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III Comitê da Assembleia Geral para Assuntos Sociais Culturais e Humanitários (SoCHum) Guia de Estudos Fernanda Luiza Silva de Medeiros Marina Pontes Márlon Jórdan Santos dos Reis Sofia Fernandes de Oliveira Yasmin de Brito Góes

III Comitê da Assembleia Geral para Assuntos Sociais ... · Os países que compõem os Bálcãs Ocidentais, como a Croácia, ainda enfrentam as consequências do deslocamento em

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III Comitê da Assembleia Geral para Assuntos Sociais

Culturais e Humanitarios (SoCHum)

Guia de Estudos Fernanda Luiza Silva de Medeiros

Marina Pontes

Márlon Jórdan Santos dos Reis

Sofia Fernandes de Oliveira

Yasmin de Brito Góes

1. Mandato e Histórico

Desde sua criação, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) anualmente

reúne sua Assembleia Geral. Este é o órgão deliberativo e mais representativo da

Organização, sendo composto por 193 países membros, com direito a um voto, e dois

países observadores (Santa Sé e Palestina), sem direito a voto. A Assembleia tem como

objetivo discutir temas relacionados a paz, segurança, desenvolvimento e outros

assuntos de relevância internacional (ONU, 2013).

Os temas de agenda são debatidos em órgãos subsidiários, de caráter

recomendatório, os quais são divididos em Corpos de Trabalho, Comissões, Comitês,

Conselhos e Painéis, Grupos de Trabalho e outros. Estes têm como objetivo harmonizar

as abordagens dos Estados em determinado assunto, apresentando suas considerações

finais através de resoluções, as quais serão submetidas em plenário na Assembleia Geral

(ONU, 2013).

São seis principais Comitês: 1) Desarmamento e Segurança Internacional; 2)

Econômico e Financeiro; 3) Social, Humanitário e Cultural; 4) Descolonização e Política

Especial; 5) Orçamentário e Administrativo; 6) Legal. O terceiro Comitê, também

conhecido pela sigla SoCHum, tem como agenda assuntos de alcance social, relações

humanitárias e direitos humanos (ONU, 2013). Desde 2006, o Comitê trabalha em

parceria com relatórios do Conselho de Direitos Humanos. Especificamente, o Comitê

trata de questões relacionadas à mulher, à proteção às crianças, às questões indígenas,

ao tratamento aos refugiados, à promoção de liberdades fundamentais através da

eliminação do racismo e da discriminação racial e ao direito a autodeterminação (ONU,

2013).

2. Posicionamento dos países

África do Sul

A África do Sul é signatária dos mais importantes tratados internacionais sobre

refúgio e possui uma legislação relativamente liberal em relação à aceitação de

solicitações. Mesmo assim, os direitos fundamentais dos refugiados nem sempre são

respeitados no país, por causa de dificuldades de acesso impostas por alguns

mecanismos legais1. Além disso, muitos migrantes econômicos procuram a África do

Sul, dificultando a diferenciação entre refugiados e migrantes. O país também é

bastante utilizado como porta para a América do Norte e a Europa, e assim lida com

problemas como o tráfico humano. A xenofobia também é um problema para os

refugiados na África do Sul, que enfrenta problemas econômicos (ACNUR, 2014).

Alemanha

Apesar das terríveis experiências vividas pelos estrangeiros sob o regime nazista,

depois da Segunda Guerra Mundial, a República Alemã atraiu um grande número de

imigrantes, vindos principalmente do Mediterrâneo (DEL FABBRO, 1995). A entrada da

Alemanha na União Europeia, contudo, trouxe mudanças consideráveis para a situação

de estrangeiros no território. A mudança mais significante foi a alteração da legislação

da União Europeia em 2013, no que concerne ao asilo e à recepção de refugiados

(ACNUR, 2013).

A crise na Síria, em particular, aumentou a demanda por asilo no território

europeu entre 2011 e 2013. A Alemanha, sendo uma das mais afetadas, recebeu cerca de

50% dos pedidos sírios de refúgio e, atualmente, abriga o maior número de refugiados

sírios na Europa (ACNUR, 2013). Em março de 2013 foi anunciado o Programa de

Assistência Humanitária Alemã que administra os refugiados sírios no território,

provendo cursos de orientação cultural – ensino da língua alemã -, acesso à educação,

assistência médica, trabalho, moradia e outros tipos de serviços sociais, os quais incluem

também ajuda na interação entre refugiados e autoridades locais. Ademais, o programa

prevê a permissão de estadia por dois anos, com a opção de estendê-lo, caso a situação na

Síria permaneça inalterada (ACNUR, 2013).

Angola

De acordo com o governo angolano, o país recebe cerca de 23 mil solicitações de

asilo e mais de 23 mil refugiados vivem no país atualmente, incluindo refugiados que

datam da década de 1970. O espaço de acolhimento e proteção para refugiados vem

diminuindo, porém, graças a políticas de imigração restritivas (UNHCR, 2014). Muitos 1 O site oficial do governo sul-africano explica quais são os critérios para solicitar asilo e se tornar um

refugiado sob a proteção do Estado: http://www.home-affairs.gov.za/index.php/refugee-status-asylum.

angolanos também ainda estão refugiados em países vizinhos e necessitam de novos

documentos para serem repatriados. Na África do Sul, onde se encontram boa parte dos

refugiados angolanos, o governo da Angola pretende garantir-lhes um status que

permita maior integração e melhores condições de vida no país receptor, sem forçar a

repatriação (SAFPI, 2013).

Argélia

A Argélia é um local de trânsito e destino em termos de movimentos migratórios.

Apesar de o país ser parte da Convenção dos Refugiados de 1951 e do Protocolo de 1967,

não há uma lei nacional específica que trate da questão do asilo para os refugiados que

transitam pelo território argelino. Desse modo, a maioria desses indivíduos não é

legalmente reconhecida na Argélia e possuem oportunidades limitadas. Os principais

grupos de pessoas que buscam esse país como destino e precisam de proteção são 90 mil

refugiados “Sahrawi” vulneráveis vivendo em situações difíceis desde 1975, nos campos

localizados em “Tindouf”, um número crescente de indivíduos refugiados provenientes

dos países subsaarianos e pessoas que são forçadas a deixar seus países de origem, Mali e

Síria, em virtude da crise que essas regiões estão vivendo. Além disso, a turbulência

política em algumas partes do norte da África e no Oriente Médio, agravada pelos

efeitos de um contexto sócio-econômico desafiador no país, também possui efeitos na

relação entre governo argelino e os refugiados. Isso levou o governo, por exemplo, a

priorizar ainda mais as preocupações de segurança no país (ACNUR, 2013).

Argentina

A Argentina possui uma política de imigração baseada em direitos e tornou-se o

principal destino para migrantes e refugiados na América do Sul. Os refugiados foram

bem integrados à comunidade e à economia locais, diminuindo riscos de xenofobia e

repatriamento forçado. Além disso, a Argentina recentemente iniciou uma mudança

nas diretrizes de suas políticas doméstica e internacional, procurando implementar

todos os tratados firmados internacionalmente e reformulando sua política de refúgio.

Isso culminou em fortes iniciativas de reassentamento no país, nas quais as principais

dificuldades enfrentadas estão na burocracia entre o governo e órgãos internacionais

(CAVELARI, 2012).

Austrália

As principais preocupações do país no assunto referem-se à imigração ilegal,

sobretudo proveniente do Sudeste Asiático. O país possui uma pequena população de

refugiados, aproximadamente 30 mil indivíduos (ACNUR, 2013). O refúgio,

especificamente, é assistido pelo ACNUR, que trabalha em cooperação com o governo

local, principalmente quanto ao movimento ilegal de embarcações. A agência se

responsabiliza por acolher adequadamente aqueles que necessitam de ajuda e por

sensibilizar o governo local em como tratar melhor o assunto (ACNUR, 2013). O

principal foco de ação do ACNUR no país é monitorar e tornar mais eficiente a

determinação de status de refugiado.

Áustria

A Áustria é um país regido por lei com amplo regulamento no tratamento de

imigrantes. Ainda sim, um país pequeno, como a Áustria, não consegue atender a todos

que adentram no território de maneira similar. Cada caso precisa ser processado a fim

de manter a efetividade do direito dos imigrantes, que no caso atual são refugiados

sírios. Ademais, é preciso realçar que as condições nos campos de refugiados austríacos

também são precárias atualmente. (PRESS EUROP, 2013).

Devido a tais dificuldades, o ACNUR continuará a complementar os esforços

dados ao “European Asylum Support Office” (EASO) para melhorar a cooperação prática

entre os membros na União Europeia, seja na construção de mais campos ou na

qualidade na troca de informações. O ACNUR, de forma mais estrita, em parceria com o

governo austríaco, melhorará a assistência jurídica implementando novas redes de

profissionais de Direito, com o propósito de facilitar também a análise de cada pedido de

refúgio (ACNUR, 2013).

Bahrein

Nessa região, o ACNUR trabalha em parceria com os países do Conselho de

Cooperação do Golfo na tentativa de amenizar os efeitos da crise da Síria nos países

vizinhos, buscando realizar operações que ajudem na contenção dos refugiados. O

Bahrein não possui um escritório exclusivo da ACNUR para tratar do refúgio em seu

país, o que demonstra que o problema nesse país ainda não é alarmante (ACNUR, 2013)

Com a crise na Síria, houve um crescimento do número de refugiados, mas o seu

território ainda é coberto pelo escritório regional na Arábia Saudita. Atualmente, este

trabalha com organizações regionais e nacionais para conscientizar a população das

necessidades de proteção dos refugiados (ACNUR, 2013).

Brasil

Signatário de todos os tratados sobre refugiados, o Brasil garante asilo a cerca de 4

mil refugiados reconhecidos (ACNUR, 2012). O maior empecilho para a garantia de asilo

no país é a burocracia. O órgão responsável por analisar solicitações de refúgio, o

CONARE, apresentou aumento no reconhecimento das solicitações nos últimos anos,

mas ainda possui critérios que dificultam o acesso ao status de refugiado. O CONARE

também não estabelece cotas por nacionalidade e dá prioridade a dois grupos de risco:

aqueles cujos direitos fundamentais estão severamente ameaçados e mulheres em

situações de risco. A maior dificuldade encontrada por refugiados no Brasil está em

conseguir acesso aos serviços públicos, o que torna o grupo passível de discriminação

(BAENINGER e MOREIRA, 2009).

O Brasil foi afetado pela maior parte das crises humanitárias nos últimos anos,

com destaque para crises na Síria, no Iraque, no Haiti e na África portuguesa, de onde

vem a maior parte dos solicitantes. O país também é líder em políticas de

reassentamento dentro da América Latina, agindo principalmente com refugiados

colombianos, e apresenta interesse em expandir as iniciativas para outras áreas do

planeta (ACNUR, 2012).

Canadá

Tanto o site oficial do governo canadense quanto o Alto Comissariado das Nações

Unidas para Refugiados reconhecem o Canadá como possuidor de programas de

acolhimento e de reassentamento de larga escala. O país possui uma longa história e

tradição em assistência humanitária e defende principalmente crianças em situação de

risco. O Canadá se alinha com princípios de solidariedade internacional e possui uma

política de imigração que permite a assistência tanto a refugiados quanto a migrantes

econômicos (ACNUR, 2014).

China

A China é o segundo maior receptor de refugiados asiáticos e mantém um bom

relacionamento com o ACNUR. O site oficial da missão chinesa em Genebra esclarece

que o governo chinês procura garantir os direitos fundamentais dos refugiados,

chegando a gastar cerca de um bilhão de dólares americanos até o ano 2000 em ajuda

humanitária para refugiados no país (Missão Chinesa para a ONU, 2014).

A China, porém, estabelece sua política de refugiados de maneira bilateral:

quanto mais próxima politicamente for de um certo país, menos provável é a concessão

de asilo a refugiados vindos do mesmo, como é o caso dos norte-coreanos, repatriados

em massa pelo governo chinês. Norte-coreanos que solicitam asilo no país não recebem

a alcunha de refugiados e são quase que imediatamente enviados de volta para a Coreia

do Norte, com quem a China mantém fortes relações de cooperação. Já em relação a

Myanmar e Vietnã, por exemplo, a China oferece assistência humanitária aos

refugiados na fronteira a cidadãos do primeiro e possui uma política de asilo muito mais

aberta a cidadãos do segundo (LAM, 2013).

Colômbia

Na Colômbia, o conflito entre o Estado e as guerrilhas é responsável pela situação

ainda grave dos deslocados internos. Cerca de 4.7 milhões de pessoas foram forçadas a

se deslocar de suas comunidades de origem por causa do conflito, mas este número pode

ser ainda maior graças à dificuldade em registrar o problema. O governo colombiano

oferece subsídios, moradia e assistência humanitária às pessoas forçadas a se deslocar e

vem procurando melhorar a situação através de medidas legais e administrativas

(ACNUR, 2014).

Croácia

Os países que compõem os Bálcãs Ocidentais, como a Croácia, ainda enfrentam as

consequências do deslocamento em grande escala característico dos conflitos na região

na década de 1990, com a fragmentação da antiga Ioguslávia. A gradual estabilização

política, com a consequente entrada do país na União Europeia em julho de 2013,

transformou o país em destino para imigrantes e refugiados de todas as partes do

mundo. Dessa forma, sob as leis da UE e com o reforço que o ACNUR tem oferecido ao

governo croata, foi possível responder à crescente entrada de pessoas em busca de

refúgio por meio do estabelecimento de políticas que protegem, identificam e assistem

as necessidades de cada refugiado de forma diferenciada, além de monitorar o processo

de determinação de refugiados (ACNUR, 2014). Por fim, confirmando a política adotada

pela União Europeia, o Presidente da Croácia Ivo Josipović , em outubro de 2013,

afirmou que o país está disposto a aceitar mais refugiados sírios (MFA, 2013).

Cuba

Tratando de modo mais abrangente a região das Américas, o número de

requerentes de asilo e refugiados na sub-região da América Latina permanece

relativamente estável. No entanto, prevê-se que em 2014 eles podem subir devido ao

aumento da violência resultante de novas entidades criminosas na região das Américas.

A América Central, por sua vez, é afetada por altos níveis de violência perpetuados por

atores não-estatais ilegais. Tal fato começa a ter um impacto sobre a proteção da

população e causa novos padrões de deslocamento. Cuba faz parte da cobertura do

Escritório Regional no Panamá. O escritório fornece também suporte técnico e legal

para a região por meio da Unidade Regional Legal (RLU) (ACNUR, 2013).

Dinamarca

Comparada aos países vizinhos, a Dinamarca continua a aceitar um grande

número de refugiados sírios, contribuindo para a distribuição da responsabilidade entre

o bloco europeu, segundo o Ministro da Justiça Morten Bødskov. Apesar de possuir

pouco suporte legal para estender os direitos de residência, como foi implementado na

Suécia, o Ministro da Justiça alegou que o Reino da Dinamarca acompanha a situação na

Síria e ajuda no que for necessário (COPENHAGEN, 2013). De fato, o país está

contribuindo com um adicional de, aproximadamente, 15 milhões de euros para

organizações humanitárias para lidar com os refugiados da Síria na região. Desse total,

um terço será enviado às ONGs dinamarquesas envolvidas na ajuda aos refugiados

sírios, e os outros dois terços irão diretamente para outras organizações internacionais

(GLOBAL POST, 2013).

Egito

A República Árabe do Egito é um dos países que recebem grande fluxo de

refugiados vindos do conflito sírio. Em dezembro de 2013, o país já acolhia

aproximadamente 137 mil refugiados, dos quais, em setembro de 2013, o ACNUR

estimou serem 120 mil sírios, que viviam nas principais áreas urbanas egípcias (ACNUR,

2013). Além deste novo fluxo de refúgio, o país é originalmente destino de refugiados

eritreus, etíopes, iraquianos, somalis, sudaneses e palestinos provenientes da situação

na Síria.

Mesmo sendo signatário da Convenção de 1951, do Protocolo de 1967 e da

Convenção de 1969 da Organização da Unidade Africana (OUA), o país não possui

legislação e instituições internas sobre o refúgio, ficando a encargo do ACNUR os

processos de registro, documentação e status de refugiado (ACNUR, 2013). As principais

dificuldades enfrentadas pelos refugiados se relacionam à instabilidade política do país,

somada às conjunturas socioeconômicas, à alta inflação, ao desemprego e à percepção

negativa de algumas nacionalidades. Os refugiados sírios e sudaneses contam com o

acesso a educação e saúde pública, entretanto estes sistemas se encontram inchados. O

ACNUR, juntamente com os Ministérios da Saúde e da Educação, focará seus trabalhos

em 2014 nestas áreas (ACNUR, 2013).

Estado da Palestina

Estes são assistidos por uma agência da ONU específica em seu caso de refúgio, a

Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, em

inglês). Os trabalhos da Agência estão na área de desenvolvimento humanitário nas

áreas de educação, saúde, serviços sociais, micro finanças e infraestrutura e

melhoramento dos campos. A UNRWA atua em Gaza, Líbano, Síria, Jordânia e

Cisjordânia (UNRWA, 2014). A principal emergência, a qual a Agência tem lidado,

também se relaciona com a questão síria, pelas péssimas condições que os palestinos se

encontram e por seu envolvimento no decorrer do conflito (UNRWA, 2014).

Estados Unidos da América

Os Estados Unidos possuem uma política de asilo que, apesar de generosa, tem se

tornado mais restritiva com o passar dos anos. Isso tem relação com a mudança de

abordagem para os pedidos de asilo, anteriormente feitos em grandes quantidades,

especialmente no período do pós-guerra e da Guerra Fria. Atualmente, os pedidos são

analisados de maneira individual. Além disso, o país vê a repatriação segura como a

melhor solução para o problema do refúgio (US STATE, 2014).

A concessão de asilo nos Estados Unidos está ligada às posições políticas

defendidas pelo país. Refugiados cuja origem são países em que os direitos

fundamentais de liberdade de expressão, liberdade religiosa e acesso à propriedade são

ameaçados se tornam prioridade para o governo americano. Mesmo assim, a dificuldade

de integração dos refugiados à sociedade norte-americana dificulta a situação dos

mesmos no país (KERWIN, 2011).

França

Signatária da Convenção de 1951 e do CEAS, a França possui o compromisso de

acolher os refugiados. Entretanto, há relatos de que não há o acolhimento imediato de

refugiados que se estabelecem no país. Os centros de recebimento de refugiados (CADA)

não possuem mais vagas, o que torna a condição precária àqueles que procuram asilo na

República Francesa (PRESS EUROP, 2013).

Em setembro de 2013, a França anunciou que aceitaria mais refugiados no

território. Porém, a proposta foi dificultada pela burocracia. O ACNUR, por

consequência, opinou sobre a necessidade de a França prover mais oportunidades para

a entrada legal no país, para que os refugiados sírios não tentem cruzar o Mar

Mediterrâneo ou a fronteira entre Grécia e Turquia, o que poderia colocar em risco suas

vidas (ENGLISH RFI, 2013).

Há de ressaltar, ainda, que o choque cultural entre os refugiados provenientes do

Oriente Médio e os franceses pode ter um efeito negativo na convivência entre os dois

povos, uma vez que a proibição da burca - uma das vestimentas usuais dos árabes

adeptos de Alá- provocou uma discussão sobre a medida ser xenófoba ou não (BBC,

2010). Deste modo, a França, como os outros países da União Europeia, prezam pelos

direitos humanos, contudo, diferenças culturais podem dificultar o processo de

adaptação e acolhimento dos refugiados árabes no país.

Finlândia

A República da Finlândia recentemente aumentou a cota de refugiados para 500,

dado o prolongamento do conflito na Síria. A preferência, por sua vez, será dada

conforme a urgência em que se encontram tais refugiados (MIGRI FI, 2013). Contudo, há

cerca de 1.5 milhão de refugiados nos campos e, destes, apenas um por cento quer

procurar asilo na Europa. Na Finlândia essa baixa procura é realçada, cerca de 72 sírios

adentraram o território em 2013, segundo o Ministro Paivi Rasanen (ACNUR, 2013;

YLE, 2013).

Apesar da entrada de poucos refugiados sírios, a República Finlandesa aumentou,

em agosto, a ajuda humanitária em 3 milhões de euros. No total, mais de 8 milhões de

euros foram enviados à Síria (ACNUR, 2013).

Iraque

O conflito na Síria mudou o tradicional fluxo do país: o Iraque, antes “exportador”

de refugiados, passou a recebê-los. Os refugiados que chegam ao país são principalmente

sírios e iraquianos, ambos de etnia curda, que fogem da violência do conflito sírio.

Muitos destes iraquianos eram refugiados na Síria e retornam ao seu país na condição

de deslocados internos (ACNUR, 2013).

Estes se alocam na região curda do Iraque, sobretudo em “Al Qa’im”, onde o

governo nacional tem contribuído significativamente com os trabalhos do ACNUR.

Mesmo não sendo signatário da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967 (relativos ao

estatuto dos refugiados), o Iraque tem sido um país tradicionalmente hospedeiro e

atualmente tramita pelo parlamento deste país uma nova lei sobre refúgio (ACNUR,

2013). As maiores dificuldades quanto ao acolhimento estão na fragilidade da

infraestrutura local e no acesso a serviços básicos, os quais foram muito enfraquecidos

pelos anos de guerra e instabilidade política (ACNUR, 2013). Estes fatores, já

problemáticos para os próprios iraquianos, tendem a piorar com o grande número de

sírios que chegam ao país, complicando a situação dos deslocados internos que ficam

incapacitados de retornarem a seus lares devido à estagnação do desenvolvimento

socioeconômico (ACNUR, 2013)

Segundo dados do ACNUR, em dezembro de 2013, aproximadamente 400 mil

refugiados se encontravam no Iraque, sendo 350 mil sírios. Fragilizados pela guerra e

pela instabilidade política do sectarismo, a ajuda governamental é pouco suficiente,

sendo o ACNUR responsável pela maior ação no acolhimento destes refugiados e

deslocados internos (ACNUR, 2013).

Israel

Mesmo que localizado próximo a conflitos regionais tão significantes para o

assunto do refúgio (como o Iraque e a Síria), Israel possui uma pequena população de

refugiados (aproximadamente 48 mil, segundo dados) (ACNUR, 2013). Isto ocorre pela

divergência política dos vizinhos árabes em relação ao Estado da Palestina e pela

simpatia cultural e étnica entre os árabes da região, o que faz de Israel um destino pouco

popular para essas populações deslocadas.

O país é signatário da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967, mas legislações

internas de segurança restringem a entrada de novos refugiados, sendo que o número

destes no país tem decrescido (ACNUR, 2010). O ACNUR, entretanto, tem trabalhado

com o governo local a fim de assistir os refugiados que já estão em território israelense

(ACNUR, 2013). O maior problema quanto ao refúgio em Israel são os palestinos, os quais

são atendidos por uma agência da ONU especializada na peculiaridade de sua condição,

a “Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina” (UNWRA, em

inglês).

Itália

O êxodo sírio tornou-se um dos problemas mais graves que envolvem refugiados

nas décadas mais recentes. Para muitos sírios e outros refugiados, a Europa se tornou o

começo de uma nova dificuldade, em razão da crise humanitária no Mediterrâneo, que

pode ser traduzida não somente pelo caso de Lampedusa, mas também pela intensa

migração ao sul do território italiano. Tal realidade fez com que diversos refugiados

vivessem ilegalmente na Itália, escondendo-se da polícia, enquanto tentavam chegar ao

norte, onde poderiam pedir por asilo. Segundo o membro do conselho de Milão,

Pierfrancesco Majorino, o problema é uma emergência humanitária (NY TIMES, 2013).

Em adição, a Ilha de Lampedusa é certamente a que mais tem a situação dos

refugiados da Primavera Árabe retratada na mídia atualmente. Devido ao grande fluxo

migratório que adentrou a porção da Itália, o ACNUR, juntamente com o governo

italiano, francês e espanhol, está tentando encontrar meios para melhorar o processo de

decisão acerca do asilo em tais regiões (ACNUR, 2013).

Jordânia

A Jordânia tem sido bastante afetada pela crise que ocorre na Síria. Em virtude

da posição geográfica e da incapacidade do governo sírio de reforçar a segurança em seu

território, o fluxo de refugiados sírios para a Jordânia só tende a crescer. Esse último,

portanto, continua provendo asilo para seus vizinhos, apesar da comum situação na

região de falta de infraestrutura e de serviços básicos para receber os refugiados. É

importante ressaltar que, há dois anos, a crise global financeira afetou a economia da

Jordânia e agravou os problemas estruturais do país em questões como: água,

eletricidade, educação, saúde, entre outras (ACNUR, 2013).

A Jordânia não é um pais signatário da Convenção de 1951. Porém, é considerado

um espaço favorável para asilo de refugiados e concedeu aos mesmos acesso aos

serviços, como saúde e educação em comunidades de acolhimento. “Zaatari” e “Azraq”,

campos de refugiados sírios, foram construídos em terreno cedido pelas autoridades,

que também fornecem segurança no acampamento (ACNUR, 2013).

Líbano

O país tem encontrado relativas dificuldades para manter a estabilidade política

e social e o crescimento econômico frente à crise na Síria (ACNUR, 2013). Dos

aproximadamente 1.06 milhões de refugiados no Líbano, 1 milhão são sírios fugindo dos

conflitos em seu país de origem. Estes se fixam principalmente no norte do país, na

região fronteiriça. As principais preocupações quanto ao acolhimento de sírios estão na

esfera social, na infraestrutura e no mercado de trabalho (ACNUR, 2013). Mesmo

recebendo os que pedem refúgio e trabalhando em conjunto com o ACNUR, o Líbano

não tem leis específicas sobre o tratamento do tema e também não é signatário da

Convenção de 1951 (ACNUR, 2013). A crise síria trouxe complicações econômicas sérias

na região, que quase não suporta mais receber refugiados (CHADE, 2013).

Líbia

A Líbia, localizada na sub-região do Norte da África, serve de trânsito ou de

destino final para movimentos migratórios consideráveis da África subsaariana. Além

de ser um país que apresenta dificuldades para o acolhimento dos refugiados, a Líbia

também sofre com a questão da segurança. Já houve casos de atividade terrorista

praticada por refugiados em seu território, o que gera instabilidade na região e dificulta,

inclusive, a atuação do ACNUR. No entanto, apesar dos desafios, a integração local

geralmente não é possível no Norte da África e as perspectivas para a repatriação

voluntária para a maioria dos grupos de refugiados na região são limitadas. A

reinstalação continua a ser a principal solução durável e é utilizada como uma

ferramenta de proteção para os mais vulneráveis. Em meados de 2013, havia mais de

31.000 requerentes de asilo registrados no ACNUR na sub-região do Norte da África.

Apesar do risco de prisão e detenção, especialmente para os africanos subsaarianos, a

Líbia continua a ver a chegada de muitos refugiados e requerentes de asilo. Enquanto se

aguarda a criação de um sistema nacional de asilo e a assinatura de um Memorando de

Entendimento entre o Governo da Líbia e o ACNUR, as atividades envolvendo registro

de refugiados e determinação do estatuto dos requerentes de asilo continuam em

andamento (ACNUR, 2013).

Panamá

País situado na região da América Central, também possui o território permeado

por um novo ciclo de refugiados em virtude de tensões e conflitos existentes ao longo do

continente. Além disso, o país é sede do Escritório regional do ACNUR, que possui novas

tendências para 2014. O Gabinete pretende manter uma ênfase no trabalho relativo à

proteção e soluções no Panamá e incluirá o fortalecimento dos sistemas de asilo através

da Iniciativa de Garantia de Qualidade na Costa Rica, no México e no próprio Panamá

(ACNUR, 2013).

Portugal

Portugal está localizado em uma das regiões da Europa onde há uma longa

tradição de proteção de refugiados e, na maioria dos casos, um sistema nacional de asilo

que, de fato, funciona. Na região, o ACNUR atua provendo apoio e suporte direto de

asilo e cuidados especiais aos refugiados (ACNUR, 2013).

Quênia

A introdução de uma abordagem de policiamento comunitário no âmbito do

Projeto de Parceria de Segurança Quênia (SPP), na área de “Dadaab”, trouxe algumas

melhorias. Embora a situação geral de segurança continue precária, o ambiente tem se

tornado menos inseguro e perigoso. As relações e a cooperação entre os serviços de

segurança e a população melhoraram, e a mobilidade dentro e ao redor dos

acampamentos para os trabalhadores humanitários tem sido facilitada, embora ainda

requeira precauções (ACNUR, 2014).

O Governo do Quênia e o ACNUR, em conjunto com parceiros, estão

empenhados em consolidar e manter essas melhorias. A parceria estratégica do ACNUR

com o Governo do Quênia se concentra em apoiar e em fortalecer a capacidade de

resposta das instituições locais e nacionais e, em conjunto, buscar soluções duradouras

para os refugiados, incluindo um potencial retorno para a Somália. Estas duas áreas

também continuarão a ser prioridades em 2014 (ACNUR, 2014).

Reino Unido

O Reino Unido, mais recentemente, reforçou a politica de “burden-sharing”, em

cooperação com o ACNUR, oferecendo e provendo asilo aos refugiados sírios mais

afetados pela Primavera Árabe. Segundo o governo, a medida é uma solução para a

vulnerabilidade dos refugiados da Síria, que foram profundamente traumatizados

devido às dificuldades enfrentadas no país de origem. O Alto Comissariado das Nações

Unidas para Refugiados, reconhece o suporte dado não só aos sírios, como também aos

mais de 2.3 milhões de refugiados que se encontram no paí e avalia a contribuição do

Reino Unido como uma solução humanitária generosa (ACNUR, 2014).

Rússia

A região do leste europeu, comparada a outras regiões do mundo, recebe uma

quantidade de refugiados relativamente baixa. Porém, em virtude das reorganizações

políticas vividas pela região, os sistemas de asilo, muitas vezes, não possuem pleno

funcionamento e se encontram obsoletos. Uma vez que um dos principais objetivos é

melhorar a qualidade da decisão do status de determinação de refugiados, a Rússia

aprovou o “Conceito da Política Estadual de Migração” para até 2025. Essa aprovação

implicará em uma série de atos legislativos, incluindo as leis para os refugiados (ACNUR,

2014).

Síria

A situação humanitária na Síria é extremamente desafiadora e continua a se

deteriorar em ritmo acelerado, somando mais de 6.8 milhões de sírios (a maioria

deslocados internamente) que necessitam de assistência humanitária. O atual conflito

na Síria tem implicações importantes para a população síria como um todo, bem como

para os refugiados e deslocados internos. Entre as consequências, destacam-se a

insegurança que restringe os movimentos de todo o país, as falhas de comunicação, que

impedem que o país se organize e se articule de forma mais adequada para encontrar

medidas para resolver a situação, e a restrição ao acesso do ACNUR às populações

afetadas (ACNUR, 2013)

Isso aumenta a importância de alcançar monitoramento e acompanhamento dos

beneficiários por meios alternativos, incluindo através de parceiros nacionais. Como

uma medida para apaziguar o conflito na região, sanções foram aplicadas. Elas tiveram

um impacto significativo sobre a situação sócioeconômica de grande parte da Síria, e

constata-se uma forte desvalorização da libra síria desde o início do conflito, há dois

anos. Na maior parte do país, os preços dos alimentos básicos e domésticos têm subido, e

produtos como gás de cozinha, óleo para aquecimento e eletricidade estão em falta

(ACNUR, 2013).

Tunísia

A Tunísia está localizada no norte da África, local de grande fluxo migratório de

refugiados. Neste país, o Governo continua comprometido com o desenvolvimento de

uma lei que regule e fundamente o processo de asilo. O ACNUR e seus parceiros estão

trabalhando para aumentar a capacidade dos agentes nacionais em garantir uma

abordagem sensível à proteção das fronteiras. Com o encerramento do acampamento

“Shousha”, em junho de 2013, ainda há cerca de 300 pessoas com pedidos rejeitados. O

ACNUR trabalha com seus parceiros e com o Governo para encontrar soluções para este

grupo, bem como para os refugiados reconhecidos, não susceptíveis de serem

reassentados (ACNUR, 2013).

Turquia

Sendo um dos cinco principais destinos de refugiados sírios, a Turquia, em

dezembro de 2013, já acolhia 1 milhão de sírios, o que corresponde a aproximadamente

98% de todos os refugiados do país. Além destes, o país também possui populações

consideráveis de refugiados afegãos e iraquianos (ACNUR, 2013). Os refugiados sírios

têm recebido proteção do governo turco desde o começo da crise em 2011, proteção esta

que se estenderá pelo ano de 2014. A população de refugiados sírios está espalhada em

21 campos, situados em dez províncias e outros residem em cidades, principalmente nas

províncias de “Hatay”, “Gaziantep” e “Sanliurfa” (regiões ao sul da Turquia, próximas a

fronteira da Síria) (ACNUR, 2013).

Signatária da Convenção de 1951, a Turquia, em abril de 2013, promulgou uma lei

própria em relação ao refúgio (“Law on Foreigners and International Protection”).

Mesmo que esta mantenha a conceituação restrita da Convenção de 1951 (limitação

geográfica), a lei provém proteção e assistência aos refugiados (e “asylum-seekers”) em

concordância com as normas internacionais, independente do país de origem do

refugiado (ACNUR, 2013). O ACNUR trabalha em cooperação com o governo turco,

auxiliando materialmente e tecnicamente refugiados não alocados em campos e

melhorando o processo de registro.

ACNUR

O propósito principal do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados é

o de proteger o bem-estar e os direitos dos mesmos. O ACNUR procura garantir que

todos tenham o direito de solicitar asilo, de receber o status de refugiado, de retornar

para o país de origem voluntariamente, de se integrar localmente ou de estabelecer

moradia em um terceiro país. O ACNUR precisa dialogar com governos para que a

importância das fronteiras não seja defendida de maneira indiscriminada, ameaçando,

assim, a vida daqueles que procuram lugares melhores para viver. O ACNUR está

preparado para ligar com situações de emergência envolvendo até 500.000 pessoas

(ACNUR, 2014).

Médicos sem Fronteiras

O MsF foi criado para garantir que todas as pessoas tenham acesso à saúde, sem

exclusão de gênero, de raça, de religião ou de filiação política. A organização também

acredita, principalmente, que o direito de acesso à saúde é mais importante do que o

respeito às fronteiras. O MsF é independente financeira e politicamente e não

diferencia as pessoas atendidas por ela pelo status de refugiados ou não – todos têm

acesso aos serviços da organização, o que constitui uma crítica à maneira como o

ACNUR conduz suas atividades (Médicos sem Fronteiras, 2014).

UNRWA

A Agência de Assistência a Refugiados das Nações Unidas foi criada por uma

resolução da Assembleia Geral diante da deflagração do conflito de 1948 entre Israel e

Palestina. O diferencial da UNRWA está principalmente no fato de que sua atenção

recai sobre um grupo especial de refugiados, os palestinos. A UNRWA opera através dos

objetivos de desenvolvimento humano das Nações Unidas, voltados para aumentar o

número de escolhas e oportunidades das pessoas e, assim, possibilitar-lhes uma vida

mais longa e saudável (UNRWA, 2014).

3. Links úteis

Almost 30,000 Syrian refugees enter Iraq since Thursday <www.uk.reuters.com/article/2013/08/19/uk-syria-crisis-refugees-idUKBRE97I09G20130819 >

Deaths, Refugees and Damages: Syrian crisis in figures www.english.alarabiya.net/en/News/middle-east/2014/01/15/Deaths-refugees-and-damage-Syria-s-crisis-in-figures.html >.

Protest after sexual assault in Syrian Kurdan refugee <www.english.alarabiya.net/en/News/middle-east/2014/01/09/Protest-after-sexual-assault-on-Syrian-Kurd-refugee.html >.

One new Syrian refugee born every hour < www.english.alarabiya.net/en/News/middle-east/2013/12/24/One-new-Syrian-refugee-born-every-hour-.html >.

Iraque afirma que nao consegue acolher refugiados sírios <www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2679024&seccao=M%E9dio%20Oriente >.

Secretário-geral da ONU visita refugiados sírios no Norte do Iraque <www.noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/onu-unic-rio/2014/01/15/secretario-geral-da-onu-visita-refugiados-sirios-no-norte-do-iraque.htm >.

Curdistão iraquiano impõe cota para refugiados sírios http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,curdistao-iraquiano-impoe-quota-para-refugiados-sirios,1065922,0.htm]

Refugiados sírios superam 2 milhões; ONU vê riscos de ‘geração perdida’ <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130903_refugiados_siria_ru.shtml >

Anistia critica Europa por resposta ‘vergonhosa’ à crise de refugiados sírios <www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/12/131213_siria_refugiados_rp.shtml >.

Ilha italiana tem crise por excesso de refugiados tunisianos <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/02/110214_italia_tunisia_imigracao_fn.shtml >.

Hardship for Lampedusa refugees < www.bbc.co.uk/news/world-europe-24486190 >.

Italy seeks EU support after Lampedusa refugee tragedy <www.uk.reuters.com/article/2013/10/08/uk-italy-migrants-idUKBRE9970UI20131008 >.

Italy boat sinking: hundreds feared dead off Lampedusa < www.bbc.co.uk/news/world-europe-24380247 >.

Vídeo de imigrantes sendo pulverizados choca Itália <www.exame.abril.com.br/mundo/noticias/video-de-imigrantes-sendo-pulverizados-contra-sarna-choca-italia >.

Sugestão: “The Invasion of Lampedusa”, de Olly Lambert. < www.vimeo.com/45320244 >.

4. REFERÊNCIAS

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