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1 Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo: Elaboração de Escopo do Projeto de Arquitetura e Urbanismo dezembro/2014 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014 Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo: Elaboração de Escopo do Projeto de Arquitetura e Urbanismo Rangel Henrique Brandão Silva [email protected] MBA em Gestão de Projetos para Engenharias e Arquitetura Instituto de Pós-Graduação - IPOG Goiânia, GO, 10 de janeiro de 2014 Resumo A concepção de um projeto de arquitetura e urbanismo surge de um escopo bem elaborado entre o arquiteto e o cliente. Mas, como elaborar um escopo de projeto de arquitetura e urbanismo? Existe um guia para arquitetos? A busca de uma referência dentro da arquitetura e urbanismo que dê base para elaboração de um escopo de projeto motivou a pesquisa, que encontrou no Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo, produzido pela AsBEA, a resposta para esses questionamentos. A partir do estudo dessa bibliografia foi possível entender melhor o processo de elaboração de escopo e qual o nível de refinamento técnico exigido em cada fase de projeto. A partir da busca pelo conhecimento de como fazer um escopo, compreendeu-se que na maioria dos escritórios de arquitetura o escopo é mal elaborado e permite que tanto o contratante como o arquiteto fiquem insatisfeitos com o resultado. A leitura e interpretação do manual norteou o desenvolvimento do artigo, uma vez que utilizou a metodologia que o mesmo usa para explicar como elaborar o escopo em diferentes fases do projeto. Conclui-se com base no manual que o escopo do projeto deve ser previamente acordado por ambas as partes envolvidas no projeto, e que o escopo é uma ferramenta de gestão de projeto que facilita a compreensão e auxilia o profissional de arquitetura na hora de conceber um projeto. Palavras-chave: elaboração de escopo, manual de escopo de projeto de arquitetura, fase do projeto de arquitetura. 1. Introdução Primeiramente apresentaremos o contexto no qual se insere este trabalho, a importância do tema para arquitetos e urbanistas, o recorte e a delimitação do objeto de pesquisa, as justificativas que motivaram a realização deste artigo, os questionamentos, os objetivos propostos, as contribuições esperadas e, por fim, a formação de organização deste texto. Pouco se é ensinado no âmbito acadêmico sobre gestão de projetos, e ainda mais voltado para arquitetura e urbanismo. Dessa forma, ao se pensar em gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo, logo nos vem em mente a compatibilização e integração dos

Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo ... · compreensão e auxilia o profissional de arquitetura na hora de conceber um projeto. Palavras-chave : elaboração de escopo,

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Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo: Elaboração de Escopo do Projeto de Arquitetura e

Urbanismo dezembro/2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014

Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo:

Elaboração de Escopo do Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Rangel Henrique Brandão Silva – [email protected]

MBA em Gestão de Projetos para Engenharias e Arquitetura

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Goiânia, GO, 10 de janeiro de 2014

Resumo

A concepção de um projeto de arquitetura e urbanismo surge de um escopo bem elaborado

entre o arquiteto e o cliente. – Mas, como elaborar um escopo de projeto de arquitetura e

urbanismo? Existe um guia para arquitetos? A busca de uma referência dentro da

arquitetura e urbanismo que dê base para elaboração de um escopo de projeto motivou a

pesquisa, que encontrou no Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e

Urbanismo, produzido pela AsBEA, a resposta para esses questionamentos. A partir do

estudo dessa bibliografia foi possível entender melhor o processo de elaboração de escopo e

qual o nível de refinamento técnico exigido em cada fase de projeto. A partir da busca pelo

conhecimento de como fazer um escopo, compreendeu-se que na maioria dos escritórios de

arquitetura o escopo é mal elaborado e permite que tanto o contratante como o arquiteto

fiquem insatisfeitos com o resultado. A leitura e interpretação do manual norteou o

desenvolvimento do artigo, uma vez que utilizou a metodologia que o mesmo usa para

explicar como elaborar o escopo em diferentes fases do projeto. Conclui-se com base no

manual que o escopo do projeto deve ser previamente acordado por ambas as partes

envolvidas no projeto, e que o escopo é uma ferramenta de gestão de projeto que facilita a

compreensão e auxilia o profissional de arquitetura na hora de conceber um projeto.

Palavras-chave: elaboração de escopo, manual de escopo de projeto de arquitetura,

fase do projeto de arquitetura.

1. Introdução

Primeiramente apresentaremos o contexto no qual se insere este trabalho, a importância do

tema para arquitetos e urbanistas, o recorte e a delimitação do objeto de pesquisa, as

justificativas que motivaram a realização deste artigo, os questionamentos, os objetivos

propostos, as contribuições esperadas e, por fim, a formação de organização deste texto.

Pouco se é ensinado no âmbito acadêmico sobre gestão de projetos, e ainda mais voltado para

arquitetura e urbanismo. Dessa forma, ao se pensar em gerenciamento de Projeto em

Arquitetura e Urbanismo, logo nos vem em mente a compatibilização e integração dos

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projetos (desenhos) desenvolvidos por profissionais da engenharia e arquitetura. Mas quando

se inicia um estudo mais aprofundado sobre esse assunto, percebe-se que a arquitetura e o

urbanismo apenas fazem parte de um projeto maior, se comportando como uma etapa do

projeto que é gerido por empresas ou gerentes de projetos que tem por objetivo fazer um

produto (prédios, estádios e etc.) para atender as necessidades dos empreendedores e

investidores de algum segmento de negócio.

Os escritórios de arquitetura e urbanismo cada vez mais tomam consciência da sua

participação dentro da etapa de produto, aumentando assim a necessidade de compreensão

dos projetistas quanto à sua participação dentro do projeto e respondendo da melhor forma ao

mercado atual, “[...] que busca cada vez mais agilidade, inovação aprimoramento, eficiência

na condução de negócios, com objetivo de atender ou superar a expectativa dos clientes.”.1

É importante que os escritórios de arquitetura, que querem captar grandes clientes, entendam

que o bom gerenciamento de projetos se torna cada vez mais uma ferramenta fundamental

para a sobrevivência e competitividade nesse nicho do mercado, onde as grandes

incorporadoras e construtoras ou os Stakeholder2 participam, de forma mais presente, de todas

as etapas do projeto, melhorando assim o planejamento estratégico e a estrutura do projeto

como um todo. [...] eficiência administrativa de um pequeno escritório de arquitetura

depende da busca constante por novos clientes e por diferenciais que o tornarão

competitivo no mercado. Um pequeno escritório é aquele em que as poucas pessoas

que trabalham nele têm de ter visão ampla do negócio. (CIRELLO, 2007)3

A Gestão de um projeto é um objeto de estudo que instiga a reflexão de sua aplicabilidade no

desenvolvimento de produtos ou dentro de uma empresa, “[...] onde uma vez que era visto

somente como uma ferramenta operacional, tem assumido uma dimensão organizacional com

o objetivo de estruturação em nível corporativo [...]”4. Para o PMBOK gerenciamento de

projeto é “a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do

projeto”5. Para entender melhor essa definição é preciso compreender o conceito de projeto,

1 ARTIGO: TEIXEIRA, Ana Carolina Freitas. Gerenciamento de Projetos em um escritorio de

arquitetura: Visão tradicional x Negócios baseado em projetos. 2 “Stakeholder significa público estratégico. Em inglês stake significa interesse, participação, risco.

Holder significa aquele que possui. Assim, stakeholder também significa parte interessada ou interveniente. É

uma palavra em inglês muito utilizada nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação cujo

objetivo é designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de

negócios, ou seja, as partes interessadas.” Disponível em: <http://www.significados.com.br/stakeholder/>.

Acesso em: 2013 dez. 2013 3 Artigo: Como gerenciar escritórios pequenos - Disponível <http://au.pini.com.br/arquitetura-

urbanismo/164/artigo66777-1.aspx> acesso em 2013-12-27 4 ARTIGO: TEIXEIRA, Ana Carolina Freitas. Gerenciamento de Projetos em um escritório de

arquitetura: Visão tradicional x Negócios baseado em projetos. 5 PMBOK, pág. 365

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que segundo o PMBOK “é um esforço temporário empreendido para criar um produto,

serviço ou resultado exclusivo”6.

Em suma e seguindo o raciocínio do PMBOK, gerenciamento de projeto é o conjunto de

esforços temporários, realizados por grupos interdisciplinares com a finalidade de criar um

produto, onde existe um gerente inteirando e administrando todo o processo. Assim a gestão

dos projetos é um mecanismo de planejar de forma estratégica a viabilização de um produto

único, estipulando prazos para os projetos envolvidos de acordo com o escopo e recursos

definidos previamente.

Partindo desse ponto o gerente de projeto deve se ater a diversas áreas do conhecimento que,

segundo o PMBOK, são: Escopo; Tempo; Recursos Humanos; Qualidade; Integração;

Comunicação; Custos; Riscos; Contratação. Para efeito de um estudo otimizado e para melhor

atender aos anseios dessa pesquisa, iremos fazer um recorte e nos dedicarmos somente a área

escopo do projeto.

6 PMBOK, pág. 05

GESTÃO DE PROJETO

ESCOPO

RECURSOS HUMANOS

QUALIDADE

INTEGRAÇÃO

COMUNICAÇÃO

CUSTO

RISCO

CONTRATAÇÃO

Figura 1: Área de conhecimento do gerenciamento de projeto

Infografia: SILVA, 2014

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O trabalho apresenta como tema Gestão de escopo, sendo essa mais voltada para os projetos

de arquitetura e urbanismo. Tal estudo situa-se no âmbito das reflexões e análise do “Manual

de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA”. Assim iremos ater

nossas discussões sobre a elaboração de escopo do projeto dentro da arquitetura e urbanismo,

com base nessa fonte. Essa pesquisa tem por objetivo entender a aplicação da gestão do

escopo em projetos de arquitetura e urbanismo. É importante o estudo deste manual que, além

de elaborado por arquitetos, é uma das poucas bibliografias disponíveis para esse público.

Esse livro faz parte de um conjunto de manuais que foram desenvolvidos pelas “entidades

representativas do setor de projetos, ABECE, ABRASIP, AsBEA, com a participação das

entidades setoriais representativas dos contratantes de projetos do setor imobiliário e da

construção, SECOVI-SP, SINDINSTALAÇÃO e SINDUSCON-SP”7. Ao ler esse manual,

entendemos que o objetivo dos autores ao disponibilizar esse conjunto ao mercado da

construção civil, era fornecer uma ferramenta capaz de esclarecer e sanar as dúvidas sobre

como desenvolver bons projetos e cumprir todas as etapas necessárias.

Partindo desse ponto de vista, esse manual torna-se um guia, tanto para os projetistas de

arquitetura como para quem contrata os serviços de projeto de arquitetura, pois o mesmo

esclarece o que deve fazer parte dos projetos e qual o nível de detalhe requerido. Assim

entende-se que o uso desse guia evitará os desgastes, mal-entendidos e desencontros tão

comumente observados no mercado. Em defesa, o manual diz que: [...] a ideia que sustenta essa iniciativa não é cercar a liberdade dos

procedimentos de contratação, mas facilitar esse processo, contribuindo para que os

projetos se tornem uma ferramenta importante na otimização e aumento de

produtividade dos serviços nos canteiros de obras, a partir da disponibilidade de

referências claras, corretas e completas quanto ao que deve ser executado. Manual

de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo, 2012. 8

2. Escopo de Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Antes de refletir sobre o escopo de projeto de arquitetura e urbanismo, primeiramente

devemos compreender o que é escopo dentro de gestão de projeto e como isso pode ser

aplicado em arquitetura. Seguindo esse raciocínio de desenvolvimento do artigo, segundo o

PMBOK, escopo do projeto são as “características e funções que descrevem um produto,

serviço, ou resultado”9. Dessa forma, o escopo além de necessário tem um papel importante

para o início de qualquer projeto, em qualquer tipo de empreendimento e deve receber uma

atenção especial.

Na prática, segundo a bibliografia base, na maioria dos escritórios de arquitetura e urbanismo

o escopo nasce de contratos mal elaborados e mal ajustados, com cláusulas vagas deixando

indefinido o que compete às partes interessadas. Assim, ambos os lados ficam insatisfeitos

7 Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo. pág.04

8 Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.04

9 PMBOK, pág. 362

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com o resultado final e tem-se a impressão de que o contratante paga além por serviços que

não foram realizados, e o contratado, apesar de cumprir com todas suas obrigações e tarefas,

fica como quem ainda deve serviços.

Figura 2: Escopo do projeto indefinido

Fonte: site - estudioaocubo.com

Partindo desse ponto de vista, o manual de escopo de projeto é um mecanismo esclarecedor

para discriminar o que faz parte do projeto e qual nível de detalhamento que cada etapa

requer. Assim como na gestão de escopo temos discriminado quais as entradas, ferramentas e

técnicas e as saídas, no ramo de projeto de arquitetura o manual discrimina as descrição das

atividades, dados necessários e produtos gerados.

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Figura 3: Fluxo dos processos em gerenciamento de escopo em arquitetura e urbanismo

Infografia: SILVA, 2014

Segundo o PMBOK (2004, pág. 87) o escopo é desenvolvido a partir de dados fornecidos

pelo contratante enquanto a equipe técnica filtra as informações e desenvolve o escopo mais

coeso e condizente com a necessidade do projeto. A aplicação e complexidade do escopo

varia conforme a área que este será utilizado.

Aplicando essa ideia de elaboração de escopo nos escritórios de arquitetura e urbanismo,

entende-se que é importante o contratante estar ciente do projeto como um todo, pois assim

fica mais fácil definir o escopo do mesmo. Cabe ao projetista interpretar as diretrizes e

definições previamente estabelecidas em contrato para garantir uma melhor elaboração, e

assim atingir as expectativas do cliente em relação ao projeto.

O Manual de Escopo (2012, pág. 04) discute acerca da aplicação do escopo no ramo de

projeto de arquitetura e urbanismo, e os autores entendem que é preciso uma mudança

cultural no setor da construção brasileira, pois o escopo precisa de uma definição clara.

Atualmente a construção civil ainda mostra sinais de carência de programas e escopos bem

definidos, a problemática não fica somente no ramo da arquitetura, mas também nas áreas

complementares do projeto. Assim, a organização das etapas do próprio empreendimento, a

revisão na comunicação com todos os envolvidos no desenvolvimento, e a melhor definição

das responsabilidades das partes envolvidas, é o resultado da aplicação de um bom escopo em

projetos.

Descrição das

atividades

Dados necessários

Produtos gerados

7

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Figura 4: Organograma para um bom escopo de projeto de arquitetura

Infografia: SILVA, 2014

3. O Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo

Através de estudo feitos pela AsBEA juntamente com outras entidades, os escritórios de

arquitetura e urbanismo atualmente dispõe de manuais para a elaboração de escopo dos

projetos, que são guias onde “[...] todos os envolvidos podem identificar o nível de qualidade

requerido, o momento certo de exigir e fornecer dados e informações para que os projetos

respondam corretamente aos objetivos e desejos dos empreendedores e futuros usuários”.10

É importante entender que os manuais visam também democratizar as competições que

existem no mercado, onde o nível e o rigor técnico do projeto são baixos, enquanto a disputa é

por tomada de preço. Dessa forma é grande a possibilidade do manual ser uma referência para

o nivelamento técnico de cada projeto, diminuindo as diferenças exorbitantes dos honorários

cobrados, pois muitos que apresentam custos incompatíveis, não levam em consideração o

teor e a qualidade desejável do projeto. O manual de escopo de arquitetura e urbanismo

aborda diversos níveis do projeto, desde estudos conceituais até acompanhamento e entrega

da obra, disponibilizando os desenhos “as built”.

O manual relaciona os diferentes tipos de projetos, citando em quais etapas é importante a

compatibilização e quais os projetistas relacionados. Os desenhos gerados pelos escritórios de

arquitetura e urbanismo são a base para os demais sistemas de outras especialidades, pois o

projeto de arquitetura é a interpretação de programas de necessidades claros e objetivos. Mas

para um bom resultado “é fundamental a participação e o envolvimento desde o seu inicio dos

responsáveis pelos projetos de outras especialidades.”11

10

Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.12 11

Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.13

BOM ESCOPO DO PROJETO

ORGANIZAÇÃO DAS ETAPAS DO PROJETO

COMUNICAÇÃO COM AS PARTES

ENVOLVIDAS

DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES

8

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A compatibilização é a ferramenta dentro do ramo de projeto que faz a conferência de todos

os desenhos gerados pelos projetistas para a execução da obra. Essa ferramenta visa garantir o

sucesso do projeto como um todo, além de minimizar os erros, evitando assim grandes

surpresas. Como o projeto nasce com o arquiteto, nada melhor do que os escritórios de

arquitetura assumirem tal responsabilidade, uma vez que participaram da gênese do escopo e

sabem o que é importante para o projeto. Assim as decisões de mudança de escopo podem ser

tomadas da melhor forma.

Figura 5: Compatibilização dos projetos

Fonte: Artigo: Obra: sempre um (bom) motivo para uma desculpa12

4. Estrutura e Interpretação do Manual de Escopo de Projeto e Serviços de

Arquitetura e Urbanismo

O manual apresenta uma estrutura clara que foi “[...] desenvolvida com base na Norma da

ABNT NBR13.531/95 adequando a sistemática de desenvolvimento dos projetos para a

Industria Imobiliária.”13

Os autores partiram de uma sequência de atividades dispostas em

fases, permitindo uma melhor organização dos cronogramas e de outras etapas do projeto.

Dessa forma o manual subdivide o processo de projeto em seis fases:

Fase A – Concepção do Produto;

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade levantar informações jurídicas, legais,

programáticas e técnicas para a elaboração do projeto. Interpretar as restrições e limitações

legais e de custos e junto ao empreendedor para assim elaborar o programa de necessidades

que é fundamental para elaboração de um estudo de viabilidade coeso e de agrado ao

empreendedor.

Fase B – Definição do Produto;

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade partir da etapa anterior e consolidar os estudos já

realizados para verificar a viabilização física e econômica do empreendimento. Somente a

12

Artigo: Obra: sempre um (bom) motivo para uma desculpa site <http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/161/obra-sempre-um-bom-motivo-para-uma-desculpa-a-286733-1.aspx> acesso: 04 jan. 2014 13

Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.15

9

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partir da viabilização do projeto que o projetista começa a desenvolver e elaborar os projetos

legais para aprovação nos órgãos competentes.

Fase C – Identificação e Solução de Interfaces;

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade coordenar todos os projetos que estão sendo

desenvolvidos paralelos ao projeto de arquitetura. Nessa fase deve-se definir de forma clara

todos os elementos do projeto do empreendimento, assim todos os agentes nele envolvidos

apresentarão soluções de projeto necessárias, o que resultará em um projeto com soluções

para as interferências entre os projetos complementares e todas as suas interfaces resolvidas.

Tal compatibilização dará base para avaliação preliminar de custos, métodos construtivos e

cronograma de obra.

10

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Fase D – Projeto de Detalhamento das Especialidades;

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade coordenar o desenvolvimento do detalhamento de

todos os elementos de projeto do empreendimento. Assim será gerado um caderno de

detalhamento com todos os documentos para uma perfeita execução da obra. Tal caderno dará

base para avaliação preliminar de custos, métodos construtivos e cronograma de obra.

Fase E – Pós-Entrega do Projeto;

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade garantir a compreensão do projeto, mostrar a

necessidade de utilizar as informações, que estão representadas no projeto, de forma correta,

para um melhor andamento e execução da obra.

Fase F – Pós-Entrega da Obra.

Nessa fase o Arquiteto tem como atividade coordenar e alimentar o banco de base do

processo de projeto com as lições aprendidas. Essa fase é importante para um

amadurecimento na metodologia de projetar do arquiteto, pois nela é possível buscar uma

melhora no processo de projetar e compatibilizar, uma vez que todos os envolvidos no projeto

participam.

Durante as fases de elaboração do projeto de arquitetura existem diversos tipos de

serviços que podem ser oferecidos pelo projetista e que, segundo o Manual de Escopo (2012,

pág. 12), são classificados da seguinte forma:

Serviços essenciais: produtos desenvolvidos em cada etapa de projeto de

forma obrigatória.

Serviços específicos: produtos complementares, que são adicionais ao serviço

essencial e que poderão ser desenvolvidos pelo escritório mediante contratação

específica.

Serviços opcionais: produtos e serviços especializados.

Assim as fases para elaboração do projeto podem ser definidas facilmente em contrato,

ficando bem discriminado o que compete ao profissional na entrega de cada serviço

contratado. Dessa forma foi elaborado, com base no manual, tabelas para rápida leitura do

escopo em cada fase.

FASE DO PROJETO (A, B, C, D, E, F)

Serviços Essenciais

Serviços Específicos

Serviços Opcionais

Descrição das atividades

Dados necessários Produto geral

Descrição das atividades

Dados necessários Produto geral

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Tabela 1: Descrição da leitura da tabela criada

Infografia: SILVA, 2014

Fase A – Concepção do Produto (Levantamento de Dados, Programa de necessidades,

Estudo de Viabilidade)

Serviços Essenciais Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Análise e Identificação das

restrições legais do município

ou local de construção;

Qualificar e Quantificar o

potencial construtivo do

empreendimento (Unid.

Habitacional, Vagas);

Fazer uma implantação geral

dos volumes do projeto

pretendido;

Conceber um modelo

imobiliário, para efeito de

estudo de mercado.

Desenhos do Terreno, Dados

legais (escritura, registro de

imóveis, etc.), Características

específicas do local

(zoneamento, acessos, etc.),

Uso do solo, fotos do terreno;

Recursos técnicos, tecnologia,

sistema construtivo e nível de

acabamento que o contratante

disponibiliza ou pretende usar

no empreendimento;

Informações conceituais do

projeto (programa de

necessidades);

Topografia, sondagem e

análise do terreno;

Capacidade de abastecimento

e fornecimento de água e

energia.

Relatório preliminar das

restrições legais para

implantação do empreen-

dimento;

Quadro de áreas analítico das

unidades e de todo

empreendimento;

Croquis esquemáticos de

implantação geral, com

indicação de acessos;

Planta esquemática dos

pavimentos e do pavimento

tipo.

Serviços Específicos Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Obter e Analisar as

informações preliminares e

identificar e explicar as

variáveis do projeto para o

empreendedor (padrões

urbanísticos e arquitetônicos,

proximidade de equipamentos

urbanos, acessibilidade);

Obter verbalmente e analisar

as informações preliminares da

legislação que interferem no

projeto (EIA, RIMA e etc.).

Planta de situação com

topografia e fotos do entorno;

Implantação esquemática

geral, Plantas esquemáticas do

projeto.

Relatório e programa com

croquis explicativos;

Relatório preliminar de

condicionantes locais com a

aplicação das leis vigentes.

Serviços Opcionais Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Descrição das atividades

Dados necessários Produto geral

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Pesquisar a viabilidade de

implantação do empreen-

dimento, Estudo do(a):

(Mercado, Viabilidade

econômica, Local e Entorno,

tipologia, e etc.)

Informação conceitual do

empreendimento (público

alvo, característica e etc.);

Disponibilidade de recurso

(financiamento e meio para

realizar o empreendimento).

Relatório das condicionantes

do empreendimento, força,

fraqueza, ameaça, oportu-

nidade;

Relatório com quantitativo de

áreas, característica do

empreendimento;

Programa de planejamento de

fluxo de caixa, para

aperfeiçoar os recursos.

Fase B – Definição do Produto (Estudo Preliminar, Anteprojeto, Projeto Legal)

Serviços Essenciais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Consolidar a viabilidade do

empreendimento;

Estudar: possíveis soluções de

projeto, possíveis soluções de

plantas, cortes, fachadas,

coberturas e possibilidades de

materiais;

Consolidar o melhor estudo

arquitetônico e compatibilizar

as interferências preliminares

dos demais projetos;

Elaborar projeto legal e

memorial descritivo do

empreendimento

Aprovar formalmente as

etapas de concepção do

produto e acrescentar

recomendações específicas;

Topografia (levantamento

planialtimétrico, locação de

árvores);

Relatório de sondagem;

Relatório dos órgãos compe-

tentes de disponibilidade e

abastecimento de água e

energia.

Desenhos preliminares de um

estudo completo com quadros

analíticos do empreendimento;

Estudo de plantas:

implantação, pavimentos,

pavimento tipo e cobertura,

Estudo de cortes e fachadas;

Desenhos consolidados, com

definição de níveis,

lançamento preliminar de

estrutura, definição de

implantação e plantas tipo;

Pranchas com desenhos para

aprovação, Memorial

descritivo.

Serviços Específicos

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Desenvolver um modelo

volumétrico para estudo e

visualizar o edifício e entorno.

Desenhos consolidados, com

definição de níveis,

lançamento preliminar de

estrutura, definição de

implantação e plantas tipo.

Imagens apresentadas em

papel.

Serviços Opcionais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Assessorar o empreendedor

quanto à adoção de novas

tecnologias;

Desenvolver modelo com

maior nível de detalhe, com

aplicação dos materiais

escolhidos;

Dados (normas de aplicação)

sobre as novas tecnologias e

direcionar os estudos

necessários para aplicação;

Memorial descritivo do

projeto;

Projeto legal conforme cada

Relatório e desenhos para

exemplificar o uso da nova

tecnologia;

Desenhos e imagens foto

realísticas ou maquete para

visualização do

empreendimento;

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Definir um roteiro e os

documentos necessários para

aprovação dos órgãos

competentes;

Obter informações oficiais da

legislação arquitetônica e

urbanística;

Cálculo das taxas e

emolumentos necessários às

aprovações do projeto junto

aos órgãos;

Despachar pedidos e

protocolamento de projetos;

Desenvolver memorial de

incorporação

órgão de aprovação;

Documentação específica

exigida por cada projeto;

Procuração para realização da

atividade de despachante;

Projeto aprovado junto aos

órgãos;

Memorial de incorporação

Relatório com procedimento e

listagem dos documentos

necessários;

Pranchas com desenhos para

aprovação, Memorial

descritivo.

Relatório com cálculos e

formas de pagamento adotadas

em cada órgão.

Montar, Protocolar e retirar

devidamente aprovado o

projeto;

Memorial e planilhas de áreas

úteis e totais.

Fase C – Identificação e Soluções de Interfaces (Soluções Consolidadas dos Sistemas,

Métodos Construtivos e Materiais de Acabamento)

Serviços Essenciais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Verificar e Consolidar

soluções adotadas em projeto

(Materiais e acabamento,

Tecnologia construtiva);

Desenvolver desenhos mais

elaborados da implantação,

pavimentos e cobertura;

Desenvolver desenhos em

corte mais elaborados;

Adequar o projeto legal as

definições do conjunto dos

projetos;

Compatibilização dos

documentos e desenhos

gerados;

Escolha e definição de

materiais;

Projetos Complementares

(formas, estrutura, hidráulico,

elétrico, e etc.);

Definição de Layout das salas

técnicas, shafts verticais;

Projeto com definição de

níveis de tubulação das

instalações prediais;

Relatório / Documento dos

principais sistemas de

construção (Sistema de

revestimento de piso, vedações

e esquadrias);

Desenhos de Locação da obra,

área permeável e lazer; com

cotas gerais e cotas de nível do

piso acabado de todas as áreas;

Desenhos mais elaborados de

todos os pavimentos e

cobertura com indicação de

estrutura, dutos, indicação de

abertura e etc.;

Cortes Longitudinais, Trans-

versais e secções parciais para

compreensão do projeto.

Desenhos e relatórios de todas

as interferências entre os

projetos complementares;

Serviços Específicos

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Compatibilizar os projetos Projetos complementares; Adequação de todo o projeto;

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com as definições para o

empreendimento, definido em

fases anteriores;

Substituição exigida pelo

empreendedor do projeto e

memorial de aprovação;

Personalização dos projetos

das unidades, exigida pelo

cliente ou mercado;

Acompanhamento de pro-

dução do material publicitário

do empreendimento;

Aprovações e recomendações

do produto geradas;

Definição das alterações

exigida pelo usuário final;

Definição clara das campanhas

e dos materiais de publicidade

discutida com o

empreendedor;

Documentação gráfica e

memoriais com as alterações;

Desenhos das unidades, planta

de modificação;

Relatórios, apresentações, e-

mails informativo do estado do

material promocional;

Serviços Opcionais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Visualizações virtuais

(perspectivas, animações e

outras). Humanização e

composição de layout das

plantas do projeto;

Elaborar cadernos que apre-

senta o empreendimento;

Projetar stand de vendas,

apartamento decorado e o

terreno para o lançamento.

Projeto compatibilizado e

especificado;

Plantas do projeto;

Projetos e memoriais;

Dados do empreendimento,

imagens ilustrativas e

desenhos do projeto;

Programa de necessidades do

stand de vendas e as

necessidades para lançamento.

Modelos 3D compatibilizado

com sistema BIM;

Desenhos humanizados;

Caderno de apresentação

descrevendo o projeto;

Desenho do stand de vendas e

apartamento modelo.

Fase D – Projeto de Detalhamento das Especialidades (Projeto

Executivo/Detalhamento conforme NBR 13.531)

Serviços Essenciais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Detalhamento executivo em

escalas adequadas de escadas,

rampas, piso e acabamento,

esquadrias, molduras, e etc.

Detalhamento construtivo dos

muros de divisa, descida da

pluvial;

Indicação de todos os

materiais utilizado no projeto,

piso, pintura, revestimento,

louças e etc.

Projeto compatibilizado, com

as devidas especificações;

Memorial descritivo do

projeto;

Definições e Padrões.

Desenho executivo dos

detalhes do projeto juntamente

com as especificações;

Desenhos de esquadrias,

escadas, rampas e etc.;

Tabelas feitas em pranchas ou

em planilha.

Serviços Específicos

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Diagramação/Paginação e

detalhamento de forros

específicos;

Paginação e detalhamento de

Projetos luminotécnica e

acústico;

Projeto definitivo com todos

os elementos fixos (bancos,

Desenho executivo com

detalhes do forro, com

detalhes do piso e com

indicação de sentido de

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pisos e pavimentação interna e

externa;

Detalhamento de todo sistema

de impermeabilização;

Elaboração de elevações

internas, para detalhamento.

jardineira, meio fio, e etc.);

Desenhos de esquadrias,

escadas, rampas e etc.

assentamento, indicação de

pontos de drenagem e etc.;

Desenho executivo das áreas

impermeabilizadas.

Serviços Opcionais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Verificação da

compatibilização de todos os

elementos e equipamentos

integrados a edificação;

Elaboração de planilha

quantitativa e orçamento dos

materiais e serviços da

arquitetura;

Elaboração de editais de

concorrências para contra-

tação das obras;

Elaborar projeto de sinali-

zação e comunicação visual;

Elaborar projeto de lumino-

técnica para valorizar a

arquitetura.

Todos os projetos detalhados,

memoriais;

Projeto completo e

detalhamento de arquitetura;

Parâmetros de custos para

sinalização.

Relatórios e desenhos com

indicação de todas as

interferências;

Planilhas e tabelas de

materiais e orçamento;

Edital informativo, com

informações técnicas,

administrativas e financeiras;

Desenhos de elementos de

identificação visual e padrões

gráficos;

Desenhos de locação

especificação das sinalizações,

e luminárias.

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Fase E – Pós-Entrega do Produto (entrega dos projetos e memoriais)

Serviços Essenciais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Realizar reuniões para

apresentação do projeto final;

Esclarecer dúvida sobre os

projetos elaborados;

Realização de até quatro

visitas durante a realização da

obra, (inicio das vedações,

revestimentos, algum

momento que seja acordado e

na conclusão da obra).

Todos os projetos do

empreendimento;

Análise previa dos projetos

por partes dos interessados;

Ter conhecimento de todas

etapas dos projetos elaborados;

Lista com as duvidas;

Programa de visitas a obra.

Ata de reunião, e-mails,

esclarecimento sobre projeto;

Relatório técnico com parecer

do andamento da obra, gerado

em cada visita.

Serviços Específicos

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Analise técnica de custo de

soluções no decorrer da obra;

Visita a fornecedores, para

escolhas e validações de

materiais.

Informações e desenhos das

soluções propostas;

Agendamento prévio com os

fornecedores.

Relatório analítico das

soluções propostas;

Relatório técnico com parecer

dos materiais, gerado em cada

visita.

Serviços Opcionais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Compatibilização e relatórios

comparativos dos materiais

fornecidos;

Alteração de documentos de

projetos quando solicitado

pelo cliente, devido a

mudanças de materiais e

soluções construtivas;

Acompanhamento adicional,

visita a obra solicitada pelo

cliente;

Execução de materiais gráficos

para elaboração do manual do

proprietário.

Lista completa de todos os

fornecedores para

compatibilização de materiais;

Definições, aprovação e

solicitações formais pelo

cliente;

Programação das visitas;

Relações de desenhos do

interesse do cliente.

Relatório comparativo dos

materiais, incluindo qualidade,

preço;

Projeto alterado conforme

solicitações;

Relatório técnico com parecer

do andamento da obra, gerado

em cada visita.

Desenhos elaborados

conforme solicitação do

cliente.

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Fase F – Pós-Entrega da Obra

Serviços Essenciais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Reunião para validação do

processo de projeto e analisar

os pontos com possíveis

melhorias com todos os

envolvidos no projeto,

elaboração de relatório das

lições aprendidas.

Listagem de ocorrência de

problemas;

Projetos detalhados por

especialidade.

Reuniões com todos

participantes, relatório de

lições aprendidas.

Serviços Específicos

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Elaborar desenhos de

arquitetura com todas as

alterações de como foi

construindo.

Jogo completo do projeto

arquitetônico e dos demais

envolvidos, contendo os

ajustes e alterações ocorridas.

Desenhos atualizados do

projeto conforme feito na

execução da obra.

Serviços Opcionais

Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado

Avaliação de ocupação, pós-

ocupação e uso.

Relatórios pesquisas sobre a

avaliação e satisfação dos

clientes e usuários.

Relatório com analise critica,

propondo soluções para os

problemas apontados.

5. Considerações Finais

Gerenciamento de projeto é um tema muito amplo e, ao se aprofundar no estudo, vislumbra-se

que todas suas atividades relacionadas, se bem entendidas e aplicadas, trazem diversos

benefícios para o escritório de arquitetura e urbanismo. Dessa forma, este trabalho apresentou

como bibliografia base o Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e

Urbanismo, discutindo acerca da elaboração de escopo do projeto e expondo segundo o

manual qual a melhor forma de realizar o escopo do projeto de arquitetura.

A elaboração de escopo deve ser previamente feita com o cliente ou empreendedor, e

finalizada com um contrato que define bem as obrigações e deveres do arquiteto em cada fase

do projeto, deixando claro para o contratante qual serviço e produto irá receber após a

contratação. Dessa forma, o relacionamento contratante e contratado evitará o desgaste, uma

vez que a relação entre eles é delicada por conta de contratos e escopos mal elaborados.

A vantagem dos arquitetos usarem o manual de escopo como referência para sua elaboração

faz com que o valor cobrado pelo projeto seja justo e entendido pelo contratante. Assim o

escopo é um dos documentos básicos do projeto e deve conter os itens necessários para

elaboração do projeto, servindo como base para possíveis negociações em relação a sua

mudança.

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De uma maneira geral, para elaboração de escopo de arquitetura e urbanismo devem constar

os processos de composição do produto (desenho, imagens e etc.), as informações necessárias

(legislação, programa de necessidade definido e etc.) e quais os produtos que serão entregues

com a finalização de cada fase. Dessa forma espera-se que o contratante entenda o quão

trabalhoso foi o processo de projeto e valorize o trabalho do profissional de arquitetura.

6. Referências

CAMBIAGHI, Henrique; AMÁ, Roberto. Manual de Escopo de Projeto e Serviços de

Arquitetura e Urbanismo. AsBEA: Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura,

2012.

CICHINELLI, Gisele C. Como Gerenciar Escritórios Pequenos. Revista aU. Editora Pini.

Edição 164. Novembro 2007. Disponível em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-

urbanismo/164/artigo66777-1.aspx>. Acesso em: 27 dez. 2013.

EGLE, Telma. Obra: sempre um (bom) motivo para uma desculpa. Revista téchne.

Editora Pini. Edição 161. Agosto 2010. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/161/obra-sempre-um-bom-motivo-para-uma-desculpa-a-286733-1.aspx>. Acesso em: 27

dez. 2013.

GERVAZONI, Thiago Pastorello. Conceitos Básicos de Gerenciamento de Projetos.

Disponível em: <http://www.linhadecodigo.com.br/artigo/1167/conceitos-basicos-de-

gerenciamento-de-projetos.aspx>. Acesso em: 27 dez. 2013.

MELHADO, Silvio. A gestão de projetos de edificações e o escopo de serviços para

coordenação de projetos. Revista téchne. Editora Pini. Edição 135. Junho 2008. Disponível

em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/135/artigo286518-1.aspx>. Acesso em: 27

dez. 2013.

MELHADO, Silvio. Escopo de Serviços para Coordenação de Projetos. São Paulo, 2004.

Disponível em: <http://www.gerenciamento.ufba.br/MBA%20Disciplinas%20Arquivos/Coor

dena%C3%A7%C3%A3o%20Projetos/Escopo.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2014.

MISZURA, Livia. Coordenação de Projetos: A Importância da Comunicação e

Coordenação no Processo de Projeto de Empreendimentos Residenciais e Comerciais.

Artigo (MBA em Gestão de Projetos de Engenharia e Arquitetura) – Instituto de Pós

Graduação, IPOG, Goiânia, 2012.

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PMBOK, PROJECT MANEGEMENT INSTITUTE. Um Guia do Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 3. ed. Guia PMBOK, 2004.

TEIXEIRA, Ana Carolina Freitas. Gerenciamento de Projetos em um Escritório de

Arquitetura: Visão Tradicional x Negócios Baseados em Projetos. Artigo (Pós Graduação

em Gestão de Projetos) – Engenharia do IEC PUC Minas, Minas Gerais, 2013.

TEPERMAN, Sérgio. Na prática: Gerenciamento, Coordenação, Compatibilização,

Distribuição/Enrolação. Revista aU. Editora Pini. Edição 199. Outubro 2010. Disponível

em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/199/cronicas-agudas-188885-1.aspx>.

Acesso em: 27 dez. 2013.