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A omissão da família Coleman La Omisión de la familia Coleman

La Omisión de la familia Coleman

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Espetáculo Teatral

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A omissão da família Coleman

La Omisión de

la familia Coleman

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La Omisión dela Familia ColemanA omissão da família ColemanOs homens são objetos para os outros, mas não conseguem ser completamente objetos para si mesmos.Jean-Paul Sartre

Entre enlaces e repulsas, as relações familiares permanecem no teatro a enredar a essência dramática.

Este é o seu adágio: os vínculos são expostos, como se pudéssemos recuperar a nossa própria imagem, perceber as dificuldades, os tropeços, e reaver nossos princípios. A história da família transforma-se em histórias de muitas outras, revelando de modo intenso as tensões cravadas pelas palavras que se transformam no fato mais solitário que o mais profundo silêncio.

Ao retratar a vida interna, em La Omisión de la Familia Coleman, com texto e direção do dramaturgo Cláudio Tolcachir, o grupo teatral Timbre 4 reflete sobre as possibilidades do fazer artístico na apreensão das omissões e desequilíbrios pertencentes à sociedade contemporânea.

Ao realizar em São Paulo o primeiro trabalho do grupo argentino, o SESC reafirma o compromisso em repercutir a dimensão da cultura que torna possível mobilizar o cotidiano, repensar e constituir valores e, sobretudo, aprofundar a percepção de si e do outro.

Diretor Regional do SESC São Paulo

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A PEÇAUma família à beira da dissolução. Os Coleman. A avó, a filha e os quatro netos vivem juntos na pobreza. Cada um constrói um espaço pessoal cada vez mais difícil de delimitar. A casa onde moram os protege do mundo, mas os confina a uma grande solidão. Uma solidão compartilhada com as pessoas que são condenadas a amar.

O cotidiano turbulento dessa família muito peculiar se desenrola num espaço fechado cujas regras nos questionam.

Ao longo do tempo, os integrantes dessa família estabeleceram relações ternas, violentas, pueris, muito fortes. Seu dia a dia de pobreza, feito de necessidades e pequenos arranjos, vai seguindo em meio à solidariedade e à rejeição; nele a violência surge como única forma de comunicação possível.

Esse frágil equilíbrio familiar se quebra quando a avó, figura central da família, pilar da casa, adoece. Seu desaparecimento vai forçar cada um dos Coleman a assumir, bem ou mal, seu destino, mesmo que para isso precisem abandonar uns aos outros.

Tudo o que eu poderia ser e fazer se não estivesse aqui.

Poderei um dia não estar aqui?

Quem sou eu longe dessa casa e dessa família?

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Ao entrar no microcosmo dos Coleman, nos confrontamos com temas fundamentais da existência humana: a importância da família e sua finalidade como instituição capaz de proteger todos os seus integrantes, a solidão do indivíduo diante do mundo, o egoísmo como instinto de sobrevivência, e a impotência alimen-tada pelo medo paralisante que impede o indivíduo de entrar numa sociedade que o considera estranho, diferente, marginal.

Escrita em movimento, o trabalho se assenta sobre o conflito interno da pessoa cuja família não se “encaixa” nos limites da “normalidade”. O que fazer com essa diferença, sabendo que a identidade pessoal é o prob-lema de ser excluído de antemão? O que fazer com os sentimentos que nos inspiram esses indivíduos que irremediavelmente amamos e detestamos?

Com a consciência da universalidade da pergunta e temendo a generalidade, tão pouco útil quando se trata de teatro, o trabalho de pesquisa visa abordar esse conflito existencial a partir de arquétipos veros-símeis e, também, originais. Seres frágeis que recorrem à violência para se comunicar. A pesquisa começou com a necessidade de criar um núcleo de base (os membros da família). Concebemos os diferentes papéis possíveis e, por fim, optamos por uma configuração familiar incomum: a avó, sua filha e os quatro netos. A ausência da figura paterna foi uma escolha determinante e aceita como um risco. Essa omissão aos poucos foi justificando as complexidades de cada membro da família Coleman e nos permitiu explorar em detalhes as características das personagens em sua busca de uma certa identidade perdida: a do nome paterno.

Como os filhos nasceram? Qual a história deles? Que sentido lhe dá cada um e como isso determina suas relações com os outros? Uma vez claramente estabelecidas essas perguntas, investimos na técnica da im-provisação em todos os tipos de situações cotidianas.

O trabalho se desenvolveu em três meses de improvisações e de escrita para chegar pouco a pouco à composição das personagens, suas características, seus laços, e, finalmente, ao texto definitivo.

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O público entra na sala ambientada como o interior de uma casa, a da família Coleman. O espaço é realista, o acúmulo de objetos, a superposição de estilos e mil detalhes falam a respeito dessa família.

A interpretação dos atores ancora-se no cotidiano assim como na permanência à beira do absurdo.

O espaço coloca os atores bem perto dos espectadores. O público é um intruso privilegiado num momento de vida no mundo da família Coleman.

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Claudio TolcachirAtor, autor e diretor, pedagogo e dirigente de TIMBRE 4

Nascido em 1975 em Buenos Aires, Claudio Tolcachir recebeu em 1994 o prêmio Clarín de revelação como melhor ator em Lisístrata, de Aristófanes, dirigida por Eduardo Riva e Rita Armani. Trabalhou em seguida com vários diretores, entre os quais Agustín Alezzo, Norma Aleandro, Carlos Gandolfo e Daniel Veronese.

Como encenador, dirigiu Arlequino, de Enrique Pinti, em 1997; Palabras para Federico, a partir de textos de García Lorca, 1998 ; Chau Misterix, de Mauricio Kartun, em 1998 ; Orfeo y Eurídice, de Jean Anouilh, em 2000 e 2001, e Jamón del Diablo, Cabaré, de 2002 a 2004. Desde 2005 apresenta em seu teatro e em turnê La Omisión de la familia Coleman (A omissão da família Coleman), peça que ele escreveu e dirigiu. Com essa peça ele ganhou em 2008 o prêmio de melhor peça internacional do Circuito dos Críticos de Arte, no Chile, e na Argentina os prêmios de melhor peça do circuito independente e de melhor dramaturgia em 2006 (prêmio ACE).

A peça também ganhou o prêmio de melhor obra original e de melhor espetáculo na Festa Nacional do Teatro, em 2006, e de melhor obra original, da revista Teatro XXI em 2005. De 1994 a 2004, Tolcachir ensinou no estúdio-teatro de Alejandra Boero, Andamio’90, e fundou em 1999 o Timbre 4, que dirige e do qual é um dos professores.

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TIMBRE 4 é uma casa. E a casa é uma escola. E a escola é um teatro. E também uma companhia.Ou em sentido inverso: TIMBRE 4 é uma companhia que instalou seu teatro, que é também uma escola, numa “casa-linguiça”.

No coração de Boedo, um dos bairros mais típicos de Buenos Aires, cantado em tangos célebres, atrás de uma estreita porta verde, depois de tocar a campainha 4 (Timbre 4), entra-se num corredor comprido ao ar livre, característico de uma “casa-linguiça”. No fundo: o teatro, a escola e a companhia.

Nascida em 1999, a companhia surgiu por obra de um grupo de atores de origens e formações diversas. Em 2001, esse grupo desejou abrir um espaço para desenvolver suas pesquisas, suas práticas e fazer suas apresentações.

Esses jovens atores, empenhados em encontrar um espaço de pesquisa e em continuar se aperfeiçoando como criadores, começaram então a concretizar um sonho. Um sonho em que decidiriam que tipo de tea-tro fariam, como, com quem e onde. Assim nasceu TIMBRE 4, a companhia e o teatro dirigidos por Claudio Tolcachir.

Desde o começo, e até hoje (dez anos depois), TIMBRE 4 tem sido um espaço de trabalho que funciona como uma sala de teatro e que, durante a semana, recebe 300 alunos que se formam e se aperfeiçoam como atores. Muitos grupos e espetáculos do circuito independente de Buenos Aires surgiram dessa escola.

A escola se empenha em proporcionar uma formação personalizada e específica que visa à interdiscipli-naridade. Não há limites de idade nem experiência prévia exigida, mas o compromisso e a disciplina são reconhecidos como marcas da casa.

Em 2010, TIMBRE 4 cresceu ao abrir um novo espaço, contíguo ao espaço atual: uma sala principal com 200 lugares e espaços para cursos e ensaios. TIMBRE 4 é uma sala do circuito independente, que, agora ampliada, poderá se autofinanciar com seis apresentações de teatro por semana.

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FichaTécnicaAvó Araceli Dvoskin

Meme Miriam Odorico

Verónica Inda Lavalle

Marito Claudio Tolcachir

Gabi Tamara Kiper

Damián Gerardo Otero

Hernán Gonzalo Ruiz

Médico Jorge Castaño

Dramaturgia e Direção Claudio Tolcachir

Assistente de Direção Macarena Trigo

Iluminação Omar Possemato

Produção TeatroTimbre4 | Maxime Seugé y Jonathan Zak | www.timbre4.com

Produção Brasil Pedro de Freitas | Périplo Produções

* Este espetáculo recebeu indicações e obteve prêmios em vários países.

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SESC Consolação | R. Dr. Vila Nova, 245 | Vila Buarque | São Paulo | SP | fone 3234 [email protected] | www.sescsp.org.br | 0800 11 8220

Entre as edições bienais do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, ocupações de diferentes companhias e criadores buscam evidenciar e estimular possíveis diálogos com a produção teatral de países da América Latina, Espanha e Portugal.

De 22 a 26 de junho de 2011Quarta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h.Teatro Anchieta

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