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SUMÁRIO Introdução _____________________________________________________________________ A caracterização do fundo marinho quanto a sua constituição geológica e relevo é fundamental na determinação dos prováveis recursos pesqueiros, que possa abrigar a arte de pesca a ser empregada e as manobras de captura da embarcação. Dentro deste contexto, o Programa REVIZEE, do Ministério do Meio Ambiente, através dos navios Prof. W. Besnard do IOUSP e Atlântico Sul da FURG, coletou uma grande quantidade de dados de batimetria, de amostras de fundo e de resposta acústica do fundo, que combinados com outros dados preexistentes, permitem uma boa caracterização do fundo marinho. Um primeiro experimento neste sentido foi realizado por Figueiredo e Tessler (1999) e divulgado em um relatório elaborado pelas equipes do Lagemar-UFF e IOUSP. Mesmo não contando com a totalidade dos dados existentes, os resultados alcançados permitiram uma boa classificação genérica do fundo marinho entre o Cabo de São Tomé, RJ e o Arroio Chuí, RS (Fig. 1). Além disto, este relatório demonstrou a necessidade de ser desenvolvido um mapeamento detalhado na caracterização do fundo marinho, incluindo a topografia, a distribuição e composição dos sedimentos de forma que fosse feita uma melhor avaliação das potencialidades pesqueiras da região. Partindo-se das recomendações anteriores e somados a disponibilidade de novos dados, o presente relatório foi elaborado sob a coordenação dos Profs. Alberto G. Figueiredo do Laboratório de Geologia Marinha (LAGEMAR), UFF e Lauro Saint Pastous Madureira do Laboratório de Tecnologia Pesqueira, Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG). A área geográfica coberta é a mesma do relatório anterior (Figueiredo e Tessler, 1999) isto é, Cabo de São Tomé, RJ ao Arroio Chuí, RS.

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SUMÁRIO

Introdução _____________________________________________________________________

A caracterização do fundo marinho quanto a sua constituição geológica e

relevo é fundamental na determinação dos prováveis recursos pesqueiros, que possa

abrigar a arte de pesca a ser empregada e as manobras de captura da embarcação.

Dentro deste contexto, o Programa REVIZEE, do Ministério do Meio Ambiente,

através dos navios Prof. W. Besnard do IOUSP e Atlântico Sul da FURG, coletou

uma grande quantidade de dados de batimetria, de amostras de fundo e de resposta

acústica do fundo, que combinados com outros dados preexistentes, permitem uma

boa caracterização do fundo marinho. Um primeiro experimento neste sentido foi

realizado por Figueiredo e Tessler (1999) e divulgado em um relatório elaborado

pelas equipes do Lagemar-UFF e IOUSP. Mesmo não contando com a totalidade dos

dados existentes, os resultados alcançados permitiram uma boa classificação genérica

do fundo marinho entre o Cabo de São Tomé, RJ e o Arroio Chuí, RS (Fig. 1). Além

disto, este relatório demonstrou a necessidade de ser desenvolvido um mapeamento

detalhado na caracterização do fundo marinho, incluindo a topografia, a distribuição e

composição dos sedimentos de forma que fosse feita uma melhor avaliação das

potencialidades pesqueiras da região.

Partindo-se das recomendações anteriores e somados a disponibilidade de

novos dados, o presente relatório foi elaborado sob a coordenação dos Profs. Alberto

G. Figueiredo do Laboratório de Geologia Marinha (LAGEMAR), UFF e Lauro Saint

Pastous Madureira do Laboratório de Tecnologia Pesqueira, Departamento de

Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG). A área

geográfica coberta é a mesma do relatório anterior (Figueiredo e Tessler, 1999) isto é,

Cabo de São Tomé, RJ ao Arroio Chuí, RS.

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56° 54° 52° 50° 48° 46° 44° 42° 40° 38°

56° 54° 50°52° 48° 46° 44° 42° 40° 38°

22°

24°

26°

28°

30°

32°

34°

36°

20°

36°

34°

32°

30°

28°

26°

24°

20°

22°

100

300

100

300

300

100

100

300

Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva - REVIZEE

Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - MMA

Subcomitê Regional Sul - Equipe de Oceanografia GeológicaDepto. de Oc. Física - IOUSP

Depto. de Geologia, Lagemar - UFFCTTMar - Univali

Inst. Geociências, Ceco - UFRGSLaboratório de Oc. Geológica - FURG

Relatório produzido pelas equipes do Lagemar - UFF e IOUSP

Abril - 1999

Cabo de São Tomé

Cabo FrioRio de Janeiro

Santos

Paranaguá

Florianópolis

Laguna

Torres

Rio Grande

Chuí

Área não Recomendável para Arrasto

Fatores:- Gradiente elevado- Concheiros- Lajes de arenito de praia (”beach rocks”)

Área não Recomendável para Arrasto

Fator:- Concheiros

Área Recomendável para Espinhel de Fundo

Fatores:- Presença de alto fundos- Afloramento de rochas

Lama

Cascalho

Areia muito grossa

Areia grossa

Areia média

Areia fina

Areia muito fina

Legenda

Área não Recomendável para Arrasto

Fator:- Concheiros

Área não Recomendável para Arrasto

Fator:- Gradiente elevado

Figura 1 - Mapa de avaliação das áreas para pesca demersal e granulometria dos sedimentos (diâmetro médio). Fonte: Relatório REVIZEE, Abril de 1999.

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O objetivo principal da equipe de oceanografia geológica foi detalhar o

mapeamento de fundo e para isto foram incluídos dados de impedância acústica de

fundo, novas descrições de amostras de fundo e dados batimétricos de cruzeiros

recentes e pretéritos. Os dados de impedância acústica foram coletados pelo NOc.

Atlântico Sul da FURG durante os cruzeiros oceanográficos REVIZEE 2 e 3.

Quanto as amostras de fundo, foram utilizadas 146 amostras superficiais

coletadas durante o cruzeiro do navio oceanográfico Prof. W. Besnard da USP

(REVIZEE 1), 2.547 amostras superficiais do Banco de Dados do Programa

Plurianual de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM) e 343 novas amostras do

Projeto de Reconhecimento Global da Margem Continental Brasileira (REMAC),

totalizando um acervo de 3.036 descrições de amostras superficiais.

Os dados de batimetria incluem os coletados pelo navio oceanográfico Prof.

W. Besnard (REVIZEE 1), pelo navio Atlântico Sul (REVIZEE 2 e 3) e por diversos

levantamentos, como os realizados para o Projeto REMAC, Projeto Plano de

Levantamento da Plataforma Continental (LEPLAC), do Projeto Crustal, e de

diversos levantamentos de sísmica 2D e sísmica 3D realizados pela PETROBRAS,

além dos dados obtidos a partir de bancos de dados como o do General Bathymetric

Chart of the Oceans (Gebco85), Geophysical Data System (Geodas) e do Lamont

Doherty Earth Observatory da Columbia University.

Enquanto no relatório anterior (Figueiredo e Tessler, 1999) os dados

permitiram a elaboração de mapas apenas na escala 1:3.100.000, os novos dados

permitiram a confecção de todos os mapas na escala de 1:1.100.000. Para efeito de

um manuseio mais fácil a área compreendida entre Cabo de São Tomé, RJ e Arroio

Chuí, RS foi dividida em quatro (4) áreas de trabalho conforme indicado na figura 2 e

tabela 1.

Tabela 1 – Limite dos mapas em coordenadas geográficas.

Área Latitude (S) Longitude (W) -32.00.00 -48.00.00 A -36.00.00 -54.00.00 -28.00.00 -46.00.00 B -32.00.00 -52.00.00 -24.00.00 -41.00.00 C -28.00.00 -49.00.00 -20.00.00 -38.00.00 D -24.00.00 -46.00.00

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Tanto os dados utilizados assim como a metodologia empregada no seu

processamento, são apresentados em detalhe no Capítulo 1. O Capítulo 2 trata da

análise da topografia do talude. A granulometria e composição dos sedimentos são

tratadas no Capítulo 3. O Capítulo 4 apresenta os resultados da análise dos dados

acústicos. O Capítulo 5 apresenta a integração dos dados. As recomendações para

trabalhos futuros são apresentadas no Capítulo 6.

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Agradecimentos _____________________________________________________________________

Agradecemos a valiosa colaboração da oceanógrafa Letícia Reis de Carvalho

Zanella, bolsista do Programa REVIZEE no Laboratório de Tecnologia Pesqueira,

Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), que

durante o tratamento dos dados da sonda EK 500 passou duas semanas no Lagemar

processando dados e explicando as características do equipamento. Nos embarques

que se seguiram, atuou de forma decisiva para que tivéssemos a coleta de dados da

eco sonda seguido de amostragem de sedimento de fundo, elementos essenciais para

uma correlação mais precisa entre o tipo de sedimento e resposta da eco sonda.

Agradecemos também o estagiário Rafael Agrello Dias, bolsista do REVIZEE na

FURG pelo preparo dos dados de batimetria e resposta acústica da eco sonda.

A toda a equipe do LAGEMAR com especial destaque para a gerente de

projetos Maria Gilda Pimentel Esteves que soube, manter controle das diversas

atividades durante a elaboração deste relatório, mostrando-se firme nos seus

propósitos e com disposição inabalável para enfrentar uma montanha de dados. A

oceanógrafa Luciana Martins Lima, que trabalhou de forma incansável na elaboração,

plotagem, replotagem e modificações das formas dos mapas. A oceanógrafa Guisela

Santiago Grossmann pela digitalização e edição final dos mapas buscando acertar os

detalhes e as melhores cores das figuras e mapas. A analista de sistemas Clarisse

Demonte que elaborou diversos programas e filtros necessários ao tratamento dos

dados da eco sonda EK 500.

Ao prof. Gilberto Dias do LAGEMAR por ceder os mapas batimétricos e de

gradientes, elaborados para o projeto “Levantamento dos Dados Pretéritos de

Oceanografia Geológica do Projeto REVIZEE”. Estes mapas foram fruto de vários

anos de arquivamento de informações batimétricas de diversos cruzeiros, nacionais e

internacionais e foram de vital importância para a elaboração do capítulo 2 -

Topografia do talude.

Agradecemos ainda à Profa. Carmen L. D. B. Wongtschowski do Instituto

Oceanográfico da USP e Prof. Lauro Saint Pastous Madureira (FURG),

coordenadores do SCORE Sul pelo apoio e confiança em nosso trabalho.

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CONTEÚDO

Sumário

Conteúdo

i

Lista de Figuras

ii

Lista de Tabelas

iv

Lista de Anexos

iv

Capítulo 1 01 Obtenção e processamento dos dados

Amostras superficiais Dados batimétricos Dados acústicos

Capítulo 2 26 Topografia do talude

Capítulo 3 37 Granulometria e composição dos sedimentos

Capítulo 4 48 Coeficiente de reflexão acústica

Capítulo 5 54 Integração dos dados acústicos e geológicos

Capítulo 6 57 Recomendações

Referências 58

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mapa de avaliação das áreas para pesca demersal e granulometria dos

sedimentos

Figura 2 Mapa índice das áreas

Figura 3 Mapa de localização das amostras superficiais – Área A

02

Figura 4 Mapa de localização das amostras superficiais - Área B

03

Figura 5 Mapa de localização das amostras superficiais - Área C

04

Figura 6 Mapa de localização das amostras superficiais - Área D

05

Figura 7 Diagrama triangular tipo Shepard

06

Figura 8 Mapa de posicionamento dos cruzeiros REVIZEE e dos perfis ilustrativos – Área A

08

Figura 9 Mapa de posicionamento dos cruzeiros REVIZEE e dos perfis ilustrativos – Área B

09

Figura 10 Mapa de posicionamento dos cruzeiros REVIZEE e dos perfis ilustrativos – Área C

10

Figura 11 Mapa de posicionamento dos Cruzeiros REVIZEE e dos perfis ilustrativos – Área D

11

Figura 12 Mapa de localização dos levantamentos batimétricos – Área A

13

Figura 13 Mapa de localização dos levantamentos batimétricos – Área B

14

Figura 14 Mapa de localização dos levantamentos batimétricos – Área C

15

Figura 15 Mapa de localização dos levantamentos batimétricos – Área D

16

Figura 16 Ilustração do algoritmo utilizado para a interpolação de coordenadas entre duas estações oceanográficas de coordenadas conhecidas

19

Figura 17 Exemplo de classificação do fundo submarino em decibéis (dB). Perfil TR19, cruzeiro REVIZEE 2

22

Figura 18 Exemplo de classificação do fundo submarino em decibéis (dB). Perfil TR40, cruzeiro REVIZEE 2

23

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG ii

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Figura 19 Exemplo de classificação do fundo submarino em decibéis (dB). Perfil TR36, cruzeiro REVIZEE 3

24

Figura 20 Exemplo de classificação do fundo submarino em decibéis (dB). Perfil TR83, cruzeiro REVIZEE 2

25

Figura 21 Mapa batimétrico – Área A

27

Figura 22 Mapa batimétrico – Área B

28

Figura 23 Mapa batimétrico – Área C

29

Figura 24 Mapa batimétrico – Área D

30

Figura 25 Mapa de gradientes – Área A

33

Figura 26 Mapa de gradientes – Área B

34

Figura 27 Mapa de gradientes – Área C

35

Figura 28 Mapa de gradientes – Área D

36

Figura 29 Mapa de distribuição granulométrica dos sedimentos – Área A

40

Figura 30 Mapa de distribuição granulométrica dos sedimentos – Área B

41

Figura 31 Mapa de distribuição granulométrica dos sedimentos – Área C

42

Figura 32 Mapa de distribuição granulométrica dos sedimentos – Área D

43

Figura 33 Mapa de composição dos sedimentos – Área A

44

Figura 34 Mapa de composição dos sedimentos – Área B

45

Figura 35 Mapa de composição dos sedimentos – Área C

46

Figura 36 Mapa de composição dos sedimentos – Área D

47

Figura 37 Mapa de coeficiente de reflexão acústica –Área A

50

Figura 38 Mapa de coeficiente de reflexão acústica –Área B

51

Figura 39 Mapa de coeficiente de reflexão acústica –Área C

52

Figura 40 Mapa de coeficiente de reflexão acústica –Área D 53

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limite dos mapas em coordenadas geográficas

Tabela 2 Composição dos sedimentos segundo Larsonneur (1977)

07

Tabela 3 Levantamentos utilizados para confecção dos mapas batimétricos e de gradientes

12

Tabela 4 Correlação entre as faixas de reflexão acústica e a classificação sedimentar

21

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 Perfis ilustrativos TR01 até TR98 (REVIZEE 2)

CD

Anexo 2 Perfis ilustrativos TR01 até TR98 (REVIZEE 3) CD

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Capítulo 1

Obtenção e Processamento dos Dados

________________________________________________________________________

Amostras superficiais A qualidade dos dados de descrição das amostras superficiais quanto a composição

e granulometria são de vital importância para a correlação com a resposta da eco sonda e

conseqüente inferência do tipo de fundo. As descrições utilizadas incluem as 146 amostras

superficiais do Projeto REVIZEE, 2.547 amostras do Banco de Dados do PGGM e 343

amostras superficias do Projeto REMAC, totalizando 3.036 amostras.

Dentre todas as informações disponíveis, foram utilizadas apenas os dados de

granulometria e percentual de CaCO3. A granulometria foi utilizada para a classificação

dos sedimentos segundo um diagrama triangular adaptado de Shepard (1954) e o

percentual de CaCO3 para a composição dos sedimentos segundo Larsonneur (1977).

Para efeito de avaliação da distribuição e representatividade do universo de dados,

as 3.036 amostras superficiais foram plotadas e estão representadas nas figuras 3, 4, 5 e 6.

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PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 4

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O diagrama triangular original criado por Shepard (1954), considera como principais

constituintes as granulometrias de silte, argila e areia não considerando a granulometria

cascalho em sua classificação. Para atender as características dos sedimentos que

recobrem toda a margem continental brasileira, principalmente aqueles depositados na

plataforma continental, foi necessário adaptar o diagrama original e construir um novo

diagrama, considerando como principais constituintes: as lamas (silte + argila), as areias e

os cascalhos (fig. 7). Além de atender a particularidade da margem brasileira, este

diagrama é compatível com o utilizado no projeto REMAC.

Figura 7 – Diagrama Triangular tipo

50

75

Casare

(

Areia cascalhosa

(5)

Areialamos

(2) Areia

(1)

75 AREIA 100 %

CASCALHO100 %

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dado

Cascalho(10)

20

Shepard, modificado de Shepard (1954)

50

Cascalholamoso

(9)

calhonoso 8)

Lama cascalhosa

(7)

Lama Areia

Cascalho(6)

Lama (4)

Lama arenosa

(3)

a

7550 LAMA 100 %

s Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 6

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Segundo a percentagem relativa de cada um destes 3 principais constituintes, foi

possível a individualização de 10 classes sedimentares, a saber:

1- Areia 2 - Areia lamosa 3 - Lama arenosa 4 - Lama 5 - Areia cascalhosa 6 - Cascalho/areia/lama 7 - Lama cascalhosa 8 - Cascalho arenoso 9 - Cascalho lamoso 10 - Cascalho

Para facilitar o tratamento dos dados, um programa de computador foi

desenvolvido pela analista de sistema Clarisse Demonte do Lagemar para que fosse

possível classificar em uma das 10 classes acima um grupo de 2.970 amostras.

Da mesma forma um grupo de 1.593 amostras superficiais que possuiam

informações quanto ao percentual de CaCO3, foram classificadas segundo Larsounner,

dentro de uma das litologias abaixo.

Tabela 2 - Composição dos sedimentos segundo Larsonneur, (1977).

Principais Divisões % de Carbonato Sedimento Litoclástico < 30%

Sedimento Litobioclástico < 50%

Sedimento Biolitocástico < 70%

Sedimento Bioclástico > 70%

Dados Batimétricos

Os dados batimétricos dos cruzeiros REVIZEE SUL 1, 2 e 3, embora de excelente

qualidade, estão distribuídos em uma malha de grande espaçamento entre os perfis, da

ordem de 10 a 20 milhas náuticas o que impossibilitou a elaboração de um mapa

batimétrico de maior detalhe a partir desses dados (Figs. 8, 9, 10 e 11). Para representação

da batimetria numa escala que fosse possível a melhor visualização das principais feições

morfológicas, foram utilizados os mapas elaborados por Dias, (1999) no âmbito do projeto

“Levantamento dos Dados Pretéritos de Oceanografia Geológica do Projeto REVIZEE”. A

tabela 3 lista as principais fontes de dados utilizados por Dias (1999).

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 7

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Tabela 3 – Levantamentos utilizados para confecção dos mapas batimétricos e de

gradientes (fonte Gilberto T. de M. Dias).

Levantamento Área A Área B Área C Área D

Gebco85 * X X X X

Leplac ** X X X X

Remac ** X X X X

Crustal** X X X X

Geodas** X X X X

Sism** X X X X

Lamont*** - X X X

Procap** - - - X

* DHN **PETROBRÁS ***LAMONT - GEBCO 85 - General Bathymetric Chart of the Oceans - Dados com linhas de contorno batimétrico fornecidos pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, até 1985. - LEPLAC - Levantamento da Plataforma Continental Jurídica - Iniciado em 1989 o levantamento está sendo desenvolvido pela Petrobrás em convênio com a DHN. - REMAC - Programa de Reconhecimento Global da Margem Continental Brasileira - Projeto concluído em 1979, foi realizado pelo CENPES, Petrobrás em conjunto com o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e DHN. - CRUSTAL - Projeto Crustal - Dados da Equipe Sísmica 239, onde dados batimétricos foram levantados em conjunto com a sísmica e dados de gravimetria e magnetometria. - GEODAS - Geophysical Data System - Dados com cruzeiros do mundo todo, inclusive os que compuseram os projetos CENTRATLAN (1980) e o REMAC (1979). Este está sendo usado na confecção do projeto LEPLAC para auxílio em áreas mais off-shore junto as linhas desse último para fechamento de contorno e reconhecimento de montes submarinos. - SISM - Dados de sísmica e sísmica 3D coletados pelas equipes sísmicas da Petrobrás. - LAMONT - Dados obtidos a partir do banco de dados do Lamont Doherty Earth Observatory (Columbia University). - PROCAP - Programa de Águas Profundas. Dados de batimetria multi-feixe coletados pelas equipes sísmicas da Petrobrás entre as isóbatas de 50 e 1000 metros.

A localização dos levantamentos batimétricos pertencentes ao banco de dados do

Prof. Gilberto T. de M. Dias e que foram utilizados neste estudo, encontram-se nas figuras

12, 13, 14 e 15.

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Os dados batimétricos foram processados utilizando-se o programa Geosoft versão 4.3.

Foi usado o método de mínima curvatura pois é o melhor para interpolação de

informações obtidas por linhas de levantamentos não paralelas.

Antes da confecção dos mapas, os dados foram tratados (filtrados) para a retirada

de “spikes” ou qualquer outro tipo de dado espúrio de forma a diminuir a ocorrência de

erros. Todavia, trata-se ainda de uma versão preliminar dos mapas, faltando uma filtragem

e ajustes mais rigorosos (Dias, comunicação pessoal).

O mapa de gradientes também foi confeccionado utilizando-se o programa Geosoft

versão 4.3 e os resultados de declividade apresentados em graus.

Dados acústicos

Os dados acústicos foram coletados por uma eco sonda EK500 da Simrad,

operando na freqüência de 38 kHz a bordo do NOc. Atlântico Sul.

A sonda EK500 possui uma porta serial tipo RS2332 que pode ser conectada a um

computador externo, a uma impressora, a um equipamento de navegação ou qualquer

dispositivo que possa receber ou transmitir dados RS232 ASCII. Os dados recebidos ou

transmitidos através da porta serial são chamadas de “telegramas” que podem ser de três

tipos: assincrônicos (sem correlação entre eventos internos e externos como por exemplo

os dados do GPS, relatórios de erros, avisos e alarmes), relacionados a emissão dos pings

(relativos aos ecos de resposta dos objetos detectados) e relacionados a contagem do log -

odômetro (eco-integração nas camadas, distribuição de TS, etc.).

Dentre todos os dados coletados pela eco sonda, os importantes para análise de

fundos são:

VL (hora, data, milha);

GL (hora, latitude, longitude)

D1(hora, profundidade, dureza)

Toda a análise dos dados acústicos para caracterização da reflexão do fundo

submarino ficou concentrada em D1, que corresponde a um tipo de telegrama produzido

com base na emissão dos “pings”, que fornece a hora (em hora, min, seg. e centésimo de

seg.), a profundidade (em metros) e a dureza ("bottom surface backscatering strength")

ou coeficiente de reflexão acústica do fundo ou simplesmente resposta do fundo (em

decibéis negativos, – dB). A equipe da FURG selecionou os arquivos gerados pela eco

sonda e disponibilizou-os na forma de tabelas ASCII.

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Quanto ao geo-referenciamento (GL) é importante colocar que, por não haver

sincronia entre a velocidade de emissão de pulsos pela sonda e a aquisição de dados do

satélite GPS, existe uma pequena defasagem entre estes dados. Deste modo, para cada

registro VL e GL ocorre uma série, de número variável, de registros D1 e em função disto

o filtro repete a posição para todas as leituras da série. Sendo assim, foram gerados

arquivos pela equipe da FURG onde se levou em consideração (em valores relativos) a

maior leitura de dureza (Tr1-1max), a média das leituras de dureza (Tr1-1med) e a menor

leitura de dureza (Tr1-1min) de cada série. Para gerar estes três últimos arquivos o filtro

prioriza as leituras de dureza sobre as de profundidade, de modo que os valores de

profundidade associados não correspondem as leituras maiores, médias e menores desta

variável. Por este motivo, o mapa batimétrico e de declividade não utilizou os valores de

profundidades filtrados segundo a metodologia acima descrita.

Os valores de profundidade foram filtrados pela equipe do LAGEMAR,

considerando-se como correta a primeira leitura de cada serie de coordenadas repetidas.

Para a realização desta filtragem, optou-se por escolher a média das leituras de

dureza (TR1-1 med), como sendo a mais representativa para o conjunto de coordenadas

repetidas para uma mesma posição do assoalho submarino.

Entretanto, devido a grande quantidade de informações coletadas por minuto (em

média de 9 a 12 informações por minuto) foi efetuada uma nova filtragem dos dados,

gerando um novo arquivo de dados de dureza. A metodologia utilizada foi a filtragem dos

valores de dureza medidos de minuto em minuto, reduzindo assim a quantidade média de

dados obtidos por hora de 600 para 60. Essa metodologia não só diminuiu a quantidade de

dados a serem trabalhados mas também eliminou o problema da repetição das

coordenadas.

Até o momento foram realizados 3 cruzeiros oceanográficos pelo navio Atlântico

Sul, sendo que os dois primeiros foram efetuados sobre a mesma derrota e o terceiro, 5

milhas deslocado para o sul. Entretanto somente no terceiro cruzeiro os dados estão geo-

referenciados, isto é, dispõe de posicionamento automático correspondente ao telegrama

GL, que fornece hora e coordenadas geográficas. Nos cruzeiros anteriores não foi

possível estabelecer comunicação entre a porta serial da sonda e o GPS.

Para resolver o problema da falta de geo-referenciamento dos cruzeiros REVIZEE

1 e 2, optou-se por fazer uma interpolação entre as estações oceanográficas, cuja hora e

localização foram anotadas manualmente em planilha. Para tal, foi escolhido o cruzeiro

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oceanográfico REVIZEE 2, por possuir um posicionamento mais confiável das estações

oceanográficas.

A metodologia utilizada para se obter as coordenadas aproximadas dos pontos de

amostragem da eco sonda distribuídos na trajetória, em linha reta, percorrida entre duas

estações oceanográficas de coordenadas conhecidas, foi a da simples rotina de

interpolação linear demonstrada a seguir:

- Considere o ponto inicial t0 e final t1 de coordenadas conhecidas (lat0 e lon0 ) e (lat1 e

lon1) respectivamente, limitando a trajetória de comprimento "E" como mostra a figura

16.

Fig. 16 - Ilustração do algoritmo utilizado para a interpolação de coordenadas entre duas

estações oceanográficas de coordenadas conhecidas.

Sendo tx o ponto a ser interpolado de coordenadas latx e lonx e Ex a distância

conhecida a partir do ponto inicial t0. Temos :

lat1- lat0 = M

lon1- lon0 = N

latx- lat0 = Mx

lonx- lon0 = Nx

Considerando a proporcionalidade entre os triângulos obtemos as seguintes relações :

Ex/E = Mx/M= Nx/N onde Mx= Ex.M/E e Nx= Ex.N/E

Logo, latx= Mx + lat0 e lonx= Nx + lon0.

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As diferenças de latitudes e de longitudes entre as estações de coordenadas

conhecidas foram convertidas para metros, sabendo-se que um minuto corresponde a uma

milha náutica, ou seja 1852 metros, logo 1852 m = 1°/60. Como as distâncias entre

estações são relativamente pequenas, esta aproximação se apresenta razoável para o grau

de precisão almejado neste trabalho.

O algorítimo acima descrito, faz parte de um programa de computador

desenvolvido no Lagemar em Visual Basic 5.0, pela analista de sistemas Clarisse

Demonte.

Para a elaboração dos mapas no GEOSOFT (programa disponível no LAGEMAR

para o tratamento de dados) as coordenadas tiveram que ser transformadas para graus,

minutos e segundos. Esta etapa correspondeu a uma pré-procesamento dos dados na qual

também se incluiriam possíveis correções nos arquivos filtrados devido a falhas no filtro

ou decorrentes de problemas durante a aquisição.

Para a elaboração dos mapas de coeficiente de reflexão acústica foram primeiro

confeccionados gráficos de Profundidade (m) X Distância percorrida (km) e gráficos de

Reflexão de fundo (dB) X Distância percorrida (km), (Anexos 1 e 2).

A primeira análise consistiu da definição da faixa de freqüência de decibéis.

Estabeleceu-se então o valor mínimo de – 45 dB e máximo de 0 dB para a área de estudo.

Todos os 196 perfis de reflexão de fundo foram analisados, correlacionados aos

respectivos perfis de profundidade e seus valores classificados e plotados em mapa

segundo a seguinte distribuição:

- - 05 até - 10 dB

- valores próximos a - 10 dB

- - 10 até - 15 dB

- valores próximos a - 15

- - 15 até - 20 dB

- valores próximos a -20

- - 20 dB

Após a plotagem em mapa, essas faixas de valores de reflexão acústica (dB) foram

correlacionados às 10 classes sedimentares definidas a partir do diagrama triangular tipo

Shepard da figura 7.

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 20

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Para correlação dessas classes sedimentares, as faixas de reflexão acústica (dB)

foram plotadas para cada província, onde a cobertura sedimentar era conhecida, as faixas

de mesmo valor em decibéis, obtidos pela eco sonda.

Um segundo passo foi correlacionar amostras com valor em decibeis, utilizando-se

as coordenadas geográficas de cada amostra coletada.

Em muitos casos, os valores de reflexão do fundo podem ser aceitos por

pertencerem a mais de uma classe sedimentar. Se isto acontecer, o classificador terá que

selecionar a classe que melhor se ajusta aos dados.

O resultado final foi a classificação dos valores de reflexão acústica do fundo

submarino em quatro faixas, a saber:

Tabela 4 - Correlação entre as faixas de reflexão acústica e a classificação sedimentar

segundo diagrama triangular tipo Shepard.

FAIXA DE OCORRÊNCIA CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO DIAGRAMA

TRIANGULAR TIPO SHEPARD - 05 até -10 dB (10) cascalho, (9) cascalho lamoso, (8) cascalho arenoso,

(6) cascalho/areia/lama, (5) areia cascalhosa, (1) areia - 10 até -15 dB (7) lama cascalhosa, (3) lama arenosa, (2) areia lamosa,

(1) areia - 15 até -20 dB (3) lama arenosa, (4) lama < - 20 dB (4) lama

As figuras 17, 18, 19 e 20 exemplificam a metodologia de análise e classificação dos

perfis de reflexão acústica (dB) X distância percorrida (km). Notar, que as cores

representam as faixas de freqüência em decibéis obtidas a partir da análise da média móvel

dos valores de reflexão acústica do fundo submarino (representada no gráfico em

vermelho sobre a faixa azul). Para a localização dos perfis ilustrados, ver figuras 8, 9, 10 e

11.

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 21

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TR19/R2 - Profundidade (m) X Distância Percorrida (km)

-2300-2100-1900-1700-1500-1300-1100-900-700-500-300-100

785795805815825835845855Distância Percorrida (Km)

Prof

undi

dade

(m)

Início: 07:15 - 02/05/97 (-32°14'40";-49°54'53") , -1360 mFim: 14:55 - 02/05/97 (-31°49'21";-50°29'44") , -97 m

Quebra da Plataforma Continental

TR19/R2 - Reflexão de Fundo (dB) X Distância Percorrida (km)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

785795805815825835845855Distância Percorrida (km)

Ref

lexã

o de

Fun

do (d

B)

Figura 17 - Ereflexão do fubatimetria e ti

PROGRAMA RE

xemplo da utilindo submarino po de sedimento

VIZEE - Relatório

Lama

zação da média móvel p(dB) obtidos pela eco son. Perfil TR19 (Cruzeiro R

dos Dados Geológicos/Lagem

Areia lamosa

ara a classida EK 500 EVIZEE 2).

ar-UFF e FUR

ficaçãe sua

G

Seminform

o doscorrel

ação

Legenda - Valores em decibéis (dB) - 5 até -10 ~ - 10 - 10 até –15 ~ -15 - 15 até - 20 ~ - 20 ≤ - 20

valores de ação com a

22

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TR40/R2 - Profundidade (m) X Distância Percorrida (km)

-1350

-1150

-950

-750

-550

-350

-150

2050 2070 2090 2110 2130 2150 2170 2190

Distância Percorrida (Km)

Prof

undi

dade

(m)

Início: 01:11 - 07/05/97 (-28°53'52";-48°27'56") , -100mFim: 09:07 - 07/05/97 (-28°58'30";-47°11'56") , -1298 m

Quebra da Plataforma Continental

TR40/R2 - Reflexão de Fundo (dB) X Distância Percorrida (km)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

2050 2070 2090 2110 2130 2150 2170 2190Distância Percorrida (km)

Ref

lexã

o de

Fun

do (d

B)

Figura reflexãobatimet

PROGRA

Lama

18 - Ex do fun

ria e tip

MA REV

Areia, Areia lamo

emplo da utilizaçdo submarino (dBo de sedimento. P

IZEE - Relatório dos

sa

ão da) obti

erfil T

Dados

Lama

méddos pR40 (

Geoló

S

ia móvel paela eco sondCruzeiro RE

gicos/Lagemar

em informaç

ra a classa EK 500VIZEE 2)

-UFF e FUR

ão

Legenda - Valores em decibéis (dB) - 5 até -10 ~ - 10 - 10 até –15 ~ -15 - 15 até - 20 ~ - 20 ≤ - 20

ificação dos valores de e sua correlação com a .

G 23

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TR36 - Profundidade (m) X Distância Percorrida (km)

-1400

-1200

-1000

-800

-600

-400

-200

0

1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000

Distância Percorrida (Km)

Prof

undi

dade

(m)

Início :14 - 28/11/97 (-25°11'08";-45°47'14") , -101 mFim: 11:16 - 28/11/97 (-25°57'54";-45°15'45") , -1257 m

Quebra da Plataforma Continental

: 01

TR36 - Reflexão de Fundo (dB) X Distância Percorrida (km)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000Distância Percorrida (km)

Ref

lexã

o de

Fun

do (d

B)

Figura 19 - Exreflexão do funbatimetria e tip

PROGRAMA REV

Lama

emplo da utilização da média mdo submarino (dB) obtidos pelao de sedimento. Perfil TR36 (Cru

IZEE - Relatório dos Dados Geológico

óvel p eco sonzeiro R

s/Lagem

ara a da EKEVIZ

ar-UFF

Areilamo

classifi 500 e

EE 3).

e FURG

a sa

cação sua c

Lama

Legenda - Valores em decibéis (dB) - 5 até -10 ~ - 10 - 10 até –15 ~ -15 - 15 até - 20 ~ - 20 ≤ - 20

dos valores de orrelação com a

24

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Areia Sem informação

TR83/R2 - Profundidade (m) X Distância Percorrida (km)

-800

-600

-400

-200

0

515051605170518051905200521052205230

Distância Percorrida (Km)

Prof

undi

dade

(m)

Início: 02:40 - 23/05/97 (-23°52'34";-42°26'13") , -632 mFim: 05:42 - 23/05/97 (-23°08'38";-42°26'57") , -101 m

TR83/R2 - Reflexão de Fundo (dB) X Distância Percorrida (km)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

515051605170518051905200521052205230Distância Percorrida (km)

Ref

lexã

o de

Fun

do (d

B)

Quebra da Plataforma Continental

Legenda - Valores em decibéis (dB) - 5 até - 10 ~ - 10 - 10 até –15 ~ -15 - 15 até - 20 ~ - 20 ≤ - 20

Figura 20 - Exemplo da utilização da média móvel para a classificação dos valores de reflexão do fundo submarino (dB) obtidos pela eco sonda EK 500 e sua correlação com a batimetria e tipo de sedimento. Perfil TR83 (Cruzeiro REVIZEE 2).

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Capítulo 2

Topografia do Talude ________________________________________________________________________ Considerando que o talude é parte integrante da margem continental e que da

mesma forma a plataforma continental são áreas de interesse do Programa REVIZEE,

optou-se por abranger neste estudo estas duas províncias com ênfase no talude.

Utilizando-se a classificação de Heezen et al. (1959), adotada por Zembruscki

(1979) a margem continental da área de estudo, é composta pelas seguintes províncias

fisiográficas:

- plataforma continental,

- quebra da plataforma continental,

- talude continental,

- cone do Rio Grande,

- leque submarino de São Tomé,

- elevação ou sopé continental,

- platô de São Paulo,

- platô do Rio Grande.

Com base nos traçados das isóbatas foi possível definir algumas das características

principais destas províncias fisiográficas. Vale ressaltar no entanto que a delimitação

destas províncias não tem o grau de precisão caso tivessem sido limitadas por perfis.

Quanto ao gradiente do talude nesta região, Figueiredo e Tessler (1999) descreveram

diversos perfis do REVIZEE mostrando a variabilidade de inclinação.

Com base nesses critérios podemos definir que a plataforma continental entre o

Arroio Chuí, RS e Vitória, ES apresenta-se com uma largura variável entre um máximo de

250 km no embaiamento de São Paulo (Ilha de São Sebastião, SP ao Cabo de Santa Marta,

SC) bem como no cone do Rio Grande a um mínimo de 50 km ao largo de Vitória (Figs.

21, 22, 23 e 24). A quebra da plataforma está em média em torno de 200 m com um

mínimo de 100 m no Cabo de São Tomé e 400 m pouco mais a norte do mesmo cabo.

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Quanto ao talude, nos chama a atenção uma série de 7 protuberâncias (cones e platôs)

entre 100 e 1000 m que se repetem ao longo da margem. O mais ao sul e de maior

tamanho refere-se ao cone do Rio Grande (Fig. 21), seguido pelo platô do Rio Grande ao

largo de Torres, RS (Fig. 22). Mais a norte está um outro platô ao largo de Florianópolis

(Fig. 22 e 23) com dimensões parecidas com as do platô do Rio Grande. Com menor

expressão topográfica encontra-se um outro platô ao largo de Paranaguá (Fig. 23) e um

outro menor ainda pouco mais ao norte (Fig. 23). Ao largo de Cabo Frio existe um outro

(Fig. 24) e o mais ao norte refere-se ao leque submarino do São Tomé (Fig. 24). É

interessante ressaltar que todas as protuberâncias referidas são assimétricas em relação a

um eixo imaginário partindo da costa, evidenciando a presença de uma deposição

sedimentar diferenciada de um lado para o outro. A partir do sul para norte até o platô ao

largo de Paranaguá, todos as protuberâncias têm o lado sul mais íngreme, enquanto a face

norte é mais suave indicando um possível transporte de sedimento predominante no talude

de sul para norte (Figs. 21, 22 e 23). Ao norte da protuberância ao largo de Paranaguá, as

outras três, incluindo Cabo Frio e Leque de São Tomé (Figs. 23 e 24), a face norte é mais

íngreme, indicando um possível transporte predominante para sul. De fato, Vianna (1998)

mostrou que na parte norte do leque de São Tomé, entre a quebra da plataforma e 300 m

de profundidade, a Corrente Brasileira aumenta sua velocidade para logo a seguir na área

sul se desacelerar, criando condições de deposição de sedimento.

Outro fato que vale a pena ressaltar é a irregularidade do talude em alguns pontos,

demonstrando a provável presença de canyons bem como de cicatrizes de deslizamento. A

área com maior grau de irregularidade está localizada ao sul do cone do Rio Grande (Fig.

21), bem como na margem uruguaia. A outra área está entre o platô de Rio Grande e a face

norte do cone do Rio Grande (Figs. 21 e 22). Uma terceira área de talude bem irregular,

refere-se a face norte da protuberância a norte de Paranaguá (Fig. 23).

Um outro índice que dispomos para descrever o talude trata-se do mapa de grau de

declividade ou gradiente (Figs. 25, 26, 27 e 28). O grau de declividade é representado por

cores que variam de rosa (gradientes mais elevados) a azul escuro (gradientes mais

suaves). A plataforma continental devido a sua pequena declividade em relação ao talude,

aparece nas cores azuis, passando para verde e amarelo próximo da quebra da plataforma.

As cores mais intensas vermelho e rosa estão localizadas no talude e correspondem a

escarpamentos mais íngremes e regiões de canyons. As áreas de maior gradiente se

distribuem de três formas: banda larga com feições sinuosas, pontos esparços e banda

estreita e contínua. A banda larga aparece desde o Uruguai até a sul de Santos (Figs. 25,

PROGRAMA REVIZEE - Relatório dos Dados Geológicos/Lagemar-UFF e FURG 31

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26 e 27) e as áreas de maiores concentrações correspondem as áreas onde a topografia foi

descrita como mais movimentada. As áreas de pontos esparsos estão desde ao largo de

Santos até sul de Cabo Frio (Fig. 27). As áreas de banda estreita e contínua estão desde

Cabo Frio até Vitória (Fig. 28). Nesta região estão bem denotados os canyons de São

Tomé, Itapemirim e Almirante Câmara. Vale ressaltar que devido a erros inerentes ao

cruzamento de linhas dos diversos cruzeiros, existe um gradiente artificial entre as linhas e

daí o aparecimento de formas alinhadas, mais comuns na plataforma, ou pontos circulares

isolados.

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Capítulo 3

Granulometria e Composição dos Sedimentos ________________________________________________________________________

Após a análise granulométrica, as 2970 amostras superficias foram classificadas

segundo o diagrama triangular tipo Shepard (Fig. 7) e os resultados utilizados para a

confecção dos mapas de distribuição superficial de sedimentos.

A metodologia utilizada foi a da plotagem das amostras superficiais com a

simbologia apropriada à sua classificação e em seguida individualizadas, manualmente, as

diversas províncias que apresentaram as mesmas características sedimentares. Os

contornos de cada província foram então digitalizados no AutoCad e posteriormente

editados no Geosoft.

Os mapas de “distribuição de sedimentos” revelaram que a plataforma continental

brasileira tanto ao sul da cidade do Rio Grande como à norte de Santos apresenta, em toda

a sua extensão, uma ampla distribuição de areias com um predomínio de sedimentos de

maior granulometria, à norte de Cabo Frio (cascalho e areia cascalhosa). Bolsões de areia

lamosa e de lama arenosa ocorrem na plataforma continental média na porção sul e nas

proximidades da baia da Ilha Grande (Fig. 32). À norte de Cabo Frio, uma reentrância da

linha de costa possibilitou o acúmulo de sedimentos lamosos na plataforma continental

interna, próximo ao continente.

A porção mais ao norte é aquela que apresenta a maior variabilidade

granulométrica dos sedimentos. A extensa faixa de areia que recobre toda a plataforma

continental mostra-se pontilhada por províncias isoladas de sedimentos de diversas

granulometrias (Fig. 32).

As lamas predominam em toda a extensão da plataforma continental interna e

média da porção central da área de estudo, desde a Ilha de São Sebastião até a cidade de

Rio Grande. Exceção ocorre na plataforma continental média ao largo da cidade de

Paranaguá, onde existe uma ampla faixa de sedimentos de granulometria de areia lamosa e

em frente a Lagoa dos Patos onde, também na plataforma continental média, foram

depositados superficialmente sedimentos de granulometria de lamas arenosas. Toda a

plataforma interna nesta porção central da área de estudo é recoberta predominantemente

por sedimentos de granulometria de areia. Pequenas ocorrências de províncias de areia

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lamosa e areia cascalhosa são observadas isoladamente nesta porção da plataforma

continental interna, o mesmo ocorrendo na plataforma média e externa, onde as lamas são

predominantes. Estas lamas avançam em direção a plataforma continental interna a norte

de Florianópolis e ao sul da cidade de Torres, onde atingem as cotas batimétricas mais

rasas (em torno de 50 m de profundidade) (Figs. 29, 30 e 31).

Embora com um numero reduzido de amostras coletadas no talude continental, este

apresenta, de um modo geral, um predomínio das lamas com possibilidade de ocorrência

de lamas arenosas em regiões próximas a quebra da plataforma, como foi observado na

sua porção mais central (Fig. 31).

Quanto a composição dos sedimentos, utilizou-se a classificação de Larsonneur

(1977) onde os percentuais de carbonatos e granulometria determinam o tipo de sedimento

(Tab. 2). Segundo esta classificação, os sedimentos com percentagem de carbonatos

menor que 30%, são classificados como "litoclásticos"; os sedimentos que tenham

percentagem de carbonatos maior que 30% e menor que 50%, são classificados como

"litobioclásticos"; os sedimentos que tenham percentagem de carbonatos maior que 50% e

menor que 70% são classificados como "biolitoclásticos" e os sedimentos que tenham

percentagem de carbonatos maior que 70%, são classificados como "bioclásticos".

Os mapas de "Composição dos Sedimentos" foram gerados a partir do conjunto de

amostras do PGGM adicionados do conjunto de amostras do Projeto REMAC e do

Programa REVIZEE. Originalmente todas as amostras foram plotadas com simbologia

apropriada e em seguida foram contornadas províncias de sedimentos de mesma

composição. Os contornos de cada província foram então digitalizados no AutoCad e

posteriormente editados no Geosoft.

A análise destes mapas indica que a plataforma continental ao sul da Ilha de São

Sebastião é caracterizada por apresentar sedimentos com percentual de carbonatos inferior

a 30% (litoclásticos) passando a sedimentos biolitoclásticos nas partes mais profundas,

plataforma continental externa, onde encontram-se depositados intercalados a sedimentos

litobioclásticos e bioclásticos, até as imédiações da Lagoa dos Patos (Figs. 33, 34, 35 e

36).

Os sedimentos bioclásticos apresentam-se distribuídos em faixas maiores e mais

contínuas a norte da Ilha de São Sebastião, recobrindo não só a plataforma continental

externa, mas estendendo-se em direção a plataforma continental média e interna. Ocorrem

associados a sedimentos litobioclásticos e com manchas isoladas de sedimentos

biolitoclásticos, principalmente entre Cabo Frio e a Ilha de São Sebastião. Ao norte do

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Cabo de São Tomé, os sedimentos bioclásticos ocorrem como extensas províncias

isoladas, sendo o sedimento predominante na plataforma continental em frente a cidade de

Vitória (Fig. 36).

Ao sul da Lagoa dos Patos, a plataforma continental é caracterizada pelo baixo

percentual de CaCO3, sendo recoberta por sedimentos litoclásticos e pontilhada por

pequenas províncias com sedimentos com percentual variável de CaCO3 (Fig. 33).

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Capítulo 4

Coeficiente de reflexão acústica ________________________________________________________________________

Para a análise do coeficiente de reflexão acústica do fundo submarino, foram

utilizados os dados coletados pela eco sonda EK 500, durante os cruzeiros REVIZEE 2 e

3. Estes levantamentos ficaram restritos a profundidades superiores a 100 m e que portanto

incluem a plataforma continental externa e talude continental até a profundidade máxima

de 2.300 m. A metodologia de processamento, análise e interpretação dos dados encontra-

se descrita no Capítulo 1 - Dados acústicos.

A interpretação dos mapas de "coeficiente de reflexão acústica" mostrou que é na

plataforma continental que se concentram as províncias com os maiores coeficientes de

reflexão acústica (entre – 5 e – 10 dB). Estas ocorrências se distribuem ao longo de toda a

extensão da plataforma continental, sempre associadas a províncias de padrão refectivo

entre – 10 e – 15 dB e juntas, podem ocorrer de forma isolada, intercaladas a sedimentos

com coeficiente de reflexão entre – 15 e – 20 dB, como no sul do país e na porção central

da área, ou ser o sedimento predominante e ocupar extensas áreas como é o caso das

porções mais ao norte, entre Cabo de São Tomé e a Ilha de São Sebastião e mais ao sul,

entre Cabo de Santa Marta e a Lagoa dos Patos (Figs. 37, 38, 39 e 40). Ao norte de

Florianópolis, esses sedimentos, com forte reflexão acústica, também representam os

sedimentos predominantes na plataforma continental, e sua ocorrência estende-se até a

isóbata de aproximadamente 800 m, já no talude continental. Esse prolongamento em

direção ao talude também foi observado entre o Cabo de Santa Marta e a Lagoa dos Patos,

associado aos sedimentos que recobrem o platô do Rio Grande (Figs. 37 e 38).

Nas porções do talude continental onde foram observadas as províncias com forte

padrão de reflexão acústica (entre - 5 e - 15 dB), estas ocorrem intercaladas a sedimentos

com coeficiente de reflexão acústica entre - 15 e - 20 dB (Figs. 37, 38 e 39), ficando as

províncias com coeficiente de reflexão acústica - 20 dB, restrita a lâmina d’água mais

profunda ou a pequenas ocorrências isoladas (Figs. 38 e 39). Na porção central da área,

sua ocorrência restringe-se as regiões mais profundas do talude continental (lâmina d'água

superior a 500 m) e é o sedimento predominante no talude continental à norte da área

mapeada (Figs. 39 e 40).

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Na plataforma continental, os sedimentos com padrão de reflexão acústica -20

dB, ocorrem como províncias isoladas nas porções mais rasas em frente a cidade de Santos

e Torres e representam o sedimento predominante em frente a porção sul da Lagoa dos

Patos. (Figs. 37, 38, 39 e 40).

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Capítulo 5

Integração dos dados acústicos e geológicos ________________________________________________________________________

De um modo geral, a ausência de informações pontuais sobre as características

sedimentares ou o grande espaçamento entre os pontos de amostragem, podem levar a

inferências errôneas ou a zelos excessivos que prejudicam sobremaneira o conhecimento

da distribuição superficial do sedimento.

A correlação dos dados de coeficiente acústico do sedimento com as amostras

superficiais, representa uma ferramenta adicional e segura para a delimitação das

províncias sedimentares.

A análise conjunta da classificação granulometria, composição e coeficiente de

reflexão acústica mostrou que, de um modo geral, as areias recobrem toda a plataforma

continental interna e é o sedimento predominante na plataforma continental no extremo sul

e norte enquanto as lamas, se concentram no setor central e em bolsões em frente a baia

de Guanabara e no sul da área.

Os sedimentos litoclásticos predominam na região sul do Estado de São Paulo

enquanto que os bioclásticos aumentam de São Paulo para o norte. Os sedimentos

bioclásticos concentram-se mais nas partes profundas, associados aos sedimentos de

granulometria mais grosseira e mais reflectiva, enquanto os litoclásticos estão nas áreas

mais rasas. Os bioclásticos apresentam faixas maiores e mais contínuas a norte, enquanto

que para o sul, estas são bem menores e isoladas. Os bioclastos a norte são representados

por maior ocorrência de algas calcáreas do tipo rodolitos enquanto que os bioclástos a sul

são representados pelos concheiros.

O mapa de coeficiente de reflexão acústica deixa bem claro que pequenas

províncias de areia ou areia cascalhosa pontilhadas ao longo da plataforma continental,

podem na verdade representar províncias mais extensas e continuas e que os sedimentos

podem apresentar uma variação lateral muito maior do que a mapeada até o momento, a

luz das amostras sedimentares disponíveis.

Os perfis ilustrados nas figuras 17, 18, 19 e 20 exemplificam as possibilidades de

correlação entre coeficiente de reflexão acústica e a classificação sedimentar, bem como as

variações em decibéis que um mesmo tipo de sedimento pode apresentar.

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A figura 17 mostra o perfil batimétrico e de reflexão de fundo do TR19 (REVIZEE

2), localizado em frente a cidade de Rio Grande (Figs. 8 e 9). Nesta região, as lamas da

plataforma apresentam valores elevados de decibéis (entre -15 e -20 dB). A presença de

sedimentos areno-lamosos, próximo a quebra da plataforma continental, (Figs. 29 e 30) foi

detectada pela sonda a partir do coeficiente de reflexão acústica entre -10 e –15 dB. A

presença de valores de reflexão maiores que -10 dB em profundidades superiores a 1000

m de lâmina d'água, sugerem a presença localizada de sedimentos com elevado percentual

de areias.

O perfil TR 40 (REVIZEE 2) ilustrado na figura 18 e localizado próximo ao Cabo

de Santa Marta (Fig. 9), é caracterizado por apresentar elevados valores de decibéis na

plataforma continental e próximo a sua borda (entre -5 e -10 dB). Estes valores, embora

sejam indicativos de sedimentos com elevado percentual de areia, sua presença não foi

confirmada pelo mapa de distribuição superficial de sedimentos, muito provavelmente

devido a pouca densidade de amostras (Figs. 30 e 4). Sua presença foi apenas sugerida

pelo mapeamento de duas províncias próximas a localização do perfil TR40, uma mais ao

norte com sedimentos de granulometria areia lamosa e outra mais ao sul, de areia

cascalhosa. A maior densidade de informações utilizadas no mapa de composição de

sedimentos, possibilitou o mapeamento de uma faixa contínua de sedimentos bioclásticos

(Fig. 34) sugerindo, que os elevados valores de decibéis observados possam estar

relacionados aos concheiros que ocorrem em frente ao Cabo de Santa Marta.

A figura 19 (perfil TR 36 - REVIZEE 3), ilustra que a plataforma continental

externa, em frente a Paranaguá, é caracterizada pela presença de sedimentos lamosos,

litoclásticos e com baixos valores de reflexão (≤ - 20 dB). A análise do perfil de reflexão

de fundo indica um aumento dos valores em direção a quebra da plataforma, variando de -

15 a - 10 dB. Esta tendência é confirmada pela presença de sedimentos areno-lamosos e o

aumento do percentual de CaCO3, próximos a quebra da plataforma. O início do talude é

caracterizado por uma queda abrupta no perfil de reflexão do fundo submarino e pela

presença de sedimentos litoclásticos (Figs. 5, 10, 31 e 35 ).

O perfil TR 83 (REVIZEE 2), localizado entre a Baia de Guanabara e a cidade de

Cabo Frio (vide figuras 20 e 11), ilustra bem a presença das areias em toda a extensão da

plataforma continental bem como, suas variações possíveis de resposta acústica. A análise

do perfil de reflexão do fundo revela que os valores em decibéis para as areias da

plataforma continental, nesta região, variam de -15 até - 5 dB. Aparentemente, os maiores

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valores de reflexão (entre -10 e - 5 dB) estão associados ao maior conteúdo de CaCO3 -

sedimentos bioclásticos (Figs. 32 e 36).

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Capítulo 6

Recomendações ________________________________________________________________________ O propósito original deste projeto era em sua parte final fazer a integração dos

dados de fundo com o resultado da pesca. Todavia, por falta momentânea de recursos, bem

como tempo hábil, esta parte não foi desenvolvida. Para cumprir com a proposta original

do projeto e dar a aplicabilidade que se deseja ao Programa REVIZEE, seria importante

que esta etapa fosse completada.

Atualmente o Laboratório de Tecnologia Pesqueira da FURG possui uma grande

quantidade de dados de captura e características de resposta da eco sonda para diversos

tipos de recursos pesqueiros. Por outro lado o LAGEMAR possui, além dos dados

apresentados neste relatório, uma série de dados referente a amostras de fundo

recentemente coletadas nos últimos cruzeiros de detalhes do REVIZEE onde também

dados da eco sonda foram extensivamente adquiridos. A junção destes dados por uma

equipe multidisciplinar resultaria numa excelente contribuição para o programa

REVIZEE.

Assim, propõe-se neste relatório a continuidade deste projeto envolvendo a

caracterização dos ecos para os diferentes recursos pesqueiros, para os diversos tipos de

fundo e finalmente a relação recurso pesqueiro e tipo de fundo.

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Referências

________________________________________________________________________ Heezen, B.C., Tharp, N. and Ewing, M., 1959. The floor of the oceans. The North

Atlantic. N. York, G.S.A., vol. 1, 122p. (Special paper 65).

Larsonneur, C. 1977. La caryographie de's dépots meubles sur le plateau continental

français: méthode mise du points et utilisée en Manche. Journal Redi oceanog, vol. 2,

pag. 34-39.

Viana, A.R., Faugères, J.C., Kowsmann, R.O., Lima, J.A.M., Caddah, L.F.G. and Rizzo,

J.G., 1998. Hydrology, morphology and sedimentology of the Campos continental

margin, offshore Brazil. Sedimentary Geology, vol. 115, p.133-157.

Shepard, F. P., 1954. Nomenclature based on sand-silt-clay ratios. Jour. Sed. Petrology 24,

p. 151-158 .

Zembruscki, S.G., 1979. Geomorfologia da margem continental sul brasileira e das bacias

oceânicas adjacentes. Série projeto REMAC, n˚ 7, p.129-177.

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