26
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 151 – SETEMBRO/2015 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Avenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana MISSÃO 1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS; email: [email protected] PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE ALGODÃO Fernando Mendes Lamas 1 INTRODUÇÃO P roduzir algodão de forma sustentável é um dos gran- des desafios no mundo tropical, onde o algodoeiro, muitas vezes, é a espécie preferida por insetos, ácaros, fungos, bactérias, nematoides e plantas daninhas que, em muitas das situações, causam dano econômico se não forem adequada- mente manejadas. No entanto, existem tecnologias disponíveis, em sua maior parte geradas nas condições brasileiras, que per- mitem a produção sustentável de algodão. Aumentar a produção é importante, mas não é tudo. O aumento de produção deve ser acompanhado da garantia de que o meio ambiente manterá suas condições de prover as necessidades humanas, permanecer com áreas preservadas e ainda auxiliar na mitigação dos efeitos da ação humana no clima do planeta. O modelo de exploração agrícola predominante tem condu- zido a um processo acelerado de degradação do solo. Os fatores que causam essa degradação agem de forma conjunta, e a importância relativa de cada um varia com as circunstâncias de clima, do próprio solo e das espécies cultivadas. Dentre esses fatores destacam-se a compactação, a ausência de cobertura vegetal do solo, a ação das chuvas de alta intensidade, o uso de áreas inaptas para culturas anuais, o preparo do solo com excessivas gradagens superficiais (Figura 1) e o uso de práticas conservacionistas isoladas (TEC- NOLOGIAS..., 2011). Este conjunto de fatores tem contribuído de forma significativa para o aumento dos custos de produção. A ausência de rotação de culturas torna o ambiente propício para o estabelecimento de insetos-pragas e de agentes causadores de doenças (fungos e bactérias), além do aumento da população de nematoides fitoparasitas. Dessa forma, o modelo predominante de produção do algo- doeiro, e que vem sendo mais utilizado, não é sustentável. Quando se pensa na produção sustentável de algodão, a cultura deve ser considerada como um componente do sistema de produção, no qual são cultivadas diversas espécies na mesma área, porém em momentos diferentes, quer para produção de grãos, fibra, pastagem, quer para cobertura do solo. O cultivo dessas espécies pode ser isolado ou em consórcio. Uma excelente alternativa, quando se busca tanto a produção de palha como a integração lavoura-pecuária, é o cultivo de milho com Urochloa ruziziensis (Figura 2). A Figura 3 apresenta a vista de uma área onde foi manejado milho + U. ruziziensis para posterior semeadura do algodoeiro. Uma outra estratégia de extrema impor- tância é o cultivo U. ruzizizensis + Crotalaria spectabilis (Figura 4), pois este contribui para o aumento da biodiversidade do sistema, além de associar duas espécies com características e exigências bem diferenciadas. A C. spectabilis também pode ser consorciada com o milho (Figura 5) como alternativa para melhorar a cobertura do solo, tanto do ponto vista quantitativo como qualitativo. Figura 1. Preparo do solo com grade de discos para cultivo do algodoeiro. Foto: Fernando Mendes Lamas. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N o 151 SETEMBRO/2015 ISSN 2311-5904

INFORMAÇÕES AGRONÔMICASFILE/Jornal-151.pdfINFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 151 – SETEMBRO/2015 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Avenida Independencia, nº 350,

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILAvenida Independencia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142 - FoneFax (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP Brasil

Website httpbrasilipninet - E-mail kfurlanipninet - Twitter IPNIBrasil - Facebook httpswwwfacebookcomIPNIBrasil

Desenvolver e promover informaccedilotildees cientiacuteficas sobre o manejo responsaacutevel dos nutrientes das plantas para o benefiacutecio da famiacutelia humana

MISSAtildeO

1 Engenheiro Agrocircnomo Dr Pesquisador da Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Dourados MS email fernandolamasembrapabr

PRODUCcedilAtildeO SUSTENTAacuteVEL DE ALGODAtildeOFernando Mendes Lamas1

INTRODUCcedilAtildeO

Produzir algodatildeo de forma sustentaacutevel eacute um dos gran-des desafios no mundo tropical onde o algodoeiro muitas vezes eacute a espeacutecie preferida por insetos aacutecaros

fungos bacteacuterias nematoides e plantas daninhas que em muitas das situaccedilotildees causam dano econocircmico se natildeo forem adequada-mente manejadas No entanto existem tecnologias disponiacuteveis em sua maior parte geradas nas condiccedilotildees brasileiras que per-mitem a produccedilatildeo sustentaacutevel de algodatildeo Aumentar a produccedilatildeo eacute importante mas natildeo eacute tudo O aumento de produccedilatildeo deve ser acompanhado da garantia de que o meio ambiente manteraacute suas condiccedilotildees de prover as necessidades humanas permanecer com aacutereas preservadas e ainda auxiliar na mitigaccedilatildeo dos efeitos da accedilatildeo humana no clima do planeta

O modelo de exploraccedilatildeo agriacutecola predominante tem condu-zido a um processo acelerado de degradaccedilatildeo do solo Os fatores que causam essa degradaccedilatildeo agem de forma conjunta e a importacircncia relativa de cada um varia com as circunstacircncias de clima do proacuteprio solo e das espeacutecies cultivadas Dentre esses fatores destacam-se a compactaccedilatildeo a ausecircncia de cobertura vegetal do solo a accedilatildeo das chuvas de alta intensidade o uso de aacutereas inaptas para culturas anuais o preparo do solo com excessivas gradagens superficiais (Figura 1) e o uso de praacuteticas conservacionistas isoladas (TEC-NOLOGIAS 2011) Este conjunto de fatores tem contribuiacutedo de forma significativa para o aumento dos custos de produccedilatildeo

A ausecircncia de rotaccedilatildeo de culturas torna o ambiente propiacutecio para o estabelecimento de insetos-pragas e de agentes causadores de doenccedilas (fungos e bacteacuterias) aleacutem do aumento da populaccedilatildeo de nematoides fitoparasitas

Dessa forma o modelo predominante de produccedilatildeo do algo-doeiro e que vem sendo mais utilizado natildeo eacute sustentaacutevel

Quando se pensa na produccedilatildeo sustentaacutevel de algodatildeo a cultura deve ser considerada como um componente do sistema de produccedilatildeo no qual satildeo cultivadas diversas espeacutecies na mesma aacuterea poreacutem em momentos diferentes quer para produccedilatildeo de gratildeos fibra pastagem quer para cobertura do solo O cultivo dessas espeacutecies pode ser isolado ou em consoacutercio

Uma excelente alternativa quando se busca tanto a produccedilatildeo de palha como a integraccedilatildeo lavoura-pecuaacuteria eacute o cultivo de milho com Urochloa ruziziensis (Figura 2) A Figura 3 apresenta a vista de uma aacuterea onde foi manejado milho + U ruziziensis para posterior semeadura do algodoeiro Uma outra estrateacutegia de extrema impor-tacircncia eacute o cultivo U ruzizizensis + Crotalaria spectabilis (Figura 4) pois este contribui para o aumento da biodiversidade do sistema aleacutem de associar duas espeacutecies com caracteriacutesticas e exigecircncias bem diferenciadas A C spectabilis tambeacutem pode ser consorciada com o milho (Figura 5) como alternativa para melhorar a cobertura do solo tanto do ponto vista quantitativo como qualitativo

Figura 1 Preparo do solo com grade de discos para cultivo do algodoeiroFoto Fernando Mendes Lamas

INFORMACcedilOtildeESAGRONOcircMICAS

No 151 SETEMBRO2015

ISSN 2311-5904

2 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS

NOTA DOS EDITORES

Todos os artigos publicados no Informaccedilotildees Agronocircmicas estatildeo disponiacuteveis em formato pdf no website do IPNI Brasil lthttpbrasilipninetgt

Opiniotildees e conclusotildees expressas pelos autores nos artigos natildeo reetem necessariamente as mesmas do IPNI ou dos editores deste jornal

N0 151 SETEMBRO2015

CONTEUacuteDO

Produccedilatildeo sustentaacutevel do algodoeiroFernando Mendes Lamas 1

Nitrogecircnio na cultura dos citrosPerla Novais de Oliveira Verocircnica Lorena Dovis Dirceu de Mattos Junior 6

Divulgando a Pesquisa 15

IPNI em Destaque 17

Painel Agronocircmico 19

Cursos Simpoacutesios e outros Eventos 20

Publicaccedilotildees Recentes 21

Publicaccedilatildeo Recente do IPNI 22

Ponto de Vista 24

FOTO DESTAQUE

Publicaccedilatildeo trimestral gratuita do International Plant Nutrition Institute (IPNI) Programa Brasil O jornal publica artigos teacutecnico-cientiacuteficos elaborados pela

comunidade cientiacutefica nacional e internacional visando o manejo responsaacutevel dos nutrientes das plantas

COMISSAtildeO EDITORIAL

EditorValter Casarin

Editores AssistentesLuiacutes Ignaacutecio Prochnow Eros Francisco Silvia Regina Stipp

Gerente de DistribuiccedilatildeoEvandro Luis Lavorenti

INTERNATIONAL PLANT NuTRITION INSTITuTE (IPNI)

Presidente do Conselho Mostafa Terrab (OCP Group)

Vice-Presidente do ConselhoOleg Petrov (Uralkali)

TesoureiroTony Will (CF Industries Holdings Inc)

PresidenteTerry L Roberts

Vice-Presidente Coordenador do Grupo da Aacutesia e AacutefricaAM Johnston

Vice-Presidente Coordenadora do Grupo do Oeste EuropeuAacutesia Central e Oriente Meacutedio

Svetlana Ivanova

Vice-Presidente Senior Diretor de Pesquisa eCoordenador do Grupo das Ameacutericas e Oceania

Paul E Fixen

PROGRAMA BRASILDiretor

Luiacutes Ignaacutecio Prochnow

Diretores AdjuntosValter Casarin Eros Francisco

PublicaccedilotildeesSilvia Regina Stipp

Analista de Sistemas e Coordenador AdministrativoEvandro Luis Lavorenti

Assistente AdministrativaElisangela Toledo Lavorenti

SecretaacuteriaKelly Furlan

ASSINATuRAS Assinaturas gratuitas satildeo concedidas mediante aprovaccedilatildeo preacutevia da diretoria O cadastramento pode ser realizado no site do IPNI

httpbrasilipninetMudanccedilas de endereccedilo podem ser solicitadas por email para

kfurlanipninet ou etoledoipninet

ISSN 2311-5904

Dr Valter Casarin entre os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas Dr Godofredo Cesar Vitti (agrave esquerda) e Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio (agrave direita)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 3

Figura 2 Aacuterea cultivada com milho + Urochloa ruziziensisFoto Fernando Mendes Lamas

Figura 3 Aacuterea onde foram cultivados milho + Urochloa ruziziensis apoacutes manejo para cultivo do algodoeiro

Foto Luiz Gonzaga Chitarra

Figura 4 Aacuterea cultivada com Crotalaria spectabilis + Urochloa ruziziensisFoto Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira

Figura 5 Aacuterea cultivada com milho + Crotalaria spectabilisFoto Juacutelio Ceacutesar Bogiani

2 O ALGODOEIRO COMO PARTE DO SISTEMA DE PRODUCcedilAtildeO

O algodoeiro deve ser um dos componentes do sistema de produccedilatildeo o qual eacute composto pelo conjunto de sistemas de cultivo eou de criaccedilatildeo no acircmbito de uma propriedade rural definidos a partir dos fatores de produccedilatildeo (terra capital e matildeo de obra) e interligados por um processo de gestatildeo O sistema de cultivo se refere agraves praacuteticas comuns de manejo associadas a uma determinada espeacutecie vegetal visando sua produccedilatildeo a partir da combinaccedilatildeo loacutegica e ordenada de um conjunto de atividades e operaccedilotildees (HIRAKURI et al 2012) Acrescenta-se aos fatores de produccedilatildeo supracitados o conhecimento ndash fator fundamental para o sucesso de qualquer atividade agropecuaacuteria

Criar condiccedilotildees para possibilitar o aprofundamento do sis-tema radicular das culturas e consequente acesso aos nutrientes e aacutegua eacute uma das estrateacutegias necessaacuterias para mitigar os efeitos de eventuais periacuteodos de estiagem ndash veranicos ndash durante os periacuteodos de estresse hiacutedrico cada vez mais frequentes durante o ciclo de produccedilatildeo das culturas de veratildeo (FRANCHINI et al 2009)

3 ROTACcedilAtildeO DE CULTURAS

Ao analisar o impacto dos insumos sobre os custos de produccedilatildeo do algodoeiro safra 20122013 Neves e Pinto (2013) preconizam para a reduccedilatildeo de custos com a utilizaccedilatildeo de adubos a adoccedilatildeo de teacutecnicas e praacuteticas de cultivo alternativas Entre estas vale destacar o uso da rotaccedilatildeo de culturas do Sistema Plantio Direto (SPD) e da Integraccedilatildeo Lavoura-Pecuaacuteria (ILP) em razatildeo dos benefiacutecios que trazem para a fertilizaccedilatildeo do solo e na reduccedilatildeo de pragas e doenccedilas Solos sem restriccedilotildees fiacutesicas apresentam condiccedilotildees favoraacuteveis ao crescimento radicular com boa infiltraccedilatildeo de aacutegua para evitar o escorrimento superficial Para melhorar os atributos fiacutesicos do solo uma das estrateacutegias eacute a rotaccedilatildeo de culturas O uso de plantas especiacuteficas para melhorar alguns atributos do solo por meio da accedilatildeo de suas raiacutezes pode ser tatildeo importante como para produccedilatildeo de cobertura do solo (SALTON TOMAZI 2014)

A rotaccedilatildeo de culturas eacute definida como sendo a alternacircncia ordenada de diferentes culturas em determinado espaccedilo de tempo (ciclo) na mesma aacuterea e na mesma estaccedilatildeo do ano A sucessatildeo de

Um dos grandes desafios a serem superados para que a cultura do algodoeiro possa ter sustentabilidade econocircmica eacute a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo De acordo com as estimativas para a safra 20152016 o custo total de produccedilatildeo eacute estimado em R$ 710080 sendo que desse total 3585 correspondem a custos com defensivos (CUSTO 2015)

Nos itens a seguir seratildeo descritos alguns pontos que devem ser considerados quando se objetiva a produccedilatildeo sustentaacutevel de algodatildeo

4 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

culturas eacute definida como o ordenamento de duas culturas na mesma aacuterea agriacutecola e por tempo indeterminado cada uma cultivada em uma estaccedilatildeo do ano (FRANCHINI et al 2011) De acordo com os mesmos autores a rotaccedilatildeo de culturas tem se revelado uma praacutetica essencial para aumentar a estabilidade da produccedilatildeo das culturas face agraves variaccedilotildees climaacuteticas comumente observadas no Paranaacute natildeo soacute pela melhoria na qualidade do solo e pela produccedilatildeo de cobertura mas tambeacutem por proporcionar a diversificaccedilatildeo de cultivares e o esca-lonamento da eacutepoca de semeadura A ausecircncia dessa praacutetica acarreta o surgimento de alteraccedilotildees de ordem quiacutemica fiacutesica e bioloacutegica no solo que podem comprometer a estabilidade do sistema produtivo Dentre as alteraccedilotildees observadas se destacam diminuiccedilatildeo do teor de mateacuteria orgacircnica do solo (MOS) degradaccedilatildeo da estrutura do solo intensificaccedilatildeo dos processos erosivos reduccedilatildeo da atividade e diversidade bioloacutegica aumento da incidecircncia e severidade de pragas e doenccedilas e aumento da infestaccedilatildeo de plantas daninhas O conjunto desses problemas se reflete na instabilidade da produtividade das culturas e no aumento dos custos de produccedilatildeo face agrave ocorrecircncia de estresses bioacuteticos e abioacuteticos Para haver acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica em profundidade eacute necessaacuterio manter por maior parte do tempo o sistema radicular ativo e vigoroso no solo A braquiaacuteria por apresentar desenvolvimento de forma perene promove constante-mente a renovaccedilatildeo do sistema radicular possibilitando incorporaccedilatildeo da biomassa radicular o que acentua os efeitos beneacuteficos no solo (SALTON TOMAZI 2014) A espeacutecie utilizada como planta de cobertura tambeacutem pode interferir no teor de nitrogecircnio amoniacal do solo (MORO et al 2013) Na Figura 6 satildeo apresentados resultados do efeito da cultura de cobertura sobre a produtividade de algodatildeo

Em trabalho desenvolvido por Carvalho et al (2015) envol-vendo diferentes espeacutecies utilizadas para cobertura do solo quando o milho foi cultivado na sequecircncia constatou-se efeito significativo da cultura antecessora sobre a produtividade do milho Borin et al (2015) estudaram diferentes proporccedilotildees de Crotalaria spectabilis no consoacutercio de Urochloa ruziziensis + C spectabilis natildeo encon-trando efeito significativo das diferentes proporccedilotildees estudadas sobre a produtividade do algodoeiro As culturas de cobertura quando adequadamente planejadas podem contribuir para melhoria dos atributos fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos do solo no manejo de

4500

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

C ocrholeuca Milheto Milho Milho + U ruziziensis

Pro

dutiv

idad

e de

alg

odatildeo

em

car

occedilo

(kg

ha-1)

Figura 6 Produtividade de algodatildeo em caroccedilo em funccedilatildeo da cultura de cobertura antecessora ao cultivo do algodoeiro

Fonte Lamas F M Dados natildeo publicados

plantas daninhas insetos-pragas fungos e nematoides Uma planta de cobertura deve satisfazer certas exigecircncias tais como ser de faacutecil estabelecimento e adaptaccedilatildeo ao ambiente ter raacutepido crescimento da parte aeacuterea e raiacutezes ter toleracircncia ao deacuteficit hiacutedrico produzir quanti-dade suficiente de mateacuteria seca possibilitar boa cobertura proteccedilatildeo e persistecircncia no solo para posterior semeadura direta do algodoeiro e natildeo ser hospedeira de doenccedilas pragas e fitonematoides das culturas integrantes do sistema produtivo Aleacutem disso a disponibilizaccedilatildeo de sementes dessas plantas de cobertura deve ser faacutecil se possiacutevel a espeacutecie deve servir como fonte de alimentaccedilatildeo humana ou dos animais auxiliar no manejo das plantas daninhas e de forma alguma tornar-se invasora nos cultivos posteriores ser de faacutecil manejo de dessecaccedilatildeo e principalmente natildeo interferir no desenvolvimento do algodoeiro (FERREIRA et al 2011) Na Tabela 1 satildeo apresentadas de forma resumida as caracteriacutesticas das espeacutecies vegetais utilizadas como plantas de cobertura

4 SISTEMA PLANTIO DIRETO

O SPD eacute um sistema de produccedilatildeo conservacionista que se contrapotildee ao sistema tradicional de manejo envolvendo teacutecnicas de

Tabela 1 Plantas de cobertura e suas principais caracteriacutesticas

Espeacutecie Proteccedilatildeo do solo Mofo-branco Percevejo castanho (Scaptocoris sp)

NematoidesDessecaccedilatildeo Efeitos no perfilPratylenchus

brachyurusMeloidogyne

incognitaRotylenchulus

reniformis

Crotalaria spectabilis

Crotalaria juncea

Crotalaria ochroleuca Sem informaccedilatildeo

Cajanus cajan (guandu)

Sorghum bicolor (sorgo)

Pennisetum glaucum (milheto)

Brachiaria ruziziensis

Brachiaria brizantha cv Piatatilde

Panicum maximum (cv Aruana Mombaccedila e Tanzacircnia)

Raphanus sativus (nabo- forrageiro) Sem informaccedilatildeo

Fonte Adaptada de Ferreira et al (2012)

Ideal Regular Natildeo recomendaacutevel

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 5

No caso do algodoeiro eacute fundamental a destruiccedilatildeo dos restos culturais como medida cultural para o manejo de pragas

Em resumo a sustentabilidade da produccedilatildeo de algodatildeo exige a integraccedilatildeo de praacuteticas agronocircmicas na maior parte extremamente simples mas que se natildeo observadas podem comprometer todo o sistema O cultivo do algodoeiro eacute uma atividade que deve ser con-siderada sempre como um dos componentes do sistema de produccedilatildeo e nunca de forma isolada

REFEREcircNCIAS BORIN A L D C FERREIRA A C de B BRITO G G MORAES M C G de Nitro-gen fertilization on cotton cropped under straw formed by seed proportions of crotalaria and brachiaria Cientiacutefica v 43 n 3 p 261-267 2015

CARVALHO A M de COSER T R REIN T A DANTAS R de A SILVA R R SOUZA K W Manejo de plantas de cobertura na floraccedilatildeo e na maturaccedilatildeo fisioloacutegica e seu efeito na produtividade do milho Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 50 n 7 p 551-561 jul 2015

CUSTO de produccedilatildeo algodatildeo ndash safra 20152016 Mato Grosso- junho2015 Cuiabaacute IMEA 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwimeacombruploadpublicacoesarquivosR410_CPAlgo-dao_06_2015pdfgt Acesso em 03 ago 2015

FERREIRA A C de B BORIN A L D C LAMAS F M Espeacutecies vegetais de cobertura do solo para o sistema de semeadura direta do algodoeiro Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2011 12 p (Embrapa Algodatildeo Circular Teacutecnica 132)

FERREIRA A C de B BORIN A L D LAMAS F M ASMUS G L MIRANDA J E BOGIANI J C SUASSUNA N D Plantas que minimizam problemas do sistema de pro-duccedilatildeo do algodoeiro no Cerrado Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2012 4 p (Embrapa Algodatildeo Comunicado teacutecnico 371)

FRANCHINI J C COSTA J M da DEBIASI H TORRES E Importacircncia da rotaccedilatildeo de culturas para a produccedilatildeo agriacutecola sustentaacutevel no Paranaacute Londrina Embrapa Soja 2011 52 p (Embrapa Soja Documentos 327)

FRANCHINI J C DEBIASI H SACOMAN A NEPOMUCENO A L FARIAS J R B Manejo do solo para reduccedilatildeo das perdas de produtividade pela seca Londrina Embrapa Soja 2009 39 p (Embrapa Soja Documentos 314)

HIRAKURI M H DEBIASI H PROCOacutePIO S de O FRANCHINI J C CASTRO C de Sistemas de produccedilatildeo conceitos e definiccedilotildees no contexto agriacutecola Londrina Embrapa Soja 2012 24 p (Embrapa Soja Documentos 335)

MORO E CRUSCIOL C A C NASCENTE A S CANTARELLA H Teor de nitrogecircnio inorgacircnico no solo em funccedilatildeo de plantas de cobertura fontes de nitrogecircnio e inibidor de nitrifi-caccedilatildeo Pesquisa Agropecuaacuteria Tropical v 43 n 4 p 424-435 outdez 2013

NEVES M F PINTO M J A (Org) A cadeia do algodatildeo brasileiro safra 20122013 desafios e estrateacutegias 2 ed Brasiacutelia DF ABRAPA 2013 195 p

SALTON J TOMAZI M Sistema radicular de plantas e qualidade do solo Dourados Embrapa Agropecuaacuteria Oeste 2014 4 p (Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Comunicado Teacutecnico 198)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2012 e 2013 Londrina Embrapa Soja 2011 261 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 15)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2014 Londrina Embrapa Soja 2014 265 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 16)

ZANCANARO L KAPPES C Manejo do solo para o cultivo do algodoeiro In BELOT J-L (Ed) Manual de boas praacuteticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso Cuiabaacute IMAmt 2015 p 60-65

Figura 7 Aacuterea cultivada com soja apoacutes a colheita do algodatildeo no Oeste da Bahia

Foto Fernando Mendes Lamas

1700

1650

1600

1550

1500

Pro

dutiv

idad

e de

fibr

a (k

g ha

-1)

Convencional Plantio Direto

Sistema de manejo

Figura 8 Produtividade de fibra de algodoeiro cultivado em sistema con-vencional e Sistema Plantio Direto em Primavera do Leste MT

produccedilatildeo que preservam a qualidade ambiental Fundamenta-se na ausecircncia de preparo do solo e na cobertura permanente do terreno pela realizaccedilatildeo de rotaccedilatildeo de culturas (TECNOLOGIAS 2014)

Embora em muitas regiotildees o algodoeiro seja cultivado sem o preparo do solo em muitas situaccedilotildees natildeo satildeo utilizadas culturas para cobertura do solo na entressafra nem rotaccedilatildeo de culturas dois pressupostos baacutesicos do SPD A ausecircncia destas praacuteticas tecircm causado uma seacuterie de problemas ambientais como degradaccedilatildeo dos solos (compactaccedilatildeo erosatildeo) poluiccedilatildeo e assoreamento de manan-ciais hiacutedricos maior ocorrecircncia e severidade do ataque de pragas e doenccedilas nas plantas aumentos nos custos de produccedilatildeo e crescente dependecircncia do clima e de insumos quiacutemicos Esse modelo de produccedilatildeo agriacutecola resulta na intensificaccedilatildeo das perdas de carbono orgacircnico do solo e consequente perda de qualidade e capacidade produtiva do mesmo

O uso contiacutenuo das tecnologias que compotildeem o SPD propor-ciona efeitos significativos na conservaccedilatildeo e na melhoria do solo e da aacutegua no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertili-zantes na reduccedilatildeo de custos estabilidade da produccedilatildeo e melhoria das condiccedilotildees de vida do produtor rural e da sociedade Para que esses benefiacutecios ocorram tanto os agricultores como os responsaacuteveis pela assistecircncia teacutecnica devem estar predispostos a mudanccedilas conscientes de que o sistema eacute importante para alcanccedilar ecircxito e sustentabilidade na atividade agriacutecola (TECNOLOGIAS 2014)

Mesmo sendo uma espeacutecie perene eacute perfeitamente possiacutevel o cultivo do algodoeiro em SPD No entanto para o ecircxito deste modelo de produccedilatildeo eacute fundamental a observacircncia dos fundamentos baacutesicos do SPD A natildeo observacircncia desses coloca em risco todo o processo Um adequado plano de rotaccedilatildeo de culturas contribui efe-tivamente como praacutetica complementar evitando o rebrote dos restos culturais (ZANCANARO KAPPES 2015) A Figura 7 mostra uma aacuterea cultivada com soja em Sistema Plantio Direto que foi anterior-mente cultivada com algodoeiro

Experimentos conduzidos em Primavera do Leste MT em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodatildeo (IMAmt) mos-traram que apoacutes sete safras a produtividade de fibra do algodoeiro (meacutedia de trecircs cultivares) cultivado em SPD natildeo diferiu significa-tivamente daquele cultivado no sistema convencional (Figura 8) o que eacute esperado na fase de estabilizaccedilatildeo do sistema Apoacutes esta fase a produtividade do SPD tende a ser maior

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

2 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS

NOTA DOS EDITORES

Todos os artigos publicados no Informaccedilotildees Agronocircmicas estatildeo disponiacuteveis em formato pdf no website do IPNI Brasil lthttpbrasilipninetgt

Opiniotildees e conclusotildees expressas pelos autores nos artigos natildeo reetem necessariamente as mesmas do IPNI ou dos editores deste jornal

N0 151 SETEMBRO2015

CONTEUacuteDO

Produccedilatildeo sustentaacutevel do algodoeiroFernando Mendes Lamas 1

Nitrogecircnio na cultura dos citrosPerla Novais de Oliveira Verocircnica Lorena Dovis Dirceu de Mattos Junior 6

Divulgando a Pesquisa 15

IPNI em Destaque 17

Painel Agronocircmico 19

Cursos Simpoacutesios e outros Eventos 20

Publicaccedilotildees Recentes 21

Publicaccedilatildeo Recente do IPNI 22

Ponto de Vista 24

FOTO DESTAQUE

Publicaccedilatildeo trimestral gratuita do International Plant Nutrition Institute (IPNI) Programa Brasil O jornal publica artigos teacutecnico-cientiacuteficos elaborados pela

comunidade cientiacutefica nacional e internacional visando o manejo responsaacutevel dos nutrientes das plantas

COMISSAtildeO EDITORIAL

EditorValter Casarin

Editores AssistentesLuiacutes Ignaacutecio Prochnow Eros Francisco Silvia Regina Stipp

Gerente de DistribuiccedilatildeoEvandro Luis Lavorenti

INTERNATIONAL PLANT NuTRITION INSTITuTE (IPNI)

Presidente do Conselho Mostafa Terrab (OCP Group)

Vice-Presidente do ConselhoOleg Petrov (Uralkali)

TesoureiroTony Will (CF Industries Holdings Inc)

PresidenteTerry L Roberts

Vice-Presidente Coordenador do Grupo da Aacutesia e AacutefricaAM Johnston

Vice-Presidente Coordenadora do Grupo do Oeste EuropeuAacutesia Central e Oriente Meacutedio

Svetlana Ivanova

Vice-Presidente Senior Diretor de Pesquisa eCoordenador do Grupo das Ameacutericas e Oceania

Paul E Fixen

PROGRAMA BRASILDiretor

Luiacutes Ignaacutecio Prochnow

Diretores AdjuntosValter Casarin Eros Francisco

PublicaccedilotildeesSilvia Regina Stipp

Analista de Sistemas e Coordenador AdministrativoEvandro Luis Lavorenti

Assistente AdministrativaElisangela Toledo Lavorenti

SecretaacuteriaKelly Furlan

ASSINATuRAS Assinaturas gratuitas satildeo concedidas mediante aprovaccedilatildeo preacutevia da diretoria O cadastramento pode ser realizado no site do IPNI

httpbrasilipninetMudanccedilas de endereccedilo podem ser solicitadas por email para

kfurlanipninet ou etoledoipninet

ISSN 2311-5904

Dr Valter Casarin entre os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas Dr Godofredo Cesar Vitti (agrave esquerda) e Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio (agrave direita)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 3

Figura 2 Aacuterea cultivada com milho + Urochloa ruziziensisFoto Fernando Mendes Lamas

Figura 3 Aacuterea onde foram cultivados milho + Urochloa ruziziensis apoacutes manejo para cultivo do algodoeiro

Foto Luiz Gonzaga Chitarra

Figura 4 Aacuterea cultivada com Crotalaria spectabilis + Urochloa ruziziensisFoto Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira

Figura 5 Aacuterea cultivada com milho + Crotalaria spectabilisFoto Juacutelio Ceacutesar Bogiani

2 O ALGODOEIRO COMO PARTE DO SISTEMA DE PRODUCcedilAtildeO

O algodoeiro deve ser um dos componentes do sistema de produccedilatildeo o qual eacute composto pelo conjunto de sistemas de cultivo eou de criaccedilatildeo no acircmbito de uma propriedade rural definidos a partir dos fatores de produccedilatildeo (terra capital e matildeo de obra) e interligados por um processo de gestatildeo O sistema de cultivo se refere agraves praacuteticas comuns de manejo associadas a uma determinada espeacutecie vegetal visando sua produccedilatildeo a partir da combinaccedilatildeo loacutegica e ordenada de um conjunto de atividades e operaccedilotildees (HIRAKURI et al 2012) Acrescenta-se aos fatores de produccedilatildeo supracitados o conhecimento ndash fator fundamental para o sucesso de qualquer atividade agropecuaacuteria

Criar condiccedilotildees para possibilitar o aprofundamento do sis-tema radicular das culturas e consequente acesso aos nutrientes e aacutegua eacute uma das estrateacutegias necessaacuterias para mitigar os efeitos de eventuais periacuteodos de estiagem ndash veranicos ndash durante os periacuteodos de estresse hiacutedrico cada vez mais frequentes durante o ciclo de produccedilatildeo das culturas de veratildeo (FRANCHINI et al 2009)

3 ROTACcedilAtildeO DE CULTURAS

Ao analisar o impacto dos insumos sobre os custos de produccedilatildeo do algodoeiro safra 20122013 Neves e Pinto (2013) preconizam para a reduccedilatildeo de custos com a utilizaccedilatildeo de adubos a adoccedilatildeo de teacutecnicas e praacuteticas de cultivo alternativas Entre estas vale destacar o uso da rotaccedilatildeo de culturas do Sistema Plantio Direto (SPD) e da Integraccedilatildeo Lavoura-Pecuaacuteria (ILP) em razatildeo dos benefiacutecios que trazem para a fertilizaccedilatildeo do solo e na reduccedilatildeo de pragas e doenccedilas Solos sem restriccedilotildees fiacutesicas apresentam condiccedilotildees favoraacuteveis ao crescimento radicular com boa infiltraccedilatildeo de aacutegua para evitar o escorrimento superficial Para melhorar os atributos fiacutesicos do solo uma das estrateacutegias eacute a rotaccedilatildeo de culturas O uso de plantas especiacuteficas para melhorar alguns atributos do solo por meio da accedilatildeo de suas raiacutezes pode ser tatildeo importante como para produccedilatildeo de cobertura do solo (SALTON TOMAZI 2014)

A rotaccedilatildeo de culturas eacute definida como sendo a alternacircncia ordenada de diferentes culturas em determinado espaccedilo de tempo (ciclo) na mesma aacuterea e na mesma estaccedilatildeo do ano A sucessatildeo de

Um dos grandes desafios a serem superados para que a cultura do algodoeiro possa ter sustentabilidade econocircmica eacute a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo De acordo com as estimativas para a safra 20152016 o custo total de produccedilatildeo eacute estimado em R$ 710080 sendo que desse total 3585 correspondem a custos com defensivos (CUSTO 2015)

Nos itens a seguir seratildeo descritos alguns pontos que devem ser considerados quando se objetiva a produccedilatildeo sustentaacutevel de algodatildeo

4 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

culturas eacute definida como o ordenamento de duas culturas na mesma aacuterea agriacutecola e por tempo indeterminado cada uma cultivada em uma estaccedilatildeo do ano (FRANCHINI et al 2011) De acordo com os mesmos autores a rotaccedilatildeo de culturas tem se revelado uma praacutetica essencial para aumentar a estabilidade da produccedilatildeo das culturas face agraves variaccedilotildees climaacuteticas comumente observadas no Paranaacute natildeo soacute pela melhoria na qualidade do solo e pela produccedilatildeo de cobertura mas tambeacutem por proporcionar a diversificaccedilatildeo de cultivares e o esca-lonamento da eacutepoca de semeadura A ausecircncia dessa praacutetica acarreta o surgimento de alteraccedilotildees de ordem quiacutemica fiacutesica e bioloacutegica no solo que podem comprometer a estabilidade do sistema produtivo Dentre as alteraccedilotildees observadas se destacam diminuiccedilatildeo do teor de mateacuteria orgacircnica do solo (MOS) degradaccedilatildeo da estrutura do solo intensificaccedilatildeo dos processos erosivos reduccedilatildeo da atividade e diversidade bioloacutegica aumento da incidecircncia e severidade de pragas e doenccedilas e aumento da infestaccedilatildeo de plantas daninhas O conjunto desses problemas se reflete na instabilidade da produtividade das culturas e no aumento dos custos de produccedilatildeo face agrave ocorrecircncia de estresses bioacuteticos e abioacuteticos Para haver acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica em profundidade eacute necessaacuterio manter por maior parte do tempo o sistema radicular ativo e vigoroso no solo A braquiaacuteria por apresentar desenvolvimento de forma perene promove constante-mente a renovaccedilatildeo do sistema radicular possibilitando incorporaccedilatildeo da biomassa radicular o que acentua os efeitos beneacuteficos no solo (SALTON TOMAZI 2014) A espeacutecie utilizada como planta de cobertura tambeacutem pode interferir no teor de nitrogecircnio amoniacal do solo (MORO et al 2013) Na Figura 6 satildeo apresentados resultados do efeito da cultura de cobertura sobre a produtividade de algodatildeo

Em trabalho desenvolvido por Carvalho et al (2015) envol-vendo diferentes espeacutecies utilizadas para cobertura do solo quando o milho foi cultivado na sequecircncia constatou-se efeito significativo da cultura antecessora sobre a produtividade do milho Borin et al (2015) estudaram diferentes proporccedilotildees de Crotalaria spectabilis no consoacutercio de Urochloa ruziziensis + C spectabilis natildeo encon-trando efeito significativo das diferentes proporccedilotildees estudadas sobre a produtividade do algodoeiro As culturas de cobertura quando adequadamente planejadas podem contribuir para melhoria dos atributos fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos do solo no manejo de

4500

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

C ocrholeuca Milheto Milho Milho + U ruziziensis

Pro

dutiv

idad

e de

alg

odatildeo

em

car

occedilo

(kg

ha-1)

Figura 6 Produtividade de algodatildeo em caroccedilo em funccedilatildeo da cultura de cobertura antecessora ao cultivo do algodoeiro

Fonte Lamas F M Dados natildeo publicados

plantas daninhas insetos-pragas fungos e nematoides Uma planta de cobertura deve satisfazer certas exigecircncias tais como ser de faacutecil estabelecimento e adaptaccedilatildeo ao ambiente ter raacutepido crescimento da parte aeacuterea e raiacutezes ter toleracircncia ao deacuteficit hiacutedrico produzir quanti-dade suficiente de mateacuteria seca possibilitar boa cobertura proteccedilatildeo e persistecircncia no solo para posterior semeadura direta do algodoeiro e natildeo ser hospedeira de doenccedilas pragas e fitonematoides das culturas integrantes do sistema produtivo Aleacutem disso a disponibilizaccedilatildeo de sementes dessas plantas de cobertura deve ser faacutecil se possiacutevel a espeacutecie deve servir como fonte de alimentaccedilatildeo humana ou dos animais auxiliar no manejo das plantas daninhas e de forma alguma tornar-se invasora nos cultivos posteriores ser de faacutecil manejo de dessecaccedilatildeo e principalmente natildeo interferir no desenvolvimento do algodoeiro (FERREIRA et al 2011) Na Tabela 1 satildeo apresentadas de forma resumida as caracteriacutesticas das espeacutecies vegetais utilizadas como plantas de cobertura

4 SISTEMA PLANTIO DIRETO

O SPD eacute um sistema de produccedilatildeo conservacionista que se contrapotildee ao sistema tradicional de manejo envolvendo teacutecnicas de

Tabela 1 Plantas de cobertura e suas principais caracteriacutesticas

Espeacutecie Proteccedilatildeo do solo Mofo-branco Percevejo castanho (Scaptocoris sp)

NematoidesDessecaccedilatildeo Efeitos no perfilPratylenchus

brachyurusMeloidogyne

incognitaRotylenchulus

reniformis

Crotalaria spectabilis

Crotalaria juncea

Crotalaria ochroleuca Sem informaccedilatildeo

Cajanus cajan (guandu)

Sorghum bicolor (sorgo)

Pennisetum glaucum (milheto)

Brachiaria ruziziensis

Brachiaria brizantha cv Piatatilde

Panicum maximum (cv Aruana Mombaccedila e Tanzacircnia)

Raphanus sativus (nabo- forrageiro) Sem informaccedilatildeo

Fonte Adaptada de Ferreira et al (2012)

Ideal Regular Natildeo recomendaacutevel

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 5

No caso do algodoeiro eacute fundamental a destruiccedilatildeo dos restos culturais como medida cultural para o manejo de pragas

Em resumo a sustentabilidade da produccedilatildeo de algodatildeo exige a integraccedilatildeo de praacuteticas agronocircmicas na maior parte extremamente simples mas que se natildeo observadas podem comprometer todo o sistema O cultivo do algodoeiro eacute uma atividade que deve ser con-siderada sempre como um dos componentes do sistema de produccedilatildeo e nunca de forma isolada

REFEREcircNCIAS BORIN A L D C FERREIRA A C de B BRITO G G MORAES M C G de Nitro-gen fertilization on cotton cropped under straw formed by seed proportions of crotalaria and brachiaria Cientiacutefica v 43 n 3 p 261-267 2015

CARVALHO A M de COSER T R REIN T A DANTAS R de A SILVA R R SOUZA K W Manejo de plantas de cobertura na floraccedilatildeo e na maturaccedilatildeo fisioloacutegica e seu efeito na produtividade do milho Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 50 n 7 p 551-561 jul 2015

CUSTO de produccedilatildeo algodatildeo ndash safra 20152016 Mato Grosso- junho2015 Cuiabaacute IMEA 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwimeacombruploadpublicacoesarquivosR410_CPAlgo-dao_06_2015pdfgt Acesso em 03 ago 2015

FERREIRA A C de B BORIN A L D C LAMAS F M Espeacutecies vegetais de cobertura do solo para o sistema de semeadura direta do algodoeiro Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2011 12 p (Embrapa Algodatildeo Circular Teacutecnica 132)

FERREIRA A C de B BORIN A L D LAMAS F M ASMUS G L MIRANDA J E BOGIANI J C SUASSUNA N D Plantas que minimizam problemas do sistema de pro-duccedilatildeo do algodoeiro no Cerrado Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2012 4 p (Embrapa Algodatildeo Comunicado teacutecnico 371)

FRANCHINI J C COSTA J M da DEBIASI H TORRES E Importacircncia da rotaccedilatildeo de culturas para a produccedilatildeo agriacutecola sustentaacutevel no Paranaacute Londrina Embrapa Soja 2011 52 p (Embrapa Soja Documentos 327)

FRANCHINI J C DEBIASI H SACOMAN A NEPOMUCENO A L FARIAS J R B Manejo do solo para reduccedilatildeo das perdas de produtividade pela seca Londrina Embrapa Soja 2009 39 p (Embrapa Soja Documentos 314)

HIRAKURI M H DEBIASI H PROCOacutePIO S de O FRANCHINI J C CASTRO C de Sistemas de produccedilatildeo conceitos e definiccedilotildees no contexto agriacutecola Londrina Embrapa Soja 2012 24 p (Embrapa Soja Documentos 335)

MORO E CRUSCIOL C A C NASCENTE A S CANTARELLA H Teor de nitrogecircnio inorgacircnico no solo em funccedilatildeo de plantas de cobertura fontes de nitrogecircnio e inibidor de nitrifi-caccedilatildeo Pesquisa Agropecuaacuteria Tropical v 43 n 4 p 424-435 outdez 2013

NEVES M F PINTO M J A (Org) A cadeia do algodatildeo brasileiro safra 20122013 desafios e estrateacutegias 2 ed Brasiacutelia DF ABRAPA 2013 195 p

SALTON J TOMAZI M Sistema radicular de plantas e qualidade do solo Dourados Embrapa Agropecuaacuteria Oeste 2014 4 p (Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Comunicado Teacutecnico 198)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2012 e 2013 Londrina Embrapa Soja 2011 261 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 15)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2014 Londrina Embrapa Soja 2014 265 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 16)

ZANCANARO L KAPPES C Manejo do solo para o cultivo do algodoeiro In BELOT J-L (Ed) Manual de boas praacuteticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso Cuiabaacute IMAmt 2015 p 60-65

Figura 7 Aacuterea cultivada com soja apoacutes a colheita do algodatildeo no Oeste da Bahia

Foto Fernando Mendes Lamas

1700

1650

1600

1550

1500

Pro

dutiv

idad

e de

fibr

a (k

g ha

-1)

Convencional Plantio Direto

Sistema de manejo

Figura 8 Produtividade de fibra de algodoeiro cultivado em sistema con-vencional e Sistema Plantio Direto em Primavera do Leste MT

produccedilatildeo que preservam a qualidade ambiental Fundamenta-se na ausecircncia de preparo do solo e na cobertura permanente do terreno pela realizaccedilatildeo de rotaccedilatildeo de culturas (TECNOLOGIAS 2014)

Embora em muitas regiotildees o algodoeiro seja cultivado sem o preparo do solo em muitas situaccedilotildees natildeo satildeo utilizadas culturas para cobertura do solo na entressafra nem rotaccedilatildeo de culturas dois pressupostos baacutesicos do SPD A ausecircncia destas praacuteticas tecircm causado uma seacuterie de problemas ambientais como degradaccedilatildeo dos solos (compactaccedilatildeo erosatildeo) poluiccedilatildeo e assoreamento de manan-ciais hiacutedricos maior ocorrecircncia e severidade do ataque de pragas e doenccedilas nas plantas aumentos nos custos de produccedilatildeo e crescente dependecircncia do clima e de insumos quiacutemicos Esse modelo de produccedilatildeo agriacutecola resulta na intensificaccedilatildeo das perdas de carbono orgacircnico do solo e consequente perda de qualidade e capacidade produtiva do mesmo

O uso contiacutenuo das tecnologias que compotildeem o SPD propor-ciona efeitos significativos na conservaccedilatildeo e na melhoria do solo e da aacutegua no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertili-zantes na reduccedilatildeo de custos estabilidade da produccedilatildeo e melhoria das condiccedilotildees de vida do produtor rural e da sociedade Para que esses benefiacutecios ocorram tanto os agricultores como os responsaacuteveis pela assistecircncia teacutecnica devem estar predispostos a mudanccedilas conscientes de que o sistema eacute importante para alcanccedilar ecircxito e sustentabilidade na atividade agriacutecola (TECNOLOGIAS 2014)

Mesmo sendo uma espeacutecie perene eacute perfeitamente possiacutevel o cultivo do algodoeiro em SPD No entanto para o ecircxito deste modelo de produccedilatildeo eacute fundamental a observacircncia dos fundamentos baacutesicos do SPD A natildeo observacircncia desses coloca em risco todo o processo Um adequado plano de rotaccedilatildeo de culturas contribui efe-tivamente como praacutetica complementar evitando o rebrote dos restos culturais (ZANCANARO KAPPES 2015) A Figura 7 mostra uma aacuterea cultivada com soja em Sistema Plantio Direto que foi anterior-mente cultivada com algodoeiro

Experimentos conduzidos em Primavera do Leste MT em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodatildeo (IMAmt) mos-traram que apoacutes sete safras a produtividade de fibra do algodoeiro (meacutedia de trecircs cultivares) cultivado em SPD natildeo diferiu significa-tivamente daquele cultivado no sistema convencional (Figura 8) o que eacute esperado na fase de estabilizaccedilatildeo do sistema Apoacutes esta fase a produtividade do SPD tende a ser maior

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 3

Figura 2 Aacuterea cultivada com milho + Urochloa ruziziensisFoto Fernando Mendes Lamas

Figura 3 Aacuterea onde foram cultivados milho + Urochloa ruziziensis apoacutes manejo para cultivo do algodoeiro

Foto Luiz Gonzaga Chitarra

Figura 4 Aacuterea cultivada com Crotalaria spectabilis + Urochloa ruziziensisFoto Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira

Figura 5 Aacuterea cultivada com milho + Crotalaria spectabilisFoto Juacutelio Ceacutesar Bogiani

2 O ALGODOEIRO COMO PARTE DO SISTEMA DE PRODUCcedilAtildeO

O algodoeiro deve ser um dos componentes do sistema de produccedilatildeo o qual eacute composto pelo conjunto de sistemas de cultivo eou de criaccedilatildeo no acircmbito de uma propriedade rural definidos a partir dos fatores de produccedilatildeo (terra capital e matildeo de obra) e interligados por um processo de gestatildeo O sistema de cultivo se refere agraves praacuteticas comuns de manejo associadas a uma determinada espeacutecie vegetal visando sua produccedilatildeo a partir da combinaccedilatildeo loacutegica e ordenada de um conjunto de atividades e operaccedilotildees (HIRAKURI et al 2012) Acrescenta-se aos fatores de produccedilatildeo supracitados o conhecimento ndash fator fundamental para o sucesso de qualquer atividade agropecuaacuteria

Criar condiccedilotildees para possibilitar o aprofundamento do sis-tema radicular das culturas e consequente acesso aos nutrientes e aacutegua eacute uma das estrateacutegias necessaacuterias para mitigar os efeitos de eventuais periacuteodos de estiagem ndash veranicos ndash durante os periacuteodos de estresse hiacutedrico cada vez mais frequentes durante o ciclo de produccedilatildeo das culturas de veratildeo (FRANCHINI et al 2009)

3 ROTACcedilAtildeO DE CULTURAS

Ao analisar o impacto dos insumos sobre os custos de produccedilatildeo do algodoeiro safra 20122013 Neves e Pinto (2013) preconizam para a reduccedilatildeo de custos com a utilizaccedilatildeo de adubos a adoccedilatildeo de teacutecnicas e praacuteticas de cultivo alternativas Entre estas vale destacar o uso da rotaccedilatildeo de culturas do Sistema Plantio Direto (SPD) e da Integraccedilatildeo Lavoura-Pecuaacuteria (ILP) em razatildeo dos benefiacutecios que trazem para a fertilizaccedilatildeo do solo e na reduccedilatildeo de pragas e doenccedilas Solos sem restriccedilotildees fiacutesicas apresentam condiccedilotildees favoraacuteveis ao crescimento radicular com boa infiltraccedilatildeo de aacutegua para evitar o escorrimento superficial Para melhorar os atributos fiacutesicos do solo uma das estrateacutegias eacute a rotaccedilatildeo de culturas O uso de plantas especiacuteficas para melhorar alguns atributos do solo por meio da accedilatildeo de suas raiacutezes pode ser tatildeo importante como para produccedilatildeo de cobertura do solo (SALTON TOMAZI 2014)

A rotaccedilatildeo de culturas eacute definida como sendo a alternacircncia ordenada de diferentes culturas em determinado espaccedilo de tempo (ciclo) na mesma aacuterea e na mesma estaccedilatildeo do ano A sucessatildeo de

Um dos grandes desafios a serem superados para que a cultura do algodoeiro possa ter sustentabilidade econocircmica eacute a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo De acordo com as estimativas para a safra 20152016 o custo total de produccedilatildeo eacute estimado em R$ 710080 sendo que desse total 3585 correspondem a custos com defensivos (CUSTO 2015)

Nos itens a seguir seratildeo descritos alguns pontos que devem ser considerados quando se objetiva a produccedilatildeo sustentaacutevel de algodatildeo

4 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

culturas eacute definida como o ordenamento de duas culturas na mesma aacuterea agriacutecola e por tempo indeterminado cada uma cultivada em uma estaccedilatildeo do ano (FRANCHINI et al 2011) De acordo com os mesmos autores a rotaccedilatildeo de culturas tem se revelado uma praacutetica essencial para aumentar a estabilidade da produccedilatildeo das culturas face agraves variaccedilotildees climaacuteticas comumente observadas no Paranaacute natildeo soacute pela melhoria na qualidade do solo e pela produccedilatildeo de cobertura mas tambeacutem por proporcionar a diversificaccedilatildeo de cultivares e o esca-lonamento da eacutepoca de semeadura A ausecircncia dessa praacutetica acarreta o surgimento de alteraccedilotildees de ordem quiacutemica fiacutesica e bioloacutegica no solo que podem comprometer a estabilidade do sistema produtivo Dentre as alteraccedilotildees observadas se destacam diminuiccedilatildeo do teor de mateacuteria orgacircnica do solo (MOS) degradaccedilatildeo da estrutura do solo intensificaccedilatildeo dos processos erosivos reduccedilatildeo da atividade e diversidade bioloacutegica aumento da incidecircncia e severidade de pragas e doenccedilas e aumento da infestaccedilatildeo de plantas daninhas O conjunto desses problemas se reflete na instabilidade da produtividade das culturas e no aumento dos custos de produccedilatildeo face agrave ocorrecircncia de estresses bioacuteticos e abioacuteticos Para haver acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica em profundidade eacute necessaacuterio manter por maior parte do tempo o sistema radicular ativo e vigoroso no solo A braquiaacuteria por apresentar desenvolvimento de forma perene promove constante-mente a renovaccedilatildeo do sistema radicular possibilitando incorporaccedilatildeo da biomassa radicular o que acentua os efeitos beneacuteficos no solo (SALTON TOMAZI 2014) A espeacutecie utilizada como planta de cobertura tambeacutem pode interferir no teor de nitrogecircnio amoniacal do solo (MORO et al 2013) Na Figura 6 satildeo apresentados resultados do efeito da cultura de cobertura sobre a produtividade de algodatildeo

Em trabalho desenvolvido por Carvalho et al (2015) envol-vendo diferentes espeacutecies utilizadas para cobertura do solo quando o milho foi cultivado na sequecircncia constatou-se efeito significativo da cultura antecessora sobre a produtividade do milho Borin et al (2015) estudaram diferentes proporccedilotildees de Crotalaria spectabilis no consoacutercio de Urochloa ruziziensis + C spectabilis natildeo encon-trando efeito significativo das diferentes proporccedilotildees estudadas sobre a produtividade do algodoeiro As culturas de cobertura quando adequadamente planejadas podem contribuir para melhoria dos atributos fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos do solo no manejo de

4500

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

C ocrholeuca Milheto Milho Milho + U ruziziensis

Pro

dutiv

idad

e de

alg

odatildeo

em

car

occedilo

(kg

ha-1)

Figura 6 Produtividade de algodatildeo em caroccedilo em funccedilatildeo da cultura de cobertura antecessora ao cultivo do algodoeiro

Fonte Lamas F M Dados natildeo publicados

plantas daninhas insetos-pragas fungos e nematoides Uma planta de cobertura deve satisfazer certas exigecircncias tais como ser de faacutecil estabelecimento e adaptaccedilatildeo ao ambiente ter raacutepido crescimento da parte aeacuterea e raiacutezes ter toleracircncia ao deacuteficit hiacutedrico produzir quanti-dade suficiente de mateacuteria seca possibilitar boa cobertura proteccedilatildeo e persistecircncia no solo para posterior semeadura direta do algodoeiro e natildeo ser hospedeira de doenccedilas pragas e fitonematoides das culturas integrantes do sistema produtivo Aleacutem disso a disponibilizaccedilatildeo de sementes dessas plantas de cobertura deve ser faacutecil se possiacutevel a espeacutecie deve servir como fonte de alimentaccedilatildeo humana ou dos animais auxiliar no manejo das plantas daninhas e de forma alguma tornar-se invasora nos cultivos posteriores ser de faacutecil manejo de dessecaccedilatildeo e principalmente natildeo interferir no desenvolvimento do algodoeiro (FERREIRA et al 2011) Na Tabela 1 satildeo apresentadas de forma resumida as caracteriacutesticas das espeacutecies vegetais utilizadas como plantas de cobertura

4 SISTEMA PLANTIO DIRETO

O SPD eacute um sistema de produccedilatildeo conservacionista que se contrapotildee ao sistema tradicional de manejo envolvendo teacutecnicas de

Tabela 1 Plantas de cobertura e suas principais caracteriacutesticas

Espeacutecie Proteccedilatildeo do solo Mofo-branco Percevejo castanho (Scaptocoris sp)

NematoidesDessecaccedilatildeo Efeitos no perfilPratylenchus

brachyurusMeloidogyne

incognitaRotylenchulus

reniformis

Crotalaria spectabilis

Crotalaria juncea

Crotalaria ochroleuca Sem informaccedilatildeo

Cajanus cajan (guandu)

Sorghum bicolor (sorgo)

Pennisetum glaucum (milheto)

Brachiaria ruziziensis

Brachiaria brizantha cv Piatatilde

Panicum maximum (cv Aruana Mombaccedila e Tanzacircnia)

Raphanus sativus (nabo- forrageiro) Sem informaccedilatildeo

Fonte Adaptada de Ferreira et al (2012)

Ideal Regular Natildeo recomendaacutevel

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 5

No caso do algodoeiro eacute fundamental a destruiccedilatildeo dos restos culturais como medida cultural para o manejo de pragas

Em resumo a sustentabilidade da produccedilatildeo de algodatildeo exige a integraccedilatildeo de praacuteticas agronocircmicas na maior parte extremamente simples mas que se natildeo observadas podem comprometer todo o sistema O cultivo do algodoeiro eacute uma atividade que deve ser con-siderada sempre como um dos componentes do sistema de produccedilatildeo e nunca de forma isolada

REFEREcircNCIAS BORIN A L D C FERREIRA A C de B BRITO G G MORAES M C G de Nitro-gen fertilization on cotton cropped under straw formed by seed proportions of crotalaria and brachiaria Cientiacutefica v 43 n 3 p 261-267 2015

CARVALHO A M de COSER T R REIN T A DANTAS R de A SILVA R R SOUZA K W Manejo de plantas de cobertura na floraccedilatildeo e na maturaccedilatildeo fisioloacutegica e seu efeito na produtividade do milho Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 50 n 7 p 551-561 jul 2015

CUSTO de produccedilatildeo algodatildeo ndash safra 20152016 Mato Grosso- junho2015 Cuiabaacute IMEA 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwimeacombruploadpublicacoesarquivosR410_CPAlgo-dao_06_2015pdfgt Acesso em 03 ago 2015

FERREIRA A C de B BORIN A L D C LAMAS F M Espeacutecies vegetais de cobertura do solo para o sistema de semeadura direta do algodoeiro Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2011 12 p (Embrapa Algodatildeo Circular Teacutecnica 132)

FERREIRA A C de B BORIN A L D LAMAS F M ASMUS G L MIRANDA J E BOGIANI J C SUASSUNA N D Plantas que minimizam problemas do sistema de pro-duccedilatildeo do algodoeiro no Cerrado Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2012 4 p (Embrapa Algodatildeo Comunicado teacutecnico 371)

FRANCHINI J C COSTA J M da DEBIASI H TORRES E Importacircncia da rotaccedilatildeo de culturas para a produccedilatildeo agriacutecola sustentaacutevel no Paranaacute Londrina Embrapa Soja 2011 52 p (Embrapa Soja Documentos 327)

FRANCHINI J C DEBIASI H SACOMAN A NEPOMUCENO A L FARIAS J R B Manejo do solo para reduccedilatildeo das perdas de produtividade pela seca Londrina Embrapa Soja 2009 39 p (Embrapa Soja Documentos 314)

HIRAKURI M H DEBIASI H PROCOacutePIO S de O FRANCHINI J C CASTRO C de Sistemas de produccedilatildeo conceitos e definiccedilotildees no contexto agriacutecola Londrina Embrapa Soja 2012 24 p (Embrapa Soja Documentos 335)

MORO E CRUSCIOL C A C NASCENTE A S CANTARELLA H Teor de nitrogecircnio inorgacircnico no solo em funccedilatildeo de plantas de cobertura fontes de nitrogecircnio e inibidor de nitrifi-caccedilatildeo Pesquisa Agropecuaacuteria Tropical v 43 n 4 p 424-435 outdez 2013

NEVES M F PINTO M J A (Org) A cadeia do algodatildeo brasileiro safra 20122013 desafios e estrateacutegias 2 ed Brasiacutelia DF ABRAPA 2013 195 p

SALTON J TOMAZI M Sistema radicular de plantas e qualidade do solo Dourados Embrapa Agropecuaacuteria Oeste 2014 4 p (Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Comunicado Teacutecnico 198)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2012 e 2013 Londrina Embrapa Soja 2011 261 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 15)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2014 Londrina Embrapa Soja 2014 265 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 16)

ZANCANARO L KAPPES C Manejo do solo para o cultivo do algodoeiro In BELOT J-L (Ed) Manual de boas praacuteticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso Cuiabaacute IMAmt 2015 p 60-65

Figura 7 Aacuterea cultivada com soja apoacutes a colheita do algodatildeo no Oeste da Bahia

Foto Fernando Mendes Lamas

1700

1650

1600

1550

1500

Pro

dutiv

idad

e de

fibr

a (k

g ha

-1)

Convencional Plantio Direto

Sistema de manejo

Figura 8 Produtividade de fibra de algodoeiro cultivado em sistema con-vencional e Sistema Plantio Direto em Primavera do Leste MT

produccedilatildeo que preservam a qualidade ambiental Fundamenta-se na ausecircncia de preparo do solo e na cobertura permanente do terreno pela realizaccedilatildeo de rotaccedilatildeo de culturas (TECNOLOGIAS 2014)

Embora em muitas regiotildees o algodoeiro seja cultivado sem o preparo do solo em muitas situaccedilotildees natildeo satildeo utilizadas culturas para cobertura do solo na entressafra nem rotaccedilatildeo de culturas dois pressupostos baacutesicos do SPD A ausecircncia destas praacuteticas tecircm causado uma seacuterie de problemas ambientais como degradaccedilatildeo dos solos (compactaccedilatildeo erosatildeo) poluiccedilatildeo e assoreamento de manan-ciais hiacutedricos maior ocorrecircncia e severidade do ataque de pragas e doenccedilas nas plantas aumentos nos custos de produccedilatildeo e crescente dependecircncia do clima e de insumos quiacutemicos Esse modelo de produccedilatildeo agriacutecola resulta na intensificaccedilatildeo das perdas de carbono orgacircnico do solo e consequente perda de qualidade e capacidade produtiva do mesmo

O uso contiacutenuo das tecnologias que compotildeem o SPD propor-ciona efeitos significativos na conservaccedilatildeo e na melhoria do solo e da aacutegua no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertili-zantes na reduccedilatildeo de custos estabilidade da produccedilatildeo e melhoria das condiccedilotildees de vida do produtor rural e da sociedade Para que esses benefiacutecios ocorram tanto os agricultores como os responsaacuteveis pela assistecircncia teacutecnica devem estar predispostos a mudanccedilas conscientes de que o sistema eacute importante para alcanccedilar ecircxito e sustentabilidade na atividade agriacutecola (TECNOLOGIAS 2014)

Mesmo sendo uma espeacutecie perene eacute perfeitamente possiacutevel o cultivo do algodoeiro em SPD No entanto para o ecircxito deste modelo de produccedilatildeo eacute fundamental a observacircncia dos fundamentos baacutesicos do SPD A natildeo observacircncia desses coloca em risco todo o processo Um adequado plano de rotaccedilatildeo de culturas contribui efe-tivamente como praacutetica complementar evitando o rebrote dos restos culturais (ZANCANARO KAPPES 2015) A Figura 7 mostra uma aacuterea cultivada com soja em Sistema Plantio Direto que foi anterior-mente cultivada com algodoeiro

Experimentos conduzidos em Primavera do Leste MT em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodatildeo (IMAmt) mos-traram que apoacutes sete safras a produtividade de fibra do algodoeiro (meacutedia de trecircs cultivares) cultivado em SPD natildeo diferiu significa-tivamente daquele cultivado no sistema convencional (Figura 8) o que eacute esperado na fase de estabilizaccedilatildeo do sistema Apoacutes esta fase a produtividade do SPD tende a ser maior

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

4 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

culturas eacute definida como o ordenamento de duas culturas na mesma aacuterea agriacutecola e por tempo indeterminado cada uma cultivada em uma estaccedilatildeo do ano (FRANCHINI et al 2011) De acordo com os mesmos autores a rotaccedilatildeo de culturas tem se revelado uma praacutetica essencial para aumentar a estabilidade da produccedilatildeo das culturas face agraves variaccedilotildees climaacuteticas comumente observadas no Paranaacute natildeo soacute pela melhoria na qualidade do solo e pela produccedilatildeo de cobertura mas tambeacutem por proporcionar a diversificaccedilatildeo de cultivares e o esca-lonamento da eacutepoca de semeadura A ausecircncia dessa praacutetica acarreta o surgimento de alteraccedilotildees de ordem quiacutemica fiacutesica e bioloacutegica no solo que podem comprometer a estabilidade do sistema produtivo Dentre as alteraccedilotildees observadas se destacam diminuiccedilatildeo do teor de mateacuteria orgacircnica do solo (MOS) degradaccedilatildeo da estrutura do solo intensificaccedilatildeo dos processos erosivos reduccedilatildeo da atividade e diversidade bioloacutegica aumento da incidecircncia e severidade de pragas e doenccedilas e aumento da infestaccedilatildeo de plantas daninhas O conjunto desses problemas se reflete na instabilidade da produtividade das culturas e no aumento dos custos de produccedilatildeo face agrave ocorrecircncia de estresses bioacuteticos e abioacuteticos Para haver acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica em profundidade eacute necessaacuterio manter por maior parte do tempo o sistema radicular ativo e vigoroso no solo A braquiaacuteria por apresentar desenvolvimento de forma perene promove constante-mente a renovaccedilatildeo do sistema radicular possibilitando incorporaccedilatildeo da biomassa radicular o que acentua os efeitos beneacuteficos no solo (SALTON TOMAZI 2014) A espeacutecie utilizada como planta de cobertura tambeacutem pode interferir no teor de nitrogecircnio amoniacal do solo (MORO et al 2013) Na Figura 6 satildeo apresentados resultados do efeito da cultura de cobertura sobre a produtividade de algodatildeo

Em trabalho desenvolvido por Carvalho et al (2015) envol-vendo diferentes espeacutecies utilizadas para cobertura do solo quando o milho foi cultivado na sequecircncia constatou-se efeito significativo da cultura antecessora sobre a produtividade do milho Borin et al (2015) estudaram diferentes proporccedilotildees de Crotalaria spectabilis no consoacutercio de Urochloa ruziziensis + C spectabilis natildeo encon-trando efeito significativo das diferentes proporccedilotildees estudadas sobre a produtividade do algodoeiro As culturas de cobertura quando adequadamente planejadas podem contribuir para melhoria dos atributos fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos do solo no manejo de

4500

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

C ocrholeuca Milheto Milho Milho + U ruziziensis

Pro

dutiv

idad

e de

alg

odatildeo

em

car

occedilo

(kg

ha-1)

Figura 6 Produtividade de algodatildeo em caroccedilo em funccedilatildeo da cultura de cobertura antecessora ao cultivo do algodoeiro

Fonte Lamas F M Dados natildeo publicados

plantas daninhas insetos-pragas fungos e nematoides Uma planta de cobertura deve satisfazer certas exigecircncias tais como ser de faacutecil estabelecimento e adaptaccedilatildeo ao ambiente ter raacutepido crescimento da parte aeacuterea e raiacutezes ter toleracircncia ao deacuteficit hiacutedrico produzir quanti-dade suficiente de mateacuteria seca possibilitar boa cobertura proteccedilatildeo e persistecircncia no solo para posterior semeadura direta do algodoeiro e natildeo ser hospedeira de doenccedilas pragas e fitonematoides das culturas integrantes do sistema produtivo Aleacutem disso a disponibilizaccedilatildeo de sementes dessas plantas de cobertura deve ser faacutecil se possiacutevel a espeacutecie deve servir como fonte de alimentaccedilatildeo humana ou dos animais auxiliar no manejo das plantas daninhas e de forma alguma tornar-se invasora nos cultivos posteriores ser de faacutecil manejo de dessecaccedilatildeo e principalmente natildeo interferir no desenvolvimento do algodoeiro (FERREIRA et al 2011) Na Tabela 1 satildeo apresentadas de forma resumida as caracteriacutesticas das espeacutecies vegetais utilizadas como plantas de cobertura

4 SISTEMA PLANTIO DIRETO

O SPD eacute um sistema de produccedilatildeo conservacionista que se contrapotildee ao sistema tradicional de manejo envolvendo teacutecnicas de

Tabela 1 Plantas de cobertura e suas principais caracteriacutesticas

Espeacutecie Proteccedilatildeo do solo Mofo-branco Percevejo castanho (Scaptocoris sp)

NematoidesDessecaccedilatildeo Efeitos no perfilPratylenchus

brachyurusMeloidogyne

incognitaRotylenchulus

reniformis

Crotalaria spectabilis

Crotalaria juncea

Crotalaria ochroleuca Sem informaccedilatildeo

Cajanus cajan (guandu)

Sorghum bicolor (sorgo)

Pennisetum glaucum (milheto)

Brachiaria ruziziensis

Brachiaria brizantha cv Piatatilde

Panicum maximum (cv Aruana Mombaccedila e Tanzacircnia)

Raphanus sativus (nabo- forrageiro) Sem informaccedilatildeo

Fonte Adaptada de Ferreira et al (2012)

Ideal Regular Natildeo recomendaacutevel

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 5

No caso do algodoeiro eacute fundamental a destruiccedilatildeo dos restos culturais como medida cultural para o manejo de pragas

Em resumo a sustentabilidade da produccedilatildeo de algodatildeo exige a integraccedilatildeo de praacuteticas agronocircmicas na maior parte extremamente simples mas que se natildeo observadas podem comprometer todo o sistema O cultivo do algodoeiro eacute uma atividade que deve ser con-siderada sempre como um dos componentes do sistema de produccedilatildeo e nunca de forma isolada

REFEREcircNCIAS BORIN A L D C FERREIRA A C de B BRITO G G MORAES M C G de Nitro-gen fertilization on cotton cropped under straw formed by seed proportions of crotalaria and brachiaria Cientiacutefica v 43 n 3 p 261-267 2015

CARVALHO A M de COSER T R REIN T A DANTAS R de A SILVA R R SOUZA K W Manejo de plantas de cobertura na floraccedilatildeo e na maturaccedilatildeo fisioloacutegica e seu efeito na produtividade do milho Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 50 n 7 p 551-561 jul 2015

CUSTO de produccedilatildeo algodatildeo ndash safra 20152016 Mato Grosso- junho2015 Cuiabaacute IMEA 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwimeacombruploadpublicacoesarquivosR410_CPAlgo-dao_06_2015pdfgt Acesso em 03 ago 2015

FERREIRA A C de B BORIN A L D C LAMAS F M Espeacutecies vegetais de cobertura do solo para o sistema de semeadura direta do algodoeiro Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2011 12 p (Embrapa Algodatildeo Circular Teacutecnica 132)

FERREIRA A C de B BORIN A L D LAMAS F M ASMUS G L MIRANDA J E BOGIANI J C SUASSUNA N D Plantas que minimizam problemas do sistema de pro-duccedilatildeo do algodoeiro no Cerrado Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2012 4 p (Embrapa Algodatildeo Comunicado teacutecnico 371)

FRANCHINI J C COSTA J M da DEBIASI H TORRES E Importacircncia da rotaccedilatildeo de culturas para a produccedilatildeo agriacutecola sustentaacutevel no Paranaacute Londrina Embrapa Soja 2011 52 p (Embrapa Soja Documentos 327)

FRANCHINI J C DEBIASI H SACOMAN A NEPOMUCENO A L FARIAS J R B Manejo do solo para reduccedilatildeo das perdas de produtividade pela seca Londrina Embrapa Soja 2009 39 p (Embrapa Soja Documentos 314)

HIRAKURI M H DEBIASI H PROCOacutePIO S de O FRANCHINI J C CASTRO C de Sistemas de produccedilatildeo conceitos e definiccedilotildees no contexto agriacutecola Londrina Embrapa Soja 2012 24 p (Embrapa Soja Documentos 335)

MORO E CRUSCIOL C A C NASCENTE A S CANTARELLA H Teor de nitrogecircnio inorgacircnico no solo em funccedilatildeo de plantas de cobertura fontes de nitrogecircnio e inibidor de nitrifi-caccedilatildeo Pesquisa Agropecuaacuteria Tropical v 43 n 4 p 424-435 outdez 2013

NEVES M F PINTO M J A (Org) A cadeia do algodatildeo brasileiro safra 20122013 desafios e estrateacutegias 2 ed Brasiacutelia DF ABRAPA 2013 195 p

SALTON J TOMAZI M Sistema radicular de plantas e qualidade do solo Dourados Embrapa Agropecuaacuteria Oeste 2014 4 p (Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Comunicado Teacutecnico 198)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2012 e 2013 Londrina Embrapa Soja 2011 261 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 15)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2014 Londrina Embrapa Soja 2014 265 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 16)

ZANCANARO L KAPPES C Manejo do solo para o cultivo do algodoeiro In BELOT J-L (Ed) Manual de boas praacuteticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso Cuiabaacute IMAmt 2015 p 60-65

Figura 7 Aacuterea cultivada com soja apoacutes a colheita do algodatildeo no Oeste da Bahia

Foto Fernando Mendes Lamas

1700

1650

1600

1550

1500

Pro

dutiv

idad

e de

fibr

a (k

g ha

-1)

Convencional Plantio Direto

Sistema de manejo

Figura 8 Produtividade de fibra de algodoeiro cultivado em sistema con-vencional e Sistema Plantio Direto em Primavera do Leste MT

produccedilatildeo que preservam a qualidade ambiental Fundamenta-se na ausecircncia de preparo do solo e na cobertura permanente do terreno pela realizaccedilatildeo de rotaccedilatildeo de culturas (TECNOLOGIAS 2014)

Embora em muitas regiotildees o algodoeiro seja cultivado sem o preparo do solo em muitas situaccedilotildees natildeo satildeo utilizadas culturas para cobertura do solo na entressafra nem rotaccedilatildeo de culturas dois pressupostos baacutesicos do SPD A ausecircncia destas praacuteticas tecircm causado uma seacuterie de problemas ambientais como degradaccedilatildeo dos solos (compactaccedilatildeo erosatildeo) poluiccedilatildeo e assoreamento de manan-ciais hiacutedricos maior ocorrecircncia e severidade do ataque de pragas e doenccedilas nas plantas aumentos nos custos de produccedilatildeo e crescente dependecircncia do clima e de insumos quiacutemicos Esse modelo de produccedilatildeo agriacutecola resulta na intensificaccedilatildeo das perdas de carbono orgacircnico do solo e consequente perda de qualidade e capacidade produtiva do mesmo

O uso contiacutenuo das tecnologias que compotildeem o SPD propor-ciona efeitos significativos na conservaccedilatildeo e na melhoria do solo e da aacutegua no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertili-zantes na reduccedilatildeo de custos estabilidade da produccedilatildeo e melhoria das condiccedilotildees de vida do produtor rural e da sociedade Para que esses benefiacutecios ocorram tanto os agricultores como os responsaacuteveis pela assistecircncia teacutecnica devem estar predispostos a mudanccedilas conscientes de que o sistema eacute importante para alcanccedilar ecircxito e sustentabilidade na atividade agriacutecola (TECNOLOGIAS 2014)

Mesmo sendo uma espeacutecie perene eacute perfeitamente possiacutevel o cultivo do algodoeiro em SPD No entanto para o ecircxito deste modelo de produccedilatildeo eacute fundamental a observacircncia dos fundamentos baacutesicos do SPD A natildeo observacircncia desses coloca em risco todo o processo Um adequado plano de rotaccedilatildeo de culturas contribui efe-tivamente como praacutetica complementar evitando o rebrote dos restos culturais (ZANCANARO KAPPES 2015) A Figura 7 mostra uma aacuterea cultivada com soja em Sistema Plantio Direto que foi anterior-mente cultivada com algodoeiro

Experimentos conduzidos em Primavera do Leste MT em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodatildeo (IMAmt) mos-traram que apoacutes sete safras a produtividade de fibra do algodoeiro (meacutedia de trecircs cultivares) cultivado em SPD natildeo diferiu significa-tivamente daquele cultivado no sistema convencional (Figura 8) o que eacute esperado na fase de estabilizaccedilatildeo do sistema Apoacutes esta fase a produtividade do SPD tende a ser maior

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 5

No caso do algodoeiro eacute fundamental a destruiccedilatildeo dos restos culturais como medida cultural para o manejo de pragas

Em resumo a sustentabilidade da produccedilatildeo de algodatildeo exige a integraccedilatildeo de praacuteticas agronocircmicas na maior parte extremamente simples mas que se natildeo observadas podem comprometer todo o sistema O cultivo do algodoeiro eacute uma atividade que deve ser con-siderada sempre como um dos componentes do sistema de produccedilatildeo e nunca de forma isolada

REFEREcircNCIAS BORIN A L D C FERREIRA A C de B BRITO G G MORAES M C G de Nitro-gen fertilization on cotton cropped under straw formed by seed proportions of crotalaria and brachiaria Cientiacutefica v 43 n 3 p 261-267 2015

CARVALHO A M de COSER T R REIN T A DANTAS R de A SILVA R R SOUZA K W Manejo de plantas de cobertura na floraccedilatildeo e na maturaccedilatildeo fisioloacutegica e seu efeito na produtividade do milho Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 50 n 7 p 551-561 jul 2015

CUSTO de produccedilatildeo algodatildeo ndash safra 20152016 Mato Grosso- junho2015 Cuiabaacute IMEA 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwimeacombruploadpublicacoesarquivosR410_CPAlgo-dao_06_2015pdfgt Acesso em 03 ago 2015

FERREIRA A C de B BORIN A L D C LAMAS F M Espeacutecies vegetais de cobertura do solo para o sistema de semeadura direta do algodoeiro Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2011 12 p (Embrapa Algodatildeo Circular Teacutecnica 132)

FERREIRA A C de B BORIN A L D LAMAS F M ASMUS G L MIRANDA J E BOGIANI J C SUASSUNA N D Plantas que minimizam problemas do sistema de pro-duccedilatildeo do algodoeiro no Cerrado Campina Grande Embrapa Algodatildeo 2012 4 p (Embrapa Algodatildeo Comunicado teacutecnico 371)

FRANCHINI J C COSTA J M da DEBIASI H TORRES E Importacircncia da rotaccedilatildeo de culturas para a produccedilatildeo agriacutecola sustentaacutevel no Paranaacute Londrina Embrapa Soja 2011 52 p (Embrapa Soja Documentos 327)

FRANCHINI J C DEBIASI H SACOMAN A NEPOMUCENO A L FARIAS J R B Manejo do solo para reduccedilatildeo das perdas de produtividade pela seca Londrina Embrapa Soja 2009 39 p (Embrapa Soja Documentos 314)

HIRAKURI M H DEBIASI H PROCOacutePIO S de O FRANCHINI J C CASTRO C de Sistemas de produccedilatildeo conceitos e definiccedilotildees no contexto agriacutecola Londrina Embrapa Soja 2012 24 p (Embrapa Soja Documentos 335)

MORO E CRUSCIOL C A C NASCENTE A S CANTARELLA H Teor de nitrogecircnio inorgacircnico no solo em funccedilatildeo de plantas de cobertura fontes de nitrogecircnio e inibidor de nitrifi-caccedilatildeo Pesquisa Agropecuaacuteria Tropical v 43 n 4 p 424-435 outdez 2013

NEVES M F PINTO M J A (Org) A cadeia do algodatildeo brasileiro safra 20122013 desafios e estrateacutegias 2 ed Brasiacutelia DF ABRAPA 2013 195 p

SALTON J TOMAZI M Sistema radicular de plantas e qualidade do solo Dourados Embrapa Agropecuaacuteria Oeste 2014 4 p (Embrapa Agropecuaacuteria Oeste Comunicado Teacutecnico 198)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2012 e 2013 Londrina Embrapa Soja 2011 261 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 15)

TECNOLOGIAS de produccedilatildeo de soja ndash Regiatildeo Central do Brasil 2014 Londrina Embrapa Soja 2014 265 p (Embrapa Soja Sistemas de Produccedilatildeo n 16)

ZANCANARO L KAPPES C Manejo do solo para o cultivo do algodoeiro In BELOT J-L (Ed) Manual de boas praacuteticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso Cuiabaacute IMAmt 2015 p 60-65

Figura 7 Aacuterea cultivada com soja apoacutes a colheita do algodatildeo no Oeste da Bahia

Foto Fernando Mendes Lamas

1700

1650

1600

1550

1500

Pro

dutiv

idad

e de

fibr

a (k

g ha

-1)

Convencional Plantio Direto

Sistema de manejo

Figura 8 Produtividade de fibra de algodoeiro cultivado em sistema con-vencional e Sistema Plantio Direto em Primavera do Leste MT

produccedilatildeo que preservam a qualidade ambiental Fundamenta-se na ausecircncia de preparo do solo e na cobertura permanente do terreno pela realizaccedilatildeo de rotaccedilatildeo de culturas (TECNOLOGIAS 2014)

Embora em muitas regiotildees o algodoeiro seja cultivado sem o preparo do solo em muitas situaccedilotildees natildeo satildeo utilizadas culturas para cobertura do solo na entressafra nem rotaccedilatildeo de culturas dois pressupostos baacutesicos do SPD A ausecircncia destas praacuteticas tecircm causado uma seacuterie de problemas ambientais como degradaccedilatildeo dos solos (compactaccedilatildeo erosatildeo) poluiccedilatildeo e assoreamento de manan-ciais hiacutedricos maior ocorrecircncia e severidade do ataque de pragas e doenccedilas nas plantas aumentos nos custos de produccedilatildeo e crescente dependecircncia do clima e de insumos quiacutemicos Esse modelo de produccedilatildeo agriacutecola resulta na intensificaccedilatildeo das perdas de carbono orgacircnico do solo e consequente perda de qualidade e capacidade produtiva do mesmo

O uso contiacutenuo das tecnologias que compotildeem o SPD propor-ciona efeitos significativos na conservaccedilatildeo e na melhoria do solo e da aacutegua no aproveitamento dos recursos e insumos como os fertili-zantes na reduccedilatildeo de custos estabilidade da produccedilatildeo e melhoria das condiccedilotildees de vida do produtor rural e da sociedade Para que esses benefiacutecios ocorram tanto os agricultores como os responsaacuteveis pela assistecircncia teacutecnica devem estar predispostos a mudanccedilas conscientes de que o sistema eacute importante para alcanccedilar ecircxito e sustentabilidade na atividade agriacutecola (TECNOLOGIAS 2014)

Mesmo sendo uma espeacutecie perene eacute perfeitamente possiacutevel o cultivo do algodoeiro em SPD No entanto para o ecircxito deste modelo de produccedilatildeo eacute fundamental a observacircncia dos fundamentos baacutesicos do SPD A natildeo observacircncia desses coloca em risco todo o processo Um adequado plano de rotaccedilatildeo de culturas contribui efe-tivamente como praacutetica complementar evitando o rebrote dos restos culturais (ZANCANARO KAPPES 2015) A Figura 7 mostra uma aacuterea cultivada com soja em Sistema Plantio Direto que foi anterior-mente cultivada com algodoeiro

Experimentos conduzidos em Primavera do Leste MT em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodatildeo (IMAmt) mos-traram que apoacutes sete safras a produtividade de fibra do algodoeiro (meacutedia de trecircs cultivares) cultivado em SPD natildeo diferiu significa-tivamente daquele cultivado no sistema convencional (Figura 8) o que eacute esperado na fase de estabilizaccedilatildeo do sistema Apoacutes esta fase a produtividade do SPD tende a ser maior

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

6 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Abreviaccedilotildees ANDA = Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos DFFF = densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos EAbN = eficiecircncia de absorccedilatildeo de N EAgN = eficiecircncia agronocircmica do N ETrN = eficiecircncia de transformaccedilatildeo do N N = nitrogecircnio

1 Enga Agra Mestranda em Fisiologia e Bioquiacutemica de Plantas Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Piracicaba SP e-mail perlaoliveirauspbr2 Enga Agra Dra em Biologia Vegetal Centro APTA Citros lsquoSylvio Moreirarsquo IACSAA Cordeiroacutepolis SP3 Eng Agr Dr Pesquisador Cientiacutefico Instituto Agronocircmico Campinas SP

NITROGEcircNIO NA CULTURA DOS CITROSPerla Novais de Oliveira1

Verocircnica Lorena Dovis2

Dirceu de Mattos Junior3

1 INTRODUCcedilAtildeO

O gecircnero Citrus eacute originaacuterio do continente asiaacutetico e atualmente seu cultivo ocorre nas regiotildees tropi-cais e subtropicais em todo o mundo no Brasil as

plantas ciacutetricas satildeo cultivadas desde a Bahia ateacute o Rio Grande do Sul (DONADIO et al 2005) O Brasil ocupa a posiccedilatildeo de segundo maior produtor ficando atraacutes apenas da China No entanto na produccedilatildeo de laranjas doces o Brasil aparece como maior produtor mundial (FAO 2014) destacando-se tambeacutem como maior produtor e exportador de suco concentrado de laranja (MAPA 2014)

O cultivo de citros eacute considerado uma das mais importantes atividades do agronegoacutecio brasileiro (BOTEON e NEVES 2013) A aacuterea plantada estaacute em torno de 900 mil hectares com produccedilatildeo de 22 milhotildees de toneladas de frutas ciacutetricas (FAO 2014) A produccedilatildeo estaacute concentrada na regiatildeo Sudeste com destaque para o estado de Satildeo Paulo que em marccedilo de 2015 contava com 492591 hectares e 19786 milhotildees de peacutes de laranja (FUNDECITRUS 2015) Outras regiotildees que possuem parcela significativa na produccedilatildeo satildeo o Nor-deste e o Sul (IBGE 2014)

O crescimento dos citros e a produccedilatildeo de frutos satildeo deter-minados principalmente pelo uso de adubaccedilatildeo equilibrada A aplicaccedilatildeo de fertilizantes em especial dos nitrogenados eacute comu-mente realizada nos pomares citriacutecolas brasileiros (BOARETTO et al 2007) O nitrogecircnio (N) eacute um dos nutrientes mais requeri-dos participando dos principais processos metaboacutelicos da planta (MAUST e WILLIAMSON 1994) contribuindo para formaccedilatildeo de partes novas como raiacutezes folhas flores e frutos (BOARETTO et al 2007) O N eacute um dos principais elementos para as plantas em fase de viveiro pois eacute necessaacuterio para que elas atinjam rapida-mente o ponto de enxertia dos porta-enxertos e de transplantio A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros em campo varia com as distintas fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005)

Para a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na citricultura eacute necessaacuteria a afericcedilatildeo da disponibilidade de nutrientes no solo (SOUZA et al 2011) No caso do N a metodologia mais uti-lizada eacute a anaacutelise foliar considerando a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN e NACHTIGALL et al 2007 SOUZA et al 2011) Assim eacute de grande importacircncia a manutenccedilatildeo das reservas de N na planta mediante a reposiccedilatildeo do que foi exportado na colheita a fim de manter a produtividade

Poreacutem apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absorvida pelas plantas Isto porque o N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo escorrimento superficial desni-trificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas definem a eficiecircncia de uso do nutriente que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007) Desta forma para reduzir essas perdas eacute necessaacuterio o manejo adequado das fontes de fertilizantes em consonacircncia com as condiccedilotildees do ambiente como incorporaccedilatildeo de algumas fontes e aplicaccedilatildeo apenas em condiccedilotildees de umidade de solo ideais entre outros cuidados (GIRARDI e MOURAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

2 CITRICULTURA E CONSUMO DE FERTILIZANTES

Todas as espeacutecies de importacircncia econocircmica do gecircnero Citrus satildeo originaacuterias de regiotildees uacutemidas tropicais e subtropicais da China e do leste e sudeste da Aacutesia (MONSELISE 1986 DONADIO et al 2005 LIU et al 2012) incluindo as ilhas das Filipinas e da Indoneacutesia (REUTHER 1973) O clima predominante nas regiotildees de origem eacute do tipo Aw e Ar (tropical uacutemido) e Cf (subtropical uacutemido) onde a temperatura nunca ou raramente eacute inferior a 10 degC e onde o mecircs mais seco tem precipitaccedilatildeo miacutenima de 30 mm (BELDA et al 2014) No entanto todas as espeacutecies tem se adaptado bem em diversos climas desde regiotildees com clima temperado ateacute climas tropicais Atualmente satildeo cultivadas entre os paralelos 44deg N e 41deg S poreacutem as principais regiotildees produtoras encontram-se em regiotildees situadas entre 20deg e 40deg de latitude (DAVIES e ALBRIGO 1994 AGUSTIacute 2003)

Como exemplos conhecidos de importacircncia comercial citam-se laranjas limotildees limas toranjas e tangerinas Cultivados em mais de 140 paiacuteses (XU et al 2013) a produccedilatildeo total global relatada atualmente eacute de mais de 120 milhotildees de toneladas sendo a China o Brasil e os EUA os paiacuteses liacutederes mundiais produtores dessas frutas (FAO 2014)

A despeito da elevada importacircncia econocircmica da cultura de citros quanto a geraccedilatildeo de divisas emprego e renda ainda eacute necessaacuterio aprimorar as teacutecnicas de produccedilatildeo desde o plantio ateacute a colheita dos frutos (FIGUEIREDO et al 2009) Nos uacuteltimos anos entre os diversos fatores que influenciam direta e indiretamente no incremento da produccedilatildeo destaca-se a adoccedilatildeo de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e de praacuteticas adequadas por parte dos produtores rurais como o incremento do uso de fertilizantes no processo de

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 7

produccedilatildeo (LOPES 2010) De acordo com a Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA) o consumo de fertilizantes NPK pelos consumidores finais aumentou no Brasil cerca de 137 nos uacuteltimos quatro anos passando de 28326 milhotildees de toneladas em 2011 para 32209 milhotildees de toneladas em 2014

3 REGIOtildeES CITRIacuteCOLAS NO BRASIL

Em 3013 mais de 16 bilhotildees de toneladas de laranja foram produzidas no paiacutes com destaque para o estado de Satildeo Paulo que deteacutem 726 da produccedilatildeo nacional O cinturatildeo citriacutecola paulista pode ser dividido em quatro polos produtores regiatildeo central (Satildeo Carlos ndash Araraquara) norte (Bebedouro ndash Satildeo Joseacute do Rio Preto) sudeste (Araras ndash Mogi Guaccedilu) e centro-sul (Bauru ndash Itapetininga) (NEVES et al 2010) No estado de Satildeo Paulo encontram-se exce-lentes condiccedilotildees ambientais para o cultivo dos citros poreacutem haacute intensificaccedilatildeo do periacuteodo de estiagem do sul para o norte do estado sendo necessaacuterio o uso de irrigaccedilatildeo complementar para incremento da produccedilatildeo Existem ainda diferenccedilas nas condiccedilotildees teacutermicas das regiotildees produtoras em Bebedouro por exemplo a temperatura meacutedia anual eacute de 23 ordmC enquanto em Limeira e Botucatu varia de 20 a 21 ordmC (SENTELHAS 2005) As classes de solo predominantes nessas aacutereas satildeo os Latossolos e os Argissolos (CORAacute et al 2005) No Estado de Satildeo Paulo haacute preferecircncia pelas variedades tardias (Natal e Valecircncia) em funccedilatildeo da maior produtividade Ainda a variedade Pecircra apresenta boa aceitabilidade no mercado in natura e maior teor de soacutelidos soluacuteveis (PIO et al 2005 NEVES et al 2010)

Outros estados tambeacutem se destacam na produccedilatildeo de laranja como Bahia Sergipe Paranaacute Rio Grande do Sul Minas Gerais (IBGE 2014) A principal regiatildeo produtora da Bahia eacute o litoral norte notadamente o municiacutepio de Rio Real maior produtor Juntamente com o litoral sul de Sergipe representam o maior polo citriacutecola do Nordeste responsaacuteveis por mais de 9 da produccedilatildeo brasileira de laranjas Conforme Passos (2011) o nordeste eacute dividido em trecircs aacutereas principais a) Zona da Mata localizada ao longo da costa com clima mais uacutemido temperatura meacutedia anual de 22 ordmC e precipitaccedilatildeo superior a 1000 mm onde os pomares satildeo essen-cialmente da cultivar Pecircra b) Zona de Altitude com clima mais ameno temperaturas baixas no inverno e regime pluviomeacutetrico insuficiente onde predominam as tangerinas e laranjas doces sem sementes como as cultivares Baianinha Cara-Cara Rubi Salus-tiana e Westin e c) Zona Semiaacuterida localizada no poliacutegono da seca que apresenta condiccedilotildees mais favoraacuteveis para a produccedilatildeo de limas aacutecidas e pomelos (PASSOS et al 2011) Vale destacar que nessas aacutereas ocorre a predominacircncia de Latossolos Amarelos distroacuteficos coesos com comportamentos bastante distintos (CORAacute et al 2005)

O terceiro polo produtor de laranja localiza-se na regiatildeo Sul nos estados do Paranaacute e Rio Grande do Sul que representam 8 da produccedilatildeo nacional O clima nos dois estados eacute bastante semelhante com condiccedilotildees teacutermicas e hiacutedricas que favorecem a qualidade dos frutos Nas regiotildees produtoras de Paranavaiacute no Paranaacute e Taquari no Rio Grande do Sul predominam meses com excedente hiacutedrico Nessas aacutereas o repouso vegetativo eacute condicionado pelo fator teacuter-mico principalmente em Taquari cuja temperatura meacutedia do mecircs mais frio atinge 142 ordmC Em Paranavaiacute onde o inverno eacute menos rigoroso com temperatura meacutedia do mecircs mais frio natildeo passando 17 ordmC eacute comum a ocorrecircncia de diversas floradas (SENTELHAS 2005)

O quarto polo produtor de laranja situado no estado de Minas Gerais com destaque para o Triacircngulo Mineiro Sul de Minas e norte do estado deteacutem mais de 5 da produccedilatildeo nacional (BOTEON e NEVES 2005 IBGE 2014) A regiatildeo do Triacircngulo Mineiro possui

condiccedilotildees climaacuteticas semelhantes agraves da regiatildeo paulista de Bebe-douro com deficiecircncia hiacutedrica anual menor (106 mm) nos meses de junho a outubro e excedente hiacutedrico maior (644 mm) nos meses de novembro a maio (SENTELHAS 2005) A classe de solo pre-dominante eacute o Latossolo sendo o sistema de manejo do solo e da cultura similares agravequeles recomendados para o estado de Satildeo Paulo (CORAacute et al 2005)

4 FISIOLOGIA DAS ESPEacuteCIES CITRIacuteCOLAS

41 Fotossiacutentese e sua relaccedilatildeo com o nitrogecircnioOs citros por serem plantas perenes apresentam crescimento

vegetativo e reprodutivo simultacircneo ou alternado na forma de fluxos de brotaccedilotildees ao longo do ano sendo esses fluxos de brotaccedilotildees deter-minados pelas condiccedilotildees de clima baixa temperatura eou estresse hiacutedrico Assim em condiccedilotildees subtropicais apresentam de dois a cinco fluxos de brotaccedilotildees anuais (MEDINA et al 2005 RAMOS et al 2010) em clima temperado geralmente apenas duas brotaccedilotildees satildeo observadas (DAVIES e ALBRIGO 1994) e nos troacutepicos podem brotar continuamente se houver disponibilidade de aacutegua (REUTHER 1973) As folhas caracterizam-se por baixa condutacircncia estomaacutetica e transpiraccedilatildeo com a fotossiacutentese dificilmente superando 12 a 13 μmol CO2 m

-2 s-1 em temperaturas oacutetimas de 25 a 30 degC Ao mesmo tempo a saturaccedilatildeo por luz acontece a baixas intensidades (750 a 800 μmol m-2 s-1 DFFF ndash densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteti-cos) que representa menos da metade da radiaccedilatildeo maacutexima em um dia de veratildeo (MACHADO et al 2002 MACHADO et al 2005 PIMENTEL et al 2007 RIBEIRO e MACHADO 2007) O sistema radicular dos citros eacute relativamente superficial composto por raiacutezes secundaacuterias engrossadas que substituem a raiz principal e raiacutezes pri-maacuterias fibrosas que possuem grande quantidade de pelos radiculares absorventes A parte ativa do sistema radicular estaacute situada entre 050 e 075 m de profundidade e agrave distacircncia de 15 a 37 m do tronco Poreacutem as propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do solo e a disponibilidade de oxigecircnio afetam a distribuiccedilatildeo da densidade das raiacutezes (AGUSTIacute 2003 MATTOS JUNIOR et al 2003a BORDIN et al 2005)

A produccedilatildeo comercial de citros depende da floraccedilatildeo e da fixaccedilatildeo dos frutos A temperatura e a deficiecircncia hiacutedrica satildeo os principais fatores que condicionam o desenvolvimento das flores em condiccedilotildees subtropicais e haacute uma relaccedilatildeo quantitativa entre duraccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao frio eou estresse hiacutedrico e intensidade da floraccedilatildeo (DAVIES e ALBRIGO 1994 SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 AGUSTIacute 2003 NEBAUER et al 2006 RIBEIRO et al 2006 PRADO et al 2007) No Estado de Satildeo Paulo assim como em outras regiotildees subtropicais haacute dois a trecircs fluxos de brotaccedilotildees principais na primavera (entre setembro e outubro) mais abundante em produccedilatildeo de estruturas reprodutivas e no veratildeo (entre dezembro e fevereiro) de menor intensidade e que produzem basicamente estruturas vegetativas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 SEKITA 2008 RAMOS et al 2010) Apoacutes a floraccedilatildeo fase altamente exigente em nutrientes e assimilados (BUSTAN e GOLDSCHMIDT 1998 DOVIS et al 2014a) segue a fixaccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos tambeacutem diretamente rela-cionada agrave disponibilidade destes sendo que a competiccedilatildeo entre os oacutergatildeos em crescimento determina as taxas de abscisatildeo e o nuacutemero e tamanho final dos frutos colhidos (DAVIES e ALBRIGO 1994 RUIZ et al 2001 AGUSTIacute 2003 LEacuteCHAUDEL et al 2005) Assim pode-se observar ao longo do ciclo produtivo que periacuteodos de maior demanda de nutrientes podem se sobrepor nos ciclos consecutivos sendo variaacutevel em funccedilatildeo do grupo de maturaccedilatildeo dos frutos (Figura 1) Nas variedades de maturaccedilatildeo tardia a nova floraccedilatildeo ocorre ainda com os frutos da florada anterior na planta

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

8 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

42 Sazonalidade na assimilaccedilatildeo de CO2 e de nitrogecircnioDa biomassa total das plantas ateacute 95 eacute formada de com-

postos de carbono fixados pela fotossiacutentese Assim o crescimento e a produccedilatildeo satildeo resultados da utilizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos foto-assimilados produzidos para manutenccedilatildeo e formaccedilatildeo de oacutergatildeos armazenamento de reservas e uma parcela destinada agrave produccedilatildeo de frutos Em pomeleiro de 6 anos de idade ateacute 50 dos carboidratos produzidos satildeo destinados aos frutos (MEDINA et al 2005) Os citros por serem espeacutecies sempre verdes assimilam CO2 o ano todo poreacutem as variaccedilotildees nos fatores ambientais determinam a variaccedilatildeo sazonal na fotossiacutentese Nas regiotildees de clima subtropical no Brasil pode-se destacar dois periacuteodos outono-inverno de baixa temperatura e disponibilidade hiacutedrica e primavera com abundante chuva e radiaccedilatildeo e altas temperaturas (RIBEIRO et al 2006) o que determina a existecircncia de periacuteodos com condiccedilotildees mais propiacutecias que outras para a fotossiacutentese Apesar de sua origem os citros apre-sentam bom potencial de adaptaccedilatildeo agrave alta radiaccedilatildeo sem fotoinibiccedilatildeo crocircnica e com boa capacidade de dissipar energia por processos natildeo fotoquiacutemicos Com isso os efeitos negativos observados no veratildeo sobre a fotossiacutentese provavelmente sejam devidos ao efeito das altas temperaturas que provocam limitaccedilotildees difusivas consequecircncia dos efeitos sobre o potencial hiacutedrico foliar a condutacircncia estomaacutetica eou a limitaccedilotildees bioquiacutemicas (Tabela 1) (RIBEIRO e MACHADO 2007 NEBAUER et al 2013)

Assim existem periacuteodos de alta e baixa oferta de assimi-lados para o crescimento e produccedilatildeo das plantas que somados agrave sazonalidade observada na demanda condicionam o crescimento e produccedilatildeo de frutos agrave existecircncia e utilizaccedilatildeo das reservas acu-muladas Haacute acuacutemulo e consumo de reservas de amido em folhas (SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT 1996 PRADO et al 2007 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a) e raiacutezes (LI et al 2003 MONERRI et al 2011 DOVIS et al 2014a)

O N eacute absorvido do solo predominantemente na forma de iacuteons NO3

- e NH4+ por meio de mecanismos ativos e dependentes de

transportadores especiacuteficos (CEREZO et al 2007) Desta forma a temperatura e a umidade condicionam a absorccedilatildeo existindo correlaccedilatildeo positiva entre taxa de absorccedilatildeo temperatura entre 16 e 26 degC e evapotranspiraccedilatildeo da planta (SCHOLBERG et al 2002) Ainda sem limitaccedilatildeo no suprimento de aacutegua pode haver alteraccedilotildees

Tabela 1 Variaccedilatildeo sazonal da densidade de fluxo de foacutetons fotossinteacuteticos (DFFF) temperatura da folha e do ar condutacircncia estomaacutetica potencial hiacutedrico foliar na preacute-manhatilde assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 (Amax) velocidade maacutexima de carboxilaccedilatildeo da Rubisco (Vc max) e taxa maacutexima de transporte de eleacutetrons para rege-neraccedilatildeo da RuBP (Jmax)

Variaacuteveis Inverno (Julho)

Primavera (Fevereiro)

DFFF (μmol m-2 s-1) 930 1800Temperatura foliar (degC) 229 plusmn 02 333 plusmn 02Temperatura miacutenima (degC) 135 182Condutacircncia estomaacutetica (mol m-2 s-1) 0081 plusmn 001 0217 plusmn 001Potencial hiacutedrico foliar (MPa) -033 plusmn 002 -022 plusmn 001Amax (μmol CO2 m

-2 s-1) 59 plusmn 04 110 plusmn 06Vcmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 286 plusmn 52 1578 plusmn 96Jmax (μmol CO2 m

-2 s-1) 912 plusmn 78 1516 plusmn 88

Fonte Adaptada de Ribeiro e Machado (2007)

no balanccedilo hiacutedrico e reduccedilatildeo na transpiraccedilatildeo provocada pela baixa temperatura (MACHADO et al 2010 MAGALHAtildeES FILHO et al 2009) o que prejudica a absorccedilatildeo de NO3

- do solo (FIDALSKI e AULER 2007 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por outro lado o metabolismo do N eacute regulado pelo metabolismo do carbono considerando que a assimilaccedilatildeo do NO3

- absorvido requer energia na forma de ATP NADH e FED e moleacuteculas aceptoras (glutamato 2-oxo-glutarato) para sua incorporaccedilatildeo em moleacuteculas orgacircnicas (BREDEMEIER e MUNDSTOCK 2000 XU e ZHOU 2006 REIS et al 2009) Aleacutem disso a reduccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do NO3

- absorvido em compostos orgacircnicos ocorre principalmente nas folhas (DOVIS et al 2014b) daiacute a sua dependecircncia da atividade foliar O aumento na demanda pelo nutriente pode induzir aumento na eficiecircncia de absorccedilatildeo de N do solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a CHOI et al 2010) Como consequecircncia a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo de N do solo eacute condicionada por fatores similares aos que afetam a fotossiacutentese e a absorccedilatildeo e concentraccedilatildeo de N presente nas folhas e outros oacutergatildeos apresentam variaccedilatildeo sazonal em funccedilatildeo das condiccedilotildees do ambiente e da oferta e demanda (LEGAZ et al 1995 KIM et al 2009 REIS et al 2009) (Figura 2)

Figura 1 Parte superior esquema do ciclo produtivo anual dos citros mostrando os periacuteodos de floraccedilatildeo e desenvolvimento dos frutos Parte inferior periacuteodos de colheita para os diferentes grupos de maturaccedilatildeo

Fonte Adaptada de GOLDSCHMIDT e MONSELISE 1978 apud SPIEGEL-ROY e GOLDSCHMIDT (1996)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 9

43 Distribuiccedilatildeo do nitrogecircnio na plantaO N nas plantas encontra-se principalmente na forma de

proteiacutenas e compostos orgacircnicos e uma pequena parte como NO3-

armazenado nos vacuacuteolos Nas folhas seu papel fundamental eacute participar das numerosas proteiacutenas e enzimas envolvidas nas reaccedilotildees do ciclo de assimilaccedilatildeo de CO2 entre outras Os teores de N nas folhas afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas visto que afetam a fotossiacutentese Quando altos podem produzir excessivo vigor e crescimento vegetativo em detrimento da produccedilatildeo de flores e quando muito baixos podem conduzir agrave alta produccedilatildeo de flores e reduzida fixaccedilatildeo de frutos (DAVIES e ALBRIGO 1994) daiacute a importacircncia da manutenccedilatildeo dos niacuteveis adequados deste nutriente A massa foliar representa entre 13 e 20 da massa seca total da planta (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 DOVIS et al 2014) poreacutem ela pode concentrar de 18 a 39 do N total dependendo da idade da planta e do niacutevel de produccedilatildeo de frutos (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) As folhas satildeo os oacutergatildeos de maior concentraccedilatildeo de N poreacutem todos os oacutergatildeos contecircm quantidades variaacuteveis deste nutriente as raiacutezes apesar da baixa concentraccedilatildeo podem armazenar quase 40 do N (Tabela 2)

Considerando a concentraccedilatildeo de N nos frutos e a produccedilatildeo a quantidade do nutriente exportado num pomar de boa produtividade pode representar ateacute 180 kg ha-1 de N No entanto considerando o armazenamento nos ramos e nas raiacutezes da planta a reserva de N pode alcanccedilar mais de 500 kg ha-1 (LEGAZ et al 1995 MATTOS JUNIOR et al 2003b ALVA et al 2006) Este estoque de nutriente permite agraves plantas manter altas produccedilotildees mesmo retirando ou redu-zindo a adubaccedilatildeo o que atrasa o aparecimento dos efeitos da reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo em pomares adultos tanto em condiccedilotildees experimentais como em pomares comerciais no campo (CANTARELLA et al 2003) Poreacutem apesar dos resultados natildeo serem imediatos eacute de grande impor-tacircncia a manutenccedilatildeo das reservas na planta mediante reposiccedilatildeo dos nutrientes exportados na colheita a fim de manter a produtividade

44 Exigecircncias nutricionais ao longo do ciclo produtivo e eacutepoca de aplicaccedilatildeo

A floraccedilatildeo e a frutificaccedilatildeo satildeo os estaacutedios fenoloacutegicos de maior consumo de nutrientes e grande parte das reservas estocadas

seratildeo mobilizadas para atender esta demanda (BUSTAN e GOLDS-CHIMIDT 1998 PRADO et al 2007 DOVIS et al 2014a) Da produccedilatildeo anual de assimilados 14 satildeo consumidos na floraccedilatildeo e ateacute 50 na produccedilatildeo de frutos (BUSTAN e GOLDSCHIMIDT 1998) Independentemente da eacutepoca de aplicaccedilatildeo o destino prin-cipal satildeo os novos oacutergatildeos em crescimento sejam brotaccedilotildees novas sejam frutos em crescimento Como destino secundaacuterio destacam-se as raiacutezes Assim na primavera quando os drenos satildeo os frutos a recuperaccedilatildeo do N aplicado eacute maior A proporccedilatildeo do N recuperado pelos frutos varia grandemente com a idade da planta podendo ser de apenas 10 a 185 em plantas adultas (MATTOS JUNIOR et al 2003a) a ateacute mais de 70 em plantas novas (BOARETTO et al 2007) Aleacutem disso a presenccedila de drenos afeta a capacidade de recuperaccedilatildeo do N aplicado sendo esta maior na primavera do que no veratildeo (MATTOS JUNIOR et al 2003a BOARETTO et al 2010) Assim os programas de adubaccedilatildeo devem considerar aleacutem do potencial de produccedilatildeo a idade da planta e o estado nutricional a fim de reduzir as doses aplicadas Recomenda-se a aplicaccedilatildeo dos fertili-zantes nitrogenados nos periacuteodos de maior eficiecircncia de absorccedilatildeo e de forma parcelada sempre nos periacuteodos de crescimento ativo desde o iniacutecio da primavera ateacute o final do veratildeo

5 CONSUMO DE NITROGEcircNIO PARA A PRODUCcedilAtildeO

51 Anaacutelise foliar e interpretaccedilatildeoPara a adequada programaccedilatildeo do manejo nutricional na

citricultura eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo da disponibilidade de nutrien-tes na planta Existem numerosos meacutetodos de avaliaccedilatildeo do estado nutricional sendo que cada um possui vantagens e desvantagens quais sejam a) diagnose visual niacuteveis criacuteticos faixas de suficiecircncia sistema integrado de diagnose (Normas DRIS) e anaacutelise composi-cional (CND) (PARENT et al 2013 SOUZA et al 2012) Medidas indiretas de clorofila (SPAD) e testes bioquiacutemicos permitem detectar deficiecircncias mais precocemente do que os outros meacutetodos poreacutem os protocolos de recomendaccedilotildees baseados nos seus resultados ainda natildeo foram amplamente desenvolvidos As anaacutelises de solos

Tabela 2 Concentraccedilatildeo de N nos distintos oacutergatildeos da planta em diferentes variedades e condiccedilotildees experimentais

Oacutergatildeo da planta

Laranja Hamlin 6 anos campo1

Laranja Lane Late

5 anos contecirciner2

Laranja Valecircncia

3 anos contecirciner3

Limatildeo Lisboa 3 anos

contecirciner3

- - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - -Folhas com menos de 6 meses 255 200 282 226

Folhas com mais de 6 meses 234 197 271 236

Ramos com menos de 15 cm diacircmetro 78 109 72

Ramos com mais de 15 cm diacircmetro 41 70 50

Tronco 44 68 54 42Frutos 83 72 160 128Raiacutezes 177 229

Principal 38 72Fibrosas 155 194Lenhosas 69

Fontes 1Mattos Junior et al (2003b) 2Martiacutenez-Alcaacutentara et al (2012) 3Boaretto et al (2010)

Figura 2 Variaccedilatildeo sazonal na absorccedilatildeo relativa do N recuperado do solo apoacutes aplicaccedilatildeo do fertilizante A seta vermelha indica a data de adubaccedilatildeo

FonteAdaptada de diferentes autores citados em Mattos Junior et al (2007)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

10 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

em regiotildees tropicais natildeo oferecem boa estimativa da disponibi-lidade de NO3

- para a nutriccedilatildeo das plantas devido agrave mobilidade desta fraccedilatildeo no solo Aleacutem disso devido a sua origem ser prin-cipalmente orgacircnica sua concentraccedilatildeo eacute muito baixa nos solos tropicais Assim para o caso do N a metodologia mais utilizada eacute a anaacutelise foliar considerando-se a expectativa de produtividade e a exportaccedilatildeo de nutrientes pela colheita (DECHEN et al 2007 SOUZA et al 2011)

Como a folha em geral eacute o oacutergatildeo metaboacutelico que melhor representa o estado nutricional da planta o aumento ou a reduccedilatildeo nas concentraccedilotildees dos nutrientes estatildeo relacionados ao maior ou menor crescimento e produtividade (MATTOS JUNIOR et al 2009) No entanto devido agrave variaccedilatildeo sazonal nas concentraccedilotildees dos nutrientes a amostragem fora do periacuteodo recomendado natildeo permite sua correta interpretaccedilatildeo devido agrave ampla variaccedilatildeo na disponibilidade do elemento no solo agrave taxa de crescimento da planta agrave idade da folha agraves combinaccedilotildees copa e porta-enxerto e agraves interaccedilotildees com outros nutrientes (QUAGGIO et al 2005)

Conforme Quaggio et al (2005) e Melo (2006) a amostra-gem deve ser feita coletando-se folhas que apresentem a mesma idade e que sejam provindas de plantas cultivadas em condiccedilotildees semelhantes Coleta-se o terceiro ou quarto par de folhas natildeo danificadas a partir do fruto geradas na primavera com aproxi-madamente seis meses de idade em ramos com frutos de 4 cm pois nessas condiccedilotildees o teor da maior parte dos elementos eacute mais estaacutevel As folhas devem ser coletadas em cada quadrante da planta (norte sul leste e oeste) e na altura mediana no miacutenimo 30 dias apoacutes a uacuteltima pulverizaccedilatildeo Para cada dez hectares de pomar homogecircneo quanto agrave idade desenvolvimento das plantas e variedades de copa e porta enxerto amostrar pelo menos 25 plan-tas As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel e enviadas imediatamente ao laboratoacuterio ou armazenadas em refrigerador agrave temperatura aproximada de 5 ordmC por ateacute dois dias ateacute serem enviadas para anaacutelise

52 Teor foliar de nutrientesNatildeo soacute o N eacute importante para a nutriccedilatildeo das plantas mas

tambeacutem o balanccedilo adequado de outros nutrientes eacute fundamental para a produccedilatildeo de frutos em quantidade e qualidade (QUAGGIO et al 2002) Na Tabela 3 satildeo apresentados os teores foliares de macronutrientes em diferentes variedades de citros com dife-rentes idades

A diagnose foliar eacute usada tanto para avaliar o estado nutri-cional das plantas ciacutetricas como para fornecer indicaccedilotildees para a adubaccedilatildeo As anaacutelises de solo e de folhas satildeo complementares no diagnoacutestico da fertilidade e do estado nutricional dos pomares superando as limitaccedilotildees que cada um possa ter individualmente Os resultados das anaacutelises de vaacuterios anos de coleta devem ser cadas-

trados pois a seacuterie histoacuterica de resultados de produccedilatildeo juntamente com as anotaccedilotildees de adubaccedilotildees realizadas facilita a tomada de decisatildeo quanto agraves adubaccedilotildees futuras e a eliminaccedilatildeo de resultados discrepantes que satildeo comuns devido agrave deficiecircncia de coleta das amostras (MELO et al 2006)

O programa de adubaccedilatildeo do pomar de citros deve ser ajus-tado de modo que a faixa de teores foliares esteja adequada entre 23 e 27 g kg-1 para o caso de laranjas doces Abaixo de 23 g kg-1 e acima de 30 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respectivamente Para limotildees e lima aacutecida Tahiti as faixas de interpretaccedilatildeo do teor de N foliar adequados estatildeo entre 18 e 22 g kg-1 sendo que abaixo de 18 g kg-1 e acima de 22 g kg-1 encontram-se as faixas de baixo e alto teor de nutrientes respec-tivamente (QUAGGIO et al 2005) Poreacutem estas faixas podem variar de acordo com as diferentes condiccedilotildees edafoclimaacuteticas eou manejo da fertilidade do solo Dias et al (2013) ao avaliarem os valores de referecircncia de pomares de laranjeira Pecircra enxertada em limoeiro Cravo nutricionalmente equilibrados cultivados na Ama-zocircnia Central com o uso do meacutetodo DRIS observaram que a faixa de suficiecircncia estimada para N encontra-se acima da recomendada pelos valores encontrado na literatura entre 28-30 g kg-1

6 MANEJO DA ADUBACcedilAtildeO

61 Adubaccedilatildeo no campo etapa de plantioA recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para os citros

em campo varia com as trecircs fases da cultura plantio formaccedilatildeo e produccedilatildeo (QUAGGIO et al 2005) Na implantaccedilatildeo do pomar de citros as exigecircncias de N satildeo menores do que as de outros macro-nutrientes como foacutesforo A adubaccedilatildeo orgacircnica caso seja viaacutevel do ponto de vista econocircmico e teacutecnico pode ser realizada

62 Adubaccedilatildeo no campo etapa de formaccedilatildeoA fase de formaccedilatildeo consiste no periacuteodo posterior agrave implanta-

ccedilatildeo no qual o pomar se estabelece no campo Quaggio et al (2005) e Mattos Junior et al (2009) consideram que esta fase se estende ateacute o quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo enquanto Obreza e Morgan (2011) consideram que seja ateacute o terceiro ano Stahringer (2013) com base no sistema Ferticalc-Laranja julga que a produccedilatildeo de frutos comeccedila a ser consideraacutevel a partir do quarto ano A adubaccedilatildeo nitrogenada nessa fase eacute recomendada para a formaccedilatildeo da planta tanto do sistema radicular como da copa e portanto leva em conta a idade do pomar e os resultados das anaacutelises foliares e de solo para atender agraves necessidades de crescimento da copa e o iniacutecio da produccedilatildeo de frutos (QUAGGIO et al 2005)

Na adubaccedilatildeo nitrogenada Mattos Junior et al (2009) reco-mendam o uso de 100 g planta-1 de N (0-1 anos) 220 g planta-1 de N (1-2 anos) e 300 g planta-1 de N (2-3 anos) Haacute uma tendecircncia

Tabela 3 Teores de macronutrientes em folhas de variedades de citros a partir de 6 meses de idade

Macronutriente Cultivar

N P K Ca Mg SIdade da planta Referecircncia

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

ValecircnciaPecircraNatal 268 6 meses Quaggio et al (1998)

PecircraCravo 271 plusmn 105 194 plusmn 11 125 plusmn 05 293 plusmn 21 13 plusmn 02 3 anos Fidalski et al (1999)

PecircraCravo 290 184 27 435 21 28 5 anos Boaretto et al (2007)

HamlinCravo 255 plusmn 19 138 plusmn 14 23 plusmn 03 368 plusmn 03 30 plusmn 03 23 plusmn 01 6 anos Mattos et al (2003b)

Citrus limon 165 plusmn 15 175 plusmn 25 20 plusmn 02 8 anos Quaggio et al (2002)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 11

para revisatildeo das doses de nutrientes no periacuteodo de formaccedilatildeo tendo em vista a evoluccedilatildeo do plantio dos novos pomares em espaccedilamen-tos bastante adensados e do crescimento das plantas e aumento da produccedilatildeo de frutos alcanccedilados entre o terceiro e o quinto ano apoacutes o plantio no campo como ocorre por exemplo em aacutereas favoraacuteveis ao pomar ou sob fertirrigaccedilatildeo O N deve ser fracionado em 3 a 6 vezes entre setembro e marccedilo Os maiores parcelamentos devem ocorrer nos primeiros anos a fim de aumentar a eficiecircncia de absorccedilatildeo (MELO et al 2006) Stahringer (2013) recomenda a aplicaccedilatildeo de doses mais elevadas na fase inicial do estabelecimento do pomar para que as plantas estejam em oacutetimas condiccedilotildees no terceiro ano e para que desde o iniacutecio de sua fase produtiva estejam em condiccedilotildees de atingir boas produtividades

A localizaccedilatildeo do adubo durante esse periacuteodo varia em funccedilatildeo da idade e do desenvolvimento das plantas No primeiro ano os adubos devem ser colocados ao redor da muda num raio de 50 cm de largura respeitando a distacircncia de 15 a 20 cm do tronco No segundo ano a localizaccedilatildeo deveraacute ser ao redor da muda num raio de 15 m de largura respeitando a distacircncia de 20 cm do tronco No terceiro ano deve ser em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 23 dentro e 13 fora dela

Alguns estudos vecircm demonstrando a importacircncia da adu-baccedilatildeo orgacircnica em pomares de citros em formaccedilatildeo Panzenhagem (1996) ao estudar a aplicaccedilatildeo de adubos orgacircnicos em pomar novo de tangerina Montenegrina verificou que nas adubaccedilotildees com esterco de aves o crescimento das plantas e a produccedilatildeo de frutos foram em geral equivalentes aos obtidos com as adubaccedilotildees minerais Jaacute a adubaccedilatildeo com esterco de bovinos reduziu a produccedilatildeo total mas aumentou a proporccedilatildeo de frutos de maior valor comer-cial Almeida et al (2005) ao avaliarem o efeito do esterco de curral curtido em pomar de tangerineira Poncatilde durante dois anos verificaram que houve um aumento linear na altura das plantas no diacircmetro do caule e no volume da copa com o incremento das doses de esterco de curral curtido com doses que variaram de 30 kg planta-1 no primeiro ano e 375 kg planta-1 no segundo ano natildeo havendo diferenccedila nesses atributos quando as plantas foram adubadas com 400 e 800 g planta-1 no primeiro e no segundo ano respectivamente

63 Adubaccedilatildeo de produccedilatildeoA partir do quarto ano a planta de citros comeccedila a produ-

zir frutos em maior quantidade por isso a recomendaccedilatildeo para a adubaccedilatildeo nitrogenada deste ano em diante seraacute feita atendendo a produccedilatildeo esperada de frutos para pomar em produccedilatildeo (plantas adul-

tas) (QUAGGIO et al 2010) Ainda a recomendaccedilatildeo pode variar de acordo com os grupos de variedades de laranjas considerando a qualidade e o destino da fruta (induacutestria ou in natura) de lima aacutecida e limotildees e tangerinas e tangor (Tabela 4)

A adubaccedilatildeo eacute feita no iniacutecio da primavera pois o fluxo de vegetaccedilatildeo eacute maior e com isso a demanda de nutrientes aumenta e se estende ateacute o iniacutecio do outono quando deve haver boa reserva e equiliacutebrio na biomassa das plantas para garantir os processos normais de floraccedilatildeo e fixaccedilatildeo dos frutos (QUAGGIO et al 2005) O parcelamento das doses do adubo nitrogenado deve ser feito em trecircs ou quatro aplicaccedilotildees durante o ano para se adequar agrave demanda de nutrientes em diferentes periacuteodos de desenvolvimento dos citros Ateacute o florescimento recomenda-se aplicar de 30 a 40 do N e o restante dividir entre os meses de outubro e marccedilo do ano seguinte Vale ressaltar que para variedades precoces tais como Hamlin e Westin o parcelamento da adubaccedilatildeo deve ser feito ateacute fevereiro (MATTOS JUNIOR et al 2009)

A localizaccedilatildeo dos adubos nitrogenados por sua vez depende da distribuiccedilatildeo do sistema radicular na horizontal e na vertical e do comportamento do adubo no solo (MALAVOLTA et al 1994) De modo geral a maior absorccedilatildeo radicular em plantas adultas ocorre quando o adubo eacute aplicado em faixas nos dois lados da planta de largura igual ao raio da copa sendo 13 dentro e 23 fora dela (ANDRADE et al 2005)

7 EFICIEcircNCIA NO USO DE NITROGEcircNIO

Em funccedilatildeo das transformaccedilotildees do N no sistema solo-planta- atmosfera apenas parte do N proveniente do fertilizante eacute absor-vida pelas plantas e utilizada para produccedilatildeo de frutos A eficiecircncia com que o nutriente aplicado eacute transformado em biomassa depende de numerosos processos complexos dependentes da planta do ambiente e da tecnologia dos fertilizantes Dentre os fatores de maior importacircncia destacam-se os que afetam a eficiecircncia agro-nocircmica (EAgN) a qual indica que proporccedilatildeo do N aplicado como fertilizante fica disponiacutevel no solo para ser absorvido Por outro lado deve-se considerar tambeacutem a eficiecircncia de absorccedilatildeo (EAbN) que indica a proporccedilatildeo do NO3

- disponiacutevel no solo que eacute recupe-rada pelas plantas e a eficiecircncia de transformaccedilatildeo (ETrN) que indica como o N absorvido eacute usado para a produccedilatildeo de biomassa (XU et al 2006) Contudo a EAgN e a EAbN respondem pela maior parte das perdas no sistema que podem chegar a mais de 90 do N aplicado especialmente dependentes das praacuteticas cul-turais do solo e da aacutegua (ALVA et al 2006 MATTOS JUNIOR et al 2007)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo nitrogenada para laranjas (induacutestria e in natura) limotildees e lima aacutecida e tangerinas e tangor Murcott em funccedilatildeo das anaacutelises de folhas e classes de produccedilatildeo A doses foram calculadas para maacutexima produccedilatildeo econocircmica

Classes de produccedilatildeo

N foliar (g kg-1)Laranja induacutestria Laranja in natura Lima aacutecida e Limotildees Tangerinas e Tangor Murcott

lt 23 23-27 gt 27 lt 23 23-27 gt 27 lt 17 18-22 gt 22 lt 23 23-27 gt 22(t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - N (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

lt 20 120 80 70 100 80 60 100 80 60 80 70 60

21-30 140 120 90 120 100 80 140 120 80 110 90 70

31-40 200 160 130 160 140 100 200 160 100 160 130 100

41-50 220 200 160 180 160 120 220 200 120 200 170 140

gt 50 240 220 180 - - - 260 220 140 230 190 150

Fonte Adaptada de Mattos Junior (2009) e Quaggio et al (2010)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

12 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

71 Eficiecircncia agronocircmica no uso de NO N aplicado no solo estaacute sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo

escorrimento superficial desnitrificaccedilatildeo volatilizaccedilatildeo da amocircnia e imobilizaccedilatildeo na biomassa microbiana (ALVA et al 2006) Essas perdas afetam a eficiecircncia agronocircmica do fertilizante que em pomares de citros varia entre 25 e 50 do N aplicado (ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2005 MATTOS JUNIOR et al 2007)

O N pode ser aplicado nas formas quiacutemicas niacutetrica amoniacal e amiacutedica (SCIVITTARO et al 2004) Dentre as formas utilizadas a ureia eacute a que apresenta perdas por volatilizaccedilatildeo da amocircnia mais significativas Avaliaccedilotildees em pomares comerciais e condiccedilotildees experi-mentais tecircm mostrado que essas perdas podem variar de 15 a 75 do N aplicado agrave superfiacutecie em condiccedilotildees extremas (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006) O processo geral de volatilizaccedilatildeo a partir de ureia estaacute relacionado ao aumento localizado no pH do solo apoacutes a dissoluccedilatildeo e a hidroacutelise do fertilizante (MATTOS JUNIOR et al 2007) Numerosos fatores estatildeo relacionados agraves perdas de N por volatilizaccedilatildeo como alta temperatura e baixa umidade presenccedila de palha ou mateacuteria orgacircnica em cobertura vento solos alcalinos e altas doses de aplicaccedilatildeo (CANTARELLA et al 2003 ALVA et al 2006)

Adubaccedilotildees com nitrato de amocircnio reduzem em 44 as perdas por volatilizaccedilatildeo de amocircnia comparado agrave ureia quando aplicado na superfiacutecie do solo de pomares de laranjeira (MATTOS JUNIOR et al 2002 CANTARELLA et al 2003) Cantarella et al (2003) verificaram que a adubaccedilatildeo com nitrato de amocircnio durante cinco anos provocou acidificaccedilatildeo do solo e diminuiccedilatildeo no Ca e Mg trocaacuteveis enquanto a saturaccedilatildeo por bases do solo caiu de 77 nas parcelas tratadas com 20 kg ha-1 N por ano para 24 naquelas que receberam 260 kg ha-1 N por ano Nessas situaccedilotildees o nitrato de caacutelcio pode representar em alternativa viaacutevel agrave ureia Como vantagem adicional apresenta elevada solubilidade a qual proporciona efeito alcalino no substrato e contribui para o fornecimento de caacutelcio agraves plantas nutriente requerido em maior quantidade pelos citros (SCIVITTARO et al 2004 QUAGGIO et al 2014)

A nitrificaccedilatildeo eacute um processo que ocorre normalmente nos solos aerados com pH mais elevado e de forma relativamente bastante raacutepida Caracteriza-se pela transformaccedilatildeo do amocircnio em nitrato pela accedilatildeo de bacteacuterias especiacuteficas dos gecircneros Nitrossomonas e Nitrobacter O nitrato liberado na soluccedilatildeo do solo natildeo eacute retido no complexo de troca de caacutetions e desta forma caso natildeo seja absor-vido pelas raiacutezes fica sujeito a perdas por lixiviaccedilatildeo com a aacutegua de percolaccedilatildeo (ALVA et al 2006) As perdas de N por lixiviaccedilatildeo de nitrato tecircm maior possibilidade de ocorrer em solos com textura mais arenosa (QUAGGIO et al 2005 ALVA et al 2006) Os citros possuem sistema radicular relativamente superficial sendo que a quantidade de raiacutezes fibrosas eacute substancialmente reduzida abaixo dos 45 cm e miacutenima abaixo dos 90 centiacutemetros Portanto o nitrato deslocado pela aacutegua para aleacutem de 90 cm de profundidade natildeo eacute susceptiacutevel de ser absorvido pelas raiacutezes (ALVA et al 2003 QUINtildeONES et al 2007)

Quintildeones et al (2012) trabalhando com laranjeira Valecircncia enxertada em lsquoCarrizorsquo de 3 anos de idade cultivada ao ar livre em tanques de 1 m3 em solo argiloso ou arenoso verificaram que a absorccedilatildeo de N foi maior no solo arenoso do que no argiloso Isto ocorreu provavelmente porque as plantas cultivadas nos solos are-nosos apresentaram maior quantidade de raiacutezes do que as cultivadas em solos argilosos No entanto o nitrato sofreu maior percolaccedilatildeo no solo arenoso e de forma mais raacutepida Por outro lado a alta

permeabilidade do solo arenoso com baixa capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua demandou maior frequecircncia de irrigaccedilatildeo o que aumentou o deslocamento do nitrato para camadas mais profundas A menor lixiviaccedilatildeo de nitrato no solo argiloso ocorreu devido ao maior acuacutemulo de N orgacircnico ao longo do perfil do solo

O nitrato no solo tambeacutem pode ser perdido por desnitrifica-ccedilatildeo provocada por bacteacuterias dos gecircneros Pseudomonas Alcaligenes e Flavobacterium Em ausecircncia de O2 estas bacteacuterias podem utilizar o NO3

- como aceptor alternativo de eleacutetrons para a oxidaccedilatildeo dos compostos orgacircnicos liberando N2 ou N2O Poreacutem esse processo soacute ocorre em condiccedilotildees anaeroacutebicas do solo (ALVA et al 2006)

72 Eficiecircncia de absorccedilatildeo e transformaccedilatildeo do NOs componentes que promovem a eficiecircncia global do uso

do N dependem fundamentalmente das caracteriacutesticas da planta e das suas respostas frente ao ambiente (BOARETTO et al 2010 MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012 XU et al 2012) Diferen-ccedilas especiacuteficas entre espeacutecies vigor e crescimento radicular afetam a eficiecircncia com que o N eacute recuperado (BOARETTO et al 2010 XU et al 2012) Aleacutem disso o estado fisioloacutegico presenccedila de drenos temperatura e disponibilidade hiacutedrica afetam a absorccedilatildeo e a assimilaccedilatildeo do N que seratildeo maiores durante a primavera e o iniacutecio do veratildeo sempre que houver aacutegua no solo (MATTOS JUNIOR et al 2003a MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA et al 2012) Por isso a adubaccedilatildeo nesse periacuteodo aumenta a recuperaccedilatildeo do fertilizante

73 Boas praacuteticas no manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada Devido aos numerosos fatores de perdas inerentes agrave aduba-

ccedilatildeo nitrogenada eacute necessaacuteria a adoccedilatildeo de boas praacuteticas de manejo de fertilizantes a fim de reduzir os custos da aplicaccedilatildeo os riscos ambientais de contaminaccedilatildeo e a emissatildeo de gases de efeito estufa Dentre as praacuteticas recomendadas devem ser consideradas as doses recomendadas para os intervalos de produccedilatildeo e concentraccedilatildeo foliar diferentes fontes de N e formas de aplicaccedilatildeo incorporaccedilatildeo ao solo parcelamento nas eacutepocas mais propiacutecias e a disponibilidade de aacutegua no perfil do solo (CANTARELLA et al 2003 GIRARDI e MOU-RAtildeO FILHO 2003 ALVA et al 2006 QUAGGIO et al 2010)

Uma teacutecnica alternativa de fertilizaccedilatildeo consiste no emprego de adubos encapsulados de liberaccedilatildeo lenta Os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta satildeo recobertos por substacircncias orgacircnicas ou resinas sinteacuteticas derivadas da ureia cujas caracteriacutesticas em funccedilatildeo da temperatura e umidade do solo definem a curva de liberaccedilatildeo dos nutrientes (QUAGGIO et al 2005) Segundo Girardi e Mouratildeo Filho (2003) estudos indicam que os fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta tecircm potencial de reduzir significativamente a frequecircncia de aplicaccedilatildeo comparados aos fertilizantes soluacuteveis sem prejuiacutezos ao desenvolvimento das plantas ciacutetricas e ao ambiente

Observou-se que a eficiecircncia da adubaccedilatildeo nitrogenada na nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de frutos da laranjeira lsquoValecircnciarsquo com a reduccedilatildeo miacutenima de 26 da dose de N pode ser obtida quando o periacuteodo de adubaccedilatildeo coincidir com a primavera e veratildeo e a estaccedilatildeo das chu-vas (15 de setembro a 15 de fevereiro) conforme recomendaccedilotildees de Quaggio et al (2005) possibilitando contornar as limitaccedilotildees hiacutedricas destes solos sem a necessidade adicional de irrigaccedilatildeo (QUINtildeONES et al 2012)

REFEREcircNCIAS

AGUSTIacute M Citricultura 2a ed Madrid Mundi-Prensa 2003 422 p ALMEIDA T R P LEONEL S TECCHIO M A MISCHAN M M Forma-ccedilatildeo do pomar de tangerineira lsquoPoncatildersquo em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Revista Brasileira de Fruticultura v 27 n 2 p 288-291 2005

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 13

ALVA A K PARAMASIVAM S FARES A DELGADO J A MATTOS JUNIOR D SAJWAN K Nitrogen and irrigation management practices to improve nitrogen uptake efficiency and minimize leaching losses Journal of Crop Improvement v 15 n 2 p 369-420 2006

ALVA A K PARAMASIVAM S GRAHAM W D WHEATON T A Best nitrogen and irrigation management practices for citrus production in sandy soils Water Air and Soil Pollution v 143 p 139-154 2003

ANDA Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos Principais indicado-res do setor de fertilizantes Disponiacutevel emlt httpwwwandaorgbrindexphpmpg=030000gt Acesso em 21 de set 2014

ANDRADE T P R Manual de citricultura 2a ed Chapecoacute Coopercentral 2005 78 p

BELDA M HOLTANOVAacute E HALENKA T KALVOVAacute J Climate classifica-tion revisited from Koumlppen to Trewartha Climate Research v 59 p 1-13 2014

BOARETTO R M MATOS JUNIOR D TRIVELIN P C O MURAOKA T BOARETTO A E Acuacutemulo de nutrientes e destino do nitrogecircnio (15N) aplicado em pomar jovem de laranjeira Revista Brasileira de Fruticultura v 29 n 3 p 600-605 2007

BOARETTO R M MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H TRIVELIN P C O Nitrogen-15 uptake and distribution in two citrus species In WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE 19 2010 Brisbane Proceedings Australia IUSS 2010

BORDIN I NEVES C S V J AIDA F T SOUZA W R DAVOGLIO JUNIOR A C FURLANETO T L R TAVARES FILHO J Sistema radicular de plantas ciacutetricas e atributos fiacutesicos do solo em um Latossolo argiloso submetido agrave escarificaccedilatildeo Ciecircncia Rural v 35 n 4 p 820-825 2005

BOTEON M NEVES E M Citricultura brasileira aspectos econocircmicos In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 2 p 19-36

BREDEMEIER C MUNDSTOCK C M Regulaccedilatildeo da absorccedilatildeo e assimilaccedilatildeo do nitrogecircnio nas plantas Ciecircncia Rural v 30 n 2 p 365-372 2000

BUSTAN A GOLDSCHMIDT E E Estimating the cost of flowering in a grape-fruit tree Plant Cell and Environment v 21 p 217-224 1998

CANTARELLA H MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A RIGOLIN A T Fruit yield of Valencia sweet orange fertilized with different N sources and the loss of applied N Nutrient Cycling in Agroecosystems v 67 p 1-9 2003

CEREZO M CAMANtildeES G FLORS V PRIMO-MILLO E GARCIacuteA- AGUSTIacuteN P Regulation of nitrate transport in citrus rootstocks depen-ding on nitrogen availability Plant Signalling amp Behavior v 2 n 5 p 337-342 2007

CHOI S T PARK D S KANGB S M CHOC Y C Effect of fruit-load on the growth absorption and partitioning of inorganic nutrients in young lsquoFuyursquo persimmon trees Scientia Horticulturae v 126 p 408-412 2010

CORAacute J E SILVA G O MARTINS FILHO M V Manejo do solo sob citros In MATTOS JUNIOR D PIO R M POMPEU JUNIOR J NEGRI J D (Ed) Citros Cordeiroacutepolis Centro APTA Citros Sylvio Moreira 2005 p 347-368

DAVIES F S ALBRIGO L G Environmental constraints on growth develop-ment and physiology of citrus In CAB International (Ed) Citrus Wallingford UK 1994 p 52-82

DECHEN A R NACHTIGALL G R Elementos requeridos agrave nutriccedilatildeo de plantas In NOVAIS R F ALVAREZ V V H BARROS N F et al (Ed) Fertilidade do solo Viccedilosa SBCS 2007 p 91-132

DIAS J R TUCCI C A F WADT P G S SILVA A M SANTOS J Z L Niacuteveis criacuteticos e faixas de suficiecircncia nutricional em laranjeira-pecircra na Amazocircnia Central obtidas pelo meacutetodo DRIS Acta Amazonica v 43 n 3 p 239-246 2013

DONADIO L C MOURAtildeO F A A F MOREIRA C S Centros de origem distribuiccedilatildeo geograacutefica das plantas ciacutetricas e histoacuterico da citricultura no Brasil In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 1-18

DOVIS V L MACHADO E C RIBEIRO R V MAGALHAtildeES FILHO J R MARCHIORI P E R SALES C R G Roots are important sources of carbo-hydrates during flowering and fruiting in lsquoValecircnciarsquo sweet orange trees with varying fruit load Scientia Horticulturae v 174 p 87-95 2014a

DOVIS V L HIPPLER F W R SILVA K I RIBEIRO R V MACHADO E C MATTOS JUNIOR D Optimization of the nitrate reductase activity assay for citrus trees Brazilian Journal of Botany v 37 n 4 p 383-390 2014b

FAO FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS Faostat Disponiacutevel em lthttpfaostatfaoorgsite567DesktopDefaultaspxPageID=567ancorgt Acesso em 21 set 2014

FIDALSKI J AULER P A M Adubaccedilatildeo nitrogenada e precipitaccedilatildeo sobre a nutriccedilatildeo e produccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 42 p 141-146 2007

FIDALSKI J PAVAN M A AULER P A M JACOMINO A P Produccedilatildeo de frutos de laranjeira Pecircra e teores de nutrientes nas folhas e no solo em Latossolo Vermelho-Escuro do noroeste do Paranaacute Revista Brasileira de Ciecircncias do Solo v 23 p 273-279 1999

FIGUEIREDO M G BARROS A L M FRIZZONE J A Consumo de fertili-zantes e produtividade da laranja em Satildeo Paulo ao longo das deacutecadas de 1970 1980 e 1990 Revista de Economia e Sociologia Rural v 47 n 3 p 67-650 2009

FUNDECITROS Fundo de Defesa da Citricultura Inventaacuterio de aacutervores do cin-turatildeo citriacutecola de Satildeo Paulo e TriacircnguloSudoeste Mineiro retrato dos pomares em marccedilo de 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwfundecitruscombrpdfpes_rela-toriosInventario20e20Estimativa20do20Cinturao20Citricola_Versao20Ampliada_01_Julhopdfgt Acesso em 21 set 2014

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Emprego de fertilizantes de liberaccedilatildeo lenta na formaccedilatildeo de pomares de citros Laranja v 24 n 2 p 507-518 2003

GIRARDI E A MOURAtildeO FILHO F A A Crescimento inicial de laranjeira Valecircncia sobre dois porta-enxertos em funccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada no plantio Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 117-119 2004

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola Disponiacutevel emltftpftpibgegovbrProducao_AgricolaLevantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_5Bmensal5DFasciculolspa_201503pdfgt Acesso em 21 set 2014

KIM Y K LIM C S KANG S M CHO J L Root storage of nitrogen applied in autumn and its remobilization to new growth in spring of persimmon trees (Diospyros kaki cv lsquoFuyursquo) Scientia Horticulturae v 119 p 193-196 2009

LEacuteCHAUDEL M GEacuteNARD M LESCOURRET F URBAN L JANNOYER M Modeling effects of weather source-sink relationships on mango fruit growth Tree Physiology v 25 p 583-597 2005

LEGAZ F SERNA M D PRIMO-MILLO E Mobilization of the reserve N in Citrus Plant and Soil v 173 p 205-210 1995

LI C Y WEISS D GOLDSCHMIDT E E Effects of carbohydrate starvation on gene expression in citrus root Plant v 217 p 11-20 2003

LIU Y HEYING E TANUMIHARDJO S History global distribution and nutritional importance of citrus fruits Comprehensive Reviews in Food Sience and Food Safety v 11 n 6 p 530-545 2012

LOPES F A Adubaccedilatildeo em doses variadas em citros 2010 76 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias) ndash Escola Superior Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2010

MACHADO D F S P MACHADO E C MACHADO R S RIBEIRO R V Efeito da baixa temperatura noturna e do porta-enxerto na variaccedilatildeo diurna das trocas gasosas e na atividade fotoquiacutemica de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Revista Brasileira de Fruticultura v 32 n 2 p 351-359 2010

MACHADO E C MEDINA C L GOMES M M A G HABERMANN Variaccedilatildeo sazonal da fotossiacutentese condutacircncia estomaacutetica e potencial da aacutegua na folha de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Scientia Agricola v 59 p 53-58 2002

MACHADO E C SCHMIDT P T MEDINA C L RIBEIRO R V Respostas da fotossiacutentese de trecircs espeacutecies de citros a fatores ambientais Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 40 p 1161-1170 2005

MAGALHAtildeES FILHO J R MACHADO E C MACHADO D F S P RAMOS R A RIBEIRO R V Variaccedilatildeo da temperatura do substrato e fotossiacutentese em mudas de laranjeira lsquoValecircnciarsquo Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira v 44 p 1118-1126 2009

MALAVOLTA E Fertilizantes e seu impacto ambiental Satildeo Paulo Produquiacute-mica 1994 MAPA MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel emlthttpwwwagriculturagovbrvegetalculturascitrusgt Acesso em 21 set 2014MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B QUINtildeONES A LEGAZ F PRIMO-MILLO E Nitrogen-use efficiency of young citrus trees as influenced by the timing of fertilizer application Journal of Plant Nutrition and Soil Science v 175 p 282-292 2002

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

14 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

MATTOS JUNIOR D GRAETZ D A ALVA A K Biomass distribution and nitrogen-15 partitioning in citrus trees on a sandy entisol Soil Science Society of America Journal v 67 p 555-563 2003a MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H ALVA A K Nutrient content of biomass components of lsquoHamlinrsquo sweet orange trees Scientia Agricola v 60 p 155-160 2003b MATTOS JUNIOR D ALVA A K PARAMASIVAM S GRAETZ D A Nitrogen volatilization and mineralization in a sandy entisol of Florida under citrusCommunications in Soil Science and Plant Analysis v 34 n 13-14 p 1803-1824 2007 MATTOS JUNIOR D CANTARELA H QUAGGIO J A Perdas por volati-lizaccedilatildeo do nitrogecircnio fertilizante aplicado em pomares de citros Laranja v 23 p 263-270 2002 MATTOS JUNIOR D QUAGGIO J A CANTARELLA H BOARETTO R M Manejo da fertilidade do solo para alta produtividade Informaccedilotildees Agronocircmicas n 128 p 5-12 2009 MAUST B E WILLIAMSON J G Nitrogen nutrition of containerized citrus nursery plants Journal of the American Society for Horticultural Science v 119 p 195-201 1994 MEDINA C L RENA A B SIQUEIRA D L MACHADO E C Fisiologia dos citros In MATTOS JUNIOR D DE NEGRI J D PIO R M POMPEU JUacuteNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 p 174-195 MELO M B Aspectos teacutecnicos dos citros em Sergipe Aracaju Embrapa Tabu-leiros Costeiros Deagro 2006 86 p MONERRI C FORTUNATO-ALMEIDA A MOLINA R V NEBAUER S G GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Relation of carbohydrate reserves with the forthcoming crop flower formation and photosynthetic rate in the alternate bearing lsquoSalustianarsquo sweet orange (Citrus sinensis L) Scientia Horticulturae v 129 n 1 p 71-78 2011MONSELISE S P Citrus In MONSELISE S P (Ed) Handbook of fruit set and development Boca Raton Florida CRC Press 1986 p 87-108NEBAUER S AVILA C GARCIacuteA-LUIS A GUARDIOLA J L Seasonal variation in the competence of the buds of three cultivars from different citrus species to flower Trees v 20 p 507-514 2006 NEBAUER S G ARENAS C RODRIacuteGUEZ-GAMIR J BORDOacuteN Y FORTUNATO-ALMEIDA A MONERRI C GUARDIOLA J L MOLINA R V Crop load does not increase the photosynthetic rate in Citrus leaves under regular cropping conditions A study throughout the year Scientia Horticulturae v 160 p 358-365 2013 NEVES M F KALAKI R B TROMBIM V G O retrato da citricultura brasileira Ribeiratildeo Preto CitrusBR 2010 137 p OBREZA T A MORGAN K T Nutrition of Florida citrus trees University of Florida-IFAS Soil and Water Science Department 2011 90 p PANZENHAGEM N V Fontes e niacuteveis de adubaccedilatildeo em pomar novo de tangerina lsquoMontenegrinarsquo (Citrus deliciosa Tenore) 1996 93 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1996 PARENT S E PARENT L E EGOZCUE J J ROZANE D E HERNAN-DES A LAPOINTE L HEacuteBERT-GENTILE V NAESS K MARCHAND S LAFOND J MATTOS JUNIOR D DARLOW P NATALE W The plant ionome revisited by the nutrient balance concept Frontiers in Plant Science v 4 p 39 2013PASSOS O S COELHO FILHO M A SOUZA J da S LEAtildeO H C Produccedilatildeo de citros de mesa e industrial no nordeste brasileiro ndash Avanccedilos tecnoloacutegicos In SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA E AGROINDUacuteSTRIA 18 AGROFLORES 13 2011 Fortaleza Anais Fortaleza Fruta 2011 1 CD-ROMPIMENTEL C BERNACCHI C LONG S Limitations to photosynthesis at different temperatures in the leaves of Citrus limon Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 141-147 2007 PRADO A K S MACHADO E C MEDINA C L MACHADO D F S P MAZZAFERA P Florescimento e frutificaccedilatildeo em laranjeiras lsquoValecircnciarsquo com diferentes cargas de frutos e submetidas ou natildeo agrave irrigaccedilatildeo Bragantia v 66 p173-182 2007

QUAGGIO J A CANTARELLA H RAIJ B Phosphorus and potassium soil test and nitrogen leaf analysis as a basis for citrus fertilization Nutrient Cycling in Agroecosystems v 52 p 67-74 1998 QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D BOARETTO R M Citros In PROCHNOW L I CASARIN V STIPP S R (Org) Boas praacuteticas para uso eficiente de fertilizantes Piracicaba International Plant Nutrition Institute 2010 v 3 p 373-409

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H ALMEIDA E L CARDOSO S A B Lemon yield and fruit quality affected by NPK fertilization Science Horticulturae v 96 p 151-162 2002

QUAGGIO J A MATTOS JUNIOR D CANTARELLA H Manejo da fertili-dade do solo na citricultura In MATTOS JUNIOR D NEGRI JD PIO RM POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap 17 p 483-507

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B LEGAZ F Influence of irrigation system and fertilization management on seasonal distribution of N in the soil profile and on N-uptake by citrus trees Agriculture Ecosystems and Environment v 122 p 399-409 2007

QUINtildeONES A MARTIacuteNEZ-ALCAacuteNTARA B MARTIacuteNEZ J M FORNERGI-NER M A IGLESIAS D J PRIMO-MILLO E LEGAZ F Fate of sup15N-labeled potassium nitrate in different citrus-cultivated soils influence of spring and summer applicationWater Air amp Soil Pollution v 223 n 5 p 2209-2222 2012

RAMOS R A RIBEIRO R F MACHADO E C MACHADO R S Variaccedilatildeo sazonal do crescimento vegetativo de laranjeiras Hamlin enxertadas em citrumeleiro Swingle no municiacutepio de Limeira Estado de Satildeo Paulo Acta Scientiarum v 32 p 539-545 2010

REIS A R FAVARIacuteN J L GALLO L A MALAVOLTA E MORAES M F LAVRES J J Nitrate reductase and the glutamine synthetase acitvity in coffee leaves during fruit development Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 33 p 315-324 2009

REUTHER W Climate and citrus behavior In REUTHER W (Ed) The citrus industry Berkeley University California Press 1973 v 3 chap 9 p 280-337

RIBEIRO R V MACHADO E C BRUNINI O Ocorrecircncia de condiccedilotildees ambientais para a induccedilatildeo do florescimento de laranjeiras no Estado de Satildeo Paulo Revista Brasileira de Fruticultura v 28 p 247-253 2006

RIBEIRO R V MACHADO E C Some aspects of citrus ecophysiology in subtropical climates re-visiting photosyntesis under natural conditions Brazilian Journal of Plant Physiology v 19 p 393-411 2007

RUIZ R GARCIacuteA-LUIS A MONERRI C GUARDIOLA J LCarbohydrate availability in relation to fruitlet abscission in citrus Annals of Botany v 87 p 805-812 2001

SCHOLBERG J M S PARSONS L R WHEATON T A MCNEAL B L MORGAN K T Soil temperature nitrogen concentration and residence time affect nitrogen uptake efficiency in Citrus Journal of Environmental Quality v 31 p 759-768 2002

SCIVITTARO W B OLIVEIRA R P MORALES C F G RADMANN E B Adubaccedilatildeo nitrogenada na formaccedilatildeo de porta-enxertos de limoeiro lsquoCravorsquo em tubetes Revista Brasileira de Fruticultura v 26 n 1 p 131-135 2004

SEKITA M C 2008 36 p Floraccedilatildeo de laranjeira lsquoValecircnciarsquo com variaccedilatildeo de carga pendente Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agricultura Tropical e Sub-tropical) ndash Instituto Agrocircnomico Campinas SP 2008

SENTELHAS P C Agrometeorologia dos citros In MATTOS JUNIOR D NEGRI J D PIO R M POMPEU JUNIOR J (Ed) Citros Campinas Instituto Agronocircmico Fundag 2005 cap11 p 317-344

SOUZA T R SALOMAtildeO L C ANDRADE T F BOcircAS R L V QUAG-GIO J A Medida indireta da clorofila e sua relaccedilatildeo com o manejo da adubaccedilatildeo nitrogenada em plantas ciacutetricas fertirrigadas Revista Brasileira de Fruticultura v 33 n 3 p 99-1003 2011

SPIEGEL-ROY P GOLDSCHMIDT E E Biology of citrus Cambridge Cam-bridge University Press 1996 230 p

STAHRINGER N I Sistema de recomendaccedilatildeo de corretivos e fertilizantes para cultura da laranjeira com base no balanccedilo nutricional (Ferticalc ndash Laranja) 2013 120 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Solos e Nutriccedilatildeo de plantas) ndash Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG 2013

XU M LIANG M CHEN J XIA Y ZHENG Z ZHU Q DENG X Pre-liminary resarch on soil conditioner mediated citrus Huanglongbing mitigation in the field in Guangdong China European Journal of Plant Phathology v 137 p 283-293 2013

XU Z Z ZHOU G S Nitrogen metabolism and photosynthesis in Leymus chi-nensis in response to long-term soil drought Journal of Plant Growth Regulation v 25 p 252-266 2006

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 15

DIVuLGANDO A PESQuISA

HIDROacuteXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLS)COMO MATRIZ HOSPEDEIRA DE FOSFATO

TRABALHO CONTEMPLADO COM O PREcircMIO IPNI BRASIL EM NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS CATEGORIA JOVEM PESQUISADOR ndash 2015

Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio1 Jairo Tronto2 Liovando Marciano da Costa3 Brenda Gomes Pio4 Liliane de Castro Santos4 Joseacute Maria da Silva4

1 Doutorando em Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG email luizpaulofigueredogmailcom2 Professor Adjunto Universidade Federal de ViccedilosaCampus Rio Paranaiacuteba Rio Paranaiacuteba MG3 Professor Titular Departamento de Solos Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG4 Aluno do Curso de Agronomia Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

Os hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) tambeacutem conhecidos como compostos do tipo da hidrotalcita satildeo da famiacutelia das argilas aniocircnicas possuem uma

estrutura bidimensional (BELLEZZA et al 2012) sendo represen-tados pela seguinte foacutermula quiacutemica

[M2+(1-x) M

3+x(OH)2](A

n-)xn zH2O

em que M2+ representa o caacutetion metaacutelico bivalente M3+ representa o caacutetion metaacutelico trivamente e An- o acircnion interlamelar

Para uma melhor compreensatildeo da estrutura dos HDLs partimos da estrutura da brucita Mg(OH)2 onde o Mg encontra-se no centro de um octaedro cercado de hidroxilas que satildeo unidas por ligaccedilotildees de hidrogecircnio a outros octaedros formando uma lamela neutra Quando ocorre a substituiccedilatildeo isomoacuterfica desse caacutetion biva-lente por um caacutetion trivalente a lamela passa a apresentar cargas positivas que satildeo neutralizadas pela presenccedila de acircnions que ficam intercalados no chamado domiacutenio interlamelar

Nos uacuteltimos anos os HDLs tecircm atraiacutedo a atenccedilatildeo para diversas pesquisas nas mais variadas aacutereas (Xu et al 2011 HETTERLEY et al 2008) Beniacutecio et al (2015) descrevem as potencialidades do uso de HDLs na agricultura dentre eles a intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato para sua utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo tentar sintetizar e caracterizar HDLs de zinco e alumiacutenio contendo acircnions fosfato intercalados

MATERIAL E MEacuteTODOSA tentativa de intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato nos HDLs foi

feita atraveacutes de siacutentese indireta no qual inicialmente eacute preparado um HDL precursor e depois o acircnion de interesse eacute inserido por um meacutetodo diferente (CREPALDI e VALIM 1998)

Para siacutentese dos HDLs foram adotados trecircs tratamentos nos quais os caacutetions contidos nas lamelas foram Zn2+ e Al3+ na razatildeo molar 21 tendo como reagentes os sais de Zn(NO3)2 e Al(NO3)3

bull Tratamento 1 (T1) A siacutentese do HDL precursor foi realizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH variaacutevel (CREPALDI e VALIM 1998) tendo como acircnion interlamelar CO3

2- fornecido por uma soluccedilatildeo

de Na2CO3 no qual o pH final da siacutentese foi ajustado em 11 Depois de preparado o precursor foi filtrado e seco a vaacutecuo tamizado em peneira de 80 mesh e levado para calcinaccedilatildeo a 500 ordmC por 4 h A intercalaccedilatildeo do fosfato foi feita atraveacutes da regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado Nesta etapa material foi colocado em contato com soluccedilatildeo concen-trada de KH2PO4 (10 mol L-1) com pH ajustado em 11 por 24 h em banho-maria a uma temperatura de 65 ordmC com fluxo contiacutenuo de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e seca a vaacutecuo

bull Tratamento 2 (T2) Neste tratamento a siacutentese procedeu exatamente como no tratamento 1 diferindo apenas no pH final da siacuten-tese e da soluccedilatildeo de fosfato sendo este ajustado em 10 nas duas etapas

bull Tratamento 3 (T3) A siacutentese do HDL precursor foi rea-lizada pelo meacutetodo de coprecipitaccedilatildeo a pH constante (CREPALDI e VALIM 1998) tendo o NO3

- como acircnion interlamelar fornecido por uma soluccedilatildeo de KNO3 o pH durante todo o processo foi ajustado para 10 Apoacutes o final da siacutentese a suspensatildeo formada foi filtrada e o material retido colocado para secagem a vaacutecuo em seguida tamizado em peneira de 80 mesh A intercalaccedilatildeo do acircnion fosfato foi feita atraveacutes da substituiccedilatildeo do acircnion por troca iocircnica conforme descrito em (CREPALDI e VALIM 1998) Nesta etapa o precursor foi colo-cado em contato com uma soluccedilatildeo 10 mol L-1 de KH2PO4 por 24 h em banho-maria a 65 ordmC com fluxo constante de N2 Apoacutes as 24 h a suspensatildeo foi filtrada e o material colocado para secagem a vaacutecuo

Apoacutes a siacutentese os materiais foram caracterizados por difra-ccedilatildeo de raios X do poacute (DRXP) microscopia eletrocircnica de varredura (MEV) espectrofotometria de absorccedilatildeo molecular na regiatildeo do infravermelho com acessoacuterio de reflectacircncia total atenuada (FTIRATR) quantificaccedilatildeo do foacutesforo total foacutesforo em aacutegua metais cons-tituintes dos HDLs carbono total nitrogecircnio total e hidrogecircnio

RESULTADOS E DISCUSSAtildeOA Figura 1 apresenta os padrotildees de DRXP indicando que

a formaccedilatildeo de HDLs precursores ocorreu nos trecircs tratamentos tendo os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions CO3

2-

nos tratamentos 1 e 2 com valor de espaccedilamento basal de 754 Aring calculado pela equaccedilatildeo de Bragg e a meacutedia dos picos basais (003) e (006) Para T3 foi possiacutevel observar os picos caracteriacutesticos para intercalaccedilatildeo de acircnions NO3

- o espaccedilamento basal calculado foi de

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

16 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

876 Aring meacutedia para os picos (003) e (006) Os padrotildees do DRXP apresentam perfil caracteriacutestico de HDLs com espaccedilamentos basais semelhantes aos descritos na literatura para estes materiais (YANG et al 2014 VELU et al 1997)

Ainda na Figura 1 pode-se observar que em T1 e T2 apoacutes a calcinaccedilatildeo houve um colapso da estrutura lamelar a qual natildeo foi possiacutevel ser reconstruiacuteda com acircnions fosfato apoacutes o tratamento de regeneraccedilatildeo Para T3 apoacutes a troca observa-se a formaccedilatildeo de uma estrutura lamelar contendo o pico (003) com espaccedilamento basal de 1087 Aring espaccedilo maior que do precursor com NO3

- indicando que houve intercalaccedilatildeo HPO4

2- entre as lamelas

seguintes resultados Al 6253 mg g-1 C 64 mg g-1 H198 mg g-1 P 3506 mg g-1 e Zn 417 56 mg g-1

Natildeo foi detectado nitrogecircnio na anaacutelise elementar no HDL apoacutes o tratamento de troca iocircnica indicando que N do precursor foi substituiacutedo por acircnions fosfato Os teores totais de P encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos encontrados na literatura Cheng et al (2010) trabalhando com diferentes HDLs de Zn-Al na adsorccedilatildeo de fosfato obtiveram resultados entre 25 e 40 mg g-1 de P Cheng et al (2011) testando diferentes temperaturas na siacutentese de HDLs obtiveram materiais com capacidade maacutexima de adsorccedilatildeo de P variando 178 a 2710 mg de P por grama de HDL os autores relatam que a capa-cidade de incorporaccedilatildeo de P estaacute intimamente ligado ao processo de siacutentese pois esta pode ocasionar mudanccedilas na cristalinidade e aacuterea superficial do material afetando assim a capacidade de adsorccedilatildeo de P

O teor de P em aacutegua do HDL foi de 253 mg g-1 correspon-dendo a 721 do P total indicando que o material apresenta ainda uma boa capacidade de reter o P em sua estrutura podendo ter um uso para proteccedilatildeo de acircnions fosfato Esta caracteriacutestica de proteccedilatildeo de fosfato pode tornar o material de uso importante na agricultura como potencial para utilizaccedilatildeo como fertilizante de liberaccedilatildeo sustentada uma vez que o P devido sua baixa disponibilidade e sua adsorccedilatildeofixaccedilatildeo em solos tropicais eacute um dos maiores limitantes da agricultura no Brasil A caracterizaccedilatildeo quiacutemica de HDLs estaacute em estado bastante avanccedilado devido agrave grande variedade de teacutecnicas analiacuteticas que podem ser aplicadas atualmente No entanto os estudos agronocircmicos desses nanomateriais natildeo apresentam o mesmo niacutevel de sofisticaccedilatildeo para apoiar a sua aplicaccedilatildeo na agricultura Assim eacute essencial desenvolver teacutecnicas agronocircmicas avanccediladas e compatiacuteveis com a base quiacutemica destes materiais (BENIacuteCIO et al 2015)

CONCLUSOtildeESNas condiccedilotildees em que se desenvolveu o presente trabalho

pode-se concluir que a regeneraccedilatildeo do HDL precursor calcinado para intercalaccedilatildeo de acircnions fosfato natildeo eacute efetiva pois apoacutes a calcina-ccedilatildeo o material natildeo eacute regenerado A siacutentese por troca iocircnica eacute efetiva quanto a incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL O teor de P encontrado no HDL ZnAl ndash PO4 (T3) condiz com os padrotildees obtidos na literatura no entanto para uso na agricultura ainda eacute considerado baixo sendo necessaacuterio o desenvolvimento de teacutecnicas que possam aumentar a quantidade de hospedada no material

REFEREcircNCIASBELLEZZA F NOCCHETTI M POSATI T GIOVAGNOLI S CIPICIANI A Synthesis of colloidal dispersions of NiAl ZnAl NiCr ZnCr NiFe and MgFe hydrotalcite-like nanopar-ticles Journal of Colloid and Interface Science v 376 p 20-27 2012BENIacuteCIO L P F SILVA R A LOPES J A EULAacuteLIO D SANTOS R M M AQUINO L A VERGUumlTZ L COSTA L M NOVAIS R F PINTO F G TRONTO J Layered double hydroxides nanomaterials for applications in agriculture Revista Brasileira de Ciecircncia do Solo v 39 p 1-13 2015CHENG X HUANG X WANG X SUN D Influence of calcination on the adsorptive removal of phosphate by Zn-Al layered double hydroxides from excess sludge liquor Journal of Hazardous Materials v 177 p 516-523 2010CHENG X YE J SUN D CHEN A Influence of Synthesis Temperature on Phosphate adsorption by Zn-Al layered double hydroxides in excess sludge liquor Chinese Journal of Chemical Engineering v 19 p 391-396 2011CREPALDI E L VALIM J B Hidroacutexidos duplos lamelares siacutentese estrutura propriedades e aplicaccedilotildees Quiacutemica Nova v 21 p 300-311 1998HETTERLEY R D MACKEY R JONES J T A KHIMYAK Y Z FOGG A M KO ZHEV-NIKOV I V Journal of Catalysis v 258 p 250-255 2008VELU S RANKUMAR A NARAYANA A SWAMY C S Effect of interlayer anions on the physicochemical properties of zinc-aluminium hydrotalcite-like compounds Journal of Material Science v 32 p 957-964 1997XU Z ZHANG J ADEBAJO MO ZHANG H ZHOU C Catalytic applications of layered double hydroxides and derivatives Appllied Clay Science v 53 p 139-150 2011YANG K YAN L YANG Y YU S SHAN S YU H ZHU B DU B Adsorptive removal of phosphate by Mg-Al and Zn-Al layered double hydroxides kinects isotherms and mechanism Separation and Purification Technology v 124 p 36-42 2014

Figura 1 Difratogramas de raio-X do poacute (a) T3 apoacutes a troca (b) T3 pre-cursor (c) T2 regenerado (d) T2 calcinado (e) T2 precursor (f) T1 regenerado (g) T1 calcinado (h) T1 precursor

Figura 2 Espectros de infravermelho do HDL antes e depois da Incorporaccedilatildeo do fosfato (a) T3 precursor (b) T3 poacutes troca

A anaacutelise FTIRATR mostra a presenccedila de grupos funcionais relacionados a incorporaccedilatildeo de HPO4

2- no HDL (Figura 2) A banda localizada em 998 cm-1 indica vibraccedilatildeo da ligaccedilatildeo P-O (YANG et al 2014) Este pico soacute aparece depois do tratamento de troca iocircnica indicando que o P foi incorporado a estrutura do HDL Nos espectros podem ainda ser observadas bandas caracteriacutesticas da presenccedila de H2O em 3444 cm-1 e CO2 em 1374 cm-1

Inte

nsid

ade

cps

2q (graus)

Nuacutemero de onda (cm-1)

Tran

smitacirc

ncia

u

a

Tendo em vista que apenas T3 obteve ecircxito na incorporaccedilatildeo de fosfato na estrutura do HDL a anaacutelise elementar foi feita apenas para a amostra referente ao tratamento A anaacutelise apresentou os

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 17

EM DESTAQUE

O IPNI anunciou os vencedores do Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas 2015 em cerimocircnia realizada durante o XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo dia 5 de Agosto em Natal RN Neste ano os contemplados foram o professor e pesquisador Dr Godofredo Cesar Vitti na categoria Pesquisador Secircnior e o doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio da Universidade Federal de Viccedilosa na categoria Jovem Pesquisador

O Precircmio IPNI Brasil de Nutriccedilatildeo de Plantas eacute um reconhe-cimento ao meacuterito cientiacutefico e ao desempenho de profissionais de destaque na agricultura nacional A escolha dos ganhadores do precircmio eacute feita por uma comissatildeo julgadora composta por mem-

bros da comissatildeo organizadora do evento e da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo (SBCS)

Ao Dr Godofredo Cesar Vitti nossos parabeacutens pela sua dedicaccedilatildeo aos assuntos relacionados agrave Nutriccedilatildeo de Plantas e ao doutorando Luiacutez Paulo Figueredo Beniacutecio pelo destaque no estudo Hidroacutexidos duplos lamelares (HDLs) como matriz hospedeira de fosfato cujo resumo encontra-se na seccedilatildeo Divulgando a Pesquisa deste jornal

Mais detalhes sobre o Precircmio podem ser vistos no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3353

PREcircMIO IPNI BRASIL DE NUTRICcedilAtildeO DE PLANTAS ndash Ediccedilatildeo 2015

Dr Godofredo Cesar Vitti recebeu o Precircmio do Prof Dr Victor Hugo Alvarez Venegas vencedor do Precircmio em 2014

Luiz Paulo recebeu o Precircmio da Dra Fatima Moreira Presidente da Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Dr Casarin durante sua apresentaccedilatildeo no Congresso

IPNI BRASIL PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CIEcircNCIA DO SOLO

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou do XXXV Congresso Brasileiro de Ciecircncia do Solo com a palestra Eficiecircncia no uso de nutrientes comparaccedilotildees na agricultura brasileira e mundial O puacuteblico presente era de aproximadamente 800 pessoas A apresentaccedilatildeo abordou os aspectos teoacutericos e praacuteticos do aproveitamento dos nutrientes e os modelos para aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo dos nutrientes em algumas regiotildees do mundo

A palestra encontra-se disponiacutevel no site do IPNI Brasil e pode ser visualizada no endereccedilo httpbrasilipninetarticleBRS-3359

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

18 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PERSPECTIVAS PARA A PRODUCcedilAtildeO DA SOJA NO BRASIL

Dr Luiacutes Prochnow Diretor do IPNI Brasil participou de uma importante sessatildeo no VII Congresso Brasileiro de Soja ndash MER-COSOJA 2015 a qual se concentrou na abordagem de questotildees e na busca de soluccedilotildees relacionadas agrave nutriccedilatildeo da soja no Brasil e no Cone Sul Durante sua apresentaccedilatildeo Dr Prochnow discutiu os desa-fios que impedem a agricultura brasileira de melhorar o rendimento de soja Destacou tambeacutem o Manejo de Nutrientes 4C O Grupo de Trabalho de Soja do IPNI Brasil estaacute obtendo progresso contiacutenuo na identificaccedilatildeo de oportunidades para melhorar a nutriccedilatildeo da planta

Participantes do VII Congresso Brasileiro de Soja Da esquerda para direita Leandro Zancanaro Fundaccedilatildeo MT Dr Fernando Garcia IPNI Cone Sul Dr Cesar de Castro EMBRAPA Soja Dr Luis Prochnow IPNI Brasil

1O SIMPOacuteSIO AGROESTRATEacuteGICO ndash APROSOJA

Dr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil proferiu palestra no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico realizado no dia 9 de julho em Cuiabaacute MS cujo tema foi Repensando a Agricultura do Futuro O evento organizado pela Associaccedilatildeo dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (APROSOJA) contou com 300 participantes entre produtores agrocircnomos pesquisadores e estudantes os quais participaram do debate de vaacuterios temas ligados agrave agricultura como resistecircncia de plantas daninhas controle de doenccedilas manejo de nema-toides evoluccedilatildeo dos sistemas de produccedilatildeo agriacutecola biotecnologia e novos eventos trangecircnicos e o manejo do solo e nutrientes ldquoEacute muito importante haver uma reuniatildeo perioacutedica de especialistas para debater os rumos do setor agriacutecola especialmente frente agrave complexa conjun-tura dos sistemas de produccedilatildeo atuais com vaacuterias culturas tecnologias e dificuldades Para o IPNI eacute uma satisfaccedilatildeo participar do evento e contribuir com ideias e sugestotildees para o ajuste dos sistemas no que tange ao uso eficiente dos nutrientes das plantasrdquo disse Dr Francisco

Dr Francisco durante sua apresentaccedilatildeo no I Simpoacutesio Agroestrateacutegico

WEBINAR PROMOVE O MANEJO DE NUTRIENTES 4CDr Eros Francisco Diretor Adjunto do IPNI Brasil moderou

a palestra do Dr Leandro Gimenez o qual discutiu as ferramentas da agricultura de precisatildeo utilizadas para otimizar o manejo de nutrientes como parte do VIII Simpoacutesio do IPNI Brasil sobre Melhores Praacuteticas de Manejo de Fertilizantes ocorrido em Vilhena Rondocircnia ldquoO IPNI Brasil tem feito um excelente trabalho ao organizar periodicamente webinars para discutir questotildees impor-tantes e fornecer informaccedilotildees educacionais valiosas ao puacuteblico ldquoNossa intenccedilatildeo eacute a de continuar a convidar especialistas da aacuterea agronocircmica para educar as pessoas sobre os princiacutepios do Manejo de Nutrientes 4Crdquo disse Dr Francisco

IPNI NA DEFESA DE TESE DE DOUTORADO EM BOTUCATU

Dr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil participou como membro da banca examinadora da defesa de tese de Douto-rado de Claudio Hideo Martins da Costa na Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Botucatu SP A tese foi intitulada Alteraccedilotildees da mateacuteria orgacircnica do solo em funccedilatildeo da aplicaccedilatildeo superficial de calcaacuterio e gesso na sucessatildeo milhocrambefeijatildeo- caupi em sistema plantio direto O estudo foi aprovado e o trabalho deve ser publicado em breve

Banca examinadora e candidato Da esquerda para a direita Dr Eduardo Caires Dr Valter Casarin Dr Orivaldo Arf Claudio Hideo Martins da Costa (candidato) Dr Carlos Alexandre Costa Crusciol (orientador) e Dr Juliano Carlos Calonego

IPNI NO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM MANEJO DO SOLODr Valter Casarin Diretor Adjunto do IPNI Brasil ministrou

uma aula no Curso de Especializaccedilatildeo em Manejo do Solo em Dou-rados Mato Grosso do Sul O curso de 12 horas eacute promovido pelo Departamento de Ciecircncia do Solo da Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo Universidade de Satildeo Paulo e eacute destinado a agrocirc-nomos e profissionais da aacuterea agriacutecola A aula abordou a dinacircmica dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros Segundo Dr Casarin esta uma atividade de grande importacircncia considerando--se que a maior parte dos alunos era composta por consultores e teacutecnicos agriacutecolas Os alunos promoveram uma discussatildeo sobre as necessidades e os desafios da agricultura brasileira

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 19

O IPNI Brasil promoveu o Simpoacutesio sobre Boas Praacuteticas para Uso Eficiente de Fertilizantes em Fertirrigaccedilatildeo nos dias 8 a 10 de setembro no Hotel Quality Resort amp Convention Center em Itupeva SP

Durante o evento foram apresentados e discutidos temas relacionados agrave seguintes questotildees Como aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo da aacutegua dos nutrientes e de outros insumos para obter elevada produtividade na agricultura moderna Quais as principais ferramentas que tecircm sido empregadas no campo para se obter maior eficiecircncia na fertirrigaccedilatildeo

De acordo com Dr Harmen da SQM os principais desafios para alimentar uma populaccedilatildeo mundial em raacutepido crescimento estatildeo vinculados aos problemas atuais relacionados a terra (decliacutenio da terra araacutevel por pessoa) aacutegua (escassez crocircnica de aacutegua potaacutevel) mudanccedila climaacutetica (seca com aumento da salinidade e da pressatildeo de pragas e doenccedilas) ambiente (poluiccedilatildeo pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados e fosfatados) e dieta (nutriccedilatildeo humana desequilibrada e desnutriccedilatildeo) A fertirrigaccedilatildeo ajuda a alimentar a populaccedilatildeo por meio de uso mais eficiente da terra com maior rendimento por hectare maior eficiecircncia no uso da aacutegua seleccedilatildeo de fontes adequadas de nutrientes e de aacutegua para diminuir o estresse salino poliacuteticas governamentais com meta de poluiccedilatildeo ambiental zero e biofortificaccedilatildeo agronocircmica

Dr Prochnow Diretor do IPNI enfatizou que independente-mente do meacutetodo ou sistema de fertirrigaccedilatildeo empregado o agricultor deve adotar o manejo de nutrientes 4Cs (fonte correta dose correta eacutepoca correta local correto) ou seja adequar a fonte de fertilizante agraves necessidades da planta a dose agraves necessidades da cultura dis-ponibilizar os nutrientes na eacutepoca em que as culturas necessitam e aplicar os nutrientes em local acessiacutevel agraves raiacutezes das plantas sendo que esse manejo tambeacutem deve ser aplicado agrave aacutegua utilizada

Dr Roberto Lyra Villas Boas da FCAUNESP mostrou que o fracionamento da aplicaccedilatildeo de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigaccedilatildeo uma vez que o fornecimento par-celado de minerais atende agraves diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficiecircncia e economia de fertilizantes preservando o ambiente O parcelamento na fertirrigaccedilatildeo deve ser baseado na periodicidade da irrigaccedilatildeo nas caracteriacutesticas dos fertilizantes e na demanda de nutrientes pela planta nos diversos estaacutedios de desenvolvimento fenoloacutegico determinada por meio da absorccedilatildeo pela cultura e de forma que na soluccedilatildeo do solo natildeo haja excessos que elevem o potencial osmoacutetico ou a salinidade do solo e possibilitem a lixiviaccedilatildeo Deste modo a fertirrigaccedilatildeo permite o ajuste dinacircmico da dose de fertilizantes aplicada Poreacutem de acordo com Dr Marcos Folegatti alguns pontos devem ser observados como avaliaccedilatildeo perioacutedica do sistema de irrigaccedilatildeo escolha correta do fertilizante com respeito agrave compatibilidade e solubilidade dos fertilizantes concentraccedilatildeo da soluccedilatildeo qualidade da aacutegua e tipo de solo pois mesmo utilizando-se a curva de acuacutemulo de nutrientes como referecircncia podem ocorrer variaccedilotildees nas quantidades da adu-baccedilatildeo ao longo do ciclo que precisam ser ajustadas

Para monitorar ajustar e controlar a quantidade de ferti-lizantes na fertirrigaccedilatildeo satildeo utilizadas ferramentas adicionais agraves tradicionais para avaliaccedilatildeo da soluccedilatildeo do solo (condutividade eleacutetrica pH da soluccedilatildeo teor de nitrato fostato K Ca outras) e da planta (teor de nitrato e potaacutessio na seiva e intensidade da

cor verde) que podem ser empregadas em diferentes etapas da fertirrigaccedilatildeo (no tanque de solubilizaccedilatildeo na saiacuteda do emissor na soluccedilatildeo do solo do bulbo molhado e na seiva da planta) Dra Regina Pires do Instituto Agronocircmico de Campinas esclareceu que no manejo das irrigaccedilotildees a associaccedilatildeo de mais de um meacutetodo de monitoramento aumenta a confiabilidade do processo Assim a evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) que permite saber quanto irrigar associada a sensores de monitoramento de aacutegua no solo e na planta que permitem saber quando irrigar levam a bons resultados

Outro aspecto importante eacute a escolha do sistema de fertir-rigaccedilatildeo que deve atender agraves condiccedilotildees econocircmicas do usuaacuterio ser confiaacutevel e de simples operaccedilatildeo e apropriado ao sistema de irrigaccedilatildeo utilizado Na sua operaccedilatildeo deve-se calibrar o sistema periodicamente utilizar normas e sistemas de seguranccedila e evitar contaminaccedilatildeo de fontes de aacutegua ou do solo Dr Roberto Testezlaf da Unicamp mostrou que existem vaacuterios meacutetodos de injeccedilatildeo quiacutemica nos sistemas de irrigaccedilatildeo e que a uniformidade na distribuiccedilatildeo de aacutegua influencia diretamente na produccedilatildeo da cultura e nos gastos de aacutegua sendo afetada principalmente pelas imperfeiccedilotildees de fabricaccedilatildeo dos emissores e mudanccedilas na pressatildeo ao longo da linha lateral e pelos entupimentos que poderatildeo ocorrer durante o tempo de uso

Dr Arnaldo Antonio Rodella da ESALQ e Dr Pedro Furlani da Conplant apresentaram os requisitos de qualidade dos fertilizantes para a fertirrigaccedilatildeo e destacaram o cuidado especial a ser tomado na aplicaccedilatildeo de nutrientes (micronutrientes como quelatos relaccedilatildeo adequada de NO3

-NH4+) e no monitoramento

contiacutenuo e ajustes constantes da soluccedilatildeo de nutrientes (pH condu-tividade eleacutetrica relaccedilatildeo entre nutrientes) para evitar a degradaccedilatildeo quiacutemica do solo

Segundo o Prof Dr Rubens Coelho da ESALQ o goteja-mento eacute considerado o sistema de irrigaccedilatildeo localizada e fertirrigaccedilatildeo que apresenta maior eficiecircncia Entre as vantagens desse meacutetodo inclui-se a alta eficiecircncia de aplicaccedilatildeo a baixa pressatildeo e o bom controle sobre a umidade e aeraccedilatildeo do solo

Uma das tendecircncias na fertirrigaccedilatildeo eacute o aproveitamento de subprodutos gerados nos processos de tratamentos bioloacutegicos De acordo com o Eng Agr Luiacutes Geraldo de Carvalho Santos da Ensis-tec os biofertilizantes satildeo amplamente utilizados em fertirrigaccedilatildeo na agricultura orgacircnica para potencializar ou induzir resistecircncia das plantas a problemas fitossanitaacuterios e na agricultura convencionalsustentaacutevel para melhorar a atividade bioloacutegica dos solos e melhorar a resposta das culturas Poreacutem para obtenccedilatildeo de maacutexima resposta eacute necessaacuteria a aplicaccedilatildeo de boas praacuteticas de monitoramento a fer-tirrigaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da planta em tempo real Normalmente os biofertilizantes satildeo usados para nutriccedilatildeo complementar A vinhaccedila eacute provavelmente o biofertilizante mais amplamente utilizado tanto na produccedilatildeo convencional quanto na orgacircnica Jaacute o Prof Dr Adolpho Joseacute Melfi da USP mostrou que o uso de efluentes da estaccedilatildeo de tratamento de esgoto na irrigaccedilatildeo de culturas agriacutecolas pode contribuir para ganhos ambiental e econocircmico Para tal eacute necessaacuterio conhecer a qualidade do efluente as caracteriacutesticas do solo as culturas mais adequadas e o sistema de irrigaccedilatildeo adequado

Princiacutepios baacutesicos e tecnologias adequadas para a fertirriga-ccedilatildeo de culturas de gratildeos cana-de-accediluacutecar tomate cafeacute flores pasto rotacionado e fruteiras foram abordados por outros palestrantes

SIMPOacuteSIO DO IPNI SOBRE BOAS PRAacuteTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES EM FERTIRRIGACcedilAtildeO

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

20 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Dr Casarin na abertura do Simpoacutesio

A plateia participou ativamente dos debates

Patrocinadores do Simpoacutesio Comissatildeo organizadora do Simpoacutesio

Dr Prochnow durante a sua palestra

Dr Durval Dourado Neto Dr Glauber Joseacute de Castro Gava Dr Raul Castro Carriello Rosa Geraldo Killer Dr Camilo Laacutezaro Medina Dr Andreacute Luiacutes Teixeira Fernandes Eng Agr Joatildeo Roberto do Amaral Junior Dr Gilmar Nachtigall Eng Agr Roberto Barreto Dr Luis Cesar Dias Drumond Eng Agr Felipe Garziera Eng Agr Wilson Goto Eng Agr Rodrigo Frigerio Chiarini

Especialistas em fertirrigaccedilatildeo de frutiacuteferas apontam que aleacutem de apresentar maior produtividade a cultura fertirrigada tem a vantagem de produzir durante o ano todo Isto permite a oferta de frutas de forma mais homogecircnea durante o ano reduzindo a

necessidade do armazenamento do fruto para a entressafra e os custos da adoccedilatildeo de fertilizantes equipamentos e matildeo de obra

Esse evento permitiu o estreitamento das relaccedilotildees de grandes especialistas nacionais e internacionais em fertirrigaccedilatildeo difundir os resultados de projetos de pesquisa e de novas tecnologias e aprimorar as recomendaccedilotildees de manejo da fertirrigaccedilatildeo Considerando-se que o manejo da fertirrigaccedilatildeo envolve o conhecimento de vaacuterias aacutereas como solos adubaccedilatildeo fisiologia vegetal hidraacuteulica e automaccedilatildeo a formaccedilatildeo de equipes multidisciplinares pode promover melhor desen-volvimento de pesquisas e divulgaccedilatildeo da teacutecnica junto aos agricultores

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 21

PAINEL AGRONOcircMICO

FAUNA FAVORECE A PRODUCcedilAtildeO DE CAFEacute

Limpar uma aacuterea para o plantio exclusivo de cafeacute natildeo eacute uma boa ideia segundo estudo da Universidade de Wuumlrzburg Alema-nha Os pesquisadores avaliaram a influecircncia de outras plantas e de animais sobre a quantidade e a qualidade (tamanho) dos frutos do cafezeiro em trecircs tipos de plantaccedilatildeo jardins cafezais planta-dos agrave sombra e cafezais formados por uma variedade que tolera o sol e resiste a fungos comum na Tanzacircnia Em cada ambiente o estudo comparou a produccedilatildeo de peacutes de cafeacute visitados por paacutessaros morcegos insetos polinizadores com a de outros aos quais alguns desses animais natildeo tinham acesso Em todos os casos os animais favoreceram a produccedilatildeo do cafeacute Na presenccedila de aves e morcegos a produccedilatildeo cresceu 10 provavelmente porque os bichos conso-mem os insetos que atacariam as plantas Quando abelhas e outros polinizadores estatildeo presentes os frutos satildeo 7 mais pesados (Proceedings of the Royal Society B 5 de fevereiro)

TOMATEC ndash TOMATE ECOLOacuteGICO

O Tomatec eacute um sistema de produccedilatildeo desenvolvido pela Embrapa Solos cujo propoacutesito baacutesico eacute o melhoramento do cultivo do tomate de mesa por meio de praacuteticas agroecoloacutegicas

O s i s t ema con siste em seis prin-ciacutepios diferenciados de produccedilatildeo do fruto 1) conser vaccedilatildeo do solo com plantio direto e rotaccedilatildeo de culturas 2) eficiecircncia no uso da aacutegua utilizando sistema de irrigaccedilatildeo por gotejo 3) adu-baccedilatildeo por fertirrigaccedilatildeo 4) manejo integrado de pragas 5) plantio vertical (tutoramento vertical) e 6) ensacamento da penca do fruto

ldquoA soluccedilatildeo eacute inovadora porque conseguiu produzir em escala comercial tomates sem resiacuteduos de agrotoacutexicosrdquo diz o pesquisador Joseacute Ronaldo de Macedo pesquisador da Embrapa Solos ldquoO uacutenico sistema de produccedilatildeo que garante essa qualidade eacute o orgacircnicordquo

A tecnologia foi desenvolvida para regiotildees de relevo ondu-lado e montanhoso mas haacute possibilidade de resultados ainda melho-res em aacutereas menos acidentadas O sistema possibilitou ganhos de produtividade de ateacute 30 reduccedilatildeo de 10 no custo de produccedilatildeo aleacutem da entrega de frutos de melhor qualidade Um hectare plantado pode produzir ateacute 80 toneladas do fruto O preccedilo de venda avalia Macedo tambeacutem poderaacute ser mais gordo por conta da ausecircncia de resiacuteduos de agrotoacutexicos e a boa aparecircncia do tomate

A Embrapa Solos considera que os tomates produzidos com o sistema podem ser considerados de ldquotransiccedilatildeo agroecoloacutegicardquo pois daacute uma alternativa ao produtor de trafegar entre o meacutetodo conven-cional e o modelo orgacircnico Eacute uma tecnologia que em comparaccedilatildeo agrave sazonalidade do similar orgacircnico incrementa a produccedilatildeo durante vaacuterios meses do ano (Portal Dia de Campo)Agrave esquerda algodatildeo GM agrave direita algodatildeo convencional

NOVO ALGODAtildeO RESISTENTE Agrave SECA

A Embrapa conseguiu um resultado extremamente promis-sor para a cotonicultura no Brasil a obtenccedilatildeo de plantas geneti-camente modificadas (GM) de algodatildeo com maior capacidade de tolerar os longos periacuteodos de veranico e seca a que satildeo submetidas no bioma Cerrado principal regiatildeo produtora do paiacutes A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma cooperaccedilatildeo internacional ini-ciada em 2009 envolvendo dois centros de pesquisa da Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia (DF) e Algodatildeo (PB) com o Japan International Research Center for Agricultural Sciences (JIRCAS) oacutergatildeo vinculado ao governo japonecircs

As pesquisas consistiram na introduccedilatildeo do gene DREB 2A em plantas de algodatildeo para induzir a toleracircncia agrave seca Esse gene jaacute vinha sendo aplicado com sucesso pela equipe da pesquisadora Yamaguchi Shinozaki do laboratoacuterio de estresses abioacuteticos do JIRCAS tendo resultado no desenvolvimento de plantas de arroz trigo tabaco e Arabidopsis thaliana (planta-modelo) com niacuteveis diferenciados de toleracircncia agrave seca O gene DREB estaacute diretamente ligado agrave expressatildeo de proteiacutenas e a sua principal vantagem eacute a capacidade de ativar outros genes responsaacuteveis pela proteccedilatildeo das estruturas celulares durante o deacuteficit hiacutedrico O gene foi disponibili-zado pelo instituto japonecircs e sua introduccedilatildeo em plantas de algodatildeo foi uma iniciativa pioneira da Embrapa em niacutevel mundial

Os resultados foram bastante promissores como explicam as pesquisadoras da Embrapa Fatima Grossi e Maria Eugecircnia de Saacute especialmente em relaccedilatildeo agraves raiacutezes das plantas que alcanccedilaram o dobro da profundidade comparadas agraves plantas convencionais aumentando a absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua para enfrentar o estresse hiacutedrico

Foi verificado tambeacutem que o desenvolvimento da parte aeacuterea das plantas de algodatildeo GM foi cerca de 15 superior ao das convencionais incluindo a aacuterea foliar total massa seca e altura das plantas Aleacutem disso foi observado maior nuacutemero de estruturas reprodutivas (botatildeo floral flor e maccedilatilde) nas plantas GM (em torno de 26) em comparaccedilatildeo com as convencionais sob condiccedilatildeo de estresse severo (EMBRAPA)

Foto

Em

brap

a S

olos

Foto

Em

brap

a R

ecur

sos

Gen

eacutetic

os e

Bio

tecn

olog

ia

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

22 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

CuRSOS SIMPOacuteSIOS E OuTROS EVENTOS

9 SIMPOacuteSIO DE CuLTIVO DO MILHO NO PLANTIO DIRETO ESTRATEacuteGIAS E DESAFIOS DO SISTEMA

Local Faculdade Assis Gurgacz FAG Avenida das Torres 500 Cascavel PR

Data 12 e 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (19) 3417-6600Website httpfealqorgbr

2 V SEMINAacuteRIO DE AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Anfiteatro do Engenharia da ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 9 e 10OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

5 XI ENCONTRO BRASILEIRO DE SuBSTacircNCIAS HUacuteMICAS

Local Instituto de Quiacutemica de Satildeo Carlos (IQSC) Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos SP

Data 19 a 23OUTUBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email xiebshiqscuspbr Website httpxiebshiqscuspbr

6 ENCONTRO SOBRE INOVAccedilotildeES TECNOLOacuteGICAS NA PRODuccedilAtildeO DE PLANTAS HORTiacuteCOLAS

Local Anfiteatro Heitor Montenegro ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 24OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

10 67ordm SIMPAS -ndash SISTEMAS INTEGRADOS DE MANEJO NA PRODuccedilAtildeO AGRiacuteCOLA SuSTENTAacuteVEL

Local Auditoacuterio da UNEMAT Campus de Sinop Sinop MTData 23 a 25NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Comissatildeo Organizadora

Email 67simpasgmailcom Website httpwwwsimpascombr

11 XIII SEMINAacuteRIO NACIONAL MILHO SAFRINHA

Local Excellence Centro de Eventos Maringaacute PRData 24 a 26NOVEMBRO2015Informaccedilotildees CR EVENTOS

Email creventoscreventoscombr Website httpwwwseminariomilhosafrinha

2015combr

12 26ordf JORNADA DE ATuALIzAccedilAtildeO EM AGRICuLTuRA DE PRECISAtildeO

Local Departamento de Engenharia de Biossistemas ESALQUSP Av Paacutedua Dias n 11 Piracicaba SP

Data 30NOVEMBRO a 4DEZEMBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Email cdtfealqcombr Website httpfealqorgbr

1 VI SIMPOacuteSIO SOBRE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CuLTuRA DA CANA-DE-AccedilUacuteCAR

Local Centro de Convenccedilotildees da UnespFCAV Jaboticabal SPData 8 e 9OUTUBRO2015Informaccedilotildees FEALQ

Fone (16) 3209-1303 Website httpwwwfuneporgbr

3 4th INTERNATIONAL zINC SyMPOSIuM

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 15 a17OUTUBRO2015Informaccedilotildees Teri Kuhn

Email tkuhnzincorg Website httpzinccrops2015org

4 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON SELENIuM IN THE ENVIRONMENT AND HuMAN HEALTH

Local Bourbon Convention Ibirapuera Hotel Satildeo Paulo SPData 18 a 21OUTUBRO2015Informaccedilotildees Dr Andreacute Reis

Email andrereistupaunespbr Website httpwwwseleniumresearchorg

7 41ordm CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS CAFEEIRAS

Local Centro de Convenccedilotildees do Hotel Fazenda Poccedilos de Caldas Poccedilos de Caldas MG

Data 27 a 30OUTUBRO2015Informaccedilotildees Fundaccedilatildeo Procafeacute

Email contatofundacaoprocafecombr Website httpfundacaoprocafecombreventoscongresso

8 XXV CONIRD ndash CONGRESSO NACIONAL E IRRIGAccedilAtildeO E DRENAGEM

Local Universidade Federal de Sergipe Aracaju SEData 8 a 13NOVEMBRO2015Informaccedilotildees Secretaria Teacutecnica

Email abidconirdgmailcom Website httpwwwabidorgbr

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 23

PuBLICAccedilotildeES RECENTES

4 SISTEMA DE INTEGRAccedilAtildeO MILHO CAPIM-BRAQuIAacuteRIA E EuCALIPTO

Autores Claacuteudio Miguel Alves de Faria Lino Roberto Ferreira 2015

Conteuacutedo O potencial dos sistemas integrados o sistema de inte-graccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta planejamento do sistema implantaccedilatildeo do sistema manejo do sistema anaacutelise econocircmica

Preccedilo R$ 1520Nuacutemero de paacuteginas 49Venda Editora UFV

Website httpwwweditoraufvcombr

6 NuTRIccedilAtildeO MINERAL DO FEIJOEIRO

Autora Maria da Conceiccedilatildeo Santana Carvalho 2015Conteuacutedo Este livro aborda temas relevantes sobre a cultura do

feijoeiro como o manejo de nutrientes a caracteri-zaccedilatildeo dos solos onde se cultiva essa leguminosa e a fisiologia da produccedilatildeo Apresenta ainda o estado da arte na aacuterea de nutriccedilatildeo mineral e a discussatildeo sobre os resultados de pesquisa desenvolvida na regiatildeo do Cerrado local de maior aacuterea cultivada com o feijoeiro

Preccedilo R$ 1960Nuacutemero de paacuteginas 394Editor FUNEP

Website httpvendaslivsctembrapabrliv4

3 TOacutePICOS EM FiacuteSICA DO SOLO - VOLuME 4

Autora Carolina Fernandes 2015Conteuacutedo Esta obra originou-se dos trabalhos de revisatildeo

bibliograacutefica desenvolvidos durante a disciplina de Qualidade Fiacutesica do Solo ministrada pela Profordf Drordf Carolina Fernandes no primeiro semestre de 2014 para o curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia (Ciecircn-cia do Solo) da Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo- Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias Campus de Jaboticabal

Preccedilo R$ 4900Nuacutemero de paacuteginas 107Editora FUNEP

Website httpwwwfuneporgbr

1 MANuAL PARA LEVANTAMENTO uTILITAacuteRIO E CLASSIFICAccedilAtildeO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE uSO

Editores Lepsch I F Espindola C R Vischi Filho O J Hernani L C Siqueira D S 2015

Conteuacutedo Parte 1 Levantamento utilitaacuterio de terras levanta-mentos de solos levantamento utilitaacuterio das terras Parte 2 Classes de capacidade de uso das terras interpretaccedilatildeo de levantamentos do meio fiacutesico clas-sificaccedilotildees naturais e teacutecnicas classificaccedilatildeo de terras no sistema de capacidade de uso usos e manejos em razatildeo da capacidade de uso enquadramento das unidades de mapeamento nas classes subclasses e unidades de capacidade de uso

Preccedilo R$ 4500Nuacutemero de paacuteginas 170Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

2 TOacutePICOS EM CIecircNCIA DO SOLO ndash VOLuME 9

Editores Nascimento C W A Souza Juacutenior V S Freire M B G S Souza E R 2015

Conteuacutedo Estoques de carbono e fluxo de gases do efeito estufa em agrossistemas no Brasil dinacircmica de antibioacute-ticos e hormocircnios em solos technosols of mining areas valores orientadores da qualidade do solo para metais limite criacutetico ambiental de foacutesforo para solos sul-brasileiros com adiccedilatildeo de altas doses de nutrientes campos de murunduns gecircnese paisagem importacircncia ambiental e impacto da agricultura nos atributos dos solos fisiologia da toleracircncia de plantas agrave salinidade modeling surface hydrology soil ero-sion nutrient transport and future scenarios with the ecohydrological swat model in brazilian watersheds and river basins

Preccedilo R$ 7000Nuacutemero de paacuteginas 290Venda Sociedade Brasileira de Ciecircncia do Solo

Website httpwwwsbcsorgbr

5 IRRIGAccedilAtildeO DE BAIXO CuSTO EM SISTEMAS DE PASTEJO ROTACIONADO

Autor Edmar Joseacute Scaloppi 2014Conteuacutedo Este livro apresenta uma das alternativas para viabilizar

a tecnologia da irrigaccedilatildeo na produccedilatildeo de forrageiras A obra trata de um sistema de irrigaccedilatildeo convencional por aspersatildeo que procura reduzir os custos de investi-mento e de manutenccedilatildeo por meio de um conjunto de componentes e procedimentos dimensionais e opera-cionais resultado de anos de observaccedilatildeo ensaios e aperfeiccediloamento O projeto de irrigaccedilatildeo por aspersatildeo convencional no sistema de pastejo rotacionado em piquetes eacute detalhado pelo professor incluindo informa-ccedilotildees para a identificaccedilatildeo da necessidade de irrigaccedilatildeo e as providecircncias para a execuccedilatildeo do projeto A obra apresenta ainda ferramentas para o dimensionamento dos sistemas e para a avaliaccedilatildeo de consumo energeacutetico aleacutem de listar os materiais necessaacuterios assim como as praacuteticas recomendadas para a instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo dos equipamentos de irrigaccedilatildeo e fertirrigaccedilatildeo Em um dos capiacutetulos eacute abordada tambeacutem a possibilidade da utilizaccedilatildeo de biodigestores para a produccedilatildeo de energia

Preccedilo download gratuitoNuacutemero de paacuteginas 99Editora UNESP

Website httpwwwculturaacademicacombrcata-logo-detalheaspctl_id=452

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

24 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

PuBLICAccedilAtildeO RECENTE DO IPNI

O livro Matemaacutetica e Caacutelculos para Agrocircnomos e Cientistas do Solo tem o objetivo de servir de literatura baacutesica para aqueles que necessitam de auxiacutelio no entendimento e resoluccedilatildeo de problemas envolvendo as diferentes atividades relacionadas agrave Agronomia como por exemplo emprego correto de unidades de medida caacutelculos envolvendo fertilizantes remoccedilatildeo de nutrientes do solo aplica-ccedilatildeo de defensivos agriacutecolas taxas de semeadura e populaccedilatildeo de plantas armazenamento de forragem e gratildeos correccedilatildeo da acidez sodicidade e salinidade do solo estimativa de custo de produccedilatildeo entre outras

Com o progresso gradativo do conhecimento sobre aspectos relacionados agrave Agronomia o livro procura propiciar condiccedilotildees para que estudantes e profissionais do setor agronocircmico possam adquirir ou aprimorar seus conhecimentos

Uma importante caracteriacutestica desta obra eacute apresentar em cada capiacutetulo vaacuterios exerciacutecios envolvendo situaccedilotildees reais e que ajudam o leitor na soluccedilatildeo dos problemas apresentados

O livro tem 241 paacuteginas (215 x 280 cm) A encadernaccedilatildeo eacute em espiralPreccedilo R$ 12000Pedidos pelo site do IPNI httpswwwipninetppiwebBRAZILNSFIPNIBrasilPublications

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015 25

LANccedilAMENTO RECENTE DO IPNI

BALANCcedilO DE NUTRIENTES NAS CULTURAS (BNC)

O balanccedilo de nutrientes nas cul-turas (BNC) eacute uma das ferramentas para avaliaccedilatildeo do uso de fertilizantes na agri-cultura e representa a diferenccedila entre a saiacuteda de nutrientes pela colheita (exporta-ccedilatildeo) e sua entrada no sistema (adubaccedilatildeo) Saldos negativos nos quais a exportaccedilatildeo excede a adubaccedilatildeo levam agrave diminuiccedilatildeo da fertilidade do solo e eventualmente agrave reduccedilatildeo da produtividade uma vez que a disponibilidade de nutrientes cai abaixo dos niacuteveis criacuteticos Saldos positivos geral-mente estatildeo associados ao aumento da fertilidade do solo e podem eventu-almente representar um elevado risco de perda de nutrientes para o ambiente

O IPNI acredi-tando que a principal funccedilatildeo do manejo nutri-cional eacute facilitar o equi-liacutebrio entre exportaccedilotildees e adiccedilotildees de nutrientes em niacuteveis que suportem o crescimento ideal das culturas e a miacutenima perda de nutrientes desenvolveu esta ferramenta visando facilitar o acesso de agrocirc-nomos consultores produ-tores e teacutecnicos agraves infor-maccedilotildees de exportaccedilatildeo e balanccedilo de nutrientes em 18 culturas cultivadas no Brasil Em seu primeiro acesso o usuaacuterio deveraacute se cadastrar fornecendo infor-maccedilotildees de contato como nome email e telefone Todos os dados inseridos seratildeo armazenados para fins de levantamento estatiacutestico

O caacutelculo do balanccedilo de nutrientes poderaacute ser feito para uma cultura individualmente ou para uma sequecircncia de culturas em um sistema de produccedilatildeo Para uma sequecircncia de culturas as informaccedilotildees seratildeo adicionadas em abas individuais Em ambos os casos haveraacute trecircs etapas

Etapa 1 (Exportaccedilatildeo) selecione a cultura de interesse informe o valor da produccedilatildeo por unidade de aacuterea (produtividade) e pressione o botatildeo calcular Nesta etapa seratildeo informados os valores da exportaccedilatildeo de cada nutriente Somente quando a cultura selecionada for a soja deveraacute ser informado tambeacutem se o manejo do solo de cultivo eacute inadequado (ausecircncia de palhada na superfiacutecie ocorrecircncia de encharcamento prolongado em funccedilatildeo de compac-taccedilatildeo presenccedila de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes negligenciado) ou adequado (presenccedila de palhada na superfiacutecie boa drenagem pela ausecircncia de compactaccedilatildeo ausecircncia

de forte acidez do solo e processo de inoculaccedilatildeo das sementes apropriado) pois haveraacute impacto sobre a nodulaccedilatildeo Apoacutes o caacutelculo da quantidade exportada de nutrientes o usuaacuterio poderaacute imprimir o resultado ou enviaacute-lo para o email cadastrado no primeiro acesso

Etapa 2 (Adubaccedilatildeo) introduza a quantidade aplicada de cada nutriente na adubaccedilatildeo da cultura e pressione o botatildeo prosseguir Caso tenha selecionado a opccedilatildeo de muacuteltiplas culturas introduza

a quantidade aplicada de nutriente em cada uma delas ou a quantidade total aplicada no sistema

Etapa 3 (Balanccedilo) a ferramenta iraacute automatica-mente fornecer os valores do balanccedilo de nutrientes e o iacutendice de desfrute que representa o percentual exportado em relaccedilatildeo agrave adubaccedilatildeo Caso o balanccedilo de nutrientes seja calculado para as culturas de soja ou feijatildeo a ferramenta levaraacute em consideraccedilatildeo que

bull Soja a FBN atenderaacute 90 da quanti-dade de N exportada em solos em manejo adequado

ou 80 da quantidade de N exportada em solos em manejo ina-dequado Ademais o balanccedilo contabilizaraacute o creacutedito de 30 kg ha-1 de N ao sistema

bull Feijatildeo a FBN atenderaacute 50 da quantidade de N exportadaAo final da etapa 3 (Balanccedilo) haveraacute a opccedilatildeo de impressatildeo

do relatoacuterio para arquivamento ou o envio do mesmo para o email cadastrado bem como a possibilidade de visualizaccedilatildeo das infor-maccedilotildees em formato graacutefico

As culturas atualmente incluiacutedas satildeo algodatildeo amendoim arroz banana batata cacau cafeacute (beneficiado) cafeacute (coco) cana- de-accediluacutecar feijatildeo fumo laranja mamona mandioca milho soja sorgo tomate trigo

A ferramenta eacute compatiacutevel com todos os computadores e dispositivos moacuteveis e estaacute disponiacutevel gratuitamente em

Cultura solteira httpipniinfobalancoCultura em sistema de produccedilatildeo httpipniinfosistemaMais informaccedilotildees sobre a ferramente podem ser obtidas no

site do ipni httpbrasilipninetarticleBRS-3293

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)

26 INFORMACcedilOtildeES AGRONOcircMICAS Nordm 151 ndash SETEMBRO2015

Ponto de Vista

Eros Francisco

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independecircncia nordm 350 Edifiacutecio Primus Center salas 141 e 142

FoneFax (19) 3433-3254 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUiacuteS IGNaacuteCIO PROChNOW - Diretor Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail lprochnowipninet Website httpbrasilipninet

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto Engo Agro Engo Florestal Doutor em Ciecircncia do SoloE-mail vcasarinipninet Website httpbrasilipninet

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto Engo Agro Doutor em AgronomiaE-mail efranciscoipninet Website httpbrasilipninet

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS

A sociedade moderna nascida da Revoluccedilatildeo Industrial no seacuteculo XIX desfruta de inuacutemeras inovaccedilotildees tecnoloacutegicas que podem ser utilizadas para o salva-

mento de vidas como aeronaves microcomputadores automoacuteveis tomoacutegrafos filtros de alta eficiecircncia equipamentos laboratoriais de diagnoacutestico entre outras Adiciono a esta nobre lista os tratores as semeadoras as colhedoras os equipamentos de agricultura de precisatildeo e com certeza os fertilizantes

Sim a Revoluccedilatildeo Verde ocorrida no final do seacuteculo XX permitiu aos paiacuteses que se industrializaram a modernizaccedilatildeo dos seus sistemas de cultivo e a introduccedilatildeo de novas teacutecnicas no campo o que possibilitou multiplicar a produtividade agropecuaacuteria aumentar a oferta mundial de alimentos e minimizar os efeitos da fome no mundo No entanto segundo estatiacutesticas do Programa para Segu-ranccedila Alimentar ndash World Food Programme (WFP) ndash das Naccedilotildees Unidas (ONU) 795 milhotildees de pessoas no mundo natildeo se alimentam o suficiente para usufruir de uma vida saudaacutevel Ademais o nuacutemero de viacutetimas da fome supera o nuacutemero de pessoas mortas por doenccedilas como AIDS malaacuteria e tuberculose consideradas juntas De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede tambeacutem associada agrave ONU o nuacutemero de vidas ceifadas pelo cacircncer no mundo em 2012 foi de 82 milhotildees Por conseguinte o bom senso leva a considerar que o combate agrave fome no mundo por meio da produccedilatildeo eficiente de alimentos pode salvar um nuacutemero maior de pessoas

Contudo a Revoluccedilatildeo Cultural do seacuteculo XX tem afetado a capacidade humana de pesar os fatos levando-nos a sofrer mais pela morte de um leatildeo africano do que pela morte de milhares de crianccedilas por inaniccedilatildeo Haacute uma verdadeira e profunda inversatildeo de valores Eacute preciso recompor o bom senso e reavaliar as medidas utilizadas em nossa balanccedila

Atualmente existem controveacutersias sobre a qualidade dos alimentos produzidos pela agricultura convencional alardeada por idealistas da Revoluccedilatildeo Cultural que valorizam sobremaneira os alimentos orgacircnicos Assim torna-se necessaacuterio responder agrave seguinte indagaccedilatildeo em que contexto e condiccedilotildees socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais os sistemas de produccedilatildeo agroecoloacutegicos se constituem uma alternativa viaacutevel a outras formas de agricul-tura praticadas pelos agricultores Do ponto de vista do manejo os sistemas agroecoloacutegicos natildeo enfatizam os altos rendimentos O mercado de produtos orgacircnicos se caracteriza como nicho que se equipara ao dos smartphones ou seja atende a um segmento restrito e especiacutefico de consumidores que se dispotildee a pagar um sobrepreccedilo pelo produto ofertado Os preccedilos satildeo geralmente mais elevados que os convencionais em funccedilatildeo do que os consumidores estatildeo dispostos a pagar por ldquoatributos especiacuteficos de qualidaderdquo associados a esse tipo de produto e porque a oferta eacute menor que a demanda O sobrepreccedilo dos produtos e a baixa produtividade dos sistemas agroecoloacutegicos em geral natildeo permitem a produccedilatildeo em grande escala Deste modo a produccedilatildeo agriacutecola convencional eacute indispensaacutevel para a seguranccedila alimentar considerando a neces-sidade de sustentar milhotildees de pessoas carentes sem condiccedilotildees nutricionais miacutenimas para sobreviver

Sob esse panorama e para ajustar nossa balanccedila quanto agrave controveacutersia na qualidade dos alimentos convencionas versus orgacirc-nicos recomendo uma revisatildeo cientiacutefica sobre o assunto publicada no The American Journal of Clinical Nutrition Nutritional quality of organic foods a systematic review (httpajcnnutritionorgcontentearly20090729ajcn200928041fullpdf+html)

Boa leitura

bull Agrium Incbull Arab Potash Companybull BHP Billitonbull CF Industries Holding Inc bull Compass Minerals Plant Nutritionbull International Raw Materials Ltdabull K+S KALI GmbHbull LUXI Fertilizer Industry Groupbull The Mosaic Companybull OCP SA

bull PhosAgrobull PotashCorpbull Qatar Fertiliser Companybull Shell Sulphur Solutionsbull Simplotbull Sinofert Holdings Limitedbull SQMbull Toros Tarimbull Uralchembull Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

bull Arab Fertilizer Association (AFA)bull Associaccedilatildeo Nacional para Difusatildeo de Adubos (ANDA)bull Fertiliser Association of India (FAI)bull Fertilizer Canadabull International Fertilizer Industry Association (IFA)bull International Potash Institute (IPI)bull The Fertilizer Institute (TFI)bull The Sulphur Institute (TSI)