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1 Guia - SOBREARTE Volume 01 Sobre Guia Impressionismo, Arts and Crafts Modernismo de Gaudi

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Volume 01

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SobreGu

ia

&Impressionismo, Arts and Crafts Modernismo de Gaudi

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Aperumqui solore explicitio mossequae-cea verferchicae ex excepud aepudici ommodis ciisqui blaccumqui ipsapitibus ipicimi nullorume sunt liat. Ihilibusam rehendusam reria conem nus enim hicit, cullacimi, consera eperrundis aut rem id quunto berum seque a doluptas audit verfercipsus aut et qui reperovit acimol-orepel idem quamus, volut quam, sitibus apienih illandipsam facestibus et mo et que minulli gendel inctem fugias et odi-cium haritincitis eosandebit adis re quo molor as alit, acearum re, conest volupi-ent quisquam eat et inverun dellorum aceatium exerferias nis remque et essequid qui ut iniendis illat. Nectestia porporro eum sitas ut lantinus di in praepel loremol uptaspel iunt omnimenet volorisqui dem et que porit quam, sum es dolum quissim poratum illes re vellupt assimus volutem. Is auta voluptatum illaborit eaquibus quas maxim re, optatiunt magnimi nvelecus minus ut fugitat urendandam, quatibus impereicatio core qui quo inus reictoUgit quia natius, sitatinti doluptatur atem nos soloreceatis ea sit maio bea dolo il ius, et ressit, sum quatur? Doluptatiore cus re-pelit volo maiore corerum est, cullat.

Editorial

Ovitios dolorem hita conecum est earum aces imi, tota nonsequ asitate sit mod magniendit mil et ape nate mi, ius, que pel inctore, veribusam, omnis debis aut aliquunt, ut mi, as sitatem rerrum lacil illabore ipsant omnis quam ipsant

Expediênte

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Impressionismo

Análise da obra: Le Moulin de la Galette

Arts and Craft s

O modermismo de Gaudi

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Visão HistóricaNuma tarde fria de abril de 1874,

na cidade de Paris de 230 anos atrás, foi organizada no ateliê do fotógrafo Mauri-ce Nadar uma exposição de jovens pinto-res preocupados com uma nova forma de expressar a luz em seus quadros. Foi a primeira “Exposição dos Impressionistas”, que iniciou oficialmente o movimento artístico que viria a ser considerado como o de maior influência sobre a arte moder-na. No grupo original estavam Monet, Manet, Renoir, Sisley, Degas e Pissarro, que figuram entre os principais nomes do movimento. Os impressionistas pintavam ao ar livre, privilegiando a luz natural para registrar as tonalidades que os objetos adquiriam ao refletir a iluminação solar em determinados momentos do dia, o que concedia imagens luminosas e coloridas da realidade a seus quadros. Esses pinto-res discordavam das correntes artísticas acadêmicas da época por considerarem todas as coisas dignas de serem pinta-das, libertando-se da tendência em retra-tar, prioritariamente, figuras humanas. Também buscavam uma expressão artís-tica que não estivesse focada na razão e nem na emoção, mas sim que refletisse as impressões da realidade impregnadas nos sentidos e na retina. O movimento Arts and Crafts, de origem inglesa, teve início na segunda metade do século XIX com grande influência do escritor John Ruskin e do designer e poeta William Morris. O ideal deste movimento era trazer de volta o estilo medieval, livrando-se assim da maçante modernidade e mecanicida-de que dominava a criação artística da época, para isso houve uma valorização do artesanato, da manufatura. A inten-ção era que cada pessoa produzisse algo para sua própria casa, sendo assim mais valorizado e reconhecido, pois acredi-tava-se que ali estava a verdadeira arte. O Arts and Crafts defendia o artesanato

criativo em oposição à produção em série e tentava aproximar, sem distinções, artista e artesão. Durante o movimento, associações de artistas foram criadas com o objetivo de fazer um trabalho conjunto, apresentando trabalhos originais execu-tados com meios de produção manuais. Apesar de pouco tempo de duração, este movimento deixou um grande legado que influenciou vários movimentos subsequentes à ele como o art nouveau e a Bauhaus. Este, assim como o Arts and Crafts, acreditava que o ensino e a produ-ção do design deveria ser organizado em associações ou grupos de artesãos e artis-tas liderados por um mestre, que na Idade Média eram chamadas de guildas. O Arts and Crafts teve um grande renascimen-to nos anos 90 e continua sendo além de um estilo, uma filosofia. É possível obser-var uma mescla do estilo medieval em ambientes modernos, os móveis do Arts and Crafts combinam com ambientes atuais, criando uma atmosfera agradável e confortável. Antoni Gaudí, sem dúvida, foi um dos maiores representantes do modernismo. Gaudí estudou arquitetura em Barcelona, entrando em contato com importantes mestres. Desde suas primei-ras obras, mostrou interesse especial por um dos princípios formais mais impor-tantes da nova corrente artística: a unida-de do objeto artístico e os laços entre o artista e o artesão. Gaudí parte de uma concepção globalizadora da arquitetura – ela não é unicamente estrutura, integra também a ornamentação. Admirador da arte grega e do estilo mudéjar, sentiu-se cada vez mais atraído pelas possibilidades criativas assumidas pelas formas góticas. Seu interesse pela melhoria do sistema estrutural gótico levou-o a criar um novo tipo de arquitetura, que definiu como naturalista, fundamentada na utilização dos materiais até o limite da resistência.

A arte baseia-se na vida, porém não como matéria mas como forma. Sendo a arte um produto directo do pensamen-

to, é do pensamento que se serve como matéria; a forma

vai buscá-la à vida. A obra de arte é um pensamento torna-do vida: um desejo realizado de si-mesmo. Como realizado

tem que usar a forma da vida, que é essencialmente a real-

ização; como realizado em si-mesmo tem que tirar de si a

matéria em que realiza.

Fernando Pessoa, in ‘Ricardo Reis - Prosa’

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Impressionismo

Claude Monet (1840- 1926)Entre 1865 e 66, no seu período de

formação, inspira-se em Manet e no seu “Almoço na Relva” e tenta fazer melhor: pinta os amigos ao ar livre, mas não chega a acabar. Mas resulta numa outra obra, “Mulheres no Jardim”, 1867, em que as sombras se apresentam coloridas, um rosto de uma mulher surge verde sob um guarda-sol, o preto é excluído e a luz apare-ce resplandecente. Em 1866 tinha pintado “Retrato de Camila”. Em 1870 fez a viagem para Inglaterra com Pissarro, onde admira Turner e Whistler. Entre 1871 e 78 perma-neceu em Argenteuil com Renoir, onde pintou paisagens (cenas fluviais, etc.), com um intervalo em 1877, em que executou o grupo de telas sobre a Gare de Saint-Lazai-re. Nestas obras evocava o mundo contem-porâneo, não rejeitando a modernidade mas antes representando os efeitos criados pelo vapor largado pelos comboios. Trata-se da exaltação da poesia da luz através das irrisões surpreendentes criados pelo vapor. Entre 1878 e 81passou por Vétheuil onde pintou cenas de neve e geada (“O Sena em

Impressão, nascer do sol. 1872. Claude Monet. Museu Marmottan de Paris. Óleo sobre tela. 48 × 63 cm

Almoço na Relva, 1863, Manet, Museu do Louvre, Paris, França. Óleo sobre tela, 214 x 270 cm.

Vétheuil”), utilizando uma pincelada quase transformada em pontos. Até 1926 seguiu um impressionismo muito puro e coeren-te: interpreta a impressão original e não se preocupa com o conhecimento dos seus elementos. Em 1883 comprou a casa em Giverny, com o célebre jardim, que irá ser ampliado pelo autor, construindo um lago e uma ponte à japonesa, com nenúfares. Hoje é um muito visitado museu, aberto ao público. Iniciou as SÉRIES, tornando-as numa nova noção de tema: o motivo deixa de ser um elemento da paisagem em si mesmo; converte-se numa certa luz, num determinado local, a uma dada hora. Repete o mesmo motivo inúmeras vezes, mas sob condições de luz diferentes e, por isso, com tonalidade diferentes. (“Catedral de Ruão”). A partir de 1912 dedicou-se aos nenúfares do jardim em que flores e água eram meros pretextos para pintar os reflexos e a incidên-cia da luz. O tema quase que desaparece, num crescendo de abstracção. Entre 1900 e 1914 pintou em Londres quadros que não são verdadeiramente séries, uma vez que os motivos não se repetem completa-mente. Contudo, tirou proveito do “smog” londrino para representar os efeitos da luz coado pelo céu coberto dessa mistura de fumo com nevoeiro. De 1914 a 22 evoluiu para uma cada vez maior abstracção, já que as formas quase que não se distinguem e os limites dos elementos de composição são quase ininteligíveis. Os abstraccionistas líricos vêem nele um precursor.

Édouart Manet (1823-1883)Fez uma adesão progressiva à nova

estética, constituindo apenas uma das fases da sua vida artística.

O processo iniciou-se em1868, com a obra “O Balcão” (ou “A Varanda”), que é uma variação de um tema de Goya, em 1869 fez uma estadia em Bolonha, adoptan-do uma pintura mais clara, em 1873 acentua esta tendência e torna-se mais precisa e em 1874 hospeda-se perto da casa de Monet.

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A aula de dança, Edgar Degas, 1873 -1875, Museu d’Orsay, Paris.

Óleo sobre Tela, 85 x 75 cm.

A primeira bailarina, Edgar Degas, 1878, Museu de Orsay , Edgar

Degas. Pastel, 58 x 42 cm.

A sua pincelada tende a dividir-se mas o desenho retoma o seu papel anterior nas figuras humanas. Os tons modelam os volumes.

Edgar Degas (1834-1917)Foi da geração de Manet e Whistler e

aproximou-se do Impressionismo. Influenciado pelas estampas japonesas,

aplicou a oposição de planos (“A Mulher do Jarrão”, 1872). Destaca-se como retratista.

Nos célebres estudos de bailari-nas revelou grande atenção à condição humana. Representa-as nos ensaios, duran-te o repouso, nunca em actuação. Desta-que para a representação da luz artificial e de interior da ribalta no que constitui uma característica pessoal, assim como nos inovadores planos que tomava nas cenas representadas e que muito influenciarão a fotografia moderna.

Revelou-se insensível à natureza e à paisagem, preferindo temas da vida citadi-na: a vida quotidiana das lavadeiras, das engomadeiras, das bailarinas nos ensaios, mas nunca as festas de Domingo.

No final da vida abandonou progres-sivamente a precisão da forma e adoptou uma técnica cada vez mais impressionis-ta. Este facto também resultava das suas dificuldades de visão.

Até 1909 produziu muito, com preferência pela figura feminina, pelo seu corpo, com ângulos e arranjos desconcertantes, estabelecendo planos de perspectiva invulgares (escorços, “plongée”, cortes tipo fotográficos), em composições muito complexas.

Entre 1993 e 1908 deu-se o desenvol-vimento da técnica do pastel: bailarinas e cavalos, captando a atitude espontânea. O que Monet procurava na luz, Degas procu-rava no gesto.

Auguste Renoir (1841- 1919). Amigo de Monet, seguiu-o de

perto. Contudo, interessou-se mais pela figura humana. Em 1876 pintou “Torso de Mulher ao Sol”, libertando o nu das convenções académicas. A forma do corpo é como que negada pela alternância

das manchas de luz e sombra projectadas sobre o busto feminino pela peneira da folhagem. Em 1881 concebe “O Almoço dos Remadores”, célebre evocação dos prazeres dos passeios ao campo pelos citadinos, em que registou uma nova forma de sociabilidade além que também registou uma cena de seduções cruzadas e com elevada carga simbólica. com Renoir o tema não desaparece Em1886 entrou em crise e começou a utilizar o desenho, à maneira tradicional, usando contorno, mas conserva a técnica da gama clara e de tons quentes. Esta utilização do contor-no permanece durante 4 anos, denomi-nado período “agressivo” ou “ingresco”. após 1890 abandonou a crise classizante e retomou a prática anterior, e em 1894 adoptou uma gama muito quente, banin-do quase os tons frios, continuando a demonstrar preferência pela figura humana e pela exaltação da cor. O reuma-tismo doloroso que o apoquenta limita-lhe a actividade para o fim da vida. Insta-la-se em Cagnes-sur-Mer. Chamavam-lhe o «Poeta da alegria de viver».

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No primeiro plano, destacam-se duas mulheres e um homem que formam um triângulo compositivo clássico que per-

mite reonir dar solidez a sua composição.

Le Moulin de la Galette1876. Óleo sobre tela 131x170 cm

A obra se baseia no contraste entre dois movimentos: o baile (à esquerda e no centro) e o repouso (em primeiro plano e à direita). Os casais giram em um redemoinho de luz. Em oposição, os grupos sen-tados forma a massa mais escura, onde a troca de olhares substitui o movimento dos corpos.

A interpretação da vida popular parisiense, com o seu estilo inovador e formato imponente, assina a ambição artística de Renoir. A descontração das personagens, a sombra imposta pela copa das árvores, os resquícios de luz natural que recaem sobre os ves-tidos das senhoras e os chapéus dos senhores em primeiro plano, e tantos outros elementos neste quadro, tor-nam-no numa das principais obras-primas do Impressionismo.

Sombras azuis, caracteristicos do movimento.

Renoir, projetou um potente foco de luz sobre o casal, como se em vez de estar em um baile ao ar livre, a dupla estivesse em

um poalco. Assim, conseguiu isolar o casal do restante dos dan-çarinos, chamando a atenção do espectador para eles. A dupla

parece dançar sobre uma nuvem de sombras violetas.

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No primeiro plano, destacam-se duas mulheres e um homem que formam um triângulo compositivo clássico que per-

mite reonir dar solidez a sua composição.

Renoir integrou à perfeição uma perspectiva quase clássica com pinceladas que cobrem todos os ele-mentos do quadro. Os toques de luz, tão caracteristicos daquele período, modelam as formas. A composição bem iluminada retrocede para o fundo conforme o movimento de dança.

O pincel é fluído, os contornos mal estão marcados, as zonas de sol alternam com os azuis escuros e a paleta se ilumina nos vestidos claros das mulheres. Luzes do sol filtra-das através das folhas ressaltam em trajes, rostos, chapéus e no respaldo de uma cadeira. O olhar é levado para um fundo mais impreciso, onde cabeças e silhuetas pintadas com toques rápidos evocam a agitação da multidão em movimento.

Cores mais quentes, cenas do dia-a-dia e pinceladas mais livres.

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Arts Craft

and

Arts and Crafts é um movimento estético e social inglês, da segunda metade do século XIX, que defende o artesanato criativo como alterna-tiva à mecanização e à produção em massa.

Reunindo teóricos e artistas, o movimento busca revalori-zar o trabalho manual e recupera a dimensão estética dos objetos produzidos industrialmente para uso cotidiano. A expressão “artes e ofícios” - incorporado em inglês ao vocabulário crítico - deriva da Sociedade para Exposições de Artes e Ofícios, fundada em 1888. As idéias do crítico de arte John Ruskin (1819 - 1900) e do medievalista Augustus W. Northmore Pugin (1812 - 1852) são fundamentais para a consolidação da base teórica do movimento. Mas o passo fundamental na transposição desse ideário ao plano práti-co é dado por William Morris (1834 - 1896), o principal líder do movimento. Pintor, escritor e socialista militante, Morris tenta combinar as teses de Ruskin às de Marx, na defesa de uma arte “feita pelo povo e para o povo”; a idéia é que o operário se torne artista e possa conferir valor estéti-co ao trabalho desqualificado da indústria. Com Morris, o conceito de belas-artes é rechaçado em nome do ideal das guildas medievais, onde o artesão desenha e executa a obra,

num ambiente de produção coletiva. Diversas sociedades e associações são criadas com base na intervenção direta de Morris. Em 1861, é fundada a Morris, Marshall, Faulk-ner & Co., especializada em mobiliário e decoração em geral: forrações, vidros, pratarias, tapeçarias etc. O sucesso da empresa pode ser aferido por sua ampla e duradoura produção. Dissolvida em 1874, deixa sua marca, seja nos padrões de Morris para papéis de parede (Pimpernel, 1876) e naqueles idealizados por A.H. Mackmurdo (1851 - 1942) - The Cromer Bird, 1884; seja nos trabalhos gráfi-cos de Walter Crane (1845 - 1915), pioneiro da editoração popular (vale lembrar que Crane e Burne-Jones ilustram diversos livros para a Kelmscott Press, editora fundada em 1890 por Morris, que valoriza as antigas formas e técnicas de impressão). As Oficinas de Artes e Ofícios, fundadas em Viena, em 1903 (Wiener Werkstätte) por membros da Secessão, por sua vez, visam fundir utilidade e qualidade estética de acordo com as propostas de Morris. Esperam também, como ele, atingir um público mais amplo, o que efetivamente não ocorre. Os objetos de decoração de interiores (mosaicos, sobretudo), além de jóias, trabalha-dos de perto com o ideário art nouveau, produzidos nas

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oficinas (fechadas em 1932) se mantêm restrita aos círculos de elite. As oficinas, às quais aderem artistas como Gustav Klimt (1862 - 1918), Josef Hoffman (1870 - 1956) e Oscar Kokoschka (1886 - 1980), são responsáveis pela substitui-ção das linhas curvas e retorcidas do art nouveau pelas formas geométricas e retilíneas, que se tornam a marca distintiva da arquitetura e das artes decorativas vienenses, a partir de então. Na arquitetura norte-americana, o nome de Frank Lloyd Wright (1867 - 1959) deve ser lembrado pelo seu débito explícito em relação ao movimento Arts and Crafts e às idéias de Morris. Nas concepções e constru-ções de Wright observa-se o mesmo gosto pela natureza (sua preferência pelos subúrbios e pelo modelo das casas de fazenda), pela simplicidade e pelo artesanal, que ele combina livremente a materiais e técnicas industriais em projetos como as séries de Prairie Houses, dos primeiros anos do século XX. A despeito do impacto estético do trabalho de Morris, seu projeto não logra a tão almeja-da popularização dos produtos. De qualquer modo, o legado do movimento Arts & Crafts pode ser aferido até hoje, em todo o mundo, pela propagação de estúdios de cerâmica, tecelagem, joalheria e outros e pela organização

de diversas escolas de artes e ofícios. No Brasil, especifi-camente, o Liceu de Artes e Ofícios, criado em diversas cidades (Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), encontram na experiência do Arts & Crafts e na valorização do traba-lho artesanal no interior da indústria de feição capitalista um modelo a ser seguido. As artes decorativas e aplicadas têm lugar assegurado no seio do modernismo de 1922 com os trabalhos - pinturas, tapeçarias e objetos - de John Graz (1891 - 1980) e dos irmãos Regina Graz (1897 - 1973) e Antonio Gomide (1895 - 1967). Anos mais tarde, a proxi-midade entre arte e indústria é reeditada no interior do grupo concreto paulista, na década de 1950. Aí se destaca o nome de Geraldo de Barros (1923 - 1998) por suas afini-dades com a fotografia, com desenho industrial e com a criação visual, sobretudo a partir de 1954, quando funda a cooperativa Unilabor e a Hobjeto, dedicadas à produção de móveis. A Form-inform, também fundada por ele, destina-se à criação de marcas e logotipos. Esses poucos exemplos, ainda que muito distintos em suas concepções e realiza-ções, podem ser vistos como tentativas de atualização do ideário do Arts & Crafts e de sua filosofia da inseparabili-dade entre artes visuais e artes aplicadas.

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O modernismo de Gaudido seu legado para a arquitectura contemporânea foi sem dúvida a Igreja da Sagrada família proposta ao mestre catalão em 1883 e que constitui o centro da sua atividade como arquiteto até ao fim dos seus dias. Às estruturas góticas existentes acrescentou espirais com aparência mouriscas, decoradas com azulejos de cerâmica, onde se destaca a riqueza cromática, dando uma nova visualidade ao espaço construtivo. A Sagrada Família reunia os valores apetecidos por Gaudi e respondia às suas convicções pessoais mais íntimas, experi-mentadas em menor escala na cripta de Santa Coloma de Cervelló, de 1898. Na Sagrada Família até a sua morte, Gaudi deixou uma marca expressa nas duas silhuetas que se elevam sobre o casario da cidade catalã, em que se destacam as suas altíssimas torres de agulha afiada, pináculos cónicos com rendilhados e remates florais. A faceta racionalista expressa na obra edificada mas sobretudo nos desenhos e maquetas que o autor deixou como um documento aberto que permite que um século depois a sua obra tenha continuidade. A sua amizade com o grande industrial, Don Eusebi Guell permitiu‐lhe trabalhar a um ritmo intenso face á variedade de encomendas como por exemplo a Casa Guell em 1888 o Parque Guell em 1900/14). Embora o Modernismo e a Art Nouveau internacional tenham tido uma vida curta, destacaram‐se pela capacidade expressiva na arte e na arquitectura do século XX.

As artes decorativas uma realidade que Gaudí associou à arqui-tetura. O Modernismo é um movimento artístico que se desenvolveu a partir de meados do século XIX com semelhanças à Arte Nouve-au e que marcou a arquitetura catalã entre 1880‐1910. Como estilo artístico, foi influenciado pelo chamado romantismo nacional que promoveu o estudo e a retomada da arquitetura e do idioma catalão e pelo progressismo, que observava a ciência e a tecnologia, como fundamento para o desenvolvimento da sociedade moderna. Estas duas influências aparentemente diferenciadas acabaram por ser determinantes na arquitetura catalã como provam as cerca de mil edificações que então se edificaram, sobre o risco de figuras como Domènech e Montaner, José Puig e Cadafalch e Antonio Gaudí. As suas obras edificadas, ecléticas e expressivas, destacam‐se sobretu-do pela ornamentação integrada no próprio edifício, enfatizando o seu projeto, função e construção. Em pouco tempo, o Modernismo se confundiu com a obra de Antonio Gaudi cuja obra inicial eviden-cia outra influência da arte internacional, o movimento Arts and Crafts, visível na abordagem no ato de projetar cada aspecto dos seus edifícios. Ou do mestre da arquitectura francesa Eugène Emmanuel Viollet le‐Duc que preconizava o regresso à Idade Média e de uma forma particular à reconstrução gótica com base nas novas tecnolo-gias. A primeira grande encomenda e que se tornou uma referência

Templo Expiatório da Sagrada Família.Barcelona (Espanha),

Projeto iniciado em 1882

Principais trabalhos

• CasaVicens(1878-1880)• CaprichodeGaudí(1883)• PalácioGüell(1885-1889)• ColégiodeSantaMariadeJesus(1889-1894)• PalácioEpiscopaldeAstorga(1889-1913)• SantaColomadeCervelló(1898-1915)• CasaCalvet(1899-1904)• CasaBatlló(1905-1907)• CasaMilà(LaPedrera)(1905-1907)• ParqueGüell(1900-1914)eCriptadaColóniaGüell• TemploExpiatóriodaSagradaFamília(1884-1926)

e Escolas da Sagrada Família• Orfila,Canoas(1850-1982)

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Glossário

Referência

Foi essencialmente paisagista, muito in-fluenciado por Corot, menos inovador, mas fervoroso adepto da gama clara. Na-scido nas Antilhas, só em 1855 foi para Paris, sendo o elemento mais velho do grupo. Em 1870 viajou com Monet para Londres. Em 1886 experimentou o pon-tilhismo durante 4 anos, com Seurat e Signac, mas depois regressa , mas já com temas urbanos.

PISSARRO (1830-1903)

Morreu na Guerra de 1870, sem ter tem-po de amadurecer. Originário do “Midi” Montpellier, de onde retira a luz forte do Mediterrâneo.

BAZILLE (1841-1870)

Essencialmente paisagista, pouco inovador, não evoluiu. A década de 70 foi o seu período mais brilhante, em que se liberta mais da in-fluência de Monet. Mais sensível aos volumes, com uma luz mais suave e com temas mais pitorescos (Inundação em Port-Marly, 1876).

SISLEY (1839-1899)

Cunhada, desde 1874, de Manet, mas que se conheciam desde 68. Desde cedo, mes-mo antes de Manet, adoptou uma pintura clara, feita ao ar livre. No entanto, prefe-ria a representação de figuras humanas à das paisagens. Obras muito harmoniosas. Preferia temas domésticos e demonstrou forte influência japonesa.

BERTHE MORISOT (1841-1895)

Essencialmente paisagista, pouco inovador; não evoluiu. Foi um amador que se passa a dedicar inteiramente à pintura quando ganha a lotaria (1891). Registo fácil e com pouca força.

GUILLAUMIN (1841-1927)

Companheiro dos impressionistas desde o início foi, no entanto, um pintor isolado e único. Pertenceu à mesma geração dos impressionistas e com eles fez parte do seu percurso: exposições de 1874 a 77, amigo de Pissarro, Monet, Renoir. Contudo, desde o início, distinguiu-se dos demais significativamente: a sua pintura é realista, com influência romântica (“A Orgia”; “A Tentação de Santo Antão”) .

CÉZANNE (1839-1906)

CuriosidadesA partir de 1890, o Movimento de Artes e Ofícios liga-se ao estilo internacional do art nouveau espalhando-se por toda a Europa: Ale-manha, Países Baixos, Áustria e Escandinávia. Ainda que um suces-sor do movimento inglês, o art nouveau possui filosofia um pouco distinta. Menos que uma atitude de recusa à indústria, a produção art nouveau coloca-se no seu interior, valendo-se dos novos mate-riais do mundo moderno (ferro, vidro e cimento), assim como da racionalidade das ciências e da engenharia. Trata-se de integrar arte, lógica industrial e sociedade de massas, desafiando alguns princípios básicos da produção em série, por exemplo, o emprego de materiais baratos e o design inferior. Como indicam a arquitetura, o mobil-iário, os objetos e ilustrações realizados sob o signo do art nouveau - as cerâmicas e os objetos de vidro de Émile Gallé (1846 - 1904), os interiores de Louis Comfort Tiffany (1848 - 1933), as pinturas, vitrais e painéis de Jan Toorop (1858 - 1928) e outros -, o estilo visa revalorizar a beleza, colocando-a ao alcance de todos. A articulação

estreita entre arte e indústria, função e forma, utilidade e ornamento parece ser o objetivo primeiro dos artistas.A associação entre arte, artesanato e indústria está no coração da experiência alemã da Bauhaus, fundada em 1919, q ue tem no movimento do Arts and Crafts um ancestral direto. Ao ideal do artista-artesão, defendido por Walter Gropius (1883 - 1969) desde a criação da escola, soma-se na experiência da Bauhaus a defesa da complementariedade das diferentes artes sob a égide do design e da arquitetura. O espírito que orienta o programa da escola anco-ra-se na idéia de que o aprendizado, e o objetivo, da arte liga-se ao fazer artístico, o que evoca uma herança medieval de reintegração das artes e ofícios. Nos anos 1920, as artes aplicadas encontram abrigo no estilo art deco. Aí, recoloca-se o nexo entre arte e indús-tria tendo a decoração como elemento mediador, na esteira das propostas art nouveau. Só que, no caso do art deco, as soluções indicam a preferência pelas linhas retas e estilizadas, pelas formas geométricas e pelo design abstrato, em consonância com as van-guardas do começo do século XX

Arte Moderna. Giulio Carlo Argan.São Paulo: Companhia das Letras, 1992.]http://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_&_craftshttp://tipografos.net/designers/arts-and-crafts.htmlhttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfmhttp://historiadomobiliario.blogspot.com/2010/03/o-movel-no-seculo-xhttp://mobeinteriores.blogspot.com/http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Monet

http://educacao.uol.com.br/biografias/Edouard-Manet.jhtmhttp://www.maguetas.com.br/impressionismo.phphttp://www.suapesquisa.com/biografias/manet.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antoni_Gaud%C3%ADhttp://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,456-biografia-9,00.jhtmhttp://flama-unex.blogspot.com/2011/04/o-modernismo-catalao-e-obra-de-antoni.html

Trabalho de aproveitamento apresentado às Faculdades Integradas Rio Branco, Curso Comunicação Social, Habilitação Editoração, Disciplina Projeto Gráfi co. Design

Editorial: Luciana Silva Rodrigues Orientação: Denis Mandarino