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Gerações Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste N.º 33 | Abril de 2013| Ano 11 www.misericordiadonordeste.com HUMANITUDE A CADA HORA HUMANITUDE A CADA HORA Tarde Quaresmal...pág. 5 Carnaval Intergeracional...pág. 9 Opiniões...págs. 3, 4 e 13

Gerações - Misericórdia de Nordeste · para cumprir nos próximos anos. Os apoios que a Santa Casa recebe do governo não são atualizados desde 2008 o que redobra as nossas di

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GeraçõesEdição da Santa Casa da Misericórdia de NordesteN.º 33 | Abril de 2013| Ano 11 www.misericordiadonordeste.com

HUMANITUDE A CADA HORAHUMANITUDE A CADA HORA

Tarde Quaresmal...pág. 5Carnaval Intergeracional...pág. 9Opiniões...págs. 3, 4 e 13

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Índice

Gerações - Edição da Santa casa da Misericórdia de Nordeste

Ano: 11

Edição n.º33 Abril 2013

Direção: Dr. Eduardo de Medeiros

Morada: Rua dos Clérigos, n.º 2 9630 Nordeste

Telefone: 296 480 050

Fax: 296 480 059

Email: [email protected]

Impressão: Gráfi ca Açoriana, Lda.

www.misericordiadonordeste.com

Colaboradores:-Eduardo de Medeiros-Agostinho Lima-Ana Duarte-Elisabete Furtado-Catarina Costa-Maria Correia-Cristina Monteiro

Ao nosso ritmo - O valor da persistência Pág.3Tempo Pascal - domingas - um tempo para o outro... Pág.4Tarde Quaresmal Pág.5O Ano Europeu dos cidadãos Pág. 6O CATL da minha freguesia Pág. 7 Entrevista Pág. 8 Carnaval Intergeracional Pág. 9Ações de formação em imagem Pág. 10 Ação de Formação “Gestão de Confl itos e Relações Interpessoais” Pág. 11 Deliberações da Mesa Administrativa Pág. 12 O Ano da Fé Pág. 13 Jardim de Infância Alegria Pág. 14 O meu dia-a-dia no Lar de Jovens Pág. 16 Humanitude Pág. 17 Contributos da Neuropsicologia nas Demências Pág. 18Frei Tomás e Frei Exemplo Pág. 19Artesanato Pág. 20

-Renato Rebelo-Luís Paiva-Mónica Medeiros-Daniel Medeiros-Manuel Júnior-Beatriz Couto-Tânia Arruda

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Ao nosso Ritmo

O valor da persistência

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Dr. Eduardo de MedeirosProvedor

1. O ano de 2012 foi de rigor e de contenção ao sabor da crise que por aí assola com austeridade quanto baste, que está a acarretar difi culdades às famílias e às instituições já que os governos estão endividados e com sérios compromissos para cumprir nos próximos anos. Os apoios que a Santa Casa recebe do governo não são atualizados desde 2008 o que redobra as nossas difi culdades de gestão. Somos uma Instituição que já ultrapassou os 100 trabalhadores ao seu serviço e que presta serviços a muitos utentes no Lar e nas suas residências e nas outras valências. Não é possível baixar a qualidade dos serviços que prestamos a idosos que tanto ainda esperam dos outros para vencerem, com qualidade e com humanismo, as agruras próprias da última etapa da vida. Não podemos cruzar os braços nem esperar que venham com soluções milagrosas. Temos nós que ser persistentes o sufi ciente para podermos vencer a crise com a colaboração de todos e de um modo especial dos nossos estimados benfeitores, a quem estamos muito gratos.

2. O ano corrente de 2013 continua pelo mesmo caminho. Ou seja, rigor, contenção e reduzidas verbas para levar

a cabo as inúmeras tarefas de um Lar, um Centro Dia, um Centro de Acolhimento, SAD e SAD-R (Serviço de Apoio ao Domicílio), Centros de Convívio, CATL’s, a que se juntam a loja, a farmácia e o posto. Vamos continuar a pugnar pela manutenção da prestação de serviços de qualidade; vamos continuar a promover ações de formação tão necessárias à evolução qualitativa dos nossos funcionários e vamos prosseguir com as actividades mais relevantes do nosso Projeto de Actividades com os utentes que se estende até à festa de Natal. Vamos continuar a pugnar pela criação de um Serviço de Cuidados Continuados no Lar. Vamos continuar a pugnar pelo funcionamento do Centro Comunitário da Salga. Vamos continuar a pugnar pelo reforço e segurança da cobertura do Centro de Acolhimento e da Casa de Trabalho, sendo este um compromisso assumido pelo governo Regional. Vamos pugnar, com persistência, tendo em vista o bom desempenho da Misericórdia de Nordeste, que tão bons e relevantes serviços tem prestado ao concelho.

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Tempo pascal – domingas – Tempo pascal – domingas – – um tempo para o outro…– um tempo para o outro…

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Pe. Agostinho LimaQuando deres algum jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, porque esses não têm com que te retribuir, mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. (Lucas, XIV: 12-14).

Em tempo de difi culdades acrescidas, somos desafi ados a olhar para os mais necessitados que habitam entre nós. Por isso, neste tempo de caridade, mas igualmente dado a alguns exageros, nomeadamente aproveitado para “pagar” favores através de convites para a dominga, seria mais congruente reformular a lista de convidados para o festejo e, já agora, incluir os que nunca não nos poderão retribuir.Apreciamos os gestos de humildade nos outros. Prova do que afi rmamos a simpatia que todos nutrem pelo Papa Francisco. Mas a reforma da Igreja, e consequentemente da sociedade, passa igualmente pelo nosso empenho e por mudanças radicais na nossa conduta, especialmente naquilo em que até nem damos muita importância.Que este Tempo Pascal, tempo de graça, conduza o nosso olhar para o outro e seja propício à concretização da passagem evangélica acima transcrita, em família e em clima festivo. Como convém!

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Tarde QuaresmalTarde Quaresmal

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Utentes da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, das diversas localidades do concelho, deslocaram-se ao Centro Municipal de Atividades Culturais durante a tarde do início da Primavera e, após alguns cânticos de acolhimento, ouviram uma interessante refl exão Quaresmal orientada pelo Pe. Dr. Pedro Coutinho, Sacerdote Dehoniano que também colabora na Paróquia do Livramento. Seguiu-se uma encenação designada “Pesca Milagrosa”, com fi guras Bíblicas representadas pelos funcionários e técnicos da instituição, com artístico cenário por eles realizado, que mereceu fortes aplausos da assistência. A encerrar o Provedor, Dr. Eduardo de Medeiros dirigiu palavras de muito apreço pelo êxito do encontro e pela entusiástica participação dos utentes, desejando a todos uma feliz Páscoa.

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O ano 2013 foi assinalado pela Comissão Europeia como “O Ano Europeu dos Cidadãos”, na sequência da celebração do vigésimo aniversário do Tratado de Maastricht que entrou em vigor a 1 de novembro de 1993, constituindo este Tratado um passo determinante no processo de integração europeia. O “Ano Europeu dos Cidadãos” pretende sensibilizar os cidadãos da União Europeia para os seus direitos enquanto cidadãos dos Estados membros da União, nomeadamente o direito de livre circulação de pessoas e mercadorias, assim como o direito de residir livremente nos países que constituem a União.Tendo em conta a situação de crise que se vive atualmente, torna-se fundamental que a população em geral seja conhecedora dos seus direitos, para que possa exercê-los de forma consciente e informada. Torna-se imprescindível lutar pelos direitos de todos os cidadãos, mas de um modo especial por aqueles que têm “voz menos ativa”, como as crianças, as pessoas portadoras de defi ciência e os idosos. Que esta não seja uma crise de princípios e valores – que se respeitem os direitos de todos os cidadãos, em especial dos mais idosos, aqueles que trabalharam toda a sua vida e lutaram persistentemente por um futuro melhor. No entanto, continuam a existir idosos que vivem em

condições pouco dignas. Muitos idosos apresentam fracos recursos económicos, que se revelam insufi cientes para fazer face às despesas, manifestando-se na privação em adquirir certos bens e usufruir de serviços fundamentais para a sua qualidade de vida. Para além disso, verifi ca-se ainda uma fraca ou inexistente rede de suporte familiar a muitos idosos, manifestando-se no isolamento e solidão em que muitos vivem.

Há idosos que são vítimas de violência física, psicológica ou fi nanceira, que permanecem no silêncio por falta de conhecimento dos seus direitos e das respostas sociais existentes para os ajudar. bbbbbbQue este Ano Europeu dos Cidadãos seja um passo em frente na consolidação dos direitos de todos os cidadãos e que não fi quem esquecidos aqueles que menos força têm para lutar e para se fazer ouvir, pois só assim será possível uma união mais forte e mais coesa.

O Ano Europeu O Ano Europeu dos Cidadãosdos Cidadãos

Dr.ª Ana Duarte(Téc. Superior Estagiária de Serviço Social)

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O CATL de Santana é um espaço onde as crianças ocupam os seus tempos livres, através de um conjunto diversifi cado de atividades de lazer, lúdicas, pedagógicas, sócio - culturais e desportivas. Possui como objetivo proporcionar a cada criança um ambiente favorável ao crescimento saudável e ao desenvolvimento pessoal, social e cultural de forma a estimular e incutir valores sociais e morais, desenvolvendo o espírito de pertença, cooperação e de solidariedade. No Centro de Atividades de Tempos Livres procuramos sempre ajudar, estimular e ensinar a cada criança atitudes, valores, regras de bom funcionamento, o espírito de partilha e respeito pelo

outro. Incentivando a autonomia e a aquisição de hábitos e atitudes relacionadas com a alimentação, higiene, saúde e segurança pessoal. De forma que a criança seja capaz de diferenciar comportamentos corretos e incorretos. Com efeito pretendemos criar um ambiente que proporcione a cada criança vivenciar experiências de sucesso num espaço divertido para aprender a crescer e a brincar. No CATL de Santana desenvolvemos

variadas atividades, designadamente: jogos recreativos e didáticos; desenho, pintura, recorte e colagem de diferentes materiais; leitura recreativa; visualização de fi lmes de animação infantil; expressão musical: cantar e dançar; realização de jogos de grupo e jogos tradicionais; comemoração de datas festivas e outros eventos e, ainda, são apoiados na realização dos seus trabalhos escolares. Importa salientar que estas atividade ajudam as crianças a desenvolverem diferentes capacidades e competências, nomeadamente, ajudam a estimular a criatividade e imaginação, a desenvolver a motricidade fi na no manusear de materiais de origem diversa, a curiosidade e o espírito crítico, a capacidade de observação, a promoção de atividade física e desportiva e o espírito de equipa e camaradagem. O CATL pretende ser considerado como um apoio à família, respondendo à necessidade das famílias de ter uma alternativa para o acompanhamento dos seus fi lhos no horário não letivo e durante as férias escolares. Os pais podem ter a certeza que os seus fi lhos estarão em segurança, num ambiente harmonioso, seguro e cuidado com pessoal credível e qualifi cado. Deste modo é importante promover a participação das famílias no CATL e cultivar boas relações entre ambos. Dessa forma, o CATL de Santana é uma resposta social de maior importância, pois atua como meio de prevenção de comportamentos de risco, por sua vez, fomenta e promove o desenvolvimento social da criança na comunidade através da integração, participação e mobilização de recursos disponíveis na freguesia. Em suma, estou muito feliz por existir um CATL na minha Freguesia!

O CATL da minha freguesia

Elisabete Furtado (Ajudante de Educação)

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NOME: Manuel Cabral Torres JúniorIDADE: 81 anosLOCALIDADE DE ORIGEM: Pedreira

- Há quanto tempo frequenta esta Instituição?Fez no dia 1 de Março 2 anos.

Qual a razão de entrar para o Lar da Santa Casa?- Porque não tinha ninguém que cuidasse de mim.

Que profi ssão exercia?- Tinha uma lavoura e trabalhava na fl orestal. Também costumava dar dias para fora.

Como eram os seus dias antes de entrar para o Lar?

Entrevista

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- Antes de vir para o Lar já não podia trabalhar, por isso, estava sempre em casa.

Como se sentiu em saber que foi admitido no Lar? - Não tive outro remédio, se tivesse quem cuidasse de mim estava em casa.

Sentiu-se bem recebido na Instituição? -Sim. Até hoje nunca tive nada que dizer de ninguém.

Pode dizer-nos como é a rotina do seu dia-a-dia aqui no Lar?- De manhã vão-me lavar, venho tomar o pequeno-almoço, dou uns passeios e vou à capela. De tarde eu almoço, vejo televisão, jogo às cartas, canto e passeio.

O que costuma fazer nos seus tempos livres?- Vejo televisão, jogo às cartas, canto e passeio.

Que familiares costuma receber?- A minha prima Nélia, alguns vizinhos e a família da Sílvia.

Como se sente atualmente?- Sinto-me bem graças a Deus, mas também não tenho outro remédio.

Na sua opinião, qual é o principal problema dos idosos?- Não sei bem mas acho que a maioria dos idosos se sentem abandonados e tristes.

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Carnaval Intergeracional

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À semelhança dos anos anteriores, a Santa Casa da Misericórdia e a Escola Profi ssional de Nordeste levaram a efeito, na Vila, um desfi le carnavalesco intergeracional, no qual participaram os utentes e colaboradores provenientes das diversas valências da Instituição e os alunos dos vários cursos da Escola Profi ssional, incluindo as crianças do Jardim de Infância da Casa do Trabalho e os idosos da Instituição, alguns deles em cadeiras

de rodas com decoração apropriada. Em ambiente carnavalesco o desfi le foi, como sempre, muito participado, proporcionando alegria e descontração nos que desfi laram até à Praça do Município, ao som da Orquestra Ligeira de Nordeste. Terminado o desfi le, os participantes, juntaram-se na Escola Básica e Secundária de Nordeste onde desfi laram, dançaram ao som de música própria do Entrudo e saborearam as tradicionais malassadas.

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Ações de formaçãoem imagem

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A Misericórdia, no âmbito do seu Plano Anual de Atividades, que coloca em destacado relevo a formação dos funcionários da Instituição, desenvolveu durante o primeiro trimestre as seguintes ações de formação:

Dias 15 e 18 de Fevereiro, ação de formação Higiene e Segurança Alimentar, orientada pela Dr.ª Rita Castanho. Participaram 65 funcionários.

Dias 4 e 5 de Março, realizou-se a ação de formação Gestão de Confl itos e Relações Interpessoais, orientada pela Dr.ª Cristina Moura. Participaram 91 funcionários. (ver nota mais desenvolvida na página seguinte)

Dia 15 de Abril, Demências - Aspetos Neuropsicológicos, orientada pela Dr.ª Catarina Costa. Participaram 55 funcionários.

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Ação de formação“Gestão de Confl itos e Relações Interpessoais”

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A Santa Casa da Misericórdia de Nordeste organizou, para os funcionários das várias valências da Instituição, uma Ação de Formação intitulada “Gestão de Confl itos e Relações Interpessoais”, tendo a mesma sido orientada pela Dr.ª Cristina Moura. O principal objetivo desta Ação de Formação foi o de dotar os participantes de conhecimentos e partilhas de experiências, no âmbito da temática em questão, e alertá-los para os vários aspetos importantes e fundamentais para o bom trabalho em equipa ou em grupo, nomeadamente, fatores infl uenciadores das relações interpessoais, ou seja, as interações que temos com os outros; formação e mudança de atitudes, ou seja, direção que damos aos nossos comportamentos desde as primeiras impressões até às nossas atitudes, classifi cação dos confl itos em construtivos e destrutivos, benefícios dos confl itos pois estes, se usados adequadamente, promovem o crescimento pessoal e profi ssional; análise da situação confl itual que poderá estar relacionada com aspetos da personalidade do próprio indivíduo e estratégias de resolução de confl itos.

De forma a apreender os conhecimentos adquiridos na formação, cada grupo fi cou responsável por encenar uma situação que retratasse um confl ito e tentar encontrar a melhor maneira de o resolver.

Para terminar foi possível perceber que a comunicação e todos os aspetos relacionados com esta, nomeadamente, os cuidados com o tom de voz, a utilização de vocabulário adequado e a postura corporal são fundamentais para que exista um ambiente de trabalho saudável e enriquecedor para todos os intervenientes, neste caso, para os funcionários, uma vez que para que haja um confl ito é sempre necessário haver pelo menos duas pessoas.

Daniel Medeiros(Trab. Aux. de Ap. a Idosos)

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- A Mesa Administrativa tomou conhecimento da proposta, elaborada pela Técnica Superior, Dra. Sara Sousa, para pagamento dos seguros das crianças aquando da sua inscrição nos CATL`S da Instituição e autorizou, deliberando por unanimidade, que a partir de Junho do corrente ano sejam as famílias das crianças a assumir o encargo de três euros e vinte e um cêntimos com o pagamento do seguro e que a inscrição nas valências em questão e a sua renovação sejam taxadas em cinco euros.

- Tomou conhecimento do Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo, do Serviço de Desporto de São Miguel, referente ao Programa “Açores Ativos”, através do qual se concede à Santa Casa da Misericórdia de Nordeste uma verba no valor de €2.430,00€ destinada à promoção e desenvolvimento de atividades físicas e desportivas com idosos e deliberou, por unanimidade, incumbir o Dr. Hélder Camarinha de promover o programa referido para cumprimento de contrato em questão e de apresentar o plano de atividades, para o ano de dois mil e treze, previsto no mesmo.

- A Mesa tomou conhecimento do ofício n.º SAI-IRT-2013-283 da Inspeção Regional do Trabalho, datado de vinte de Março do corrente ano, no qual se informa a Santa Casa da Misericórdia de Nordeste que os funcionários abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho das Instituições Particulares de Solidariedade Social, têm direito a vinte e três e/ou vinte

Deliberações da Mesa Administrativa

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e cinco dias úteis de férias, dependendo da idade dos mesmos.- Autorizou a aquisição de um exaustor para a cozinha do Lar de Idosos pelo valor de € 2.300,00 (dois mil e trezentos euros) à empresa “Açorotel”.

- A Mesa Administrativa tomou conhecimento do orçamento da empresa “Otis Elevadores, LDA”, para fornecimento de um temporizador de iluminação para a cabine do elevador do Centro Comunitário de Apoio ao Desenvolvimento Social da Salga pelo valor de € 320,00 e considerando que o equipamento em questão permite uma elevada poupança de energia, autorizou a aquisição do equipamento nos termos propostos.

- Tomou conhecimento da informação elaborada pela Dra. Vânia Ferreira àcerca da proposta do Talho Correia para fornecimento de carne ao Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste durante o ano de dois mil e treze. e deliberou, por unanimidade, adjudicar o fornecimento de carnes, durante o ano de

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dois mil e treze, ao Talho Correia por se tratar de uma proposta bastante favorável para a Instituição.

- Tomou conhecimento da carta dos Padres da Ouvidoria do Nordeste, nomeadamente, Rev. Padre Leonardo Cabral e Rev. Padre Agostinho Lima, na qual agradecem à Santa Casa da Misericórdia de Nordeste a colaboração prestada aquando da realização da Visita Pastoral, celebração da Eucaristia e Instituição dos Ministros Extraordinários da Comunhão

- A Mesa Administrativa tomou conhecimento da proposta da Dra. Patrícia Cambóia para Plano Anual de Atividades a ser implementado no Lar de Jovens durante o ano de dois mil e treze.- Tomou conhecimento do relatório

da avaliação do grau de satisfação dos utentes do Lar de Idosos da Misericórdia de Nordeste realizado pela Técnica Superior Estagiária de Serviço Social, Dra. Ana Duarte e congratulando-se com os resultados obtidos deliberou, por unanimidade, enviar exemplar, para conhecimento, ao Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores.

- A Mesa Administrativa tomou conhecimento da informação elaborada pela Técnica Superior, Dra. Sara Sousa, àcerca do pedido efetuado pelos familiares de Maria de Lurdes Amaral, residente na freguesia de Algarvia, para a mesma ser internada no Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste e autorizou o internamento de Maria de Lurdes Amaral no Lar de Idosos nos termos propostos.

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AAAReconheço que a intenção foi boa. É preciso revolver consciências adormecidas, mas o meu receio é que aconteça como em outros anos disto ou daquilo…

AAAO ano vai passar-se em discussões fi losófi cas que não levam a lado nenhum.AAAA Fé sem obras é uma fé morta. Esta frase não é da minha autoria, mas concordo plenamente com ela.

O Ano da FéAAASó aliada à Caridade é que a Fé mostra o que é.AAAÉ fácil acreditar num Deus distante que me ama e quer que eu seja feliz, embora o Seu conceito de felicidade nem sempre coincida com o meu.Acreditar num Deus próximo na pessoa de Jesus, também não é difícil, mas seguir a Sua doutrina, aí é complicado.AAAA verdadeira Caridade consiste em considerar cada Homem um irmão e velar, dentro das nossas possibilidades, para que todos tenham as necessidades básicas resolvidas, mas vai além disso. O bem-estar psicológico também é muito importante.AAAA Caridade é paciente, tolerante, sabe perdoar…AAASenhor eu Creio mas aumentai a minha Fé.

Pela Prof.ª Maria do Céu Correia

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AA“Pede-se a uma criança: ”Desenhe uma fl or!” Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se a outro canto da sala, onde não há mais ninguém.AAPassado algum tempo, o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. AAA criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.Depois, a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: UMA FLOR!AAAs pessoas não acham parecidas essas linhas com as de uma fl or!Contudo, a palavra fl or andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma fl or, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma fl or! ” Almada Negreiros

AAO Jardim de Infância Alegria iniciou a sua atividade a 01 de Janeiro de 1986, com 30 crianças e com 6 pessoas no quadro de pessoal trabalhador (1 Educadora, 2 auxiliares de Educação, 2 auxiliares de serviços gerais e 1 cozinheira). Pertencia à Casa de Trabalho e Protecção à Juventude Feminina de Nordeste fundada por D. Maria do Carmo Pacheco Monte, com outras senhoras. AADentro da sua actividade pedagógica, o Jardim de Infância tinha ao seu dispor uma carrinha que transportava as crianças da sua

casa ao Jardim de Infância e do mesmo para casa. AAAtualmente, este mesmo Jardim, pertence à Santa Casa da Misericórdia de Nordeste e funciona com 25 crianças e o mesmo quadro de pessoal trabalhador. Consiste num espaço destinado ao cuidado e acompanhamento pedagógico de crianças entre os 3 anos de idade e os 5 anos (idade de ingresso no ensino básico), como resposta social que presta à primeira etapa da educação básica escolar.

AAO Jardim de Infância tem por base a construção de uma rotina diária efi -caz que permite às crianças, uma melhor adaptação, o que também contribui para o minimizar as preocupações dos pais. AAEsta rotina tem em conta: Respeitar o desenvolvimento específi co de cada criança e as suas necessidades;Ser tão fl exível quanto possível, de forma a promover um ambiente seguro;Contemplar momentos em que todas as crianças estão juntas, assim como momentos de aprendizagem individual;

Jardim de Infância AlegriaJardim de Infância Alegria

Cristina Monteiro(Educadora de Infância)

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Ter profi ssionais de educação sensíveis e que saibam reconhecer os sentimentos de cada criança. O seu apoio é fundamental nesta fase da vida;Permitir que a adaptação à escola seja mais fácil e que o momento de separação com a família não seja traumatizante;Ter profi ssionais capazes de dividir a sua atenção entre todas as crianças. Isso promove-lhes sentimentos únicos: de partilha, união e respeito pelo outro.AAAs crianças no seu dia-a-dia, no Jardim de Infância Alegria“Uma rotina é muito mais do que saber a hora a que o bebé come, dorme, toma banho e se vai deitar. É também saber como as coisas são feitas … as experiências do dia-a-dia das crianças são as matérias-primas do seu crescimento” (Judith Evans e Ellen Ilfi eld,1982).AASegundo os autores Jacalyn Post e Mary Hohmann, numa Instituição existem linhas orientadoras de uma programação diária e rotinas de cuidados, estas consistem em criar um horário que seja fl exível e previsível (organizado e consistente).AAHá que ter em conta as necessidades de cada criança e transmitir-lhes a sucessão das atividades, isto é, organizar o dia em torno de acontecimentos diários regulares (acolhimento, partida, hora do conto, almoço e lanche, etc). É de salien-tar que o educador deve proporcionar uma transição suave entre uma experiência e a que se segue.AAAs crianças que frequentam o Jardim de Infância aprendem a ter a sua rotina diária onde criam hábitos de convivência com outras crianças e adultos não pertencentes à família, aprendem a saber estar em grupo e a cumprir regras.AAA aprendizagem da leitura e da escrita são facilitadas por atividades desenvolvidas no jardim de Infância, se bem que muitas delas

podem também ser feitas em casa. Uma delas, extremamente importante, é o contacto com o livro. Existem livros para todas as idades e que podem ser manipulados pelas crianças quase desde que nascem. As vantagens pedagógicas são muitas. Entre elas contam-se o desenvolvimento da predisposição para a leitura e do gosto por ela e o conhecimento da forma de utilização do livro e da direção da leitura (de cima para baixo e da esquerda para a direita). AASão desenvolvidos muitos jogos de linguagem: rimas, substituição de sons por palavras, palavras começadas ou acabadas no mesmo som, etc. Estas atividades desenvolvem a consciência dos sons da língua, fator muito importante na aprendizagem da leitura e da escrita. AAOutra atividade frequente no dia-a-dia das crianças é a modelagem (com plasticina, barro, pasta de madeira ou outros materiais),

o desenho, a pintu-ra e os recortes que desenvolvem a motricidade fi na. As mãos e os dedos vão-se tornando hábeis nos movimentos necessários para a aquisição de uma caligrafi a bonita e feita sem esforço. AAA socialização proporcionada pelo jardim de infância contribui também

para o desenvolvimento da linguagem e do vocabulário, importantes na aprendizagem da leitura e da escrita e na aquisição de muitos outros conhecimentos. Jogos e brincadeiras, livres ou orientados, promovem o desenvolvimento da criatividade, sem dúvida, muito importante. AANo Jardim de Infância Alegria, a arte faz parte da vida da criança, é uma ferramenta para interpretar o mundo e conhecer-se a si mesma. Aqui, todos juntos, trabalhamos com amor e por amor, para que cada criança possa pintar o seu mundo de todas as cores, sorrir, crescer, brincar e aprender. "Só se vê com o coração. O Essencial é invisível aos olhos" ( ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY ) porque as crianças são peritos em ver o essencial com o coração.

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O meu dia-a-diano Lar de Jovens

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Olá, sou o Luís Paiva e sou funcionário da Casa de Trabalho de Nordeste desde 2010 onde desempenho a função de Auxiliar de Lar e Centro Dia, no Lar de Jovens, agora Santa Casa da Misericórdia.

Como a própria categoria indica, tenho como funções, auxiliar nas limpezas, na confecção da ementa, auxiliar nos estudos dos jovens, planear e realizar actividades com eles, ajudar a construir um futuro sólido e promissor para os “Meus Pequenos”, chamo-os sempre assim porque é assim que os vejo. Tenho um enorme gosto no que faço, acima de tudo de estar rodeado por eles e de sentir a amizade que sentem por mim, pois muita vez, somos chamados de “Pais”, “Padrinhos” e até de “irmãos”, eles vêem em nós o que infelizmente não conseguiram

ter através de seus familiares. É muito gratifi cante chegar ao serviço e vê-los a correr para mim, para me cumprimentarem e a perguntar, “Sr. Luís, o que vamos fazer hoje?”. Como sempre tenho que averiguar se fi zeram todos os seus deveres com efi cácia e depois ai sim… vamos fazer a actividade em conjunto com a equipa de serviço. Acho muita piada é mesmo quando estou fora do meu horário de serviço e me cruzar pelo caminho com eles, virem ter comigo a contar as últimas novidades. E este é o meu dia-a-dia no Lar de Jovens e com eles aprendo a ser mais jovem todos os dias. São a minha fonte da juventude.

Luís Paiva (Ajudante do Lar e Centro de dia)

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O crescimento dos problemas de saúde das populações, resultantes do processo de envelhecimento e do aumento da esperança de vida, por vezes, afasta os prestadores de cuidados de uma acção centrada em valores humanistas. Procuramos, muitas vezes, apenas respostas clinicas do predomínio da tecnologia, subvalorizando assim a dignidade da pessoa cuidada. Surge assim a necessidade de criar um conceito que defenda que o “cuidar” conjuga o cuidador, a pessoa cuidada, os outros e o mundo numa relação responsável, sensata e respeitadora e que valoriza a dignidade dos cuidados. A Humanitude defi ne-se como um conjunto de particularidades que fazem com que uma pessoa se reconheça na sua espécie, e reconheça outra pessoa como fazendo parte desta. Estas particularidades baseiam-se na verticalidade, a palavra, o olhar partilhado, a capacidade de tocar o outro, o sorriso, o vestuário e os cuidados ao corpo. Este conceito, tem como objectivos humanizar os cuidados de saúde proporcionando assim maior bem-estar e qualidade de vida aos utentes, retardar a perda de autonomia e das funcionalidades conservando o mais possível as capacidades humanas. Para por em prática a Humanitude é fundamental ter sempre em conta que cada pessoa, independentemente da idade ou do estado

de saúde, é um ser único com características especiais e específi cas. As pequenas acções do dia-a-dia, os pequenos gestos (dar a mão, sorrir para alguém, elogiar…), olhar a pessoa cuidada, oferecer disponibilidade para escutar, prestar cuidados dirigidos e individualizados, respeitar a privacidade, dar importância à apresentação exterior, são acções que valorizam a identidade do outro, que respeitam a dignidade e identidade humana.

Este conceito valoriza aspectos elementares das nossas relações com o utente, às quais por vezes não atribuímos grande importância. Se trabalharmos de acordo com esta abordagemos nossos cuidados tornam-se chamamentos/estímulos de Humanitude. Contribuímos para uma progressão do utente para o equilíbrio psicológico, conservação das suas capacidades humanas, maior bem-estar e, quando possível, melhoria da saúde.

“HUMANITUDE”“HUMANITUDE”Mónica Medeiros

(Enfermeira)

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A neuropsicologia pode-se defi nir como a ciência que permite a ligação entre a neurologia e a psicologia através do estudo da relação entre o cérebro e o comportamento humano. O contributo da neuropsicologia para o estudo das demências permite a caracterização do perfi l neuropsicológico da pessoa através da identifi cação das características cognitivas, comportamentais e emocionais, bem como a implementação de técnicas de reabilitação e estimulação neuropsicológicas. aaaaA caracterização do perfi l é feita através da recolha de informação sobre a história clínica atual da pessoa juntamente com a família/cuidadores e, posteriormente, a administração de testes e escalas de avaliação adaptados à população portuguesa.AAAO perfi l neuropsicológico da demência depende de diversos fatores, como a etiologia (por exemplo, doença neurodegenerativa, doença vascular e alcoolismo crónico), a localização e a extensão da lesão cerebral. AAAPara além das alterações cognitivas e comportamentais, outro aspeto fundamental para o diagnóstico de demência diz respeito à presença de um compromisso a nível das relações sociais e/ou ocupacionais e no desempenho das atividades de vida diárias. Este compromisso ocorre sobretudo devido à interferência dos problemas cognitivos e/ou comportamentais no dia-a-dia da pessoa, que se manifesta numa difi culdade em realizar de forma adequada tarefas domésticas, em conferir trocos, andar de transportes públicos,

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tratar da higiene pessoal…AAAAs alterações comportamentais são as muito comuns e requerem mais atenção por parte dos cuidadores. AAAA agitação psicomotora é a característica comportamental mais comum nas demências, contudo também é muito frequente a pessoa manifestar diminuição da iniciativa, apatia e desinteresse, agressividade verbal e física e alterações bruscas do humor. AAAEm suma, é necessário ter em atenção que os diferentes quadros demenciais podem fazer com que uma pessoa aja de forma diferente e imprevisível: algumas pessoas tornam-se mais agressivas e ansiosas, outras repetem as mesmas questões ou gestos várias vezes ao longo do dia, e outras interpretam incorretamente aquilo que ouvem. AAAEste tipo de comportamento pode originar mal-entendidos, frustração e tensão, particularmente entre o doente e a família/cuidador. AAAÉ importante perceber que o doente não está a agir de propósito!

Contributos da Neuropsicologia Contributos da Neuropsicologia nas Demênciasnas Demências

Dr.ª Catarina Costa(Téc. Superior Estagiária de Psicologia)

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Não há paroquiano que se preze que não conheça Frei Tomás. De palavra fácil e gesto apropriado, é um comunicador nato: os verbos escorrem-lhe conjugados na perfeição, as metáforas parecem cerejas e a voz conhece o caminho de todas as emoções. Tem, no entanto, um defeito, Frei Tomás: chegado ao adro, é um relâmpago de pressa; e a frase mais longa que aí se lhe arranca é: “agora não, que não tenho tempo”. Frei Exemplo vai, por seu turno, de vez em quando, à paróquia. Chega antes da hora, distribui sorrisos humildes e tranquilos comentários, que repete no fi nal. A homilia parece sofrida, como se lhe custasse dizer algo que não lhe saia da adesão mais ínti ma; de modo que na igreja todos parecem suspensos de cada silêncio mais longo. Mas ouvem-no respeitosamente. É certo que os paroquianos querem Tomás para todas as festas com solene sermão; mas a alma e o coração abrem-no, preferencialmente, a Exemplo, benefi ciando da sua disponibilidade e fraterna proximidade. O senhor Antunes, que foi quem me contou o que acabo de escrever, explica: “a gente não quer só quem diga coisas e aponte caminhos; precisamos de quem ande connosco. Há que aprender com Ele!”. Para o senhor Antunes, “Ele” é Jesus. Por isso, nunca pronuncia o pronome sem erguer ao céu

Frei Tomás e Frei Exemplo

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o indicador. E tem razão o senhor Antunes: Ele começou a fazer e a ensinar. Ele deixou a doutrina e as explicações para o fi nal do gesto do lava-pés: “dei-vos o exemplo…”. Sim, os exemplos farão sempre mais que a doutrina!...

Para aqui apontou o Papa Bento XVI, tanto na Eucaristi a inaugural como na conclusiva do recente Sínodo dos Bispos. Disse o Santo Padre que “os verdadeiros protagonistas da nova evangelização são os santos: eles falam, com o exemplo da vida e as obras da caridade, uma linguagem compreensível a todos”. Urge, pois, a linguagem das obras, porque fé também o diabo tem. As obras, disse alguém, são um argumento vivo. Nelas, se feitas em Deus, brilha a luz que nos habita e que pode iluminar as circunstâncias de muitas pessoas. Não podemos, por isso, sossegar-nos com a paz de prati cantes de estatí sti ca. Deve queimar-nos a caridade que sacode a ti bieza que nos reduz ao cuidado egoísta da nossa vida e dos mínimos julgados necessários para salvar a nossa alminha… Enquanto esti ver guardado e não se perder

na massa, o fermento não leveda a fornada. Temos de agir, com os dons recebidos. Como diz Rey-Mermet, “você tem uma bolota no bolso. Semeie-a e fi cará sabendo que carregava uma fl oresta”. João Aguiar Campos

in, “Ecclesia”

O meu estágio Chamo-me Renato Rebelo e entrei como estagiário para a Santa Casa da Misericórdia de Nordeste no dia 01-01-2012. Numa fase inicial estive inserido em trabalhos de secretaria, dando-me a oportunidade de conhecer os vários funcionários da Casa. Passado dois meses fui inserido na Loja 3 a fi m de ganhar mais experiência na minha área (Comercial), recebendo as melhores dicas e estratégias de venda das funcionárias Sandra Leite e Paula Frias. Ao fi m de 6 meses fui para o Centro de Dia trabalhando assim junto dos idosos onde provavelmente foi a melhor experiência que já tive até hoje. De lá recebi abraços, carinho, amor de pessoas que nem conhecia mas que me receberam de braços abertos, dando assim a oportunidade de me tornar uma pessoa melhor, valorizando assim mais a vida.

Acabei o meu estágio no dia 28-03-2013, triste pelo que podia fazer melhor mas ao mesmo tempo contente pelas amizades que ganhei nestes meses de experiência.

Renato Rebelo (Estagiário)

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O Artesanato é uma atividade exercida na Casa do Trabalho, desde o início da sua fundação. Funciona nas instalações da Casa do Trabalho, em duas salas, nomeadamente, a Sala dos Bordados e a Sala da Tecelagem. Existe, também, a Sala dos Expositores, na qual estão expostos alguns trabalhos artesanais, realizados na Instituição. Visite - nos!

Trabalhos artesanais realizados na Casa do Trabalho:

� Bordados/rendas:- Aventais/gravatas;- Richelieu;- Renda Frioleira;- Renda Chilena;- Camisas de homem/senhora;- Biscoiteira;- Fundo de Tabuleiro;- Base para copos;- Toalhas de mesa;- Guardanapos;- Crochet.

� Tecelagem: - Sacos de lã com padrões relativos aos trajes folclóricos;- Tiras de linho e algodão;- Trajes;- Tiras de puxados;- Individuais de linho com desenho ou padrão de colcha;- Sacos de retalhos;- Mantas de retalhos; - Cobertores de espelhos; - Cobertores de dados; - Almofadas;- Pano de linho caseiro ou industrial;- Tapetes de lã natural; - Tapetes de retalhos; - Carapuços;- Chapéu meia lua.

olcha;

� Artesanato