Upload
dinhtram
View
225
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Edward Hermann Haeusler
Prof. do Departamento de Informática
PUC/RJ
Introdução à Teoria da Prova para Métodos Formais
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
2
Panorama da Matemática no Século XIX
- Problemas da Física Matemática (Sec. XVIII-XIX): - Equação da Onda
- Equação do Calor - Equação de Poisson - Técnicas de Fourier
- Séries Infinitas são usadas na solução de Eq. Dif. Parciais - Problemas de Fundamentação:
- Séries divergentes x Séries Convergentes
- Conceito de infinito não era preciso
- O próprio conceito de número real não era preciso. - Definição de convergência não existia
- Conceito de função não era preciso
Necessidade de teoria mais abrangente e abstrata
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
3
Panorama da Matemática no Século XIX (cont.)
Dedekind (1831-1916) Definição de número real. Princípio de definição de funções por indução (recursão primitiva) 1888 Cauchy (1789-1857) Bolzano(1781-1848)
Weierstrass (1815-1897)
Riemman(1826-1866)
Aritmetização da Análise, definição dos conceitos de limite, funções e funções contínuas, convergência de sequências e séries infinitas
Definição do conceito de integral e Teorema Fundamental do Cálculo. Geometrias Não-Euclidianas
Estabelece critérios para a diferenciação e integração, termo a termo, de séries infinitas
Hilbert (em 1898-1899) Estabelece a fundamentação da geometria
Peano (em 1889) Define os axiomas da aritmética
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
4
Teoria Ingênua dos Conjuntos
Cantor (de 1867 a 1871) define a teoria de conjuntos e prova a existência de conjuntos infinitos com cardinalidades diferentes. Conceitos de números cardinais e ordinais transfinitos.
Bolzano concebe a noção (abstrata) de conjuntos (finitos e infinitos)
Resistência aos principais resultados. Existência Atual posta em cheque.
Os paradoxos:
- Burali-Forti (1897) “Não há o ordinal de todos os ordinais”
- Russell (1902) “Não há o conjunto de todos os conjuntos”
R = { x / x ∉ x} ==> R ∉ R se e somente se R ∈ R
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
5
Evolução da Lógica como assunto matemático
Frege (1879) estabele a lógica como um sistema formal que tem sua linguagem particular e distinta da natural. O conceito de prova matemática passa a ser formal.
Frege (1884) busca a fundamentação da aritmética em bases puramente lógicas , com a adição do conceito de pertinência (∈) como primitivo.
===> paradoxos aparecem novamente !!
DeMorgan (1830) Observa que a álgebra não necessita lidar tão somente com conceitos numéricos.
Boole (1854) Descreve uma álgebra a partir de operações entre conjuntos e relações lógicas, confirmando DeMorgan.
===> Paradoxos associados ao axioma da escolha
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
6
As 3 Abordagens para a Fundamentação da Matemática
Logicismo (Frege) - Toda a Matemática é consequência de princípios puramente lógicos.
Formalismo (Hilbert) - A Matemática é fundamentada por sistemas formais cujo único requisito é a consistência
Intuicionismo (Brouwer) - A Matemática é uma atividade humana funda- mentada em processos construtivos, sendo assim todo objeto matemático tem sua existência expressa por construção.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
7
O Programa de Hilbert
=> Obtenção de uma prova da consistência da matemática, observando-se que:
- As teorias mais complexas são extensões das mais simples.
- Tais extensões são, na sua maior parte, obtidas por operações básicas (classes de equivalência, completamento por simetria, por compactação, completamento algébrico, etc)
Th(N) ⊆ Th(Z) ⊆ Th(Q) ⊆ Th(R) ⊆ Th(C)
=> Prova da consistência da Aritmética ( Th(N)) com o uso de técnicas finitárias.
=> Provar que não existe prova de 0 = 1 usando ............
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
8
Principais Resultados em Lógica/Metamatemática no início do século XX - Teoria dos Tipos como solução ao paradoxo em Russell
- Presburger (1929) prova que a aritmética sem a multiplicação é decidível.
- Russell e Whitehead publicam o Principia Mathematica.
- Skolem (1931) prova que a aritmética sem a adição e o sucessor é decidível
- Herbrand (1931) prova a consistência de um fragmento fraco da aritmética (só o sucessor). -Tarski (1930) Prova que a aritmética com adição (+) e menor (<) é decidível. (1936) Formaliza a semântica adequada para a lógica de primeira ordem (1949) Prova da decidibilidade da Teoria dos Reais - Gödel (1930) prova a completude do cálculo de primeira ordem
- Gödel (1931) introduz a idéia de aritmetizar (codificar na forma numérica) a linguagem de um sistema formal de forma que (meta) teoremas do sistema possam ser vistos como teoremas aritméticos e prova seu famoso teorema da incompletude. Obs: #α é o código de α. - Gödel (1931) prova a não-provabilidade da consistência.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
9
Os Teoremas de Gödel
Paradoxo do mentiroso: “Eu estou mentindo”
Paradoxo do mentiroso: “Eu não sou demonstrável”
Primeiro Teorema de Gödel: Qualquer axiomatização de Th(N) onde seja possível aritmetizar o conceito de prova é incompleta.
σ ≡ “Eu não sou demonstrável”
Se σ é demonstrável então 0=1 é demonstrável Se 0=1 é demonstrável então σ é demonstrável
Aritmética é consistente se e somente se σ não é demonstrável
0=1 é demonstrável se e somente se σ é demonstrável
Segundo Teorema de Gödel: Seja Γ uma axiomatização como acima, então a consistência de Th(N) é demonstrável a partir de Γ se e somente se Th(N) é inconsistente
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
10
Paradoxo do Barbeiro: Em uma cidade existe um barbeiro que faz a barba de todos os homens que não barbeiam a sí próprios e somente estes.
Fazendo :
Homens Programas A Faz a Barba de B A Pára quando lê o código de B como entrada
Paradoxo Aplicado: Em um mundo existe um programa que pára sempre que lê o código de programas que não páram quando lêem o próprio código e somente estes.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
11
Gentzen Prova a Consistência da Aritmética (1936)
- Criação de um sistema dedutivo “natural” (com estrutura) com o qual pode-se analisar o papel das constantes lógicas na construção de provas. Comparação entre provas ( Π1 ≤ Π2 ).
-Definição de um processo efetivo de simplificação de provas (normalização) => Para toda prova Π de α a partir de Γ , obtem-se efetivamente Π’ que é (uma) prova mais simples de α a partir de Γ’⊆ Γ.
-Mostra-se que não existe prova mais simples de 0=1
Não existe prova de 0=1
-Em uma prova simples todas as fórmulas são sub-fórmulas ou da conclusão da prova α ou de alguma das hipóteses (premissas, Γ’) da prova .
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
12
Lembretes:
- A prova original de Gentzen usa Cálculo de Sequentes e prova que a regra do corte é desnecessária na construção de provas em aritmética. Usa indução até ε0 para provar terminação do processo de construção da prova quando este for o caso. (Folclore do Haupsatz ou eliminação do corte)
- Dedução Natural é apresentada por Gentzen mas, somente após Prawitz (1965) os principais problemas com as regras de absurdo (clássico) são resolvidos e a relação entre Normalização e Eliminação do corte é bem estabelecida.
- Curry já havia relacionado combinadores (S, K e I) com sistema axiomático de Heyting (lógica intuicionista), originando o termo Lógica Combinatória.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
13
Evolução da Teoria da Prova
- Análise Ordinal (Schütte - Girard) - Provas como Computações (Curry-Howard)
- Teoria de Tipos e Modelos Categóricos para Linguagens
- Novas lógicas com semânticas operacionais.
- Compactação de Provas
- Lógica e Complexidade Computacional .
- Geração Automática de Algoritmos, Geração de Planos, Geração de Explicações.
- Prova Automática de Teoremas (ATP)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
14
Os sistemas a la Frege/Hilbert
Esquemas de Axiomas:
(K) A→(B →A)
(S) A →(B →C) → (A →B) →(A →C)
(Cla) ¬ ¬A →A
Regra:
(Modus Ponens) A A→B
B
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
15
Exemplos de Deduções
A → ((A → A) → A) A → ((A → A) → A) →( (A→(A→A)) → (A→A))
(A→(A→A)) → (A→A) A→(A→A)
A→A
(K) X→(Y →X)
(K) X→(Y →X)
(S) X →(Y →Z) → (X →Y) →(X →Z)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
16
Como automatizar o processo de prova ??
A → ((A → A) → A) A → ((A → A) → A) →( (A→(A→A)) → (A→A))
(A→(A→A)) → (A→A) A→(A→A)
A→A
α α →(A → B) →(¬B → ¬A)
(A → B) →(¬B → ¬A)
Teorema da Dedução ---> Melhoria no método de prova
Axioma para negação: A→(¬A→B)
Teorema: |- α→β, se e somente se α |- β
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
17
Prova Automática de Teoremas
- Análise da complexidade dos sub-objetivos em função do objetivo principal
“Prove α∧β from Γ” ===> “Prove α from Γ” “Prove β from Γ” α∧β
“Prove α from {... α ...}” ====> α
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
18
Regras para Tableaux Proposicional Clássico
V (A → B)
F A V B
V (A ∨ B)
V A V B
F (A ∧ B)
F A F B
V ¬A
F A
F (A → B)
V A
F B
F (A ∨ B)
F A
F B
V (A ∧ B)
V A
V B
F ¬A
V A
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
19
Cálculo de Sequentes Proposicional
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
20
Tableaux versus Cálculo de Sequentes
A → B, B → C => A → C
F (A → B ∧ B → C) → (A → C)
T A → B
T B → C
F A → C
A → B, B → C,A => C T A
F C
B → C,A => C, A B, B → C,A => C
T B F A
B, A => C,B B,C,A => C
F B T C
A → B, B → C => A → C
=> T(A → B),T(B → C) ,F(A → C)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
21
Tableaux como “One-Sided Sequent Calculus”
=> Δ, TA, TB => Δ, T(A ∧ B)
=> Δ, FA => Δ, F(A ∧ B)
=> Δ, FB
=> Δ, FA, FB => Δ, F(A ∨ B)
=> Δ, TA => Δ, T(A ∨ B)
=> Δ, TB
=> Δ, TA, FB => Δ, F(A → B)
=> Δ, FA => Δ, T(A → B)
=> Δ, TB
=> Δ, TA, => Δ, F¬A
=> Δ, FA, => Δ, T¬A
=> Δ, TA, FA
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
22
Regras para Tableaux Primeira Ordem Clássica
V ∀xA(x)
V A(t)
F ∀xA(x)
F A(c)
c um símbolo novo
F ∃xA(x)
F A(t)
V ∃xA(x)
V A(c)
c um símbolo novo
F ∃xA(x)
V ∀xA(x)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
23
Cálculo de Sequentes para LPO
Δ1 => Δ2, A(c) => Δ, FA(c) => Δ, F∀xA(x) Δ1 => Δ2, ∀xA(x)
c não ocorre em Δ1∪ Δ2
Δ1 , A(c) => Δ2 => Δ, TA(c) => Δ, T∃xA(x) Δ1 , ∃xA(x) => Δ2
c não ocorre em Δ1∪ Δ2
c não ocorre em Δ
c não ocorre em Δ
Δ1 => Δ2 , A(t), ∃xA(x) => Δ, FA(t), F∃xA(x) => Δ, F∃xA(x) Δ1 => Δ2 , ∃xA(x)
=> Δ, TA(t), T∀xA(x) => Δ, T∀xA(x)
Δ1, A(t), ∀xA(x) => Δ2
Δ1, ∀xA(x) => Δ2
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
24
O Cálculo de Sequentes original de Gentzen
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
25
O Cálculo de Sequentes original de Gentzen
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
26
O Cálculo de Sequentes original de Gentzen
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
27
- Usando Δ => Γ , com Δ∩Γ≠∅, elimina-se a necessidade das regras de atenuação (Weakning)
-Usando-se Bags, em vez de listas, elimina-se a necessidade das regras de permutação.
- A prova de completude mostra que o corte (cut) e a contração, são redundantes.
==> A Eliminação do corte, pode ser mostrada sem apelar-se para a semântica da lógica.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
28
Dedução Natural
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ C)
(A ∨ C)
(A ∨ C) (A ∨ C) (A ∨ (B ∧ C)) [A]
[B ∧ C]
C
[ ]
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (A ∨ (B ∧ C))
(A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (A ∨ C)
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ C)
[ ]
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
29
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (A ∨ (B ∧ C))
(A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (A ∨ C)
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ C)
[ ]
Dedução Natural - Simplificando Provas
(A ∨ (B ∧ C)) → (A ∨ C)
(A ∨ C)
(A ∨ C) (A ∨ C) (A ∨ (B ∧ C)) [A]
[B ∧ C]
C
[ ]
(A ∨ B) ∧ (A ∨ C)
(A ∨ B) ∧ (A ∨ C) (A ∨ B) ∧ (A ∨ C) [(A ∨ (B ∧ C))]
(A ∨ B) (A ∨ C) [A] [A]
(A ∨ B) (A ∨ C) B C
[(B ∧ C)] [(B ∧ C)]
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
30
Algumas Reduções
(B ∧ C)
Π1 B
Π2 C
C
Π2 C
[A]Π2 B
A → B Π1 A
B
[A]Π2 B
Π1 A
[A]Π2 B
Π1
Π1 A(a) ∀xAx
A(t)
Π1(a/t) A(t)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
31
Princípio da Subfórmula para Provas Normais
Eliminações
Fórmula mínima
introduções
α
Γ
Toda fórmula na prova ou é subfórmula de α ou é subfórmula de Alguma fórmula de Γ
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
32
⊥
Consistência da lógica de primeira ordem
Não existe prova de ⊥ , pois
Suponha Π ⊥
Então existe normal Π’ ⊥
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
33
Terminologia e Comentários
- Ao processo de “siimplificação” de uma prova dá-se o nome de NORMALIZAÇÃO
- NORMALIZAÇÃO = (Estratégia de Apl. de Reduções) + Terminação
- Para a lógica de primeira ordem a prova de terminação é feita com indução finita.
Normalizando Provas na Aritmética
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
34
A Regra de Indução Finita
Π0 α(0)
[α(a)] Πs α(suc(a))
∀x α(x)
Pode haver normalização para a Aritmética ????
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
35
O Sistema infinitário PAω
Π0 α(0)
Πsuc(0) α(suc(0)) ……….
Πsucn
(0) α(sucn(0)) ……….
∀x α(x)
Regra ω
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
36
Imergindo provas de PA em PAω
Π0 α(0)
[α(a)] Πs α(suc(a))
∀x α(x) Π β
Π0 α(0)
Πs α(suc(0)) …….
Πs α(sucn(0)) ….
∀x α(x)
Π0 [α(0)]
Πs [α(sucn-1(0))]
.
.
.
Π0 α(0)
Π β
Pode-se estimar o tamanho das provas de PAω ???
Reduzindo provas em PAω
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
37
Medindo o tamanho das provas em PAω que são imagens de provas em PA
sem IND finita
k IND não aninhadas ≤ k.ω < ω2
uma IND aninhada < ω2
IND aninhadas em quantidade arbitrária
< ω ω
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
38
Medindo o tamanho das provas em PAω em função da regra ω
Π0 α(0)
Πsuc(0) α(suc(0)) ……….
Πsucn
(0) α(sucn(0)) ……….
∀x α(x)
- Se Πk finitos então Π ≤ ω
= Π
- Se Πk = k.ω então Π = ω2
- Se Πk = ωk então Π ≤ ωω
- Se Πk = ωω então Π ≤ ωω k ω
A cota superior é então : ω ω
ω ω - vezes ε0 =
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
39
Π0 α(0)
Πsuc(0) α(suc(0)) ….
Πsucn
(0) α(sucn(0)) ….
∀x α(x)
α(t)
Π β
Πt α(t)
• Tamanho da prova reduzida não é maior e pode-se considerar uma medida no processo de normalização onde a redução tem complexidade menor
Π β
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
40
- Prova-se por indução transfinita até ε0 que todas as provas em PAω que tem um número finito de fórmulas máximas, são normalizáveis
- Não existe prova de 0=1 em PA.
- PA é consistente
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
41
Estimando o tamanho de provas Normais
Em Dedução Natural Proposicional :
- Cota-Superior para provas normais : 2
2tam(Π)
2 . . . F-Max(Π)
- Exemplos de teoremas que tem cota-inferior hiperexponencial em provas normais e tem tamanho linear em provas não-normais
Em Cálculo de Sequentes Proposicional :
- Cota-Superior para provas sem corte : 2F-max(Π).tam(Π)
- Exemplos de teoremas que tem cota-inferior super-polinomial em provas sem corte e tem tamanho linear em provas com corte
Ex: Princípio da Casa do Pombo (Haken 1984)
Ex: Fórmulas de Orekov
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
42
Sistemas de Frege e Simulação polinomial
- Um sistema de Frege é defiinido por conjunto finito de regras e axiomas e é completo e correto (com respeito a LK).
Teorema: Dados F1 e F2, sistemas de Frege, toda prova Π em F1 tem uma prova Π’ da mesma fórmula e tam( Π2) ≤ Poli(tam(Π1))
- Um sistema de Frege com extensão permite o uso da regra de extensão : E ↔α
Fato : O princípio da casa do Pombo (PHP) possui provas de tamanho polinomial em sistemas de Frege com extensão (Reckow 1987)
Fato: PHP possui provas de tamanho polinomial em sistemas de Frege (Buss & Reckow 1988)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
43
Compactando Provas - Ignorar a estrutura da prova e compactar como um string.
- Usar a estrutura da prova e introduzir fórmulas máximas (cortes)
=> Obtem-se redução do gap exponencial para alguns exemplos
- Provas como termos de primeira ordem e compactação via algoritmo de unificação
⇒ PHP polinomial equivalente ao obtido por Buss. Prova obtida a partir de uma prova normal com introdução de fórmulas máximas e axiomas de extensão gerados pela unificação de fórmulas na prova normal (Gonçalves & Haeusler 2005, Gonçalves, Gordeev & Haeusler 2007)
=> Processo já utilizado por Revezs em 1986 no contexto de L.F.
⇒ PHP polinomial de mesmo grau obtido por Buss. Prova obtida por unificação de subtermos (subprovas)
♦ Dificuldade inerente na compactação de provas !!!!!
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
44
Consistência
Def. Uma Teoria é consistente se não sustenta fatos falsos.
Def. Uma Teoria é consistente se não prova fatos falsos.
Def. Uma Teoria é consistente se não prova todos os fatos.
Def. Uma Teoria é consistente se não prova algum absurdo.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
45
O que são técnicas finitárias ???
- Operações efetivas sobre objetos concretos
Objetos concretos: |, ||, |||, ||||, ||||||, .... �, � �, � � �, � � � �, ........
Operações efetivas: ????????
juntar símbolos apagar símbolos escrever símbolos reconhecer um símbolo
(visão a posteriori)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
46
Daniel Bernouli 1753
u(x,t) = F(x+ct)+G(x-ct) D’Alembert 1747 + Euler 1748
u
x t
ut(x,0) = g(x) e u(x,0) = f(x)
u(x,t) = 2 ∫0 Σ (sinnπysinnπxcosnπct)f(y)dy + 2 ∫0 (1/n) Σ (sinnπysinnπxsinnπct)g(y)dy
Lagrange 1759
Equação da onda
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
47
Equação do calor
u(0,t) = u(L,t) = 0
u(x,0) = f(x)
u(x,t) = Σ cne-n π Kt/L sin(nπx/L) n=1
∞ 2 2 2
f(x) = Σ cnsin(nπx/L) n=1
∞
cn= (2/L) ∫ f(x) sin(nπx/L)dx 0
L
Fourier 1811
==> Toda “função” tem expansão em série de senos ?????
L
Dirichlet (1829,1837) + Fund. Análise (Bolzano, Cauchy, Weierstrass) + Riemann (def. integral, 1900’s)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
48
3 x + = 9
x = 6
Manipulação com séries infinitas (I) : Resolvendo equações
C
1 + aC = C
C(1-a) = 1
C = 1/(1-a)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
49
Diferenciação de uma série (termo a termo)
dx
Integração de uma série (termo a termo)
∫∑∞
=0 k
kdx x ∑∞
=1k kxk
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
50
Geometrias Não-Euclidianas
Hiperbólica Bolyai-Lobachevsky
1820
Elíptica Riemman
1800’s
Plana Euclides
400’s
Axiomas de Euclides 1. Para cada par de pontos P1 e P2 com P1 ≠ P2 existe uma única reta que incide em ambos. 2. Para todos segmentos AB e CD existe um ponto E t.q. E está entre A e B e CD≈BE 3. Para todo par de pontos O e A com O ≠ A existe um única circ. com centro O e raio OA 4. Todos os ângulos retos são congruentes 5. Dados uma reta R e um ponto A fora desta, existe uma única R’ paralela e R e incidente em A.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
51
T |- σ↔ ϕ(#σ)
Seja t = #(∀x2(diagx1(x1,x2) → ϕ(x2)))
então σ será ∀x2(diagx1(t,x2) → ϕ(x2)))
∀x2(substx1(t,x2) → ϕ(x2))) → (diagx1(t, #σ) → ϕ(#σ))
σ T |- diagx1(t, #σ) T |- σ → ϕ(#σ)
ϕ(#σ)
diagx1(t,x2)
T |- diagx1(t, #σ) T |- x2= #σ
T |- ϕ(x2)
T |- diagx1(t,x2) → ϕ(x2)
T |- ∀x2 (diagx1(t,x2) → ϕ(x2))
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
52
Não provabilidade da consistência em Cn(Γ)
• α ↔ ~Pr(#α) ∈ Cn(Γ) • se α ∈ Cn(Γ) então Pr (#α) ∈ Cn(Γ) ⇒ Cn(Γ) é inconsistente.
⇒ se Cn(Γ) é consistente então α ∉ Cn(Γ).
~Pr (#(0=1)) ∈ Cn(Γ) ~Pr (#α) ∈ Cn(Γ)
α ∈ Cn(Γ)
[Diag]
⇒ Portanto se ~Provavel(#(0=1)) ∈ Cn(Γ) então Cn(Γ) é inconsistente
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
53
S
v
S ⊕ C
ρ-1(S ⊕ C)
ρ-1
ρ = Rotação de 1/10 de radiano
C = ⊕ ρn(v) n ∈N
S ⊕ C ⊕ ρ-1(v) =
Intuição do “Mundo Físico” não concorda com o “Mundo Matemático
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
54
Paradoxo de Banach-Tarski (1924) e Paradoxo de Hausdorf (1914)
Rotações e Translações
Divisão da esfera em 5 partes
(uso do axioma da escolha)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
55
Existência de um conjunto sem medida em Rn
- Medida como Comprimento, Área ou Volume (desde a Grécia antiga)
- Medida associada a integral de Riemman
- Medida de Jordan (contempla somente conjuntos limitados) - 1890
- Medida de Lebesque generaliza a de Jordan e contempla conjuntos ilimitados incluindo os Riemman integráveis - 1902
- Vitali usa o axioma da escolha para mostrar a existência de um conjunto sem medida (1905)
- Solovay (1960’s) prova que substituindo-se o axioma da escolha pelo axioma da determinância (“Todo jogo infinito tem estratégia vencedora”) tem-se que todo subconjunto do Rn é mensurável.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
56
N = < N, 0, <, suc, ×, +, exp >
suc(0) + suc(0) = suc(suc(0)) ∈ Th(N)
∀x∀y(suc(x) + y = suc(x + y)) ∈ Th(N)
∀x∀y∀z∀n ((n > suc(suc(0))) → (exp(x,n)+exp(y,n))≠exp(z,n)) ∈ Th(N)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
57
Leitura computacional do teorema de Gödel • Todas as funções computáveis são representáveis em [N, <, 0, suc, +, *].
• Toda computação pode ser expressa em forma de Dedução a partir de um conjunto de axiomas (ΓA) que defina as operações aritméticas básicas.
⇒ Gödel define o conceito de função primitivamente recursiva e relaciona com aquelas que são representáveis em aritmética.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
58
• Γ ⊆ Τh( [N, <, 0, suc, +, *]) • diag é computável.
• Como ΓΑ é r.c. então Ded é computável ⇒ Ded é representável em Cn(ΓΑ).
Qualquer axiomatização r.c. ΓΑ para [N, <, 0, suc, +, * ] é incompleta, i.e, Cn(Γ) é incompleta.
⇓
Existem funções não computáveis
⇒
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
59
Seja T = fórmulas válidas
T ser r.c
fórmula β repr. f em Cn(T∪ ΓΑ)
Cn(T ∪ Γ) é r.c.
função f computável que reconhece Cn(T∪ Γ)
Diag. sobre ~β
α ↔ ~β(#α) ∈ Cn(T∪ ΓΑ)
Contradição
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
60
Satisfação na Lógica Proposicional
“Dada uma fórmula da lógica proposicional, isto é, formada com os conectivos ∧, ∨, ¬ e →, deseja-se saber se existe uma valoração que a satisfaça”
Problema SAT
Solução: Gerar todas as valorações e testar uma a uma até encontrar. Se não encontrar ao final do teste de todas as valorações informar que a fórmula não é satisfatível.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
61
k 2k Cálculo total
5 32 insignificante
10 1024 0.001 seg
16 65536 0.06 seg
20 1048 x 103 1 seg
32 4.29 x 109 1 hora 12 min
Supondo que o computador calcule 1 milhão de valorações por segundo.
Dada uma fórmula com k variáveis existem 2k valorações
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
62
Por outro lado ………
- Verificar se uma valoração satisfaz uma fórmula é muito rápido (muito menos que 1x10-7 seg) para fórmulas com até 100 variáveis em um pentium IV 1 GHz.
- Dada uma valoração, avaliar o valor da fórmula leva no máximo k operações, onde k é o tamanho da fórmula.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
63
“Suponha que um caixeiro viajante tenha que visitar k cidades diferentes, iniciando e encerrando esta viagem na primeira cidade. Não importa a ordem com que as cidades são visitadas. Sabe-se que de cada cidade pode-se ir diretamente a qualquer outra. O problema do caixeiro viajante consiste em descobrir a rota que torna mínima a viagem total (em kms)”.
O problema do Caixeiro Viajante
Obs: Tal rota é dita ser um ciclo hamiltoniano no grafo.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
64
Bsb
967
1060
458 BH
789
400 Rio S.P.
1070
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
65
O problema do caixeiro viajante é um problema de otimização combinatória.
(a) Podemos transforma-lo num problema de enumeração ? (b) Podemos determinar todas as rotas do caixeiro ? (c) Podemos saber qual delas é a menor ?
SOLUÇÃO: São (k-1)! Rotas É um trabalho fácil para a máquina ?
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
66
( k - 1 )! cresce muito rápido
k (k - 1)! Cálculo total
5 24 insignificante
10 362 880 0.3 seg
15 87 bilhões 24 hs e 6 min
20 1.2 x 1017 3 milhões de anos
25 6.2 x 1023 0.19 x 1017 anos
Supondo que o computador calcule 1 milhão de rotas por segundo.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
67
Por outro lado .....................
- Saber se em existe um ciclo hamiltoniano é mais fácil que encontrar o ciclo mínimo ???
- Para qualquer fórmula proposicional α existe um grafo G que possui caminho hamiltoniano, se e somente se, α é SAT. o tamanho de G é polinomial no tamanho de α.
1 1 1
1
1
1 1
Ciclo min = vert – 1 ???
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
68
Tese de Cook-Karp
Tempo-Polinomial = Tratável
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
69
SAT e as Máquinas de Turing não-determinísticas
w
P(|w|)
Si,j t
= Símbolo j na posição i no tempo t
Ee t
= Máquina está no Estado e no tempo t
Ci t
= Cabeça está no na posição i no tempo t
Fórmulas para descrever: -A cabeça em qualquer tempo t está em uma e somente uma posição - Cada pósição da fita tem, em qualquer t, um e somente Um símbolo escrito. - A máquina, em qualquer tempo t, está em um e somente um estado
Se SAT puder ser resolvido em tempo polinomial por uma M.T. deter então qualquer problema em NP também
pode ser resolvido em tempo polinomial
Ee ∧ Ci ∧ Si,j → (Eg ∧ Ci+1 ∧ Si,k) ∨ (Eh ∧ Ci-1 ∧ Si,n ) Fórmulas para descrever o a conf. Inicial da fita:
Fórmulas para descrever o comportamento da máquina:
t t t t+1 t+1 t+1 t+1 t+1 t+1
S0,3 ∧ S1,7 ∧ S2,1 ∧ ...... ∧ S|w|,8 0 0 0 0
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
70
(1) Descobrindo como resolver o problema do caixeiro viajante em tempo polinomial, seremos capazes de resolver, também em tempo polinomial, outros problemas importantes (úteis).
(2) Se alguém provar que é impossível resolver o problema do caixeiro em tempo polinomial no número de cidades, também se terá que outros de problemas importantes não tem solução prática.
(3) Costuma-se resumir essas propriedades do problema do caixeiro dizendo que ele pertence à categoria dos problemas NP - completos.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
71
Def. Seja C uma classe de problemas (linguagens). Diz-se que um problema (ling.) P é C-completo (a) se e somente se todo problema (ling) de C é redutível a P. Isto é resolver P é tão difícil quanto resolver qualquer outro problema em C.
- Saber se um programa pára (usando outro programa) é Rec-Completo, onde Rec é o conjunto dos problemas (ling) recursivos.
Exemplos:
- Saber se dado uma solução para um problema esta é verificável em tempo polinomial é tão difícil quanto decidir se uma sentença da lógica proposicional é “verdadeira”. Sat é NP-completa.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
72
QSAT é PSPACE-completo
¬p ∨ p pode ser expresso como ∃x(x) ∀x( q → x) expressa ¬q
- Codifica-se os estados globais de M em strings de p(w) bits EGM(x1,x2,...,xP(n)) descreve um estado global
QSAT está em PSPACE
Codifica-se a execução de um passo da computação de M como PassoM(x,y) , onde EGM(x) e EGM(y)
Para qualquer MTD M que decide um problema usando espaço p(|w|)
Codifica-se estado global final (aceitação) FinalM(x)
Predicado para computação global.
EvoluiM(x,y) = PassoM(x,y) ∨ ∃z(EvoluiM(x,z) ∧ EvoluiM(z,y)) Fórmula associada a aceitação de w por M AceitaM(w) = EGM(w) ∧ ∃z(EvoluiM(w,z) ∧ FinalM(z))
Descubra como diminiur o tamanho de para não ser Exponencial
O(n2)
O(n3)
O(n)
P
O(2n)
decidir se uma fórmula da lógica de predicados é Sat
decidir se uma fórmula da lógica prop é Sat
NP
decidir primalidade
decidir se uma 3CNF fórmula é Sat
decidir se uma 2CNF é Sat
decidir se uma cláusula de Horn prop é Sat
decidir se 2 cláusulas de Horn prop são equiv.
NPC ?
Obs: Supondo P ≠ NP
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
74
Classes de Complexidade e algumas relações
Def. PSpace = DSpace(ni) i∈N
Def. NP = NTime(ni ) i∈N
Def. NPSpace = NSpace(ni) i∈N
Def. Log = Space(log) e NLog = NSpace(log)
Log ⊆ NLog ⊆ P ⊆ NP ⊆ NSpace
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
75
- DSpace(f(n)) ⊆ NSpace(f(n)) e DTime(f(n)) ⊆ NTime(f(n))
- NTime(f(n)) ⊆ DSpace(f(n))
- NSpace(f(n)) ⊆ DTime(klog n + f(n))
- Alcançabilidade ∈ Space(log2) NSpace(f) ⊆ Space(f2)
(obs; Número de conf. + alcançabilidade)
- número de nós alcançavel ∈ Space(log) => NSpace(f) = coNSpace(f)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
76
Alguns Fatos Importantes :
Fato 1: Existe um oráculo B tal que PB = NPB
Fato 2: Existe um oráculo C tal que PC ≠ NPC
Prova: NPSPACE=PSPACE e B um problema NPSPACE completo
Prova: Diagonalização
Discussão : Simulação e Diagonalização para provar P = NP ??
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
77
P : Encontra solução em tempo polinomial
NP : Verifica solução em tempo polinomial
CoNP : Verifica que não é solução, em tempo polinomial
Sat ∈ NP Taut ∈ CoNP
Obs: Se CoNP ≠ NP então NP ≠ P
Verificação de Modelos Prova de Teoremas
A Ciência da Computação Hoje : NP = P ? (Cook 1971)
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
78
Como SAT é NP-Completo então Taut é CoNP-Completo
===> Se existe um sistema dedutivo onde todas as provas tem tamanho polinomial em função do tamanho da conclusão, então CoNP = NP. Senão existe tal sistema então CoNP ≠ NP e portanto NP ≠ P.
=> Taut Intuicionista é PSPACE-completo (CoNP ⊂ PSPACE) =?
=> A lógica intuicionista só com a implicação é PSPACE-completa
⇒ Razborov 1984 e 1989 indica que o uso de negação é essencial na obtenção do Gap exponencial em circuitos booleanos.
Uso de desnormalização como mais uma “heurística” de compactação de provas.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
79
Teorema do Razborov (1985)
Indício de que NP ≠ P ??
Obs: A prova do teorema de Razborov usa a técnica de ultraprodutos introduzida em 1938 por Lós para provar a compacidade da lógica de primeira ordem
Fato: Se L ∈ P então existe uma família de circuitos booleanos (Cn)n∈N e um polinômio p(x) tal que Ln é aceita por Cn e | Cn | ≤ p(n).
Corolário: Se existe L tal que toda família de circuitos para Ln não é limitada por polinômio então NP ≠ P.
Teorema (Razborov): Circuitos monotônicos para CLIQUEn,k quando k = 4√n tem cota inferior :
82 ncO
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
80
Prova Automática de Teoremas não é viável a menos que CoNP = NP
Sendo mais modesto:
S é automatizável , se e somente se, existe M (MTD) , tal que:para toda α ∈ Taut M produz uma prova de α em tempo Poli(s)onde s é o tamanho da menor prova de α em S
Viabilidade de ATP
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
81
Existe C(x) tal que C(p) = 0 então A(q,p) é insat
1 então B(p,r) é insat.
Interpolação e Automatizabilidade
A(q,p) ∧ B(p,r) é insatisfatível
sss
- Eliminação do Corte ou Normalização ==> Interpolação
|- A(q,p) → B(p,r) se e somente se
Existe C(p) tal que |- A(q,p) → C(p) e |- C(p) → B(p,r)
Lema (Craig):
C(p) é a fórmula interpolante
Alternativamente:
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
82
Interpolante de Tamanho Polinomial ==> NP ∩ CoNP ⊆ P/Poly
Interpolante de tamanho polinomialmente proporcional ao tamanho da menor refutação
[Mundici86]
<==>
S não é automatizável [Bonet, Raz & Pitass2001]
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
83
Princípio das Casas dos Pombos PHP(n,m)
Fato (Haken 1984): Qualquer refutação de ¬PHP(n,m) em resolução tem pelo menos
2 Ω(n2/m)
cláusulas distintas
Cut-free Proofs = Resolution Proofs
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
84
Circuitos Booleanos => Dígrafos acíclicos com nós AND, OR, NOT, nós iniciais (sem arco entrante) e um e somente um nó terminal (sem saída).
Exemplo: Circuito para computar alcançabilidade em grafos. Entrada = <Grafo, <1,n>>
Gij = matriz de adjacências de um dígrafo
1
2
3
4
5 12345 101001 200010 310000 400000 510000
01001 00010 10000 00000 10000 direto
pass. por 1.
pass. por 1 ou direto.
∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧
∨∨∨∨∨ ∨∨∨∨∨
pass. por 2 (poss. por 1 tb) ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧
∨∨∨∨∨ ∨∨∨∨∨ pass. por 2,1 ou direto.
∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∧∧∧∧∧ ∨∨∨∨∨ ∨∨∨∨∨
pass. por 5,4,3, 2,1 ou direto.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
85
Obs: => Alcançabilidade tem circuitos de tamanho O(n3) e profundidade O(n)
Famílias de Circuitos Booleanos
Def. L é decidida por uma família (Ci)i∈N, sss, para todo string s, com |s| = n, Cn aceita s se e somente se s ∈ L.
Questão : O tamanho de um circuito tem a ver com a complexidade (em MT) do problema de decisão associado ???
Resp. : Prox. Slides
Conjectura: Todo problema de decisão com famílias de circuitos de tamanho polinomial é um problema que está em P ??
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
86
Resp: NÃO
=> Problemas indecidíveis tem famílias polinomiais de circuitos booleanos
Exemplo: Seja D ⊂ {1}* uma linguagem indecidível. e seja (Ai)i∈N a família de circuitos tal que
- se 1k∈ D então Ak é o circuito só com portas AND e k fontes - se 1k∉ D então Ak é o circuito com só portas AND e uma NOT ao final.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
87
Famílias Uniformes de Circuitos Booleanos
Fato: NLSpace ⊆ P
Def. Uma família (Ci)i∈N de circuitos booleanos é uniforme, sss, existe uma MT (não determinística) que para entrada 1n gera o circuito Cn usando log(n) células da fita.
==> Alcançabilidade possui família uniforme de circuitos booleanos
(klog(n) = n)
- Dado n, existe uma MT para gerar Cn usando somente log(n) de espaço na fita de trabalho.
==> Gerar todos os circuitos de profundidade n com n2 nós fontes e verificar se a forma é a requerida.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
88
Nova Conjectura: P = Linguagens aceitas por famílias uniformes de Circuitos booleanos de tamanho polinomial ??
Desta vez SIM.
Prova: Construção usada na prova que SAT é NP-completo e definição de família uniforme de Circuitos de tamanho polinomial.
(⊆) Trivial
(⊆) Seja L∈ P, então existe uma MT det. M que decide L em tempo nk. Seja w ∈ L, tal que |w|=n. Da tabela de computação de M constrói-se um circuito Cn.
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
89
Tabela de computação de M para a entrada w |w|=n
nk
s11 s12...... s1m s21 s22...... s2m s(n-1)1 s(n-1)2...... s(n-1)m sn1 s12...... snm
σ’1 σ’2 σ’p-1 σ’p ♦ ♦ ♦....
a11 a12...... a1m a21 a22...... a2m a(p-1)1 a(p-1)2...... a(p-1)m at1 a12...... apm ad1 ad2...... adm
qjσ’2
νx-1 νx νx νx+1
νx
tempo t tempo t+1
A C ♦ ♦ ♦....
b11 b12...... b1m b21 b22...... b2m
E I T A
q0σ1 σ2 σn-1 σn ♦ ♦ ♦....
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
90
Observações:
1- O tamanho do circuito Pad só depende de M. Se Γ = Est(M) ∪ Alfa(M) ∪ {♦,⇒} e c = |Γ| então |Pad| = 3.c
2- w ∈ L, se e somente se, o circuito tem valor “true” quando “alimentado” com cod(w).
3- O construção de um circuito C|w| é feita a partir de M e |w| usando espaço de ordem log(|w|) na fita. Algoritmo imprime na fita de saída as diversas cópias de Pad (tamanho independente da entrada), com as respectivas junções de e/s que usam espaço de ordem log(|w|) .
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
91
Proposição: Toda linguagem em P possui família uniforme de circuitos booleanos de tamanho polinomial.
Corolário: SE existe L∈ NP é tal que toda família uniforme de circuitos que decide L não tem tamanho limitada por nenhum polinômio ENTÃO P≠NP
Um caminho para provar P≠NP :
==> Provar que algum problema NP-completo possui cota inferior superpolinomial
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
92
Circuitos x Circuitos monotônicos
Def. Uma função booleana f é monotônica, se e somente se, se a≤ b então f(x1,...,a,...,xn) ≤ f(x1,...,b,...,xn).
Obs I: Todo circuito monotônico computa uma função monotônica
Exemplos:
- Circuitos monotônicos são aqueles construídos sem o uso da porta NOT.
Obs II: O circuito utilizado na demonstração da conjectura é monotônico, ou seja, o problema (P-completo) de avaliar um circuito é redutível via circuitos monotônicos. (Expressividade !!!!!)
- Alcançabilidade, circuito hamiltoniano e clique são monotônicos,
- Mochila e cobertura euleriana não são monotônicos
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
93
Circuitos ingênuos monotônicos para computar CLIQUEn,k
100101010 1 n 1 n 100101010 100101010 100101010
1 n 1 n 1 2 n-1 n
100101010 1 n 1 n 100101010 100101010
1 n vi vi 1 j vi k
i1 ik i1 ik i1 ik
∧ ∧ ...∧ ∧ ∧ ∧ ...∧ ∧ ∧ ∧ ...∧ ∧
∧ ∧ ...∧ ∧ ∧ ∧ ...∧ ∧
∧
S = { ,....., } vi 1 vi k
Prof. Edward Hermann Haeusler TECMF-DI-PUC-Rio
Introdução a Teoria da Prova para M.F.
94
Circuitos “ingênuos” monotônicos para computar CLIQUEn,k
100101010 1 n 1 n 100101010 100101010 100101010
1 n 1 n 1 2 n-1 n
S1 Sj S ( ) n
k
OR Tamanho = k2 ( ) n
k
Obs: 2n < ( ) 2n n
Def. CC(S1, ..., Sm) é o circuito ingênuo construído a partir dos conjuntos S1, ..., Sm de vértices