48
I I N N C C L L U U S S Ã Ã O O E E S S C C O O L L A A R R Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

IINNCCLLUUSSÃÃOO

EESSCCOOLLAARR

Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Page 2: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 3: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 4: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 5: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 6: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 7: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 8: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 9: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

LEITO DE PROCUSTO?

Page 10: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 11: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

PERFIL DA ALFABETIZAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------

Perfil da primeira série – 1º trimestre------------------------------------------------------------------------------ Pré-fonético Silábico Alfabetizado-------------------------------------------------------------------------------Escola pública rural 80% 15% 5%pobre-------------------------------------------------------------------------------Escola pública rural 50% 40% 10%urbana de classe média baixa-----------------------------------------------------------------------------Escola pública urbana 30% 60% 10%de classe média baixa-----------------------------------------------------------------------------Escola privada de 0% 15% 85%classe média alta

Fonte: (SÁNCHEZ, 2002, p. 19-20).Mérida - Venezuela

Page 12: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Sociedade dos três terços

(FRIGOTO, 1997, p. 144)

um terço integrado ao trabalho e ao consumo

um terço precarizado no trabalho e no consumo

um terço excluído

Page 13: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Hoje no mundo (OIT)

• 800 milhões de desempregados e trabalhadores precarizados

• 75 milhões de crianças entre 10 e 14 anos em trabalhos desumanizadores

• No Brasil, 16% das crianças e jovens nesta faixa etária estão incorporados na produção.

(FRIGOTO, 1997, p. 144).

Page 14: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

O risco mais sério, todavia, centra-se no ideário da

ideologia neoliberal que [...] busca naturalizar esta

exclusão.

(FRIGOTO, 1997, p. 144).

Page 15: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

MARCOSIMPORTANTES

PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DE

PESSOAS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS

Page 16: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Constituição Federal de 1988

Carta de Jomtien, Tailândia, 1990

Plano Nacional de Educação para Todos, 1993

Page 17: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Declaração de Salamanca (UNESCO,

1994)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, Lei nº 9.394, de 20/12/96

Page 18: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

RESOLUÇÃO DO CNE N° 02/2001 (Diretrizes

Curriculares da Educação Especial na Educação básica)

Documento “O Acesso de “O Acesso de Alunos com Deficiência às Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”(2004)da Rede Regular”(2004)

Page 19: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Page 20: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

O conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto pedagógico – no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores – ações que favoreçam a interação social e sua opção por práticas heterogêneas. A escola capacita seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive para os educandos que apresentam necessidades especiais. (Parecer CNE/CEB nº 17/2001).

Page 21: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Inclusão, portanto, não significa simplesmente

matricular todos os educandos com necessidades educacionais

especiais na classe comum, ignorando suas necessidades específicas, mas significa dar

ao professor e à escola o suporte necessário a sua ação pedagógica (Parecer CNE/CEB

nº 17/2001).

Page 22: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

INCLUSÃO ESCOLARINCLUSÃO ESCOLAR

Processo de adequação da escola Processo de adequação da escola às necessidades individuais de às necessidades individuais de

seus alunos para que eles possam seus alunos para que eles possam estudar, aprender, desenvolver-se estudar, aprender, desenvolver-se

e exercer plenamente a sua e exercer plenamente a sua cidadania.cidadania.

Política de matricular na escola Política de matricular na escola comum qualquer estudante, sem comum qualquer estudante, sem

exigir prontidão para ele exigir prontidão para ele acompanhar os demais alunos. acompanhar os demais alunos.

Page 23: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

EXCLUSÃO ZEROEXCLUSÃO ZERO

Consiste em não excluir Consiste em não excluir uma pessoa para qualquer uma pessoa para qualquer finalidade (finalidade (por exemplo, por exemplo, educaçãoeducação) em razão de ) em razão de etnia, raça, cor, opção etnia, raça, cor, opção

sexual, gênero, deficiência sexual, gênero, deficiência ou qualquer outro atributo ou qualquer outro atributo

pessoal.pessoal.

Page 24: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

DIVERSIDADE HUMANADIVERSIDADE HUMANA

A diversidade humana é um fato numa A diversidade humana é um fato numa sociedade plural. Compõem essa diversidade sociedade plural. Compõem essa diversidade

todos os segmentos populacionais todos os segmentos populacionais representados por etnias, raças, representados por etnias, raças,

nacionalidades, naturalidades, culturas, nacionalidades, naturalidades, culturas, regiões, socioeconômicas, distúrbios regiões, socioeconômicas, distúrbios

orgânicos, histórico infracional ou orgânicos, histórico infracional ou penitenciário, deficiências (físicas, sensoriais, penitenciário, deficiências (físicas, sensoriais,

mentais, múltiplas, psiquiátricas) etc. mentais, múltiplas, psiquiátricas) etc.

Page 25: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

““EDUCAÇÃO INCLUSIVA...EDUCAÇÃO INCLUSIVA...

... é uma atitude de aceitação das diferenças,

não uma simples colocação

em sala de aula.”

Page 26: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

QUEM É EXCLUÍDO DAS QUEM É EXCLUÍDO DAS ESCOLAS E DA ESCOLAS E DA SOCIEDADE?SOCIEDADE?

MINORIAS?MINORIAS?

OU A AMPLA MAIORIA?OU A AMPLA MAIORIA?

Page 27: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

UMA ESCOLA INCLUSIVAUMA ESCOLA INCLUSIVA

ARQUITETÔNICA

ATITUDINAL

COMUNICACIONAL

METODOLÓGICA

INSTRUMENTAL

PROGRAMÁTICA

promove medidas de acessibilidade:

Page 28: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

PONTOS PARA REFLEXÃOPONTOS PARA REFLEXÃO

Acreditamos que a escola é que adequar-se aos alunos e não o

inverso?

diante do desafio da inclusão escolar

Page 29: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

PONTOS PARA REFLEXÃOPONTOS PARA REFLEXÃO

Temos a certeza de que a diversidade beneficia a todos os alunos e não apenas aqueles que

têm necessidades especiais?

diante do desafio da inclusão escolar

Page 30: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

SOBRE IDÉIAS E

PÃES

MARIO SERGIO CORTELLA (1999)

Page 31: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Em meados dos anos 70, dois caciques da nação xavante foram

visitar a cidade de São Paulo.

Page 32: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Foram dormir em um hotel e, no dia seguinte, levados

para passear.

Page 33: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

A ida a um mercado tinha a finalidade de surpreendê-los com um cenário paradisíaco: alimentos acumulados em grande quantidade: pilhas e pilhas de alface, de cenoura, de tomate, de laranja, etc.

Page 34: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

De repente, um deles viu algo que nenhum e nenhuma de nós veria,

pois não chamaria nossa atenção. Ele apontou e disse:

Page 35: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

O que ele esta fazendo?

“Ele” era um menino de 10 anos de idade, negro, pobre

(nós o saberíamos, pelas vestimentas), que no chão catava verduras e frutas amassadas, estragadas e

sujas, e as colocava em um saquinho plástico.

Page 36: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

A resposta foi a “óbvia”:

Ele está pegando comida.

Page 37: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Não entendi. Porque o menino está

pegando aquela comida podre se tem tanta coisa

boa nas pilhas e nas caixas?

Outra resposta evidente: Por que para pegar nas

pilhas precisa ter dinheiro.

Page 38: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Insiste o xavante (já irritante, pois está escavando onde a injustiça sangra):

Page 39: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

E por que ele não tem dinheiro? Réplica enfadonha do civilizado: Por que ele é criança.

Torna o índio: E o pai dele? Tem dinheiro? Outra obviedade: Não, não tem.

Questão final: Então não entendi de novo. Por que você que é grande tem dinheiro e o pai do menino, que também é, não tem?

Page 40: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

A única saída possível foi responder:

Porque aqui é assim!

Page 41: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Os índios pediram para ir embora, não apenas do mercado, mas da

cidade.

Para que pudessem aceitar mais tranqüilamente o “por que aqui é

assim” teriam que ter sido formados e formadores da nossa sociedade, frequentado nossas instituições sociais e, também,

nossas escolas; teriam que ter sido “civilizados”.

Page 42: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

A intenção do relato anterior não é moralista nem deseja

propor um “modelo indígena de existência”; é ressaltar aquela

que, no nosso entender, é a maior tarefa dos educadores e

das educadoras, na junção entre a epistemologia e a

política:

o esforço de destruição do “porque aqui é assim”.

Page 43: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

A ruptura do “porque aqui é assim” principia pela recusa à ditadura

dos fatos consumados e à ditadura fatalista de

um presente que aparenta ser invencível.

Page 44: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Se alguém não for livre da fome,

ninguém é livre da fome. Se alguma

criança não for livre da falta de escola, de

família, de lazer, ninguém é livre.

Page 45: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Afinal das contas, por que somos educadores e educadoras?

Page 46: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Há um ditado chinês que diz que, se dois homens vem

andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se

encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora

com um; porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia,

e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem

vai embora com duas.

Page 47: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Quem sabe é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para

todos terem pão...

Page 48: INCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLARINCLUSÃOESCOLAR Tania Mara Zancanaro Pieczkowski