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Academia Militar Ano Lectivo 2010 / 2011 História Militar I Cópia 3 de 5

Guerras_Punicas

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Academia Militar

Ano Lectivo 2010 / 2011

História Militar I

Cópia 3 de 5

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Docentes da Disciplina:

Ten/Cor Inf. Lemos Pires

Ten/Cor Art. Marquês de Sousa

Trabalho elaborado por:

Cad/Al 383 João Mateus

Cad/Al 681 Pedro Fragosa

Cad/Al 685 Diogo Ferreira

Cad/Al 707 João Medeiros

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 Índice

 Introdução…………………………………….Pag.04

 Primeira Guerra Púnica……………….………Pag.06 

 

Segunda Guerra Púnica.……………..………..Pag.14 

  Introdução à segunda Guerra Púnica…….Pag.14

  Batalha de Trebia…………………….…..Pag.15

 

Batalha de Trasimeno………………..…..Pag.19

  Batalha de Canas…………………..……..Pag.22

 

Batalha de Zama…………………...……..Pag.28

 Terceira Guerra Púnica……………….……….Pag.33

 Conclusão………………. ……………………Pag.36

 

Bibliografia…………. ………………………. Pag.37

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I ntrodução  

Este trabalho irá desenvolver o tema das guerras púnicas, num total

de três guerras travadas entre as duas maiores potências do mediterrâneo,

Roma e Cartago, e nas quais resultou a destruição de Cartago e na

afirmação de Roma como a maior potência do mediterrâneo. A origem

destes conflitos remonta ao séc. III a.C. quando Roma já se tinha afirmado

como potência militar da época, enquanto Cartago detinha a supremacia

dos mares.

Roma procurava expandir o seu território e influência e quando os

mamertinos, mercenários que haviam tomado posse de Messana (actual

Messina, Sicília) lhes enviaram um pedido de ajuda, Roma vê na Sicília

uma bom território para a sua expansão. Ao responder ao pedido de ajuda

dos mercenários, Roma entra em guerra com Cartago. Essa guerra era vista

com bons olhos por grande parte dos romanos, que viam a possibilidade do

domínio das rotas comerciais no mediterrâneo, assim como a conquista das

terras férteis da Sicília. A primeira guerra púnica durou 23 anos e deixou

ambas as facções falidas economicamente e resultou em enormes perdas

humanas. As condições impostas a Cartago por Roma foram extremamente

 pesadas, levando inclusive a uma revolta dos mercenários que, após a

derrota na guerra, Cartago ficou incapaz de pagar. Cartago após longos

esforços conseguiu conter essa revolta, e concentrou-se na expansão dosseus territórios na Hispânia.

Essa expansão, aliada ao sentimento de ódio que Cartago possuía por

Roma, levou a uma segunda guerra púnica, em que Aníbal Barca, com o

seu exército ataca Sagunto e em seguida parte numa expedição terrestre até

Roma, atravessando inclusive os Alpes, sofrendo grandes perdas. Aníbal

avança vencendo todas as batalhas e chegando até às portas de Roma. Perto

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de Roma, em Cannas destrói o exército romano, no entanto, sem condições

de executar um cerco a Roma, refugia-se no sul da península Itálica. Roma

através de Cipião, o Africano, procede a uma campanha de reconquista da

 península ibérica e da qual segue para o norte de África. Aí, Cipião ataca os

aliados de Cartago e os territórios cartagineses, ameaçando Cartago e

fazendo Aníbal Barca regressar ao norte de África. Ambas as forças

defrontam-se na batalha de Zama, vencendo Roma, e terminando assim a

segunda guerra púnica. O resultante desta guerra foi a destruição do

 poderio cartaginês, para sempre incapaz de se restabelecer a influência que

 possuía no mediterrâneo. Resultou igualmente o inicio da grande expansãoromana, onde anexaram a península ibérica, firmaram alianças no norte de

África e expandiram o seu império para o oriente. A terceira guerra púnica

deveu-se ao ódio possuído por Roma contra Cartago, e devido á sua

intranquilidade, após Cartago aparentar estar a restabelecer o seu poder

mesmo contra todas as dificuldades impostas por Roma. O senado romano

 procurou pretexto para a guerra, mandando os seus aliados no norte deÁfrica atacar Cartago. Este, segundo o tratado de paz da segunda guerra

 púnica, tinha de possuir a autorização de Roma para fazer a guerra contra

qualquer povo, pediu assim autorização a Roma, no entanto esse pedido foi

sempre ignorado e quando Cartago se defendeu das agressões ao seu

território, Roma viu o pretexto que precisava para invadir e destruir

Cartago. Após três anos de duro cerco, Roma consegue a vitória. O ódio

dos romanos por Cartago era tão grande que a cidade foi completamente

destruída e estabelecida uma nova cidade romana.

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Primeira Guerra Púnica  

A primeira guerra púnica foi um conflito travado entre 264 a.C. e

241 a.C. opondo Roma e Cartago, as duas maiores potências deste período,

lutando entre si pela Sicília e pelo domínio

marítimo do mediterrâneo, sofrendo ambos os

lados pesadas perdas, económicas e humanas,

tendo sido no fim ganha por Roma.

As origens desta guerra encontram-se na

Sicília, onde Agátocles, rei de Siracusa travou uma guerra contra Cartago

 pelo domínio na Sicília, com a ajuda dos Mamertinos, mercenários

italianos. Estes com a morte de Agátocles, viram-se desempregados,

decidindo alguns destes voltar a casa, na Itália Meridional, mas outros,

gostando do clima e da perspectiva de aventura decidiram ficar.

Em 288 a.C., um ano após a morte de Agátocles, os mamertinos

tomam a cidade de Messana (actual Messina), até então em poder de

Siracusa, matando ou expulsando os seus habitantes e dividindo entre si as

 propriedades.

Tendo perdido a cidade para os mercenários, o chefe siracusano

Hierão decide lançar o seu exército com o objectivo de a reconquistar e

apesar de alguns

 problemas iniciais, acaba por lhes infligir uma

 primeira derrota em 270

a.C. Após este sucesso foi

 proclamado rei de

Siracusa, com o nome de

Hierão II.

Fi . 1

Fig. 2

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Após essa derrota, os mamertinos, incapazes de fazer frente às forças

de Siracusa, permitiram o desembarque de um contingente cartaginês em

Messana, possibilitando à frota cartaginesa o domínio do Estreito. Os

mamertinos, incapazes de fazer frente a Hierão II dividiam-se, uma parte

deles defendia a submissão formal a Cartago, com a contrapartida do

reconhecimento da sua autonomia. Mas uma segunda facção considerava

mais proveitosa uma aliança com os romanos. É este último partido que se

impõe e uma embaixada é enviada a Roma.

Os senadores de Roma perceberam claramente que aceitando a

 proposta mamertina iniciaria uma guerra com Cartago, mas em Roma havia já muitos apoiantes da Guerra contra Cartago, pois acreditando ter

capacidade de a vencer, teriam assim o controlo das rotas marítimas no

mediterrâneo, e também as terras férteis da Sicília, pretendido pelos

grandes latifundiários romanos. No senado em Roma não se chegou a uma

decisão, no entanto, em assembleia popular, decidiu-se a favor de uma

aliança com os mamertinos.Roma envia então um pequeno contingente para Messana, que

consegue passar o estreito de Messina chegando ao porto. Os mamertinos

obrigam então o chefe da guarnição cartaginesa a retirar as suas tropas da

cidade (esse comandante foi por isso condenado à morte em Cartago, sob a

acusação de cobardia), e os romanos fazem a sua

entrada em Messana (ano de 264 a.C.).

Com Roma a prestar auxílio aos mamertinos,

Hierão II alia-se a Cartago e as duas forças atacam

os Romanos. Entretanto, de Roma chega o

cônsul Ápio Cláudio com duas legiões a Rhegium,

(actual Reggio di Calabria) e com a ajuda de embarcações de transporte das

cidades gregas aliadas, de noite consegue passar o estreito. Ápio Cláudio

Fig.3

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começa então a atacar os seus inimigos, derrotando primeiro Hierão II, e

depois Cartago.

Terminado o seu consulado, Ápio Cláudio regressa a Roma,

deixando uma forte guarnição na Sicília. Posteriormente, em 263 a.C., os

cônsules Manius Otacilius e Manius Valerius desembarcam na Sicília

 juntamente com 40.000 soldados romanos, fazendo várias cidades gregas e

cartaginesas submeterem-se ao domínio romano, tais como Halesa (Alesa

ou Halaesa), Tauroménio, Catina (actual Catânia), entre outras.

Sem capacidade de vencer Roma, Hierão II celebra então uma

aliança com Roma. Hierão II conservava o poder em Siracusa e sobre umterritório adjacente relativamente extenso, entregando os prisioneiros

romanos e uma indemnização a Roma.

Em 262 a.C., os cônsules Lucius Postumius e Quintus Mamilius,

com o exército recompletado a 40.000 homens montam cerco a

Agrigentum (actual Agrigento). A cidade cartaginesa dispunha de boas

fortificações e de uma boa guarnição, tendo sido capaz de aguentar o cercodurante cinco meses, altura em que chega um grande exército cartaginês

em seu auxílio. Este exército rodeia o exército romano durante dois meses,

até decidirem travar batalha. Dá-se então a batalha de Agrigentum no qual

o exército cartaginês é quase totalmente destruído e o exército romano

consegue a vitória, apesar de sofrer grandes perdas, saqueando

 posteriormente a cidade e escravizando os seus habitantes.

Com a conquista de Agrigentum outras cidades do interior

submetem-se aos romanos, no entanto, as cidades costeiras continuavam do

lado cartaginês, e a frota cartaginesa lançava ataques á costa romana,

inclusive na península itálica. Roma sente então a necessidade de uma frota

de guerra capaz de fazer frente á poderosa frota cartaginesa. Roma

consegue então construir extraordinariamente rápido uma frota de 100

quiquirremes e 20 trirremes.

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Esta frota era inferior á frota cartaginesa, as embarcações romanas

eram de difícil manobra, os seus tripulantes mal instruídos e os seus

capitães inexperientes. No entanto Roma equipara os seus navios com

 pontes móveis nas proas, (uma invenção provavelmente tomada dos

Siracusanos), com um ferro pontiagudo na ponta do passadiço (que se

enganchava no navio abordado) e parapeitos laterais, de modo a evitar a

queda dos soldados ao mar. A estes mecanismos designou-os a gíria dos

soldados por “corvos” (corvus). O objectivo era então o navio aproximar-se

do navio inimigo, quando então seriam lançadas as pontes de abordagem e

então travar-se-ia uma luta corpo a corpo, em que os romanos possuíamgrande superioridade.

Em 260 a.C., após duas batalhas navais de pouca importância com

uma vitória para cada lado, Roma e Cartago defrontam-se na batalha de

Mylae, em que, Roma através das suas novas tácticas consegue vencer

Cartago, que perdeu mais de 50 embarcações da sua frota. Esta vitória

desencadeou enorme entusiasmo emRoma, sendo o cônsul Gaius Duilius tido

como um herói.

Cartago ainda possuía as fortalezas

de Lilybaeum e Drepanum no oeste da

Sícilia, ambas de difícil assalto, sendo

que qualquer tentativa de as conquistar

revelar-se-ia demoradas. Roma pensa

então noutra estratégia, a de levar a

guerra a África, directamente a Cartago,

como Agátocles de Siracusa tinha tentado

décadas antes.

Em 256 a.C. parte de Messana uma esquadra romana de 330

embarcações de guerra, na sua maioria quinquirremes e outras embarcações

Fig.4

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de transporte, transportando cerca de 40.000 soldados para a invasão a

Cartago.

Cartago, ciente desta ameaça envia os seus generais Hanno e

Hamilcar no comando de uma frota de cerca de 350 navios para barrar o

avanço romano. Ambas as frotas encontram-se perto do cabo Ecnomo, na

costa da Sicília, e trava-se então a maior batalha naval da antiguidade.

Roma consegue a vitória, e após esta prossegue para o norte de África,

desembarcando nos arredores de Clúpea, onde após um breve cerco ocupa

Clúpea. De Roma chega a ordem para o regresso de parte da frota, do saque

e a maior parte do exército, ficando em África a comandar a invasãoRégulo, 15.000 infantes, 500 ginetes e 40 embarcações. Estes continuam a

 progressão em direcção a Cartago e montam cerco á cidade de Adys, onde

um exército Cartaginês vai a seu encontro. Apesar de Cartago possuir

superioridade numérica em cavalaria e dispor de elefantes, estes são

claramente derrotados perdendo Adys. Régulo continua o seu avanço e

cerca Tunes, estabelecendo-se aí durante o inverno.Em Cartago, havia afluído uma onda de refugiados, e a fome

começava a instalar-se. Com a intenção de acabar a guerra, Régulo propõe

ao governo cartaginês conversações de paz, que foram aceites por Cartago,

mas as condições humilhantes exigidas por Roma levaram Cartago a

rejeitá-las.

Falhadas as negociações, Cartago apressou-se a recrutar mercenários

de todas as partes, recrutando também Xantipo, um hábil chefe espartano,

ao qual entregaram o comando do seu exército. Após reunir o exército,

Xantipo marcha até Régulo, com 12.000 infantes, 4.000 ginetes e cerca de

100 elefantes. Defrontam-se então na batalha de Tunes, onde a cavalaria

Cartaginesa e os elefantes se demonstram decisivos, esmagando o exército

romano, capturando Régulo e mais 500 soldados, restando do exército

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romano apenas cerca de 2.000 soldados, que retiram e se refugiam em

Clúpea.

Quando a notícia da derrota chega a Roma, o senado decide

abandonar o teatro de guerra africano, envia uma frota de 350 embarcações

 buscar os 2000 sobreviventes de Tunes, mas uma tempestade destrói

grande parte da frota, restando então apenas 80 embarcações.

Roma constrói então em apenas três meses 220 novas embarcações, no

entanto Cartago também conseguiu construir no mesmo tempo 200

embarcações. Com a nova frota os Romanos lançam uma campanha contra

uma das mais importantes cidades Cartaginesas, a cidade de Panhormus ouPanhormum (actual Palermo). Cercada por mar e por terra a cidade é

conquistada em 254 a.C., fazendo igualmente com que outras cidades se

submetam a Roma.

Após esta vitória, a frota romana parte para África, onde ataca

algumas cidades, mas ao voltar é de novo surpreendida por uma

tempestade, perdendo cerca de 150 embarcações. Em 250 a.C. um exércitocartaginês tenta conquistar Panhormus, trazendo consigo muitos elefantes.

 No entanto, o cônsul L. Cecílio Metelo, comanda as forças romanas á

vitória. Na Sicília a Cartago restava apenas as fortalezas de Lilybaeum e

Drepanum.

Ainda nesse ano, Roma inicia o cerco a Lilybaeum, no entanto a

cidade cartaginesa estava defendida por fortes muralhas e cerca de 20.000

soldados e recebia apoio marítimo de

Drepanum através da frota Cartaginesa.

A frota romana tenta um ataque a

Drepanum, mas sai derrotada e Cartago

consegue assim cortar o abastecimento

marítimo ao exército romano passando Fig.5

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assim a ter de ser reabastecido por terra. Cartago recupera assim a

superioridade marítima, no entanto o exército romano conquista a cidade de

Eryx, cortando assim as comunicações por terra entre Lilybaeum e

Drepanum.

Em 247 a.C. é nomeado chefe das forças Cartaginesas na Sicília

Amílcar Barca após mudanças no governo em Cartago e tendo-se tomado a

decisão de intensificar as acções militares contra os romanos. Amílcar

Barca desembarca entre Panhormus e Eryx, ocupando um planalto, ficando

em posição de ameaçar Panhormus. Amílcar empreende uma série de

ataques no interior da Sicília e por mar á costa itálica. Em 244.a.C. tentaconquistar o Monte Eryx (actual Monte San Giuliano), sendo que só o cimo

do monte onde fica a cidade permaneceu nas mãos de mercenários gauleses

ao serviço de Roma.

A guerra encontrava-se num impasse, ambas as partes estavam

economicamente falidas após 20 anos de guerra, quando o senado romano

se apercebeu que uma vitória não seria possível sem supremacia marítima edecide adoptar uma medida extrema, impondo um empréstimo forçado aos

cidadãos ricos de Roma. Só assim foi possível a Roma construir 200 novas

quinquirremes.

Em 242 a.C. o cônsul Caio Lutácio Catulo parte com a frota em

direcção a Drepanum. A frota cartaginesa permanecera inactiva nos portos

durante quase um ano e estava muito mal equipada, a nova frota romana foi

uma completa surpresa para o governo de Cartago. Este tinha deixado o

 peso da guerra na Sicília sobre Amílcar Barca e estava mais empenhado na

expansão do territorio em África, descurando assim a sua frota. O cônsul

Catulo ocupa o porto de Drepanum e corta assim os acessos por mar a

Lilybaeum. Com esta medida, depressa as duas cidades cartaginesas se

encontram sem víveres. Em Março de 241 a.C. vem uma frota cartaginesa

com abastecimentos em direcção às cidades cartaginesas cercadas, no

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entanto, o cônsul Catulo navega ao seu encontro e trava-se uma batalha

 perto das ilhas Aegatae, (actuais Égadi). Esta batalha dita o fim da guerra.

Com Cartago incapaz de socorrer as cidades, a sua rendição foi inevitável e

significou a conquista da Sicília por Roma.

Cartago manda então Amílcar Barca negociar a paz com Roma e no

final o tratado de paz acordado foi extremamente pesado para Cartago, no

qual se dispunha a evacuar as forças que ainda possuía na Sicília, dispunha-

se a libertar os prisioneiros de guerra romanos sem resgate, no entanto

 pagava resgate pelos seus, ambas as partes acordaram não atacar a outra

facção nem nenhum dos seus aliados, Cartago transferiria para Roma umgrupo de ilhas a norte da Sicília, e comprometia-se a evacuar todas as

 pequenas ilhas entre a Sicília e o norte de África, teria também de pagar a

Roma uma indemnização de 2200 talentos em dez prestações anuais, mais

uma indemnização de 1000 talentos imediatamente.

Roma conquistou assim a vitória na guerra que durou 23 anos e substituiu

Cartago com a maior potêncianaval do mediterrâneo.

As condições assinadas

no tratado da paz

comprometeram a situação

económica de Cartago e

impediram a recuperação da

cidade. Incapazes de pagar aos

mercenários que haviam contratado, surge a revolta dos mercenários, ganha

após duro esforço por Amílcar Barca. A pressão do tratado nas finanças

cartaginesas levou também a uma ocupação mais agressiva de Cartago na

Hispânia, que mais tarde resultou na segunda guerra púnica.

Fig.6

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Segunda Guerra Púnica

I ntrodução à segunda Guerra Púnica  

Aníbal era filho de Amílcar Barca, general cartaginês derrotado por

Roma na Primeira Guerra Púnica. Partiu com o filho para a Península

Ibérica e, segundo a lenda, obrigou Aníbal, ainda criança, a jurar ódio

eterno aos romanos.

Depois da morte de Amílcar, Aníbal, ainda muito jovem, reiniciou a

guerra com os romanos no que ficou conhecida como a Segunda GuerraPúnica.

Da sua base na Península Ibérica, Aníbal partiu para o sul da Gália e

atravessou os Alpes em pleno Inverno com os seus elefantes de guerra.

Trouxe consigo um exército multirracial e multicultural, uma vez que os

cartagineses constituíam as suas forças armadas com mercenários de várias

nações.Seguiram-se duas grandes batalhas, assim que Aníbal desceu dos

Alpes e entrou na Itália: A batalha de Trebia e a do Lago Trasimeno. Nos

dois confrontos Aníbal saiu vencedor.

Fala-se muito do impacto psicológico que os elefantes de guerra

tiveram sobre os romanos, mas quando se travou a batalha de Cannae todos

os elefantes já tinham morrido.

Fig.7

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Batalha de Trebia

Esta batalha deu-se em 18 de Dezembro de 218 a.C. junto das

margens do rio Trebia, daí o nome da batalha ser esse, este rio situa-se na

 província itálica de Emília, foi nesta batalha que o grande general romano

Públio Cipião foi derrotado pelo exército cartaginês comandado por

Aníbal, em um dos sucessos bélicos mais importantes das três guerras

 púnicas.

Depois da passagem pelos Alpes e os Pirenéus Aníbal teve um

grande número de baixas perdendo muito do seu efectivo até os elefantes

que não aguentaram o inverno rigoroso.

 Na Batalha de Tesino que seria um confronto totalmente furtuito, os

dois exércitos confrontaram-se, com uma notável superioridade das tropas

cartaginesas, que tiveram a seu favor o terreno. O triunfo cartaginês foi

inquestionável. Cipião acaba por ser ferido no combate e apenas teve força

 para voltar a cruzar o rio Tesino e destruir as pontes. Depois desta derrota o

general Cipião decide aguardar reforços de Sempronio, mas fustigado pelos

Insubres, Cipião teve que recuar mais, cruzando o rio Pó para acampar a

montante do rio Trebia.

Enquanto os romanos esperavam a chegada de Sempronio, Aníbal

conseguiu reforços nas tribos galas que desejavam ver-se livres do domínio

romano. Sempronio logrou alcançar a posição de Cipião em Setembro,entretanto os cartagineses não paravam, já haviam cruzado o rio Pó,

conquistando a fortaleza de Clastidium que era o armazém de

aprovisionamento do exército romano, tendo depois acampado na margem

esquerda do rio Trebia. O efectivo das tropas romanas era apesar de tudo

muito superior ao dos cartagineses. Sempronio decide então atacar

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confiando na sua superioridade numérica, insistindo com Cipião para

iniciar a batalha.

“Ele havia notado, durante a sua inspecção do território entre o seu

 próprio acampamento, no lado ocidental do Trebia, e o rio, um pequeno

curso de água de margens íngremes com densos arbustos e moitas. À

 primeira vista, passaria despercebido, especialmente na chuva e na opaca

luz do inverno. Ficava ao sul do seu acampamento, ao sul da planície

através da qual qualquer exército teria que passar para atacá-lo. Se Aníbal

 pudesse atrair os romanos através do Trebia, colocando as suas próprias

tropas ao norte desse local "bem apropriado para uma emboscada", entãoseria possível esconder tropas na região que apenas esperariam até que

 passasse o inimigo para atacá-lo pela retaguarda.”  Aníbal manda então

Mago Barca com um destacamento de 1000 infantes e 100 cavaleiros, para

que este ao escurecer ocupasse este curso de água, e ordeno-lhe que lá

 permanecesse escondido até que encontra-se o momento oportuno para

depois atacar. O plano de Aníbal era: - “Ao amanhecer do dia seguinte,todos os cavaleiros númidas que portavam armas leves cruzavam o Trebia

e, na opaca luz matinal, fariam um ataque ao acampamento romano.

A sua parte no trabalho do dia era importantíssima, e Aníbal

 prometeu-lhes recompensas apropriadas se atingissem o resultado que ele

esperava.

Assim que os romanos acordaram e começaram a reagir às flechas e

azagaias dos cavaleiros saqueadores, estes bateram em retirada, mas não

antes de dar ao inimigo tempo para montar os seus cavalos e sair na sua

 perseguição. O objectivo era atrair não somente a cavalaria romana, mas

todo o exército através do Trebia para dentro da terra plana onde as tropas

de Aníbal estariam posicionadas para a batalha.” 

As características lutadoras dos romanos e a sua vontade de infligir

uma derrota a Cartago fez com que o exército romano mordesse a “isca”

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fazendo então o que Aníbal queria, tendo agora ele vantagem na sua

 posição e tendo as tropas romanas gasto os seus projécteis de arremesso no

 primeiro ataque dos númidas. “Assim que as forças ligeiras recuaram entre

as lacunas deixadas nas fileiras para eles, o primeiro choque da infantaria

 pesada ocorreu.

Quando os núcleos entraram em combate, a cavalaria cartaginesa

direccionou os seus ataques para ambos os flancos do inimigo, investindo

vigorosamente para o assalto e possuindo superioridade numérica. As alas

romanas começaram a ceder e, ao fazerem isso, os cavaleiros ligeiros

númidas e os lanceiros cartagineses, seguindo a sua própria cavalaria pesada, tiraram vantagem do ponto fraco deixado em cada flanco da

infantaria romana.

Enquanto ambos os núcleos se empenhavam no combate corpo a

corpo, a cavalaria romana retrocedia e a sua infantaria em cada flanco

começava a entrar em colapso.

A armadilha de Aníbal estava activada. Surgindo dos seusesconderijos na ravina oculta pela chuva, por detrás dos romanos, Mago e a

sua força especial atacaram com grande ímpeto para atingir o núcleo do

inimigo pela retaguarda. Barrindo em meio ao granizo que caía, os

elefantes ajudavam a fazer recuar a ala que, atormentada pelos númidas e

outras tropas ligeiras, começou a cair no turbulento e gelado rio atrás dela.

Os legionários romanos na vanguarda, com os flancos expostos e a

retaguarda sob ataque, lutaram corajosamente e romperam a estreita fileira

cartaginesa. Dez mil deles conseguiram manter a formação disciplinada e

retirar-se até Placência.” 

O que restava do exército romano teve sem dúvida uma organização

notável, para conseguir uma eficiente luta contra os perseguidores, depois

de cruzarem o rio Trebia os cartagineses não tentaram perseguir mais, sem

dúvida que por ordem de Aníbal.

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 Nesta batalha a estratégia e o planeamento táctico, aliadas com a

escolha do terreno e o efeito surpresa fizeram com que Aníbal saísse

vitorioso desta Batalha.

Fig.8

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Batalha de Trasimeno  

A Batalha de Trasimeno deu-se na margem norte do lago Trasimeno

em 24 de Abril de 217 a.C., no qual se defrontaram tropas romanas

lideradas por Caio Flamínio e o exército cartaginês comandado pelo

general Aníbal. Em jeito de curiosidade depois das derrotas dos romanos

em Tesino e Trebia, Caio Flamínio achava-se tão certo que iria derrotar os

cartagineses que já levava as correntes para os prisioneiros que pretendia

fazer. 

 Na noite anterior à batalha, Aníbal instruíra os seus homens,

colocados estrategicamente num apertado cerco aos soldados romanos, no

sentido de acenderem tochas nos montes de Tuoro, de forma a dar uma

localização no terreno muito mais afastada da sua posição real.

Aníbal tinha o seu acampamento a Nordeste do grande lago,

enquanto Flamínio tinha acampado a Noroeste do lago. Eles tinham estado

muito perto de Aníbal e sabiam que ele deveria estar acampado não muito

longe daquela posição mais à frente. A manhã tinha um forte nevoeiro que

se espalhava escondendo o lago. Flamínio estava demasiado ansioso por se

 bater com Aníbal para que este não se conseguisse aproximar mais de

Roma. Flamínio dá ordem para o avanço. Aníbal tinha disposto a o seu

efectivo ao longo dos montes Tuoro ficando ainda com efectivo para

colocá-los perpendicularmente ao lago abaixo do corpo do seu exércitomais próximo do seu acampamento.

Aníbal esperou que os primeiros romanos entrassem em contacto

com os seus homens colocados na parte Este do lago, e então fez soar as

trompetas de bronze, sinistro o som no meio daquele nevoeiro. Das

escarpas ocidentais perto de Malpasso, a norte, até a aldeia de Sanguineto,

os gauleses e a cavalaria pesada vieram como trovões, atingindo as legiões

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no seu flanco esquerdo e fechando a passagem atrás delas. Citando Lívio:

"(...)a sua investida foi a mais súbita e da mais total imprevisibilidade, visto

que, como a neblina vinda do lago era menos densa nas altitudes do que na

 planície, as colunas dos oponentes tinham ficado claramente visíveis nas

diversas colinas e consequentemente desfecharam o ataque

aproximadamente ao mesmo tempo".

O exército romano ficou assim rodeado e sem hipótese de fuga,

estava completamente desorganizado e sem hipóteses de se reorganizar tal

foi a surpresa com que os cartagineses surpreenderam os romanos. O lago à

direita dos romanos deram-lhe ainda menos esperança, enquanto gauleses,cavalaria pesada e os moscardos númidas os atacavam sem parar. “Os

romanos eram mortos onde estavam, ou forçados para trás, em passo

relutante, na direcção das rasas margens do lago.” 

“As fileiras de avanço, fiéis àquela obstinada coragem que distinguia

os romanos, abriam seu caminho duramente pelas escarpas voltadas para oacampamento cartaginês, enquanto o corpo principal do exército e a

retaguarda eram dilacerados em tiras. "Não foi uma batalha ordenada",

escreve Lívio, "com as tropas dispostas em fileira tripla, nem a vanguarda

lutava à frente dos estandartes e o resto do exército atrás deles, nem cada

soldado ficava na sua própria corte e manípulo de legião: era o acaso quem

os agrupava, e a bravura própria de cada homem determinava a sua posição

na vanguarda ou na retaguarda; tamanho era o furor de seu ímpeto e tão

absorvidos estavam eles na luta, que um terramoto, violento o bastante para

fazer desaparecer grande parte de muitas das cidades da Itália, tirar velozes

riachos de seus cursos, lançar o mar sobre os rios e derrubar montanhas

com grandes deslizamentos de terra, não fora sequer sentido por qualquer

dos combatentes".“ 

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A Batalha durou três horas a norte do lago Trasimeno os romanos

com toda a sua honra incapazes de se renderem e incapazes de se

organizarem veemente caíram por terra cerca de quinze mil romanos. “O

 próprio cônsul foi morto por um gaulês ínsubre que o reconheceu pela sua

armadura; lembrando-se da campanha de Flamínio contra os seus

companheiros, executou a sua vingança sobre o homem que lhe havia

devastado a terra natal.”. Os cartagineses sofreram cerca de um décimo das

 baixas dos romanos e foram sobretudo gauleses. Foram feitos prisioneiros

cerca de quinze mil homens. Aníbal fiel ao seu objectivo politico de acabar

com os aliados a Roma, Aníbal envia-os para casa com a mensagem de quea sua guerra e simplesmente contra Roma.

Como havíamos visto na Batalha de Trebia a escolha criteriosa do

terreno, aliado a imprevisibilidade deu a Aníbal mais uma grande vitória

contra Roma mesmo com efectivos bastante menores.

Fig.9

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I ntrodução à Batalha de Cannae  

A batalha de Cannae (Canas) no verão de 216 a. C. foi um ponto

chave na história de Roma.

Foi o auge de génio de Aníbal Barca que ensinou uma dura lição aos

Romanos.

 Na altura, a legião romana já era das melhores forças militares da

época, com métodos de luta, treino e equipamento altamente sofisticado e

eficiente. Mas um exército, só por si, não importa o quão bem treinado e

armado, não vence batalhas. Aguenta-se ou cai com o seu comandante.

Assim, pode dizer-se que uma longa linha de líderes romanos

 brilhantes nasceria da dura lição aprendida com Aníbal em Cannae.

As Forças em confronto:

Roma concentrou uma maciça força de infantaria no campo de

 batalha. Combateriam o fogo com fogo, assim era o método usado pelos

romanos. Os generais romanos Lucius Aemilius Paullus e Caius Terrentius

Varro lideravam uma força de mais 50 000 homens. Aníbal liderava cerca

de 40 000 homens ou menos. Porém, a qualidade das tropas de Aníbal não

era comparável à Legião Romana; o exército de Aníbal era composto por

uma mescla de gauleses, iberos, númidas e cartagineses.

 Na teoria, o martelo romano deveria ter esmagado por completo a

ameaça cartaginesa, mas o problema estava na forma como foi manejado.

Assim, perto da cidade de Cannae, nas margens do Rio Aufidus (hoje

chama-se Ofanto). Os comandantes tiveram a inteligência prática de

 posicionar os seus exércitos de modo a que nenhum dos dois estivesse a

lutar contra o sol. Depois disso, as duas forças encontraram-se.

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O início: 

Aníbal, de início, tentou esconder a movimentação do seu exército

colocando os seus fundibulários (soldados que atiram pedras com fundas) e

os seus atiradores de dardos à frente; isto é: infantaria ligeira.

Por trás destes, Aníbal posicionou os gauleses e iberos armados com

espadas, formando um crescente no centro da formação do exército. Na sua

ala esquerda colocou a cavalaria pesada gaulesa e hispânica (iberos), e na

ala direita colocou a sua cavalaria ligeira númida (Os númidas eram um

 povo do Norte de África).Preparando-se para o confronto, Aníbal ordenou à sua infantaria

ligeira, na linha da frente, para recuar e ocupar a retaguarda, servindo de

reservas.

Os romanos, por seu lado, agiram como era costume: os velitas

(infantaria ligeira que lançava dardos) foi posicionada na linha da frente

 para cobrir a posição do exército. Atrás deles, no centro, o corpo principalda legião (infantaria pesada) tomou posição. A cobrir os flancos da legião

estavam regimentos de infantaria aliada vindos de cidades italianas

dominadas por Roma.

 Na ala direita do exército estava a cavalaria romana e na esquerda

estava a cavalaria aliada, oriunda de outras cidades italianas sob domínio

romano.

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O Confronto:

Depois de uma troca de projécteis, os romanos mandaram os seus

velitas para trás e avançaram com a sua infantaria pesada, mostrando toda a

sua superioridade numérica, técnica e moral.

O crescente cartaginês, formado por gauleses e iberos acabou por se

retrair depois do embate causando a debandada das tropas. Para os

romanos, a fuga dos gauleses e dos iberos parecia ter sido provocada pela

superioridade da legião. A verdade é que os gauleses e iberos estavam a

cumprir ordens quando recuaram.

Fig.10

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Página | 25Academia Militar 2010 / 2011

 Nota: a infantaria ligeira cartaginesa que recuou no início, por essa altura já

estava posicionada na retaguarda do crescente, esticando a formação de

modo a ultrapassar em extensão o tamanho do crescente gaulês e ibérico.

Ao mesmo tempo, com o avanço dos legionários, a cavalaria romana na ala

direita, entrou em confronto com a cavalaria pesada gaulesa e hispânica, na

ala esquerda cartaginesa.

A Armadilha:

A infantaria romana continuou a avançar pelas fileiras cartaginesas,

quebrando a sua linha. Forçando o inimigo para trás, os romanos sentiram-

se confiantes na vitória. Porém, à medida que iam avançando e os

Fig.11

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cartagineses iam recuando, a infantaria ligeira cartaginesa, estando parada

na retaguarda, começou a tocar nos flancos da legião.

Para piorar o dia aos romanos, nas alas, a cavalaria pesada gaulesa e

hispânica conseguiu pôr fim à cavalaria romana. Esse fim separou ainda

mais a força principal romana da sua cavalaria, abrindo uma brecha na sua

formação. Assim, liberta do perigo na ala esquerda, a cavalaria cartaginesa

 percorreu todo o campo de batalha nas costas da legião romana e caiu na

retaguarda da cavalaria aliada italiana, no outro flanco romano.

A Armadilha fecha-se:

A batalha corria bem, tanto para a cavalaria cartaginesa como para a

sua infantaria. A legião continuou a avançar, empurrando as tropas de

Aníbal para trás, até chegar a um “beco sem saída”, formado pela infantaria

ligeira cartaginesa que se tinha posicionado na retaguarda e agora estendia-

se de uma ponta à outra da formação, tocando nos flancos romanos.

A restante infantaria, resguardados pela infantaria ligeira,manobraram pelos flancos e caíram sobre os romanos. Assim, toda a

infantaria ligeira romana foi cercada e atacada de todos os lados.

Com efeito, a mítica infantaria romana foi vencida pela infantaria inimiga,

embora o regresso da cavalaria cartaginesa tenha ajudado a acelerar e a

rematar a vitória.

Conclusão: 

Pode dizer-se que a legião romana em Cannae derrotou-se a si

mesma.

Os comandantes confiaram apenas na superioridade dos seus

legionários, alinhando-os e ordenando-os que avançassem. Não foi feito

nenhum uso da superioridade numérica, a não ser acumular mais fileirasnos regimentos, atrás umas das outras. Enquanto os regimentos de Aníbal

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manobravam, nada foi feito para contrarias a sua acção. Os romanos

fizeram o que sempre tinham feito: avançar.

Essa ignorância nasceu do facto de, até a data, as batalhas contra

Aníbal terem sido o maior desafia alguma vez encontrado pelos romanos.

Já tinham entrado em confronto contra as falanges do rei grego Pirro,

mas não tinham conseguido reunir experiência suficiente para fazer frente a

um desafio tão desmesurado. Também, a superioridade da legião talvez

tenha feito com que contassem apenas com os seus soldados.

Em resumo, a tácticas romanas não estavam presentes em Cannae. O

exército romano agiu com força bruta, carregando como um touro contraum inimigo imensamente perspicaz.

A derrota nessa batalha foi um golpe que Roma demorou algum

tempo a recuperar. Mais do que nunca, Roma necessitava de um general

 brilhante, capaz, imaginativo e inteligente. Esse general surgiu na pessoa de

Cipião, o Africano, que acabou por libertar a República da ameaça

cartaginesa, anos mais tarde.

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Batalha de Zama  

A Batalha de Zama, travada em 19 de Outubro de 202 a.C., foi uma

 batalha decisiva da Segunda guerra púnica. O exército da República

Romana, liderado por Cipião Africano, derrotou as forças de Cartago

lideradas por Aníbal. Logo após essa derrota, o senado de Cartago assinou

um tratado de paz, terminando assim uma guerra de quase 20 anos.

Antecedentes:

Os sucessivos desastres na primavera e começo do verão de 203 a.C.

haviam alarmado muito toda Cartago. O mesmo Hanão que havia

comandado a cavalaria pesada de Aníbal em Canas foi totalmente

encarregado da defesa, e emissários cartagineses foram enviados a Roma

 para tentarem negociar os termos da paz. Como derradeiro golpe na sorte

cartaginesa, uma tentativa de livrar Útica falhou. Todos esses desastres

sucessivos geraram um clamor em todos os níveis, desde o conselho de

Birsa até os lares, oficinas e armazéns da cidade  —   "Chamem Aníbal de

volta!". Infelizmente, como os eventos demonstrariam, eles o haviam feito

tarde demais.

Fig.12

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O início da batalha: 

 Naquele dia não registado do Outono, a última grande batalha teve

início: a carga de elefantes trovejou através da planície entre os dois

acampamentos. Além da aterrorizante visão daqueles grandes animais

vindo sobre as linhas de infantaria e do seu efeito sobre os cavalos, não

acostumados à sua aparência e cheiro, os condutores dos elefantes

contavam com o barrido deles para provocar o temor no coração de

qualquer inimigo. Infelizmente para eles, nesse caso, os romanos

inverteram o procedimento e começaram uma grande gritaria acompanhada

do ressoar de dúzias de trombetas de guerra. O efeito sobre os elefantes

insuficientemente treinados de Aníbal foi tal que eles é que entraram em

 pânico e começaram a se deter e fugir daquilo que, talvez, pareceu-lhes o

ruído de estranhas bestas consideravelmente maiores do que eles próprios.

Alguns, recuando contra a sua própria linha da frente, enquanto

outros se precipitaram para a esquerda e estouraram por entre a cavalaria

númida de Aníbal. Masinissa, cujos cavaleiros estavam perfeitamente

acostumados aos elefantes, não demorou a se aproveitar da desintegração

da ala esquerda cartaginesa e atacou atrás dos elefantes, afugentando os

outros oponentes númidas. A carga dos elefantes terminou como descreve

Fig.13

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Lívio: "Alguns poucos animais, entretanto, penetrando assustadoramente

entre o inimigo, causaram grandes perdas entre as fileiras das tropas leves,

ainda que sofrendo eles próprios muitos ferimentos. Ao recuarem para

dentro dos manípulos, as tropas leves abriram caminho para os elefantes,

 para evitarem ser piloteadas por eles, e assim também atirariam as suas

lanças de ambos os lados contra os animais, agora duplamente expostos aos

 projécteis. Tampouco se abrandaram as azagaias dos homens da linha de

frente sobre esses elefantes que, tocados da linha romana para dentro da sua

 própria por mísseis lançados de todos os lados sobre eles, puseram a ala

direita, a própria cavalaria cartaginesa, em fuga. Lélio, vendo o inimigo emconfusão, aumentou-lhe o pânico.” 

Masinissa perseguia a ala esquerda de Aníbal, enquanto Lélio partia

 para cima da cavalaria cartaginesa e a destroçava. A carga de elefantes com

a qual Aníbal tinha sido forçado a contar privara-o da cavalaria que

 possuía. Os disciplinados soldados romanos forçavam para trás toda a linha

de frente de Aníbal para cima da segunda (composta pelas suas melhorestropas), mas para os desorganizados

gauleses e outros mercenários não

foi permitido recuar, depararam-se

então com uma fileira de lanças que

fez com que se retirassem para os

flancos da segunda linha, muitos

deles fugindo do campo de batalha.

Por um momento, a contenda pareceu totalmente equilibrada; as

levas de cartagineses e africanos, partindo para cima dos legionários,

conseguiram contê-los e mesmo empurrá-los para trás. Mas gradualmente a

disciplina dos romanos começou a prevalecer e a segunda linha de Aníbal

também entrou em colapso  —   tentando recuar através da "velha guarda"

Fig.14

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História Militar I

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atrás de si, foram recebidos pela mesma fileira de lanças que eles haviam

dado à primeira linha.

Vendo que seus homens estavam a ponto de irromper sobre as

melhores tropas de Aníbal, Cipião Africano soou o chamado de volta. Era

um exemplo não só do génio de Cipião na guerra como também da

disciplina romana; mesmo naquele momento caloroso de uma batalha

sangrenta na planície coberta de mortos, responderam aos seus oficiais.

Cipião imediatamente reposicionou as suas tropas numa única e

extensa fileira para enfrentar a vigorosa "velha guarda" de Aníbal. Esta

última mal se havia envolvido na batalha e, também numa única fileira,enfrentariam os legionários romanos. Este era o início da segunda fase da

 batalha, soldados a pé contra soldados a pé, já que os elefantes haviam se

 perdido, e a cavalaria estava distante com Masinissa e Lélio perseguindo a

cavalaria cartaginesa e os númidas de Aníbal em fuga. Quando as duas

fileiras se aproximaram, Cipião certamente deve ter rezado para que

Masinissa e Lélio não se demorassem demais perseguindo os derrotados eretornassem para dar-lhe a vitória. Enquanto as duas linhas oscilavam para

frente e para trás, atadas àquela luta de "movimento de clava" na qual os

romanos sempre foram tão bons, a disputa ainda permanecia sem decisão.

Então, a poeira levantando-se e o trovejar de cascos sobre a planície

indicaram a Cipião  —   e com certeza a Aníbal  —   que tudo estava

 praticamente terminado. Lélio e Masinissa voavam de volta para atacar os

cartagineses em ambas as alas e pela retaguarda. Os cavaleiros da Numídia,

que haviam servido Aníbal tão bem em anos anteriores na Península Itálica,

finalmente selaram a sua ruína. Os remanescentes da "velha guarda"

detiveram-se e dispersaram. A batalha estava terminada. Os romanos

haviam vencido a guerra.

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O fim da batalha:

O próprio Aníbal deixou o cenário da sua derrota com uma pequena

escolta e retirou-se para Adrumeto. Não havia nada que pudesse fazer

agora a não ser avisar os cartagineses que mais resistência era impossível e

que aceitassem os melhores termos que lhes fossem oferecidos.

Pela primeira vez na sua longa carreira, havia encontrado um general

à sua altura, mas tinha sido derrotado principalmente pela falta de

cavalaria.

Mesmo então, outros númidas, comandados por um filho de Sífax,

haviam se reunido no deserto para virem em seu auxílio, mas no momento

em que eles chegaram ao território cartaginês tudo estava acabado.

Os triunfantes romanos e as forças de Masinissa tinham-nos

aniquilado naquele que seria o último combate da Segunda Guerra Púnica

 —   a guerra que Aníbal iniciara dezasseis anos antes e que terminou em

Zama. 

Fig.15

Fig.16 Fig.17

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Página | 33Academia Militar 2010 / 2011

Terceira Guerra Púnica  

A terceira guerra púnica foi a última de três a opor Roma e Cartago.

Deu-se de 149 a.C. até 146 a.C., e acabou com a total destruição da cidade

de Cartago.

As razões que levaram à guerra:

Desde a segunda

guerra que Roma e Cartago

se encontravam em paz,

depois de um tratado

assinado entre as duas partes

no qual estava explicito que

Cartago não poderia fazer

guerra contra nenhuma

facção sem o consentimento

de Roma.

Para surpresa dos Romanos, que acreditavam ter acabado com o seu

adversário aquando da última guerra, Cartago iniciara uma fase de

recuperação, baseada essencialmente nas suas relações comercias. Face a

esta recuperação, Roma decidiu que era fundamental destruir Cartago. O

senador romano Catão afirmou mesmo delenda est Carthago  (é precisodestruir Cartago).

Durante esta época, Numídia, que era aliada de Roma e vizinha de

Cartago, realizava sucessivos ataques aos cartagineses, com permissão dos

romanos. Os cartagineses não se podiam defender pois necessitavam de

autorização dos romanos, que lhes era constantemente negada. Foi então

que o povo cartaginês tirou do poder o partido romano que administrava a

Fig.18

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cidade. Responderam então aos ataques de Numídia, enviando um exército

liderado por Asdrúbal, que foi derrotado. Roma tinha encontrado então a

razão que tanto esperava para declarar guerra a Cartago.

O cerco à cidade de Cartago:

Depois de se aperceberem do que se tinha passado e das

consequências dos actos tomados, os cartagineses condenaram Asdrúbal à

morte e enviaram duas embaixadas para tentar resolver o problema e pedir

desculpas a Roma, desculpas estas que não foram aceites, continuando

assim de pé a declaração de guerra a Cartago.Assim que foi dada ordem para destruir a cidade de Cartago foi dada

aos seus

habitantes a

 possibilidade de

escolherem um

local qualquer para construírem

uma nova cidade,

desde que esse

local ficasse pelo

menos a 15 Km

do mar. Assim sendo Cartago deixaria de ser uma potência marítima e

ficaria renegada às actividades agrícolas.

Esta oferta foi recusada pela população cartaginesa, que embora não

tendo armamento tinha uma boa fortificação a proteger a cidade. Enviaram

então uma embaixada para negociar com o senado romano, e ganharam

assim tempo para construir armas e máquinas de guerra para poderem fazer

frente aos romanos. Asdrúbal, que tinha conseguido escapar e formado um

exército independente, foi solicitado para ajudar na defesa da cidade. Para

Fig.19

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Página | 35Academia Militar 2010 / 2011

surpresa dos romanos, Cartago estava assim completamente pronta a

defender-se.

Os primeiros dois anos de cerco (de 149 a.C. a 147 a.C.) à cidade de

Cartago por parte das forças romanas foram um autêntico fracasso. A

tomada da cidade parecia impossível, pois esta tinha enormes recursos,

fortificações e um grande exército que impedia o seu total isolamento. Os

romanos estavam tão incapazes de fazer aquilo a que se tinham proposto

que nem sequer conseguiram paralisar a actividade comercial e marítima

dos cartagineses.

Foi então que Cipião Emiliano tomou o poder das forças romanas ederrotou o exército de Asdrúbal, que perdeu cerca de 85.000 homens. Isto

 permitiu cercar completamente a cidade por terra, e por mar com a sua

frota. Pela primeira vez no decorrer desta guerra, no inverno de 147 a.C.,

Cartago estava completamente isolada do exterior, o que provocou uma

rápida diminuição das suas reservas.

A tomada de Cartago e a sua destruição:

Chegada a primavera do ano de 146 a.C. a população estava

debilitada pelas doenças e pela fome, e foi então que os romanos decidiram

invadir a cidade. Entraram

 pelo porto, e foram recebidos

 pela resistência cartaginesa. A

 batalha durou seis dias, com

vitória para o lado romano.

A cidade foi saqueada e

os sobreviventes foram feitos

 prisioneiros e posteriormente

vendidos como escravos. A cidade foi completamente destruída e o seu

chão coberto de sal para que mais nada voltasse a crescer naquele local.

Fig.20

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Conclusão  

As Consequências das Guerras Púnicas  

Com a destruição de Cartago, Roma passou a dominar o mar

Mediterrâneo, o que lhe permitiu expandir o seu comércio a locais nunca

antes alcançados. Roma conseguiu também novas terras onde pudesse fixar

 povos colonos. Dava-se então início à expansão romana até ao

Mediterrâneo Oriental.

Cartago foi reconstruído mais tarde pelo imperador romano OctávioAugusto (63 a. C. a 14 d.C.) como uma colónia. Cartago sobreviveu até ao

séc. VII, altura em que foi destruída pelas invasões árabes no norte de

África. Actualmente é um subúrbio da Tunísia.

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História Militar I

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Fig. da capa: 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bc/1st_Punic_War_Citi

es.png 

Fig. da contra-capa: http://historiamundo.com/?p=1622 

Fig.1 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/First_Punic_War_26

4_BC.png 

Fig.2 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/79/First_Punic_War_26

4_BC.png 

7/23/2019 Guerras_Punicas

http://slidepdf.com/reader/full/guerraspunicas 38/38

Fig.3 https://reader008.{domain}/reader008/html5/0414/5ad2000fbf905/5ad20020bb940.jp 

Fig.4 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cb/CapeEcnomus.png  

Fig.5 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bc/1st_Punic_War_Citi

es.png 

Fig.6 Retirada do Documentário “Guerras Púnicas” 

Fig.7http://explorethemed.com/Punic2Pt.asp?c=1 

Fig.8 http://www.emersonkent.com/map_archive/battle_of_the_trebia.htm 

Fig.9http://4.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/S3Qgyllb8sI/AAAAAAAAD8U/Dl6GYLvnSi8/s1600-h/20060317231840!Battle_of_lake_trasimene.gif  

Fig.10 http://patricioseplebeus.blogspot.com/ 

Fig.11 http://tribovstribo.blogspot.com/2008_12_01_archive.html 

Fig.12 http://almaviva.blogspot.com/2010/06/queda-de-cartago.html 

Fig.13 www.google.pt/imagensbatalhazama 

Fig.14 www.google.pt/imagensbatalhazama Fig.15 www.google.pt/imagensbatalhazama 

Fig.16 Retirada do Documentário “Guerras Púnicas” 

Fig.17 Retirada do Documentário “Guerras Púnicas” 

Fig.18 http://www.guerras.brasilescola.com/roma-antiga/terceira-guerra-

 punica.htm 

Fig.19 

http://www.elforo.de/literaturaunive/viewtopic.php?t=2090&sid=1e0a6d33

5d61436f6e26e38658cd7a2c 

Fig.20 Retirada do Documentário “Guerras Púnicas” 

 

Documentário das Guerras Púnicas “Espanhol”:

http://www.youtube.com/watch?v=oGYc6DS380Y