos tons utili-zados no “Valkyrie Octupus”. O objecti-vo, explicou a responsável, é criar “uma experiência em torno da arte”, que per-mita aos visitantes da exposição de Joana Vasconcelos compreender a necessidade “de uma boa saude visual”.

Estudantes e professores foram conhecer trabalho de Joana Vasconcelos

Colorido da “Valkyrie Octupus” inspirou Orbis e chefs do MGM

JTM | ACTUAL 13Terça-feira, 17 de Março de 2015

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CHINAO governo de Kunming, capital da província de Yunnan (sul da China), proibiu os restau-rantes de utilizarem lenha para preparar o prato típico da região, em nova tentativa para reduzir a poluição atmosférica. As au-toridades determinaram que os restauran-tes que servem “chaihuoji” (frango à lenha) devem substituir o uso de madeira por com-bustíveis mais limpos, indicou o jornal oficial “China Daily”.

COREIASO novo ministro da Unificação da Coreia do Sul afirmou ontem que vai procurar “mé-todos mais eficazes de comunicação” com a Coreia do Norte numa altura em que as relações entre ambos os países permane-cem tensas. “Nunca deixarei passar a opor-tunidade para o diálogo”, assegurou Hong Yong-pyo na tomada de posse em Seul, su-blinhando que “o diálogo, o intercâmbio e a cooperação com Pyongyang estão entre os principais objectivos” para ele e para o Mi-nistério de Unificação”.

TIMOR-LESTEO Governo timorense está a estudar duas ofertas para uma ligação de fibra ótica sub-marina a Timor-Leste, a de um consórcio entre a chinesa Hauwei e o grupo britânico e norueguês Marine, e outra do grupo aus-traliano Nextegn. Segundo apurou a Lusa as propostas foram apresentadas ao Governo timorense nos últimos dias e inserem-se num programa amplo de definição da estra-tégia de telecomunicações do Executivo.

PORTUGALA dívida pública de Portugal deverá ter au-mentado 6.600 milhões de euros em Janei-ro, situando-se no final do mês em 231,1 mil milhões de euros, informou a Unidade Téc-nica de Apoio Orçamental. Os técnicos inde-pendentes de apoio ao Parlamento afirmam que para o aumento “contribuiu a emissão de dívida ocorrida em Janeiro e a subscrição de Certificados de Aforro e de Certificados do Tesouro”.

HAITIO Governo do Haiti anunciou que as elei-ções locais, legislativas e presidenciais vão realizar-se no segundo semestre deste ano, após um longo período de incerteza políti-ca. A primeira volta das legislativas acontece a 9 de Agosto e a segunda a 25 de Outubro, data também da primeira ronda das presi-denciais e das eleições locais. Uma eventual segunda volta das presidenciais terá lugar a 27 de Dezembro.

VENEZUELAA Assembleia Nacional venezuelana apro-vou, por maioria qualificada, a concessão de superpoderes ao presidente Nicolás Madu-ro para governar seis meses por decreto. A decisão inclui as áreas de segurança e de-fesa para enfrentar os Estados Unidos, que na semana passada declararam a Venezuela como uma ameaça extraordinária.

MÉXICOCarmen Aristegui, conhecida jornalista me-xicana autora de uma reportagem sobre a aquisição de uma mansão pela primeira--dama, foi despedida no domingo, um caso que já gerou críticas sobre afrontas à liberdade de expressão no México. Car-men Aristegui tinha-se manifestado publi-camente contra o seu empregador, a MVS Radio, nos últimos dias, após dois dos seus repórteres de investigação terem sido de-mitidos pela empresa.

VOLTA AOMUND

CHINA/JAPÃO

Pequim ultrapassa Pyongyang nas preocupações dos japonesesA China já suscita mais receios de segurança no Japão do que a Coreia do Norte, revela um estudo promovido pelo Governo nipónico

TIMOR-LESTE

Casos de violência doméstica atingem triplo dos furtosTimor-Leste registou no ano passado uma média diária de 1,7 casos de violência doméstica, segundo maior tipo de crime no país

Os cidadãos japoneses estão mais preocupados com a força militar e a assertivi-

dade chinesas na Ásia do que com qualquer outro problema de segu-rança, concluiu um estudo de opi-nião publica desenvolvido pelo Go-verno niponico.

Realizada em Janeiro, a pesquisa revela que mais de 60% dos partici-pantes apontaram a China como uma preocupação, em comparação com os 46% apurados num estudo similar conduzido três anos antes. Por outro lado, o numero de pessoas preocu-padas com a Coreia do Norte recuou de cerca de 65% para 53%, destacou a agência Bloomberg.

Os resultados não são alheios ao facto de Pequim e Toquio manterem uma disputa sobre ilhas desabita-das no Mar da China Oriental e ao facto de navios e aviões de ambos os países passarem frequentemente por essa região. Já a Coreia do Norte tem desenvolvido tecnologia atomi-ca e de mísseis balísticos, porém, não efectua testes nucleares desde 2013.

“Falta transparência nas políticas militares e de segurança da China, inclusive em relação ao orçamento”, afirmou o ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, exortando Pequim a divulgar informações mais detalha-das sobre os seus gastos na área da Defesa.

Na semana passada, a China anunciou que vai aumentar as des-pesas militares em 10,1% para 886,9 mil milhões de yuan em 2015, mas não adiantou detalhes sobre esse plano orçamental. Apesar de ser su-

perior ao crescimento do PIB (em torno de 7%), esta será a menor su-bida dos ultimos cinco anos. No ano passado, Pequim elevou o orçamen-to da Defesa em 12,2% até 808,2 mil milhões de yuan.

A China e o Japão agendaram uma reunião sobre segurança para a proxima quinta-feira em Toquio, a primeira do género em quatro anos. O diálogo ocorre depois do Primei-ro-Ministro japonês Shinzo Abe ter mantido um breve encontro com o Presidente chinês Xi Jinping em Pe-quim, em Novembro, na primeira reunião bilateral entre os países des-de Maio de 2012.

O mesmo estudo revela ainda que, relativamente às relações de defesa com outros países para além dos EUA, a percentagem de japone-ses que vêem benefícios nos inter-câmbios militares com a China e a Coreia do Norte desceu cerca de um terço. O bloco do sudeste asiático

foi apontado como o parceiro mais util para o Japão.

Shinzo Abe já assumiu que pre-tende fortalecer as Forças de Autode-fesa do Japão (FAJ), em parte como medida de resposta à modernização militar chinesa.

Apesar de 59% das pessoas in-quiridas terem considerado que a dimensão actual das forças armadas do Japão é adequada, uma crescente minoria defende um fortalecimento militar. Quase 30% mostraram-se favoráveis a uma expansão, contra 25% na pesquisa anterior e 14% há seis anos.

Por outro lado, um numero recor-de de 71,5% de japoneses disseram estar interessados nas FAJ e mais de 92% confessaram ter uma boa im-pressão sobre as forças armadas.

O Governo entrevistou 1.680 pes-soas entre 8 e 18 de Janeiro no âmbito desta pesquisa que foi realizada pela primeira vez em 1969.

A violência doméstica é, depois de ofensas à inte-gridade, o crime mais comum em Timor-Leste com um total de 643 casos nos tribunais do país

em 2014, ou 1,7 por dia, segundo o balanço anual do Pro-curador-Geral da Republica. O relatorio, apresentado on-tem no Parlamento, refere que se registaram 1.255 casos de ofensas à integridade (42% do total), 643 de violência doméstica (22%), 258 de danos (9%), 250 de ameaças (8%) e 191 furtos (6%).

No início de 2014 estavam pendentes 62 processos de corrupção, tendo entrado 76 outros, para um total de 148, com 34 acusados, 29 arquivados, 13 remetidos para ou-tras secções, deixando 62 pendentes para 2015.

“Do total de 34 casos de corrupção que o Ministério Publico acusou em 2014, foi apurado um valor global de prejuízos de 3,56 milhões de dolares”, indica o documen-to, destacando ainda que, “com a intervenção do Minis-tério Publico junto dos Tribunais, o Estado já conseguiu

recuperar 352.460 dolares”.O relatorio recorda que a 1 de Outubro a Procurado-

ria-Geral criou o Gabinete do Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, que funciona com dois procuradores timorenses “destacados exclusivamente” a este tipo de casos. Trata-se, explica, de procurar centralizar os pro-cessos de corrupção e de crimes organizados.

A corrupção, considera o relatorio, “não so prejudica os mais fracos e vulneráveis” mas também “atraiçoa os herois e guerrilheiros que morreram por Timor-Leste” podendo “causar ameaças à segurança, estabilidade e li-berdade de todos”.

Em termos gerais, o relatorio indica que, no início de 2014 o sistema judicial timorense tinha pendentes 4.037 processos, a que se somaram 3.800 entrados durante o ano. Desse universo total de 7.837 processos foram acu-sados 2.118 e arquivados 2.512, tendo ficado pendentes para este ano 3.207. JTM com Lusa

Mais de 60% dos japoneses apontam a China como uma preocupação em matéria de segurança

Terça-feira, 17 de Março de 201514 JTM | ROTEIRO

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 17:40 Avenida Brasil (Repetição) 18:30 TDM Desporto (Repetição) 19:30 O Teu Olhar 20:30 Telejornal 21:00 TDM Entrevista 21:45 Tudo Acaba Bem Sr.2 22:10 Avenida Brasil 23:00 TDM News 23:30 Portugal Aqui Tão Perto 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Dutch Eredivisie PSV vs Groningen 14:00 Dutch Eredivisie Heerenveen vs Ajax 15:00 National Icons 15:30 2015 AFC Champions League/AFC Cup TBC 17:30 Max Power 18:30 National Icons 19:00 Pro Bull Riders Baltimore, MD 20:00 FOX SPORTS Central 20:30 National Icons 21:00 Dutch Eredivisie Highlights 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 2015 AFC Champions League/AFC Cup TBC 00:30 National Icons

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40 FOX MOVIES13:00 Make Your Move 14:55 The Mortal Instruments: City Of Bones 17:10 Divergent 19:00 The East 21:00 Robocop 23:00 The Town That Dreaded Sundown 00:35 The East

41 HBO11:45 Elizabeth 13:45 47 Ronin 15:45 Tim Burton’S The Corpse Bride 17:00 The Perfect Storm 19:10 Collateral Damage 21:00 The Fast And The Furious 22:45 Killing Season 00:15 Elysium

42 CINEMAX12:45 Ice Soldiers 14:15 Shadow Man 16:00 Thoroughly Modern Millie 18:20 National Lampoon’S Favorite Deadly Sins 19:55 Air Force One 22:00 Fatherland 23:50 John Carter Of Mars

50 DISCOVERY13:00 Gold Rush 14:00 Siberian Cut 15:00 Dirty Jobs 16:00 Fast N’ Loud 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 11 18:00 Deadliest Catch 19:00 Bering Sea Gold 20:00 Alaskan Bush People 21:00 Running Wild With Bear Grylls 22:00 Dual Survival 23:00 Top Hooker 00:00 Alaskan Bush People

51 NGC12:30 Maverick Chef 13:25 The Happenings 14:20 Apocalypse World War I 16:10 Air Crash Investigation 17:05 24 Hours In A&E 18:00 The Happenings 19:00 Wicked Tuna 20:00 Science of Stupid 21:00 Bad Trip 22:00 Air Crash Investigation 23:00 Perfect Storms 00:00 Science of Stupid

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Ellen DeGeneres Show

55 FYI13:00 Flipped Off 14:00 Hideous Houses 15:00 Flipping Vegas 16:00 Tiny House Nation 17:00 Bondi Vet 18:00 Flipping Boston 19:00 Strangers In Danger 20:00 The Coolest Places On Earth 21:00 Far Flung With Gary Mehigan 22:00 Destination Flavour 23:00 Strangers In Danger 00:00 The Coolest Places On Earth

63 STAR WORLD12:55 Masterchef Junior US 13:45 Empire 14:35 New Girl 15:25 Cristela 16:15 Trophy Wife 17:05 Masterchef Junior US 18:00 Carrie Diaries 18:55 Revenge 19:50 Glee 21:40 Empire 22:35 Scandal 15 23:30 Sex and The City 00:25 Carrie Diaries

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal-Directo 16:03 Os Nossos Dias 16:34 Olhar a Moda 17:05 CUIDADO COM A LÍNGUA! 17:20 Podium 18:15 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia 19:33 Visita Guiada 20:06 Sabia que? 20:30 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde-Directo 22:12 Prós e Contras 00:09 Os Nossos Dias 00:39 O Preço Certo 01:30 Olhar a Moda 02:00 Portugal em Directo-Directo 03:03 Sabia que? 03:27 Água de Mar 04:00 Telejornal-Directo 05:02 Agora Nó

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

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DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

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03:45TDM SPORT/HD

Atlético Madrid vs Bayer Leverkusen

CINETEATROS1 Stand By Me Doraemon (3D)19:45

S2 Chappie14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUJupiter Ascending (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)13:40 • 16:10 • 19:50 • 21:00 • 22:00 • 00:35

Taken 316:10 • 15:35 • 19:00 • 20:00 • 22:45 • 23:40

Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | DESPORTO 15

LIGA DOS CAMPEÕES

Arsenal tenta reviravolta em FrançaO Mónaco está muito bem posicionado para chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, depois da vitória no campo do Arsenal. Na outra partida disputada hoje espera-se emoção, com o Atlético de Madrid a ter que virar a derrota na Alemanha frente ao Bayer Leverkusen

Os monegascos são os que estão melhor co-locados para seguir para a proxima fase da “Champions” depois do sensacional 3-1 ao

Arsenal, em Inglaterra. Com apenas dois golos so-fridos – e sete marcados - nos sete jogos europeus, o conjunto orientado por Leonardo Jardim, quarto colocado da Ligue 1, até pode perder por 2-0, sendo que ninguém marcou três tentos na presente época no Estádio Louis II.

Apesar de tudo estar a seu favor, o Monaco não pode facilitar, frente a um conjunto que venceu 12 dos ultimos 14 jogos – perdeu com Monaco e Totte-nham – e já é terceiro na Liga inglesa, a sete pontos do líder Chelsea.

Por seu lado, o vice-campeão europeu em título, o Atlético de Madrid, recebe o Bayer Leverkusen, apos o desaire por 1-0 na Alemanha. A formação de Diego Simeone não terá Tiago e também o muito influente central uruguaio Diego Godin, ambos cas-

tigados, enquanto que o conjunto germânico chega na máxima força e em plena série de cinco triunfos consecutivos. Cuidados redobrados a nível defensi-vo para os “colchoneros”, que caso sofram um golo terão obrigatoriamente que marcar três para seguir em frente.

Os “oitavos” fecham amanhã, em Nou Camp, e também em Dortmund, onde o conjunto de Jür-gen Klopp so precisa de vencer por 1-0, mas frente a uma Juventus que não sabe o que é perder fora desde 29 de Outubro. Na outra partida, o Barcelona é favorito depois de ter vencido o Manchester City em Inglaterra, por 2-1.

Na proxima fase da competição estão já FC Por-to, Real Madrid, Bayern Munique e Paris Saint-Ger-main.

A partida de hoje entre o Atlético e o Bayer Le-verkusen terá transmissão em Macau nos canais de desporto e HD da TDM a partir das 03:45. P.A.S.Mónaco venceu 3-1 na casa do Arsenal

LIGA PORTUGUESA

Porto e Sporting com triunfos suados

A vitoria escassa do FC Porto no Dragão contra o antepenultimo foi conseguida de forma pouco

vulgar, já que os azuis- e-brancos joga-ram em inferioridade numérica quase todo o jogo, apos o guarda-redes Fa-biano ter sido expulso, aos 11 minutos. Mesmo so com 10 jogadores em campo, o FC Porto resolveu o jogo aos 32 minu-tos, com o golo de Aboubakar, a dar bem conta do recado de ponta de lança, na ausência de Jackson Martinez.

Na Madeira, o Sporting também so-freu e so chegou ao golo de grande pena-

lidade, com Adrien a converter o castigo, aos 33 minutos. Com estes três pontos, o Sporting fica cada vez mais terceiro - está a oito pontos do segundo lugar do FC Porto e passa a ter sete pontos de avan-ço sobre o quarto, o Sporting de Braga. A formação bracarense poderá ter-se despedido do sonho de ainda se apurar para a Liga dos Campeões, ao perder na Luz com o Benfica, por 2-0.

Rio Ave (2-0 em Penafiel), Moreirense (1-0 em Barcelos ao Gil Vicente) e Aca-démica (2-1 ao Nacional) foram os ou-tros vencedores do dia. Destaque para a

vitoria dos “estudantes”, a primeira em casa no presente campeonato e que vale a subida de dois lugares na classificação, para 13.º, com 25 pontos, cinco acima da linha de despromoção, abaixo da qual continuam Gil Vicente e Penafiel.

Não ajudou nada ao destino do “lan-terna vermelha” mais esta derrota, ante um Rio Ave que ainda não perdeu a es-perança de regressar à Liga Europa. Os vila-condenses são oitavos, com 33 pon-tos, a três pontos do sexto lugar, que ain-da poderá valer a ida a uma competição europeia. JTM/Lusa

O FC Porto e o Sporting venceram os seus jogos da 25.ª jornada da Liga portuguesa, a exemplo do que o líder Benfica fizera, mantendo-se a diferença pontual entre os três “grandes”

United supera Tottenham com primeira parte de luxoO Manchester United venceu o Tottenham 3-0, em jogo da 29.ª jornada da Liga inglesa marcada pelo empate do Chelsea com o Southampton, e pela derrota do Manchester City em Burnley

Com uma primeira parte irre-preensível, em que marcou os três golos, pelo belga Fellaini,

aos nove minutos, Michael Carrick, aos 19, e Wayne Rooney, aos 34, o Manchester United venceu o Totte-nham e mantém-se no quarto posto a um ponto do Arsenal.

Arsenal e Manchester United, que alargou à condição a vantagem para cinco pontos em relação ao Liverpool (quinto), foram, para já, os grandes vencedores da jornada, depois da derrota do Manchester City e do em-

pate do líder Chelsea.O Everton venceu também por 3-0

o Newcastle, reduzido a 10 desde os 59 minutos, devido à expulsão do ar-gentino Fabricio Coloccini, com golos de James McCarthy, aos 20 minutos, do belga Lukaku, aos 56, na transfor-mação de uma grande penalidade, e Ross Barkley, no terceiro minuto do período de descontos.

A 29.ª jornada da Liga inglesa con-cluiu-se ontem com o encontro Swan-sea-Liverpool, partida disputada já depois do fecho desta edição.

Real vence em vésperas de visitar Nou CampO Real Madrid regressou às vitórias no campeonato espanhol, após bater o Levante, por 2-0, e manteve-se na segunda posição a um ponto do líder Barcelona, a uma semana de visitar Nou Camp

Na 27.ª jornada, e depois de dois jogos sem vencer, incluindo uma derrota em Bilbau na ultima ron-

da, os “merengues” superiorizaram-se ao 16.º classificado da prova com dois golos do galês Gareth Bale, ambos com inter-venção de Cristiano Ronaldo, que ficou em branco numa noite algo azarada.

No estádio Santiago Bernabéu, aos 18 minutos, o internacional português viu a bola a ser afastada, apos lance acrobático, acabando Bale por “facturar” na recarga. Aos 40, Ronaldo viu um remate seu de fora da área a embater no galês, acaban-

do o golo por ser atribuído novamente a Bale.

Com este triunfo, o Real Madrid con-tinuou a um ponto do eterno rival Bar-celona, quando os dois emblemas se en-contram na proxima jornada, no maior clássico do futebol espanhol.

Os “merengues” aproveitaram tam-bém da melhor forma o deslize do Atlé-tico Madrid no campo do Osasuna e reforçaram o segundo lugar, agora com sete pontos de vantagem sobre o terceiro classificado, que é agora ocupado pelo Valência.

Terça-feira, 17 de Março de 201516 JTM | OPINIÃO

CALHAUS ROLADOSAntónio Marques da Silva*

Do que eu não vou falarHabito um país onde o primeiro ministro desco-

nhece que um trabalhador independente tem de efectuar descontos para a Segurança Social, mas

não irei falar disso. Sou de um país onde há ministros com licenciaturas manhosas e pouco claras e que nada fazem para as esclarecer, mas não é disso que vou falar. Vivo num país onde a principal empresa e mais emble-mática organização foi vendida a saldo numa espécie de feira dos 23, mas disso não falarei seguramente. No país onde habito há Bancos geridos de forma crimino-sa que, não fora o pronto-socorro do Governo com o dinheiro dos contribuintes, teriam ido à falência. Longe de mim falar disso. Habito um país onde as promessas eleitorais dos partidos valem o mesmo que o papel co-mercial de alguns desses Bancos que enganaram mi-lhares de pequenos aforradores - nada. Também não é disso que vou falar. Vivo num país de paus-mandados, do chico-espertismo e do faz de conta, mas não irei falar disso. Respiro o ar pesado do país onde há mais super--gestores com comendas e prémios, por metro quadra-do, a sofrer de amnésia. Para quê falar disso? Resido no país onde as comissões parlamentares de inquérito dão bons momentos de televisão, algum tédio e muita arre-lia, mas ainda não é disso que vou falar. Resido no país onde cada umbigo cria um partido à esquerda, com o argumento demagogico de que, dividindo-se, visam a união e ficar mais fortes. Habito no país que tem uma das línguas mais faladas no mundo, mas que não dis-

põe de uma estratégia de difusão e de implantação do Português. Vivo no país que não tem há anos qualquer política diplomática nem esboça um sussurro de opinião propria em assuntos internacionais, mas que agora fez voz grossa, do tipo agarrem-me senão eu bato, agarra-do às calças alemãs a pedir um castigo para o governo grego. Vale a pena falar disso? Resido num país onde prescrevem muitos processos e outros submergem tão fácil e rapidamente como qualquer submarino alemão. Sem deixar rasto. Falar disso para quê? Neste país onde habito há cada vez mais problemas graves nas urgên-cias dos hospitais, pessoas que faltam às consultas por falta de dinheiro para o transporte e que pela mesma ra-zão também já não fazem a medicação toda. Neste país onde vivo há cada vez mais vilas, aldeias e pequenas cidades a esmorecer por ausência completa de uma po-lítica que vise o equilíbrio e combata o despovoamento, que promova a igualdade de oportunidades e olhe as pessoas como seres humanos e não como mercadorias que se mudam de prateleira. Habito um país onde fe-

charam tribunais, escolas e outros serviços publicos, sem se atender à especificidade de cada caso, sem ter sido feita uma avaliação sobre o custo-benefício da decisão e sem que tais juvenis e aventureiras decisões tenham, sequer, equacionado a hipotese de que há despesas que são investimentos, não são custos. Habito um país onde todos os dias os irmãos metralha da política disparam a cartucheira das exportações e da inovação tecnologica, ignorando e, com isso, marginalizando, uma enorme e substancial fatia do tecido produtivo nacional e dos seus cidadãos. É esse mesmo país que, depois de ter investido milhares de euros na formação de centenas de milhares de jovens, os deixa alegremente ir embora, desinveste na investigação e sub-financia o ensino superior, apesar de todos os dias, à hora do terço, algum dos seus oficiantes vir dizer que a inovação e tudo o que lhe está associado, é uma religiosa prioridade. Habito no país onde há um presidente da republica que critica os políticos como se não fosse um deles, que fala como se não tivesse havido ontem, que exorta à produção e valores nacionais, quan-do, como primeiro ministro, foi o campeão da política do alcatrão, do abate da frota pesqueira e da minimização da agricultura.

Sinceramente, para quê falar de tudo isto, se, como diz o verso de uma das cantigas dos Deolinda, hoje joga o Benfica?

* Professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra e ex-residente em Macau.

Lemos e ouvimos as notícias e o Mundo apresenta-se-nos cada vez mais incerto e assustador.

As relações humanas estão cada vez mais egoístas e fico com a sensação de que os “políticos” estão cada vez mais imediatistas, predispostos para reagirem a quente aos problemas, em detrimento de soluções pensadas e de longo prazo. O populismo é, por ve-zes, gritante.

Em Macau, estão na ordem do dia duas questões fulcrais como sejam a imposição de limites ao numero de turistas e o problema dos transportes. Faço votos de que não se fique por soluções imediatistas, como seja, no segundo caso, uma mera subida de impostos. Numa terra onde o dinhei-ro fácil abunda (basta ver o crescen-te aumento de carros de gama alta e de luxo), tenho sérias duvidas de que isso resolva o problema do trânsito. Quando muito agravará ainda mais as desigualdades sociais.

Mas, adiante, que me impus abor-

Viver em comunidade

dar, ainda que de forma breve e ligei-ra, questões importantes para a vida em sociedade, como sejam, os concei-tos de normas morais e de conduta, normas jurídicas e sanção.

O homem, no dizer de Miguel Tor-ga (Diário X, página 151), “Gregário por vocação ou necessidade, pouco impor-ta, o rei da criação teve de regularizar o trânsito social, estabelecendo normas de conduta em todas as circunstâncias e ca-minhos. Normas que, historicamente con-sideradas, são o espelho fiel do seu pró-prio crescimento mental e moral através dos tempos. Bárbaros a princípio, adoça-dos pouco a pouco, civilizados por fim, é quase inconcebível que elas sejam dispen-sáveis algum dia”.

A natureza humana é assim: o ho-

mem, contrariamente aos outros seres vivos, não possui um instinto que de-termine e dirija certeiramente a sua conduta. “Por isso mesmo, não tem um mundo próprio, como os outros animais, isto é, não se acha enclausurado num en-volvimento natural biologicamente fun-dado...Mas, por isso mesmo que se não acha enclausurado num mundo próprio, diz-se aberto para o mundo” (J. Baptista Machado, in Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador, página 7).

Assim sendo, é natural que cada cultura eleja os padrões de comporta-mento que considera mais adequados à harmonia social, tornando-os em pa-drões de conduta para todos os mem-bros do grupo. Contudo, o indivíduo não tem de interiorizar esses valores, traduzidos pelo poder político em normas da sociedade em que se inse-re, bastando apenas que os respeite, sem prejuízo de reagir contra situa-ções que considere injustas. E essa não interiorização não o transforma num ser associal. Nisto consiste o denomi-

nado direito à diferença. E assim é não apenas em relação às

normas jurídicas como no que respei-ta a todo o tipo de normas de natu-reza intersubjectiva, sejam elas regras de conduta, regras de boa educação ou regras morais ou religiosas. Sendo que se a violação de uma norma não jurídica pode acarretar consigo um desvalor, uma rejeição social, so a nor-ma jurídica pode ir mais longe, isto é, cominar sanções para o seu não cum-primento.

Mas cuidado, nem toda a ordem de força é Direito. O Direito, para o ser, pressupõe como sua referência intrínseca a ideia de Justiça. E a ideia de justiça está intimamente ligada ao princípio da igualdade de oportuni-dades e da livre autodeterminação do indivíduo. Uma sociedade formatada, em que todos são “ensinados” a pen-sar e agir da mesma forma, não é uma sociedade livre.

*Jurista. Escreve neste espaço às terças-feiras.

CHOVER NO MOLHADOJoão Figueira*

JTM/DN

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Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | OPINIÃO 17

AL: PACOTE DA FP VAI A REANÁLISEA Assembleia Legislativa reme-teu para reanálise em comissão três projectos de lei sobre a função publica e recebeu três outros di-plomas para discussão, incluindo um sobre liberdade religiosa e de culto. O adiamento da discussão em plenário dos projectos de lei sobre a função publica, subscritos por Alberto Noronha, foi aprova-do por maioria por ter sido consi-derada necessária uma reanálise conjunta entre o Executivo e a Co-missão de Administração e Finan-ças Publicas. Os projectos de lei visam alterar a legislação em vigor sobre as carreiras administrativa e de pessoal técnico e auxiliar e o regime das pensões de aposenta-ção e sobrevivência. A AL recebeu também, para apreciação, propos-tas de lei do Governo sobre as car-reiras de enfermagem e de técnico de diagnostico e terapêutica e um projecto de lei sobre liberdade re-ligiosa e de culto, subscrito pelos deputados Félix Pontes, Beatriz Basto da Silva, Antonio Correia, José do Rosário, Alexandre Ho e Peter Pan. De acordo com Félix Pontes, o projecto de lei sobre li-berdade religiosa e de culto visa actualizar o regime legal vigente, datado de 1971, tendo como fontes inspiradoras a Constituição da Re-publica e a Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a questão de Macau. “Não foram olvidados os preceitos respectivos constantes dos Pactos Internacionais sobre os direitos civis e políticos e sobre os direitos economicos, sociais e cul-turais, bem como os da Lei Básica da futura Região Administrativa Especial de Macau”, disse Félix Pontes. No período antes da or-dem do dia, o deputado Alexan-dre Ho criticou a política das au-toridades de Hong Kong sobre os critérios de autorização de entra-da de residentes de Macau na co-lonia britânica. Ng Kuok Cheong apoiou uma proposta apresentada em Pequim à Conferência Consul-tiva Política do Povo Chinês sobre o aumento da quota de trabalha-dores da China em Macau, mas questionou a legitimidade dos re-presentantes locais naquele orgão para falarem em nome do Territo-rio sem consultarem previamente a população.

Ofensa sobre ofensa

NOTAS SOLTASCarlos Frota*

Primeiro o discurso de Netanya-hu. Depois, esta carta aberta dos congressistas aos iranianos,

alertando-os para a forte oposição parlamentar às negociações sobre a questão nuclear.

Que raio! - disse eu para com os meus botões. Se calhar há aqui vozes a mais, a falar em nome do Tio Sam!

É preciso estar-se muito imbuído do espírito das instituições políticas americanas (o que não é, necessa-riamente, o meu caso) e aceitar-se os exageros da separação de poderes (idem) para se compreender que um país fale não a uma, mas a várias vo-zes, em dossier tão importante como o da questão nuclear.

Se a desautorização publica inter-nacional da figura central do sistema político é algo de anomalo, não po-dendo relevar tão so do jogo político interno, esta dupla desautorização não pode deixar de ser vista senão como ofensa sobre a ofensa.

E como ler-se isso, para além da batalha pela Casa Branca que se aproxima a passos largos?

Não têm os republicanos a per-cepção de que a não estratégia...não é, de facto, estratégia nenhuma? Que alternativa têm? A de Netanyahu? Ou é de facto a ajudinha eleitoral ao amigo de sempre?

Estranha coligação - disse Obama e bem - entre os seus opositores no Congresso e os extremistas religiosos da Republica Islâmica!

Não são perceptíveis, por agora, os estragos desta posição dos con-gressistas sobre as negociações. Mas cedo saberemos.

Sem nome nem memória Não sei se os iluminados teologos

do Califado (versão Boko Haram) esperavam tanto, no plano da eficá-cia, do trabalho de intoxicação dou-trinária, produzido pelos seus fiéis seguidores. A verdade porém é que a lavagem de cérebro, por estes feita a oitenta crianças e adolescentes, agora libertados pelas forças camaronesas - é radical. É perfeito!

Localizados numa aldeia remota, esses infelizes jovens reféns do gru-po extremista encontram-se privados de tudo o que lhes confirmaria a sin-gularidade como seres humanos: o nome proprio, a memoria dos pais, a referência ao lugar onde nasceram.

Quem perde a memoria deixa de ser quem foi...

Nada sabem, não articulam pala-vra em idioma compreensível para os seus inesperados salvadores, sen-tem-se perdidos, fora do tempo, fora de tudo.

A lembrar o destino das duzentas e muitas raparigas nigerianas que, com o injustificado silêncio da maior parte, passado o entusiasmo breve de uma campanha inconsequente, lá continuam o trabalho de se esquece-rem de quem são, para se tornarem e tão só filhas do Profeta (de novo, ver-são Boko Haram).

Para alguns, o encanto de África é o seu exotismo, a existência de insus-peitos lugares de extraordinária be-

leza natural, tão adaptados às novas exigências das companhias promoto-ras de turismo internacional. Para ou-tros, esse mistério esconde (também) miséria e, neste caso - crime, um cri-me hediondo.

Noutros lados do mundo, por uma ou duas vítimas de sequestros organizam-se gigantescas operações de socorro, com os holofotes das câ-maras televisivas a iluminarem cada centímetro, progredido pelos polícias ou mesmo pelos soldados. E com no-tícias actualizadas nos diferentes tele-jornais, para completa informação da opinião publica soberana.

Mas em África, so recentemente se está mais desperto para a universali-dade de um perigo que não toca so os africanos.

Não foi há dias Donald Dusk, o presidente do Conselho Europeu que, no contexto da sua visita a Washing-ton, reconheceu que se deveria fazer mais para a erradicação do extremis-mo em África?

No Reino do AbsurdoDrogas defeituosas, no combina-

do de que se compõem as injecções letais, ministradas aos condenados à morte, levaram à suspensão das exe-cuções, por esse método, no Estado de Utah, nos EUA, indo agora regres-sar-se à execução por fuzilamento que tem uma tradição multissecular de eficácia, na América e no mundo, como se sabe.

Tudo isto, leio, por culpa dos pou-co fiáveis dos europeus (!!!) que boi-cotam a exportação de tais drogas para os States, exactamente pelo uso que ali se lhes dá...

Constatado o facto de que os con-denados levam por vezes horas a morrer (é assim que leio, pelo menos, na fonte que consulto) - mata-se de outra maneira. E isto para não preju-dicar o quadro estatístico, esse teste-munho macabro de que as sociedades não so falham na possível eliminação das causas mais comuns de delin-quência como, ainda por cima, liqui-dam as suas proprias vítimas!

Não é esta afinal, em versão um tudo nada simplificada, a lógica da pena de morte, para grande maioria dos casos?

E, todavia, são essas mesmas so-ciedades que, na base de direitos constitucionais duvidosos - repito, mais do que questionáveis - dos ti-tulares de licenças para uso e porte de armas, não ilegaliza certos tipo de balas, dotadas de capacidade excep-cional de perfuração, de tal modo que atingem mortalmente os elementos das proprias forças de segurança, em princípio “protegidos” com coletes à prova... de bala! Que ironia!

Realmente, vive-se no Reino do Absurdo.

Como acabam os velhos conflitos? Por exaustão de uma das partes?

Pelo seu esvaziamento ideologico? Pelo reconhecimento de que a Revo-lução, a que aspiravam foi devorada afinal por um mundo novo em que ela já não tem lugar?

Colômbia versus FARC. O velho ideal guerrilheiro dá lugar à sobrie-dade da negociação. Ao casaco e gra-vata. Ao ar condicionado. Mas... por que abandonam as armas e preferem a diplomacia os velhos inimigos? Como se reconstrói a confiança entre grupos rivais, neste caso um Estado nacional e um movimento de insur-reição campesina, transmudado em cartel da droga, por razões de sobre-vivência?

Cinquenta anos e duzentos e vin-te mil vítimas depois, confirmam-se em Havana, onde as negociações têm decorrido, os gestos recíprocos de boa vontade, para que se atinjam as ultimas etapas até à reconciliação definitiva.

Tal pressupõem o mais decisivo dos esforços negociais, o do progra-ma de reinserção social e de impu-nidade criminal... gente que não co-nheceu durante décadas se não a lei da floresta, a do esconderijo e a do ataque surpresa.

O presidente colombiano man-dou suspender os ataques aéreos para dar mais uma oportunidade à paz.

Este século XXI que tão complexo se apresenta com os seus novos de-safios, afinal ainda arrasta atrás de si lutas de meio século, vindas de um mundo que já não existe.

No fundo, é este estar fora do tempo que mais me surpreende, este reconhecer que muitas lutas do ho-mem em busca do fim da História não passam de períodos curtos de uma ilusão que afinal não perdura.

Foi isto que, na minha juventu-de, os mais idealistas dos militantes de tantos ismos não sabiam. Mas que desde então não cessaram de aprender.

E como começam os novos? Noutro registo embora - e de for-

ma muito mais benigna do que a rea-lidade dura da guerrilha colombiana - foi no estar fora do tempo que eu vi desde o início da chamada revolu-ção, Venezuela.

Agravando-se agora a percepção de crise com os Estados Unidos, com sete oficiais da entourage de Maduro sujeitos a sanções, o presidente vai governar por decreto e para já por seis meses. Sempre prorrogáveis...naturalmente. O que é uma forma de dizer que, desde agora, o parlamento fica no congelador...

Mas para além de resolver um problema de eventual alteração da ordem publica, numa sociedade frac-turada pelo quase insanável conflito que a eleição presidencial não supe-rou, o que se resolve afinal com tal evolução do regime?

* Primeiro Cônsul-Geral de Portugal em Macau. Docente

da Universidade de S. José.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 17/03/1995

Dito

“Macau deveria liderar o desen-volvimento da ilha [da Montanha], realizando assim a expansão geo-gráfica da RAEM e diversificando a sua economia. Não o contrário”

Paulo Barbosa, in “Macau Daily Times”

Terça-feira, 17 de Março de 201518 JTM | LAZER

Um equívoco acertadoAlanna Kolette começou a carreira de modelo por mero acaso, após se ter perdido quando tentava responder a uma vaga de emprego para um programa de surf. Quando tentava encontrar o local da entrevista, entrou na sala errada que servia de cenário a um casting para um desfile de moda. Do equívoco depressa “saltou” para o sucesso, acabando a modelo americana por ser nomeada, em 2009, “Miss Hot Import Nights” e “Mulher do Ano” da revista “Eastern Surf”.

Britney Spears “adia” álbumpara se dedicar aos filhosBritney Spears garantiu que gravar um novo álbum não é uma “prioridade absoluta” na sua vida. A cantora está a trabalhar na sequência do álbum “Britney Jean”, de 2013, mas admitiu que será processo lento porque, antes de tudo, está a educação dos filhos. “Estou focada nos meus filhos, na escola deles e nas atividades extracurriculares. Vou dar o meu melhor para fazer um álbum incrível, mas não é uma prioridade por agora. As crianças podem deixar-me louca”, confessou à revista “Billboard”.

Elton John apela a boicote à marca “Dolce & Gabbana”O músico britânico Elton John apelou a um boicote à dupla de “designers” italianos de moda Dolce & Gabbana por estes terem condenado a fertilização “in vitro” ou o recurso a barrigas de aluguer. “A vossa mentalidade arcaica está fora de moda, assim como a vossa roupa”, afirmou Elton John na rede social Instagram em resposta a uma entrevista de Domenico Dolce publicada no fim-de-semana na revista italiana Panorama. Na entrevista, Dolmenico Dolce, que teve um relacionamento com Stefano Gabbana, afirma que cada criança devia nascer com um pai e uma mãe, e por isso opõe-se aos “bebés sintéticos, aos úteros alugados e ao sémen escolhido de um catálogo”.

Jackie Chan vai cantar músicade candidatura olímpica de PequimO actor Jackie Chan prepara-se para mostrar novamente os seus dotes de cantor. A estrela de filmes de artes marciais juntou-se ao compositor Wang Jiuping, ao cantor Zhao Jialin e outros artistas da China para gravar a canção “Wake Up Winter”, que será o tema da candidatura de Pequim à organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. A música só será divulgada após ser ouvida pela comissão de avaliação do Comité Olímpico Internacional (COI), durante uma visita à capital chinesa, entre 24 e 28 de Março. Jackie Chan também participou em idêntica iniciativa aquando da candidatura bem sucedida de Pequim aos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, ao cantar “We Are Ready”, gravada e publicada um ano antes do evento.

Tim Cook quis salvar Steve JobsCom lançamento previsto para 24 de Março, a biografia “Becoming Steve Jobs” já está em pré-venda no iTunes. Escrito por Brent Schlender e Rick Tetzeli, o livro relata o desejo de Tim Cook de doar parte do seu fígado para salvar o ex-chefe do cancro de pâncreas que acabaria por matá-lo. Segundo a obra, Cook chegou a fazer exames longe de Silicon Valley (para não ser reconhecido) e comprovar que tinha o mesmo tipo sanguíneo. Mas Jobs nem quis ouvir Cook terminar de contar a ideia, frisando que nunca o deixaria fazer isso. Schlender e Tetzeli também revelam o desejo de Jobs de adquirir o Yahoo. Os autores fizeram entrevistas a pessoas próximas de Steve Jobs, como Jony Ive, Eddy Cue, John Lasseter (Pixar), Bob Iger (Disney) e Laurene Powell Jobs (viúva do ex-CEO da Apple).

Terça-feira, 17 de Março de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira

O que falta em Macau? por Liana Liu

A poluição do ar é um grande pro-blema em Macau. Há demasiados carros a circular e isso sente-se

quando andamos na rua. Optar pelos autocarros é impossí-vel, uma vez que com a quantidade de turistas que tentam apanhá-los todos os dias, nós mal conseguimos entrar. Ma-

cau é muito pequeno e limitar os turistas não iria ajudar, uma vez que precisamos deles. Deviam tentar alargar o território, criar novos terrenos para que a população não esteja tão concentrada. Outra coisa que as autoridades deviam alterar é o método de entrada nas universidades. Para sermos acei-tes temos que fazer um exame específico para cada uma. No

meu caso, por exemplo, como quero candidatar-me a quatro universidades, vou ter que fazer quatro exames diferentes. O Governo deve criar um método que permita aos alunos fazerem um único exame, algo que abrangesse vários aspec-tos. Dessa forma, se passarmos, poderemos escolher entre as várias universidades que pusemos na nossa lista.

Envie as suas fotos para: [email protected]

Confraternização de trabalhoJoão Azevedo divide a foto com os amigos e colegas de trabalho - Rene Miterrand, dos

Camarões, e Luiz Filipe, do Porto – numa confraternização de trabalho em Batangas, nas Filipinas.

Recordar Sai VanApós três anos

de separação de Macau, Isabel

Duarte recorda com saudades as

fotografias tiradas nos tempos em que cá residia. A poucos dias de regressar, Isabel Duarte

diz-se ansiosa de voltar novamente

a pisar solo macaense.

A melhor companhia

O casamento de Gilberto Estorninho, no Galaxy, juntou ao jantar mais de 300 convidados.

Entre eles, Mário Gil e Vanessa Estorninho, que tiveram a oportunidade

de partilhar este dia tão importante para os noivos. Mário frisa

que foi “um dia passado na melhor companhia possível”, referindo-se à namorada Vanessa

Estorninho.

Elvis nos coraçõesRudy Sousa foi convidado pelo Padre Jay Gapayao do Centro Paroquial de S. José, em Cheoc Van, Coloane, para cantar músicas de amor, de Elvis Presley,

a quatro casais enamorados. Foi organizado um almoço especial para que os casais expressassem os seus sentimentos.

20 JTM | ÚLTIMA Terça-feira, 17 de Março de 2015 • Fecho da Edição • 00:40 horas

Até hoje, e desde os anos 80, que os Ser-viços Meteorologicos e Geofísicos de Macau (SMGM) têm tido uma elevada credibilidade, reconhecida a nível internacional. Sem eles, a vida da população seria impossível, já que de-pende em muito das condições das águas que nos rodeiam e dos fenomenos atmosféricos extremos que nos visitam frequentemente.

“No melhor pano... cai a nodoa” e, en-quanto os SMGM insistem em qualificar como boa ou moderada a qualidade do ar nas vias do centro da cidade e Taipa, a maioria dos cidadãos percebe que ela deixa muito a desejar e que a qualidade não é diferente da sentida em algumas cidades da China.

Agora vem uma ONG, precisamente do Interior chinês, concluir que os numeros fornecidos pela SMGM não coincidem com os seus e que, objectivamente, a qualidade do ar é má.

Convém ser prudente. Tecnicamente há diversas formas de avaliar a qualidade do ar e, portanto, é natural haver diferenças numéricas.

Para o cidadão comum, porém, isso pou-co importa. O que deseja é que lhe revelem a qualidade do ar que respira, para saber se as frequentes irritações respiratorias que o aco-metem, derivam da poluição ou, como insi-nuava a Associação do Fumo e tal e tal, é da responsabilidade dos fumadores.

Os SMGM têm que explicar este assunto, muito bem explicado, sem se refugiarem em questões técnicas.

Recordem-se que se custa uma vida a ganhar credibilidade, ela pode perder-se num minuto. E nos queremos uns SMGM credíveis...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Da credibilidade

ONG denuncia “ano mais repressivo” da última década na ChinaO numero de detenções de defensores dos direitos humanos na China registou um “alarmante aumento” em 2014, denun-ciou a ONG “Chinese Human Rights Defenders” no relatorio anual divulgado ontem. No total foram registadas mais de 800 detenções, um numero superior à soma dos valores de 2013 e 2012. No documento, intitulado “Silenciando o Mensa-geiro”, a organização sustenta que 2014 foi o ano mais repressivo em mais de uma década para os defensores dos direitos humanos. “O segundo ano de mandato de Xi Jinping foi inclusive mais draconiano que o primeiro. Podemos ver o reforço das políticas contra a dissidência, especialmente a organizada”, assinalou Renee Xia, directora internacional da “Chinese Human Rights Defenders”. A ONG documentou vários casos que evidenciam comportamentos “preocupantes”, entre eles o prolongamento sistemático das detenções sem direito a julgamento que, nalguns casos, passam de um ano.

Supremo mantém prisãopreventiva de SócratesO Supremo Tribunal de Justiça de Portugal manteve prisão preven-tiva de Socrates ao rejei-tar o pedido de “habeas corpus” pedido pela de-fesa do ex-Primeiro-Mi-nistro. Segundo o Diário de Notícias, no pedido dirigido ao Supremo, a de-fesa de Socrates alegava que o juiz Carlos Alexan-dre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), deveria ter revisto a medida de coacção de prisão preventiva ao fim de três meses, mas que ultrapassou esse prazo, e questionava tam-bém a competência do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e do TCIC para analisaram factos que alegadamente remon-tam ao período em que Socrates era Primeiro-Mi-nistro. A defesa de Socrates considerou ainda que “houve um artifício” da investigação para que o processo que envolve o ex-Primeiro-Ministro não fosse para o Supremo Tribunal de Justiça. “Houve um artifício para se furtar à competência do Su-premo Tribunal de Justiça (STJ), que era o tribunal competente à data dos factos”, disse o advogado João Araujo durante a audiência para apreciação do pedido de libertação imediata (‘habeas cor-pus’) movido pelo antigo chefe do governo.

Campanha anti-corrupção atinge líder do sector automóvelA ampla campanha anticorrupção em curso na China atingiu o líder de um dos maiores fabricantes de automoveis do país, Xu Jianyi, revelou ontem a imprensa estatal chinesa. O presidente do FAW (First Automotive Works) Group é suspeito de “graves violações da disciplina e da lei”, disse a Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista Chines (PCC). Xi Jianyi é também secretário da organização do PCC dentro do FAW Group, consorcio estatal fundado em 1953, no norte da China, e que no ano passado vendeu mais de três milhões de veículos. Além de produzir a famosa ‘limousine’ Hong Qi (Bandeira Vermelha), usada pelo protocolo chinês para transportar os líderes chineses e os estadistas estrangeiros que visitam a China, o FAW Group é parceiro da Volkswagen e da Toyota. Entretanto, a agência Xinhua revelou que o mais alto líder militar chinês acusado de corrupção, o antigo general Xu Caihuo, morreu no domingo vítima de cancro. De acordo com a lei chinesa, os procuradores militares decidiram não processar judicialmente Xu Caihuo, mas irão tratar dos ganhos ilegais que ele obteve, disse a Xinhua, citando um comunicado da procuradoria-geral militar.

Feiras de Xangai atraem têxtil e calçado de PortugalTreze empresas têxteis e de calçado de Portugal participam esta semana em duas feiras internacionais em Xangai, coin-cidindo com um bom momento das exportações do país para a China. O têxtil é o sector mais representado, com oito empresas (Lemar, Paulo de Oliveira, Penteadora, Ribera, Riopele, Somelos, Textil Serzedelo e Troficolor) a animar o Pa-vilhão de Portugal na ‘Intertextile Shanghai 2015’, de 18 a 20 de Março. Na mesma data, a feira internacional de calçado ‘Micam’ contará com a presença de cinco empresas portuguesas: Flex & Co, Fly London, J. Reinaldo, Mocc’s/Boat Dock’s e Nobrand. Pelas contas da Administração-geral das Alfandegas Chinesas, em 2014, as exportações portuguesas para a China aumentaram 18,8% para 1.660 milhões de dolares, mais do dobro de há cinco anos.

Governo brasileiro reage a protestoscom promessa de medidas contra corrupçãoO Governo de Dilma Rousseff considerou que as manifestações que saíram à rua em diversas cidades do país no domingo foram compostas por pessoas que não votaram na candidata do Partido dos Trabalhadores nas eleições do ano passado, ainda assim foram feitas promessas de mais diálogo e de mais medidas contra a corrupção. Os mi-nistros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência da Republica, Miguel Rosseto, reuniram-se com a Presidente para avaliar a situação e sustentaram apos o encontro que Dilma governa para “todos os brasileiros” e que o Governo está aberto para dialogar. “As manifestações ocorridas hoje são manifestações onde maioritariamente participaram sectores da sociedade críticos ao governo”, disse Rosseto a jornalistas, usando como argumento a forte polarização das eleições de 2014, vencidas por Dilma com 51,64 por cento dos votos contra Aécio Neves. Dilma Rousseff deve anunciar nos proximos dias medidas de combate à corrupção, dado seguimento a promessas feitas durante a cam-panha eleito e a um dos temas a que prometeu dar mais atenção no segundo mandato.

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O Chefe do Executivo ofereceu ontem um almoço a representan-tes dos orgãos locais da comunicação social de línguas portuguesa e inglesa. Chui Sai On repetiu a gentileza ao jantar, desta vez com responsáveis dos OCS de língua chinesa.

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