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4 Secretaria-Geral de Controle Externo Assessoria Técnica - ASSTECSGCE Av. Presidente Dutra, 4229 Pedrinhas CEP. 76801-326 Tel.: (0xx69) 3211-9100 Fax (0xx69) 3211-9133 [email protected] I - Contextualização 1. INTRODUÇÃO O presente estudo tem por objeto apresentar reflexões acerca da trajetória do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, enquanto entidade responsável pela fiscalização dos recursos orçamentários geridos pelas administrações estadual e municipal, avaliar e discutir o modelo atual de análise e julgamento de contas, e, ao final, propor Projeto de Resolução, com o fito de contribuir, sobretudo, para a evolução destas atividades diretamente atreladas ao seu desiderato constitucional. 2. BREVE REFERENCIAL HISTÓRICO DO TCE-RO Fundada pelo Decreto-Lei Nº 47 de 31 de janeiro de 1983, por ocasião da elevação do Território Federal de Rondônia à condição de Estado, a Corte de Contas estadual teve suas atribuições insculpidas no texto constitucional de 06/08/1983 da nova unidade federativa (Art. 59 a 61), em simetria ao tema tratado na vigente Carta da República de 1967 (Art. 71 a 73). Embora suas prerrogativas e deveres já estivessem bem delineados na carta política estadual de 1983 e depois na de 1989, não há como olvidar as dificuldades e desafios enfrentados no pós-instalação, que perpassaram desde a carência de recursos materiais e humanos, até a

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I - Contextualização

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por objeto apresentar reflexões

acerca da trajetória do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, enquanto

entidade responsável pela fiscalização dos recursos orçamentários geridos

pelas administrações estadual e municipal, avaliar e discutir o modelo atual

de análise e julgamento de contas, e, ao final, propor Projeto de Resolução,

com o fito de contribuir, sobretudo, para a evolução destas atividades

diretamente atreladas ao seu desiderato constitucional.

2. BREVE REFERENCIAL HISTÓRICO DO TCE-RO

Fundada pelo Decreto-Lei Nº 47 de 31 de janeiro de 1983,

por ocasião da elevação do Território Federal de Rondônia à condição de

Estado, a Corte de Contas estadual teve suas atribuições insculpidas no texto

constitucional de 06/08/1983 da nova unidade federativa (Art. 59 a 61), em

simetria ao tema tratado na vigente Carta da República de 1967 (Art. 71 a

73).

Embora suas prerrogativas e deveres já estivessem bem

delineados na carta política estadual de 1983 e depois na de 1989, não há

como olvidar as dificuldades e desafios enfrentados no pós-instalação, que

perpassaram desde a carência de recursos materiais e humanos, até a

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própria falta de cultura organizacional e de procedimentos atinentes à novel

missão.

Considerada ainda relativamente jovem, a Corte de Contas

Rondoniense em quase três décadas vivenciou e experimentou reflexos

diretos de diversas transformações do mundo exterior, quer motivadas

pelas constantes mudanças e exigências sociais, como as introduzidas pela

Constituição Federal de 1988, pelas Emendas Constitucionais nºs 14

(FUNDEB), 19 (Reforma Administrativa) e 20 (Reforma da Previdência) e

pela Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000, quer pelos avanços

tecnológicos como a globalização e transparência das informações

proporcionada pelo vasto alcance da rede mundial de computadores.

Com efeito, a cada momento histórico fez-se necessário

avaliar, compreender, adaptar e encontrar as soluções para transpor os

obstáculos que se impuseram desde então.

Nesse sentido, sendo um ente em franca expansão, tornou-se

necessário que alguns ajustes fossem gradativamente operados, tais como: a

construção da sua sede própria em 10/04/86; concurso público para

formação do seu quadro técnico; investimento em equipamentos e no seu

parque de informática, dentre outros.

Em que pese o desafiador início na década de 80, porém de

valorosa e inestimável contribuição para o nível atual de suas ações, apenas

em meados da década de 90 o TCE-RO passou a deter estrutura material e

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humana que lhe propiciasse, de acordo com as exigências da época,

condições de executar com razoável desenvoltura seu mister institucional.

À medida que o Tribunal de Contas de Rondônia se

desenvolvia em tamanho e qualidade, suas atribuições também se

avolumavam. Contudo, estas em ritmo muito mais célere, causando já no

início dos anos 2000, e, inobstante o concurso público de 1995, um

distanciamento entre a realidade possível e a considerada ideal no tocante

ao alcance da sua finalidade.

Tal defasagem encontra explicação no fato de não ter havido

na exata medida, evolução estrutural simultânea à demanda apresentada. O

constante crescimento das máquinas administrativas, estadual e municipal,

bem como o aperfeiçoamento e inovações produzidos pela incessante

mutação do ordenamento jurídico, inequivocamente, contribuíram para esse

distanciamento.

O quadro passou a exibir contornos ainda mais intensos e

dramáticos quando do hiato demasiado entre os dois últimos concursos

(1995 a 2007), ou seja, 12 anos. Um período tão elástico entre os dois

certames seletivos trouxe como resultado: vertiginosa queda no

aparelhamento técnico (recursos humanos), perda de capacidade produtiva,

e, por conseguinte, estrangulamento das atividades do corpo técnico.

Nesse diapasão e com crescimento inversamente

proporcional, a distorcida relação entre força laborativa e lidas cotidianas

foram se agravando no decorrer do tempo, a ponto de, hodiernamente, não

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mais ser possível instruir todo o volume processual constituído no período

de um exercício financeiro; dar vazão ao estoque acumulado ao longo dos

anos, e, muito menos, realizar a fiscalização in loco via auditorias e inspeções

na medida do exigível.

3. DO QUADRO ATUAL - SÍNTESE E PERSPECTIVAS

3.1. DO CORPO TÉCNICO EM RELAÇÃO AO CRESCIMENTO DE UNIDADES JURISDICIONADAS

3.1.1 A EVOLUÇÃO DO QUADRO TÉCNICO DO TRIBUNAL DE CONTAS

O quadro de servidores do Tribunal de Contas do Estado de

Rondônia, definido pelo Decreto-lei n.º 47, de 31 de janeiro de 1983, ano da

sua criação, começou a ser regulamentado quanto a suas atribuições pela Lei

Complementar nº 21, de 18 de setembro de 1987.

Com a edição da Lei Complementar nº 32, de 16 de janeiro de

1990, o TCE-RO teve o seu quadro de pessoal assim definido:

Anexo III da Lei Complementar nº 32, de 16 de janeiro de 1990

A N E X O III ATIVIDADES DE INSPEÇÃO E CONTROLE

CÓDIGO TC/AIC - 300

CATEGORIA FUNCIONAL ESCOLARIDADE QD. CÓDIGO

TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO

Bel. Ciências Jurídicas Bel. Administração de Empresas Bel. Engenharia Bel. Ciências Econômicas Bel. Ciências Contábeis

18 15 07 17 38

TC/AIC-302

AGENTE DE CONTROLE EXTERNO

Nível Médio nas áreas de Contabilidade e Administração

50

TC/AIC-303

AUXILIAR DE CONTROLE

PRIMEIRO GRAU

22 TC/AIC-304

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EXTERNO COMPLETO

TOTAL GERAL 167

As Leis Complementares nº 48, de 14 de outubro de 1991; nº

66, de 07 de dezembro de 1992; nº 154, de 26 de julho de 1996 mantiveram

inalterado o quadro de servidores de nível superior em 95 Técnicos de

Controle Externo, divididos em 18 portadores de bacharelado em Direito;

15 em Administração, 17 em Economia; 38 em Contabilidade e 07 em

Engenharia.

Finalmente, após quatorze anos com um quadro de

servidores detentores de formação acadêmica mantidos em um total de 95,

com a sanção da Lei Complementar nº 307, de 01 outubro de 2004 o número

de servidores de nível superior foi acrescido de apenas 15 servidores,

passando a 110, conforme parcialmente transcrito a seguir:

Anexo II da Lei Complementar nº 307, de 01 outubro de 2004

ANEXO II QUANTITATIVOS DE CARGOS EFETIVOS

CARGO QUANTITATIVO ANTERIOR

LC nº 154/96 QUANTITATIVO LC nº

307/2004

Técnico de Controle Externo 95 110

TOTAL DE SERVIDORES EFETIVOS DO TCE-RO 427 357

Há que se observar que enquanto cresciam sobremaneira as

atribuições do Corpo Técnico desta Corte, como se verá adiante, em sentido

inverso caminhava a evolução do quadro, haja vista o decréscimo do

quantitativo total de servidores acima evidenciado.

Outra importante alteração introduzida pela Lei

Complementar nº 307, de 01 outubro de 2004 se observa quanto aos

quantitativos por área de formação, que foram excluídos do texto da lei e de

seus anexos, conforme se observa da transcrição parcial do anexo III abaixo:

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Anexo III da Lei Complementar nº 307, de 01 outubro de 2004

ANEXO III DENOMINAÇÃO DOS CARGOS EFETIVOS E CONDIÇÕES PARA PROVIMENTO

ESCOLARIDADE SITUAÇÃO LC 154/96 SITUAÇÃO ATUAL

SUPERIOR

Cargo: Técnico de Controle Externo - Bacharel em Ciências Jurídicas, Bacharel em Administração de Empresas, Bacharel em Engenharia, Bacharel em Ciências Econômicas e Bacharel em Ciências Contábeis.

Cargo: Técnico de Controle Externo Bacharel em Ciências Jurídicas, Bacharel em Administração de Empresas, Bacharel em Engenharia, Bacharel em Ciências Econômicas e Bacharel em Ciências Contábeis.

Como se vê, ainda assim, mantiveram-se as cinco áreas de

formação superior, previstas e fixadas no longínquo ano de 1990, a despeito

das demais que poderiam vir a ser agregadas ao atual quadro funcional

considerando a diversidade atual de temas e matérias a serem fiscalizadas.

Finalmente, merece registro o fato de que após a Lei

Complementar nº 307 de 01 outubro de 2004, outras foram editadas (LC.

645, de 20/12/2011; LC. Nº 658, de 13/04/2012; LC. nº 344, de

25/05/2006 e LC. 591, de 22/11/2010), porém somente com a edição da Lei

Complementar 679 de 22 de agosto de 2012, ou seja, 08 (oito) anos depois,

foi alterado o quantitativo de previsão legal de técnicos de nível superior,

conforme se vê a seguir:

Anexo I da Lei Complementar nº 679, de 22 agosto de 2012

ANEXO I QUANTITATIVOS DE CARGOS EFETIVOS

CARGO QUANTITATIVO ANTERIOR

LC 307/2004 QUANTITATIVO ATUAL

Auditor de Controle Externo 110 144

TOTAL DE SERVIDORES EFETIVOS DO TCE-RO 357 352

Vale ainda ressaltar que nessa oportunidade também foi

alterada a nomenclatura do cargo de “Técnico de Controle Externo” para

“Auditor de Controle Externo”(cargo de nível superior) e de “Agente de

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Controle Externo” para “Técnico de Controle Externo” (cargo de nível

médio).

3.1.2 – DO CRESCIMENTO DO NÚMERO DE JURISDICIONADOS MUNICIPAIS

Ao passo em que se registra no TCE-RO um crescimento

inexpressivo do seu Corpo Técnico ao longo desses 22 anos (1990 a 2012), é

importante registrar a ocorrência de fenômeno inversamente proporcional

em relação ao número de jurisdicionados, assim como ao universo de

matérias a serem fiscalizadas, impostas, sobretudo, pela Lei de

Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000).

Nesse intervalo temporal, impende afirmar que o

quantitativo de municípios, bem como das demais unidades orçamentárias

municipais (autarquias, fundos, empresas públicas, etc...) teve um aumento

bastante expressivo como poderá ser visualizado a seguir:

Quadro Demonstrativo de Municípios de Rondônia e Respectivas Datas de Criação

Nº Nome do Muncípio Lei federal Lei estadual Data de Criação

1 Porto Velho 757 02/10/14

2 Guajará-Mirim 991 12/07/28

3 Ariquemes 6.448 11/10/77

4 Cacoal 6.448 11/10/77

5 Ji-Paraná 6.448 11/10/77

6 Pimenta Bueno 6.448 11/10/77

7 Vilhena 6.448 11/10/77

8 Colorado D'Oeste 6.921 16/06/81

9 Costa Marques 6.921 16/06/81

10 Espigão D'Oeste 6.921 16/06/81

11 Jaru 6.921 16/06/81

12 Ouro Preto D'Oeste 6.921 16/06/81

13 Presidente Médici 6.921 16/06/81

14 Cerejeiras DL 071 05/08/83

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15 Rolim de Moura DL 071 05/08/83

16 Santa Luzia D'Oeste 100 11/05/86

17 Alta Floresta D'Oeste 104 20/05/86

18 Alvorada D'Oeste 103 20/05/86

19 Nova Brasilândia 157 19/06/87

20 Machadinho D'Oeste 198 11/05/88

21 São Miguel do Guaporé 206 06/06/88

22 Cabixi 208 06/07/88

23 Nova Mamoré 207 06/07/88

24 Alto Paraíso 375 13/02/92

25 Cacaulândia 374 13/02/92

26 Campo Novo de Rondônia 379 13/02/92

27 Candeias do Jamari 363 13/02/92

28 Castanheiras 366 13/02/92

29 Corumbiara 377 13/02/92

30 Governador Jorge Teixeira 373 13/02/92

31 Itapuã D'Oete 364 13/02/92

32 Ministro Andreazza 372 13/02/92

33 Mirante da Serra 369 13/02/92

34 Monte Negro 378 13/02/92

35 Novo Horizonte 365 13/02/92

36 Rio Crespo 376 13/02/92

37 Seringueiras 370 13/02/92

38 Theobroma 371 13/02/92

39 Urupá 368 13/02/92

40 Vale do Paraíso 367 13/02/92

41 Alto Alegre dos Parecis 570 22/06/94

42 Cujubim 568 22/06/94

43 Nova União 566 22/06/94

44 Parecis 573 22/06/94

45 Primavera de Rondônia 569 22/06/94

46 São Felipe D'Oeste 567 22/06/94

47 Teixeirópolis 571 22/06/94

48 Vale do Anari 572 22/06/94

49 Buritis 649 27/12/95

50 Chupinguaia 643 27/12/95

51 Pimenteiras do Oeste 645 27/12/95

52 São Francisco do Guaporé 644 27/12/95

Daí se extrai as seguintes informações:

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1. Até 1983, ano da criação e instalação do TC, o estado de

Rondônia contava com apenas 15 (quinze) municípios;

2. Em 1986 passou a ter 18 (dezoito);

3. Em 1987 figurava com 19 (dezenove);

4. Em 1988 apresentava 23 (vinte e três);

5. Em 1992 passou a ter 40 (quarenta);

6. Em 1994 atingiu 48 (quarenta e oito);

7. E, finalmente, em 1995 alcançou o patamar atual de 52

(cinquenta e dois) municípios.

Com base no gráfico acima é possível asseverar que as

unidades municipais do estado, em função do seu desenvolvimento,

cresceram e ultrapassaram em muito a capacidade fiscalizadora do TCE-RO,

que infelizmente não acompanhou esta escalada no que se refere ao

crescimento do seu quadro técnico.

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3.1.3 – DO CRESCIMENTO DO NÚMERO DE JURISDICIONADOS ESTADUAIS

Em relação às unidades orçamentárias estaduais, embora

não tão significativo do ponto de vista numérico , também se verificou algum

crescimento no número de unidades criadas com as sucessivas leis de

reforma da estrutura administrativa estadual desde a criação do estado até

os dias atuais.

Assim, em razão da dificuldade em ter-se acesso a todas as

leis que criaram, extinguiram, cindiram ou fundiram órgãos da

administração estadual, optou-se pela extração das leis orçamentárias

anuais, onde se verifica o quantitativo de unidades contempladas com a

parcela de recursos públicos a ser aplicada e, por conseguinte, fiscalizada

por esta Corte de Contas.

Destarte, apresenta-se a seguir o quantitativo de órgãos

estaduais jurisdicionados dessa Corte a partir de 1990, ano em que foi

possível dimensionar em lei o tamanho do quadro de técnicos de nível

superior deste Tribunal, com vistas a se traçar um paralelo dessa evolução

como alhures mencionado.

Quadro Demonstrativo de nº de órgãos estaduais jurisdicionadosa partir de 1990

ANOS 1990 1991 1992 1994 1995 1996 2004 2009 2010 2011 2012

Nº Unidades Orç Estado 31 27 25 39 59 43 38 37 47 50 50

Em função do acima descrito, fica evidente, ainda que em

menor escala, o crescimento de unidades estaduais a serem fiscalizadas,

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desconsiderado o pico em 1995 em razão da atipicidade do crescimento, que

foi ajustado nos anos seguintes como se pode ver.

3.1.4 – DO COMPARATIVO ENTRE O CRESCIMENTO DO NÚMERO DE JURISDICIONADOS E NÚMERO DE TÉCNICOS EXISTENTES EM LEI

Com base nas premissas anteriores, calcadas nos afetos

dispositivos legais, tem-se o comparativo entre o crescimento do número de

jurisdicionados e a sua correspondência no que se refere ao corpo técnico de

nível superior desta Corte de Contas, em que se observa flagrante

diminuição da capacidade operacional desta Secretaria Geral de Controle

Externo no tocante ao seu mister, observe-se:

Quadro Comparativo Entre Unidades Jurisdicionadas e Número de Técnicos de

Nível Superior Previstos e Fixados em Lei.

1990 1991 1992 1994 1995 1996 2004 2009 2010 2011 2012 2013

Nº Unidades Orç Estado 31 27 25 39 59 43 38 37 47 50 50 50

Nº Unidades Orç Municípios 56 56 95 111 134 134 134 164 229 229 229 229

Número de técnicos Niv. Sup. 95 95 95 95 95 95 110 110 110 110 110 144

Nº técnicos por UOE e Mun.1 1,09 1,14 0,79 0,63 0,49 0,54 0,64 0,55 0,40 0,39 0,39 0,52

Gráfico Comparativo

Crescimento de Unidades Orçamentárias X Crescimento do Corpo Técnico

31 2725

39

5943 38 37

47 50 50 5056 56

95111

134 134

151

229 229 229 229 229

95 95

95 95

95 95110 110 110 110 110

144

1,09 1,14 0,79 0,63 0,49 0,54 0,58 0,41 0,40 0,39 0,39 0,520

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

1990 1991 1992 1994 1995 1996 2004 2009 2010 2011 2012 2013

Nº UnidadesOrç Estado

Nº UnidadesOrç Municípios

Número detécnicos

Nº técnicos porUOE e Mun.

1 Este número é o resultado da divisão do “Número de técnicos Niv. Sup.”, pelo somatório de “Nº Unidades Orç Estado” + “Nº

Unidades Orç Municípios”.

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O gráfico mostra que até 1991 o TCE-RO contava com 95

técnicos de nível superior previstos em lei2, para fiscalizar 83 unidades

orçamentárias (estado e municípios), o que estabelecia uma média de 1,14

Técnicos/Unid. Orç., a mais alta já registrada desde a criação deste Tribunal

de Contas.

Todavia, principalmente a partir de 1992, o TCE-RO passou a

contar com menos de um (0,79) técnico de nível superior previsto em lei,

para fiscalizar cada uma das então 120 unidades orçamentárias (estado e

municípios).

Em 2004 com a edição da Lei Complementar nº 307, o

crescimento do quadro técnico não foi suficiente para acompanhar a

demanda. É o que demonstra os 0,58 de média do índice “Técnicos/Unid.

Orç.”

De 2009 até os dias atuais esse índice chegou a cair ainda

mais, chegando à média de 0,39 Técnicos/Unid. Orç., em 2012, e se

recuperando ainda em 2012 com a edição da LC 679/20123, que sem dúvida

alguma causa o estrangulamento total das atividades de acompanhamento e

fiscalização dos gastos públicos.

Por fim, em razão do esvaziamento do concurso público

ocorrido em 2007, se for considerado ainda que destes 144 técnicos, apenas

92 estão empossados, e que destes apenas 63 desempenham suas funções

no âmbito da Secretaria Geral de Controle Externo, constata-se um índice

2 Trata-se apenas de previsão legal, já que tais vagas nunca foram preenchidas foram preenchidas em sua totalidade, ou seja, a

SGCE sempre operou com menos servidores de nível superior do que permite a Lei. 3 Houve alteração de previsão na lei para 144, todavia até a presente data não ocorreu concurso público, o que na prática

permanece o status anterior

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ainda menor, alcançando o patamar de 0,23 técnicos de nível superior em

exercício para fiscalizar cada uma das 279 unidades orçamentárias (estado e

municípios) existentes.

3.1.5 – DO COMPARATIVO ENTRE O CRESCIMENTO DOS VOLUMES ORÇAMENTÁRIOS A SEREM FISCALIZADOS E O QUADRO DE SERVIDORES

3.1.5.1 – ORÇAMENTO ESTADUAL

Observa-se a seguir a evolução do orçamento do Executivo

Estadual tendo como ano base 20064. Nota-se que em menos de uma década

a economia do Estado se tornou pujante e apresentou formidável

crescimento fazendo com que o orçamento da Administração estadual

saltasse de 2,7, para 6,5 bilhões de reais, em 2013.

-

1.000.000.000,00

2.000.000.000,00

3.000.000.000,00

4.000.000.000,00

5.000.000.000,00

6.000.000.000,00

7.000.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

3.0

55

.93

7.0

00

,00

3.3

89

.27

5.0

00

,00

4.2

72

.86

6.0

00

,00

4.9

68

.38

9.6

90

,00

5.2

00

.00

0.0

00

,00

6.0

84

.90

2.9

63

,00

6.5

61

.15

2.8

94

,00

Em R$ 1,00

Exercícios

Evolução do Orçamento do Estado Em Valores Monetários

4 No tocante à evolução do orçamento estadual, o ano base de 2006 foi escolhido como referência para melhor parametrizar o

comparativo, haja vista que no caso dos municípios as informações estão disponíveis apenas a partir de 2007 como se verá

adiante. Assim, os demonstrativos não se tornariam tão díspares em termos de períodos a serem confrontados.

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Em termos percentuais esse crescimento sofreu uma

variação que partiu de 9,85%, em relação ao exercício de 2006, para um

percentual acumulado nesse período de 135,84% em 2013.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

9,8

5

21

,83

53

,59

78

,59

86

,92

11

8,7

2 13

5,8

4

Em %

Exercícios

Evolução do Orçamento do Estado em Percentuais - Ano Base 2006

3.1.5.2 – ORÇAMENTO MUNICIPAL

Também a seguir a constata-se a evolução do somatório dos

orçamentos municipais tendo como ano base 20075. A exemplo do ocorrido

com o orçamento do Estado verifica-se também que praticamente no mesmo

período de tempo houve uma alavancagem de 1,3 para 3,1 bilhões de reais,

em 2013.

5 No tocante à evolução dos orçamentos municipais, o ano base de 2007 foi tomado como referência em razão de não ter sido

possível obter-se valores de todos os orçamentos municipais anteriores a 2007.

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R$ 0,0 0

R$ 500 .000.000,00

R$ 1.000.000.000,00

R$ 1.500.000.000,00

R$ 2.000.000.000,00

R$ 2.500.000.000,00

R$ 3.000.000.000,00

R$ 3.500.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

R$

1.3

54

.40

0.5

94

,10

R$

1.6

51

.89

3.6

07

,60

R$

1.7

95

.81

0.7

31

,86

R$

2.0

92

.28

2.2

07

,19

R$

2.4

61

.74

8.6

46

,06

R$

2.9

03

.96

4.5

14

,66

R$

3.1

28

.49

8.4

48

,68

Evolução do Orçamento dos Municípios Em Valores Monetários

Em R$

Em termos percentuais esse crescimento sofreu uma

variação que partiu de 21,96%, em relação ao exercício de 2007, para um

percentual acumulado nesse período de 130,99% em 2013.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

2008 2009 2010 2011 2012 2013

21,9

6 32,5

9 54,4

8

81,7

6

114,

41 130,

99

Em %

Exercícios

Evolução do Orçamento dos Municípios em Percentuais - Ano Base 2007

Os números acima dão a tônica do que se tornou o universo a

ser fiscalizado, acumulando um crescimento orçamentário de quase uma vez

e meia em ambos as esferas de execução, em contraponto a uma evolução de

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apenas 30,9% de pessoal técnico previsto em lei, considerando o quadro

fixado em 2004 com 110 (cento e dez) técnicos, conforme Lei Complementar

nº 307/2004 e o número atual estabelecido pela LC nº 679/2012, com 144

(cento e quarenta e quatro), agora Auditores de Controle Externo.

Do que se denota até aqui, existe absurda DISPARIDADE

entre a demanda de trabalho existente e a força laboral disponível para a

execução das tarefas, a ponto de asfixiar em grande parte a atividade de

controle externo desta Corte de Contas.

Dentre outros menores motivos, essa carência encontra

explicação no fato de que a Lei de Responsabilidade Fiscal impôs a toda

administração severas restrições a gastos com PESSOAL. O reflexo disso

traduz-se nas limitações do crescimento dessa rubrica, que impede não só o

recrutamento de novos servidores, como também à manutenção dos já

existentes, devido a valores salariais aquém dos praticados no mercado.

Com efeito, tais deficiências foram detectadas e estão sendo

diuturnamente atacadas com a busca de soluções indiretas. É o que se

constata com o maciço investimento em TI6, onde o processo eletrônico

prestes a se tornar uma realidade, tende a aperfeiçoar o fluxo e a agilidade

na instrução dos processos jurisdicionais, tendo como metas impor controle

mais consistente e a obtenção de melhores resultados.

Nessa incessante busca da máxima efetividade, o TCE-RO

estabeleceu acordos de cooperação e parceria com várias outras instituições 6 Tecnologia da Informação

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de controle, tais como: Ministérios Públicos Estadual e Federal, TCU, Receita

Federal, Polícia Civil, entre outros.

Todavia, em que pesem os abnegados esforços empreendidos

pelo seu corpo diretivo, o TCE-RO ainda se encontra hipossuficiente no que

diz respeito ao desempenho do seu quadro técnico, que se recente de

número necessário para fazer frente aos desafios diários que se lhe impõem.

Todavia e não obstante tais adversidades, o Tribunal de

Contas de Rondônia não pode se furtar à sua incumbência constitucional e

tampouco deixar tentar soluções inteligentes, como por exemplo,

estabelecer critérios distintos de análise processual de acordo com a

tipicidade de cada caso.

Eis que exsurge daí a necessidade de se aprimorar

procedimentos, reavaliar conceitos, corrigir rotinas, e, sobretudo,

estabelecer-se novo foco no sentido de dinamizar o trabalho e extrair dos

recursos disponíveis o que de melhor podem oferecer em termos de

resultado efetivo.

Assim, é nessa linha que doravante serão abordados os

fundamentos necessários ao aprimoramento de algumas rotinas de análise

processual com vistas ao alcance do objetivo ora delineado.

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II - Fundamentação

4. A MISSÃO INSTITUCIONAL E A RELATIVIZAÇÃO DO SEU CUMPRIMENTO

Necessário dizer que o termo relativizar, no presente caso,

significa antes de tudo: flexibilizar, ou seja, promover ajustes e mudanças de

foco para o alcance satisfatório da fiscalização adequada do erário.

Dito isso, faz-se imperioso compreender que os incisos I a IX

do Art. 71 da Constituição Federal, também reproduzidos na Carta Estadual

(Art. 49), com especial destaque nesse caso para os incisos II e IV, em

momento algum rivalizam entre si, ou sequer se põem em grau de

prioridade maior ou menor de um em relação ao outro, senão, observe-se:

Constituição Estadual/89: Art. 49. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: I - omissis II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, do Ministério Público, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Estadual, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - omissis IV - realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demais entidades referidas no inciso II, por iniciativa do próprio Tribunal de Contas, da Assembléia Legislativa e

de Comissões Técnicas ou de inquérito;

Como se nota, o comando do inciso II estabelece para o TCE

de Rondônia a competência de julgar as contas dos gestores mediante

prestação de contas, e daqueles que eventualmente derem causa a desvios

ou a qualquer tipo de diminuição irregular do erário, por meio de tomada de

contas, embora nesse último caso não esteja explícita essa forma processual.

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No caso do inciso IV, a Carta Estadual reserva a sua Corte de

Contas o direito e o dever de fiscalizar os seus jurisdicionados mediante

auditorias e inspeções.

Vê-se de pronto que não há qualquer priorização de uma ou

outra atividade. Em sentido oposto, deixa transparecer a ideia de que são

procedimentos complementares na persecução do cumprimento da

missão institucional da Corte de Contas, e que realizar um sem o outro,

em dado momento pode significar o não alcance do seu objetivo ou da sua

justa razão de existir.

Com essas ponderações, excetuando-se naturalmente o

disposto no Inciso I do Art. 49 da CE, e considerando a cristalina

competência constitucional do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia

em estabelecer as diretivas sobre as quais deverá executar a atividade de

controle externo, não há como negar que o TCE-RO pode e deve ajustar suas

rotinas.

Assim, não é demais de se dizer que transigir acerca de todos

os demais incisos do Art. 49 da CE e 71 da CF, para melhor configurar suas

ações, desde que se obtenham os melhores resultados, é legalmente cabível

e até exigível, sob a égide do princípio da eficiência.

Tanto é, que a Lei Complementar nº 154/96 após enunciar

taxativamente, no Art. 5º e Incisos, quem são os seus jurisdicionados e

aqueles que lhe deverão prestar contas, reserva à Corte de Contas no Art. 7º,

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a autonomia de fixar por instrução normativa os critérios e a forma da sua

organização (das contas) para julgamento. Observe-se:

Lei Complementar nº 154/96: Art. 7º - As contas dos administradores e responsáveis a que se refere o artigo anterior serão anualmente submetidas a julgamento do Tribunal, sob a forma de tomada ou prestação de contas, organizadas de acordo com normas estabelecidas em instrução normativa. (grifou-se)

Nesse diapasão, implica dizer que a fórmula e os critérios

que estabelecerá para realizar o crivo das contas que lhe forem

encaminhadas, obviamente, sem perder de vista o princípio do formalismo

moderado e o arrimo no Código do Processo Civil Brasileiro, diz respeito

única e exclusivamente ao seu próprio colegiado.

Indubitável, portanto, que os paradigmas atuais podem e

devem ser modificados, e que o modelo proposto pelo Ministro Adilson

Motta, em seu Artigo adiante e parcialmente transcrito, é sem dúvida

alguma o mais indicado para este Tribunal de Contas, ou seja, não está se

propondo um modelo em que simplesmente se deixa de julgar ou até

analisar as contas que lhe são apresentadas.

Em verdade, o que se alvitra nesse momento é a

simplificação de ritos e procedimentos, para tornar mais célere o interregno

compreendido entre as fases da autuação até o julgamento de contas. E mais,

para evitar que um processo de contas de valores relativamente menores,

torne-se um fim em si mesmo, e que os custos da sua existência superem a

sua real finalidade.

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Nessa esteira, algumas decisões recentes já dão mostras

claras de que esta Corte de Contas já vem se posicionando no sentido de que

a fiscalização deve ser exercida de maneira racional, seletiva e acima de tudo

compromissada com os bons resultados.

Foi com esse espírito que lançou brilhantemente os

argumentos a seguir colacionados, o Conselheiro Paulo Curi Neto, no

Processo nº. 3.205/1996, onde aduz que o lapso temporal e os valores

envolvidos não justificariam maiores debates a respeito, leia-se:

d) Repare-se que os valores de alçada que obrigam a instauração de ofício de processos de fiscalização de editais de licitação e atos de dispensa ou inexigibilidade de licitação são de, no mínimo, R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), em se tratando de compras, ou R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), quando se tratar de serviços (Instrução Normativa n°. 025/2009-TCE-RO). O Tribunal de Contas deve fiscalizar não em doses homeopáticas, mas de maneira criteriosa e seletiva, direcionando os esforços institucionais para fatos mais importantes e representativos socialmente. (grifou-se)

e) A fiscalização das acumulações ilícitas de funções públicas é assaz socialmente

importante para prevenir e reprimir o enriquecimento ilícito, bem como para assegurar

eficiência na prestação dos serviços ao cidadão-usuário. Entretanto, a fiscalização de

eventuais acumulações ocorridas há mais de 15 (quinze) anos possui, evidentemente,

muito menor relevância social do que as que estejam acontecendo atualmente, razão

pela qual é preferível, dentre os escopos de fiscalização divisados, que seja dada

preferência a fatos mais atuais, cujo controle provavelmente proporcionará mais

benefícios sociais; (grifou-se)

f) Esta Corte já mobilizou muitos recursos institucionais para a instrução e julgamento do

processo principal e para o exame dos inúmeros recursos dele decorrentes. Reiniciar toda

a instrução processual somente seria justificável se fosse possível vislumbrar que o

provável benefício à coletividade suplantaria os custos da nova fiscalização, o que, a

nosso sentir, é improvável. (grifou-se)

35. Considerando todos esses argumentos, conclui-se que o processo deve ser extinto, sem resolução de mérito, por falta de interesse processual. (grifou-se)

Noutros autos, agora de nº 3872/TCER-2004 e apensos, o

julgador noticia que os processos tramitavam há quase dez anos, sem

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questionamento sobre a suposta irregularidade, com instrução deficiente,

inexistência de qualquer análise quanto aos indícios mínimos de

materialidade delitiva, ausência de interesse de agir (inutilidade da

persecução).

Diante de disso, assim arguiu o Membro da Corte:

Pois bem. Os autos foram enviados ao arquivo, sem qualquer análise técnica (ou ministerial). Ao que tudo indica, a suposta omissão ilegal, que ocorreu há aproximadamente dez anos, restou esquecida por esta Corte de Contas, porquanto inexiste qualquer registro do seu questionamento. Certamente, a instrução deficiente (a carência de prova) e o fato do presente feito se arrastar por quase uma década nesta Corte evidenciam a inexistência de interesse de agir no seu prosseguimento, a fim de apurar a responsabilidade pela suposta irregularidade. Dessa feita, diante da forte probabilidade da inutilidade da persecução dos custos se sobrepor consideravelmente aos possíveis benefícios e da premente necessidade desta Corte eleger prioridades, viável a extinção do feito sem a resolução do mérito e arquivamento. Corrobora essa conclusão o fato da Prestação de Contas de 2005 do Fundo ter sido encaminhada a esta Corte e já se encontrar julgada. (grifou-se) Com isso, abre-se mão de apurar os atos administrativos supostamente ilegais ocorridos há aproximadamente dez anos, o que dificulta a investigação e a defesa dos envolvidos, e se homenageia o princípio da duração razoável do processo, o da economicidade, bem como o da eficiência, que exige do Tribunal de Contas a seletividade (risco, materialidade e relevância) nas suas ações de controle. (grifou-se)

Embora o fator “tempo decorrido” (que não é o cerne deste

trabalho) entre a autuação dos processos e o seu deslinde tenha sido levado

em consideração como principal elemento de convicção em ambos os casos,

não há como deixar de observar a iniciativa e o bom senso do Conselheiro

Relator em decidir pelo arquivamento sem exame do mérito.

Ainda nessa vereda, em recente encontro em Brasília

(02/07/2013), articulado pela ATRICON - Associação dos Membros dos

Tribunais de Contas do Brasil e IRB - Instituto Rui Barbosa, foi extraído

protocolo de intenções dentre os membros participantes – entre os quais o

TCE-RO se fez presente, que apontam para a necessidade de evolução de

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vários quesitos para medição do Índice de Agilidade e Qualidade dos

Tribunais de Contas.

Dentre vários outros destaca-se, para este estudo, o quesito

AGILIDADE DO CONTROLE EXTERNO, o qual apresenta a seguinte

composição:

16. Índice de Agilidade do Controle Externo.

item Critéiro de Avaliação Nota Máxima SGCE PE/Objetivo TCE-RO Adesão

16.1 Prazo Máximo de 6 meses para apreciação de denúncia

35 25 3 25 71,4%

16.2 Prazo Máximo de 4 meses para apreciação de consulta

35 25 3 25 71,4%

16.3 Inexistência de processos tramitando no Tribunal com mais de 5 anos desde a sua autuação

30 20 3 20 66,7%

16.4 Total 100 70 70

Fonte: Relatório de Pesquisa dos índices de qualidade e agilidade dos Tribunais de Contas, fls. 6

No quadro acima, nota-se claramente que o TCE-RO apesar

de não estar ainda com avaliação crítica nesses critérios, por outro lado

poderia estar em situação menos desconfortável caso dispusesse de mais

tempo e pessoal para atuar nessas linhas.

Logo, todos os argumentos até aqui esposados, corroboram

de forma irretorquível a necessária agudeza nas medidas para aperfeiçoar

os serviços prestados à sociedade.

Assim, a guisa não só de resgate da qualidade da fiscalização,

mas em homenagem aos princípios da eficiência e eficácia na utilização dos

recursos que lhe são colocados anualmente à disposição, seria recomendável

que o Tribunal de Contas de Rondônia adotasse as medidas consentâneas

adiante elencadas.

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5. A NECESSIDADE DE REDEFINIÇÃO DE PRIORIDADES E DE MUDANÇA DE PARADIGMAS

A redefinição de prioridades e mudanças de paradigmas vem

a reboque de um cenário da administração pública, que há algum tempo

sofreu mutações e por essa razão tornou exigível providências no sentido de

se adequar a realidade das cortes fiscalizadoras às demandas hodiernas.

Não há como olvidar, quanto maior e mais pesada a

estrutura, maiores e mais efetivas deverão ser as medidas de racionalização

da mão-de-obra disponível em relação ao volume de trabalho a ser

executado.

Ao aperceber-se desse panorama, assumiu a vanguarda da

propositura dessa tendência a Corte de Contas Federal, como se observa,

muito bem retratado no artigo: ”A necessidade de mudança do paradigma

de prestação de contas” de autoria do então Presidente do TCU, Ministro

Adylson Motta, na Revista do TCU, ano 35, nº 103 - janeiro/março 2005,

de que ora se reproduzem os seguintes trechos:

“O mundo vive momentos de grandes transformações e numa velocidade tal que as adaptações às novidades e demandas oriundas da sociedade impõem aos Órgãos Públicos um constante aperfeiçoamento e reposicionamento de suas diretrizes estratégicas. Nunca o referencial estratégico das organizações, sejam elas públicas ou privadas, foi tão importante. ..................................................................................................................................... Assim, o TCU, ao se adaptar a tais mudanças e demandas, procura modernizar-se com a prática de novas metodologias de trabalho, que visam, essencialmente, a cumprir um dos pressupostos basilares de sua missão, como instituição maior no âmbito do controle externo, qual seja: ‘assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos, em benefício da sociedade’. ..................................................................................................................................... Para tanto, novas medidas de modernização do controle e de aumento na tempestividade das ações da Corte de Contas, bem assim maior eficiência, eficácia e efetividade na fiscalização da coisa pública, estão a apontar para a necessidade de mudanças radicais no processo de análise das prestações e tomadas de contas oriundas dos órgãos e entidades estatais, dando-se continuidade ao constante processo de atender melhor e preventivamente a sociedade brasileira no seu mister.

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..................................................................................................................................... Mudar o foco de ação da Corte Federal de Contas deve ser o grande objetivo a ser perseguido em curtíssimo prazo, com afinco e na velocidade que o mundo globalizado requer. Talvez seja esse o grande desafio para os próximos anos, já que envolve profunda mudança na cultura organizacional do órgão de controle externo federal brasileiro, visando a um desenvolvimento estratégico que posicione a organização TCU em ponto de maior destaque perante suas congêneres estrangeiras. Inovar é fundamental em qualquer área do conhecimento. Não deve ser diferente para o controle externo, apesar de se ter consciência da dificuldade de serem implantadas novas formas de trabalho, principalmente no serviço público, onde se verifica forte tendência à acomodação, fator que é, aliás, uma característica humana marcante. ..................................................................................................................................... As análises das tomadas e prestações de contas, conforme disposto nos artigos 71, inciso II da Constituição Federal, 7º da Lei Orgânica do TCU (Lei nº 8.443/92) e 1º, inciso I do Regimento Interno da Corte de Contas, em todos os demais artigos e atos normativos que regulam o tema, a exemplo da IN-TCU nº 47/2004, estão a merecer urgente mudança no que concerne à forma, apresentação e celeridade no seu julgamento, uma vez que têm sido análises reativas e, se consumados eventuais desvios, danos ou fraudes contra o Poder Público, da maneira como efetuadas atualmente mostram-se ineficazes. As análises de contas, como hoje realizadas, estão a demonstrar inadequação ou mesmo falta de compasso no que concerne à efetividade da fiscalização da coisa pública pelos órgãos de controle externo. Encontram-se na contra-mão das demandas modernas de uma sociedade dinâmica, globalizada, que usa grandezas de medidas não mais expressas em quilos ou mega unidades, mas em giga ou tera para medir capacidade de armazenamento de dados, ou nano para medir velocidade de processamento de informações. Tal como hoje acontece com a prestação de contas de qualquer cidadão comum para com a Secretaria da Receita Federal, a idéia de fundo, para o caso das contas dos entes públicos jurisdicionados ao TCU é a de receber essas contas eletronicamente, devidamente avaliadas pelo respectivo Controle Interno e certificadas pelo dirigente máximo do órgão, bem assim com o pronunciamento do Ministro de Estado competente, conforme previsto no art. 9º, incisos III e IV, da Lei nº 8.443/92. A transmissão eletrônica das contas já vem sendo feita por meio de testes-pilotos realizados pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU (Segecex), sob a coordenação da Secretaria Ajunta de Contas (Adcon), por intermédio do Sistema Siscontas. ..................................................................................................................................... De posse dessas informações eletrônicas, há que se criar um mecanismo de aprovação tempestiva, talvez imediata, das contas dos gestores que estiverem rigorosamente em dia com suas obrigações no que tange à apresentação de suas contas relativamente aos recursos federais. Uma vez aprovadas imediatamente as contas, ou, ainda, aprovada previamente a gestão dos responsáveis perante o TCU, haverá mais tempo disponível aos Analistas do TCU para se dedicarem às ações de fiscalização preventivas e/ou concomitantes, de forma a combater a fraude, corrupção, desvios ou quaisquer outros tipos de ilegalidades ou irregularidades passíveis de serem perpetradas contra o Erário e, de conseguinte, contra a sociedade. Ações de inteligência organizacional serão cruciais no auxílio ao combate a essas mazelas que estão a atrasar o desenvolvimento do Brasil há séculos. Pode-se, também, aproveitar um procedimento já bem conhecido pelo corpo técnico do TCU, qual seja, o diferimento de contas, para certificar a Gestão dos Responsáveis, garantindo-se, assim, a tempestividade da apresentação da Prestação de Contas, diferindo-as por um período de cinco anos, ao final do qual ter-se-ão aprovadas automaticamente estas contas,

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caso não sejam verificadas irregularidades em auditorias, inspeções ou outras fiscalizações relacionadas à Entidade. De outra parte, se, durante qualquer auditoria, inspeção, acompanhamento ou outro tipo de fiscalização, houver a constatação de irregularidade que possa macular a gestão dos responsáveis por essas contas previamente aprovadas, ou cuja gestão tenha sido certificada pelo TCU, reabrir-se-á o processo de contas, caso julgadas, ou iniciar-se-á a análise mais detalhada da Tomada ou Prestação de Contas eventualmente diferida, num prazo que poderia ser fixado em função do que dispõe o novo Código Civil Brasileiro, em conformidade com tese que tenho defendido nos julgados do TCU, preservando-se, ainda, a segurança jurídica dos responsáveis. Ou seja, havendo irregularidades que venham à tona, o TCU poderá reabrir as contas para uma análise profunda e por períodos que poderiam envolver a última gestão ou várias gestões passadas. De forma semelhante, há que se criar mecanismo para apreciação automática dos atos de admissão de pessoal, concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, como forma de melhorar a eficácia e efetividade dos trabalhos de controle externo. Apenas para exemplificar, os números produzidos pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplan), deste Tribunal de Contas, demonstram, com clareza, que o estoque de processos ao final de cada ano, desde 2001, é fortemente desfavorável no que concerne às ações preventivas do TCU. Ou seja, as ações de análises de contas, de tomadas de contas especiais e de processos de aposentadorias e pensões representam, em 2005, 81,2% de todo o estoque de processos do Tribunal, isto é, são ações de fiscalização ex post e, portanto, como já mencionado, de baixa eficácia e efetividade para o Erário. Estou convicto de que, com tais procedimentos, ganha a sociedade por ter uma ação mais rápida e eficaz dos órgãos de controle, ganham os gestores e, também, o Tribunal de Contas da União, que trabalhará mais na prospecção de áreas de risco, elevada materialidade, denúncias efetuadas pela mídia ou pelos cidadãos, estas por meio da Ouvidoria do TCU, e/ou em função de histórico comprometedor do ente estatal e, portanto, mais suscetíveis de proporcionar perdas ao Erário. Não significa que o modelo ora proposto não possa prever, e reputo oportuno que o faça, a regular seleção de entidades pelos critérios descritos no parágrafo anterior, para que componham um elenco de entes que deverão ser fiscalizados por equipes do TCU, devidamente aprovado pelo plenário da Corte, quando da apreciação do Plano de Auditoria, que poderia assumir o caráter de Plano de Controle Externo, de periodicidade anual. Nesse contexto, haverá mais tempo para que ocorra troca de informações entre o governo e a sociedade, como um processo contínuo, uma via de mão dupla, onde se deve ter como intuito primeiro a defesa do Erário e cobrança dos gestores de recursos públicos no sentido de que haja aplicação adequada dos recursos que pertencem à comunidade. A Administração Pública estaria, enfim, praticando o que se conhece como accountability, termo próprio do sistema anglo-saxão, que contribui fortemente para as discussões do controle social e, embora sem possuir uma tradução exata para a língua portuguesa, pode ser interpretado como “o processo pelo qual os indivíduos responsáveis pelas entidades do setor público são chamados a prestar contas de todos os aspectos de seu desempenho como administradores públicos”, como está definido no portal do TCU na internet.

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Ante tão espetacular capacidade de antevisão e perfeito

diagnóstico do problema, absolutamente, não há o que acrescentar ao

modelo proposto pelo Ministro Adylson Motta. Em verdade, há apenas que

se levantarem os dados necessários e realizar as adaptações pertinentes

para a sua implantação nesta Corte.

6. MODELO ATUAL DE FISCALIZAÇÃO DE CONTAS

Pelos motivos já registrados, na atualidade o modelo de

fiscalização executado pelo Tribunal de Contas de Rondônia encontra-se

deveras asfixiado, e, em apertado resumo, contempla:

1. Apreciação e emissão de Parecer Prévio sobre as contas

de governo dos chefes dos executivos estadual e

municipal;

2. Análise e julgamento das prestações e tomadas de contas

dos demais gestores;

3. Apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos

de admissão de pessoal, bem como a das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões;

4. Fiscalização “in loco” mediante auditorias e inspeções;

5. Análise prévia de editais de licitações e dos respectivos

contratos;

6. Apuração de denúncias e representações.

Não obstante a importância equânime dessas atividades, não

há como deixar de observar que a “2. análise e julgamento das prestações e

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tomadas de contas dos demais gestores”7, objeto deste trabalho, carece de um

novo padrão, devendo consistir em avaliação prévia e formatação adequada

do modelo de análises, tendo por balizador o trinômio: RISCO,

MATERIALIDADE E RELEVÂNCIA – RMR a exemplo do que já ocorre em

relação as auditorias e inspeções.

Nesse aspecto, as auditorias e inspeções são procedimentos

fiscalizatórios extremamente importantes para a verificação da real

aplicação dos recursos pelos gestores. É quando se pode aferir com razoável

precisão se as informações apresentadas nas prestações de contas se

coadunam com o que foi realizado de fato.

Por óbvio as prestações de contas apenas apresentam a

versão do gestor sobre os seus próprios atos de gestão. Logo, dificilmente,

incluiria qualquer informação que pudesse desabonar ou prejudicar o

julgamento positivo daquelas. Emerge daí, portanto, a necessidade de se

aferir tais ações.

Apresenta-se de forma bem evidente, destarte, que as

prestações de contas para serem avaliadas com maior consistência, carecem

estar em sintonia com os procedimentos de auditoria e inspeções. O que não

ocorre, neste momento, em razão da redução drástica dos trabalhos de

campo pelos motivos já conhecidos.

7 Não se trata de Contas de Governo (Governador e Prefeitos - Art. 1º, Inciso III da LC 154/96 ), e sim das

contas daqueles responsáveis listados no Inciso I do Art. 1º da Lei Complementar nº 154/96.

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Outro fator que sem dúvida alguma contribui para essa

defasagem e se identifica de longa data, é a existência de processos que estão

sobrestados há mais de 5 (cinco) anos aguardando instrução para

julgamento.

Isto porque, na atualidade, todos os processos de prestações

de contas recebem o mesmo tipo de análise, e isso, definitivamente, resulta

num represamento desnecessário de processos que ficam a reclamar o

mesmo tratamento em situações de menor importância.

Não há como se atingir um grau maior de efetividade na sua

atuação, se o TCE-RO não conseguir implementar uma fiscalização

concomitante com os atos de gestão dos jurisdicionados, ou seja, realizar

análises e julgamentos de processos dentro do mesmo exercício da sua

autuação. É por assim dizer que deve deixar de fazer “necropsias” para

produzir “biopsias”.

É inevitável, portanto, à Corte de Contas de Rondônia

priorizar aquilo que deve ser priorizado e dar importância àquilo que deve

ser materialmente importante, ou seja, a instrução dos processos de

prestações e tomadas de contas carecem receber tratamento diferenciado,

em cada caso, no que concerne ao seu RMR.

Nessa esteira apresenta-se a seguir proposta de um modelo

derivado das ilações do Ministro Adylson Motta, do qual se extrai a essência

e busca-se adaptar à realidade deste TCE-RO.

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7. MODELO ATUAL DE FISCALIZAÇÃO DE CONTAS

O plano ora sugerido toma como referência rotinas similares

já previstas e praticadas pelo TCE-RO, que em cumprimento aos Art. 43 e 72

do seu Regimento Interno estabelece anualmente programação de

auditorias e inspeções.

Assim, o que se propõe é que o TCE-RO edite Resolução no

sentido de que se opere de modo similar com os procedimentos retro

mencionados e seja anualmente elaborada pela Secretaria-Geral de Controle

Externo-SGCE para encaminhamento à Presidência da Casa, daquilo que se

sugere seja denominado: PLANO ANUAL DE ANÁLISE DE CONTAS.

Como já frisado, tal programação ao ser elaborada pela SGCE

teria como base seletiva critérios de Risco, Materialidade e Relevância-RMR

dos orçamentos cujas contas seriam analisadas, bem como o histórico de

gestões anteriores, e ainda, eventuais notícias de possíveis irregularidades

no órgão a ser avaliado.

Para melhor compreensão e considerando os critérios

norteadores de RMR8, entende-se por:

RISCO – é a possibilidade de ocorrência de eventos

indesejáveis, tais como erros, falhas, fraudes,

8 Definições de Risco, Materialidade e Relevância estabelecidas nos itens 4106.1 a 4106.03, do Manual

de Normas de Auditoria Governamental – NAGs, instituído pela RESOLUÇÃO N° 78/TCE/RO-2011.

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desperdícios ou descumprimento de metas ou de

objetivos estabelecidos.

MATERIALIDADE – refere-se à representatividade dos

valores ou do volume de recursos envolvidos.

RELEVÂNCIA – refere-se à importância relativa para o

interesse público ou para o segmento da sociedade

beneficiada.

Com os critérios acima definidos as prestações de contas

seriam separadas em dois grupos distintos para análise da seguinte forma:

Classe I – Além das contas mencionadas no Inciso I do Art. 71

da CF, seriam elencadas aquelas do Inciso II do

mesmo artigo, que por questões de RMR, seriam

alvo por parte do TCE-RO de exame acerca dos

atos de gestão espelhados nos autos e, obviamente

na medida do possível, confrontados e suportados

nas auditorias realizadas nos respectivos órgãos,

nos exercícios a que se referirem.

Classe II – seriam relacionadas aquelas contas que por

idênticos critérios da “Classe I”, receberiam exame

em rito sumário, que consistiria na verificação da

compatibilidade e do cumprimento formal dos

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requisitos estabelecidos na Instrução Normativa nº

13/2004 de 18/11/2004 e alterações.

Em tempo, as contas previstas na “Classe - II”, cujos fatos

irregulares venham a se tornar conhecidos após o seu julgamento, não

sofreriam alteração. De todo modo, as apurações de fatos supervenientes

estariam resguardadas e descritas em regulamento próprio para situações

dessa natureza em que se aplicam as Tomadas de Contas Especiais.

Do que se vê, a instituição de um PLANO ANUAL DE

ANÁLISE DE CONTAS teria como reflexos imediatos os seguintes aspectos:

Maior relação custo benefício entre a força de trabalho disponível e o trabalho de análise de contas;

Desafogamento dos diversos setores do TCE-RO atualmente sobrecarregados com inúmeros processos de menor relevância;

Redirecionamento do esforço laboral para os trabalhos de campo com vistas a melhor subsidiar as análises das prestações de contas da “Classe – I”;

Melhoramento e ganho significativo no tempo de resposta relativo à análise e julgamento dos processos da “Classe II”.

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8. CONCLUSÃO

Após o exposto, impende registrar que em tudo o quanto foi

dado ênfase neste trabalho sempre esteve presente apenas o espírito de

colaboração e de propositura de novas práticas que visam potencializar ao

máximo a capacidade produtiva desta Corte de Contas.

Em razão da estrutura e das dificuldades atuais, é inegável

que muitos obstáculos ainda precisam ser vencidos para que se alcance o

desejado nível de evolução da missão institucional do Tribunal de Contas do

Estado de Rondônia.

Todavia, esperando meramente ter contribuído para a

consecução de um estágio mais avançado na atividade de controle externo e

em consonância com os princípios constitucionais da eficiência e

economicidade, apresenta-se a seguir minuta do projeto de Resolução

Administrativa para simplificar o rito de análise dos processos de prestação

de contas.

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III – Projeto de Resolução

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA N. XX/2013/TCE-RO.

Institui e regulamenta o Plano Anual de Análise de Contas.

O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso de suas atribuições constitucionais, legais e regulamentares,

Considerando o disposto nos Incisos I e II do Art. 71 da

Constituição Federal; Considerando o disposto nos artigos 3º e 7º, da Lei

Complementar n. 154/96, RESOLVE:

Art. 1º Fica instituído o Plano Anual de Análise de Contas relativas aos Incisos I e II do Art. 71 Constituição Estadual.

Art. 2º O Plano de que trata o Art. 1º desta Resolução será elaborado pela Secretaria-Geral de Controle Externo até último dia útil do mês de outubro e encaminhado à Presidência para ser submetido à apreciação do Conselho Superior de Administração, que deverá ocorrer até o final do exercício.

Parágrafo Único - Após sua aprovação o referido Plano terá validade para o exercício seguinte, não cabendo inserções ou alterações em seu curso, exceto em casos extraordinários deliberados pelo próprio Conselho Superior de Administração.

Art. 3º O Plano, objeto desta Resolução, será elaborado tendo como principal orientação critérios de risco, materialidade e relevância, da gestão dos orçamentos de cada unidade jurisdicionada.

Parágrafo Único - Para efeito desta Resolução entende-se por:

I – Risco - é a possibilidade de ocorrência de eventos indesejáveis, tais como erros, falhas, fraudes, desperdícios ou descumprimento de metas ou de objetivos estabelecidos.

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II – Materialidade - refere-se à representatividade dos valores

ou do volume de recursos envolvidos. III – Relevância - refere-se à importância relativa para o

interesse público ou para o segmento da sociedade beneficiada. Art. 4º Os processos de prestações e tomada de contas

integrantes do Plano, após a avaliação da Secretaria-Geral de Controle Externo, em consonância com os critérios descritos nos Incisos I a III, do Parágrafo Único do artigo anterior serão divididos em 2 (duas) categorias, sendo “Classe I” e “Classe II”.

I – Os processos integrantes da “Classe I” deverão receber

exame acerca de todos os atos e informações espelhados nos autos e, sempre que possível, confrontados e suportados nas auditorias realizadas nos respectivos órgãos jurisdicionados, nos exercícios a que se referirem.

II – Os processos integrantes da “Classe II” receberão exame

sumário, que consistirá na verificação se as prestações de contas encaminhadas estão integradas pelas peças exigidas na Instrução Normativa nº 13/2004 de 18/11/2004 e alterações.

§1º Apenas os processos de contas descritos no Inciso II do Art.

71 da CF serão alvo da seleção com base nos critérios estabelecidos no Art. 3º desta Resolução.

§2º Verificada a ausência de quaisquer das peças exigidas na Instrução Normativa nº 13/2004, a SGCE requisitará ao prestador das contas os documentos ausentes, sob pena de aplicação das sanções pecuniárias previstas na legislação de regência.

§3º Havendo notícias de irregularidade superveniente, esta

será apurada em processo de Tomada de Contas ou Tomada de Contas Especial, se for o caso.

Art. 5º Após os exames empreendidos conforme estabelece o

Inciso II do artigo anterior e verificada a sua regularidade, as contas aludidas no caput daquele dispositivo serão encaminhados para apreciação do relator.

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Art. 6º O estoque de processos de prestação e tomada de contas de exercícios anteriores à vigência desta Resolução, ainda não submetidos à instrução pelas Unidades Técnicas, receberão o mesmo tratamento previsto no Art. 4º, cuja separação em classes I e II será realizada pela SGCE que a submeterá ao rito previsto no Art. 2º desta Resolução.

Art. 7º Esta Resolução Administrativa entrará em vigor e com

efeitos imediatos a partir da data de sua publicação.

Porto Velho, XX de XXXXXXXX de 2013.

Conselheiro JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO Presidente