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Ano 5 nº 20 - outubro, novembro e dezembro de 2010 Como as seleções são organizadas A preparação de um concurso público ou processo seletivo envolve recursos que são fundamentais para o sucesso do evento. O passo a passo dessa organização é mostra- do em matéria sobre o esquema de logística adotado nos eventos do Cespe/UnB. LOGÍSTICA Pág. 6, 7 e 8 pág. 9 Higidez física e mental Professor da Faculdade de Medicina de UnB explica como é feito o exame cobrado como uma das fases em diferentes seleções. CONCURSOS )) Ferramentas multimídias Professores têm à disposição recursos digitais e sugestões de aulas para atrair a atenção dos alunos e inovar em sala de aula. EDUCAÇÃO )) pág. 4 e 5 Campus Universitário Darcy Ribeiro | Sede do Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

Jornal Do Cespe n20

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Ano 5 nº 20 - outubro, novembro e dezembro de 2010

Como asseleções são organizadasA preparação de um concurso público ou processo seletivo envolve recursos que são fundamentais para o sucesso do evento. O passo a passo dessa organização é mostra-do em matéria sobre o esquema de logística adotado nos eventos do Cespe/UnB.

LOGÍSTICA

Pág. 6, 7 e 8

pág. 9 Higidez física e mental

Professor da Faculdade de Medicina de UnB explica como é feito o exame cobrado como uma das fases em diferentes seleções.

CONCURSOS))

Ferramentas multimídias

Professores têm à disposição recursos digitais e sugestões de aulas para atrair a atenção dos alunos e inovar em sala de aula.

EDUCAÇÃO))

pág. 4 e 5

Campus Universitário Darcy Ribeiro | Sede do Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

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nº 20

ReitorJosé Geraldo de Sousa Junior

Vice-ReitorJoão Batista de Souza

Diretor-Geral Ricardo Carmona

Diretora-Executiva Rosalina Pereira

Endereço:Campus Universitário

Darcy RibeiroEdifício Sede do Cespe/UnB

Caixa Postal 0448870904-970 Brasília/DF

Telefone: (61) 3448 0100Fax: (61) 3448 0110

Site: www.cespe.unb.brE-mail: [email protected]

Assessoria de Comunicação Editora

Graziella NunesReportagem

Ciléia Pontes, Shirley de Medeiros e Wilton Castro

FotografiaRodrigo de Oliveira

Diagramação e IlustraçõesAndré Tirolês, Carolina Woortman

e Marcos BarreirosProjeto Gráfico

André Tirolês, Gabriela Alves e Rui de Paula

RevisãoElaine Oliveira

ImpressãoGráfica Ellite

Tiragem15 mil exemplares

O lançamento do edital de abertura é o sinal verde para que as ações de realização de um concurso público come-cem a ser executadas. Cada uma delas, desde a etapa de inscrição dos candidatos até a fase final de entrega dos re-sultados, faz parte de um plano logístico complexo, tão im-portante para o sucesso do certame quanto as provas. Tema da reportagem de capa desta edição (páginas 6 a 8), a logís-tica de aplicação de testes de conhecimento mobiliza equi-pes de dentro e de fora do Cespe/UnB. Tudo começa com a assinatura do contrato com o órgão realizador do certame, mas ganha corpo com a confirmação dos inscritos. O número de vagas e cargos oferecidos também é determinante para o tamanho do evento e seus desdobramentos.

O assunto aparece ainda no artigo do professor Marcus Vinícius Soares, Coordenador de Planejamento do Cespe/UnB, sob a perspectiva do desafio e da responsabi-

lidade de organizar grandes seleções. No texto (página 3), o professor lembra que realizar concursos públicos significa lidar com a vida e os sonhos de muitas pessoas.

Outro destaque da pauta são os sites Portal do Pro-fessor e Banco Internacional de Objetos Educacionais, rea-lizados pelo Ministério da Educação com a participação do Cespe/UnB. O Centro, que este ano conclui suas atividades nos projetos, atuou na pesquisa de recursos pedagógicos e no desenvolvimento e abastecimento dos bancos de dados. Os resultados positivos são percebidos nos relatos de pro-fessores, que contam como usam as ferramentas para incre-mentar seus planos de aula (páginas 4 e 5). Outras frentes de trabalho empenhadas pelo Centro nos últimos meses tam-bém podem ser conferidas na seção Curtas (páginas 10 e 11). São projetos nas áreas de avaliação educacional, inves-timentos tecnológicos e atividades do dia a dia da instituição.

APRESENTAÇÃO

Caso você queira fazer críticas ou enviar sugestões ao Jornal do Cespe/UnB, escreva para: [email protected]

Confira as últimas notícias sobre novos concursos, inscrições e datas de provas no nosso site: www.cespe.unb.br

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Aplicação das provas objetivas e discursivas do concurso do Ministério Público da União (MPU), realizada nos dias 11 e 12 de setembro. O certame reuniu mais de 750 mil inscritos e foi o maior já realizado pelo Cespe/UnB.

Foto da edição

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Marcus Vinícius A. Soares Coordenador de Planejamento do Cespe/UnB e Professor do

Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB)

há 21 anos. Compõe a equipe do Cespe/UnB desde 2000.

ARTIGO

O que nos motiva?

Você já ficou surpreso com a sua reação a uma provocação? Diante de uma motivação tola, você já tomou atitudes que depois con-siderou exageradas? O que faz com que as pessoas que escalam montanhas, saltam de paraquedas, entre outros esportes radicais, arrisquem a própria vida apenas pela sensa-ção de superação, de vencer um desafio?

Talvez aqui no Cespe/UnB não sejamos tão diferentes dessas pessoas. Quando nos deparamos com eventos como vestibular, PAS, MPU, Enem, entre outros, cada um com suas especificidades, nos sentimos desafiados e estimulados, e tenho certeza que esse é um importante ingrediente para a receita de su-cesso que temos.

Cada evento que realizamos é um novo desafio, e não nos iludamos: qualquer certa-me organizado pelo Cespe/UnB que der errado vai macular a nossa reputação, que é o nosso maior patrimônio, portanto, na minha visão, nenhum deles é fácil.

O desafio da realização de um concurso público começa pela elaboração do edital de

Para lidar de forma coerente com a diversidade de situações que se

apresentam, não existe outro caminho: o apego absoluto aos princípios que regem a Administração Pública e a convicção de

que lidamos com a vida e com os sonhos de muitas pessoas. Essa percepção tem que ser um constante estímulo para que nos esforcemos sempre para fazer o melhor.

abertura, que, na verdade, consolida uma série de negociações lideradas pela Coorde-nadoria de Negócios do Cespe/UnB. O edital de abertura fixa todo o regramento do even-to, portanto a sua importância é vital. Sua publicação desencadeia as seguintes ações (de forma extremamente simplificada): a Co-ordenadoria de Tecnologia providencia os vá-rios sistemas que serão utilizados no evento (isenção de taxa, inscrição, geração de resul-tados, recursos etc.); a Coordenadoria Aca-dêmica providencia as provas; a Coordena-doria de Provas Práticas organiza as provas de capacidade física, avaliação de títulos, entre outras; a Coordenadoria de Prepara-ção de Material confecciona os instrumentos de avaliação; a Coordenadoria de Logística planeja a alocação de espaço físico e a con-tratação de pessoal; a Central de Atendimen-to se prepara para fornecer as informações que serão requisitadas pelos candidatos, e assim por diante.

Todas as ações que desenvolvemos, em todos os setores do Cespe UnB, são muito im-

portantes e muito sensíveis. São muitos deta-lhes para serem observados, e um erro mínimo pode ter consequências enormes. Para lidar de forma coerente com a diversidade de si-tuações que se apresentam, não existe outro caminho: o apego absoluto aos princípios que regem a Administração Pública e a convicção de que lidamos com a vida e com os sonhos de muitas pessoas. Essa percepção tem que ser um constante estímulo para que nos esforce-mos sempre para fazer o melhor.

É interessante notar que o que pode ser considerado obstáculo para alguns, pode ser visto como um estimulante desafio para ou-tros. Há uma passagem da Bíblia que relata que 12 homens foram enviados para espiar a terra prometida; ao retornarem, 10 deles rela-taram sérias dificuldades, enquanto dois deles relataram que a terra era excelente e que não tinham dúvidas de que superariam as dificul-dades de tomar posse dela.

A Petrobras tem como lema: o desafio é a nossa energia; na minha visão, esse poderia perfeitamente ser o lema do Cespe/UnB.

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tras 20 que aguardam validação. Com a dis-ponibilização dos roteiros, o profissional busca mostrar a outros professores a importância de inovar. “Acredito que é possível mudar para-digmas se espelhando em experiências que deram certo”, explica.

O professor, acessa, ainda os roteiros publicados por ou-tros colegas no portal e costu-ma receber comentários sobre seus textos. “Recebi pelo site o agradecimento de um estu-dante que tirou uma boa nota na prova seguindo um roteiro de aula meu. Acho isso gratifi-cante”, declara, orgulhoso.

AlunosFoi pensando na possibi-

lidade de interação também com alunos que o professor de matemática Carlos Alberto Je-sus de Oliveira decidiu inovar. Como integrante da equipe

que elaborou as primeiras sugestões de aulas do Portal do Professor, ele utilizou a experiência ad-quirida para readaptar suas propostas (ver Partici-pação Cespe/UnB). “Criei um espaço virtual, onde também publico meus planos de aula, porém, mais direcionados aos alunos”, explica Carlos, que lecio-na no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte, em Brasília.

Nesses roteiros, ele indica recursos digi-tais do Bioe, como vídeos, simulações e links de exercícios, complementando as matérias. “Uso muito um software de geometria dinâmica, que é bem mais prático do que desenhar no quadro”, lembra. Segundo o docente, as turmas apoiam a técnica. “Alunos que por algum motivo não assi-milaram um conteúdo em sala de aula, contam que conseguiram entender a matéria estudando através desses recursos em casa”, declara.

Há quase três anos, o Cespe/UnB se tor-nou parceiro do Ministério da Educação (MEC) para ajudar a desenvolver dois projetos de dis-seminação das novas tecnologias em sala de aula: o Banco Internacional de Objetos Educa-cionais (Bioe) e o Portal do Professor, lançados em junho de 2008. Hoje, já consolidados, os sites exi-bem saldos positivos, além de histórias de profissionais que lançam mão de seus re-cursos e ainda contribuem com as iniciativas.

O professor de Quími-ca, Wesley Pereira da Silva, é um deles. Ele leciona no Centro de Ensino Médio n.º 1 de Brazlândia (DF) e faz uso em sala de aula dos recursos digitais disponíveis do Bioe. Segundo sua experiência, o método facilita a assimi-lação dos estudantes sobre os temas, além de “quebrar a rotina” das aulas. “Divido a turma em grupos e os levo para o laboratório de informática. Os alunos gostam muito. É bem mais fácil a clas-se entender o que é radiação visualizando uma animação, por exemplo, do que através de uma explicação”, pondera ele.

O docente também alimenta periodicamen-te o Portal do Professor com planos de aula que incentivam o uso de recursos digitais. Wesley possui 126 sugestões publicadas, além de ou-

Projetos incentivam o uso de recursos digitais em sala de aula Frutos de uma parceria entre o MEC e o Cespe/UnB, sites com sugestões de aulas e ferramentas multimídias registraram 2,5 milhões de acessos no primeiro semestre de 2010

EDUCAÇÃO

[Shirley de Medeiros] Da Assessoria Técnica de Comunicação

“O uso dos recursos digitais ‘quebra a rotina’ das aulas”, destaca o professor de Química, Wesley Pereira da Silva.

Professor de Matemática, Carlos Alberto de Olivei-ra readaptou seus planos de aulas, direcionando-os para os alunos.

Portal do Professor

O site foi criado para ser uma ferramenta de inte-ração entre os professores do país e está disponí-vel no endereço http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Entre os serviços que o espaço oferece, os usuários podem encontrar funcionalidades como acesso a recursos digitais, produção e comparti-lhamento de planos de aulas, além de informa-ções sobre cursos e práticas educacionais.

Banco Internacional de Objetos Educacionais (Bioe)

O Bioe é um banco de dados que disponibiliza recursos educacionais de acesso livre, como vídeos, imagens, hipertextos, áu-dios, mapas, animações, experimentos práticos e softwares educacionais. Está disponível no endere-ço eletrônico http://obje-toseducacionais.mec.gov.br e permite aos usuários publicar objetos próprios, além de utilizar, editar ou traduzir os já publicados.

ÊxitoPara o Diretor

de Infraestrutura em Tecnologia Educa-cional do MEC, José Guilherme Moreira Ribeiro, todos os objetivos previstos nos projetos foram alcançados. “Aliás, a nosso ver, foram superados e muito, tanto em qualidade quanto em efetivi-dade”, avalia o diretor. Segundo ele, uma prova disso seria o aumento significativo de usuários no Portal do Professor, que esse ano chegou a apresentar 350 mil visitas em um único mês, sem que nenhuma ação de publicidade sobre o site fosse feita.

No caso do Bioe, os dados demonstram que no primeiro semestre de 2010, o banco apresentou cerca de 700 mil acessos, dos quais 321 mil resul-taram em downloads. O Brasil foi o país que regis-trou o maior número de downloads, seguido dos Estados Unidos, Portugal, Japão, Namíbia, Coréia do Sul, Alemanha, Espanha, México e China.

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Exemplos de materiais acessados são os produzidos pelo professor do Instituto de Ciên-cias Biológicas da UnB Antonio Febben. O pro-fessor é usuário assíduo do Banco Internacional de Objetos Educacionais e tem publicados nele 151 recursos digitais de sua autoria, entre ima-gens e víd eos. São materiais produzidos por ele em laboratório, a maior parte para o ensino de anatomia animal. Ele conta que sempre teve in-teresse em disponibilizar esses objetos em por-tais estáveis, de modo a contribuir com a produ-ção científica do país.

Febben chegou a procurar indicações no Ministério da Ciência e Tecnologia e no MEC. Foi assim que conheceu o Bioe. “Saí da Uni-versidade de Brasília em busca de apoio para minha ideia e retornei encontrando a infraes-trutura aqui”, revela, demonstrando surpresa. Para o professor, o banco é uma oportunidade de compartilhar o que ele produz, sem interes-ses financeiros. “Você tem seus direitos autorais garantidos, além de colaborar com o ensino de maneira democrática”, destaca.

Participação Cespe/UnBA parceria entre o Centro e o MEC nos proje-

tos começou em 2007, com ações desde a clas-sificação do público alvo, até atividades como desenvolvimento de layouts, arquitetura da in-formação, programação dos sistemas e abas-tecimento dos bancos de dados. No caso do Bioe, cerca de 15.600 objetos foram analisados e mais da metade inseridos no banco.

A integrante da equipe responsável por esse trabalho no Cespe/UnB, Gislaine Santa-

fazendo a integração dos portais para a auten-ticação, o que irá permitir que o usuário acesse esses e outros sistemas do MEC com uma única senha”, explica. Daqui para frente, os bancos de dados serão alimentados por Institutos Federais de Ensino Superior (IFES).

na dos Santos, explica que o levantamento dos recursos foi realizado através de uma extensa pesquisa. “Posteriormente, um comitê avaliou a inclusão e negociou os direitos autorais com a fonte”, relata. A consolidação das informações contou ainda com a colaboração de universidades parceiras, que foram integradas ao processo de alimentação do site. “As universidades organiza-ram equipes de estagiários para auxiliar na bus-ca dos objetos e das fontes”, esclarece ela.

No caso do Portal do Professor, durante a sua criação, uma equipe de professores ficou responsável no Centro pela preparação das su-gestões de aulas. “Nosso objetivo era mostrar exemplos de roteiros que poderiam ser monta-dos com o uso dos objetos educacionais, dispo-níveis no Bioe”, explica Maria das Graças, pro-fessora de Biologia que participou do grupo. Para o lançamento do site, que ocorreu em junho de 2008, a equipe elaborou 411 propostas de aulas, das quais 121 foram publicadas.

No final deste ano, as atividades de respon-sabilidade do Cespe/UnB serão concluídas e re-passadas ao MEC. Segundo Cristiano Bento, ge-rente dos dois projetos no Cespe/UnB, a última fase prevista será a transferência da tecnologia para as pessoas que darão continuidade aos trabalhos no Ministério. “Além disso, estamos

No primeiro semestre desse ano, juntos, os sites registraram 2,5 milhões de acessos, realizados por usuários do mundo inteiro.

Gráfico de Acessos do Bioe (Dados de 2008, 2009 e 2010)

n.º d

e ac

esso

s

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2008 2009 2010

174,306 (2.º semestre)

795,935

709,05 (1.º semestre)

Gráfico de Acessos do Portal do Professor

(Dados de 2008, 2009 e 2010)n.

º de

aces

sos

2008 2009 2010

500

1000

1500

2000

465.541 (2º semestre)

1.551.617

1.994,410 (até setembro)

O professor Antônio Febben, de Ciências Biológicas, exibe uma das imagens publicadas por ele no Bioe.

Universidades Parceiras

Universidade Federal do Ceará (UFC), Universi-dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universi-dade Federal de São Carlos (UFSCAR), Universi-dade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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O toque da sirene anuncia o início das pro-vas. Esse momento tão esperado pelos candida-tos, que passaram meses estudando, também é a consolidação de um minucioso esquema de logística montado especialmente para o evento. Cada concurso público, vestibular, avaliação ou processo seletivo organizado pelo Cespe/UnB tem características únicas, considerando o nú-mero de inscritos, a abrangência do evento e o perfil das vagas e cargos oferecidos.

A preparação segue as diretrizes do con-trato assinado pelo órgão realizador e o Ces-

pe/UnB, a começar pelas cidades onde serão aplicadas as provas. Essa definição é funda-mental para os procedimentos de inscrição, escolha dos locais de prova e contratação de colaboradores.

No planejamento estabelecido para o con-curso estão previstos, também, itens de segu-rança em todas as etapas de sua realização. Alguns deles estão descritos em edital, como a proibição do uso de aparelhos eletrônicos e ar-tigos de chapelaria durante as provas. Outros procedimentos são sigilosos e podem ser ado-

tados desde a elaboração das questões até a aplicação das provas.

O inícioNa prática, a logística de um concurso co-

meça a funcionar a partir da homologação das inscrições. Essa etapa é consolidada com a confirmação do pagamento das taxas, que é in-formada após o encerramento do prazo de ins-crições por meio de arquivos fornecidos pelas instituições financeiras. “Com as inscrições ho-mologadas, o Cespe/UnB conhece o candidato.

Cada aplicação de prova tem características próprias e mobiliza equipes do Cespe/UnB em todo o território nacional

A logística dos concursos em ação

[Wilton Castro] Da Assessoria Técnica de Comunicação

PROVAS

Confira como funciona a logísticade um concurso do Cespe/UnB

InscriçãoO total de inscrições indi-ca quantos locais de prova e quais turnos serão utili-zados para alocação dos candidatos, que devem ficar atentos se a lotação das vagas está ou não vin-culada ao local de prova.

O órgão realizador define a abrangência do concur-so e o perfil do candidato a ser selecionado. O Ces-pe/UnB, então, elabora as provas e escolhe os locais de sua aplicação.

ContratoEspaço físico

A aplicação das provas deve preferen-cialmente contar com salas com capa-cidade de, pelo menos, 30 carteiras, boas condições de ventilação e ilumi-nação, bom estado de conservação das carteiras, boa localização dos ba-nheiros e sistema seguro de isolamen-to do local. O Cespe/UnB prioriza a dis-ponibilização de escolas afastadas de praças, feiras e arenas de apresenta-ções artísticas e esportivas e o uso de seu espaço deve ser exclusivo para a realização de provas.

Distribuição de candidatos

Em geral, os candidatos são distri-buídos nos locais de prova de acordo com o nível de formação exigido pelo concurso e tipo de prova que será apli-cada (objetiva e/ou discursiva). Sepa-rados por esses critérios, eles são alo-cados por ordem alfabética nas salas.

Fique sabendoCoordenadores e sub-coordenadores são ser-vidores da Fundação Universidade de Brasí-lia (FUB), selecionados pelo Cespe/UnB por meio de provas obje-tivas, subjetivas, oral e capacitação específica.

EquipesO quantitativo de colaboradores que atuam na aplicação das provas é definido de acordo com o número de salas. Para cada sala, são con-tratados pelo menos um chefe e um fiscal. Também são contratados inspetores de segurança, seguran-ças, porteiros, auxiliares de limpe-za e outros profissionais de apoio técnico. Toda a equipe que atua no local de prova é orientada e super-visionada por coordenadores e sub-coordenadores de aplicação.

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A logística dos concursos em açãoTendo essa informação em mãos, faz-se a dis-tribuição dos inscritos nos locais de prova e, em seguida, a geração do material de prova”, explica Jorge Amorim, responsável pela Coor-denadoria de Tecnologia do Centro.

Jorge Amorim acres-centa que, com a conso-

lidação do banco de dados, abre-se a análise dos laudos médicos das solicitações de atendi-mento especial e dos candidatos que desejam concorrer às vagas destinadas aos portadores de deficiência. Normalmente, a alocação dos

candidatos que tenham pedidos de atendimento especial deferidos é concentrada em uma esco-la na cidade de aplicação em razão da utiliza-ção dos recursos que lhes auxiliam na realiza-ção das provas, como ledores e computadores com softwares adaptados, e a disponibilidade no local de infraestrutura aos portadores de de-ficiência, a exemplo de banheiros adaptados e elevadores.

LocaisA escolha das escolas que vão acomodar to-

dos os candidatos de uma seleção é feita com base num levantamento prévio feito nas cidades de prova que leva em consideração os critérios de acessibilidade, estrutura e disponibilidade nas datas prováveis das provas. Para isso, o

Cespe/UnB conta com equipes de colaborado-res em mais de 3.000 municípios espalhados pelo território nacional. “Essas equipes de co-ordenadores regionais são informadas de que haverá provas nas cidades onde atuam quando o edital de abertura do concurso é publicado. O trabalho de levantamento do espaço físico e re-serva dos locais de prova começa imediatamen-te”, observa Marcos Costa de Sousa Guimarães,

Elaboração das provasAs provas são elaboradas por uma banca de especialistas sigilosa conforme o perfil do cargo oferecido e as formas de avaliação dos conhecimentos e habilidades dos candidatos definidas pelo órgão realizador do concurso. O Cespe/UnB busca sempre os melhores espe-cialistas para elaborar as provas, levando em consideração a competência, o nível acadêmi-co e o conhecimento do profissional na área.

TransporteGeralmente, os malotes com material de aplicação são transportados por avião de carreira até as cidades de prova. Mas é possível adotar automóveis, barcos ou aviões menores para viagens de longa distância.

Material de aplicação

Além das provas, o Cespe/UnB pro-duz e imprime o material não sigiloso de aplicação de provas, que inclui as listas de candidatos por local e salas de prova, cartazes, contadores de tempo de prova, lista de presença dos aplicadores, envelopes para guarda de objetos pessoais, dentre outros.

Atendimento Especial

Aos candidatos que têm atendimento especial durante as provas são dis-ponibilizados ledores, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), computadores adaptados, cadeiras e mesas adaptadas, salas especiais para amamentação, dentre outros recursos oferecidos pelo Cespe/UnB.

Fique sabendoO material dos candi-datos ausentes volta para o Cespe/UnB e também é digitalizado para registro de que não foi aplicado.

ConferênciaTodas as provas são de-sidentificadas ao final da aplicação e retornam à sede do Cespe/UnB, em Brasília. O material é conferido de acordo com os locais onde foram aplicadas. Após essa checagem, o material é digi-talizado e corrigido.

Fique sabendoCoordenadores e sub-coordenadores são ser-vidores da Fundação Universidade de Brasí-lia (FUB), selecionados pelo Cespe/UnB por meio de provas obje-tivas, subjetivas, oral e capacitação específica.

Jorge Amorim explica que a homo-logação das inscrições é condição para a alocação dos candidatos nos locais de prova e geração do material de aplicação.

Com a divulgação do edital, “o levantamento do espa-ço físico e reserva dos locais de prova começa imedia-tamente”, explica Marcos Guimarães.

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responsável pelo setor de Espaço Físico do Cespe/UnB. A estima-tiva do quantitativo de inscrições por cidade orienta a escolha e reserva dos locais de acordo com sua capa-cidade de comportar os candidatos.

Nas cidades de abrangência do con-

curso, o Cespe/UnB procura alocar os candida-tos em zonas e bairros centrais para facilitar o acesso aos locais de prova. Caso uma cidade de prova abrigue mais de 10 mil inscritos no con-curso, o Cespe/UnB poderá disponibilizar es-

colas próximas aos endereços residenciais dos candidatos. “Se houver locais disponíveis e ade-quados aos padrões de logística do Cespe/UnB é possível alocar os candidatos em escolas pró-ximas de suas residências”, esclarece Jaqueline Marques, responsável pela Coordenadoria de Logística do Centro.

ProvasAs provas do Cespe/UnB são elaboradas

de acordo com o nível de formação exigido e o perfil do cargo oferecido. Um software de emba-ralhamento de itens possibilita a impressão de diferentes tipos de prova. A expansão do parque gráfico do Cespe/UnB, ocorrida em agosto pas-sado, permite a impressão de 150 mil cadernos por dia utilizando essa metodologia.

O Cespe/UnB também elabora em gráfica própria as provas adaptadas para candidatos que tiveram pedido de atendimento especial de-ferido, como provas ampliadas, superampliadas e provas em braile.

No dia das provas, o translado dos ma-lotes com o material até o local de aplicação ocorre poucas horas antes do seu início, no caso de cidades próximas a Brasília, ou com alguns dias de antecedência, no caso de cida-des mais distantes. Os banheiros, corredores e salas são cuidadosamente vistoriados pela equipe de segurança para detectar qualquer indício de cola ou tentativa de fraude. Ao final da aplicação, a sirene entra em ação nova-mente e encerra a seleção para a tão deseja-da estabilidade profissional.

[Ciléia Pontes] Da Assessoria Técnica de Comunicação

As extensas dimensões do País, estradas sem asfalto e, muitas vezes, as longas distâncias e dificuldades de transporte, comunicação e hospedagem não são impe-dimentos para a aplicação de provas pelo Cespe/UnB. Muitos coordenadores já driblaram várias dificuldades para garantir que candidatos inscritos em locais distan-tes das áreas centrais pudessem participar de um con-curso ou seleção.

Trabalhando há 15 anos como coordenadora de aplica-ção, a servidora da UnB Vânia Lourenço, explica que já teve que passar os dados da abstenção – número de candidatos que faltaram às provas – de um município do Maranhão pelo telefone público, o conhecido “orelhão”. Isso porque não havia sinal de telefonia celular na cidade. “Isso foi bem marcante, porque me lembro de ter demorado quatro ho-ras para chegar nessa cidade de carro, em uma estrada de chão. Lá também não havia hotéis e fiquei hospedada na casa da representante do Cespe/UnB no município”, conta.

Vânia Lourenço lembra também que já teve que emba-lar os malotes em muitos sacos plásticos antes de trans-

portá-los, de barco, de Manaus até uma cidade do interior. “Tínhamos que garantir que os malotes de provas não mo-lhariam caso acontecesse alguma coisa”, explica.

O planejamento das viagens para locais de difícil aces-so é feito em Brasília. Quando deixa a cidade rumo ao local de aplicação, o coordenador de prova já sabe os meios de transporte que utilizará no trajeto.

DisposiçãoHá dois anos atuando como coordenador de aplicação,

Leonam Luiz Guimarães, também servidor da UnB, explica que horas de viagens de carro ou de avião de pequeno por-te fazem parte do trabalho e não atrapalham a disposição dos aplicadores. “Para mim, é uma satisfação saber que faço parte de um trabalho que exige muita responsabilida-de e disso depende o futuro de muitas pessoas”, diz.

Vânia Lourenço concorda com Guimarães. “Percebo que o serviço público melhorou muito com o advento dos concursos. E eu me orgulho de fazer parte das seleções desses servidores”, resume.

Aplicação garantida em qualquer lugar do Brasil

É possível alocar candidatos em escolas próximas às suas casas, segundo Jaqueline Marques, “se houver locais disponíveis e ade-quados aos padrões de logística do Cespe/UnB”.

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É a avaliação clínica do candidato, para verificar se ele tem condições de saúde física e mental para ocupar deter-minado cargo. É feita obrigatoriamente por um médico, por meio de entrevista pessoal, conhecida também como ana-mnese, e exame clínico.

Na entrevista, o candidato é questio-nado sobre diversos aspectos tais como a existência de alguma queixa clínica atual, histórico médico pessoal e fami-liar pregresso e antecedentes sociais. O postulante ao cargo também passa por um exame físico, onde são aferidos, por exemplo, a pressão arterial, os batimen-tos cardíacos, a frequência respiratória,

Exame de Higidez Física e Mental

Saiba mais

A pergunta é

* As datas são prováveis. Informações no site do Cespe/UnB: www.cespe.unb.br

Ricardo MartinsProfessor da Faculdade de Medicina da UnB e colaborador do Cespe/UnB

Agenda

Conforme previsto em edital, caso o candidato esteja impossibilitado de apresentar, no dia da realização das provas, documento de identidade original, por motivo de perda, roubo ou furto, deverá ser apresentado documento que ateste o registro da ocorrência em órgão policial, expedido em prazo também determinado em edital. Nesse caso, o candida-to poderá ser submetido à identificação especial, que pode compreender coleta de dados, de assinaturas e de impressão digital em formulário próprio.

Também são considerados documentos de identidade:

“Fui assaltada e não tenho tempo hábil para receber a 2.ª via da minha identidade até a data da prova do concurso para o qual estou inscrita. É possível fazer a prova com outro documento?”

Edineyda Conceição SoutoBelo Horizonte (MG)

16 de dezembroResultado final das provas escritas e práticas do Pro-cesso de Revalidação de Di-plomas de Médico obtidos no exterior realizado pelo Insti-tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní-sio Teixeira.

20 de dezembroResultado provisório da ava-liação de títulos do concurso para o cargo de cargo de Promotor de Justiça Substi-tuto do Ministério Público do Espírito Santo.

29 de dezembroResultado final da prova ob-jetiva e a convocação para as provas discursivas do concurso público para De-fensor Público Classe Inicial da Defensoria Pública do Es-tado da Bahia.

22 de dezembroResultado final da provas objetivas e convocaçãos para perícia médica dos candidatos que se declara-ram portadores de defici-ência do concurso para os cargos de Analista Judiciá-rio e Técnico Judiciário do Tribunal Regional do Traba-lho da 21.ª Região (RN).

29 de dezembroResultado final do concurso para o cargo de Procurador do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia.

05 de janeiroResultado final das provas objetivas e provisório da pro-va discursiva do concurso do Instituto Nacional de Metro-logia, Normalização e Quali-dade Industrial.

05 de janeiroResultado final do processo seletivo do Sebrae Nacional.

10 de janeiroResultado final das provas objetivas, resultado provisó-rio da prova discursiva e con-vocação para a avaliação de títulos do concurso para o cargo de Especialista em Estudos e Pesquisas Gover-namentais do Instituto Jones dos Santos Neves (ES).

14 de janeiroResultado final da primeira etapa do processo de ad-missão por Transferência Facultativa em cursos de graduação da Universidade de Brasília.

24 de janeiroResultado final das provas objetivas e resultado provi-sório da redação do concur-so para Analista de Controle Interno da Secretaria Espe-cial da Controladoria Geral do Estado de Pernambuco.

• Carteira expedida pelos Comandos Militares, pelas Secretarias de Segurança Pública, pelos Institutos de Identificação e pelos Corpos de Bombeiros Militares• Carteira expedida pelos órgãos fiscali-zadores de exercício profissional (ordens, conselhos etc.) • Passaporte brasileiro

• Certificado de Reservista • Carteiras funcionais do Ministério Público • Carteiras funcionais expedidas por órgão público que, por lei federal, valham como identidade• Carteira de Trabalho• Carteira Nacional de Habilitação (somen-te modelo com foto)

a presença de tumorações abdominais, edema de membros inferiores etc. Se após essa avaliação, o médico tiver dú-vida sobre o que identificou, poderá pe-dir exames complementares para dirimir dúvidas, como é o caso dos exames de laboratório e de imagem.

Em alguns concursos que o Cespe/UnB realiza é obrigatória essa avaliação, ou seja, o candidato deverá se subme-ter a um exame médico e entregar o re-sultado de uma relação de exames pre-viamente definidos em edital. Em geral, concursos da área de segurança pública e da área judiciária costumam ter o exa-me de higidez física e mental como uma das fases de seleção.

Fique por dentro

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TECNOLOGIACespe/UnB tem novo parque gráfico

Curtas

EDUCAÇÃOEstudantes de vários estados passam por avaliação

Até o mês de dezembro, o Cespe/UnB finalizou a aplicação de avaliações educacionais em dife-rentes estados brasileiros. No Amazonas, a apli-cação do Sistema de Avaliação de Desempenho Educacional do Amazonas (Sadeam) ocorreu no período de 22 de novembro a 3 de dezembro em todo o estado. As provas foram de Português e Matemática para os alunos do ensino fundamen-tal e nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens, Códigos e Matemática para os alunos do ensino médio. Participaram dos exames 126,6 mil estudantes da rede pública es-tadual e 40 mil da rede municipal de Manaus. A avaliação trouxe ainda uma novidade: os 123 alu-nos do ensino médio da Escola Estadual Indígena Cacique Manoel Florentino Mecüracü, do municí-pio de Benjamin Constant, fizeram as provas em sua língua materna, Tikuna. A experiência foi pos-sível porque o Cespe/UnB contou com o apoio do professor Sansão Ricardo Flores, que é nativo da etnia Tikuna e especialista em Gestão da Educa-ção, na tradução dos itens da prova.

SP e RJ - Em São Paulo, a avaliação foi apli-cada para alunos da rede municipal, que tiveram os conhecimentos em Português e Matemática A capacidade de impressão do Cespe/UnB au-

mentou em 50% após a inauguração de seu novo parque gráfico, em agosto. As quatro novas má-quinas são capazes de imprimir a partir de dados variáveis e encadernar até 6.700 cadernos de pro-vas por hora, o que representa aproximadamente 150 mil cadernos por dia. “A aquisição desse tipo de tecnologia possibilitou ampliar não só a capa-cidade e a qualidade de impressão de documentos das atividades do Centro, mas de toda a Universi-dade, para quem fazemos vários trabalhos”, frisa o Diretor-Geral do Cespe/UnB, Ricardo Carmona. Outra vantagem das novas máquinas é o aumento da capacidade de embaralhamento de questões, o que intensificará a produção de um número maior de tipos de provas para cada cargo de um certame, como foi o caso do concurso do Ministério Público da União, que teve 754 mil inscritos e teve provas personalizadas. O embaralhamento é um mecanis-mo de segurança adotado pelo Centro que permite a diferenciação das provas, dificultando a possibi-lidade de fraudes. No total, as quatro novas má-quinas custaram R$ 3,1 milhões e os fornecedores foram escolhidos por meio de pregão eletrônico.

CONCURSOSCoordenadores de aplicação de provas são selecionados

Novos servidores da Fundação Universidade de Brasília (FUB) serão certificados para atua-rem como coordenadores e subcoordenadores de aplicação de provas de concursos públicos e processos seletivos do Cespe/UnB. As pro-vas objetivas e discursiva foram realizadas em setembro e o resultado final dessa etapa di-vulgado em novembro. Os aprovados deverão entregar a documentação comprovando o vín-culo com a instituição. Haverá, ainda, provas oral e situacional, de caráter eliminatório, para

testados nos dias 10 e 11 de novembro. Cerca de 320 mil alunos do ensino fundamental fizeram os exames. Ainda no mês de novembro, entre os dias 25 e 30, foi a vez de alunos da rede municipal do Rio de Janeiro passarem por avaliação. Quase 237,5 mil estudantes do 3º, 4º, 7º e 8º anos do en-sino fundamental fizeram provas de Português e Matemática. O Cespe/UnB também aplicou ques-tionários de avaliação para 16,6 mil professores e 968 diretores de escolas.

PROVAS ON LINE - No mês de outubro, ocorreu a aplicação das provas do Programa de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Pro-ade), do Senai Nacional. Foram avaliados 2.299 alunos do curso técnico de nível médio em Me-cânica Industrial. As provas foram aplicadas em computador entre os dias 18 e 29, nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mara-nhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Pau-lo e Santa Catarina. A aplicação de avaliações on line é inédita e utiliza a metodologia dos Blocos Incompletos Balanceados (BIB), que permite con-templar toda a matriz de conhecimentos em pro-vas com grupos reduzidos de questões.

os candidatos a coordenador de aplicação, nas quais serão colocadas situações-problema re-lativas à estrutura de editais, à execução de concursos e aos conteúdos da prova objetiva e da prova discursiva. O processo se encerra com a capacitação específica para todos os candi-datos, com oito horas de treinamento teórico e prático e a participação dos candidatos em uma aplicação real, sob a supervisão de coor-denadores já cadastrados. O Cespe/UnB conta, atualmente, com 250 coordenadores e cerca de 80 subcoordenadores de aplicação em seu cadastro. A certificação deverá ampliar esse quantitativo de profissionais. A capacitação es-pecífica está prevista para janeiro de 2011.

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GRADUAÇÃOUnB inicia as comemorações de 15 anos do PAS

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ADMISSÃOComemoração dos resultados do PAS e vestibular em janeiro e fevereiro

Esse o foi o total de atendimentos especiais reali-zados pelo Cespe/UnB em 53 eventos realizados de janeiro e setembro deste ano, entre concur-sos e seleções. Desse total, mais da metade (3,3 mil) foram oferecidos somente no concurso do Ministério Público da União, cujas provas foram aplicadas em setembro em todo o Brasil. O servi-ço pode ser solicitado no momento da inscrição por portadores de deficiência e candidatos com necessidades especiais temporárias, como ges-tantes e pessoas que passam por tratamentos médicos. Alguns exemplos de recursos dispo-nibilizados são as salas para amamentação, as provas em braile, as provas ampliadas e supe-rampliadas, os ledores, os intérpretes de libras e as mesas adaptadas para cadeira de rodas.

6.437

Os nomes dos aprovados na terceira etapa do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e no 1º Vestibular de 2011 da Universidade de Brasília (UnB) serão conhecidos entre os meses de janei-ro e fevereiro. A universidade abriu um total de 3.998 vagas nos dois processos seletivos em 93 cursos dos campi Darcy Ribeiro, Ceilândia, Gama e Planaltina. A relação dos aprovados na terceira etapa do PAS está prevista para ser divulgada no

Um café da manhã na sede do Cespe/UnB, que reuniu idealizadores do Programa de Avalia-ção Seriada (PAS) da Universidade de Brasí-lia, marcou o início das comemorações pelos 15 anos do Programa, implementado em 1996. O evento foi realizado no dia 29 de outubro e contou com a participação dos ex-reitores da UnB Lauro Morhy e Cristovam Buarque, do rei-tor José Geraldo Souza Junior, da decana de Graduação Márcia Abrahão Moura, além de colaboradores do Cespe/UnB. Chamado de “o pai do PAS”, Morhy contou que a ideia de cria-ção do Programa começou a se concretizar em 1985, com a realização de um seminário que reuniu a sociedade para discutir sobre o vesti-bular da UnB. Ele lembrou que a interação en-tre a academia e a comunidade sempre foi o objetivo principal do Programa. “Nunca gostei

Os estudantes que fazem o vestibular da UnB como candidato ou treineiro podem verificar em quais cursos teriam condições de ingressar por meio de um simulador de desempenho lançado pelo Cespe/UnB. A consulta é feita a partir dos resultados nas provas objetivas. Para os que participaram das últimas provas, os dados po-dem ser obtidos no boletim de desempenho in-dividual, visível na página da seleção por meio de senha e dos números de CPF e inscrição. O recurso também pode ser utilizado por estudan-tes que não se inscreverem no vestibular. Basta responder às questões do caderno de provas dis-poníveis na página do Cespe/UnB – de qualquer um dos três últimos vestibulares –, calcular os resultados de acordo com o que define o edital de abertura e inserir as notas no simulador. A ferramenta, disponível no endereço eletrônico www.cespe.unb.br/vestibular, funciona ape-nas em caráter de simulação e não serve para requerer vaga nos cursos apresentados.

Você sabia que...?

da falta de conversa com professores e alunos do segundo grau (atual ensino médio) e o PAS surgiu como uma proposta de interação com a comunidade”, disse. Cristovam foi um dos pri-meiros incentivadores do projeto básico, enca-minhado ao Ministério da Educação no período em que foi reitor da UnB, entre 1985 e 1989. “A grande vantagem do PAS é o acompanhamen-to do aluno durante sua passagem pelo ensino médio”, ressaltou. Para lembrar a data, a Ge-rência de Interação Educacional do Cespe/UnB vai organizar uma série de atividades ao longo de 2011. A responsável pela Gerência, Vilma Reche, disse que serão entrevistadas outras pessoas que também tiveram participação ati-va na criação do PAS e que, como destaque nas comemorações, será promovido um Fórum de Interação entre a UnB e a comunidade.

dia 31 de janeiro de 2011. Já a comemoração dos classificados para as 1.999 vagas oferecidas pelo 1º Vestibular de 2011 está prevista para o dia 4 de fevereiro. Nos dois casos, os resultados serão divulgados na página eletrônica do Cespe/UnB e nos campi da Universidade. As provas da terceira etapa do PAS ocorreram no dia 5 de dezembro, enquanto que as do vestibular foram realizadas nos dias 18 e 19 de dezembro.

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[Ciléia Pontes] Da Assessoria Técnica de Comunicação

ENSINO SUPERIOR

Pesquisa mostra que diversidade racial na UnB é maior após Sistema de Cotas O programa proporcionou aumento de negros na Universidade de Brasília e a diminuição das disparidades raciais na instituição

Representa o valor médio das

notas obtidas nas disciplinas cursa-das durante toda a vida acadêmica

dentro da UnB.

nota no vestibular que os não-cotistas, perce-bemos que o rendimento deles é praticamen-te igual e não pior, como muitos acreditam”, destaca a pesquisadora.

No levantamento realizado também não se verificou redução do esforço de can-didatos negros para ingressar na Universi-dade. “Não identificamos dados que mos-trassem que os estudantes negros deixaram de se esforçar para passar no vestibular apenas porque havia reserva de vagas para eles”, ressalta Tannuri-Pianto. Ela comenta que a política é efetiva se o objetivo do pro-grama for o aumento da diversidade racial.

Mudança na identidade racialOutro dado identificado na pesquisa se refere à mudança da identidade

racial dos candidatos e alunos. “Regressões indicam que o sistema de cotas pode ter inspirado verdadeira mudança na identidade racial dos alunos, espe-cialmente dos pardos”, enfatiza Tannuri-Pianto.

Os dados mostram que muitos dos que se diziam pardo, passaram a se declarar negros. Por meio de enquete, que tem menos incentivos para deturpar a representação racial que cada um tem de si, os pesquisadores constataram que o Sistema de Cotas contribuiu para uma mudança signifi-cativa na identidade racial. “Uma das hipóteses para esse fenômeno é a de que a política pode ter valorizado a raça negra e alguns dos que antes não se sentiam a vontade em se classificar como negro passaram a fazê-lo já que agora seu valor é reconhecido”, afirma.

A UnB destina 20% das vagas de graduação oferecidas em cada vestibular para o Sistema de Cotas para Negros. Para concorrer a uma dessas vagas, o candidato deverá ser negro de cor preta ou parda. Além de realizar as provas de conhecimento e de redação, juntamente com todos os candidatos inscri-tos, também deverá participar de uma entrevista pessoal, na qual uma banca entrevistadora avaliará se o candidato cumpre os requisitos estabelecidos em edital e decidirá pela homologação ou não de seu cadastro.

Números do sistema de Cotas para Negros da UnB (2004 – 2010)

• 5 mil vagas oferecidas• 29,6 mil candidatos inscritos• 24,2 mil candidatos homologados para concorrer pelo sistema• 4.683 mil estudantes matriculados na UnB

Implantado no segundo semestre de 2004, o Sistema de Cotas aumentou a proporção de alunos negros e a diversidade socioeconômica na Universidade de Brasília (UnB). Segundo a pesquisa “Avaliando a educação superior no Brasil: formas de ingresso, desempenho e inserção no mercado de trabalho”, antes da implantação do programa, o percentual de alunos pretos na Universidade era de 5,3% e, até 2005, já correspondia a 8,3%.

Realizado pelos pesquisa-dores Maria Tannuri-Pianto, do Departamento de Economia da UnB, e Andrew Francis, da Emory University, dos Estados Unidos, o estudo mostrou que o número de estudantes pardos também aumentou, de 40,8% para 42,2%. Já o número de estudantes bran-cos frequentando a UnB diminuiu de 50,5% para 46,2% (ver tabela). “As

evidências mostram que o aumento no percentual de pretos foi mais intenso no semestre seguinte à implan-tação dessa política, quan-do representaram 49% dos alunos admitidos pelas co-tas. Nos dois semestres sub-sequentes os pardos ocupa-ram mais de 70% das vagas de cotistas”, ressalta Maria Tannuri-Pianto.

InclusãoO maior acesso de alunos negros a uma universidade pública se torna mais

relevante quando se analisa o perfil dos estudantes da UnB. Apesar dos alunos da instituição terem nível socioeconômico mais alto que os jovens do Distrito Federal de mesma raça e faixa etária, os alunos pardos e pretos têm piores con-dições socioeconômicas que brancos na universidade e na população em geral.

Além disso, o estudo demonstra que a diferença entre o desempenho dos alunos cotistas e dos não cotistas é pe-quena, sendo a Média Geral Acumulada (MGA)* de alunos cotistas 0.14 ponto menor do que a de não cotistas. Essa dis-paridade é menor, por exemplo, do que a encontrada entre homens e mulheres: as alunas têm em média uma MGA 0.32 ponto superior a dos alunos. “Quando comparamos o ren-dimento dos alunos cotistas que ingressaram com a mesma

A PESQUISAAlém do Sistema, o estudo avaliou o desempenho acadêmico e profissio-nal de estudantes da UnB. O levanta-mento de dados, que teve colabora-ção do Cespe/UnB, foi realizado entre março de 2007 e agosto de 2008 com alunos de todas as graduações. Ao todo, 3 mil alunos participaram das entrevistas presenciais e via internet. Os resultados podem ser visualizados no endereço http://userwww.servi-ce.emory.edu/~afranc5/pesquisa. As informações também serão con-sideradas na avaliação dos 10 anos do Sistema de Cotas, que deve ser realizada pela Universidade em 2014.

AutodeclArAção em %

Antes da Cota Depois da Cota

Branco 50,5 46,2

Pardo 40,8 42,2Preto 5,3 8,3

Outros 3,4 3,4

AuMentO De PArDOs e neGrOs nA unB APós iMPlAntAçãO DO sisteMA De COtAs

COMO funCiOnA O sisteMA

Maria Tannuri-Pianto e Andrew Francis analisaram dados de alunos que ingressaram na UnB nos anos de 2004 e 2005.