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278 GERENCIAMENTO DE MATERIAIS E CUSTOS HOSPITALARES EM UTI NEONATAL Lauren Auer Lopes 1 , Ana Maria Dyniewicz 2 , Luísa Canestraro Kalinowski 3 RESUMO: Esta pesquisa objetivou quantificar e qualificar o uso indevido de materiais de consumo em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital universitário da cidade de Curitiba/PR. Foi realizada observação não participante na unidade no período de 17 de março a 2 de abril de 2009, em todos os turnos de trabalho, totalizando 100 horas. Os resultados revelaram o emprego indevido de materiais de consumo; uso de materiais de baixa qualidade; uso irracional; e improvisos, além de falhas no manuseio por profissionais. A pesquisa mostrou o volume e o valor de gastos impróprios na unidade, com alguns destaques para cateteres venosos periféricos, gazes, sondas nasogástricas, ampolas de glicose, cabos de oxímetros, entre outros. Sugere-se que a unidade melhore a gestão, por meio de auditoria de materiais e custos hospitalares, com olhar crítico e consciente sobre racionalização de uso de materiais. PALAVRAS-CHAVE: Custos hospitalares; Armazenamento de materiais e provisões; Recursos materiais em saúde. MATERIALS MANAGEMENT AND HOSPITAL COSTS IN NEONATAL ICU ABSTRACT: This study aimed to quantify and qualify the improper use of consumables in a Neonatal Intensive Care Unit of a university hospital in Curitiba / PR. Non-participant observation was conducted in the unit during the period of March 17 to April 2, 2009, on all shifts, totaling 100 hours. The results revealed the improper use of consumables, the use of low quality materials, irrational use, and improvisation, as well as failures in handling the materials by professionals. The survey showed the volume and value of improper spending in the unit, with some highlights for peripheral venous catheters, gauzes, nasogastric tubes, ampoules of glucose, oximeters cables, among others. It is suggested that the unit must improve the management of materials and hospital costs through auditing, critically and consciously about the rational use of materials. KEYWORDS: Hospital costs; Storage of materials and supplies; Material resources in health. GERENCIAMENTO DE MATERIALES Y COSTOS HOSPITALARIOS EN UTI NEONATAL RESUMEN: Esta investigación objetivó cuantificar y cualificar el uso indebido de materiales de consumo en una Unidad de Terapia Intensiva Neonatal de un hospital universitario de la ciudad de Curitiba/PR. Fue realizada observación no participante en la unidad en el periodo de 17 de marzo a 2 de abril de 2009, en todos los turnos de trabajo, totalizando 100 horas. Los resultados revelaron el empleo indebido de materiales de consumo; uso de materiales de baja calidad; uso irracional; e improvisados, además de fallas en el manoseo por profesionales. La investigación mostró el volumen y el valor de gastos impropios en la unidad, con algunos destaques para catéteres venosos periféricos, gasas, sondas nasogástricas, ampollas de glucosa, cables de oximetros, entre otros. Se sugiere que la unidad mejore la gestión, por medio de auditoría de materiales y costos hospitalarios, con visión crítica y consciente sobre racionalización de uso de materiales. DESCRIPTORES: Costos hospitalarios; Almacenamiento de materiales y provisiones; Recursos materiales en salud. 1 Enfermeira da Prefeitura Municipal de Curitiba-PR. Especialista em Auditoria e Gestão em Saúde. 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisas em Políticas, Gestão e Práticas em Saúde-GPPGPS, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná-UFPR 3 Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR. Bolsista CAPES. Autor correspondente: Ana Maria Dyniewicz Universidade Federal do Paraná Rua Padre Anchieta, 1965 - 80730-000 - Curitiba-PR E-mail: [email protected] Recebido: 23/10/09 Aprovado: 04/03/10 Cogitare Enferm. 2010 Abr/Jun; 15(2):278-85

Gerenciamento de Custos Uti Neonatal

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    GERENCIAMENTO DE MATERIAIS E CUSTOS HOSPITALARES EM UTI NEONATAL

    Lauren Auer Lopes1, Ana Maria Dyniewicz 2, Lusa Canestraro Kalinowski3

    RESUMO: Esta pesquisa objetivou quantificar e qualificar o uso indevido de materiais de consumo em uma Unidade deTerapia Intensiva Neonatal de um hospital universitrio da cidade de Curitiba/PR. Foi realizada observao no participantena unidade no perodo de 17 de maro a 2 de abril de 2009, em todos os turnos de trabalho, totalizando 100 horas. Osresultados revelaram o emprego indevido de materiais de consumo; uso de materiais de baixa qualidade; uso irracional; eimprovisos, alm de falhas no manuseio por profissionais. A pesquisa mostrou o volume e o valor de gastos imprprios naunidade, com alguns destaques para cateteres venosos perifricos, gazes, sondas nasogstricas, ampolas de glicose,cabos de oxmetros, entre outros. Sugere-se que a unidade melhore a gesto, por meio de auditoria de materiais e custoshospitalares, com olhar crtico e consciente sobre racionalizao de uso de materiais.PALAVRAS-CHAVE: Custos hospitalares; Armazenamento de materiais e provises; Recursos materiais em sade.

    MATERIALS MANAGEMENT AND HOSPITAL COSTS IN NEONATAL ICU

    ABSTRACT: This study aimed to quantify and qualify the improper use of consumables in a Neonatal Intensive Care Unitof a university hospital in Curitiba / PR. Non-participant observation was conducted in the unit during the period of March17 to April 2, 2009, on all shifts, totaling 100 hours. The results revealed the improper use of consumables, the use of lowquality materials, irrational use, and improvisation, as well as failures in handling the materials by professionals. Thesurvey showed the volume and value of improper spending in the unit, with some highlights for peripheral venouscatheters, gauzes, nasogastric tubes, ampoules of glucose, oximeters cables, among others. It is suggested that the unitmust improve the management of materials and hospital costs through auditing, critically and consciously about therational use of materials.KEYWORDS: Hospital costs; Storage of materials and supplies; Material resources in health.

    GERENCIAMENTO DE MATERIALES Y COSTOS HOSPITALARIOS ENUTI NEONATAL

    RESUMEN: Esta investigacin objetiv cuantificar y cualificar el uso indebido de materiales de consumo en una Unidadde Terapia Intensiva Neonatal de un hospital universitario de la ciudad de Curitiba/PR. Fue realizada observacin noparticipante en la unidad en el periodo de 17 de marzo a 2 de abril de 2009, en todos los turnos de trabajo, totalizando 100horas. Los resultados revelaron el empleo indebido de materiales de consumo; uso de materiales de baja calidad; usoirracional; e improvisados, adems de fallas en el manoseo por profesionales. La investigacin mostr el volumen y el valorde gastos impropios en la unidad, con algunos destaques para catteres venosos perifricos, gasas, sondas nasogstricas,ampollas de glucosa, cables de oximetros, entre otros. Se sugiere que la unidad mejore la gestin, por medio de auditorade materiales y costos hospitalarios, con visin crtica y consciente sobre racionalizacin de uso de materiales.DESCRIPTORES: Costos hospitalarios; Almacenamiento de materiales y provisiones; Recursos materiales en salud.

    1Enfermeira da Prefeitura Municipal de Curitiba-PR. Especialista em Auditoria e Gesto em Sade.2Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisas em Polticas, Gesto e Prticas em Sade-GPPGPS, doDepartamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paran-UFPR3Enfermeira. Mestranda do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da UFPR. Bolsista CAPES.

    Autor correspondente:Ana Maria DyniewiczUniversidade Federal do ParanRua Padre Anchieta, 1965 - 80730-000 - Curitiba-PRE-mail: [email protected]

    Recebido: 23/10/09Aprovado: 04/03/10

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    INTRODUO

    As crescentes medidas de reduo de gastos dosgovernos observadas nos ltimos anos em todas asesferas foram sentidas, e muito, no setor da sade.Assim sendo, a reduo de custos tornou-se imprescin-dvel(1). Essa questo torna-se vital para as empresase, por conseguinte, para os hospitais, sendo que a buscapela reduo de gastos passa a ser uma constante.Ou seja, a implementao de sistemas de gerenciamen-to de custos fundamental, principalmente quando seobjetiva conter os gastos, sem perder a qualidade doservio prestado(2).

    Concomitantemente, um dos problemas do plane-jamento em sade no Brasil a questo da qualidadeda assistncia sade, o que pode dificultar a previsode recursos materiais, assim como o estabelecimentoda relao entre oferta de servios e demandas desade. A identificao dessas dificuldades permite redi-recionar recursos e atividades aos grupos de usuriosmais problemticos ou de maior risco, o que certamentelevaria a uma reduo dos recursos despendidos(3).H, contudo, que se considerar a forma como a insti-tuio est estruturada e organizada internamente, ouseja, se as condies de trabalho que oferece somelhores ou piores, com mais ou menos possibilidadesde desempenho intelectual e manual, acesso a recur-sos, tipos de relacionamentos hierrquicos, nveis desatisfao e desgaste, entre outros(4).

    Neste alinhamento reflexivo, a administraode recursos materiais dentro dos hospitais tem rece-bido maior ateno, pois junto com os recursos huma-nos, os recursos financeiros formam a base de susten-tao do hospital, sendo este ltimo um de seus ele-mentos principais. Trata-se de um ciclo contnuo deoperaes correlatas e interdependentes que sopreviso, aquisio, transporte, recebimento, armaze-namento, distribuio, conservao, venda de exce-dentes e anlise de controle de inventrios, o que as-segura ao hospital o reabastecimento racional dosmateriais necessrios manuteno de seu ciclooperacional(5).

    Cabe aos profissionais de sade, em especialao enfermeiro, gerenciar e administrar recursos mate-riais, que so os que mais elevam os custos hospitalares,depois dos recursos humanos. de suma importnciaque os enfermeiros participem do processo de seleoe compra de materiais, pois tm como avaliar se aquantidade e a qualidade do produto condizem com asnecessidades da clientela e de sua equipe, que deve

    ser treinada constantemente, a fim de evitardesperdcios e, por extenso, o aumento do custohospitalar por uso indevido desses materiais(6).

    Convm destacar, ainda, que os recursosmateriais nas organizaes de sade englobam diversosfatores, tais como a proporo que a despesa commateriais representa para a instituio; a grande varie-dade de materiais; a complexidade de tratamentos e,por consequncia, o nus nos custos. Alm disso, oscustos hospitalares tm aumentado consideravelmentedevido complexidade de tratamentos e procedimentos,exigindo materiais mais modernos e caros para suaexecuo(7).

    Para auxiliar nesse sentido, uma das tendnciaspara o gerenciamento de servios de enfermagem aincluso de conhecimentos de auditoria e desenvolvi-mento de habilidades sobre custos como mais uma fer-ramenta a ser utilizada nos processos decisrios, sendoimportante o envolvimento de toda equipe de enferma-gem na criao de um programa de educao conti-nuada e desenvolvimento da auditoria(7).

    Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar ouso de recursos materiais em Unidade de TerapiaIntensiva Neonatal (UTI Neonatal) de um hospitaluniversitrio. Especificamente, busca quanti-qualificaro uso indevido de materiais de consumo.

    METODOLOGIA

    O presente estudo, de abordagem quantitativarealizado por meio da observao no participante, foiconduzido em UTI Neonatal de hospital universitriode Curitiba, Estado do Paran.

    A unidade em questo tem 14 leitos e nela tra-balham 100 tcnicos em enfermagem, 66 mdicos e33 enfermeiros; pertence a uma maternidade a qualconta com 50 leitos e atende em parceria com o Estadoe Prefeitura Municipal. A demanda alta, 1.700 con-sultas de pronto-atendimento e cerca de 320 partos porms, o que corresponde a, aproximadamente, um terodos partos realizados pelo Sistema nico de Sade(SUS) na capital paranaense.

    A coleta dos dados foi realizada por observaono participante e ocorreu no perodo de 17 de maroa dois de abril de 2009, nos quatro turnos de trabalho:manh, tarde, noite I e noite II, por trs horas dirias,totalizando 100 horas de observao, no perodo de 3semanas.

    Para a coleta de dados foi elaborada uma lista-gem de materiais de maior consumo na unidade e, a

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    Tabela 1 - Grau de complexidade de pacientes internadosem UTI Neonatal. Curitiba, 2009.

    eduarGedadixelpmoC anameS1 anameS2 anameS3 latoT

    n n n n

    socitrC 32 51 51 35socitrC-oN 121 911 93 972

    latoT 441 431 45 233

    Tabela 2 - Uso indevido de materiais em UTI Neonatal porbaixa qualidade do produto. Curitiba, 2009.

    lairetaM edadinU/edaditnauQocirfireposonevretetaC.1 32

    acifrgorefseatenaC.2 71etnerapsnarTemliFovitaruC.3 41

    lacilibmuretetaC.4 21opiuqeedrosnetxE.5 60

    saiv3ahnirienroT.6 60ahlaotlepaP.7 60

    oaripsaedadnoS.8 50oeNPAPCtiK.9 30

    latoT 19

    cada perodo de observao, foram realizadas anota-es sobre as caractersticas na utilizao desses mate-riais. Os dados foram transcritos para planilha doprograma Excel, submetidos estatstica descritiva eapresentados na forma de quadros, favorecendo suaanlise e discusso.

    A populao do estudo foi composta por enfer-meiros, mdicos e profissionais de nvel mdio, detodos os turnos da unidade.

    Foi solicitada previamente a autorizao da dire-o do referido hospital para realizao da pesquisa.Aps parecer positivo, o projeto foi encaminhado eaprovado sob n. 000120/2009 no Comit de tica daUniversidade Tuiuti do Paran. O estudo foi realizadosegundo as diretrizes e normas regulamentadoras depesquisa envolvendo seres humanos, conformeResoluo 196/96 do Conselho Nacional de Sade,que trata desse tipo de pesquisa, sendo que cadaparticipante assinou o Termo de Consentimento Livree Esclarecido, com garantia de seu anonimato e sigilo.

    No perodo de observao, os pacientes interna-dos foram classificados, de acordo com o grau de com-plexidade, em crticos e no-crticos.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados e as discusses a seguir tratamdas 100 horas de observaes em uma UTI Neonatal,cujos dados foram categorizados e esto apresentadosabaixo. Primeiramente, h uma caracterizao do graude complexidade dos pacientes atendidos e apresen-tada na tabela 1.

    Durante o perodo de observao foram levanta-dos os itens caracterizados como uso indevido demateriais de consumo, que foram categorizados em:materiais de baixa qualidade; emprego habitual inade-quado; improviso; e inabilidade profissional. Os deta-lhes sobre essa categorizao esto apresentados natabela a seguir:

    Neste estudo, a classificao produto de baixaqualidade se relaciona queles que, ao proceder umaatividade, o profissional identifica que no possui aqualidade necessria para a devida utilizao. Duranteo perodo foi observado que 91 produtos tinham inade-quaes e, por essa razo, foi preciso utilizar umnmero maior desses para realizar os procedimentosnecessrios. Um exemplo foi o uso de 23 cateteresvenosos perifricos, com defeitos, requerendo a neces-sidade de mais punes, provocando maior sofrimento criana, alm de aumento dos riscos de infeco egasto excessivo.

    A puno venosa perifrica procedimentoinvasivo e complexo em UTI Neonatal e exige, portanto,destreza e competncia tecnicocientfica. um proce-dimento muito utilizado por equipes de enfermagem,com riscos ao paciente e passvel de acidente biolgicopara o profissional. Sendo assim, e embora haja no mer-cado uma variedade de produtos, cabe ao enfermeiro,nas dimenses gerenciais e educacionais prprias deseu processo de trabalho, a tomada de decises e apoioao uso de tecnologias eficientes qualidade do cuidado.

    Essa situao possibilita refletir sobre a ineficin-cia de um processo gerencial em sade, como reflexosde irresponsabilidade administrativa diante dos recur-sos do SUS, referente s despesas de custos de pro-cedimentos teraputicos.

    Outra situao de baixa qualidade de materiaisfoi relativa aos extensores de equipo, que por seis vezesapresentaram vazamento, impossibilitando seu uso.Igualmente, o papel toalha extremamente fino, sendonecessrio o uso de pelo menos seis folhas para secaras mos. Tambm foram encontradas canetas esfero-

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    Tabela 3 - Relao de materiais por uso irracional em UTINeonatal. Curitiba, 2009.

    lairetaM edadinU/edaditnauQezaG.1 seautis201

    epercatiF.2 seautis82otnemidecorpedavuL.3 sedadinu62

    etnerapsnartocitslpemliF.4 seautis81acirtsgadnoS.5 sedadinu41

    ocitslpocaS.6 sedadinu70lm0001adalitsedaugocsarF.7 sedadinu60

    oingixO.8 otnemazavedsaid4ortemxoobaC.9 sedadinu30

    latoT 802

    grficas que deixavam de escrever, embora com tintasuficiente, e kits de Presso Positiva Contnua nasVias Areas (CPAP) deformados. Nesse aspecto,ficou a dvida, se foi devido baixa qualidade do pro-duto, ou se a deformao deveu-se ao reprocessamentodo artigo.

    Em 12 situaes observou-se que os cateteresumbilicais apresentaram dois problemas: alguns no eramradiopacos, o que dificultava a identificao de localiza-o anatmica correta depois de inserido, e outros noapresentavam as marcas de graduao que facilitam ainsero. As torneirinhas de trs vias, utilizadas nasextremidades de cateteres umbilicais, apresentaram omesmo problema dos extensores de equipo: houvevazamento ou no se encaixavam extremidade docateter, em seis situaes. As vlvulas das sondas deaspirao no funcionaram em cinco situaes.

    Em Neonatologia, o Curativo Filme Transparen-te deve ser o de menor tamanho disponvel no mercado,ou seja, compatvel com a clientela peditrica. Contudo,por 14 vezes o material foi perdido por inadequao.

    A descrio acima, sobre materiais inaproveit-veis, permite analisar que a estrutura formal das organi-zaes hospitalares depende de negociaes que seusagentes estabeleam entre si, em diferentes reas detrabalho, bem como dos processos de interao paramanter em funcionamento as atividades dirias dainstituio e a organizao do processo de cuidado(8).

    Assim, em setores de prestao de servios emque h preocupao com a implantao ou implementa-o de gesto de qualidade, importante a descentra-lizao de decises para que o sistema de comunicaoseja eficiente, sem distanciamento das relaes inter-funcionais e a individualizao no desempenho das ati-vidades. Isso ser possvel se houver conhecimentodos papis organizacionais, da misso das unidadesadministrativas, as comunicaes intensivas e o traba-lho cooperativo, sistmico e totalmente integrado(9).

    A criao de uma cultura com essas caracters-ticas obtida quando voltada para o cliente interno,como elemento essencial para que o servio e suasunidades funcionem e, tragam satisfao e conhecimen-to das expectativas e necessidades dos clientes. Nessaperspectiva, o desempenho das reas de suporte, talcomo compra de materiais e suprimentos, subentendeadministrao solidria nas relaes que vo desdefornecedores externos, passando pelas reas de suporte,at alcanar as reas de linha-de-frente, que atendemaos clientes internos. Dessa maneira, justifica-se estudarmais profundamente o impacto que a integrao e

    sensibilizao para aes conjuntas entre as reas fime meio proporcionam na melhoria contnua da qualidadedos servios ofertados aos clientes(9).

    No que diz respeito a custos, foram gastos commateriais de baixa qualidade R$ 630,65 durante operodo de estudo. Esse valor corresponderia compra,por exemplo, de um sensor e cabo para oxmetro e umkit de CPAP para o setor.

    A tabela 3 trata do uso irracional de materiaispor profissionais na UTI Neonatal pesquisada. Nomeia-se uso irracional o gasto imprprio ou sem proveito,inaderente, prprio de uma ao de desperdcio.

    Houve, em 102 ocasies, a utilizao de gazessem necessidade, quer seja para desinfeco de incu-badoras, beros, bancadas e equipamentos, quer sejapara auxiliar na oferta de leite e/ou dieta ao recm-nascido, sendo que a unidade dispe de compressasprprias para tais fins.

    As luvas de procedimento foram utilizadas demaneira inadequada em 26 situaes. Com elas, osprofissionais fizeram uma chupeta com um dedo daluva e algodo embebido em soluo glicosada, ofere-cida ao recm-nascido. Esse procedimento habitualna unidade para controle da dor e para acalmar o beb.Pesquisas mostram que parece haver sinergismo entreo uso de chupetas (suco no-nutritiva) e a glicoseno alvio da dor, logo possvel recomendar o empregoclnico de soluo glicosada por via oral, cerca de uma dois minutos antes de pequenos procedimentos, comopunes capilares, venosas ou arteriais(10). Com essarecomendao, busca-se alternativa para o confortoda criana de maneira segura e econmica, o quedispensaria o uso de luvas aqui relatado.

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    Tabela 4 - Relao de materiais com gasto excessivo, porimproviso, em UTI Neonatal. Curitiba, 2009.

    lairetaM edadinU/edaditnauQeroporciM.1 seautis34

    opardarapsE.2 seautis80oinmulalepaP.3 seautis60

    rodaripseredotiucriC.4 sedadinu40latoT 16

    Como mostra a tabela 3, sondas gstricas foramusadas em 14 situaes para amarrar e pendurar aspranchetas dos registros de enfermagem nasincubadoras e beros. Nesse caso, poderia ser utilizadooutro material de menor custo, a ser retirado em cadaalta hospitalar. Frascos de gua destilada de um litroforam usados para repor lquido na cmara deaquecedor de CPAP, campnula e respirador, e frascoda Presso Positiva Expiratrio Final (PEEP). Noentanto, como so necessrios 250 ml ou 125 ml, evitar-se-ia o desperdcio de, pelo menos, 500 ml.

    Ainda, foi observada a utilizao de 18 pedaos,de aproximadamente 1.40 cm, de filme plsticopolietileno para proteger equipamentos e mobiliriosdo setor, mas esse material tem por finalidade: envolvero bero para manter a temperatura; aquecer o beb;manter aquecido o recm-nato transferido do centroobsttrico para a UTI Neonatal; envolver o bero sobcalor radiante. Na unidade, tambm foi observado ouso do filme com esses propsitos, que so reafirmadosna literatura para evitar as perdas de calor porconveco e radiao, inclusive nas laterais dos berosem calor radiante(11).

    Na observao, tambm foi constatado o uso desaco plstico para envolver estetoscpio e termmetroque so colocados dentro das incubadoras ou berospreparados para admisso dos recm-nascidos. Partimosdo pressuposto que o material, devidamente higienizado,no carece de invlucros nos leitos dos pacientes.

    Durante quatro dias de observao na unidadeconstatou-se vazamento contnuo de oxignio de umadas vlvulas fixadas na parede. Infelizmente, no foipossvel avaliar quantos litros foram desperdiados porminuto e nem qual foi o custo para a instituio. Em re-lao aos cabos e sensores de oxmetros observou-seque, por trs vezes, houve descuido no manuseio aofazer a desinfeco, e os cabos se quebraram. Nestapesquisa, o uso irracional de materiais e equipamentostotalizou R$ 1.565,49.

    A respeito da observao de materiais perdidospor uso inadequado, destaca-se que a Neonatologia uma especialidade que requer conhecimentos espec-ficos da equipe de enfermagem, sendo necessria aaquisio de um acervo de habilidades e atitudes quepermitam ao enfermeiro e equipe, progressiva segu-rana na execuo de tcnicas, com responsabilidadee eficincia.

    Contudo, a contnua busca pela eficinciatecnicocientfica requer uso racional de recursos, semaquisio de arranjos ou improvisaes indevidas de

    materiais e equipamentos que possam provocar prti-cas inconsequentes em servios de sade. H, tambm,que considerar que cabe ao enfermeiro quebrar essaspossveis resistncias de rever utilizaes incorretas,em especial devido aos riscos aos pacientes e altocusto em UTI Neonatal.

    Por outro lado, importante destacar que a UTINeonatal, como parte do sistema macroestrutural dosservios de sade, tem pacientes com maior ameaa vida, principalmente aqueles que se encontram emestado crtico. Por conseguinte, o atendimento exigerapidez e habilidade tcnica no desempenho da aopara evitar ocorrncias iatrognicas. No entanto, hfalhas nas condies de trabalho e provisoinadequada de materiais e equipamentos, tornando oprocesso de cuidar frustrante. E mesmo assim osprofissionais acabam fazendo o melhor que podem,mas, ainda assim, isso pode culminar em prejuzo paraa qualidade do cuidar(12).

    A tabela 4 mostra situaes de improviso feitaspor profissionais da UTI Neonatal pesquisada:

    Como mostra a tabela acima o micropore, em43 situaes, e o esparadrapo, em 8 ocasies, foramusados para fechar as roupas dos recm-nascidos oufraldas descartveis desprovidas de fitas adesivas.Observou-se, tambm, o uso do esparadrapo paraadaptar as traqueias do CPAP s conexes e fixarseringas s incubadoras.

    Compreende-se a necessidade de tais materiaisna prtica em neonatologia, contudo, pela observao,seria interessante que o seu uso fosse racional, ouseja, que houvesse pelos profissionais maior compre-enso sobre o problema crescente de custos hospita-lares e de sua repercusso social.

    O papel alumnio foi utilizado em seis situaespara proteger os equipos usados para administrar aNutrio Parenteral Total, que fotossensvel. Emboraa literatura aponte que os equipos devam ser protegi-dos, no h especificaes sobre como faz-lo. Sabe-

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    a improvisao originada das prticas para dar contadas tcnicas seja considerada por muito tempo com pou-ca cientificidade e sem valor de criao, mas sempre foium dos pontos fortes do cuidar em Enfermagem(14:747).

    Tabela 5 - Medicamentos manipulados incorretamente emUTI Neonatal. Curitiba, 2009.

    lairetaM edadinU/edaditnauQ%05esocilG.1 77

    fromiD.2 60anicimatneG.3 50

    animaD.4 40animatuboD.5 40

    lynatneF.6 30latibraboneF.7 30

    anilifonimA.8 30etnatcafruS.9 20

    latoT 701

    As carncias de material permanente e/ou consumo ede recurso humano exigem que se crie, que se faa de umnada um tudo para que no falte o cuidado de enferma-gem a ser prestado(14:747).

    se, contudo, que a fotossensibilidade est relacionada embalagem, estabilidade depois da diluio e aotempo de validade dos medicamentos aps o preparo acondicionados em embalagens especiais e asinstrues para o manuseio desses medicamentosdevem ser rigorosamente seguidas(13).

    Houve falta de peas dos circuitos de respira-dores em quatro situaes, o que ocasionou a aberturade outros dois circuitos para montar um completo. Es-ses materiais so de alto custo e essenciais ao servio.

    As prticas de improviso acontecem nosservios de sade, seja para adequar uma tcnica como que h disponvel para uso, ou porque j fazem parteda rotina.

    Observou-se, nessa categoria, um gasto de R$3.401,23 decorrente de improvisao. Com essarealidade, destaca-se que cabe ao gestor da unidadeadequar equipamentos, recursos materiais e processosde trabalho, alm de manter a equipe continuamenteinformada sobre os valores de tais materiais, como maisuma forma de conscientizao sobre racionalizao decustos.

    Convm considerar, contudo, que a incorporaode novas tecnologias em sade no substitui trabalhopor capital, ao contrrio, aumenta a necessidade demo-de-obra cada vez mais complexa e sofisticada.Porm, nas atuais condies de trabalho a que estosujeitos os profissionais de sade, falta de salrios con-dizentes, escassez de mo-de-obra qualificada, custossociais elevados, ocorre baixa produtividade e atenoinadequada sade(15).

    Por outro lado, h responsabilidade, por partedas instituies de sade, em investir na educao dasequipes para oferecer assistncia de qualidadeconsoante a custos aceitveis. A busca pela compe-tncia tcnico-cientfica acontece por meio de forma-o e atualizao constantes do seu capital humano,tornando-se a linha mestra de uma equipe de sadecrtica e consciente do seu papel profissional(16).

    Na tabela 5 esto elencados medicamentosutilizados na unidade pesquisada, com manuseio inad-vertido, pois requeriam melhor preparo tcnico ecientfico por parte dos profissionais.

    Nos resultados sobre o uso incorreto de medica-mentos destaca-se a necessidade de melhor preparotcnico-cientfico dos profissionais que atuam na UTINeonatal, a fim de se tornar rotina o uso consciente dosrecursos disponveis no setor, como por exemplo emrelao estabilidade das medicaes aps diluio,otimizando seu uso, como no caso das ampolas degentamicina, Dimorf e Fentanyl. Em outro estudo,tambm constatou-se fato semelhante em relao aouso de medicaes, principalmente as injetveis(17).

    Em pesquisa bibliogrfica sobre o assunto, aocorrncia de erros na assistncia ao recm-nascidodecorre da complexidade dos procedimentos e do pesomuito baixo dos neonatos, alm da contnua introduode novas tecnologias. Os autores relatam que os proble-mas mais comuns na administrao de medicamentosso erro decorrente do clculo de doses muito peque-nas; velocidade de infuso; converso de miligramaspara microgramas; administrao incorreta; e errosna interpretao da prescrio. Os efeitos adversospodem levar infeco, apneia, distrbio de perfusoperifrica, alteraes eletrolticas e cido-bsicas,acarretando intervenes desnecessrias. As taxasde potenciais eventos adversos em recm-natos maior que em outros pacientes e, na maioria dos casos,os erros so considerados passveis de preveno(18).

    Em outro aspecto, para a racionalizao derecursos seria necessrio que a unidade pesquisadaadotasse doses unitrias de medicamentos, nos casos

    No entanto, meios improvisados no so total-mente eficazes e podem causar danos sade, embora

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    de fenobarbital, dopamina, dobutamina e aminofilina,os quais no possuem estabilidade aps abertos oudiludos. Se assim fosse feito, haveria a reduo degastos no valor de R$ 1.611,58.

    Em relao a custos hospitalares h crescentesdificuldades no desenvolvimento da prtica da equipede sade pela utilizao de procedimentos e tratamen-tos complexos, tal como ocorre em unidades crticas.Essas exigem estrutura fsica adequada, pessoalcapacitado e materiais cada vez mais modernos que,por um lado, facilitam o desenvolvimento de atividadese, por outro, trazem grande dependncia entre essaprtica e os equipamentos clnicos adotados. O nvelde complexidade tecnolgica se refletir em tarefas aserem executadas por pessoal capacitado e estratgiasinstitucionais de otimizao de tempo e de recursos,aumentando, consequentemente, a produo deservios, reduzindo custos e possibilitando a eficinciae eficcia dos procedimentos, o que resulta emqualidade da assistncia(19).

    A crescente elevao dos custos na assistncia sade trouxe aos profissionais a necessidade deaquisio deste conhecimento, para racionalizao noprocesso de alocao de recursos, equilbrio entrerecursos financeiros e otimizao de resultados. Poroutro lado, o crescimento exponencial desses custosest diretamente relacionado a uma srie de fatores,tais como o emprego de novas tecnologias; ocrescimento da demanda; a escassez de mo-de-obraqualificada, acarretando baixa produtividade; a mgesto das organizaes devido incapacidadeadministrativa dos profissionais de sade; a no-implantao de sistemas de controle; os desperdciosna cadeia produtiva, entre outros(17).

    CONCLUSO

    O estudo mostrou a quantidade e a qualidadede materiais, equipamentos e medicamentos em usoindevido em uma unidade crtica. Vale lembrar que ainstituio um hospital que possui convnio exclusivocom o SUS, e como tal, merece melhor auditoria demateriais. Ainda, o servio pesquisado adota o modelode compra direta, mantendo elevado estoque deinsumos.

    Sugere-se que o gestor da unidade, em conjuntocom o setor de compras, organize um portflio quali-ficado de fornecedores de produtos, alm programasinternos de conscientizao sobre o uso racional dosmateriais.

    Nas 100 horas de obervao para a coleta dedados foram constatados gastos por uso indevido numtotal de R$ 7.208,95, o que de grande impacto nooramento hospitalar. Embora as limitaes dos dadostenham impedido um estudo mais meticuloso sobre otema, bem como a incorporao de outras situaesparticularmente importantes a serem observadas,espera-se que estes resultados sirvam de estmulo anovas investigaes e aprofundamentos sobre o tema.

    Os resultados evidenciaram a necessidade daequipe de sade da UTI Neonatal em estudo promovermomentos para reflexo e discusso, nos aspectostcnicos e operacionais, acerca da otimizao do usode materiais. Finaliza-se destacando que o gestor deveestar constantemente com um olhar crtico sobre osprocessos de trabalho, sensibilizando equipes de sadequanto ao uso e manuseio de recursos materiais.

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