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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 23 DE MAIO DE 2012 • ANO XI • Nº 2615

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Ter para ler

CONSULTOR DA ÁREA DO JOGO

Macau sem razões para temer casinos nas Filipinas

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MACAU E CANTÃO REFORÇAM COOPERAÇÃO

Novo posto fronteiriçoapresentado com pormenores

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PRIVILÉGIO EXCLUSIVO DURA HÁ UM ANO

China compra dívida mais barata aos Estados Unidos

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Vários deputados defendem a atribuição de casas às Forças de Segurança, entre outras razões para assim cativarem elementos para esta profissãode risco. Governo alega ser impossível por não ter terrenos para moradias. Pereira Coutinho nega a justificação, revela haver “centenas” de casas devolutas por aproveitar e até dá exemplos. PÁGINA 2

Executivo garante não ter casas para as Forçasde Segurança. Coutinho desmente e diz onde estão

Desculpa sem abrigo

EM VIAGEM A TIMOR, PASSOU POR SINGAPURA

A justificação de Cavaco Silva para não visitar Macau

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2 política quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

NÃO há terrenos dis-poníveis para que se possam atribuir casas aos funcionários das

Forças de Segurança. Quem o diz é Cheong Kuok Vá, secretário da tutela, que responde desta forma ao pedido dos deputados.

Na aprovação da lei que actualiza as Remunerações Acessórias das Forças de Segurança - que passou na generalidade este mês -, foram deixadas sugestões ao Executivo de forma a cativar mais elementos para as Forças de Segurança e a manter os actuais no activo. José Pereira Cou-tinho, apoiado pela maioria dos de-putados, relembrou que a atribuição de casas e a pensão de aposentação retinham os profissionais. A pensão deixou de existir em 2007.

Já as casas destinadas a fun-cionários do Governo não são distribuídas desde a transferência da Administração, por falta de abertura de concursos para o efeito. Pereira Coutinho já tinha acusado o Executivo de entregar moradias da Administração a funcionários da ONU. “Foram cedidas pela porta do cavalo.” Este ano, o deputado conseguiu que, de uma reunião com a Direcção dos Serviços de Finanças, saísse a promessa de que abrirá em Junho um concurso para a atribuição de 170 habitações.

Ontem, Cheang Chi Keong, pre-sidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) – encarregue de analisar a proposta de lei na especialidade – voltou a pedir moradias para as forças militariza-das. “Os deputados entendem que

DOIS anos de queixas sobre os taxistas de

Macau levaram José Perei-ra Coutinho a escrever ao Executivo. O deputado quer saber se a Administração pretende realizar acções de formação para os motoristas, na atitude profissional e no domínio básico de uma língua estrangeira, mas também deixa uma suges-tão: e se os táxis fossem do Executivo, através de um Contrato de Aluguer de Táxis? “Pertencendo ao Governo, caso se verifique

alguma infracção por parte dos taxistas, o Governo tem o direito de reaver o táxi e de ficar com a caução como penalidade.”

Pereira Coutinho asse-gura que, durante dois anos, foram muitos os cidadãos que se queixaram no seu gabinete da Assembleia Legislativa por terem di-ficuldades na deslocação de táxi, pela cobrança de tarifas abusivas e recusa de transportes.

O deputado afirma, con-tudo, que os próprios taxistas

também se queixam. Devido ao trânsito do território e às ruas estreitas das zonas an-tigas, dizem, o que cobram não compensa algumas deslocações pela dificuldade em circular.

No ano passado, foram 608 os casos de recusa de transporte de passageiros por taxistas que chegaram à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Trá-fego (DSAT), um número que começou por rondar os 300 casos desde 2007 até 2011. “Em quatro anos, o

número de casos aumentou substancialmente, por isso é necessário regular a activi-dade dos táxis com rigor.”

O deputado cita alguns dos problemas mais frequen-tes: recusa de transporte, opção por percursos mais longos, selecção de clien-tes e cobrança abusiva de tarifas. Pereira Coutinho recorda ainda 38 casos de condutores que fugiram dos fiscais de inspecção da DSAT, aproveitando para sa-lientar a falta de pessoal que diz existir no organismo. - J.F.

Executivo sem terrenos para moradias destinadas às Forças de Segurança. Deputado discorda

“Falta aproveitamento das casas”

Funcionários emprestados recebem ao diaA atribuição de subsídios mensalmente deixou no ar críticas da parte dos deputados - consideram que os funcionários que não trabalhem todos os dias não deveriam receber os apoios destinados ao risco da sua função. Ontem, o Executivo confirmou que esse cálculo será mensal, mas disse que os trabalhadores que sejam emprestados de outras entidades para algum evento especial vão receber diariamente.

Sugestão de Pereira Coutinho para acabar com infracções

E se os táxis fossem do Executivo?

Subsídios de alimentação mistos O abono de alimentação para os trabalhadores das Forças de Segurança vai ser atribuído em espécie e em numerário. Depois de, na última reunião da Comissão que preside, Cheang Chi Keong ter referido que a lei proposta revogava o artigo e passava a atribuir apenas um montante financeiro aos trabalhadores, ontem o responsável disse que o abono iria ser misto. “O secretário explicou que este abono não vai ser um subsídio regular e só será atribuído em numerário em caso de reconhecida impossibilidade de ser em espécie.” Cheang Chi Keong não sabe exemplificar que casos são esses, mas presume-se que seja na impossibilidade de fornecer alimentação no local de trabalho. O valor do subsídio em numerário será definido por despacho do Executivo.

“centenas” de casas devolutas, algumas de dois e três andares, dando exemplos concretos. “Não é verdade que não há terrenos. Há seis casas devolutas na Avenida Coronel Mesquita, que pertencem à Direcção dos Serviços de Eco-nomia, que servem de depósito de mobílias, aparelhos de ar con-dicionado e sofás velhos. Isto é falta de noção de aproveitamento das casas.”

O pedido de proporcionar ha-bitação aos funcionários vem no seguimento da análise à proposta de lei que actualiza as remunera-ções dos trabalhadores das Forças

de Segurança. Os membros do he-miciclo dizem que estes aumentos nos apoios financeiros para algu-mas das forças não são suficientes para manter os recursos humanos.

A atribuição de casas não pode, contudo, estar disposta nesta lei, já que é regulada por diploma próprio. Isso não deixa, segundo o deputado, de tornar importante a medida. “O próprio presidente do Instituto de Habitação, com quem reuni, também concorda que no plano da habitação pública dos próximos dez anos há a necessi-dade de reservar fracções para os funcionários públicos.”

isto pode atrair e reter os recursos humanos, mas o secretário disse que não há terrenos disponíveis. Proporcionar moradias era uma boa política, mas isto é algo que só o Governo consegue fazer.”

Cheang Chi Keong diz nada poder fazer senão deixar a nota no parecer que a Comissão tem de entregar ao Governo, a quem, diz, cabe ponderar sobre o assunto.

OLHE QUE NÃOPereira Coutinho não admite a justificação do Executivo. Em declarações ao Hoje Macau, o deputado garante que existem

Cheang Chi Keong Cheong Kuok Vá

Executivo sem terrenos para moradias destinadas às Forças de Segurança. Deputado discorda

“Falta aproveitamento das casas”

3políticaquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitas joana.freitas@hojemacau.com.mo

ANÍBAL Cavaco Silva che-gou ontem à Indonésia, naquela que foi a segunda paragem no percurso que

o trouxe à Ásia e à Austrália. Desta vez, Macau ficou fora dos planos do presidente da República português, por ficar “numa outra geografia”.

A assessoria da presidência da República Portuguesa deu ainda outras justificações ao Hoje Macau, quando questionada sobre o porquê de Cavaco Silva não passar por Macau. Por exemplo, “não ser uma visita à Ásia, mas uma deslocação por ocasião do aniversário da inde-pendência de Timor e da tomada de posse do seu novo presidente”.

A assessoria da presidência por-tuguesa afirma que a RAEM não fica muito perto dos locais onde Cavaco Silva vai estar e que se encaixa “nou-

Dúvidas sobre concursos públicosO deputado Chan Meng Kam interpelou o Governo relativamente à forma como decorrem os concursos para obras públicas, expondo dúvidas sobre a respectiva isenção. O Governo respondeu que há pelo menos cinco membros na comissão de avaliação dos concursos, incluindo os representantes do departamento responsável por cada concurso, garantindo que são sempre justos, imparciais e objectivos. “Embora existam controvérsias inevitáveis, o Governo está empenhar em garantir que os serviços públicos nunca serão afectados”, sublinhou o chefe de gabinete para o desenvolvimento de infra-estruturas. - C.L.

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

HÁ um atraso cró-nico na apreciação

de leis na Assembleia Legislativa, cujas ac-ções presentes não só se mostram incapazes de superar como, pelo contrário, o processo não pára de agravar-se. O Hoje Macau falou com especialistas no assunto – professores univer-sitários e deputados -, sobressaindo uma divi-são de opiniões: parte culpa o Executivo, parte defende que precisa de ser ajudado.

Sunny Chan Cheuk Wah, professor assisten-te do Instituto Politécni-co de Macau, sublinha que o problema não é novo, havendo falta de meios. “Obviamente a Secretaria da Adminis-tração e Justiça (SAJ) precisa de muito mais especialistas jurídicos. Além disso, a tradução

entre chinês e português também custa algum tempo. Tudo isso atrasa o trabalho para aprovar as propostas.” Palavras, aliás, similares às profe-ridas um dia antes pela deputada Kuan Tsui Hang.

Há, porém, quem tenha opinião oposta. Para Eilo Yu Wing Yat, professor assistente dos cursos de administração pública na Universidade de Macau, os tradutores no Governo e na AL são mais do que suficientes. O que emperra o processo, salienta, é a fraca articu-lação dentro do Governo, que necessita de mais recursos para melhorar a comunicação com a AL. “Com tantas propostas, duvido se o Governo é capaz de executar as que vão avançando.”

FALHAS DO EXECUTIVOMelinda Chan explicou ao Hoje Macau as razões de tanta morosidade,

realçando alguma culpa do Executivo. “O Gover-no tem que fortalecer a comunicação tanto com a AL como com o povo. Normalmente, após con-sulta pública há imensa informação e tudo tem de ser analisado. Nós, deputados, estamos dis-poníveis para trabalhar fora de tempo, discutin-do assim as propostas. Mas o Governo tem que ter mais eficácia, caso contrário nada podemos fazer.”

Segundo outro de-putado, Paul Chan Wai Chi, a maior responsa-bilidade do problema é do Governo. “Às vezes não temos nada para fazer, mas noutros dias temos sete propostas de lei para discutir. As leis antigas demoram muito tempo a discutir, enquanto as novas apare-cem repentinamente na AL. Por isso, penso que o Governo não cumpre bem o seu papel.”

A Lei de Segurança Alimentar continua a deixar mais dúvi-

das do que certezas entre os mem-bros da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), encarregue de analisar a proposta na especialidade. Mas, entre as muitas questões que o Governo ficou de responder, depois da reunião de ontem, os deputados deixaram contudo uma ideia: Macau ter um laboratório privado para a análise de alimentos, tal como acontece em Hong Kong.

Actualmente, o único labo-ratório que existe no território é dos Serviços de Saúde (SS). Para o presidente da comissão, um local privado permitiria contrapor resultados independentes com os apresentados pelo Governo, que tutela o laboratório dos SS. “Estamos dependentes da decisão do Executivo. É ele quem faz a análise e não temos medidas para contrapor esses resultados.”

Apesar de todos concordarem com a implementação da Lei de Segurança Alimentar, continua no ar a possibilidade de haver so-breposição de funções. Dúvidas que já tinham surgido na altura da aprovação da lei na generalidade.

Macau fora da rota de Cavaco Silva por estar “numa outra geografia”

Justificação “seca”, mas “com sentido”

Especialistas comentamatrasos na análise das leis na AL

Ajudar o Governo ou mudá-lo?

Segurança Alimentar Deputados sugerem criação de laboratório privado

Resultados independentes são o objectivo

tra geografia territorial e política” e ainda que, para ser visitada, seria por outra ocasião. “As autoridades timorenses é que convidaram, um convite que havia há muito tempo. Para ir a Macau, teria de ser uma visita agendada em conjunto com outros países, por razões geográficas.”

Já a paragem do presidente na Indonésia, foi para “aproveitar a oca-sião” da visita a Timor, assim como Singapura. “Aproveitou-se a escala para fazer uma visita empresarial.”

Depois de sair de Timor e passar por Singapura, Cavaco Silva chega também à Austrália, onde “existe uma comunidade portuguesa que não recebe a visita de um presidente há muito tempo”.

PROTOCOLOSA presença de um Chefe de Estado em locais com presença lusitana é sempre importante, diz o presidente do Conselho das Comunidades Por-

tuguesas, que apesar de considerar razoável a justificação da presidência, tece algumas críticas. “Não se dá es-sas desculpas, podiam ter dado antes uma justificação política”, afirma Fernando Gomes. “Foi muito seco e pouco diplomático, podia-se fazer um desvio para Macau.”

Ainda assim, o representante das comunidades portuguesas, baseado em Macau, explica a não vinda de Cavaco Silva ao território. “Não

faria sentido, porque tem de se ter em conta as questões protocolares, de reciprocidade nas visitas.”

Para vir a Macau, Cavaco tinha de ir à China e o presidente chinês a Portugal, explica Fernando Gomes. A RAEM não pode, inclusive, convidar Chefes de Estado a visitar o território, uma vez que a autonomia do território não se alarga a esses âmbitos.

Fernando Gomes deixa, con-tudo, outras justificações mais plausíveis. “Pequim vai trocar de governo e, por isso, não seria opor-tuna a visita de Cavaco Silva agora à China. Faz mais sentido a visita a Timor, onde se inicia um novo mandato de presidência.”

Além disso, e apesar de não descartar que uma comunidade portuguesa precisa sempre da visita de um presidente, a presença de José Cesário no dia 10 de Junho em Macau já “deixa mais que dignificada a co-munidade portuguesa em Macau”. O

secretário de Estado das Comunida-des Portuguesas visita o território no dia de Camões. “Duas presenças de representantes de Estado na mesma altura não seria necessário. É mais que suficiente a visita do secretário de Estado.”

PALAVRA DE CÔNSULManuel Cansado de Carvalho, cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, também afirmou ao Hoje Macau que a questão de visitar Macau nunca se colocou, “até porque a visita é de interesse para Timor”.

A assessoria da presidência portu-guesa considera que há sempre pen-dente um convite para vir a Macau e Fernando Gomes diz esperar que essa seja feita ainda dentro do mandato de Cavaco Silva. “Faria sentido na mudança presidencial da China.”

A última vez que um presidente da República Portuguesa veio a Macau foi em 2005.

“A Direcção dos Serviços de Tu-rismo emite licenças assim como o IACM, organismo responsável ainda pela gestão da importação”, referiru Chan Chak Mo. “Mas se no futuro houver incidentes de segurança alimentar, qual é o serviço competente a gerir ou re-solver os problemas? Pode haver uma sobreposição de funções.”

COMPETÊNCIA E TENDINHASOs deputados discordam tam-bém com a exclusividade da incumbência de funções ao Ins-tituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), como a salvaguarda e fiscalização da Segurança Alimentar e a aplica-

ção das medidas de prevenção e controlo. “Devem ser aplicadas pelas autoridades policiais”, continuou Chan Chak Mo. “O IACM tem competências para exercer os trabalhos de destruição e selagem de produtos?”

Os membros do hemiciclo dizem ainda estar pouco clara a definição de “produção” e “comercialização”, dado serem termos muito amplos, espe-cialmente para um local como Macau. “A produção é mais res-trita do que a comercialização, logo devem pormenorizar-se mais estas definições. A comer-cialização também abrange a venda a retalho, por grosso, as tendinhas de rua.” - J.F.

4 sociedade quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

A terceira fronteira entre Macau e Guangdong, junto ao Canal dos Pa-tos, 800 metros a sudo-

este das Portas do Cerco, promete uma melhoria da qualidade de vida na zona de maior densidade populacional do território. Não só porque vai ser criado um centro modal de transportes e uma ligação directa entre a estação do futuro metro de Macau com a linha fer-roviária de Cantão, mas também porque o planeamento considera novas infra-estruturas sociais.

Lau Si Io, secretário da Direc-ção de Serviços de Transportes e Obras Pública (DSSOPT) explicou ontem, na apresentação da obra do novo posto fronteiriço com-plementar, com capacidade para acolher 200 a 250 mil pessoas durante as 24 horas do dia, que o novo projecto vai proporcionar maior fluidez na circulação de pes-soas no principal posto fronteiriço actual (Portas do Cerco-Gongbei), mas também ter em linha de conta as necessidades da população da zona norte (ver caixa).

“Além do posto fronteiriço, serão construídos uma estação do metro ligeiro, uma estação de trans-ferência dos transportes públicos, praça de táxis, parque de estacio-namento, projecto de habitação pública, instalações sociais, locais para exposições e convenções e hotéis de baixo preço”, entre outras estruturas, de modo a beneficiar o

A Assembleia Mundial da Saúde arrancou

segunda-feira, tendo o se-cretário para os Assuntos Sociais e Cultura represen-tado Macau na conferência da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Cheong U, em encontro com o ministro da saúde, Chen Zhu, e o embaixador em Genebra, Liu Zhenmin, agradeceu a atenção e o apoio prestados à saúde

Três acidentes em 12 horas Ontem foi dia complicado no que diz respeito a acidentes, mas pelo menos as consequências não foram graves. Houve um incêndio no Centro Internacional, sem que se registassem feridos, provavelmente por causa de um curto-circuito num frigorífico. Outro incêndio conteceu na Escola Secundária São Paulo, sendo a causa atribuída o sobreaquecimento de uma caldeira. Por fim, a Escola Hou Kong, na Taipa, sofreu também um acidente numa obra. Tombaram materiais, estragando sinais de trânsito e cercas na rua, mas felizmente, mais uma vez, ninguém ficou ferido. - C.L.

População a servirA zona onde reside cerca de 40% da população de Macau (220 mil pessoas) tem uma mediana de rendimento de 20.500 patacas, menos 3.200 do que a mediana por agregado familiar de Macau, segundo dados cedidos ontem pelo Governo. Cerca de 46% do agregado familiar desta zona não possui veículo próprio, pelo que “deve ser servida por uma maior rede de transportes públicos”, havendo a “necessidade de melhorar os equipamentos e alargar a rede do metro ligeiro”, levando em conta as opiniões manifestadas pela população local.O Governo referiu ainda que, em 2011, passaram 260 mil pessoas diariamente pelas Portas do Cerco (97 milhões por ano), um número que tem previsões de aumento gradual a cada ano, com uma projecção para 2020 de 238 milhões.

Posto fronteiriço Macau-Guangdong para revitalizar zona Norte

Promessa de vida nova

Cheong U agradece apoio do Ministério da Saúde na formação de médicos

Especialistas do continente são bem-vindos

Além de aliviar a passagem da fronteira nas Portas do Cerco, o projecto, aberto 24 horas na zona actual do mercado abastecedor de Nam Yue, pretende também despoluir o Canal dos Patos e criar habitação pública

O percurso pedonal para inter-face de transporte fronteiriço por cima do Canal dos Patos - que faz a ligação da ferrovia interurbana de Cantão -, o edifício do posto fronteiriço, o centro de exposições e as instalações comerciais estão já a cargo do grupo Guangdong Yue Group Co. Ltd, que terá em conta as legislações das duas regiões, Guangdong e Macau.

PARA EMPRESAS LOCAISOutros projectos serão posterior-mente adjudicados a empresas locais. “Os dois Governos vão ter de estudar e ver que projectos têm a ver com quem, de forma racional, comparando os custos”, refere Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, que adianta desconhecer quantas de-molições estão previstas. “Ainda não tenho informações. Mas, ape-sar de tudo, não é neste momento uma questão crucial.”

As obras “de grande enverga-dura” estão ainda a ser delineadas em estudos pormenorizados.

fluxo das pessoas, a melhorar o trânsito, os negócios da zona norte e estrutura industrial.

ORDENS DE PEQUIMNo entanto, a calendarização e o orçamento do projecto ainda não estão delineados. A cooperação entre Guangdong e Macau, se-gundo acordo assinado no ano passado, vai ter de aguardar pelos apoios provenientes do Governo Central. Para já, na primeira fase da obra, sabe-se apenas que até 2014 o Mercado Abastecedor de

Área de reordenamento do Canal dos Patos (2,3 Km)

Nam Yue, onde ficará o novo posto fronteiriço, será relocalizado para o Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, e o Novo Centro de Inspecções de Veículos será inaugurado em 2013 num dos lotes do novo projecto.

“Só com a coordenação com o Governo Central podemos dar avan-ço ao design do resto do projecto e fazer o calendário”, esclarece Lau Si Io. “Vou com o Chefe do Executivo a Pequim para estudar a passagem das fronteiras.” Uma visita prevista para o final deste mês.

A reabilitação e o reordena-mento do Canal dos Patos, com 2,3 quilómetros de cumprimento, é também uma prioridade na agenda deste projecto. A área, reconhece o Governo, tem de ser despoluída. “Tentámos antes travar os resíduos, muitos dos quais que se acumulam por baixo do canal. Teremos de tratá-los, isso é certo. Mas isto envolverá possivelmente os ministérios da China Central ao nível do ambiente, já que é uma necessidade da população dos dois lados, Macau e Zhuhai.”

de Macau pelo Ministério da Saúde, nomeadamente o envio de 25 médicos da China Continental para Macau a fim de realizarem orientação clínica, permi-tindo deste modo formar talentos locais na área.

Tendo em conta o envelhecimento futuro da população de Macau, o Governo planeia cons-truir o Complexo de Cui-dados de Saúde das Ilhas

e mais de cinco centros de saúde, esperando que o Ministério da Saúde continue a conceder apoio na formação de médicos.

O secretário afirmou também que Macau con-seguiu desenvolver um papel com significado na plataforma de saúde a nível mundial através, por exemplo, da criação do Centro de Formação em Medicina Tradicional

Chinesa, em colaboração com a OMS.

Na 65ª Assembleia Mundial da Saúde da OMS serão discutidas questões de saúde públi-ca, como a prevenção e o controlo de doenças não transmissíveis, a nutrição de grávidas e bebés, a gravidez em menores, a erradicação da poliome-lite, o sistema de saúde e a investigação.

5sociedadequarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

A zanga entre Kazuo Okada e Steve Wynn não vai influenciar de forma negativa os investimentos do milionário japonês na indústria do jogo de Manila. Apesar da expansão do sector nas Filipinas e na Ásia, Andrew Klebanow acredita que será difícil retirar Macau do pódio

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

AS acusações de cor-rupção levadas à bar-ra dos tribunais por Steve Wynn contra o

principal accionista a título in-dividual da sua empresa, Kazuo Okada, não deverão trazer impac-tos negativos aos investimentos que o bilionário japonês está a fazer no resort-casino “Manila Bay”, que desde Janeiro está a ser construído na capital das Filipinas.

Quem o afirma é Andrew Klebanow, analista da área do jogo, que falou com o Hoje Macau à margem de um debate sobre os casinos nas Filipinas, no primeiro dia da Expo Mundial do Jogo. “Não acredito que as divergências que entre eles ve-

Consultor ligado aos casinos sem dúvidas

“Rumores” não afectam negócios de OkadaJogo discute-se até amanhãA Expo Mundial do Jogo começou ontem no Venetian e promete trazer ao território debates e partilha de experiências sobre um sector que está a crescer na Ásia. Este ano participam 130 expositores, num espaço que aumentou 50% face a 2007, ano da primeira edição do evento. O presidente da Associação Americana de Jogo, Frank Fahrenkopf, referiu que Macau já é o maior mercado do jogo do mundo e vai continuar a crescer. “O Governo está a gerir com cuidado o crescimento das mesas de jogo, permitindo apenas mais seis mil por ano, o que cria constrangimentos às operadoras.” Contudo, afirma estar “extremamente optimista face à continuação do crescimento da região”.

nham a ter alguma influência nos investimentos em Manila. São apenas rumores entre parceiros de negócios que eram amigos, sem entraves nos desenvolvi-mentos previstos.”

Recorde-se que a zanga en-tre Wynn e Okada começou em

Fevereiro. Steve Wynn defende que o japonês usou indevida-mente o nome da operadora de jogo americana para beneficiar o grupo Universal Entertainment, que lidera o “Manila Bay”. Nes-se sentido, Okada é acusado de subornos a figuras importantes

da entidade reguladora do jogo nas Filipinas.

TRANSPORTESSÃO FUNDAMENTAISApesar de as Filipinas, enquanto destino de jogo, terem recebido os melhores elogios ao nível do entre-tenimento, da hospitalidade e das oportunidades de investimento, a verdade é que ainda há muito a fazer.

Klebanow resume as falhas à fal-ta de infra-estruturas de transportes e de mercado regional de turistas. “As Filipinas têm um sistema pouco desenvolvido a esse nível. Quem chega a Macau tem acesso a um bom serviço de ferries para Hong Kong e Guangzhou. Macau tem um sistema de transportes muito eficiente que permite aos turistas moverem-se facilmente. Outra coisa importante são as ligações a nível regional.”

Um ponto onde Macau é quase imbatível. “Existem nove milhões de pessoas que atravessam as fronteiras com Hong Kong ou Guangzhou em uma hora ou duas. No caso das Fili-pinas, temos de voar numa viagem que dura três ou quatro horas, e que impõe um travão à expansão que o mercado pode ter. Aqui existe uma troca massiva de pessoas que nunca vai acontecer nas Filipinas.”

SEMPRE A CRESCERMesmo que existam mais facilidades para a população chinesa ter acesso ao visto para entrar nas Filipinas, o analista não prevê o surgimento de um mercado de milhões e milhões de dólares como o de Macau ou Singapura. “Não será assim. O fun-damental é que a população tenha

acesso a boas infra-estruturas de transportes.”

Com o mercado asiático do jogo a registar um crescimento nunca visto, Klebanow acredita que Macau vai continuar a liderar o ranking. “Mesmo que haja uma abertura de outros mercados, continuará a ser um destino internacional, o que atrai pes-soas de Hong Kong ou Guangzhou. Eventualmente pode acontecer uma situação semelhante aos Estados Unidos, onde há uma saturação do jogo. Não posso prever quando isso vai acontecer aqui, mas não será nos próximos cinco ou dez anos..”

AINDA não há regras para quem trabalha de forma

parcial e nem devem existir até ao final do ano. Quem o garante é Wong Chi Hong, responsável máximo pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Em mais uma reunião plenária do Conselho Permanente de Concertação Social, patronato e Governo discutiram algo que há muito se pretende pôr em prática: um regime de trabalho a tempo parcial.

Nas palavras de Wong Chi Hong, o importante é que o Governo faça um equilíbrio entre trabalhadores e em-pregadores. “Ainda temos um caminho para atingir o consenso e para trabalhar. Queremos levar o assunto à Comissão Executiva para pro-curar uma solução. É difícil

Regras para trabalho parcial sem consenso nas contas

Patrões querem horas ao mêsdizer se será até ao final do ano, porque depende sempre da discussão com os patrões e os empregados.”

Do lado do patronato, fala--se na possibilidade das horas de trabalho passarem a ser contabilizadas ao mês e não à semana, como acontece ac-tualmente. “Sugerimos quatro semanas para contabilizar o total de horas de trabalho, em vez de contarmos 35 ho-ras por semana”, disse Vong Kok Seng, da Associação Comercial de Macau. “No total, seriam 140 horas.”

Tal seria a melhor forma para calcular o número de

horas de trabalho dos empre-gados a tempo parcial, já que há casos onde as 35 horas semanais são ultrapassadas. “Imaginemos o sector de convenções ou restauran-tes. São trabalhos especiais onde a hora de trabalho varia imenso. Facilmente se superam as 35 horas e os trabalhadores passam a sê-lo a tempo inteiro”.

Lei Cheng, da Associação dos Operários de Macau, pede “um regime mais flexível”.

E AS REGALIAS?Outro dos pontos discuti-dos para serem incluídos

no novo regime prende-se com as regalias recebidas por este tipo de trabalha-dores, ao nível das folgas e férias. Vong Kok Seng quer rever a situação. “É sabido que os salários por hora dos trabalhadores parciais são normalmente mais elevados do que os que trabalham a tempo inteiro, por isso não vejo por que é que temos estas regalias, quase semelhantes a quem trabalha a tempo integral. Os salários à hora devem ser recalculados”.

O responsável quer ainda chegar a um regime que permita acordos volun-tários sobre as condições laborais entre patrões e empregados. Caso não existam, a lei deverá ac-tuar. - A.S.S.

6 nacional quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

O activista cego chinês Chen Guangcheng, que chegou no fim-de-sema-na aos Estados Unidos,

está “seriamente perturbado” com a “falta de protecção” de três pes-soas que o ajudaram, disse ontem o seu mentor na Universidade de Nova Iorque. “É isto que está muito presente no espírito de Chen: a sua incapacidade para proteger pessoas que tiveram um papel na sua protec-ção”, afirmou à agência Associated Press o professor Jerome Cohen.

Depois de Chen ter conseguido escapar à prisão domiciliária ilegal, há cerca de um mês, um sobrinho dele, Chen Kegui, foi preso na sua aldeia, na província de Shandong, nordeste da China, e acusado de ten-tativa de homicídio, alegou Cohen.

Disse também que sobrinho está sob custódia policial, sem poder falar com ninguém, e “to-dos os advogados que tentaram ir defendê-lo foram travados pelas autoridades locais”.

UMA VINGANÇA?“Chen Kegui tentou defender-se contra os rufias que invadiram

O governo chinês pediu ontem aos Estados Unidos que

abandone a intenção de vender aviões de guerra a Taiwan, con-siderando que, se Washington o fizer, será uma grave ingerência nos seus assuntos internos.

Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estran-geiros chinês, em conferência de imprensa de rotina, manifestou a oposição de Pequim ao projecto que a câmara baixa do congresso norte-americano aprovou, na passada semana, a pedir à admi-nistração do presidente Barack Obama que autorize a venda de caças F-16 a Taiwan.

Os congressistas consideraram que o acordo de venda dos 66 aviões permite equilibrar o poder militar entre a China e Taiwan, mas a medida exige ainda a aprovação do Senado para se converter em lei.

Numa reacção ao voto na câmara baixa, Hong Lei conside-rou que a decisão “constitui uma grave interferência nos assuntos internos da China”.

Apesar de Taiwan ter um governo próprio desde 1949, Pequim considera a ilha uma província separatista, a unir por qualquer meio com o resto do país e, se necessário, pela força. “Registámos que o diploma legal que tem a ver a com a China espe-cula sobre os desenvolvimentos militares chineses e apela à venda de armas a Taiwan. Nós estamos firmemente contra isso. Defender a venda de armas a Taiwan é uma séria transgressão à política de uma só China.”

SÓ PARA DEFESAEm Setembro do ano passado, Washington recusou vender

a Taiwan novos aviões, mas aceitou, em troca, modernizar a frota da Força Aérea da ilha, com um pacto de armamento no valor de cerca de MOP 44 mil milhões.

Na conferência de impren-sa, Hong insistiu que a China “segue um caminho de desen-volvimento pacífico” e criticou os comentários de “algumas pessoas” quanto ao crescimento do poderio militar chinês.

Washington reconheceu a existência de uma só China, em 1979, e só tem relações diplomá-ticas com Pequim, mas mantém com Taiwan um acordo de defe-sa, caso a ilha seja atacada.

Taiwan afirmou que o objec-tivo da compra dos caças F-16 é para defesa em caso de uma potencial agressão por parte da China.

UM relatório do Comité das Forças

Armadas do Senado americano divulgado esta segunda-feira des-cobriu que há um vasto uso de peças electró-nicas falsificadas no armamento militar do país. As peças, para além de porem em risco a segurança, são também

Activista Chen Guangcheng “perturbado” com “falta de protecção” dos que o ajudaram

Sujeitos a retaliações

Peças ‘made in China’ usadas nas Forças Armadas dos EUA

Mais de um milhão de falsificações

Pequim pede aos EUA que não vendam aviões de guerra a Taiwan

Grave ingerência nos assuntos internos

a sua casa e bateram nos seus pais”, contou também o professor norte-americano, afirmando que o assalto era “uma retaliação” pela fuga de Chen Guangcheng. “Isto

era a norma na sua aldeia e era contra isto que Chen Guangcheng protestava.”

Jerome Cohen referiu ainda que Chen está igualmente preo-

cupado com a situação de duas outras pessoas que o ajudaram: He Peirong, a mulher que o conduziu até Pequim de automóvel, e o académico Guo Yushan, residente na capital chinesa.

Chen Guangcheng, de 40 anos, tornou-se conhecido por ter denunciado abusos na aplicação da drástica política de controlo da natalidade “um casal, um filho”.

O activista processou funcio-nários do planeamento familiar de Linyi, na província de Shandong, acusando-os de praticarem abor-tos ou esterilizações em cerca de sete mil mulheres daquele município, mas acabou por ser condenado a quatro anos e três meses de prisão, em 2006, por “danificar propriedade pública

e organizar uma multidão para perturbar o trânsito”.

Depois de cumprir a pena, Chen voltou para a sua aldeia, na provín-cia de Shandong, onde dezenas de agentes de segurança sem uniforme controlavam os acessos à casa do dissidente, impedindo quaisquer visitas de amigos ou admiradores.

IDA PARA OS EUAChen Guangcheng conseguiu es-capar à prisão domiciliária ilegal, há cerca de um mês, e refugiar-se na Embaixada dos Estados Unidos em Pequim.

A fuga ocorreu nas vésperas da sessão anual do Diálogo Estraté-gico e Económico China-Estados Unidos, realizada em Pequim, com a secretária de estado norte-ameri-cana, Hillary Clinton, e o secretário do tesouro, Timothy Geithner.

Após dias de negociações, o activista aceitou sair da embaixa-da norte-americana para receber tratamento médico, e no passado fim-de-semana embarcou para Nova Iorque com a mulher e os dois filhos.

Chen Guangcheng foi admitido na Universidade de Nova Iorque.

uma fonte de prejuízo para o governo do país.

A investigação feita ao longo de um ano e dois meses traz ao de cima a descoberta de 1.800 casos de compo-nentes falsas em aero-naves militares america-nas. Nestes casos havia mais de um milhão de peças falsificadas, das quais 70% seriam provenientes da China. Depois da China, o Rei-no Unido e o Canadá são os maiores fornecedores de peças falsificadas para as Forças Armadas dos Estados Unidos.

De acordo com o documento, os militares americanos dependem de vários “componentes

electrónicos, pequenos e incrivelmente sofistica-dos”, como equipamen-tos de visão nocturna, rádios e GPS, que, se sofrerem com a falha de uma única peça, podem colocar a vida dos solda-dos em risco.

Além de criticar a fragilidade da cadeia de fornecimento dos EUA — um programa nacional que deveria identificar suspeitas de peças falsificadas foi descrito como “triste-mente deficiente” —, os senadores criticam o fracasso chinês em con-ter o seu vasto mercado de produtos falsificados, que são exportados para todo o mundo.

7nacionalquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

A China não tem que passar por Wall Street para comprar dívida norte-americana, negociando directamente com o Tesouro.

A primeira relação directa, desde sempre, do Tesouro dos Estados Unidos com um governo estrangeiro foi esta segunda-feira revelada pela Reuters. Esta relação signi-fica que o Banco Central da China pode

33 empresas portuguesas numa das maiores feiras de vinho Trinta e três empresas portuguesas vão estar representadas na Vinexpo Asia-Pacific, uma das maiores feiras de vinho e bebidas, que decorre em Hong Kong, entre 29 e 31 de Maio. “Temos 33 empresas representadas, mas se tivéssemos mais espaço tínhamos o dobro”, disse à Agência Lusa a gestora da ViniPortugal para os mercados da Ásia e África (em específico, China e Angola), Sónia Jorge. A ViniPortugal participa na feira de Hong Kong pela segunda vez, um certame que considera ser extremamente importante por se tratar de “uma das maiores feiras do mundo” e por abrir portas a mercados importantes. Na Vinexpo, que se realiza anualmente - mas alternadamente em Bordéus e em Hong Kong -, China, Hong Kong e Macau “serão focos de atracção”, mas existem “outros países à volta que também apostam na feira em termos de compra de novos produtos, distribuição, etc.”, realçou Sónia Jorge, dando o exemplo do Japão e da Indonésia. Dos vinhos verdes, ao Douro, Alentejo, Dão, Bairrada, Beiras, Lisboa, Tejo até às empresas dos vinhos da Madeira, Portugal irá mostrar nos próximos dias a qualidade dos seus produtos num mercado “onde há tudo por fazer”.

Petróleo em alta a um dia de importante reunião em TeerãoOs preços do petróleo estavam em alta no mercado asiático esta terça-feira devido aos receios da posição iraniana nas conversações que manterá com a comunidade internacional, a partir de hoje em Bagdade, a propósito do seu programa nuclear. Analistas do mercado explicam a subida com mais ordens de compra antes do início da reunião dos diplomatas da comunidade internacional com o Irão, em Bagdade, onde as sanções contra Teerão deverão ser discutidas. À mesa das negociações, além dos diplomatas iranianos, vão estar representantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, britânicos, chineses, franceses, russos, norte-americanos e alemães. O Irão enfrenta uma série de sanções - como a proibição de exportar petróleo para a União Europeia ou a redução das compras por parte de países como a Índia, Japão e Turquia -, caso não suspenda o seu programa de enriquecimento de urânio, que a comunidade internacional defende ser uma forma de encobrir o desenvolvimento de armas nucleares.

Entra em funcionamento o primeiro banco tibetano O primeiro banco regional do Tibete, com o nome de Banco do Tibete, entrou em funcionamento esta terça-feira em Lhasa. O Banco do Tibete é o primeiro banco comercial da Região Autónoma do Tibete. A 18 de Janeiro de 2010, o governo central da China determinou a criação de um banco comercial na região e a 30 de Dezembro de 2011, o Banco do Tibete obteve a sua licença financeira e operacional.

O Windows Phone 7 terá atingido 7% da quota de

mercado na China, ultrapas-sando os 6% da rival Apple. Segundo o The Next Web, a informação é atribuída por sites especializados a uma entrevis-ta do Director de Operações da Microsoft para a região da China, Michel van der Bel, à revista holandesa Emerce - a publicação, no entanto, não cita a fonte dos seus dados.

A Microsoft não confirma a informação, e informa o site americano que “não divulga dados sobre a participação no mercado”. A gigante de Redmond lançou os primei-ros aparelhos com Windows Phone 7 no país asiático em Março, com modelos da HTC, da Samsung, da ZTE e da Nokia - o que inclui uma ver-

China não tem de ir a Wall Street para comprar dívida dos EUA

Cliente privilegiado

Windows Phone 7 terá ultrapassado Apple na China

Luta pelo terceiro lugarsão configurada para a China, o Lumia 800C.

Antes da chegada dos mo-delos com o novo sistema ope-racional, os dados da Analysys International citados pelo TNW indicavam que o Windows Mo-bile caíra de 5,2% para 1,2% na fatia de mercado entre o primeiro e o último trimestre do ano. De Outubro a Dezembro de 2011, o Android dominava o cenário com 68,4%, enquanto o Symbian da Nokia aparecia em segundo lugar, com 18,7%, e o iOS da Apple em terceiro, com 5,7%.

O crescimento significa-tivo da Microsoft na China, se verdadeiro, representa um grande ganho para a companhia americana. Os consumidores locais, têm agora, no entanto, uma quarta opção forte, além das oferecidas pela Microsoft, Google e Apple, que é a plata-forma baseada na nuvem Baidu Cloud, da gigante chinesa Bai-du, que começa a ser usada nos aparelhos para o mercado local.

A China, que tem a maior carteira de títulos do Tesouro norte-americano do mundo, ainda negoceia inicialmente com alguns dealers, mas desde Junho de 2011 que esse método deixou de ser necessá-rio. Os documentos a que a Reuters teve acesso revelam que desde essa altura o Banco Central Chinês recorre a um link fornecido pelo Tesouro dos EUA para aceder ao seu sistema de leilões. A China pode assim participar nos leilões sem ter de licitar preliminarmente com outros dealers. Tem, no entanto, de passar pelo mercado se quiser vender. Esta mudança nunca foi anunciada publicamente, nem comunicada ao dealers preliminares. “As ofertas directas estão abertas a um vasto número de investidores, mas temos como política não comentar as licitações indi-viduais”, disse Matt Anderson, porta-voz do Departamento do Tesouro.

CREDOR E EXPORTADORAs vendas do Tesouro americano à China têm dado origem a um largo debate público sobre o papel do gigante asiático como o maior exportador para os Estados Unidos, sendo ao mesmo tempo o seu maior credor. Ao licitar directamente com o Tesouro, a China evita a subida do preço provocada pela presença gigantesca dos Bancos de Wall Street nos leilões de oferta.

A medida de conceder o estatuto de negociador directo à China pode ser polé-mica, uma vez que já vários funcionários governamentais manifestaram a sua preo-cupação com o poder que o país asiático foi ganhando sobre os EUA através da compra sistemática de títulos do Tesouro.

comprar dívida norte-americana através de um método que não está ao alcance de mais nenhum Banco Central do mundo.

Os outros Bancos Centrais, incluindo o Banco do Japão, que tem um grande apetite por títulos do Tesouro, têm de negociar inicialmente com os principais bancos de Wall Street, indicados pelo governo, antes de os adquirir.

8 publicidade quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

9regiãoquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

O presidente timorense, Taur Matan Ruak, su-geriu segunda-feira em Díli que o português

seja ensinado como língua estran-geira, mas garantiu se manterá como língua oficial, constitucio-nalmente consagrada. Para Taur Matan Ruak, o português não pode nem deve ser administrado como língua mãe. “Permitam-me que faça um reparo crítico mas com genuíno espírito construtivo. O ensino do português em Timor--Leste tem de ser faseado. Nesta fase e, para que dentro de uma década o panorama linguístico esteja alterado, o ensino de portu-guês deve assumir características de língua estrangeira.”

O presidente falava na recep-ção oferecida pelo seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, que se encontra em visita de estado ao país, à comunidade portuguesa em Timor-Leste na Escola Portuguesa Ruy Cinatti, onde estudam os filhos do novo chefe de Estado. “Acredito que esta alteração no método de ensino poderá beneficiar os resultados e mostrar maior eficácia”, afirmou, salientando que em Timor-Leste também é preciso fazer mais esforços para que não haja contradições sobre uma opção claramente assumida.

UNESCO APOIAA sugestão do presidente ti-morense surge numa altura em que o ministério da educação se

A Coreia do Norte reto-mou o trabalho no seu

complexo de testes nuclea-res em Abril, indicam ima-gens de satélite reveladas ontem, um dia depois do enviado norte-americano ter alertado Pyongyang que um teste uniria o mundo na aplicação de sanções.

A Renesas Electronics, fabricante japonês de

chips, planeia cortar até 6.000 postos de trabalho, o que significaria cerca de 15% da sua força laboral, escreveu ontem o diário Yomiuri.

Além disso, a empresa, que conta com centros no es-tado de São Paulo, no Brasil, pretende também angariar cerca de cinco mil milhões de patacas para ampliar a sua base financeira, refere o mesmo jornal, sem citar fontes.

O diário nipónico acres-centa ainda que a supressão de postos de trabalho na em-presa, que conta com cerca de 44 mil funcionários e é um dos principais fabrican-tes de semicondutores para telemóveis, seria levada a

Novo presidente timorense defende ensino como língua estrangeira. Depois garante que será sempre oficial

“O português está para ficar”

Coreia do Norte retoma trabalhos no seu complexo de testes nucleares

Ameaças caem em saco roto

Fabricante japonesa de chips Renesasplaneia cortar milhares de postos de trabalho

Perdas de seis mil milhões de patacas

do Timor-Leste Independente) e o CNRT (Conselho Nacional da Resistência Timorense)”, afirmou José Ramos-Horta. O Partido De-mocrático é presidido por Fernan-do La Sama de Araújo, presidente do parlamento timorense, e foi criado em 2001.

O antigo presidente timorense, que terminou o mandato no sábado, fez as declarações aos jornalistas na feira do livro, que começou ontem em Díli. “A minha única preocupa-ção é tentar fazer subir o PD, para que haja uma democracia mais sã, com maior equilíbrio e dar verda-deiro espaço aos jovens do PD.”

Segundo José Ramos-Horta, a sociedade timorense ainda é muito patriarcal e “não alinha com a nova geração”. “Tenho a obri-gação de dar algum apoio ao PD, para que possam subir o número de cadeiras e negociar com força com a Fretilin ou o CNRT, o que eles decidirem fazer.”

Questionado pelos jornalistas sobre se estaria disponível para assumir o cargo de primeiro--ministro de um novo Governo, José Ramos-Horta afirmou que não exclui a hipótese.

prepara para iniciar um projecto--piloto, patrocinado pela UNES-CO, que prevê que no início do pré-escolar e durante um período de dois anos sejam utilizadas as línguas maternas (ou locais) como instrumento de transfe-rência de conhecimento, dando depois início ao ensino da língua portuguesa e do tétum.

“O facto de termos feito essa opção para os nosso filhos re-vela claramente qual a posição que assumo em relação à língua portuguesa, como língua oficial, constitucionalmente consagrada em Timor-Leste”, afirmou Taur Matan Ruak, que tomou posse como novo chefe de estado timo-rense no passado fim de semana.

Salientando que é constante-mente questionado pela comuni-cação social sobre a sua posição relativamente ao português, foi peremptório. “Para que não restem dúvidas. Nós fizemos uma opção política, estratégica e identitária. O português está para ficar.”

Taur Matan Ruak explicou que Timor-Leste optou pelo por-tuguês para consolidar a “identi-dade nacional, que entre outros,

tem por pilares o catolicismo e a língua portuguesa”.

RAMOS-HORTA FALOUTimor-Leste realiza eleições le-gislativas no dia 7 de Julho e o

ex-Presidente José Ramos-Horta anunciou ontem que vai apoiar o Partido Democrático (PD). “Vou apoiar o PD, sabendo obviamente que os dois maiores partidos são a Fretilin (Frente Revolucionária

Os comentários de Glyn Davies surgem na sequência de uma reunião segunda-feira em Seul com os respon-sáveis da Coreia do Sul e do Japão, que reflectiu a preocupação que a Coreia do Norte possa realizar um terceiro teste

nuclear depois do falhan-ço do lançamento de um foguete para o espaço.

As imagens de satélite – retiradas dos DigitalGlo-be e GeoEye – revelam uma intensa actividade do centro de testes nucleares de Punggye-ri.

A Coreia do Sul já ti-nha revelado que a Coreia do Norte estava, na zona do complexo nuclear, a escavar um novo túnel, o que indiciava que se preparava para realizar um terceiro teste nuclear. Seul explicou também que a não utilização dos túneis existentes no complexo estaria relacionada com a radioactividade com que ficaram contaminados nos testes anteriores.

cabo sobretudo por via de reformas antecipadas.

A Renesas emitiu um comunicado no qual indica que a informação publicada no diário não foi anunciada pela empresa.

O fabricante de chips anunciou perdas operativas no ano fiscal de 2011 de cerca de MOP 6 mil milhões, atribuídas às inundações na Tailândia e ao sismo seguido de tsunami que devastou o noroeste do Japão, dado que afectaram gravemente a sua cadeia de abastecimento .

A Renesas, com sede em Kawasaki, a sudoeste de Tó-quio, tem presença em cerca de 20 países, resulta de uma joint--venture entre os fabricantes de electrónica japoneses Hitachi, Mitsubishi Electric e NEC.

10 publicidade quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

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ANÚNCIO

Concurso público da “Obra de embelezamento da Praça de Luís de Camões”

1. Modalidade de concurso: concurso público.

2. Local de execução da obra: Praça de Luís de Camões.

3. Objecto da empreitada: Obra de embelezamento da Praça de Luís de Camões.

4. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade da proposta é de 90 (noventa) dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável nos termos previstos no programa de concurso.

5. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços.

6. Caução provisória: Cento e sessenta mil patacas (MOP 160 000,00), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro caução aprovado nos termos legais.

7. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar).

8. Preço base: não há.

9. Condições de admissão: inscrição na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, na modalidade de execução de obras.

10. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:

Local: Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM, sito na Av. de Almeida Ribeiro, n.º 163, R/C, Edf. Sede do IACM;

Dia e hora limite para a entrega das propostas: dia 20 de Junho de 2012, às 17:00 horas (a proposta deve ser redigida numa das línguas oficiais da RAEM).

11. Local, dia e hora do acto público:

Local: Centro de Formação do IACM, sito na Avenida da Praia Grande n°. 804, Edf. China Plaza, 6° andar, Macau.

Dia e hora: dia 22 de Junho de 2012, pelas 10:00 horas.

Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para serem esclarecidas as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

12. Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da cópia:

O projecto, o caderno de encargos, o programa do concurso e outros documentos comple-mentares podem ser examinados nos Serviços de Saneamento, Vias e Manutenção Urbana do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sitos na Av. da Praia Grande, Edifício Comercial Nam Tung, 17º andar, Macau, durante as horas de expediente, desde o dia da publicação do anúncio até ao dia e hora do acto público do concurso.

No local acima referido, poderão ser solicitadas até às 17:00 horas do dia 12 de Junho de 2012, cópias do processo de concurso ao preço de MOP$1 000,00 ( mil patacas) por exem-plar, ao abrigo do n.º 3 do artigo 52.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M.

13. Prazo de execução da obra: O prazo de execução não poderá ser superior a 130 dias.

14. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço global da empreitada e lista de preços unitários............................................60%- Prazo de execução razoável:......................................................................................5%- Programa e proposta da realização da obra................................................................5%- Experiência em obras semelhantes...........................................................................10%- Qualidade do material...............................................................................................15%- Plano de Segurança.....................................................................................................5%

15. Junção de esclarecimentos:

Os concorrentes deverão comparecer nos Serviços de de Saneamento, Vias e Manutenção Urbana do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sitos na Av. da Praia Grande, Edifício Comercial Nam Tung, 17º andar, Macau, a partir de 12 de Junho de 2012 até à data limite para entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 15 de Maio de 2012

O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lo Veng Tak

11publicidadequarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

12 quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.moexposição

O país das maravilhas e do gelo está de volta ao Venetian Macau.

Até 16 de Setembro a Sands China promete um “Verão inesquecível” no CotaiExpo, onde durante os pró-ximos quatro meses os visitantes se poderão deliciar com esculturas feitas em gelo, “autênticas obras de arte”, como nos confidenciou a assessoria do Venetian.

Quem também se mostrou bas-tante satisfeito com o evento foi o presidente da Sands China, Edward Tracy. “O Ice World é uma das mais espectaculares atracções que aconte-cem em Macau e a Sands China está extremamente orgulhosa de a trazer de volta.”

Com o apoio da Direcção dos Ser-viços de Turismo (DST), o CotaiExpo reservou 18 mil metros quadrados onde as esculturas são mantidas a menos de oito graus Celsius (sete graus mais quente que no ano pas-sado, para apoiar um ambiente mais verde), e está dividido em dez zonas.

A grande novidade para este ano é a exibição de duas esculturas de gelo especiais, projectadas por vencedores de uma competição da comunidade local e trazidos à vida por artesãos de gelo profissionais

O Ice World 2012 está aberto ao público a partir de 12h e assim fica durante oito horas, todos os dias. O bilhete custa 100 patacas.

Venetian arrefece novamente este Verão com o Ice World 2012

Refresco está de volta

13quarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo exposição

Venetian arrefece novamente este Verão com o Ice World 2012

Refresco está de volta

14 vida quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

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Macau Sã Assado

Sabia que...

A ONU lançou, no Rio de Janeiro, Brasil, a versão em português de um relatório com 56

recomendações para que o mundo avance em direcção ao desenvol-vimento sustentável.

O documento, elaborado por 22 especialistas ao longo de um ano e meio, traz sugestões mais ousadas do que aquelas que devem ser acordadas na Rio+20, a confe-rência da ONU sobre o tema que ocorre em Junho naquela cidade.

Entre as propostas estão o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a manutenção do preço do carvão, com a cobrança, por exemplo, de impostos sobre as emissões de gases do efeito estufa.

Espera-se assim estimular a disseminação de tecnologias ver-des. “É um relatório com frases e recomendações muito directas”, diz o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20.

Outras medidas sugeridas são a criação de um fundo apoiado

O PENTE ESQUECIDO?• Nova moda em Macau, sair à rua com o pente no cabelo! Das duas uma, ou acha que pode ser um acessório bonito ou esqueceu-se de o tirar após pentear o cabelo...Porque Macau sã assi mas também sã assado

Foto: Lina Franco

...o vidro pode ser reciclado quase infinitamente: centenas de vezes, mesmo milhões de vezes?

ONU anuncia recomendações para um melhor desenvolvimento

A bíblia do mundo sustentávelpor governos, ONGs e empresas para garantir acesso universal à educação primária até 2015 e a inclusão dos temas consumo e desenvolvimento sustentáveis nos currículos escolares.

As recomendações são divi-didas em três grupos, de acordo com os seus objectivos princi-pais. O primeiro visa a capacitar as pessoas a fazerem escolhas sustentáveis; o segundo, a tornar a economia sustentável; e o ter-ceiro, a fortalecer a governação institucional para o desenvolvi-mento sustentável. “As pessoas participaram nesse painel a título pessoal, ou seja, não estavam representando governos. Isso dá mais força [ao documento], porque o painel pode dizer certas

coisas que não são consenso [entre os mais de 190 países da ONU]”, diz Corrêa do Lago.

O coordenador do relatório, porém, disse esperar que as re-comendações sejam levadas em consideração pelos negociadores da Rio+20.

Janos Pasztor citou o estabele-cimento de metas numéricas para o desenvolvimento sustentável

como uma sugestão que pode ser adoptada no curto prazo. O tema está em discussão na Rio+20.

A ex-primeira-ministra da Noruega Gro Brundtland, con-siderada “mãe” do conceito de desenvolvimento sustentável, par-ticipou da elaboração do relatório.

EXTRACTO DE AVISO Faz-se público que, de harmonia com o despacho do Secretário para a Segurança, de 21 de Fevereiro de 2012, se acha aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchi-mento, em regime de contrato além do quadro, de duas vagas na categoria de médico geral, 1.º escalão (área de medicina geral), da carreira médica do Estabelecimento Prisional de Macau. O aviso do concurso encontra-se publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº. 21, II Série, de 23 de Maio de 2012, com o prazo de inscrição entre 24 de Maio e 12 de Junho do corrente ano. Os interessados podem consultar o referido aviso, dentro das horas de expediente, no Centro de Atendimento e Informação do Estabelecimento Prisional de Macau (endereço: Avenida da Praia Grande, China Plaza, 8.º andar “A”, Macau) ou no Website deste Estabelecimento Prisional: www.epm.gov.mo. Para qualquer esclarecimento, é favor entrar em contacto, através do tel. n.º 28881211, com os tra-balhadores da Divisão de Recursos Humanos.

O Director do EPM, Lee Kam Cheong

15vidaquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

O gás metano que es tava preso há milénios de anos no inte-

rior do Árctico está a ser expelido para a atmosfera por causa do degelo polar, afirmaram cientistas ame-ricanos.

Num estudo publicado na revista especializada “Nature Geoscience”, in-vestigadores da Universi-dade do Alasca em Fair-banks disseram ter iden-tificado milhares de áreas árcticas onde o metano, que estava preso sob o gelo, está a escapar à medida que este derrete. Isso pode ter um impacto significativo nas mudanças climáticas globais, defendem.

O metano é o segundo gás mais causador do efeito estufa, após o dióxido de carbono, e os seus níveis estão a aumentar depois de alguns anos de estabi-lidade.

As origens do gás são difíceis de serem medidas, já que as suas fontes são variadas - por exemplo, decomposição do lixo e criação de gado. Mas os responsáveis académicos do projecto no Ártico, li-derados por Katey Walter Anthony, identificaram que o gás na região estava retido há muito tempo pela quantidade de diferentes

ONU anuncia recomendações para um melhor desenvolvimento

A bíblia do mundo sustentável

Árctico está a libertar metano devido ao degelo

O problema do gás milenar

Saliva do monstro-de-gila tira o apetite

Usar para não engordarO monstro-de-gila é dos pou-

cos lagartos venenosos em todo o mundo. Vive no Sul dos Estados Unidos e no Norte do México, a sua pele é salpicada a preto e rosa, tem a língua bi-furcada – e da sua saliva já se desenvolveu um medicamento para controlar os níveis de açú-car no sangue na diabetes do tipo 2. Cientistas suecos descobriram agora que essa substância da sa-liva do monstro-de-gila também tira o apetite.

O medicamento para a dia-betes, conhecido por exenatida, é uma versão sintética de uma substância natural chamada exendina-4. Ora é a exendina-4 que é produzida pelas glândulas salivares do monstro-de-gila, ou Heloderma suspectum, e entra na sua corrente sanguí-nea enquanto come as presas. Alimenta-se de pequenas aves, outros lagartos, roedores e ovos.

E embora dê nas vistas com o corpo colorido que tem, com

60 centímetros de comprimento, é bastante tímido e passa gran-de parte do tempo em abrigos subterrâneos, principalmente em zonas desérticas.

Pelo menos em experiências em ratos, a equipa de Karolina Skibicka, da Universidade de Gotemburgo, e os colegas mostraram que a exendina-4 tem um efeito inesperado, ao reduzir o apetite aos animais. Os resultados estão publicados na revista científica Journal of Neuroscience. “Isto era tanto desconhecido, como inespe-rado”, diz Karolina Skibicka, citada num comunicado da sua universidade. “A maior parte das dietas falha porque estamos obcecados pela vontade de co-mer, principalmente alimentos tentadores como doces. Como a exendina-4 suprime o desejo por comida, pode ajudar quem é obeso a controlar o peso”, refere outra investigadora da equipa, Suzanne Dickson.

Para a equipa, o mecanismo que explica este efeito ano-réctico está ligado às regiões cerebrais implicadas nos cir-cuitos da recompensa e da mo-tivação. Estas são as primeiras provas, sublinha a equipa, de que a exendina-4 regula esses circuitos neuronais. Portanto, desta descoberta podem re-sultar maneiras de controlar a obesidade ou distúrbios alimentares, como quando se come compulsivamente.

A saliva do monstro-de--gila vai continuar a inspirar a equipa sueca, que tem uma nova hipótese que quer testar: será que a exendina-4 também interfere na dependência do ál-cool? A equipa pensa que sim, porque, diz Karolina Skibicka, as regiões cerebrais envolvidas no apetite também controlam o desejo por álcool. Quem sabe se a saliva do monstro--de-gila de não vai dar mais medicamentos.

das áreas onde isso pode ocorrer é o oeste da Sibéria.

Se o degelo continuar substancialmente até 2100, “o resultado será um grande aumento no ciclo de meta-no, com potenciais impli-cações para o aquecimento global”.

MAIS RÁPIDOA quantificação da liberta-ção de metano no Ácrtico é uma área de pesquisa flores-cente, já que diversos países estão a enviar missões para monitorar as terras e os ma-res da região. “O Árctico é a região do planeta que mais rapidamente se aquece e tem muitas fontes de metano que podem ser emitidas para a atmosfera à medida que a temperatura subir”, afirmou Euan Nisbet, professor e investigador do metano no Árctico para a Universidade de Londres. “E essa é mais uma preocupação séria: o aquecimento provoca ainda mais aquecimento.”

A seriedade e a urgên-cia da ameaça da situação identificada no Árctico são motivos de controvérsia - alguns cientistas dizem acreditar que os impactos não serão entendidos por muitas décadas, enquanto outros alertam para a pos-sibilidade de uma acelera-ção rápida do processo de aquecimento global.

isótopos de carbono nas moléculas de metano.

A partir de pesquisas aéreas e de campo, a equipa identificou 150 mil pontos de metano no Alasca e na Gronelândia, em lagos

gelados. Amostras locais indicam que alguns desses pontos estão a libertar me-tano antigo, possivelmente proveniente de depósitos naturais de gás ou de car-vão sob os lagos. Outras

áreas estão a expelir gás mais recente, possivel-mente formado a partir da decomposição de vegetais nos lagos.

Segundo o estudo, esse fenómeno pode acontecer

noutras regiões, onde ba-cias sedimentares estão cobertas por um subsolo congelado (chamado de permafrost), por geleiras ou coberturas de gelo ri-cas em gás natural. Uma

PARTIDA 7 – CAMPEONATO DO MUNDO

16 desporto quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

João Valle-Roxoinfo@hojemacau.com.mo

COMEÇOU na passada sexta-feira, dia 11, na Tetryakov Gallery, em Moscovo, o Campeona-

to do Mundo de Xadrez, a ser dis-putado através de um match de 12 partidas, opondo o actual campeão mundial, o indiano Vishvanathan Anand e o israelita, de origem rus-sa, Boris Gelfand. Até ao momento, foram disputadas oito partidas e o resultado cifra-se em 4-4.

Até anteontem, para muitos, o match tinha sido algo frustrante por falta de resultados decisivos. Efectivamente, os primeiros seis jogos foram jogos de grande cautela de parte a parte e tinham terminado todos com um empate. Vários comentadores decretaram o fim do xadrez, opinando que, com os computadores, não havia lugar à imaginação e era quase impossível tirar vantagem da abertura, o que acarretaria todo o desenrolar da partida sob a tónica da igualdade. Outros, diziam que se devia antes ao estilo de jogo adoptado pelos adversários. Argumentos e exem-plos mais do que razoáveis foram exibidos por cada facção.

Todavia, subitamente, produzi-ram-se dois resultados decisivos, ambos chocantes, por diferentes motivos. O primeiro ocorreu no

Hoje Macau acompanha o Campeonato Mundial de Xadrez

No reino dos empatasdomingo, com a primeira vitória de Gelfand sobre Anand nos úl-timos 19 anos, na partida sete. O segundo, logo na segunda-feira, com a desforra de Anand.

Viu-se uma partida sete em que Anand, com as peças negras, jogou de novo a Defesa Semi-Eslava con-tra a abertura do peão de Dama de Guelfand. Até este jogo, a Defesa mostrara-se inexpugnável, mas desta vez, Anand apareceu bastante mal, pouco concentrado. Guelfand, com as brancas, cedo construiu uma posição confortável, apesar de não ter uma vantagem ainda palpável. As negras poderiam ter resistido se tivessem jogado com precisão, mas foi o contrário que vimos acontecer. O campeão do mundo foi cometendo pequenas incorrecções, que foram sendo bem aproveitadas pelo adversário, até que, sob pressão, ao lance 23 con-cedeu uma vantagem posicional e estratégica decisiva. Pouco depois, as brancas ganharam uma peça e logo a seguir a partida.

Hoje analisamos a partida nº 7 e já amanhã, será a vez da par-tida nº 8, numa resposta digna de campeão mundial, com a vitória de Anand em 17 lances (!), algo incrivelmente raro a este nível, que deixou em choque o mundo xadre-zista, mormente porque nenhum comentador se tinha lembrado do lance vitorioso.

GELFAND-ANAND (DEFESA SEMI-ESLAVA)

Nesta posição, Gelfand pode tomar em e4 e, provavelmente, seria deste lance que Anand estaria à espera. Não que as negras ficassem em vantagem depois desta captura, já que as brancas ficariam com um peão a mais e uma posição ligeiramente superior. Mas a posição ir-se-ia abrir no centro e as negras poderiam gerar algum contra-jogo e até recuperar o peão (23.Bxe4 dxe4 24.Dxe4 Bb7 25.De3 Bc6 26.b3 Bxa4 27.bxa4 Db4).Daí que, sem pressa em tomar o peão, Gelfand haja optado, e muito

bem, por aumentar a sua superioridade posicional e jogou:23.Dc2! Mantém a iniciativa e melhora a posição, sem dar contra--jogo às negras.23…g5?! Um erro importante, feito de nervosismo. Enfraquece a ala de Rei e não contribui para a melhoria da coordenação das peças negras, que era urgente! Talvez: 23...Cdf6 24.Ce5 Bd7 25.Cc5 Be8 26.Cxa6 (26.Bxa6? Cxc5) 26...Ta8 27.Cc7 (27.Cc5 Txa2) 27...Tc8! e apesar da perda do peão em a6, as negras saem do colete de forças onde estão metidas).25.Dc7 Simples e fácil. Uma peça pesada na sétima linha será extremamente perigosa para as negras. 24…Dxc7, o menos mau. 25.Txc7 f6 26.Bxe4 dxe4 27. Cd2Começa aqui um interessante bailado de cavalos, soberbamente jogado por Gelfand. Este cavalo destina-se a e4 ou c4 e o outro a c5, dois magníficos postos avançados, controlando o centro e preparados para galopar até ao Rei adversário, em simbiose perfeita com a torre que está na sétima fila.27…f5 28.Cc4 – a continuação da dança, ameaçando penetrar em d6 e ganhar o bispo em c8.28…Cf6 , liberta e defende a casa “d7” para o Bispo em c8, caso as brancas joguem Cd6. Mas as brancas têm as negras atadas e não se precipitam. Antes melhoram ainda mais a posição, trazendo o Cavalo em a4 para o centro dos acontecimentos.29.Cc5 Cd5 – atacando a Torre. 30.Ta7, fácil e forte. 30. ... Cb4 – Anand estende uma pequena armadilha, ameaçando Cc6 que ataca a Torre e depois da Torre fugir, Cxd4 – 31. Ce5 a dança continua ao mesmo tempo que se veda a casa c6 ao Cavalo negro em b4.31...Cc2 Anand decide deixar as brancas ir buscar o Bc8 que já

estava quase condenado e era totalmente passivo, buscando uma tentativa desesperada de contra-ataque condenada ao fracasso. O resto é simples, mas repare-se na posição final e no maravilhoso manuseamento dos Cavalos brancos:32.Cc6 Txb2 33.Tc7 Tb1+ 34.Rh2 e3 35.Txc8+ Rh7 36.Tc7+ Rh8 (se 36...Rg6, o mate também aparecerá com 37.Ce5+ Rh5 38.Cxe6 g4 39.Tg7!]37.Ce5 e2 38. Cxe6, e as negras abandonam. Com efeito, se não fosse o abandono, o bonito final que poderia surgir seria: 38. … e1=D 39. Cg6+ Rg8 40. Tg7 e mate!

Boris Gelfand Vishvanathan Anand

17desportoquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Marco Carvalhoinfo@hojemacau.com.mo

NA vizinha Região Ad-ministrativa Especial de Hong Kong festeja--se em castelhano. O

Kitchee Football Club conquistou pelo segundo ano consecutivo o título de campeão de futebol da antiga colónia britânica, ao receber e vencer o Biu Chun Rangers por quatro bolas a uma, no derradeiro encontro da edição de 2011-2012 da Hong Kong First Division League.

Orientada pelo catalão Josep Gombau, a formação do Kitchee já tinha garantido o triunfo na competição mesmo antes de entrar em campo para o último desafio da época. Na sexta-feira, os grande rival dos campeões de Hong Kong na corrida pelo título – o TSW Pegasus – não conseguiu evitar uma catastrófica derrota por duas bolas a uma no frente-a-frente com o Sun Hei SC e entregou o título de bandeja ao adversário.

Já com a vitória no campeo-nato matematicamente garantida, a formação orientada por Josep Gombau fez questão de encerrar a competição em grande com uma goleada caseira. A jogar perante o seu próprio público, o Kitchee não desperdiçou e inaugurou o marcador à passagem dos 38 mi-nutos por intermédio de Chan Man Fai. Os campeões de Hong Kong necessitaram de menos de um mi-nuto para dilatar a vantagem, com Tsang Kam To a deixar o nome nos anais do encontro, depois de uma constrangedora perda de bola do meio campo do Rangers.

Sérgio Fonsecainfo@hojemacau.com.mo

OS organizadores do campeonato “GT Asia

Series”, o Supercar Club de Hong Kong e a empresa de promoção de eventos malaia Motorsport Asia, assinaram um acordo com a Associa-ção Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) que permite a continuidade da Taça GT Macau como prova pontuável para o também conhecido na gíria automobilística por Campe-onato Asiático de GT, mas o acordo não se fica por aqui.

Armada espanhola decisiva na conquista do título

Kitchee conquista bi-campeonato

Em desvantagem no marcador, o onze visitante ainda conseguiu reduzir à passagem do quinquagé-simo quinto minuto, mas o tento do Biu Chun Rangers acabou por se revelar fogo-de-vista, num desafio em que o Kitchee dominou quase do princípio ao fim.

Aos 62 minutos, os campe-ões de Hong Kong fabricaram o terceiro golo, com o espanhol Jordi Tarrés a concluir uma boa jogada do ataque adversário. Vinte minutos depois, a oito minutos

do fim do encontro, foi a vez de outro atleta espanhol – “Chino” Losada – deixar o nome ligado à história do desafio que valeu a consagração do Kitchee como campeão da RAEHK pelo segundo ano consecutivo.

A DOBRADINHA ALI AO LADOO triunfo alcançado na principal pro-va do desporto-rei da antiga colónia britânica é o segundo na presente temporada para o grupo de trabalho do Kitchee Football Club. No final

de Abril, a formação orientada por Josep Gombau já tinha triunfado na final da edição de 2012 da Taça da Liga com um tento de Yago González, um dos cinco jogadores espanhóis que ajudaram a construir os triunfos do clube de Tseung Kwan O ao longo das duas últimas temporadas. Para além de Jordi Tar-rés, de Yago González e de Roberto Losado, o Kitchee conta ainda no seu plantel com os serviços dos defesas Fernando Recio e Dani Cancela. Esta temporada, os bi-campeões

de Hong Kong contaram também com o contributo e a experiência de Zesh Rehman, antigo jogador do Fulham e do Queens Park Rangers. O internacional paquistanês não poupou elogios a Josep Gombau, ao considerar o jovem treinador catalão de 35 anos como o grande obreiro do sucesso do Kitchee: “O Josep é quem construiu este título. É um treinador tecnicamente muito astuto e tem uma capacidade incrível para gerir o grupo de trabalho. É um técnico que inspira confiança e que faz com que os jogadores se sintam confortáveis e, mais importante, dá liberdade aos jogadores para que eles façam o melhor que sabem dentro de campo. Aprendi muito com ele e sinto que estou a melhorar como jogador desde que me juntei ao Kitchee”, esclarece Rehman.

Depois de ter triunfado na Taça da Liga e revalidado o título de campeão de Hong Kong, o Kitchee pode juntar no próximo sábado um terceiro troféu ao palmarés, se conseguir derrotar o TSW Pe-gasus na final Taça da Associação de Futebol. Os campeões da RA-EHK estão ainda na corrida pelo triunfo no âmbito da AFC Cup e esta noite recebem no campo de Tseung Kwan O os indonésios do Arema em partida a contar para a primeira-mão dos quartos-de-final da competição.

Taça GT Macau continua como prova pontuável

AAMC assina acordo com GT AsiaEste pacto, dado a co-

nhecer através de um co-municado de imprensa na semana passada, diz que os pilotos que tomarem parte dos três primeiros eventos do “GT Asia Series” - Se-pang I, Sepang II e Fuji – terão direito a convite directo para participarem na corrida destinada a viaturas de “Grande Turismo” da 59º

edição do Grande Prémio de Macau.

Estes mesmos pilotos terão direito a pontuar para um troféu especial a atribuir pelo AAMC e onde apenas contam as três provas de qua-lificação. “Nós chegamos a acordo com o AAMC e esta-mos satisfeitos por estender a nossa cooperação para além do Grande Prémio de

Macau. É um reconhecimen-to especial e um certificado da boa relação que temos com o órgão regulador de Macau“, disse Paul Yao, o director executivo do Su-percar Club de Hong Kong.

Por parte do AAMC, não foi prestada qualquer declara-ção pública sobre o assunto. A associação que administra o destino dos desportos mo-

torizados em Macau também ainda não publicou quais as provas em que os pilotos da RAEM terão que participar durante o ano de 2012 para terem direito a convite para a quarta edição desta corrida.

Recorde-se que em 2011 foram três os pilotos da casa que alinharam na Taça GT Macau: Rodolfo Ávi-la (Porsche 911 GT3 R),

Diana Rosário (Ferrari 430 Challenge) e Keith Vong (Porsche 911 GT3 Cup). Em relação à edição pas-sada, ganha pelo Audi R8 GT3 pilotado por Edoardo Mortara, a Taça GT Macau de 2012 terá como novidade um “Warm-up” matinal no domingo que permitirá aos participantes um último trei-no antes da corrida decisiva.

18 entrevista quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

Espalhar o Krav Maga pelo mundoA passagem por Macau foi curta, mas Dadi Levi teve tempo para partilhar a sua experiência a quem participou no seminário de técnicas de defesa pessoal organizado pela Personal Protection, projecto de Hugo Monteiro que tem vindo a divulgar o Krav Maga no território. Ao serviço da Federação Internacional de Krav Maga (IKMF), o homem que já fez parte das Forças Especiais de Israel é hoje responsável por ensinar técnicas avançadas desta modalidade em todo o mundo.

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

DURANTE anos, viveu de perto combates na Faixa de Gaza e passou pelos dois conflitos do

Líbano. Hoje, ensina os outros a defenderem-se, sendo o principal instrutor de técnicas de protecção pessoal ao serviço da Federação In-ternacional de Krav Maga (IKMF). A sua breve passagem por Macau foi suficiente para contar episódios de uma vida a servir o Governo israelita

Quando é que começou a sua carreira na polícia israelita, a YAMAS?Há muitos anos. Decidi entrar por ser algo muito importante para ajudar as pessoas.

Trabalhou nas fronteiras de Israel?Durante muitos anos estive no exército. Depois disso, entrei para as forças policiais.

Quais são as experiências que recorda do seu trabalho nos postos fronteiriços?Muitas coisas. Estive em situações com trocas de disparos, bombas, coisas do género. Quando somos soldados em combate essas coisas acontecem.

Houve situações em que teve medo?Claro, a toda a hora. Se não temos medo, somos estúpidos (risos).

Também passou pela experiência de estar na guerra do Líbano, em 1982. Como foi viver um conflito de tão perto?Temos de usar aquilo que apren-demos, porque de repente estamos numa zona de guerra.

Os sistemas de defesa pessoal são usados de maneira diferente?Na guerra temos de ser ainda mais imediatos. Usamos o mesmo sistema, mas não existem grandes diferenças. Aquilo que se ensina, e aquilo que sabemos ter de fazer, acontece por reflexo. E se temos de fazer algo, fazemos de uma maneira natural.

É um homem parco em palavras, mas Dadi Levi, membroda Yamas, acredita numa paz futura entre Israel e a Palestina. Basta que os políticos deixem de financiar a guerrae mantenham a mente aberta

Dadi Levi, membro das Forças Policiais Israelitas

“Se não temos medo, somos estúpidos”

Esteve no Líbano com uma grande equipa?Não, éramos um pequeno grupo.

Como era feita a coordenação na hora de resolver conflitos?Não vejo as coisas nesses termos. Eles não gostavam de nós porque éramos estrangeiros no Líbano. No início viam-nos e acenavam-nos, mas depois diziam “não, não”.

Também passou por aquela que é chamada a segunda guerra do Líbano, em 2006. Quais as dife-renças nos dois conflitos? Na segunda vez já sentimos uma diferença porque havia mais civis e foi uma guerra mais curta. Estas foram as grandes diferenças que eu notei.

Eram tempos diferentes também do ponto de vista politico?Claro. Na primeira vez as pessoas diziam-nos a toda a hora “venham, venham, eles estão sempre a lançar bombas”. Mas da segunda vez, também difícil, as pessoas em Israel não só diziam isso como estavam lá.

Proteger as mulheres e as crian-ças era mais difícil. Foram mo-mentos mais sensíveis para si?Sim, não são momentos fáceis.

Embora trabalhe no sistema de defesa, como olha para o papel

que os políticos têm vindo a de-sempenhar ao longo dos tempos no que diz respeito ao conflito israelo-palestiniano?As pessoas de ambos os lados não querem uma guerra. Acredito que no final de tudo as coisas vão correr bem, mas leva muito tempo de discussão.

Israel é, neste momento, um dos principais produtores de energia nuclear. Isso pode levar a uma nova fase do conflito?Não sei, não sou político (risos). Acredito que devemos ter paz e eu quero paz, não quero que os meus filhos entrem para o exército. Mas isto é o Médio Oriente.

Acredita que tem de adoptar novas medidas de defesa face a possíveis ataques terroristas, por exemplo?Sim. Mas não é o local mais indi-cado para falar sobre isso (risos).

Com a morte de Bin Laden, o terrorismo tem vindo a diminuir, ou tem apenas mudou?Fez com que procurássemos novas estratégias, porque é muito difícil lutar contra eles. Como olha para o papel da co-munidade internacional, e até da ONU, face ao conflito entre Israel e Palestina?É bom. No final do dia todos vão ter o que querem. De facto acredito

nisso. A paz é possível, basta acreditarmos nisso.

Deveria existir uma nova estratégia para a Faixa de Gaza?Sim. Para já não fazem isso, mas se o Governo der menos dinheiro para a guerra, acredito que as pessoas não a vão querer fazer, vão preferir viver. É este o caminho para construir um novo Médio Oriente, por-que quando as pessoas têm dinheiro e uma guerra, não pensam sobre estas coisas. A Palestina tem um novo Governo, que tomou posse há cerca de uma semana. As coisas podem tornar-se melhores, no que diz respeito à relação com Israel?Aquilo que eu sinto é que, até agora, não sabem o que devem fazer, então conversam. Preci-samos de ver novas acções, têm de ter a mente mais aberta. A maior parte das vezes apenas dizem aquilo que querem, nós damos, eles dão. Mas esse não é o caminho certo.

Actualmente ensina técni-cas de defesa pessoal em todo o mundo. O que é que ainda lhe falta fazer?Ser avô (risos). E também pintor (mais risos).

quarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo 19cultura

José C. Mendesinfo@hojemacau.com.mo

Este livro é sobre Mao Tsé Tung e a sua iconografia. Um dos elementos mais envolvidos na divulgação de propaganda sobre Mao foi a sua mulher, Jiang Qing. Que real importância teve ela na vida de Mao?A primeira mulher de Mao nunca dormiu com ele e morreu muito nova. A segunda era uma grande senhora e foi morta pelo kuomi-tang. Mao já estava com a terceira mulher quando ele conheceu Jiang Qing. Por causa disso a legítima enlouqueceu e foi mandada para Moscovo. Mao não era propria-mente um cavalheiro, adorava mulheres. Jiang Qing era uma actriz secundária vinda de Xangai e seduziu Mao muito facilmente, acabando por se tornar a mulher do líder.

E qual a intervenção política dela?No princípio o Partido Comunista não queria que ela interviesse. Durante muitos anos não interferiu nos assuntos políticos, só o veio a fazer quando Mao esteve quase a perder o poder, antes da Revolução Cultural. Aí sim ela apareceu e foi muito importante. Foi quando começou a trabalhar com as outras três personagens famosas, mais tarde conhecidos pelo “grupo dos quatro”.

Do qual era a personagem mais importante?Sim, ela era a orientadora. Era quem organizava a propaganda. Era ela quem estava por detrás de Mao. Nós temos uma graça sobre isso. Costumamos dizer que não era o “Grupo dos Quatro”. Era o Grupo dos Cinco! Porque havia ainda uma personagem por detrás desse grupo que era o próprio Mao Tsé Tung.

Claude Hudelot - Historiador

“A democracia acabará por chegar à China”O HojeMacau falou com o sinólogo francês e historiador da China contemporânea Claude Hudelot, no local onde amanhã apresenta o seu livro “Mao”, a Livraria Portuguesa. Uma conversa onde passado e futuro do País do Meio se misturam

A personagem atrás da cortina?Claro. Ele era o grande manipu-lador. E ela estava encarregada de fazer as chamadas coisas certas. Por exemplo ela encomendou ao pintor Liu Chunhua que fizesse um quadro, que é hoje muito fa-moso, chamado “Presidente Mao a caminho de Anyuan”. Retratava o jovem Mao como o primeiro líder de uma greve da classe operária. O que não era verdade. O verdadeiro líder era o seu principal inimigo. Portanto fizeram este quadro extra-

ordinário e destruíram as pinturas do rival. Este é um exemplo muito preciso. Ainda hoje este é o quadro de propaganda mais reproduzido no mundo. Votando à pergunta, Jiang Qing foi sem dúvida muito importante.

E quando Mao morreu?Nessa altura ela quase que podia ter agarrado o poder. Mas era muito louca. E a China, na altura também estava a viver tempos loucos.

Como é que vê o desenvolvimento do movimento artístico na China a partir dos anos 80?Quando começou, ninguém adivi-nhava que este movimento viesse a ser tão grande. Estava em Pequim na altura, como adido cultural e assisti ao seu início. Este movi-mento de jovens pintores começou a criticar o regime através de um estilo sarcástico, com influências de Andy Warhol e de outros artistas europeus, mas com o seu estilo próprio. O movimento cresceu e apareceram artistas muito bons. Muitos deles são hoje artistas

consagrados em todo o mundo, não só na China.

Houve agora a Feira de Arte de Hong Kong. Foi ver?Sim, estive lá e pude ver muitos quadros desses artistas a serem vendidos por um ou dois milhões de euros, que é muito mais do que vale um quadro de qualquer artista europeu vivo. Mas esta primeira fase acabou. O que vi em Hong Kong foi muito interessante. Vi muita pintura abstracta, muito boa e penso que essa será a próxima fase.

O que se pode esperar da mu-dança de dirigentes chineses no próximo Outono ?Li Keqiang e Xi Jinping devem ser os próximos líderes da China. Existe a leve esperança que Xi Jinping, sendo um príncipe, cujo pai foi muito maltratado pelo regime de Mao, faça finalmente a desmaoização do regime, que não pode ser muito rápida. Tem de ser feita devagar, quase em câmara lenta, senão não vai funcionar. Desde a morte de Mao que nenhum

líder chinês o quis ou se atreveu a fazer. Tenho a esperança de que isso aconteça agora.

Será algum dia possível a liber-dade política na China?Espero que sim! (risos). Começam a aparecer muitos sinais. A história que aconteceu agora mesmo do dis-sidente cego que foi para os Estados Unidos. Outro sinal muito importante foi a revolta na província de Guang-dong, onde a população ganhou a sua causa da expropriação de terras. O governador acabou por se colocar do lado da população. Isto é incrível. E também a extraordinária história de Bo Xilai. Tudo isto são sinais de que alguma coisa está a acontecer. Mas o mais importante é a internet. São cada vez mais pessoas a usar a internet e vai ser muito difícil para o poder resistir. O desenvolvimento económico também tem sido es-pantoso nestes últimos anos. E não é possível assistir a um tão grande desenvolvimento sem que haja abertura. Pode demorar dez ou talvez 15 anos, mas a democracia acabará por chegar.

20 publicidade quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA

“ARRUAMENTOS JUNTO À AV. MARGINAL DO PATANE - ZONA 1”

1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Av. Marginal do Patane, Travessa do Almirante Lacerda e Rua Marginal do Lam Mau.4. Objecto da Empreitada: Construção do faixa de rodagem e do sistema de drenagem.5. Prazo máximo de execução: 180 dias ( cento e oitenta dias).6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do Acto Público do Concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços.8. Caução provisória: $200 000,00 (duzentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro- -caução aprovado nos termos legais.9. Cauçãodefinitiva:5%dopreçototaldaadjudicação(dasimportânciasqueoempreiteirotiverareceber,emcadaumdos pagamentosparciaissãodeduzidos5%paragarantiadocontrato,parareforçodacauçãodefinitivaaprestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem

como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 13 de Junho de 2012 (Quarta-feira), até às 12:00 horas.13. Local, dia e hora do acto público: Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 5º andar, Macau; Dia e hora: dia 14 de Junho de 2012 (Quinta-feira), pelas 9:30 horas.

Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Departamento de Infra-Estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau; Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas)

Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso ao preço de $180,00 (cento e oitenta patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: -Preçorazoável60%; -Planodetrabalhos10%; -Experiênciaequalidadeemobras18%; -Integridadeehonestidade12%.16. Junção de esclarecimentos:

Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infra-Estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau, a partir de 30 de Maio de 2012 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 18 de Maio de 2012.

O Director dos ServiçosJaime Roberto Carion

21futilidadesquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1DARK SHADOWS [C]Um filme de: Tim BurtonCom: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer14.30, 16.30, 19.30, 21.30

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Filosófico. 2-Entrar em cabalas. Poeira. 3-Manifesta o riso. Falta (Pref.). Naquelas. 4-Letra grega. Contracção dos pronomes Te e O. Ajunteis. 5-A febre-amarela (Ant.). Nordeste (abrev.). 6-Oferecei, Três (Pref.). Notas, observas. 7-Cidade bíblica. Extraíeis. 8-Zunir (os ouvidos). Funesta. Sozinho. 9-República Árabe Unida (Extinta). Ceda gratuitamente. Tratamento que se dá na China a certas pessoas. 10-Suflixo, o m. q. INO. Feita a sementeira. 11-Avaliásseis o peso.

VERTICAIS: 1-Produtora. 2-Imposto de Ciruclação (abrev.). Tornariam oco. 3-Casa, pátria (Fig.). Sorri. Desfolhado. 4-Falecimento. Sua pessoa. Hipótese. 5-Sua (Arc.). Escolherdes. 6-Olé!. Imposto sobre o rendimento colectivo (sigla.). Nome de mulher. 7-Roubariam (Gír.). Existes. 8-Expressão do rosto. Concede. Canais de irrigação. 9-Naquela. Distingue, divisa, Caminhai. 10-Retábulos. Nesse lugar. 11-O que possui, possuidor.

HORIZONTAIS: 1-FILOSOFAL. P. 2-CABALAR. PO. 3-P. RI. AN. NAS. 4-RO. TO. ADAIS. 5-OCROPIRA. NE. 6-DAI. TRI. VES. 7-UR. SACAVEIS. 8-TINIR. MA. SO. 9-RAU. DE. LI. R. 10-IM. SEMEADA. 11-Z. PESASSEIS.VERTICAIS: 1-F. PRODUTRIZ. 2-IC. OCARIAM. 3-LAR. RI. NU. P. 4-OBITO. SI SE. 5-SA. OPTARDES. 6-OLA. IRC. EMA. 7-FANARIAM. ES. 8-AR. DA. VALAS. 9-L. NA. VE. IDE. 10-PAINES. AI. 11-POSSESSOR. S.

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO18:30 TDM Desporto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Linha da Frente22:10 Passione23:00 TDM News23:30 Príncipes do Nada00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:30 Com Ciência15:00 Gostos e Sabores15:30 Príncipes do Nada 16:00 Bom Dia Portugal 17:30 O Elo Mais Fraco 18:00 Vingança18:30 Trio D’Ataque20:00 Jornal Da Tarde21:15 O Preço Certo22:15 Só Energia22:45 Portugal No Coração

ESPN 3013:00 Inside WTCC13:30 Derby City Classic 201215:30 MLB Regular Season 2012 Boston Red Sox vs. Baltimore Orioles18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 Chang World Of Football 20:30 The Contenders Poland vs. 21:00 Samsung Beach Soccer Intercontinental Cup 2011 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Chang World Of Football

23:00 FINA Aquatics World 2012 23:30 The Contenders Denmark vs.

STAR SPORTS 31 13:00 HSBC Sevens World Series 2011/12-Highlights 13:30 Golf Focus 2012 14:00 Sk Telecom Open Day 4 17:00 Max Power 2012/13 18:00 MotoGP World Championship 2012 Grand Prix De France 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Mobil 1 The Grid 2012 22:30 Smash 2012 23:00 HSBC Asian 5 Nations Rugby 2012 Japan vs. Hong Kong FOX MOVIES 4013:00 Bio-Dome14:35 The Next Three Days16:50 So I Married An Axe Murderer18:25 Maid In Manhattan20:10 Once Upon A Time21:00 Blitz22:40 Black Swan00:25 The Expendables

HBO 4112:00 Luck14:10 United15:50 Mrs. Harris17:25 One True Thing19:45 Twelve Monkeys22:00 The Last Airbender23:40 Burlesque

CINEMAX 4212:30 Wild Geese Ii14:30 When Trumpets Fade16:00 Invasion Of The Body Snatchers17:30 Alien Siege19:00 Hard Luck20:30 Kinjite22:00 Macarthur00:10 Cirque Du Freak

SALA 2THE KICK [C](Falado em thai e coreano, legendado em chinês) Um filme de: Prachya PinkaewCom: Cho Jaehyun, Ye Ji Won14.30, 16.15, 18.00, 19.45

SALA 3THE AVENGERS [3D] [B]Um filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo21.30

THE BEST EXOTIC MARIGOLD HOTEL [B]Um filme de:John MaddenCom: Judi Dench, Bill Nighy14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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QUANTAS MADRUGADAS TEM A NOITE • Ondjaki“Quantas Madrugadas Tem a Noite” está destinado a ser um marco na literatura angolana e na literatura de língua portuguesa em geral. Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significa-do, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje. Assim: «A vida não é um carnaval? Vou te mostrar alguns dançarinos, damos e damas, diabo e Deus, a maka da existência. Transformo só o material pra lhe dar forma, utilidade. O artista molha as mãos pra trabalhar o destino do barro? Eu molho o coração no álcool pra fazer castelo das areias em cima das estórias... Uma noite, quantas madrugadas tem?»

SENHOR D • Alan Lightman “Se bem me lembro, tinha acabado de acordar de uma pequena sesta quando decidi criar o universo.” Assim começa o divertido e profundo romance de Alan Lightman: a história da Criação do Universo, narrada por Deus. Enfastiado com a vida no reluzente Vazio e incapaz de continuar a suportar as discussões entre o tio Deva e a tia Penélope, o Senhor d decide divertir-se um pouco e criar o tempo, o espaço e a matéria. E, entusiasmado, não pára. A seguir vêm as estrelas, os planetas, a matéria animada, a consciência e, por fim, os seres inteligentes com dilemas morais. Mas mesmo os melhores planos podem ter consequências imprevistas e o “Senhor d” depressa descobre que a sua criação do espaço e do tempo gera também um diabólico rival, o misterioso Belhor. Adversário intelectual à sua altura, o irritante Belhor exige uma explicação para o inexplicável e defende a existência e necessidade do Mal. À medida que o seu universo preferido atinge a maturidade, o Senhor d começa a compreender até que ponto o ato da criação pode mudar o próprio Criador.

THE KICK

O ESTRANHOCASO DA POLÍTICA DE MACAUDe vez em quando escapo-me aqui da redacção e vou andando na marginal dos Lagos Nam Van. No outro dia, dei por mim à entrada de um edifício acinzentado, que descobri ser a Assembleia Legislativa. Aquilo é realmente de outro mundo. E não me refiro ao tamanho do prédio relativamente a mim, que sou um gato pequenino. Não. As coisas que lá acontecem é que são de outro mundo. Reuni duas situações estranhas para vocês... as outras, conto-vos mais tarde.

Situação nº1 – O macaquinho de imitação“Eu não era para falar”. Começam sempre assim os deputados, quando se trata de discutir uma lei em dias de aprovação. Mas falam. E seguido da típica “eu não era para falar” vem um “mas os meus colegas falaram” e pronto, desenrola-se-lhes a língua. Repetem tudo o que já foi dito pelos outros, não acrescentam nada, e não descartam a introdução. Esta normalmente é mais extensa do que a única pergunta que têm e resume tudo o que aconteceu desde que o deputado nasceu até ao dia em que se decidiu fazer a tal lei. Às vezes, há quem acrescente a esta frase inicial um outro apontamento também interessante: “Eu não era para falar, porque é só gastar tempo estar a repetir as mesmas coisas...” Normalmente, o deputado que diz isto consegue gastar de uma só vez os 30 minutos que tem de tempo de antena para quatro horas de plenário. E não, não diz nada de importante, porque só analisa o tempo “que os outros perderam”.

Situação nº 2 – Exemplos (in)convenientesTudo o que se faz por aqui em termos de legislação vem cunhado com carimbos de fora. “Seguimos os exemplos das regiões vizinhas” ou “Em Hong Kong e Singapura faz-se assim” são justificações muito típicas para quando se quer elaborar uma lei. Justificações estas que vêm não só dos deputados, como do Governo. Mas, se “em Hong Kong é que é”, isso é só para algumas coisas... as mais convenientes. Senão vejamos: os senhores da Novo Macau decidiram ir buscar uma universidade de Hong Kong para que esta fizesse uma auscultação pública sobre a maldita reforma política. Os resultados? Maioria quer sufrágio directo. Ora, quando um dos deputados da dita bancada democrática apresentou esta conclusão no plenário, foi atacado por todos os lados. “Andam a recolher a ajuda externa para assuntos que não lhes dizem respeito” e “deixam académicos de Hong Kong meter-se em assuntos de Macau” foram algumas das acusações que a Nova Macau ouviu. Ora, pois claro... Mas desde quando é que se precisa de contar com a ajuda das “regiões vizinhas” como exemplo? Tsss... tsss...

De realçar que não estamos a falar de um filme e todas as descrições acima mencionadas saem directamente da boca dos nossos deputados. Qualquer semelhança com o filme em que entra o Brad Pitt é pura coincidência. Aquele é ficção, isto é real.

Pu Yi

a pal içadaCorreia Marques

22 opinião quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

LHO, esmiuçando, as imagens da televisão que mostram as multidões que, em Coimbra, na Praça do Comércio (em frente à Câmara Municipal e à vetusta Igreja de Santa Cruz) e na Praça

da República, esperam os jogadores da Briosa. E faço-o com ansiosa atenção, na esperança de (entre a imensa mole humana) vislumbrar algum rosto conhecido. Em vão. Juventude, muita juventude, como é natural. Eu, se estivesse em Coimbra estaria lá.

Onde estarão e como viverão hoje antigos companheiros de jornada, num país que não é para velhos, interrogo-me. Se calhar muitos estavam lá, esperando os ídolos que, pelo menos por um dia, lhes deram alguma alegria, mas mais resguardados, que as pernas já não estão para grandes tropelias. Outros, traídos, cansados e desiludidos com a situação do país e com o desmoronar dos sonhos de juventude, ter-se-ão acomodado no sofá olhando as imagens do Jamor com saudades daquela outra final de 1969, a final da nossa juventude e também a final da coragem e do protesto contra o regime então vigente. Tinha eu 18 anos e já lá vão 43, mas parece que foi ontem. Mas, a esta distância, o sentimento de perda é maior.

No «Hoje» do passado dia 11, o meu amigo Arnaldo Gonçalves escrevia: «Há um sarcasmo perante as pequenas truculências do politiquês nacional que nos anima no exílio voluntário a que, a maioria de nós, portugueses, nos reconduzimos aqui». Cá por mim, temo, meu caro, que o exílio se torne cada vez menos voluntário. Isto não só pela situação económica desastrosa do nosso querido país e por não se vislumbra-rem alternativas que conduzam a um futuro próximo melhor, mas, também, porque, com o tempo, as saudades aumentam, mas, em sentido contrário, as raízes que nos pren-dem à terra vão definhando. É verdade que dói ver o verde de Coloane a desaparecer sorrateiramente. E que causa apreensão ouvir e ler as barbaridades que, por vezes, ouvimos e lemos, designadamente em re-lação ao nosso sistema jurídico, mas não só. Umas são prata da casa e com objetivos claros, outras vêm do exterior e são, quero acreditar, apenas fruto do desconhecimento da realidade de Macau. A umas e a outras, em minha opinião, se dá, por vezes, dema-siada importância. Por outro lado, receio a inadaptação no regresso ao «ninho», mas o ar puro e o cheiro das serras e o correr das águas do meu rio continuam chamando por

A Académica, a quem muitos parecia quererem despromover, meteu-se em brios. Afinal aqueles jovens (que, pelas declarações do treinador se depreende que, porventura, também terão salários em atraso) com coragem venceram o mau agoiro e ganharam os três últimos jogos, afastando o fantasma da descida; garantindo a presença nas pré-eliminatórias da Liga Europa e ganhando, ao Sporting, a final da Taça de Portugal

E [eles] meteram-se em brios

mim. Por vezes sinto-me como o burro no meio da ponte. Amanhã, logo se vê.

«Briosa», apenas isto. E isto é tanto: brioso é aquele que revela dignidade, pundo-nor, generosidade e coragem. Os jogadores da Académica esta época e, sobremaneira, no passado domingo no Estádio Nacional foram tudo isto, e muito mais. E se um jogo de futebol não deve ser mais do que isso: uma luta digna e leal pela vitória. A luta pela dignidade essa continua (e, também, estava presente naquele cartaz: «Mãe estou desem-

pregado») e estes homens de hoje honraram a coragem dos jogadores de 1969 que entraram em campo de capa traçada em sinal de luto contra a repressão da contestação estudantil e a situação de ausência de liberdades e de democracia no país.

Durante a tarde de domingo, nas imagens que a RTP ia transmitindo dos convívios antes do jogo, durante o jogo e, sobretudo, depois do apito final, recordei com imensas saudades os domingos de futebol no velho Estádio Municipal (no mesmo lugar onde se

Era assim nos verdes anos...Memórias que recordamosDessa fase tão queridaE o saudoso PenedoQue p´ra nós fora brinquedoDeixou saudades p´ra vida.

In Poemas de Carlos José Antunes

O

situa o atual Estádio de Coimbra) no Calhabé e as equipas de sonho da Académica dessa altura. Dinheiro para o bilhete, a maior parte das vezes, não havia e daí nasciam o engenho e o atrevimento que as necessidades incutem. Era assim: as grades da vedação, durante a semana, eram alargadas para por elas poder passar um corpo magro de juventude e de muitas peladinhas no Campo de Santa Cruz, quantas vezes faltando às aulas. Ao domingo a GNR patrulhava a cavalo o exterior do estádio, só que quando eles se afastavam um pouco ou mal se precatavam logo algum de nós corria para as grades e se esgueirava pela curta rampa acima, diluindo-se no meio das pessoas, nas bancadas. Quando a intrusão não era possível devido à presença de guardas mais zelosos, subíamos à Ladei-ra do Cidral ou ao Penedo da Saudade de onde, com binóculos e à vez, se ia mirando o marcador e as partes visíveis do campo. Saudades também, ao recordar outros tempos e outros locais, os meus sítios.

A Académica, a quem muitos parecia quererem despromover, meteu-se em brios. Afinal aqueles jovens (que, pelas declarações do treinador se depreende que, porventura, também terão salários em atraso) com co-ragem venceram o mau agoiro e ganharam os três últimos jogos, afastando o fantasma da descida; garantindo a presença nas pré--eliminatórias da Liga Europa e ganhando, ao Sporting, a final da Taça de Portugal. E com alguma prata da casa e portugueses na equipa. Os tempos são outros e não chega viver de glórias passadas, mas é reconfortante descortinar que ainda persistem em Coimbra (essa cidade de estudantes e de futricas, de poetas, de monumentos, de jardins, das ter-túlias e do convívio das tascas e dos cafés, mas que nunca foi rica porque Salazar nunca permitiu a sua industrialização, para não atiçar o fogo das lutas estudantis com a gasolina das lutas operárias) alguns dos valores antigos que fizeram da Académica muito mais do que um simples clube de futebol.

E agora? Da «briosa», finda a euforia da festa, espera-se brio, sensatez e sentido das reais possibilidades e responsabilidades. Dos responsáveis pelo futebol luso exige-se, porque são pagos para isso, que ponham a casa em ordem e que reponham a verdade desportiva, para que episódios lamentáveis e caricatos como os que ocorreram com o União de Leiria -jogando com apenas oito jogadores contra o Feirense- e que podiam ter prejudicado a Académica de forma irre-mediável, não se repitam. Sobre o estado do mundo do futebol em Portugal, atente-se que a Académica ficou classificada em 13.º lugar e mesmo assim vai às competições europeias precisamente porque, a partir do quinto lugar, nenhum dos clubes mais bem classificados reúne os requisitos exigidos pela UEFA. E ainda uns iluminados queriam aumentar o número de clubes nas ligas profissionais.

Obrigado, malta. Coimbra merece-vos.

23opiniãoquarta-feira 23.5.2012 www.hojemacau.com.mo

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António sArAivAinfo@hojemacau.com.mo

A BAÍAPor volta de 1990 e no seguimento de vários aterros entre as ilhas da Taipa e de Coloane, começaram a aparecer as primeiras garças (Egretta sp.) na zona da Baía da Nossa Se-nhora da Esperança.

Em 1997 aumentou o ritmo de concretiza-ção do Plano do Cotai - que previa a urbanização da zona, até aí mar, entre Taipa e Coloane. O processo iniciou-se com a construção de dois diques, um a oeste do istmo Taipa- Coloane, outro a este (lado do actual aeroporto). Nas áreas isoladas do mar cedo apareceram numerosas aves (entre elas os “colhereiros de cabeça preta” (Platalea minor) (1).

Entretanto a progressiva materialização do Plano do Cotai traduziu-se na eliminação dos habitats (artificiais, dado que criados pela construção dos diques, é certo) e assim de todas essas aves...incluindo as célebres Platalea.

Restaram as garças da Baía de Nª Sra. da Esperança. Grandes, brancas, esbeltas...e às centenas! A sua presença tornou-se notada...de várias partes vinham amantes da natureza, que passam horas procurando observar ou fotografar as aves.

Com a construção do complexo “Ve-nitian” a sul da baía e de um complexo habitacional a norte da mesma, temi que as aves levantassem voo...mas o certo é que se agarraram ao local, resistem e existem.

Penso que todas as nações/regiões/Terri-tórios têm de contribuir para a preservação da natureza (ou se preferirmos - suportar a sua parte deste esforço, o qual tem de ser global). A zona ecologicamente mais rica da RAEM é a da Baía de Nª Sra. da Espe-rança – incluindo a zona de nidificação das garças. O aterrar-se a baía ou o destruir-se a zona de nidificação será assim APENAS o maior erro que a RAEM poderá cometer nesse campo (2).

MELHOR EXPLICANDOA vida vegetal depende de quatro factores: a presença de água, temperaturas adequadas, Sol e nutrientes. Nas zonas húmidas – zonas parcialmente recobertas de água pouco pro-funda durante todo ou parte do ano – todos estes elementos se encontram presentes, e em quantidades não limitadas. Como a vida animal depende da vegetal, também nesses locais se desenvolvem numerosos animais, o que tudo proporciona óptimas condições de vida para as aves, quer as residentes, quer as migratórias – as quais, esgotadas pelas longas

Mas não só pelas aves merece o local ser preservado: em primeiro lugar e fundamentalmente é necessário um espaço que faça sobressair as Casas- Museu da Taipa, e o próprio Venetian, e constitua uma zona transição entre a “Velha Taipa” e o Cotai dos Casinos, um espaço um pouco livre, em que Macau “respire” em vez de ser um amontoado de casas

Salvar as aves, salvar a cidade

viagens por vezes de milhares de quilómetros, precisam vitalmente destes “pastos” para recuperar forças.

Assim, dada a importância das zonas húmidas para a preservação da fauna, e, no-meadamente, das aves, surgiu a “Convenção de Ramsar” ou “Convenção sobre Zonas Hú-midas”, - aliás a 1ª Convenção Internacional respeitante à protecção da natureza - assinada pelo Governo Português em 9 de Outubro de 1980 e que era extensiva a Macau; e pela China em 31 de Julho de 1992. É verdade que a Convenção, respeitando a soberania dos Estados, indicava deverem ser os governos de cada país a indicar as zonas húmidas a preservar; mas logo no Artigo 4º nº 1 “lhe fugia a boca para a verdade” ao estatuir: “Each Contracting Party shall promote the conservation of wetlands and waterfowl by establishing nature reserves on wetlands, whether they are included in the List or not, and provide adequately for their wardening.”

A SITUAÇÃO PIORAEntretanto surgem afirmações dizendo que se prevê a instalação de equipamentos no lago, que este foi cedido a uma Companhia de Jogos... invocando que essa companhia não tinha nenhum casino no Cotai, e que tinha tanto direito como as outras a ter um espaço seu nesse local.

A minha neta Catarina, com 4 anos (é verdade que muito esperta), saberia des-montar essa “explicação”, pelo que farei o favor aos leitores de não ir por aí.

A somar a esta situação surgiu ultima-mente a notícia de que o Exército Chinês localizado na Taipa necessitava de expandir as suas instalações, pretendendo ocupar o quarteirão actualmente ocupado pelo Cen-tro de Aprendizagem Auto e um campo de jogos. E logo se falou que esse Centro de Aprendizagem auto iria ser transferido para

o “Pantanal” – ou seja para o lago existente frente à baía (será que o nome de “Pantanal” já teria sido posto para denegrir o local?).

É verdade que sendo a RAEM, como o nome indica, uma região, não lhe caberá discutir as necessidades do Exército, o qual depende do governo central; mas já poderá certamente localizar um Centro de Aprendizagem auto sem destruir a zona ecologicamente mais rica de Macau(3).

RESPIRAR É PRECISOMas não só pelas aves merece o local ser preser-vado: em primeiro lugar e fundamentalmente é necessário um espaço que faça sobressair as Casas- Museu da Taipa, e o próprio Venetian, e constitua uma zona transição entre a “Velha Taipa” e o Cotai dos Casinos, um espaço um pouco livre, em que Macau “respire” em vez de ser um amontoado de casas.

Em segundo lugar pelos lótus que cobrem boa parte (talvez até excessiva) do lago, lótus que, para além da sua importância na simbologia budista, constituem até o motivo central da bandeira de Macau.

Em terceiro lugar porque precisamos de marcas que nos permitam ler e entender a cidade – e o local da baía de Nossa Srª da Esperança era mar, sendo inclusive o espaço onde, na década de 30 do século passado, amaravam os hidro-aviões.

Assim ao conservarmos a antiga baía como espelho de água não estamos a salvar apenas as aves. Estamos a salvar também uma imagem de cidade, à qual, após mais de 25 anos nela trabalhar, já posso chamar “nossa”. A nossa cidade.

Notas: (1) Apareceu em Macau cerca de 2003, a oeste do istmo Taipa-Coloane, um bando de trinta e tantos “colhereiros de cabeça preta” (Platalea minor). O número conhecido de indivíduos dessa espécie em todo o mundo era de cerca de cento e vinte, donde a importância do bando existente em Macau.(2) O governo da RAEM ordenou a elaboração de um estudo de forma a permitir a “recriação” do habitat que se prevê venha a ser destruído. Desse estudo resultou a criação de uma área para aves junto à Ponte Flor de Lótus. Só que esse estudo definia a priori que a área a substituir era um mangal, o que não é o que na realidade se verifica. Assim a “zona ecológica” - um lago rodeado de árvores - nasceu torta; e para mais as árvores plantadas à volta da água pertenciam a uma única espécie, Ficus microcarpa, violando-se assim uma lei básica da natureza, a da diversidade; nomeadamente não foram incluídas as árvores existentes na zona onde actualmente nidificam as aves. Seja como fôr a área está vedada, dando a imagem de uma “conservação” “desligada do homem”, ou mesmo “contra o homem”; mas as aves ainda não obedecem a decretos, mantendo–se teimosamente à margem dessa “zona ecológica”. (3) Será que esse Centro de Aprendizagem é mesmo necessário? Será que as crianças não andam nas ruas e não vêem diariamente e na prática, nem os pais lhes explicam, as regras e os perigos do trânsito?

quarta-feira 23.5.2012www.hojemacau.com.mo

car toon por Steff

CicloneNa África do Sul a polícia faz mais do que andara caçar multas no trânsito, ao contrário de Macau. POR FERNANDO

Chavéz aprova nova compra de MagalhãesFoi aprovada na Venezuela, uma verba de 1,75 mil milhões de patacas, para equipar escolas e alunos do quinto e sexto ano com computadores Magalhães, segundo anunciou o presidente Hugo Chávez, durante uma conversa com os membros da Direcção do Partido Socialista Unido da Venezuela. Segundo o presidente venezuelano, esta verba é proveniente dos lucros da empresa estatal Companhia Anónima Telefones da Venezuela, que foi nacionalizada há cinco anos. Recorde-se que já em 2009 foram entregues na Venezuela cerca de 100 mil portáteis a crianças, sobretudo a crianças do 1.º ao 4.º do primeiro ciclo do ensino básico.

Tokyo Skytree abriu ontem ao públicoA torre de comunicações mais alta do mundo, Tokyo Skytree, com 634 metros de altura, abriu ontem as portas ao público em Tóquio, com as primeiras horas a registarem grandes filas. Só os cerca de 8.000 sortudos que conseguiram comprar um bilhete com antecedência puderam contemplar ontem as vistas da maior metrópole do mundo a partir da torre que superou em altura a da cidade de Guangzhou, na China, de 600 metros. Devido ao grande número de visitantes previsto, até ao próximo dia 10 de Julho, só se poderão adquirir bilhetes antecipados para o primeiro dos observatórios, situado a 350 metros de altura. Os operadores da estrutura esperam que a torre, cuja construção arrancou em 2008 e foi concluída a 29 de Fevereiro, venha a atrair cerca de 32 milhões de visitantes no primeiro ano.

Espólio de Saramago chegou a LisboaMilhares de documentos, livros, objectos de escritório e até correspondência do escritor José Saramago chegaram, esta segunda-feira, à Casa dos Bicos, em Lisboa, após uma viagem de barco desde Lanzarote, Espanha. No espólio do Prémio Nobel da Literatura, contam-se 150 caixas com milhares de livros e outros documentos da sua biblioteca pessoal. Os objectos têm diversas traduções de obras suas e peças do seu escritório que será replicado em Lisboa, numa exposição que abrirá em Junho, altura em que será oficialmente inaugurada a nova casa da Fundação José Saramago.

Kim Schmitz recusa dizer palavras-passeJá em liberdade condicional, o fundador do portal Megaupload, Kim Schmitz, recusa-se a divulgar as palavras-passe dos computadores que lhe foram confiscados, na altura em que foi detido. O informático terá aproveitado uma sessão de tribunal, esta terça-feira, para tentar levantar a ordem utilizada para confiscar todos os seus equipamentos electrónicos em Janeiro, alegando que muitos deles são irrelevantes para o caso pois só têm informação pessoal guardada. De acordo com o advogado, Kim Schmitz só irá revelar algumas palavras-passe em troca de certas condições privilegiadas no processo judicial, que tem fim marcado para hoje.

Mali Presidente interino atacadoO presidente interino do Mali, Dioncounda Traore, foi agredido, esta segunda-feira, no palácio presidencial por manifestantes furiosos que exigiam a sua demissão, tendo já tido alta depois de ter sido hospitalizado. “Ele (Traore) foi levado de urgência ao hospital. Espancaram-no gravemente e rasgaram-lhe as roupas”, afirmou ao telefone Bakari Mariko, porta-voz dos golpistas de 22 de Março. A invasão ao palácio presidencial ocorreu após o acordo alcançado domingo entre a Junta Militar que subiu ao poder em Mali em 22 de Março e a CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental) no qual Traoré, designado presidente interino a 12 de Abril por um período de 40 dias, continua a dirigir a transição até novas eleições.

José Mourinho renovou até 2016“O Real Madrid e José Mourinho chegaram a acordo para a renovação do contrato que vincula o treinador ao clube até 30 de Junho de 2016”. É com estas palavras que o campeão espanhol anuncia a permanência do técnico luso aos comandos da equipa principal. No site oficial do Real Madrid é referido que nos últimos dois anos o técnico “conseguiu ganhar a Liga, a Taça do Rei e bater marcas estratosféricas tanto no clube como em todas as competições”. Mourinho foi apresentado nos ‘merengues’ a 31 de Maio de 2010: venceu a Taça no primeiro ano (18 anos depois da última) e a Liga no segundo.

AS previsões da Orga-nização para a Coo-peração e Desenvol-vimento Económico

(OCDE) são pessimistas no seu relatório sobre previsões económicas, adiantando que

Governo terá de implementar novas medidas de austeridade, além das que já estão previstas no programa, para uma melhor consolidação orçamental.

De acordo com a OCDE, as metas orçamentais do País

dependem da implementação destas medidas, para que so-bretudo o défice fique acima do previsto.

O aumento do desemprego e nível do défice mais elevado também contribuem para estas previsões, uma vez que a OCDE prevê que a recessão lusa dure, pelo menos, até 2013, uma vez que a economia portuguesa vai recuar 3,2% este ano e outros 0,9% durante o próximo, en-quanto o desemprego se fixará nos 16%.

Mesmo face a estes dados e previsões pessimistas, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, continua a rejeitar a ideia de que o Governo neces-site de adoptar novas formas de austeridade para cumprir as medidas do programa exigidas pela troika.

Recorde-se que tanto o Go-verno como a troika esperam uma taxa de desemprego na ordem dos 14,5% para este ano e uma quebra, embora ligeira, em 2013.

Contudo, no relatório da OCDE o factor positivo surge no âmbito das exportações, referindo-se uma evolução “surpreendentemente boa, tal-vez devido à diversificação e ao efeito benéfico das reformas estruturais”.

OCDE prevê mais austeridade para Portugal

Piorar o cenário