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OPINIÃO António Carmona Rodrigues, Ricardina Fialho, Gisela Robalo, Mário Pereira Cheias no Tejo >>> Pág. 02-03 David Ford, Ron Manning, Donna Lee SIstemas de alerta de cheias >>> Pág. 04-06 Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraia >>> Pág. 08 Nazaré Surf Pro >>> Pág. 13 MUNICÍPIO Vila Velha de Ródão Passeio público junto ao rio Tejo. Ponte pedonal sobre o Enxarrique. >>> Pág. 14-15 Nº 10 | DEZEMBRO 2010 A legislação é vasta, as responsabilidades e missões são claras e os conceitos são inequívocos. Referimo-nos à proteção de pessoas e bens face à ocorrência de fenómenos que podem conferir risco. Sabemos que o conjunto de situações perigosas que conferem risco é infinito. Assumindo as suas responsabilidades, a ARH do Tejo tem apostado fortemente numa política de monitorização e gestão do risco. Na longa faixa de costa na área de intervenção da ARH do Tejo, as situações de risco natural, devido a erosão, são diversas e múltiplas. A intensidade e frequência dos processos erosivos intrínsecos à evolução deste litoral, a par com os usos e a ocupação por actividades humanas, tem originado frequentes situações de risco para pessoas e bens localizados em alguns aglomerados populacionais e em diversos troços costeiros com utilização balnear. >>> Pág. 07 www.arhtejo.pt PROTEÇÃO DE PESSOAS E BENS EDITORIAL Porque nunca é demais falar de segurança, a protecção de pessoas e bens é a linha orientadora desta décima edição do INFOTEJO. Neste contexto, António Carmona Rodrigues, Ricardina Fialho, Gisela Robalo e Mário Pereira são os autores de um primeiro artigo que aborda a evolução histórica das cheias no rio Tejo, um rio periodicamente sujeito a eventos com grande impacte socioeconómico. Consideram que a questão das inundações assume especial relevância nesta região hidrográfica, identificando a acção preventiva, através de previsão e monitorização, como a estratégia mais eficaz no combate a situações extremas. Num segundo artigo de opinião o especialista de renome David Ford, em co-autoria com Ron Manning e Donna Lee, da David Ford Consulting Engineers, Inc., fazem uma descrição do funcionamento dos sistemas de alerta de cheias nos Estados Unidos da América. Aqui os sistemas automáticos de alerta das comunidades locais têm um papel fundamental, nomeadamente na recolha e fornecimento de uma vasta quantidade de dados a organizações mais abrangentes, como o Serviço Nacional de Meteorologia. A assinatura do Contrato de Concessão relativo à utilização de recursos hídricos no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraia e a realização do 1.º Fórum de Participação Pública, no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo e do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste, são duas das notícias de que damos conta neste INFOTEJO. Destacamos ainda, entre outras, a Sessão de Debate sobre a Navegabilidade do Rio Tejo e a 6.ª Reunião do Conselho de Região Hidrográfica. A Secção Municípios leva-nos até Vila Velha de Ródão. Maria do Carmo Sequeira, Presidente da Câmara Municipal, fala-nos do parque de campismo, do passeio público junto ao rio Tejo e da ponte pedonal sobre o Enxarrique: projectos do município no âmbito de uma estratégia de Valorização e da Requalificação da Margem Direita do Rio Tejo. Com número 10 do INFOTEJO chegamos ao fim do ano. Altura de balanços e de planos. O nosso balanço é francamente positivo e o nosso plano é fazer mais e melhor. Contamos consigo. Manuel Lacerda Presidente da ARH do Tejo Vila Velha de Ródão MINISTRA DO AMBIENTE E MINISTRO DA AGRICULTURA NA ARH DO TEJO Dr. José Estêvão (DGADR), Prof. Doutor António Serrano (MADRP), Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro (MAOT), Eng.º Manuel Lacerda (ARH do Tejo) >>> Pág. 08

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OPINIÃOAntónio CarmonaRodrigues, RicardinaFialho, Gisela Robalo,Mário PereiraCheias no Tejo>>> Pág. 02-03

David Ford, RonManning, Donna LeeSIstemas de alerta de cheias>>> Pág. 04-06

AproveitamentoHidroagrícola do Valedo Sorraia>>> Pág. 08

Nazaré Surf Pro>>> Pág. 13

MUNICÍPIOVila Velha de RódãoPasseio público juntoao rio Tejo.Ponte pedonal sobre oEnxarrique.>>> Pág. 14-15

Nº 10 | DEZEMBRO 2010

A legislação é vasta, as responsabilidadese missões são claras e os conceitos sãoinequívocos. Referimo-nos à proteção depessoas e bens face à ocorrência defenómenos que podem conferir risco.Sabemos que o conjunto de situaçõesperigosas que conferem risco é infinito.Assumindo as suas responsabilidades, aARH do Tejo tem apostado fortemente numapolítica de monitorização e gestão do risco.

Na longa faixa de costa na área de intervençãoda ARH do Tejo, as situações de risco natural,devido a erosão, são diversas e múltiplas. Aintensidade e frequência dos processos erosivosintrínsecos à evolução deste litoral, a par comos usos e a ocupação por actividades humanas,tem originado frequentes situações de riscopara pessoas e bens localizados em algunsaglomerados populacionais e em diversos troçoscosteiros com utilização balnear.

>>> Pág. 07

www.arhtejo.pt

PROTEÇÃO DE PESSOAS E BENS

EDITORIALPorque nunca é demais falar de segurança, aprotecção de pessoas e bens é a linha orientadoradesta décima edição do INFOTEJO. Neste contexto,António Carmona Rodrigues, Ricardina Fialho,Gisela Robalo e Mário Pereira são os autores deum primeiro artigo que aborda a evolução históricadas cheias no rio Tejo, um rio periodicamente sujeitoa eventos com grande impacte socioeconómico.Consideram que a questão das inundações assumeespecial relevância nesta região hidrográfica,identificando a acção preventiva, através de previsãoe monitorização, como a estratégia mais eficaz nocombate a situações extremas.

Num segundo artigo de opinião o especialista derenome David Ford, em co-autoria com RonManning e Donna Lee, da David Ford ConsultingEngineers, Inc., fazem uma descrição dofuncionamento dos sistemas de alerta de cheiasnos Estados Unidos da América. Aqui os sistemasautomáticos de alerta das comunidades locais têmum papel fundamental, nomeadamente na recolhae fornecimento de uma vasta quantidade de dadosa organizações mais abrangentes, como o ServiçoNacional de Meteorologia.

A assinatura do Contrato de Concessão relativoà utilização de recursos hídricos no AproveitamentoHidroagrícola do Vale do Sorraia e a realização do1.º Fórum de Participação Pública, no âmbito doPlano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejoe do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeirasdo Oeste, são duas das notícias de que damosconta neste INFOTEJO. Destacamos ainda, entreoutras, a Sessão de Debate sobre a Navegabilidadedo Rio Tejo e a 6.ª Reunião do Conselho de RegiãoHidrográfica.

A Secção Municípios leva-nos até Vila Velha deRódão. Maria do Carmo Sequeira, Presidente daCâmara Municipal, fala-nos do parque de campismo,do passeio público junto ao rio Tejo e da pontepedonal sobre o Enxarrique: projectos do municípiono âmbito de uma estratégia de Valorização e daRequalificação da Margem Direita do Rio Tejo.

Com número 10 do INFOTEJO chegamos ao fimdo ano. Altura de balanços e de planos. O nossobalanço é francamente positivo e o nosso planoé fazer mais e melhor. Contamos consigo.

Manuel LacerdaPresidente da ARH do Tejo

Vila Velha de Ródão

MINISTRA DO AMBIENTEE MINISTRO DA AGRICULTURANA ARH DO TEJO

Dr. José Estêvão (DGADR), Prof. Doutor António Serrano(MADRP), Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro (MAOT),Eng.º Manuel Lacerda (ARH do Tejo)

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Page 2: Infotejo 010

As condições climáticas e os regimes pluviométricos que se verificamem Portugal, propiciam não só a ocorrência de períodos de precipitaçãoprolongada em vastas áreas do território, mas também a ocorrência deprecipitação muito intensa e confinada a uma reduzida dimensão espaço- temporal. Os períodos prolongados de precipitação intensa, resultamda associação dos núcleos de baixa pressão que se formam no oceanoAtlântico com as sucessivas frentes húmidas que percorrem o país paraLeste, podendo estas afectar adicionalmente o território espanhol econsequentemente a porção espanhola da bacia hidrográfica do Tejo.As precipitações muito intensas de reduzida dimensão espaço - temporal,têm fundamentalmente origem convectiva e afectam sobretudo aspequenas bacias hidrográficas.

Ambas as situações referidas dão origem a cheias, isto é, quando umabacia hidrográfica é sujeita a uma precipitação intensa e prolongada, ocaudal que daí advém e que aflui à rede hidrográfica excede a capacidadenormal de transporte ao longo daquela rede, transbordando as margense alagando as zonas contíguas.

O Tejo é um rio periodicamente sujeito a cheias de grande impactesocioeconómico, sendo genericamente a margem direita aquela que,em território nacional, mais contribui para esta realidade. A maior cheiaconhecida e referenciada com as respectivas marcas no rio Tejo, ocorreuem Dezembro de 1876. As águas atingiram na ponte de Alcântara, emterritório espanhol, uma altura de 35 m acima do leito do rio. Foi a cheiamais devastadora na região do baixo Tejo inundando e causando prejuízosmateriais às populações de Vila Franca de Xira e Valada.

De entre as várias grandes cheias ocorridas no rio Tejo, destacam-seas apresentadas no esquema cronológico seguinte, o qual se baseouno levantamento de informação e documentação histórica realizado porJoão Mimoso Loureiro e publicado pela ARH Tejo em “Rio Tejo. Asgrandes cheias, 1800 - 2007”. (Colecção Tágides, n.º 1)

A questão das inundações assume especial relevância na regiãohidrográfica do Tejo, não apenas pela extensão da área afectada, mastambém pela relevância dos núcleos urbanos sujeitos a este tipo deocorrências. Desta forma, devem ser diferenciadas as cheias curtaduração ou urbanas na Área Metropolitana de Lisboa e na cidade deTomar e as cheias de longa duração no curso principal dos rios Tejo,Sorraia e Ribeira de Muge e nas zonas do Médio Tejo e Lezíria do Tejo.Desde 1739, a maior área aluvionar no território nacional, o vale do rioTejo, sofreu 47 inundações significativas.

As inundações provocadas pelas cheias na bacia do rio Tejo causam,muitas vezes, avultados prejuízos. As zonas mais afectadas distribuem--se essencialmente no distrito de Santarém, sendo os concelhos deSantarém, Cartaxo, Golegã, Almeirim, Alpiarça, Tomar e Coruche os maisvulneráveis. Adicionalmente, a Área Metropolitana de Lisboa é tambémfortemente afectada, sendo os concelhos de Loures e de Vila Franca deXira os mais críticos. No entanto, deve ser referido que as grandes obrasde regularização das várias linhas de água conseguiram reduzirsignificativamente a frequência destes eventos.

03

OPINIÃO

02

OPINIÃO

António Carmona Rodrigues, Ricardina Fialho,Gisela Robalo, Mário Pereira

CHEIAS NO TEJOUMA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Está identificado no rio Tejo, um conjunto depontos críticos, os quais se referemessencialmente a situações de vias cortadase povoações atingidas. A maioria destespontos está concentrada na lezíria ribatejanae a montante de Almourol. De acordo com osregistos destes eventos, podem ocorrer asseguintes situações:• isolamento de populações (Reguengo do

Alviela, Caneiras, Valada, Pombalinho, Portode Muge, Azinhaga, Palhota, entre outras);

• corte ou submersão de vários troçosrodoviários, nomeadamente, a EN365 (entreVale de Figueira e Golegã), a EN114 (entreTapada e Almeirim) e a EN3 (entre Santaréme Cartaxo);

• interrupção da circulação ferroviária (váriostroços da Linha da Beira Baixa e do Norte);

• alagamento de campos agrícolas (Golegã,Azinhaga, Pombalinho, Reguengo e Paúldo Boquilobo, na margem direita do rio Tejo;Chamusca, São Domingos e Santa Clara,na margem esquerda);

• afectação de edifícios habitacionais,comerciais e industriais, bem como deedifícios de serviços públicos (por exemplo,a Conservatória do Registo Civil deConstância ou o Cartório Notarial de VilaNova da Barquinha).

A acção preventiva constitui a estratégia maiseficaz no combate a este tipo de situaçõesextremas, podendo ser efectuada através deduas componentes: a previsão, que possibilitaa antecipação de acções de mitigação; e amonitorização, que permite detectar e conhecer,em cada instante, o grau de gravidade dasituação. Neste sentido, há várias décadas quea preocupação com a salvaguarda do riscoassociado às inundações se encontra vertidana legislação nacional, sendo o Decreto-Lein.º 115/2010, de 22 de Outubro, o mais recenteproduto deste quadro legislativo.

Este diploma estabelece um quadro para aavaliação e gestão dos riscos de inundações,

com o objectivo de reduzir as suasconsequências prejudiciais, transpondopara a ordem jurídica interna a Directiva2007/60/CE, do Parlamento Europeu e doConselho, de 23 de Outubro.

Nos termos do Decreto-Lei n.º 115/2010, de22 de Outubro, em cada região hidrográficaou em cada unidade de gestão que venha aser definida, será avaliado o risco de inundaçãoe as respectivas medidas suplementares paraa sua mitigação, determinando-se para o efeitoa elaboração de estudos pelas Administraçõesdas Regiões Hidrográficas.

Desta forma, será possível encontrarmelhores soluções para a actuação dasforças intervenientes e para os conceitosdo uso do solo e de ordenamento doterritório, no sentido de diminuir o períodotemporal que medeia a previsão de umainundação e a sua concretização, factoressencial para o aviso das populações ealerta das autoridades.

Assim, no contexto da legislação vigenteestá subjacente o conceito de mitigaçãode cheias a partir da aplicação de umsistema de alerta e vigilância do fenómenoaplicado localmente. A este sistema estásubjacente a tecnologia disponível nomercado, recursos informáticos, umsistema de telemetria e vários planos dereabilitação. As comunidades podem usareste sistema como suplemento das outrasmedidas de mitigação ou como um sistemaindependente.

Em Santarém, depois de 1876, o Tejo atingiu a maior altura. Foramigualmente afectados os concelhos de Vila Velha de Ródão e Abrantes.

1895MARÇO

É a maior cheia conhecida e referenciada com as respectivas marcas.é a cheia mais devastadora na região do baixo Tejo inundando epondo em perigo haveres e populações de Vila Franca de Xira. EmAbrantes a cheia atingiu a maior altura desde 1885.

1876DEZEMBRO

As sucessivas chuvas que começaram em força no dia 13, deramlugar a aparecer o receio do crescimento da águas do Tejo. Abrantesfoi um dos concelhos fortemente atingidos.

1855FEVEREIRO

Trinta e quatro dias de copiosas e não interrompidas chuvas, a parde ventos tempestuosos, trouxe à ribeira de Coruche e ao Tejo, umacheia tão grande, de cuja igual não há memória.

1823FEVEREIRO

No dia 9 de Fevereiro o Tejo inundou os terrenos até àcota 81,79 mem Vila Velha de Ródão. Em certos pontos, o rio apresentou cincovezes a largura habitual.

1912FEVEREIRO

1940FEVEREIRO

Violentíssimos temporais assolam o Ribatejo. O Tejo inundou Rossio,Abrantes e Rio Moinhos.

1941FEVEREIRO

O rio Tejo inundou os terrenos até à cota de 84,09 m em Vila Velhade Ródão, 34,44 m em Abrantes, 23,53 m na Barquinha e 11,66 mna Ponte de Santarém.

1947FEVEREIRO

Cheias nos rios Sorraia e Almansor. O Tejo invadiu os campos deSantarém.

As zonas mais atingidas foram as povoações de Tapada e Ribeira deSantarém, com campos e casas deteriorados. Superior a esta cheiasomente neste século a de 1941 em que a cota na escala da Pontede Santarém foi de 11,66 m.

1978MARÇO

Duas mil pessoas evacuadas pela maior cheia do rio Tejo no século XX,só ultrapassada pela de 1876.

1979FEVEREIRO

Pluviosidade obriga a novas descargas nas barragens do Fratel eCastelo do Bode.

1989DEZEMBRO

(...)

1962 - Cheia Tejo Pombalinho 1979 - Cheia Tejo Pombalinho 1979 - Cheia Cacém

1964 - Cheia Tejo Pombalinho

1983 - Cheia Cacém

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As condições climáticas e os regimes pluviométricos que se verificamem Portugal, propiciam não só a ocorrência de períodos de precipitaçãoprolongada em vastas áreas do território, mas também a ocorrência deprecipitação muito intensa e confinada a uma reduzida dimensão espaço- temporal. Os períodos prolongados de precipitação intensa, resultamda associação dos núcleos de baixa pressão que se formam no oceanoAtlântico com as sucessivas frentes húmidas que percorrem o país paraLeste, podendo estas afectar adicionalmente o território espanhol econsequentemente a porção espanhola da bacia hidrográfica do Tejo.As precipitações muito intensas de reduzida dimensão espaço - temporal,têm fundamentalmente origem convectiva e afectam sobretudo aspequenas bacias hidrográficas.

Ambas as situações referidas dão origem a cheias, isto é, quando umabacia hidrográfica é sujeita a uma precipitação intensa e prolongada, ocaudal que daí advém e que aflui à rede hidrográfica excede a capacidadenormal de transporte ao longo daquela rede, transbordando as margense alagando as zonas contíguas.

O Tejo é um rio periodicamente sujeito a cheias de grande impactesocioeconómico, sendo genericamente a margem direita aquela que,em território nacional, mais contribui para esta realidade. A maior cheiaconhecida e referenciada com as respectivas marcas no rio Tejo, ocorreuem Dezembro de 1876. As águas atingiram na ponte de Alcântara, emterritório espanhol, uma altura de 35 m acima do leito do rio. Foi a cheiamais devastadora na região do baixo Tejo inundando e causando prejuízosmateriais às populações de Vila Franca de Xira e Valada.

De entre as várias grandes cheias ocorridas no rio Tejo, destacam-seas apresentadas no esquema cronológico seguinte, o qual se baseouno levantamento de informação e documentação histórica realizado porJoão Mimoso Loureiro e publicado pela ARH Tejo em “Rio Tejo. Asgrandes cheias, 1800 - 2007”. (Colecção Tágides, n.º 1)

A questão das inundações assume especial relevância na regiãohidrográfica do Tejo, não apenas pela extensão da área afectada, mastambém pela relevância dos núcleos urbanos sujeitos a este tipo deocorrências. Desta forma, devem ser diferenciadas as cheias curtaduração ou urbanas na Área Metropolitana de Lisboa e na cidade deTomar e as cheias de longa duração no curso principal dos rios Tejo,Sorraia e Ribeira de Muge e nas zonas do Médio Tejo e Lezíria do Tejo.Desde 1739, a maior área aluvionar no território nacional, o vale do rioTejo, sofreu 47 inundações significativas.

As inundações provocadas pelas cheias na bacia do rio Tejo causam,muitas vezes, avultados prejuízos. As zonas mais afectadas distribuem--se essencialmente no distrito de Santarém, sendo os concelhos deSantarém, Cartaxo, Golegã, Almeirim, Alpiarça, Tomar e Coruche os maisvulneráveis. Adicionalmente, a Área Metropolitana de Lisboa é tambémfortemente afectada, sendo os concelhos de Loures e de Vila Franca deXira os mais críticos. No entanto, deve ser referido que as grandes obrasde regularização das várias linhas de água conseguiram reduzirsignificativamente a frequência destes eventos.

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OPINIÃO

02

OPINIÃO

António Carmona Rodrigues, Ricardina Fialho,Gisela Robalo, Mário Pereira

CHEIAS NO TEJOUMA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Está identificado no rio Tejo, um conjunto depontos críticos, os quais se referemessencialmente a situações de vias cortadase povoações atingidas. A maioria destespontos está concentrada na lezíria ribatejanae a montante de Almourol. De acordo com osregistos destes eventos, podem ocorrer asseguintes situações:• isolamento de populações (Reguengo do

Alviela, Caneiras, Valada, Pombalinho, Portode Muge, Azinhaga, Palhota, entre outras);

• corte ou submersão de vários troçosrodoviários, nomeadamente, a EN365 (entreVale de Figueira e Golegã), a EN114 (entreTapada e Almeirim) e a EN3 (entre Santaréme Cartaxo);

• interrupção da circulação ferroviária (váriostroços da Linha da Beira Baixa e do Norte);

• alagamento de campos agrícolas (Golegã,Azinhaga, Pombalinho, Reguengo e Paúldo Boquilobo, na margem direita do rio Tejo;Chamusca, São Domingos e Santa Clara,na margem esquerda);

• afectação de edifícios habitacionais,comerciais e industriais, bem como deedifícios de serviços públicos (por exemplo,a Conservatória do Registo Civil deConstância ou o Cartório Notarial de VilaNova da Barquinha).

A acção preventiva constitui a estratégia maiseficaz no combate a este tipo de situaçõesextremas, podendo ser efectuada através deduas componentes: a previsão, que possibilitaa antecipação de acções de mitigação; e amonitorização, que permite detectar e conhecer,em cada instante, o grau de gravidade dasituação. Neste sentido, há várias décadas quea preocupação com a salvaguarda do riscoassociado às inundações se encontra vertidana legislação nacional, sendo o Decreto-Lein.º 115/2010, de 22 de Outubro, o mais recenteproduto deste quadro legislativo.

Este diploma estabelece um quadro para aavaliação e gestão dos riscos de inundações,

com o objectivo de reduzir as suasconsequências prejudiciais, transpondopara a ordem jurídica interna a Directiva2007/60/CE, do Parlamento Europeu e doConselho, de 23 de Outubro.

Nos termos do Decreto-Lei n.º 115/2010, de22 de Outubro, em cada região hidrográficaou em cada unidade de gestão que venha aser definida, será avaliado o risco de inundaçãoe as respectivas medidas suplementares paraa sua mitigação, determinando-se para o efeitoa elaboração de estudos pelas Administraçõesdas Regiões Hidrográficas.

Desta forma, será possível encontrarmelhores soluções para a actuação dasforças intervenientes e para os conceitosdo uso do solo e de ordenamento doterritório, no sentido de diminuir o períodotemporal que medeia a previsão de umainundação e a sua concretização, factoressencial para o aviso das populações ealerta das autoridades.

Assim, no contexto da legislação vigenteestá subjacente o conceito de mitigaçãode cheias a partir da aplicação de umsistema de alerta e vigilância do fenómenoaplicado localmente. A este sistema estásubjacente a tecnologia disponível nomercado, recursos informáticos, umsistema de telemetria e vários planos dereabilitação. As comunidades podem usareste sistema como suplemento das outrasmedidas de mitigação ou como um sistemaindependente.

Em Santarém, depois de 1876, o Tejo atingiu a maior altura. Foramigualmente afectados os concelhos de Vila Velha de Ródão e Abrantes.

1895MARÇO

É a maior cheia conhecida e referenciada com as respectivas marcas.é a cheia mais devastadora na região do baixo Tejo inundando epondo em perigo haveres e populações de Vila Franca de Xira. EmAbrantes a cheia atingiu a maior altura desde 1885.

1876DEZEMBRO

As sucessivas chuvas que começaram em força no dia 13, deramlugar a aparecer o receio do crescimento da águas do Tejo. Abrantesfoi um dos concelhos fortemente atingidos.

1855FEVEREIRO

Trinta e quatro dias de copiosas e não interrompidas chuvas, a parde ventos tempestuosos, trouxe à ribeira de Coruche e ao Tejo, umacheia tão grande, de cuja igual não há memória.

1823FEVEREIRO

No dia 9 de Fevereiro o Tejo inundou os terrenos até àcota 81,79 mem Vila Velha de Ródão. Em certos pontos, o rio apresentou cincovezes a largura habitual.

1912FEVEREIRO

1940FEVEREIRO

Violentíssimos temporais assolam o Ribatejo. O Tejo inundou Rossio,Abrantes e Rio Moinhos.

1941FEVEREIRO

O rio Tejo inundou os terrenos até à cota de 84,09 m em Vila Velhade Ródão, 34,44 m em Abrantes, 23,53 m na Barquinha e 11,66 mna Ponte de Santarém.

1947FEVEREIRO

Cheias nos rios Sorraia e Almansor. O Tejo invadiu os campos deSantarém.

As zonas mais atingidas foram as povoações de Tapada e Ribeira deSantarém, com campos e casas deteriorados. Superior a esta cheiasomente neste século a de 1941 em que a cota na escala da Pontede Santarém foi de 11,66 m.

1978MARÇO

Duas mil pessoas evacuadas pela maior cheia do rio Tejo no século XX,só ultrapassada pela de 1876.

1979FEVEREIRO

Pluviosidade obriga a novas descargas nas barragens do Fratel eCastelo do Bode.

1989DEZEMBRO

(...)

1962 - Cheia Tejo Pombalinho 1979 - Cheia Tejo Pombalinho 1979 - Cheia Cacém

1964 - Cheia Tejo Pombalinho

1983 - Cheia Cacém

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Nos Estados Unidos da América (EUA), anecessidade de utilização de sistemas dealerta de cheias, economicamente acessíveise eficientes, tem aumentado. O ServiçoNacional de Meteorologia dos EUA (NationalWeather Service) monitoriza as redeshidrométricas e fornece informação acercada previsão de cheias, disponibilizando-apara a população através da internet. Noentanto, não cobre em detalhe todos oscursos de água, tendo as comunidades queusar sistemas de alerta locais.

Um sistema de alerta de cheias local consistenuma integração de planos, linhas deorientação (guidelines), equipamentos erecursos humanos. Com este sistemapretende-se mitigar os danos provocadospelas cheias através da prevenção, numcurto tempo de alerta de cheias, dacapacidade de tomada de decisão sensata,tanto na reposta imediata como na posteriorreabilitação.

Um sistema de alerta local de cheias integraum ciclo de acções. Primeiro, a equipa

responsável pela gestão dos recursos hídricosprepara e estuda antecipadamente aocorrência de cheias através da criação deum plano e linhas orientadoras, monitorizandoa precipitação e o nível nos cursos de água,armazenando dados, treinando técnicos epromovendo a educação do público. Estetipo de preparação é desenvolvido muitoantes da cheia ocorrer.

Para prever a cheia, a equipa recolhe, geree analisa os dados das estações demonitorização ou de outras bases de dados.Se existe o perigo de cheia, o pessoalenvolvido no plano é alertado e, baseando--se no plano e nas guidelines, é decididaqual a acção a tomar. São então tomadasacções para proteger a vida animal e asinfra-estruturas, tanto antes, como duranteou ainda depois da cheia. Por fim, estaexperiência é analisada e reflecte-se sobreo que pode ser aperfeiçoado no plano deprevenção existente.

O alerta de uma cheia iminente ajuda a equipade gestão dos recursos hídricos e os decisores

a estabelecer comunicações, a mobilizar osrecursos e o pessoal, a gerir os serviçosmédicos, a operar as estruturas de controlode cheias, a controlar o tráfego, a proteger asinstalações críticas, a assistir as populaçõesmais vulneráveis, a ajudar os residentes aproteger as suas casas e, se necessário, apedir ajuda a outras organizações e evacuaras áreas afectadas.

Nos EUA os sistemas de alerta de cheiasautomatizados começaram a ser usados nosanos 70. As componentes automáticas seforem acessíveis e estiverem disponíveis nomercado, proporcionam o potenciamento dosistema quanto ao tempo de resposta, à recolhade dados e sua gestão, reconhecimento deameaça e divulgação da informação.

As estações automáticas, que fazem amedição da precipitação na bacia e do nívelnos cursos de água, e que transmitem osdados para um local remoto, custam nosEUA entre $5 000 e $20 000 (US). Sãogeralmente equipadas com transmissoresde rádio, antenas, painéis solares, medidores

05

OPINIÃOOPINIÃO

David Ford, Ron Manning, Donna Lee *

SISTEMAS DE ALERTA DE CHEIASA REALIDADE DE OUTRO PAÍS

de pressão (pressure transducer) e outrosequipamentos electrónicos básicos, estandotudo incorporado numa estrutura fechada(estação de telemetria). Num local remotoum computador com um descodificadorrecebe o sinal do rádio e dispõe os dadosno ecrã.

Num sistema local de alerta de cheias agestão dos dados, a previsão, a detecçãode ameaça e a notificação também podemser automatizados através de diferentessoftwares instalados num computadorcomum. Alguns dos softwares sãodisponibilizados por algumas agênciasgovernamentais enquanto outros podemser comprados por valores que variam de$2 000 a $3 000. O custo de configuraçãodo computador, para uma determinada baciahidrográfica, está estimado em $20 000 a$80 000, dependendo dos dados e modelosdisponíveis para a respectiva bacia e do seutamanho e complexidade. Actualmente,existem também muitos dados disponíveisque provêm de estudos anteriores.

Os sistemas automáticos de alerta de cheiasdas comunidades locais contribuem com

Estação de mediçãoda precipitação e níveldas massas de água,automatizada. Transmitea informação através deum sinal de rádio.

Programas de computadorde alerta de cheias que prevêemonde vai ocorrer uma cheiae criam mapas de inundação.

Um sistema de alerta de cheias é um ciclo com cinco componentes

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

As cidades de Fort Collins, no Colorado, e Johnson County, no Kansas,utilizam um sistema de alerta de cheias

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

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Nos Estados Unidos da América (EUA), anecessidade de utilização de sistemas dealerta de cheias, economicamente acessíveise eficientes, tem aumentado. O ServiçoNacional de Meteorologia dos EUA (NationalWeather Service) monitoriza as redeshidrométricas e fornece informação acercada previsão de cheias, disponibilizando-apara a população através da internet. Noentanto, não cobre em detalhe todos oscursos de água, tendo as comunidades queusar sistemas de alerta locais.

Um sistema de alerta de cheias local consistenuma integração de planos, linhas deorientação (guidelines), equipamentos erecursos humanos. Com este sistemapretende-se mitigar os danos provocadospelas cheias através da prevenção, numcurto tempo de alerta de cheias, dacapacidade de tomada de decisão sensata,tanto na reposta imediata como na posteriorreabilitação.

Um sistema de alerta local de cheias integraum ciclo de acções. Primeiro, a equipa

responsável pela gestão dos recursos hídricosprepara e estuda antecipadamente aocorrência de cheias através da criação deum plano e linhas orientadoras, monitorizandoa precipitação e o nível nos cursos de água,armazenando dados, treinando técnicos epromovendo a educação do público. Estetipo de preparação é desenvolvido muitoantes da cheia ocorrer.

Para prever a cheia, a equipa recolhe, geree analisa os dados das estações demonitorização ou de outras bases de dados.Se existe o perigo de cheia, o pessoalenvolvido no plano é alertado e, baseando--se no plano e nas guidelines, é decididaqual a acção a tomar. São então tomadasacções para proteger a vida animal e asinfra-estruturas, tanto antes, como duranteou ainda depois da cheia. Por fim, estaexperiência é analisada e reflecte-se sobreo que pode ser aperfeiçoado no plano deprevenção existente.

O alerta de uma cheia iminente ajuda a equipade gestão dos recursos hídricos e os decisores

a estabelecer comunicações, a mobilizar osrecursos e o pessoal, a gerir os serviçosmédicos, a operar as estruturas de controlode cheias, a controlar o tráfego, a proteger asinstalações críticas, a assistir as populaçõesmais vulneráveis, a ajudar os residentes aproteger as suas casas e, se necessário, apedir ajuda a outras organizações e evacuaras áreas afectadas.

Nos EUA os sistemas de alerta de cheiasautomatizados começaram a ser usados nosanos 70. As componentes automáticas seforem acessíveis e estiverem disponíveis nomercado, proporcionam o potenciamento dosistema quanto ao tempo de resposta, à recolhade dados e sua gestão, reconhecimento deameaça e divulgação da informação.

As estações automáticas, que fazem amedição da precipitação na bacia e do nívelnos cursos de água, e que transmitem osdados para um local remoto, custam nosEUA entre $5 000 e $20 000 (US). Sãogeralmente equipadas com transmissoresde rádio, antenas, painéis solares, medidores

05

OPINIÃOOPINIÃO

David Ford, Ron Manning, Donna Lee *

SISTEMAS DE ALERTA DE CHEIASA REALIDADE DE OUTRO PAÍS

de pressão (pressure transducer) e outrosequipamentos electrónicos básicos, estandotudo incorporado numa estrutura fechada(estação de telemetria). Num local remotoum computador com um descodificadorrecebe o sinal do rádio e dispõe os dadosno ecrã.

Num sistema local de alerta de cheias agestão dos dados, a previsão, a detecçãode ameaça e a notificação também podemser automatizados através de diferentessoftwares instalados num computadorcomum. Alguns dos softwares sãodisponibilizados por algumas agênciasgovernamentais enquanto outros podemser comprados por valores que variam de$2 000 a $3 000. O custo de configuraçãodo computador, para uma determinada baciahidrográfica, está estimado em $20 000 a$80 000, dependendo dos dados e modelosdisponíveis para a respectiva bacia e do seutamanho e complexidade. Actualmente,existem também muitos dados disponíveisque provêm de estudos anteriores.

Os sistemas automáticos de alerta de cheiasdas comunidades locais contribuem com

Estação de mediçãoda precipitação e níveldas massas de água,automatizada. Transmitea informação através deum sinal de rádio.

Programas de computadorde alerta de cheias que prevêemonde vai ocorrer uma cheiae criam mapas de inundação.

Um sistema de alerta de cheias é um ciclo com cinco componentes

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

As cidades de Fort Collins, no Colorado, e Johnson County, no Kansas,utilizam um sistema de alerta de cheias

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

Fonte: David Ford Consulting Engineers, Inc.

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informação para bases de dados de outrasorganizações, como por exemplo, a doServiço Nacional de Meteorologia dos EUA.Desta forma, este serviço tem acesso a umavasta quantidade de dados, podendo assimprovidenciar a previsão de cheias.

Johnson County, no Kansas e Fort Collins, noColorado, são duas pequenas comunidadesnos EUA que já implementaram partes dosistema de alerta de cheias para potenciar assuas medidas de mitigação das cheias.

Johnson County tem uma população de meiomilhão e sofre cheias durante todo o ano.Em 1993 e 1998 recebeu declarações deestado de calamidade (presidential disastredeclarations) devido a cheias das quaisresultaram duas vítimas e aproximadamente$50 milhões em danos. Antes destastempestades, Johnson County já tinhaalgumas medidas de mitigação, no entantoapós estes eventos foram gastos cerca de$800 000 num projecto de aperfeiçoamento,iniciado em 2004, que incluía a instalação deequipamentos de medição da precipitação

e nível dos cursos de água e aplicações paraa previsão e notificação em caso daocorrência de cheias. Actualmente, o Countytem um sistema integrado de alerta de cheias.

A pior cheia no estado do Colorado foi registadaem Julho de 1997 em Fort Collins. Uma grandetempestade provocou uma cheia de curtaduração que originou cinco mortos e mais de$200 milhões de danos. A cidade tem umapopulação de 140 000 habitantes e propensãopara cheia de curta duração. Tendo já investidoem projectos de mitigação, incluindo umsistema de alerta, a grande limitação de dadosdisponíveis levou a que o sistema nuncaconseguisse prever com a antecedêncianecessária os incidentes. O sistema de alertafoi entretanto melhorado com a ajuda de verbasgovernamentais. O sistema de previsão e asaplicações cartográficas foram melhorados demaneira a que fosse possível prever asconsequências das cheias e fazer mapas comas áreas inundadas.

Estes sistemas podem ser integrados nasmedidas de prevenção, como foi feito em

Johnson County. Estas medidas dividem-se em estruturais ou não-estruturais. Osistema de alerta de cheias é uma medidanão-estrutural que pode ser utilizada commedidas estruturais ou outras medidasnão-estruturais como o ordenamento doterritório e a remoção de casas de zonasde elevado risco.

Vulgarmente são utilizadas medidasestruturais para impedir ou desviar o fluxode água em excesso, tais como barragens,diques, sistemas de drenagem, açudese derivações. Estas estruturas, apesarde serem as mais eficientes para evitardanos, têm elevados custos associados àsua construção e manutenção. Podemdemorar décadas a construir, custarmilhões dólares, exigem um planeamentointensivo, a colaboração dos stakeholderse o enquadramento legislativo específico.

O sistema de alerta de cheias não consegueimpedir a ocorrência do fenómeno, podeno entanto ter um impacto significativo naprevenção dos danos.

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ACTUALIDADEOPINIÃO

06

REFERÊNCIAS

David Ford Consulting Engineers, Inc. (2008). What is a flood warning system? Sacramento, CA.

National Weather Service (2010). National Weather Service Manual 10-942: Flood Warning Systems Manual.

Peridian Group, Inc., David Ford Consulting Engineers, Inc., OneRain Incorporated, WeatherData, The Larkin Group (2005). JohnsonCounty flood warning/flood forecasting: Feasibility and implementation plan: Summary report. Johnson County Public Works.

Ford P.E., D; McFadden P.E., D; Hilmes-Robinson, M (2002). Early warning. Civil Engineering Magazine, 72 #8, 62-67.

David Ford é engenheiro Civil, perito de reputaçãointernacional em hidráulica, engenharia de recursos hídricos,planeamento e gestão. Tem uma experiência de mais de 30anos em gestão de projecto, 20 dos quais como Presidenteda empresa David Ford Consulting Engineers, Inc., e 12 anoscomo engenheiro hidráulico sénior ao serviço do Corpo deEngenheiros das forças militares do Estados Unidos. Foiconsultor do Corpo Militar, do Serviço Nacional da MeteorologiaNorte-Americano, de agências governamentais na Califórnia,Nevada, Arizona, Texas, Índia, Portugal, Indonésia, Roméniae Nações Unidas, do World Bank e da Agência para oDesenvolvimento Internacional Norte-Americano (USAID),assim como de várias empresas de engenharia ao nívelmundial. Já trabalhou no meio académico na Universidade daCalifórnia e também na Universidade Estadual da Califórnia.Como principais áreas de estudo e experiência destacam-sea análise hidráulica de zonas ribeirinhas, estudos hidrológicosde bacias hidrográficas, análise de risco e incerteza incluindoavaliação de danos causados por cheias, planeamento e aindaanálise de risco custo benefício de projectos de controlo deágua. O abastecimento de água e gestão de armazenamento

em conjunto com o apoio à decisão, implementação edesenvolvimento de planos de gestão de bacias hidrográficassão mais duas das áreas onde David Ford apresenta um lequevasto de projectos e experiência.

Ron Manning é engenheiro hidráulico júnior na David FordConsulting Engineers, Inc. Possui um diploma de bacharel emengenharia civil pela Universidade Estadual da Califórnia,Sacramento.

Donna Lee é colaboradora na David Ford Consulting Engineers,Inc., responsável pela produção e revisão de conteúdos técnicos(technical writer). Possui um mestrado em jornalismo pelaUniversidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque e umbacharelado em biologia celular e molecular pela Universidadeda Califórnia, Berkeley.

*

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>>> Pág. 01

As arribas, apesar de em alguns casosapresentarem configuração aparentementeimutável à escala de observação de alguns anos,sofrem evolução contínua, de desgaste no sopépela erosão marinha e de desagregação ealteração das faces expostas por exposição aosagentes de erosão marinha e sub-aérea (vento,chuva, escorrência superficial, acção do aerossolde água salgada). A acção prolongada da erosãode sopé, combinada com a redução progressivada resistência dos materiais que compõem asarribas características geológicas e geotécnicasparticulares, propicia as condições para aocorrência de movimentos de massa de váriostipos (escorregamentos, desmoronamentos,quedas de blocos) e dimensões, que constituemeventos de recuo isolados no tempo e de carácterlocalizado no espaço, e podem interferirsignificativamente com a ocupação humana nolitoral, pondo em causa a segurança de pessoase bens.

No que respeita a outro tipo de riscos, comosão os fenómenos naturais extremos, a baciado Tejo é historicamente propícia a este tipode ocorrências. Designadamente as cheiasconstituem parte significativa da história doTejo. O impacte destas situações no tecidosócioeconómico da região afectada éfrequentemente significativo, e, para alémdos bens materiais podem conduzir à perdade vidas humanas: daí a extrema importânciada prevenção e mitigação dos seus efeitos.

Por outro lado a seca distingue-se dasrestantes catástrofes uma vez que o seudesencadeamento se processa de formamais imperceptível, sendo a sua progressãomais lenta. As secas iniciam-se sem quenenhum fenómeno climático ou hidrológico asanuncie, e só se tornam perceptíveis quandoas suas consequências são visíveis. A previsãode secas é essencialmente climatológica.A monitorização e detecção têm umacomponente fortemente hidrológica.

Para estes e outros fenómenos, existem acçõesrelacionadas com a protecção e valorizaçãodos recursos hídricos e consequentemente,de pessoas e bens. Estão essencialmenterelacionadas com a fase em que se encontrao risco: Prevenção/Monitorização, Emergênciae Reabilitação. Para cada uma destas faseshá tarefas específicas a realizar.

PREVENÇÃO/MONITORIZAÇÃONesta fase tem especial importância a previsãono sentido de definir as zonas com riscossignificativos de inundação e implementar osplanos de gestão de riscos de inundações. Poroutro lado, a acção preventiva constitui umaestratégia eficaz no combate a este tipo desituações extremas. A limpeza e desobstruçãodas linhas de água, a regularização de caudais,a construção de bacias de retenção e a criação

de reservas estratégicas de água são algumasdas medidas de prevenção que permitemfazer face a situações de cheia e seca.

PREVISÃO- Efectuar a avaliação preliminar de riscos

de inundações (com base em informaçõesdisponíveis, incluindo registos e estudos);

- Propor as zonas de riscos potenciaissignificativos de inundações;

- Elaborar as cartas de zonas inundáveispara áreas de risco e as cartas de risco deinundações;

- Elaborar e implementar os planos de gestãode riscos de inundações.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO - Limpeza e desobstrução das linhas de água,

por forma a garantir condições de escoamentodos caudais líquidos e sólidos em situaçõeshidrológicas normais ou extremas;

- Resolver os estrangulamentos ao escoamentoexistentes (Municípios);

- Obras hidráulicas (atravessamentos) bemdimensionadas;

- Não permitir novas ocupações em leito decheia;

- Permitir a construção de bacias de retençãopara atenuar o efeito da cheia;

- Propor medidas de redução de caudal decheia (regularização de caudais);

- Garantir uma boa cobertura do solo paraevitar a erosão hídrica em chuvas de grandeintensidade;

- Inventariar as infraestruturas hidráulicasexistentes para que possam fazer face asituações de seca e cheia;

- Criar reservas estratégicas de água, quandoe onde se justifique.

EMERGÊNCIAEm fase de emergência, importa sobretudoa avaliação dos riscos e informação daspopulações. A monitorização dos níveisde água e, no caso de seca, a garantia dadisponibilidade de água para o abastecimentopúblico e actividades vitais dos sectores agro--pecuário e industrial são procedimentosfundamentais nesta fase. POLUIÇÃO - Activar um sistema de aviso e alerta em

situações graves de poluição; - Informar as populações; - Efectuar a avaliação dos riscos de pessoas

e bens. CHEIAS - Monitorização dos níveis de água (dos recursos

hídricos), das descargas das barragens edas observações meteorológicas;

- Conhecer o comportamento da baciahidrográfica;

- Inventariar todas as fontes potenciais depoluição;

- Efectuar a avaliação dos riscos de pessoase bens.

SECAS - Informar as populações sobre a poupança

de água/recursos; - Indicar as medidas de actuação para cada

local; - Assegurar a disponibilidade da água para

o abastecimento público e, em seguida, para as actividades vitais dos sectores agro--pecuário e industrial em situação de seca.

REABILITAÇÃOPor muito eficaz que seja a previsão e medidasde prevenção existem fenómenos que sãoinevitáveis, ainda que seja possível atenuar osseus efeitos. Numa fase de reabilitação importapromover a requalificação dos recursoshídricos, e tomar medidas no sentido deprevenir situações posteriores.

REABILITAÇÃO - Promover o ordenamento adequado do uso

das águas; - Promover o uso eficiente da água com

medidas preventivas em situação normal ede seca;

- Verificar o estado da rede de monitorizaçãoda qualidade e quantidade da água;

- Analisar as incidências das actividadeshumanas sobre o estado das águas apósacidente;

- Restabelecer as medidas de protecção evalorização de recursos hídricos previstas;

- Prever e combater acidentes graves depoluição posteriores;

- Verificar a situação das zonas protegidas; - Promover a requalificação dos recursos

hídricos; - Reabilitar as linhas de água degradadas e

as zonas ribeirinhas; - Promover a renaturalização e valorização

ambiental e paisagística das linhas de águae das zonas envolventes;

- Corrigir os efeitos da erosão, transporte edeposição de sedimentos, designadamenteao nível da correcção torrencial;

- Promover a regularização e armazenamentodos caudais em função dos seus usos, desituações de escassez e do controlo dotransporte sólido.

Por último, em jeito de conclusão dizem osespecialistas que a principal razão porque oscidadãos são apanhados desprevenidos facea acontecimentos catastróficos é não pesaremo risco. Assim, os factores que aumentam atolerância de uma pessoa aos riscos ou quediminuem a sua percepção aos mesmostornam-se perigosos. Por isso, em matéria deriscos, mais do que em qualquer outra, ainformação e educação dos cidadãos éessencial.

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informação para bases de dados de outrasorganizações, como por exemplo, a doServiço Nacional de Meteorologia dos EUA.Desta forma, este serviço tem acesso a umavasta quantidade de dados, podendo assimprovidenciar a previsão de cheias.

Johnson County, no Kansas e Fort Collins, noColorado, são duas pequenas comunidadesnos EUA que já implementaram partes dosistema de alerta de cheias para potenciar assuas medidas de mitigação das cheias.

Johnson County tem uma população de meiomilhão e sofre cheias durante todo o ano.Em 1993 e 1998 recebeu declarações deestado de calamidade (presidential disastredeclarations) devido a cheias das quaisresultaram duas vítimas e aproximadamente$50 milhões em danos. Antes destastempestades, Johnson County já tinhaalgumas medidas de mitigação, no entantoapós estes eventos foram gastos cerca de$800 000 num projecto de aperfeiçoamento,iniciado em 2004, que incluía a instalação deequipamentos de medição da precipitação

e nível dos cursos de água e aplicações paraa previsão e notificação em caso daocorrência de cheias. Actualmente, o Countytem um sistema integrado de alerta de cheias.

A pior cheia no estado do Colorado foi registadaem Julho de 1997 em Fort Collins. Uma grandetempestade provocou uma cheia de curtaduração que originou cinco mortos e mais de$200 milhões de danos. A cidade tem umapopulação de 140 000 habitantes e propensãopara cheia de curta duração. Tendo já investidoem projectos de mitigação, incluindo umsistema de alerta, a grande limitação de dadosdisponíveis levou a que o sistema nuncaconseguisse prever com a antecedêncianecessária os incidentes. O sistema de alertafoi entretanto melhorado com a ajuda de verbasgovernamentais. O sistema de previsão e asaplicações cartográficas foram melhorados demaneira a que fosse possível prever asconsequências das cheias e fazer mapas comas áreas inundadas.

Estes sistemas podem ser integrados nasmedidas de prevenção, como foi feito em

Johnson County. Estas medidas dividem-se em estruturais ou não-estruturais. Osistema de alerta de cheias é uma medidanão-estrutural que pode ser utilizada commedidas estruturais ou outras medidasnão-estruturais como o ordenamento doterritório e a remoção de casas de zonasde elevado risco.

Vulgarmente são utilizadas medidasestruturais para impedir ou desviar o fluxode água em excesso, tais como barragens,diques, sistemas de drenagem, açudese derivações. Estas estruturas, apesarde serem as mais eficientes para evitardanos, têm elevados custos associados àsua construção e manutenção. Podemdemorar décadas a construir, custarmilhões dólares, exigem um planeamentointensivo, a colaboração dos stakeholderse o enquadramento legislativo específico.

O sistema de alerta de cheias não consegueimpedir a ocorrência do fenómeno, podeno entanto ter um impacto significativo naprevenção dos danos.

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ACTUALIDADEOPINIÃO

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REFERÊNCIAS

David Ford Consulting Engineers, Inc. (2008). What is a flood warning system? Sacramento, CA.

National Weather Service (2010). National Weather Service Manual 10-942: Flood Warning Systems Manual.

Peridian Group, Inc., David Ford Consulting Engineers, Inc., OneRain Incorporated, WeatherData, The Larkin Group (2005). JohnsonCounty flood warning/flood forecasting: Feasibility and implementation plan: Summary report. Johnson County Public Works.

Ford P.E., D; McFadden P.E., D; Hilmes-Robinson, M (2002). Early warning. Civil Engineering Magazine, 72 #8, 62-67.

David Ford é engenheiro Civil, perito de reputaçãointernacional em hidráulica, engenharia de recursos hídricos,planeamento e gestão. Tem uma experiência de mais de 30anos em gestão de projecto, 20 dos quais como Presidenteda empresa David Ford Consulting Engineers, Inc., e 12 anoscomo engenheiro hidráulico sénior ao serviço do Corpo deEngenheiros das forças militares do Estados Unidos. Foiconsultor do Corpo Militar, do Serviço Nacional da MeteorologiaNorte-Americano, de agências governamentais na Califórnia,Nevada, Arizona, Texas, Índia, Portugal, Indonésia, Roméniae Nações Unidas, do World Bank e da Agência para oDesenvolvimento Internacional Norte-Americano (USAID),assim como de várias empresas de engenharia ao nívelmundial. Já trabalhou no meio académico na Universidade daCalifórnia e também na Universidade Estadual da Califórnia.Como principais áreas de estudo e experiência destacam-sea análise hidráulica de zonas ribeirinhas, estudos hidrológicosde bacias hidrográficas, análise de risco e incerteza incluindoavaliação de danos causados por cheias, planeamento e aindaanálise de risco custo benefício de projectos de controlo deágua. O abastecimento de água e gestão de armazenamento

em conjunto com o apoio à decisão, implementação edesenvolvimento de planos de gestão de bacias hidrográficassão mais duas das áreas onde David Ford apresenta um lequevasto de projectos e experiência.

Ron Manning é engenheiro hidráulico júnior na David FordConsulting Engineers, Inc. Possui um diploma de bacharel emengenharia civil pela Universidade Estadual da Califórnia,Sacramento.

Donna Lee é colaboradora na David Ford Consulting Engineers,Inc., responsável pela produção e revisão de conteúdos técnicos(technical writer). Possui um mestrado em jornalismo pelaUniversidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque e umbacharelado em biologia celular e molecular pela Universidadeda Califórnia, Berkeley.

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>>> Pág. 01

As arribas, apesar de em alguns casosapresentarem configuração aparentementeimutável à escala de observação de alguns anos,sofrem evolução contínua, de desgaste no sopépela erosão marinha e de desagregação ealteração das faces expostas por exposição aosagentes de erosão marinha e sub-aérea (vento,chuva, escorrência superficial, acção do aerossolde água salgada). A acção prolongada da erosãode sopé, combinada com a redução progressivada resistência dos materiais que compõem asarribas características geológicas e geotécnicasparticulares, propicia as condições para aocorrência de movimentos de massa de váriostipos (escorregamentos, desmoronamentos,quedas de blocos) e dimensões, que constituemeventos de recuo isolados no tempo e de carácterlocalizado no espaço, e podem interferirsignificativamente com a ocupação humana nolitoral, pondo em causa a segurança de pessoase bens.

No que respeita a outro tipo de riscos, comosão os fenómenos naturais extremos, a baciado Tejo é historicamente propícia a este tipode ocorrências. Designadamente as cheiasconstituem parte significativa da história doTejo. O impacte destas situações no tecidosócioeconómico da região afectada éfrequentemente significativo, e, para alémdos bens materiais podem conduzir à perdade vidas humanas: daí a extrema importânciada prevenção e mitigação dos seus efeitos.

Por outro lado a seca distingue-se dasrestantes catástrofes uma vez que o seudesencadeamento se processa de formamais imperceptível, sendo a sua progressãomais lenta. As secas iniciam-se sem quenenhum fenómeno climático ou hidrológico asanuncie, e só se tornam perceptíveis quandoas suas consequências são visíveis. A previsãode secas é essencialmente climatológica.A monitorização e detecção têm umacomponente fortemente hidrológica.

Para estes e outros fenómenos, existem acçõesrelacionadas com a protecção e valorizaçãodos recursos hídricos e consequentemente,de pessoas e bens. Estão essencialmenterelacionadas com a fase em que se encontrao risco: Prevenção/Monitorização, Emergênciae Reabilitação. Para cada uma destas faseshá tarefas específicas a realizar.

PREVENÇÃO/MONITORIZAÇÃONesta fase tem especial importância a previsãono sentido de definir as zonas com riscossignificativos de inundação e implementar osplanos de gestão de riscos de inundações. Poroutro lado, a acção preventiva constitui umaestratégia eficaz no combate a este tipo desituações extremas. A limpeza e desobstruçãodas linhas de água, a regularização de caudais,a construção de bacias de retenção e a criação

de reservas estratégicas de água são algumasdas medidas de prevenção que permitemfazer face a situações de cheia e seca.

PREVISÃO- Efectuar a avaliação preliminar de riscos

de inundações (com base em informaçõesdisponíveis, incluindo registos e estudos);

- Propor as zonas de riscos potenciaissignificativos de inundações;

- Elaborar as cartas de zonas inundáveispara áreas de risco e as cartas de risco deinundações;

- Elaborar e implementar os planos de gestãode riscos de inundações.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO - Limpeza e desobstrução das linhas de água,

por forma a garantir condições de escoamentodos caudais líquidos e sólidos em situaçõeshidrológicas normais ou extremas;

- Resolver os estrangulamentos ao escoamentoexistentes (Municípios);

- Obras hidráulicas (atravessamentos) bemdimensionadas;

- Não permitir novas ocupações em leito decheia;

- Permitir a construção de bacias de retençãopara atenuar o efeito da cheia;

- Propor medidas de redução de caudal decheia (regularização de caudais);

- Garantir uma boa cobertura do solo paraevitar a erosão hídrica em chuvas de grandeintensidade;

- Inventariar as infraestruturas hidráulicasexistentes para que possam fazer face asituações de seca e cheia;

- Criar reservas estratégicas de água, quandoe onde se justifique.

EMERGÊNCIAEm fase de emergência, importa sobretudoa avaliação dos riscos e informação daspopulações. A monitorização dos níveisde água e, no caso de seca, a garantia dadisponibilidade de água para o abastecimentopúblico e actividades vitais dos sectores agro--pecuário e industrial são procedimentosfundamentais nesta fase. POLUIÇÃO - Activar um sistema de aviso e alerta em

situações graves de poluição; - Informar as populações; - Efectuar a avaliação dos riscos de pessoas

e bens. CHEIAS - Monitorização dos níveis de água (dos recursos

hídricos), das descargas das barragens edas observações meteorológicas;

- Conhecer o comportamento da baciahidrográfica;

- Inventariar todas as fontes potenciais depoluição;

- Efectuar a avaliação dos riscos de pessoase bens.

SECAS - Informar as populações sobre a poupança

de água/recursos; - Indicar as medidas de actuação para cada

local; - Assegurar a disponibilidade da água para

o abastecimento público e, em seguida, para as actividades vitais dos sectores agro--pecuário e industrial em situação de seca.

REABILITAÇÃOPor muito eficaz que seja a previsão e medidasde prevenção existem fenómenos que sãoinevitáveis, ainda que seja possível atenuar osseus efeitos. Numa fase de reabilitação importapromover a requalificação dos recursoshídricos, e tomar medidas no sentido deprevenir situações posteriores.

REABILITAÇÃO - Promover o ordenamento adequado do uso

das águas; - Promover o uso eficiente da água com

medidas preventivas em situação normal ede seca;

- Verificar o estado da rede de monitorizaçãoda qualidade e quantidade da água;

- Analisar as incidências das actividadeshumanas sobre o estado das águas apósacidente;

- Restabelecer as medidas de protecção evalorização de recursos hídricos previstas;

- Prever e combater acidentes graves depoluição posteriores;

- Verificar a situação das zonas protegidas; - Promover a requalificação dos recursos

hídricos; - Reabilitar as linhas de água degradadas e

as zonas ribeirinhas; - Promover a renaturalização e valorização

ambiental e paisagística das linhas de águae das zonas envolventes;

- Corrigir os efeitos da erosão, transporte edeposição de sedimentos, designadamenteao nível da correcção torrencial;

- Promover a regularização e armazenamentodos caudais em função dos seus usos, desituações de escassez e do controlo dotransporte sólido.

Por último, em jeito de conclusão dizem osespecialistas que a principal razão porque oscidadãos são apanhados desprevenidos facea acontecimentos catastróficos é não pesaremo risco. Assim, os factores que aumentam atolerância de uma pessoa aos riscos ou quediminuem a sua percepção aos mesmostornam-se perigosos. Por isso, em matéria deriscos, mais do que em qualquer outra, ainformação e educação dos cidadãos éessencial.

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

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Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do SorraiaMINISTRA DO AMBIENTE E MINISTRO DAAGRICULTURA ESTIVERAM PRESENTES NAARH DO TEJOFoi assinado, no passado dia 2 de Dezembro, o Contrato de Concessãorelativo à utilização dos recursos hídricos para a captação e utilizaçãode águas superficiais para rega, abastecimento à indústria e produçãode energia hidroeléctrica no Aproveitamento Hidroagrícola do Valedo Sorraia. A Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território(MAOT), Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro e o Ministro da Agricultura, doDesenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP), Prof. Doutor AntónioSerrano, presidiram à cerimónia que decorreu nas instalações daARH do Tejo, em Lisboa.

O Contrato de Concessão, celebrado entre a Administração da RegiãoHidrográfica do Tejo, representada pelo seu Presidente Eng.º ManuelLacerda, e a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural,representada pelo seu Director-Geral Dr. José Estêvão, beneficiaagricultores nos distritos de Portalegre, Évora e Santarém, sendo opasso necessário para que possam utilizar a água armazenada nasalbufeiras de Maranhão, Montargil e Magos. A área beneficiadacorresponde a um total de 16 351 hectares, abrangendo os concelhosde Ponte de Sor, Avis, Mora, Coruche, Benavente e Salvaterra deMagos.

Refira-se que o Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraiaintegra as obras do Paul de Magos, aproveitamento construído nosanos de 1933 a 1938, e o Aproveitamento do Vale do Sorraia,construído nos anos de 1951 a 1959, situando-se respectivamentenos vales da ribeira de Magos e das ribeiras da Seda, Raia e Sôr edo rio Sorraia. Deste Aproveitamento Hidroagrícola fazem parte aindaos açudes do Gameiro e Furadouro, situados na ribeira da Raia, ajusante da albufeira do Maranhão.

Este foi de resto o primeiro Contrato de Concessão assinado paraum Aproveitamento Hidroagrícola, sendo que as partes interessadasestão a trabalhar activamente para que, em breve, outros se sigam.

Dr. José Estêvão (DGADR),Prof. Doutor António Serrano (MADRP),

Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro (MAOT),Eng.º Manuel Lacerda (ARH do Tejo)

Santarém

Salvaterra de Magos

Lisboa

Benavente

Coruche Mora

Ponte de Sor

AvisAlb. MagosAlb. M

ontargil

Alb. Maranhão

Perímetro de RegaAlbufeirasConcelhos

Localização do Aproveitamento Hidroagrícolado Vale do Sorraia

Intervenção do Ministro da Agricultura,do Desenvolvimento Rural e das Pescas,

Prof. Doutor António Serrano

Intervenção da Ministra do Ambientee do Ordenamento do Território,Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro

6ª REUNIÃO ORDINÁRIA DOCONSELHO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

Decorreu na Casa do Brasil em Santarém, no passado dia 14 deDezembro, a 6.ª reunião ordinária do Conselho de Região Hidrográficada ARH do Tejo. Esta reunião teve como agenda, para além da aprovaçãoda acta da reunião anterior, duas apresentações de cariz técnico ecientífico, a apresentação do Plano de Actividades para 2011 da ARHdo Tejo e a divulgação de actividades diversas promovidas pela instituição,quer já executadas ou em curso, quer as previstas para um futuropróximo.

Assim, após a aprovação da acta da reunião anterior, teve lugar aapresentação do tema “Concepção e Gestão de Sistemas de Drenagemde Águas Residuais e Pluviais” pelo Prof. José Saldanha Matos doInstituto Superior Técnico, Conselheiro neste CRH. “Intercepção,Tratamento e Rejeição de Águas Residuais - Casos singulares na áreada ARH do Tejo.” foi o tema apresentado pelo Conselheiro Eng.º ArnaldoPego da empresa Águas de Portugal. No sítio da ARH, em www.arhtejo.ptestão disponíveis os ficheiros que sustentaram estas apresentações.

Era ainda propósito desta reunião a obtenção de parecer do Conselhopara a proposta de Plano de Actividades para 2011. Assim, foramintroduzidos pela Eng.ª Isabel Guilherme, Directora do Departamentode Planeamento, Informação e Comunicação da ARH do Tejo, osaspectos relevantes da proposta, no que respeita ao enquadramentodas principais actividades e projectos PIDDAC previstos para 2011,associados aos objectivos estratégicos e operacionais da ARH do Tejo,sublinhando a óptica de continuidade de boa parte das acções e projectos.A Dra. Rosa Fradinho, Directora do Departamento Financeiro,Administrativo e Jurídico apresentou a afectação de recursos humanos,materiais e financeiros, a estrutura de despesas e receitas e a repartiçãodas fontes de financiamento e montantes previstos. Referiu ainda apolítica de parcerias, o processo de certificação em curso e asmetodologias de monitorização da actividade da instituição.

Os comentários que se seguiram, por parte dos Conselheiros, destacarama clareza e detalhe da proposta, permitindo o conveniente esclarecimentodas questões em presença, e sublinharam uma visão optimista daactividade da ARH do Tejo para 2011, num quadro envolvente menosfavorável. Esses comentários incluíram ainda referência à possibilidadede criação de equipas mistas de técnicos da ARH com universidades,para produção de estudos e pareceres, à importância de afectação derecursos ao tema participação pública e à oportunidade de fundamentaresta proposta de Plano de Actividades com base na actividade realizadaem 2010.

A proposta do Plano de Actividades em discussão mereceu parecerfavorável do Conselho, devendo merecer em seguida aprovação datutela.

O ponto seguinte da agenda “Outras Actividades” foi apresentado peloProf. Carlos Cupeto, director do Departamento de Recursos HídricosInteriores, tendo por objectivo dar a conhecer aos membros do CRHas principais actividades e obras em curso, os eventos promovidosrecentemente e outros acontecimentos relevantes. Deste último conjunto,destaca-se a assinatura do Contrato de Concessão para utilização daÁgua para Regra no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraia,realizada nas instalações da ARH do Tejo e que contou com a presençados Senhores Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e dasPescas (MADRP) e do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT).Este acontecimento tem um particular significado por ser o primeiro de

outros contratos de concessão que vem regularizar o título de utilizaçãoda água para os Aproveitamentos Hidroagrícolas do Estado, algunsdeles em exploração há décadas.

O ponto da agenda “Outros Assuntos” foi ilustrado com a apresentaçãoda Eng.ª Ana Adelino, da empresa Biodesign, S.A., responsável pelaParticipação Pública e Avaliação Ambiental Estratégica no âmbito doprocesso de elaboração dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica.Foram referidos o 1.º Fórum de participação pública, com 3 sessõesrecentemente realizadas em Castelo Branco, Almeirim e Caldas daRainha, e ainda as sessões de debate sectoriais dedicadas à agricultura,indústria, turismo e energia, no quadro da cenarização destes sectorespara o processo de planeamento em curso.

Sessãode Abertura

José Saldanha Matos (IST)

Conselheiros

Arnaldo Pego(Águas de Portugal)

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

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Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do SorraiaMINISTRA DO AMBIENTE E MINISTRO DAAGRICULTURA ESTIVERAM PRESENTES NAARH DO TEJOFoi assinado, no passado dia 2 de Dezembro, o Contrato de Concessãorelativo à utilização dos recursos hídricos para a captação e utilizaçãode águas superficiais para rega, abastecimento à indústria e produçãode energia hidroeléctrica no Aproveitamento Hidroagrícola do Valedo Sorraia. A Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território(MAOT), Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro e o Ministro da Agricultura, doDesenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP), Prof. Doutor AntónioSerrano, presidiram à cerimónia que decorreu nas instalações daARH do Tejo, em Lisboa.

O Contrato de Concessão, celebrado entre a Administração da RegiãoHidrográfica do Tejo, representada pelo seu Presidente Eng.º ManuelLacerda, e a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural,representada pelo seu Director-Geral Dr. José Estêvão, beneficiaagricultores nos distritos de Portalegre, Évora e Santarém, sendo opasso necessário para que possam utilizar a água armazenada nasalbufeiras de Maranhão, Montargil e Magos. A área beneficiadacorresponde a um total de 16 351 hectares, abrangendo os concelhosde Ponte de Sor, Avis, Mora, Coruche, Benavente e Salvaterra deMagos.

Refira-se que o Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraiaintegra as obras do Paul de Magos, aproveitamento construído nosanos de 1933 a 1938, e o Aproveitamento do Vale do Sorraia,construído nos anos de 1951 a 1959, situando-se respectivamentenos vales da ribeira de Magos e das ribeiras da Seda, Raia e Sôr edo rio Sorraia. Deste Aproveitamento Hidroagrícola fazem parte aindaos açudes do Gameiro e Furadouro, situados na ribeira da Raia, ajusante da albufeira do Maranhão.

Este foi de resto o primeiro Contrato de Concessão assinado paraum Aproveitamento Hidroagrícola, sendo que as partes interessadasestão a trabalhar activamente para que, em breve, outros se sigam.

Dr. José Estêvão (DGADR),Prof. Doutor António Serrano (MADRP),

Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro (MAOT),Eng.º Manuel Lacerda (ARH do Tejo)

Santarém

Salvaterra de Magos

Lisboa

Benavente

Coruche Mora

Ponte de Sor

AvisAlb. MagosAlb. M

ontargil

Alb. Maranhão

Perímetro de RegaAlbufeirasConcelhos

Localização do Aproveitamento Hidroagrícolado Vale do Sorraia

Intervenção do Ministro da Agricultura,do Desenvolvimento Rural e das Pescas,

Prof. Doutor António Serrano

Intervenção da Ministra do Ambientee do Ordenamento do Território,Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro

6ª REUNIÃO ORDINÁRIA DOCONSELHO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

Decorreu na Casa do Brasil em Santarém, no passado dia 14 deDezembro, a 6.ª reunião ordinária do Conselho de Região Hidrográficada ARH do Tejo. Esta reunião teve como agenda, para além da aprovaçãoda acta da reunião anterior, duas apresentações de cariz técnico ecientífico, a apresentação do Plano de Actividades para 2011 da ARHdo Tejo e a divulgação de actividades diversas promovidas pela instituição,quer já executadas ou em curso, quer as previstas para um futuropróximo.

Assim, após a aprovação da acta da reunião anterior, teve lugar aapresentação do tema “Concepção e Gestão de Sistemas de Drenagemde Águas Residuais e Pluviais” pelo Prof. José Saldanha Matos doInstituto Superior Técnico, Conselheiro neste CRH. “Intercepção,Tratamento e Rejeição de Águas Residuais - Casos singulares na áreada ARH do Tejo.” foi o tema apresentado pelo Conselheiro Eng.º ArnaldoPego da empresa Águas de Portugal. No sítio da ARH, em www.arhtejo.ptestão disponíveis os ficheiros que sustentaram estas apresentações.

Era ainda propósito desta reunião a obtenção de parecer do Conselhopara a proposta de Plano de Actividades para 2011. Assim, foramintroduzidos pela Eng.ª Isabel Guilherme, Directora do Departamentode Planeamento, Informação e Comunicação da ARH do Tejo, osaspectos relevantes da proposta, no que respeita ao enquadramentodas principais actividades e projectos PIDDAC previstos para 2011,associados aos objectivos estratégicos e operacionais da ARH do Tejo,sublinhando a óptica de continuidade de boa parte das acções e projectos.A Dra. Rosa Fradinho, Directora do Departamento Financeiro,Administrativo e Jurídico apresentou a afectação de recursos humanos,materiais e financeiros, a estrutura de despesas e receitas e a repartiçãodas fontes de financiamento e montantes previstos. Referiu ainda apolítica de parcerias, o processo de certificação em curso e asmetodologias de monitorização da actividade da instituição.

Os comentários que se seguiram, por parte dos Conselheiros, destacarama clareza e detalhe da proposta, permitindo o conveniente esclarecimentodas questões em presença, e sublinharam uma visão optimista daactividade da ARH do Tejo para 2011, num quadro envolvente menosfavorável. Esses comentários incluíram ainda referência à possibilidadede criação de equipas mistas de técnicos da ARH com universidades,para produção de estudos e pareceres, à importância de afectação derecursos ao tema participação pública e à oportunidade de fundamentaresta proposta de Plano de Actividades com base na actividade realizadaem 2010.

A proposta do Plano de Actividades em discussão mereceu parecerfavorável do Conselho, devendo merecer em seguida aprovação datutela.

O ponto seguinte da agenda “Outras Actividades” foi apresentado peloProf. Carlos Cupeto, director do Departamento de Recursos HídricosInteriores, tendo por objectivo dar a conhecer aos membros do CRHas principais actividades e obras em curso, os eventos promovidosrecentemente e outros acontecimentos relevantes. Deste último conjunto,destaca-se a assinatura do Contrato de Concessão para utilização daÁgua para Regra no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraia,realizada nas instalações da ARH do Tejo e que contou com a presençados Senhores Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e dasPescas (MADRP) e do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT).Este acontecimento tem um particular significado por ser o primeiro de

outros contratos de concessão que vem regularizar o título de utilizaçãoda água para os Aproveitamentos Hidroagrícolas do Estado, algunsdeles em exploração há décadas.

O ponto da agenda “Outros Assuntos” foi ilustrado com a apresentaçãoda Eng.ª Ana Adelino, da empresa Biodesign, S.A., responsável pelaParticipação Pública e Avaliação Ambiental Estratégica no âmbito doprocesso de elaboração dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica.Foram referidos o 1.º Fórum de participação pública, com 3 sessõesrecentemente realizadas em Castelo Branco, Almeirim e Caldas daRainha, e ainda as sessões de debate sectoriais dedicadas à agricultura,indústria, turismo e energia, no quadro da cenarização destes sectorespara o processo de planeamento em curso.

Sessãode Abertura

José Saldanha Matos (IST)

Conselheiros

Arnaldo Pego(Águas de Portugal)

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SESSÃO DE DEBATE REÚNE ESPECIALISTAS EM TORNO DA

NAVEGABILIDADE DO RIO TEJONo passado dia 25 de Novembro, a ARH do Tejo realizou, emconjunto com a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos(APRH), uma sessão de debate dedicada ao tema “Navegabilidadedo rio Tejo”.

O evento, que teve lugar no Grande Auditório do Laboratório Nacionalde Engenharia Civil (LNEC) em Lisboa, contou com a participaçãode especialistas com larga experiência em diversas áreas, tendosido abordadas várias perspectivas da utilização do rio Tejo.

A sessão iniciou-se com as intervenções da Presidente da APRH,Alexandra Serra, e do Presidente da ARH do Tejo, Manuel Lacerda.O painel da manhã foi moderado por João Ferrão e teve início coma comunicação de António Gonçalves Ferreira que apresentou umasíntese histórica sobre a importância que o rio Tejo assumiu naocupação do território ao longo dos séculos. António Marques partilhoua sua experiência enquanto coordenador do programa VALTEJO eJorge Honório apresentou as principais matrizes do programa POLISTejo que se encontra em desenvolvimento. Carlos Sousa Reis abordoua temática da fauna piscícola do Tejo referindo aspectos ligados àrespectiva pesca e comercialização e João Guimarães Marquespartilhou com a audiência a actividade da Associação Naval de Lisboaque, ao longo dos últimos 150 anos, tem contribuído para a práticae divulgação da náutica de recreio no estuário.

O painel da manhã contou ainda com a comunicação apresentadapor Luís Mota Figueira que evidenciou as potencialidades deaproveitamento dos recursos turístico-culturais da bacia hidrográfica

do Tejo, e terminou com a intervenção de Miguel Azevedo Coutinho,orador convidado, que focou aspectos técnicos associados àscondições de navegação fluvial, à qual se seguiu o primeiro períodode debate.

O painel da tarde foi moderado por Francisco Nunes Correia e teveinício com a comunicação de Mário Teles que salientou os aspectostécnicos da navegabilidade do estuário em parte sustentados porestudos de modelação hidrodinâmica. Natércia Cabral referiu asprincipais intervenções que a Administração do Porto de Lisboadesenvolve com o objectivo de assegurar a manutenção das condiçõesde navegabilidade no estuário e Carmona Rodrigues abordou atemática da regularização de caudais do Tejo e respectiva influênciana dinâmica sedimentar e transporte sólido em diversos troços dorio. A segurança da navegação foi o tema da comunicação de VenturaSoares, seguindo-se Fernando Ribeiro e Castro, representante doFórum Empresarial da Economia do Mar. Graça Saraiva partilhoucom os presentes a sua visão integrada dos rios e zonas marginaisdando alguns exemplos de projectos de requalificação ribeirinha jáconcretizados.

O conjunto de comunicações culminou com a intervenção deAugusto Mateus que, entre outros aspectos, frisou a oportunidadede concretização das medidas necessárias para assegurara navegabilidade do rio Tejo e, por conseguinte, permitir odesenvolvimento de actividades que contribuam para o incrementoda produtividade e competitividade deste território.

Terminadas as apresentações teve lugar um novo período dedebate, onde os participantes puderam contribuir com questões epreocupações relacionadas com o rio e respectiva navegabilidade.

Simone Pio, Vice-Presidente da ARH do Tejo, encerrou a sessão dedebate, referindo que as reflexões apresentadas permitiram identificaros principais aspectos, ambientais, culturais e económicos, quedevem ser tidos em consideração para potenciar a navegabilidadeno Tejo e cuja concretização poderá assumir um papel relevante naestratégia de desenvolvimento da região.

ParticipantesSessão de Debate1.º Painel

Sessão de Debate2.º Painel

O primeiro fórum de Participação Públicaactiva, no âmbito do PGRH do Tejo e doPBH das Ribeiras do Oeste, promovido pelaARH do Tejo e organizado pela equipaliderada pela Biodesign, S.A., desenvolveu--se em três sessões: para a região hidrográficado Tejo foram realizadas, nos dias 23 e 25de Novembro, duas sessões que tiveramlugar, respectivamente, em Castelo Brancoe Almeirim e, para o Plano das BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste realizou-se, no dia 29 de Novembro, uma sessão nasCaldas da Rainha.

A equipa de Participação Pública, sob acoordenação da Professora Lia Vasconcelos,promoveu este primeiro evento participativo,direccionado a todos os cidadãos. Numespaço aberto ao debate foram envolvidostodos os interessados em participar e colaborarna “Construção de uma Visão” para 2030,quer para a região hidrográfica do Tejo, querpara as bacias hidrográficas das Ribeiras do

Oeste. As acções de divulgação deste Fórum,consistiram na distribuição de cartazes efolhetos, em acções de relações públicas emrádios e imprensa local, e no envio de convitese folhetos a stakeholders identificados comopotenciais interessados no processo deplaneamento.As sessões, realizadas entre as 18 e as 21horas, apresentaram a seguinte sequênciade actividades:1. Recepção e Registo de Participantes;2. Actividades Preliminares, nas quais os

convidados assinalaram num mapa a suaproveniência geográfica e prioritizaram,de entre seis cenários propostos, doisVectores de Desenvolvimento;

3. Sessão de Abertura, na qual foiapresentada a estrutura dos Planos, asequipas responsáveis pela sua elaboração,bem como a metodologia a utilizar nasessão. Foi ainda apresentada pelaprimeira vez a Plataforma Electrónicaassociada ao processo de planeamentoem curso - www.planotejo.arhtejo.pt ewww.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt - evisualizado o filme de divulgação: “Clarocomo a Água”;

4. Trabalho em Grupos, que compreendeua troca de ideias entre os participantes eo preenchimento de fichas;

5. Plenário Final, que consistiu naapresentação dos resultados alcançadosem cada Grupo.

De referir que os Vectores de Desenvolvimentocom maior adesão, de entre os seis cenáriospropostos, foram, respectivamente, o EcoTejo e o Tejo Turístico para a RegiãoHidrográfica do Tejo, e as Eco Ribeiras eRibeiras do Oeste Turísticas para as BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste.

PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO EPLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICA DAS RIBEIRAS DO OESTE1º FÓRUM DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Trabalho em Grupos, Caldas da Rainha

Plenário Final, Castelo Branco

Actividades Preliminares,Castelo Branco

XXXXXX

Trabalho em Grupos,Caldas da Rainha

Registode Participantes,Castelo Branco

Sessão de Abertura,Almeirim

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SESSÃO DE DEBATE REÚNE ESPECIALISTAS EM TORNO DA

NAVEGABILIDADE DO RIO TEJONo passado dia 25 de Novembro, a ARH do Tejo realizou, emconjunto com a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos(APRH), uma sessão de debate dedicada ao tema “Navegabilidadedo rio Tejo”.

O evento, que teve lugar no Grande Auditório do Laboratório Nacionalde Engenharia Civil (LNEC) em Lisboa, contou com a participaçãode especialistas com larga experiência em diversas áreas, tendosido abordadas várias perspectivas da utilização do rio Tejo.

A sessão iniciou-se com as intervenções da Presidente da APRH,Alexandra Serra, e do Presidente da ARH do Tejo, Manuel Lacerda.O painel da manhã foi moderado por João Ferrão e teve início coma comunicação de António Gonçalves Ferreira que apresentou umasíntese histórica sobre a importância que o rio Tejo assumiu naocupação do território ao longo dos séculos. António Marques partilhoua sua experiência enquanto coordenador do programa VALTEJO eJorge Honório apresentou as principais matrizes do programa POLISTejo que se encontra em desenvolvimento. Carlos Sousa Reis abordoua temática da fauna piscícola do Tejo referindo aspectos ligados àrespectiva pesca e comercialização e João Guimarães Marquespartilhou com a audiência a actividade da Associação Naval de Lisboaque, ao longo dos últimos 150 anos, tem contribuído para a práticae divulgação da náutica de recreio no estuário.

O painel da manhã contou ainda com a comunicação apresentadapor Luís Mota Figueira que evidenciou as potencialidades deaproveitamento dos recursos turístico-culturais da bacia hidrográfica

do Tejo, e terminou com a intervenção de Miguel Azevedo Coutinho,orador convidado, que focou aspectos técnicos associados àscondições de navegação fluvial, à qual se seguiu o primeiro períodode debate.

O painel da tarde foi moderado por Francisco Nunes Correia e teveinício com a comunicação de Mário Teles que salientou os aspectostécnicos da navegabilidade do estuário em parte sustentados porestudos de modelação hidrodinâmica. Natércia Cabral referiu asprincipais intervenções que a Administração do Porto de Lisboadesenvolve com o objectivo de assegurar a manutenção das condiçõesde navegabilidade no estuário e Carmona Rodrigues abordou atemática da regularização de caudais do Tejo e respectiva influênciana dinâmica sedimentar e transporte sólido em diversos troços dorio. A segurança da navegação foi o tema da comunicação de VenturaSoares, seguindo-se Fernando Ribeiro e Castro, representante doFórum Empresarial da Economia do Mar. Graça Saraiva partilhoucom os presentes a sua visão integrada dos rios e zonas marginaisdando alguns exemplos de projectos de requalificação ribeirinha jáconcretizados.

O conjunto de comunicações culminou com a intervenção deAugusto Mateus que, entre outros aspectos, frisou a oportunidadede concretização das medidas necessárias para assegurara navegabilidade do rio Tejo e, por conseguinte, permitir odesenvolvimento de actividades que contribuam para o incrementoda produtividade e competitividade deste território.

Terminadas as apresentações teve lugar um novo período dedebate, onde os participantes puderam contribuir com questões epreocupações relacionadas com o rio e respectiva navegabilidade.

Simone Pio, Vice-Presidente da ARH do Tejo, encerrou a sessão dedebate, referindo que as reflexões apresentadas permitiram identificaros principais aspectos, ambientais, culturais e económicos, quedevem ser tidos em consideração para potenciar a navegabilidadeno Tejo e cuja concretização poderá assumir um papel relevante naestratégia de desenvolvimento da região.

ParticipantesSessão de Debate1.º Painel

Sessão de Debate2.º Painel

O primeiro fórum de Participação Públicaactiva, no âmbito do PGRH do Tejo e doPBH das Ribeiras do Oeste, promovido pelaARH do Tejo e organizado pela equipaliderada pela Biodesign, S.A., desenvolveu--se em três sessões: para a região hidrográficado Tejo foram realizadas, nos dias 23 e 25de Novembro, duas sessões que tiveramlugar, respectivamente, em Castelo Brancoe Almeirim e, para o Plano das BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste realizou-se, no dia 29 de Novembro, uma sessão nasCaldas da Rainha.

A equipa de Participação Pública, sob acoordenação da Professora Lia Vasconcelos,promoveu este primeiro evento participativo,direccionado a todos os cidadãos. Numespaço aberto ao debate foram envolvidostodos os interessados em participar e colaborarna “Construção de uma Visão” para 2030,quer para a região hidrográfica do Tejo, querpara as bacias hidrográficas das Ribeiras do

Oeste. As acções de divulgação deste Fórum,consistiram na distribuição de cartazes efolhetos, em acções de relações públicas emrádios e imprensa local, e no envio de convitese folhetos a stakeholders identificados comopotenciais interessados no processo deplaneamento.As sessões, realizadas entre as 18 e as 21horas, apresentaram a seguinte sequênciade actividades:1. Recepção e Registo de Participantes;2. Actividades Preliminares, nas quais os

convidados assinalaram num mapa a suaproveniência geográfica e prioritizaram,de entre seis cenários propostos, doisVectores de Desenvolvimento;

3. Sessão de Abertura, na qual foiapresentada a estrutura dos Planos, asequipas responsáveis pela sua elaboração,bem como a metodologia a utilizar nasessão. Foi ainda apresentada pelaprimeira vez a Plataforma Electrónicaassociada ao processo de planeamentoem curso - www.planotejo.arhtejo.pt ewww.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt - evisualizado o filme de divulgação: “Clarocomo a Água”;

4. Trabalho em Grupos, que compreendeua troca de ideias entre os participantes eo preenchimento de fichas;

5. Plenário Final, que consistiu naapresentação dos resultados alcançadosem cada Grupo.

De referir que os Vectores de Desenvolvimentocom maior adesão, de entre os seis cenáriospropostos, foram, respectivamente, o EcoTejo e o Tejo Turístico para a RegiãoHidrográfica do Tejo, e as Eco Ribeiras eRibeiras do Oeste Turísticas para as BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste.

PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO EPLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICA DAS RIBEIRAS DO OESTE1º FÓRUM DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Trabalho em Grupos, Caldas da Rainha

Plenário Final, Castelo Branco

Actividades Preliminares,Castelo Branco

XXXXXX

Trabalho em Grupos,Caldas da Rainha

Registode Participantes,Castelo Branco

Sessão de Abertura,Almeirim

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Foram concluídos no passado mês deNovembro, os trabalhos das obras deemergência que a ARH do Tejo promoveuno dique marginal do Tejo junto da aldeiaavieira do Lezirão.

Recorda-se que estas obras resultaram danecessidade imperiosa e urgente de suster ereparar os efeitos erosivos provocados pelasintempéries do último Inverno, que ameaçarame criaram uma situação de potencial riscopara os habitantes daquela aldeia piscatóriae para as instalações e equipamentosagrícolas, representando uma área de cercade quatrocentos hectares de terrenos da lezíriaribatejana confinante com o dique.

Conteve-se, assim, o risco eminente de roturada margem do rio Tejo e dique marginal, quea acontecer por acção dos caudais do rio Tejoe pelo desgaste contínuo provocado peloefeito de oscilação das marés, iria conduzirà inundação e salinização dos solos daspropriedades adjacentes.

Os trabalhos de consolidação da margem dorio Tejo e do dique do Lezirão, numa extensãode cerca de 700 m, consistiram na estabilizaçãoda margem, reperfilamento e alargamento donúcleo do dique e protecção dos taludes emcontacto com a água através de revestimentosem enrocamento de pedra arrumada sobre

manta de geotextil. O coroamento do diquedepois do alargamento foi tornado transitável

com a colocação de uma camada derevestimento em macadame.

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

ARH DO TEJO NO 1.º FÓRUM INTERNACIONAL DE ENGENHARIACIVIL DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

A ARH do Tejo esteve presente com um espaço de exposição no1.º Fórum Internacional de Engenharia Civil do Instituto Politécnicode Castelo Branco, que decorreu nos dias 3, 4 e 5 de Novembro. Noevento, subordinado ao tema central “A Sustentabilidade na Engenharia”,marcaram presença personalidades de reconhecido mérito na área daEngenharia Civil. Entre os oradores convidados, esteve o Eng. Carlos Pina,Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), oEng. Álvaro Seco, Professor Associado da Universidade de Coimbra (DEC– FCTUC) e o Professor Fernando Schnaid, da Universidade Federal doRio Grande do Sul no Brasil. O programa foi dividido em cinco painéis:Geotecnia, Construções, Hidráulica, Planeamento e Estruturas.

No último dia do evento realizou-se uma visita técnica à Barragemde Castelo de Bode, onde alunos e convidados puderam ter umcontacto directo com a infra-estrutura de uma barragem comcaracterísticas de produção de energia eléctrica. Em paralelo àssessões decorreu uma exposição técnica de materiais, equipamento,serviços e publicações ligados aos temas do evento. A presença daARH do Tejo neste espaço visa divulgar este Instituto, nassuas diferentes competências e vocações, sobretudo junto de umpúblico jovem e qualificado como são os futuros engenheiros.

Expositor da ARH do Tejo

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Nazaré Surf Pro, dia de competição

Praia do Norte, Nazaré

Final da liga Pro Surf 2010

Nazaré Surf ProA Nazaré acolheu, nos dias 26 e 27 deNovembro, a última e decisiva etapa da maisimportante prova do calendário nacional de surf,a liga Pro Surf 2010. A competição decorreu naPraia do Norte, que se apresentou com ondasfavoráveis à realização de um excelenteespectáculo. Organizado pela Câmara Municipalda Nazaré e Associação Nacional de Surfistas,sob a tutela da Federação Portuguesa de Surf,o Nazaré Surf Pro é prova da afirmação daNazaré como um dos principais spots nacionaispara a prática dos desportos de ondas.Justin Mujica foi o vencedor da etapa,conquistando também o título de campeãonacional. Os restantes lugares do pódio foramocupados, respectivamente, por EduardoFernandes, Vasco Ribeiro e André Pedroso. O

até então líder do ranking, Frederico Morais,ficou pelo caminho nas meias-finais. Nacompetição feminina Francisca Santos foi agrande vencedora, ao alcançar a vitória docampeonato e do circuito. Carina Duarte, queocupava a primeira posição do ranking, tambémnão foi além das meias-finais.Para além da última etapa da Liga Pro Surf 2010,a Nazaré recebeu ainda, no dia 27 de Novembro,a segunda edição do Portugal Surf Awards e aquarta edição dos Prémios Surf Portugal TMN,cerimónias de consagração e de entrega deprémios aos campeões nacionais e apersonalidades do surf em Portugal. Tiago Piresrecebeu por duas vezes o prémio de Surfistado Ano, já que quer a Associação Nacional deSurfistas, quer o público, decidiram distinguir o

atleta prestigio do surf português.O galardão Personalidade Internacional do Anofoi entregue a Garrett McNamara, o "extremewaterman" que esteve durante o mês deNovembro na Nazaré. McNamara é um dossurfistas de ondas grandes mais conceituadosdo mundo, vencedor de múltiplos prémios daespecialidade. Nesta que foi a sua primeiraviagem a Portugal, dedicou-se à exploraçãodas potencialidades das ondas da Praia doNorte, experiência que serviu como ensaio paraa realização de um grande evento internacionalde ondas grandes na Nazaré em 2012. A CâmaraMunicipal da Nazaré e Garrett McNamara vãoainda trabalhar em conjunto, no âmbito de umplano de acção para promoção da Nazaré como"Ocean Center" de referência mundial.

Justin Mujica,Campeão Nacionalda Liga ProSurf 2010

OBRAS DE EMERGÊNCIARECONSTRUÇÃO DO DIQUE DO LEZIRÃO, CONCELHO DA AZAMBUJA

Estragos na margem edique junto da aldeia do Lezirão

Vista geral do troçoconsolidado do dique

Aspecto da execução dos trabalhos

Painel de Sinalização

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Foram concluídos no passado mês deNovembro, os trabalhos das obras deemergência que a ARH do Tejo promoveuno dique marginal do Tejo junto da aldeiaavieira do Lezirão.

Recorda-se que estas obras resultaram danecessidade imperiosa e urgente de suster ereparar os efeitos erosivos provocados pelasintempéries do último Inverno, que ameaçarame criaram uma situação de potencial riscopara os habitantes daquela aldeia piscatóriae para as instalações e equipamentosagrícolas, representando uma área de cercade quatrocentos hectares de terrenos da lezíriaribatejana confinante com o dique.

Conteve-se, assim, o risco eminente de roturada margem do rio Tejo e dique marginal, quea acontecer por acção dos caudais do rio Tejoe pelo desgaste contínuo provocado peloefeito de oscilação das marés, iria conduzirà inundação e salinização dos solos daspropriedades adjacentes.

Os trabalhos de consolidação da margem dorio Tejo e do dique do Lezirão, numa extensãode cerca de 700 m, consistiram na estabilizaçãoda margem, reperfilamento e alargamento donúcleo do dique e protecção dos taludes emcontacto com a água através de revestimentosem enrocamento de pedra arrumada sobre

manta de geotextil. O coroamento do diquedepois do alargamento foi tornado transitável

com a colocação de uma camada derevestimento em macadame.

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ARH DO TEJO NO 1.º FÓRUM INTERNACIONAL DE ENGENHARIACIVIL DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

A ARH do Tejo esteve presente com um espaço de exposição no1.º Fórum Internacional de Engenharia Civil do Instituto Politécnicode Castelo Branco, que decorreu nos dias 3, 4 e 5 de Novembro. Noevento, subordinado ao tema central “A Sustentabilidade na Engenharia”,marcaram presença personalidades de reconhecido mérito na área daEngenharia Civil. Entre os oradores convidados, esteve o Eng. Carlos Pina,Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), oEng. Álvaro Seco, Professor Associado da Universidade de Coimbra (DEC– FCTUC) e o Professor Fernando Schnaid, da Universidade Federal doRio Grande do Sul no Brasil. O programa foi dividido em cinco painéis:Geotecnia, Construções, Hidráulica, Planeamento e Estruturas.

No último dia do evento realizou-se uma visita técnica à Barragemde Castelo de Bode, onde alunos e convidados puderam ter umcontacto directo com a infra-estrutura de uma barragem comcaracterísticas de produção de energia eléctrica. Em paralelo àssessões decorreu uma exposição técnica de materiais, equipamento,serviços e publicações ligados aos temas do evento. A presença daARH do Tejo neste espaço visa divulgar este Instituto, nassuas diferentes competências e vocações, sobretudo junto de umpúblico jovem e qualificado como são os futuros engenheiros.

Expositor da ARH do Tejo

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Nazaré Surf Pro, dia de competição

Praia do Norte, Nazaré

Final da liga Pro Surf 2010

Nazaré Surf ProA Nazaré acolheu, nos dias 26 e 27 deNovembro, a última e decisiva etapa da maisimportante prova do calendário nacional de surf,a liga Pro Surf 2010. A competição decorreu naPraia do Norte, que se apresentou com ondasfavoráveis à realização de um excelenteespectáculo. Organizado pela Câmara Municipalda Nazaré e Associação Nacional de Surfistas,sob a tutela da Federação Portuguesa de Surf,o Nazaré Surf Pro é prova da afirmação daNazaré como um dos principais spots nacionaispara a prática dos desportos de ondas.Justin Mujica foi o vencedor da etapa,conquistando também o título de campeãonacional. Os restantes lugares do pódio foramocupados, respectivamente, por EduardoFernandes, Vasco Ribeiro e André Pedroso. O

até então líder do ranking, Frederico Morais,ficou pelo caminho nas meias-finais. Nacompetição feminina Francisca Santos foi agrande vencedora, ao alcançar a vitória docampeonato e do circuito. Carina Duarte, queocupava a primeira posição do ranking, tambémnão foi além das meias-finais.Para além da última etapa da Liga Pro Surf 2010,a Nazaré recebeu ainda, no dia 27 de Novembro,a segunda edição do Portugal Surf Awards e aquarta edição dos Prémios Surf Portugal TMN,cerimónias de consagração e de entrega deprémios aos campeões nacionais e apersonalidades do surf em Portugal. Tiago Piresrecebeu por duas vezes o prémio de Surfistado Ano, já que quer a Associação Nacional deSurfistas, quer o público, decidiram distinguir o

atleta prestigio do surf português.O galardão Personalidade Internacional do Anofoi entregue a Garrett McNamara, o "extremewaterman" que esteve durante o mês deNovembro na Nazaré. McNamara é um dossurfistas de ondas grandes mais conceituadosdo mundo, vencedor de múltiplos prémios daespecialidade. Nesta que foi a sua primeiraviagem a Portugal, dedicou-se à exploraçãodas potencialidades das ondas da Praia doNorte, experiência que serviu como ensaio paraa realização de um grande evento internacionalde ondas grandes na Nazaré em 2012. A CâmaraMunicipal da Nazaré e Garrett McNamara vãoainda trabalhar em conjunto, no âmbito de umplano de acção para promoção da Nazaré como"Ocean Center" de referência mundial.

Justin Mujica,Campeão Nacionalda Liga ProSurf 2010

OBRAS DE EMERGÊNCIARECONSTRUÇÃO DO DIQUE DO LEZIRÃO, CONCELHO DA AZAMBUJA

Estragos na margem edique junto da aldeia do Lezirão

Vista geral do troçoconsolidado do dique

Aspecto da execução dos trabalhos

Painel de Sinalização

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MUNICÍPIOS

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MUNICÍPIOSinterior do edifício de apoio já existente. Aligação entre estes dois espaços, parque decampismo propriamente dito, e zona do clubenáutico destinada a parqueamento dasembarcações, será possível através dosbalneários e vestiários, que serão comuns ecomplementares.Exteriormente ao parque de campismo, mascomo complemento e apoiada por este, seráconstruída uma área para 11 estacionamentosde auto-caravanas. Esta área deestacionamento será implantada numapequena plataforma ajardinada e arborizadajá existente, integrada na rede viária da zonade lazer. Serão aproveitadas algumas árvoresexistentes e criada uma zona de merendas,onde serão localizados recipientes para lixo.Devido à sua localização, junto ao aglomeradourbano de Porto do Tejo, e zona de lazer docais de recreio do rio Tejo, encontram-se jáassegurados os fornecimentos de energiaeléctrica, e água potável, assim como oescoamento eficaz de águas residuais e deesgotos, através das diferentes redes públicas.Em relação à utilização do parque de campismopor pessoas com dificuldades motoras, alémdas instalações sanitárias adequadas, serápossível a sua deslocação em todo o recintodo parque e zonas envolventes, uma vez queserá respeitado o Decreto-Lei n.º 123/97, tantoem passeios e vias de acesso como no acessoa, e dentro de, edifícios. Podemos afirmar queeste novo equipamento será um complexosem barreiras.Este equipamento é uma grande aposta turísticada Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.

O complexo centro náutico/parque decampismo irá promover a prática de actividadesdesportivas náuticas de uma forma integradana natureza, num espaço privilegiado tanto doponto de vista panorâmico como de acessos.Teremos ainda de salientar que, ao serproporcionada uma área de estacionamentoe serviço para auto-caravanas, uma forma deturismo em grande desenvolvimento em todaa Europa, Vila Velha de Ródão, o rio Tejo e as“Portas de Ródão” serão sem dúvida um marcoimportante e incontornável no roteiro turísticonão só da região, mas de todo o país.

PASSEIO PÚBLICO JUNTOAO RIO TEJO E PONTE PEDONALSOBRE O ENXARRIQUEVILA VELHA DE RÓDÃO

A área de intervenção do projecto Passeiopúblico junto ao rio Tejo e Ponte pedonal sobreo Enxarrique localiza-se a sul do núcleo urbanode Vila Velha de Ródão, na margem direita dorio Tejo. Abrange uma área de 7 800 m2, limitadaa poente pelo cais fluvial (e futuramente peloparque de campismo), implicando que a áreaestá, e estará, inevitavelmente vocacionada parao lazer associado ao rio - o Tejo surge como olimite natural a sul de toda a área considerada.Os objectivos deste projecto prendem-se coma necessidade de integrar espaços quepromovam a protecção associada à fruição,estadia e lazer numa localização de excepção,

potenciada pela estreita relação com o rio Tejo,e a ligação com a Foz do Enxarrique, localarqueológico classificado, que se reveste dedestacada importância no contexto nacionalpor possuir vestígios de indústria lítica e faunapré-históricas.Os valores patrimoniais geológicos, florísticos,faunísticos e culturais, únicos no contexto nacional,do conjunto mais abrangente em que se inserea presente área de intervenção potenciam ointeresse de um adequado aproveitamento erecuperação do espaço a intervir.A proposta, que responde ao programa definidopela autarquia, organiza este espaço linearribeirinho de modo a definir percursos associadosa áreas de estadia e de lazer, e define umenquadramento através do uso qualitativo devegetação e equipamento pontual.As duas zonas de intervenção correspondemà margem esquerda (ZONA 1) e à margemdireita (ZONA 2) do Enxarrique.A ZONA 1 estará relacionada com o usodirectamente associado ao cais fluvial, comligação à malha urbana, oferecendo apossibilidade de estadia, com um relvadocentral, prado, conjuntos arbustivos e árvores.Terá um caminho principal que une directamentea zona do cais ao Enxarrique.A ZONA 2 será essencialmente de circulação//ligação/interpretação, apenas com umapequena área de estadia, com prado de sequeiro,e conjuntos plantados de árvores e arbustosautóctones em situações pontuais. Integra umaponte pedonal em madeira, com cerca de 45 m,que ligará ambas as margens do ribeiro doEnxarrique e a estrada da Senhora da Alagada.

PARQUE DE CAMPISMOE CARAVANISMODE VILA VELHA DE RÓDÃO

O parque de campismo e caravanismo destina--se a ser o pólo dinamizador desta zona de recreiojunto ao Tejo, completando, integrando e apoiandoo actual centro náutico, conjuntamente com umapequena zona de estacionamento para auto--caravanas a localizar defronte do parque, a qualfaz igualmente parte do presente estudo.Assim, é proposto um principal conjuntoarquitectónico constituído pela recepção/pontode informação turística, zona de apoio aoguarda, gabinete médico e balneários/vestiários,junto da entrada do parque. Este conjunto,além do apoio necessário aos campistas, irápermitir o acesso à zona de parqueamento dosbarcos do clube náutico, uma vez que se prevêque a maioria dos utilizadores do futuro parquede campismo, sejam praticantes de desportosnáuticos.A intervenção no terreno actualmente ocupadopelo clube náutico resume-se à construção deum grande “Telheiro” para cobertura eprotecção das embarcações, e a remodelação

O concelho de Vila Velha de Ródão, situadoa escassas duas horas de Lisboa por auto--estrada (A23) ou via-férrea (Linha da Beira--Baixa), oferece uma paisagem originalmarcada por um dos mais imponentesmonumentos naturais portugueses - asPortas de Ródão - e um vasto patrimónioarqueológico, inigualável na região.Através de um passeio de barco, o visitanteterá oportunidade de admirar a suaextraordinária beleza bem como algumas dasmagníficas gravuras do vasto Complexo deArte Rupestre do Vale do Tejo.As Portas de Ródão, classificadas MonumentoNatural em 2009, constituem um lugar únicopelos seus valores geológicos (gargantaepigénica de Ródão), paisagísticos (Serra dasTalhadas, sítio Natura 2000), arqueológicos(Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo,estações de Vilas Ruivas e Foz do Enxarrique,Conhal do Arneiro), históricos (Castelo de Ródão,monumento nacional classificado) e biológicos(flora autóctone e zimbrais de Juniperusoxycedrus, e mais de 170 espécies de fauna,algumas raras em Portugal, como a cegonha--negra, o bufo-real e o abutre-do-Egipto, alémde uma importante colónia de grifos).Para além deste pórtico monumental sulcadopelo rio, outros locais têm relevância turísticacomo o conjunto Castelo de Ródão - Capelada Sra. do Castelo, requalificado em 2008; astradições e a riqueza peculiar e etnográfica dasaldeias do concelho, das quais sobressai aFoz do Cobrão, que integra a Rede das Aldeiasde Xisto; a exposição de Arqueologia de Ródãolocalizada no Centro Municipal de Cultura eDesenvolvimento, que detém um espólio

temático valioso; a Estalagem Portas de Ródão,as estruturas para a prática desportiva e delazer (piscinas municipais, cais fluvial); a médiae pequena indústria, que aposta nos produtoslocais e tradicionais; o pequeno investimentoindividual e as associações culturais erecreativas, dinâmicas e colaborantes.De forma a transformar esta área raiana emregião competitiva e com capacidade paraenfrentar os novos desafios colocados aPortugal tornou-se imperativo, por parte daautarquia de Ródão, o incentivo aoinvestimento no turismo. Neste sentido, aCâmara Municipal colocou em destaque, noconjunto de objectivos estratégicosautárquicos para 2010-2011, a melhoria daatractividade turística do rio Tejo, através davalorização da margem direita junto ao caisde Ródão e da promoção da prática deactividades náuticas.Em paralelo, a autarquia tem promovidoiniciativas que desempenham um papeldinâmico e motivador para a valorizaçãodas potencialidades regionais. Destacam-se,neste quadro, os projectos de valorizaçãodos produtos regionais - vinho, azeite, queijo,gastronomia e doçaria regionais - que seencontram já em desenvolvimento pelaacção de entidades intermunicipais e daprópria autarquia.Vila Velha de Ródão aposta também nacriação de unidades de interesse turístico(paisagístico, cultural e científico) que sejaminovadoras e capazes de atraírem públicos,ao mesmo tempo que promovem a motivaçãocontínua dos munícipes. Seguindo a estratégiapara o turismo no concelho, a autarquiaconseguiu construir, estruturas culturaisdiferenciadoras e de elevada qualidade comoa Casa de Artes e Cultura do Tejo e a BibliotecaMunicipal José Baptista Martins.Em breve serão erguidos em Vila Velha deRódão, o Centro Interpretativo da ArteRupestre, Arqueologia e Geologia do Vale doTejo, num projecto do Arqto. Mário Benjamim(C. Branco), e o Centro de Formação ArtísticaManuel Cargaleiro (projecto do Arqto. ÁlvaroLeite Siza Vieira, já parcialmente apoiado peloTurismo de Portugal). Este conjunto de pólosculturais de forte atractividade contribuirácertamente para incrementar o turismo noconcelho, em termos qualitativos equantitativos, e podem, pela sua qualidade,tornar-se referências de marca, quer a nívelregional e nacional, como internacional.

Maria do Carmo SequeiraPresidente da Câmara Municipal

de Vila Velha de Ródão

No âmbito da Valorização e da Requalificação da Margem Direitado Rio Tejo, a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão está aimplementar, na zona ribeirinha, dois projectos articulados queintegram o centro náutico e o cais fluvial, em Vila Velha de Ródão.

Planta projecto Passeio pedonal Enxarrique

Parque Campismo - Plano Geral

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MUNICÍPIOS

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MUNICÍPIOSinterior do edifício de apoio já existente. Aligação entre estes dois espaços, parque decampismo propriamente dito, e zona do clubenáutico destinada a parqueamento dasembarcações, será possível através dosbalneários e vestiários, que serão comuns ecomplementares.Exteriormente ao parque de campismo, mascomo complemento e apoiada por este, seráconstruída uma área para 11 estacionamentosde auto-caravanas. Esta área deestacionamento será implantada numapequena plataforma ajardinada e arborizadajá existente, integrada na rede viária da zonade lazer. Serão aproveitadas algumas árvoresexistentes e criada uma zona de merendas,onde serão localizados recipientes para lixo.Devido à sua localização, junto ao aglomeradourbano de Porto do Tejo, e zona de lazer docais de recreio do rio Tejo, encontram-se jáassegurados os fornecimentos de energiaeléctrica, e água potável, assim como oescoamento eficaz de águas residuais e deesgotos, através das diferentes redes públicas.Em relação à utilização do parque de campismopor pessoas com dificuldades motoras, alémdas instalações sanitárias adequadas, serápossível a sua deslocação em todo o recintodo parque e zonas envolventes, uma vez queserá respeitado o Decreto-Lei n.º 123/97, tantoem passeios e vias de acesso como no acessoa, e dentro de, edifícios. Podemos afirmar queeste novo equipamento será um complexosem barreiras.Este equipamento é uma grande aposta turísticada Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.

O complexo centro náutico/parque decampismo irá promover a prática de actividadesdesportivas náuticas de uma forma integradana natureza, num espaço privilegiado tanto doponto de vista panorâmico como de acessos.Teremos ainda de salientar que, ao serproporcionada uma área de estacionamentoe serviço para auto-caravanas, uma forma deturismo em grande desenvolvimento em todaa Europa, Vila Velha de Ródão, o rio Tejo e as“Portas de Ródão” serão sem dúvida um marcoimportante e incontornável no roteiro turísticonão só da região, mas de todo o país.

PASSEIO PÚBLICO JUNTOAO RIO TEJO E PONTE PEDONALSOBRE O ENXARRIQUEVILA VELHA DE RÓDÃO

A área de intervenção do projecto Passeiopúblico junto ao rio Tejo e Ponte pedonal sobreo Enxarrique localiza-se a sul do núcleo urbanode Vila Velha de Ródão, na margem direita dorio Tejo. Abrange uma área de 7 800 m2, limitadaa poente pelo cais fluvial (e futuramente peloparque de campismo), implicando que a áreaestá, e estará, inevitavelmente vocacionada parao lazer associado ao rio - o Tejo surge como olimite natural a sul de toda a área considerada.Os objectivos deste projecto prendem-se coma necessidade de integrar espaços quepromovam a protecção associada à fruição,estadia e lazer numa localização de excepção,

potenciada pela estreita relação com o rio Tejo,e a ligação com a Foz do Enxarrique, localarqueológico classificado, que se reveste dedestacada importância no contexto nacionalpor possuir vestígios de indústria lítica e faunapré-históricas.Os valores patrimoniais geológicos, florísticos,faunísticos e culturais, únicos no contexto nacional,do conjunto mais abrangente em que se inserea presente área de intervenção potenciam ointeresse de um adequado aproveitamento erecuperação do espaço a intervir.A proposta, que responde ao programa definidopela autarquia, organiza este espaço linearribeirinho de modo a definir percursos associadosa áreas de estadia e de lazer, e define umenquadramento através do uso qualitativo devegetação e equipamento pontual.As duas zonas de intervenção correspondemà margem esquerda (ZONA 1) e à margemdireita (ZONA 2) do Enxarrique.A ZONA 1 estará relacionada com o usodirectamente associado ao cais fluvial, comligação à malha urbana, oferecendo apossibilidade de estadia, com um relvadocentral, prado, conjuntos arbustivos e árvores.Terá um caminho principal que une directamentea zona do cais ao Enxarrique.A ZONA 2 será essencialmente de circulação//ligação/interpretação, apenas com umapequena área de estadia, com prado de sequeiro,e conjuntos plantados de árvores e arbustosautóctones em situações pontuais. Integra umaponte pedonal em madeira, com cerca de 45 m,que ligará ambas as margens do ribeiro doEnxarrique e a estrada da Senhora da Alagada.

PARQUE DE CAMPISMOE CARAVANISMODE VILA VELHA DE RÓDÃO

O parque de campismo e caravanismo destina--se a ser o pólo dinamizador desta zona de recreiojunto ao Tejo, completando, integrando e apoiandoo actual centro náutico, conjuntamente com umapequena zona de estacionamento para auto--caravanas a localizar defronte do parque, a qualfaz igualmente parte do presente estudo.Assim, é proposto um principal conjuntoarquitectónico constituído pela recepção/pontode informação turística, zona de apoio aoguarda, gabinete médico e balneários/vestiários,junto da entrada do parque. Este conjunto,além do apoio necessário aos campistas, irápermitir o acesso à zona de parqueamento dosbarcos do clube náutico, uma vez que se prevêque a maioria dos utilizadores do futuro parquede campismo, sejam praticantes de desportosnáuticos.A intervenção no terreno actualmente ocupadopelo clube náutico resume-se à construção deum grande “Telheiro” para cobertura eprotecção das embarcações, e a remodelação

O concelho de Vila Velha de Ródão, situadoa escassas duas horas de Lisboa por auto--estrada (A23) ou via-férrea (Linha da Beira--Baixa), oferece uma paisagem originalmarcada por um dos mais imponentesmonumentos naturais portugueses - asPortas de Ródão - e um vasto patrimónioarqueológico, inigualável na região.Através de um passeio de barco, o visitanteterá oportunidade de admirar a suaextraordinária beleza bem como algumas dasmagníficas gravuras do vasto Complexo deArte Rupestre do Vale do Tejo.As Portas de Ródão, classificadas MonumentoNatural em 2009, constituem um lugar únicopelos seus valores geológicos (gargantaepigénica de Ródão), paisagísticos (Serra dasTalhadas, sítio Natura 2000), arqueológicos(Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo,estações de Vilas Ruivas e Foz do Enxarrique,Conhal do Arneiro), históricos (Castelo de Ródão,monumento nacional classificado) e biológicos(flora autóctone e zimbrais de Juniperusoxycedrus, e mais de 170 espécies de fauna,algumas raras em Portugal, como a cegonha--negra, o bufo-real e o abutre-do-Egipto, alémde uma importante colónia de grifos).Para além deste pórtico monumental sulcadopelo rio, outros locais têm relevância turísticacomo o conjunto Castelo de Ródão - Capelada Sra. do Castelo, requalificado em 2008; astradições e a riqueza peculiar e etnográfica dasaldeias do concelho, das quais sobressai aFoz do Cobrão, que integra a Rede das Aldeiasde Xisto; a exposição de Arqueologia de Ródãolocalizada no Centro Municipal de Cultura eDesenvolvimento, que detém um espólio

temático valioso; a Estalagem Portas de Ródão,as estruturas para a prática desportiva e delazer (piscinas municipais, cais fluvial); a médiae pequena indústria, que aposta nos produtoslocais e tradicionais; o pequeno investimentoindividual e as associações culturais erecreativas, dinâmicas e colaborantes.De forma a transformar esta área raiana emregião competitiva e com capacidade paraenfrentar os novos desafios colocados aPortugal tornou-se imperativo, por parte daautarquia de Ródão, o incentivo aoinvestimento no turismo. Neste sentido, aCâmara Municipal colocou em destaque, noconjunto de objectivos estratégicosautárquicos para 2010-2011, a melhoria daatractividade turística do rio Tejo, através davalorização da margem direita junto ao caisde Ródão e da promoção da prática deactividades náuticas.Em paralelo, a autarquia tem promovidoiniciativas que desempenham um papeldinâmico e motivador para a valorizaçãodas potencialidades regionais. Destacam-se,neste quadro, os projectos de valorizaçãodos produtos regionais - vinho, azeite, queijo,gastronomia e doçaria regionais - que seencontram já em desenvolvimento pelaacção de entidades intermunicipais e daprópria autarquia.Vila Velha de Ródão aposta também nacriação de unidades de interesse turístico(paisagístico, cultural e científico) que sejaminovadoras e capazes de atraírem públicos,ao mesmo tempo que promovem a motivaçãocontínua dos munícipes. Seguindo a estratégiapara o turismo no concelho, a autarquiaconseguiu construir, estruturas culturaisdiferenciadoras e de elevada qualidade comoa Casa de Artes e Cultura do Tejo e a BibliotecaMunicipal José Baptista Martins.Em breve serão erguidos em Vila Velha deRódão, o Centro Interpretativo da ArteRupestre, Arqueologia e Geologia do Vale doTejo, num projecto do Arqto. Mário Benjamim(C. Branco), e o Centro de Formação ArtísticaManuel Cargaleiro (projecto do Arqto. ÁlvaroLeite Siza Vieira, já parcialmente apoiado peloTurismo de Portugal). Este conjunto de pólosculturais de forte atractividade contribuirácertamente para incrementar o turismo noconcelho, em termos qualitativos equantitativos, e podem, pela sua qualidade,tornar-se referências de marca, quer a nívelregional e nacional, como internacional.

Maria do Carmo SequeiraPresidente da Câmara Municipal

de Vila Velha de Ródão

No âmbito da Valorização e da Requalificação da Margem Direitado Rio Tejo, a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão está aimplementar, na zona ribeirinha, dois projectos articulados queintegram o centro náutico e o cais fluvial, em Vila Velha de Ródão.

Planta projecto Passeio pedonal Enxarrique

Parque Campismo - Plano Geral

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AGENDA

SEDEAdministração da Região Hidrográficado Tejo, I. P.Rua Braamcamp, 71250-048 LISBOATel.: 211 554 800Fax: 211 554 809

Gabinete Sub-Regional do Oeste(GOE)Av. Engº. Luís Paiva e Sousa, 62500-329 CALDAS DA RAINHATel.: 262 100 630Fax: 262 100 631

Gabinete Sub-Regional do Médio e AltoTejo (GMAT)Praça Visconde Serra do Pilar, 4, 1º2000-093 SANTARÉMTel.: 243 109 600/1

Pólo de AbrantesRua D. João IV, 332200-397 ABRANTESTel.: 241 100 050

Pólo de PortalegreBairro da Fontedeira, Bloco 1 Cave7300-076 PORTALEGRETel.: 245 100 560Fax 245 100 561

Pólo de Castelo BrancoRua da Fonte Nova, 1Quinta da Fonte Nova6000 -167 CASTELO BRANCOTel.: 272 100 510Fax 272 100 511

Pólo da GuardaGaveto das Ruas Pedro Álvares Cabrale Almirante Gago Coutinho6300-517 GUARDATel.: 271 100 584

CONTACTOS

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FICHA TÉCNICAPropriedade: ARH do Tejo, I.P.Director: Manuel LacerdaEdição: ARH do Tejo, I.P.Design: GPI

1 0D E Z E M B R O

CONGRESSO NACIONAL DE TURISMO E AMBIENTEDe 30 de Março a 1 de Abril de 2011Sesimbra

Organizado pelo Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa,em parceria com a Câmara Municipal de Sesimbra, o congresso decorre de 30 de Março a1 de Abril de 2011. A importância do turismo na socioeconomia; o papel do turismo nadivulgação da cultura e tradições das comunidades piscatórias; a sustentabilidade do sectorturístico; o impacto ambiental nas zonas costeiras e a gestão sustentável do turismo na orlacosteira são alguns dos temas a abordar. Pretende-se ainda debater alguns aspectos denatureza regional como a cultura piscatória, o artesanato e os produtos regionais de Sesimbra.

VII CONGRESSO IBÉRICO "GESTIÓN Y PLANIFICACIÓN DEL ÁGUA"16 a 19 de Fevereiro de 2011Talavera de la Reina, Toledo

Organizado pela Fundacion Nueva Cultura del Agua, o VII Congresso Ibérico "Gestión yplanificación del água" praticamente coincide com o décimo aniversário da entrada em vigorda Directiva Quadro da Água (DQA), que veio renovar o quadro europeu em matéria de gestãode recursos hídricos. Estado ambiental e impactos das mudanças globais sobre os rios e águasde transição; integração do território e da paisagem; conhecimentos e tecnologias da água; agestão da água no Tejo internacional e a interligação das bacias hidrográficas ibéricas sob oscritérios da DQA são algumas das temáticas a abordar no VII Congresso Ibérico sobre gestãoe planificação de recursos hídricos que decorre, de 16 a 19 de Fevereiro, em Toledo.

VI CONGRESSO SOBRE PLANEAMENTO E GESTÃO DAS ZONASCOSTEIRAS DOS PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESADe 4 a 8 de Abril de 2011Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Com a concentração da população mundial nas zonas costeiras multiplicam-se as situações derisco. Os acidentes nestas zonas são fonte de notícias com um forte eco na comunidadeinternacional, pelas suas consequências sociais e ambientais. Neste âmbito, a ilha da Boa Vistaem Cabo Verde recebe, de 4 a 8 de Abril de 2011, o VI Congresso sobre Planeamento e Gestãodas Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa, subordinado ao tema "As ZonasCosteiras em Risco".O congresso, que será antecedido por um Curso Intensivo de Análise de Risco em SistemasCosteiros, analisará estas questões nas suas diversas abordagens, desde a escala local à escalanacional e regional, identificando os principais processos e mecanismos associados aos riscosna orla costeira, assim como as principais medidas de planeamento, gestão e mitigação. As últimascinco edições do congresso possibilitaram uma enriquecedora partilha de experiências quecertamente vai prosseguir e consolidar-se nesta que é a sua sexta edição.