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    Cristologia Um Tratado sobre Cristo 1

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    ndice Capitulo I: A preexistncia de Cristo1. O testemunho proftico em relao preexistncia de Cristo2. O testemunho apostlico em relao preexistncia de Cristo

    3. O testemunho do prprio Jesus em relao a sua preexistncia4. O Verbo de Deus sempre existiu, eternamenteCapitulo II: Cristo no Antigo Testamento1. Cristo revelado na Tipologia2. O Ministrio de Cristo no Antigo Testamento3. Cristo em Cada Livro do Antigo TestamentoCapitulo III: Cristo no Novo Testamento: A Encarnao 1. Profecias a respeito do Nascimento de Jesus2. As Razes de sua Encarnao3. O Nascimento Virginal4. A Apresentao no Templo5. AInfncia e a Adolescncia de JesusCapitulo IV: A Humanidade de Cristo 1. Kenosis: Auto Esvaziamento de Cristo2. Cristo teve parentesco humano3. Natureza Humana de Jesus4. Natureza Psicolgica eIntelectual de Jesus5. Limitaes Fsicas de Jesus6. Nomes e Ttulos Humanos de Jesus

    Capitulo V: A divindade de Cristo1. Caractersticas Divinas de Jesus2. Divindade Provada pelos Nomes Divinos e Ttulos3. Divindade Provada por suas Obras4. Divindade Provada pela Adorao Oferecida a Ele5. Heresias sobre Cristo ao Longo dos SculosCapitulo VI: O ministrio de Cristo1. Profecia e Cumprimento2. A Pregao de Cristo3. Ofcios de Cristo

    4. Os Milagres de Cristo5. A Doutrina de Cristo6. As Oraes de Cristo7. Cristo em cada livro do Novo TestamentoCapitulo VII: a morte de CristoCapitulo VIII: a ressurreio de CristoCapitulo IX: a ascenso de CristoCapitulo X: Cristo na escatologiaCapitulo XI: Cristo e a nova alianaCapitulo XII: quem foi Jesus realmente?Capitulo XIII. Falsos Cristos

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    Palavra Pastoral

    H. Bender escreveu sobre Jesus: Em meio histria do mundo encontra-se uma figura,inserida nessa histria em todos os seusaspectos, mas que a tudo sobrepuja. JesusCristo. Ele completamente diferente, Ele singular. Ele o nico que podia ousar colocar-se diante de uma multido hostil e fazer-lhe apergunta: "Quem dentre vs me convence depecado"? A nica resposta foi o silncio daplatia, uma resposta eloqente. Sua vontadeestava plenamente inserida na vontade de Deus.

    Sua postura era completamente dirigida por Deus e direcionada para Deus. Nele no haviadiscrepncia, no havia imperfeio alguma. Jesus Inigualvel.1. Para oCego, Jesus Luz.2. Para oFaminto , Jesus o Po.3. Para oSedento , Jesus a Fonte.4. Para o Morto, Jesus a Vida.5. Para oEnfermo , Jesus a Cura.6. Para o Prisioneiro , Jesus a Liberdade.7. Para oSolitrio , Jesus o Companheiro.8. Para oMentiroso , Jesus a Verdade.9. Para oViajante , Jesus o Caminho.10. Para oVisitante , Jesus a Porta.11. Para oSbio, Jesus a Sabedoria.12. Para aMedicina, Jesus o Mdico dos Mdicos.

    13. Para oRu, Jesus o Advogado.14. Para oAdvogado, Jesus o Juiz.15. Para oJuiz , Jesus a Justia.16. Para oTriste , Jesus a Alegria.17. Para oPobre , Jesus o Tesouro.18. Para oDevedor , Jesus o Perdo.19. Para oFraco , Jesus a Fora.20. Para oForte , Jesus o Vigor.21. Para oInquilino , Jesus a Morada.22. Para oFugitivo, Jesus o Esconderijo.23. Para aOvelha , Jesus o Bom Pastor.24. Para oProblemtico , Jesus a Soluo.25. Para osMagos, Jesus a Estrela do Oriente.26. Para oMundo, Jesus o Salvador.27. Para osDemnios, Jesus o Santo de Deus.28. ParaDeus, Jesus o Filho Amado.29. Para oTempo , Jesus o Relgio de Deus.30. Para oRelgio, Jesus a ltima Hora.31. ParaIsrael , Jesus o Messias.32. Para asNaes , Jesus o Desejado.33. Para aIgreja , Jesus o Noivo Amado.34. Para oVencedor , Jesus a Coroa.35. Para aGramtica , Jesus o Verbo.

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    Introduo

    Jesus Cristo inteiramente diferente, singular. Movimentou o mundo comoningum antes ou depois dEle. A Encyclopaedia Britannica utiliza 20.000 palavraspara descrever a pessoa de Jesus. Sua descrio ocupa mais espao que asbiografias de Aristteles, Ccero, Alexandre Magno, Jlio Csar, Buda, Confcio,Maom ou Napoleo Bonaparte.

    O homem Jesus tornou-se o maior tema da histria mundial. Sobre nenhum outrose escreveu mais do que sobre Ele. A respeito de ningum se discutiu tanto quantosobre Jesus. Ningum foi mais odiado, mas tambm mais amado; combatido, mastambm mais louvado. Sobre nenhum outro foram feitas tantas obras de arte,hinos, poemas, discursos, e compndios do que sobre Cristo. Diante dEle dividem-se as opinies uns gostariam de amaldio-lO, outros testemunham que sua vidafoi radicalmente mudada por Jesus e enchida de esperana. No possvel imaginar

    a histria humana sem Jesus. I. Ttulos que os Homens deram a Jesus

    1. Chamaram Jesus de Luntico. Mc 3.212. Chamaram Jesus de Belzebu. Mc 3.223. Chamaram Jesus de impostor. Jo 9.164. Chamaram Jesus de Pecador. Jo 9.245. Chamaram Jesus de malfeitor. Jo 18.306. Chamaram Jesus de Samaritano e endemoniado. Jo 8.487. Chamaram Jesus de embusteiro, charlato, enganador. Mt 27.638. Chamaram Jesus de comilo e beberro e amigo dos pecadores. Mt 11.199. Chamaram Jesus de Joo Batista, Elias, Jeremias... Mt 16.13-14.10. Como Joo chamou Jesus? Jo 1.1412. Como Natanael chamou Jesus? Jo 1.45-4913. Como Deus chamou Jesus? Mt 3.17; 17.2-514. Como Joo Batista chamou Jesus? Jo 1.29-3415. Como os demnios chamaram Jesus? Lc 4.4116. Como Pedro chamou Jesus? Mt 16.16 17. Como Nicodemos? Jo 3.1-2.

    II. Jesus Cristo: O Vendedor de Sonhos

    Augusto Cury afirmou: Somos a nica gerao de toda a histria que conseguiudestruir a capacidade de sonhar e de questionar dos jovens. Nas geraes passadas,os jovens criticavam o mundo dos adultos, rebelava-se contra os conceitos sociais,sonhavam com grandes conquistas.

    Onde esto os sonhos dos jovens? Onde esto seus questionamentos? Eles soagressivos, mas sua rebeldia no contra as "drogas" sociais que construmos, masporque querem ingeri-las em doses cada vez maiores. Eles no se rebelam contra oveneno do consumismo, a parania da esttica e a loucura do prazer imediatoproduzidos pelos meios de comunicao, eles amam esse veneno.

    http://ebooksgospel.blogspot.com/2008/02/o-mestre-inesquecvel-anlise-da.htmlhttp://ebooksgospel.blogspot.com/2008/02/o-mestre-inesquecvel-anlise-da.htmlhttp://ebooksgospel.blogspot.com/2008/02/o-mestre-inesquecvel-anlise-da.html
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    O futuro pouco importante, o que importa viver intensamente o hoje. No tmuma grande causa para lutar. So meros consumidores, nmeros de identidade ede cartes de crdito. A gerao de jovens que cresceu aos ps do consumismo e daparania da esttica deixou de sonhar. Eles perderam rapidamente o encanto pelavida. As naes modernas esto pagando um preo alto por ter matado os sonhosdos seus filhos. Elas tm assistido com perplexidade a seus jovens se suicidando, sedrogando, desenvolvendo transtornos psquicos.

    Os programas infantis que estimulam o consumismo e no promovem odesenvolvimento das funes mais importantes da inteligncia, tais como acapacidade de pensar antes de reagir ou trabalhar frustraes, cometeram umcrime emocional contra as crianas. Todas as imagens desses programas soregistradas nos solos conscientes e inconscientes da memria das crianas,contaminando o amor pela vida e a estruturao do "eu" como lder da psique.

    Os presentes e os objetos que elas avidamente consomem produzem um prazerrpido e superficial. A emoo torna-se instvel e ansiosa. Passados alguns dias,perdem o prazer pelo que consumiram e procuram outros objetos para tentarsatisfaz-las, gerando um mecanismo que tem princpios semelhantes com adependncia psicolgica das drogas. A felicidade se torna uma miragem para elas.Os pais e professores deveriam ser vendedores de sonhos. Deveriam plantar asmais belas sementes no interior deles para faz-los intelectualmente livres eemocionalmente brilhantes. Jesus Cristo tem muito a nos ensinar nesse sentido.Vejamos.

    Um vendedor de sonhos

    A vida sem sonhos como um cu sem estrelas. Alguns sonham em ter filhos, emrolar no tapete com eles, em ser seus grandes amigos. Outros sonham em sercientistas, em explorar o desconhecido e descobrir os mistrios do mundo. Outrossonham em ser teis socialmente, em aliviar a dor das pessoas. Alguns sonhamcom uma excelente profisso, em ter grande futuro, em possuir uma casa na praia.Outros sonham em viajar pelo mundo, conhecer novos povos, novas culturas e seaventurar por ares nunca antes percorridos. Sem sonhos, a vida como uma manhsem orvalho, seca e rida.

    Jesus foi o maior vendedor de sonhos de que j se teve notcia. Parece estranho usara expresso "vendedor de sonhos", pois sonhos no se vendem. Mas essa expresso potica e objetiva retratar a capacidade inigualvel do mestre da vida em inspirara emoo das pessoas e revolucionar a maneira como elas vem a vida.

    Num mundo onde tudo vendido, tudo tem seu preo, Jesus chamou alguns jovens completamente despreparados para a vida e, paulatinamente, lhes vendeugratuitamente aquilo que no se pode comprar, vendeu os mais fascinantes sonhosque um ser humano pode sonhar. Para ele, seus sonhos poderiam ser concretos;para seus discpulos, eram aspiraes.

    O mestre dos mestres andava clamando nas cidades, vielas e beira da praiadiscorrendo sobre as suas idias. Seu discurso era contagiante. Seus ouvintesficavam eletrizados. Quais foram os principais sonhos que abriram as janelas dainteligncia dos seus discpulos e irrigaram suas vidas com uma meta superior?

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    O sonho de um reino justo: o reino dos cus

    Naqueles ares, um homem incomum proclamava altissonante: "Arrependei-vos,porque est prximo o reino dos cus". Quanto mais Jesus abria a sua boca, maisdvidas surgiam no palco da mente dos seus ouvintes. As dvidas geravam um

    estresse positivo que arejava o anfiteatro das idias e os estimulavam a pensar.As pessoas que o ouviam ficavam perplexas. Elas deviam se perguntar: "Quem este homem? O que ele est dizendo? Conhecemos os reinos terrenos, conhecemoso imprio romano, mas nunca ouvimos falar de um reino dos cus. O que significaarrepender-se para receber um novo reino?".

    "Arrepender-se" parece uma simples palavra, mas, na realidade, uma das maisimportantes tarefas da inteligncia humana. Os computadores jamaisdesempenharo essa tarefa intelectual. Ela mais importante do que armazenarbilhes de dados. No futuro, os computadores podero ter milhes de vezes a

    capacidade de armazenar e processar informaes do que os atuais, mas jamais searrependero de seus erros. Podero apontar erros, mas no tero conscinciadeles, no se arrependero ou tero sentimento de culpa.

    Quando voc falha, tem conscincia dessa falha, se arrepende e pede desculpas,voc est, nesse simples ato, sendo mais complexo do que os supercomputadores.Por isso, os fortes reconhecem seus erros, os fracos no os admitem; os fortesadmitem suas limitaes, os fracos as disfaram. Sob a tica desses parmetros,podemos conferir que h muitos intelectuais que so fracos e muitos sereshumanos desprovidos de cultura acadmica que so fortes.

    A palavra "arrepender-se" usada por Jesus explorava uma importante funo dainteligncia. Ela no significava culpa, autopunio ou lamentao, mas fazer umareviso de vida, corrigir as rotas do pensamento e dos conceitos. Os que no tmcoragem de revisar sua vida sero sempre vtimas e no autores de sua histria.

    O mestre dos mestres discursava sobre um reino que estava alm dos limitestempo-espao, fora da esfera das relaes sociais e polticas dos governos humanos.Era um reino dos cus, de outra dimenso, com outra organizao e estrutura. Eleseduzia seus ouvintes com um reino onde a justia faria parte da rotina social, apaz habitaria o territrio da emoo, as angstias e aflies humanas inexistiriam.No era esse um grande sonho?

    Os judeus conheceram o reino de Herodes, o Grande. Ele governara Israel pordcadas. Seu reino foi inumano e explorador. Herodes era to brutal que matoudois de seus filhos. Algum que no poupou a prpria prole, no pouparia osisraelitas. Os homens o temiam. Aps sua morte, Israel foi dividido entre a Galiliae a Judia. Nos tempos de Jesus, o imperador romano no mais designou reis sobreas terras, mas governadores. Pilatos governava a Judia, onde ficava Jerusalm eHerodes Antipas, a Galilia.

    Pilatos e Herodes Antipas, para agradar Roma e mostrar fidelidade, governavamcom mo de ferro essas duas regies. Os impostos eram pesados. O povo passavafome. Qualquer movimento social era considerado subverso ao regime emassacrado. O nutriente emocional das crianas e dos adultos era o medo.

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    Era esse tipo de reino injusto e violento que os judeus conheciam. Um governo emque uma maioria sustentava as benesses de uma minoria. Nesse clima, apareceu ohomem Jesus, sem exrcitos e pompa, desafiando o poderoso imprio romano pelaproclamao de um outro reino, em que cada ser humano no seria mais umnmero na multido, onde cada miservel teriastatus de um prncipe. Nesse reino,ningum jamais seria excludo, discriminado, ofendido, rejeitado, incompreendido. Jesus no tinha a aparncia, as vestes e os exrcitos de um rei, mas era umvendedor de sonhos. Atrs dele seguia-se uma pequena comitiva formada por umgrupo de jovens atnitos com suas palavras. Os jovens eram frgeis edesqualificados, mas comearam a empunhar a bandeira de mudar o sistemasocial. Eles no conheciam aquele a quem seguiam, mas estavam animados comsua coragem de enfrentar o mundo.

    Era uma poca de terror. O momento poltico recomendava discrio e silncio.Mas nada calaria a voz do mais fascinante vendedor de sonhos de todos os tempos.Ele morreria pelos seus sonhos, jamais desistiria deles. Foi um mestre inesquecvel.

    O sonho da liberdade: crcere fsico e emocional

    Nada cala to fundo na alma humana como a necessidade de liberdade. Semliberdade, o ser humano se destri, se deprime, torna-se infeliz e errante. Jesusvendia o sonho da liberdade em seus amplos aspectos. Suas palavras soatualssimas. Vivemos em sociedades democrticas, falamos tanto de liberdade,mas, freqentemente, no somos livres dentro de ns mesmos.

    A priso exterior mutila o prazer humano. As prises sempre foram um castigo quepune muito mais a emoo do que o corpo. Elas no corrigem o comportamento,no educam, no reeditam os arquivos doentios da memria que conduziram oindivduo a praticar crimes.

    O sistema carcerrio no transforma a personalidade de um criminoso, apenasimpe dor emocional. Os presidirios, quando dormem, sonham em ser livres:livres para andar, sair, ver o sol, contemplar flores. Alguns presidirios cavamtneis durante anos para tentar escapar. O desejo de liberdade os consomediariamente.

    A ditadura poltica outra forma de controle de liberdade. Um ditador controla umpovo utilizando as armas e o sistema policial com ferramentas que oprimem edominam. As pessoas no so livres para expressar suas idias. Alm da ditadurapoltica, existe a ditadura emocional e a intelectual. H muitos ditadores inseridosnas famlias e nas empresas.

    O mundo tem de girar em torno deles. Suas verdades so absolutas. No admitemser contrariados. No permitem que as pessoas expressem suas idias. Impemmedo aos filhos e esposa. Ameaam despedir seus funcionrios. Gostam deproclamar: "Eu fao! Vocs dependem de mim! Eu pago as contas! Eu mando aqui!Quem no estiver contente que v embora!".

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    Esses ditadores parecem ser livres, mas, de fato, so prisioneiros. Eles controlam osoutros porque so escravos dentro de si mesmos. So controlados pelo seu orgulho,arrogncia, agressividade. Escondem sua fragilidade atrs de seu dinheiro oupoder. Todo homem autoritrio, no fundo, um homem frgil. Os fracos usam afora, os fortes usam o dilogo. Os fracos dominam os outros, os fortes promovema liberdade. Existem diversas formas de restrio liberdade. A exploraoemocional uma delas. Uma minoria de dolos fabricados pela mdia explora aemoo de uma grande maioria, que tem freqentemente as mesmas capacidadesintelectuais dessa minoria. A massificao da mdia faz com que muitos gravitemem torno de alguns atores, esportistas, cantores, como se fossem supra-humanos.

    A fama a maior estupidez intelectual das sociedades modernas. A fama gerainfelicidade, mas quem no a tem pensa que ela um osis de prazer. Apenas osprimeiros degraus da fama geram o prazer. O sucesso legtimo. Devemos lutarpara ter sucesso na profisso, nas relaes sociais, na realizao de nossas metas,

    mas a fama que acompanha o sucesso pode se tornar uma grande armadilhaemocional, pois, freqentemente, gera angstia, solido, perda da singeleza e daprivacidade.

    Na realidade, no existem semideuses. No h pessoas especiais que no sejamcomuns nem comuns que no sejam especiais. Todos temos problemas, incertezas,ansiedades e dificuldades semelhantes. A explorao emocional produzida pelamdia tem destrudo os sonhos mais belos dos jovens.

    Eles no admiram as atividades dos seus pais. Infelizmente, nossos jovens estodrogados pela necessidade da fama. No apreciam ser heris annimos, tais como

    os mdicos, os professores, os advogados, os tcnicos nas indstrias. Muitosadolescentes no querem ser cientistas, professores, mdicos, juzes. Eles queremser personagens famosos, que do dia para a noite conquistam as pginas dos jornais. Querem o trofu sem treinamento. Desejam o sucesso sem alicerces. Socandidatos a ser frustrados nesta breve existncia.

    Jesus discorria sobre uma liberdade potica. Ele no pressionava ningum a segui-lo. Nunca tirava proveito das situaes para controlar as pessoas. Os polticosalmejam que os eleitores gravitem em torno deles. Muitos contratam profissionaisde marketing para promov-los, para exaltar seus feitos, ainda que eles sejammedocres.

    O mestre dos mestres, ao contrrio, gostava de se ocultar. Era um especialista emdizer s pessoas para no espalhar publicamente o que ele havia feito por elas. Erato delicado que no explorava a emoo das pessoas que ajudava e curava. Suatica no tem precedente na histria. Ele as encorajava a continuar o seu caminho.Se quisessem segui-lo, tinha de ser por amor.

    O resultado? Na terra do medo, elas aprenderam a amar. Amaram o vendedor desonhos. Ele vendeu o sonho do amor gratuito e incondicional. Elas compraram essesonho e ele se tornou uma indecifrvel realidade. Sonhavam com um reino distante

    sobre o qual ele havia discursado, mas j haviam conquistado o maior de todos ossonhos, o do amor.

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    O imprio romano as dominava. A vida era crua e rida, mas elas estavam livresdentro de si mesmas. O amor as libertara. Nada mais livre do que o amor. O amortransforma pobres sditos em grandes reis e grandes reis em miserveis sditos.Quem no ama vive no crcere da emoo.

    O sonho da eternidade

    Onde est Confcio, Plato, Alexandre(o grande), Cristvo Colombo, NapoleoBonaparte, Hitler, Stalin? Todos pareciam to fortes! Cada um a seu modo: uns nafora fsica, outros na loucura e ainda outros na sabedoria e na gentileza. Mas, porfim, todos sucumbiram ao caos da morte. Os anos se passaram e eles se despediramdo breve palco da vida.

    Viver um evento inexplicvel. Mesmo quando sofremos e perdemos a esperana,somos complexos e indecifrveis. No apenas a alegria e a sabedoria, mas tambma dor e a loucura revelam a complexidade da alma humana. Como as emoes e asidias so tecidas nos bastidores da alma humana? Quais fenmenos as produzeme as diluem?

    Existir, pensar, se emocionar algo fascinante. Quem pode esquadrinhar osfenmenos que nos transformam em "homo intelligens", num ser que pensa e temconscincia de que pensa? Quem pode decifrar os segredos que produzem omovimento da energia a qual constitui as crises de ansiedade e a primavera dosprazeres?

    A produo da menor idia, mesmo no cerne da mente de um paciente psictico, mais complexa do que os mistrios que fundamentam os buracos negros noUniverso que sugam planetas inteiros. Um professor de Harvard tem os mesmosfenmenos que lem a memria e constroem cadeias de pensamentos que umacriana magrrima castigada pela fome.

    Ambos possuem um mundo a ser explorado e merecem a mesma dignidade.Infelizmente, o sistema social entorpece nossa mente e dificulta nossa percepopara o espetculo da vida que pulsa em cada um de ns. No somos americanos,rabes, judeus, chineses, brasileiros, franceses ou russos. No cerne da nossainteligncia jamais fomos divididos. Somos a espcie humana.

    O movimento contra a fome capitaneado por Lula, Presidente do Brasil, umaatitude que encanta. Entretanto, a luta contra a fome no problema de uma nao, responsabilidade de nossa espcie. Mas somos uma espcie cuja viabilidade questionvel. Raramente honramos na plenitude nossa capacidade de pensar. Porisso, no somos capazes de enxergar a dor dos outros. Somos timos nos discursos,mas lentos nas aes. As mculas da nossa histria depem contra nossaviabilidade.

    Perdemos o sentido de espcie. Ns nos dividimos pela cultura, religio, nao, corda pele. Dividimos o que indivisvel. Segmentamos a vida. Se conhecssemosminimamente as entranhas dos fenmenos que tecem o mundo das idias e atransformao da energia emocional, nos conscientizaramos de que somos maisiguais do que imaginamos.

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    A diferena entre os intelectuais e as crianas com necessidades especiais, entre ospsiquiatras e os pacientes psicticos, entre os reis e os sditos est na ponta doiceberg da inteligncia. A imensa base exatamente a mesma.

    O mestre dos mestres amava e respeitava a vida incondicionalmente. Nunca pediaconta dos erros de uma pessoa. No queria saber com quantos homens a prostitutahavia dormido. Suas atitudes eram to incomuns que ele corria risco de vida porelas. Ele conseguia criar vnculos com as pessoas discriminadas, apreci-las eperdo-las, porque penetrava dentro delas e as compreendia. Se voc no for capazde compreender as pessoas, ser impossvel am-las.

    Os leprosos tinham os ces como amigos. Vivia a dor da rejeio e da solido. Jesustinha um cuidado especial com eles. Ele lhes oferecia o que tinha de melhor, a suaamizade. Para ele, cada ser humano era um ser nico no teatro da vida. Cada serhumano era insubstituvel e no um objeto descartvel. S isso explica o fato dele

    dar um valor descomunal s pessoas que estavam margem da sociedade. Ele noconcordava com os erros delas, mas as amava independentemente das suas falhas.

    O sonho da transcendncia da morte

    Jesus amava tanto a vida que discorria sobre um sonho que at hoje abala osalicerces da medicina, o sonho da transcendncia da morte, o sonho da eternidade.A morte o atestado de falncia da medicina. A mais potica das profissessucumbe quando fechamos os olhos para a existncia.

    O desejo da medicina prolongar a vida e aliviar a dor. E a mesma aspirao dasreligies. Toda religio discorre sobre o alvio da dor, o prolongamento da vida, asuperao da morte. Sem dvida, um grande sonho. Mas, um dia, vivenciaremossozinhos, sem amigos, filhos, dinheiro, poder, o maior fenmeno que depe contraa vida: o caos da morte.

    As pessoas que dizem que no tm medo da morte so as mais frgeisemocionalmente. Falam sobre o que no refletiram. Elas s podem fazer talafirmao se usarem o atributo da f em Deus. Caso contrrio, quando realmenteestiverem diante do fim da vida, ocorrer uma exploso de ansiedade, elas secomportaro como meninos amedrontados diante do desconhecido.

    Em quase todos os filmes de Hollywood, a morte um dos fenmenos maisdestacados. Nos jornais e nas revistas, a morte igualmente privilegiada comonotcia, seja na forma de acidentes, guerras, doenas. Na pintura, literatura, namsica, ela recebe tambm um relevante destaque.

    Porm, apesar da morte estar na pauta principal de nossas idias, freqentemente,ns nos recusamos a pensar profundamente sobre ela como fenmeno. Quais asconseqncias da morte para a capacidade de pensar? O que acontece com agrande enciclopdia da memria com a decomposio do crebro? possvel

    resgatar nossa histria?

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    Do ponto de vista cientfico, nada to drstico para a memria e para o mundodas idias do que a morte. A memria se desorganiza, bilhes de informaes seperdem, os pensamentos deixam de ser produzidos, a conscincia mergulha novcuo da inconscincia. O caos do crebro destri o direito mais fundamental doser humano que est nos cdigos jurdicos mais lcidos e nos textos intelectuaismais sbrios, o direito de ter uma identidade, de ter conscincia de si mesmo, depossuir uma histria.

    Jesus, sabendo das conseqncias da morte, vendeu o sonho da eternidade. Para osseus seguidores que viram muitos pais chorando no leito das suas crianas, queviram filhos clamando para que seus pais revivessem e pessoas inconsolveis pelaperda dos seus amigos a morte era uma fonte de dor.

    Ao ouvir de muitas formas e em muitos lugares o mestre da vida discorrereloqentemente que ele estava na terra para que a humanidade recebesse a Deus econquistasse a imortalidade, eles foram contagiados por um grande jbilo. Um jbilo que continuou a ecoar pelos sculos.

    A alma humana anseia pela eternidade

    Quem no almeja a eternidade? Todos. Mesmo as pessoas que pensam em suicdiotm sede e fome de viver. Elas apenas querem exterminar a dor que estrangula suaemoo e no a vida que pulsa dentro de si mesmas. Fazemos seguro, colocamosfechadura nas portas, tomamos medicamentos quando doentes, desenvolvemosuma complexa medicina, cincias biolgicas e agrrias, porque temos sede deviver.

    Na ilha de Maiorca, na pequena e belssima cidade de Valdemossa, existe um conventodos monges Cartujas. Nos sculos passados, os cartujas foram dizimados por um rei daEspanha. Agora h um museu desses monges que retratam sua enigmtica histria. Oscartujas viviam na clausura, no tinham qualquer contato com a sociedade. O que eramais estranho que eles viviam em completo silncio. Eles podiam conversar apenasuma hora por semana uns com os outros para tratar de assuntos da administrao domosteiro.

    O que movia esses homens? Por que deixaram tudo para trs para viver nessemundo? Uma frase resumia a sua filosofia de vida e o motivo pelo qual seguiam a Jesus Cristo! "Ns nos calamos porque o anseio da nossa alma pela imortalidadeno pode ser expresso por palavras..." Independentemente do julgamento quepossamos fazer do comportamento deles, essa frase resume no apenas a filosofiados cartujas, mas um anseio inconsciente e incontrolvel. Nossa alma clama pelaeternidade.

    Antigamente, muitos psiquiatras, achavam que ter uma religio era um sinal defragilidade intelectual. Hoje, est claro que sinal de grandeza intelectual,emocional e espiritual. Nossa cincia ainda est no tempo da pedra para darrespostas s questes mais importantes da vida. Muitos continuam no sabendo

    quem so e para onde vo. Mas, para nosso espanto, Jesus dava resposta sobreessas questes com uma segurana impressionante.

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    Segundo as biografias de Jesus, esse sonho se tornou realidade aps a suacrucificao. Segundo os quatro evangelhos, Jesus venceu o que impossvel para acincia, o caos da morte. Ele conseguiu resgatar sua vida e identidade, conseguiupreservar o tecido da sua memria, superar aquilo que para a medicina umamiragem. Crer nesse fato entra na esfera da f.

    Enquanto andava pela Judia e Galilia, a eternidade era apenas um sonho paraseus seguidores. Mas era um sonho belssimo, um blsamo para a vida to fugaz emortal. Atravs desse sonho, ele cativou os jovens discpulos. A vida deles ganhouum outro significado, produziu a mais bela esperana. As dores e perdas passarama ser vistas de outro modo. Os acidentes e as catstrofes comearam a sersuportados e superados. As lgrimas dos que ficaram se tornaram gotas de orvalhoque anunciavam o mais belo amanhecer. Eles passaram a crer que, um dia, o solvoltaria a brilhar depois da mais longa tempestade.

    A medida que o mestre dos mestres vendia o sonho da eternidade, seus discpulosaumentavam mais e mais. Nunca tinham ouvido algum dizer tais palavras. Elesnem faziam idia de quem eles estavam seguindo e o que lhes aguardava. Eram jovens e inexperientes, mas foram contagiados pelo mais eloqente vendedor desonhos. Se voc estivesse nas praias da Galilia ou nas cidades por onde elepassava, voc tambm seria contagiado?

    O sonho da felicidade inesgotvel

    Existe equilbrio do campo de energia psquica, como alguns psiquiatras epsiclogos crem? No. impossvel exigir estabilidade plena da energia psquica,pois ela organiza-se, desorganiza-se (caos) e reorganiza-se continuamente. Noexistem pessoas calmas, alegres, serenas sempre, nem mesmo ansiosas, irritadas eincoerentes em todos os momentos.

    Ningum emocionalmente esttico, a no ser que esteja morto. Devemos reagir enos comportar sob determinado padro, seno seremos instveis, mas tal padrosempre refletir uma emoo flutuante. A pessoa mais tranqila tem seusmomentos de ansiedade e a mais alegre tem seus perodos de angstia. S oscomputadores so rigorosamente estveis. Por isso, eles so simplistas.

    No deseje ser estvel como os robs. No se perturbe se voc uma pessoaoscilante, pois no possvel nem desejvel ser rigidamente estvel. O que vocno deve permitir sentir oscilaes grandes nem bruscas, como as produzidaspela impulsividade, mudana sbita de humor, medo. Quem explosivo se tornainsuportvel, quem excessivamente previsvel se torna um chato.

    O campo de energia psquica vive num estado contnuo de desequilbrio etransformao. O momento mais feliz de sua vida desapareceu e o mais triste sedissipou. Por qu? Porque a energia psquica do prazer ou da dor passainevitavelmente pelo caos e se reorganiza em novas emoes. Somos um caldeiro

    de idias e uma usina de emoes. Simplesmente no possvel interromper aproduo de pensamentos nem dos sentimentos.

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    Os problemas nunca vo desaparecer nesta sinuosa e bela existncia. Problemasexistem para ser resolvidos e no para perturb-lo. Todavia, quando a ansiedadeou a angstia invadir sua alma, no se desespere, extraia lies de sua aflio. Essa a melhor maneira de ter dignidade na dor. Caso contrrio, sofrer intil. E,infelizmente, a maioria das pessoas sofre inutilmente... Elas expandem sua misriae no enriquecem a sua sabedoria.Uma pesquisa realizada sobre a qualidade de vida da populao da cidade de SoPaulo mostrou nmeros chocantes: 37,8% dos habitantes esto ansiosos(so maisde cinco milhes de pessoas); 37,4% apresentam dficit de memria ouesquecimento; 30,5% sentem fadiga excessiva; 29,9% sentem dores musculares e29,1%, dor de cabea.

    Por incrvel que parea, 82% dos habitantes da principal capital da Amrica Latinaesto apresentando dois ou mais sintomas. Todavia, se realizarmos a mesmapesquisa em qualquer mdia ou grande cidade das sociedades modernas, comoNova York, Londres, Paris, Tquio, encontraremos nmeros semelhantes. Aflutuao emocional e a construo de pensamentos atingiram patamares doentios.

    H mais de trs milhes de pessoas, incluindo jovens e adultos, com transtorno dosono em So Paulo. Elas fazem uma guerra na prpria cama. Qual guerra? Aguerra de pensamentos. Levam os seus problemas e todo o lixo social queacumularam durante o dia para o que deveriam preservar: o sono. Por noaquietarem suas mentes, elas roubam energia excessiva do crebro. A conseqnciadisso? Acordam cansadas sem ter feito exerccios fsicos. Mesmo quando dormem,o sono no reparador, pois ele no consegue repor a energia gasta pela hiper-

    produo de pensamentos. Pensar bom, pensar demais um dos maioresproblemas que destroem a qualidade de vida do homem moderno.

    Antigamente, Freud e outros pensadores criam que as causas dos conflitospsquicos dos adultos surgiam na infncia, atravs das crises familiares, transtornossexuais, privaes, agressividade. Todavia, se Freud analisasse os dados dapesquisa contempornea, ficaria chocado. Das dez principais causas que tmadoecido o ser humano, sete so sociais, como o medo do futuro, insegurana, crisefinanceira, medo de ser assaltado, da solido, do desemprego.

    As sociedades modernas se tornaram uma fbrica de estmulos agressivos. Aspessoas no tm defesa emocional; pequenos problemas causam um grandeimpacto. Ficam anos na escola aprendendo a conhecer o mundo de fora, mas nosabem quase nada sobre como produzimos pensamentos, como gerenci-los, comoadministrar suas frustraes e angstias. Elas desconhecem que os pensamentosnegativos e as emoes tensas so registrados automaticamente na memria e nopodem mais ser deletados, apenas reeditados. A educao moderna, apesar de terilustres professores, est falida, pois no prepara os alunos para a escola da vida.

    Temos sido vtimas da depresso, da ansiedade e das doenas psicossomticas.Espervamos que o ser humano do sculo XXI fosse feliz, tranqilo, solidrio,

    saudvel.

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    Multiplicamos o conhecimento e construmos carro, geladeira, telefone, televisopara facilitar nossa vida, nos dar conforto e alegria, mas nunca o ser humano sesentiu to desconfortvel e estressado. Todavia, apesar das mazelas emocionaisterem se intensificado nos dias atuais, elas no so privilgios da nossa gerao.Por isso, nossa histria est manchada por guerras, discriminaes, injustias,agressividades.

    Ser feliz o requisito bsico para a sade fsica e intelectual. Todavia, ser feliz, doponto de vista da psicologia, no ter uma vida perfeita, mas saber extrairsabedoria dos erros, alegria das dores, fora nas decepes, coragem nos fracassos. Jesus ensinou como conseguir o sonho da felicidade inesgotvel.

    O maior de todos os sonhos

    Logo aps o encontro com Joo Batista, Jesus retornou para a Galilia e comeou a

    discorrer, de sinagoga em sinagoga, sobre sua misso. Os homens deliravam comsua eloqncia. Sua fama se alastrava como fagulha na palha seca. Ento, ele foi atNazar, entrou na sinagoga e discursou publicamente sobre alguns dos seus maisbelos sonhos. Seu projeto era espetacular.

    Na platia, estavam os homens que o viram crescer. Eles certamente no dariammuito crdito s suas palavras, no valorizariam o plano transcendental docarpinteiro. No era o melhor lugar para ele dizer coisas centrais que ocupavamseus pensamentos. Mas ele sempre ia contra a lgica. Definitivamente, ele no tinhamedo de ser rejeitado, a crtica no o perturbava.

    Na platia tambm estavam seus jovens discpulos e um grupo de fariseusdesconfiado de tudo o que ele dizia. Com grande convico, ele realou a sua voz edisse palavras que provocaram encanto e espanto. Disse que estava nesta terra paraproclamar libertao aos cativos, restaurar a vista aos cegos e pr em liberdade osoprimidos. Ele inferiu que sua real profisso no era ser um carpinteiro, mas umescultor da alma humana, um libertador do crcere do medo, da ansiedade, doegosmo. Ele queria libertar os cativos e os oprimidos. Tambm queria libertar oscegos, no apenas os cegos cujos olhos no vem, mas cujos coraes noenxergam. Os cegos que tm medo de confrontar-se com suas limitaes, que noconseguem questionar qual o seu real sentido de vida. Os cegos que soespecialistas em julgar e condenar os outros, mas que so incapazes de olhar paraas suas prprias fragilidades.

    A platia ficou chocada. Quem era esse homem que se colocava como carpinteiroda emoo? No parecia o mesmo menino que tinha crescido nas ruas de Nazar.No parecia o adolescente que seguia os passos do seu pai nem o homem quesuava ao carregar toras pesadas de madeira. Eles no entenderam que o meninoque brincava nas cercanias de Nazar no apenas era inteligente, mas crescia emsabedoria e se tornava, pouco a pouco, um analista da alma humana. No faziamidia de que o homem que se formara naquela pequena cidade tinha mapeado a

    personalidade humana como nenhum pesquisador da psicologia e se tornara omestre dos mestres.

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    Ele no apenas conheceu os nossos erros e defeitos exteriores, mas tambmanalisou o funcionamento da nossa mente e compreendeu como as nossas mazelaspsquicas so produzidas no secreto do nosso ser. S isso explica por que ele foi totolerante com nossas falhas, por que deu a outra face aos seus inimigos, por quenunca deixou de dar chances ao inseguro e ao incauto, por que nunca desistiu deperdoar...Quando ele terminou o seu discurso na sinagoga de Nazar, os homens, instigadospelos fariseus, se enfureceram. Levaram-no para fora arrastado e queriam mat-lo.Mostraram que eram escravos dos seus preconceitos. No podiam aceitar que umcarpinteiro tivesse to grande misso. Mostraram que eram cativos e cegos. Eramlivres por fora e oprimidos por dentro. Os seus discpulos ficaram assustadssimos.Comearam a entender o tamanho do problema em que tinham se envolvido. Jesusvendia o maior de todos os sonhos, o sonho de uma alma arejada, saudvel, livre,feliz. Ele queria ajudar o ser humano a romper os grilhes dos conflitos que

    controlavam e sufocavam a psique. Mas quem estaria disposto a ser ajudado?Sua inteligncia era to intrigante que discorreu sobre a ansiedade e suas causascom grande lucidez. Suas idias perturbam a psiquiatria e a psicologia modernas.Ele disse que precisamos gerenciar os pensamentos e no gravitar em torno dosproblemas do amanh. Ele focava as flores, contemplava-as e dizia que devamosprocurar a grandeza das coisas simples. Mas quem queria libertar o territrio dasua emoo das ansiedades da vida?

    Certa vez, ele foi muito longe no seu discurso. Levantou-se numa festa em que oclima era tenso, pois estava para ser preso e, desprezando o medo, convidou as

    pessoas a beber de sua felicidade. Nunca algum foi to feliz na terra de infelizes.A morte o rondava e ele homenageava a vida. O medo o cercava, mas ele estavamergulhado num mar de tranqilidade. Que homem esse que apaixonado pelavida mesmo quando o mundo est desabando sobre ele?

    O seu discurso nessa festa foi relevante e complexo. Ele disse que os que cressemnele teriam acesso a um rio de guas vivas que fluiria do seu interior. Ao usar essalinguagem, ele inferiu que tinha pleno conhecimento de que a energia psquica no estvel, mas flutuante, por isso usou a simbologia de um rio.

    Queria mostrar que o sonho da felicidade passava por um constante estado derenovao emocional no qual no haveria tdio, angstia, rotina. O prazer seriainesgotvel, mas no estvel ou esttico. Mostrava que era possvel plantar floresnos desertos, destilar orvalho na terra seca, extrair alegria nas frustraes. Nobastava ser eterno, ele queria que cada ser humano encontrasse uma felicidadeborbulhante.

    O vendedor de sonhos deixava perplexos seus ouvintes, no importava se eleseram seguidores ou perseguidores. Na ocasio dessa festa, a escolta de soldadosque estava incumbida de prend-lo ficou paralisada. Era muito fcil aprision-lo,ele no tinha qualquer proteo. Mas quem consegue aprisionar um homem que

    abala os pensamentos? Quem consegue amordaar um vendedor de sonhos queliberta a emoo? Os soldados partiram de mos vazias.

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    Os lderes de Israel que os enviaram ficaram indignados. Inquiridos por que no oprenderam, eles responderam: "Nunca algum falou como este homem". Elesforam libertados no seu esprito, desejaram ansiosamente beber da felicidade sobrea qual ele discursara.

    No foram seus milagres que mudaram a histria da humanidade. Foram seussonhos. Jesus Cristo tem feito bilhes de pessoas sonhar ao longo dos sculos. Elefoi o maior vendedor de sonhos da histria. Sob o clima dos seus sonhos, osportadores de cncer, os que perderam seus amados, os que experimentaraminjustias, os que tombaram no caminho tm encontrado esperana no caos, paznas tormentas, refrigrio no rido solo da existncia.Sob o toque dos seus sonhos,mesmo os que no passaram por turbulncias encontraram algo to procurado e todifcil de ser encontrado: o sentido da vida...

    Portantoos inimigos e os amigos o desconheciam, mas, envolvidos pelos sonhosde Jesus, os jovens discpulos tiveram a coragem de virar a pgina da sua histria esegui-lo. Deixaram o futuro que haviam traado para trs. Joo Batista o haviacolocado nas alturas. Pensaram que seguiriam algum capaz de arregimentar omaior de todos os exrcitos, algum que exercitasse sua fora para que o mundo sedobrasse aos seus ps. Mas ficavam pasmados com suas palavras. Elaspenetravam-lhes o cerne do ser. Tudo o que fazia quebrava os paradigmas e osconceitos de vida. Ele revelava um poder descomunal, mas preferia dar nfase sensibilidade. Ele discursava sobre a eternidade, parecia to superior aos homens,mas tinha a coragem de se dobrar aos ps de pessoas simples. Ele preferia ainteligncia fora, a sabedoria ao poder. Quem era ele?

    Jesus era um homem econmico nas palavras. Ns exageramos no discurso,falamos em excesso, mas ele era ponderado. Sabia das limitaes intelectuais dosdiscpulos em compreender seu projeto, suas idias, seus sonhos. Por isso, nutria-lhes lentamente a alma e o esprito como uma me que acalenta seus filhos. Eletinha uma grande ambio: transformar os seus incultos discpulos e torn-lostochas vivas que pudessem incendiar o mundo com seus projetos e sonhos.

    Ele no falava claramente sobre sua personalidade e objetivos. Grandes debateseram feitos pelos mais prximos sobre sua identidade. Seus inimigos ficavamatordoados com seus gestos. Seus amigos ficavam fascinados com suas palavras.Inimigos e amigos tinham suas mentes embriagadas de dvidas.

    Os inimigos no sabiam a quem perseguiam e os amigos no sabiam a quemseguiam. S sabiam que era impossvel ficar indiferente a ele. Somente Ele podedar de si mesmo o testemunho que deu, por exemplo:Eu sou o po da vida; o quevem a mim jamais ter fome; e o que cr em mim jamais ter sede. Joo 6.35.Eu soua luz do mundo; quem me segue no andar nas trevas; pelo contrrio, ter a luz davida. Joo 8.12.Eu sou a porta. Se algum entrar por mim, ser salvo; entrar, esair, e achar pastagem. Joo 10.9.Eu sou o bom pastor. O bom pastor d a vidapelas ovelhas. Joo 10.11.Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, aindaque morra, viver. Joo 11.25.Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ningum vemao Pai seno por mim. Joo 14.6.Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai oagricultor. Joo 15.1.

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    Capitulo I

    A Preexistncia de Cristo

    Assim como a parte descoberta de um "iceberg" apenas um dcimo do tamanho

    total, a vivncia humana de Jesus apenas uma parte de um grande todo. A vidado homem Jesus - da manjedoura de Belm cruz do Calvrio apenas umcaptulo de uma vida que se estende de eternidade a eternidade. Antes de nascercomo homem, Ele todo "em forma de Deus" era "igual a Deus".

    Por isso, rejeitamos a heresia criada pelo presbtero rio, da Igreja de Alexandria,grande erudito do sculo 4. afirmava a existncia de Cristo, mas no em suadivindade, afirmando que ele era um ser criado, inferior a Deus e superior aohomem. Para rio, Cristo era, na verdade, Deus em certo sentido, mas um Deusinferior, de modo algum uno com o Pai em essncia ou eternidade. Ensinava quena encarnao o Verbo(Logos) entrou em um corpo humano, tomando o lugar doesprito racional humano.

    1. Preexistncia Eterna de Jesus como Deus

    1.1. O profeta Miquias fez referncia preexistncia de CristoE tu, Belm Efrata, posto que pequena entre milhares de Jud, de ti mesair o que ser Senhor em Israel, e cujas origens so desde os temposantigos, desde os dias da eternidade. Mq 5.2.

    1.2. O Apstolo Joo fez referncia preexistncia de CristoNo princpio era o Verbo, e o Verbo estava om Deus e o Verbo era Deus. Eleestava no princpio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Elenada do que foi feito se fez. Jo 1.1-3.

    1.3. O apstolo Paulo fez referncia preexistncia de Cristo. Fp 2.6-8Que sendo de Deus, no teve por usurpao ser igual a Deus. Masaniquilou-se a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhanteaos homens; e achado em forma de, humilhou-se a si mesmo, sendoobediente at a morte e morte de cruz.

    1.4. O prprio Jesus fez referncia a sua preexistncia Joo 6.62: Que seria, pois se vsseis subir o Filho do Homem para ondeprimeiro estava? Joo 8.58: Disse-lhe Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes queAbrao existisse Eu Sou. Joo 17.5: E, agora, glorifica-me tu, Pai, junto de ti mesmo, com aquelagloria que tinha contigo antes que o mundo existisse.

    1.5. O Verbo de Deus sempre existiu, eternamente1.5.1. Ocupando-Se: da criao do universo. I Co 8.6; Cl 1.16

    1.5.2. Do controle do universo. Cl 1.17; Hb 1.31.5.3. E da comunho com o Pai. Jo 17.23-24.

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    Capitulo II

    Cristo no Antigo Testamento

    I. Cristo Revelado na Tipologia

    1. Tipos Humanos de Jesus

    1.1. Abel1.1.1. Abel ofereceu maior sacrifcio( Jesus tambm) Hb 9.11,121.1.2. Abel foi invejado( Jesus tambm) Gn 4.4-6; Mt 27.181.1.3. Abel foi morto inocente ( Jesus tambm) Is 531.1.4. Abel foi chamado justo( Jesus tambm) Mt 23.35 e At 3.14,151.1.5. O sangue de Abel fala(o de Jesus fala tambm) Gn 4.10; Hb 12.24.

    1.2. Jos1.2.1. Amado pelo pai( Jesus tambm) Gn 37.3; Mt 3.171.2.2. Odiado pelos irmos ( Jesus tambm) Gn 37.4; Jo 15.241.2.3. Enviado pelo pai( Jesus tambm) Gn 37.13-24; I Jo 4.141.2.4. Vendido( Jesus tambm) Gn 37.28; Mt 26.4,151.2.5. Tentado e venceu ( Jesus tambm) Gn 39; Mt 4.1-111.2.6. Levantado e exaltado( Jesus tambm) Gn 41.14,43,44; Mt 28.181.2.7. Com 30 anos comeou o ministrio ( Jesus tambm) Gn 41.46; Lc 3.231.2.8. A noiva no-hebria( Jesus tambm) Gn 41.45; Ef 5.25,271.2.9. Preso entre 2 criminosos, um salvo, outro condenado. Gn 40

    Jesus tambm entre 2 criminosos, um salvo, outro no. Lc 23.32,33.

    1.3. Moiss1.3.1. Dominou a gua do mar( Jesus tambm) x 14.21; Mt 8.261.3.2. Alimentou uma multido( Jesus tambm) x 16.15,16; Jo 6.11,12;311.3.3. Teve seu rosto iluminado( Jesus tambm) x 34.35; Mt 17.1-51.3.4. Os irmos estiveram contra ele( Jesus tambm) Nm 12.1; Jo 7.51.3.5. Intercedeu pelo povo ( Jesus tambm) x 32.32; Jo 17.91.3.6. Escolheu 70 auxiliares( Jesus tambm) Nm 11.16; Lc 10.11.3.7. Esteve 40 dias em jejum( Jesus tambm) x 24.18; Mt 4.21.3.8. Apareceu depois da morte ( Jesus tambm) Mt 17.3; At 1.31.3.9. Ameaado de morte e preservado por Deus. x 2.2-10; Hb 11.23

    ( Jesus tambm (ameaado de morte e preservado por Deus) Mt 2.13-15.

    2. Tipos no Humanos de Jesus

    2.1. O Cordeiro Pascoal. x 12.3-14; I Co 5.7b2.2. O Leo(fora). Apoc 5.52.3. A Galinha (proteo). Mt 23.372.4. A Serpente de Metal. Nm 21.4-9; Jo 3.14,152.5. A Rocha de Horebe. x 17.6 I Co 10.42.6. A Arca de No. Gn caps. 6,7,8; Lc 17.26.

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    II. O Ministrio de Cristo no Antigo Testamento

    1. As Teofanias

    1.1. Definio do Termo Teofania

    O termo Teofania vem da lngua grega, composto por dois vocbulos, Thes,"Deus" e phanero, "aparecer". Isto , Teofania um conceito de cunhoteolgicoque significa qualquer manifestao temporria e normalmente visvel de Deus.Por conseguinte, preciso se distinguir de forma enftica que h uma grandediferena entre a Teofania(que uma manifestao temporria) e a Encarnao(que uma manifestao permanente).

    A importncia primordial desse estudo das Teofanias, podermos demonstrar queatravs de revelaes temporrias de Deus temos a revelao da possibilidade deuma revelao permanente dEle. Deus, ao revelar-Se temporariamente atravs deTeofanias, demonstrava por esse fato, que na plenitude da dispensao dos tempos(Gl 4.4), Ele se tornaria "carne". Jo 1.14.

    1.2. Ocorrncias de Teofanias

    Quase todos os casos de Teofania so encontrados nos tempos do A. Testamento,embora haja registros delas tambm no Novo Testamento.Ocorrncias no Antigo Testamento:

    1. Cuidou de Agar e Ismael no deserto. Gn 16.7-142. Avisou Abrao da destruio de Sodoma e gomorra. Gn 18.13. Impediu Isaque de ser sacrificado. Gn 22.11-134. Falou a Jac, do topo da escada. Gn 28.135. Guardou Jac das trapaas de Labo(seu tio). Gn 31.11-136. Deixou Jac lutar consigo. Gn 32.24-327. Mandou Moiss santificar seus ps. Ex 3.4-58. Foi na frente de Israel. Ex 14.19; 23.209. Prometeu proteo no caminhar. Ex 23.2010. Protegeu Moiss ao passar sua Glria. Ex 33.22,3411. A Rocha seguindo Israel era o Cristo. I Co 10.412. Encorajou Josu antes da batalha contra Jeric. Js 5.13-1513. Chamou Gideo. Jz 6.11-24

    14. Deu Sanso aos seus pais e os instruiu. Jz 1315. Trouxe pestilncia pelo censo de Davi. I Cr 2116. Confortou Elias. I Rs 19.5,9-1817. Dizimou os Assrios. II Rs 19.3518. Fez Isaas entender sua glria e santidade. Is 6.1-1319. Guardou os trs jovens hebreus na fornalha de fogo. Dn 3.24-2520. Guardou Daniel na cova dos lees. Dn 6.2221. E revelou-lhe seu reino. Dn 7.13-1422. Apareceu a Zacarias. Zc 1.11; 3.11

    22.1. E revelou que protege Jerusalm. Zc 1.8-1322.2. Mede. Zc 2.8-1122.3. Purifica. Zc 3.10 e Edifica. Zc 6.12-15.

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    Ocorrncias no Novo Testamento

    1. A voz ouvida e a pomba no Batismo de Jesus. Mt 3.16,172. A voz ouvida durante o episdio da Transfigurao. Mt 17.53. A voz ouvida no episdio da semana da paixo. Jo 12.284. A visvel inaugurao do ministrio do Esprito Santo. At 2.2,35. A viso de Estvo. At 7.55,566. A viso de Paulo. At 9.3ss.

    1.3. O Anjo do Senhor

    Outro ensino veterotestamentrio de grande importncia, que por sua vez estestritamente relacionado com as Teofanias so as aparies do Anjo do Senhor.Optamos por estudar, separadamente, este assunto, em virtude de sua importnciacrucial, uma vez que as aparies do Anjo do Senhor se constituem em Teofanias,

    mas especificamente Teofanias onde as aparies de Deus se davam em formahumana. A expresso "Anjo do Senhor" ou sua variante "Anjo de Deus", seencontram mais de cinqenta vezes no Antigo Testamento. Portanto, necessrioalgumas consideraes acerca desse personagem, que se reveste de grandeimportncia quando tratamos da possibilidade da Encarnao.

    A primeira apario bblica do "Anjo do Senhor" foi no episdio de Agar, nodeserto (Gn 16.7). Outros acontecimentos incluram pessoas como Abrao(Gn22.11,15), Jac(Gn 31.11-13), Moiss(x 3.2), todos os israelitas durante o xodo(x14.19) e posteriormente em Boquim( Jz 2.1,4), Balao(Nm 22.22-36), Gideo ( Jz6.11), Davi(I Cr 21.16), entre outros.

    A Bblia nos informa que o Anjo do Senhor realizou vrias tarefas semelhantes sdos anjos, em geral. s vezes, Suas aparies eram simplesmente para trazermensagens do Senhor Deus, como, por exemplo, em Gnesis 22.15-18; 31.11-13. Emoutras aparies, Ele fora enviado para suprir necessidades(I Rs 19.5-7) ou paraproteger o povo de Deus de perigos. x 14.19; Dn 6.22.

    Com relao identidade do Anjo do Senhor, os eruditos no so e nunca foramunnimes. Entretanto, no h porque duvidar da antiqssima interpretao cristde que, (no mnimo) em alguns casos acima citados, encontramos manifestaes

    preencarnadas da Segunda Pessoa da Trindade, e de forma inquestionvel em:Em Josu5.14 - Quando o Anjo do Senhor apareceu a Josu, diz a Palavra doSenhor que ele "... se prostrou sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e disse-lhE:Que diz meu Senhor ao seu servo?". Se este Anjo no fosse o prprio Senhor, Josuteria sido proibido de ador-lo como ocorreu em Apocalipses 19.10 e 22.8,9.

    Em Juizes13.18 - Quando Mano, pergunta ao Anjo do Senhor, o Seu Nome, Eleresponde: "... porque perguntas assim pelo meu nome, visto que maravilhoso?"Uma comparao desta resposta com a passagem de (Is 9.6), demonstra que o Anjoque apareceu a Mano o Menino que nos fora dado de Isaas cujo nome Maravilhoso(hwhyYHWH), o prprio Senhor.

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    Cristo em Cada Livro do Antigo Testamento

    1. Em Gnesis Ele o Cordeiro no altar de Abrao

    2. Em xodo Ele o cordeiro da Pscoa 3. Em Levtico Ele o sumo sacerdote 4. Em Nmeros Ele a nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite 5. Em Deuteronmio Ele a cidade de nosso refgio 6. Em Josu Ele o tecido vermelho na janela de Raabe 7. Em Juzes Ele o nosso Juiz 8. Em Ruth Ele o nosso parente redentor 9. EmI e II Samuel Ele o nosso profeta confivel 10. Nos livros de Reis e Crnicas Ele o nosso soberano 11. Em Esdras Ele o nosso escriba fiel

    12. Em Neemias Ele o reconstrutor de tudo que est destrudo 13. Em Ester Ele Mordecai assentado fielmente no porto 14. Em J Ele o nosso redentor que vive para sempre 15. Em Salmos Ele o meu pastor e nada me faltar 16. Em Provrbios e Eclesiastes Ele nossa sabedoria 17. Em Cantares Ele o noivo Celestial 18. EmIsaias Ele o servo sofredor 19. Em Jeremias e Lamentaes Ele o profeta que chora 20. Em Ezequiel Ele o maravilhoso homem de quatro faces 21. Em Daniel Ele o quarto homem na fornalha

    22. Em Osias Ele o amor sempre fiel 23. Em Joel Ele nos batiza com o Esprito Santo e com fogo 24. Em Ams Ele leva nossos fardos 25. Em Obadias Ele nosso salvador 26. Em Jonas Ele o grande missionrio que leva ao mundo a palavra de Deus27. Em Miquias Ele o mensageiro dos ps formosos 28. Em Naum Ele o vingador 29. Em Habacuque Ele a sentinela orando sempre pelo reavivamento 30. Em Sofonias Ele o Senhor poderoso para salvar 31. Em Ageu Ele o restaurador de nossa herana perdida

    32. Em Zacarias Ele a nossa fonte inesgotvel 33. Em Malaquias Ele o filho da justia trazendo cura em suas asas.

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    Capitulo III

    Cristo no Novo Testamento: O Nascimento Virginal

    Jerusalm havia cado em mos romanas em 63 a.C.; os coletores de impostos e osmilitares romanos eram um peso nas costas do Povo. Grande parte do povo judeuestava espalhado pelo mundo, e mesmo na Terra Prometida, explorada eempobrecida, viviam sob o domnio dos pagos. A esperana de Israel era oMessias.

    O Povo Judeu, dividido em seitas rivais ou inimigas, sofria o jugo de outros povos,que embora perversos pareciam ser mais bem tratados por Deus. Uma tal situao, claro, clamava pela interveno divina. Neste difcil momento da histria judaica,surgiu toda uma abundante produo de literatura apocalptica, descrevendo aredeno pelo Messias e o fim do sofrimento, com o aniquilamento dos inimigos.

    Muitas eram as seitas naquele tempo. Entre elas, contudo, contamos algumas demaior importncia: Os Essnios; Os Fariseus; Os Saduceus; Os Zelotes. Era esta asituao da Terra Santa quando chegou o Cristo, o Messias esperado por tantotempo. Nascido em Belm, criado em Nazar, Jesus, Verdadeiro Homem eVerdadeiro Deus, anunciado pelos Profetas e esperado pelo povo judeu.

    I. O Nascimento de Jesus Profetizado

    O Evangelho de Mateus como uma ponte entre o Velho e o Novo Testamento.Neste evangelho apresentada a transio da expectativa judaica do Messiaspoltico para esperana messinica que se retrata como cumprimento das profeciasveterotestamentrias sobre Jesus. Visto que Mateus emprega abundantes citaesdo A.T., mostrando assim seu gosto por enquadrar os incidentes e aspectos da vidade Cristo nas previses profticas, conveniente fornecer agora uma lista dasprofecias do Antigo Testamento e o seu devido cumprimento.

    1. Seria a semente de uma mulher: Profecia(Gn 3.15). Cumprimento(Lc 2.7) 2. Seria descendente de Abrao: Profecia(Gn 18.18). Cumprimento (Mt 1.1) 3. Seria descendente de Isaque: Profecia (Gn 17.19). Cumprimento(Mt 1.2) 4. Seria descendente de Jac: Profecia(Gn 28.14). Cumprimento(Mt 1.2)

    5. Descenderia da tribo de Jud: Profecia(Gn 49.10). Cumprimento (Mt 1.2-3) 6. Seria o herdeiro do trono de Davi: Profecia (Is 9.7). Cumprimento (Mt 1.1;6) 7. Seu lugar de nascimento: Profecia (Mq 5.2). Cumprimento(Mt 2.1; Lc 2.4-7) 8. A poca de seu nascimento: Profecia(Dn 9.25). Cumprimento (Lc 2.1-2; 2.3-7) 9. Nasceria de uma virgem: Profecia(Is 7.14). Cumprimento (Mt 1.18) 10. A matana dos meninos: Profecia( Jr 31.15). Cumprimento (Mt 2.16; 17-18) 11. A fuga para o Egito. Profecia (Os 11.1). Cumprimento(Mt 2.13-15; 19-20)

    Conforme Thompson, na Bblia de Referncia, no verso 21 de Mateus(cap. 1) cumpre-se 38 profecias veterotestamentrias a cerca de Jesus, e isso haproximadamente 1.500 na os depois do registro da primeira profecia messinicaem Gnesis.

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    Um milagre! No s pelo cumprimento em si, mas tambm pela unidadeideolgica e pela concatenao literria da narrativa bblica at o relato donascimento virginal de Jesus, o Cristo de Deus e o cumprimento por excelncia detodas as promessas de salvao promulgadas no Antigo Testamento.

    II. As Razes de Sua Encarnao1. Revelar Deus aos homens. Jo 1.182. Prover um exemplo de vida. I Pe 2.213. Prover um sacrifcio pelo pecado. Hb 10.1-104. Destruir as obras do diabo. I Jo 3.85. Ser um sumo sacerdote misericordioso. Hb 5.1,26. Cumprir a aliana davdica. Lc 1.31-337. Ser sobremaneira exaltado. Fp 2.9.

    III.O Nascimento Virginal

    O Senhor Jesus Cristo nasceu de uma virgem? H uma avalanche de seitas quenegam essa verdade bblica. Mormonismo, Legio da Boa Vontade, EspiritismoKardecista, Reverendo Moon, um ramo das Testemunhas de Yehoshua e muitosoutros grupos religiosos heterodoxos rejeitam o nascimento virginal de Jesus.

    No incio do segundo sculo, os ebionitas surgiram com essa doutrina, fazendocoro com o judasmo. Os ebionitas, diferentes do judasmo, criam que o Senhor Jesus era o Messias, mas no o aceitam como Deus e nem o seu nascimentovirginal. Hoje os hereges contemporneos continuam fazendo apologia a velhasmentiras diablicas.

    Muitos candidatos ao ministrio pastoral sucumbem nos conclios por afirmaremque o nascimento de Jesus foi milagroso. O nascimento, a gestao e o parto foramnaturais. A concepo foi um grande e tremendo milagre que nem as experincias comclonagem humana conseguem explicar. A cincia admite a clonagem, mas no tem apresuno, e nem noticia isso, de promover a concepo humana sem a presenados gametas masculino e feminino.

    Somente Mateus e Lucas contam o nascimento e a infncia de Jesus, cada qualnarrando incidentes diferentes. Ver sobre Lc 1.5-80. Maria passou com Isabel os trsprimeiros meses seguintes visita que lhe fez o mensageiro celeste. Quando voltoua Nazar e Jos soube do seu estado, este deve t-lo levado a uma "perplexidadeestranha, agnica". Era, porm, um homem bom e disps-se a resguardar areputao de Maria do que ele supunha ser uma desmoralizao pblica ou coisapior. Foi quando o anjo apareceu-lhe e explicou tudo.

    Teve ainda de guardar o segredo de famlia, para evitar escndalo, porqueningum acreditaria na histria de Maria. Mais tarde, quando a natureza divina de Jesus foi comprovada por Seus milagres e Sua ressurreio dentre os mortos, Mariapodia falar livremente do seu segredo celestial e da concepo sobrenatural de seu

    filho. Ver sobre a concepo virginal. Lc 1.26-38.

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    Jos

    Muito pouco se diz de Jos. Foi com Maria a Belm e estava com ela quando Jesusnasceu, Lc 2.4,16. Com ela estava quando Jesus foi apresentado no Templo, Lc 2.33.

    Guiou-os na fuga para o Egito e na volta para Nazar, Mt 2.13,19-23. Levou Jesus a Jerusalm quando Este tinha 12 anos, Lc 2.43,51. Depois disso o que mais se sabedele que era carpinteiro e chefe de famlia de pelo menos sete filhos, Mt 13.55,56.Com certeza devia ser um homem exemplarmente bom, para que Deus assim oacolhesse a fim de servir de pai adotivo do Seu Filho. Comumente se pensa que elefaleceu antes de Jesus entrar em seu ministrio pblico, embora a linguagem de(Mt13.55 e Joo 6.42) possa implicar que ainda vivia por essa poca. Seja como for, jdevia ter morrido antes que Jesus fosse crucificado, de outro modo no haveriarazo para Jesus entregar sua me aos cuidados de Joo. Jo 19.26-27.

    Maria

    Depois da histria do Nascimento de Jesus e de Sua visita a Jerusalm aos 12 anos,muito pouco se diz de Maria. De acordo com a interpretao corrente de(Mt 13.55-56), ela foi me de pelo menos seis filhos, alm de Jesus, Por sugesto sua, Jesusconverteu gua em vinho, em Can, Seu primeiro milagre. Jo 2.1-11.

    Depois se menciona que ela procurou entrar em contacto com Ele, no meio de umamultido, (Mt 12.46; Mc 3.31; Lc 8.19); quando Jesus indicou claramente que asrelaes de famlia entre Ele e Sua me no ofereciam a esta nenhuma vantagem

    espiritual particular. Ela esteve presente crucifixo e foi entregue por Jesus aoscuidados de Joo. Jo 19.25-27.

    No h notcia de Jesus haver aparecido a ela aps a ressurreio, emboraaparecesse a Maria Madalena. A ltima meno que dela se faz em(At 1.14),quando esteve com os discpulos a orar. Eis tudo quanto a Escritura diz de Maria.Das mulheres que acompanharam Jesus na sua vida pblica, Maria Madalenaparece ter desempenhado papel mais preponderante do que a me de Jesus. Mt27.56-61; Mc 15.40,47; 16.9; Lc 8.2; 24.10; Jo 19.25; 20.1-18.

    Maria foi uma mulher calma, meditativa, devotada, prudente, a mais honrada dasmulheres, rainha das mes, que partilhou dos cuidados prprios da maternidade.Admiramo-la, honramo-la e amamo-la porque foi me do nosso Salvador.

    Quem foram os "irmos" e "irms" de Jesus, mencionados em(Mt 13.55-56 e Mc 6.3) Filhos de Jos, de um matrimonio anterior? Ou primos? O sentido claro, simples enatural destas passagens que foram mesmo filhos de Maria. esta a opiniocomum dos comentadores eruditos. E apoiada pela declarao de Lc 2.7, de queela deu luz seu filho Primognito. Por que "primognito", se no houve outrosfilhos?.(Observe Joo 3.16. filho Unignito).

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    IV. A Apresentao no Templo

    Oito dias aps ter nascido Jesus circuncidado. Lc 2.21. Seus pais, com este ato, doexemplo de obedincia aos costumes culturais e religiosos dos Judeus. Com ocumprimento dos Dias de Purificao (33 dias, Lv 12.4), Jesus levado para serapresentado no templo em consagrao ao Senhor. Lc 2.22; Nm 3.13. Pela lei,quando uma criana era apresentada no templo, uma oferta deveria ser oferecida.

    A recomendao dada por Deus era que um cordeiro de um ano de idade, maisuma pomba ou uma rolinha, fossem sacrificados para que a me tivesse umapurificao. Lv 12.6-7. Um detalhe importante, que afirma a idia que os pais domenino Jesus eram pobres, o fato de que eles no ofereceram um cordeiro e umapomba. Suas posses econmicas no os davam condies para isto. Como existia nalei uma flexibilidade a este respeito, Jos e Maria oferecem duas pombas. Lc 2.24;Lv 12.8.

    V. A Infncia e a Adolescncia de Jesus

    Muito pouco se sabe sobre a infncia de Jesus, menos ainda sobre sua adolescncia.Existem alguns livros apcrifos(portanto, sem nenhuma confiana), que descrevemfases da vida de Jesus enquanto ainda um garoto. Por exemplo: no Evangelho deum pseudo Mateus est repleto de milagres de Jesus durante sua infncia. NoEvangelho de Tom contm basicamente uma biografia da vida de Jesus dos 5 aos12 anos. Se os apcrifos no nos do informaes confiveis, s nos resta, ento,crer somente nos poucos relatos encontrados na Bblia.

    Se a Bblia no nos d relatos mais detalhados sobre a infncia de Jesus porque,com certeza, no foi este o desejo do Pai. Aquilo que encontramos sobre a vida de Jesus, mais que suficientes para entendermos o plano da redeno. Portanto ataos 12 anos de idade, nada de concreto se sabe sobre como era a vida de Jesus.

    A Bblia registra apenas o episdio da circunciso aos oito dias de vida. Lc 2.21; Lv12.3. Trinta e trs dias depois, na sua apresentao. Lc 2.22-38; Lv 12.2-4,6. Depoisquando Ele est com 12 anos no templo em Jerusalm entre os doutores(Lc 2.42-47) e concluindo quando Ele tinha quase 30 anos. Lc 3.23. As ricas e mais importantesinformaes sobre a vida de Jesus, nos so dadas sobre o perodo em que Ele tevedos 30 aos 33 anos de idade, aproximadamente. Todavia, nem todas as coisas sobrea vida de Jesus foi registrado nos Evangelhos. Jo 21.25.

    O Silncio de 18 anos: Os evangelhos cannicosno do informaes suficientessobre como teria sido a vida de Jesus em sua juventude entre os seus 12 e 30 anos.As duas hipteses mais provveis seria que Jesus teria trabalhado com seu pai nacarpintaria e, aps a morte de Jos, continuado a contribuir para o sustento dafamlia. Outra verso da tradio crist supe que Jesus teria sido pastor deovelhas, considerando a identidade dos relatos de suas parbolas e ensinamentos.Como gostaramos de saber algo da vida de Jesus, neste perodo. Deus, entretanto,

    em Sua sabedoria, cobriu-a com um vu.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2non_b%C3%ADblicohttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2non_b%C3%ADblicohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhos
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    Capitulo IV

    A Humanidade de Cristo

    Evidentemente muitas heresias foram criadas acerca das duas naturezas de Cristo,porm, indicaes claras na Bblia que Jesus era uma pessoa plenamente humana,sujeito a todas as limitaes comuns raa humana, mas sem pecado. Como talnasceu como todo ser humano nasce. Embora sua concepo tenha sido diferente,uma vez que no houve a participao de um ser humano masculino, todos osoutros estgios de crescimento foram idnticos ao de qualquer ser humano normal,tanto fsica como intelectual e emocional. Tambm no sentido psicolgico, eragenuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se emocionava, como todo serhumano normal.

    Porm, em todos os sentidos da palavra, Jesus foi humano. Ele no representou serum homem, Ele o foi por completo. Jesus ao mesmo tempo em que foi 100%homem, tambm foi 100% Deus. Podemos afirmar que as naturezas humana edivina interagiam nele naturalmente. Somente Jesus Cristo, das trs pessoas daTrindade, tomou a forma humana, mas sem deixar de ser Deus.

    I. Kenosis: Auto Esvaziamento de Cristo

    Uma auto renncia dos atributos divinos. Fl 2.5-11. Jesus ps de lado a forma deDeus, mas ao faz-lo no se despiu de Sua natureza divina; no houve autoextino. Tambm o Ser divino no se tornou humano; Sua personalidadecontinuou a mesma, e reteve a conscincia de ser Deus. Jo 3.13. O propsito dakenosis foi redeno. Na kenosis, Jesus deixou o uso independente do Seupoder para depender do Esprito Santo.

    Por que Jesus tinha de ser plenamente humano?

    1. Para possibilitar uma obedincia representativa. Rm 5.18,19; I Co 15.45 e 472. Para ser um sacrifcio substitutivo. Hb 2.16,17 3. Para ser o nico mediador entre Deus e os homens. I Tm 2.5

    4. Para cumprir o propsito original do homem de dominar a criao. Hb 2.8,95. Para ser nosso exemplo e padro na vida. I Jo 2.6; I Pe 2.21

    6. Para ser o padro de nosso corpo redimido. I Co 15.497. Para compadecer-se como Sumo-sacerdote, Hb 2.18. Jesus ser homem para

    sempre, mesmo aps a ressurreio, Jo 20.25-27. Com carne e ossos. Lc 24.39.

    Ele se identificou em tudo com o homem(Hb 4.15) porque veio para estabelecer oexemplo. Ns, na nossa vida diria, devemos agir como Cristo agiu e Ele deve sernosso modelo. E como seguir a algum que nunca sofreu como homem os mesmosproblemas que ns enfrentamos?

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    Jesus Cristo: 100% homem e 100% Deus

    1. ComoHOMEM teve sede( Jo 19.28) comoDEUS a fonte da gua viva. Jo 7.37 2. ComoHOMEM teve fome (Mt 4.2) comoDEUS o po descido dos cus. Jo 6.353. ComoHOMEM foi batizado(Lc 3.21-22) comoDEUS aquele que batiza. Jo 1.33 4. ComoHOMEM morreu (Lc 23.46) comoDEUS a vida que nunca morre. Jo 10.185. ComoHOMEM sentiu cansao( Jo 4.6) comoDEUS alivia o cansado. Mt 11.28-306. ComoHOMEM foi tentado(Mt 4.1-11) comoDEUS no pode ser tentado. Tg 1.13 7. ComoHOMEM era menor que o Pai( Jo 14.28) comoDEUS igual ao Pai. Jo 10.30 8. ComoHOMEM servo(Mt 20.28) comoDEUS Senhor. Lc 6.46-49 9. Jesus Cristo oHOMEMperfeito de Deus e o DEUS perfeito dos homens.

    Sendo 100% homem e 100% Deus, podemos afirmar que as naturezas humana edivina interagiam nele naturalmente. Jesus ao assumir a forma humana, adquireatributos humanos, mas no desiste de sua natureza divina. Fp 2.6,7.

    Quando Paulo fala aos Filipenses que Jesus se esvaziou assumindo a forma deservo, da posio de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e no da naturezadivina. Assim Jesus se submete funcionalmente ao Pai e ao Esprito Santo noperodo da encarnao. Mantm todos os atributos divinos(Cl 2.9), mas os submetevoluntria e humildemente ao Pai, no fazendo uso deles a no ser que seja esta avontade dAquele que o enviou.

    Tambm deve ficar claro que Jesus no era em algumas ocasies humano e noutrasdivino, e nem mesmo um terceiro ser resultante da fuso das duas naturezas. Seusatos sempre foram humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira ahumanidade e a divindade so conhecidas de forma mais completa em JesusCristo. No existe melhor fonte para conhecermos como deveria ser o ser humanodo que olharmos para Jesus. Ele o novo Ado e nEle somos feitos novas criaturas,segundo a vontade de Deus. Jo 1.12; II Co 5.17. Mas Cristo tambm nossa melhorfonte para conhecermos como e quem Deus, pois Ele nos revela de forma maisplena possvel o Pai.

    II. Cristo Teve Parentesco Humano

    No passado obscuro, Deus escolhera uma famlia, a de Abrao, e, mais adiante,

    outra famlia dentro da famlia abramica, a de Davi, para ser o veculo pelo qualSeu Filho desse entrada no mundo. A nao judaica foi fundada e protegida porDeus, atravs dos sculos, para salvaguardar a linhagem dessa famlia.

    A genealogia, dada em Lc3.23-38 e em Mateus1.1-17, abreviada. Omitem-sealguns nomes. 42 geraes cobrem 2.000 anos. Dividem-se em trs partes, de 14 ge-raes cada, talvez para ajudar a memria:Primeiro grupo. Cobrindo1.000 anos;Segundo grupo. Cobrindo400 anos;

    Terceiro grupo. Cobrindo600 anos.

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    Trs grupos de 14. No 3 grupo, entretanto, nomeiam-se s 13 geraes, dando-se aentender evidentemente que Maria seria a 14. A Genealogia em Lucas algodiferente. Mateus comea com Abrao; Lucas vai at Ado. Uma descendente,"gerou"; a outra ascendente, "filho de". A partir de Davi separam-se em linhasdivergentes, que se tocam em Selatiel e Zorobabel .

    A opinio comumente aceita que Mateus d a linhagem de Jos, mostrando que Jesus o herdeiro legal das promessas feitas a Abrao e a Davi; e Lucas d alinhagem de Maria, mostrando a descendncia fsica de Jesus, "filho de Davisegundo a carne", Rm 1.3. A genealogia de Maria, de acordo com a praxe judaica,dependia do esposo. Jos era "filho de Heli", Lc 3.23, isto , "genro dele". Heli foi opai de Maria. Jac foi o pai de Jos.

    Estas genealogias, registradas mais detalhadamente em I Cr caps. 1-9, formam aespinha dorsal dos anais do Antigo Testamento. Guardadas cuidadosamente

    atravs de longos sculos de vicissitudes histricas, contm "uma linhagem defamlia, pela qual se transmitiu uma promessa por 4.000 anos, fato este semexemplo na histria.

    III.Natureza Humana Completa de Jesus

    1. Nascido de mulher. Gl 4.42. Teve um crescimento comum. Lc 2.523. Tinha Corpo (como qualquer ser humano). Mt 26.124. Tinha Alma (como qualquer ser humano). Mt 26.385. Tinha Esprito(como qualquer ser humano). Lc 23.466. Foi visto e tocado. I Jo 1.1.IV. A Natureza Psicolgica e Intelectual de Jesus

    1. Sentia tristeza e angstia. Mt 26.372. Sentia alegria. Jo 15.11; 17.13; Hb 12.23. Sentia indignao. Mc 3.5; 10.144. Sentia emoes. Mt 9.36; 14.14; 15.325. Se surpreende. Lc 7.9; Mc 6.66. Se sente atormentado. Mc 14.33

    7. Ele se comove e chora. Jo 11.33,35,388. Ele amou e teve compaixo. Jo 1.3; Mt 9.36.

    V. Estava Sujeito as Limitaes Fsicas

    1. Ele sentiu fome. Mt 4.22. Ele sentiu sede. Jo 19.283. Ele se cansou. Jo 4.64. Ele sentiu sono. Mt 8.245. Ele foi tentado. Hb 4.156. Ele sofreu a dor. Jo 18.22; 19.2,37. Ele aprendeu a obedincia. Hb 5.8.

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    VI.Recebeu Nomes e Ttulos Humanos

    1. Jesus(salvador). Mt 1.212. Jesus(o nazareno). At 2.223. Jesus Cristo, homem. I Tm 2.5

    4. O Cristo(Ungido

    ) Mt 1.16; 2.45. Filho do Homem. Lc 19.10

    6. Filho de Davi. Mc 10.477. Filho de Maria. Mc 6.38. Filho unignito do Pai. Jo 1.189. Filho de Deus(afirmao de Jesus) Jo 9.35; 10.36

    9.1. Filho de Deus (afirmao feita pelo diabo) Mt 4.3,69.2. Filho de Deus(afirmao feita por demnio) Mt 8.299.3. Filho de Deus (afirmao feita por Gabriel) Lc 1.359.4. Filho de Deus(afirmao feita pelos discpulos) Mt 14.339.5. Filho de Deus(afirmao feita por Pedro) Mt 16.169.6. Filho de Deus (afirmao feita por Natanael) Jo 1.499.7. Filho de Deus(afirmao feita pelo centurio) Mt 27.54

    10. Santo filho. At 4.3011. Santo de Deus. Mc 1.2412. Santo de Israel. Is 41.1413. O Profeta. Mt 21.11; At 3.2214. O Carpinteiro. Mc 6.315. Advogado. I Jo 2.116. Alfa e Omega. Ap 1.8; 21.617. Amigo dos pecadores. Mt 11.19

    18. Apstolo. Hb 3.119. Bispo. I Pe 2.2520. Capito. Js 5.1421. Carpinteiro. Mt 13.55; M 6.322. Comandante. Is 55.423. Consolao de Israel. Lc 2.2524. Cordeiro de Deus. Jo 1.29,3625. Governador. Mt 2.626. Juiz. Mq 5.1; At 10.4227. Leo da Tribo de Jud. Ap 5.528. Libertador. Rm 11.2629. Mestre. Mt 26.18; Jo 3.2; 11.2830. Sumo sacerdote. Hb 31; 7.131. Pedra de Esquina. Ef 2.2032. Porta do aprisco. Jo 10.733. Semente da mulher. Gn 3.1534. Semente de Abrao. Gl 3.16,1935. Semente de Davi. II Tm 2.8.Jesus foi declarado humano por seus nomes. Como diz as Escrituras aos Hebreus: Porisso convinha que em todas as cousas se tornasse semelhante aos irmos. Hb 2.17. Osnomes de Jesus tanto declaravam sua humanidade como sua divindade. Jesus o seunome humano. Est relacionado com sua vida humana, o seu corpo, a sua morte e aglria alcanada e concedida por causa de sua glria redentora. Fp 2.5-8.

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    Capitulo V

    A Divindade de Cristo

    Jesus Cristo 100 %Deus

    Est evidente nas Escrituras que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e ahumana. No entanto, embora tenha duas naturezas, Ele no possui duaspersonalidades ou Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma se apenas uma. Jesus Cristo uma s Pessoa em duas naturezas distintas, pormunidas.

    Em relao divindade de Jesus est confirmada nas Escrituras de formainquestionvel: "Mas do Filho diz: O teu trono, Deus, subsiste pelos sculos dossculos, e cetro de eqidade o cetro do teu reino". Hb 1.8. Temos tambm ostestemunhos encontrados na Bblia. Em diversas passagens bblicas encontramosafirmaes claras.

    a. O testemunho do Pai. Mt 17.5. Jo 8.18. I Jo 5.9b. O testemunho do prprio Jesus. Lc 22.69,70; Jo 10.30c. O testemunho do Esprito Santo. Jo 15.26. I Jo 5.6d. O testemunho dos Apstolos. Jo 1.1-2. Rm 9.5. Hb 1.3e. Os maus espritos testificam. At 19.15. Lc 4.41. Mc 3.11.

    I. Caractersticas divinas de Jesus

    1. Cristo Deus. Jo 1.12. Cristo Eterno. Jo 8.583. Cristo Criador. Jo 1.34. Cristo Todo Poderoso. Mt 28.185. Afirmou ser um com o Pai. Jo 10.336. Afirmou que quem O v, v o Pai. Jo 14. 7-97. Afirmou ser a ressurreio e a vida. Jo 11.258. Afirmou ser o Senhor do sbado. Mc 2.27,289. Afirmou que preexistia antes de Abrao. Jo 8.5810. Afirmou que julgar todos os homens. Mt 25.31-4611. Afirmou que quem O honra, est honrando o Pai. Jo 5.2312. Afirmou ter poder para vivificar e ressuscitar os mortos. Jo 5.2113. Afirmou ter a mesma natureza de vida que existe em Deus. Jo 5.2614. Afirmou que os anjos eram seus, e os poderia enviar. Mt 13.41; Lc 12.8,915. Afirmou que o reino de Deus tambm o seu reino. Mt 13.41; Lc 17.2016. Afirmou ter autoridade para perdoar pecados(s Deus perdoa) Mc 2.1-12.

    H quem argumente que Jesus foi um bom homem, porm no reconhece adivindade dEle. O problema com isto que, se Jesus no era divino, ento ele eraum mentiroso. Se fosse um mentiroso, ento como pode algum argumentar queele era um bom homem? No se tem simplesmente a opo de chamar Jesus umbom homem. Teria de rejeit-lo como uma fraude, porm no a menor sombra dedvida nas Escrituras sobre a divindade de Jesus.

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    II. Divindade Provada pelos Nomes e Ttulos

    1. Deus forte. Is 9.6; 63.1; Hb 1.82. Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Ap 19.163. Anjo de Deus. Gn 16.9-14; Jz 6.11-144. Emanuel(Deus conosco) Mt 1.235. Messias. Dn 9.25; Jo 1.416. O Eu Sou. Jo 4.26; 8.58

    6.1. Eu Sou: A luz do mundo. Jo 9.56.2. Eu Sou: A porta. Jo 10.96.3. Eu Sou: A ressurreio e a vida. Jo 11.256.4. Eu Sou: A videira verdadeira. Jo 15.16.5. Eu Sou: O bom pastor. Jo 10,116.6. Eu Sou: O caminho, a verdade e a vida. Jo 14.66.7. Eu Sou. O po da vida. Jo 6.35

    7. Pai da eternidade. Is 9.68. Todo poderoso. Ap 1.89. O Verbo. Jo 1.1; Ap 19.1310. Alfa e mega. Ap 22.13 11. Filho de Deus. Mt 16.16

    11.1. Gabriel sabia que Jesus era Filho de Deus. Lc 1.3511.2. Satans sabia que Jesus era Filho de Deus. Mt 4.311.3. Demnios sabiam que Jesus era Filho de Deus. Mt 8.29; Lc 4.4111.4. Seus discpulos sabiam que Jesus era Filho de Deus. Mt 14.3311.5. O centurio sabia que Jesus era Filho de Deus. Mt 27.54

    11.6. Joo sabia que Jesus era Filho de Deus. Jo 1.3411.7. Natanael sabia que Jesus era Filho de Deus. Jo 1.4911.8. O eunuco etope sabia que Jesus era Filho de Deus. At 8.37

    12. Senhor. At 9.17; Rm 10.9. Quando os judeus traduziram o A.T. para o grego, osnomes sagrados de Deus Yahveh(YHWH) e Adonai, foram traduzidos por Kyrios(que quer dizer Senhor, dono), sendo tido por um termo reverente.

    O termo era tambm usado respeitosamente pelos romanos para se referir a Csar,como o Senhor. Somente por estas razes, este termo quando aplicado a Jesus jdeveria dar suficiente conotao da divindade de Jesus. Mas alm disso, vriaspassagens que se referem a Jesus como Senhor so na verdade citaes do A.T.,onde o nome original de Deus foi traduzido por Senhor (At 2.20,21 em contrastecom o 36 e Rm 10.9,13 e verifique Jl 2.31,32; I Pe 3.15, confira com Is 8.13). O ttuloaqui dado a Jesus no mesmo sentido que o A.T. dava ao Deus Todo-Poderoso. Houtros textos que o ttulo Senhor usado tanto para o Pai(Mt 1.20; 9.38; At 17.24) quanto para o Filho. Lc 2.11; Jo 20.28; I Co 2.8; Fp 2.11.

    Para o judeu, chamar a Jesus de Senhor, seria coloc-lO na mesma posio deigualdade com o Deus das Escrituras. Os escritores do N.T. tinham isso em menteao se referir, muitas vezes, a Jesus como Senhor.

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    III.Divindade Provada por Suas Obras

    1. Criao. Jo 1.32. Sustentao. Cl 1.173. Perdo de pecados. Lc 7.484. Ressurreio dos mortos. Jo 5.255. Julgamento. Jo 5.276. Envio do Esprito Santo. Jo 15.26

    IV. Divindade Provada por Seus Atributos

    1. Sua eternidade. Mq 5.2; Is 9.6; Hb 1.112. Sua soberania. Mc 2.5-73. Sua imortalidade. Jo 2.194. Sua imutabilidade. Hb 13.8; Hb 1.125. Sua espiritualidade. II Co 3.17,186. Sua Onipresena. Jo 3.13

    6.1. Onipresena, ps-ressuscitado. Mt 18.20; 28.207. Sua Oniscincia. Cl 2.3; Jo 2.24. Jo 16.30; 21.17

    7.1. Na terra demonstrou-o sobre Natanael. Jo 1.487.2. Sobre Judas. Jo 6.70; 13.117.3. Sobre os fariseus. Mt 12.25; Lc 5.22; 6.8; 7.39-407.4. Sobre os escribas. Mt 9.3-4; Mc 12.347.5. Sobre a samaritana. Jo 4.29.

    8. Sua Onipotncia. Mt 28.18; Fp 3.21; Apoc 1.88.1. Na terra, demonstrou-o sobre os demnios. Mt 8.16-17,28-32; Lc 4.358.2. Sobre os homens. Mt 9.9; Jo 17.28.3. Sobre a natureza. Mt 8.268.4. Sobre o pecado. Mt 9.1-88.5. Sobre as tradies. Mt 9.10-178.6. Sobre as doenas. Mt 8.1-4; Lc 4.398.7. Sobre a morte. Lc 7.14-15; 8.54,56; Jo 11.48.8. Sua onipotncia inquestionvel. Jo 20.30-31.

    V. Divindade Provada pela Adorao Oferecida a Ele

    Somente Deus deve ser adorado. Adorar a criatura idolatria e terminantementeproibido nas Escrituras. Rm 1.25. O prprio Jesus afirmou: "Ento, Jesus lheordenou: Retira-te, Satans, porque est escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorars, e sa ele dars culto"(Mt 4.10) ao citar Deuteronmio 6.13 em resposta tentao deSatans. Em nenhum lugar das Escrituras um homem justo aceitou ser adorado.Pedro recusou-se a permitir que Cornlio se curvasse diante dele. At 10.25-26.Paulo e Barnab ficaram abismados quando o povo de Listra se preparou paraador-los como deuses. Tomaram imediatamente uma atitude: "Porm, ouvindoisto, os apstolos Barnab e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meioda multido, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Ns tambm somos homenscomo vs, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho paraque destas cousas vs vos convertais ao Deus vivo, que fez o cu, a terra o mar etudo o que h neles". At 14.14-15.

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    Apesar dos anjos serem seres celestes superiores aos homens, mas nem mesmoeles aceitam ser adorados. Apoc 19.10; 22.8-9. bem notvel, ento, que Jesustenha aceitado a adorao do homem. Quando Jesus acalmou a tempestade, "osque estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente s Filho de Deus!"Mt 14.33. Jesus no os repreendeu por louv-lo. O cego que Jesus curou em Joo 9 oadorou. Jo 9.38. Vrias vezes os discpulos adoraram a Jesus aps a ressurreio, e Jesus jamais deu a entender que aquilo no era certo. Mt 28.9,17. Jesus na realidadeensinou de modo claro: "Que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai.Quem no honra o Filho no honra o Pai que o enviou". Jo 5.23. Nenhum homem justo e nenhum anjo do cu (nem o mais exaltado) jamais pediu que os homens oshonrassem da mesma forma que honram ao Pai. Se Jesus no fosse Deus, ento Joo 5.23 seria uma das blasfmias mais audaciosas que jamais foram proferidaspor lbios humanos.

    Os cristos primitivos adoravam a Jesus: "O Senhor me livrar tambm de todaobra maligna e me levar salvo para o seu reino celestial. A ele, glria pelos sculosdos sculos. Amm". II Tm 4.18. "Antes, crescei na graa e no conhecimento denosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glria, tanto agora como no diaeterno". II Pe 3.18. Repare na surpreendente semelhana da adorao oferecida aoPai com a oferecida ao Filho. Falando do Pai, Pedro disse: "A ele seja o domnio,pelos sculos dos sculos. Amm." I Pe 5.11. Mas, em referncia ao Filho, Joodisse: "A ele a glria e o domnio pelos sculos dos sculos. Amm". Apoc 1.6. Deusordenou que mesmo os anjos devem adorar ao Pai: "E, novamente, ao introduzir oPrimognito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem". Hb 1.6.

    Todas as hostes celestes adoram a Jesus do mesmo modo que adoram o Pai. Os

    quatro seres viventes e os 24 ancios "E entoavam novo cntico, dizendo: Digno sde tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sanguecompraste para Deus os que procedem de toda tribo, lngua, povo e nao e para onosso Deus os constituste reino e sacerdotes; e reinaro sobre a terra". Apoc 5.9-10.

    O texto prossegue: "Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seresviventes e dos ancios, cujo nmero era de milhes de milhes e milhares demilhares, proclamando em grande voz: Digno o Cordeiro que foi morto dereceber o poder, e riqueza, e sabedoria, e fora, e honra, e glria, e louvor. Ento,ouvi que toda criatura que h no cu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar,e tudo o que neles h, estava dizendo: quele que est sentado no trono e aoCordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glria e o domnio pelos sculos dos sculos.E os quatro seres viventes respondiam: Amm; tambm os ancios prostraram-see adoraram". Apoc 5.11-14.Essas declaraes de adorao a Jesus Cristo constituema mais forte prova de sua divindade. As Escrituras declaram, sem hesitar, que somenteDeus deve ser adorado, mas Jesus adorado no cu pelas mais elevadas criaturascelestes.

    Jesus at ligado ao Pai na mesma declarao de louvor. Paulo escreveu a verdade:"Pelo que tambm Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que est acimade todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos cus, na terra edebaixo da terra, e toda lngua confesse que Jesus Cristo Senhor, para glria deDeus Pai". Fl 2.9-11.

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    Heresias sobre Jesus Cristo surgidas ao longo dos sculos

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