14
Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.33, n.271, p.12-25, nov./dez. 2012 12 Adequação socioeconômica e ambiental de propriedades rurais Resumo - Um sistema integrado para aferição do desempenho econômico, social e am- biental é apresentado com o objetivo de auxiliar a gestão de estabelecimentos rurais. O sistema denominado Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA) é composto por um conjunto de 23 indicadores que abrangem os balanços econômico e social, o gerenciamento do estabelecimento, a qualidade do solo e da água, o manejo dos sistemas de produção e a diversificação da paisagem e o estado de conservação da vege- tação nativa. Valores no intervalo de 0 a 1 são gerados para cada indicador. Considera-se 0,7 o valor de referência para um bom desempenho ambiental, social ou econômico. A média aritmética simples dos 23 indicadores de sustentabilidade resulta em um índice final do estabelecimento avaliado. Com o apoio de imagens de satélite e levantamento de campo são gerados croquis do estabelecimento rural, por meio de técnicas de geoproces- samento, contendo o uso e a ocupação do solo e a identificação das Áreas de Preservação Permanente (APPs). O sistema ISA já foi aplicado em aproximadamente 500 estabeleci- mentos rurais, em diferentes regiões do estado de Minas Gerais. Palavras-chave: ISA. Desempenho ambiental. Agricultura sustentável. Gestão ambiental. Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas José Mário Lobo Ferreira 1 João Herbert Moreira Viana 2 Adriana Monteiro da Costa 3 Daniel Vieira de Sousa 4 Andréia Aline Fontes 5 1 Eng o Agr o , M.S., Pesq. EPAMIG-DPPE/Bolsista FAPEMIG, CEP 31170-495 Belo Horizonte-MG. Correio eletrônico: [email protected] 2 Eng o Agr o , D.S., Pesq. EMBRAPA Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, CEP 35701-970 Sete Lagoas-MG. Correio eletrônico: [email protected] 3 Geógrafa, D.S., Prof a Adj. UFMG-IGC - Depto. Geografia, Caixa Postal 719, CEP 31270-901 Belo Horizonte-MG. Correio eletrônico: [email protected] 4 Geógrafo, M.S., Bolsista FAPEMIG/EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] 5 Eng a Agr a , M.S., Bolsista FAPEMIG/EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] INTRODUÇÃO Imperativa é a mudança na compreen- são sobre o papel do espaço rural na con- servação e proteção dos recursos naturais. O produtor rural tornou-se protagonista na gestão de sistemas complexos, diver- sificados, integrados e interdependentes. Conciliar eficácia econômica, responsa- bilidade social e proteção do patrimônio natural, provendo, ao mesmo tempo, serviços ecossistêmicos para a socieda- de, tornou-se uma questão estratégica e central para o produtor dar continuidade ao seu negócio. Para isso, os instrumentos das políticas ambientais, tanto federal, quanto estaduais, apontam para a necessidade de estímulos ao produtor rural, pois é conhecida a difi- culdade vivenciada, principalmente pelos agricultores familiares, nos processos de regularização ambiental de suas proprieda- des e, ao mesmo tempo, de adequá-las não somente para atendimento à legislação am- biental, mas também às demais dimensões da sustentabilidade, a econômica e a social. Portanto, há necessidade de promover processos educativos e gerenciais, por meio de ferramentas para aferição do de- sempenho econômico, social e ambiental na escala de estabelecimentos rurais, com o objetivo de auxiliar o processo de tomada de decisões. Dessa forma, o responsável pelas atividades produtivas consegue rea- lizar um planejamento técnico com visão integrada e uma interação harmônica entre os sistemas de produção e a conservação dos recursos naturais existentes, em con- formidade com a Legislação Ambiental vigente. A capacidade organizacional e geren- cial, independentemente das diferenças dos diversos segmentos nos setores agropecu-

Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Um sistema integrado para aferição do desempenho econômico, social e ambiental é apresentado com o objetivo de auxiliar a gestão de estabelecimentos rurais.

Citation preview

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    12 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Resumo - Um sistema integrado para aferio do desempenho econmico, social e am-biental apresentado com o objetivo de auxiliar a gesto de estabelecimentos rurais. O sistema denominado Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA) composto por um conjunto de 23 indicadores que abrangem os balanos econmico e social, o gerenciamento do estabelecimento, a qualidade do solo e da gua, o manejo dos sistemas de produo e a diversificao da paisagem e o estado de conservao da vege-tao nativa. Valores no intervalo de 0 a 1 so gerados para cada indicador. Considera-se 0,7 o valor de referncia para um bom desempenho ambiental, social ou econmico. A mdia aritmtica simples dos 23 indicadores de sustentabilidade resulta em um ndice final do estabelecimento avaliado. Com o apoio de imagens de satlite e levantamento de campo so gerados croquis do estabelecimento rural, por meio de tcnicas de geoproces-samento, contendo o uso e a ocupao do solo e a identificao das reas de Preservao Permanente (APPs). O sistema ISA j foi aplicado em aproximadamente 500 estabeleci-mentos rurais, em diferentes regies do estado de Minas Gerais.

    Palavras-chave: ISA. Desempenho ambiental. Agricultura sustentvel. Gesto ambiental.

    Indicadores de Sustentabilidade em AgroecossistemasJos Mrio Lobo Ferreira1

    Joo Herbert Moreira Viana2Adriana Monteiro da Costa3

    Daniel Vieira de Sousa4Andria Aline Fontes5

    1Engo Agro, M.S., Pesq. EPAMIG-DPPE/Bolsista FAPEMIG, CEP 31170-495 Belo Horizonte-MG. Correio eletrnico: [email protected] Agro, D.S., Pesq. EMBRAPA Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, CEP 35701-970 Sete Lagoas-MG. Correio eletrnico: [email protected], D.S., Profa Adj. UFMG-IGC - Depto. Geografia, Caixa Postal 719, CEP 31270-901 Belo Horizonte-MG. Correio eletrnico:

    [email protected], M.S., Bolsista FAPEMIG/EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viosa-MG. Correio eletrnico:

    [email protected] 5Enga Agra, M.S., Bolsista FAPEMIG/EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viosa-MG. Correio eletrnico:

    [email protected]

    INTRODUO

    Imperativa a mudana na compreen-so sobre o papel do espao rural na con-servao e proteo dos recursos naturais. O produtor rural tornou-se protagonista na gesto de sistemas complexos, diver-sificados, integrados e interdependentes. Conciliar eficcia econmica, responsa-bilidade social e proteo do patrimnio natural, provendo, ao mesmo tempo, servios ecossistmicos para a socieda-de, tornou-se uma questo estratgica e central para o produtor dar continuidade ao seu negcio.

    Para isso, os instrumentos das polticas ambientais, tanto federal, quanto estaduais, apontam para a necessidade de estmulos ao produtor rural, pois conhecida a difi-culdade vivenciada, principalmente pelos agricultores familiares, nos processos de regularizao ambiental de suas proprieda-des e, ao mesmo tempo, de adequ-las no

    somente para atendimento legislao am-biental, mas tambm s demais dimenses da sustentabilidade, a econmica e a social.

    Portanto, h necessidade de promover

    processos educativos e gerenciais, por meio de ferramentas para aferio do de-

    sempenho econmico, social e ambiental na escala de estabelecimentos rurais, com o objetivo de auxiliar o processo de tomada de decises. Dessa forma, o responsvel

    pelas atividades produtivas consegue rea-lizar um planejamento tcnico com viso integrada e uma interao harmnica entre os sistemas de produo e a conservao dos recursos naturais existentes, em con-formidade com a Legislao Ambiental vigente.

    A capacidade organizacional e geren-cial, independentemente das diferenas dos diversos segmentos nos setores agropecu-

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    13Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    rio e florestal, deve ser adquirida pelos produtores rurais6.

    A transio de Sistemas de Produo Agrossilvipastoris para modelos mais integrados, diversificados e resilientes, implica em maior complexidade e refora a necessidade do monitoramento, por meio de mtricas e parmetros que compem um conjunto de indicadores.

    Tendo em vista essas preocupaes, estabeleceu-se o Projeto Estratgico de-nominado Adequao Socioeconmica e Ambiental das Propriedades Rurais, capitaneado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuria e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), com o objetivo de orientar os produtores na gesto de suas atividades produtivas, bem como do espao rural, compreendidos nos limites de sua propriedade, com vistas sustentabilidade. Para sua execuo, foi desenvolvido o sis-tema Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA), pela EPAMIG em parceria com a Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Instituto Esta-dual de Florestas (IEF), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - Centro Nacio-nal de Pesquisa de Milho e Sorgo (Embrapa Milho e Sorgo), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundao Joo Pinheiro (FJP), por meio de projeto de pesquisa financiado pela Fundao de Am-paro Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), com o apoio da Secretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes-MG), Seapa-MG e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel (Semad).

    O Projeto Estratgico comeou a ser concebido em 2009, a partir do Decreto no 45.166, de 4 de setembro de 2009 (MI-NAS GERAIS, 2009), que regulamenta

    a Lei no 14.309, de 19 de junho de 2002 (MINAS GERAIS, 2002). Por meio desta Lei, pela primeira vez, reconhecido o uso consolidado nas reas de Preservao Permanente (APPs)7, onde so necessrios manejo e utilizao diferenciados, a fim de manter a funo ambiental sem perder de vista a manuteno social e econmica dos produtores.

    Neste artigo sero apresentados a es-trutura e alguns resultados da aplicao do sistema ISA em vrias regies do estado de Minas Gerais.

    SISTEMA ISA

    Indicadores podem ser compreendidos como instrumento que permite mensurar as modificaes nas caractersticas de um determinado sistema (DEPONTI; ECKERT; AZAMBUJA, 2002) e avaliar uma situao presente e sua tendncia de comportamento, bem como estabelecer um termo de comparao em escala temporal e espacial (CORRA; TEIXEIRA, 2008). Para tanto, um indicador deve avaliar uma varivel, com base em uma situao padro ou ideal a ser alcanada (MAR-ZALL, 1999), e ser validado socialmente, por meio da aplicao de estudos de caso comparados com padres determinados pela sociedade.

    Portanto, a escolha dos parmetros e as medidas para anlise e interpretao dos dados devem ser claras e transparentes, sem deixar dvidas sobre os princpios utilizados no processo de avaliao (MAR-ZALL; ALMEIDA, 2000). A construo de uma metodologia precisa, de fcil aplicao e de baixo custo, que integre fatores econmicos, sociais e ambientais em diferentes locais, um dos desafios para avaliao da sustentabilidade nos agroecossistemas.

    O ISA foi concebido visando otimi-zar a relao entre sensibilidade e custo/facilidade de aplicao. Para isso utiliza indicadores j conhecidos e validados pela literatura, que sejam de baixo custo e fceis de ser aplicados por tcnicos ou produtores sem treinamento especializado.

    O sistema ISA baseou-se em diversos trabalhos sobre indicadores de sustenta-bilidade e sobre avaliao de impactos ambientais para o setor agropecurio e florestal (LPEZ-RIDAURA; MASERA; ASTIER, 2001; DEPONTTI; ECKERT; AZAMBUJA, 2002; RODRIGUES; CAMPANHOLA, 2003; MATTOSFILHO, 2004; RAO; ROGERS, 2006; QIU et al., 2007; ANDRADE, 2007; CORREA; TEIXEIRA, 2008; ASTIER; MASERA; GLVAN-MIYOSHI, 2008; GMEZ-LIMN; SANCHEZ-FERNANDEZ, 2010; CHAVES, 2010; RODRIGUES et al., 2010).

    O sistema ISA apresentado como ferramenta de gesto para o produtor, com o objetivo de realizar um diagnstico dos balanos social, econmico e ambiental do estabelecimento, apontar pontos crticos ou riscos e os pontos positivos e oportuni-dades de negcios. Alm disso, gera uma srie de informaes teis para auxiliar o gestor pblico na identificao de vulne-rabilidades socioeconmicas, fragilidades ambientais, entraves e potencialidades de atividades agrossilvipastoris na escala de uma sub-bacia hidrogrfica, bem como na elaborao e no monitoramento de programas especficos de interveno em reas ou situaes problemticas, de pro-gramas indutores para adoo de prticas de adequao ambiental e socioeconmica, ou de programas para o reconhecimento e premiao de produtores com bom desem-penho ambiental. Desse modo, o sistema deve ser robusto, replicvel e adotado

    6Esta uma das diretrizes que consta no documento elaborado pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), para a Con-ferncia Rio+20 (BRASIL, 2012).

    7rea protegida, coberta ou no por vegetao nativa, com a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gnico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaes humanas, conforme Cdigo Florestal (BRASIL, 2012).

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    14 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    em larga escala, mas, ao mesmo tempo, deve considerar as especificidades locais

    na interpretao e contextualizao das informaes geradas.

    O conjunto de indicadores que com-pem o ISA avalia alguns princpios e critrios que norteiam a transio de agroecossistemas para um padro de maior sustentabilidade:

    a) planejamento do uso do solo, de infraestruturas e tcnicas de produ-o para a conservao dos solos e recursos hdricos;

    b) manejo integrado dos sistemas de produo;

    c) manejo integrado de resduos;

    d) adoo de prticas de estmulo proteo da biodiversidade;

    e) atendimento das normas (cdigo florestal, licenciamento, gua, le-gislao trabalhista, etc.);

    f) relacionamento com a comunidade;

    g) acesso a programas educacionais e de capacitao;

    h) acesso aos servios bsicos;

    i) diversificao da paisagem agrcola.

    O ISA foi desenvolvido para ser rea-lizado no campo e no escritrio. feita a entrevista com o produtor e a coleta de dados no estabelecimento, bem como,

    anlises laboratoriais, geoprocessamento de imagens de satlite e processamento e interpretao dos dados.

    ESTRUTURA DO ISA

    O ISA utiliza uma planilha eletrnica para a entrada e processamento de dados (questionrio; dados gerados pelo geopro-cessamento; indicadores; ndices gerais; sntese dos dados; relatrio do produtor; guia de planejamento do tcnico; planeja-mento do produtor).

    O conjunto de indicadores foi agru-pado em sete subndices, envolvendo as dimenses econmica, social e ambiental (Quadro 1).

    Subndices Indicadores

    Balano econmico 1 - Produtividade e preo de venda apurados

    2 - Perfil e diversificao da renda

    3 - Evoluo patrimonial

    4 - Grau de endividamento

    Balano social 5 - Servios bsicos disponveis

    6 - Segurana alimentar no entorno das residncias

    7 - Escolaridade/Cursos direcionados s atividades agrossilvipastoris

    8 - Qualidade da ocupao e do emprego gerado

    Gesto do estabelecimento rural 9 - Gesto do empreendimento

    10 - Gesto da informao

    11 - Gerenciamento de resduos e efluentes

    12 - Segurana do trabalho e gesto do uso de agrotxicos e produtos veterinrios

    Capacidade produtiva do solo 13 - Fertilidade do solo

    Qualidade da gua 14 - Qualidade da gua superficial

    15 - Qualidade da gua subterrnea

    16 - Risco de contaminao da gua por agrotxicos

    Manejo dos sistemas de produo 17 - reas com solo em estdio de degradao

    18 - Grau de adoo de prticas conservacionistas

    19 - Estado de conservao de estradas internas e externas

    Ecologia da paisagem agrcola 20 - Vegetao nativa - fitofisionomias e estado de conservao

    21 - reas de Preservao Permanente (APPs)

    22 - Reserva Legal (RL)

    23 - Diversificao da paisagem agrcola

    QUADRO 1 - Descrio dos sete subndices e dos 23 indicadores

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    15Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Indicadores relacionados com o balano econmico

    Parte do pressuposto que o crescimento do valor do negcio pode ser associado ao seu sucesso. Opera verificando a produti-vidade e o valor de venda das atividades de maior peso na receita monetria total do estabelecimento (a mdia de produo de todos os talhes ou criaes na propriedade calculada e comparada com a mdia do municpio, obtida nos relatrios anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estats-tica (IBGE), cooperativas, associaes ou escritrio local da Emater-MG).

    avaliada a composio da renda do produtor (atividade agrcola; no agrcola; gerada dentro ou fora do estabelecimento; proveniente de aposentadoria, penso ou ajuda financeira), considerando tambm se ocorre concentrao de renda em uma nica atividade.

    Verifica a evoluo ou regresso patri-monial do estabelecimento em um deter-minado tempo, calculado pela somatria da valorizao da terra na regio, benfeitorias, equipamentos, semoventes e modificaes no uso e ocupao do solo. verificado tambm o grau de endividamento do pro-dutor, por meio da avaliao da proporo do montante da dvida total em relao ao valor do patrimnio estimado.

    Indicadores relacionados com o balano social

    Verificam-se questes relativas dispo-nibilidade de bens e de servios essenciais: disponibilidade de gua em quantidade e qualidade; coleta pblica de lixo; energia eltrica; telefone; internet; acesso regular ao transporte pblico e ao transporte esco-lar; servio de sade; segurana alimentar (disponibilidade de frutas, hortalias e fontes de protena animal).

    So verificados ainda o grau de escola-ridade e o acesso a cursos de capacitao de longa e/ou curta durao, de todas as pessoas envolvidas no empreendimento, como tambm, o acesso das crianas rede bsica de ensino regular. Finalmente, verifica-se o cumprimento da legislao

    trabalhista e de uma srie de recomen-daes e determinaes do Ministrio do Trabalho e do Emprego (MTE) para os estabelecimentos que empregam pessoas nos sistemas de produo.

    Indicadores relacionados com a gesto

    Avaliam a capacidade de gesto do em-preendedor com base no uso de instrumen-tos adequados de controle, administrao e acesso a informaes relativas ao negcio, assim como alguns aspectos relacionados com a gerao de resduos e de medidas de segurana, quando utilizam-se agrotxicos e produtos veterinrios.

    Verifica-se o grau de adoo de al-gumas ferramentas de gesto, tais como: contabilidade; acesso assistncia tcni-ca; participao de formas associativas; regularizao ambiental e acesso ao crdito. Verificam-se tambm se h busca de informaes de mercado, aplicao de tecnologias inovadoras, capacidade de inovao e de colocao de produtos em mercados diferenciados.

    Com relao gesto de resduos ge-rados no estabelecimento, verificam-se a coleta, a destinao, o reaproveitamento e o tratamento dado aos resduos slidos e efluentes. Nos casos de uso de agrotxi-cos e produtos veterinrios, verificam-se o atendimento das normas de segurana para as pessoas que manipulam ou esto expostas a estes produtos, o seu arma-zenamento e a destinao adequada das embalagens vazias.

    Indicadores relacionados com a qualidade do solo e da gua

    Com estes indicadores pode-se avaliar a capacidade de o ambiente prover os re-cursos mnimos necessrios manuteno dos sistemas de produo, assegurando uma produtividade estvel com retorno econmico para o agricultor.

    So avaliados nove parmetros rela-cionados com as propriedades qumicas e fsicas do solo. Para a interpretao dos

    resultados foram utilizadas as publicaes Recomendao para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais (RIBEIRO;

    GUIMARES; ALVAREZ V., 1999) e

    Cerrado: correo do solo e adubao (SOUSA; LOBATO, 2004).

    So feitas avaliaes da qualidade da gua de nascentes, dos corpos dgua que

    passam pelo estabelecimento e da gua

    subterrnea, conforme o enquadramento da Resoluo do Conama no 430, de 13 de maio de 2011 (CONAMA, 2011) e

    Portaria no 518, de 25 de maro de 2004 do Ministrio da Sade (BRASIL, 2004). Os ecossistemas aquticos tambm so

    avaliados nos pontos de coleta de amostras de gua superficial. Finalmente avaliado

    o potencial de contaminao da gua com

    base nas caractersticas de todos os agro-txicos, eventualmente utilizados no esta-belecimento, considerando a persistncia no ambiente e a mobilidade do ingrediente ativo, a toxicidade da formulao e o vo-lume de calda aplicado.

    Indicadores relacionados com o manejo dos sistemas de produo

    Avaliam a adequao do manejo em curso com base no diagnstico de sinais de degradao e eroso do solo. Verifica-se a presena de solos em estdio de degrada-o, considerando a rea, a intensidade e a tendncia de comportamento (intensifi-cao, estabilizao ou diminuio do pro-cesso). Avalia-se tambm o grau de adoo de medidas para a conservao dos solos em todos os sistemas de produo. Alm disso, verificam-se o estado de conservao das estradas e a adoo de medidas para sua conservao e drenagem.

    Indicadores relacionados com a diversificao da paisagem rural e conservao da vegetao nativa

    Estes indicadores avaliam o estado de preservao das reas com vegetao

    nativa e o nvel de fragmentao destes

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    16 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    hbitats no estabelecimento. So verifi-cados o estado de conservao das reas

    identificadas para preservao perma-nente APPs, e avaliado o cumprimento

    com a exigncia de Reserva Legal (RL)8, em conformidade com o Cdigo Florestal (BRASIL, 2012).

    Observam-se o grau de adoo de pr-ticas que auxiliam na induo da agrobio-diversidade, a diversificao da paisagem

    na escala do estabelecimento agropecurio

    e o grau de diversificao das reas frontei-rias em relao ao estabelecimento agro-pecurio, o que permite avaliar possveis

    presses advindas de extensas reas de

    monocultura sobre as reas de produo,

    ou a formao de corredores ecolgicos interligando reas de vegetao nativa com

    as propriedades vizinhas.Para o preenchimento desses dados,

    utilizam-se as informaes coletadas em campo e geradas por meio de tcnicas de geoprocessamento de imagens de satlite. As informaes so preenchidas direta-mente no sistema, em formato de planilha eletrnica, possibilitando a participao do produtor e do tcnico durante as avaliaes (Fig. 1).

    Para cada indicador gerado um ndice que varia de 0 a 1, obtido a partir de funes que atribuem valor s variveis, ao compa-rar o valor aferido no estabelecimento com

    o valor de referncia, utilizando-se fatores de ponderao para cada parmetro avalia-do. O valor 0,7 considerado como a linha de base ou limiar de sustentabilidade, ou seja, abaixo deste valor considerada uma situao indesejvel ou inadequada (Fig. 2).

    O sistema gera automaticamente um ndice final a partir da mdia aritmtica

    simples das notas atribudas aos 23 indica-dores. Os valores obtidos tambm esto no intervalo de 0 a 1 e a nota 0,7 considerada o valor de base para um bom desempenho ambiental, social e econmico (Fig. 3). O sistema de avaliao permite a gerao au-tomtica de grficos e de tabelas agregando

    os indicadores em temas (Fig. 4 e 5).

    Figura 1 - Planilha Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA)

    8rea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, mantendo rea com cobertura de vegetao nativa, sem prejuzo da aplicao das normas sobre as reas de Preservao Permanente (APPs), delimitada atendendo o porcentual mnimo de 20% em relao rea do estabelecimento, com a funo de assegurar o uso econmico de modo sustentvel dos recursos naturais do imvel rural, auxiliar a conservao e a reabilitao dos processos ecolgicos e promover a conservao da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteo da fauna e da flora nativa, conforme o Cdigo Florestal (BRASIL, 2012).

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

    INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM AGROECOSSISTEMAS

    Data

    IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR

    Nome

    Tel

    Email Dados confidenciais

    IDENTIFICAO DO ESTABELECIMENTO

    Nome do municpio

    Identificao do principal curso dgua na sub-bacia hidrogrfica

    Cdigo do estabelecimento 1o Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH (IGAM)

    ISBN 978-85-99764-26-8

    Preencher todos os campos em amarelo

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    17Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Figura 2 - Exemplo do indicador referente gesto do empreendimento

    Figura 3 - Exemplo do ndice final, dos subndices, desvio-padro e descrio dos indicadores no avaliados

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    18 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Figura 4 - Exemplo dos indicadores relacionados com os aspectos socioeconmicos

    Figura 5 - Exemplo dos indicadores relacionados com os aspectos ambientais

    EXECUO DO ISA

    Alguns aspectos devem ser observa-dos para o planejamento das atividades de campo e, sobretudo, para auxiliar na contextualizao das informaes geradas pelo ISA.

    Deve ser feita a caracterizao da regio e da sub-bacia hidrogrfica, onde

    esto localizados os estabelecimentos rurais nos seguintes aspectos: hidrografia,

    geomorfologia, vegetao nativa, clima,

    solos, caracterizao das principais uni-dades da paisagem, levantamento das fragilidades ambientais, vulnerabilidades socioeconmicas (o que faz o sistema tornar-se vulnervel? qual a caracterstica que mais ressalta?), levantamento dos n-dices de produtividade locais e preos de venda dos principais produtos agrcolas, pecurios e florestais.

    O sistema ISA foi concebido para ser aplicado no estabelecimento rural em um perodo equivalente a um dia de trabalho.

    Recomenda-se formalizar com o produtor um termo de confidencialidade dos dados gerados pelo sistema, sendo a sua divul-gao somente na forma de dados agrega-dos, sem identificao do proprietrio ou da propriedade. Para tanto, gerado um cdigo numrico do estabelecimento com referncias Unidade de Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos (UPGRH), ao municpio onde o estabelecimento est localizado e ao principal curso dgua da regio.

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    19Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    O primeiro passo verificar com o pro-dutor quais os limites do estabelecimento, identificar corpos dgua e nascentes e o uso e a ocupao do solo no estabeleci-mento e nas reas adjacentes, por meio de imagens de satlite, diretamente no com-putador ou na forma impressa (Fig. 6 e 7 ).

    O uso e a ocupao do solo so padro-nizados conforme as categorias:

    a) lavoura permanente;

    b) lavoura temporria;

    c) pastagem;

    d) silvicultura;

    e) pousio9;f) vegetao nativa;

    g) espelho dgua;

    h) reas no agrcolas.

    Aps a identificao dos limites, dos

    corpos dgua e dos talhes de produo,

    feito o preenchimento da planilha, por meio de entrevista semiestruturada com o produtor e verificao no campo dos

    sistemas de produo e de fragmentos de vegetao nativa. Quando necessrio,

    so realizadas coletas de amostras de solo para anlise em laboratrio. Tambm

    feita uma avaliao da qualidade da gua

    superficial e dos ecossistemas aquticos,

    nos pontos de coleta de amostras de gua,

    conforme Callisto et al. (2002).

    necessrio percorrer as reas de

    produo e os fragmentos com vegetao nativa para verificar o grau de adoo de

    prticas de conservao do solo e de indu-o agrobiodiversidade em cada talho, do tipo de manejo do solo (plantio direto na palha, plantio com revolvimento do solo ou cultivo reduzido), da ocorrncia de algum fator de limitao do meio produo (como, por exemplo, solum horizonte A + B raso ou erodido, lenol fretico

    elevado, alta pedregosidade), da presena de eroso, do estado de conservao das estradas e da caracterizao dos fragmen-tos com vegetao nativa (fitofisionomia,

    Figura 6 - Exemplo da identificao dos limites, dos corpos dgua e das nascentes

    FONTE: Google Earth.

    NOTA: A - Identificao dos limites do estabelecimento (linha vermelha); B - Identificao dos corpos dgua (linhas e polgonos em azul) e das nascentes (pontos em azul).

    BA

    9Prtica de interrupo de atividades e usos agrcolas e pecurios ou silviculturais, por no mximo 5 anos, em at 25% da rea produtiva da pro-priedade ou posse, para possibilitar a recuperao da capacidade de uso ou da estrutura fsica do solo, conforme o Cdigo Florestal (BRASIL, 2012).

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    20 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    grau de proteo e de ausncia de plantas exticas). Neste caminhamento, so toma-das as coordenadas geogrficas dos pontos

    de interesse utilizando-se GPS.Nos trechos de coleta de amostras para

    avaliao da qualidade da gua superficial

    feito o preenchimento de um protocolo de avaliao rpida dos ecossistemas

    aquticos. As amostras so coletadas em

    dois pontos de um mesmo corpo dgua,

    podendo ser na entrada e na sada do esta-belecimento, ou quando um curso dgua

    o atravessa, prximo ao local de uma nascente, onde o curso dgua desgua em

    outro corpo dgua, ou, no ponto de sada

    do estabelecimento.

    As anlises da qualidade da gua so

    realizadas no local por meio de um kit de anlise porttil, para aferir os teores de

    nitrato, fosfato, medio do pH e verificar

    a presena de coliformes fecais (Fig. 8).Com o apoio das imagens de satlite

    e dos dados obtidos no levantamento de campo, gerado um mapa do estabele-cimento agropecurio, contendo o uso e

    a ocupao do solo e a identificao das

    APPs, por meio de tcnicas de geoproces-samento, com uma srie de informaes que sero utilizadas no preenchimento dos indicadores (Fig. 9).

    So identificadas as APPs nas faixas

    marginais de cursos dgua naturais, no

    entorno de lagos e lagoas naturais, no entorno de reservatrios de gua artifi-ciais, no entorno de nascentes e dos olhos dgua perenes e nas faixas marginais das veredas, conforme estabelecido no novo Cdigo Florestal (BRASIL, 2012). Por meio da sobreposio das imagens de satlite, do modelo digital de elevao e dados de declividade, so identificadas as APPs definidas como topo de morros, montes, montanhas e serras e as APPs de reas com declive acima de 45o, conforme o novo Cdigo Florestal (BRASIL, 2012). Aps a identificao das APPs no estabele-cimento, realiza-se o clculo dessas reas e identificam-se o seu uso e a sua ocupao do solo (Fig. 10).

    Figura 7 - Exemplo do uso e ocupao do solo de um estabelecimento

    FONTE: Google Earth.

    NOTA: A - Identificao do uso e ocupao do solo dentro do estabelecimento (polgonos em amarelo com as identificaes conforme as siglas); B - Identificao do uso e ocupao do solo no entorno do estabelecimento.

    LP - Lavoura permanente; LT - Lavoura temporria; PA - Pastagem; S - Silvicultura; VN - Vegetao nativa.

    BA

    S S

    VN VN

    VN

    VNPA PA

    PA

    PA

    PA PA

    PA

    PA

    LP LP

    LP LP

    LP

    LT LT

    LT LT

    LT LT

    LT LT

    VN VN

    VN

    VN VN

    VN VNVN

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    21Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Figura 8 - Ilustrao da verificao da presena de coliformes fecais em um corpo dgua

    NOTA: A - Imerso da cartela microbiolgica na amostra de gua a ser analisada; B - Recolocao da cartela na embalagem plstica, aps escorrer o excesso de gua e retirada do picote para evitar contaminaes pelo manuseio; C - Resultado obtido aps levar estufa por 15 horas temperatura entre 36 oC e 37 oC (pontos azuis representam colnias de coliformes fecais).

    FONTE: (C) Embrapa Meio-Norte (2006).

    Figura 9 - Exemplo de um mapa, gerado pelo sistema ISA, com o uso e a ocupao do solo e identificao das APPsNOTA: Croqui gerado sobre imagem de satlite RapidEye.

    A PP - rea de Preservao Permanente; ISA - Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas.

    A CBFotos

    (A

    , B)

    : Jo

    s M

    rio

    Lob

    o Fe

    rrei

    ra

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    22 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    Verificam-se com o produtor se a RL est regularizada, a sua localizao e a caracterizao do seu uso e da ocupao do solo. Tambm so conferidas a regulari-zao do uso da gua (outorga ou dispensa da outorga) e a regularizao ambiental dos empreendimentos (dispensa de licen-ciamento, autorizao ambiental de fun-cionamento ou licenciamento ambiental).

    Aps o preenchimento dos dados gerado automaticamente um relatrio com informaes que abrangem ndices, indicadores, uso e ocupao do solo, ca-

    racterizao das APPs e interpretaes das anlises de amostras de solos e de gua no estabelecimento. Um quadro sinttico dos dados gerais do estabelecimento tambm gerado na planilha. Essa base de dados pode ser utilizada para gerao de rela-trios com dados agregados de diversos estabelecimentos em uma determinada bacia hidrogrfica ou regio.

    Os fatores de ponderao, frmulas, grficos e algumas descries complemen-tares de cada indicador esto acessveis na aba da planilha denominada frmulas.

    RESULTADOS PRELIMINARES

    O sistema ISA10 est sendo adotado por um Projeto Estratgico do governo de Minas denominado Adequao Socioe-conmica e Ambiental das Propriedades Rurais, no qual so realizados treinamen-tos com os tcnicos da Emater-MG. Inicial-mente foram selecionados os Programas Certifica Minas Caf, Minas Leite, Verde

    Minas e o Projeto de Reassentamento de Irap da Companhia Energtica de Minas Gerais (Cemig) (Fig. 11).

    10O sistema ISA est disponvel em: www.epamig.br

    Figura 10 - Exemplo dos dados gerados pelo geoprocessamento da imagem de satlite com a identificao do uso e ocupao do solo e identificao das APPs

    NOTA: APPs - reas de Preservao Permanente.

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    23Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    O ISA j foi aplicado em diversas regi-es do estado de Minas Gerais. No perodo de 2009 a 2010, foram realizados testes iniciais nas regies da Zona da Mata, Alto Paranaba e Norte de Minas/Vale do Jequi-tinhonha. Em 2011, na regio Sul de Minas, e no perodo de 2011 a 2012, nas regies Norte de Minas, Sul de Minas e Zona da Mata, totalizando aproximadamente 500 estabelecimentos visitados.

    Os resultados preliminares demonstram sensibilidade do sistema ISA a variaes inter e intrarregionais, relacionadas com diferentes padres de manejo, sistemas de produo e gesto das propriedades.

    Observa-se que as particularidades de cada regio, nos aspectos sociais, econmi-cos e ambientais, iro refletir nos resultados da aferio do desempenho ambiental e so-cioeconmico dos estabelecimentos rurais, como, por exemplo, renda monetria dos produtores, acesso terra e proporo das APPs (Quadro 2).

    Na Zona da Mata (municpio de Ara-ponga), os estabelecimentos so relativa-

    Figura 11 - Ilustrao dos encontros tcnicos realizados com a Emater-MG

    NOTA: A - Aplicao do ISA em um estabelecimento rural; B - Interpretao da paisagem agrcola; C - Treinamento para a elaborao dos croquis; D - Avaliao do ecossistema aqutico; E - Avaliao do estado de conservao de um fragmento de vegetao nativa; F - Discusso dos dados gerados pela aplicao do ISA.

    ISA - Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas.

    QUADRO 2 - Mdia de alguns dados gerados pela aplicao do ISA em 4 municpios, no perodo 2009 - 2010, totalizando 28 estabelecimentos rurais

    ItensMunicpios

    Araponga Ira de Minas Diamantina Montes Claros

    rea (ha) 26,8 928,8 106,0 80,0

    APP (% rea total) 21,6% 2,3% 14,6% 2,8%

    Renda bruta anual (R$/ha/ano) R$ 1.654,59 R$ 2.861,48 R$ 71,00 R$ 31,00

    Renda bruta estimada no estabelecimento (R$/ms)

    R$ 3.187,60 R$ 276.002,58 R$ 624,00 R$ 204,00

    NOTA: ISA - Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas; APP - rea de Preser-vao Permanente.

    mente pequenos e uma parte considervel encontra-se em APPs (21,6%). Contudo, observa-se que os estabelecimentos com manejo agroecolgico de cafezais apre-sentaram resultados superiores aos esta-belecimentos com manejo tradicional, com predomnio de pastagens degradadas (ndi-ces gerais de sustentabilidade desses esta-belecimentos variaram entre 0,52 e 0,80). Na regio do Alto Paranaba (municpio de Ira de Minas), os resultados refletiram uma agricultura de alta tecnologia e alto

    rendimento, com os consequentes impactos econmicos e ambientais (ndices variaram entre 0,64 e 0,68). No Norte de Minas (mu-nicpios de Diamantina e Montes Claros), os resultados refletem a condio particular relativa aos reassentamentos de famlias deslocadas em fase de readaptao (ndices variaram entre 0,63 e 0,75).

    O ISA apontou peculiaridades regio-nais que precisam ser consideradas para uma anlise fidedigna da realidade local. Programas de governo direcionados para a

    A B

    E

    C

    FDFotos

    (A

    , B,

    F):

    Jos

    M

    rio

    Lob

    o Fe

    rrei

    ra

    Foto

    s (C

    , D

    , E)

    : Jo

    s R

    icar

    do R

    osen

    o

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    24 Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    adequao socioeconmica e ambiental de estabelecimentos rurais devero considerar estas especificidades locais na elaborao de planos de ao, com o objetivo de minimizar vulnerabilidades sociais e eco-nmicas e buscar solues para evitar a intensificao de fragilidades ambientais que podem comprometer a sustentabilidade dos sistemas de produo.

    CONSIDERAES FINAIS

    O processo de aferio do desempenho econmico, social e ambiental de estabe-lecimentos rurais por meio do ISA gera um ndice final que representa a mdia aritmtica simples de 23 indicadores de sustentabilidade, porm, o valor absoluto deste ndice pode no representar a infor-mao mais relevante para o usurio, sendo necessrio contextualizar as informaes que foram geradas, estabelecer nveis de referncia locais e analisar tendncias de comportamento de um determinado sistema (no caso, o agroecossistema) que vo alm de uma anlise de curto prazo e pontual.

    A partir desse levantamento, produtor e tcnico podem priorizar as aes para reverter ou minimizar fragilidades ou riscos identificados como, por exemplo, a necessidade de tratamento de efluentes e resduos gerados no estabelecimento, a preveno da eroso do solo e a recupera-o de reas degradadas.

    Este sistema tambm aponta oportu-nidades para maximizar pontos positivos, como, por exemplo, acesso a mercados, recebimentos por servios ambientais, melhoria na organizao dos produtores e fortalecimento das redes sociais, melho-ria na gesto financeira, maior eficincia no aporte e ciclagem de nutrientes nos sistemas de produo agrossilvipastoris, e aproveitamento de resduos orgnicos.

    O ISA pode prover o produtor com ins-trumentos de suporte s tomadas de deciso no processo de gesto do espao rural, promover a melhoria da imagem perante a sociedade e melhorar sua autoestima.

    O sistema est sendo adotado pelo Projeto Estratgico Adequao Socioe-conmica e Ambiental das Propriedades

    Rurais no estado de Minas Gerais, como instrumento para aferio do desempenho econmico, social e ambiental de estabe-lecimentos rurais e para subsidiar polticas e intervenes rumo sustentabilidade.

    Vale ressaltar a importncia do pro-cesso coletivo para a elaborao e apri-moramento contnuo de ferramentas de gesto que auxiliem o produtor e o gestor pblico no setor rural, envolvendo vrios rgos do governo do Estado (Seapa-MG, Sectes-MG, Semad, entre outros), Orga-nizaes No Governamentais (ONGs), Universidades, Federaes, Sindicatos, Associaes, Cooperativas e outras formas de organizao da sociedade civil e da iniciativa privada.

    REFERNCIAS

    ANDRADE, A.L.M. de. Indicadores de sustentabilidade na Reserva de Desenvol-vimento Sustentvel do Piranha, Manaca-puru, Amazonas, Brasil. Acta Amaznica, Manaus, v.37, n.3, p.401-412, 2007.

    ASTIER, M.; MASERA, O.R.; GLVAN-MIYOSHI, Y. (Coord.). Evaluacin de sus-tentabilidad: un enfoque dinmico y mul-tidimensional. Valencia: Sociedad Espaola de Agricultura Ecolgica: 2008. 100p.

    BRASIL. Lei no 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispe sobre a proteo da ve-getao nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezem-bro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisria no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 18 out. 2012. Seo 1, p.1. Disponvel em:. Acesso em: 24 nov. 2012.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Contribuio da agrope-curia brasileira na construo de uma so-ciedade sem fome e sem misria e de uma economia sustentvel. Braslia, 2012. 16p. Rio + 20 Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria no 518, de 25 de maro de 2004. Estabelece os pro-

    cedimentos e responsabilidade relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo humano e seu padro de po-tabilidade, e d outras providncias. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Bra-sil, Braslia, 26 mar. 2004. Disponvel em: . Acesso em: 24 set. 2012.

    CALLISTO, M. et al. Aplicao de um pro-tocolo de avaliao rpida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesqui-sa (MG-RJ). Acta Limnologica Brasiliensis, So Paulo, v.14, n.1, p.91-98, 2002.

    CHAVES, H.M.L. Indicador de avaliao e manejo do risco de contaminao da gua por pesticisdas. In: FERREIRA, J.M.L. et al. (Ed.). Indicadores de sustentabilidade em Sistemas de Produo Agrcola. Belo Hori-zonte: EPAMIG, 2010. p.203-230.

    CONAMA. Resoluo no 430, de 13 de maio de 2011. Dispe sobre as condies e pa-dres de lanamento de efluentes, comple-menta e altera a Resoluo no 357, de 17 de maro de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Dirio Ofi-cial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 16 maio 2011. p.89. Disponvel em: . Acesso em: 24 set. 2012.

    DEPONTI, C.M.; ECKERT, C.; AZAMBUJA, J.L.B. Estratgia para construo de indica-dores para avaliao da sustentabilidade e monitoramento de sistemas. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentvel, Porto Alegre, v.3, n.4, p.44-52, 2002.

    EMBRAPA MEIO-NORTE. Qualidade de gua no Vale do Rio Gurguia. Teresina, [2006]. (EMBRAPA. Projeto Avaliao e mo-nitoramento da qualidade de gua do Rio Gurguia, Piau/CT-HIDRO-CNPq. Projeto 502982/2003-9). Disponvel em: . Acesso em: 24 set. 2012.

    GMEZ-LIMN, J.A.; SANCHEZ-FERNAN-DEZ, G. Empirical evaluation of agricultural sustainability using composite indicators. Ecological Economics, Amsterdam, v.69, n.5, p.1062-1075, Mar. 2010.

    LPEZ-RIDAURA, S.; MASERA, O.; ASTIER, M. Evaluando la sostenibilidad de los siste-mas agrcolas integrados: el marco MESMIS. Boletn de ILEIA, p. 25-27, abr. 2001.

    MARZALL, K. Indicadores de sustentabi-lidade para agroecossistemas. 1999. 208f. Dissertao (Mestrado em Fitotecnia) Fa-culdade de Agronomia, Universidade Fe-

  • I n f o r m e A g r o p e c u r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 3 3 , n . 2 7 1 , p . 1 2 - 2 5 , n o v . / d e z . 2 0 1 2

    25Adequao socioeconmica e ambiental de propriedades rurais

    deral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.

    MARZALL, K.; ALMEIDA, J. Indicadores de sustentabilidade para agroecossistemas: estado da arte, limites e potencialidades de uma nova ferramenta para avaliar o desen-volvimento sustentvel. Cadernos de Cin-cia & Tecnologia, Braslia, v.17, n.1, p.41-59, jan./mar. 2000.

    MATOS FILHO, A.M.M. Agricultura org-nica sob a perspectiva da sustentabilidade: uma anlise da regio de Florianpolis-SC, Brasil. 2004. 121f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 2004.

    MINAS GERAIS. Decreto no 45.166, de 4 de setembro de 2009. Regulamenta os 5o e 8o do art. 11 da Lei no 14.309, de 19 de junho de 2002. Minas Gerais, Belo Horizonte, 5 set. 2009. Dirio do Executivo, p.2. Dispon-vel em: . Aces-so em: 24 set. 2012.

    MINAS GERAIS. Lei no 14.309, de 19 de ju-nho de 2002. Dispe sobre as polticas flo-restal e de proteo biodiversidade no Es-tado. Minas Gerais, Belo Horizonte, 20 jun. 2002. Dirio do Executivo, p.3. Disponvel em: . Acesso em: 24 set. 2012.

    QIU, H. J. et al. Analysis and design of ag-ricultural sustainability indicators system. Agricultural Sciences in China, v.6, n.4, p.475-486, Apr. 2007.

    RAO, N.H.; ROGERS, P.P. Assessment of ag-ricultural sustainability. Current Science, v.91, n.4, p.439-448, Aug. 2006.

    RIBEIRO, A.C.; GUIMARES, P.T.G.; ALVA-REZ V., H. (Ed.). Recomendao para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Ge-rais: 5a aproximao. Viosa, MG: Comisso de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359p.

    RODRIGUES, G.S.; CAMPANHOLA, C. Sistema integrado de avaliao de impacto ambiental aplicado s atividades do novo rural. Pesquisa Agropecuria Brasileira, Braslia, v.38, n.4, p.445-451, abr. 2003.

    RODRIGUES, G.S. et al. Integrated farm sustainability assessment for the environ-mental management of rural activities. En-vironmental Impact Assessment Review, v.30, n.4, p.229-239, July 2010.

    SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. Correo de acidez do solo. In: SOUSA, D.M.G. de; LO-BATO, E. (Ed.). Cerrado: correo do solo e adubao. 2.ed. Braslia: Embrapa Informa-o Tecnolgica; Planaltina: Embrapa Cer-rados, 2004. p.81-96.

    A Biotecnologia Moderna deixou de ser conceito ou matria restrita aos meios acadmicos e cientficos para ocupar um espao cada vez maior no dia a dia do cidado comum. Nos setores produtivos, tanto da indstria como da agropecuria, o interesse pelos benefcios advindos da biotecnologia e sua adoo na forma de produtos e processos ocorreu bem mais cedo do que em outros setores da sociedade.

    O livro Biotecnologia aplicada agropecuria vem preencher uma lacuna com relao informao referente s aplicaes prticas da biotecnologia no setor agropecurio, dispostas em 21 captulos sobre algumas das principais espcies vegetais e animais utilizadas pelo homem.

    (31) [email protected]

    Informaes: