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Histórico
As plantas cítricas são originárias das regiões
tropicais e subtropicais da Ásia e Arquipélago Malaio
(Índia, norte da China, Nova Guiné, Austrália), embora
com controvérsias quanto ao local de origem, a fruta
teria chegado à Europa ainda na Idade Média, sendo
saboreada, naquele período, apenas por imperadores,
nobres e eclesiásticos. No Brasil foi introduzida pelos
portugueses no início do século XVI pelas primeiras
expedições colonizadoras, provavelmente na Bahia.
Entretanto aqui, com melhores condições para
vegetar e produzir do que nas próprias regiões de
origem, as citrinas se expandiram para todo o país. A
citricultura é um dos principais agronegócios
internacionais, sendo o Brasil líder na produção de
frutas cítricas e na exportação de suco concentrado e
congelado de laranja. A citricultura brasileira, têm se
destacado também pela promoção do crescimento
sócio-econômico, contribuindo com a balança comercial
nacional e principalmente, como geradora direta e
indireta de empregos na área rural.
O estado de Minas Gerais ocupa o quarto lugar no
cenário nacional entre os maiores Estados produtores
de citros do país e, pelo seu tamanho e variedade
agroclimática, possibilita uma citricultura diversificada e,
de certo modo, regionalizada, com a produção de
ótimas frutas frescas.
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Existem duas classificações do gênero citros, a Swingle, que compreende 16 espécies, e a Tanaka, que estabeleceu um sistema mais moderno, incluindo 162 espécies, pertencentes à divisão Magnoliophyta, subdivisão Magnoliophytina, classe Magnoliopsida, subclasse Rosidae, ordem Sapindales subordem Geranineae, família Rutaceae, subfamília Aurantioideae, tribo Citreae, subtribo Citrineae
Famílias: a) Meliáceas b) Simaruláceas c) Rutáceas Tribo: CITRAE Gênero: FORTUNLLA, PONCIRUS e CITRUS
Espécies: Citrus sinensis Osbek – laranja doce C. deliciosa Tenore – mexirica do Rio C. limonia Osbek – limão cravo C. reshui Nortex-tan – tangerina Cleópatra C. paradisi – pomelo C. sunki Nortex Jan – tangerina sunki C. reticulada Blanco – tangerina pokan, cravo C. medica – cidra C. reticulada sinensis – tangerina murcot C. fortunella spp. – tangerina murcot C. aurantifolia swingle – lima ácida galego C. máxima – toranja C. latifolia Tanaka – lima ácida tahiti C. aurantium – laranja azeda Poncirus trifoliata – limão azedo C. limon Burn – limão siciliano
Citrus Simensis:
a) Laranja de umbigo: A flor desse grupo caracteriza por possuir um segundo carpelo, além do principal que, no desenvolver, dá origem a um segundo fruto, incluso na região estilar do principal, à semelhança de um umbigo. Além dessa característica, os grãos de pólen se desintegram ocorrendo a degeneração do saco embrionário e, conseqüentemente, os frutos que se formam são partenocárpicos.
Principais variedades – Bahia, baianinha, baiana, Thompson, Navel. São variedades de excelentes qualidades, boa consistência, de maturação semi-precoce, sem sementes, resistentes ao frio, porém sensíveis à seca e adequadas ao mercado interno.
b) Laranja Sanqüínea: Caracterizam-se por produzir frutos de coloração vermelha, quer interna ou externamente. Essa cor se deve à presença de antocianina, pigmento vermelho.
Variedades: Sangüinella, Doppio, Sangüinoso, Dr. Amaral, Batom.
c) Sem Ácido: Nesse grupo encluem-se as laranjas de baixa ou nula acidez.
Variedades: Piralima, Laranja lima, Serrana, Ilha Seleta. Possuem maturação precoce; adequada ao mercado interno e para suco, alcançando cotação mais alta que outros cultivares.
d) Laranjas normais: A denominação de “normal” é apenas para deferenciação das demais.
Principais Variedades:
Campista: usada apenas para consumo local em regiões pouco progressivas; maturação precoce;
Hamlin: maturação semi-precoce, adequada para exportação e para suco; muito produtiva;
Barão: maturação em meia-estação, adequada para consumo “in-natura” no mercado interno e para suco; produtiva;
Westin: maturação em meia-estação, adequada para consumo no mercado interno, para exportação e suco; produtiva;
Caipira: maturação semi-tardia, adequada para mercado interno, produtiva;
Pêra: maturação semi-tardia, mas com a época de colheita mais extensa de todas as variedades. Adequada ao mercado interno, para exportação e para suco; muito produtiva. É a cultivar com maior área de terreno no Brasil; grande conservação no pé.
Natal: maturação tardia, adequada para consumo interno, exportação e para suco; muito produtiva. É a segunda cultivar em área no Brasil; grande conservação no pé.
Valência: maturação tardia; adequada para consumo interno, exportação e para suco; muito produtiva; grande conservação no pé.
Citrus Reticulata; Blanco Árvore de pequeno porte e de frutos mais ou menos
achatados. Sementes pequenas, pontiagudas em uma das extremidades; poliembrionada; embriões verdes.
O nome reticulata está associado à casca do fruto, que possui uma rede irregular de fibras brancas e delicadas. As plantas são resistentes ao frio, porém, os frutos são susceptíveis, dado à pequena resistência a conservação e transporte.
Estão agrupadas nesta espécie as tangerinas e mexericas. Tangerinas apresentam frutos de cor laranja intenso a avermelhado; mexericas de cor tom amarelado a ligeiramente avermelhado.
Variedade de Mexerica: Rio Ipanema Variedade de Tangerina: Cravo, Ponkan, Satsuma,
Flórida, Cleópatra, Dancy, Clementina, Murcote.
Citrus Aurantifolia; Swing
• Árvore de pequeno porte, crescimento rápido e sensível às baixas temperaturas; ramos curtos e geralmente espinhosos, espinhos curtos e agudos. Brotos novos, de cor verde pálido. Ramos e troncos décor pardo-acinzentado. Folhas pequenas, flores em cacho de 2 a 20, cor branca, frutos pequenos de cor verde-amarelada, casca fina, suco ácido ou doce, de cor esverdeada.
As variedades, segundo a presença de ácidos. Classificam-se em:
Ácidas: Lima-ácida galego Doces: Lima da Pérsia, Lima de Umbigo. Obs: A Lima-ácida Tahiti, é considerada como sendo um
híbrido, não tendo espinhos e nem sementes. (C. latifolia Tanaka)
Citrus Limon, Burn:
Planta pequena copa aberta, ramos providos de
espinhos e de cor acinzentada. Brotos novos de cor
avinhada, folhas verde-pálido. Frutos ovalados com um
mamilo típico na região apical. Planta sensível ao frio,
florescendo várias vezes durante o ano.
Frutos ácidos: Siciliano, Eureka, Vila Franca, Lisboa.
Frutos doces: Limão doce
Citrus Aurantium; L
Dessa espécie faz parte a laranja azeda ou da terra. É
excessivamente ácida e amarga para consumo “in-
natura”. É usada para fabrico de doce dos frutos.
Das folhas, brotos, flores, casca e frutos, retiram-se
óleos essenciais, aromáticos, usados em perfumaria e na
farmacopéia.
É resistente às baixas temperaturas, constituiu-se no
passado e por muito tempo, como o principal porta-
enxerto no Brasil.
Citrus Paradisi, MacF
Agrupa os Pomelos, que são usados no fabrico de doces e sucos.
Citrus Grandis, Osbeck
Agrupa as laranjas que servem para fabrico de
doces e sucos; no Brasil, serve para coleção,
pesquisas e melhoramento, não tendo valor
comercial.
Citrus Médica, L
Agrupa as cidras, que são plantas de porte pequeno,de
forma irregular. Ramos, quando jovens são de cor
púrpura; frutos grandes de pouco suco e de sabor ácido
e pouco doce. Semente em grande número; floresce
várias vezes ao ano. Planta de clima quente; é usada no
fabrico de doce e bebidas.
DESCRIÇÃO BOTÂNICA
Caule:
Tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando
novo apresenta coloração verde e a medida que a planta
envelhece esta coloração passa para o marrom. Os
galhos e os ramos menores suportam a copa. Ereto com
baixo teor de lignina, o que não dá ao mesmo grande
resistência mecânica, a madeira é compacta e de
coloração amarelo-claro. Possui grande quantidade de
galhos. Serve apenas como lenha.
Raízes:
São do tipo pivotante atingindo 160cm na vertical e até 2m na horizontal
Folhas:
São persistentes, variam de tamanho, forma e
cor (inclusive variegata), verde-claro quando novas e
passam para o verde mais escuro a medida que
envelhecem. Variam de simples, unifoliatas, com
limbos inteiros a compostas. Sua forma é elíptica,
oval ou lanciolada e, de aspecto coreácea. Presença
de folha alada
Flor:
São inflorescências solitárias ou agrupadas definidas ou
não, do tipo cacho ou sub-tipo corimbo. Apresentam
pedúnculo curto, liso e articulado. São pequenas,
hermafroditas e apresentam coloração branca, com
pétalas carnosas e sépalas persistentes. Alta taxa de
polinização cruzada. Com altas temperaturas pode
ocorrer abortamento dos grãos de pólen. Em torno de
74.000 flores, mas com baixo índice de pegamento.
Fruto:
São hesperidium, podendo ser globulosos ou
subglobulosos.
Dividem-se em pericarpo e sementes.
Casca: - albedo → é a parte branca da casca.
Usado pela industria de inseticida.
- flavedo → importante para a produção
de óleos essenciais.
Polpa: - Suco: Semente (atualmente é uma
característica indesejável no consumo)
UTILIZAÇÃO :
O fruto é consumido na forma “in natura”,
porém, 50 a 55% é industrializado para a
produção de suco. O caule das plantas podem
ser utilizados na forma de lenha. Algumas
espécies são utilizadas na produção de ácido
cítrico e também na produção de matéria-prima
para a indústria farmacêutica.
VALOR NUTRITIVO – composição
química
Composição Quantidade em %
Água 86 a 92%
Açúcar 5 a 8%
Pectina 1 a 2%
Lipídeos 0,2 a 0,5%
Minerais 0,5 a 0,9%
Nitrogenados 0,7 a 0,8%
Óleos 0,2 a 0,3%
Vitaminas, outros Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS (em %)
Países %
Brasil 21,86
USS 17,21
China 8,51
Espanha 5,74
México 4,77
Itália 3,71
Egito 3,09
Turquia 2,21
Marrocos 1,57
Argentina 1,46
Produção mundial: 53 milhões de toneladas
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS PRODUTORES DE
LARANJA (milhões/ton.)
Brasil 16,1
USA 10,9
China 4,7
México 2,2
Espanha 2,2
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS PRODUTORES DE TANGERINA
(milhões/ton.)
Japão: 2,3 m t
Espanha: 1,2 m t
Brasil: 0,46 m t
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS PRODUTORES DE LIMA ÁCIDA
(milhões/ton.)
Espanha: 0,73
Itália: 0,69
Brasil: 0,53
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS PRODUTORES DE POMELO
(milhões/ton.)
USA: 2,5
México: 0,38
Israel: 0,36
Brasil: 0,24
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES DO BRASIL
(LARANJA)
Estado Área (há) Produção (t) Rend. (t/há)
SP 758.200 94.800,00 127,1
BA 58.544 3.798,13 75,4
MG 54.422 4.382,47 80,5
RJ 43.999 2.792,55 63,4
PR 11.496 793.571 69
GO 88.000 1.058.400 68
5.997 523.456 87,2
Obs.: Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 48% da produção de MG, num total de 30.800 há.
Fonte http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/
Mudas: o alicerce da Citricultura
A escolha da muda para a formação de pomares cítricos
é fator determinante tanto para a vida útil do pomar
(estimada em 20 a 25 anos) quanto para a
produtividade da árvore. Daí a importância de termos
uma muda com um excelente material vegetativo e
rígido controle fitossanitário, assegurando que ela seja
sadia e com qualidade.
A garantia da citricultura nacional forte e saudável é ter
viveiros que seguem todas as normas técnicas para a
produção de mudas e que são submetidos a constantes
inspeções de órgãos oficiais.
A portaria de 15 de outubro de 2003, definem as
condições para que a muda seja certificada ou
fiscalizada.
Mudas Certificadas
Aquela produzida de acordo com as normas e
responsabilidade conjunta da Coordenadoria da Defesa
Agropecuária (CDA), por meio de Engenheiro Agrônomo
designado, e do próprio produtor,por meio do
Responsável Técnico.
Mudas Fiscalizadas
Aquelas produzidas de acordo com as normas, sob a
supervisão da Entidade Fiscalizadora e do próprio
produtor, por meio do Responsável Técnico.
Tecnologia para produção de mudas
O sucesso na produção da muda e seu
desenvolvimento no pomar está baseado no conjunto
de condições de como ela é trabalhada no viveiro e no
campo.
Atualmente, os órgãos controladores da
fitossanidade em citros preconizam a produção em
ambientes protegidos, porém, ainda ocorrem alguns
viveiros a céu aberto, sendo estes, já sujeitos ao
impedimento para comercialização das mudas
produzidas.
Obtenção de sementes
Sementes: A sanidade é fundamental na escolha da semente. Por isso ela deve ser produzida e/ou comprada de entidades reconhecidas e registradas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
As sementes são extraídas de frutos produzidos em árvores frutíferas consideradas como representativas da espécie (matrizes) produzidas em viveiros de telas antiafídicas.
Corte do fruto maduro
Retirada das sementes
Despolpamento
Secagem à sombra
Armazenamento quando necessário
Sementeiras:
1 kg de sementes = 16.000 sementes(limão cravo)
De um modo geral, utiliza-se, de três a quatro vezes,
mais sementes que o número de mudas que se quer
fazer.
A portaria estadual estabelece que a semente para
produção de porta enxerto seja submetida a
tratamento térmico de 52ºC durante 10 minutos.
Canteiros
adubação
espaçamento
semeadura
cobertura do canteiro
sombreamento
aclimatação e transplantio
Porta-enxerto:
Os porta-enxerto (cavalinhos) devem ser formados em
tubetes (citropotes), bandejas, embalagens definitivas
ou em sementeiras para produção de mudas de raízes
nuas.
Se comprar o produto de terceiros deve exigir nota
fiscal que comprove a caracterização do vendedor, a
origem e a variedade do cavalinho.
Porta enxertos: principais características:
Conservar as características
Cavalo e/ou porta enxertos de sementes
Afinidade e congeneidade.
Porta enxertos mais utilizados
Limão cravo
Tangerina cleópatra
Tangerina sunki
Limão volkamericano (incompatível com laranja
pêra)
Poncirus trifoliata
Outros híbridos afins
Orangelo – laranja + pomelo
Tangelo – tangerina + pomelo
Citrange – trifoliata + laranja
Limequats – lima ácida + kunkat
Citrumelo – trifoliata + pomelo
Citrangequat – citrange + kunkat
Borbulha:
Como as sementes e os porta-enxertos, as borbulhas
devem ser procedentes de instituições reconhecidas e
registradas.
A borbulha é um pedaço de casca da planta matriz e
que possui uma gema capaz de produzir uma planta
cítrica original. E conveniente conhecer o potencial
genético da planta matriz, para avaliar a sanidade,
produtividade e longevidade.
Água e substrato:
As mudas podem ser contaminadas pelo fungo
Phytophthora, causador da gomose e que pode vir pela
água ou pelo substrato. Por isso, é importante tratar a
água do viveiro.
Na compra de substrato, prefira os em “big bags” ou
em caminhões caçamba desinfestados com cobre e
amônia quaternária.
O substrato deve ser esterilizado, livre de plantas
daninhas e de boa porosidade.
O local de recebimento, armazenamento e manuseio
do substrato deve ser separado do resto do viveiro, ser
pavimentado e protegido. Os funcionários que
manuseiam o substrato devem usar botas de borracha
e instruídos a não circularem na propriedade.
Viveiro:
Com as normas emitidas pela Secretaria de Agricultura e
Abastecimento, a produção de mudas passa a ser uma
atividade com grandes exigências técnicas e
operacionais.
- Estar devidamente registrado na S.A.A.
- Projeto técnico elaborado por Eng.Agrônomo habilitado
no (CREA), e apresentado a Secretaria.
Localização:
O terreno onde será construído o viveiro deve
apresentar boa drenagem e terraplanagem perfeita
para impedir a entrada de águas invasoras no
ambiente.
O viveiro deve estar distante de qualquer planta cítrica
a pelo menos 20m.
É necessário haver quebra-vento e cerca- viva a 20m
do local. A área deve ser acessível a inspeções e estar
sempre livre de detritos vegetais.
Estrutura:
Seguir estes itens é de fundamental importância para
aprovação do projeto técnico.
- A construção deve ser comprida, estreita e
disposta, no seu comprimento no sentido leste-oeste;
- Pé direito mínimo de 4m;
- A cobertura plástica deve ter espessura de 150 μ
(micra);
- Ambiente protegido por tela antiafídica, com
malha de 0,85 x 0,30mm;
- As bancadas ficam a 30cm do solo
- As muretas laterais devem ter 40cm de altura,
contra águas invasoras;
- Os corredores centrais e entre as bancadas devem
ser pavimentados;
- Deve haver um ambiente separado do viveiro, para
manuseio de substrato;
- A água deve, preferencialmente, ser de poço semi-
artesiano. Caso seja forçoso usar outra fonte, a água
deve receber 10 gramas de cloro para cada mil litros;
Antecâmara:
O acesso ao viveiro é feito por uma antecâmara de no
mínimo 1 metro quadrado e com piso. Na entrada deve
haver um pedilúvio, para desinfestação de calçados,
contendo amônia quaternária e cobre, e recipiente para
lavagem das mãos contendo digluconato de
clorhexidina.
- É preciso um vestiário para os funcionários e
visitantes, roupas apropriadas e botas de borracha ou
plástico.
Enxertia:
O tipo de enxertia é a borbulha, em T normal ou invertido, por tratar-se de método fácil que possibilita alta percentagem de pegamento.
Altura de enxertia está regulamentada pela Portaria Ministerial, constando de 10 a 20cm de altura medidos a partir do colo da planta.
Para ocorrer soldadura torna-se necessário que as partes estejam bem ajustadas por intermédio de amarrilhos que não devem ficar frouxos nem apertados demasiadamente.
Cerca de vinte dias após a enxertia pode-se retirar a fita plástica.
A realização da enxertia necessita dos
seguintes materiais:
Porta enxerto, ferramentas (canivete de enxertia,
tesoura), fitas ou fitilhos (com 2,5cm de largura por
60cm de comprimento), uma banqueta para realização
do serviço e um recipiente para desinfecção das
ferramentas.
Etapas:
Adubação nitrogenada uns 10 dias antes da prática de
enxertia para facilitar o descolamento do floema,
(casca) Toillet, enxertia geralmente realizada em “T”
invertido, amarrio de enxerto, pegamento, desamarrio,
forçamento de brotação, desbrota, corte do porta-
enxerto, tutoramento para formação da muda,
aclimatação e comercialização.
Existem diferentes métodos de forçamento de
enxerto para formação de copa em citros
– Dobramento do porta-enxerto
-- Dobramento com corte
– Anelamento parcial do porta-enxerto
– Anelamento total do porta-enxerto
– Recepa do porta enxerto
PLANEJAMENTO DO POMAR Definir o que plantar, levando em conta dois aspectos
fundamentais: o econômico e o técnico. - Econômico: prevenção da evolução da procura no
mercado interno e externo e suas respectivas rentabilidades.
- O mercado é o fator prioritário em qualquer tipo de empreendimento comercial. O destino da produção- mercado local, regional ou externo e o modo de apresentação comercial do produto fruta fresca ou processada, são questões básicas.
- O conhecimento do mercado e suas formas de exploração não devem ser encarados como uma ação teórica, mas como uma operação que antecede a própria seleção do local e a implantação do pomar.
- Técnico:
-escolha das espécies e variedades a serem cultivadas
bem como o local, observando sempre as circunstâncias
adversas, como as condições climáticas.
- Devem ser igualmente levados em consideração, o tipo
de solo onde será implantado o pomar, a topografia da
área e a textura do solo, entre outros.
Escolha da região e da área para o plantio:
Escolher solo arejado com topografia que permita a
drenagem atmosférica, que sejam solos profundos e que
principalmente apresentem leve declividade. O perfil do
solo escolhido atende melhor a cultura se apresentar as
seguintes características físicas:
– Argila: com diâmetro menor que 0,02 mm
– Limo: com diâmetro entre 0,02 e 0,2 mm
– Areia fina: com diâmetro ente 0,02 e 0,2
– Areia grossa: com diâmetro entre 0,2 e 2 mm.
Divisão dos talhões
Os talhões devem ser divididos em gleba de 20 a 25 há, de acordo com a rede de irrigação e o trânsito. A densidade de plantio deve ser estabelecida considerando-se a espécie, a variedade, o porta-enxerto, a textura e a profundidade do solo, as características do clima e os tratos culturais que deverão ser empregados no pomar. A densidade de plantas na área pode ser obtida através da seguinte fórmula:
Nº = 2 . A / C (I + P ) Onde: nº = número de plantas A = área; C = distância entre duas plantas na mesma linha; I = distância entre as linhas; P = distância entre os talhões.
CLIMA
A exigência de água dos citros situa-se entre 1900-2400mm, com um mínimo ao redor de 1300mm; a falta de chuvas ou a distribuição inadequada podem limitar a produção: os rendimentos máximos são, em geral, obtidos em áreas irrigadas.
As exigências de temperatura são as seguintes:
Mínima: 10ºC
Ótima: 20-30ºC
Máxima: 35ºC
SOLO:
Considerações abrangentes sobre solos para citros
foram feitas por RODRIGUEZ (1984). STOLF (1987) deu
atenção às propriedades físicas, particularmente à
possibilidade de compactação.
OLIVEIRA (1986) resumiu muito bem as exigências
edáficas das plantas cítricas:
- (1) o sistema radicular dos citros apresenta grande
proporção nos 40-60 cm superiores, podendo se
aprofundar até 5m;
- (2) são sensíveis à acidez e muito exigentes em
magnésio e principalmente cálcio;
- (3) crescem bem em solos com ampla variação
textural, porém são os de textura média (em torno de
20% de argila) os mais adequados;
- (4) nenhuma característica do solo é mais essencial
para os citros do que a boa drenagem; raramente são
encontrados bons pomares com plantas crescendo
satisfatoriamente em menos de 100 cm de solo bem
drenado;
- (5) são plantas de folhas persistentes ao longo do ano,
requerendo, portanto, água continuamente;
- (6) a fertilidade (natural) do solo, para citros, é menos
importante que as características físicas.”
Os teores de argila ajudam a entender: drenagem e
armazenamento de água e possibilidade de compactação
e, junto com o teor de matéria orgânica (C %) os valores
para soma de bases (S). A saturação em alumínio (m),
tanto na superfície como em profundidade,
conseqüência do baixo teor de cálcio no complexo de
troca, representa uma “compactação química” ao
crescimento das raízes, portanto, menor possibilidade de
aproveitar água e nutrientes do solo ou do adubo
aplicado: compare-se a Terra Roxa Estruturada com o
Latossolo Vermelho Amarelo e as Areias Quartzosas.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
Apresentam dois ciclos anuais de crescimento:
De primavera= crescimento vegetativo e floral;
De verão = principalmente vegetativo.
O crescimento dos brotos termina com 3-9 folhas expandindo-se quase simultaneamente. As folhas podem persistir durante 1-3 anos, havendo então num mesmo ramo folhas de ciclos diferentes. Uma planta adulta apresenta 50 mil a 100 mil folhas, produzindo na primavera 10 mil flores, das quais somente 1.000 aproximadamente podem chegar à maturação que se completa entre 8 a 15 meses depois do florescimento. Temperaturas maiores que 35ºC durante 1-3 dias podem causar abortamento das flores.
IRRIGAÇÃO
A irrigação favorece a manutenção da umidade do solo
em níveis adequados à cultura durante o ano todo,
assegurando seu desenvolvimento.
A irrigação permite evitar as incertezas climáticas.
Quanto ao sistema de irrigação mais indicado para
citricultura, podemos dizer que em solos de textura mais
arenosa, recomenda-se a microaspersão, por formar
maior área molhada. Em solos de textura média a
argilosa, pode ser usado o gotejamento desde que o
número de emissores seja suficiente para o
desenvolvimento adequado da raiz.
Convém saber que altas produtividades em pomares de laranja dependem da emissão de floradas intensas na área. E a indução fisiológica da florada na planta baseia-se na falta de água (déficit hídrico) no solo ou na ocorrência de baixas temperaturas ambientais.
A experiência do manejo da irrigação em pomares de laranja mostra ser impossível oferecer uma recomendação pronta e acabada sobre a conduta a seguir, à maneira de uma receita de bolo, porque as condições climáticas variam de ano para ano.
A solução técnica para o manejo racional da irrigação em pomares está no monitoramento rigoroso da umidade do solo.
FERTIRRIGAÇÃO, RECURSO PODEROSO.
- Economia nos custos de aplicação de fertilizantes (de
mão-de-obra e de máquinas).
- Controle preciso da quantidade, localização e
profundidade do fertilizante pelo controle da água.
- Maior parcelamento da adubação evitando perdas.
- Nutrientes prontamente disponíveis.
- Controle da concentração de nutrientes na solução do
solo.
- Diminuição da compactação do solo pelo menor uso
de máquinas.
- Domínio na condução da cultura permitindo o
planejamento da safra.
- Economia de fatores de produção, como água e
energia elétrica, por haver o umidecimento de apenas
parte do volume do solo (quando comparado aos
sistemas de irrigação não localizada)
- Por ser a água levada diretamente à zona das raízes,
perdas por percolação ou evaporação são mínimas.
- Desestímulo ao crescimento de plantas invasoras por
supressão da irrigação nas entrelinhas da cultura.
- Garantia de precisão no fornecimento de água e
distribuição uniforme, graças à evolução dos
equipamentos, como emissores auto compensáveis,
válvulas hidráulicas e filtros.
- Alta eficiência no fornecimento de água, alcançando
facilmente 90% no gotejamento e 85% na
microaspersão (contra 60 a 70% da aspersão
convencional).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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