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2012 Guia de Demonstrações Financeiras Exercício de 2012

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2012

Guia de Demonstrações FinanceirasExercício de 2012

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Índice

Regulamentação contábil – Práticas contábeis brasileiras ..................................................................................... 4

IFRSs – Normas Internacionais de Relatório Financeiro ....................................................................................... 11

Novas IFRSs – Principais considerações sobre sua aplicação ............................................................................... 17

Regulamentações específicas por setor – Instituições financeiras e outras .......................................................... 30

Perspectivas atuariais com a queda da taxa de juros: benefícios e riscos...................................................... 40

Assuntos tributários – Principais temas editados em 2012 .................................................................................. 42

Os impactos das novas regras de Preços de Transferência .......................................................................... 46

O fim do RTT ............................................................................................................................................. 55

A desoneração da folha de pagamentos .................................................................................................... 62

Princípios contábeis norte-americanos ............................................................................................................... 63

A convergência no mercado norte-americano ............................................................................................ 72

Índices de mercado – 2011 e 2012 ................................................................................................................... 73

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 3

A sofisticação crescente do ambiente de negócios e a adoção das melhores práticas corporativas são metas que o Brasil, como um dos grandes emergentes a despontar no cenário global do século 21, precisa continuar perseguindo. Parte significativa desse processo em curso está ligada aos esforços dos mais diversos agentes de mercado – de empresas a órgãos reguladores – em consolidar a integração da linguagem contábil brasileira aos padrões internacionais.

É com esse propósito, de apoiar as empresas na consolidação dessa nova cultura que hoje permeia a realidade contábil brasileira, que a Deloitte apresenta a nova edição deste tradicional “Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012”. Nas páginas a seguir, está contida uma exposição panorâmica das principais mudanças contábeis em desenvolvimento e, na sequência, estão as seções técnicas que servem de consulta geral.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) mantém o compromisso de emitir os respectivos pronunciamentos, interpretações e orientações que refletem as alterações e emissões de novos requerimentos e divulgações das normas internacionais feitas pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Dentre essas mudanças, foram implementadas para aplicação, a partir de 1º de janeiro de 2013, normas importantes que poderão afetar consideravelmente as empresas brasileiras, e, portanto, é necessário avaliar os respectivos impactos com antecedência. A atual edição traz um resumo das principais novas normas (IFRSs 10, 11, 12 e 13), que podem conter informações úteis na avaliação dos reflexos e no auxílio do processo de elaboração das demonstrações financeiras.

A publicação também traz artigos desenvolvidos por profissionais da Deloitte que acompanham de forma muito próxima as alterações contábeis e tributárias que devem impactar o fechamento do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2012.

A Deloitte continua o seu papel de disseminar conhecimento por meio de subsídios práticos e objetivos que constituam fonte útil de consulta para os envolvidos em todas as etapas para a preparação das demonstrações financeiras. Da mesma forma, também reitera seu apoio a empresas e profissionais que contribuem para o fortalecimento do mercado de capitais e de todo o ambiente de negócios no País.

Bem-vindo à nova edição do nosso Guia de DFs

Mensagem do presidente

Seja bem-vindo ao Guia de Demonstrações Financeiras da Deloitte, um dos mais tradicionais materiais elaborados pela nossa firma para apoiar as organizações no fechamento de seus exercícios. Para nós, é um imenso prazer poder compartilhar as novidades do mundo contábil, além de outras informações relevantes para o encerramento dos balanços do exercício de 2012.

Na atual edição, mais uma vez, selecionamos alguns artigos técnicos elaborados por um grupo de sócios especialistas da nossa firma. Sem dúvida, esta seleção é mais uma ótima oportunidade para você ficar por dentro das principais mudanças em andamento ou que, em breve, podem impactar o dia a dia dos negócios.

Espero que você encontre neste material muitas respostas para as suas dúvidas ou fique à vontade para entrar em contato com o nosso time de especialistas.

Boa leitura!

Juarez Lopes de Araújo Presidente da Deloitte

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Como parte do processo de harmonização com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) iniciado em 2008 e regulamentação das práticas contábeis alteradas a partir da edição das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (conversão em Lei da Medida Provisória nº 449/08), o CPC continua com o compromisso de emitir os pronunciamentos, as orientações e as interpretações à medida que novas normas internacionais são emitidas ou revisadas.

O quadro abaixo contém os pronunciamentos, as orientações e as interpretações técnicos editados pelo CPC e as respectivas deliberações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que os aprovaram. Deve ser observado que as deliberações da CVM devem ser seguidas pelas companhias de capital aberto e as resoluções do CFC devem ser seguidas por todas as outras entidades, exceto aquelas sujeitas a regulamentação específica, como aquelas regulamentadas pelo Banco Central do Brasil (BC) e pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

Agenda Conjunta de Regulação CVM e CPC – Atualizada em 30 de Novembro de 2012

Pronunciamentos

CPC Descrição Deliberação CVM nº Resolução CFC nº

00

Pronunciamento Conceitual Básico (R1) - Estrutura Conceitual para a Elaboração

e Divulgação de Relatório Contábil-financeiro 675/11 1.374/11 NBC TG

CPC 01 (R1) Redução ao Valor Recuperável de Ativos 639/10 1.292/10 NBC TG 01

CPC 02 (R2) Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações

Contábeis 640/10 1.295/10 NBC TG 02

CPC 03 (R2) Demonstração dos Fluxos de Caixa 641/10 1.296/10 NBC TG 03

CPC 04 (R1) Ativo Intangível 644/10 1.303/10 NBC TG 04

CPC 05 (R1) Divulgação sobre Partes Relacionadas 642/10 1.297/10 NBC TG 05

CPC 06 (R1) Operações de Arrendamento Mercantil 645/10 1.304/10 NBC TG 06

CPC 07 (R1) Subvenção e Assistência Governamentais 646/10 1.305/10 NBC TG 07

CPC 08 (R1) Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários 649/10 1.313/10 NBC TG 08

CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 557/08 1.138/08 e 1.162/09

NBC TG 09

CPC 10 (R1) Pagamento Baseado em Ações 650/10 1.314/10 NBC TG 10

CPC 11 Contratos de Seguro 563/08 1.150/09 NBC TG 11

CPC 12 Ajuste a Valor Presente 564/08 1.151/09 NBC TG 12

CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 565/08 1.152/09 NBC TG 13

CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação * * *

CPC 15 (R1) Combinação de Negócios 665/11 1.350/11 NBC TG 15

CPC 16 (R1) Estoques 575/09 1.170/09 alterada pela Res.

nº 1.273/10 NBC TG 16

CPC 17 (R1) Contratos de Construção 691/12 1.411/12 NBC TG 17

CPC 18 (R1) Investimento em Coligada e em Controlada 688/12 1.241/09 NBC TG 18

CPC 19 (R1) Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) 666/11 1.242/09 alterada pela Res.

nº 1.351/11 NBC TG 19

CPC 20 (R1) Custos de Empréstimos 672/11 1.172/09 alterada pela Res.

nº 1.359/11 NBC TG 20

CPC 21 (R1) Demonstração Intermediária 673/11 1.174/09 alterada pela Res.

nº 1.359/11 NBC TG 21

CPC 22 Informações por Segmento 582/09 1.176/09 NBC TG 22

CPC 23 Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erro 592/09 1.179/09 NBC TG 23

CPC 24 Evento Subsequente 593/09 1.184/09 NBC TG 24

CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 594/09 1.180/09 NBC TG 25

Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 5

CPC Descrição Deliberação CVM nº Resolução CFC nº

CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis 676/11 1.185/09 alterada pela Res.

nº 1.376/11 NBC TG 26

CPC 27 Ativo Imobilizado 583/09 1.177/09 NBC TG 27

CPC 28 Propriedade para Investimento 584/09 1.178/09 NBC TG 28

CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 596/09 1.186/09 NBC TG 29

CPC 30 (R1) Receitas 692/12 1.412/12 NBC TG 30

CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada 598/09 1.188/09 NBC TG 31

CPC 32 Tributos sobre o Lucro 599/09 1.189/09 NBC TG 32

CPC 33 Benefícios a Empregados 600/09 1.193/09 NBC TG 33

CPC 35 (R2) Demonstrações Separadas 693/12 1.413/12 NBC TG 35

CPC 36 (R2) Demonstrações Consolidadas 668/11 1.240/09 alterada pelas Res. nº 1.273/10 e nº 1.351/11

NBC TG 36

CPC 37 (R1) Adoção Inicial nas Normas Internacionais de Contabilidade 647/10 1.306/10 NBC TG 37

CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração 604/09 1.196/09 NBC TG 38

CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 604/09 1.197/09 NBC TG 39

CPC 40 (R1) Instrumentos Financeiros: Evidenciação 684/12 1.399/12 NBC TG 40

CPC 41 Resultado por Ação 636/10 1.287/10 NBC TG 41

CPC 43 (R1) Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 41 651/10 1.315/10 NBC TG 43

CPC PME (R1) Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas – 1.255/09, 1.285/10 e 1.319/10

NBC TG 1.000

* Pronunciamento atualizado, correspondente à orientação OCPC nº 03, que deixa de ter aplicabilidade após a utilização dos pronunciamentos CPCs 38, 39 e 40

Interpretações

CPC Descrição Deliberação CVM nº Resolução CFC nº

ICPC 01 (R1) Contratos de Concessão 677/11 1.261/09 alterada pela

nº 1.376/11 ITG 01

ICPC 02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário 612/09 1.266/09 ITG 02

ICPC 03 Aspectos Complementares das Operações de Arrendamento Mercantil 613/09 1.256/09 ITG 03

ICPC 04 Alcance do Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações * *

ICPC 05 Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações – Transações

de Ações do Grupo e em Tesouraria * *

ICPC 06 Hedges de Investimentos Líquidos em Operação no Exterior 616/09 1.259/09 ITG 06

ICPC 07 Distribuição de Lucros in Natura 617/09 1.260/09 ITG 07

ICPC 08 (R1) Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos 683/12 1.398/12 ITG 08

ICPC 09 (R1) Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência

Patrimonial

687/12 1.262/09 ITG 09

ICPC 10 Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para

Investimento dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 27, 28, 37 e 43 619/09 1.263/09 ITG 10

ICPC 11 Recebimento em Transferência de Ativos de Cliente 620/09 1.264/09 ITG 11

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

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CPC Descrição Deliberação CVM nº Resolução CFC nº

ICPC 12 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares 621/09 1.265/09 ITG 12

ICPC 13 Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e

Reabilitação Ambiental 637/10 1.288/10 ITG 13

ICPC 14 Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares

ICPC 15 Passivo Decorrente de Participação em um Mercado Específico – Resíduos de

Equipamentos Eletroeletrônicos 638/10 1.289/10 ITG 15

ICPC 16 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais 652/10 1.316/10 ITG 16

ICPC 17 Contratos de Concessão – Evidenciação 677/11 1.375/11 ITG 17

* O texto dessa interpretação está contido no pronunciamento técnico CPC 10 (R1) - Pagamentos Baseados em Ações.

Orientações

CPC Descrição Deliberação CVM nº Resolução CFC nº

OCPC 01 (R1) Entidades de Incorporação Imobiliária 561/08 1.154/09 e 1.273/10 CTG 01

OCPC 02 Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008 Ofício SNC/SEP

nº 01/09 1.157/09 CTG 02

OCPC 03 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação

Ofício-Circular

CVM/SNC/SEP nº 03/2009

1.199/09 CTG 03

OCPC 04 Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação

Imobiliária Brasileiras 653/10 1.317/10 CTG 04

OCPC 05 Contratos de Concessão 654/10 1.318/10 CTG 05

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 7

O CPC tem o compromisso de revisar todos os documentos já emitidos para que estejam totalmente convergentes às normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB, entidade responsável por redigir, validar, promulgar e disseminar as normas.

Esse processo de revisão já teve início em 2009, 2010 e 2011 e continua em 2012, revisando todos os documentos emitidos em comparação com as alterações introduzidas pelo IASB no volume das IFRSs de 2012.

Relacionamos abaixo os pronunciamentos, as orientações e as interpretações técnicos que estão em fase de emissão e os seus principais aspectos.

Pronunciamentos técnicos, orientações técnicas e interpretações técnicas em fase de emissão

CPC Assunto Correlação IASB Estágio Atual

CPC 18 (R2) Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto

IAS 28 Audiência pública

CPC 19 (R2) Negócios em Conjunto IFRS 11 Aprovado com aplicação

para 2013

CPC 33 (R1) Benefícios a Empregados IAS 19 Audiência pública

CPC 34 Exploração de Avaliação de Recursos Minerais IFRS 6 Aguardando revisão do IASB

CPC 36 (R3) Demonstrações Consolidadas IAS 27 Audiência pública

CPC 42 Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária IAS 29 Aguardando discussão no IASB

CPC 44 Demonstrações Combinadas _ Audiência pública encerrada

CPC 45 Divulgação de Participação em Outras Entidades IFRS 12 Audiência pública

CPC 46 Mensuração do Valor Justo IFRS 13 Audiência pública

OCPC 06 Apresentação de Informações Financeiras pro Forma _ Audiência pública encerrada

Apresentação da Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)

O CPC, ao contrário das normas internacionais, não permitiu a divulgação da DRA em conjunto com a demonstração do resultado como uma única apresentação. Entretanto, conforme previsto na definição do próprio CPC 27 (R1), temos:

“10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

(...)

(b1) demonstração do resultado do período;

(b2) demonstração do resultado abrangente do período;”

Entende-se que, nas circunstâncias em que o único elemento da DRA for o lucro líquido (prejuízo) do exercício (o que equivale a dizer que a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é igual à DRA), a DRA ainda assim deverá ser apresentada.

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

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CPC 18 (R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto Status: em audiência pública A proposta de revisão do CPC 18 contempla substancialmente alterações no texto da IAS 28 promovidas pelo IASB, cuja aplicação é requerida a partir de 2013.

Em virtude dessas alterações, também está sendo proposta inclusão de referência a empreendimento controlado em conjunto.

A exemplo da versão anterior do CPC 18, a proposta de revisão incluiu referência a investimento em controlada, que não consta na versão da IAS 28, mas é necessária no Brasil devido à previsão, contida na legislação societária brasileira, de que nas demonstrações financeiras individuais o investimento em controladas seja avaliado pelo método de equivalência patrimonial.

CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto Status: aprovado com aplicação para 2013 A proposta de revisão do CPC 19 contempla substancialmente a alteração da utilização do texto da IAS 31 – Interests in Joint Ventures para a utilização do texto da IFRS 11 – Joint Arrangements, emitido após a edição do CPC 19 (R1), pelo IASB.

A proposta de revisão do CPC 19 contempla certas compatibilizações de texto para adequar a situação brasileira, como é o caso da referência incluída no documento relacionada às demonstrações contábeis individuais. A revisão do CPC 19 apresentado contempla ainda a alteração de seu nome original CPC 19 (R1) – Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) para CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto.

As modificações propostas alteram o pronunciamento original principalmente quanto à eliminação da opção de se consolidar os denominados “investimentos controlados em conjunto (joint ventures)” e à diferenciação entre uma controlada em conjunto e acordos de operação conjunta, como definidos no pronunciamento. O pronunciamento é de aplicação mandatória para os exercícios sociais iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013.

CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados Status: em audiência pública A proposta de revisão do CPC 33 contempla substancialmente alterações ao texto da IAS 19 promovidas pelo IASB, cuja aplicação é requerida a partir de 2013.

As principais modificações no pronunciamento referem-se aos planos de benefícios definidos:

• Foi excluída a possibilidade de utilização do “método do corredor” – permissão para que os ganhos e as perdas atuariais até um limite de 10% do valor presente da obrigação de benefício definido ou 10% do valor justo dos ativos do plano, dos dois o maior, pudessem ser apropriados ao resultado pelo tempo médio remanescente de vida laborativa dos empregados participantes do plano.

• A partir da adoção do novo pronunciamento, os ganhos e as perdas atuariais passam a ser reconhecidos integralmente na data das demonstrações financeiras, tendo como contrapartida o patrimônio líquido (outros resultados abrangentes). Esses valores não reciclam para o resultado do exercício, permanecendo na conta do patrimônio líquido “Outros resultados abrangentes”.

• A despesa/receita financeira do plano passa a ser reconhecida pelo valor líquido com base na taxa de desconto.

• Novos requisitos de divulgações nas demonstrações financeiras.

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 9

CPC 34 – Exploração de Avaliação de Recursos Minerais Status: aguardando revisão do IASB Este pronunciamento técnico tem por objetivo específico o tratamento das informações contábeis relacionadas com a exploração (no sentido da prospecção) e avaliação de recursos minerais, realizadas a partir da aquisição do direito legal de exploração até a constatação da viabilidade técnica e comercial do empreendimento, em cada área específica de exploração. O pronunciamento enfatiza a necessidade de definição das políticas contábeis adotadas pela entidade para tratamento dos gastos envolvidos, notadamente os ativos, os quais devem ser avaliados ao custo de aquisição e submetidos regularmente à avaliação da capacidade de recuperação do valor envolvido. O CPC 34 exige divulgação das políticas contábeis adotadas, dos valores relacionados com a exploração e avaliação, inclusive os relacionados com a perda por irrecuperabilidade de ativos, e, ainda, do passivo, das receitas e despesas e dos fluxos de caixa futuros. Determina, ainda, a incorporação aos ativos intangíveis do valor de baixa dos ativos tangíveis utilizados para o desenvolvimento daqueles, de acordo com o período de competência.

CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas Status: em audiência pública A proposta de revisão do CPC 36 contempla substancialmente alterações no texto da IAS 27, que resultou na edição, pelo IASB, da IFRS 10, cuja aplicação é requerida a partir de 2013.

CPC 42 – Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Status: aguardando discussão no IASB O CPC 42, equivalente à IAS 29, ainda está aguardando discussão em andamento no IASB.

CPC 44 – Demonstrações Combinadas Status: audiência pública encerrada O CPC 44 visa orientar quanto aos critérios para elaboração, às circunstâncias envolvidas e à forma da apresentação das demonstrações financeiras, assim como esclarecer o seu significado.

As demonstrações combinadas são elaboradas com o objetivo de apresentar informações contábeis de entidades que possuem controle ou administração comuns, mas não formam uma pessoa jurídica, por exemplo, na forma de holding ou mesmo uma entidade operacional que possua investimentos nas demais, situações estas em que as normas para preparação de demonstrações financeiras consolidadas (CPC 36 – Demonstrações Consolidadas) seriam utilizadas.

Adicionalmente, podem existir situações em que, depois de completado o processo de reestruturação societária, algumas entidades, cuja participação societária era detida diretamente por pessoas físicas, foram concentradas em uma holding que, a partir da data da reestruturação, passa a reunir condições para a consolidação, nos termos do CPC 36, mas seu histórico para fins de comparação pode ficar prejudicado. Nesse caso, desde que a estrutura passada se qualifique como controle ou administração comuns, para permitir comparação e análise do histórico, poderiam ser preparadas demonstrações financeiras combinadas.

A elaboração de demonstrações combinadas não está disciplinada nas normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB; todavia, essa prática não é vedada e referências genéricas são feitas sobre essas demonstrações. Já nas práticas contábeis norte-americanas (US GAAP) existe previsão equivalente à que está proposta no CPC 44.

CPC 45 – Divulgação de Participação em Outras Entidades Status: em audiência pública O objetivo do CPC 45 é orientar quanto à exigência de que uma entidade divulgue informações que permitam aos usuários de suas demonstrações financeiras avaliar as informações de uma entidade quanto a natureza da participação em outras entidades, riscos associados a tais participações, efeitos dessas participações sobre a sua posição patrimonial e financeira, desempenho financeiro e respectivos fluxos de caixa. Uma participação em outra entidade refere-se a envolvimento contratual e não contratual que exponha a entidade que reporta à variabilidade dos retornos oriundos do desempenho da outra entidade.

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Regulamentação contábil Práticas contábeis brasileiras

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Para atingir o objetivo do pronunciamento, a entidade deve divulgar:

a) os julgamentos e as premissas significativos que fez ao determinar a natureza de sua participação em outra entidade ou acordo e ao determinar o tipo de negócio em conjunto no qual tem participação; e

b) informações sobre suas participações em: controladas; negócios em conjunto e coligadas; e em entidades estruturadas que não são controladas pela entidade (entidades estruturadas não consolidadas).

CPC 46 – Mensuração do Valor Justo Status: em audiência pública A proposta de emissão do CPC 46 contempla substancialmente a convergência com o texto da IFRS 13, emitida pelo IASB, cuja adoção é requerida a partir de 2013.

O objetivo do CPC 46 é de: (a) definir valor justo; (b) estabelecer em um único pronunciamento uma estrutura para a mensuração do valor justo; e (c) estabelecer divulgações sobre mensurações do valor justo.

OCPC 06 – Apresentação de Informações Financeiras pro Forma Status: audiência pública encerrada O objetivo da OCPC 06 é estabelecer os critérios para compilação, elaboração e formatação de informações financeiras pro forma que só podem ser apresentadas quando assim forem qualificadas e desde que o propósito seja devidamente justificado em nota explicativa, como, por exemplo, em casos de reestruturações societárias, aquisições, vendas ou cisões de negócios.

Informações financeiras pro forma diferem de demonstrações combinadas (objeto da audiência pública nº 06/11), cujos procedimentos e circunstâncias são diferentes das informações financeiras pro forma.

As informações financeiras pro forma devem somente ilustrar os efeitos de uma transação específica, mensurável de maneira objetiva (a partir dos valores históricos), excluindo os efeitos baseados em estimativas e julgamentos sobre como as práticas e decisões operacionais da Administração poderiam ou não ter afetado as demonstrações financeiras históricas em decorrência da transação.

Informações sobre os possíveis ou esperados impactos de decisões tomadas pela Administração atual em decorrência da transação, como se tivessem sido tomadas em períodos anteriores, são consideradas projeções e não fazem parte do alcance da orientação, não podendo ser apresentadas sob o título de informações pro forma.

As demonstrações pro forma são voluntárias e a orientação OCPC 06 fornece um guia sobre compilação, elaboração e formatação de informações financeiras pro forma (forma, conteúdo e circunstâncias em que são apresentadas), quando adotadas. Essa orientação não inclui os conceitos sobre preparação de demonstrações financeiras combinadas, cujos procedimentos e circunstâncias são diferentes.

A elaboração de informações financeiras pro forma não está disciplinada nas normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB nem pelas práticas contábeis adotadas no Brasil, e, por essa razão, está sendo proposta a emissão de uma orientação do CPC (e não um pronunciamento), para quando essas informações forem preparadas e divulgadas.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 11

O IASB mantém o comprometimento na realização das revisões pós-implementação de todas as novas IFRSs e alterações significativas. As principais revisões já estão em andamento e apresentamos nas páginas a seguir um resumo das Normas Internacionais de Relatório Financeiro que entraram em vigor em 2012 e das que ainda não estão vigentes, mas que já foram divulgadas pelo IASB.

Alterações à IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de julho de 2011 Altera a IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, resultante da revisão abrangente do IASB das atividades não registradas no balanço patrimonial.

As alterações introduzem divulgações adicionais que permitem aos usuários das demonstrações financeiras aumentar seu entendimento acerca das transações de transferência de ativos financeiros (por exemplo, securitizações), inclusive dos possíveis efeitos de quaisquer riscos que pudessem permanecer com a entidade que transferiu os ativos. As alterações também exigem divulgações adicionais, caso um volume desproporcional de transações de transferência seja realizado no encerramento do período.

Observação: no primeiro ano de adoção, as informações comparativas não são exigidas.

Imposto diferido: recuperação de ativos subjacentes (alterações à IAS 12) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2012 Altera a IAS 12 – Impostos sobre a Renda para fornecer a premissa de que a recuperação do valor contábil de um ativo mensurado com base no modelo de valor justo da IAS 40 – Propriedade de Investimentos será, normalmente, realizada por meio da venda.

Devido às alterações, a SIC 21 – Impostos sobre a Renda – Recuperação de Ativos Reavaliados e Não Sujeitos à Depreciação não seria aplicável às propriedades para investimentos contabilizadas ao valor justo. As alterações também incorporam à IAS 12 uma orientação remanescente anteriormente contida na SIC 21, que foi devidamente retirada.

Hiperinflação severa e remoção de datas fixas para adotantes iniciais (alterações à IFRS 1) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de julho de 2011 Altera a IFRS 1 – Adoção Inicial das Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs) para:

• Substituir as referências a uma data fixa de “1o de

janeiro de 2004” pela “data de transição das IFRSs”, eliminando a necessidade de reapresentar as transações de baixa ocorridas antes da data de transição para as IFRSs; e

• Fornecer orientações sobre como uma entidade deve continuar a apresentar as demonstrações financeiras de acordo com as IFRSs após um período no qual a entidade não fosse capaz de atender às IFRSs devido à exposição da sua moeda funcional à hiperinflação severa.

Alterações à IAS 1: apresentação de itens de outros resultados abrangentes Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de julho de 2012 • Preservam as alterações à IAS 1 em 2007 no intuito

de exigir que o lucro ou prejuízo e os componentes de outros resultados abrangentes sejam apresentados em conjunto, ou seja, em uma única demonstração do resultado abrangente, ou em demonstrações do resultado e do resultado abrangente separadas – ao invés de exigir uma única demonstração contínua, conforme proposto na minuta submetida à audiência pública;

• Exigem que as entidades agrupem os itens apresentados em outros resultados abrangentes com base na sua possível reclassificação para o resultado posteriormente, ou seja, aqueles que podem ser reclassificados e aqueles que não serão reclassificados; e

• Exigem que os impostos correspondentes aos itens antes dos impostos sejam apresentados separadamente para cada um dos dois grupos de itens dos outros resultados abrangentes (sem alterar a opção de apresentar os itens de outros resultados abrangentes líquidos ou brutos de impostos).

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Normas contábeis internacionais que ainda não estão vigentes, mas que já foram divulgadas pelo IASB Em 2013, entrarão em vigência importantes normas que poderão trazer impactos significativos nas demonstrações financeiras das companhias e que impactarão inclusive as informações comparativas referentes às demonstrações financeiras de 2012. Dessa forma, é imprescindível que a Administração tenha conhecimento dessas mudanças e que antecipe discussões que essas normas poderão causar em suas demonstrações financeiras. Relacionamos abaixo as normas com data de vigência a partir de 1º de janeiro de 2013 e um resumo das principais mudanças que cada norma pode trazer às companhias:

IAS 19 – Benefícios a Empregados (2011) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Versão alterada da IAS 19 contendo as exigências revisadas dos planos de pensão e de outros benefícios pós-aposentadoria, bem como benefícios de rescisão e outras alterações.

As principais alterações incluem:

• Exigência de reconhecimento das alterações no passivo (ativo) dos benefícios definidos líquidos, inclusive o reconhecimento imediato do custo do benefício definido; separação do custo do benefício definido em componentes; reconhecimento de remensurações em outro resultado abrangente; alterações aos planos, reduções e liquidações (com a eliminação da “abordagem de corredor” permitida pela IAS 19 existente);

• Introdução de divulgações aperfeiçoadas dos planos de benefícios definidos;

• Modificação da contabilização dos benefícios de rescisão, inclusive a distinção entre os benefícios oferecidos em troca de serviços prestados e benefícios oferecidos em troca da rescisão do vínculo empregatício, afetando o reconhecimento e a mensuração dos benefícios de rescisão;

• Esclarecimento de diversas questões, inclusive a classificação dos benefícios a empregados, estimativas atuais das taxas de mortalidade, custos fiscais e administrativos e compartilhamento de riscos e características de indexação condicional; e

• Inclusão de outras questões submetidas ao Comitê de Interpretações das IFRSs.

IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (2011) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Versão alterada da IAS 27 que passa a lidar somente com as exigências relacionadas a demonstrações financeiras separadas, que manteve substancialmente inalterada essa parte da IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas. As exigências relacionadas às demonstrações financeiras consolidadas foram incluídas na IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas.

A norma exige que a entidade, ao elaborar demonstrações financeiras separadas, contabilize seus investimentos em controladas, coligadas e entidades controladas em conjunto ao custo ou de acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

A norma também trata do reconhecimento de dividendos e de determinadas reorganizações do grupo e inclui diversas exigências de divulgação.

Observação: as entidades que adotarem antecipadamente essa norma devem também adotar as demais normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações: IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, IFRS 11 – Negócios em Conjunto, IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades e IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Entidades Controladas em Conjunto (2011).

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 13

IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Entidades Controladas em Conjunto (2011) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Essa norma substitui a IAS 28 – Investimentos em Coligadas e aborda a contabilização de investimentos em coligadas e define as exigências para a aplicação do método de equivalência patrimonial na contabilização de investimentos em coligadas e entidades controladas em conjunto (joint ventures).

A norma define o conceito de “influência significativa” e oferece instruções sobre como aplicar o método de equivalência patrimonial (incluindo as isenções de aplicação desse método em determinados casos). Ela também determina como os investimentos em coligadas e joint ventures devem ser submetidos ao teste anual para análise de perda do valor recuperável.

Observação: as entidades que adotarem essa norma antecipadamente devem também adotar as demais normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações: IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, IFRS 11 – Negócios em Conjunto, IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades e IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (2011).

IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (2009) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2015 A IFRS 9 introduz novas exigências para a classificação e mensuração dos ativos financeiros, como segue:

• Instrumentos da dívida sujeitos ao teste de “modelo de negócios” e ao teste de “características de fluxo de caixa” são mensurados ao custo amortizado (o uso do valor justo é opcional em determinados casos);

• Investimentos em instrumentos patrimoniais podem ser contabilizados como “valor justo por meio de outro resultado abrangente”, sendo somente os dividendos reconhecidos no resultado;

• Todos os demais instrumentos (incluindo todos os derivativos) são mensurados ao valor justo, sendo as alterações reconhecidas no resultado; e

• O conceito de “derivativos embutidos” não se aplica aos ativos financeiros de acordo com o escopo da norma, e todo o instrumento deve ser classificado e mensurado de acordo com as diretrizes mencionadas.

Observação: em outubro de 2010, o IASB reemitiu a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, incluindo as exigências revisadas para passivos financeiros e mantendo as exigências existentes de baixa da IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. A IFRS 9 (2010) substitui a IFRS 9 (2009). No entanto, para exercícios iniciados antes de 1

o de janeiro de 2015, uma

entidade poderá adotar antecipadamente a IFRS 9 (2009) em vez da IFRS 9 (2010).

IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (2010) Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2015 A versão revisada da IFRS 9 inclui as exigências revisadas para a classificação e mensuração de passivos financeiros e mantém as exigências existentes de baixa da IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

As disposições revisadas de passivos financeiros mantêm a base de mensuração do custo amortizado existente para a maioria dos passivos. As novas exigências serão aplicadas nos casos em que uma entidade opta por mensurar um passivo ao valor justo por meio do resultado – nesses casos, a parcela da alteração no valor justo relativa às alterações no próprio risco de crédito da entidade será apresentada em outros resultados abrangentes em vez de no resultado.

Observação: essa norma substitui a IFRS 9 (2009). No entanto, para exercícios iniciados antes de 1

o de janeiro

de 2015, uma entidade poderá adotar antecipadamente a IFRS 9 (2009).

IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Essa norma exige que a controladora apresente suas demonstrações financeiras consolidadas como se fosse uma única entidade econômica, substituindo as exigências anteriormente contidas na IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas e SIC 12 – Consolidação – Entidades de Propósito Específico.

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IFRSs Normas Internacionais de Relatório Financeiro

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A norma identifica os princípios de controle, determina como identificar se um investidor controla uma investida, devendo, portanto, consolidar a investida, e estabelece os princípios para a preparação de demonstrações financeiras consolidadas.

A norma introduz um único modelo de consolidação para todas as entidades com base no controle, independentemente da natureza da investida (isto é, se uma entidade é controlada por meio de direitos de voto dos investidores ou através de outros acordos contratuais como normalmente ocorre com as entidades de propósito específico). De acordo com a IFRS 10, controle baseia-se na evidência de que o investidor possua:

• Poder sobre a investida;

• Exposição, ou direitos, a retornos variáveis do seu envolvimento com a investida; e

• Capacidade para usar seu poder sobre a investida para afetar o valor dos retornos.

Observação: as entidades que adotarem essa norma antecipadamente devem também adotar as demais normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações: IFRS 11 – Negócios em Conjunto, IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (2011) e IAS 28 – Investimento em Coligada e Controlada (2011).

IFRS 11 – Negócios em Conjunto Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Substitui a IAS 31 – Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto. Exige que uma parte de um empreendimento em conjunto determine o tipo de acordo conjunto na qual está envolvida por meio da avaliação dos seus direitos e das obrigações, os quais devem ser contabilizados de acordo com o tipo de acordo conjunto.

Os acordos conjuntos correspondem a operações conjuntas ou entidades controladas em conjunto:

(i) uma operação conjunta é um acordo conjunto por meio do qual as partes com controle conjunto do acordo (operadores em conjunto) possuem direitos com relação aos ativos e obrigações com relação aos passivos relacionados ao acordo. Os operadores em conjunto reconhecem seus ativos, passivos, receitas e despesas com base nas suas participações em uma operação conjunta (incluindo suas participações em cada item em conjunto); e (ii) uma joint venture é um acordo conjunto por meio do qual as partes com controle conjunto do acordo (joint ventures) possuem direitos com relação aos ativos líquidos do acordo. Um investidor aplica o método de equivalência patrimonial sobre o seu investimento na joint venture de acordo com a IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Entidades Controladas em Conjunto (2011). Diferentemente da IAS 31, o uso da consolidação proporcional para contabilização de joint ventures não é permitido.

Observação: as entidades que adotarem antecipadamente essa norma devem também adotar as demais normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações: IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (2011) e IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Entidades Controladas em Conjunto (2011).

IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013

Exige a divulgação abrangente de informações que permitam aos usuários das demonstrações financeiras avaliarem a natureza e os riscos associados a participações em outras entidades, bem como os efeitos dessas participações sobre a sua posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa.

No geral, as divulgações exigidas são agrupadas nas categorias mais amplas a seguir mencionadas:

• Julgamentos e premissas significativas – como o controle, o controle conjunto e a influência significativa foram determinados.

• Participações em controladas – inclusive detalhes sobre a estrutura do grupo, os riscos associados às entidades estruturadas e as alterações no controle, entre outros.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 15

• Participações em acordos conjuntos e coligadas – a natureza, a extensão e os efeitos financeiros das participações em acordos conjuntos e coligadas (inclusive nomes, detalhes e informações financeiras resumidas).

• Participações em entidades estruturadas não consolidadas – informações para entender a natureza e extensão das participações em entidades estruturadas não consolidadas e avaliar a natureza e as alterações e os riscos associados às suas participações em entidades estruturadas não consolidadas.

A IFRS 12 relaciona exemplos específicos e divulgações adicionais que informam mais detalhadamente cada um desses objetivos de divulgação, inclusive outras orientações acerca das divulgações abrangentes exigidas.

Observação: as entidades são incentivadas a fornecer voluntariamente as informações exigidas pela IFRS 12 anteriormente à sua adoção. A adoção de algumas divulgações exigidas pela IFRS 12 não obriga uma entidade a cumprir todas as exigências da IFRS ou aplicar as outras normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações.

IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Substitui as diretrizes relacionadas à mensuração do valor justo nas IFRSs existentes por uma única norma.

A IFRS resulta do trabalho conjunto do IASB e FASB para o desenvolvimento de uma estrutura de valor justo convergente. A IFRS 13 define o valor justo, indica como determinar o valor justo e exige divulgações acerca das mensurações do valor justo. No entanto, a IFRS 13 não altera as exigências relacionadas a quais itens devem ser mensurados ou divulgados ao valor justo.

A IFRS 13 é aplicável quando outra IFRS exige ou permite mensurações do valor justo ou divulgações das mensurações do valor justo (e mensurações, como o valor justo menos os custos de venda, com base no valor justo ou nas divulgações relacionadas a tais mensurações). Com algumas exceções, a norma exige que as entidades classifiquem essas mensurações em uma hierarquia de valor justo com base na natureza dos dados:

• Nível 1 – os preços cotados em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos que podem ser acessados pela entidade na data de mensuração.

• Nível 2 – dados, exceto pelos preços de mercado cotados incluídos no Nível 1, que sejam observáveis para o ativo ou passivo, direta ou indiretamente.

• Nível 3 – dados não observáveis para o ativo ou passivo.

As entidades deverão efetuar diversas divulgações dependendo da natureza da mensuração do valor justo (por exemplo, se foi reconhecida nas demonstrações financeiras ou simplesmente divulgada) e do nível em que foi classificada.

IFRIC 20 – Custo de Remoção da Fase de Produção de uma Mina de Superfície Vigência: exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013 Esclarece as exigências para contabilização de custos de remoção associados ao descarte de resíduos da mina de superfície, inclusive casos em que os custos de remoção da produção devem ser reconhecidos como um ativo, como o ativo é inicialmente reconhecido e a mensuração subsequente.

A interpretação exige que os custos das atividades de remoção que oferece melhor acesso aos minérios sejam reconhecidos como um ativo de atividades de remoção não correntes, mediante o cumprimento de determinados critérios. O ativo de atividades de remoção é depreciado ou amortizado de forma sistemática, com base na vida útil estimada do componente identificado do minério que se tornar mais acessível em virtude da atividade de remoção, usando as unidades do método de produção, exceto se outro método for mais apropriado.

Dessa forma, as principais características da IFRIC 20 são:

• Custos com atividade de remoção que ofereça melhor acesso ao minério devem ser reconhecidos como “ativo de atividade de remoção” não circulante, desde que atendidos certos critérios, enquanto custos com atividade de remoção operacionais normais devem ser contabilizados de acordo com os princípios da IAS 2 – Estoques.

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• O ativo da atividade de remoção deve ser contabilizado como uma adição ou aperfeiçoamento de um ativo existente e classificado como tangível ou intangível de acordo com a natureza do ativo existente do qual faça parte.

• O ativo da atividade de remoção deve ser inicialmente mensurado ao custo e posteriormente contabilizado ao custo ou a seu valor de avaliação, menos depreciação ou amortização e eventuais perdas de valor recuperável.

• As entidades devem identificar cuidadosamente o componente da concentração do minério ao qual os custos capitalizados se referem, uma vez que isso irá determinar a forma como o ativo deverá ser depreciado.

A interpretação é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013, sendo permitida a adoção antecipada.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 17

Nos últimos anos, o IASB completou significativos projetos sobre as normas contábeis internacionais que resultaram em diversos requerimentos e divulgações. A data efetiva de cada um desses requerimentos está se aproximando rapidamente e agora é tempo de nos prepararmos para implementá-los. A tabela abaixo detalha essas datas e quando essas normas podem ser aplicadas retrospectivamente.

Cabe à Administração das companhias avaliar hoje os efeitos que essas novas normas podem trazer às demonstrações financeiras amanhã. A seguir, constam os principais conceitos das normas emitidas pelo IASB com vigência a partir de 2013.

Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Cronograma do IASB

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas Por que se preocupar agora? A IFRS 10 substitui as exigências anteriormente contidas na IAS 27 e SIC 12 e identifica os princípios de controle, trazendo um único modelo de consolidação. Dessa forma, as companhias deverão rever os conceitos anteriormente utilizados para determinar “controle” e verificar se, após a implementação da IFRS 10, algum efeito de consolidação deveria ser revisto com base no novo modelo para determinar o controle sugerido pela IFRS 10.

O investidor detém controle sobre uma investida quando está exposto, ou tem direito, a retornos variáveis decorrentes de seu investimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos devido ao seu poder sobre a investida.

A IFRS 10 estabelece um modelo único a ser aplicado na análise de existência de controle de suas investidas, conforme mostra a tabela abaixo.

Definição de controle

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 19

O controle sobre uma investida deve ser avaliado à medida que os fatos e as circunstâncias mudem, considerando também a natureza do relacionamento do investidor com as outras partes. Mudanças nas condições de mercado não requerem uma reavaliação da conclusão sobre a existência de controle. Embora a IFRS 10 não prescreva uma ordem a ser seguida quanto à análise de controle, descrevemos a seguir um diagrama que pode auxiliar o investidor na avaliação se detém o controle de uma investida.

Considerações importantes Considere direitos substantivos do investidor Para ser substantivo, o direito precisa ser exercível quando uma decisão relevante sobre atividade da investida precisa ser tomada e seu detentor precisa ter, na prática, a capacidade de exercer esse direito. Cuidados adicionais devem ser observados quando existirem direitos denominados “Direitos de Proteção”, que se destinam a proteger os interesses de seu titular, porém, sem dar a essa parte poder sobre a investida à qual se referem esses direitos. Um investidor que detém apenas direitos de proteção não pode ter poder ou impedir outra parte de ter poder sobre uma investida.

Auxilio na determinação da existência de controle

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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Identifique o poder de fato (de facto control) Avalie se o investidor tem poder de fato sobre uma investida, ou seja, se tem a capacidade prática de direcionar as atividades relevantes da investida unilateralmente. Considere fatores e circunstâncias como quantidade de ações, direito de voto, postura do investidor diante de outros acionistas, poder, exposição às variáveis de retorno, etc.

Avalie a exposição às variáveis de retorno Ao avaliar sua exposição à variabilidade do retorno na investida, o tomador de decisões deve considerar que: a) quanto maior a dimensão e a variabilidade associada a seus interesses econômicos, considerando sua remuneração e outros interesses em conjunto, maior a probabilidade de que o tomador de decisões seja um principal; b) se a sua exposição à variabilidade dos retornos é diferente da dos demais investidores e, em caso afirmativo, se isto poderia influenciar seus atos. O tomador de decisões avaliará sua exposição em relação à variabilidade total dos retornos da investida. Essa avaliação é feita essencialmente com base nos retornos esperados das atividades da investida, mas a exposição máxima do tomador de decisões à variabilidade dos retornos da investida decorrentes de outras participações detidas pelo tomador de decisões também deve ser considerada.

Avalie a relação entre poder e retorno Para haver controle, o investidor precisa ter a capacidade de usar seu poder sobre a investida para obter retorno que os beneficia, ou seja, precisa haver ligação entre poder e retorno. O investidor que tem poder de tomar decisões na investida deve determinar se está atuando como agente ou como principal ao avaliar se controla a investida. Se o investidor estiver atuando como agente a relação entre poder e retorno não existe e considera-se que o poder delegado ao tomador de decisões é detido pelo principal. Fatores como a forma de relacionamento com as demais partes, formas de remuneração, exposição à variabilidade de retorno e outros fatores são importantes para realizar essa análise. Quanto maior for a magnitude e variabilidade de seus interesses econômicos na investida, maior a probabilidade de que o tomador de decisões seja o principal.

Procedimentos de transição A IFRS 10 deve ser aplicada para exercícios que se iniciam em 1º de janeiro de 2013 ou após essa data. As entidades que adotarem antecipadamente essa norma devem também adotar as demais normas incluídas no “conjunto de cinco” que tratam de consolidação, acordos conjuntos e divulgações: IFRS 11 – Negócios em Conjunto, IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades, IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas (2011) e IAS 28 – Investimentos em Coligadas e Entidades Controladas em Conjunto (2011).

Aplicação do Brasil A aplicação deste pronunciamento no Brasil está sujeita à emissão de norma correspondente pelo CPC e às devidas aprovações pelos órgãos reguladores.

Aplicação retrospectiva A IFRS 10 deve ser aplicada retrospectivamente para avaliar a existência de mudança na conclusão de controle em comparação com a IAS 27 e SIC 12. Assim, nos casos em que a conclusão de controle não é alterada pela aplicação da IFRS 10, não há requerimento para alteração das informações financeiras históricas. Em contrapartida, no caso de mudança da conclusão de controle, há requerimentos específicos na forma de regras de transição, incluindo a adoção da IFRS 3 sobre combinação de negócios em data retroativa, e requerimentos específicos para desconsolidação e para adoção do conceito de “atribuição de uma data de aquisição” nos casos em que a identificação de uma data de aquisição for impraticável.

IFRS 11 – Negócios em Conjunto Por que se preocupar agora? A IFRS 11 alterou a contabilização do investimento controlado em conjunto. Assim como a IFRS 10, as companhias terão como primeiro passo avaliar os novos conceitos de controle, inclusive para avaliar se as características de investimento controlado em conjunto continuam pertinentes. Deve ser revisto se suas respectivas atividades estão adequadamente enquadradas entre joint ventures ou joint operations.

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 21

Os principais reflexos com a introdução da IFRS 11, inclusive com aplicação retrospectiva, dizem respeito àqueles investimentos controlados em conjunto que seguiam o método de consolidação proporcional e que a partir de 1º de janeiro de 2013 deverão seguir o método de equivalência patrimonial. As companhias deverão estar aptas para a realização dos procedimentos de adoção inicial e conceitos de desconsolidação e avaliar os reflexos que terão em suas demonstrações financeiras e seus stakeholders (covenants, partes relacionadas, etc.).

A IFRS 11 define controle conjunto como “o compartilhamento contratualmente convencionado do controle de um negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle”.

Exceto pelas mudanças quanto à definição de controle, determinadas na IFRS 10, que podem trazer mudanças nas estruturas das companhias que hoje adotam controle conjunto, a IFRS 11 não introduz alterações significativas na definição geral de um acordo sujeito a controle em conjunto que até então era definido pela IAS 31. O controle conjunto existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que controlam coletivamente o negócio. Avaliar se o negócio é controlado em conjunto por todas as suas partes ou por um grupo de partes ou se é controlado individualmente por uma de suas partes pode exigir julgamento. A IFRS 11 descreve como pode ser feita essa avaliação (veja ilustração ao lado).

Após determinar a existência de controle em conjunto, os acordos em conjunto são divididos em dois tipos, cada um tendo um modelo de contabilização.

Operações em conjunto (joint operations) As partes controladoras em conjunto têm direitos sobre os ativos e obrigações sobre os passivos, relacionados a esse acordo.

Avaliação do controle conjunto

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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Empreendimento em conjunto (joint venture) As partes controladoras em conjunto têm direitos sobre ativos líquidos (ou seja, patrimônio líquido) dessa entidade.

Uma entidade deve determinar o tipo de acordo em conjunto ao considerar a estrutura, a forma jurídica, o acordo contratual e outros fatos e circunstâncias. O fluxograma a seguir considera as exigências relevantes descritas na IFRS 11 para determinar essa classificação.

odo de contabilização

Considerando a forma em que é estruturada grande parte das entidades brasileiras quanto a sua natureza, forma jurídica e acordos contratuais, a avaliação da IFRS 11 levará substancialmente os investimentos controlados em conjunto à classificação de joint venture. Ainda assim, faz-se necessária uma adequada reavaliação na transição da IAS 31 para a IFRS 11.

Joint ventures Não existe mais a contabilização pelo método de consolidação proporcional.

A transição da consolidação proporcional para o método de equivalência patrimonial afetará todos os itens da linha da demonstração financeira de uma entidade, principalmente reduzindo as receitas e o total de ativos e passivos, podendo afetar índices financeiros exigidos por bancos, clientes, etc. Se a joint venture for uma entidade rentável e tributável, então a transição também irá diminuir o lucro antes dos impostos, visto que as despesas com imposto de renda e contribuição social da joint venture não serão incluídas na linha de imposto de renda e contribuição social.

O reflexo dessa mudança no Brasil será generalizado, pois até o ano passado a consolidação proporcional para investimentos controlados em conjunto era a única opção no Brasil. Dessa forma, as entidades deverão atentar-se para as seguintes questões a partir de 2013:

• Reavaliar condições contratuais, principalmente contratos de dívida e acordos de remuneração baseados em desempenho de índices financeiros;

• Comunicar os efeitos esperados dessa transição para acionistas e outras partes interessadas, e levar também em consideração as expectativas dos analistas de mercado;

• Avaliar os procedimentos de apresentação retrospectiva e desenvolver procedimento contábil para desconsolidação dos saldos anteriormente apresentados.

Etapas para “desconsolidação” As entidades que estiverem classificadas como joint venture e até o momento optavam pelo método da consolidação proporcional terão de, a partir da vigência deste pronunciamento, aplicar o método de equivalência patrimonial, inclusive sobre as informações comparativas. Dessa forma, a entidade deve atentar-se para os principais procedimentos para “desconsolidar” suas demonstrações financeiras:

• Agregar o valor dos ativos líquidos consolidados proporcionalmente, incluindo qualquer alocação de ágio (se houver) em um saldo único na conta de investimento no início do período mais antigo apresentado.

Classificação de um negócio em conjunto

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 23

O saldo de abertura do investimento deve passar pela avaliação quanto a redução ao valor recuperável do ativo de acordo com a IAS 28 e a IAS 36. Quaisquer perdas por redução ao valor recuperável são reconhecidas como um ajuste no saldo de abertura de lucros acumulados no início mais antigo apresentado.

• Se o saldo do investimento for negativo, então a entidade reconhece o passivo correspondente somente se ela tiver uma obrigação legal ou construtiva relacionada com os ativos líquidos negativos. Se não for reconhecida nenhuma obrigação, é feito então um ajuste na conta de lucros acumulados no início do período mais antigo apresentado.

Os investimentos controlados em conjunto que estiverem classificados como joint ventures ou como joint operations requerem procedimentos mínimos para adaptação à nova norma. O quadro abaixo resume alguns pontos de atenção para o período de transição.

IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades Por que se preocupar agora? A crise financeira mundial que se iniciou em 2007 deixou perceptível a falta de transparência com relação aos riscos a que uma entidade está exposta devido a seu envolvimento com entidades estruturadas (entidades que tenham sido designadas de modo que os direitos de voto ou similares não sejam o fator preponderante ao decidir quem controla as entidades).

Em virtude disso, em 12 de maio de 2011, o IASB emitiu a IFRS 12 – Divulgações de Participações em Outras Entidades, a qual estabelece em um único pronunciamento as exigências de divulgação de participações em controladas, coligadas, acordos em conjunto e em entidades estruturadas não consolidadas.

Aplicação do Brasil: A aplicação deste pronunciamento no Brasil está sujeita à emissão de norma correspondente pelo CPC e às devidas aprovações pelos órgãos reguladores.

Orientações para procedimento de desconsolidação

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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A IFRS 12 é aplicável prospectivamente para exercícios iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Entretanto, a Administração das companhias deve iniciar as discussões e levantar as informações para as divulgações aplicáveis.

Objetivo e escopo A IFRS 12 tem por objetivo requerer a divulgação de determinadas informações com o intuito de permitir aos usuários das demonstrações financeiras avaliarem:

• A natureza de suas participações em outras entidades e os riscos associados a tais participações; e

• Os efeitos dessas participações sobre a sua posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa.

Quando as divulgações requeridas pela IFRS 12, associadas às divulgações requeridas por outras IFRSs, não atenderem aos objetivos acima, uma entidade é requerida a divulgar quaisquer informações adicionais que sejam necessárias para que estes objetivos sejam atingidos.

A IFRS 12 é aplicável a uma entidade que possua participação em qualquer uma das seguintes situações:

• Subsidiárias;

• Negócios em conjunto (ou seja, operações em conjunto com empreendimentos em conjunto);

• Coligadas; e

• Entidades estruturadas não consolidadas.

Divulgações requeridas Observação importante O sumário de divulgações requeridas a seguir é apenas um breve resumo dos principais requerimentos da IFRS 12. Este resumo não relaciona todas as divulgações específicas requeridas pelo pronunciamento, apenas menciona os principais objetivos, categorias e natureza das divulgações requeridas. A IFRS 12 relaciona exemplos específicos e divulgações adicionais requeridas em determinadas situações. Dessa forma, o sumário a seguir não deve ser considerado como uma listagem completa dos requerimentos de divulgação contidos na IFRS 12.

Julgamentos e premissas significativas Uma entidade divulgará informações sobre julgamentos e premissas significativas utilizadas (e mudanças nestes julgamentos e premissas) ao determinar:

• Que tem o controle de outra entidade;

• Que possui o controle conjunto de um acordo ou influência significativa sobre outra entidade; e

• O tipo de acordo em conjunto (por exemplo, operação em conjunto ou empreendimento controlado em conjunto) quando o acordo tiver sido estruturado por meio de um veículo em separado.

Participações em subsidiárias Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários das demonstrações financeiras consolidadas:

• Compreender a composição do grupo;

• Compreender a participação de acionistas não controladores nas atividades e nos fluxos de caixa do grupo;

• Avaliar a natureza e extensão de restrições significativas sobre sua capacidade de acessar ou usar ativos e liquidar passivos do grupo;

• Avaliar a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades estruturadas consolidadas e mudanças nesses riscos;

• Avaliar as consequências de mudanças de participação societária em uma subsidiária que não resultam em perda de controle; e

• Avaliar as consequências da perda de controle de uma subsidiária durante o período de relatório.

Participações em negócios em conjunto e coligadas Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários das demonstrações financeiras avaliarem:

• A natureza, a extensão e os efeitos financeiros de suas participações em negócios em conjunto e coligadas, incluindo a natureza e os efeitos de sua relação contratual com os demais investidores que tenham participações em acordos em conjunto e coligadas; e

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 25

• A natureza dos riscos associados a suas participações em negócios em conjunto e coligadas, bem como as mudanças nesses riscos.

Participações em entidades estruturadas não consolidadas Uma entidade divulgará informações que possibilitem aos usuários das demonstrações financeiras:

• Compreender a natureza e extensão de suas participações em entidades estruturadas não consolidadas; e

• Avaliar a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades estruturadas não consolidadas, bem como as mudanças nesses riscos.

Aplicação do Brasil A aplicação deste pronunciamento no Brasil está sujeita à emissão de norma correspondente pelo CPC e às devidas aprovações pelos órgãos reguladores.

IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo Por que se preocupar agora? Em 12 de maio de 2011, o IASB emitiu a IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo, a qual estabelece uma única fonte de orientação para mensuração de valor justo para fins das IFRSs. Antes da introdução da IFRS 13, estes conceitos estavam dispersos em várias outras IFRSs. Em alguns casos, estes conceitos eram inconsistentes e não totalmente claros.

A IFRS 13 define valor justo, fornece um guia para sua determinação e introduz requerimentos para divulgação sobre mensuração do valor justo. Todavia, a IFRS 13 não define quando uma mensuração de valor justo deve ser aplicada. Define apenas como o valor justo deve ser mensurado quando outra IFRS requer esta mensuração.

Algumas IFRSs (por exemplo, IAS 40 – Propriedades para Investimentos) requerem que determinados itens das demonstrações financeiras sejam mensurados continuamente pelo seu valor justo (mensuração de valor justo recorrente). Outras IFRSs (por exemplo, IFRS 5 – Ativo Não Circulante Disponível para Venda e Operação Descontinuada) requerem a mensuração pelo valor justo em certas circunstâncias (mensuração de valor justo não recorrente). Além disso, algumas IFRSs (por exemplo, IFRS 3 – Combinação de Negócios) requerem a mensuração pelo valor justo de um item apenas no reconhecimento inicial.

A IFRS 13 é aplicável prospectivamente para exercícios iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013. Entretanto, cabe à Administração das companhias antecipar essas análises o quanto antes pois envolvem estimativas geralmente complexas.

Escopo A IFRS 13 é aplicável a todos os saldos e transações (financeiros e não financeiros) em que uma mensuração de valor justo é permitida ou requerida por outra IFRS, exceto com relação a transações relacionadas a pagamentos baseados em ações (registradas de acordo com a IFRS 2 – Pagamentos Baseados em Ações) e transações de arrendamentos no escopo da IAS 17 – Arrendamento Mercantil.

A IFRS 13 também deixa claro que algumas mensurações têm alguma similaridade com valor justo mas não se enquadram no conceito de valor justo definido pela norma, como, por exemplo, valor líquido de realização como definido pela IAS 2 – Estoques ou valor em uso como definido pela IAS 36 – Valor Recuperável de Ativos.

O pronunciamento esclarece alguns conceitos sobre divulgações requeridas relacionadas aos seguintes assuntos:

• Planos de ativo mensurados pelo valor justo de acordo com a IAS 19 – Benefícios a Empregados;

• Planos de aposentadoria mensurados pelo valor justo de acordo com a IAS 26 – Contabilização e Relatórios Financeiros de Planos de Benefícios de Aposentadoria; e

• Ativos pelos quais o valor recuperável é o valor justo menos custo de venda de acordo com a IAS 36 – Valor Recuperável de Ativos.

Definição de valor justo O pronunciamento define valor justo como “preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo em uma transação ordenada no mercado principal (ou mais vantajoso) na data de mensuração sob condições atuais de mercado (ou seja, um preço de saída), independentemente de esse preço ser diretamente observável ou estimado utilizando-se outra técnica de avaliação”.

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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Determinação do valor justo A IFRS 13 estabelece que uma entidade deve considerar os seguintes fatores na mensuração de valor justo:

• As características do ativo ou passivo que está sendo mensurado ao valor justo (incluindo a sua unidade de medida);

• O principal (ou mais vantajoso) mercado no qual a transação é ordenadamente realizada;

• Para ativos não financeiros, o maior e melhor uso do ativo e se o ativo é utilizado em combinação com outros ativos ou em uma base individual. As técnicas apropriadas de avaliação utilizadas pela entidade na mensuração do valor justo, com foco nos inputs e nas premissas que seriam utilizados por um participante do mercado na determinação do preço de um ativo ou passivo; e

• A(s) técnica(s) de avaliação adequada a ser(em) utilizada(s) ao mensurar o valor justo. A(s) técnica(s) de avaliação utilizada(s) deve(m) maximizar o uso de dados observáveis relevantes e minimizar dados não observáveis. Essas informações devem ser consistentes com as informações que um participante do mercado utilizaria ao precificar o ativo ou o passivo.

Mercado principal (ou mais vantajoso) Valor justo é o preço que seria recebido na venda de um ativo (ou pago na transferência de um passivo) entre participantes de mercado em seu mercado principal (por exemplo, o mercado do maior volume e nível de atividade para aquele ativo ou passivo). Na ausência de um mercado principal, o preço no mercado mais vantajoso (por exemplo, o mercado que seria mais benéfico para a entidade) é usado.

Na ausência de evidências que levem ao contrário, o mercado no qual a entidade normalmente transaciona seria presumido como o principal ou mais vantajoso. Se a localização é uma característica do ativo, o preço deve ser ajustado por custos que seriam incorridos para transportar o ativo de ou para o mercado principal (ou mais vantajoso). No entanto, os custos de transação não são considerados para fins de mensuração de valor justo, já que estes custos não estão relacionados às características do ativo ou passivo.

Maior e melhor uso O valor justo de um ativo não financeiro é mensurado com base no maior e melhor uso deste ativo por um participante de mercado. Na determinação do maior e melhor uso, uma entidade deve considerar se o uso do ativo é “fisicamente possível, legalmente permitido e financeiramente viável”. Exceto se outros fatores sugerirem o contrário, presume-se que o atual uso de um ativo não financeiro por uma entidade é o maior e melhor uso.

Algumas entidades podem propositalmente não empregar um ativo no seu maior e melhor uso (por exemplo, quando uma entidade mantém um ativo com o intuito de prevenir a utilização dele por terceiros). Nestas circunstâncias, a IFRS 13 mantém o requerimento de mensuração baseada no maior e melhor uso do ativo não financeiro e requer divulgação do fato de que o ativo não vem sendo utilizado desta maneira.

Nas circunstâncias nas quais o maior e melhor uso de um ativo é em uma combinação com outros ativos (por exemplo, um negócio) mas a unidade de mensuração é o ativo de forma individual, o valor justo deste ativo seria mensurado com base nas premissas que um participante de mercado teria, ou poderia obter, presumindo-se que o ativo seria utilizado com outros ativos ou com outros ativos e passivos e que esses ativos e passivos (ou seja, seus ativos complementares e os respectivos passivos) estariam disponíveis aos participantes do mercado.

Passivos e instrumentos patrimoniais próprios O valor justo de um passivo ou instrumento patrimonial de uma entidade é determinado sob a premissa de que o instrumento seria transferido na data de mensuração, usando-se os preços cotados para a transferência de instrumentos idênticos ou similares.

A IFRS 13 fornece uma hierarquia para chegar-se ao valor justo, mencionando que quando o preço para transferência de um passivo ou instrumento patrimonial não estiver disponível o valor justo do passivo ou instrumento patrimonial deve ser determinado com base na perspectiva de um participante de mercado que detenha um ativo idêntico ao instrumento.

O valor justo reflete o risco que uma entidade apresenta de não cumprir uma obrigação, por exemplo, seu próprio risco de crédito.

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 27

Compensação de riscos de mercado ou risco de crédito de outro participante A IFRS 13 permite excepcionalmente a mensuração do valor justo com base em exposições líquidas somente se um grupo de ativos e passivos financeiros é gerenciado de tal maneira, se esta estratégia estiver documentada e se essas informações forem apresentadas desta maneira aos principais membros da Administração.

Técnicas de avaliação Quando as transações são diretamente observáveis no mercado, a determinação do valor justo pode ser facilmente obtida. Entretanto, na ausência de dados observáveis, uma técnica de avaliação é usada para determinação do valor justo. A IFRS 13 estabelece três técnicas de avaliação que uma entidade pode utilizar na determinação do valor justo de um instrumento:

• Abordagem de mercado: quando uma entidade utiliza preços ou outras informações relevantes gerados por transações de mercado envolvendo ativos e passivos idênticos ou similares;

• Abordagem de receita: quando uma entidade converte valores futuros (por exemplo, fluxos de caixa ou receitas e despesas) em um valor único atual (ou seja, descontado); e

• Abordagem de custo: reflete o valor que seria exigido atualmente para substituir a capacidade de serviço de um ativo.

A técnica de avaliação deve ser selecionada e consistentemente aplicada para maximizar o uso de dados observáveis (e minimizar o uso de dados não observáveis).

Valor justo no reconhecimento inicial O valor pago em uma transação para adquirir um ativo ou recebido para assumir um passivo (“preço de entrada”) pode não ser igual ao valor justo do ativo ou do passivo na data da transação, mensurado com base no “preço de saída”. Nesta situação, a diferença entre o valor da transação e o valor justo determinado com base no “preço de saída” é reconhecida na demonstração do resultado, exceto se outra IFRS em particular determinar outro tratamento. Dessa forma, o reconhecimento do ganho ou da perda no reconhecimento inicial quando o preço da transação difere do valor justo é determinado pela norma específica que regulamenta a contabilização do ativo ou passivo em questão.

Divulgação A IFRS 13 requer divulgações quantitativas e qualitativas sobre mensuração de valor justo. Muitas destas divulgações estão relacionadas às premissas e técnicas de avaliação utilizadas na determinação dos três níveis de hierarquia de valor justo existentes.

• Nível 1: dados totalmente observáveis (exemplo: preços não ajustados cotados em mercado ativo para ativos ou passivos idênticos aos quais uma entidade possa ter acesso na data de mensuração);

• Nível 2: dados que são observáveis para um ativo ou passivo, direta ou indiretamente, exceto os preços cotados incluídos no nível 1; e

• Nível 3: dados não observáveis para um ativo ou passivo.

Em alguns casos, as informações utilizadas para mensurar o valor justo de um ativo ou de um passivo podem ser classificadas em diferentes níveis da hierarquia. Nesses casos, a mensuração do valor justo é classificada integralmente no mesmo nível de hierarquia da informação de nível mais baixo que for significativa para a mensuração como um todo.

As divulgações baseadas em hierarquia já são requeridas pela IFRS 7, todavia, a IFRS 13 estende estas divulgações para todos os ativos e passivos dentro do escopo do pronunciamento. As divulgações requeridas estão detalhadas no quadro a seguir.

Alguns requerimentos de divulgação dependem se o cálculo do valor justo é realizado da maneira recorrente ou não recorrente. A IFRS 13 define mensuração de valor justo recorrente e não recorrente conforme segue:

• Recorrente: aquele ativo ou passivo em que uma outra IFRS requer ou permite a mensuração pelo valor justo no final de cada período de relatório; e

• Não recorrente: aquele ativo ou passivo em que outra IFRS requer ou permite a mensuração pelo valor justo em circunstâncias particulares.

Aplicação do Brasil A aplicação deste pronunciamento no Brasil está sujeita à emissão de norma correspondente pelo CPC e às devidas aprovações pelos órgãos reguladores.

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

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Para ativos e passivos mensurados pelo valor

justo após o reconhecimento inicial

Divulgação do valor justo em

notas explicativas

Recorrente

Não

recorrente Divulgação requerida

Valor justo na data do balanço.

Razões para mensuração ao valor justo.

Nível da hierarquia do valor justo (1, 2 ou 3).

Para os montantes transferidos entre os níveis 1 e 2, as razões para estas transferências e a política da entidade para determinação de quando as transferências atribuídas entre os níveis devem ocorrer.

A descrição das técnicas de avaliação e inputs utilizados para os níveis 2 e 3.

As razões das mudanças nas técnicas de avaliação utilizadas na determinação de valor justo dos níveis 2 e 3.

Se o maior e melhor uso de um ativo não financeiro divergir do seu uso corrente, divulgar o fato e os motivos pelos quais o ativo não financeiro está sendo usado de uma maneira diferente do seu maior e melhor uso.

Informações suficientes para permitir a reconciliação entre as classes de ativos e passivos divulgadas por nível de hierarquia e os montantes apresentados no balanço patrimonial.

Se uma entidade decidir adotar a exceção do parágrafo 46 (veja discussão sobre compensação anteriormente mencionada), é requerida a divulgação deste fato.

Para um passivo mensurado pelo seu valor justo, divulgar a existência de qualquer aumento de crédito e se isto está refletido na mensuração do valor justo do passivo.

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Novas IFRSs Principais considerações sobre sua aplicação

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 29

Para ativos e passivos mensurados pelo valor

justo após o reconhecimento inicial

Divulgação do valor justo em

notas explicativas

Recorrente

Não

recorrente Divulgação requerida*

Informações quantitativas sobre os inputs não observáveis significativos utilizados na determinação do valor justo.

A reconciliação dos saldos de abertura e encerramento com divulgações separadas de: (i) valores reconhecidos no resultado do exercício; (ii) valores registrados em outros resultados abrangentes; (iii) montantes de compras, vendas e liquidações; (iv) montantes de quaisquer transferências de ou para o nível 3 (incluindo as razões para estas transferências e a política da entidade para determinação de quando referidas transferências devem ocorrer).

Os valores totais de ganho ou perda incluídos na demonstração do resultado atribuíveis a mudanças nos ganhos e nas perdas não realizados para aqueles ativos e passivos mantidos na data do relatório, bem como as linhas da demonstração do resultado em que estes itens foram reconhecidos.

Descrição dos processos de avaliação utilizados pela entidade, incluindo, por exemplo, como uma entidade define suas políticas e procedimentos de avaliação e analisa mudanças no valor justo de período para período.

Descrição narrativa da sensibilidade da mensuração do valor justo em relação a mudanças em dados não observáveis, se uma mudança nesses dados para um valor diferente puder resultar em uma mensuração do valor justo significativamente mais alta ou mais baixa. Se houver inter-relações entre esses dados e outros dados não observáveis utilizados na mensuração do valor justo, a entidade fornecerá também uma descrição dessas inter-relações e de como elas poderiam intensificar ou mitigar o efeito de mudanças nos dados não observáveis sobre a mensuração do valor justo.

Para ativos e passivos financeiros, se a mudança de um ou mais dos dados não observáveis para refletir premissas alternativas razoavelmente possíveis puder alterar o valor justo de forma significativa, uma entidade indicará esse fato e divulgará o efeito dessas mudanças. A entidade divulgará como o efeito de uma mudança para refletir uma premissa alternativa razoavelmente possível foi calculado. Para essa finalidade, a significância será julgada em relação ao resultado do exercício e aos ativos ou passivos totais ou, quando as mudanças no valor justo forem reconhecidas em outros resultados abrangentes, ao patrimônio líquido total.

* Os requerimentos de divulgação aplicam-se à mensuração do valor justo classificada no nível 3 (inputs não observáveis significativos).

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Banco Central do Brasil (BC): regulamentações do setor emitidas em 2011 e 2012 Resolução nº 3.965, de 31 de março de 2011 Autoriza as empresas de transporte expresso internacional, habilitadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a transportar cheques e traveller checks, independentemente do valor, remetidos ou recebidos por instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio, para cobrança ou liquidação internacional, desde que declarados.

Resolução nº 3.972, de 28 de abril de 2011 Dispõe sobre o aprimoramento e explicitação de disciplina sobre uso de cheques pelos seus correntistas, incluindo a orientação a ser dada a estes sobre seu uso, monitoramento das contas de depósito à vista, inclusão de cláusulas relativas ao uso de cheques nos contratos de abertura e manutenção de contas, entre outros provimentos.

Resolução nº 3.973, de 26 de maio de 2011 Determina a observação, na contabilização e divulgação de eventos subsequentes ao período a que se referem as demonstrações financeiras, do CPC 24.

Resolução nº 3.981, de 1º de junho de 2011 Determina a retenção e o recolhimento ao BC de cédulas inadequadas à circulação com suspeita de dano provocado por dispositivo antifurto e define o não reembolso ao seu portador.

Resolução nº 3.988, de 30 de junho de 2011 Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento de capital compatível com a natureza das suas operações, a complexidade dos produtos e serviços oferecidos e a dimensão de sua exposição a riscos até 30 de junho de 2013, conforme cronograma definido.

Resolução nº 3.989, de 30 de junho de 2011 Determina que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC devem observar o CPC 10 (R1) – Pagamento Baseado em Ações na mensuração, no reconhecimento e na divulgação das transações com pagamento baseado em ações a partir de 1º de janeiro de 2012.

Resolução nº 3.998, de 28 de julho de 2011 Determina que as operações de cessão de determinadas operações de créditos realizadas pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC devem ser registradas, pelo cedente e pelo cessionário, em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos, incluindo determinadas operações contratadas antes da entrada em vigor dessa Resolução, cujos créditos cedidos apresentem parcelas vincendas a partir de 22 de agosto de 2011.

Resolução nº 4.002, de 25 de agosto de 2011 Autoriza o BC a realizar operação de redesconto, na modalidade de compra com compromisso de revenda, de títulos públicos federais registrados no Selic, em que a compra e a correspondente revenda ocorrem no próprio dia.

Resolução nº 4.003, de 25 de agosto de 2011 Determina que o produto de transações com pagamento baseado em ações ou outros instrumentos de capital a serem liquidados com a entrega de instrumentos patrimoniais devem ser classificados como reserva de capital, através da alteração do artigo 1º da Resolução nº 3.605/08.

Resolução nº 4.007, de 25 de agosto de 2011 Determina que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC devem observar o CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro e dá outras providências.

Resolução nº 4.035, de 30 de novembro de 2011 Altera a Resolução nº 3.954, que dispõe sobre a contratação e remuneração de correspondentes bancários.

Resolução nº 4.036, de 30 de novembro de 2011 Faculta às instituições financeiras diferir o resultado líquido negativo decorrente de renegociação de operações de crédito cedidas até a data dessa Resolução.

Circular nº 3.522, de 14 de janeiro de 2011 Veda a exclusividade de operações consignadas em folha de pagamento na celebração de convênios.

Circular nº 3.524, de 3 de fevereiro de 2011 Dispõe sobre os limites de alavancagem e de imobilização para as administradoras de consórcio e dá outras providências.

Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

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Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 31

Circular nº 3.532, de 25 de abril de 2011 Estabelece como procedimento-padrão a retenção do cheque em papel por quem o acolheu em depósito, realizando-se sua apresentação à instituição financeira sacada por intermédio de imagem digital e outros registros eletrônicos, e consolida o regulamento que disciplina o funcionamento da Centralizadora da Compensação de Cheques.

Circular nº 3.535, de 16 de maio de 2011 Cria motivo de devolução de cheques, altera descrições e especificações de utilização de motivos já existentes e dá outras providências relativas a devoluções de cheques.

Circular nº 3.548, de 8 de julho de 2011 Redefine e consolida as regras relativas ao recolhimento compulsório sobre a posição vendida de câmbio.

Circular nº 3.549, de 18 de julho de 2011 Excetua os cartões de crédito consignados em folha de pagamento dos percentuais mínimos da fatura de cartão de crédito que deve ser paga mensalmente.

Circular nº 3.553, de 3 de agosto de 2011 Define as informações necessárias do registro de operações de cessão de créditos em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos.

Circular nº 3.558, de 16 de setembro de 2011 Determina que as administradoras de consórcios devem prestar informações aos consorciados sobre os riscos das operações necessárias à livre escolha e à tomada de decisão.

Circular nº 3.560, de 17 de outubro de 2011 Dispensa o envio da demonstração dos recursos de consórcios consolidada e das variações nas disponibilidades de grupos consolidadas para o BC.

Circular nº 3.563, de 11 de novembro de 2011 Altera as ponderações de risco no cálculo de parcela do Patrimônio de Referência Exigido relativo a aplicações em cotas de FIE vinculadas a planos de VGBL e PGBL e operações específicas de crédito e arrendamento mercantil contratadas com pessoas físicas com prazo superior a 24 meses e 60 meses.

Carta-circular nº 3.511, de 14 de junho de 2011 Esclarece que a parcela dos dividendos declarados, que excederem o dividendo mínimo obrigatório após o período contábil a que se referem as demonstrações financeiras, mas antes da data da autorização de emissão destas, deve ser mantida no patrimônio líquido enquanto não aprovada pela assembleia de acionistas.

Comunicado nº 20.615, de 17 de fevereiro de 2011 Divulga o cronograma e as principais definições preliminares relativas ao capital e à liquidez a serem considerados nos cálculos de limites operacionais previstos na Basileia III. Embora a Basileia III recomende que algumas deduções ao patrimônio de referência sejam realizadas a partir de 1º de janeiro de 2014, está em estudo pelo BC a implementação progressiva das deduções decorrentes dos ajustes não previstos atualmente a partir de 1º de julho de 2012, buscando-se atingir a sua completa implementação até 1º de janeiro de 2018. O BC divulga também nesse Comunicado que está previsto para 1º de janeiro de 2013 o início da exigência de valores mínimos independentes para o capital principal, para o nível I e para o total do PR, em relação aos ativos ponderados pelo risco, entre outras modificações.

Resolução nº 4.062, de 29 de março de 2012 Altera a Resolução nº 2.723/00, que estabelece normas, condições e procedimentos para a instalação de dependências no exterior e para a participação societária no País e no exterior, por parte das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC, definindo que depende de autorização do BC a participação de forma direta ou indireta no capital de quaisquer sociedades sediadas no País ou no exterior, excetuadas algumas atividades típicas de carteiras de investimentos.

Resolução nº 4.072, de 26 de abril de 2012 Altera e consolida as normas sobre a instalação, no País, de agências, postos de atendimento, posto de atendimento eletrônico e unidade administrativa desmembrada por parte das instituições financeiras.

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Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

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Resolução nº 4.087, de 24 de maio de 2012, e Resolução nº 4.115, de 26 de julho de 2012 Altera e consolida as normas que dispõem sobre o estatuto e o regulamento do FGC, incluindo percentuais das contribuições mensais e especiais e suas regras. Altera os percentuais de contribuição ao FGC incidentes sobre os depósitos garantidos por recebíveis de operações de crédito originados pelo emitente e limita o saldo de captação com depósitos sem alienação fiduciária.

Resolução nº 4.088, de 24 de maio de 2012 Dispõe sobre a obrigatoriedade das instituições financeiras e demais instituições financeiras autorizadas a funcionar a registrar em sistema específico as garantias constituídas sobre veículos automotores ou imóveis relativos a operações de crédito e as informações de veículos automotores objeto de operações de arrendamento mercantil.

Resolução nº 4.090, de 24 de maio de 2012 Dispõe sobre a estrutura de risco de liquidez das instituições financeiras e demais instituições financeiras autorizadas a funcionar, compatível com a natureza das suas operações, complexidade dos produtos e serviços e dimensão de sua exposição, a partir de 1º de janeiro de 2013.

Resolução nº 4.104, de 28 de junho de 2012 Define as multas e outras penalidades por infrações relativas às informações não fornecidas ou pela apresentação de informações falsas, incompletas, incorretas ou fora do prazo previstas no registro de capitais estrangeiros em moedas estrangeiras e no censo de capitais estrangeiros.

Resolução nº 4.114, de 26 de julho de 2012 Revoga o § 1° do artigo 9º da Resolução nº 3.954/11, que limitava a compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem à instituição financeira ou instituição autorizada a funcionar pelo BC às pessoas jurídicas cadastradas no Ministério do Turismo como prestadores de serviços turísticos remunerados, à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e aos permissionários de serviços lotéricos.

Resolução nº 4.122, de 2 de agosto de 2012 Disciplina os requisitos e procedimentos para constituição e alterações de controle, entre outros, incluindo entendimento sobre participação qualificada e grupo de controle, e as condições para exercício de cargos em órgãos estatutários ou contratuais nas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC.

Resolução nº 4.123, de 23 de agosto de 2012 Altera e consolida as normas sobre emissão de Letra Financeira por parte de bancos múltiplos, comerciais, de desenvolvimento e de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias, sociedades de crédito imobiliário e BNDES, definindo seus limites, remuneração, vencimento e subordinação, entre outros.

Resolução nº 4.127, de 23 de agosto de 2012 Define novos fatores de ponderação para fins de cumprimento de exigibilidades e subexigibilidades de aplicação dos recursos em operações de crédito rural.

Resolução nº 4.144, de 27 de setembro de 2012 Determina que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC devem observar o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) aprovado pelo CPC naquilo que não conflitar com as normas do Conselho Monetário Nacional ou BC, exceto pelos exemplos citados nos itens 4.6 e 4.12, que tratam do registro das operações de arrendamento mercantil.

Resolução nº 4.145, de 27 de setembro de 2012 Altera a data de vigência do artigo 17-A da Resolução nº 3.954/11, que veda a prestação de serviços de correspondentes bancários nas dependências das instituições financeiras contratantes, incluído pela Resolução nº 4.035/11, e revoga a Resolução nº 4.058/12, que alterava sua vigência para 1º de novembro de 2012.

Circular nº 3.578, de 16 de fevereiro de 2012 Determina que as administradoras de consórcio devem observar, na contabilização e divulgação de eventos subsequentes ao período a que se referem as demonstrações financeiras, o pronunciamento técnico CPC 24, aprovado pelo CPC em 17 de julho de 2009, produzindo efeitos a partir das demonstrações financeiras relativas a 30 de junho de 2012.

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Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 33

Circular nº 3.609, de 14 de setembro de 2012 Altera os percentuais de exigibilidade adicional calculada sobre os depósitos e as regras para recolhimento compulsório sobre recursos a prazo.

Carta-circular nº 3.542, de 12 de março de 2012 Divulga relação de operações e situações que podem configurar indícios de crime de lavagem de dinheiro.

Carta-circular nº 3.547, de 11 de abril de 2012 Esclarece dispositivos da Resolução nº 3.859/10, que dispõe sobre a estrutura administrativa de cooperativas singulares de livre admissão, empresários, pequenos empresários, microempresários e microempreendedores de cooperativas de crédito.

Comunicado nº 22.835, de 14 de agosto de 2012 Divulga comunicados do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI/FATF).

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Resolução CNPC nº 01, de 3 de março de 2011 Altera os Anexos B e C da Resolução CGPC nº 28, de 26 de janeiro de 2009, que dispõe sobre os procedimentos contábeis das entidades fechadas de previdência complementar, e revoga a Resolução nº 11, de 30 de novembro de 1995. Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação, com exceção do artigo 2º, que entrará em vigor a partir do segundo trimestre civil.

Resolução CNPC nº 02, de 3 de março de 2011 Altera os artigos 3º, 4º e 5º da Resolução CGPC nº 23, de 6 de dezembro de 2006, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas entidades fechadas de previdência complementar na divulgação de informações aos participantes e assistidos dos planos de benefícios de caráter previdenciário que administram, e dá outras providências. Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução CNPC nº 04, de 18 de abril de 2011 Prorroga, em caráter excepcional, os prazos para envio do relatório anual de informações aos participantes e assistidos, previsto na Resolução CGPC nº 23, de 6 de dezembro de 2006, e para registro do Livro Diário, fixado na Resolução CGPC nº 28, de 26 de janeiro de 2009, exclusivamente em relação ao exercício de 2010. Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação, tornando sem efeito a Resolução CNPC nº 03, de 31 de março de 2011.

Resolução CNPC nº 05, de 18 de abril de 2011 Altera a Resolução CGPC nº 8, de 19 de fevereiro de 2004, que dispõe sobre normas procedimentais para a formalização de processos de estatutos, regulamentos de plano de benefícios, convênios de adesão e suas alterações, e a Resolução CGPC nº 24, de 26 de fevereiro de 2007, que estabelece parâmetros para a remuneração dos administradores especiais, interventores e liquidantes nomeados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), e dá outras providências. Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução CNPC nº 8, de 31 de outubro de 2011 Dispõe sobre os procedimentos contábeis das entidades fechadas de previdência complementar e dá outras providências. Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) Instrução nº 1, de 22 de março de 2011 Dispõe sobre a prorrogação, em caráter excepcional, do prazo para envio de demonstrações financeiras, pareceres e manifestação, referentes ao exercício de 2010, e altera o prazo para o envio dos balancetes consolidados e a periodicidade de envio de demonstrativo de investimento. Essa Instrução entra em vigor a partir da data de sua publicação, exceto quanto à alteração prevista no artigo 3º, que entrará em vigor a partir de 1º de abril de 2011.

Instrução nº 2, de 20 de julho de 2011 Altera a Instrução SPC nº 16, de 23 de março de 2007. Essa Instrução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

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Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

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Instrução nº 3, de 21 de julho de 2011 Altera a Instrução PREVIC nº 1, de 13 de abril de 2010, que dispõe sobre procedimentos relativos ao recolhimento da Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar (TAFIC). Essa Instrução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Instrução PREVIC nº 4, de 26 de agosto de 2011 Disciplina o procedimento de análise eletrônica e define prazos para atendimento de requerimentos no âmbito da Diretoria de Análise Técnica da Superintendência Nacional de Previdência Complementar. Essa Instrução entra em vigor em 1º de setembro de 2011.

Instrução nº 5, de 8 de setembro de 2011 Altera a Instrução MPS/SPC nº 34, de 24 de setembro de 2009. Essa Instrução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Instrução PREVIC nº 06, de 14 de dezembro de 2011 Altera a Instrução PREVIC nº 02, de 18 de maio de 2010, que dispõe sobre os procedimentos de preenchimento e envio de informações dos investimentos dos planos administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar, e dá outras providências. Essa Instrução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Instrução PREVIC nº 1, de 27 de janeiro de 2012 Altera a Instrução PREVIC nº 09, de 14 de dezembro de 2010. Essa Instrução entrará em vigor a partir da data de sua publicação.

Instrução PREVIC nº 02, de 1º de junho de 2012 Estabelece normas relativas à retificação de dados da Guia de Recolhimento da União (GRU), à restituição e à compensação de créditos tributários e não tributários devidos à PREVIC. Essa Instrução entra em vigor na data de sua publicação.

Instrução MPS/PREVIC nº 02, de 20 de julho de 2011 Altera a Instrução SPC nº 16, de 23 de março de 2007. Essa Instrução entra em vigor na data de sua publicação.

Instrução MPS/PREVIC nº 03, de 21 de julho de 2011 Altera a Instrução PREVIC nº 01, de 13 de abril de 2010, que dispõe sobre procedimentos relativos ao recolhimento da TAFIC. Essa Instrução entra em vigor na data da sua publicação.

Instrução MPS/PREVIC nº 05, de 8 de setembro de 2011 Altera a Instrução MPS/SPC nº 34, de 24 de setembro de 2009. Essa Instrução entrará em vigor a partir da data de sua publicação.

Ofício Circular nº 03/DIACE, de 8 de julho de 2011 Envio das informações contábeis e de investimento trimestrais.

Ofício Circular nº 05/DITEC/PREVIC, de 29 de dezembro de 2011 Artigo 33 da Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2011 – licenciamento prévio – informações complementares às Demonstrações Atuariais dos Planos de Benefícios.

Ofício Circular nº 03/DIACE/PREVIC, de 24 de abril de 2012 Prorrogação de prazo para envio dos balancetes do 1º trimestre de 2012.

Ofício Circular nº 04/DIACE/PREVIC, de 2 de maio de 2012 Atualização do Cadastro dos Fundos de Investimentos.

Normas em discussão Resolução CNPC Dispõe sobre as retiradas de patrocinador e de instituidor no âmbito do regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar e dá outras providências.

CNPC institui comissão para discutir meta atuarial dos fundos de pensão PREVIC propõe redução de 0,5% no limite da taxa de juros.

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Regulamentações específicas por setor Instituições financeiras e outras

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 35

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) Circular SUSEP nº 420, de 15 de março de 2011 Regula a operacionalização, a emissão de autorizações e a fiscalização das operações de distribuição gratuita de prêmios mediante sorteio, vinculadas à doação de títulos de capitalização ou à cessão de direitos sobre os sorteios inerentes aos títulos de capitalização.

Circular SUSEP nº 424, de 29 de abril de 2011, e Circular SUSEP nº 426, de 31 de agosto de 2011 Dispõem sobre as alterações das normas contábeis a serem observadas pelas entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização, sociedades seguradoras e resseguradores locais, instituídas pela Resolução CNSP nº 86, de 3 de setembro de 2002.

Carta-circular nº 02, de 2 de março de 2011/SUSEP–CGSOA Dispõe sobre a operacionalização do registro de aplicações e de resgates de cotas de fundos de investimento na CETIP S.A. – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.

Carta-circular nº 05, de 7 de julho de 2011/SUSEP–CGPRO Comunica, conforme recomendação jurídica contida no Parecer PF – SUSEP/Coordenação da Subprocuradoria de Consultoria – nº 157/2011, da Procuradoria Federal com a SUSEP, que as entidades abertas de previdência complementar e as sociedades seguradoras, que prevejam a exclusão de cobertura quando o evento (morte ou invalidez) é decorrente “direta ou indiretamente de quaisquer alterações mentais consequentes do uso do álcool, de drogas, de entorpecentes ou de substâncias tóxicas”, deverão promover, de imediato, alterações nos regulamentos de seus produtos, já que é vedada a exclusão de cobertura nesses casos.

Resolução CNSP nº 232, de 25 de março de 2011 Acrescenta os parágrafos 4º, 5º, 6º, 7º e 8º ao artigo 14 e parágrafo único ao artigo 15 da Resolução CNSP nº 168, de 17 de dezembro de 2007, e revoga a Resolução nº 224, de 6 de dezembro de 2010. “§ 4º – A sociedade seguradora ou o ressegurador local não poderá transferir, para empresas ligadas ou pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro sediadas no exterior, mais de 20% do prêmio correspondente a cada cobertura contratada.” “§ 6º – Sem prejuízo das atribuições do órgão fiscalizador, os comitês de auditoria das sociedades seguradoras e dos resseguradores locais, bem como seus auditores independentes, deverão verificar o cumprimento do disposto no § 4º e indicar expressamente o resultado por meio de relatório circunstanciado sobre o descumprimento de dispositivos legais e regulamentares.”

Ata da Reunião da Comissão Contábil da SUSEP de 31 de maio de 2011 Entre outros assuntos contábeis, decidiu que não existe necessidade de consolidação; as informações estarão em notas explicativas.

Ata da Reunião da Comissão Contábil da SUSEP de 28 de junho de 2011 Entre outros assuntos contábeis, decidiu que é possível adotar-se o critério de notas explicativas selecionadas definido pelo CPC 21 para as demonstrações de 30 de junho, e que as sociedades e entidades supervisionadas pela SUSEP deverão apresentar a reconciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais, conforme previsto no CPC 03.

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Ata da Reunião da Comissão Contábil da SUSEP de 26 de julho de 2011 Entre outros assuntos contábeis, decidiu que devem ser feitos para os exercícios anteriores, apresentados para fins de comparação, os ajustes no saldo de “prêmios de resseguro e retrocessão diferidos”, que será líquido da “receita de comercialização diferida de resseguros e retrocessões cedidos”. Estes e outros ajustes necessários para adequar as demonstrações anteriores ao novo plano de contas instituído pela Circular SUSEP nº 424/11 e anexos devem ser detalhados em nota explicativa específica (Orientação COASO nº 013/11).

Ata da Reunião da Comissão Contábil da SUSEP de 30 de agosto de 2011 Entre outros assuntos contábeis, decidiu que, após a SUSEP ter referendado os CPCs 38, 39 e 40 referentes a instrumentos financeiros através da Circular nº 424/11, não será possível continuar utilizando a prática de alongamento de prazos de títulos e valores mobiliários sem que ocorram a reclassificação dos títulos e as respectivas penalidades.

Resolução CNSP 264, de 5 de outubro de 2012 Dispõe sobre a vedação da cobrança do custo de emissão de apólice, fatura e endosso apartado do prêmio. Revogou: Resolução nº 1/74, Resolução nº 12/80, Resolução nº 8/82, Resolução nº 4/90 e Resolução nº 15/98.

Resolução CNSP nº 263, de 25 de setembro de 2012 Dispõe sobre o capital mínimo requerido para autorização e funcionamento das sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência complementar, autorizadas a operar exclusivamente com microsseguros.

Resolução CNSP nº 262, de 25 de setembro de 2012 Estabelece regras e procedimentos para a constituição das provisões técnicas e para a definição da necessidade, por ativos garantidores, de cobertura da Provisão de Prêmios Não Ganhos das sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência complementar autorizadas a operar exclusivamente com microsseguros.

Carta-circular SUSEP/CGPRO nº 5, de 16 de julho de 2012 Orientação para entidades que operam com capitalização acerca da Tabela de Resgate em virtude das novas regras de remuneração da Caderneta de Poupança com a edição da Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de 2012.

Circular SUSEP nº 448, de 4 de setembro de 2012 [Anexos] Estabelece critérios para fins de cálculo da provisão de sinistros ou eventos ocorridos e não avisados (IBNR), da provisão de prêmios não ganhos para riscos vigentes mas não emitidos (PPNG–RVNE) e da provisão de riscos não expirados para riscos vigentes mas não emitidos (PRNE–RVNE), a ser adotado pelas sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência complementar que não disponham de base de dados suficiente para utilização de metodologia própria. Revogou: Circular nº 281/05, Circular nº 282/05, Circular nº 283/05 e Circular nº 288/05.

Circular SUSEP nº 450, de 17 de outubro de 2012 Dispõe sobre o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta no âmbito dos mercados de seguros, capitalização, previdência complementar aberta, resseguros e corretagem de seguros.

Circular SUSEP nº 445, de 2 de julho de 2012 Dispõe sobre os controles internos específicos para a prevenção e o combate dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, ou dos crimes que com eles possam se relacionar, o acompanhamento das operações realizadas e as propostas de operações com pessoas politicamente expostas, bem como a prevenção e coibição do financiamento ao terrorismo. Revogou: Circular nº 380/08 e Carta-circular nº 27/09.

Circular SUSEP nº 446, de 4 de julho de 2012 Dispõe sobre a suspensão dos efeitos da Circular SUSEP nº 410, de 22 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o teste de adequação de passivos na apuração das demonstrações financeiras intermediárias referentes ao exercício de 2012.

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Circular SUSEP nº 432, de 13 de abril de 2012 Custo de emissão de apólice, fatura e endosso. Alterou: Circular nº 401/10, alterada por Circular nº 434/12.

Circular SUSEP nº 430, de 5 de março de 2012 Dispõe sobre alterações das normas contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, entidades abertas de previdência complementar e resseguradores locais, instituídas pela Resolução CNSP nº 86, de 3 de setembro de 2002. Alterou: Resolução nº 86/02. Revogou: Circular nº 424/11 e Circular nº 426/11.

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Resolução Normativa nº 244, de 11 de janeiro de 2011 Altera a Resolução Normativa nº 117/05, que dispõe, em especial, sobre a identificação de clientes, manutenção de registros e relação de operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, permitindo a guarda e disponibilização da documentação em meio eletrônico para fins de cadastros, registros e documentos gerados, transmitidos e/ou recebidos por meio do padrão Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS).

Resolução Normativa nº 246, de 25 de fevereiro de 2011 Altera os critérios de constituição de provisões técnicas e margem de solvência a serem observados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde, estabelecidos pela Resolução Normativa nº 209/09.

Resolução Normativa nº 247, de 25 de fevereiro de 2011 Dispõe sobre a alteração do plano de contas padrão da ANS para as operadoras de planos de assistência à saúde, a partir de 1º de janeiro de 2011.

Resolução Normativa nº 254, de 5 de maio de 2011 Dispõe sobre a adaptação e migração para os contratos celebrados até 1º de janeiro de 1999 e altera as Resoluções Normativas nº 63, de 22 de dezembro de 2003, que define os limites a serem observados para adoção de variação de preço por faixa etária nos planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 2004, e nº 124, de 30 de março de 2006, que dispõe sobre a aplicação de penalidades para as infrações à legislação dos planos privados de assistência à saúde.

Resolução Normativa nº 268, de 1º de setembro de 2011 Altera a Resolução Normativa nº 259, de 17 de junho de 2011, que dispõe sobre a garantia de atendimento dos beneficiários de plano privado de assistência à saúde. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 269, de 28 de setembro de 2011 Altera a Resolução Normativa nº 85, de 7 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a concessão de autorização de funcionamento das operadoras de planos de assistência à saúde. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 270, de 10 de outubro de 2011 Dispõe sobre o procedimento e os requisitos mínimos para autorização pela ANS dos atos que disponham sobre alteração ou transferência de controle societário, incorporação, fusão ou cisão, dá nova redação ao artigo 28 da Resolução Normativa nº 124, de 30 de março de 2006, que dispõe sobre a aplicação de penalidades para as infrações à legislação dos planos privados de assistência à saúde, e revoga a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 83, de 16 de agosto de 2001, que dispõe sobre a transferência de controle societário de operadoras de planos de assistência à saúde.

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Resolução Normativa nº 271, de 11 de outubro de 2011 Altera a Resolução Normativa nº 253, de 5 de maio de 2011, que dispõe sobre o procedimento físico de ressarcimento ao SUS, previsto no artigo 32 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e estabelece normas sobre o repasse dos valores recolhidos a título de ressarcimento ao SUS. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 272, de 20 de outubro de 2011 Altera a Resolução Normativa nº 137, de 14 de novembro de 2006, que dispõe sobre as entidades de autogestão no âmbito do sistema de saúde suplementar, altera a Resolução Normativa nº 124, de 30 de março de 2006, que dispõe sobre a aplicação de penalidades para as infrações à legislação dos planos privados de assistência à saúde, e dá outras providências. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 273, de 20 de outubro de 2011 Altera o Regimento Interno da ANS, instituído pela Resolução Normativa nº 197, de 16 de julho de 2009, e a Resolução Normativa nº 198, de 16 de julho de 2009, que define o quadro de cargos comissionados e cargos comissionados técnicos da ANS. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 274, de 20 de outubro de 2011 Estabelece tratamento diferenciado para pequenas e médias operadoras de planos privados de assistência à saúde; dispõe sobre novas regras regulatórias aplicáveis a todas as operadoras de planos privados de assistência à saúde; e altera as Resoluções Normativas nº 48, de 19 de setembro de 2003, nº 159, de 3 de julho de 2007, nº 171, de 29 de abril de 2008, nº 172, de 8 de julho de 2008, nº 173, de 10 de julho de 2008, nº 205, de 8 de outubro de 2009, nº 206, de 2 de dezembro de 2009, nº 209, de 2 de dezembro de 2010, e nº 227, de 19 de agosto de 2010. Altera a Instrução Normativa da Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos (IN/DIPRO) nº 13, de 21 de julho de 2006. Essa Resolução Normativa entra em vigor em 1º de janeiro de 2012, salvo os artigos 3º, 8º, 9º e 10º, que entram em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 275, de 1º de novembro de 2011 Dispõe sobre a Instituição do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar (QUALISS). Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 276, de 3 de novembro de 2011 Estabelece procedimentos a serem observados nos inquéritos administrativos aplicados à liquidação extrajudicial das operadoras de planos de assistência à saúde, por força do artigo 24-D da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 277, de 4 de novembro de 2011 Institui o Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde. Essa Resolução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 278, de 17 de novembro de 2011 Institui o programa de conformidade regulatória e altera a Resolução Normativa nº 159, de 3 de julho de 2007, que dispõe sobre aceitação, registro, vinculação, custódia, movimentação e diversificação dos ativos garantidores das operadoras e do mantenedor de entidade de autogestão no âmbito do sistema de saúde suplementar, e a Resolução Normativa nº 227, de 19 de agosto de 2010, que dispõe sobre a constituição, vinculação e custódia dos ativos garantidores das provisões técnicas, especialmente da provisão de eventos/sinistros a liquidar. Essa Resolução entrou em vigor em 1º de fevereiro de 2012.

Resolução Normativa nº 279, de 24 de novembro de 2011 Dispõe sobre a regulamentação dos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e revoga as Resoluções do CONSU nº 20 e nº 21, de 7 de abril de 1999. Essa Resolução entra em vigor 90 dias após a data de sua publicação.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 39

Resolução Normativa nº 280, de 6 de dezembro de 2011 Altera o Regimento Interno da ANS, instituído pela Resolução Normativa nº 197, de 16 de julho de 2009, e a Resolução Normativa nº 198, de 16 de julho de 2009, que define o quadro de cargos comissionados e cargos comissionados técnicos da ANS. Essa Resolução Normativa entrou em vigor na data de sua publicação.

Resolução Normativa nº 290, de 27 de fevereiro de 2012 Dispõe sobre o Plano de Contas Padrão da ANS para as operadoras de planos de assistência à saúde.

Resolução Normativa nº 299, de 17 de julho de 2012 Altera a Resolução Normativa nº 270, de 10 de outubro de 2011, que dispõe, em especial, sobre o procedimento e os requisitos mínimos para autorização pela ANS dos atos que disponham sobre alteração ou transferência de controle societário, incorporação, fusão ou cisão.

Resolução Normativa nº 307, de 22 de outubro de 2012 Dispõe sobre os procedimentos de adequação econômico-financeira das operadoras de planos privados de assistência à saúde de que trata a alínea “e” do inciso XLI do artigo 4º da Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000; revoga a Resolução Normativa nº 199, de 7 de agosto de 2009; e dá outras providências.

Instrução Normativa IN DIOPE nº 46, de 25 de fevereiro de 2011 Regulamenta a utilização do novo plano de contas padrão da ANS, disposto pela Resolução Normativa nº 247, de 25 de fevereiro de 2011.

Instrução Normativa IN DIOPE nº 47, de 21 de julho de 2011 Dispõe sobre os procedimentos de contabilização a serem realizados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde que fizeram a avaliação dos seus ativos imobilizados e das propriedades para investimento, conforme a ICPC 10, proibindo, assim, a sua aplicação e exigindo a retificação de todos os DIOPS que sofreram os efeitos da aplicação do custo atribuído (deemed cost), não sendo necessária a reapresentação das demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2010.

Instrução Normativa IN DIOPE nº 48, de 19 de outubro de 2011 Altera os artigos 1º e 2º e acrescenta o artigo 4º-B na Instrução Normativa nº 20, de 20 de outubro de 2008, da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE), que define a forma de as operadoras de planos de saúde contabilizarem as obrigações legais como definidas pela NPC 22 do IBRACON.

Instrução Normativa IN DIOPE nº 49, de 18 de julho de 2012 Regulamenta a Resolução Normativa nº 270, de 10 de outubro de 2011, que dispõe, em especial, sobre o procedimento e os requisitos mínimos para autorização pela ANS dos atos que disponham sobre alteração ou transferência de controle societário, incorporação, fusão ou cisão.

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o longo do ano 2012, o Banco Central realizou uma série de reduções na taxa básica de juros da economia, fazendo com que atingisse os níveis mais baixos ao longo do histórico recente

e trazendo-a a patamares historicamente nunca antes atingidos (veja gráfico abaixo).

Esta série de reduções, muito cobrada por diversos setores, mostra um grande avanço econômico no Brasil, uma vez que patamares menores de juros beneficiam o mercado como um todo, fomentando investimentos e crescimento. A queda na taxa de juros proporciona mais competitividade às empresas brasileiras, uma vez que o custo de financiamento é menor, tendo impacto direto nos preços de seus produtos e serviços.

Contudo, a redução da taxa de juros traz o outro lado da moeda, em um aspecto não tão favorável para alguns segmentos, que se valem de taxas mais elevadas para o bom andamento de seus negócios. Este é o caso, por exemplo, das seguradoras e dos fundos de pensão.

Fonte: Banco Central do Brasil

As seguradoras, por exemplo, possuem ramos de negócios com taxas de sinistralidade muitas vezes próximas a 100%, ou seja, para cada um real de prêmio cobrado é pago um real de sinistro, aproximadamente. Mas então, por que é um negócio que atrai investimentos vultosos? A resposta é simples: com elevadas taxas de juros, muitas seguradoras não tinham seus negócios lastreados no seguro em si, mas sim em ganhos financeiros, com a aplicação dos recursos.

Lógica semelhante vale para os fundos de pensão. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), através da Resolução CGPC nº 18, de 28 de março de 2006, permite que os planos de previdência utilizem como meta atuarial taxas de juros reais de até 6% ao ano, o que significa que o plano de previdência necessita, no mínimo, rentabilizar seus ativos financeiros a esta mesma taxa. Caso a opção seja por não fazer, certamente terão problemas futuros de caixa, afinal, seus pagamentos de benefícios futuros seriam trazidos ao valor presente por uma taxa anual de 6%, enquanto seus investimentos a uma taxa inferior.

A

Perspectivas atuariais com a queda da taxa de juros: benefícios e riscos Por João Batista da Costa Pinto, sócio da Prática Atuarial da Deloitte

Recentes movimentos da taxa de juros no Brasil

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 41

Com taxas de juros elevadas no mercado financeiro, os planos navegavam em mares tranquilos, rentabilizando os seus ativos a taxas bem superiores aos atuais 6% ao ano (necessárias para a boa saúde financeira dos planos). Hoje, porém, planos de previdência que não ajustaram as suas metas atuariais aos patamares oferecidos no mercado correm forte risco de apresentar insuficiência.

O remédio para reverter esse processo é um pouco amargo. Para adequar a sua meta atuarial à nova realidade, os fundos deverão reduzi-la, o que traz um impacto direto e inverso nas suas provisões matemáticas (a soma individual de cada valor de benefício a ser pago futuramente, descontado pela taxa da meta atuarial e por uma probabilidade de sobrevivência dos participantes do plano). Este impacto é tão expressivo e direto que, em um plano, por exemplo, em que o prazo médio de vencimento da carteira de ativos e/ou obrigações é de 20 anos, para cada 0,5% de redução na taxa de juros há um impacto no valor presente dos benefícios futuros de quase 10%, aumentando substancialmente seus passivos. Ou seja, um plano que necessite reduzir sua taxa de desconto em 2% pode ter um impacto de até 40% nas suas obrigações.

Neste contexto, qual é o risco deste cenário para a nossa realidade? Para uma série de seguradoras e fundos de pensão, para os quais as hipóteses biométricas e

financeiras têm impacto direto, são extremamente importantes a análise e o julgamento de tais hipóteses, uma vez que a sua mensuração incorreta pode trazer diversos riscos nas diversas carteiras de produto e/ou até mesmo na continuidade da entidade.

Ainda mais significativo no nosso dia a dia, e principalmente no fechamento que se aproxima, está o efeito da queda da taxa de juros nas obrigações a serem reconhecidas pelas empresas que patrocinam planos de previdência e planos de saúde, entre outros benefícios pós-emprego definidos nos normativos CVM 600/IAS 19/ CPC 33. O impacto percebido nas obrigações é refletido, em muitos casos, na mesma proporção no balanço das patrocinadoras.

Esses efeitos ainda são agravados pela IAS 19 (R1), que, a partir de 1º de janeiro de 2013, acaba com a figura do “corredor”, que permitia às companhias diferir ganhos ou perdas atuariais significativos provenientes, entre outros fatores, da queda na taxa de juros. A partir de 2013, todo o efeito desta queda será refletido diretamente no passivo das empresas. A mensagem que fica é analisar com muita cautela todos os possíveis efeitos trazidos por essas mudanças e evitar que sejam ainda maiores nos próximos anos.

Fonte: Área Atuarial – Deloitte

Queda na taxa de desconto versus aumento das obrigações

“Planos de previdência que não ajustaram as suas metas atuariais aos patamares oferecidos no mercado correm forte risco de apresentar insuficiência.”

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Como meio de incentivar o crescimento da indústria nacional, principalmente a de alta tecnologia, a Presidência da República, como parte do Plano Brasil Maior, editou a Medida Provisória nº 563, em 3 de abril de 2012, a qual foi convertida na Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012. A Lei nº 12.715, além de alterar aspectos já disciplinados na Lei nº 11.256, também trouxe novos dispositivos. Abaixo as alterações e inovações trazidas pela Lei nº 12.715, que prevê benefícios para setores específicos da economia:

Instituídos o PRONON – Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica e Pronas/PCD – Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência Os programas têm, respectivamente, a finalidade de captar e canalizar recursos para a prevenção e o combate ao câncer, bem como de captar e canalizar recursos destinados a estimular e desenvolver a prevenção e a reabilitação da pessoa com deficiência.

O incentivo terá validade para os anos-calendário de 2013 até 2016, e as empresas que optarem pelo aproveitamento do benefício poderão deduzir do imposto sobre a renda os valores correspondentes às doações e aos patrocínios diretamente efetuados em prol do PRONON e Pronas/PCD.

Instituídos o PROUCA – Programa Um Computador por Aluno e REICOMP – Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional Os programas têm o objetivo de promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas e nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência, mediante a aquisição e a utilização de soluções de informática, constituídas de equipamentos de informática, de programas de computador (software) neles instalados e de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento.

Os beneficiários desses programas são os fornecedores de suporte técnico, de hardware ou software, ou seja, equipamentos de informática, cuja noção, para fins deste benefício, ainda será definida em decreto.

O REICOMP concede, entre outros, incentivos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) para produtores de equipamentos eletrônicos contemplados no programa, bem como para os prestadores de serviços relacionados a tais equipamentos.

Incentivo para construção ou reforma de estabelecimentos de educação infantil O artigo 24 da Lei nº 12.715 institui o regime especial de tributação aplicável à construção ou reforma de estabelecimentos de educação infantil.

Trata-se de um regime especial que se aplica aos projetos de construção ou reforma de creches e pré-escolas cujas obras tenham sido iniciadas ou contratadas a partir de 1º de janeiro de 2013.

Para cada obra submetida ao regime especial de tributação, a construtora ficará sujeita ao pagamento equivalente a 1% (um por cento) da receita mensal recebida, que corresponderá ao pagamento mensal unificado de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS e COFINS.

Instituído o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações (REPNBL–Redes) O REPNBL–Redes beneficia a pessoa jurídica habilitada que tenha projeto aprovado para a implantação, ampliação ou modernização de redes de telecomunicações. Os benefícios referem-se, dentre outros, à suspensão de IPI, PIS e COFINS nas vendas de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos e de materiais de construção para utilização ou incorporação nas obras civis abrangidas no projeto.

Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 43

Alterações no REPORTO Instituído pela Lei nº 11.033/04, o Programa REPORTO destina-se a criar condições para a melhoria da infraestrutura portuária brasileira.

A Lei nº 12.715/12 alterou a Lei nº 11.033/04 para estender a suspensão de IPI, PIS e COFINS e, quando for o caso, do Imposto de Importação (II), para os serviços de armazenagem, sistemas suplementares de apoio operacional, proteção ambiental, sistemas de segurança e de monitoramento de fluxo de pessoas, mercadorias, veículos e embarcações.

Inovar-Auto – Criado o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores com o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos veículos e das autopeças O Inovar-Auto foi criado pela Lei nº 12.715/12 e regulamentado pelo Decreto nº 7.819/12 visando incentivar o desenvolvimento de tecnologia no País, bem como o uso eficiente dos recursos energéticos e a qualidade dos automóveis produzidos e vendidos no Brasil.

Dentre os principais benefícios trazidos pelo Inovar-Auto estão:

a) A apuração de crédito presumido do IPI.

b) A redução, a partir de janeiro de 2013, da alíquota do IPI na importação dos veículos originários de países signatários dos acordos comerciais citados no Decreto.

c) A suspensão do IPI incidente no desembaraço aduaneiro dos mesmos produtos importados, com direito à apuração do crédito presumido.

d) A suspensão do IPI na hipótese de importação realizada por conta e ordem de empresa habilitada ao Programa Inovar-Auto.

Vale ressaltar que a utilização do crédito presumido deverá ser efetuada atendendo aos limites legais estabelecidos no mesmo Decreto e que os créditos presumidos apurados conforme o Inovar-Auto não estão sujeitos à incidência do PIS e da COFINS, bem como não devem ser computados nas apurações do IRPJ e da CSLL.

A fruição dos benefícios do Inovar-Auto depende de prévia habilitação das empresas, a qual será concedida por ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, estando condicionada ao cumprimento dos requisitos determinados pelo Decreto.

Vale, contudo, ressaltar que também poderão usufruir da redução das alíquotas as empresas que, mesmo não habilitadas ao Inovar-Auto, se dediquem à atividade de fabricação de outros produtos especificados no Decreto, por intermédio de montagem de carroçaria sobre chassis.

Importação não autorizada A Lei nº 12.715 determina o tratamento despendido a importações não autorizadas com fundamento na legislação de proteção ao meio ambiente, saúde, segurança pública ou em atendimento a controles sanitários, fitossanitários e zoossanitários. O importador fica obrigado a, imediatamente após a ciência de que não será autorizada a importação, destruir ou devolver diretamente a mercadoria ao local onde originalmente foi embarcada, quando sua destruição no País não for autorizada pelo órgão competente.

Novas regras de Preços de Transferência (Transfer Pricing) A Lei nº 12.715/12 incluiu alterações relevantes às regras de preços de transferência do Brasil.

A Lei, embora não seja idêntica, é bastante similar à Medida Provisória nº 563 que a originou e trata das regras de transfer pricing aplicáveis às importações de mercadorias, serviços e direitos, bem como determina novas margens de lucro a determinados setores e cria dois novos métodos de cálculo dos limites de preço de transferência.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Margem

bruta

Setor ou atividade -

MP nº 563/12

Setor ou atividade -

Lei nº 12.715/12

40%

Fabricação de produtos

farmoquímicos e farmacêuticos

Produtos farmoquímicos e

farmacêuticos

Fabricação de produtos de fumo Fabricação de produtos de fumo

Fabricação de equipamentos e

instrumentos ópticos, fotográficos

e cinematográficos

Equipamentos e instrumentos

ópticos, fotográficos e

cinematográficos

Comércio de máquinas, aparelhos

e equipamentos para uso odonto-

médico-hospitalar

Máquinas, aparelhos e

equipamentos para uso odonto-

médico-hospitalar

Extração de petróleo e gás natural Extração de petróleo e gás natural

30%

Fabricação de produtos químicos Produtos químicos

Fabricação de vidros e produtos do

vidro Vidros e produtos do vidro

Fabricação de celulose, papel e

produtos de papel

Fabricação de celulose, papel e

produtos de papel

Metalurgia Metalurgia

20% Demais setores Demais setores

Apesar de a Lei começar a vigorar a partir de janeiro de 2013, os contribuintes podem optar por sua utilização já em 2012.

Abaixo as principais alterações introduzidas pela Lei.

Novas margens de lucro A Lei nº 12.715/12 claramente expande o escopo de determinadas margens de lucro a fim de estender sua aplicação aos contribuintes de determinados setores, independentemente de seu envolvimento com atividades industriais. A tabela acima mostra um comparativo das categorias de margem de lucro entre a Medida Provisória e a Lei.

Gastos com frete e seguros e Imposto de Importação A Lei nº 12.715/12 prevê que, a menos que sejam pagos a partes relacionadas, os gastos com seguro, frete, Imposto de Importação e os gastos no desembaraço aduaneiro não devem ser considerados na determinação do preço praticado usado no cálculo de preço de transferência.

Fórmula de cálculo do PRL A nova Lei traz uma mudança na fórmula de cálculo do preço parâmetro, a qual deve levar em conta o percentual de participação dos bens, direitos ou serviços importados no custo total do bem, direito ou serviço vendido pela empresa brasileira. Com algumas ponderações e

desconsiderando as novas margens de lucro, a nova fórmula do PRL assemelha-se ao cálculo do PRL 60% contemplado na Instrução Normativa nº 243/02.

A tabela abaixo compara a antiga fórmula de cálculo do PRL conforme a Instrução Normativa nº 243/02 com a nova fórmula conforme a Lei nº 12.715/12. O método PRL tem sido alvo de controvérsias e existem várias interpretações diferentes. Algumas delas, dependendo de fatos e circunstâncias, podem ser mais benéficas do que o novo método de cálculo do PRL dado pela Lei nº 12.715/12.

PRL – Cálculo Antigo R$ PRL – Cálculo Novo R$

(A) Importações CIF + II 50,00 (A) Importações FOB 40,00

(B) Custo da Mercadoria

Vendida 80,00

(B) Custo da

Mercadoria Vendida 80,00

(C) Vendas Líquidas 100,00 (C) Vendas Líquidas 100,00

(D) Proporção (A/B) 62,50% (D) Proporção (A/B) 50,00%

(E) Base PRL (C*D) 62,50 (E) Base PRL (C*D) 50,00

(F) Margem do PRL (E*60%) 37,50 (F) Margem do PRL

(E*20%) 10,00

(G) Preço PRL (E – F) 25,00 (G) Preço PRL (E – F) 40,00

(H) Ajuste de TP (A – G) 25,00 (H) Ajuste de TP (A – G) –

Mudanças no cálculo do Preço Independente Comparado A nova Lei nº 12.715/12 prevê que as operações utilizadas para fins de cálculo do PIC: (i) representem, ao menos, 5% do valor das operações de importação sujeitas ao controle de preços de transferência, realizadas pela empresa no período de apuração, quanto ao tipo de bem, direito ou serviço importado, na hipótese em que os dados utilizados para fins de cálculo digam respeito às suas próprias operações; e (ii) correspondam a preços independentes realizados no mesmo ano-calendário das respectivas operações de importações sujeitas ao controle de preços de transferência. Não havendo preço independente no ano-calendário da importação, poderá ser utilizado preço independente relativo à operação efetuada no ano-calendário imediatamente anterior ao da importação, ajustado pela variação cambial do período.

Novo preço de transferência para commodities A nova legislação introduz dois novos métodos de cálculo de preço de transferência para commodities, quais sejam: Preço sob Cotação na Importação – PCI e Preço sob Cotação na Exportação – PECEX.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 45

Novo limite de dedutibilidade das despesas com juros pagos ou creditados a pessoas vinculadas A Lei nº 12.715/12 alterou o disposto na Lei nº 9.430/96 para determinar que os juros pagos ou creditados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato de mútuo, somente serão dedutíveis para fins de determinação do lucro real até o montante que não exceda ao valor calculado com base na taxa LIBOR, para depósitos em dólares norte-americanos, pelo prazo de 6 (seis) meses, acrescida de 3% (três por cento) anuais a título de spread, proporcionalizados em virtude do período a que se referirem os juros.

Alteração do percentual de majoração da alíquota de COFINS-Importação A Lei nº 12.715/12 alterou de 1,5% para 1% a majoração da alíquota da COFINS-Importação incidente na hipótese de importação dos bens classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, relacionados no Anexo da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. A disposição é válida a partir de agosto de 2012.

Ademais, os artigos 53 e 60 da Lei nº 12.715 alteram também a Lei nº 10.865/04 (PIS/COFINS) em seus artigos 8° e 40, que versam, respectivamente, sobre importação de produtos petroquímicos e o conceito de “pessoa jurídica preponderantemente exportadora”.

Instituto Nacional do Seguro Social – INSS patronal sobre folha de pagamento – TI, TIC, Call Center, setor hoteleiro, transporte rodoviário coletivo de passageiros, vestuários, calçados e móveis – alterações A Lei nº 12.715/12 modificou a Lei nº 12.546/11 para estender a desoneração da folha de pagamento. Atualmente, o benefício abrange os setores abaixo:

• As empresas que prestam os serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), referidos no parágrafo 4º do artigo 14 da Lei nº 11.774/08;

• As empresas que prestam os serviços de Call Center, referidos no parágrafo 5° do artigo 14 da Lei nº 11.774/08;

• As empresas do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510–8/01 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0); e

• Empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional enquadradas nas classes 4921–3 e 4922–1 da CNAE 2.0, ressalvadas as exceções contempladas no parágrafo 2° do artigo 78 da Lei nº 12.715/12.

A Lei nº 12.715/12 determinou, ainda, a contribuição à alíquota de 1,0%, em substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do artigo 22 da Lei nº 8.212/91, para as empresas que fabriquem os produtos classificados na TIPI, aprovada pelo Decreto nº 6.006/06, conforme tabela de códigos mencionados no artigo 8º da Lei nº 12.546/11.

O Decreto nº 7.828/12 foi publicado em outubro para regulamentar o benefício. Com relação à aplicação, a regra já é válida para as empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação, call centers e empresas do ramo hoteleiro. A partir de janeiro de 2013, a regra será válida também para as empresas de transporte e manutenção de aeronaves. Os demais setores deverão dar continuidade à aplicação no decorrer de 2013 e 2014.

Foi publicado no Diário Oficial da União em 17 de outubro de 2012 o Decreto nº 7.828, de 16 de outubro de 2012, que regulamenta a incidência da contribuição previdenciária sobre a receita devida pelas empresas de que tratam os artigos 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011.

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omo se sabe, a legislação brasileira de Preços de Transferência passou a vigorar a partir do começo de 1997 e, desde então, tem sido sempre objeto de controvérsia no âmbito dos

importadores e exportadores de bens, serviços e direitos que praticam suas operações com as chamadas “pessoas vinculadas” ou com paraísos fiscais.

Em abril de 2012, a publicação da Medida Provisória nº 563, convertida ao longo desse ano na Lei nº 12.715/12, passou a dar um novo tom ao tema. Embora ainda muito distante dos chamados “Guidelines da OCDE” (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a nova Lei trouxe mudanças significativas que podem ser adotadas, conforme opção do contribuinte, a partir do ano-calendário 2012 e obrigatórias para o ano-calendário 2013.

Sabe-se que, após anos de disputas administrativas e algumas judiciais ainda não julgadas em instâncias superiores por causa dos diversos entendimentos obtidos a partir da miscelânea criada por normativas que distorciam o teor da Lei até então vigente, o governo brasileiro decidiu, enfim, mudar as regras e ao mesmo tempo eliminar tais discrepâncias procurando dar mais clareza ao próprio texto da nova Lei. E foi com esse objetivo que uma das principais revoluções ocorreu justamente quando da aplicação do método de medição de preços mais utilizado pelo importador brasileiro, o tão polêmico método da Revenda Menos Lucro (PRL).

É importante ressaltar que estas transformações das regras de Preços de Transferência fazem parte do nominado Plano Brasil Maior, criado como uma resposta à desaceleração da indústria brasileira por meio da implantação de medidas de diferentes naturezas voltadas ao fortalecimento da economia nacional.

Entretanto, no que tange aos Preços de Transferência, seu efeito para uma representativa parte dos contribuintes pode ser oneroso e desfavorável sob o ponto de vista da administração do tema, como no caso das comercializadoras de commodities que, ao contrário do que ocorria no passado, bem como ao contrário do que acontece com os demais contribuintes que transacionam outros tipos de bens, estão obrigadas a adotar métodos específicos a este mercado e, portanto, não podem optar pela aplicação de outros métodos de avaliação de preços que melhor lhes favoreçam.

Embora, como dito acima, a intenção do Governo e do Fisco, dentre outras, tenha sido trazer maior clareza sobre os aspectos que geravam polêmica, outros novos dilemas estão surgindo a cada dia desde a publicação da Lei nº 12.715/12, a qual, até o momento de publicação do artigo, aguarda normatização. Tem-se consciência de que Preços de Transferência é um assunto rico em complexidades teóricas que se intensificam na prática e, portanto, não surpreenderia caso a esperada normatização da nova Lei viesse a resultar em novas polêmicas ainda mais elaboradas, de maneira que o contribuinte deve estar preparado.

“No que tange aos Preços de Transferência, seu efeito para uma representativa parte dos contribuintes pode ser oneroso e desfavorável sob o ponto de vista da administração do tema (...)”

C

Os impactos das novas regras de Preços de Transferência Por Carlos Ayub, sócio da área de Consultoria Tributária da Deloitte

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 47

PIS/COFINS: desconto de crédito - produção de biodiesel Foi ampliada a aplicação dos descontos de créditos das contribuições sociais PIS e COFINS de matérias-primas utilizadas como insumo na produção de biodiesel. Agora esses descontos também são aplicáveis às aquisições de matérias-primas de origem vegetal, de pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária, de cooperativa de produção agropecuária ou de cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar a matéria-prima destinada à produção de biodiesel.

Além disso, conforme o mesmo dispositivo legal, fica suspensa a incidência de PIS e COFINS sobre as receitas decorrentes da venda de matéria-prima in natura de origem vegetal, destinada à produção de biodiesel, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referida.

Alteração nas pessoas jurídicas beneficiárias do PADIS A Lei nº 12.715 alterou a Lei nº 11.484/07 a fim de incluir como beneficiários do programa os fornecedores dedicados e estratégicos dos fabricantes de semicondutores e displays, bem como alterar o processo de aprovação dos projetos de P&D relacionados ao PADIS e adaptar a legislação em virtude de novos processos produtivos.

IPI – alteração no conceito de empresas exportadoras Foi alterado pela Lei nº 12.715 o percentual de receitas derivadas de exportação, previsto nas Leis nº 10.637/02 e nº 10.865/04, que caracteriza uma empresa como preponderantemente exportadora, de 70% para 50% nas situações previstas.

Assim, a suspensão do IPI prevista no artigo 29 da Lei nº 10.637/02 e do PIS/COFINS prevista no artigo 40 da Lei nº 10.865/04, para empresas com estas características, poderá beneficiar um número maior de exportadores.

Alteração de condição para participação no Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação (Repes) e Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (RECAP) A Lei nº 12.715/12 alterou os artigos 2° e 13 da Lei nº 11.196/05 para reduzir de 60% para 50%:

• O percentual exigido como compromisso de exportação de bens e serviços relacionados às atividades de desenvolvimento de software ou de prestação de serviços de tecnologia da informação; e

• O percentual da receita bruta decorrente de operações de exportação utilizado para considerar a pessoa jurídica como preponderantemente exportadora.

Com a aplicação dos novos percentuais os benefícios alcançarão um número maior de contribuintes beneficiados.

Programa de inclusão digital – alteração de condição para tributação do PIS e da COFINS à alíquota zero A Lei nº 12.715/12 alterou o artigo 28 da Lei nº 11.196/05 para acrescentar a condição para a tributação à alíquota zero da receita decorrente da venda de alguns equipamentos eletrônicos e acessórios, sendo a condição de que os produtos sejam produzidos no Brasil conforme processo produtivo básico a ser definido pelo Poder Executivo.

Estendido o período para obtenção de incentivos fiscais – SUDAM E SUDENE A Lei nº 12.715 estende o prazo em que as empresas podem obter aprovação das agências de desenvolvimento regional do Norte (SUDAM) e Nordeste (SUDENE) de benefícios fiscais que promovem o desenvolvimento econômico de tais regiões. A Lei nº 12.715/12 prorroga o prazo de aprovação (que estava programado para terminar em 2013) por mais cinco anos.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Os incentivos incluem dez anos de redução de 75% no IRPJ para novos projetos (ou de modernização e expansão de projetos já existentes), bem como depreciação acelerada, créditos de PIS e COFINS e isenção dos impostos incidentes sobre fretes.

Como um resultado da extensão de cinco anos, os investimentos que atingirem o nível mínimo de produção estipulado pela SUDAM e SUDENE e passarem a ser considerados como “Fase Operacional Concluída” até 2018 serão elegíveis para receber o benefício.

REINTEGRA – Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras O Decreto nº 7.633, de 1º de dezembro de 2011, regulamentou o REINTEGRA, instituído pela Medida Provisória nº 540/11, convertida na Lei nº 12.546/11.

O REINTEGRA prevê o ressarcimento, pela pessoa jurídica produtora que efetue a exportação de bens manufaturados no País, do resíduo tributário existente na sua cadeia de produção, o qual é calculado através da aplicação do percentual de 3% sobre a receita decorrente da exportação de bens produzidos pela pessoa jurídica.

Em 1° de março de 2012, a RFB publicou a Instrução Normativa nº 1.253 aprovando o layout do novo programa eletrônico para apresentação das informações relativas ao pedido de restituição e compensação dos créditos do REINTEGRA.

Com relação ao prazo de aplicação e às condições para a fruição do REINTEGRA, estes permanecem inalterados.

Depreciação acelerada – veículos automóveis para transportes de mercadorias e dos vagões, locomotivas, locotratores e tênderes Em agosto de 2012 foi publicada a Medida Provisória nº 578, que permite a depreciação acelerada dos veículos automóveis para transportes de mercadorias e dos vagões, locomotivas, locotratores e tênderes que menciona, previstos na TIPI.

Para efeito de apuração do imposto sobre a renda, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real terão direito à depreciação acelerada, calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida multiplicada por três, sem prejuízo da depreciação contábil de veículos automóveis para transporte de mercadorias, de vagões, locomotivas, locotratores e tênderes, destinados ao ativo imobilizado da pessoa jurídica.

A depreciação acelerada constituirá exclusão do lucro líquido para fins de determinação do lucro real e será controlada no livro fiscal de apuração do lucro real; além disso, deverá ser calculada antes da aplicação dos coeficientes de depreciação acelerada a que faz referência o artigo 69 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958, e, por fim, deverá ser apurada a partir de 1º de janeiro de 2013.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 49

RECOPA – estabelecidos os procedimentos necessários para habilitação ao gozo dos benefícios fiscais referentes à realização, no Brasil, da Copa das Confederações Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014 Em setembro de 2012, foi publicada a Instrução Normativa nº 1.289/12, que estabelece os procedimentos necessários à habilitação para fins de gozo dos benefícios fiscais previstos na Lei nº 12.350/10, relativos à realização, no Brasil, da Copa das Confederações Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014.

A Instrução Normativa estabelece não somente os requisitos para a habilitação, mas também os procedimentos para requerimento e análise da habilitação.

O RECOPA destina-se à construção, ampliação, reforma ou modernização de estádios de futebol com utilização prevista nas partidas oficiais da Copa das Confederações Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014.

Dentre os benefícios fiscais do RECOPA estão a suspensão do IPI e do II incidentes na importação de bens ou materiais de construção efetuada por pessoa jurídica habilitada, bem como a isenção de PIS e COFINS sobre as receitas de vendas de máquinas, materiais de construção e equipamentos auferidas pela sociedade habilitada pelo RECOPA.

Novas medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de 2016 Através da Medida Provisória nº 584/12 o governo publicou uma série de medidas tributárias relacionadas à realização das Olimpíadas e dos Jogos Paraolímpicos de 2016.

Dentre as medidas tributárias mais impactantes estão:

• Isenção dos impostos incidentes na importação (IPI, II, Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (CIDE), PIS, COFINS, etc.) quando os bens, mercadorias ou serviços importados forem diretamente vinculados à realização dos Jogos Olímpicos; e

• Isenção dos impostos incidentes nas remessas efetuadas pelo comitê olímpico e pelas empresas vinculadas e domiciliadas no exterior, quando as remessas estiverem diretamente ligadas à organização dos eventos.

A Medida Provisória entrou em vigor na data de sua publicação, 10 de outubro de 2012.

CIDE–Combustíveis – redução de alíquota Por meio do Decreto nº 7.764/12, foram reduzidas a zero as alíquotas da CIDE–Combustível para diversos produtos, como, por exemplo, querosene de aviação, óleos combustíveis com alto teor de enxofre, álcool etílico combustível, gasolinas, diesel e correntes.

A redução a zero entrou em vigor em 25 de junho de 2012, data em que o Decreto foi publicado.

Comércio Exterior Siscoserv – Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio – regras gerais Instituído pela Instrução Normativa RFB nº 1.277/12, o Siscoserv é a obrigação de prestar informações relativas às transações entre residentes ou domiciliados no Brasil e residentes ou domiciliados no exterior. Devem ser informadas as transações que compreendam serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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A obrigação é regulamentada pela Portaria Conjunta RFB/SCE nº 1.908/12, que instituiu, a partir de 1º de agosto de 2012, o Siscoserv.

A regra está vigente desde 29 de junho de 2012; no entanto, a obrigatoriedade de prestação das informações começa de forma gradual, conforme a natureza das operações, de acordo com o cronograma do anexo único da Portaria Conjunta RFB/SCE nº 1.908/12. A declaração é obrigatória, devendo a informação ser prestada pelo residente brasileiro (subsidiárias brasileiras, estrangeiras ou filiais de empresa nacional) ou seu representante legal por meio de um portal eletrônico disponibilizado pela Receita.

As operações realizadas antes de 31 de dezembro de 2013 devem ser reportadas em até 180 dias e, após essa data, em até 30 dias.

A prestação de informação fora dos prazos estabelecidos está sujeita à multa de R$5.000,00 (cinco mil reais) por mês ou fração de atraso. No caso de declarações contendo informação omitida, inexata ou incompleta, a pessoa jurídica estará sujeita à multa de 5% (cinco por cento) do valor da transação.

Vigora nova lista com Imposto de Importação elevado Em 1º de outubro de 2012, foi publicada a Resolução Camex nº 70/12, que altera temporariamente a alíquota do Imposto de Importação ao amparo da Decisão nº 39/11 do Conselho Mercado Comum do Mercosul (CMC).

No início de setembro, foi aprovada pela Camex a lista com os produtos que tiveram alíquota elevada, abrangendo produtos siderúrgicos, petroquímicos, borracha, pneus e alguns medicamentos. Decorrido o prazo para os integrantes do Mercosul efetuarem objeção à lista brasileira, não houve oposição, sendo o Brasil autorizado a adotar a medida.

O aumento temporário do Imposto de Importação deverá obedecer às margens que os acordos internacionais permitem e poderá ter validade de até 12 meses, prorrogáveis por igual período até 31 de dezembro de 2014.

Há interesse do governo em publicar uma nova lista. Contudo, ainda deverá ser aguardada a transformação da Decisão CMC nº 25/12 do Mercosul em um mecanismo legal.

Mudanças no Recof Através da Instrução Normativa RFB nº 1.291/12, a Receita Federal do Brasil promoveu a reformulação no Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof), utilizado como incentivo fiscal à exportação de produtos manufaturados.

O Recof permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou ao mercado interno. Um dos pontos mais relevantes dessa Instrução Normativa é a ampliação da possibilidade de mais empresas participarem do Recof. Com a alteração, o benefício poderá ser concedido às empresas que tenham processo de montagem em qualquer segmento industrial, e não apenas no segmento aeronáutico, automobilístico, de informática e telecomunicação e de semicondutores e componentes de alta tecnologia.

A inovação é uma inclusão das operações de transformação e de beneficiamento, atingindo os segmentos químico, farmacêutico, cosméticos, papel e celulose, têxtil, calçados, vidros, plásticos, borracha e, inclusive, o agronegócio.

É importante atentar que a habilitação no Recof necessita de prévia habilitação no Regime de Despacho Aduaneiro Expresso – Linha Azul, que não alcança os segmentos industriais de fumo e produtos de tabacaria, armas e munições, bebidas, joias e pedras preciosas. Dessa forma, esses segmentos industriais não foram contemplados pela nova Instrução Normativa RFB do Recof.

A adequação a que se refere o caput será feita mediante a utilização do percentual de 40% do valor total das mercadorias até 31 de dezembro de 2013. Posteriormente, as empresas habilitadas a operar o Recof, ou com processo de habilitação protocolizado na RFB na data de publicação da Instrução Normativa, deverão adequar-se ao percentual de 50% a partir de 1º de janeiro de 2014.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 51

Venezuela é incorporada ao Mercosul No dia 29 de junho de 2012 os líderes do Brasil, da Argentina e do Uruguai reuniram-se a fim de decidir acerca da entrada da Venezuela no Mercosul, tendo a Venezuela sido incorporada por decisão unânime.

A previsão para o início do livre comércio entre os países é para janeiro de 2013; contudo, de acordo com as normas do Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul, o prazo final é de quatro anos.

De agora em diante, os produtos venezuelanos deverão adotar o padrão da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), além de aplicar a Tarifa Externa Comum (TEC) aos produtos oriundos de países que não pertencem ao bloco.

Repetro – novos procedimentos para o requerimento de habilitação ou prorrogação de habilitação A Instrução Normativa nº 1.274/12 trouxe alterações no que diz respeito aos procedimentos para habilitação ou prorrogação de habilitação para o Repetro (regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural).

Dentre as principais alterações estão a necessidade de outorga por meio de Ato Declaratório Executivo (ADE), tanto para a habilitação quanto para a prorrogação de habilitação, e a possibilidade de interposição de recurso para os casos de divergência entre decisões de regiões fiscais distintas sobre situações idênticas.

Zona Franca de Manaus – habilitação de importadores e exportadores no Siscomex A Instrução Normativa nº 1.288/12 veio estabelecer os procedimentos a serem adotados para a habilitação da pessoa física responsável por pessoa jurídica importadora, exportadora ou internadora da Zona Franca de Manaus (ZFM), para a prática de atos no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), e o credenciamento dos respectivos representantes para a prática de atividades relacionadas com o despacho aduaneiro, perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Referida Instrução Normativa trata das diversas formas de habilitação, bem como da formalização e da dispensa de habilitação.

STJ/Decisões Tribunal decide sobre pagamentos de tributos retidos na fonte em importações de serviços técnicos A Segunda Câmara do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão, em 17 de maio de 2012, concluindo que a remuneração paga por brasileiro pela prestação de serviços técnicos por empresas no Canadá e na Alemanha não está sujeita à retenção na fonte, uma vez que esses pagamentos constituem lucros protegidos da dupla tributação pelos tratados do Brasil com os dois países. Ao confirmar a decisão de 2009 de um Tribunal Federal, o STJ decidiu que o pagamento de serviços técnicos que não envolvem a transferência de tecnologia não deve estar sujeito à retenção na fonte de 15% no caso de tratados fiscais do Brasil com o Canadá e a Alemanha (o último foi encerrado em 1º de janeiro de 2006, mas era aplicável no momento em que os pagamentos foram feitos).

A decisão é importante porque o STJ decidiu em favor do contribuinte e, pela primeira vez, já declarou que disposições de tratados fiscais prevalecem sobre a legislação fiscal nacional.

A decisão do STJ é uma indicação de que os tribunais brasileiros possam seguir os comentários da OCDE sobre a interpretação de tratados fiscais, mas também confirma o entendimento de que a legislação nacional não deve substituir as disposições de um tratado fiscal. O caso pode ser relevante para as decisões futuras, uma vez que instâncias administrativas federais têm emitido decisões conflitantes sobre a mesma questão. No entanto, o precedente judicial não se aplica automaticamente a todos os contribuintes e, portanto, outras decisões podem ser emitidas até que as autoridades fiscais revejam formalmente a sua posição.

Incidência de IRPJ e CSLL sobre receita de benefício fiscal Em 22 de agosto de 2012 foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) duas soluções de consulta que podem orientar os contribuintes que se beneficiam do incentivo fiscal do Estado com o desconto de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em virtude do Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia (DESENVOLVE).

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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A Divisão de Tributação da Receita Federal considera que a receita obtida com o desconto no pagamento de ICMS não está vinculada com o investimento em bens e direitos para implantação ou expansão das operações da empresa ou em suas instalações, o que significa que não se caracteriza como subvenção para investimento e, por este motivo, precisa ser adicionada às bases de cálculo do IRPJ e da CSLL.

ICMS Isenção de ICMS na Rio+20 Em 7 de maio de 2012, foi publicado no DOU o Convênio de ICMS nº 51, em que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) autoriza o Estado do Rio de Janeiro a conceder isenção do ICMS nas operações de importação de mercadorias pelas delegações estrangeiras participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20).

A isenção do ICMS prevista neste convênio estende-se às doações realizadas, ao final da Conferência Rio + 20, a órgãos públicos federais, estaduais e municipais. O benefício fiscal somente se aplica às importações que estejam contempladas com isenção ou tributação com alíquota zero pelo II ou IPI e com desoneração do PIS/PASEP e da COFINS.

Esse convênio passou a vigorar desde 7 de maio de 2012 e produziu efeitos até 22 de junho do mesmo ano.

Alíquota de ICMS unificada para operações interestaduais Em abril de 2012 foi publicada a Resolução SF nº 13/12, a qual alterou a alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior. A Resolução estabelece alíquota única de 4% do ICMS que incide sobre operações interestaduais de produtos que não tenham sido submetidos a processos de industrialização, transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, que usam mais de 40% de matéria-prima importada no processo de industrialização.

Essa nova Resolução começa a vigorar em 1° de janeiro de 2013.

Publicado Ato COTEPE/ICMS Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) nº 50, de 8 de outubro de 2012 O Ato COTEPE/ICMS nº 50/12 alterou o Ato COTEPE/ICMS nº 09/08, que dispõe sobre as especificações técnicas para a geração de arquivos da Escrituração Fiscal Digital (EFD).

Dentre outras, as alterações foram referentes à obrigatoriedade de os contribuintes observarem as orientações do Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital e do Manual de Orientação do Layout da EFD.

IPI IPI – material de construção Em virtude do disposto no Decreto nº 7.542/11 está prorrogada até 31 de dezembro de 2012 a aplicação de alíquotas reduzidas de IPI para materiais de construção, classificados nas posições indicadas na TIPI, bem como prorrogada para 1º de janeiro de 2013 a extinção dos desdobramentos dos materiais indicados, beneficiados com alíquota zero, e de interruptores do tipo utilizado em residências, classificado no Ex 03 da posição 8536.50.90, beneficiado com a alíquota reduzida de 5%.

IPI – redução de alíquota O Decreto nº 7.631/11 alterou a TIPI. No entanto, em 23 de dezembro de 2011, o Decreto nº 7.660 revogou o anterior (Decreto nº 7.631) e, por sua vez, foi alterado algumas vezes durante o ano 2012. Vejamos a legislação vigente ao longo do ano:

• De 1º a 22 de dezembro de 2011: período de vigência do Decreto nº 7.631, que foi criado pelo receio de uma desaceleração brusca da economia local por conta do desaquecimento da economia global. Por isso, foram alteradas as alíquotas do IPI incidentes sobre os eletrodomésticos que menciona, e foi reduzida a zero a alíquota do IPI incidente sobre papel sintético destinado à impressão de livros e periódicos. A redução ponderou a classificação fiscal NCM, bem como o Índice de Eficiência Energética. Assim, as alíquotas foram estabelecidas em 0%, 5% ou 10%, dependendo da classificação fiscal, para o período de 1º de dezembro de 2011 a 31 de março de 2012, e 4%, 5%, 10%, 15% ou 20%, também dependendo da classificação fiscal, a partir de 1º de abril de 2012, que sofreram alterações posteriores.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 53

• De 23 de dezembro de 2011 a 29 de maio de 2012: período de vigência do Decreto nº 7.660, que foi criado para aprovação da TIPI e revogação do Decreto anterior nº 7.631/11. Posteriormente sofreu sete alterações em 2012:

1) Decreto nº 7.705, de 25 de março de 2012: alteração da TIPI.

2) Decreto nº 7.725, de 21 de maio de 2012: altera as Notas Complementares NC (87–2), NC (87–4), NC (87–5) e NC (87–7) da TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, e dispõe sobre a devolução ficta dos produtos nelas referidos.

3) Decreto nº 7.741, de 30 de maio de 2012: alteração da TIPI.

4) Decreto nº 7.742, de 30 de maio de 2012: altera a TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, e altera o Decreto nº 6.707, de 23 de dezembro de 2008, que regulamenta dispositivos da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a qual trata da incidência do IPI, da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no mercado interno e na importação, sobre produtos dos Capítulos 21 e 22 da TIPI.

5) Decreto nº 7.770, de 28 de junho de 2012: alteração da TIPI.

6) Decreto nº 7.792, de 17 de agosto de 2012: alteração da TIPI.

7) Decreto nº 7.796, de 30 de agosto de 2012: altera a redação de Notas Complementares aos Capítulos da TIPI que menciona, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011.

A última alteração foi efetuada no Decreto nº 7.796, que está vigente até o momento.

PIS/COFINS CARF decide que o conceito de insumo para PIS/COFINS não segue IR e IPI Segundo entendimento da Câmara Superior da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão de última instância administrativa para discussão de autuações da Receita Federal, os insumos passíveis de crédito de PIS e COFINS são produtos e serviços inerentes à produção, mesmo que não sejam consumidos durante o processo produtivo.

Para os conselheiros o conceito de “insumo” para esses tributos não é tão amplo como o da legislação do imposto de renda nem tão restrito como o do IPI.

Vendas internas na Zona Franca de Manaus são isentas de PIS e COFINS Por serem equiparáveis às exportações, vendas feitas por empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) dentro dessa mesma localidade são isentas da contribuição ao PIS e da COFINS. A decisão foi tomada de forma unânime pela Segunda Turma do STJ, em recurso interposto pela Fazenda Nacional.

A Fazenda pretendia cobrar as contribuições de determinada empresa por vendas a outra empresa também situada na ZFM. Para o Fisco, a compra de bens produzidos na ZFM por outra empresa também lá localizada não seria coberta pelo artigo 4º do Decreto-Lei nº 288/67, que regula a isenção fiscal em Manaus.

Ao interpretar o referido dispositivo legal, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu que as vendas realizadas por empresas sediadas na ZFM a outras situadas no mesmo local equiparam-se à exportação. Por isso, gozam do benefício fiscal de isenção do PIS e da COFINS. Com esse entendimento, o tribunal negou a apelação fazendária.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Obrigações Acessórias Digitais e-LALUR Em 17 de fevereiro de 2012, a Instrução Normativa nº 1.249/12 prorrogou a obrigatoriedade de entrega do e-LALUR para o ano-calendário 2013. Dessa forma, a entrega do e-LALUR acontecerá apenas em junho de 2014.

Adicionalmente ficou definido que, excepcionalmente, nos casos de eventos especiais ocorridos entre 1º de janeiro de 2013 e 30 de abril de 2014, o e-LALUR poderá ser entregue até 30 de junho de 2014.

Fcont – aprovado programa validador e assinador da entrada de dados para o controle fiscal contábil de transição Em junho de 2012 foi aprovado o programa validador do Fcont através da Instrução Normativa nº 1.272/12. Vale ressaltar que o Fcont desde 2010 é obrigatório para todas as empresas tributadas pelo lucro real, independentemente da existência de ajustes de Regime Tributário de Transição (RTT). Ademais, ele somente pode ser retificado até a entrega do Fcont relativo ao ano-calendário subsequente.

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 55

“A tendência é que deixarão de existir ajustes de práticas contábeis, ou seja, não haverá a presente dissociação entre contabilidade societária e contabilidade fiscal.”

Está sendo discutida no âmbito da Receita Federal do Brasil (RFB) a edição de uma Medida Provisória abrangendo diversos temas da legislação tributária. É esperado que a edição desta Medida Provisória ocorra ao longo do ano 2013 para que o processo legislativo seja concluído neste período, suportando a vigência das novas regras a partir de 2014. Um dos principais temas abrangidos pela Medida Provisória é a revogação dos dispositivos que instituíram o Regime Tributário de Transição (RTT).

O RTT foi instituído com o propósito de neutralizar os efeitos tributários decorrentes da nova prática contábil aplicada no Brasil, introduzida pela Lei nº 11.638/07 e pelos normativos correspondentes, para fins de determinação do IRPJ, da CSLL, do PIS e da COFINS. O RTT foi opcional para os anos 2008 e 2009 e tornou-se obrigatório a partir de 2010.

A legislação tributária brasileira não acompanhou as normas contábeis de harmonização às IFRSs, iniciadas pela Lei nº 11.638/07 e em contínua evolução pelas novas normas editadas pelo CPC, e o RTT continua vigente.

As empresas que estão sujeitas ao RTT têm neutralizado fiscalmente os reflexos dos novos métodos e critérios contábeis nos registros de receita, custo e despesa; portanto, as bases de cálculo dos tributos federais, como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, são determinadas de acordo com os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

Tais ajustes hoje são reportados no Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) e em fichas específicas da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ).

Todavia, a publicação da norma instituindo o RTT não foi suficiente para sanar todas as dúvidas quanto aos impactos tributários na adoção das normas do CPC. A edição da nova Medida Provisória vem ao encontro do anseio por alterações na legislação tributária a fim de adequar a nova realidade contábil. Assim, a tendência é que deixarão de existir ajustes de práticas contábeis, ou seja, não haverá a presente dissociação entre contabilidade societária e contabilidade fiscal.

No entanto, à luz dos impactos decorrentes da adoção dos CPCs, alguns reflexos passarão a possuir tratamento específico para fins fiscais, tal como hoje ocorre com brindes, provisões e resultados de equivalência patrimonial, que são registrados nas demonstrações do resultado do contribuinte e são objeto de adição ou exclusão, conforme o caso, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). A minuta da Medida Provisória também dispõe sobre o tratamento específico de alguns itens na apuração do lucro presumido.

Dentre os itens que devem ser objeto de tratamento específico na apuração do lucro real e da CSLL podemos citar:

• Ajuste a valor justo (AVJ);

• Ajuste a valor presente (AVP);

• Custo de empréstimo;

• Depreciação;

• Arrendamento mercantil financeiro;

• Stock options;

• Contratos de construção; e

• Impairment.

O fim do RTT Por Cristina Berry, sócia da área de Consultoria Tributária na Deloitte

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Quanto à eventual modificação ou adoção de métodos e critérios contábeis por meio de atos administrativos editados com base em competência atribuída em lei comercial (CPC) em momento posterior ao da publicação, o objetivo é que estes não terão implicação nas apurações fiscais até que a legislação tributária regule a matéria e competirá à Receita Federal mapear tais CPCs e determinar os procedimentos para anular os efeitos decorrentes. A minuta da Medida Provisória dispõe ainda sobre a regra de transição e o tratamento fiscal dos itens controlados no período de vigência do RTT.

Outro tema de grande relevância abordado pela Medida Provisória gira em torno da efetiva inclusão do LALUR (e-LALUR) no ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O e-LALUR deve tornar-se mais completo e complexo, com total integração às escriturações comerciais e fiscais.

Atualmente o LALUR contém os elementos necessários para a apuração do lucro real e o contribuinte deve manter o livro devidamente escriturado, devendo ser apresentado às autoridades fiscais em eventual diligência.

A partir da vigência da Medida Provisória, o e-LALUR contemplará não só a apuração do lucro real, mas também a apuração do imposto devido e ainda demais informações de natureza econômico-fiscais, em linha com a intenção da RFB em eliminar a DIPJ.

Em um movimento que vem gerando polêmica e muita preocupação, a minuta da Medida Provisória estabelece penalidades significativas para a não entrega, entrega fora dos prazos estabelecidos e/ou apresentação de informações inexatas em relação ao e-LALUR. No projeto atual, a multa seria calculada mediante a aplicação de percentual sobre a receita bruta, sendo 0,0025% por

mês-calendário de atraso nos casos de atraso ou não apresentação, limitado a 1% da receita bruta, e 0,01% da receita bruta para cada grupo de cinco registros omitidos, inexatos ou incorretos, não inferior a R$1.000,00 e também limitado a 1%.

A minuta da Medida Provisória traz alterações a um assunto que vem gerando grandes discussões entre RFB e contribuintes: o ágio.

Nos termos da legislação fiscal atualmente em vigor, o contribuinte que avaliar investimento em sociedade coligada ou controlada pelo valor de patrimônio líquido deverá, na aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição em:

I – valor de patrimônio líquido à época de aquisição (saldo da conta “Investimento”); e

II – ágio ou deságio na aquisição, conceituando o ágio como a diferença entre o preço pago na aquisição e o valor de que trata o item acima.

A norma impõe a necessidade de indicação do fundamento econômico do ágio dentre as seguintes alternativas:

a) valor de mercado de bens do ativo superior ou inferior ao custo registrado na contabilidade da adquirida;

b) valor de rentabilidade, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros; e

c) fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas.

A legislação determina que a fundamentação do ágio nas hipóteses das letras a) ou b), acima indicadas, deverá ser baseada em demonstração técnica que suporte tal fundamentação.

“O RTT foi instituído com o propósito de neutralizar os efeitos tributários decorrentes da nova prática contábil aplicada no Brasil (...)”

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 57

Atendidos certos requisitos, dentre eles a necessidade da realização de operações de fusão, incorporação ou cisão, o ágio fundamentado em mais-valia de ativos e rentabilidade futura poderia ser aproveitado para fins fiscais, através da dedução de sua amortização da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social para o lucro líquido. Com a publicação do CPC 15 – Combinação de Negócios foi instituído o mecanismo denominado Purchase Price Allocation (PPA) nas operações de combinação de negócios realizadas entre partes independentes, que, em resumo, consiste nos seguintes procedimentos:

1. Reconhecimento dos ativos identificáveis e dos passivos assumidos pelos respectivos valores justos, mesmo quando não estejam reconhecidos no balanço da sociedade adquirida; e

2. Reconhecimento como goodwill ou resultado proveniente de compra vantajosa, do montante não registrado como investimento em razão da participação no patrimônio líquido da empresa adquirida ou não registrado como ativo identificável ou passivo assumido, tal como no item 1 acima.

A aplicação do CPC 15 pressupõe uma avaliação sequencial e criteriosa primeiramente de elementos de ativos e passivos para, na sequência, reconhecer o goodwill residual. Note-se que tal dispositivo de ordenação não era encontrado na legislação fiscal.

Com o advento da nova Medida Provisória, a tendência é de busca pela aproximação das normas fiscais da nova prática contábil, ou seja, o ágio fundamentado em rentabilidade futura tornou-se residual também na legislação fiscal; entretanto, há necessidade de ser efetuada tal análise em relação às aquisições de participação sujeitas à avaliação pelo método de equivalência patrimonial.

Outra novidade é que a mais ou menos-valia, que corresponde à diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, será suportada por laudo elaborado por perito independente, a ser registrado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos até o último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação.

O aproveitamento fiscal do ágio continua condicionado à realização do investimento (alienação, como exemplo) ou a eventos de fusão, incorporação ou fusão.

No caso do goodwill, a pessoa jurídica poderá aproveitar- -se através de uma exclusão no lucro real e na base de cálculo da CSLL a partir do quarto ano-calendário subsequente, do saldo do referido ágio existente na contabilidade na data do evento, à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração.

A minuta da Medida Provisória traz um conceito amplo e próprio acerca de partes dependentes endereçando e impondo restrições ao aproveitamento fiscal de eventual ágio gerado em operações entre aqueles enquadrados no conceito. Ainda, a minuta da Medida Provisória dispõe sobre a tributação imediata de eventual ganho decorrente de compra vantajosa (antigo deságio, cuja tributação era diferida).

Outros aspectos endereçados pela Medida Provisória incluem a ampliação do conceito de receita bruta, reflexos e demais alterações no cálculo das estimativas de IRPJ e CSLL, definições acerca da base de cálculo dos juros sobre o capital próprio, regime de apuração de Sociedades em Conta de Participação e ainda dispositivos tributários específicos aplicáveis a concessionárias de serviço público.

As subvenções para investimento também são abordadas na Medida Provisória. A principal alteração diz respeito à necessidade de reconstituição da reserva de lucro decorrente de subvenções para investimento anteriormente usadas para absorção de prejuízos a partir do período em que a pessoa jurídica passar a gerar lucro.

Por fim, a minuta da Medida Provisória também endereça questões relativas à legislação do PIS e da COFINS, seja ampliando a base de cálculo das empresas sujeitas ao regime cumulativo (Lei nº 9.718/97) ou ainda realizando outras alterações nos dispositivos das regras aplicáveis ao regime não cumulativo (Lei nº 10.637/02 e Lei nº 10.833/03).

O fim do RTT

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Versão 2.0.0 do PVA da EFD – Contribuições Foi disponibilizada para download a nova versão 2.0.0, que deverá ser utilizada para a geração e transmissão da Escrituração Digital do PIS/PASEP, da COFINS e da Contribuição Previdenciária sobre Receitas nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252/12, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.280, de 13 de julho de 2012.

A nova versão contempla os seguintes itens em relação à versão anterior:

1) Disponibilização do Bloco “P”, para a escrituração da Contribuição Previdenciária sobre Receitas, devida pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços ou fabricantes de produtos, relacionados respectivamente nos artigos 7º e 8º da Lei nº 12.546/11, posteriormente alterados pela Lei nº 12.715/12;

2) Possibilidade de edição completa da escrituração no próprio PVA;

3) Atualização de tabelas da escrituração.

Conforme a sujeição da pessoa jurídica, poderá ser utilizada a versão 1.0.7 (sem apuração da Contribuição Previdenciária sobre Receitas) ou a versão 2.0.0 (com apuração da Contribuição Previdenciária sobre Receitas).

A retificação de escrituração gerada em versões anteriores poderá ser feita através da versão 2.0.0. Para pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido (regime de caixa ou competência), a versão 2.0.0 ainda não contempla os registros F500 e F550, para a escrituração do PIS/PASEP e da COFINS.

Programa Gerador da Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (PGD–Dmed) Publicada a Instrução Normativa nº 1.295/12, que aprova o layout do arquivo de importação de dados para o Programa Gerador da Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (PGD–Dmed), o qual será utilizado para envio das informações referentes a 2012 e 2013, nos casos de situação especial.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Receita Federal manifesta-se acerca da não incidência de IOF nas operações simbólicas de câmbio Foi publicada no Diário Oficial da União de 17 de fevereiro de 2012 a Solução de Consulta nº 15, emitida pela 8ª Região Fiscal.

Através da Solução de Consulta a Receita Federal manifestou o entendimento de que não há incidência de IOF nas operações simbólicas de câmbio, tendo em vista que em tais operações não há a efetiva remessa de recursos.

O novo entendimento da Receita Federal será benéfico para diversas empresas que efetuam constantemente operações simbólicas de câmbio para liquidação de passivos com empresas ligadas no exterior.

Redução da alíquota do IOF incidente sobre operações cujo mutuário seja pessoa física O Decreto nº 7.726/12 alterou o artigo 7° do Decreto nº 6.306/07 para reduzir de 0,0068% para 0,0041% o valor do IOF incidente nas operações elencadas abaixo quando o mutuário for pessoa física:

• Operações de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito;

• Operações de desconto, inclusive na alienação a empresas de factoring de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo;

• Nos adiantamentos aos depositantes;

• Nos empréstimos, inclusive sob a forma de financiamento, sujeitos à liberação de recursos em parcelas, ainda que o pagamento seja parcelado;

• Nos excessos de limite, ainda que o contrato esteja vencido; e

• Nas operações de financiamento para aquisição de imóveis não residenciais.

As disposições do Decreto entraram em vigor no dia 23 de maio de 2012, por prazo indeterminado.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 59

Redução da alíquota do IOF a zero em operações de crédito para aquisição de bens e tecnologia assistiva destinada a deficientes físicos O Decreto nº 7.726/12 alterou o artigo 8° do Decreto nº 6.306/07 para inserir a hipótese de redução da alíquota de IOF a zero nas operações de crédito realizadas por instituição financeira pública federal em que sejam tomadores de recursos pessoas físicas com renda mensal de até dez salários mínimos, desde que os valores das operações sejam direcionados exclusivamente para adquirir bens e serviços de tecnologia assistiva destinados a pessoas com deficiência, nos termos do parágrafo único do artigo 1º da Lei nº 10.735, de 11 de setembro de 2003.

As disposições do Decreto entraram em vigor no dia 23 de maio de 2012, por prazo indeterminado.

Redução da alíquota do IOF a zero em operações de câmbio para aquisição de Brazilian Depositary Receipts (BDR) por estrangeiros O Decreto nº 7.683/12 alterou o artigo 15-A do Decreto nº 6.306/07 para inserir a hipótese de redução da alíquota de IOF a zero nas liquidações de operações de câmbio contratadas por investidor estrangeiro, inclusive por meio de operações simultâneas, relativas a transferências do exterior de recursos para aplicação no País em BDR, papéis que representam ações de empresas estrangeiras na Bolsa brasileira.

Anteriormente, a alíquota de 6% de IOF era paga pelos estrangeiros na hora de converter a moeda estrangeira em reais para comprar os BDR.

A alíquota zero atinge tanto as ações estrangeiras negociadas na Bolsa de São Paulo como no mercado de balcão, que são operações registradas em cartório fora do ambiente da Bolsa.

As disposições do Decreto entraram em vigor no dia 29 de fevereiro de 2012 por prazo indeterminado.

Alterações no IOF câmbio – empréstimos de curto prazo com o exterior Em 2012, o conceito de “curto prazo” para fins de empréstimos diretos ou títulos externos, constante do artigo 15-A do Decreto nº 6.306/07, foi modificado por três vezes pelo Poder Executivo através dos Decretos nº 7.683/12, nº 7.698/12 e nº 7.751/12.

O IOF incide sobre as operações de câmbio e tem sido usado pelo Governo brasileiro como uma ferramenta para estimular ou inibir a entrada e saída de moeda estrangeira do Brasil e, consequentemente, para gerenciar a valorização/desvalorização do real em relação a moedas estrangeiras.

A legislação brasileira permite que o IOF seja alterado quando o Governo julgar necessário, tornando possível a implementação das mudanças em curto prazo de tempo.

O prazo para que um empréstimo fosse considerado como de “curto prazo” em dezembro de 2011 era de até 720 dias. Em 2012, através dos Decretos acima citados, o Governo chegou a aumentar o prazo para até três anos, tendo reduzido novamente o prazo de forma progressiva, conforme a resposta do mercado às medidas anunciadas.

Vale ressaltar que somente o prazo das operações foi alterado, tendo a alíquota de IOF para as operações de curto prazo sido mantida em 6% durante todo o ano. No caso de os empréstimos contratados serem considerados como de longo prazo, a alíquota do IOF cai para 0%.

Abaixo, constam as regras acerca das operações de curto prazo aplicáveis para cada período do ano 2012.

Decreto nº Prazo Médio

Mínimo Período de Validade

Alíquota de IOF

7.457/11 Até 720 dias 07/04/11 a 29/02/12 6%

7.683/12 Até 3 anos 01/03/12 a 11/03/12 6%

7.698/12 Até 1.800 dias 12/03/12 a 13/06/12 6%

7.751/12 Até 720 dias A partir de 14/06/12 6%

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Quando a operação de empréstimo for contratada pelo prazo médio mínimo superior ao exigido no quadro acima, sendo tributada pelo IOF à alíquota de 0%, e for liquidada antecipadamente, total ou parcialmente, descumprindo-se este prazo mínimo, o contribuinte ficará sujeito ao pagamento do imposto calculado à alíquota de 6%.

As disposições do artigo 15-A também se aplicam aos empréstimos contratados por empresas brasileiras com suas empresas ligadas no exterior, ao contrário do que vinha sendo praticado pelo mercado.

Reduzido para zero o IOF sobre operações com contratos derivativos relacionados às exportações O Decreto nº 7.699/12 alterou o artigo 32-C do Decreto nº 6.306/07 para inserir a hipótese de redução da alíquota de IOF a zero nas operações com contratos de derivativos para cobertura de riscos, inerentes à oscilação de preço da moeda estrangeira, decorrentes de contratos de exportação firmados por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil.

A condição para a tributação das operações à alíquota reduzida é que o valor total da exposição cambial vendida diária referente às operações com contratos de derivativos não seja superior a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes o valor total das operações com exportação realizadas no ano anterior pela pessoa física ou jurídica titular dos contratos de derivativos.

Ademais, os beneficiários estarão sujeitos à comprovação de operações de exportação cujos valores justifiquem a respectiva exposição cambial vendida, realizadas no período de até 12 meses subsequentes à data de ocorrência do fato gerador do IOF.

No caso de haver falta de comprovação ou descumprimento das condições, o IOF será devido a partir da data de ocorrência do fato gerador e calculado à alíquota de 1%, acrescido de juros e multa de mora.

A medida está em vigor desde 15 de março de 2012, por prazo indeterminado, e o Ato Declaratório Executivo (ADE) nº 1 da Coordenadoria Especial de Ressarcimento, Compensação e Restituição da Receita Federal determina que o pedido de ressarcimento ou compensação do IOF deverá ser efetuado por meio do programa eletrônico Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP).

Assuntos tributários sobre questões trabalhistas Retificação de erros no preenchimento da GPS Em 15 de junho de 2012, o Secretário da Receita Federal do Brasil, por meio da publicação da Instrução Normativa RFB nº 1.274, tornou sem efeito a publicação da Instrução Normativa RFB nº 1.270/12, a qual estabelecia procedimentos para retificação de erros no preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS), e dá outras providências.

Sendo assim, com a publicação da Instrução Normativa RFB nº 1.274/12, permanecem válidos os critérios para retificação da GPS já previstos na Instrução Normativa RFB nº 1.265/12.

As regras de que tratam as informações a serem corrigidas, bem como os casos em que os pedidos serão indeferidos, podem ser consultadas no correio eletrônico da Receita Federal.

Entra em vigor a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) Com a vigência da Lei nº 12.440/11, que teve início em janeiro de 2012, todas as empresas que participarem de licitações públicas ou pleitearem acesso a programas de incentivos fiscais estão obrigadas a apresentar, na documentação exigida, a CNDT.

A emissão da CNDT será feita a partir de consulta ao Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), que reúne os dados necessários à identificação de pessoas naturais e jurídicas inadimplentes perante a Justiça do Trabalho.

Para obter a CNDT, o interessado poderá requerê-la eletronicamente nas páginas do TST, do CSJT e dos Tribunais Regionais do Trabalho com o fornecimento dos dados do CPF ou do CNPJ. A CNDT será expedida gratuitamente por via eletrônica.

Lei que amplia prazo do aviso prévio entra em vigor Foi publicada, no DOU de 13 de outubro de 2011, a Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, que amplia o prazo do aviso prévio de 30 para 90 dias.

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Assuntos tributários Principais temas editados em 2012

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Quem trabalhar até um ano em uma empresa continuará a receber o pagamento correspondente a 30 dias, mas, para cada ano adicional no emprego, o funcionário terá direito a mais três dias de aviso prévio até o teto máximo de 90 dias, que seria atingido depois de 20 anos no emprego.

De acordo com a Casa Civil, o novo prazo de aviso prévio vale para demissões que ocorrerem a partir da publicação da Lei, não influenciando quem pediu demissão ou foi demitido antes da vigência da nova regra.

Fator Acidentário de Prevenção (FAP) O FAP é aplicado às alíquotas de 1% (risco mínimo), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave), que representam a contribuição da empresa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho (RAT), incidente sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, para custear aposentadorias especiais e os benefícios decorrentes de acidentes de trabalho.

A Portaria nº 579, de 26 de setembro de 2011, dispôs sobre a publicação dos índices de frequência, gravidade e custo, por atividade econômica, considerados para o cálculo do FAP do ano 2011, com vigência para o ano 2012, e dispôs, ainda, sobre o processamento e julgamento das contestações e dos recursos apresentados pelas empresas em face do índice FAP a elas atribuído.

O FAP, com as respectivas ordens de frequência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem à empresa verificar o respectivo desempenho dentro da sua subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), foi disponibilizado pelo Ministério da Previdência Social (MPS) a partir de 30 de setembro de 2011, podendo ser acessado, por meio da Internet, nos sites do Ministério da Previdência Social e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Portanto, as empresas devem ficar atentas e consultar seu FAP em um dos sites oficiais para poder calcular corretamente, a partir da competência janeiro de 2013, o RAT Ajustado que incidirá sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.

Alteração nos dispositivos do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) Por meio da Portaria SIT/DSST nº 335/12 foi alterada parte da Portaria SIT/DSST nº 3/02, que trata da execução do PAT, trazendo modificações, principalmente, no tocante à forma de inscrição e de registro no programa.

Dentre as alterações inseridas pela Portaria nº 335/12, destacam-se:

• A inscrição das empresas beneficiárias e o registro das fornecedoras de alimentação coletiva passam a ser realizados exclusivamente por formulários eletrônicos disponíveis na Internet.

• Os beneficiários devem realizar um único cadastro por empresa, separando por estabelecimento apenas as informações referentes à execução do programa.

• Alterações nos dados referentes à inscrição ou ao registro devem ser atualizadas em até 30 dias contados da data da ocorrência do fato.

• Alterações referentes ao número de trabalhadores atendidos e de refeições servidas devem ser atualizadas apenas nos meses de janeiro e julho de cada ano, devendo ser informados os dados referentes ao último dia do mês imediatamente anterior à atualização.

• A documentação referente às despesas e à fruição dos benefícios fiscais relativos ao PAT deve ser mantida à disposição dos órgãos de fiscalização, possibilitando o confronto com os registros contábeis e fiscais.

• As empresas fornecedoras de alimentação coletiva devem realizar o registro separadamente, por estabelecimento, cada um recebendo número de cadastro próprio.

• As empresas prestadoras de serviços de alimentação coletiva devem requerer seus registros, separadamente, por estabelecimento, à Coordenação do Programa de Alimentação do Trabalhador (COPAT).

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iante de um panorama mundial de instabilidade econômica, demissões ocorrendo ao redor do mundo e severa diminuição nas metas de crescimento da economia global, o

Governo brasileiro viu-se diante da premente necessidade de tomar algumas atitudes a fim de evitar a estagnação de nossa economia.

Atendendo a essa necessidade, em agosto de 2011, com a publicação da Medida Provisória nº 540 deu-se início ao Plano Brasil Maior (PBM), programa lançado pelo Governo brasileiro a fim de tornar nossas empresas mais competitivas em âmbito global e oferecer uma resposta eficaz à pungente crise econômica mundial.

Em linhas gerais, o PBM traça novas políticas para os setores industriais, tecnológicos e de comércio exterior, através de medidas como redução do IPI, desoneração da folha de pagamentos, criação de regimes especiais de tributação para determinadas atividades e incentivos à inovação tecnológica.

A desoneração da folha é uma das medidas introduzidas pelo PBM para reduzir a tributação incidente sobre a folha de pagamentos das empresas e, consequentemente, evitar demissões em massa no período de crise e fomentar a regularização dos trabalhadores pelas empresas. Basicamente, esta desoneração dá-se a partir da alteração na forma como as empresas calculam sua contrapartida à previdência social.

Antes da desoneração da folha, a cota patronal da contribuição previdenciária era calculada sobre a soma da remuneração de todos os empregados da empresa. Sobre este valor era aplicada uma alíquota de, em geral, 20%.

Já com a desoneração da folha, o cálculo da contribuição previdenciária passa a ser realizado com base na receita bruta da empresa. Importante observar que, caso a empresa tenha mais de 5% de sua receita bruta advinda de produtos ou serviços não englobados pela desoneração, o cálculo da contribuição previdenciária deverá ser misto, ou seja, parte será calculada sobre a receita e parte sobre a folha de pagamentos.

A medida tende a ser benéfica para aquelas empresas que possuem um número elevado de profissionais e uma receita mais enxuta. Além disso, empresas que passam por crises financeiras, com consequente redução de sua receita, também têm a contribuição previdenciária reduzida, evitando-se a dispensa de um número elevado de empregados. Porém, devido ao grande número de Medidas Provisórias e Leis que surgiram posteriormente à primeira Medida Provisória, alterando diversos aspectos da desoneração da folha, muitas empresas encontram dificuldades para adequar-se ao novo regime. Ainda, a complexidade deste novo conjunto de normas resulta em um maior gasto das empresas para adequarem-se, além de insegurança com futuras fiscalizações da Receita acerca destes novos procedimentos.

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A desoneração da folha de pagamentos Por Fernando Azar, sócio da área de Consultoria Tributária na Deloitte

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Os projetos prioritários do Financial Accounting Standards Board (FASB) e do IASB, assim como projetos individuais do FASB, estão apresentados nas próximas páginas, refletindo as revisões de agendas e cronogramas do FASB e IASB e o progresso ocorrido nestes projetos desde a emissão da última publicação, em novembro de 2011.

Projetos Conjuntos FASB/IASB Instrumentos Financeiros Em maio de 2010, o FASB liberou uma minuta de exposição (ED) que alteraria: (a) a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros, (b) a contabilização para redução ao valor recuperável de ativos financeiros, e (c) contabilização de hedge (hedge accounting). Desde o fim do período de comentários relativo à minuta de exposição, o FASB redeliberou e revisou vários aspectos de suas propostas iniciais. Além disso, o FASB adicionou dois componentes à sua reconsideração, relativa ao tratamento contábil de instrumentos financeiros: (1) apresentação de ativos e passivos financeiros no balanço patrimonial em base líquida, e (2) divulgações relacionadas à liquidez e aos riscos associados à taxa de juros de instrumentos financeiros.

a) Classificação e Mensuração de Ativos e Passivos Financeiros

Status: A emissão da minuta de exposição desta norma está prevista para o final de 2012. O FASB tentativamente propõe que ativos financeiros devem ser mensurados ao valor justo por meio do resultado, valor justo por meio de outros resultados abrangentes, ou custo amortizado, com base em avaliação das características contratuais dos fluxos de caixa do instrumento financeiro e do respectivo modelo de negócio. A reclassificação de uma categoria para outra será necessária caso o modelo de negócios utilizado pela entidade na administração de um determinado grupo de ativos financeiros mude, o que não deve ser frequente. Investimentos em instrumentos de patrimônio líquido (tanto negociáveis como não negociáveis) serão mensurados ao valor justo por meio do resultado; todavia, uma exceção mais prática – mensuração por meio do custo – seria permitida para instrumentos de patrimônio líquido não negociáveis mantidos tanto por companhias de capital aberto quanto de capital fechado. Passivos financeiros serão mensurados ao custo amortizado, com exceção de derivativos, vendas de período curto e todas aquelas que serão subsequentemente negociadas ao valor justo (as quais seriam mensuradas pelo valor justo por meio do resultado).

b) Redução do Valor Recuperável de Ativos Financeiros

Status: A emissão da minuta de exposição desta norma está prevista para o final de 2012. O FASB e o IASB acordaram em desenvolver um modelo de perda esperada por redução no valor recuperável que reflete o padrão geral da deterioração na qualidade de crédito de instrumentos de dívida. Sob este modelo, ativos financeiros sujeitos à análise para redução do valor recuperável (tais como empréstimos mensurados por meio do custo amortizado) seriam divididos em três categorias. Essas categorias seriam usadas para determinar a quantidade e o momento do reconhecimento das perdas relacionadas a créditos e refletiria os diferentes estágios da deterioração do crédito.

c) Contabilidade de Hedge (Hedge Accounting) Status: O IASB completou suas deliberações relativas à minuta de exposição e espera emitir uma minuta de suas propostas até o fim de 2012. Adicionalmente, o IASB continua trabalhando no projeto de contabilização de macrohedges e espera emitir uma minuta de discussão sobre este tópico no terceiro trimestre deste ano. Após propor alterações pontuais e simplificações para o tratamento de hedge accounting como parte da minuta de exposição de maio de 2010, o FASB emitiu uma minuta de discussão (DP) em fevereiro de 2011, a fim de obter comentários sobre a minuta de exposição emitida pelo IASB em dezembro de 2010, que propõe alinhar as práticas de hedge accounting com as práticas de gerenciamento de riscos.

d) Apresentação de Ativos e Passivos Financeiros em Base Líquida

Status: em dezembro de 2011, o FASB e o IASB emitiram a versão final desta norma (emitida pelo FASB como o ASU 2011–11). O objetivo desta nova orientação é fornecer um aperfeiçoamento da “informação sobre apresentação em base líquida e disposições relacionadas com o objetivo de permitir que os usuários das demonstrações financeiras entendam o efeito de tais disposições sobre a posição financeira de determinada entidade”. As companhias devem divulgar informações relativas a seus instrumentos financeiros tanto em base bruta quanto líquida. Os comitês esperam que isto elevará a “comparabilidade entre entidades que preparam suas demonstrações financeiras em US GAAP e aquelas que preparam suas demonstrações financeiras em IFRSs”. Os novos requerimentos de divulgação são efetivos para anos fiscais (incluindo períodos intermediários) iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013, sendo requerida a aplicação retrospectiva.

Princípios contábeis norte-americanos

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Princípios contábeis norte-americanos

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Reconhecimento de Receita Status: Em 14 de novembro de 2011, o FASB e o IASB emitiram em conjunto uma minuta de exposição revisada (emitida pelo FASB como um Accounting Standard Update (ASU) proposto) sobre reconhecimento de receita. A norma final será efetiva para períodos fiscais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2015 para empresas de capital aberto, e 1º de janeiro de 2016 para empresas de capital fechado. O FASB espera que as deliberações da minuta de exposição revisadas estejam substancialmente finalizadas no final de 2012 e que a norma final seja emitida no primeiro semestre de 2013.

A atualização da norma de contabilidade proposta (ASU) propõe um modelo único e abrangente a ser utilizado pelas entidades na contabilização de contratos com clientes e irá substituir grande parte da norma contábil relativa a reconhecimento de receita, acabando assim com um grande volume de normas aplicadas a indústrias específicas, que vêm sendo utilizadas há anos. Em seu lugar, as companhias aplicariam um princípio geral no reconhecimento de receita relativo a contratos nos quais bens ou serviços são oferecidos. Este princípio geral requereria que a entidade: (1) identificasse seus contratos com determinado cliente, (2) identificasse os diferentes elementos/obrigações, (3) determinasse o preço de transação, (4) alocasse o preço de transação para os diferentes elementos/obrigações do contrato, e (5) reconhecesse a respectiva receita com base no atendimento dos elementos/obrigações do contrato.

Arrendamentos Mercantis (Leases) Status: Em 17 de agosto de 2010, o FASB e o IASB emitiram uma minuta de exposição (emitida pelo FASB como um ASU proposto) sobre arrendamentos mercantis. O FASB e o IASB estão próximos de concluir suas deliberações e esperam emitir uma minuta de exposição revisada no quarto trimestre de 2012 e a norma em formato final em 2013.

O modelo de arrendamento mercantil proposto por ambos os comitês propõe a alteração do tratamento contábil de arrendamentos mercantis pelo arrendatário, basicamente eliminando a opção de arrendamento mercantil operacional, o que resultará em um tratamento único, no balanço patrimonial, para qualquer modalidade de leasing (exceto leasings de curto prazo). Sob o modelo proposto, o arrendatário reconhecerá uma obrigação de realizar pagamentos futuros e um ativo que representa o direito de uso do respectivo bem.

Tendo como base os comentários recebidos relativos a este modelo proposto, os comitês estão discutindo várias questões relativas à mensuração, incluindo período de arrendamento, aluguéis contingentes e formas de reconhecimento no resultado. Também ocorreram várias discussões sobre aspectos mais fundamentais do arrendamento mercantil, como, por exemplo, distinção de um arrendamento mercantil para um contrato de serviço e o tratamento contábil por parte do arrendador.

Como resultado de tais deliberações, os comitês confirmaram o tratamento contábil único, no balanço patrimonial, para todas as modalidades de arrendamento (com a exceção de leasings de curto prazo) e efetuaram mudanças significativas no modelo inicialmente proposto na minuta de exposição, que em linhas gerais simplificará a determinação do prazo de pagamentos do arrendamento, tanto para arrendatários como para arrendadores.

Os comitês também propuseram que o tratamento contábil padrão para fins de resultado para os arrendatários seria determinado pelo fato de se o arrendatário adquiriu e irá consumir uma parcela mais do que insignificante do bem em questão. Se tal consumo for insignificante, o tratamento contábil padrão seria o reconhecimento da despesa em linha reta, o que resulta no reconhecimento da despesa total do arrendamento na base da linha reta; todavia, se o consumo fosse mais do que insignificante, a companhia usaria o tratamento similar ao do arrendamento mercantil financeiro, no qual o direito de utilização do ativo é tratado como se fosse aquisição dele. Essa conclusão também determinaria se o tratamento contábil por parte do arrendador seguiria o modelo de conta a receber e saldo residual – tratamento similar ao modelo de baixa contábil proposto pelo minuta de exposição – ou tratamento contábil semelhante ao que é atualmente utilizado para arrendamentos mercantis operacionais.

Contratos de Seguro Status: O IASB espera reexpor ou emitir uma minuta de revisão no final de 2012. É esperado que a emissão da norma, em via final, ocorra durante 2013. A aplicação desta norma provavelmente não será requerida antes de 1º de janeiro de 2016, com a expectativa de que a data de vigência deste pronunciamento esteja alinhada com a data de vigência dos novos padrões contábeis relativos a instrumentos financeiros.

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Princípios contábeis norte-americanos

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Desde a emissão da minuta de discussão (DP) pelo FASB e da minuta de exposição (ED) pelo IASB, diversas questões- -chave foram levantadas e discutidas. Embora ambos os comitês tenham demonstrado um relativo progresso na conciliação dos pontos de vista divergentes, tem ficado cada vez mais claro que a nova norma relativa a contratos de seguro, embora não traga alterações significativas, provavelmente não será emitida. Em março de 2012, o presidente do IASB comunicou ao EFRAG que uma harmonização completa desta norma não seria possível, porém indicou que a norma a ser emitida pelo IASB representava um importante progresso, já que não existem atualmente normas contábeis internacionais uniformes relativas a seguros. Em junho de 2012, o presidente do FASB expressou ao Conselho de Normas Contábeis Financeiras (Financial Accounting Standards Advisory Council) que acredita não ser possível uma harmonização entre as normas emitidas pelo FASB e as emitidas pelo IASB, devido às diversas tentativas fracassadas de reconciliar pontos de vista divergentes sobre aspectos básicos das propostas. Sobre os tópicos remanescentes, ambos os comitês planejam continuar suas deliberações conjuntas e estão comprometidos com sua harmonização, quando viável.

Alguns dos tópicos importantes nos quais ainda existe divergência entre US GAAP e IFRSs incluem: (1) a inclusão de uma margem de ajuste de risco separada (ao invés do modelo de margem única), (2) o reconhecimento de mudanças em estimativas, (3) o tratamento de custos de aquisição, e (4) se o modelo de alocação de prêmio deve ser tratado como um modelo separado para determinados tipos de contrato, geralmente de menor duração, ou se deve ser considerado como uma representação do modelo de blocos de formação (building blocks). Apesar de as tentativas de reconciliar totalmente estas diferenças ainda não terem sido bem-sucedidas, os comitês chegaram a conclusões preliminares em importantes aspectos deste projeto nos últimos meses, incluindo os cinco itens mencionados abaixo:

• Modelo de alocação de prêmio

• Unidade de contabilização (unit of account)

• Separação de componentes não relativos a seguros

• Outros resultados abrangentes

• Custos de aquisição

Entidades de Interesse Variável (VIEs) e Entidades de Interesse Votante Status: Em 3 de novembro de 2011, o FASB emitiu um ASU proposto, que aborda a questão de quando aqueles com poder de tomada de decisão estão agindo como principal ou agente. O FASB prosseguirá com suas deliberações até o final de 2012 e espera emitir uma versão final do ASU em 2013.

Este projeto de consolidação começou com um projeto em conjunto entre o FASB e o IASB com o intuito de desenvolver normas contábeis melhoradas e harmonizadas referentes à consolidação, para serem aplicadas a todas as companhias (isto é, VIEs e entidades de interesse votante). Todavia, os comitês decidiram pela não convergência de todos os aspectos deste tópico, principalmente por causa de pontos de vista conflitantes sobre “controle com menos do que a maioridade dos direitos de voto” e a consideração sobre “potenciais direitos de voto”.

Adicionalmente, também propõe algumas alterações adicionais que visam uniformizar alguns aspectos relacionados aos modelos de consolidação para VIEs e entidades de interesse votante. Os comentários relativos à minuta de exposição deveriam ter sido enviados até 15 de fevereiro de 2012.

A nova e modificada norma do IASB relativa à consolidação, emitida em maio de 2011, endereça demonstrações financeiras consolidadas, joint arrangements e divulgações relativas a participações e interesses em outras entidades.

A avaliação qualitativa que determina se aqueles com poder de tomada de decisão (ou sócios gerais) são considerados principais ou agentes levaria em consideração o propósito e o desenho da entidade, e incluiria também uma avaliação sobre: (1) direitos mantidos por outras partes; (2) remuneração daqueles com poder de tomada de decisão; e (3) exposição à variabilidade do retorno de outras participações mantidas por aqueles com poder de tomada de decisão. Adicionalmente, a proposta também propõe:

• Modificar o critério para determinar: (1) se uma entidade deve ser classificada como VIE, e (2) quem é o principal beneficiário da VIE.

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Princípios contábeis norte-americanos

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• Revisar as definições de direitos de proteção (protective rights), direitos de participação (participating rights) e direitos de exclusão (kickout rights). Em particular, esta proposta alinharia a análise de todos estes direitos sob a ótica dos modelos de VIE, capital votante e modelos de sociedade.

• Modificar a norma que trata da avaliação de sociedades para fins de consolidação (em particular, se um sócio deve consolidar uma sociedade limitada). Esta avaliação qualitativa permitiria a um sócio analisar sua estrutura econômica para determinar a consolidação ou não da sociedade.

• Eliminar a prorrogação indefinida prevista no ASU 2010–10 relativo a participações em determinadas entidades.

Companhias de Investimento Status: O FASB espera publicar o ASU final de companhias de investimento até o final de 2012.

Em 2011, o FASB e o IASB emitiram uma minuta de exposição (emitida pelo FASB como um ASU proposto) que aborda como identificar se determinada entidade pode ser classificada como companhia de investimento. Em resposta a comentários subsequentes, os comitês posteriormente acordaram que, para que uma entidade seja classificada como companhia de investimento, esta deve atender somente a alguns dos requisitos delineados na proposta. Os demais requisitos continuariam sendo incluídos na definição de companhias de investimento, porém somente na qualidade de características típicas de companhias de investimento, e a entidade deveria considerar estes requisitos para determinar se atende à definição revisada de companhia de investimento.

Ainda existem divergências de opinião entre o FASB e o IASB sobre se a controladora de uma companhia de investimento deve manter, em suas demonstrações financeiras consolidadas, as práticas adotadas nas demonstrações financeiras individuais de sua subsidiária. Em suas deliberações, ambos os comitês reafirmaram suas decisões inicialmente propostas em suas respectivas minutas de exposição. Portanto, para fins de US GAAP, seria requerido que a controladora de uma companhia de investimento reconhecesse e mensurasse os investimentos daquela subsidiária ao valor justo por meio do resultado em suas demonstrações financeiras consolidadas. Todavia, para fins de IFRSs seria requerido que, caso a controladora não se qualificasse como companhia de investimento, esta refletiria os ativos e passivos relativos aos investimentos de sua subsidiária em suas demonstrações financeiras consolidadas.

Ambos os comitês também decidiram que uma companhia de investimento deve mensurar sua participação majoritária em outras companhias de investimento ao valor justo. Embora este assunto ainda esteja em discussão pelo FASB, esta é uma mudança significativa na norma contida na minuta de exposição emitida pelo FASB, a qual requereria que participações majoritárias em outras companhias de investimento fossem consolidadas.

Projetos Individuais do FASB Instrumentos Financeiros: Divulgações sobre Liquidez e Taxa de Juros Status: Os comentários sobre o ASU proposto seriam recebidos até 25 de setembro de 2012.

Em 27 de junho de 2012, o FASB emitiu um ASU proposto que propõe um conjunto de novas divulgações relativas à liquidez e taxa de juros de instrumentos financeiros. As divulgações relativas a riscos de liquidez seriam aplicáveis a todas as entidades, enquanto as divulgações relacionadas a taxas de juros seriam aplicáveis somente a instituições financeiras. Tais divulgações seriam requeridas para períodos tanto intermediários quanto anuais; todavia, entidades de capital fechado teriam necessidade de incluir tais divulgações somente em suas demonstrações anuais.

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Princípios contábeis norte-americanos

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Regime de Liquidação e Continuidade (anteriormente conhecido como Divulgações sobre Riscos e Incertezas) Status: O FASB emitiu o ASU proposto em 2 de julho de 2012.

O objetivo deste projeto é fornecer orientações sobre: (1) a aplicação do tratamento contábil para liquidação de uma entidade, e (2) a análise da Administração sobre a continuidade de sua entidade.

O comitê adicionou este projeto relativo à continuidade e ao regime de liquidação à sua agenda em maio de 2007. Em outubro de 2008, o FASB emitiu uma minuta de exposição sobre continuidade para audiência pública. Desde então, o comitê tem continuado a deliberar sobre este tópico e finalmente decidiu por considerar o regime de liquidação e continuidade como temas separados.

O FASB emitiu um ASU proposto que fornece informações sobre quando e como aplicar o tratamento contábil no regime de liquidação. De acordo com o ASU proposto, as entidades deveriam obrigatoriamente apresentar suas demonstrações financeiras pelo regime de liquidação, quando for determinado que sua liquidação seja iminente. O ASU proposto também especifica como tais entidades mensurariam inicialmente e subsequentemente seus ativos e passivos e os custos associados à liquidação, e preparariam os relatórios financeiros e as divulgações necessárias.

Correções e Melhorias Técnicas no Codification Status: A emissão do ASU final referente às correções e melhorias técnicas está prevista para o final de 2012.

Em 14 de outubro de 2011, o FASB emitiu um ASU proposto que faria: (1) pequenas correções técnicas e esclarecimentos, e (2) uniformização de alterações relativas a valor justo no FASB Accounting Standards Codification.

As correções técnicas seriam divididas entre três categorias:

• Alterações relativas à literatura – O objetivo destas mudanças é levar adiante o objetivo original de determinadas literaturas emitidas antes do processo de codificação (isto é, os FASBs), que foi involuntariamente alterado durante o processo de codificação.

• Esclarecimentos de normas e correções de referências – Alterações de escrita e referências, com o objetivo de evitar erros de aplicação ou interpretação de tais normas.

• Realocação de normas – Realocação de determinadas normas de uma parte da codificação (de um tópico ou subtópico, por exemplo) para outra a fim de corrigir casos em que o escopo da norma emitida antes do processo de codificação foi indevidamente reduzido ou ampliado.

O comitê concordou em prover normas transitórias em alterações de normas que possam ser consideradas como “mais substanciais”, incluindo alterações relacionadas a: (1) derivativos, e (2) instrumentos de dívida.

Para entidades de capital aberto, as alterações que foram acompanhadas de normas transitórias serão efetivas para períodos fiscais iniciados após 15 de dezembro de 2012; todavia, para empresas de capital fechado, estas alterações serão efetivas para períodos fiscais iniciados após 15 de dezembro de 2013.

Estas orientações devem ser aplicadas com data-base do início do ano fiscal de adoção, com o efeito cumulativo da mudança de prática contábil reconhecido como um ajuste na conta de lucros acumulados do balanço de abertura, ou outro componente do patrimônio líquido que seja mais apropriado no balanço patrimonial.

Redução no Valor Recuperável de Ativos Intangíveis com Vida Útil Não Definida Status: A emissão do documento final está prevista para final de 2012.

Em 27 de julho de 2012, o FASB emitiu o ASU 2012–02, que altera a norma contábil para teste do valor recuperável de ativos intangíveis com vida útil não definida, excluindo-se ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Sob a ótica da norma revisada, as entidades têm a opção de efetuar uma avaliação qualitativa preliminar, para determinar a existência de eventos ou circunstâncias indicadoras de que é mais provável do que não (more likely than not) que o valor do respectivo ativo intangível com vida útil não definida não seja totalmente recuperável. Esta avaliação qualitativa é semelhante à avaliação qualitativa para análise do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), endereçado no ASU 2011–08.

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Princípios contábeis norte-americanos

68

Estas alterações são efetivas para testes de redução do valor recuperável de ativos intangíveis com vida útil não definida interinos e anuais efetuados em períodos fiscais iniciados após 15 de setembro de 2012, com adoção antecipada permitida.

Apresentação do Resultado Abrangente – Reclassificações para “Fora” de Outros Resultados Abrangentes Status: É esperada do FASB uma minuta de exposição contemplando as novas exigências de divulgação propostas até o final de 2012, com um período subsequente para comentários de 60 dias.

A nova norma não se aplica a entidades que não possuem nenhum item em “Outros resultados abrangentes” nos períodos apresentados e para entidades sem fins lucrativos que devem aplicar os requerimentos do ASC 958–205.

No ano passado, o FASB emitiu o ASU 2011–05, que revisou a maneira como as entidades apresentam o resultado abrangente em suas demonstrações financeiras. A nova norma removeu as opções de apresentação incluídas no ASC 220, ao requerer que as entidades reportassem seus itens do resultado abrangente em: (1) uma demonstração contínua de resultado abrangente, ou (2) duas demonstrações em separado, porém consecutivas. Para as companhias de capital aberto, o ASU 2011–05 deverá ser aplicado para exercícios fiscais e períodos intermediários iniciados após 15 de dezembro de 2011. As companhias de capital fechado devem aplicar este ASU para anos fiscais encerrados após 15 de dezembro de 2012, assim como exercícios fiscais e períodos intermediários subsequentes.

Em preparação para a adoção do ASU 2011–05, os constituintes expressaram dúvidas com relação à operacionalidade de determinadas disposições deste pronunciamento, primariamente aquelas relacionadas às exigências de apresentação para ajustes de reclassificação. Dessa forma, em dezembro de 2011, o comitê emitiu o ASU 2011–12, para prorrogar indefinidamente tais provisões, a fim de possibilitar a correta revisão e avaliação destas dúvidas expressas pelos constituintes. As datas efetivas para a aplicação do ASU 2011–12 são as mesmas do ASU 2011–05.

Em junho de 2012, o FASB propôs não restabelecer os requisitos para reclassificação originalmente incluídos no ASU 2011–05. Em vez disso, o comitê votou em favor de expandir os requisitos de divulgação para estas reclassificações, com o objetivo de fornecer aos usuários das demonstrações financeiras maior acesso às informações relativas aos efeitos de tais reclassificações nas demonstrações financeiras da companhia.

Transferências e Serviços: Contratos de Reaquisição e Transações Similares Status: O FASB continuará deliberando sobre este projeto ao longo de 2012, incluindo: (1) as implicações do tratamento baseado em exceção, em respeito a outras transações similares, e (2) as divulgações necessárias como resultado de tais mudanças. O comitê espera emitir uma minuta de exposição sobre este assunto no terceiro trimestre deste ano.

Em março de 2012, o FASB adicionou à sua agenda um projeto para a reavaliação das práticas contábeis e dos requisitos de divulgação necessários para contratos de reaquisição. Este projeto, que surgiu há pouco menos de um ano após a emissão do ASU 2011–03, veio em resposta às crescentes dúvidas relacionadas ao tratamento contábil para contratos de reaquisição, sendo primariamente relacionado ao critério do controle efetivo estabelecido no ASC 860. Em uma reunião em junho de 2012, o FASB tentativamente decidiu adotar um tratamento que eliminaria o critério existente para a análise do controle efetivo de reaquisições e delineia especificamente os tipos de reaquisições que devem ser tratadas como empréstimos garantidos em vez de uma transação de venda. Sob a ótica deste novo tratamento, os cedentes avaliariam as características da reaquisição, com o objetivo de determinar se esta deveria ser contabilizada como empréstimos garantidos. Dessa forma, os cedentes não precisariam avaliar o controle efetivo, o envolvimento contínuo, ou os riscos e benefícios.

Estrutura Conceitual para Divulgações Status: O FASB está trabalhando neste projeto em conjunto com o EFRAG. Adicionalmente, o FASB planeja ainda trabalhar com a SEC e o PCAOB com o objetivo de esclarecer a aplicação de materialidade para as divulgações financeiras.

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Princípios contábeis norte-americanos

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 69

Em resposta às solicitações e recomendações feitas por diversos constituintes, em 2009 o FASB adicionou à sua agenda um projeto para estabelecer uma estrutura conceitual, que visa tornar divulgações relativas às demonstrações financeiras “mais efetivas, coordenadas e menos redundantes”. Este projeto tem dois objetivos principais:

• Estabelecer uma ampla estrutura conceitual para aperfeiçoar a efetividade de divulgações financeiras, o que seria atingido por meio do foco nos aspectos mais relevantes para os usuários finais das demonstrações financeiras. Estes aspectos seriam apresentados em uma ordem e formato que promovessem uma comunicação clara, o que resultaria na redução do volume das divulgações necessárias, porém em um aumento da utilidade de tais divulgações.

• Procurar melhores maneiras de integrar as informações contidas nas demonstrações financeiras, análise e discussão da administração (“MD&A”) e outras peças contábeis, com a intenção primária de promover uma comunicação mais relevante e evitar repetições sempre que possível. Para alcançar este objetivo, o comitê precisaria primeiramente desenvolver uma estrutura conceitual visionando o primeiro objetivo, citado acima.

Em 12 de julho de 2012, o FASB emitiu uma minuta de discussão com o objetivo de receber feedback das partes relacionadas relativas a este projeto. A minuta de discussão, que não caracteriza uma proposta do FASB, ou pontos de vista preliminares, identifica aspectos das divulgações em notas explicativas que precisam ser aperfeiçoados e explora as possíveis maneiras de se fazê- -lo. Se aplicadas, algumas das ideias da minuta de discussão poderiam alterar significativamente o processo atualmente utilizado pelo FASB para a criação de exigências de divulgação em normas emitidas futuramente e potencialmente alterariam exigências contidas nas normas atuais.

Propriedades para Investimento Status: A emissão do documento final está prevista para o final de 2012.

Em 21 de outubro de 2011, o FASB emitiu um ASU proposto que exigiria que Companhias de Propriedade para Investimento Investment Property Entities (IPEs) fossem consideradas um novo tipo de entidade dentro do US GAAP, que mensuraria suas propriedades de investimento ao valor justo por meio do resultado em cada período. Comentários sobre este ASU proposto deveriam ter sido submetidos até 15 de fevereiro de 2012.

O FASB menciona duas razões para a emissão deste ASU. A primeira endereça a diversidade das práticas utilizadas por entidades imobiliárias para contabilizar seus investimentos – algumas registram as alterações no valor de tais investimentos ao valor justo por meio do resultado, enquanto outras utilizam o custo histórico. Na segunda razão, o ASU proposto aproximaria o tratamento contábil para propriedades de investimento utilizado para fins de US GAAP ao tratamento contábil para fins de IFRSs.

Nos comentários recebidos pelos constituintes, foram expressas diversas dúvidas com relação à abordagem geral deste ASU, bem como à criação deste conceito de IPE. Foi sugerido que, em vez de definir o que é uma IPE, a norma final deveria conter um modelo de níveis de ativos, que permitisse às entidades mensurar suas propriedades para investimento a valor justo. Constituintes também observaram que esta norma proposta não está em harmonia com as IFRSs.

SEC SEC Publica Norma Proposta para Solicitações Gerais e Publicidade Status: Os comentários sobre a norma proposta foram recebidos até 5 de outubro de 2012.

Em 29 de agosto de 2012, a SEC publicou uma norma proposta que, se concluída, implementará a seção 201(a) do JOBS Act. Os primeiros impactos da regra proposta incluem:

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Princípios contábeis norte-americanos

70

• A remoção da proibição das solicitações e publicidades gerais para os valores mobiliários oferecidos sob a Rule 506, desde que os emissores “tomem as medidas cabíveis para verificar que os compradores dos valores mobiliários são investidores credenciados”. A norma proposta também retificará o Form D, com isso os emissores poderão indicar quando eles serão elegíveis para aplicar a exceção à revisada Rule 506.

• Alterações na Rule 144A para permitir as ofertas dos valores mobiliários aos investidores que não são compradores institucionais qualificados, contanto que os valores mobiliários fossem finalmente vendidos aos investidores que o vendedor acredita razoavelmente que são compradores institucionais qualificados.

SEC Publica Regra Final para Divulgação dos Pagamentos Realizados pelos Emissores Envolvidos na Extração dos Recursos Em 22 de agosto de 2012, a SEC publicou a regra final para implementar a seção 1504 da Dodd-Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act. Sob a seção 1504, emissores que são: (1) exigidos a arquivar o relatório anual na SEC, e (2) envolvidos na extração de recursos comerciais de óleo, gás natural e mineral devem divulgar certos pagamentos realizados para o governo federal, nação estrangeira ou governos subnacionais. Emissores domésticos (incluindo pequenas companhias que reportam), emitentes estrangeiros, suas subsidiárias e outras entidades controladas por tais emissores extrativistas estão sujeitos às exigências de divulgação da regra final. A regra final exige que os emissores extrativistas arquivem anualmente na SEC o novo Form SD criado que incluirá, como uma exposição eletronicamente marcada (XBRL), a informação de pagamento exigida.

Emissores extrativistas devem arquivar o Form SD na SEC até 150 dias após o término do exercício e devem cumprir com a regra final de divulgação de provisão para o exercício que se encerra depois de 30 de setembro de 2013. Para o emissor extrativista cujo exercício se inicia antes de 30 de setembro de 2013, será necessário incluir nas divulgações do primeiro relatório somente os pagamentos realizados após 30 de setembro de 2013 até o final do exercício.

SEC Publica Regra Final para os Minérios de Conflitos (Conflict Minerals) Em 22 de agosto de 2012, a SEC aprovou a emissão de uma regra final muito aguardada para implementar a seção 1502 do Dodd Frank Act. A seção 1502 exige que os emissores divulguem anualmente a descrição das medidas utilizadas para “exercer a due diligence na fonte e cadeia da custódia de tais conflitos de minérios” que se originou na República Democrática do Congo (RDC) e em países vizinhos.

Sob a regra final, todos os inscritos na SEC devem avaliar quando utilizam os conflitos de minérios e quando tais conflitos de minérios são “necessários para a funcionalidade ou a produção” dos: (1) produtos que eles produzem, ou (2) produtos que eles contrataram de terceiros para produzir. Se essas condições forem atingidas, os inscritos devem conduzir um inquérito do país de origem razoável para determinar a fonte dos conflitos de minérios. A regra também exige que os inscritos realizem, quando aplicável, uma due diligence adequada para classificar seus conflitos de minérios como: (1) livre de conflito RDC, (2) não identificado para ser livre de conflito RDC, ou (3) conflito RDC indeterminável. Cada classificação possui diferentes exigências de divulgação. Os inscritos devem arquivar o novo Form SD criado pela SEC com base no ano civil (independentemente do término do exercício), começando pelo primeiro ano civil que se encerra em 31 de dezembro de 2013. O prazo do Form SD é em 31 de maio de 2014 (e em 31 de maio de cada ano subsequente).

SEC Publica o Relatório Final na Incorporação das IFRSs Em 13 de julho de 2012, a SEC publicou o relatório final resumindo as análises e as observações do staff relacionadas ao plano de trabalho que a SEC iniciou em fevereiro de 2010 a fim de avaliar as implicações da incorporação das IFRSs para o sistema de informações financeiras para as companhias americanas. O relatório enfatiza que a SEC não realizou “nenhuma decisão política sobre se as IFRSs devem ser incorporados no sistema de informações financeiras para os emissores americanos ou como qualquer incorporação, se for acontecer, deveria ser implementada”. O relatório também não inclui nenhum cronograma para esta aplicação. Embora a SEC agradeça os feedbacks no relatório, não há um prazo específico para os comentários.

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Princípios contábeis norte-americanos

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 71

PCAOB PCAOB Publica Relatório sobre Programa de Inspeção Intermediário de Auditoria das Corretoras Status: O programa de inspeção intermediária das corretoras irá continuar até que nova norma do PCAOB estabelecendo o programa permanente avance.

Em 20 de agosto de 2012, o PCAOB publicou um relatório sobre o projeto de inspeção intermediário das corretoras (Broker-Dealer), que esboça o novo programa do comitê e as deficiências de auditoria identificadas na primeira inspeção de auditoria, que cobriu 23 auditorias de corretoras registradas na SEC. O relatório identifica as seguintes áreas em que as deficiências foram observadas:

• Procedimentos de auditoria para computar as reservas de clientes e as exigências de capital líquido

• Auditoria das demonstrações financeiras

• Independência do auditor

PCAOB Adota o Padrão de Auditoria 16 – Comunicação com os Comitês de Auditoria e Faz Alteração para os Outros Padrões do PCAOB Status: Em análise para aprovação da SEC. Se aprovada, a norma de auditoria 16 será efetiva para auditorias cujo exercício tem início em ou após 15 de dezembro de 2012.

Em 15 de agosto de 2012, o PCAOB adotou a norma de auditoria 16, que estabelece as exigências de comunicação entre o auditor e o comitê de auditoria e “tem o objetivo de promover o diálogo construtivo entre ambos nos assuntos relevantes de auditoria e demonstrações financeiras”.

A nova norma retificará outras normas de auditoria e substituirá as normas de auditoria interinas do PCAOB nas seções 310 e 380.

PCAOB Publica Comunicado sobre o Processo de Inspeção para os Comitês de Auditoria Em 1º de agosto de 2012, o PCAOB publicou um comunicado “para auxiliar os comitês de auditoria a: (1) entender as inspeções do PCAOB em suas firmas de auditoria, e (2) obter informações úteis das firmas de auditoria sobre essas inspeções”. O objetivo do comunicado é oferecer informações para os comitês de auditoria sobre o processo de inspeção e o significado do relatório de conclusões para “melhor preparar os comitês de auditoria em se envolver nas discussões significativas com as firmas de auditoria sobre o resultado das inspeções”.

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“O relatório denominado Work Plan for the Consideration of Incorporating IFRS into the Financial Reporting System for U.S. Issuer, no entanto, não traz nenhuma nova decisão significativa sobre os caminhos já discutidos até então.”

ais um ano se passou e continua a exaustiva trajetória dos Estados Unidos em chegar a um acordo sobre o padrão de contabilidade a ser seguido na maior economia do mundo. A

Securities and Exchange Commission (SEC), entidade que regula o mercado acionário local, emitiu no dia 13 de julho de 2012 um relatório bastante aguardado pelo mercado sobre a possível convergência internacional. O relatório denominado Work Plan for the Consideration of Incorporating IFRS into the Financial Reporting System for U.S. Issuer, no entanto, não traz nenhuma nova decisão significativa sobre os caminhos já discutidos até então e se as empresas locais americanas poderão adotar as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRSs, sigla em inglês para International Financial Reporting Standards) assim como é permitido na Foreign Private Issuers (FPI).

Ainda há dúvidas sobre a real comparabilidade de demonstrações financeiras que seguem as IFRSs por ainda apresentarem muitas divergências entre os países. Da mesma forma, existe sempre a preocupação com o custo da adoção das normas internacionais, influenciando significativamente essa mudança de rumo sobre o avanço da convergência.

O relatório ao menos pontua algumas das principais preocupações sobre o processo de convergência, como a diferença entre o US GAAP e as IFRSs quanto à generalização de alguns temas, diferentes interpretações do GAAP em localidades distintas, a governança sobre o GAAP a ser adotado em relação à regulamentação local, o conhecimento não uniforme do investidor quanto ao tema, entre outros debates.

Também ainda não está definido se, uma vez convergido de US GAAP para as IFRSs, o FASB poderia ou não ter um papel semelhante ao da Comunidade Europeia e do CPC no Brasil, ou seja, aprovaria as normas contábeis nos Estados Unidos para novas emissões das IFRSs. Se assim for, o FASB manteria a habilidade para modificar ou complementar as

normas para melhor adaptação no mercado norte- -americano, defendendo o interesse público e adotando as medidas necessárias para a proteção de investidores. O termo condorsement continua a ser discutido pela SEC, que representa a junção dos termos “convergência” com “endosso”.

O relatório, de 127 páginas, não se preocupa com o estabelecimento de prazos, mas demonstra o progresso do FASB e IASB no processo de identificação dos gaps entre as duas práticas para os principais projetos, incluindo:

• Instrumentos financeiros;

• Reconhecimento de receita;

• Arrendamentos mercantis (leasings);

• Contratos de seguro;

• Companhias de investimento.

Não é esperado que as versões finais destes projetos, vistas pelo mercado como prioritárias, sejam concluídas antes do final de 2013.

Referentes aos instrumentos financeiros alguns assuntos recentes vêm sendo discutidos com minuta prevista para o final de 2012, como, por exemplo, a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros; a redução do valor recuperável de ativos financeiros; a contabilidade de Hedge Accounting; e a apresentação de ativos e passivos financeiros em base líquida. Para os demais projetos continua a expectativa de vigência a partir de, no mínimo, 1º de janeiro de 2015.

É certo que o processo está prolongado e causando certa frustração no mercado, que ainda sonha com um único jogo de padrões de contabilidade globalmente aceito e de alta qualidade, permitindo informações transparentes e comparáveis para os usuários de demonstrações financeiras no mundo todo.

M

A convergência no mercado norte-americano Por Bruce Mescher, sócio da área de Global IFRS and Offerings Services (GIOS) da Deloitte no Brasil

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Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 73

Taxas de câmbio

Dólar x Real

2011 2012

Compra Venda Médio Compra Venda Médio

Janeiro 1,673 1,673 1,675 1,738 1,739 1,789

Fevereiro 1,66 1,661 1,668 1,708 1,709 1,718

Março 1,628 1,629 1,659 1,821 1,822 1,795

Abril 1,573 1,573 1,586 1,891 1,892 1,854

Maio 1,579 1,58 1,613 2,021 2,022 1,985

Junho 1,56 1,561 1,587 2,02 2,021 2,049

Julho 1,556 1,556 1,564 2,049 2,05 2,028

Agosto 1,586 1,587 1,597 2,036 2,037 2,029

Setembro 1,854 1,854 1,75 2,03 2,031 2,028

Outubro 1,688 1,689 1,772 2,031 2,031 2,029

Novembro 1,81 1,811 1,79 2,107 2,107 2,068

Dezembro 1,875 1,876 1,836 (*) (*) (*)

Euro x Real

2011 2012

Compra Venda Médio Compra Venda Médio

Janeiro 2,29 2,291 2,239 2,302 2,305 2,308

Fevereiro 2,29 2,292 2,278 2,294 2,297 2,273

Março 2,312 2,313 2,324 2,427 2,430 2,371

Abril 2,331 2,333 2,294 2,507 2,508 2,442

Maio 2,272 2,273 2,311 2,487 2,490 2,536

Junho 2,265 2,267 2,286 2,560 2,561 2,570

Julho 2,232 2,236 2,234 2,523 2,524 2,493

Agosto 2,282 2,285 2,289 2,561 2,562 2,518

Setembro 2,517 2,52 2,404 2,610 2,611 2,611

Outubro 2,36 2,361 2,432 2,634 2,635 2,634

Novembro 2,44 2,442 2,425 2,738 2,739 2,654

Dezembro (*) (*) 2,417 (*) (*) (*)

Índices de mercado 2011 e 2012

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Índices de mercado 2011 e 2012

74

Índices de inflação

Índice Geral de Preços – Mercado (IGP–M)

2011 2012

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Janeiro 453,875 0,79 0,79 11,50 474,43 0,25 0,25 4,53

Fevereiro 458,397 1,00 1,80 11,30 474,14 –0,06 0,19 3,43

Março 461,249 0,62 2,43 10,95 476,17 0,43 0,62 3,23

Abril 463,311 0,45 2,89 10,60 480,23 0,85 1,47 3,65

Maio 465,311 0,43 3,33 9,77 485,14 1,02 2,51 4,26

Junho 464,463 –0,18 3,15 8,65 488,34 0,66 3,19 5,14

Julho 463,927 –0,12 3,03 8,36 494,89 1,34 4,57 6,67

Agosto 465,958 0,44 3,48 8,00 501,96 1,43 6,07 7,72

Setembro 468,975 0,65 4,15 7,76 506,80 0,97 7,09 8,07

Outubro 471,466 0,53 4,70 6,95 506,93 0,02 7,12 7,52

Novembro 473,808 0,50 5,22 5,95 506,80 -0,03 7,09 6,96

Dezembro 473,252 –0,12 5,10 5,10 (*) (*) (*) (*)

Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP–DI)

2011 2012

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Janeiro 447,764 0,98 0,98 11,27 466,979 0,30 0,30 4,29

Fevereiro 452,047 0,96 1,94 11,12 467,308 0,07 0,37 3,38

Março 454,805 0,61 2,57 11,09 469,91 0,56 0,93 3,32

Abril 457,059 0,5 3,07 10,84 474,683 1,02 1,95 3,86

Maio 457,09 0,01 3,08 9,14 479,019 0,91 2,89 4,80

Junho 456,49 –0,13 2,95 8,63 482,311 0,69 3,59 5,66

Julho 456,258 –0,05 2,89 8,34 489,621 1,52 5,16 7,31

Agosto 459,055 0,61 3,52 7,81 495,949 1,29 6,52 8,04

Setembro 462,509 0,75 4,30 7,45 500,314 0,88 7,46 8,17

Outubro 464,439 0,4 4,72 6,78 498,739 -0,31 7,12 7,41

Novembro 466,331 0,43 5,17 5,56 499,989 0,25 7,39 7,22

Dezembro 465,586 –0,16 5,00 5,00 (*) (*) (*) (*)

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Índices de mercado 2011 e 2012

Guia de Demonstrações Financeiras – Exercício de 2012 • 75

Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC – DI/FGV)

2011 2012

Mês (%) Ano (%) 12 meses (%) Mês (%) Ano (%) 12 meses (%)

Janeiro 1,27 1,27 6,21 0,81 0,81 5,88

Fevereiro 0,49 1,77 6,02 0,24 1,06 5,62

Março 0,71 2,49 5,86 0,6 1,66 5,5

Abril 0,95 3,46 6,05 0,52 2,19 5,05

Maio 0,51 3,98 6,37 0,52 2,72 5,06

Junho –0,18 3,8 6,4 0,11 2,83 5,37

Julho –0,04 3,75 6,58 0,22 3,05 5,47

Agosto 0,4 4,17 7,1 0,44 3,51 5,69

Setembro 0,5 4,69 7,13 0,54 4,07 5,73

Outubro 0,26 4,96 6,78 0,48 4,58 5,97

Novembro 0,53 5,52 6,28 0,45 5,05 5,89

Dezembro 0,79 6,36 6,36 (*) (*) (*)

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE)

2011 2012

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Valor Mês (%) Ano (%) Últimos 12 meses (%)

Janeiro 3328,76 0,94 0,94 6,53 3516,11 0,51 0,51 5,63

Fevereiro 3346,74 0,54 1,49 6,36 3529,82 0,39 0,90 5,47

Março 3368,83 0,66 2,16 6,31 3536,17 0,18 1,08 4,97

Abril 3393,09 0,72 2,89 6,30 3558,81 0,64 1,73 4,88

Maio 3412,43 0,57 3,48 6,44 3578,38 0,55 2,29 4,86

Junho 3419,94 0,22 3,70 6,80 3587,67 0,26 2,56 4,90

Julho 3419,94 0,00 3,70 6,87 3603,10 0,43 3,00 5,36

Agosto 3434,30 0,42 4,14 7,40 3619,31 0,45 3,46 5,39

Setembro 3449,76 0,45 4,61 7,30 3642,12 0,63 4,11 5,58

Outubro 3440,80 0,32 4,94 6,66 3667,97 0,71 4,85 5,99

Novembro 3480,52 0,57 5,54 6,18 3687,07 0,54 5,42 5,95

Dezembro 3498,27 0,51 6,08 6,08 (*) (*) (*) (*)

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Índices de mercado 2011 e 2012

76

Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)

TJLP (% ao ano)

2009 2010 2011 2012

Janeiro 6,25 6,00 6,00 6,00

Fevereiro 6,25 6,00 6,00 6,00

Março 6,25 6,00 6,00 6,00

Abril 6,25 6,00 6,00 6,00

Maio 6,25 6,00 6,00 6,00

Junho 6,25 6,00 6,00 6,00

Julho 6,00 6,00 6,00 5,50

Agosto 6,00 6,00 6,00 5,50

Setembro 6,00 6,00 6,00 5,50

Outubro 6,00 6,00 6,00 5,50

Novembro 6,00 6,00 6,00 5,50

Dezembro 6,00 6,00 6,00 5,50

SELIC

SELIC (% ao ano)

2009 2010 2011 2012

Janeiro 1,05 0,66 0,86 0,89

Fevereiro 0,86 0,59 0,84 0,75

Março 0,97 0,76 0,92 0,82

Abril 0,84 0,67 0,84 0,71

Maio 0,77 0,75 0,99 0,74

Junho 0,76 0,79 0,96 0,64

Julho 0,79 0,86 0,97 0,68

Agosto 0,69 0,89 1,07 0,69

Setembro 0,69 0,85 0,94 0,54

Outubro 0,69 0,81 0,88 0,61

Novembro 0,66 0,81 0,86 0,55

Dezembro 0,73 0,93 0,91 (*)

(*) Dados públicos não disponíveis até a data de preparação deste material.

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