guia de fisiculturista, cálculos e dietas (português- 114 pgs).pdf

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    Nenhum programa de treinamento poder alcanar sucesso se no for

    acompanhado de nutrio adequada e compatvel com a fase do treinamento

    em que o atleta se encontra, especialmente se estiver fazendo uso de

    esterides anablicos.

    Se adicionados todos os aspectos envolvidos no treinamento, a

    nutrio, como pea fundamental, pode chegar a at 60% em importncia,

    segundo muitos especialistas. Desta forma, todas as pessoas envolvidas em

    um programa de treinamento srio devem estar preparadas a dedicar muita

    ateno alimentao. Isto envolve a abdicao de velhos hbitos

    alimentares, tais como comer excessivas quantias de frituras, chocolates,

    bolos e sorvete; envolve tempo e dinheiro, porque um culturista deve se

    alimentar muito freqentemente com alimentos de qualidade e isto custa caro,

    muito mais caro do que a mensalidade da academia que muitos reclamam na

    hora de pagar. Portanto, se voc quiser crescer, esteja preparado para gastar

    bastante com a conta do supermercado.

    Ainda existem muitos atletas que, com o objetivo de aumentar muito de

    massa corporal, passam a comer excessivas quantias de calorias, acabando

    por desenvolver certa massa muscular, porm coberta por muito tecido

    adiposo subcutneo, o que, com roupa, talvez impressione, mas, com calo

    na praia, fica mais parecido com aquele boneco da Michellin que se v em

    caminho. Estas pessoas se esquecem de que um fsico muito mais

    expressivo se for definido, mesmo parecendo menor sob a roupa.

    Ainda existem aqueles que iniciam seus treinamentos j com nveis de

    obesidade. Nos EUA cerca de 40% das pessoas adultas so obesas. A

    obesidade tem estreitas ligaes com o desenvolvimento de doenas

    arteriais, coronrias, hipertenso, diabetes mellitus, doenas pulmonares e

    certos tipos de cncer. O nvel de gordura corporal, bem como a massa

    magra podem ser determinados cientificamente atravs de avaliao fsica

    (que ser citada no guia sobre treinamento).

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    A musculao, ao contrrio do que muitos imaginam, uma atividade

    bastante til para queimar calorias, tendo a caractersticas de continuar a

    gastar altas taxas de calorias mesmo aps ter cessado o treinamento, pois a

    volta calma gradual e lenta devido grande necessidade de reparao

    tecidual, enquanto atividades aerbias, tais como corrida e natao, queimam

    calorias em maior quantia apenas durante a atividade, tendo uma reduo de

    nvel metablico mais rpido.

    Neste guia, iremos discriminar os diferentes grupos de alimentos, o

    clculo das necessidades calricas, as dietas genricas para ganho de peso e

    definio, e apresentar alguns complementos alimentares mais usados e

    eficientes, utilizados no mundo do culturismo.

    Tudo o que for sugerido neste guia em termos de dieta direcionado a

    pessoas aparentemente saudveis e, mesmo assim, um programa de dieta

    totalmente direcionado s necessidades individuais de uma pessoa s pode

    ser prescrito por um nutricionista ou mdico nutrlogo.

    CALORIAS Uma caloria uma unidade de medida definida como a quantidade de

    calor necessria para elevar em 1 grau centgrado 1 Kg de gua. Todos os

    alimentos, com exceo da gua, dos minerais e das vitaminas, contm

    calorias em diferentes quantidades. A quantidade de calorias determinada

    com a utilizao de um equipamento denominado calormetro, onde a comida

    queimada na presena de oxignio e a quantidade de calor liberada a

    medida precisa em quilocalorias, ou simplesmente calorias. A tabela abaixo

    relaciona a quantidade de calorias presentes nas diferentes categorias de

    alimentos.

    alimento quantidade calrica

    carboidrato 4.1

    protena 4.3

    gordura 9.3

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    Existe um equilbrio energtico quando a ingesto de calorias igual

    ao gasto. Equilbrio energtico positivo ocorre quando a ingesto maior que

    o gasto. Para cada 3.500 calorias (Kcal) em excesso, cerca de 1 quilo (Kg) de

    gordura ser armazenado em forma de gordura no corpo. Equilbrio

    energtico negativo justamente o oposto, ou seja, uma deficincia calrica

    de 3500 Kcal provocar uma perda aproximada de 1 Kg.

    A necessidade diria calrica de uma pessoa normal varia de 1500

    2500 Kcal dirias para homem e 1200 1500 Kcal para mulher. Porm, um

    culturista ter uma necessidade calrica muito maior, 3500 4000 Kcal

    dirias. Este nmero poder subir para 5000 7000 calorias dirias, se o

    atleta estiver fazendo uso de esterides anablicos.

    A necessidade calrica diria varia de acordo com o sexo, idade,

    tamanho corporal e regulada por hormnios.

    Existe o valor metablico basal (VMB) que a menor quantidade de

    energia em quilocalorias que uma pessoa necessita para manter as funes

    metablicas mnimas para a manuteno da vida e deve ser medida em

    condies ideais; a pessoa deve estar em repouso absoluto, em dieta e em

    condies ambientais ideais. Como este controle difcil passou-se a utilizar

    o valor metablico de repouso (VMR) que definido como a quantidade de

    energia necessria para manter o funcionamento fisiolgico do organismo em

    estado de relaxamento, acordado e em posio ortosttica (em p).

    Existem frmulas complicadas para calcular o VMR, mas atravs de um

    clculo simples pode-se ter uma boa idia das necessidades dirias bsicas.

    Multiplica-se o peso corporal em quilogramas por 24.2 em se tratando de

    homem e por 22 em se tratando de mulher.

    Homens: 24.2 X Peso Corporal

    Mulheres: 22.0 X Peso Corporal

    Exemplo:

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    Considerando-se uma pessoa do sexo masculino, cujo peso de 78 Kg,

    qual ser o seu valor metablico dirio aproximado?

    78 X 24.2 = 1887,6 kcal ou cerca de 1888 para arredondar.

    Muitos profissionais ainda tm como mito a influncia da composio

    corporal assumindo que pessoas com grande massa muscular teriam uma

    necessidade calrica significativamente maior em comparao com uma

    pessoa do mesmo sexo e peso, porm com mais tecido adiposo,

    considerando que o msculo queima mais calorias do que a gordura. Na

    realidade, temos que lembrar que, na discriminao da composio corporal,

    a massa magra inclui rgos como o corao, o fgado, o crebro e os

    intestinos e no apenas os msculos; e uma pessoa musculosa, como um

    culturista, tem o peso elevado por aumento de massa muscular, muito mais

    do que por aumento de peso e volume dos rgos internos. Ocorre que os

    rgos so cerca de 20 vezes mais ativos do que os msculos no processo

    dirio de queima de calorias, de forma que a composio corporal

    insignificante em se tratando do clculo do VMR.

    A partir do VMR, ento, adicionaremos a quantidade de calorias

    necessrias para que haja uma resposta positiva para o aumento de massa

    muscular ou definio.

    DIETA BEM BALANCEADA

    Uma dieta bem balanceada deve conter quantidades adequadas de

    protena, gordura, carboidratos, vitaminas, minerais e gua. Alguns culturistas

    se concentram no consumo de um grupo alimentar e se esquecem dos outros;

    como conseqncia no conseguem muitos ganhos ou ficam gordos. o

    caso daqueles que consomem excessivas quantias de carboidratos com o

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    intuito de ganhar peso, e ganham, mas em gordura. Carboidratos so

    importantes, mas tem-se de saber quanto. Com uma dieta equilibrada

    possvel crescer com qualidade e no balofo. O balofo depois tem de recorrer

    a dietas violentas de perda de peso em caso de competio ou simplesmente

    por querer ir praia sem passar vergonha. Perder, ento, gordura mas

    tambm boa parte da massa muscular conquistada com tanto sacrifcio.

    PROTENA

    A ingesto de protenas uma das maiores preocupaes de um

    culturista, j que este nutriente o responsvel pela construo dos

    msculos, alm de fazer parte da construo de diversos outros tecidos, tais

    como pele, unha, ligamentos, clulas nervosas, hormnios etc. As protenas

    so formadas por pequenos blocos nitrogenados denominados aminocidos.

    Cada aminocido uma unidade fundamental nos processos

    anablicos. Existem diferentes tipos de aminocido, 22 ao todo. Destes, 14

    podem ser sintetizados pelo corpo humano atravs dos alimentos, mas 8 no

    podem. Estes 8 aminocidos so denominados aminocidos essenciais.

    A presena de todos os aminocidos essenciais em quantias

    adequadas em um alimento ir formar uma protena completa e s ela

    garantir a manuteno da sade e crescimento. Protenas completas so

    encontradas na carne, ovos, leite, peixe, enfim, protenas de origem animal.

    Quando falta um ou mais aminocido essencial em um alimento ou

    este/estes no so em quantia suficiente, a protena denominada protena

    incompleta. Nesta categoria encontram-se as protenas vegetais, as quais

    ingeridas separadamente no podem garantir a manuteno da sade ou

    crescimento. No caso das protenas vegetais, h a necessidade de fazer uma

    combinao de diferentes vegetais para obter toda a gama de aminocidos

    essenciais, como o caso da combinao de cereais e leguminosas (arroz e

    feijo) ou de cereais e oleoginosas (aveia e nozes). No necessrio que

    esta combinao seja feita em uma s refeio, pois as protenas vegetais

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    ingeridas com at 24 horas de intervalo se combinam no organismo para

    formar a cadeia de aminocidos essenciais. Mesmo assim, muitos

    vegetarianos passam a ingerir ovos, leite e carnes brancas para garantir a

    sade; mas, se voc no for vegetariano, no precisar se preocupar com

    isso.

    A ingesto de protenas deve ser equilibrada. Quando algum ingere

    protenas em quantias adequadas promove um balano nitrogenado positivo,

    o que importante para que os tecidos anteriormente mencionados sejam

    formados. Se a ingesto for menor que o gasto, promove-se um balano

    nitrogenado negativo, no havendo ento crescimento muscular, mas

    deteriorao da massa muscular existente, pois esta ter de fornecer

    nutrientes para o funcionamento orgnico.

    Como ento manter um equilbrio nitrogenado positivo e garantir o crescimento?

    Para isso necessrio ingerir diariamente quantidades adequadas de

    protenas. A recomendao diria pelo RDA (E. C. Recommended Daily

    Allowance) para uma pessoa normal de 0.8 gramas de protena por quilo de

    peso ao dia (0.8 g/Kg dia). Uma pessoa, seguindo um programa de

    treinamento intenso, poder ter suas necessidades proticas aumentadas em

    1.5 2.0 g/Kg dia. Porm, em se tratando de um culturista que treine

    intensamente e faa uso de farmacolgicos, esta necessidade subir para 3.0

    4.0 g/Kg dia. Um culturista nestas condies, com 100 Kg de peso corporal,

    dever consumir diariamente cerca de 300 400 gramas de protena de alto

    valor biolgico dividido em diversas refeies, o que equivale a 1200 1600

    Kcal s em protena, j que 1 grama de protena equivale a cerca de 4

    calorias.

    Mas individualmente com regular esta quantidade? Atravs de teste de

    laboratrio (anlise da urina), possvel determinar o estado nitrogenado,

    mas no h quem faa isso todos os dias, mesmo que tenha uma laboratrio

    em mos. Nesse caso o melhor garantir as necessidades mnimas (1.5

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    2.0 g/Kg dia) para uma pessoa em treinamento e em torno de 3.0 g/Kg dia

    para quem estiver fazendo uso de esterides e outros farmacolgicos. Deve-

    se adicionar mais protenas dirias tambm para quem esteja em perodo de

    muito lenta recuperao ou perdendo fora e peso ou com deficincia de

    energia.

    Note o carter interativo do treinamento. Talvez os sintomas acima

    mencionados sejam relacionados com outros fatores, tais como a deficincia

    de carboidratos ou o treinamento inadequado, mas ainda assim pode ser um

    indicador vlido para deficincia de protena.

    Grande ingesto de protena s se justifica caso a pessoa esteja

    engajada em um programa de treinamento srio, pois ser aproveitado o

    necessrio e o excesso ser convertido em gordura e glicose, j que protena

    no pode ser armazenada pelo corpo. Muita protena tambm pode causar

    desidratao e ser uma sobrecarga para os rins pela excessiva produo de

    uria. Para eliminar este problema necessria a ingesto de mais fluidos

    (gua). Isso no significa beber 1 ou 2 copos de gua a mais, e sim de 6 a 8

    copos extra durante o dia, o que dar em torno de 1.5 2.0 litros de gua

    extra.

    CARBOIDRATOS

    Existem basicamente 2 tipos de carboidratos: carboidratos no-fibrosos

    e carboidratos fibrosos.

    Os carboidratos no-fibrosos dividem-se em carboidratos simples e

    carboidratos complexos. Estes so facilmente absorvidos pelo intestino e

    utilizado como principal fonte de energia pelo organismo. Os carboidratos

    simples como o acar de mesa, gelias, frutose etc, possuem uma pequena

    cadeia qumica, de forma que so absorvidos rapidamente pelo intestino. Os

    carboidratos complexos, tais como batata, arroz, po, macarro etc, possuem

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    uma grande cadeia qumica e requerem mais tempo para serem absorvidos

    pelo intestino. Ambos os carboidratos sero transformados em glicose no

    intestino para que assim possam ser absorvidos pela corrente sangnea.

    J os carboidratos fibrosos, tambm conhecidos como celulose, so

    dificilmente absorvidos pelo intestino, de forma que no so utilizados como

    fonte de energia, mas como suplemento de vitaminas e minerais e ajudam a

    manter o trato intestinal saudvel atravs de uma espcie de varredura

    promovida pelas fibras da celulose. Dietas altas em fibra (celulose) parecem

    evitar doenas como cncer de clon e hemorridas. Arroz integral, cereais,

    como aveia, trigo e cevada so exemplos de alimentos com alto teor de fibra.

    Todo culturista deve consumir carboidratos no fibrosos durante o dia

    para garantir energia para o seu treinamento e recuperao e carboidratos

    fibrosos para garantir a sade.

    Os carboidratos transformados em glicose no intestino ligam-se

    molcula de oxignio transformando-se em glicognio. Este armazenado na

    corrente sangnea, nos msculos e nos rgos internos (principalmente no

    fgado). To logo as 3 primeiras reas de depsito estejam completas, a

    quantidade excessiva de carboidratos passa a ser armazenada em forma de

    gordura subcutnea; portanto, necessrio saber quanto e que tipo de

    carboidrato devemos consumir; caso contrrio toda a sua massa muscular

    ficar encoberta por um cobertor de gordura, de forma que ningum nem voc

    a ir ver. Isso ocorrer com muita facilidade, porque armazenar gordura o

    que melhor o corpo humano sabe fazer.

    Basicamente um culturista, em dia de treino, deve consumir cerca de 6

    8 gramas de carboidrato por quilo de peso ao dia dividido em diferentes

    refeies (existem dietas mais recentes que so baseadas em baixo consumo

    de carboidratos, as quais analisaremos mais adiante). Um culturista de 100

    Kg, obedecendo a esta dieta bsica, consumir cerca de 600 800 gramas

    de carboidratos ao dia, o que dar cerca de 2400 3200 calorias ao dia, j

    que um grama de carboidrato vale cerca de 4 calorias.

    Nesta altura do campeonato muitos de vocs devem estar pensando

    que o melhor encher-se de acares simples, ingerindo doces, refrigerantes

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    e picols para garantir rapidamente as calorias necessrias e pronto. Nada

    disso! Ocorre que existe um hormnio em nosso corpo denominado insulina.

    A misso desta retirar nutrientes do sangue e coloc-los disposio

    de vrios tecidos no corpo. A insulina exerce importante ao metablica

    sobre o metabolismo de protenas no msculo, promove aes nos tecidos

    adiposos e efeitos sobre os substratos energticos circulantes (glicose). No

    efeito sobre a glicose que iremos nos deter agora.

    Os carboidratos, quando ingeridos, so transformados em glucose no

    pequeno intestino e, ento, absorvidos pela corrente sangnea, fazem uma

    ligao com uma molcula de oxignio e se transformam em glicognio (s

    para relembrar). Quando a glicose entra na corrente sangnea, o pncreas

    secreta a insulina e esta ir transportar a glicose do sangue para os diversos

    tecidos. A quantidade de insulina secretada relativa quantidade de glicose

    ingerida, ou seja, quanto mais glicose, mais insulina. importante observar

    que a insulina tem a sua liberao suprimida durante a realizao de

    exerccios fsicos mesmo que durante o exerccio se consuma glicose.

    A liberao de insulina na corrente sangnea tambm relativa ao tipo

    de carboidrato que se consome. Esta resposta plotada em um grfico

    denominado de ndice glicmico. Carboidratos complexos, tais como aveia,

    arroz integral e macarro, tm baixo ndice glicmico, enquanto carboidratos

    simples, tais como o acar de mesa e a maltose, tm alto ndice glicmico.

    O ndice glicmico varia de 100 a 1. glicose pura atribudo o valor

    100, enquanto gordura atribudo o valor 1, todos os outros alimentos ficam

    entre esses valores (ver tabela de ndice glicmico no final desse guia).

    Outra ao importante da insulina sobre o mecanismo da sntese

    protica. A insulina tem um efeito anti-catablico e anablico, porque

    aumenta o transporte de aminocido, principalmente os aminocidos de

    cadeia ramificada (BCAA), para dentro do msculo, prevenindo a quebra de

    protenas intramusculares. A sntese de glicognio intramuscular tambm

    depende da insulina para carregar a glicose para dentro do msculo a fim de

    promover recuperao tecidual aps exerccio. Estes efeitos da insulina criam

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    um perfeito ambiente metablico para crescimento e reparao tecidual,

    enquanto o corpo se recupera de intenso treinamento.

    Como vimos, a insulina pode trabalhar em nosso favor promovendo

    significantes efeitos anti-catablicos e anablicos. Ocorre que a insulina

    tambm pode ter efeitos devastadores sobre o seu treinamento e aparncia.

    Quando h um rpido aumento dos nveis de glicose na corrente

    sangnea pela ingesto de alimentos de alto ndice glicmico, como o caso

    dos acares, o pncreas libera grandes quantidades de insulina na corrente

    sangnea para retirar o excesso. Em decorrncia desta ao, 3 problemas

    cruciais podem ocorrer:

    Primeiro, rpido aumento dos nveis de insulina durante o dia afeta os centros

    de controle do apetite no crebro atravs de respostas hormonais. Em

    decorrncia, a pessoa sentir mais fome e muitas atacam a geladeira

    imediatamente e comem o que vier frente. Isso pode se tornar um crculo

    vicioso e o primeiro passo para a obesidade.

    Segundo, a ingesto de alimentos de alto ndice glicmico faz com que

    a insulina liberada por estes retire a maior parte da glicose do sangue,

    sobrando pouco para a produo de energia para o seu treinamento,

    causando um fenmeno conhecido como hipoglicemia, ou seja, queda de

    glicose na corrente sangnea. O prximo passo de um organismo em estado

    hipoglicmico reagir imediatamente nos centros nervosos que provocam a

    fome e sinalizar para que este se alimente e repare o dbito energtico.

    Provoca tambm o sono para que se conserve o pouco de glicognio

    restante. muito comum ver atletas bocejando durante o treino;

    provavelmente, esto experimentando sintomas de hipoglicemia por no

    terem se alimentado convenientemente antes do treino.

    Terceiro, a insulina pode estimular o armazenamento de gordura e a

    produo de lipoprotena lipase (LPL), enzima que trabalha no

    armazenamento de gordura. Quando aumentam os depsitos de gordura,

    insulina e LPL so liberadas mais facilmente e em maior quantidade. Desta

    forma, quanto mais gorda uma pessoa se torna, mais insulina e mais LPL so

    liberadas e mais apto se torna o corpo em armazenar gordura.

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    Por outro lado, a ausncia de nveis adequados de glicose no sangue

    promove a liberao de um outro hormnio denominado glucagon. Insulina e

    glucagon so denominados de hormnios contra-regulatrios, que se opem

    um ao outro. Eles se alternam em fases anablicas/catablicas para manter

    os nveis de glicose plasmtica normais. Desta forma, hipoglicemia e

    hiperglicemia (baixa ou alta concentrao de glicose no sangue) pode ser

    evitado. Quando a concentrao de insulina cai, a de glucagon se eleva, ou

    seja, quando os nveis de glicose no sangue ficam muito baixo, o glucagon se

    eleva. Este um hormnio catablico que ir quebrar tecido para fornecer a

    energia que o corpo necessita para se manter. O glucagon ir promover a

    degradao do glicognio restante e das gorduras e como a construo de

    msculos secundria para o corpo, tornar-se- muito difcil o aumento de

    massa.

    Pessoas que ingerem muitos alimentos de alto IG (doces) podem

    desenvolver resistncia insulina, pois acabam por degradar os receptores

    de insulina. Em pessoas neste estado os nveis de glucagon permanecem

    elevados, o que pode ocasionar doenas como arteriosclerose e diabetes.

    Apesar de a resistncia insulina ser relacionada com o

    envelhecimento, pesquisas demonstram que a degradao dos receptores de

    insulina talvez ocorra em pessoas que venham se alimentando com alimentos

    de alto IG por muito tempo.

    Voc deve estar se perguntando: Afinal, como utilizar a insulina a meu favor? Pergunta totalmente justa. Responderemos atravs de algumas regras

    de controle da liberao da insulina bastante simples, regras que tambm

    respondero quando e qual o tipo de carboidratos que devemos consumir,

    lembrando que j tivemos uma idia de quanto devemos consumir

    anteriormente.

    A. Escolha corretamente os alimentos, consuma alimentos de baixo

    ndice glicmico durante o dia para a manuteno de energia constante na

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    13

    corrente sangnea, evitando, evitando assim a oscilao dos nveis de

    insulina, o que pode causar rompantes de fome, armazenamento de gordura

    e hipoglicemia. O quadro hipoglicmico pode ser agravado, se aps o

    consumo de acares houver a realizao de treinamento. Recomendamos o

    consumo de uma refeio a cada 2.5 3.0 horas, contendo alimentos de

    baixo ndice glicmico, tais como batata, arroz, macarro etc.

    B. J que o exerccio tem efeito tampo sobre a insulina, voc tem a

    possibilidade de, durante o treino, fazer uso de bebidas de alto ndice

    glicmico (Gatorade, Marathon etc) para a produo de energia. Estas

    bebidas, normalmente, alm da glicose, vm enriquecidas com minerais e

    algumas vitaminas, mas se o seu oramento estiver em baixa, um copo de

    gua e duas colheres de sobremesa de dextrose (encontrada em qualquer

    farmcia) ser o suficiente para ajud-lo em dia de treinamento vigoroso.

    C. Pesquisas demonstram que at 90 minutos aps o trmino dos

    exerccios o corpo tem uma extraordinria capacidade de absorver nutrientes.

    Nessa fase, elevar os nveis de insulina bastante conveniente para que se

    possa aproveitar todo o seu efeito anablico e anti-catablico. Logo aps o

    treino conveniente que se continue a consumir lquidos energticos, como

    os anteriormente citados juntamente com o consumo de aminocido e se

    realize, dentro do prazo de 90 minutos, uma refeio altamente protica, de

    pouca ou nenhuma gordura e rica em carboidrato. Esta frmula infalvel

    para uma exploso de insulina e aproveitamento de todo o seu potencial para

    o direcionamento de aminocido diretamente para dentro da clula muscular.

    Note que nesta fase a gordura, tal como a protena, tambm tem a sua

    utilizao otimizada pela insulina e LPL. Portanto, mantenha-se distante das

    gorduras, principalmente nesta fase.

    GORDURAS

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    14

    Muitos culturistas e pessoas que desejam aprimorar a forma fsica

    tendem a evitar todo o tipo de gordura e leos com receio de ficarem

    parecidos com o boneco da Michellin. (Se ainda no o viu ainda ver).

    Gorduras vm sofrendo uma grande discriminao h muito tempo,

    porm existem boas gorduras e ms gorduras. A diferena entre as duas

    espcies substancial e de grande importncia para a sade e para o

    msculo; por isso, iremos nos deter algum tempo neste item e esclarecer a

    importncia de certas gorduras para ns, culturistas.

    As gorduras, tambm conhecidas como lipdio, so substncias

    qumicas constitudas por glicerol e cidos graxos sendo encontradas nos

    alimentos de origem animal e vegetal. Os cidos graxos so os constituintes

    principais das gorduras, sendo classificados de 3 formas diferentes: de acordo

    com o comprimento de sua ligao carbnica, o grau de saturao e a

    localizao da primeira ligao saturada.

    Analisando primeiro o comprimento da cadeia carbnica, os cidos

    graxos podem ser classificados como curtos, mdios e longos.

    cidos graxos de cadeia curta (menos do que seis carbonos de comprimento) so encontrados diariamente em alimentos como manteiga e

    leite integral.

    cidos graxos de cadeia mdia ou MCTs (de 6 12 carbonos de comprimento) tm a caracterstica de serem utilizados como energia mais do

    que armazenados como gordura; por isso so adicionados a alguns

    complementos alimentares para culturistas. derivado principalmente do

    leo de coco.

    cidos graxos de cadeia longa (14 ou mais carbonos de comprimento) so a vasta maioria das gorduras que ingerimos. Nesta

    categoria encontramos a segunda forma de classificar os cidos graxos: grau

    de saturao o que classifica os cidos graxos como saturados,

    monossaturados e polissaturados.

    cidos graxos saturados uma longa cadeia. Em cada ponto desta

    cadeia em que se pode atar um tomo de hidrognio j existe um atado, ou

    seja, no h mais espao para tomos de hidrognio, motivo pelo qual

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    15

    denominado saturado. As gorduras saturadas tm a caracterstica negativa

    de elevar o nvel de colesterol plstico.

    Muito embora recentes pesquisas tm demonstrado que nem todas as

    gorduras saturadas tem esse efeito negativo, ainda se enfatiza a reduo do

    consumo de gorduras saturadas para um mximo de 10% da quantidade

    diria de gordura. Gordura animal, leo de coco e gorduras hidrogenadas e

    parcialmente hidrogenadas (como as margarinas) so exemplos de gordura

    saturada.

    cido graxo monossaturado, temos quando existe mais um espao

    onde se pode atar um par de hidrognio. Estas gorduras so encontradas um

    leo de oliva, leo de amendoim e no abacate. Esta classe de gordura no

    afeta os nveis de colesterol plasmtico, mas tambm no o reduz, se ingerida

    em grande quantidade.

    cido graxo polissaturado h quando existe mais de um espao vago

    onde se podem atar pares de hidrognio. Esta categoria de gordura

    encontrada em leos vegetais, sendo conhecida pela capacidade benfica de

    reduzir os nveis de colesterol plstico.

    A ltima forma de classificar as gorduras a que se faz de acordo com

    a localizao da primeira ligao insaturada, o que determinado pela

    contagem, de trs para frente, do ltimo carbono (mega) do cido graxo. O

    termo mega utilizado porque esta a ltima letra do alfabeto grego. Um

    cido graxo mega-6, por exemplo, significa que a primeira ligao insaturada

    se encontra no sexto carbono, contando-se de trs para frente. Nesta

    categoria encontram-se as gorduras essenciais ou EFAs (essencial fatty

    acids) do ingls. Tal a importncia desta gordura para a sade e para a

    comunidade de culturistas que iremos dedicar um momento especial a ela.

    GORDURAS ESSENCIAIS

  • 16

    16

    As gorduras essenciais so gorduras de cadeia longa e polissaturadas.

    Tal como os outros nutrientes essenciais (vitaminas, minerais, aminocidos

    essenciais etc), as gorduras essenciais ou EFAs devem ser supridas pela

    dieta, porque o corpo humano no as pode fabricar. So fontes de gorduras

    essenciais as oleoginosas, tais como castanhas e nozes, sementes, leos de

    peixe e leos vegetais no processados. Existem dois tipos de EFAs: cido

    linoleico (LA), que um cido graxo mega 6 e cido alpha-linoleico (LNA),

    que um cido graxo mega 3. Atravs destes 2 cidos graxos, o corpo

    humano pode fazer (atravs da ao de diferentes enzimas) diferentes outros

    tipos de cidos graxos os quais so utilizados para inmeras funes

    fisiolgicas que mantm ou melhoram a sade e a performance. Dentre elas:

    Os EFAs (preferencialmente LNA e 2 outros cidos graxos mega 3

    denominados DHA e EPA, cido decosaexaenico e o cido

    eicosapentaenico (respectivamente) tm a capacidade de aumentar a

    oxidao de gorduras. Gordura queimando gordura!

    Aumento de VMB

    Baixa na taxa de colesterol plstico

    Aumento da sensibilidade insulina

    Produo de energia

    Transporte de oxignio

    Produo de hemoglobina

    Produo de prostaglndis

    Vamos nos deter um pouco em prostaglndis. Esta uma substncia

    com ao similar dos hormnios, muito embora no seja um hormnio

    hormone-like substance de vida curta e ao imediata. Existem boa e m

    prostaglndis. A prostaglndis criada a partir de EFAs e est diretamente

    relacionada com o controle da presso arterial, com as respostas

    inflamatrias e respostas imunolgicas, com a sensibilidade insulina e com

    muitas outras funes conhecidas e ainda no conhecidas. Por isso, fcil

    calcular que um problema com a produo ou equilbrio de prostaglndis pode

    causar uma srie de problemas.

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    17

    Instintivamente, j h muitos anos, a carne vermelha conhecida no mundo

    do culturismo como sendo tima para o aumento da massa muscular.

    Provavelmente, alm de outras propriedades, a carne vermelha rica

    em um derivado de gordura essencial (cido linoleico conjugado) o qual

    bloqueia a ao da m prostaglndis (PGE-2) que tem um grande potencial

    catablico.

    comum o uso combinado efedrina/aspirina/cafena (ver adiante neste

    guia) para efeitos termognicos (queima de gordura). Neste caso a aspirina

    utilizada, pois ela bloqueia a prostaglndis que, alm de causar resposta

    proprioceptiva dor diminui a ao termognica.

    Muitos culturistas ainda fazem uso de outro derivado de gordura essencial

    (gama-cido linoleico ou GLA) encontrado no evening primrose oil (azeite

    noturno de primavera) que um precursor de boa prostaglndis (PGE-1),

    que tem propriedades anti-inflamatrias e repe gorduras essenciais

    depletadas do fgado pelo uso de esterides anablicos, especialmente pelos

    17-alpha alquelados.

    Como regra geral para controlar o seu consumo de gordura, um tero

    das gorduras ingeridas diariamente deve provir de gorduras essenciais, os

    outros dois teros podem derivar de carnes vermelhas, frango, ovo, queijo,

    pequenas quantias de manteiga e eventualmente at de hambrguer.

    Gorduras a serem evitadas so leos vegetais processados, margarinas e

    qualquer tipo de alimento frito.

    No gostaria de me estender muito neste item mas creio que devemos

    esclarecer o problema dos leos processados antes de irmos adiante.

    Ocorre que o leo no processado estraga facilmente pelo contato com

    o ar, a luz e a temperatura, de forma que as indstrias processam o leo com

    o objetivo de estender-lhe a vida. Acontece que durante esse processo,

    produtos txicos so formados como transcidos graxos, cidos graxos de

    ligamento cruzado, polmeros e fragmentos moleculares. Os transcidos

    graxos so relacionados com o desenvolvimento de doenas cardacas,

    cncer, aumento da taxa de colesterol, diminuio da produo de

    testosterona em animais e uma srie de outras doenas degenerativas.

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    Recentemente, a margarina foi condenada como sendo pior para a

    sade do que a manteiga. Ocorre que a indstria tem de processar

    pesadamente o leo vegetal para transform-lo de lquido para slido. Em

    geral todos os leos de supermercado foram parcialmente ou muito

    hidrogenados. A nica exceo o azeite de oliva virgem extra. por isso

    que os italianos l do Bairro do Bexiga passam azeite de oliva virgem extra no

    po ao invs de margarina, resolvendo dessa forma o problema.

    TIPOS DE DIETA

    Basicamente o culturista competitivo realiza um tipo de dieta para

    ganho de volume e outro tipo de dieta para definio seguido de alguns

    truques para melhorar sua forma, chegando a timo apronto na hora da

    competio, rachando de definio. A estas dietas e suas variveis iremos

    nos dedicar agora.

    O primeiro ponto que devemos considerar que o metabolismo

    diferente de indivduo para indivduo, ou seja, uma dieta que funciona para um

    poder tornar o outro balofo, de forma que somente atravs do experimento

    podemos determinar aquela que a melhor dieta. Isso depende muito dos

    hbitos alimentares do passado, do tipo fsico (somatotipo), da carga

    gentica, da idade etc.

    DIETAS ALTAS EM CARBOIDRATOS

    Este um tipo de dieta bastante preconizado na dcada de 80 com

    base na alta ingesto de carboidratos, mdio-alto consumo de protenas e

    baixo consumo de gorduras. A teoria por detrs desta dieta simples. A

    importncia da protena bvia; os carboidratos se transformam em

    glicognio e enchem o msculo, tornando-o maior e mais forte, enquanto que

    a gordura deve ser evitada ou reduzida ao mnimo, ingerindo s aquela j

    contida nos alimentos.

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    Por tentativa e erro chegou-se a um denominador comum quanto

    distribuio percentual diria dos grupos alimentares: 60% de calorias de

    carboidratos, 30% de protena, 10% de gordura.

    Completando esta teoria, consideremos a informao a seguir: de 6-8 gramas

    de carboidratos, de 3-4 gramas de protena e de 0.4-0.6 gramas de gordura

    por quilo de peso ao dia repetidamente.

    Nessas condies, podemos calcular aproximadamente as

    necessidades calricas, considerando que carboidratos e protenas tm

    aproximadamente 4 calorias por grama, e gordura aproximadamente 9

    calorias por grama:

    Tomemos como exemplo um culturista de 100 Kg consumindo o limite

    superior dos grupos alimentares anteriormente citados:

    800 gr de carboidratos = 3200 calorias 400 gr d protenas = 1600 calorias 60 gr de gorduras = 540 calorias Total em calorias = 5330 calorias (obviamente divididas em 5-6 refeies dirias)

    Baseando-se nesta dieta, principalmente na dcada passada,

    culturistas consumiram grandes quantidades de arroz, macarro, batatas,

    Gainers 3000 e 3 milhes. Muitos se tornaram mais musculosos e definidos,

    havendo aqueles que aumentavam ainda mais a ingesto de carboidratos e

    reduziam a quase zero a quantia de gordura e ainda assim obtinham

    resultado. O que sucede, no entanto, que para a maioria de ns mortais

    esta frmula tem apenas adicionado mais tecido adiposo e a conseqncia

    uma correria antes da competio para definir para o apronto ou para no

    passar vergonha em temporada de praia e com isso, alm da gordura, vai-se

    boa parte da massa muscular conquistada a duras penas.

    Acontece que para a maioria de ns, menos favorecidos

    metabolicamente, o consumo constante e elevado de carboidratos torna o

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    20

    metabolismo lento para a utilizao de gorduras, pois sempre existe

    glicognio proveniente dos carboidratos disposio na corrente sangnea.

    Com o tempo, o organismo perde a capacidade de utilizar gordura como

    fonte de energia.

    De qualquer forma, esta ainda a dieta mais comum entre culturistas e

    tem a vantagem de ser simples, alm de ser fcil de se iniciar e a mais barata

    e saborosa, porque carboidratos so mais atrativos ao paladar, porm esta

    pode no ser a melhor dieta para voc, a no ser que voc seja um destes

    privilegiados metabolicamente. Analise as outras propostas.

    DIETA ISOMTRICADE DAN DUCHAINE

    Dan Duchaine, uma espcie de guru da musculao nos Estados

    Unidos, introduziu esta dieta depois de verificar que muitos atletas da

    musculao, ele inclusive, estavam se tornando gordos com a dieta

    tradicional, alta em calorias.

    Como o nome revela, esta uma dieta baseada na ingesto de partes

    iguais de carboidratos, protenas e gorduras. No precisa ter iguais partes em

    todas as refeies, mas no somatrio de todas. Neste caso, para uma dieta

    com o total de 2400 calorias:

    200 gr de carboidratos = 800 cal 200 gr de protenas = 800 cal 90 gr de gorduras = 800 cal total em calorias 2400 cal dividas em 5-6 refeies

    Esta quantidade total de calorias deve ser ajustada para mais ou para

    menos, dependendo da fase do treinamento e das necessidades calricas de

    cada um. Esta dieta far com que um indivduo de 100Kg que realiza um

    treino adequado, perca peso. Talvez seja adequada tambm para um

    indivduo de 70Kg.

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    21

    Basicamente, se compararmos com a dieta anterior, o percentual de

    carboidratos cai quase que pela metade (33%), a protena continua a mesma

    e a gordura aumenta.

    Neste caso, toma-se como base a quantia de gordura que um culturista

    normalmente consome, gordura essa j contida em carnes (mesmo que

    magras), ovos (mesmo que s a clara), cereais em outros alimentos como

    decorrncia natural, o que atinge a casa dos 10%-15%. Adiciona-se a isso a

    ingesto de EFAs (gorduras essenciais) que, de acordo com estudos

    cientficos, deve ficar na faixa dos 12-15%.

    Os EFAs so includos com o objetivo de ocasionar maior crescimento

    muscular, aumentando a sensibilidade insulina, e outros bons efeitos

    provocados por este tipo de alimento mencionado anteriormente. Dan

    Duchaine tambm esclarece que, nesta dieta, protenas de alta qualidade

    devem ser ingeridas em forma de sucos com outros alimentos, como o caso

    de whey protein (mencionado em complementos alimentares). Mas se voc

    no tem acesso a este tipo de alimento, a sugesto elevar o consumo de

    protenas para 40%, considerando-se que voc ir obt-la de alimentos

    tradicionais como carnes, atum, ovos, frango e at de outras fontes proticas

    como caseinato e albumina de ovo.

    Desta forma, de acordo com Duchaine, voc ir aumentar a sua massa

    muscular e controlar a produo de insulina e ativar o metabolismo de

    gorduras.

    No se esquea de que os carboidratos devem provir de fontes

    complexas, com ndice glicmico inferior a 70 (ver tabela no final deste guia),

    segundo o autor.

    DIETA ANABLICA DE MAURO di PASQUALE

  • 22

    22

    Esta dieta nos bastante simptica se destinada para aqueles que tm

    tendncias a acumular gorduras. Ela um pouco mais complicada, mas j

    presenciamos timos resultados em alguns de nossos clientes e conosco

    mesmo.

    De acordo com di Pasquale a dieta alta em carboidratos tambm no

    o melhor plano de nutrio, apesar de ainda ser o mais popular. A dieta alta

    em gorduras, se acordo com sua opinio, maximiza o ganho de massa

    muscular pela estimulao da produo hormonal e proteo da protena

    muscular, enquanto limita a acumulao de gordura subcutnea. Por isso,

    esta dieta baseada em alta ingesto de gorduras e de protenas e baixa

    ingesto de carboidratos por 5 dias e alta ingesto de carboidratos e mdia

    ingesto de gorduras e protenas por 2 dias. Especificando melhor: 33% de

    calorias de protenas, 66% de calorias de gorduras, e apenas 1% de

    carboidratos durante a semana e 19% de calorias de protenas, 20% de

    gorduras e 61% de carboidratos nos fins de semana.

    A dieta exemplo baseada em 3000 calorias que devem ser ajustadas

    de acordo com as necessidades individuais ou com a fase do treinamento.

    Dia de semana 7.5 gr de carboidratos = 30 cal 247.5 gr de protenas = 990 cal 220 gr de gorduras = 1980 cal total em calorias 3000 cal dividas em 5-6 refeies

    Fim de semana 457.5 gr de carboidratos = 1830 cal 142.5 gr de protenas = 570 cal 67 gr de gordura = 600 cal total em calorias 3000 cal dividas em 5-6 refeies

    A teoria por detrs desta dieta similar da dieta de Duchaine. Na

    dieta anablica, o seu organismo utiliza um meio metablico, onde a gordura

    corporal utilizada como energia. Na dieta alta em carboidratos, voc utiliza

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    a glicose proveniente destes, sendo que a insulina liberada pelo pncreas

    torna toda a glicose no utilizada pelo msculo ou armazenada pelo fgado

    em gordura de reserva e o torna balofo. Este um risco que se corre, caso

    haja um desequilbrio na dieta.

    A insulina liberada pela alta ingesto de carboidratos ativa a produo

    de gordura e diminui a sua queima. O oposto ocorre com a dieta metablica,

    que alta em gordura. Com quantidades limitadas de glicognio no corpo,

    voc obrigado a utilizar a gordura como fonte de energia enquanto

    economiza preciosa protena muscular. Isto o que ocorre durante os dias de

    semana, sendo que nos fins de semana (durante 2 dias), a quantidade de

    carboidratos aumenta generosamente para que se possa saturar a clula j

    depletada e tomada por carboidratos. Truque similar utilizado, de qualquer

    forma, por culturistas, uma semana antes das competies, para garantir o

    mximo de definio e de volume muscular. Maratonistas usam truque

    semelhante para ter uma supercompensao de energia antes das maratonas

    (veja em dietas de definio). A proposta de di Pasquale que isto seja

    usado em bases regulares, porm a dieta se torna menos extrema medida

    que uma composio corporal mais adequada seja alcanada.

    Com relao preocupao quanto ingesto de altas quantidades de

    gorduras saturadas sugeridas nesta dieta, di Pasquale esclarece que a

    substituio de carboidratos por stearic acid (o principal cido graxo

    encontrado em carnes, queijo, manteiga e demais alimentos sugeridos nesta

    dieta) tem pouco efeito quanto ao aumento de lipdios e lipoprotenas no

    plasma. Ainda recomendado o uso liberal de leo de oliva, gorduras de

    peixe e leos de peixe, como parte das gorduras dirias totais, os quais

    podem neutralizar qualquer efeito negativo que outras gorduras podem causar

    para o sistema cardiorrespiratrio. Ainda lembra di Pasquale que qualquer

    potencial efeito adverso que possa ocorrer pela ingesto de gorduras

    saturadas usualmente diminudo pelo fato de que as gorduras dietticas,

    bem como a gordura corporal, so utilizadas como primeira fonte de energia,

    de forma que no sobram gorduras para provocar efeitos malvolos.

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    24

    Porm, como melhor prevenir do que remediar, afinal com sade no

    se brinca, recomendado que antes de iniciar a dieta anablica verifique-se

    o nvel de colesterol plasmtico e isso se faa periodicamente.

    DIETAS E OUTROS TRUQUES PARA OBTER O MXIMO DE DEFINIO

    Manter 3% de gordura enquanto se treina para aumentar a massa

    muscular tarefa impossvel para ns mortais, de forma que sempre existe

    uma fase do treinamento em que o atleta necessita definir, pois sabe-se que

    rotundo s tem chances de ganhar campeonatos de sum. Mesmo se voc

    no um atleta competitivo sempre bom na vspera do vero, preparar-se

    para poder marcar mais um golzinho.

    Partimos do princpio de que nem todos iniciam uma dieta especfica

    para definio em situao idntica e que razovel competir com 3%-5% de

    gordura. Desta forma um atleta com 6% de gordura no ter de realizar

    grandes sacrifcios, ao passo que aquele com 20% de gordura ter de prestar

    ateno especial a sua dieta de definio, comeando-a com mais

    antecedncia.

    Para evitar maiores erros conveniente lanar mo da calculadora e

    verificar com mais preciso qual a quantidade de calorias que devem ser

    ingeridas diariamente com o objetivo de perder tecido adiposo.

    Como primeiro cuidado conveniente saber que qualquer dieta em que

    o indivduo perca mais do que 1.0Kg-1.5Kg de peso por semana (variao

    dependendo da gordura corporal) colocar em risco a manuteno da massa

    muscular a qual provavelmente tambm ser utilizada para o fornecimento de

    energia e perder massa muscular, arduamente conquistada, o que um

    culturista menos deseja. Para completar, rpida perda ponderal pode

    acarretar problemas de sade, aumentar o seu apetite e causar estresse

    emocional.

    Vamos pegar o papel e a caneta e calcular a ingesto calrica pr-

    competio do exemplo a seguir:

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    25

    Qual deve ser a ingesto calrica de um culturista pesando 100 Kg e com 15% de gordura corporal, tendo como objetivo competir com 3% de gordura?

    Sigamos os passos de A a G:

    Dados que possumos:

    Peso corporal = 100 Kg

    % de gordura corporal = 15 %

    % de gordura para competir = 3%

    Dados que precisaremos calcular:

    VMR (valor metablico de repouso)

    Peso corporal em gordura atual e o desejado

    Peso da massa magra (MM)

    Peso a ser perdido em gordura

    Durao da dieta

    Quantidade calrica diria a ser ingerida

    Atravs do simples clculo mencionado no item 1, obtemos o valor metablico de

    repouso VMR.

    VMR = Peso x 24.2

    100 x 24.2 = 2420 Kcal

    VMR = 2420 Kcal dirias aproximadamente

    Discriminao da composio corporal do indivduo.

    Peso em gordura = Peso x Percentual de gordura / 100

    Massa Magra (MM) = Peso Total Peso em gordura

    Substituindo os dados:

    Peso em Gordura = 100 x 15 = 15 Kg 100

    MM = 100 15 = 85 Kg

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    26

    Ou seja, discriminando o peso corporal do nosso exemplo conclumos

    que do peso total (100 Kg), 85 Kg em massa magra e 15 Kg em gordura.

    Clculo do novo peso corporal com os desejados 3% de gordura:

    % de MM = 100% - 3% = 97% do peso total

    Ento, 97% passam a ser o novo percentual de massa magra para a

    condio desejada. Assim, se o atleta mantiver a sua massa muscular

    estvel, o novo percentual representar um total de 85 Kg a serem mantidos,

    os quais somados a mais 3% de peso em gordura dar o peso total. Ou seja,

    se 97% so 85 Kg, quantos quilos so 3%? (regra de 3 simples)

    85 Kg - 97%

    x Kg - 3%

    x = 85 x 3 = 2.63 Kg de gordura

    97

    Obtemos, assim, a nova composio corporal que deve ser atingida, ou

    seja, 85 Kg de massa magra e 2.63 Kg de gordura que somados do o novo

    peso total.

    85 Kg + 2.63 Kg = 87.63 Kg

    Clculo do peso a ser perdido. Subtraindo o valor desejado do peso

    total inicial encontramos o peso em gordura a ser perdido.

    100Kg 87.63Kg = 12.37 Kg ou 12.5 Kg para

    arredondar

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    27

    Considerando a premissa anterior de que no se deve perder mais do

    que 1.0 Kg a 1.5 Kg de peso corporal por semana e assumindo que um

    indivduo, nestas dimenses corporais, possa perder at 1.5 Kg (que o limite

    superior) sabemos com que antecedncia se deve comear a dieta.

    peso em gordura a ser perdido = semanas em dieta

    1.5 Kg (limite superior)

    12.5 Kg = 8.3 semanas ou na melhor das hipteses 8

    1.5 Kg semanas

    A partir do valor metablico de repouso apontado no exemplo (2430

    Kcal), adicionamos mais o gasto extra dirio em calorias considerando que

    mesmo nesta fase o atleta continue treinando regularmente e realizando

    algumas tarefas aerbias extras. Nestas condies, podemos adicionar mais

    500 800 Kcal dirias, caso o atleta, durante o dia, no realize maiores

    esforos fsicos em lazer, trabalho etc; podemos ainda considerar um gasto

    calrico total dirio de:

    Este gasto calrico dirio pode ser ainda muito maior, principalmente

    para aqueles atletas engajados em competies de nvel profissional.

    Normalmente, estes atletas continuam a treinar a todo vapor at o ltimo dia

    antes da competio e ainda acrescentam atividades aerbias duas vezes por

    dia com a durao de 20 a 40 min cada. S nestas atividades tm-se um

    gasto extra de 700 a 1200 calorias. Se voc estiver engajado em algo

    parecido cuidado com o clculo calrico, pois poder desperdiar massa

    muscular, se no realizar a sua dieta apropriadamente.

    Voltando ao nosso clculo:

    2430 Kcal + 800 Kcal = 3230 Kcal

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    28

    Ento, considerando a informao do item calorias de que cada 3500

    Kcal em excesso representam o armazenamento de 1 Kg de gordura corporal

    podemos concluir que, para se perder a mesma quantidade de gordura,

    preciso que se haja um dficit energtico de 3500 Kcal. Voltando ao exemplo

    anterior e considerando que o nosso atleta pode perder at 1.5 Kg por

    semana realizamos novamente a regra de 3:

    Se para perder 1.0 Kg necessito de um dficit calrico de 3500 Kcal,

    qual o dficit necessrio para perder 1.5 Kg?

    3500 Kcal - 1.0 Kg

    x Kcal - 1.5 Kg

    x Kcal = 3500 x 1.5 = 5250 Kcal

    1.0

    O nosso atleta exemplo deve ter um dficit calrico de 5250 Kcal por

    semana, e j que ele, para manuteno, pode ingerir at 3230 Kcal por dia,

    dividimos 5250 Kcal pelo nmero de dias da semana e subtramos do total

    dirio de manuteno.

    5250 Kcal = 750 Kcal (dficit calrico dirio)

    3220 Kcal 750 Kcal = 2480 Kcal (quantidade diria de calorias a serem

    ingeridas para perda de peso)

    Ou seja, o atleta exemplo deve consumir diariamente 2480 Kcal para

    que progressivamente perca peso sem que coloque em risco a massa

    muscular. Porm, ainda no to simples. Devemos considerar um

    fenmeno biolgico denominado metabolic slowdown, algo como reduo

    metablica.

  • 29

    29

    Ocorre que, quando reduzimos a ingesto de calorias, o corpo humano,

    como uma forma de proteo vida, reduz o seu VMR. Este fenmeno

    fisiolgico relacionado na histria humana quando as pessoas tinham de

    sobreviver por longos perodos de fome, como em invernos prolongados,

    quando o suprimento de alimentos era limitado. Porm, observa-se que

    quando existe uma flutuao no consumo de calorias, o consumo de gorduras

    continua em nveis considerveis. Assim, como uma forma de driblar este

    mecanismo fisiolgico, conveniente que se aumente o consumo de calorias

    eventualmente (uma ou duas vezes por semana). No por acaso que este

    truque usado pela dieta do Doutor Mauro di Pasquale anteriormente citada.

    Para o exemplo anterior, a dieta poderia ficar da seguinte forma:

    Segunda - 2400 cal

    Tera - 2360 cal

    Quarta - 2350 cal

    Quinta - 2350 cal

    Sexta - 2300 cal

    Sbado - 2600 cal

    Domingo - 3000 cal

    total 17360 cal

    Lembrando que estas 17360 calorias o total semanal permitido para o

    nosso atleta exemplo.

    Parece complicado para aqueles menos ligados matemtica, mas o

    que necessrio so apenas as operaes bsicas da matemtica e um

    pouco de pacincia. Para determinar a sua necessidade calrica para este

    tipo de dieta, colete os seus dados (peso, massa magra e peso em gordura),

    estipule o percentual de gordura desejado, substitua os dados e mos obra.

    Apesar da dieta para se perder gordura corporal, o culturista prudente

    mantm-se em dieta o ano todo a fim de no necessitar se sacrificar antes

    dos campeonatos nem de ficar [parecendo um balo em off-season, o que

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    30

    pode, psicologicamente, afetar alguns. De forma que, como tudo na vida,

    esta uma escolha. Voc pode decidir o que mais importante; manter a

    sua composio corporal razovel o ano todo, diria de 8%-12% de gordura

    corporal, e se sentir bem de frente ao espelho ou passar deste limite, tendo o

    prazer de ingerir mais calorias e ter de se sacrificar mais s vsperas de

    campeonatos. De qualquer forma, mantenha em mente que o objetivo

    principal o dia da competio, ou Dia D.

    Alm da dieta, outros truques pr-competio so comuns no crculo

    dos culturistas. Estude-os com ateno a seguir.

    Equilbrio eletroltico O msculo composto de aproximadamente 80% de gua, sendo que a

    maior parte acoplada com o glicognio uma vez que o corpo humano estoca

    cerca de 2.7 gramas de gua para cada grama de glicognio. Este fato

    especialmente importante porque descarta o mito de que a absoluta

    desidratao tornar o seu fsico maravilhoso. O que se deseja aqui

    eliminar gua subcutnea e dren-la para dentro da clula muscular para

    fazer com que esta se parea mais cheia. Esta uma das razes porque

    esterides so to utilizados entre culturistas, pois eles foram o msculo a

    reter gua, nitrognio e compostos proticos dentro da clula.

    Existem alguns meios seguros e efetivos de drenar gua subcutnea

    extra celular para dentro do msculo.

    A) Alterando o equilbrio de sdio e potssio. Explicamos rapidamente: o

    sdio (obtido pelo consumo de sal de cozinha) drena e armazena gua fora

    da clula enquanto o potssio atrai a gua para dentro da clula. Estes 2

    minerais trabalham em equilbrio no corpo humano para que este sistema

    funcione em harmonia.

    Porm, excessivas quantias de sdio, como de acar refinado,

    provocam grande reteno de gua subcutnea, e isto uma coisa que um

    culturista menos deseja s vsperas de um campeonato, pois a massa

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    31

    muscular ficaria encoberta por um cobertor de gua. Veja que o problema

    no s o acmulo de gordura subcutnea.

    Como vimos anteriormente, sdio e potssio trabalham em equilbrio de

    forma que no adianta consumir quantia extra de potssio, pois este faria com

    que mais sdio fosse retido pelo corpo para que o equilbrio fosse mantido.

    Para driblar o sistema homeosttico (que mantm o equilbrio) existem 2

    truques bastante seguros que o mantm longe do uso de qualquer droga e

    baseado no fato de que o corpo humano leva 3 dias para restaurar o equilbrio

    aps mudanas mais drsticas. Primeiro, elimine todo o sal 3 dias antes da

    competio e aumente o consumo de potssio, porm no drasticamente

    porque o excesso ser eliminado. Como regra geral, 6 miligramas de

    potssio para cada quilo de peso corporal distribudos em 6 doses dirias.

    Um atleta de 100 Kg necessitar de 600 miligramas por dia, 6 vezes ao

    dia, tomados aps as 6 refeies e nunca de estmago vazio.

    Segundo, freqente a sauna, certificando-se de que a temperatura

    esteja entre 48-71oC, duas vezes ao dia por 10 minutos cada, durante os 3

    dias que antecedem o campeonato. O objetivo transpirar o sal e outras

    toxinas e estimular a vasodilatao, porm sem causar desidratao. gua

    destilada deve ser consumida durante estes dias ao invs de gua mineral ou

    de torneira, pois estas contm minerais que restaurariam o equilbrio

    homeosttico normal.

    Observe que um dos dois mtodos citados deve ser escolhido, e

    somente um, sauna e dieta de sdio e potssio juntos podem causar severa

    desidratao.

    B) Dieta da supercompensao de carboidratos. Em condies normais o

    corpo humano acumula cerca de um grama de glicognio para cada 35

    gramas de msculo. Entretanto, pelo fantstico sistema de sobrevivncia

    mencionado no item anterior, o corpo tende a supercompensar a clula de

    glicognio quando ocorre ameaa de falta deste nutriente. Quando privado de

    carboidratos, o corpo entra em estado de cetose, o qual determinado pela

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    32

    produo de um tipo maligno de lcool denominado cetona que produzida

    quando, ao invs do glicognio, a gordura utilizada como fonte de energia.

    Para simplificar, cetose no totalmente um mal. Ela um indicativo

    de que gordura est sendo utilizada como fonte de energia, mas manter o

    corpo em estado cetnico por longo perodo de tempo pode ser nocivo para a

    sade, porque pode provocar a utilizao da massa muscular como energia,

    bem como provocar distrbios cerebrais, j que o carboidrato o principal

    combustvel para o bom funcionamento cerebral. Para evitar este problema, o

    melhor manter o corpo entrando e saindo do estado cetnico

    periodicamente, atravs da flutuao do consumo de carboidratos

    (procedimento esse indicado como vimos na dieta preconizada pelo Doutor

    Mauro di Pasquale). Desta forma, asseguramos o mximo consumo de

    gordura e, ao mesmo tempo, garantimos a sade e o mnimo de desperdcio

    da massa muscular.

    Retornando ao truque em si. Quando em estado cetnico, o corpo

    armazena duas vezes mais glicognio, o qual absorve toda gua extracelular

    armazenada subcutaneamente para dentro da clula, tendo como resultado

    maior massa muscular e definio. Isso ocorre quando, aps manter o corpo

    em cetose por alguns dias, voc oferece quantias generosas de carboidratos.

    Para os que optarem pela dieta anablica, o problema estar sanado.

    s fazer ajustes para que o ltimo dia, quando mais carboidratos so

    consumidos, coincida com o dia da competio (Dia D). Para os que se

    definem por outras dietas, o processo deve ser iniciado exatamente uma

    semana antes da competio. Elimina-se todo o carboidrato da dieta por 3

    dias, enquanto se mantm o treinamento normal a todo vapor. No quarto dia,

    consome-se cerca de 100-150 calorias provenientes de carboidratos. A 3 dias

    do campeonato, ingere-se diariamente de 2500-4000 calorias em carboidratos

    divididos em 5-6 refeies dirias.

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    No se esquea de consumir quantidades adequadas de protenas e

    outros alimentos, bem como de evitar fontes de calorias de alto ndice

    glicmico, basicamente acima de 65 (ver tabela ao final desse guia).

    C) Beber gua. Parece contraditrio, mas fisiologicamente quanto mais gua

    voc bebe mais voc elimina. Grandes quantidades de gua estimulam os

    rins a excretar gua e sdio. De fato, a gua o melhor diurtico de todos.

    D) Diurticos base de ervas. Algumas ervas tm a caractersticas de

    estimular levemente os rins a excretar o excesso de gua. Ch-mate, ch de

    multiervas so exemplos.

    E) Cafena. A cafena contida no caf tem um efeito levemente diurtico.

    F) Vitaminas hidro-solveis. Vitaminas tais como a vitamina C e B6 tm um

    efeito levemente diurtico, desde que tomadas em quantias substanciais. A

    dose recomendada de pelo menos 1000 mg de vitamina C e 150 mg de

    vitamina B6.

    Atravs da manipulao do equilbrio entre sdio e potssio, da

    supercompensao de carboidratos e das outras medidas mencionadas

    anteriormente, podemos fazer com que a gua seja naturalmente absorvida

    pelo msculo ou excretada, ocorrendo o aumento da massa muscular e maior

    definio. Mas existem outros meios de obter queima de gordura e definio

    e ficar pronto para o campeonato; por exemplo: o uso de farmacolgicos que

    agora descreveremos.

    FARMACOLGICOS QUE AUXILIAM A PERDER GORDURA E DIMINUEM A RETENO HDRICA

    Toda e qualquer substncia farmacolgica aqui mencionada s deve

    ser usada atravs de prescrio mdica sob o risco de causar srios danos

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    sade ou at a morte. Aqui estaro descritos como alguns farmacolgicos

    so usados no mundo do culturismo, mas que isto NO SIRVA para

    autoprescrio.

    LAXATIVOS

    Laxativos so agentes que provocam defecao. Existem diferentes tipos:

    Irritantes: basicamente estimulam a mucosa intestinal e talvez afetem o pequeno intestino com o clon. Exemplo desta categoria de laxativos so

    figos, ameixa preta e leo castor. O seu consumo no deve provocar vmito

    nem desconforto intestinal. Alguns remdios so baseados nestes

    componentes vegetais.

    Salinos: estes exercem presso osmtica no lmen e no intestino, ou seja, distendem o intestino facilitando a passagem do excremento. So baseados

    em compostos minerais, tais como magnsio, potssio e sdio.

    Emolientes: lubrificam o clon e as fezes, atraindo-lhes gua. Podem vir em forma de cpsulas, soluo, xarope ou pastilha. So baseados em leos

    vegetais como leo de oliva e milho.

    Normalmente seleciona-se um tipo de laxativo antes da competio

    para limpar o sistema digestivo com a esperana de obter um visual mais

    slido e denso. O cuidado seguir as instrues de uso cautelosamente e

    administrar laxativos 2 dias antes da competio. Na noite anterior no

    aconselhvel, pois na hora que voc flexionar seu bceps on stage uma

    surpresa desagradvel pode ocorrer. Voc ter de sair correndo para o

    banheiro.

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    EFEDRINA-CAFENA-ASPIRINA

    Esta combinao vem sendo utilizada com bons resultados por

    culturistas por aumentar o efeito termognico do corpo, sendo que a

    combinao utilizada na seguinte proporo 1:10:15. A efedrina

    basicamente um medicamento para pessoas asmticas, derivada de uma

    erva denominada ephedra e um de seus efeitos o aumento da temperatura

    corporal, o que ajuda a queimar gorduras. A cafena na proporo adequada

    funciona como um agente sinergista, ou seja, aumenta o efeito termognico

    da efedrina, enquanto a aspirina retarda ou interfere na produo de

    prostaglndis que, dentre os efeitos mencionados anteriormente, reduz o

    efeito termognico da combinao efedrina/cafena. Dentre as contra-

    indicaes para o uso de efedrina encontram-se a hipertenso e doenas

    cardacas. Vale mencionar que a efedrina foi banida de alguns estados norte-

    americanos por ter sido correlacionada com alguns bitos, provavelmente por

    superdosagem. Em outros Estados, a venda s permitida para pessoas

    acima de 18 anos de idade.

    CLEMBUTEROL

    Este outro medicamento tambm destinado a pacientes asmticos.

    Clembuterol um beta-2 agonista, sendo que a sua funo abrir vias areas

    obstrudas e com isso facilitar a respirao. Ocorre que sempre que uma

    droga se afina com uma clula receptora, esta se torna resistente droga

    quando muito utilizada. Por exemplo, o efeito termognico da efedrina

    parece ser mais longo (apesar de no ser to potente) por duas razes: 1)

    efedrina no tem alta afinidade com o receptor e 2) efedrina no um beta-2

    especfico.

    No mundo do culturismo, esta droga vem sendo utilizada por ter efeito

    anti-catablico alm de efeito lipotrpico. O clembuterol no elimina gordura

    atravs do mecanismo comum de acelerao do metabolismo, como a

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    efedrina e drogas para a tiride. De fato, o clembuterol ativa as clulas

    gordurosas marrom no corpo. Estas clulas esto usualmente dormentes,

    mas quando ativadas queimam as clulas gordurosas brancas, o que torna a

    pele mais fina e os msculos mais visveis. Como anablico ou anti-

    catablico, o clembuterol no to potente como os esterides anablicos,

    porm pode aumentar significativamente a massa magra em alguns atletas;

    enquanto em outros, no provoca qualquer mudana na massa magra a no

    ser um pequeno aumento. (Como esta droga influencia o aumento muscular

    em alguns um fato ainda misterioso). Parece que tal como acontece com

    relao aos esterides, algumas pessoas tm mais receptores sensveis a

    esta droga do que outras, mas esta uma questo gentica.

    Uma das desvantagens do uso de clembuterol o macio fechamento

    dos receptores mencionados anteriormente, ou seja, o clembuterol passa a

    no mais promover os efeitos desejados. Isto ocorre quando o medicamento

    utilizado constantemente. Para evitar o fechamento dos receptores utiliza-

    se o clembuterol 2 dias sim e 2 dias no.

    Os efeitos colaterais diferem de pessoa para pessoa, sendo que os mais

    comuns so dores de cabea, tremores, taquicardia e agitao. Usualmente

    os efeitos colaterais desaparecem aps 2 ou 3 semanas de uso.

    FAT BURNERS

    Este no exatamente um farmacolgico, mas passou a ser

    recomendada a superviso mdica antes da sua administrao,

    principalmente aps ter-se tornado bastante comum a venda destes fat

    burners no mercado nacional. Baseiam-se, normalmente, em agentes

    lipotrpicos (colina, inositol, betana e aminocido metionina). Estas so

    substncias que trabalham no metabolismo das gorduras. De fato, parece

    que estes fat burners tm mais comercializao entre atletas e outras pessoas

    no relacionadas com o culturismo. Apesar de algumas pessoas afirmarem a

    eficincia destes fat burners, ns particularmente no conhecemos nenhum

    culturista que faa uso deste meio.

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    DIURTICOS

    Estes so os mais perigosos de todos, podendo ocasionar a morte pelo

    mau uso. Como o nosso compromisso com a verdade, aqui estar

    explicitado como os diurticos so utilizados no mundo do culturismo. No

    obstante estar em uso, mantenha-se distante dessa substncia pelo alto risco

    que envolve. No vale a pena us-la!

    Os diurticos trabalham atravs da estimulao dos rins. Os rins tm

    como funo filtrar o sangue, eliminando assim os restos provenientes do

    processo metablico. Os rins tambm permitem ao corpo reabsorver

    substncias bioqumicas vitais como minerais, aminocidos e gua. A

    unidade de secreo nos rins denominada de nfron. Cada rim tem um

    milho de nfrons. Os nfrons consistem de uma cpsula renal e um tubo

    renal. No tubo renal, gua, eletrlitos tais como sdio e potssio, glicose e

    aminocidos so absorvidos pelo sangue. Este tambm o local de ao dos

    diurticos nos rins.

    A maior parte dos diurticos funcionam atravs do bloqueio da absoro

    de eletrlitos. J que os eletrlitos, em certa concentrao, se atam

    molcula de gua, quando estes so eliminados do corpo, a gua atada a

    estes tambm eliminada.

    Um grande nmero de efeitos colaterais pode ocorrer com o uso de

    diurticos; como tontura, dor de cabea, palpitao e severa cibra muscular.

    Devemos entender que o msculo tem um certo balano eletroltico,

    sendo que as clulas musculares dependem do balano de sdio e potssio.

    Quando uma pessoa toma diurticos, este balano pode ser

    severamente prejudicado, o que pode ocasionar cibras musculares. Para

    resolver o problema, certos atletas tomam quantias extras de potssio, mas

    por vezes esta soluo pode agravar o problema, especialmente se o

    diurtico j contm potssio. Desde que o corao tambm msculo,

    cibras severas podem afet-lo e ento voc ter que ir treinar musculao

    com Mohammed Benaziza no cu. Para quem no o conhece, Mohammed foi

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    38

    culturista profissional, tendo falecido no grande prmio da Holanda poucas

    horas aps t-lo vencido. Causa mortis: parada cardaca causada por

    extrema desidratao seguida de restrio de lquidos e uso de diurtico.

    Precisa mais?

    Vale citar que, a partir do Mister Olympia 1996, a IFBB passou a realizar teste especfico para detectar a presena de diurticos no organismo dos atletas tendo sido desqualificado , na ocasio, o atleta Nasser El Sonbatty por apresentar teste positivo. Nasser classificara-se, a princpio, em terceiro lugar. Note-se a preocupao quanto manuteno da vida e da sade dos atletas em vista do uso e abuso de droga to perigosa!

    O diurtico mais conhecido e usado por culturistas, que ainda teimam, e

    que tambm um dos mais poderosos o Lasix da Hoechst. Esta droga

    normalmente usada com extrema cautela devido aos efeitos colaterais. O

    seu efeito bastante rpido e dura por apenas algumas horas, de forma que

    tomada diretamente antes da competio. Potssio normalmente

    administrado com esta droga, j que diurtico causa abundante perda de

    minerais. Algumas marcas j contm potssio.

    INSULINA

    Esta droga utilizada terapeuticamente por pessoas diabticas, porque

    no produzem insulina em quantias adequadas (diabetes do tipo I) ou porque

    as suas clulas no reconhecem a insulina (diabetes do tipo II). A insulina

    um hormnio secretado pelo pncreas, sendo que, dentre suas funes

    principais, est o transporte de protenas (aminocidos) e carboidratos

    (glicose) para dentro da clula. Porm, o efeito da insulina uma faca de 2

    gumes, pois ela pode evitar a quebra de gorduras e ainda aumentar a sua

    reserva. Isso visto s para repetir o que j foi mencionado no item 4

    (carboidratos), onde tambm aprendemos como fazer uso da secreo natural

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    39

    deste poderoso hormnio em nosso favor, mas aqui o que mencionamos o

    uso de insulina extra injetvel.

    Ocorre que muitos culturistas fazem uso de insulina sem se tornar

    obesos e sim mais forte e definidos. Se voc estiver realizando um

    treinamento rigoroso e no estiver ingerindo quantidades desnecessrias de

    carboidratos, a insulina no seu corpo ir levar nutrientes para dentro da clula

    e no trabalhar no processo de armazenamento de gorduras. Mas se voc j

    tiver excesso de gordura e se consumir quantias desnecessrias de

    carboidratos e ainda for sedentrio, a insulina ir aumentar a reserva de

    gordura.

    A insulina vem sendo injetada em conjunto com drogas como GH

    (hormnio do crescimento), esterides anablicos, clembuterol, drogas para a

    tiride e outras para que, em conjunto, tenham o seu efeito aumentado.

    Existem 2 tipos bsicos de insulina: insulina de ao lenta e insulina de

    ao rpida (regular). A insulina lenta permanece no corpo por

    aproximadamente 6 horas aps a injeo (a qual deve ser subcutnea). Este

    tipo de insulina normalmente inicia sua ao entre 1 3 horas aps a injeo

    e tem o seu pico de ao de 6 8 horas aps a administrao. A insulina

    regular tem ao imediata e dura cerca de 6 8 horas.

    importante que o pncreas naturalmente libera insulina aps ter

    aumentado os nveis de glicose na corrente sangnea, mas quando

    injetado insulina extra, pode ocorrer um quadro hipoglicmico (queda de

    glicose na corrente sangnea). Se um culturista injeta insulina de manh ao

    acordar e se alimentar de carboidratos complexos, provavelmente no criar

    quantidades de glicose suficientes para o momento em que a insulina der o

    seu pico, ou seja, aps 1 ou 2 horas. Isso pode ocasionar severo quadro

    hipoglicmico que se caracteriza por sudorese, falta de ar e tremores. Severa

    hipoglicemia pode ocasionar a morte.

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    Para evitar o problema, os culturistas que insistem em fazer uso desta

    droga perigosa consomem, alm da refeio normal, 10 gramas de glicose

    para cada UI (unidade internacional) de insulina administrada. Se um atleta

    injeta 10 UI de insulina de manh, ingere 100 gramas de carboidratos simples

    (glicose) de 20 a 30 minutos aps a administrao. Normalmente, o ciclo de

    insulina usado por oito semanas, permanecendo-se oito semanas fora do

    ciclo. Durante o ciclo, a dieta deve ser precisa contendo carboidratos simples

    e complexos consumidos na hora exata.

    O uso de insulina parece ter efeito bastante positivo, quando

    especificamente utilizada na fase da dieta pr-competio em que o atleta

    aumenta o consumo de carboidratos, aps passar pela fase de depleo dos

    mesmos como foi mencionado anteriormente neste item. A clula j ocupada

    por carboidratos ser ainda mais recheada pelos mesmos com injeo de

    insulina. A insulina jamais utilizada na fase em que a ingesto de

    carboidratos limitada. Repetimos, usa-se insulina s quando o consumo de

    carboidratos for elevado para promover supercompensao.

    Cremos que o uso despropositado de insulina no vale a pena, pois

    corre-se o risco da instalao de um quadro hipoglicmico e isto basicamente

    ocorre pela administrao de muita insulina e pelo consumo de quantias

    inadequadas de carboidratos que, advertimos, pode levar a um quadro

    hipoglicmico, ao coma e at morte. Este um risco que no vale a pena!

    COMPLEMENTOS ALIMENTARES E OUTRAS SUBSTNCIAS ERGOGNICAS NO FARMACOLGICAS

    Nada deve substituir a alimentao normal de uma pessoa. Comida

    natural feita em casa o melhor. Ns nos referimos ao arroz, ao feijo,

    carne, salada, enfim, queles alimentos que bem preparados e em quantias

    suficientes para as necessidades so sempre a melhor opo. Ento surge a

    mdia que nos coloca frente produtos milagrosos, tais como vitaminas, fat

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    41

    burners, Gainers cinco milhes, protenas especiais etc. E da, onde investir

    meu dinheiro ganho com sacrifcio? O que vale a pena e o que engodo?

    Dentre os produtos mencionados neste item encontram-se

    complementos que ns mesmos utilizamos e sugerimos a consulta a um

    mdico para a possibilidade de uso, sendo que alguns so bastante caros, de

    forma que o seu oramento ir definir o que adquirir.

    COMPLEXOS VITAMNICOS

    As vitaminas so substncias no sintetizadas pelo organismo e so

    agentes essenciais ativos para a manuteno das funes biolgicas. A sua

    deficincia ou ausncia pode causar quadros doentios diversos denominados

    avitaminoses. As vitaminas so ativas em quantidades bastante pequenas.

    So classificadas em hidrossolveis (solveis em gua) e lipossolveis

    (solveis em substncias gordurosas).

    As vitaminas hidrossolveis so as vitaminas do complexo B, PP (cido

    nicotnico, nicotinamida, biotina e cido flico) e a vitamina C. As vitaminas

    lipossolveis so: A, D, E e K.

    Toda pessoa que realiza uma dieta mista, contendo todos os grupos

    alimentares (carnes, ovos, verduras, frutas, legumes, cereais e oleoginosas)

    ter garantido a presena de um teor suficiente de vitaminas para garantir a

    sade, o crescimento e o desenvolvimento normal.

    Ocorre que ns culturistas, outros atletas e demais pessoas ativas,

    podem ter as necessidades vitamnicas aumentadas, de forma que s para

    ficar do lado seguro da ponte conveniente selecionar um complexo

    vitamnico, tal como: Unciap T, Supradim, Strasstab, Centrum etc, e seguir a

    dose recomendada que, normalmente, de um comprimido dirio com a

    principal refeio. Alguns destes complementos vitamnicos vm

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    42

    acompanhados de minerais os quais so responsveis pela manuteno de

    inmeras funes fisiolgicas como contratibilidade muscular, na funo

    nervosa, coagulao sangnea, transporte de oxignio, entre outras.

    Observe que o consumo exagerado de algumas vitaminas pode causar

    um quadro de hipervitaminose com conseqncias desagradveis. Porm,

    existem algumas vitaminas especiais, cujo consumo extra de muita

    importncia para o atleta. So elas: as vitaminas C, B6 e as vitaminas

    antioxidantes que iremos especificar a seguir.

    VITAMINA C (cido ascrbico)

    Esta a molcula predileta de Linus Pauling, duas vezes Prmio Nobel.

    A vitamina C, dentre outros efeitos, reduz os sintomas das gripes e resfriados

    acelerando o processo de recuperao e tem um efeito anti-catablico. Este

    efeito anti-catablico tem importncia fundamental para ns. Ocorre que a

    vitamina C controla uma substncia produzida pelo organismo denominada

    cortisol. Este um hormnio liberado quando uma pessoa entra em estresse

    e tambm quando elevados esforos fsicos so realizados, como um

    treinamento pesado. Este hormnio antagonista testosterona. De fato, a

    liberao de cortisol suprime a testosterona natural produzida em nosso

    organismo. Inicia-se ento, uma disputa entre estes dois hormnios;

    enquanto o cortisol tem um efeito catablico (diminui a massa muscular) a

    testosterona tem um efeito anablico (constri a massa muscular). O cortisol

    tambm suprime importantes funes imunolgicas no nosso organismo,

    tornando o corpo mais suscetvel a gripes e resfriados.

    Esta mais uma razo pela qual os esterides anablicos so

    utilizados com sucesso. Desde que estes sejam testosteronas sintticas,

    competem com o cortisol por receptores especficos no citoplasma celular.

    Por isso os esterides anablicos, alm de efeito anablico, so ainda anti-

    catablicos, alis parecem ser mais anti-catablicos do que anablicos. por

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    43

    isso tambm que alguns atletas usurios de esterides anablicos, quando

    terminam um ciclo de esterides, tendem a ficar resfriados ou gripados e

    perdem muita massa muscular como um balo que se murcha. Ocorre que,

    quando se deixa de administrar testosterona inadequadamente, demora

    semanas ou at meses para que a produo natural de testosterona se

    restabelea. Enquanto isso o cortisol se torna dominante, podendo causar

    queda no sistema imunolgico e catabolismo muscular.

    Como elemento anti-catablico a vitamina C diminui a produo de

    cortisol e no compete com o mesmo como faz a testosterona, e uma

    maneira saudvel de controlar este hormnio catablico que produzido em

    resposta ao treinamento rduo. A dose recomendada de 3000 5000 mg

    de vitamina C ao dia. Saliento que esta vitamina no txica em grandes

    quantidades, nem est presente nestas quantidades nos complexos

    multivitamnicos sugeridos anteriormente, de forma que quantias extras

    devem ser administradas, caso o atleta faa ou no o uso de esterides

    anablicos. Cewin, Cebion e Redoxon so alguns nomes comerciais.

    Fontes naturais de vitamina C so as frutas ctricas (limo, laranja,

    acerola etc) e verduras como o pimento verde, brcolis e espinafre. Porm,

    para se conseguir o valor acima recomendado mais fcil e conveniente usar

    os suplementos, a no ser que voc esteja a fim de comer espinafre ou

    chupar laranja o dia inteiro. So necessrios cerca de 10 copos de suco de

    laranja para obter 1 grama de vitamina C.

    VITAMINA B6 (piridoxina)

    Esta outra vitamina cujo suplemento extra vale a pena. A vitamina B6

    ou piridoxina est diretamente relacionada com o metabolismo dos

    aminocidos, ou seja, quanto mais protena voc ingere mais vitamina B6

    voc necessita. J que a recomendao diria baseada numa ingesto

    mdia de protena por uma pessoa normal (0.02 mg B6/grama de protena) e

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    44

    que dietas baseadas em carne normalmente so pobres em ocorrncia

    natural desta vitamina, um culturista que ingira 200 gramas de protena por

    dia necessitar de aproximadamente 4 mg de vitamina B6 ao dia.

    Fontes naturais de vitamina B6 so carnes (de porco principalmente),

    leguminosas, verduras frescas e cereais integrais.

    ANTIOXIDANTES

    Os antioxidantes so um dos suplementos mais visados por atletas e

    pessoas que tenham por objetivo a sade e o controle do envelhecimento. Os

    antioxidantes so basicamente compostos qumicos que combatem

    substncias no organismo conhecidas como radicais livres. Os radicais livres

    so molculas instveis que flutuam na corrente sangnea, causando danos

    aos tecidos.

    Estes radicais livres podem ter diversas origens tais como o

    metabolismo do oxignio (o simples ato de respirar provoca a formao de

    radicais livres) e o processo de sintetizao dos alimentos. Existem ainda

    uma srie de fatores que maximizam a formao de radicais livres como o

    fumo, estresse emocional e a prtica de exerccios extenuantes (da a

    insistncia no uso dos antioxidantes para ns culturistas).

    Entre as substncias antioxidantes encontram-se as vitaminas A, C, E e

    o beta-caroteno, alm da coenzima Q10 o n-acetil cistina, selenium, o

    hormnio melatonina, entre outros. No mercado, encontram-se disposio

    uma srie de antioxidantes com diferentes combinaes desses elementos.

    EVENING PRIMROSE OIL (azeite noturno de primavera)

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    Este suplemento mencionado no item 6 (gorduras essenciais) vem

    sendo utilizado por muitos culturistas por suas propriedades anti-inflamatrias

    e por reporem gorduras essenciais depletadas do fgado pelo uso de

    esterides anablicos, especialmente os 17-alpha alquelados. Normalmente

    o cido graxo cis-cido linoleico obtido na dieta convertido pelo organismo

    em gama-cido linoleico (GLA). Este requerido para formar a boa

    prostaglndis, a qual regula importantes funes no organismo como as

    mencionadas anteriormente (repes gorduras essenciais depletadas do fgado

    e tem propriedades anti-inflamatrias). A converso de cis-cido linoleico em

    GLA pode ser facilmente inibida. A suplementao com evening primrose oil

    tima fonte de GLA no permitindo que ocorra a converso. A dose

    recomendada de 1000 mg 2000 mg por dia.

    SULFATO VANDIO

    Este mineral pode ajudar culturistas significativamente caso estejam ou

    no utilizando esterides anablicos. Estudos vm demonstrando que o

    sulfato vandio reala os mesmos processos anablicos controlados pela

    insulina. Tal como a testosterona e o hormnio do crescimento, a insulina

    um poderoso agente anablico. O sulfato vandio copia os efeitos da insulina

    (insulin-like effect) provocando o transporte da glicose e dos aminocidos para

    dentro da clula em um grau maior do que normalmente ocorreria sem a

    utilizao do sulfato vandio. Isso cria um ambiente anablico perfeito para o

    crescimento do msculo que voc acabou de treinar, tornando-o mais denso e

    volumoso.

    Infelizmente, o sulfato vandio, tal como a insulina, direciona a gordura

    que, por ventura voc tenha ingerido, diretamente para onde voc no deseja.

    Desta forma, a sada manter a ingesto de gordura mnima enquanto

    estiver utilizando o sulfato vandio. Tornam-se ainda mais vlidas todas as

    consideraes feitas sobre o controle da insulina mencionadas no item 4

    (carboidratos) e 9 (farmacolgicos).

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    A dose recomendada de sulfato vandio de 30-45 mg por dia dividida

    em 3 ou 4 administraes dirias aps as refeies para evitar distrbios

    intestinais e hipoglicemia. Superdosagens so txicas e ocasionam, entre

    outros efeitos colaterais, distrbios gastrointestinais e colorao verde-

    azulada da lngua. Ainda, parece ser melhor ciclar o uso de sulfato vandio, 8

    semanas de administrao e 2 semanas de intervalo (s para ficar do lado

    seguro da ponte).

    CREATINA MONOIDRATO

    Esta substncia tem uma ocorrncia natural no corpo humano, sendo a

    principal fonte de energia do msculo. Pesquisas realizadas nos ltimos anos

    descobriram que o corpo humano capaz de armazenar mais creatina do que

    normalmente consumimos numa dieta normal (indivduos normais produzem

    cerca de 2 gramas de creatina por dia no fgado, rins e pncreas). Atravs do

    saturamento de creatina, o msculo se torna mais forte e se recupera mais

    rapidamente de esforos fsicos. A creatina tambm aumenta o volume

    muscular por atrair gua para dentro da clula, talvez por sintetizar protena

    mais rapidamente e evitar sua quebra. A razo exata pela qual a creatina

    funciona ainda no sabida, tal como inmeros outros fenmenos cientficos,

    mas o fato que com o seu uso o atleta se torna mais denso, acrescenta

    massa magra e se torna mais definido.

    A administrao de creatina faz-se em duas fases: fase de saturao e

    de manuteno. Na fase de saturao da clula, vm obtendo-se resultados

    com a administrao de 20 gramas de creatina em 4 doses dirias por 5 dias.

    Aps a clula estar saturada, usa-se 10 gramas dirias em duas doses

    como manuteno. esta dose pode ser aumentada, dependendo do volume

    corporal. Conhecemos culturistas que, com dose de manuteno, utilizam 20

    gramas. Sugere-se que a superdosagem contnua possa causar sobrecarga

    para o rim, muito embora isto ainda no seja certo.

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    A frmula mais recomendada e efetiva de administrao de creatina

    entre as refeies. A creatina misturada com gua morna e misturada com

    um copo de suco de fruta ou com soluo de glicose. Ocorre que a gua

    morna ajuda a dissolver a creatina, enquanto o suco de fruta ou a soluo de

    glicose libera insulina a qual realiza o transporte da creatina para dentro da

    clula. Estudo recente na Universidade de Nottingham demonstra que a

    soluo de glicose mais eficiente.

    COMPLEMENTOS PROTICOS

    Sabemos nesta altura do campeonato a importncia das protenas para

    a edificao da massa muscular (sem protena no se constrem msculos).

    por isso que a indstria de complementos alimentares tem disposio no

    mercado diversos complementos proticos tais como albumina de ovo,

    caseinato de clcio, protena hidrolisada de soja, whey protein (protena do

    soro do leite) etc. Estas protenas possuem diferentes graus de reteno de

    nitrognio no organismo sendo que whey protein possui este grau mais

    elevado, sendo portanto, de melhor qualidade e de mais rpida absoro.

    muito conveniente seu consumo aps o treino e de manh cedo, quando a

    reposio de aminocidos necessria o mais rpido possvel. Em seguida

    escolhem-se as outras protenas hidrolizadas (pr-digeridas) e por ltimo as

    protenas concentradas, a saber, a casena e a albumina que, na verdade,

    no passam de protenas brutas.

    O fato que o organismo humano adaptado a absorver protenas de

    fontes naturais animais ou vegetais. Estes complementos proticos podem

    servir para tornar eventualmente a sua vida mais fcil no tocante obteno

    de protenas de acordo com as suas necessidades dirias. Mas lembre-se

    que, analisando a relao custo/benefcio, quilo por quilo de protena, muitas

    vezes muito mais barato comprar carne ou ovos do que estes

    complementos, sem contar que carne carne e estes complementos nem

    sempre contm aquilo que alardeiam. Olho aberto!

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    REFEIES LQUIDAS

    Este um tipo de suplementao que se encontra no mercado h

    muitos anos. Produtos como Sustagem, Sustacal