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5/9/2018 Fundamentos da Termodinamica - slidepdf.com
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B – FUNDAMENTOS DE TERMODINÂMICA
B.1 – INTRODUÇÃO
A fase de uma substância é definida como sendo uma dada quantidade de matéria totalmente
homogênea. São três as fases fundamentais da matéria: sólida, líquida e gasosa. Uma certa
quantidade de matéria pode coexistir em mais de uma fase. Temperatura T(K), pressão p(Pa) e
massa específica ρ(kg/m3) são propriedades termodinâmicas de observação macroscópica e
são ditas intensivas. Volume específico v(m3 /kg), energia interna u(cal/kg), entalpia h(cal/kg),
entropia s(cal.kg-1.K-1) são chamadas de propriedades extensivas pois são conceituais,
abstratas e são definidas para auxiliar na caracterização de processos termodinâmicos. Uma
propriedade termodinâmica é definida como uma quantidade física do sistema que depende do
estado para qual este se encontra e independe do caminho percorrido para alcançar este estado
atual. Para uma dada condição de equilíbrio, o estado de uma substância ou sistema pode ser
determinado pela combinação de pelo menos duas das propriedades termodinâmicas
conhecidas. As tabelas são utilizadas para determinar outras propriedades de interesse para a
caracterização de processos. O caminho percorrido para o sistema mudar de um estado para
outro é chamado de processo. Entre o estado inicial e final o sistema encontra-se em condição
de não equilíbrio. Neste momento, surgi a pergunta: Como caracterizar os estágiosintermediários de um processo? Para se determinar o estado num estágio intermediário de um
processo é introduzido o conceito de processo ideal. No processo ideal, a mudança de estado
ocorre de forma bastante lenta (infinitesimal), de forma que cada elemento diferencial
caracteriza um estado de quase-equilíbrio e desta forma obtém-se as propriedades dos estados
intermediários.
A Psicrometria é a parte da termodinâmica que estuda as características da mistura do ar com
o vapor de água presente na mistura.
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B.2 – A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
A lei zero da termodinâmica postula que: "se dois corpos distintos, A e B, estão em equilíbrio
térmico com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio térmico entre si"(Resninck2). O terceiro corpo C é chamado de termômetro pois indica um valor escalar, a
partir de uma referência padrão de uma outra propriedade física qualquer, previamente
investigada, associada à temperatura. Por exemplo, a contração ou expansão de um de um
material convertido em sinal elétrico ou a expansão de mercúrio num capilar de vidro. Desta
forma a temperatura é uma propriedade do estado da matéria mensurada indiretamente a partir
de propriedades termométricas de um outro sistema qualquer.
B.3 – A 1° LEI DA TERMODINÂMICA
B.3.1 - Calor e Trabalho
A 1° lei da termodinâmica estabelece que, durante qualquer ciclo percorrido por um sistema, a
integral cíclica do calor q(cal), é proporcional a integral cíclica do trabalho(J):
∫ δq α ∫ δW
Para sistemas a 1° lei da termodinâmica pode ser enunciada como: "A variação da energia
total, ∆E, é fornecida pela diferença da variação da energia térmica, ∆q, e da variação da
energia mecânica, ∆W, envolvido num processo segundo a seguinte relação":
∆E = ∆q - ∆W (b.1)
Quando calor é absorvido pelo sistema o sinal de q é positivo e indica que a energia do
sistema estará aumentando. Quando trabalho é realizado sobre o sistema, o sinal de W é
negativo e indica que a energia do sistema estará aumentando.
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O trabalho realizado sobre o sistema pode se manifestar transformando-se em outra espécie de
energia, por exemplo na mudança de temperatura, pressão e volume do sistema. Se trabalho
foi aplicado e houver a mudança de temperatura entre fronteiras do sistema, neste ponto,
energia mecânica foi transformada em energia térmica. Caso contrário, se houver mudança deum estado de energia para outro, sem mudança de temperatura, esta, estará relacionada à
realização de trabalho e o processo recebe o nome de isotérmico. Exemplificam-se os estados
de mudanças de fases vaporização ou ebulição, condensação, solidificação, etc. Na ebulição
da água por exemplo, energia térmica está sendo absorvida pelo sistema, todavia não há
mudança da temperatura. Neste caso, trabalho está sendo realizado pelo sistema,
macroscopicamente representado pela expansão da fase líquida para a fase de vapor. Caso o
processo aconteça à pressão constante é dito que o processo é isobárico, a volume constante
isocórico e se não há troca de calor adiabático. Um processo politrópico apresenta uma
relação funcional especial entre pressão e volume do tipo: PVn igual a uma constante.
Calor e trabalho separadamente não são propriedades de sistemas termodinâmicos, mas sim
características dos processos para quais os sistemas passam de um estado para outro. A
quantificação tanto do trabalho quanto do calor, envolvidos em um processo termodinâmico,
são dependentes e função dos estados intermediários para qual o sistema foi submetido. Como
trabalho e calor são funções dos caminhos percorridos o cálculo integral destas quantidadesestão associados a integrais inexatas, do tipo
de linha e os elementos diferenciais são
representados respectivamente por, δq e δW
ao invés dq e dW. O trabalho é representado
como a área sob a curva do gráfico (figura
b.1).
Figura b.1 - Representação gráfica de um processo
termodinâmico
Trabalho pode ser interpretado como função da pressão e da variação do volume do sistema:
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δW = F.dx e F = p.dA ⇒ δW = p.dA.dx = p.dV. W = ∫ ∫ =δ2
1
V
V
dV.pW
O primeiro corolário a 1° lei é que a variação da energia de um sistema independe do caminho
percorrido para a mudança de um estado inicial para outro estado final. Na verdade, este
corolário aplica-se como premissa para definição das propriedades termodinâmicas
extensivas: energia interna, entalpia e entropia. A comprovação desta teoria vem da
observação e da aplicação de artifícios matemáticos. Chama-se ciclo A o caminho no qual um
sistema muda do estado 1 para o estado 2; e o ciclo B o caminho que o sistema retorna ao
estado 1. Aplicando a 1° lei pode-se escrever que:
B21
B21
A12
A12 WqWq −=− = ∆E
Toma-se agora um novo caminho C para o qual o sistema muda do estado 1 para o estado 2, e
novamente regressa ao estado 1 por B:
B21
B21
C12
C12 WqWq −=− = ∆E
Deduzindo as equações anteriores temos:
C12
C12
A12
A12 WqWq −=−
Desta forma prova-se que a diferença entre as variações da quantidade de calor e do trabalho
num sistema termodinâmico que muda de um estado 1 para um estado 2 é uma propriedade
termodinâmica que independe do caminho percorrido pelo sistema para a mudança de estado.
B.3.2 - Energia Interna
A variação da energia de um sistema físico (∆E), pode ser representada como a soma da
variação das energias parciais, envolvidas num processo. Respectivamente energia interna U,
cinética Ek e potencial Ep:
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∆ET = ∆U + ∆Ek + ∆Ep (b.2)
Para a energia interna, estão aplicadas todas as outras formas de energia existentes no sistema,
por exemplo, a energia elétrica, magnética, química, atômica. A energia interna é umaquantidade física que independe do caminho e portanto é caracterizada como uma propriedade
termodinâmica (Wylen,1995). Aplicando a primeira lei da termodinâmica, equação (3.1) a
equação de energia (3.2) pode ser reescrita como:
∆q - ∆W = ∆U + ∆Ek + ∆Ep + ∆EEM (b.3)
Introduzindo as equações tradicionalmente conhecidas para energia cinética e potencial temos
que a variação da energia interna do sistema pode ser calculada como:
∆U = ∆q - ∆W - 0,5.m.(∆V)2 - m.g.(∆z) (b.4)
B.3.3 - Entalpia
Ao se analisar processos termodinâmicos, encontramos certas combinações das propriedades
termodinâmicas que se traduzem, por conseqüência, em uma nova propriedadetermodinâmica. Admitamos um processo quase-estático nos quais as variações da energia
cinética e potencial são desprezadas, e que o único trabalho realizado durante o processo seja
aquele associado ao movimento de fronteira. Considerando um gás perfeito a equação (b.4) se
resume a:
∆U = ∆q - ∆W (b.5)
À variação da energia térmica ∆q, envolvida neste processo específico é caracterizada a
entalpia ∆H(cal) e reescreve-se a equação (b.5) como sendo:
∆H = ∆U + ∆W (b.6)
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O conceito de entalpia h(cal/kg), pode ser entendido como a quantidade de energia por
unidade de massa que é adicionada ou removida no processo termodinâmico de um sistema a
pressão constante e regime permanente. A entalpia específica h(cal/kg) é a entalpia por
unidade de massa e escreve-se como:
∆h = ∆u + ∆w = u2 - u1 + p2v2 - p2 v1 (b.7)
A entalpia num ponto qualquer de um estágio intermediário de um processo é calculada
diretamente por:
h = u + p v (b.8)
ou, função do calor específico:
h(J/kg) = cp.T(K) (b.9)
B.4 - A 2° LEI DA TERMODINÂMICA
B.4.1 - A Desigualdade de Clausius
Joule determinou que 4,186 N.m de trabalho mecânico podem ser transformados em 1 caloria
de energia térmica. A segunda lei da termodinâmica enuncia pela desigualdade de Clausius
que o inverso não é verdadeiro. Ou seja, transforma-se energia térmica em trabalho a uma taxa
menor que se transforma energia mecânica em térmica. Esta lei caracteriza que os processos
termodinâmicos reais são irreversíveis. Em termos termodinâmicos dizemos que a integral
cíclica da quantidade diferencial de calor para um processo isotérmico é sempre menor que
zero:
∫ δ
T
q < 0
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Um ciclo termodinâmico é considerado ideal se existe reversibilidade. Uma certa quantidade
de trabalho foi aplicada ao sistema e esta foi transformada em calor. Um ciclo é dito reversível
se a quantidade de calor é integralmente revertida em trabalho. Portanto, para ciclos
reversíveis (ideal), a desigualdade de Clausius é reescrita como uma igualdade:
∫ δ
T
q= 0
B.4.2 - A Entropia
A entropia S(cal/K) é propriedade termodinâmica conseqüência da 2° lei, definida a partir da
desigualdade de Clausius como a variação diferencial da quantidade de calor para um
processo isotérmico reversível.
dS = δq / T (b.10)
Como as outras propriedades extensivas, apesar de serem determinadas para um processo, a
determinação pontual do seu estado é possível devido à premissa do estado de quase
equilíbrio. De toda forma, para o estado de uma substancia existe uma quantidade de energia
térmica associada à sua temperatura.
∆s = ∫ δ
T
q=
T
q∆(b.11)
A entropia específica s(cal.K-1.kg-1) é a entropia por unidade de massa.
O diagrama temperatura versus entropia - (T x S), é apresentado na figura para um processode mudança de fase de uma substância de líquido para vapor. No processo isotérmico 1-2 o
sistema absorve calor e a entropia da substância aumenta de S1 para S2. Pela 2° lei a
quantidade de calor absorvida no processo é fornecida por:
q12 = (S2 - S1).T0