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2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

JÓIAS

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JOALHERIA

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  • 2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

  • 2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    editorial

    Rene Carlos Cruz RodriguesDiretor - Editor Chefe

    Amanda Borges RodriguesEditora

    Marcia PompeiColaboradora

    Elinia RosettiColaboradora

    Liviane PiresColaboradora

    Projeto GrficoEquipe Editora Leon

    A Revista Joias & Design no se res-ponsabiliza por eventuais mudanas na programao de pauta, bem como pelas opinies emitidas por colabora-dores, colunistas emitidas em suas edies.O contedo publicado em anncios de total responsabilidade do anun-ciante.

    Se voc tem alguma crtica, suges-to ou elogio, escreva para o email: [email protected]. Sua opinio muito importante para ns.

    Se voc designer e quer ver seu trabalho divulgado na revista escreva para: [email protected]

    AnnciosA Editora Leon est abrindo

    espao para anunciantes. Preos de anncios assim como informa-es sobre a revista sero divul-gados no site da Editora Leon. Caso voc queira anunciar na re-vista escreva para o email:[email protected].

    Editora LeonRua Fortaleza n.244/2 - Recanto Elizabeth - Bragana Paulista - SP - CEP 12903-374Telefone (11)2473-3187

    Mudamos! agora em Bragana Paulista!

    O ms de setembro foi munto tumultuado para ns. Voc observou que atrasamos a revista. Mas, sem justificativas foi por uma causa justa que ir nos beneficiar, aos nossos leitores e autores.

    Nossa mudana teve trs aspectos importantes: primeiro, estamos des-frutando da tranquilidade de uma cidade de interior muito perto de So Pau-lo (90 km). Segundo, estamos instalados em sede prpria - o que nos deixa muito felizes pela conquista e, terceiro, montamos nossa grfica - aspecto que merece um comentrio parte.

    Grfica

    As editoras de livros tcnicos vivem um grande problema - o estoque. Para viabilizar uma publicao necessrio imprimir em grfica especiali-zada uma quantidade grande de livros. Essa quantidade no vendida de imediado e provoca um investimento alto quando se tem muitos lanamen-tos. Para resolver essa questo conjugamos nossa mudana com uma gr-fica por demanda, isto , adquirimos equipamentos de ltima gerao que nos permitem imprimir apenas os livros que vendem, de maneira rpida e com muita qualidade. Isso nos permitir lanar muito mais ttulos e autores. J iniciamos o trabalho de pesquisa e contato com novos autores de vrios segmentos. Isso no altera o preo dos livros que j publicamos. Uma con-quista inestimvel para ns.

    Fiquem com Deus! At a prxima!

    Rene Carlos Cruz RodriguesEditor chefe

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    destaque

    Spencer Nugentum mestre do desenho

    Nosso destaque deste ms para o incrvel trabalho de Spencer Nugent, um talentoso designer nascido na Jamaica e residente nos Estados Unidos,

    reconhecido e muito admirado por seus clientes e alunos de muitas palestras e workshops.Spencer conhecido por sua criatividade e pela capacidade de colocar suas ideias rapidamente no papel. Uma das tcnicas preferidas de

    Spencer o marcador, tcnica que nos inspirou na elaborao deste artigo.

    Tem muita gente que acha que os softwares 3D vo eliminar o desenho feito mo. Essas pessoas se en-ganam e um bom exemplo disso o trabalho de Spencer, que utiliza tanto uma coisa como outra para projetar e desenhar produtos.

    Mesmo usando um software 3D, como o caso do Rhinoceros, a maioria dos designers mais experien-tes prefere fazer seus esboos mo livre para criar o conceito e, depois, pint-los mo ou model-los num software 3D.

    Como voc pode ver na foto de abertura deste artigo, Spencer tra-balha desenhando na sua mesa de trabalho e no computador. interes-

    sante dizer que Spencer tambm usa muito o tablet - Cintiq da Wacom.

    Spencer Nugent

    Na imagem abaixo esquerda, voc v os esboos rpidos de Spen-cer na criao de um anel.

    Spencer no especializado em designer de joias, mas seus conheci-mentos e habilidades no desenho in-

    dustrial lhe do a capacidade de pro-jetar e criar. Segundo ele: O desenho rpido permite uma visualizao ins-tantnea da ideia utilizando tcnicas simples de desenho como, lpis, caneta e marcado-res. uma maneira simples e eficiente de comu-nicar a ideia.

  • Escola de joalheriaO Atelier Mrcia Pompei

    desde 1997 conta com professoresaltamente qualificados e uma sriede cursos para atender quem buscaconhecimentos no ramo de joalheria

    www.joia-e-arte.com.br Tel: 11 5181-7968

    So [email protected]

    Atelier Mrcia Pompei

    Cursos ministradosJoalheria - Curso bsicoJoalheria - Curso intemedirioJoalheria Clssica (Tradicional)Joalheria ContemporneaCriao em bancadaLapidao de GemasForjaCasamento de metaisDesign de Joias - Curso bsicoDesign de Joias - Curso avanadoDesign de Joias - 3D RhinocerosModelagem em ceraFundio por cera perdidaMolde de borracha e Injeo de cera para fundioEsmaltao em Joalheria - Bsico e AvanadoInlay de pedrasTitnio na joalheriaCravao - Curso bsicoCravao - Curso avanadoTear em joalheriaAlumnio Anodizado na joalheriaAcrlico na joalheriaLaca JaponesaGemologiaMontagem de Colar de ProlasColar articulado com fio metlicoColees de joias - A criaoFormao de preos em joalheriaInformaes para o vendedor de joias

    Um dia na semana reservado para o Atelier Livre, perodo em que o aluno utiliza as ferramen-tas, instalaes e equi-pamentos do Atelier para adiantar seus exerccios ou produzir novas peas, por conta prpria, sem a presena de professor. Uma pequena taxa co-brada, por hora de Atelier Livre.

  • 5 Revista Joias&Design - Setembro2014

    capa

    A incrvel e fascinante arte chamada joalheria nos deixa encantados coma criatividade e habilidade dos designers, ourives e joalheiros.

    Na joalheria artesanal tudo fica ainda mais mgico e artstico, pois o profissionalvaloriza a pea atravs de seus conhecimentos, habilidade e criatividade.

    Mas, pense na seguinte situao: voc cria uma pea linda, toda trabalhada!A pea faz sucesso e deixa de ser exclusiva. Os pedidos comeam a surgir e vocpercebe que produzir vrias peas iguais pode ser invivel no trabalho artesanal.

    A entra uma das mais antigas tcnicas da joalheria:A fundio por cera perdida

    Fundiopor cera perdida (microfuso)

    O processo

    Sophia

    Pea desenhada por Sophia e reproduzida por fundio por cera perdida.

    Sophia designer de joias e combina o dom para desenho com competncia tcnica.Formou-se na Universi-dade de Washington.

    Esse tipo de fundio uma tc-nica milenar de reproduo de peas com metal que vem sendo aperfeio-ada ao longo dos anos. muito uti-lizada na joalheria para reproduo de peas em srie. Permite a repro-duo fiel das peas nos menores detalhes.

    uma tcnica que pode ser utili-zada nos ateliers ou oficinas de joa-lheria. Depende de poucos equipa-mentos, mas exige conhecimentos e aprimoramento tcnico de quem a utiliza.

    Neste artigo abordaremos os as-pectos bsicos da fundio por cera perdida e a elaborao dos modelos reproduzidos em cera usando os m-todos de modelagem manual, mqui-nas CNC e impresso 3D.

    O processo de fundio por cera perdida consiste na produo de uma pea piloto em metal, cera ou plsti-co, que ser utilizada como modelo base para a reproduo em srie.

    Com esse modelo reproduzido

    um molde de borracha. No molde injetada a cera que produz vrias c-pias da pea.

    Essas peas so montadas em uma haste chamada rvore.

    A rvore de cera inserida em um cilindro que, posteriormente, reco-berto por gesso cermico e a cera retirada por calor. No cilindro aque-cido despejado o metal em estado lquido. Por meio de choque trmico em gua, o gesso derretido ficando a rvore com as peas em metal. Nas pginas a seguir veremos como tudo isso funciona.

    Rene Rodrigues

  • 6 Revista Joias&Design - Setembro2014

    Modelo em cera - manual

    Para quem apaixonado pelo lado artesanal das tcnicas de joalheria, talvez este seja o processo mais in-teressante para produo do modelo, pois a joia literalmente esculpida em cera especial onde dada sua forma.

    O profissional chamado de mode-lista segue o desenho tcnico e infor-

    O modelo

    Chamamos de modelo ou protti-po a pea que servir de piloto para a reproduo das peas em cera, que sero montadas na rvore para o pro-cesso de fundio.

    Esse modelo pode ser feito em qualquer tipo de material como: me-tal, cera, plstico, etc.

    Normalmente produzido na ban-cada pelo ourives, designers de joias ou modelista. Todavia, com os recur-sos da tecnologia 3D, os modelos

    tambm podem ser elaborados em um softwa-re 3D - como o Rhinoceros por exemplo -, e de-pois enviados para prototipagem rpida e produzido em mquinas CNC ou impresso 3D.

    Vamos analisar cada um deles resaltando que, seja qual for, no pro-cesso de reproduo do modelo sem-

    pre haver a necessidade da criao, isto , sem o designer e a elaborao de um projeto vivel e interessante, no haver joia.

    maes fornecidas pelo designer de joias ou ourives. No processo de mo-delagem ele usa todos os recursos disponveis na bancada de joalheria, muitas tcnicas e instrumentos espe-cficos para a modelagem em cera.

    Cada detalhe criteriosamente estudado e esculpido, por isso, habili-

    dade e experincia so fundamentais para um modelo de qualidade. Nos dois passo-a-passos a seguir, feito por Joshua Murray, da empresa Flintlock Silver, voc vai conhecer um pouco mais sobre a modelagem em cera e os recursos usados para esculpi-la.

    Como voc v na figura aci-ma, a cera vendida em formatos que facilitam o tra-balho.

    Despois de cortar a pea no formato, o modelista dese-nha os traos principais so-bre a cera.

    Utilizando o arco de serra e o chicote inicia a modela-gem do detalhes.

    Trocando as ferramentas no mandril do chicote vai apurando as formas. um trabalho artstico.

    Observe na imagem acima que o modelista usa diferen-tes tipos de fresas para os detalhes mais crticos. Cada ferramenta uma escolha pessoal do profissional.

    Algumas ferramentas so muito especficas, como o caso de esptulas, que aquecidas servem para ajus-tas cantos, modelar e escul-pir os menores detalhes.

    Na imagem acima, vemos algumas ferramentas usa-das por Joshua na modela-gem da cabea da caveira. Veja a riqueza dos detalhes. Isso depende de habilidade.

    Alm do mandril, Joshua usa outros instrumentos como Dremel, por exem-plo. O ferro de solda tam-bm usado para a mode-lagem.

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    Veja a riqueza de detalhes que Joshua consegue com as esptulas.

    Com a pea praticamente pronta o anel ajustado no tribulet ao tamanho.

    O modelo pronto mostra o que possvel fazer mode-lando a cera.

    Eu sou f incondicional dos modelistas. So ar-tistas de grande talento que mostram sua arte em peas minsculas. E, para completar, apli-cam nessa pea todos os aspectos tcnicos necessrios para a pro-duo da joia. um trabalho incrvel!

    A ceraQuando falamos em cera para

    modelagem de joias, precisamos considerar alguns aspectos como as cores que determinam a dureza e a utilizao para um tipo especfico de trabalho.

    Nas imagens ao lado e abaixo, po-demos ver que a cera fornecida em diferentes tamanhos e formatos.

    Principalmente no caso de aneis

    existe uma gama grande de modelos e formas para se trabalhar.

    importante trabalhar com cera de qualidade pois, como vimos, a modelagem requer tempo e servir como modelo para produo de uma nica pea ou de peas em srie.

    A FERRIS um fornecedor mun-dial de cera e reconhecida por sua qualidade.

    Converse com seu fornecedor sobre a qualidade da cera que voc vai usar. Para cada tipo de trabalho existe uma cera adequada. Por exemplo, a cera usada na modelagem manual diferente da cera usada para prototipagem rpida em CNC. Voc encontrar a cera adequada nas principais fornituras brasileiras.

    Azul VerdeFlexibilidade Excelente Pobre

    Modelagem manual Boa PobreDureza (shore) 52 (macia) 55

    Alta velocidade em CNC Pobre BoaViscosidade (F) 3650 1560

    Caractersticas da cera

    Como podemos ver nas imagens aci-ma existem muitos tipos de cera em barras para aneis. Elas so prticas e fceis de encontrar nas fornituras, in-clusive da marca FERRIS. A ideia no fazer propaganda da marca, mas tenho de reconher que um produto de escolha mundial.

    Voc pode usar qualquer outra marca de cera, principalmente a que estiver disponvel no seu fornecedor. Dete-nha-se aos detalhes de dureza, fle-xibilidade e modelagem descritos na tabela abaixo. Tudo isso importante para uma bom resultado. Converse sempre com o seu fornecedor.

    Voc encontrar no mercado cera em chapas, em fios e em barras. A oferta desse tipo de produto boa. Com a facilidade de compra pela Internet voc pode at comprar de outro pas usando o importa fcil, dependendo do valor.

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    As ferramentas

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    Para modelagem de joias em cera utilizam-se muitos dos equipamentos que so usados no trabalho feito na bancada como o caso das fresas, limas, brocas, etc. No entanto, alguns equipamentos so especficos para a modelagem em cera como, por exem-plo, o torno Matt-Trimer, as esptulas, o esculpidor e o tribulet para raspar.

    Tribulet para raspar cera

    Esptulas para modelagem de cera

    Esculpidor de cera

    Fresas

    Torno para modelar cera

    Fornitura 56Ferramentas

    Fornitura 56Ferramentas

    Fornitura 56Ferramentas

    Para quem est iniciando na arte de modelagem em cera aconselhvel comear com peas bem simples, pois o processo requer experincia e habilidade.

    Compasso de ourives

    Fornitura Roldo Joias

    No passo-a-passo a seguir, feito tambm por Joshua, podemos ver a modelagem numa chapa de cera. O trabalho continua sendo artstico e de grande habilidade.

    Joshua mostra os materiais usados na modelagem. Ob-serve o desenho feito sobre a chapa de cera.

    A serra de bancada permite modelar a forma principal acompanhando o desenho.

    Joshua tambm usa o buril para rebaixamentos e ajus-tes de contornos e formas.

    O desgastador no mandril do motor suspenso (chico-te) ajusta detalhes curvos.

    O esculpidor de cera uma ferramenta importante. Veja como Joshua esculpe pe-quenos detalhes.

    Ele tambm usa limas es-pecficas para modelagem de cera. Elas permitem um acabamento aprimorado.

    A esptula outra ferra-menta que possibilta aces-so s reas mais comple-xas da pea.

    A fresa tipo agulha tambm usada por Joshua para as reas muito pequenas e complexas.

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    Modelo em cera - CNC

    Modelagem feita no computador

    Prottipo feito em mquina CNC.

    A tecnologia de modelagem em softwares 3D proporcionou um avan-o de valor inestimvel no processo produtivo do mercado joalheiro. Com ela, o designer de joias cria e dese-nha projetos com grande facilidade e versatilidade. Mas essa tecnologia no se restringe ao processo criativo e de desenho, ela tambm permite que os prottipos (modelos) sejam produzidos por meio de equipamen-tos controlados por computador - as mquinas CNC.

    Suponhamos que o designer criou

    uma pea com textura. O modelista que usa o processo manual ter di-ficuldades na reproduo da textura se ela for complexa. J o modelista que usa equipamento CNC reproduz a pea com grande fidelidade.

    A modelagem por meio de CNC um avano tecnolgico incontestvel. Permite reduo de tempo no protti-po e aumenta a fidelidade da pea. importante dizer que a tecnologia 3D no interfere na criao, pois o desig-ner apenas usa um recurso tecnolgi-co para sua criao.

    Nas imagens acima, voc pode conferir a fidelidade de um mode-lo produzido em uma mquina CNC comparado com a modelagem em software 3D.

    No passo-a-passo a seguir acompanhe a produo de um modelo produzido em equipamento Roland. O prottipo de um anel com uma pedra grande e pedras laterais.

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    Na imagem acima o mo-delista desenha o anel no software 3D.

    Observe a mquina ao lado do operador. um equi-pamento de pequeno porte.

    O passo 3 mostra o anel modelado com todos os detalhes.

    O passo 4 mostra a gema sendo visualizada na posio de cravao.

    O passo 5 mostra o in-cio do preparo da mquina.

    O passo 6 mostra o mo-delista ajustando o disposi-tivo que segura a cera no cabeote principal da m-quina.

    O passo 7 mostra o mo-delista escolhendo a fre-sa adequada ao trabalho. Neste caso, ele usa uma fresa tipo agulha.

    O passo 8 mostra o mo-delista prendendo a fresa ao mandril da mquina.

    O passo 9 mostra a es-colha do bloco de cera ade-quado ao quadro que segu-ra a cera. Esse bloco ser inserido ao quadro.

    O passo 10 mostra o re-curso do software para po-sicionar o quadro na mqui-na com extrema preciso. Esse mesmo software con-trolar a usinagem da pea.

    O passo 11 mostra o processo de usinagem onde o mandril da mquina se movimenta em todas as direes dos eixos, inclusi-ve o eixo de profundidade.

    O passo 12 mostra o mo-vimento de giro do quadro que segura a cera para que o outro lado tambm seja usinado. O processo de usi-nagem feito em camadas.

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    Veja no passo 13 que aps a usinagem no quadro a pea inserida no eixo para usinagem de outras partes.

    Observe no passo 14 a preciso da usinagem na parte superior do anel.

    O passo 15 mostra que a fresa usa toda sua extenso para dar acabamento em to-dos os detalhes do anel.

    No passo 16 vemos a pea pronta. Ela foi escul-pida em cera pelo processo de usinagem CNC.

    Modelo em cera - impresso 3DA impresso 3D j no mais no-

    vidade. Imprimir objetos e prottipos em trs dimenses deixou de ser algo do futuro para fazer parte da vida de designers de todos os segmentos. At produtos de tamanho grande, como o caso de uma moto, so possveis de serem impressos. Neste caso, as partes so impressas em separado e depois a moto montada. Em 2009, o jornal da globo dava a notcia desse tipo de equipamento.

    Essa tecnologia tem avanado tan-to que j est disponvel para o pblico em geral. No site da Livraria Saraiva a Impressora 3D Cube est anunciada por aproximadamente R$6.000,00

    No mercado joalheiro, a impresso 3D atinge nveis de altssima preciso. Joias complexas j podem ter protti-pos impressos em cera por meio das impressoras 3D.

    Existem muitos equipamentos para impresso em 3D no mercado. Toda-via, nem sempre voc ter disponibi-lidade de comprar uma dessas m-quinas que parecem fazer magia na impresso de objetos. Porm, impor-tante que voc conhea a tecnologia e o processo para, se necessrio, enviar o seu arquivo uma empresa especia-lizada em prototipagem rpida, neste caso a impresso 3D.

    O processo consiste no seguin-te: depois de modelar sua joia em qualquer software 3D, o Rhinoceros por exemplo, voc exporta um arqui-vo STL e envia para a empresa que far a impresso. Todos equipamen-tos disponveis no mercado tem seus prprios softwares que interpretam o arquivo STL e o importam para o da mquina impressora.

    Nesse software a imagem posi-cionada e os parmetros so ajusta-dos. Nas imagens a seguir vemos um equipamento Solidscape em funciona-mento.

    O arquivo importado para o Modelworks (Solidscape).

    Pea posicionada para impresso.

    Ajuste dos parmetros de impresso.

    A pea que voc modelou posi-cionada no Modelworks tendo como referncia a mesa de impresso do equipamento. possvel posicionar vrias peas para serem impressas.

    O cabeote de impresso da m-quina imprime finas camadas, uma sobre as outras proporcionando alta definio pea.

    Esse modelo de impressora da So-lidscape trabalha com dois tipos de cera ao mesmo tempo. A Indurafill (vermelha) executa uma espcie de proteo em torno do modelo impresso de maneira que, posteriormente, no

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    Preparao do molde de borracha

    seja necessrio acabamento. Segun-do a empresa, esse processo elimina a necessidade de estruturas de supor-te uma vez que a impresso feita de forma completa. A pea propriamente dita impressa com uma cera cha-mada Induracast (azul). Depois da impresso, a Indurafill dissolvida numa soluo lquida ficando apenas a cera azul que formou o modelo.

    Atravs de um segundo cabeote, a mquina elimina os excessos da cera num processo automtico de limpeza.

    Aps a impresso, a tampa da mesa da mquina posicionada so-

    bre um equipamento de calor por 20 a 25 minutos para o endurecimento da cera. As peas so, ento, mergulha-das num solvente especial para retira-da da cera vermelha.

    Voc viu os recursos disponveis para a produo de prottipos destina-dos fundio por cera perdida. Viu tambm que o material mais indicado em prottipos para joalheria a cera. Agora vamos conhecer um pouco mais sobre o que fazer com o prottipo mo-delado manualmente, fresado na CNC

    ou produzido numa impressora 3D.No processo de fundio por cera

    perdida podemos fundir apenas uma pea ou uma srie delas, exatamente iguais. Seja qual for o caso, impor-tante obter uma ou vrias cpias do modelo. Assim ele preservado.

    Para obtermos vrias cpias de um

    modelo, usamos o recurso de injeo de cera, isto , preparamos um molde de borracha e nele injetamos a cera, reproduzindo vrias peas no mesmo molde de borracha.

    Seguindo o passo-a-passo a seguir voc entender melhor o processo.

    O passo-a-passo a seguir, que mostra a confeco do molde de cera, foi produzido pela Chic Jewelry - www.chicjewel-ry.com, empresa norte americana sediada em Los Angeles.

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    A lminas de borracha so sobrepostas umas so-bre as outras, at a espes-sura necessria.

    Elas so encaixadas numa das cavidades do mol-dura de alumnio e, sobre elas, o prottipo em cera.

    Cada lmina ajustada sobre o prottipo com pres-so em lugares mais crti-cos.

    Sobre o prottipo so colocadas mais lminas de borracha, de maneira que ele fique coberto.

    Lmina aps lmina, o prottipo coberto at o n-vel mximo da moldura.

    Colocao da ltima lmi-na, mantendo o nivelamento com a moldura.

    A moldura posicionada na vulcanizadora e envolvida por duas placas de metal.

    Depois do tempo adequa-do de vulcanizao a borra-cha retirada da moldura.

    Eu acho interessante comentar que os passo-a-passos deste artigo no tem o objetivo de ensinar a execuo dos pro-cessos em seu mnimos detalhes. O objetivo do artigo transmitir o conhecimento necessrio para que voc saiba como cada etapa feita e possa conversar com seu fornecedor com mais argumentos. Para executar as etapas do processo de fundio por cera perdida, te aconselho a fazer um curso onde voc aprende a tcnica executando o processo sob orientao de profissional capacitado.

  • 12 Revista Joias&Design - Setembro2014

    Corte da borracha

    Observe na figura ao lado que abai-xo do prottipo colocado uma esp-cie de tubo. Ele chamado de gito. Sua finalidade formar um canal pelo qual ser injetada a cera.

    Veja nas imagens ao lado os equipamentos usados na vulca-nizao da borracha e o equi-pamento usado para injetar a cera no molde de borracha. Vulcanizadora BQZ

    Injetora Fornitura Bulka

    Depois da vulcanizao da borra-cha, as duas partes - acima e abaixo do prottipo se fundem. necessrio abrir o molde de borracha.

    O processo de abertura da borra-cha consiste em recort-la nas late-rais, de maneira que as duas partes se encaixem novamente. Na cavidade

    dentro da borracha est o molde per-feito do prottipo. No passo-a-passo a seguir veremos como feito o corte da borracha.

    O passo-a-passo a seguir foi produzido pela Chic Jewelry - www.chicjewelry.com, empresa norte americana sediada em Los Angeles.

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    Com a lmina pontiagu-da e afiada, o molde de bor-racha cortado nas lateriais sem muita profunidade.

    O corte feito em zigue--zague para proporcionar melhor encaixe das partes que sero separadas.

    Com o apoio de um su-porte, que segura aberta a lateral da borracha, o corte aprofundado.

    O recurso de zigue-za-gue e cortes em direes diferentes tambm usado para melhor encaixe.

    Veja no passo 5 como o operador usa o suporte, em forma de alicate, para abrir e cortar a borracha.

    Ao se aproximar do pro-ttipo, necessrio muito cuidado para no danificar as bordas da cavidade.

    Com cuidado o operador corta a borracha bem prxi-mo do prottipo usando a mo esquerda para abrir.

    O cuidado aumenta ain-da mais quando o estilete de corte se aproxima de reas crticas.

    Girando a lmina, o ope-rador abre um espao maior para a entrada do bico de injeo de cera.

    A borracha aberta quase que totalmemte com apenas a parte do fundo sem cortar.

    O molde de borracha conferido em detalhes para garantia de preciso na re-produo do prottipo.

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    No final do corte o prot-tipo retirado da borracha com cuidado para preser-var as arestas da cavidade.

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    Injeo da cera

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    O passo-a-passo a seguir, produzido pela empresa Feathered Gems Jewelry, nos mostra a injeo da cera no molde de borracha para produzir as peas da rvore que servir de molde para a fundio

    1 - Teste da sada da cera derretida da injetora. 2 - De-monstrao do molde aberto. 3 - A borracha presa de maneira a deixar as duas partes bem unidas. 4 - Observe a borracha presa e a entrada da cera. 5 - O molde de bor-racha encostado no bico da injetora e pressionado para frente. A cera quente flui para dentro do molde. 6 - A pea injetada retirada do molde depois de fria.

    O preparo da rvore consiste em prender as cpias do prottipo num eixo, tambm de cera, fixado numa base de borracha. Nessa base ser inserido o cilindro de metal.

    Uma haste de cera colocada no bico do su-porte de borracha.

    Usando uma ferramenta aquecida, cada cpia do pro-ttipo presa nessa haste numa posio inclinada.

    Observe que numa mes-ma rvore so colocados prottipos diferentes.

    O cuidado com o posicio-namento da cpia do protti-po define parte da qualidade do objeto fundido.

    O posicionamento das peas na haste tambm est relacionado com o dimetro do cilindro onde ser inserido o gesso.

    A rvore est pronta para receber o cilindro. As peas devem estar perfei-tamente fixadas para evitar que se movimentem durante a introduo do gesso.

    Observe nas trs imagens acima que o cilindro inserido na base de borracha. Assim, durante o processo de monta-gem da rvore, importante considerar o dimetro final e interno do cilindro, para que sobre espao suficiente para entrada do gesso, usado para formar o molde onde ser in-serido o metal (prata, ouro, etc).

    Dependendo da necessidade pode-se preparar apenas uma pea para a fundio.

    Como eu j disse, as etapas de preparao para o processo de fundio por cera perdida necessitam de habilidade e conhecimento.

    O procedimento feito com instrumento aquecido (ferro de soldar, por exemplo). O operador faz um pequeno buraco na haste e insere a pea.

    Preparao da rvore

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    Preparao do gessoO gesso usado na preparao do molde final para fundio um gesso especial para essa finalidade. Depois de inseri-

    do no cilindro ele ser submetido altas temperaturas. O passo-a-passo a seguir foi produzido pela empresa Chic Jewelry. www.chicjewelry.com, empresa norte americana sediada em Los Angeles.

    O gesso fornecido em p para ser preparado no momento da produo do molde.

    dissolvido em gua at adquirir a consistncia ade-quada.

    Tambm se usa um bate-dor para alcanar uma mis-tura mais homognea.

    Ainda submetido um processo de vibrao e v-cuo para eliminao de bo-lhas.

    O gesso preparado despejado no cilindro envol-to em material adesivo.

    Vrios cilindros tambm so submetidos ao proces-so de vibrao e vcuo para eliminar bolhas.

    O material adesivo apli-cado em volta do cilindro retirado.

    A base de borracha tam-bm retirada.

    Todo material adesivo que foi usado para prender a base de borracha, tam-bm retirado.

    O cilindro colocado num forno com alta tempe-ratura, para o endurecimen-to final (cura do gesso).

    Depois da secagem do gesso, a cera retirada do molde por meio de calor. Da vem o nome de fundi-o por cera perdida, pois as peas que foram injeta-das e montadas na rvore so derretidas e retiradas do molde de gesso, man-tendo suas formas.

    Fundio

    Depois que a cera retirada do molde de gesso o operador prepara o metal para fundio. O passo-a-passo a seguir, produzido pela empresa Feathered Gems Jewelry, nos mostra o processo de fundio.

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    O metal granulado, nes-te caso a prata, escolhido com critrio de acordo com o projeto da joia.

    Ele pesado de confor-midade com o peso final das peas fundidas.

    O metal despejado num recipiente que ir aque-c-lo at o ponto de fuso.

    Na imagem acima pode-mos ver o metal em estado lquido.

  • 15 Revista Joias&Design - Setembro2014

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    Enquanto o metal aque-cido at o ponto de fuso, o molde de gesso tambm.

    Depois de aquecido alta temperatura, o molde de gesso retirado do forno.

    O molde de gesso co-locado sobre equipamento especial.

    O metal despejado no molde de gesso. O equipa-mento vibra para o perfeito acondicionamento do metal.

    Na imagem acima pode--se ver o metal sendo des-pejado no molde de gesso.

    Decorrido tempo ade-quado, o molde de gesso imerso em gua fria. Ocorre o choque trmico.

    O choque trmico pro-voca a dissoluo do gesso deixando apenas a vore fundida.

    A rvore limpa cuida-dosamente para eliminar os restos de gesso.

    As peas fundidas so cortadas e separadas da rvore.

    Qualquer pea de joalheria pode ser reproduzida pelo processo de fun-dio por cera perdida - microfuso. No entanto, importante saber que to-das as etapas desse processo reque-rem conhecimento e experincia para obter resultados satisfatrios. Os equi-pamentos tambm so importantes no processo. Existem muitos fornecedo-res que produzem equipamentos para esse processo. possvel encontrar dos mais simples aos mais sofistica-dos. Quanto maior for o recursos de um equipamento, melhor ser o resul-tado final da cpia.

    Antes de qualquer investida no pro-cesso de fundio por cera perdida aconselho um curso especializado.

    Tambm so submetidas ao tratamento de acaba-mento como o polimento.

    O polimento em tambor tambm usado para pro-duo de muitas peas.

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    Os processos de limpeza da joalheria de bancada tambm so utilizados na fundio.

  • 1 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    gemas

    Turmalina Parabauma das gemas mais raras

    A Turmalina Paraba foi encontrada pela primeira vez no Brasil nos anos 80, na Regio da Paraba, no dis-trito de So Jos da Batalha - por isso seu nome -, depois na Nigria em 2000 e, mais tarde, em 2004 em Moambique. A gema encontrada em apenas cinco minas ao redor do planeta; trs delas no Brasil, de onde saem os exemplares mais valiosos. A produo, entretanto, muito escas-sa, quase extinta, tornando-a cada vez mais cara e cobiada. As princi-pais joalherias do pas tm algumas peas com a pedra preciosa, guarda-das a sete chaves, e o valor de uma dessas exclusivas joias pode chegar a R$ 3 milhes.

    No incio, os brasileiros no deram muita ateno nova descoberta, mas os japoneses ficaram fascinados com as gemas e comearam a comprar e revender na sia, fazendo com que alcanassem preos inacreditveis.

    A produo da Turmalina Pa-raba diminui a cada ano. Me-ros 20 mil quilates por ano, con-tra 480 milhes dos diamantes.

    H cerca de 600 milhes de anos, um acontecimento geolgico nico criou a mais espetacular variedade de gemado grupo das turmalinas - a Turmalina Paraba. tem vrios tons...

    mas acho esse tom da Parabao mais bonito

    Pedra bruta

    A descoberta A cor

    As turmalinas so encontradas em muitas cores, incluindo a azul (indi-colita), mas o fator determinante para se afirmar que se tratava de uma pe-dra, at ento desconhecida, foi a sua composio qumica, pois em virtude da presena de pequenos traos de cobre e mangans, a Paraba tem essa cor azul neon ou azul esverdea-da, uma cor brilhante e nica.

    Mesmo que no sejam mais caras que os diamantes, as gemas raras conferem exclusividade s joias. Para calcular a qualidade de uma pedra preciosa, especialistas usam o crit-rio dos quatro Cs, adaptado da ln-

    A descoberta da Turma-lina Paraba, aps ser ob-servada pela primeira vez pelo olho humano, cria um forte impacto emocional , em virtude de seu azul vvido e brilhante .

    Amsterdam Sauer

    gua inglesa: lapidao (cut), pureza (clarity), quilate (carat) e, o mais im-portante, cor (color). Alm disso, a raridade de uma gema e o design exclusivo de uma joia podem fazer o seu preo se multiplicar rapidamente.

    A Turmalina Paraba cativou desde o incio o mundo das pedras preciosas, por sua beleza e cores eletrizantes. Elas tornaram-se populares quase que instantaneamente e, hoje, esto entre as mais procuradas e valiosas gemas do mundo.

    Livi Pires

  • 2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Como so muito raras, os joalhei-ros no costumam partir as pedras, mas sim trabalhar com elas mais ou menos no formato em que apare-cem. Isso faz com que seja difcil, por exemplo, fazer brincos, o que requer pedras bastante parecidas. A lapida-o, no entanto, fundamental para intensificar o brilho da pedra, ela fa-cetada em ngulos determinados, de forma que a luz possa penetrar nela e voltar aos olhos com a maior beleza possvel. A lapidao aprimora cor e brilho, tirando da pedra seu melhor potencial.

    Lapidao

    Valores

    H.Stern

    Turmalinas da Tiffany

    Como j dissemos, as joalherias que adquiriram as pedras no auge da extrao aproveitam e guardam seus tesouros em forma de Turmalina Pa-raba, pois a escassez s aumenta seu valor.

    Roland Schluessel na frente de cristais de Turmalina Paraba.

    A mina, no distrito de So Jos da Batalha, onde a primeira Turmalina Paraba foi en-contrada.

    Garimpeiros retirando a Turmalina Paraba do pegmatito.

    Seu brilho inconfundvel

    Mina de So Jos da Batalha - Paraba

    Fonte: www.pillarandstone.com

    Isabella Blanco

    Brumani

    amor primeira vista: a gema tem um brilho interior s seu, um esplendoro-so azul neon que toca o corao. pura emoo! Quando a gente coloca uma dessas pedras no escuro, ela parece estar acesa, como se fosse um nen. a nica gema transparente que possui cobre em sua composio, o que confere essa cor vibrante, iluminada e eltrica. Diz-se que, assim como o sol, essa gema tem luz prpria!

    As expectativas apontam sempre para preos mais altos, visto que a demanda cresce a passos mais lar-gos que a oferta. Valores de cinco dgitos por quilate no so incomuns para gemas azul neon de boa quali-dade e, para as azuis esverdeadas, de mais de 5 quilates.

  • 18 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    tcnicas

    Joias de montagemliberdade para criar

    A versatilidade do processo de montagem d ao autor de joiasa possibilidade de produzir apenas o que necessrio para concluir

    sua criao sem ter de fazer cada parte da joia. Isso d liberdade para criar.

    Todo profissional envolvido com a criao de joias deve conhecer os meandros da tcnica, suas possibili-dades e processos de execuo. Eles so fundamentais para um desenvol-vimento consciente daquilo que est criando. No entanto, usando partes j prontas, economizar tempo e di-nheiro. Hoje, o design fala mais alto.

    Esse processo j usado por muitos segmentos industriais e arte-sanais com resultados confirmados. Desde a indstria eletrnica at a construo civil se utilizam de partes prontas para agilizar processos, eco-nomizar e viabilizar projetos. Na joa-lheria est ocorrendo o mesmo, em todas partes do mundo.

    Nas imagens deste artigo voc pode ver como isso funciona, mas pense, principalmente, como poderia mud-las, enriquec-las, incremen-t-las ou mesmo usar a ideia para desenvolver outro projeto. Essa a grande vantagem da joia de monta-gem - a liberdade para criar.

    Acompanhamos o trabalho de Ka-rina Acha na sua empresa EFechos e observamos o resultado obtido por muitos profissionais que apren-deram com ela explorar ao mximo os recursos da joalheria de monta-gem. Eles esto satisfeitos com os resultados de seu trabalho tanto em termos pessoais como financeiros, pois juntam as partes, entremeios, fechos, contas diversas, pedras fura-das, adaptando-os aos seus projetos e usando tcnicas adequadas ensi-nadas por Karina.

    Segundo Karina, para uma joia manufaturada, nada mais adequado que fechos e complementos manufa-turados, mesmo que feitos por outros profissionais. Isso valoriza sua cria-o em todos os detalhes.

    Ainda, segundo Karina, a escolha adequada das pedras ou das prolas com as quais executaremos nossas criaes parte importante da joia. Devemos dedicar especial ateno aos fechos. Qualquer tipo pode cum-prir sua funo, mas preciso buscar

    o fecho compatvel para o tipo de joia pretendida, para valori-zar a criao, e no simples-mente por que um fecho. A escolha adequada traduzir o sucesso. preciso tambm tcnica compatvel e detalha-da para alcanar, alm de um trabalho criativo, muita quali-dade.

    Em nossas pesquisas, pudemos avaliar que pases europeus, asiticos, Esta-dos Unidos e muitos outros oferecem uma grande gama

    de peas prontas para a joalheria de montagem. Isso tem feito com que os autores de joias tenham cada vez mais opes nas suas criaes.

    O que pudemos observar que o crescimento da joalheria de mon-tagem est surpreendendo os espe-cialistas de mercado devido versa-tilidade, recursos oferecidos, tcnicas aprimoradas e, principalmente, a pos-sibilidade de custos mais baixos e economia de tempo. Vimos joias so-fisticadas desenvolvidas pela joalheria de montagem.

    Vale a pena visitar o site da EFe-chos: www.entremeiosefechos.com.br ou ligue para 11.3031-8445.

  • 19 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    A cor complementar de uma primria a soma das duas outras primrias em propores iguais, ou seja, uma cor se-cundria.

    So as combinaes que tem mais contraste: vermelho e verde, azul e laranja, amarelo e violeta. Para encontr-las,

    no crculo cromtico, s ve-rificar aquela cor que est na posio diretamente oposta cor escolhida.

    Cores complementares

    teoria das cores

    Combinao de coresna joalheria de maneira harmnica

    Voc j deve ter passado pela situao de estar produzindo uma joia com pedras ou contas e fica na dvida sobre as cores.

    Como combin-las de maneira harmnica?No existe uma regra para esse visual, no entanto, existem combinaes

    eficientes que podem te ajudar na escolha certa, como diz David Artydo blog www.chiefdesign.com.br.

    A cor um fenmeno ptico que afeta a todos ns. Para entend-las e reproduz-las foram necessrios estudos e normatizaes que se ini-ciaram h sculos. Foi Isaac Newton (1642 1727) que iniciou o estudo f-sico das cores. Desde ento, muitos conceitos foram desenvolvidos e a utilizao das cores teve parmetros tcnicos usados em todos os campos que a usam.

    O crculo das cores a base para o estudo prtico mais detalhado da cor. Se voc no conhece a base da teoria das cores aconselhamos visitar o blog www.chiefdesign.com.br que orienta todos esses aspectos.

    Neste artigo abordaremos apenas os conceitos de combinao das co-res, pois atravs dele que entende-remos melhor como as cores combi-nam entre si.

    Os textos a seguir so de David Arty e as imagens selecionadas pela nossa redao.

    O bsico da teoria das cores en-volve conhecimentos tais como: o modo de vermos as cores; cores pri-mrias, secundrias e tercirias; pro-priedade das cores; temperatura das cores e harmonia das cores que ana-lisaremos nos textos a seguir.

    Designers famosos no mercado de joias seguem esses princpios.

  • 20 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Cores anlogas

    Cores anlogas relacionadas

    Cores intercaladas

    uma combinao com trs cores consecu-tivas (vizinhas) no crculo de cores.

    Normalmente com-posta por uma cor pri-mria e suas adjacen-tes. Como as cores tem a mesma base, essa uma composio de pou-co contraste.

    Essa harmonia consiste em es-colher duas cores anlogas e pular a terceira cor, para a direita ou esquerda, adicionando a cor seguinte. Possui mais contraste que a anloga simples.

    Essa harmonia consis-te em escolher trs cores intercaladas no crculo cromtico. um esquema com bom contraste , mas uma composio, por ve-zes, um pouco mais difcil de se lidar.

    Essa harmonia uma variao da com-plementar. Ela usa uma cor principal e duas cores adjacentes como complemen-tares.

    Nesse caso, essa harmonia tem bastante con-traste, mas ele mais suave do que a complemen-tar direta.

    Cores complementares divididas

  • 21 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Cores tetrdicas

    Cores em quadrado (harmonia 90)

    Monocromia

    Esse esquema de cores usa dois pares de cores complementares. uma combinao com bastan-te contraste e que possibilita inmeras variaes.

    bem semelhante ao esquema tetrdico, mas com cores equidis-tantes formando um quadrado den-tro do crculo cro-mtico.

    Se refere harmonia que utiliza somente uma cor, alterando apenas a tonalidade da cor escolhida, ou seja, mudando apenas a saturao e o brilho da cor.

    uma combinao com pouqussimo contraste, mas pode criar um efeito visual agradvel, como por exemplo, o efeito degrad.

    Cores tridicas

    Consiste na utili-zao de trs cores com a mesma dis-tncia (equidistante) no crculo cromtico. uma combinao que possui um alto contraste com rique-za de cores.

  • 20 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    meio ambiente

    Joia com conscinciaa preservao do meio ambiente

    Segundo esse relatrio Desenvolvi-mento Sustentvel aquele que procura satisfazer as necessidades da gerao atual sem comprometer a capacidade das geraes futuras de satisfazerem suas prprias necessidades.

    Podemos desfrutar do que a na-tureza nos oferece hoje, porm, sem nos esquecermos dos nossos netos e bisnetos.

    A coisa cresceu tanto que hoje chegamos a nos sentir constrangidos quando no agimos de forma ecolo-gicamente correta.

    A construo desse conceito, de que precisamos consumir de forma consciente e pensando na conser-vao do planeta, extremamen-

    Sustentabilidade, Ecologicamente Correto, Consumo Consciente, Biosusten-tvel, Conscincia Ambiental, esses so os termos da moda, ouvidos cada vez mais no nosso dia a dia. Sabe que eles podem no ser to novos assim?O primeiro momento em que se falou formalmente de sustentabilidade foi no

    Relatrio da ONU de 1987, chamado O Nosso Futuro Comum.

    Biojoia

    te benfica. Tomara que ele mude mesmo o ser humano para que as geraes futuras possam usufruir de elementos que hoje so to naturais a ponto de no nos darmos conta.

    Na joalheria essa atitude relati-vamente nova. Afinal, como um pro-duto de luxo poderia, por exemplo, se associar reciclagem?!?!

    O fato que hoje o consumidor est cada vez mais preocupado com essa questo, e as empresas que se cuidem!

    Aquelas que se preocupam com o meio ambiente sem dvida sero as preferidas pela clientela, isso em propores cada vez maiores. O tal Marketing Verde deve ser visto com

    muito respeito, sem dvida... no se trata de mais um modismo.

    Mudanas em escala industrial so mais complexas, nesse ponto a joia artesanal, de pequena escala, leva vantagem.

    Podemos ver surgir criaes ba-seadas no conceito da Sustentabili-dade, da Preservao Ambiental e da Conscincia Ecolgica.

    O artista um dos primeiros a perce-ber que at o lixo pode ser belo, pode receber uma releitura, porque no??

    Temos visto surgir dois novos in-tegrantes nesse nosso setor: Biojoia e Ecojoia. Voc sabe qual a diferena entre eles?

    Aquela que, normalmente, substitui gemas e outros materiais por madeira cer-tificada, sementes ou fibras naturais. Essa joia tem como prioridade a no agresso natureza, os elementos so colhidos de forma natural.

    Alianas ouro palha de Mrcia Pompei. Anis de papel - Carla de Carvalho e Mara Rodrigues.

    Mrcia Pompei

    Fio de nylon, lantejoulas de PET, cristais Swarovski e fecho Magnomento. Mana BernardesEsta joia vem acompanhada da embalagem Cpsula de PET premiada no top design 21 de 2011.

  • 21 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Anis SeiZo madeira.

    Pingente em prata e madeira certificada - Antonio Moreno.

    Pulseira de chifre ouro amarelo e quartzo fum - Design We Love by Karina Acha.

    Brincos em prata e madeira certifica-da - Marcos de Angelis.

    Colar em Tucuman e ouro - Design We Love by Karina Acha.

    Colar palitos - Carla de Carvalho e Mara Rodrigues ATITOCOU.

    Pulseira Madeira, prata e gatas verdes de Debora Laruccia.

    Claudia Chadalakian e Maria Fernanda Chaccur Chadad Brincos Mar-chetaria e ouro.

    Anis prata e madeira- ATITOCOU.

    Claudia Chadalakian e Maria Fer-nanda Chaccur Chadad Anis Mar-chetaria e ouro.

    Anis SeiZo de madeira.

    Anel misto Madeira Certificada e prata - Antonio Moreno.

  • 22 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Ecojoia Tambm chamada de Joia Sustentvel. a joia ecologicamente correta. Seu objetivo transformar qualquer material que seria descartado em outro, au-mentando sua vida til e diminuindo a poluio. Pode usar PET, papelo, alumnio, metais, componentes eletrnicos entre outras mil possibilidades. Ela nasce da conscientizao da preservao do meio ambiente. a joia da trans-formao.

    Anis de prata e vidro reciclado - Adriana Bomtempi.

    Anis papel mach Ana Encarnao.

    Pulseira xcara porcelana reciclada - Elka Freller.

    Yoav Kotik joias de tampinhas.

    Brincos em Prata e PEAD (material re-ciclado de polietileno) - Cibele Mojs.

    Pingente em Prata e PEAD (material reciclado de polietileno) - Cibele Mojs.

    Brincos Lucia Perrone com lmina de PET e prata.

    Esta jia vem acompanha-da da embalagem Cpsula de PET premiada no top de-sign 21 de 2011.

    Fio de couro, lantejoulas de garrafas PET e borrachinha que regula o tamanho. Esta joia vem acompanhada da embalagem Cpsula de PET premiada no top design 21 de 2011.

    Mana Bernardes

    Pulseira Prata, peridoto e madeira jacarand - Yone Paella.

  • 23 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    No rastro dessas joias vimos o boom da Jarina (marfim vegetal da Amaznia), semente de uma palmeira que oferece uma linda cor marfim; do Capim Dourado (uma espcie de sem-pre viva que nasce no estado do To-cantins) e da Madeira Certificada.

    Outros materiais tem surgido, muitos deles conquistam fs. O Tecbor um material composto por ltex produzido por comunidades de seringueiros de di-versas regies do Brasil, surgiu de um projeto implantado pela Lateq Labora-trio de Tecnologia Qumica do Instituto de Qumica da UNB Universidade de Braslia. Um material bonito, porm dif-cil de ser trabalhado, em forma de lmi-na, lembra uma pele.

    Fora do Brasil temos as joias feitas com cmaras de bicicletas, inveno da marca Otra (On The Road Again). A pro-duo artesanal e depois de prontas ningum diz qual o material empregado.

    Outro exemplo que merece ser cita-do a marca Beat Pot que em parceria com a 22DesignStudio cria joias feitas com resduos de concreto. Quem diria no?!?! Inspirada no mesmo material (concreto) vem a canadense Metsa. Ela lanou no mercado brincos em formato de prola (prolas de concreto), molda-das manualmente. O acabamento dos brincos feito em prata. O mais interes-sante aqui que quando a pea entra em contato com a gua sofre alterao na cor. Isso fascina a cliente.

    Ana Encarnao uma joalheira portuguesa que cria verdadeiras poe-sias em forma de anis. So peas fei-tas com papel mach. O papel que iria para o lixo se transforma numa pea adorvel, extremamente delicada. Ana prepara a massa, modela, pinta e cria. Ela coloca mini paisagens em seus anis.

    TecBor Tribal Eco-Couture

    Anel Madeira, Ouro Branco e Topzi-os - Ricardo Coacci.

    Os anis feitos por 22designstudio.

    Jarina da Amazonia

    O importante chamar ateno para essa questo to importante e da qual depende o futuro da humanidade, preciso consumir com conscincia. As joias tambm fazem parte dessa luta.

    Pingente 5 Sentidos - Ana Passos - lentes de lupas antigas em cobre, lato e prata.

    Pingente em Prata com vidro de esmalte de unhas e pluma - Hideka Nomoto.

    Pingente com peas de ele-trnica e pe-dras malaquita e amazonita - Jeff Reis.

  • 24 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    moda e estilo

    Ear cuffo inusitado desafio para os designers

    O ear cuff um brinco que cobre boa parte da orelha e, por esse motivo, se torna um desafio para os designers de joias. Esse desafio a adaptao do desenho e a estrutura do brinco, pois deve ter um caimento harmonioso,

    ao mesmo tempo que o design da pea deve ter estilo e um ar de sofisticao, para no ficar exagerado e grosseiro.

    Os costumes e tradies dos ador-nos utilizados pelas indianas e tailn-desas so famosos pela abundncia e riqueza de detalhes.

    Na dcada de 30, esses brincos grandes foram popularizados, a partir do trabalho do joalheiro Marcel Bou-cher, que atendia a alta aristocracia, onde as mulheres aristocratas eram apaixonadas pelo excesso de joias e adornos carregados de pedras pre-ciosas e glamour.

    O ear cuff um acessrio utilizado desde a antiguidade, principalmente na ndia e Tailndia. As mulheres costumavam usar como um bracele-te em volta da orelha, pois os brincos eram sempre grandes e, at certo ponto, exagerados.

    Depois disso, na dcada de 80, esses brincos foram adaptados ao estilo punk, e foi a que recebeu o nome de ear cuff (traduzindo - alge-mas de orelha).

    Em meados de 2010, voltou a apa-recer, s que, desta vez, nas passa-relas de grandes estilistas. Desde en-to, aparece sempre nesses eventos, mesmo que timidamente.

    Como sempre falamos aqui: se est nas passarelas de moda, est na paixo das celebridades e, conse-quentemente, nos seus admiradores e seguidores.

    Com a onda dos maxi, os brincos ear cuff esto em alta, uma boa opor-tunidade para os designers de joias aceitarem o desafio de desenhar e produzir essas peas marcantes e versteis. Vrios estilistas e desig-ners, como Chanel, Jean Paul Gaul-tier, Repossi, Roberto Cavalli, entre outros, apostam no retorno dos ear cuff, em diversos tipos de estilo e de-sign, para mulheres elegantes e finas ou extravagantes e glamourosas.

    Os modelos podem ser grandes e chamativos, com pedras, prolas, em formas de animais, flores, caveiras e correntes. Mas, tambm, podem ser delicados utilizando os mesmos ma-teriais.

    www.pinterest.com

    www.repossi.com

    www.repossi.com

    www.monopolik.ru

    www.asos.com

    Amanda Rodrigues

  • 25 Revista Joias & Design - Setembro 2014

    Um ear cuff com prolas ou pedras preciosas e semi-preciosas podem ser usados em eventos es-peciais, com vestidos bsi-cos e simples, os cabelos amarrados em coque ou em penteados laterais, tra-zendo toda a ateno e os olhares para a joia.

    Os resultados so peas inova-doras e estilosas. Cada uma adap-tada ao tipo de roupa e ocasio. Ao escolher um ear cuff a mulher deve apostar no menos mais. Ento, os designers j devem pensar nisso.

    Em determinados modelos, o brin-co grande desenhado para somen-te uma orelha e, na outra, um brinco delicado ou nenhum.

    Em nossas pesquisas, pudemos perceber que at os homens esto aderindo onda do ear cuff. O Ra-pper Will.i.am apareceu em um even-to usando um ear cuff, alm do cantor Prince, sempre estiloso e audacioso.

    Encontramos diversos tipos de ear cuff e podemos dizer que a va-riao de materiais enorme. Pode ser confeccionado com materiais no-bres para joias e com materias mais baratos para bijuterias. A prola d um ar de sofisticao e delicadeza. De qualquer forma so sempre dese-jadas e utilizadas.

    Ao criar um ear cuff, o joalheiro ou designer deve determinar o pblico--alvo para aquele desenho, pois a versatilidade desse tipo de brinco enorme. Ele pode ser usado em oca-sies informais, com jeans e camise-ta ou em eventos formais como casa-mentos e desfiles ou festas.

    www.carladsantis.com

    www.ear-cuffs.co.uk

    www.ear-cuffs.co.uk

    www.ear-cuffs.co.uk

    www.hautelook.com

    www.modaoperandi.com

    www.eatsy.com

    www.ear-cuffs.co.uk

    www.vogue.frwww.pinterest.com

    Foto: Getty Images

  • 24 Revista Joias & Design - Junho 2014

    Em breve novidades quentssimas!www.editoraleon.com.br

    Quer saber mais sobre comodesenhar e produzir joias?

    1 - Capa2 - Expediente3 - Destaque4 - Atelier Marcia Pompei5 - Capa Fundio por cera perdidaRevisado6 - Gemas Turmalina Paraiba7 - Joias de montagem8 - Teoria das cores9 - ConscinciaRevisado10 - Moda e estilo Ear cuff11 Anuncio Revista